A parábola do Semeador Explicação –
Quem são os semeadores? (Estudo Completo)
A Parábola do Semeador pode ser encontrada nos livros de Mateus, Marcos e Lucas e registra o ensino de Jesus à beira da praia com seus discípulos e uma multidão de pessoas. Ali, tendo um barco como púlpito, Jesus começa a então contar a “Parábola do semeador”, em algumas versões encontramos como “a história da semente” e até como “o semeador”.
As parábolas contadas por Jesus possuem ensinamentos únicos sobre a Palavra e o Reino de Deus e são surpreendentes em sua revelação a cada pessoa individualmente. É incrível quantas coisas diferentes podemos aprender mesmo lendo-as muitas vezes. Durante esse estudo navegaremos entre esses três evangelhos que contém a parábola, e vamos extrair diversos aprendizados.
Para ilustrar as verdades espirituais que somente Jesus conhecia, frequentemente ele utilizava parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia a dia. A parábola do semeador relata de que forma a mensagem da salvação será recebida no mundo.
A parábola do semeador é considerada muito importante, não só por estar nos três primeiros evangelhos, mas também por ser fundamental no entendimento de outras.
Introdução a Parábola
Jesus começa a contar a Parábola dizendo:
“O que vocês acham? Um agricultor estava semeando. Enquanto estava fazendo o seu trabalho, algumas sementes caíram pelo caminho, e as aves as comeram. Outras caíram no meio dos pedregulhos. Brotaram rapidamente, mas não aprofundaram raízes. Com o calor do sol, secaram tão rapidamente quanto haviam brotado. Outras ainda caíram no meio das ervas daninhas. As sementes chegaram a brotar, mas foram sufocadas. Por fim, algumas, porém, caíram em boa terra e produziram uma colheita que superou todas as expectativas.“Vocês estão entendendo?”- Mateus 13.3-8
Essa história fala de um agricultor que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo de solo (Marcos 4.3-20)
A Bíblia diz que quando os discípulos ficaram sozinhos com Jesus, eles pediram para que Jesus explicasse o significado da parábola (Marcos 4.10). Jesus começa a explicar os diferentes tipos de terras nas quais a semente caiu.
Os diferentes tipos de terra (Mateus 13.18-23)
“À beira do caminho”: Jesus começa explicando que a semente que cai à beira do caminho refere-se às pessoas que ouvem, mas que não se apropriam da Palavra. Ela permanece na superfície, quando o Maligno vem, ele a arranca facilmente do coração de quem a recebe. Em Lucas 8.12-13, o autor acrescenta dizendo que o Diabo a arranca delas para que não acreditem que serão salvas.
“Nos pedregulhos”: a semente que cai no pedregulho refere-se às pessoas que ouvem a Palavra com muito entusiasmo, mas que diante da primeira tempestade/dificuldade perdem o interesse, a Mensagem é esquecida e não sobra nada. A semente que cai nos pedregulhos não cria raiz, a Palavra nessa pessoa é superficial e pode ser facilmente arrancada.
“Em meio as ervas daninhas/espinhos”: a semente que cai entre as ervas daninhas/espinhos refere-se às pessoas que ouvem a Palavra mas estão mais preocupadas com as coisas desse mundo. Se perdem na busca pelos bens materiais, nos prazeres, no amanhã que acabam sendo sufocados por essas coisas, não dando espaço Palavra de Deus cresça em sua vida.
“Na terra boa”: são os bons corações, a terra que acolhe, abraça a semente. É a terra onde a semente cria raiz e na qual ela cresce, torna-se uma árvore forte e frutífera. Obviamente, esta é a terra com a qual todos gostam de se relacionar, e a qual todos nós deveríamos ser. Uma pessoa que ouve a Palavra de Deus, medita nela e a põe em prática.
Uma pessoa que não deixa as coisas desse mundo, como as preocupações, tomarem a nossa mente, nem nosso coração a ponto de tomarem lugar acima dos pensamentos e da Palavra de Deus sobre a nossa vida. Uma pessoa que não deixa a Palavra de Deus entrar por um ouvido e sair pelo outro mesmo quando alguma palavra específica nos parece muito dura ou parece ser para “o vizinho”.
Uma pessoa que ouve o ensinamento, diz amém, mas assim que sai do culto, esquece do que foi pregado ou uma pessoa que o choro de vergonha pelo pecado dentro da igreja não gera arrependimento fora dela.
Aplicações Práticas na Parábola do Semeador
Às vezes, não somos “a terra boa” mas devemos buscar ser. Às vezes, encontramos alguma área de nossas vida como os outro tipos de terras. Deus em seu imenso amor, nos deu o Espírito Santo que nos auxilia na busca da vontade do Pai. Ele quer que sejamos como uma terra boa para que sejamos frutíferos nEle.
Nos três livros podemos ver duas comparações: A da semente como sendo a Palavra de Deus e a dos diferentes tipos de terra. A única comparação que Jesus não faz é a do agricultor. Ele não afirma em nenhum dos textos que o agricultor é Deus. Na maioria das vezes, lemos essa parábola e nos prendemos aos tipo de terras e como nosso coração se relaciona com elas – e, com certeza, aprendemos muito com isso – e por isso, colocamos Deus como o agricultor.
Mas e se lermos a Parábola do Semeador, como a do semeador, e não como se fosse a parábola da terra, retiramos daqui uma outra lição valiosa. O apóstolo Paulo fala em I Coríntios 3.6, “… eu plantei a semente, Apolo regou as plantas, mas Deus fez vocês crescerem.” Ele nos coloca como semeadores da Palavra de Deus no mundo.
Com essa perspectiva, nós podemos aprender com a parábola que devemos plantar com generosidade e sem distinção de pessoas. A parábola não nos diz se o semeador sabia ou não que suas sementes estavam caindo por todo lugar. A narrativa só nos diz que “enquanto (ele) fazia seu trabalho, algumas sementes caíram…” (Mateus 13.3).
Às vezes, olhamos para as pessoas e vemos “terras” e julgamos que seja um desperdício semear uma semente na vida delas. Esquecemo-nos que Jesus veio para todos, sem distinção, para a “terra” que se encontrava a humanidade. Ele veio e ensinou e se deu generosamente.
Porque Jesus ensinava por parábolas?
Quando os discípulos perguntam para Jesus por que ele ensinava através de parábolas, ele diz:
“Vocês já ouviram bastante a respeito do Reino de Deus. Conhecem as suas verdades. Mas nem todos tiveram esse privilégio. Quando alguém tem o coração preparado, a compreensão é real. Mas, se não houver receptividade no coração, logo desaparece. Por isso conto histórias. Meu objetivo é criar disposição, levar o povo a receber a Mensagem. Nas condições em que se encontram, eles ficarão ouvindo até o dia do juízo e não entenderão nada. Vão ficar irritados por ouvir tanto e não entender coisa alguma. Que não se repita a previsão de Isaías:
“Seus ouvidos estão abertos, mas não entendem uma palavra. Seus olhos estão abertos, mas não veem nada. Esse povo é cabeça-dura! Eles tapam os ouvidos com os dedos para não ter de escutar. Eles fecham os olhos para não serem obrigados a ver, e, assim, evitam ficar comigo face a face e me deixar curá-los”.”
Jesus através das parábolas tentava aproximar o máximo possível as pessoas de seus ensinamentos. Aqui podemos aprender uma lição linda de como uma das coisas mais importantes para Jesus era que as pessoas recebessem e entendessem o que ele ensinava. Por isso, ele usava situações e imagens que faziam parte da vida das pessoas daquela época, ele ensinava através de parábolas. Jesus fazia o possível para que a Palavra se tornasse receptiva ao coração das pessoas. Você já parou para pensar o que isso nos ensina?
Conclusão
Existem pessoas que vão receber e entender melhor a Palavra de Deus por causa nossas suas atitudes do que pelas nossas palavras. Existem pessoas que vão receber melhor a Palavra de Deus através de uma canção do que através de uma pregação.
Esta perspectiva nos faz ver que devemos plantar sementes em todos os lugares, ministrar a Palavra de Deus com as oportunidades que Ele tem nos dado.
São tantos os meios que Deus nos deu para espalharmos a semente, pregarmos sua Palavra para todos. Não nos limitemos o ensino da Palavra de Deus, o que Ele pode fazer através de nós e em nós.
Jesus então termina a narrativa naquele dia com uma pergunta que é pertinente até os dias de hoje: “Vocês estão entendendo?”.
A parábola do Bom Samaritano – Reflexões e Lições para os dias de hoje
A Parábola do Bom Samaritano é uma das parábolas mais conhecidas da Bíblia. Muito já foi explicado e estudado sobre essa parábola que aparece somente no livro de Lucas.
Jesus conta a parábola após ser indagado por um judeu perito da lei sobre quem é o nosso próximo. Amar ao próximo é um dos grandes mandamentos do Cristianismo e frequentemente é mal praticada.
Os peritos da lei conheciam e diziam praticar rigidamente as leis mosaicas. Porém, se esqueciam do mais importante, o amor ao próximo.
Jesus mais uma vez, com essa narrativa, desafia o seu ouvinte a uma mudança de mente e atitude e a prática da lei pela lei.
Isso pode ser claramente visto no começo da conversa do doutor da lei com Jesus. Ele sabe bem o que era preciso para herdar a vida eterna e não questionou a Jesus quanto ao primeiro mandamento, porém, como pode-se ver, havia uma certa resistência quanto o amar ao próximo.
Texto do Bom Samaritano
Vemos a passagem que é encontrada em Lucas 10.25-37.
“Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? “
“O que está escrito na Lei? “, respondeu Jesus. “Como você a lê? “
Ele respondeu: ” ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”.
Disse Jesus: “Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá”
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo? “
Em resposta, disse Jesus: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.
Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.
E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.
Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele.
Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’.
“Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? “
“Aquele que teve misericórdia dele”, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: “Vá e faça o mesmo”.
Vamos entender um pouco do contexto dessa Parábola e quem são seus personagens.
Os Personagens do Bom Samaritano
Um homem
Jesus não especifica na narração quem era o homem. Somente da onde estava vindo e para onde estava indo.
Naquela época, o que indicava de onde as pessoas eram era sua língua/sotaque e como se vestiam.
Jesus diz que os assaltantes arrancaram toda a roupa do homem e o deixaram inconsciente, quase morto, tornando impossível identificar qual era a origem do homem.
Sacerdote
O sacerdote tinha direitos e deveres dentro do templo como trazer os sacrifícios e ensinar a palavra de Deus.
Os sacerdotes deveriam ser as pessoas mais misericordiosas, amáveis e que se importavam com as necessidades do povo, mas pelo contrário, eles se mantinham distantes e ocupados com os atos religiosos.
Levita
Os levitas eram homens da família de Levi que ajudavam os sacerdotes com os serviços do templo.
Todos os sacerdotes eram levitas, descendentes de Levi por Coate (segundo filho de Levi) e Arão. Levi, porém, possuía outros filhos e desses filhos saíram os identificados como levitas.
Samaritano
Samaritano era como os habitantes de Samaria eram chamados. Eles eram em parte judeus, mas os judeus não os aceitavam como verdadeiros judeus.
A situação do homem que foi Assaltado
A narrativa fala de um homem que foi machucado até quase morrer. Leia-se que o homem fosse um judeu.
Ele foi ignorado por pessoas que eram seus compatriotas, mas que estavam ocupados demais para chegarem em algum lugar ou para fazerem alguma coisa, ou por não poderem ajudar.
Segundo a lei, ele se encontrava em um estado que não poderia nem ao menos ser tocado – presumindo que ele estava morto, mas que na verdade não estava.
Estavam preocupados demais em cuidarem de seus próprios afazeres.
O ajudar e amar o próximo eram considerados leis desde aquela época, mas o egoísmo impera nas atitudes do sacerdote e do levita.
Presuma que eles estavam com medo de serem assaltados também – aquela estrada que levava de Jerusalém para Jericó era considerada perigosa, um lugar de muitos assaltos – justificava eles terem negado ajuda ao homem ferido?
Explicação da Parábola da Candeia
A Parábola da Candeia fala sobre como o ensino de Jesus tem o propósito de ser propagado. Essa parábola de Jesus está registrada nos Evangelhos Sinóticos (Marcos 4:21-25; Lucas 8:16-18; cf. Mateus 5:15).
Quando olhamos atentamente para a Parábola da Candeia, notamos que ela constitui uma coleção de vários ditos de Jesus reproduzidos em outas partes dos Evangelhos Sinóticos. Isso significa que provavelmente Jesus repetiu essas palavras em diferentes ocasiões de seu ministério.
Candeia, alqueire, cama e velador
Na Parábola da Candeia, Jesus falou que ninguém coloca uma candeia acessa debaixo de um alqueire ou de uma cama. Em suas parábolas, Jesus frequentemente usava elementos da vida cotidiana para comunicar princípios espirituais. Isso fica muito claro na Parábola da Candeia.
O pano de fundo dessa parábola é uma típica casa da Galileia no primeiro século. As casas eram iluminadas por candeias. Uma candeia basicamente era uma pequena vasilha feita de barro com uma espécie de argola em um dos lados e uma formação na outra extremidade que acomodava um pavio molhado numa porção de óleo de oliva que servia de combustível para que a candeia permanecesse acesa.
Em outras palavras, as candeias eram as lâmpadas que iluminavam as casas no tempo de Jesus. As casas mais ricas contavam com várias candeias, mas as casas mais pobres geralmente possuíam apenas uma candeia.
O alqueire citado na parábola era um tipo de cesto comum que geralmente guardava cereais. A cama mencionada na parábola era um colchão simples que quando não estava sendo usado podia ser facilmente enrolado para não ocupar espaço nas pequenas casas.
Por último, o velador que aparece na parábola era o objeto sob o qual a candeia era colocada. O velador podia ter diferentes formas dependendo do tipo de casa, mas no geral era um objeto muito simples. Em algumas casas o velador era um tipo de concha no pilar central da casa. Em outras casas, o velador era um tipo de prateleira, ou até uma pedra saliente na parede. Nas casas de famílias mais abastadas, o velador podia ser um pedestal de metal ornamentado.
A explicação e o significado da Parábola da Candeia
Tomando como exemplo o texto do Evangelho de Marcos, podemos acreditar que possivelmente Jesus pronunciou a Parábola da Candeia para o grupo de seus seguidores mais próximos. Ele introduziu a parábola com duas questões retóricas: “Vem, porventura, a candeia para ser posta debaixo do alqueire ou da cama? Não vem, antes, para ser colocada no velador?” (Marcos 4:21).
A candeia deve iluminar o ambiente
Uma questão retórica tem o objetivo de provocar uma reflexão à medida que o ouvinte pressupõe sua resposta. A primeira questão retórica da Parábola da Candeia sugere uma resposta negativa, afinal, não faz sentido ascender uma lâmpada para depois escondê-la debaixo de uma cama ou de um cesto. Já a segunda questão sugere uma resposta positiva, ou seja, é esperado que alguém coloque a lâmpada acessa num local apropriado que faça com que sua luz se espalhe pelo ambiente.
Talvez na Parábola da Candeia a figura da candeia possua uma aplicação dupla. Essa parábola é precedida pela Parábola do Semeador, e se há uma conexão entre as duas parábolas, então é possível que num primeiro momento a candeia represente o coração frutífero cuja vida brilha diante do mundo para a glória de Deus. Aqui vale lembrar que Jesus pronunciou o dito da candeia ao falar que seus seguidores são “a luz do mundo” (cf. Mateus 5:15).
Mas é inegável que a figura da candeia também está relacionada à Palavra de Deus. Nós sabemos que os cristãos não são luz em si mesmos, mas refletem o brilho d’Aquele que é a própria luz, o Verbo de Deus (João 8:12). O que produz o brilho na vida do crente é a Palavra de Deus. O salmista escreveu: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho” (Salmo 119:105).
Nesse sentido, os cristãos devem ser instrumentos através dos quais a luz do Evangelho pode iluminar os pecadores. Os verdadeiros seguidores de Cristo são aqueles que têm suas vidas controladas pela Palavra de Deus e testemunham aos homens que, de fato, Cristo é a luz do mundo. Abastecidos pela Palavra, os crentes podem fazer brilhar a verdade de Deus ao mundo.
Nada fica oculto
Em conexão com o raciocínio da candeia que deve ficar exposta para iluminar o ambiente, Jesus disse: “Pois nada está oculto, se não para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado” (Marcos 4:22). Essa frase traz um paralelismo hebraico que indica que o proposito último de algo que está escondido é que seja finalmente revelado.
Nos dias de Jesus, os líderes religiosos dos judeus estavam basicamente ocultando a verdade de Deus debaixo de um amontoado de tradições humanas que moldavam uma religiosidade hipócrita. Mas a verdade pura de Deus deve brilhar!
Então é possível que ao usar esse paralelismo, Jesus estivesse enfatizando a realidade de que o seu ensino não tinha o propósito de ficar escondido. A progressão do ministério de Cristo deixou claro que Ele não havia vindo ao mundo para ocultar a verdade, mas para torná-la conhecida àqueles que ouvem. Daí a exortação: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” (Marcos 4:23).
Num outro sentido, agora na esfera das articulações humanas, também é possível dizer que à luz da verdade de Deus comunicada, nada permanecerá oculto para sempre. Há quem pense enganosamente poder esconder seus pensamentos, planos, palavras e ações. Mas no dia do juízo, todas as coisas serão reveladas e medidas sob o prumo da vontade de Deus revelada.
A responsabilidade diante da luz
Por fim, a sequência de ditos da Parábola da Candeia termina com a advertência de Jesus: “Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. Pois ao que tem se lhe fará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Marcos 4:23-25).
Jesus disse que se alguém tem ouvidos para ouvir, então que ouça. Mas não basta ouvir qualquer coisa e de qualquer maneira. É preciso ouvir o ensino certo e da maneira correta. Nesse ponto Jesus chamou os seus ouvintes a um exame de responsabilidade e conduta.
A resposta da pessoa à luz da candeia que a ilumina, é algo da mais alta importância e urgência. O ouvir espiritual determina quanto temos para dar aos outros, e quanto mais ouvimos a Palavra de Deus, mais capazes seremos de compartilhá-la com as outras pessoas (Wiersbe, 2001). Além disso, seremos recompensados na mesma medida da fidelidade que demonstramos ao colocar em prática a verdade que recebemos.
Mas também é preciso manter em mente que nas questões espirituais, sempre só há duas opções: ganhar ou perder. Negligenciar a luz da Palavra de Deus é cair em profunda perda. Além disso, no dia do juízo não haverá oportunidade de receber de bom grado a luz que foi rejeitada. Todos aqueles que desprezam agora a luz do Evangelho, na eternidade perderão qualquer noção que um dia já tiveram acerca dessa luz. O que lhes restará é somente trevas (Mateus 25:29,30).
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A Parábola do Semeador
A Parábola do Semeador é uma das parábolas de Jesus registradas nos Evangelhos Sinóticos (Mateus 13:3-9; Marcos 4:2-9; Lucas 8:5-8). O significado da Parábola do Semeador fala sobre como o Evangelho é recebido em diferentes aspectos. Essa é uma parábola que o próprio Senhor Jesus explicou claramente seu significado (Mateus 13:18-23; Marcos 4:13-20; Lucas 8:11-15).
Na Parábola do Semeador Jesus falou sobre um homem que saiu a semear. Enquanto o homem semeava, uma parte das sementes caiu ao pé do caminho. Então vieram as aves e comeram as sementes que caíram.
Outra parte das sementes caiu em meio às pedras, onde não havia terra suficiente. Essas sementes logo germinaram, mas foram queimadas rapidamente pelo sol, porque não tinham raízes.
Outra parte das sementes acabou caindo entre espinhos. Os espinhos cresceram e acabaram sufocando as sementes que tinham caído ali. Finalmente outra parte das sementes caiu em boa terra. Essas sementes germinaram, cresceram e deram fruto: um, a cem; outro, a sessenta; e outro, a trinta. Jesus termina a Parábola do Semeador com a conhecida exortação: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus 13-3-9).
Contexto da Parábola do Semeador
Jesus contou a Parábola do Semeador quando discursou para uma grande multidão à beira-mar. Ele entrou num barco e a multidão ficou em pé na praia escutando suas palavras. Naquele dia Jesus ensinou muitas coisas acerca do reino dos céus através de parábolas.
Na narrativa da Parábola do Semeador é possível perceber claramente a forma com que Jesus aplicou elementos do cotidiano das pessoas que ouviam suas palavras. A figura do semeador que saiu a semear realmente era muito familiar.
O semeador semeava as sementes com a própria mão, e inevitavelmente algumas sementes acabavam caindo pelos pequenos caminhos que cortavam os campos. Essas trilhas não eram alcançadas pelo arado e os agricultores utilizavam-nas para percorrerem a plantação. O solo desses caminhos era duro e as sementes não penetravam nele. Por isso facilmente serviam de alimento para os pássaros.
Jesus também diz que algumas sementes caíram no meio das pedras. Essa era uma característica típica da Palestina. Havia muito solo rochoso que acabava ficando muito próximo do terreno de cultivo. As sementes que caíam nessa parte do solo logo brotavam por causa da fina camada de terra. Mas pela falta de raízes, acabavam definhando no sol.
Por vezes algumas raízes de espinhos também tomavam parte do terreno de uma plantação. Essas ervas daninhas acabavam sufocando parte das sementes. As sementes que caíam em solo fértil germinavam e produziam bons resultados.
Explicação e significado da Parábola do Semeador
O próprio Senhor Jesus explicou o significado da Parábola do Semeador. Apesar de Ele ter contado a parábola à multidão, Ele explicou seu significado apenas aos seus discípulos. Jesus explicou que quando alguém ouve a mensagem do reino, mas não entende, o maligno vem e arrebata o que foi semeado em seu coração, tal como as aves comem as sementes que caem pelo caminho.
Já o solo rochoso no qual algumas sementes caíram, representa aquela pessoa que, ao ouvir a mensagem, rapidamente e impulsivamente a recebe com alegria. Mas pela falta de raiz isso dura pouco tempo. Logo que surge a aflição ou a perseguição por causa da mensagem, essa pessoa se ofende e a abandona.
Há também aquela pessoa que ouve a mensagem, mas as preocupações deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a mensagem, tornando-a infrutífera. Esse é aquele que foi semeado entre os espinhos.
Contudo, o exemplo da semente que foi semeada em bom solo representa aquele que houve e atende a mensagem. Esse dá fruto, produzindo, em um caso, a cem, noutro, a sessenta, e noutro, a trinta.
Aqui já há uma clara indicação do significado de três elementos dessa parábola. Primeiro, a semente da Parábola do Semeador é uma representação da Palavra de Deus. Segundo, o semeador é uma figura do próprio Cristo e, consequentemente, de todo aquele que se ocupa do serviço de proclamar o Evangelho. Terceiro, o solo citado na Parábola do Semeador, cada qual com sua particularidade, é uma indicação do coração humano.
Lições da Parábola do Semeador
A Parábola do Semeador traz lições muito importantes derivadas de seu significado principal. Aqui destacamos três delas. Em primeiro lugar, a Parábola do Semeador ensina que a semente do Evangelho alcança diferentes solos e apresenta resultados distintos em cada um deles. A maioria das pessoas, por diversos motivos, não recebe as boas novas para a salvação.
Algumas pessoas possuem um coração insensível que não responde positivamente ao convite do Evangelho. Essas pessoas nem mesmo refletem na mensagem anunciada. Outras possuem um coração impulsivo que no calor da emoção acaba recebendo superficialmente a mensagem. Uma vez que a emoção passa, essas pessoas voltam à sua antiga vida de pecado.
Outras pessoas possuem um coração muito ocupado com as coisas desta vida. Ludibriadas com desejos terrenos e ilusões de riquezas, essas pessoas desprezam o verdadeiro tesouro que poderiam encontrar. Mas finalmente há aquelas pessoas que possuem um coração bem preparado, um coração que responde positivamente à Palavra de Deus.
Consequentemente, em segundo lugar, é inegável que essa parábola destaca, entre outras coisas, a responsabilidade humana. A responsabilidade pelo resultado da germinação da semente é colocada na condição do solo. W. M. Taylor diz que o caráter do ouvinte determina o efeito da Palavra sobre ele.
Na Bíblia Sagrada a soberania de Deus jamais é vista como um problema à responsabilidade humana. Na verdade a Parábola do Semeador trata essa questão com muita naturalidade. Enquanto a responsabilidade humana é enfatizada na forma com que cada pessoa responde à mensagem do Evangelho, a soberania de Deus é enfatizada na verdade de que o bom solo que recebe apropriadamente a semente é aquele que, primeiro, foi preparado.
O coração que recebe eficazmente a semente do Evangelho não é comparado ao solo duro dos caminhos que cortavam os campos; não é comparado ao solo rochoso; também não é comparado ao solo infestado de raízes espinhosas. O coração cujo Evangelho cria raízes é comparado ao bom solo. Obviamente o bom solo de uma plantação é aquele devidamente arado e tratado para receber a semente.
Nesse ponto é possível dizer que a Parábola do Semeador aponta para a obra do Espírito Santo. Ele é quem prepara e regenera o coração do homem, tornando-o boa terra para a semente do Evangelho. Ele é quem aplica a obra redentora de Cristo no pecador.
Em terceiro lugar, a Parábola do Semeador mostra que a frutificação é uma marca do verdadeiro cristão. Todo genuíno discípulo de Jesus Cristo necessariamente irá frutificar para a glória de Deus. O próprio Jesus fala claramente disso na alegoria da Videira e os Ramos (João 15). Todavia, o grau de frutificação não é igual para todos. Uns produzem cem por cento; outros sessenta; e outros trinta.
Se vocês gostou da explicação da Parábola do Semeador, conheça nosso material que contém a explicação de cada uma das parábolas ensinadas por Jesus. Conheça aqu
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A Parábola da Semente Germinando Secretamente
A Parábola da Semente Germinando Secretamente é uma parábola de Jesus registrada apenas no Evangelho de Marcos (Marcos 4:26-29). Apesar de ser uma parábola pequena, ela possui um significado muito profundo.
Dizia também: O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.
Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.
Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga.
Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita.
(Marcos 4:26-29)
Contexto histórico da Parábola da Semente Germinando Secretamente
O capítulo 4 do Evangelho de Marcos revela que Jesus contou a Parábola da Semente Germinando Secretamente enquanto falava a uma grande multidão. Provavelmente essa era uma daquelas situações em que Jesus ensinava a multidão falando de um barco.
Esse mesmo capítulo registra outras parábolas de Jesus. Uma delas é a Parábola do Semeador, que possui uma relação muito próxima com a Parábola da Semente Germinando Secretamente.
De forma direta, é possível dizer que ambas as parábolas ensinam o mesmo princípio, porém de ângulos diferentes. A Parábola do Semeador destaca a responsabilidade humana; isto é, a semente que cresceu e deu fruto foi aquela que caiu em um solo bom. O bom solo é uma representação de um coração que responde de forma favorável à pregação do Evangelho.
Já a Parábola da Semente Germinando Secretamente enfatiza a soberania de Deus. Ela aplica a verdade de que o coração do homem só pode ser favorável à pregação do Evangelho se, antes, ele for regenerado.
A explicação da Parábola da Semente Germinando Secretamente
Na Parábola da Semente Germinando Secretamente Jesus descreve o Reino de Deus. Ele compara o crescimento do reino com um agricultor que espalha as sementes sobre a terra. Então, misteriosamente, as sementes germinam.
Com isso Jesus enfatiza que o agricultor não sabe explicar como esse crescimento ocorre. Até é possível descrever, documentar cientificamente, conhecer as etapas do processo de germinação; porém entender completamente esse processo ninguém consegue. É o mistério da vida!
O homem tenta imitar artificialmente, mas não consegue, de fato, reproduzir a vida. Jesus então ressalta que tudo o que o agricultor faz é confiar. Ele sabe que a semente germinará, crescerá, amadurecerá e, por fim, chegará o momento certo da colheita.
Podemos notar esse mesmo princípio no Reino de Deus. Não sabemos exatamente como explicar a germinação, o crescimento e a frutificação do Evangelho no coração do homem. Esse desenvolvimento pertence somente a Deus. Sabemos apenas que ele ocorre de maneira perfeita, preparando o homem para o “dia da colheita”. O apóstolo Paulo também fala sobre esse processo:
Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer.
(1 Coríntios 3:6)
Quem é o homem agricultor da Parábola da Semente?
Aqui, muitas tentativas de alegorização acontecem. As pessoas geralmente procuram atribuir significados individuais a cada elemento das parábolas de Jesus. Isso com certeza é um erro! Nesta parábola em questão, geralmente os pregadores identificam o homem agricultor como sendo Jesus, que semeou e, na ocasião certa, virá para a ceifa.
Claro que existem fundamentos bíblicos para tentar supor esse significado. Um exemplo disso é a Parábola do Joio e o Trigo. Nela, o próprio Jesus atribuiu o papel de semeador ao Filho do Homem (Mateus 13:37). O mesmo ocorre no livro do Apocalipse, onde o Filho do Homem é descrito como tomando a foice e ceifando (Apocalipse 14).
O problema com essa aplicação é que se Jesus for identificado como o agricultor desta parábola, outros problemas incontornáveis acontecerão; como por exemplo, a implicação de que Jesus é o homem que dorme noite após noite e acorda dia após dia, sem ter controle algum sobre a germinação da semente. Claro que não faz sentido pensar que Jesus desconhece o processo de germinação e crescimento a qual o desenvolvimento do Reino de Deus foi comparado.
Certamente essa ideia é completamente estranha ao texto bíblico. A melhor interpretação identifica o agricultor como apenas um auxiliar, isto é, um operário que trabalha em prol do Reino de Deus. João Calvino também propôs essa interpretação ao entender que o agricultor desta parábola é o ministro do Evangelho. Essa interpretação também concorda com o que escreveu o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 3:6 e Filipenses 1:6.
Uma dica válida para quem quer aprender a interpretar as Parábolas de Jesus, é sempre se concentrar no ensino principal da parábola, ao invés de tentar aplicar significados a cada elemento dela, pois isso certamente provocará alegorias que desviarão o foco central do texto.
Lições da Parábola da Semente Germinando Secretamente
Podemos tirar algumas lições valiosas desta pequena parábola. Em primeiro lugar, a Parábola da Semente Germinando Secretamente ensina que Deus é soberano e somente Ele tem o controle da operação da salvação. É Deus quem dá o crescimento, e isso é uma obra exclusiva dele.
Algumas pessoas acreditam que podem colaborar com Deus no processo de salvação. Mas perceba a expressão “porque a terra por si mesma frutifica”. Essa declaração no original literalmente se traduz como “automaticamente”, isto é, ela ocorre sem nenhuma influência externa.
Em segundo lugar, a Parábola da Semente Germinando Secretamente ensina que Deus dá o crescimento e sabe o tempo de colher. Quando uma semente é plantada, ela germina, cresce, amadurece, produz frutos e, se não for colhida no tempo certo, acaba morrendo. Esse princípio também traz uma lição importante sobre o agir de Deus. É Ele quem dá o crescimento, e também é Ele quem sabe o momento da colheita. Esse momento já está determinado desde a eternidade, segundo o bom propósito da vontade soberana de Deus.
Em terceiro lugar, a Parábola da Semente Germinando Secretamente ensina que a colheita é o momento da vitória. A colheita terá hora certa para acontecer. Ela não ocorrerá nenhum minuto antes e nenhum minuto depois. Devemos aguardar ansiosamente esse dia, confiando que Deus está no controle.Mas apenas Ele é quem sabe quando esse dia virá. Nesse dia tão glorioso, os ímpios serão separados dos santos, e o reino de Deus será revelado em todo seu esplendor. Nesse dia estaremos para sempre com Ele.
Em quarto lugar, a Parábola da Semente Germinando Secretamente ensina que o crescimento do Reino de Deus no coração do homem é um mistério. As pessoas muitas vezes tentam explicar a forma com que o Evangelho impacta a vida de alguém, mas isso é impossível. Somente Deus conhece esse processo plenamente.
Alguns tentam estabelecer métodos que supostamente possam manter as pessoas na Igreja. No entanto, nosso papel é, no máximo, regar; pregando simplesmente a verdadeira Palavra, pois o crescimento quem dá, de fato, é Deus.
Algumas pessoas se julgam estrategicamente importantes, como se pela sua capacidade de pregar ou liderar uma igreja local, alguém fosse realmente salvo. Alguns dizem: “Esta igreja está lotada por que eu prego aqui todos os domingos”; ou então: “Aquela pessoa só se converteu depois da minha pregação evangelística”. Coitados!
Indiscutivelmente o apóstolo Paulo foi um grande homem de Deus; Apolo é reconhecido entre os estudiosos como um dos maiores pregadores da História da Igreja, porém nenhum deles foi responsável pelo crescimento do Evangelho no coração do homem (1 Coríntios 3:6). O mesmo Paulo reconhece a incapacidade humana nesse processo. Por isso ele afirma de forma extraordinária que “aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6).
Em quinto lugar, a Parábola da Semente Germinando Secretamente ensina que o cristão deve ser paciente como um agricultor. Para nós que pregamos a Palavra de Deus, a perseverança e a paciência é algo essencial. Quando semeamos o Evangelho não devemos desanimar quando não vemos resultados imediatos. Jesus nos ensinou que esse processo exige paciência.
O agricultor dorme e acorda, dia após dia, até que, de repente, de maneira maravilhosa, a semente germina e desponta na terra. Assim como a semente amadurece no tempo certo, assim também o fruto do trabalho do pregador aparecerá.
Tiago escreve: “Tende, pois, paciência, meus irmãos, até a vinda do Senhor. Vede o lavrador: ele aguarda o precioso fruto da terra e tem paciência até receber a chuva do outono e a da primavera. Tende também vós paciência e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5:7,8).
Como foi dito, apesar de a Parábola da Semente Germinando Secretamente ser uma das parábolas mais curtas que Jesus ensinou, seu significado e suas lições são fundamentais para todos os verdadeiros s
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