O CAJADO DO PASTOR

 Este Livro NÃO é a Bíblia

A Bíblia – e SOMENTE a Bíblia – é a Santa Palavra de Deus. Nenhum

outro livro pode substituir a Bíblia nem ser comparado a ela. O livro O

Cajado do Pastor, que você está lendo, não tem a pretensão de substituir

a Bíblia e você não deve usá-lo no lugar da Bíblia em sua vida e ministério.

Esta cópia de O Cajado do Pastor é um valioso manual de

treinamento ministerial. Quando for usado junto com sua Bíblia, ele

o ajudará a estudar e entender as eternas e imutáveis verdades

encontradas somente na Bíblia. Ele despertará em você o desejo de

viver por essas verdades, e o habilitará a ensiná-las a outros. Ele o

ajudará a crescer como um discípulo de Jesus Cristo, e se tornar um

ministro eficaz do Evangelho.

Leia Atos 17:11. Seja como os bereanos e consulte as Escrituras

diariamente para ter certeza de que o que você aprende no livro O

Cajado do Pastor está de acordo com a Palavra de Deus.

“Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus

permanece eternamente.” (Isaías 40:8.)

Este livro pertence a:

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Se o encontrar, por favor, devolva-o.

A edição deste livro em português não teria sido

possível sem o trabalho árduo e a dedicação da

equipe de tradução: Marcos Taveira, Nadya

Denis e Marlene Medine.

O Cajado do Pastor


Publicado pelo:

World MAP

1419 N. San Fernando Blvd

Burbank, CA 91504-4194 EUA

O Cajado

do

Pastor

Dedicatória

Este livro é dedicado aos prezados homens e mulheres de Deus, nas nações

da Ásia, África e América Latina, cujo amor pelas almas os inspira a níveis

de entrega e sacrifício acima e além do chamado do dever.

Este livro não é para ser vendido. Ele é um presente dos amigos cristãos, os

quais compartilham do meu amor e respeito por você.

Ralph Mahoney

Fundador do World Map

© World MAP, 1995

Edição Português, 1998

Reprint l - February 2002

Para os propósitos do ensino, da pregação ou do uso deste material para

treinar outras pessoas, é dada a permissão para copiar páginas, extrair textos ou

mesmo reproduzir a matéria nele contida. Não é permitida a sua venda ou a sua

comercialização.

Às escolas bíblicas e àqueles que estiverem treinando estudantes para o

ministério do Evangelho, será dada especial atenção na aquisição de quantidades

deste livro, para os seus professores e alunos. Quando escrever para o Editor,

informe a quantidade que necessita e quais as seções do livro que você pretende

usar para treinar outras pessoas.

Publicado pelo:

World MAP

1419 N. San Fernando Blvd.

Burbank, CA 91504-4194 EUA

ÍNDICE DO LIVRO

I. MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS

Introdução / Nomes Abreviados Para os Livros da Bíblia ................................... 11

II. CONCORDÂNCIA TEMÁTICA

A: A Bíblia – a Inerrante, Infalível e Inspirada Palavra de Deus ........................ 63

B: Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo ............................................................. 67

C: Seres Espirituais ............................................................................................ 84

D: Pecado / Homem ........................................................................................... 93

E: Salvação (Redenção) .................................................................................... 102

F: Igreja ............................................................................................................ 120

G: Crescendo em Cristo ................................................................................... 138

H: Morte e Fim dos Tempos ........................................................................... 158

I: Outros Temas de Importância ..................................................................... 163

III. GUIA DE TREINAMENTO DE LÍDERES

A. TREINAMENTO BÁSICO DE LÍDERES

A1: Como Treinar Líderes de Igrejas .......................................................... 17l

A2: Treinando os Líderes a... .................................................................... 184

A3: O Uso e Abuso da Autoridade ............................................................ 267

A4: Estabelecendo um Hábito Devocional ................................................ 288

A5: Como Ser um Guerreiro de Oração ..................................................... 316

B. LIDERANÇA CRISTÃ VITORIOSA

B1: A Vida Cristã Vitoriosa ....................................................................... 367

B2: Chaves Para a Autoridade Espiritual .................................................. 408

C. O QUE OS LÍDERES PRECISAM SABER SOBRE...

C1: O Cânon das Escrituras ...................................................................... 431

C2: A Igreja Mundial ................................................................................. 442

C3: O Motivo Pelo Qual Deus Criou o Homem ....................................... 448

C4: Os Sinais e Maravilhas Hoje .............................................................. 451

C5: Os Cinco Dons de Liderança .............................................................. 472

C6: A Restauração da Igreja ...................................................................... 475

C7: A Doutrina da Segurança Eterna ......................................................... 492

C8: Dízimos /Doações .............................................................................. 505

C9: As Mulheres no Ministério ................................................................ 509

C10: As Sete Festas do Senhor ................................................................... 532

C11: Os 500 Anos Entre os Testamentos ................................................... 583

D. COMO OS LÍDRES PODEM...

D1: O Batismo no Espírito Santo e Dons do Espírito Santo ..................... 60l

D2: Aprenda a Julgar a Profecia ................................................................ 626

D3: Faça com que a Fé Deles Cresça ......................................................... 630

D4: Use o Poder da Confissão de Fé ......................................................... 643

D5: A Cura dos Corpos Enfermos ............................................................ 647

D6: Cure a Alma Ferida ............................................................................. 675

D7: Evite a Presunção na Cura .................................................................. 692

D8: Evite Extremismos na Cura ................................................................ 697

D9: Expulsai os Demônios ........................................................................ 707

D10: Use Armas Espirituais ........................................................................ 731

D11: Confie em Deus Para Prover o Dinheiro ............................................ 737

D12: Obtendo a Orientação Divina ............................................................. 742

D13: Prepare um Sermão / Estudo da Bíblia ............................................... 748

E. COMO JESUS CONSTRÓI A SUA IGREJA ATRAVÉS...

E1: As Três Partes da Igreja ..................................................................... 783

Parte 1: A Edificação da Igreja ............................................................ 783

Parte 2: Os Líderes da Igreja ............................................................... 811

Parte 3: Membros dos Ministérios da Igreja ...................................... 831

E2: Louvor e Adoração ............................................................................. 851

E3: Rompendo a Barreira Babilônica ........................................................ 890

E4: Aprender Como Ganhar Almas .......................................................... 901

E5: Dar Instruções aos Novos Convertidos ............................................. 935

E6: Planejamento Para o Crescimento da Igreja ........................................ 955

E7: Conservando a Colheita ...................................................................... 988

F. RECOMPENSAS/JULGAMENTOS

F1: O Certificado de Aprovação de Deus ............................................... 1035

F2: Coroas / Galardões ........................................................................... 1051

F3: Julgamento de Obreiros Indisciplinados ........................................... 1056

G. ESCATOLOGIA

G1: As Últimas Coisas ............................................................................. l071

G2: Adoção ............................................................................................. 1079

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS

Introdução / Nomes Abreviados Para os Livros da Bíblia ......................... 11

l. A Bíblia é a Palavra de Deus .................................................................. 12

2. Deus ....................................................................................................... 14

3. O Homem e Satanás ............................................................................... 16

4. Jesus ....................................................................................................... 18

5. A Cruz.................................................................................................... 21

6. O Sangue de Cristo ................................................................................. 23

7. A Ressurreição ....................................................................................... 25

8. Arrependimento ..................................................................................... 27

9. Fé ........................................................................................................... 29

10. Graça ...................................................................................................... 32

11. Batismo na Água .................................................................................... 34

12. O Espírito Santo .................................................................................... 36

13. Tentação ................................................................................................. 38

14. Comunhão .............................................................................................. 40

15. Generosidade .......................................................................................... 42

16. O Estilo de Vida do Reino ...................................................................... 45

17. Adoração ................................................................................................ 47

18. Oração .................................................................................................... 49

19. Céu ......................................................................................................... 51

20. Quando Jesus Voltar – a Segunda Vinda ................................................. 53

21. O Chamado de Deus .............................................................................. 55

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 11

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS



INTRODUÇÃO

A Bíblia é o livro mais vendido do mundo. Ela consistentemente vende mais do que

qualquer outro livro. Contudo, milhões de pessoas nunca a leram.

A Bíblia já foi traduzida em mais línguas do que qualquer outro livro do mundo. Ela foi

originariamente escrita em três línguas – hebraico, aramaico e grego. Ela foi escrita por

pessoas dedicadas a fim de que você possa saber sobre Alguém que Se importa tanto com

você que deu a a própria vida para a sua salvação.

Esse Alguém que o ama tanto tem um plano especial para você e para a sua nação. Esta

Pessoa é o Deus-Criador do Céu, que criou o mundo, a lua, os planetas, o sol, as estrelas

e tudo quanto está sobre eles. Esse Livro (a Bíblia) explica como você pode conhecê-Lo e

ser abençoado. Explica também como você pode abençoar a sua nação e outras nações.

A prática do que esse Livro diz e o ensino dessas palavras aos outros pode tornar as

nações prósperas, progressivas e lugares maravilhosos de se morar. Se você ensinar aos

outros o que se encontra nesse Livro, todos serão bem cuidados em seu país.

A pobreza será substituída pela prosperidade. A fome será substituída pela abundância

de alimentos. As enfermidades serão substituídas pela saúde. O pecado será substituído

pela retidão. A cobiça, a concupiscência e o orgulho serão substituídos pela generosidade,

pela consideração e pela humildade.

Esses fatos fazem da Bíblia o livro mais importante jamais escrito.

Para mais detalhes com relação a esse Livro, veja a página 1.

Aos que Ensinam aos Outros:

Este Manual para Novos Convertidos contém Estudos Bíblicos bem organizados para

você ensinar a todos os novos crentes que se tornam participantes da sua comunidade.


NOMES ABREVIADOS PARA OS LIVROS DA BÍBLIA

As seguintes abreviações são encontradas no Manual Para Novos Convertidos e o

Guia de Treinamento de Líderes.

***ANTIGO TESTAMENTO***

Gn ........................... Gênesis

Êx .............................Êxodo

Lv ......................... Levítico

Nm....................... Números

Dt ............... Deuteronômio

Js ................................ Josué

Jz ............................... Juízes

Rt ................................. Rute

1 Sm .................... 1 Samuel

2 Sm .................... 2 Samuel

1 Rs .......................... 1 Reis

2 Rs .......................... 2 Reis

1 Cr .................. 1 Crônicas

2 Cr .................. 2 Crônicas

Ed ............................. Esdras

Ne ......................... Neemias

Et ................................ Ester

Jó ..................................... Jó

Sl ............................. Salmos

P v ..................... Provérbios

Ec ..................... Eclesiastes

Ct .......................... Cantares

Is ............................... Isaías

Jr .......................... Jeremias

Lm ................ Lamentações

Ez .......................... Ezequiel

Dn ............................. Daniel

Os ............................. Oséias

Jl .................................. Joel

Am.............................Amós

Ob ........................... Obadias

Jn ............................... Jonas

Mq ........................ Miquéias

Na ..............................Naum

Hc ...................... Habacuque

Sf .......................... Sofonias

Ag ............................... Ageu

Zc .......................... Zacarias

Ml ....................... Malaquias

***NOVO TESTAMENTO***

Mt ........................... Mateus

Mc ......................... Marcos

Lc ............................. Lucas

Jo ................................ João

At ............................... Atos

Rm ...................... Romanos

1 Co ................. 1 Coríntios

2 Co ................. 2 Coríntios

Gl ............................ Gálatas

Ef ............................ Efésios

Fp ...................... Filipenses

Cl .................... Colossenses

1 Ts ...... 1 Tessalonicenses

2 Ts ...... 2 Tessalonicenses

1 Tm ............... 1 Timóteo

2 Tm ............... 2 Timóteo

T t ............................... Tito

Fm ........................ Filemon

Hb .......................... Hebreus

Tg ............................. Tiago

1 Pe ....................... 1 Pedro

2 Pe ....................... 2 Pedro

1 Jo .......................... 1 João

2 Jo .......................... 2 João

3 Jo .......................... 3 João

Jd ............................... Judas

Ap .................... Apocalipse

12 Capítulo 1 – A Bíblia é a Palavra de Deus


O QUE A BÍBLIA ENSINA

Paul Collins

O Antigo Testamento nos fala sobre a

obra de Deus com o Seu povo antes do nascimento

de Jesus.

O Novo Testamento nos fala sobre o

nascimento de Jesus, a Sua vida, o Seu grande

ministério de curas e perdão para os enfermos

e pecadores, a Sua morte numa cruz,

a Sua ressurreição dos mortos, e a Sua ascensão

(retorno ao Céu).

Ele também nos fala sobre a continuação

do Seu ministério de cura e perdão através

dos que O viram após a Sua ressurreição.

Os que seguem os ensinos de Jesus executam

muitas obras milagrosas, exatamente

como Ele disse que fariam (veja João 14:12).

Os ensinos dos que O viram depois que

Ele ressuscitou dos mortos estão contidos

nas Epístolas (Cartas). Eles foram escritos

nos primeiros cinqüenta anos após a ressurreição

de Jesus e compõem cerca da metade

do Novo Testamento.


B. ESTUDE A BÍBLIA

O relacionamento mais importante que

você pode ter nesta vida é com Deus. Através

da leitura da Bíblia você chega a compreender

a natureza de Deus – Seus pensamentos,

Seus planos e Suas promessas para

você.

A lista (índice) na frente da Bíblia o ajuda

a encontrar o número da página do trecho da

Bíblia que você talvez queira estudar.

Para ajudá-lo a encontrar trechos específicos

da Bíblia, os tradutores organizaram

o texto em:

• Livros,

• Capítulos dentro dos Livros, e

• Versículos dentro dos Capítulos.

Por exemplo, se você encontrar uma referência

do tipo “Gênesis 3:15”, isso significa:

Capítulo 1

A Bíblia é a Palavra de Deus

A. O LIVRO ESPECIAL DE DEUS

A Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – é

o Livro especial de Deus. Ela não é como os

outros livros, mas é um Livro sobrenatural.

Foi escrita por muitas pessoas diferentes, as

quais escreveram através da inspiração do

Espírito Santo de Deus (veja 2 Timóteo 3:16).

A Bíblia é o Livro mais vendido do mundo.

Ela consistentemente vende mais do que

qualquer outro livro.

A Bíblia já foi traduzida mais do que

qualquer outro livro do mundo. Foi originariamente

escrita em três línguas – hebraico,

aramaico e grego. A Bíblia que você tem foi

traduzida por pessoas dedicadas, a fim de

que você possa ter as palavras, os pensamentos

e os planos de Deus.

A Bíblia é também um dos livros mais

antigos do mundo. Os trechos mais antigos

da Bíblia remontam há quase 4.000 anos.

No entanto, ela ainda é o livro mais moderno

do mundo hoje em dia, pois nela encontramos

as respostas às mais importantes

perguntas da vida:

• “De onde eu vim?”

• “Por que estou aqui?”

• “Para onde irei?”

Muito embora a Bíblia seja constituída

de 66 livros menores, ela tem apenas um

único tema central: o plano amoroso de Deus

para resgatar a humanidade.

No início da Bíblia você encontra uma

lista dos 66 livros que nela podem ser encontrados.

A Bíblia é dividida em duas partes:

• O Antigo Testamento e

• O Novo Testamento.


MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 13

“Vós já estais limpos pela palavra que vos

tenho falado.” (Jo 15:3 – veja também Efésios

5:25-27.)

2. Ela nos mantém limpos

A Palavra de Deus, plantada em nossos

corações, nos mantém livres do pecado.

“Como purificará o jovem o seu caminho?

Observando-o conforme a tua palavra...

Escondi a tua palavra no meu coração, para

eu não pecar contra ti.” (Sl 119:9,11.)

G. A PALAVRA DE DEUS É LUZ PARA

NOSSA VIDA

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas,

à qual bem fazeis em estar atentos, como

a uma luz que alumia em lugar escuro, até

que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça

em vosso coração.” (2 Pe 1:19.)

1. Ela dá entendimento num mundo

de trevas

“... o mandamento do SENHOR é puro e

alumia os olhos.” (Sl 19:8.)

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra

e luz, para o meu caminho... A exposição

das tuas palavras dá luz e dá entendimento

aos símplices.” (Sl 119:105,130.)

H. A PALAVRA DE DEUS É COMIDA

ESPIRITUAL

“Ele, porém, respondendo, disse: Está

escrito: Nem só de pão viverá o homem,

mas de toda a palavra que sai da boca de

Deus.” (Mt 4:4.)

1. Ela produzcrescimento

espiritual

“E eu, irmãos, não vos pude falar como

a espirituais, mas como a carnais, como a

meninos em Cristo. Com leite vos criei e não

com manjar, porque ainda não podíeis, nem

tampouco ainda agora podeis.” (1 Co 3:1,2.)

“Desejai afetuosamente, como meninos

novamente nascidos, o leite racional, não

falsificado, para que, por ele, vades crescendo.”

(1 Pe 2:2.)

• O LIVRO de Gênesis,

• CAPÍTULO três, e

• VERSÍCULO quinze.

C. EIS AQUI A MAIOR

PROMESSA DO MUNDO

“Porque Deus amou o mundo de tal

maneira que deu o seu Filho unigênito, para

que todo aquele que nele crê não pereça,

mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16.)

D. O PROPÓSITO DA PALAVRA DE

DEUS

“... as sagradas letras... podem fazer-te

sábio para a salvação, pela fé que há em

Cristo Jesus. Toda Escritura divinamente

inspirada é proveitosa para ensinar, para

redargüir, para corrigir, para instruir em

justiça.” (2 Tm 3:15,16.)

“Visto como o seu divino poder nos deu

tudo o que diz respeito à vida e piedade,

pelo conhecimento daquele que nos chamou

por sua glória e virtude, pelas quais ele nos

tem dado grandíssimas e preciosas promessas,

para que por elas fiqueis participantes

da natureza divina, havendo escapado

da corrupção, que, pela concupiscência,

há no mundo.” (2 Pe 1:3,4.)

E. A PALAVRA DE DEUS PRODUZ

VIDA

“ ...as palavras que eu vos disse são

espírito e vida.” (Jo 6:63.)

1. Ela é criativa

“Pela PALAVRA DO SENHOR foram feitos

os céus; e todo o exército deles, pelo

espírito da sua boca... Porque falou, e tudo

se fez; mandou, e logo tudo apareceu.” (Sl

33:6,9 – veja também Hebreus 11:3.)

F. A PALAVRA DE DEUS É COMO

ÁGUA

1. Ela limpa

Começamos a vida no Reino de Deus

totalmente “lavados” pela Palavra de Deus.

14 Capítulo 2 – Deus

O objetivo de Deus para cada um de nós

é expresso em Efésios 4:12-15:

“ ... para edificação do corpo de Cristo,

até que todos cheguemos à unidade da fé e

ao conhecimento do Filho de Deus, a varão

perfeito, à medida da estatura completa de

Cristo.”

I. A PALAVRA DE DEUS É UMA

SEMENTE

Em Lucas 8:14,15, Jesus contou aos Seus

discípulos a parábola do semeador.

No versículo 11 Ele disse: “a semente é a

Palavra de Deus.’’ A vontade de Deus para

nossa vida é que sejamos frutíferos (Sl 1:3).

“Ora, aquele que dá a semente ao que

semeia e pão para comer também multiplicará

a vossa sementeira e aumentará os

frutos da vossa justiça.” (2 Co 9:10.)

J. A PALAVRA DE DEUS É COMO

UMA ESPADA

“Tomai... a espada do Espírito, que é a

palavra de Deus.” (Ef 6:17 – veja também

Hebreus 4:12.)

Observem como Jesus usou a “espada”

contra Satanás em Sua tentação no deserto

(Lc 4:1-14).

K. A PALAVRA DE DEUS NOS AJUDA

A ORAR

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas

palavras estiverem em vós, pedireis tudo o

que quiserdes, e vos será feito.” (Jo 15:7.)

“Pedireis tudo o que quiserdes” significa

literalmente “peçam como pessoas que

têm o direito – com autoridade (de ordenarem)”.

Agora a palavra criativa encontra-se

em NOSSA BOCA!

L. A PALAVRA DE DEUS É

PODEROSA EM NÓS

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas

palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei

ao homem prudente, que edificou a sua casa

sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram

rios, e assopraram ventos, e combateram

aquela casa, e não caiu, porque estava

edificada sobre a rocha.” (Mt 7:24,25 – veja

também os versículos 26 e 27.)

Jesus disse que o homem sábio que

edificou a sua casa sobre a rocha era uma

ilustração daqueles que ouvem a Sua Palavra

e a obedecem. A Palavra de Deus produz

um concreto (material de construção)

interno em nossa vida de forma tal que ficamos

firmes e fortes, não importando o que

possa vir contra nós.

Capítulo 2

Deus

Deus é grandioso demais para que possamos

compreendê-Lo plenamente. Ele não

teve princípio e não tem fim. Não há lugar

onde a Sua presença não seja sentida. A Bíblia

faz a seguinte pergunta em Jó 11:7:

“Porventura, alcançarás os caminhos

de Deus ou chegarás à perfeição do Todopoderoso?”

Deus habita no Céu e Ele reina sobre

toda a terra. A Bíblia nos diz:

“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu

trono, e a terra, o escabelo dos meus pés...”

(Is 66:1.)

“Deus reina sobre as nações; Deus se

assenta sobre o trono da sua santidade.”

(Sl 47:8.)

Neste estudo estaremos enfocando algumas

verdades especiais sobre Deus. São

fatos sobre o imutável caráter de Deus. Através

destas coisas você entenderá mais sobre

a natureza de Deus. Você chegará a entender

Deus e a ver como Ele Se importa

com você pessoalmente.

A. QUAL É A NATUREZA DE DEUS?

1. Deus é o Criador de tudo

“Tu só és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu

dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo

quanto nela há, os mares e tudo quanto

neles há; e tu os guardas em vida a todos, e

o exército dos céus te adora.” (Ne 9:6.)

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 15

“Pois possuíste o meu interior; entreteceste-

me no ventre de minha mãe.” (Sl

139:13.)

2. Deus é Todo-Poderoso

“... Porquanto, quem resiste à sua vontade?

o oleiro não tem poder sobre o barro...?”

(Rm 9:19-21.) “Tua é, SENHOR, a

magnificência, e o poder, e a honra, e a

vitória, e a majestade; porque teu é tudo

quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR,

o reino, e tu te exaltaste sobre todos

como chefe.” (l Cr 29:11.)

“Ora, àquele que é poderoso para fazer

tudo muito mais abundantemente além daquilo

que pedimos ou pensamos, segundo o

poder que em nós opera.” (Ef 3:20.)

3. Deus é onisciente

“E não há criatura alguma encoberta

diante dele; antes, todas as coisas estão nuas

e patentes aos olhos daquele com quem temos

de tratar.” (Hb 4:13.)

“ ...maior é Deus do que o nosso coração

e conhece todas as coisas.” (l Jo 3:20.)

4. Deus é santo

“Não há santo como é o SENHOR; porque

não há outro fora de ti; e rocha nenhuma

há como o nosso Deus.” (l Sm 2:2.)

5. Deus é espírito

“Deus é Espírito, e importa que os que

o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

(Jo 4:24.)

6. Deus é uma pessoa que

você pode conhecer

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a

vós...” (Tg 4:8.)

“Perto está o SENHOR de todos os que o

invocam, de todos os que o invocam em

verdade.” (Sl 145:18.)

7. Deus é um pai amoroso

“Vede quão grande caridade nos tem concedido

o Pai: que fôssemos chamados filhos

de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece,

porque não conhece a ele.” (l Jo 3:1.)

B. DEUS É GRANDE DEMAIS PARA

HABITAR EM TEMPLOS

“O Deus que fez o mundo e tudo que

nele há, sendo Senhor do céu e da terra,

não habita em templos feitos por mãos de

homens. Nem tampouco é servido por mãos

de homens, como que necessitando de alguma

coisa; pois ele mesmo é quem dá a

todos a vida, a respiração e todas as coisas...

porque nele vivemos, e nos movemos,

e existimos, como também alguns dos

vossos poetas disseram: Pois somos também

sua geração.” (At 17:24,25,28.)

C. SOMOS:

1. Criados por Deus

“Pois possuíste o meu interior; entreteceste-

me no ventre de minha mãe. Eu te

louvarei, porque de um modo terrível e tão

maravilhoso fui formado; maravilhosas são

as tuas obras, e a minha alma o sabe muito

bem. Os meus ossos não te foram encobertos,

quando no oculto fui formado e

entretecido como nas profundezas da terra.

Os teus olhos viram o meu corpo ainda

informe, e no teu livro todas estas coisas

foram escritas, as quais iam sendo dia a

dia formadas, quando nem ainda uma delas

havia.” (Sl 139:l4-l6.)

2. Propriedade de Deus

“Ou não sabeis que o nosso corpo é o

templo do Espírito Santo, que habita em

vós, proveniente de Deus, e que não sois de

vós mesmos? Porque fostes comprados por

bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso

corpo e no vosso espírito, os quais pertencem

a Deus.” (l Co 6:19,20.)

3. Chamados para adorarmos a

Deus

“Digno és, Senhor, de receber glória, e

honra, e poder, porque tu criaste todas as

16 Capítulo 3 – O Homem e Satanás

coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”

(Ap 4:11.)

D. TOME UMA DECISÃO

Jesus disse: “E Jesus disse-lhe: Amarás

o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e

de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.”

(Mt 22:37.)

A Bíblia nos fala sobre um homem chamado

Josué. Ele foi um grande líder da

nação de Israel. O povo havia divagado

pelo deserto durante quarenta anos, sem

possuir uma terra própria. Josué, sob a

orientação de Deus, dirigiu o povo na vitória

contra as nações malignas que habitavam

em Canaã e tomou posse da terra

deles para a nação de Israel, que até então

não possuía um lar. Em seguida, Josué

desafiou todo o povo a tomar uma decisão:

“... escolhei hoje a quem sirvais: se os

deuses a quem serviram vossos pais, que

estavam dalém do rio, ou os deuses dos

amorreus, em cuja terra habitais; porém

eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”

(Js 24:15).

Esse mesmo desafio vem a cada um de

nós. Você quer assumir hoje esse mesmo

compromisso de Josué?

MEU COMPROMISSO

Hoje dou a minha adoração ao único

e verdadeiro Deus dos céus e da terra,

e entrego a minha vontade, a minha

vida, e as minhas posses a Ele. De

hoje em diante assumo a determinação

de nunca adorar nenhum outro

deus. A minha adoração é somente para

Ele, e ensinarei aos outros as verdades

sobre Deus.

UMA PALAVRA FINAL

Lembre-se da lei da multiplicação do

Reino de Deus. É a sua vez de ensinar a uma

outra pessoa sobre Deus e ensinar-lhe a

ensinar a outras pessoas.

Capítulo 3

O Homem e Satanás

A. O HOMEM – A IMAGEM DE DEUS

– CRIADO PARA TER DOMÍNIO

Deus tinha motivos muito bons para a

criação do homem (homem e mulher). Ele

tinha um maravilhoso plano e propósito

para eles. Pelo fato de Deus ser amor, Ele

desejava ter seres que pensassem e sentissem

como Ele, seres com os quais Ele pudesse

compartilhar a Sua vida... tudo o que

Ele é e tudo com o que Ele está envolvido –

e que dominassem os céus e a terra com Ele,

como filhos. Assim sendo, Ele criou o homem

– à Sua Própria imagem.

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa

imagem, conforme a nossa semelhança;

e domine sobre os peixes do mar, e sobre as

aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda

a terra, e sobre todo réptil que se move sobre

a terra. E criou Deus o homem à sua

imagem; à imagem de Deus o criou; macho

e fêmea os criou.” (Gn 1:26, 27.)

B. LÚCIFER

Deus criou muitas coisas maravilhosas

antes de criar os céus e a terra. Entre estas

coisas encontravam-se os anjos – seres espirituais

cujo propósito é o de cumprirem a

vontade de Deus. Os anjos adoram a Deus e

O servem continuamente (Ap 5:11-14).

No entanto, quando Lúcifer, um dos

grandes anjos da liderança compreendeu o

plano de Deus ao criar o homem, ele se

rebelou contra o Senhor. Ele queria estar

acima do Trono de Deus. Ele queria a posição

e a autoridade que Deus havia planejado

para a espécie humana. Ele queria governar

toda a Criação acima do Trono de

Deus no Céu.

Quando Lúcifer se rebelou, Deus o expulsou

do Céu. Ao mesmo tempo, um terço

dos anjos uniram-se naquela rebelião e foram

expulsos com Lúcifer (Ap 12:4).

“Como caíste do céu, ó estrela da maMANUAL

PARA NOVOS CONVERTIDOS 17

nhã, filha da alva! Como foste lançado por

terra, tu que debilitavas as nações! E tu

dizias no teu coração: Eu subirei ao céu,

e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o

meu trono, e, no monte da congregação,

me assentarei, da banda dos lados do

Norte. Subirei acima das mais altas nuvens

e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is

14:12-14.)

Lúcifer foi lançado à terra onde hoje é

conhecido como “Satanás” ou “Diabo”. Separado

da glória do Deus Criador, ele perdeu

a beleza e a luz que tinha outrora (Ez

28:11-17) e tornou-se maligno e repleto de

trevas.

Os anjos que caíram com ele também

perderam a sua glória e tornaram-se Espíritos

malignos no recém-criado mundo de

Deus. Mas a maligna ambição de Satanás

não mudou e, assim sendo, ele começou

um outro plano para tentar usurpar (tomar

ilegalmente) o Trono de Deus. Ele

passou a perseguir o homem que Deus havia

criado.

C. A TENTAÇÃO

Deus deu ao primeiro homem e mulher

(Adão e Eva) autoridade sobre toda a terra

e disse-lhes para manterem-na sob domínio.

Para mantê-los a salvo de Satanás

e de seus espíritos malignos, Deus plantou

duas árvores especiais no Jardim

onde Adão e Eva moravam. Deus as chamou

de “árvore da vida” e “árvore do conhecimento

do bem e do mal” (veja Gênesis

2:9,17).

A árvore da vida representava a vida e a

autoridade do Próprio Deus – assim sendo,

ao comer do seu fruto, Adão e Eva seriam

cada vez mais preenchidos com a força, o

amor e a glória de Deus.

A árvore do conhecimento do bem e do

mal representava a vida e a autoridade de

Satanás, e enquanto Adão e Eva não comessem

do seu fruto, estariam a salvo dos

espíritos malignos que enchiam a terra. O

domínio de toda a criação sempre seria deles

se obedecessem ao seu amoroso Deus (Hb

2:8).

“E tomou o SENHOR Deus o homem e

o pôs no jardim do Éden para o lavrar e

o guardar. E ordenou o SENHOR Deus

ao homem, dizendo: De toda árvore do

jardim comerás livremente, mas da árvore

da ciência do bem e do mal, dela

não comerás; porque, no dia em que dela

comeres, certamente morrerás.” (Gn

2:15-17.)

No entanto, Satanás enganou a Eva. Ele

lhe disse que a árvore do conhecimento do

bem e do mal não era tão ruim assim – ao

contrário, Eva se tornaria semelhante aos

deuses. Ainda que sabendo que era uma mentira,

Adão também comeu do fruto da árvore

(l Tm 2:14).

“E, vendo a mulher que aquela árvore

era boa para se comer, e agradável aos

olhos, e árvore desejável para dar entendimento,

tomou do seu fruto, e comeu, e deu

também a seu marido, e ele comeu com ela.”

(Gn 3:6.)

D. O RESULTADO

Através deste isolado ato pecaminoso,

o homem perdeu a glória, a imagem de

Deus, e o domínio sobre a criação. Satanás

então tomou o trono desocupado por Adão

e Eva e exerceu o seu domínio sobre a terra,

e a morte entrou no mundo (Hb

2:14,15).

“...por um homem entrou o pecado no

mundo, e pelo pecado, a morte, assim também

a morte passou a todos os homens,

por isso que [em Adão] todos pecaram.”

(Rm 5:12.)

Todas as gerações subsequentes a Adão

e Eva herdaram a sua natureza caída. Todos

foram submetidos ao poder e ao domínio de

Satanás.

“E vos vivificou, estando vós mortos

em ofensas e pecados, em que, noutro tempo,

andastes, segundo o curso deste mundo,

segundo o príncipe das potestades do

ar, do espírito que, agora, opera nos fi18

Capítulo 4 – Jesus

lhos da desobediência; entre os quais todos

nós também, antes, andávamos nos

desejos da nossa carne, fazendo a vontade

da carne e dos pensamentos; e éramos

por natureza filhos da ira, como os outros

também.” (Ef 2:1-3.)

Os corações das pessoas em toda parte

estão agora repletos de:

1. Idolatria

“Porquanto, tendo conhecido a Deus,

não o glorificaram como Deus, nem lhe

deram graças; antes, em seus discursos

se desvaneceram, e o seu coração insensato

se obscureceu. Dizendo-se sábios,

tornaram-se loucos. E mudaram a glória

do Deus incorruptível em semelhança da

imagem de homem corruptível, e de aves,

e de quadrúpedes, e de répteis.” (Rm 1:21-

23.)

2. Imoralidade

“Pelo que também Deus os entregou

às concupiscências do seu coração, à imundícia,

para desonrarem o seu corpo entre

si; pois mudaram a verdade de Deus em

mentira e honraram e serviram mais a

criatura do que o Criador, que é bendito

eternamente. Amém! Pelo que Deus os

abandonou às paixões infames. Porque até

as suas mulheres mudaram o uso natural

de suas relações íntimas, no contrário à

natureza. E, semelhantemente, também os

varões, deixando o uso natural da mulher,

se inflamaram em sua sensualidade uns

para com os outros, varão com varão,

cometendo torpeza e recebendo em si mesmos

a recompensa que convinha ao seu

erro.” (Rm 1:24-27.)

3. Todos os tipos de iniqüidade

“E, como eles se não importaram de ter

conhecimento de Deus, assim Deus os entregou

a um sentimento perverso, para fazerem

coisas que não convém; estando cheios

de toda iniqüidade, prostituição, malícia,

avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio,

contenda, engano, malignidade; sendo

murmuradores, detratores, aborrecedores

de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos,

inventores de males, desobedientes ao

pai e à mãe; néscios, infiéis nos contratos,

sem afeição natural, irreconciliáveis, sem

misericórdia; os quais, conhecendo a justiça

de Deus (que são dignos de morte os que

tais coisas praticam), não somente as fazem,

mas também consentem aos que as fazem.”

(Rm l:28-32.)

E. O GRANDE PLANO DE DEUS

PARA A RESTAURAÇÃO

Deus não desistiu do homem por causa

do seu pecado! Não! Ao contrário, Ele colocou

em ação um outro plano grandioso – o

plano de salvar a humanidade do poder de

Satanás, e de restaurá-la ao Seu plano original

de sermos Seus filhos e de compartilharmos

do Seu Trono. Ele começou a preparar o

mundo para a vinda do Salvador – Jesus.

“Porque, assim como todos morrem em

Adão, assim também todos serão vivificados

em Cristo.” (l Co 15:22.) O Novo Testamento

registra a história de Cristo, Aquele que

viria para nos salvar de todos os pecados.

O QUE O NOVO TESTAMENTO ENSINA

Capítulo 4

Jesus

A. JESUS É O FILHO DE DEUS

Há dois mil anos, um Homem entrou

no cenário da história. Ele nasceu no mundo

e cresceu até alcançar a maturidade, exatamente

igual a todos os seres humanos;

mas este Homem era diferente de qualquer

outra pessoa. Ele não era nenhum Homem

comum.

Uma virgem O concebeu através do Espírito

Santo para que Ele pudesse nascer.

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 19

varão, mas de Deus.” (Jo 1:12 – veja também

l João 3:1,2.)

6. Restaurar a nossa comunhão

com Deus Pai

“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos,

para que também tenhais comunhão

conosco; e a nossa comunhão é com

o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” (1 Jo

1:3.)

C. JESUS VEIO PARA NOS

MOSTRAR A NATUREZA DE DEUS

“Se vós me conhecêsseis a mim, também

conheceríeis a meu Pai; e já desde agora

o conheceis e o tendes visto... Quem me

vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostranos

o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai

e que o Pai está em mim? As palavras que

eu vos digo, não as digo de mim mesmo,

mas o Pai, que está em mim, é quem faz as

obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai,

em mim; crede-me, ao menos, por causa

das mesmas obras...” (Jo 14:7-11 – veja

também João 1:18.)

1. Ele nos mostrou o amor de Deus

“Nisto se manifestou a caridade de

Deus para conosco: que Deus enviou seu

Filho unigênito ao mundo, para que por

ele vivamos. Nisto está a caridade: não

em que nós tenhamos amado a Deus,

mas em que ele nos amou e enviou seu

Filho para propiciação pelos nossos pecados.”

(l Jo 4:9,10 – veja também Romanos

5:8.)

2. Ele nos mostrou o poder de Deus

a. Ele curou os enfermos, os aleijados

e os cegos. “E a sua fama correu

por toda a Síria; e traziam-lhe todos os

que padeciam acometidos de várias enfermidades

e tormentos, os endemoninhados,

os lunáticos e os paralíticos, e ele os

curava.” (Mt 4:24 – veja também João

9:1-7.)

b. Ele expulsou os espíritos malig-

Ele era o Próprio Deus vindo à terra em

forma humana. Ele era o “Filho de Deus”

(Lc 1:26-35).

“No princípio, era o Verbo, e o Verbo

estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o

Verbo se fez carne e habitou entre nós, e

vimos a sua glória, como a glória do

Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

(Jo 1:1,14.)

B. JESUS VEIO AO MUNDO PARA

UM PROPÓSITO ESPECIAL

1. Resgatar a humanidade

do poder de Satanás

“Porque o Filho do Homem veio buscar

e salvar o que se havia perdido.” (Lc

19:10.) Veja Colossenses 1:13.

2. Dar a Sua vida como resgate

para nos comprar de volta

“...o Filho do Homem não veio para ser

servido, mas para servir e para dar a sua

vida em resgate de muitos.” (Mt 20:28.)

3. Destruir as obras de Satanás

em nossa vida

“Quem comete o pecado é do diabo,

porque o diabo peca desde o princípio. Para

isto o Filho de Deus se manifestou: para

desfazer as obras do diabo.” (l Jo 3:8.)

4. Dar-nos a vida eterna

“E o testemunho é este: que Deus nos

deu a vida eterna; e esta vida está em seu

Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem

não tem o Filho de Deus não tem a vida.”

(1 Jo 5:11,12 – veja também João 3:16,17 e

João 10:10.)

5. Dar-nos um novo “nascimento”

na família de Deus

“Mas a todos quantos o receberam

deu-lhes o poder de serem feitos filhos de

Deus: aos que crêem no seu nome, os

quais não nasceram do sangue, nem da

vontade da carne, nem da vontade do

20 Capítulo 5 – A Cruz

nos. “E curou muitos que se achavam

enfermos de diversas enfermidades e expulsou

muitos demônios, porém não deixava

falar os demônios, porque o conheciam.”

(Mc 1:34 – veja também Marcos

5:1-17.)

c. Ele realizou milagres. “E levantou-

se grande temporal de vento, e subiam

as ondas por cima do barco, de maneira

que já se enchia de água... E ele, despertando,

repreendeu o vento e disse ao mar: Calate,

aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve

grande bonança... E sentiram um grande

temor e diziam uns aos outros: Mas quem

é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”

(Mc 4:37-41 – veja também João 6:

1-21.)

d. Ele ressuscitou mortos. “... clamou

com grande voz: Lázaro, vem para fora. E

o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados

com faixas, e o seu rosto, envolto num

lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixaio

ir.” (Jo 11:43,44.)

D. JESUS COMPARTILHOU

DOS NOSSOS SOFRIMENTOS

EM SUA VIDA

Durante a Sua vida na terra, Jesus experimentou

todos os problemas da vida que

enfrentamos. Assim sendo, Ele compreende

os nossos sentimentos.

“Porque não temos um sumo sacerdote

que não possa compadecer-se das

nossas fraquezas; porém um que, como

nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”

(Hb 4:15 – veja também Mateus

8:17.)

E. JESUS MORREU

NA CRUZ POR NÓS

Homens malvados tomaram o Senhor Jesus

e O executaram, crucificando-O numa

cruz de madeira, como no caso de um criminoso

comum.

Ele poderia ter salvo a Si Próprio, mas

não o fez, pois foi através da Sua morte

na Cruz que Deus salvaria o mundo. Jesus

morreu por nós! (Leia Marcos 15:16-

39.)

“Levando ele mesmo em seu corpo os

nossos pecados sobre o madeiro, para que,

mortos para os pecados, pudéssemos viver

para a justiça; e pelas suas feridas fostes

sarados.” (1 Pe 2:24 – veja também

Isaías 53:5,6.)

F. JESUS RESSUSCITOU

DOS MORTOS POR NÓS

Depois de permanecer três dias na sepultura,

Deus ressuscitou o Seu Filho dos

mortos! (Leia Mateus 28.) Isso também foi

por nós!

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia,

pelo seu muito amor com que nos

amou, estando nós ainda mortos em nossas

ofensas, nos vivificou juntamente com

Cristo, e nos ressuscitou juntamente com

ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais,

em Cristo Jesus.” (Ef 2:4-6 – veja

também Romanos 6:4.)

G. JESUS ABRIU A PORTA DO CÉU

PARA NÓS

Quando a Sua obra na Terra foi completada,

Jesus voltou ao Céu para ficar com

Deus, o Seu Pai. Mas isso também foi por

nós... pois Ele abriu para nós o caminho

para a presença de Deus, onde podemos

habitar agora e para sempre!

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar

no Santuário, pelo sangue de Jesus,

pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou,

pelo véu, isto é, pela sua carne...

cheguemo-nos com verdadeiro coração, em

inteira certeza de fé...” (Hb 10:19-22 – veja

também João 14:1-3.)

MEU COMPROMISSO

Reconheço hoje que Jesus é o Filho

de Deus e que Ele veio ao mundo

para suprir a minha grande necessidade

de um Salvador. Também contarei

aos outros que Ele veio ao mundo

para eles.

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 21

Capítulo 5

A Cruz

Quando Jesus Cristo foi morto, tendo

sido pregado numa cruz de madeira, aqueles

homens malvados pensaram que estavam

simplesmente executando um homem

que estava perturbando o seu estilo de vida.

Eles não perceberam que a Cruz fora planejada

por Deus desde o início do mundo.

A. DEUS LIDA COM O PECADO

Através da morte do Seu Filho na Cruz,

o grande Deus Criador estava lidando com

o pecado, o sofrimento, e a angústia de todas

as pessoas. Jesus estava morrendo no

lugar de todos os indivíduos do mundo.

A aceitação pessoal do que Ele fez na

Cruz traz a resposta a todas as nossas necessidades.

1. Deus revela o Seu poder

através da cruz

“Porque a palavra da cruz é loucura

para os que perecem; mas para nós, que

somos salvos, é o poder de Deus.” (1 Co 1:

18 – veja também Romanos 1:16.)

2. Deus mostra o Seu amor na cruz

“Mas Deus prova o seu amor para conosco

em que Cristo morreu por nós, sendo

nós ainda pecadores.” (Rm 5:8.)

3. Deus removeu as nossas dores

na cruz

“Verdadeiramente, ele tomou sobre si

as nossas enfermidades e as nossas dores

levou sobre si; e nós o reputamos por aflito,

ferido de Deus e oprimido.” (Is 53:4.)

4. Jesus tomou a punição pelos

nossos pecados na cruz

“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões

e moído pelas nossas iniqüidades;

o castigo que nos traz a paz estava

sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos

sarados. Todos nós andamos desgarrados

como ovelhas; cada um se desviava pelo

seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre

ele a iniqüidade de nós todos.” (Is 53:5,6 –

veja também 1 Pedro 2:24.)

B. UM NOVO RELACIONAMENTO

COM DEUS ATRAVÉS DA CRUZ

Pelo fato de Deus ser tão santo e reto, o

pecado nos separa d’Ele. Ninguém que tenha

pecado em seu coração é capaz de permanecer

em Sua presença.

Portanto, com a Sua morte na Cruz, Jesus

não somente sofreu pelos nossos pecados

em nosso lugar, mas também tornou

possível que conhecêssemos a Deus pessoalmente

e que experimentássemos o amor, a

paz, e a alegria que a comunhão com Ele

traz.

1. Tornamo-nos aceitáveis diante

de Deus através da cruz

“Àquele que não conheceu pecado, o fez

pecado por nós; para que, nele, fôssemos

feitos justiça de Deus.” (2 Co 5:21.)

2. Recebemos o perdão através da

cruz

“Ele nos tirou da potestade das trevas e

nos transportou para o Reino do Filho do

seu amor, em quem temos a redenção pelo

seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.”

(Cl 1:13,14 – veja também l João 2:1,2.)

3. Tornamo-nos membros da

família de Deus através da cruz

“Porque, assim o que santifica como os

que são santificados, são todos de um; por

cuja causa não se envergonha de lhes chamar

irmãos, dizendo: Anunciarei o teu nome

a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no

meio da congregação.” (Hb 2:11,12 – veja

também João 1:12.)

4. Barreiras raciais são quebradas

através da cruz

“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós,

que antes estáveis longe, já pelo sangue

22 Capítulo 5 – A Cruz

de Cristo chegastes perto. Porque ele é a

nossa paz, o qual de ambos os povos fez

um; e, derribando a parede de separação

que estava no meio, na sua carne, desfez

a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos,

que consistia em ordenanças, para

criar em si mesmo dos dois um novo homem,

fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar

ambos com Deus em um corpo,

matando com ela as inimizades.” (Ef 2:13-

16.)

C. LIBERDADE ATRAVÉS DA CRUZ

A morte de Jesus na Cruz foi uma grande

vitória para nós. Pelo fato de Deus ter

tratado com o nosso pecado na Cruz, isto

significa também que toda a angústia e sofrimento,

que são resultados do pecado,

também foram tratados. Através da Cruz

ganhamos uma grande liberdade!

1. Livres de Satanás

“E, despojando os principados e potestades,

os expôs publicamente e deles triunfou

em si mesmo.” (Cl 2:15 – veja também

Colossenses 1:13.)

2. Livres dos pecados passados

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente,

sereis livres.” (Jo 8:36 – veja

também Colossenses 2:13.)

3. Livres dos pecados presentes

“Porque o pecado não terá domínio sobre

vós, pois não estais debaixo da lei, mas

debaixo da graça.’’ (Rm 6:14.)

4. Livres das enfermidades

“Para que se cumprisse o que fora dito

pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre

si as nossas enfermidades e levou as

nossas doenças.” (Mt 8:17.)

5. Livres da maldição

“Cristo nos resgatou da maldição da

lei, fazendo-se maldição por nós, porque

está escrito: Maldito todo aquele que for

pendurado no madeiro.” (Gl 3:13 – veja

também Deuteronômio 28:15-68.)

6. Livres do julgamento

“Doutra maneira, necessário lhe fora

padecer muitas vezes desde a fundação do

mundo; mas, agora, na consumação dos

séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar

o pecado pelo sacrifício de si mesmo.

E, como aos homens está ordenado

morrerem uma vez, vindo, depois disso, o

juízo.” (Hb 9:26,27.)

7. Livres da morte eterna

“Porque Deus amou o mundo de tal

maneira que deu o seu Filho unigênito, para

que todo aquele que nele crê não pereça,

mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16.)

D. O AMOR E A JUSTIÇA

ENCONTRAM-SE NA CRUZ

A Cruz é o lugar onde o amor e o justo

julgamento de Deus se encontram. O Seu

justo julgamento exigia a penalidade de morte

pelo pecado – o derramamento de sangue.

O Seu amor satisfez as Suas Próprias

exigências, e Jesus, o Filho de Deus, morreu

em nosso lugar.

“Mas Deus prova o seu amor para conosco

em que Cristo morreu por nós, sendo

nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora,

sendo justificados pelo seu sangue, seremos

por ele salvos da ira. Porque, se nós,

sendo inimigos, fomos reconciliados com

Deus pela morte de seu Filho, muito mais,

estando já reconciliados, seremos salvos pela

sua vida. E não somente isto, mas também

nos gloriamos em Deus por nosso Senhor

Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a

reconciliação.” (Rm 5:8-11.)

E. A CRUZ É O CENTRO DA

HISTÓRIA

A Cruz de Jesus Cristo é o ponto central

da existência da humanidade na terra. Desde

o momento em que o primeiro homem e

a primeira mulher pecaram (veja Gênesis

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 23

3), já havia sido planejado de antemão por

Deus que Jesus morreria na Cruz.

Daquela ocasião em diante, as pessoas

olhavam adiante, em fé, para o que Deus

havia prometido que faria para salvá-las.

Hoje, olhamos para trás, e, crendo no que

Jesus fez por nós na Cruz, recebemos o

perdão e uma nova vida.

MEU COMPROMISSO

Hoje coloco a minha total confiança

no que Deus estava fazendo por mim

quando Jesus morreu na Cruz. Creio

que Ele levou a punição pelo meu pecado.

Recebo o perdão que Deus está me

oferecendo, e agradeço-Lhe pelo relacionamento

que isso agora me proporciona

com Ele. Tomo a decisão hoje de viver

cada dia nesse relacionamento pessoal

com Deus e me comprometo a compartilhar

essa verdade com outros.

Capítulo 6

O Sangue de Cristo

O derramamento do sangue de Jesus Cristo

na Cruz foi um fator para que pudéssemos

receber o perdão pelos nossos pecados

e sermos aceitos na presença de Deus.

“...sem derramamento de sangue não

há remissão.” (Hb 9:22.)

A. A VIDA ESTÁ NO SANGUE

“Porque a alma da carne está no sangue,

pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar,

para fazer expiação pela vossa alma,

porquanto é o sangue que fará expiação...”

(Lv 17:11.)

Quando pecamos, merecemos a morte.

“O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).

Jesus pagou a penalidade por nós, derramando

o Seu sangue (morrendo em nosso

lugar).

Expiação significa sermos reconciliados

com Deus. Jesus deu a Sua vida (derramou

o Seu sangue) na Cruz para a nossa reconciliação

(expiação). Isso possibilitou a nossa

reconciliação com Deus. O sangue de Jesus

significa que não somos mais Seus inimigos

e sim, Seus amigos, Seus filhos e filhas.

Pela fé, aceitamos o que Jesus fez por

nós.

B. O QUE O PECADO FAZ À NOSSA

VIDA

1. Separa-nos de Deus

“Mas as vossas iniqüidades fazem divisão

entre vós e o vosso Deus, e os vossos

pecados encobrem o seu rosto de vós, para

que vos não ouça.” (Is 59:2.)

2. Faz com que nos sintamos

culpados

“Pois já as minhas iniqüidades ultrapassam

a minha cabeça; como carga pesada

são demais para as minhas forças.” (Sl

38:4.)

3. Permite que Satanás nos acuse

“...o acusador de nossos irmãos... o

qual... os acusava de dia e de noite.” (Ap

12:10.)

4. Exige a penalidade de morte

“...a alma que pecar, essa morrerá.”

(Ez 18:4.) O sangue de Cristo supre todas

as nossas necessidades.

C. O SANGUE É PARA DEUS

O sangue de Cristo satisfaz plenamente

a lei de Deus – que requer uma penalidade

pela quebra da lei. l João 3:4 diz: “o pecado

é a quebra da lei”.

O sangue nos protege da penalidade pela

quebra da lei (morte). Em Êxodo 12, Deus

ordenou ao povo de Israel a aplicar o sangue

de um cordeiro sob os portais de suas

casas para protegê-los do destruidor – o

qual mataria todos os primogênitos.

Esse cordeiro era um protótipo do Cordeiro

– Jesus – o Qual viria mais tarde. Deus

disse: “...vendo eu sangue, passarei por

24 Capítulo 6 – O Sangue de Cristo

cima de vós, e não haverá entre vós praga

de mortandade...” (V. 13.)

1. A comunhão é restaurada

“Mas Deus prova o seu amor para

conosco em que Cristo morreu por nós,

sendo nós ainda pecadores. Logo, muito

mais agora, sendo justificados pelo seu

sangue, seremos por ele salvos da ira.”

(Rm 5:8,9.)

2. Somos redimidos (comprados para

sermos libertos da escravidão)

“Em quem temos a redenção pelo seu

sangue, a remissão das ofensas, segundo

as riquezas da sua graça.” (Ef 1:7.)

D. O SANGUE É PARA O HOMEM

O sangue satisfez a Deus. Agora ele deve

nos satisfazer na purificação da consciência

de nossas culpas.

1. O sangue nos purifica da culpa

“Quanto mais o sangue de Cristo, que,

pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo

imaculado a Deus, purificará a vossa

consciência das obras mortas, para servirdes

ao Deus vivo?” (Hb 9:14.)

2. O sangue nos santifica

“E, por isso, também Jesus, para santificar

o povo pelo seu próprio sangue, padeceu

fora da porta.” (Hb 13:12.)

3. O sangue nos aproxima de Deus

“...por meio dele reconciliasse consigo

mesmo todas as coisas, tanto as que

estão na terra como as que estão nos céus.

A vós também, que noutro tempo éreis estranhos

e inimigos no entendimento pelas

vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou...”

(Cl 1:20-22.)

4. O sangue nos dá intrepidez para

entrarmos na presença de Deus

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para

entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,

pelo novo e vivo caminho que ele

nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua

carne... cheguemo-nos com verdadeiro

coração, em inteira certeza de fé; tendo o

coração purificado da má consciência e o

corpo lavado com água limpa.” (Hb

10:19-22.)

5. O sangue nos aperfeiçoa diante

dos olhos de Deus

“Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou

para sempre os que são santificados.”

(Hb 10:14.)

E. O SANGUE É PARA O DIABO

A atividade mais estratégica de Satanás

nesta era é a de ser o acusador dos

irmãos (Ap 12:10) e é nisto que o Senhor

Jesus o confronta: em Seu ministério especial

na qualidade de Sumo Sacerdote

através do Seu Próprio sangue (Hb 9:11-

14).

1. O sangue coloca Deus ao lado

dohomem e contra o Diabo

“... Se Deus é por nós, quem será contra

nós?... Quem intentará acusação contra

os escolhidos de Deus? É Deus quem os

justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo

quem morreu ou, antes, quem ressuscitou

dentre os mortos, o qual está à direita

de Deus, e também intercede por nós.” (Rm

8:31,33, 34.)

O diabo não tem nenhuma base para acusações

contra os que receberam a obra do

sangue de Cristo derramado por eles.

2. O sangue dissolve todos os

direitos legais de posse de

Satanás

“...em quem temos a redenção pelo seu

sangue, a saber, a remissão dos pecados.”

(Cl 1:14.)

“Redenção” significa “comprar de volta”.

Estamos debaixo de um novo dono, e o

preço que foi pago por nós foi o sangue

derramado de Jesus.

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 25

“...a igreja de Deus, que ele resgatou

com seu próprio sangue.” (At 20:28 – veja

também 1 Coríntios 6:19,20 e 1 Timóteo

2:6.)

F. O QUE O SANGUE DE CRISTO

NOS TROUXE

1. Pureza de coração

“Mas, se andarmos na luz, como ele

na luz está, temos comunhão uns com os

outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu

Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 Jo

1:7.)

2. Vida eterna

“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade,

na verdade vos digo que, se não comerdes

a carne do Filho do Homem e não

beberdes o seu sangue, não tereis vida

em vós mesmos. Quem come a minha

carne e bebe o meu sangue tem a vida

eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.”

(Jo 6:53,54.)

3. Aproximação a Deus

“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que

antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo

chegastes perto.” (Ef 2:3.)

MEU COMPROMISSO

Compreendo agora o que o sangue

derramado de Jesus significa para Deus,

para Satanás, e para mim. Comprometo-

me a compartilhar com os outros a

verdade com relação ao sangue de Cristo.

Lembrarei a mim mesmo constantemente

da aliança que Deus tem comigo,

de perdoar o meu pecado, purificar-me

do pecado, e proteger-me dos ataques de

Satanás.

Capítulo 7

A Ressurreição

Após a Sua morte na Cruz, Jesus ficou

na sepultura por três dias (Mt 12:40). Aí

então – Deus ressuscitou o Seu Filho dos

mortos! (Leia Mateus 28.)

“...declarado Filho de Deus em poder,

segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição

dos mortos, – Jesus Cristo, nosso

Senhor.” (Rm 1:4.)

A. DEUS RESSUSCITOU VOCÊ

JUNTAMENTE COM CRISTO

A morte de Jesus foi para você, bem

como também a Sua ressurreição!

“...estando vós mortos em ofensas e

pecados, em que, noutro tempo, andastes,

segundo o curso deste mundo, segundo o

príncipe das potestades do ar... Mas

Deus, que é riquíssimo em misericórdia,

pelo seu muito amor com que nos amou,

estando nós ainda mortos em nossas ofensas,

nos vivificou juntamente com Cristo

(pela graça sois salvos), e nos ressuscitou

juntamente com ele, e nos fez assentar

nos lugares celestiais, em Cristo Jesus.”

(Veja Efésios 2:1-6; Colossenses

3:1-3.)

1. Para lhe dar uma nova vida

“ ...Deus, que nos salvou e chamou com

uma santa vocação; não segundo as nossas

obras, mas segundo o seu próprio propósito

e graça que nos foi dada em Cristo

Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que

é manifesta, agora, pela aparição de nosso

Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte

e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo

evangelho.” (2 Tm 1:8-10.)

2. Para lhe dar um novo

nascimento

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor

Jesus Cristo, que, segundo a sua grande

misericórdia, nos gerou de novo para

uma viva esperança, pela ressurreição de

Jesus Cristo dentre os mortos.” (1 Pe 1:3.)

3. Para lhe dar um novo início

“Assim que, se alguém está em Cristo,

nova criatura é: as coisas velhas já pas26

Capítulo 7 – A Ressurreição

saram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co

5:17.)

4. Para lhe dar:

a. Vitória sobre Satanás. “Filhinhos,

sois de Deus e já os tendes vencido, porque

maior é o que está em vós do que o

que está no mundo... Porque todo o que é

nascido de Deus vence o mundo; e esta é a

vitória que vence o mundo: a nossa fé.

Quem é que vence o mundo, senão aquele

que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1

Jo 4:4; 5:4,5 – veja também Colossenses

2:13-15.)

b. Autoridade sobre Satanás. Após a

Sua ressurreição, “...Jesus Cristo ... o qual

está à destra de Deus, tendo subido ao céu,

havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades,

e as potências” [isso inclui Satanás]

(l Pe 3:21,22 – veja também Lucas

10:17-19.)

c. Poder sobre Satanás. “... lembrando-

me de vós nas minhas orações,

para que o Deus de nosso Senhor Jesus

Cristo, o Pai da glória... tendo iluminados

os olhos do vosso entendimento, para

que saibais... qual a sobreexcelente grandeza

do seu poder sobre nós, os que cremos,

segundo a operação da força do seu

poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-

o dos mortos e pondo-o à sua

direita nos céus, acima de todo principado,

e poder, e potestade, e domínio, e de

todo nome que se nomeia, não só neste

século, mas também no vindouro. E sujeitou

todas as coisas a seus pés e, sobre

todas as coisas, o constituiu como cabeça

da igreja, que é o seu corpo, a plenitude

daquele que cumpre tudo em todos.”

(Ef 1:16-23 – veja também Marcos 16:15-

18, Atos 1:8; 4:33.)

5. Para torná-lo um filho e herdeiro

no reino de Deus

“Porque não recebestes o espírito de

escravidão, para, outra vez, estardes em

temor, mas recebestes o espírito de adoção

de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O

mesmo Espírito testifica com o nosso espírito

que somos filhos de Deus. E, se nós

somos filhos, somos, logo, herdeiros também,

herdeiros de Deus e co-herdeiros de

Cristo...” (Rm 8:15-17.)

B. A RESSURREIÇÃO

SATISFAZ TODAS AS

NECESSIDADES DA VIDA

1. É a sua libertação do PASSADO

A sua antiga vida pecaminosa foi aniquilada

na Cruz com Jesus, e foi enterrada com

Ele na sepultura. Aí então, quando Jesus foi

ressuscitado, você foi ressuscitado com Ele,

como uma nova criação – deixando para trás

a sua antiga vida na sepultura de Jesus!

“De sorte que fomos sepultados com ele

pelo batismo na morte; para que, como Cristo

ressuscitou dos mortos pela glória do

Pai, assim andemos nós também em novidade

de vida... Pois, quanto a ter morrido,

de uma vez morreu para o pecado; mas,

quanto a viver, vive para Deus. Assim também

vós considerai-vos como mortos para

o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo

Jesus, nosso Senhor.” (Rm 6:4-11 – veja

também Efésios 2:1-7 e Colossenses 2:12-

15.)

2. É o seu poder para o PRESENTE

Pelo fato de Jesus estar vivo, recebemos

agora o poder do Seu Espírito para vivermos

uma vida de vitória sobre o pecado e

todos os ataques de Satanás contra nós.

“Que diremos, pois, a estas coisas? Se

Deus é por nós, quem será contra nós?

Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho

poupou, antes, o entregou por todos nós,

como nos não dará também com ele todas

as coisas? Quem intentará acusação contra

os escolhidos de Deus? É Deus quem os

justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo

quem morreu ou, antes, quem ressuscitou

dentre os mortos, o qual está à direita

de Deus, e também intercede por nós. Quem

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 27

nos separará do amor de Cristo? A tribulação,

ou a angústia, ou a perseguição, ou

a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

Como está escrito: Por amor de ti somos

entregues à morte todo o dia: fomos

reputados como ovelhas para o matadouro.

Mas em todas estas coisas somos mais

do que vencedores, por aquele que nos

amou...” (Rm 8:31-39.)

3. É a sua esperança para o

FUTURO

A ressurreição de Jesus nos dá uma grande

esperança para o futuro. Ele é chamado

de “o Primogênito dentre os mortos” (Cl

1:18). Em Sua ressurreição, Ele estava abrindo

caminho para todos que creriam n’Ele

para O seguirem – para também serem ressurretos

dentre os mortos!

Num maravilhoso dia do futuro, Jesus

Cristo voltará à terra novamente – não como

um bebê desta vez, porém revelando a todo

o mundo quem Ele realmente é – o glorioso

Deus e Rei de toda a Criação. Nesta ocasião,

todos os que morreram, crendo n’Ele,

serão ressurretos!

“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a

vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos

pecados. E também os que dormiram em

Cristo estão perdidos. Se esperamos em

Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis

de todos os homens. Mas, agora,

Cristo ressuscitou dos mortos e foi

feito as primícias dos que dormem. Porque,

assim como a morte veio por um

homem, também a ressurreição dos mortos

veio por um homem. Porque, assim

como todos morrem em Adão, assim também

todos serão vivificados em Cristo.

Mas cada um por sua ordem: Cristo, as

primícias; depois, os que são de Cristo,

na sua vinda.” (l Co 15:17-23 – veja também

l Coríntios 15:50-57 e l Tessalonicenses

4:13-18.)

MEU COMPROMISSO

Devido à ressurreição de Cristo, comprometo-

me hoje a receber a plenitude

da minha nova vida e liberação n’Ele.

Permanecerei firme nesta verdade e a

compartilharei com todas as pessoas que

puder.

Capítulo 8

Arrependimento

O arrependimento é o primeiro passo

que tomamos para recebermos a salvação

que Deus nos oferece no Senhor Jesus Cristo.

“... a esse Jesus, a quem vós crucificastes,

Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo

eles isto, compungiram-se em seu coração

e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:

Que faremos, varões irmãos? E disse-

lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um

de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo

para perdão dos pecados...” (At 2:36-

38 – veja também Atos 17:30.)

A. O QUE NÃO É O

ARREPENDIMENTO

1. Não é um mero sentimento de

culpa

O sentimento de culpa com relação ao

nosso pecado vem antes do arrependimento,

porém não é o arrependimento em si.

Ninguém se arrepende, a menos que tenha

primeiramente se sentido culpado

com relação ao seu pecado, porém nem

todos que se sentem culpados arrependem-

se de fato.

“E, tratando ele da justiça, e da temperança,

e do Juízo vindouro, Félix, espavorido,

respondeu: Por agora, vai-te, e, em

tendo oportunidade, te chamarei.” (At

24:25.) Félix sentiu-se culpado, porém não

se arrependeu.

2. Não é uma mera tristeza pelo

seu pecado

Algumas pessoas ficam muito tristes por

causa das conseqüências de seus pecados,

28 Capítulo 8 – Arrependimento

ou pelo fato de terem sido pegas. Muitas

pessoas ficam tristes, não pelo que têm feito

de errado, mas pela penalidade que recebem

ao serem pegas.

“Porque a tristeza segundo Deus opera

arrependimento para a salvação, da qual

ninguém se arrepende; mas a tristeza do

mundo opera a morte.” (2 Co 7:10.)

3. Não é uma mera tentativa de

sermos pessoas boas

Muitas pessoas tentam com as suas próprias

forças tornarem-se pessoas melhores e

mudarem o estilo de vida. Todo esforço próprio

traz consigo uma raiz de auto-justiça,

que é algo que não reconhece a necessidade

de arrependimento pelo pecado.

“Mas todos nós somos como o imundo,

e todas as nossas justiças, como trapo da

imundícia; e todos nós caímos como a folha,

e as nossas culpas, como um vento,

nos arrebatam.” (Is 64:6.)

4. Não é adquirir religiosidade

Os fariseus da Bíblia eram extremamente

religiosos em seus comportamentos e

práticas. Jejuavam, oravam e tinham muitas

cerimônias religiosas. No entanto, nunca

se arrependeram.

“E, vendo ele muitos dos fariseus e dos

saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-

lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou

a fugir da ira futura? Produzi, pois,

frutos dignos de arrependimento e não

presumais de vós mesmos, dizendo: Temos

por pai a Abraão; porque eu vos digo que

mesmo destas pedras Deus pode suscitar

filhos a Abraão. E também, agora, está

posto o machado à raiz das árvores; toda

árvore, pois, que não produz bom fruto é

cortada e lançada no fogo.” (Mt 3:7-10 –

veja também Mateus 5:20.)

5. Não é um mero conhecimento da

verdade

A posse de um conhecimento intelectual

da verdade não garante necessariamente que

a verdade tenha se tornado uma realidade

viva em nossa vida. Crermos com nossa

mente e crermos com o nosso coração são

duas coisas diferentes (veja Romanos l0:10).

“Tu crês que há um só Deus? Fazes

bem; também os demônios o crêem e estremecem.”

(Tg 2:19,20.)

B. O QUE É O VERDADEIRO

ARREPENDIMENTO

1. Estar pesaroso para com

Deus pelo seu pecado

O verdadeiro arrependimento é uma tristeza

não somente para consigo próprio, ou

para com uma outra pessoa, mas em primeiro

lugar é uma verdadeira tristeza para

com Deus.

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo

a tua benignidade; apaga as minhas

transgressões, segundo a multidão das tuas

misericórdias. Lava-me completamente da

minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.

Porque eu conheço as minhas transgressões,

e o meu pecado está sempre diante

de mim. Contra ti, contra ti somente pequei,

e fiz o que a teus olhos é mal...” (Sl 51:1-4 –

veja também Salmos 38:8.)

2. Ser realista com relação ao seu

pecado

“Confessei-te o meu pecado e a minha

maldade não encobri; dizia eu: Confessarei

ao SENHOR as minhas transgressões; e

tu perdoaste a maldade do meu pecado.”

(Sl 32:5 – veja também l João 1:9.)

3. Abandonar o seu pecado

“O que encobre as suas transgressões

jamais prosperará; mas o que as confessa

e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28:13.)

4. Odiar o pecado

“Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade;

por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu...”

(Hb 1:9.)

“... e tereis nojo de vós mesmos, por

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 29

todas as vossas maldades que tendes cometido.”

(Ez 20:43,44.)

5. Quando possível, restituir aos

outros o que você lhes deve

“E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor:

Senhor, eis que eu dou aos pobres

metade dos meus bens; e, se em alguma

coisa tenho defraudado alguém, o restituo

quadruplicado.” (Lc 19:8 – veja também

Levítico 6: l -7.)

C. O QUE O ARREPENDIMENTO

ENVOLVE

1. O abandono do pecado

“E não sejais como vossos pais, aos

quais clamavam os primeiros profetas, dizendo:

Assim diz o SENHOR dos Exércitos:

Convertei-vos, agora, dos vossos maus

caminhos e das vossas más obras. Mas

não ouviram, nem me escutaram, diz o

SENHOR.” (Zc 1:4 – veja também Gálatas

5:19-21 e Efésios 5:5.)

2. O abandono do mundo

“Não ameis o mundo, nem o que no

mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor

do Pai não está nele.” (1 Jo 2:15 – veja

também Tiago 4:4.)

3. O abandono de si próprio

“E ele morreu por todos, para que os

que vivem não vivam mais para si, mas para

aquele que por eles morreu e ressuscitou.”

(2 Co 5:15 – veja também Lucas 14:26.)

4. O abandono do diabo

“...para lhes abrires os olhos e das trevas

os converteres à luz e do poder de Satanás

a Deus...” (At 26:18 – veja também

Colossenses 1:13.)

5. Conversão a Deus

“Portanto, dize-lhes: Assim diz o SENHOR

dos Exércitos: Tornai para mim,

diz o SENHOR dos Exércitos, e eu tornarei

para vós, diz o SENHOR dos Exércitos.”

(Lc 1:3.)

6. Conversão a um estilo de vida de

retidão

“Nem tampouco apresenteis os vossos

membros ao pecado por instrumentos de

iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus,

como vivos dentre mortos, e os vossos

membros a Deus, como instrumentos de

justiça.” (Rm 6:13.)

MEU COMPROMISSO

Decido hoje a arrepender-me e continuarei

abandonando o pecado à medida

que Deus me revelar as coisas que

são erradas.

Capítulo 9

A fé sempre foi a marca de um discípulo

de Jesus. Os primeiros discípulos eram conhecidos

como crentes. Jesus disse: “...

Tudo é possível ao que crê.” (Mc 9:23.)

A fé significa uma total dependência de

Deus. Quando Adão pecou, ele saiu da dependência

de Deus e entrou numa “independência”

(que significa incredulidade).

Esta é a razão pela qual Deus colocou

uma prioridade tão alta assim na fé. A fé é a

forma pela qual somos restaurados a um

relacionamento com Deus (dependência de

Deus).

Essa dependência de Deus é chamada de

fé. A fé o leva além dos seus cinco sentidos

de visão, audição, paladar, olfato e tato. A

fé o libera da sua capacidade limitada. Pela

fé você passa da “incapacidade’’ para a “capacidade

de Deus’’.

Este é o caminhar de fé para o qual todos

nós somos chamados – onde “nada vos

será impossível” (Mt 17:20).

A. O QUE É FÉ?

Fé é uma ação de obediência em resposta

ao que Deus falou. A verdadeira fé é ex30

Capítulo 9 – Fé

pressa em 1) Obediência e 2) Ação, em resposta

ao 3) Nosso ouvir a Palavra de Deus

(voz).

“Ora, a fé é o firme fundamento das

coisas que se esperam e a prova das coisas

que se não vêem.” (Hb 11:1.)

Fé significa termos confiança ou certeza

numa outra pessoa ou nas palavras desta

pessoa. Ter fé em Deus envolve uma troca

da auto-confiança pela confiança em Deus.

Paramos de confiar em nós mesmos e confiamos

n’Ele. Abandonamos a dependência

de nossas fontes limitadas de conhecimento

e começamos a receber de Suas fontes

ilimitadas.

B. DOIS TIPOS DE

CONHECIMENTO

“A minha palavra e a minha pregação

não consistiram em palavras persuasivas

de sabedoria humana, mas em demonstração

do Espírito e de poder, para

que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria

dos homens, mas no poder de Deus.

Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos;

não, porém, a sabedoria deste

mundo, nem dos príncipes deste mundo,

que se aniquilam; mas falamos a sabedoria

de Deus, oculta em mistério, a qual

Deus ordenou antes dos séculos para

nossa glória.” (1 Co 2:4-7 – veja também

os versículos 8-16.)

1. Conhecimento através dos

sentidos

Todo conhecimento que vem ao homem

natural vem a ele através dos cinco sentidos

– visão, audição, paladar, olfato e tato. Esse

é um conhecimento limitado e é descrito

como “sabedoria humana”.

2. Conhecimento através de

revelações

Esse conhecimento não se baseia nos cinco

sentidos nem no raciocínio natural, e sim

numa fonte alternativa – a verdade da Palavra

de Deus. É recebido através do espírito

do homem e é descrito como a “sabedoria

de Deus” – “...andamos por fé e não por

vista” (2 Co 5:7).

C. A BASE DA FÉ

A base para termos fé em Deus encontra-

se em três importantes realidades:

1. A natureza de Deus

“Porque, quando Deus fez a promessa

a Abraão, como não tinha outro maior

por quem jurar, jurou por si mesmo.”

(Hb 6:13.)

a. Ele não pode mudar. “Eu, o SENHOR,

não mudo...” (Ml 3:6 – veja também

Tiago 1:17.)

b. Ele não pode falhar. “Bem sei eu

que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos

pode ser impedido.” (Jó 42:2 – veja

também l Crônicas 28:20.)

c. Ele não pode mentir. “Deus não é

homem, para que minta; nem filho de homem,

para que se arrependa; porventura,

diria ele e não o faria? Ou falaria e não o

confirmaria?” (Nm 23:19 – veja também

Tito l :2.)

2. A obra redentora do Filho de Deus

“Olhando para Jesus, autor e consumador

da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava

proposto, suportou a cruz, desprezando

a afronta, e assentou-se à destra do trono

de Deus.” (Hb 12:2.)

Cristo tornou-Se a fonte da nossa fé em

Deus. O fato da Sua morte e ressurreição

fornece as bases para a nossa crença.

“... Jesus Cristo, o qual para nós foi

feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação,

e redenção” (l Co 1:30 – veja também

Romanos 5: l ,2.)

3. A Palavra de Deus

“Passará o céu e a terra, porém as minhas

palavras não passarão” (Mt 24:35 –

veja também Isaías 40:8.)

“Disse-me o SENHOR: ...velo sobre a

minha palavra para a cumprir.” (Jr 1:12.)

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 31

A Sua Palavra permanece fiel para sempre.

A fé vem quando Deus traz uma palavra

específica – de tudo o que Ele já disse – diretamente

a nós, em nossas circunstâncias.

Verbalizada desta maneira, a Palavra de Deus

torna-se viva para nós, liberando a nossa fé.

D. COMO A FÉ FUNCIONA

O princípio da fé (Rm 3:27) é o de operar

em nossa vida continuamente, não importando

quais sejam as circunstâncias (veja

2 Coríntios 5:7 e Tiago 1:5,6). Ela funciona

da seguinte maneira:

1. Deus nos dá a fé

No Evangelho uma retidão de Deus é revelada,

uma retidão que é pela fé, da primeira

à última, exatamente como está escrito:

“O justo viverá da fé [de Deus]” (compare

Romanos 1:17 com Habacuque 2:4).

Os justos vivem pela fé de Deus, ou

seja, a fé que Ele nos dá como um dom.

“Porque pela graça sois salvos, por

meio da fé; e isso... é dom de Deus. Não

vem das obras, para que ninguém se glorie.”

(Ef 2:8,9.) “... conforme a medida da

fé que Deus repartiu a cada um.” (Rm 12:3.)

2. A fé vem através de uma palavra

de Deus

Primeiramente Deus nos encoraja falando

uma “palavra” relevante às nossas circunstâncias.

Isso poderá acontecer à medida que você

ler a Bíblia, ou ao ouvir a voz do Espírito

Santo em seu espírito.

“... a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra

de Deus.” (Rm 10:17 – veja também

Gênesis 15:3-5; 17:15-21; Js 1:8.)

3. Obediência à Palavra

Para que a fé possa operar em nossa situação,

precisamos obedecer esta palavra.

A fé é algo ativo, e não passivo. A maioria

das promessas de Deus são condicionais –

Ele faz a Sua parte, se fizermos a nossa

parte.

“... a fé, se não tiver as obras, é morta

em si mesma.” (Tg 2:17 – veja também Tiago

1:22-25; Gênesis 15:6; Mateus 7:24-

27.)

4. A crise, ou “prova da nossa fé”

Este é um período de provas e testes.

Tudo o que acontece ao nosso redor parece

ser contrário ao que Deus disse e aparentemente

não há nenhuma evidência para a

nossa crença. Neste ponto, a nossa fé baseia-

se completamente na Palavra de Deus

(o que Ele nos falou).

“Em que vós grandemente vos alegrais,

ainda que agora importa, sendo necessário,

que estejais por um pouco contristados

com várias tentações, para que a prova da

vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro

que perece e é provado pelo fogo, se ache

em louvor, e honra, e glória na revelação

de Jesus Cristo.” (1 Pe 1:6,7 – veja também

Romanos 4:16-21; Salmos 105: 17-19.)

Com fé lançamo-nos sobre a Sua fidelidade.

Em nossas ocasiões de dúvidas e

lutas, Deus é fiel e não nos abandona.

“Se formos infiéis, ele permanece fiel;

não pode negar-se a si mesmo.” (2 Tm

2:13.)

Ele foi fiel a Tomé e a Pedro quando a fé

deles foi provada. Jesus não os abandonou.

“... Não te deixarei, nem te desampararei.”

(Hb 13:5.)

5. O resultado

O resultado final é sempre a vitória por

parte do crente, trazendo glória a Deus.

“Porque todo o que é nascido de Deus

vence o mundo; e esta é a vitória que vence

o mundo: a nossa fé.” (1 Jo 5:4 – veja também

Tiago 1:2-4,12; Gênesis 21:1-3; Salmos

105:19-22; Atos 3:16; Hebreus 6:13-15.)

MEU COMPROMISSO

Decido-me hoje a viver pela fé e a

confiar em Deus em todas as áreas da

minha vida. Reconheço a minha necessidade

de ser totalmente dependente de

32 Capítulo 10 – Graça

Deus – o que significa a fé em ação.

Nos problemas, desafios, e dificuldades,

contarei com a Sua fidelidade. A resposta

de Deus será a Sua graça – o Seu

poder de capacitação. Ensinarei aos

outros também a depender da fidelidade

de Deus e a caminhar com fé em

Deus.

Capítulo 10

Graça

“E os apóstolos davam, com grande

poder, testemunho da ressurreição do Senhor

Jesus, e em todos eles havia abundante

graça.” (At 4:33.)

“E dali navegaram para Antioquia, onde

tinham sido recomendados à graça de Deus

para a obra que já haviam cumprido.” (At

14:26.)

Por que a graça de Deus foi tão importante

na experiência dos primeiros cristãos? Por que

a Igreja de Antioquia orou para que a graça de

Deus estivesse sobre Paulo e Barnabé, e mais

tarde sobre Paulo e Silas, quando partiram em

suas viagens missionárias?

A. O SIGNIFICADO DA GRAÇA

O conceito mais comum da palavra “graça”

é “o favor imerecido de Deus” – em

outras palavras, muito embora fôssemos

pecadores, merecedores do julgamento, Deus

olhou para nós com amor e nos perdoou.

Isso, no entanto, é somente a metade do

seu significado. Ela também significa “o

poder de capacitação de Deus”.

“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo,

e nosso Deus e Pai, que nos amou e em

graça nos deu uma eterna consolação e boa

esperança, console o vosso coração e vos

conforte em toda boa palavra e obra.” (2

Ts 2:16,17.)

A Sua graça não somente nos torna aceitos

na família de Deus, mas também supre,

o poder que necessitamos para vivermos a

vida cristã. Duas passagens bíblicas indicam

os dois aspectos da graça de Deus em

todos os crentes:

1. O favor imerecido de Deus

“Porque pela graça [o favor imerecido

de Deus] sois salvos, por meio da fé; e isso

não vem de vós; é dom de Deus. Não vem

das obras, para que ninguém se glorie.”

(Ef 2:8,9.)

2. O poder de capacitação de Deus

“Como também... nos predestinou para

filhos de adoção por Jesus Cristo, para si

mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,

para louvor e glória da sua graça

[poder e capacitação], pela qual nos fez

agradáveis a si no Amado.” (Ef 14-6.) Leia

também o capítulo inteiro, o qual descreve

tudo o que recebemos pela graça (pelo Seu

poder de capacitação).

Na salvação, não somente é expresso o

favor imerecido de Deus (no fato de que

recebemos o perdão e um relacionamento

restaurado com Ele, muito embora não o

mereçamos), mas também é expresso o poder

de capacitação de Deus – pois é somente

pelo Seu poder que podemos ser transformados.

“Assim que, se alguém está em Cristo,

nova criatura é: as coisas velhas já passaram;

eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5:17.)

Este princípio da graça continua durante

todo o nosso caminhar com Deus. Em todas

as áreas de nossa vida cristã, é a graça de

Deus que faz com que cresçamos e sejamos

fortes – o poder de capacitação de Deus

que nos é dado sem nenhum mérito de nossa

parte.

“... crescei na graça e conhecimento de

nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo...”

(2 Pe 3:18.)

B. A GRAÇA DADA AOS

HERÓIS DA FÉ

A força operacional da graça é revelada

na vida de homens e mulheres em toda a

Bíblia. Todos os heróis da fé começaram o

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 33

seu caminhar com Deus cientes das suas

próprias fraquezas e incapacidades.

Era somente quando permitiam que a

graça de Deus – o Seu poder de capacitação

– operasse em sua vida que eles conseguiam

tornar-se o tipo de pessoas que Deus queria

que fossem e a cumprir o plano e o propósito

que Deus tinha a vida deles.

C. A GRAÇA NA VIDA DE MOISÉS

Leia Êxodo 3:11-13; 4:1-13. A ordem que

o Senhor deu a Moisés não foi nenhuma

tarefa medíocre. O Egito era o império dominante

da época. Era uma nação maligna, e

Faraó, o seu líder satânico, possuía uma

autoridade que era divina segundo o que alguns

afirmavam. Todas as nações do mundo

conhecido viviam com temor de Faraó.

Quando Deus disse a Moisés para descer

ao Egito e dizer a Faraó para libertar da

escravidão os Seus três milhões de pessoas,

a resposta imediata de Moisés – proveniente

das suas próprias fraquezas e incapacidades

– foi a seguinte:

V. 3:11: “Quem sou eu?”

V. 3:13: “Quem és Tu?”

V. 4:1: “Eles não crerão em mim!”

V. 4:10: “Eu não sou eloqüente!”

V. 4:13: “Senhor, envia uma outra

pessoa!”

Mas com a graça de Deus, Moisés desceu

de fato ao Egito, e com sinais e maravilhas

tirou o povo de Israel, assim como Deus

lhe havia dito para fazer.

D. A GRAÇA NA VIDA DE GIDEÃO

Leia Juízes 6:1-24. O chamado de Deus

veio a Gideão para libertar o Seu povo dos

exércitos conquistadores dos midianitas.

Israel havia conhecido somente derrotas

durante muitos anos. A resposta de Gideão

à palavra de Deus no versículo 13 revela a

sua incredulidade inicial:

“Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor

meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo

isto nos sobreveio? E que é feito de todas as

suas maravilhas que nossos pais nos contaram,

dizendo: Não nos fez o SENHOR subir

do Egito? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou

e nos deu na mão dos midianitas.”

Até mesmo quando o Senhor o encorajou

e prometeu estar com ele, Gideão respondeu:

“E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que

livrarei a Israel? Eis que a minha família é a

mais pobre em Manassés, e eu, o menor na

casa de meu pai.” (Veja o versículo 15.)

Mas, a despeito dos seus temores e incapacidades

e com a graça de Deus (poder

de capacitação), Gideão salvou a Israel. E

ele o fez com somente um pequeno grupo

de homens.

Foi a graça que fez a diferença!

E. A GRAÇA NA VIDA DO

APÓSTOLO PAULO

Leia Atos 15:40. Antes que Paulo e Silas

partissem juntos em sua viagem missionária,

a Igreja de Antioquia orou por eles e os

encomendou “à graça do Senhor”, para a

obra que estava diante deles.

Leia a descrição de Paulo da sua experiência

em 2 Coríntios 11:22-33. É compreensível

que ele tenha sido encomendado

primeiramente à graça de Deus! Ele necessitava

dela para sobreviver! A resposta do

Senhor à confissão de fraqueza de Paulo é a

Sua promessa para nós também:

“... A minha graça te basta, porque o

meu poder se aperfeiçoa na fraqueza...” (2

Co 12:9.)

F. A GRAÇA LIBERADA EM

NOSSA VIDA

Em nosso relacionamento com Deus – à

medida que caminhamos com Ele a cada dia

– constantemente nos deparamos com situações

que tentam nos soterrar. A nossa resposta

a Deus é a de confiarmos na Sua Palavra.

Expressamos a nossa confiança através

da obediência.

Isso prova que cremos no que a Palavra

de Deus diz apesar do que as circunstâncias

possam indicar. A resposta de Deus à nossa

34 Capítulo 11 – Batismo na Água

fé é a Sua graça – o Seu poder de capacitação,

o qual faz com que triunfemos em todas

as situações.

G. DUAS PROMESSAS MUITO

IMPORTANTES

1. Temos um acesso intrépido

ao trono da graça

“Cheguemos, pois, com confiança ao

trono da graça [capacitação divina], para

que possamos alcançar misericórdia e

achar graça, a fim de sermos ajudados em

tempo oportuno.” (Hb 4:16.)

2. Deus é poderoso

“E Deus é poderoso para tornar abundante

em vós toda graça, a fim de que, tendo

sempre, em tudo, toda suficiência,

superabundeis em toda boa obra.” (2 Co

9:8.)

MEU COMPROMISSO

Decido-me hoje a receber a graça de

Deus – o Seu poder de capacitação – em

todas as áreas e problemas que surgirem

em minha vida e a ensinar aos outros

a fazer a mesma coisa também.

Capítulo 11

Batismo na Água

Jesus ordenou que todos os que cressem

n’Ele fossem batizados na água.

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:

É-me dado todo o poder no céu e na

terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações,

batizando-as em nome do Pai, e do

Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28:18,19 –

veja também Atos 2:38-41.)

Ser “batizado” significa ser “totalmente

imerso”. Quando uma pessoa se arrepende

do seu pecado e crê que Jesus morreu

por ela, diante de muitas testemunhas, esta

pessoa deve ser levada à água, ser submersa,

e ser retirada da água. Por que Jesus ordenaria

que os Seus crentes fizessem uma coisa

tão estranha assim?

A. COMPREENDENDO O

BATISMO NA ÁGUA

A compreensão do que é de fato o batismo

na água é a chave para uma vida cristã

vitoriosa e livre.

O ato de sermos submersos e sermos

levantados da água é um quadro que demonstra

o que aconteceu ao crente cristão.

B. QUATRO ESTÁGIOS DA OBRA

DE CRISTO ILUSTRADOS

1. Ele morreu... eu morri com Ele

“Sabendo isto: que o nosso velho homem

foi com ele crucificado, para que o

corpo do pecado seja desfeito, a fim de que

não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele

que está morto está justificado do pecado.”

(Rm 6:6,7.)

2. Ele foi sepultado... eu fui

sepultado com Ele

“Ou não sabeis que todos quantos fomos

batizados em Jesus Cristo fomos batizados

na sua morte? De sorte que fomos

sepultados com ele pelo batismo na morte;

para que, como Cristo ressuscitou dos mortos

pela glória do Pai, assim andemos nós

também em novidade de vida.” (Rm 6:3,4.)

3. Ele ressuscitou... tenho uma

nova vida n’Ele

“... para que, como Cristo ressuscitou

dos mortos pela glória do Pai, assim andemos

nós também em novidade de vida. Porque,

se fomos plantados juntamente com

ele na semelhança da sua morte, também o

seremos na da sua ressurreição.” (Rm

6:4,5.)

4. Ele subiu ao céu... também subi

ao céu n’Ele

“...e nos ressuscitou juntamente com ele,

e nos fez assentar nos lugares celestiais,

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 35

em Cristo Jesus.” (Ef 2:6 – veja também

Colossenses 3:1.)

C. O BATISMO NA ÁGUA É...

1. O seu culto fúnebre

Um culto de sepultamento não é para matar

alguém. Ele é somente realizado quando a

pessoa já está morta. E assim, pelo fato de

você já ter “morrido” em Cristo, você enterra

a sua antiga vida no batismo na água.

2. A sua ressurreição para uma

nova vida

Você se levanta da água demonstrando e

declarando que é uma nova criação em Cristo!

“Ora, se já morremos com Cristo, cremos

que também com ele viveremos; sabendo

que, havendo Cristo ressuscitado dos

mortos, já não morre; a morte não mais terá

domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido,

de uma vez morreu para o pecado; mas,

quanto a viver, vive para Deus. Assim também

vós considerai-vos como mortos para o

pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus,

nosso Senhor.” (Rm 6:8-11.)

D. OS DOIS REINOS

“Ele nos tirou da potestade das trevas e

nos transportou para o Reino do Filho do

seu amor.” (Cl 1:13.)

Todos os homens e mulheres nascidos

no mundo são nascidos no Reino das Trevas

– são nascidos escravos do ditador Satanás.

Não há nenhum caminho de saída

deste reino, exceto pela morte, e não há

nenhum caminho de entrada no Reino de

Deus, exceto pelo nascimento. Assim sendo,

Jesus tornou-Se a nossa morte, como

também o nosso novo nascimento – e isto

declaramos no batismo na água!

E. AS DUAS RAÇAS

Assim como há dois reinos, assim também,

dentro de cada reino, existe uma raça

diferente de pessoas. A Raça Adâmica povoa

o Reino das Trevas, e a Nova Criação

povoa o Reino de Deus.

1. O primeiro Adão

“Porque... todos morrem em Adão...”

(l Co 15:22 – veja também Romanos 5:12.)

Adão foi o pai de todos nós, de toda a

raça humana. O pecado de Adão nos separou

de Deus. Devido ao pecado dele, todos

nós herdamos a sua natureza rebelde e enferma,

e tornamo-nos sujeitos à morte. Os

descendentes de Adão são chamados de

“Raça Adâmica”.

2. O último Adão

“Porque Cristo, estando nós ainda fracos,

morreu a seu tempo pelos ímpios.”

(Rm 5:6.)

Não havia nenhuma maneira pela qual

Deus pudesse transformar a Raça Adâmica

caída. Ele tinha que dar um fim a esta raça e

começar uma raça humana totalmente nova.

Jesus foi o Último Adão. Ele veio como o

último nascido da Raça Adâmica e como

Primogênito de uma nova raça.

Enquanto estava pendurado na Cruz, Ele

ficou pendurado lá na qualidade de último

Adão – o último nascido da Raça Adâmica.

Quando Ele morreu na Cruz, morreram também

a Raça Adâmica e a natureza adâmica

pecaminosa.

N’Ele, Deus aniquilou a criação caída. A

Raça Adâmica morreu em Cristo.

3. O segundo homem

“... assim também todos serão vivificados

em Cristo” (1 Co 15:22). Jesus veio na qualidade

de Novo Homem de Deus, através do

Qual uma nova raça seria criada. Jesus ressuscitou

dentre os mortos – não na qualidade de

último Adão, mas na qualidade de Segundo

Homem, a Cabeça da Nova Criação.

“Assim está também escrito: O primeiro

homem, Adão, foi feito em alma vivente;

o último Adão, em espírito vivificante... O

primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo

homem, o Senhor, é do céu. Qual o

36 Capítulo 12 – O Espírito Santo

terreno, tais são também os terrenos; e,

qual o celestial, tais também os celestiais.

E, assim como trouxemos a imagem do terreno,

assim traremos também a imagem

do celestial.” (1 Co 15:45-49.)

4. A nova criação

“Assim que, se alguém está em Cristo,

nova criatura é: as coisas velhas já passaram;

eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5:17

– veja também Efésios 2:10.)

No batismo da água declaramos a todos

os nossos amigos e conhecidos que não mais

fazemos parte da raça adâmica e do Reino

das Trevas. Somos uma Nova Criação em

Cristo e pertencemos ao Reino de Deus!

MEU COMPROMISSO

Através deste estudo percebo agora

que a minha antiga vida, com o seu pecado

e julgamento, foi aniquilada na

morte de Jesus, e agora, devido à Sua

ressurreição tenho uma vida totalmente

nova. Pelo fato de que é isso que o

batismo na água representa, assumo o

compromisso de ser batizado na água e

de compartilhar essa verdade com outras

pessoas.

Capítulo 12

O Espírito Santo

Depois que Jesus ressuscitou dentre os

mortos, Ele apareceu aos Seus discípulos

durante 40 dias. Em seguida, quando todos

estavam reunidos com Ele no cume de

um alto monte, Ele foi arrebatado ao Céu

diante dos olhos deles (Leia Atos 1:1-11).

No entanto, antes de partir, Jesus deu aos

Seus discípulos uma promessa muito especial

e maravilhosa: “E eu rogarei ao Pai,

e ele vos dará outro Consolador, para que

fique convosco para sempre, o Espírito da

verdade... Todavia, digo-vos a verdade:

que vos convém que eu vá, porque, se eu

não for, o Consolador não virá a vós; mas,

se eu for, enviar-vo-lo-ei” (Jo 14:16-18;

16:5-7).

Jesus não nos deixou sozinhos no mundo.

Ele nos enviou o Espírito Santo.

A. O ESPÍRITO SANTO E DEUS

A primeira coisa que precisamos compreender

sobre o Espírito Santo é que Ele é

Deus de fato.

“Disse, então, Pedro: Ananias, por que

encheu Satanás o teu coração, para que

mentisses ao Espírito Santo... Não mentiste

aos homens, mas a Deus.” (At 5:3,4 –

veja também 2 Coríntios 3:17.)

Deus escolheu expressar-Se à humanidade

como Pai, como Filho, e como Espírito

Santo, que são a expressão de três Pessoas

(Personalidades) distintas, e, contudo,

estas três Pessoas são uma só.

B. O DOM DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo é o dom de Deus a

todos os crentes. Quando alguém crê em

Jesus e recebe a salvação que Ele oferece, o

Espírito Santo passa a viver no crente, transmitindo-

lhe vida espiritual.

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e

cada um de vós seja batizado em nome de

Jesus Cristo para perdão dos pecados, e

recebereis o dom do Espírito Santo. Porque

a promessa vos diz respeito a vós, a vossos

filhos e a todos os que estão longe: a tantos

quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” (At

2:38,39 – veja também João 7:37-39.)

C. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

1. Na vida pessoal do crente

O Espírito Santo vem habitar dentro do

crente para ministrar-lhe pessoalmente:

a. Ele testifica sobre o nosso relacionamento

com Deus. “O mesmo Espírito

testifica com o nosso espírito que somos filhos

de Deus.” (Rm 8:16 – veja também 1

João 3:24.)

b. Ele ensina. “Mas aquele Consolador,

o Espírito Santo, que o Pai enviará em

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 37

meu nome, vos ensinará todas as coisas e

vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho

dito.” (Jo 14:26.)

c. Ele guia. “Porque todos os que são

guiados pelo Espírito de Deus, esses são

filhos de Deus.” (Rm 8:14.)

d. Ele nos ajuda a vivermos uma vida

agradável a Deus. “Digo, porém: Andai

em Espírito e não cumprireis a concupiscência

da carne.” (Gl 5:16 – veja também

os versículos 17-25.)

e. Ele nos ajuda na oração. “E da

mesma maneira também o Espírito ajuda

as nossas fraquezas; porque não sabemos

o que havemos de pedir como convém, mas

o mesmo Espírito intercede por nós com

gemidos inexprimíveis.” (Rm 8:26.)

f. Ele vivifica os nossos corpos. “E,

se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou

a Jesus habita em vós, aquele que

dos mortos ressuscitou a Cristo também

vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu

Espírito que em vós habita.” (Rm 8:11.)

2. No crente com vistas ao serviço

Além de dar o Espírito Santo para habitar

no crente, Deus também quer encher e

batizar o crente com o Espírito Santo para

capacitá-lo a servir e a glorificar a Deus no

mundo.

a. O Espírito Santo dá poder e intrepidez

para testemunharmos sobre Cristo.

“Mas recebereis a virtude do Espírito

Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis

testemunhas tanto em Jerusalém como em

toda a Judéia e Samaria e até aos confins da

terra.” (At 1:8 – veja também Atos 2:14-

40.)

b. Ele introduz o mundo do sobrenatural.

“Ora, há diversidade de dons, mas

o Espírito é o mesmo... Porque a um, pelo

Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e

a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da

ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a

fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons

de curar; e a outro, a operação de maravilhas;

e a outro, a profecia; e a outro, o dom

de discernir os espíritos; e a outro, a variedade

de línguas; e a outro, a interpretação

das línguas.” (1 Co 12:4,8-10 – veja também

Atos 2:4; 10:46; 19:6.)

c. Ele testifica que Jesus está vivo.

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus...

somos testemunhas acerca destas palavras,

nós e também o Espírito Santo, que

Deus deu àqueles que lhe obedecem.” (At

5:30-32 – veja também Atos 4:31-33.)

d. Ele traz uma nova compreensão

da Palavra de Deus. “Mas, como está escrito:

As coisas que o olho não viu, e o

ouvido não ouviu, e não subiram ao coração

do homem são as que Deus preparou

para os que o amam. Mas Deus no-las revelou

pelo seu Espírito; porque o Espírito

penetra todas as coisas, ainda as profundezas

de Deus.” (1 Co 2:9,10 – veja também

João 16:13.)

e. Ele enche o nosso espírito com uma

verdadeira adoração a Deus. “... encheivos

do Espírito, falando entre vós com salmos,

e hinos, e cânticos espirituais, cantando

e salmodiando ao Senhor no vosso coração.”

(Ef 5:18,19 – veja também João 4:24.)

f. Ele glorifica a Jesus. “Mas, quando

vier aquele Espírito da verdade, ele vos

guiará em toda a verdade, porque não falará

de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver

ouvido e vos anunciará o que há de vir. Ele

me glorificará, porque há de receber do que

é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o

Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de

receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.”

(Jo 16:13-15 – veja também João 15:26.)

D. COMO SER BATIZADO NO

ESPÍRITO SANTO

Deus quer que o Seu Espírito Santo, o Qual

habita em você, porque você é um crente em

Jesus, o encha com poder até que você transborde

para poder servi-Lo (Ef 5:18).

1. É um dom prometido por

Deus, portanto, peça-o

“... quanto mais dará o Pai celestial o

38 Capítulo 13 – Tentação

Espírito Santo àqueles que lho pedirem.” (Lc

11:13 – veja também os versículos 9-12.)

2. Comece a louvar a Deus

enquanto você o recebe com fé

“E, adorando-o eles, tornaram com

grande júbilo para Jerusalém. E estavam

sempre no templo, louvando e bendizendo

a Deus. Amém!” (Lc 24:52,53.)

3. Você pode falar com uma

língua sobrenatural

“... veio sobre eles o Espírito Santo; e

falavam línguas...” (At 19:6 – veja também

Marcos 16:17; Atos 2:4; 10: 45,46; l

Coríntios 14:5,18.)

MEU COMPROMISSO

Agradeço a Deus pelo Dom do Espírito

Santo em minha vida. Decido hoje

responder aos estímulos e orientações

do Espírito Santo. Determino-me a

aprender a ouvir a voz do Espírito Santo

em meu coração. Escolho estar cheio do

Espírito. Abro agora o meu espírito para

ser cheio do Espírito Santo.

Capítulo 13

Tentação

A. SATANÁS ATACA

Satanás ataca o indivíduo cristão principalmente

através da tentação. E ele enfoca

as agressões em duas áreas:

1. Os desejos do mundo

Ele procura tentar o crente a tornar-se

absorto no sistema do mundo:

• fazer das bênçãos materiais que o

mundo oferece, um desejo central;

• fazer da honra e reconhecimento

deste mundo um objetivo importante,

e

• fazer do conforto da nossa unidade

com as pessoas deste mundo a

base para a nossa segurança.

“Não ameis o mundo, nem o que no

mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor

do Pai não está nele.” (1 Jo 2:15 – veja

também Tiago 4:4,1; 1 Timóteo 6:6-11.)

2. Os desejos da carne

Através da obra de Cristo na Cruz, o

verdadeiro cristão é liberto dos resultados

do pecado e do poder do pecado (Rm 6:6-

14). No entanto, ele ainda vive num corpo

físico que é sujeito a apetites e desejos naturais.

Satanás usa estas coisas para tentar fazer

com que o cristão dê maior importância

a elas do que aos estímulos e orientações do

Espírito Santo dentro dele (Rm 8:5-9 – veja

também Tiago 1:14; Efésios2:3).

B. A VITÓRIA ORIGINAL DE

SATANÁS

Foi nas áreas do mundo e da carne que

Satanás obteve a sua vitória original na

tentação do primeiro homem e da primeira

mulher, e estas ainda são as suas táticas

hoje em dia. “Porque tudo o que há no

mundo, a concupiscência da carne, [desejo

de satisfação sensual] a concupiscência

dos olhos [desejos cobiçosos da

mente] e a soberba da vida [confiança em

nossos próprios recursos e na estabilidade

das coisas terrenas], não é do Pai, mas

do mundo.” (1 Jo 2:16 – Versão Amplificada.)

Compare a tentação de Eva com o

versículo acima:

Gênesis 3:6 1 João 2:16

Bom para se comer “Concupiscência

da carne”

Agradável aos olhos “Concupiscência

dos olhos”

Desejável para se

ganhar sabedoria “Soberba da vida”

Desde a queda de Adão e Eva, toda a

humanidade tem sido governada por sua carne

(os três itens esboçados acima).

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 39

A carne também foi corrompida por uma

natureza pecaminosa (Gl 5:19-21).

C. A VITÓRIA GANHA POR CRISTO

1. Através da Sua vida

Jesus foi tentado em tudo, exatamente

como nós somos tentados, “mas sem pecado”

(Hb 4:15).

Compare a tentação de Jesus com

este versículo:

Lucas 4:1-13 1 João 2:16

Pedras em pão “Concupiscência

da carne”

Reinos da terra “Concupiscência

dos olhos”

Pináculo do templo “Soberba da vida”

2. Através da Sua morte e

ressurreição

A fé que se apropria (reivindica e recebe)

da obra de Cristo liberta o cristão do

poder e do domínio que o pecado tinha sobre

ele (Rm 8:9). Ele agora está livre para

escolher andar em obediência a Deus (Rm

6:8-14).

“Porquanto, o que era impossível à lei,

visto como estava enferma pela carne, Deus,

enviando o seu Filho em semelhança da

carne do pecado... para que a justiça da lei

se cumprisse em nós, que não andamos segundo

a carne, mas segundo o Espírito.”

(Rm 8:3,4.)

D. A VITÓRIA CONTÍNUA DO

CRISTÃO

Com base na grande vitória obtida para

nós por Cristo, podemos agora derrotar

qualquer ataque do inimigo. Eis aqui sete

chaves para uma vitória contínua:

1. Saiba que a vitória já foi ganha

Devido à sua derrota na Cruz, a única

força do diabo encontra-se na ignorância do

cristão (Os 4:6). Mas quando o cristão conhece

a obra completa da Cruz e da Ressurreição

em sua vida, o diabo é despojado de

qualquer arma contra ele.

2. Ande em cadência com o

Espírito

Um novo poder é introduzido no cristão

– o próprio Espírito Santo. Devemos andar

em obediência aos Seus estímulos e orientações

internas, dia após dia (Gl 5:22-25).

3. Reconheça a tentação pelo que

ela é de fato

A tentação não é pecado. Nos entregarmos

à tentação é que é pecado! (Tg 1:15

– veja Gênesis 4:6,7.)

4. Compreenda que foi fornecido

um caminho de escape

“Não veio sobre vós tentação, senão

humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará

tentar acima do que podeis; antes, com

a tentação dará também o escape, para que

a possais suportar” (1 Co 10:13).

Tiago 4:7 dá em detalhes o caminho de

escape: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus;

mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.

5. Mantenha o enfoque de vida

correto

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo,

buscai as coisas que são de cima, onde

Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai

nas coisas que são de cima e não nas que são

da terra.” (C1 3: 1,2 – veja também Filipenses

4:8; 1 Timóteo 6:11,12; 2 Pedro 3:11-13.)

6. Mantenha-se afastado de áreas

óbvias de tentações

“Não porei coisa má diante dos meus

olhos...” (Sl 101:3 – veja também 1 Timóteo

6:9-11.)

7. Esteja ciente das tramas de

Satanás

É importante conhecermos as táticas que

o inimigo usa contra nós, a fim de que não

sejamos sobrepujados por ele (2 Co 2:11):

40 Capítulo 14 – Comunhão

a. Ele é um mentiroso (Jo 8:44)

b. Ele é um caluniador e acusador

(Ap 12:10)

c. Ele é um enganador (Ap 12:9)

d. Ele é um tentador (Mt 4: 1 -11)

e. Ele é um opressor (At 10:38)

f. Ele é um obstaculizador (1 Ts 2:18)

g. Ele é um leão rugidor (1 Pe 5:8)

h. Ele pode transformar-se num anjo

de luz (2 Co 11:14)

Na qualidade de cristãos, somos chamados

para vivermos em vitória! Através de

Cristo esta vitória é nossa:

1. Sobre o mundo (1 Jo 5:4)

2. Sobre a carne (Gl 5:16)

3. Sobre o inimigo (Ef 6:11,13)

MEU COMPROMISSO

Agradeço a Deus pela Sua promessa

de me libertar nas ocasiões em que eu

passar por tentação. Comprometo-me a

corresponder à Sua ajuda, a qual está

sempre disponível, a fim de que eu possa

viver em vitória. Compartilharei essa

verdade com os outros também.

Capítulo 14

Comunhão

A. O PROPÓSITO DA COMUNHÃO

A comunhão dos cristãos é muito importante,

pois é nessa união que...

1. O crente é encorajado e

cresce em Cristo

“Porque desejo ver-vos, para vos comunicar

algum dom espiritual, a fim de que

sejais confortados, isto é, para que juntamente

convosco eu seja consolado pela fé

mútua, tanto vossa como minha.” (Rm

1:11,12.)

2. O mundo passa a saber que

Jesus foi enviado por Deus

“E eu dei-lhes a glória que a mim me

deste, para que sejam um, como nós somos

um. Eu neles, e tu em mim, para que eles

sejam perfeitos em unidade, e para que o

mundo conheça que tu me enviaste a mim e

que tens amado a eles como me tens amado

a mim.” (Jo 17:22,23.)

B. CONDIÇÕES DA COMUNHÃO

1. Um compromisso básico de uns

para com os outros

“Amai-vos cordialmente uns aos outros

com amor fraternal, preferindo-vos em honra

uns aos outros.” (Rm 12:10.)

Sem uma confiança básica não é possível

que haja comunhão alguma. O nível da

comunhão varia de acordo com o nível de

compromisso.

2. O nosso compromisso precisa

estar baseado no “ágape”

“Ágape” é um amor unidirecional, que

ama “apesar de” e não “por causa de”. Assim

sendo, um compromisso desse tipo não

é afetado pelo comportamento inconsistente

da outra pessoa.

“Um novo mandamento vos dou: Que

vos ameis uns aos outros; como eu vos

amei a vós, que também vós uns aos outros

vos ameis.” (Jo 13:34.)

3. A verdadeira comunhão é

cristocêntrica

A nossa comunhão de uns para com os

outros baseia-se em nosso compromisso

comum para com Cristo.

“... a nossa comunhão é com o Pai e

com seu Filho Jesus Cristo.” (1 Jo 1:3 –

veja também Filipenses 2:1,2.)

4. Andar na luz

A nossa comunhão inclui a necessidade

de sermos abertos, honestos e verdadeiros

uns para com os outros. Isto, às vezes, pode

significar:

a. A confissão dos nossos próprios pecados

aos outros, ou o encobrimento

amoroso do pecado de uma outra pesMANUAL

PARA NOVOS CONVERTIDOS 41

soa. “Se dissermos que temos comunhão

com ele e andarmos em trevas, mentimos e

não praticamos a verdade. Mas, se andarmos

na luz, como ele na luz está, temos

comunhão uns com os outros, e o sangue

de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de

todo pecado.” (1 Jo 1:6,7 – veja também

Mateus 18:15.)

b. A obediência à luz – mandamentos

gerais e específicos que Deus deu.

c. A remoção de quaisquer máscaras

ou falsas coberturas. Uma grande parte

da comunhão do mundo é hipócrita – as

pessoas fazem atuações teatrais e não são

genuínas.

“Purificando a vossa alma na obediência

à verdade, para caridade fraternal,

não fingida, amai-vos ardentemente uns

aos outros, com um coração puro.” (1 Pe

1:22.)

5. Um interesse genuíno no

bem-estar do outro

Não deve haver segundas intenções de

benefício próprio. O nosso desejo deve ser

o de darmos, e não o de recebermos.

“Nada façais por contenda ou por vanglória,

mas por humildade; cada um considere

os outros superiores a si mesmo. Não

atente cada um para o que é propriamente

seu, mas cada qual também para o que é

dos outros.” (Fp 2:3,4.)

6. Uma disposição de entregarmos

a nossa vida

“O meu mandamento é este: Que vos

ameis uns aos outros, assim como eu vos

amei. Ninguém tem maior amor do que este:

de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.”

(Jo 15:12,13.)

“Vida” envolve mais do que a vida física.

Ela inclui também nossas posses materiais,

nossos interesses e preferências pessoais,

etc. (Tg 2:15,16). Significa também

uma disposição de compartilharmos abertamente

sobre a nossa vida. Somente podemos

conhecer as pessoas até o ponto

em que estão preparadas para revelarem a

si próprias.

C. A COMUNHÃO NA IGREJA

SIGNIFICA...

1. O compartilhamento de todas as

coisas

Houve três estágios de desenvolvimento

na comunhão dos cristãos em Atos 4:32

– em primeiro lugar, eles tinham um só coração

(espírito), em seguida, tinham uma só

alma (mente), e aí então seguiu-se a expressão

física de terem todas as coisas em comum.

“Todos os que criam estavam juntos e

tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades

e fazendas e repartiam com todos,

segundo cada um tinha necessidade.”

(At 2:44,45.)

2. A entrega de nossa vida

“Saudai a Priscila e a Áqüila, meus

cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela

minha vida expuseram a sua cabeça; o que

não só eu lhes agradeço, mas também todas

as igrejas dos gentios.” (Rm 16:3,4.)

3. A nossa devoção em

servirmos os irmãos

“Agora, vos rogo, irmãos (sabeis que a

família de Estéfanas é as primícias da Acaia

e que se tem dedicado ao ministério dos

santos).” (1 Co 16:15.)

4. Sermos canais de suprimentos

a outros necessitados

“...mas para igualdade; neste tempo presente,

a vossa abundância supra a falta dos

outros, para que também a sua abundância

supra a vossa falta, e haja igualdade.” (2

Co 8:13,14 – veja também l Coríntios 16:17.)

5. O compartilhamento nas

aflições

“Todavia, fizestes bem em tomar parte

na minha aflição.” (Fp 4:14.)

42 Capítulo 15 – Generosidade

6. Uma doação sacrificial

“...como, em muita prova de tribulação,

houve abundância do seu gozo, e como a

sua profunda pobreza superabundou em

riquezas da sua generosidade. Porque, segundo

o seu poder (o que eu mesmo testifico)

e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.”

(2 Co 8:2,3.)

7. A prática da hospitalidade

“Amado, procedes fielmente em tudo o

que fazes para com os irmãos e para com

os estranhos.” (3 Jo 5 – veja também Hebreus

13:2.)

8. A edificação e o encorajamento

mútuos

“Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados,

de boa vontade quiséramos comunicar-vos,

não somente o evangelho de Deus, mas ainda

a nossa própria alma; porquanto nos

éreis muito queridos.” (1 Ts 2:8 – veja também

2 Timóteo 3:10-14.)

D. OS RESULTADOS DA

COMUNHÃO

Os resultados da comunhão na Igreja Primitiva

foram:

• um temor a Deus (At 2:43)

• alegria (At 2:46)

• simpatia de todas as pessoas

(At 2:47)

• acréscimo de novos crentes

(At 2:47)

• todas as necessidades supridas

(Fp 4:19)

• surgimento de líderes

(l Co 16:15,16).

MEU COMPROMISSO

Através deste estudo compreendo

agora a importância de termos comunhão

continuamente com outros cristãos.

Comprometo-me hoje a fazer parte

de um grupo de crentes, ao qual darei

a minha lealdade, o meu amor e o meu

serviço.

Capítulo 15

Generosidade

“Os céus declaram a glória de Deus e o

firmamento proclama a obra das suas mãos.

Dia após dia eles derramam discursos.

Noite após noite, demonstram conhecimento.”

(S1 19:1,2 – leia também os versículos

3,4.)

Através desse salmo, aprendemos que a

Criação de Deus (os céus e a terra):

• declaram a glória de Deus,

• proclamam a obra das Suas mãos,

• derramam discursos e

• demonstram conhecimento.

Podemos aprender com a Criação de

Deus se a examinarmos cuidadosamente.

Assim como há leis físicas que trazem

a ordem no caos do Universo, Deus

também colocou em movimento leis espirituais

que governam a vida. Uma delas

é a Lei da Generosidade. Ela nos

ensina que “... o que semeia em abundância

em abundância também ceifará.”

(2 Co 9:6.)

A. SOCIEDADE

Na qualidade de sócios de Deus (l Co

3:9; 2 Co 5:20; 6:10), é importante compreendermos

onde se encontram as nossas

responsabilidades:

1. A posse é com Deus

“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude,

o mundo e aqueles que nele habitam.” (Sl

24:1 – veja também Salmos 89:11; Jó 41:11;

1 Crônicas 29:10-14.)

Não somos donos, e sim mordomos.

Toda posse é com Deus. Toda e qualquer

coisa criada, viva ou não, em última análise

pertence a Ele – inclusive qualquer coisa

material ou imaterial que possamos ter pessoalmente

nesta vida: posses, carreiras, famílias.

Ele nos deu todas essas coisas para delas

desfrutarmos (l Tm 6:17), e, quando percebemos

que ainda pertencem a Deus, poMANUAL

PARA NOVOS CONVERTIDOS 43

demos descansar com a certeza de que Deus

também tem a responsabilidade final sobre

elas.

2. A mordomia é conosco

Não somos donos, mas sim mordomos.

O mordomo administra e toma conta

daquilo que pertence a uma outra pessoa.

Deus possui tudo. Mas, na qualidade

de mordomos, administramos e tomamos

conta das coisas para Ele. Temos

obrigação de sermos fiéis nesta administração.

O Senhor nos responsabiliza na tarefa

especial de administrarmos e tomarmos

conta das coisas que Ele nos deu

(Leia Mateus 25:14-30). Quando compreendemos

o relacionamento patrãomordomo

que desfrutamos com as propriedades

de Deus, então torna-se mais

fácil darmos.

Diante de Deus, a nossa administração

como mordomos cobre toda e cada coisa

que nos pertence:

a. A nossa vida

(At 17:25; 1 Co 6:19; Gl 2:20; Jó

33:4)

b. O nosso tempo

(Sl 90:12; Ef 5:15,16; Cl 4:5)

c. Os nossos talentos e capacidades

(1 Pe 4:10; 1 Co 12:4-7,11)

d. As nossas posses

(Mt 6:19-21; Cl 3:1,2)

e. As nossas finanças

(1 Tm 6:6-10,17-19; Mt 6:24)

f. A mensagem do Evangelho

(1 Co 4: 1; 9:16,17; 1 Tm 6:20)

Ainda assim, muitos cristãos relutam em

dar (dízimos), não importa o quanto possam

desejar fazê-lo.

Mas a ação que libera o crente às plenas

bênçãos da boa mordomia cristã é a entrega

– a submissão irrestrita de toda a nossa

vida, posses e planos à vontade e propósito

de Deus.

É somente quando damos a nós próprios

que aprendemos o que significa dar algumas

das posses (ou dinheiro) que Deus nos

deu.

B. A DOAÇÃO NA IGREJA

PRIMITIVA

“Todos os que criam estavam juntos e

tinham tudo em comum. Vendiam suas

propriedades e fazendas e repartiam com

todos, segundo cada um tinha necessidade...

“... ninguém dizia que coisa alguma do

que possuía era sua própria, mas todas as

coisas lhes eram comuns.” (At 2:44,45;

4:32.)

Essa atitude básica dos primeiros cristãos

colocou os fundamentos para todas as

expressões de doações que deveriam vir mais

tarde.

À medida que o número de cristãos se

multiplicava, apareceram diferentes métodos

de doação. Mas todas as suas doações

expressavam a compreensão deles sobre a

mordomia cristã – que tudo, em última

análise, pertence a Deus.

1. A Igreja sustentava os

necessitados

Na Igreja Primitiva, homens especiais

eram escolhidos para servirem como “diáconos”

– ajudantes na distribuição de ofertas

e presentes para as viúvas e necessitados

(veja Atos 6:1-3). Esses homens transformaram

em ministério deles a canalização

de todas as doações para onde havia necessidades

práticas.

2. As igrejas davam com

sacrifício umas às outras

Quando os cristãos judeus de Jerusalém

estavam passando por uma escassez

e fome, a pobre e sofredora igreja dos gentios

os ajudou. “... como, em muita prova

de tribulação, houve abundância do

seu gozo, e como a sua profunda pobreza

superabundou em riquezas da sua generosidade.

Porque, segundo o seu poder

44 Capítulo 15 – Generosidade

(o que eu mesmo testifico) e ainda acima

do seu poder, deram voluntariamente.”

(2 Co 8:2,3 – veja também os versículos

1,4.)

3. A Igreja sustentava os

ministérios ambulantes

O Apóstolo Paulo viajava de lugar em

lugar, estabelecendo novas igrejas. Em algumas

ocasiões, ele trabalhava com as mãos

para obter o próprio sustento (At 18:3; 2

Ts 3:7-9).

Em outras ocasiões, a Igreja dos Filipenses

demonstrou o verdadeiro espírito de doação

do qual Deus se agrada, sustentando

ministérios ambulantes, tais como o de Paulo.

“Mas bastante tenho recebido e tenho

abundância; cheio estou, depois que recebi

de Epafrodito o que da vossa parte me

foi enviado, como cheiro de suavidade e

sacrifício agradável e aprazível a Deus.”

(Fp 4:18 – leia também os versículos 15-

17.)

4. Os cristãos trabalhavam

para poder dar

“Aquele que furtava não furte mais; antes,

trabalhe, fazendo com as mãos o que é

bom, para que tenha o que repartir com o

que tiver necessidade.” (Ef 4:28.)

5. A doação era a prova do amor

deles

“... neste tempo presente, a vossa

abundância supra a falta dos outros...

mostrai para com eles, perante a face

das igrejas, a prova da vossa caridade...”

(2 Co 8:14,24 – veja também os

versículos 7-15; l Coríntios 16:1,2; l João

3:17,18.)

C. OS PRINCÍPIOS DE DEUS

PARA AS DOAÇÕES

Em l Coríntios 10:11 lemos que devemos

aprender com o exemplo de Israel.

Devemos aplicar os princípios que foram

dados por Deus. Ao mesmo tempo devemos

evitar os erros que Israel (e os líderes)

cometeram no deserto. Na área da

doação, encontramos algumas excelentes

diretrizes que podem nos ajudar em nossa

doação:

1. Deus espera que comecemos

com uma porcentagem

“Trazei todos os dízimos [10% ou um

décimo] à casa do tesouro, para que haja

mantimento na minha casa, e depois fazei

prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos,

se eu não vos abrir as janelas do céu e não

derramar sobre vós uma bênção tal, que

dela vos advenha a maior abastança.” (Ml

3:10.)

2. Devemos dar sistemática e

regularmente

“Então, disse Ezequias que se preparassem

câmaras na Casa do SENHOR, e as

prepararam. Ali, meteram fielmente as ofertas,

e os dízimos, e as coisas consagradas...”

(2 Cr 31:11,12.)

3. Devemos dar o primeiro

e o melhor ao Senhor

“Honra ao SENHOR com a tua fazenda e

com as primícias de toda a tua renda; e se

encherão os teus celeiros abundantemente,

e transbordarão de mosto os teus lagares.”

(Pv 3:9,10.)

MEU COMPROMISSO

Percebo, através deste estudo, a importância

de termos um coração e uma

atitude generosa para com os outros.

Hoje, comprometo-me a começar uma

vida de doação, começando a pagar os

dízimos (dar um décimo da minha renda

à obra do Senhor). Também encorajarei

e ensinarei outras pessoas a fazerem

o mesmo.

“Mas vós sois a geração eleita...

povo adquirido, para que anuncieis as

virtudes daquele que vos chamou das

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 45

trevas para a sua maravilhosa luz.” (1

Pe 2:9.)

Capítulo 16

O Estilo de Vida do Reino

A. MUDANÇA DE AUTORIDADE

Fomos libertos do domínio (reinado ou

chefia) de Satanás. Estamos agora sob uma

autoridade totalmente nova – a do Senhor

Jesus.

À medida que o crente começa a crescer

em sua nova vida no Senhor, ele descobre

que a única maneira pela qual usufruímos a

nossa vida no Reino de Deus é através de

um correto relacionamento com Jesus (Ef

1: 17; Fp 3:10). Bem no início da nossa vida

com Deus, esse relacionamento assume

duas formas distintas:

1. Salvador

Este é o primeiro relacionamento que é

possível termos com Jesus: Não podemos

conhecer a Deus na qualidade de Pai nem

Amigo até que primeiramente tenhamos

tido uma revelação de Jesus como Salvador

– Aquele que morreu por nós e nos resgatou

do reino de Satanás. Jesus nos salvou:

a. Do julgamento de Deus (l Ts l: 10;

5:9; Rm 5:9).

b. Do poder de Satanás (At 26:18; Cl

1:13; Hb 2:14; l Jo 3:8).

c. De nós próprios (Fp 3:19; 2 Co

5:15;Tt 3:3-6; 1 Pe 1:18).

“Ainda que era Filho... ele... veio a ser a

causa de eterna salvação para todos os que

lhe obedecem.” (Hb 5:8,9 – veja também

Hebreus 2:10; 2 Timóteo 1:10.)

2. Senhor

O nosso conhecimento de Jesus como

Salvador nos introduz no Reino de Deus,

porém não é aí que o nosso relacionamento

com Ele termina.

Uma vez que estamos dentro do Seu Reino,

nosso relacionamento com ele assume

dramáticas e novas mudanças. Agora O conhecemos,

não meramente como Salvador,

mas também como Senhor – O nosso Senhor!

Ele é o Rei no Seu Reino (Cl 2:6).

“Portanto, vos quero fazer compreender

que ninguém que fala pelo Espírito de

Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode

dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito

Santo.” (1 Co 12:3 – veja também João

13:13; Romanos 1:4; l Coríntios 8:6; 4:5.)

Quando entramos no Reino da Luz, podemos

desfrutar daquilo para o qual fomos

criados – um amoroso relacionamento com

o Senhor. Por causa disso, quando Jesus Se

torna Senhor de nossa vida, descobrimos

que esse domínio nos tira do caos do pecado

e nos coloca numa ordem e paz divinas.

Veja Colossenses 2:9,10; 1 Coríntios 8:6.

B. O CIDADÃO MODELO

“De sorte que haja em vós o mesmo

sentimento que houve também em Cristo

Jesus.” (Fp 2:5.)

Jesus, muito embora fosse o Rei do Reino,

tornou-Se um servo. Ele é o exemplo de

como é o verdadeiro cidadão do Seu Reino.

“Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis

bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor

e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis

também lavar os pés uns aos outros. Porque

eu vos dei o exemplo, para que, como

eu vos fiz, façais vós também.” (Jo 13:13-

15 – leia também João 13:5-17; Mateus

20:26-28; Lucas 22:27.)

C. OS SÚDITOS DO REI

Na qualidade de membros do Reino de

Cristo, entramos num relacionamento Mestre-

servo com Ele (Mt 6:24).

Jesus veio para fazer a vontade do Seu

Pai (Hb 10:5-9). Em Sua vida cotidiana, Ele

demonstrou como é de fato o estilo de vida

do Reino: uma vivência para agradar a Deus

(Ef 5:8-10). Devemos ter um coração de

servo exatamente como o coração de Jesus.

Muitos cristãos não gostam do conceito

de sermos servos porque isso parece nos tor46

Capítulo 16 – O Estilo de Vida do Reino

nar inferiores aos outros. Na Bíblia, porém,

encontramos quatro interessantes paradoxos:

1. Na escravidão há liberdade

“Mas, agora, libertados do pecado e feitos

servos de Deus, tendes o vosso fruto

para santificação, e por fim a vida eterna.”

(Rm 6:22 – leia também os versículos 16-

23; 12:1; 1 Coríntios 7:22; 2 Coríntios 3:17;

Efésios 6:6,7; 1 Pedro 2:16.)

2. No fato de sermos servos

há uma grandeza

“Porém o maior dentre vós será vosso

servo. E o que a si mesmo se exaltar será

humilhado; e o que a si mesmo se humilhar

será exaltado.” (Mt 23:11,12 – veja também

Mateus 20:26,27; Marcos 9:35; 10:43;

João 12:26.)

3. Na humildade há exaltação

“Portanto, aquele que se tornar humilde

como esta criança, esse é o maior no

Reino dos céus.” (Mt 18:4 – veja também

Lucas 18:14; Provérbios 29:23; Tiago 4:10;

l Pedro 5:5,6; Mateus 19:30.)

4. Na submissão há autoridade

O centurião romano (um líder militar de

100 soldados) que veio falar com Jesus compreendia

este princípio:

“... nem ainda me julguei digno de ir ter

contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu

criado sarará. Porque também eu sou homem

sujeito à autoridade, e tenho soldados

sob o meu poder, e digo a este: vai; e ele

vai; e a outro: vem; e ele vem; e ao meu

servo: faze isto; e ele o faz.” (Lc 7:7,8.)

Pelo fato de o centurião estar sob autoridade,

ele pôde exercer autoridade, e prontamente

se submeteu à autoridade de Jesus.

Leia também os versículos 1-10 e Tiago 4:7.

O estilo de vida do Reino de Deus é uma

atitude de submissão e obediência a Deus

(veja Mateus 12:50; Efésios 6:6; Hebreus

13:21; l João 2:17; 1 Tessalonicenses 4:1).

Submetemo-nos à vontade de Deus – não

com relutância – devido a um temor ou por

ser um dever – mas sim:

a. Por causa de tudo o que Deus fez

por nós (Rm 12:1; Ef 4:1; Tt 3:4-7).

b. Porque, fazendo isso, encontramos

a nossa realização (Sl 40:8).

c. Por causa do amor (Jo 14:15; 1 Jo

5:3).

D. OS FRUTOS DO REINO

“Assim como bem sabeis de que modo

vos exortávamos e consolávamos, a cada

um de vós, como o pai a seus filhos, para

que vos conduzísseis dignamente para com

Deus, que vos chama para o seu reino e

glória.” (1 Ts 2:11,12 – veja também 2 Tessalonicenses

1:5.)

Em Mateus 21:43, Jesus disse que o Reino

pertenceria aos que “dê os seus frutos”.

Os frutos do Reino são explicados em várias

passagens bíblicas:

• Amor, alegria, paz (Gl 5:22,23)

• Bondade, retidão, verdade (Ef 5:9; Tg

3:13-17)

• Retidão, paz, alegria (Rm 14:17; Hb

12:11)

Já que fomos criados por Deus, também

fomos criados para o Seu Reino e para o

Seu estilo de vida.

Os frutos deste Reino são simplesmente

o resultado natural, final, e visível da operação

do milagre do novo nascimento que o

Espírito Santo executou em nós (veja Gálatas

5:22).

A nossa responsabilidade na qualidade de

cidadãos do Reino de Deus é vivermos como

as pessoas que somos agora! (1 Pe 2:11.)

“... não cessamos de orar por vós... para

que possais andar dignamente diante do

Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando

em toda boa obra e crescendo no conhecimento

de Deus.” (Cl 1:9,10 – veja também

Colossenses 2:6; Efésios 4:1; 6:8-10.)

MEU COMPROMISSO

Compreendo, após estudar o estilo de

vida do Reino, que devo submeter miMANUAL

PARA NOVOS CONVERTIDOS 47

nha vida a serviço dos outros exatamente

como Jesus o fez. Comprometo-me a

ser um disposto e alegre servo de Cristo

e dos outros.

Capítulo 17

Adoração

A. BENDIZENDO A DEUS

“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e

tudo o que há em mim bendiga o seu santo

nome.” (Sl 103:1.)

É algo tremendo considerarmos que temos

a capacidade de bendizer o nosso Criador,

mas vez após vez nas Escrituras somos

exortados a fazermos exatamente isto.

Nós O bendizemos através do nosso louvor

e adoração. Veja Salmos 34:1-3.

B. LOUVOR

O louvor é uma expressão de admiração

e apreciação. Quando elogiamos uma

pessoa, estamos lhe dizendo que a consideramos

como uma pessoa tremendamente

maravilhosa, ou que as suas realizações

são realmente grandiosas. É a mesma

coisa com o Senhor. O louvor tem a ver

com o reconhecimento do caráter e do

poder de Deus.

“Porque a tua benignidade é melhor do

que a vida; os meus lábios te louvarão.

Assim, eu te bendirei enquanto viver; em

teu nome levantarei as minhas mãos.” (Sl

63:3,4.)

1. Por que louvamos a Deus?

a. Por causa do que Ele é. “Cantai

louvores a Deus, cantai louvores; cantai

louvores ao nosso Rei, cantai louvores. Pois

Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores

com inteligência.” (Sl 47:6,7.)

b. Por causa do que Ele faz. “Bendize,

ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que

há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize,

ó minha alma, ao SENHOR, e não te

esqueças de nenhum de seus benefícios. É

ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e

sara todas as tuas enfermidades; quem redime

a tua vida da perdição e te coroa de

benignidade e de misericórdia; quem enche

a tua boca de bens, de sorte que a tua

mocidade se renova como a águia.” (Sl

103:1-5.)

2. Quem deve louvar a Deus?

a. Os que buscam a Deus. “... louvarão

ao SENHOR os que o buscam...” (Sl

22:26.)

b. Tudo o que tem fôlego. “Tudo quanto

tem fôlego louve ao SENHOR. Louvai ao

SENHOR!” (Sl 150:6.)

3. Quando louvamos a Deus?

a. Em todo o tempo. “Louvarei ao

SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará

continuamente na minha boca.” (Sl

34:1.)

b. Em todas as circunstâncias. “Regozijai-

vos sempre. Orai sem cessar. Em

tudo dai graças, porque esta é a vontade de

Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1

Ts 5:16-18.)

4. Onde devemos louvar a Deus?

a. No meio do povo de Deus. “[Jesus]

dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos,

cantar-te-ei louvores no meio da congregação.”

(Hb 2:12.)

b. Entre as nações. “Louvar-te-ei, Senhor,

entre os povos; cantar-te-ei entre as

nações.” (Sl 57:9.)

c. Em nossas camas. “Assim, eu te

bendirei enquanto viver... a minha boca te

louvará com alegres lábios, quando me

lembrar de ti na minha cama e meditar em

ti nas vigílias da noite.” (Sl 63:4-6.)

C. ADORAÇÃO

Assim como o louvor é uma expressão

de admiração e apreciação, a adoração é uma

expressão de amor e veneração. E possível

admirarmos alguém e apreciarmos o que esta

pessoa faz sem estarmos apaixonados por

48 Capítulo 17 – Adoração

ela. Semelhantemente, a adoração tem a ver

com o nosso amor pelo Senhor. Ela pode

ser expressa somente com a entrega de todo

o nosso coração e vida a Ele.

“... e que amá-lo de todo o coração, e de

todo o entendimento, e de toda a alma, e de

todas as forças e amar o próximo como a si

mesmo é mais do que todos os holocaustos

e sacrifícios.” (Mc 12:33.)

Os rituais e cerimoniais religiosos de Israel

no Antigo Testamento tornaram-se detestáveis

ao Senhor porque o coração deles

estava longe d’Ele (Is 1:10-15; 29:13).

Hoje em dia também Deus está interessado

na adoração genuína e sincera que procede

do coração. “Mas a hora vem, e agora

é, em que os verdadeiros adoradores adorarão

o Pai em espírito e em verdade, porque

o Pai procura a tais que assim o adorem.

Deus é Espírito, e importa que os que

o adoram o adorem em espírito e em verdade”

(Jo 4:23,24). Leia também os versículos

4-26.

1. Em espírito

O nosso espírito é chamado de “homem

interior” (Ef 3:16). A verdadeira adoração

acontece quando o homem interior, em resposta

aos estímulos do Espírito de Deus,

expressa amor e adoração a Deus. Isso pode

assumir a forma de palavras verbalizadas,

um cântico de amor ao Senhor, ou uma adoração

silenciosa.

A verdadeira adoração requer a ação do

Espírito Santo em nosso espírito. Assim

sendo, somente os que “nasceram do Espírito’’,

através da fé em Jesus Cristo, podem

de fato adorar a Deus (Jo 3:5-8).

2. Em verdade

Adorar a Deus em verdade significa

adorá-Lo assim como a Bíblia diz. Nadabe e

Abiú (filhos do Sumo Sacerdote) ofereceram

fogo estranho diante do Senhor e morreram

(Nm 3:4; 26:61).

Essa admoestação solene ilustra a necessidade

de estudarmos o plano de Deus

(o Tabernáculo de Moisés) para o ministério

sacerdotal.

Havia um sacrifício, purificação, unção

e uso de vestimentas adequadas antes da

adoração (Êx 30:17-38).

Apocalipse 1:5,6 diz que “... em seu

sangue nos lavou dos nossos pecados”

antes de sermos feitos “... sacerdotes para

Deus e seu Pai...”.

Um apóstolo/mestre dos Estados Unidos

estava treinando vários líderes sobre como

curar os enfermos e realizar milagres. Uma

profetiza lhe disse: “O Senhor lhe diz: ‘Como

você ousa ensinar os que estão impuros a fazerem

as Minhas obras? Pare com isto!’”

Havia muita preparação dos sacerdotes

antes que pudessem entrar no Lugar Santo

para adorarem ao Senhor. A negligência dos

passos delineados era perigosa. Precisamos

adorar em verdade – da maneira bíblica.

D. EXPRESSÕES DE LOUVOR E

ADORAÇÃO NAS ESCRITURAS

1. Com a boca:

a. Cantando (Sl 9:2,11)

b. Louvando (Sl 103:1)

c. Bradando (Sl 47:1)

2. Com as mãos:

a. Levantando-as (Sl 63:4)

b. Batendo palmas (Sl 47:1)

c. Com instrumentos musicais (Sl

150)

3. Com o corpo:

a. Ficando de pé (Sl 134:1)

b. Ajoelhando-se, prostrando-se (Sl

95:6)

c. Dançando e saltando de alegria (Sl

30:11)

“Ó SENHOR, quem é como tu entre os

deuses? Quem é como tu, glorificado em

santidade, terrível em feitos gloriosos, que

operas maravilhas? ... Cantai ao SENHOR,

porque gloriosamente triunfou...” (Êx

15:11,21.)

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 49

“Entre os deuses não há semelhante a

ti, Senhor... Porque tu és grande e operas

maravilhas; só tu és Deus... Louvar-te-ei,

Senhor, Deus meu, com todo o meu coração

e glorificarei o teu nome para sempre.”

(Sl 86:8,10,12.)

MEU COMPROMISSO

A coisa mais importante que sempre

poderei fazer nesta vida e na eternidade

é adorar a Deus. Determino-me hoje a

ser um verdadeiro adorador e a fazer da

adoração o meu supremo objetivo de vida.

Também ensinarei a alguém mais este

vital estilo de vida.

Capítulo 18

Oração

“Ele me invocará, e Eu lhe responderei...

e lhe mostrarei a minha salvação.”

(Sl 91:15,16.)

O tempo que passamos com o Senhor

em oração pode liberar um poder capaz

de transformar histórias, o poder mais

dinâmico que este mundo jamais conheceu.

A Bíblia descreve muitas e diferentes operações

da oração, mas nesta lição examinaremos

primeiramente a oração individual. A

nossa oração, quando estamos reunidos

como um Corpo, pode somente ser tão forte

quanto o nosso tempo pessoal com o

Senhor.

A. O LUGAR SECRETO

“Mas quando você orar, entre no seu

quarto mais privativo, e fechando a porta,

ore ao seu Pai, que está em oculto. E o seu

Pai, o Qual vê secretamente, o recompensará

abertamente.” (Mt 6:6 – Versão Amplificada.)

Fomos convidados para um momento

íntimo de oração por nenhum outro, senão

o Próprio Senhor. Esse tipo de oração “em

secreto” pressupõe e assegura:

1. As Motivações Corretas (Mt 6:5)

2. Um Correito Relacionamento

com Deus na Qualidade de Pai

(Lc 11:11-13)

3. Uma Verdadeira Confiança No

Senhor (SI 55:16,17)

4. Uma Renúncia de Hipocrisias

(Mc 7:6,7)

À medida que expressamos nossos sentimentos

e preocupações num diálogo com

Deus, podemos fazê-lo na forma de adoração

(SI 34:1-4), confissão (l Jo 1:9), pedidos

(Mt 7:7), ou ações de graças (Ef 5:4-20).

B. CINCO MANDAMENTOS

RELACIONADOS À ORAÇÃO

1. Vigiarmos e Orarmos Sempre

“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando,

para que sejais havidos por dignos de evitar

todas essas coisas que hão de acontecer

e de estar em pé diante do Filho do Homem.”

(Lc 21:36 – veja também Marcos

13:35-37.)

2. Orarmos Para Não Cairmos Em

Tentação

“Vigiai e orai, para que não entreis em

tentação; na verdade, o espírito está pronto,

mas a carne é fraca.” (Mt 26:41.)

3. Orarmos Pelos Obreiros

“E o anjo lhes disse: Não temais, porque

eis aqui vos trago novas de grande

alegria, que será para todo o povo.” (Lc

10:2.)

4. Orarmos Pelos que Estão em

Autoridade

“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que

se façam deprecações, orações, intercessões

e ações de graças por todos os homens,

pelos reis e por todos os que estão

50 Capítulo 18 – Oração

em eminência, para que tenhamos uma vida

quieta e sossegada, em toda a piedade e

honestidade.” (1 Tm 2:1,2.)

5. Orarmos Pelos Nosso Inimigos

“Bendizei os que vos maldizem e orai

pelos que vos caluniam.” (Lc 6:28.)

C. QUANDO DEVEMOS ORAR

A Bíblia nos dá muitos exemplos de pessoas

que oravam (1 Cr 4:10). Podemos observar

que muitos heróis da fé tinham tempos

regulares durante o dia que eram separados

especificamente para a oração – geralmente

três períodos determinados durante

o dia: de manhã, ao meio-dia e à noite.

“Mas eu invocarei a Deus, e o SENHOR

me salvará. De tarde, e de manhã, e ao

meio-dia, orarei; e clamarei, e ele ouvirá a

minha voz.” (Sl 55:16,17 – veja também

Daniel 6:10.)

O melhor exemplo de um padrão diário

de oração regular e feita com todo coração

– de uma oração que evitava rituais religiosos

sem significado – pode ser encontrado

no Próprio Senhor Jesus:

1. Cedo de Manhã (Mc 1:35)

2. Durante Toda a Noite (Lc 6:12)

3. Antes de Cada Refeição (Mc

6:41)

D. PELO QUE DEVEMOS ORAR

1. Por Nós Mesmos

“Porque Jabez invocou o Deus de Israel,

dizendo: Se me abençoares muitíssimo e

meus termos amplificares, e a tua mão for

comigo, e fizeres que do mal não seja aflito!…

E Deus lhe concedeu o que lhe tinha

pedido.” (1 Cr 4:10.)

2. Uns Pelos Outros

“Confessai as vossas culpas uns aos

outros e orai uns pelos outros...” (Tg 5:16.)

3. Pelos Ministérios do Corpo de

Cristo

“No demais, irmãos, rogai por nós,

para que a palavra do Senhor tenha livre

curso e seja glorificada, como também o é

entre vós.” (2 Ts 3:1.)

4. Pelos Enfermos e Atormentados

“Está alguém entre vós aflito? Ore... Está

alguém entre vós doente? Chame os presbíteros

da igreja, e orem sobre ele, ungindo-

o com azeite em nome do Senhor; e a

oração da fé salvará o doente, e o Senhor o

levantará... orai uns pelos outros, para que

sareis...’’ (Tg 5:14-16.)

5. Pelos que Estão Enredados Pelo

Pecado

“Se alguém vir seu irmão cometer pecado

que não é para morte, orará, e Deus

dará a vida...” (Jo 5:16.)

E. AJUDA NA ORAÇÃO

“E da mesma maneira também o Espírito

ajuda as nossas fraquezas; porque não

sabemos o que havemos de pedir como convém,

mas o mesmo Espírito intercede por

nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm

8:26.)

Uma parte do propósito do Espírito

Santo é ensinar-nos (Lc 12:12), guiar-nos

na oração (Rm 8:27), e ajudar-nos na nossa

fé (Ef 3:16,17).

Às vezes o Espírito Santo unge uma oração

do crente de uma maneira especial. Isto

é chamado de “oração no Espírito Santo”

(Jd 20; Ef 6:18).

Para nos ajudar na oração, o Espírito Santo

também forneceu um dom especial ao

crente:

O Dom de Línguas – falarmos numa outra

língua ao Senhor em oração. Veja l Coríntios

12:4-11.

“... a oração dos retos é o seu contentamento...

mas escutará a oração dos justos.”

(Pv 15:8,29.)

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 51

F. COMPANHEIRO DE JUGO

Duas pessoas que se unem em oração

fornecem algumas vantagens tremendas:

“Também vos digo que, se dois de vós

concordarem na terra acerca de qualquer

coisa que pedirem, isso lhes será feito por

meu Pai, que está nos céus.” (Mt 18:19.)

G. ORAÇÃO DA IGREJA

Se há um tremendo poder quando duas

pessoas oram, o que dizermos então quando

ora toda a assembléia do povo de Deus?

Veja Atos 4:24.

Hoje Deus está chamando o Seu povo à

oração! A missão da Igreja é transformar

vidas individuais, famílias, comunidades,

cidades e nações através da oração!

MEU COMPROMISSO

Através deste estudo compreendo as

maravilhosas oportunidades da oração

– não somente no meu relacionamento

com Deus, mas também nos resultados

sobrenaturais que se seguem. Comprometo-

me a fazer da oração uma prioridade

em minha vida.

Capítulo 19

Céu

“... Deus está nos céus, e tu estás sobre

a terra... mas tu, teme a Deus.” (Ec 5:2,7.)

A. O QUE É O CÉU?

1. O Céu é a Habitação de Deus

“Porventura, Deus não está na altura

dos céus? Olha para a altura das estrelas;

quão elevadas estão!” (Jó 22:12 – veja também

Deuteronômio 26:15.)

2. O Céu é a Sala do Trono de Deus

“O SENHOR tem estabelecido o seu trono

nos céus, e o seu reino domina sobre

tudo.” (Sl 103:19 – veja também Isaías

66:1.)

3. O Céu é o Lugar da Plena Glória

de Deus

“Eu continuei olhando, até que foram

postos uns tronos, e um ancião de dias se

assentou; a sua veste era branca como a

neve, e o cabelo da sua cabeça, como a

limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as

rodas dele, fogo ardente. Um rio de fogo

manava e saía de diante dele...” (Dn 7:9,10

– veja também Atos 7:55.)

4. O Céu é o Lar dos Justos

(Crentes) que Morreram

“Geralmente, se ouve que há entre

vós fornicação e fornicação tal, qual nem

ainda entre os gentios, como é haver

quem abuse da mulher de seu pai.” (1

Co 5:1.)

5. O Céu é o Lar Futuro de Todos os

Crentes

“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui

uma multidão, a qual ninguém podia contar,

de todas as nações, e tribos, e povos, e

línguas, que estavam diante do trono e perante

o Cordeiro, trajando vestes brancas

e com palmas nas suas mãos; e clamavam

com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso

Deus, que está assentado no trono...”

(Ap 7:9,10.)

B. A NATUREZA DO CÉU

O Céu é um lugar que vai além de qualquer

coisa que possamos imaginar (1 Co

2:9; 13:12).

O Céu é infinito, um lugar de santidade,

e repleto de glória.

Mas ainda que a Bíblia não descreva todos

os detalhes de como é o Céu, ela nos dá

de fato alguns indícios com relação à sua

natureza. O Céu é:

1. Um Lugar de Grande Glória

“Então, os justos resplandecerão

como o sol, no Reino de seu Pai...” (Mt

13:43.)

52 Capítulo 19 – Céu

2. Um Lugar de Adoração Contínua

“E, depois destas coisas, ouvi no céu como

que uma grande voz de uma grande multidão,

que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e

honra, e poder pertencem ao Senhor, nosso

Deus... E ouvi como que a voz de uma grande

multidão, e como que a voz de muitas

águas, e como que a voz de grandes trovões,

que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor,

Deus Todo-poderoso, reina.” (Ap 19:1-6 –

veja também Apocalipse 5:11,12.)

3. Um Lugar que Nunca se Acabará

“Porque assim vos será amplamente

concedida a entrada no Reino eterno de

nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2

Pe 1:11 – veja também 1 Pedro 1:4.

4. Um Lugar Incontaminado Pelo

Mal

“E não entrará nela coisa alguma que

contamine e cometa abominação e mentira,

mas só os que estão inscritos no livro da

vida do Cordeiro.” (Ap 21:27 – veja também

Efésios 5:5.)

O Livro do Apocalipse descreve a Nova

Jerusalém, vinda do Céu, como um lugar sem:

a. Noite (22:5)

b. Maldições (22:3)

c. Dor (21:4)

d. Choro, ou tristezas (21:4)

e. Morte (21:4)

Isso é assim porque a natureza do Céu é

um produto da natureza de Deus. Já que o

Céu é a plena manifestação da Sua presença, o

que Deus é, assim também é o Céu – um lugar

de santidade, repleto de glória e sem fim.

C. A NOSSA LIGAÇÃO COM O CÉU

Como crentes, agora vivemos nossa vida

num relacionamento especial com o Céu

porque:

1. Pertencemos ao Céu

“Mas chegastes... à Jerusalém celestial,

e aos muitos milhares de anjos, à

universal assembléia e igreja dos primogênitos,

que estão inscritos nos céus...”

(Hb 12:22,23 – veja também Filipenses

3:20.)

2. Estamos Entronizados Lá

“... e nos ressuscitou juntamente com

ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais,

em Cristo Jesus.” (Ef 2:6.)

3. Temos a Nossa Fonte de Vida Lá

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor

Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas

as bênçãos espirituais nos lugares celestiais

em Cristo.” (Ef 1:3 – veja também

Colossenses 3:1-4.)

4. Temos os Nossos Nomes

Registrados Lá

“Mas não vos alegreis porque se vos

sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por

estar o vosso nome escrito nos céus.” (Lc

10:20 – veja também Hebreus 12:23.)

5. Fomos Enviados por Aquele que

Habita Lá

“Não são do mundo, como eu do mundo

não sou... Assim como tu me enviaste ao

mundo, também eu os enviei ao mundo.”

(Jo 17:16,18 – veja também 2 Coríntios

5:20.)

6. Temos os Nossos Olhos Fixos Lá

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno

de glória mui excelente, não atentando nós

nas coisas que se vêem, mas nas que se não

vêem; porque as que se vêem são temporais,

e as que se não vêem são eternas.” (2

Co 4:17,18 – veja também Hebreus 11:9,

10, 14-16.)

7. Temos o Nosso Tesouro Lá

“... nos gerou de novo para uma viva

esperança... para uma herança incorruptível,

incontaminável e que se não pode

murchar, guardada nos céus para vós.”

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 53

(1 Pe 1:3,4 – veja também Mateus 6:19-

21.)

8. Estamos Sendo Chamados Para

“... mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-

me das coisas que atrás ficam e avançando

para as que estão diante de mim,

prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana

vocação de Deus em Cristo Jesus.”

(Fp 3:13,14.)

O Próprio Jesus, antes de retornar ao

Céu, fez uma promessa muito especial a

todos os crentes:

“Não se turbe o vosso coração; credes

em Deus, crede também em mim. Na casa

de meu Pai há muitas moradas; se não fosse

assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-

vos lugar. E, se eu for e vos preparar

lugar, virei outra vez e vos levarei para

mim mesmo, para que, onde eu estiver,

estejais vós também.” (Jo 14:1-3 – veja também

João 17:24.)

MEU COMPROMISSO

Decido hoje colocar meus pensamentos

nas coisas do Céu, e não nas coisas

desta terra. Compreendo que a minha

vida na terra é apenas temporária. Assim

sendo viverei de acordo com as prioridades

estabelecidas por essa verdade. Compartilharei

com outros as boas novas sobre

este maravilhoso lar eterno que Jesus

oferece a todos os que crêem n’Ele.

Capítulo 20

Quando Jesus Voltar – A

Segunda Vinda

“Porque, todas as vezes que comerdes

este pão e beberdes este cálice, anunciais a

morte do Senhor, até que venha.” (1 Co 1:26.)

A. A PROMESSA DA SUA VOLTA

A Segunda Vinda do Senhor Jesus à terra

é um dos assuntos mais importantes para

o cristão. Os escritores do Novo Testamento

falaram sobre isto mais de 300 vezes

e a expressão mais usada foi quase sempre

imperativa. A primeira coisa que precisamos

saber sobre a Segunda Vinda é que

ela é certa!

1. Jesus Falou Sobre a Sua Própria

Volta

“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho

do Homem; e todas as tribos da terra

se lamentarão e verão o Filho do Homem

vindo sobre as nuvens do céu, com poder e

grande glória.” (Mt 24:30 – veja também

João 14:2,3.)

2. Anjos a Predisseram

“E, estando com os olhos fitos no céu,

enquanto ele subia, eis que junto deles se

puseram dois varões vestidos de branco,

os quais lhes disseram: Varões galileus, por

que estais olhando para o céu? Esse Jesus,

que dentre vós foi recebido em cima no céu,

há de vir assim como para o céu o vistes

ir.” (At 1:10,11.)

3. Os Primeiros Cristãos

Encorajavam-se

Mutuamente com Ela

“Porque o mesmo Senhor descerá do

céu com alarido, e com voz de arcanjo, e

com a trombeta de Deus; e os que morreram

em Cristo ressuscitarão primeiro; depois,

nós, os que ficarmos vivos, seremos

arrebatados juntamente com eles nas nuvens,

a encontrar o Senhor nos ares, e assim

estaremos sempre com o Senhor. Portanto,

consolai-vos uns aos outros com estas

palavras.” (1 Ts 4:16-18 – veja também

Apocalipse 1:7.)

4. O Espírito Santo Dá Testemunho

Dela

“Ora, quem para isso mesmo nos preparou

foi Deus, o qual nos deu também o

penhor do Espírito.” (2 Co 5:5.)

“Sede, pois, irmãos, pacientes até a

54 Capítulo 20 – Quando Jesus Voltar – a Segunda Vinda

vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera

o precioso fruto da terra, aguardando-

o com paciência, até que receba a

chuva temporã e serôdia. Sede vós também

pacientes, fortalecei o vosso coração,

porque já a vinda do Senhor está

próxima.” (Tg 5:7,8 – veja também

Hebreus 10:37.)

B. COMO JESUS VOLTARÁ?

1. Inesperadamente

“Mas, irmãos, acerca dos tempos e

das estações, não necessitais de que se

vos escreva; porque vós mesmos sabeis

muito bem que o Dia do Senhor virá

como o ladrão de noite. Pois que, quando

disserem: Há paz e segurança, então,

lhes sobrevirá repentina destruição,

como as dores de parto àquela que está

grávida; e de modo nenhum escaparão.”

(1 Ts 5:1-3 – leia também os versículos

4-11.)

2. Como o Relâmpago

“Porque, assim como o relâmpago sai

do oriente e se mostra até ao ocidente, assim

será também a vinda do Filho do Homem.”

(Mt 24:27 – veja Lucas 17:24.)

3. Da Mesma Maneira Como Ele

Partiu

“... Esse Jesus, que dentre vós foi recebido

em cima no céu, há de vir assim como

para o céu o vistes ir.” (At 1:10,11.)

4. Com Grande Poder e Glória

“E, então, verão vir o Filho do Homem

numa nuvem, com poder e grande glória.”

(Lc 21:27.)

5. Com Ampla Visão de Todos

“Eis que vem com as nuvens, e todo

olho o verá, até os mesmos que o traspassaram;

e todas as tribos da terra se

lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap

1:7.)

C. EVENTOS DRAMÁTICOS QUE

OCORRERÃO

1. O Mistério das Eras Será

Completado

“... não haveria mais demora; mas nos

dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a

sua trombeta, se cumprirá o segredo de

Deus, como anunciou aos profetas, seus

servos.” (Ap 10:6,7 – veja também Romanos

16:25,26.)

2. O Povo de Deus Entrará em Sua

Plena Glória

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde

também esperamos o Salvador, o Senhor

Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo

abatido, para ser conforme o seu corpo

glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar

também a si todas as coisas.” (Fp

3:20,21. – veja também 1 Coríntios 15:35-

53.)

3. Os Mortos em Cristo Serão

Ressuscitados

“Sabendo que o que ressuscitou o Senhor

Jesus nos ressuscitará também por

Jesus e nos apresentará convosco.” (2 Co

4:14 – veja também João 6:40; 11:25.)

4. Os Crentes que Ainda Estiverem

Vivos Serão Arrebatados Para

Encontrar-se com Ele

“E ele enviará os seus anjos com rijo clamor

de trombeta, os quais ajuntarão os seus

escolhidos desde os quatro ventos, de uma à

outra extremidade dos céus.” (Mt 24:31.)

5. A Criação Será Liberta da Sua

Escravidão

“Porque a ardente expectação da criatura

espera a manifestação dos filhos de Deus.

Porque a criação ficou sujeita à vaidade,

não por sua vontade, mas por causa do que

a sujeitou, na esperança de que também a

mesma criatura será libertada da servidão

da corrupção, para a liberdade da glória

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 55

dos filhos de Deus.” (Rm 8:19-21 – leia também

o versículo 22 e Isaías 35:1-7.)

6. Todos os Inimigos Serão

Destruídos

“Depois, virá o fim, quando tiver entregado

o Reino a Deus, ao Pai, e quando

houver aniquilado todo império e toda

potestade e força. Porque convém que reine

até que haja posto a todos os inimigos

debaixo de seus pés.” (1 Co 15:24,25 – veja

também 2 Tessalonicenses 1:7-10; 2-8.)

7. Satanás Será Amarrado

“E vi descer do céu um anjo que tinha a

chave do abismo e uma grande cadeia na

sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga

serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-

o por mil anos.” (Ap 20:1,2 – leia também

os versículos 3,7-10.)

8. O Julgamento Será Distribuído

por Cada Quinhão

“... se, de fato, é justo diante de Deus que

dê em paga tribulação aos que vos atribulam

e a vós, que sois atribulados, descanso

conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus

desde o céu, com os anjos do seu poder,

como labareda de fogo, tomando vingança

dos que não conhecem a Deus e dos que não

obedecem ao evangelho de nosso Senhor

Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão

eterna perdição, ante a face do Senhor e

a glória do seu poder.” (2 Ts l :6-9.)

9. Um Reino Será Estabelecido e

Nunca Será Destruído

“Mas, nos dias desses reis, o Deus do

céu levantará um reino que não será jamais

destruído; e esse reino não passará a outro

povo; esmiuçará e consumirá todos esses

reinos e será estabelecido para sempre.” (Dn

2:44 – veja também Apocalipse 19:15,16.)

MEU COMPROMISSO

A Segunda Vinda de Jesus é a minha

grande esperança para o futuro.

Contarei ao maior número possível

de pessoas sobre Jesus, meu Salvador,

antes que Ele volte novamente.

Estou comprometido com Ele e espero

com entusiasmo pelo dia da Sua

Vinda.

Capítulo 21

O Chamado de Deus

Deus tem um plano individual para a

vida de cada crente no Senhor Jesus Cristo.

O Seu chamado não somente envolve

um maravilhoso propósito para nós por

toda a eternidade, mas também temos uma

expressão deste chamado sobre a terra,

agora.

“... que nos salvou e chamou com uma

santa vocação... mas segundo o seu próprio

propósito e graça...” (2 Tm 1:9.)

“E, se nós somos filhos, somos, logo,

herdeiros também, herdeiros de Deus e

co-herdeiros de Cristo... E sabemos que

todas as coisas contribuem juntamente

para o bem daqueles que amam a Deus,

daqueles que são chamados por seu decreto.”

(Rm 8:17,28 – veja também os

versículos 29,30.)

A. DEUS NOS CHAMOU

1. Desde a Fundação do Mundo

“... como também nos elegeu nele antes

da fundação do mundo, para que fôssemos

santos e irrepreensíveis diante dele em caridade,

e nos predestinou para filhos de adoção

por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo

o beneplácito de sua vontade.” (Ef

1:4,5 – veja também Efésios 2:10 e Mateus

25:34.)

2. Para que Fôssemos Separados

Para Ele

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio

real, a nação santa, o povo adquirido,

para que anuncieis as virtudes daquele

que vos chamou das trevas para a sua ma56

Capítulo 21 – O Chamado de Deus

ravilhosa luz.” (1 Pe 2:9 – veja também

Romanos 9:23-26.)

3. Para Cumprirmos o Seu

Propósito

“Portanto, não te envergonhes do testemunho

de nosso Senhor, nem de mim, que

sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições

do evangelho, segundo o poder de Deus,

que nos salvou e chamou com uma santa

vocação; não segundo as nossas obras, mas

segundo o seu próprio propósito e graça

que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos

tempos dos séculos.” (2 Tm 1:8,9 – veja

também Romanos 8:28, Filipenses 3:14.)

B. O NOSSO CHAMADO NA TERRA

“Paulo, um servo [escravo] de Jesus

Cristo, chamado para apóstolo, separado

para o evangelho de Deus.” (Rm 1:10.)

Ao descrever o seu próprio ministério,

o Apóstolo Paulo nos dá o exemplo do chamado

que está sobre todos os crentes. Ele

tem três aspectos:

1. O Chamado Geral –

“Um Escravo de Cristo”

Jesus pagou um alto preço por nós: a

Sua Própria vida.

“Porque o que é chamado pelo Senhor,

sendo servo, é liberto do Senhor; e, da mesma

maneira, também o que é chamado, sendo

livre, servo é de Cristo. Fostes comprados

por bom preço...” (1 Co 7:22,23 – veja

também 1 Coríntios 6:19,20.)

Quando Paulo se denomina um escravo

de Jesus Cristo, ele está apontando para

um significado ainda mais profundo. De

acordo com os costumes da sua época, se o

escravo estava se aproximando da época em

que poderia ser liberto, mas devido a um

amor pelo seu mestre escolhesse não aceitar

a sua liberdade, ele então recebia uma

marca, através de um furo em sua orelha.

Este era o sinal de que ele era um “escravo

de amor” ao seu mestre durante toda a sua

vida (Êx 21:5,6; Dt 15:16,17). O Apóstolo

Paulo, por escolha própria, declarou-se um

escravo de amor pelo Senhor Jesus.

2. O Chamado Especial –

“Chamado Para Ser um

Apóstolo”

Assim como o Apóstolo Paulo tinha um

chamado especial, todos os crentes também

têm um chamado especial. Paulo foi chamado

para ser um apóstolo, mas há muitos diferentes

chamados no Corpo de Cristo. Veja Romanos

12:3-8; Efésios 4:7-16. O papel especial

que Deus tem para cumprirmos é revelado

à medida que buscamos fervorosamente a

Sua vontade.

3. O Chamado Específico –

“Separado Para o Evangelho”

Dentro de cada chamado especial há um

chamado específico. Por exemplo, tanto

Pedro quanto Paulo eram apóstolos, mas

um deles foi o apóstolo aos judeus e o outro

aos gentios. Veja Romanos 11:13 ; 1 Timóteo

2:7; l Coríntios 12:4-11.

Passamos para o nosso chamado especial

e específico somente à medida que somos

aprovados como “escravos de amor”,

pois precisamos primeiramente aprender a

estarmos totalmente sob a autoridade de

Cristo antes que possamos ser enviados

por Ele. Veja Mateus 28:18, 19.

C. POR QUE ELE NOS CHAMA?

1. Porque o Mundo se Encontra nas

Trevas

“Sabemos que somos de Deus e que todo

o mundo está no maligno.” (1 Jo 5:19 –

veja também Efésios 6:12 e Colossenses

1:13.)

2. Porque as Pessoas Estão

Famintas e Necessitadas

“E, vendo a multidão, teve grande compaixão

deles, porque andavam desgarrados

e errantes como ovelhas que não têm

pastor.” (Mt 9:36.)

MANUAL PARA NOVOS CONVERTIDOS 57

3. Para Provar a Sua Sabedoria

“Para que, agora, pela igreja, a multiforme

sabedoria de Deus seja conhecida

dos principados e potestades nos céus, segundo

o eterno propósito que fez em Cristo

Jesus, nosso Senhor.” (Ef 3:10,11.)

4. Porque o Tempo é Curto

“Não dizeis vós que ainda há quatro

meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos

digo: levantai os vossos olhos e vede as

terras, que já estão brancas para a ceifa.”

(Jo 4:35 – veja também João 9:4.)

D. O QUE ACONTECE QUANDO

SOMOS CHAMADOS?

1. Somos Preparados por Ele

“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos

farei pescadores de homens.” (Mt 4:19 –

veja também Jeremias 18:1-10.)

2. Somos Ensinados por Ele

“Mas aquele Consolador, o Espírito

Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos

ensinará todas as coisas e vos fará lembrar

de tudo quanto vos tenho dito.” (Jo

14:26 – veja 1 Coríntios 2:12; l João 2:27.)

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

3. Somos Enviados por Ele

“Assim como tu me enviaste ao mundo,

também eu os enviei ao mundo.” (Jo 17:18

– veja também Marcos 16:15.)

Quando Deus chama, Ele vem e interrompe

a nossa vida. Alguns exemplos bíblicos

disto são:

Moisés (um pastor no deserto): “Vá –

liberte o Meu povo” (Êx 3:1-12).

Samuel (um menino servindo no templo):

“Acorde – fale por Mim” (l Sm 3:1-19).

Ezequiel (um prisioneiro numa terra estranha):

“Levante-se — Eu o estou enviando”

(Ez 2: l -7).

Os discípulos (negociantes, pescadores):

“Venham, sigam-Me” (Lc 5:27,28; Mt

4:18-22).

Saulo (um inimigo da Igreja): “Vá, Eu lhe

direi o que você precisa fazer” (At 9:1-9).

MEU COMPROMISSO

Percebo agora que Deus sempre teve

um plano para a minha vida, até mesmo

antes da fundação do mundo. Comprometo-

me agora por completo a este plano

e seguirei ao Senhor totalmente.

Também ensinarei aos outros sobre o

chamado de Deus para suas vidas.

CONCORDÂNCIA TEMÁTICA

ÍNDICE

A. A BÍBLIA – A INERRANTE, INFALÍVEL E INSPIRADA PALAVRA DE DEUS. 63

Al - A própria Bíblia declara ser a Palavra de Deus .............................................. 63

A2 - A Bíblia está isenta de erros (Inerrante) ......................................................... 63

A3 - A Bíblia não comete erros em nenhum assunto (Infalível) .......................... 63

A4 - As palavras da Bíblia vieram de Deus através de pessoas escolhidas

(Inspiradas) ........................................................................................................ 64

A5 - Por que deveríamos estudar e obedecer os ensinamentos da Bíblia? ........... 64

A6 - Como aprendemos o que a Bíblia ensina? ...................................................... 65

B. DEUS PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO .................................................... 67

B1 - Como podemos aprender sobre Deus? ............................................................ 67

B2 - Como Deus se revela ao homem? ................................................................... 68

B3 - Os nomes de Deus revelam o Seu caráter ....................................................... 70

B4 - Natureza de Deus ............................................................................................... 71

B5 - Caráter de Deus ................................................................................................. 72

B6 - O que Deus faz? ................................................................................................. 74

B7 - Paternidade de Deus .......................................................................................... 75

B8 - Divindade de Jesus Cristo ................................................................................. 77

B9 - Jesus faz a obras que somente Deus pode fazer .............................................. 78

B10 - Jesus é tudo o que Deus é .................................................................................. 79

B11 - Jesus – totalmente humano e totalmente divino .......................................... 80

B12 - O Espírito Santo é Deus ................................................................................... 80

B13 - Obra do Espírito Santo ..................................................................................... 81

C. SERES ESPIRITUAIS ................................................................................................. 84

Cl - Anjos – mensageiros de Deus .......................................................................... 84

C2 - Demônios – anjos de Satanás .......................................................................... 86

C3 - Satanás – nomes e história ............................................................................... 86

C4 - Satanás – poder e obras .................................................................................... 88

C5 - Demônios e Demonologia ............................................................................... 89

C6 - Malfeitores e Feiticeiros .................................................................................. 91

D. PECADO/HOMEM .................................................................................................... 93

D1 - Natureza do pecado ........................................................................................... 93

D2 - O pecado e a lei ................................................................................................. 95

D3 - Pecado, tribulações e tentações ....................................................................... 96

D4 - Criação do homem ............................................................................................ 97

D5 - Condições das pessoas não-redimidas e caídas ............................................... 98

D6 - O Homem redimido e o reino de Deus ......................................................... 100

E. SALVAÇÃO (REDENÇÃO) ................................................................................... 102

E1 - O sangue de Jesus (suficiente para uma total redenção) ............................. 102

E2 - Meio de salvação ............................................................................................. 103

E3 - Chamado – presciência – predestinação ...................................................... 104

E4 - Arrependimento .............................................................................................. 106

E5 - Fé salvadora ..................................................................................................... 107

E6 - Regeneração (nascidos de Deus) .................................................................... 109

CONCORDÂNCIA TEMÁTICA

E7 - Justificação ...................................................................................................... 111

E8 - Adoção ............................................................................................................. 112

E9 - Batismo no Espírito Santo ............................................................................. 112

E10 - Perseverança ................................................................................................... 115

E11 - Santificação – santidade ................................................................................. 117

E12 - Glorificação ..................................................................................................... 118

F. IGREJA ....................................................................................................................... 120

F1 - Igreja – introdução .......................................................................................... 120

F2 - A missão da igreja ............................................................................................ 122

F3 - Evangelho – as boas novas ............................................................................ 124

F4 - O evangelho conforme esboçado em Romanos .......................................... 126

F5 - O evangelho conforme esboçado em Efésios, Filipenses & Colossenses . 127

F6 - Falsos evangelhos ............................................................................................ 128

F7 - Governo da Igreja ............................................................................................ 129

F8 - Correção e perdão ........................................................................................... 130

F9 - Pessoas dotadas na igreja universal ............................................................... 132

F10- Dons espirituais no corpo de Cristo .............................................................. 134

F11- Dons espirituais nas reuniões de igreja ......................................................... 135

F12- Crescimento espiritual .................................................................................... 136

G. CRESCENDO EM CRISTO ................................................................................... 138

G1 - Frutos do Espírito ........................................................................................... 138

G2 - Batismo na água .............................................................................................. 141

G3 - Ceia do Senhor – comunhão – partir do pão ............................................... 143

G4 - Louvor e adoração .......................................................................................... 145

G5 - Falsa adoração ................................................................................................. 146

G6 - Oração .............................................................................................................. 148

G7 - Jejum ................................................................................................................. 150

G8 - Doações – dízimos e ofertas .......................................................................... 152

G9 - O Casamento e a família ................................................................................ 153

H. MORTE & FINAL DOS TEMPOS ......................................................................... 158

H1 - Morte física e o estado dos mortos ............................................................... 158

H2 - Segunda vinda (advento) de Jesus .................................................................. 159

H3 - Ressurreição dos mortos e juízo final ........................................................... 161

H4 - Céu e inferno – destinos finais ...................................................................... 162

I. OUTROS TEMAS DE IMPORTÂNCIA............................................................... 163

I1 - Os Dez mandamentos ..................................................................................... 163

I2 - Cura divina do corpo ...................................................................................... 164

I3 - Maria – mãe de Jesus ...................................................................................... 165

I4 - Nome de Jesus .................................................................................................. 166

Dos Livros da Bíblia CONCORDÂNCIATEMÁTICA / 61

ABREVIAÇÕES DOS LIVROS DA BÍBLIA

As seguintes abreviações são encontradas na Concordância Temática.

NA ORDEM DA BÍBLIA

***VELHO TESTAMENTO***

Gn ......................... Gênesis

Êx .......................... Êxodo

Lv ....................... Levítico

Nm ..................... Números

Dt .............. Deuteronômio

Js .............................. Josué

Jz ............................. Juízes

Rt .............................. Rute

1 Sm ................... 1 Samuel

2 Sm ................... 2 Samuel

1 Rs ......................... 1 Reis

2 Rs ......................... 2 Reis

1 Cr ................. 1 Crônicas

2 Cr ................. 2 Crônicas

Ed ........................... Esdras

Ne ....................... Neemias

Et ............................. Ester

Jó ................................... Jó

Sl ........................... Salmos

Pv ................... Provérbios

Ec .................... Eclesiastes

Ct ........................ Cantares

Is .............................. Isaías

Jr ......................... Jeremias

Lm .............. Lamentações

Ez ........................ Ezequiel

Dn .......................... Daniel

Os ........................... Oséias

Jl ................................ Joel

Am .......................... Amós

Ob ........................ Obadias

Jn .............................. Jonas

Mq ....................... Miquéias

Na ........................... Naum

Hc .................... Habacuque

Sf ......................... Sofonias

Ag ............................. Ageu

Zc ........................ Zacarias

Ml ..................... Malaquias

***NOVO TESTAMENTO***

Mt ........................ Mateus

Mc ........................ Marcos

Lc ............................ Lucas

Jo ............................... João

At ............................. Atos

Rm .................... Romanos

1 Co ............... 1 Coríntios

2 Co ............... 2 Coríntios

Gl .......................... Gálatas

Ef ......................... Efésios

Fp ..................... Filipenses

Cl ................... Colossenses

1 Ts ...... 1 Tessalonicenses

2 Ts ...... 2 Tessalonicenses

1 Tm .............. 1 Timóteo

2 Tm .............. 2 Timóteo

T t .............................. Tito

Fm ....................... Filemon

Hb ....................... Hebreus

Tg .......................... Tiago

1 Pe ..................... 1 Pedro

2 Pe ..................... 2 Pedro

1 Jo ....................... 1 João

2 Jo ....................... 2 João

3 Jo ....................... 3 João

Jd .............................. Judas

Ap .................. Apocalipse

1 Co ................ 1 Coríntios

1 Cr .................. 1 Crônicas

1 Jo ......................... 1 João

1 Rs ......................... 1 Reis

1 Pe ....................... 1 Pedro

1 Sm .................... 1 Samuel

1 Ts ....... 1 Tessalonicenses

1 Tm ................ 1 Timóteo

2 Co ................ 2 Coríntios

2 Cr .................. 2 Crônicas

2 Jo ......................... 2 João

2 Rs ......................... 2 Reis

2 Pe ....................... 2 Pedro

2 Sm .................... 2 Samuel

2 Ts ....... 2 Tessalonicenses

2 Tm ................ 2 Timóteo

3 Jo ......................... 3 João

Ag ............................. Ageu

Am ........................... Amós

Ap ................... Apocalipse

At ..............................Atos

Ct .... Cantares de Salomão

Cl .................. Colossenses

Dn ........................... Daniel

Dt .............. Deuteronômio

Ec .................... Eclesiastes

Ef .......................... Efésios

Ed ........................... Esdras

Et ............................. Ester

Êx ........................... Êxodo

Ez ........................ Ezequiel

Fl ........................ Filemon

Fp ...................... Filipenses

Gl .......................... Gálatas

Gn ......................... Gênesis

Hc .................... Habacuque

Hb ......................... Hebreus

Is ............................ Isaías

Jr ........................ Jeremias

Jó .................................. Jó

Jo .............................. João

Jl ............................... Joel

Jn ............................ Jonas

Js ............................. Josué

Jd ............................. Judas

Jz ............................ Juízes

Lm ............... Lamentações

Lv ........................ Levítico

Lc ............................ Lucas

Ml ......................Malaquias

Mc ......................... Marcos

Mt .......................... Mateus

Mq ....................... Miquéias

Na ............................ Naum

Ne ........................ Neemias

Nm ...................... Números

Ob ......................... Obadias

Os ........................... Oséias

Pv .................... Provérbios

Rm ..................... Romanos

Rt .............................. Rute

Sl .......................... Salmos

Sf ........................ Sofonias

Tg ............................ Tiago

T t .............................. Tito

Zc ........................ Zacarias

EM ORDEM ALFABÉTICA

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

Seção A - A Bíblia CONCORDÂNCIA TEMÁTICA - 63

A. A Bíblia

A Inerrante, a Infalível e Inspirada Palavra de Deus

Índice Desta Seção

A1. A PRÓPRIA BÍBLIA DECLARA SER A PALAVRA DE DEUS

A2. A BÍBLIA ESTÁ ISENTA DE ERROS (INERRANTE)

A3. A BÍBLIA NÃO COMETE ERROS EM NENHUM ASSUNTO (INFALÍVEL)

A4. AS PALAVRAS DA BÍBLIA VIERAM DE DEUS ATRAVÉS DE PESSOAS

ESCOLHIDAS (INSPIRADAS)

A5. POR QUE DEVERÍAMOS ESTUDAR E OBEDECER OS ENSINAMENTOS

DA BÍBLIA?

A6. COMO APRENDEMOS O QUE A BÍBLIA ENSINA?

1. A PRÓPRIA BÍBLIA DECLARA SER A PALAVRA DE DEUS

a) “TODA A ESCRITURA É DADA POR INSPIRAÇÃO DE DEUS” (2 Tm 3:16)

– “Toda a Escritura” refere-se à Palavra escrita.

– “Toda a Escritura” refere-se a toda a Bíblia (Antigo e Novo Testamentos).

– Jesus aceitou o Antigo Testamento como sendo Escritura (Lc 24:27,44,45; Jo

5:39,46,47).

– Pedro disse que as Epístolas de Paulo eram Escritura (2 Pe 3:15,16).

– Pelo fato de a Bíblia ser a Palavra de Deus escrita, o julgamento de Deus virá a

qualquer um que ousar acrescentar ou subtrair das “palavras... desta profecia” (Ap

22:18,19).

2. A BÍBLIA ESTÁ ISENTA DE ERROS (INERRANTE)

a) O ESPÍRITO DE DEUS GUIOU OS “HOMENS SANTOS DE DEUS” (2 Pe 1:21) de

forma que as palavras que escreveram (que foram preservadas na Bíblia) pudessem ser

mantidas sem erros. O Espírito de Deus, através de uma superintendência sobrenatural,

guiou estes escritos específicos para que pudessem

– dizer o que Deus desejava que fosse dito.

– ser escritos sem erros nas cópias originais.

b) AS PALAVRAS BÍBLICAS SÃO PROTEGIDAS DE ERROS POR DEUS “Eu, o Senhor,

a guardo, a rego a cada momento; para que ninguém lhe faça dano, guardoa

noite e dia” (Is 27:3).

“A grama se seca, a flor murcha; mas a Palavra do nosso Deus permanece para

sempre” (Is 40:8; Mt 24:35).

c) O ANTIGO TESTAMENTO FOI RECEBIDO COMO SENDO PROVENIENTE DE

DEUS, E PORTANTO INERRANTE (Js 1:8; 2 Rs 22:8,11,13).

d) SEM EXCEÇÕES, NENHUM ERRO PODE SER ENCONTRADO NAS ESCRITURAS

Cristo disse: “A Escritura não pode ser quebrada” (Jo 10:35).

– Ele pregou a inerrância, até mesmo com relação aos próprios traços das letras e

acentuações que formavam os caracteres alfabéticos no hebraico, aramaico e grego.

Essas foram as línguas em que a Bíblia foi originalmente escrita. “Nem um jota (a

menor letra hebraica) nem um til (a menor acentuação sobre as letras) de maneira

nenhuma se omitirá da lei até que tudo seja cumprido” (Mt 5:18).

3. A BÍBLIA NÃO COMETE ERROS EM NENHUM ASSUNTO (INFALÍVEL)

a) JESUS CERTIFICOU QUE O ANTIGO TESTAMENTO TINHA UMA EXATIDÃO

ABSOLUTA

64 - CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção A - A Bíblia

Citando as histórias milagrosas do A.T. Jesus certificou que elas eram verdadeiras,

exatas, inerrantes e, portanto, infalíveis. A seguir damos alguns exemplos:

– Aceitou Gênesis como sendo uma narrativa factual da Criação (Mt 19:4)

– Adão e Eva (Mt 19:4-6; Gn 1:26,27; 2:7,18)

– Caim e Abel (Mt 23:35; Hb 11:4; Gn 4:1-15)

– Satanás (Lc 11:18; Ez 28:11-19)

– Noé (Mt 24:37,38; Gn 6:1-14)

– Jonas (Mt 12:39,40; Jo 1:7)

– Esposa de Ló (Lc 17:32; Gn 19:26) Jesus considerou a Bíblia como sendo a Palavra

de Deus, verdadeira em todas as suas palavras e inteiramente digna de confiança,

b) CRISTO E OS APÓSTOLOS ACEITARAM O ANTIGO TESTAMENTO COMO SENDO

INFALÍVEL

Os teólogos de hoje em dia lançaram dúvidas sobre os seguintes livros. Eis aqui a sua

defesa contra esses inimigos da Bíblia:

– Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio – Esses livros foram escritos

por Moisés. Jesus os validou. Veja João 5:46,47.

– Deuteronômio, o livro mais atacado – Em Mt 4:4,7,10, Cristo derrotou a Satanás,

citando Deuteronômio 6:16 e 10:20.

> Será que Jesus teria usado as palavras destes livros caso não fossem “...a Espada

do Espírito... a Palavra de Deus” (Ef 6:17)?

> Não! Ele não teria usado! Esses livros são a Palavra de Deus.

– Isaías – mencionado no Novo Testamento vinte e uma vezes. Compare alguns

exemplos: Mt 15:7-9 e Is 29:13; Mt 3:3 e Is 40:3; At 8:28-33 e Is 53:7,8.

– Estas três citações são provenientes das três diferentes seções de Isaías.

– O Novo Testamento confirma a unidade do Livro de Isaías e que ele é obra de um só

profeta.

– Daniel – Jesus cita Daniel como sendo um profeta que prediz o futuro, inspirado por

Deus (Mt 24:15; Mc 13:14).

– Jonas – Jesus validou o Livro de Jonas em Mt 12:40,41.

4. AS PALAVRAS DA BÍBLIA VIERAM DE DEUS ATRAVÉS DE PESSOAS ESCOLHIDAS

(INSPIRADAS)

a) “TODA A ESCRITURA É DADA POR INSPIRAÇÃO DE DEUS...” (2 Tm 3:16)

“Por inspiração de Deus,” theopneustos em grego, significa literalmente “Proferido

por Deus”. O autor da Bíblia é o Próprio Deus. Ele “inspirou” as palavras através das

bocas e dos escritos dos homens santos (2 Pe 1:21).

b) DAVI AFIRMOU QUE OS SEUS ESCRITOS VIERAM PELA INSPIRAÇÃO DO ESPÍ-

RITO.

Davi escreveu a maioria dos Salmos. Ele disse: “O Espírito do Senhor falou através de

mim...” (2 Sm 23:2. Veja também l Cr 28:11,12).

5. POR QUE DEVERÍAMOS ESTUDAR E OBEDECER OS ENSINAMENTOS DA BÍ-

BLIA?

a) PARA UM CRESCIMENTO ESPIRITUAL

– As Escrituras são uma comida espiritual que alimenta o nosso crescimento espiritual

(Jr 15:16; Ez 3:1-3; l Pe 2:2; l Co 3:1,2; Hb 5:12-14).

b) PARA SERMOS AFASTADOS DO PECADO

– A Palavra de Deus nos mantém afastados do pecado. O pecado nos mantém afastados

da Palavra de Deus (Sl 119:9,11,133).

c) PARA DESFRUTARMOS DA SAÚDE E DAS CURAS

– A obediência aos mandamentos bíblicos resulta na saúde e na cura para os nossos

corpos físicos (Êx 15:26; Sl 107:20; 119:50).

Seção A - A Bíblia CONCORDÂNCIA TEMÁTICA - 65

d) PARA SERMOS PRÓSPEROS

– Josué foi o primeiro homem a possuir uma Bíblia. Ele teve a promessa de receber

bênçãos e prosperidade, lendo a Bíblia e obedecendo-a (Js 1:8).

– Medite nos ensinamentos da Bíblia para ser frutífero e bem-sucedido (Sl 1:1-3).

e) PARA SERMOS MANTIDOS NO CAMINHO DE DEUS, COM UMA LIBERDADE

INTELECTUAL.

– As Escrituras iluminam o nosso caminho (Sl 119:104,105).

– As Escrituras quebram a escravidão intelectual (Sl 119:130).

6. COMO APRENDEMOS O QUE A BÍBLIA ENSINA?

“Estes, porém, foram escritos para que possais crer que Jesus é o Cristo” (Jo 20:31).

Jesus disse: “Examinai as Escrituras... elas testificam de MIM” (Jo 5:39).

Procure a Jesus em todas as páginas e em todos os capítulos (Lc 24:44).

a) VOCÊ APRENDE PELA REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

– Comece o seu tempo de “alimentação na Palavra” com oração.

– Peça que o Espírito Santo o ensine e unja a sua mente para você compreender (Jo

14:26; l Co 2:12-14; l Jo 2:27).

– Ore para que o véu seja removido dos seus olhos e do seu coração para que você

possa compreender o Antigo Testamento (2 Co 3:14-16).

– Ore para que o Espírito abra a sua compreensão (Lc 24:25,27,44,45).

– Ore para que “...o Espírito de sabedoria e de revelação” esteja sobre o seu coração

e mente enquanto você lê a Bíblia (Ef 1:17,18).

b) VOCÊ APRENDE ATRAVÉS DE UMA LEITURA REGULAR

– Separe pelo menos 30 minutos todos os dias para LER a Bíblia.

– Leia um Salmo diariamente. Desta maneira você lerá todos os Salmos duas vezes por

ano.

– Leia um capítulo de Provérbios diariamente. Desta maneira você lerá todos os

Provérbios uma vez por mês.

– Leia três páginas do Antigo Testamento diariamente. Assim você lerá todo o Antigo

Testamento uma vez por ano.

– Leia três páginas do Novo Testamento diariamente. Desta forma você lerá todo o

Novo Testamento três vezes por ano.

– Enquanto você estiver lendo, use uma caneta hidrográfica amarela para realçar os

versículos que abordarem a sua necessidade e o abençoarem,

c) VOCÊ APRENDE ATRAVÉS DE UM ESTUDO SISTEMÁTICO

– Estude os esboços desta concordância temática durante 25 minutos diariamente.

– Leia todas as referências bíblicas enquanto você estiver estudando o(s) esboço(s).

– Faça anotações ao lado dos versículos da sua Bíblia enquanto você estiver estudando.

– Selecione um versículo dos seus 55 minutos de leitura e estudo que foi uma bênção

para você. Use 5 minutos para memorizar este versículo e a sua referência. 60

minutos (l hora) por dia mantém o diabo afastado.

d) SUMÁRIO DO QUE A BÍBLIA CONTÉM

– A Lei aparece principalmente nos cinco primeiros livros da Bíblia – Gênesis a

Deuteronômio. A compreensão destes livros é fundamental a tudo o que se segue.

– A História é apresentada, no Antigo Testamento, de Josué até Ester, e, no Novo

testamento, de Mateus até Atos. A História é o registro dos eventos principais do

drama divino/humano da Redenção. A Redenção é o tema central da Bíblia.

– A Poesia abrange principalmente os Livros de Jó até Cantares de Salomão. Esse é

o compêndio da Literatura da Sabedoria e devocional da Bíblia. Há um valor didático

como também inspiracional. Muitos dos capítulos dos Livros proféticos também

foram escritos na forma de poesia hebraica.

– A Profecia inclui todos os Livros desde Isaías até Malaquias no Antigo Testamento.

66 - CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção A - A Bíblia

O Livro do Apocalipse no Novo Testamento e partes dos Evangelhos, como o

Sermão Profético no Monte das Oliveiras, também contêm declarações com relação

ao futuro. Esses Livros nos ensinam sobre os planos e os propósitos futuros de

Deus para a humanidade redimida governando e reinando com Cristo (Ap 20:4; l Co

6:2).

– Os Princípios de vida estão contidos principalmente no Novo Testamento, como

também na Literatura da Sabedoria, isto é, Provérbios e Eclesiastes no Antigo

Testamento.

e) UM BREVE PANORAMA/ESBOÇO DO QUE SE ENCONTRA NA BÍBLIA

– Criação dos Céus ...............................................................Gn 1:1

– Rebelião de Satanás e o caos resultante ..........................Gn 1:2

– Criação ou Restauração da terra ...................................... Gn l & 2

– Rebelião do homem e caos social ................................... Gn 3

– Destruição pelo dilúvio ....................................................Gn 6-10

– Restauração através de Noé .............................................Gn 9-10

– Rebelião na Torre de Babel ..............................................Gn 11:1-9

– Divisão das nações e línguas ............................................Gn 11:8,9

– Escolha de Abraão, Isaque, Jacó & José .........................Gn 12-36

– José vendido como escravo para o Egito .......................Gn 37-50

– Todos os israelitas escravos no Egito .............................Êx l-6

– Deus escolhe a Moisés e a Israel como nação ...............Êxodo

– Nação desobediente ..........................................................Os Profetas

– Dispersão da nação ........................................................... Jr; Ez; Dn

REDENÇÃO (UM NOVO TEMPO DA GRAÇA)

– Jesus Cristo vem à terra como Homem ......................... Os Profetas e os Evangelhos

– A humanidade crucifica a Jesus ........................................Os Evangelhos

– Ressurreição de Jesus dentre os mortos ..........................Os Evangelhos

– Pentecostes, a escolha da Igreja ......................................Atos

– Igreja perseguida pelo mundo e pelo diabo ....................Atos & Apocalipse

– Ressurreição dos mortos e o juízo ...................................Epístolas & Apocalipse

– Separação final dos bons e dos maus ..............................Apocalipse

– Céu, Nova Jerusalém, Novos Céus & Terra ...................Apocalipse

– Inferno e tormento eterno ..............................................Apocalipse

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 67

B. Deus Pai, Filho e Espírito Santo

Índice Desta Seção

B1. COMO PODEMOS APRENDER SOBRE DEUS?

B2. COMO DEUS SE REVELA AO HOMEM?

B3. OS NOMES DE DEUS REVELAM O SEU CARÁTER

B4. NATUREZA DE DEUS

B5. CARÁTER DE DEUS

B6. O QUE DEUS FAZ?

B7. PATERNIDADE DE DEUS

B8. DIVINDADE DE JESUS CRISTO

B9. JESUS FAZ AS OBRAS QUE SOMENTE DEUS PODE FAZER

B10. JESUS É TUDO O QUE DEUS É

B11. JESUS – TOTALMENTE HUMANO E TOTALMENTE DIVINO

B12. O ESPÍRITO SANTO É DEUS

B13. OBRA DO ESPÍRITO SANTO

1. COMO PODEMOS APRENDER SOBRE DEUS?

a) A BÍBLIA NOS ENSINA SOBRE DEUS

– Veja a Bíblia – Seção A

– Confiabilidade de Deus e da Sua Palavra ..................... Lc 21:33

– Autoridade de Deus e da Sua Palavra ...........................Mt 4:4; Jo 10:35

– A Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo .................. 2 Tm 3:16

– A Bíblia foi escrita pela direção do Espírito Santo .... 2 Pe 1:21

b) A BÍBLIA USA UMA LINGUAGEM E IMAGENS HUMANAS PARA DESCREVER A

DEUS PARA NÓS

– Braço & Mão ................................................................. Êx 3:20; 6:6; Dt 4:34; 5:15

– Rosto ............................................................................... Gn 4:14; 33:10; Is 59:2

– Olhos & Ouvidos ........................................................... Is 37:17; Sl 11:4; 34:15;

......................................................................................... Pv 15:3; Zc 4:10

– Vindo & Indo .................................................................. Gn 11:5; Is 64:1-3; Sl 18:9-19

– Voz de Deus ouvida por Adão & Moisés ..................... Gn 3:9,10; Dt 4:12

– Podemos ouvir a voz de Deus ...................................... Dt 5:24; At 22:14

c) DEUS APARECE ÀS PESSOAS EM FORMA HUMANA

– Em visões ....................................................................... Dn 7:9,13; Ap 4:3; 5:7

– Às pessoas diretamente

> Adão .......................................................................... Gn 3:8-10

> Jacó ............................................................................ Gn 32:24

> Abraão ....................................................................... Gn 18

> Josué .......................................................................... Js 5:13-15

> Daniel ........................................................................ Dn 3:25

– Deus na forma do Homem Jesus .................................. Mt, Mc, Lc & Jo

d) OBSERVANDO O QUE ELE CRIOU (NA NATUREZA).

VEJA A PASSAGEM DE ENSINO (Rm 1:18-25)

– Os céus declaram a glória de Deus ................................ Sl 19:1

– A Criação mostra o Seu poder eterno e a Sua Divindade . Rm 1:20

– As nossas consciências e corações conhecem a lei de DeusRm 2:14-16

– A fertilidade da terra é uma testemunha ..................... At 14:15-17

– A Sabedoria e o Conhecimento de Deus ...................... Sl 19:1-6; 104

– O Poder e a Majestade de Deus .................................... Sl 18:7-15; 29; 66:1-7

68 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

e) ALGUNS PROBLEMAS COM O VERMOS A DEUS NA NATUREZA

– A natureza não é suficiente para uma salvação plena

> as mentes dos incrédulos são cegadas por Satanás 2 Co 4:4

> um pregador é necessário ........................................Rm 10:14

– A Queda de Adão estragou a imagem de Deus na natureza

> dores no parto ..........................................................Gn 3:16

> Trabalho doloroso; espinhos e cardos ...................Gn 3:17,18

> Toda a Criação está aguardando para ser renovada .. Rm 8:18-25

f) DEUS É PLENAMENTE REVELADO EM JESUS CRISTO

– Veja Jesus – Seções B8, B9, B10, Bll

– O Filho revela a Deus a quem Ele quiser .....................Mt 11:27; Lc 10:22

– Aquele que Me vê, vê o Pai .......................................... Jo 14:6-9; 10:30

– A Palavra era Deus. A Palavra Se fez Carne ............... Jo 1:1-14

g) DEUS É ESPÍRITO (Jo 4:24)

– Portanto, é preciso que Ele Se revele a nós ............... l Sm 3:21

– Algumas coisas permanecem em segredo .................... Dt 29:29

– Algumas coisas Ele revela ao homem .........................Am 3:7; Ef 3:5

– Adão ouviu a voz de Deus ............................................. Gn 3:8

– Moisés ouviu a voz de Deus, mas não viu a Deus ...... Dn 4:12

– Nenhum homem mortal pode ver a Deus e viver ...... Êx 33:20

> Observação: Pelo fato de Deus ser Espírito, é preciso que Ele Se revele a nós.

h) POR QUE DEUS SE REVELA ÀS PESSOAS?

– Para salvá-las em ocasiões de grande necessidade ...... 2 Sm 22:7; Sl 18:6

> Noé ........... salvo do Dilúvio ................................... Gn 6:1-9:17

> Abraão ...... salvo da adoração pagã ........................ Gn 12:1-22:19

> Moisés ...... para salvar da escravidão ..................... Êx 3-14

– Para trazer salvação ......................................................Mt 1:21

– Para destruir as obras de Satanás .................................. l Jo 3:8

– Para avisar sobre os eventos futuros ........................... Am 3:7; Ap 1-22

2. COMO DEUS SE REVELA AO HOMEM?

a) ATRAVÉS DE MILAGRES

– Os milagres de Deus O glorificam ................................ Nm 14:22

> faz com que alguns creiam ...................................... Jo 2:23

> contudo, alguns não crêem ...................................... Jo 12:37

– Milagres Verdadeiros

> Sarça ardente ............................................................ Êx 3

> Pragas no Egito ........................................................ Êx 4-12

> Mar Vermelho ........................................................... Êx 14

> Travessia do Rio Jordão .......................................... Js 3

> Elias ........................................................................... 1Rs 17-18; 2 Rs 1

> Isaías .......................................................................... 2 Rs 20

> Eliseu ......................................................................... 2 Rs 2-6; 13

– Milagres de Jesus ............................................................ Veja a Seção B9

– Milagres dos Discípulos .................................................Veja as Seções F9 e F11

– Alguns milagres executados pelo poder de Satanás ....Dt 13:1-3; Êx 7:9-12;

......................................................................................... Ap 13:14; 16:14; 19:20

b) ATRAVÉS DE JULGAMENTOS

– Faraó ............................................................................... Êx 4-12

– Nabucodonosor .............................................................. Dn 4:28-37

– Belsazar ........................................................................... Dn 5

– Ananias e Safira .............................................................At 5:1-11

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 69

– Herodes ........................................................................... At 12:22,23

– Todos os malfeitores ..................................................... Ap 20:10,14,15

c) EM SONHOS E VISÕES

– Alguns Sonhos e Visões trazem uma revelação de Deus e dos Seus planos.

> os seguintes livros contêm muitas visões e sonhos que revelam a Deus...

Ezequiel; Daniel; Zacarias; Amós; Naum; Atos; Apocalipse.

– Os Sonhos e as Visões precisam ser interpretados por Deus.

> para José .................................................................... Gn 41:15,16

> as visões de João ...................................................... Ap 1:20; 7:13,14

> para Daniel ............................................................... Dn 2:27,28

> a visão de Pedro ....................................................... At 10:11-15,34,35

– O padrão de Deus para julgar os Sonhos, as Visões, e as Profecias

> Prove todas as coisas com a Palavra de Deus ....... Sl 138:2; Pv 30:5,6

> Não creia em todos os espíritos ............................. l Jo 4:1-3

> Submeta todas as coisas a um aconselhamento ..... Pv 11:14; 15:22

> Aguarde uma confirmação independente ..............Mt 18:16; l Co 14:29;

................................................................................... 2 Co 13:1

> Deus permite palavras falsas para provar o

nosso amor ............................................................... Dt 13:3

> Se uma palavra o afasta de Deus, então ela é falsa ... Dt 13:1-3

> Até mesmo um milagre real pode ser falso ........... Dt 13:1-3

> Os mandamentos de Deus estão acima dos

sonhos, etc ................................................................ Dt 13:4

> Precisamos remover a falsidade do nosso meio ...Dt 13:5

– Os Sonhos e as Visões podem trazer consolo

> a Abraão .................................................................... Gn 15:1

> a Paulo ....................................................................... At 18:9

– Os Sonhos e as Visões podem trazer avisos de Deus

> Abimeleque com relação a Sara .............................. Gn 20:3

> Labão com relação a Jacó ....................................... Gn 31:24

> José com relação a Maria ........................................Mt 1:20

> os Magos do Oriente sobre Herodes .......................Mt 2:12

> José com relação a Herodes ....................................Mt 2:13

> a esposa de Pilatos ...................................................Mt 27:19

– Os Sonhos e as Visões podem trazer direções

> Gideão ouve por acaso um sonho ........................... Jz 7:13-15

> José dirigido do Egito a Israel .................................Mt 2:19

> José dirigido à Galiléia .............................................Mt 2:22

> Ananias dirigido a orar por Paulo .......................... At 9:10

> Paulo preparado para a vinda de Ananias .............. At 9:12

> Paulo orientado para ir à Macedônia ..................... At 16:9

– Os Sonhos e as Visões podem ser falsos

> se o nosso coração estiver desejando o mal .......... Jr 14:14; 23:16

> os sonhos podem ser usados como uma desculpa para

> uma falsidade ............................................................ Jr 23:25,32

> alguns sonhos nos afastam de Deus ........................ Jr 23:27

> não devemos seguir estes sonhos falsos ................. Jr 27:9

> os nossos próprios sonhos podem ser falsos ......... Jr 29:8

> uma visão falsa pode levar a uma profecia falsa .. Ez 13:7

> as religiões falsas dão sonhos e visões falsos ........ Zc 10:2

– Alguns Sonhos e Visões são pura fantasia

> devido à fome e à sede ............................................. Is 29:8

70 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

> produto de uma mente super-ativa ........................ Ec 5:3,7

> alguns sonhos são puramente carnais .................... Jd 1:8

> o álcool e as drogas produzem visões e sonhos falsos Is 28:7

d) NUM SONHO ... TALVEZ ELE FALE ............................ Jó 33:15-18; Sl 89:19

– Antigo Testamento

> Abimeleque ............................................................... Gn 20:3-7

> Jacó ............................................................................Gn 28:12; 31:10

> Labão .........................................................................Gn 31:24

> José ............................................................................Gn 37:5-9

> Salomão ..................................................................... l Rs 3:5-15

> Nabucodonosor ......................................................... Dn 2:1,31; 4:5,8

> Daniel ........................................................................ Dn 7

– Novo Testamento

> José ............................................................................Mt 1:20,21; 2:13,19,20

> Magos do Oriente .....................................................Mt 2:11,12

> Esposa de Pilatos .....................................................Mt 27:19

e) NUMA VISÃO...TALVEZ ELE FALE .............................. Jó 33:15-18; Sl 89:19

– Antigo Testamento

> Abraão ....................................................................... Gn 15:1

> Amós .........................................................................Am 7:1-9; 8:1-6; 9:1

> Jacó ............................................................................Gn 46:2

> Zacarias ..................................................................... Zc 1:8; 3:1; 4:2; 5:2; 6:1

> Isaías .......................................................................... Is 6:1-8

> Ezequiel ..................................................................... Ez 1,8,10, etc

> Daniel ........................................................................ Dn 2:19 & Capítulos 7,8,10

> Naum .........................................................................Na 1:1

> Nabucodonosor ......................................................... Dn 2:28

– Novo Testamento

> Paulo .......................................................................... At 9:3,6,12; 16:9; 18:9;

................................................................................... 22:18; 27:23; 2 Co 12:1-4

> Ananias ..................................................................... At 9:10,11

> Cornélio .................................................................... At 10:3

> Pedro .........................................................................At 10:9-17

> João ........................................................................... Apocalipse

3. OS NOMES DE DEUS REVELAM O SEU CARÁTER

Na linguagem dos hebraicos, muitas palavras diferentes são usadas com relação a Deus. Em

português elas são traduzidas por “Deus”, “Senhor”, ou “Senhor Deus”. Abaixo encontram-

se alguns dos nomes hebraicos referentes a Deus e os seus significados:

NOME SIGNIFICADO

a) JEOVÁ .................................. .............. Aquele que Tem Existência Própria

Primeiramente usado com relação a Deus como Criador ... Gn 2:4

– Jeová-Jireh .............................................. O Senhor Proverá

Abraão recebe a ordem de oferecer Isaque ....................... Gn 22:13,14

– Jeová-Rapha ............................................ O Senhor que Cura

A promessa de Deus aos que O ouvem e O obedecem ..... Êx 15:26

– Jeová-Nissi .............................................. O Senhor Nossa Bandeira (na Guerra)

Moisés derrota os amalequitas ........................................... Êx 17:15

– Jeová-Shalom .......................................... O Senhor Nossa Paz

O Anjo de Deus escolhe a Gideão ...................................... Jz 6:24

– Jeová-Ra-ah ............................................. O Senhor Meu Pastor

O relacionamento de Davi com Deus ............................... Sl 23:1

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 71

– Jeová-Tsidkenu ....................................... O Senhor Nossa Justiça

Nome do Senhor quando Ele veio à terra ......................... Jr 23:6

– Jevoá-Shamma ........................................ O Senhor Está Presente

Nome da Cidade de Deus ..................................................... Ez 48:35

– Jeová-Sabaoth ......................................... O Senhor dos Exércitos

Deus derrotando os exércitos da Babilônia ....................... Jr 28:2

– Jeová-M’Kaddesh ................................... O Senhor Meu Santificador

Um Sábado Santo como sinal de um povo santo ............. Êx 31:13

b) ELOHIM OU EL ................................................................. O Forte

Deus, o Criador .................................................................... Gn 1:1

– El Elyon ................................................... Deus Altíssimo

Melquisedeque encontra-se com Abraão ........................... Gn 14:18,19

– Aqui Deus é descrito como sendo o Possuidor do Céu e da Terra.

Esta é a primeira menção dos dízimos ........................ Gn 14:20

Lúcifer disse: “Serei semelhante ao Elyon” ..................... Is 14:14

– El Shaddai ................................................ Doador de Força

Abraão, com 99 anos de idade, recebe a promessa de

um filho ................................................................................ Gn 17:1

– El Olam .................................................... O Eterno

Abraão faz um tratado com os filisteus ............................ Gn 21:33

– El Gibbor .................................................. O Poderoso

Profecia sobre a vinda do Messias ..................................... Is 9:6

– Também chamado de Maravilhoso, Conselheiro

– Pai Eterno

Príncipe da Paz .................................................................... Is 9:6

c) ADONAI .............................................................................. Mestre

Abraão reclama com Deus por não ter filhos .................. Gn 15:2

d) EU SOU O QUE SOU ou EU SOU .................................... Êx 3:14

Moisés quer saber como ele apresentará Deus aos israelitas Êx 3:13

e) ZELOSO ............................................................................... Êx 34:14

Deus Se opõe à adoração idólatra

f) PAI ........................................................................................ Veja a Seção B7

g) JESUS (SALVADOR) ........................................................... Veja as Seções B8, B9, B10, B11

h) ESPÍRITO SANTO ............................................................. Veja as Seções B12, B13

4. NATUREZA DE DEUS

a) FORMA DE DEUS

– O mistério da Divindade é grande ................................ l Tm 3:16

– Quem pode sondar os limites do Todo-Poderoso ...... Jó 11:7,8

– Todos os Três são divinos

> Pai .............................................................................. Veja a Seção B7

> Filho .......................................................................... Veja as Seções B8, B9, B10, B11

> Espírito Santo ........................................................... Veja as Seções B12, B13

– Todos os Três estão em Unidade

> Deus é Um ................................................................. Dt 6:4,5; Mc 12:29; Tg 2:19

> Jesus disse que Ele e o Pai são Um ......................... Jo 10:30

> “FAÇAMOS o homem à NOSSA imagem” .......... Gn 1:26

> “A Quem enviarei (singular), e quem irá

por NÓS?” (plural) .................................................. Is 6:8

> “Batizando-as em nome (singular) do Pai, do

Filho, e do Espírito Santo” (plural) ......................Mt 28:19,20

72 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

b) ESPÍRITO – DEUS É UM ESPÍRITO ............................. Jo 4:24

– Portanto, nenhuma imagem esculpida, ídolos ............ Dt 5:8; Is 42:8; l Jo 5:21

– Portanto, adoração espiritual requerida ...................... Jo 4:24

– Portanto, as falsas religiões são inúteis ....................... Veja as Seções F6, G5

– Portanto, novo nascimento espiritual necessário ..... Jo 3:3-8; l Co 15:50

c) COM EXISTÊNCIA PRÓPRIA

– No princípio, Deus ........................................................ Gn 1:1; Jo 1:1

– O Pai tem vida em Si Mesmo, como também o Filho .. Jo 5:26

– Ele é a Fonte de Vida ..................................................... Sl 36:9; Jr 17:13

> Ele é quem dá a vida natural ................................... Gn 2:7

> Ele é quem dá a nova vida em Cristo ..................... Jo 3:6; l Co 15:45

> Ele é quem dá a vida eterna .................................... Ap 21

d) SINGULARIDADE & UNICIDADE DE DEUS

– O “Único Deus” ............................................................. Jo 5:44; Jd 25

– O Senhor é Um .............................................................. Dt 4:35; Mc 12:29

– Nenhum antes e nenhum depois .................................. Is 43:10-13; Ap 1:8

– Um Deus ......................................................................... l Co 8:4; l Tm 2:5

> somente um caminho até Ele, o Seu Caminho ..... Jo 14:6

> adorar e obedecer somente a Ele ............................ Êx 20:2,3; Hb 5:9

5. CARÁTER DE DEUS

a) A BONDADE DE DEUS ....................................................Mt 19:16,17

b) CONSIDERE A BONDADE E A SEVERIDADE DE DEUS Rm 11:22

c) SANTO ................................................................................. Ap 4:8

– Não há ninguém tão santo quanto o Senhor .............. l Sm 2:2; Ap 15:4

– Deus é santo, perfeito ................................................... Lv 19:2; Mt 5:48

> devemos compartilhar da Sua santidade ................Hb 12:10,14; l Pe 1:16

> o Espírito Santo vem para nos santificar .............. Rm 15:16

– A santidade é linda, e não austera ................................ 2 Cr 20:21; Sl 29:2

> veja também “Santificação – Santidade” .............. Seção E11

d) RETO E JUSTO .................................................................. Ap 16:5; 19:2

– Deus odeia o pecado ...................................................... Hb 1:8,9

– Nenhuma injustiça em Seu Reino ................................. l Co 6;9,10

> veja também ............................................................. Jó 34:12;

................................................................................... Sl 7:9; 116:5; 119:137

– Devemos compartilhar da Sua retidão ........................ l Jo 3:7

> nós também devemos odiar o pecado .................... Hb 12:4; l Jo 3:8,9

e) AMOROSO E MISERICORDIOSO ................................... Jo 3:16; Sl 69:16; Lm 3:22,23

– Deus é amor .................................................................... l Jo 4:8; Tt 3:4,5

> devemos compartilhar o Seu amor ........................ Lv 19:18; Lc 10:27;

................................................................................... Rm 13:9; Gl 5:14

– O perfeito amor de Deus por nós expulsa o temor ... l Jo 4:18

– Aproximamo-nos de Deus com confiança ................. Hb 4:16

– Nada pode nos separar do amor de Deus ..................... Rm 8:38,39

– Passagem de ensino ....................................................... l Co 13:4-7

f) FIEL E VERDADEIRO ...................................................... Is 25:1; Ap 3:14; 19:11

– Deus é verdadeiro apesar da fraudulência do homem Rm 3:4; Jo 17:3

– Deus, que prometeu, é fiel ............................................ Hb 10:23; 11:11

– Confiamos em Deus para a nossa preservação ........... 1 Ts 5:23,24; 2 Tm 1:12

– Deus é fiel em proporcionar um escape do pecado ... 1 Co 10:13

– Pessoas fiéis são difíceis de se encontrar .................... Pv 20:6

– Deus procura homens fiéis, como Ele Próprio ..........Ap 2:10; 17:14; 2 Tm 2:2

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 73

> Moisés ....................................................................... Nm 12:7

> Davi ........................................................................... l Sm 22:14

> Daniel ........................................................................ Dn 6:4

> Jesus ........................................................................... Ap 19:11

> Epafras, Tíquico, Onésimo ..................................... Cl 1:7; 4:7,9

> Deus preserva os fiéis .............................................. Sl 31:23

> Deus cuida dos fiéis .................................................. Sl 101:6

> Deus galardoa o servo fiel .......................................Mt 25:21

g) GENEROSO

> Deus dá

> toda a Escritura ........................................................ 2 Tm 3:16

> o Seu Filho Unigênito .............................................. Jo 3:16; Rm 8:32

> o Espírito Santo ....................................................... Lc 11:13; 1Ts 4:8; Rm 5:5

> arrependimento ........................................................ 2 Tm 2:25

> o Seu dom da vida eterna ......................................... Rm 6:23; l Jo 5:11

> graça aos humildes ................................................... l Pe 5:5; Tg 4:6

> descanso aos cansados .............................................Mt 11:28

> sabedoria .................................................................... Dn 2:23; Tg 1:5

> para nós a vitória através de Jesus ......................... l Co 15:57

> para nós a capacidade de ministrarmos ................. l Pe 4:11; Ef 3:7

> alimento a todas as criaturas ................................... Sl 136:25

> a capacidade de produzirmos riquezas .................... Dt 8:18

> poder para o governo humano ............................... Dn 2:37

– Deveríamos compartilhar do caráter generoso de Deus

> Veja “Doações” ........................................................ Seção G8

h) A GRANDEZA DE DEUS

ONISCIENTE... ONIPRESENTE... ONIPOTENTE... ETERNO... IMUTÁVEL...

i) DEUS É SÁBIO, SABE TODAS AS COISAS

(ONISCIENTE) .................................................................... Rm 16:27

– Portanto, entregamos as nossas vidas a Ele.

– O Senhor é um Deus que sabe ....................................... l Sm 2:3

– A Sua sabedoria é profunda ........................................... Jó 9:4

– Vai além da compreensão humana ............................... Sl 139:4-6; Rm 11:33

– Caráter da sabedoria divina ........................................... Tg 3:17

> pura ..................................................... não é misturada com falsidade

> pacífica ............................................... não inicia conflitos

> dócil .................................................... não é rígida, nem ríspida

> misericordiosa .................................... revela o amor de Deus, e não a lei

> nenhum favoritismo ......................... não funciona para o bem próprio ou de amigos

> nenhuma hipocrisia ........................... leva a sério o que fala

– Caráter da Sabedoria ímpia

> sabedoria mundana, carnal e diabólica ................... Tg 3:14-16

> é tolice para Deus ..................................................... l Co 3:18-20

– A sabedoria encontra-se disponível para os crentes .. Tg 1:5-7; Cl 1:9; Ef 1:17

> Cristo é a nossa sabedoria ....................................... l Co 1:24; Cl 2:2,3

> a Palavra de Cristo é a nossa sabedoria ................. Cl 3:16

– Dom Espiritual da Palavra de Sabedoria ..................... Seção F11

j) DEUS ESTÁ EM TODA PARTE (ONIPRESENTE)....... Sl 139:7-12

– Portanto, podemos orar em qualquer lugar, sabendo que Deus nos ouve.

– Preenche todas as coisas de todas as maneiras ........... Ef 1:22,23

– Não está longe de nenhum de nós ................................ At 17:27,28; Jr 23:23

– Na sepultura, no céu ...................................................... Sl 139:8; Am 9:2,3

74 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

– Não podemos nos esconder d’Ele ................................ Jr 23:24

– NÃO significa que Deus esteja EM tudo. Deus condena as pessoas por:

> adorarem os ídolos ou demônios ............................ Is 2:8-11,20,21; Ap 9:20

> adorarem a Criação ou as criaturas ........................ Rm 1:25

> adorarem os anjos ....................................................Cl 2:18; Ap 22:8,9

> adorarem os espíritos dos mortos .......................... Lv 20:6; Dt 18:9-11; Is 8:19

– Observação: Oramos com confiança ........................ Jr 23:22

k) DEUS É TODO-PODEROSO (ONIPOTENTE)

– Ele é o Criador dos céus e da terra ...............................Gn 1:1

– N’Ele todas as coisas subsistem .................................... Cl 1:17

– O Seu poder é enorme ................................................... Jó 9:4

– Portanto, Ele é apto para salvar e libertar ................. Is 50:2

– Todas as coisas são possíveis com Deus ......................Mt 19:26; Jr 32:17

– Existe alguma coisa difícil demais para Deus? ............ Jr 32:27

– A fraqueza de Deus é mais forte que os homens ......... 1 Co 1:25

– Devemos compartilhar da Sua força ........................... Jl 3:10; 2 Co 12:10; Hb 11:34

> na graça de Deus ....................................................... 2 Tm 2:1

> em Seu poder ............................................................ Ef 6:10

> para derrotarmos a Satanás ..................................... 2 Co 10:3-5

> com fé ....................................................................... Rm 4:20

> para sermos fortes e fazermos proezas ................. Dn 11:32

l) DEUS É ETERNO .............................................................. 1 Jo 5:20

– De eternidade a eternidade ............................................ Sl 90:1,2

– O Princípio e o Fim ...................................................... Ap 22:13

– Aquele que é, que era, e que há de vir .......................... Ap 1:8

– Nenhum antes... nenhum depois .................................. Is 43:10

– Podemos compartilhar da Sua vida eterna .................. Jo 3:15,16; Rm 6:23;

......................................................................................... 1 Jo 5:11-13

– Ele é apto para conservar o que Lhe entregamos ...... 2 Tm 1:12

m) DEUS É IMUTÁVEL .........................................................Ml 3:6

– Portanto, a Sua oferta de amor é totalmente digna de confiança.

– Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre .. Hb 13:8

– Não muda como as sombras passageiras ..................... Tg 1:17

– Haveremos de ser transformados à Sua semelhança .. l Jo 3:2; l Co 15:51-53

6. O QUE DEUS FAZ?

a) INTRODUÇÃO

– No princípio, Deus criou o céu .................................... Gn 1:1

> Foi aí que provavelmente os anjos foram criados.

– A criação da terra e dos céus próximos ....................... Gn 1:1-31

> tem a ver com a terra e a região próxima da terra

b) CRIAÇÃO

– Deus criou o Universo do nada .................................... Gn 1:1; Is 42:5; Am 5:8

> Deus é apto para refazer (e refará tudo) ............... Is 65:17; Ap 21:1

– Foi “muito bom” após a Criação ................................. Gn 1:31

> o problema do mal vem após este período da Criação

> o problema do mal vem do homem, e não de Deus

– A Criação é atribuída:

> ao Pai ........................................................................ Rm 11:36

> ao Filho, a Palavra ................................................... Jo 1:1-3

> ao Espírito Santo ..................................................... Gn 1:2

– Deus criou todas as vidas humanas .............................. Is 42:5; Zc 12:1

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 75

– Deus criou todas as forças e poderes espirituais ......... Cl 1:16,17

> somente Deus pode destruir os espíritos ...............Mt 10:28; Lc 12:4,5

– Deus criou através da Sua Palavra falada .................... Gn 1:3; Sl 33:6,9; Hb 11:3

> de acordo com a vontade, plano e sabedoria de Deus Ef 1:11; Ap 4:11

– Já que Deus somente é o Criador de TUDO, não

devemos adorar as estrelas, os espíritos, os ídolos,

as pessoas, as plantas, nem os animais ........................ Rm 1:20-25

c) PROVISÃO E PRESENÇA CONTÍNUAS

– Deus sustém todas as coisas pela Sua Palavra ............. Hb 1:3

– Ele está perto de todos nós .......................................... At 17:27,28

> Ele cuida especialmente dos crentes ...................... Hb 13:5

> Semelhantemente a Jacó, talvez não estejamos

cientes da presença de Deus .................................... Gn 28:16

– Vivemos por causa da contínua provisão de vida de Deus Sl 36:6

– Deus supre as necessidades de todos ............................. Sl 23:1-6; 147:1-9; l Pe 5:6,7;

......................................................................................... Mt 5:45; 6:25-34; At 14:17

– Deus nos protege e nos guarda ..................................... Gn 28:15; Dt 32:11; Is 25:4;

.........................................................................................Mt 23:37; Jo 17:11;

......................................................................................... Fp 4:6,7; 2 Ts 3:3; Jd 24-25

– Deus, às vezes, invalida a ordem natural e introduz o

miraculoso ...................................................................... Seção B2

d) DEUS OFERECE A SALVAÇÃO A TODOS ..................... Seção E

e) DEUS ESTÁ NUM RELACIONAMENTO CONTÍNUO COM AS PESSOAS COMO:

– Pai... Veja “Paternidade de Deus” ................................ Seção B7

– Criador... Veja “Criação” ............................................... 6. b) acima

– Marido... Com relação a Israel ..................................... Jr 3:20

– Rei... Veja “Reino de Deus” .......................................... Seção D6

– Juiz... Veja “Morte e Fim dos Tempos” ...................... Seção H

– Salvador... Veja “Salvação” ........................................... Seção E

– Mestre... Veja “Espírito Santo/Palavra de Deus” ....... Seções B12, B13

– Noivo e Marido – Veja “Morte e Fim dos Tempos” . Seção H

f) DEUS FARÁ NOVAMENTE OS CÉUS E A TERRA ...... Ap 21:5

– O primeiro céu e a primeira terra passarão ................ Ap 21:1

– Um novo céu e uma nova terra ................................... Ap 21:1,5; Is 65:17

> não haverá mais tristezas, morte, dores ................ Ap 21:4

– Nós também seremos transformados à semelhança

de Jesus ............................................................................ l Jo 3:2

7. PATERNIDADE DE DEUS

Os povos das terras bíblicas tinham uma grande reverência e respeito para com os seus

Pais. Esse termo era usado para se reverenciar a Abraão, Isaque e Jacó, os Patriarcas, que

foram os PAIS da nação (Lc 3:8; Jo 8:39). Portanto, a palavra “Pai” era um título da maior

honra. Os ensinamentos da Bíblia com relação à palavra “Pai” somente podem ser entendidos

neste contexto.

a) SIGNIFICADO DE “PAI”

– “Pai” geralmente significa o primeiro ou o originador de alguma coisa.

> Jabal, pai dos que habitam em tendas e criam gado .. Gn 4:20

> Jubal, pai de todos os que tocam harpa e órgão .... Gn 4:21

– “Pai” significa aquele que transmite a sua natureza aos seus “filhos”.

> Tu és o nosso Pai, nós somos o barro, Tu, o Oleiro Is 64:8

– “Pai” significa aquele que é a autoridade .....................Mc 13:32

76 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

– Os filhos terrenos herdam os seus corpos e almas dos seus pais e mães. Jesus é o

“Filho gerado” do Deus Pai.

– O Espírito de Jesus é o Espírito de Deus ..................... Lc 1:35; Jo 3:16; Cl 2:9

b) DEUS COMO “PAI” DE TODOS OS HOMENS

– Teu Pai, teu Criador ...................................................... Dt 32:6; Ml 2:10; Jo 1:18

– Pai dos nossos espíritos ................................................ Hb 12:9

– Pai dos órfãos ................................................................. Sl 68:5

– Deus achou que O chamaríamos de Pai ....................... Jr 3:19

– Os líderes de igreja não devem usar “Pai” como

um “Título” para obterem honra ................................Mt 23:9

c) DEUS COMO PAI AMOROSO DE TODOS OS CRENTES

– Veja também “Adoção” ................................................ Seção E8

– Para que compartilhássemos da Sua natureza de

santidade ......................................................................... Lv 20:8; l Pe 1:2

– Pai de todos os que crêem ............................................. Rm 4:11

– Jesus chama Deus de “nosso Pai”

> estou voltando para o Meu Pai e vosso Pai .......... Jo 20:17

> o vosso Pai Celestial ................................................Mt 5:16,45

> o vosso Pai Celestial vos dará coisas boas ............Mt 7:11

> um Pai imparcial ...................................................... l Pe 1:17

> nosso Pai Celestial ...................................................Mt 6:9; Lc 11:2

– Os Apóstolos O chamam de nosso Pai

> Espírito de adoção, pelo qual clamamos “Aba, Pai” Rm 8:15; Gl 4:6

> grande amor do Pai – nós, filhos de Deus ........... l Jo 3:1

> a nossa comunhão é com o Pai .............................. l Jo 1:3

d) DEUS COMO PAI DE JESUS, O SEU FILHO UNIGÊNITO

– Jesus representa o Pai Celestial com exatidão ........... Fp 2:5,6; Hb 1:3

> o Messias (Jesus Cristo) é chamado de “Pai Eterno” Is 9:6

– Deus Pai fala de Jesus: “Hoje tornei-Me o Teu Pai” . Sl 2:7; Hb 1:5

– O Pai enviou o Seu Filho para ser o Salvador do mundo . l Jo 4:14

– Jesus fala de Deus e com Deus como sendo Seu Pai

> “Aba, Pai” .................................................................Mc 14:36

> “Pai, se Tu queres” .................................................. Lc 22:42

> “Pai, perdoa-lhes” ................................................... Lc 23:34

> “Vinde, benditos do Meu Pai” .................................Mt 25:34

> “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho” .............Mt 11:27

> “Eu e o Pai somos Um” .......................................... Jo 10:30

> “O Pai ama o Filho” ................................................ Jo 3:35

e) COMO NOSSO PAI CELESTIAL, DEUS SE

RELACIONA CONOSCO DE MUITAS MANEIRAS

– Ele nos ama .................................................................... 2 Ts 2:16; Jo 16:27

> Ele enviou a Jesus para morrer em nosso

lugar (perdão) ........................................................... Gl 1:4

> Ele ressuscitou a Jesus dentre os mortos

(para nos trazer a vida) .................................................Gl 1:1

– Ele nos corrige e nos disciplina .................................... Hb 12:5-7; Ap 3:19

– Ele nos abençoa com bênçãos espirituais .................... Ef 1:3

> o dom do Espírito Santo vem d’Ele ....................... At 2:33

– Ele está acima de todos, através de todos, e em

todos nós ........................................................................ Ef 4:6

> Ele é merecedor de toda a nossa glória .................. Fp 4:20; Ap 7:12

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 77

8. DIVINDADE DE JESUS CRISTO

Muitas pessoas se desviaram e formaram seitas religiosas porque negavam que Jesus é Deus,

manifesto na carne.

Veja também “Falsos Evangelhos” ......................................... Seção F6

a) O QUE JESUS DIZ SOBRE SI MESMO?

– Ele veio DO CÉU e ESTÁ NO CÉU ........................... Jo 3:13

– Ele afirma estar PRESENTE EM TODA PARTE .....Mt 18:20

– Ele diz que é SENHOR até mesmo do Sábado de Deus ..Mc 2:27,28

> isto mostra a autoridade de Jesus sobre as coisas de Deus.

– Ele chama Deus de Seu Pai ........................................... Jo 5:17,18

> o significado disto é que Ele é igual a Deus ........... Jo 5:17,18

– Ele é Um com o Pai. Portanto, Ele é Deus ................ Jo 10:30-33

– Jesus diz que Ele veio em NOME DO SEU PAI ......... Jo 5:43

– Vê-Lo e conhecê-Lo significa

VER E CONHECER O PAI .......................................... Jo 14:7-11

– Ele fala com a mesma

AUTORIDADE DAS ESCRITURAS ..........................Mt 5:21,22,27,28

– Ele usa o título “EU SOU” ........................................... Jo 18:5-8

> “EU SOU” é o título de Deus ................................. Êx 3:14

– Ele fala sobre a Sua EXISTÊNCIA

ANTES DE ABRAÃO ................................................... Jo 8:58

– Ele afirma ser o REI e o JUIZ final .............................Mt 25:31-46

> o Antigo Testamento tem o Senhor, Jeová,

como Juiz .................................................................. Gn 18:25; Jl 3:12

– Ele reivindica

TODO O PODER NO CÉU E NA TERRA ................Mt 28:18-20

– Filho do Homem... Seus anjos... Seu Reino .................Mc 13:26,27; Mt 13:41

> os anjos são chamados de anjos de Deus ............... Lc 12:8,9; 15:10

> o Reino é chamado de Reino de Deus ....................Mt 6:33; Mc 1:14

b) O QUE OS OUTROS DIZEM SOBRE JESUS?

– Paulo escreveu: “Cristo, que é DEUS sobre todos” .. Rm 9:5

– Os judeus disseram que Ele afirmava ser o

FILHO DE DEUS .......................................................... Jo 19:7

– O Apóstolo João disse que Ele

SE FEZ IGUAL A DEUS ............................................... Jo 5:18

– Os escribas disseram que Ele afirmava

FAZER O QUE SOMENTE DEUS FAZ .....................Mc 2:5-7

– Descrito como

ETERNO, o CRIADOR, Ele era DEUS ...................... Jo 1:1-5

– Tomé O chama de “Meu SENHOR e Meu DEUS” .... Jo 20:28

– O UNIVERSO FOI FEITO através de Jesus ............... Hb 1:2; Jo 1:3; Cl 1:16

– Jesus é a EXATA REPRESENTAÇÃO DE DEUS ...... Hb 1:3

– Jesus MANTÉM TODA A CRIAÇÃO ......................... Hb 1:3; Cl 1:17

– Jesus é ADORADO PELOS ANJOS ............................. Hb 1:6

– O Filho é chamado de “DEUS” .................................... Hb 1:8

– Ele existe PARA SEMPRE ........................................... Hb 1:12

– Ele é SUPERIOR AOS ANJOS, mas não é um anjo ... Hb 1:4; l Pe 3:22

– Ele é SUPERIOR A MOISÉS ........................................ Hb 3:1-6

– Ele é SUPERIOR AOS SUMOS SACERDOTES

> do Antigo Testamento ............................................. Hb 4:14-5:10

– Ele é DEUS POR NATUREZA .................................... Fp 2:6-11

78 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

– Ele é a IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL ...................Cl 1:15-20

– Em Cristo, a PLENITUDE DA DIVINDADE

HABITA EM FORMA CORPÓREA ........................... Cl 2:9

– O termo “SENHOR” é usado tanto para o Pai como para o Filho

> o Pai ..........................................................................Mt 1:20; 9:38; 11:25; At 17:24;

................................................................................... Ap 4:11

> o Filho ....................................................................... Lc 2:11; Jo 20:28; At 10:36;

................................................................................... l Co 2:8; Ap 19:16

c) ELE É O CENTRO DA ADORAÇÃO DIVINA E A ACEITA

– Os REIS MAGOS O adoram .........................................Mt 2:11

– Os DISCÍPULOS O adoram ..........................................Mt 14:33

– A mulher cananéia O adora ..........................................Mt 15:25

– O homem curado O adora ............................................. Jo 9:38

– Duas MARIAS O adoram ..............................................Mt 28:9

– Os DISCÍPULOS O adoram após a Ascensão ............. Lc 24:52

– Os ANJOS de Deus O adoram ....................................... Hb 1:6

– As QUATRO CRIATURAS VIVAS e os

24 ANCIÃOS O adoram ................................................ Ap 5:8

d) O QUE DEUS PAI DIZ SOBRE ELE?

– Relacionamento Pai-Filho ............................................Mt 3:17; 17:5; Jo 8:16-19;

......................................................................................... l Jo 5:9

> este relacionamento subentende uma igualdade

com Deus .................................................................. Jo 5:17,18

9. JESUS FAZ AS OBRAS QUE SOMENTE DEUS PODE FAZER

a) ELE PERDOA OS PECADOS, O QUE SOMENTE

DEUS PODE FAZER ..........................................................Mt 9:2-7; Mc 2:5-12;

............................................................................................... Lc 5:20-26

b) MILAGRES DE JESUS MATEUS MARCOS LUCAS JOÃO

– Autoridade Sobre a Natureza

> água em vinho ............................................................................ 2:7-11

> primeira pescaria .................................................... 5:4-9

> tempestade acalmada ...... 8:23-27 ...... 4:37-41 ..... 8:22-25

> comida multiplicada ........ 14:15-21 .... 6:35-44 .... 9:12-17 ...... 6:5-14

> andou sobre as águas ....... 14:25-27 .... 6:47-51 .......................... 6:19-21

> comida multiplicada ....... 15:32-38 .... 8:1-9

> dinheiro do peixe ........... 17:24-27

> figueira amaldiçoada ....... 21:19 ......... 11:12-23

> segunda pescaria .......................................................................... 21:4-7

– Autoridade Sobre Satanás e os Demônios

> endemoninhado na sinagoga ................ 1:23-27 ...... 4:32-36

> endemoninhado .............. 8:28-34 ...... 5:1-17 ........ 8:26-39

> endemoninhado (mudo) .. 9:32,33

> endemoninhado

(cego e mudo) ................. 12:22 ..............................11:14

> menina ........................... 15:22-28 .... 7:25-30

> criança atormentada ....... 17:14-18 .... 9:17-29 ...... 9:37-43

> espírito de enfermidade ........................................... 13:10-17

– Autoridade Sobre as Doenças e Enfermidades Físicas

> a sogra de Pedro ............. 8:14,15 ...... 1:29-31 ...... 4:38,39

> o leproso ........................ 8:2-4 .......... 1:40-45 ...... 5:12-15

> o servo do centurião ....... 8:5-13 ............................ 7:2-10

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 79

> o inválido ................................................................................... 5:5-18

> cura de um cego ............. 9:27-31 ............................................... 9:1-38

> cura de um cego .............. 20:30-34 .... 10:46-52 .... 18:35-43

> paralítico ........................ 9:2-8 .......... 2:3-12 ........ 5:18-26

> mão atrofiada ................. 12:10-15 .... 3:1-6 .......... 6:6-11

> o sangramento parou ...... 9:20-22 ...... 5:25-34 ...... 8:43-48

> surdo e mudo ...................................... 7:32-37

> hidropisia ................................................................ 14:2-6

> orelha de Malco ...................................................... 22:50,51

– Autoridade Sobre a Morte

> filho da viúva .......................................................... 7:11-17

> filha de Jairo ................... 9:18-26 ...... 5:35-43 ...... 8:41-56

> Lázaro .........................................................................................11:1-45

> ressurreição de Jesus ........ 28:1-20 ...... 16:1-14 ...... 24:1-53 ...... 20:1-31

10.JESUS É TUDO O QUE DEUS É

a) DEUS CRIADOR + JESUS CRIADOR

Gn 1:1 Gn 2:7 Jo 1:3,10 l Co 8:6

Jó 33:4 Sl 33:6 Ef 3:9 Cl 1:12-17

Sl 104:30 Is 40:28 Hb 1:8-12 Ap 4:8-11

Is 44:24 Is 45:11-18 Ap 10:6 Ap 14:6,7

Ml 2:10 Ap 21:5-7 Ap 22:3

Ap 7:17

b) DEUS É O REDENTOR E SALVADOR + JESUS É O SALVADOR E REDENTOR

Sl 78:34,35 Is 47:4 1 Jo 4:14 l Pe 2:21-24

Is 44:6,24 Is 43:3-11 At 20:28 Gl 3:13

Is 45:21 Is 49:26 Lc 24:21-29 Lc 2:10,11

Sl 106:21 Lc 1:46,47 Jo 4:40-42 At 13:23

1 Tm 1:1 Tt 1:1-4 Fp 3:20 l Tm 1:1-2

1 Tm 4:10 Tt 2:10-13 Tt 1:4 l Pe 1:10,11; Jd 25

c) DEUS VOLTARÁ + JESUS VOLTARÁ

Zc 14:3-5 1 Ts 4:13-18 1 Ts 3:11-13 Mt 25:31-46

Sl 50:1-6 Tt 2:11-13

d) DEUS É A ROCHA + JESUS É A ROCHA

Dt 32:3,4 1 Sm 2:2 Mt 16:17-19 At 4:11,12

2 Sm 22:2 Sl 18:2 Nm 20:1-11 com 1 Co 10:4

Sl 31:1-4 Sl 78:35 Is 28:16 com Ef 2:20-22

Sl 89:26 Is 17:10 1 Pe 2:6-8

e) DEUS É O PRIMEIRO E O ÚLTIMO + JESUS É O PRIMEIRO E O ÚLTIMO

Is 41:4 Is 43:10,11 Ap 1:17

Is 44:6-8 Ap 1:8 Ap 22:13

f) DEUS: “EU SOU” E “EU SOU ELE” + JESUS: “EU SOU” + “EU SOU ELE”

Êx 3:13,14 Is 43:10 Jo 18:5-8 Ap 1:17,18

Is 43:25 Jo 8:24-28

g) DEUS, O REI + JESUS, O REI

Sl 47:2,6 Sl 44:4 Mt 2:1-6 Lc 19:35-38

Sl 74:12 Zc 14:9 Lc 23:3 Jo 18:37

Is 44:6 Jr 10:10 Jo 19:21 1 Tm 6:13-16

Ap 15:1-4 Ap 19:11-16

h) DEUS É O PASTOR + JESUS É O PASTOR

Sl 23:1 Is 40:10,11 Jo 10:8-12 1 Pe 2:21-25

Sl 100:3 Hb 13:20 1 Pe 5:4

80 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

11.JESUS: TOTALMENTE HUMANO E TOTALMENTE DIVINO

a) O SEU NASCIMENTO

– Jesus Cristo, o Filho de Davi, o Filho de Abraão ........Mt 1:1

– Nascido de uma mulher .................................................Gl 4:4; Lc 1:29-33

– Nasceu em Belém ...........................................................Mt 2:1

– O Homem Cristo Jesus .................................................. 1 Tm 2:5

– É chamado de “Filho do Homem” ..............................Mt 12:8; 16:13; 25:31;

......................................................................................... Jo 3:14; 8:28; 13:31

– Foi participante da carne e do sangue, a nossa

humanidade ..................................................................... Hb 2:14

– O Espírito testifica que Jesus veio na carne ............... l Jo 4:2,3

b) FISICAMENTE LIMITADO

– Ficava cansado ............................................................... Jo 4:6-8

– Dormia quando estava cansado ....................................Mc 4:38

– Crescimento natural na sabedoria e estatura .............. Lc 2:52

– Sangue e água saíram do Seu lado perfurado e ferido . Jo 19:32-34

– Ficava com fome ...........................................................Mt 4:1-11; Mc 11:12

– Entristecia-Se .................................................................Mt 26:38; Jo 11:35

– Indignava-Se ...................................................................Mc 10:14

c) UNIDADE DAS NATUREZAS DIVINA E HUMANA

– A plenitude da Divindade habita corporalmente

em Jesus .......................................................................... Cl 2:9

– Estas duas naturezas são citadas na mesma passagem

> a Palavra tornou-Se carne... proveniente do Pai . Jo 1:14

> natureza humana... Filho de Deus .......................... Rm 1:3-4

> o Filho de Deus na semelhança do homem

pecaminoso ............................................................... Rm 8:3

> genealogia humana de Cristo, o Qual é Deus

sobre todos ................................................................Rm 9:5

> o Filho de Deus nascido de uma mulher ................. Gl 4:4

> semelhança humana... Jesus Cristo é o Senhor ..... Fp 2:7,11

– Atributos humanos com títulos divinos

> a virgem terá um filho... chamado de

“Deus conosco” ....................................................... Mt 1:23; Is 7:14

> o sangue de Jesus chamado de

“o próprio sangue de Deus” .................................. At 20:28

> Deus, como Espírito, não tem “sangue”. Nesta

passagem, o “sangue” de Jesus e a Sua divindade

são tão semelhantes que podemos ver que temos

o “próprio sangue de Deus”.

> crucificado... o Senhor da Glória ............................ l Co 2:8

– Atributos divinos com títulos humanos

> Ele veio do Céu... o Filho do Homem ................... Jo 3:13

> o Filho do Homem subindo ao Céu ........................ Jo 6:62

> genealogia humana... Deus sobre todos .................Rm 9:5

12.O ESPÍRITO SANTO É DEUS

a) NOMES QUE A BÍBLIA USA COM RELAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

– Espírito ........................................................................... Mc 1:10; Gl 5:5; Ap 22:17

– Espírito Santo ................................................................ Is 63:10,11; Lc 11:13; 1 Ts 4:8

– Espírito de Deus ............................................................. Gn 1:2; Jl 2:28; Rm 8:14;

......................................................................................... l Co 3:16

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 81

– Espírito do Pai ...............................................................Mt 10:20

– Espírito do Filho ............................................................ Gl 4:6

– Espírito de Jesus Cristo ................................................. Fp 1:19

– Espírito de Cristo ........................................................... l Pe 1:11

– Espírito do Senhor ......................................................... 2 Co 3:17; Is 63:14

– Espírito da Graça ........................................................... Hb 10:29

– Espírito da Verdade ........................................................ Jo 14:17; 15:26; l Jo 5:6

– Espírito de Vida .............................................................. Rm 8:2

– Espírito da Glória ........................................................... l Pe 4:14

– Espírito de Adoção ........................................................ Rm 8:15

– Consolador ..................................................................... Jo 14:16;16:7

– Espírito de Sabedoria, Compreensão, Conselho,

Fortaleza, Conhecimento e Temor do Senhor ........... Is 11:2

b) O NOME DELE É USADO COMO SENDO SINÔNIMO DE DEUS

– Mentir ao Espírito Santo .............................................. At 5:3

> mentir a Deus ........................................................... At 5:4

– Templo do Espírito Santo ............................................ l Co 6:19,20

> Templo de Deus ........................................................ l Co 3:16,17

– O Espírito Santo ressuscitou a Jesus dentre os mortos .. Rm 8:11

> Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos ............. At 2:24,32

– Pregando com o poder do Espírito .............................. l Co 2:4

> pregando com o poder de Deus .............................. l Co 2:5

c) O ESPÍRITO SANTO TEM AS CARACTERÍSTICAS DE DEUS

– O Espírito Santo como Criador ................................... Gn 1:2

– O Espírito Santo conhece todas as coisas ................... l Co 2:10,11; Jo 16:13

– O Espírito Santo é Todo-Poderoso ............................. Lc 1:35; Rm 15:19

– O Espírito Santo é Eterno ............................................ Hb 9:14

d) ESPÍRITO SANTO COMO UMA “PESSOA”, E NÃO COMO ALGUM TIPO DE

“FORÇA” OU “INFLUÊNCIA” DE DEUS

– A Bíblia O cita como sendo uma “Pessoa”,

e não uma “coisa” ......................................................... Jo 16:13,14

Ela usa “Quem” e não “o que” ........................................... Ef 1:13,14

– Jesus diz “um outro Consolador”, como Ele Próprio .. Jo 14:16

– O Espírito ensina ........................................................... Jo 14:26

– O Espírito decide a quem dar os dons .......................... l Co 12:11

– O Espírito intercede por nós com gemidos ................ Rm 8:26

– Podemos entristecer (resistir) ao Espírito Santo ....... Ef 4:30; At 7:51

– Podemos blasfemar contra o Espírito .........................Mt 12:31; Mc 3:29

13.OBRA DO ESPÍRITO SANTO

Durante a época do Antigo Testamento, o Pai era o mais proeminente. Durante a Sua

época na terra, Jesus, o Filho, era o mais proeminente. Agora, durante a Era da Igreja, o

Espírito Santo é o mais proeminente.

a) MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO

– Envolvido na Criação ................................................... Gn 1:2

– Dando profecias ............................................................. Ez 2:2; 8:3; 11:1-5

> Balaão ........................................................................ Nm 24:2-9

> Saul ............................................................................. l Sm 10:6,10

> Davi ........................................................................... At 1:16

– Dotando as pessoas

> desenvolvendo as habilidades de Bazaleel .............. Êx 31:2-5

82 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo

> para administração governamental

> José ............................................................................Gn 41:38-44

> Moisés e os 70 anciãos ............................................ Nm 11:14-17, 25-29

> Otniel ........................................................................ Jz 3:9,10

> Gideão ........................................................................ Jz 6:34

> Sansão ........................................................................ Jz 14:19, 15-14

> Saul ............................................................................. l Sm 10:10

> Davi ........................................................................... l Sm 16:13

– Transformando as vidas e produzindo

> justiça, retidão e paz ................................................ Is 32:15-20

> devoção ao Senhor ................................................... Is 44:3-5

> um novo coração ..................................................... Ez 36:26-28

b) RELACIONAMENTO DO ESPÍRITO SANTO COM AS ESCRITURAS

– Autor das Escrituras

> o Espírito Santo fez com que os homens

falassem por Deus .................................................... 2 Pe 1:20,21

> toda a Escritura é “inspirada por Deus” (Espírito) .. 2 Tm 3:16

> o Espírito fala através das Escrituras ..................... Ap 2:7,11,17,29

– Intérprete da Sabedoria de Deus ................................... l Co 2:9-14; Ef 1:17;

......................................................................................... Jo 15:26-16:15

c) MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO DURANTE A ÉPOCA DE JESUS NA TERRA

– O ministério do Espírito Santo com Jesus

– Jesus foi concebido pelo Espírito Santo ...................... Lc 1:35; Mt 1:18

> Jesus recebeu o Espírito em Seu Batismo .............. Lc 3:21,22

> Jesus foi conduzido pelo Espírito para lutar

contra Satanás ..........................................................Mc 1:12; Mt 4:1

> Jesus andou em poder pelo Espírito ....................... Lc 4:14

> Jesus pregou com a unção do Espírito ................... Lc 4:18

> Jesus expulsou os demônios pelo Espírito .............Mt 12:28

> Jesus regozijou-Se no Espírito ................................ Lc 10:21

> Jesus foi ressuscitado dentre os mortos pelo Espírito Rm 8:11

– João Batista

> foi batizado com o Espírito antes do seu nascimento Lc 1:15

> viu o Espírito Santo pairando sobre Jesus .............Mt 3:16; Jo 1:32

> disse que Jesus batizaria no Espírito Santo ............Mc 1:7,8

d) MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO NA ERA DA IGREJA

– O Espírito revela que mais nações além de Israel

estão incluídas no Reino de Deus

> mistério de que os gentios estão incluídos ............. Ef 3:5-8

> derramamento do Espírito sobre todas as nações .. Jl 2:28 com At 2:16-18

e) UMA PASSAGEM DE ENSINO sobre o Espírito Santo .. Jo 14:16-16:15

– Enviado pelo Pai em Nome de Jesus ........................... Jo 14:26

– Enviado por Jesus, proveniente do Pai ....................... Jo 15:26

– Testifica sobre Jesus ...................................................... Jo 15:26,27

– Ele faz com que os pecadores se sintam culpados

pelo pecado .................................................................... Jo 16:7,8

– Ele nos guia na verdade ................................................. Jo 16:13

– Ele revela o Filho e o Pai ............................................. Jo 16:14,15

f) UMA PASSAGEM DE ENSINO sobre a obra do

Espírito Santo ......................................................................Rm 8:1-39

– somos libertos da lei do pecado e da morte ................Rm 8:2

– cumprimos a lei, andando no Espírito ........................ Rm 8:4

Seção B - Deus Pai, Filho e Espírito Santo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 83

– fortalece os nossos corpos físicos ................................ Rm 8:11

– temos paz e vida através do Espírito .......................... Rm 8:5,6

– nossas obras malignas destruídas pelo Espírito ........... Rm 8:13

– Ele nos ajuda a orarmos em nossas fraquezas ............. Rm 8:26

– filhos, e não escravos de Deus, através do Espírito ... Rm 8:15-17

g) ESPÍRITO SANTO em Efésios

– Como eu sei que pertenço a Deus?

Somos marcados em Cristo pelo selo do Espírito

Santo ............................................................................... Ef 1:13,14

– Como o Espírito nos ajuda?

Ele nos ajuda a conhecermos a Deus, dando-nos

sabedoria e revelação ..................................................... Ef 1:17

– Como posso ter acesso a Deus Pai no Céu?

Temos acesso ao Pai através do Espírito Santo ......... Ef 2:18

– Como Deus pode habitar em nosso meio, a Sua

Igreja e Templo?

Deus habita em nosso meio através do Seu Espírito .. Ef 2:22

– Como Deus revelou que os gentios são perdoados

em Jesus?

O Espírito de Deus revelou isto aos apóstolos

e profetas ........................................................................ Ef 3:4-6

– Como podemos ser fortalecidos de maneira que

Cristo possa habitar em nossos corações?

O Espírito de Deus, no profundo do nosso ser,

nos fortalece .................................................................. Ef 3:16,17

– Como podemos viver em paz com o Espírito de

Deus em nós?

Livrando-nos de certas coisas como a amargura

e a malícia ....................................................................... Ef 4:30-32

– Qual é a vontade de Deus para a minha vida?

Estar cheio com o Espírito .......................................... Ef 5:17,18

– Que parte da armadura de Deus é mais do que

uma defesa?

A Espada do Espírito (a Palavra de Deus) .................. Ef 6:17

Orando no Espírito ........................................................ Ef 6:18

– O Espírito Santo torna a salvação uma realidade

para nós/uma experiência própria em nós

> convence-nos do pecado, da justiça, e do juízo .... Jo 16:7,8

> precisamos nascer do Espírito ................................ Jo 3:3-6; Tt 3:5

> em seguida, o Espírito batiza/habita no crente ..... At 2:4; Ef 5:18; l Co 6:19

> capacita-nos a vivermos livres do pecado ............ Rm 8:2

> capacita-nos para o ministério de Deus ................. Jo 14:11-17; At 1:8; l Co 2:4

> dirige-nos e ensina-nos ............................................ Jo 14:26; 16:13

> produz os frutos do Espírito no crente .................. Gl 5:22,23

84 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção C - Seres Espirituais

C. Seres Espirituais

Índice Desta Seção

Cl. ANJOS – MENSAGEIROS DE DEUS

C2. DEMÔNIOS – ANJOS DE SATANÁS

C3. SATANÁS – NOMES E HISTÓRIA

C4. SATANÁS – PODER E OBRA

C5. DEMÔNIOS E DEMONOLOGIA

C6. MALFEITORES E FEITICEIROS

1. ANJOS – MENSAGEIROS DE DEUS

a) QUEM SÃO OS ANJOS?

Os anjos são freqüentemente mencionados na Bíblia, mas não com o propósito de nos

ensinar sobre os próprios anjos. Ao invés, aprendemos sobre o envolvimento deles com

Deus e os Seus propósitos.

– A palavra “anjo” significa “mensageiro”, tanto no hebraico como no grego.

– Não devem ser adorados ............................................... Jz 13:16-18; Cl 2:18;

......................................................................................... Ap 19:10; 22:8,9

– Há duas classes de anjos: bons e maus .......................... Ap 12:7

> com relação aos anjos maus, veja a Seção C2 e “Demonologia” Seção C5

– Os anjos também são citados como sendo:

> vigias .......................................................................... Dn 4:13,17,23

> anjos do céu ..............................................................Mt 24:36

> exército celestial ...................................................... Lc 2:13

> espíritos ..................................................................... Zc 6:5; Hb 1:4,14

> filhos de Deus ........................................................... Jó 1:6; 2:1; 38:7

> principados, potestades, tronos, domínios,

autoridades ................................................................Cl 1:16; 2:15; Rm 8:38;

................................................................................... l Co 15:24; Ef 6:12

– Três Seres Angelicais são mencionados na Bíblia

> Gabriel ....................................................................... Dn 8:16; 9:21;

................................................................................... Lc 1:11-20, 26-38

> Miguel ........................................................................ Dn 10:13,21; 12:1;

................................................................................... Jd 9; Ap 12:7

> Satanás (com muitos outros nomes) ......................Veja a Seção C3

– Os Seres Espirituais possuem diferentes graduações ou níveis

> Dignidades celestiais ................................................ 2 Pe 2:10,11

> Serafins ...................................................................... Is 6:2,6

> Querubins .................................................................. Gn 3:24; Êx 25:18;

................................................................................... Sl 18:10; Ez 10:2-9

> Satanás era um querubim ......................................... Ez 28:14-16

> Arcanjo ..................................................................... 1 Ts 4:16; Jd 9

– Foram criados por Deus-Pai e o Filho ........................ Ne 9:6; Cl 1:16

> Antes da criação do homem ................................... Jó 38:1-7

– Seres espirituais (não de carne & sangue) ................... Ef 6:12; Hb 1:14; Sl 104:4

> no entanto, aparecem freqüentemente em forma

humana visível ......................................................... Gn 18:2-33; 19:1-22;

................................................................................... Jz 6:11-22; Jo 20:12

> podemos hospedar anjos sem sabermos ................. Hb 13:2

– Muitíssimos .................................................................... Dt 33:2; Dn 7:10; Mt 26:53;

......................................................................................... Lc 2:13; Hb 12:22

Seção C - Seres Espirituais CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 85

– Muito poderosos ............................................................ 2 Rs 19:35; Sl 103:20;

......................................................................................... 2 Ts 1:7; 2 Pe 2:11; Is 37:36

– Sábios, porém não oniscientes ..................................... 2 Sm 14:20; Mt 24:36;

......................................................................................... l Pe 1:12

– Cristo Jesus é muito superior aos anjos ....................... Hb 1:4-2:15

b) QUE FAZEM OS ANJOS BONS?

– Louvam e adoram a Deus ............................................. Hb 1:6; Ap 5:11,12

– Lei de Moisés dada através de anjos ............................ Sl 68:17; Gl 3:19; At 7:53

– São submissos a Jesus ..................................................... Ef 1:20-22; Cl 2:10; l Pe 3:22

– Eles ministram aos herdeiros da salvação ................... Hb 1:7,14

> A ajuda deles é obtida através da oração a Deus ...Mt 26:53; At 12:5-7

– Executam o julgamento de Deus .................................. 2 Sm 24:16; 2 Rs 19:35;

......................................................................................... S1 35:5,6; At 12:23; Ap 16:1

– São ceifeiros do final dos tempos ................................Mt 13:39-41,49,50; 24:31

– Cuidam das crianças .......................................................Mt 18:10

– Protegem o povo de Deus ............................................ Dn 6:22; Sl 34:7; 91:11

– Aparecerão com Jesus em Sua Segunda Vinda .............Mt 16:27; 25:31;

......................................................................................... Mc 8:38; 1 Ts 4:16; 2 Ts 1:7

– Anunciaram grandes eventos da vida de Jesus

> concepção ................................................................. Lc 1:31

> nascimento ............................................................... Lc 2:10-12

> ressurreição ............................................................... Lc 24:23

> ascensão .................................................................... At 1:10,11

> Segunda Vinda ........................................................... At 1:11

c) OS ANJOS MINISTRARAM A MUITAS PESSOAS

– Hagar, logo depois de se separar de Sara ..................... Gn 16:7-13

– Ló, antes da destruição de Sodoma .............................. Gn 19:1-22

– Hagar e Ismael ............................................................... Gn 21:17-19

– Abraão, na montanha com Isaque ............................... Gn 22:11-18

– Jacó, na visão com a escada ......................................... Gn 28:12

> na visão referente às ovelhas de Labão ................. Gn 31:11

> depois de se separar de Labão para encontrar-se

com Esaú ................................................................... Gn 32:1

– Moisés, na sarça ardente ............................................... Êx 3:2

– Israel, com a coluna de nuvem ..................................... Êx 14:19,20

> para conduzi-los ....................................................... Êx 23:20-23; Nm 20:16

– Balão e a sua jumenta .................................................... Nm 22:22-35

– Josué e Israel .................................................................. Jz 2:1-5

– Gideão, para escolhê-lo para dirigir Israel .................. Jz 6:11-22

– Os pais de Sansão ........................................................... Jz 13:2-23

– Davi, quando ele contou o povo .................................. 2 Sm 24:15-17; l Cr 21:16-30

– Elias, para fortalecê-lo .................................................. l Rs 19:5-8

– Os assírios, para matá-los ............................................. 2 Rs 19:35; 2 Cr 32:21;

......................................................................................... Is 37:36

– Sadraque, Mesaque & Abdenego, no fogo .................... Dn 3:25-28

– Daniel, na cova dos leões ............................................. Dn 6:22

> anjo Gabriel para mostrar o futuro ........................ Dn 8:16; 9:21

– Zacarias recebe muitas revelações pelos anjos ........... Zc 1:9; 4:1-6

– José, marido de Maria ...................................................Mt 1:20,21

> ida e volta do Egito ..................................................Mt 2:13; 2:19

– Jesus, os anjos ministram a Ele ....................................Mt 4:11; Mc 1:13

– As crianças possuem os seus anjos ...............................Mt 18:10

86 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção C - Seres Espirituais

– Mulheres, no sepulcro ...................................................Mt 28:2-8; Jo 20:11-13

– Zacarias vê Gabriel no templo ..................................... Lc 1:11-19

– Maria, mãe de Jesus, vê Gabriel .................................... Lc 1:26-38

– Os pastores, no nascimento de Jesus ........................... Lc 2:8-16

– Jesus, orando e chorando no jardim ............................. Lc 22:43

– Enfermos, para agitar a água de cura ........................... Jo 5:4

– Apóstolos, para libertá-los da prisão ........................... At 5:19,20

– Filipe, para testemunhar ao etíope .............................. At 8:26

– Cornélio, para chamar a Pedro .................................... At 10:3-8

– Pedro, para escapar da prisão de Herodes ...................At 12:6-11

– Herodes, para feri-lo e matá-lo .................................... At 12:21-23

– Paulo, antes do naufrágio ............................................. At 27:23,24

– João, muitos lugares em seu livro ................................ Apocalipse

2. DEMÔNIOS – ANJOS DE SATANÁS

a) INTRODUÇÃO

– alguns anjos malignos foram rejeitados por Deus ...... 2 Pe 2:4; Jd 6

– Os espíritos malignos podem habitar nas pessoas ......Mt 12:43-45; Mc 1:26; 5:9;

......................................................................................... 7:24-30; 9:14-27; 16:9

– Perigoso para os incrédulos lidarem com os espíritos ... At 19:12-16

– Os demônios são chamados de espíritos enganadores ... l Tm 4:1

> Nunca creia no que dizem os demônios –

eles mentem .............................................................. Jo 8:44

> Não converse com os demônios – expulse-os ......Mc 16:15-18

– Os demônios crêem que há um Deus ........................... Tg 2:19

– Podem executar sinais milagrosos ...............................Ap 16:14; 2 Ts 2:9-12;

.........................................................................................Mt 24:24; Êx 7:11,22

b) OS CRENTES TÊM PODER/AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS

– Maior é Jesus em nós do que Satanás no mundo ........ l Jo 4:4

– Os demônios não conseguiram entrar nos porcos

sem permissão ................................................................Mt 8:30-32

– Os Apóstolos receberam poder sobre, os demônios ... Lc 9:l

– Outros setenta foram designados para expulsarem

os demônios .................................................................... Lc 10:1,17

– Todos os discípulos capacitados a expulsarem os

demônios ........................................................................Mt 10:1; Mc 16:17

– Têm a promessa de autoridade sobre os espíritos

malignos .......................................................................... Lc 10:18-20

– Paulo expulsou um espírito de adivinhação ................At 16:16

– Demônios expulsos pela palavra de fé & poder ......... Lc 4:32-36

3. SATANÁS – NOMES E HISTÓRIA

a) OS NOMES USADOS PARA DESCREVER A SATANÁS REVELAM O SEU CARÁ-

TER (OS SIGNIFICADOS DOS NOMES ESTÃO ENTRE PARÊNTESES)

– Lúcifer (Anjo de Luz)

> o nome dele enquanto ele estava no céu ............... Is 14:12

– Satanás (Oponente) ....................................................... Mt 4:10; l Cr 21:1;

......................................................................................... Jó 1:6; Zc 3:1

– Serpente, ou Antiga Serpente ....................................... Gn 3:1,4; Ap 12:9

– Dragão, Serpente, Diabo, Satanás ................................ Ap 12:9; 20:2

– Diabo (Falso Acusador) .................................................Mt 4:1,5,8;

......................................................................................... Ef 6:11,12; Ap 12:9

Seção C - Seres Espirituais CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 87

– Tentador .........................................................................Mt 4:3; 1 Ts 3:5

– Belzebu (Deus do Esterco) ............................................Mt 12:24; Mc 3:22

– Príncipe dos Demônios .................................................Mt 12:24; Mc 3:22

– Maligno ...........................................................................Mt 13:19

– Príncipe deste mundo .................................................... Jo 12:31,14:30;16:11

– Assassino, Mentiroso .................................................... Jo 8:44

– Deus deste mundo ou século ......................................... 2 Co 4:4;

......................................................................................... Jo 12:31;14:30;16:11

– Belial (Inutilidade) ......................................................... 2 Co 6:15

– Príncipe das potestades do ar ....................................... Ef 2:2

– Adversário, o Diabo (Inimigo) ..................................... l Pe 5:8

– Enganador ....................................................................... Ap 12:9

– Acusador dos nossos irmãos ......................................... Ap 12:10

– Possivelmente, este termo se refere a Satanás

> Anjo do Abismo ........................................................ Ap 9:11

> Apoliom, Abadom (Destruidor) .............................. Ap 9:11

b) SATANÁS É COMPARADO A

– Uma Serpente ................................................................. Gn 3:1; Ap 12:9,20:2

– Um Caçador de Pássaros (passarinheiro) .................... Sl 91:3

– Um Semeador de Ervas Daninhas ................................Mt 13:25

– Um Lobo ........................................................................ Jo 10:12

– Um Leão Rugidor ........................................................... l Pe 5:8

c) HISTÓRIA GERAL DE SATANÁS

Há muitos ensinamentos sobre Satanás na Bíblia.

– Ele é um ser criado ........................................................ Ez 28:13

– Ele era chamado “Lúcifer” no Céu .............................. Is 14:12

– Ungido por Deus como querubim protetor ................. Ez 28:14

> no monte santo de Deus .......................................... Ez 28:14

> modelo de perfeição (sabedoria e beleza) .............. Ez 28:12,15

> no jardim de Deus ..................................................... Ez 28:13

– Originalmente no Céu, mas foi expulso ...................... Lc 10:18

– Pecou contra Deus ......................................................... l Jo 3:8

– O pecado foi revelado nele ........................................... Ez 28:15

> devido ao orgulho pela sua beleza .......................... Ez 28:17

– Razão da queda de Satanás da comunhão com Deus .. Is 14:12-20

> Subirei ao céu ............................................................ Is 14:13

> Exaltarei o meu trono acima das estrelas de Deus ... Is 14:13

> Sentar-me-ei entronizado... nos lugares mais altos .. Is 14:13

> Subirei acima das nuvens ......................................... Is 14:14

> Serei semelhante ao Altíssimo ................................ Is 14:14

– Chefe dos espíritos malignos, anjos malignos,

demônios ........................................................................Mt 12:24-28

– Alguns crêem que Satanás queria estar encarregado

da Criação de Deus antes da criação de Adão.

– Satanás afirmou que o mundo lhe pertencia ...............Mt 4:8,9

> Adão recebeu de Deus o domínio da Terra ............ Gn 1:28

– Ele enganou a Eva no jardim do Éden ........................ Gn 3:1-7

– Ele foi amaldiçoado por Deus ...................................... Gn 3:14

– Ele é o inimigo do homem ........................................... Gn 3:15

– Na época de Jó, Satanás tinha acesso a Deus .............. Jó 1:6

> ele ainda é chamado de “acusador dos

nossos irmãos” ......................................................... Ap 12:10

88 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção C - Seres Espirituais

– Ele tentou a Jesus, mas não foi bem-sucedido ............Mt 4:3,4

– Pode aparecer como um anjo de luz ............................ 2 Co 11:14

d) O FIM DE SATANÁS E SEUS ANJOS

– Os santos devem julgar os anjos ................................... l Co 6:3

– Ele será destruído por Deus .......................................... Gn 3:15; Ap 20:10

– Jesus disse ter visto a Satanás caindo do Céu .............. Lc 10:18

> Satanás é o príncipe das potestades do ar .............. Ef 2:2

> Satanás foi expulso do Monte de Deus .................. Ez 28:16

> Satanás foi visto sendo derribado na terra ............ Ez 28:17; Ap 12:10-13

> Satanás é acorrentado por mil anos ....................... Ap 20:1-3

– Satanás é lançado no lago de fogo ...............................Mt 25:41; Ez 28:18; Ap 20:10

– Nenhuma esperança para a redenção deles ................. Jd 6; 2 Pe 2:4; Mt 25:41

> um fogo eterno é preparado para ele .....................Mt 25:41

4. SATANÁS – PODER E OBRAS

a) É UMA PERSONALIDADE, E NÃO ALGUM TIPO DE FORÇA OU INFLUÊNCIA

– Interage com Jesus na tentação ...................................Mt 4:1-11

> ele sabe falar ............................................................. Gn 3:1; Mt 4:3

– Jesus o chama de assassino e mentiroso ...................... Jo 8:44

– Ele é astuto e se disfarça ............................................... 2 Co 11:3,14

– Interage com Deus ......................................................... Jó 1:6-12; 2:1-6

– Ele anda e ruge ............................................................... l Pe 5:8

– Ele pode ser acorrentado ..............................................Ap 20:1-3

b) PODER E OBRAS DE SATANÁS E SEUS ANJOS CAÍDOS

– Perturba e atormenta o justo ....................................... Jó 1:12-19; 2:5-7; Zc 3:1

> com enfermidades .................................................... Lc 13:16

> com demônios ..........................................................Mc 5:15; 6:13; 16:9

– Busca destruir os homens

> com tentações .......................................................... l Cr 21:1; l Ts 3:5

} Eva ........................................................................ Gn 3:1-7

} Jó ........................................................................... Jó 1:6-12

} Davi ....................................................................... l Cr 21:1

} Cristo ......................................................................Mt 4:1-11

} Judas ........................................................................ Lc 22:1-6

} Ananias & Safira ................................................... At 5:1-11

> com mentiras ............................................................ Jo 8:44

> tinha o poder da morte física ................................. Hb 2:14,15

– Tenta destruir o Evangelho ..........................................Mt 13:19; 2 Co 4:4

– Tenta impedir a obra e os obreiros de Deus ................ Zc 3:1; l Ts 2:18; Dn 10:10-14

– Perverte as Escrituras ...................................................Mt 4:6; Sl 91:11,12

– Pode fazer sinais e maravilhas ..................................... 2 Ts 2:8,9; Ap 13:11-15

– Veja também “Demonologia” ...................................... Seção C5

c) LIMITAÇÕES DO PODER E AUTORIDADE DE SATANÁS

– Jesus veio para destruir as obras de Satanás ................ Hb 2:14; 1 Jo 3:8

– As suas tentações na vida de Jesus foram ineficazes .. Lc 4:13

– Satanás não tem nenhum poder sobre Jesus ............... Jo 14:30

– Jesus expulsou os espíritos malignos ........................... Lc 11:20; 13:32

– Os discípulos receberam poder para expulsarem os

demônios ........................................................................Mt 10:1; Mc 16:17

– Maior é Jesus em nós do que Satanás no mundo ........ l Jo 4:4

– Ele precisou da permissão de Deus para tentar a Jó .. Jó 1:9-12

– Seus demônios precisaram de permissão para entrar

Seção C - Seres Espirituais CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 89

nos porcos ......................................................................Mt 8:30-32

– Despojado do seu poder através da Cruz ..................... Cl 2:15

d) FUNÇÃO DOS SANTOS COM RELAÇÃO A SATANÁS

– Não devem adorar os anjos .......................................... Jz 13:16-18; Cl 2:18;

......................................................................................... Ap 19:10; 22:8,9

> Satanás e seus anjos desejam adoração ..................Mt 4:8-10

– Resista ao diabo e ele fugirá .......................................... Tg 4:7; l Pe 5:9

– Vista-se com toda a armadura para resistir ao diabo .. Ef 6:11-17

– São atormentados por Satanás somente até onde

Deus permitir ................................................................. Jó 1:12; 2:4-7; 2 Co 12:7-9

– Deveriam estar vigilantes ............................................. 2 Co 2:11

– Deveriam vencer a Satanás .......................................... l Jo 2:13; Ap 12:10,11

> pelo sangue de Jesus

> pela Palavra de Deus

> não amando as suas vidas até a morte

– Temos a promessa de vitória sobre Satanás ............... Rm 16:20

– Temos poder e autoridade sobre os espíritos malignos .. Lc 10:18-20

– Arma principal para derrotá-lo: a Palavra ................. Lc 4:8,10,12

5. DEMÔNIOS E DEMONOLOGIA

Precisamos conferir cuidadosamente as nossas idéias com relação aos demônios. A maior

parte do que o mundo crê não procede da Bíblia, l João 4:1 nos diz que há muitos erros que

são ensinados por falsos profetas e pelo espírito do Anticristo.

a) O QUE SÃO OS DEMÔNIOS?

– São chamados de “espíritos imundos” e “demônios” ....Mt 4:24; 7:22; Mc 9:25

> os espíritos não possuem carne e ossos ................. Lc 24:39

– NÃO são espíritos de pessoas mortas .......................... Lc 16:27-31

> o homem rico não pôde voltar à terra

– A maioria dos cristãos crêem que eles são anjos caídos.

> os anjos caídos estão agora presos por Deus ......... Jd 6; 2 Pe 2:4

– O príncipe dos demônios é chamado de Belzebu ........Mc 3:22

> em geral compreendido como sendo um dos nomes de Satanás

– Os demônios crêem que há um Deus e temem ........... Tg 2:19

– Os discípulos tinham medo dos espíritos ....................Mt 14:26; Lc 24:37

> isto aconteceu antes de os discípulos serem batizados com o Espírito Santo

– Os demônios são capazes de fazer milagres a fim

de enganarem ................................................................. Ap 16:14

b) COMO AS PESSOAS E OS DEMÔNIOS SE RELACIONAM?

– Os incrédulos geralmente fazem sacrifícios a ele ....... l Co 10:20,21; Dt 32:17

– Os demônios são espíritos sedutores que nos tentam

ao pecado ........................................................................ l Tm 4:1

> as atividades demoníacas aumentarão no final dos tempos

– As pessoas podem ensinar doutrinas de demônios ..... l Tm 4:1-5

> proibindo o casamento e certas comidas

– As pessoas podem ser controladas ou possuídas

por demônios ................................................................. Veja abaixo

> os demônios também podem habitar nos animais ...Mt 8:30-32

c) COMO AS PESSOAS RECEBEM UM DEMÔNIO?

– As pessoas ficam endemoninhadas através da adoração de ídolos e de obras da carne,

l Co 10:20,21; Gl 5:19-21 (Observação: A Idolatria e a Fornicação estão

associadas – andam juntas. A feitiçaria está associada com as obras da carne).

90 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção C - Seres Espirituais

– As pessoas que fazem do pecado um hábito podem

receber um demônio ...................................................... Jo 5:14

– As falsas religiões podem enganar as pessoas, abrindo-as a poderes demoníacos.

– Satanás é o enganador e tentador ................................ Ap 12:9; l Ts 3:5

– A falta de perdão pode atrair os atormentadores

(demônios) .....................................................................Mt 18:34,35

– O Senhor pode enviar um espírito maligno aos desobedientes

> para atormentar o Rei Saul ..................................... l Sm 16:14-16

> para falar mentiras aos falsos profetas .................. l Rs 22:23; l Jo 4:1

– Um espírito maligno pode entrar num homem que

esteja vazio .....................................................................Mt 12:44,45

> a pessoa que é liberta encontra-se vazia ................Mt 12:44

> até mesmo mais espíritos podem entrar se

estiver vazio .............................................................Mt 12:45

> isto serve como um forte aviso com relação à libertação de incrédulos

– Estarmos cheios com o Espírito Santo nos protege ..... At 2:4; Ef 5:18

– Os crentes recebem o Espírito Santo pedindo a Deus ... Lc 11:13

> uma pessoa pode receber um espírito maligno pedindo a Satanás

– As seguintes coisas são erradas:

> Fazer negociações com espíritos malignos ........... 2 Cr 33:6; l Co 10:20,21

> Adorar os demônios .................................................Ap 9:20

> Adorar os anjos ........................................................ Cl 2:18

d) O ANTIGO TESTAMENTO E OS DEMÔNIOS

– Nenhum exemplo de expulsão de demônios no Antigo Testamento

– Jesus disse que o “homem forte” precisa ser amarrado primeiramente.

> Aí então a sua casa pode ser destruída ...................Mc 3:27

> o homem forte (Satanás) não havia sido amarrado até a vinda de Jesus.

– Esta é a razão da Sua vinda ........................................... l Jo 3:8

– Expulsão dos demônios – um sinal do Reino de Deus ...Mt 12:28; Lc 11:20

e) COMO SÃO AS PESSOAS ENDEMONINHADAS?

– Podem ter muita força ..................................................Mt 8:28; Mc 5:3,4;

......................................................................................... Lc 8:29; At 19:15,16

– A pessoa pode mutilar-se ..............................................Mt 17:15; Mc 5:5

– Podem estar com dores e estar feridas ........................Mc 9:20

– Podem espumar pela boca ............................................Mc 9:20

– Podem aparecer como mestres na Igreja .................... l Tm 4:1-5

– Rei Saul profetizava quando atormentado por um

espírito maligno ............................................................. l Sm 18:10

– Os demônios podem falar através da pessoa ..............Mt 8:29-31; Mc 1:24

> os demônios podem falar sobre Jesus .....................Mc 1:24; At 16:16,17

> Jesus não permitia que falassem muito ..................Mc 1:34

} Precisamos ser cuidadosos para não crermos

nas palavras enganosas dos demônios

– Podem viver em lugares incomuns (desertos, sepulturas) Lc 8:27

– Podem andar sem roupas .............................................. Lc 8:27

– Podem ser atormentados por uma enfermidade física

> mudez ........................................................................Mc 9:17

> surdez & mudez ........................................................Mc 9:25

> cegueira & mudez .....................................................Mt 12:22

> paralisia ou coxeadura ............................................. At 8:7

> convulsões .................................................................Mc 1:26; 9:20; Lc 9:39

– Adoradores de ídolos ..................................................... Lv 17:7; Dt 32:17; Ap 9:20

Seção C - Seres Espirituais CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 91

– Podem ser cartomantes (adivinhação) ........................ Lv 20:27; At 16:16

– Podem estar envolvidos em feitiçaria, magia ............ Is 47:9-13, At 19:18,19

– Podem invocar os espíritos dos mortos ...................... l Sm 28:11-14

f) COMO O CRENTE DEVERIA RELACIONAR-SE COM OS DEMÔNIOS?

– A Bíblia não nos dá nenhuma fórmula de expulsar os demônios.

– Jesus simplesmente deu autoridade aos Seus discípulos ..Mc 16:17

> não aos 12 somente, mas a nós também ............... Jo 17:20-23

– Jesus simplesmente ordenava que eles saíssem ...........Mc 1:25; 9:25

> atribuído ao Espírito de Deus/dedo de Deus ...........Mt 12:28; Lc 11:20

– Jesus não permitia que os demônios falassem ............Mc 1:34; Lc 4:41

– Jesus pôde dar autoridade aos discípulos ......................Mt 10:1

> os discípulos precisavam de fé para serem

bem-sucedidos ...........................................................Mt 17:19,20

– Os discípulos ordenavam em Nome de Jesus ..............Mc 16:17

– A oração e o jejum podem ser necessários ..................Mc 9:29

– Fé por parte da pessoa que está pedindo .....................Mc 6:5,6; 9:23,24

> às vezes é óbvio que não há nenhuma fé ............... At 16:16-19

– Os lenços e aventais de Paulo expulsavam os demônios . At 19:11,12

– Os incrédulos são feridos tentando expulsar os demônios At 19:13-16

> usaram o Nome de Jesus .......................................... At 19:13

> eles próprios não conheciam a Jesus ..................... At 19:13

– A expulsão de um espírito maligno de um incrédulo

pode resultar em maiores problemas para ele ............Mt 12:44,45

g) OS DEMÔNIOS CAUSAM ENFERMIDADES?

– Os demônios podem causar enfermidades físicas .......Veja o item 5. e) acima

– A Bíblia faz uma distinção entre a cura e a

expulsão de demônios ................................................... Mt 4:24; 10:8; Mc 1:32; 3:15;

......................................................................................... Lc 9:1,2;13:32

– Curas sem a menção de demônios

> epilépticos & paralíticos .........................................Mt 4:24

> lepra ...........................................................................Mt 8:3

> servo do centurião ...................................................Mt 8:5-13

> mulher e hemorragia ................................................Mt 9:20-22

> dois cegos ..................................................................Mt 9:27-30

> mão atrofiada ...........................................................Mt 12:9-14

6. MALFEITORES E FEITICEIROS

a) ADIVINHAÇÃO (FEITIÇARIA, MAGIA, ESPIRITISMO)

– As nações pagãs praticavam a magia, a adivinhação e o espiritismo

> obras da natureza pecaminosa (feitiçaria) ............. Gn 5:19-21

> Balaão recebe uma remuneração pela adivinhação .. Nm 22:7

> os filisteus tinham adivinhos .................................. l Sm 6:2

> o rei da Babilônia usava adivinhações .................... Ez 21:21-23

> o Faraó consultou os seus magos sem êxito .......... Gn 41:24

> os magos de Nabucodonosor não conseguiram

revelar o sonho ........................................................ Dn 2:2; 4:7

> Barjesus ou Elimas, um feiticeiro ........................... At 13:6-12

> uma jovem com um espírito de adivinhação ........ At 16:16

> livros de magia queimados em Éfeso ..................... At 19:17-20

> magia da perversa cidade da Babilônia ................... Ap 18:23

– Coisas proibidas e que serão julgadas por Deus

92 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção C - Seres Espirituais

> Todo tipo de magia é estritamente proibida por

Deus ........................................................................... Dt 18:9-13

> A magia e o falar com os mortos são proibidos

por Deus .................................................................... Is 8:19,20

> Superstições do Oriente e adivinhações julgadas .. Is 2:6

> Deus ameaça destruir a feitiçaria ............................Mq 5:12

> Toda idolatria é maligna aos olhos de Deus .......... 2 Rs 17:17

> Deus julgará os feiticeiros .......................................Ml 3:5

> As pessoas com magia não entrarão na

Nova Jerusalém ........................................................ Ap 21:8

> Deus Se opõe aos que seguem os espíritas ............. Lv 20:6

> Saul busca o espírito do falecido Samuel ................ l Sm 28:11

> Saul morreu por ter consultado um médium ......... l Cr 10:13

> Não se permitia que as feiticeiras vivessem .......... Êx 22:18

> Consultar médiuns e espíritas contamina as pessoas .. Lv 19:31

b) FALSOS SINAIS E MARAVILHAS

– Os malfeitores podem realizar sinais milagrosos .......Ap 16:14; 2 Ts 2:9-12;

.........................................................................................Mt 24:24; Êx 7:11,22

– Líderes iníquos fazem milagres em Nome de Jesus ....Mt 7:22,23

– Falsos sinais e maravilhas do final dos tempos ..........Mt 24:24

– A segunda besta faz grandes sinais milagrosos ............ Ap 13:13

– Sexta taça de ira – os demônios fazem maravilhas ... Ap 16:13,14; 19:20

c) DEUS É MAIS PODEROSO QUE A FEITIÇARIA

– Os magos de Faraó não conseguiram mudar o pó em

piolhos ............................................................................ Êx 8:18,19

– Deus é maior do que qualquer feiticeiro ....................... Dn 2:27,28; Nm 23:23

– Deus é muito mais poderoso do que qualquer feitiçaria . Is 19:3; 47:9

– O feiticeiro Barjesus, ou Elimas, derrotado ................At 13:6-12

d) FEITICEIROS FAMOSOS DA BÍBLIA

– Os feiticeiros de Faraó executam milagres ................. Êx 7:11

– Os feiticeiros fazem as rãs saírem da água .................. Êx 8:7

– Médium de Endor procurada por Saul .......................... l Sm 28:7-9

– Simão o Feiticeiro ......................................................... At 8:9-11

– Barjesus ou Elimas, um feiticeiro e falso profeta ...... At 13:6-8

– Uma jovem que tinha o espírito de adivinhação ........ At 16:16

Seção D - Pecado / Homem CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 93

D. Pecado / Homem

Índice Desta Seção

Dl. NATUREZA DO PECADO

D2. PECADO E A LEI

D3. PECADO, TRIBULAÇÕES E TENTAÇÕES

D4. CRIAÇÃO DO HOMEM

D5. CONDIÇÃO DAS PESSOAS NÃO-REDIMIDAS E CAÍDAS

D6. O HOMEM REDIMIDO E O REINO DE DEUS

1. NATUREZA DO PECADO

a) DEFINIÇÃO: Os seguintes sub-temas definem o pecado. O pecado é uma rebelião

contra Deus. Pelo fato de que todos pecaram (Rm 3:23), todos se tornaram inimigos de

Deus e estão separados do Seu amor .................................. Dt 9:7,8; Js 1:18; Is 59:2

– O pecado original criou a separação ............................ Gn 3:1-24

– A adoração de ídolos é pecado ...................................... Êx 32:31; l Rs 12:28-30;

......................................................................................... Is 31:7; Jr 17:3; 32:35;

......................................................................................... Ez 23:49; Os 13:2

– Queimar incensos (a deuses falsos) .............................. Jr 44:23

– Feitiçaria ......................................................................... l Sm 15:23

– Transgressão da lei ........................................................ Lv 16:16; Ne 1:6,7; l Jo 3:4

> Veja os Dez Mandamentos ...................................... Seção I1

– Desobediência ao mandamento de Deus ..................... Êx 9:27,34; 10:16,17; Lv 5:17

> pode ser feita em ignorância ................................... Lv 4:2,13,22,27; 5:15,17

> pode ser feita em segredo ........................................ Sl 90:8; Pv 28:13

– Toda iniqüidade .............................................................. Jo 5:17

– Imoralidade sexual. Veja “Casamento e a Família” ... Seção G9.

> homossexualismo ..................................................... Gn 9:22; 18:20; 19:5-9;

................................................................................... Lv 18:22; Rm 1:24-27;

................................................................................... 1 Co 6:10

> bestialidade ................................................................ Lv 18:23

> incesto ....................................................................... Gn 19:33-38; Lv 18:6-20

> os filhos de um incesto, Moabe e Amom, foram

muito iníquos ............................................................ Dt 23:3; Jz 10:6;

................................................................................... l Rs 11:4,7; 2 Rs 21:11

> fornicação .................................................................Mt 5:32; At 15:20-29;

................................................................................... l Co 5:1,11; 10:8

> adultério .................................................................... Gn 20:7-9; 39:7-9;

................................................................................... l Co 6:10; 7:2; Gl 5:19

– Não fazermos o bem que conhecemos ........................ Lv 5:1; Tg 4:17

......................................................................................... (Pecados de omissão)

– Pensamentos dos tolos .................................................. Pv 24:9

– Conversa vã ou inútil .................................................... Pv 10:19

– Desprezar os outros, orgulho ....................................... Pv 14:21; 21:4

– Incredulidade e atos sem fé ........................................... Rm 14:23; Hb 12:16;

......................................................................................... Ap 2:14,20; 9:21

b) O PECADO DESCRITO COMO

– Entrar no mundo através de Adão ............................... Gn 3:1-24; Is 43:27; Rm 5:12

– Do diabo .......................................................................... Jo 3:8; Jo 8:44

94 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção D - Pecado / Homem

– Obras das trevas ............................................................. Ef 5:11-14

– À porta, pronto para dar o bote ..................................Gn 4:7

– Procedente do coração ..................................................Mt 15:19,20

– O resultado da concupiscência ...................................... Tg 1:15

– Vem através de nossos ancestrais ................................. Êx 20:5; Sl 37:28; Pv 14:11

– Uma fonte do sofrimento humano .............................. Jó 15:20; Pv 13:15; Rm 2:9

– Inescusável ..................................................................... Rm 1:20; 2:1; Jo 15:22

c) QUEM PECOU?

– Somente Jesus Cristo não teve pecado ........................ 2 Co 5:21;

......................................................................................... Hb 4:15; 7:26; l Jo 3:5

– As Escrituras dizem que todos estão sob o pecado ..... Gl 3:22; Sl 53:3; Is 53:6

– Todos pecaram ............................................................... l Jo 1:8; l Rs 8:46; Rm 3:23

– Somos pecadores por hereditariedade .......................... Jó 15:14; 25:4; Sl 51:5;

......................................................................................... Rm 5:12-19; l Co 15:21,22

> Sete à imagem do pecaminoso Adão ......................Gn 5:3

– Nós pecamos

> através de nossas ações (corpo) ............................. Gl 5:17-21

> através de nossas atitudes (alma) ...........................Mt 5:21,22; Tg 2:8,9

> encontramo-nos num estado pecaminoso

(espírito) ................................................................... Jo 16:8,9

– Portanto, TODOS são pecadores ................................ Rm 3:23

d) RESULTADOS DO PECADO

– Separa-nos de Deus ........................................................ Gn 3:23,24; Is 59:2

– Exclui o pecador do Céu ............................................... l Co 6:9; Gl 5:19-21;

......................................................................................... Ef 5:5-7; Ap 21:27

– Traz a morte .................................................................. Gn 3:2,3; 3:19; Tg 1:15;

......................................................................................... Rm 6:23; Ez 18:4

– Provoca a ira de Deus ................................................... Dt 25:16; Pv 6:16-19;

......................................................................................... 1 Rs 16:2

– Traz a maldição de Deus

> a terra foi amaldiçoada por causa do pecado ........ Gn 3:17,18

> trabalho penoso e suor por causa dele ...................Gn 3:16,17,19; Jó 14:1

> dores de parto por causa dele ..................................Gn 3:16

– Toda a Criação em escravidão ...................................... Rm 8:21,22

– Traz calamidades

> secas ........................................................................... Jr 5:24; 2 Cr 6:26-28

> guerras ....................................................................... 2 Cr 6:36-39

> enfermidades ............................................................. Sl 38:3

> problemas nacionais ................................................ Pv 14:34; Jr 8:14-16;

................................................................................... 2 Cr 25:4

– Acarreta a punição de Deus

> presente ..................................................................... Is 13:11; Am 3:2; Jr 5:25;

................................................................................... Lc 12:47; Rm 2:8,9

> punição futura ...........................................................Mt 18:9; Mc 3:29; Lc 3:17;

................................................................................... 2 Ts 1:9; 2 Pe 2:9;

................................................................................... Ap 14:11; 20:15

– Somente Deus pode perdoar ......................................... Êx 34:7; Dn 9:9; Mq 7:18;

.........................................................................................Mc 2:7

e) SOLUÇÃO DE DEUS PARA O PROBLEMA DO PECADO

Veja “Evangelho” ................................................................ Seções F3, F4, F5

Veja “Salvação” ................................................................... Seção E2

Veja “Morte & Fim dos Tempos” ..................................... Seção H

Seção D - Pecado / Homem CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 95

2. O PECADO E A LEI

a) PERÍODO LIMITADO DA LEI

– Existe até que os seus requisitos sejam cumpridos .....Mt 5:18

– Cristo Jesus cumpriu a Lei ............................................Mt 5:17,18; Lc 24:44

> para os que andam segundo o Espírito de Deus ...... Rm 8:3-5

– O amor cumpre a Lei .................................................... Rm 13:8-10; Gl 5:14; Tg 2:8

– Levar as cargas uns dos outros cumpre a Lei .............. Gl 6:2

b) A SALVAÇÃO POR PROMESSA (GRAÇA & FÉ)

– ANTES da Lei – através de Abraão ............................. Rm 4:13,16; Gl 3:17-21

> Abraão considerado como tendo obedecido a Lei .. Gn 26:5

– DEPOIS da Lei – através de Jesus ................................ Jo 1:17; Rm 8:2; Gl 2:16

> a Lei estava em vigor até João Batista .................. Lc 16:16

> depois de João Batista, o Evangelho é pregado .... Lc 16:16

c) CONTEÚDO DA LEI

– Conteúdo da Antiga Aliança

> Dez Mandamentos ................................................... Êx 20:3-17; Dt 5:7-21

> Leis Levíticas ........................................................... Êx; Lv; Dt

– Nova Aliança Interpretando a Lei

> o maior mandamento é amarmos a Deus de

todo o coração .........................................................Mt 22:36-40; Lc 10:26,27

> o segundo maior mandamento é amarmos os

outros como a nós mesmos ....................................Mt 22:39; Lc 10:27

> assuntos importantes – juízo, misericórdia, fé .....Mt 23:23

> Jesus está acima da Lei ............................................ Jo 8:5-11; Mt 12:8

d) PROPÓSITO DA LEI

– Feita para os pecadores

> feita para os iníquos, e não para os redimidos ...... 1 Tm 1:9

> revela a ira de Deus contra os iníquos .................... Rm 4:15

> a Lei foi acrescentada por causa das transgressões ... Gl 3:19

– A Lei é retratada como uma prisão ............................. Gl 3:23

> dentro de uma prisão maior – a Prisão do Pecado ... Gl 3:22

> quando chega a fé somos libertos da Lei ............... Gl 3:23

> com o Espírito de Deus somos libertos da

escravidão do pecado ............................................... Gl 5:13-18

– É uma sombra das boas coisas futuras .......................... Hb 10:1

– Traz uma conscientização do pecado .......................... Rm 3:20; 7:7

– Encarregada de nos levar a Cristo ................................ Gl 3:23-29

e) RESULTADOS DA LEI

– A Lei proporciona ao pecado o seu poder .................. l Co 15:56

> sem a Lei, o pecado não é imputado a nós ........... Rm 5:13

– As pessoas não conseguem guardar a Lei

> ela requer uma obediência perfeita ......................... Dt 27:26; Gl 3:10,11; Tg 2:10

> ninguém consegue obedecer perfeitamente a Lei . Rm 3:10

> Israel não conseguiu guardar a Lei .......................... Is 42:24; Jr 9:13; Dn 9:11

> todos precisam ser justificados pela graça de Deus ... Rm 3:19-24

– A Lei não consegue salvar por causa da

pecaminosidade do homem .......................................... Rm 8:3

> a Lei nunca aperfeiçoou nada ................................. Hb 7:19; Gl 2:16

> através da Lei, morremos para a Lei, para

vivermos para Deus ................................................. Gl 2:19-21

96 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção D - Pecado / Homem

f) CRISTO JESUS É O CUMPRIMENTO DA LEI

– A Lei estava em vigor até João Batista ....................... Lc 16:16

> depois de João, o Evangelho é que é pregado ....... Lc 16:16

– A Igreja não é obrigada a guardar a Lei de Moisés ..... At 15:5-21; Rm 6:14

> isto, no entanto, não é uma permissão para

pecarmos ...................................................................Rm 6:15

> justificados pela fé, sem a Lei ................................. Rm 3:28

– Cristo cumpriu os requisitos da Lei ..............................Mt 5:17

– Cristo aboliu a Lei através da Sua morte ..................... Ef 2:15-17; Rm 10:3,4

– Cristo nos libertou da maldição da Lei ........................ Gl 3:13

g) UMA NOVA ALIANÇA COM DEUS

– A Nova Aliança (Graça e Fé) introduz os requisitos

> da Lei em nossos corações ...................................... Hb 8:10-13; 10:16,17

– Veja “Evangelho” .......................................................... Seção F3

3. PECADO, TRIBULAÇÕES E TENTAÇÕES

a) TRIBULAÇÕES

São circunstâncias em que devemos permanecer firmes e sofrer com paciência. Não são

causadas pela nossa pecaminosidade. Ao contrário, são geralmente causadas pela nossa

decisão de permanecermos firmes pela justiça e retidão num mundo pecaminoso.

– Jó resiste ao ataque de Satanás ..................................... Livro de Jó

– Os crentes do A.T. tiveram tribulações cruéis ............ Hb 11:36-40

> muitos crentes da atualidade sofrem tribulações cruéis

– As tribulações vêm para nos refinar ............................ Tg 1:2-5; l Pe 1:6,7

– Somos participantes dos sofrimentos de Jesus ........... l Pe 4:12-16

– Deus tem poder para resgatar os justos ....................... 2 Pe 2:7-9

b) TENTAÇÕES

As tentações não são pecado em si, mas Satanás as usa para

fazer com que pequenos. Precisamos resistir às tentações para o pecado.

– Deus não nos tenta a pecar .......................................... Tg 1:13-15

– Deus fornece uma saída das tentações ......................... l Co 10:13; 2 Pe 2:9

– Satanás é o principal tentador

> Satanás tentou a Eva no Éden ................................ Gn 3:1-7

> Satanás tentou o Rei Davi ....................................... l Cr 21:1-30

> Satanás nos tenta ..................................................... 2 Co 2:10,11; 11:3; l Ts 3:5

– O mundo fornece tentações ......................................... l Jo 2:15-17; Mt 13:22;

......................................................................................... Lc 8:13

> o desejo de possuirmos riquezas é uma terrível

armadilha .................................................................. l Tm 6:9-11

> Acã tomou as riquezas da Babilônia ....................... Js 7:1-26

> Ló desejou a terra ao redor de Sodoma .................. Gn 13:10-13

> O Rei Saul guardou o melhor do gado amalequita ... l Sm 15:20-26

> O servo de Eliseu, Geazi, aceitou ouro e roupas ... 2 Rs 5:20-27

– Os nossos próprios desejos malignos nos tentam ...... Tg 1:14

> os desejos geram o pecado ...................................... Tg 1:15

> o pecado totalmente amadurecido gera a morte .. Tg 1:15

> Esaú desiste do seu direito de primogenitura

divino em troca de comida ...................................... Gn 25:29-33

> O desejo por mulheres por parte de Salomão o

desviou ....................................................................... 1 Rs11:1-4

– Jesus foi tentado em todos os pontos, como nós o

somos .............................................................................. Hb 4:15

Seção D - Pecado / Homem CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 97

– Jesus foi tentado pelo diabo ..........................................Mt 4:1; Mc 1:13; Lc 4:2

> fisicamente – satisfazer os desejos do corpo ........Mt 4:2-4

> na alma – mostrar o Seu relacionamento

especial com o Pai ...................................................Mt 4:5-7

> no espírito – adorar a Satanás a fim de receber

poder ..........................................................................Mt 4:8-10

– Deveríamos orar para sermos guardados das tentações .Mt 6:13; Lc 11:4

– Tenha cuidado para não ser tentado pelos pecados das pessoas

> que ajudamos ............................................................. Gl 6:1

– Deveríamos resistir às tentações ................................. Pv 1:10; Rm 6:13; Ef 6:13

> Eliseu não recebeu dinheiro pela cura de Naamã .. 2 Rs 5:16

> Pedro não recebeu dinheiro pelo dom espiritual .. At 8:20

> Jó resistiu ao conselho maligno de sua esposa ...... Jó 2:9,10

> Os recabitas recusam vinho .................................... Jr 35:5,6

> Daniel e seus amigos recusam a comida do rei ...... Dn 1:8

4. CRIAÇÃO DO HOMEM

a) CRIAÇÃO DO HOMEM

– Por Deus Pai .................................................................. Gn 1:27; Is 45:11,12

– Por Jesus Cristo .............................................................. Jo 1:1-5; Cl 1:13-16

– Pelo Espírito Santo ....................................................... Jó 33:4

– No sexto dia da Criação ................................................ Gn 1:26-31

– Na terra, e não em outro lugar ..................................... Dt 4:32; Sl 104:30; Is 45:12

– Corpo proveniente do pó ............................................. Gn 2:7; Jó 33:6

– O espírito do homem pelo sopro de Deus .................. Gn 2:7; Ec 12:7

– Macho & fêmea, Ele os criou ...................................... Gn 1:27; 5:1,2

> A mulher não é de maneira nenhuma inferior ao homem; o termo “ajudadora”,

usado em Gênesis 2:20, é o termo usado com relação a Deus em Salmos 33:20.

– “Foi muito bom” ........................................................... Gn 1:31; Sl 139:14

– Criado com um livre arbítrio ........................................ Gn 2:16,17; Js 24:15

b) O HOMEM É UM SER COMPOSTO – ESPIRITUAL E MATERIAL

– O homem tem um corpo semelhante à terra ............. Gn 2:7; Ec 12:7

– O homem possui uma parte espiritual, o sopro de

vida de Deus .................................................................... Gn 2:7; Ec 12:7

> chamada “alma” .......................................................Mt 10:28

> chamada “espírito” .................................................. At 7:59

> chamada “espírito” e “alma” e “corpo” ............... l Ts 5:23

– A parte imortal (espiritual) habita no corpo .............. 2 Co 5:6,8

– A morte do corpo acontece quando o espírito parte ... Tg 2:26

> quando o espírito volta, o corpo é vivificado ...... Lc 8:55

> após a morte física, o espírito permanece vivo ...Mt 22:32

– A alma e o espírito são difíceis de serem separados

> usados como se fossem quase a mesma coisa ........ l Sm 1:15; Jó 7:11; Is 26:9

> A Palavra de Deus é capaz de separá-los ............... Hb 4:12

– A salvação refere-se à salvação de nossas ALMAS .... l Pe 1:8,9; Tg 1:21; Hb 10:39

> caso contrário, as nossas almas são destruídas ......Mt 10:28; At 3:22,23

> o nosso ESPÍRITO retorna a Deus, que o criou ... Ec 12:7

– Podemos ver os nossos corpos. As nossas almas e espíritos não são visíveis.

> Os nossos espíritos são a vida de Deus. As nossas almas são a nossa personalidade

e caráter – quem somos e em quem estamos nos transformando.

c) O HOMEM FOI CRIADO À SEMELHANÇA DE DEUS

98 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção D - Pecado / Homem

– O homem foi criado à imagem (semelhança) de Deus .. Gn 1:26,27; 5:1,2

> portanto, o assassinato e as palavras

ríspidas não são permitidos .....................................Gn 9:6; Tg 3:9,10

– “Macho & Fêmea” à imagem (semelhança) de Deus .. Gn 1:27; 5:2

– A semelhança não é física – Deus é um Espírito ........ Jo 4:24

– A semelhança está na retidão, santidade e verdade .... Ef 4:21-24

– A semelhança está no conhecimento ético ................Cl 3:10

– A semelhança está na autoridade para governar

(na terra) ........................................................................ Gn 1:26

d) O HOMEM À SEMELHANÇA DE DEUS: IMAGEM PERDIDA E RESTAURADA

– Após a queda (rebelião) do homem

> os filhos nascem à imagem dos seus pais

pecaminosos .............................................................Gn 5:3

– A primeira vinda de Jesus foi

> na semelhança do homem ....................................... Rm 8:3; Fp 2:7,8

> na perfeita semelhança de Deus ............................. 2 Co 4:4; Cl 1:15; Hb 1:3,4

– As pessoas, após serem redimidas por Jesus

> são renovadas à imagem de Jesus ........................... Cl 3:10

> são predestinadas a serem conformes à imagem

de Jesus ......................................................................Rm 8:29

– Na ressurreição

> os crentes terão a Sua semelhança ......................... Sl 17:15; l Co 15:49

> os ímpios terão uma semelhança desprezada ........ Sl 73:20

e) TODAS AS RAÇAS HUMANAS POSSUEM A MESMA ORIGEM

– De um só homem (sangue) Ele criou todos os

homens ........................................................................... At 17:26-29

– Uma só mulher é a mãe original de todos nós ............ Gn 3:20

– Depois do Dilúvio, todos os povos vieram de Noé ... Gn 9:18,19

f) AUTORIDADE NA TERRA

– Superior a toda criação terrena ....................................Mt 6:26; 12:12

> domínio sobre todas as criaturas e a Criação ........ Gn 1:28; Sl 8:1-9

> plantas como comida ............................................... Gn 1:2;9

> animais como comida ..............................................Gn 9:1-3

– O homem redimido julgará o mundo e os anjos ......... l Co 6:2,3

5. CONDIÇÕES DAS PESSOAS NÃO-REDIMIDAS E CAÍDAS

a) REBELIÃO DO HOMEM CONTRA DEUS .................... Veja também “Pecado”

............................................................................................... (Seção Dl)

– A desobediência, queda e maldição do homem ........... Gn 3:1-24

– O pecado e a morte entraram através de Adão ..........Rm 5:12; l Co 15:21,22

– Todos culpados ............................................................... Rm 3:23; Gn 6:5; l Rs 8:46;

......................................................................................... Sl 14:2,3; Is 53:6; 64:5-7

– Todos precisam ser salvos ............................................ l Tm 2:4; Rm 3:23;

......................................................................................... Gl 3:22; l Jo 1:8; 5:19

b) O HOMEM SE ENCONTRA SOB A IRA DE DEUS

– Veja “Pecado e a Lei” ................................................... Seção D2

> maldito é o homem que não obedecer a lei de Deus Dt 27:26

> os requisitos da Lei são conhecidos por todos ...... Rm 2:13-15

> ninguém consegue guardar os requisitos da Lei ..... Rm 3:20; Gl 2:21

– Ira de Deus

> com relação aos incrédulos ..................................... Jo 3:36

Seção D - Pecado / Homem CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 99

> contra a iniqüidade ................................................... Rm 1:18

> no tempo do juízo .................................................... Rm 2:5

> os marcados com 666 .............................................. Ap 14:9-11

> contra os desobedientes ........................................... Ef 5:6; Cl 3:6

– Os salvos não enfrentarão a ira de Deus ..................... l Ts 5:9

c) O TRABALHO E O HOMEM

– O trabalho traz riquezas e um lugar de honra ............. Pv 10:4; 14:23; 22:29

> a preguiça leva à pobreza ........................................ Pv 10:4; 14:23

> a diligência no trabalho é altamente recomendada .. Pv 13:4; 2 Tm 2:6

– Antes da Queda

> Adão deveria dominar sobre a Criação .................. Gn 1:28

> Adão cuidava do Jardim do Éden ............................ Gn 2:15

– Após a Queda

> o trabalho tornou-se mais difícil ............................ Gn 3:19; 5:29

> Deus & Jesus trabalharam e terminaram a Sua obra ... Jo 5:17; 17:4

– Após a salvação

> exortações com relação ao trabalho físico ........... l Ts 4:11; 2 Ts 3:10-12

> trabalho do ministério ............................................. Ef 4:12; l Tm 3:1

> não os ouvintes, e sim os obreiros são abençoados .. Tg 1:25

> galardoados de acordo com as nossas obras ........... l Pe 1:17; Ap 22:12;

................................................................................... l Co 3:13-15

– O trabalho é esperado e o descanso é recomendado

> antes da Lei ............................................................... Gn 2:2,3

> depois da Lei ............................................................. Êx 20:9-11

d) CONDIÇÕES FÍSICAS E SOCIAIS DO HOMEM NÃO-REDIMIDO

(da maneira vista em Gênesis)

– Vergonha e culpa ............................................................ Gn 3:7

– Ímpio e violento ............................................................ Gn 6:5,11

– Temor de Deus ............................................................... Gn 3:8,10

– Deus julga o pecado ....................................................... Gn 6:5-7

– Relacionamentos quebrados .......................................... Gn 3:12

– Misericórdia e graça ...................................................... Gn 6:8,9

– Salvador prometido ....................................................... Gn 3:15

– Carne como comida ...................................................... Gn 9:3

– Dor e trabalho ................................................................ Gn 3:16-19

– Divisão das nações ......................................................... Gn 11:1-9

– Sacrifício de sangue ........................................................ Gn 3:21; 4:4,5

– Promessa de graça ......................................................... Gn 12:1-3

– Bênção perdida ............................................................... Gn 3:23,24

– Fome e enfermidades ..................................................... Gn 12:10,17

– Ira e homicídio ............................................................... Gn 4:6-8,23,24

– Guerras ............................................................................ Gn 14:1-4

– Separado de Deus ........................................................... Gn 4:14

– Poder da oração ............................................................. Gn 18:16-33

– Morte por velhice ......................................................... Gn 5:5

– Imoralidade sexual ......................................................... Gn 19:4,5,33

– Atividades demoníacas .................................................. Gn 6:1-4

– Deus destrói .................................................................... Gn 19:24-29

e) O HOMEM É DE GRANDE VALOR PARA DEUS, AINDA QUE CAÍDO

– Mais valioso que os pássaros ou as ovelhas ................Mt 6:26; 12:12; Lc 12:24

– Isto é visto melhor pelo preço da redenção ............... Jo 3:16; l Pe 1:18,19

– Redimido a fim de compartilhar da glória de Deus .... Hb 2:10; 2 Ts 1:11,12

100 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção D - Pecado / Homem

6. O HOMEM REDIMIDO E O REINO DE DEUS

a) TODAS AS RAÇAS HUMANAS ESTÃO INCLUÍDAS NO REINO DE DEUS

– Ele é o Deus de todos os povos .................................... Nm 16:22; 27:16

– Os não-israelitas incluídos pelo sangue de Jesus ......... Ef 2:11-22

– O Espírito de Deus deve ser derramado sobre

toda carne ....................................................................... Jl 2:28; At 2:17

– O Céu inclui as pessoas de todas as nações ................. Ap 5:9

– As pessoas de todas as nações aceitas por Deus ......... At 10:34,35

> Raabe de Jericó ......................................................... Js 2:1; 6:17; Hb 11:31;

................................................................................... Tg 2:25

> Rute de Moabe .......................................................... Livro de Rute

> Mulher samaritana ................................................... Jo 4:7-42

> Naamã de Arã ........................................................... 2 Rs 5:15-19

> Mulher siro-fenícia ..................................................Mc 7:24-30

> Centurião romano ....................................................Mt 8:5-13

> Visão de Pedro ..........................................................At 10:9-16

> Cornélio, um romano ..............................................At 10:17-48

b) TODAS AS CATEGORIAS DE PESSOAS ESTÃO INCLUÍDAS NO REINO DE DEUS

– Em Cristo Jesus não há nenhuma diferença entre judeu

ou grego, escravo ou livre, masculino ou feminino ... Gl 3:28

– Os pobres & os ricos ..................................................... Tg 2:4,5

– Os idosos ......................................................................... Lv 19:32

– As crianças .....................................................................Mt 18:3; 19:14; At 2:39

– Os casados ou não .......................................................... l Co 7:1-40

c) CONDIÇÕES PARA A ENTRADA NO REINO DE DEUS

– Humildade/ser como criança .........................................Mt 18:3

– desejo espiritual ..............................................................Mt 5:6

– ter nascido de novo ....................................................... Jo 3:3-5

– compromisso total com Cristo .................................... Lc 9:62

– Fé e amor ........................................................................ Tg 2:5

– Permanecer firme nas tribulações ................................ At 14:22; 2 Ts 1:5

d) NATUREZA DO REINO

– eterno .............................................................................. Dn 2:44; Lc 1:33

– crescente .........................................................................Mt 13:31,32

– poderoso ......................................................................... Mc 9:1; 2 Co 10:4

– presente ..........................................................................Mt 12:28; Lc 17:21; 12:32

– glorioso ........................................................................... 1 Ts 2:12

– inabalável ........................................................................ Hb 12:28

– não deste mundo ............................................................ Jo 18:36

– diversificado ...................................................................Ap 5:9,10; Dn 7:14

– com autoridade ...............................................................Mt 16:19

– oculto/invisível ..............................................................Mt 13:33; Cl 1:15,16

– com tendência a um constante crescimento .............. Is 9:6,7; Mt 13:33

– inclui os exércitos angelicais ........................................Hb 12:22; Ap 5:11

– caracterizado pela justiça, paz e alegria ......................Rm 14:17

– é o lugar onde é feita a vontade de Deus .....................Mt 6:10

e) O REINO NO ANTIGO TESTAMENTO

– A descendência de Abraão deveria se tornar uma

grande nação .................................................................. Gn 12:2

– O nome de Abraão mudado para pai de muitas nações .. Gn 17:4,5

– A nação de Israel escolhida para ser um reino ............ Êx 19:5,6

Seção D - Pecado / Homem CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 101

– Gideão conhecia o Reino .............................................. Jz 8:23

– Israel rejeitou o Reino ................................................... 1 Sm 8:7

– Ester veio para o Reino ................................................ Es 4:14

– Promessa para a descendência de Davi de herdar

o Reino ........................................................................... 2 Sm 7:13

– Isaías viu o Rei exaltado sobre o Seu Reino ................ Is 6:2-6

– Daniel profetizou sobre o futuro Reino ...................... Dn 2:44; 7:14

f) OUTROS NOMES PARA O REINO DE DEUS

– Reino do Céu ..................................................................Mt 13:11

– Reino de Cristo .............................................................. Lc 22:30; 2 Pe 1:11; Ef 5:5

– Reino de Seu Pai/Reino do Meu Pai .............................Mt 13:43; 26:29

– Reino de Luz .................................................................. 1 Pe 2:9; Cl 1:13

– A Cidade (Santa) ............................................................ Sl 48; Hb 11:16

– (Nova) Jerusalém ........................................................... Hb 12:22; Mq 4:2; Ap 21:2

g) OUTROS “REINOS” (OUTROS NOMES PARA O REINO DE SATANÁS)

– reino de Satanás .............................................................Mt 12:26

– reinos deste mundo ........................................................Mt 4:8; Ap 11:15; Jo 14:30

– reino das trevas .............................................................. Cl 1:13; Ap 16:10

– Babilônia ......................................................................... Dn 4:29; Ap 18:2

– o reino pecaminoso ....................................................... Am 9:8

– reino das nações ............................................................. Ag 2:22

h) CRISTO E O REINO DE DEUS

– Jesus reina supremo como Rei do Reino ..................... l Tm 6:15,16

– A vinda de Jesus inaugurou o Reino .............................Mt 4:17

– Jesus geralmente pregava sobre o Reino .....................Mt 13

– A autoridade sobre os demônios demonstrou o Reino ...Mt 12:28

– A presença de Jesus constitui o Reino ......................... Lc 17:21

– A volta de Jesus representa a chegada total do Reino ... Ap 11:15

i) AS PESSOAS DO REINO

– Servos ..............................................................................Mt 13:27; 25:14-46; Ap7:15

– Peregrinos e exilados ..................................................... Hb 11:13; l Pe 2:11

– Crianças ..........................................................................Mt 18:1-4

– Sacerdotes espirituais ..................................................... Êx 19:6; l Pe 2:9; Ap 5:10

j) PRINCÍPIOS DO REINO

Observação: Muitos princípios do Reino são expressos em parábolas, que é uma maneira

de se expressar a diferença radical entre eles e os princípios sob os quais este mundo

funciona. Jesus geralmente falava em parábolas, como um meio de expressar estas verdades,

as quais são tão difíceis de se expressar em termos humanos. Elas são tolices aos que

estão perecendo (1 Co 1:18) e são espiritualmente discernidas (1 Co 2:9-14).

– é mais abençoado dar do que receber ........................... At 20:35

– a maneira de se viver é morrer .................................... Jo 12:24,25; Mt 10:39

– o caminho para a glória é através do sofrimento ...... Rm 8:17; l Pe 5:10

– a força é encontrada através da fraqueza .................... Hb 11:34; 2 Co 12:9

– os mansos são exaltados ............................................... l Pe 5:5,6; Mt 5:5

– os perseguidos são os abençoados ................................Mt 5:11,12

– os inferiores são honrados e escolhidos ...................... Is 53:3; l Co 12:23

– os pobres são realmente ricos ...................................... Lc 6:20; 2 Co 6:10; 8:9

– os escravos são realmente livres .................................. Rm 6:18; Fm 1:1

– os tolos estão se tornando sábios ................................. 1 Co 1:26; 3:18

– os mais dependentes são os mais amadurecidos ......... Jo 21:18

– Deus usa os inúteis ......................................................... Hb 11:38; Êx 4:10; Jz 6:15

102 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

E. Salvação (Redenção)

Índice Desta Seção

E1. O SANGUE DE JESUS (SUFICIENTE PARA UMA REDENÇÃO TOTAL)

E2. MEIO DE SALVAÇÃO

E3. CHAMADO – PRESCIÊNCIA – PREDESTINAÇÃO

E4. ARREPENDIMENTO

E5. FÉ SALVADORA

E6. REGENERAÇÃO (NASCIDOS DE DEUS)

E7. JUSTIFICAÇÃO

E8. ADOÇÃO

E9. BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

E10. PERSEVERANÇA

E11. SANTIFICAÇÃO – SANTIDADE

E12. GLORIFICAÇÃO

1. O SANGUE DE JESUS (SUFICIENTE PARA UMA REDENÇÃO TOTAL)

a) O SANGUE DE JESUS É DESCRITO COMO SENDO:

– Sangue de Jesus Cristo ................................................... 1 Jo 1:7

– Inocente ..........................................................................Mt 27:4

– Sangue da Sua Cruz ......................................................... Cl 1:20

– Precioso .......................................................................... 1 Pe 1:19

– Sangue do Senhor ........................................................... 1 Co 11:27

– Sangue do Cordeiro ........................................................ Ap 7:14; 12:11

b) SEM DERRAMAMENTO DE SANGUE NÃO HÁ

NENHUM PERDÃO ..........................................................Hb 9:22

– O Sangue faz a Expiação (Amizade com Deus) ......... Lv 17:11

c) O QUE O SANGUE DE JESUS REALIZOU

– A Igreja foi comprada pelo Seu sangue ........................ At 20:28

> fomos adquiridos por Deus ...................................... Ap 5:9

– Nova Aliança no Seu sangue .........................................Mt 26:28; Mc 14:24;

......................................................................................... Lc 22:20; 1 Co 11:25

> Aliança Eterna ......................................................... Hb 13:20

– Redenção através do sangue ......................................... Ef 1:7; Cl 1:14

> redimidos do nosso antigo estilo de vida ............... 1 Pe 1:18,19

– Justificados (reconciliados) pelo Seu sangue ............... Rm 5:9

– Purifica as nossas consciências .................................... Hb 9:14

– Somos levados para perto de Deus .............................. Ef 2:13

> paz com Deus através do Seu sangue ..................... Cl 1:20

– Perdão dos pecados ........................................................Mt 26:28

> purifica-nos de todos os pecados ............................ 1 Jo 1:7

– Somos santificados através do Seu sangue .................. Hb 13:12

– Derrotamos a Satanás através do Sangue do Cordeiro ... Ap 12:11

d) TIPOS DO ANTIGO TESTAMENTO QUE REPRESENTAM O SANGUE DE JESUS

– Cordeiro pascal .............................................................. Êx 12:3-30; l Co 5:7

> escolhido de antemão .............................................. Êx 12:3; l Pe 2:4

> tirado do rebanho ..................................................... Êx 12:5; Hb 2:14,17

> macho ........................................................................ Êx 12:5; Is 9:6

> sem defeito ............................................................... Êx 12:5; l Pe 1:19

> morto à tarde ............................................................ Êx 12:6; Mc 15:33-37

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 103

> sangue aplicado nas ombreiras e verga da porta ... Êx 12:7,22; Hb 9:13,14;

................................................................................... l Pe 1:2

> não aplicado na soleira ............................................ Êx 12:7; Hb 10:29

> carne assada com ervas amargas ............................. Êx 12:8; Rm 8:17

> pão sem fermento .................................................... Êx 12:8; l Co 5:7,8

> comidos apressadamente (prontos para partirem) .. Êx 12:11

> os que são marcados pelo sangue não são julgados ... Êx 12:12,13; Rm 5:9

> celebra a saída do Egito ........................................... Êx 12:17; Mt 2:15; Hb 8:7-13

> os estrangeiros e os israelitas deveriam comer ..... Êx 12:19; Rm 9:23,24

> permanecer dentro das casas até a manhã seguinte . Êx 12:22; At 13:43; 14:22;

................................................................................... Rm 11:22

– O Dia da Expiação ......................................................... Lv 16:1-34; 23:26-32;

......................................................................................... Hb 9:1-10:39

> somente o Sumo Sacerdote podia entrar ............... Lv 16:2; Hb 10:19-22

> não podia entrar por vontade própria ................... Lv 16:2; Hb 10:19-22

> oferta por si próprio & por sua casa ..................... Lv 16:6,11; Hb 9:7-10

> espargindo o sangue de um novilho e de um bode .... Lv 16:14-19; Hb 9:11-14

> bode expiatório enviado ao deserto ....................... Lv 16:8-10,20-22; Jo 1:29

> com a oferta pelo pecado para o povo ................. Lv 16:15; l Co 3:16

> expiação pelas partes do tabernáculo .................... Lv 16:16; l Co 6:19,20

> novilho & bode queimados fora do arraial ............ Lv 16:27; Hb 13:11-13

> isto deveria ser feito uma vez por ano .................. Lv 16:34; Hb 9:7-10,25-28

> início do Ano do Jubileu – dívidas perdoadas ........ Lv 25:8,9

2. MEIO DE SALVAÇÃO

a) FÉ VERSUS OBRAS

– Fonte de Salvação

> de Deus somente ...................................................... Sl 3:8; 37:39; Is 45:21,11;

................................................................................... Jr 3:23

> através de Jesus Cristo somente ............................. Is 45:21,22; At 4:12

> é da Graça de Deus ................................................... Ef 2:5,8; 2 Tm 1:9; Tt 2:11

> é através da Fé em Cristo ........................................Mc 16:16; At 16:31;

................................................................................... Rm 10:9; 1 Pe 1:5

> NÃO é através das Obras ou Sacramentos ............ Rm 11:6; Ef 2:9;

................................................................................... 2 Tm l:9; Tt 3:5

> NÃO é pela Lei, mas pela FÉ ................................. Rm 3:21-31; G1 2:16

– Boas Obras

> Deus as preparou para nós ...................................... Ef 2:10

> Depois de sermos salvos pela Fé ............................ Ef 2:8-10; 1 Ts 1:3

> As Boas Obras demonstram a nossa Fé ................. Tg 2:14-20; Ap 2:13

> Observação: Obedecemos a Deus porque O amamos.

O Batismo na Água e a Ceia do Senhor fazem parte do Seu

desejo para nós, mas não somos salvos através deles.

b) IMPORTÂNCIA DA GRAÇA DE DEUS EM TODOS OS ASPECTOS DA SALVAÇÃO

– O nosso chamado ou eleição pela GRAÇA ................. Rm 11:5; Gl 1:15

GRAÇA:

O dom imerecido do amor e do perdão de Deus

para com as pessoas, por causa da obra de Jesus.

– Acreditamos através da GRAÇA .................................. At 18:27

– O Evangelho fala sobre a GRAÇA de Deus ................. At 20:24

– Justificados pela GRAÇA de Deus ................................ Tt 3:7

– Vida Eterna através da GRAÇA .................................... Ef 1:7

104 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

– Perdão dos Pecados – GRAÇA ..................................... Ef 1:7

– Consolo & Esperança através da GRAÇA .................. 2 Ts 2:16

– Força na GRAÇA ........................................................... 2 Tm 2:1

– GRAÇA para Pregarmos ............................................... Ef 3:8

– GRAÇA para Servirmos a Deus .................................... Hb 12:28

– Crescimento na GRAÇA ............................................... 2 Pe 3:18

– Somos o que somos, pela GRAÇA ............................... l Co 15:10

c) A NOSSA PARTE NA SALVAÇÃO, COM A AJUDA DE DEUS

– Arrependimento & Batismo ......................................... At 2:38

– Confissão & Fé .............................................................. Rm 10:9,10

– Ação Segundo a Palavra de Deus ................................. Tg 1:21-25

– Perseverança ..................................................................Mt 10:22

d) PASSAGEM DE ENSINO SOBRE A

SALVAÇÃO............................................ Rm 3:21-26 .......Veja também:

– Produz retidão .................................. Rm 3:21

– Independentemente da Lei ............. Rm 3:21 .............Rm 3:28

– Procedente de Deus ......................... Rm 3:21,22 ....... Fp 3:9

– Através da fé em Jesus Cristo ......... Rm 3:22 .............At 4:12

– A todos os que crerem ..................... Rm 3:22 .............At 2:21

– Necessária a todos ........................... Rm 3:23 ............. 2 Pe 3:9

– Gratuitamente pela Sua graça ......... Rm 3:24 ............. Ef 2:8

– Através da fé em Seu sangue ........... Rm 3:25,26 ....... Hb 9:14; l Jo 1:7

e) SALVAÇÃO NOS LIVRA DAS SEGUINTES COISAS:

– Pecado ............................................................................. Mt 1:21 & l Jo 3:5

– Imundícia ........................................................................ Ez 36:29

– Do nosso Ego ................................................................. Rm 6:1-23

– Ira de Deus ...................................................................... Rm 5:9; l Ts 1:10

– Lei ................................................................................... Rm 6:14

– Morte Eterna ................................................................. Jo 3:16,17

– Este presente Mundo Maligno .....................................Gl 1:4

– Poder do Diabo .............................................................. Cl 1:13; 2:15; Hb 2:14,15

í) AFETA TODOS OS ASPECTOS DO CRENTE

– Corpo – cura – pelas Suas feridas ................................. 1 Pe 2:24

> corpo glorificado futuro .......................................... 1 Co 15:44; Fp 3:21; Rm 8:23

– Alma – salvação da alma .............................................. 1 Pe 1:9

> esperança e purificação ...........................................Hb 6:18,19; Tg 1:21

– Espírito – aperfeiçoado ................................................ Hb 12:23

> comunicação com o Espírito de Deus .................... Rm 8:16

3. CHAMADO – PRESCIÊNCIA – PREDESTINAÇÃO

a) DEFINIÇÕES

– Chamado: Pelo fato de o pecado ter cegado espiritualmente ao homem, tornandoo

incapaz de acreditar, Deus precisa agir primeiramente para que possamos nos

voltar para Ele.

– Presciência – Predestinação: Devido ao fato de que Deus sabe todas as coisas e tem

todo o poder, reconhecemos que os que se salvam são salvos pela Sua toda poderosa

vontade e propósitos.

b) PREGAÇÃO

– As pessoas são chamadas pela pregação do Evangelho .Rm 10:14,15

> Jesus pregou ..............................................................Mt 4:17; Mc 1:38,39;

................................................................................... Lc 4:18,19; 4:43,44

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 105

> os discípulos pregaram .............................................Mt 10:7; Mc 3:14; 16:15;

................................................................................... Lc 9:2

> nós deveríamos pregar ............................................. 2 Co 5:18-20

– O que eles pregaram

> o Evangelho .............................................................. Rm 1:15; 2 Co 2:12;

................................................................................... Mc 16:15; Lc 4:18; Seção F3

> libertação .................................................................. Lc 4:19

> Reino de Deus ........................................................... Lc 4:43; 9:2,60

> Jesus Cristo ............................................................... At 5:42; 1 Co 1:23; Gl 1:16

> Palavra de fé ............................................................. Rm 10:8

> a Palavra ................................................................... 2 Tm 4:2

– A quem eles pregaram

> aos pobres .................................................................Mt 11:5

> em todo o mundo .....................................................Mt 24:14

> em toda parte ...........................................................Mc 16:20; At 8:4

> nas vilas ..................................................................... At 8:25

> nas cidades ................................................................. At 8:40

> a todas as criaturas ................................................... Cl 1:23

c) A PRESCIÊNCIA E A ESCOLHA DE DEUS

– Deus sabe o fim desde o início ...................................... Is 46:10

– Deus escolheu a Israel ................................................... Dt 4:37;7:6

– Jesus escolheu os Seus discípulos .................................. Jo 15:16; At 1:2

– Jesus tinha a presciência de que Judas O trairia .......... Jo 6:70; 13:11

– Os crentes são escolhidos pela presciência de Deus ... 1 Pe 1:2

– Os crentes são um povo escolhido .............................. 1 Pe 2:9,10

– Fomos escolhidos em Cristo antes da Criação ........... Ef 1:4; Rm 8:18-35

– A salvação é um DOM de Deus .................................... Rm 5:15-17

– A escolha soberana de Deus é ensinada claramente ... Rm 9:1-33

d) O PROCESSO DO CHAMADO E A ESCOLHA

– Romanos 8:28-39

> os que são chamados por Deus AMAM a Deus ..... Rm 8:28

> os predestinados PERMITEM ser transformados

por Deus .................................................................... Rm 8:29

> os chamados passam por um PROCESSO

chamado de SALVAÇÃO ......................................... Rm 8:30

> para que pudessem ser GLORIFICADOS com Ele Rm 8:30

> o Deus Todo-Poderoso está operando pelos

Chamados .................................................................. Rm 8:31-39

} 1 Ele está lutando por nós .................................. Rm 8:31

} 2 Ele está suprindo todas as nossas necessidades .. Rm 8:32

} 3 Ele está nos defendendo ................................... Rm 8:33

} 4 Ele está sempre intercedendo por nós ........... Rm 8:34

e) CUIDADO!! Alguns dizem que se Deus sabe quem será

salvo, então não precisamos fazer nada. Não é bem

assim! Deus nos usa para alcançar os Seus propósitos .... 2 Pe 3:9

– A Igreja precisa pregar o Evangelho ........................... 1 Co 1:21; 2 Co 5:18-20

> somos os Seus embaixadores ................................... 2 Co 5:20; Ef 6:20

– Deus está fazendo a Sua exortação através de nós ..... 2 Co 5:20

– O Evangelho também é pregado aos que O rejeitam

> como um testemunho a todas as nações; aí

então virá o fim .......................................................Mt 24:14

> alguns se recusarão a amar a verdade ..................... 2 Ts 2:10

106 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

– Temos o mandamento de pregarmos às pessoas ........ At 10:42

– Chamados para pregarmos o Evangelho ..................... At 16:10

– As pessoas precisam ser enviadas para pregarem ...... Rm 10:15

– Paulo sentiu-se compelido a pregar o Evangelho ...... 1 Co 9:16

– Paulo tenta todas as maneiras para ver se consegue

salvar alguns ................................................................... 1 Co 9:19-23

– Precisamos fazer cada vez mais firme o nosso

chamado e eleição ......................................................... 2 Pe 1:10

– E possível resistirmos a graça de Deus ........................ 2 Co 6:1,2

4. ARREPENDIMENTO

a) O ARREPENDIMENTO ENVOLVE:

– Saber que somos pecadores aos olhos de Deus ............ Sl 51:3,4

– Um profundo sentimento de remorso pelos nossos

pecados ........................................................................... 2 Co 7:10,11; Lc 18:13;

......................................................................................... Sl 38:18

– Uma verdadeira meia-volta no pecado, em direção

a Deus .............................................................................. 1 Ts 1:9; At 26:18

– Deus responde, perdoando os nossos pecados ............ At 2:38; 5:31; 8:22; 1 Jo 1:9

– Continuamos, determinando em nossos corações e

mentes seguirmos a Deus

> o que se torna em FÉ SALVADORA ........................ Veja a Seção E5

– Grande regozijo no Céu ................................................. Lc 15:7,10

b) O ARREPENDIMENTO É ORDENADO

POR DEUS A TODOS ........................................................ Ez 18:30-32; At 17:30

– Jesus veio para chamar os pecadores ao arrependimento Mt 9:13; Mc 2:17; Lc 5:32

c) O ARREPENDIMENTO PREGADO POR

– Profetas do Antigo Testamento ................................... Jl 2:12; Os 14:2; Dn 4:27; Is 58

– João Batista ....................................................................Mt 3:2

– Jesus .................................................................................Mt 4:17; Lc 13:3

– seguidores de Jesus ......................................................... Lc 24:46,47

– Pedro ...............................................................................At 2:38; 3:19

– Paulo ...............................................................................At 17:30,31

d) O ARREPENDIMENTO ENVOLVE UMA MUDANÇA DE

– Nossas mentes ................................................................Mt 21:28,29

– Nossos corações ............................................................. 2 Co 7:9,10; Is 57:15

– Nossas vontades ............................................................. Lc 15:18-20

e) O ARREPENDIMENTO ESTÁ ASSOCIADO COM

– Convicção de pecado ..................................................... At 2:37,38; 19:16-19

– Batismo na Água ............................................................ At 2:38

– Espírito Santo ................................................................At 2:38

– Voltar-se a Deus .............................................................At 2:38; 3:19

– Confissão do pecado ...................................................... Pv 28:13; 1 Jo 1:9; Mt 3:6;

......................................................................................... Sl 38:18; Dn 9:20

– Perdão do pecado ........................................................... Lc 24:46,47; At 2:38

– Fé (crer) .......................................................................... Mt 21:32; Mc 1:15; At 20:21

– Oração ............................................................................. 1 Rs 8:33; At 8:22

– Abandono do pecado ..................................................... 2 Cr 6:26

– Abandono da idolatria ................................................... Ez 14:6; 1 Ts 1:9

– Estilo de vida transformado .........................................Mt 3:2-8

– Temor do juízo ............................................................... Lc 23:40; Mt 3:7

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 107

f) EXEMPLOS DE UM VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

– Rei Davi (Batseba) ......................................................... 2 Sm 12:13; Sl 51

– Rei Davi (Censo) ........................................................... 2 Sm 24:10-14

Observação: Houve conseqüências naturais apesar do perdão de Deus.

– Filho pródigo .................................................................. Lc 15:18,21

– Arrecadador de impostos .............................................. Lc 18:13

– Zaqueu ............................................................................. Lc 19:2-10

– Ladrão na cruz ............................................................... Lc 23:39-43

g) EVIDÊNCIAS DO VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

– As boas obras seguem o verdadeiro arrependimento

.............................................Mt 3:8;5:16; At 26:20; Ef 2:10; l Tm 2:10; 6:18;

............................................. 2 Tm 3:17; Tt 7,14; Hb 10:24; l Pe 2:12

– Perdoamos os nossos inimigos

.............................................Mt 6:12-15; 18:21-35; Mc 11:25,26;

............................................. Lc 6:37; 11:4; 17:3,4; 23:34; At 7:60; Ef 4:32

– Não voltamos nem olhamos para trás ........................ Lc 9:62

– Restituição ...................................................................... Lc 19:2-10

h) EXEMPLOS DE UM ARREPENDIMENTO FALSO OU INEFICAZ

– Faraó do Egito (temor imediato apenas) .................... Êx 9:27,35; 10:16,20

– Rei Saul (desejava a honra do povo) ........................... 1 Sm 15:24-31

– Judas Iscariotes (o remorso não é suficiente) .............Mt 27:3-5

– Simão, o feiticeiro (temor somente) ........................... At 8:18-24

– Esaú (não conseguiu mudar de ideia) ........................... Hb 12:17

5. FÉ SALVADORA

a) DEFINIÇÃO DE “FÉ SALVADORA”

Cremos que há somente um Deus e que Ele é aquilo que Ele revelou sobre Si Próprio nas

Escrituras, a Bíblia. Cremos que Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente

homem e que Ele morreu por nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação.

Demonstramos a nossa fé para com Deus, permanecendo fiéis e obedientes (com a

ajuda d’Ele através do Espírito Santo), até mesmo se as circunstâncias forem difíceis.

– Veja também “O Evangelho” ....................................... Seção F4

– Há um “dom da fé” que vem pelo Espírito Santo para equipar os crentes a fazerem

várias obras do ministério.

Para este tipo de fé, veja .................................................... Seção F11

b) A FÉ SALVADORA ENVOLVE:

– Nossas Mentes: conhecimento da verdade de

Cristo Jesus ..................................................................... Sl 9:10; Rm 10:17

– Nossos Corações: concordar que estas coisas são

verdadeiras ......................................................................Mc 12:32; Jo 1:12

– Nossas Vontades: agir de acordo com a verdade ......... l Jo 2:3-6

c) O QUE A FÉ SALVADORA NÃO É:

Bíblica; a Fé salvadora NÃO envolve palavras mágicas, amuletos, orações especiais,

mantras, boas obras,

> atividades religiosas, nem sacramentos.

– Veja “Falsos Evangelhos” ............................................. Seção F6

d) DE ONDE PROCEDE A FÉ SALVADORA?

– A Fé Salvadora é um dom de Deus ............................... Ef 2:8

– A nossa fé inicial vem de Deus ..................................... Fp 1:29

– Jesus é o Autor e Consumador ...................................... Hb 12:2

– Os discípulos pediram mais fé a Jesus .......................... Lc 17:5

108 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

e) COMO A FÉ SALVADORA VEM A NÓS?

– Ouvindo .......................................................................... Rm 10:14-17; Ef 1:13

– A Palavra de Deus (Evangelho) ................................... Rm 10:14-17;

......................................................................................... Jo 20:31; 2 Tm 3:15

– Pela Pregação ................................................................. Rm 10:14-17;

......................................................................................... Jo 17:20; At 8:12

f) QUAL É O OBJETIVO DA NOSSA FÉ?

– A verdade das Escrituras ................................................ Jo 5:46; At 24:14; 26:27

– Romanos 4:18-25 inclui:

> firmes PROMESSAS DE DEUS Rm 4:20,21 .......Hb 11:13

> fé no PODER DE DEUS ........... Rm 4:21 ............. 1 Co 2:4,5

> fé no PRÓPRIO DEUS .............. Rm 4:24 ............. Jo 14:1; 2 Cr 20:20

> fé em JESUS NOSSO SENHOR Rm 4:24 ............. Jo 14:1; 6:29; At 20:21

> o EVANGELHO DE JESUS ...... Rm 4:25 .............Veja a Seção F4

g) O QUE A FÉ SALVADORA EM JESUS CRISTO REALIZA POR NÓS?

– Somos salvos ..................................................................Mc 16:16; Jo 3:16,36;

......................................................................................... At 16:31; l Pe 1:8

– Somos declarados justos ................................................ Rm 3:21-31; 5:1; Gl 2:16; 3:6

– Não enfrentaremos a ira de Deus ................................. Jo 3:36; l Ts 4:16-18

– Os nossos pecados são perdoados ................................ At 10:43; 13:39; 26:17,18;

......................................................................................... Rm 3:25

– Somos adotados na família de Deus ............................. Jo 1:12; Gl 3:26

– Recebemos o Espírito Santo ......................................... At 11:15-17; Gl 3:14; Ef 1:13

– Somos preservados até a volta de Jesus ....................... 1 Pe 1:5

– Somos purificados (santificados) ................................. At 26:17,18

– Temos acesso a Deus ..................................................... Rm 5:2; Ef 3:12

– Herdamos as promessas de Deus .................................. Gl 3:22; Hb 6:12

– Recebemos luz espiritual ............................................... Jo 12:36,46; Hb 6:4; 10:32

– Recebemos vida eterna .................................................. Jo 3:15,16; 6:40,47; 20:31;

......................................................................................... Gl 2:20

h) O QUE A FÉ PRODUZ EM NÓS?

– Paz (com Deus) .............................................................. Rm 5:1; Is 26:3

– Esperança (da glória de Deus) ...................................... Rm 5:2

– Alegria ............................................................................. At 16:34; l Pe 1:8

– Intrepidez na pregação .................................................. 2 Co 4:13

i) QUAL É A LIGAÇÃO ENTRE A FÉ E AS BOAS OBRAS?

– Tiago 2:14-26

> é impossível que a fé não produza boas ações ...... Tg 2:14

> palavras sem ações não ajudam .............................. Tg 2:15,16

> a fé sem ações também é inútil .............................. Tg 2:17-20

> a fé de Abraão causou ações obedientes ................. Tg 2:21-24

> Raabe agiu de acordo com a sua fé de que Deus

estava com Israel ..................................................... Tg 2:25

> Ainda é a FÉ que justifica (Rm 4:1-3), mas não

com meras palavras, e sim com ações que

demonstram que realmente cremos ....................... Tg 2:26

– Não podemos ser salvos por fazermos boas obras

> o ministério em Nome de Jesus é insuficiente ......Mt 7:22,23

> a observância da lei não salva ................................. Rm 3:20; 9:30-32

> nenhum esforço próprio leva à fé e nem à salvação . Ef 2:8,9; Tt 3:5

– As boas obras são um mandamento de Deus

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 109

> mas não como um meio para a salvação ............... Sl 34:14; 37:3;

................................................................................... Lc 6:35; Hb 13:16

– Somos criados em Cristo para fazermos as boas obras .... Ef 2:10

– Há galardões pelas boas obras .......................................Mt 25:34-36; 26:6-13;

......................................................................................... 1 Pe 2:12; Hb 13:16;

......................................................................................... Ap 2:2; 22:12

j) PESSOAS DE FÉ

– Pessoas do Antigo Testamento com Fé Perseverante ..Hb 11:1-40

– Pessoas de Fé do Novo Testamento

> leproso .......................................................................Mt 8:2

> centurião ...................................................................Mt 8:10

> governante ................................................................Mt 9:18

> cegos ..........................................................................Mt 9:28

> enfermos ................................................................... Mt14:36

> mulher cananéia .......................................................Mt 15:28

– Vitórias obtidas por homens de fé

> Abraão ....................................................................... Gn 22:8

> Calebe vs Gigantes Enaquins ................................... Js 14:12

> Davi vs Golias ........................................................... 1 Sm 17:37

> Três israelitas no fogo ............................................. Dn 3:17

> Paulo & naufrágio .................................................... At 27:25-28:10

6. REGENERAÇÃO (NASCIDOS DE DEUS)

“Regeneração” significa que a pessoa recebe uma nova e santa natureza de Deus. Precisamos

desta nova natureza para fazermos parte do Santo Reino de Deus.

a) DESCRITA COMO:

– Nascidos de Deus

> em contraposição ao nascimento terreno e humano Jo 1:12,13

> os nascidos de Deus não continuam no pecado .... l Jo 3:9,10

> os nascidos de Deus são caracterizados pelo AMOR .. l Jo 4:7

> os nascidos de Deus crêem que Jesus é o Cristo .... l Jo 5:1

– Nascidos de novo (a fim de verem o Reino de Deus) .... Jo 3:3,7

– Nascidos da água e do Espírito

(entram no Reino de Deus) .......................................... Jo 3:5

– Nascidos do Espírito (em contraposição à carne) ..... Jo 3:6,8

– Nova Criação (igualada a estar EM CRISTO) ............ 2 Co 5:17

> criados novamente para sermos semelhantes a Deus Ef 4:24

> nova forma de pensar produzindo retidão e

santidade .................................................................... Ef 4:22-24

– Nascimento através da palavra da verdade ................. Tg 1:18

> é um dom do nosso Pai Celestial ............................ Tg 1:17

– Nascimento através da viva e duradoura Palavra

de Deus ............................................................................ 1 Pe 1:23

– Lavagem da Regeneração e Renovação pelo

Espírito Santo ................................................................ Tt 3:5

> antes éramos desobedientes e malignos de

muitas maneiras ........................................................ Tt 3:3

> a nossa salvação vem da misericórdia de Deus,

e não das nossas obras ............................................. Tt 3:4,5

b) COMO ALGUÉM PODE “NASCER DE NOVO”? ......... Jo 3:4

– Não é um ato carnal, e sim uma obra do Espírito ...... Jo 3:5,6

110 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

– Creia em Jesus e você terá a vida eterna ..................... Jo 3:14-16

– Estávamos mortos no pecado; agora estamos

vivos em Cristo .............................................................. Ef 2:1-7; Rm 6:11

> não pelas obras, para que ninguém se glorie, mas

pela graça de Deus .................................................... Ef 2:8,9

c) O PAPEL DO HOMEM NO NOVO NASCIMENTO

– Precisamos crer no Evangelho, as Boas Novas de Jesus .. Jo 3:14-16

– Precisamos nos apartar do pecado .............................. 1 Jo 3:9; Rm 6:12,13

– Precisamos permitir que as nossas mentes e

pensamentos sejam transformados .............................. Rm 12:2

> não permita que o mundo molde você e nem

as suas ações .............................................................. Rm 12:2

> precisamos conhecer e obedecer a vontade de

Deus para nós ........................................................... Rm 12:2

– Precisamos nos despojar da antiga e corrupta natureza .. Ef 4:22

> precisamos nos vestir da nova natureza

(feita à semelhança de Deus) .................................. Ef 4:24

> precisamos ser renovados em nossa maneira

de pensar ................................................................... Ef 4:23

> deveríamos nos purificar, obedecendo a verdade .. 1 Pe 1:22,23

> deveríamos amar uns aos outros fervorosamente 1 Pe 1:22

d) EVIDÊNCIAS DE QUE NASCEMOS DE NOVO

– Não mais escravos do pecado, não continuando

no pecado ....................................................................... 1 Jo 3:9; Rm 6:1-3

– Agora fazemos boas obras ............................................ Ef 2:10

– O crescimento do Fruto do Espírito é evidente ......... Gl 5:22-25

> em contraposição às obras da carne ....................... Gl 5:19-21

– Veja também “Crescimento Espiritual” ...................... Seção F12

e) ISTO É REALIZADO PELO ESPÍRITO, E NÃO POR

NENHUM ATO CARNAL ................................................. Jo 3:6

f) REQUER A MORTE DA “CARNE”

(NATUREZA PECAMINOSA) ......................................... Ef 2:1-10

g) A EVIDÊNCIA É O CRESCIMENTO DO

FRUTO DO ESPÍRITO ...................................................... Gl 5:19-23

– Veja “Crescimento Espiritual” ..................................... Seção F12

h) A REGENERAÇÃO É ÀS VEZES CONFUNDIDA ERRONEAMENTE COM O BATISMO

NA ÁGUA

– Dois versículos associaram a regeneração com a água ou lavagens

> nascidos da água / lavagem da regeneração ........... Jo 3:5; Tt 3:5

– “Lavagem” e “Água” não se referem necessariamente ao batismo

> lavagem da água pela PALAVRA ........................... Ef 5:26

> limpos através da PALAVRA QUE VOS FALEI ... Jo 15:3

> nascidos novamente... através da...

PALAVRA DE DEUS............................................... 1 Pe 1:23

– O batismo e a salvação estão associados ..................... 1 Pe 3:21

> não por causa da água, mas por uma boa consciência 1 Pe 3:21

> ela nos salva pela RESSURREIÇÃO DE JESUS ... 1 Pe 3:21

– Paulo batizou apenas alguns coríntios ......................... 1 Co 1:14-16

> mas ele os gerou através do EVANGELHO........... 1 Co 4:15

– Cornélio era salvo antes de ser batizado na água .......At 10:44-48

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 111

7. JUSTIFICAÇÃO

Pelo fato de estarmos em Cristo Jesus, somos tirados da posição de culpa e da ira de Deus

e inseridos numa posição de inocência diante de Deus e num relacionamento de amor com

Ele. Deus é o Juiz e Ele nos declara “Não Culpados” porque Jesus fez tudo o que era

necessário.

a) DEUS SOMENTE É O JUIZ E O LEGISLADOR

– Deus como Juiz de todos ............................................... Sl 50:6; 75:7; At 7:7; 10:42;

......................................................................................... Hb 12:23; 2 Tm 4:1

– Deus tem o poder de salvar e de destruir ..................... Tg 4:12

– Deus julga alravés de Jesus, de acordo com o Evangelho Rm 2:16

– Veja também ................................................................... Sl 7:11; 9:8; 94:2; Is 33:22

b) ANTES DE NASCERMOS DE NOVO TODOS NÓS ÉRAMOS CULPADOS DIANTE

DE DEUS

A culpa não é especificamente um sentimento nosso, mas, ao contrário, é a nossa

posição diante de Deus, o Juiz, de sermos dignos da punição da morte.

– O salário do pecado é a morte ...................................... Rm 6:23

– Todos os não-redimidos são culpados .......................... Rm 3:19,20; Gl 3:22;

......................................................................................... 1 Jo 1:8

– A transgressão dos mandamentos de Deus significa

“culpa” ............................................................................ Lv 6:4

> a desobediência a uma só lei significa que somos

culpados de todas as leis .......................................... Tg 2:10-13

> o uso errado do Nome de Deus significa que

somos dignos de culpa ............................................. Êx 20:7; Dt 5:11

> a adoração de ídolos significa que somos dignos

de culpa ..................................................................... Ez 22:4

> lutar contra o povo de Deus traz a culpa .............. 1 Sm 26:9

> muitas e muitas outras ações e pensamentos

produzem culpa diante de Deus

– No Antigo Testamento, uma confissão e uma oferta

pela transgressão podiam remover a culpa ................. Lv 5:4-6

> uma restauração talvez seja necessária .................. Lv 6:5-7; Nm 5:6-8

– Na Nova Aliança, com Jesus tendo pago o preço

total, veja “Arrependimento” ...................................... Seção E4

– A culpa pode ocorrer em nossa ignorância ................. Lv 4:13,22,27

– Perdão pela intercessão sacerdotal .............................. Nm 14:18-20; Hb 7:25-27

– A culpa é herdada ........................................................... Êx 34:7; Nm 14:18

> a menos que nasçamos de novo .............................. Cl 2:13,14

c) COMO A NOSSA SENTENÇA DE “CULPADOS” PODE SER TRANSFORMADA EM

“NÃO CULPADOS”?

– A nossa Inocência não é alcançada pela nossa tentativa de guardarmos a Lei

> veja “Fé Salvadora” ................................................. Seção E5

> se, através da Lei... Cristo morreu em vão ........... Gl 2:19-21

> a Lei deveria nos levar a Cristo, para sermos

justificados pela fé ................................................... Gl 3:24

> a Lei traz o conhecimento da nossa culpa ............ Rm 3:20

– A nossa Inocência não é alcançada por nenhum esforço próprio

> nenhum homem caído é inocente diante de Deus Jó 9:2,3; Sl 143:1,2

> NÃO nascemos inocentes ....................................... Jó 25:4; Sl 51:5

> nenhum ritual ou lavagem efetiva pode nos purificar Jr 2:22

– A nossa Inocência é devida às ações de Cristo Jesus por nós

112 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

> a retidão de Cristo nos é atribuída se tivermos

fé n’Ele ..................................................................... Is 61:10; Jr 23:6; Rm 3:22;

................................................................................... 1 Co 1:30; 2 Co 5:21

> pelo Sangue de Cristo ............................................... Veja El

> pela ressurreição de Cristo Jesus ............................. Rm 4:25; l Co 15:17

– É ação de Deus (uma dádiva se crermos)

> Deus justifica as pessoas que têm fé em Jesus .......Rm 3:24-26

> a justificação vem de Deus ...................................... Fp 3:9

> pela fé somente ........................................................ Rm 3:28; 4:3; Gl 3:6; Hb 11:4

> leva-nos à paz com Deus ......................................... Rm 5:1

8. ADOÇÃO

Refere-se aos direitos, privilégios e deveres pelo fato de estarmos incluídos na família de

Deus.

a) O NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS ANTES DA ADOÇÃO

– Alienados de Deus ..........................................................Cl 1:21-23; Ef 4:18

– Sob a ira de Deus ............................................................ Cl 3:6; Ef 5:6; Rm 1:18,

......................................................................................... Jo 3:36

b) COMO NOS TORNAMOS FILHOS ADOTIVOS DE DEUS

– Predestinados por Deus .................................................Rm 8:29; Ef 1:5

– Recebendo a Jesus, recebendo poder para nos

tornarmos filhos de Deus .............................................. Jo 1:12

– De acordo com a promessa de Deus, e não por

nascimento natural ........................................................ Gl 3:29; Rm 9:8

> de muitas nações ...................................................... Gl 3:28; Jo 11:51; Rm 9:4

– Pela fé em Cristo Jesus .................................................. Gl 3:26; Ef 1:5; Hb 2:9-11

– Os que foram balizados em Cristo ................................ Gl 3:27

– A adoção é constrastada com a Lei ............................. Gl 4:5

– Os que são dirigidos pelo Espírito de Deus são

filhos de Deus ................................................................. Rm 8:14

c) CARÁTER DE UM FILHO DE DEUS

– O Espírito Santo testifica sobre a nossa adoção ........ Rm 8:15,16

– O abandono do pecado é necessário ............................ 2 Co 6:17,18

– Libertação das escravidões ............................................ Rm 8:21

– Como filhos, deveríamos ser semelhantes a Deus .....Mt 5:43-48; l Jo 3:2

> Jesus é o Filho UNIGÊNITO (Único Filho Gerado) .. Jo 1:18; 3:16; Hb 11:17; l Jo 4:9

> Pacificadores chamados de filhos de Deus ............Mt 5:9

– Irrepreensíveis e inofensivos ....................................... Ef 1:4; Fp 2:15,16

– Amor por Jesus .............................................................. Jo 8:42

– Amor pelos outros filhos de Deus ................................ Jo 13:34,35

– Sujeitos à disciplina paternal de Deus .......................... Hb 12:4-11

d) A NOSSA ADOÇAO É COMPLETADA NA RESSURREIÇÃO

– Completamento na ressurreição .................................. Lc 20:35,36; Rm 8:19-23;

......................................................................................... 1 Jo 3:2

– Co-herdeiros com Jesus ................................................. Gl 3:29; Rm 8:17

– A adoção é completada na glorificação ....................... Rm 8:23; Veja E12

9. BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

a) DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO PROMETIDO

– Como um derramamento do Espírito de Deus no

final dos tempos ............................................................ Ez 36:26,27

> purificação > novo coração > novo espírito > o Espírito de Deus em nós

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 113

> a fim de guardarmos os mandamentos de Deus

> seguido por um ajuntamento do povo de Deus ..... Ez 37

– Como um derramamento do Espírito de Deus no

final dos tempos ............................................................ Jl 2:28-32

> todas as pessoas > jovens e idosos > homens e mulheres > profecias

> sonhos > visões > sinais no céu

– Por João Batista

> Jesus batizará no Espírito Santo .............................Mt 3:11; Lc 3:16; Mc 1:8;

................................................................................... Jo 1:33

– Jesus promete aos Seus discípulos ................................ At 1:5; 11:16

> esperem pela promessa, revestidos de poder ........ Lc 24:49; At 1:8

> caracterizado por um estilo de vida transbordante ... Jo 7:37,38

> para ser dado DEPOIS QUE Jesus fosse glorificado Jo 7:39

> o Espírito da verdade está convosco e estará

dentro de vós ............................................................ Jo 14:16,17

> Jesus precisa partir para enviar o Consolador ...... Jo 16:7

b) TIPOS DO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE O BATISMO DO ESPÍRITO SANTO

– Foi revelado claramente para nós que há dois batismos 1 Co 10:2; Hb 6:2

> O Mar Vermelho é salvação da escravidão (água) .... Êx 14,15

> O Jordão é a vida abundante (Espírito) ................. Nm 13,14

> Nascer de novo significa ver o Reino (água) ........ Jo 3:3

> Nascer da água e do Espírito significa entrar ........ Jo 3:5

> Altar de ofertas queimadas para a purificação (água) . Êx 29:36

> Altar de incenso (óleo) para a adoração (Espírito) ... Êx 30:6-8

– O Espírito Santo encheu o Templo numa NUVEM .. Êx 40:34,35

– FOGO desceu quando Deus mostrou a Sua glória ........ 2 Cr 7:1-3; At 2:1-4

– É semelhante a correntes de ÁGUA no deserto ......... Is 32:15-20; 35:5,6

– Descrito como uma fonte de ÁGUA ........................... Zc 13:1; Jo 4:14

– É uma torrente de ÁGUA derramada nos últimos dias .. Ez 47; Is 44:3-5

– É ÁGUA derramada como chuva no fim .................... Jl 2:23; Ez_34:26; Tg 5:7

– É o ÓLEO da unção derramado sobre os sacerdotes ..... Lv 14:15; Êx 29:7

– É o ÓLEO vertendo das oliveiras ................................ Zc 4:12

– É o ÓLEO das lâmpadas do Templo ........................... Lv 24:2; Ap 2:1

– É o ÓLEO da alegria quando vem o Espírito ............. Is 61:1-3

c) VINDA DO ESPÍRITO SANTO – CUMPRIMENTO DAS PROMESSAS

– Pentecostes

(os judeus recebem primeiro o Espírito Santo) .......... At 2:1-4,16-21

> som de um vento violento > línguas de fogo < falar em línguas

> capacitados pelo Espírito Santo > cumprimento de Joel 2:28-32

– Samaritanos – recebem o Espírito Santo .................... At 8:14-17

> aceitaram a Palavra de Deus

> o Espírito Santo ainda não havia vindo sobre eles

> haviam sido batizados “no Nome do Senhor Jesus”

> receberam o Espírito Santo através da imposição de mãos

– Gentios (Cornélio recebe o Espírito Santo) ............... At 10:44-48

> primeiros gentios a receberem

> enquanto Pedro estava pregando o Evangelho

> o Espírito Santo veio sobre todos os que estavam ouvindo a mensagem

> eles sabiam que os gentios haviam recebido o Espírito Santo porque falaram em

línguas

> e louvaram a Deus

> ordenaram que eles fossem batizados no Nome do Senhor

114 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

– Crentes efésios ............................................................... At 19:1-7

> creram

> não haviam recebido o Espírito Santo

> haviam sido batizados na água no Nome do Senhor Jesus

> o Espírito Santo veio sobre eles

> falaram em línguas e profetizaram

– A promessa é para TODOS QUE O SENHOR

JESUS CHAMAR ........................................................... At 2:38,39

d) COMO SER BATIZADO NO ESPÍRITO SANTO

– Peça ao Pai Celestial ..................................................... Lc 11:13

– É para todos (e não para um pequeno grupo especial) .. At 2:38,39

– Ele não lhe dará uma coisa falsa .................................. Lc 11:11-13

– Condicionado à nossa disposição de nos arrependermos .At 2:38,39

– Dado aos que obedecem a Deus .................................... At 5:32

– Transmitido através de:

> imposição das mãos dos apóstolos .........................At 8:14-17; 19:6

> imposição das mãos de outros santos .................... At 9:17

> pregação ungida ........................................................ At 10:44

> tempos de espera em Deus ...................................... At 2:4

> tempos de oração intensa ....................................... At 4:24-31

– O Espírito Santo NÃO É NECESSARIAMENTE

RECEBIDO simplesmente

> quando cremos e somos salvos ...............................At 8:14-17; 19:2

> quando somos batizados na água ............................. At 8:16

e) RESULTADOS DO RECEBIMENTO DO ESPÍRITO SANTO

– Línguas ............................................................................At 2:1-4,16-21; 10:44-48;

......................................................................................... 19:1-7

– Profecias ......................................................................... Jl 2:28-32

– Poder ............................................................................... Lc 24:49; At 1:8

– Louvor a Deus ................................................................At 10:44-48

– Intrepidez para se pregar ..............................................At 2:1-4, 16-21

– Frutos do Espírito .......................................................... Gl 5:22

Veja “Frutos do Espírito” ................................................... Seção G1

> amor > alegria > paz > paciência > benignidade > bondade

> fidelidade > mansidão > auto-conlrole

– disposição de morrer por Jesus

(“testemunha” no grego = mártir) .............................. At 1:8

– capacidade de ministrarmos no sobrenatural .............. Is 61:1; l Co 12

Observação 1:

O Batismo no Espírito Santo não ê uma experiência espiritual para os líderes somente,

e também não é para a Igreja do Primeiro Século somente. É para todos que o Senhor

nosso Deus chamar (At 2:29-40). Esta experiência nunca deveria ser procurada somente

com o intuito de se receber poder ou os dons que a acompanham. A atitude apropriada

para o recebimento do Espírito Santo é com um coração humilde e arrependido, e com

o propósito de glorificarmos a Jesus (Jo 16:12-15). Busque-a desta forma. É IMPOSSÍ-

VEL que alguém receba um outro espírito.

Observação 2:

O Batismo no Espírito Santo não é o clímax da vida cristã. Nunca deveríamos pensar

que pelo fato de havermos recebido o Espírito Santo somos melhores que os outros, ou

que sejamos mais espirituais. A Igreja de Corinto havia claramente recebido o Espírito

Santo, e, contudo, ainda era muito carnal (1 Co 1:7; 3:3). Em vez disso, deveríamos

considerar o Batismo no Espírito Santo como um batismo INICIAL do Espírito Santo,

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 115

com muitos outros batismos subseqüentes (Efésios 5:18: “Estando continuamente

sendo cheios com o Espírito”, literalmente).

– os 120 experimentaram um segundo batismo após o

Pentecostes .................................................................... At 4:31

– temos a ordem de estarmos continuamente sendo

cheios com o Espírito ................................................... Ef 5:18

> o significado grego aqui é um batismo contínuo ... Ef 5:15

> o batismo relaciona-se ao não andarmos

segundo a carne ........................................................ Ef 5:15-18

> geralmente somos batizados em tempos de

adoração e ações de graça ....................................... Ef 5:19,20

> Deus batiza os que estão apropriadamente

submissos uns aos outros ......................................... Ef 5:21

– Paulo disse a Timóteo para despertar o dom do Espírito 2 Tm 1:6

– A Igreja de Éfeso estava em perigo de perder o Espírito Ap 2:5

f) PESSOAS ESPECÍFICAS QUE FORAM BATIZADADAS COM O ESPÍRITO SANTO

– João Batista .................................................................... Lc 1:15

– Isabel ............................................................................... Lc 1:41

– Jesus ................................................................................. Lc 4:1

– Pentecostes .................................................................... At 2:4

– Promessa para todos ..................................................... At 2:38,39

– Pedro pregando .............................................................. At 4:8

– Discípulos ....................................................................... At 4:31

– Estêvão ........................................................................... At 7:55

– Paulo ............................................................................... At 13:9

– Observação: No Antigo Testamento, o Espírito Santo “vinha sobre” os indivíduos,

dando-lhes temporariamente poder de Deus para realizarem atos sobrenaturais

ou para profetizarem. Foi somente depois que Jesus foi glorificado que o Espírito

Santo foi “derramado” com a finalidade de que todos os que O recebessem pudessem

ser CHEIOS com o Espírito. João 14:17 esclarece que o Espírito da Verdade não

estaria somente conosco, mas dentro de nós. Se Ele estivesse somente conosco, Ele

poderia nos deixar. Mas agora que Ele está dentro de nós, Ele está presente para

ficar. Alguns exemplos do Antigo Testamento do Espírito Santo vindo sobre os

indivíduos são:

– os Setenta Anciãos ......................................................... Nm 11:25

– Balaão ............................................................................. Nm 24:2

– Otniel .............................................................................. Jz 3:1

– Gideão ............................................................................. Jz 6:34

– Sansão ............................................................................. Jz 14:6

– Saul .................................................................................. 1 Sm 10:10

– Davi ................................................................................. 1 Sm 16:13

– Servos de Saul ................................................................. 1 Sm 19:20

– Ezequiel ........................................................................... Ez 2:1,2

10.PERSEVERANÇA

a) A perseverança é a nossa condição de estarmos seguros

“em Cristo Jesus” até que Ele volte.

– Deus não mudará as Suas promessas para nós ............ l Rs 8:56; Ez 12:25; Mt 5:18

b) A questão aqui não é se eu sou capaz de negar a Cristo.

– Ao contrário, a questão é se Deus é capaz de me

guardar através das tribulações ..................................... 2 Tm 1:12

116 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

c) A nossa confiança não está em nossa capacidade de

fazermos obras que nos “mantêm salvos”.

– A nossa confiança é que Deus não nos

enganará de maneira nenhuma .....................................Nm 23:19

– Precisamos apenas manter a fé que temos n’Ele.

– Precisamos permitir que Ele opere a Sua vontade

em nós ............................................................................. 1 Ts 2:13

d) PODEMOS SABER QUE TEMOS A VIDA ETERNA.... 1 Jo 5:13; 4:13

– Creia em Jesus e naquilo que Ele fez por nós .............. 1 Jo 5:13

– Seja cheio com o Espírito de Deus .............................. 1 Jo 4:13

e) DEUS É POR NÓS E NOS AJUDA

– Nenhum poder externo pode nos separar de Deus ..... Rm 8:31-39

– Jesus Cristo ora por nós ................................................ Hb 7:25

> Deus sempre ouve a Jesus ........................................ Jo 11:42

> o Espírito Santo intercede por nós ........................ Rm 8:26

– Deus sempre fornece uma saída das tentações ........... Rm 14:4; l Co 10:13

– A nossa confiança está em Deus, e não em nós próprios 2 Tm 1:12

– Deus é poderoso para nos guardar ................................ Rm 14:4; Jd 24,25

f) PROBLEMAS COM O FATO DE ESTARMOS

SIMPLESMENTE CONFIANTES

– Há perigos de sermos desviados ...................................Mt 24:3-14

– Precisamos guardar o nosso coração ........................... Hb 3:12-14; Pv 4:23

– Precisamos continuar na fé .......................................... Cl 1:21-23

– Não podemos ficar orgulhosos, para não cairmos ..... 1 Co 10:12

– Precisamos tomar muito cuidado para não sermos

levados pela correnteza ................................................ Hb 2:1

– Precisamos ser diligentes e não preguiçosos ............... Hb 6:11,12

g) É POSSÍVEL NOS AFASTARMOS DELIBERADAMENTE DE DEUS

– (Hebreus 6:4-6; 10:26,27). Se pecarmos DELIBERADAMENTE e nos desviarmos

consistentemente da verdade, é possível acabarmos na incredulidade.

– OBSERVE, NO ENTANTO, que a Bíblia diz que Ele tem melhores pensamentos que

este com relação a nós (Jr 29:11). O conhecimento de como é horroroso o desviarse

de Deus deveria ser suficiente para manter o crente fiel.

– É possível que alguns crentes neguem a Jesus e virem as costas a Deus, mas Deus

forneceu a Sua Palavra, ministros na Igreja e o Espírito Santo a fim de que os que são

escolhidos sejam guardados de se desviarem.

– Se negarmos a Deus, Ele também nos negará ............. 2 Tm 2:12

– Afastar-se de Deus é pior do que nunca tê-Lo conhecido 2 Pe 2:20-22

– Confiar em obras para a salvação pode nos separar

d’Ele ................................................................................ Gl 5:3,4

– Cuidado: podemos cair semelhantemente aos que

caíram no deserto .......................................................... l Co 10:5-12

– A desobediência pode fazer com que percamos o que

era nosso .........................................................................Mt 21:43

– PORTANTO, precisamos guardar o nosso

coração contra o engano do pecado ............................Hb 3:13,14

h) MISTURA NA IGREJA

– Jesus nos avisou que a Igreja TERIA crentes verdadeiros e fingidores.

> trigo e joio ................................................................Mt 13:24-30

> peixes bons e ruins ...................................................Mt 13:47-50

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 117

> estão misturados e é difícil separá-los ....................Mt 13:28-30

– Portanto, não devemos olhar para a fidelidade dos

outros, mas para a nossa própria fidelidade ................ Gl 6:4; Fp 2:12

i) UMA PASSAGEM DE ENSINO ........................................ 1 Pe 1:1-9

– Eleitos de Deus... Ele nos escolheu .............................. 1 Pe 1:2

– Escolhidos de acordo com a presciência de Deus ....... 1 Pe 1:2

– Precisamos permitir que as obras do Espírito Santo

nos purifiquem ............................................................... 1 Pe 1:2

– Somos salvos para a obediência a Jesus Cristo ........... 1 Pe 1:2

– Estamos sendo justificados pelo Seu sangue ............... 1 Pe 1:2

– Novo Nascimento pela misericórdia de Deus ............. 1 Pe 1:3

– A nossa herança está segura no Céu ............................. 1 Pe 1:4

– O poder de Deus nos protegerá até o fim ................... 1 Pe 1:5

– Sofrimento com as tribulações ..................................... 1 Pe 1:6

– As tribulações não são para nos derrotar, e sim para

provar a nossa fé ........................................................... 1 Pe 1:7

– A nossa fé não é de acordo com o que vemos ............ 1 Pe 1:8

– A nossa fé em Deus tem a Salvação como sua meta .. 1 Pe 1:9

11. SANTIFICAÇÃO – SANTIDADE

A santificação trata com o nosso caráter e conduta como filhos de Deus. Deus nos declara

justos (Justificação), mas aí então, pelo Espírito Santo, tornamo-nos justos. É um processo

contínuo, iniciado no arrependimento. A santidade significa estarmos separados do

pecado e totalmente dedicados a Deus.

a) SEPARAÇÃO

– No mundo, mas não do mundo .................................... Jo 15:18,19; 17:14-16;

......................................................................................... 1 Jo 4:5,6; 1 Co 2:12; Tg 4:4

– Não se prenda a um jugo desigual com os infiéis ........ 2 Co 6:14-18

– Não amem as coisas do mundo .................................... 1 Jo 2:15-17; 1 Jo 4:4

– Não participem dos pecados da Babilônia .................. Ap 18:4,5

– A circuncisão do Antigo Testamento representava uma separação a Deus

> para os que estavam sob a Lei ................................ Rm 2:25

> tinha o objetivo de ser um coração separado a Deus Rm 2:28,29

b) O ÊXODO DO EGITO REPRESENTAVA UMA SEPARAÇÃO A DEUS

> Faraó tentou Israel no sentido de não se separar por completo.

> Satanás, semelhantemente, nos tenta no sentido de não nos separarmos por

completo a Deus.

– Faraó – “permaneçam na terra do Egito e

sacrifiquem a Deus” ....................................................... Êx 8:25

> Satanás quer que sejamos religiosos, mas não separados do pecado.

– Faraó – “não se afastem muito do Egito” .................. Êx 8:28

> Satanás quer que estejamos continuamente associados com o pecado.

– Faraó – “que saiam somente os homens,

e não suas famílias” ....................................................... Êx 10:11

> Satanás quer que nos tornemos religiosos, MAS que não nos importemos com os

nossos lares.

– Faraó – “não levem as suas riquezas com vocês” ...... Êx 10:24

> Satanás quer que usemos as nossas riquezas em algum outro lugar, e não para

Deus.

c) DEUS FAZ SEPARAÇÕES EM SUA OBRA

– Criação

> a luz é separada das trevas ....................................... Gn 1:4

118 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção E - Salvação (Redenção)

> o céu é separado da terra ......................................... Gn 1:6-8

> os mares são separados da terra seca ..................... Gn 1:9,10

– O nosso pecado nos separa de Deus ............................. Is 59:2

– O nascimento separa a criança da sua mãe ................. Gl 1:15

– Abrão é separado da sua terra natal ............................. Gn 12:1

– Êxodo – a nação de Israel é separada do Egito .......... Êx 12:1-39

– Regras de vestuário e plantação (nenhuma mistura) .Dt 22:9-11

– Os crentes devem ser separados do mundo ................. 2 Co 6:17,18

– Os apóstolos são separados para ministrarem ............ Rm 1:1; At 13:2

– Os justos serão separados dos ímpios ..........................Mt 25:32

d) SANTIFICAÇÃO – SANTIDADE

– Produzida por Deus (Pai, Filho & Espírito Santo)

> Pai .............................................................................. Ez 37:28; 1 Ts 5:23; Jd 1

> Jesus ........................................................................... Hb 2:11; 13:12

> Espírito Santo ........................................................... Rm 15:16; l Co 6:11; 2 Ts 2:13

> através da obra de Jesus ...........................................Hb 10:10; 13:12

> através da Palavra de Deus ...................................... Jo 17:17-19; Ef 5:26

> pelas correções de Deus ...........................................Hb 12:10; Tg 1:2-4

– A Santidade é o caráter de Deus ................................... Veja o índice

> devemos ser santos como Ele é santo ................... 1 Pe 1:16

> fim dos tempos – os santos permanecerão santos ... Ap 22:11

– Homens e mulheres santos da antigüidade .................. 2 Pe 1:21; 1 Pe 3:5

– A Igreja deve ser um sacerdócio santo e uma nação

santa ................................................................................ 1 Pe 2:5,9

– Não podemos herdar o Reino de Deus sem santidade ... 1 Co 6:9-11

– Beleza da santidade ........................................................ 1 Cr 16:29; 2 Cr 20:21;

......................................................................................... Sl 29:2; 96:9

– Caminho de santidade ................................................... Is 35:8

– Regozijo na santidade .................................................... Sl 60:6; 97:12; 108:7

– Corpo, alma & espírito devem ser santificados ......... 1 Ts 5:23,24

– Devemos evitar a imoralidade sexual e a concupiscência 1 Ts 4:3-8

12.GLORIFICAÇÃO

a) O MISTÉRIO DAS ERAS

– Cristo em vós, a esperança da glória ........................... Cl 1:27

– Propósito final de Cristo: trazer muitos filhos à glória ... Hb 2:10

b) NEM SEMPRE ESTAREMOS NESTES CORPOS CAÍDOS

– Os justos brilharão no Reino ........................................Mt 13:43

– Seremos transformados ................................................. 1 Co 15:51

– Os nossos corpos abatidos serão transformados ........ Fp 3:20,21

– Como serão os nossos corpos espirituais?

> como o corpo glorioso de Jesus .............................. Fp 3:21

> com um novo esplendor .......................................... 1 Co 15:40

> imperecíveis .............................................................. 1 Co 15:42

> um corpo espiritual .................................................. 1 Co 15:44

> seremos semelhantes a Jesus ................................... 1 Co 15:49

– Apareceremos com Cristo em glória ........................... Cl 3:4

– Quando seremos transformados?

> quando for tocada a Última Trombeta .................. 1 Co 15:51,52

> os mortos serão ressuscitados com novos corpos .... 1 Co 15:52

> os que ainda estiverem vivos serão transformados .. 1 Co 15:52

> quando Jesus aparecer seremos semelhantes a Ele ... 1 Jo 3:2,3

Seção E - Salvação (Redenção) CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 119

> por causa desta esperança purificamo-nos a nós

mesmos ..................................................................... 1 Jo 3:2,3

c) JESUS GLORIFICADO

– Possuía uma glória celestial desde toda a eternidade .. Jo 17:5

– Revelado na Encarnação ............................................... Jo 1:14

– Transfiguração ...............................................................Mc 9:2,3; Lc 9:32

> Moisés e Elias aparecem em forma gloriosa ......... Lc 9:30,31

– Visto na Crucificação ..................................................... Jo 7:39; 12:28-33

– Visto após a Ressurreição .............................................. Lc 24:36-39

– Visto no Apocalipse ....................................................... Ap 1:13-16; 19:11,12

– Será visto em Sua Segunda Vinda ..................................Mt 16:27

d) SOFRIMENTOS

– Permaneça firme nos sofrimentos para participar da

Sua glória ........................................................................ Rm 8:17; 2 Tm 2:10; 1 Pe 5:1

– A glória tem um peso muito maior que os sofrimentos ... Rm 8:18; 2 Co 4:17; Ef 1:18

– As tribulações provam a nossa fé e produzem glória 1 Pe 1:6,7

– O Espírito e a glória de Deus pairam especialmente

sobre os que sofrem ....................................................... 1 Pe 4:14

– Estêvão viu a glória de Deus ao sofrer o martírio ..... At 7:55

– Os que passam por tribulações são altamente honrados .. Ap 2:10; 7:l

e) QUALIDADES DO CORPO RESSURRETO DE JESUS

– Ele falou ..........................................................................Mt 28:9,10,17-20

– Os discípulos O reconheceram .....................................Mt 28:9

– As Suas mãos e o Seu lado permaneceram marcados

pelos ferimentos ............................................................ Jo 20:20

– Ele comeu com eles ....................................................... Lc 24:42,43

> Ele não é um espírito – o corpo é físico ............... Lc 24:37-40

> O Seu Corpo podia ser tocado ................................ Lc 24:39; Jo 20:27; Mt 28:9

– Ele assumiu uma forma diferente .................................Mc 16:12; Lc 24:13-32

– Ele apareceu e desapareceu ........................................... Lc 24:31

– Ele entrou através de portas fechadas ......................... Jo 20:26

– Ele fez muitos sinais ...................................................... Jo 20:30

– Ele foi elevado ao Céu .................................................. At 1:9

120 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

F. Igreja

Índice Desta Seção

F1. IGREJA – INTRODUÇÃO

F2. A MISSÃO DA IGREJA

F3. EVANGELHO – AS BOAS NOVAS

F4. O EVANGELHO, DA MANEIRA DELINEADA EM ROMANOS

F5. O EVANGELHO SEGUNDO EFÉSIOS, FILIPENSES E COLOSSENSES

F6. FALSOS EVANGELHOS

F7. GOVERNO DA IGREJA

F8. CORREÇÃO & PERDÃO

F9. PESSOAS DOTADAS NA IGREJA UNIVERSAL

F10. DONS ESPIRITUAIS NO CORPO DE CRISTO

F11. DONS ESPIRITUAIS NAS REUNIÕES DA IGREJA

F12. CRESCIMENTO ESPIRITUAL

1. IGREJA – INTRODUÇÃO

a) DEFINIÇÃO

– A IGREJA é composta dos que tiveram os seus pecados perdoados por causa

> do sangue de Jesus derramado no Calvário ............ Ap 1:5; 7:14

– Cada assembléia local de crentes é chamada de “igreja”.

> onde 2 ou 3 estiverem reunidos em Nome de

Jesus, Ele está presente ............................................ Mt18:20

– Semelhantemente, todos os crentes do mundo são

chamados de “Igreja” ....................................................Mt 16:18

> Observação: As Escrituras fazem uma distinção entre a Igreja Local e a Igreja

Universal. Todas as pessoas que crêem em Jesus para a sua salvação fazem parte

da Igreja Universal. Mas, a menos que se unam a um corpo local de crentes, isto

é, uma igreja local, é difícil compreendermos o que significa o fato de sermos

membros da Igreja Universal. Exemplos de igrejas locais: Paulo escreveu a igrejas

locais (por exemplo Galácia) que tinham líderes específicos (Rm 16:1,5).

Jesus também Se dirigiu a assembléias locais, salientando suas necessidades específicas

como um corpo (Ap 2,3). Estes crentes locais se reúnem regularmente

(Hb 10:25) para a oração, ensino e comunhão (At 2:42). Somente assim eles

podem compreender de fato o que significa sermos membros verdadeiros da

Igreja Universal composta de pessoas de todas as tribos, línguas e nações (Ap

5:9).

– No grego, “igreja” significa “os chamados para fora”.

b) FUNDAMENTO DA IGREJA

– A Igreja pertence a Jesus Cristo ...................................Mt 16:18

– Ela é fundada na confissão (a rocha) de que Jesus é o Cristo (Messias),

> o Filho do Deus Vivo ...............................................Mt 16:16-18

> O nome “Pedro” significa “uma pedrinha”.

> A palavra “rocha” significa “uma rocha enorme” (leito de rocha firme).

Observação: NÃO é o próprio Pedro que é o fundamento da Igreja, e sim a sua

confissão de Jesus, a “Rocha Enorme”.

Observação: O reconhecimento de Jesus como Cristo é o ponto em questão

(Mt 16:20).

– A quem são dadas as chaves do Reino?

> A Pedro somente? Não. Veja .................................. Mt 18:18; Jo 20:19-23

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 121

> As chaves são dadas a TODOS os discípulos da Igreja de Jesus.

> Observação: Pedro usou as chaves para “...abrir a porta da fé aos gentios”

(At 14:27).

> Observação: Paulo usou as chaves “...pois em Cristo Jesus eu vos gerei através

do Evangelho” (1 Co 4:15).

> “Porque Aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da

circuncisão, Esse Mesmo operou também em mim com eficácia para com os

gentios” (Gl 2:8).

– Jesus Cristo é a Principal Pedra da Esquina (que significa a pedra do topo de uma

pirâmide) da Igreja ... Ef 2:20 (Ele está sobre a Igreja – a Cabeça)

– Os apóstolos e profetas são os ministérios fundamentais, que colocam os fundamentos

....... Ef 2:20 (Os líderes estão sob a Igreja – sustentando)

– A Igreja capacitada pelo Espírito começou no

Dia de Pentecostes ........................................................ At 2:1-47

> Crentes do Antigo Testamento – “igreja no deserto” At 7:37,38

c) NOMES DADOS AOS MEMBROS DA IGREJA

– Crentes ............................................................................ At 4:32; 5:14

– Santos .............................................................................. At 9:13; l Co 1:2; Ap 13:7

– Irmãos ............................................................................. At 12:17; Rm 1:13;

.........................................................................................Mt 23:8-10

– Cristãos ........................................................................... At 11:26; 26:28

– Eleitos .............................................................................Mc 13:27; Rm 8:33

d) DESCRIÇÃO DA IGREJA

– Feitura de Deus ............................................................... Ef 2:10

> criados para fazermos boas obras ........................... Ef 2:10

> criados para sermos santos ...................................... Ef 4:24

– Cidadãos do Reino de Deus ........................................... Ef 2:19

> povo de Deus (separado a Deus) ............................. 2 Co 6:16,17

– Membros da Família de Deus ........................................ Ef 2:19; 1 Tm 3:15

> filhos de Deus ........................................................... Ef 1:5; 3:14,15; 5:8

– Templo de Deus ............................................................. Ef 2:20-22

> Deus habita nele pelo Seu Espírito ......................... Ef 2:22; l Co 3:16

> para ser um sacerdócio santo .................................. 1 Pe 2:5

– Noiva de Cristo .............................................................. Ef 5:25-32;

......................................................................................... Ap 19:7; 21:2; 22:17

> amada por Cristo ...................................................... Ef 5:25

> entregou-Se pela Igreja ............................................ Ef 5:25

> purificou a Igreja ...................................................... Ef 5:26

> serão unidos .............................................................. Ef 5:31,32

> Cristo como o Noivo ............................................... Jo 3:29; 2 Co 11:2

> Ceia das Bodas do Cordeiro ..................................... Ap 19:9

> grande mistério – Jesus & a Igreja .......................... Ef 5:29-32

– Corpo de Cristo .............................................................. Ef 1:22,23; 4:15;

......................................................................................... 1 Co 12:27; Cl 1:24

> Jesus vive em nós ..................................................... Gl 2:20

> Cristo como Cabeça ................................................. Ef 1:22; 4:15; 5:23;

................................................................................... Cl 1:18; 2:19

> interconectados ........................................................ Ef 4:11-16; l Co 12:26; Gl 6:2

> unidade ....................................................................... Ef 4:4-6

– Templo do Espírito Santo ............................................ Ef 2:20-22; 1 Co 3:16,17;

......................................................................................... 6:19; 1 Pe 2:4-8

> as pessoas são pedras vivas ..................................... 1 Pe 2:5

122 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

> Jesus é a Principal Pedra da Esquina ...................... 1 Pe 2:6; Ef 2:20

> os Apóstolos e Profetas são o fundamento ........... Ef 2:20

– Uma Família ................................................................... Ef 2:19

> todos têm um só Pai ................................................ Is 63:16; 9:6; Os 11:1;

................................................................................... Rm 8:15; Jo 1:12; Gl 4:5,6;

................................................................................... 2 Co 6:18

> chamados de irmãos e irmãs ................................... Mt 12:50; 1 Tm 5:2; Tg 2:15

– Um Rebanho .................................................................. Is 40:11; Ez 34; Zc 9:16;

......................................................................................... Jo 10; Lc 12:32; At 20:29

> Jesus é o (Supremo) Pastor ..................................... Jo 10; Mt 18:10-14;

................................................................................... 1 Pe 5:1-4

> Somos as Suas ovelhas ............................................. Is 40:11; Lc 12:32; Jo 10

> Os falsos pastores são chamados de mercenários ... Jo 10:13

> Os falsos irmãos são chamados de lobos com

roupas de ovelhas .....................................................Mt 7:15; At 20:29

> Satanás é o principal (Chefe) dos lobos ................. Lc 10:3; Jo 10:12

e) ISRAEL E A IGREJA

– A maior parte do que pertencia somente a Israel agora

> é para toda a Igreja .................................................. Rm 2:28,29; Gl 3:26-29;

................................................................................... Rm 4:11,12,16-18; 9:7,8

– Contudo, há um futuro definido para Israel como

nação ...............................................................................Rm 11:1-36

> Deus não rejeitou o Seu povo ................................. Rm 11:1

> um remanescente foi escolhido pela graça ............ Rm 11:2-6

> Israel errou tentando ser salvo pelas obras ........... Rm 11:6,7

> a queda de Israel foi a causa da salvação dos gentios .. Rm 11:11

> os gentios deixarão Israel com ciúme .................... Rm 11:11

> Israel será aceito novamente, no final .................. Rm 11:12,15

> Israel, como um galho natural, é facilmente

enxertado .................................................................. Rm 11:24

> Israel está endurecido contra o Evangelho agora . Rm 11:25

> Israel entrará quando Deus tiver terminado a

obra com os gentios .................................................Rm 11:25-27

> as promessas de Deus para Israel não foram mudadas Rm 11:29

> Israel entrará pela graça, e não pelas obras ........... Rm 11:30-32

f) A IGREJA RETRATADA EM EFÉSIOS

– Reunindo uma igreja ...................................................... Ef 1:22

– Desenvolvendo um corpo ............................................. Ef 1:23

– Construindo um templo/prédio .................................... Ef 2:21,22

– Criando uma família ...................................................... Ef 3:15

– Amadurecendo um homem ........................................... Ef 2:15; 4:13

– Enfeitando uma noiva ................................................... Ef 5:23-33

– Armando/treinando um soldado ................................... Ef 6:10-18

2. A MISSÃO DA IGREJA

a) A COMISSÃO DE DEUS PARA O SEU POVO

– Adão, Noé: “frutificai-vos e multiplicai-vos” ............ Gn 1:28; 9:1-7

– Abraão: “através de ti todas as nações serão

abençoadas” .................................................................... Gn 12:1-3; 18:18

> Repetida a Isaque ...................................................... Gn 26:4

> Repetida a Jacó ......................................................... Gn 28:14

> Revelada a Davi ........................................................ 1 Cr 17

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 123

> Revelada a Corá ........................................................ Sl 47

> Revelada a Isaías ...................................................... Is 49:12; 11:9

– Moisés: ser um reino de sacerdotes .............................. Êx 19:6

– Jesus: a Grande Comissão falada ................................... Mt 28; Mc 16; Lc 24

– Paulo: o Evangelho aos gentios ................................... At 9:15; Rm 15:7-21

– Pedro: o Evangelho a todos os povos ......................... At 10:9-48; 1 Pe 2:9

b) O AMOR DE DEUS PELAS NAÇÕES

– Muitos gentios do Antigo Testamento creram em Jeová

> Melquisedeque ........................................................... Gn 14:18-20

> Jetro ........................................................................... Êx 18:9-12

> Nabucodonosor ......................................................... Dn 4:34-37

> Rute ........................................................................... Rt 1:16,17

> Raabe ......................................................................... Js 6:25; Hb 11:31

> Ninivitas .................................................................... Jonas

> mulher de Sarepta ..................................................... l Rs 17:8

> Naamã ....................................................................... 2 Rs 5:15

– Os filhos de Deus testificam d’Ele diante das nações

> José – egípcios ................................... > Eliseu – sírios

> Naomi – moabitas ............................. > Davi – filisteus

> Moisés – midianitas .......................... > Elias – fenícios

> Salomão – árabes ............................... > Daniel – babilônios

> os espias – cananeus ......................... > Jonas – assírios

– Pessoas de todas as nações estarão no Reino ................... Dn 7:14; Ap 7:9,10

> o Espírito de Deus será derramado sobre toda carne .. Jl 2:28

> as nações desejarão as bênçãos de Deus ................. Is 2:2,3; 55:5,6; 60:3; Zc 8:23

> a grande visão de João sobre um reino repleto

de pessoas .................................................................. Ap 5:9,10; 7:9,10

c) JESUS, O MESSIAS PARA TODOS OS POVOS

– As quatro mulheres da genealogia de Jesus são gentias ..Mt l

> Tamar – cananéia > Raabe – cananéia > Rute – moabita > Batseba – hetéia

– Profecias referentes a Jesus (Lucas)

> Profecia de Zacarias ................................................ Lc 1:72-79

> Bênção de Simeão .................................................... Lc 2:29-32

> A proclamação dos anjos ......................................... Lc 2:10-14

> A proclamação de João ............................................ Lc 3:4-6

– O ministério de Jesus de acordo com Mateus

> os reis do Oriente (talvez da China) vieram

para adorá-Lo ...........................................................Mt 2:1-12

> inicia o Seu ministério no meio dos gentios .........Mt 4:15-23

> disse aos discípulos para amarem os seus inimigos .....Mt 5:44

> anunciou que todas as nações estavam incluídas

no Seu Reino .............................................................Mt 8:11

> preparou os discípulos para testificarem aos gentios .Mt 10:18

> ministério aos gentios profetizado ........................Mt 12:18-21

> foi dito que somente duas pessoas tinham uma grande fé

centurião romano .....................................................Mt 8:10

mulher siro-fenícia ...................................................Mt 15:28

> Jesus alimenta 4000 gentios (Tiro/Sidom) ............Mt 15:29-39

> o Reino deve ser tirado de Israel e dado aos gentios ..Mt 21:42,43

> o Reino deve ser pregado a todos os povos antes

do fim ........................................................................Mt 24:14

> discípulos devem ser feitos de todas as nações .....Mt 28:19

124 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

d) MISSÕES E O LIVRO DE ATOS

– O Batismo no Espírito Santo: poder para testificar .. At 1:8

> Jerusalém ............................................ = localmente

> Judéia .................................................. = regionalmente

> Samaria ............................................... = atravessando barreiras culturais e raciais

> até aos confins da terra .................... = a todos os povos

– O derramamento no Pentecostes

– o dom de línguas possibilitou que 12 nações

ouvissem a verdade ........................................................ At 2:5-13

– Pedro tem um novo poder e intrepidez para testificar ... At 2:14-40

> Os Apóstolos começaram a executar sinais e

maravilhas ................................................................. At 2:43-3:26

> A Igreja experimenta um tremendo crescimento . At 2:41; 4:4; 6:7

– Contudo, os Apóstolos ainda estão relutantes

> o testemunho no Pentecostes às nações foi

involuntário .............................................................. At 2:5-13

> durante 20 anos eles não levaram o Evangelho

para fora de Jerusalém ............................................. At 5:28; 6:7

> por não estarem dispostos novamente, Deus os

dispersa com perseguições ....................................... At 8:1-4

> finalmente, Filipe prega a estrangeiros

voluntariamente .......................................................At 8:4-17

> Deus confronta a má vontade de Pedro três vezes .. At 10

> Pedro encontra oposições por causa disto ............ At 11:1-18

> finalmente, os líderes da igreja reconhecem as

missões ......................................................................At 15

> pouco antes da morte de Paulo, o Evangelho já

havia alcançado todo o Império Romano .............Rm 15:18-24

– A Igreja em Antioquia foi a primeira a ENVIAR

missionários .................................................................... At 13:1-4

– Paulo tornou-se o primeiro missionário da Igreja ..... At 13:1-4

– Atos registra as 3 viagens missionárias de Paulo .......At 13-28

– Atos apóia veementemente um conceito de

missões realizadas por equipes ...................................... At 16:2; 20:4

3. EVANGELHO – AS BOAS NOVAS

O Evangelho (Boas Novas) significa que Jesus veio. Jesus morreu na Cruz pelos nossos

pecados para reatar o nosso relacionamento com Deus. Jesus é o Salvador (Libertador), que

veio para nos salvar (libertar) da penalidade do pecado (morte) e do poder do pecado (maus

hábitos e outras escravidões). Através da fé n’Ele e da vitória que Ele obteve através da Sua

morte, sepultamento e ressurreição, somos reconciliados com Deus. Veja 1 Co 15:1-4; Hb

2:14,15; Rm 3:21-26.

a) PRECONDIÇÕES PARA O EVANGELHO

– Veja “Queda do Homem” .............................................. Seção D5

– Veja “Pecado” ................................................................ Seção D1

b) CONTEÚDO

– Prometido no Antigo Testamento .............................. Rm 1:2; 2 Pe 1:18-21

> predito ....................................................................... Gn 3:15;

................................................................................... Is 29:18; 41:27; 52:7

................................................................................... (61:1-3 com Lc 4:18,19)

– Jesus Cristo é o cumprimento ...................................... Rm 1:3,4

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 125

– Deus nos liberta da ira através de Cristo ..................... 2 Co 5:19

– Refere-se a Jesus Cristo ................................................. Rm 1:1-4

> nascido de uma virgem ............................................ Is 7:14; Mt 1:23

> veio de fato na carne, da linhagem do Rei Davi ... Rm 1:3,4; 2 Tm 2:8; Veja B11

> verdadeiramente o Filho de Deus ........................... Rm 1:4; Veja B7, B8

> viveu uma vida completamente imaculada ........... Hb 4:15

> crucificado na Cruz Romana ................................... At 2:23

> Cristo morreu por nossos pecados ......................... l Co 15:3

> o sangue de Jesus satisfez a Deus ............................ At 20:28; Rm 5:9-11;

................................................................................... Hb 9:14,15

> Ele foi sepultado ...................................................... l Co 15:4

> ressuscitou dos mortos ............................................. Rm 1:3,4; l Co 15:4; At 2:24

> apareceu a muitos ..................................................... 1 Co 15:5-8

> subiu ao Céu – glorificado ....................................... At 1:9-11; 1 Pe 1:21

> Voltará novamente como Juiz ................................ 2 Ts 1:7,8; At 1:9-11

– O nosso papel em resposta ao Evangelho

> precisamos confessar que Jesus é o Senhor ........... Rm 10:9

> precisamos crer que Deus O ressuscitou ................. Rm 10:9

> precisamos nos arrepender e ser perdoados .......... At 3:19; 5:31; Rm 2:4;

................................................................................... 2 Pe 3:9; Lc 24:47

c) CARACTERÍSTICAS DO EVANGELHO

– É o poder de Deus para nos salvar ............................... Rm 1:16; l Co 1:18; 15:1,2

– Demonstra a graça de Deus .......................................... At 14:3; 20:32

– A aceitação do Evangelho é associada com

> arrependimento ........................................................Mc 1:15

> fé, necessidade de crer ............................................. Mc 1:15; Hb 4:2

– Primeiramente anunciado a Maria .............................. Lc 1:26-38

> Maria era uma virgem ............................................. Lc 1:27,34

> Jesus foi gerado pelo Espírito Santo ...................... Lc 1:35

– Anunciado aos pastores ................................................ Lc 2:8-20

– Traz paz .......................................................................... Ef 6:15

– Traz esperança ............................................................... Cl 1:23; l Pe 1:3

– Traz vida ........................................................................ 2 Tm 1:10

– É pregado a todos ..........................................................Mc 16:15; Cl 1:23; At 20:21

– É absoluto e exclusivo ................................................... Gl 1:8,9

– É associado com

> sofrimentos ...............................................................Mc 8:35; 10:29,30;

................................................................................... 2 Tm 3:12

> curas ...........................................................................Mt 4:23

> milagres como confirmação ................................... At 14:3

d) PREGAÇÃO DO EVANGELHO PELOS APÓSTOLOS

– Pedro

> no Pentecostes ......................................................... At 2:14-41

> o aleijado é curado ................................................... At 3:11-26

> Sinédrio ..................................................................... At 4:8-12

> fuga da prisão ............................................................ At 5:29-32

– Estêvão diante do Sinédrio ........................................... At 7:2-53

– Paulo

> em Antioquia ............................................................ At 13:16-41

> em Atenas ................................................................. At 17:22-31

> diante de Félix .......................................................... At 24:10-21

> diante de Agripa ........................................................ At 26:2-29

126 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

4. O EVANGELHO CONFORME ESBOÇADO EM ROMANOS

a) PRECONDIÇÕES

– O Evangelho foi PROMETIDO no Antigo Testamento Rm l:2

– Por causa de ADÃO, todos nós herdamos a morte ....Rm 5:12-14

– Todos nós estamos sob a IRA de Deus

> as nações GENTIAS estão sob a ira de Deus ......... Rm 1:18-32

> os JUDEUS estão sob a ira de Deus ........................ Rm 2:1-29

> os judeus e os gentios estão sob o PECADO ......... Rm 3:9

> todos precisam ser SALVOS porque todos pecaram .. Rm 3:23

– O propósito da LEI era o de salientar o pecado ........ Rm 7:7-25

– O Evangelho é o PODER DE DEUS para a salvação ... Rm 1:16

b) COMPONENTES DO EVANGELHO

– Concerne a JESUS CRISTO, o Filho de Deus .............Rm 1:3,4

> veio de fato na CARNE, da linhagem do Rei Davi .. Rm 1:3,4

> verdadeiramente o Filho de Deus (DIVINO) ........ Rm 1:3,4

> RESSUSCITOU dos mortos .................................... Rm 1:3,4

> Jesus Cristo é o nosso SENHOR ............................. Rm 1:3,4

– O elemento crucial para nós é a FÉ (acreditar) ......... Rm 1:5,8

> todos os povos chamados para CREREM em Jesus .. Rm 1:5,6

> uma retidão de Deus pela FÉ ................................... Rm 1:17

> uma retidão INDEPENDENTEMENTE DA LEI . Rm 3:21

> esta retidão é pela FÉ em Jesus .............................. Rm 3:22

> a redenção é pela GRAÇA de Deus .........................Rm 3:24

> o nosso papel é termos Fé em Seu SANGUE ........ Rm 3:25

> tudo pela FÉ, e não pela Lei ................................... Rm 3:27-31

> Abraão foi JUSTIFICADO PELA FÉ, e não

pelas obras ................................................................. Rm 4:1-25

> a fé traz a PAZ com Deus ....................................... Rm 5:1,2

> Deus nos salvará por causa do SANGUE DE

JESUS ........................................................................ Rm 5:9-11

> tudo depende da MISERICÓRDIA de Deus, e

não dos nossos esforços .......................................... Rm 9:16

> a salvação é pela graça, e NÃO PELAS OBRAS .. Rm 11:5,6

c) CONTEÚDO DO EVANGELHO

– O AMOR de Deus enquanto ainda éramos pecadores .. Rm 5:8

> Cristo morreu por nós

– A nossa JUSTIFICAÇÃO veio por Cristo Jesus ......... Rm 3:24

– Cristo MORREU por nós enquanto ainda éramos

incapazes ........................................................................ Rm 5:6

– Cristo RESSUSCITOU dentre os mortos .................... Rm 14:9

– Precisamos CONFESSAR que Jesus é o Senhor ..........Rm 10:9

– Precisamos CRER que Deus O ressuscitou .................. Rm 10:9

– Devemos ser BATIZADOS .......................................... Rm 6:3-14

– Deus nos dá o ESPÍRITO SANTO .............................. Rm 5:5

– Devemos ABANDONAR O PECADO ........................ Rm 6:1-23

– A vida no Espírito e a nossa ADOÇÃO....................... Rm 8:1-17

– Preparados para a VINDA DO SENHOR JESUS ........ Rm 13:8-14

– Todos nós seremos JULGADOS por Deus

(e não pelo homem) ...................................................... Rm 14:10

– Julgamento de acordo com o EVANGELHO .............. Rm 2:16

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 127

– os VIVOS e os MORTOS estão sob o Seu senhorio ... Rm 14:9

– GLORIFICAÇÃO futura ............................................... Rm 8:18-39

– Provavelmente SOFREREMOS pela nossa fé ............ Rm 5:3

– O sofrimento desenvolve o CARÁTER em nós ........ Rm 5:3,4

– Os judeus e os gentios são todos SALVOS

semelhantemente ........................................................... Rm 10:12,13

– ISRAEL será salvo quando a plenitude dos

GENTIOS tiver sido salva ............................................ Rm 11:25

– A intenção de Deus é que TODAS AS NAÇÕES

creiam ............................................................................. Rm 16:26

5. O EVANGELHO CONFORME ESBOÇADO EM

EFÉSIOS, FILIPENSES & COLOSSENSES

a) EVANGELHO ...................................................................... Ef ............ Fp ........... C l

– A salvação encontra-se na esfera CELESTIAL ......... 1:3 ........................... 1:5

– Refere-se a Cristo JESUS

> verdadeiramente DEUS ............................................................ 2:6 .......... 1:15; 2:9

> verdadeiramente HUMANO .................................................... 2:7,8 ...... 2:9

– Fomos escolhidos e PREDESTINADOS em Cristo ... 1:4,5,11

> ANTES DA CRIAÇÃO do mundo .......................... 1:4

> para sermos SANTOS e IRREPREENSÍVEIS

aos olhos de Deus ..................................................... 1:4

> para sermos ADOTADOS como Seus filhos

através de Jesus Cristo ............................................. 1:5

> de acordo com o SEU BLENEPLÁCITO e vontade 1:5

> para o louvor de Sua gloriosa GRAÇA ................... 1:6,12

– Em Jesus temos a REDENÇÃO através do SEU

SANGUE ......................................................................... 1:7 ........................... 1:14

> o PERDÃO dos pecados .......................................... 1:7

> de acordo com as riquezas da Sua GRAÇA ............ 1:7

– Propósito – CRISTO PREEMINENTE no

Céu & na terra ............................................................... 1:9,10

– Precisamos CRER no Evangelho da verdade .............. 1:13

– Os crentes marcados com o ESPÍRITO SANTO ....... 1:13

> como um depósito garantindo a nossa HERANÇA . 1:14 ....... 1:6

> a herança completa aguarda até que o restante

seja salvo ................................................................... 1:14 ........................ 1:12

– RESSURREIÇÃO de Cristo dentre os mortos ............ 1:19-21

– esse mesmo PODER opera nos crentes ...................... 1:18,19

> Cristo está assentado à mão direita de Deus ......... 1:20 ....... 2:9

– Cristo é SUPREMO . ..................................................... 1:22 ....... 2:9-11

> a Igreja é um CORPO (e não meros indivíduos) ... 1:23 ........................ 1:18

– Estávamos MORTOS em nossos pecados ................... 2:1-3

> seguíamos os caminhos do MUNDO ..................... 2:2 ........................... 1:21

> seguíamos o príncipe das potestades do ar

(SATANÁS) .............................................................. 2:2

> satisfazíamos a nossa NATUREZA PECAMINOSA 2:3

– Estávamos sob a IRA de Deus ...................................... 2:3

> O AMOR, MISERICÓRDIA, E A GRAÇA

de Deus nos salvam .................................................. 2:4-9 ...... 2:1

> NÃO SOMOS SALVOS POR NOSSOS PRÓPRIOS

> ESFORÇOS NEM PELAS OBRAS ......................... 2:8.,9

128 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

a) EVANGELHO (continuação) ............................................. Ef ............ Fp ........... C l

> As BOAS OBRAS foram preparadas para nós

de antemão ............................................................... 2:10

– O SANGUE DE CRISTO nos reconcilia com Deus ..... 2:11-13

– A LEI DE MOISÉS É ABOLIDA em Cristo ............... 2:15 ....... 3:9 .......... 2:14

> os judeus e os gentios são salvos ATRAVÉS

DA CRUZ .................................................................. 2:16,17 .. 3:18 ........ 3:11

– DEUS PAI é o nosso destino final ............................... 2:18

> CRISTO JESUS, o Filho, preparou o caminho ..... 2:18

> O ESPÍRITO nos leva ao Pai pelo caminho do

Filho .......................................................................... 2:18

– Deus habita dentro e no meio de nós pelo Seu

Espírito ........................................................................... 2:22

– SEREMOS GUARDADOS se continuarmos em

nossa fé ............................................................................................................. 1:21-23

– Também compartilhamos dos Seus

SOFRIMENTOS ............................................................................. 1:29 ....... 1:24

– Cristo Jesus VOLTARÁ NOVAMENTE ...................................... 1:6; 3:20 3:4

– A nossa GLORIFICAÇÃO com JESUS .......................................................... 3:4; 1:27

6. FALSOS EVANGELHOS

a) A IGREJA TEM SALVAGUARDAS CONTRA FALSOS ENSINAMENTOS

– Ministério da Igreja para proteger os crentes ............ Ef 4:11-16

– Comunhão dos crentes .................................................. Hb 10:23-25

– A Palavra de Deus (BÍBLIA) é a verdade .................... Jo 17:17

> a Palavra de Deus é exaltada até mesmo acima

do Seu Nome ............................................................. Sl 138:2

> os transgressores não guardam a Palavra de Deus Sl 119:158

– O Espirito Santo nos guia ............................................. Is 30:21; Pv 3:5,6;

......................................................................................... Jo 10:4; 16:12,13

– Fique firme na fé ............................................................ 2 Pe 3:17

b) O JULGAMENTO DE DEUS NOS FALSOS MESTRES

– Condenação aos que ensinam falsamente ...................Gl 1:8,9

c) FALSOS MESTRES

– Prometem liberdade mas trazem escravidão .............. 2 Pe 2:19; Gl 2:4

> a falsidade não satisfaz ............................................ Is 32:6

– Ensinam heresias abomináveis ..................................... 2 Pe 1:21-2:2

> e as pessoas têm grande prazer nisto ..................... Jr 5:31

– Têm visões falsas e profecias falsas ............................ Jr 14:14,15; Jr 23:25-32

– Têm sonhos falsos ......................................................... Jr 23:32; Zc 10:2

– Fingem ser cristãos (ovelhas) .......................................Mt 7:15; Gl 2:4; 2 Pe 2:1-3

> observe a vida das pessoas, e não somente as

suas palavras .............................................................Mt 7:16-20

– Às vezes fazem grandes sinais e milagres ....................Mt 24:24; Mc 13:22

– Falsos apóstolos ............................................................. 2 Co 11:13

– Falsos mestres ................................................................ 2 Pe 2:1

– Falsos profetas ............................................................... Lm 2:14; Ez 13:1-23;

......................................................................................... 1 Jo 4:1; Ap 16:13; 19:20

> teste para um falso profeta .....................................Dt 13:1-3

– Falsos irmãos .................................................................. Gl 2:4; 2 Co 11:26

– Falsos Cristos .................................................................Mt 24:24; Mc 13:22

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 129

d) TIPOS DE FALSOS EVANGELHOS

– Alguns pregam

> um outro Jesus .......................................................... 2 Co 11:4; 2 Jo 1:7

> um outro espírito ..................................................... 2 Co 11:4

> um outro evangelho ................................................. 2 Co 11:4; Gl 1:6,7;

................................................................................... 2 Tm 4:3,4

– Alguns ensinam um evangelho sem Cristo ................. 2 Pe 2:1

> fábulas & genealogias ............................................... 1 Tm 1:3-7; Hb 13:9

– filosofias humanas ......................................................... Cl 2:8; Mt 15:9; Mc 7:7

> ciência material ........................................................ Cl 2:8

– Alguns ensinam um ríspido tratamento do corpo ...... Cl 2:16,17

> não comer algumas comidas ................................... Cl 2:16,17,20-22

> maltratar o corpo ..................................................... Cl 2:23

– Sábados e dias especiais ................................................. Cl 2:16

– O casamento é proibido ................................................ l Tm 4:3

– Pregação por ganhos materiais .................................... 2 Co 2:17; 4:2

– Pregado por pessoas ignorantes ................................... 2 Pe 3:16

– Adoração de anjos ......................................................... Cl 2:18

– “Evangelho” de leis e obras religiosas ......................... Gl 3:1-5; At 15:24; 1 Tm 4:3

– Comidas especiais (água, óleo, etc.) ............................ Hb 13:9

– Ídolos .............................................................................. Rm 1:18-23; Zc 10:2

– Pessoas deificadas .......................................................... Rm 1:23;

......................................................................................... At 12:22; 14:11; 28:6

– Adoração de demônios .................................................. Dt 32:17; Sl 106:37;

......................................................................................... Ap 9:20; 13:4

– Falsos deuses e deusas

> Baal ............................................................................ Jz 2:11-13

> Rainha dos céus (mãe & filho) ............................... Jr 44:17,25

> Tamuz (o filho e sua mãe) ...................................... Ez 8:14

> Muitos, muitos outros...

– Céus – sol, lua, estrelas .................................................. Dt 4:19; 2 Rs 17:16; Ez 8:16

7. GOVERNO DA IGREJA

Os bispos, presbíteros e diáconos são os três ministérios designados para cuidarem das

necessidades dos membros da igreja local.

a) CARACTERÍSTICAS GERAIS .......................................... 1 Pe 5:1-4

– Temerem a Deus, serem DIGNOS DE CONFIANÇA,

odiarem os ganhos desonestos ...................................... Êx 18:21

– A MULTIDÃO DE CONSELHEIROS traz segurança .. Pv 11:14; 15:22; 24:6

– O que lidera precisa ser SERVO de todos .....................Mc 9:35; 10:42-45

– Precisa conhecer a voz de Deus ................................... 1 Cr 14:10-17

b) QUALIFICAÇÕES DO BISPO (SUPERVISOR)

– Consideração pela família

> não pode ter mais do que uma esposa .................... 1 Tm 3:2

> deve dirigir bem a sua família ................................. 1 Tm 3:4

> os seus filhos precisam ser obedientes ................... 1 Tm 3:4

– Caráter

> não autoritário ......................................................... Tt 1:7

> com controle próprio .............................................. Tt 1:8; l Tm 3:2

> não violento, mas dócil ........................................... Tt 1:7; l Tm 3:3

> nem irritadiço, nem brigão ...................................... Tt 1:7; l Tm 3:3

130 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

> disciplinado, moderado em seus hábitos ................ Tt 1:8; l Tm 3:2

– Reputação

> boa reputação com os que são de fora ................... 1 Tm 3:7

> irrepreensível (acima de qualquer repreensão) ...... Tt 1:7; 1 Tm 3:2

> não dado a muito vinho .......................................... Tt 1:7; 1 Tm 3:3

> cuidadoso com o dinheiro ....................................... Tt 1:7; 1 Tm 3:3

> hospitaleiro ............................................................... Tt 1:8; 1 Tm 3:2

> honrado, respeitável ................................................ Tt 1:8; 1 Tm 3:2

– Capacidades ministeriais

> ama o que é bom ...................................................... Tt 1:8

> santo .......................................................................... Tt 1:8

> precisa crer firmemente na verdade ....................... Tt 1:9

> não pode ser um recém-convertido ....................... 1 Tm 3:6

> precisa ser apto para ensinar .................................. Tt l :9; 1 Tm 3:2

c) PRESBÍTEROS

– Este termo parece se referir a todos os líderes da igreja local

> apóstolos e presbíteros na Igreja de Jerusalém ..... At 15:2,4,6,22

> Paulo manda chamar os presbíteros de Éfeso

> (supostamente são todos os líderes) ....................... At 20:17

> Pedro é um apóstolo e presbítero .......................... 1 Pe 5:1

> os santos, os bispos (supervisores) e diáconos ...... Fp 1:1

– Mesmas qualificações do bispo (supervisor) ............... Tt 1:6-9

> “supervisor” e “presbítero” são usados intercambiavelmente aqui

– Os presbíteros dirigem os assuntos da igreja ............... 1 Tm 5:17

– Os presbíteros são sustentados pela igreja .................. 1 Tm 5:17

> especialmente os mestres

– Alguns dos presbíteros ensinam e pregam .................. 1 Tm 5:17

– Os presbíteros da igreja oram pelos enfermos ............ Tg 5:14

– Designados (Ordenados)

> pelos apóstolos ......................................................... At 14:23

> com oração e jejum .................................................. At 14:23

> em todas as igrejas, em todas as cidades ................At 14:23; Tt 1:5

> Tito deveria designar os presbíteros ...................... Tt 1:5

d) DIÁCONOS (ASSESSORES, SERVOS)

– Uma das categorias da liderança ................................... Fp 1:1

– É uma posição muito honrada ...................................... 1 Tm 3:8-13

– Qualificações semelhantes às dos bispos (supervisores) .. 1 Tm 3:8-12

– É possível que esses sejam os 7 primeiros diáconos .. At 6:1-7

8. CORREÇÃO E PERDÃO

a) DISCIPLINA DA IGREJA

– O Apóstolo Paulo disciplinou os pecadores

não-arrependidos ........................................................... 1 Co 5:1-5; 2 Co 12:19-21;

......................................................................................... 13:2,10; l Tm 1:20

– Admoeste duas vezes uma pessoa que causa divisões;

em seguida, separe-a ...................................................... Tt 3:10

> se ela não se arrepender, separe-a da igreja

– Causa de brigas na liderança ..........................................Mt 20:20-28

> lutar pelas posições superiores como os incrédulos ..Mc 10:42-45

> um verdadeiro líder de igreja é um servo ...............Mc 9:35; 10:42-45

– Disciplina de um líder de igreja

> pelo menos 2 testemunhas são necessárias ........... 1 Tm 5:19

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 131

> se pecar, ele é repreendido publicamente para

que os outros se precavenham ................................ 1 Tm 5:20

– 2 ou mais testemunhas necessárias .............................. Nm 35:30; Mt 18:16;

......................................................................................... 2 Co 13:1; 1 Tm 5:19

– Ter cuidado para não ser tentado pelo pecado

dos que estão sendo ajudados ........................................ Gl 6:1

> Observação:

> O objetivo de toda disciplina da igreja nunca é o de condenar, mas sim o de

restaurar. Portanto, a disciplina precisa ser motivada pelo amor para com os

caídos, para que as suas almas possam ser salvas (1 Co 5:5) e não deve ser tão

ríspida a ponto de causar uma tristeza excessiva (2 Co 2:5-11).

b) REGRA DO AMOR

– Regra do Antigo Testamento – olho por olho

(nenhuma exceção) ....................................................... Êx 21:24; Dt 19:21

– Amai os vossos inimigos ...............................................Mt 5:43-45; Lc 6:27;

......................................................................................... Rm 12:20; 1 Ts 5:15

> orai pelos que vos perseguem .................................Mt 5:44

> Exemplos: Jesus e Estêvão ...................................... Lc 23:34; At 7:59,60

– Reafirmar o nosso amor pelos irmãos caídos ............. 2 Co 2:8

– A importância de repreendermos o pecador em amor .. Ap 3:19; Pv 27:5,6; Jó 5:17,18

c) REGRA DO PERDÃO

– Perdoe da mesma maneira que você quer o perdão ...Mt 6:14; 18:22-35;

.........................................................................................Mc 11:25; Ef 4:32

– Repreenda, e, se houver arrependimento, então perdoe . Lc 17:3,4

– José perdoou os seus irmãos ......................................... Gn 45:15; 50:15-21

d) REGRA DE NENHUMA CONDENAÇÃO

– Não condene. Você será condenado da mesma maneira ..Mt 7:1-5

> devemos discernir entre o bem e o mal .................Mt 7:15-20

– Não seja crítico .............................................................. Rm 14:13; l Co 8:7-13

> ao contrário, não coloque nenhuma pedra de tropeço para os seus irmãos

e) OS RELACIONAMENTOS PESSOAIS APROPRIADOS SÃO

MUITO IMPORTANTES

– Primeiro o natural, depois o espiritual ........................ 1 Co 15:46

– Antes de ministrarmos ao Senhor:

> os nossos relacionamentos terrenos precisam

estar corretos ............................................................Mt 5:23-26

> primeiro os nossos relacionamentos; em seguida,

oração a Deus ...........................................................Mc 11:25

– Procedimento com relação a um irmão que pecar

contra você ....................................................................Mt 18:15-18

> Observação: a Bíblia não diz “o que te incomodar”

mas sim “o que pecar contra ti”

> vá conversar com ele sozinho e tente ganhá-lo

> se não houver nenhuma solução, leve 1 ou 2 outras pessoas com você

> se não houver nenhuma solução, leve-o diante da igreja

– se não houver nenhuma solução, ele precisa ser expulso da igreja

– Perdoe, perdoe, perdoe ................................................. Mt 18:21,22; Lc 17:4; Cl 3:13

> reconcilie-se antes de chegar a noite ..................... Ef 4:26

– Marido e esposa – para que as orações não sejam

impedidas ........................................................................ 1 Pe 3:7

– O homem sábio tolera as ofensas ................................ Pv 19:11

132 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

f) REPREENSÃO OU CORREÇÃO

– A Palavra de Deus é o nosso padrão ............................ 2 Tm 4:2; Tt 2:13-15

– O que ouve uma repreensão sábia é ajudado ............... Pv 25:12

– O que tem serviz dura é destruído ................................ Pv 29:1

– Pedro é repreendido por Jesus ......................................Mc 8:33

– Os 11 repreendidos por não acreditarem na

Sua ressurreição ..............................................................Mc 16:14

– O Senhor repreende os Seus filhos ............................... Hb 12:5; Ap 3:19

> prova que somos filhos legítimos ........................... Hb 12:5-8

> é bom para nós, pois produz a santidade ............... Hb 12:10

> nunca é agradável, mas produz frutos de justiça ...Hb 12:11

9. PESSOAS DOTADAS NA IGREJA UNIVERSAL ......... Ef 4:11-17

a) PROPÓSITO DOS CINCO MINISTÉRIOS

– Preparar o povo de Deus para o serviço ..................... Ef 4:12

– Unificar a fé do povo de Deus ...................................... Ef 4:13

– Amadurecer o povo espiritualmente ........................... Ef 4:13

– Proteger contra as falsas doutrinas .............................. Ef 4:14

b) APÓSTOLO: Fundador de igrejas locais (mais do que um evangelista)

– Jesus é o primeiro e o maior Apóstolo ........................ Hb 3:1

– Apóstolos capacitados para executarem milagres .....Mt 10:1; Mc 16:20;

......................................................................................... Lc 9:1; At 2:43

– Eram homens comuns ................................................... At 4:13; Mt 4:18

– Chamados por Deus, Jesus, Espírito Santo ................. 1 Co 1:1; At 20:24; 13:2.4

– Os Doze foram chamados para a Igreja Judaica, Israel ....Mt 10:5,6; 19:28; Lc 22:30

– Os Apóstolos da Ascensão foram chamados para a

Igreja dos Gentios .......................................................... Ef 4:11,12

> Colocavam os fundamentos

(sustentavam, mas não governavam) .......................... Ef 2:20; Ap 21:14

> Paulo .......................................................................... 1 Co 9:1; 2 Co 1:1

> Barnabé ..................................................................... At 14:14

> Andrônico ................................................................. Rm 16:7

> Júnia (uma mulher apóstolo) ..................................Rm 16:7

> Silvano ....................................................................... 1 Ts 1:1; 2:6

> Timóteo .................................................................... 1 Ts 1:1; 2:6

> Tito ........................................................................... 2 Co 8:23

> Tiago, o irmão do Senhor ....................................... Gl 1:19

> Outros ........................................................................ 1 Co 9:5

– Autoridade para corrigir a Igreja .................................. 1 Co 5:3; 2 Ts 3:6

– Os Apóstolos ensinam, pregam, evangelizam ............ At 2:42; 1 Tm 2:7;

......................................................................................... 2 Tm 1:11; Atos

> designam a liderança local ....................................... At 14:23

– A vida de Paulo como apóstolo ................................... 1 Co 4:9-21;

......................................................................................... 2 Co 11:21-12:13

– Falsos apóstolos ............................................................. 2 Co 11:13-15

> veja “Falsos Evangelhos” ....................................... Seção F6

c) PROFETA (veja “Profetizar”) .......................................... Seção F10

– Jesus Cristo, o Supremo Profeta ..................................Dt 18:15; At 3:22

> exemplo do ministério profético de Jesus .............Mt 24:1-51; Mc 10:32-34

– Falavam pela influência do Espírito Santo ................. Lc 1:67; 2 Pe 1:21

– Deviam falar tudo e somente o que Deus falasse ....... Ez 3:10; Dt 18:20

– Profetas e mestres na Igreja de Antioquia .................. At 13:1

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 133

– Profetas:

> Ágabo, Ana ............................................................... At 11:28; 21:10; Lc 2:36

> Judas e Silas ............................................................... At 15:32

> Paulo, Pedro, João profetizando sobre falsos

profetas ..................................................................... 1 Tm 4:1; 2 Pe 2:1,2:

................................................................................... Ap (todos)

– Outros podem profetizar também

> Joel: “vossos filhos e filhas profetizarão” ............ Jl 2:28

> as filhas de Filipe ...................................................... At 21:9

– Os falsos profetas devem aumentar no final dos tempos Mt 24:11,24; 2 Pe 2:1

> profetizando mentiras no Nome de Jesus .............. Jr 14:14

> veja “Falsos Evangelhos” ....................................... Seção F6

> Observação:

Nem todos os que profetizam são profetas (1 Co 14:31,32). O cargo de profeta

traz consigo a capacidade divina de se saber o futuro de vez em quando (por

exemplo, Ágabo) e de se perceber o que Deus está fazendo, e, portanto, dar

orientações à Igreja (At 13:1).

d) EVANGELISTA – Proclamador do Evangelho de Jesus

– Jesus como o Grande Evangelista ................................Mc 1:14; Lc 4:43

– Filipe, o evangelista dirigido pelo Espírito Santo ...... At 8:26-39; 21:8

– Filipe, o evangelista pregou sobre Jesus ...................... At 8:35

– Paulo exorta a Timóteo com relação ao evangelismo . 2 Tm 4:5

– Filipe como um exemplo

> um dos sete ............................................................... At 6:5

> pregou em Samaria ................................................... At 8:5

> dirigido pelo Espírito ............................................... At 8:26

> pregou ao etíope ...................................................... At 8:26-30

> primeiro serviu fielmente como diácono .............. At 6:5

e) PASTOR – Alguém que cuida do povo

– “Pastor” é usado principalmente com relação a Jesus .. 1 Pe 2:25; 5:1-4

> Jesus como Bom Pastor ............................................. Hb 13:20; Jo 10:11,14;

................................................................................... 1 Pe 2:25

> Haverá somente um Aprisco e um só Pastor ........ Jo 10:16; Hb 13:20

– “Pastor” contrastado com “mercenário” ................... Jo 10:12

– As pessoas precisam de um pastor ...............................Mt 9:36; Mc 6:34

– A única referência a “Pastor” nas Epístolas ............... Ef 4:11

– Deus promete pastores à Igreja .................................... Jr 3:15

– O pastor mantém o rebanho reunido .......................... Ez 34:5

– Conduz o rebanho principalmente através do exemplo .. 1 Pe 5:3

– Os pastores estão dispostos a entregar a vidas

pelas ovelhas .................................................................. Jo 10:11

– Receberam a ordem de alimentar o rebanho de

Deus (Igreja) ................................................................... At 20:28

f) MESTRE – Alguém que é dotado para ensinar a Palavra de Deus

– Jesus como Mestre .........................................................Mt 4:23

– Profetas e Mestres na Igreja de Antioquia .................. At 13:1

– Não muitos deveriam ser mestres ................................ Tg 3:1

– Paulo ensinou em Antioquia, Corinto, Roma ............. At 11:26; 15:35; 18:11; 28:31

– Apolo ensinou antes de conhecer melhor o

Espírito Santo ................................................................ At 18:25

> depois disso, ele ficou mais bem informado .......... At 18:26

– Os presbíteros precisam ser aptos para ensinar ......... Tt 1:9

134 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

– É necessário um ESTUDO para podermos ensinar bem . 2 Tm 2:15

– Falsos mestres – Veja “Falsos Evangelhos” ................ Seção F6

10.DONS ESPIRITUAIS NO CORPO DE CRISTO

a) LISTA DE ATIVIDADES ESPIRITUAIS DENTRO

DO CORPO DA IGREJA ....................................................Rm 12:3-8

– Todos os dons são de acordo com a graça de Deus ....Rm 12:6

– Todos os dons deveriam ser ministrados com amor .... 1 Co 13:1-13

– Deseje avidamente os dons espirituais ........................ 1 Co 14:1

b) PROFETIZAR

– De acordo com a sua fé .................................................Rm 12:6

– Porque o Senhor falou ................................................... Am 3:8

– Pelo Espírito Santo ....................................................... Lc 1:67; 2 Pe 1:21

– Busque principalmente profetizar ................................ 1 Co 14:1

– Para edificar, exortar, consolar ................................... 1 Co 14:3

– Serve ao crente, e não ao incrédulo ............................. 1 Co 14:22

– Todos podem profetizar, um por um .......................... 1 Co 14:31

– Os outros julgam as palavras dos profetas .................. 1 Co 14:29

– Línguas e interpretação igual à profecia ..................... 1 Co 14:5

– Não deve ser proibido ................................................... 1 Co 14:39; l Ts 5:20

– Alguém deveria estar disponível para interpretar ...... 1 Co 14:27

– Veja “Profeta” como uma pessoa especialmente dotada Seção F9

c) SERVIR .................................................................................Rm 12:7

– Distribuição de alimentos ............................................. At 6:1-7

– Dorcas, com as suas costuras ........................................At 9:39

– Um bom serviço é galardoado por Deus .....................Mt 25:19-23,34-36

> um serviço ruim é punido ........................................Mt 25:24-30,41-46

– Jesus como nosso exemplo ...........................................Mt 20:28, Fp 2:7

> Jesus lavou os pés dos discípulos ............................. Jo 13:1-17

– Deveríamos servir como para o Senhor,

e não para os homens ................................................... Ef 6:5-7; Cl 3:22,23

d) ENSINO ................................................................................Rm 12:7

– Veja “Mestre” como uma pessoa especialmente dotada . Seção F9

– Veja “Qualificações dos Presbíteros (Supervisores)” . Seção F7

– O cristão com maturidade deveria começar a ensinar ... Hb 5:12-14

– As mulheres mais velhas deveriam ensinar as mais

jovens .............................................................................. Tt 2:3-5

– Os pais devem ensinar os seus filhos ........................... Dt 6:7; Pv 4:1-9; Ef 6:4

– O ensino foi ordenado na Grande Comissão ...............Mt 28:20

e) EXORTAÇÃO (CONSOLAÇÃO) ...................................... Rm 12:8

– Barnabé chamado de Filho da Consolação .................. At 4:36,37

– Moisés como consolador .............................................. Êx 14:13,14

– Jesus consola Paulo na prisão ....................................... At 23:11

– A vinda do Senhor nos consola com relação à morte ... 1 Ts 4:13-18

– Deveríamos exortar uns aos outros diariamente ........ Hb 3:12,13

f) DOAÇÕES

– Com generosidade ..........................................................Rm 12:8

– Veja “Doações – Dízimos e Ofertas” .......................... Seção G8

– Barnabé vendeu um campo e doou o valor da venda

à igreja ............................................................................. At 4:34-37

– Falsas doações – Ananias e Safira ................................ At 5:1-11

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 135

g) LIDERANÇA

– Com diligência ............................................................... Rm 12:8

– Que temam a Deus, aborreçam a cobiça, e amem a

verdade ............................................................................ Êx 18:21

– O líder é servo de todos ................................................Mt 20:26

– Veja “Governo” para a liderança global da igreja ....... Seção F7

– Veja “Governo da Igreja” .............................................. Seção F7

– Veja também “Falsos Mestres” .................................... Seção F6

h) MISERICÓRDIA

– Com alegria .................................................................... Rm 12:8

– Para os angustiados ........................................................ Lc 10:37

– Para os pobres ................................................................ Pv 14:31

– Para os desviados ........................................................... Lc 15:18-20; 2 Co 2:6-8

– Consolar aos outros com a consolação que recebemos . 2 Co 1:3-7

– A misericórdia e a verdade estão associadas ............... Sl 25:10; 85:8-10

– A misericórdia e o julgamento verdadeiro estão

associados ....................................................................... Zc 7:9; Mt 23:23

– A misericórdia se regozija sobre o julgamento ........... Tg 2:13

– A misericórdia e o perdão estão associados

a misericórdia e o perdão de Deus aos que O

amam .............................................................................. Êx 34:7; Nm 14:18; Sl 86:5;

......................................................................................... Dn 9:9

> Deus nos concede a Sua misericórdia da mesma

maneira que somos misericordiosos para com

os outros ....................................................................Mt 6:12-15; Mc 11:25,26;

................................................................................... Lc 6:37,38; 11:4; Ef 4:32;

................................................................................... Cl 3:13

> sermos generosos no perdão aos outros ................Mt 18:21; Lc 17:3,4

> o Evangelho é uma mensagem de misericórdia e

perdão ........................................................................ At 13:38; 26:18

11.DONS ESPIRITUAIS NAS REUNIÕES DE IGREJA

a) 1 Co 12:1-26

É uma descrição de vários DONS ESPIRITUAIS que funcionam quando o corpo da

igreja SE REÚNE a fim de permitir que Deus ministre às necessidades das pessoas

presentes na reunião.

b) INTRODUÇÃO

– Os pagãos são dirigidos por ídolos mudos ................... 1 Co 12:2

– O Espírito de Deus nos dá discernimento ................... 1 Co 12:1-3

> o Espírito de Deus nunca amaldiçoa a Jesus .......... 1 Co 12:3

> o Espírito de Deus confirma que Jesus é o Senhor ... 1 Co 12:3

– Um Espírito, um Senhor, um Deus .............................. 1 Co 12:4-6

– Os dons espirituais devem beneficiar a Igreja ............. 1 Co 12:7,25,26

– Cada pessoa tem algum dom espiritual ........................ 1 Co 12:7

– A Igreja é uma unidade .................................................. 1 Co 12:12

– Em muitas maneiras somos todos semelhantes

> todos batizados num só Espírito (Espírito Santo) ... 1 Co 12:13

> todos pertencemos a um só Corpo (Igreja de Jesus) 1 Co 12:13

– Temos diferentes funções ............................................. 1 Co 12:14-26

> as diferenças são necessárias ................................... 1 Co 12:19,20

> todos dependemos uns dos outros .......................... 1 Co 12:21-26

136 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção F - Igreja

> todos precisamos trabalhar juntos para

alcançarmos a unidade ............................................. 1 Co 12:25

c) DIFERENTES DONS ESPIRITUAIS

d) TRÊS DONS VERBAIS

– Capacidade de falarmos em línguas .............................. 1 Co 12:10

> Pentecostes ............................................................... At 2:4

> Crentes gentios, Cornélio ....................................... At 10:46

> Observamos três tipos deste dom:

> línguas como um sinal aos incrédulos .................... 1 Co 14:22; At 2:4 em diante

> línguas como uma linguagem de oração pessoal ... Jd 20; 1 Co 14:18

> línguas expressas publicamente (e interpretadas)

na igreja ..................................................................... 1 Co 14:19

– Capacidade de se interpretar estas línguas .................. 1 Co 12:10

> veja o item “Profecias” .......................................... veja abaixo

– Profecia .......................................................................... 1 Co 12:10

> busquem especialmente o profetizar ...................... 1 Co 14:1-5

> veja “Profetizar” ..................................................... Seção F10

> é imperfeita até que Cristo volte ........................... 1 Co 13:9

> deveria ser julgada .................................................... 1 Co 14:29

> edifica, encoraja e consola ...................................... 1 Co 14:3

e) TRÊS DONS DE CONHECIMENTO (revelação)

– Palavra de Conhecimento ............................................ 1 Co 12:8

> Conhecimento sobrenatural de fatos

> Jesus teve um conhecimento repentino ................ Jo 1:47-50; 4:17,18

> Pedro teve um conhecimento repentino .............. At 5:3; 8:23

– Palavra de Sabedoria ...................................................... 1 Co 12:8

> Sabedoria sobrenatural para uma dada situação

> Jesus usou uma sabedoria sobrenatural ...................Mt 21:25-27; 22:17-22

– Capacidade de se distinguir os espíritos ....................... 1 Co 12:10

> Paulo e a moça escrava ...........................................At 16:16-18

f) TRÊS DONS DE PODER (ação)

– Fé ..................................................................................... 1 Co 12:9

> Crer em Deus com relação ao impossível

> Jesus e a figueira .......................................................Mt 21:19-22

> Paulo e o naufrágio .................................................. At 27:21-26

– Dons de cura ................................................................... 1 Co 12:9

> a transmissão da cura de Deus aos enfermos

> Jesus, ver “Curas” ..................................................... Seção B9,12

> Pedro e João .............................................................At 3:6-10

– Poder para se fazer milagres ......................................... 1 Co 12:10

> veja os milagres de Jesus .......................................... Seção B9

> veja os milagres dos Apóstolos ............................... Seção F9

12.CRESCIMENTO ESPIRITUAL

a) A META É A MATURIDADE ESPIRITUAL

– Arraigados e estabelecidos com Cristo em nossos

corações .......................................................................... Ef 3:17-19

– O caminho dos justos brilha cada vez mais ................. Pv 4:18

– Podermos distinguir entre o bem e o mal ...................Hb 5:14

b) EXORTAÇÃO À MATURIDADE

– Parem de ser como crianças ......................................... 1 Co 14:20

– Cresçam em sua salvação .............................................. 1 Pe 2:2

Seção F - Igreja CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 137

– Agora vocês já deveriam ser mestres .......................... Hb 5:12

– Ciúmes e brigas mostram que vocês ainda são bebês .. 1 Co 3:1-4

c) COISAS QUE NOS FAZEM RETROCEDER

– Nenhuma liderança – Moisés na montanha ............... Êx 32:1-8

– Más companhias – as esposas de Salomão .................. 1 Rs 11:4

> as más companhias corrompem os bons costumes .. 1 Co 15:33

– Sucesso no mundo – Amazias ....................................... 2 Cr 25:2-14

– Ações de Satanás ............................................................ Lc 8:12

– Tribulações da vida ........................................................ Lc 8:13

– Amor pelo mundo – Demas ......................................... Lc 8:14; 2 Tm 4:10

d) O CRESCIMENTO DEPENDE DA NOSSA OBEDIÊNCIA A DEUS

– Jesus aprendeu a obediência por aquilo que Ele sofreu ... Hb 5:8-10

– Jesus fazia somente o que Ele via o Pai fazendo ........ Jo 5:19

– A obediência a Deus leva à retidão .............................. Rm 6:16

– A obediência a Deus leva à santidade ........................... 1 Pe 1:14-16

– Uma vida de pensamentos obedientes significa a

vitória espiritual ............................................................ 2 Co 10:4,5

– A nossa obediência nos leva ao bem da terra .............. Is 1:19

e) ÁREAS DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL E DIREÇÃO

– Através da Bíblia – A Palavra de Deus para nós

> ouvir a Palavra de Deus traz bênçãos espirituais .. Ap 1:3

> ler a Palavra de Deus traz bênçãos espirituais ...... Ap 1:3

> aprender a Palavra de Deus para se evitar o pecado .. Sl 119:9-11

> meditar na Palavra de Deus para se ganhar sabedoria Js 1:8; Sl 119:99

– Oração – Conversar com Deus

> adorar a Deus por Quem Ele é ................................ Sl 29:2

> confessar as nossas fraquezas e pecados ................ 1 Jo 1:9

> agradecê-Lo por Sua ajuda no passado ................... Ef 5:20; 1 Ts 5:18

> fazermos conhecidas as nossas petições diante d’Ele Fp 4:6

– Comunhão – a Igreja nos ajuda

> ajudamos uns aos outros (aguçamos uns aos outros) .. Pv 27:17

> Jesus Se reúne com os reunidos em Seu Nome ......Mt 18:20

> Não negligenciem a comunhão, especialmente

perto do fim .............................................................. Hb 10:24,25

> Ministérios da Igreja dados para a nossa ajuda ...... Ef 4:11-14

– Ministério – ajudamos aos outros

> ajudamos aos outros como nós fomos ajudados ... Dt 16:17; 2 Co 1:4

> as ajudas materiais demonstram o amor de Deus

através de nós ........................................................... Tg 2:15-17

> o testemunho nos ajuda a compreendermos a

bondade de Deus ....................................................... Fm 1:6

> o testemunho nos ajuda a sermos vencedores ...... Ap 12:11

> devemos pregar o Evangelho a todas as nações ... Mt 24:14; Mc 16:15

f) CONDIÇÕES PARA PRODUZIRMOS FRUTOS ESPIRITUAIS

– Ver “Frutos do Espírito” ............................................... Seção G1

– Precisamos habitar em Cristo, e Cristo em nós ......... Jo 15:5

– Precisamos morrer para a antiga natureza para

estarmos vivos espiritualmente ................................... Jo 12:24

– Precisamos ter compreensão da Palavra que ouvimos ..Mt 13:23

138 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

G. Crescendo em Cristo

Índice Desta Seção

G1. FRUTOS DO ESPÍRITO

G2. BATISMO NA ÁGUA

G3. CEIA DO SENHOR – COMUNHÃO – PARTINDO O PÃO

G4. LOUVOR E ADORAÇÃO

G5. FALSA ADORAÇÃO

G6. ORAÇÃO

G7. JEJUM

G8. DOAÇÕES – DÍZIMOS E OFERTAS

G9. CASAMENTO E A FAMÍLIA

1. FRUTOS DO ESPÍRITO

a) AMOR .................................................................................. Gl 5:22

– DEUS É AMOR.............................................................. 1 Jo 4:8

– Deus demonstrou o Seu amor enviando a Jesus .......... 1 Jo 4:9

– Quem foi muito perdoado ama muito ......................... Lc 7:42

– Um maravilhoso galardão para os que amam a Deus .... 1 Co 2:9; Rm 8:28

– Passagem sobre o caráter do amor .............................. 1 Co 13:1-13

– O amor a Deus e o amor ao próximo são

fundamentais .................................................................. Lc 10:27; Dt 6:5; Rm 13:8-10;

......................................................................................... Gl 5:14; Tg 2:8; 1 Jo 4:20,21

> devemos amar até mesmo os nossos inimigos ......Mt 5:44-46; Lc 6:27-35

– O amor é a evidência de sermos discípulos de Jesus ... Jo 13:35

– O amor está associado com a disciplina ......................Ap 3:19

– O amor está associado com a obediência a Deus ........ Jo 14:15,23; 2 Jo 1:6

– O amor cresce com o nosso conhecimento de Deus ..... Fp 1:9

– Não há nenhum temor no perfeito amor ................... 1 Jo 4:18; 2 Tm 1:7

– O amor faz parte da nossa Armadura espiritual ......... 1 Ts 5:8

– Deveria haver um grande amor na família ................. Ef 5:25-33; Tt 2:4

– Coisas que NÃO deveríamos amar

> dinheiro ..................................................................... 1 Tm 6:10

> este atual sistema do mundo ................................... 1 Jo 2:15-17

> altas posições sociais ............................................... Lc 11:43; Mc 12:38

> louvor dos homens ...................................................Mt 6:5

b) ALEGRIA .............................................................................. Gl 5:22

– Jesus era abundantemente alegre .................................. Sl 45:7

> porque Ele amava a retidão e odiava o pecado ..... Hb 1:9

> porque as pessoas são salvas ................................... Lc 15:4-7

– Jesus suportou a Cruz por causa da futura alegria .......Hb 12:2

> trazendo muitos filhos à glória ...............................Hb 2:10

– O ministério de Jesus deveria trazer alegria ................ Jo 17:12,13

– Os anjos se alegram quando um pecador se arrepende ... Lc 15:10

– Os céus se alegraram durante a Criação ....................... Jó 38:7

– Jesus, habitando em nós, nos dá o Seu tipo de alegria ... Jo 15:10,11

– O Reino de Deus é justiça, paz e alegria ......................Rm 14:17

– A vontade de Deus é que nos regozijemos .................. Fp 4:4; 1 Ts 5:16

– A alegria do Senhor é a nossa força ............................. Ne 8:10; Cl 1:10,11

> a alegria terrena é temporária ................................ Jó 20:4-7

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 139

– Deus é a nossa grande alegria ....................................... Sl 43:4

> a alegria vem do Espírito Santo ............................. 1 Ts 1:6; Rm 15:13; At 13:52

– Regozijamo-nos em nossa salvação ............................. Lc 10:17-20; Is 12:3; 25:9;

......................................................................................... Sl 51:8-12

> teremos alegria com Deus .......................................Mt 25:21; Jd 1:24;

................................................................................... Fp 2:16; Sl 16:11

> grande alegria na Segunda Vinda de Jesus ............... Jo 16:20-22

– Alegria no meio dos sofrimentos ................................. 2 Co 8:2; Is 29:19; Cl 1:24;

......................................................................................... Rm 5:3; Hb 10:34; Tg 1:2;

......................................................................................... 1 Pe 1:6; 4:13; Lc 6:22,23;

......................................................................................... Sl 30:5; 126:5

– A alegria está associada com

> cânticos ..................................................................... Sf 3:14-17; Sl 27:6; 67:4;

................................................................................... Is 65:14

> gritos .......................................................................... Sl 98:4; 100:1; 132:9,16

> danças ........................................................................ Jr 31:13

> música ........................................................................ Jó 21:12; Sl 98:6

> Palavra de Deus ........................................................ Sl 119:162

> orações ...................................................................... Is 56:7; Fp 1:4

> ação de graças ........................................................... Is 51:3

> retidão ....................................................................... Pv 29:2,6; 28:12

> trabalho ..................................................................... Ec 3:22; 5:19

> saúde .......................................................................... Is 66:14

> relação de amor com o cônjuge .............................. Ct 1:4; Ec 9:9; Pv 5:18

– A alegria não é tirada de nós pêlos problemas ............ Sl 51:8; 126:5; Is 51:11

c) PAZ ....................................................................................... Gl 5:22

– Deus é o Deus de paz ..................................................... 1 Ts 5:23; 2 Ts 3:16; Hb 13:20

> Deus não é autor de confusões ................................ 1 Co 14:33

– O Evangelho é o Evangelho de Paz ............................ Rm 10:15; Ef 2:14; 6:15

> a salvação traz a paz com Deus .............................. Rm 5:1

– A sabedoria que vem do céu é pacífica ........................ Tg 3:17

– A paz aumenta com a nossa compreensão de Deus ... 2 Pe 1:2

– Os pacificadores serão chamados filhos de Deus ........Mt 5:9

– O crente espiritual está em paz .................................... Rm 8:6

– A Paz de Deus excede a compreensão ......................... Jo 14:27; Fp 4:7

> paz no meio das tribulações .................................... Jo 16:33

> a paz deve governar os nossos corações ............... Cl 3:15

– O Reino de Deus é justiça, paz e alegria ...................... Rm 14:17

– A paz espiritual vem de Jesus ....................................... Jo 14:27

> apesar das tribulações ............................................... Jo 16:33

– Somos mantidos em paz se nos concentrarmos em Jesus Is 26:3

– Os crentes devem seguir a paz ...................................... 2 Co 13:11; Ef 4:3; l Pe 3:11

> com todos os homens .............................................. Rm 12:18; 14:19;

................................................................................... Hb 12:14; 1 Ts 5:13

d) PACIÊNCIA......................................................................... Gl 5:22

– Deus é um Deus de paciência ........................................ Rm 15:5

– Jó como um exemplo de paciência .............................. Tg 5:11

– O caráter de Paulo mostra a paciência ........................ 2 Tm 3:10

– Os líderes de igreja precisam ser pacientes ................. 1 Tm 3:3; 6:11; 2 Tm 2:24

– Os homens mais idosos deveriam ser pacientes ......... Tt 2:2

– A paciência é melhor do que o orgulho ....................... Ec 7:8

– Precisamos de paciência no meio dos problemas ...... Rm 12:12

140 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

> as tribulações produzem a paciência ......................Rm 5:3; 12:12; Tg 1:3

– Precisamos esperar pacientemente pela volta do Senhor Tg 5:7,8

> continuar pacientemente a fazer o bem ................ Rm 2:7; 15:4; Hb 12:1

– Precisamos de paciência para termos maturidade

no Espírito ..................................................................... Tg 1:4; Lc 8:15

– Precisamos de paciência para herdarmos a promessa Hb 10:16,36

– Éfeso, Tiatira e Filadélfia mostraram paciência ........ Ap 2:2,3,19; 3:10

– No fim dos tempos, uma grande paciência é necessária .. Ap 1:9; 13:10; 14:12

– Na paciência possuímos as nossas almas ..................... Lc 21:19

e) BENIGNIDADE .................................................................. Gl 5:22

– Deus é um Deus de benignidade .................................... 2 Co 10:1; Tt 3:4; Jl 2:13

> A Sua benignidade é eterna ...................................... Is 54:8

– A sabedoria de Deus é benigna ...................................... Tg 3:17

– O amor é benigno .......................................................... 1 Co 13:4

– Todos os crentes deveriam ser benignos ..................... Cl 3:12

– A benignidade associada ao perdão mútuo .................. Ef 4:32

– O caráter do líder na Igreja ........................................... 2 Tm 2:24; Tt 3:2

– O caráter de Paulo ......................................................... 2 Co 6:6; 1 Ts 2:7

– O caráter de uma boa mulher ....................................... Pv 31:26

f) BONDADE .......................................................................... Gl 5:22; Ef 5:9

– Característica principal de Deus ................................... Êx 33:19; 34:6; Sl 107:8; 144:2

> o Senhor é bom, refugie-se n’Ele ........................... Sl 34:8

> vemos a Sua bondade agora nesta vida .................. Sl 27:13

> veremos a Sua bondade no futuro ........................... Sl 31:19

> veja “Bondade de Deus” .......................................... Seção B5

– Devemos retribuir o mal com o bem ........................... Lc 6:27; Rm 12:20,21

– A bondade de Deus nos leva ao arrependimento ........ Rm 2:4

– Os crentes deveriam regozijar-se na bondade ............. 2 Cr 6:41

> satisfeitos com a bondade da Casa de Deus ........... Sl 65:4

> deveríamos estar repletos de bondade .................... Rm 15:14

g) FIDELIDADE...................................................................... Gl 5:22

– Deus é um Deus fiel ....................................................... Dt 7:9; Sl 36:5; 1 Co 1:9;

......................................................................................... 1 Pe 4:19; Ap 19:11

> se formos infiéis, Ele permanece fiel .................... 2 Tm 2:13

– Servos fiéis de Deus

> Abraão ....................................................................... Gl 3:9

> Moisés ....................................................................... Nm 12:7; Hb 3:5

> Daniel ........................................................................ Dn 6:4

> Paulo .......................................................................... 1 Tm 1:12

– A pessoa fiel

> reverencia a Deus ..................................................... Ne 7:2

> mantém uma confiança ........................................... Pv 11:13

> não mente ................................................................. Pv 14:5

> é raramente encontrada .......................................... Pv 20:6

– A fidelidade nas pequenas coisas traz um grande

galardão ........................................................................... Lc 19:17

– A fidelidade para com Deus, mesmo até a morte,

traz a vida ....................................................................... Ap 2:10

– Deus está procurando mordomos fiéis ........................ 1 Co 4:2

> caráter dos líderes ..................................................... 1 Tm 3:11; 2 Tm 2:2; Tt 1:6,9

> eles serão galardoados .............................................. Mt 24:45; 25:21,23; Lc 12:42

> fiéis no pouco, depois no muito ............................. Lc 16:10; 19:17

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 141

> fiéis nas coisas naturais, depois nas espirituais ..... Lc 16:11

> fiéis com as coisas dos outros, depois com as

próprias coisas .......................................................... Lc 16:12

h) MANSIDÃO......................................................................... Gl 5:22; Ef 4:2; Cl 3:12

– Jesus é manso .................................................................Mt 11:29; 21:5; 2 Co 10:1

– A sabedoria do alto é suave ........................................... Tg 3:17

– Paulo tem mansidão ...................................................... 1 Co 4:21

– Moisés tem mansidão .................................................... Nm 12:3

– Característica de um líder da Igreja .............................. 1 Tm 3:3; 6:11;

......................................................................................... 2 Tm 2:25; Tt 3:2

> sinal de uma pessoa espiritual ................................. Tg 3:13; 1 Pe 3:4,15

– Os apóstolos eram dóceis no meio do povo ............... 1 Ts 2:7

– Deveríamos receber a Palavra de Deus com mansidão .. Tg 1:21

– Deveríamos aconselhar os pecadores com mansidão Gl 6:l

– Bênçãos aos mansos

> serão satisfeitos ........................................................ Sl 22:26

> serão guiados por Deus ............................................ Sl 25:9

> herdarão a terra ........................................................ Sl 37:11; Mt 5:5

> serão salvos por Deus .............................................. Sl 76:9; 149:4

> serão exaltados por Deus ......................................... Sl 147:6

> aumentarão a sua alegria em Deus .......................... Is 29:19

> ouvirão o Evangelho ............................................... Is 61:1

> serão escondidos no dia do juízo ............................. Sf 2:3

i) AUTO-CONTROLE (TEMPERANÇA) .......................... Gl 5:22

– É melhor um homem com auto-controle do que

um guerreiro ................................................................... Pv 16:32

– Paulo pregava a retidão, o auto-controle e o juízo ... At 24:25

– Controle da língua – um grande desafio ...................... Tg 3:2

– Controle das concupiscências da carne ....................... Rm 6:12,13

– Deveríamos acrescentar o auto-controle à nossa fé .. 2 Pe 1:5,6

j) OUTRAS PASSAGENS REFERENTES AO CRESCIMENTO ESPIRITUAL

– 2 Pe 1:5-7 .................... + fé + bondade + conhecimento + auto-controle +

...................................... perseverança + santidade + bondade + amor

– Rm 14:17 ..................... o Reino de Deus é justiça, paz e alegria.

– Hb 6:1,2 ....................... arrependimento, fé, batismos, imposição de mãos,

...................................... ressurreição dos mortos, juízo eterno

– 1 Tm 6:11 ................... retidão, bondade, fé, amor, paciência, mansidão

2. BATISMO NA ÁGUA

O batismo na água é a cerimônia que celebra a entrada do crente na comunidade da Igreja.

A sua importância é substancial, mas ele não é suficiente, em si mesmo, para salvar a

pessoa. A nossa salvação requer a graça de Deus, a nossa fé na morte e ressurreição de Jesus,

e um caminhar contínuo de obediência a Deus. O batismo na água é igualado à circuncisão,

e por meio dele proclamamos a nossa identificação com um grupo de pessoas, a Igreja de

Deus.

a) TIPOS DO ANTIGO TESTAMENTO

– Arca no Dilúvio ............................................................. 1 Pe 3:20,21

> Observação: É a RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO que nos salva, e não o

batismo na água.

– Circuncisão ..................................................................... Cl 2:11,12

> Observação: É a FÉ EM DEUS que nos salva, e não o batismo na água.

> A Nuvem e o Mar Vermelho ................................... 1 Co 10:2

142 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

b) A FORMA DE BATISMO DE JOÃO BATISTA

– Anunciava o batismo no Espírito Santo por Jesus .....Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16

– Anunciava a salvação e a ira vindoura de Deus ..........Mt 3:12; Lc 3:17

– Preparava as pessoas a aceitarem a Jesus .................... Lc 7:29-30; Jo 1:23

– As pessoas confessavam os seus pecados ....................Mt 3:6; Mc 1:5

– Arrependimento para o perdão dos pecados .............. At 13:24; Mc 1:4; Lc 3:3

– Comparação do batismo de João com o batismo cristão At 18:25; 19:4-7

c) JESUS E BATIZADO POR JOÃO

– Para cumprir toda a justiça ...........................................Mt 3:15

– O Espírito de Deus desceu sobre Jesus .........................Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22

– Deus confirma a Jesus como Seu Filho Amado ...........Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 3:22

– Em seguida vem a tentação de Jesus ............................Mt 4:1; Mc 1:12; Lc 4:1

d) SIGNIFICADO DO BATISMO CRISTÃO NA ÁGUA

– Batizados em Jesus e na Sua morte .............................. Rm 6:3

– Sepultados com Ele e ressuscitados com Ele .............. Cl 2:12

– Por um só Espírito num só Corpo ............................... 1 Co 12:13

– Revestidos com Cristo .................................................. Gl 3:27

– Boa consciência para com Deus ................................... 1 Pe 3:21

e) PASSAGEM DE ENSINO ................................................... Rm 6:1-14

– A nossa salvação é pela graça de Deus ........................ Rm 6:1

– O dom (gratuito) de Deus nos leva a dizermos

“não” ao pecado ............................................................ Rm 6:2,12

– No batismo identificamo-nos com Cristo Jesus em

> Sua morte (crucificados) .......................................... Rm 6:3,6

> Seu sepultamento ..................................................... Rm 6:4

> Sua ressurreição ........................................................ Rm 6:4,5

> Sua nova vida ............................................................ Rm 6:4,8,11

> Sua liberdade do pecado ...........................................Rm 6:6,7,11-23

> Sua obediência a Deus ..............................................Rm 6:10

– Uma mudança de senhores: do pecado para Deus ...... Rm 6:11-14

f) EXEMPLOS

– Os crentes depois do Pentecostes ................................ At 2:41

– Convertidos em Samaria ............................................... At 8:12

– O Eunuco Etíope ........................................................... At 8:38

– Saulo (Paulo) após a sua conversão ............................. At 9:18

– Lídia, vendedora de purpura ......................................... At 16:15

– O carcereiro filipense e a sua família .......................... At 16:33

– Crentes de Corinto ........................................................ At 18:8

– Discípulos de Éfeso ........................................................ At 19:5

g) QUEM DEVERIA SER BATIZADO?

– Somente os crentes devem receber o Batismo Cristão

> o crer (a fé) vem antes do batismo ........................Mc 16:16; At 2:41; 18:8

> o arrependimento vem antes do batismo .............. At 2:38

> pregar, crer, batizados, salvos .................................Mc 16:16

> arrepender, batizados, perdoados, Espírito Santo At 2:38

> pregar, Espírito Santo, batismo .............................. At 10:44-48

– Os bebês parecem ter um lugar especial aos olhos de Deus

> Observação: A ordem é sempre crer e depois ser batizado.

> Observação: O batismo de bebês não é mencionado nas Escrituras.

> os seus anjos no Céu sempre vêem a face do

Meu Pai .....................................................................Mt 18:10

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 143

> as criancinhas são santificadas por um pai ou

mãe crente ................................................................ 1 Co 7:14

> as criancinhas devem ser consagradas ao Senhor

e abençoadas ............................................................. Êx 13:2; Mc 10:16

> Ao atingirem uma idade de responsabilidade

(quando souberem escolher o bem e abster-se

do mal), elas podem crer e ser batizadas ............... Is 7:15,16

h) QUANDO AS PESSOAS SÃO BATIZADAS?

– Arrependam-se e sejam batizados ................................ At 2:38

– Os que aceitaram a sua mensagem foram batizados ... At 2:41

– Quando creram, foram batizados ................................. At 8:12

> tanto homens como mulheres

– O etíope foi batizado logo que creu ............................. At 8:36-38

– Cornélio ordenou o seu batismo ................................... At 10:47,48

> tão logo o Espírito Santo veio sobre eles

– O carcereiro filipense foi batizado imediatamente .... At 16:31-34

> e toda a sua família

– A Bíblia não menciona nenhuma demora antes de se batizar um crente.

i) COMO AS PESSOAS SÃO BATIZADAS?

– Por mandamento de Jesus

> em Nome do Pai, Filho, e Espírito Santo .............Mt 28:19

– Da maneira praticada pelos Apóstolos

> em Nome de Jesus Cristo ......................................... At 2:38; 10:48

> no Nome do Senhor Jesus ....................................... At 8:16; 19:5

> batizadas em Cristo Jesus ......................................... Rm 6:3; Gl 3:27

– A forma de batismo é determinada pelo sermos

SEPULTADOS ............................................................... Rm 6:4

> Jesus saiu da água ......................................................Mc 1:10

> Porque havia muita água lá ..................................... Jo 3:23; At 8:36-39

> Observação: O batismo praticado nos tempos

bíblicos era pela imersão total do crente.

> Isto cumpre a analogia do sepultamento.

j) OUTRAS CONSIDERAÇÕES

– O batismo na água e o batismo no Espírito Santo são diferentes.

> o batismo na água não é a mesma coisa que o

batismo no Espírito Santo ...................................... At 8:16

– Comparação do batismo de João com o batismo cristão At 18:25; 19:4-7

3. CEIA DO SENHOR – COMUNHÃO – PARTIR DO PÃO

Assim como o Batismo é a iniciação da pessoa na Igreja, assim também a Ceia do

Senhor é a continuação desta identidade do crente com a Igreja. É a maneira básica

pela qual nos relembramos do compromisso e da aliança de Deus com o Seu povo,

através de Cristo.

a) PREFIGURAÇÃO

– Melquisedeque ................................................................. Gn 14:18-20

> o pão e o vinho o identificaram como um sacerdote Gn 14:18

> Abrão lhe deu o dízimo antes da lei mosaica ........ Gn 14:20

> Melquisedeque prefigura o sacerdócio de Jesus ...... Sl 110:4; Hb 5:6; 6:20

> Mais detalhes quanto ao sacerdócio de

Melquisedeque ........................................................... Hb 7:1-28

– Primeira Festa da Páscoa .............................................. Êx 12:17-30

> ver “Sangue de Jesus” ............................................... Seção E1

144 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

– Rute comeu pão e vinho com Boaz ............................. Rt 2:14

– A mesa da proposição no Tabernáculo ........................ Lv 24:5-9

b) INÍCIO NA ÉPOCA DO NOVO TESTAMENTO

– Era o grande desejo de Jesus ......................................... Lc 22:15

> Como parte da Festa da Páscoa ..............................Mt 26:17-30; Mc 14:12-26;

................................................................................... Lc 22:7-23

> Da maneira revelada a Paulo por Jesus .................. 1 Co 11:23-34

> Jesus ensinou que isto é uma forma de

identificação com Ele .............................................. Jo 6:53,54

c) PRATICADA NA IGREJA PRIMITIVA

– Como parte de uma refeição da igreja ......................... 1 Co 11:17-34

– Como parte da comunhão dos crentes ........................ At 2:42

– Corno parte da reunião de domingo (1a dia) ............... At 20:7,11

d) O QUE É FEITO?

– Originalmente, como parte da Festa da Páscoa .........Mt 26:17-30

– A Igreja de Corinto a observava como parte de uma

refeição ........................................................................... 1 Co 11:17-34

– Paulo a praticava como parte de uma reunião de

domingo .......................................................................... At 20:7,11

– O pão representa o corpo de Cristo ............................ 1 Co 11:24

– O vinho representa o sangue de Cristo ....................... 1 Co 11:25

– Servimos uns aos outros e participamos juntos ......... 1 Co 11:20,21

e) QUEM DEVE PARTICIPAR DA CEIA DO SENHOR

– Ela foi feita para os crentes, e não para os incrédulos .. 1 Co 10:21

– Um auto-exame é necessário ....................................... 1 Co 11:28

– Os incrédulos que participam da mesa do Senhor e

da comida aos ídolos serão julgados por Deus ............ 1 Co 10:18-22; 11:27-32

f) O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA CEIA DO SENHOR

– A comunhão é um tipo da Ceia das Bodas no Céu ..... Ap 19:9

– É uma retrospectiva e um olhar para o futuro

> proclamando a Sua vitória na Cruz ........................ 1 Co 11:26

> proclamando a Sua vitória na Sua volta ................ 1 Co 11:26

– Jesus falou simbolicamente antes da Ceia do Senhor

> Eu sou a videira, vós sois os galhos ........................ Jo 15:5

> Eu sou o pão da vida ................................................ Jo 6:48

– Agora Ele diz

> este pão representa o Meu corpo ...........................Mc 14:22

> este vinho representa o Meu sangue ......................Mc 14:24

– Observação: Algumas pessoas cometem um GRAVE

ERRO ao dizerem que o pão e o vinho são o verdadeiro

corpo e sangue de Jesus. Elas dizem que a comunhão

é um novo sacrifício de Jesus. Isto é um erro grave.

> crucificar Jesus novamente é considerado como

cair da fé completamente ....................................... Hb 6:6

> mãos malignas crucificaram o nosso Senhor ........ At 2:23

> os príncipes deste mundo crucificaram a Jesus ..... 1 Co 2:8

> Satanás é o príncipe das potestades do mundo ..... Jo 12:31; Ef 2:2

> a crucificação foi uma traição ................................Mt 26:2

> Jesus foi crucificado uma vez, para sempre, por

todos .......................................................................... Hb 9:26; 10:10,12

> não há mais sacrifícios pelos pecados .................... Hb 10:26

– O pão e o vinho não são o verdadeiro corpo e sangue de Jesus.

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 145

Eles representam e tipificam a realidade.

> Jesus e o pão e vinho estão juntos .........................Mt 26:17-30

> Ele não está dando o Seu corpo, e sim símbolos dele.

> Jesus diz que Ele a comerá novamente no Reino

de Deus ...................................................................... Lc 22:16

> Não é possível que Ele quis dizer que comerá a Si Próprio.

> Jesus Ressurreto parte um pão verdadeiro

(e não o Seu corpo) .................................................. Lc 24:30

> Isto certamente indica que NÃO É LITERALMENTE o Seu corpo e sangue.

– Jesus promete estar conosco sempre ...........................Mt 28:20; Mt 18:20

– Jesus afirma estar em NÓS (não o pão e o vinho) ..... Jo 15:4-7

4. LOUVOR E ADORAÇÃO

A ADORAÇÃO tem a ver com as nossas atitudes e ações de honra, amor e respeito para

com Aquele que reverenciamos e tememos, o nosso Rei. O LOUVOR tem a ver com a

nossa proclamação (em geral através de nossas palavras e cânticos) da glória e da bondade

daqu’Ele que adoramos (Sl 51:15).

a) QUEM DEVERIA SER LOUVADO E ADORADO?

– Adorai a Deus ................................................................. Êx 34:14; Mt 4:10; Lc 4:8;

......................................................................................... Ap 22:9; 1 Pe 4:11

> Mandamento ............................................................ Êx 20:3; Mt 22:36,37

– Os anjos adoram a Jesus ................................................ Hb 1:6

> veja “Divindade de Jesus” ....................................... Seção B8

b) QUEM DEVERIA ADORAR A DEUS?

– Toda a Sua Criação deveria louvá-Lo .......................... Sl 148:1-4

– Todos os Seus anjos e o exército celestial .................. Sl 148:2

– Todos os que confiam em Jesus .................................... Ef 1:12; Sl 22:23

– Os 24 anciãos adoram diante do Trono ...................... Ap 4:10,11

– Os Reis Magos desejam adorar a Jesus .........................Mt 2:2

– Toda a terra deveria louvá-Lo ...................................... Sl 148:7-13

> governantes da terra ................................................ Sl 148:11

> homens e mulheres .................................................. Sl 148:12

> criancinhas ................................................................ Sl 148:12; Mt 21:15,16; Sl 8:2

> os que foram martirizados ....................................... Ap 6:9-11

– Um dia todos O adorarão .............................................. Fp 2:9-11

c) POR QUE DEUS DEVERIA SER LOUVADO E ADORADO?

– Os crentes foram ESCOLHIDOS para expressarem

os Seus louvores ............................................................. 1 Pe 2:9

– O louvor glorifica a Deus .............................................. Sl 50:23

– Porque isto foi ordenado ............................................... Sl 67:3-5; Ap 19:5

– Pela Sua misericórdia ..................................................... Rm 15:9

– Para o nosso próprio benefício

> Deus habita nos louvores de Israel ......................... Sl 22:3

> é agradável para nós louvarmos a Deus ................. Sl 147:1

> o louvor é apropriado para os retos ....................... Sl 33:1

– Por causa de Quem o Senhor Deus é

> Ele é o Grande Rei sobre toda a terra .................... Sl 47:1-9

> por causa da Sua extraordinária grandeza .............. Sl 150:2

> como Criador de tudo .............................................. Sl 148:5; Ne 9:5,6

> o Seu Nome é exaltado ............................................ Sl 48:10; 148:13; Ne 9:5

> Ele é o nosso Protetor ............................................ Sl 144:2

– Por causa dos Seus atos de poder ................................. Sl 150:2; Lc 19:37

146 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

> pela Sua cura ............................................................. Sl 147:3; 146:8; Seção 12

> pela Sua provisão de alimentos .............................. Sl 147:8,9

> pela Sua ajuda para os fracos ................................... Sl 146:7-9

– Para agradá-Lo ............................................................... Sl 149:3,4

– Como uma batalha espiritual

(derrotar os inimigos de Deus) ..................................... Sl 149:6-9; 2 Cr 20:22-24

d) COMO O LOUVOR E A ADORAÇÃO DEVERIAM SER OFERECIDOS?

– As obras (frutos) de justiça são um louvor .................. Fp 1:11

– Dando ofertas ................................................................. Lv 19:24

– Não “onde”, mas “como” (espírito e verdade) .......... Jo 4:23,24

> em espírito, nenhuma confiança na carne ............ Fp 3:3

– Adoração na beleza da santidade .................................. 1 Cr 16:29; Sl 29:2; 96:9

– Através do nosso estilo de vida de retidão .................. Fp 1:11

– Através do nosso testemunho sobre Ele ..................... Sl 145:11-13,21; 1 Pe 4:11;

......................................................................................... Hb 13:15

– Através do nosso ministério, servindo a Deus ........... 1 Pe 4:11; Cl 3:17

– Na unidade com os irmãos ............................................ Sl 133; Rm 15:5-7

> sem ira em nossos corações .................................... 1 Tm 2:8

> sem falta de perdão ..................................................Mt 5:21-26

– Com

> ações de graças ......................................................... Hb 13:15

> alegria ........................................................................ Sl 9:2

> compreensão ............................................................ 1 Co 14:15

> coração reto .............................................................. Sl 119:7

> de todo o nosso coração .......................................... Sl 9:1; 138:1

> prostrando-nos ......................................................... Sl 138:2; Gn 24:52

> inclinando-nos ..........................................................Gn 24:26

> ajoelhando-nos ......................................................... Sl 95:6

> de pé .......................................................................... 2 Cr 20:18,19

> com as mãos levantadas .......................................... Sl 134:2; 141:2; Ne 8:6;

................................................................................... 1 Tm 2:8

> batendo palmas ......................................................... Sl 47:1

> gritos de alegria ........................................................ Sl 47:1; Lc 19:37

> instrumentos musicais ............................................. Sl 149:3; 150:3-6; Ap 14:2

> cânticos ..................................................................... Sl 47:6; Hb 2:12; Cl 3:16;

................................................................................... Ef 5:18,19

> cântico novo ............................................................ Sl 144:9

> cantores e músicos especiais ................................... 1 Cr 23:5; 2 Cr 20:21,22

> danças ........................................................................ Sl 149:3; Êx 15:20; 2 Sm 6:14

5. FALSA ADORAÇÃO

É melhor aprendermos e praticar a verdadeira adoração, da maneira explicada na Bíblia.

Contudo, pelo fato de haver tanta falsa adoração no mundo, algumas formas óbvias de

falsa adoração são mencionadas aqui.

Veja também “Falsos Evangelhos” Seção F6

a) DEUS NÃO TOLERA UMA ADORAÇÃO FALSA

– É proibida ....................................................................... Êx 20:4; Dt 4:16-19; 8:19;

......................................................................................... Is 42:8

– Exclui do Céu ................................................................. 1 Co 6:9,10; Ef 5:5; Ap 22:15

– Eternamente punida ...................................................... Ap 14:9-11; 21:8

– Afastem-se das coisas falsas ......................................... Êx 23:7; Sl 119:104,128

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 147

b) ADORAÇÃO IDÓLATRA (Sacrificar, Prostrar-se, Orar a um ídolo)

– A adoração idólatra

> é proibida .................................................................. Êx 20:4; Is 42:8; 1 Jo 5:21

> não é permitido misturarmos a adoração idólatra

com a verdadeira adoração a Deus ......................... Êx 32:1-6; 1 Rs 12:27-30;

................................................................................... Sl 106:19,20

> é punida ..................................................................... Êx 32:7-10

> adorar a Deus com imagens é pecado .................... Êx 32:4-6; Sl 106:19,20

– Os ídolos são inúteis

> não conseguem salvar .............................................. Is 45:20

> os ídolos não devem ser temidos ............................ Jr 10:1-5

> os corruptos adoram os ídolos ................................ At 7:42,43; Rm 1:22,23

> os ídolos não conseguem ver nem ouvir ............... Dt 4:28; Sl 115:4-7

> sujeitos à corrupção ................................................. Is 40:20

> feitos pela arte humana ........................................... Is 44:10-20; Sl 115:4

c) ADORAÇÃO DO SOL, LUA, ESTRELAS

– Proibida ........................................................................... Dt 4:15-19;

......................................................................................... Jr 10:2; At 7:42,43

d) ADORAÇÃO MUNDANA E SATÂNICA

– Atividades religiosas vãs

> inúteis, são somente mandamentos de homens ....Mt 15:8,9; Mc 7:6,7

– Satanás e os demônios

> os anjos não devem ser adorados ........................... Ap 19:10; 22:8,9

> Satanás desejou a adoração de Jesus .......................Mt 4:8,9; Lc 4:6,7

> os demônios são adorados ....................................... Dt 32:17; Sl 106:37;

................................................................................... 1 Co 10:20; Ap 9:20

– Falsa adoração de fim dos tempos da besta e da imagem

> ira de Deus sobre todos os que as adoram .............. Ap 14:9-11

> pragas de Deus para ensinar aos homens a não

adorarem os demônios ............................................. Ap 9:20

> a besta é adorada pelos incrédulos .......................... Ap 13:4-8

> a segunda besta faz com que as pessoas adorem a

primeira ..................................................................... Ap 13:12

> a segunda besta faz com que as pessoas adorem a

imagem ...................................................................... Ap 13:15

e) FORMAS DE FALSA ADORAÇÃO

– Sacrifícios ....................................................................... Nm 22:40; 2 Rs 10:23,24

– Com libações .................................................................. Is 57:6; Jr 19:13

– Com incenso .................................................................. Jr 48:35; Ez 6:13

– Com orações e cânticos ................................................ Êx 32:18,19; 1 Rs 18:26

– Com as pessoas se cortando ......................................... 1 Rs 18:28

– Queimando crianças ...................................................... Dt 12:31; 2 Cr 33:6;

......................................................................................... Jr 19:4,5; Ez 16:21

– Com imoralidade sexual ................................................ Nm 25:1-3; 2 Rs 17:9;

......................................................................................... Is 57:6-9; 1 Pe 4:3

– Carregando ídolos .......................................................... Is 46:7; Am 5:26; At 7:43

– Prostrando-se a ídolos ................................................... 1 Rs 19:18; 2 Rs 5:18

– Beijando ídolos ............................................................... 1 Rs 19:18; Os 13:2

f) ADORAÇÃO INÚTIL

– A que é baseada somente em tradições ........................Mt 15:1-9; Cl 2:22

– A que tem somente uma forma, porém nenhum poder .. 2 Tm 3:5

– A que não vem acompanhada por boas ações ............ Tg 1:26,27; Am 5:21-24

148 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

– A que é baseada nas aparências .....................................Hb 10:1,2

– A vã adoração do legalismo .......................................... Cl 2:16-23

– A adoração realizada pelos que são impuros ............... Sl 24:3,4

6. ORAÇÃO

a) INTRODUÇÃO

A oração é a nossa comunicação com Deus.

– Deus e o homem simplesmente conversavam ........... Gn 3:8-13

– Agora oramos e fazemos as nossas petições com

ações de graças ............................................................... Fp 4:6,7

– Primeira menção de oração (invocar o Seu Nome) ... Gn 4:26

b) COMO DEVERÍAMOS ORAR?

– A Deus ............................................................................. At 12:5

– Em Nome de Jesus

> peçam em Meu Nome ............................................. Jo 14:13,14

> o Pai lhes dará tudo o que pedirem em Meu Nome .. Jo 15:16; 16:23,26

> ações de graças a Deus Pai em Nome de Jesus ...... Ef 5:20

– Através do Espírito Santo

> pelo Espírito clamamos Aba Pai ............................Rm 8:15,16

> oramos no Espírito .................................................. Ef 6:18

> oramos no Espírito Santo ....................................... Jd 20

> com o nosso espírito (línguas) e com a nossa

compreensão (Interpretação de Línguas) .............. 1 Co 14:13-15

> O Espírito possibilita a nossa oração,

intercedendo através de nós e por nós .................. Rm 8:26

c) HÁ UMA POSTURA DE ORAÇÃO ESPECIAL?

– Semelhantemente ao jejum, a oração é um lugar de

humildade diante de Deus, e, geralmente, a nossa posição

ao orarmos mostra a nossa dependência de Deus.

– Prostrados ....................................................................... Nm 20:6; Dt 9:25;

......................................................................................... Js 5:14; 2 Cr 20:18; Mt 26:39

– Com o rosto entre os joelhos ....................................... 1 Rs 18:42

– Inclinando-nos ............................................................... Gn 24:26; Êx 4:31; 12:27; 34:8

– Ajoelhando-nos .............................................................. 1 Rs 8:54; 2 Cr 6:13; Ed 9:5;

......................................................................................... Sl 95:6; Is 45:23; Dn 6:10;

......................................................................................... Lc 22:41; At 7:60; Ef 3:14

– De pé ............................................................................... 1 Rs 8:22; Mc 11:25; Lc 18:11,13

– Com as mãos levantadas ............................................... Sl 28:2; Lm 2:19; 1 Tm 2:8

d) A ATITUDE INTERNA É MAIS IMPORTANTE QUE A POSTURA EXTERNA

– Com humildade .............................................................. 2 Cr 7:14; 33:12; Lc 22:42

– Não para ostentação .....................................................Mt 6:5-7

– Com fé ............................................................................Mt 21:22; Tg 1:6; Hb 10:22

– Com verdade .................................................................. Sl 17:1; 145:18; Jo 4:24

– Com confiança ............................................................... Sl 56:9; 86:7;

......................................................................................... 1 Jo 5:14; Hb 10:19-22

– Tendo perdoado .............................................................Mt 6:12; Mc 11:25,26

– De todo coração ............................................................ Jr 29:13; Lm 3:41;

......................................................................................... Sl 119:58,145; Hb 10:22

e) AS ORAÇÕES SÃO GERALMENTE ACOMPANHADAS POR

– Vigílias (Esteja em Alerta!) ........................................... Lc 21:36; 1 Pe 4:7; Cl 4:2

– Confissões de pecados pessoais ou de um grupo de

pessoas ............................................................................ Tg 5:16

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 149

– Arrependimento ............................................................ 1 Rs 8:33; Jr 36:7

– Jejum ............................................................................... Ne 1:4; Dn 9:3; At 13:3

– Choro .............................................................................. Jr 31:9; Os 12:4

– Louvor ............................................................................ Sl 66:17

– Ações de graças .............................................................. Fp 4:6; Cl 4:2

– Proclamações ................................................................. Sl 48:1-3; 116:1,2

f) UMA PASSAGEM DE ENSINO ........................................Mt 6:5-14

– Não para sermos vistos pelos homens ........................Mt 6:5

– Em segredo .....................................................................Mt 6:6

– Não use vãs repetições como os gentios .....................Mt 6:7

g) ESBOÇO DE UMA ORAÇÃO, FEITO POR JESUS .......Mt 6:9-13

Às vezes chamada de “Oração do Senhor”, mas deveria

ser “Oração dos Discípulos”.

– A nossa oração é para Deus somente ..........................Mt 6:9

> lembre-se de quem Deus é ....................................... veja a Seção B

– Ele é o nosso Pai Celestial ............................................Mt 6:9

> veja “Paternidade de Deus” .................................... veja a Seção B7

– Devemos agradecê-Lo e louvá-Lo ...............................Mt 6:9

> Os Seus Nomes refletem o Seu relacionamento

conosco ..................................................................... veja a Seção B3

> veja “Salvação” ........................................................ veja a Seção E

> veja “Providência de Deus” .................................... veja o Índice

– Com fé, deseje o Reino de Deus em todos os

aspectos deste mundo ....................................................Mt 6:10

> procure ouvir a direção do Espírito Santo

– Com fé, peça toda a provisão necessária ....................Mt 6:11

– Peça perdão e perdoe os outros ...................................Mt 6:12

– Ore por uma direção espiritual e uma proteção para

todos os que estão sob os seus cuidados .......................Mt 6:13

> vista-se com toda a armadura de Deus ................... Ef 6:10-20

– Temos o lembrete de que Deus nos perdoa da

mesma maneira que perdoamos aos outros .................Mt 6:14,15

h) AS ORAÇÕES SÃO RESPONDIDAS

– Com uma promessa ....................................................... Is 58:9; Jr 29:12; Mt 7:7

– Às vezes, imediatamente .............................................. Is 65:24; Dn 9:21,23

– Às vezes, com uma certa demora ................................ Lc 18:7; 1 Rs 18:42-44;

......................................................................................... Dn 10:12,13

– Às vezes, diferentemente do que esperávamos .......... 2 Co 12:8,9

– Melhor do que poderíamos esperar ou imaginar ........ Jr 33:3; Ef 3:20

i) BARREIRAS QUE IMPEDEM QUE AS ORAÇÕES

SEJAM OUVIDAS OU RESPONDIDAS

– Brigamos pelo que queremos ao invés de pedirmos ... Tg 4:2

– Pedimos com motivos egoísticos ................................ Tg 4:3

– Pedimos, e ao mesmo tempo praticamos o pecado .. Sl 66:18; Is 59:1,2

– Estamos surdos ao clamor dos pobres ......................... Pv 21:13

– Fazemos oposição aos santos de Deus ........................ Sl 18:40,41; Mq 3:2-4

– Somos desobedientes a um mandamento conhecido

de Deus ............................................................................ Pv 28:9

– Temos um espírito que não perdoa ..............................Mt 5:22-24; 6:12-15

– Temos falta de fé ........................................................... Hb 11:6; Tg 1:6

– Guardamos ídolos em nossos corações ........................ Ez 8:5-18; 14:1-3

– Temos os nossos lares tumultuados ............................. 1 Pe 3:7

150 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

j) ORAÇÃO A SÓS

– Jesus como o nosso Exemplo .......................................Mt 14:23; 26:36,39;

.........................................................................................Mc 1:35; Lc 9:18,19

– Seremos galardoados publicamente ..............................Mt 6:6

– Exemplos do Novo Testamento:

> Ana .................. Lc 2:36,37 > Paulo ................... At 9:11

> Pedro ...............At 9:40 > Cornélio .............. At 10:30

k) ORAÇÃO EM PÚBLICO

– Concordância na oração ...............................................Mt 18:19,20

– Não pode ser compreendida pelos outros se a

oração for em “línguas” ................................................ 1 Co 14:13-16

– Ore pela interpretação das “orações em línguas”

nas reuniões da igreja ..................................................... 1 Co 14:13-16

– Deveria ser feita por

> todos os homens, reis, e todos em autoridade ...... 1 Tm 2:1,2

> pelos ministros do Evangelho ................................ 2 Co 1:11; Fp 1:19

> todos os crentes ........................................................ Ef 6:18

> nossos inimigos ........................................................Mt 5:44; Lc 6:27,28

> enfermos ................................................................... Tg 5:14

> quando os nossos irmãos estiverem em perigo ..... At 12:12

> por todas as nações .................................................. Sl 2:8; 1 Rs 8:41-43; Is 56:7

7. JEJUM

a) INTRODUÇÃO

– O jejum significa negar aos nossos corpos uma parte da sua provisão costumeira.

– Não é um remédio milagroso para os pecados do

passado ............................................................................ Jr 14:10-12

– Ordenado para a Igreja por Jesus .................................Mc 2:20; Lc 5:35

– Alguns demônios somente saem através da oração

e do jejum .......................................................................Mt 17:15-21

– A Bíblia menciona a abstenção de:

> comida e água ........................................................... Êx 34:28; Dt 9:9

> comida .......................................................................Mt 4:1,2; Lc 4:1,2

> algumas comidas agradáveis .................................... Dn 10:3

> as pessoas casadas podem “jejuar” com relação

ao sexo durante algum tempo, por

consentimento mútuo, para orarem ...................... 1 Co 7:4,5

b) UMA PASSAGEM DE ENSINO ........................................ Is 58:1-11

– Propósito e circunstâncias do jejum

> o jejum deveria humilhar o corpo .......................... vs 3; Sl 35:13

> o propósito NÃO É SOMENTE a humilhação

do corpo .................................................................... vs 5

> devemos agradar ao Senhor, e não a nós mesmos vs 3; Zc 7:5

> não devemos explorar os nossos empregados

enquanto jejuamos ................................................... vs 3

> o nosso jejum não é ouvido por Deus se resultar

em brigas ................................................................... vs 4

– Características de um jejum apropriado

> o que é feito em segredo será galardoado

publicamente ............................................................Mt 6:17,18

> fim da opressão espiritual e social .......................... vs 6,10; Sl 35:13

> ajuda aos outros de uma maneira prática ............... vs 7,10

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 151

> santificação pessoal ................................................. vs 9

– Conseqüências de um jejum apropriado

> saúde .......................................................................... vs 8,11

> proteção de Deus na dianteira e na retaguarda ..... vs 8

> direção ....................................................................... vs 9,11

c) EXEMPLOS DE JEJUNS E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS

– Jejuns Extraordinários

> Moisés ao receber os Dez Mandamentos .............. Dt 9:9,18; Êx 34:28

> Elias, fugindo de Jezabel – um anjo o alimentou .. 1 Rs 19:2-9

> Jesus, após o Seu batismo e unção com o

Espírito Santo ........................................................... Lc 4:1,2

– Israel, desejando a libertação do domínio filisteu ...... 1 Sm 7:6

> moabitas e amonitas ................................................ 2 Cr 20:3

– Esdras, lamentando a infidelidade de Israel ................. Ed 10:6

– Daniel, para receber entendimento de uma visão ...... Dn 10:3

– Paulo, depois de encontrar-se com o Senhor, jejuou

por três dias enquanto estava cego .............................. At 9:9

– Líderes da Igreja de Antioquia, ao enviarem a

Barnabé e a Saulo ........................................................... At 13:2,3

– Paulo e Barnabé ao designarem presbíteros ................ At 14:23

– Ester, antes de aparecer diante do rei .......................... Es 4:16

– Anciãos de Jezreel – a fim de acusarem e matarem a

Nabote ............................................................................. 1 Rs 21:12

– Acabe adiou o julgamento de Deus em sua vida ......... 1 Rs 21:27-29

– Nínive – para impedir o julgamento de Deus ............. Jn 3:6-10

d) ACOMPANHADOS POR

– Lamentações .................................................................. Ed 10:6

– Confissão de pecado ...................................................... 1 Sm 7:6

– Oração e resposta do Senhor ........................................ 2 Cr 20:3

– Privacidade, e não para ostentação .............................Mt 6:16-18

e) NÃO ACOMPANHADOS POR

– Melancolia e desfiguramento do rosto ........................Mt 6:16-18; Et 4:16-5:5

f) CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS AO JEJUAR

– Beba água ao abster-se de comida. Isto é implícito pelas palavras

“depois teve fome” e não “depois teve sede” ..................Mt 4:1,2; Lc 4:1,2

– Observação: O jejum (abstenção de comida) por mais

de 7 a 15 dias pode ser perigoso à sua saúde. Os jejuns

mais prolongados deveriam ser feitos somente com uma

direção clara e certa, e com uma capacitação miraculosa do Senhor.

– Os três jejuns de quarenta dias mencionados na Bíblia foram todos

MIRACULOSOS por natureza e foram iniciados por Deus – não pelo jejuar (Moisés,

Elias, Jesus).

> Moisés não comeu nem BEBEU por quarenta dias . Êx 34:28

(podemos morrer no deserto em 24 horas se ficarmos sem água).

> Um Anjo alimentou a Elias com uma refeição

especial antes do seu jejum de quarenta dias ......... 1 Rs 19:5-8

> Jesus foi levado (literalmente, “compelido”) ao

deserto para jejuar .................................................... Lc 4:1,2 e anjos

................................................................................... ministraram a Ele depois disto.

g) Não há problemas com jejuns mais prolongados se você recebeu um dom ou graça

especial do Senhor para o jejum. Quando você tem este dom você não tem fome.

“Depois (não durante o jejum), Ele teve fome” .............. Lc 4:1,2

152 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

8. DOAÇÕES – DÍZIMOS E OFERTAS

a) INTRODUÇÃO

– Cristo, ao dar a Si Mesmo para a nossa salvação, é

o maior exemplo de uma doação ................................. Gl 1:4; 2:20

– Deus é um doador... incluindo-se o Seu Filho .............. veja as Seções B6, B7

– Há um dom especial de doações. Não estamos nos

referindo a este dom aqui .............................................. veja Seção F10, Rm 12:8

b) DÍZIMOS (dar 1/10 dos nossos rendimentos à obra do Senhor)

– Praticados antes que fosse dada a Lei a Moisés

> Abraão deu os dízimos ............................................. Gn 14:20; Hb 7:4-10

> Abraão veio 430 anos antes de Moisés ................. Gl 3:17

> Jacó prometeu dar os dízimos a Deus .................... Gn 28:22

– Durante a época da Lei de Moisés

> a Lei de Moisés exige o dízimo de tudo ................. Lv 27:30,32

> os levitas recebiam os dízimos para a obra de Deus ... Nm 18:21

> Deus condenou a Israel por não darem os dízimos ....Ml 3:6-12

> Deus abençoa se as nações pagarem os dízimos ...Ml 3:6-12

> os líderes de igreja podem viver com o dinheiro

dos dízimos ............................................................... 1 Co 9:1-14

> os levitas também deviam pagar os dízimos ......... Nm 18:25-32; Ne 10:38

– Durante a época de Jesus na terra

> deveríamos fazer mais do que simplesmente

pagar os dízimos .......................................................Mt 23:23; Lc 11:42

c) EXEMPLOS DE DOADORES COM GENEROSIDADE E COM SACRIFÍCIO

– Israel quando foi construído o Tabernáculo ................ Êx 36:5

– A viúva pobre ofertou toda a sua riqueza .................... Lc 21:1-4

– A Igreja Primitiva deu aos necessitados ......................At 4:34,35

– A Igreja da Macedônia deu da sua pobreza .................. 2 Co 8:1-15

d) OS QUE DÃO COM SACRIFÍCIO RECEBEM A ABUNDÂNCIA DE DEUS

– As doações não compram as provisões de Deus.

Elas as liberam ...............................................................Ml 3:10

– A viúva de Sarepta deu a sua última comida a Elias – e recebeu

> uma provisão abundante .......................................... 1 Rs 17:12-15

– Maria, de Betânia, ungiu a Jesus com um perfume caro – e recebeu a promessa

> de um reconhecimento especial .............................Mt 26:7-13

e) DOAÇÕES NO NOVO TESTAMENTO

– O doador deveria ter relacionamentos apropriados

com os outros .................................................................Mt 5:23,24

– Dê sem fazer grandes ostentações, até mesmo

secretamente ..................................................................Mt 6:1-4

– De graça recebestes, de graça dai .................................Mt 10:8

– É mais abençoado dar do que receber .......................... At 20:35

– Dar de acordo com os seus rendimentos ..................... 1 Co 16:1,2

> os que manuseiam o dinheiro deveriam ser

aprovados .................................................................. 1 Co 16:3,4

– Semeie pouco, colha pouco .......................................... 2 Co 9:6; Lc 6:38

– Semeie generosamente, colha generosamente ........... 2 Co 9:6; Lc 6:38

– Decida de antemão ........................................................ 2 Co 9:7

– Dê com alegria, e não por compulsão ......................... 2 Co 9:7

– A resposta de Deus para as doações com cuidado e alegria

> abundância de graça .................................................. 2 Co 9:8

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 153

> abundância de toda boa obra ................................... 2 Co 9:8,11

– Resultado das doações

> as necessidades da igreja são supridas ..................... 2 Co 9:12

> ações de graças a Deus ............................................. 2 Co 9:12

– As doações são uma confiança da nossa fé ................. 2 Co 9:13

– As doações estimulam as orações ................................ 2 Co 9:14

– Deus deu primeiro .......................................................... 2 Co 9:15

9. O CASAMENTO E A FAMÍLIA

a) O CASAMENTO FOI INSTITUÍDO POR DEUS

– Uma forma específica para uma cerimônia de casamento não foi dada na Bíblia.

– Adão e Eva ..................................................................... Gn 2:24; Mt 19:4-6

– Jesus abençoa um casamento pela Sua presença e

um milagre ...................................................................... Jo 2:1-11

– O casamento deveria ser honrado por todos .............. Hb 13:4

– O cristão não deve casar-se com um incrédulo .......... 2 Co 6:14-18

> o cristão deve permanecer casado com um incrédulo 1 Co 7:12-14

> o cristão estará livre se o incrédulo escolher partir . 1 Co 7:12-16

b) AS BÊNÇÃOS DE DEUS NO LAR DOS QUE

O TEMEM ........................................................................... Sl 128

– experimentam a verdadeira felicidade ......................... vs.2

– experimentam a graça de Deus .................................... vs.2

– experimentam a frutificação ........................................ vs.3

– as suas posteridades herdarão as bênçãos .................... vs.3,6

c) MARIDOS E ESPOSAS

– “O que acha uma mulher acha uma coisa boa” ........... Pv 18:22

– Deveres do marido

> amar a sua esposa, como Cristo ama a Igreja ....... Ef 5:25

> ser sensível às suas fraquezas como mulher ........... 1 Pe 3:7

> suprir as necessidades da família ............................. 1 Tm 5:8

> dar à sua esposa os seus direitos conjugais ............. 1 Co 7:3; Ef 5:31

> alimentar e acalentar a sua esposa, como o seu

próprio corpo ........................................................... Ef 5:28,29

> fornecer uma liderança para a sua esposa .............. Gn 2:22; 1 Co 11:3

> elogiá-la ..................................................................... Pv 31:28

> agradá-la .................................................................... Pv 5:18; Ec 9:9; Dt 24:5;

................................................................................... 1 Co 7:33

> falar com ela com ternura ....................................... Ct 2:10-14; Os 2:14

– Deveres da esposa .......................................................... Pv 31:10

> submeter-se ao seu marido ...................................... Ef 5:22,24; Cl 3:18

> honrar o seu marido ................................................. Es 1:20; Pv 31:23

> obedecer o seu marido ............................................. 1 Pe 3:6

> amar o seu marido .................................................... Tt 2:4

> estar repleta de boas obras ...................................... 1 Pe 3:1-6; Tt 2:5

> dar uma consideração especial ao lar ..................... Tt 2:5; Pv 31:15,27

> ser sensível, casta, doméstica e boa ....................... Tt 2:5

> vestir-se modestamente, com os enfeites e jóias

internos do coração ................................................. 1 Pe 3:3,4; 1 Tm 2:9,10

> agradar o seu marido ................................................ 1 Co 7:34

> ser uma ajudante do seu marido .............................. Gn 2:18-20

> mostrar hospitalidade .............................................. 1 Tm 5:10

– Exemplos:

154 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

> de uma afeição santa no casamento: Jacó/Raquel ....Gn 29:20

> a beleza do amor conjugal ....................................... Cantares de Salomão

> pais devotos a Deus: José e Maria ..........................Mt 1,2; Lc 2

> casais servindo ao Senhor juntos: Áquila/Priscila ... At 18:2,26

d) O CASAMENTO COMO UM TIPO DO NOSSO

RELACIONAMENTO COM DEUS

– Deus e Israel ................................................................... Jr 3:14; Ez 16:1-8

– Jesus e a Igreja ................................................................ Ef 5:21-33; 2 Co 11:2;

......................................................................................... Ap 21:2,9; 22:17

e) O CASAMENTO DE ADÃO E EVA COMO UM TIPO

DE CRISTO E A IGREJA

– Nenhuma criatura era adequada para ser uma

esposa para Adão ........................................................... Gn 2:19,20

> o homem pecaminoso não é adequado como esposa

de Jesus. Precisamos nascer de novo do Espírito . Jo 3:3-7

– Eva foi tirada do lado de Adão .....................................Gn 2:21,22

> A Igreja saiu do lado ferido de Jesus ....................... Jo 19:34

– Eva é da carne e dos ossos de Adão ............................. Gn 2:23

> o que é do Espírito é espírito, da carne é carne .... Jo 3:6; Ef 5:30-32

– Eva tem a vida de Adão, tirada de Adão ......................Gn 2:23

> a nossa nova vida vem de sermos introduzidos

em Cristo Jesus ......................................................... Jo 17:20-23; 2 Co 5:17

f) PERMANECER SOLTEIRO TAMBÉM É ESTIMULADO NAS ESCRITURAS

– Contudo, o casamento não deve ser proibido ............ 1 Tm 4:1-3

– Exemplo de Jesus, que não Se casou ............................Os Evangelhos

– Exemplo de Paulo, que não se casou – dom especial

de Deus ............................................................................ 1 Co 7:8

– Jesus ensinou os Seus discípulos ....................................Mt 19:10-12

– Paulo ensinou a Igreja ................................................... 1 Co 7:1,2, 7-9

> por causa desta “crise atual” ................................... 1 Co 7:26

g) DIVÓRCIO

– Deus odeia o divórcio ....................................................Ml 2:16

– A Lei de Moisés permite o divórcio por várias razões .. Dt 24:1-4

> provavelmente a Lei de Moisés foi dada para regular uma prática existente,

porque, no divórcio, um contrato escrito é dado .Dt 24:1

> a mulher está livre para se casar novamente ........ Dt 24:2

– Motivo para Moisés permitir o divórcio por várias razões

> Jesus diz: por causa dos seus corações duros ..........Mt 19:8; Mc 10:2-12

> não era assim no princípio ......................................Mt 19:3-5; Mc 10:6-9

h) TÉRMINO DE UMA ALIANÇA MATRIMONIAL

– A morte de um cônjuge libera o outro para

casar-se novamente .............................................................Rm 7:2,3; 1 Co 7:39

– O crente estará livre se o cônjuge incrédulo partir .... 1 Co 7:13-16

– Alguns acreditam que Jesus permitia o divórcio

devido ao adultério ........................................................Mt 5:31,32; 19:9

> um exemplo de reconciliação após o adultério ..... Jr 3:1; Oséias

> Deus “divorciou-Se” de Israel por “adultério”

espiritual .................................................................... Jr 3:8

i) AS ESCRITURAS ADMOESTAM COM RELAÇÃO

A ALGUNS CASAMENTOS

– No princípio não havia nenhuma restrição declarada

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 155

> Caim e Sete provavelmente se casaram com parentes próximas

> Abraão casou-se com uma parente próxima

(mais tarde proibido pela Lei) ................................ Gn 20:11,12

> Jacó casou-se com duas irmãs

(mais tarde proibido pela Lei) ................................ Gn 29:21-30

– A Lei proíbe o casamento com parentes próximos ... Lv 18:5-30; 20:17-23

> João Batista condenou o Rei Herodes por

casar-se com a esposa de seu irmão,

enquanto ele ainda estava vivo ..............................Mt 14:3,4

– O crente não deveria casar-se com um incrédulo ...... 2 Co 6:14-16

– Os relacionamentos homossexuais são condenados .. Lv 18:22; 20:13;

......................................................................................... 1 Co 6:10; 1 Tm 1:9,10

j) POLIGAMIA (MAIS DE UMA ESPOSA)

– Poligamia proibida. Quando praticada, trouxe dor e angústia às famílias.

> para o rei de Israel ................................................... Dt17:17

> para toda a nação de Israel – não seja infiel para

com a primeira esposa .............................................Ml 2:15

> um marido e uma esposa no princípio ................... Gn 2:24; Mc 10:6-8

> os líderes de igreja devem ter apenas uma esposa 1 Tm 3:2,12; Tt 1:6

– O primeiro exemplo é Lameque; ele teve 2 esposas . Gn 4:19

> da linhagem de Caim ................................................ Gn 4:17,18

> ele também era um assassino .................................. Gn 4:23,24

> contraste com a linhagem de Sete e Enos

> os homens começaram a invocar o Nome do

Senhor ....................................................................... Gn 4:25,26

– Abrão casou-se com Sarai e Hagar, serva de Sarai ..... Gn 16:3

> Abrão creu na lógica de Sarai, em vez da

promessa de Deus ..................................................... Gn 16:2

> Hagar deprezou a Sarai depois de ficar grávida ..... Gn 16:4

> o resultado foi uma briga entre Abrão e Sarai ....... Gn 16:5

> o resultado foi tristeza para Hagar ......................... Gn 16:16; 21:10-13

> o filho de Hagar, Ismael, tornou-se inimigo de Isaque . Gn 16:12; 21:9

– Esaú teve 2 esposas ....................................................... Gn 26:34

> isto foi uma fonte de angústia para os seus pais ... Gn 26:35

> Esaú casou-se com mulheres de Canaã para

desagradar a seus pais ............................................... Gn 28:8,9

– Labão engana a Jacó e o faz casar-se com Léia ......... Gn 29:22-30

> Jacó também se casa com Raquel ........................... Gn 29:28-30

> Jacó ama a Raquel mais do que a Léia .................... Gn 29:28-33

> Raquel tem ciúme de Léia por causa dos filhos ..... Gn 30:1

> Servas dadas como esposas ...................................... Gn 30:3,9

> problemas entre filhos de diferentes esposas ........ Gn 37:11,26-28

– Gideão teve muitas esposas .......................................... Jz 8:30

> um filho assassinou 70 irmãos ................................ Jz 9:1-5

– O pai de Samuel teve 2 esposas .................................... 1 Sm 1:2

> Elcana amava mais a Ana ....................................... 1 Sm 1:5

> a outra esposa era uma rival e causava discórdias 1 Sm 1:6,7

– Davi teve várias esposas ............................................... 2 Sm 3:2-5

> Batseba foi obtida através de um assassinato ........ 2 Sm 11:26,27

> o incesto tornou-se um problema entre Amnom

e Tamar ..................................................................... 2 Sm 13:1-15

> Absalão matou Amnom ........................................... 2 Sm 13:28,29

156 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção G - Crescendo em Cristo

> rivalidade entre os filhos de Davi de diferentes

esposas ....................................................................... 1 Rs 1:17-21

– Salomão teve muitas esposas ....................................... 1 Rs 11:1-6

> ele foi afastado de Deus por suas esposas .............. 1 Rs 11:3,4

> começou a praticar idolatria ................................... 1 Rs 11:7

> a ira de Deus foi revelada contra Salomão ............ 1 Rs 11:9-13

> o reino de Salomão seria perdido ........................... 1 Rs 11:11-13

– Roboão preferiu uma esposa dentre as outras ............ 2 Rs 11:18-21

– Um rei pagão teve muitas esposas ...............................Dn 5:2

– Mas os casamentos feitos antes da salvação não

devem ser mudados ........................................................ 1 Co 7:20

k) PAIS E FILHOS

Uma vez mais, os maiores exemplos dos relacionamentos Pais/Filhos

encontram-se na maneira como Deus Se relaciona conosco como filhos

Seus e como deveríamos responder a Ele como nosso Pai.

– Deveres dos pais:

> “E Davi voltou para abençoar a sua família” .... 2 Sm 6:20

> ensinar os filhos .......................................................Dt 6:6,7; 4:9

> treinar os filhos ........................................................ Pv 22:6; Ef 6:4

> suprir as necessidades da sua família ....................... 2 Co 12:14

> santificá-los a Deus .................................................. Jó 1:5; Lc 2:22,23

> alimentar os seus filhos ........................................... Ef 6:4

> repreendê-los ............................................................ Pv 29:15; Ap 3:19

> controlá-los .............................................................. 1 Sm 3:13; 1 Tm 3:4,12

> corrigi-los .................................................................. 2 Sm 7:14; Hb 12:6; Pv 13:24

> discipliná-los ............................................................. Pv 13:24; 22:15; 29:17

> amá-los ...................................................................... Tt 2:4; Pv 13:24

> não provocá-los à ira ............................................... Ef 6:4

> ser um exemplo de santidade para eles .................. 2 Tm 1:5; 2 Cr 26:4

> perdoá-los ................................................................. Lc 15:20-24

> incluí-los em tempos de adoração .......................... Js 8:35; Ne 12:43

– Observação: Os pais precisam ser cuidadosos ao lidarem com o pecado em suas

próprias vidas. As Escrituras nos admoestam que os mesmos pecados podem ser

passados aos nossos filhos e à sua posteridade (Êx 20:5; 34:7).

– Deveres dos filhos

> honrar e respeitar os pais ........................................ Êx 20:12; Ef 6:2

> obedecer aos pais em todas as coisas ..................... Cl 3:20

> fazer os seus pais felizes .......................................... Pv 23:24,25; Pv 10:1

> nem zombar deles nem desprezá-los ...................... Pv 30:17

> prestar muita atenção às suas palavras .................. Pv 6:20-23

> cuidar dos pais quando forem velhos ..................... 1 Tm 5:3,4

1) ESTERILIDADE (NENHUM FILHO NO CASAMENTO)

– Este não é um motivo para o divórcio em nenhum lugar das Escrituras.

– Às vezes (geralmente não é o caso) isto pode ser um julgamento de Deus

> Mical, filha de Saul, esposa de Davi ....................... 2 Sm 6:23

> Muitas das queridas mulheres da Bíblia começaram estéreis. Deus interveio e

alguns destes filhos são as pessoas mais importantes da Bíblia.

– Sarai, esposa de Abrão, era estéril ................................ Gn 11:29,30

> a promessa de Deus de um filho ............................. Gn 12:2; 15:4-6; 18:10

> esforços humanos errados produzem Ismael ......... Gn 16:1-5

> Isaque nasceu de acordo com a promessa .............. Gn 21:1-7

> Raquel, esposa de Jacó, era estéril .......................... Gn 30:1

Seção G - Crescendo em Cristo CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 157

> esforços humanos em vão ....................................... Gn 30:3

> José nasceu de acordo com a vontade de Deus ..... Gn 30:22-24

– A mãe de Sansão era estéril .......................................... Jz 13:2

> o anjo promete uma criança especial .................... Jz 13:3

> Sansão nasceu ........................................................... Jz 13:24,25

– Ana, mãe de Samuel, era estéril ................................... 1 Sm 1:5

> ela ora ........................................................................ 1 Sm 1:10-17

> Samuel nasce ............................................................. 1 Sm 1:20

– A mulher sunamita que ajudou Eliseu era estéril ......... 2 Rs 4:14

> recebeu a promessa de um filho .............................. 2 Rs 4:16

> o filho nasce ............................................................. 2 Rs 4:17

> o filho é milagrosamente ressuscitado dentre os

mortos ....................................................................... 2 Rs 4:32-35

– Isabel, esposa de Zacarias, era estéril .......................... Lc 1:5-7

> a promessa do anjo Gabriel a Zacarias ................... Lc 1:13

> nasce João Batista .................................................... Lc 1:57,58

m) OUTRAS REFERÊNCIAS À FAMÍLIA

– O lar deve ser um lugar de servir aos outros ............... 3 Jo 5-8; Tt 1:8

– Os líderes cristãos devem ter lares exemplares .......... 1 Tm 3:4,5

– Não suprir as necessidades de sua família é pior do

que a incredulidade ......................................................... 1 Tm 5:8

– Muitas vezes famílias inteiras voltam-se a Cristo ..... At 16:15,33; Jo 4:53

– As famílias eram às vezes chamadas para servirem

ao Senhor juntos:

> Moisés, Aarão e Miriã ............................................. Êx 4:29; 15:20

> André e Pedro ........................................................... Jo 1:41; Mt 10:2

> Tiago e João (filhos de Zebedeu) ...........................Mt 10:2; 20:20

– As Escrituras ensinam que é apropriada a adoração

da família ........................................................................ Rm 16:5; 1 Co 16:19;

......................................................................................... Êx 12:3,4; 33:7-10

– A manutenção da presença de Deus é a chave para

uma bênção contínua ..................................................... 2 Sm 6:11

158 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção H - Morte & Final dos Tempos

H. Morte & Final dos Tempos

Índice Desta Seção

H1. MORTE FÍSICA E O ESTADO DOS MORTOS

H2. SEGUNDA VINDA (ADVENTO) DE JESUS

H3. RESSURREIÇÃO DOS MORTOS & JUÍZO FINAL

H4. CÉU E INFERNO – DESTINOS FINAIS

1. MORTE FÍSICA E O ESTADO DOS MORTOS

a) ANTIGO TESTAMENTO

– Ressurreição dos mortos ............................................... Jó 17:13; Sl 49:15; Ec 9:10;

......................................................................................... Os 13:14

– SEOL-lugar dos mortos .................................................Dt 32:22; Jó 26:6;

......................................................................................... Sl 16:10; 139:8; Pv 15:11

b) CARACTERÍSTICAS DOS MORTOS

– O corpo sem o espírito está morto ............................. Tg 2:26

– Incapazes de se moverem .............................................Mt 28:4; Ap 1:17

– Ignoram todos os acontecimentos humanos .............. Ec 9:5

– Não têm nenhuma paixão humana .............................. Ec 9:6

– Incapazes de glorificarem a Deus ................................. Sl 115:17

– Não voltam ao mundo .................................................. Jó 7:9,10; 14:10,14;

......................................................................................... Lc 16:26

c) EXPRESSÕES PROIBIDAS DE TRISTEZA OU

RESPEITO PELOS MORTOS

– Cortes ou raspagens no corpo, tatuagens .................... Lv 19:28; Dt 14:1,2

– Ofertas aos mortos ........................................................ Dt 26:14

– Tristeza desesperada como no caso dos gentios ........ 1 Ts 4:13

– Invocar os mortos ......................................................... Dt 18:11; Is 8:19

d) HISTÓRIA DA MORTE

– Predita por Deus como uma conseqüência da

desobediência .................................................................. Gn 2:17; 3:3

– Introduzida no mundo através da desobediência

do homem ....................................................................... Gn 3:19; Rm 5:12

– Todos morrerão .............................................................Hb 9:27

– Cristo Jesus conquistou a morte ................................... Rm 6:9; Ap 1:18

– Cristo nos liberta do temor da morte .......................... Hb 2:15

– Todos serão ressuscitados dentre os mortos ............... At 24:15

> alguns para a vida eterna ......................................... Rm 2:5-10; 2 Ts 1:5-10

> alguns para a punição eterna ...................................Rm 2:5-10; 2 Ts 1:5-10

– A morte será finalmente destruída por Cristo ............ Os 13:14; 1 Co 15:26

– Ninguém morrerá no Céu ............................................. Lc 20:36; Ap 21:4

– Há uma segunda morte (eterna) ................................... Ap 21:8

e) O LUGAR DOS MORTOS ANTES DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO – SEOL

– Chamado de Seol no Antigo Testamento – Seol inclui o Hades.

– PARA OS JUSTOS – Em Lucas 16:19-31, descrito como

> seio de Abraão (ou ao lado de Abraão) ................... vs. 22

> um lugar de ser consolado, abençoado, apreciado vs. 25

– PARA OS ÍMPIOS – Em Lucas 16:19-31, descrito como

> um lugar onde estão cientes da vida na terra e

um lugar de tormento .............................................. vs. 23,25,27,28

Seção H - Morte & Final dos Tempos CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 159

> um lugar de sofrimentos e de sede por causa

desta “chama” .......................................................... vs. 24

> Um “grande e intransponível abismo” faz

separação dos justos ................................................. vs. 26

> Um lugar de responsabilidade para com o

testemunho das Escrituras ....................................... vs. 29

f) O LUGAR DOS MORTOS JUSTOS APÓS A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO

– Com Cristo ..................................................................... Fp 1:22,23; 2 Co 5:8; Lc 23:43

g) O LUGAR DOS MORTOS ÍMPIOS ATÉ A ÚLTIMA RESSURREIÇÃO – HADES

– Totalmente separado do lugar dos justos .................... Lc 16:26

> os que se encontram no Hades não podem

alcançar a terra ......................................................... Lc 16:27

> os justos não podem ser mantidos no Hades

> Cristo não permaneceu no Hades ........................... At 2:27

> Jesus tem as chaves da morte e do Hades .............. Ap 1:18

> Os portões do Hades serão vencidos pela Igreja ...Mt 16:18

– A morte e o Hades são usados como uma forma de punição

> 4.° selo: 2 cavaleiros (a Morte e o Hades)

receberam poder para matar ................................... Ap 6:8

> é um lugar de tormentos descrito como sendo fogo Lc 16:23,24

> mantido para juízo, ainda que continuando a

punição deles ............................................................ 2 Pe 2:9

> o Hades libera os seus mortos antes do juízo ........ Ap 20:13

> a Morte e o Hades devem ser julgados e lançados

no Geena (Inferno) .................................................. Ap 20:14

– Quem se encontra no Hades?

> lugar das cidades impenitentes, que aguardam o juízo Mt 11:23

> o rico (ímpio) vai para o Hades ............................. Lc 16:23

> todos os incrédulos ................................................... Jo 3:18

h) OS LUGARES DE ALGUNS ANJOS ATÉ O JUÍZO FINAL

– Terra ................................................................................ Veja Seções C2,C3,C4,C5

– Tártaro

> um tenebroso lugar de cativeiro ............................. 2 Pe 2:4

> o calabouço dos anjos que estão presos para o juízo .. 2 Pe 2:4; Jd 6

> alguns demônios libertados durante o final dos

tempos ....................................................................... Ap 9:1-11

2. SEGUNDA VINDA (ADVENTO) DE JESUS

a) PREDITA ............................................................................. 1 Co 4:5; 1 Tm 6:14;

............................................................................................... 2 Tm 4:1; Mc 14:62; Jo 14:3;

............................................................................................... 21:22; At 1:11; 3:19; Hb 9:28;

............................................................................................... Jd 14,15; Tt 2:13

b) JESUS PREDIZ O SEU RETORNO Mt 24 Mc 13 Lc 21 OUTRAS

– Muitos virão e afirmarão que são Cristo :5 :6 :8

– Guerras e rumores de guerras :6 :7 :9

– Fomes e terremotos :7 :8 :11

– Perseguição da Igreja :9 :12

– Muitos se ofendem e deixam a fé :10 :9 :16

– Falsos profetas enganarão a muitos :11, 24 :22

– O Evangelho pregado em todo o mundo :14 :10

– Surgimento de um grande e cruel líder :15 :14 2 Ts 2:1-12

> aparentemente ligado à religião :15 :14

160 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção H - Morte & Final dos Tempos

Mt 24 Mc 13 Lc 21 OUTRAS

– A Sua vinda será óbvia :27 :26 :27 2 Ts 2:l-4

– Vinda com grande glória e poder :30 :26 :27 2 Ts 1:7-10;

Jd l4

– Os Seus Anjos reunirão os Seus eleitos :31 :27 1 Ts 4:15-17

– Somente o Pai sabe a hora :36 :32

– nem os anjos nem Jesus – inesperada :36

– Semelhante à época do Dilúvio :38 2 Pe 3:3-9;

2 Tm 3:l-5

– Alguns arrebatados, outros deixados :40

– Precisamos estar alertas para a Sua volta :42 :33-37 :36

– Precisamos ser encontrados fiéis :44-46 :36 :34

c) UM TEMPO DE ESPERA PELA SEGUNDA VINDA ...Mt 25

– Parábola das 10 Virgens ................................................Mt 25:1-13

> uma grande demora ..................................................Mt 25:5; 2 Pe 3:3-9

> alguns estarão prontos e entrarão, outros serão

excluídos ....................................................................Mt 25:10-12

> vigiai; não sabeis o dia nem a hora ........................Mt 25:13

– Parábola dos Talentos ...................................................Mt 25:14-30

> uma grande demora ..................................................Mt 25:19; 2 Pe 3:9

> seja encontrado ocupado e fiel ...............................Mt 25:21,23

> o servo preguiçoso é expulso ..................................Mt 25:26

– Parábola das Ovelhas e dos Bodes ................................Mt 25:31-46

> separação dos justos e ímpios .................................Mt 25:32

> alguns herdarão o Reino ..........................................Mt 25:34

> alguns serão amaldiçoados e banidos para o

fogo eterno ...............................................................Mt 25:41

d) OUTRAS ESCRITURAS RELEVANTES SOBRE O FIM DOS TEMPOS

– A volta da nação de Israel dispersa .............................. Ez 36:24-38; 37:1-14

> possivelmente cumprida em 1948, quando

Israel tornou-se uma nação novamente.

– Grande batalha final contra Israel ................................ Ez 38 e 39

– Restauração do Templo ................................................ Ez Caps. 40-48

> Alguns crêem que isto foi cumprido na Igreja ...... 1 Co 3:16,17; 6:19;

................................................................................... 2 Co 6:16; Ap 3:12

– Surgimento e queda de 4 reinos antes do triunfo de Deus Dn 2:31-45; Caps. 7-8

– Setenta semanas referentes aos eventos do fim ......... Dn 9:20-27

– Mensagem do anjo com relação à batalha final com

Israel ................................................................................ Dn 11 e 12

– Sobre grandes obstáculos, Jesus triunfa sobre tudo ..... Apocalipse

e) RESPOSTA CORRETA A ESTES EVENTOS DO “FIM DOS TEMPOS”

– Alertas, não dormindo ..................................................Mt 25:13; Mc 13:37; Ap 3:2

> a fim de orarmos ...................................................... 1 Pe 4:7

> para um auto-controle ............................................. 1 Ts 5:6,7

– Ativamente fazendo a Sua obra ...................................Mt 24:45-47; Lc 19:13

– Bem ativos no emprego, trabalhando arduamente .... 2 Ts 2:1,2; 2Ts 3:5-15

– Irrepreensíveis e santos ................................................ 2 Pe 3:11; 1 Ts 5:23

– Obediência ...................................................................... 1 Tm 6:14

– Paz em nossos corações ................................................ Jo 14:1-4

– Espera paciente .............................................................. 1 Co 1:7

– Continuando em Jesus ................................................... 1 Jo 2:28

Seção H - Morte & Final dos Tempos CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 161

– Boas ações com boas motivações ................................ 1 Co 4:5; Mt 25:34-46

– Esperançosos de um galardão ....................................... Lc 12:37; Fp 3:20,21;

......................................................................................... Cl 3:4; 1 Pe 5:4

3. RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E JUÍZO FINAL

a) AMBOS SÃO DOUTRINAS FUNDAMENTAIS ............. Hb 6:2; 1 Co 15:50-57

b) REFERÊNCIAS DO ANTIGO TESTAMENTO

– Ressurreição após a morte ............................................ Jó 19:26; Sl 49:15; Is 26:19

– Profecias sobre a ressurreição de Jesus ........................ Sl 16:10; At 2:27

– Alguns para a vida eterna, outros para vergonha ...... Dn 12:2

– Deus nos resgatará e nos redimirá da morte ...............Os 13:14

c) JESUS COMO “PRIMÍCIAS” DOS QUE FORAM

RESSUSCITADOS DENTRE OS MORTOS .....................Mt 28; Mc 16:1-14;

............................................................................................... Lc 24:1-46; Jo 20:1-31;

............................................................................................... 1 Co 15:1-11

– Muitas provas infalíveis ................................................ Lc 24:35-43; Jo 20:20,27;

......................................................................................... At 1:3

– Os crentes semelhantemente ressuscitarão ................. At 26:23; Rm 6:5;

......................................................................................... 1 Co 15:49; Fp 3:21

d) RESSURREIÇÃO DAS PESSOAS

– A ressurreição de Jesus é a nossa garantia ................... 1 Co 15:12-28

– Corpo da ressurreição .................................................... 1 Co 15:35-49

> corpo espiritual ........................................................ 1 Co 15:44

> veja “Glorificação” .................................................. Seção E12

– Quando será isto? ........................................................... 1 Co 15:50-57; 1 Ts 4:13-18

– Os justos e os ímpios serão ressuscitados .................... Jo 5:28,29; At 24:15;

......................................................................................... Ap 20:13

e) ALGUNS DUVIDAM

– Os saduceus corrigidos por Jesus ................................... Lc 20:27-38

– Alguns zombaram, outros demoraram para crer,

outros creram ................................................................. At 17:32

– Alguns falsos mestres corrigidos por Paulo ................ 1 Co 15:12; 2 Tm 2:18

f) JUÍZO FINAL -UMA DAS DOUTRINAS

FUNDAMENTAIS .............................................................. Hb 6:2

g) CIRCUNSTÂNCIAS

– Na vinda de Jesus ...........................................................Mt 25:31; 2 Tm 4:1

– A hora exata não pode ser conhecida ..........................Mc 13:32

– Administrado por Cristo Jesus ...................................... Jo 5:22,27; At 10:42;

......................................................................................... Rm 14:10; 2 Co 5:10

– De acordo com livros celestiais ................................... Ap 20:12

– Os crentes estarão com Ele .......................................... 1 Co 6:2; Ap 20:4

– Os crentes são inocentes pelo Evangelho .................. Tg 2:12

> galardoados ............................................................... 2 Tm 4:8; Ap 11:18

– Os incrédulos serão julgados culpados ..........................Mt 7:22,23; 25:41;

......................................................................................... Rm 2:12-15

– Todos devem ser julgados

> todas as pessoas ........................................................Mt 25:32; Hb 9:27; 12:23;

................................................................................... Ap 20:12

> os atuais céus e terra ................................................ 2 Pe 3:7

> os demônios serão condenados ............................... 2 Pe 2:4; Jd 6

162 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção H - Morte & Final dos Tempos

4. CÉU E INFERNO – DESTINOS FINAIS

a) CÉU, A HABITAÇÃO DE DEUS ...................................... 1 Rs 8:30; Mt 6:9

– Deus reina no Céu .......................................................... Sl 11:4; 135:6; Dn 4:35

– Deus responde do Céu ................................................... 1 Cr 21:26; 2 Cr 7:14;

......................................................................................... Ne 9:27; Sl 20:6; Mt 6:9

– Deus envia os Seus julgamentos ................................... Gn 19:24; 1 Sm 2:10;

......................................................................................... Dn 4:13; Rm 1:18

– Cristo glorificado no Céu ..............................................At 7:55,56

– Jesus como Mediador no Céu ....................................... At 3:21; Hb 6:20; 9:12,24

– Jesus Todo-Poderoso no Céu ........................................Mt 28:18; 1 Pe 3:22

b) CÉU, A HABITAÇÃO DOS ANJOS SANTOS .................Mt 18:10; 24:36

c) CÉU, A HABITAÇÃO DOS REDIMIDOS

– Preparado para nós por Deus

> Jesus nos levará lá quando voltar ........................... Jo 14:1-4; 1 Ts 4:17

> a nossa habitação futura será construída por Deus ... 2 Co 5:1; Jo 14:1-4

– Um lugar para armazenarmos o nosso tesouro para

sempre .............................................................................Mt 6:20

– Os nomes dos justos escritos no Céu ........................... Lc 10:20

– Nova Jerusalém

> uma cidade do Céu preparada para os crentes .......Ap 21:1-3

> não mais lágrimas, morte, lamentações, dores ..... Ap 21:4

> os ímpios não podem entrar ................................... Ap 21:8

d) INFERNO (GEENA) – DESTINO FINAL DOS ÍMPIOS

– Chamado de Lago de Fogo ............................................ Ap 19:20; 20:10,14,15

– Chamado de Segunda Morte ......................................... Ap 21:8

– Geena é contrastado com o Reino de Deus .................Mc 9:43-47

– Tema a Deus, que pode destruir o CORPO e a

ALMA no Inferno .........................................................Mt 10:28; Lc 12:5

e) COMO É O INFERNO?

– Imagens de Tormento e Fogo ...................................... Is 33:14; 66:24; Mt 3:12; 5:22;

......................................................................................... 13:37-42; 25:41; Mc 9:48

– Comparado

> à destruição de Sodoma e Gomorra ........................ Jd 7

> a um dilúvio, porém com fogo, e não água ........... 2 Pe 3:7

f) QUEM ESTARÁ NO INFERNO?

– Os ímpios ........................................................................ Is 33:14

– Os rebeldes contra Deus ................................................ Is 66:24

– Os caluniadores ..............................................................Mt 5:22; Tg 3:6

– Os que desviam as crianças ...........................................Mt 18:8,9; Mc 9:42-48

– Os fariseus .......................................................................Mt 23:33

– Os iníquos .......................................................................Mt 25:41

– Os que têm a marca da besta ......................................... Ap 14:9,10

– A besta e o falso profeta ............................................... Ap 19:20

– O diabo ............................................................................Ap 20:10

– A morte e o Hades ......................................................... Ap 20:14

– Os que não estão no Livro da Vida .............................. Ap 20:15

– Os tímidos, os incrédulos, os abomináveis, os

homicidas, os imorais sexualmente, os feiticeiros,

os idólatras, os mentirosos ...........................................Ap 21:8

Seção I - Outros Temas de Importância CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 163

I. Outros Temas de Importância

Índice Desta Seção

I1. OS DEZ MANDAMENTOS

I2. CURA DIVINA DO CORPO

I3. MARIA – MÃE DE JESUS

I4. NOME DE JESUS

1. OS DEZ MANDAMENTOS

a) A INTENÇÃO DOS MANDAMENTOS É O AMOR

– Ama o Senhor Deus .......................................................Mt 22:37-40

> mandamentos l-4 ..................................................... Êx 20:1-11

– Ama o próximo como a ti mesmo ..............................Mt 22:37-40; Rm 13:9

> mandamentos 5-10 .................................................. Êx 20:12-17

– O capítulo do AMOR..................................................... 1 Co 13:1-8

b) O PROPÓSITO DA LEI

– Dar-nos o conhecimento do pecado ........................... Rm 3:20; 7:7

– A Lei como uma prisão para nos refrear .................... Gl 3:23

– A Lei como um mestre ou guardião ............................. Gl 4:1-5

– A Lei não aperfeiçoou nada .......................................... Hb 7:19

– O sacrifício de Jesus fez o que a Lei era incapaz de fazer Rm 8:3,4

> devemos viver uma vida dirigida pelo Espírito

de Deus, em vez de vivermos pela Lei .................. Rm 8:13,14

c) OS DEZ MANDAMENTOS

– A desobediência vem de nossos próprios corações ....Mc 7:21-23; Rm 1:28-32

– # No.l – Nenhum outro deus ........................................ Êx 20:3; Dt 5:7

> o início do nosso relacionamento com Deus

> Jesus cita o Mandamento No. l durante a

Sua tentação ..............................................................Mt 4:10

– # No. 2 – Contra o fazer e adorar ídolos .................... Êx 20:4-6; Dt 5:8-10

> Deus é um Espírito, e não um objeto ..................... Jo 4:24

> adore o Criador, e não a criatura ............................ Rm 1:25

– # No. 3 – Não usar erroneamente o Nome de Deus .. Êx 20:7; Dt 5:11

> importância do Nome Jesus .................................... Fp 2:9-11

– # No. 4 – Lembrar-se do sábado .................................. Êx 20:8-11; Dt 5:12-15

> alguns honram um dia, alguns todos os dias .......... Rm 14:5-8

> Israel guardava o Sábado, MAS nunca entrou no

Descanso de Deus ..................................................... Hb 3:7-11; Sl 95:7-11

> Deus deseja um coração que crê .............................. Hb 3:12,19

> impossível entrarmos no Descanso do Sábado

através das obras; precisamos de fé em Deus,

e não em nós próprios ............................................. Hb 4:1-3

> o importante é descansarmos de nossas próprias

obras, e não guardarmos um dia especial ............... Hb 4:8-11

– # No. 5 – Honrar pai e mãe ......................................... Êx 20:12; Dt 5:16

> o primeiro mandamento com uma promessa ....... Ef 6:2

> exemplo do nosso amor por Deus Pai ...................Ml 1:6

> os fariseus e mestres da lei tentaram usar o No. l

para desobedecerem o No. 5 – corações ímpios ...Mt 15:1-6

– # No. 6 – Não matar ..................................................... Êx 20:13; Dt 5:17

> não se refere aos animais ........................................ Gn 9:1-3

164 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção I - Outros Temas de Importância

> o ódio é como o homicídio .....................................Mt 5:21,22

– # No. 7 – Não cometer adultério ................................. Êx 20:14; Dt 5:18

> o adultério é uma obra da carne não redimida ...... Gl 5:19

> o casamento tipificava a Cristo e a Igreja ............ Ef 5:22-33

> o ensino de Jesus sobre o adultério .........................Mt 5:27,28

> o ensino de Jesus sobre o divórcio ..........................Mt 5:31,32; Seção G9

– # No. 8 – Não roubar .................................................... Êx 20:15; Dt 5:19

> ao contrário, trabalhar para poder dar .................. Ef 4:28

– # No. 9 – Não dar falsos testemunhos ........................ Êx 20:16; Dt 5:20

> Satanás usa erroneamente a Palavra de Deus ........ Gn 3:1-3

> é impossível que Deus minta ................................... Hb 6:18

> nenhum mentiroso na Nova Jerusalém ................. Ap 21:27

– # No. 10 – Não cobiçar ................................................ Êx 20:17; Dt 5:21

> deveríamos tentar agradar o nosso próximo ........ Rm 15:2

> estar contentes, quaisquer que sejam as nossas

circunstâncias ........................................................... Fp 4:11

2. CURA DIVINA DO CORPO

a) O QUE DEUS PENSA SOBRE A CURA

– A cura dos enfermos é obra de Deus ............................ Jo 9:1-4

– A cura dos enfermos é para a glória de Deus .............. Jo 11:4

– É bom curar os enfermos ..............................................Mt 12:10-12

– Jesus estava disposto a curar os enfermos ..................Mt 8:3,7

– Jesus deu aos discípulos o poder de cura ......................Mt 10:1

– Os justos morrem – alguns de enfermidades ............... 2 Rs 13:14

> portanto, não perca a fé se alguns não forem curados

b) PROMETIDA POR DEUS

– Proteção fornecida pela obediência a Deus ................ Êx 15:26

– A sabedoria de Deus é saúde para todo o corpo .......... Pv 4:20-22

> principalmente, guarde o seu coração .................... Pv 4:23

– Através de Jesus (pelas Suas feridas somos curados) .. Is 53:5; 1 Pe 2:24

c) CAUSAS DE ENFERMIDADES

– Problemas na terra devido ao pecado de Adão ........... Gn 3:16-19

> toda a Criação geme por causa da maldição ..........Rm 8:22

> as pessoas também estão aguardando corpos

redimidos ...................................................................Rm 8:23

– As enfermidades como um julgamento de Deus

> causadas pela desobediência .................................... Lv 26:15,16

> causadas pela rebeldia ............................................... Sl 107:17,18

– As enfermidades como uma tribulação de Deus, nas mãos de Satanás

> o corpo de Jó é afligido ........................................... Jó 2:6,7

> Deus está provando o amor e a lealdade de Jó ...... Jó 2:3-5

> Paulo estava enfermo devido a um mensageiro

de Satanás .................................................................. 2 Co 12:7

> os justos sofrem – Antigo Testamento ............... 2 Rs 20:1-3; Dn 8:27

– Novo Testamento .............. At 9:37; Fp 2:27

d) MEIOS DE CURA

– Veja “Dons Espirituais” ................................................ Seção F11

> veja “Jesus” ............................................................... Seção B9

> veja “Discípulos” ..................................................... Seção F11

– Através da oração .......................................................... Gn 20:17; 2 Rs 20:5;

......................................................................................... Tg 5:16; At 28:8

Seção I - Outros Temas de Importância CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 165

– Pela imposição de mãos, ou pelo toque ...................... Mt 14:36; Mc 3:10; 5:23; 6:5;

......................................................................................... Lc 4:40; 6:19; 8:47; 22:51;

......................................................................................... At 28:8

– Árvore da Vida para uma cura contínua ...................... Rm 22:2

– Médicos mencionados – Antigo Testamento ............. Gn 50:2; 2 Cr 16:12; Jr 8:22

– Novo Testamento ............Mt 9:12; Mc 2:17;

............................................... Lc 4:23; 5:31

e) CONDIÇÕES PARA A CURA

– Você quer ficar bom? ..................................................... Jo 5:6

– Perdão dos pecados ........................................................Mt 9:5,6

> perdoar os outros para sermos perdoados .............Mt 6:14; Mc 11:25

> confesse os seus pecados ......................................... Tg 5:15,16; 1 Jo 1:9

> o arrependimento leva à cura ................................. Sl 107:19,20

– A fé é necessária ............................................................ At 14:9; Mt 9:28,29

– A autoridade de Jesus é necessária ................................ Lc 9:1

– A oração e o jejum podem ser necessários ..................Mt 17:21

f) PORQUE ALGUNS NÃO SÃO CURADOS

– A escolha de Deus não é a escolha do homem ........... Lc 4:27

> Jesus curou somente um homem em Betesda ........ Jo 5:2-10

> Deus escolhe quem Ele quiser ................................. Jo 5:21

– Incredulidade ou falta de fé ...........................................Mt 13:58; 17:20; Mc 6:5,6

– Milagre perdido por causa de dúvida

(Pedro sobre a água) ......................................................Mt 14:31

– Se não pedimos não recebemos .................................... Tg 4:2; Mt 21:22; Jo 16:23,24

> alguns pedem por motivos egoísticos .................... Tg 4:3

g) UNÇÃO COM ÓLEO (2 Escrituras do Novo Testamento)

– Antes da vinda do Espírito Santo ................................Mc 6:13

– Tiago aos crentes judeus ............................................... Tg 1:1; 5:14

– Nenhuma referência a Jesus e os discípulos

(no Livro de Atos) usando óleo. O óleo é um símbolo

da cura. Alguns são ajudados por serem ungidos com

óleo quando é feita uma oração de cura.

3. MARIA – MÃE DE JESUS

a) ESCOLHIDA POR DEUS

Maria é especial no sentido de que ela é a mãe de Jesus. A Bíblia, no entanto, não a honra

mais do que os outros servos escolhidos de Deus.

– O Anjo Gabriel apareceu a Maria ................................. Lc 1:26,27

> Gabriel também apareceu a Daniel ......................... Dn 8:16; 9:21

> Gabriel também apareceu a Zacarias ...................... Lc 1:19

– Maria é chamada de “agraciada de Deus” ................ Lc 1:28

> Daniel também é chamado de “agraciado de Deus” Dn 10:11

– Há várias “Marias” na Bíblia. É a Maria, irmã de Lázaro e de Marta, que Jesus honra,

dizendo: “...onde quer que este Evangelho for pregado em todo o mundo, também

será contado o que ela fez em memória dela” ......... Mt 26:13; Mc 14:9

b) VIRGINDADE

– Virgem na época do nascimento de Jesus .................... Lc 1:27; Mt 1:23

> José não teve nenhuma relação sexual com

Maria antes do nascimento de Jesus .......................Mt l:25

> José teve relações sexuais com Maria após o

nascimento de Jesus .................................................Mt l:25

– Maria e José tiveram muitos filhos

166 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção I - Outros Temas de Importância

> filhos: Tiago, José, Simão e Judas ..........................Mt 13:55

> Tiago, o irmão do Senhor ....................................... Gl 1:19

> a mãe e os irmãos de Jesus ......................................Mt 12:46,47; Mc 3:31,32

> a mãe, os irmãos e irmãs de Jesus ...........................Mt 13:55,56

> a mãe, os irmãos e discípulos de Jesus .................... Jo 2:12

> os irmãos de Jesus não criam n’Ele ........................ Jo 7:5

> após a ressurreição, os Seus irmãos creram ........... 1 Co 9:5

c) O RELACIONAMENTO DE JESUS COM MARIA, SUA MÃE

– Obediente a Maria e José quando criança .................... Lc 2:51

– Ele a chama de “Mulher” ............................................. Jo 2:4; 19:26

– Ele a coloca sob os cuidados do Seu melhor amigo .... Jo 19:26

d) O RELACIONAMENTO DE MARIA COM JESUS

– Ela seguia a Jesus ............................................................Mt 27:55,56

> para uma identificação clara, veja ..........................Mt 13:55

– Ela espera com os discípulos pelo Espírito Santo ...... At 1:14

e) CARÁTER DE MARIA

– Submissa a Deus e à Sua vontade para ela ................... Lc 1:38

– Creia na palavra de Deus (fé) ....................................... Lc 1:46-55

– Pura e virgem antes do nascimento de Jesus .............. Lc 1:27

– Uma adoradora de Deus ................................................ Lc 1:46

f) CONCLUSÕES SOBRE MARIA

– Maria foi uma mulher maravilhosa, virtuosa e obediente,

que amava a Deus e deveria ser respeitada e apreciada.

– Maria foi escolhida por Deus para o mais honroso

dever de dar à luz Jesus, o Qual, de acordo com a

carne, veio de Maria e, de acordo com o Espírito,

veio de Deus. Não é correto chamarmos

> Maria de “mãe de Deus”. É apropriado dizermos

que ela é a mãe do Homem Jesus.

– Maria seguia e obedecia a Jesus, semelhantemente

a todos os outros crentes .............................................. Jo 2:5

– Maria esperou pela promessa de Jesus, o Espírito

Santo, juntamente com os outros crentes .................. At 1:14

– Nenhuma outra menção é feita a Maria, a mãe de

Jesus, após o Pentecostes.

– Os reis magos adoraram a Jesus, mas não

adoraram a Maria ...........................................................Mt 2:11

– Temos o mandamento para que tudo o que fizermos,

em palavras ou ações, fosse feito em Nome de Jesus

Cl 3:17; Mc 9:39; Lc 2:21; Jo 10:25; 20:31; At 2:38; 3:6; 4:10,18,30; 5:40;

8:12,16; 9:27,29; 16:18; 19:5,13,17; 21:13; 26:9; 1 Co 5:4; 6:11; Ef 5:20; Fp 2:10;

Cl 3:17; 2 Ts 1:12; 3:6; 1 Jo 3:23

Não há nenhum versículo bíblico dizendo-nos para adorarmos a Maria, orarmos a

Maria, pedirmos que ela interceda por nós, nem para fazermos qualquer coisa em nome

de Maria.

4. NOME DE JESUS

a) NOMES E TÍTULOS DADOS A JESUS

– Jesus (Jeová é Salvação) ................................................Mt 1:21

– Emanuel (Deus Conosco) .............................................Mt 1:23

– Cristo (Ungido, Messias) ...............................................Mt 1:17

Seção I - Outros Temas de Importância CONCORDÂNCIA TEMÁTICA / 167

– Potentado (Senhor), (Poderoso Príncipe) .................. 1 Tm 6:15

– Rei de reis e Senhor de senhores .................................. 1 Tm 6:15; Ap 19:16

– Senhor Jesus .................................................................... At 8:16

– Senhor Jesus Cristo ........................................................ Ef 5:20

– Deus ................................................................................. Jo 1:1,14

– Filho de Deus .................................................................. l Jo 5:13; Jo 3:18

– Palavra ............................................................................ Jo 1:1,14

– Jesus Cristo .....................................................................Mt 1:1

– Palavra de Deus .............................................................. Ap 19:13

– Maravilhoso Conselheiro ............................................. Is 9:6

– Poderoso Deus ............................................................... Is 9:6

– Pai Eterno ...................................................................... Is 9:6

– Último Adão ................................................................... 1 Co 15:45

– Príncipe da Paz .............................................................. Is 9:6

– Noivo ..............................................................................Mt 9:15

– Sumo Pastor ................................................................... 1 Pe 5:4

– Cordeiro de Deus ............................................................ Jo 1:29

– Pedra Principal da Esquina ........................................... 1 Pe 2:6,7

– Filho do Homem ............................................................Mt 8:20

– O Caminho, a Verdade e a Vida .................................... Jo 14:6

– Luz ................................................................................... Jo 8:12

– Pão da Vida ..................................................................... Jo 6:51

– Pedra Viva ....................................................................... 1 Pe 2:4

– Leão de Judá ................................................................... Ap 5:5

– Mediador ......................................................................... 1 Tm 2:5

– Sumo Sacerdote .............................................................. Hb 6:20

– Salvador .......................................................................... Lc 2:11

– Descendência de Davi ................................................... 2 Tm 2:8

– e muitos outros

b) IMPORTÂNCIA DO NOME DE JESUS

– É o Nome sobre todo outro nome ............................... Fp 2:9

> todos reconhecerão a Jesus como Senhor ............. Fp 2:10,11

– O mandamento de Deus é crermos no Nome de Jesus .. 1 Jo 3:23

– A Igreja é identificada como sendo aqueles que

invocam o Nome de Jesus ............................................. 1 Co 1:2

– Tudo o que fizermos deveria ser em Nome de Jesus .. Cl 3:17

> Pedro pregou o batismo em Nome de Jesus .......... At 2:38

> veja também “Batismo” .......................................... Seção G2

> o coxo foi curado em Nome de Jesus ..................... At 3:6; 4:10

> a nossa salvação é em Nome de Jesus .................... At 4:12

> milagres são feitos em Nome de Jesus ...................Mc 9:39; At 4:30

> Paulo pregou em Nome de Jesus ............................. At 9:27-29

> Filipe pregou o Reino de Deus e o Nome de Jesus At 8:12

> Paulo e Barnabé arriscaram as suas vidas pelo

Nome de Jesus ........................................................... At 15:25,26

> Paulo estava disposto a morrer pelo Nome de Jesus At 21:13

> Paulo admoestava e corrigia em Nome de Jesus ... 1 Co 1:10; 5:4

> somos lavados, santificados, e justificados em

Nome de Jesus ........................................................... 1 Co 6:11

> agradecemos a Deus Pai em Nome de Jesus .......... Ef 5:20

> espíritos malignos expulsos em Nome de Jesus .... At 16:18

> até mesmo os incrédulos usavam o Nome de Jesus .. At 19:13

168 / CONCORDÂNCIA TEMÁTICA Seção I - Outros Temas de Importância

c) OPOSIÇÃO AO NOME DE JESUS

– Jesus veio em Nome do Seu Pai, mas não foi recebido .. Jo 5:43

– O Sinédrio proibiu os discípulos de ensinarem em

Nome de Jesus ................................................................At 4:18; 5:40

– Saulo combatia o Nome de Jesus ..................................At 26:9-12

– Falsos Cristos virão em Nome de Jesus .......................Mt 24:5; Mc 13:6; Lc 21:8

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

GUIA DE TREINAMENTO DE LÍDERES

A. TREINAMENTO BÁSICO DE LÍDERES

Al: Como Treinar Líderes de Igrejas .................................................................... 173

A2: Treinando os Líderes a .................................................................................... 184

A3: O Uso e Abuso da Autoridade .......................................................................... 267

A4: Estabelecendo um Hábito Devocional ........................................................... 288

A5: Como Ser um Guerreiro de Oração ................................................................ 316

B. LIDERANÇA CRISTÃ VITORIOSA

B1: A Vida Cristã Vitoriosa .................................................................................... 367

B2: Chaves Para a Autoridade Espiritual .............................................................. 408

C. O QUE OS LÍDERES PRECISAM SABER SOBRE...

C1: O Cânon das Escrituras ................................................................................... 431

C2: A Igreja Mundial ............................................................................................... 442

C3: O Motivo Pelo Qual Deus Criou o Homem .................................................. 448

C4: Os Sinais e Maravilhas Hoje ........................................................................... 451

C5: Os Cinco Dons de Liderança .......................................................................... 472

C6: A Restauração da Igreja ................................................................................... 475

C7: A Doutrina da Segurança Eterna .................................................................... 492

C8: Dízimos/Doações ............................................................................................. 505

C9: As Mulheres no Ministério ............................................................................. 509

C10: As Sete Festas do Senhor ................................................................................ 532

Cl1: Os 500 Anos Entre os Testamentos .............................................................. 583

D. COMO OS LÍDERES PODEM...

Dl: O Batismo no Espírito Santo e Dons do Espírito Santo ............................. 601

D2: Aprenda a Julgar a Profecia ............................................................................ 626

D3: Faça com que a Fé Deles Cresça ..................................................................... 630

D4: Use o Poder da Confissão de Fé ..................................................................... 643

D5: A Cura dos Corpos Enfermos ......................................................................... 647

D6: Cure a Alma Ferida .......................................................................................... 675

D7: Evite a Presunção na Cura .............................................................................. 692

D8: Evite Extremismos na Cura ........................................................................... 697

D9: Expulsai os Demônios ..................................................................................... 707

D10: Use Armas Espirituais ...................................................................................... 731

Dl1: Confie em Deus Para Prover o Dinheiro ...................................................... 737

D12: Obtendo a Orientação Divina ........................................................................ 742

D13: Prepare um Sermão / Estudo da Bíblia ........................................................... 748

E. COMO JESUS CONSTRÓI A SUA IGREJA ATRAVÉS...

El: As Três Partes da Igreja .................................................................................. 783

Parte l: A Edificação da Igreja ........................................................................ 783

Parte 2: Os Líderes da Igreja .......................................................................... 811

Parte 3: Membros dos Ministérios da Igreja ................................................. 831

E2: Louvor e Adoração .......................................................................................... 851

E3: Quebrando a Barreira Babilônica .................................................................... 890

E4: Aprender Como Ganhar Almas ...................................................................... 901

E5: Dar Instruções aos Novos Convertidos ......................................................... 935

E6: Planejamento Para o Crescimento da Igreja ................................................ 955

E7: Conservando a Colheita .................................................................................. 988

F. RECOMPENSAS / JULGAMENTOS

Fl: O Certificado de Aprovação de Deus ........................................................... 1035

F2: Coroas/Galardões ........................................................................................... 1051

F3: Julgamento de Obreiros Indisciplinados ...................................................... 1056

G. ESCATOLOGIA

Gl: As Últimas Coisas ........................................................................................... l071

G2: Adoção ............................................................................................................ 1079

GUIA DE TREINAMENTO DE LÍDERES

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

Seção A

TREINAMENTO BÁSICO DE LÍDERES

A1: Como Treinar Líderes de Igrejas

A1.1 - O Treinamento de Líderes ......................................................... 171

A2: Treinando os Líderes a...

Prefácio ................................................................................................... 184

A2.1 - Esperar no Senhor ...................................................................... 185

A2.2 - Ouvir a Voz de Deus .................................................................. 192

A2.3 - Obedecer a Voz de Deus ............................................................ 201

A2.4 - Resistir com Paciência ............................................................... 208

A2.5 - Aprender com a Vida de José ..................................................... 218

A2.6 - Evitar a Possibilidade de se Tornar Uma Baixa .......................... 224

A2.7 - “Fugir da Fornicação!” ............................................................... 232

A2.8 - Rejeitar a Cobiça / Idolatria ........................................................ 242

A2.9 - Receber a Tripla Unção ............................................................. 254

A3: O Uso e Abuso da Autoridade

A3.1 - Abuso da Autoridade ................................................................. 267

A3.2 - Limites da Autoridade ................................................................ 274

A3.3 - Líderes Dignos dos Seguidores .................................................. 279

A4: Estabelecendo um Hábito Devocional

A4.1 - A Restauração do Hábito Devocional ........................................ 288

A4.2 - Ações de Graças e Louvor (Oferecendo-se a si Mesmo) ........... 293

A4.3 - Confissão e Purificação (Oferecendo o seu Coração) ................ 295

A4.4 - Ordem e Obediência (Oferecendo o seu Dia) ............................. 299

A4.5 - Família e Igreja (Dedicando as Pessoas Mais

Chegadas e Queridas) ................................................................. 303

A4.6 - Intercessão a Fim de Alcançarmos o Mundo Para Jesus ........... 306

A4.7 - Nações e Países Estrangeiros (Oferecendo o Mundo Inteiro) ... 313

A5: Como Ser um Guerreiro de Oração

A5.1 - Por que Deus Pede que Oremos a Ele? ...................................... 316

A5.2 - A Couraça e o Cetro da Retidão ................................................. 321

A5.3 - O Poder da Oração Quando se Ora no Espírito ......................... 331

A5.4 - O Uso de Línguas e de Interpretação de Línguas na Oração ...... 337

A5.5 - Oração Através da Profecia ........................................................ 348

A5.6 - A Formação de Uma Equipe de Oração Profética ...................... 355

A

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS SEÇÃO A1 / 173

Capítulo 1

O Treinamento de Líderes

Há TRÊS FAMOSOS IMPEDIMENTOS

para a divulgação do Evangelho, que obstruem

a evangelização daqueles que nunca

ouviram as boas novas sobre o que Jesus

fez para salvar e abençoar a todas as nações.

São eles:

• CLERICALISMO

• DEFICIÊNCIAS DA DOUTRINA

• CONSTRUÇÃO DA CATEDRAL

Nesta seção, Como Treinar Líderes de

Igrejas, você aprenderá como superar o

CLERICALISMO. Trataremos dos outros

dois impedimentos nas seções subseqüentes.

Se você seguir a alternativa bíblica para

Clericalismo, você será mais eficaz em ajudar

a Jesus a edificar a Sua Igreja.

2.500.000 israelitas seguiram Moisés

saindo do Egito para o deserto. As deficiências

do estilo austero de liderança de Moisés,

demonstram CLERICALISMO.

“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés

assentou-se para julgar o povo; e o povo

estava em pé diante de Moisés desde a manhã

até à tarde.

“Vendo pois o sogro de Moisés tudo o

que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que

tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e

todo o povo está em pé diante de li, desde a

manhã até à tarde?

“Então disse Moisés a seu sogro: É porque

este povo vem a mim, para consultar a

Deus: Quando tem algum negócio vem a

mim, para que eu julgue entre um e outro, e

lhes declare os estatutos de Deus, e as Suas

leis.

“O sogro de Moisés porém lhe disse:

Não é bom o que fazes.

“Totalmente desfalecerás, assim tu,

como este povo que está contigo: porque

este negócio é muito difícil para ti; tu só

não o podes fazer.

“Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei,

e Deus será contigo; Sê tu pelo

povo diante de Deus, e leva tu as coisas a

Deus;

“E declara-lhes os estatutos e as leis, e

faze-lhes saber o caminho em que devem

andar, e a obra que devem fazer.

“E tu dentre todo o povo procura homens

capazes, tementes a Deus, homens

de verdade, que aborreçam a avareza; e

põe-nos sobre eles por maiorais de mil,

maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e

maiorais de dez;

“Para que julguem este povo em todo o

tempo, e seja que todo o negócio grave tragam

a ti, mas todo o negócio pequeno eles o

julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da

carga, e eles a levarão contigo” (Êx 18:13-

22).

O clericalismo está tentando fazer a obra

para a qual Deus chamou você para realizar

por você próprio, sem o conselho ou ajuda

de outra pessoa. O clericalismo está colocando

você próprio, SOBRE os outros, em

vez de vê-lo como o servo de outros.

“E qualquer que entre vós quiser ser o

primeiro seja vosso servo; Porém o maior

dentre vós será vosso servo” (Mt 20:27;

23:11). Aqueles que permanecerem na armadilha

do Clericalismo falharão no cumprimento

do verdadeiro propósito de um

líder de igreja.

O clericalismo só pode ser resolvido pelo

SEÇÃO A1

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS

Ralph Mahoney

174 / SEÇÃO A1 A1.1 – O Treinamento de Líderes

uso dos princípios do ministério utilizado

por Jesus e pelo Apóstolo Paulo, no Novo

Testamento.

A solução para o clericalismo é constituir

uma equipe. Aplique o seu tempo e

recursos nessa equipe e deixe que ela o ajude

com a obra para a qual Deus o chamou.

Você será bem-sucedido na formação da

equipe, se seguir os princípios dados a

Moisés pelo seu sogro Jetro, e por Deus.

Sem eles Moisés teria fracassado. Sem eles,

você fracassará como um líder de igreja.

Examinaremos, a seguir, os cinco princípios

dados a Moisés. Neles, encontraremos

a nossa solução para o problema do clericalismo.

A. CINCO PRINCÍPIOS DADOS A

MOISÉS

1. Treine Outros Para Ajudar

“Eu só não posso levar a todo este povo,

porque muito pesado é para mim. E se assim

fazes comigo, mata-me, eu to peço...”

(Nm 11:14,15).

Moisés estava pedindo a Deus que o

matasse, por causa dos problemas resultantes

do clericalismo. O clericalismo estava

matando Moisés.

E matará você!

Para ajudá-lo com este problema, Deus

falou à Moisés (Nm 11) e em Êxodo 18,

Jetro (o sogro de Moisés) também falou à

Moisés, dizendo a mesma coisa.

Quando Moisés ouviu a Deus e a Jetro,

ele descobriu que a solução do seu problema

começava com o treinamento de outras

pessoas.

“E disse o SENHOR a Moisés: Ajuntame

setenta homens dos anciãos de Israel,

de quem sabes que são anciãos do povo, e

seus oficiais: e os trarás perante a tenda da

congregação, e ali se porão contigo.” (Nm

11:16).

“E tu dentre todo o povo procura homens

capazes, tementes a Deus, homens

de verdade, que aborreçam a avareza; e

põe-nos sobre eles por maiorais de mil,

maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e

maiorais de dez. Para que julguem este

povo em todo o tempo...” (Êx 18: 21,22).

Os versículos das Escrituras, que vêm a

seguir, nos ensinam que os dons de liderança

foram dados à Igreja para treinar os membros

para que façam a obra do ministério.

Este era o propósito do ministério de

Moisés, só que ele não sabia.

O trabalho do líder é treinar e equipar os

membros da igreja, que tenham potencial de

líder. Esses membros, então, fariam a obra

do ministério.

“Aquele que desceu é também o mesmo

que subiu acima... E Ele mesmo deu uns para

apóstolos, e outros para profetas, e outros

para evangelistas, e outros para pastores e

doutores; Querendo o aperfeiçoamento dos

santos, para a obra do ministério para edificação

do corpo de Cristo” (Ef 4:10-12).

a. Uns Ensinam aos Outros. Paulo nos

ensina que o propósito principal de um líder

de igreja é treinar outros crentes.

Paulo explicou isto ao jovem Timóteo

cujo trabalho, como um líder de igreja, era

treinar outros crentes. O treinamento que

ele havia recebido de Paulo deveria ser passado

a outros crentes devotos.

“E o que de mim, entre muitas testemunhas,

ouviste, confia-o a homens fiéis, que

sejam idôneos para também ensinarem os

outros.” (2 Tm 2:2).

Seguindo os princípios de ensinamento

de Paulo, outros iniciariam uma corrente de

reação de multiplicação, que motivaria a divulgação

do Evangelho rapidamente, pelo

mundo inteiro.

O quadro que seguirá, mostra o que acontecerá

se você treinar UM outro crente devoto,

por um período de UM ano.

No segundo ano, você e o outro crente a

quem você treinou, treinariam cada um, a

um outro crente e, mantendo esse processo,

após trinta e três anos, observe o que

aconteceria. Isso mostra o princípio bíblico

de “CADA UM ENSINA UM”.

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS SEÇÃO A1 / 175

CADA UM – ENSINA UM dões salvas. “O Senhor... não querendo que

alguns se percam, senão que todos venham

a arrepender-se.” (2 Pe 3:9). Ele nos tem

concedido princípios para assegurarmos

este resultado.

b. Frutos que Permanecem. Em 1959,

o autor estava ministrando no país da Nicarágua,

na América Central. A seguinte pergunta

foi feita a um sábio e idoso líder de

igreja: “Como você seria capaz de fundar

quinhentas igrejas na América Central, em

trinta anos?” Em resposta, ele contou a seguinte

história:

“Fui para a Guatemala em 1929, como

missionário. Imediatamente, comecei a visitar

vilarejos onde crentes não “nascidos

de novo” poderiam ser encontrados. Preguei

e curei enfermos durante seis noites.

Todas as noites eu convidava os pecadores

a virem receber o perdão de Jesus, pelos

seus pecados. Muitos vinham todas as

noites.

“Eu batizava os novos crentes na água e

seguia até ao próximo vilarejo, repetindo

o processo. Eu achava que estava ganhando

cerca de cem almas para Cristo, cada

semana, pois este era o número de pessoas

que eu batizava.

“Escrevi à igreja da minha terra natal,

que me sustentava, e contei a história do

meu sucesso todo. Era inacreditável! Eu

estava ganhando mais de cinco mil almas

para Cristo, a cada ano.

“Após dois anos e cem vilarejos visitados,

decidi voltar e visitar Iodos aqueles

vilarejos, pela segunda vez.

“Fui ao primeiro deles e, para meu espanto,

Iodos os meus convertidos haviam se

tornado ‘revertidos’ – eles haviam voltado

às suas práticas pagãs e não estavam vivendo

a sua vida de acordo com a Bíblia. Não

havia cultos nas igrejas e ninguém liderava

ou ensinava aos novos crentes, e aqueles a

quem eu havia deixado no comando não tinham

continuado a seguir Jesus.

“Fui ao segundo, ao terceiro, ao quarto e

ao quinto vilarejo e a história era sempre

AO FINAL DO

Ano 1

Ano 2

Ano 3

Ano 4

Ano 5

Ano 6

Ano 7

Ano 8

Ano 9

Ano 10

Ano 11

Ano 12

Ano 13

Ano 14

Ano 15

Ano 16

Ano 17

Ano 18

Ano 19

Ano 20

Ano 21

Ano 22

Ano 23

Ano 24

Ano 25

Ano 26

Ano 27

Ano 28

Ano 29

Ano 30

Ano 31

Ano 32

Ano 33

NÚMERO DE

PESSOAS TREINADAS

24

8

16

32

64

128

256

512

1.024

2.048

4.096

8.192

16.384

32.768

65.536

131.072

262.144

524.288

1.048.576

2.097.152

4.194.304

8.388.608

16.777.216

33.554.432

67.108.864

134.217.728

268.435.456

536.870.912

1.073.741.824

2.147.483.648

4.294.967.296

8.589.934.592

Se cada crente ensinasse a outro crente,

no final de 33 anos o número de pessoas

treinadas seria maior do que a população do

mundo. Se fizéssemos as coisas à maneira

da Bíblia, teríamos resultados bíblicos.

“Ora ia com ele uma grande multidão...

E a multidão dos que criam no Senhor, tanto

homens como mulheres, crescia cada vez

mais” (Lc 14:25; At 5:14). Este é o desejo

de Deus, ter multidões para seguir a Jesus.

“Depois destas coisas olhei, e eis aqui

uma multidão, a qual ninguém podia contar,

de todas as nações, e tribos, e povos, e

línguas, que estavam diante do trono, e perante

o Cordeiro, trajando vestidos brancos...”

(Ap 7:9). Sim! O Senhor quer multi176

/ SEÇÃO A1 A1.1 – O Treinamento de Líderes

a mesma, em cada um deles. Fiquei com o

coração partido. O que eu pensara ter sido

dois anos de ministério bem-sucedido, não

havia produzido fruto permanente.

“As palavras de Jesus estavam soando

nos meus ouvidos:

“Não me escolhestes vós a mim, mas

Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para

que vades e deis fruto, e o vosso fruto

permaneça...” (Jo 15:16).

“Eu não tinha fruto permanente. O que

fazer? Direcionei o meu coração para buscar

ao Senhor, com jejum e oração. Durante

aquele tempo, o Senhor falou comigo

claramente. Ele disse: ‘Eu não enviei

você para evangelizar a América Central

sozinho. Eu o enviei para treinar outros

crentes.’

“O Senhor me mostrou dois princípios

importantes. Primeiro: Treinar outros

crentes para que tomem a responsabilidade

de liderança! Segundo: Trabalhe onde

Deus está trabalhando!

“Imediatamente, me dediquei a organizar

uma Escola Bíblica com curso de treinamento

com a duração de seis meses. Cerca

de cinqüenta estudantes completou o

curso.

“Pouco depois disso, tive informações,

das áreas da floresta, de que milagres e curas

estavam ocorrendo. As pessoas tinham visões

de Jesus e, como resultado dos milagres

de cura, elas estavam se convertendo.

“Então eu me lembrei do seguinte: “Trabalhe

onde Deus está trabalhando”. Imediatamente,

levamos os operários treinados

para aquela área, o que resultou numa

grande colheita de almas. Eles fundaram

igrejas em cada um dos vilarejos e cuidaram

dos novos crentes dando-lhes, também,

ensinamentos. Isto produziu ‘fruto

permanente’.

“Tenho seguido estes dois princípios, desde

1931: (l) Treinar outros crentes e (2)

trabalhar onde Deus está trabalhando!

“Hoje temos cinco pequenos Institutos

de Treinamento Bíblico, onde mais de mil

operários têm sido treinados. As quinhentas

igrejas são o ‘fruto permanente’ daquele

povo jovem da América Central, treinado

por nós. Eles partiram para os lugares

onde sabiam que Deus estava trabalhando

e conseguiram um grande e frutífero

resultado.”

Por volta de 1989 (30 anos após eu haver

encontrado aquele querido missionário), o

movimento da igreja na América Central havia

crescido para muitos milhares de igrejas.

c. Descobrir os Líderes Certos. O Senhor

disse à Moisés: “... Ajunta-me setenta

homens... de quem sabes que são anciãos

[líderes]...”

Como você pode reconhecer um líder?

Observe quantos são os seus seguidores. Se

ninguém o estiver seguindo, você não tem

um líder.

Quando você vai ao campo para trazer

um rebanho de cinqüenta vacas leiteiras para

serem ordenhadas, você só tem que descobrir

aquela que guia o rebanho. Se você a

fizer ir em direção ao celeiro, o resto a seguirá.

O mesmo acontece com líderes de

pessoas. Você tem que encontrar homens e

mulheres que tenham seguidores e, então,

treiná-los para que se tornem líderes.

Eis o que Jesus disse: “E aconteceu que

naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou

a noite em oração a Deus.

“E, quando já era dia, chamou a si os

seus discípulos, e escolheu doze deles, a

quem também deu o nome de Apóstolos... E

descendo com eles...” (Lc 6:12,13,17).

Jesus passou a maior parte do Seu tempo

preparando os doze apóstolos para que

continuassem o ministério d’Ele. Ele seguiu

o princípio de treinar outros que, por sua

vez, treinariam mais outros. Este é um ministério

de líderes – encontrar mais líderes

e treiná-los.

2. Ensinar-lhes a Bíblia

Que treinamento deveríamos dar aos líderes

de igrejas? “E declara-lhes os estatutos

e as leis...” (Êx 18:20).

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS SEÇÃO A1 / 177

Aqueles que estão familiarizados com

os Seminários de Igrejas e com as Escolas

Bíblicas, sabem que a maioria deles ensina

todos os assuntos, menos a Bíblia. Os Seminários

Teológicos, freqüentemente se tornam

“Cemitérios” onde centenas de vidas

espirituais de crentes com potencial para

serem líderes de igrejas estão enterradas.

A escolha básica foi apresentada a Adão

e Eva, no Jardim do Éden: “...a árvore da

vida no meio do jardim, e a árvore da ciência...”

(Gn 2:9). Comer da árvore do conhecimento,

produziria pecado e morte. Menosprezando

esta advertência bíblica, a Igreja

volta sempre a esta árvore nos programas

de treinamento.

Qual é o resultado disso? O Apóstolo.

Paulo colocou isto de maneira simples: “A

ciência incha, mas o amor edifica” (1 Co

8:1).

Os programas de treinamento que não

usam a BÍBLIA como a principal referência

de trabalho, produzem líderes arrogantes,

espiritualmente mortos e incompetentes e

cuja façanha, após se graduarem, é pastorear

uma igreja que se torna cada dia menor e

que não tendo vida não poderá crescer. A

árvore do conhecimento produz somente a

morte.

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes:

Errais, não conhecendo as Escrituras...”

(Mt 22:29). As Escrituras nos mantêm fora

dos erros e produz vida. “... a carne para

nada aproveita; as palavras que eu vos

disse são espírito e vida” (Jo 6:63).

São as palavras de Deus, o Pai, e de Deus,

o Filho (Jesus), gravadas na Bíblia, que nos

trazem a vida.

“Bem-aventurados aqueles que...para

que tenham direito à árvore da vida...” (Ap

22:14).

a. Realização Acadêmica Não é a

Meta. Os programas de treinamento baseados

na realização intelectual, com ênfase nos

graus acadêmicos, não produzirão a liderança

necessária para ganhar almas perdidas

para o Senhor nem edificarão o crescimento

das igrejas. Quanto maior for a ênfase

acadêmica, menor será a capacidade de

liderança. Ensine a Bíblia e treine líderes de

igrejas através dela. Deixe que a Bíblia seja

o centro do seu curso de treinamento.

Esta pergunta foi feita sobre Jesus:

“...Como sabe este letras não as tendo

aprendido?” (Jo 7:15).

Os judeus estavam maravilhados com o

conhecimento de Jesus sobre as Escrituras,

pois eles sabiam que Jesus não possuía

credencial acadêmica para recomendá-Lo ao

mundo religioso ou secular.

Deveríamos aprender com este exemplo,

que a realização acadêmica não é a meta. O

conhecimento das Escrituras e o poder de

Deus é o que o líder de igreja necessita (Mt

22:29).

b. Procure por Líderes “Obreiros”.

Os antigos apóstolos não eram conhecidos

por suas realizações acadêmicas. “Então

eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e

informados de que eram homens sem letras

e indoutos, se maravilharam; e tinham

conhecimento de que eles haviam estado

com Jesus” (At 4:13).

Nenhum dos apóstolos de Jesus era graduado

pelo Seminário Teológico dos fariseus

ou saduceus. O seu modelo para líderes de

igrejas era o seguinte: “E dizia-lhes: Grande

é, em verdade, a seara, mas os obreiros são

poucos; rogai ao Senhor da seara que envie

obreiros para a sua seara” (Lc 10:2). O

líder de igreja eficiente é aquele que tem provado

que sabe como trabalhar arduamente.

Ele tem calosidade nas mãos e aprendeu a

disciplina do trabalho árduo e produtivo.

Em contraste, o graduado pelo Seminário

é freqüentemente arrogante, muito orgulhoso

para trabalhar, preguiçoso e improdutivo.

Tal tipo de líder não se adapta para

representar Aquele Que lavou os pés dos

Seus discípulos. “Ora se eu, Senhor e Mestre,

vos lavei os pés, vós deveis também

lavar os pés uns aos outros” (Jo 13:14).

Encontre um líder “obreiro” e você terá um

líder de igreja produtivo.

178 / SEÇÃO A1 A1.1 – O Treinamento de Líderes

Esta é a razão pela qual Jesus escolheu

pescadores como Pedro e João; gente profissional

como Mateus, o taverneiro e Lucas,

o médico. Eles tinham habilidades práticas

e sabiam como trabalhar arduamente. Deste

modo, a Bíblia pode ser ensinada e ter líderes

produtivos.

3. Mostrar-lhes o Trabalho a Ser

Feito

“... e faze-lhes saber o caminho em que

devem andar, e a obra que devem fazer”

(Êx 18:20). O Apóstolo Lucas iniciou o Livro

de Atos com estas palavras: “Fiz o primeiro

tratado... acerca de tudo que Jesus

começou, não só a fazer, mas a ensinar”

(At 1:1).

a. Faça com que se Envolvam. Somente

ensinar ao estagiário, não é suficiente. O

instrutor deve envolver o estudante, imediatamente

em FAZER o ENSINAMENTO!

Se você ensinar ao estudante a “ganhar

almas” você deve enviá-lo, imediatamente,

para ganhar almas. E se você ensinar como

curar o enfermo e expulsar demônios, deve

enviá-lo imediatamente para fazer isto. Foi

exatamente isso que Jesus fez.

“E, chamando os seus doze discípulos,

deu-lhes poder sobre os espíritos imundos,

para os expulsarem, e para curarem toda a

enfermidade e todo o mal.

“Jesus enviou estes doze e lhes ordenou

dizendo... E, indo, pregai, dizendo: É chegado

o reino dos céus.

“Curai os enfermos, limpai os leprosos,

ressuscitai os mortos, expulsai os demônios:

de graça recebestes, de graça dai”

(Mt 10:1,5,7,8).

“E, convocando os seus doze discípulos,

deu-lhes virtude e poder sobre todos os

demônios, e para curarem enfermidades. E

enviou-os a pregar o reino de Deus, e a

curar os enfermos. E, saindo eles, percorreram

todas as aldeias, anunciando o evangelho,

e fazendo curas por toda a parte”

(Lc 9:1,2,6).

“E depois disto designou o Senhor ainda

outros setenta, e mandou-os adiante da

sua face, de dois em dois, a todas as cidades

e lugares aonde ele havia de ir.

“Ide; eis que vos mando como cordeiros

ao meio de lobos.

“E, em qualquer cidade em que entrardes...

curai os enfermos que nela houver, e

dizei-lhes: E chegado a vós o reino de Deus.

“E voltaram os setenta com alegria, dizendo:

Senhor, pelo teu nome, até os demônios

se nos sujeitam.

“E disse-lhes: Eu via Satanás, como

raio, cair do céu.

“Eis que vos dou poder para pisar serpentes

e escorpiões, e toda a força do inimigo,

e nada vos fará dano algum.

“Naquela mesma hora se alegrou Jesus

no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó

Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste

estas coisas aos sábios e inteligentes,

e as revelaste às criancinhas; assim é, ó

Pai, porque assim te aprouve” (Lc 10:1, 3,

8, 9, 17, 18, 19, 21).

b. O Treinamento a Curto Prazo é

Melhor. Observe que o treinamento dos

doze apóstolos e dos setenta discípulos encarregados

por Jesus, foi um treinamento a

curto prazo. Jesus mostrou o que eles tinham

que fazer e, então, enviou-os para que

fizessem as mesmas coisas. “Na verdade,

na verdade vos digo que aquele que crê em

mim também fará as obras que eu faço, e

as fará maiores do que estas; porque eu

vou para meu Pai” (Jo 14:12).

Quanto mais longo for o programa

de treinamento, menos eficientes serão

os graduados. O treinamento deveria ter a

duração de seis meses no máximo quando,

então, os estagiários deveriam ser mandados

para trabalhar fora em tempo integral.

E, se necessário, eles poderiam ser trazidos

de volta para um treinamento adicional, um

ou dois anos mais tarde.

c. Mantenha o Treinamento Prático.

O treinamento a curto prazo deveria ser 50

por cento ENSINAR e 50 por cento FAZER.

O que é ensinado deveria ser colocado em

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS SEÇÃO A1 / 179

prática (fazer) imediatamente. Não treine a

cabeça, treine as mãos. Mantenha a ênfase

sobre Práticas (treinamento prático).

Temos despendido bastante tempo, nos

últimos trinta anos, viajando por mais de

cem nações ao redor do mundo e temos observado

os programas de treinamento que

produzem bons resultados e os que não

produzem (ou negativos).

A Igreja está se projetando em três países:

na Coréia, no Brasil e no Chile. Nestas

nações estão sendo utilizados os princípios

acima. As igrejas estão explodindo em crescimento

e os líderes estão sendo bem sucedidos

em ganhar milhares de pessoas para

Cristo.

O treinamento é centralizado na Bíblia,

a curto prazo e prático. Dedicação, submissão

a Cristo, pureza de caráter e uma ênfase

sobre treinamento prático (fazendo de imediato

o que é ensinado) são os pontos primordiais

de programas de treinamento naqueles

três países.

É biblicamente fundamentado e produz

resultados bíblicos.

4. Transfira a Unção

“E disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me

setenta homens dos anciãos de Israel, de

quem sabes que são anciãos do povo, e

seus oficiais: e os trarás perante a tenda da

congregação, e ali se porão contigo.

“E... e tirarei do espírito que está sobre

ti, e oporei sobre eles: e contigo levarão o

cargo do povo, para que tu só não o levei”

(Nm 11:16,17).

a. A Unção é Essencial. Este é, provavelmente,

o princípio mais importante (mas

o mais negligenciado) no desenvolvimento

de uma liderança.

Sem o poder do Espírito Santo (a unção)

emanando sobre o líder, ele não terá chance

de ser bem-sucedido. Jesus nunca enviou

ninguém para representá-Lo sem que Ele

não tivesse, primeiro, concedido poderes.

“E, convocando os seus doze discípulos,

deu-lhes virtude e poder sobre todos os

demônios, e para curarem enfermidades”

(Lc 9:1).

“E depois disto designou o Senhor ainda

outros setenta... E disse-lhes... Eis que

vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões,

e toda a força do inimigo, e nada

vos fará dano algum (Lc 10:1,18,19).

“E, estando com eles determinou-lhes

que não se ausentassem de Jerusalém, mas

que esperassem a promessa do Pai, que

[disse ele] de mim ouvistes.

“Porque, na verdade, João batizou com

água, mas vós sereis batizados com o Espírito

Santo; não muito depois destes dias”

(At 1:4,5).

“Mas recebereis a virtude do Espírito

Santo, que há de vir sobre vós; e ser-meeis

testemunhas, tanto em Jerusalém como

em toda a Judéia e Somaria, e até aos confins

da terra” (At 1:8)

Jesus só começou o ministério d’Ele

após o Espírito do Senhor descer sobre Ele

quando do Seu batismo na água feito por

João Batista (veja Mateus 3:16; Marcos

1:10; João 1:32).

Jesus iniciou o Seu ministério dizendo:

“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois

que me ungiu para evangelizar os pobres,

enviou-me a curar os quebrantados do coração,

a apregoar liberdade aos cativos e

dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os

oprimidos; a anunciar o ano aceitável do

Senhor” (Lc 4:18,19 – compare Levítico

25:1-54).

A unção foi essencial para Jesus realizar

o Seu ministério (conforme esboçado nos

versículos precedentes). E, do mesmo modo,

é essencial para você.

Jesus ordenou aos Seus discípulos que

“... sereis batizados com o Espírito Santo”

(At 1:5). Paulo ordenou “...não vos embriagueis

com vinho, em que há contenda, mas

enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18).

Veja a seção do Guia de Treinamento

de Líderes que trata do “Batismo no Espírito

Santo”, para um melhor ensinamento

sobre este assunto tão importante.

180 / SEÇÃO A1 A1.1 – O Treinamento de Líderes

b. Os Líderes Ungidos Devem Treinar

Outros Líderes. Não deixemos passar

despercebido o princípio vital envolvido nos

versículos acima. O líder chave foi ungido e

passou a sua unção para aqueles que foram

treinados por ele.

Em contraste, notamos que freqüentemente

os Seminários de treinamento estão

repletos daqueles que falharam em seus ministérios.

Aqueles que saíram para pastorear

uma igreja ou para evangelizar e falharam

no processo, são constantemente trazidos

para o Seminário para treinarem os que têm

potencial de líder. Tal aproximação está condenada

a produzir outros que virão a falhar.

A lei da Colheita, encontrada na Bíblia é

clara: “E a terra produziu erva, erva dando

semente conforme a sua espécie, e a árvore

frutífera, cuja semente está nela conforme

a sua espécie...

“E Deus criou as grandes baleias, e todo

o réptil de alma vivente que as águas abundantemente

produziram conforme as suas

espécies...” (Gn 1:12,21).

Reproduzimos o que somos. Se líderes

fracassados treinam os outros, os seus estudantes

serão verdadeiros fracassos. Os

líderes bem-sucedidos que carregam uma

forte unção do Espírito Santo em suas vidas,

deveriam ser envolvidos no treinamento

de liderança. Eles produziriam outros

líderes que carregariam uma forte unção e

que seriam bem-sucedidos.

Foi isso o que aconteceu àqueles que

foram treinados por Moisés. Deus disse:

“Então... e tirarei do espírito que está sobre

ti e o porei sobre eles...” (Nm 11:17).

Esta foi a verdade de Elias e Eliseu. “...

Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres

que te faça, antes que seja tomado de ti. E

disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada

de teu espírito sobre mim.

“E disse: Coisa dura pediste; se me vires

quando for tomado de ti, assim se te

fará...

“E sucedeu que, indo eles andando e

falando, eis que um carro de fogo, com cavalos

de fogo, os separou um do outro: e

Elias subiu ao céu num redemoinho.

“O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai,

meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!...

“Também levantou a capa de Elias, que

lhe caíra: e voltou-se, e parou à borda do

Jordão... e feriu as águas e disse: Onde

está o Senhor, Deus de Elias? Então feriu

as águas, e se dividiram elas... e Eliseu

passou.

“Vendo-o pois os filhos dos profetas que

estavam defronte em Jericó, disseram: O

espírito [unção] de Elias repousa sobre Eliseu”

(2 Rs 2: 9-15).

Esta foi a verdade de Jesus e Seus discípulos.

“...Consolador, o Espírito Santo...”

(Jo 14:26).

“Mas, quando vier o Consolador, que

eu da parte do Pai vos hei de enviar...” (Jo

15:26).

“Todavia digo-vos a verdade, que vos

convém que eu vá; porque se eu não for, o

Consolador não virá a vós; mas, se eu for,

enviar-vo-lo-ei” (Jo 16:7)

c. A Unção é Compartilhada. Lembremo-

nos sempre da unção transferida de

Moisés para os líderes que a compartilharam

do ministério dele; a de Elias para Eliseu

e a de Jesus para os discípulos d’Ele.

O mesmo princípio é mantido até os dias

de hoje. O estagiário compartilha da unção

do treinador. Conseqüentemente, aqueles

que fazem o treinamento, devem ser os que

carregam o forte poder de Deus em suas

vidas.

Conheci um evangelista que tinha um dinâmico

e milagroso ministério de cura, para

as pessoas da Ásia, África e América Latina.

Observei que a maioria das nações nas

quais ele ministrou, a pessoa que servia

como intérprete tinha a mesma unção (ministério)

que o evangelista. Duas semanas

de trabalho com o evangelista provocaram a

transferência da unção. Após a partida do

evangelista, o intérprete exerceria no espírito

e no poder do evangelista.

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS SEÇÃO A1 / 181

d. Quem Transfere a Unção? Deus disse:

“... e tirarei do espírito que está sobre ti,

e o porei sobre eles...” (Nm 11:17).

Deus é Aquele Que escolhe os recebedores

e dirige a liderança chave nesta abençoada

transferência. “E ninguém toma para si

esta honra, senão o que é chamado por Deus,

como Aarão” (Hb 5:4).

Parece que na Igreja primitiva, eles passaram

tempos de jejum, oração e ministério

para o Senhor; deste modo, uma atmosfera

peculiar foi criada para que Deus pudesse

falar.

Naquelas ocasiões o Espírito Santo surgia.

Os obreiros eram capacitados pelo Espírito

e realizavam os seus ministérios com

grande êxito.

Podemos transpor aqueles degraus uma

vez mais, e orar e clamar pela presença de

Deus, até que o Espírito nos atenda. Aí,

então, estaremos prontos para sair proclamando

e testemunhando a ressurreição de

Jesus.

“E os apóstolos davam, com grande

poder, testemunho da ressurreição do Senhor

Jesus, e em todos eles havia abundante

graça” (At 4:33).

Para um estudo adicional sobre unção,

veja Seção A2.9, Receba a Unção Tripla,

no Guia de Treinamento de Líderes.

5. Transfira a Carga

“E disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me...

dos anciãos de Israel... E contigo levarão o

cargo do povo...” (Nm 11:16,17).

Se você encontrar um homem buscando

responsabilidade, promova-o! Ele será uma

bênção para a obra do Senhor. Mas se você

encontrar um homem buscando autoridade,

ponha-se em guarda, pois ele arruinará a

obra do Senhor.

a. Liderança não é Senhorio. “Nem

como tendo domínio sobre a herança de

Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”

(1 Pe 5:3).

Deus fez o homem para exercer o domínio

(veja Gênesis 1:26). Por essa razão, no

coração da maioria dos homens existe o desejo

de governar.

Governar de acordo com o modelo bíblico

é bem diferente da maneira como a maioria

dos líderes no mundo exercem a sua autoridade.

Conseqüentemente, precisamos

entender o modelo da Bíblia, para liderança.

Usar o domínio como Jesus fez, era legítimo.

“...porque eu faço sempre o que Lhe

agrada” (Jo 8:29). Ele usou a Sua posição

de liderança para ensinar, abençoar, curar,

cessar a servidão, expulsar demônios, perdoar

pecados e curar os corações quebrantados

(veja Lucas 4:18). Tudo isso agradava

ao Seu Pai Celestial.

“Porque o Filho do homem também não

veio para ser servido, mas para servir e

dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc

10:45). Jesus não exerceu o domínio como

um ditador servindo a Si mesmo. Jesus via a

sua posição como um governante servidor.

Seus discípulos não entenderam isto. Eles

pensavam que liderança significava uma posição

elevada na qual eles receberiam louvores

e honras.

“Então se aproximou dele a mãe dos

filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-

O, e fazendo-lhe um pedido.

“E ele, diz-lhe: Que queres? Ela respondeu:

Dize que estes meus dois filhos se

assentem, um à tua direita e outro à tua

esquerda, no teu reino.

“Jesus, porém, respondendo, disse...

Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios

são estes dominados, e que os grandes exercem

autoridade sobre eles. Não será assim

entre vós; mas todo aquele que quiser entre

vós fazer-se grande seja vosso serviçal.

“E qualquer que entre vós quiser ser o

primeiro seja vosso servo. Bem como o Filho

do homem não veio para ser servido,

mas para servir, e para dar a sua vida em

resgate de muitos” (Mt 20:20, 21, 22, 25-

28).

O Senhor não quis que Seus apóstolos

governassem SOBRE o povo. Ele queria, mais

182 / SEÇÃO A1 A1.1 – O Treinamento de Líderes

propriamente, que eles governassem SOB o

povo, isto é, em estado de inferioridade ao

povo, curvando-se e lavando os pés das

pessoas, como um escravo humilde.

“Ora se eu, Senhor e Mestre, vos lavei

os pés, vós deveis também lavar os pés uns

aos outros” (Jo 13:14).

O Apóstolo Paulo afirmou isto nos seus

artigos. “Mas agora em Cristo Jesus vós...

Edificados sobre o fundamento dos apóstolos

e dos profetas, de que Jesus Cristo é a

principal pedra da esquina” (Ef 2:13,20).

Isto nos ensina que as lideranças (apóstolos

e profetas) são ministérios fundamentais

na igreja. A base de um edifício está

embaixo dele, como sustentação e não sobre

ele controlando-o sob domínio.

O “chefe da pedra angular” era o topo da

pedra (ou cabeça da pedra) na pirâmide.

Esse lugar é reservado somente para Jesus.

Somente Ele tem todo e qualquer direito na

igreja, como o “chefe da pedra angular”.

Qualquer líder de igreja que tenta tomar o

lugar de Jesus, corre o perigo de trabalhar

como um “anti-cristo”. No Novo Testamento,

a palavra grega para “anti-cristo” não significa

somente “contra Cristo”, mas em alguns

casos significa “no lugar de Cristo”.

Aqueles que foram treinados para liderança,

devem entender este princípio importante.

Séculos antes de Cristo, os israelitas tentaram

fazer de Gideão, o libertador deles,

um rei. Ele sabiamente respondeu: “...sobre

vós eu não dominarei, nem tão pouco

meu filho sobre vós dominará: o Senhor

sobre vós dominará” (Jz 8:23).

1) A Parábola de Jotão. Recomendamos

a você, ler a parábola de Jotão (relativa

a Gideão) em Juízes 9:7-21.

Nessa parábola, nenhuma das árvores

frutíferas ou videiras aceitaram a convocação

para governar o povo. Somente o estéril

“arbusto espinhoso” respondeu ao chamado

para governar. Observe como a “fecunda

videira” respondeu, na parábola de Jotão:

“Então disseram as árvores à videira: Vem

tu, e reina sobre nós.

“Porém a videira lhes disse: Deixaria

eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos

homens, e iria labutar sobre as árvores?”

(Jz 9:12,13). A videira se recusou a governar

os outros.

Jesus teve a mesma atitude. Ele foi a

verdadeira “videira” e também Se recusou a

ser feito rei. (veja João 6:15).

Paulo escreveu aos Filipenses, “...que

haja em vós o mesmo sentimento que houve

também em Cristo Jesus.

“Que, sendo em forma de Deus, não

teve por usurpação ser igual a Deus.

“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando

a forma de servo, fazendo-se semelhante

aos homens;

“E, achado na forma de homem, humilhou-

se a si mesmo, sendo obediente até à

morte, e morte de cruz”

Portanto, “Nada façais por contenda ou

por vanglória, mas por humildade; cada

um considere os outros superiores a si mesmo”

(Fp 2:3-8).

2) Paulo, um Exemplo. Ser um apóstolo

de Jesus não lhe trouxe honras ou louvores.

Paulo descreveu o governo da sua liderança

nestas palavras: “Até esta presente

hora sofremos fome e sede, e estamos nus,

e recebemos bofetadas, e não temos pousada

certa.

“E nos afadigamos, trabalhando com

nossas próprias mãos: somos injuriados,

e bendizemos: somos perseguidos e sofremos:

“Somos blasfemados, e rogamos: até

ao presente temos chegado a ser como o

lixo deste mundo, e como a escória de todos.

“Não escrevo estas coisas para vos envergonhar;

mas admoesto-vos como meus

filhos amados” (1 Co 4:11-14).

A igreja de Corinto e seus líderes tinham

um entendimento errado sobre o seu papel

no mundo atual. Eles pensavam que seriam

como os governantes gentios (veja l Coríntios

4:8). Paulo usou palavras pungentes de

sarcasmo para corrigir as idéias deles.

COMO TREINAR LÍDERES DE IGREJAS SEÇÃO A1 / 183

b. O Líder de Igreja – um Transportador

de Carga. As Escrituras usam o boi

como o símbolo do líder de igreja. “Porque

na lei de Moisés está escrito: Não atarás a

boca ao boi que trilha o grão. Porventura

tem Deus cuidado dos bois?

“Ou não o diz certamente por nós? Certamente

que por nós está escrito...” (1 Co

9: 9,10).

O boi foi escolhido para representar o

líder de igreja por causa da sua resistência

paciente nos trabalhos de colheita. A imperturbável

força duradoura e abnegação

do boi fizeram-no o mais amado e respeitado

dos animais utilizados na agricultura.

Deste modo, o boi demonstra o papel

bíblico do líder de igreja (um transportador

de carga) aquele que alegremente toma

a responsabilidade de fazer com que os

outros estejam alimentados e bem cuidados.

Pelas Escrituras, é óbvio que aqueles que

fielmente cumprem o seu papel de liderança,

carregam muitas cargas como o boi. Paulo

descreveu seu ministério em 2 Coríntios

11: 23-28 nestas palavras vívidas:

“...em trabalhos, muito mais; em açoites,

mais do que eles; em prisões, muito

mais; em perigo de morte muitas vezes.

“Recebi dos judeus cinco quarentenas

de açoites menos um.

“Três vezes fui açoitado com varas, uma

vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio,

uma noite e um dia passei no abismo;

“Em viagens muitas vezes, em perigos

de rios, em perigos de salteadores, em perigos

dos da minha nação, em perigos dos

gentios, em perigos na cidade, em perigos

no deserto, em perigos no mar, em perigos

entre os falsos irmãos;

“Em trabalhos e fadiga, em vigílias

muitas vezes, em fome e sede, em jejum

muitas vezes, em frio e nudez.

“Além das coisas exteriores, me oprime

cada dia o cuidado de todas as igrejas”.

Ninguém, a não ser os líderes de igrejas sinceros,

querem este tipo de cargas e de responsabilidades.

Estes, são os bois de Deus.

Procure por essa espécie de homens e

treine-os para liderança. Observe estes princípios

bíblicos para o treinamento de líderes:

“...porque então farás prosperar o teu

caminho, e então prudentemente te conduzirás”

(Os 1:8).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

184 / SEÇÃOA2 A2- Prefácio

SEÇÃO A2

TREINANDO OS LÍDERES A ...

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

Prefácio

A2.1 - Esperar no Senhor

A2.2 - Ouvir a Voz de Deus

A2.3 - Obedecer a Voz de Deus

A2.4 - Sofrer Pacientemente

A2.5 - Aprender com a Vida de José

A2.6 - Evitar a Possibilidade de se Tornar Uma Baixa

A2.7 - “Fugir da Fornicação!”

A2.8 - Rejeitar a Cobiça / Idolatria

A2.9 - Receber a Tripla Unção

PREFÁCIO – CAPÍTULOS A2.1-A2.9

Esta seção contém o material deste autor que provou ser o mais popular e com o maior

número de pedidos. Neste sentido, é uma “Proclamação para o Líder Cristão”.

O primeiro capítulo descreve em linhas gerais as preparações e princípios pelos quais

uma pessoa comum pode chegar a uma extraordinária função de liderança. É o próprio

mapa rodoviário do autor – numa retrospectiva de trinta e cinco anos de um ativo ministério

de âmbito mundial.

O autor tentou marcar cuidadosamente os desvios, as curvas perigosas e as pontes

caídas para evitar que o líder de igreja que esteja começando a corrida se torne uma baixa,

devido aos seus próprios erros. Os que seguirem este mapa rodoviário guardarão a fé e

terminarão as suas carreiras para receberem a Coroa da Vida, que será colocada aos pés de

Jesus.

Na Seção E4, o autor tenta delinear os passos práticos que o líder espiritualmente

desenvolvido precisa dar para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra, assim

como é feita no Céu.

Os Capítulos A2.l - A2.9 do livro O Cajado do Pastor poderiam ser igualados à nossa

fé, e os Capítulos E4.1-E4.5 às nossas obras. “A fé sem as obras está morta.” As “obras”

dos Capítulos E4.1-E4.5 complementam a “fé” dos Capítulos A2.1-A2.9.

Este material, portanto, é dedicado a todos os líderes de igreja que querem “... estar

sempre abundantes na obra do Senhor.’’ Qualquer pessoa com uma aspiração inferior a

esta desperdiçará o seu tempo lendo-o. Para os líderes sinceros que desejam glorificar a

Cristo – através de suas vidas ou pela morte – ele fornecerá o encorajamento, os esclarecimentos,

e as instruções necessários para serem bem-sucedidos.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 185

Capítulo 1

Esperar no Senhor

Introdução

Você foi chamado para ser um líder de

igreja e, no entanto, você teme que a sua inadequabilidade

impedirá que você seja bemsucedido?

Você acha que você é fraco demais

para ser um líder forte? Talvez você já tenha

sido empurrado para uma posição de liderança

e esteja enfrentando frustrações, ou até

mesmo fracassos. Se este for o caso, animese!

Deus tem boas-novas para você!

A. DEUS USA OS FRACOS

“Ele fortalece os desfalecidos e multiplica

as forças dos que não têm força alguma”

(Is 40:29).

Quando Deus chama alguém para se tornar

um líder, Ele não o escolhe, baseando-

Se na sua inteligência, nos seus talentos, ou

na sua instrução. Na verdade, estas são algumas

coisas que Deus talvez tenha que

modificar (ou às vezes destruir) antes que

Ele possa nos usar. A Bíblia diz: “Destruirei

a sabedoria dos sábios e aniquilarei a

inteligência dos inteligentes” (1 Co 1:19).

O Apóstolo Paulo diz: “A loucura de

Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza

de Deus é mais forte que os homens.

Porque, vede, irmãos, o vosso chamado,

que não são muitos os sábios segundo a

carne, nem muitos os poderosos, nem muitos

os nobres que são chamados.

“Mas Deus escolheu as coisas loucas

deste mundo para confundir as sábias. E,

Deus escolheu as coisas fracas deste mundo

para confundir as fortes; E Deus escolheu

as coisas... desprezíveis, e as que não são,

para aniquilar as que são” (1 Co 1:25-28).

O que o Apóstolo Paulo está nos ensinando

é o seguinte: Através das nossas fraquezas,

das nossas vacilações, e dos nossos fracassos,

Deus revela a Sua sabedoria. Através da nossa

debilidade, Deus demonstra o Seu poder, o

qual se aperfeiçoa na nossa fraqueza.

Um pastor amigo meu (Jack) compartilhou

comigo uma experiência recente. Enquanto

ele ministrava no Japão, o Senhor

lhe deu o seguinte versículo:

“Da boca dos bebês e dos que mamam

Tu ordenaste a força por causa dos

Teus inimigos, para que Tu pudesses silenciar

[derrotar] o inimigo e o vingador”

(Sl 8:2).

1. Inimigos Derrotados

Ele estava ensinando os líderes de igreja

do Japão que o Senhor usa os louvores dos

bebês e dos que mamam para derrotar os

Seus inimigos (veja Mateus 21:16).

É como se Deus tivesse prazer em humilhar

a Satanás usando os mais fracos

membros da Sua Criação (você e eu – os

Seus bebês, os Seus filhos) para silenciar

(derrotar) o inimigo e o vingador.

Enquanto o Irmão Jack estava voando

para casa em sua volta do Japão, o Senhor

lhe deu uma visão. Ele viu um grupo de

crianças conduzindo algumas ovelhas indefesas,

balindo. As crianças estavam louvando

a Deus e regozijando-se n’Ele.

Enquanto o Irmão Jack meditava sobre

isto, o Senhor falou com ele e disse: “Escolhi

o símbolo dos cordeiros e das ovelhas

para representar o Meu povo porque

eles são símbolos de debilidade e

não têm capacidade alguma para liderarem

ou se salvarem. No entanto, pegarei

um punhado de crianças que louvam

e que estão conduzindo um rebanho de

ovelhas balindo, e os usarei para destruir

totalmente a Satanás, para

derrotá-lo em todas as ocasiões.”

Creio que o Irmão Jack está certo. Deus

usa os fracos para destruir os Seus inimigos.

Isto significa que Ele pode usar a você

e a mim.

B. AS PESSOAS QUE DEUS

ESCOLHE

Geralmente fico pasmo com as pessoas

que Deus escolhe para fazer certas tarefas.

186 / SEÇÃOA2 A2.1– Esperar no Senhor

1. Paulo

Por exemplo, Ele enviou a Paulo aos pagãos

incultos. Paulo havia estudado as Escrituras

com Gamaliel (que era um grande

mestre dos fariseus). Na qualidade de candidato

para o Sinédrio (um prestigioso grupo

de homens judeus que interpretavam as

leis religiosas de Israel), Paulo teve de memorizar

e citar (sem erros) os primeiros cinco

livros do Antigo Testamento (chamados

de Pentateuco). Ele era um judeu com uma

notável formação intelectual e grandes realizações.

Do ponto de vista humano, ninguém poderia

ter sido mais qualificado para a tarefa

de evangelização dos judeus do que Paulo.

Mas a quem Deus enviou Paulo para ministrar?

Não aos cultos e instruídos judeus, e

sim aos povos ignorantes e marginalizados,

os gentios, que não apreciavam muito a grande

cultura de Paulo e os seus profundos

conhecimentos da lei judaica.

Toda a força natural de Paulo, toda a sua

instrução, inteligência e talentos tiveram que

ser colocados de lado. Deus teve que remover

isto tudo, levando-o para o Deserto da

Arábia (semelhantemente ao seu antepassado

Moisés) para então poder despojá-lo

de todas as coisas das quais ele poderia ter

se vangloriado (veja Gálatas 1:17; Filipenses

3:4-8).

Naquele “...imenso lamentável, e despovoado

deserto, naquela terra de covas, sequidão,

e da sombra da morte, por onde ninguém

viaja nem vive...” (Jr 2:6), Paulo aprendeu

que seu êxito como ministro de Cristo

seria somente, entregando “tudo o que foi

ganho – considerando como perda – para

ganhar a Cristo” (veja Filipenses 3:7,8).

Ele aprendeu a proclamar o Evangelho

“...não com palavras plausíveis da sabedoria

humana, mas com a demonstração

do Espírito e de poder” (1 Co 2:4).

Para convencer as pessoas de que Jesus

era o Salvador delas, Paulo contava mais

com o Espírito operando milagres através

dele do que com a sua habilidade como orador

ou pregador (2 Co 10:10). Nós também

deveríamos fazer o mesmo.

2. Pedro

Muito embora Pedro tivesse aberto a

porta da fé para os gentios (Atos 10), ele

permaneceu em Jerusalém entre a mais alta

elite dos judeus do Império Romano como

“o apóstolo para os judeus” (veja Gálatas

2:8). O que qualificou Pedro para esta tarefa?

Certamente não foram as suas grandes

realizações acadêmicas nem a sua instrução.

A Bíblia o descreve como sendo um homem

“... inculto e ignorante” (At 4:13).

Ele era apenas um simples pescador, e, contudo,

Deus o qualificou para a tarefa pelo

poder do Espírito Santo.

C. TRANSFORME AS SUAS

FRAQUEZAS EM BÊNÇÃOS

“Ele fortalece os desfalecidos e multiplica

as forças dos que não têm força alguma”

(Is 40:29).

Conta-se a história de um homem cego e

de um aleijado que se tornaram amigos

inseparáveis. O que contribuiu para a amizade

deles?

O aleijado podia ver perfeitamente, mas

não conseguia andar. O cego tinha pernas

fortes, mas não conseguia enxergar. O aleijado

ofereceu a sua visão ao cego em troca

da sua mobilidade. O cego carregava o aleijado

em suas costas. O aleijado instruía o

cego sobre o caminho em que ele deveria

andar e o avisava com relação aos objetos

que eram obstáculo em seu caminho e que

poderiam fazê-lo tropeçar.

As suas fraquezas e necessidades mútuas

os uniram no sentido de aproveitarem

os pontos fortes um do outro.

1. Dependa Mais de Deus

Semelhantemente, a nossa cegueira e coxeadura

espiritual deveriam levar-nos a um

relacionamento com Deus de dependência e

oração, a fim de que a Sua força possa tomar

o lugar da nossa fraqueza.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 187

O autor do hino expressou isto maravilhosamente:

A Sua força é aperfeiçoada na fraqueza.

O Seu poder não é para os fortes.

Ele dá mais graça

Aos fracos na corrida.

A Sua força é aperfeiçoada na fraqueza.

As nossas fraquezas pessoais que nos

fazem cientes da nossa falta de capacidade

ou poder para sermos líderes deveriam fazer

com que direcionássemos o nosso coração

a Deus em orações (às vezes com jejuns).

Se respondermos desta maneira, descobriremos

que “Ele fortalece os desfalecidos

e multiplica as forças dos que não têm

força alguma” (Is 40:29).

A nossa atitude de dependermos de Deus

atrai a Sua atenção, aproxima-O de nós, e

faz com que Ele manifeste gloriosamente o

Seu poder através de nós.

As nossas inadequabilidades são consideradas

como bênçãos disfarçadas quando

nos compelem a dependermos de Cristo.

Contudo, se nos revolvermos no lamaçal

da pena ou ódio de nós mesmos, olhando

para dentro de nós, buscando uma compreensão

dos nossos problemas, tudo o que

conseguiremos no final é um sentimento de

inferioridade.

2. Confesse a Palavra

O que os psicólogos chamam de “complexo

de inferioridade” é geralmente uma

preocupação carnal com as nossas próprias

vidas (inibição), que pode resultar numa

perspectiva do nosso ego que diz: “Eu não

presto para nada! Eu sou um inútil, um fracasso

total... Deus nunca poderá me usar!”

Este tipo de opinião de si próprio causa um

desânimo total.

Ouvi Billy Graham (o mais famoso evangelista

da história) dizer: “Deus nunca pode

usar um servo desanimado.”

Isto é verdade! Precisamos vencer as atitudes

deste tipo através da palavra da nossa

confissão (Ap 12:11).

Falando sobre nós mesmos o que a Bíblia

diz sobre nós, somos transformados

em vencedores. A Bíblia diz: “Posso fazer

todas as coisas através de Cristo que me

fortalece [capacita, habilita]” (Fp 4:13).

“Eis que vos dou poder para pisar serpentes

e escorpiões, e toda a força do inimigo,

e nada vos fará dano algum” (Lc 10:19).

Através do nosso Deus faremos

proezas.

É Ele que esmagará os nossos

inimigos.

Cantaremos e bradaremos a vitória.

Cristo é o Rei! Cristo é o Rei!

Não devemos confundir um complexo

de inferioridade com a mansidão bíblica que

Deus abençoa. Eles não são a mesma coisa.

3. Aproxime-se em Oração

O tipo de fraqueza que Deus atende é o

que produz um sentimento de dependência

n’Ele. Quando oramos: “Eu preciso de Ti,

ó Deus, e não posso viver sem Ti”, Deus

opera em nosso favor. Tornamo-nos semelhantes

ao Rei Davi, que orou: “...A minha

alma tem sede de Ti, ó Deus” (Sl 63:l; 84:2).

Este sentimento de necessidade contribui

para o desenvolvimento de uma saudável

vida devocional e de oração.

É assim que deveria funcionar, não é?

Em contraste com o exposto acima, uma

inibição total nos paralisa. É uma barreira

que impede o poder de Deus de fluir através

de nós. Renuncie a este tipo de carnalidade

e abandone-o. Reconheça que Deus é a

força da sua vida e você não precisa ficar

com medo (Sl 27:1). Ele mostrará que é forte

a favor dos que O reverenciam, O adoram

e dependem d’Ele.

4. Troque a Sua Força Pela Força

do Senhor

“Até mesmo os jovens se cansarão e

desfalecerão, e ficarão totalmente prostrados;

mas os que esperam no Senhor renovarão

[trocarão] as suas forças” (Is

40:30,31).

A palavra chave deste versículo é “reno188

/ SEÇÃOA2 A2.1– Esperar no Senhor

varão”, que seria traduzida melhor por “trocarão”.

À medida em que esperamos no Senhor,

Ele remove a nossa força e a substitui

com a Sua Própria força.

Não é uma questão de combinarmos a

nossa força com a d’Ele, e sim uma completa

remoção da nossa força, para nos

revestirmos da força d’Ele. Deus está dizendo:

“Se você for forte em você mesmo,

não poderei usá-lo. Se você pode

fazê-lo sozinho, então você não precisa

de Mim.”

O que o Senhor pede que façamos antes

que Ele “troque” a força d’Ele com a nossa?

a. Reconheça a Sua Necessidade. O

rei Davi escreveu: “Clamou este pobre, e o

Senhor o ouviu e o salvou de todas as suas

angústias” (Sl 34:6).

Asafe reconheceu a sua fraqueza e a sua

necessidade de Deus com as seguintes e

comoventes palavras: “Eu fui tão tolo e ignorante;

fui como um animal diante de Ti”

(Sl 73:22).

Tanto Davi como Asafe receberam a força

de Deus porque estavam dispostos a reconhecer

humildemente as suas necessidades

e fraquezas. Há uma poderosa palavra

de promessa para todos os que fizerem a

mesma coisa.

“Quando os pobres e necessitados procuram

água, e não há, e as suas línguas se

secam de sede, Eu, o Senhor, os ouvirei.

Eu, o Deus de Israel, não os abandonarei.

“Abrirei rios nos lugares altos, e fontes

no meio dos vales. Farei do deserto um

poço de água, e da terra seca fontes de água.

“...Para que possam ver e saber, e considerar,

e juntamente compreender que a

mão do Senhor fez isto...” (Is 41:17-20).

1) Paulo – Um Exemplo. Paulo descobriu

que se ele reconhecesse as áreas de

fraqueza e necessidade em sua vida, isto

resultaria na força de Deus vindo para ele

de uma maneira mais abundante.

Ele escreveu o seguinte:

“Para que eu não me exaltasse sobremaneira,

devido à abundância das revelações,

foi dado a mim um espinho na carne,

o mensageiro de Satanás para me esbofetear...

Por isto supliquei ao Senhor três vezes,

para que se afastasse de mim” (2 Co

12:7,8).

E como o Senhor respondeu à petição de

Paulo no sentido de ser aliviado destas bofetadas

e fraquezas? “A Minha graça é suficiente

para ti, pois a Minha força se aperfeiçoa

[se completa] na [sua] fraqueza” (2

Co 12:9).

Agora você pode compreender o motivo

pelo qual Paulo disse:

“De bom grado, portanto, prefiro gloriar-

me nas minhas enfermidades [fraquezas]

para que o poder de Cristo possa habitar

em mim. Portanto, sinto prazer nas enfermidades,

nas injúrias, nas necessidades,

nas perseguições, nas angústias por amor

a Cristo. Porque, quando estou fraco, então

sou forte” (2 Co 12:9,10).

Este é o princípio pelo qual funciona o

poder do Evangelho. Quando estamos fracos

e sentimos a nossa grande necessidade

de Deus, isto nos faz completamente dependentes

d’Ele. Isto faz com que passemos

muito tempo em oração. O resultado?

Somos fortes!

D. APRENDA A ESPERAR EM DEUS

“Aqueles que esperam no Senhor ‘trocarão’

as forças. Subirão com asas como

águias. Correrão e não se cansarão, caminharão,

e não se fatigarão” (Is 40:31).

1. Dois Conceitos

O que a Bíblia quer dizer quando nos diz

que devemos “... esperar no Senhor”? Há

dois conceitos envolvidos em nossa “espera

no Senhor”. São os seguintes:

a. A Nossa Espera Pelo Tempo de Deus.

Em outras palavras, não entre em ação de

fato até que Deus lhe mostre que já é hora

de agir.

b. A Nossa Espera em Oração e Jejum.

Passar tempo em atitude de oração na

presença de Deus em exercícios devocioTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 189

nais, às vezes envolvendo o jejum, como

também a oração.

2. Esperando o Tempo de Deus

Será que eu poderia compartilhar o meu

testemunho pessoal com vocês? O Senhor

me chamou para o Seu serviço em 1948,

quando eu tinha 16 anos de idade. Eu era

nascido de novo e batizado com o Espírito

Santo, mas não compreendia a necessidade

de entregar totalmente a minha vontade e

planos ao Senhor.

A “vida mais profunda” do compromisso

cristão não me atraía muito. Eu já havia

decidido o que faria com a minha vida e ser

um pregador do Evangelho não tinha nada a

ver com este plano.

Durante o verão de 1948, a mão do Senhor

veio pesadamente sobre a minha vida.

Alguns eventos fizeram-me sentir como se

eu estivesse sendo lançado ao chão para orar.

Muitas vezes eu ficava prostrado no chão,

com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Eu ficava clamando em oração a Deus.

Revendo o passado, creio que muitas daquelas

lágrimas devem ter sido lágrimas de

resistência à vontade de Deus. Eu queria as

coisas à minha maneira, mas Deus queria as

coisas à Sua maneira. Este conflito de vontades

– a minha vontade contra a vontade de

Deus – estava criando uma luta interna de

vida ou morte: a morte da minha vontade.

Depois de três meses deste intenso conflito

espiritual, entreguei a minha vida para

que Deus fizesse com ela o que Ele quisesse.

Ele queria que eu fosse a todo o mundo

para pregar o Evangelho.

a. Vamos Agora! Quando eu finalmente

me entreguei à vontade de Deus, eu disse ao

Senhor: “Eu irei onde Tu quiseres que eu

vá, querido Senhor, direi o que Tu quiseres

que eu diga, e serei o que Tu quiseres que eu

seja.” Com esta total entrega da minha vontade

à vontade de Deus, eu estava pronto

para IR – IMEDIATAMENTE!

Não havia tempo a perder! (Ou pelo

menos era o que eu achava.) “Vamos embora

Deus! Imediatamente! Estou pronto!

Falta pouco tempo! A Era Nuclear chegou!

O mundo está acabando! Estou pronto para

evangelizar o mundo todo – sozinho se

necessário.”

Em meu entusiasmo e otimismo juvenil

(eu deveria acrescentar ignorância), eu estava

achando que, num piscar de olhos, eu já

seria um “prodigioso ganhador de almas do

mundo todo”.

É que a minha forma de pensar foi um

tanto quanto moldada pela teologia da minha

igreja. Os líderes da nossa igreja enfatizavam

a breve volta do nosso Senhor do

Céu. A Segunda Vinda de Jesus era pregada

constantemente no púlpito – pelo pastor

local, ou pelo evangelista visitante. Eu achava

que Jesus viria muito em breve.

Lembro-me de uma pesquisa de opinião que

foi feita na classe da Escola Dominical dos

Adolescentes no verão de 1948. Perguntaram-

nos o seguinte: “Quanto tempo demorará

até que o Senhor volte novamente?”

Ninguém daquela classe de 50 adolescentes

acreditava que o Senhor pudesse adiar a Sua

volta além de 1950.

A Segunda Guerra Mundial havia terminado

recentemente. O conflito na Coréia estava

para explodir. A ameaça do holocausto

nuclear parecia iminente. Eu achava que

qualquer que fosse o plano de Deus, ele

teria que ser feito imediatamente. Não havia

tempo para esperas. Com uma “Grande

Comissão” para se evangelizar o mundo, e

com somente mais dois anos para terminar

a tarefa, eu tinha que começar imediatamente!

Qual foi a resposta de Deus para a minha

forte impressão de urgência?

b. Aprenda a Esperar! Tive que aprender

que qualquer que fosse a minha interpretação

dos eventos mundiais, qualquer que

fosse a minha própria impressão de urgência,

Deus age em Seu Próprio tempo, e não

no meu. Quando você está ansioso para

entrar em ação, a coisa mais difícil do mundo

é esperar.

190 / SEÇÃOA2 A2.1– Esperar no Senhor

Eu não estava preparado (treinado) para

ir e pregar. É verdade que eu havia sido chamado.

Mas o chamado de Deus e o envio

de Deus são duas coisas diferentes. Eu não

sabia na época, mas Deus não estava nem

um pouco preocupado com a situação mundial

em 1948. Eu estava, mas Ele não. Ele

havia planejado o meu treinamento e a minha

preparação. Toda a minha ansiedade e

impaciência não fez com que Ele apressasse

o Seu cronograma nem em um minuto.

Eu não estava percebendo na época, mas

eu estava me esforçando para entrar na batalha

e lutar com as minhas próprias forças.

Deus sabia que eu teria sido destruído se eu

tivesse saído despreparado. Assim sendo,

Ele me fez esperar até que eu tivesse mais

treinamento e experiência. Nestes anos de

espera no Senhor, aprendi que eu nunca devo

“...ir além da palavra do Senhor meu Deus

para fazer menos ou mais” (Nm 22:18).

c. Deus Controla o Tempo. A Bíblia

diz: “...Vindo a plenitude dos tempos, Deus

enviou o Seu Filho...” (Gl 4:4). Deus controla

os tempos e as estações. Ele tinha um

tempo determinado para enviar Jesus ao

mundo. Ele tem um tempo determinado para

todas as coisas. Espere o tempo de Deus.

Não corra na frente, nem fique para trás.

Espere no Senhor. Ele revelará o tempo d’Ele

para você.

Os tempos e as estações estão no próprio

poder do Pai (At 1:7). Vamos aprender

a esperar pacientemente por Ele. Ele nos

revelará os tempos e as estações quando

precisarmos conhecê-los.

3. Esperando em Oração e Jejum

“Não sejam envergonhados ...os que esperam

em Ti ...não sejam confundidos os

que Te buscam...” (Sl 69:6).

Se quisermos “trocar” a nossa força limitada

pelo Seu poder ilimitado, precisaremos

estabelecer um consistente hábito devocional

diário. Uma das coisas mais difíceis

de serem feitas pela maioria dos líderes

de igreja é o disciplinar-se a tempos de orações

(e jejuns) regulares. A pressão das atividades

e compromissos diários têm a tendência

de nos roubar estes tempos devocionais

essenciais com o Senhor.

a. Como os Tempos de Devoção Diários

Ajudam? Faça a seguinte experiência.

Encha uma jarra de água até a borda. Enchaa

tanto a ponto de que uma outra gota possa

fazê-la transbordar. Em seguida, comece

a introduzir pedras do tamanho aproximado

da sua mão. O que acontece? Com cada

pedra que entra na jarra, uma quantidade

equivalente de água transborda e é derramada

para fora da jarra.

É assim que trocamos a nossa força pela

de Deus. Estamos cheios com a água da

nossa própria força. À medida em que passamos

tempo em oração, Deus começa a

introduzir as pedras da Sua força e poder.

Estas pedras da graça deslocam a água das

atitudes incrédulas negativas, e as pedras

da dependência no Senhor deslocam a água

estagnada das atitudes do tipo “posso fazer

isto sem Deus”. As Suas capacitações

divinas enchem a nossa vida, e a nossa incapacidade

é substituída pela Sua força.

Como eu posso fazer com que a força de

Deus encha a minha vida? É um processo

natural e sobrenatural. Se você passar um

tempo diário em oração, isto será como um

processo de crescimento. A criança não cresce

nem se torna forte, pensando sobre isto,

nem tentando se forçar a crescer. É um processo

natural que acontece como resultado

de uma dieta e exercícios apropriados.

Semelhantemente, se o líder de igreja

passar tempo diariamente na leitura da Bíblia

e na oração, esta nutrição espiritual promoverá

o crescimento da força de Deus em

sua vida. A troca da sua força pela d’Ele

acontecerá gradativa e consistentemente.

b. Como eu Deveria Conduzir o meu

Tempo Devocional? O seguinte esboço foi

adaptado de uma série de mensagens sobre

o assunto “Renovando o Hábito Devocional.”

Descobri que isto foi muito útil em

meus tempos devocionais.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 191

1) Confesse os seus Pecados. Peça

ao Senhor que lhe traga à mente qualquer

pecado que não foi confessado. Reconheça

estes pecados diante de Deus, peça, e receba

o Seu perdão e a Sua purificação (1 Jo

1:9,10).

2) Louve a Deus. Em seguida, tome

algum tempo para dar graças e louvar a Deus

pelo que Ele é e por aquilo que Ele fez (Sl

100).

3) Entregue o Dia a Deus. Diga a

Deus o quanto você precisa da Sua direção

e orientação. Peça a Sua direção e obedeça a

qualquer instrução que você sentir que Deus

está lhe dando em oração.

4) Ore Pela Sua Família, Igreja e

Todos os Crentes. Ore pelo seu cônjuge,

filhos e membros da família. Ore pelos

membros e líderes da sua igreja. Ore pelos

crentes de outras partes do mundo. Ore

pelos órfãos e viúvas (os que não têm família).

5) Ore Pelos Líderes, Missionários

e Pela Evangelização. Ore pelos líderes

do seu país. Ore pelos seus líderes espirituais.

Ore pelas tribos e grupos lingüísticos

da sua parte do mundo que ainda precisam

do Evangelho. Ore pelos missionários e pela

evangelização das outras nações.

6) Ore em Outras Línguas. Em todas

estas orações, permita que a ação do

Espírito Santo venha sobre você e ore em

outras línguas, e ore pela interpretação de

suas orações em outras línguas (1 Co

14:13,14).

7) Escreva o que o Senhor lhe Der e

Faça-o! Escreva as impressões que você

achar que vieram do Senhor durante o seu

tempo de oração. Obedeça e entre em ação,

em resposta a qualquer coisa que Deus lhe

der em oração.

c. Como as Tribulações nos Ajudam?

Pedro nos admoestou: “...não estranheis a

ardente tribulação que vem para vos testar,

como se alguma coisa estranha vos

acontecesse” (1 Pe 4:12).

Um pastor já idoso e amigo meu me disse

alguns anos atrás: “Irmão Ralph, quando

você tentar prosseguir com Deus, o mundo

se oporá. Quando você tentar se aprofundar

em Deus, a sua natureza carnal o

resistirá. Quando você tentar subir mais

em Deus, os principados e potestades demoníacas

do ar o combaterão”.

Em nenhum outro lugar nos deparamos

com uma resistência tão forte quanto à resistência

que encontramos quando decidimos

estabelecer um tempo de devoção diário

em que esperamos no Senhor. Quando

você realmente se determinar a buscar a face

de Deus, você pode esperar oposições e

tribulações, pois geralmente nos deparamos

com elas.

É confortante sabermos que até mesmo

através das provações e tribulações, “Deus

faz com que todas as coisas contribuam

juntamente para o bem daqueles que amam

ao Senhor, daqueles que são chamados de

acordo com o Seu propósito” (Rm 8:28).

À medida que esperamos em Deus, Ele

acende o fogo das tribulações, das provações,

e das tentações, e a nossa vida é aquecida.

Quando tivermos alcançado o “ponto

de ebulição”, duas coisas acontecem:

1) Os Nossos Pecados e o Nosso Ego

São Purificados.

2) O Poder de Deus Começa a Operar

em Nós.

O poder de Deus começa a operar em

nós e através de nós, com emocionantes

conseqüências sobrenaturais.

Quando colocamos uma panela de água

sobre o fogo, a água ferve eventualmente.

Não podemos apressar, nem impedir a

fervura, observando a água, mexendo-a constantemente,

nem ignorando-a. Independentemente

do que fizermos, a água ferverá quando

alcançar a temperatura de ebulição. A

fervura é o resultado da aplicação de calor à

água, e não o resultado de alguma ação da

água sobre si mesma.

Semelhantemente, quando passamos

pelo fogo das aflições ou das tribulações as

coisas acontecem dentro de nós – sem ne192

/ SEÇÃOA2 A2.2– Ouvir a Voz de Deus

nhum esforço da nossa parte. Elas são o

subproduto do calor de Deus aplicado a água

da natureza humana. Experimentamos uma

transformação interna. As nossas motivações

são purificadas e o nosso desejo de

pecar é queimado e retirado de nós.

“Todo aquele que já sofreu na carne já

cessou do pecado” (1 Pe 4:1). Sim, é verdade:

“...os que esperam [pelo Seu tempo designado

com orações e jejuns] no Senhor

trocarão as suas forças pela d’Ele.”

Capítulo 2

Ouvir a Voz de Deus

Introdução

Será que Deus ainda esta falando hoje

em dia? E possível ouvirmos a voz de Deus?

Os líderes cristãos estão confusos com relação

a esta questão.

Alguns crêem que Deus pode nos guiar e

dar-nos direções quando precisamos. Outros

dizem que Deus somente fala conosco através

do que lemos na Bíblia. Creio que Deus

ainda fala conosco hoje em dia através do

Seu Espírito Santo, exatamente como Ele o

fazia nos tempos bíblicos. Em que você crê?

O “Pseudopígrafa” fala sobre uma seita

dos fariseus que surgiu 800 anos (ou mais)

antes de Cristo. Esta seita ensinava que tudo

o que Deus porventura quisesse dizer, já

tinha sido dito através dos escritos de

Moisés. Qualquer voz ou escrito profético

subseqüente era inválido. Eles aceitavam

somente os cinco primeiros livros da Bíblia

e nada mais!

Parece que muitos líderes de igreja

crêem nesta mesma doutrina hoje em dia

(com algumas modificações). Por exemplo,

os “fariseus teológicos” modernos ensinam

que Deus somente fala conosco agora pelo

que está escrito na Bíblia. Além disso, Deus

não está falando mais.

Ainda que a Bíblia seja um livro terminado,

e ninguém deveria ousar acrescentar

mais nada ao Cânon das Escrituras, a idéia

de que agora servimos a um DEUS MUDO

(que não consegue falar) é uma enorme caricatura

teológica.

Muitos chegam a morrer para defender

o que Deus disse (nos séculos passados),

mas “...negam O que fala [presentemente

em nossos dias e em nossa época] do Céu”

(Hb 12:25).

Somos admoestados sete vezes: “Aquele

que têm ouvidos, que ouça o que o Espírito

diz [tempo presente] às igrejas’’ (Ap

2:7; 3:22).

A. A NECESSIDADE DE OUVIRMOS

Jesus disse: “Nem só de pão viverá o

homem, mas de toda palavra que procede

da boca de Deus” (Mt 4:4). A palavra “procede”

expressa uma função no presente e

contínua. Isto significa que alguma coisa que

aconteceu no passado ainda está acontecendo

no presente e acontecerá no futuro.

Este versículo poderia ser traduzido da

seguinte maneira: “O homem... vive... através

de toda palavra que foi falada e continua

a ser falada pela boca de Deus.” Deus,

que falou nas eras passadas, ainda está falando

no presente e continuará a falar no

futuro. DEUS NÃO É UM DEUS MUDO!

Não estamos querendo dizer com isto

que a Bíblia ainda está sendo escrita e que

precisamos fazer acréscimos nela. Eu NÃO

creio nisto. No entanto, a Bíblia nos ensina

de fato que Deus quer um povo em que Ele

possa “habitar e andar no meio deles” (2

Co 6:16), “epístolas vivas, conhecidas e

lidas por todos os homens” (2 Co 3:2,3).

Como precisamos ouvir a Sua voz! Somente

podemos viver (ter a vida e a bênção

do Senhor em nossas igrejas hoje em dia),

ouvindo todas as palavras que continuam

procedendo da boca de Deus ao nosso coração.

1. Para Conhecermos a Vontade de

Deus

Todos os líderes de igreja enfrentam a

seguinte questão: O que Deus espera que

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 193

eu faça, e o que devo deixar para Deus fazer?

Onde termina a minha responsabilidade

e começa a de Deus?

Por um lado, as Escrituras dizem: “Não

pela força, nem pela violência, mas pelo

Meu Espírito, diz o Senhor” (Zc 4:6).

Alguns sugerem que isto ensina que Deus

faz tudo pelo Seu Espírito e que não precisamos

fazer nada.

Por outro lado, Jesus disse: “O servo

que conhecia a vontade do seu Senhor ...

nem fez conforme a Sua vontade, será castigado

com muitos açoites” (Lc 12:47). Isto

nos ensina claramente que Deus responsabiliza

os Seus servos no sentido de reconhecer

a Sua vontade e entrar em ação para

implementar (fazer) a vontade de Deus.

Como reconciliamos este paradoxo entre

a soberania de Deus e a responsabilidade

do líder de igreja de implementar a vontade

de Deus?

Podemos resolver facilmente este dilema,

examinando as palavras de Jesus novamente:

“O servo que conhecia a vontade do seu

Senhor... não fez conforme a Sua vontade,

será castigado com muitos açoites...” (Lc

12:47). Jesus contrasta isto com o servo que

não sabia a vontade do seu Senhor. Este servo

“será castigado com poucos açoites” (vs.

48). Em ambos os casos somos castigados.

Se conhecermos, e não fizermos, e se não

conhecermos, e não fizermos.

Deus quer líderes de igreja que conheçam

e façam a vontade do seu Senhor. A

vontade de Deus estabelece os limites da

nossa responsabilidade. Se não conhecermos

a Sua vontade, seremos julgados menos severamente,

muito embora ainda sejamos julgados.

Para fazermos a vontade de Deus, precisamos

conhecer a Sua vontade. Para

conhecermos a Sua vontade, precisamos

ouvir a Sua voz. É simples assim!

a. Um Testemunho Pessoal. Quando

eu estava sendo treinado para ser um evangelista,

eu costumava pregar a quase todas

as pessoas que encontrava, esperando achar

alguém que aceitasse a Jesus Cristo como

seu Salvador. Eu havia lido e aprendido num

dos meus livros a usar o seguinte esboço,

com quatro pontos, o qual, sendo apresentado

ao pecador, poderia conduzi-lo a Cristo.

Você é um pecador (Rm 3:23).

A penalidade pelo pecado e o inferno

eterno (Rm 6:23).

Jesus levou a sua penalidade pelo pecado

na Cruz (1 Pe 2:24).

Receba a Jesus e você será salvo (Jo

1:12).

Permita-me assegurar-lhe que tudo o que

foi escrito acima é verdadeiro. Isto é tudo o

que as pessoas precisam saber para serem

salvas. Se crerem nisto de todo o coração,

elas nascerão de novo pelo poder do alto,

pelo poder regenerador do Espírito Santo.

No entanto, nem uma pessoa sequer com

quem conversei nasceu de novo durante todo

aquele verão. Ninguém quis receber a Jesus.

O que eu estava fazendo errado?

Eu estava confiando numa fórmula, num

método, ao invés da direção do Espírito

Santo. Eu não estava ouvindo a voz do Senhor

dirigindo-me, e os meus esforços foram

infrutíferos.

Alguns anos mais tarde, observando o

Irmão Heeley conduzindo dezenas de almas

a Cristo, descobri como eu estava errado

em minha abordagem à evangelização.

Em todo lugar que o Irmão Heeley ia, ele

conduzia as pessoas a Cristo.

Quando o Irmão Heeley precisava de um

corte de cabelo, ele orava: “Senhor, dirigeme

a um barbeiro que precise de Ti e que

esteja pronto para receber-Te.” Ele entrava

em seu carro e passava em frente de várias

barbearias. Quando ele sentia em seu

coração a orientação do Espírito de que ele

havia encontrado o barbeiro certo, ele entrava

na barbearia, com a total expectativa

de conduzir o barbeiro a Cristo, e ele raramente

falhava.

Quando o Irmão Heeley enchia o pneu

da sua bicicleta, ou ia ao mercado para a sua

esposa, era sempre a mesma coisa. Ele ora194

/ SEÇÃOA2 A2.2– Ouvir a Voz de Deus

va pedindo a direção do Espírito Santo – e

aí então procurava ouvir a voz de Deus,

com suas dóceis orientações. Ele sempre

encontrava pecadores que estavam prontos

para receberem o Salvador, à medida que ele

seguia a direção do Espírito Santo.

Perguntei-lhe certo dia: “Que métodos

você usa, Irmão Heeley, para falar com as

pessoas?” “Eu não tenho nenhum método”,

replicou. Tento ouvir a voz do Espírito, para

me dirigir no que devo dizer às pessoas.

Nunca digo a mesma coisa duas vezes. O

Senhor me ajuda a descobrir as suas necessidades

e a conversar com elas sobre estas

coisas, de uma maneira amorosa e solícita, e

que as conscientiza que eu me importo com

elas e Deus também.”

O Irmão Heeley nasceu e foi criado em

Shanxi, mas nunca havia ouvido o Evangelho

até ter mais de quarenta anos de idade.

Ele foi dirigido a Cristo por um evangelista

itinerante que demonstrou um interesse e

amor por ele. O Irmão Heeley faz o mesmo

que fazia aquele homem que o levou a Cristo.

Ele viaja por toda a China, demonstrando

interesse e amor pelas pessoas, e levando-

as a Cristo. O seu segredo? Ele ouve e

obedece a voz de Deus.

Eu já tentei seguir o exemplo do Irmão

Heeley desde que o conheci. Descobri que

Deus também o dirigirá se você desejar que

Ele o faça. Tente ouvir a voz de Deus e Ele

o dirigirá docilmente às pessoas que precisam

da salvação e que estão prontas para

receberem o Salvador.

Não somente no aspecto de ganharmos

as almas para Cristo, mas em todas as áreas

dos nossos ministérios, precisamos ouvir a

voz de Deus. O que nos impede então?

B. OBSTÁCULOS EM NOSSO

OUVIR A VOZ DE DEUS

1. Corações Não Perfeitos Diante

de Deus

“Pois os olhos do Senhor passam por

toda a terra, procurando pelas pessoas cujos

corações são perfeitos para com Ele, para

que Ele possa mostrar o Seu grande poder

ao ajudá-las” (2 Cr 16:9 – A Bíblia Viva).

As pessoas dos tempos bíblicos achavam

que o coração era o centro das: 1) emoções

ou afeições, 2) motivações, e 3) intenções

da pessoa. Deus está vitalmente

interessado nestas coisas.

a. Afeições Mundanas. Se as nossas

afeições estão fixadas nas coisas da terra,

ao invés das coisas do Céu, isto ofende a

Deus (1 Jó 2:15). A Bíblia nos diz para

amarmos a Deus com todo o nosso coração,

alma, mente e força (Mt 22:37).

b. Motivações Impuras. Se as nossas

motivações forem impuras, como no caso

do profeta Balaão (Números 23), então Deus

nos julgará severamente. Balaão negociou

os milagrosos dons de Deus por dinheiro,

fama e prestígio.

c. Intenções Erradas. Ananias e Safira

(Atos 5) fingiram estar dando todo o seu

dinheiro à obra do Senhor, mas, na verdade,

estavam guardando a maior parte dele para

si próprios. Deus tirou a vida deles porque

sua intenção estava errada.

Ó, como precisamos guardar as nossas

afeições, motivações e intenções, para

termos a certeza de que elas estão puras.

Deus conhece o nosso coração, não é mesmo?

“Pois o homem olha para a aparência

externa, mas o Senhor olha para o coração”

(1 Sm 16:7). Não conseguimos esconder

estas coisas do Senhor, e, se não mantivermos

o nosso coração correto aos Seus

olhos, não ouviremos a voz de Deus.

2. Dureza de Coração

“Hoje, se quiserdes ouvir a Sua Voz,

não endureçais os vossos corações” (Hb

4:7).

Quando eu e a minha equipe vamos a

algum lugar para pregarmos o Evangelho,

geralmente jejuamos e oramos para que Deus

nos capacite a fim de podermos orar e abençoar

as pessoas. Geralmente separamos um

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 195

dia para jejum e oração durante estas ocasiões.

Encorajamos estas equipes a orarem no

Espírito (em outras línguas – 1 Co 14:13,14)

e a terem a expectativa de que o Espírito

Santo lhes dê uma ajuda sobrenatural para

as pessoas que vieram para receber a oração.

a. A Falta de Perdão Bloqueia a Voz

de Deus. Certa vez, uma senhora veio para

o círculo de oração ao qual minha esposa e

eu pertencíamos. Ela tinha uma artrite muito

grave, que estava lhe causando muitas

dores em suas costas e mãos. Os seus dedos

estavam tão encurvados por causa da

artrite que ela não conseguia esticá-los.

Ela disse que o Senhor havia parado de

falar com ela e que ela não havia ouvido a

voz do Senhor há mais de oito meses.

À medida que a equipe começou a orar

no Espírito, começou a formar-se em minha

mente um quadro de um arrozal e de um

milharal, de onde a colheita havia sido removida.

O solo estava duro e árido, e os pés

de milho secos e murchos. Enquanto eu

ponderava se este quadro tinha algum significado

para a necessidade daquela irmã, senti

que o Espírito Santo começou a dizer-me:

“Isto é um quadro do coração desta irmã.

Ele está endurecido e seco.”

Aí então orei: “Por que Senhor?” O Espírito

respondeu: “O marido dela a tem maltratado

e ela não o perdoou. A sua falta de

perdão causou esta dureza de coração. E

pelo fato de ela não ter perdoado o seu marido,

ela também não foi perdoada. Tudo

isto se combinou e causou uma tremenda

frustração em seu coração, e também está

causando a artrite que tanto a aflige.”

Nem sempre tenho a certeza de estar

ouvindo a voz do Senhor quando acontece

algo semelhante a isto. Assim sendo, para

testar se era o Espírito Santo ou a minha

própria imaginação, falei àquela irmã sobre

o quadro em minha mente (visão). Relateilhe

o que eu achava que o Senhor havia dito

para mim com relação à situação dela. Em

seguida, perguntei-lhe: “Tem alguma verdade

nisto tudo?” Ela irrompeu em lágrimas e

replicou: “Sim, Irmão Ralph, tudo isto é

verdade.”

b. O Perdão Traz de Volta a Voz de

Deus. A compaixão do Senhor encheu o meu

coração com relação a esta querida irmã. Com

lágrimas correndo pelo meu rosto eu disse:

“irmã, Jesus a ama muito e Ele quer curá-la

e quer falar com você. Verbalize o seu perdão.

Simplesmente fale em voz alta o seguinte:

“Eu perdôo o meu marido por todo o

mal que ele tem feito contra mim para me

machucar.” Quando você fizer isto, o Senhor

a curará, e o seu coração será amolecido.

Quando você tiver um coração tenro

(em vez de um coração endurecido), o Senhor

falará com você novamente.

Ela fez o que sugeri e, dentro de três

minutos, toda a artrite havia desaparecido.

A rigidez e as dores em suas costas haviam

sido curadas. As articulações dos seus dedos

foram libertas e ela pôde dobrar os seus

dedos como qualquer pessoa normal.

Vários dias mais tarde ela me contou o

seguinte, com lágrimas de alegria: “Irmão

Ralph, o Senhor tem falado comigo novamente.

Ele é tão bom!” Descobri mais tarde

que ela tinha um cargo de liderança numa

excelente igreja.

Esta história ilustra como é importante

estarmos com o nosso coração correto diante

de Deus. Um coração endurecido, um

coração calejado, um coração incrédulo, e

dezenas de outras “enfermidades do coração”

podem nos impedir de ouvirmos a voz

de Deus.

3. Uma Condição Irregenerada

Eu já viajei por mais de quinze países,

pregando o Evangelho. Um dos grandes problemas

que encontro enquanto viajo é o de

líderes de igrejas irregenerados, clérigos

que nunca nasceram de novo do Espírito

de Deus. Será que é de se admirar que

eles não ouvem a voz de Deus?

196 / SEÇÃOA2 A2.2– Ouvir a Voz de Deus

Há mais de 200 anos atrás, John Wesley,

fundador de um dos maiores movimentos

de reavivamento do mundo, estava voltando

de navio para a Inglaterra, depois de um

serviço missionário na Colônia da Georgia.

Ele havia estado lá, tentando atenuar um

pouco o tratamento desumano aos prisioneiros.

No navio, missionários morávios da

Bavária começaram a conversar com João

Wesley.

“João Wesley, você é nascido de novo”?

“Eu sou um clérigo anglicano ordenado”

– ele respondeu.

“Não foi isso que lhe perguntamos, João.

Você é nascido de novo do Espírito de Deus?”

João respondeu: “Eu tenho trabalhado

com prisioneiros, ajudo os pobres e faço

todos os tipos de boas ações desde que me

formei no seminário. (John estava tentando

evitar aquela questão do “Céu ou Inferno”).

Os morávios continuaram pressionando-

o. “John Wesley! Jesus disse: ‘Necessário

vos é nascer de novo.’”

Confrontado repetidas vezes sobre esta

questão, John Wesley passou muito tempo

do restante desta viagem relendo o seu Novo

Testamento. Ele encontrou versículos como

“O Próprio Espírito testifica com o nosso

espírito que somos filhos de Deus.” (Rm

8:16).

Aí então ele se perguntou: “Sobre o que

está falando o Apóstolo Paulo? ‘O Espírito

testifica com o nosso Espírito...’ O que isto

significa?”

Ele leu 1 João 5:10: “Quem crê no Filho

de Deus tem o testemunho em si mesmo.”

Ele refletiu: “Não experimentei nenhum

testemunho em meu coração semelhante ao

que João descreve. Será que eu nasci de

novo?”

Quanto mais ele conversava com os

morávios e lia o seu Novo Testamento, tanto

mais se convencia de que ele não tinha a

“fé salvadora”.

a. Fé Salvadora ou Concordância

Intelectual. Um dia ele leu Tiago 2:19:

“Os demônios também crêem e estremecem.”

John Wesley começou a ver que havia

uma diferença entre a “fé salvadora” e

uma concordância intelectual com os fatos

históricos sobre Jesus registrados na Bíblia.

Os demônios crêem nos fatos, mas

não possuem a fé salvadora.

Convencido de que a sua igreja, os seus

professores do seminário e a sua junta missionária

o haviam desapontado por não terem

se certificado se ele havia nascido de

novo do Espírito de Deus, John começou a

sua busca da realidade espiritual.

Pouco tempo depois de voltar à Inglaterra,

John entrou certa noite numa pequena

missão de Londres para ouvir o pregador.

Sentado lá, ouvindo o Evangelho sendo

apresentado com clareza e simplicidade,

Wesley testificou mais tarde: “O meu coração

ficou estranhamente aquecido.” Ele saiu

da missão naquela noite com uma paz que

excedia o entendimento – uma alegria indescritível

e cheia de glória!

Finalmente ele conheceu a alegria de nascer

de novo do Espírito. Agora ele sabia

sobre o que Paulo, João e Tiago estavam

falando. Ele finalmente descobriu a diferença

entre uma realidade espiritual e uma concordância

intelectual com o Evangelho. Ele

passou os anos remanescentes do seu ministério

mostrando às pessoas e aos sacerdotes

como era essencial sabermos se somos

nascidos de novo.

b. Você Pode Saber que Você é Salvo.

E você? Você sabe se você nasceu de

novo? Você pode saber! Por que você não

pede ao Senhor Jesus para entrar no seu

coração?

Faça esta oração simples: Senhor Jesus!

Confesso que Tu és o meu Senhor. Creio

que Tu levaste os meus pecados à Cruz do

Calvário para me salvar do pecado. Creio

que Tu ressuscitaste dentre os mortos e está

entronizado à mão direita do Pai no Céu.

Eu creio que Tu e o Teu Sangue somente

são o pagamento total pelos meus pecados.

Renuncio e abandono os meus pecados. Eu

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 197

recebo o Teu Espírito Santo para testificar

com o meu espírito que eu sou um filho de

Deus. Tudo isto eu peço no Nome do meu

Senhor Jesus Cristo. AMÉM!

Se você fez esta oração com sinceridade,

Jesus entrou no seu coração. Agora vá dizer

a alguém imediatamente: “Recebi a Jesus

como meu Senhor e Salvador, e eu sei, eu sei,

eu sei que estou salvo e a caminho do Céu.”

A Bíblia diz: “Pois se você contar aos

outros com a sua boca que Jesus Cristo é o

Senhor e crer no seu coração que Deus O

ressuscitou dentre os mortos, você será salvo,

pois é crendo em seu coração que alguém

é justificado com Deus; e com a sua

boca ele diz aos outros sobre a sua fé, confirmando

a sua salvação” (Rm 10:9,10 – A

Bíblia Viva).

Agora que você nasceu de novo – e você

sabe que nasceu – você é um candidato para

que o Senhor comece a falar-lhe. Você pode

ouvir a Sua voz. Jesus disse: “As Minhas

ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu as conheço

e elas Me seguem” (Jo 10:27).

Quando Jesus entra no seu coração, Ele

o purifica e o liberta totalmente do pecado e

das trevas, removendo o coração endurecido

e dando-lhe um compassivo e tenro coração

de carne, de maneira que você possa

ouvir a Sua voz.

“Das vossas imundícias sereis purificados...

E vos darei um novo coração –

dar-vos-ei desejos novos e corretos – e porei

um novo espírito dentro de vós. Removerei

os vossos corações empedernidos pelo pecado

e dar-vos-ei novos corações de amor.

E colocarei o Meu Espírito dentro de vós

para que obedeçais as Minhas leis e façais

tudo o que vos ordenar” (Êx 36:25-27 – A

Bíblia Viva).

4. A Desobediência Bloqueia a Voz

de Deus

O Irmão Judson Cornwall disse que ele

estava orando fervorosamente, pedindo que

o Senhor falasse com ele. O Senhor finalmente

disse: “Judson, por que Eu deveria

falar com você novamente, se você ainda

não obedeceu o que Eu lhe disse na última

vez que falei com você?” O Irmão Cornwall

levantou-se imediatamente e fez o que o

Senhor lhe havia dito para fazer anteriormente.

Aí então ele começou a ouvir a voz

do Senhor novamente.

“Assim que a fé vem pelo ouvir a Palavra

de Deus’’ (Rm 10:17).

A fé pode ser definida como “Ação em

obediência ao que Deus diz.” “Ouvirmos”

a voz de Deus não significa simplesmente

ouvirmos com os nossos ouvidos.

Significa respondermos obedientemente ao

que Ele disse.

Quando o meu filho tinha cerca de nove

anos de idade, falei com ele e disse-lhe: “Filho,

leve este saco de lixo para o depósito

de lixo.” Ele disse: “Está bem, papai!” Trinta

minutos mais tarde eu voltei e o lixo ainda

estava lá. Será que ele me ouviu? Não no

sentido bíblico. Até que me obedecesse, ele

ainda não teria me ouvido.

Aí então chamei o meu filho de volta e

mostrei-lhe a “varinha de instrução” que eu

estava me aprontando para aplicar em seu

“centro de aprendizagem”. Então ele me

ouviu, e levou o lixo para fora.

A fé vem pelo ouvir... a Palavra de Deus

– ou seja, ouvir e responder obedientemente

ao que Deus falou.

a. O Orgulho Impede a Obediência.

Uma grande barreira à nossa resposta de

obediência é o ORGULHO. Ouvi Oral

Roberts dizer: “Toda vez que me preparei

para orar pelos enfermos tive que pendurar

o meu orgulho na Cruz novamente – porque

eu sei que somente algumas das pessoas

por quem oro serão curadas.”

Apesar dos céticos, escarnecedores, e repórteres

de jornais críticos, Oral Roberts

perseverou no meio das humilhações, para

fazer o que ele ouvira Deus dizendo-lhe para

fazer. Devido à sua fidelidade a um chamado

impopular, milhares de pessoas foram

curadas e o ministério de cura é praticado

mais amplamente o tempo todo.

198 / SEÇÃOA2 A2.2– Ouvir a Voz de Deus

Muitos de nós somos impedidos de fazer

o que Deus está nos dizendo para fazer

porque tememos o que os outros pensariam

de nós se obedecêssemos ao Senhor. “O temor

do homem arma laços’’ (Pv 29:25). O

“temor do homem” é simplesmente uma

outra expressão do orgulho. Basicamente, não

fazemos o que o Senhor quer que façamos

por causa do ORGULHO.

A nossa mente carnal pensa: “Se tentarmos

o que Deus esta dizendo e falharmos, o

que as pessoas pensarão? Os meus amigos

obreiros e pastores não me compreenderão.

A minha denominação não concordará com

o que Deus está me dizendo para fazer.”

Todos estes pensamentos têm as suas

raízes no temor do homem – ORGULHO!

Muitos dos que desejam fazer a vontade de

Deus são impedidos pelo temor do homem.

Muitas vezes me perguntam: “Irmão

Ralph, como você pode ter certeza de que

Deus está falando com você?”

Eu respondo: “Nem sempre consigo ter

certeza. Geralmente não tenho certeza. Eu

verifico e provo as coisas. Eu verifico os

fatos com outras pessoas envolvidas nas

situações.

“A Bíblia diz: ‘Examinai tudo’ (1 Ts

5:21). A única maneira pela qual podemos

examinar algo e provando-o. Geralmente

falho na tentativa – mas um dos elementos

da fé é o risco. Temos que aceitar o

risco de nos tornarmos tolos por amor a

Cristo.”

Não permita que o orgulho o paralise.

Tente fazer o que você acha que Deus quer

que você faça. Ainda que você possa ter

alguns fracassos, haverá alguns sucessos

também. Aceite o risco. Dê um passo pela

fé e tente fazer grandes coisas para Deus.

b. As Idéias Preconcebidas Impedem

a Obediência. Uma das histórias

mais interessantes da Bíblia encontra-se

em 2 Reis Capítulo 5. Ela ilustra vividamente

como as nossas idéias preconcebidas

nos impedem de ouvirmos e obedecermos

a voz de Deus.

1) Naamã Quase Perde Uma Bênção.

Naamã era um general sírio cuja empregada

doméstica israelita era uma prisioneira

de guerra. Naamã tinha a doença incurável da

lepra. A sua criada contou-lhe sobre um profeta

em Israel chamado Eliseu, que tinha poder

de Deus para curar as pessoas.

Através de canais diplomáticos, Naamã

entrou em contato com o rei de Israel e fez

arranjos para uma visita a Eliseu. Quando

Naamã chegou à modesta casa de Eliseu, o

profeta enviou o seu servo para dizer ao

General Naamã o que Deus disse que ele

precisava fazer. “Vá lavar-se no Rio Jordão

sete vezes, e você será curado de todos os

vestígios da sua lepra” (Vs. 10).

Naamã ficou irado e afastou-se de nariz

empinado. “Olhe aqui!” disse ele. “Eu pensei

que o profeta teria a comum cortesia de

sair para me receber. Eu pensei que ele invocaria

o Nome do Senhor seu Deus e passaria

o seu manto sobre a lepra, e eu seria

curado.” (Observe a sua idéia preconcebida

de como ele seria curado.)

“Se o que eu preciso é de um rio, então

voltarei para a Síria para lavar-me nas águas

cristalinas do Rio Abana ou do Rio Farfar –

e não naquele lamacento Rio Jordão.” Com

isto ele saiu enfurecido.

Um dos seus servos suplicou-lhe: “Senhor!

Se o profeta tivesse lhe pedido para

fazer alguma coisa grandiosa e difícil, você

teria feito. Portanto, por que você não obedece

(palavra-chave), pois ele somente lhe

pediu que você fosse se lavar para ser curado?”

Finalmente persuadido, Naamã desceu

ao Rio Jordão e mergulhou sete vezes, como

o profeta lhe havia dito. Após obedecer, a

sua carne se tornou tão saudável quanto a

carne de uma criancinha. Naamã foi completamente

curado.

Naamã quase deixou de receber a bênção

que procurava. Por quê? Por causa de uma

idéia preconcebida de como Deus o curaria.

A sua idéia preconcebida e orgulho atrapalharam

a sua obediência.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 199

Vemos, portanto, que uma idéia preconcebida

tem as suas raízes no orgulho. Ela é,

na verdade, uma afirmação de que “eu sei

tudo. Eu posso conceber as coisas antes

que aconteçam – como acontecerão” (um

atributo divino).

Quando as coisas não acontecem segundo

as nossas idéias preconcebidas, isto solapa

a nossa imagem deificada (cheia de orgulho)

de nós próprios, e nós, semelhantemente

a Naamã, nos retiramos com o nariz

empinado, irados e ressentidos porque Deus

não Se conformou às nossas idéias preconcebidas

de como Ele faria as coisas.

2) O Padrão de Deus Para a Sua

Vida. A nossa teologia (uma idéia preconcebida

sobre Deus) geralmente entra em

conflito com a direção do Espírito em nossa

vida – e quando isto acontece, enfrentamos

o sério perigo de perdermos a vontade de

Deus.

Quando Deus começou a me mostrar que

eu deveria tornar-me um pregador itinerante,

resisti com um protesto inflexível. Durante

onze anos eu iniciei novas igrejas e as pastoreei.

Agora Deus estava me dizendo para

fazer algo que significaria desistir do

pastoreamento de igrejas locais.

Argumentei: “Senhor, não é bíblico!

Tudo o que Tu fazes, ou jamais farás, Tu

deves fazer através de uma igreja local.” Esta

era a minha teologia naquela época. Protestei

com Deus: “Esta idéia de pregação

itinerante não está de acordo com o Livro

de Atos. Eu devo fazer todas as coisas de

acordo com o padrão!” (Hebreus 8:5 era um

texto favorito meu.)

Num domingo de manha, enquanto estava

caminhando para uma reunião para pregar,

o Senhor falou comigo:

“Por que você não lê o resto do versículo?”

Eu sabia o que o Senhor queria dizer.

“Leia o resto de Hebreus 8:5.”

“Senhor, por que eu deveria ler o resto

do versículo? Eu já o li centenas de vezes e

já preguei sobre ele dezenas de vezes. Senhor,

eu sei este versículo de trás para a

frente e de cor e salteado. Por que eu deveria

ler o resto do versículo?”

A insistente voz do Senhor dentro de

mim continuou a pressionar-me: “Leia o

resto do versículo.” Abri a minha Bíblia e li:

“Olha, faze tudo de acordo com o padrão

mostrado a ti no monte” (Hb 8:5b). Três

palavras me atingiram como se fossem dinamite:

“Mostrado a ti.”

“Faze TUDO de acordo com o padrão

mostrado a ti.”

A minha teologia baseava-se num padrão

mostrado a Moisés, a Davi, à Igreja Primitiva

– mas Deus estava dizendo:

“Você tem que fazê-lo da maneira que

Eu lhe mostrar. Noé construiu a arca porque

este foi o Meu padrão para Noé.

Moisés construiu um tabernáculo porque

este foi o Meu padrão para Moisés. Salomão

construiu um templo porque Eu lhe

disse para fazê-lo. Pedro, Paulo, Tiago e

João – todos eles fizeram o que Eu lhes

disse para fazer. Este foi o padrão para a

vida deles.

“Você precisa fazer o que Eu lhe digo

para fazer, da maneira que Eu lhe digo para

fazê-lo. Este será o Meu padrão para a sua

vida.”

Finalmente eu compreendi. Eu tinha que

ouvir e obedecer a voz de Deus. Eu não

podia fazer as coisas simplesmente porque

“elas sempre foram feitas desta maneira.”

Eu tinha que obedecer a Deus.

E, meu amigo, esta ainda é a questão,

não é? Deus tem um plano para cada um de

nós. O ministério que Ele deu a Billy Graham

é semelhante ao de João Batista, sobre quem

as Escrituras testificam: “João não fez milagres”

(Jo 10:41). Kenneth Hagin e Oral

Roberts são mais semelhantes a Estevão,

que “...fazia grandes maravilhas e milagres,

dentre o povo” (At 6:8).

Todos estes três grandes evangelistas

estão fazendo o que Deus lhes disse para

fazer – contudo, cada um deles é bem diferente

dos outros. Cada um de nós precisa

ouvir e obedecer a voz de Deus. É isto que

200 / SEÇÃOA2 A2.2– Ouvir a Voz de Deus

vai distinguir você dos milhares que não

vão fazê-lo. A maioria não ouvirá nem obedecerá

a voz de Deus, mas você precisa

fazê-lo!

Não permita que as suas tradições o impeçam

de fazer o que Deus diz. Ouça e obedeça

a voz de Deus. Alguns o desprezarão,

se oporão, e o criticarão. Outros duvidarão

de você e o atacarão. O seu orgulho sofrerá.

Mas seja o que for, faça a vontade de Deus!

3) Experiência na Ilha de Khushan.

Em 1962 eu fui um dos dois homens que se

esforçaram para evangelizar a pequena ilha

da costa oriental de Zhejiang. Um convertido,

das reuniões que eu havia feito três anos

antes, havia ido antes de nós a esta ilha e

iniciado uma igreja.

Da maneira tradicional dos evangelistas,

preguei fervorosamente durante várias noites

– sem ver nenhuma só pessoa convertida

a Cristo. O meu co-evangelista e eu estávamos

tão frustrados e desesperados que

anunciamos uma reunião de oração para as

quatro horas da manhã de todos os dias.

Desta forma poderíamos orar com os membros

da igreja antes que saíssem bem cedo

de manhã em suas expedições de pesca e de

colheita de frutos.

Esperávamos que viessem dez ou doze

membros da igreja. Para espanto nosso, a

pequenina igreja ficou abarrotada com cerca

de 100 pessoas (que era o número que

havíamos visto em qualquer uma das reuniões

noturnas).

Ora, todo mundo sabe que cruzadas

evangelísticas não são feitas as quatro da

manhã – mas foi nisto que a reunião se transformou.

Deus iria despedaçar as minhas idéias

preconcebidas sobre a maneira em que

Ele opera e me ensinaria uma lição sobre

ouvir e obedecer a Sua voz.

Iniciamos o tempo de oração com um

pequeno corinho:

Move-Te sobre a minha alma, move-Te

sobre a minha alma.

Doce Espírito, move-Te sobre a minha

alma.

O meu descanso é completo, quando

estou sentado aos Seus pés.

Doce Espírito, move-Te sobre a minha

alma.

Depois de tentar seguir com dificuldade

este cântico uma ou duas vezes, uma das

senhoras começou a profetizar. A sua voz

era hesitante. Ela gaguejava como se estivesse

tendo grandes dificuldades em pronunciar

as palavras. Isto estava me deixando

nervoso, mas pensei: “Deixe a pobre alma

tentar – não fará mal algum.”

Três vezes ela repetiu as seguintes palavras:

“Tira os sapatos dos teus pés, pois o

solo em que estás é solo santo.” Tudo o que

ouvi foi uma mulher de quem senti pena,

gaguejando palavras que pareciam totalmente

inadequadas para aquele momento de

pouca inspiração.

O meu companheiro, o querido Irmão

Heeley, ouviu algo bem diferente. Ele ouviu

a voz do Espírito Santo chamando os pecadores

ao arrependimento. (Fico contente que

ele teve uma audição espiritual melhor do

que a minha.)

Ele se levantou e começou a falar baixinho.

“Olha gente, creio que o Senhor acabou

de falar conosco e temos que responder.

Não sei com certeza se o Senhor quer

que tiremos literalmente os nossos sapatos

ou não. Mas, em todo caso, não nos fará

mal algum se o fizermos.”

Com a sensação de estarmos sendo

um pouco ridículos, começamos por obediência

a tirar os nossos sapatos. O Irmão

Heeley continuou: “O que o Senhor

provavelmente quer dizer é o seguinte:

Devemos nos despojar dos velhos sapatos

de uma vida pecaminosa e começar a

andar num caminho de uma vida de retidão.

Devemos abandonar a antiga vida

de escravidões e rebeliões e entrar numa

nova vida de liberdade e obediência a Jesus.

“Se você quiser fazer isto agora mesmo,

simplesmente deixe os seus sapatos para

trás, saia do seu lugar e venha aqui para a

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 201

frente da igreja, para que possamos orar juntos.”

Para espanto meu, o que todos os meus

”super-eletrizados sermões evangelísticos”

não produziram, a audição espiritual sensível

e a resposta do Irmão Heeley à voz de

Deus produziram. As pessoas começaram

a vir para a frente de todas as partes da

pequenina igreja. Aconteceu então uma das

coisas mais impressionantes que já presenciei.

Enquanto as pessoas vinham, parecia que

havia uma linha invisível feita bem na frente.

Quando as pessoas que estavam vindo a

frente para receberem a Cristo cruzavam

esta linha, elas caíam com o rosto em terra,

como se tivessem sido atingidas por um anjo

invisível. Aqueles fazendeiros e pescadores

muito estóicos estavam espalhados por todo

o chão, chorando e soluçando com lágrimas

de tristeza e arrependimento pelos seus

pecados, como se seus corações estivessem

se quebrando.

Eu pensei que depois que a primeira meia

dúzia de pessoas tivesse caído, isto assustaria

as demais pessoas, que virariam as

costas e sairiam correndo do culto.

Isto, porém, não aconteceu. Elas simplesmente

continuaram vindo até que quase

todos os pecadores presentes no culto

tivessem recebido o dom do arrependimento

e salvação (mais de cinqüenta pessoas

vieram a Cristo).

UAU! Quem jamais ouviu falar em ganhar

almas desta maneira? Quem jamais

ouviu sobre este “método” de evangelismo?

Vemos, porém, que o segredo estava em “ter

um ouvido para ouvir o que o Espírito estava

dizendo”.

Admito envergonhadamente que não ouvi

o Espírito com relação ao que estava acontecendo

no culto. Mas, graças a Deus, o meu

companheiro ouviu! Ele obedeceu o Senhor,

e um grande reavivamento irrompeu e estremeceu

a ilha de uma extremidade a outra.

Ó Senhor! Livra-me da minha desobediência,

idéias preconcebidas, tradições, e

dureza de coração que me impedem que eu

ouça e obedeça a Tua voz. AMÉM!

Capítulo 3

Obedecer a Voz de Deus

“Portanto a fé vem pelo ouvir... a palavra

[Rhema] de Deus” (Rm 10:17).

A. LOGOS E RHEMA

Há duas palavras gregas traduzidas por

“palavra” em nossas Bíblias: “LOGOS” e

“RHEMA”. “Logos” geralmente se refere à

“palavra” escrita ou gravada. “Rhema” geralmente

se refere a “palavra” viva ou

vivificante.

[Nota do Editor: Os seguintes exemplos

não têm por objetivo o uso preciso destas

palavras gregas. São dados apenas como

exemplos da idéia que o autor tenta explicar

com relação às palavras Logos e Rhema.]

Jesus disse: “Está escrito [Logos], ‘nem

só de pão viverá o homem, mas de toda

palavra [Rhema] que precede da boca de

Deus’” (Mt 4:4).

Foi dito o seguinte sobre os que estavam

em Beréia: “Estes foram mais nobres dos

que os que estavam em Tessalônica, porque

de bom grado receberam a palavra

[Rhema], examinando diariamente as Escrituras

[Logos] se estas coisas eram assim”

(At 17:11).

Estes versículos ilustram o vínculo inseparável

entre “Logos” e “Rhema”. Sempre

operam em conjunto. Precisamos conhecer

as Escrituras (Logos) para julgarmos se uma

palavra (Rhema) que veio até nós realmente

é do Senhor – ou de algum outro Espírito. O

Espírito Santo (Rhema) e a Bíblia Sagrada

(Logos) estão sempre de acordo.

Jesus disse o seguinte com relação aos

fariseus: “Errais não conhecendo as Escrituras

[Logos] nem o poder [Rhema] de

Deus” (Mt 22:29). Os Fariseus da época

de Jesus não conheciam nem o “Logos” nem

o “Rhema”.

202 / SEÇÃOA2 A2.3– Obedecer a Voz de Deus

Muitos líderes de igreja não conhecem

nem as Escrituras nem o poder de Deus.

Estes líderes e igrejas fazem com que Deus

os vomite (Ap 3:16).

Há outros líderes de igreja que conhecem

as Escrituras, mas não conhecem o

poder de Deus. Eles geralmente se secam.

Há também alguns líderes de igreja que

conhecem o poder de Deus, mas não conhecem

as Escrituras. Eles geralmente se

ensoberbecem e explodem.

Se você conhecer as Escrituras, como

também o poder de Deus, isto fará com que

você e a sua igreja cresçam.

1. Um Rhema de Deus

Um “Rhema” geralmente é uma comunicação

de Deus com propósito e poder para

ser aplicada a uma situação específica. Quando

estamos lendo a Bíblia e um certo versículo

subitamente nos atinge com poder,

estamos recebendo um “Rhema” (palavra

viva) para a nossa necessidade pessoal.

Quando estamos orando e pedindo a sabedoria

de Deus ou a resposta de Deus para

um problema sem solução, e, subitamente,

Deus fala ao nosso coração e nos dá a solução

do problema em termos claros e práticos,

isto é um “Rhema”.

Quando estamos no meio de uma atividade

relacionada ao ministério e recebemos

uma impressão repentina no sentido de tomarmos

alguma ação específica que resulta

em grandes bênçãos, isto é um “Rhema”.

[Cuidado: Não deveríamos presumir que

todo impulso, impressão, ou sentimento seja

um “Rhema”. Nenhum “Rhema” jamais será

contrário às Escrituras (Logos), a Palavra

eterna de Deus.]

Se estou doente, posso abrir a minha

Bíblia e ler: “por cujas feridas fostes sarados”

(1 Pe 2:24). Tenho a Palavra (Logos)

para me dizer que a vontade de Deus é curar-

me. Contudo, talvez eu não seja curado

ao ler este versículo.

a. Pedro e o Coxo. O coxo (Atos 3) que

havia estado na porta do Templo durante

anos não foi curado por Jesus, que havia entrado

e saído do Templo muitas vezes.

Pedro, que havia acabado de ter o seu

Pentecostes pessoal, subiu ao Templo para

orar. Quando o coxo pediu esmola, Pedro

recebeu um “Rhema” para ele e disse-lhe:

“Não tenho prata nem ouro, mas o que

tenho isto te dou. Em Nome de Jesus Cristo

de Nazaré, levanta-te e anda!” (At 3:6).

Instantaneamente, o coxo levantou-se

num salto e seguiu a Pedro para dentro do

Templo, andando, pulando, e louvando a

Deus. Talvez aquele coxo conhecesse o versículo

bíblico: “Eu sou Jeová Rapha, que te

curo” (Êx 15:26). Contudo, ele não foi curado

até que Pedro ouvisse a voz de Deus e

pronunciasse a palavra vivificante (Rhema)

a ele.

“Portanto, a fé vem pelo ouvir... a palavra

[Rhema] de Deus” (Rm 10:17). Quando

Deus fala com você, a fé vem. Se você responder

obedientemente ao que Deus falou,

milagres vão acontecer a você, exatamente

como aconteceram nos tempos bíblicos.

b. Milagre em Hebei. Há cerca de quinze

anos atrás eu estava em Hebei, ministrando

com o Evangelista D’Sousa de

Taiyuan. Ele me convidou a ir visitar um

homem que estava acamado e doente. Quando

chegamos a casa do homem enfermo e

começamos a orar por ele, senti o Espírito

Santo me dando uma mensagem para ele.

Eu lhe disse: “A menos que você se arrependa

você morrerá.”

Subitamente, o homem quebrantou-se e

começou a chorar incontrolavelmente. Ele

estava orando e clamando tão fortemente

que a pequena cama em que estava deitado

começou a balançar de um lado para outro.

A palavra do Senhor (Rhema) veio a mim

novamente. “Tome o homem pela mão e

diga-lhe para levantar-se e andar em Nome

de Jesus.”

Peguei a mão daquele homem e comecei a

puxá-lo suavemente da cama. Ele se levantou

vagarosamente e ficou tremulamente de

pé. De repente ele começou a gritar e a pular

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 203

por todo o quarto. Ele havia sido curado milagrosamente

em questão de segundos.

Descobri mais tarde que ele era um membro

de igreja desviado, e que, antes da sua

conversão, havia sido um gangster famoso e

havia matado muitos homens.

Ele havia se desviado do Senhor. De volta

ao pecado, foi acometido de uma doença

cardíaco-renal incurável. A sua saúde era tão

precária que os médicos haviam instruído

que ninguém o movesse, pois isto poderia

matá-lo (fico contente por não ter sabido

disto, pois eu poderia ter ficado com medo

de obedecer ao Senhor.)

Naquela noite ele compareceu à reunião

evangelística e deu o seu testemunho. Pelo

fato de ele ser tão conhecido na comunidade,

o impacto do seu testemunho foi dinâmico.

Muitos vieram a Cristo para salvação

e cura como conseqüência disto.

B. RELACIONAMENTOS – NÃO

FÓRMULAS

Precisamos compreender que a palavra

vivificante de Deus raramente vem em resposta

a fórmulas ou formalismos religiosos.

Jesus curou um cego, misturando terra

e saliva, formando assim lama e aplicandoa

aos olhos do cego. Em seguida, o cego foi

enviado ao tanque de Siloé para lavar a lama

dos seus olhos, e foi curado (João 9).

Se eu misturasse terra e saliva e os colocasse

nos olhos dos cegos, provavelmente

tudo o que receberiam seria lama em seus

olhos. Se Deus me falasse para fazer isto

(como Ele disse a Jesus), ai então os cegos

seriam curados.

Não é o formalismo nem a fórmula. É o

ouvirmos a voz de Deus e tomarmos os

passos de obediência em resposta ao que

Deus falou. Em outras ocasiões, Jesus curou

os cegos de outras maneiras (Mt 9:29;

Mc 10:52).

Um relacionamento apropriado com o

Seu Pai Celestial foi o segredo do ministério

de Jesus. Ele disse: “Sempre faço as coisas

que agradam ao Pai” (Jo 8:29). Pelo fato

de o coração de Jesus estar sempre correto

para com o Seu Pai Celestial, Ele podia facilmente

ouvir e obedecer a voz do Seu Pai.

Jesus deixou bem claro: “O Filho não

pode fazer nada por Si Próprio. Ele faz somente

aquilo que vê o Pai fazendo, e da

mesma maneira que vê o Pai fazendo” (Jo

5:19 – A Bíblia Viva).

1. Passe Tempo com Deus

Jesus conhecia as Escrituras. Ele confundiu

os sábios do Templo, com doze anos

de idade, com o Seu conhecimento bíblico.

Mas o segredo do Seu ministério foi a Sua

sensibilidade à voz do Pai – fazer o que Ele

via o Pai fazendo, da mesma maneira que

via o Pai fazendo.

Quando Jesus precisava ouvir o Pai, Ele

Se afastava para passar tempos em oração

(e, às vezes, em jejum). Vocês se lembram

que o ministério de Jesus começou com quarenta

dias de jejum e oração. Muitas vezes

depois disto, vemos a Jesus passando noites

em oração (como antes de escolher os Seus

doze discípulos). Encontramo-Lo afastando-

Se das multidões e indo ao deserto para orar.

Desta vida devocional veio a sensibilidade

para ouvir a voz do Pai. Você tem desenvolvido

o seu relacionamento com o Pai em

tempos de oração e jejum? Se a sua resposta

for não, por que você não tenta isto para ver

o que acontece? Talvez você fique surpreso!

C. A COISA REAL E NÃO

SUBSTITUTOS!

Quisera que as reuniões de obreiros e os

materiais de treinamento enfatizassem mais

em seus currículos o ensino de como nos

movermos nos dons do Espírito Santo e

como ouvirmos a voz de Deus.

1. A Palavra e o Espírito de Deus, e

Não o Conhecimento Acadêmico

Graças a Deus por homens como o Dr.

John Wimber, o Dr. Peter Wagner, e o Dr.

Donald McGovern, corajosos servos de

Deus, que se destacam na história da nossa

204 / SEÇÃOA2 A2.3– Obedecer a Voz de Deus

nação como homens que reconheceram a

importância do Espírito Santo na obra de

evangelismo e da vida da igreja.

Eles não foram como seus contemporâneos

que enfatizaram a filosofia, a literatura,

a história, a psicologia e uma infinidade

de outras matérias, ao invés da Bíblia. Estes

homens ensinaram os outros a se prepararem

para uma batalha espiritual contra Satanás

e seus demônios.

Eles ensinaram os alunos como curar os

enfermos, expulsar os demônios, e pregar o

Evangelho, com milagres confirmando o

ministério da Palavra. Ao invés de uma mera

produção de alunos com diplomas teológicos,

eles levantaram homens que estavam

em chamas com o Espírito, capazes de dispersar

a influência demoníaca espalhada pela

nossa terra.

Precisamos de homens como Filipe, que

desceu à cidade de Samaria e pregou a Cristo.

A Bíblia diz: “E as multidões unanimemente

prestaram atenção ao que Filipe dizia,

porque ouviam e viam os milagres que

ele fazia, pois os Espíritos imundos, clamando

em alta voz, saíam de muitos que

eram possuídos par eles, e muitos paralíticos

e coxos eram curados” (At 8:6,7).

Nosso treinamento deveria formar homens

de fé como Estêvão e Filipe – homens

que desafiem os poderes das trevas e que

triunfem no processo. Aí então veremos

“este Evangelho do Reino pregado em todo

o mundo, como testemunho a todas as nações”

(Mt 24:14).

2. Fé, Não Orgulho

Se continuarmos substituindo o Rhema

de Deus pelo conhecimento acadêmico, estaremos

destinados ao fracasso. Um dos

grandes perigos da educação superior é a

produção de homens de orgulho, ao invés

de homens de fé. Parafraseando a Paulo, “o

conhecimento incha, mas o amor edifica”

(1 Co 8:1).

Não vamos oferecer a nossa adoração no

altar do conhecimento secular. Não coloquemos

a nossa fé na sabedoria acadêmica e

na tecnologia, as quais podem somente fornecer

um substituto conveniente, porém em

última analise infrutífero, do poder de Deus

em nossa vida e ministérios. Ao contrário,

vamos tentar ser ouvintes e praticantes da

Palavra de Deus. Aprendamos a ouvir de

Deus.

D. A MENSAGEM – NÃO O

CIMENTO

Os líderes de igreja das nações ocidentais

muitas vezes compensam a sua falta de

poder e capacidade de ouvirem a voz do

Senhor, investindo milhões de dólares em

catedrais impressionantes e em luxuosos

santuários. Eles acham que isto impressiona

o mundo e atrai as pessoas às suas igrejas.

Ao estudarmos a história da Igreja, descobrimos

que quanto mais desviada era a

igreja, tanto mais os líderes investiam em

enormes estruturas que faziam pouco para

ajudar as pessoas ou para propagar o Evangelho.

Estas estruturas provavelmente só

serviam para um propósito principal – aumentavam

o orgulho dos líderes da igreja e

dos membros ricos.

Observando-se como estas igrejas funcionam,

ficaríamos com a nítida impressão

de que as últimas palavras de Jesus foram:

“Ide por todo o mundo e edificai catedrais

para todas as criaturas.” A prioridade

máxima da maioria dos líderes de igreja é

“construir um celeiro maior”.

1. A Prioridade de Deus

O que Jesus disse foi o seguinte: “Ide

por todo o mundo e pregai o Evangelho a

toda criatura” (Mc 16:15). Deus põe a prioridade

na mensagem – e não no cimento.

Deus enfatiza a ajuda às pessoas. O homem

enfatiza uma quantidade de cimento cada

vez maior (prédios).

Não podemos deixar de contrastar este

comportamento dos nossos líderes de igreja

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 205

com o nosso Senhor. Ele escolheu um estábulo

para ser o local do Seu nascimento,

viveu como membro de uma família de um

pobre carpinteiro de Nazaré, e nos disse

que Ele havia vindo para pregar o Evangelho

aos pobres. Ele não tinha onde recostar

a Sua cabeça durante os anos do Seu

ministério. Em sua morte, Ele foi envolto

numa mortalha emprestada. O Seu corpo

esteve numa sepultura emprestada durante

aquelas horas de gloriosa conquista sobre

a morte e o inferno. Por amor a nós Ele

Se tornou pobre.

De onde então os líderes de igreja recebem

autoridade para extravagantemente desperdiçarem

os recursos da Igreja em catedrais

ostentosas e luxuosos santuários quando

dois bilhões de pessoas ainda aguardam

para ouvir o Evangelho?

Não há nenhum registro de construções

de igrejas até o Século III, quando Constantino,

o primeiro imperador romano “cristão”,

uniu a Igreja com a política.

A influência de Constantino foi espiritualmente

prejudicial e desastrosa para a

Igreja. Uma vez que a Igreja se tornou respeitável

e rica, o seu poder com Deus acabou.

O que havia sido um organismo vivo –

espalhando vida e bênção em toda parte –

tornou-se uma organização morta, propagando

a “forma sem a força” – destituída da

Palavra e do poder de Deus. Paulo nos admoesta:

“Destes afasta-te” (2 Tm 3:5).

2. A Igreja da China: um Exemplo

A China nos fornece um interessante

exemplo do que pode acontecer quando uma

igreja fica liberta da obsessão com catedrais

e igrejas requintadas.

Desde antes das mudanças de 1950, Deus

levantou obras nacionais que reconheciam a

mão especial de Deus sobre a China e a sua

cultura.

Ao invés de contarem com a maneira ocidental

de se fazer as coisas, eles começaram

a ver que muitos aspectos da cultura chinesa

estavam em harmonia com as Escrituras,

como a força e a estrutura da família chinesa

e a importância dada ao lar como um lugar

de adoração.

Assim sendo, já a partir desta época começaram

muitos movimentos através dos

quais os crentes chineses se congregavam

em seus lares para adorarem e orarem ao

Deus Vivo como famílias.

Agora também podemos compreender o

motivo pelo qual, após as mudanças de 1950

(quando todos os missionários ocidentais

foram forçados a saírem da China), milhões

de irmãos de todo o país encontraram uma

satisfação espiritual. Não através das catedrais

de estilo ocidental, mas através de uma

crescente rede de igrejas domésticas.

Após as mudanças de 1950, os cristãos

chineses começaram a compartilhar a sua fé

com os seus parentes e amigos. Através do

“evangelismo familiar” (ou seja, o evangelismo

que se propaga de parente a parente),

um surpreendente milagre de crescimento

de igreja começou a ocorrer na Igreja da

China.

Após 120 anos de atividades missionárias

ocidentais, havia cerca de dois milhões

de crentes cristãos na China em 1952. Vinte

anos mais tarde (1972), quando a China se

abriu novamente ao Ocidente, descobriu-se

que havia mais de vinte milhões de cristãos

na China. Em 1990, fontes fidedignas estimavam

a comunidade cristã da China em

cinqüenta ou sessenta milhões de crentes.

Por que este crescimento dramático? Liberta

do dinheiro missionário ocidental (que

muitas vezes é uma influência controladora)

e das maneiras missionárias ocidentais de

se fazer as coisas, a Igreja chinesa adaptouse

rapidamente a métodos muito mais compatíveis

com a sua cultura. Afastados das

catedrais, eles retornaram à prática neo-testamentária

de se congregarem nos lares. Os

crentes, então, começaram a funcionar como

uma família, com resultados dramáticos no

evangelismo.

Pelo fato de a Igreja da China ter sido

isentada do peso econômico de grandes

206 / SEÇÃOA2 A2.3– Obedecer a Voz de Deus

construções, eles puderam usar o seu dinheiro

para ajudar as pessoas e para propagar

a mensagem. A prioridade tornou-se

“propagar a mensagem”, e não “espalhar

o cimento” (a construção de mais catedrais).

3. Propagação da Mensagem

O Novo Testamento não tem uma palavra

sequer sobre a construção de igrejas

materiais (nem o Antigo Testamento).

Contudo, esta é uma das prioridades máximas

na maioria das igrejas ou organizações

ocidentais. Na China, eles têm uma maneira

melhor.

A ênfase do Novo Testamento encontra-

se na “propagação da mensagem”. “E

os discípulos foram por toda parte pregando,

e o Senhor estava com eles e confirmava

o que diziam através dos milagres que

se seguiam às mensagens deles” (Mc 16:20

– A Bíblia Viva).

“Por que não me envergonho destas

boas-novas [a mensagem] sobre Cristo.

Elas são o poderoso método de Deus para

levar para o Céu todos os que crêem nelas”

(Rm 1:16).

“E desta maneira me esforcei em pregar

o Evangelho, não onde Cristo foi nomeado...

mas pregamos a Cristo crucificado...

Cristo, poder de Deus, e sabedoria de

Deus” (Rm 15:20; 1 Co 1:23,24).

Luxuosas construções de igrejas não fazem

com que os pecadores creiam ou que

os perdidos sejam salvos. Somente o poder

de Deus pode salvá-los.

Os rituais religiosos mortos não conduzem

os homens ao Cristo Vivo, que triunfou

sobre a morte e o inferno. Contudo, a

pregação plena do Evangelho leva as pessoas

a Cristo. Paulo escreveu: “...através

de poderosos sinais e maravilhas, pelo poder

do Espírito de Deus... tenho pregado

plenamente o Evangelho de Cristo” (Rm

15:19). Eu gostaria de acrescentar: O Evangelho

não é plenamente pregado até que

seja acompanhado pelas milagrosas demonstrações

do amor de Deus através de poderosos

sinais e maravilhas.

4. Um Cemitério Espiritual

Há muitos anos atrás, entrei numa catedral

da Australasia. Ela tinha capacidade para

2.500 pessoas, meninos de um coral que

podiam cantar lindos hinos medievais, um

grande órgão de tubos que enchia o lugar

com sons majestosos, e ministros altamente

instruídos que recitavam os sermões e as

orações. Na superfície era algo muito impressionante.

Havia somente um problema

– eles tinham tudo, exceto as pessoas! E

isto aconteceu numa cidade com mais de

cinco milhões de habitantes!

Eu fui ao culto normal da quarta-feira à

noite daquela grande catedral. Os meninos

do coral cantaram, o organista tocou, o sacerdote

leu as orações e o sermão. Ao todo,

demorou cerca de uma hora e meia.

Além de mim, havia somente duas outras

pessoas na igreja: duas amáveis senhoras

muito idosas e de cabelos grisalhos. Nós

três ficamos sentados durante toda aquela

relíquia ritualística de um cristianismo morto,

que fingia ser a representação de Cristo.

Esta catedral ocupava um terreno que valia

milhões e milhões de dólares.

Teria sido melhor vender o terreno todo,

fechar este cemitério espiritual, e enterrar este

insulto ao poderoso, vivo e ressurreto Cristo,

cujos olhos ardem como chamas, cujos

pés brilham como bronze polido, que tem

todo poder no Céu e na terra, e que promete

vomitar todo os sistemas eclesiásticos que

propaguem um Evangelho morno.

Nesta mesma igreja, um sacerdote foi

salvo e batizado com o Espírito Santo. Ele

começou a fazer reuniões de cura, e centenas

de pessoas começaram a freqüentar o

seu culto de oração/cura às terças-feiras à

noite. Os regulamentos da igreja não permitiam

reuniões deste tipo na catedral. Portanto,

negaram-lhe a permissão para isto, e

ele teve que fazer os seus cultos num saguão

da paróquia – pequeno demais para

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 207

acomodar os doentes e enfermos que vinham

para receber a salvação e a cura.

5. Re-Priorizar Recursos

Líderes de igreja – creiam em mim! É uma

obsessão profana que a Igreja Ocidental tem

com catedrais (quer sejam de cristal ou de

outros materiais). Ao construírem santuários

requintados, às custas da propagação do

Evangelho, eles se tornam uma ofensa a um

Deus que nos comissionou há quase 2.000

anos atrás para “irmos a todo o mundo para

pregarmos o Evangelho a toda criatura’’

(Mc 16:15). Até que nos alinhemos com esta

prioridade, tudo o mais que fizermos será

“madeira, feno, e palha” (1 Co 3:12).

Dois bilhões de pessoas ainda estão aguardando

para ouvir! Deus diz: “O sangue deles

requererei das tuas mãos” (Ez 3:20).

Após ter pregado plenamente o Evangelho

por todo o Império Romano, Paulo pode

testificar: “Estou limpo do sangue de todos

os homens” (At 20:26). Será que também estamos?

Acho que não! Precisamos re-priorizar

os nossos recursos para fazermos o que Deus

disse na Bíblia, e o que Ele está nos dizendo

pelo Seu Espírito para fazermos.

Não sou contra construções de igrejas

modestas para usos necessários. Sou

contra o investimento de recursos consagrados

em requintados projetos egocêntricos,

que poderiam e deveriam ser

usados para se ajudar aos pobres e para

se propagar o Evangelho.

E. CONCLUSÃO

Os africanos contam uma história sobre

um rato que se uniu a um elefante solitário.

O rato sempre cavalgava nas costas do elefante,

um pouco atrás da sua orelha direita.

Lá ele podia sentar-se e bater um alegre papo

com o seu amigo elefante, fazendo-lhe companhia

enquanto caminhavam.

Certo dia eles chegaram a uma ponte sobre

um rio. Ela parecia firme o suficiente, e assim

o elefante passou a caminhar sobre ela e eles

atravessaram o rio. Ao chegarem ao outro lado,

o rato disse ao elefante: “Nossa! Nós realmente

sacudimos aquela ponte, não foi?”

Você e eu somos como aquele rato. Nós

nos unimos a um Deus Todo-poderoso. Por

nós mesmos – semelhantemente ao rato –

não poderíamos sacudir nada.

No entanto, trabalhando juntamente com

Deus, aprendendo e esforçando-nos para

ouvirmos a Sua voz, podemos esmagar aquela

antiga serpente, Satanás, e libertar os prisioneiros

do pecado, das enfermidades, e da

pobreza (Rm 16:20).

Lembre-se:

1. O Conhecimento Acadêmico,

ainda que útil em algumas áreas, não consegue

produzir o poder de Deus para a

salvação e a cura, nem o tipo de líderes

necessários na Igreja hoje em dia. Lembre-se

que a maioria dos discípulos de Jesus foram

descritos como sendo “homens sem instrução

e ignorantes. No entanto, tinham conhecimento

que eles haviam estado com Jesus”

(At 4:13). Portanto, separe bastante tempo

para estar com Jesus através da oração e do

jejum. Veja que diferença isto fará!

2. A Palavra de Deus (Rhema) e o

Seu Plano São Singulares...

para todas as situações, pessoas e organizações.

Os padrões, métodos, fórmulas,

e tradições – a menos que sejam reativados

pelo Espírito Santo – podem ser grandes

barreiras que nos impedem de ouvirmos e

obedecermos a voz de Deus.

3. O Plano de Deus Para a Sua Vida

é Muito Maior que o Seu Próprio

Plano

Espere no Senhor em oração até que você

tenha uma clara compreensão do plano de

Deus.

Oremos

Senhor Jesus, eu quero ouvir a Tua voz.

Que a fé venha a mim agora para eu ouvir

208 / SEÇÃOA2 A2.4– Resistir com Paciência

a Tua voz. Entrego a minha vida, minha

igreja e o meu ministério a Ti. Guia-me pela

Tua Palavra (Rhema) e verdade (Logos).

AMÉM!

Agora ouça calmamente! O que Ele está

lhe dizendo? Você acabou de Lhe pedir para

falar com você. Pare e tente ouvir por um

ou dois minutos.

Maria, a mãe de Jesus, disse algo em que

deveríamos prestar atenção: “O que quer

que Ele vos disser, fazei-o” (Jo 2:5).

Capítulo 4

Resistir com Paciência

Introdução

Um jovem pregador do Evangelho perguntou

a um amigo meu, Bob Mumford, o

seguinte: “Qual é a evidência inicial de que

você foi batizado com o Espírito Santo e que

você foi chamado ao ministério?” Quase sem

hesitar, ele respondeu: “PROBLEMAS!”

Ele estava falando com base bíblica. João

Batista disse o seguinte sobre Jesus: “Ele

vos batizará no Espírito Santo – e com

fogo... e queimará a palha” (Lc 3:16,17).

O “batismo de fogo” certamente significa

problemas, adversidades e provações.

Um “Apóstolo da China” muito conhecido

é citado como tendo dito o seguinte: “O

primeiro sinal de um Apóstolo é alguém que

ainda está de pé quando todos os demais já

caíram devido às pressões, ao desânimo ou

ao desespero de uma dada situação.”

Sem dúvida nenhuma, esse irmão captou

esta conclusão do estudo de Paulo sobre

a guerra espiritual: “...e havendo feito

tudo para ficar firmes – ficai pois firmes...”

(Ef 6:13,14).

Continuar de pé, quando todos os demais

já caíram, requer uma resistência paciente.

Esta é possivelmente a mais importante

característica de um grande líder. Quando

lemos a história dos “Heróis da Fé” em

Hebreus 11 ficamos impressionados com o

seguinte fato:

Os que receberam os mais altos elogios

foram os que usaram a sua fé para agüentar

pacientemente as piores adversidades e privações.

O relato escrito sobre estes heróis é impressionante:

“Outros confiaram em Deus e foram

torturados até a morte, preferindo morrer

a se afastarem de Deus e ser libertos – confiando

que depois disto ressuscitariam para

uma vida melhor.

“Alguns experimentaram escárnios e

tiveram suas costas cortadas com açoites,

e outros foram aprisionados em calabouços.

Alguns morreram por apedrejamentos

e outros sendo serrados em dois; outros

tiveram promessas de liberdade se renunciassem

à sua fé, e em seguida foram mortos

com espadas.

“Alguns... ficaram com fome, enfermos,

e maltratados – bons demais para

este mundo” (Hb 11:35-38 – A Bíblia

Viva). O mundo não era digno deste tipo

de santos.

Como foram dinâmicos esses homens e

mulheres! Você não gostaria de ser como

eles? Este capítulo o ajudará a tornar-se um

“herói da fé” – se você estiver disposto a

pagar o preço.

A. QUEM NOS TESTA E NOS

PROVA?

Quem traz os testes e provações na vida

do cristão? Será Deus ou o diabo?

E algo muito comum culparmos o diabo

por qualquer dor ou sofrimento que experimentamos

como cristãos. E, às vezes, o

diabo está envolvido em nossas provações

e tribulações.

No entanto, o Rei Davi tinha um ponto

de vista diferente com relação à origem das

tribulações que vêm aos líderes em preparação

para o serviço de Deus. “O Senhor

prova o justo” (Sl 11:5). Todos podemos

louvar a Deus pelo fato de na maioria das

vezes não estarmos lidando com o diabo em

nossas tribulações e problemas. Estamos

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 209

lidando com Deus, ou com as nossas próprias

faltas.

1. O Sofrimento de Jó Permitido

por Deus

Podemos aprender uma importante lição

com os sofrimentos e tribulações de Jó.

A Bíblia nos diz que o diabo obteve a permissão

de Deus para provar a Jó (Jó 1).

Observe, no entanto, que Jó nunca culpou

o diabo. Ele disse: “A mão de Deus me tocou”

(Jó 19:21). “Ainda que Deus me mate,

n‘Ele confiarei” (Jó 13:15).

Muito embora Jó estivesse sendo atacado

por Satanás, ele estava lidando com o

seu Deus – e não com o diabo. Ele se recusou

a reconhecer a Satanás em qualquer uma

das suas provações e tribulações.

É confortante sabermos que Deus está

do nosso lado. Quando nos colocamos em

Suas mãos, Ele está sempre conosco, não

importando quais sejam as circunstâncias.

“Ele impedirá que a tentação [provação]

se torne forte demais para poderdes

suportá-las” (1 Co 10:13 – A Bíblia Viva).

Deus sempre “faz com que todas as coisas

contribuam juntamente para o bem daqueles

que O amam e que são chamados de

acordo com o Seu propósito” (Rm 8:28).

2. Provações e Perseguições

Prometidas

Pedro nos diz: “Não estranheis a ardente

prova que vem para vos provar, como

se alguma coisa estranha vos acontecesse”

(1 Pe 4:12).

Paulo escreve o seguinte a um jovem líder

de igreja: “Todos os que querem viver

piedosamente em Cristo Jesus sofrerão perseguições”

(2 Tm 3:12).

Jesus disse: “Bem-aventurados os que

são perseguidos por causa da justiça, pois

deles é o Reino dos Céus” (Mt 5:10).

Lembro-me de como fiquei entusiasmado,

com dezesseis anos de idade, quando

finalmente entreguei a minha vida ao Senhor

para o Seu serviço. Pensei que o Senhor

e eu colocaríamos o mundo “em chamas”,

sozinhos.

Não muitos meses se passaram antes que

eu percebesse que eu estava “segurando um

tigre pela cauda”. Continuar estava me deixando

apavorado, mas se eu desistisse, seria

um desastre certo. Deus havia me trancado

num programa de preparação para o ministério

que me levou a ... PROBLEMAS. E não

pude fugir deles. Senti-me como Paulo, “...um

prisioneiro de Jesus Cristo” (Ef 3:1).

3. Deus e as Águias

No meio das provações e dos transtornos

que se deparavam comigo, o Senhor me

animou muito através das seguintes promessas:

“...os que esperam no Senhor... subirão

com asas como águias...” (Is 40:31).

“Como a águia desperta o seu ninho, se

move sobre os seus filhos, estende as suas

asas, toma-os e os leva sobre as suas asas,

assim só o Senhor guiou...” (Dt 32:11,12).

Estes dois versículos me ajudaram através

dos meus problemas e desânimo.

Para apreciarmos totalmente o maravilhoso

consolo destas promessas, precisamos

saber algo sobre a águia mãe – e o seu

método de criar e treinar os seus filhotes.

A águia constrói o seu ninho em penhascos

elevados, bem no alto, nas encostas das

montanhas. Ela entrelaça galhos espinhosos

de sarças e espinheiros para formar uma

forte estrutura entrelaçada para os seus

ovos. Materiais macios, combinados com

penas arrancadas do seu próprio peito forram

o ninho. Isto forma um abrigo convidativo

para os seus filhotes.

a. Um Ninho Confortável. Depois que

os ovos são chocados e as aguiazinhas saem

da casca, elas moram lá no alto, acima de

todo perigo, num lugar aquecido e confortável.

A águia mãe os alimenta, os protege e

supre todas as suas necessidades.

Essa é a maneira pela qual Deus nos trata

como “bebês em Cristo”. Passamos a

conhecer a graça, o amor, o perdão e a abundante

provisão de um Pai bondoso e com210

/ SEÇÃOA2 A2.4– Resistir com Paciência

passivo. Desfrutamos a nossa habitação de

segurança, aprendendo e usufruindo o “leite

sincero da Palavra” (1 Pe 2:2).

b. Conforto Removido. No entanto,

chega um tempo na experiência de crescimento

em que a águia mãe “desperta o seu

ninho, e se move sobre os seus filhos.” Isto

quer dizer que ela remove as penas macias.

Batendo as suas enormes asas, ela espalha e

remove todos os confortáveis materiais de

revestimento. Isto expõe as aguiazinhas às

sarças pontiagudas e aos espinhos.

Ainda que se esforcem muito, as aguiazinhas

não conseguem encontrar nenhum

lugar confortável. O ninho fica lotado e desconfortável

porque várias aguiazinhas estão

competindo pelo mesmo espaço. Reclamações

e grasnados enchem o ar. Provações

e tribulações começam a agitar as jovens

aguiazinhas, que até agora não haviam

conhecido nenhuma dor.

Muito embora as aguiazinhas não compreendam

tudo o que está acontecendo com

elas, a águia mãe tem um plano. Ela está

tornando o ninho desconfortável para o treinamento

de vôo.

Na vida espiritual, como também na vida

natural, há um princípio: “Nenhuma dor –

nenhum ganho!”

Todos nós somos como estas aguiazinhas.

Ainda que a Bíblia nos diga que estamos

numa peregrinação através de um mundo

que não é o nosso lar, gostamos muito do

conforto e da tranqüilidade. Gostamos muito

de fixar residência ao lado do nosso pequeno

oásis para desfrutarmos as tâmaras e o

sol. Estamos confortáveis onde estamos.

Não queremos seguir adiante, através das

experiências do deserto, com suas adversidades,

para a nossa terra prometida.

Ouvimos a Palavra e apreciamos as pregações,

que, às vezes, achamos muito interessantes.

A vida é boa e confortável. Quando

o Senhor fala conosco, estamos muito

distraídos pelo nosso conforto para conseguirmos

ouvi-Lo.

Mas aí Deus decide que é hora de começarmos

a crescer um pouco – e as coisas

mudam rapidamente. Repentinamente, problemas,

dores e sofrimentos nos atingem.

Começamos a “repreender o diabo”, reclamando

e chorando, mas tudo em vão.

Quando a dor e o sofrimento fizeram a

sua obra de chamar a nossa atenção, e quando

estamos novamente dispostos a esperar

n’Ele e a ouvir a Sua voz, Ele nos mostra o

que vem em seguida em Sua agenda para

nós. Deus vai nos ensinar a “...subirmos

com asas como águias.”

c. Lições de Vôo. A águia mãe “tomaos

e os leva sobre as suas asas.”

A esta altura do processo de treinamento,

a aguiazinha fica tão feliz em sair daquele

ninho espinhoso que não é preciso muita

persuasão para fazer com que ela pule nas

costas da águia mãe e fixe as suas garras

firmemente nas pontas das fortes asas da

águia mãe. A aguiazinha está prestes a receber

a sua primeira lição de vôo.

Com o filhote firmemente preso às suas

costas, a águia mãe pula do ninho e voa por

sobre o vale. A aguiazinha é transportada

pelo ar pela primeira vez em sua vida. A

águia mãe pega uma corrente ascendente e

voa, cada vez mais alto, até que ela e a

aguiazinha estejam a milhares de metros de

altitude acima do vale. “Que divertido!”

pensa a aguiazinha.

“E hora de voar, aguiazinha!” Sem avisar,

a águia mãe executa abruptamente um “loop”

(pirueta) num mergulho com as costas para

baixo, e a aguiazinha é lançada ao vento para

começar o seu vôo. Aterrorizada, a aguiazinha

luta, batendo desajeitadamente as suas novas

asas, tentando desesperadamente controlar

o seu destino fatal. Caindo, caindo,

caindo, a aguiazinha mergulha para uma aparente

e iminente destruição.

Exatamente quando toda esperança se foi,

a aguiazinha sente as fortes costas da mãe

vindo por debaixo das suas garras, num mergulho

que interrompe a sua queda. E, uma vez

mais, a aguiazinha firma as suas garras nas

vigorosas asas da mãe, novamente a salvo.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 211

E novamente a águia mãe voa para o alto,

cada vez mais alto, para repetir todo o episódio.

Cada vez que a aguiazinha cai, ela

aprende um pouco mais, até que finalmente

ela possa planar e “...subir com asas como

águias.” Como é emocionante voar em suas

próprias asas, ao invés de voar nas costas

da sua mãe!

Semelhantemente as aguiazinhas, respondemos

ao chamado de Deus ao ministério,

“subindo com asas como águias.” Achamos

que isto é uma idéia maravilhosa. Em

breve, estaremos “voando alto.” Deus permite

que situações desconfortáveis se desenvolvam

em nossos empregos ou trabalhos

seculares até que a dor nos leve a nos

entregarmos totalmente e a irmos para uma

escola bíblica ou seminário.

Quando nos formamos, saímos otimisticamente,

esperando um sucesso e glória instantâneos.

Por pouco tempo as coisas vão

bem; aí então, de repente, tudo se desmorona.

Surgem os problemas entre os irmãos e

tudo começa a sair errado. Os que costumavam

ser nossos amigos não são mais tão íntimos.

Descobrimos que se afastaram de nós

“porque não queriam ser identificados com

um perdedor.’’ Será que isto parece familiar?

O que está acontecendo? Estamos aprendendo

a voar. Estas adversidades e problemas

nos levam a um crescimento da nossa

fé e a uma maior confiança no Espírito Santo.

Estamos aprendendo a subir com asas,

acima de todas as adversidades. Estamos

aprendendo o que Paulo quis dizer com

“...tendo feito tudo para ficar de pé, ficai

pois de pé. “Quando tudo ao nosso redor

está caindo, estamos aprendendo a ficar de

pé sobre a nossa Rocha, Jesus Cristo.

B. POR QUE DEUS NOS TESTA E

NOS PROVA?

1. As Pressões Produzem o

Crescimento

“Tu me expandiste quando eu estava

sob pressões” (Sl 4:1). Este Salmo foi escrito

por Davi, após o maior fracasso da

sua vida – o seu caso homicida e adúltero

com Batseba (2 Sm 11).

Por causa do seu pecado, o Senhor enviou

severos julgamentos sobre Davi. Um

destes julgamentos veio através das mãos

do seu filho Absalão, que usurpou o trono e

forçou Davi ao exílio. A necessidade de fugir

para salvar a sua própria vida e sofrer

terríveis indignidades trouxe um “crescimento”

a Davi.

Muito embora os seus problemas tivessem

sido ocasionados por ele mesmo, Deus

misericordiosamente usou esses tempos de

julgamentos para fazer de Davi um homem

melhor para as tarefas que ainda estavam

por vir. Se reconhecemos os nossos fracassos

e nos arrependemos (se renunciamos e

abandonamos os nossos pecados), Deus

misericordiosamente usa as punições e os

sofrimentos que se seguem para fazer de

nós líderes melhores.

2. As Tribulações nos Provam e

nos Fazem Humildes

Deus quer descobrir se O servimos porque

O amamos, ou se O servimos por causa

de todas as bênçãos que Ele nos dá. Jesus

descobriu que alguns O seguiam “por causa

dos pães e peixes’’ (isto é, pelo que podiam

receber d’Ele, e não porque O amavam).

Moisés descreveu assim as ações de

Deus ao tirar do Egito os filhos de Israel:

“Que te guiou por aquele grande e terrível

deserto, onde havia serpentes abrasadoras,

e escorpiões, e sequidão, onde não havia

água, e te fez sair água da rocha;

“Que te alimentou no deserto com maná,

que teus pais não conheceram, para que

Ele pudesse te humilhar e para que Ele

pudesse te provar, para te fazer bem no final”

(Dt 8:15,16).

Por que Deus permitiu provações e tribulações

tão severas assim? “Para te fazer

bem no final. “Quando Deus planeja aumentar

e abençoar um ministro do Evangelho

ou uma igreja, Ele os leva primeiramen212

/ SEÇÃOA2 A2.4– Resistir com Paciência

te às profundezas do desânimo, ao lamaçal

de situações desesperadoras. Ele faz isto

“...A minha força, e a fortaleza de meu braço,

me adquiriu este poder” (Dt 8:17).

Quando Deus dá o crescimento, o orgulho

geralmente entra em cena e achamos que

foi devido à nossa própria sagacidade ou

aos nossos talentos que estamos desfrutando

estas bênçãos. Por causa da misericórdia

de Deus em nos salvar do orgulho, Ele permite

tempos muito difíceis antes de um grande

crescimento e bênção.

Isto aconteceu na vida de Jó. O diabo

disse a Deus: “Jó somente Te serve porque

Tu o abençoaste com tantas bênçãos materiais.

Retire-as e Jó Te amaldiçoará.” Deus

respondeu ao desafio de Satanás, dando-lhe

permissão para tirar tudo o que Jó tinha.

Quando Satanás havia matado os rebanhos,

as manadas, e os filhos de Jó, e havia

destruído toda a sua propriedade, como Jó

respondeu? Jó “prostrou-se em terra e adorou”

(Jó 1:20). Jó provou que as acusações

de Satanás estavam erradas e que o seu amor

por Deus era genuíno. Ele ainda adorou a

Deus quando todos os seus animais, casas,

filhos e riquezas foram tirados dele. Jó disse:

“Ainda que Deus me mate, n‘Ele confiarei”

(Jo 13:15).

No final, Deus devolveu a Jó o dobro de

tudo quanto ele tinha antes (Jó 42:10). Jó

recebeu a porção dupla porque ele provou

ser amigo leal de Deus, até mesmo em tempos

de severas provações e tribulações.

“Para exemplo de paciência no sofrimento,

considerai os profetas do Senhor...

Jó é um exemplo de homem que continuou a

confiar no Senhor nas angústias; através

das suas experiências, podemos ver como

o plano do Senhor finalmente terminou

bem, pois Ele é cheio de compaixão e misericórdia”

(Tg 5:10,11 – A Bíblia Viva).

3. Os Sofrimentos Podem Aumentar

o Poder de Deus em Nós

Se você está pedindo o poder de Deus

em sua vida, você precisa compreender o

que é necessário para tê-lo. Davi disse: “Ele

enfraqueceu a minha força no caminho”

(Sl 102:23). Quando você pede o poder de

Deus Ele responde: “Você está falando realmente

sério? Se você estiver disposto a ser

reduzido à fraqueza (total dependência no

Senhor) e a aceitar os sofrimentos, provações

e tribulações que a acompanham, Eu

lhe darei o Meu poder.”

a. A Experiência de Paulo. “Gloriarme-

ei somente em minha total fraqueza e

na grandeza de Deus em usar esta minha

fraqueza para a Sua glória... As experiências

que eu tive [de ser arrebatado ao Céu]

foram tão tremendas que Deus temeu que

eu pudesse me ufanar [ficar cheio de orgulho]

por causa delas; assim sendo, recebi

um espinho na carne, um mensageiro de

Satanás para me injuriar e incomodar, e

para ferir o meu orgulho.

“Três vezes implorei a Deus que o removesse.

Todas as vezes Ele me disse: ‘Não.

A Minha graça [capacitação] é adequada

para ti. O Meu poder [força] aparece melhor

em pessoas fracas.’

“... Já que sei que tudo isto é para o bem

de Cristo, fico muito feliz com relação ao

‘espinho’ e com relação aos insultos e adversidades,

perseguições e dificuldades;

pois quando estou fraco, então sou forte –

quanto menos eu tiver, mais dependerei

d’Ele” (2 Co 12:5,7-10 – A Bíblia Viva).

Paulo nos ensina várias lições importantes

com relação às provações e tribulações

na vida do líder. Dentre elas estão:

1) Cuidado com o Orgulho. Experiências

espirituais válidas durante tempos

de oração podem fazer com que nos tornemos

orgulhosos.

2) Dependa de Deus. O nosso desconforto

é menos importante para Deus do

que o nosso caráter. Se o nosso orgulho precisar

ser ferido, Deus enviará um mensageiro

de Satanás para enfraquecer-nos, de maneira

que dependamos d’Ele.

3) Regozije-se nas Tribulações. Somente

através da humildade e da fraqueza é

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 213

que o poder de Deus pode ser manifesto em

nossa vida. Portanto, podemos nos regozijar

nas tribulações, adversidades e perseguições,

porque sabemos que isto pode resultar

na revelação do poder e glória de Deus

em nós.

Quando começamos a buscar que o poder,

a glória e a vida do Espírito sejam expressos

através de nós, a resposta de Deus

à nossa petição não vem da maneira que

esperamos. Oramos por paciência e Ele

envia tribulações. Por quê? Porque “a tribulação

desenvolve a paciência” (Rm 5:3).

Ele está respondendo à nossa oração,

mas não da maneira que achávamos que Ele

o faria. Precisamos reconhecer que os golpes

podem ser “Deus... operando em nós o

querer e o efetuar segundo a Sua boa vontade”

(Fp 2:13).

4. As Aflições Separam os

Escolhidos dos Chamados

“Eu te escolhi na fornalha da aflição” (Is

48:10). Neste versículo, a palavra “escolhi” é

usada no sentido de ser “avaliado”, como num

exame ou teste de um curso escolar.

Quando fazemos as nossas lições e os

nossos testes na escola, somos “avaliados”

pelo professor com relação ao nosso desempenho.

Se recebemos uma nota de aprovação,

formamo-nos ou passamos para o

próximo nível ou série – que seja mais difícil

e com mais desafios.

Como Deus determina se Ele me dará ou

não uma nota de aprovação? Ele testa a minha

atuação na fornalha da aflição. A minha

resposta às tribulações e frustrações é avaliada.

Deus observa como eu reajo a grandes

pressões e a situações difíceis. Se respondo

apropriadamente, Ele diz: “Muito bem,

Meu bom e fiel servo. Agora você está pronto

para passar para o próximo curso, o próximo

nível de dificuldade.”

Não estou querendo dizer que o trabalho

para o Senhor significa constantes tribulações

e trabalhos sem descanso, folgas,

ou galardões. Pela graça de Deus, grandes

bênçãos vêm àqueles que entregam a sua

vida para o Seu serviço. Mas, à medida que

aprendemos e crescemos, Ele nos presenteia

com tarefas cada vez mais difíceis e

continua a nos testar, avaliar, a escolher.

“Muitos são chamados, mas poucos são

escolhidos” (Mt 20:16). Por que poucos

são escolhidos? Porque somos avaliados na

fornalha da aflição e poucos de nós passamos

no teste para a liderança.

Há uma poderosa afirmação no Livro do

Apocalipse com relação aos que o Senhor

Jesus permite marchar em vitória com Ele.

“Esses farão guerra contra... o Senhor de

senhores e o Rei de reis, e os que estão com

Ele são chamados, e escolhidos, e fiéis”

(Ap 17:14).

Três requisitos são essenciais. Você teria

que ser primeiramente chamado, aí então

escolhido, e depois provar que é fiel.

Os sofrimentos, provações, e tribulações

marcam o caminho dos que estão neste grupo.

Eles provaram ser dignos de serem escolhidos

e permaneceram fiéis ao Senhor,

até mesmo quando foi necessário arriscar a

vida por Ele.

5. Os Sofrimentos Ensinam a

Obediência

“Ainda que fosse Filho, aprendeu a obediência

pelas coisas que sofreu” (Hb 5:8).

“O Senhor corrige o que ama, e açoita

a qualquer que recebe por filho... Se estais

sem disciplina!... então sois bastardos, e

não filhos” (Hb 12:6,8).

“Lembrai-vos, pois, de que quando o

vosso corpo sofre, o pecado perde o seu

poder, e não estareis gastando o resto de

vossas vidas em busca de desejos malignos,

mas estareis ansiosos em fazer a vontade

de Deus.

“Que ninguém me diga que o vosso sofrimento

é devido a assassinatos, ou roubos,

ou desordens, ou por vos intrometerdes

em negócios alheios.

“Assim sendo, se estais sofrendo de acordo

com a vontade de Deus, continuai fazen214

/ SEÇÃOA2 A2.4– Resistir com Paciência

do o que é certo e entregai-vos ao Deus que

vos criou, pois Ele nunca vos desapontará”

(1 Pe 4:1,2,15,19 – A Bíblia Viva).

Sempre desejei que houvesse uma maneira

de ganharmos sem sofrermos, uma

maneira de aprendermos sem sofrimentos e

disciplinas – mas não há.

Preferimos desfrutar um ministério eficaz

sem os sofrimentos que o tornam possível.

Se Deus usou as dores e os sofrimentos

para aperfeiçoar a Jesus, como não deixaria

Ele de usar muito mais os problemas

em nossa vida?

Recebamos então com alegria a disciplina

do Senhor, pois, através dela, sabemos

que somos filhos e não bastardos.

[Observação: Paulo está aplicando isto

num sentido espiritual. Sob a Lei, os bastardos

não tinham nenhum direito ao ministério

sacerdotal ou real (Dt 23:2). As regras

da graça no Novo Testamento decretam que

os filhos nascidos fora do matrimônio sejam

tratados da mesma maneira que qualquer

outra pessoa.]

6. As Tribulações Produzem a

Perseverança e a Maturidade

“Considerai uma grande alegria, meus

irmãos, sempre que enfrentardes tribulações

de muitos tipos, porque sabeis que a

prova da vossa fé desenvolve a perseverança.

A perseverança precisa terminar a sua

obra para que possais ser maduros... sem

falta de nada” (Tg 1:2-4).

Parece que muitos líderes tornam-se “artistas

em tirar o corpo fora”, quando a obediência

à vontade de Deus requer sofrimentos

ou tribulações. Tiago nos ensina que ao

invés de tentarmos fugir das ardentes provações

que surgem, deveríamos acolhê-las

com alegria.

Observe que “...a perseverança precisa

terminar a sua obra para que possais ser

maduros.” Isto significa que não podemos

acelerar o processo. As ardentes provações

não produzem resultados instantâneos.

Quando surge uma ardente provação, devemos

não somente acolhê-la, mas também

suportá-la e perseverar nela.

a. O Casulo e a Borboleta. Certa vez

um homem encontrou um casulo que havia

caído de uma árvore. A borboleta estava começando

a emergir, e assim ele parou para

observar. Ela lutou cerca de quarenta e cinco

minutos. Nesse tempo, somente a cabeça

e parte de uma das asas emergiram e ficaram

livres do casulo.

Pensando que ele poderia ajudar a borboleta

em luta a acelerar o processo, ele

pegou o seu afiadíssimo canivete e abriu o

casulo para libertar a larva que estava emergindo.

Para surpresa sua, ele descobriu que

somente a parte que havia emergido através

de grandes esforços e lutas é que estava desenvolvida.

A parte que ele havia libertado

do casulo ainda não estava desenvolvida e

não estava pronta para ser exposta aos elementos

externos do casulo.

Ao invés de ajudar a larva a tornar-se

uma borboleta, ele havia abortado o processo.

A borboleta meio-desenvolvida logo

morreu.

Nós, líderes de igreja, somos culpados

da mesma coisa. Vemos os irmãos lutando

com dificuldades. Sentimos pena deles e tentamos

ajudá-los, somente para descobrir que

eles caem de volta nos mesmos problemas

pouco tempo depois. Se permitíssemos que

sofressem um pouco e aprendessem a lição

que Deus está tentando ensinar-lhes – seria

melhor para eles e para a igreja.

b. Três Causas das Provações. Qualquer

esforço inoportuno ou mal-direcionado

nestas circunstâncias produzem um aborto

nos tratamentos de Deus. Quando as pessoas

vierem conversar conosco, chorando,

no meio de uma provação, oremos, pedindo

uma grande sabedoria para discernirmos se

isto é:

1) um tratamento de Deus,

2) um problema auto-induzido, ou

seja, algo que elas trouxeram sobre si mesmas,

ou

3) um ataque de Satanás, e, portanTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 215

to, algo que não é de acordo com a vontade

de Deus.

c. Resposta às Provações

1) Se for um Tratamento de Deus:

Submeta-se. Se for um tratamento de

Deus, ajude-as a “submeter-se a Deus” (Tg

4:7) e a receberem a Sua graça para passarem

pela provações vitoriosamente.

2) Se for um Problema Auto-Induzido:

Aprenda. Se for um problema autoinduzido,

tente ajudá-las a aprender com os

problemas que trouxeram sobre si mesmas.

3) Se for um Ataque de Satanás:

Lute. Se for um ataque satânico além da

vontade de Deus, então entre na batalha por

elas e resista ao diabo. “Ele fugirá de vós”

(Tg 4:7).

7. Os Problemas Testam a Nossa

Fé na Palavra de Deus

“Toda palavra de Deus é purificada...”

(Pv 30:5). “As palavras do Senhor são palavras

puras [purificadas], como a prata

provada num forno de barro, purificada

sete vezes” (Sl 12:6).

Compare estes versículos com o Salmo

105:19: “Até o tempo em que a sua [de José]

palavra veio, a palavra do Senhor o provou”.

José passou entre dez e doze anos numa

prisão egípcia por ter recusado a esposa de

Potifar um relacionamento adúltero que ela

queria. Ela o acusou falsamente de tentar

violentá-la. Por isto José passou muitos

anos sofrendo por amor a retidão.

Deus havia prometido fazer dele um

governante. O que você acha que dez ou

doze anos de prisão fariam a um líder que

tivesse uma promessa como esta? Eu sei o

que faria comigo. Isto me frustraria e me

angustiaria inacreditavelmente. Contudo,

Deus permitiu a situação de José. Por quê?

Para que a palavra do Senhor a ele pudesse

ser “provada como a prata, provada num

forno... purificada sete vezes” (Sl 12:6).

Todos os grandes homens de Deus suportaram

ardentes provações por terem ouvido

instruções de Deus. O processo de tentar

implementar o que Deus havia dito tornou-

se muito custoso para eles.

a. Noé recebeu instruções de construir

uma área. O resultado foi que as pessoas

zombaram e caçoaram dele. Somente a sua

família e alguns dos animais foram salvos.

b. Abrão recebeu a seguinte promessa:

“...tu serás um pai de muitas nações e receberás

o nome de Abraão, que significa ‘PAI

EXALTADO’” (Gn 17:4,5). Você consegue

imaginar como os vizinhos de Abraão devem

ter rido dele? “Quantos filhos você tem,

‘pai exaltado’?” , perguntavam debochadamente.

Abraão tinha que abaixar a sua cabeça

em silêncio. Ele não tinha nenhum filho.

“Ouvimos que você acha que você será o

pai de muitas nações, ‘pai exaltado’. Você

tem noventa e nove anos de idade. Quando

isto vai acontecer?” Diziam eles em repreensão.

Abraão não tinha resposta alguma.

Ele estava sendo alvo das censuras e do

opróbrio que ocorrem a todos os que têm

uma “palavra do Senhor”. Creiam em mim!

Toda palavra de Deus é provada.

c. Moisés sabia que ele deveria libertar

o seu povo da escravidão do Egito. Ao tentar,

até mesmo os seus próprios irmãos

israelitas se viraram contra ele, o que o forçou

a permanecer no deserto durante quarenta

anos.

O que vocês acham que passou pela cabeça

de Moisés em todos estes anos? Fico

imaginando se pensamentos semelhantes a

estes não torturaram as suas meditações:

“Deus, tentando obedecer a Ti, abri mão do

meu direito ao trono de Faraó. Eu poderia

pelo menos ter sido o primeiro ministro do

Egito, mas, em bez disso, tentei seguir o

Teu chamado – e agora, como vagabundo e

fora-da-lei, estou vagando neste deserto,

apascentando algumas das ovelhas do meu

sogro. Deus! O que estás fazendo comigo?”

Você consegue imaginar o que quarenta

anos acalentando uma visão, que ao que tudo

indicava nunca seria cumprida, fariam com

alguém?

216 / SEÇÃOA2 A2.4– Resistir com Paciência

Sabemos que a sua auto-confiança havia

sido de tal maneira despedaçada que ele gaguejava

ao falar. Ele precisava pedir ao seu

irmão Aarão que falasse por ele. Isto poderia

somente ter sido o resultado de um intenso

conflito emocional interno e agonia.

Se tivéssemos tempo e espaço, poderíamos

falar de Davi, Neemias, Jeremias, João

Batista, Paulo e muitos outros. Todos eles

receberam a “palavra do Senhor”.

Em seguida, a fé deles nestas palavras

foi provada severamente por adversidades,

mal-entendidos e grandes provações e aflições.

Não há nenhum outro caminho para a

liderança, meu amigo. “Se sofrermos, também

reinaremos com Ele” (2 Tm 1:12).

Paulo disse: “É porque tenho pregado

estas grandes verdades que me encontro

em problemas aqui e fui lançado na prisão

como um criminoso. Mas a palavra de Deus

não está presa, muito embora eu esteja. Estou

mais do que disposto a sofrer se isto

trouxer salvação e glória eterna em Cristo

Jesus aos que Deus escolheu.

“Sou consolado por esta verdade, que

quando sofremos e morremos por Cristo,

isto somente significa que começaremos a

viver com Ele no Céu. E, se acharmos que

o nosso atual serviço para Ele é difícil, lembrem-

se apenas que algum dia estaremos

assentados com Ele e reinaremos com Ele.

“Mas se desistirmos ao sofrermos, e nos

voltarmos contra Cristo, então Ele também

precisará voltar-se contra nós. Até mesmo

quando estivermos fracos demais para termos

qualquer resquício de fé, Ele permanece

fiel para conosco e nos ajudará, pois

Ele não pode nos repudiar, pois fazemos

parte d’Ele, e Ele sempre cumprirá as Suas

promessas a nós” (2 Tm 2:9-13 – A Bíblia

Viva).

C. MANTENHA UMA ATITUDE

CORRETA

Manter uma atitude positiva no meio de

grandes sofrimentos é a chave para uma vida

cristá triunfante. “E graças a Deus, que

sempre faz com que triunfemos em Cristo”

(2 Co 2:14).

1. Reconheça a Mão de Deus em

Todas as Provações

Paulo não escreveu estas palavras como

mera teoria. Ele havia experimentado e praticado

aquilo que falava.

Vocês se lembram que ele expulsou

um demônio de uma moça em Filipos. O

resultado disto foi que “formou-se rapidamente

uma multidão contra Paulo e

Silas, e os juízes ordenaram que as

vestimentas deles fossem tiradas e que

fossem surrados com açoites de madeira.

Repetidas vezes, os açoites cortaram

as suas costas despidas e, depois, foram

lançados na prisão. O carcereiro foi

ameaçado de morte caso escapassem, e,

assim sendo, ele não quis se arriscar de

maneira alguma, e os colocou no cárcere

interior e prendeu os pés deles nos

troncos.

“Ao redor da meia-noite, Paulo e Silas

estavam orando e cantando hinos ao Senhor

– e os outros prisioneiros estavam

ouvindo” (At 16:22-25 – A Bíblia Viva).

O Senhor, fiel à Sua promessa, havia circundado

Paulo e Silas com “...cânticos de

livramento” (Sl 32:7).

O que aconteceu como resultado dos

“cânticos de livramento” deles? O Senhor

enviou um terremoto que libertou não somente

a Paulo e Silas, como também a todos

os outros prisioneiros. O carcereiro se

converteu e levou Paulo e Silas para sua

casa, como seus hóspedes. Como conseqüência

disto, uma forte igreja foi estabelecida

em Filipos.

A graça dada a Paulo e Silas para orarem

e cantarem em tais circunstâncias foi um

milagre. Porém, Ele fará a mesma coisa por

você e por mim se andarmos no Espírito e

não começarmos a reclamar contra Deus e

os outros quando surgirem as provações e

tribulações. Reconheça a mão de Deus em

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 217

todas as tribulações que surgirem na sua

vida.

2. Não Murmure Contra Deus

A sua reação às circunstâncias que lhe

ocorrerem determinam se você se tornará

amargurado ou melhor. Deus quer que você

compreenda que “não é mais eu que vivo,

mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

Se você mantiver uma “reação semelhante

à de Cristo” com relação às adversidades

e disser ao Senhor: “Vejo a Tua mão nisto,

Senhor. Obrigado por moldar-me, por ensinar-

me.” Aí então você também receberá uma

graça especial do Senhor, que o levará através

das adversidades em triunfo.

Paulo relatou cinco pecados que causaram

o fracasso de Israel no deserto. Eis aqui

o quinto: “E não murmureis contra Deus e

os Seus tratamentos convosco, como alguns

deles o fizeram, pois foi por isto que Deus

enviou o Seu Anjo para destruí-los” (1 Co

10:10 – A Bíblia Viva).

3. Considere os Problemas Como

Algo Construtivo Para Você

Ao relatar alguns dos seus muitos sofrimentos

por Cristo, Paulo disse: “Porque a

nossa leve aflição, que dura somente um

momento, produz para nós um mui excelente

e eterno peso de glória” (2 Co 4:17).

Paulo via as suas aflições “produzindo

para ele”, ou seja, elas eram seus servos,

cumprindo a ordem de Deus, realizando “as

mais ricas bênçãos de Deus sobre nós para

todo o sempre” (A Bíblia Viva).

Você, que está cansado, que está sendo

provado e atribulado por muitas aflições,

compreenda que:

“Os problemas logo terminarão, mas

as alegrias futuras durarão para sempre

(2 Co 4:18 – A Bíblia Viva). Deus o ama

muito. Grandes serão os seus galardões no

Céu, se você permanecer firme até o fim.

Um velho missionário, sozinho na Ilha

de Maui, escreveu certa vez:

Ele é o Senhor dos mares,

o Senhor da terra,

Os ventos obedecem as Suas ordens.

Ele envia a chuva,

Ele derrama o granizo,

Ele controla a força do vendaval.

Alguns choram e reclamam da

temível marcha das tormentas,

enquanto navegam pela tumultuada

corrida da vida.

Não lutes contra o vento,

ao contrário, considera-o como teu

amigo,

a tua vida desfrutará uma maior graça.

É a posição da vela,

e não a força do vendaval,

que assegura uma viagem segura ao lar.

Ao porto seguro chegaremos,

com o mínimo de suor,

se nossas servas, tornarem-se as

tormentas.

Então, marinheiro cansado, continua

navegando,

o teu mestre aguarda

para dar-te as boas-vindas à linda

Terra Celestial.

Mantém os tens olhos na fonte,

não te impacientes com a força,

que te prepara para a Sua mão direita.

Sim, os tempestuosos ventos da vida podem

ser utilizados por uma atitude correta.

Como o vento é importante para o barco a

vela, assim também as tempestades das provações

e tribulações ajudam a produzir a

maturidade que nos prepara para a liderança

na terra e para o nosso lindo e eterno

Porto e Lar Celestial.

D. SUMÁRIO

Em suma, aprendemos vários princípios

importantes:

1. Maturidade e Treinamento

As provações e tribulações podem ser a

218 / SEÇÃOA2 A2.5– Aprender com a Vida de José

misericordiosa mão de Deus tentando nos

amadurecer, moldar e treinar.

2. Deus Opera Através de Nós

Deus opera mais poderosamente através

de nós quando estamos sendo provados

por tempos de testes, provações e tribulações.

3. Passe ou Seja Reprovado no

Teste

Nas chamas da aflição, alguns são reprovados

e outros passam no teste e são promovidos.

Os que passam no teste são escolhidos

para ouvirem as seguintes e confortantes

palavras: “Foste fiel no pouco; sobre

o muito te colocarei.

Capítulo 5

Aprender com a Vida de José

Introdução

Há alguns anos atrás, o Irmão David

Edwards estava falando numa conferência

sobre a vida de José.

Ele disse: “A vida de José pode ser resumida

em três palavras: Enterrado, Encarcerado

e Empossado.” Estas três palavras

formam o esboço deste capítulo.

Quando jovem, eu costumava chorar

descontroladamente ao ler a história da vida

de José (veja Gênesis 37 a 49). Durante

anos eu não compreendia o que estava acontecendo

nem o porquê. Por que a história de

José me comovia tanto assim?

Entre os dezesseis e os trinta anos de

idade, o início do meu ministério estava se

desenvolvendo. Durante esses anos, comecei

a perceber que o padrão da minha vida

era muito semelhante ao de José. Havia

um paralelo excepcional, preciso demais

para ser descartado como mera coincidência.

Era como se Deus houvesse planejado

misteriosamente a minha vida num molde

semelhante ao de José. Agora, com mais de

sessenta anos de idade, estou mais convencido

do que nunca de que isto é verdade.

Nesses quarenta anos do meu ministério,

já conversei com dezenas de outros líderes

de igreja que passaram por experiências

semelhantes à de José e à minha. Muito

embora nem sempre houvesse aquela profunda

“empatia espiritual” que existe entre

a vida de José e a minha experiência, estes

líderes estavam muito cientes de que forças

inexplicáveis estavam moldando as suas vidas

e ministérios.

Por este motivo, creio que um cuidadoso

exame da preparação de José seja um

valioso exercício, que o ajudará a compreender

o que aconteceu e o que acontecerá,

enquanto Deus o prepara para a liderança e

maiores responsabilidades. Enquanto você

estiver lendo o que se segue, espero que

você receba tanto encorajamento com a vida

de José como eu recebi.

A. ENTERRADO

1. Um Chamado Precoce

José, como eu, recebeu uma revelação

concernente ao seu chamado como um adolescente.

Aos dezessete anos, José teve uma

série de sonhos, os quais lhe foram dados

por Deus. Aqueles sonhos indicavam que

José estava destinado a uma posição de liderança

que lhe traria proeminência, e que,

por sua vez, o capacitaria a ajudar muitas

outras pessoas.

Além disso, como no meu caso, José não

teve a sabedoria de manter a sua boca fechada,

e isto o colocou em grandes apuros com

os seus irmãos, que não gostaram absolutamente

dos seus sonhos. Pode ter havido

também algum orgulho espiritual em José,

muito embora as Escrituras não digam isto

claramente.

Pelo fato de ele ser o filho da velhice do

seu pai, Israel amava a José mais do que a

seus outros filhos. Ele lhe fez uma linda

“túnica de extremidades”. Isto significa que

as mangas chegavam até os seus pulsos e o

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 219

comprimento até os seus tornozelos. Esta

vestimenta era semelhante às usadas pelos

príncipes nos palácios dos reis.

Por outro lado, todos os seus irmãos

usavam as túnicas curtas e as calças de pastores

– o vestuário do homem do campo.

Tudo isto junto fez com que os onze irmãos

mais velhos ficassem com ressentimentos

e ciúmes do status privilegiado de

José.

Certo dia, o pai enviou a José para investigar

os seus irmãos e trazer um relatório

de como as coisas estavam indo com os

rebanhos. Quando os irmãos de José viram

que ele estava vindo, conspiraram sobre

como matá-lo de uma maneira que parecesse

um acidente. O irmão mais velho. Rúben,

interveio e sugeriu que ele fosse jogado num

buraco das redondezas. Assim José foi enterrado.

2. Tribulações e Reveses

Esta fase da vida de José é típica daquilo

que passam muitos que são chamados para

serem ministros do Evangelho numa idade

precoce. Sei que no meu caso, logo após

formar-me na escola secundária, saí e unime

a “meus irmãos” num treinamento missionário,

onde estavam sendo preparados

para sair e pregar o Evangelho.

Durante o tempo em que estive lá, eu

sempre entrava em apuros porque muitos

dos alunos estavam sendo batizados no Espírito

Santo. Pelo fato de eu ter vindo de

uma família “batizada no Espírito”, eu era

geralmente a pessoa que consideram responsável,

e muitas vezes era “chamado para

ser repreendido” e para explicar o que eu

tinha a ver com o que estava acontecendo.

O fato é que eu havia somente conversado

com os alunos que vinham me perguntar

sobre o Espírito Santo. Das dezenas

de alunos que foram batizados com o

Espírito naquele ano, somente três ou quatro

haviam conversado comigo. Os outros

haviam sido batizados no Espírito enquanto

se encontravam nas montanhas, orando

e buscando a Deus a sós. Deus viu os seus

corações famintos e os batizou.

Enquanto o tempo foi passando, trabalhei

duro em todas as minhas tarefas. Pelo

fato de que eu tinha experiência operando

equipamentos tipográficos, trabalhei muitas

semanas sem remuneração, ajudando alegremente

nas impressoras da editora. A minha

aptidão natural pela mecânica me qualificou

a trabalhar muitas semanas mais, ajudando

a reformar e a transformar um avião

de carga num avião de passageiros, para o

transporte de missionários ao redor do mundo.

Quando chegou a hora de considerar os

formandos para indicações missionárias,

apresentaram-me um papel para ser assinado.

Estavam querendo que eu prometesse

nunca ensinar nem pregar sobre o Batismo

no Espírito Santo.

Obviamente eu não poderia assinar uma

promessa deste tipo, pois eu tinha que permanecer

fiel à Bíblia e ao chamado de Deus

em minha vida. Ao recusar, pediram-me que

eu deixasse a organização. Com o coração

partido por causa deste “enterramento”,

fui embora desanimado e confuso. Ninguém

sequer disse “obrigado” por tudo o que eu

havia feito.

Apesar disto tudo eu os amava. Durante

alguns anos depois disto, contribui financeiramente

com o fundo geral desta missão

e ajudei a sustentar os seus missionários.

B. ENCARCERADO

Enquanto os irmãos de José estavam discutindo

o que fazer com ele, uma caravana

midianita apareceu ao longe. Judá disse:

“Por que não vendemos José aos midianitas?”

“Ótima idéia!” Responderam os outros

quase que unissonamente. E assim foi feito.

Por vinte moedas de prata José foi vendido

à escravidão.

No Egito, no leilão de escravos, um homem

chamado Potifar, capitão da guarda de

Faraó, comprou José como seu escravo. Não

220 / SEÇÃOA2 A2.5– Aprender com a Vida de José

demorou muito tempo para Potifar perceber

que Deus abençoava tudo em que José tocava.

Portanto, ele nomeou José o seu principal

assistente administrativo, e entregou nas

mãos de José todos os seus negócios.

1. Falsas Acusações

José era um jovem bonito, e a esposa de

Potifar começou a pôr os seus olhos em

José e o pressionou a dormir com ela. José

protestou, mas ela o agarrou e insistiu que

ele fosse para a cama com ela. Em vez disso,

José afastou-se para fugir. Ela agarrou a

sua jaqueta e a arrancou dele – e José fugiu

para fora da casa.

Naquela noite, a esposa de Potifar contou

ao seu marido que José tentara violentá-la.

Isto deixou Potifar extremamente irado e ele

ordenou que José fosse lançado na prisão.

“Lá na prisão, feriram os seus pés com

grilhões e colocaram no seu pescoço uma

coleira de ferro...” (Sl 105:18 – A Bíblia

Viva). Através da intriga mentirosa da esposa

de Potifar, ele foi encarcerado!

Será que você, refletindo sobre os primeiros

anos do seu ministério, consegue

identificar-se com estes problemas? Talvez,

nesse exato momento, você esteja passando

por uma experiência de “enterramento”

ou “encarceramento”. Há um motivo para

isto, você sabe!

2. Deus Está no Controle

Acho que e extremamente interessante

observarmos que a Bíblia diz: “Deus enviou

a José como escravo ao Egito para

salvar o Seu povo da fome” (Sl 105:17).

Deus enviou José? Eu pensei que os irmãos

de José tivessem tramado matá-lo ou

vendê-lo como escravo. Sim, esta é a história,

na perspectiva dos homens. Mas no

ponto de vista de Deus, Ele estava presente

o tempo todo – fazendo com que todas as

coisas contribuíssem juntamente para o bem

de José e da família escolhida.

Se ao menos pudéssemos compreender

isto, quando as tribulações, rejeições, malentendidos

e injustiças surgem em nossa

vida. Deus está no controle. Se não formos

culpados por transgressões e não estivermos

sofrendo por uma desobediência voluntária

– poderemos então saber que Ele

fará com que todas as coisas que parecem

estar contra nós contribuam juntamente para

o nosso bem e para o bem dos outros.

3. Um Exemplo Pessoal

Deus tinha que me ensinar algumas lições

valiosas, sendo eu “encarcerado”.

Quando comecei como jovem pregador do

Evangelho, iniciando novas igrejas, outros

líderes de igreja fizeram muitas falsas acusações

contra mim. Eu não havia feito nada

errado, mas, por causa de certos sacrifícios

que eu estava fazendo, servindo ao Senhor,

os outros ficaram com suspeitas e ciúmes.

a. Censurado. Descobri que seria censurado

por irmãos contra os quais eu não

havia feito nenhum mal. Eu estava sendo

traído por irmãos em quem eu confiava. Enquanto

jejuava e orava, o Senhor me deu as

seguintes e preciosas promessas:

“Olharei com compaixão para o homem

que tem um coração humilde e contrito, que

treme diante da Minha palavra...

“Ouvi as palavras de Deus, todos vós

que temeis e tremeis diante das Suas palavras:

Os vossos irmãos vos odeiam e vos

expulsam por serdes leais ao Meu nome.

‘“Glória a Deus’, zombam eles. ‘Alegraivos

no Senhor!’ Mas Ele aparecerá para

alegria vossa, e eles se envergonharão”

(Is 66:2,5 – A Bíblia Viva).

Com este versículo, convenci-me de duas

coisas. Uma: O que quer que acontecesse,

eu deveria manter uma atitude humilde e

não retribuir com ira e arrogância. Duas: Eu

tinha certeza que receberia o “pé esquerdo

da comunhão” (seria censurado pelos líderes

de igreja).

Um dia o Senhor me deu direções tão

específicas e sobrenaturais que fiquei pasmo.

Foi uma afirmação clara e precisa sobre

toda a situação – eu sabia exatamente o que

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 221

iria acontecer e o que eu deveria fazer. Nessa

ocasião, a mensagem de Deus veio para

mim de 3 João.

Esse Livro conta a história de um homem

chamado Diótrefes, que e descrito com as

seguintes palavras: “Ele não somente se recusa

a receber os viajantes missionários,

mas também diz para os outros não o fazerem

e, quando o fazem, ele tenta expulsá-los

da igreja’’ (Vs. 10 – A Bíblia Viva).

Com o coração muito triste, sentei-me e

escrevi aos meus inimigos. Expliquei que Jesus

disse: “Amai os vossos inimigos.” Assegurei-

lhes do meu amor e o motivo pelo qual

não me restava nenhuma outra escolha, a não

ser o pedido de demissão. Era a única maneira

pela qual a situação podia ser resolvida

pacificamente. A minha demissão trouxe paz,

e os mares turbulentos se acalmaram.

b. Fim de Toda Esperança. A mim, no

entanto, a minha demissão me trouxe desespero

e a desalentada sensação de que eu

nunca seria capaz de cumprir o chamado

que eu tinha em minha vida.

Durante mais de dez anos secretamente

apeguei-me a idéia de que os meus irmãos

me ajudariam. Sob o patrocínio deles, eu

poderia ir a alguma parte ainda não evangelizada

do mundo para ajudar a alcançar os

perdidos para Jesus. Agora – TODA ESPERANÇA

HAVIA ACABADO! Isto nunca poderia

acontecer.

Eu disse à minha esposa: “Não há meios

pelos quais eu jamais possa cumprir o chamado

de pregar o Evangelho em todo o

mundo. Eu devo ter me enganado terrivelmente

há onze anos atrás, quando comecei

a obedecer aquilo que eu achava ser o chamado

de Deus. Agora é impossível que isto

aconteça.” Sob todos os pontos de vista

naturais, isto era verdade.

c. Deus Tinha um Plano. Foi um dos

dias mais sombrios da minha vida. Passariam-

se ainda alguns anos antes que eu pudesse

compreender totalmente que, semelhantemente

a José e seus irmãos, alguns

“intentaram o mal contra mim; mas Deus

o tornou em bem... para salvar muitas pessoas”

(Gn 50:20).

À medida em que continuei buscando o

Senhor, Ele me mostrou que, ainda que eu

tivesse que ser cuidadoso para nunca “abusar

do meu direito no Evangelho, eu estava

livre de todos, para que pudesse ser servo

de todos” (1 Co 9:18,19).

Naquela época, eu nem mesmo sonhava

que Deus tivesse um plano tão grande para

a minha vida e ministério. Não tinha a menor

idéia que o Senhor abriria as portas para

eu treinar milhares de líderes de igreja.

1) Um “Ministério de José”. Sempre

tentei reverenciar e honrar os meus irmãos

que me fizeram mal, apesar do que

aconteceu. Tampouco estou sugerindo que

o que fiz, afastando-me, deva ser a direção

que todos deveriam tomar.

Com relação a José foi profetizado o seguinte:

“As bênçãos... estarão sobre a cabeça

de José, sobre o alto da cabeça... daquele que

foi separado dos seus irmãos” (Gn 49:26).

José não foi um “irmão separado” por escolha

própria, mas sim por uma providência

divina. Como no meu caso, se ele tivesse uma

escolha, ele teria ficado na segurança da família,

sob a cobertura do patriarca – mas Deus

tinha um plano diferente para José.

A palavra do Senhor com relação a José

indicava que ele deveria ser “um ramo frutífero

junto a uma fonte, cujos galhos se

estendem por sobre o muro (Gn 49:22). Os

muros nunca podem encerrar um “Ministério

de José”. Os seus galhos precisam sempre

se estender sobre o muro – a fim de que

qualquer pessoa que esteja com necessidade

de sombra, ou que esteja cansada e faminta,

possa servir-se na sombra fresca do

galho carregado de frutos.

Os frutos e a sombra de um “galho sobre

o muro” estão disponíveis de graça – pois,

não podemos cobrar os frutos que são tirados

de um galho que se estende “por sobre

o muro.”

Segundo os costumes do Antigo Testamento

e de decretos levíticos, os galhos e os frutos

222 / SEÇÃOA2 A2.5– Aprender com a Vida de José

que “se estendem por sobre o muro” são de

domínio público – qualquer um pode usufruir

deles gratuitamente. A França ainda observa

estas leis agriculturais bíblicas, e os seus fazendeiros

são abençoados por causa disto.

O brado ainda ressoa como em tempos

antigos: “Ouçam! Alguém está com sede?

Venha e beba – até mesmo se não tiver nenhum

dinheiro! Venha, escolha do vinho e

do leite – tudo e grátis!” (Is 5 5:1 – A Bíblia

Viva).

Era para este “Ministério de José” que

Deus estava me preparando. Mas, naquela

ocasião, eu não compreendia todas as implicações

do que estava acontecendo.

O sentimento de rejeição, solidão, e isolamento

era muito difícil para mim (como

deve ter sido para José). Mas Deus havia

me colocado nestas circunstâncias, e não

havia nada que eu pudesse fazer para sair

delas (a menos que eu estivesse disposto a

violar a vontade de Deus).

4. Provado Pela Palavra

“Até o tempo em que a sua [de José]

palavra veio, a palavra do Senhor o provou”

(Sl 105:19). Dez ou doze anos por

trás das grades, com correntes nos pulsos e

grilhões de ferro ao redor do pescoço aniquilam

a vida de qualquer homem inocente.

José se encontrava numa estrutura de

circunstâncias projetadas por um arquiteto

divino. O fato, porém, de não ter plena certeza

disto fez com que a sua vida parecesse

indescritivelmente sem esperança. Se ao

menos ele tivesse sabido com certeza, isto

poderia ter tornado toleráveis as adversidades

e a espera.

Tudo o que ele tinha eram os sonhos – e

nada havia acontecido da maneira como indicavam

os sonhos. Na verdade, tudo o que

havia acontecido até agora foi contrário à

revelação que ele havia recebido do Senhor.

Os sonhos não continham nenhuma insinuação

de que José sofreria uma total rejeição

dos seus irmãos e que seria lançado

numa cova. Não havia nenhuma indicação

na revelação do Senhor de que ele seria vendido

como escravo, que seria falsamente

acusado e que passaria intermináveis anos

na prisão. Ele deve ter se perguntado: “Mas

afinal o que está se passando? Por que tudo

isto está acontecendo comigo?”

Quando o primeiro mártir, Estevão, estava

fazendo o seu discurso pouco antes de

morrer, ele narrou a agonia de José.

“Deus... o livrou de toda a sua agonia”

(At 7:10). Sim, ele teve uma agonia! Uma

indescritível agonia!

Ele não havia feito nada errado em sua

casa, nem na casa de Potifar. Contudo, lá

estava ele, um prisioneiro e escravo, sem

nenhuma esperança de jamais sair da prisão.

Ele havia mantido a sua castidade e

pureza moral. A sua recompensa foi a prisão

perpétua, sem liberdade condicional,

num fétido e quente calabouço, repleto de

piolhos e infestado de sanguessugas.

A maioria de nós jamais chegará perto

no sentido de conhecer a angústia que José

deve ter sentido durante aqueles anos solitários

e isolados. Ele viveu, comendo a

gororoba da prisão e provavelmente não tinha

nada, a não ser a suja água do Rio Nilo

para matar a sua sede. Ele foi uma vítima

dos tratamentos e das preparações de Deus.

Ele, semelhantemente a muitos de vocês,

foi escolhido por Deus para a liderança, e

esta foi a sua escola de treinamento. Antes

que Deus terminasse a sua obra com José,

ele se formaria na escola do fogo de Deus.

C. EMPOSSADO

Creio que para mim a coisa mais incrível

com relação a José, era o seu poder de recuperação

– a sua incrível capacidade de manter

um relacionamento com Deus nestas circunstâncias.

O fato de que ele não teve nenhuma

amargura, ódio, ou ira é um forte indicador de

que ele foi sustentado por um maravilhoso

milagre da graça (capacitação) de Deus.

1. Mordomia Fiel

Cerca de dez anos depois que José foi

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 223

aprisionado, dois dos prisioneiros tiveram

sonhos. José teve interpretações instantâneas

para ambos. Mesmo naquela prisão

infernal, após tantos anos assim, o dom de

Deus ainda estava operando na vida de José.

Que espantoso!

Foi esta singular e fiel mordomia dos dons

de Deus que, em última análise, o levaria à

sua promoção e exaltação.

José contou ao copeiro-mor a interpretação

do seu sonho. O copeiro-mor seria restaurado

à sua posição de privilégio no palácio

de Faraó. Ele foi restaurado, provando

assim a validade do dom profético de José.

José suplicou que o copeiro falasse com

Faraó e buscasse uma atenuação na sua condenação

como prisioneiro. O ingrato copeiro,

no entanto, esqueceu-se imediatamente

de José. Enquanto isso, o infeliz padeiro foi

executado como José havia lhe dito ao interpretar

o seu sonho.

Dois anos se passaram. Certo dia, então,

espalhou-se por todo o palácio a notícia

de que Faraó havia tido vários sonhos

que o incomodaram muito.

Ninguém pôde interpretá-los satisfatoriamente,

na opinião de Faraó, e o copeiro

então subitamente lembrou-se de José. Talvez

ele pudesse interpretar os sonhos de

Faraó. Como resultado da requisição de

Faraó por uma audiência, José foi banhado,

barbeado, vestido apropriadamente, e lançado

na presença de Faraó.

Ao ouvir os sonhos, José deu imediatamente

a interpretação. Significavam sete

anos de uma abundante colheita, seguidos

por sete anos de seca e fome.

José também deu a Faraó um plano de

ação com quatorze anos de duração, que

minimizaria o impacto da calamidade vindoura.

2. Promoção

Faraó ficou tão impressionado com José

que o colocou na segunda posição de comando

de todo o Egito. Somente o próprio

Faraó teria uma autoridade maior.

“Então Faraó colocou o seu próprio anel

de sinete no dedo de José como sinal da sua

autoridade, vestiu-o com lindas vestimentas,

colocou o colar de ouro real no seu pescoço,

e declarou: ‘Eis que te coloquei como

encarregado de toda a terra do Egito” (Gn

41:41,42 – A Bíblia Viva).

Finalmente aconteceu! José foi “empossado”

no trono do Egito. O seu longo casamento

com a dor, solidão, confinamento,

correntes e grilhões havia se acabado. O seu

dia havia chegado – o dia em que a promessa

de Deus estava finalmente começando a

se cumprir.

3. O Dia da Coroação

Sei que para os que abandonaram tudo

para seguirem a Cristo, este dia da coroação

aguarda uma outra era em que dominaremos

e reinaremos com Ele. Mas creiam em mim

que tudo o que passamos agora determina a

extensão dos nossos galardões naquele dia.

Sei também, no entanto, que até mesmo

nesta vida, Jesus prometeu pais e mães, irmãos

e irmãs, e até mesmo casas e terras, a

todos os que abandonaram estas coisas para

seguirem a Cristo (Mt 19:29). Há dias de

Céu na terra para os que são chamados,

escolhidos e fiéis, como foi José.

D. CONCLUSÃO

“Não se deixe enganar; ...o homem sempre

colherá exatamente o que semear! Se

semear para agradar os seus próprios desejos

errôneos, ele estará plantando sementes

do mal e certamente terá uma colheita de

corrupção espiritual e morte; mas se plantar

as boas coisas do Espírito, ele colherá a

vida eterna que o Espírito Santo lhe dá.

“E não nos cansemos de fazer o que é

certo, pois, depois de algum tempo, teremos

uma colheita de bênçãos, se não nos desanimarmos

e desistirmos. É por isto que, sempre

que pudermos, deveríamos ser bondosos

para com todos, especialmente com os

irmãos cristãos” (Gl 6:7-10 – A Bíblia Viva).

“Portanto, meus amados irmãos, já que

224 / SEÇÃOA2 A2.6– Evitar a Possibilidade de se TornarUma Baixa

a vitória futura é certa, estejai firmes e constantes,

sempre abundantes na obra do Senhor,

pois sabeis que nada que fizerdes para

o Senhor e em vão...” (1 Co 15:58).

Capítulo 6

Evitar a Possibilidade de se

Tornar Uma Baixa

Introdução

Deus está procurando homens para serem

levantados como líderes. Todo novo

mover do Espírito tem sido marcado pelo

fato de Deus levantar novas lideranças, preparadas

e escolhidas para a tarefa. Mais um

novo derramamento do Espírito desse tipo

está às portas. Uma mudança importante

nos eventos humanos indica que isso está

acontecendo agora.

Deus precisa de homens que “fiquem na

brecha” por Ele e “tapem o muro” (Ez

22:30), homens que conheçam os caminhos

e a Palavra do Senhor, e digam: “Este é o

caminho... andai nele” (Is 30:21).

Este capítulo explica o preço e as armadilhas

que estão envolvidos na produção

destes homens. Se você quiser ser um dos

escolhidos para a liderança no reavivamento

vindouro, você precisará conhecer os princípios

deste capítulo.

Sumário dos Capítulos Anteriores

O que eu compartilho neste capítulo baseia-

se na suposição de que você leu, compreendeu,

e começou a colocar em prática

as coisas delineadas nos capítulos anteriores.

O PRIMEIRO capítulo abordou a necessidade

de todo líder espiritual esperar no

Senhor (Is 40:31). Esta é a primeira prioridade

de um líder espiritual. À medida que

você espera, o Senhor remove a sua força e

a substitui pela Própria força d’Ele. Ocorre

uma permuta.

O SEGUNDO capítulo explicou a necessidade

de aprendermos a ouvir a voz de

Deus. Um princípio vital para um ministério

bem-sucedido é que o homem vive de

“toda palavra que precede da [que continua

a ser falada pela] boca de Deus.

O nosso coração precisa estar puro e

entregue ao Senhor antes que possamos ouvi-

Lo. Aí então, à medida que O ouvimos e O

obedecemos, a nossa fé cresce. À medida

que ela cresce, ouvimos o Senhor falando

conosco sobre grandes coisas que Ele quer

fazer através de nós.

O TERCEIRO e QUARTO capítulos, apresentaram

o processo pelo qual Deus usa os

transtornos que experimentamos para provar

e refinar as Suas Palavras de instrução e

direção para nós. Através da fornalha da

aflição, passamos do estágio de sermos “chamados”

para o estágio de sermos “escolhidos”.

Este refinamento é necessário, porque,

através dele, Ele nos prepara para enfrentarmos

a intensa batalha espiritual que

teremos na liderança espiritual.

No QUINTO capítulo, José nos fornece

o melhor exemplo disto: Deus havia permitido

que as circunstâncias o introduzissem

na prisão do Faraó para desenvolverem o

seu caráter. Em seguida, ele foi liberto da

prisão, teve uma audiência com o Faraó, e

foi feito Primeiro-Ministro do Egito.

Esta mudança das adversidades da prisão

para a sua posição de responsabilidade

poderia facilmente ter dado a José uma falsa

impressão da sua importância e proeminência.

Mas Deus havia produzido a humildade

em seu caráter naquela prisão, e

isto o salvou da armadilha do orgulho.

A. PREPARAÇÃO PARA O

MINISTÉRIO

1. Quanto Tempo Demora?

Neste momento você está provavelmente

perguntando: “Mas quanto tempo demora

este processo? Quanto tempo será necessário

para Deus me preparar como líder?”

Não há nenhuma extensão de tempo

preestabelecida. Moisés esteve em prepaTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 225

ração durante quarenta anos no meio do

deserto, apascentando as ovelhas do seu

sogro Jetro.

Somente quatorze anos após a sua conversão,

Paulo foi liberado e enviado como

líder (At 13:1-3). Contudo, no caso dele,

houve muitos anos de treinamento nas Escrituras,

antes da sua conversão.

Da época dos seus sonhos até tornar-se

Primeiro-Ministro do Egito passaram-se

treze anos da vida de José.

Duas coisas determinam quanto tempo

será necessário para Deus transformá-lo

num líder:

• A magnitude e a natureza do ministério

que Deus tem preparado para

você, e

• A maneira pela qual você responde

aos Seus tratamentos enquanto Ele o

prepara.

a. Mecânico ou Médico? O quanto

Deus quer realizar através de você e o quanto

você deseja realizar para Deus determinam

a intensidade dos Seus tratamentos.

A mesma coisa se aplica no mundo. Uma

pessoa pode ser um bom mecânico de automóvel

com somente alguns anos de treinamento,

mas não podemos ser cirurgiões sem

muitos anos de uma intensa e dura preparação

e aprendizagem.

Se você quiser que Deus o use num ministério

proeminente e poderoso, com muitos

milagres e autoridade, o tempo da sua

preparação será longo e doloroso. Quanto

maior a sua responsabilidade, tanto mais

severa será a sua preparação. É necessário

muito mais fogo para se refinar um vaso

feito de ouro, para a honra de Deus, do que

para se fazer um vaso de barro, para um uso

comum.

b. Teimoso ou Obediente? O segundo

fator é a sua resposta (ou reação) aos

tratamentos de Deus, à medida que Ele o

prepara. Se você for vagaroso em aprender

o que Deus lhe ensina, isto estenderá o tempo

e a severidade da preparação. O ferreiro

precisa aplicar um martelo pesado e muito

calor para moldar o ferro duro e inflexível.

O joalheiro precisa aplicar somente pequenas

pressões para moldar o ouro maleável.

O segredo é sermos responsivos, maleáveis

e obedientes ao Senhor. Quando Ele

trouxer uma lição em sua vida, aprenda-a

rapidamente. Não fique empacado, nem seja

teimoso. Caso contrário, Deus terá que usar

muito “calor e martelo” sobre a sua vida,

para moldá-lo para a liderança.

2. As Baixas São Muitas

É tolice supor que uma vez que você

tenha se tornado um líder você não terá mais

necessidade de um crescimento espiritual.

Este pensamento tem causado a queda de

muitos.

Em 1948 houve um grande mover do Espírito

Santo que cobriu os Estados Unidos.

Os anos que se seguiram à II Guerra Mundial

foram anos em que Deus lidou poderosamente

com a Sua Igreja.

Por volta de 1950, mais de cinqüenta

ministérios importantes e proeminentes

haviam surgido. A maioria deles eram

evangelistas no grande reavivamento de curas

que estava cobrindo o mundo naquela

época.

No entanto, somente um punhado deles

sobreviveu. E onde estão os outros? Por

que sobraram apenas alguns? A lista de baixas

é longa. Muitos dos que passaram satisfatoriamente

pelo programa de preparação

de Deus não conseguiram manter os

seus chamados.

Há mais baixas dentre os que assumem

uma posição de liderança proeminente do

que na preparação para a liderança.

O Apóstolo Paulo sabia disto. “Temo

que, após ter pregado a outros, eu próprio

possa ser declarado inadequado e tenha

que ficar de lado” (1 Co 9:27).

Muitos que têm a aspiração de serem

líderes pensam: “Depois que eu chegar a

uma posição de liderança, então estarei em

casa são e salvo!” Isto não é verdade! Como

líder, o homem é muito mais vulnerável a

226 / SEÇÃOA2 A2.6– Evitar a Possibilidade de se TornarUma Baixa

ataques e fracassos espirituais, devido à sua

proeminência e visibilidade.

3. O Preço é Alto

A preparação para a liderança envolve

muito choro e provações dolorosas (Veja

Hebreus 5:7,8). Isto se deve ao fato de você

estar sendo treinado para suportar as violentas

pressões que acontecem na vida do

líder.

A liderança cristã não é algo glamoroso –

é uma batalha. Você está em guerra com Satanás

e o mundo. Você é mal-compreendido

pelos membros da família, pelos amigos, e

por outros companheiros cristãos. Além disso,

você é muitas vezes criticado por pessoas

motivadas pelo ciúme ou temor.

A narrativa bíblica sobre Moisés no Livro

de Números é um quadro preciso do

que envolve a liderança. Moisés foi responsável

por cerca de dois milhões e quinhentas

mil (2.500.000) pessoas, que formavam

um bando de rebeldes murmuradores, reclamadores

e caluniadores. Viam um milagre e

aí reclamavam sobre alguma outra coisa logo

em seguida. Incitavam uma rebelião logo

após a outra.

Até mesmo o próprio irmão e irmã de

Moisés o criticaram e desafiaram a sua liderança

(e foram julgados por isto).

Não é de se admirar que Deus preparasse

a Moisés por mais de quarenta anos antes

que ele assumisse o seu cargo de liderança.

Se Moisés não tivesse passado aqueles

quarenta anos no meio do deserto com as

ovelhas problemáticas do seu sogro, ele

nunca teria sido o grande líder que acabou

sendo.

Moisés e Elias foram o dois que apareceram

no Monte da Transfiguração com Jesus.

Com base nestas e em outras Escrituras,

presumimos que eles foram os dois

maiores e mais importantes líderes do Antigo

Testamento.

Um pouco das pressões que um homem

de Deus sofre na liderança está ilustrado na

vida de Moisés e de Elias.

a. Moisés. Muito embora Moisés tivesse

tido todos aqueles anos de preparação,

as pressões tornaram-se tão grandes

que Moisés pediu que Deus o matasse.

Um homem não ora desta forma a menos

que esteja se sentindo muito infeliz e necessitado.

“Moisés disse ao Senhor: ‘Por que atormentar-

me, dando-me o fardo de um povo

como este? Será que são meus filhos? Será

que sou o pai deles? É esta a razão pela

qual Tu me deste a tarefa de amamentá-los

como bebês, até que cheguemos à terra que

prometeste aos seus ancestrais?

‘“Onde devo encontrar carne para todo

este povo? Pois choram a mim dizendo:

“Dá-nos carne!” Não consigo carregar

está nação sozinho! A carga é pesada demais!

‘“Se vou ser tratado por Ti desta maneira,

por favor, mata-me agora mesmo;

será uma benevolência! Livra-me desta situação

impossível!’” (Nm 11:11-15 – A

Bíblia Viva).

Somente os que já estiveram lá sabem. A

liderança tem alguns fardos muito pesados

que a acompanham. Moisés estava tão desanimado

e deprimido com a situação que

ele queria morrer.

b. Elias. Elias também teve um ponto

baixo em seu ministério. Aconteceu após o

seu maior triunfo, quando ele chamou fogo

do céu e matou os quatrocentos e cinqüenta

profetas de Baal. Infelizmente, os vales de

desespero geralmente se seguem a experiências

de topo de montanha de grandes vitórias.

“Quando Acabe contou a Rainha Jezabel

o que Elias havia feito, e que ele havia matado

os profetas de Baal, ela enviou a seguinte

mensagem a Elias: ‘Você matou os

meus profetas e agora eu juro pelos deuses

que vou matá-lo a estas horas amanhã à

noite.’

“Assim sendo, Elias fugiu para salvar a

sua vida; ele foi para Berseba, uma cidade

de Judá, e deixou o seu servo lá. Em seguiTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 227

da, ele prosseguiu sozinho para o deserto,

viajando o dia todo, e sentou-se embaixo de

um zimbro e orou pedindo a sua morte.

‘“Já basta’, disse ele ao Senhor. ‘Tira a

minha vida. Tenho que morrer algum dia e

bem que poderia ser agora.’” (1 Rs 19:1-4

– A Bíblia Viva).

O Senhor respondeu a oração de Elias e

o liberou. Ele foi arrebatado ao Céu numa

carruagem, algumas semanas após ter feito

esta oração.

Para mim, é uma grande declaração do

amor e da compreensão do Senhor para com

os seus líderes o fato de Ele ter honrado a

Moisés e a Elias, permitindo a presença deles

em Sua transfiguração (veja Mateus 17).

Sim, há um preço a ser pago para sermos

líderes. Se a preparação parecer difícil, lembre-

se apenas que as pressões que acompanham

uma liderança proeminente serão

muito mais difíceis que o treinamento que o

colocou nesta posição.

B. O NOSSO PIOR INIMIGO

O mais perigoso inimigo do líder de igreja

e ele próprio. A sua própria carne e a

natureza pecaminosa que nele habita constituem

um inimigo vicioso e enganoso. Comparados

com isto, os seus inimigos externos

são fáceis de se combater.

Capítulos posteriores abordarão extensivamente

os pontos que se seguem, mas

vamos examiná-los brevemente aqui.

1. As Três Armadilhas Principais

da Liderança

As três áreas de pecado que se encontram

na raiz da queda de qualquer líder cristão

são o amor pelas mulheres (imoralidade

sexual), o amor pelo dinheiro (o desejo

de se tornar rico), e o amor por posições

e proeminência (orgulho).

A experiência somente confirma o testemunho

das Escrituras: “Não ameis o mundo,

nem as coisas que estão no mundo. Se

alguém ama o mundo, o amor do Pai não

está nele.

“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência

da carne, a concupiscência dos

olhos, e a soberba da vida, não vem do Pai,

mas vem do mundo (1 Jo 2:15,16).

Ninguém é imune a esses pecados. Não

me considero imune a eles, nem jamais encontrei

alguém que fosse. Há uma alta média

de fracassos dentre os líderes cristãos

por causa deles.

Todo líder sábio sabe que se ele não exercitar

o auto-controle, poderá cair em uma,

duas, ou em todas estas três armadilhas.

Estes são, sem dúvida nenhuma, alguns dos

pecados que tão de perto nos envolvem,

mencionados em Hebreus 12:1.

De acordo com 1 João 2:15, uma falta de

amor para com o Pai abre espaço para que

se desenvolva um amor pelo mundo. Isto

nos deixa especialmente vulneráveis a estas

áreas de ataque se estivermos em posições

de liderança.

Um adequado treinamento e preparação

para a liderança envolve o desenvolvimento

de uma confiança absoluta em Deus e na

Sua Palavra. Se você caminhar com fé, você

não se sentirá inseguro. Você conseguirá evitar

as armadilhas do pecado sexual, da cobiça

e do orgulho. Estas três áreas de pecado

procedem de uma insegurança (uma falta

de fé e confiança no Senhor).

a. Imoralidade. A imoralidade geralmente

resulta de um casamento inseguro,

que pode estar fracassando devido a uma

baixa auto-estima. Isto o torna muito consciente

de si mesmo, egocêntrico e egoísta. A

pobre esposa revida e o líder se sente expulso

das suas afeições, para cair nos braços

de alguém que parece ser mais compreensiva

e amorosa.

1) Família: Uma Alta Prioridade. O

líder precisa lutar para encontrar tempo para

a sua esposa e filhos. Ele precisa interessarse

ativamente pelos membros da sua família.

As intensas pressões e a agenda cheia

por causa das responsabilidades e problemas

da igreja violarão esta prioridade muito

importante.

228 / SEÇÃOA2 A2.6– Evitar a Possibilidade de se TornarUma Baixa

2) Uma Palavra à Esposa. A esposa

também precisa oferecer solicitude, sensibilidade

e apoio ao seu marido. Ele será golpeado

constantemente pelas pressões de

uma tarefa cada vez maior. Talvez ele se

sinta inadequado para dar conta de tudo o

que o seu trabalho exige dele e se torne frustrado

e assustado, isolado e solitário. Nestas

ocasiões, palavras amáveis e um toque

sensível podem fazer toda a diferença do

mundo para o líder de igreja que está sendo

importunado. A compreensão e o apoio de

sua esposa podem salvar o líder e o seu

ministério.

3) Uma Cicatriz Permanente. O fracasso

moral é especialmente perigoso. Salomão

fala o seguinte sobre a pessoa que cai

na fornicação: “... encontrará uma ferida e

desonra, e o seu opróbrio não será removido”

(Pv 6:33). Isto impedirá o seu ministério

pelo resto da sua vida.

O perdão e a graça restauradora de Deus

nunca deixam de estar disponíveis, mas a

“ferida e o opróbrio” continuam a ter um

efeito. Através do fracasso moral, você perde

tudo o que você poderia ter ganho pelos

anos de preparação para se tornar um líder.

b. Cobiça. A cobiça (o amor pelo dinheiro)

vem de uma insegurança com relação

à provisão de Deus. Como líder espiritual,

você precisa “...buscar primeiro o

Reino de Deus e a Sua justiça.’’ Se você

fizer isto, Jesus disse que “todas estas coisas

lhe seriam acrescentadas.”

Ele lhe acrescentará a alimentação, o vestuário,

a saúde, a moradia e o transporte

que você precisa, se você praticar o princípio

da prosperidade encontrado na Bíblia.

Este princípio é o seguinte: “Dai, e servos-

á dado” (Lc 6:38).

1) Aprenda a Dar. Até que você

aprenda a dar consistentemente o dízimo

(10%) dos seus rendimentos ao Senhor, você

nunca conhecerá a provisão de Deus para as

suas necessidades. Você quebra a maldição

da pobreza, dando o dízimo (a décima parte)

de tudo aquilo com que Deus o abençoa.

Dê para as missões da sua igreja, para

ajudar as viúvas, os órfãos e os pobres ao

seu redor, e Deus promete: “Abrirei as janelas

do Céu e derramarei sobre ti uma

bênção que não haverá espaço suficiente

para recebê-la” (Ml 3:7-11).

2) Ensine os Outros a Dar. Uma vez

que você tenha começado a praticar isto,

comece a ensinar todos os irmãos e irmãs a

fazerem o mesmo. À medida que aprenderem

a trazer os seus dízimos à igreja, a maldição

da pobreza será quebrada deles também.

A doação para a obra do Senhor quebra o

poder do pecado do “amor ao dinheiro”.

Pratique isto regularmente e poupe-se de

muitas angústias. Salve-se da pobreza, e

salve a sua igreja da pobreza, ensinandolhes

a dar também.

Temos muito mais a ensinar sobre os

pecados da imoralidade e da cobiça nos próximos

dois capítulos.

c. Orgulho. O orgulho é o resultado da

insegurança com relação ao seu chamado

e a sua própria opinião com relação ao

seu valor pessoal. O orgulho é o fracasso

mais fácil de ser visto pelos outros.

É também o mais difícil de vermos em

nos próprios. Ele se mostra através de uma

atitude ostentadora. A ostentação irradia a

insegurança. Alguém que tenha um ministério

eficaz não precisa gabar-se dele. “Louve-

Te o estranho, e não os tens próprios

lábios” (Pv 27:2).

Se alguém acha que precisa fazer propaganda

de que é um Apóstolo, por exemplo,

significa que ele próprio duvida disto e também

duvida que os outros pensem assim, a

menos que ele diga algo a respeito. A ostentação

é uma clara evidência de que a pessoa

está cheia de orgulho e insegurança.

1) Um Servo e Não um Senhor. “Aos

presbíteros [líderes] que estão entre vós

exorto... não ajam como senhores sobre a

herança de Deus, mas sejam exemplos para

o rebanho” (1 Pe 5:1,2).

Os verdadeiros líderes não são senhoTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 229

res, mas funcionam como servos do povo

de Deus. A liderança da igreja não é uma

posição de senhorio, mas é a posição do

humilde servo. As preparações de Deus são

para nos ensinar a termos a atitude de um

servo.

Jesus foi o mais submisso e humilde de

todos os homens. Semelhantemente a Jesus,

o verdadeiro líder não evita certas tarefas

por achar que estão abaixo da sua

dignidade como líder. O líder convicto não

é ameaçado por tarefas desprezíveis ou responsabilidades

humildes.

Paulo escreveu o seguinte com relação a

Jesus: “Muito embora Ele existisse na forma

de Deus, Ele não considerou a igualdade

com Deus como algo a ser alcançado, mas

esvaziou-Se, assumindo a forma de um escravo,

sendo feito semelhante aos homens.

“E achado na forma de homem, Ele Se

humilhou, tornando-Se obediente até a morte,

e morte de Cruz” (Fp 2:6-8). Jesus estava

tão seguro de Quem Ele era que Ele não

precisava Se exaltar.

João 13 torna isto ainda mais claro: “E

Jesus, sabendo que o Pai havia dado todas

as coisas em Suas mãos, e que Ele havia

vindo de Deus, e que retornaria para Deus,

levantou-Se da ceia, colocou de lado as Suas

vestimentas, e, tomando uma toalha, cingiu-

Se. Em seguida, colocou água na bacia

e começou a lavar os pés dos discípulos e a

enxugá-los com a toalha com que estava

cingido” (Jo 13:3-5).

Observe a palavra “sabendo”. Devido ao

fato de que Jesus sabia Quem Ele era, Ele

pode tomar o mais humilde lugar de serviço

sem ter ameaçada a Sua “imagem de grande

líder”. Contraste isto com as atuais vestimentas

reais do sumo pontífice da igreja, e,

às vezes, com os seus hábitos ostentosos.

A lavagem dos pés era uma das mais humildes

tarefas na cultura da época de Jesus.

Era um trabalho geralmente feito por um

escravo doméstico. Assim como oferecemos

hospitalidade a um visitante, semelhantemente,

na época de Jesus, o servo doméstico

normalmente lavava os pés de um visitante.

A lavagem dos pés era uma responsabilidade

indesejável. As estradas eram poeirentas,

mas a sujeira das estradas era mais

do que simples pó. O transporte daquela

época era o camelo, o burro, o cavalo e a

mula.

Não é preciso muita imaginação para

compreendermos que as ruas e estradas ficavam

sujas com o esterco deles. Os pés do

viajante ficavam cobertos com este esterco,

como também com torrões de pó.

A lavagem dos pés era atribuída ao mais

humilde dos escravos porque ela significava

o manuseio da sujeira das ruas. Essa tarefa

era considerada como estando abaixo

da dignidade do “bom homem da casa”.

Contudo, foi a esta tarefa que o nosso

Senhor da Glória rebaixou-Se. Os violentos

protestos dos discípulos são bem fáceis de

se compreender. Como Jesus poderia fazer

isto? Como que Ele, o Mestre e Rei deles,

poderia lavar esterco dos pés dos Seus seguidores?

Ele podia fazê-lo porque estava seguro

de Quem Ele era. Ele sabia que o Pai havia

entregue todas as coisas em Suas mãos. Ele

sabia que havia vindo do Pai e que Ele era o

Filho de Deus e o Messias Prometido.

Ele sabia que voltaria ao Pai após derrotar

o pecado, a morte e o Inferno. Ele não

tinha que provar nada a Si Próprio, nem aos

outros. A Sua vida já havia provado Quem

Ele era para os que tinham percepção espiritual

para ver isto.

2) Nenhuma Tarefa é Servil Demais.

Era noite de sexta-feira. A nossa reunião

anual de colaboradores começaria na

segunda-feira. Aí então o vaso sanitário entupiu

e transbordou.

Já era quase hora de pararmos o trabalho

daquela noite. Um sábado repleto de trabalho

estava à nossa frente, e o vaso sanitário

entupido precisava de uma atenção imediata.

Adivinhem para quem sobrou o serviço!

Acertaram!

230 / SEÇÃOA2 A2.6– Evitar a Possibilidade de se TornarUma Baixa

Tive que fazê-lo porque ninguém mais

estava disponível. Todos os outros homens

haviam saído para prepararem o local do

acampamento. Não conseguiríamos arrumar

ninguém para desentupi-lo tão tarde assim

numa sexta-feira à noite.

Vesti então as minhas roupas para trabalhos

sujos e comecei a desenterrar os canos

para descobrir e desobstruir o entupimento.

Eu estava até os joelhos no meio do

esgoto lamacento quando chegou um líder

de uma outra região.

Ele nunca havia estado em nossa cidade.

Não me reconhecendo, ele perguntou onde

poderia encontrar o Irmão Mahoney, Diretor

daquela Organização Missionária Mundial.

Respondi: “Você está olhando para ele”.

“Você é o Irmão Mahoney!?” disse ele boquiaberto,

não acreditando. Dizer que ele ficou

“chocado” por encontrar-me fazendo um

serviço destes seria uma grande atenuação.

A responsabilidade exigia isto. As Conferências

não poderiam ter início se as equipes

de trabalho não viessem no sábado, e

elas não poderiam trabalhar se os banheiros

estivessem entupidos. Assim sendo, tive que

fazer o serviço – e de fato não me importei

com isto. O homem que não está preparado

para limpar um vaso sanitário (se a situação

exigir isto) não está preparado para uma

liderança espiritual. O pensamento de que

um serviço tão indesejável assim está abaixo

da sua dignidade está totalmente fora do

conceito de liderança. Se você não estiver

seguro o suficiente em Deus para estar disposto

a limpar e desentupir um vaso sanitário,

então Satanás o desalojará facilmente

da sua posição de liderança.

O líder precisa estar disposto a ajoelharse

diante dos seus seguidores para lavar os

seus pés se ele quiser ser semelhante a Jesus.

Estando seguro no conhecimento de

que Ele era o Filho de Deus, Jesus estava

livre para servir de qualquer forma necessária.

Isto é o oposto do amor pelas posições

do líder carnal e imaturo.

3) Procure Responsabilidade. Alguém

disse bem: “Se você observar um homem

procurando autoridade, cuidado com

ele – ele causará problemas. Se você observar

um homem procurando responsabilidade,

promova-o – ele será uma bênção.”

Precisamos procurar responsabilidade,

e não autoridade. Na liderança da igreja, o

amor por posições destrói muitos ministros.

Paulo diz: “Quem deseja o cargo de

presbítero deseja uma boa obra” (l Tm 3:l).

Contudo, se o seu desejo for por posição e

autoridade, e não por responsabilidade, a sua

queda será tão certa como foi a de Satanás.

O líder de igreja é vitorioso porque ele

permanece ciente do orgulho que habita nele

(Rm 7:14-24). Ele caminha com o coração

numa atitude de arrependimento, buscando

ser excelente no serviço, e evita as coisas

com a tendência de fazê-lo considerar-se

mais importante do que deveria.

C. ORGULHO: A ESSÊNCIA DO

PECADO

1. Sintomas do Orgulho

Os sutis sintomas do orgulho são bem

fáceis de se ver, uma vez que você os conheça.

Eis aqui dois ou três indicadores:

a. “Sou Mais Importante.” Achar que

certas pessoas ou tarefas estão “abaixo da

sua dignidade” ou pensar que você é mais

importante que os outros porque você tem

uma posição de liderança.

b. “Quero Ser Servido.” Aceitar uma

honra especial como líder e ser servido pelos

outros, ao invés de dedicar-se a servi-los.

c. “Sou o Melhor.” Paulo nos exorta

contra o “considerarmo-nos mais importantes

do que deveríamos’’ (Rm 12:3). O

orgulho está começando a nos dominar se

nos consideramos mais importantes do que

deveríamos.

Estas e outras características semelhantes

nos admoestam que fomos envenenados

por este sutil pecado, o orgulho.

Deus odeia o orgulho porque ele é a essência

do pecado. Satanás caiu por causa do

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 231

orgulho. “O teu coração encheu-se de orgulho

por causa de toda a tua beleza... Portanto,

por terra te lancei...” (Ez 28:17).

Eva caiu por causa do interesse que Satanás

lhe despertou com relação ao seu orgulho:

“...sereis como Elohim [Deus]...” (Gn 3:5).

O orgulho certamente traz a nossa queda. “O

orgulho precede a destruição, e o Espírito

altivo precede a queda...” (Pv 16:18).

2. O Orgulho é Perigoso

O orgulho é perigoso porque é sutil. O

orgulho é semelhante a uma erva daninha no

meio das plantações. Ele cresce e toma conta

se não tomarmos ações positivas para

impedi-lo.

Talvez você comece como um líder humilde,

supondo que você já tenha dominado

plenamente a humildade. Quando você

fica “orgulhoso” da sua humildade, aí você

não tem nenhuma humildade.

O Orgulho é Destrutivo. É por isto que

a vontade de Deus é a de que os novos

convertidos assumam responsabilidades

um pouco de cada vez, a fim de que possam

desenvolver-se em responsabilidades

cada vez maiores, sem o perigo de serem

destruídos pelo orgulho. “O presbítero...

não pode ser uma pessoa salva recentemente

[um novato], para que ele não se

torne convencido e caia na mesma condenação

que caiu o diabo” (1 Tm 3:2,6).

3. Evite a Armadilha do Orgulho

Se o orgulho é tão difícil de se detectar e

é um inimigo tão traiçoeiro assim, como podemos

nos proteger dele? Como podemos

nos proteger deste astuto pecado? Eis aqui

alguns passos que todos nós precisamos

tomar para evitar sermos presos por esta

grande armadilha para os líderes:

a. Fique Perto de Deus. Mantenha um

contato íntimo com o Senhor Jesus através

de uma disciplinada oração diária, de um diligente

estudo da sua Bíblia, e de uma determinada

meditação na Sua Palavra para você.

Isto o manterá focalizado na Sua glória e,

assim, o ajudará a manter uma perspectiva

sóbria da sua verdadeira importância.

b. Jejue e Ore. Se houver orgulho na

sua vida, resolva este problema. Davi disse:

“Humilhava a minha alma com o jejum...”

(Sl 35:13).

c. Fique Perto dos Outros. A liderança

o isola das pessoas. A Bíblia diz que “devemos

continuar na comunhão” (At 2:42).

Mantenha sempre alguns relacionamentos

íntimos com pessoas que você permitiu que

lhe dessem aconselhamentos – para correções

se necessário.

O líder que não recebe uma ajuda consistente

e honesta de amigos de confiança pode

perder a sua perspectiva e dar lugar ao orgulho.

Já que, como Jeremias afirma, “o

coração é enganoso mais do que todas as

coisas, e desesperadamente perverso” (Jr

17:9), certamente nos desviaremos por causa

do orgulho, se não tivermos esta proteção.

d. Não Lute por Posições. Salmos 75:6

nos diz que “a promoção vem do Senhor.”

Deus o promoverá à posição de liderança que

Ele tem para você, não importa quais sejam as

suas circunstâncias. Ele sabe onde você está e

Ele o exaltará na hora certa (1 Pe 5:1-6).

e. Procure Ser Excelente Como um

Servo dos Outros. O bom servo se esforça

para tornar bem-sucedidas as pessoas que

ele serve. Se elas forem bem-sucedidas, você

também já foi bem-sucedido. Se você enfocar

o seu próprio êxito, o orgulho o contaminará

facilmente (Veja Filipenses 2:4).

f. Faça um Culto de Lavagem de Pés.

Sempre que um homem é autorizado ou ordenado

ao ministério, uma das suas primeiras

responsabilidades deveria ser a de lavar

os pés das pessoas que ele vai servir. Se for

numa congregação grande, aí então um grupo

da liderança deveria representar os irmãos, e

a pessoa que está sendo colocada num cargo

de liderança lava os pés desse grupo.

Sempre que uma luta irrompe numa igreja,

um culto de lavagem de pés serve como o

melhor antídoto que já encontrei, pois isto

quebra o orgulho que está por trás das con232

/ SEÇÃOA2 A2.7– “Fugir da Fornicação!”

tendas. Faça com que as mulheres lavem o

pés das outras mulheres, e os homens os

pés dos homens.

D. CONCLUSÃO

Para ser salvo do fracasso devido ao orgulho,

leia esta oração em voz alta para o

Senhor agora mesmo:

“Querido Senhor Jesus: Tu prometeste

que me conduziria num caminho reto e que

me protegeria de todo mal. Faz de mim o

servo que Tu queres que eu seja. Guardame

dos presunçosos pecados da imoralidade,

da cobiça, e do orgulho.

“Sonda o meu coração e revela-me qualquer

um destes pecados de que eu não esteja

ciente. Mantenha-me aberto a qualquer correção

que os outros possam me oferecer.

“Dá-me graça para aceitar a Tua correção.

Obrigado por tornar-me um servo

humilde como Tu. AMÉM!”

Capítulo 7

“Fugir da Fornicação!”

Introdução

A oportunidade de servirmos a Deus

como líderes nunca foi tão grande como hoje.

Estamos no limiar da “Colheita da Décima-

Primeira Hora”, quando mais almas serão

colhidas para o Reino de Deus do que desde

o Dia de Pentecostes até agora.

Deus procura homens que estejam dispostos

a colocar de lado as “coisas infantis”

deste mundo. Jesus oferece o jugo de

uma vida disciplinada aos que querem unirse

às fileiras dos Seus homens valorosos.

Mais homens fracassam uma vez que já

tenham se tornado líderes, do que quando

estavam em preparação para a liderança. Satanás

determinou-se a destruir a qualquer

pessoa numa posição de liderança cristã, e

ele encontrou um aliado disposto em nossa

natureza carnal.

Assim como Deus treina homens e mulheres

para ficarem firmes e vitoriosos numa

posição de liderança, assim também Ele os

equipa para combaterem a Satanás e vencerem.

Apesar disto, muitos cedem a tentações

morais e são acrescentados à lista das baixas

espirituais do Reino. O meu propósito neste

capítulo é o de mostrar como evitarmos esta

tragédia desnecessária e explicar um principio

crucial de sobrevivência para os homens.

A. IMORALIDADE: A QUEDA DE UM

LÍDER

A impureza moral sempre foi uma causa

para a queda de líderes cristãos, mas nunca

foi o problema que é hoje em dia. O ataque

na família e no relacionamento conjugal nunca

foi tão intenso.

O mundo ensina uma moralidade que

aceita o adultério, a fornicação e o homossexualismo.

Os pecados que nos séculos

passados destruíram nações e civilizações,

são agora glorificados como os novos e liberais

estilos de vida. Em alguns países, a literatura

obscena encontra-se a venda em tantos

lugares que até mesmo crianças inocentes

podem comprá-la.

Um dilúvio de impureza moral veio sobre

a terra. A profecia de Paulo, de que os

homens perderiam a afeição natural nos últimos

dias, foi cumprida.

Uma grande parte do mundo ridiculariza

o casamento e prega a coabitação e a promiscuidade

sexual.

Ímpios homens dos meios de comunicação

retratam a imoralidade sexual como sendo

normal. A História e a Bíblia mostram que o

marido e a esposa vivendo em fidelidade conjugal

é a única maneira normal de se viver.

Tudo isto aumenta a pressão sobre o líder

cristão. Devido à sua posição, ele é envolvido

em situações que o expõem a tentações e fracassos

sexuais. Os padrões morais em deterioração

o tornam ainda mais vulnerável.

1. Causas da Imoralidade

a. Insegurança Pessoal. Quando um

homem cai em adultério, isto muitas vezes

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2.7 / 233

indica falta de uma auto-estima apropriada.

A insegurança pessoal (falta de fé e confiança

em Deus) encontra-se na raiz de uma boa

parte das más condutas sexuais.

Alguns homens acham que eles têm que

provar que são desejáveis ao sexo oposto,

flertando com a imoralidade. O flerte geralmente

leva à longa e trágica queda na fornicação.

Se estivermos inseguros com relação a

quem somos, ou com relação ao nosso chamado,

cairemos através do orgulho e da cobiça

pela proeminência. Tentamos compensar

pelas deficiências que sentimos, vangloriando-

nos e dizendo coisas que achamos

que nos darão uma estatura aos olhos dos

outros. Um outro tipo de insegurança também

causa fracassos sexuais.

b. Insegurança Conjugal. A vulnerabilidade

moral fundamenta-se na insegurança

pessoal, semelhantemente ao orgulho, só

que é uma insegurança em nosso relacionamento

conjugal.

Não é nenhum mistério o motivo pelo

qual uma mulher ou homem de Deus pode

fracassar através de um pecado sexual. Isto

acontece vez após vez, e geralmente pelas

mesmas razões. Poucos pecados são mencionados

tão freqüentemente quanto este

pecado em toda a Bíblia.

Salomão fala ao “jovem”, admoestandoo

a ter cuidado em seus relacionamentos

com as mulheres. Paulo fala da necessidade

de termos um relacionamento caloroso e

amoroso com as nossas esposas, como uma

maneira de evitarmos a fornicação (1 Co

7:1-7).

Ainda assim, os ministros deixam de

prestar atenção a este conselho prático e

mergulham de cabeça na armadilha de Satanás.

Tragicamente, isto está acontecendo na

época em que os campos do mundo precisam

de mais homens que permaneçam firmes

e fortes para fazerem a grande colheita

de almas.

A vontade de Deus para o homem é que

ele viva fielmente com uma esposa. Qualquer

violação disto é pecado. A Bíblia nos

ensina que seremos muito alegres, realizados

e satisfeitos num relacionamento conjugal

que for mantido apropriadamente. O

desígnio de Deus é que o homem e a mulher

encontrem no casamento o elo emocional, o

companheirismo e a realização que tanto

desejam.

Por outro lado, não há nenhuma realização

ou satisfação na fornicação ou no adultério.

Ambos estão repletos de temor, culpa,

futilidade e decepção. O vínculo de amor

e o compromisso de aliança envolvidos num

casamento nos padrões divinos trazem a

realização que é negada ao adúltero e ao

fornicador.

Preciso enfatizar que somente um relacionamento

conjugal apropriadamente

mantido faz com que nos sintamos realizados

– o que não acontece num casamento

repleto de lutas e amarguras. Satanás arma

facilmente a sua armadilha para os líderes

que deixam de suprir adequadamente as necessidades

de uma segura vida doméstica.

B. O PROPÓSITO DE DEUS NO

CASAMENTO

Deus disse: “Não é bom que o homem

esteja só; farei uma companheira para ele,

uma ajudante adequada às suas necessidades”

(Gn 2:18 – A Bíblia Viva).

1. Devemos Ser Companheiros

Deus ordenou o casamento porque o homem

e a mulher não estão completes sem o

outro. Cada um deles precisa de um ajudante

para que possam sobreviver aos rudes

ataques que a vida traz.

“Melhor é ser dois do que um... Se um

cair, o outro o levanta; mas se alguém cair

quando estiver sozinho, estará em apuros...

E alguém que estiver de pé sozinho pode

ser atacado e ser derrotado, mas dois podem

ficar firmes, costa com costa, e ser

vitoriosos...” (Ec 4:9,10,12).

Isto descreve qual foi o propósito de Deus

para o casamento: um puxando o outro para

234 / SEÇÃOA2 A2.7– “Fugir da Fornicação!”

cima; e um ajudando o outro. Quando Deus

criou a mulher para o homem, foi para que

ela fosse uma ajudante. Infelizmente, em vez

de Eva ajudar a Adão a cumprir o propósito

de Deus, ela o ajudou a fracassar.

O diabo encontrou uma ajudante em Eva.

O diabo não conseguiria destruir a Adão diretamente.

Assim sendo, ele agiu através da

mulher “para ajudar”. Eva foi uma ajudante

– mas ela ajudou os propósitos do diabo, ao

invés de ajudar os propósitos de Deus ou

de Adão.

Conheci um pregador do Evangelho alguns

anos atrás que tinha um chamado e

uma poderosa unção de Deus sobre a sua

vida. O Senhor abria portas de ministério

para ele que eram incríveis.

Outras regiões ficavam programadas para

o seu ministério e estavam destinadas a ter

uma transformação no curso da vida espiritual

de milhares de pessoas.

Mas vez após vez, o mesmo padrão se

repetia. Cerca de uma semana antes da data

da sua partida, a sua esposa começava a

“fazer um inferno” na vida dele por causa

da sua viagem. A atitude dela incitava os

filhos, que então se uniam com a esposa

num ataque implacável sobre aquele homem

até que ele se rendesse e cancelasse as reuniões.

Isto acontecia tão consistentemente que,

mais tarde, a maioria das pessoas começou

a perder a confiança naquele querido irmão.

Achavam que ele era irresponsável e que

não era um homem de palavra, pois não

cumpria o que prometia.

Elas não sabiam que aquele homem estava

sendo neutralizado por uma esposa que,

semelhantemente a Eva, permitiu que Satanás

a usasse para impedir esse poderoso

ministério. Tenho certeza que muitas coisas

ainda permanecem sob o domínio de

Satanás e que, de outra maneira, teriam sido

conquistadas para Cristo, se este irmão tivesse

participado daquelas grandes cruzadas.

Eu gostaria de saber quantas vezes os

maridos têm neutralizado o ministério de

suas esposas, e quantas vezes as esposas

têm neutralizado o ministério de seus maridos,

tornando-se involuntariamente “ajudantes”

de Satanás – por seus próprios

motivos egoísticos.

2. Deverão Compartilhar as

Responsabilidades

Em sua primeira epístola, Pedro escreve

extensivamente sobre o relacionamento conjugal

dos cristãos (1 Pe 3). É interessante

que, quando a Bíblia aborda o casamento,

ela quase sempre começa com o papel e as

responsabilidades da esposa, e, em seguida,

aborda o papel do marido.

Sem dúvida nenhuma, isto se deve ao

fato de que “a mulher [Eva], sendo enganada,

caiu na transgressão” (1 Tm 2:14).

Portanto, há uma certa veracidade na idéia

de que a esposa tem uma responsabilidade

prioritária no sentido de agir adequadamente

no casamento. Se ela o fizer, isto poderá garantir

um lar mais positivo e harmonioso,

onde os propósitos de Deus serão realizados

com uma maior probabilidade. Caso contrário,

a vontade do diabo poderá prevalecer,

como foi no caso de Eva. O diabo, agindo

através de Eva, neutralizou o chamado e o

ministério de Adão, e ele fracassou.

Nenhum homem deveria tomar o que foi

dito acima, usando-o como uma desculpa

para as suas próprias transgressões ou fracassos

em cumprir as suas responsabilidades

no casamento. O homem tem responsabilidades

iguais ou maiores do que as da

mulher.

“Vocês, maridos, precisam ser cuidadosos

com as suas esposas, sendo atenciosos

com as suas necessidades e honrandoas

como o sexo mais frágil. Lembrem-se

que vocês e suas esposas são companheiros

no recebimento das bênçãos de Deus e,

se vocês não as tratarem como deveriam, as

suas orações não terão respostas rápidas...

“Vocês deveriam... estar repletos de solidariedade

para com os outros, amando uns

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2.7 / 235

aos outros com corações sensíveis e mentes

humildes. Não retribuam o mal com o mal.

Não respondam bruscamente nem digam

coisas duras. Ao invés, orem pela ajuda de

Deus. Se formos amáveis com os outros...

Deus nos abençoará por isto” (1 Pe 3:7-9).

Tanto o marido como a esposa compartilham

da responsabilidade de manter uma atmosfera

amorosa e afetiva no lar. Ela, através

do seu Espírito submisso, manso e sereno, e

ele, assumindo a responsabilidade de certificar-

se de que todas as necessidades financeiras,

emocionais, e práticas dos membros da

família estejam sendo supridas.

C. UM JOGO FÁCIL PARA SATANÁS

Quando a harmonia de um casamento é

interrompida, a ajuda e o estímulo que o

homem deveria receber da mulher são removidos.

Desenvolvem-se então sentimentos

de rejeição, insegurança e fracasso. Neste

ponto, os cônjuges deste casamento tornam-

se um jogo fácil para Satanás.

A seguinte situação imaginária mostra

como isto geralmente acontece:

1. Satanás Arma a Sua Armadilha

Você é um pregador do Evangelho e Deus

começa a abençoar. O seu ministério se expande

e cresce. Aí então você precisará passar

mais tempo para dar conta das exigências

de uma responsabilidade cada vez maior. Este

problema geralmente surge mais rapidamente

para aqueles que não são muito bons na

administração do seu tempo e que não sabem

como delegar responsabilidades.

Você tem cada vez mais coisas para fazer,

e, gradativamente, você se encontra em

casa cada vez menos. O tempo que você

passa em casa também não é tão repousante

como costumava ser. Você está geralmente

preocupado com as coisas que acontecem

no seu ministério, ou talvez você esteja pensando

muito sobre os planos para um evangelismo

mais bem-sucedido ou sobre os ensinamentos

bíblicos.

a. Orgulho no Ministério. Você está

sentindo uma nova satisfação pelo que está

acontecendo no seu ministério. Isto não é

estranho, uma vez que Deus intentou que o

homem encontrasse uma grande parte da

sua realização pessoal através do trabalho a

que Ele o chamou para fazer. À medida que

você vê Deus usando-o cada vez mais, você

começa a receber mais satisfação pessoal

pelo seu trabalho do que você jamais experimentou

antes.

Contudo, isto não se aplica tanto às mulheres.

Muito embora a mulher certamente

se sinta muito realizada pelo seu trabalho, a

sua maior satisfação vem do fato de ser

amada e apreciada pelo seu marido.

Enquanto você está-se tornando cada vez

mais envolvido em seu emocionante ministério,

alguns sérios perigos podem começar

a surgir. Há ocasiões em que o passar menos

tempo em casa é inevitável – a sua responsabilidade

como líder ou mestre da Palavra

exige isto.

No entanto, o orgulho pode começar a

ter um papel sutil nesta mudança na sua

agenda. Talvez você tenha começado a achar

que é indispensável para o êxito do seu ministério,

que a igreja não pode funcionar

sem você. Se você fracassou na sua tarefa

de treinar e equipar os outros para o ministério

(Ef 4:11), você começará a assumir

mais trabalho do que é possível para um só

homem fazer.

É aí que você passa por um ponto crucial

– muito difícil de se discernir – onde um correto

sentimento de satisfação pelo fato de

Deus estar usando a sua vida transforma-se

em orgulho. Você se engana e começa a crer

que você é a fonte do seu êxito. Você se torna

orgulhoso do seu trabalho, da sua importância

pessoal e da sua suposta grandeza.

b. Menos Tempo em Casa. Enquanto

isso, a sua situação em casa começou a mudar.

Não somente você está passando menos

tempo lá – o tempo que você passa lá

de fato também não tem a mesma qualidade

que outrora.

Talvez você tenha também deixado de

236 / SEÇÃOA2 A2.7– “Fugir da Fornicação!”

reconhecer que a sua esposa não está tão

feliz como antes. A sua comunicação com

ela tornou-se superficial. Ao casar-se com

ela, você a amava profundamente e demonstrava

isto, mas agora ela acha que a posição

dela tornou-se secundária com relação a

outras áreas da sua vida.

Um dia, quando você chega em casa, a

sua esposa está irada, reclamando e exigindo

coisas de você. Se ela for do tipo calmo e

calado, talvez ela se torne retraída e comece

a ficar emburrada. Ela quer mais do seu tempo

e da sua atenção.

Você ainda não percebeu, mas o ministério

e a posição de liderança, que outrora

eram a sua alegria mútua, tornaram-se agora

rivais e inimigos dela. Ela acha que precisa

competir com o seu ministério para receber

o seu amor e compromisso.

c. Rejeitado Pela Esposa. “Ela está rejeitando

a vontade de Deus!”, talvez você

pense. Muito embora você tente ser gentil e

amoroso, deste ponto em diante o seu casamento

começa a deteriorar-se. Você acha que

a sua esposa é um adversário, fazendo exigências

desleais sobre você e dando-lhe ultimatos

injustos. “Ou o seu ministério ou

eu!” é o que ela parece estar dizendo.

A esposa sábia e compreensiva reconheceria

o que está acontecendo. Ela tentaria demonstrar

uma vez mais ao seu marido o seu

amor e apoio. Em seguida, ela explicaria como

está magoada, e pediria ao seu marido que

tentasse compreender a necessidade dela.

Infelizmente, a esposa geralmente está muito

magoada para usar a razão. Em vez disso,

ela ataca violentamente com ira e rejeição –

piorando ainda mais as coisas. Exatamente

quando você chegou no lugar com que ambos

sonharam e o seu ministério começou a prosperar,

parece que ela virou-se contra você.

Obviamente, o seu relacionamento sexual

começou a deteriorar. Você não se sente

mais seguro nem necessário em casa. O lar

não é o refúgio que costumava ser e também

não é mais um lugar tão divertido de se estar.

Muito embora isto cause dor, você pode

evitá-la até certo ponto, lançando-se ainda

mais em seu ministério.

Logo você descobre que até mesmo a

satisfação que você recebe do seu trabalho

no ministério não ajuda o sentimento de ter

sido rejeitado por sua esposa. A sua insegurança

cresce e assim você começa a sentirse

infeliz com relação à sua situação em geral,

e Satanás prepara a sua armadilha final.

À medida que piora a sua situação em

casa, algo subconsciente começa a acontecer.

A rejeição da sua esposa feriu o seu

orgulho, mas você tem dificuldades em ver

que você ajudou a criar o problema. Você

não consegue reconhecer que isto é principalmente

responsabilidade sua. Conseqüentemente,

você culpa a má vontade da sua

esposa em compreendê-lo.

Você pode achar até que ela decidiu que

não o ama mais. Você fica magoado e a sua

segurança precisa ser renovada. Talvez você

sinta inconscientemente a necessidade de

reafirmar a sua masculinidade e provar que

a rejeição da sua esposa – no seu ponto de

vista – não cancelou a sua masculinidade.

2. A Armadilha é Acionada

Como líder de igreja, você faz muitos

aconselhamentos. Durante este extenso período

de ministério, as pessoas compartilham

muitos problemas íntimos com você.

Muitas delas são mulheres.

a. A Aconselhada. Numa noite fatal a

coisa acontece! Você já viu esta jovem na

sua congregação várias vezes. Muito embora

ela seja uma das pessoas mais espirituais

da igreja, ela tem sofrido por muito tempo

devido a um casamento infeliz e prematuro

com um marido incrédulo e alcoólatra.

Ela procurou o seu aconselhamento porque

ela precisa de ajuda para desenvolver a

sua fé e maturidade, apesar da sua insuportável

situação no lar. O seu aconselhamento

tem trazido a ela muita paz e ajuda.

Você desenvolveu um relacionamento de

tanta confiança que talvez você tenha até compartilhado

alguns dos seus sofrimentos e proTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2.7 / 237

blemas. Em suas conversas com ela, você descobriu

que ela é uma pessoa muito compreensiva...

mais até que a sua própria esposa.

b. Acontece o Inesperado. Talvez a sua

situação em casa estivesse especialmente angustiante

nos últimos dias, ou você estivesse

sentindo a rejeição da sua esposa mais do que

o normal, e, por alguma razão, esta sessão de

aconselhamento foi mais calorosa emocionalmente

do que de costume. Qualquer que seja

o motivo, acontece o inesperado. Ou um toque

involuntário, ou um olhar compreensivo

e caloroso comunica uma afeição mal compreendida,

e as emoções são despertadas.

Você já está fraco por causa da sua situação

em casa. A sua guarda está abaixada e você

está só e desprotegido. Satanás aciona a sua

armadilha, e vocês se encontram abraçados.

Este se torna o primeiro de vários encontros

adúlteros. Você caiu num pecado sexual!

c. Isto Pode Acontecer a Qualquer

um. Esta história é imaginária. Ela foi tirada

de histórias semelhantes que foram contadas

por líderes de igreja que sacrificaram uma

vida de trabalho sobre o altar de um efêmero

e vão relacionamento sexual. Muito embora

os detalhes talvez não sejam exatos, os princípios

são verdadeiros. Isto pode acontecer

a qualquer um que não seja cuidadoso.

A vítima desta cruel armadilha demoníaca

pode tentar justificar-se, culpando a sua

esposa, ou a aconselhada, ou qualquer outra

coisa.

Se for sábio, ele se arrependerá e colocará

a culpa exatamente onde pertence: diretamente

na sua própria concupiscência. Como neste

caso, o enfraquecimento moral geralmente

resulta de uma insegurança no seu próprio

relacionamento conjugal. Esta insegurança

geralmente é a conseqüência da sua negligência

para com a sua esposa e família.

D. O SEU RELACIONAMENTO

MAIS IMPORTANTE

O relacionamento mais importante que

o líder de igreja tem, além do Senhor, é com

a sua esposa. “Por esta causa”, diz Deus,

“o homem deixará o seu pai e mãe, e apegar-

se-á à sua esposa, e ambos serão uma

só carne” (Gn 2:24). Se Deus escolheu que

o homem vivesse com uma esposa, a sua

primeira responsabilidade é para com esta

esposa. Não é da vontade de Deus que alguma

coisa interfira neste relacionamento.

O mesmo Deus que o chamou para o

ministério também lhe deu a sua esposa, e

Ele ordena que você a ame (Ef 5:25). Ele

ordena que a sua afeição pela sua esposa

seja mais forte que qualquer outra coisa,

exceto para com Ele Próprio.

Imagine só! Para a sua esposa, não faz

diferença nenhuma se o seu trabalho roubar

dela o seu amor, ou se uma outra mulher

fizer isto. Ela perde o seu amor e o seu

compromisso de uma forma ou de outra, e a

dor dela é a mesma.

1. Ame a Sua Esposa Como Cristo

Amou a Igreja

Deus não somente nos diz para amarmos

as nossas esposas, mas Ele também

nos diz como: “Maridos, amai as vossas

esposas, assim como Cristo também amou

a Igreja e Se entregou por ela... para que

Ele pudesse apresentar a Si Mesmo a Igreja

em toda a sua glória, sem mácula, nem

ruga, nem coisa semelhante...

“Assim também devem os maridos amar

as suas próprias esposas, como a seus próprios

corpos. Quem ama a sua própria esposa

ama a si mesmo, porque nunca ninguém

aborreceu a sua própria carne; antes

a alimenta e sustenta, como também

Cristo a Igreja...

“Por isso deixará o homem seu pai e

sua mãe, e se unirá à sua esposa, e os dois

serão uma só carne” (Ef 5:25-31).

A diretriz original de Deus era que o homem

deixasse os seus pais e se comprometesse

com a sua esposa. Quando o homem e

a mulher aprendem a se comprometer um

com o outro, há uma realização e satisfação

no amor conjugal que não encontramos em

nenhum outro lugar.

238 / SEÇÃOA2 A2.7– “Fugir da Fornicação!”

Isto significa que você e eu, na qualidade

de líderes de igreja, precisamos em primeiro

lugar entregar as nossas vidas por nossas

esposas. Entregar as nossas vidas pelo nosso

ministério, pelo nosso rebanho, ou por

qualquer outra coisa, às custas da nossa família,

quebra a ordem de Deus. Isto abre

uma porta através da qual Satanás entra e

tenta nos destruir.

a. Mantenha o Seu Compromisso.

Quando você casou-se com a sua esposa,

você prometeu que a amaria e que cuidaria

dela com carinho e fidelidade pelo resto da

sua vida. Se você quebrar esta promessa

solene e perder de vista as suas prioridades,

você ferirá o espírito da sua esposa e a deixará

amargurada com você. Isto causa a sua

rejeição e a tentação com relação ao orgulho

ferido.

Contudo, se você mantiver o seu compromisso

para com a sua esposa, você descobrirá

que pode desenvolver um forte casamento

e fornecer a si próprio uma grande

proteção contra as estratégias de Satanás

no sentido de tentá-lo a um enfraquecimento

moral.

Deus não quer que saciemos e satisfaçamos

os caprichos e desejos carnais das nossas

esposas. Tanto os maridos como as esposas

são chamados para ajudarem uns aos

outros a crescerem na graça e na maturidade

cristã. Contudo, precisamos ter muito cuidado

para, ainda que não mimando as nossas

esposas, não deixarmos de amá-las e

tratá-las com carinho, como deveríamos.

b. Edifique um Fundamento Sólido.

A sua esposa não é a única pessoa que se

beneficia quando você a ama da maneira pela

qual Cristo amou a Igreja. Você também se

beneficia.

A esposa ama e respeita o marido que a

ama. A submissão não é tão difícil para as

mulheres que são tratadas apropriadamente

pelos seus maridos. Os homens que amam

as suas esposas, que prestam atenção a elas

e que compartilham conversas íntimas, edificam

os seus casamentos num fundamento

sólido, que os torna seguros contra ataques

satânicos.

“Contudo, para se evitar a fornicação,

que cada homem tenha a sua própria esposa,

e que cada mulher tenha o seu próprio

marido” (1 Co 7:2). O marido que ama a

sua esposa tem bem menos problemas com

tentações sexuais porque o seu relacionamento

sexual com a sua própria esposa lhe

traz muita satisfação e realização.

Paulo sabia disto e exortou que os homens

e as mulheres vivessem na satisfação

e realização do amor por compromisso. Um

relacionamento sexual imoral perde muito

da sua atração para o líder cristão que se

sente realizado no contexto do seu próprio

lar.

Por outro lado, o homem ou a mulher

que nega ao seu cônjuge os seus direitos

conjugais está procurando problemas no

casamento. O sexo nunca deveria ser usado

para punir, controlar, ou para manipular

egoisticamente o seu cônjuge.

E. PASSOS PARA A VITÓRIA

Tudo isto faz sentido e sabemos que se

encontra na Bíblia. Porém, quando os ministros

do Evangelho experimentam o êxito

no ministério e o seu orgulho é estimulado

com muitos elogios, um sentimento de importância

própria pode começar a minar os

seus casamentos.

1. A Sua Primeira Prioridade Deve

Ser a Sua Esposa

É nesta hora que você precisa lembrarse

que a mulher com quem você se casou

ainda é a sua primeira prioridade. Não importa

quão bem-sucedido ou importante

você possa pensar que é o seu ministério,

você fracassará em última análise, se esquecer-

se da sua responsabilidade dada por

Deus com relação à sua esposa.

O Livro de Provérbios e inflexível com

relação a este tipo de situação: “O que adultera

com uma mulher tem falta de entendimento;

quem quer destruir a si próprio faz

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2.7 / 239

isto. Mágoas e desgraça encontrará, e o

seu opróbrio não se apagará.

“Porque o ciúme deixa o homem furioso,

e ele não perdoará no dia da vingança.

Nenhum resgate aceitará, nem se satisfará,

muito embora você lhe dê muitos presentes”

(Pv 6:32-35).

Deus perdoa e se esquece do pecado do

líder que cai e verdadeiramente se arrepende,

mas as pessoas não! Elas se lembram

pelo resto de suas vidas – e muitas nunca

perdoam o homem que as desapontaram

através do seu fracasso moral. Estes líderes

são assombrados dia e noite por pensamentos

do tipo “O que poderia ter acontecido –

se eu não tivesse pecado?”

2. Evite o Enfraquecimento Moral

Em todo o Antigo e o Novo Testamento,

os homens de Deus foram admoestados,

tanto por palavras como por exemplos, de

que deveríamos evitar o enfraquecimento

moral. O Livro de Provérbios repete a seguinte

mensagem:

“Qualquer homem que brinca com o pecado

sexual é um tolo, falto de entendimento.”

a. Os filhos de Eli... trouxeram o julgamento

de Deus sobre si mesmos porque

pecaram com as mulheres que serviam na

entrada do Tabernáculo;

b. Sansão... fracassou e desperdiçou a

sua vida por causa da sua fornicação com

Dalila;

c. Davi... o homem segundo o próprio

coração de Deus, sofreu durante toda a sua

vida por causa do seu adultério com Batseba;

e até mesmo...

d. Salomão... o próprio autor de Provérbios

e que nos admoestou com relação

às dolorosas conseqüências do adultério e

fornicação perdeu a graça de Deus por causa

da sua imoralidade.

Contudo, apesar de tudo isso, muitos

líderes de igreja caem por cederem às concupiscências

da carne. Mas você não precisa

fazer isto. Há algumas coisas que você

pode fazer e que garantirão a sua proteção

contra este pecado, que destrói os homens

de Deus que são imprudentes.

Já falamos sobre a necessidade de amarmos

as nossas esposas. Isto edifica o fundamento

da nossa fortaleza contra este deplorável

pecado, mas há outros materiais

que compõem as muralhas.

3. Decida Permanecer Puro

Tome a sua decisão final de que você

não cometerá fornicação nem adultério...

que você permanecerá puro em seu serviço

a Deus. Os homens que estudam psicologia

dizem que uma vez que o homem tenha se

decidido firmemente com relação a alguma

coisa, ele nunca muda a sua decisão!

A Bíblia fala sobre isto ao citar um “arrependimento

para a salvação, da qual ninguém

se arrepende” ou “arrependimento

sem remorso’’ (2 Co 7:10).

Uma vez tomada a decisão de nos livrarmos

do pecado, não mudaremos de idéia

pois tivemos um “arrependimento sem remorso”.

Muitos de nós achamos que adultério e

fornicação são pecados com os quais não

devemos brincar, mas muitas vezes reservamos

um cantinho de nossa mente para

brincarmos com esta idéia. Não banimos

totalmente este pensamento de nossa mente,

nem desafiamos a Satanás sempre que

ele nos traz estas sugestões.

Irmãos, agindo assim, vocês estarão lançando

as sementes da sua própria destruição.

Ainda que você pense que estes pensamentos

sejam muito pequenos ou insignificantes,

eles são grandes o suficiente para

proporcionarem a Satanás todo o terreno

que ele quer.

4. Guarde os Seus Pensamentos

Tome uma decisão positiva e decisiva

no sentido de não entreter pensamentos de

impureza moral. A Bíblia diz: “Guarda o

teu coração [mente] com toda diligência,

pois dele fluem as fontes de vida” (Pv 4:23).

240 / SEÇÃOA2 A2.7– “Fugir da Fornicação!”

Devemos não somente ter a determinação

de permanecer puros, mas devemos também

“colocar um sentinela” nos portões de

nossa mente para mantermos fora os pensamentos

impuros. Já foi dito que não podemos

impedir que os pássaros voem sobre

as nossas cabeças, mas podemos impedilos

de fazer um ninho em nossos cabelos.

Se o inimigo plantar um pensamento impuro

em sua mente, rejeite-o imediata e completamente.

“Cingi os lombos das vossas

mentes” (1 Pe 1:13). Isto significa amarrar

os pensamentos imorais soltos e exercitar

controle sobre eles. Não permita que a sua

mente se torne a lata de lixo do diabo.

Os homens de Deus são geralmente atacados

por pensamentos impuros, mas eles

precisam lidar com esses pensamentos imediatamente

se quiserem permanecer puros.

Como um homem que se comprometeu

ao serviço de Deus, você não pode se dar ao

luxo de entreter pensamentos de impureza.

Talvez eles entrem sem ser convidados,

mas você precisa expulsá-los como expulsaria

um ladrão ou assassino. Se entretemos

pensamentos de impureza e de enfraquecimento

moral, damos a Satanás um terreno

que poderá algum dia causar a nossa queda.

“Porque do coração [mente] do homem

procedem... o adultério... fornicações... essas

coisas contaminam o homem” (Mt

15:19,20).

Se você não estiver disposto a fazer este

compromisso e não quiser decidir de uma

vez por todas a “fugir da fornicação”, então

não entre na obra do Senhor. Faça qualquer

outra coisa que você desejar, mas saia

do ministério.

5. Fuja da Tentação

O homem de Deus que deseja protegerse

precisa “abster-se de toda aparência do

mal” (1 Ts 5:22). Não podemos nos dar ao

luxo de arriscarmos o nosso envolvimento

em atividades ou locais onde o mal é provavelmente

encontrado.

Quando Deus o criou, Ele liberou uma

força dentro de você que assegura a continuidade

da raça humana. Você não consegue

dar conta desta força fora dos limites

legítimos que Deus declarou para nós em

Sua Palavra. É tolice colocar-se numa situação

em que você provavelmente vai despertar

esta força dinâmica através do seu comportamento

ou ambiente.

Alguns cristãos acham que, devido a sua

fé em Jesus, eles são imunes às tentações

sexuais. Isto é pura tolice! Temos o mandamento

de nos opormos ao diabo e resistilo,

mas devemos “fugir da fornicação” (Tg

4:7; 1 Co 6:18).

Temos poder sobre todo tipo de espírito

maligno, e os demônios estão sujeitos

aos que se movem no dinâmico poder do

Espírito Santo. No entanto, Deus nos dá

claras instruções de que quando a questão é

a tentação sexual, devemos virar as costas e

fugir dela.

José é um exemplo de como Deus quer

que lidemos com as tentações sexuais óbvias.

Quando a esposa de Potifar tentou seduzir

a José no sentido de cometer adultério

com ela, a Bíblia nos diz que ele virou as

costas e fugiu da presença dela, deixando as

suas vestimentas nas mãos dela (Gn 39:12).

É assim que devemos fazer também!

Fugir da fornicação não significa somente

corrermos de óbvias tentativas de sedução,

mas também nos guardarmos em situações

que podem nos levar a tentações sexuais.

Para aqueles de nós que se encontram

no ministério cristão, isto significa as

ocasiões em que aconselhamos as pessoas

do sexo oposto.

a. Nunca a Sós. Um evangelista que eu

conheço nunca fica sozinho com pessoas do

sexo oposto. Onde quer que ele vá, ele está

acompanhado pela sua esposa ou por um

irmão da sua equipe. Os pregadores do Evangelho

que são sábios e que têm um compromisso

com a pureza nunca permitem serem

encontrados em situações em que Satanás

tenha um fácil acesso a eles.

Ao aconselhar as pessoas do sexo oposto,

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2.7 / 241

tenha sempre alguém por perto e nunca esteja

em situações a sós. Mantenha a porta da sala

aberta. Faça com que o pecado seja impossível

de acontecer, e ele não acontecerá.

Paulo diz: “Não façam nenhuma provisão

para a carne com relação às suas concupiscências”

(Rm 13:14). Isto significa não

fazer nada nem estar em nenhum lugar que

estimule a sua natureza carnal e lhe dê uma

chance de manter o controle do seu comportamento.

É tolice nos colocarmos em situações

onde este impulso é atiçado em

chamas, não podendo ser apagado. Se você

brincar com este fogo, você certamente se

queimará... e gravemente!

6. Seja Responsável

Precisamos compreender que todos os

homens e todas as mulheres sofrem as mesmas

tentações que nós. O fracasso nesta

área não seria tão comum ou generalizado

se não fosse assim.

Como ministro do Evangelho, você ficará

muitas vezes desanimado com o seu trabalho.

Se você não for cuidadoso, você acreditará

que ninguém sofre as mesmas lutas

que você.

Isto é uma mentira do diabo. Seja esperto

e proteja-se. Permita que Deus o dirija a

um irmão (ou irmã se você for mulher) em

quem você possa confiar, e cheguem a um

acordo no sentido de ajudar um ao outro

nesta batalha.

A Bíblia diz que é melhor serem dois do

que um só. Jesus confirmou isto, enviando os

Seus apóstolos de dois em dois. Ter alguém

que possa ajudá-lo quando você for pego num

momento de fraqueza é uma tremenda proteção,

especialmente numa área como esta, onde

todos têm ocasiões de fraqueza.

F. SUMÁRIO

O fracasso através do pecado sexual destrói

o seu ministério e deixa uma cicatriz

permanente na sua alma. Muito embora

muitos caiam devido a este pecado, você

não precisa cair. Vamos rever agora os passes

que você pode tomar para se guardar

contra este dardo flamejante do maligno:

1. Ame a Sua Esposa

A raiz da maioria dos fracassos sexuais é

a insegurança no casamento. Mantenha a

sua vida familiar e aprenda a amar a sua

esposa como Cristo amou a Igreja. Não se

esqueça que você prometeu que a amaria

pelo resto da sua vida, porque ela não se

esquecerá!

2. Guarde os Seus Pensamentos

Decida agora mesmo que você nunca se

intrometerá na impureza moral. Não permita

que pensamentos de imoralidade ou

enfraquecimento moral entrem na sua mente.

Se entrarem, não permita que fiquem lá.

3. Não Dê a Satanás Uma

Vantagem

Fique longe de situações em que você

provavelmente será tentado. Guarde-se das

artimanhas de Satanás.

Não permita que ele leve vantagens sobre

você em sessões de aconselhamento, ou nas

ocasiões em que você lidar extensivamente

com o sexo oposto. Não tenha medo destas

ocasiões, mas aborde-as com sabedoria.

4. Busque Ajuda nas Dificuldades

Permita que um amigo íntimo – alguém

em que você confie e que respeite – seja o

seu confidente, a fim de que você possa compartilhar

com ele, quando você tiver dificuldades

nesta área da sua vida. Se você estiver

enfrentando tentações, vá até ele e peça-lhe

as suas orações e o seu apoio. É tolice

enfrentá-las sozinho se não for necessário.

Jesus não nos tenta. Ele sempre nos ajuda

em nossas tentações quando O invocamos.

Ele quer que sejamos puros e que vençamos

toda e qualquer iniqüidade.

G. CONCLUSÃO

Faça esta oração agora mesmo. Enquanto

você se compromete a manter as mãos

242 / SEÇÃOA2 A2.8– Rejeitar a Cobiça / Idolatria

limpas e o coração puro, em seu serviço

para o seu Rei:

Querido Senhor Jesus – sei que Tu me

chamaste para o ministério e que Tu queres

que eu permaneça puro. Eu Te louvo e Te

agradeço porque Tu nunca enfraqueceste

os Teus princípios morais e que, muito embora

Tu foste tentado de todas as maneiras

– até mesmo desta maneira – Tu não pecaste.

Quando Tu me pedes para me abster

das concupiscências carnais e da má conduta

sexual, não é porque Tu queres me

negar a alegria e a realização na vida. É

porque Tu queres que eu conheça a vida

abundante de fato.

Portanto, recebo a Tua força e a Tua

retidão para caminhar em pureza e para

recusar o enfraquecimento moral. Eu

não me intrometerei na impureza sexual.

Fugirei de qualquer forma de pecado

moral

Pela Tua força e poder, rejeito qualquer

pensamento ou sugestão de imoralidade.

Escolho caminhar no Teu poder e estar livre

das cicatrizes provenientes da fornicação.

AMÉM!

Capítulo 8

Rejeitar a Cobiça / Idolatria

Introdução

Provavelmente, o dinheiro causa a queda

do líder espiritual mais do que qualquer

outra coisa. O dinheiro é necessário para se

viver. É uma grande bênção na obra do Senhor.

E, no entanto, é responsável por mais

males do que qualquer outra coisa. Como

algo pode ser tão bom e tão mau ao mesmo

tempo?

Neste capítulo, eu gostaria de compartilhar

com você, princípios bíblicos de como

manusearmos o dinheiro. Deus está interessado

em como você usa o dinheiro que

Ele coloca em suas mãos, não importa se é

muito ou pouco. Em grande parte, a maneira

pela qual você manuseia o dinheiro

determina o seu êxito ou fracasso como

líder.

A. O DINHEIRO E NOSSO

RELACIONAMENTO COM DEUS

Precisamos aprender a sermos cuidadosos

com o uso do dinheiro porque, através

dele, Satanás destrói muitos líderes.

O dinheiro tem uma grande importância

espiritual. Jesus ensinou muito com relação

ao dinheiro e como ele afeta o relacionamento

do homem com Deus.

Talvez a passagem mais conhecida com

relação a isto seja a seguinte: “Não ajunteis

tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem

tudo consomem, e onde os ladrões

minam e roubam. Mas ajuntai tesouros

no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem

consomem, e onde os ladrões não minam,

nem roubam. Porque onde estiver o vosso

tesouro, aí estará também o vosso coração...

“Ninguém pode servir a dois senhores,

porque ou há de odiar a um e amar ao

outro, ou se dedicará a um e desprezará o

outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”

(Mt 6:19-24).

Três coisas se destacam ao lermos estes

versículos:

1. Os Tesouros Terrenos São

Incertos

A inflação econômica pode corroer o seu

valor, e os ladrões podem roubá-los, quer

sejam ladrões individuais ou uma agência.

Os tesouros celestiais são o único investimento

com uma taxa de retorno garantida

para toda a eternidade.

2. Onde Estão as Suas Afeições?

A maneira pela qual gastamos o nosso

dinheiro nos mostra onde se encontram as

nossas afeições. Se gastamos todo o nosso

dinheiro com a nossa própria vida somente,

então amamos a nós mesmos mais do

que a qualquer outra coisa. Se investimos

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 243

10% (o dízimo) ou mais do nosso dinheiro

para propagarmos o Evangelho, então mostramos

que amamos a Deus e ao Evangelho.

3. Você Não Pode Servir a Deus e

ao Dinheiro

Você não pode servir a Deus e ao dinheiro

ao mesmo tempo. “Não podeis servir a

Deus e a Mamom [dinheiro].” (Mas você

pode servir a Deus com Mamom.)

Ou Jesus é o seu Senhor, ou o dinheiro!

É simples assim. Não é possível que você

tenha os dois ao mesmo tempo. A direção

da sua vida e a forma do seu ministério será

determinada por Jesus, ou pelo seu relacionamento

com o dinheiro – ou um ou o outro!

“Mas os que querem ficar ricos caem

em tentação e num laço, e em muitos desejos

tolos e nocivos, que submergem os homens

na ruína e destruição.

“Pois o amor pelo dinheiro é uma raiz

de toda espécie de males, e, nessa cobiça,

alguns se desviaram da fé e se traspassaram

a si mesmos com muitas dores. Mas

tu, ó homem de Deus, foge destas coisas”

(1 Tm 6:9-11).

B. DINHEIRO: UMA ARMADILHA DE

SATANÁS

O dinheiro pode ter um anzol nele! Se

você não se relacionar corretamente com

ele, cairá em sua armadilha por causa do

seu amor por ele. Satanás, que é o príncipe

das potestades do ar, usa o dinheiro

como uma das suas mais eficientes armadilhas.

1. Mamom: um Deus Pagão

Em Mateus 6:24, Jesus ensinou sobre

dois mestres (senhores), dentre os quais devemos

escolher um: Deus e Mamom.

Mamom era o nome do deus pagão da riqueza

e da prosperidade. Usando este nome

da maneira como Ele o fez, Jesus também

estava deduzindo que há um principado

demoníaco que controla a maior parte

das riquezas deste mundo.

2. Alguns Vendem as Suas Almas

Certa vez quando estava na Nicarágua,

um dos crentes me contou uma história muito

interessante. Ele disse que várias pessoas

ao longo da costa leste “venderam as suas

almas ao diabo”.

Ao perguntar-lhe o que ele queria dizer

com aquilo, ele explicou o seguinte:

Alguns que queriam ser ricos oravam ao

diabo e “vendiam-lhe as suas almas” em troca

de riquezas e prosperidade. Da maneira

pela qual o irmão explicou isto, um Espírito

demoníaco lhes aparecia de fato enquanto

oravam ao diabo.

Como resultado disto, ficavam ricos.

Mas geralmente, quando já se encontravam

em sua meia-idade, ao redor dos quarenta e

cinco anos de idade, o diabo vinha para reivindicar

o que lhe haviam vendido: as suas

almas’.

Os que testemunharam a morte destas

pessoas disseram que elas gritavam, suplicando

mais anos de vida, e implorando para

serem poupados das chamas do inferno. Elas

ficavam inchadas com vermes (bichos) e tinham

uma morte horrível, semelhante à de

Herodes, que “...foi comido de bichos e

morreu” (At 12:23). Estes são os galardões

dos que servem ao deus Mamom.

C. CUIDADO COM O AMOR PELO

DINHEIRO

O dinheiro é necessário. Com ele compramos

as coisas que precisamos para viver.

Muitas pessoas, pelo fato de não terem

dinheiro suficiente, ficam com fome, mal

vestidas, e sofrem pelas devastações das

enfermidades. Portanto, a pobreza é uma

maldição, e não uma bênção. Por outro lado,

as pessoas que possuem mais dinheiro do

que necessitam são geralmente gananciosas,

e, às vezes, causam o sofrimento dos pobres.

O dinheiro em si, no entanto, não causa

244 / SEÇÃOA2 A2.8– Rejeitar a Cobiça / Idolatria

os males que geralmente resultam do seu

uso. É o amor ao dinheiro que é a raiz de

toda espécie de males. O perigo não se encontra

em possuir dinheiro, mas em amálo.

1. O que Amamos Também

Obedeceremos

Jesus disse que obedeceremos o que quer

que amarmos (Jo 14:15). Se O amarmos

guardaremos os Seus mandamentos; se amarmos

a nós mesmos, obedeceremos os nossos

desejos carnais e usaremos o nosso dinheiro

para nós mesmos. É o bem-estar e o

proveito daquilo que amamos que determina

as nossas decisões.

Romanos 6:16 diz: “Sois escravos de

quem obedeceis; ou do pecado, que resulta

na morte, ou da obediência, que resulta na

retidão.” Isto nos leva um passo além: Não

somente obedecemos a quem amamos, mas

também somos escravos de qualquer coisa,

ou de qualquer pessoa, que obedeçamos

consistentemente.

2. O Dinheiro é Controlado por

Mamom

Examinemos agora o que tudo isto significa.

O dinheiro, na esfera deste atual mundo

maligno, encontra-se sob o controle de

um principado maligno, que Jesus chama

de Mamom. Se amarmos o dinheiro, obedeceremos

consistentemente ao que o nosso

amor ao dinheiro nos ditar. Se obedecermos

consistentemente o que o nosso amor

ao dinheiro disser, ficaremos escravos dele

e nos submeteremos ao controle desta maldade

espiritual.

Não é mera coincidência que as pessoas

que amam o dinheiro também caem em toda

espécie de males. Quando alguém ama o dinheiro,

ele começa a obedecer as imposições

da maldade espiritual com a sua carne.

É por isto que o amor ao dinheiro é a raiz

de toda espécie de males.

Há alguns anos atrás, um pregador do

Evangelho deixou a sua esposa para ficar

com uma mulher que já era casada com um

outro homem da sua igreja. Um amigo meu,

que tem um forte manto profético em seu

ministério, estava chorando em intercessão

por esse líder de igreja caído. Ele orou: “Senhor,

por que o André (não é o nome verdadeiro)

caiu neste adultério?”

O Senhor respondeu: “O André amava o

dinheiro. O amor ao dinheiro é como uma

raiz principal que se aloja no esgoto do pecado

e suga todos os outros tipos de males

para o interior da vida. Foi isto o que aconteceu

com o André.

O Apóstolo Paulo admoestou: “Mas as

pessoas que desejam muito ser ricas logo

começam a fazer todos os tipos de coisas

erradas para obterem dinheiro, coisas que

as ferem e as tornam malignas, e que finalmente

as enviam para o próprio inferno.

“Porque o amor ao dinheiro é o primeiro

passo em direção a todos os tipos de

pecado. Algumas pessoas até mesmo se

desviaram de Deus por causa do seu amor

pelo dinheiro, e, conseqüentemente, se

transpassaram com muitas dores” (1 Tm

6:9,10 – A Bíblia Viva).

3. Você Não Pode Amar Deus e ao

Dinheiro

Não é de se admirar que o verdadeiro

poder espiritual e as grandes riquezas geralmente

pareçam tão incompatíveis. Jesus

disse: “Como é difícil para o ricos entrarem

no Reino de Deus” (Mc 10:23).

“E aconteceu que um certo jovem

governante do povo judeu veio a Jesus e

perguntou: ‘Bom Mestre, o que farei para

herdar a vida eterna?’ E Jesus Lhe disse:

‘Por que Me chamas bom? Ninguém é bom

senão Deus somente.

“‘Você conhece os mandamentos. Não

cometerás adultério, Não matarás, Não roubarás,

Não darás falso testemunho, Honra

a teu pai e a tua mãe.’ E ele disse: ‘Todas

estas coisas tenho feito desde a minha mocidade.’

“E ao ouvir isto, Jesus lhe disse: ‘Uma

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 245

coisa ainda lhe falta: venda tudo o que você

possui, e distribua aos pobres, e você terá

um tesouro no Céu; e aí, venha e siga-Me!’”

(Lc 18:18-22).

Ao ouvir isto, aquele jovem ficou muito

triste porque ele era muito rico. Talvez ele

tivesse lutado toda a sua vida para tornarse

rico. Ser rico era a coisa que o obcecava

mais.

E agora Jesus estava lhe dizendo que para

entrar no Reino de Deus e herdar a vida

eterna, ele teria que desistir de tudo aquilo:

“Desaposse-se das suas riquezas e permita

que Eu lhe dê as ordens!” Aquele jovem

ficou triste porque ele amava o seu dinheiro

mais do que a Jesus. Ele supunha que poderia

amar a Jesus e amar ao seu dinheiro. No

entanto, descobriu que não podia ter as duas

coisas ao mesmo tempo.

4. A Cobiça é Idolatria

“Portanto, considerai os membros do

vosso corpo terreno como morto para a

imoralidade, a impureza, as paixões, os desejos

malignos, e a cobiça, que é idolatria.

Pois é por causa destas coisas que vem a

ira de Deus...” (Cl 3:5,6).

Geralmente pensamos que a idolatria significa

prostrar-se diante de ídolos e imagens.

No entanto, é muito mais do que isto.

Moisés falou o seguinte com relação aos

israelitas idólatras: “Sacrificaram a demônios

que não eram Deus, a deuses que não

conheceram, a novos deuses que vieram

há pouco...” (Dt 32:17).

Quando alguém se prostra diante de uma

estátua ou ídolo para adorá-lo, na verdade

está adorando o demônio que habita por

detrás daquela imagem esculpida. É por isto

que a idolatria é um pecado tão grave ao

poto de a ira de Deus vir contra ela tão

severamente.

Quando Paulo diz que a cobiça é idolatria,

ele está dizendo a mesma coisa. A cobiça,

ou a avareza, é o amor ao dinheiro. Quando

amamos o dinheiro, adoramos o dinheiro

e o demônio por detrás dele.

O nome Mamom geralmente é usado

como um sinônimo de dinheiro ou riquezas.

O consistente amor ao dinheiro leva a pessoa

a uma obediência direta aos ditames

desta poderosa autoridade espiritual demoníaca.

Ter uma relação errada com o dinheiro

é o que constitui o perigo para o líder

cristão. Não o fato de ter dinheiro! Caso

contrario, a posse da menor quantia possível

de dinheiro seria pecado.

5. O Dinheiro Pode Ser Uma

Bênção

Deus abençoa o Seu povo com dinheiro,

geralmente dando-lhes riquezas abundantes

para realizar o Seu propósito na terra.

Quando os filhos de Israel saíram do Egito,

eles levaram consigo a maior parte da prata

e do ouro. Após dez pragas, os egípcios ficaram

tão ansiosos de vê-los partirem que lhes

deram “jóias de prata, jóias de ouro, e

vestimentas” (Êx 12:35). “Ele também os

tirou com prata e ouro...” (Sl 105:37).

a. Moisés. Quando Moisés construiu

o Tabernáculo no deserto, ele valia milhões

de dólares. Ele foi construído com as ofertas

voluntárias dos homens e mulheres de

Israel que cederam parte de suas riquezas

para a sua construção.

Este é um exemplo perfeito de como

Deus deseja financiar os Seus projetos. Ele

abençoa o Seu povo com dinheiro para que

eles possam usá-lo para os Seus propósitos.

Deus geralmente levanta homens e os

torna muito ricos. Jó era muito rico. Ele

possuía “sete mil ovelhas, três mil camelos,

e quinhentas juntas de bois, e quinhentas

jumentas, e empregava muitos servos.

Ele era, de fato, o mais rico pecuarista de

toda aquela região” (Jo 1:3 – A Bíblia Viva).

b. Abraão era conhecido em todo o

mundo antigo pela sua riqueza. Ele tinha

até mesmo o seu próprio exército particular.

c. Davi e Salomão. Ninguém teve mais

246 / SEÇÃOA2 A2.8– Rejeitar a Cobiça / Idolatria

riquezas do que Davi e o seu filho, Salomão.

As riquezas pessoais de Salomão chegavam

a casa dos milhões de dólares. Deus

pôde dar-lhes riquezas porque eles as usaram

para o Reino. As suas riquezas os serviram;

eles não serviram as suas riquezas.

Eles as usaram para os propósitos de Deus,

e não somente para os seus próprios fins

egoísticos. Contudo, o coração de Salomão

desviou-se de fato, mais tarde, por causa de

suas muitas esposas.

6. Perguntas Importantes a Fazer

Qual é o seu relacionamento com o seu

dinheiro? Você tem o seu dinheiro, ou o seu

dinheiro tem você? É você ou o Senhor que

determina como você usará o dinheiro? A

quantia de dinheiro que você tem determina

a sua felicidade... o seu estilo de vida? Como

você usa o seu dinheiro?

Você é generoso com Deus somente quando

você tem de sobra? Se você não tem muito

dinheiro, você fica sempre pensando nisto

e sonha em ter mais? O seu desejo por dinheiro

o controla? Muito embora estas perguntas

nos deixem desconfortáveis, elas nos

conscientizam de como nos relacionamos

com o nosso dinheiro.

Isto se aplica especialmente aos que lideram

o rebanho de Deus. Você sabia que a

cobiça, ou o amor ao dinheiro, causa a queda

de muitos ministros do Evangelho? O

amor ao dinheiro é um dos três pecados que

mais freqüentemente causam a queda dos

ministros do Evangelho (1. Mulheres; 2.

Fama; 3. Fortuna).

7. A Sua Posse Pode Ser Perigosa

A posse de dinheiro pode estimular áreas

de pecado e fraqueza que deixamos de solucionar

em nossa vida.

a. Pecados e Fraquezas Estimulados.

Paulo diz o seguinte com relação à justa lei

de Deus: “Eu não teria conhecido a cobiça

se a Lei não dissesse: ‘Não cobiçarás’. Mas

o pecado, tomando ocasião pelo mandamento,

produziu em mim cobiças de todo

tipo...” (Rm 7:7,8).

“Mas o pecado usou esta lei contra os

desejos malignos, relembrando-me que estes

desejos são errados, e estimulou todos

os tipos de desejos proibidos dentro de

mim!” (Rm 7:8 – A Bíblia Viva).

b. Tal comoacontece com a Lei, acontece

com o dinheiro. Paulo descobriu que um

bom e justo mandamento da Lei estimulou

o pecado que habitava nele. O dinheiro não

é ruim em si mesmo. No entanto, quando

temos dinheiro, o potencial para ele estimular

a cobiça, o egoísmo e a avareza e muito

grande.

À medida que o Senhor começa a abençoar

o líder de igreja, ele ministra no poder e

graça de Deus. Esta bênção geralmente resulta

num fluxo cada vez maior de finanças

para a igreja.

À medida que a igreja deste líder continua

a receber as bênçãos do Senhor, a sua

natureza pecaminosa pode tornar-se estimulada

e talvez ele comece a cobiçar e a

usar erroneamente o dinheiro do Senhor. O

dinheiro que lhe foi dado para o bem tornase

uma tentação para o mal e corrompe o

ministério e o líder de igreja.

b. Egoísmo Revelado. “Mas”, talvez

você pergunte, “como posso saber se eu

terei problemas com muito dinheiro antes

de ter muito dinheiro?” Posso dizer o que

um homem fará com mil dólares pelo que

ele faz com um dólar.

“Quem é fiel no muito pouco também é

fiel no muito; e quem é injusto no mínimo

também é injusto no muito” (Lc 16:10). A

forma como você gasta pouco dinheiro mostra

como você gastará muito dinheiro.

Em 1950, quando eu estava em treinamento

para ser um pregador do Evangelho,

mudei-me para um dormitório da comunidade

no “Campo de Treinamento de Recrutas

dos Pregadores do Evangelho” (é assim

que chamavam o lugar). Havia dezessete

pessoas naquele dormitório.

O estudante que estava servindo como

cozinheiro naquela semana devia comprar a

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 247

comida. Cada pessoa devia contribuir com

três dólares semanalmente para um “fundo

de alimentação”. Isto fornecia cinqüenta

dólares por semana para comprarmos comida

para os dezessete alunos.

Após duas ou três semanas, somente três

de nós, dentre os dezessete estudantes, continuamos

a contribuir fielmente com o fundo

de alimentação. Todos os outros alunos

tinham alguma desculpa por não poderem

contribuir com a sua parte. Isto me impressionou

muito na semana em que era minha

responsabilidade alimentar as dezessete

pessoas. Tudo o que eu tinha era a quantia

de nove dólares.

Durante aquele ano, o Senhor supriu milagrosamente

uma grande quantia de dinheiro

para nós, que foi dividida entre todos os

estudantes que estavam no meu dormitório.

Em seguida, a maioria dos estudantes foi

para a cidade e voltou com máquinas fotográficas,

espingardas e rádios. Todos eles

justificaram que estas coisas seriam necessárias

quando se tornassem pregadores do

Evangelho.

Mas vocês sabiam que quando voltamos

à rotina do dormitório e aos nossos estudos,

ninguém mais estava colocando o seu

dinheiro no “fundo de alimentação” como

antes?

Somente três dos dezessete estudantes

foram adiante e se tornaram pregadores do

Evangelho. Aposto que vocês podem adivinhar

quais os três. Muito embora eles tivessem

se convencido de que as razões pelas

quais compraram as suas máquinas fotográficas

e espingardas fossem boas, eles

haviam provado a todas as demais pessoas

que eles eram basicamente egoístas no coração,

e um egoísta nunca será um bom pregador

do Evangelho.

8. Três Fraquezas a Observar

Três fraquezas geralmente nos dizem se

temos problemas com o amor pelo dinheiro:

• egoísmo,

• má mordomia, e

• não dar a Deus.

a. Egoísmo. Há ministros do Evangelho

que usam o dinheiro do Senhor para

comprar motocicletas e casas desnecessárias.

“Nós vamos usá-las para o serviço do

Senhor”, justificam eles.

Este pode ser exatamente o mesmo pensamento

egocêntrico e imaturo daqueles camaradas

do dormitório do “Campo de Treinamento

de Recrutas do Evangelho”. A compra

de uma máquina fotográfica de cem dólares

ou de uma igreja de dez milhões de

dólares podem ser a mesma coisa – diferente

somente na quantia de dinheiro necessária.

O ministro do Evangelho que diz: “Não

há nada bom demais para o ‘homem de

Deus’”, ao gastar o dinheiro de Deus desnecessariamente

para si próprio, somente justifica

o seu egoísmo. Naquela escola de treinamento

de pregadores do Evangelho, ele

teria comprado uma máquina fotográfica,

ao invés de colocar o dinheiro no “fundo de

alimentação”.

Alguém que seja fiel no pouco, também

será fiel com muito, e alguém que é infiel no

pouco, também será infiel com muito.

Você quer descobrir como você manuseará

uma abundância de dinheiro se o Senhor

lhe der tudo isto? Simplesmente observe

como você usa o que você tem agora. Se

você é egoísta com isto, você também seria

egoísta com um milhão de dólares. A menos

que você se arrependa, o dinheiro será sempre

um problema para você, não importando

se for uma quantia muito grande ou muito

pequena.

b. Má Mordomia. Uma segunda maneira

pela qual podemos discernir se temos

problemas com o amor ao dinheiro é a nossa

falha em compreendermos que o que possuímos

não é de fato nosso. Uma característica

da Igreja Primitiva era que “ninguém

dizia que coisa alguma do que possuía era

sua própria...” (At 4:32).

248 / SEÇÃOA2 A2.8– Rejeitar a Cobiça / Idolatria

O que possuímos pertence a Deus e nós

somos mordomos (administradores) destas

coisas. “Requer-se dos administradores que

cada um se ache fiel” (1 Co 4:2). Um dia

prestaremos contas a Deus pela maneira pela

qual usamos tudo o que Ele entregou aos

nossos cuidados: não só o dinheiro, mas os

nossos talentos, tempo e relacionamentos –

tudo ficará sob o escrutínio da Sua Palavra.

Quando isto nos tocar como deveria, as

nossas justificativas parecerão que não são

convincentes para nós próprios, assim como

não são para o Senhor. Não é necessário

muito esforço para nos convencermos de

que Deus quer que gastemos o dinheiro da

maneira que a nossa natureza carnal e

egoística quer usá-lo.

No entanto, quando compreendemos que

vamos olhar para os Seus olhos penetrantes

e oniscientes, e que prestaremos contas

a Ele, as nossas desculpas começam a parecer

um pouco fracas. É muito fácil para nós

pensarmos nas coisas que queremos como

sendo o de que precisamos e perdermos a

capacidade de vermos a distinção entre elas.

Vamos orar para que o Senhor nos ajude a

manter uma perspectiva correta com relação

a isto.

c. Não Dar a Deus. Finalmente, é evidente

que amamos ao dinheiro se deixamos

de aprender a diligência e a disciplina na

questão das doações.

Nunca é cedo demais para se começar a

aprender como dar.

A fidelidade nos dízimos e ofertas não é

uma opção no Reino de Deus. Se você não

estiver pagando os dízimos, comece imediatamente.

Dez por cento de tudo o que você

recebe pertence a Deus. Seja diligente nesta

área porque, se você não estiver fazendo isto,

você estará roubando a Deus (Ml 3:8-10).

Ele não abençoa “ladrões” no ministério.

Muitas vezes pensamos: “Estou com tão

pouco dinheiro e com tantas necessidades

que não posso me dar ao luxo de pagar os

dízimos.” A verdade é que não podemos

nos dar ao luxo de não pagarmos os dízimos.

A pergunta verdadeira de acordo com

Malaquias 3:9 é a seguinte: “Será que eu

quero 100% dos meus rendimentos amaldiçoados

ou 90% abençoados?”

Uma vez que tenhamos começado a pagar

os dízimos, aí então precisaremos começar

a dar ofertas adicionais.

Jesus disse: “Pois se derdes recebereis!

A vossa doação voltará a vós numa medida

plena e transbordante, recalcada, sacudida,

para dar espaço para mais, e transbordante.

A medida que usardes para dar

– grande ou pequena – será a mesma medida

usada de volta para vós” (Lc 6:38 – A

Bíblia Viva).

Jesus estava abordando um princípio

muito importante nesta afirmação sobre as

doações.

Se você der à obra do Senhor com a medida

de uma colher de chá, Deus o abençoará

com a medida de uma colher de chá. Se

você der à obra do Senhor com a medida de

uma xícara, Deus o abençoará com a medida

de uma xícara. Se você der à obra do Senhor

com a medida de um balde, Deus o abençoará

com a medida de um balde. “A medida

que usardes para dar – grande ou pequena

– será a mesma medida usada de volta para

vós.”

Quando eu estava em Papua, Nova Guiné

há alguns anos atrás, eu estava desafiando

os pregadores do Evangelho a ensinarem

às suas congregações a darem dízimos e ofertas.

“Ah!” disseram eles, “as pessoas são

pobres demais para poderem dar.”

Ainda que a Papua Nova Guiné não

seja um do países mais ricos do mundo,

ela se encontra em melhores condições que

a maioria dos outros países. Não vi ninguém

morrendo de fome, nem mal nutrido,

como já vi em muitas nações. Todos

estavam bem vestidos – e pareciam estar

com saúde.

Eu disse o seguinte aos líderes: “O problema

não é pobreza financeira, e sim pobreza

espiritual. As pessoas são exatamente

iguais a vocês, que são líderes. Vocês não

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 249

têm nenhuma fé para dar, e assim as pessoas

também não têm nenhuma fé para dar.”

D. DOAÇÕES: UMA FONTE DA

BÊNÇÃO DE DEUS

Dar é uma questão de fé, e não uma

questão do que temos. Como exemplo, eis

aqui um princípio espiritual com o qual você

discordará, a menos que tenha fé.

Depois que você deu um dólar como

dízimo dos seus dez dólares de rendimentos,

os nove dólares que sobraram – com

a bênção de Deus neles – irão mais longe

com relação a suprir as suas necessidades

do que os dez dólares sem a bênção

de Deus. (Volte e leia uma vez mais.)

Nenhum professor de matemática do

mundo (a menos que seja um cristão que

pague os dízimos) concordaria com este

princípio. A compreensão natural do homem

diz: “Dez dólares lhe fornecem mais

do que nove dólares.” Isto é verdade a menos

que o milagre de multiplicação do Senhor

esteja sobre os nove dólares que sobraram.

(Isto se aplica se você paga os

dízimos regularmente.)

Quando o rapaz da Bíblia deu a Jesus

uma oferta de fé dos seus cinco pães e dois

peixes, isto era tudo o que ele tinha (Jo 6:9).

O que aconteceu ao rapaz”? Será que ele

ficou com fome? Não!

Quando Jesus terminou de abençoar a

sua oferta, ela alimentou cinco mil pessoas,

e também o rapaz. Aí então Jesus tomou

uma outra oferta dos pães e peixes que sobraram

– e encheram completamente doze

cestos.

O rapaz deu cinco pães de cevada e dois

peixes e recebeu de volta doze cestos de

pães e peixes. É assim que Deus multiplica

de volta bênçãos e riquezas para o doador.

Expliquei estes princípios aos líderes de

igreja de Papua Nova Guiné.

Perguntei-lhes se eu poderia pregar sobre

doações num dos seus cultos, depois

que fosse feita a oferta . Eles concordaram.

Eles fizeram a oferta, e cerca de duzentos

dólares foram dados por duzentas pessoas

que estavam presentes.

1. Fé e Doações

Levantei-me e expliquei às pessoas que

Deus nos pede para darmos porque Ele quer

nos abençoar. Ele não é pobre, e não precisa

do nosso dinheiro, mas nós precisamos das

Suas bênçãos. “Sem fé é impossível agradar-

Lhe, pois aquele que se aproxima de

Deus precisa crer...” (Hb 11:6).

Nunca teremos as Suas bênçãos sem fé.

Deus nos pede para darmos para nos ensinar

a fé. É preciso fé para darmos. Assim sendo,

ao darmos, estamos exercitando a fé. Isto

agrada a Deus, e assim Ele nos abençoa.

Se você não precisa das bênçãos de Deus,

e se você não quer as bênçãos de Deus, então

não dê. Guarde o seu dinheiro, e a maldição

que acompanha a falta de fé será sua.

Mas você pode dar o seu dinheiro a Deus e

observá-Lo “...abrindo as janelas do Céu e

derramando sobre você uma bênção tal que

não haverá espaço suficiente para recebêla’’

(Ml 3:10).

a. Uma Oferta Feita. Após a mensagem,

perguntei à congregação: “Se eu tivesse

pregado sobre salvação nesta manhã, o

que vocês esperariam que eu fizesse em seguida?”

Eles disseram: “Que você desse aos pecadores

uma chance para serem salvos.”

Perguntei-lhes novamente: “Seu eu tivesse

pregado sobre cura nesta manhã, o que vocês

esperariam que eu fizesse em seguida?”

Eles responderam: “Que você orasse

pelos enfermos e lhes desse uma chance de

serem curados.”

Prossegui então: “Preguei sobre doações

nesta manhã – o que eu deveria fazer?”

“Deixe-nos fazer uma oferta!”, gritaram

eles. Foi então o que fiz.

Quando a oferta entrou e foi contada,

totalizou mil e duzentos dólares. Esta

quantia foi seis vezes mais do que a da primeira

oferta, e foi totalmente dada “por aquelas

pobres pessoas da Papua Nova Guiné”.

250 / SEÇÃOA2 A2.8– Rejeitar a Cobiça / Idolatria

Eu disse aos líderes: “Vocês estão vendo!

A razão pela qual as pessoas não estão

dando é que elas estão esperando que vocês

lhes ensinem a Palavra de Deus. ‘A fé vem

pelo ouvir... a Palavra de Deus’ (Rm 10:17).

Quando a fé deles for liberada, então darão.”

Repeti esta demonstração numa segunda

igreja, numa região rural, com os mesmos

resultados. Os líderes ficaram maravilhados

com o montante das ofertas quando as pessoas

dão com fé.

b. Dízimos em Dobro. Deus me desafiou

a dar os dízimos em dobro (20% dos

meus rendimentos pessoais) quando eu estava

recebendo cerca de dez dólares por semana

como pregador do Evangelho.

Através desta experiência, aprendi os

princípios que acabei de compartilhar com

vocês. Deus manteve a Sua Palavra para

comigo. Ele abençoou a mim, à minha família

e ao ministério com tantos milagres da

Sua provisão que eu não conseguiria relatar

todos eles minuciosamente.

2. A Medida das Nossas Doações

A pessoa que mais doou na Bíblia foi

uma viúva que tinha somente duas moedas

(cerca de um centavo) – e ela as deu. Jesus

disse: “Esta pobre viúva deu mais do que

todos os demais juntos” (Lc 21:3). Deus

mede as nossas doações pelo que nos restou,

e não por aquilo que colocamos na oferta.

Tenho visto muitos líderes de igreja que

querem que os seus membros dêem para o

sustento deles e da igreja. No entanto, eles

próprios não pagam os dízimos nem dão

ofertas.

Eles reclamam o tempo todo que estão

sem dinheiro. Não é de se admirar! Eles nunca

terão as bênçãos prometidas aos doadores

até que pratiquem o que pregam.

A cobiça pode facilmente nos surpreender

se não aprendermos este importante

princípio da economia do Reino: “Dai e

ser-vos-á dado!”

Se nos apegarmos às nossas vidas, certamente

as perderemos (Lc 17:33), e, se nos

apegarmos ao nosso dinheiro, acabaremos

perdendo isto também. Dando o que temos,

experimentaremos a bênção de Deus como

nunca antes.

Muitos de nós temos muito pouco porque

não somos generosos com o que temos.

Jesus diz: “Dai e ser-vos-á dado. “ Não há

melhor maneira de vencermos a cobiça do

que aprendermos a ser generosos com o que

temos.

3. Princípios do Reino

A nossa atitude com relação ao dinheiro

é importantíssima. Se formos fiéis em aprender

e em observar alguns princípios básicos

da economia do Reino, começaremos a ver

os nossos problemas financeiros desaparecerem.

a. Todo Dinheiro é de Deus. “Do Senhor

é a terra e a sua plenitude!” (Sl 24:1;

50:12). “Minha é a prata, e Meu é o ouro,

diz o Senhor” (Ag 2:8).

Até mesmo o dinheiro que os pecadores

possuem pertence em última análise a Deus,

e um dia será repassado ao povo de Deus

(Ag 2:8; Pv 13:22; 28:8). Deus criou tudo o

que tem valor e nunca abdicou os Seus direitos

de posse.

Neste mundo caído e dominado pelo pecado,

a maior parte das riquezas é controlada

por pecadores. Isto se deve ao fato de

que os sistemas do mundo estão sob o controle

de autoridades espirituais malignas.

Um dia, porém, Deus falará uma palavra e

todas as riquezas do mundo serão despejadas

no Reino de Deus.

b. Deus Dá o Dinheiro. O Senhor prometeu

tomar conta dos Seus filhos com toda

a comida, vestuário, moradia e outras necessidades

da vida. Trabalhamos em nossos

empregos como um serviço ao Senhor.

Deus supre os nossos rendimentos, dandonos

os empregos que temos.

Deus nos dá dinheiro para que possamos

ter o suficiente para realizarmos o Seu

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 251

propósito na terra. Devemos usar o dinheiro

que Ele nos dá com a sabedoria de bons

mordomos e administradores. Geralmente,

no entanto, invertemos as coisas: Ele

quer que usemos o dinheiro e amemos as

pessoas, mas, muitas vezes, amamos o dinheiro

e usamos as pessoas.

Você consegue imaginar o que aconteceria

se todos nós começássemos a nos submeter

à direção do Senhor quanto à maneira

pela qual usamos o dinheiro que Deus coloca

em nossas mãos?

Se todos nós cristãos trabalhássemos

com afinco e ganhássemos dinheiro de maneira

que pudéssemos praticar a generosidade

uns com os outros, não haveria mais

nenhuma escassez no meio do povo de Deus

em nenhum lugar!

c. Ou Deus ou o Nosso Amor ao Dinheiro

Determina Como Vivemos e Ministramos.

Alguns pregadores do Evangelho

pregam somente porque sabem que serão

pagos.

Foi a este tipo de pessoa que Jesus chamou

de “mercenário” em João 10. O “mercenário”

faz as coisas para ser pago. Ele não

tem nenhum compromisso para com as ovelhas

sob os seus cuidados. Ele somente se

importa com o dinheiro.

Nada é mais anti-ético. Nada corrompe

mais do que este tipo de tática – e isto é algo

muito generalizado.

Estas práticas identificam rapidamente

os “mercenários” e os “empregadores” – e

ambos terão a marca da besta. “Para que

ninguém possa comprar [empregar] ou vender

[mercenário] , se não aquele que tiver a

marca... da besta” (Ap 13:17).

“E vi tronos, e os que se assentavam

sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar...

que não haviam adorado a besta...

nem haviam recebido a sua marca... e viveram

e reinaram com Cristo durante mil

anos “ (Ap 20:4).

1) Nenhum Mercenário. Não haverá nenhum

empregador nem mercenário neste

santo grupo de governantes. Estes “comerciantes”

religiosos farão parte dos mortos

que ressuscitarão quando terminarem os mil

anos. Serão ressuscitados nesta ocasião para

prestarem contas diante d’Aquele “que julga

os vivos e os mortos”.

Paulo perguntou: “Quem está qualificado

para pregar o Evangelho?” Ele respondeu

à sua própria pergunta com as seguintes

palavras: “Somente os que, como nós,

são homens de integridade, enviados por

Deus, falando com o poder de Cristo.

“Não somos como aqueles mascates – e

há muitos deles – cujo objetivo em propagar

o Evangelho é ter bons rendimentos

financeiros” (2 Co 2:17 – A Bíblia Viva).

Muitos querem fazer um “comércio”

da Palavra de Deus.

Zacarias profetizou sobre um glorioso

dia em que “todos os recipientes de Jerusalém

e Judá serão sagrados ao Senhor Todopoderoso;

todos os que vierem para adorar

poderão usar qualquer um deles gratuitamente

para neles cozer os seus sacrifícios;

não haverá mais comerciantes cobiçosos

no Templo do Senhor Todo-poderoso”

(Zc 14:21).

Os sacerdotes corruptos da época de

Zacarias faziam “negócios” com os mercadores

locais para venderem animais “oficialmente

santificados” e recipientes onde podiam

preparar e cozer os sacrifícios a serem

oferecidos no Templo. Os sacerdotes corruptos

recebiam uma “porcentagem” de todas

as vendas.

Foram estes comerciantes corruptos que

Zacarias (e cinco séculos mais tarde, Jesus)

repreendeu.

Em nenhuma outra ocasião Jesus demonstrou

tanta ira como o fez contra os

que estavam “comprando e vendendo no

Templo.” Ele pegou chicotes e os expulsou.

“A Minha Casa será chamada de Casa de

Oração... mas vós a tendes feito covil de

ladrões” (Mc 11:17).

No início e no fim do Seu ministério,

Jesus purificou o Templo expulsando os

“comerciantes”. Creio que isto seja proféti252

/ SEÇÃOA2 A2.8– Rejeitar a Cobiça / Idolatria

co da Era da Igreja. No início da Era da Igreja,

o Senhor lidou muito severamente com

isto (Ananias e Safira – Atos 5). Creio que

verei os Seus julgamentos vindo sobre os

“comerciantes” nestes últimos dias, na conclusão

da Era da Igreja.

Portanto, líderes – CUIDADO! “Os tempos

desta ignorância Deus não levou em

consideração, mas agora ordena que todos

os homens, em toda parte, se arrependam!”

(At 17:30).

Líderes de igreja e evangelistas: Não vendam

os seus dons a ninguém, independentemente

do quanto estiverem dispostos a

pagar-lhes! O verdadeiro homem de Deus

sempre diz aos “empregadores”: “O teu

dinheiro pereça contigo, porque pensaste

que o dom de Deus pudesse ser adquirido

com dinheiro” (At 8:20).

2) Buscai Primeiro o Reino. Deus cuidará

de você. Se você “buscar primeiro o

Reino de Deus e a Sua justiça, todas estas

coisas [que você precisa] lhes serão acrescentadas”

(Mt 6:33).

O obreiro é digno do seu salário – mas não

deve nunca ser um mercenário. O verdadeiro

pastor entrega a sua vida pelas ovelhas. O

mercenário vê o lobo (empregador) vindo e

abandona as ovelhas (Veja João 10:12,13).

Isto não se limita aos líderes de igreja. Muitos

cristãos que não são líderes escolhem onde

morar e o que fazer de sua vida pela quantia de

dinheiro que lhes é oferecida. Eles não “buscam

primeiro o Reino de Deus”, nem a vontade

de Deus nestas questões.

De acordo com Jesus, é assim que vivem

os incrédulos, e isto é pecado. Se você estiver

vivendo desta maneira, você perderá a

vontade de Deus.

4. Deus Gosta Muito de nos

Abençoar

Jesus disse que se buscássemos o Seu

Reino primeiro, Ele acrescentaria todas as

coisas. Talvez Ele nos prove por algum tempo,

mas Ele abençoa os que colocam a Ele e

ao Seu Reino em primeiro lugar em sua vida.

Deus deseja que prosperemos em todas

as dimensões de nossa vida (3 Jó 2). Contudo,

muitas vezes impedimos que esta prosperidade

aconteça em nossas finanças, porque

violamos princípios básicos ao manusearmos

o nosso dinheiro.

Uma das razões pelas quais algumas pessoas

são pobres e necessitadas é que elas não

dão dinheiro à obra de Deus, temendo ficar em

piores condições se derem para ajudar a propagação

do Evangelho. A verdadeira liberdade

financeira vem somente quando manuseamos

o nosso dinheiro da maneira de Deus.

a. Pratique Princípios do Reino. Por

outro lado, os líderes de igreja em alguns

dos países mais pobres do mundo estão

vendo Deus abençoar a eles e às suas congregações

com dinheiro. Por quê? Porque

praticam princípios financeiros do Reino

da maneira delineada acima, dando com sacrifício

e alegria.

A maneira de fazer com que isto aconteça

é primeiramente pagar os dízimos à igreja

local ou ao fundo de evangelismo. Se a sua

congregação não inclui o dar oportunidade às

pessoas para pagar o dízimo, então comece.

Mude as suas orações egoísticas por você

mesmo a comece a orar para que Deus abençoe

as outras pessoas. Não é a isto que Tiago

se refere, “Pedis e não recebeis, porque pedis

com motivações errôneas, para que possais

gastá-lo em vossos deleites” (Tg 4:3)?

Deus não responderá às nossas orações

por mais dinheiro, se o quisermos somente

para gastá-lo para nós mesmos. Ele somente

nos liberará maiores recursos quando souber

que nos arrependemos do nosso egoísmo

e que nos tornamos pessoas generosas.

E. CONCLUSÃO

A cobiça é idolatria porque, quando somos

governados pela avareza, servimos os

nossos próprios interesses pessoais primeiramente,

obedecendo assim aos ditames da

nossa carne, em vez das orientações do Senhor

Deus.

A cobiça é uma forma sutil de colocarTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 253

mos algo antes de Deus em nossa vida. Colocamos

os nossos próprios interesses antes

dos interesses de Deus e dos outros, e,

involuntariamente, tornamo-nos servos de

Mamom. Precisamos enfrentar esta questão

honestamente – somos cobiçosos até o

ponto em que permitimos que o amor ao

dinheiro nos domine.

O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie

de males. Permitindo que o nosso dinheiro

nos diga o que fazermos, recusamonos

a ouvir primeiramente a Deus. Se não

for Deus que nos ensina como manusearmos

o dinheiro, então será Satanás!

A economia deste mundo baseia-se na

cobiça. A maioria das guerras (se não todas

elas) baseiam-se na cobiça das nações. A

maior parte dos crimes são o resultado de

um homem satisfazendo a sua cobiça às

custas de outrem.

Os grupos mais importantes da população

deste mundo estão divididos de acordo

com as suas opiniões sobre a economia. O

cristão, no entanto, pode estar livre do controle

das suas finanças feito pelo mundo, à

medida que ele for fiel no sentido de caminhar

de acordo com os princípios econômicos

de Deus. Vamos abordá-los brevemente

uma vez mais:

1. Decida-se a Servir a Deus e Não

a Mamom!

Jesus tornou bem claro: “Não podeis

servir a Deus e a Mamom.” Você precisa

escolher um ou o outro.

Decida de uma vez por todas que você não

permitirá que as finanças controlem nenhuma

decisão que você tomar. Torne as suas finanças

um assunto de oração tanto quanto qualquer

outra parte da sua vida e ministério.

2. Acabe Sem Dó com Qualquer

Amor ao Dinheiro que Estiver em

Você!

“O amor ao dinheiro é a raiz de toda

espécie de males” (1 Tm 6:10). Até o ponto

em que você permitir que o amor ao dinheiro

permaneça em você, o mal estará presente

em sua vida. Quando você ama o dinheiro,

você se abre às atividades dos poderes demoníacos

que jazem por trás dele. Paulo admoesta

o jovem Timóteo: “Foge destas coisas,

ó homem de Deus” (1 Tm 6:ll)

3. Determine-se a Viver de Acordo

com os Princípios Financeiros

de Deus!

A liberdade financeira somente pode ser

conhecida por aqueles que obedecem ao Filho,

que verdadeiramente nos liberta! Comece

a caminhar no poder do Reino, seguindo

firmemente os princípios de Deus.

Dê! “Dai e ser-vos-á dado!” Determinese

de uma vez por todas a quebrar a maldição

da pobreza, pagando os dízimos, quer você

sinta ou não que tem condições financeiras.

Dez por cento pertence a Deus, e se você

deixa de dá-lo diligentemente, o “devorador”

vem e o toma de você – com uma taxa de

cobrança por cima.

As ofertas voluntárias são uma outra

parte importante das doações que Deus quer

que você pratique. Seja generoso com os

outros e Deus será generoso com você.

4. Não Seja um Mercenário!

Obedeça ao Senhor e seja dirigido por

Ele, e não por aqueles “empregadores”, que

querem corromper a você e ao seu ministério.

Não fracasse na fé. Ele é fiel. Ele suprirá

tudo o que você precisa.

Não permita de maneira nenhuma que

ofertas de dinheiro determinem a maneira

pela qual você viverá ou ministrará. Não

seja um mercenário! Seja um servo de Deus,

e não um servo do dinheiro!

Somente podemos servir a um Deus! Será

Jesus ou Mamom? Você precisa fazer a escolha

porque você não pode servir a Deus e

a Mamom!

Faça Esta Oração

Senhor Jesus, agradeço-Te porque Tu és

fiel e prometeste dar-me tudo que eu preci254

/ SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

sasse para a vida e a santidade. Obrigado

por mostrar-me que, servindo ao dinheiro,

estou na verdade servindo a Satanás.

Declaro a Ti neste momento que Tu somente

és o meu Deus. Escolho confiar em

Ti para todas as minhas necessidades. Sei

que Tu suprirás todas estas necessidades

se eu Te servir com o meu dinheiro.

Senhor, confio em Ti para receber a força

e a graça que precisarei para manter

este compromisso com a vontade de Deus.

Obrigado por estes passos em direção à

verdadeira liberdade financeira. Em Nome

de Jesus. Amém!

Capítulo 9

Receber a Tripla Unção

Introdução

Deus quer que você seja um líder que

obtenha resultados e que faça um impacto

no seu mundo! Mas como você pode ser

este tipo de líder?

Os capítulos anteriores enfocaram muitas

áreas práticas em que os líderes precisam

alinhar sua vida com os padrões da Bíblia. É

aí que começamos. Precisamos manusear bem

o dinheiro, caminhar com humildade, evitar

o enfraquecimento moral. Mas mesmo com

isto tudo, ainda podemos deixar de ser eficazes

em nossos ministérios.

Nem a instrução nem habilidades especiais

darão ao seu ministério o poder que ele

precisa ter para transformar a vida das pessoas.

O que lhe dará este poder então? A

plena unção do Espírito Santo somente

lhe dá a unção celestial que você precisa

para cumprir a sua função.

Deus nos fez “reis e sacerdotes ao nosso

Deus” (Ap 1:6). Ele quer que tenhamos

o poder dos reis e a pureza dos sacerdotes.

Precisamos experimentar a Sua plena

unção para termos isto.

Neste capítulo, eu gostaria de mostrarlhes

como a “unção” traz libertação, força e

salvação ao povo de Deus.

Cristo, em grego (e Messias, em

hebraico) significa “O Ungido”. Jesus apresentou

o Seu ministério, proclamando: “O

Espírito do Senhor está sobre Mim, porque

Ele Me ungiu para pregar... para curar...

para proclamar libertação... para recuperar

a visão dos cegos... para libertar...”

(Lc 4:18,19). Jesus esclareceu muito bem

que foi porque o Espírito do Senhor O ungira

que Ele pôde ter um ministério eficaz.

Esta mesma regra se aplica a você e a mim.

Isaías falou sobre o poder liberador da

unção com as seguintes palavras: “O jugo

será quebrado por causa da unção” (Is

10:27). Há um lindo corinho baseado neste

versículo, com a seguinte letra:

Pela unção, Jesus quebra o jugo.

Pelo Espírito Santo e poder,

assim como os profetas falaram.

Este é o dia da chuva serôdia.

Deus está Se movendo com poder

novamente,

E a unção quebrará o jugo.

Sim! É verdade! É preciso que o Espírito

Santo venha sobre nós e nos transmita

uma plena unção para conduzirmos o povo

de Deus e cumprirmos a vontade de Deus

em nossa geração.

O que é esta unção? O que a Bíblia tem a

dizer sobre isto? Como ela veio sobre os

líderes das gerações passadas?

A. TRÊS UNÇÕES

Aprendemos no Antigo Testamento sobre

três unções distintas:

• a unção do LEPROSO;

• a unção do SACERDOTE; e

• a unção do REI.

1. A Unção do Leproso

A lepra era a enfermidade mais temida na

antiga Palestina. Esta terrível doença consumia

vagarosamente a carne da sua desamparada

vítima. Mais cedo ou mais tarde, os dedos

das mãos e dos pés, e outras extremidades

do corpo morriam, apodreciam e caíam.

O infeliz leproso era banido da sua coTREINANDO

OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 255

munidade. Para impedir que as outras pessoas

chegassem perto demais, exigia-se que

o leproso gritasse onde quer que fosse:

“IMUNDO, IMUNDO!” A vítima desta temível

doença podia somente esperar uma

morte vagarosa, dolorosa e prematura.

A lepra é um quadro (ou um tipo) do

pecado, uma lição prática e vívida, através

da qual o Espírito Santo retrata dramaticamente

os efeitos consumidores e horríveis

do pecado na vida de uma pessoa. A lepra

revela o pecado e a verdadeira natureza de

Satanás. “O ladrão [Satanás] vem... para

roubar, e para matar, e para destruir...” (Jo

10:10).

A lepra, semelhantemente ao pecado e a

Satanás, rouba nossa vida e depois nos

mata e destrói os nossos ministérios.

a. Lei da Purificação. Ficamos imaginando

o motivo pelo qual Moisés estabeleceu

regras tão minuciosas para a purificação

do leproso e a sua restauração. Depois

que estas regras foram feitas, não há um

caso sequer de um israelita sendo curado de

lepra em todo o Antigo Testamento. Por

que então Deus faria com que Moisés estabelecesse

as regras?

O motivo só pode ser que Deus colocou

uma lição “escondida” ou “espiritual” nestas

regras que Ele queria que aprendêssemos.

Examinemos os detalhes em Levítico 14.

As regras que foram determinadas por

Moisés para declarar o leproso limpo e curado

são uma figura do Antigo Testamento

da purificação do pecado feita no Novo

Testamento através de Jesus Cristo. Todos

os elementos da nossa experiência de salvação

encontram-se lá:

1) Derramamento de Sangue. Um

pássaro levando a culpa do pecado, o derramamento

e a aplicação de sangue (que retrata

a Jesus derramando o Seu sangue para levar e

pagar a penalidade pelo nosso pecado).

2) Arrependimento e Confissão

(que retrata o que precisamos fazer para

sermos justificados – ou sermos declarados

justos, quando nascemos de novo).

3) Água Corrente (retratando o batismo

na água).

4) Unção com Óleo. A unção do leproso

com óleo (que tipifica a obra do Espírito

Santo em nossa experiência de salvação).

b. A Lei da Purificação Aplicada em

Nossa Vida. Portanto, como foi retratado

nas regras para a purificação do leproso, ao

crermos em Jesus, deveríamos:

1) Arrependermo-nos dos Pecados.

Arrepender (darmos as costas ao pecado e

à rebeldia, e voltarmo-nos para Deus e obedecermos

a Sua Palavra).

2) Confessar os Pecados. Confessar

os nossos pecados a Deus e receber o Seu

perdão. Se fizermos isto sinceramente, de

coração, seremos salvos (curados) do pecado.

3) Ser Batizados. Em seguida, devemos

obedecer a Jesus, sendo batizados na

água.

4) Receber a Unção do Espírito

Santo. Experimentamos a unção do Espírito

Santo testificando com o nosso espírito

que somos filhos de Deus (Rm 8:16).

c. Ungidos com Óleo. Ungir significa

“colocar óleo sobre” ou “consagrar aplicando-

se óleo”. Depois que o leproso havia

sido salvo da lepra e obedecido as regras

para a purificação, ele se apresentava ao

sacerdote levita para ser ungido com óleo.

O óleo é um símbolo do Espírito Santo

usado no Antigo Testamento! Ungir alguém

com óleo retrata o Espírito Santo vindo sobre

esta pessoa para um propósito específico

e designado.

O leproso, outrora maculado pela temida

lepra, quando liberto e purificado dos

seus efeitos, era então ungido com óleo para

mostrar que ele havia sido totalmente restaurado

para poder reassumir o seu lugar

como membro da família de Israel.

Todos os pecadores experimentam a

unção do leproso ao nascerem de novo, do

Espírito. “Jesus respondeu: ‘O que estou

lhe dizendo tão veementemente é o seguin256

/ SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

te: A menos que alguém nasça da água e do

Espírito, ele não pode entrar no Reino de

Deus...’” (Jo 3:5,6 – A Bíblia Viva).

Todos os que crêem em Jesus e submetem

a forma como vivem ao Seu Senhorio

experimentam uma certa medida do óleo da

unção do Espírito Santo. Romanos 8:9 diz:

“Se alguém não tem o Espírito de Cristo,

esse tal não é d’Ele.”

l Coríntios 12:3 acrescenta: “...e ninguém

pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, exceto

pelo Espírito Santo.”

Estes versículos confirmam que ninguém

pode de fato nascer de novo sem experimentar

uma certa medida da obra do Espírito

Santo.

Há uma unção mais plena, quando somos

batizados no Espírito Santo, que discutiremos

mais detalhadamente, mais tarde,

no subtítulo “A Unção do Rei”. Esta

unção é distinta da obra básica da salvação.

Ambas, no entanto, envolvem a obra e o

mistério do Espírito Santo.

1) Três Áreas da Vida Afetadas. “O

sacerdote tomará do sangue da expiação

da culpa e colocará parte dele sobre aponta

da orelha direita do homem que está sendo

purificado, e sobre o dedo polegar da

sua mão direita, e sobre o dedo polegar do

seu pé direito.

“O óleo de oliva... será então colocado

pelo sacerdote sobre a ponta da orelha direita

do homem e sobre o dedo polegar da

sua mão direita e sobre o dedo polegar do

seu pé direito – exatamente como ele fez

com o sangue... o restante do óleo... será

usado para ungir a cabeça do homem” (Lv

14:14-18 – A Bíblia Viva).

É importante observarmos que o sangue

do sacrifício e o óleo da unção eram

colocados sobre a orelha, mão e pé. Isto

nos mostra que a nossa experiência de salvação

e unção (a nossa cura da lepra do

pecado) afeta três áreas importantes de

nossas vida:

a) Audição – O nosso ouvir a voz

do Senhor (os nossos ouvidos);

b) Serviço – O nosso serviço para o

nosso Salvador (as nossas mãos);

c) Caminhar – O nosso caminhar

com Ele (os nossos pés).

Se não ouvirmos a Sua voz (veja o Capítulo

2), o nosso serviço não será frutífero.

Se não seguirmos a Jesus no serviço, o nosso

caminhar com o Senhor não nos dará alegria

e realização.

Precisamos que o sangue purifique a

nossa audição, o nosso serviço, e o nosso

caminhar..

Precisamos da unção do Espírito Santo

para ouvirmos, servirmos, e caminharmos

como deveríamos. Tanto o sangue de Jesus

como a unção do Espírito Santo são partes

necessárias da nossa “grande salvação”

(Hb 2:3).

2. A Unção do Sacerdote

Em Êxodo, Capítulos 29 e 30, e em

Levítico, Capítulo 8, aprendemos sobre a

consagração de Aarão e seus filhos para o

sacerdócio.

a. Consagração ao Sacerdócio. Como

no caso da unção do leproso, os tipos e

símbolos do plano da salvação encontramse

nas regras que se aplicam às pessoas sendo

separadas (santificadas) para o ministério

sacerdotal.

1) Sacrifício do Cordeiro Imaculado.

Aarão e seus filhos entraram pela porta

do Tabernáculo de Moisés e se colocaram

diante do altar de bronze. Ali eles derramaram

o sangue de um cordeiro imaculado e

perfeito, como oferta pelo pecado. Através

disto, experimentaram o perdão da penalidade

do pecado – que é a morte (Rm 6:23).

Isto corresponde a nascermos de novo, ou

justificação.

2) Lavagem com Água. Em seguida,

eles passaram para a pia de bronze, onde

foram lavados por completo. Neste ponto,

experimentaram a liberação da corrupção,

hábito, ou poder do pecado. Isto corresponde

ao que deveria acontecer no batismo

na água do crente.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 257

3) Vestimentas Sacerdotais e Óleo

da Unção. Em seguida foram para a porta

do “tabernáculo da congregação”, onde receberam

as suas vestimentas sacerdotais.

Esta cerimônia foi concluída com eles sendo

ungidos com óleo. Êxodo 30:30 diz: “...

e ungirás a Aarão e seus filhos, e os consagrarás,

para que possam ministrar como

sacerdotes para Mim.”

b. Unção Para a Santidade. Com relação

ao uso do santo óleo da unção, o versículo

29 explica: “Também consagrarás o

tabernáculo e os seus utensílios de adoração,

para que possam ser santíssimos; tudo

o que neles tocar será santo.”

Fica claro, através destes versículos, que

tudo o que o santo óleo da unção tocava tornava-

se santo também. Quando Moisés derramou

o óleo sobre a cabeça de Aarão e seus

filhos, eles se tornaram santos ao Senhor.

Esta foi uma unção para a santidade – ou

seja – ser separado para Deus para o Seu

serviço, vivendo corretamente, com um

comportamento correto. Assim sendo, a unção

sacerdotal nos ensina o compromisso

para com um estilo de vida correto e santo,

depois que nascemos de novo.

Desta ocasião em diante, todos os sacerdotes

eram ungidos à santidade da mesma

forma. Havia muitas coisas que o sacerdote

não podia fazer por causa da santidade do

seu cargo. Por causa da sua unção, muitas

coisas maculavam o sacerdote, mas talvez

não maculassem os outros.

1) Separados ao Senhor. Esta cerimônia

separou totalmente a Aarão e seus

filhos como sacerdotes ao Senhor. Eles foram

santificados para este cargo. Assim

como a unção do leproso tipificava a nossa

justificação, assim também a unção do sacerdote

retratava o fato de sermos separados

para o serviço do Senhor e para um

estilo de vida santo.

Apocalipse 1:6 diz: “Ele nos fez reis e

sacerdotes ao Seu Deus e Pai.” 1 Pedro 2:9

diz: “...vós sois... um sacerdócio real...” O

crente em Jesus Cristo foi chamado para

caminhar diante de Deus como um sacerdote

santo.

2) Pureza e Poder. Ouvi o devoto bispo

Synan dizer há alguns anos atrás o seguinte:

“Quando começamos a falar com

Deus sobre PODER, Ele começa a falar

conosco sobre PUREZA!” Como isto é verdadeiro!

Precisamos ser salvos não somente da

penalidade e culpa do pecado, mas também

da corrupção, força e hábito do pecado em

nossa vida. “Chamarás o Seu Nome Jesus

[que significa “Libertador”] pois Ele libertará

o Seu povo dos seus pecados” (Mt

1:21).

Alguns pregadores do Evangelho dizem:

“Somos salvos no pecado”. A Bíblia diz

que somos salvos do pecado. Somos salvos

– NÃO PARA PECARMOS!

Não somos salvos para fazermos do pecado

uma prática. “O que faz do pecado

uma prática é do diabo,” (1 Jó 3:8).

Como precisamos desta unção sacerdotal

para a santidade! “Deus, suplicamos que

Tu a derrames sobre nós, profusa e ilimitadamente.”

Se não quisermos ser destruídos

pelo Seu poder que opera em nós, precisamos

ter a Sua pureza expressa através de

nós.

3. A Unção do Rei

A terceira unção no Antigo Testamento

é a unção do rei. A unção do primeiro rei de

Israel, Saul, é descrita com as seguintes palavras:

“Então Samuel tomou o vaso de óleo,

e o derramou sobre a sua [de Saul] cabeça,

e o beijou e disse: ‘Porventura não te ungiu

o Senhor como governante sobre a Sua

herança?’” (1 Sm 10:1).

Lemos sobre a segunda ocorrência quando

Davi foi ungido rei para ser o sucessor

de Saul. “Então Jessé, pai de Davi, mandou

em busca dele [Davi] e o trouxe. E ele

era corado, com lindos olhos, e formoso de

aparência. E o Senhor disse: ‘Levanta-te e

unge-o, pois é este mesmo.’

“Então Samuel tomou o vaso de óleo e o

258 / SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

ungiu no meio de seus irmãos; e o Espírito

do Senhor veio poderosamente sobre Davi

daquele dia em diante” (1 Sm 16:12,13).

a. Transmissão de Poder e Autoridade.

A unção do rei era para transmitir o poder

e autoridade do cargo de rei. Com esta

unção, o Espírito de Deus vinha sobre o rei

para que ele pudesse governar o povo de

Deus, Israel.

O cumprimento no Novo Testamento

da autoridade e poder resultantes da unção

do rei encontra-se em Atos 1:8: “Mas

recebereis poder depois que o Espírito Santo

vier sobre vós.” O Batismo no Espírito

Santo é claramente o correspondente no

Novo Testamento da UNÇÃO DO REI.

“E todos foram cheios com o Espírito

Santo e começaram a falar com outras línguas,

à medida em que o Espírito lhes dava

as palavras para dizerem... e com grande

poder davam os apóstolos testemunho da

ressurreição do Senhor Jesus... e muitos

sinais e maravilhas eram feitos no meio do

povo...” (At 2:4; 4:33; 5:12).

4. As Três Unções Retratam:

Estas três unções que vimos no Antigo

Testamento retraíam:

a. Justificação: o fato de termos sido

perdoados.

b. Santificação: pureza de coração.

c. Autoridade e Poder.

Deus quer que desfrutemos todas as três

unções em nossa vida e ministérios. Examinemos

agora alguns homens da Bíblia que

desfrutaram esta “tripla unção “ou “unção

plena”.

C. EXEMPLOS DA TRIPLA UNÇÃO

1. Melquisedeque

“A tua força será renovada dia após

dia... Tu és um sacerdote para sempre como

Melquisedeque” (Sl 110:3,4 – A Bíblia

Viva).

Sob o Sistema Mosaico, era necessário

ser membro da Tribo de Levi para ser um

sacerdote. Quando Jesus veio, Ele nasceu

da Tribo de Judá, da qual os reis deveriam

proceder (veja Gênesis 49:8-10).

Que direito então Jesus (com relação a

isto, você e eu também) teve a um ministério

sacerdotal? Ele era da Tribo errada.

O Apóstolo Paulo resolveu este dilema

em sua Epístola aos Hebreus. Ele explicou

que o ministério sacerdotal de Jesus (semelhantemente

ao nosso) baseava-se no precedente

estabelecido pela ordem sacerdotal

de Melquisedeque (veja Hebreus 7).

Melquisedeque é um dos personagens

mais misteriosos da literatura bíblica. O seu

nome em hebraico significa “Rei da Justiça”.

Ele era também o rei de uma cidade

chamada Salém (mais tarde chamada Jerusalém,

que em hebraico significa “cidade de

paz”). Assim sendo, por tradução, ele era

Rei da Paz e Rei da Justiça.

Melquisedeque foi também o Sacerdote

do Deus Altíssimo que abençoou a

Abraão após a sua derrota dos reis. Abraão

até mesmo lhe deu um dízimo dos despojos

da guerra (Gn 14:18-20). Melquisedeque

funcionou como um profeta-sacerdote e rei.

Como tal, foi um exemplo adequado (tipo

ou quadro profético) do Rei vindouro, Jesus.

O que fez de Melquisedeque um profetasacerdote

e rei? Foi a unção que estava sobre

ele. Ele “funcionou na unção”. Deus fez de

Melquisedeque quem ele era, ungindo-o.

E é assim que, Jesus, o Sumo Sacerdote

da nossa confissão, opera. Esta é também a

autoridade pela qual todos os homens de

Deus batizados com o Espírito operam.

Exercitamos direitos proféticos, sacerdotais

e reais somente por causa da unção.

2. Moisés

Moisés foi um outro homem que desfrutou

esta “tripla unção”. Deus usou Moisés

para libertar o Seu povo do Egito. Em

seguida, através de Moisés, Deus deu a Lei

a Israel. Moisés os governou durante quarenta

anos. Ele pôde fazer isto somente

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 259

porque ele teve uma unção muito especial

do Senhor. Ele teve a unção de um profetasacerdote

e rei.

Como sacerdote, ele intercedeu por Israel

e os instruiu no caminho da retidão. Ele

também os governou como rei. Uma tremenda

unção para a oração e o poder caracterizou

a sua vida. Ele linha uma unção plena.

Ele foi um homem que exercitou direitos

sacerdotais de acesso ao Senhor, como também

uma grande autoridade real sobre o

povo.

É interessante, no entanto, que Moisés

não recebeu o título de “sacerdote” nem de

“rei”, mas ele funcionou nesses dois cargos.

3. Os Juízes

Os “juizes” também foram homens e mulheres

que tiveram esta “tripla unção”.

Eu preciso esclarecer uma idéia errada

sobre os juízes. Eles foram “salvadores”,

no sentido de que salvaram a nação dos

seus adversários. Foram “libertadores”, no

sentido de que libertaram Israel de inimigos

opressores. No entanto, foram “juízes”

somente no sentido de que trouxeram o julgamento

deles e sábios conselhos à nação.

Eles não foram “juízes” que se assentavam

em tronos judiciais, passando decretos

legais em salas de tribunais.

Depois que Moisés morreu, Josué e os

juiízes (libertadores) que os sucederam, tiveram

a “tripla unção”, tanto para libertar a

Israel de seus opressores, como também

para levá-los de volta a uma renovação espiritual

do seu relacionamento com Deus.

Muitas vezes funcionavam como sacerdotes,

trazendo o povo de volta a Deus, e

Deus de volta ao povo. Funcionavam como

reis, levantando e dirigindo exércitos que

despedaçavam o jugo dos opressores. Dirigiam

através de um governo e decretos justos.

No entanto, não recebiam o título de

“sacerdotes” nem de “reis” – simplesmente

funcionavam na “unção” como tais.

Quando o Espírito de Deus vinha sobre

eles durante épocas de tremenda necessidade

em Israel, eles implementavam as ações

que Deus queria que implementassem.

Este método informal de se dirigir as

coisas impedia que a liderança se tornasse

institucionalizada e pesada para a nação. O

institucionalismo tem muitas vezes provado

que é uma maldição ao indivíduo comum

da nação ou da igreja.

4. Samuel

Samuel parece ter sido o último desta

longa lista de homens que tinham a “tripla

unção”. Durante mil anos (de Melquisedeque

a Samuel), Deus havia colocado esta

“tripla unção” sobre os homens para fornecer

a liderança para o Seu povo escolhido.

Semelhantemente a Moisés, Josué e os

juízes antes dele, Samuel foi levantado por

Deus para uma época especial de necessidade

em Israel. Samuel, em conformidade

com os precedentes, não teve o título de

sacerdote ou rei. Contudo, a função de profeta-

sacerdote e rei foi evidente em sua

vida.

Durante a época em que Israel precisava

ouvir do Senhor, Samuel foi ungido para

profetizar. Devido ao fato de que o sacerdócio

levítico havia se tornado corrupto,

Samuel ofereceu sacrifícios e intercedeu pelo

povo. Samuel também forneceu a liderança

que Israel necessitava tão desesperadamente.

Semelhantemente a Melquisedeque,

Moisés, e muitos dos outros juizes, Samuel

ministrou sob a plena unção de profeta-sacerdote

e rei.

A vida destes homens ungidos foi santa

ao Senhor, e seus ministérios tiveram o

inquestionável poder e autoridade dos reis.

Eles também funcionaram no ministério sacerdotal

porquanto foram ungidos por

Deus.

Mas este milênio (mil anos) estava chegando

ao fim. Os ventos de mudança estavam

soprando fortemente em Israel.

O descontentamento com o método de

Deus estava minando a opinião pública. O

260 / SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

povo logo estaria exigindo uma mudança que

teria um impacto dramático sobre a maneira

pela qual a unção vinha sobre os homens.

C. UMA UNÇÃO DIVIDIDA

Com efeito, a unção seria dividida entre

homens intitulados “reis” e outros intitulados

“sacerdotes”. Os reis eram destruídos

pela unção real por causa de uma falta de

santidade. Os sacerdotes levíticos tomavam

a unção sacerdotal e a prostituíam, pela ausência

de autoridade e poder em sua vida.

1. Israel Exige um Rei

Um dos capítulos mais tristes da história

de Israel começou quando Israel exigiu

um líder que tivesse o título de rei.

Deus admoestou a Israel através de

Samuel: “Se vocês insistirem em ter um rei,

ele recrutará os seus filhos e os fará correr

diante das suas carruagens... outros serão

trabalhadores escravos... serão forçados

a arar os campos reais e a fazer as suas

colheitas sem pagamentos...

“Ele exigirá um décimo dos seus rebanhos,

e vocês serão os seus escravos. Vocês

derramarão lágrimas amargas por causa

deste rei que estão exigindo...” (1 Sm 8:10-

18 – A Bíblia Viva).

O povo não estava com nenhuma disposição

para ouvir. Samuel havia ficado velho

e havia designado os seus filhos Joel e Abia,

para julgarem a Israel. “Os seus filhos, no

entanto, não caminharam em seus caminhos,

mas desviaram-se para o ganho desonesto

e receberam subornos, e perverteram

o juízo” (1 Sm 8:3).

Conseqüentemente, os anciãos de Israel

começaram a se preocupar com a conduta

dos filhos de Samuel. Eles não conseguiram

crer que Deus forneceria um outro líder de

“tripla unção”, e, assim sendo, foram conversar

com Samuel e disseram-lhe: “Eis que

estás velho e os teus filhos não caminham

nos teus caminhos. Constitui-nos pois agora

um rei para nos julgar como todas as

nações (1 Sm 8:5).

Este pedido entristeceu a Samuel. Mas

Deus ficou mais entristecido ainda. Ele disse

a Samuel:

“Ouça a voz do povo com relação a

tudo o que lhes dizem, pois eles não o rejeitaram,

mas rejeitaram a Mim quanto a ser

Rei sobre eles.

“Como Me abandonaram e serviram a

outros deuses – assim também estão fazendo

com você. Ouça a voz deles e designa-

lhes um rei” (1 Sm 8:7,8,22).

O povo ficou satisfeito por ter prevalecido

contra Deus. Não perceberam, no entanto,

que haviam escolhido uma tragédia.

Muito embora Samuel lhes houvesse

admoestado, recusaram-se a ouvir, e Deus

lhes entregou ao desejo de seus corações.

Deus decidiu permitir que se esbaldassem

com os seus próprios desejos, e ordenou a

Samuel: “Ouça a voz deles e designa-lhes

um rei.”

- - - - LINHA DE TEMPO - - - -

- - - - - - - - - - ANTIGO TESTAMENTO - - - - - - - - -

2.000 A.C. 1.000 A.C. 4 A.C.

+ Tripla Unção + + Unção Dividida +

Nascimento

de

Melquisedeque a Samuel Saul ao Cristo

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 261

Tenho dito muitas vezes o seguinte: “Às

vezes, o maior julgamento que Deus poderia

enviar sobre nós é dar-nos os nossos

desejos.” Assustador, porém verdadeiro!

a. Ungido Para o Poder Somente.

“Então Samuel tomou um vaso de óleo e o

derramou sobre a cabeça de Saul, e o beijou,

e disse: ‘Porventura não tem o Senhor

te ungido para ser rei do Seu povo, Israel?’”

(1 Sm 10:1).

Por que Saul foi mais tarde rejeitado

como rei? Foi porque ele ficou impaciente,

esperando por Samuel, e se intrometeu no

cargo de sacerdote, e ofereceu sacrifícios

(1 Sm 13:8-14).

Quando Saul tentou funcionar naquilo

para o qual ele não havia recebido

nenhuma unção, ele foi imediatamente

julgado e rejeitado. Isto ilustra o ponto.

Quando Israel exigiu um rei, a unção foi dividida.

O rei tinha somente uma unção parcial.

O líder de Israel não tinha mais a unção

de profeta-sacerdote e também de rei. Ele

tinha somente a unção real para o poder – e

não a unção sacerdotal para o ministério a

Deus, com obediência e santidade.

Não era da vontade de Deus que Israel

tivesse um rei “semelhante ao das outras

nações”. O padrão de Deus para a liderança

havia emergido através de Melquisedeque,

Moisés, Josué, os juízes, e

Samuel.

Ele havia sido fiel no sentido de levantar

líderes com a Sua plena unção e que julgassem

a Israel, tanto como sacerdotes como

reis. Israel, no entanto, escolheu ter um rei

“semelhante ao das outras nações”. Eles

rejeitaram o governo teocrático de Deus e

deram as suas costas a Deus como rei deles.

E Deus lhes deu o desejo de seus corações.

O verdadeiro governante teocrático tem

a plena unção de Deus. Ele governa na qualidade

de profeta-sacerdote, como também

de rei. Mas com a escolha de Israel de um

rei “semelhante ao das outras nações”, um

homem começou a governar o povo de Deus

com uma unção parcial, tendo somente o

poder e a autoridade. Este governo não foi

limitado pela santidade e pelo bom caráter.

Esta divisão da unção nunca havia sido a

vontade perfeita de Deus para o Seu povo.

b. A Falta de Santidade Causa o Fracasso.

Deus sabia que nenhum homem jamais

seria capaz de reinar sob uma unção

real, a menos que fosse equilibrada por uma

unção sacerdotal para uma santidade ao Senhor.

A maioria dos reis de Israel e Judá fracassaram

em suas lideranças por causa de

uma falta de santidade em sua vida.

O Senhor rejeitou a Saul e não permitiu

que fosse rei por causa da desobediência e

intrusão num ministério para o qual ele não

tinha nenhuma unção. No final, Saul tirou a

sua própria vida. O reino de Davi foi prejudicado

por causa da sua imoralidade com

Batseba. O reino de Salomão teve um fim

desastroso por causa de sua iniqüidade e

idolatria.

Mais tarde, Israel separou-se de Judá e,

após duzentos anos aproximadamente, entrou

em cativeiro, principalmente por causa

dos pecados dos seus reis ímpios. Os

seus reis tinham o poder da autoridade de

Deus. No entanto, não caminharam na Sua

santidade, e isto trouxe o julgamento divino

sobre a nação, o que resultou na dispersão

dos israelitas até os confins da terra.

Assim sendo, a era mais trágica da dolorosa

história de Israel terminou em opróbrio

e derrota.

2. Sacerdotes Sem Poder

Depois que o povo exigiu um rei eles

começaram a experimentar um tipo diferente

de opressão. Uma ênfase numa santidade

legalística, destituída de poder e autoridade

de Deus, havia substituído a liderança altruísta,

misericordiosa e amorosa de homens

semelhantes a Samuel. Os fariseus da época

de Jesus foram a última ampliação deste

erro.

Estes “sacerdotes sem poder”, parcialmente

ungidos, não ficavam diante de Deus

262 / SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

para suplicar pelo povo, como Moisés havia

feito. Quando Deus ameaçou aniquilar a

Israel por seu pecado e desobediência, a intercessão

de Moisés salvou a nação (Êx

32:30-35).

Ao contrário, a denominação dos fariseus,

com todo o seu orgulho e legalismo

sectário começou a assumir uma influência

de liderança sobre a vida religiosa da nação.

a. Exigências Legalísticas. Os fariseus

exigiram uma rigorosa devoção à letra da

lei. Eles perderam de vista o propósito da

Lei e tornaram-se totalmente insensíveis às

necessidades humanas.

Esta inflexível exigência legalística de uma

devoção a regras religiosas não-bíblicas tornou-

os desapiedados, vingativos e arrogantes.

Eles perderam de vista o fato de que

todos os homens são pecadores, com necessidade

da misericórdia de Deus.

Eles amontoavam condenação e morte

sobre qualquer pessoa que pudessem pegar

no ato de quebra de qualquer um dos mandamentos.

Isto os conduziu a uma hipocrisia sem

par na história religiosa. Jesus dirigiu as Suas

mais veementes repreensões a estes “mestres

da Lei”. Eles haviam inventado leis que

não conseguiam obedecer e condenavam os

outros por não conseguir obedecê-las também.

“Os escribas e fariseus sentaram-se na

cadeira de Moisés; portanto, tudo o que

vos disserem, praticai e observai, mas não

procedais em conformidade com as suas

obras; porque dizem coisas e não as praticam...

“Mas fazem todas as suas obras para

serem vistos pelos homens... E amam os

lugares de honra em banquetes, os assentos

principais nas sinagogas, e os cumprimentos

respeitosos no mercado, e serem

chamados de ‘Rabi’” (Mt 23:2-7).

Alguém disse com razão: “A diferença

entre o que dizemos – e o que fazemos – é a

medida da nossa apostasia.” Que Deus nos

ajude, mas é verdade!

b. Orgulho Espiritual. A “santidade

ostentosa” dos fariseus era composta pelo

orgulho espiritual deles. Enfatizar a santidade

e o conhecimento bíblico, sem o poder

do Espírito de Deus na sua vida para fazêlos

funcionar, é um erro lamentável.

Paulo nos admoesta contra os líderes religiosos

e denominações que se tornaram

vítimas de uma armadilha por causa deste

fracasso: “Pois os homens serão amantes

de si mesmos, amantes do dinheiro, presunçosos,

arrogantes... ímpios, sem amor...

apegando-se a uma forma de santidade,

porém sem a força [poder]. Evitai e afastaivos

de homens assim” (2 Tm 3:2-5).

O fracasso dos reis que tinham o poder

de Deus sem a unção sacerdotal para viverem

vida santa trouxe os julgamentos preliminares

de Deus sobre Israel.

Os sacerdotes fariseus tinham uma unção

sacerdotal, mas estavam destituídos do

poder de Deus. Isto produziu uma religião

baseada numa aparência externa de santidade,

sem uma mudança interna do coração.

Este sistema opressivo trouxe os julgamentos

finais de Deus sobre Israel. Ambos deixaram

de realizar o propósito de Deus na

terra.

D. A TRIPLA UNÇÃO RESTAURADA

O povo de Deus passou por grandes

sofrimentos nas mãos dos ímpios reis de

Israel. Eles experimentaram o julgamento

de Deus como resultado dos erros de seus

líderes.

1. A Promessa de Deus de

Restaurar

Assim sendo, a promessa de Deus lhes

trouxe uma grande esperança:

“Restaurarei os teus juízes como no

princípio, e os seus conselheiros como antigamente;

e então te chamarão cidade de

justiça, cidade fiel” (Is 1:26).

Para um povo, que durante séculos havia

conhecido somente uma liderança com

uma unção parcial, esta era uma promessa

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 263

de uma gloriosa restauração. Deus prometeu

dar-lhes líderes novamente que governariam

com a mesma unção que a dos seus

primeiros juízes – homens como Moisés,

Josué e Samuel.

Este tema recorrente encontrava-se muitas

vezes na mensagem de Isaías: “Eis que

um rei reinará justamente, e príncipes dominarão

com justiça. E serão como um refúgio

contra o vento, e um abrigo contra a tempestade,

como ribeiros de água em lugares

áridos, como a sombra de uma enorme rocha

numa terra ressequida” (Is 32:1,2).

A identidade deste rei justo emerge inconfundivelmente,

à medida em que lemos outros

versículos: “Porque um Menino nos nasceu,

um Filho se nos deu; e o governo estará sobre

os Seus ombros; e o Seu Nome será Maravilhoso,

Conselheiro, Deus Poderoso, Pai

Eterno, Príncipe da Paz...” (Is 9:6).

Este Príncipe da Paz também desfrutaria

da unção profeta-sacerdotal e real: “O

Senhor enviará o Teu forte cetro de Sião,

dizendo: ‘Domina no meio dos Teus inimigos...’

O Senhor jurou e não mudará de

idéia: ‘Tu és um sacerdote para sempre, de

acordo com a ordem de Melquisedeque’”

(Sl 110:2-4).

Aquele que viria teria a plena unção de

Deus, sendo tanto Rei como Profeta-Sacerdote.

Ele teria um “forte cetro” e dominaria

como um Rei Justo. Ele seria, um “Sacerdote

para sempre de acordo com a ordem de

Melquisedeque”.

A Sua unção seria tão grande que Ele seria

conhecido como “O Ungido” (Messias em

hebraico; Cristo em grego).

2. A Promessa de Deus Cumprida

em Jesus Cristo

A promessa de Deus de restaurar a plena

unção foi cumprida em Jesus Cristo. Ele

foi “ungido com o óleo da alegria, mais do

que qualquer outra pessoa.” (Hb 1:9 – A

Bíblia Viva).

Jesus domina como “nosso Grande

Sumo Sacerdote” (Hb 3:1) e como “Rei de

reis e Senhor de senhores’’ (Ap 17:14).

Somente Ele tem “todo poder e autoridade

nos céus e na terra’’ (Mt 28:18). Ele

somente “foi feito para nós justiça,

santificação, e redenção” (1 Co 1:30).

“Pois a harmonia é tão preciosa quanto

o perfumado óleo da unção que foi derramado

sobre a cabeça de Aarão e que desceu

até a sua barba, e até a borda das suas

vestimentas” (Sl 133:2).

Uma linda ilustração e verdade estão expressas

no versículo acima. A unção que

vinha sobre o sumo sacerdote descia da sua

cabeça para o resto do seu corpo.

a. Devemos Ter a Sua Unção. Agora

sabemos que somos membros do Corpo de

Cristo (1 Co 12:27). Sabemos que Jesus é a

Cabeça e o Sumo Sacerdote (Ef l :22; Hb

3:1). Portanto, a “tripla unção” que foi derramada

sobre Ele flui e desce sobre nós –

membros do Seu Corpo. Podemos ser par-

- - - - LINHA DE TEMPO - - - -

- - - - - - - - - - NOVO TESTAMENTO - - - - - - - - -

30 D.C. 1.000 D.C. 2030 D.C.

+ Unção Tripla + + Nenhuma Unção + + Unção Restaurada +

Início da Era até a Idade Média até a Segunda Vinda

da Igreja (Eras Escuras) de Cristo

264 / SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

ticipantes desta mesma unção que estava

sobre Ele.

A unção de Jesus foi a última ilustração

da unção que Deus quer que tenhamos.

Como líderes de igreja, devemos ter a

Sua unção, uma unção para vivermos vida

de retidão e santidade, e uma unção para

curarmos os enfermos, expulsarmos os demônios

e pregarmos estas Boas Novas do

Reino até os confins da terra. Em suma,

uma unção de poder.

1 Pedro 2:9 diz que somos “um sacerdócio

real” [reis-sacerdotes]. “Fomos feitos

reis e sacerdotes ao nosso Deus” (Ap

1:6; 5:10).

3. Passos Para o Recebimento da

Tripla Unção

a. Nascer de Novo. Se você ainda não

nasceu de novo, siga os passos delineados

na primeira parte deste capítulo.

Em seguida, leia “Uma Condição Irregenerada”

no Capítulo 2. Siga estas instruções

e você receberá, a “unção do leproso”,

a primeira das três unções.

b. Ser Batizado na Água. Se você ainda

não foi batizado na água, dê este passo.

Quando você for batizado, reconheça que

Deus quer fazer uma obra sobrenatural no

seu coração. Creia que qualquer hábito pecaminoso

persistente e pecados costumeiros

e dominantes serão quebrados quando

você “for sepultado com Ele pelo batismo...”

(Rm 6:4).

“Os vossos antigos desejos malignos

foram crucificados com Ele; a parte de vós

que ama pecar foi esmagada e fatalmente

ferida, de forma que o vosso corpo que ama

o pecado não se encontra mais sob o controle

do pecado e não precisa mais ser escravizado

pelo pecado” (Rm 6:6 – A Bíblia

Viva).

Num batismo bíblico na água, você pode

receber a sua “unção sacerdotal” para caminhar

numa nova vida, livre do domínio do

pecado. Creia que isto acontecerá quando

você for imerso nas águas do batismo.

c. Ser Batizado no Espírito Santo. A

sua “unção real” para a autoridade e poder

vem de Jesus. João nos diz que “a unção

que recebestes d’Ele permanece em vós...”

(l Jó 2:27). Como já foi afirmado anteriormente,

ela flui e desce da cabeça para o corpo.

João Batista disse o seguinte com relação

a Jesus: “Eu vos batizo com água, mas...

Ele vos batizará no Espírito Santo e... fogo’’

(Mt 3:11). João subentendeu que Jesus batizaria

da mesma forma que ele, mas seria

no Espírito Santo, ao invés de na água.

1) Deseje o Batismo no Espírito.

Como João Batista batizava? Os candidatos

vinham a ele, desejando o batismo na

água. Você precisa vir a Jesus, desejando o

batismo no Espírito.

2) Permita que Jesus Faça o Batismo.

Eles permitiam que João os batizasse –

eles não tentavam batizar a si próprios. Você

precisa permitir que Jesus o batize no Espírito

Santo. No Pentecostes, “... o Espírito

encheu toda a casa em que estavam assentados”

(At 2:2). O fato de que estavam

assentados facilitou para Jesus batizá-los –

eles não se encontravam em algum tipo de

estado religioso frenético e hiper-emocional,

tentando batizar a si próprios.

3) Seja Imerso no Espírito. João os

batizava na água. Eles eram imersos nas

águas do Rio Jordão. Jesus o batizará no

Espírito Santo. Jesus é o Batizador e o Espírito

Santo é a água espiritual em que Jesus

o imerge.

Como no Pentecostes, eleve a sua voz

em oração e louvor a Jesus e receba o Espírito

Santo em Nome de Jesus. À medida

que você sentir o Espírito Santo o enchendo,

permita que Ele lhe dê aquela língua celestial

para a oração e louvor ao seu Pai

Celestial.

À medida que o Espírito lhe der palavras

ou sílabas para você dizer, expresse-as

audivelmente com fé a Deus. Você não compreenderá

as palavras, mas o seu Pai Celestial

compreenderá.

TREINANDO OS LÍDERES A... SEÇÃO A2 / 265

“E começaram a falar em outras línguas,

à medida em que o Espírito lhes dava

as palavras para falarem” (At 2:4). Faça a

mesma coisa agora mesmo!

Neste batismo começará a sua “unção

real”. Aí então, como todas as outras unções

do Espírito, ela crescerá à medida que

você continuar caminhando com o Senhor.

ALELUIA!

E. CONCLUSÃO

Nesta sessão aprendemos que Deus quer

nos treinar para esperarmos n’Ele e para

ouvirmos a Sua voz. Aprendemos como

considerar as tribulações como sendo os Seus

instrumentos de refinamento. Aprendemos

a evitar as armadilhas do orgulho, do pecado

sexual, e do amor ao dinheiro.

Passamos a compreender que os que Ele

chama precisam ser refinados e treinados

pelo Espírito Santo na escola das provações

e tribulações. Quanto maior for a sua

responsabilidade, tanto mais intensos serão

os Seus tratamentos com você.

1. Precisamos da Plena Unção

Contudo, se aprendermos todas estas

coisas, mas deixarmos de conduzir o povo

de Deus com a plena unção que vemos em

Jesus Cristo, tudo será em vão. Sem o Espírito

de Deus ungindo os nossos ministérios,

não podemos eficientemente evangelizar,

ensinar, pregar, trazer libertação ou cura, nem

fazer as “obras maiores” que nos foram prometidas

como líderes de igreja. Tudo o que

fizermos será o resultado da energia da carne,

sem nenhum fruto duradouro.

É importantíssimo que os líderes de igreja

andem em santidade e dependam do poder

do Espírito. O poder espiritual duradouro

somente pode ser encontrado numa vida

santa, e todos os que andam em santidade

podem ter o poder de Deus em sua vida.

Precisamos experimentar ambas as coisas.

Enfatizar a santidade e um estilo de

vida consagrado, porém destituídos do poder

de Deus, torna-nos estéreis e legalistas.

Por outro lado, pedir que Deus nos dê poder

e, contudo, negligenciarmos a santidade,

coloca-nos numa posição em que a unção

que tivermos nos destruirá (veja Mateus

7:21-23).

2. Precisamos Manter a Plena

Unção

João nos diz: “A unção que recebestes

d’Ele permanece em vós... Como a Sua

unção vos ensina sobre todas as coisas, e é

verdadeira... ela vos ensinou a permanecer

n‘Ele.

“E agora, filhinhos, permancei n‘Ele,

a fim de que, quando Ele aparecer, possamos

ter confiança e não nos esconder

d’Ele, por vergonha, na Sua vinda” (1 Jó

2:27,28).

A palavra “permanecer” parece ser a

chave. “Permanecei em Mim, e Eu em vós.

Assim como o galho não pode produzir frutos

por si mesmo, a menos que permaneça

na videira, assim também não podeis vós,

a menos que permanecerdes em Mim.

“Eu sou a videira, e vós os galhos; aquele

que permanece em Mim, e Eu nele, produz

muitos frutos; pois sem Mim nada

podeis fazer. Se alguém não permanecer em

Mim, será lançado fora como um galho, e

secará; ...e são queimados.

“Se permanecerdes em Mim, e as Minhas

palavras permanecerem em vós,

pedireis tudo o que quiserdes, e vos será

feito” (Jo 15:4-7).

a. Permaneça em Jesus. Como lideramos

melhor com uma plena unção? Permaneça

em Jesus! “Permanecer” significa

“manter-se; continuar; ficar; ter a sua morada;

habitar; residir.”

Paulo expressou isto da seguinte maneira:

“Como pois recebestes a Cristo Jesus, o

Senhor, assim também andai n’Ele... firmemente

arraigados e... edificados n‘Ele e estabelecidos

na vossa fé... transbordando de

gratidão” (Cl 2:6,7).

A independência e a auto-suficiência são

virtudes de pessoas com maturidade. Po266

/ SEÇÃOA2 A2.9– Receber a Tripla Unção

rém, podem ser prejudiciais em nosso relacionamento

pessoal com Jesus. Ele diz:

“Permanecei... continuai em Mim! Dependei

de Mim.”

Para que o galho permaneça na videira

é preciso que ele fique conectado, mantendo

assim a vida da videira fluindo para o seu

interior. A sua frutificação depende desta

conexão vital com a videira. Da mesma forma,

precisamos permanecer num relacionamento

íntimo e vital com Jesus. Se fizermos

isto, a Sua vida e a Sua unção sempre

fluirão a nós e através de nós.

Sejamos como Maria – que escolheu assentar-

se aos Seus pés e ouvir as Suas palavras

(Lc 10:38-42).

Aí então, ministraremos com a plena

unção do cargo real e sacerdotal de Jesus. O

louvor e a adoração tornar-se-ão a nossa

própria respiração. Seremos equipados com

o Seu poder e dons para libertarmos os outros

para esta mesma liberdade.

Quão enganoso – quão trágico – é que

uma pessoa sobre quem Deus colocou as

Suas mãos tome a unção e a use para os

seus próprios propósitos.

Não faça isto! Seja sempre alguém que

agrade a Jesus!

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 267

SEÇÃO A3

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

A3.1 - Abuso da Autoridade

A3.2 - Limites da Autoridade

A3.3 - Líderes Dignos dos Seguidores

trazido infindáveis confusões a muitas pessoas

do povo de Deus. Práticas não bíblicas

ensinadas por alguns têm causado uma tremenda

dor e tristeza a muitos cristãos sinceros.

Quando verdades bíblicas são levadas a

extremos por aplicações desequilibradas,

elas têm a capacidade de destruir vidas, tanto

individualmente como coletivamente

(como no suicídio em massa em Jonestown,

Guiana Inglesa, de mais de 900 seguidores

de Jim Jones).

Em Romanos 13:1, recebemos a seguinte

instrução: “Toda alma esteja sujeita às

autoridades superiores: porque não há autoridade

que não venha de Deus; e as autoridades

que existem foram ordenadas por

Deus.”

Usando-se este versículo das Escrituras,

o ensinamento sobre a submissão tem sido

expandido tanto por grupos protestantes

como católicos, os quais vão muito além do

conceito bíblico de submissão ensinado no

Novo Testamento. São estes conceitos que

estou intrepidamente desafiando. A verdade,

da maneira como ela está em Jesus, sempre

promove a liberdade. Ela nos liberta para

que sejamos tudo o que o Senhor quer que

sejamos.

Quando as Escrituras falam de autoridades

superiores, elas estão sugerindo que

há níveis legítimos e uma estratificação de

autoridade aos quais devemos nos subme-

Capítulo 1

Abuso da Autoridade

Introdução

Um líder carismático bem conhecido foi

citado neste artigo, expressando este perigoso

ponto de vista:

“Quando uma ‘autoridade delegada’ ou

uma ‘autoridade espiritual’ fornece aconselhamento

aos que estão sob sua liderança,

ele fala com a autoridade de Deus. Sempre

que a autoridade delegada de Deus toca nossa

vida, Ele exige que a reconheçamos e nos

submetamos a ela, exatamente como o faríamos

para com Ele em Pessoa.”

Um outro líder demonstrou uma posição

desequilibrada quando disse: “Você será

ensinado pelo Espírito o que se relaciona

com... o apostolado ou você será largado na

Babilônia. Não há nenhum meio-termo. A

única alternativa que você tem além da submissão

espiritual e da ordem divina é a

Babilônia.”

Deixe-me esclarecer as coisas. Eu me considero

carismático, pentecostal e fundamentalista

na minha orientação. Contudo, tenho

comigo sérias preocupações sobre o

impacto que os conceitos de alguns professores

carismáticos têm em seus “discípulos”.

Neste estudo, examinaremos o abuso da

autoridade na Igreja, um assunto que tem

268 / SEÇÃOA3 A3.1– Abuso da Autoridade

ter. Elas também subentendem que há ocasiões

em que a autoridade superior (divina)

e a inferior (humana) entram em conflito, e

temos, então, que escolher a obediência a

Deus, ao invés de a líderes religiosos (At

5:29).

Dos sete níveis de autoridade mencionados

nas Escrituras, três deles não pertencem

ao homem.

Três níveis de autoridade reservada somente

para Deus: Autoridade Soberana,

Autoridade Verídica, Autoridade da

Consciência.

Infelizmente, a História está repleta de

exemplos de líderes religiosos e políticos

que se apropriam de títulos pomposos e de

uma autoridade e posição que as Escrituras

reservam somente para Deus.

Por um lado, é na esperança de prevenir

de sua parte, a usurpação de uma autoridade

anti-bíblica, ou que, por outro lado, você

se submeta de uma maneira anti-bíblica, que

eu estou dedicando estes esforços.

A. TRÊS NÍVEIS DE AUTORIDADE

RESERVADA SOMENTE PARA

DEUS

1. A Autoridade Soberana ou

Imperial

A maior autoridade é a autoridade soberana

ou imperial. Este nível nunca é

questionado ou desafiado. É absoluto, infalível;

é a autoridade da maior magnitude.

Esta autoridade pertence somente ao Deus

Pai, Filho e Espírito Santo.

Algumas denominações apropriam-se

indevidamente, para um de seus cargos eclesiásticos,

desta alta honra, a qual é reservada

nas Escrituras somente para Deus. Não

há absolutamente nenhuma base bíblica

para que os líderes de igrejas (ou qualquer

ser humano) exerçam a autoridade

soberana.

A Bíblia alerta-nos, de maneira inconfundível,

que aqueles que assim atuam, estão

incorrendo no mesmo pecado que levou

à queda de Satanás do Paraíso. Lúcifer (Satanás)

tentou apropriar-se da autoridade que

pertence SOMENTE A DEUS.

“Como caíste do céu, ó Lúcifer... Pois

disseste no teu coração: Eu subirei... exaltarei

o meu trono... serei semelhante ao

Altíssimo” (Is 14:12-14). A queda de Satanás,

do Céu, aconteceu porque ele tentou

usurpar para si mesmo a autoridade soberana,

a qual é reservada somente para Deus.

Que os líderes religiosos sejam advertidos.

Você pode cair na mesma armadilha em que

o diabo caiu!

a. Jesus Cristo – Cabeça Suprema

da Igreja. Ao escrever para a Igreja em Éfeso,

o Apóstolo Paulo nos diz que somente

Jesus tem a posição de autoridade soberana

na Igreja.

“...Oro por vós constantemente, pedindo

a Deus... que vos dê sabedoria para que

vejais claramente, e realmente entendais

quem Cristo é... Oro para que comeceis a

compreender quão incrivelmente grande é

o Seu poder para ajudar aos que crêem... E

esse mesmo tremendo poder que ressuscitou

a Cristo dos mortos e O fez assentar-Se

no lugar de honra, à mão direita de Deus

no céu, muito, muito acima de qualquer

outro rei, governante, ditador ou líder... E

Deus colocou todas as coisas sob os Seus

pés e O fez (Somente a Ele) Cabeça Suprema

da Igreja...” (Ef 1:16-22 – Versão

“The Living Bible”).

O Senhor Jesus Cristo é o único que tem

a posição de soberano sobre o cristão. Ele é

o que está entronizado acima de todos os

principados e autoridades. Ele foi exaltado

“muito acima de todo domínio, e de todo o

nome que se nomeia, não só neste mundo,

mas também no vindouro... E sujeitou todas

as coisas sob Seus pés, e sobre todas

as coisas O constituiu como Cabeça da Igreja,

que é o Seu corpo, a plenitude d’Aquele

que cumpre tudo em todos” (Ef 1:21-23,

parafraseado).

Esta posição de autoridade soberana pertence

a Deus, e, no que se refere ao governo

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 269

da Igreja, ela é reservada somente para nosso

Senhor Jesus.

O Capítulo Um de Hebreus também nos

ensina que Jesus Cristo está na posição singular

de ser a única Cabeça da Igreja.

“Deus... a nós falou-nos nestes últimos

dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro

[dono legal] de tudo... Mas do Filho [Jesus]

Ele [o Pai] diz: O Deus, o Teu trono subsiste

pelos séculos dos séculos... Deus... Te

ungiu com o óleo de alegria mais do que a

Teus companheiros” (Hb 1:1-9).

Isto coloca Jesus sobre qualquer pessoa

na Igreja. Isto significa simplesmente que

ninguém, apesar de sua posição ou título

pode ter a presunção de subir a uma posição

de mesma autoridade à do nosso Senhor.

Jesus possui esta posição proeminente.

Ele foi exaltado acima dos anjos, acima

de todos os tronos para todo o sempre. Ele

recebeu o lugar de soberania nesta era, bem

como na que está por vir.

b. Cuidado com Aqueles que “Tomariam

o Lugar de Cristo.” Qualquer pessoa,

ou qualquer igreja, que tenta subir a

este nível, fazendo um cargo eclesiástico (na

terra ou no céu) igual ou maior que Jesus,

está beirando a ter parte com um espírito

anticristo.

O termo “anticristo”, da maneira usada

no Novo Testamento, não significa “contra

Cristo”. Significa “no lugar de Cristo”. Qualquer

grupo religioso que tenta colocar alguém

“no lugar de Cristo” está usurpando o

lugar de Cristo. É isto o que Jesus nos alertou

que iria acontecer. Ele nos disse: “Muitos

virão em Meu nome [cristãos professos],

dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão

a muitos” (Mt 24:5).

Em Apocalipse 19, o Espírito Santo salienta

muito claramente que Jesus Cristo

tem um lugar singular nos propósitos de

Deus. No versículo 16, Ele é descrito como

tendo escrito em Suas vestes a expressão:

“Rei dos reis e Senhor dos senhores.”

Acima de todos os reis, Ele é o Rei dos

reis. Acima de todos os senhores, Ele é o

Senhor dos senhores. A Ele somente é dado

o lugar de autoridade soberana e absoluta.

Não há nenhuma autoridade numa igreja

onde o cristão tem de prestar uma obediência

inquestionável a qualquer outro, além

do nosso Senhor Jesus Cristo.

Deveríamos observar que muitas igrejas

alegam uma autoridade soberana para seus

potentados e líderes. Fazer isto é anti-bíblico,

como mostraremos em maiores detalhes

em capítulos posteriores.

2. A Autoridade Veraz

A palavra “veraz” é a raiz da palavra

“veracidade”, que significa “verdade”, ou

aquilo que é sempre verdadeiro, sem qualquer

sombra de dúvida.

Por exemplo, quando você estava na escola,

você aprendeu a verdade simples que

2+2=4. O seu professor àquela altura estava

falando com uma autoridade veraz. Este

é um fato que não tem que ser arbitrado,

discutido ou justificado. Ele é verdadeiro. É

uma declaração irrefutável de um fato matemático.

Como no exemplo acima, qualquer coisa

que é verdadeira possui autoridade pelo fato

de ser verdadeira.

O apóstolo Paulo reconheceu isto. “Porque

nada podemos contra a verdade...” (2

Co 13:8). A verdade tem autoridade.

a. A Verdade Tem Autoridade. Rejeitar

a verdade é incorrer em julgamento.

“Para que sejam julgados todos os que não

creram a verdade...” (2 Ts 2:12).

1) Deus, o Pai, Fala a Verdade. Deus

sempre diz a verdade; portanto, as palavras

d’Ele têm autoridade veraz.

“Deus não é homem, para que minta...

porventura diria ele, e não o faria? ou falaria

e não no confirmaria’’ (Nm 23:19).

“Não quebrarei o meu concerto, não alterarei

o que saiu dos meus lábios... Uma

vez jurei que não mentirei...” (Sl 89:34,35).

2) Deus, o Filho, Fala a Verdade.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou... a verdade...”

(Jo 14:6). Porque Ele é a verdade; tudo o

270 / SEÇÃOA3 A3.1– Abuso da Autoridade

que Ele diz é verdadeiro, “...sabemos que

és homem de verdade e... com verdade ensinas

o caminho de Deus...” (Mc 2:14).

“Porque... a verdade veio por Jesus Cristo”

(Jo 1:17).

Portanto, para sermos salvos devemos

crer no que Ele diz. “Aquele que não crê no

Filho não verá a vida; mas a ira de Deus

sobre ele permanece” (Jo 3:36).

3) Deus, o Espírito Santo, Expressa

a Verdade. As Escrituras, atribuem esta

qualidade de verdade a Deus, o Espírito

Santo. Jesus o descreve três vezes como

“O Espírito de verdade...” (Jo 14:17; 15:26;

16:13). Em 1 João 5:6 nós lemos “... o Espírito

é a verdade”. Portanto, o Espírito

Santo se torna uma expressão da autoridade

veraz da Trindade.

b. A Bíblia Tem Autoridade. As Escrituras

são concedidas por Deus Pai, Filho

e Espírito Santo, como uma expressão da

Verdade e, portanto, elas ocupam o lugar da

autoridade veraz. Esta autoridade é atuante

na vida dos homens, mesmo que eles se recusem

a reconhecê-la.

Temos a Palavra de Deus expressa não

somente na Pessoa de Jesus – a Palavra Carnal

– que é em carne (veja João 1:1, 14), mas

também temos a Palavra expressa na Bíblia

(a Palavra Inscrita).

1) Inspirada Pelo Espírito Santo. A

Bíblia foi escrita como um resultado da ação

do Espírito de Deus sobre os homens. O

Espírito inspirou divinamente, seus pensamentos

e palavras. Davi descreveu este fenômeno

nessas palavras: “O espírito do Senhor

falou por mim e a sua palavra esteve

em minha boca” (2 Sm 23:2).

Deus inspirou aos homens Suas palavras.

Estes “... homens santos de Deus falaram

inspirados pelo Espírito Santo’’ (2

Pe l :21). Estes homens gravaram para nós,

as palavras de Deus.

Aquilo que Ele inspirou através de homens,

tornou-se uma expressão do nosso

Senhor em autoridade inscrita. “Toda Escritura

é divinamente inspirada’’ (2 Tm 3:16).

Conseqüentemente, ao examinarmos a

obra do Espírito Santo com relação ao trazer-

se a verdade de Deus aos homens, sabemos

que Ele inspirou, através de homens o

que chamamos de Escrituras (a Bíblia).

Deus nos deu um livro inspirado pelo

Espírito Santo e denominado Bíblia, do que

Ele diz: “...a Tua lei é a verdade... todos os

Teus mandamentos são a verdade” (Sl 119,

142,151).

Portanto, a Bíblia mantém a posição da

autoridade VERAZ para o cristão (e toda a

humanidade). Devemos julgar e determinar

o que é certo pelo que a Bíblia diz.

2) Três Diretrizes Para a Autoridade

das Escrituras. Pelo fato de estarmos

vivendo numa época em que os homens têm

atacado as Escrituras, tanto de dentro, como

de fora da Igreja, precisamos reafirmar o

que os antigos conselhos da Igreja estabeleceram.

Há centenas de anos atrás, os líderes da

Igreja reuniram-se para tratarem de certos

problemas que estavam destruindo a fé e a

prática dos crentes. A “Confissão de

Westminster”, que foi o resultado desta conferência,

fornece-nos três declarações que

deveriam ser usadas como uma diretriz para

os líderes da Igreja entenderem a AUTORIDADE

VERAZ das Escrituras. Elas são:

a) “Nada contrário às Escrituras

pode ser verdadeiro.”

b) “Nada que seja acrescentado às

Escrituras pode ser obrigatório.”

c) “Todos os crentes são responsáveis

diante de Deus para pesquisarem as

Escrituras a fim de verificarem se o que está

sendo dito pelos líderes da Igreja é verdadeiro.”

3) Crentes de Beréia Elogiados. A

Confissão de Westminster é baseada em Atos

17:10-11: “E logo os irmãos enviaram de

noite Paulo e Silas a Beréia, e eles, chegando

lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora

estes (os de Beréia) foram mais nobres do

que os que estavam em Tessalônica, porque

de bom grado receberam a palavra,

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 271

examinando cada dia nas Escrituras se estas

coisas eram assim.” Os Apóstolos Paulo

e Silas trouxeram a mensagem de Cristo

aos judeus de Beréia (que naqueles dias tinham

somente as Escrituras do Antigo Testamento).

Eles elogiaram os de Beréia por

duas coisas:

a) Eles reconheciam que a autoridade

das Escrituras era maior que a dos

líderes da Igreja (os Apóstolos).

b) Eles examinavam as Escrituras

diariamente para verificarem se o que os

líderes da Igreja (Paulo e Silas) estavam falando

tinha veracidade (se era verdadeiro ou

não).

Os judeus de Beréia não estavam desafiando

os Apóstolos numa atitude de rebeldia,

mas estavam querendo ter a certeza

de que o que era ensinado estava de acordo

com a Bíblia.

Foram elogiados pelo Espírito Santo porque

foram sábios o suficiente para reconhecerem

que Deus nos deu um Livro pelo qual

todo e qualquer homem e seus ensinamentos

devem ser julgados, não importando se ele

for um apóstolo ou um anjo do céu.

“Mas, ainda que... um anjo do céu vos

anuncie outro evangelho além do que já vos

tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1:8).

Até mesmo se um vulcão entrar em erupção

no meio de uma campanha evangelística,

com fumaça e fogo, com trombetas e

com o som de coros angélicos, se o que é

ensinado nesse contexto contradiz as Escrituras,

então será inválido.

4) Autoridade Final. Deus falou o seguinte

através de Isaías: “Verifiquem estas

palavras, comparando-as com a Palavra

de Deus! Se as mensagens deles forem diferentes

das minhas, é porque Eu não os enviei:

não há nenhuma luz ou verdade neles”

(Is 8:20, parafraseado).

Deus está nos dizendo através de Isaías,

que a Bíblia deve ser a autoridade final para

a nossa fé e prática. Nem os operadores de

milagres, líderes da Igreja, e nem os anjos,

têm a mesma autoridade que as Escrituras.

Este princípio de que a Bíblia é a autoridade

final da fé e da prática, foi estabelecido

há quase 4000 anos atrás quando Deus deu

o Pentateuco (os primeiros cinco livros da

Bíblia) a um homem chamado Josué, o sucessor

de Moisés.

Deus disse-lhe: “Não se aparte da tua

boca o livro desta lei; antes medita nele dia

e noite, para que tenhas cuidado de fazer

conforme a tudo quanto nele está escrito...”

(Js 1:8).

Deus disse a Josué: “Se você quiser ter

sucesso e prosperar, tome este Livro, leiao

e viva de acordo com o que você ler.”

Este ainda é o mandamento de Deus para

os que querem prosperar. Tome a Bíblia, viva

de acordo com ela, e julgue tudo por ela.

A Bíblia é a AUTORIDADE VERAZ. É

uma autoridade maior que qualquer posição

na Igreja. Está acima de qualquer líder da

Igreja, quer seja ele um apóstolo, papa, profeta,

cardeal, evangelista, bispo, pastor,

padre, mestre, ou diácono.

A Igreja Católica Romana reconhece a

autoridade veraz das Escrituras pois até

mesmo o papa não pode ensinar doutrinas

contrárias à Bíblia.

Davi disse: “Tu [o Senhor] engrandeceste

a Tua palavra acima de todo o Teu

nome” (Sl 138:2). Pense nisto! Deus deu a

Cristo um nome acima de todos os nomes

(Fp 2:9), mas Ele exaltou a Sua Palavra até

mesmo acima do Seu nome. Isto coloca a

Bíblia acima de todas as autoridades humanas,

quer sejam religiosas, políticas ou militares.

Todos os crentes são obrigados a examinar

as Escrituras para verificar se o que os

líderes da Igreja ensinam está de acordo com

as Escrituras. Não deveríamos nunca praticar

nem crer em nada que seja contrário às

Escrituras, a Palavra de Deus.

3. A Autoridade da Consciência

O terceiro nível de autoridade sobre o

qual a Bíblia nos ensina é o da autoridade da

CONSCIÊNCIA.

272 / SEÇÃOA3 A3.1– Abuso da Autoridade

Alguns argumentam que não seja possível

distinguir-se o certo do errado. Contudo,

qualquer pessoa com uma capacidade

mental normal pode distinguir o certo do

errado – qualquer pessoa! Como é possível?

Todos sabemos o que não queremos que

os outros façam contra nós. Não queremos

que os outros se aproveitem de nós injustamente.

Não queremos ser machucados. Não

queremos que alguém arrombe as nossas casas

e roube todos os nossos pertences. Não

queremos ser assassinados, ou que nossas

esposas ou filhas sejam violentadas sexualmente.

Tampouco queremos que nossos filhos

cometam fornicação ou adultério.

Portanto, todos nós podemos distinguir

o bem do mal, ainda que não tivéssemos uma

Bíblia para nos mostrar esta distinção. Sabemos

o que não queremos que as pessoas façam

contra nós, e, portanto, sabemos o que

não deveríamos fazer aos outros.

Este é o princípio no qual os Dez Mandamentos

da Bíblia são baseados.

A única coisa que Deus pediu que não

fizéssemos é aquilo que machuca a nós mesmos

ou aos outros. Portanto, quando vivemos

nossa vida de acordo com os Dez Mandamentos,

estamos preservando a vida – a

nossa e a dos outros.

Desta maneira, o direito de todos com

relação à vida, paz e a busca da felicidade é

preservado.

Saber o que não queremos que os outros

façam a nós e saber o que não deveríamos

fazer aos outros é o que a Bíblia chama de

CONSCIÊNCIA.

a. Os Apóstolos Ensinam Sobre a

Consciência:

1) Não Violá-la. O Apóstolo Paulo

estabeleceu a autoridade da consciência em

seus escritos. Ele nos adverte a não violarmos

a consciência de:

a) Outros, “Ora, pecando assim

contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência,

pecais contra Cristo” (l Co 8:12);

ou

b) Nossa Própria, “Não destruas por

causa da comida a obra de Deus. É verdade

que tudo é limpo, mas mal vai para o

homem que come com ofensa” (Rm 14:20).

“Mas aquele que tem dúvidas, se come está

condenado, porque não come por fé; e tudo

que não é de fé é pecado” (Rm 14:23).

2) Os Pagãos Serão Julgados por

Ela. No Novo Testamento, a consciência

tem uma tremenda autoridade.

As pessoas me perguntam muitas vezes:

“Irmão Ralph, o que vai acontecer aos

pagãos que nunca ouviram o Evangelho?”

O Apóstolo Paulo respondeu esta pergunta:

“Porque todos os que sem lei pecaram,

sem lei também perecerão... Porque,

quando os gentios (os pagãos ou incrédulos),

que não têm lei, fazem naturalmente

as coisas que são da lei, não tendo eles lei,

para si mesmos são lei; os quais mostram

a obra da lei escrita em seus corações,

testificando juntamente a sua consciência,

e os seus pensamentos, quer acusando-os,

quer defendendo-os; no dia em que Deus

há de julgar os segredos dos homens, por

Jesus Cristo, segundo o meu evangelho”

(Rm 2:12, 14-16).

Deus julga o pagão através da resposta

dele à sua consciência. A consciência é a lei

de Deus escrita no coração e na mente. Ainda

que um homem não tenha a Bíblia, ele

possue, no entanto, a sua consciência. Deus

o julga através da maneira pela qual ele obedece

à sua consciência. A consciência é para

o pagão o substituto da “lei” (os Dez Mandamentos).

Lembre-se: aos olhos de Deus, a consciência

tem uma tremenda autoridade; portanto,

devemos obedecê-la.

3) Devemos Submetermo-nos a Ela.

O Apóstolo Paulo respondeu muitas perguntas

relacionadas à consciência, como por

exemplo, o que deveríamos comer ou beber,

ou em que dia deveríamos adorar ao Senhor.

Ele escreveu: “Um faz diferença entre dia e

dia, mas outro julga iguais todos os dias.

Cada um esteja inteiramente seguro em sua

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 273

própria mente (consciência). Aquele que faz

caso do dia, para o Senhor o faz; e o que

não faz caso do dia, para o Senhor não o

faz...” (Rm 14:5,6).

Como as pessoas respondem às suas

consciências? Para alguns, guardar certos

dias é muito importante. Por exemplo: em

Israel, os muçulmanos guardam as sextasfeiras,

os judeus ortodoxos guardam os sábados,

e os cristãos os domingos.

Violar estes dias sagrados violaria suas

consciências. Não estou sugerindo que você

deveria guardar nenhum dia especial. Estou

apenas dizendo o que Paulo disse: “Tudo o

que a sua consciência ordenar que você faça

é o que você tem que fazer.”

Paulo disse ainda: “Assim que não nos

julguemos mais uns aos outros; antes seja

o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo

ao irmão” (Rm 14:13).

Além de sermos sensíveis às consciências

dos outros, Paulo nos lembra que devemos

ser sensíveis às nossas próprias

consciências: “Não destruas por causa da

comida a obra de Deus. É verdade que

tudo é limpo, mas mal vai para o homem

que come com ofensa [com uma consciência

culpada]” (Rm 14:20).

Se você tem uma convicção de que você

deveria abster-se de comer certos tipos de

comida e você se sobrepõe à sua consciência,

Paulo diz que para você isto é errado (é

um mal). Se for contrário à sua consciência

comer pouco e você o comer, será errado e

você terá rejeitado a autoridade da sua consciência.

O Apóstolo Paulo esclarece que todos

nós prestaremos contas a Deus. A maneira

pela qual respondemos à nossa própria

consciência determinará as nossas recompensas

e/ou julgamentos. Se violamos as

nossas consciências, isto se torna um pecado

para nós.

Paulo nos ensina a submetermo-nos à

autoridade de nossas próprias consciências,

ainda que as nossas consciências não

nos deixem fazer o que os outros conseguem

fazer sem que as suas consciências

os incomodem.

4) Todos Somos Responsáveis. Ele

também nos ensina a não impormos os nossos

escrúpulos sobre os outros, ou concluirmos

que sejam menos espirituais do que

nós porque desfrutam de certas liberdades

que talvez sejam contrárias às nossas convicções

pessoais.

Há casos em que a autoridade da consciência

não é reputada pelos líderes da Igreja.

Alguns ensinam, por exemplo, que as esposas

devem submeter-se a seus maridos até

mesmo quando lhes pedem que façam algo

contrário às suas consciências. Isto é errado!

Deus considera a todos nós responsáveis,

quer sejamos homens ou mulheres.

Safira foi considerada responsável por

sua cumplicidade em mentir para o Espírito

Santo. “Então Pedro lhe disse: Por que é

que entre vós vos concertastes para tentar

o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés

dos que sepultaram o teu marido, e também

te levarão ali” (At 5:9). Safira morreu

por ter pactuado com seu marido, da maligna

conspiração para mentir ao Espírito Santo.

4. Sumário

A Autoridade Soberana de Deus, a Autoridade

Veraz das Escrituras e a Autoridade

da nossa Consciência são mais importantes

do que qualquer homem, a despeito

de sua posição ou título.

Nenhuma pessoa sobre a face da terra

tem um direito outorgado por Deus de ordenar

que você desobedeça à sua consciência,

à sua Bíblia, ou ao seu Deus. Tudo isto

está acima de qualquer posição humana ou

autoridade – quer seja da Igreja, do estado,

ou de qualquer outra coisa.

A consciência está sujeita às Escrituras,

e as Escrituras procedem de Deus. Portanto,

devemos ser submissos a estas autoridades

maiores, até mesmo se entrarem em

conflito com a autoridade que Deus outorga

aos homens.

274 / SEÇÃOA3 A3.2– Limites da Autoridade

Capítulo 2

Limites da Autoridade

Introdução

“Porque um Menino nos nasceu, um Filho

se nos deu; e o governo está sobre os Seus

ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso,

Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade,

Príncipe da paz. Do incremento deste governo

e da paz não haverá fim...” (Is 9:6,7).

Aproximadamente há 2800 anos atrás,

Isaías profetizou sobre a vinda de um governante,

o qual seria chamado de “Príncipe

da Paz”. O cumprimento desta profecia

encontra-se em Jesus.

Ao comentar sobre o Seu domínio real, o

Apóstolo Paulo nos assegurou que a retidão,

a paz, e a alegria no Espírito Santo seriam

as marcas dos que aceitassem o Seu

governo sobre sua vida (Rm 14:17).

Como podemos reconhecer este governo

que Cristo deseja colocar sobre nós e

que Ele deseja que seja expresso através da

igreja, de sua liderança e de seus membros?

Que tipo de governo é este?

Com toda certeza, não é um governo

humanístico onde todo e qualquer homem é

livre para fazer “o que lhe agrada ou o que

lhe parece correto”, a despeito do impacto

que isto causa nos outros. É isto o que a

filosofia “playboy” machista e hedonística

advoga em geral.

Não é a liberdade de se viver em relacionamentos

homossexuais e lésbicos pecaminosos

e contrários à natureza, como advogam

alguns membros do movimento de “liberação

feminina”.

Tampouco é uma permissividade eclesiástica

a qual, em nome da Igreja e de Deus,

impõe uma autoridade infalível autocrática

sobre a humanidade.

O governo de nosso Senhor Jesus Cristo

é um governo de amor, um governo que abençoa,

que une e que motiva os homens a um

caminhar mais próximo de Deus e de uns

com os outros.

O propósito deste estudo é familiarizarnos

com este governo de retidão, paz e alegria

no Espírito Santo, o qual o nosso Senhor

deseja colocar sobre nós em Sua Igreja.

A. QUATRO NÍVEIS DA

AUTORIDADE OUTORGADA À

HUMANIDADE

Os quatro níveis de autoridade reservados

para o homem, os quais, quando apropriadamente

utilizados, produzem a retidão,

a paz e a alegria no Espírito Santo, são

os seguintes:

1. Autoridade Delegada

O Apóstolo Paulo nos dá esta instrução

com relação à nossa submissão aos cinco

dons ministeriais, a saber: apóstolo, profeta,

evangelista, pastor e mestre (Ef 4:11).

“Obedecei aos que têm o governo sobre

vós e submetei-vos a eles, porque velam

por vossas almas...” (Hb 13:17).

A palavra “governo” não significa que

os líderes espirituais devam reinar como ditadores

implacáveis, ou seja, forçando a sua

própria vontade aos outros, mas, ao contrário,

significa terem “uma liderança semelhante

a um pastor de ovelhas”. No sentido

bíblico, um pastor é alguém que entrega a

sua vida pelas ovelhas, alguém que é totalmente

dedicado a servir, proteger e alimentar.

Um pastor não é alguém que “governa”,

e sim alguém que “cuida, se importa e ama”.

“O bom Pastor dá a Sua vida pelas ovelhas”

(Jo 10:11).

Hebreus 13:17 poderia, portanto, ser traduzido

corretamente da seguinte maneira:

“Siga os que exercem a liderança pastoral,

e submeta-se ao seu cuidado, alimentação

espiritual, e repreensões em amor; pois hão

de prestar contas de sua alma ao Supremo

Pastor, Jesus!”

a. Os Limites da Autoridade Delegada.

A chave para compreendermos os limites

da autoridade delegada é esta:

1) A autoridade delegada nunca vai

além da nossa responsabilidade, e

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 275

2) Uma autoridade delegada nunca

procede de nada além da responsabilidade.

Por exemplo: devido ao fato de que você

tem responsabilidade para com a sua esposa

e filhos, você tem também autoridade no

seu lar. Por que você não tem autoridade na

casa da família do vizinho? Porque você não

tem responsabilidade para com aquela esposa

e os filhos dela.

A autoridade nunca vai além da responsabilidade

– só alcança até onde ela vai e

nada mais.

b. Os Líderes de Igreja Têm Responsabilidade

Delegada. Uma das razões pelas

quais Deus estabelece congregações de

igrejas locais é a seguinte: elas fornecem um

contexto para o desenvolvimento de relacionamentos

cotidianos, ativos e práticos, onde

as pessoas podem tornar-se responsáveis

pelas necessidades mútuas.

Quando um pastor toma a responsabilidade

pelo rebanho, ele recebe a autoridade

de alimentar, visitar, defender, proteger,

cuidar e disciplinar as ovelhas de Deus com

amor.

Os líderes espirituais funcionam como

representantes de Deus. Como “embaixadores

de Cristo... rogamo-vos... da parte

de Cristo...” (2 Co 5:20). “Em vez de Cristo

estar aqui”, diz Paulo “eu estou aqui representando-

O, pois sou Seu agente.”

Eles devem agir na responsabilidade delegada,

numa dada situação, da mesma maneira

que Cristo agiria se estivesse fisicamente

presente. Eles são agentes que representam

o cuidado de Cristo para com a Sua

Igreja e para com o seu desenvolvimento

espiritual e moral.

Talvez isto possa ser explicado melhor

por um exemplo da “lei da representação”.

Há alguns anos atrás, um pastor envolveu-

se num sério acidente de automóvel, no

qual várias pessoas ficaram criticamente

feridas. Não somente o pastor foi processado,

mas também a denominação a que ele

pertencia. O Tribunal determinou que a denominação

deveria ser responsabilizada

porque, em sua opinião, o pastor estava

funcionando como um “representante” daquela

organização. Não somente ele era responsável,

mas também a organização.

Deus opera desta maneira. Ele designa

os que atuam em Seu lugar, como agentes

Seus no contexto da autoridade pastoral, a

qual provém da responsabilidade assumida.

Isto é chamado de responsabilidade delegada

– a autoridade de representar os outros

e fazer o que fariam caso estivessem

presentes. Esta autoridade só vai até onde

vai a responsabilidade – nada além.

2. Autoridade Estipulada

Esta é a autoridade de contratos ou acordos

legais, onde duas partes (ou grupos)

concordam em executar ações específicas,

com base em benefícios mútuos, caso estas

ações sejam cumpridas, ou em penalidades,

caso sejam violadas. Explicaremos isto melhor

posteriormente.

3. Autoridade dos Costumes ou da

Tradição

Onde há uma prática estabelecida e que é

aceita por todos porque provou-se através

dos anos que é para o bem comum, desenvolve-

se aí a autoridade dos costumes e da

tradição. No Novo Testamento, Paulo apela

para a autoridade dos costumes ao escrever:

“Mas, se alguém quiser ser contencioso, não

temos tal costume...” (1 Co 11:16).

Um conflito interessante entre a autoridade

estipulada e a autoridade dos costumes

acontece no relacionamento entre Jacó

e o seu tio Labão (Gn 29:9-30).

Foi feito um acordo entre eles especificando

que, se Jacó trabalhasse sete anos,

Raquel, a filha mais jovem de Labão, se tornaria

a esposa de Jacó. Contudo, quando

chegou o tempo de se cumprir o contrato,

Labão colocou a autoridade dos seus costumes

acima do seu acordo com Jacó, dandolhe

a sua filha primogênita, Léia, em lugar

de Raquel.

276 / SEÇÃOA3 A3.2– Limites da Autoridade

Quando Jacó acordou da sua noite de

núpcias e encontrou a Léia ao seu lado, podemos

imaginar muito bem a sua ira, ao exigir

que Labão lhe explicasse o motivo de têlo

enganado e quebrado o acordo deles.

Labão replicou, explicando que o costume

de se casar a filha mais velha antes da

mais jovem não podia ser violado. Se Jacó

ainda quisesse a Raquel, ele teria que trabalhar

mais sete anos. Relutantemente, Jacó

submeteu-se à autoridade dos costumes e

da tradição, a qual, neste caso, suplantou a

“autoridade estipulada” do acordo original

deles.

4. Autoridade Funcional

a. Provém da Habilidade. Por autoridade

funcional, queremos dizer a autoridade

que provém da nossa competência ou

capacidade. Todos nós temos aptidões resultantes

de:

1) Nascimento: Aptidão natural;

2) Treinamento: Através do qual desenvolvemos

a nossa educação;

3) Graça: Aquilo que vem pela capacitação

divina de Deus; e

4) Experiência: Aquilo que vem do

que conhecemos como “escola das cabeçadas”.

Como funciona esta autoridade? Suponhamos

que você se depare com um acidente

de automóvel, no qual um homem

jaz mortalmente ferido, próximo ao seu

carro acidentado, ao lado da estrada. No

local estão um médico, um policial e um

mecânico.

Quem tem a autoridade de ditar qual o

tratamento que deve ser dado ao homem

que está a ponto de morrer? É claro que

seria o médico! Através de seu treinamento

e perícia, ele tem a competência e, conseqüentemente,

a autoridade de saber o que é

melhor naquela situação. O mecânico, com

todas as suas ferramentas, não poderia oferecer

ajuda alguma, como tampouco poderia

o policial com as suas insígnias.

Quando fosse hora de se desviar o trânsito

ao redor do acidente, quem teria a autoridade?

O policial! Por quê? Ele é treinado e

incumbido de fazer isto.

Contudo, quando chegasse a hora de se

reparar o carro, a quem chamaríamos? O

mecânico! Por quê? Por causa da sua capacidade,

da sua autoridade para tal função.

Suas respectivas capacidades os qualificam

a terem autoridade para executarem funções

para as quais foram treinados.

Na maioria das nações do mundo, aquele

policial seria processado por uso incorreto

da autoridade, caso tentasse controlar o

médico e ditar o tratamento para o homem

que estava para morrer. Suas insígnias de

autoridade lhe conferem apenas uma autoridade

limitada.

b. Reconhecimento nas Escrituras.

Jesus reconheceu a autoridade funcional ao

dizer: “Não necessitam de médicos os sãos,

mas sim os doentes” (Mt 9:12).

No lar, Paulo nos diz que os maridos e

esposas devem submeter-se um ao outro

no temor de Deus (Ef 5:21). Na área de suas

capacidades, as esposas devem se submeter

aos maridos, e estes devem se submeter

a suas esposas. Ambos devem reconhecer a

autoridade funcional do outro. A submissão

baseada no amor produz um respeito mútuo

pelas capacidades com que cada cônjuge

pode contribuir para o casamento e para

o lar.

Todos estes sete níveis de autoridade,

adequadamente administrados, dentro dos

limites bíblicos, fazem parte do “incremento

do Seu governo e da paz...” (Is 9:7).

B. OS PROBLEMAS COM A

AUTORIDADE HUMANA

Onde começam os problemas? No mundo

em que vivemos, até mesmo na Igreja e

no lar, temos problemas com a autoridade.

O que acontece que vem a causar as condições

caóticas? Por que, em geral, temos somente

uma trégua constrangida entre os

membros da família, ao invés de uma paz

duradoura em alguns lares e igrejas? Talvez

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 277

seja por causa da nossa falha em compreendermos

a autoridade e a sua função.

1. Problema 1: Exercendo a

Autoridade que Pertence

Somente a Deus.

Os problemas certamente se seguirão se

tomarmos a autoridade estipulada, dos costumes,

ou funcional, e as elevarmos ao nível

das autoridades soberana e veraz, ou da autoridade

da consciência.

Se os homens elevarem sua autoridade

limitada ao nível da autoridade total e inquestionável,

fazendo-se assim iguais ou

maiores que Deus e a Sua Palavra, é certo

que os problemas se seguirão.

É muito fácil para os líderes de Igreja

fazerem o papel de Deus, executando o que

lhes parece certo aos seus próprios olhos e

reivindicando a autoridade para isto. Esta

atitude é perigosa em qualquer ocasião; é

porém duplamente perigosa quando infecta

o povo de Deus e a liderança da Igreja.

Está bem claro nas Escrituras que Deus

não permite que a Sua autoridade soberana

seja usurpada.

Jesus disse: “Se permanecerdes na Minha

Palavra, verdadeiramente sereis Meus

discípulos” (Jo 8:31). Devemos nos submeter

a Deus e à Sua Palavra. Não podemos

nunca atribuir a um líder religioso, político,

ou militar uma autoridade soberana ou veraz.

Jesus declara claramente que somos Seus

discípulos (somente) se continuamos na Sua

Palavra. A Bíblia é a autoridade suprema da

fé e da prática. Jesus esclareceu este fato ao

dizer: “A Escritura não pode ser quebrada

[desobedecida]” (Jo 10:35).

2. Problema 2: A Autoridade

Religiosa e as Escrituras em

Conflito

Este ponto foi dramaticamente ilustrado

no confronto entre Ananias, o sumo sacerdote,

e o Apóstolo Paulo.

Aqui está a história: “E, pondo Paulo os

olhos no conselho, disse: Varões irmãos,

até ao dia de hoje tenho andado diante de

Deus com toda a boa consciência. Mas o

sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que

estavam junto dele que o ferissem na boca.

Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede

branqueada [ou sepultura caiada]: tu

estás aqui assentado para julgar-me conforme

a lei, e contra a lei me mandas ferir?”

(At 23:l-3).

– Primeiro Ponto –

Paulo apelou para a autoridade das Escrituras

nesta situação, alertando Ananias

que as Escrituras tinham mais autoridade

do que ele tinha como juiz.

“E os que ali estavam disseram: Injurias

o sumo sacerdote de Deus? E Paulo

[desculpou-se e] disse: Não sabia, irmãos,

que era o sumo sacerdote; porque está

escrito: Não dirás mal do príncipe do teu

povo” (At 23:4,5).

– Segundo Ponto –

Através de sua desculpa ao sumo sacerdote

(baseada na admoestação bíblica), Paulo

realmente esclareceu que ele também

(como apóstolo) era submisso às Escrituras.

Examinemos cuidadosamente este acontecimento.

Paulo estava testemunhando. O

sumo sacerdote Ananias ficou furioso e ordenou

que Paulo fosse ferido na boca – um

gesto de censura. Paulo, não sabendo que

Ananias era o sumo sacerdote, reagiu, chamando-

o de “sepultura caiada”, e apelou

para as Escrituras para a retificação da situação.

A agressão a Paulo era contrária ao

que a Bíblia dizia com relação à conduta dos

juízes. Quanto a isto, Paulo estava certo,

pois as Escrituras têm mais autoridade do

que qualquer líder religioso, político, ou

militar.

Contudo, quando disseram a Paulo que

ele estava falando com o sumo sacerdote, ele

se desculpou imediatamente. Por quê? Porque

as Escrituras “... está escrito...” diziam278

/ SEÇÃOA3 A3.2– Limites da Autoridade

lhe a não “dizer mal do príncipe do povo.”

O apóstolo era submisso às Escrituras.

Ainda que o sumo sacerdote estivesse

num nível elevado de autoridade na sala do

tribunal, nem a autoridade do apóstolo, nem

a do sumo sacerdote era igual à autoridade

da Palavra de Deus. Por suas ações nesta

história, Paulo ilustra claramente que a autoridade

das Escrituras era uma autoridade

maior que a do sumo sacerdote ou que a do

próprio apóstolo.

Deus não concede a nenhum homem uma

autoridade maior que a das Escrituras ou

igual a Si Mesmo. Tampouco outorga Deus,

a ninguém, o direito de limitar a consciência

dos outros ou de exigir de ninguém uma

obediência cega.

Toda e qualquer autoridade precisa ser

examinada à luz dos princípios de Deus, da

maneira como estão esboçados na Sua Palavra.

3. Problema 3: Elevação dos

Costumes e das Tradições

Acima da Autoridade da Bíblia

É um erro grave praticarmos tradições

ou costumes religiosos que sejam contrários

à Palavra de Deus.

No Evangelho de Mateus, lemos o seguinte:

“Então chegaram ao pé de Jesus

uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo:

Por que transgridem os Teus discípulos

a tradição dos anciãos? Pois não lavam

as mãos quando comem pão. Ele. porém,

respondendo, disse-lhes: Por que

transgredis vós também o mandamento de

Deus pela vossa tradição?” (Mt 15:1-3).

Jesus salientou aos líderes religiosos da

Sua época que eles haviam tomado suas tradições

e as haviam elevado a um nível mais

alto que o das Escrituras. Como resultado,

Jesus os condenou como hipócritas.

As Escrituras ordenavam: “Honra [sustenta

financeiramente] a teu pai e a tua

mãe...” (Êx 20:12). A tradição dos judeus

dizia: “Se você der ao Templo o dinheiro

que pertence aos seus pais, você estará dispensado

do mandamento das Escrituras com

relação ao cuidado devido aos pais.”

Através de suas tradições, eles estavam

defraudando seus pais de suas aposentadorias

ao consagrarem dinheiro ao Templo.

Ele disse: “... bem profetizou Isaías a

vosso respeito, dizendo: Este povo honra-

Me com os seus lábios, mas o seu coração

está longe de Mim. Mas em vão Me adoram,

ensinando doutrinas que são preceitos

[costumes ou tradições] dos homens”

(Mt 15:1-9).

Ainda hoje fazemos isto quando elevamos

as práticas e tradições das nossas igrejas

acima da Palavra de Deus. É fácil esquecermo-

nos que os costumes e as tradições

têm valor somente se estiverem num relacionamento

subordinado às Escrituras. Os

costumes e as tradições (não importa quantos

séculos de idade tenham), se forem antibíblicos,

contrários às Escrituras, precisam

ser eliminados.

a. Nada Deve Ser Acrescentado à

Obra de Cristo na Cruz. Eu filmei as celebrações

da Sexta-feira Santa num certo país

há muitos anos atrás, onde flagelados cortavam

as suas costas com vidros afiados até

sangrarem, colocavam coroas de espinhos

em suas cabeças, e marchavam vários quilômetros

debaixo do causticante sol tropical,

chicoteando-se.

As cerimônias terminavam num grande

campo aberto, onde vários deles, com pregos

cravados nas palmas de suas mãos, eram

levantados em cruzes.

Um deles aparentemente entrou numa

convulsão do tipo demoníaco ao ser descido

da cruz e levado a uma casa perto dali.

Talvez tenha sido um choque extremo – não

dava para saber com certeza. Ele gritava e

golpeava-se incontrolavelmente.

Tudo isto estava sendo feito com as bênçãos

da liderança daquela igreja – numa clara

violação das Escrituras.

Aos do Novo Testamento que confiavam

no ritual de cortarem a si mesmos, Paulo escreveu

esta admoestação: “Se vos deixardes

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 279

circuncidar [cortar a sua carne], Cristo de

nada vos aproveitará. Separados estais de

Cristo... da graça tendes caído” (Gl 5:2,4).

Saímos da Graça, tentando obter méritos

ou bênçãos através de nossas próprias obras

de retidão. Isto desonra a Cristo e ao Seu

sacrifício na Cruz. Fazer isto implica que a

obra de Cristo na Cruz não foi suficiente e

temos que adicionar as nossas boas obras à

Sua obra para sermos salvos ou abençoados.

Isto não honra a Cruz. Somente desonra-a.

Ainda que estas coisas tenham uma aparência

externa religiosa (e até mesmo espiritual),

elas interferem claramente com a obra

do Espírito Santo de nos aperfeiçoar.

Não duvido da sinceridade dos que guardam

santinhos e amuletos, queimam velas,

rezam aos santos, e mantêm muitas outras

tradições para as quais não há nenhuma bênção

ou autoridade bíblica. São muito sinceros,

assim como o são os que se torturam

nas celebrações da Páscoa. Porém a estes, o

Apóstolo Paulo faz esta séria advertência:

“Quisera apenas que estes mestres que

querem que vos corteis fossem eles cortados

de vós e vos deixassem em paz” (Gl

5:12 – Versão “The Living Bible”).

Paulo ficou muito perturbado porque as

tradições dos judeus estavam sendo impostas

aos crentes gentios da Galácia. A sua

epístola aos crentes gálatas deveria ser decorada

por todos os sinceros servos de Deus,

e as suas sérias advertências deveriam ser

obedecidas.

Rogo aos homens e mulheres de Deus

em toda parte que renunciem às práticas

que sejam anti-bíblicas.

Submetam-se à autoridade de Deus e da

Sua Palavra (a Bíblia). Não permita que líderes

religiosos ou outras autoridades os

mantenham presos a tradições e práticas

anti-bíblicas.

O Espírito Santo já fez a Sua obra com

alguns de vocês e vocês já se decidiram pelo

Senhor. Mas agora, sob a pressão dos líderes

religiosos, vocês estão dando as costas ao que

o Espírito Santo lhes falou. Não façam isto!

Sejam fiéis a Deus e à Sua Palavra e vocês

serão abençoados e aprovados por Deus.

“Aconselho-vos que obedeçais somente

as instruções do Espírito Santo. Ele vos dirá

onde ir e o que fazer, e assim nunca estareis

fazendo as coisas erradas...” (Gl 5:16 –

Versão “The Living Bible”).

Capítulo 3

Líderes Dignos dos

Seguidores

Introducão

As nações (ou igrejas) invariavelmente

acabam com o tipo de liderança que merecem.

O Antigo Testamento confirma isto. As

pessoas que não aceitavam e não seguiam a

liderança ordenada por Deus acabavam com

líderes libertinos e tolos.

Isaías disse: “E o que suceder ao povo,

sucederá ao sacerdote...” (Is 24:2).

“Os profetas profetizam falsamente, e

os sacerdotes governam, fazendo o que profetizam

e o Meu povo gosta muito que seja

assim...” (Jr 5:31).

Observe que o problema é duplo. É um

problema da LIDERANÇA (profetas e sacerdotes)

e do POVO. Deus não responsabiliza

somente a liderança. Ele também responsabiliza

os que “gostam muito que seja

assim’’. Deus responsabiliza o Seu povo

por seguir a falsos líderes.

Deus condena não somente os que vendem

no Templo, mas também os que compram.

Se eu aceitar a oferta de algum ministro

religioso de orar para mim somente se

lhe enviar uma “oferta” de dinheiro estarei

sendo tão réprobo quanto ele, por pensar

que eu poderia comprar os dons de Deus

com dinheiro (At 8:18-23).

A. TEMOS OBRIGAÇÃO DE

DISCERNIR UMA LIDERANÇA

ADEQUADA

Já que Deus responsabiliza a todos nós,

precisamos estar cientes da nossa obriga280

/ SEÇÃOA3 A3.3– Líderes Dignos dos Seguidores

ção de discernir uma liderança adequada e

digna de ser seguida.

1. Uma Igreja ou Nação Levanta-se

ou Cai com a Sua Liderança

O profeta Jeremias salientou: “Muitos

pastores (líderes) destruíram a Minha vinha,

pisaram o Meu campo: tornaram em

desolado deserto o Meu campo desejado.

Em assolação o tornaram, e a Mim clama

na sua desolação: toda a terra está assolada,

porquanto não há ninguém que tome

isso a peito” (Jr 12:10,11).

Deus estava falando através do profeta

sobre a liderança da nação de Israel, a qual

havia dominado e oprimido o povo e trazido

destruição a todos.

A liderança que você seguir governará o

que você é e quem você é. Você se levantará

ou cairá, dependendo da liderança que você

seguir.

2. Crescimento Espiritual Limitado

Pela Liderança

Pastor, a maioria das pessoas não se desenvolve

além do nível da sua maturidade

espiritual. O papel de liderança lhe é dado

por Deus para que você dê o exemplo a ser

seguido pelo povo.

Ao falar sobre as responsabilidades da

liderança com Timóteo, Paulo escreveu: “O

lavrador que trabalha deve ser o primeiro

a gozar dos frutos” (2 Tm 2:6). Para os

líderes, isto significa que, antes de poderem

esperar que o povo ore, eles têm que ser

intercessores. Se eles querem que o povo

seja consagrado, eles têm que ser consagrados

primeiro. Eles precisam comer primeiro

o fruto do qual eles querem que o povo

participe.

a. Israel Condenado à Peregrinação.

Vocês se lembram de Israel no deserto? Foi

a liderança que manteve o povo fora da Terra

Prometida. Quando Deus os chamou para

que saíssem do Egito, Ele tinha a intenção

que entrassem em Canaã quarenta dias mais

tarde. Uma pessoa que andasse rapidamente

poderia viajar facilmente do Egito à Terra

Prometida numa semana, mas eles levaram

quarenta anos. Por quê? Por causa da liderança.

Recapitulemos a história: um líder foi

escolhido de cada uma das doze tribos para

ir espionar a Terra Prometida e trazer de

volta um relatório.

Dos doze líderes, apenas Josué e Calebe

voltaram com um bom relatório. Os outros

dez recusaram-se a crer que Deus faria o

que havia prometido. Porque os gigantes da

terra pareciam ser esmagadores, eles fizeram

um relatório maligno – um relatório que

anulava a promessa de Deus.

Qual foi o resultado da recusa deles sobre

os 2,5 milhões de seguidores?

A Bíblia nos responde esta pergunta:

“Porque todos os homens que viram a Minha

glória e os Meus sinais, que fiz no

Egito e no deserto, e Me tentaram [ou seja.

Me testaram] estas dez vezes, e não obedeceram

à Minha voz, não verão a terra

de que a seus pais jurei, e até nenhum daqueles

que Me provocaram a verá” (Nm

14:22,23).

Os líderes selaram o destino de 2,5 milhões

de pessoas. Foram abandonados a

quarenta anos de perambulação pelo deserto.

Fora destruído o plano de Deus de levar

avante o Seu povo para novas e maiores

bênçãos.

Você vê como é importante a liderança?

Você percebe agora como é essencial conhecermos

os sinais e atributos de um líder digno

de ser seguido?

B. COMO DISTINGUIR LÍDERES

CONSAGRADOS DE LÍDERES

CORROMPIDOS

Um líder consagrado a Deus é alguém

que busca a responsabilidade.

Um líder corrompido é alguém que busca

a autoridade.

Os líderes que buscam a responsabilidade

podem ser seguidos, enquanto que os que

buscam a autoridade devem ser evitados.

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 281

a. Líderes consagrados Buscam Responsabilidade.

O Apóstolo Paulo escreveu:

“E espero no Senhor Jesus que em

breve vos mandarei Timóteo, para que também

eu esteja de bom ânimo, sabendo dos

vossos negócios. Porque a nenhum outro

líder tenho de igual sentimento, que sinceramente

cuide do vosso estado. Porque todos

buscam o que é de seu interesse, e não

o que é de Cristo Jesus. Mas bem sabeis

que Timóteo serviu comigo no Evangelho,

como filho ao pai. De sorte que espero enviar-

vo-lo logo que tenha provido a meus

negócios” (Fp 2:19-22).

Timóteo tinha senso de responsabilidade

e cuidava do povo. Não buscava seus próprios

interesses, e sim os interesses do povo

de Deus. Não buscava títulos pomposos ou

o prestígio, mas sim uma oportunidade de

prestar serviços e de tomar responsabilidade

pela obra de Deus e por Seu povo.

b. Líderes Corrompidos Buscam Autoridade.

O Apóstolo Pedro adverte os líderes

que poderiam ser tentados a buscarem

a autoridade: “Apascentai o rebanho

de Deus que está entre vós, tomando a responsabilidade

dele, não por força, mas voluntariamente,

não pelo dinheiro que recebereis,

mas porque quereis fazê-lo. Não

penseis que sois senhores da herança de

Deus, mas sede exemplos ao rebanho” (1

Pe 5:2,3).

A mensagem de Pedro é clara. Liderança

não significa domínio. Os líderes espirituais

devem tomar voluntariamente a responsabilidade

pelo rebanho de Deus, como

um pastor o faria por suas ovelhas. Eles

não são nomeados por Deus para exercerem

poderes autocráticos sobre a Igreja.

c. Dois Exemplos:

1) Diótrefes – Líder Ruim. O Apóstolo

João disse: “Tenho escrito à igreja;

mas Diótrefes, que gosta muito de ter a preeminência,

não quer nos receber” (3 Jo 9).

Aqui estava um líder que buscava a autoridade

por causa do prestígio que isto trazia.

Portanto, João adverte: “Pelo que, se eu

for, trarei à memória as obras que ele faz,

proferindo contra nós palavras maliciosas;

e, não contente com isto, não recebe os irmãos,

e impede os que querem recebê-los...”

(3 Jo 10).

Você já foi proibido de ter comunhão com

alguns membros do povo de Deus numa

outra comunidade, sendo-lhe dito que você

seria desleal caso o fizesse?

Lembre-se: a nossa lealdade suprema

pertence a Deus e à Sua Palavra (a Bíblia).

Depois disto, devemos a nossa lealdade a

todos os crentes nascidos de novo, quer se

encontrem em igrejas católicas, protestantes

ou pentecostais. Devemos também lealdade

aos nossos líderes de igrejas, se não

estiverem pedindo que desobedeçamos a

Deus, à Sua Palavra, ou o nosso compromisso

de sermos um apoio para todo o Corpo

de Cristo.

Se um líder lhe disser que você não pode

ter comunhão com ninguém fora da sua igreja,

você provavelmente terá encontrado o

“espírito Diótrefes”. Este é o espírito que

não quer receber outros irmãos. Freqüentemente,

se violarmos esta restrição, este tipo

de líder desejará excomungar-nos da igreja.

O que João diz para os cristãos fazerem?

Simplesmente seguirem a Diótrefes cegamente?

Não! Ele escreve: “Amado, não

sigas o mal, mas o bem...” (3 Jo 11).

2) Demétrio – Bom Líder. Deus sempre

nos dá uma escolha de liderança no Corpo

de Cristo. João recomenda Demétrio

como um líder digno de ser seguido: “Todos

dão bom testemunho de Demétrio, até a

mesma verdade...” (3 Jo 12).

Temos uma opção de seguirmos uma boa

liderança e de rejeitarmos os maus líderes.

Não siga a liderança que está buscando autoridade

e procurando dominar os que estão

ao redor.

2. Eles Alimentam ou Tosquiam o

Rebanho?

Um bom líder preocupa-se em ALIMENTAR

o rebanho.

282 / SEÇÃOA3 A3.3– Líderes Dignos dos Seguidores

Um líder ruim preocupa-se em “TOSQUIAR”

o rebanho.

a. Líderes Consagrados Alimentam

o Rebanho. Jeremias foi um profeta para

pastores. Jeremias sabia que Deus havia

prometido o seguinte: “E vos darei pastores

segundo o Meu coração, que vos apascentarão

com conhecimento e entendimento”

(Jr 3:15). Se você for verdadeiramente

um pastor segundo o coração de Deus, você

se preocupará, antes de mais nada, em alimentar

o rebanho.

Deus continua ainda a Sua promessa: “E

Eu Mesmo recolherei o resto das Minhas

ovelhas, de todas as terras para onde as

tiver afugentado e as farei voltar aos seus

apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.

E levantarei sobre elas pastores que as

apascentem, e nunca mais temerão, nem se

assombrarão, e nem uma delas faltará, diz

o Senhor” (Jr 23:3,4).

Os líderes que alimentam seus rebanhos

são os que queremos seguir.

b. Líderes Corrompidos Tosquiam o

Rebanho. Jeremias viu que os problemas

surgiam como resultado de lideranças desviadas.

Ele censurou os líderes ruins.

Por outro lado, devemos evitar os que

tosquiam o rebanho.

“Assim se espalharam, por não haver

pastor, e ficaram para comida de todas as

feras do campo, porquanto se espalharam.

As Minhas ovelhas andam desgarradas por

todos os montes, e por todo o alto outeiro;

sim, as Minhas ovelhas andam espalhadas

por toda a face da terra, sem haver quem

as procure, nem quem as busque. Portanto,

ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:

Vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que visto como

as Minhas ovelhas foram entregues à rapina,

e as Minhas ovelhas vieram a servir de

comida a todas as feras do campo, por falta

de pastor, e os Meus pastores não procuram

as Minhas ovelhas, pois se apascentam

a si mesmos, e não apascentam as Minhas

ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a

palavra do Senhor: Assim diz o Senhor

Jeová: Eis que Eu estou contra os pastores,

e demandarei as Minhas ovelhas da sua

mão, e eles deixarão de apascentar as ovelhas,

e não se apascentarão mais a si mesmos;

e livrarei as Minhas ovelhas da sua

boca, e lhes não servirão mais de comida”

(Ez 34:1-10).

Há alguns anos atrás, ouvi uma mensagem

de um líder religioso bem conhecido

que estava ensinando o relacionamento

“apropriado” entre o pastor e o povo.

Ele acreditava que o povo existia para

servir a liderança. Lembro-me de suas palavras

exatas: “Quando a minha casa precisa

de pintura, simplesmente chamo algumas

das minhas ovelhas e elas pintam a casa.

Quando o gramado precisa ser aparado, simplesmente

chamo algumas das minhas ovelhas

e elas aparam o meu gramado.”

Foi difícil para mim, acreditar que alguém

que houvesse conhecido os caminhos

de Deus e andado em Suas veredas pudesse

dizer que o rebanho existia para servi-lo,

em vez de ele existir para servir ao rebanho.

Deus diz em alto e bom tom: “Evite este

tipo de liderança, os que tosquiam o rebanho

e que usam as ovelhas para satisfazerem

a seus próprios propósitos e necessidades.”

O profeta Miquéias nos mostra como a

liderança espiritual e política se corrompem:

“Edificando a Sião com sangue, e a Jerusalém

com injustiça. Os seus chefes dão as

sentenças por presentes, e os seus sacerdotes

ensinam por interesse, e os seus profetas

adivinham por dinheiro” (Mq 3:10,11).

A liderança da época de Miquéias estava

servindo com um propósito: dinheiro. Tome

cuidado quando o dinheiro se torna a motivação

e a preocupação da liderança. O amor

pelo dinheiro é claramente a raiz de todos

os males, e sempre que ele se torna o motivo

para as pessoas quererem uma posição

de liderança, a destruição se seguirá.

O profeta salientou ainda: “...e ainda se

encostam ao Senhor, dizendo: Não está o

Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 283

sobrevirá. Portanto, por causa de vós, Sião

será lavrado como um campo, e Jerusalém

se tornará em montões de pedras...” (Mq

3:11,12).

Deus nos diz que se permitirmos que uma

liderança falsa permaneça no poder, tanto os

líderes como o povo serão derribados e

destruídos. Deus envia julgamento a nações

inteiras por causa de erros de liderança.

Devemos nos recusar a seguir líderes que

tosquiam as ovelhas. “Amado, não sigas o

mal...” (3 Jo 11).

c. Jesus Estabeleceu Qualificações.

Jesus estabeleceu as qualificações para a liderança

de igrejas, ao dizer: “Mas o mercenário,

e o que não é pastor, de quem não

são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as

ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.

Ora o mercenário foge, porque é

mercenário, e não tem cuidado das ovelhas”

(Jo 10:12,13).

Com que se preocupa o mercenário? Com

o dinheiro – esta é a sua única motivação;

somente o que ele pode tirar da situação.

Ele não se importa com as ovelhas. No que

lhe diz respeito, são apenas “ovelhas bobas”,

esperando que os outros tirem vantagem

delas. Esta é a atitude do mercenário.

O verdadeiro pastor se importa com as

ovelhas, está disposto a entregar a sua vida

para a proteção delas, e passa fome, se necessário,

para certificar-se de que as ovelhas

foram bem alimentadas. Ele nunca toma

uma decisão com base no quanto ele poderá

tirar para si da situação, ou de quanto será o

salário, ou de quão pomposo possa ser o

seu título.

Isto não significa que o pastor verdadeiro

e fiel não tenha o direito de ser sustentado

financeiramente. As Escrituras usam uma

alegoria para nos ensinar sobre a nossa responsabilidade

para com os pastores verdadeiros.

“Não atarás a boca ao boi, quando

moer o milho” (Dt 25:4). Como com os

bois usados em moinhos, a Bíblia lhes dá o

direito de comerem parte do milho que estão

moendo.

Através disto, Deus nos ensina que a

liderança deve ser sustentada financeiramente.

Contudo, se um boi estiver comendo tudo

o que mói, talvez seja a única alternativa do

fazendeiro, atar a sua boca ou obter um outro

boi. O boi precisa moer mais do que

consome, ou o plantador de milho vai à falência.

d. Satanás Tenta os Líderes. Estas

coisas são difíceis de serem ditas; contudo,

seríamos negligentes se não ressaltássemos

que Satanás tenta as lideranças com quatro

coisas:

1) Cobiça pelo dinheiro (ganância),

2) Cobiça por posições,

3) Cobiça pelo poder (orgulho), e

4) Cobiça por mulheres (adultério).

É somente a graça de Deus que impede

que os líderes se tornem vítimas de um ou

mais destes pecados.

Se o líder examinar, cuidadosamente e

em oração, as suas motivações e permitir

que o Espírito Santo ilumine áreas que precisam

ser ajustadas, a vitória sobre estas

tentações será o resultado. Satanás entra

através da porta aberta das motivações falsas

ou impuras, e faz daquele líder um cativo

seu. Este fato realça a necessidade de

cobrirmos a liderança com oração e intercessão.

Somos instruídos a orar por todos os

que estão em posições de autoridade. Isto

inclui os líderes espirituais, e também os

seculares.

“Admoesto-te pois antes de tudo que se

façam deprecações, orações, intercessões...

e por todos que estão em autoridade...” (l

Tm 2:l,2).

3. Eles Reúnem ou Dispersam o

Rebanho?

Siga os líderes que reúnem o rebanho.

Evitem os líderes que dispersam o rebanho.

a. Líderes Consagrados Reúnem o

Rebanho. “Eis que o Senhor Jeová virá

como o forte, e o Seu braço dominará: eis

284 / SEÇÃOA3 A3.3– Líderes Dignos dos Seguidores

que o Seu galardão vem com Ele, e o Seu

salário diante da Sua face. Como pastor

apascentará o Seu rebanho; entre os Seus

braços reunirá os cordeirinhos, e os levará

no Seu regaço: as que amamentam, Ele

guiará mansamente” (Is 40:10,11).

Esta é a figura do pastor verdadeiro –

alguém que reúna os cordeiros. Deus quer

que sigamos os líderes que são zelosos em

reunirem o rebanho. Observe também que a

atitude principal dos que reúnem é a mansidão.

Os verdadeiros líderes de Deus são

dóceis e mansos.

Davi, o grande pastor de Israel, disse: “...

a Tua mansidão me engrandeceu” (Sl

18:35). A docilidade e a mansidão não são

fraquezas. A mansidão é a capacidade de

identificarmo-nos com os que estão fracos e

necessitados e sentirmos o que estão sentindo,

para que possamos encorajá-los, levantálos,

e ajudá-los a se tornarem fortes.

Foi dito o seguinte com relação ao nosso

Senhor Jesus: “A cana trilhada não quebrará,

nem apagará o pavio que fumega...” (Is

42:3). Por quê? Ele era um pastor manso.

Se Ele visse alguém ferido, Ele o curaria,

e não o alquebraria. Se Ele visse alguém que

estivesse lutando para estabelecer algum

ministério, Ele viria e abanaria o “pavio que

fumega” (que tipifica um esforço sincero)

até que começasse a queimar, brilhante e

claramente, em verdade e pureza. Jesus trabalha

com os nossos débeis esforços em

nossos ministérios a fim de levá-los à plena

maturidade.

Há muitas pessoas sinceras que estão

lutando para expressar seus dons. São como

pavios que fumegam. A liderança não deveria

apagá-los. Os líderes deveriam abanar o

pavio que fumega, a fim de torná-lo uma

chama flamejante. É isto o que significa uma

liderança mansa. É este tipo de pastor que

reúne o rebanho.

b. Os Líderes Ruins Dispersam o Rebanho.

Por outro lado, há aqueles que dispersam

o rebanho. É isto o que o Senhor diz

deles: “Ai dos pastores que destroem e dispersam

as ovelhas do Meu pasto... Portanto

assim diz o Senhor, o Deus de Israel,

acerca dos pastores que apascentam o Meu

povo: Vós dispersastes as Minhas ovelhas,

e as afugentastes, e não as visitastes: eis

que visitarei sobre vós a maldade das vossas

ações, diz o Senhor” (Jr 23:12).

Todo pastor verdadeiro reúne; o falso

pastor dispersa, cria confusões, divisões e

reações. Precisamos evitar este tipo de líder.

4. Eles Reconhecem a

Reivindicação de Deus Sobre as

Ovelhas?

Um bom líder reconhece a reivindicação

de Deus quanto à posse das ovelhas.

Um mau líder reivindica a posse das ovelhas

para si mesmo.

a. Os Líderes Ruins Reivindicam as

Ovelhas Para si Próprios. O verdadeiro

pastor reconhece a reivindicação de Deus

quanto à posse das ovelhas; o falso pastor

faz a sua própria reivindicação das ovelhas.

Ele afirma que as ovelhas são suas e

divulga uma advertência de que elas são

sua propriedade particular.

Não há absolutamente nenhuma passagem

bíblica que apóie esta reivindicação dos

falsos pastores. Pelo contrário, a Bíblia afirma

claramente que as ovelhas pertencem

exclusivamente a Deus, e não a nenhum subpastor.

b. Os Líderes Consagrados Sabem

que as Ovelhas Pertencem a Deus. A

Bíblia declara: “...somos o Seu povo e ovelhas

do Seu pasto” (Sl 100:3). E outra vez:

“O Senhor é o meu pastor...” (Sl 23:1).

Numa profecia que se refere ao nosso Senhor

Jesus, lemos: “E levantarei sobre elas

um só pastor, e ele as apascentará: o Meu

servo Davi é que as há de apascentar; ele

lhes servirá de pastor. Saberão, assim, que

Eu, o Senhor seu Deus, estou com elas, e que

elas são o Meu povo, a casa de Israel, diz o

Senhor Jeová. Vós pois, ó ovelhas Minhas,

ovelhas do Meu pasto: homens sois, mas

O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 285

Eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Jeová”

(Ez 34:23,30,31).

Deus reivindica a posse das ovelhas. Elas

são exclusivamente Suas, e Ele quer que saibamos

disto. Não pertencem ao líder ou à

sua denominação. Pertencem a Deus.

Paulo nos lembra: “Por que fostes comprados

por bom preço; glorificai pois a Deus

no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais

pertencem a Deus” (l Co 6:20). O princípio

é simples. Jesus nos comprou e não

pertencemos a nós mesmos. Pertencemos a

Ele; portanto, devemos glorificar a Deus em

nossos corpos e em nosso espírito, os quais

agora pertencem a Ele.

Ele colocou a Sua reivindicação em nossa

vida e nos marcou com o Seu ferrete.

Ninguém tem a autoridade de colocar a sua

marca numa ovelha que já foi marcada.

Paulo escreve: “... trago no meu corpo as

marcas do Senhor Jesus” (Gl 6:17). Paulo

estava feliz por não ter a marca de ninguém

em sua vida, exceto as marcas do Senhor Jesus.

Ele queria ser livre de tudo e de todos,

para que pudesse ser o servo de todos. É assim

que Deus quer que o Seu povo seja.

Os verdadeiros pastores são aqueles que

reconhecem a reivindicação de Deus. Os que

desejam reivindicar as ovelhas como sua

propriedade particular estão reivindicando

algo que pertence a Deus. Isto é anarquia e

usurpação.

c. Deus Designa Sub-Pastores. Não

cometa nenhum engano quanto a isto. Certamente

está dentro dos propósitos de Deus

que tenhamos uma igreja local com um bom

pastor. Além disso, deveríamos freqüentar

fielmente os cultos, orar, trabalhar e cooperar

com as metas e objetivos da comunidade.

Deus designa sub-pastores, porém não

pertencemos a eles – pertencemos ao Sumo

Pastor. Pedro escreve: “E, quando aparecer

o Sumo Pastor (Jesus) alcançareis a

incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5:4).

d. As Ovelhas Devem Seguir Seu

Pastor Principal. Como foi ressaltado anteriormente,

o problema não é somente com

os pastores; é também um problema com as

ovelhas. As ovelhas freqüentemente buscam

a glória para si mesmas, identificando-se com

alguns ministérios proeminentes. Esta atitude

de orgulho cria sectarismo e divisões.

Paulo repreendeu os crentes de Corinto

por causa desta tendência carnal de se querer

uma identificação orgulhosa com algum

líder proeminente. “... há contendas entre

vós... cada um de vós diz: Eu sou de Paulo,

e eu de Apolo, e eu de Cefas (Pedro)... Está

Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por

vós? Ou fostes vós batizados em nome de

Paulo?” (1 Co 1:11-13).

Paulo energicamente relembra aos coríntios

que eles pertencem Àquele que pagou

o preço por eles. “Foi Paulo crucificado

por vós?” A resposta é óbvia: não! Paulo

não morreu por eles, mas Cristo sim. Portanto,

eles pertencem a Ele e deveriam seguir

somente a Ele.

É um triste comentário sobre a imaturidade

espiritual de qualquer um que queira

deixar a Cristo para seguir a sub-pastores.

Paulo diz à igreja de Corinto: “Com leite

vos criei, e não com carne, porque ainda

não podíeis, nem tão pouco ainda agora

podeis. Porque ainda sois carnais: pois,

havendo entre vós inveja, contendas e dissensões,

não sois porventura carnais, e não

andais segundo os homens? Porque, dizendo

um: Eu sou de Paulo, e outro: Eu de

Apolo: porventura não sois carnais? Pois

quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros

pelos quais crestes, e conforme o

que o Senhor deu a cada um? Pelo que,

nem o que planta é alguma coisa, nem o

que rega, mas Deus, que dá o crescimento”

(1 Co 3:2-5,7). Paulo repreende esta

tendência nos homens de procurarem uma

identificação orgulhosa com os líderes. Ele

a chama de carnalidade e imaturidade.

C. NÓS SOMOS OVELHAS DE

DEUS

A seguinte ilustração estabelece de maneira

alegórica o relacionamento entre o

286 / SEÇÃOA3 A3.3– Líderes Dignos dos Seguidores

Sumo Pastor e as ovelhas. O Senhor Jesus é

o Sumo Pastor e nós somos as Suas ovelhas.

(Lembre-se que devemos evitar os que

reivindicam as ovelhas como sua propriedade

particular!).

1. O Rebanho Deve Ser Reunido

Em Gênesis, lemos a narrativa de Jacó e

o seu primeiro encontro com Raquel, filha

de Labão. “Jacó aproximou-se dos pastores

e perguntou-lhes onde moravam. E disseram:

Somos de Harã. E ele lhes disse:

Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram:

Conhecemos. Disse-lhes mais: Está

ele bem? E disseram: Está bem, e eis aqui

Raquel, sua filha, que vem com as ovelhas.

E ele disse: Eis que ainda é muito dia, não é

tempo de ajuntar o gado; dai de beber às

ovelhas, e ide, apascentai-as. E disseram:

Não podemos, até que todos os rebanhos

se ajuntem, e removam a pedra de sobre a

boca do poço, para que demos de beber às

ovelhas. Estando ele ainda falando com eles,

veio Raquel com as ovelhas de seu pai;

porque ela era pastora” (Gn 29:4-9).

Esta é a história da primeira jornada de

Jacó, em que ele encontrou os pastores e as

filhas de Labão apascentando as ovelhas que

pertenciam ao pai delas. Jacó ofereceu-se,

então, para ajudar a dar de beber às ovelhas.

Eles disseram que os rebanhos primeiramente

tinham que ser reunidos, antes de poderem

dar de beber às ovelhas.

Você sabe o que está impedindo que se

dê de beber às ovelhas de Deus? Os subpastores

não estão reunindo os rebanhos.

Estão reivindicando a posse das ovelhas para

si mesmos. Seguindo-se a alegoria, não estão

reconhecendo a reivindicação de Labão

(do pai) quanto à posse das ovelhas.

Raquel guardava as ovelhas de seu pai.

Muito embora fosse pastora, ela reconhecia

que as ovelhas pertenciam a seu pai. Os líderes

se sairiam bem se fizessem o mesmo.

Enquanto todos os rebanhos não estivessem

reunidos pelos sub-pastores, reconhecendo

a reivindicação de Deus quanto à

posse deles, não veremos a água sendo derramada.

2. Deus Abençoa Quando Existe

União

Toda vez que virmos o rebanho de Deus

sendo reunido num lugar, ali também encontraremos

a bênção de Deus. Quando

vamos a reuniões interdenominacionais que

estejam sendo realizadas com boas motivações

e com a direção de uma boa liderança,

ali encontramos a presença e a graça de Deus.

Quando Deus começou um novo derramamento

do Seu Espírito em 1966/1967, ele

foi caracterizado pelo fato de protestantes e

católicos se reunindo. Nestas reuniões, as

pessoas se encontravam em terrenos interdenominacionais,

e Deus derramava o Seu

Espírito com chuvas de bênçãos.

Ultimamente, isto não tem acontecido

muito. Os muros de separação estão sendo

levantados novamente e a alienação dos crentes

está acontecendo porque os líderes têm

medo de deixar que as suas ovelhas recebam

ministrações fora de suas denominações.

Deus quer reunir todas as ovelhas para que

Ele possa remover a pedra e lhes dar de

beber.

Ultimamente, temos “redenominacionalizado”

o movimento carismático com

“carismáticos católicos”, “carismáticos episcopais”,

“carismáticos presbiterianos”, “carismáticos

metodistas”, etc., e o que tem

acontecido? As pedras estão voltando a tapar

o poço, e os rios que nos davam de

beber estão sendo bloqueados.

A menos que rejeitemos esta tendência e

nos arrependamos desta “denominacionalização”

da renovação carismática, veremos

Deus retirando por completo Suas bênçãos

deste movimento. Deus Se desviará de nós

e começará tudo de novo, a menos que nos

arrependamos de nossa carnalidade, imaturidade

e tendências divisórias (fazer ídolos

de nossas denominações). Deus levantará

um outro povo se não nos reunirmos com

unidade e amor.



O USO E ABUSO DA AUTORIDADE SEÇÃO A3 / 287

Reconheça a reivindicação de Deus quanto

à posse das ovelhas. Reconheça que a Sua

bandeira sobre nós é o amor. Reconheça que

quando nos reunimos sob a Sua liderança, Ele

fará com que haja um crescimento espiritual e

numérico pela abundância de Suas bênçãos.

Quando Jacó estava morrendo, ele nos

deu a seguinte profecia: “O Cetro não se

arredará de Judá, nem o legislador dentre

seus pés, até que venha Siló [um outro nome

para Jesus]; e a Ele se congregarão os povos”

(Gn 49:10). Quando nos reunimos a

Ele, a pedra (da boca do poço) é removida,

as águas se fazem acessíveis, e a sede das

ovelhas é saciada.

Talvez o Gideão da antigüidade tenha

expressado isto melhor: “Então os homens

de Israel disseram a Gideão. Domina sobre

nós, tanto tu, como teu filho e o filho do

teu filho; porquanto nos livraste da mão

dos midianitas. Porém Gideão lhes disse:

‘Sobre vós eu não dominarei, nem tão pouco

meu filho sobre vós dominará: o Senhor

sobre vós dominará” (Jz 8:22,23). A

atitude de Gideão é a que todo líder deveria

imitar. Esta é a atitude certa. Sigamos este

tipo de liderança. Somos ovelhas de Deus,

compradas por bom preço; não pertencemos

a nós mesmos, ou a ninguém mais –

pertencemos a Deus.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

288 / SEÇÃOA4 A4.1- A Restauração do Hábito Devocional

SEÇÃO A4

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL

Jack Hayford

ÍNDICE

A4.1 - A Restauração do Hábito Devocional

A4.2 - Ações de Graças e Louvor (oferecendo-se a si mesmo)

A4.3 - Confissão e Purificação (oferecendo o seu coração)

A4.4 - Ordem e Obediência (oferecendo o seu dia)

A4.5 - Família e Igreja (dedicando-se às pessoas mais chegadas e queridas)

A4.6 - O Papel da Intercessão a Fim de Alcançarmos o Mundo Para Jesus

A4.7 - Nações e Países Estrangeiros (oferecendo o mundo inteiro)

Nós, que somos pastores, não podemos

guiar as nossas congregações além do ponto

até o qual nós próprios já andamos com

Deus. Mais que isto, quando caímos e fracassamos,

outros, infelizmente, são retardados

ou até mesmo mutilados em seu caminhar

com o senhor. Isto acontece até mesmo

quando os nossos fracassos não são

imaginados ou até mesmo conhecidos.

Isto certamente aconteceu na minha própria

vida, pois eu nunca teria feito nada conscientemente

que pudesse enfraquecer a vida

espiritual da minha congregação.

Portanto, gostaria de compartilhar com

vocês as lições que aprendi com o Senhor

durante esta ocasião especial de uma nova

direção em minha vida.

A. A ORAÇÃO E A IGREJA

PRIMITIVA

Gostaria de começar examinando os primeiros

capítulos do Livro de Atos. Neles

descobrimos como era a Igreja de Jesus Cristo

à medida em que estava sendo formada.

Ela começou da seguinte maneira:

1. A Oração Deu Origem à Igreja

Primitiva

Pouco antes de retornar ao Pai, após a

Sua ressurreição, Jesus deixou instruções

Capítulo 1

A Restauração do Hábito

Devocional

Introdução

Recentemente, o Senhor tratou muito

profunda e pessoalmente comigo sobre uma

área muito importante do nosso caminhar

diário com Deus. Três vezes numa mesma

semana, o senhor me acordou durante a noite

e falou comigo com relação a uma falha

muito séria na minha vida. Como sempre,

Ele foi muito gentil, mas, ao mesmo tempo,

bem direto em Seu conselho para comigo –

como um pai com o seu filho.

Sempre sou grato pela correção e disciplina

amorosa do Senhor, e tenho um desejo no

meu coração de ouvir e cumprir a Sua Palavra.

Anotei cuidadosamente tudo o que Ele trouxe

à minha mente, pois percebi que era importante,

não somente para mim como pastor,

mas também para a comunidade da nossa igreja.

Os líderes espirituais têm uma grande

responsabilidade diante de Deus por Suas

congregações, uma vez que dependem deles

para a sua direção. Nossa vida fala tão alto

quanto nossas palavras, e os rebanhos de

Deus olham, ouvem e seguem os passos de

seus pastores.

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 289

especiais para os Seus discípulos. Eles deviam

esperar em Jerusalém até que fossem

revestidos com poder do alto, como o Pai

havia prometido (Lc 24:49).

Lucas, o escritor do Livro de Atos, nos

diz no Capítulo 1 o que aconteceu em seguida:

“E quando dizia isto, vendo-O eles,

foi elevado às alturas, e uma nuvem O recebeu,

ocultando-O a seus olhos. E estando

com os olhos fitos no céu enquanto Ele subia,

eis que se puseram dois varões vestidos

de branco, os quais lhes disseram: Varões

galileus, por que estais olhando para

o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido

em cima no céu, há de vir assim como

para o céu O vistes ir” (At 1:9-11).

Os discípulos estavam no Monte das

Oliveiras quando isto aconteceu. Aí então,

andaram quase um quilômetro de volta a

Jerusalém, e reuniram-se num salão do segundo

andar. Lá tiveram uma reunião de oração

que durou por vários dias. Cerca de 120

pessoas estavam presentes.

O dia da Festa de Pentecostes chegou

dez dias mais tarde. Ainda estavam orando

juntos quando, de repente, houve um

som do céu como de um poderoso vento,

o qual encheu a casa onde estavam assentados.

Após um poderoso sermão pregado por

Pedro, cerca de 3.000 pessoas foram salvas,

as quais se uniram alegremente aos outros

crentes. Aprendiam diariamente com

os Apóstolos e reuniam-se em suas casas

para comunhão, para a Santa Ceia, e para a

oração (At l e 2).

O propósito de examinarmos este trecho

das Escrituras é o de ressaltarmos este

importante ponto: o povo do Pentecostes é

um povo de oração diária!

2. Oração – Uma Força Poderosa

A vida de oração diária da Igreja Primitiva

não somente começou no Pentecoste, mas

continuou também como uma força poderosa

nos dias incomuns que se seguiram: “E

Pedro e João subiam juntos ao templo certa

tarde para a reunião de oração diária

das três da tarde’’ (At 3:1).

Vocês conhecem a história. Foi aí que o

coxo que se assentava à porta do templo

chamada Formosa foi curado! Através deste

milagre, o número de crentes subiu para

5.000. Os líderes religiosos, no entanto, ficaram

insatisfeitos e prenderam tanto a Pedro

como a João. No dia seguinte, porém,

foram soltos e os admoestaram a não pregarem

mais sobre Jesus.

Como Pedro e João responderam a esta

ameaça? “Retornaram ao seu próprio grupo

e contaram-lhes tudo o que havia acontecido.

Ao ouvirem o relato deles todos começaram

a orar. Quando terminaram de

orar, o lugar onde estavam reunidos estremeceu.

Todos foram cheios do Espírito Santo,

e continuaram a anunciar com ousadia

a Palavra de Deus” (At 4:31).

Novamente, lemos em Atos 5:12: “E muitos

sinais e milagres eram feitos entre o povo

pelas mãos dos apóstolos. E reuniam-se regularmente

na área do templo conhecida

como Alpendre de Salomão.” Isto tem a ver

com os seus tempos de oração em conjunto.

Uma outra história interessante é contada

em Atos 6:4. Os líderes estão enfrentando

um problema em sua comunidade e precisam

de uma solução. A resposta deles é sábia e

prática, pois permite aos Apóstolos o tempo

que necessitavam para continuarem em

“oração e no ministério da Palavra.”

Em Atos 7:59 lemos sobre Estêvão, que

foi o primeiro cristão a morrer pela sua fé.

Enquanto cai de joelhos pelas pedradas de

seus inimigos, ele clama em oração. O Céu

ouve esta oração, e o Senhor Jesus é visto

em pé, à destra de Deus, pronto para receber

o seu espírito.

O tema ou tópico da oração continua em

Atos 8:14,15: “Os apóstolos, pois, que estavam

em Jerusalém, ouvindo que Samaria

recebera a palavra de Deus enviaram para

lá Pedro e João, os quais tendo descido,

oraram pelos novos crentes para que pudessem

receber o Espírito Santo.”

290 / SEÇÃOA4 A4.1- A Restauração do Hábito Devocional

E, em Atos 9:10,11 lemos: “E havia em

Damasco um certo discípulo chamado

Ananias; e disse-lhe c Senhor em visão:

Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui Senhor.

E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e

vai à rua chamada Direita, e pergunta em

casa de Judas por um homem de Tarso chamado

Saulo, pois eis que ele está orando.”

Vocês se lembram que Saulo havia acabado

de se encontrar com Jesus na estrada

para Damasco. Ele havia sido derrubado

ao chão e cegado pela brilhante glória de

Deus. Os seus olhos espirituais, no entanto,

haviam sido abertos e ele nascera de

novo, maravilhosamente – totalmente

transformado!

É provável que Ananias estivesse em oração

ao receber esta visão. Ao mesmo tempo,

Saulo também estava em oração, porque

não sabia o que fazer. Estas orações

teriam um efeito que penetraria a história

até os nossos próprios dias!

Sim, o povo do Pentecostes é um povo

de oração. Quando oram, o Espírito Santo

Se move com poder. Há perdão, curas, milagres,

e direção divina! Oram o tempo todo

e em toda parte, e Deus está em seu meio

para cumprir a Sua vontade.

Talvez possamos dizer que o Livro de

Atos é um relatório de uma reunião de oração

bem especial. Começou em Pentecostes

pelo Espírito de Deus e nunca parou de

fato. Para os crentes da Igreja Primitiva, a

oração era uma prática diária. Era um hábito

tão natural e importante quanto a respiração.

Era de fato a respiração de sua nova

vida no Espírito!

B. A ORAÇÃO DEVOCIONAL

COMO UM HÁBITO DIÁRIO

É com este hábito diário de oração devocional

que Deus estava tratando comigo.

Ele falou diretamente e disse-me que eu havia

me esquecido da disciplina (prática regular)

das devoções diárias. Eu havia permitido

que outras coisas tomassem o lugar

das minhas horas a sós com Ele.

Não estou querendo dizer que eu absolutamente

não orava. Aliás, oro bastante.

Aprendi a orar quando ainda garoto. Este

hábito começou com a pequena oração de

criancinha que tantos conhecem: “E agora,

Senhor, vou me deitar. Oro para que a minha

alma Tu possas guardar!”

Em seguida eu dizia: “Abençoa mamãe e

papai, Louanne, Jimmy e a mim. E Senhor,

ajuda-nos a estarmos preparados para quando

vieres. Se fiz qualquer coisa errada hoje,

peço-Te que me perdoes e limpes o meu

coração. Abençoa todos os nossos amigos e

entes queridos, e ajuda-me a não ter nenhum

pesadelo. Em nome de Jesus.”

Às vezes, havia algumas outras coisinhas,

mas no geral, esta foi a oração com a

qual cresci.

Ainda hoje, esta permanece como a estrutura

da minha oração quando vou dormir.

Não me considero acima desta simplicidade

característica de uma criança.

Não me importo de dizer que ainda falo:

“Senhor, vou me deitar agora. Agradeço-

Te pela Tua Palavra que me diz que os

que estão em paz Contigo dormirão em

segurança. Abençoa Arma, a minha esposa.

Abençoa os meus filhos, Becky e

Scott, e Jack e sua esposa. Abençoa Mark

e DeeDee, e Brian e Kyle, meus netos, e a

minha filha Christy.” Em seguida, cito algumas

outras pessoas bem rapidamente e

vou para a cama.

Considero-me uma pessoa de oração e

adoração. Sei que você também pensa assim.

Como pastor, geralmente conduzo em

oração as nossas reuniões da igreja. Oro

freqüentemente com a minha congregação

em pequenos grupos. Oro com os membros

da minha equipe, por eles próprios e

pelos indivíduos que vêm a mim pedindo

ajuda espiritual. Há ocasiões em que Deus

me introduz em sessões especiais de orações

intercessórias para missionários e outras

pessoas. Durante o dia todo, freqüentemente

volto-me a Deus pedindo-Lhe conESTABELECENDO

UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 291

selhos à medida que surgem as necessidades.

Além disso, tenho ensinado sobre a oração

ao redor do mundo, através da televisão.

Tenho escrito e pregado muito sobre

este assunto. Assim sendo, a oração não é

algo estranho para mim, quer seja na compreensão

ou na prática. Contudo, eu tinha

de fato um problema: o meu tempo de oração

devocional pela manhã não era mais um

hábito diário!

Não foi algo que subitamente parei de

fazer. Outras coisas – até mesmo coisas boas

– simplesmente pareciam invadir o meu tempo

designado para a oração diária. Como

exemplo, para mim é muito mais fácil ler a

Bíblia todos os dias do que orar todos os

dias. Creio que isto acontece com a maioria

das pessoas. Evidentemente, o estudo da

Palavra de Deus é importante, mas a direção

e a correção que eu estava recebendo

tinham a ver com a minha vida de oração.

(É importante observarmos, no entanto, que

as pessoas que oram mais, também lêem

mais a Palavra de Deus!).

O Senhor tornou bem claro que uma

vez mais eu precisava começar um hábito

diário de oração pessoal. Era uma prática

que eu começara lá nos meus primeiros dias

de escola. De alguma forma, isto havia tomado

um lugar de importância secundária

na minha vida cotidiana com Deus. Agora

Ele estava dizendo que eu precisava

aprendê-la novamente. E foi o que aconteceu.

Voltei à escola com Jesus. Aprendi

algumas lições preciosas que gostaria de

compartilhar com vocês – do meu coração

aos seus corações.

Como pastor, o Senhor exigiu primeiramente

que eu compartilhasse a minha falha

com a minha congregação. Disse-lhes que

provavelmente muitos, se não a maioria,

tampouco tinham um tempo de devoções

diárias. Para alguns deles, esta falta podia

ser atribuída ao seu pastor.

Em seguida contei-lhes como Deus havia

me instruído amorosa e sabiamente a

renovar a minha prática de oração matutina

diária. Eu havia ouvido e obedecido a Deus

com muita disposição. Devido ao fato de

que eu havia renovado a minha própria vida

de oração, eu estava então pronto a ensinar-

lhes uma verdade recém-chegada do coração

de Deus ao meu. E este é também o

propósito do nosso tempo de ensino em

nossos cultos em nossa igreja.

1. Quanto Tempo eu Deveria Orar?

A primeira pergunta que surge na maioria

das mentes das pessoas é: Quanto tempo

eu deveria passar na oração matutina?

Vou dar-lhes uma regra agora mesmo. Não

estabeleça um limite de tempo específico.

Você já se derrotará desde o começo. A oração

tornar-se-á uma tarefa ou um dever pesado,

ao invés de uma porta que conduz a

um relacionamento de amor com o Deus

vivo.

a. Separe um Tempo Específico Para

Orar. Necessitamos de fato separar um tempo

específico para orar. Se vamos passar

mais tempo em oração, isto significa que

passaremos menos tempo fazendo outras

coisas. Portanto, precisamos decidir o que

descartaremos, a fim de que a oração possa

tomar o seu lugar.

A maioria de nós desperdiça uma certa

parte do tempo à noite com coisas desnecessárias.

Por exemplo, eu havia formado o

hábito de assistir às notícias do mundo e a

previsão do tempo na televisão no final da

noite, antes de ir para a cama. Eu não necessitava

de fato ter tudo aquilo em minha

mente ao deitar-me para dormir. Tudo o que

eu precisava saber encontrava-se no jornal

matutino, o qual eu podia ler na metade do

tempo.

Todos, bem provavelmente, temos algo

que poderia ser eliminado durante a noite

para podermos ir para a cama mais cedo.

Vinte e cinco ou trinta minutos a menos

durante a noite significa que podemos nos

levantar este mesmo espaço de tempo mais

cedo de manhã. Este é exatamente o tempo

292 / SEÇÃOA4 A4.1- A Restauração do Hábito Devocional

que poderia ser necessário para iniciarmos

a nossa prática de devoções diárias.

2. Oração: Comunhão com Jesus

É necessário um certo nível de força de

vontade para se iniciar um hábito. Porém,

uma vez que o padrão seja formado, torna-

se uma parte natural de nossa vida.

Sabemos e sentimos que algo está faltando

quando é omitido. Realmente sentimos

falta da comunhão com o Senhor desta

maneira pessoal e especial. Isto de fato

torna-se um tempo de íntimo companheirismo,

algo doce e que nos traz muita satisfação.

Sabemos, evidentemente, que o fato de

perdermos um tempo de devoção diária

com o Senhor não significa que o resto do

dia esteja destinado ao fracasso. A nossa

confiança básica é n’Aquele a Quem oramos,

e não em nossas orações.

Deus é fiel para nos ajudar a qualquer

momento em que nos voltamos a Ele. É

verdade, no entanto, que algumas coisas

podem ser evitadas e outras vencidas mais

facilmente quando nos preparamos totalmente

através de nossas orações matutinas.

Também precisamos estar cientes de que

os nossos tempos de devoção pessoal, além

de serem uma bênção para nós, também trazem

um grande prazer ao Senhor. Ele realmente

quer estar conosco e se importa muito

conosco. Que privilégio temos de cumprimentarmos

ao Senhor no início de cada

novo dia e sabermos que Ele deseja participar

de todos os detalhes de nossa vida. Que

possamos honrar diariamente a Sua presença

através de nossas orações!

C. UM PROGRAMA COM SEIS

PONTOS PARA A ORAÇÃO

DIÁRIA

I. Ações de Graças e Louvor –

Oferecendo-se a si Mesmo.

A. O propósito diário é o louvor.

B. Apresente o seu corpo.

C. Cante um cântico novo.

D. Adore no Espírito.

II. Confissão e Purificação –

Oferecendo o Seu Coração.

A. Peça uma sondagem.

B. Não seja enganado.

C. Estabeleça uma guarda.

D. Mantenha o objetivo em vista.

III.Ordem e Obediência – Oferecendo

o Seu Dia.

A. Entregue o seu dia a Deus.

B. Mostre uma necessidade

característica de criança.

C. Peça direções específicas.

D. Obedeça as instruções.

IV. Família e Igreja – Oferecendo as

Pessoas Mais Chegadas e Queridas.

A. Cite a sua família imediata

diariamente.

B. Abra-se para o resto de sua família

e parentes.

C. Lembre-se da família do Pai.

D. Inclua os “solteiros e sozinhos”.

V. O Papel da Intercessão Para

Alcançarmos o Mundo Para Jesus.

A. Uma igreja modelo para a oração e

missões.

B. Problemas de oração: atitudes,

motivações e métodos errados.

C. Definição de intercessão.

D. Três forças em ação na guerra

espiritual.

E. Três conceitos importantes na

intercessão.

VI.Países e Nações Estrangeiras –

Oferecendo o Mundo Todo.

A. Intercessão pelas nações.

B. Intercessão por nossos

missionários.

C. Guerra espiritual pela

evangelização.

D. Intercessão pelos líderes nacionais

e pela paz.

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4.2 / 293

Capítulo 2

Ações de Graças e Louvor

(OFERECENDO-SE A SI MESMO)

A. O PROPÓSITO DIÁRIO DO

LOUVOR

A Bíblia diz em Salmos 100:4: “Entrai

em Suas portas com ações de graças, e em

Seus átrios com louvor.” Há duas razões

básicas pelas quais podemos louvar a Deus:

• Por Quem Ele é – uma verdade sobre

a natureza e o caráter de Deus.

• Pelo que Ele fez – dons, bênçãos,

proteção, respostas a orações, etc.

1. Louve-O por Quem Ele é

Posso contar-lhes algo, queridos irmãos,

agora mesmo! Louvar a Deus todos os dias,

por Quem Ele é, transformará a sua vida!

Você poderá começar dizendo simplesmente:

“Senhor, eu Te louvo hoje porque

Tu és o meu Salvador. Não somente me salvaste

dos meus pecados do passado, mas

Tu és também o meu Salvador neste exato

momento. Sei que Tu me salvarás de muitas

coisas, ainda hoje: de temores, dúvidas, palavras

iradas... Agradeço-Te de fato por que

Tu és um Salvador tão forte e fiel.”

No dia seguinte, você poderá escolher

um outro aspecto do caráter de Deus e pensar

sobre isto. “Senhor, louvo-Te porque

Tu és Todo-poderoso. Tu és mais forte que

qualquer coisa que possa acontecer comigo

hoje. Posso ter a certeza de que Tu me protegerás

e me fortalecerás, não importa o que

possa acontecer.”

Aí, então, novamente, talvez você queira

agradecer ao Senhor por ser a Verdade:

“Senhor, louvo-Te por seres tão fiel e verdadeiro.

Sempre posso confiar na verdade

da Tua Palavra; ela nunca falha. Na Tua

verdade encontra-se a liberdade, e posso

andar nesta maravilhosa liberdade hoje.”

Desta maneira, você pode continuar a

louvar a Deus todos os dias por uma diferente

parte ou aspecto da Sua natureza. Já

vi alguns livros que dão um nome especial

para Jesus para cada dia do ano. Você poderia

formar a sua própria lista para uma semana

de cada vez. Posso assegurá-lo que o

seu louvor e adoração tornar-se-ão muito

vivos e significativos.

2. Louve-O Pelo que Ele fez

Semelhantemente, louve ao Senhor pelo

que Ele fez. Há algumas bênçãos do passado

pelas quais simplesmente não podemos

agradecer ao Senhor o suficiente. Continuamos

a agradecê-Lo vez após vez. Isto é algo

maravilhoso de se fazer, mas também mantenha-

se atualizado. Escolha algo especial

que Deus fez na sua vida ontem, pelo qual

você pode louvá-Lo. Isto mantém a nossa

vida de oração e louvor luminosa e renovada.

B. OFEREÇA O SEU CORPO AO

SENHOR

Romanos 12:1 nos diz para fazermos

isto: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão

de Deus, que apresenteis os vossos

corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável

a Deus. Quando pensais no que Deus

fez por vós, isto seria pedir muito? Esta é a

adoração verdadeira e espiritual que Ele

deseja.”

É uma adoração espiritual oferecermos

os nossos corpos a Deus. Há muitas maneiras

de oferecermos os nossos corpos ao Senhor.

Uma delas é ajoelharmo-nos. Se você

não puder ajoelhar-se, sente-se diante do

senhor com um coração humilde. (Todos

estavam assentados quando o Espírito veio

primeiramente no dia de Pentecostes).

É bom, no entanto, ajoelharmo-nos quando

possível. Desta maneira, mostramos o

nosso desejo de humildemente nos submetermos

e nos oferecermos a Deus. É mais

do que uma mera formalidade religiosa ou

um ritual. Significa que estamos prostrando

o nosso coração diante do Senhor.

Hoje de manhã dancei diante do Senhor.

Foi somente por alguns momentos, porém

294 / SEÇÃOA4 A4.2- Ações de Graças e Louvor

o fiz com o coração repleto de louvor e alegria.

As Escrituras também nos dizem para

levantarmos as nossas cabeças e as nossas

mãos ao Senhor. “Aplaudi com as mãos,

todos os povos; cantai a Deus com voz de

triunfo” é o que o salmista diz em Salmos

47:1.

Não é preciso que seja o mesmo tipo de

louvor todos os dias. Porém, ofereça de fato

o seu corpo, de alguma forma ao Senhor, no

começo do dia. Você descobrirá que é muito

mais fácil resistir às tentações do mundo

para o seu corpo, se você fizer isto. As mãos

levantadas a Deus em louvor santo cedo de

manhã não cederão tão rapidamente a atos

ímpios de desobediência.

Quando os nossos corpos não são oferecidos

e submetidos a Deus, podemos sofrer

todos os tipos de problemas. Gula, preguiça

e sexo impuro são todos pecados do

corpo. O louvor do corpo é uma forma pela

qual podemos nos fortalecer para resistirmos

ao “mundo, à carne, e ao diabo.” Ofereçamos

os nossos corpos a Deus em louvor

todos os dias.

C. CANTE UM CÂNTICO NOVO

Salmos 96:1 diz: “Cantai ao Senhor um

cântico novo.” Como isto é possível? De

quem recebemos estes novos cânticos? Do

Espírito Santo e Seus dons.

1. Três Maneiras de Cantar

Paulo descreve isto ... “Eu cantarei com

o espírito”... (1 Co 14:15). Paulo usou os

dons do Espírito para ajudá-lo a cantar

cânticos novos. Os seguintes versos se referem

a três maneiras de cantar para o Senhor.

“Falando a nós mesmos em a) salmos;

b) hinos; c) cânticos espirituais, cantando

e fazendo melodia no seu coração, para o

Senhor” (Ef 5:19).

“... ensinando e censurando uns aos

outros em a) salmos; b) hinos; c) cânticos

espirituais, cantando com graças em seus

corações, para o Senhor” (Cl 3:16).

A Maioria de nós canta Salmos e Hinos.

O que são “cânticos espirituais?” São

“cânticos novos” que o Espírito Santo nos

concede. Eles são acessíveis a todos os crentes

cheios com o Espírito, que usarão as

habilidades concedidas pelo Espírito.

2. Cantando os Salmos

Este chamado ao louvor das Escrituras

tem sido proclamado muitas e muitas vezes

pelos grandes líderes através da história da

Igreja. Recentemente eu estava lendo um

livro de William Law. Chamava-se “Um

Chamado Sério a Uma Vida Devota e Santa”.

Ele o escreveu nos primórdios do século

XVIII. Ele disse que os cristãos deveriam

cantar um trecho dos Salmos todas as manhãs.

Os Salmos são uma rica fonte para os

nossos cânticos ao Senhor. Também nos dão

um exemplo a ser seguido. Já foi dito que

Davi era o suave cantor de Israel. Poderíamos

talvez perguntar como ele iniciava cada

dia. A resposta pode ser encontrada nos

próprios Salmos.

“A cada manhã coloco as minhas necessidades

e desejos diante de Ti e aguardo

com grande esperança e expectativa” (Sl

5:3).

“Cantarei da Tua força; pela manhã,

cantarei do Teu amor” (Sl 59:16).

“Preparado está o meu coração, ó Deus,

preparado está o meu coração. Cantarei e

salmodiarei. Desperta, ó minh’alma! Desperta,

alaúde e harpa! Eu mesmo despertarei

a alva.” (Sl 57:7,8).

Quanto tempo isto tudo demorará?

Talvez três ou quatro minutos no início.

Mas, à medida que o nosso espírito se une

ao Seu Espírito num cântico alegre, nos esqueceremos

por completo do relógio e ficaremos

maravilhados de como o tempo pôde

ter passado tão rapidamente.

Há outros versículos bíblicos que podemos

cantar também. Às vezes, Deus nos

dará nossos próprios cânticos, ou poderemos

usar os que já conhecemos. Muitos

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 295

versículos bíblicos foram adaptados à música

em anos recentes. De uma coisa podemos

ter certeza. Qualquer que seja o esforço

que fazemos para cantarmos louvores ao

nosso Deus tornar-se-á um “cântico novo”

em nosso coração e um doce som ao Seu

ouvido.

D. ADORE NO ESPÍRITO

“Mas a hora vem, e agora é, em que os

verdadeiros adoradores adorarão o Pai em

Espírito e em verdade; porque o Pai procura

a tais que assim o adorem” (Jo 4:23).

Efésios 5:18,19 nos diz: “Enchei-vos

sempre do Espírito... cantando e salmodiando

ao Senhor no vosso coração.”

O Apóstolo Paulo nos diz que, às vezes,

a nossa oração e cânticos deveriam ser “no

Espírito” (1 Co 14:14-16). Ele esclarece

muito bem neste capítulo que os cânticos e

as orações no Espírito têm um significado

especial.

Significa cantarmos e orarmos numa língua

que vem do Espírito Santo. O cântico

ou oração é formado por sons ou frases

que não foram aprendidos. Esta língua espiritual

não é compreendida pela mente de

quem ora ou canta. Tampouco é compreendida

por alguém que esteja perto, ouvindo.

É, no entanto, compreendida por Deus,

porque é dada pelo Seu Espírito.

Novamente, o Apóstolo Paulo nos diz

que, às vezes, não sabemos como orar e

pelo que orar. Contudo, o Espírito Santo

pode orar a Deus através de nós com sons

ou com uma língua que não compreendemos.

No entanto, sabemos realmente que

isto está sempre de acordo com a vontade

de Deus (Rm 8:26,27). Muitas vezes, após

orarmos “no Espírito” começamos a orar

com a nossa língua materna com grande

poder e sabedoria. Em l Coríntios 14:14-

16, Paulo refere-se a isto como orarmos com

o “entendimento”.

A oração “no Espírito” geralmente nos

ajuda a orarmos melhor em nossa língua conhecida.

É como se as nossas mentes fossem

lavadas e desobstruídas. Aí então podemos

pensar e orar melhor de acordo com

a vontade e o propósito de Deus. A oração

em línguas é uma ferramenta poderosa e um

gracioso dom do Espírito Santo de Deus.

Isto deveria ser um aspecto importante da

nossa vida devocional diária.

O cântico no Espírito pode ter um propósito

semelhante em alguns aspectos. As

vezes, simplesmente não conseguimos expressar

em palavras o quanto amamos ao

Senhor Jesus. Uma vez mais o Espírito Santo

nos ajuda, dando-nos sons e cânticos de louvor

numa língua que não compreendemos

com as nossas mentes. Contudo, sabemos

de fato, em nossos corações, que é um transbordamento

de amor, alegria e louvor a Deus,

e que estamos sendo fortalecidos em nosso

espírito e em nossas devoções a sós com

Deus (1 Co 14:2,4,17,18). No culto público,

é preciso que haja controles cuidadosos.

Em nossas devoções a sós com Deus, podemos

ter muita liberdade. Seremos edificados

e o Senhor Se agradará.

Paulo continua ainda a dizer que é grato

a Deus porque, em suas devoções a sós com

Deus, ele ora em línguas (língua do Espírito)

mais do que qualquer outro (l Co 14:18).

Que exemplo maravilhoso para seguirmos

em nossa própria vida de devoção diária!

Capítulo 3

Confissão e Purificação

(OFERECENDO O SEU CORAÇÃO)

A. PEÇA UMA SONDAGEM

Juntamente com os nossos corpos, precisamos

também oferecer os nossos corações

a Deus. Deveríamos pedir e convidar

ao Senhor a fazer uma sondagem em nossos

corações. O salmista diz isto com as seguintes

palavras: “Sonda-me, ó Deus, e

conhece o meu coração: prova-me, e conhece

os meus pensamentos. E vê se há em

mim algum caminho mau, e guia-me pelo

caminho eterno,” (Sl 139:23,24).

296 / SEÇÃOA4 A4.3- Confissão e Purificação

Ora, esta absolutamente não é a oração

de um homem que estivesse num profundo

pecado ou grande fracasso. Davi passou por

ocasiões assim como vemos no Salmo 51

(às vezes chamamos de “O Salmo do Pecador”).

Porém, isto não se aplica quando Davi

escreveu o Salmo 139.

Nos primeiros versículos deste Salmo,

Davi fala sobre a mão amorosa de Deus sobre

a sua vida. Ele sabe que o Senhor está

com ele em toda parte e em todo o tempo.

Ele sabe que Deus o criou de uma maneira

maravilhosa e tem um plano maravilhoso para

a sua vida. Ele continua dizendo que os pensamentos

do Senhor para com ele são como

os grãos de areia do mar em número. Ele está

ciente do grande amor de Deus, o qual lhe é

muito precioso em todos os aspectos.

Verdadeiramente, esta é uma figura de

um homem que está vivendo em comunhão

com Deus. Contudo, ele está pedindo que

Deus sonde o seu coração e prove os seus

pensamentos para verificar se há algum mal

interior de que talvez não esteja ciente.

Este Salmo nos diz nos versículos introdutórios

que Deus nos conhece melhor do

que conhecemos a nós mesmos. É muito

sábio permitirmos que Ele saliente quaisquer

áreas perigosas em nossa vida que possam

trazer feridas ou prejuízos a nós mesmos

ou a outros.

Quando era garoto, meu pai me dava uma

lista de coisas que eu deveria fazer todos os

sábados. Era um trabalho duro, e geralmente

eu necessitava de quatro horas ou mais

para terminá-lo. Aí então, eu podia passar o

resto do dia jogando bola.

Quando o meu pai voltava para casa à

noite, ele pegava a lista e verificava se tudo

havia sido feito corretamente. Às vezes ele

apontava algum canto escondido que não

havia sido varrido perfeitamente. Eu pegava

uma vassourinha de mão e terminava o

trabalho adequadamente naquele mesmo

momento.

Ora, meu pai não estava me rebaixando

de alguma forma indelicada. Ele estava simplesmente

me ajudando a aprender como fazer

uma tarefa corretamente da primeira vez.

Quando eu terminava a tarefa, ele estava sempre

pronto a dizer: “Bom trabalho, filho.”

Como era de se esperar, na semana seguinte

quando eu varria o chão, eu me lembrava de

todos os “cantos escondidos”, os lugares que

eu nem mesmo havia visto antes.

É possível que todos nós tenhamos “cantos

escondidos” em nosso coração que precisam

ser varridos. Não digo isto asperamente,

mas há muitas pessoas que são enredadas

em hábitos pecaminosos dos quais

nem ao menos estão cientes. Em seu devido

tempo, os resultados de seus pecados lhes

produzem as suas conseqüências. Aí então

ficam indagando: “Por que aconteceu isto

comigo?”

A maior parte do tempo que os pastores

passam tentando ajudar as pessoas com seus

problemas pessoais é devido a esses pecados

ocultos. Estão pensando, dizendo, e

fazendo coisas erradas, e nem ao menos sabem

disto.

Pouquíssimas pessoas dizem: “Simplesmente

decidi dar as minhas costas para Deus

e viver uma vida pecaminosa. “Na maioria

dos casos, as pessoas voltam machucadas e

feridas por dentro, porque não sabem como

andar com Jesus, ou como ouvir a Sua voz.

Se pedirmos ao Senhor que nos mostre

os nossos pecados ocultos, Ele falará

conosco e nos ajudará a varrermos todos os

cantinhos de nossa vida até que fiquem brilhantes

e limpos.

À medida que ouvirmos a Sua voz e tentarmos

obedecer a Sua Palavra, aprenderemos

a andar bem ao Seu lado todos os dias.

Aí então, quando a noite se aproximar, também

poderemos ouví-Lo dizer: “Bom trabalho,

filho! Estou realmente orgulhoso de

você!” Ouvir isto vale a pena mesmo!

B. NÃO SEJA ENGANADO

Engano significa crermos que algo esteja

certo quando está errado. João 1:7-9 nos

diz que, enquanto andamos na luz do amor

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 297

e verdade de Deus, o sangue de Jesus continua

nos purificando de todo pecado. Diz

também: “Se dizemos que não temos pecado,

enganamo-nos a nós mesmos’’ Este

mesmo versículo maravilhoso continua dizendo:

“Se confessarmos a Deus o nosso

pecado, Ele é fiel para nos perdoar.”

1. Três Áreas Para o Engano

Baseados nisto, vemos que há três áreas

possíveis para o engano:

a. Pensarmos que não temos nenhum

pecado a ser perdoado.

b. Pensarmos que, se pecarmos de

fato, Deus não Se importará ou nos perdoará,

mesmo se não enfrentarmos o

problema ou Lhe contarmos sobre isto.

c. Pensarmos que não podemos ou

não seremos perdoados, mesmo quando

confessamos de fato o nosso pecado.

2. O Engano Prejudica a Comunhão

Se formos enganados em qualquer uma

destas três áreas, a nossa comunhão (o nosso

caminhar e a nossa comunicação com

Deus) será quebrada. Descobriremos que é

difícil orarmos, louvarmos, ou adorarmos

ao Senhor.

A Palavra de Deus não trará a alegria e a

paz que anteriormente trazia. Será difícil

olharmos abertamente para a face do nosso

Senhor. Podemos até tentar agir como se

tudo estivesse bem, mas lá no fundo sabemos

que algo está errado.

a. Corações Feridos. Os que absolutamente

crêem que nunca pecam sempre têm

problemas causados por seus pecados. Porém

não sabem porque têm tais problemas

ou porque o seu coração ainda sofre.

b. Corações Endurecidos. Os que pecam

e acham que não é preciso contar a

Deus sobre isto, porque Ele os perdoa de

qualquer maneira, podem tornar-se endurecidos

em seu coração. Depois de algum tempo,

nem ao menos ouvem o Senhor tentando

admoestá-los. Andar tão longe assim de

Deus é muito perigoso.

Era este o problema dos fariseus? “Aqueles

dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo

isto, disseram-lhe: Também nós somos

cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis

cegos, não teríeis pecado; mas como agora

dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece”

(Jo 9:40,41).

c. Corações Pesados. Os que acham

que, muito embora confessem a Deus os

seus pecados, Ele não perdoa nem se esquece

de fato, sempre têm um coração pesado.

Andam sempre sob uma nuvem escura

de culpa e condenação.

Como é bom podermos dizer honestamente

que às vezes caímos e fracassamos

mesmo. Deus está sempre pronto, no entanto,

a perdoar-nos, restaurar-nos e fortalecer-

nos. Ele também quer nos ensinar

como andarmos acima do clamor e da queda

do pecado.

A maneira de vivermos para além do pecado

é achegarmo-nos a Ele antes de pecarmos.

É mais fácil achegarmo-nos a Ele antes

do que depois.

3. Seja Sensível ao Espírito

Em nosso devocional matutino, podemos

dizer ao Senhor que não temos desejo

algum de sermos enganados no dia que se

inicia. Realmente queremos andar na luz do

Seu amor e verdade. Queremos conhecer e

sentir a Sua presença conosco o tempo todo.

Desta forma, podemos servi-Lo e obedecê-

Lo com alegria de coração.

Deveríamos pedir a Deus diariamente

que nos faça muito sensíveis ao Seu Espírito

Santo, pois Ele pode nos avisar quando

estamos em perigo. Ele também nos avisará

bem rapidamente se pecarmos contra o Seu

amor ou verdade.

Creio que todos nós compreendemos

que, se falharmos para com Deus durante o

dia, não perdemos a nossa salvação. Um

pecado ínfimo, no entanto, pode quebrar

rapidamente a nossa comunhão (o nosso

caminhar e a nossa comunicação com Deus).

Com a mesma rapidez, queremos pedir-Lhe

298 / SEÇÃOA4 A4.3- Confissão e Purificação

o Seu perdão, pois não queremos que a nossa

comunhão com Ele seja quebrada. Queremos

agradar ao Senhor Jesus em todas as

coisas e não queremos entristecê-Lo em

nada!

C. ESTABELEÇA UMA GUARDA

SOBRE A SUA MENTE E BOCA

O Salmista Davi escreveu: “Sejam agradáveis

as palavras da minha boca e a meditação

do meu coração perante a Tua face,

ó Senhor, Rocha minha e Libertador meu!”

(Sl 19:14).

Alguém disse que, ainda que não possamos

impedir que os pássaros voem acima

de nossas cabeças, podemos, no entanto,

impedi-los de construir um ninho em nosso

cabelo!

1. Guardando Nossa Mente

a. Três Fontes Principais de Pensamentos.

Os pensamentos podem vir à nossa

mente de muitos lugares diferentes. Aliás,

há três fontes principais:

1) O Mundo – o que vemos e ouvimos.

2) A Carne – a nossa antiga natureza

pecaminosa.

3) O Diabo – o mundo dos espíritos.

Contudo, pelo simples fato de um pensamento

vir à nossa mente não significa que

temos de pensar nele. Os pensamentos impuros,

quando fomentados, causam palavras

e ações impuras. Precisamos, portanto,

cortá-los logo no início e substituí-los

por pensamentos santos.

b. Façamos Jesus o Senhor de Nossa

Mente. Podemos iniciar o dia pedindo

que Deus guarde a nossa mente. Quando

um pensamento errado surgir, Ele então nos

avisará rapidamente. Uma forma fácil de

pararmos este pensamento logo no início é

dizermos: “Senhor Jesus, Tu estás vendo

este pensamento também, e não vamos darlhe

mais tempo ou atenção, não é?” Os pensamentos

sobre Jesus têm um grande poder

de parar os pensamentos errados. Isto impede

de prosseguirmos com estes pensamentos

ou de nos colocarmos sob um falso

sentimento de culpa ou condenação.

Todos os cristãos têm pensamentos errados

numa ou noutra ocasião, mas Jesus

pode ser o Senhor de nossa mente, bem como

de nosso coração.

2. Guardando Nossa Boca

Queremos também tomar cuidado com

as nossas palavras. As palavras transmitem

sentimentos e significados e são muito poderosas,

quer para o bem, como para o mal.

Podem machucar ou curar. Podem trazer

alegria ou tristeza. Podem edificar ou destruir.

Podem ministrar amor ou temor, vida

ou morte!

Às vezes, as palavras podem não ter significado,

além de desperdiçarem o tempo.

Contudo, o tempo significa vida, e desperdiçar

um significa desperdiçar o outro.

Todos nós já passamos por ocasiões em

que o Senhor numa ou noutra situação nos

admoestou, com relação às nossas palavras.

Talvez estivéssemos a ponto de falar, mas

o Senhor disse: “Não diga isto. Não é necessário

agora.” Talvez não soubéssemos

na ocasião como era importante guardarmos

aquelas palavras para nós mesmos.

Mas Deus sabia!

Em outras ocasiões, talvez o Senhor nos

diga para falarmos. Ele colocou algo em nosso

coração proveniente do Seu coração, e

Ele quer que o Seu povo ouça a Sua palavra.

Esta é a hora de falarmos com fé. As palavras

do Senhor sempre produzem vida!

Começar cada dia conversando com Deus

ajuda-nos a ouvirmos a Sua voz durante todo

o resto do dia. Esta é uma outra razão importante

para desenvolvermos o hábito de

devoções diárias.

D. MANTENHA O OBJETIVO EM

VISTA

O Apóstolo Paulo fala sobre isto em

Filipenses 3:13,14: “Não, queridos irmãos,

ainda não sou tudo o que deveria ser, mas

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 299

uma coisa faço, e é que esquecendo-me das

coisas que atrás ficam, e avançando para

as que estão diante de mim, prossigo para

o alvo para vencer a carreira e obter o

prêmio, que é o propósito pelo qual Deus

nos está chamando ao céu em Cristo Jesus.”

Este é um versículo muito especial para

mim. Aliás, eu o escolhi como versículo para

a minha vida. Há um motivo pelo qual este

trecho da Palavra de Deus é tão importante

para mim. Permitam-me contar-lhes a história

que está por detrás disto.

Quando tinha 14 anos de idade, eu estava

ouvindo uma pregadora em nossa igreja

de Oakland, Califórnia. O nome dela era

Esther Kerr Rusthoi. Ela era evangelista e

havia vindo para pregar em nossa igreja por

dois ou três dias.

Numa das noites em que estava pregando,

ela contou como havia chegado certa

vez bem próximo das portas da morte. Ela e

algumas outras pessoas ficaram presas num

leito de rio seco quando uma inundação repentina

veio ao seu encontro. Uniram, então,

as suas mãos em oração e resistiram à

força da água torrencial. Através da resistência

ao poder do impetuoso rio, puderam

permanecer juntos e firmes, e finalmente

alcançar um local seguro.

Ela contou esta história para nos ajudar

a compreendermos as palavras que Paulo

usou com relação a “prosseguir com resistência”

para alcançar o alvo de Deus para a

nossa vida. Fiquei profundamente comovido

em meu coração naquela noite, e disse ao

Senhor: “Este é o tipo de pessoa que quero

ser. Quero sempre ‘prosseguir com resistência’

e ganhar o melhor que Tu tens para a

minha vida em Cristo.” Este ainda é o meu

objetivo a “longo prazo” ou propósito de

vida no Senhor.

Os objetivos a longo prazo são alcançados,

completando-se diariamente uma série

de objetivos a curto prazo. Todos os dias,

no plano de Deus para a nossa vida, há vários

objetivos pequenos a serem alcançados.

São as pequenas “tarefas” que Ele quer

que façamos.

Geralmente, durante as nossas orações

matutinas, Deus traz à nossa mente várias

coisas que farão parte do Seu plano para o

dia. Contudo, isto já está entrando no tema

que gostaríamos de cobrir na próxima lição.

Por agora, o que é importante lembrarmos é

que Deus tem um objetivo e um propósito

para cada um de nós.

Todas as manhãs, durante os nossos devocionais

de oração, deveríamos devolver a

Deus tanto a nossa vida como o dia que se

inicia. Deveríamos orar para podermos

“prosseguir com resistência”, não importa

o que acontecer conosco. Não desistiremos

de nossos esforços em fazermos a vontade

de Deus. Podemos alcançar os nossos objetivos

em Deus. Ganharemos o nosso prêmio

celestial.

Passemos, portanto, a enfrentar cada dia

com fé, esperança e coragem em Cristo Jesus!

Capítulo 4

Ordem e Obediência

(OFERECENDO O SEU DIA)

A. ENTREGUE O SEU DIA A DEUS

“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia

n’Ele, e Ele tudo fará... Descansa no

Senhor, e espera pacientemente até que Ele

aja.” (Sl 37:5,7).

As palavrinhas “entrega” e “descansa”

são de grande importância. Elas formam o

portal divino que você atravessa em seu caminhar

diário com o Senhor. O seu Bom

Pastor tem um propósito e ordem para cada

dia da sua vida (Sl 139:16).

Você sabe o que o dia de hoje guarda para

você? Amanhã? Ou a semana que vem? Para

alguns, cada novo dia é uma emocionante e

alegre aventura na vida. Para outros, a idéia

de um outro dia ou uma semana inteira de

solidão é quase insuportável. Alguns de

vocês talvez estejam enfrentando uma épo300

/ SEÇÃOA4 A4.4- Ordem e Obediência

ca de importantes decisões que poderiam

mudar o resto de sua vida.

Qualquer que seja a sua situação, a maneira

de começar o seu dia é ordenando-o

diante do Senhor. Não estou querendo dizer

que devamos gritar ordens para Deus. Estou

querendo dizer que devemos colocar o

nosso dia diante d’Ele, ponto por ponto –

pessoas, lugares, eventos, decisões, etc. Você

precisa apresentar-se diante do Senhor a

cada dia e dizer: “Jesus, gostaria de falar

Contigo sobre o dia de hoje.” Aí então, você

Lhe diz o que acha que o dia envolverá ou

trará.

Sempre há coisas inesperadas que acontecem

conosco. É por isso que aparentemente

nunca terminamos tudo o que havíamos

planejado. Às vezes, nada do que planejamos

é realizado. Aí então podemos nos

sentir muito frustrados, ou derrotados e contrariados.

Dias infrutíferos podem ser muito

desanimadores. Descobri, no entanto, que

com o passar do tempo, os dias “infrutíferos”

podem acabar se tornando mais “frutíferos”

do que pensávamos a princípio. É

necessário algum tempo para que as sementes

cresçam e produzam frutos.

É encorajador lembrarmo-nos que Deus

nunca é pego de surpresa pelas coisas “inesperadas”.

Ele prometeu, de qualquer maneira,

que “todas as coisas contribuem juntamente

para o bem” quando a questão é o

Seu plano e propósito para a nossa vida

(Rm 8:28). Os nossos planos e propósitos

podem falhar, mas nunca os do Senhor, se é

que ordenamos o nosso dia diante d’Ele.

Nada jamais será um desperdício ou perda

total se entregarmos a nossa vida e cada um

de nossos dias, de volta ao Senhor, todas as

manhãs.

Houve ocasiões em que perdi o meu tempo

devocional com Deus, cedo pela manhã,

e, portanto, deixei de ordenar o meu dia diante

d’Ele. Eu estava com tamanha pressa

de me pôr a caminho com minha obra para

o Senhor que não tomava o tempo para

esperar no Senhor da obra. Geralmente,

nesses dias, ao redor de 10:30 ou 11:00 da

manhã, as coisas já estão tomando uns dezoito

rumos diferentes. A minha cabeça parece

estar zumbindo como uma colméia lotada

de abelhas atarefadas, com todo tipo

de coisa zunindo e passando para dentro e

para fora. Será que isto parece algo familiar

a alguns de vocês?

Posso deparar-me com algumas coisas

bem espinhosas e difíceis ao redor das 11:00

da manhã, quer tenha orado ou não. No entanto,

o fato de estarmos preparados pela

oração fornece uma grande força espiritual.

Ordenarmos o nosso dia diante de Deus nos

dá a fé de que Ele nos guiará com sabedoria

nos problemas inesperados que surgirem.

Isto faz uma grande diferença no dia – uma

diferença muito grande!

Sou grato porque o Trono da Graça de

Deus é de fato de graça e não de julgamento.

Fico tão contente por podermos nos apresentar

prontamente diante d’Ele, até mesmo

em nossos fracassos, e Ele está pronto a

perdoar e restaurar. Houve ocasiões, na

pressa e confusão de dias em que não orei

nem ordenei os meus caminhos diante do

Senhor, em que ajoelhei-me e clamei a Deus,

pedindo-Lhe a Sua ajuda e sabedoria. Para

alegria minha, descobri que muito embora

houvesse deixado de esperar por Ele, Ele

ainda estava esperando por mim. Nunca é

tarde demais para orarmos, porém podemos

evitar muitas tristezas para nós mesmos

e para os outros, orando de manhã cedo.

Esta é a hora certa para “entregarmos” o

nosso dia ao Senhor. Aí então poderemos

“descansar” n’Ele.

B. MOSTRE SUA NECESSIDADE DA

MESMA MANEIRA COMO O FAZ

UMA CRIANÇA.

“Em todos os teus caminhos olha para

Ele, e Ele dirigirá as tuas veredas. Não sejas

sábio a teus próprios olhos. Teme ao

Senhor e aparta-te do mal” (Pv 3:6,7).

Gostaria de compartilhar com vocês

como creio ser de tremenda importância

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 301

sermos como uma criança no reconhecimento

de nossa necessidade de Deus. Somos

totalmente dependentes d’Ele, assim como

uma criança é dependente de seu pai natural.

Devemos trazer o Senhor para todos os

detalhes de nossos afazeres cotidianos. Precisamos

muito d’Ele todos os dias.

Tenho ensinado o Evangelho por mais

de quarenta anos. Porém, gostaria de contar-

lhes algo. Hoje de manhã, enquanto estava

orando, eu disse séria e fervorosamente:

“Deus-Pai, Paizinho, aqui é o teu garoto,

Jack. Apresento-me diante de Ti como

Teu filho porque preciso da Tua ajuda para

este dia. Não quero simplesmente seguir

formalidades conhecidas, e sim guiar o Teu

povo numa verdadeira adoração espiritual.”

Recuso-me a ser “sábio a meus próprios

olhos”.

Algumas pessoas acham que ser “sábio

a seus próprios olhos” significa ser orgulhoso

e arrogante. Contudo, creio que se

refere aos nossos sentimentos de auto-confiança.

Achamos que realmente sabemos

como fazer as coisas por nós mesmos. E,

no que se refere à forma ou padrão dos cultos,

isto pode ser verdade. No meu caso,

estou muito familiarizado com a forma de

reuniões de igreja. Contudo, podemos ter

uma “reunião” sem nos reunirmos com

Deus. A vida de uma reunião depende do

poder do Espírito de Deus. Precisamos sempre,

e em todos os aspectos, depender d’Ele.

É isto o que significa uma confiança simples,

como a de uma criança.

C. PEÇA DIREÇÕES ESPECÍFICAS

“Mostra-me os Teus caminhos, ó Senhor;

ensina-me as Tuas veredas. Guiame

na Tua verdade, e ensina-me, pois Tu és

o Deus da minha salvação; por Ti espero

todo o dia “ (Sl 25:4,5).

Ordeno o meu dia diante do Senhor, dizendo:

“Pai, durante todo o dia de hoje estarei

olhando para Ti. Mostra-me os Teus

caminhos.” Peço especificamente que Deus

me guie em muitos assuntos diferentes. Aí

então, à medida que me deparo com esses

pontos durante o transcorrer do dia, voltome

novamente a Ele e digo: “Ajuda-me aqui,

Senhor!” Desta maneira, estabeleço um ponto

de referência de manhã com o qual posso

me relacionar durante todo o dia.

Recentemente, eu estava a ponto de dizer

algo quando senti um cutucãozinho ou

aviso em meu espírito, como se o Espírito

de Deus estivesse dizendo: “Não diga isto!”

O meu comentário não era desagradável

e nem uma inverdade. Simplesmente não

parecia necessário. Até senti vontade de argumentar

com Deus: “Sei que não é necessário,

mas quero dizer de qualquer forma.

Não vai de fato fazer mal algum.” E Deus

simplesmente retruca: “Não diga isto! Simplesmente

não diga!”

Às vezes, passamos por cima ou deixamos

de obedecer as pequenas placas de aviso

de Deus que dizem pare, e falamos de

qualquer forma. O que pensávamos ser uma

palavra inofensiva torna-se uma experiência

muito dolorosa para a outra pessoa.

Aí então ficamos tristes por não termos

obedecido ao sinal de admoestação que o

Espírito Santo pôs em nosso coração. Até

mesmo quando parece que a nossa observação

não causou nenhum mal, ficamos um

pouco tristes por termos ido avante de qualquer

maneira somente para satisfazer os

nossos desejos.

Nesse caso, guardei de fato as minhas

palavras para mim mesmo, e senti a aprovação

do Espírito Santo. Sentimo-nos bem

fazendo algo correto e sabendo que a nossa

atitude e ação foram agradáveis ao Senhor.

O ponto que estou querendo ressaltar é

o seguinte: Creio que a minha capacidade

de dizer “não” baseou-se no tempo de oração

matutina. Eu havia ordenado o meu dia

diante do Senhor e havia orado:

“Que as palavras da minha boca e a

meditação do meu coração sejam agradáveis

perante a Tua face” (Sl 19:14). Verdadeiramente,

se pedirmos ao Senhor direções

específicas no começo do dia, Ele nos diri302

/ SEÇÃOA4 A4.4- Ordem e Obediência

girá fielmente em todos os detalhes que se

depararem em nosso caminho.

D. OBEDEÇA INSTRUÇÕES

“Pedi e dar-se vos-á... Dá-nos hoje o

nosso pão cotidiano (comida)... A minha

comida é fazer a vontade d’Aquele que Me

enviou” (Lc 11:9,3; Jó 4:34). Jesus nos diz

claramente no Sermão da Montanha que o

nosso Pai Celestial prometeu suprir todas

as nossas necessidades:

“Olhai para as aves do céu, que nem

semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros;

e o vosso Pai Celestial as alimenta...

Olhai para os lírios do campo, como eles

crescem: não trabalham, nem fiam; e Eu

vos digo que nem mesmo Salomão em toda

a sua glória se vestiu como qualquer deles”

(Mt 6:26,28).

O Senhor está dizendo que não precisamos

nos preocupar com o que comeremos

ou vestiremos. Assim como o nosso Pai Se

importa e supre as necessidades dos passarinhos

e dos lírios do campo, assim também

Ele Se importa conosco e supre as nossas

necessidades. Contudo, há um aspecto que

é de nossa responsabilidade. Há uma palavra

que temos de obedecer. Deus não irá em

frente e não cumprirá todas estas promessas

sem que a nossa parte seja feita.

Qual é a nossa parte? Qual é a palavra

que temos de obedecer? É a seguinte: “Pedi

e recebereis.” Não se preocupe, porém peça.

Será que Deus está dizendo que, se não orarmos

não recebemos? Sim, creio que isto está

bem próximo da verdade. Tiago diz que não

temos porque não pedimos (Tg 4:2).

A salvação é um bom exemplo. É para

todos e é para sempre – mas somente para

os que pedem por ela. Muitas pessoas

crêem que por se sentirem bem no que se

refere a Deus e por viverem uma boa vida,

isto é o suficiente. Mas não é! Também

temos de pedir e receber ao Seu Filho como

nosso Salvador. O amor e a vida de Deus

não são simplesmente uma idéia agradável,

e sim um dom que é nosso quando

pedimos por ele. Recebemos este dom

quando pedimos que Jesus entre em nosso

coração como Senhor e Salvador. Porém,

precisamos pedir!

Este mesmo princípio ou verdade aplica-

se aos nossos afazeres diários. Precisamos

pedir a Deus pelo nosso “pão de cada

dia”. Isto se refere às nossas necessidades

materiais ou físicas, porém inclui muito

mais. Aplica-se também ao nosso alimento

espiritual. Isto foi o que Jesus quis dizer ao

falar que a Sua comida era fazer a vontade

de Seu Pai. Assim como a fome do corpo

somente pode ser satisfeita tomando-se uma

refeição, a fome do coração e da alma somente

pode ser satisfeita quando fazemos a

vontade de Deus.

O nosso Pai tem um plano e propósito

diários para a nossa vida, que deve tornarse

o pão de cada dia pelo qual oramos. A

chave para conhecermos a vontade de Deus

é pedirmos por ela – e pedirmos todos os

dias. Isto não significa que Ele revelará todos

os detalhes do nosso dia antes de acontecerem.

Significa de fato que quando o dia chega

ao fim, o Seu propósito para a nossa vida

terá sido completado. Talvez não tenha sido

a nossa vontade, mas terá sido a d’Ele. Deus

fará com que tudo contribua conjuntamente

para o Seu bom propósito em Cristo Jesus.

A Sua vontade para nós é que nos tornemos

semelhantes ao Seu Filho. Nada será

perdido, nada será desperdiçado (Rm

8:28,29).

Talvez você nem mesmo compreenda

tudo o que foi cumprido no propósito de

Deus para um certo dia. Talvez tenha parecido

como um daqueles dias “infrutíferos”

de que falamos anteriormente.

Mas conceda a Deus algum tempo para

que Ele possa produzir os frutos. Talvez

leve uma semana ou um ano, ou até mesmo

metade da sua vida.

Contudo, chegará um dia em que todos

nós poderemos dizer: “Jesus me guiou por

todo o caminho.”

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 303

Devolva cada dia a Deus, juntamente com

a sua vida. Ordene cada dia diante d’Ele.

Peça a Deus com alegria o pão de cada dia

da Sua vontade para você – e fique em paz!

Capítulo 5

Família e Igreja

(DEDICANDO AS PESSOAS MAIS

CHEGADAS E QUERIDAS)

A. CITE DIARIAMENTE A SUA

FAMÍLIA IMEDIATA

“Havia um homem na terra de Uz, cujo

nome era Jó; e este era homem sincero, reto

e temente a Deus, e desviava-se do mal. E

nasceram-lhe sete filhos e três filhas... E iam

seus filhos, e faziam banquetes em casa de

cada um no seu aniversário... E enviava Jó,

e os santificava, e se levantava de madrugada,

e oferecia holocaustos segundo o número

de todos eles; porque dizia Jó: Porventura

pecaram meus filhos, e blasfemaram de Deus

no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente”

(Jó 1:1-5).

Já falamos sobre a oferta de você mesmo,

o seu coração e o seu dia ao Senhor. Agora,

gostaríamos de falar sobre a oferta ao Senhor

das pessoas mais achegadas a você – as mais

achegadas e queridas. Refiro-me às pessoas

que estão dentro do nosso “círculo de influência”.

Estas incluiriam as nossas famílias,

amigos e irmãos em Cristo.

Das muitas áreas de oração de nossos

perfis, em linhas gerais, esta é a que pessoalmente

mais me comove. Tenho sentimentos

muito ternos e amorosos para com os que

estão perto do meu coração. Sei que você

também os tem. Assim sendo, gostaria de

compartilhar do meu coração para o seu.

Precisamos orar, todos os dias, pelas pessoas

da nossa família imediata, citando seus

nomes. Isto era o que Jó fazia. Era hábito

dele trazer os seus filhos diante do Senhor

em oração. Ele se importava muito com o

relacionamento deles com Deus.

Você deveria se importar com os seus

entes queridos também, os quais incluiriam

os seus avós, pais, cônjuges, filhos e netos,

caso você tenha tais pessoas como membros

de sua família.

Até mesmo se você for muito sozinho

neste mundo, há um pequeno círculo de pessoas

cujas vidas estão próximas da sua. Talvez

não sejam parentes consangüíneos, mas

você os considera como a sua “família” de

amigos. É neste ponto que iniciamos. Citeos

em oração todos os dias.

Gostaria de compartilhar duas coisas

pessoais com você sobre a oração pela família.

1. As Orações de meu Pai

A primeira delas tem a ver com o meu

pai. Sempre chamei meu pai de “papai” e

creio que sempre o farei. O Papai morreu

em 1979, mas guardo muitas memórias maravilhosas

da sua vida.

O Dia de Ações de Graças sempre foi

um dia muito especial para a nossa família.

Minha esposa Anna e eu geralmente convidamos

todo mundo para jantar em nossa

casa. Montamos mesas extras que vão se

encurvando desde a sala de jantar até a sala

de visitas. A casa fica completamente lotada

com membros da família e amigos, e é uma

ocasião de grande alegria e comunhão.

O Papai sempre se sentava numa extremidade

da mesa, e eu na outra. Aí então,

todos compartilhavam algumas das coisas

maravilhosas que Deus havia feito por eles

no ano anterior. Nenhum de nós sabia em

1979 que aquele seria o último jantar de

Ações de Graças que teríamos com o papai.

Ele compartilhou conosco que estava muito

grato pelo fato de todos os seus filhos

estarem servindo ao Senhor e de que todas

as nossas famílias estivessem indo bem. Foi

um momento precioso e todos ficamos comovidos

a ponto de chorarmos.

Em seguida o papai disse algo que nunca

esquecerei: “Eu oro por todos vocês,, meus

filhos, sete vezes por dia!” Sim, eu sabia

que o papai orava. Ele era um homem bom

304 / SEÇÃOA4 A4.5- Família e Igreja

e consagrado a Deus. Mas eu não sabia que

ele orava sete vezes por dia. Não creio que

ele quis dizer que se ajoelhava cada vez para

orar, e sim que tinha a sua rotina de oração

bem firme em sua mente. Acho que sei algumas

das coisas que ele dizia porque o ouvi

orando por nós em voz alta muitas vezes.

Não sei quando ele começou suas orações

diárias por nossa família. Ele recebeu a Jesus

quando eu tinha um ano e meio de idade.

Tenho certeza de que ele orou por mim desde

então e de que nos últimos anos da sua

vida ele orou por mim sete vezes por dia.

Há uma razão pela qual você e eu temos

sidos tão ricamente abençoados por esta comunhão

em Cristo. É a seguinte: a mamãe e o

papai eram pessoas de oração e estamos colhendo

os benefícios da fidelidade deles. Que

eles possam servir de exemplo para todos nós!

Ore por seus filhos o tempo todo. Eles

não poderiam receber uma herança melhor.

2. Orando Pela Minha Família

A segunda coisa que gostaria de compartilhar

com vocês é a forma pela qual oro por

minha família. Começo orando por minha

esposa: “Senhor, peço-Te que abençoes a

minha Querida Esposa Anna.” Em seguida,

menciono algumas coisas que eu sei que ela

estará enfrentando durante o dia. Não leva

muito tempo, porém oro fielmente por ela

todos os dias.

Creio que a oração é uma das razões pelas

quais o nosso casamento de trinta anos

tem sido tão abençoado. Não estou querendo

dizer que nunca tivemos nenhum problema

ou dificuldades juntos. Sim, tivemos.

Porém, aprendemos a crescer no Senhor através

dessas dificuldades. A oração diária fortalece

o relacionamento matrimonial diante

de Deus de uma forma linda, porém poderosa.

Ore pelo seu cônjuge!

Aí então oro por Becky e seu esposo

Scott. Becky é a nossa filha mais velha e ela

me ama muito. Ela e Scott estão envolvidos

no trabalho pastoral. Eu a vi há cerca de duas

semanas atrás. Ela abriu o seu coração e compartilhou

comigo algumas das coisas difíceis

por que estavam passando. Aí ela veio em

minha direção, abraçou-me e chorou um pouco.

Fiquei contente de poder orar com ela.

Tenho orado por ela há mais tempo que qualquer

um dos outros filhos porque ela é a

mais velha. Ela realmente ama o Senhor, o

seu marido e seus filhos. Ela me é muito querida,

como também toda a sua família. Oro

muito por eles, todos os dias, mencionando

os seus nomes. São uma família encantadora

e eu sou um pai muito orgulhoso. Contudo,

coisas boas como esta não acontecem simplesmente.

Deus faz isto quando nós, na

qualidade de pais, oramos fielmente.

O Senhor dirigiu um de meus filhos para

o campo do ensino. O treinamento de jovens

é um chamado sublime, e as nossas

escolas, por si só, são campos missionários.

Em breve ele se casará, e também oro

por ele e por sua noiva todos os dias.

O nosso outro filho e sua esposa estão

se preparando para o ministério. Desde agora

eles já têm o desejo de ajudarem uma

pequena igreja que quase extinguiu-se por

falta de liderança. Admiro o zelo e a fé deles

e os apóio calorosamente com o meu amor e

minhas orações.

A nossa quarta filha, Christy, tem dezesseis

anos de idade. Cerca de uma vez

por semana caminhamos juntos e ela me

conta os seus interesses e problemas na escola.

Agora, uma coisa é certa: ela tem um

papai que ora diariamente por suas necessidades

pessoais e atividades escolares.

Aí então oro por minha mãe, minha avó,

e outros membros de nossa família que estão

perto do meu coração. Que privilégio e

responsabilidade temos todos nós em orar

por nossos entes queridos, os quais Deus

colocou em nossos círculos familiares!

B. ESTENDA-SE AOS OUTROS

FAMILIARES E PARENTES

“Não te escondas da tua própria carne”

(Is 58:7)

Eu não compreendia o que este versículo

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 305

significava quando o Senhor o colocou em

meu coração, pela primeira vez, há cerca de

quinze anos atrás. Ele simplesmente me disse

que todo o Capítulo 58 de Isaías seria

vivificado em meu futuro ministério para Ele.

Passei a compreender que “a tua própria

carne” significa os nossos parentes consangüíneos

logo após a nossa família imediata. É

realmente um círculo muito maior. Para mim

envolve as duas irmãs vivas do meu pai e

seus filhos (meus primos). Eu não orava por

eles, e nem ao menos pensava neles. Só recentemente

foi que se tornaram participantes

do meu círculo de oração.

A minha esposa Anna é uma entre nove

filhos. Através dela, tenho mais de vinte e

cinco sobrinhos. Muitos de seus nomes eu

nem mesmo sabia. Eles nunca faziam parte

de minhas orações. Eu achava que havia casado

com a Anna, e não com a família dela.

Eram agradáveis de se ver de vez em quando,

mas além disso, eu ficava feliz por ser

deixado no “meu canto”. Não é que eu não

gostasse deles. Eu simplesmente não queria

ter de pensar neles. O nosso relacionamento

era educado, porém frio e distante.

Nos primeiros anos do nosso casamento,

Deus começou a lidar comigo sobre as

minhas atitudes para com os meus parentes

mais afastados. Eu não deveria “esconderme

da minha própria carne.” O amor assume

com alegria a responsabilidade maior de

oração pela família que vem com o casamento.

O Senhor mudou o meu coração e

agora não somente estou aprendendo os

nomes de meus sobrinhos, como também

estou orando por eles.

É verdade que não posso orar por todos

eles, diariamente, como faço por minha família

imediata, porém oro por eles semanalmente.

Desta forma, não me canso nem fico

exausto com um fardo que Deus não me deu.

Não conheço os detalhes de suas necessidades,

portanto, a oração específica nem sempre

é possível. Contudo, posso lembrar-me

deles diante do Trono de Deus, citando os

seus nomes. Aí então, o Espírito Santo pode

orar através de mim por eles. Se alguém precisar

de uma oração urgente e especial, tenho

a sensibilidade para prontamente assumir

esse fardo segundo a direção do Espírito.

Desta forma, a minha vida de oração pode

permanecer renovada e viva, e pode ser uma

força poderosa para o círculo de nossos parentes

e familiares mais afastados.

C. LEMBRE-SE DA FAMÍLIA DO PAI

“Coloco-me de joelhos perante o Pai...

do Qual toda a família nos céus e na terra

toma o nome” (Ef 3:14,15).

A família do Pai é a Igreja. Como oramos

pela Igreja? Antes de tudo, oramos pelas

pessoas que constituem a congregação da

igreja. Isto é diferente da oração pelos “programas”

ou atividades da igreja. São importantes

e deveriam ser sustentados por nossas

orações. Porém, sem as nossas congregações,

não teríamos nenhum programa.

Assim sendo, é importante orarmos pela

família da igreja.

Estimulo e digo à nossa congregação que

cada vez que agradecem pelos alimentos,

eles deveriam também dizer: “Senhor, abençoa

também a nossa igreja.” Isto não é uma

oração egoística. É simplesmente dizer que

fazemos parte de uma família eclesiástica e

juntos queremos a bênção de Deus. Estamos

cientes de que assim como estamos

abençoando os outros, semelhantemente eles

estão nos abençoando também. Todos estamos

buscando a graça e a bênção de Deus

para podermos servi-Lo melhor.

Há uma outra maneira de orarmos pela

família do Pai. Isto envolve o nosso “círculo

de influência” dentro da congregação. Refiro-

me às pessoas com quem entramos em

contato em nossa vida na igreja, como por

exemplo, as pessoas do seu grupo familiar,

ou com quem você trabalha em alguma outra

atividade da igreja. Gostaria de compartilhar

com vocês algo que aprendi com um irmão

mais velho, na nossa congregação. Ele me

disse que isto aconteceu numa das primeiras

vezes quando ele estava num círculo de ora306

/ SEÇÃOA4 A4.6- Intercessão a Fim de Alcançarmos o Mundo Para Jesus

ção. Ele foi tão tocado pelo Senhor sobre

uma necessidade que havia sido compartilhada

por alguém que ele disse a essa pessoa:

“Vou orar por você todos os dias desta semana.”

E orou. E tem orado por muitos outros

da mesma forma desde esse dia.

É sempre muito importante sustentarmos

uns aos outros com o nosso amor e

com nossas orações. Isto é de fato o que

significa “lembrarmo-nos da família do Pai”.

D. INCLUA OS SOLITÁRIOS

“Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus

no Seu lugar santo. Ele faz que o solitário

viva em família...” (Sl 68:5,6).

Vivemos num mundo muito solitário. É

possível sentirmo-nos inteiramente solitários

até mesmo no meio de uma grande multidão.

Alguns de vocês sabem exatamente

do que estou falando, pois o sentimento

básico de sua vida é a solidão.

Há pessoas solitárias em toda a nossa

volta. Algumas delas talvez sejam os nossos

vizinhos. Talvez aparentem estar passando

muito bem, mas em seu coração sentem-se

desprezados, desnecessários e não-amados.

Há pessoas neste mundo que nunca tiveram

ninguém que jamais orasse por elas.

Você pode imaginar como seria viver toda

a sua vida e nunca ter ninguém que pudesse

apresentar o seu nome a Deus em oração?

Talvez alguns de vocês possam. Eu não conseguiria.

Sempre oraram por mim. Sei, no

entanto, que há pessoas que compreendem

o que estou dizendo. Tanto quanto saibam,

durante o seu tempo de crescimento, ninguém

jamais orou por elas.

Se isto se aplica ao seu caso, de duas formas,

então, Deus quer compensar o que você

perdeu. Primeiramente, Ele quer que você

saiba o que significa ter pessoas em sua família

no Senhor que o amem, que se importem

com você e que orem por você. Aí, então,

Ele quer dar-lhe um ministério especial

na oração para os muitos solitários e desprezados

que Ele trará no seu caminho.

Aliás, Deus quer que todos nós estejamos

alertas pelas pessoas que Ele quer que

adotemos em oração. Todos conhecemos

pessoas em nossas vizinhanças, igrejas, escolas,

ou trabalhos que parecem ser solitárias.

Às vezes parecem ser um pouco estranhas

ou diferentes, e aparentemente não se

encaixam bem com as pessoas ao seu redor.

Por este motivo, são simplesmente deixados

a sós ou colocadas de lado. Talvez queiram

relacionar-se com os outros e serem calorosamente

aceitas, mas não sabem como agir

ou corresponder bem, socialmente falando.

Precisam de alguém que as ame e as sustente.

Isto pode ou não significar que Deus quer

que você se torne um amigo especial. Mas

você pode sempre adotá-las como pessoas

solitárias que Deus quer estabelecer em Sua

família através das suas orações.

Vou contar-lhes o que pode acontecer

em seguida. Você descobrirá que começa a

amar e a se importar com essas pessoas.

Deus colocará em seu coração o amor que

está no coração d’Ele por aquela pessoa. E

o amor tem um jeitinho de querer alcançar e

tocar as pessoas solitárias e machucadas.

Isto foi visto claramente na vida de Jesus

quando estava aqui na terra. Agora, através

da graça e do poder do Seu Espírito, as

nossas mãos podem tornar-se as mãos d’Ele.

Tornamo-nos a família onde o Pai estabelece

os Seus “solitários”.

Capítulo 6

Intercessão a Fim de

Alcançarmos o Mundo

Para Jesus

A. UMA IGREJA-MODELO PARA A

ORAÇÃO E AS MISSÕES

Encontramos no Livro de Atos uma igreja

notável. Era uma igreja que orava e que se

aplicava às missões. Portanto, é uma igreja

de especial interesse para nós.

Localizava-se na cidade de Antioquia, na

costa norte da Síria. Foi a primeira igreja

gentia, e alguns líderes notáveis do início do

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 307

cristianismo estavam entre os seus membros.

Lucas nos conta algumas coisas sobre

o seu caráter e ministério especiais:

“E na igreja que estava em Antioquia

havia alguns profetas e mestres, a saber:

Barnabé e Simeão... Lúcio... Manaém... e

Saulo. Enquanto estavam orando, jejuando,

e adorando ao Senhor, o Espírito Santo

disse: Apartai-Me a Barnabé e a Saulo para

a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando

e orando, e pondo sobre eles as

mãos, os despediram” (At 13:1-3).

Estes três versículos contêm seis idéias

que nos ajudarão a compreender o tipo de

pessoas que Deus usa para alcançar o mundo:

1. Era um Povo da Palavra

Pela lista de profetas e mestres dada no

versículo um, sabemos que era um povo ensinado

e fundamentado na Palavra de Deus.

2. Era um Povo de Adoração

Era hábito deles “ministrarem ao Senhor”.

Através da sua adoração, convidavam

Deus a entrar em seu mundo cotidiano.

A Sua santa presença em seu meio era a

fonte da vida espiritual deles.

3. Era um Povo que Conhecia a

Disciplina do Jejum

Com isto, colocavam a parte anímica e

sensual de suas vidas sob o controle do Espírito

Santo. O jejum é uma maneira de dizermos:

“O meu ser espiritual está acima

do meu ser físico.”

4. Era um Povo que Ouvia e

Obedecia a Voz do Espírito Santo

Estavam em harmonia com a Sua presença

e buscavam a Sua direção para sua

própria vida e para a vida da igreja.

5. Era um Povo de Oração

A segunda referência à oração e jejum

mostra que eles sabiam que a guerra espiritual

seria um aspecto importante do ministério

missionário deles. Seus missionários

seriam sustentados com o poder de batalha

de um povo que orava.

6. Era um Povo Comprometido com

seus Missionários

Quando impunham as mãos sobre eles,

ligavam as suas vidas com os que estavam

sendo enviados ao campo missionário. Continuavam

a sustentá-los de todas as formas

possíveis. Seus missionários não eram esquecidos.

Esta descrição da Igreja de Antioquia nos

dá uma introdução prática das Escrituras a

todo o assunto da oração intercessória. Desenvolveremos

o tema da intercessão, considerando

um bom número de seus vários

aspectos. Aprenderemos também como dividir

em partes, a nossa responsabilidade

de oração pelo mundo a fim de que possamos

dar “conta do recado”, sem ficarmos

assoberbados. Se acharmos que uma tarefa

é grande demais, há sempre o perigo de nem

ao menos começarmos.

Deus quer que compartilhemos do mesmo

entusiasmo e alegria que a Igreja de Antioquia

sentiu quando Paulo e Barnabé voltaram

e contaram sobre as muitas maneiras

pelas quais suas orações haviam sido respondidas.

As orações respondidas são uma

rica recompensa pela fé e obediência.

B. PROBLEMAS NA ORAÇÃO

Orar pelas nações é diferente dos tipos

de oração que já comentamos até aqui nesta

série de estudos. O número de países e a

extensão de suas necessidades exigem uma

abordagem que vá além do alcance da nossa

rotina de oração diária.

1. Idéias Erradas Sobre Oração

Muitos cristãos acham difícil acreditar

que suas “pequenas” orações possam de fato

fazer uma diferença no curso dos acontecimentos

internacionais. Para eles é algo quase

além da razão. Este tipo de pensamento devese

principalmente a idéias fracas e errôneas

sobre a natureza e a prática da oração.

308 / SEÇÃOA4 A4.6- Intercessão a Fim de Alcançarmos o Mundo Para Jesus

A oração não é somente um sentimento

agradável ou uma atitude nobre. Não é algum

tipo de influência misteriosa flutuando por aí

e que esperamos que talvez venha a fazer algum

bem a alguma pessoa em algum lugar. A

oração é nosso papel no enfoque do propósito

e poder de Deus com relação a um ponto

específico de necessidade. Deus nos deu o

privilégio e a responsabilidade de fazermos a

Sua vontade na terra, assim como é feita no

Céu. Ele promete sustentar as nossas orações

de fé com o Seu poder e autoridade.

2. Dúvida e Desânimo

Sem Ele não podemos; mas sem nós,

Ele não quer.

Devido ao fato de que a oração libera o

poder de Deus, o diabo não quer que oremos,

e ele nos desencoraja de qualquer forma

possível. Ele quer que sintamos que as

nossas orações são curtas demais, fracas demais,

ou pequenas demais para terem qualquer

efeito real em questões tão grandes e

distantes como os acontecimentos internacionais.

Além disso, muitas pessoas têm

uma visão fatalística sobre as ações e reações

de nações estrangeiras. Crêem que nada

pode ser dito ou feito para fazer qualquer

diferença. O que será, será!

Esta dúvida mentirosa do diabo talvez

seja difícil de ser posta de lado porque nem

sempre temos respostas rápidas e imediatas

para as nossas orações pelas nações.

Em nossas orações sobre questões diárias,

bem à mão, geralmente vemos as respostas

um tanto quanto rapidamente. Isto edifica e

estimula a nossa fé. Contudo, as confusas

questões mundiais talvez requeiram mais

tempo até que o propósito divino seja realizado

plenamente. E mesmo então, muitas

coisas podem acontecer sem que tenhamos

conhecimento porque estamos muito longe

do local dos acontecimentos.

Além disso, os caminhos de Deus nem

sempre são os nossos caminhos. O processo

e plano divinos, em geral, estão além da nossa

esfera limitada de compreensão. Paulo nos

diz que até mesmo os profetas do Antigo

Testamento não anteviam totalmente o mistério

da Igreja. A idéia de que os judeus e os

gentios deveriam tornar-se um só Corpo em

Cristo Jesus estava totalmente fora de seus

padrões de pensamento. Alguns eventos da

história dos judeus devem ter sido muito difíceis

de serem compreendidos sem esta revelação.

Somente no tempo certo de Deus

foi que o Seu propósito tornou-se claro.

Este princípio ainda se aplica a nós hoje

em dia. Deus responde às nossas orações

de Sua maneira e no Seu tempo certo. Às

vezes sabemos, mas às vezes não. Contudo,

o que sabemos de fato é que Ele prometeu

responder às nossas orações quando

oramos com fé e obediência.

3. Motivações Erradas

As motivações erradas podem ser uma

outra fonte de dificuldades na oração

intercessória. Se estivermos orando com uma

motivação de mero senso de dever legalístico,

os nossos esforços logo tornar-se-ão um

peso morto. A verdadeira intercessão precisa

surgir num coração e mente que sejam

motivados e dirigidos pelo Espírito Santo.

Os métodos errados também podem derrotar

os nossos desejos de orar. O nosso

inimigo quer arrastar-nos para um extremo

ou outro. Se ele não puder nos impedir de

orar, ele desejará que as nossas orações sejam

vagas e gerais a ponto de não sabermos

se Deus as respondeu ou não: “Deus, abençoe

a nossa família, a nossa nação, o mundo”

não é de fato uma oração muito satisfatória

para nós ou para Deus. Isto porque a

fé sempre procura encontrar um enfoque.

Com orações específicas vem um senso de

expectativa definida.

No outro extremo, longas listas de necessidades

específicas sem a direção divina,

ou mesmo sem uma ordem prática, podem

tornar-se cansativas e maçantes. Jesus nos

admoestou contra a prática de “vãs repetições”

nas orações – muitas palavras com

pouco propósito ou poder (Mt 6:7).

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 309

Quando as nossas motivações ou métodos

estão errados, rapidamente desanimamos

e desistimos. Ficamos então com um sentimento

de culpa e de impotência. Simplesmente

não sabemos o que fazer. Por estas

razões, gostaríamos de passar algum tempo

examinando o propósito e também a prática

da oração intercessória. Precisamos saber o

que é a verdadeira intercessão e como ela

funciona de uma forma pessoal e prática.

C. DEFINIÇÃO DE INTERCESSÃO

Gostaria de dar-lhes agora uma definição

simples de intercessão. Mais tarde analisaremos

o conceito da oração intercessória

bem detalhadamente.

A oração intercessória pode ser definida

da seguinte maneira: “orarmos em prol de

outros, sob o poder e a direção do Espírito

Santo, cientes de que haverá resultados

divinos.”

A afirmação acima pode ser dividida em

três partes. Consideraremos cada uma delas,

separadamente.

1. A Oração em Prol de Outros

A intercessão significa orarmos por outras

vidas, além de nós mesmos. Estas “outras

vidas” podem ser pessoas que nos sejam

íntimas e queridas. Importamo-nos muito

com as suas condições atuais e com o seu

bem-estar eterno. Portanto, oramos com fervor

e insistência por elas. Estas “outras pessoas”

podem até ser pessoas que não conhecemos

pessoalmente – pessoas que moram

num longínquo país estrangeiro. Talvez “estas

pessoas” sejam missionários naquele país.

Poderia até mesmo ser o próprio “país”. A

idéia básica da intercessão é a de ser uma

oração em prol de alguma outra pessoa.

2. Com o Poder e a Direção do

Espírito Santo

A intercessão é a oração com a direção e

ajuda do Espírito Santo. O Apóstolo Paulo

nos diz que o Espírito Santo está sempre

pronto a nos ajudar quando não sabemos

exatamente como, ou pelo que, orarmos (Rm

8:26,27). Muitas questões estão muito além

da nossa compreensão. Nessas ocasiões, é

um consolo sabermos que temos um Santo

Ajudador que dirige as nossas orações de

acordo com a vontade de Deus.

O Espírito Santo não somente dirige, mas

também “inspira” as nossas orações. Há ocasiões

em que Deus traz certas pessoas às nossas

mentes. Deveríamos considerar seriamente

esses pensamentos e impressões. É a voz

do Espírito, dizendo: “Ora por esta pessoa, e

ora agora!” Este é o teu chamado divino para

a intercessão. Não deixes para mais tarde!

Vemos, portanto, que na intercessão, o

Espírito Santo diz quando, como, e por

quem orarmos. Esta é a parte de Deus. A

nossa parte é obedecer e orar.

3. Sabendo que Haverá Resultados

Divinos

A intercessão faz uma diferença. A oração

muda as coisas. A oração intercessória é

a causa que produz o efeito. Há um resultado

divino de oração que não pode acontecer

de nenhuma outra maneira.

A idéia de que a oração pode de fato

fazer uma diferença em nossa vida e em

nosso mundo é totalmente contrária à mente

natural do homem. Muitas vezes o pequeno

mundo que forma o nosso “círculo

de influência” parece estar completamente

fora do nosso controle. Sentimo-nos como

vítimas desamparadas e desesperadas. Esta

idéia é extrapolada ao mundo exterior com

sentimentos ainda mais profundos e sombrios.

O destino está fixado, o futuro estabelecido,

e não há nada que possamos fazer

a respeito. A única coisa que podemos fazer

é submetermo-nos aos acontecimentos

mundiais, da forma como são, pois não podem

ser mudados. Não podemos lutar contra

um destino que já foi determinado.

Jesus ensinou exatamente o oposto. A

Sua vida, morte e ressurreição provaram que

este mundo pode ser redimido e restaurado

ao plano e propósito originais de Deus. Nem

310 / SEÇÃOA4 A4.6- Intercessão a Fim de Alcançarmos o Mundo Para Jesus

tudo está perdido. Não fomos sentenciados

à morte, e sim destinados à vida. Quando

Cristo veio para esta terra, Ele expôs a mentira

do diabo e nos chamou para uma vida

de fé, esperança e amor.

Além disso, Ele nos deu o direito de orar

como Ele orava. As Suas orações transformavam

vidas e estremeciam a terra de tão poderosas

que eram. Nós e este mundo, nunca mais

seremos os mesmos. Porém, primeiramente,

Jesus teve de entrar em cena; Jesus teve de

tomar uma posição e expor o Homem das

Trevas e as trevas que estavam no homem.

Jesus deu este passo e tomou esta posição. E

é isto o que também precisamos fazer!

D. TRÊS FORÇAS OPERANTES NA

GUERRA ESPIRITUAL

1. As Forças Espirituais Envolvidas

Quando nos opomos ao diabo, envolvemonos

numa guerra espiritual. Para vencermos, é

necessário sabermos quais são as forças espirituais

que estão em operação. Há três:

a. O espírito das trevas

b. O espírito do homem

c. O Espírito de Deus

2. A Preocupação do Homem com

as Forças Espirituais

a. O Homem Sujeito ao Poder de

Santanás. O espírito das trevas é chefiado

por Satanás, o diabo. Não estamos lidando

com uma idéiazinha engraçada. Estamos lidando

com uma personalidade cruel e sagaz

que se opõe a Deus e a Seus propósitos.

Uma vez que Deus criou o homem com propósitos

santos em mente, não é de surpreender

que o homem se tornasse o alvo de

seus ataques. Satanás odeia tudo que revele

qualquer faceta da imagem ou plano divino.

Por esta razão, na forma de uma serpente,

ele enganou a Eva e fez com que Adão caísse

da posição de autoridade e de caráter santo

que lhe haviam sido outorgados.

Desde essa ocasião, o homem tem estado

sujeito não somente ao poder de Satanás,

mas também ao domínio da sua própria

natureza decaída.

b. O Homem Sujeito ao Poder da

Carne. A parte anímica e sensual do homem

– a sua vontade, a mente, as emoções

e os sentidos, independentemente do Espírito

de Deus – é citada nas Escrituras como

“a carne”. Há uma energia na “carne” ímpia

o suficiente para estragar a nossa vida, até

mesmo sem a ajuda direta do diabo. Podemos

estragar tudo por nós mesmos!

Até mesmo o melhor que o homem tem

a oferecer é condenado à deterioração, caso

venha independentemente de Deus. Até

mesmo as suas maiores realizações nesta

terra, no final, sucumbem ao pó. Tanto o

espírito das trevas como a própria natureza

pecaminosa do homem o compelem numa

só direção: a da morte e da deterioração.

Seria um quadro bastante sombrio e lúgubre

não fosse aquele luminoso raio de gloriosa

luz: o Senhor Jesus Cristo.

c. O Homem Domina Através do Poder

do Divino Espírito Santo. A este mundo

de trevas veio Ele, e introduziu o misericordioso

dom do Espírito Santo de Deus.

No poder deste Espírito vivificador, o homem

pode uma vez mais ter domínio sobre as

tenebrosas forças da morte e da deterioração.

Ao submetermo-nos a Jesus Cristo como

Senhor de nossa vida, colocamo-nos sob a

Sua autoridade. No poder desta autoridade,

podemos nos opor às forças malignas do

mundo, da carne e do diabo. Jesus Cristo

nos libertou para que pudéssemos trabalhar

como Seus agentes e levar esta mesma

liberdade à vida de outras pessoas. Ele nos

redimiu – comprou-nos e restaurou-nos aos

propósitos divinos – para que pudéssemos

nos tornar ministros da Sua graça redentora

por todo o mundo.

3. Intercessão: Uma Arma

Poderosa

Cumprimos este chamado divino de duas

maneiras: através da oração e do ministério,

e nesta ordem. A oração intercessória preESTABELECENDO

UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 311

para e abre o caminho para o ministério eficaz.

Ela quebra o poder das mentiras do

diabo que obscurecem a mente e o coração

humano. A oração também sustenta os missionários

– os enviados de Deus – que levam

as boas novas do Evangelho pelo mundo

inteiro, os quais, por sua vez, podem

tocar, amar, servir, dar, ajudar e ministrar a

vida do Deus Vivo no pleno poder e autoridade

do Seu Santo Espírito.

Poderíamos, portanto, definir, agora, uma

igreja bem-sucedida como sendo uma comunidade

de crentes dados à oração e comprometidos

com o ministério. Era isto o que

acontecia na Igreja de Antioquia. Haviam

aprendido os caminhos de Deus e buscavam

obedecer a Sua Palavra e esperar n’Ele.

À medida que faziam isto, Deus dizia: “Vou

transformar o mundo ao seu redor, e vou

usá-los nesta tarefa.”

Compreenderam que a transformação envolveria

o jejum e oração, e o envio de missionários.

Eles obedeceram e o mundo foi transformado.

A História mudou o seu rumo devido

àquela reunião de oração em Antioquia,

Síria, há 2.000 anos atrás. Pode-se seguir o

rastro da Mão de Deus no fluxo da civilização

ocidental até essa ocasião de oração intercessória.

As pessoas de oração podem de fato

mudar o rumo da história humana quando

buscam a vontade de Deus e a obedecem.

Muitas vezes, a nossa salvação é vista

como uma mera fuga de um mundo cruel e

condenado à destruição. Mas Deus quer alcançar

este mundo com o Seu amor e a Sua

graça, assim como Ele nos alcançou. No

entanto, Deus pode fazer isto somente através

de crentes que orem e obedeçam.

E. TRÊS CONCEITOS

IMPORTANTES NA

INTERCESSÃO

Gostaria de ampliar, agora, a nossa

definição de intercessão com três

palavras diferentes que me foram dadas

pelo Senhor. Estas três palavras são bem

parecidas, porém cada uma delas tem

um significado muito especial. São elas:

intervenção, interseção, e interceptação.

Consideraremos cada uma delas separadamente.

1. Intervenção

No sentido em que estamos usando esta

palavra, “intervir” significa entrar numa dada

situação com um propósito divino em vista.

Jesus entrou em nosso mundo para que pudéssemos

conhecer e experimentar o propósito

redentor de Deus para a humanidade.

Ele tinha o poder e a autoridade para fazer

isto. E, ao fazer isto, Ele colocou os poderes

das trevas sob os Seus pés (Mt 28:18).

Agora, Ele nos envia a este mesmo mundo

com esta mesma autoridade.

“Assim como o Pai Me enviou, também

Eu vos envio a vós... Eis que vos dou autoridade

e poder para pisar serpentes e escorpiões,

e toda a força do inimigo, e nada

vos fará dano algum” (Jo 20:21; Lc 10:19).

Em outras palavras, Jesus está dizendo

o seguinte: “Olhem aqui! Vocês são membros

do Meu Corpo. Para que estas coisas

malignas sejam mantidas sob os nossos pés,

é necessário que vocês entrem em cena.

Quando observarem as forças malignas do

mundo, da carne e do diabo em operação,

vocês terão a autoridade para intervirem.

Não fiquem só parados e não percam as

oportunidades.”

Talvez você diga: “Mas o que podemos

fazer?” Orem! Muitos talvez replicariam: “Já

oramos, mas o que podemos fazer agora?’’ A

Intercessão é a base por onde vem a direção

divina. Em Antioquia, vocês se lembram que

eles jejuaram, oraram, ouviram a voz do Espírito

e obedeceram. Depois de falarem com

Deus, Deus falou com eles. As pessoas que

sempre estão perguntando o que devem fazer

talvez precisem verificar a qualidade e a profundidade

de sua vida de oração.

2. Interseção

Uma intersecção é o lugar onde duas estradas

se encontram e se cruzam. Às vezes,

312 / SEÇÃOA4 A4.6- Intercessão a Fim de Alcançarmos o Mundo Para Jesus

chamamos isto de “cruzamento”. Deus faz

com que os caminhos de todos os tipos de

pessoas, lugares e eventos, com suas necessidades

e problemas, se “cruzem” com os

nossos caminhos. Quando trazemos a vitória

e o poder da Cruz de Cristo nestes pontos

de encontro, estes tornam-se de fato

“cruzamentos’’ divinos. Em Sua Cruz, Jesus

Cristo quebrou todos os poderes do

mundo, da carne e do diabo. Foi um triunfo

total, uma vitória completa!

Contudo, o poder da Cruz precisa ser

focalizado pessoalmente nos “cruzamentos”

das necessidades do mundo. A oração é o

que introduz o poder da Cruz de Cristo nos

lugares problemáticos do nosso globo terrestre.

Deus já fez a Sua parte; agora, nós

precisamos fazer a nossa parte. Este princípio

é visto claramente no plano da salvação.

Deus amou o mundo de tal maneira que

enviou o Seu Filho para morrer na Cruz

pelos nossos pecados. Esta foi a Sua parte.

A nossa parte é achegarmo-nos a Deus em

oração e confessarmos tanto o nosso pecado

quanto a obra salvadora do Filho de

Deus. O poder da Cruz nunca tocará a nossa

vida ou o nosso mundo até que apresentemos

em oração a nossa vida e as necessidades

do nosso mundo.

Há muitos no mundo cotidiano de nossa

vida que conhecem muito pouco do amor e

do poder de Deus. Não sabem como chegar

diante d’Ele em oração. Precisam de uma

outra pessoa que possa orar a seu favor.

Estas necessidades começam na nossa própria

vizinhança e se estendem para o resto

do mundo. Há, por exemplo, aquele amigo

que está enfrentando um divórcio; a situação

das drogas nas escolas das nossas vizinhanças;

o crime em nossas cidades; as crises

que ocorrem em nossos governos estaduais

e nacionais; a perda da liberdade pessoal

e religiosa em grupos inteiros de nações;

a fome e a doença mundial... Esta lista

continua, quase que indefinidamente.

Deus está levantando um poderoso exército

de guerreiros de oração em todas as

nações do mundo. Estão unindo-se às fileiras,

aos milhares, dezenas de milhares, e até

mesmo centena de milhares, como verdadeiros

soldados da Cruz.

Em termos bem práticos, isto significa

que a qualquer hora em que estivermos orando,

tornamo-nos parte de uma reunião de

oração que está crescendo em tamanho e

que nunca terminará até que Jesus volte.

Isto não é uma coisa insignificante, pois é a

chave para o reavivamento de Deus para o

final dos tempos que deverá cobrir o mundo

todo. Uma das chaves do Reino, indubitavelmente,

é a oração intercessória. As próprias

portas do inferno não podem prevalecer

contra a Igreja de Jesus Cristo quando

esta está de joelhos.

Talvez ainda haja alguns que queiram dizer:

“Mas nós temos de fazer mais do que

simplesmente orarmos.” Está certo. Eu nunca

vi pessoas que “simplesmente” oraram e

isto foi tudo – não, se oraram de fato. Como

na Igreja de Antioquia, a oração e o ministério

sempre vão juntos. Devo acrescentar,

contudo, que já vi muitas pessoas que tentaram

se “ocupar muito”, fazendo muitas coisas

sem oração. Coisas e pessoas ocupadas,

sem oração, nunca são muito produtivas.

Tudo que fazem é cansar a si mesmas e aos

demais, com pouca coisa a oferecerem pelos

seus muitos esforços. Sim, o ministério e a

oração devem sempre ir juntos.

3. Interceptação

“Interceptar” significa parar, dominar, e

até mesmo reverter a direção de alguma coisa.

Vemos isto em alguns tipos de jogos. A

bola está sendo levada em direção a um objetivo.

Um jogador adversário para a bola,

domina-a e move-a em direção a outro objetivo.

O que começa como uma jogada vitoriosa

para um time é mudado e, devido à

“interceptação”, o outro time vence.

A oração intercessória faz exatamente

isto. O inimigo está entrando como uma

inundação. A situação parece desesperadora.

Aí então, alguém entra em cena (interESTABELECENDO

UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 313

venção), aplica o poder da Cruz através da

oração (interseção), a situação é dominada

para Deus, e a inundação é completamente

revertida (interceptação). O que parecia uma

vitória para o diabo torna-se um triunfo para

o Senhor. Isto é o poder do Reino em ação.

Quando Paulo e Barnabé voltaram a

Antioquia de sua viagem missionária à Chipre

e à Ásia Menor, eles tinham muitas vitórias

deste tipo para compartilhar com os

que os haviam apoiado fielmente com suas

orações. Deve ter sido uma ocasião de alegres

celebrações (At 14:26-28). Estes três

princípios da intercessão funcionaram bem

para eles, e também funcionarão para nós.

Capítulo 7

Nações e Países Estrangeiros

(OFERECENDO O MUNDO INTEIRO)

A. INTERCESSÃO PELAS NAÇÕES

“Pede-Me, e Eu Te darei as nações por

herança (direito de primogenitura), e os fins

da terra por Tua possessão” (Sl 2:8).

O Senhor nos deu uma grande promessa

nesta passagem. Ele nos prometeu as nações.

Recentemente, comprei um Atlas do

mundo. Descobri que era muito útil nas

minhas intercessões pelas nações. Funciona

da seguinte maneira. Sigo um diagrama

de oração semanal para as minhas orações

diárias; então senti que deveria fazer o mesmo

pelas nações do mundo.

Em certo dia, oro pela Alemanha. “Senhor,

hoje eu gostaria de orar pela Alemanha.’’

Como se ora pela Alemanha? As nossas

orações são pelas necessidades da Alemanha

de hoje.

Enquanto olho para o mapa da Alemanha,

vejo um lembrete que há cerca de 80

milhões de pessoas na Alemanha. Este pensamento

me impressiona muito. Mas, o Senhor

disse em Sua Palavra: “Pede-Me e Eu

Te darei as nações...” Uma promessa tão

grandiosa assim está quase além da minha

compreensão, porém escolho crer nela.

Aí então, começo a orar pelas multidões

da Alemanha. Vejo muitos lugares no mapa,

como: Baixa Saxônia, Wurtemburg, Baviera,

Westphalia, que são regiões. Enquanto olho

para estas diferentes regiões, vejo o nome

de várias cidades e vilarejos: Stutgardt,

Frankfurt, Munique, Berlim, Colonia,

Hanover, Brunswick, Hamburgo. Quando

coloco as minhas mãos sobre o mapa e oro,

algo começa a acontecer em mim. Acontecerá

com você também. A Alemanha torna-se

mais do que um mero nome; é um lugar real

com pessoas reais e com problemas reais.

Começo a perceber também que Deus tem

um propósito para esse lugar e esse povo.

“Quanto tempo você continua fazendo

isto?”, talvez você pergunte. Não por muito

tempo. Talvez uns dois ou três minutos.

Aí então digo algo semelhante a: “Senhor,

oro pelas pessoas que moram em Hamburgo.

Em nome de Jesus, peço-Te que envies

o Espírito de Graça e salvação sobre elas.

Senhor, oro agora por toda a região de

Westphalia.”

Por que faço isto desta maneira? Porque

isto me impede de simplesmente orar pela

Alemanha de uma forma vaga e genérica.

Começo a realmente identificar-me com as

pessoas e suas necessidades. O Espírito

Santo coloca em meu coração o Seu grande

amor por elas, e sou movido a interceder

por elas. Estou agora orando com significado

e poder, e não somente recitando uma

lista de nomes.

Não é necessário cobrirmos uma lista

grande de nomes todos os dias. Talvez você

cubra somente uma nação ou talvez parte

de uma nação. No entanto, você terá um

sentimento de realização.

B. INTERCESSÃO POR NOSSOS

MISSIONÁRIOS

“Dou graças ao meu Deus todas as vezes

que me lembro de vós. Fazendo sempre

com alegria oração por vós em todas as

minhas súplicas. Pela vossa cooperação no

Evangelho desde o primeiro dia até agora.

314 / SEÇÃOA4 A4.7- Nações e Países Estrangeiros

Tendo por certo isto mesmo, que Aquele, que

em vós começou a boa obra a aperfeiçoará

até ao dia de Jesus Cristo” (Fp l :3-6).

Era isto o que Paulo estava fazendo em

sua prisão em Roma ao escrever para a Igreja

de Filipos. Ele estava alcançando os que

eram uma extensão da sua própria vida. Ele

mantinha contato com eles e os apoiava com

o seu amor e orações. Sua vida frutífera era

uma fonte de grande alegria para ele.

Devemos orar fielmente por nossos missionários

– os nossos “enviados”.

Eu oro, nome por nome, por todos os

missionários que enviamos para estabelecerem

igrejas em toda a nossa nação nos

últimos 14 anos. Comecei pela Costa Leste

e fui seguindo para o Oeste, orando por

cada pastor e esposa e pelas igrejas que

pastoreiam.

Da mesma maneira, precisamos orar por

nossos missionários. Eles dependem das

nossas orações para que tudo que Deus determinou

através de sua vida e ministérios

possa ser alegremente cumprido em Cristo

Jesus.

C. GUERRA ESPIRITUAL PELA

EVANGELIZAÇÃO

“Orai no Espírito em todo o tempo e de

todas as formas, vigiando e intercedendo

sempre por todos os santos, e em toda parte.

Orai também por mim para que eu possa

proclamar com liberdade e ousadia as verdades

ocultas do Evangelho” (Ef 6:18,19).

Paulo nos diz no Sexto Capítulo de

Efésios que devemos tomar as nossas armas

e armaduras para a guerra espiritual e aí

então orarmos para que portas de ministério

se abram.

Devemos resistir aos poderes e forças

das trevas que estão em operação no mundo.

Como Paulo foi sustentado pela intercessão

de crentes colaboradores, assim também

devemos orar pelos homens que são

chamados por Deus para proclamarem o

Seu Evangelho.

Os milagres da graça de Deus não acontecem

simplesmente porque um evangelista

entra em cena. Qualquer servo genuíno

de Deus sabe que os verdadeiros reavivamentos

nascem da oração e intercessão.

Antes que vejamos as vitórias raiarem aqui

na terra, é preciso que haja uma batalha que

é vencida nos lugares celestiais. Satanás é o

Príncipe dos poderes do ar, e o Homem

Forte precisa ser amarrado antes que o seu

domínio terreno possa ser quebrado. É por

isto que Paulo conclui as suas palavras sobre

a guerra espiritual com uma súplica pela

oração intercessória. Será que nós, em nossos

dias, podemos nos contentar com algo

menos do que isto?

D. INTERCESSÃO PELOS LÍDERES

NACIONAIS E PELA PAZ

“Admoesto-te pois, antes de tudo, que

se façam deprecações, orações, intercessões,

e ações de graças por todos os homens;

pelos reis, e por todos os que estão

em autoridade, para que possamos ter uma

vida quieta e sossegada, em toda a piedade

e santidade” (1 Tm 2:1,2).

Precisamos discernir a vontade de Deus

e orarmos de uma maneira bem responsável

pelos nossos líderes nacionais. Deus pode

até fazer com que a ira do homem produza

louvor. Portanto, não é necessário sermos

tímidos ou temerosos, e sim orarmos com

ousadia por aqueles que estão em posição

de autoridade.

E. CONCLUSÃO

Lembre-se de que a intercessão não é

somente para um pequeno grupo de pessoas

super-espirituais ou extra-santas. Há, de

fato, algumas pessoas que têm um chamado

especial para a oração intercessória, porém

este privilégio é para todos. Até mesmo os

que reconhecemos como veteranos guerreiros

de oração tiveram que começar de algum

ponto. Há uma primeira vez para tudo, e a

maioria de vocês está bem além deste ponto

inicial. Amados, simplesmente continuem

orando!

ESTABELECENDO UM HÁBITO DEVOCIONAL SEÇÃO A4 / 315

Talvez alguns digam: “Bem, eu comecei,

e aí então perdi uns dois ou três dias

e sinto-me um derrotado.” Se eu fosse o

diabo, também tentaria fazer com que

você se sentisse derrotado. Faria qualquer

coisa para impedi-lo de continuar com a

sua vida de oração. Deus não tem um enorme

placar onde Ele adiciona ou subtrai os

seus dias de oração fervorosa. Se isto fosse

verdade, alguns de nós ficaríamos tão

para trás que nunca poderíamos nos pôr

em dia.

O seu Pai Celestial está esperando que

você venha a Ele, exatamente como você

está. Se você tiver alguns fracassos a confessar,

faça-o e receba o Seu perdão. Aí então,

continue com a sua vida de oração. Esta

é a maneira com que devemos corresponder

ao Seu ministério de graça.

Jesus disse que se “pedíssemos e continuássemos

pedindo” receberíamos (Lc

11:10 – Versão Amplificada). Parece que

ele está dizendo que as nossas orações vão

se acumulando, e, portanto, deveríamos

continuar com as nossas orações. É bom

sabermos que quando estamos orando no

Espírito e com fé, Deus ouve as nossas orações,

independentemente de como nos sentimos.

A oração traz resultados, e muitas

orações trazem muitos resultados!

Alguns problemas e questões podem

parecer maiores do que as nossas orações.

Talvez seja verdade, porém não são maiores

do que Aquele a Quem oramos! Portanto,

continue crescendo e orando, e continue

orando e crescendo. Deus terá o Seu exército

de guerreiros de oração e você poderá ser

um deles!

COMECE AGORA E DEUS ABENÇOARÁ!

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

316 / SEÇÃOA5 A5.1- Por que Deus Pede que Oremos a Ele?

SEÇÃO A5

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

A5.1 - Por que Deus Pede que Oremos a Ele?

A5.2 - A Couraça e o Cetro da Retidão

A5.3 - O Poder da Oração Quando se Ora no Espírito

A5.4 - O Uso e a Interpretação de Línguas na Oração

A5.5 - Oração Através da Profecia

A5.6 - A Formação de Uma Equipe de Oração Profética

mas o versículo não diz isto. Diz: “porque

é o Filho do Homem”.

Por que era necessário que Jesus fosse o

“Filho do Homem” para que tivesse autoridade

na terra? Encontramos a resposta em

Gênesis l :26. Vemos, aí, que o Senhor fez o

homem com um propósito divino:

“Façamos o homem à Nossa imagem,

conforme à Nossa semelhança. Dar-lheemos

domínio – o direito de dominar – sobre

tudo o que se move sobre a terra”.

Toda aterra foi entregue ao governo ou

domínio do homem. O homem foi criado

com este propósito na mente de Deus. Deus

fez dele o cabeça, ou autoridade principal

sobre a terra.

Davi confirma isto nos Salmos, ao referir-

se à posição especial que o homem tem

no plano de Deus através dos séculos: “Que

é o homem mortal para que te lembres

dele? ...Fazes com que ele tenha domínio

sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste

debaixo de seus pés” (Sl 8:4,6).

A frase “debaixo de seus pés” é um termo

hebraico que significa que o homem deveria

ter autoridade sobre toda a Sua Criação

na terra. Ele deveria governá-la, dominála

e chefiá-la por completo. Deus fez o homem

com esta intenção e propósito.

No Novo Testamento, este conceito é ampliado

ainda mais: “Que é o homem para que

Capítulo 1

Por que Deus Pede que

Oremos a Ele?

A. O ENTENDIMENTO DO

DOMÍNIO DO HOMEM

Durante alguns anos, eu achava muito

difícil entender porque o Senhor me convidava

e me ordenava a orar. Por que era necessário

que nós orássemos? Deus é Deus

e, assim sendo, por que Ele simplesmente

não faz o que quer? Por que fazemos parte

deste quadro? Por que os acontecimentos

da terra estão, de algum modo, relacionados

com as nossas orações?

Eu sabia que a oração funcionava, porque

eu via os efeitos das minhas orações na minha

vida cotidiana. No entanto, não sabia porque

Deus queria me envolver neste processo. Qual

seria, de fato, o propósito da oração?

1. Deus Deu Domínio ao Homem

João 5:26,27 é uma chave que me ajudou

a abrir a porta para o entendimento que resolveu

algumas destas minhas indagações

sobre a oração que me deixavam perplexo.

“O Pai deu-Lhe (ao Filho) autoridade...

porque é o Filho do Homem.”

Talvez pensássemos que o versículo deveria

dizer: “porque Ele é o Filho de Deus,

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 317

dele Te lembres?. ..Tu o coroaste de glória e

de honra, e o constituíste para dominar sobre

as obras de Tuas mãos. Colocaste todas as

coisas debaixo de seus pés...” (Hb 2:6-8).

Há uma indagação e assombro santos

com relação a essas palavras que vão quase

além da nossa compreensão. Nada foi deixado

fora do domínio do homem que anda

numa correta comunhão com Deus.

a. Deus Não Mudará de Idéia. A Bíblia

diz em Romanos 11:29 que “os dons e os chamados

de Deus são sem arrependimento”.

A palavra grega traduzida como “arrependimento”

é “metanóia”. Significa “termos

uma mudança de mente, revertermos

a nossa direção”. Se estivermos indo

numa direção, damos meia volta e seguimos

na direção oposta.

Isto significa que Deus não mudará de

idéia com relação ao domínio e a autoridade

que delegou ao homem, o qual possui a Sua

imagem e semelhança. Ele não mudará de

idéia com relação aos Seus chamados, pois

são sem arrependimento! Deus não reverterá

a Sua direção.

Moisés explicou isto com as seguintes

palavras:

“Deus não é homem, para que minta;

nem filho do homem para que Se arrependa

[mude de idéia]... se Ele falou, não o

confirmaria então?” (Nm 23:19).

A questão é a seguinte: Quando Deus

criou o homem e deu-lhe autoridade e domínio

sobre toda a terra, foi um compromisso

de honra que Ele assumiu por todo o tempo

e eternidade. Ele não mudará de idéia. O Seu

propósito para o homem, desde o início,

permanecerá eternamente o mesmo. O homem,

criado à imagem e semelhança de Deus,

tem um destino divino e real de exercitar o

domínio e a autoridade neste mundo. Ele

deve ser o cabeça de tudo.

2. O Homem Perdeu o Domínio

Para Satanás

Através de Gênesis Capítulo 3 sabemos

que Satanás entrou no Jardim do Éden

e, após enganar a Eva, obteve acesso a

Adão.

“Adão não foi enganado...” (1 Tm 2:14).

Adão escolheu comer o fruto proibido e

“por um homem entrou o pecado no mundo

e pelo pecado a morte, assim também a

morte passou a todos os homens... a morte

reinou... a morte reinou por esse...” (Rm

5:12,14,17).

Aquele através de quem a morte reinou

era o diabo, “tinha o império da morte, isto

é, o diabo” (Hb 2:14).

Um estudo cuidadoso do texto grego revela

esta percepção interessante em Hebreus

2:14. O versículo poderia ser parafraseado

como segue: “Jesus veio para tornar inútil

e fraco aquele através de quem o domínio

da morte foi canalizado, o próprio diabo’’.

Quando Adão e Eva se renderam (se submeteram)

às mentiras de Satanás, eles se colocaram

sob o domínio dele. “a quem vos

apresentardes por servos para lhe obedecer,

sois servos... ou do pecado para a morte, ou

da obediência para a justiça’’. (Rm 6:16).

Portanto, Adão e Eva perderam o direito

de governar – um direito concedido por

Deus. Satanás tomou esta autoridade e poder

e os reteve firmemente.

a. Satanás Governou Através do Domínio

da Morte. Adão teria vida eterna

enquanto obedecesse a Deus. Isto contribuiria

para aumentar a autoridade do seu

governo imperial, desde que fosse para sempre.

Ele governou através do domínio do

poder de uma vida eterna.

Em contraste, quando Adão pecou e por

causa disso a “morte passou a todos os

homens...”, Satanás passou a governar, tornando-

se o canal para o “domínio da morte”.

O diabo usou este domínio para intimidar

e dominar a humanidade – forçar submissão

à sua vontade.

Através do pecado, o homem desistiu

da sua liderança. Quando o homem pecou, a

imagem e semelhança de Deus foram arruinadas

e seu relacionamento com Deus, foi

quebrado.

318 / SEÇÃOA5 A5.1- Por que Deus Pede que Oremos a Ele?

b. A Tentação de Jesus Provou o Domínio

de Satanás. O Diabo tentou a Jesus

dizendo-Lhe que Ele poderia dominar e reinar

sobre a terra independentemente da

Cruz. “Novamente O transportou o diabo

a um monte muito alto e mostrou-Lhe todos

os reinos do mundo, e a glória deles; E

disse-Lhe: Tudo isto te darei se, prostrado,

me adorares” (Mt 4:8,9).

Satanás tinha o domínio e a autoridade

para dar todos os reinos da terra e a sua

glória a Jesus. A “única” condição seria Jesus

prostrar-Se e adorá-lo (na realidade,

Satanás ainda seria a última autoridade).

A questão é a seguinte: o Diabo tinha de

fato autoridade para fazer uma oferta assim,

porque o domínio era dele. Era uma

oferta válida e uma tentação verdadeira.

Como um Filho obediente, Jesus em Sua

humanidade dependia totalmente da autoridade

mais elevada e maior da Palavra de

Deus e do Espírito de Deus. Desta forma,

Ele venceu essa tentação e tornou-Se um

exemplo para nós.

3. Jesus Comprou de Volta o

Domínio do Homem

O homem decaiu do seu chamado e o

cetro de domínio caiu de suas mãos. Satanás

o tomou e o reteve até a vinda de Cristo.

Cristo redimiu (recuperou) aquilo que o

homem havia entregue a Satanás. Ele fez

isto, vindo a este mundo como o Filho do

Homem.

Hebreus 2:14-16 confirma isto. Ele veio,

não somente como o Filho de Deus mas,

também, como o Filho do Homem. Existe

uma razão importante para isto, de acordo

com a seguinte paráfrase: “O divino Filho

de Deus tornou-Se o Filho do Homem...

através do nascimento sob forma humana.

Ele Se tornou um homem como nós, para

que pudesse morrer e, através da morte,

despojar o Diabo do seu poder... [isto é,

tomou o domínio e autoridade de Satanás e

restaurou-o ao homem, recriado à imagem e

semelhança de Deus]”.

a. Por que o Filho do Homem? Perguntemos

novamente: Por que Jesus Cristo

veio como homem? Por que Ele não veio

somente como Filho de Deus?

A resposta é de grande importância, porque

se relaciona diretamente com o propósito

da oração.

1) Deus Não Viola a Sua Vontade.

Deus não força a Sua vontade na área de

autoridade do homem (nosso mundo) e não

viola o domínio que Ele deu ao homem. Ele

criou o homem para dominar e governar na

terra. Portanto, o que Deus se propôs a

fazer, precisa ser feito – Ele não viola a sua

própria vontade e não exerce autoridade num

domínio dado a outrem.

Por exemplo: talvez o nosso vizinho seja

um pintor maravilhoso, porém ele não tem

o direito de usar o seu talento em nossa

casa, a não ser que seja autorizado por nós.

Temos autoridade e domínio em nossas

próprias casas. Os outros precisam esperar

até que sejam convidados a fazê-lo.

De forma semelhante, Deus não entra na

esfera terrena do domínio do homem, sem

que este o tenha convidado através de oração.

Homens e mulheres cristãos têm uma

responsabilidade neste mundo, que Deus

não assumirá – um domínio que Ele não

violará. Ele não pode e nem violará este princípio

de “autoridade delegada”.

“O Pai deu ao Filho autoridade porque

Ele é o Filho do Homem” (Jo 5:27).

2) Jesus Teve que Morrer. O Diabo

tinha que ser enfrentado e derrotado. O domínio

dele era o “domínio da morte”. Alguém

que fosse capaz de morrer tinha que

vir, pois era a única maneira para se vencer

o domínio da morte.

Através da entrada no domínio da morte,

nosso Salvador pode ter o acesso necessário

para subjugar o reino da morte. O messias

triunfou sobre a morte e nos libertou

dela e do Inferno.

Jesus morreu – e, morrendo, ganhou o

acesso ao reino da morte. Ele venceu a morte!

Ele libertou os prisioneiros e conduziu

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 319

uma multidão de mortos virtuosos, do Inferno

para o Céu.

“Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro

e deu dons aos homens... que é, senão

que antes também tinha descido às partes

mais baixas da terra?” (Ef 4:8,9).

3) Jesus Recuperou o Domínio do

Homem. O domínio do diabo foi finalmente

quebrado pelo triunfo de Cristo sobre a

morte na cruz e no reino da morte (o Inferno).

Era intenção e propósito de Deus, que

o homem tivesse domínio sobre a terra e

isto só poderia acontecer se Jesus viesse

e triunfasse. Ele, então, poderia dizer no

dia da Sua ressurreição, “...É-me dado

todo o poder [domínio] no céu e na terra...

e eis que eu estou convosco todos

os dias, até à consumação dos séculos.

Amém” (Mt 28:18,20).

Sessenta anos depois da Sua ressurreição,

Jesus apareceu para João na Ilha de

Patmos (onde João se encontrava aprisionado)

e exclamou triunfante: “E o que vivo

e fui morto, mas eis aqui estou vivo para

todo o sempre. Amém. E tenho as chaves

da morte e do inferno” (Ap 1:18). Que

Evangelho glorioso!

Portanto, o que Deus tinha que fazer no

Jardim do Éden foi feito. Jesus veio à imagem

e semelhança de Deus para recuperar o

que Adão perdeu e para produzir uma família

de filhos à imagem e semelhança de Deus

e que exerceria novamente a autoridade e o

domínio sobre a Criação de Deus.

Jesus Cristo, portanto, veio como Filho

do Homem para que, como homem,

Ele pudesse triunfar totalmente sobre Satanás.

Ele triunfou sobre as tentações de Satanás

e provou Sua vitória sobre a morte

(pela Sua ressurreição). A Sua vitória como

“O Filho do Homem” recuperou para todos

os homens (que estão dispostos a assumirem

a imagem e semelhança de Deus) o

domínio que havia sido perdido no Jardim

do Éden, através do pecado.

Uma vez que o domínio foi recuperado

para o homem, Deus vem, a nosso pedido

(em oração), e se introduz no reino humano

para que a Sua vontade seja cumprida.

b. Triunfo Total. Na cruz Ele venceu o

diabo e seus mensageiros, por todos os tempos

e por todos os povos! “E, despojando

os principados e potestades, os expôs publicamente

e deles triunfou em Si mesmo”

(Cl 2:15). Ele não somente os derrotou mas

“... os expôs publicamente”. O que isto significa?

Nos tempos Bíblicos, quando um líder

militar derrotava um inimigo, o exército vencedor

obrigava o General derrotado e suas

tropas, a marcharem atrás do General vitorioso,

num desfile público. O povo que se

encontrava em ambos os lados do caminho

por onde passavam, lhes dirigia impropérios

e lhe atiravam pedras pela derrota.

Isto é mostrado na vida do Rei Davi,

quando o seu filho Absalão o destronou.

“Prosseguiam pois o seu caminho, Davi

os seus homens: e também Simei ia ao longo

do monte, defronte dele, caminhando e

amaldiçoando, e atirava pedras contra ele

e levantava poeira” (2 Sm 16:13).

Paulo nos diz que era isto o que estava

acontecendo no reino espiritual, quando

Jesus foi crucificado. Jesus triunfou sobre

todos os poderes do diabo e seus demônios.

Jesus forçou o diabo e seus príncipes

governantes, a marcharem no Seu desfile da

vitória para que toda a Criação declarasse –

JESUS VENCEU!

Uma vez mais nos foi dado o poder e

autoridade para cumprirmos a vontade do

nosso Pai – estabelecer o Seu Reino aqui na

terra.

O propósito de Deus para este mundo

será cumprido através do Corpo de Cristo

quando orarmos. Ele é a Cabeça Celestial;

nós, porém, somos os membros terrenos

que compõem este Corpo. Deus teve o propósito

de executar a Sua vontade na terra

através de você e de mim. Sem Ele não podemos

fazê-lo; sem nós Ele não o fará!

320 / SEÇÃOA5 A5.1- Por que Deus Pede que Oremos a Ele?

c. Deus Honra o Nosso Domínio. O

que foi dito acima explica porque a oração é

necessária. Deus honra o domínio que Ele

nos deu como homens redimidos. Ele espera

que nos acheguemos a Ele em oração,

antes que Ele entre na arena terrena. Ele

respeita o “domínio” que nos delegou. É

por isto que Ele não opera nem intervém

até que Lhe peçamos.

Na verdade, Deus não opera em nosso

terreno sem ter quem trabalhe com Ele –

aqueles que descobrirão através da oração,

a vontade d’Ele e que venham a praticar a

ação necessária para cumpri-la na terra.

B. COMPREENSÃO DA

INTERCESSÃO

Intercessão é a oração que flui de um

relacionamento e comunhão com o nosso

Pai Celestial. Das nossas “conversas” com

Ele, descobrimos a Sua vontade. À medida

que temos comunhão com Deus, passamos

a descobrir o que Ele quer (a Sua vontade).

1. Colaboradores com Deus

A intercessão significa pedirmos ou convidarmos

Deus a executar o que descobrimos

que Ele quer fazer na terra. Desta forma,

tornamo-nos “colaboradores com

Deus” (1 Co 3:9).

“Se pedirmos qualquer coisa de acordo

com a Sua vontade, Ele nos ouve (1 Jo 5:14).

2. A Soberania de Deus e a

Responsabilidade do Homem

Há mais dois versículos em João, Capítulo

Cinco, que trazem um lindo equilíbrio

entre “... pedir o que você quer” e “pedir

de acordo com a vontade [ou soberania] de

Deus”.

Vocês se lembram que Jesus disse em

João 5:27: “O Pai deu ao Filho autoridade...

porque Ele é o Filho do Homem”. Contudo,

no versículo 30, Jesus diz: “Eu não

posso de Mim mesmo fazer alguma coisa”.

A autoridade Lhe foi dada porque Ele é o

Filho do Homem; contudo, por Si Mesmo

Ele não pode fazer nada.

Em seguida, Jesus diz: “Julgo somente

quando a voz [do Pai] vem para Mim e o

Meu julgamento é justo, pois não busco

[consulto] a Minha Própria vontade, mas

a vontade do Pai que Me enviou” (Jo 5:30).

Ele sempre recorre e Se submete à vontade

do Pai. O Pai, no entanto, depende

d’Ele para ser a Pessoa através da Qual a

Sua vontade é feita aqui na terra. O Pai, de

maneira nenhuma, se sobreporia à obra voluntária

do Seu Filho.

Num certo sentido, escolheram ser dependentes

Um do Outro. O Filho havia sido

enviado para fazer uma obra aqui na terra. O

Pai não operava, nem operaria, sem Ele. Da

mesma maneira, o Filho não faria nada independentemente

da vontade revelada do Pai.

É este relacionamento singular e especial entre

o Pai e o Filho, que se torna um padrão

para nós, na oração. Jesus via o que o Pai

estava fazendo e queria que fosse feito. Como

Filho do Homem, Ele tinha, então, o direito e

a responsabilidade de pedir (num certo sentido,

convidar) que o Pai executasse a Sua

vontade na terra. O Pai, então, tinha um direito

moral de entrar em cena na terra e responder

a oração de Seu Filho. “Venha o Teu

reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra

como no Céu” (Mt 6:10).

A oração, portanto, envolve o conhecermos

a Deus e à Sua vontade. Isso requer

que humilde, porém fielmente, Lhe peçamos

que Ele produza o Seu propósito aqui

na terra.

O mundo é a nossa esfera ou domínio de

responsabilidade e autoridade que Deus nos

outorgou. Portanto, Deus espera pelas nossas

orações antes de agir por nós em nossas

circunstâncias e atividades terrenas. Quando

exercemos o nosso direito de orarmos e

intercedermos, Deus tem o direito de entrar

em cena para revelar o Seu propósito e poder.

A oração significa trazermos Deus em

cena, de uma maneira responsável. Contudo,

Ele não vem sem um convite!

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 321

a. Orar de Acordo com a Vontade de

Deus. Três coisas acontecem quando oramos

de acordo com a vontade de Deus:

1) Fazemos as orações de Deus.

2) Sentimos os sentimentos de

Deus.

3) Pensamos os pensamentos de

Deus.

Deus está esperando que O convidemos

a entrar em nosso mundo de necessidades,

para que Ele possa executar a Sua vontade,

para o nosso bem e para a Sua glória. A

oração realmente faz uma diferença! Vamos

orar!

Capítulo 2

A Couraça e o Cetro da

Retidão

Introdução

“Revesti-vos de toda a armadura de

Deus [Por que? Por esta razão] para que

possais estar firmes...” (Ef 6:11). Quando

ora, você está entrando na arena da guerra

espiritual e será atacado. Portanto, você

precisa da armadura de Deus para protegêlo

(a armadura de defesa) e da espada do

Espírito (a sua arma de ataque) para vencer

a batalha. (Você deve rever a Seção D9.3,

Prepare-se Para Expulsar Demônios, para

instruções de como revestir-se da armadura.)

A. A COURAÇA DA RETIDÃO

A polícia, da maioria das nações, fornece

coletes à prova de balas aos seus policiais, a

fim de protegê-los de ferimentos e para evitar

que sejam mortos no caso de serem atingidos.

Nos tempos passados, as ameaças eram

com pedras, lanças e espadas e a couraça

era a proteção dos guerreiros.

A couraça da retidão faz hoje, por mim e

por você, exatamente a mesma coisa. Ela

fornece proteção na guerra contra o pecado

e contra Satanás.

A “couraça da retidão” é uma parte importante

da nossa armadura espiritual. A

couraça protege e cobre o nosso coração

(nossas emoções e afeições).

Há dois conceitos de retidão no Novo

Testamento. Ambos referem-se à nossa couraça.

1. A Posição Correta e a Retidão

Imputada

Um destes conceitos é a nossa “reta posição”

diante de um Deus santo. É a bondade

do Seu caráter que se torna nossa, em

Cristo Jesus, ao crermos. É um dom da Sua

graça, que é “imputada” (colocada a nosso

crédito) quando colocamos a nossa fé em

Cristo como Senhor e Salvador. A Bíblia diz:

“Abraão creu em Deus, e foi-lhe isso imputado

(considerado ou creditado a ele) como

justiça...” (Tg 2:23). É o que recebemos

quando colocamos todos os nossos pecados

numa pilha e todas as nossas boas obras

numa outra pilha, fugimos de ambas em direção

a Jesus. Quando confiamos por completo

e apenas na graça de Deus, não somente

somos perdoados dos nossos pecados,

mas somos também revestidos da retidão

de Cristo. Deus nos vê em Seu Filho

como pessoas imaculadas porque Jesus levou

os nossos pecados e nos deu a Sua retidão.

Isto é “retidão imputada”.

2. O Comportamento Correto e a

Retidão Revelada

a. O que Deus Espera. O Livro de Romanos

descreve um segundo tipo de retidão

nos capítulos 6, 7 e 8. Deus não somente

“imputa” a Sua justiça a nós mas, também,

“transmite” (coloca) a Sua reta natureza

dentro de nós. Através do poder do Seu

Santo Espírito, Deus quer que expressemos

ou vivamos uma vida justa e reta. Devemos:

1) ter motivações “corretas”,

2) pensar pensamentos “corretos”,

3) falar palavras “corretas” e

4) agir “corretamente”.

322 / SEÇÃOA5 A5.2- A Couraça e o Cetro da Retidão

b. Quando Outros nos Observam.

Este segundo tipo de retidão é a santidade

no caráter e na conduta. Significa permitirmos

que Jesus viva a Sua vida através de

nós.

É um tipo bem prático de retidão, que

pode ser visto por pessoas observadoras e

também por Deus. Significa:

1) termos motivações puras,

2) termos atitudes corretas,

3) sermos obedientes à autoridade,

4) falarmos a verdade em amor,

5) sermos honestos em tudo quanto

fazemos,

6) trabalharmos em nossos empregos

como se Jesus fosse o nosso

patrão,

7) servirmos aos outros com alegria,

8) e muito mais...!

c. O Espírito Santo é a Chave. Vemos

em Romanos 8 que a chave para vivermos

uma vida justa e reta é o poder do Espírito

Santo.

O padrão para uma vida de retidão é a

lei, mas ela não pode nos ajudar a vivê-la.

Somente o Espírito Santo pode fazer isto.

Ele é, contudo, um Espírito “Santo”.

1) Afligir o Espírito Santo e Perder

a Sua Proteção. Sempre que cedemos a desejos

ou motivações (nossa carne) que não

sejam santos, Ele se entristece e o Seu poder

nesta área de nossa vida é “reprimido” ou

enfraquecido (Ef 4:30, 1 Ts 5:19). E, assim,

perdemos a proteção de que necessitamos.

Na verdade, deixamos de lado a nossa

“couraça da retidão”, nos abrimos e nos expomos

ao ataque do Diabo, o qual com toda

a certeza, responde!

2) Viva Corretamente e Desfrute da

Proteção. Há uma proteção por detrás da

couraça da retidão (comportamentos ou

ações corretas). Se fizermos o que é correto,

estaremos seguros. Se formos cuidadosos,

dedicados e éticos em tudo quanto fizermos,

dissermos ou pensarmos, desfrutaremos

de proteção e vitória.

Sejamos, portanto, puros, limpos e corretos

diante do Senhor e diante dos outros,

em todas as nossas atitudes e ações.

As nossas motivações (os profundos

propósitos do nosso coração) devem existir

sempre para glorificá-Lo e para fazermos

a Sua vontade.

Atente às palavras do Apóstolo João ao

escrever para a Igreja de Sardo: “Mas também

tens em Sardo algumas pessoas que

não contaminaram seus vestidos, e Comigo

andarão de branco; porquanto são dignas

disso. O que vencer será vestido de

vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei

o seu nome do livro da vida; e confessarei

o seu nome diante de Meu Pai e diante

dos Seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o

que o Espírito diz às igrejas’’ (Ap 3:4-6).

3) Estamos em Guerra. Paulo termina

suas instruções na preparação para a batalha,

com estas palavras: “Orando em todo

o tempo com toda a oração e súplica no

Espírito... por todos os Santos” (Ef 6:18).

O campo de batalha está repleto de mortos

e feridos. Milhares e milhares de líderes

ao redor do mundo, que certa vez foram

poderosos e úteis na obra de Cristo, agora

estão desqualificados. POR QUÊ? Por causa

da ausência da couraça da retidão.

Efésios 6 é a grande obra do Apóstolo

Paulo, na GUERRA ESPIRITUAL. Leia os

seguintes versículos de Efésios 6:

Versículo 10: “No demais, irmãos meus,

fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu

poder”.

Versículo 11: “Revesti-vos de toda a armadura

de Deus, para que possais estar

firmes contra as astutas ciladas do Diabo”.

Versículo 13: “Portanto tomai toda a armadura

de Deus, para que possais resistir

no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes”.

Versículo 14: “Estai pois firmes, tendo

cingido os vossos lombos com a verdade, e

vestida a couraça da justiça”.

Paulo estava escrevendo esta admoestaCOMO

SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 323

ção sobre vestirem a couraça da justiça, à

Igreja de Éfeso. Éfeso era uma cidade perversa

e maligna. Estava, também, repleta de

pecados sexuais, os quais faziam parte da

sua adoração a ídolos.

Era um lugar ímpio, imoral e impuro,

com seus templos religiosos repletos de

prostitutas e de todas as formas de vícios

morais.

Portanto, as tentações para os cristãos

de Éfeso estavam em toda parte. Para sobrevivermos

em tais ambientes, devemos

“ter cingidos os vossos lombos com a verdade

e vestida a couraça da justiça” (Ef

6:14). Isto significa que devemos ter os nossos

apetites sexuais e emocionais sob firme

controle.

a. Um Dom da Graça de Deus. A nossa

“couraça da retidão” é um dom da graça

de Deus. É uma forma infalível de defesa.

Com esta proteção podemos marchar e invadir

o território inimigo, trazendo um testemunho

brilhante para a glória de Deus.

Batalhas podem ser ganhas e cativos libertos.

E foi exatamente isto o que aconteceu

em Éfeso!

Deus levantou um testemunho cristão

naquela cidade pervertida, o que provou o

poder das palavras de Paulo. Uma forte igreja

desenvolveu-se em Éfeso. Algumas das

maiores revelações de Paulo foram escritas

aos crentes de lá.

Aprenderam a ver-se como filhos e filhas

reais da amada família de Deus. Não

somente haviam morrido com Cristo, mas

haviam também sido ressurretos com Ele

ao Seu real trono no Céu. Experimentaram a

graça de Deus, prometida em 1 Samuel 2:8:

“Ele levanta o pobre do pó, e desde o esterco

exalta o necessitado, para o fazer assentar

entre os príncipes, para o fazer herdar

o trono de glória...”

Esta promessa pode ser experimentada

por nós, até mesmo em ocasiões de fracasso

e desânimo. O salmista Davi passou por

isto em sua própria experiência pessoal.

Houve uma época em sua vida em que havia

fracassado diante de Deus e caído num grande

pecado. Ele se arrependeu com profunda

tristeza e Deus, em Sua graça, o restaurou.

“Tirou-me dum lago horrível, dum charco

de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha,

firmou os meus passos” (Sl 40:2).

b. A Retidão é Essencial. Como o inimigo

entra na vida de um líder como Davi?

Esta é uma pergunta importante e merece

uma resposta franca.

O inimigo entra sempre que desonramos

as leis de Deus e nos contaminamos com o

pecado. Desta forma, esmorecemos nos

padrões de retidão em alguma área de nossa

vida.

Quando oramos, a couraça de retidão é

especialmente decisiva. O Rei Davi disse:

“Se eu atender à minha iniqüidade no meu

coração, o Senhor não me ouvirá” (Sl

66:18). A ausência de iniqüidade é essencial

para um ministério de oração frutífera. A

iniqüidade aturde os ouvidos de Deus para

as nossas orações, mas “...a oração feita

por um justo pode muito em seus efeitos”

(Tg 5:16).

É a falta de retidão na liderança que causa

mais problemas para os líderes, do que

qualquer outra coisa.

B. O CETRO DA RETIDÃO

Vimos como é importante a couraça da

retidão. Aprendemos que a retidão é o santo

caráter de Deus, na nossa vida diária. É a

lei de Deus expressa na vida do homem,

através da graça do Espírito Santo (Rm 8:2).

A couraça da retidão é a nossa defesa

contra motivações, atitudes e ações incorretas.

Se pusermos de lado esta parte da

armadura, seremos enganados e destruídos.

1. A Autoridade Provém da Retidão

A retidão, contudo, tem um outro papel

importante na vida do guerreiro de oração.

Davi falou as seguintes palavras proféticas

sobre o Filho de Deus: “O Teu trono, ó

Deus, é eterno e perpétuo; a justiça é o cetro

do Teu Reino” (Sl 45:6; Hb 1:8).

324 / SEÇÃOA5 A5.2- A Couraça e o Cetro da Retidão

Adão havia recebido o “cetro” para governar

na época da Criação. Ele recebeu o

domínio (o direito de governar) sobre toda a

terra. Ele havia sido criado à imagem de Deus

– um quadro santo de retidão. Enquanto

estivesse crescendo na vida à imagem de

Deus, ele teria autoridade para governar

sobre todas as coisas na terra.

2. O Pecado Acarreta a Perda da

Autoridade

Quando Adão desobedeceu a Deus, pecando

voluntariamente, o cetro de autoridade

caiu de suas mãos. Ele caiu do seu lugar

de domínio e perdeu o seu direito de governar

(Gn 3:24). Por quê? Porque o cetro do

Reino de Deus é um cetro de retidão.

O pecado estragou a sua imagem de retidão

e, uma vez que a autoridade provém da

retidão, Adão perdeu o seu domínio.

Salmos 45:7 vai além e diz, com relação

a Cristo: “Tu amas a justiça e aborreces a

impiedade; por isso Deus (o Pai) Te ungiu

acima de todos os outros”.

A Sua elevada “unção” e autoridade Lhes

foram concedidas porque Ele odiava o que

era mau e errado, e amava o que era santo e

correto. Esta é a razão porque Ele retinha o

cetro.

A autoridade provém da retidão (comportamento

correto). Observamos esta

verdade espiritual na vida de Jesus. As pessoas

ficavam maravilhadas e estupefatas pela

autoridade de Suas palavras e obras. Os

demônios fugiam; os enfermos eram curados;

os mortos eram ressuscitados; os pães

eram multiplicados; as tempestades eram

acalmadas e muitos outros sinais e maravilhas

foram vistos e ouvidos. Se violarmos

este princípio de retidão limitaremos então

a demonstração do poder e autoridade de

Deus através de nossa vida.

3. O Poder na Oração

Hebreus 5:7 nos diz: “...oferecendo, com

grande clamor e lágrimas, orações e súplicas...

foi ouvido quanto ao que temia”. A

sua devoção fez com que as suas orações

fossem ouvidas e atendidas.

a. Viver Honradamente. Se quisermos

que as nossas orações sejam ouvidas e atendidas,

devemos viver uma vida de retidão,

do contrário o Senhor voltará a sua face contra

nós.

Se o nosso relacionamento familiar não

está sendo satisfatório, isto pode impedir a

eficácia das nossas orações. “Igualmente

vós, maridos, coabitai com elas com entendimento,

dando honra à mulher, como vaso

mais fraco; como sendo vós os seus coherdeiros

da graça da vida; para que não

sejam impedidas as vossas orações” (1 Pe

3:7).

Se quisermos ser eficazes na oração, devemos

nos lembrar de que “E para o nosso

Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão

sobre a terra’’ (Ap 5:10). A Bíblia

diz, “...justiça e juízo são a base do seu

trono” (Sl 97:2). “Eis aí está que reinará

um rei com justiça...” (Is 32:1).

O trono de Deus e o cetro de autoridade

estão com aqueles que vivem uma vida de

pureza e santidade perante Deus. “...purifiquemo-

nos de toda a imundícia da carne e

do espírito, aperfeiçoando a santificação no

temor de Deus” (2 Co 7: l).

Cornélio era um homem virtuoso e, por

isso, as suas orações eram atendidas. “E

havia em Cesaréia um homem por nome

Cornélio... Piedoso e temente a Deus, com

toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas

ao povo, e de contínuo orava a Deus.

“Este, quase à hora nona do dia, viu

claramente numa visão um anjo de Deus

que se dirigia para ele e dizia... As tuas

orações e as tuas esmolas têm subido para

memória diante de Deus” (At 10:1-4).

Observe a relação entre as suas esmolas

(caridade – altruísmo) e suas orações.

As suas ações virtuosas faziam com que

Deus ouvisse as suas preces. “Porque os

olhos do Senhor estão sobre os justos, e

os seus ouvidos atentos às suas orações;

mas o rosto do Senhor é contra os que

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 325

fazem males” (1 Pe 3:12). Ações virtuosas

não compram favores de Deus mas elas

fazem com que Deus fique atento, quando

oramos.

b. Comprometidos com a Retidão.

Não quero que você pense que eu esteja

pregando uma perfeição absoluta, ou seja, a

condição de estarmos acima de todo e qualquer

pecado, 1 João 1:8 nos diz o seguinte:

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-

nos a nós mesmos, e não há verdade

em nós”. Todos fracassamos de vez

em quando, porém o nosso comprometimento

básico ou o desejo do nosso coração,

deveria ser para com a retidão.

Há uma grande diferença entre a prática

voluntária de pecado e os fracassos que

podem acontecer em momentos de fraqueza.

Se nos dedicamos a ser retos, tais fracassos

nos levam rapidamente a um arrependimento

e a uma tristeza pelos nossos

pecados. Queremos “endireitar as coisas”

com o nosso Pai Celestial tão logo quanto

possível.

Certa vez, enquanto estava numa fazenda

onde se cria ovelhas, eu estava falando

sobre a diferença entre um porco e uma ovelha.

Quando um porco cai num buraco de

lama, ele simplesmente fica deitado lá, divertindo-

se. Também, sempre que puder,

ele volta para o mesmo lugar sujo. Se uma

ovelha cair num buraco de lama, ela tentará

fazer todo o possível para encontrar rapidamente

o caminho de saída e evitará esse

lugar no futuro.

Após a reunião, um dos homens me contou

sobre uma experiência pessoal que ele

havia tido em sua fazenda. Uma peça da

bomba de um dos seus moinhos, ficou emperrada.

Como conseqüência, ela bombeou

um excesso de água ao chão e fez um enorme

buraco de lama.

Passaram-se alguns dias, antes que ele

pudesse verificar todos os seus moinhos.

Quando pôde fazer isto, descobriu que uma

das suas ovelhas havia caído naquele buraco

de lama.

Havia sinais que demonstravam quão arduamente

a ovelha havia lutado para sair,

porém fracassara. Ela havia se esforçado para

livrar-se, porém morreu na tentativa. O fazendeiro,

então, disse simplesmente: “Isto

nos mostra de fato a diferença entre uma

ovelha e um porco, não é?”

A verdade espiritual desta historinha é

claramente afirmada em Hebreus 12:4: “Na

luta contra o pecado, ainda não resististes

até o ponto de derramardes o vosso sangue”.

Este versículo está falando sobre o

nosso compromisso para com a retidão. É a

motivação básica em nossa vida de não pecarmos,

não importa qual seja o custo!

Sim, podemos cair ou fracassar, mas não

temos que permanecer no pecado ou na condenação

(a dor da culpa), 1 João 1:9 nos diz

firmemente que sempre podemos confessar

o nosso pecado. Por causa de Jesus,

Deus então nos perdoa e nos purifica de

toda quebra de integridade. Ele também nos

restaura à alegria da nossa salvação e nos dá

um espírito disposto a ser forte em Seu

Espírito (Sl 51:11,12).

c. Ser Equilibrado com Relação ao

Pecado. Quatro vezes Paulo nos exorta a

“ficarmos firmes” no Senhor, em Efésios

6:10-14). Satanás sabe que será impossível

para nós, ficarmos de pé e firmes se formos

desequilibrados espiritualmente. Portanto,

ele sempre tenta nos levar a um extremo ou

outro. Ele tenta fazer com que adotemos

uma atitude superficial sobre o pecado, ou

nos coloca sob condenação e culpa, tentando

fazer com que deixemos de seguir a Jesus.

1) Não Negligencie o Pecado. Por

outro lado, ele gostaria de induzir-nos a usar

a graça de Deus como uma desculpa para o

nosso pecado. “O Senhor compreende que

não sou perfeito, e tenho a certeza de que

Ele deixa passar as minhas falhas e fracassos”.

O Senhor realmente compreende, mas

é exatamente por esta razão que Ele não

“deixa passar” o pecado. O pecado tem que

ser punido e a penalidade tem que ser paga.

326 / SEÇÃOA5 A5.2- A Couraça e o Cetro da Retidão

Você quer saber o que Deus pensa sobre o

pecado? Olhe para o Calvário; ele diz o quanto

Deus detesta injustiça.

Tudo o que aconteceu a Jesus, quando

Ele foi crucificado, mostra o quanto Deus

estava zangado sobre o pecado.

“Mas a prostituição e toda a impureza

ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós,

como convém a santos;

“Nem torpezas, nem parvoíces, nem

chocarrices, que não convém; mas antes

ações de graças.

“Porque... nenhum fornicário, ou impuro,

ou avarento, o qual é idólatra, tem

herança no Reino de Cristo e de Deus...

porque por estas coisas vem a ira de Deus

sobre os filhos da desobediência” (Ef 5:3-

6).

Jesus absorveu toda a ira de Deus, contra

o pecado, por nós que cremos n’Ele.

“Muito mais agora, sendo justificados pelo

Seu sangue, seremos por Ele salvos da ira”

(Rm 5:9).

Não devemos tratar o pecado com superficialidade.

Veja o preço que Jesus pagou

para nos salvar do pecado. Queremos,

então, rebaixar o valor de Sua morte, vivendo

de maneira que O ofenda?

Não ousemos desculpar os nossos pecados.

Devemos confessá-los e receber o

perdão por todas as iniqüidades.

2) Não Viva em Condenação. Por

outro lado, o diabo gostaria que nos sentíssemos

sempre num estado de condenação

(dor de culpa). Ele até tentaria fazer

com que chegássemos a ponto de duvidarmos

da nossa salvação. Ele não pode nos

impedir de entrarmos no céu, porém ele

tenta fazer com que a viagem seja tão dolorosa

quanto possível. Algumas pessoas

vivem sob uma nuvem constante de culpa

e condenação.

Paulo nos ensina em Romanos Capítulo

Seis a Oito, que a nossa vida no Espírito

pode nos levar a um lindo equilíbrio. Somos

salvos pela graça e não pelas obras. Não há

nada que possamos adicionar à nossa fé em

Cristo. Quando Cristo clamou na Cruz “Está

consumado!”, estava consumado de fato!

“Portanto, agora nenhuma condenação há

para os que estão em Cristo Jesus” (Rm

8:l).

3) Livre Para Vivermos Como Devemos.

Isto não significa que possamos

pecar sem medo de nos machucarmos, ou

de machucarmos os outros. O perdão não

significa uma liberdade para vivermos corno

quisermos. O perdão é a liberdade para

vivermos como deveríamos.

Deus não somente quer nos libertar da

“penalidade” do pecado mas, também, do

“poder” do pecado. A penalidade do pecado

precisa ser paga antes que o poder do

pecado possa ser quebrado. E isto foi o que

Jesus fez na Cruz. Ele pagou a penalidade

por nós. Alguém disse que o pecado é sempre

uma possibilidade, porém nunca uma

necessidade. Em outras palavras, podemos

pecar, mas não temos que pecar! Devido a

Satanás e à nossa antiga natureza, o pecado

é sempre possível. Porém, devido a Jesus e

à nossa nova natureza, não é necessário.

“Maior é o [Jesus] que está em vós do que

aquele [Satanás] que está no mundo!” (1 Jo

4:4).

C. PROTEJA-SE COM A ARMADURA

DE DEUS

A verdadeira marca de um Apóstolo é a

seguinte: quando todos ao seu redor já caíram,

ele ainda está de pé. Paulo era um homem

assim. Por isso suas palavras tinham

tanto peso e poder: “A nossa luta não é

contra a carne e o sangue mas, sim, contra

os principados – as autoridades e poderes

– deste mundo tenebroso, contra as forças

espirituais da maldade nos lugares

celestiais. Portanto, tomai toda a armadura

de Deus...” (Ef 6:12,13).

Deus nos forneceu as armas e a proteção

de que precisamos para nos engajarmos na

batalha espiritual. “Portanto, tomai toda a

armadura de Deus, para que possais resistir

no dia mau...” (Ef 6:13).

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 327

Paulo viveu, pregou e levantou igrejas

em cidades do Império Romano que eram

muito ímpias, cruéis e impuras. A sua adoração

de ídolos envolvia a imoralidade e

pecados sexuais de todos os tipos. Os homens

eram motivados por seus desejos de

poder, prazeres e lucros. A mente e o corpo

eram altamente considerados, mas o espírito

do homem recebia pouca atenção. A atitude

daqueles dias (o pensamento da época)

era atéia (independente de Deus), ou até

mesmo contrária a Deus.

Em toda parte, os homens haviam caído

diante das potestades e forças malignas do

seu mundo cruel.

1. A Mente: O Nosso Campo de

Batalha Espiritual

Então “...para que possais resistir no

dia mau... e vestida a couraça da justiça;

tomando sobretudo o escudo da fé, com o

qual podereis apagar todos os dardos inflamados

do maligno. Tomai também o capacete

da salvação...” (Ef 6:13,14,16,17).

As três partes importantes da armadura

são a “couraça da justiça”, o “capacete da

salvação” e o “escudo da fé”.

A nossa mente é o campo de batalha,

tanto das forças do bem quanto do mal. É

a porta através da qual a revelação e o engano

podem entrar em nossa vida. Se não

nos revestirmos de “toda a armadura de

Deus... [não seremos capazes de] estar firmes

contra as astutas ciladas do diabo”.

(Ef 6:11.)

Não somos deixados, no entanto, sem

nenhuma defesa contra as mentiras e enganos

do Diabo. O “capacete da salvação” e

a “couraça da justiça” têm o propósito de

nos proteger contra os dardos inflamados

da dúvida, do temor, da cobiça, da inveja e

de outros pensamentos e sentimentos negativos

semelhantes.

Os “dardos inflamados” usados em guerras

naqueles dias, eram flechas cujas pontas

eram untadas com piche e que eram incendiadas

para serem atiradas sobre as muralhas

e defesas do inimigo. Os telhados de

palha pegariam fogo rapidamente e toda a

cidade poderia ser destruída pelo fogo.

a. Pensamentos – os Dardos Inflamados

de Satanás. Um certo amigo meu,

que era dedicado a Deus, estava passando

por uma verdadeira batalha com pensamentos

impuros. Ele realmente amava o Senhor

e queria, acima de tudo, andar em retidão.

Geralmente, são pessoas assim que são incomodadas

desta maneira. Satanás não é nenhum

tolo. Ele aponta os seus “dardos inflamados”

em direção aos que representam

uma ameaça ao seu reino.

Certo dia, enquanto estava jejuando e

orando sobre o seu problema, o Senhor lhe

revelou o que estava acontecendo. O Diabo

atirava um dardo inflamado em sua mente,

com a esperança de que o meu amigo tomasse

aquele pensamento e o abanasse até

que se tornasse uma chama. (Podemos fazer

isto desenvolvendo a idéia em nossa imaginação,

o lugar onde retratamos os nossos

pensamentos). Ao recusar-se a fazer isto,

Satanás então atirava outro dardo. O revólver

dele tem duas “balas”, ou seja, o dardo

da culpa e o da condenação.

O dardo inflamado da condenação (a dor

da culpa) não é fácil de se apagar, porque

achamos que o merecemos. O Senhor mostrou

ao meu amigo que ele não deveria sentir-

se culpado pelos dardos do Diabo, mas

que ele era responsável pelo que fazia com

eles.

Ele não deveria reter-se ou desenvolver

aqueles pensamentos, nem tampouco entrar

em condenação por causa deles. Qualquer

uma destas direções enfraqueceria ou

estragaria a sua vida espiritual e o seu tempo.

b. A Nossa Defesa Contra os Dardos

Inflamados. O Senhor, em seguida, mostrou-

lhe as defesas que ele tinha no capacete

da salvação, no escudo da fé e na espada

do Espírito.

Pela fé, ele rapidamente traria em cena a

presença de Jesus. “Senhor, Tu viste este

328 / SEÇÃOA5 A5.2- A Couraça e o Cetro da Retidão

pensamento também, não é? E não vamos

permitir que vá nem mais um pouco além

deste ponto, vamos? Para trás de nós, Satanás!”

Isto resolveu todo aquele problema bem

rapidamente. E resolverá para nós também!

Não devemos nos entregar às tentações, nem

tampouco à condenação. Não daremos tempo

a estes pensamentos e nem nos sentiremos

culpados por causa destes dardos.

2. Jesus: o Nosso Exemplo

Podemos ver estes mesmos princípios

na tentação de Jesus. Ele foi tentado, testado

e provado em todas as maneiras, exatamente

como nós, contudo sem pecado (Hb

4:15). Ele é o nosso exemplo. Há muitas

lições que podemos aprender com a Sua vida.

Estudemos juntos esta narrativa.

Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto,

uma selvagem e árida região da Judéia.

Lá Ele passou quarenta dias sem comida.

No final do Seu jejum, Ele encontrou-Se com

o próprio Diabo. Três vezes Ele foi tentado

a desobedecer a palavra e a vontade do Seu

Pai Celestial.

a. Do que Dependeu Jesus? Em Sua

humanidade, Jesus tinha que depender das

mesmas fontes que nós para vencer o mundo,

a carne e o Diabo. Ele não dependia dos

Seus poderes de divindade (natureza divina),

porém dependia totalmente:

1) do poder do Espírito de Deus e

2) do poder da Palavra de Deus. Ele

obteve a vitória em todas as ocasiões e foi

totalmente triunfante!

Jesus deve ter contado a história toda

aos Seus discípulos. Ele queria que eles, e

nós também, soubéssemos como vencermos

as nossas batalhas contra o Diabo.

b. Jesus Venceu com a Palavra! Não

sabemos se as tentações vieram através de

palavras ou pensamentos. De qualquer maneira,

porém, era a mente de Jesus que Satanás

queria alcançar.

As palavras eram reais; as tentações eram

reais; o Diabo era real. Cada ataque poderoso

foi contra atacado por Jesus com duas

palavras pequenas, porém poderosíssimas:

“Está escrito...” Jesus venceu com a

Palavra, a espada do Espírito. Nós também

podemos vencer da mesma maneira!

Jesus começou o Seu estudo da Palavra

de Deus, ainda como garoto. Tenho a certeza

de que o Espírito Santo O ajudou a esconder

esta Palavra em Seu coração para que Ele

pudesse ser sempre obediente à vontade do

Seu Pai (Sl 119:11). Os estudiosos hebreus

do Templo maravilharam-se e ficaram estupefatos

pela Sua sabedoria na Palavra quando

Ele tinha apenas 12 anos de idade (Ec

2:46,47).

Nos anos posteriores, ainda era a Palavra

de Deus que Ele falava com tamanho poder e

autoridade. Uma vez mais, as pessoas ficavam

estupefatas e ouviam com grande admiração.

Era a Palavra de Deus no poder do

Espírito que fazia com que os demônios tremessem

e fugissem de medo (Ec 4:32-36).

Como é necessário também que nós escondamos

a Palavra de Deus em nosso coração

e mente. Ela se torna um depósito

divino através do qual podemos resistir aos

poderes das trevas. Que lição importante

deveríamos aprender com este episódio da

vida terrena do nosso Senhor!

3. A Palavra de Deus: A Nossa

Espada Espiritual

Há alguns anos atrás, tive o privilégio de

aprender com o ministério de um querido

irmão. Ele é um querido presbítero e pai no

Senhor, agora com noventa e tantos anos de

idade. O pai dele era um pregador presbiteriano,

que tinha um grande respeito pelas

Escrituras. Ele encorajou o filho a ler e a

aprender a Santa Palavra de Deus.

Quando ele tinha cerca de 12 anos de

idade, ele já havia decorado todas as Epístolas

de Paulo. Com 20 anos de idade, ele já

havia decorado todo o Novo Testamento.

Com 40 anos de idade, grandes trechos do

Antigo Testamento já haviam sido decorados.

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 329

Ele fez isto, decorando cinco versículos

por dia. Num ano, portanto, ele decorava

cerca de 1800 versículos. O maior livro do

Novo Testamento é Lucas, com 1151

versículos. O Novo Testamento inteiro tem

7597 versículos e o Antigo Testamento 22485.

Este irmão causou um grande impacto

na minha vida. Ele foi um dos meus professores

no Instituto de Treinamento Missionário

em que estudei. Como você já deve

estar suspeitando, era exigido de nós, também,

que decorássemos as Escrituras.

Descobri que após o curto período de

um ano eu também estava decorando grandes

trechos do Novo Testamento. Tal reservatório

da verdade, torna-se um rico depósito

onde o Espírito Santo pode recorrer

durante épocas de necessidades ou desafios.

É uma forte defesa contra os ataques

do inimigo.

Jesus nos diz em João 14:26, “...o Espírito

Santo... enviará... todas as coisas e vos

fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito’’.

a. Decore a Palavra de Deus. O Espírito

Santo faz com que nos “lembremos” de

todas as coisas. Isto indica, é claro, que há

um “banco de memória” onde o Espírito

Santo pode recorrer. Para começar, Ele não

pode fazer com que nos lembremos de algo

que nunca aprendemos. Isto deveria nos motivar

a um verdadeiro desejo de decorarmos

a Palavra de Deus.

Sei que a idéia de aprendermos trechos

das Escrituras, tão grandes assim,” pode às

vezes desanimar, em vez de nos motivar. Se

esta tarefa parecer muito grande, podemos

pelo menos começar, lendo a Bíblia toda,

uma vez por ano. Isto exige somente a leitura

de cinco capítulos por dia. (Talvez o

Novo Testamento possa ser lido mais vezes).

Quanto mais lermos, tanto mais o alicerce

ou fundamento da nossa fé é estabelecido

em nossa mente. Isto é o que necessitamos

quando nos defrontamos com as tentações

do Diabo. “Está escrito...” é a nossa

melhor defesa.

b. Podemos Ser Vencedores. Muitas

pessoas não têm certeza com relação aos

seus relacionamentos com Deus – até mesmo

a sua salvação! É necessário que estejamos

firmemente estabelecidos e firmados

em nossa fé através da Palavra de Deus.

Caso contrário, o inimigo pode fender o

nosso capacete e empurrar-nos para fora da

nossa fundação ou alicerce. Nossa vida tornar-

se-á fraca e instável e seremos alvos fáceis

para os dardos do Diabo, da dúvida e

do temor.

Fixemos, portanto, com firmeza em nossas

cabeças, o capacete da salvação, seguremos

fortemente o nosso escudo da fé e tomemos

a espada do Espírito com grande

confiança.

Temos os nossos pés calçados com o

Evangelho da paz de Deus. Portanto, ficaremos

firmes e seguros. Podemos enfrentar

qualquer ataque do Diabo, levantando a espada

do Espírito de Deus, que é a Sua Palavra.

Com o grito de batalha “Está escrito”,

o inimigo dá a meia volta e foge. “... resisti

ao diabo e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

“E eles o venceram [a Satanás] pelo sangue

do Cordeiro e pela palavra do Seu testemunho

[confissão]...” (Ap 12:11).

Podemos ser vencedores sempre!

D. GUERREIROS DE ORAÇÃO

Paulo estava muito familiarizado com a

natureza desta batalha espiritual. Em 1

Coríntios 15:32, ele nos diz como ele havia

“combatido contra bestas selvagens” em

Éfeso. Ele está se referindo aos poderes

bestiais dos espíritos malignos e cruéis que

se opunham à sua pregação do Evangelho.

1. Os Espíritos Demoníacos São

Reais

Já ministramos em mais de cem nações

ao redor do mundo. A maioria dessas nações

são países pagãos (ateus).

Freqüentemente podemos sentir a cobertura

de trevas e sentir a presença de poderes

malignos. A obra de arte dos templos pagãos

retrata criaturas horríveis, feias e bestiais.

330 / SEÇÃOA5 A5.2- A Couraça e o Cetro da Retidão

Representam seres espirituais demoníacos,

os quais muitos dos artistas viram de fato.

Não são somente os cristãos que têm

visões e que podem ver o mundo espiritual.

Os que servem o Diabo podem ver o mundo

espiritual também. Porém, em vez de

terem visões do Senhor e dos santos anjos,

têm visões de poderes demoníacos e de espíritos

malignos. São muito reais, assim

como qualquer pessoa que já tenha viajado

por estas partes do mundo pode testificar.

Os espíritos malignos talvez não se revelem

tão prontamente em algumas partes

do mundo e são exatamente tão poderosos

mas de uma maneira oculta. Às vezes, podem

ser até mais perigosos, uma vez que as

pessoas não estão cientes de sua presença.

Não temos que sair por aí procurando demônios,

porém precisamos estar cientes de

que estamos numa batalha espiritual. Desta

maneira, estaremos sempre preparados e em

guarda.

2. Satanás Ataca Quando Oramos

Num sentido prático, onde geralmente

batalhamos contra o inimigo? Qual é o seu

principal ponto de pressão? Certamente,

há uma oposição e resistência contra nós,

sempre que tentamos avançar com o Reino

de Deus. O conflito mais intenso vem, creio

eu, numa área do ministério em que, por

anos a fio, não considerei. Refiro-me à batalha

para ORARMOS.

Creio que o propósito principal de Efésios

6:11-17 é o de nos aprontar e preparar

para o versículo 18: “Orando sempre com

toda a oração e súplica no Espírito.”

Em outras palavras, QUANDO ORAMOS,

somos resistidos mais que nunca por

Satanás e sentimos a sua pressão. É aqui

que podemos esperar que ele venha a nos

pressionar e nos atacar e lutar contra nós,

mais veementemente.

3. Lembre-se da Sua Armadura!

A oração no Espírito, com toda a certeza,

nos leva ao confronto espiritual com os

poderes das trevas. Por esta razão, é importante

que não entremos na batalha sem a

armadura espiritual e as armas que Deus

nos deu. Poderemos sair feridos e derrotados

se assim o fizermos!

É verdade que sempre nos movemos pela

fé e não pelo temor. Porém, a fé precisa ser

direcionada àquilo que conhecemos. Deus

não quer que sejamos “ignorantes [sem

conhecimento] dos ardis [maneiras e métodos]

do diabo” (2 Co 2:11).

4. Há Poder na Oração

Nos últimos 40 anos, tenho visto as vitórias

que Deus pode nos dar através do

poder e da autoridade da oração. Isto tem

significado a minha própria vida!

Há alguns anos atrás, o Diabo tentou me

enfraquecer e me destruir com cólera. As

vacinas que eu havia tomado não me forneceram

a proteção necessária. No curso natural

da enfermidade, eu poderia esperar a

morte dentro de duas a quatro horas. Coloquei

a minha vida e ministério diante do

Senhor e entreguei tudo à Sua vontade. Eu

não estava desistindo de tudo com uma atitude

fraca e sem fé, porém estava firmemente

confessando que a plena vontade e

propósito de Deus fossem feitos.

Se esta fosse a minha hora para ser levado

ao lar celestial, então eu estava pronto

para ir. “Porque para mim, o viver é Cristo,

e o morrer é ganho” (Fp 1:21). Se Deus

não tivesse terminado a Sua obra em mim,

então eu seguiria para ministrar numa outra

região. Decidi, firmemente, que não me retrairia,

porém tomaria uma firme atitude de

fé diante do inimigo. A armadura de Deus

seria a minha defesa!

Uma vez mais, experimentei o poder da

oração e da autoridade dos guerreiros da

oração de Deus. O Diabo foi derrotado e a

minha vida foi poupada. Vocês podem ver

porque, para mim, a oração significa mais

do que um simples tema de pregação. Ela é

de fato a minha própria vida!

Venha, querido guerreiro de oração. Vista

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 331

a sua armadura, tome a sua espada e derrote

o inimigo, pela autoridade da Palavra de Deus!

Se assim você fizer, você saberá “...o

Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos,

cetro de eqüidade é o cetro do Teu reino”

(Hb 1:8).

“Por ventura não é este o jejum que escolhi?

Que soltes as ligaduras da impiedade,

que desfaças as ataduras de jugo?

“Por ventura não é também que repartas

o teu pão com o faminto e recolhas em

casa os pobres desterrados? E vendo o nu,

o cubras, e não te escondas da tua carne?

“Então romperá a tua luz como a alva,

e a tua cura apressadamente brotará, e a

tua justiça irá adiante da tua face, e a glória

do Senhor será a tua retaguarda. Então

clamarás, e o Senhor te responderá: gritarás,

e Ele dirá: Eis-me aqui...” (Is 58:6-9).

a. Falta Poder na Sua Oração? Se você

estiver lendo isto e estiver ciente de que não

está vivendo corretamente, por que não para,

agora mesmo, e responde a este convite do

Senhor: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o

homem maligno os seus pensamentos, e se

converta ao SENHOR que se compadecerá

dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso

é em perdoar” (Is 55:7).

A sua oração de arrependimento, a confissão

da sua transgressão ao Senhor, a reparação

àqueles a quem você tenha causado

algum mal, são passos que podem restaurar

a sua comunhão com Deus. E aí, então, você

poderá ter poder na oração. Você poderá ter

o cumprimento santo desta promessa na

sua vida: “E será que antes que clamem, eu

responderei: estando eles ainda falando, eu

os ouvirei” (Is 65:24).

Capítulo 3

O Poder da Oração Quando

se Ora no Espírito

Introdução

“...não sabemos o que havemos de pedir

como convém...” (Rm 8:26). Por mais

estranho que pareça, o poder da oração é

somente para os que são suficientemente

humildes para confessar que não sabem

como orar.

O Espírito Santo procura por pessoas

assim, para que Ele possa capacitá-las a orar.

“...o Espírito ajuda as nossas fraquezas;

porque não sabemos o que havemos

de pedir como convém, mas o mesmo Espírito

intercede por nós com gemidos inexprimíveis”

(Rm 8:26). Somente se tivermos

a capacitação do Espírito Santo na oração,

poderemos obedecer à convocação de

Paulo em Efésios 6:18: “Continuai orando

no Espírito... Estejais em alerta... vigiai e

orai”!

O que é “oração no Espírito”? Qual é a

diferença das outras formas ou maneiras de

oração? Gostaria de explicar a diferença neste

capítulo.

A. FORMAS DIFERENTES DE

ORAÇÃO

Há muitas maneiras pelas quais podemos

nos aproximar do Senhor em oração.

Todas são importantes e têm o seu lugar na

igreja e no nosso caminhar com Deus.

1. Oração Contemplativa

Algumas ordens religiosas consagram

suas vidas inteiras à oração. Dedicam-se ao

conhecimento de Deus e ao relacionamento

com a Sua vontade através da meditação ou

reflexão silenciosa e oração. A preocupação

delas pelo mundo é basicamente expressa

através da “intercessão” – oração em favor

de outros. Esta é uma nobre e importante

forma de oração. Contudo, os que se envolvem

neste tipo de oração, raramente aprendem

a “orar no Espírito”.

2. Livros de Oração

Muitos têm as suas orações em “livros

de oração”. Temos um livro de oração na

Bíblia: é chamado de Livro dos Salmos.

Quando estas orações são lidas com um

coração que esteja verdadeiramente buscan332

/ SEÇÃOA5 A5.3- O Poder da Oração Quando se Ora no Espírito

do a Deus, o Espírito Santo pode trazer a

vida da Palavra Viva para a Palavra Escrita.

3. Orações Dirigidas

Outros, repetem “orações dirigidas”.

Muitos de nós tivemos a ajuda ou direção

de outros, em nossas primeiras orações. As

criancinhas aprendem a orar com a ajuda de

seus pais. Freqüentemente, ajudamos as

pessoas a fazerem a “oração do pecador”.

Testemunhei, recentemente, um acontecimento

engraçado e que me fez bem ao coração,

referente à “oração dirigida” numa

igreja das Assembléias de Deus. No final do

culto, um jovem perguntou a um visitante

se ele estava pronto para receber a Cristo

como seu Salvador.

“Não, não creio que já esteja pronto” foi

a sua resposta. O jovem replicou, então:

“Será que você saberá o que orar quando

estiver pronto?” “Não, acho que não” foi a

resposta honesta do visitante.

O jovem disse, então: “Bem, a oração

que você deveria fazer é a seguinte. Basta

repeti-la depois de mim”. E, em seguida, ele

o conduziu numa simples “oração dirigida”

de arrependimento para receber a Cristo

como seu Senhor e Salvador.

Enquanto o visitante repetia a oração,

lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

O seu rosto brilhou de alegria. O Espírito

Santo abrandou-o e Cristo entrou em seu

coração – e ele de fato nasceu de novo! Sim,

Deus honra todos os tipos de oração, se

formos sinceros e pedirmos com fé. No entanto,

por mais maravilhoso que possa ser,

isto não é “oração no Espírito”.

4. Orações do Tipo “Lista de

Compras”

Uma outra forma de oração é o que alguns

chamam de abordagem do tipo “lista de compras”.

Alguns de nós, temos uma lista de

necessidades e desejos que queremos trazer

diante de Deus. Escrevemos estes pedidos

para que não nos esqueçamos de continuar

orando por diferentes assuntos.

Estas listas talvez incluam pedidos por

nossas famílias, amigos, igrejas e pastores.

Quando as nossas motivações são corretas,

esta também é uma forma de oração que

resulta em bênçãos.

Aliás, Tiago 4:2 nos diz que às vezes

“não temos porque não pedimos”.

Um exemplo disto é a parábola do “filho

pródigo” (Lc 15:11-32). O irmão mais novo

havia pedido e recebido a sua parte da fortuna

da família. Em rebeldia, ele deixou o

seu pai e o seu irmão mais velho e foi embora.

Muitos meses depois, ele voltou ao lar,

arrependido, após gastar toda a sua fortuna.

Seu pai o perdoou e convocou a família

e amigos para uma linda festa para o seu

filho pródigo.

Seu irmão mais velho não gostou da idéia

e reclamou que seu pai nunca o havia abençoado

daquela maneira. O pai simplesmente

replicou: “Tu sempre estás comigo, e tudo

o que tenho é teu”.

Se ao menos o irmão mais velho soubesse

o que o seu relacionamento com o pai

significava de fato! Parece que ele estava

vivendo num nível bem inferior ao que era

privilégio seu. Se quisesse mais, tudo o que

tinha a fazer era pedir. Ele não tinha, porque

não pedia.

B. O ABUSO DA ORAÇÃO E DOS

DONS ESPIRITUAIS

Há dois enganos que podemos cometer

com relação à oração. O primeiro é fracassar

ao pedir. O segundo é mais crítico: pedir

egoisticamente por aquilo que queremos –

mesmo se o que pedimos seja contrário ao

que Deus quer.

Tiago fala sobre ambos os problemas.

“...nada tendes porque não pedis... Pedis e

não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes

em vossos deleites” (Tg 4:2,3).

1. Orar Sem Desejo

“Desejo” significa querer algo muito ardentemente.

Relaciona-se com a “cobiça”

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 333

ou desejos egoísticos e com a “concupiscência”,

que significa querer algo que pertença

a outros. Ela se evidencia ou se expressa

de diferentes maneiras. Há a cobiça

por posições, poder, lucro financeiro e prazer

imoral.

Se usarmos as orações para servir aos

nossos desejos, estaremos nos colocando

em perigo espiritual. Fracassaremos diante

de Deus porque as nossas motivações estão

erradas. Estaremos orando, na verdade,

com o espírito de avareza ou cobiça.

Se aprendemos que a oração é uma maneira

de obtermos qualquer coisa que queiramos

de Deus, talvez nem mesmo saibamos

que estamos orando mal.

As nossas energias e orações deveriam

ser focalizadas em buscarmos “primeiro o

Reino de Deus e a Sua justiça”. Aí, então,

todas as “coisas” que precisamos nesta vida

nos serão acrescentadas (Mt 6:33).

Deus sabe quais são as coisas de que

necessitamos e Ele promete supri-las, se

colocarmos em primeiro lugar o Reino de

Deus e a Sua justiça. Se buscarmos as “coisas

materiais” ao invés do Reino de Deus,

estaremos nos movendo numa direção que

não agrada a Deus e que é espiritualmente

perigosa para nós.

2. Orar Mal

Um dos maiores julgamentos que Deus

pode enviar sobre nós é responder às nossas

orações que se originam de motivações erradas.

Talvez Ele retenha a resposta por algum

tempo, mas se continuarmos orando, pode

ser que Ele nos dê o que queremos. Salmos

106:15 diz: “Ele lhes concedeu o seu pedido,

porém fez definhar as suas almas”.

Os filhos de Israel ficaram cansados da

sua dieta de maná (pão do céu). Assim sendo,

pediram que Deus lhes desse “carne”

para comida, “...cobiçaram grandemente no

deserto e testaram Deus através de seus

desejos fortes” (Sl 106:14).

O Senhor finalmente lhes concedeu o que

haviam pedido, porém fez com que suas

almas definhassem e enviou doenças e morte

aos seus corpos. Orar mal, pode de fato

trazer um final muito triste à nossa vida.

3. Motivações e Atitudes Erradas

Podemos abusar ou usar mal os dons de

Deus. A história de Balaão é um bom exemplo

de abuso de um dom espiritual (Nm 22-

24).

Balaão tinha um verdadeiro dom de profecia.

Suas profecias são as mais eloqüentes

em toda a Bíblia e nenhuma delas jamais

falhou. O problema com Balaão não era o

seu dom ou ministério; eram as suas motivações.

Balaão usou o seu dom para a sua

própria fama e fortuna. Prometeram-lhe

ouro e glória caso se unisse com o rei Balaque

para amaldiçoar o povo de Deus.

Balaão perguntou a Deus se ele devia ir

ao rei Balaque. “Então disse Deus a Balaão:

Não irás com eles, nem amaldiçoarás este

povo...” (Nm 22:12).

A princípio, Balaão obedeceu a Deus e

recusou-se a ir. Quando o rei Balaque lhe

prometeu mais dinheiro e prestígio, no entanto,

Balaão mudou de idéia.

Finalmente, Deus permitiu que ele fizesse

a sua própria vontade, porém tentou

mostrar-lhe que Ele não se agradara, colocando

um anjo em seu caminho. Balaão não

podia ver o anjo, muito embora a jumenta

em que cavalgava, pudesse vê-lo claramente.

Balaão ficou muito enfurecido quando a

jumenta se recusou a seguir caminho. A cobiça

de Balaão pela fama e fortuna, havia

cegado a sua visão.

A Bíblia fala das razões porque Deus

engana aos Seus servos desobedientes. “E

por isso Deus lhes enviará a operação do

erro, para que creiam a mentira; Para que

sejam julgados todos os que não creram a

verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”.

(2 Ts 2:11,12).

As motivações e atitudes de Balaão estavam

erradas. Ele estava disposto a amaldiçoar

o povo de Deus por causa de sua

própria fama e fortuna. Ele escolheu ter

334 / SEÇÃOA5 A5.3- O Poder da Oração Quando se Ora no Espírito

“prazer na iniqüidade”. Portanto, Deus enviou-

lhe uma forte ilusão. Ele estava no caminho

errado e não sabia. Ele ficou tão cego,

devido às suas motivações e ações corruptas,

que ele nem ao menos podia ver a espada

de advertência do anjo de Deus.

O final da história foi triste e trágico,

tanto para Balaão quanto para Israel. Balaão

morreu por causa do seu pecado. (Nm 31:8).

Sejamos como Jesus: “...Pai, se queres,

afasta de mim este cálice, todavia não se

faça a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22:42).

C. O ESPÍRITO SANTO NOS AJUDA

A ORAR

Precisamos compreender a razão pela

qual Paulo nos exorta e nos estimula a “orar

no Espírito”. Como veremos mais tarde, esta

é uma forma garantida de evitarmos orações

“vãs”. Paulo desenvolve o seu pensamento

em Romanos. Ele explica cuidadosamente o

que o Espírito Santo pode fazer por nós,

quando nos entregamos a Ele, enquanto oramos:

“Nem ao menos sabemos como ou pelo

que orar como deveríamos. O Espírito Santo,

contudo, nos ajuda em nossas fraquezas.

Ele faz isto, orando por nós e através

de nós com sons e gemidos profundos demais

para poderem ser expressos em palavras.

Deus conhece os nossos corações e a

mente do Seu Espírito. E o Espírito Santo

sempre ora pelos santos de acordo com a

vontade de Deus” (Rm 8:26,27).

Todos nós, em certas ocasiões, já enfrentamos

circunstâncias e problemas pelos

quais não sabíamos como orar de fato,

como deveríamos.

Às vezes, os problemas podem ser tão

grandes, na vida das pessoas, que não sabemos

como ajudá-las. Além disso, há muitos

tipos diferentes de problemas. Podem envolver

decisões, pessoas, lugares, finanças,

saúde e necessidades espirituais.

Em geral, parece que tudo está amarrado

num grande nó. Não sabemos onde começar

a tentativa de desatarmos este nó por nós

mesmos. Queremos fazer a coisa certa, da

maneira certa, com as pessoas certas, no

lugar certo, com o motivo certo. Mas, onde

começamos?

Que consolo sabermos que o Espírito

Santo nos conhece melhor do que nós próprios

nos conhecemos! Ele sabe quem somos,

onde estamos e como estamos. Ele também

sabe qual é a vontade de Deus e a Sua

resposta para a nossa necessidade. A Sua sabedoria

e poder compensam a nossa falta de

conhecimento e as nossas fraquezas. E mais

que isto, Ele está disposto a orar por nós e

através de nós, para que a vontade de Deus

possa ser feita. Como isto acontece? Acontece

quando “oramos no Espírito”.

1. Orar no Espírito

Esta expressão é usada no Novo Testamento

para descrever um tipo de oração

que vai além das limitações do nosso intelecto

e do nosso entendimento.

Em Judas 20, temos a seguinte exortação:

“Edificando-vos a vós mesmos sobre

a vossa santíssima fé, orando no Espírito

Santo.” Em Efésios 6:18, Paulo também nos

exorta: “...orando sempre com toda oração

e súplica no Espírito.”

a. O Dom de Línguas Dado Pela

Oração. Paulo explica como fazemos isto,

em l Coríntios 14:14: “Se eu orar em língua

estranha, o meu espírito ora...” Uma

das funções principais do dom de línguas é

o de “orarmos no Espírito”.

“O que fala em língua estranha não fala

aos homens, mas a Deus” (1 Co 14:2). O

falar com Deus em oração é um dos abençoados

benefícios secundários de sermos

batizados no Espírito Santo, com o resultado

de falarmos em línguas.

b. O Espírito Santo nos Ajuda. Quando

nos entregamos ao Espírito Santo em

oração e começamos a “orar no Espírito”,

Paulo nos ensina em Romanos 8:26,27 que

três coisas importantes acontecem:

1) O Espírito Santo nos ajuda a orarmos

as orações de Deus.

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 335

2) O Espírito Santo nos ajuda a sentirmos

os sentimentos de Deus.

3) O Espírito Santo nos ajuda a pensarmos

os pensamentos de Deus.

c. Devemos nos Entregar à Ação do

Espírito.

1) Orando as Orações de Deus. Em

1968, no Retiro do WORLD MAP em Santa

Cruz, Califórnia, estávamos dirigindo um

dia de jejum e oração. Uma profetiza mais

idosa chamada Ruth Banks fazia parte do

grupo de oração que eu estava liderando.

Para surpresa minha, quando ela pôs as

mãos na cabeça de um homem e começou a

orar, parecia que ela sabia tudo a respeito

dele. Ela orou por detalhes íntimos da vida

dele, que ninguém conhecia, a não ser ele

mesmo (e o Espírito Santo).

As pessoas por quem ela orava, irrompiam

em choro de alegria e gratidão ao Senhor,

porque sabiam que as orações de Ruth

Banks nasciam no Céu. Sabiam que ela estava

se entregando à ação do Espírito Santo

em sua vida e estava orando as orações de

Deus. Estas pessoas se sentiram muito encorajadas,

ao compreenderem que Deus sabia

tudo sobre seus problemas e que Ele as

amava o suficiente para fazer com que uma

de suas servas orasse por suas mais profundas

necessidades.

A Bíblia nos diz que é isto o que deveria

acontecer quando permitimos que o Espírito

Santo opere através de nós. “Os segredos

dos corações dos homens serão manifestos,

e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorarão

a Deus, publicando que Deus está

verdadeiramente entre vós” (1 Co 14:25).

Pedi ao Senhor, naquele mesmo dia, em

Santa Cruz: “Querido Senhor, permite-me orar

como a Ruth Banks”. Sinto-me feliz por relatar

que nos anos que se seguiram, o Senhor

respondeu esta oração, à medida que tenho

aprendido a entregar-me à ação do Espírito na

minha vida. Ele fará a mesma coisa por você

se você passar bastante tempo em Sua presença,

esperando no Senhor . Você poderá orar

as orações de Deus à medida que você aprender

a usar o dom de línguas, de interpretação e

de profecia na oração.

2) Sentindo os Sentimentos de Deus.

Em Romanos 8:27, Paulo nos ensina que o

Espírito Santo faz intercessão através de

nós e para nós, de acordo com a vontade de

Deus, pois Ele conhece a mente (ou vontade)

de Deus.

Não há nada mais importante do que a

vontade de Deus para a nossa vida. O nosso

ministério aos outros será uma bênção somente

se revelar a vontade d’Ele para estas

pessoas. Esta é uma razão importante para

orarmos no Espírito. Deus freqüentemente

revela a Sua vontade através da oração quando

ministramos aos outros. Gostaria de compartilhar

alguns exemplos com vocês.

Em nossos retiros de verão, na Costa

Oeste dos E.U.A., consagramos um dia para

jejum e oração. Em seguida, designamos líderes

que supervisionem grupos de cinco

ou seis crentes espiritualmente maduros.

Passamos o dia orando pelas pessoas que

têm necessidades, as quais se aproximam,

uma de cada vez.

Geralmente, Deus revela detalhes sobre

as pessoas por quem estamos orando, para

que possamos orar por elas de uma maneira

bem específica. Todo o grupo de oração permanece

aberto ao Senhor para receber as

Suas direções.

Cada integrante do grupo talvez receba

uma parte da vontade de Deus, para a pessoa

que veio pedir oração. Enquanto surgem

as revelações desta forma, pelo Espírito

de Deus, elas podem ser “verificadas”

pelo grupo como um todo.

É bom sabermos que não somos infalíveis

(incapazes de cometer erros) enquanto

nos movemos nos dons do Espírito Santo.

Há sabedoria e segurança quando recebemos

uma “palavra do Senhor” que seja confirmada

e concordada por outros. Quando todos

os membros do grupo concordam sobre algo,

podemos seguir esta direção na oração.

Este método segue o modelo da Bíblia:

“Por boca de duas ou três testemunhas será

336 / SEÇÃOA5 A5.3- O Poder da Oração Quando se Ora no Espírito

confirmada toda a palavra” (2 Co 13:1).

“E falem dois ou três profetas e os outros

julguem” (l Co 14:29).

Desta forma, a vontade e a palavra de

Deus revelam-se à medida que o grupo espera

no Senhor e nos ministérios dos outros

integrantes.

a) Três Exemplos:

1> Um Espírito de Enfermidade.

Um outro exemplo de como o Espírito Santo

nos ajuda em nossas orações, aconteceu

no mesmo retiro espiritual. Uma senhora

pediu que orássemos por um problema físico.

Ela tinha um poderoso ministério de

“oração intercessória” (oração contra o diabo

e suas forças), em benefício dos outros.

Esta é a “guerra espiritual” sobre a qual falamos

em outros artigos.

Enquanto orávamos por ela, Deus nos

mostrou que o seu problema físico tinha

uma causa espiritual. Quando estava orando

contra os poderes das trevas, ela foi atacada

pelo inimigo com um golpe que afetara

o seu corpo físico. A causa era um poder

maligno e não algo do mundo físico natural.

Ela não sabia disto e já havia procurado ajuda

de outras formas.

Enfrentamos o diabo e suas forças malignas

através do poder da oração e da autoridade

da Palavra de Deus. Enquanto orávamos

em línguas, por ela, havia um tom combativo

acompanhando a nossa oração. Sabíamos

que estávamos combatendo um espírito

de enfermidade que a estava amarrando.

Ordenamos a sua libertação no poderoso

nome de Jesus, e ela foi liberta imediatamente!

Através da oração no Espírito

Santo, a vontade e a direção de Deus quanto

à necessidade dela, nos foram reveladas.

Ele fez com que orássemos as orações de

Deus, que sentíssemos os sentimentos de

Deus e que pensássemos os pensamentos

de Deus.

2> Liberados Para o Senhor. No

fim daquele mesmo dia, oramos por uma

outra senhora que estava com um problema

muito difícil. Ela tinha marido e três filhos

adolescentes, os quais exigiam dela muito

do seu tempo e da sua atenção. Além de

todas as tarefas que tinha como esposa e

mãe, ela ainda tinha que cuidar do seu velho

pai que estava com noventa e seis anos de

idade. Devido à idade avançada, ele necessitava

de cuidados especiais, uma vez que era

como um bebê que necessita de fraldas para

as suas necessidades fisiológicas. Ele estava

muito fraco e, por isso, já não podia sentar-

se, levantar-se nem tampouco caminhar.

Devido a todos esses problemas, aquela

senhora tinha que dedicar-se ao seu pai vinte

e quatro horas por dia.

Devido à falta de sono e de descanso,

ela estava à beira de um colapso físico e

emocional. O que ela devia fazer?

A Bíblia diz, “Honra a teu pai e a tua

mãe, como o Senhor teu Deus te ordenou,

para que se prolonguem os teus dias, e para

que te vá bem...” (Dt 5:16).

Ela quis obedecer à Bíblia, dedicando o

melhor de si mesma ao seu velho pai, mas

todo aquele acúmulo de tarefas a estava levando

a auto-destruição.

Então, eu disse: “Oremos em outras línguas,

por alguns minutos, e esperemos, para

ver se o Espírito Santo atende à nossa oração”.

Enquanto o grupo orava, o Senhor me

revelou alguma coisa (fez-me pensar os pensamentos

de Deus). Senti que o Espírito me

revelava o seguinte:

O Senhor tinha vindo para levar o pai

daquela senhora para o Céu. Quando ele

estava morrendo, ela ajoelhou-se ao lado da

cama dele e rejeitou a morte, ordenando-lhe

em oração que o deixasse viver. O Senhor,

então, me disse: “Por haver tomado a responsabilidade

pelo próprio pai, respeitei a

direção dela sobre a vida dele. Quando ela

rejeitou a morte ordenando que deixasse o

pai viver, Eu me retirei e deixei-o viver.

Eu fiquei surpreso com aquela revelação

e tinha que compartilhá-la com a senhora, a

fim de saber se tudo aquilo tinha realmente

acontecido ou se aqueles pensamentos tinham

vindo da minha própria mente ou se

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 337

tinham vindo do Espírito. Ela confirmou,

dizendo que seu pai havia estado à beira da

morte por diversas vezes e que ela havia

orado, exatamente como foi descrito acima.

Brandamente, a aconselhamos a ir para casa

e conversar sobre o assunto, com o esposo

e os filhos, a fim de decidirem se podiam

deixar que o pai dela fosse ao encontro do

Senhor. Dissemos a ela que ele seria muito

mais feliz no Céu, livre do seu corpo já quase

morto, aos noventa e seis anos.

Ela fez exatamente o que a aconselhamos

a fazer. A família, então, fez esta oração:

“Senhor, se quereis levar o papai embora,

nós o liberamos para os seus cuidados

afetuosos”. Algumas noites mais tarde, Jesus

veio e levou-o para o Céu.

Eu jamais pensaria nestas coisas, nem

em mil anos, mas o Espírito teve uma simples

Palavra de Conhecimento e de Sabedoria

para darmos àquela senhora, quando

oramos em outras línguas (no Espírito).

3> Uma Empresa Fracassada. Recordo-

me de um outro caso, sobre um homem

que desejava que eu orasse por ele,

pedindo a Deus que salvasse a sua empresa

fracassada e fizesse com que ele prosperasse

financeiramente. A minha resposta foi:

“Orarei no Espírito, pedindo ao Senhor que

responda à minha oração, fazendo-me pensar

os pensamentos d’Ele e sentir os sentimentos

d’Ele.”

Após orar em línguas, eu orei a interpretação:

“Senhor, Tu trouxeste este problema

para este irmão porque ele não Te obedeceu.

Tu fizeste com que ele prosperasse e

O abençoaste, mas ele não pagou dízimos

nem deu dinheiro para ajudar a Tua obra,

conforme Tu mandaste. Tira todo o dinheiro

que ele possui e faze com que a sua empresa

fracasse, até que ele se arrependa e

aprenda a obedecer-Te. AMÉM!”

O homem ficou aborrecido comigo, mas

Deus o Pai respondeu à oração que o Espírito

Santo havia feito através dos meus lábios.

O homem se arrependeu e, alguns anos mais

tarde, ele veio a mim e me agradeceu, pois ele

estava sendo abençoado e estava prosperando,

porque estava obedecendo ao Senhor.

D. CONCLUSÃO

A oração é o direito e responsabilidade

de todos os cristãos batizados no Espírito

Santo. É a maneira pela qual Deus faz a Sua

vontade aqui na terra, assim como é feita no

Céu. Oremos, portanto, em todo o tempo e

de todas as formas, pelo povo de Deus em

toda parte (Ef 6:18).

Oração

“Pai Celestial, oro agora pelos que estão

lendo esta oração. Peço-Te que derrames

o Teu Espírito sobre eles, agora mesmo,

para que possam começar a orar no

Espírito. Dá-lhes a interpretação do que

oram em outras línguas. Faz com que sejam

poderosos na oração. Faz com que

orem as Tuas orações, que sintam os Teus

sentimentos e pensem os Teus pensamentos.

Peço isto em nome de Jesus, crendo

que Tu o farás. AMÉM!”

Capítulo 4

O Uso de Línguas e de

Interpretação de Línguas na

Oração

A. O CHAMADO PARA PARTICIPAR

DO MINISTÉRIO DE

INTERCESSÃO DE CRISTO

“Portanto, pode também salvar perfeitamente

os que por ele se chegam a Deus,

vivendo sempre para interceder por eles”

(Hb 7:25).

Um dos principais ministérios continuado

pelo ressurreto, elevado Cristo, é o

de intercessão por mim e por você.

1. Demonstração de Intercessão

Compreenderemos o significado de intercessão,

se olharmos o seguinte acontecimento

na vida de Moisés:

338 / SEÇÃOA5 A5.4- O Uso de Línguas e de Interpretação de Línguas na Oração

O Senhor estava aborrecido com os filhos

de Israel e falou a Moisés: “Agora,

pois, deixa-Me, que o Meu furor se acenda

contra eles, e os consuma; e Eu farei de ti

uma grande nação.

“Porém Moisés suplicou ao SENHOR seu

DEUS, e disse: ...Torna-Te da ira do Teu

furor, e arrepende-Te deste mal contra Teu

povo” (Êx 32:10,11,12).

Deus atendeu a Moisés e não puniu o

povo. Moisés salvou o povo, pela intercessão

com Deus (suplicando a Deus que poupasse

a vida deles). Isto nos mostra duas

coisas:

a. Salvos da Ira. Isto é o que o ministério

intercessório de Cristo faz por nós,

salvando-nos da ira.

b. Poder Perante Deus. Podemos ter

poder perante o tribunal de justiça de Deus,

quando nos associamos a Cristo no Seu

ministério intercessório.

2. O Espírito Santo nos Ajuda a

Orar

Como membros do Corpo de Cristo, é

nosso privilégio e responsabilidade – nosso

direito e dever – participarmos do Seu ministério

de intercessão. A princípio, um chamado

tão elevado assim, poderia parecer

além da nossa capacidade, mas o Espírito

Santo está sempre pronto a nos ajudar em

nossas orações:

“Não sabemos como orar, como deveríamos.

Mas, o Espírito Santo nos ajuda

em nossas fraquezas. Ele faz isto, orando

através de nós com sons e gemidos inexprimíveis...

Uma intercessão deste tipo está

sempre de acordo com a vontade de Deus”

(Rm 8:26,27).

a. Orar no Espírito. O Pai, o Filho e o

Espírito Santo estão envolvidos em nossas

orações, quando oramos no Espírito. “... o

mesmo Espírito intercede por nós com gemidos

inexprimíveis’’ (Rm 8:26). Observe

três coisas neste versículo:

1) Expressamos os Gemidos de

Cristo. Estamos incluídos na intercessão

iniciada por Deus. As intercessões de Cristo

são sentidas e expressadas “... como convém,

mas o mesmo Espírito intercede por

nós com gemidos inexprimíveis... mas nós

mesmos que temos as primícias do Espírito

também gememos...” (Rm 8:26,23).

2) Os Gemidos Iniciados Pelo Espírito

Santo. O Espírito Santo é Aquele

pelo qual os gemidos de Deus se iniciam

“... o mesmo Espírito intercede por nós...”

3) Deus Intercede Através de Nós.

Deus, o Espírito, intercede através de nós,

com Deus, o Pai. “...do Espírito; e é ele que

segundo Deus intercede pelos santos”.

Estes conceitos são compreendidos por

muito poucos cristãos. Para compreender

melhor este processo, observe como o seu

rádio funciona.

b. Um Rádio Transmissor. Uma estação

de rádio (transmissor) emite um sinal

de algum lugar distante. Seu rádio é compatível

com aquele sinal. Quando você liga o

seu rádio, os componentes eletrônicos dele,

recebem o sinal e o convertem em som. O

seu rádio funcionava apenas como receptor,

o qual fornecia som e palavras ao sinal

que recebia. Ele não era a fonte geradora do

som. O que ele fazia era simplesmente ecoar

o que recebia.

Desta maneira, Jesus é como um rádio

transmissor. Ele está no Céu à dextra do Pai

(At 2:34; 7:55). Ele vive para interceder por

nós (Hb 7:25). Quando Jesus intercede, o

Espírito Santo em nós, recebe esta transmissão

e a converte em orações e sentimentos,

aos quais nós (assim como o rádio) fornecemos

som e palavras. Portanto, estamos

orando as orações de Jesus.

c. Jesus e o Espírito Santo. Na Bíblia,

o Espírito Santo é identificado de uma forma

muito singular com Deus, o Filho (Jesus).

Observe que ela se refere ao Espírito Santo

como o Espírito de Cristo. “...Indagando

que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito

de Cristo, que estava neles, indicava...” (1 Pe

1:11). “...Mas, se alguém não tem o Espírito

de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8:9).

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 339

1) Trabalhando Juntos. Jesus nos revelou

como Ele e o Espírito Santo trabalhariam

juntos, após a ida de Jesus para o Céu.

“Mas quando vier aquele Espírito de

verdade...; porque não falará de si mesmo,

mas dirá tudo o que tiver ouvido...” (Jo

16:13).

A quem o Espírito está ouvindo? Quem

está fornecendo as palavras que o Espírito

deve proferir? Creio que o Espírito Santo

repete as palavras de Jesus e diz o que Ele

ouve Jesus dizer. O Espírito ora o que Ele

ouve Jesus orar. O Espírito nos usa como

canais através dos quais as palavras e as

orações de Jesus são exprimidas.

No versículo a seguir, vemos o Espírito

de Jesus Cristo extraordinariamente ligado

às orações dos Filipenses, quando oraram

por Paulo. “Porque sei que disto me

resultará salvação, pela vossa oração e pelo

socorro do Espírito de Jesus Cristo” (Fp 1:

19).

2) Expressar a Oração e o Louvor

Através de Nós. Jesus (a Cabeça do Corpo)

partilha as Suas orações com o Espírito

Santo que, em retorno, expressa a intercessão

através de nós (membros do corpo de

Cristo). “Ora vós sois o corpo de Cristo, e

seus membros... E sujeitou todas as coisas

a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu

como cabeça da igreja” (1 Co 12:27;

Ef 1:22).

O Senhor Jesus não somente dá ao Espírito

Santo as orações para orar por nós, mas

deseja usar-nos como um fragmento de Sua

boca para orar através de nós! Isto é mostrado

numa outra passagem das Escrituras:

“...cantar-Te-ei louvores no meio da

congregação” (Hb 2:12). Como Jesus

canta louvores ao Pai, na Igreja? Através

dos nossos lábios, com as nossas vozes.

Algumas vezes, os profetas do Antigo

Testamento falavam na Pessoa de Cristo,

como se fosse o Próprio Jesus. Davi disse:

“O Espírito do Senhor falou por mim, e a

Sua palavra esteve em minha boca” (2 Sm

23:2).

Assim como os profetas do Antigo Testamento

falavam através do Espírito do Senhor,

na Pessoa de Cristo (como se o Próprio

Cristo estivesse falando), do mesmo

modo, pela ação do Espírito Santo sobre

nós, oramos na Pessoa de Cristo como se

fosse Cristo que estivesse orando.

A Pessoa de Jesus está agora à dextra

do Pai. No entanto, a Presença de Jesus

está conosco e em nós, através do Seu Espírito.

A pequena expressão: “No meio da

congregação, Eu [Jesus] cantarei louvores

a Ti [o Pai]” é de grande importância. Jesus

está nos dizendo que Ele ainda deseja cantar

louvores ao Seu Pai em nosso meio.

Como podem os Seus cânticos de louvor ao

Pai serem expressos por nós, quando Ele

pessoalmente está com o Pai lá no Céu?

Isto somente pode ser feito pela Presença

de Jesus através do Seu Espírito

Santo, que nos fornece “cânticos do Espírito”

para que cantemos.

Somos a Congregação ou a Igreja do Deus

Vivo, através da qual o cântico do Senhor é

cantado. Jesus canta o Seu louvor ao Pai

através de nós! A Bíblia confirma isto claramente:

“Falando... em... cânticos espirituais

[“cânticos espirituais” são os louvores

de Jesus ao Pai, expressados através de nós

pelo Espírito de Cristo em nós] cantando e

salmodiando ao Senhor no vosso coração”

(Ef 5:19). “A palavra de Cristo habite em

vós abundantemente em... cânticos espirituais;

cantando ao Senhor com graça em

vosso coração” (Cl 3:16).

O desejo de Jesus é encher-nos com o

Seu eterno louvor e adoração ao Pai. Quando

estamos plenos do Espírito Santo e nos

entregamos a Ele, Jesus canta louvores ao

Pai através dos nossos lábios, com as nossas

vozes, em nossos cultos de adoração.

Tornamo-nos canais através dos quais os

Seus cânticos de louvor são expressos ao

Pai Celestial. Não é de se admirar que a

Bíblia denomine esta adoração inspirada de

“Cântico do Senhor” (2 Cr 29:27).

Exatamente como Jesus expressa os Seus

340 / SEÇÃOA5 A5.4- O Uso de Línguas e de Interpretação de Línguas na Oração

cânticos de louvor através de nós, assim

também Ele deseja expressar as Suas orações

através de nós. Assim como Jesus

pode louvar ao Pai através de nós, Ele

também pode orar ao Pai através de nós.

3. Membros do Corpo de Cristo

Jesus é a Cabeça celestial do Seu Corpo

terreno. Somos os membros deste Corpo. É

através dos membros do Seu Corpo que a

Sua vontade pode ser feita na terra assim

como é feita no Céu. O Senhor Jesus ainda

quer andar, falar, pregar e orar assim como

Ele fazia durante o Seu ministério terreno.

“Disse-lhes pois Jesus... assim como o Meu

Pai Me enviou, também eu vos envio” (Jo

20:21). Ele quer fazer isto através de você e

de mim, pelo grande poder do Seu Espírito.

À luz disto, ouça bem a intercessão do Apóstolo

Paulo, em benefício dos crentes de

Éfeso:

“Oro para que conheçais a grandeza

do poder de Deus para com os que colocam

a sua confiança n‘Ele. E o mesmo poder

que ressuscitou a Cristo dos mortos e

O exaltou à dextra do nosso Pai Celestial...

O Pai colocou todas as coisas sob os pés

do Seu Filho. Ele O fez a grande Cabeça da

Igreja, a qual é o Corpo de Cristo. Neste

Corpo encontra-se a vida plena do Senhor,

o Qual enche todo o universo Consigo

Mesmo” (Ef 1:16,19-23).

4. A Agonia da Intercessão

Se quisermos participar da vida de oração

do nosso Senhor, deveríamos aprender

um pouco mais sobre a maneira pela qual

Ele orava quando estava aqui na terra. “Durante

os dias da Sua vida terrena, Jesus

orava com grande clamor e lágrimas...”

(Hb 5:7).

Este é um surpreendente quadro do nosso

Senhor. Podemos vê-Lo orando, clamando

e chorando numa grande agonia de alma.

Sua oração era muito profunda. “E, posto

em agonia, orava mais intensamente. E o

seu suor tornou-se em grandes gotas de

sangue que corriam até ao chão” (Lc

22:44). Você pode se imaginar orando tão

intensamente, a ponto de transpirar sangue?

O Apóstolo Paulo também orava desta

maneira. Lembramo-nos que em sua carta à

Igreja da Galácia, ele fala sobre a sua grande

preocupação pelo bem-estar espiritual deles.

Estavam em perigo de caírem da graça

de Deus, caso retornassem à escravidão da

lei. Estavam sendo tentados a acrescentarem

obras legalísticas à sua salvação em

Cristo, esperando com isto merecerem a sua

salvação. Acrescentar qualquer coisa destrói

tudo. Estavam a ponto de darem as costas

à completa e perfeita obra da Cruz.

Este perigo leva Paulo à oração. Em seguida,

ele lhes escreve as seguintes palavras:

“Meus filhinhos, como me fazeis sofrer!

Estou novamente sofrendo as dores de parto

por vós, como uma mãe que dá à luz o seu

filho. Anseio pelo tempo em que finalmente

tereis a plenitude de Cristo” (Gl 4:19).

A oração e intercessão de Paulo no Espírito

Santo produziram este tempo de agonia

ou de dores de parto. Ele sofreu por eles

no Senhor e anelou que Cristo fosse totalmente

formado e gerado em suas vidas de

fé.

As mães compreendem bem o que significam

as dores de parto. Os homens somente

podem compreender esta experiência indiretamente.

Pressões e dores fazem parte

da experiência de nascimento.

Paulo usa o processo do nascimento,

para explicar a sua agonia em oração, em

benefício da Igreja dos Gálatas. Ele havia se

tornado uma extensão aqui na terra do ministério

de intercessão celestial de Cristo.

Jesus estava orando uma poderosa oração

através de Paulo. E ele pôde sentir isto!

Como dissemos anteriormente, a oração no

Espírito significa orarmos como Deus ora e

sentirmo-nos como Deus Se sente. Não é

de se admirar que Paulo dissesse que “o

Espírito ora através de nós com sons e geCOMO

SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 341

midos inexprimíveis” (Rm 8:26). Ele estava

falando com base em sua experiência própria!

Sim, Cristo vive para fazer sempre intercessão

por nós e através de nós, de acordo

com a vontade do Pai. Que possamos

sempre estar disponíveis ao Espírito Santo

para sermos canais vivos para a oração e a

intercessão.

a. Um Exemplo Pessoal. Há muitos

anos atrás, o Senhor me conduziu ao Japão.

Durante 6 ou 7 meses, viajamos de

vilarejo a vilarejo, a pé, de bicicleta, barco

ou trem. Durante aquele tempo, me achava

profundamente comovido e agitado em minha

alma. Era como se o coração de Deus

estivesse partido, pelo povo japonês. Eu

podia sentir a tristeza do Espírito Santo de

Cristo sendo derramada através de mim, a

favor deles. Eu não conseguia parar de chorar,

exceto nas ocasiões em que nos encontrávamos

com os professores e alunos. Era

como se Deus estivesse derramando as Suas

lágrimas através dos meus olhos.

Deus ama o povo japonês, mas os seus

pecados de orgulho e idolatria, deixaram-

No do lado de fora. Quase não há lugar para

Deus ou Seu Filho em sua vida e em sua

sociedade. Satanás golpeou os seus olhos

com uma cegueira espiritual.

“...o deus deste mundo cegou os entendimentos

dos incrédulos. Portanto, a luz do

glorioso Evangelho de Cristo, o Qual é a

imagem de Deus, não pode resplandecer

sobre eles” (2 Co 4:4).

O campo de batalha e a sombria fortaleza

de Satanás é a mente humana. Quando a

luz do Evangelho resplandece sobre a alma

do homem, a sua mente é uma das primeiras

coisas a serem libertas.

Compreendo, agora, que o meu “grande

clamor e lágrimas” eram a intercessão de

Cristo pela ação do Espírito Santo sobre

mim. Deus estava alcançando em amor, o

povo japonês, através das minhas orações e

lágrimas.

Ele também estava expressando a Sua

ira contra o deus deste mundo (Satanás) e

seus poderes demoníacos (veja Salmos

149:5-9). Foi um tempo de verdadeira guerra

espiritual.

Desde aquela época no Japão, em 1960,

descobri que outros pastores daquela área

haviam tido a mesma experiência. Todos eles

haviam passado uma boa parte do seu tempo

chorando em intercessão pelo povo do

Japão.

B. OS DONS DO ESPÍRITO NA

INTERCESSÃO

Várias referências foram feitas neste estudo

sobre a importância da “oração no

Espírito”. Vimos como ela é fundamental

para a oração intercessória. Quais os dons

do Espírito, mais especificamente, que

poderíamos esperar serem de utilidade em

nossos ministérios de oração e intercessão?

1. Principais Maneiras Para se

Orar no Espírito

Creio que os Dons de

a. Línguas

b. Interpretação de Línguas e

c. Profecia são as formas principais

pelas quais devemos “orar no Espírito”

(Ef 6:18). Gostaríamos de estudar, um tanto

quanto detalhadamente, o que a Bíblia

tem a dizer sobre a função e o propósito

desses dons em nossa vida de oração diária.

Recorreremos novamente ao Apóstolo

Paulo para o nosso ensinamento sobre o

uso destes dons espirituais na oração.

2. O Dom de Línguas

a. Falar a Deus. Comentário em 1

Coríntios Capítulo Quatorze:

“Porque o que fala numa língua estranha

[uma língua que não foi aprendida] não

fala aos homens, e sim a Deus” (1 Co 14:2).

“O que fala em língua estranha deveria

orar para poder interpretar e compreender

o que está dizendo. Se eu orar em língua

estranha, o meu espírito [através do

Espírito Santo em mim] ora bem, mas a

342 / SEÇÃOA5 A5.4- O Uso de Línguas e de Interpretação de Línguas na Oração

minha mente não compreende. Que farei,

pois? Orarei com o meu espírito [em línguas],

mas também orarei com o entendimento

[interpretação de línguas], mas também

cantarei com o entendimento [interpretação

de línguas]” (1 Co 14:13-15).

Paulo nos ensina as quatro maneiras em

que usamos as línguas, a interpretação de

línguas e a profecia, em nossas orações,

cânticos, louvor e ações de graças, tanto em

público como a sós:

1) orações ao Senhor;

2) cânticos ao Senhor;

3) louvores ao Senhor;

4) dar graças ao Senhor.

O falar em línguas também pode ser de

igual valia se a mensagem for interpretada

para que o seu significado também seja compreendido

(veja o versículo 5). O dom de

línguas prepara a igreja para receber a interpretação

que deve seguir o falar ou cantar

em línguas. O povo é alertado e unificado

no Espírito, para receber e corresponder à

palavra inspirada que vem a seguir.

Tenha em mente que a principal razão

do falar em línguas, é o falar a Deus. Por

isso, as línguas e a interpretação de línguas

se constituem de uma das quatro categorias

citadas acima.

b. Oração a Sós. O que é muitas vezes

negligenciado, no entanto, é o fato de que

Paulo dá a mesma importância ao papel

desses dons em nossa vida de oração a sós.

Basicamente, o falar em línguas é dirigido a

Deus e não aos homens. É uma experiência

pessoal do homem para com Deus, O nosso

estudo em 1 Coríntios 14, revela quatro

maneiras em que o dom de línguas pode ser

expresso em nossa comunhão pessoal com

Deus:

1) Orações inspiradas (versículos 14 e

15);

2) Cânticos inspirados (versículo 15);

3) Louvor e bênçãos inspirados (versículo

16);

4) Ações de graças inspiradas (versículos

16 e 17).

O Espírito Santo é o incessante Espírito

de oração, cântico, louvor e ação de graças.

Creio que todas estas quatro expressões do

dom de línguas são privilégio de todos os

crentes batizados no Espírito.

c. Dons Vocais a Serem Exercitados

por Todos. Era desejo de Paulo que todos

pudéssemos exercitar os dons vocais de:

1) Línguas. “E eu quero que todos

vós faleis línguas...” (versículo 5).

2) Interpretação de Línguas. “Pelo

que, o que fala língua estranha, ore para

que a possa interpretar” (versículo 13).

3) Profecia. “Porque todos podereis

profetizar, uns depois dos outros, para que

todos aprendam, e todos sejam consolados”

(versículo 31).

Paulo nos ensina isso claramente. Ele

queria que todo crente falasse em línguas e

ordenava àqueles que o faziam, a orar para

obter a interpretação. Paulo conclui nos dizendo

que todos podem profetizar.

Quando as pessoas são ensinadas corretamente,

elas liberam a fé que existe nelas,

para receber estes dons. “...a fé vem pelo

ouvir a mensagem...” (Rm 10:17).

Ao nos submeter com humildade e respondermos

com fé, podemos esperar que o

Espírito Santo Se manifeste através de nós

por meio de Seus dons.

3. O Dom de Interpretação em

Nossa Oração a Sós

Isto nos leva a alguns novos e emocionantes

princípios sobre a oração que podem

transformar a nossa vida cristã.

Gostaria de mostrar a vocês como o dom

de interpretação de línguas se aplica à nossa

língua de oração espiritual em nossas devoções

diárias. Refiro-me à oração em línguas

com a sua interpretação em nossas horas de

devoção a sós com Deus.

Paulo nos diz que ele orava em línguas

mais do que qualquer outra pessoa a quem

estava escrevendo. Contudo, ele diz que preferiria

falar cinco palavras que fossem compreendidas

(profecia) do que dez mil palaCOMO

SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 343

vras em línguas, no culto público de adoração

(1 Co 14:18,19). É óbvio que as suas

dez mil palavras em línguas, eram expressas

em seus tempos de oração a sós. (Talvez

fosse por isto que as suas cinco palavras

de profecia, eram tão poderosas).

a. Precisamos Compreender a Vontade

de Deus. Quando usamos o dom de

línguas em nossas orações, estamos falando

a Deus numa língua que desconhecemos.

Deus compreende, porque a oração é o resultado

da ação do Espírito Santo sobre nós.

Tais orações estão sempre em concordância

com a vontade de Deus e Ele deseja que a

compreendamos. A Bíblia dá grande importância

sobre o nosso conhecimento e compreensão

da vontade de Deus.

“Não sejais como o cavalo nem como a

mula, que não têm entendimento...” (Sl

32:9).

Devo confessar que durante muitos anos

fui como o cavalo e a mula. Eu orei, cantei,

louvei e agradeci a Deus em outras línguas

mas, jamais, recebi a interpretação nas minhas

orações. Acho que foi porque eu não

havia obedecido l Coríntios 14:13: “Pelo

que, o que fala língua estranha, ore para

que a possa interpretar”.

Muito embora eu tenha lido esse versículo

inúmeras vezes, por alguma razão ele

não produziu efeito suficiente em minha

mente para que me motivasse a obedecer à

palavra de ensinamento.

“... não cessamos de orar por vós e de

pedir que sejais cheios do conhecimento

da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência

espiritual” (Cl 1:9).

O Senhor quer que conheçamos a Sua

vontade. “Mas o servo que não soube a

vontade do seu senhor... será castigado...”

(Lc 12:48).

Se não conhecermos a vontade de Deus,

ficaremos indecisos, vagueando para lá e

para cá, sem nenhum objetivo ou propósito

espiritual e faremos muito pouco pelo Senhor.

Deus quer que conheçamos e compreendamos

a Sua vontade para que possamos

obedecê-Lo. Aí, então, iremos onde Ele quer

que vamos, faremos o que Ele quer que façamos

e diremos o que Ele quer que digamos.

Esta é a razão pela qual creio que Paulo

deu uma grande importância ao dom de interpretação

de línguas. “O que fala língua

estranha, ore para que a possa interpretar”

(1 Co 14:13). Sem a interpretação, as nossas

mentes não conseguem compreender o

que o Espírito está orando através de nós.

Às vezes, não é necessário. Basta sabermos

que estamos louvando e adorando a Deus,

além dos limites da nossa língua que compreendemos.

É um consolo sabermos que o Espírito

Santo pode interceder através de nós com

poder e sabedoria quando não sabemos

como, nem pelo que orarmos, como deveríamos.

Muitas vezes, os que recebem de

Deus um fardo para orar por alguma outra

pessoa, não sabem pelo que estão orando

na ocasião. Muitos sentem este fardo de

oração pelos outros, mas não sabendo pelo

que orarem, simplesmente oram em outras

línguas pelo Espírito Santo. Mais tarde, ao

perguntarem aos outros por quem oraram,

se estavam em perigo ou dificuldades, eles

respondem: “Sim!” O Espírito Santo conhece

as dificuldades das pessoas e inspira

outros cristãos a orarem pelas pessoas que

estão em necessidade.

Há outras ocasiões, no entanto, em que

Deus quer que conheçamos a intenção do

Seu Espírito. Precisamos conhecer a Sua vontade

e ter a Sua sabedoria em situações específicas.

Precisamos compreender as motivações

que estão por detrás de nossas atitudes

e ações. Nestas ocasiões, podemos pedir a

Deus que nos dê a interpretação da nossa

língua de oração desconhecida. Lembremonos

novamente que, quando o Espírito Santo

faz intercessão por nós e através de nós, é

de acordo com a vontade de Deus (Rm 8:27).

Portanto, podemos confiar que o Espírito

Santo inspirará a nossa “oração com o en344

/ SEÇÃOA5 A5.4- O Uso de Línguas e de Interpretação de Línguas na Oração

tendimento” depois que passarmos algum

tempo “orando com o espírito”.

b. Ouvindo as Nossas Próprias Orações.

Geralmente, passo a compreender a

vontade de Deus, ouvindo as orações que

saem de meus lábios, após “orar no Espírito”

por algum tempo. A oração em línguas

deveria ser uma expressão de fé, humildade,

submissão e obediência diante de Deus e do

Seu Espírito Santo. Isto nos ajuda a colocarmos

o nosso coração e mente em harmonia

com o coração e a mente de Deus. Desta

forma, começamos a pensar e a sentir como

Deus pensa e sente. Aí, então, podemos

orar com entendimento a interpretação das

nossas orações.

O mesmo princípio se aplica aos cânticos,

louvores e ações de graças com o espírito.

Muitos de nós já experimentamos ocasiões

de louvarmos a Deus, tanto em línguas

como em nossa língua materna, passando

repetidamente de uma forma de adoração

para a outra.

Durante muitos anos, não compreendi

que o meu louvor, na minha língua nativa,

era uma resposta ao meu louvor em línguas.

Neste sentido, era uma forma de interpretação.

c. Ouvindo os Seus Próprios Cânticos.

Durante muitos anos, eu acordava de

manhã e começava o dia adorando no Espírito.

Geralmente, havia um pequeno cântico

ressoando em minha cabeça. Contudo, dei

muito pouca atenção a isto. Certo dia, o

meu pastor me exortou a levar mais a sério

aquelas fracas impressõezinhas e sugestões

em meu coração e mente. Muitas vezes, os

suaves impulsos e pressões do Espírito

podem passar despercebidos. Ele tem de

fato, a natureza da pomba e não força o Seu

ministério sobre a nossa vida. Ele quer que

sejamos sensíveis ao Seu mais delicado toque.

A Sua voz “mansa e suave” vem,

muitas vezes, na forma de pensamentos

tranqüilos ou através de uma melodia ou

cântico expressivo.

Decidi, então, seguir o conselho do meu

pastor. Na manhã seguinte, enquanto estava

adorando ao Senhor, surgiu um outro

pequeno cântico na minha cabeça. A letra

do cântico era na minha própria língua e

prestei uma atenção especial a ela. Descobri,

mais tarde, que a letra daquele corinho

estava me preparando para alguns acontecimentos

durante aquele dia que eu não poderia

ter previsto.

Durante 30 anos, eu havia ignorado este

suave, porém importante ministério do Espírito

Santo de Deus. Eu deveria ter sabido

disto, pois gosto muito de cantar e adorar

ao Senhor, debaixo do chuveiro pela

manhã. Eu cantava e adorava ao Senhor

tanto em línguas como no meu próprio idioma.

Compreendo, agora, que eu estava

misturando o meu louvor no Espírito, com

a minha oração com o entendimento. Louvor

e profecias haviam jorrado sem que ao

menos eu percebesse o que Deus estava

oferecendo fazer através do Seu Espírito –

edificando-me para enfrentar os problemas

do dia que estava à minha frente. Nem é

preciso dizer que este precioso ministério

do Espírito Santo tornou-se uma grande

bênção para mim, pessoalmente, através

dos anos. Espero que a mesma coisa aconteça

na sua vida também.

4. Uma Palavra de Encorajamento

A chave para a vida plena no Espírito é a

simplicidade e a fé como de uma criança. Será

que podemos ser símplices o suficiente para

crermos que há ocasiões – talvez mais

freqüentemente do que imaginamos – em que

Deus quer nos ajudar através dos Seus dons

de amor, expressos como dons de línguas, de

interpretação de línguas e de Profecia? Será

que podemos confiar que Ele ministrará às

nossas necessidades e desejos, de uma forma

pessoal, através da nossa vida de oração? Ele

nos conhece melhor do que nós mesmos nos

conhecemos e está sempre pronto para suprir

a direção, correção e proteção espiritual

de que necessitamos.

Será que eu poderia encorajá-lo com as

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 345

palavras do meu antigo pastor, ou seja, que

você prestasse muita atenção aos seus pensamentos,

orações e cânticos que vêm logo

após um tempo de oração ou cântico no

Espírito? O fluir do Espírito de Deus traz

muitas vezes, palavras de interpretação para

a sua edificação. Não estou sugerindo que

estes princípios devam tornar-se um método

mecânico de recebermos direções de

Deus. (Veja Seção D12 sobre Direção). As

pessoas cometem erros graves ao tentarem

“usar” os dons de Deus de formas tolas.

Todas as direções verdadeiras estão em harmonia

com a Palavra de Deus e recebem a

aprovação ou confirmação de conselheiros

do Corpo de Cristo, que sejam sábios e consagrados

a Deus.

A maioria de nós, no entanto, tem provavelmente

tomado a posição extremista de

não ter a expectativa de que o Espírito Santo

Se mova pessoalmente em nós e através

de nós por meio dos Seus dons. É a você

que estas minhas palavras de encorajamento

se dirigem.

Se o seu coração foi tocado por esta

mensagem, será que eu poderia sugerir,

agora, que você colocasse os seus desejos

diante do Senhor? Peça-Lhe que Ele o encha

de novo com o Seu Espírito Santo. Eleve

a sua voz numa língua de louvor, à medida

que Ele dirigir a sua adoração. Todo som

que emitirmos com fé, amor e obediência

já terá sido inspirado pelo Espírito Santo

de Deus.

A nossa língua de oração espiritual (o

falar em línguas) compõe-se de sons e sílabas

que não compreendemos com as nossas

mentes. São inspirados pelo Espírito de

Deus. Sabemos, porém, com certeza, que

são uma expressão de louvor, oração e intercessão.

Pela fé levantamos as nossas vozes

e nos expressamos, sabendo que todos

os sons que formamos com os nossos lábios

e línguas foram inspirados pelo Espírito

Santo. Às vezes, o nosso louvor é sustentado

por um cântico ou melodia que flui dos

nossos corações, para o coração de Deus.

Como são maravilhosos os dons que Deus

nos deu!

De uma maneira semelhante, após um

tempo de oração e adoração ao Senhor, em

outras línguas, podemos orar e cantar a interpretação

em voz alta. Simplesmente confiamos

que o Espírito Santo nos capacite a

expressarmos o coração e a mente de Deus.

Aí, então, falamos e cantamos em voz alta a

interpretação de línguas, em palavras que

compreendemos. Às vezes, a interpretação

de línguas é adoração. Em outras ocasiões

talvez seja uma oração através da qual o

Senhor deseja revelar-nos algo que estará de

acordo com o Seu propósito para a nossa

vida.

Desta forma, o dom de interpretação de

línguas pode trazer um poder e propósito

extras às nossas orações. Às vezes, a interpretação

vem com revelações proféticas

(uma palavra de conhecimento) que podem

nos ajudar a intercedermos mais especificamente

por nossas famílias, igrejas, missionários

e, até mesmo, por questões de âmbito

nacional e mundial. O povo de Deus,

tendo recebido o poder do Espírito Santo

para orar, pode realmente transformar este

mundo!

Podemos, agora, compreender melhor o

ensinamento de Paulo sobre a oração, o qual

surgiu da sua própria experiência como um

intercessor com Cristo. Que as suas palavras

se tornem um lema para a nossa vida

cotidiana: “Orando sempre... no Espírito...

pelo povo de Deus em toda parte!” (Ef

6:18).

C. A ORAÇÃO QUEBRA OS

PODERES DAS TREVAS

É importante para nós, sabermos que as

nossas orações são usadas por Deus, de uma

maneira bem especial, para quebrar os poderes

das trevas. Consideremos, agora, esta

verdade com relação à guerra espiritual, lendo

as palavras do Apóstolo João, registradas

em Apocalipse 8:3-5: “E veio outro anjo,

e pôs-se junto do altar, tendo um incensário

346 / SEÇÃOA5 A5.4- O Uso de Línguas e de Interpretação de Línguas na Oração

de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para

misturá-lo com as orações de todo o povo

de Deus, e para ser oferecido sobre o altar

de ouro, que está diante do Trono. E o doce

fumo do incenso que estava misturado com

as orações dos santos subiu da mão do anjo

até diante de Deus. E o anjo tomou o

incensário, e o encheu do fogo do altar, e o

lançou sobre a terra; e houve depois vozes

e trovões, e relâmpagos e terríveis terremotos.”

1. Os Padrões do Antigo

Testamento e as Realidades

Celestiais

Isto é um quadro profético de como as

nossas orações são usadas por Deus para

influenciarem os acontecimentos da terra.

Este cenário celestial descrito acima é compreendido

ao examinarmos a planta do

Tabernáculo de Moisés e do templo de Salomão.

a. A Arca da Aliança. Talvez você se

lembre que o Santo dos Santos era o lugar

onde ficava a Arca da Aliança.

1) Baú Revestido de Ouro. A Arca

era uma caixa ou baú revestido de ouro medindo

cerca de 60 x 60 x 120cm.

2) Dois Querubins de Ouro. Dois

querubins de ouro maciço foram colocados

em cada uma das extremidades da tampa

que cobria a caixa de ouro, como se estivessem

se curvando um diante do outro.

3) O Trono da Misericórdia. O lugar

entre os querubins era chamado de Propiciatório

(Trono da Misericórdia), e era o

lugar da santa presença de Deus.

4) O Sangue Espargido. Era ali no

Trono da Misericórdia que o sumo sacerdote

espargia o sangue, uma vez por ano,

para a purificação e expiação dos pecados

do povo.

b. O Altar do Incenso. O Altar do Incenso

ficava bem perto, porém fora do Santo

dos Santos, na sala do meio ou Lugar

Santo. Era separado do lugar da santa presença

de Deus, pelo véu interno. O Altar do

Incenso e os elementos oferecidos a Deus

sobre ele formam um quadro especial ou

um tipo do ministério de louvor e oração no

Espírito Santo.

O incenso é uma mistura especial de pós

perfumados que ao serem queimados liberam

uma fragrância suave. Era feito de 4

substâncias obtidas de plantas moídas. O

olíbano (espécie de incenso puro), uma destas

4 substâncias, é um pó branco quando

refinado. Alguns acham que este pó branco

representa a retidão de Deus, que é a Sua

parte do incenso. Ao ser misturado com as

outras 3 partes, as quais representam a parte

do homem, o incenso torna-se uma oferta

agradável a Deus (Êx 30:34).

Na passagem bíblica que lemos anteriormente

(Ap 8:3-5), o incenso relaciona-se às

orações e ao louvor dos santos. Quando as

nossas orações são misturadas com a pureza

e a retidão do Espírito de Deus, tudo isto

chega diante d’Ele como uma suave fragrância.

c. Um Templo no Céu. O escritor de

Hebreus nos diz no Capítulo 9 que o

Tabernáculo de Moisés era um modelo (uma

planta arquitetônica) ou padrão das coisas

como realmente são no Céu. Em outras palavras,

há um verdadeiro Templo no Céu. Nele,

há uma Arca Celestial e um Propiciatório (ou

Trono de Misericórdia). Foi para este lugar

que Jesus levou o Seu próprio sangue após a

Sua morte e o espargiu no Trono de Misericórdia

celestial, para que os nossos pecados

pudessem ser redimidos e perdoados (leia

Hebreus 9:19-24).

Há, também, um Altar de Incenso

celestial, onde um anjo verdadeiro toma as

nossas orações e as oferece com o olíbano

celestial diante do Trono de Deus.

1) O Poder de Deus Liberado. Qual

é o resultado, na terra, de toda esta atividade

no Céu? Apocalipse 8:3-5 descreve uma

poderosa demonstração de raios, trovões e

terremotos.

Vemos isto acontecer, no Livro de Atos.

“E, tendo orado, moveu-se o lugar em que

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 347

estavam reunidos; e todos foram cheios do

Espírito Santo, e anunciavam com ousadia

a palavra de Deus” (At 4:31).

Quando enviamos as nossas orações ao

Trono de Deus através do Seu Espírito, Ele

as envia de volta de uma maneira que pode

ser vista, ouvida e sentida aqui na terra!

Liberamos o poder de Deus aqui na terra,

quando Lhe damos alguma matéria-prima

no Céu. Esta é uma das razões pelas

quais oramos.

2. O Ciclo Divino de Oração

Esta mesma idéia de que o louvor e as

orações enviadas para o Céu produzem resultados

na terra, encontra-se em Jó

36:27,28: “Ele reúne os vapores de água

que se destilam das nuvens em forma de

chuva. As nuvens do céu gotejam abundantemente

sobre o homem, da umidade recebida

da terra”. Este versículo é uma descrição

do ciclo de chuvas. O vapor d’água da

terra, dos oceanos e dos lagos, sobe aos céus

para formar as nuvens. Aí, então, as nuvens

liberam a sua umidade em forma de chuva,

de acordo com o seu volume de vapor. Quanto

mais umidade houver na nuvem, tanto

maior será a chuva de bênçãos que cai de

volta sobre a terra.

A mesma coisa acontece com o louvor e

a oração. Sobem ao Trono de Deus e misturam-

se com o puro olíbano celestial. Em

seguida, voltam à terra em forma de grandes

manifestações de poder espiritual em nossos

lares, igrejas, cidades e nações.

a. “Bombas” Espirituais. Quanto mais

orarmos, mais matéria-prima daremos ao anjo

no Altar de ouro. Esse anjo faz “bombas espirituais”

e as atira de volta na terra. Estas

“bombas” varrem os poderes das trevas e

liberta os prisioneiros da escravidão do pecado

e da enfermidade. Quanto mais oramos

maior é o derramamento do seu poder espiritual

sobre nós e sobre as nossas igrejas.

Isto foi o que aconteceu quando Paulo

estava na prisão. Ele enviou louvores e orações

aos céus. O anjo no altar enviou “bombas

espirituais” que sacudiram a terra e libertaram

os prisioneiros.

“E, perto da meia noite, Paulo e Silas

oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros

presos os escutavam. E de repente sobreveio

um tão grande terremoto, que os

alicerces do cárcere se moveram, e logo se

abriram todas as portas e foram soltas as

prisões de todos” (At 16: 25,26).

b. Sem Adoração Não Haverá Chuva!

Esta mesma verdade encontra-se novamente

em Zacarias 14:17: “E acontecerá

que se alguma das famílias da terra não

subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o

Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a

chuva”. O que o profeta está dizendo? Está

dizendo que “se não houver nenhuma adoração,

não haverá nenhuma chuva!”

O profeta Joel disse: “...derramarei o

meu Espírito sobre toda a carne” (Jl 2:28).

A quantidade de adoração e orações que

enviamos ao Céu, determina a quantidade de

chuva que podemos esperar no derramamento

do Espírito de Deus. Se você quiser chuvas

de bênçãos sobre a sua igreja, você tem

que adorar a Deus em Espírito e em verdade.

O volume de chuva que desfrutaremos

será proporcional ao louvor e às orações

que enviarmos ao Céu para serem destilados

e enviados de volta sobre nós, como

chuvas de bênçãos.

D. CONCLUSÃO

O Espírito Santo inspira adoração e orações

contínuas. A oração no Espírito nos

capacita a completar o ciclo da intercessão

de Cristo em nosso favor. O Seu Espírito

sempre nos dirige a orarmos de acordo com

a vontade de Deus. É somente através das

orações do povo de Deus que a perfeita

vontade d’ Ele pode ser feita na terra assim

como o é no Céu. Temos, de fato, um papel

importante no ciclo divino de oração. Ele

começa no Céu, porém é cumprido na terra.

Você será como o discípulo de Jesus?

“...um dos seus discípulos: Senhor, ensina-

nos a orar... “ (Lc 11:1).

348 / SEÇÃOA5 A5.5- Oração Através da Profecia

Capítulo 5

Oração Através da Profecia

Introdução

O objetivo do nosso estudo neste capítulo

é “orar orações proféticas”. A história,

a seguir, nos ajudará a compreender o significado

de “oração profética”.

Em 1968, tivemos uma de nossas conferências,

da qual participavam cerca de 1800

pessoas. Havíamos dedicado a sexta-feira

para um dia especial de oração e jejum. Naquela

ocasião estávamos ministrando às

necessidades pessoais dos participantes da

conferência. Formamos grupos de oração,

tendo cada grupo cerca de cinco ou seis líderes

espirituais.

De um dos grupos de oração, faziam

parte eu, a minha esposa, um veterano missionário

na África, bem como Ruth e Allen

Banks, que eram pastores idosos.

Fiquei realmente impressionado com o

plácido, porém poderoso, ministério de Ruth

Banks. Ela era uma linda irmã de vastos

cabelos brancos e que havia caminhado com

Deus, a maior parte de sua vida.

Ela colocava suas mãos suavemente sobre

a cabeça de cada pessoa e começava a

orar. Era uma oração puramente profética.

Muito embora a maioria das pessoas

pelas quais orávamos, fossem totalmente

estranhas, as orações de Ruth eram dirigidas

especificamente às necessidades secretas

de cada indivíduo. Em suas orações, ela

mencionava segredos pessoais dolorosos

que faziam com que as pessoas irrompessem

em pranto soluçante.

As pessoas se conscientizavam, então,

de que Deus conhecia os mínimos detalhes

de sua lutas, tristezas e dores. Este ministério

de amor e da graça de Deus, preparou o

coração deles e, assim, o grupo de oração

podia fornecer algum conselho ou direção

que fosse necessária.

Eu ouvia e observava tudo, cuidadosamente.

Em momento algum, Ruth falhou ao

ministrar diretamente às necessidades específicas

daqueles por quem ela orava. A

sua oração profética era sempre correta,

mesmo quando mencionava detalhes escondidos,

sobre a vida da pessoa. Jamais havia

visto, em toda a minha vida, alguém orar

daquela forma.

Eu disse ao Senhor que eu não havia compreendido

tudo o que eu havia visto e ouvido

mas pedi a Ele que me concedesse a habilidade

e a graça para orar como aquela

pequenina serva do Senhor havia orado.

Eu queria que o Espírito Santo me libertasse

das limitações naturais da minha mente

e do meu entendimento. Supliquei-Lhe

por Sua sabedoria e conhecimento divinos

para atender às mais profundas necessidades

das pessoas sofridas e sozinhas, no

mundo inteiro. Agora eu sei que estava somente

começando a ver a importância do

papel da profecia e da oração.

Não posso dizer que, hoje, tenho um

ministério exatamente como o da Irmã Ruth,

mas descobri que quando me entrego à ação

do Espírito Santo na oração, Ele me capacita

a orar as orações de Deus, a sentir os

sentimentos d’Ele e a pensar os Seus pensamentos.

A oração profética, então, se torna muito

mais pessoal e precisa e é muito mais

eficaz nas vidas daqueles por quem oramos.

Isto, porém, não significa que sejamos infalíveis

em nosso ministério e que nunca estejamos

sujeitos a erros ou equívocos.

Nenhum de nós é tão perfeito que não

necessite da aprovação, do testemunho ou

da opinião dos irmãos em Cristo, mais experientes.

Significa, portanto, que a oração

unida com os Dons de Línguas, a Interpretação

de Línguas e a Profecia, podem trazer

a intervenção de Deus para a nossa vida

pessoal e para a vida de outros.

1 Coríntios 14:24,25 nos diz que o ministério

profético revelará os segredos interiores

do coração do infiel. Ele será condenado

pelos seus pecados, cairá em adoração

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 349

e confessará que, de fato, Deus está em nosso

meio. Tomara que sim!

A. O QUE É ORAÇÃO PROFÉTICA?

Profecia é o falar espontâneo de palavras

dadas pelo Espírito, em linguagem que

conhecemos. São palavras que pronunciamos

sem pensar antecipadamente nelas. São

palavras e pensamentos a nós fornecidos

pelo Espírito Santo, por quem falamos para

beneficiar a alguém.

Temos um exemplo claro de como a profecia

é dada, examinando um acontecimento

na vida de Moisés.

“Então disse o SENHOR a Moisés...

Aarão, teu irmão, será o teu profeta, tu falarás

tudo o que Eu te mandar; e Aarão teu

irmão falará a Faraó...” (Êx 7:1,2).

As palavras proferidas por Aarão, como

profeta de Moisés, foram dadas a ele por

Moisés. Aarão não proferiu suas próprias

palavras.

Esta é a maneira como o Dom de Profecia

funciona: O Espírito Santo nos concede

as palavras e nós as proferimos para os outros,

em oração.

A profecia também pode ser usada para

edificar, consolar e encorajar a outrem (1

Co 14:3).

A oração profética é a chave que abre,

para o povo de Deus, as portas para o poder

e propósito do Reino.

1. Oração

é o homem falando a Deus.

2. Profecia

é, geralmente, Deus falando ao homem

através do homem.

3. Oração profética

é o Espírito Santo falando através de nós

em oração, a Deus o Pai.

As três são necessárias para que a vontade

de Deus possa ser feita na terra, assim

como é executada no Céu.

Tão básico e importante quanto o nosso

objetivo é, há um pequeno ensinamento a

ser encontrado na oração profética. Na realidade,

nunca ouvi, em toda a minha vida,

uma mensagem sobre este tópico específico.

a. Pensando os Pensamentos de

Deus. Nos capítulos anteriores desta série,

aprendemos que três coisas acontecem quando

nos entregamos em oração, à ação do

Espírito Santo (Rm 8:26,27).

1) Começamos a orar as orações de

Deus.

2) Começamos a sentir os sentimentos

de Deus.

3) Começamos a pensar os pensamentos

de Deus.

Já cobrimos os dois primeiros tópicos

em capítulos anteriores. “Pensando os Pensamentos

de Deus” em oração, será o tema

central deste capítulo. Descobriremos que

uma revelação ou compreensão profética é

gerada e expressa através da oração.

A oração e a profecia estão interligadas

na vida de todos os profetas, tanto no Antigo

como no Novo Testamento.

B. PROFETAS QUE ORAVAM

1. Simeão e Ana

Simeão e Ana eram dois profetas idosos,

do Templo de Jerusalém. Foram usados por

Deus para ministrarem a Maria e a José

quando trouxeram o bebê Jesus ao Templo,

para ser consagrado ao Senhor. Deus usou

Simeão e Ana para trazerem uma palavra

profética com relação ao filho recém-nascido

de Maria e José. Foi também uma palavra

de bênção, estímulo e de propósito divino

num ponto importante da vida deles.

As Escrituras pintam um interessante

quadro sobre a idosa profetiza Ana. Ela era

uma mulher com uma vida de oração incomum.

Veja bem o registro das Escrituras:

“Ana, a profetisa, também estava lá no

Templo naquele dia... Ela era muito idosa,

pois já era viúva há oitenta e quatro anos..

Ela não se afastava do Templo, porém fi350

/ SEÇÃOA5 A5.5- Oração Através da Profecia

cava lá noite e dia adorando a Deus com

jejuns e orações. E entrando naquela mesma

hora, ela dava graças a Deus. Em seguida

ela contou a todos em Jerusalém que

esperavam pelo Messias que o Salvador

havia chegado” (Ec 2:36-38).

a. Uma Comunhão Íntima de Oração

e Profecia. Notei algo bem interessante enquanto

estudava a vida dos profetas. Tanto

quanto se fala sobre suas palavras de profecias,

também se diz sobre a vida de oração

deles. No caso de Ana, a profetisa, o principal

testemunho das Escrituras refere-se à sua

vida de oração, ao invés do seu ministério

profético. Ela era uma profetisa “ungida”

(com o chamado de Deus). Contudo, a direção

e expressão básicas da sua “unção” estavam

na oração. Então, ela falava e proclamava

a palavra profética em Jerusalém! Esta

comunhão íntima de oração e profecia, também

pode ser vista na Igreja de Antioquia.

2. Os Profetas de Antioquia

“E na igreja que estava em Antioquia

havia profetas e mestres... enquanto adoravam

ao Senhor e jejuavam, o Espírito

Santo disse: Apartai-Me a Barnabé e a Saulo

para a obra que os tenho chamado. Então,

depois que jejuaram e oraram, impuseram

as suas mãos sobre eles e os enviaram”

(At 13:1-3).

Esta passagem de Atos me levaria a crer

que os profetas e mestres de Antioquia passavam

muito tempo no ministério da adoração,

louvor e jejum. Parece que isto era um

costume ou função comum na vida daquela

igreja.

Por muitos anos, achei que a função e o

dever básicos do profeta era proclamar ou

falar a palavra do Senhor. Nas Escrituras,

no entanto, vemos que eles passavam muito

mais tempo orando do que profetizando.

3. Jeremias

Ao estudarmos a vida do profeta Jeremias,

do Antigo Testamento, vemos, por

exemplo, que a sua função principal era orar

e não, falar. Em outras palavras, ele passava

mais tempo falando com Deus do que falando

com os homens!

“Oxalá a minha cabeça se tornasse em

águas, e os meus olhos em uma fonte de

lágrimas! Então choraria de dia e de noite

os mortos da filha do meu povo” (Jr 9:1).

Creio que há uma verdade aqui, que não

havíamos percebido ainda. Há uma dimensão

profética na oração, que não temos conseguido

compreender. Contudo sem ela, o

pleno poder e o propósito da unção ou chamado

profético não podem ser expressos.

a. A Oração e a Profecia Devem Caminhar

Juntas. Infelizmente, tem havido

uma separação desta dupla verdade nos dias

de hoje. Há muitos anos que se levantam e

falam: “Sim, sim, assim diz o Senhor!” Suas

palavras, no entanto, são em geral vazias,

sem aquela marca verdadeira de um profeta

ungido. Por quê? Os seus ministérios não

são capacitados pela oração. Muitas vezes,

sua vida está repleta de atividades não-espirituais

e, até mesmo, carnais.

Não podemos nos apressar e entrar num

ministério sem a devida preparação em oração.

Sem ela, as palavras das assim chamadas

“profecias” são superficiais passíveis

de muitos erros e, até mesmo, de espíritos

de engano.

Permitam-me sugerir que para cada minuto

de profecia deveria haver muitas horas

de oração. É somente de entranhas de oração

que uma verdadeira palavra de Deus é

gerada.

4. Elias: um Modelo

Olhemos agora para Elias, como um dos

modelos de Deus, de homens de profecia e

oração. Há muito a aprender com alguém

que era “sujeito às mesmas paixões que

nós,” mas que, no entanto, orava fervorosamente,

orações muito eficazes (Tg 5:16-

18).

a. Orações Poderosas. Ele tinha os

mesmos problemas e fraquezas humanas,

contra os quais nos debatemos, mas, ainda

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 351

assim, as suas orações produziam resultados

maravilhosos!

Esta passagem de Tiago descreve a sua

vida de oração: “Elias orou fervorosamente,

pedindo que não chovesse e, por três

anos e seis meses, não choveu sobre a terra.

E orou outra vez e o céu deu chuva, e a

terra produziu o seu fruto” (Tg 5:17,18).

Estas são duas orações um tanto ou quanto

poderosas. Seria interessante estudarmos

a narrativa do Antigo Testamento em que se

encontram estas orações. Orações poderosas

deveriam produzir palavras poderosas

e obras poderosas!

A narrativa é dramática. O nosso profeta

está proclamando a palavra do Senhor a

Acabe, o rei mais iníquo que Israel já teve.

Ouçam o que ele diz:

“Vive o Senhor, o Deus de Israel, perante

cuja face estou, que nestes anos nem

orvalho nem chuva haverá senão segundo

a minha palavra” (1 Rs 17:1).

b. Profecia Poderosa. Esta foi uma palavra

bem forte, para um rei muito iníquo.

Porém, foi a palavra profética do Senhor

através de um reto homem de oração. Esta é

a razão pela qual Tiago pôde registrar mais

tarde:

“Elias orou fervorosamente, pedindo que

não chovesse... e não choveu.” Foi a oração

de Elias que gerou esta poderosa profecia!

c. Um Tempo Certo Para Falar. Há

um tempo, tanto para o silêncio quanto para

falarmos. O escritor de Eclesiastes nos diz

o seguinte:

“Há um tempo para tudo, e um tempo

para todo o propósito debaixo de céu... Há

um tempo para estarmos em silêncio e um

tempo para falarmos” (Ec 3: l ,7).

A nossa história sobre Elias toma, agora,

uma direção muito interessante. Depois que

ele fielmente falou a Palavra do Senhor ao

rei Acabe, sobre a ausência de chuva, a terra

de Israel logo se tornou de fato bem árida.

Tudo correu bem com Elias, por algum

tempo. Deus o havia dirigido a um riacho, de

onde ele podia beber. Deus também enviou

corvos para fielmente suprirem pão e carne a

Elias, todas as manhãs e noites. Era um quadro

razoavelmente pacífico, em vista dos

problemas que outros estavam enfrentando,

durante o tempo de seca e fome. Entretanto,

com o passar do tempo, o próprio riacho

finalmente secou e Elias tornou-se uma vítima

de sua própria profecia! Pão seco, sem

água, não é um pic-nic muito agradável e ele

bem poderia ter sido tentado a reabrir os céus.

Se ele tivesse agido com base neste desejo,

ele certamente teria estado fora da vontade

de Deus. A palavra de Deus, com relação à

chuva, ainda não havia sido dada.

Se Elias tivesse falado, quando ele deveria

ter estado em silêncio, uma dentre duas

coisas poderia ter acontecido:

1) Pedir “Mal”. Deus não teria honrado

sua palavra, pois ele teria “pedido mal”,

ou seja, fora da vontade divina (Tg 4:3).

Elias teria se tornado um profeta sem nenhum

poder em palavras ou ações.

2) Pedir Muito Cedo. Deus tinha honrado

sua palavra, mas teria posto um fim

em toda a história. Ele teria perdido o “milagre

do fogo dos céus” e teria encontrado a

sua alma “definhando” (1 Rs 18:30-39; Sl

106:13-15).

Assim como o Senhor Jesus, durante uma

tentação semelhante no deserto (Mt 4:14),

Elias também esperou até que a palavra de

Deus viesse. Deus é fiel. O registro bíblico

simplesmente diz: “Então a palavra do

Senhor veio a Elias: Levanta-te e vai a

Sarepta, que é de Sidom, e habite ali. Eis

que Eu ordenei ali a uma mulher viúva que

te sustente” (l Rs 17:7-9).

Devido ao fato de que tanto Elias como

a viúva obedeceram a palavra do Senhor,

ambos foram recompensados pelas bênçãos

e pela provisão de um Deus sábio e amoroso.

Suas necessidades tornaram-se a oportunidade

para que o Senhor executasse o

milagre “do azeite e da farinha”, que salvou

a sua vida. Elias poderia ter perdido este

milagre, falando quando deveria estar em

352 / SEÇÃOA5 A5.5- Oração Através da Profecia

silêncio, ou estando em silêncio quando deveria

ter falado. Realmente, vale a pena esperar

em oração, pela palavra de Deus e, aí

então, obedecê-la!

d. Espere Pela Palavra de Deus. “E

sucedeu que, depois de muitos dias a palavra

do Senhor veio a Elias no terceiro ano,

dizendo: Vai, mostra-te a Acabe; porque

darei chuva sobre a terra. E foi Elias mostrar-

se a Acabe...” (1 Rs 18:1,2).

Elias foi, para destruir o império do mal,

do rei Acabe e de sua esposa Jezabel. O

reino deles era sustentado pelos adoradores

e profetas de Baal.

Devido à idolatria, ao sacrifício de crianças

e à imoralidade que faziam parte da adoração

de Baal, Deus enviou sobre eles, como

castigo, a fome. A época da destruição havia

chegado.

Deus instruiu o Seu povo muito claramente,

“Não te inclinarás diante dos seus

deuses, nem os servirás, nem farás conforme

as suas obras: antes os destruirás totalmente,

e quebrarás de todo as suas estátuas”

(Êx 24:23).

“E derribareis os seus altares, e quebrareis

as suas estátuas, e os seus bosques

queimareis a fogo, e abatereis as imagens

esculpidas dos seus deuses, e apagareis o

seu nome daquele lugar” (Dt 12:3).

Portanto, o dia do confronto foi preparado.

Podemos ler toda a história em 1 Reis

18. Elias proferiu o desafio.

“...Até quando coxeareis entre dois pensamentos?”

Se o SENHOR é Deus, segui-O;

e se Baal, segui-o. Porém o povo não lhe

respondeu nada” (1 Rs 18:21).

E seguiu-se, então, o segundo desafio.

“... o deus que responder por fogo, esse

será Deus. E todo o povo respondeu: É

boa esta palavra” (1 Rs 18:24).

Os profetas de Baal chamaram pelo seu

deus. “E eles clamavam a grandes vozes, e

se retalhavam com facas e com lancetas...

até derramarem sangue sobre si” (l Rs

18:28). Na hora do sacrifício noturno, eis o

que aconteceu:

“E sucedeu pois que, oferecendo-se a

oferta de manjares, o profeta Elias se chegou

e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão,

de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que

Tu és Deus em Israel, e que eu sou Teu

servo, e que conforme a Tua palavra fiz

todas estas coisas.

“Responde-me, SENHOR, responde-me,

para que este povo conheça que Tu, SENHOR,

és Deus, e que Tu fizeste tornar o seu

coração para trás.

“Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu

o holocausto, e a lenha, e as pedras, e

o pó, e ainda lambeu a água que estava no

rego.

“O que vendo todo o povo, caíram sobre

os seus rostos e disseram: Só o SENHOR

é Deus! Só o SENHOR é Deus!

“E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas

de Baal, que nenhum deles escape. E

lançaram mão deles: e Elias os fez descer

ao ribeiro de Quisom, e ali os ‘matou’” (1

Rs 18:36-40).

Elias matou todos os 450 falsos profetas

de Baal no mesmo dia.

Preste atenção, contudo, à oração que

apoiou esta grande manifestação do poder

de Deus: “O Senhor, Deus de Abraão, de

Isaque, e de Israel, manifeste-se hoje que

Tu és Deus em Israel, e que eu sou Teu

servo, e que conforme a Tua palavra fiz

todas estas coisas...” (1 Rs 18:36).

1) Faça o que Deus Diz. A chave para

a grande vitória de Elias encontra-se na pequena

expressão “conforme a Tua palavra”.

O que um servo faz? Ele faz, somente,

o que o seu mestre lhe diz para

fazer nada mais, nada menos!

Ele não segue a sua própria vontade, de

maneira egoística. Ele não distribui as suas

profecias por um preço (como Balaão o fez

em detrimento de todos os envolvidos). Ele

simplesmente fez o que Deus havia dito, e

isto foi tudo. E, devido ao fato de que era a

vontade e a palavra de Deus, funcionou! E

com que grande poder funcionou!

Como Elias, devemos somente falar e

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 353

nos mover com fé “de acordo com a palavra

de Deus!”

Algumas pessoas não agem quando Deus

fala. Isto é incredulidade. Outras, agem quando

Deus não falou. Isto é presunção (ir além

da vontade de Deus). O guerreiro de oração

tenta ouvir a palavra de Deus e, aí então,

fala e age com fé e obediência simples.

O profeta Elias somente falava e agia

segundo a palavra do Senhor.

e. Como Nasce a Palavra Profética.

Após a grande vitória sobre Baal, Elias disse

ao rei Acabe, “...sobe, come e bebe porque

há ruído duma chuva abundante” (1

Rs 18:41).

Deus havia dito que enviaria chuva sobre

a terra. Elias, portanto, profetizou ao

rei Acabe que haveria uma chuva torrencial

(1 Rs 18:41). Observe, agora, o que Elias

fez depois de haver profetizado:

“Elias subiu ao cume do monte Carmelo

e se inclinou por terra, e colocou o seu

rosto entre os seus joelhos” (1 Rs 18:42).

1) Uma Oração Persistente e Fervorosa.

O Apóstolo Tiago nos disse que ele

orou fervorosamente (Tg 5:17). O Antigo

Testamento diz que ele orou sete vezes (1

Rs 18:43). Isso indica persistência, tanto

quanto fervor sincero. Em outras palavras,

foi uma oração forte e urgente por parte de

Elias.

A postura de Elias para oração foi um

tanto ou quanto incomum. Era, no entanto, a

posição que as mulheres do Oriente Médio

tomavam quando estavam a pronto de darem

à luz. Era a posição para o trabalho de

parto, a dolorosa pressão necessária para o

nascimento. Da mesma maneira, o Espírito

Santo geralmente faz com que tenhamos dores

de parto na oração, a fim de que a palavra

e o propósito de Deus possam ser gerados.

Elias orou fervorosamente, sete vezes,

antes que houvesse um sinal no céu de que

a palavra de Deus estava a ponto de ser

cumprida. A princípio, ele veio na forma de

uma “pequena nuvem, do tamanho da mão

de um homem” (1 Rs 18:44).

Chega uma determinada hora, no processo

do nascimento, em que nada consegue

impedir que o bebê nasça. Elias havia

tido as dores de parto na oração e, agora,

Deus estava a ponto de fazer a Sua movimentação!

Elias diz a Acabe para pular em sua carruagem

e pôs-se a caminho, antes que a chuva

o atingisse. A história torna-se, agora,

bem dramática:

“E sucedeu que, entretanto, os céus se

enegreceram com nuvens e vento, e veio

uma grande chuva: e Acabe subiu ao carro,

e foi para Jezreel” (1 Rs 18:45,46).

2) Nós Temos Uma Responsabilidade.

Deus quer que entendamos que há

uma conexão ou ligação direta entre a profecia

e a oração. Muitas pessoas recebem

uma palavra profética para a sua vida, porém

não conseguem ver o seu cumprimento

porque não fazem a sua parte, gerando

o propósito divino nas entranhas da intercessão.

A profecia deve ser concebida, recebida

e dada à luz, na oração e intercessão. “O

que é nascido do Espírito é espiritual...”

(Jo 3:6).

Tanto o profeta que fala a palavra quanto

a pessoa que a recebe, têm uma responsabilidade

diante do Senhor.

Quando a palavra do Senhor veio a Maria,

a mãe de Jesus, ela teve que ser recebida

e alimentada nelas, antes que pudesse ser

dada à luz por ela. Maria era uma mulher de

louvor e oração. Depois que o Espírito Santo

veio sobre ela, ela profetizou.

O louvor, a oração e a profecia foram

todos expressos através dela, de uma forma

linda e poderosa, na casa de Isabel e Zacarias

(Lc l :35-38; 46-55).

Maria tornou-se, então, um belo exemplo

para todos nós seguirmos, em nossa

caminhada com Deus.

Somos, então, responsáveis em alimentar

e gerar esta palavra, através das nossas

orações e intercessão.

Como Maria, podemos então dizer de

354 / SEÇÃOA5 A5.5- Oração Através da Profecia

fato: “Cumpra-se em mim segundo a Tua

palavra”.

C. ORAÇÕES PROFÉTICAS

Gostaria de dar-lhes mais um exemplo

da oração profética em ação. O Pastor Rick

Howard, de Redwood City, Califórnia, ensinou

à sua congregação os princípios da

oração profética.

Todos os sábados à noite, eles formam

grupos de oração em sua igreja, com vistas à

intercessão. Esta é uma forma de oração em

que o Espírito Santo os dirige especificamente

em suas intercessões.

1. Princípios a Serem Seguidos

Em geral, seguem o padrão para as orações,

que é baseado nos seis princípios seguintes:

a. Entregar-se ao Espírito Santo e a

Jesus. Reconhecer a atitude de oração e entregar

os seus espíritos à presença do Espírito

Santo e do senhorio de Jesus.

b. Amarrar os Poderes das Trevas.

Amarrar os poderes das trevas e do engano,

que talvez tentem obstruir as suas orações

ou influenciar os seus pensamentos.

c. Manter a Mente e o Espírito Abertos.

Abrir a própria mente e espírito, a fim

de permitir que os rios da Água da Vida

venham a fluir do seu interior (Jo 7:37,38).

d. Ser Capacitado Pelo Espírito Santo.

Orar para que o Espírito Santo de Deus,

de amor e verdade capacite, especificamente,

suas orações..

e. Orar em Línguas. Cada grupo, então,

ora em línguas, aguardando que Deus

revele o que, como e por quem devem orar.

f. Orar a Interpretação. Aí, então, orar

sobre o que o Espírito lhes revelou através

de pensamentos, da Palavra de Deus ou de

visões espirituais.

2. Uma História Real

Numa dessas reuniões, uma irmã disse:

“Acho que há alguns missionários, nas Filipinas,

que estão em grande perigo”. Outra

pessoa disse: “Sim, vejo-os numa prisão”.

Alguém mais viu os prisioneiros mantendo

os missionários como reféns, usando facas.

Uma outra pessoa ainda os viu tentando

escapar numa caminhonete branca. Eles, então,

começaram a orar com urgência e fervor.

Dois anos e meio mais tarde, o Pastor

Howard descobriu, através do autor deste

capítulo, que tudo aquilo que havia recebido

como revelação, através da oração profética,

tinha realmente acontecido.

Na mesma noite em que estavam orando

na Califórnia, já era domingo de manhã

nas Filipinas. A irmã Olga, uma missionária

muito conhecida pelos prisioneiros na

Prisão de Bilabid, nas Filipinas, e mais

quatro amigos haviam sido feito reféns

por prisioneiros que estavam segurando

longas e afiadas facas em suas gargantas.

A caminhonete branca, da irmã Olga, foi

exigida pelos prisioneiros para ser usada

como uma forma de fuga. Deus veio para

resgatá-los, e a salvação deles não foi nada

menos que um milagre.

Como foram poupados? Os intercessores

da Califórnia sintonizaram-se com a mente

de Deus. Por revelação, puderam orar profeticamente

e Deus salvou a vida de cinco

missionários. Como ministros do Evangelho,

deveria ser um grande encorajamento

sabermos que há intercessores que nos estão

sustentando através deste tipo de ministério

de oração profética!

3. Uma Palavra de Encorajamento

Permita-me, caro leitor, encorajá-lo a considerar

seriamente este ministério de oração

profética. Deus quer mover-Se através de Seu

poder, em nossas famílias, igrejas, governos

e nas muitas nações do mundo. Exercite os

dons do Espírito na sua vida de oração. Tente

ouvir Deus falando e, aí então, permita

que esta palavra nasça em você através do

poder da oração de dores de parto. É tanto

um grande privilégio quanto uma responsabilidade

dos servos e servas de Deus em toda

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 355

parte, orarem fervorosamente no Espírito

Santo, através da profecia.

Capítulo 6

A Formação de Uma Equipe

de Oração Profética

Introdução

Gostaria de compartilhar com vocês o

propósito, o poder e a proteção que o trabalho

em equipe proporciona, em orações

proféticas. Consideraremos, também, como

as equipes de orações deste tipo são formadas

e como funcionam.

A. O PODER E O PROPÓSITO DE

UMA EQUIPE DE ORAÇÃO

Jesus está falando o seguinte: “Também

vos digo que, se dois de vós concordarem

na terra em oração acerca de qualquer coisa,

isto lhes será feito pelo Meu Pai, que está

nos céus. Porque onde estiverem dois ou três

reunidos em Meu Nome, porque são Meus,

aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:19,20).

Jesus está dizendo que há algo especial

sobre a oração conjunta. A equipe de oração

tem mais poder do que quando oramos a

sós. Há um mistério que não compreendemos

por completo. Sabemos que a oração a

sós é importante e necessária, por seus próprios

méritos. Contudo, Jesus está dizendo

a Seus discípulos que Ele estará com eles,

de uma forma incomum e poderosa ao se

“reunirem” em oração.

1. A Força na Unidade

Na unidade há força. Na unidade espiritual

há força espiritual! Este é um princípio

ou verdade importante. Quando estamos

unidos num só coração e numa só

mente no Espírito do Senhor, Ele Se move

com grande poder e propósito em nosso

benefício. Uma só pessoa pode afugentar

mil, porém duas pessoas afugentarão dez

mil quando Deus é a força por detrás da

ação! (Dt 32:30).

O princípio da força “unificada” é válido

para um grande bem ou um grande mal.

O poder de um povo é multiplicado quando

este se une para um propósito comum.

Deus interrompeu a construção da Torre de

Babel por este motivo:

“Eis que o povo é um, e todos têm uma

mesma língua; e isto é apenas o princípio

do que poderão fazer. E, agora, nenhum

de seus intentos será impossível para eles”

(Gn 11:6).

Este mesmo conceito do “poder conjunto”

pode ser encontrado na Bíblia, de Gênesis

a Apocalipse. Este é certamente um princípio

que Deus quer que coloquemos em

prática ao orarmos. Jesus estava ensinando

a Seus discípulos, uma verdade muito básica

e importante.

O trabalho em equipe, sempre foi o meu

tipo de abordagem no ministério. Não creio

que as pessoas com atitude independente

possam edificar o Corpo de Cristo, da melhor

forma. Vejamos como isto funciona,

quando se forma uma equipe de oração profética.

a. O Amor Produz União. Jesus disse

que poderíamos esperar a bênção da Sua

presença, quando nos reunimos em Seu

Nome. A única maneira que conheço pela

qual as pessoas podem de fato trabalhar

juntas como uma equipe, é através da unidade

do Espírito Santo. “... o amor de Deus

está derramado em nossos corações pelo

Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5:5).

O amor traz união. O Espírito Santo enche

os nossos corações com o amor de Deus –

assim, amamos uns aos outros.

b. O Orgulho Produz Desunião. A

desunião é o resultado do orgulho. “Da

soberba só provém a contenda [desavenças]...”

(Pv 13:10). O inimigo fará o possível

para quebrar o seu ministério de equipe

de oração, pela discórdia e pelo conflito.

Se isto acontecer, a melhor solução é

ter um culto onde os membros da equipe

façam a lavação dos pés, uns aos outros.

Isto quebra o orgulho. “Ora se Eu, Senhor

356 / SEÇÃOA5 A5.6- A Formação de Uma Equipe de Oração Profética

e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também

lavar os pés uns aos outros” (Jo

13:14).

2. A Vontade de Deus Revelada e

Confirmada

Quando a revelação acontece, vários

membros confirmam o que foi recebido. Você

descobrirá que a mesma revelação será dada

a mais de um dos membros da equipe. Quando

isso acontece, temos a confirmação de

estar recebendo o que está na mente do Senhor,

como um resultado das nossas orações.

As equipes de oração profética proporcionam

uma forma sã e poderosa para interceder

pelos outros e para descobrir a vontade

de Deus. É um meio de permitir que o

Espírito Santo ministre através dos Seus

dons de sabedoria e de poder.

Leia 1 Coríntios, para o ensinamento do

nosso texto: “Porque todos podereis profetizar,

uns depois dos outros; para que todos

aprendam e todos sejam consolados”

(l Co 14:31).

3. O Aprendizado no Uso dos Dons

Espirituais

Devemos aprender a usar os Dons do

Espírito. Os líderes de igrejas devem ter a

responsabilidade de proporcionar ocasiões

para que os crentes possam aprender a orar

orações proféticas. E a melhor maneira de

fazê-lo é reuni-los com os crentes mais experientes

sobre equipes de oração.

Paulo encoraja os crentes coríntios, não

somente a buscarem os dons espirituais,

mas a excederem neles (versículo 12). Exceder

significa se tornar mais eficaz, ou melhor,

nos nossos esforços, e isto envolve

aprender através da experiência.

a. A Vontade de Deus e a Escolha do

Homem. É a vontade de Deus, ofereceres

Seu dons (l Co 12:7-10) àqueles que fervorosamente

buscam e fortemente os desejam

(l Co 12:31; 14:1; 14:39).

Deus atende ao nosso desejo pelos Seus

dons, quando as nossas motivações são para

edificar e louvar o Corpo de Cristo.

É verdade que Deus tem o direito de conceder

dons, de acordo com a Sua vontade,

pois tudo começa e termina n’Ele. Contudo,

Deus deu ao homem a liberdade para

desejar e pedir para ser uma parte do Seu

plano maravilhoso.

“Bem-aventurados os que têm fome e

sede de justiça, porque eles serão fartos”

(Mt 5:6).

Quando nos deleitamos ao fazer a vontade

d’Ele, Ele coloca os Seus desejos no

nosso coração (Sl 37:4,5) e quando seguimos

esses desejos em fé e em obediência,

Deus nos escolhe e nos prepara para que

façamos a vontade d’Ele.

Do nosso ponto de vista, é como se pudéssemos

escolher ser escolhidos. Sem Ele

nós não podemos; sem nós Ele não quer!

Eis, aí, o equilíbrio entre a soberania de Deus

(o direito de governar) e a liberdade de escolha

do homem.

Paulo nos estimula a buscarmos os Dons

do Espírito, com fé e a desenvolvê-los em

obediência. É através dos dons de Deus que

o Seu amor pode alcançar um mundo doentio

e sofredor. O amor é a motivação, e a oração

é o meio através do qual o nosso testemunho

e a nossa obra no mundo começam.

Consideremos, agora, os passos práticos

de que necessitaremos para seguir na

formação de equipes de oração profética.

B. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES PARA

UMA EQUIPE

A palavra de Deus nos dá os princípios

pelos quais uma equipe de oração profética

pode funcionar de maneira sã e segura. O

Apóstolo Paulo nos aconselha em 1 Coríntios

14:29:

“E falem dois ou três profetas, e os outros

julguem”.

1. Três Princípios

Há três princípios ou verdades práticas,

expressas neste versículo:

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 357

a. “E falem... profetas” – isso é liberdade!

b. “Dois ou três” – isso é fronteira ou

limite!

c. “... os outros julguem” – isso é

responsabilidade!

2. Por que Esses Princípios São

Necessários?

a. Liberdade. Em primeiro lugar, é importante

permitirmos que os dons espirituais

sejam expressos. Sem esta liberdade,

o Espírito Santo é “entristecido e reprimido”.

Podemos sufocar ou silenciar a Sua

voz (1 Ts 5:19; 1 Co 14:39).

b. Limite. Em segundo lugar, os líderes

devem estabelecer limites razoáveis, quanto

ao número de profecias dadas por qualquer

pessoa. A idéia é evitar que uma só

pessoa domine a reunião de oração. É também

possível enfraquecermos o propósito

das profecias, se forem tão demasiadas a

ponto de a atenção da congregação ser dispersa

(1 Co 14:40).

c. Responsabilidade. Em terceiro lugar,

os líderes precisam julgar e pesar o espírito

e o conteúdo das profecias, de uma

forma responsável. Isto é necessário porque

ninguém é “infalível”, ou seja, a salvo

da possibilidade de cometer erros.

Se alguém orar alguma coisa que não seja

verdadeira, os líderes devem fazer uma correção,

de maneira branda. Fazendo isto, o crente

aprenderá a usar os dons corretamente.

Se a oração profética “atingir o alvo”, os

líderes também devem confirmar o fato. Isto

encorajará àquele que estiver aprendendo.

3. Seis Diretrizes

As seguintes diretrizes foram desenvolvidas

através dos anos, por experiências

práticas com equipes de oração, ao redor

do mundo. Não são regras para serem seguidas

de forma mecânica, porém são sugestões

práticas, baseadas em princípios

espirituais sadios. Creio que vocês verão

que são de muita utilidade.

a. Crentes Maduros. Selecione seis ou

oito crentes maduros, que sejam batizados

no Espírito Santo e que tenham aprendido a

usar os Dons de Línguas (ou profecia), na

oração. Escolha, também, dois casais casados,

um homem solteiro e uma mulher solteira,

para que seja feita uma boa “mistura”.

Acrescente aqueles que estão em treinamento

a uma equipe como a que foi formada

pela “mistura” mas, somente se a equipe já

tiver experiência em oração profética.

b. Num Círculo. Peça a todos que se

sentem, formando um círculo.

c. Aceitar a Cristo. Peça a todos que

orem esta oração: “Juntos, confessamos que

Jesus é o Senhor. Recebemos a Sua presença

entre nós, na Pessoa do Espírito Santo.

Pedimos ao Espírito Santo que nos consagre

agora, neste momento, para orarmos profeticamente”.

(Lembre-se de que a sua retidão

é baseada na cruz de Cristo e no derramamento

do Seu sangue).

d. A Armadura de Deus. Peca-lhes, então,

que pronunciem estas palavras de comando:

“Senhor, Tu disseste que o que quer

que amarrássemos na terra, deveria ser amarrado

no Céu. Neste momento amarramos,

no forte Nome de Jesus, os poderes das

trevas que poderiam se opor ou interromper

este ministério de oração.

“Colocamos o capacete da salvação, com

o qual impedimos a entrada de pensamentos

errados em nossas mentes. Vestimos a

couraça da retidão e tomamos o escudo de

fé como nossa defesa contra sentimentos

ou dúvidas errados. Abrimos o nosso coração

para receber a espada do Espírito, que é

a palavra de Deus, a qual esperamos receber

enquanto oramos. Assim como a palavra

do Senhor veio aos antigos profetas,

esperamos, Senhor, que nos envies a Tua

palavra agora, para que a Tua poderosa vontade

e as Tuas obras sejam reveladas entre

nós” (Ef 6; Sl 107:20; Gn 15:1,4; 1 Sm 15:10;

etc).

Procedendo assim, você evitará que o

diabo estrague as suas orações com seus

358 / SEÇÃOA5 A5.6- A Formação de Uma Equipe de Oração Profética

pensamentos mentirosos ou com seus propósitos

malignos.

e. O Espírito Santo no Controle.

Faça esta oração: “Espírito Santo, submetemos

o nosso coração e a nossa mente a Ti.

Coloca as Tuas orações em nossos lábios,

os Teus pensamentos na nossa mente, os

Teus sentimentos no nosso espírito. Nos

submetemos ao Teu senhorio pois onde está

o Espírito do Senhor, há liberdade” (2 Co

3:17).

f. Oração em Línguas. Libere os rios

do Espírito Santo começando pelo orar juntos

em línguas e deixe que isto seja a expressão

da sua fé, do seu amor e da sua obediência

a Deus. O seu desejo é tornar-se um só

coração e um só espírito com o Senhor e um

com o outro.

4. Oração Pelos Outros

Durante o tempo de treinamento, e de

aprendizado, o líder mais antigo da igreja,

ou o mais velho, deve agir como o capitão

da equipe de oração. Como esclarecimento,

chamaremos àqueles por quem iremos orar,

de candidato(s), nas instruções abaixo.

a. O Candidato no Meio do Círculo.

Quando a equipe estiver preparada para orar

pelos candidatos que tenham necessidades

especiais, faça com que um deles se sente

no meio do círculo de oração.

b. Uma Só Pessoa Deve Conduzir. Se

a pessoa for um homem, faça com que uma

das mulheres da equipe (ou vice versa, se

for um homem) conduza a oração por aquela

pessoa. Neste ponto, confie no Senhor

para conceder a oração profética.

Ouça a oração cuidadosamente, pois

pode ser uma revelação de segredos escondidos,

mencionados na oração.

c. Entrevistar o Candidato. Se o Espírito

Santo não der nenhuma direção para

o próximo passo, peça ao capitão da equipe

para entrevistar rapidamente a pessoa, conforme

segue:

1) Por que Eles Vieram? Pergunte à

pessoa, “Por que você veio a esta equipe de

oração? O que você espera receber aqui?” À

medida que a pessoa for respondendo, os

membros da equipe podem ouvir a confirmação

de alguma coisa que tenham recebido

do Espírito Santo, durante a oração. Continue

falando com a pessoa, da mesma forma

que Jesus fez com a mulher no poço, em

Samaria (veja João 4:4-30). Não permita que

a entrevista dure mais que cinco minutos.

2) Partilhar as Revelações Espirituais.

Se alguém da equipe sentir que o Espírito

esteja dando alguma coisa para ser

partilhada, aproveite, pois este é o momento.

Algumas vezes, um quadro se formará

em sua mente, e o Espírito pode fazer com

que você saiba o que significa. Outras vezes,

o Espírito dará a você versículos das

Escrituras, endereçados às necessidades do

grupo.

Outras vezes, o Espírito dará uma vaga

impressão de alguma coisa que você não

teria como saber a respeito. Se isto acontecer,

conte à equipe de oração e ao candidato,

no momento apropriado, o que você

achou ter recebido do Espírito. Pergunte,

então, ao candidato “Isto é verdadeiro?” Se

a resposta for “Não, não é verdadeiro”, diga

“Eu sinto muito. Este pensamento talvez

tenha vindo da minha própria mente”. Se a

resposta for “Sim, é verdadeiro” então prossiga

de acordo com a orientação que você

estiver sentindo do Espírito.

3) A Equipe Toda Deve Orar. Se você

não tiver a orientação de como prosseguir,

peça a todos da equipe para colocar as mãos,

suavemente, no ombro ou na cabeça do candidato

(dependendo do costume local) e orem

juntos no Espírito. Confie que durante este

tempo de oração os membros da equipe receberão

alguma coisa do Senhor.

Se isto acontecer partilhe com todos, o

que você receber. Caso não aconteça, então

o capitão da equipe deve fazer uma oração

final (confiando que o Espírito Santo fará

com que seja uma oração profética).

Há vezes em que o Espírito Santo pareCOMO

SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 359

ce nos dar muito pouco ou nada para que

partilhemos, e quando isto acontecer, não

force para fazer com que alguma coisa ocorra.

Simplesmente diga ao candidato “Jesus

ama você, e eu também”.

5. O Espírito Direcionará

Após completar as “Seis Diretrizes”, a

equipe deve continuar orando em línguas

até que um (ou mais) do grupo, sinta a direção

do Espírito pelo que a equipe deve orar.

Tenham a expectativa de que o Espírito

Santo lhes revelará a vontade do nosso Pai

Celestial, a fim de que as suas orações possam

ter uma direção específica.

A direção poderá vir na forma de um pensamento,

de uma visão (um quadro mental),

ou de uma passagem bíblica. Talvez envolva

pessoas, lugares, eventos relacionados com

a igreja de uma determinada pessoa, cidades,

nações ou algum campo missionário estrangeiro.

Geralmente, o Espírito de Deus introduz

a oração da equipe nas estruturas de

poder da sociedade, os assim-chamados

“modeladores das mentes”:

*Ciência *Mídia *Negócios

*Igreja *Artes *Governo

*Escola *Lar *Forças Armadas

a. Cada um Acrescenta a Sua Parte.

Geralmente, uma ou mais pessoas do grupo

sente uma direção a ser tomada na oração.

Todo o grupo, então, deveria começar a orar

suavemente no Espírito, contando com os

dons de uma palavra de conhecimento, palavra

de sabedoria, discernimento de espíritos,

línguas, interpretação de línguas e profecia. À

medida em que várias pessoas começam a expressar

a sua oração com fé, Deus revela pelo

que e como orarmos. Cada um acrescenta uma

parte da revelação de Deus, à medida em que

lhes é concedida a sua oportunidade para orar.

É a isto que Paulo se referia ao dizer que se a

revelação vier a uma outra pessoa sentada ao

nosso lado, devemos permitir que esta pessoa

fale, para que todos possam profetizar,

um após o outro (1 Co 14:30,31).

b. Sócios com Jesus. Isto é a verdadeira

oração profética em ação. Desta forma,

Deus pode produzir uma completa revelação

da Sua vontade para uma dada situação.

Estamos, na verdade, completando

o círculo do Seu propósito através da

oração e intercessão.

Fico pasmo e maravilhado com o que o

Espírito revela durante estas ocasiões de

oração. À medida que a maré espiritual

se levanta e a f é aumenta, a oração torna-

se mais real do que os problemas e

necessidades pelos quais oramos.

Durante uma de nossas conferências, tínhamos

dez equipes de oração que oravam

desta maneira. Notadamente, em repetidas

ocasiões, durante aquele dia de oração, cinco

ou seis das equipes foram direcionadas

para orar sobre o mesmo fardo do Senhor.

As diversas equipes não sabiam disto,

até serem chamadas para um tempo de testemunho.

O capitão da equipe, então, compartilhou

com todos, a direção dada pelo

Espírito, sobre o que orar e os seus resultados.

E, levantando-se, todos repetiam sem

parar, “O Senhor nos disse para orarmos

sobre a mesma coisa na nossa equipe”.

Quanta alegria e conforto isto nos traz

quando verificamos que somos sócios com

Jesus em Seu ministério de intercessão.

C. PROBLEMAS E PERIGOS NA

ORAÇÃO PROFÉTICA

Ao considerarmos o ministério de equipes

de oração profética, precisamos falar

sobre algumas áreas problemáticas e perigosas.

Os dons da graça de Deus podem ser

abusados de formas muito desairosas.

Não devemos ter medo do nosso inimigo,

porém é necessário que estejamos cientes

de suas astutas artimanhas (2 Co 2:11).

Não seria de se admirar que algo tão poderoso

quanto as equipes de oração fosse

alvo de seus ataques. Os motivos pelos quais

podemos esperar que surjam problemas

com relação à oração, estão claramente re360

/ SEÇÃOA5 A5.6- A Formação de Uma Equipe de Oração Profética

tratados para nós, em Provérbios 14:4: “Não

havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela

força do boi há abundância de colheitas”.

Neste pequeno provérbio encontra-se um

grande princípio a ser observado por nós.

Onde não há nenhum boi, é fácil mantermos

o celeiro limpo. Não há nenhuma sujeira

que necessite ser removida. Contudo, onde

não há nenhum boi, tampouco há colheita.

É preciso que haja a força do boi para se

cultivar os frutos do campo. A verdade é

bem óbvia. Se quisermos a força do boi e os

frutos da colheita, teremos que agüentar alguns

problemas de sujeira que acompanham

os benefícios.

Em outras palavras, se quisermos o poder

e os resultados que os dons do Espírito

de Deus trazem, teremos de enfrentar os

problemas – e as pessoas problemáticas –

que os acompanham. É possível varrermos

para o lado, os dons do Espírito Santo e

termos um estábulo limpo, porém muito

estéril (sem vida). Bois mortos e celeiros

quietos e limpos, fazem uma boa combinação.

As igrejas mortas não têm nenhuma

vida, nenhum poder, nenhum louvor!

Como a infância, assim também a adolescência

apresenta seus próprios problemas

especiais. É a época intermediária entre

a criança e o adulto. É uma época em que

um pouco de conhecimento e muita energia

querem correr bem à frente da sabedoria e

da experiência! Isto também acontece em

nosso crescimento e vida como cristãos.

Muitos problemas podem surgir quando o

nosso conhecimento sobre os dons do Espírito

não for equilibrado pela nossa maturidade

de um caráter e experiência cristãos.

Já vimos que quando as palavras (o falar)

dos Dons de Línguas, de Interpretação

de Línguas e de Profecia são acompanhadas

pela Palavra de Sabedoria, de Conhecimento

e de Discernimento de Espíritos, desempenham

um papel importante no ministério

de oração profética. (Para melhor entendimento

desses Dons, veja Seções Dl e D2

do Guia de Treinamento de Líderes).

Quais são alguns dos problemas especiais

que podem surgir na prática da oração

profética?

1. A Direção Pessoal Necessita de

Equilíbrio

Um dos perigos, evidentemente, é olharmos

para os dons do Espírito como uma

espécie de “instrumento mágico” para se

descobrir a vontade de Deus para direções

pessoais. A incorreção de tal uso dos dons,

seria como irmos a uma cartomante ou como

usarmos um tarô e pedirmos a bênção de

Deus em nossas ações.

Deus nunca permitirá que fujamos do

caminho da fé. A fé funciona na confiança

de que Deus está mantendo a Sua promessa:

“E o SENHOR te guiará continuamente...”

(Is 58:11). Asseguro-lhe que se você

não estiver em rebelião, será difícil não perceber

a vontade de Deus.

O Senhor, algumas vezes, é misericordioso

para conosco, concedendo-nos forte

confirmação profética, através daqueles que

oram por nós. Contudo, não permita que

isto seja um substituto para a sua comunhão

com o Senhor. Ele pode falar diretamente

a você, se você aprender a ouvir,

nos seus momentos de oração a sós.

Deve haver, sempre, um equilíbrio entre

as seguintes coisas:

a. A Palavra de Deus – Princípios bíblicos

e palavras especiais.

b. O Espírito de Deus – Testemunho

interno, sonhos, dons espirituais.

c. O Corpo de Cristo – Confirmações

através de conselhos e profecias.

d. Circunstâncias – Das maneiras arranjadas

e/ou rearranjadas por Deus.

e. A Nossa Atitude – A nossa humildade,

fé e obediência pessoal.

Deus quer que a nossa fé e confiança

estejam n’Ele. As direções deveriam surgir

de nossos relacionamentos com Deus e de

um com o outro no Corpo de Cristo. Quando

estes relacionamentos estão em ordem

correta, então podemos esperar que o SeCOMO

SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 361

nhor nos guie e nos dirija de uma forma

segura e certa. Sairmos deste equilíbrio divino,

significa abrirmo-nos a direções e influências

falsas, tolas e, até mesmo, perigosas.

Para um estudo mais detalhado sobre Direção,

veja Seção D12 neste Guia de Treinamento

de Líderes.

2. Humildade e Não Orgulho

A humildade é a salvaguarda de Deus

contra erros humanos. Os dons do Espírito

Santo sempre estão sujeitos a erros humanos.

Todos nós podemos cometer enganos

com relação a isto. Sempre há um certo risco

quando Deus permite que a Sua palavra

perfeita seja falada através de homens imperfeitos.

Porém, Deus providenciou uma

maneira de proteger, tanto o Seu ministro

quanto a Sua palavra. Há uma grande segurança

na humildade!

A humildade nos dons do Espírito é expressa

de duas formas:

a. Disposição em admitirmos que podemos

cometer erros.

b. Disposição em recebermos correções

quando erramos.

Permitam-me dar-lhes um exemplo do

que estou querendo dizer. O Pastor David

Schoch, de Long Beach, Califórnia, tem um

dos mais poderosos dons proféticos que já

testemunhei nos 40 anos do meu ministério.

Ele passa muito tempo em oração e intercessão.

Como lhes contei em nossa última

lição, tal preparação é necessária para o

ministério profético. Ele considera o seu

chamado profético de uma maneira bem séria

e responsável. Os anos têm provado, de

fato, a maturidade e a precisão do seu ministério.

Em 1965, eu estava num retiro onde ele

estava ministrando. Ele estava apontando

pessoas com problemas físicos e descrevendo

as suas enfermidades, com a palavra

de conhecimento. Ele sempre perguntava

se estava correto, antes de orar por elas.

Houve várias curas concretas.

Ele chamou uma mulher e começou a descrever

a sua condição. Aí, então, ele lhe perguntou

se ela estava sofrendo daquele problema.

Ela replicou que não tinha o problema

que ele havia descrito. Em seguida, a

reação dele para com ela, diante de uma

multidão de 600 a 700 pessoas, foi de verdadeira

humildade. Ele não argumentou e

nem deu nenhuma desculpa. Ele, simplesmente,

disse que podia cometer erros e que

sentia muito. Aí, então, ele parou com a

ministração de curas e prosseguiu com a

sua mensagem.

No final do sermão, cerca de 45 ou 50

minutos mais tarde, ele convidou as pessoas

que precisavam de oração, para virem

à frente. Para surpresa de todos, a senhora

que havia negado a sua necessidade, subiu

correndo a plataforma. Ela confessou, então,

que por estar constrangida, havia mentido

que não tinha o problema que ele havia

descrito. Diante de todos, ela pediu o

perdão de Deus e o dele.

À luz desta verdade, fiquei muito impressionado

com a resposta dócil do Irmão

Schoch, à primeira negação dela. Muito

embora estivesse certo e ela fosse a pessoa

em erro, ele não tentou defender-se ou desafiar

a afirmação daquela senhora. Ele não

reivindicou, de forma alguma, ser infalível,

porém admitiu que poderia estar errado. Que

nobre exemplo de humildade a ser seguido

por todos nós!

Se você vier a formar uma equipe de oração

profética, você deve fazê-lo com pessoas

que saibam ser humildes. Elas não devem

ser do tipo que defendam a si próprias

ou aos seus dons. E quando as outras pessoas

não aceitarem as suas revelações, devem

ser suficientemente humildes para reconhecerem

dizendo: “Eu posso estar errada

e me desculpe, se eu estiver”.

3. Profecia Falsa

Há um importante princípio de equilíbrio

espiritual que eu gostaria de examinar e

que se encontra em 1 Tessalonicenses 5:20,

362 / SEÇÃOA5 A5.6- A Formação de Uma Equipe de Oração Profética

21: “Não desprezeis as profecias. Provai

ou examinai todas as coisas. Retende o que

é bom’’.

a. Prove Todas as Coisas e Retenha

o que é Bom. Lemos neste versículo que

devemos apreciar o valor da palavra profética.

Contudo vemos, também, que devemos

provar ou julgar esta palavra para verificarmos

se é certa ou errada. Somente, então,

podemos reter firmemente o que é bom

e descartar o que é errado.

Qual é a forma de provarmos se uma

profecia é certa ou errada? A Bíblia nos

dá uma palavra simples e clara sobre o assunto:

“Quando tal profeta falar em nome

do SENHOR, e tal palavra se não cumprir,

nem suceder assim, esta é a palavra que o

SENHOR não falou. Com presunção – além

da sua fé e revelação – falou o tal profeta...”

(Dt 18:14-22).

A resposta é muito simples: A verdadeira

profecia cumpre-se e concorda com

a Bíblia.

Infelizmente, a mesma coisa acontece

com alguns ministérios “proféticos” que

estão atualmente viajando ao redor do mundo.

Nunca providenciam acompanhamento

às suas profecias, para saberem o quanto

suas palavras têm sido certas ou erradas.

Alguns, até mesmo crêem terem alcançado

um nível de infalibilidade, ou seja, de nunca

cometerem erros. Tem havido alguns resultados

trágicos tanto para o profeta quanto

para as pessoas, devido a esta falta de responsabilidade.

b. Julgue o Profeta. Uma das maneiras

para se julgar um profeta é ver se ele é

responsável por suas palavras proféticas e

pelos efeitos delas. Elas são palavras de

verdade e de vida, ou elas produzem confusão,

medo, divisão e decepção? (Veja também

Seção D2).

Certa vez, eu estava orando, juntamente

com um profeta, por um casal. O homem

por quem orávamos era um dentista. Deus

havia abençoado aquele homem com uma

casa maravilhosa, a qual ele usava, uma vez

por semana, para um grande ministério de

oração. Ele podia acomodar mais de 100

pessoas numa das salas que ficava nos fundos

da casa. Naquelas reuniões, Deus estava

salvando, curando e enchendo com o Espírito,

todos que ali compareciam semanalmente.

A presença de Deus estava naquela

casa e as pessoas eram atraídas pelo Espírito

a irem até lá, para receber ajuda.

Certo dia, alguém que compareceu àquela

reunião profetizou ao dentista que ele

deveria vender a casa e partir para um ministério

viajante.

Desejoso de fazer a vontade de Deus, o

dentista colocou sua casa à venda. A esposa

dele, no entanto, se desesperou e não tinha

mais paz. O dentista também estava muito

aborrecido, uma vez que não havia sido convidado

para ministrar em parte alguma e

porque nenhuma porta havia se aberto para

ele.

O casal, então, veio a nós pedindo ajuda

e confirmação da tal profecia. Não sabíamos

absolutamente nada sobre as circunstâncias

do que acabava de ser relatado. O

Senhor falou para o profeta com quem eu

estava orando: “Escravidão Profética!”

O profeta viu, através do Espírito, que

uma profecia errada havia sido dada ao casal,

o que havia provocado uma grande confusão

espiritual.

Eu e o profeta oramos e quebramos aquela

“servidão profética” e libertamos os dois,

para que ouvissem a voz de Deus por eles

próprios. Eles choravam muito, à medida

em que a paz de Deus inundava o seu espírito

e que eles percebiam que o Senhor havia

impedido que eles cometessem um sério

engano.

Isto nos mostra porque precisamos ser

cautelosos e humildes ao ministrarmos aos

outros. Do contrário, podemos proferir palavras

que amarram, em vez de palavras que

libertam.

Oremos como Jesus. Ele disse: “O Espírito

do Senhor DEUS está sobre mim; porque

o SENHOR me ungiu, para pregar boas

COMO SER UM GUERREIRO DE ORAÇÃO SEÇÃO A5 / 363

novas aos mansos; enviou-me a restaurar

os contritos de coração, a proclamar liberdade

aos cativos, e a abertura de prisão

aos presos” (Is 61:1; Lc 4:18).

Jesus veio para nos libertar e não para

nos colocar em servidão.

D. CONCLUSÃO

Sim, há um propósito, poder e proteção

especiais no ministério das equipes de oração

profética. Experimentá-lo significa conhecê-

lo! É um ministério que Deus está

restaurando à Sua Igreja no mundo todo. É

estimulante sabermos que as orações de cada

equipe estão tendo a participação das orações

de muitas outras equipes do Corpo de

Cristo. Há um laço de amor na oração que

une o nosso coração como irmãos e irmãs

na grande família de Deus.

Todos pertencemos à mesma Equipe

e todos temos o mesmo desejo: que a

vontade do nosso Pai possa ser feita na

terra como é feita no Céu.

“Também vos digo que, se dois de vós

concordarem na terra em oração acerca

de qualquer coisa, isso lhes será feito por

Meu Pai, que está nos céus. Porque onde

estiverem dois ou três reunidos em Meu

Nome [porque são Meus], aí estou Eu no

meio deles” (Mt 18:19,20).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

Seção B

LIDERANÇA CRISTÃ VITORIOSA

B1: A Vida Cristã Vitoriosa

B1.l - O Diabo é Destruído ................................................................ 367

B1.2 - Os Demônios Não Têm Nenhum Poder ................................... 377

B1.3 - Mantendo-se a Vitória .............................................................. 386

B1.4 - LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa ...................... 396

B2: Chaves Para a Autoridade Espiritual

B2.1 - A Chave da Autoridade de Cristo ............................................. 408

B2.2 - A Chave da Autoridade do Crente ............................................ 411

B2.3 - A Chave da Autoridade da Palavra de Deus .............................. 416

B2.4 - A Chave da Autoridade do Ministério ...................................... 420

B2.5 - A Chave da Autoridade de Cristo na Igreja Local ..................... 425

B

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 367

Capítulo 1

O Diabo é Destruído

Introdução

Você nunca andará em vitória até que

saiba que o seu inimigo foi derrotado!

Como cristãos, não passamos da derrota

para a vitória. Não passamos das dúvidas

para a fé. No entanto, as Escrituras nos

dizem que há um caminho de fé que nos

leva a uma fé maior “de fé em fé” (Rm 1:17).

Da mesma forma, o nosso ponto de partida

para a vitória não se inicia na derrota, e

sim na vitória – na vitória de Cristo. “Mas

graças a Deus que nos dá a vitória por

nosso Senhor Jesus Cristo” (l Co 15:57)

Em outras palavras, precisamos começar

na vitória se quisermos ter a vitória. As

dúvidas, as derrotas e o desespero não são

o tipo de coisas com as quais podemos construir

uma vida forte e vitoriosa. Nunca poderemos

ser vencedores enquanto nos considerarmos

como desesperadas e desamparadas

vítimas do diabo. Satanás não tem mais

o poder ou a autoridade para derrotar os

filhos e filhas da família real de Deus. No

entanto, ele tem de fato a capacidade de

enganar os filhos de Deus caso eles não compreendam

quem são em Cristo Jesus.

Quando eu era um cristão novo, desenvolvi

um verdadeiro temor de tudo o que

pudesse ser satânico ou demoníaco.

Não sei como ou quando este tipo de

temor começou. Quando garoto, sempre tive

interesse em missionários e em suas atividades.

Talvez, algumas das suas histórias

sobre os poderes demoníacos tenham colocado

uma semente de temor na minha mente

sem que disto eu me apercebesse. Mais

tarde, descobri que muitos outros cristãos

têm o mesmo problema.

Fui salvo e batizado no Espírito Santo

durante a minha adolescência. À medida em

que cresci no Senhor, desenvolvi um grande

desejo de ter autoridade sobre os poderes

demoníacos. Disse ao Senhor que se por

acaso me deparasse com um demônio queria

ser capaz de expulsá-lo. A minha preocupação

era tão profunda que até mesmo

sonhava com um encontro deste tipo. Eu

me via tentando expulsar um demônio, porém

não sendo capaz de fazê-lo. Foi um

problema muito sério para mim na época.

Contudo, o nosso Pai Celestial viu o meu

desejo de ser um filho forte e fiel na família

de Deus. Ele supriu a minha necessidade e

resolveu o meu problema de uma forma inesperada.

Eu teria imaginado que ele poderia

ter usado anjos poderosos ou grandes raios

para suprir a minha necessidade de poder.

Mas não foi o que Ele fez! Hoje, tenho poder

e autoridade sobre as forças demoníacas,

mas isto não aconteceu daquela maneira.

Deus tinha uma forma melhor – uma

forma que eu gostaria de compartilhar com

você agora.

Deus escolheu suprir a minha necessi-

SEÇÃO B1

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

B1.1 - O Diabo é Destruído

B1.2 - Os Demônios Não Têm Nenhum Poder

B1.3 - Mantendo-se a Vitória

B1.4 - LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

368 / SEÇÃO B1 B1.1 – O Diabo é Destruído

dade de poder sobre as forças demoníacas

através de uma revelação. Numa revelação,

Deus nos mostra ou nos “revela” uma verdade

das Escrituras que não havíamos visto

ou conhecido antes. Estas verdades estão

sempre centralizadas em Jesus, e elas têm o

poder de nos libertar dos nossos temores.

“Conhecereis a verdade, e a verdade

vos libertará.... Se pois, o Filho vos libertar,

verdadeiramente sereis livres” (Jo

8:32,36).

Descobri que uma revelação que me liberta

pode ser compartilhada com outras

pessoas. Esta verdade operará na vida delas

assim como operou na minha. Portanto, permita

que o Espírito Santo abra o seu coração

à Palavra de Deus – e a Palavra de Deus

para o seu coração.

A. LIBERTADOS DO TEMOR DA

MORTE E DO DIABO.

“...os filhos numa família compartilham

da mesma natureza física. Portanto, Jesus

– como nosso Irmão Redentor – tomou sobre

Si Mesmo a nossa natureza humana.

Ele fez isto para que pudesse morrer. Morrendo,

Ele obteve acesso ao império da morte

para destruir aquele que tinha o poder da

morte, ou seja, o diabo. Jesus fez isto para

nos libertar de um temor da morte que dura

toda a nossa vida. Éramos escravos deste

temor. Agora estamos livres” (Hb 2:14,15

simplificado).

1. O Diabo é Destruído

Jesus morreu para que o diabo pudesse

ser destruído. Esta é uma afirmação forte e

segura – é absoluta e totalmente verdadeira!

Baseia-se sobre a total autoridade das Escrituras.

O diabo foi destruído!

a. “Destruir.” Isto, porém, não significa

que o diabo não existe mais. Ele ainda

está por aí, como bem sabemos. A palavra

grega traduzida como “destruir” é katargeo.

Significa:

1) Incapacitar;

2) Aniquilar;

3) Reduzir a zero, tornar inativo;

4) Invalidar por completo;

5) Paralisar;

Através da Sua morte, Jesus não somente

pagou a penalidade pelos nossos pecados;

Ele também incapacitou o diabo, reduziu-o a

nada e o paralisou. Portanto, não precisamos

mais ter medo do diabo, ou do julgamento

que segue a morte (Hb 9:27; 10:27).

2. A Morte e Seu Aguilhão Perdido

Através da Sua morte, Jesus também nos

mostrou que não precisamos temer os efeitos

físicos da morte. Ela não pode destruir

a alma ou o espírito do homem. Teremos

até mesmo um corpo glorificado como o

corpo do Próprio Senhor, quando Cristo

voltar no poder da ressurreição. “Ó morte,

onde está a tua vitória? Ó morte, onde está

o teu aguilhão?... Mas graças a Deus que

nos dá a vitória através do nosso Senhor

Jesus Cristo” (1 Co 15:55,57).

3. Cristo Reina

Sim, a morte e a ressurreição de Jesus

nos libertou do temor do diabo e da morte.

O próprio diabo foi derrotado na própria

área da sua autoridade terrena. O seu

direito de domínio sobre a criação foi removido

pelo Cristo crucificado. O cetro, ou o

símbolo real de autoridade, foi tirado de suas

mãos. O Senhor Jesus tomou o Seu legítimo

lugar sobre o Trono.

B. O INÍCIO DE TUDO

Esta é uma história surpreendente que,

no entanto, só pode ser compreendida

retornando-se aos primórdios da Criação.

Sigam-me, ao revermos o que estava no coração

e na mente de Deus bem no início de

toda a história.

1. O Homem Foi Criado Para Ter

Domínio

“Então Deus disse: façamos o homem à

Nossa imagem, conforme à Nossa semeA

VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 369

tentou usurpar o direito de governar – o

domínio que havia sido dado a Adão e Eva.

Porém, ele não podia sobrepujar-se, ou

forçar-se sobre os primeiros membros da

família terrena de Deus. Adão e Eva tinham

a autoridade e o domínio sobre todas

as criaturas vivas, e isto incluía a serpente.

O único poder que Satanás tinha

era o poder da influência. Tudo o que ele

podia fazer era tentar influenciar o comportamento

deles através de mentiras e

enganos.

Portanto, ele se achegou a Eva quando

ela estava só. De uma forma muito astuta e

sutil, ele plantou sementes de dúvidas no

coração dela sobre o amor, a honestidade, e

a autoridade de Deus. Finalmente, ele fez

com que ela acreditasse que ele estava correto

e que a Palavra de Deus estava errada.

Como resultado, ela escolheu comer da árvore

do conhecimento, ao invés da árvore

da vida. Aí então, Adão escolheu compartilhar

da desobediência dela, submetendo-se

também à mentira do diabo.

a. Os Tristes Resultados. Três coisas

muito tristes e trágicas aconteceram como

resultado da dúvida e desobediência deles:

1) Perderam a Cobertura e a Autoridade

de Deus. Saíram de debaixo da cobertura

e da autoridade de Deus, e a imagem

de Deus foi Desfigurada.

2) Perderam o Direito de Governar.

Perderam, portanto, o seu direito de governarem

a Criação de Deus.

3) Se Colocaram Sob Uma Nova

Autoridade. Conseqüentemente, colocaram-

se sob a autoridade do próprio Satanás.

Satanás foi muito rápido em pegar o cetro

que caíra das mãos deles e a coroa que

também caíra de suas cabeças. Estes símbolos

de autoridade agora eram legitimamente

dele.

O diabo havia assumido o domínio da

terra como havia desejado. Ele ganhou isto

não pela força, mas pelo engano. O direito

de domínio sobre a Criação de Deus havia

lhança. E que ele governe e tenha domínio...

sobre toda a terra...” (Gn 1:26 simplificado).

“Que é o homem para que Te lembres

dele? E o filho do homem, para que o visites?

Fizeste-o por um pouco tempo pouco

menor do que os anjos... Fizeste com que

governasse e tivesse domínio sobre todas

as obras das Tuas mãos...” (Sl 8:4-6 simplificado).

“Tu... puseste todas as coisas sob os

seus pés” (Hb 2:8).

As Escrituras acima nos mostram que

Deus tinha um plano para Adão e Eva. Esta

primeira família recebeu o direito de governar

e ter domínio sobre toda a Criação.

Tinha autoridade sobre todos os seres

viventes na face da terra. Por algum tempo,

governaram bem e com sabedoria. Tudo estava

em paz, segundo a ordem divina. O

leão e o cordeiro deitavam-se juntos, numa

perfeita harmonia. Não havia espinhos ou

cardos. Flores perfumadas e deliciosas árvores

frutíferas cresciam em toda a parte.

Era um mundo maravilhoso e adorável onde

se viver. Infelizmente, a beleza divina daqueles

dias sem o pecado não deveria durar

por muito tempo.

2. O Domínio do Homem Foi

Perdido Através da

Desobediência e do Engano

A Bíblia ensina que Satanás havia sido

criado como um lindo e ungido querubim ou

anjo. Provavelmente, ele era o dirigente do

coral celestial. Ele tinha grandes ambições

de governar a Criação. Porém, Deus deu este

privilégio a Adão e Eva.

Através do orgulho e da rebeldia, ele caiu

da sua posição celestial de beleza, autoridade

e poder. Jesus disse “Eu vi Satanás cair

do céu como um raio” (Lc 10:18; Ez 28:11-

17; Is 14:12-15).

Em seguida, ele apareceu no Jardim do

Éden na forma de uma linda serpente. Havia,

contudo, um propósito maligno nesta

sua vinda. De uma forma sábia e astuta, ele

370 / SEÇÃO B1 B1.1 – O Diabo é Destruído

passado do homem para a serpente – o próprio

diabo.

3. O Plano de Deus Para Restaurar

a Soberania

Satanás não somente enganou os outros,

mas ele próprio encontrava-se num engano.

Ele pensou que estivesse certo quando estava

errado. Ele de fato acreditou ter obtido

uma vitória, tanto sobre Deus como sobre o

homem.

Havia, contudo, um aspecto da natureza

de Deus que ele desconhecia por completo.

Este aspecto é chamado de “graça”. Baseiase

num amor altruísta, que busca redimir o

que estava perdido, não importando o que

isto possa custar. As pessoas redimem ou

compram de volta somente as coisas que

têm valor.

No caso da vida do homem, o preço seria

a morte de um outro homem – um homem

chamado de o Filho do Homem. Tenho

certeza que Satanás não contava que

Deus iria tão longe a ponto de dar o Seu

Unigênito Filho, Jesus, pelo homem caído.

Contudo, esta dádiva havia sido oferecida

mesmo antes de o homem ter sido criado:

“Deus pagou um preço para salvar-vos

do vosso vão estilo de vida que recebestes

dos vossos pais. Contudo, não fostes considerados

como algo perecível como a prata

ou o ouro. Fostes redimidos com o precioso

sangue de Cristo – um cordeiro puro e perfeito.

Cristo foi escolhido antes que o mundo

fosse criado. Porém, Ele foi revelado e mostrado

ao mundo nestes últimos tempos por

vós” (l Pe 1:18-20).

Quando o homem caiu, Deus não mudou

de idéia sobre o Seu plano com relação a uma

família real e amada. Ainda era Seu propósito

encher toda a terra com filhos e filhas cujas

vidas refletissem a beleza do seu Deus.

Através do amor e obediência deles, a glória

do Reino de Deus ainda cobriria toda a terra

como as águas cobrem o mar. Sim, o cetro

uma vez mais retornaria às mãos do homem!

a. A Semente da Mulher. Tão logo o

homem pecou e caiu do seu lugar de autoridade

real, o plano de Deus, de redenção, foi colocado

em ação. É bem interessante que este

plano foi, a princípio, revelado ao próprio

Satanás. Pelo registro bíblico, temos a impressão

de que Adão e Eva também estariam presentes

na ocasião. A palavra do Senhor, no

entanto, foi falada diretamente à serpente:

“E o Senhor Deus disse à serpente: porquanto

fizeste isto, maldita serás mais do

que todos os animais. ...De agora em diante,

tu e a mulher serão inimigas. Isto também

se aplica a toda a tua semente [descendência]

e à Semente dela [Jesus]. Ferirás o

calcanhar d’Ele, porém Ele esmagará a tua

cabeça” (Gn 3:14,15 simplificado).

A “Semente da mulher” refere-se à linhagem

de onde Jesus viria em Sua humanidade.

Deus disse à serpente que ela feriria o

calcanhar de Jesus, mas que a ferida no final

não seria fatal. Isto é uma referência à morte

e à ressurreição de Jesus. A morte não poderia

manter a sua vítima na sepultura!

No entanto, a Semente (Jesus), por sua

vez, esmagaria a cabeça da serpente. Isto se

refere à ferida mortal para a qual não haveria

nenhuma recuperação. A derrota e a morte

da serpente seriam finais.

A frase “esmagar a sua cabeça” tem um

significado adicional de grande importância

ao nosso tema de autoridade. O termo

“cabeça” inclui a idéia de chefia ou autoridade

governamental (cobertura). Paulo usa

assim este termo ao dispor as linhas da autoridade

espiritual e da responsabilidade:

“Mas quero que saibais que a cabeça

(cobertura governamental) da mulher é o

homem. A cabeça do homem é Cristo e a

cabeça de Cristo é Deus” (1 Co 11:3 simplificado).

A nossa história no Jardim do Éden tornase

agora bem dramática. O Próprio Deus está

dizendo ao diabo que, algum dia, a Semente da

Mulher, Jesus, arrancaria o cetro das suas

mãos. Através da Cruz de Cristo, o homem

seria redimido, Satanás seria derrotado e o domínio

seria restaurado à família de Deus.

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 371

b. O Redentor Real. O Filho de Deus

– como Filho do Homem – recuperaria para o

homem redimido a autoridade para governar o

que ele havia perdido através do pecado.

O Reino do Céu algum dia governará a

terra através da família de Deus de filhos e

filhas reais. Jesus, o nosso real Irmão Redentor,

é o “Primogénito” desta gloriosa

família. Através d’Ele, temos uma vitória

que durará para sempre.

Este tema de um governo de retidão restaurado

através da Semente real de Deus, pode

ser trilhado por todas as Escrituras. Atentem

para a carta de Paulo às igrejas da Galácia.

“Quando o tempo certo havia chegado,

Deus enviou o Seu Filho para que nascesse

de uma mulher e vivesse sob a lei. Ele fez

isto para redimir aqueles que também estavam

sob a lei. Desta forma, fomos comprados

e restaurados à família de Deus, como

Seus próprios filhos. Por esta razão, Ele

enviou o Espírito do Seu Filho aos nossos

corações. Dos nossos corações ao Seu, o

Espírito agora clama: Pai, querido Pai! Não

somos mais escravos, e sim filhos amados

de Deus. E como filhos Seus, tudo o que

pertence a Ele, agora pertence a nós também”

(Gl 4:4-7 simplificado).

Paulo está claramente ligando o nascimento

do Senhor Jesus à Semente prometida

de Gênesis 3:15. Jesus Cristo veio para

esta terra, nascido de uma mulher.

Ele veio com o propósito de redimir a

humanidade e restaurá-la a um lugar de autoridade

na família real de Deus. Ele fez o

que Deus-Pai dissera ao diabo que faria –

quando o tempo certo chegasse. Este tempo

chegou, e, através da Cruz de Cristo,

Satanás foi derrotado e destronado.

A autoridade que ele havia astutamente

tomado da primeira família foi devolvida

aos redimidos filhos de Deus.

4. Satanás Tentou Impedir o Plano

Observe a Cruz que esta verdade traz às

tentações de Jesus no início do Seu ministério

terreno. O diabo procura primeiramente

desafiar a fonte da Sua autoridade divina,

questionando a Sua condição de Filho divino.

“Se Tu és o Filho de Deus...” (Mt 4:3

simplificado).

a. Satanás Tenta Jesus. Foi a última

tentação, no entanto, que enfocou, de fato a

questão da autoridade e domínio.

“Aí então o diabo O levou a um monte

muito alto. Lá ele Lhe Mostrou todos os

reinos do mundo e a sua glória. E disse-

Lhe: Todas estas coisas Te darei se Te prostrares

e me adorares. Mas Jesus lhe disse:

Vai-te, Satanás! Pois está escrito: Ao Senhor

teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.

Então o diabo O deixou; e, eis que chegaram

os anjos, e O serviram” (Mt 4:8-11

simplificado).

É interessante notarmos que a autoridade

do Reino relacionava-se com a adoração.

Na verdade, o que adoramos torna- se a

nossa autoridade. O que o diabo estava

dizendo de fato era o seguinte: “Se Te colocares

sob a minha autoridade, dar-Te-ei domínio

sobre todos os reinos da terra.” Jesus

percebeu o engano e recusou-Se.

1) A Tentação Era Verdadeira. Há

um outro ponto importante aqui que segue

o tema principal do nosso estudo. Será que

a oferta de Satanás era verdadeira? Será que

ele tinha de fato aquele tipo de autoridade

para dar? Caso contrário, a sua oferta a Jesus

não teria sido então uma tentação verdadeira.

Se eu lhes oferecesse 10 milhões de dólares

se vocês se prostrassem e me adorassem,

a maioria de vocês riria. Por quê? Porque

vocês sabem que eu não tenho todo

este dinheiro. Não seria uma tentação verdadeira.

Mas este não era o caso com Jesus. As

Suas tentações eram verdadeiras. Foi necessária

uma força verdadeira para poder

resistir. A luta de Jesus com essas tentações

foi tão desgastante que os anjos tiveram que

vir e ajudá-Lo a Se recuperar.

2) Satanás Tinha Autoridade. Sim,

naquela ocasião, Satanás tinha de fato do372

/ SEÇÃO B1 B1.1 – O Diabo é Destruído

mínio e autoridade sobre o reino desta terra.

Era a autoridade que ele havia tomado de

Adão quando ele desobedeceu a Deus no

Jardim do Éden. Quando Adão e Eva se submeteram

às mentiras do diabo, eles se colocaram

sob a sua autoridade e abriram mão

da sua própria.

Foi esta autoridade e domínio que Jesus

veio recuperar para a família de Deus. Jesus

sabia disto – e Satanás sabia também! Deus

havia lhe falado isso lá atrás, no Jardim do

Éden. Desde aquela época, o diabo havia

tentado destruir a linhagem de onde viria

aquela Semente Real.

b. Satanás Tentou Destruir Jesus.

Ele tentou destruir Jesus em Seu nascimento.

Satanás incitou o rei Herodes a matar

todas as crianças com menos de dois anos

de idade. Somente um homem possesso por

um demônio faria uma coisa destas.

O que Satanás estava querendo? Destruir

Jesus – a Semente da mulher. Satanás

sabia que quando Jesus Se tornasse um Homem,

haveria uma batalha pelo poder e autoridade

que haviam estado em suas mãos

desde a queda do homem.

Quando o uso da força fracassou, o diabo

tentou vencer a Jesus da mesma maneira

que ele havia vencido a Adão e Eva. Ele

tentou fazer com que Jesus saísse da vontade

e da palavra do Seu Pai. Ele esperava que

Jesus agisse de acordo com o Seu Próprio

interesse pessoal.

Sim, Satanás estava ciente de que Jesus

Cristo era a “Semente da Mulher” que havia

vindo para tomar o seu domínio – o seu

direito de governar. A oferta de Satanás, de

autoridade mundial, era uma tentativa de se

evitar esta perda, colocando primeiramente

a Jesus sob o seu próprio controle.

c. Satanás Não Compreendeu o Plano

da Cruz. Muito embora Satanás soubesse

que o seu reino e poder estavam ameaçados

por Jesus, é possível que ele não soubesse

como isto seria feito. Paulo nos diz

que o plano da salvação do homem através

da Cruz não foi compreendido pelos governantes

ou príncipes. “Nenhum dos príncipes

deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem,

nunca crucificariam ao Senhor

da glória” (1 Co 2:8).

Os governantes terrenos são delegados,

destinados a servir a príncipes demoníacos.

Estes príncipes e poderes demoníacos por

detrás desses governantes terrenos não estavam

cientes do poder e propósito da Cruz.

Jesus estava plenamente ciente de que Ele

tinha que primeiramente sofrer antes de

entrar na Sua glória (Lc 24:26). Ele deveria

ser “o Cordeiro sacrificado antes da fundação

do mundo” (Ap 13:8). O Calvário e

a Cruz deveriam vir antes do Reino e da

Coroa. A oferta do diabo de domínio mundial

teria sido uma tentação para Jesus governar

o mundo sem a dor e o sofrimento da

Cruz.

C. O PODER DA CRUZ

A Cruz tem poder para redimir o homem

e restaurá-lo ao seu lugar de autoridade

divinamente conferido. Esta é uma maravilhosa

verdade que se encontra em todo o

contexto das Sagradas Escrituras.

Já vimos que o plano de Deus para um

Cordeiro sacrificial (como uma oferta para

o pecado) estava em Seus propósitos antes

que o mundo começasse.

1. A Cruz Retratada na Páscoa

A Páscoa teve um importante papel na

libertação dos filhos de Israel da escravidão

do Egito. Eles haviam sofrido como escravos

cerca de 400 anos. Deus estava usando

Moisés para libertá-los da autoridade e domínio

dos egípcios.

O diabo, sentindo isto, incitou o faraó a

matar todas as crianças israelitas do sexo

masculino (Êx l: 15,16) – exatamente como

ele faria quatorze séculos mais tarde, antes

do nascimento de Cristo.

É importante observarmos que o faraó

egípcio usava uma coroa com a imagem de

uma mortífera serpente naja, de pé, pronta

para o seu bote mortal. Isto simboliza por

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 373

qual tipo de poder Faraó e o povo do seu

reino eram governados: Satanás.

Esta é uma imagem exata de como o

mundo inteiro vivia até que Jesus viesse

para nos libertar, escravos do pecado, da

nossa escravidão ao pecado e do governo

satânico.

a. Satanás: o Destruidor. Através de

Moisés, Deus disse que cada família israelita

matasse um cordeiro e colocasse o seu

sangue sobre os umbrais das portas que conduziam

às suas casas. Aí então Moisés disse:

“Quando o Senhor passar pela terra

para ferir aos egípcios, Ele verá o sangue

sobre a verga e as ombreiras das portas.

Aí então, o Senhor passará sobre esta porta.

Ele não permitirá que o destruidor entre

em vossas casas para matar os vossos primogênitos”

(Êx 2:23 simplificado).

As Escrituras indicam claramente que Satanás

é o “destruidor”. Da queda do homem

até a ressurreição de Jesus Cristo, o poder

da morte estava nas mãos do diabo. Em

Apocalipse 9:11, ele é chamado de Abadom

(hebraico) e Apoliom (grego). Ambos os

termos significam “destruidor”. Nas palavras

de Jesus, “o ladrão [o diabo] vem somente

para matar, roubar, e destruir” (Jo

10:10).

O faraó havia recusado as palavras de

Deus de admoestação, e, portanto, o Egito

enfrentou um terrível julgamento. Através

dele, teriam de tornar-se dispostos a permitirem

que os israelitas se fossem. Naquela

noite de Páscoa, Deus usaria o poder de

morte do diabo para os Seus próprios propósitos.

E seria uma noite escura, de fato –

uma noite de morte e destruição.

b. Sangue: a Proteção. É bom lembrarmos

que a presença do Senhor ia adiante

da obra do destruidor. Quando Ele viu o

sangue nos umbrais de cada casa israelita, o

Próprio Senhor “passou por cima” da porta.

A Sua presença cobriu a família daquela

casa e guardou os seus ocupantes de todo o

mal.

Ficamos imaginando como cada membro

daquelas famílias deve ter se sentido

naquela noite enquanto as sombras da noite

projetavam uma escuridão mortal sobre toda

a terra. Talvez o salmista tenha expressado

isto melhor em suas palavras, alguns séculos

mais tarde:

“Aquele que habita no esconderijo do

Altíssimo descansará à sombra do Onipotente.

Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio

e fortaleza, meu Deus em Quem confio. Certamente,

Ele te salvará... do perigo mortal.

Ele te cobrirá com as suas penas, e sob as

Suas asas encontrarás refúgio.... Não temerás

o terror da noite, nem os perigos do

dia.... Ainda que mil caiam ao teu lado e dez

mil à tua direita, mas tu não serás atingido.

Somente com os teus olhos verás a punição

dos ímpios (Sl 91:l-8 simplificado).

Sim, para os israelitas, a proteção contra

o destruidor naquela escura noite de morte

era o sangue – o sangue de um perfeito

cordeirinho! O seu sangue foi espalhado nos

umbrais das portas na forma de uma cruz.

Era um símbolo da morte e era também o

portão de entrada para a vida.

Que imagem vívida da nossa salvação!

Jesus é o cordeiro sacrificial de Deus para

nós, e a Sua Cruz torna-se a nossa porta de

entrada para a vida eterna.

Verdadeiramente, o sangue e a Cruz proporcionam

toda a proteção que possamos

precisar contra todas as forças do mal. O

poder do diabo sobre a nossa vida foi quebrado

no Calvário. Cristo obteve a vitória, e

não há mais a necessidade de temermos.

2. Jesus Tem Todo o Poder e

Autoridade

Após a Sua ressurreição, Jesus colocou

claramente esta verdade com as seguintes

palavras: “Todo poder no céu e na terra foi

dado a Mim. Portanto, ide e fazei discípulos

em todas as nações... e tende a certeza

do seguinte: estou convosco sempre, até o

fim dos séculos” (Mt 28:18-20 simplificado).

A palavra “poder” significa poder para

374 / SEÇÃO B1 B1.1 – O Diabo é Destruído

governar, para ter autoridade e domínio. Ou

seja, se Jesus tem todo o poder e autoridade,

então isto significa que o diabo não tem

nenhum poder ou autoridade.

Através da Sua morte na Cruz, Jesus

destronou o diabo e tomou o seu poder sobre

a morte. Jesus novamente afirmou com

veemência esta verdade ao Apóstolo João

em sua visão celestial. “Não temas: Eu sou

o Primeiro e o Último. Eis que morri, mas

vivo para sempre. Tenho as chaves (a autoridade)

da morte e da sepultura” (Ap

1:17,18 simplificado).

D. PODEMOS VIVER NA VITÓRIA!

1. Jesus Concedeu aos Seus

Discípulos Autoridade Sobre o

Diabo

Não somente Jesus tem todo o poder e

autoridade, mas Ele também concedeu este

mesmo poder aos Seus discípulos – de todas

as eras!

“Os setenta discípulos voltaram com

grande alegria, dizendo: Senhor, até mesmo

os demônios se submetem a nós quando

usamos o Teu nome. E Jesus lhes disse:

Sim, vi a Satanás caindo do céu como um

raio. E vos dei autoridade sobre todo o poder

do inimigo. Tendes poder para esmagar

debaixo de vossos pés escorpiões e serpentes

(poderes demoníacos). Nada vos fará

dano algum!” (Lc 10:17-19 simplificado).

“Estes sinais seguirão aos que crêem:

usarão a autoridade do Meu nome para

expulsarem demônios...” (Mc 16:17 simplificado).

“Submetei-vos a Deus. Resisti

ao diabo e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

2. Não Recue!

Sim, somos filhos e filhas reais da família

de Deus. Temos o privilégio e autoridade

do nome de Cristo. Por que, então, tantos

cristãos estão vivendo vidas de derrota?

Onde está a nossa vitória em Cristo? As

palavras parecem boas, mas onde estão as

obras?

A resposta pode ser encontrada numa

das epístolas de Pedro. Ele estava escrevendo

às pessoas que logo estariam enfrentando

um tempo de grande angústia e de

severas provações. As suas palavras, portanto,

são bem pessoais, poderosas, e práticas:

“Vigiai e sede cuidadosos. Vosso inimigo,

o diabo, anda em derredor, bramando

como um leão, buscando a quem possa devorar

– despedaçar e comer. Estai firme na

fé e resisti-o...” (1 Pe 5:8,9 simplificado).

a. Um Leão Falso. Observe cuidadosamente

que as Escrituras não dizem que o

diabo é um leão que ruge. Elas dizem que ele

anda em derredor como um leão que ruge.

Em outras palavras, ele está agindo como se

fosse algo que ele não é. Na verdade, ele é

somente um leão falso ou um impostor. Ou,

como diriam os chineses, um “tigre de papel”.

Quem é o verdadeiro leão? Jesus! As

Escrituras O citam como “O Leão da Tribo

de Judá” (Ap 5:5). Devido ao fato de que

permanecemos n’Ele, e Ele em nós, também

compartilhamos da Sua “natureza de

leão”. Nós, os que cremos em Jesus, tornamo-

nos “semelhantes ao leão”.

“Fogem os ímpios sem que ninguém os

persiga. O justo, no entanto, é corajoso

como um leão” (Pv 28:1 simplificado).

“Quando o Conselho viu a ousadia de Pedro

e João, ficaram maravilhados. Podiam

facilmente ver que eram homens comuns,

iletrados e indoutos. Aí então perceberam

que haviam estado com Jesus” (At 4:13

simplificado).

b. Não Dê Poderes ao Diabo. O que

estamos tentando dizer? Simplesmente o

seguinte: O diabo somente pode ter tanto

poder na nossa vida quanto o que permitimos

que ele tenha. Ele não tem mais a autoridade

para controlar as nossas atitudes e

ações para os seus próprios propósitos. No

entanto, ele terá tanto controle quanto o

que permitirmos que ele tenha. Ele não pode

sobrepujar-nos mais do que ele poderia ter

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 375

sobrepujado a Adão e Eva. Ele tentará nos

enganar, no entanto, da mesma forma que

ele os tentou.

Não, o diabo não é um leão verdadeiro.

O seu rugido, no entanto, pode ser muito

alto e muito longo. Um rugido não pode nos

morder, porém podemos morrer de susto

com ele. Se batermos em retirada toda vez

que o diabo rugir, nunca aprenderemos como

ficarmos firmes na fé e resisti-lo. Se nunca

resistirmos ao diabo, nunca veremos a ponta

do rabo do diabo em fuga para o monte

mais próximo.

c. Corra em Direção ao Rugido. Um

missionário da África contou a seguinte história

sobre os leões. Quando os leões vão

caçar, eles são muito espertos. Todos os

leões mais jovens e mais fortes se reúnem

em direção contrária do vento que vai na

direção do rebanho que estão a ponto de

atacar.

Os leões velhos, cansados, e incapazes

colocam-se na direção do vento, onde o seu

cheiro e rugido assustam os animais e fazem

com que eles corram em direção aos

leões jovens. Os animais que “correm em

direção ao rugido” estão seguros e não podem

ser machucados pelos leões velhos. Os

animais que fogem do rugido correm para

dentro da armadilha e são feridos ou mortos

pelos leões jovens.

O ponto aqui é óbvio. Não fuja do seu

adversário, o diabo, e de seus rugidos. Corra

em direção ao rugido. Resista-o e ele fugirá

de você.

d. Sementes de Engano. Como o diabo

ruge e se introduz gradativamente em nossa

vida diária? Ele faz isto através dos nossos

pensamentos e sentimentos. Ele os planta

como sementes no solo do nosso coração e

mente. Se ele puder tentar-nos a cultivarmos

ou alimentarmos estas sementes – como o

fazendeiro que cuida das suas colheitas – elas

crescerão e tornar-se-ão enormes plantas

daninhas. Se este for o caso, a nossa vida

cristã poderá se enfraquecer grandemente, ou

até mesmo ser destruída.

Há todos os tipos de sementes que o

diabo semeia: sementes de dúvidas, de temores,

de desobediência, cobiça, concupiscência,

inveja, orgulho, ira, ressentimentos,

auto-comiseração e muitas outras. Ele joga

as mesmas sementes vez após vez até que

finalmente permitamos que ela se arraigue e

cresça. Uma vez que as raízes fiquem bem

profundas, é difícil desarraigarmos a erva

daninha.

O diabo até mesmo nos enganará a pensarmos

que isto é uma parte natural de nossa

vida. Aí então, desistimos, e agüentamos

a situação muito embora ela possa ser dolorosa

para nós e para os outros. Quando fazemos

isto, o inimigo já tomou o controle

desta parte de nossa vida, muito embora ele

não tenha nenhuma autoridade para fazer

isto.

3. Resista ao Diabo!

a. Fique Firme na Fé. Como, então, o

cristão vigilante pode ficar firme na fé e resistir

ao diabo? Da mesma maneira que Jesus

o fez em Sua humanidade, enquanto

estava aqui na terra:

1) Pela autoridade da Palavra de

Deus;

2) Pelo poder do Espírito de Deus.

Sabemos agora que o diabo não tem mais

o domínio ou o direito de governar a nossa

vida. O cetro está agora nas mãos de Jesus, e

não nas mãos do inimigo. À medida que, pelo

Espírito, proclamamos a nossa confissão de

fé “Jesus é Senhor”, Satanás precisa dobrar

os seus joelhos e abaixar a sua cabeça.

São os poderes demoníacos que se estremecerão

em tormentos quando os enfrentarmos

no poderoso nome de Jesus.

b. Fale a Palavra na Fé. À medida que

nos submetemos à autoridade da Palavra e

do Espírito de Deus, esta autoridade vem

sobre nós. Falamos, então, esta palavra da

seguinte maneira:

1) A Deus em oração;

2) Na confissão de nossas bocas;

3) Ao diabo em repreensão.

376 / SEÇÃO B1 B1.1 – O Diabo é Destruído

O Próprio Espírito, então, Se move para

energizar a Palavra, e o inimigo foge – juntamente

com seus pensamentos e sentimentos

mentirosos.

Submetemo-nos a Deus, enchendo as

nossa mente com a Sua Palavra, e o nosso

coração com a oração. Para cada pensamento

errado, maligno e negativo que o inimigo

gostaria de semear em nossa mente, há um

pensamento certo, bom e positivo proveniente

da Palavra de Deus. As Escrituras dizem

que podemos “vencer o mal com o

bem” (Rm 12:21). Toda vez que o diabo

tentar nos dar um empurrão na direção errada,

precisamos devolver o empurrão nele –

com o dobro da força – com a verdade e o

poder da Palavra de Deus.

c. O Riso da Fé. É verdade que não

deveríamos considerar o nosso inimigo levianamente

e nem subestimar a sua capacidade.

Ele é tanto esperto quanto forte. Independentemente

do Espírito e da Palavra

de Deus, perdemos todas as batalhas. Ele

pode ser mais esperto do que nós o tempo

todo. As Escrituras dizem que devemos

sempre estar cientes dos seus astutos ardis

e estratagemas (2 Co 2:11).

No entanto, ainda que devamos respeitar

ao diabo, não devemos temê-lo. Na verdade,

podemos resisti-lo ousadamente, no

poderoso nome de Jesus, e ter a certeza da

vitória. O nosso inimigo tem um rugido alto,

mas este rugido é um grande blefe. Ele age

como se não estivesse ferido, e até mesmo

zomba do nome do Senhor, com a esperança

de que desistiremos. Mas, se respondermos

com o riso real da fé, e forçarmos

o nosso ataque, ele fugirá de medo.

Há um aspecto em que todos os santos

batizados com o Espírito deveriam ter um

dom de desprezo pelo diabo. Ele é muito

orgulhoso e não gosta nada de ser desprezado.

Quando sabemos de fato quem somos

em Cristo Jesus, ficamos numa posição de

alta autoridade, e o inimigo encontra-se verdadeiramente

debaixo de nossos pés.

Creio que Martinho Lutero alcançou um

lugar na fé em que ele olhava para o diabo

desta forma. Conta-se uma história de como

ele acordou no meio de uma noite muito

escura. Não havia nem mesmo uma vela em

seu quarto. Ao virar-se em sua pequena cama

de lona, ele viu o diabo, de pé, no canto do

quarto.

Bem, o que você faria se você acordasse

hoje à noite e descobrisse que Satanás veio

visitá-lo? Fiz esta pergunta a um camarada

certa vez, e ele respondeu: “Eu chamaria o

pastor!” Esta não foi de fato a melhor resposta

que ele poderia ter dado. A resposta

de Martinho Lutero foi bem diferente. Ele

disse simplesmente: “Ah, é você!” E virouse

para o outro lado e voltou a dormir.

d. Colocando-se os Princípios na

Prática. Um bom amigo meu conta uma

experiência pessoal que nos mostra como

estes princípios reais funcionam na prática.

Eis aqui a história, com suas próprias palavras:

“Desde que fui divinamente curado pelo

Senhor, quando eu era um cristão muito

novo, tenho sido uma pessoa muito sadia.

Contudo, certo dia, há cerca de 10 anos atrás,

senti repentinamente uma terrível dor na

parte superior do meu corpo. A dor ficou

pior e, de fato, ouvi a voz do diabo dizendo:

‘Câncer, câncer, câncer’. Por cerca de seis

horas isto era tudo o que eu podia ouvir:

‘Câncer, câncer, você tem câncer!’ Fiquei

aterrorizado.

“Finalmente, dirigi-me ao Senhor em oração,

e disse: ‘Senhor, estou com câncer?’ O

Senhor não me respondeu. Clamei novamente:

‘Senhor, estou com câncer?’ Aí então

ouvi o Senhor rindo. Ele estava rindo mesmo.

Ele me mostrou como eu tinha sido

logrado e enganado pelo diabo. Satanás havia

semeado uma mentira no meu coração.

“Na próxima vez em que ouvi a palavra

‘câncer’, fiquei muito bravo mesmo. Levantei-

me e disse;’ Diabo, eu te inflijo este câncer!’

Nunca mais tive esta dor de novo na

minha vida. Esta é a palavra do Senhor,

amigos. Isto é a realidade!”

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 377

e. Você é Livre. Sim, a fé se levanta e

resiste, ao passo que a incredulidade desiste

e aceita as mentiras do diabo.

Isto me faz lembrar de um pequeno papagaio

de uma escola bíblica na Argentina.

O nome dele era Arturo. Ele fora levado

àquela escola quando era apenas um filhote.

Ele ficava amarrado ao seu poleiro por uma

pequena correia de couro em sua perna.

À medida que Arturo crescia e se tornava

um pássaro adulto, ele costumava estender

as suas asas e tentava voar aos céus.

Contudo, ele não podia ir mais longe do que

o comprimento da sua correia antes de ser

puxado de volta ao seu poleiro. Arturo continuou

fazendo isto por vários meses. Certo

dia, ele finalmente desistiu e dobrou as

suas asas pela última vez. Ele nunca mais

tentou voar novamente.

Naquela época, a correia de couro do

Arturo foi cortada. Ele estava realmente livre

para voar aos céus como qualquer outro

pássaro. No entanto, ele já estava enganado

e não cria nem aceitava a sua liberdade. Por

causa disto, esta história tem um fim um

tanto quanto triste.

Se ao menos pudéssemos ter incutido a

verdade sobre a sua liberdade em seu pequeno

cérebro de pássaro, talvez ele estivesse

vivo hoje. Da forma que aconteceu,

um zelador irado veio atrás dele com um

cacete, devido a algo errado que ele havia

feito. Ainda pensando que não pudesse voar

para longe do seu poleiro, Arturo não tentou

escapar e foi ferido e morto!

Quão trágica é a verdade desta história

com relação a alguns de nós como cristãos.

No Calvário, Jesus Cristo – o Leão de Judá

– derrotou o diabo e despojou-o do seu poder.

Fomos libertos do seu domínio e recebemos

um lugar de autoridade na família

real de Deus.

Muitos, no entanto, estão tão acostumados

a viverem com temor, dúvidas e em derrota,

que não podem aceitar a liberdade que é

legitimamente deles. Eles permitem que aquele

a quem Jesus destruiu os destrua.

Levante-se e voe para longe, ó oprimido.

Os céus observam com espanto e estupefação

o fato de você se submeter àquele a

quem deveria resistir. A sua correia de escravidão

foi quebrada. Voe em liberdade!

E. DESAFIO FINAL

Talvez, caro leitor, o seu coração tenha

sido tocado pela verdade destas palavras.

Pela primeira vez, você esteja começando a

crer que a vida pode ser diferente. E é verdade:

o seu quinhão na vida não está estabelecido

para sempre. As coisas podem mudar

e você pode ter um papel importante

nesta mudança.

Não é necessário desistir e ceder às mentiras

do diabo. Em Cristo Jesus você tem o

poder e a autoridade para ficar firme e resistir

aos seus ataques em seu coração e na sua

mente. Você é um filho ou filha real da amada

família de Deus. O Senhor Jesus ama você e

deseja que tome o cetro em suas mãos e confesse

a liberdade que é legitimamente sua.

Você não precisa mais temer e bater em retirada

ou ficar cabisbaixo de vergonha. Jesus

veio para libertá-lo, e a quem o Filho liberta

é verdadeiramente livre!

São os poderes demoníacos que tremem

quando você fica firme e confessa o senhorio

de Jesus. É o diabo que dobra os seus

joelhos e abaixa a sua cabeça, pois Cristo

obteve a vitória. O poder do inimigo foi

quebrado para sempre.

“O DIABO FOI DESTRUÍDO!”

Capítulo 2

Os Demônios Não Têm

Nenhum Poder

Introdução

Neste capítulo, eu gostaria de mostrar

como a conquista de Cristo sobre Satanás

(a qual o deixou sem nenhum poder) também

nos dá não somente poder sobre os

demônios, mas também nos liberta do temor

aos demônios.

378 / SEÇÃOB1 B1.2- Os Demônios Não Têm Nenhum Poder

A maioria dos problemas que temos

como cristãos não são provenientes de demônios

e do diabo. São problemas com os

quais estamos lidando dentro de nós mesmos.

O nosso inimigo “interno” é a nossa

própria carne ou os nossos desejos egoísticos.

Trataremos deste assunto num outro

capítulo.

Os nossos inimigos “externos” são o

diabo e seus demônios. Lidaremos com os

nossos inimigos “externos” neste capítulo.

Revisão

No capítulo anterior, vimos como a vitória

da Cruz trouxe a derrota ao diabo. O

seu domínio (ou direito de governar) sobre

os homens “nascidos de novo” foi removido.

Ele não tem mais o poder ou autoridade

de governar as nossas vidas.

Somos filhos e filhas reais da poderosa

família de Deus. Cristo e a Sua família foram

escolhidos para governarem e reinarem

sobre toda a terra. Este é o nosso destino

real e o nosso chamado divino. Estamos

sendo treinados e preparados para governarmos

e reinarmos com Cristo.

O único poder que Satanás tem agora

é o poder da INFLUÊNCIA. Ele ainda

tenta nos enganar através de palavras, obras,

e maravilhas mentirosas. Ele tenta convencer

os cristãos a pensarem que ele ainda

está no comando. Este é um grande perigo

para nós. Precisamos ter cuidado! Satanás

tentará usurpar e nos roubar de tantas bênçãos

quanto permitirmos que ele o faça.

A verdade que se encontra neste capítulo

nos libertará e nos manterá livres da influência

do diabo, a qual produz o temor.

A. A LIBERDADE DO TEMOR AOS

DEMÔNIOS

Os demônios são seres espirituais e agentes

do diabo. Eles cooperam com ele e fazem

a sua obra. As suas obras malignas são

contrárias a Deus e ao homem. Alguns estudiosos

das Escrituras crêem que os demônios

são anjos malignos que caíram dos

céus com Satanás depois que ele se rebelou

contra Deus. (Veja Isaías 14:12-14). De

qualquer forma, a presença e atividade deles

são claramente vistas na Bíblia.

Como eu disse no primeiro capítulo,

quando eu era um cristão muito novo, um

simples pensamento sobre os demônios

enchia o meu coração de temor. Muitos cristãos

têm medo dos poderes e atividades

demoníacos. É muito importante que sejamos

libertos deste tipo de temor. A razão é

a seguinte: O temor é para o diabo o que

a fé é para Deus.

1. O Temor Atrai Poderes Malignos

Permitam-me explicar. A fé traz Deus

para nossa vida cotidiana. Ela funciona como

um ímã e atrai o poder de Deus em nossa

vida. A fé traz a vida d’Ele para a nossa

vida!

O temor também funciona da mesma maneira.

Ele também é uma força muito “atrativa”.

No entanto, traz os poderes malignos

das trevas. Estas forças são “mortais”,

porque é isto o que produzem – a morte!

Se a vida em Deus retrata o amor, a alegria,

a paz... então a morte retrata a morte,

a tristeza, a angústia...! Em outras palavra

o temor abre a porta do nosso coração para

todo tipo de pensamento e sentimento sombrio

e maligno. Quando as nossas emoções

estão cheias de temor, isto pode causar

uma escravidão. Acabaremos servindo

ao que tememos!

2. A Fé e o Temor Não se Misturam

Deus falou repetidas vezes aos líderes

de Israel sobre a fé e o temor. Deus lhes

disse firmemente para que confiassem Nele,

e que não demonstrassem nenhum temor

por outros deuses ou por seus inimigos.

“Sede fortes e corajosos... Não temais os

deuses dos amonitas” (Js 1:9; Jz 6:10).

Assim como o óleo e a água, a fé e o

temor tampouco se misturam. Se começarmos

com fé e a expressarmos através

da nossa resistência ao diabo, o nosso iniA

VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 379

migo fugirá de nós (Tg 4:7). Se nos retrairmos

e fugirmos de medo, os poderes das

trevas (o diabo e os demônios) nos escravizarão

e a fé fugirá de nós. É assim tão

simples.

3. A Verdade Equilibrada nos

Liberta

O diabo procura enganar-nos, escondendo

a verdade ou tomando uma parte da verdade

e levando-a a extremos. Com relação

aos demônios, ele gostaria que nós:

• pensássemos que são passivos, ou

até mesmo inexistentes, ou

• víssemos um demônio por detrás de

todos os problemas de nossa vida.

Nos últimos anos, algumas pessoas têm

falado tanto sobre os demônios que muitos

foram levados a uma condição de grande

temor. Ao invés de serem libertos de seus

problemas, têm agora o peso adicional da

preocupação. Qualquer doutrina ou ensinamento

pode ser maléfico e perigoso se for

enfatizado demais ou ensinado de uma forma

que não seja fiel à Bíblia.

Conheci uma senhora há alguns anos

atrás que quase ficou louca pelo temor aos

demônios. Ela ficou com muito medo por

haver estado presente aos ensinamentos de

um certo evangelista durante uma semana

inteira. Os ensinamentos que ouviu fizeram

com que ela cresse que a sua casa estava

cheia de demônios. Ela temia que todos os

cômodos, armários e corredores tinham demônios

ocultos, esperando para lhe fazerem

mal.

Foram necessárias duas ou três semanas

de ensinamentos bíblicos para tirá-la daquela

condição de temor e introduzi-la numa condição

de fé. Todos nós precisamos conhecer

a verdade e viver na liberdade que ela

traz.

B. OS DEMÔNIOS NÃO POSSUEM

OS ATRIBUTOS DE DEUS

Como aquela senhora que acabamos de

mencionar, algumas pessoas têm medo dos

demônios porque acham que os demônios

possuem capacidades ou características que

elas próprias não possuem.

1. Os Demônios Não Sabem Todas

as Coisas

O diabo e os seus demônios não conhecem

todas as coisas, nem tampouco

podem ler a nossa mente. Eles não sabem

como reagiremos aos pensamentos ou sentimentos

que talvez possam colocar em

nossa mente e coração. Eles precisam esperar

para ver o que fazemos. Com o passar

do tempo, talvez eles se tornem familiarizados

com os nossos padrões de comportamento,

porém não podem prever ou determinar

as nossas ações.

Satanás certamente não previu o final

do seu ataque a Jó. Ele tampouco esperava

a vitória que viria a Jesus através da

Cruz.

2. Os Demônios Não Podem Estar

em Toda Parte o Tempo Todo

Certamente, eles ficavam bem perturbados

quando estavam perto de Jesus. Também

saíam de cena rapidamente ao se confrontarem

com os apóstolos do Livro de

Atos.

3. Os Demônios Não São

Onipotentes

Quando Davi cantava cânticos ao rei

Saul, o espírito maligno que o atormentava

ia embora. Um poderoso louvor e adoração

ao Senhor afugentam as forças demoníacas!

4. Características que Pertencem

Somente a Deus

Como veremos mais tarde, até mesmo

os novos crentes – quando submissos a

Deus – podem fazer com que o inimigo

fuja. Na verdade, as características acima

pertencem somente a Deus. Somente Ele

é:

a. Onisciente: sabe todas as coisas

380 / SEÇÃOB1 B1.2- Os Demônios Não Têm Nenhum Poder

b. Onipresente: está presente em toda

parte

c. Onipotente: é todo-poderoso

5. Uma Porta Aberta aos Demônios

Talvez o diabo e os seus demônios nos

ataquem. Eles não podem, no entanto, entrar

em nossa vida, a menos que abramos a

porta através de

a. dúvidas,

b. desobediência, ou

c. enganos.

Eles não possuem os atributos do Deus

Todo-Poderoso. Aliás, o inimigo não é

páreo para um cristão informado que

esteja andando em fé e obediência.

Quanto mais cedo aceitarmos esta verdade,

tanto mais rapidamente passaremos

do temor para a fé, e da derrota para a vitória.

Estes são, de fato, princípios básicos

para a vida cristã vitoriosa.

C. OS DEMÔNIOS FORAM

DERROTADOS POR JESUS

A nossa vitória sobre os poderes demoníacos

é claramente afirmada nas Escrituras.

Um dos versículos principais encontra-se na

carta de Paulo à Igreja de Colossos: “Deus

desarmou e derrotou os principados e potestades

– espíritos demoníacos dominadores.

Ele fez uma demonstração pública deles. Deus

obteve a vitória através de Cristo e da Sua

Cruz” (Cl 2:15 simplificado).

Nesta passagem, vemos que Deus desarmou

e derrotou os poderes dominadores

do mundo dos espíritos malignos. Isto se

refere aos poderosos demônios das forças

de Satanás. Eles foram despojados de suas

armas e autoridade. Estão agora indefesos e

degradados. É um quadro vívido de uma

parada de vitória onde o inimigo derrotado

é envergonhado publicamente. É uma vitória

que foi ganha pelo Senhor Jesus Cristo

no Calvário ao ser crucificado.

1. Entrega de Autoridade

Há alguns anos atrás, estive no convés

do navio de guerra Missouri. Há trinta anos

atrás, no exato lugar onde pisei, o General

japonês rendeu-se ao General MacArthur

dos Estados Unidos. A cerimônia de rendição

aconteceu em 1945 na Baía de Tóquio.

Os japoneses haviam sido derrotados pelas

forças militares aliadas.

A cerimônia foi muito dramática. O General

japonês subiu a bordo do Navio de

Guerra Missouri usando o seu mais completo

uniforme de gala. Com ele encontravam-

se homens do alto escalão de ambos os

governos e dos círculos militares. Ele veio

como comandante-em-chefe das Forças Armadas

Japonesas. O General MacArthur,

então, subiu a bordo do navio com homens

que representavam o governo e as Forças

Armadas dos Estados Unidos. Foi um encontro

pessoal, cara a cara.

O General MacArthur estendeu a mão e

removeu todas as medalhas, faixas e condecorações

militares do General. Em seguida,

alcançou e retirou os emblemas de autoridade

de seus ombros. Ele foi reduzido a um

homem derrotado e degradado, sem poder

ou autoridade.

A cerimônia de rendição foi finalizada com

o General japonês desembainhando sua espada

e entregando-a ao General MacArthur.

Quando General se rendeu, não foi somente

a sua própria derrota pessoal. Toda a

força aérea, a do exército, da marinha e demais

forças militares do Japão, como um

todo, renderam-se e perderam todo o seu

poder. Foi um momento de vitória e triunfo

para os Estados Unidos e seus aliados. Foi,

porém, uma derrota total e a rendição para

os generais japoneses e suas tropas. A guerra

havia sido ganha!

Foi isto o que aconteceu no Calvário!

Satanás e todos os seus demônios foram

totalmente derrotados. Eles foram colocados

numa demonstração pública de vergonha

e degradação naquela primeira manhã

de domingo na ressurreição. A letra do famoso

hino de Robert Lowry’s conta a história

de uma forma muito bela:

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 381

“Da sepultura Ele saiu!

Com triunfo e glória ressurgiu!

Ressurgiu, vencendo a morte

e o seu poder;

Pode agora a todos vida conceder!

Ressurgiu! Ressurgiu!

Aleluia! Ressurgiu!”

2. Autoridade Transferida

Cristo tem agora e para sempre as chaves

do inferno e da morte em Suas mãos.

Ele as tem porque foi vitorioso sobre o pecado,

Satanás, os demônios e a morte.

Ele triunfou totalmente sobre o diabo e

sobre todos os principados e potestades.

Ele venceu por completo!

A vitória não foi somente Sua, mas

nossa também. A vitória do General

MacArthur não foi somente para si próprio.

Foi uma vitória que todo o povo dos Estados

Unidos, China e seus aliados desfrutaram.

A vitória de Jesus é a mesma coisa para

todos nós que O amamos e O servimos.

Ele morreu em vergonha para que pudéssemos

viver em vitória. Precisamos ver

e saber isto. Precisamos andar à luz desta

revelação. É a nossa chave para uma vida

cristã vitoriosa!

a. Sem Autoridade Sobre os Crentes.

É importante sabermos que quando o

diabo foi derrotado, assim também o foram

todas as suas forças demoníacas. Elas não

têm nenhum poder ou autoridade sobre nossa

vida, com exceção do que permitimos

que tenham.

Conta-se a história de um sargento do

exército americano que ficou preso num

campo japonês de prisioneiros de guerra.

Depois que o Japão se rendeu, o general

japonês encarregado do campo manteve o

seu comando. Ele estava esperando que um

oficial de alto posto das forças americanas

chegasse e tomasse o comando.

Ele viria a aprender que um general derrotado

tem menos autoridade que um sargento,

se este sargento pertencer ao exército

que venceu a guerra.

Após ouvir sobre a rendição do Japão, o

sargento informou rapidamente ao general

japonês que ele e seus homens assumiriam

então o comando. Não havia necessidade

alguma de esperarem. Com a assinatura dos

documentos de rendição, a mudança de comando

alcançou até mesmo o soldado com

o mais baixo posto militar. Até mesmo um

humilde sargento do exército podia comandar

um oficial de alto posto, se este oficial

fosse um membro das forças derrotadas.

Que poderoso quadro da autoridade do

crente! É nossa quando nos submetemos ao

senhorio de Jesus Cristo.

D. OS CRENTES TÊM AUTORIDADE

SOBRE OS DEMÔNIOS

O triunfo de Cristo sobre Satanás na

Cruz do Calvário significa que agora nós

também assumimos o controle. Todos os

cristãos que estão vivendo sob a autoridade

de Deus têm o direito de assumirem o comando

e dominarem a sua parte do mundo.

Eles têm a autoridade e o direito legal de

dizerem ao diabo (e aos seus demônios)

onde devem ir e o que fazer.

1. Autoridade Através da

Submissão

Aprendemos a resistir ao inimigo para que

possamos vê-lo fugir. O Apóstolo Tiago usa

um termo militar para explicar esta verdade

em sua epístola: “Sujeitai-vos pois a Deus,

resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

A palavra “sujeitar” significa estar numa

posição inferior ou colocar-se sob uma

autoridade (isto é, ser totalmente obediente

ao Senhor). Quando nos colocamos sob a

autoridade de Deus, a Sua autoridade vem

sobre nós.

Sob esta autoridade, podemos ficar de

pé e resistir firmemente ao diabo e seus demônios.

Quando fazemos isto, eles se viram

e fogem amedrontados.

2. Liderança e Autoridade

O senhorio de Cristo e a autoridade do

382 / SEÇÃOB1 B1.2- Os Demônios Não Têm Nenhum Poder

cristão representam uma importante verdade

que temos de compreender. Como dissemos

anteriormente, é a chave para uma vida

cristã vitoriosa.

a. Davi e Golias: os Personagens. Há

uma história conhecida e interessante no

Antigo Testamento que explica claramente

esta idéia. É a história de um jovem guerreiro

judeu chamado Davi e de um grande gigante

filisteu chamado Golias (1 Sm 17).

Os personagens e exércitos desta história

classificam-se em quatro tipos diferentes:

1) Davi representa ou é um protótipo

de Cristo.

2) O exército israelita é um protótipo

dos crentes do Corpo de Cristo.

3) Golias representa ou é um protótipo

de Satanás.

4) O exército filisteu representa os

agentes demoníacos de Satanás.

b. Davi e Golias: a História. Com estas

alegorias em mente, revejamos a história

para verificarmos que significados ela traz à

nossa guerra no mundo espiritual.

1) O Desafio. Golias surgiu do exército

filisteu rugindo como um leão. O que

fez o povo de Deus? Eles reagiram como

muitos cristãos fazem hoje ao enfrentarem

o diabo e os seus demônios. Ficaram desanimados

e apavorados. Portanto, deram as

costas e fugiram aterrorizados. Não tinham

nenhuma fé para poderem resistir.

Aí então, um jovem pastor (provavelmente

ele não tinha mais que 15 ou 16 anos

de idade) entrou em cena. O seu nome era

Davi. Ele conhecia a Deus como seu bom e

grande Pastor. Ele havia vindo para trazer

comida aos seus irmãos, os quais estavam

no exército de Israel. Ele havia sido recentemente

escolhido por Deus para um propósito

especial. O consagrado profeta Samuel

havia ungido a Davi com óleo para que ele

fosse o próximo rei de Israel. Davi veio,

portanto, como o “ungido” para visitar o

acampamento israelita. Ninguém, no entanto,

sabia na ocasião que um dia ele seria o rei

deles.

Ao ver Golias e ouvi-lo bradar os seus

insultos sobre os exércitos de Israel, Davi

disse irado: “Quem é este filisteu incircunciso?

Por que lhe permitem desafiar e insultar

os exércitos do Deus Vivo?” (1 Sm

17:26).

Não havia nenhum temor ou timidez no

coração de Davi. A unção que ele havia acabado

de receber estava operando poderosamente

em sua vida. Enquanto todos os demais

se retiraram desanimados, Davi corajosamente

permaneceu firme e aprontou-se

para encontrar-se face a face com Golias.

Ele preferiu não usar a armadura e as

armas do rei Saul. Em vez disso, ele dependeria

de cinco pedras lisas provenientes do

riacho e de sua funda de pastor. Ele decidiu

que a melhor defesa é uma forte ofensiva.

Assim sendo, ele caminhou ousadamente

em frente para responder ao desafio de

Golias.

2) A Vitória. A batalha terminou quase

antes de ter começado. Uma pedra bem

apontada e dirigida pelo Espírito atingiu o

poderoso Golias no centro da sua enorme

cabeça. Quando ele caiu ao chão, Davi correu,

tomou a própria espada de Golias, e

decepou a sua cabeça.

Imediatamente, todo o exército filisteu

fugiu com um grande temor. Golias havia

sido o campeão deles o cabeça e seu poderoso

líder. Ele era um símbolo ou sinal do

poder militar e autoridade deles. Quando

ele caiu, perceberam que haviam sido derrotados

e rugiram.

Vocês se lembram do nosso primeiro capítulo

que o “senhorio” refere-se ao domínio,

poder e autoridade sobre os outros.

Quando Davi atacou e decepou a cabeça

de Golias, ele não somente derrotou Golias,

mas também todo o exército filisteu. O “senhorio”

de Golias foi destruído. Todo o seu

poder e autoridade, bem como o poder e

autoridade do seu exército filisteu foram

aniquilados. Os filisteus foram totalmente

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 383

aniquilados diante da poderosa vitória de

Davi sobre o líder deles. Não é de admirar

que tivessem fugido aterrados!

Esta história ilustra a poderosa vitória

de Cristo sobre Satanás e seus exércitos de

demônios.

c. Cristo Jesus: O Nosso Pastor Salvador

Ungido. Gênesis 3:15 predisse que

algum dia a “semente da mulher” destruiria

a cabeça da serpente. No tempo certo, um

“Maior que Davi” entrou em cena. O Seu

nome era “Jesus Cristo” que significa “O

Ungido que Salva”. Ele é o nosso Pastor

Salvador Ungido. No Calvário, Ele engajou

aquela antiga serpente, Satanás, no conflito

das eras.

As “cinco feridas” da Cruz (como as cinco

pedras lisas de Davi) aniquilaram o diabo

e todas as suas forças demoníacas. O

senhorio e o domínio de Satanás foram destruídos

por Jesus quando Ele morreu na

Cruz, desceu ao inferno, conquistou todas

as forças demoníacas, e ressuscitou da sepultura,

triunfante sobre a morte.

Portanto, os demônios não têm mais nenhum

poder ou autoridade sobre os crentes

que estão submissos ao senhorio de Cristo

Jesus. Quando o Seu nome é falado com

autoridade, eles tremem e precisam dobrar

os seus joelhos em submissão ao Seu senhorio.

Esta reação dos poderes demoníacos à

presença de Jesus foi claramente vista em

todo o Seu ministério terreno. Gostaríamos

de estudar isto um pouco mais. É uma verdade

que merece a nossa atenção, pois ela

tem o poder de libertar o cristão temeroso.

E. OS DEMÔNIOS TEMEM JESUS

Nenhum lugar das Escrituras jamais diz

que Jesus enfrentou os poderes demoníacos

com temor e tremor. Na verdade, foi

exatamente o contrário. Eram os demônios

que gritavam de medo:

“Havia um homem na sinagoga com

um espírito maligno. E ele clamou, dizendo:

Deixa-nos em paz! O que temos a ver

Contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para destruir-

nos? Eu sei quem Tu és – o Santo de

Deus” (Mc 1:23,24 simplificado).

“E, quando Jesus desceu para a terra,

saiu-Lhe ao encontro... um homem possesso

de demônio.... E, quando viu a Jesus, ele

deu um grito terrível e prostrou-se aterrorizado

diante d’Ele. Gritando com toda a sua

voz ele disse: O que queres comigo, Jesus,

Filho do Deus Altíssimo. Por favor, eu Te

suplico que não me atormentes... E Jesus

perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse:

Legião, porque milhares de demônios

haviam entrado nele. E os demônios imploravam-

Lhe repetidamente para que ele não

lhes ordenasse a entrarem no abismo” (Lc

8:27-31 simplificado).

“Tu crês que há um só Deus? Bom! Lembra-

te, porém, que os demônios também O

crêem tão fortemente que estremecem de terror”

(Tg 2:19 simplificado).

É interessante notarmos que a palavra

grega traduzida por “tremer” é a palavra

“phrisso”. Ela significa arrepiar- se ou tremer

de terror e horror. Refere-se ao tipo de

temor que faz com que o pelo de uma pessoa

fique eriçado.

Não, não era Jesus que ficava aterrorizado

com a presença dos demônios. Eram os

demônios que ficavam atemorizados pelo

poder e a presença do Senhor. Eles sabiam

que Ele havia vindo para despojar Satanás

do seu poder e autoridade.

1. Jesus Tem Todos os Poderes

Após a Sua ressurreição, Jesus colocou

claramente esta verdade com as seguintes

palavras: “Todo poder no céu e na terra foi

dado a Mim. Portanto, ide e fazei discípulos

de todas as nações... Estejai certos do

seguinte: Eis que estou convosco sempre,

até mesmo o final dos séculos” (Mt 28:18-

20 simplificado).

A palavra “poder” do versículo acima

significa poder para governar, para ter autoridade

e domínio. Ou seja, se Jesus tem

todo o poder e autoridade, isto significa

384 / SEÇÃOB1 B1.2- Os Demônios Não Têm Nenhum Poder

que o diabo não tem nenhum poder e

autoridade.

Através da Sua morte na Cruz, Jesus

destronou o diabo e retirou o seu poder sobre

a morte.

Jesus de novo afirmou veementemente

esta verdade ao Apóstolo João em sua visão

celestial. “Não tenhas medo. Eu sou o

Primeiro e o Último. Eu morri, mas eis que

vivo para sempre e tenho as chaves (a autoridade)

da morte e da sepultura” (Ap

1:17,18 simplificado).

2. Jesus Concedeu Poderes aos

Crentes

Não somente Jesus tem todo o poder e

autoridade. Ele também deu este mesmo

poder aos Seus discípulos de todas as eras.

“Os setenta discípulos voltaram com

grande alegria. Senhor, disseram, até mesmo

os demônios se submetem a nós quando

usamos o Teu nome. E Jesus lhes disse:

Sim, Eu vi a Satanás caindo do céu como

um raio. E eis que vos dei autoridade sobre

todo poder do inimigo. Tendes poder para

esmagardes escorpiões e serpentes (poderes

demoníacos) debaixo de vossos pés.

Nada vos fará nenhum mal!” (Lc 10:17-20

simplificado).

“Estes sinais seguirão aos que crêem:

Usarão a autoridade do Meu nome para

expulsarem demônios...” (Mc 16:18 simplificado).

Vemos claramente que não temos razão

alguma para temermos as forças demoníacas.

O seu poder e autoridade foram removidos.

São eles que tremem em nossa presença

quando ficamos firmes na vitória do

Calvário.

Consideremos agora como colocarmos a

verdade da Palavra de Deus em ação. Os

princípios precisam ser aprovados na prática.

F. O PODER DA PRESENÇA DE

DEUS

“O Senhor seu Deus é com Ele. O alarido

do rei está em seu meio. Deus os tirou

do Egito. Israel tem a força de um boi selvagem.

Nenhuma maldição pode ser feita

contra eles, e nenhuma feitiçaria pode ser

feita contra eles. Vede que maravilhas Deus

tem feito por eles. Este povo se levanta como

um leão que não descansa até que tenha

destruído e devorado a sua presa...” (Nm

21:23,24 simplificado).

Na passagem acima, temos uma imagem

do que usufruímos como crentes em Cristo.

A presença de Deus está conosco e a Sua

proteção paira sobre nós. Somos vitoriosos

sobre os nossos inimigos.

1. Os Demônios Não Podem

Prejudicar os Crentes

É de interesse especial observarmos que

nenhuma maldição pode ser colocada sobre

nós e nenhuma mágica maligna pode

ser feita contra nós. Até mesmo a feitiçaria

não tem efeito nenhum caso estejamos submissos

ao governo real do nosso Deus.

Quando andamos em fé e obediência, nenhum

poder do inimigo pode nos fazer mal

algum.

Esta é uma verdade que se refere ao povo

de Deus de todas as eras. Baseia-se no princípio

do domínio divino. Como já dissemos

anteriormente quando nos colocamos sob

a autoridade de Deus, a Sua autoridade

vem sobre nós. Aí então, podemos resistir

ao diabo e os seus demônios na autoridade

do Seu nome e pelo poder da Sua Palavra.

Eles fugirão de nós.

Há lugares no mundo em que esta verdade

é de grande importância. Muitas pessoas

vivem a vida inteira com temor devido à feitiçaria.

Já vi muitas delas sendo totalmente

libertas em Cristo Jesus.

Quando compreendem que o diabo foi

totalmente derrotado no Calvário, elas perdem

o temor dele e começam rapidamente a

agir na autoridade que possuem como filhos

e filhas reais da família de Deus. Elas

não têm medo de enfrentar e derrotar os

poderes demoníacos onde quer que os enA

VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 385

contrem. É maravilhoso vermos “as maravilhas

que Deus fez por elas”.

2. Uma Experiência Pessoal

Há alguns atrás, eu estava ensinando

numa grande igreja da Guiana, na América do

Sul. Certa noite, após a reunião, o missionário

local me levou à casa de uma família que

pertencia à Igreja Episcopal. O filho deles

estava endemoninhado e profundamente perturbado.

Ele corria e se sacudia violentamente,

tentando golpear a sua cabeça em objetos

pontiagudos. Ele havia sido examinado por

médicos em Georgetown, mas não havia nada

que pudessem fazer por ele. A sua condição

estava se tornando cada vez pior. Ele não

havia comido nada por muitos dias e estava

bebendo o mínimo de água para permanecer

vivo. Estavam esperando que ele morresse

a qualquer hora.

O sacerdote episcopal local havia colocado

um crucifixo na parede e espargido água

benta no local. Ele havia fracassado, no entanto,

em suprir as necessidades básicas da

família. Muito embora fossem membros da

igreja nunca haviam tido um relacionamento

pessoal com Jesus, como seu Senhor e

Salvador.

Abri as Escrituras para eles e expliquei

as “boas novas” que Deus tinha para a família

deles:

“Se confessares com a tua boca que Jesus

Cristo é Senhor e creres em teu coração

que Deus O ressuscitou dos mortos,

serás salvo... tu e a tua casa” (Rm 10:9; At

16:31).

Foi uma grande alegria para mim introduzi-

los a um conhecimento pessoal do seu

Senhor vivo e amoroso. Expliquei-lhes como

Cristo era o verdadeiro Cordeiro Pascal para

a sua família. Na Sua Cruz, o diabo e todos

os seus demônios haviam sido derrotados –

o poder deles havia sido destruído. (Veja

Seção C 10.2 sobre a Páscoa).

O sangue de Jesus era agora a proteção e

libertação deles, assim como o sangue do

cordeiro havia sido para as famílias israelitas

em seus dias. Se eles colocassem a sua

total confiança no sangue de Jesus derramado

na Cruz por eles, e o aplicassem pela fé

em seu coração, o Espírito Santo viria.

Ele faria da presença do Senhor uma proteção

para eles. Ele os cobriria como uma

galinha cobre os seus pintinhos. Esta cobertura

os protegeria dos ataques dos demônios

que estavam atormentando o seu

filho.

Eles se ajoelharam para orarem, com lágrimas

de alegria em seus rostos. De bom

grado aceitaram a Jesus em seu coração e

foram gloriosamente salvos (nascidos de

novo).

Em seguida, contei-lhes a razão pela qual

o filho deles havia se tornado endemoninhado.

Eles haviam estado sem a proteção

que o nosso poderoso Salvador supre. O

sangue de Cristo não havia sido aplicado ao

coração deles com fé. Agora que tinham a

cobertura da presença divina de Deus, não

era mais necessário que tivessem medo.

Aí então, entramos no quarto do menino

para completarmos a obra da graça de Deus.

Expliquei-lhes que os poderes malignos não

tinham nenhum direito ou autoridade para

afligirem o filho deles. Os demônios teriam

que submeter-se à autoridade da Palavra de

Deus e do Filho de Deus. Em seguida, impusemos

as nossas mãos sobre o menino (que

estava dormindo naquela hora). Amarrei os

poderes demoníacos e ordenei-lhes que saíssem

do garoto em nome de Jesus de Nazaré.

Não houve nenhuma reação naquele momento

– nem mesmo um piscar de olhos.

Eu disse aos pais que naquele exato momento

a criança havia sido liberta. “Como o

senhor sabe?” perguntaram. “Com base na

Palavra de Deus, está consumado”, repliquei.

“Agora vão dormir. A palavra de fé foi

falada. Está consumado. Desse momento

em diante, o seu filho está bem!”

Eles se deitaram, um em cada lado do

filho, e adormeceram. Ao redor de três horas

da manhã, o menino acordou. Ele deu

386 / SEÇÃO B1 B1.3 - Mantendo-se a Vitória

um grito que estremeceu o quarto. No momento

em que acordou, os demônios clamaram

enquanto deixavam o seu corpo.

O garoto então sentou-se na cama e disse:

“Mamãe, estou com fome.” Ela pulou

da cama e rapidamente preparou-lhe uma

refeição. Imediatamente a sua força começou

a voltar, e, em pouco tempo, a sua saúde

foi completamente restaurada.

No dia seguinte, todos os vizinhos vieram

correndo para verem o que havia acontecido.

Eles foram profundamente tocados

por este milagre da graça e do poder de Deus.

Como resultado, cerca de 40 pessoas chegaram

a conhecer o Senhor Jesus como seu

Salvador.

G. CONCLUSÃO

Para todos os que estivemos envolvidos

na história acima, a seguinte passagem bíblica

assumiu um sentido e significado totalmente

novos: “E os setenta voltaram com

grande alegria e disseram: Senhor, até

mesmo os demônios se sujeitam a nós no

Teu nome. E Jesus disse-lhes: Eu vi a Satanás

caindo do céu como a um raio. Eis que

vos dei poder para pisarem em serpentes e

escorpiões. De fato dei-vos autoridade sobre

todo o poder do inimigo. E nada, absolutamente,

vos fará dano algum!” (Lc

10:17-19 simplificado).

Deus quer que caminhemos na alegria da

Sua presença, poder e proteção. Ele não nos

deu espírito de temor, e sim de poder, amor,

e de uma mente sã (2 Tm l :7).

Vivamos, portanto, em fé e regozijemonos

em nossa libertação do temor. Verdadeiramente,

somos filhos e filhas amados

na família real de Deus.

Capítulo 3

Mantendo-se a Vitória

Introdução

Jesus Cristo nos deu uma perfeita vitória

sobre o diabo e seus poderes demoníacos.

Esta foi a parte d’ Ele. A nossa parte é

aplicarmos e mantermos esta vitória, e vivermos

nossa vida como cristãos vitoriosos.

O propósito deste estudo é ajudar-nos

a fazermos isto.

Já vimos como é muito importante sabermos

quem somos em Cristo Jesus. Quando

recebemos o Senhor Jesus em nosso coração,

nascemos na amada família de Deus.

Os nossos nomes foram escritos nos registros

reais do Céu.

Por causa disto, temos uma autoridade

divina que podemos exercer para controlarmos

o nosso inimigo (o diabo e os demônios)

aqui na terra. Esta é uma emocionante e

importante verdade que estudaremos agora

mais detalhadamente.

A. UMA AUTORIDADE DIVINA

Vocês se lembram da história de Lucas

10, dos setenta discípulos que Jesus enviou

para pregarem as boas novas do Reino? Eles

retornaram muito entusiasmados. Relataram

alegremente como até mesmo os demônios

tinham que obedecê-los ao falarem em nome

de Jesus. O Senhor respondeu ao relatório

deles com as seguintes palavras, incomuns,

porém muito importantes:

“Não é somente o vosso poder sobre os

demônios que deveria trazer-vos alegria;

antes, regozijai-vos porque os vossos nomes

estão escritos no céu” (Lc 10:20 simplificado).

1. O Relacionamento nos Concede

Autoridade

A fonte da autoridade deles não era o

mero falar em nome de Jesus, e sim no

relacionamento deles com Ele (como

Senhor deles). Não podemos colocar a nossa

fé numa “fórmula mágica” de palavras. E

necessário mais do que palavras corretas

para enfrentarmos e lutarmos contra o diabo.

É necessário um relacionamento correto

com o Deus Todo-Poderoso.

Quando confessamos Jesus como nosso

Senhor e Salvador, os nossos nomes são

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 387

registrados no Céu. Recebemos a autoridade

que pertence aos filhos e filhas reais de

Deus. Este relacionamento com Cristo é a

fonte da nossa autoridade sobre o inimigo.

O filho primogênito da Rainha Elizabeth

da Inglaterra tem uma grande influência e

autoridade no reino da Grã-Bretanha. Quando

a Rainha o envia como seu representante,

o seu relacionamento com ela faz com

que as palavras deste seu filho tenham uma

grande autoridade.

Por quê? Não somente porque ele diz:

“Venho no nome da Rainha Elizabeth!” A

sua autoridade é o resultado do seu relacionamento

(de herdeiro legítimo do trono), e

não somente das palavras proferidas por ele.

Se eu me levantasse no Parlamento Britânico

e dissesse: “Estou falando com vocês

no nome da Rainha Elizabeth”, eu seria

repreendido e ridicularizado. Por quê? Porque

não tenho nenhum direito de falar no

nome dela. Não somos parentes.

Por estas mesmas razões, as nossas palavras

proferidas contra o diabo ou seus

demônios terão poder somente se estivermos

num relacionamento correto com Jesus,

o Qual triunfou sobre todos os poderes

da morte e do inferno. Até mesmo os

demônios sabem se você tem um relacionamento

correto com Jesus.

Há uma dramática história no Livro de

Atos que confirma e apóia este conceito. O

Apóstolo Paulo era muito bem-sucedido na

libertação das pessoas dos poderes demoníacos.

a. Os Sete Filhos de Sceva. Um homem

judeu chamado Sceva tinha sete filhos,

os quais decidiram tentar o “método” de Paulo

de expulsar os demônios, usando o nome

do Senhor Jesus. Ao se depararem com um

homem endemoninhado, eles falaram as seguintes

palavras: “No nome de Jesus, a Quem

Paulo prega, ordeno-vos que saiam!”

O espírito maligno respondeu-lhes: “Jesus

eu conheço, e bem sei quem é Paulo,

mas vós quem sois?” Os demônios ficaram

irados com esta falsa reivindicação ao nome

de Jesus porque aqueles rapazes não tinham

nenhum relacionamento com Jesus. Os demônios,

então, fortaleceram grandemente

aquele endemoninhado, o qual atacou todos

os sete rapazes. Ele os surrou duramente e

os expulsou daquela casa, nus e sangrando

(At 19:13-16).

Eles usaram as palavras corretas, porém

não tinham um relacionamento correto com

Deus. Os seus nomes não estavam escritos

no Céu.

2. Nomes Escritos no Céu

É interessante observarmos que os nomes

de Jesus e de Paulo eram conhecidos

pelos demônios. Parece que Deus tem um

quadro de avisos no Céu. Nele encontramse

os nomes de todos os que são Seus filhos.

Os poderes demoníacos verificam este

registro e sabem muito bem quem está nele

e quem não está. Se o seu nome estiver nele

e se você estiver andando em fé e obediência,

então você terá a autoridade e o poder

para resistir ao diabo e afugentá-lo.

Se o seu nome estiver escrito no Céu,

então ele será conhecido no Inferno!

Sim, os nomes dos retos estão escritos

no Céu. No entanto, os nomes dos ímpios

também estão registrados num outro lugar:

“Ó Senhor, Esperança de Israel, todos

aqueles que Te deixam serão envergonhados.

Os que se apartam de Ti serão escritos sobre a

terra, porque abandonam o Senhor, a fonte

das águas vivas” (Jr 17:13 simplificado).

Os nossos nomes estão gravados num

lugar ou no outro. É possível termos um

nome na terra e sermos desconhecidos no

Céu. Semelhantemente à escrita na areia, a

nossa vida será então como uma breve memória

que logo se dissipa com o passar do

tempo. As posições e poderes terrenos duram

somente um momento, quando comparados

com a eternidade.

Como cristãos, podemos nos regozijar, pois

os nossos nomes estão escritos para sempre

no Livro da Vida do Cordeiro. Fazemos parte

do propósito eterno de Deus e Ele nos deu o

388 / SEÇÃO B1 B1.3 - Mantendo-se a Vitória

poder para evangelizarmos esta terra. Os nossos

nomes escritos no Céu nos dão a autoridade

aqui na terra. Os demônios sabem, crêem

nisto, e estremecem. Deveríamos saber,

crer nisto, e regozijarmo-nos!

3. Uma Fé Como de Criança

“Aí então Jesus regozijou-Se no Espírito

Santo e disse: Graças Te dou, ó Pai, Senhor

do céu e da terra, que escondeste estas

coisas dos que são sábios aos olhos do

mundo. Ao invés, Tu as revelaste às criancinhas

– aqueles que têm uma fé simples,

como de criança. Sim, Pai, porque assim

Te aprouve” (Lc 10:21 simplificado).

Jesus também disse num outro lugar:

“Qualquer que não receber o Reino de Deus

como uma criancinha, de maneira nenhuma

entrará nele” (Mc 10:15 simplificado).

Em outras palavras, a chave para o poder

e a autoridade do Reino é uma fé simples,

como de criança. Como filhos do Rei,

temos domínio sobre o diabo e seus demônios.

Não porque sejamos pessoas grandiosas,

mas porque temos um parentesco com

Alguém grandioso. Somos filhos de Deus!

Por causa disto, não devemos ser um povo

atemorizado, e sim um povo de fé.

Deus Se deleita em usar os Seus filhos

para derrotar o inimigo. Ele escolheu um

jovem pastorzinho para matar o grande gigante

Golias. Paulo nos diz que Deus escolheu

o que o mundo chama de pobre, fraco e

tolo, para envergonhar os ricos, os poderosos

e os sábios (1 Co 1:25-30).

Isto significa que Deus pode derrotar o

diabo através de qualquer um de Seus filhos,

se souberem quem são em Cristo e

agirem na autoridade do Seu nome. Na verdade,

o nosso Pai Celestial alegra-Se muito

e regozija-Se ao ver os Seus filhos e filhas

colocando o diabo no seu devido lugar.

B. O ENGANO: A ARMA DE

SATANÁS

Se o diabo e seus demônios foram despojados

da sua autoridade pela vitória de

Cristo na Cruz, por que há tantos cristãos

derrotados? A resposta encontra-se numa

só palavra: o engano. O diabo nos engana

fazendo com que creiamos que uma mentira

é a verdade; que algo é real, quando não é;

que o errado é certo, e que o certo é errado.

Se crermos em suas mentiras, ele terá ganho

um espaço em nossa vida. Aí então, ele tomará

todo o espaço que lhe concedermos.

Ele não tem nenhum direito legal de fazer

isto, porém ele o fará se o permitirmos.

Jesus disse que o objetivo do ladrão é

matar, roubar e destruir (Jo 10:10). Satanás

é um ladrão. Ele tenta roubar e destruir o

que não é legalmente seu.

Temos sempre o poder e a autoridade de

pará-lo. Contudo, ele tenta fazer com que

pensemos que não temos este poder e autoridade.

Ele tenta aparentar e agir como se

ele estivesse no comando.

Ele quer que pensemos e nos sintamos

como vítimas fracas e desamparadas, sob o

seu poder e controle. Se puder nos enganar,

o diabo sabe que nos retrairemos atemorizados

e não o resistiremos com fé.

Se o diabo não puder nos enganar nas

coisas grandes, ele tentará nas coisas menores.

Há algum tempo atrás, um amigo meu

estava lidando com um homem endemoninhado.

Enquanto tentava expulsar o demônio

em nome de Jesus, o demônio o repreendeu

audaciosamente. “Você não pode me

expulsar porque você não jejuou!”

O que você faria se um demônio o acusasse

de não ter jejuado? Será que você se

sentiria despreparado para uma situação

destas? Isto, obviamente, era uma tentativa

do diabo de fazer com que o meu amigo

colocasse a sua fé no seu jejum, ao invés de

colocá-la no Senhor.

A princípio, o meu amigo ficou desanimado

porque ele percebera que não houvera

jejuado de antemão. Ele quase foi convencido

a retirar-se e deixar aquele homem

na situação em que se encontrava. Aí então,

ele percebeu o que o diabo estava fazendo.

Assim sendo, ele replicou veementemente:

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 389

“Seu demônio mentiroso! Eu não jejuei, mas

Jesus jejuou. Agora sai em nome de Jesus!”

E o demônio saiu – imediatamente!

1. Acusação e Condenação

As Escrituras nos dizem que devemos

estar cientes das artimanhas e táticas enganosas

do diabo (2 Co 2:11). Quais são, portanto,

os métodos pelos quais o inimigo tenta

enfraquecer a nossa fé através do temor?

Duas formas importantes são através da

acusação e da condenação.

Satanás primeiramente acusa – ou culpa

– o cristão por alguma falta, falha, ou

fraqueza em sua vida. A acusação pode ser

verdadeira ou falsa. Em ambos os casos, se

a aceitarmos, sentir-nos-emos culpados e

incapacitados. Fomos levados ao temor do

julgamento ou da condenação.

a. Convicção Versus Condenação

Precisamos ser capazes de discernirmos

ou sabermos a diferença entre:

1) a “convicção” do Espírito Santo e

2) a “condenação” do diabo

O Espírito Santo nos “convence” do pecado,

salientando-o claramente para nós.

Uma vez que tenhamos visto a nossa culpa,

arrependemo-nos (abandonamos o nosso

pecado). O verdadeiro arrependimento faz

com que nos entristeçamos por havermos

pecado contra a lei e o amor do nosso Pai

Celestial. Em seguida, o Espírito nos dirige

a confessarmos o nosso pecado e a recebermos

o perdão de Deus. Nisto tudo, somos

restaurados à alegria da nossa salvação.

“Se confessarmos os nossos pecados,

Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados,

e nos purificar de toda a injustiça –

pensamentos, palavras e ações erradas”

(1 Jo 1:9 simplificado).

“Contra Ti, contra Ti somente pequei, e

fiz o que a Teus olhos parece mal... lavame,

e ficarei mais alvo do que a neve... Esconde

a Tua face dos meus pecados e apaga-

os de diante de Ti... Cria em mim, ó Deus,

um coração puro, e renova em mim um

espírito forte e reto... Restaura em mim a

alegria da Tua salvação e dá-me um espírito

voluntário, que queira fazer a Tua vontade”

(Sl 51:4,7,9,10,12 simplificado).

Satanás, no entanto, “nos acusa e nos

condena”, tanto pelos nossos pecados, como

por nossas fraquezas. Às vezes, não somos

nem mesmo culpados das coisas de que somos

acusados. De qualquer forma, no entanto,

o seu objetivo é conduzir-nos a sentimentos

de condenação e desespero. Ele

quer que pensemos que Deus nos desamparou

e que temos poucas esperanças para

o futuro. Se não conseguir nos levar tão longe

assim, ele tentará nos manter sob uma

incômoda nuvem de desaprovação divina.

O seu desejo é enfraquecer a nossa fé de tal

modo que cheguemos até a achar que não

somos suficientemente fortes espiritualmente

para o enfrentarmos numa batalha.

É isto o que o Apóstolo João nos ensina:

“Se os nossos corações não nos condenam,

então temos fé para com Deus” (1 Jo 3:21).

Se os nossos corações estiverem pesarosos

pela condenação, então a nossa fé será fraca

ou totalmente inexistente. Sem fé não lutamos!

É isto o que o diabo quer – um cristão

que não lute, nem resista.

b. As Falsas Acusações. O nome “diabo”

significa alguém que acusa ou falsamente

culpa uma outra pessoa. Mais cristãos

são derrotados pelas acusações e condenações

do que qualquer outra coisa. O método

de ataque de Satanás é bem conhecido pela

maioria de nós, muito embora possamos não

estar cientes de quem está por detrás dele.

Aliás, seremos vítimas de um engano duplo

se não pudermos reconhecer nem o mentiroso,

nem as suas mentiras!

Por exemplo, todos nós, numa ocasião

ou noutra, já falamos com outra pessoa mais

áspera ou rispidamente do que deveríamos

ter falado. Muito embora tenhamos talvez

confessado rapidamente a nossa falta ao

Senhor, ainda assim o diabo tenta arrastarnos

para debaixo de uma nuvem de condenação.

Ele nos lembra e nos acusa, vez após

vez, da nossa conduta anti-cristã.

390 / SEÇÃO B1 B1.3 - Mantendo-se a Vitória

Arrependemo-nos do mesmo pecado repetidamente,

mas aparentemente não conseguimos

nos libertar do nosso sentimento

de culpa, o qual estraga a nossa vida de oração

e atrapalha a nossa adoração. Além disso,

este sentimento rouba a nossa fé e alegria,

e enfraquece a nossa fé. Temos medo

de engajarmo-nos em batalhas espirituais,

por nós mesmos, e em prol dos outros. Satanás

será bem rápido em nos dizer que estamos

à sua mercê porque fracassamos em

nosso caminhar cristão. Parece familiar?

2. Pensamentos Malignos e

Mentirosos

Uma outra forma pela qual o diabo nos

ataca é atirando pensamentos malignos em

nossas mentes como “dardos flamejantes”.

Eles podem vir até mesmo em momentos

especiais, como por exemplo, durante as

nossas orações, durante a adoração, ou até

mesmo durante a Santa Ceia.

Se o inimigo puder nos tentar para que

desenvolvamos os pensamentos em palavras

ou ações malignas, ele o fará.

Se, no entanto, formos rápidos em resistir

a estas tentações, ele tentará uma outra

tática: a condenação. Ele nos acusará de termos

uma mente maligna e um coração impuro.

Ele nos dirá que outros cristãos nunca

têm pensamentos deste tipo. Talvez ele

até chegue ao ponto de dizer que estamos

em perigo de perdermos tudo o que Deus

tem para nós. Ele ampliará a sua obra de

condenação em nossa vida tanto quanto

possível.

Se aceitarmos estas mentiras do diabo,

ficaremos desamparados, desesperados e

sem nenhuma fé. Os dardos flamejantes do

diabo terão produzido as chamas da dúvida

e do temor. Aí então, quando nos depararmos

com um problema espiritual, não teremos

a fé para nos achegarmos a Deus, nem

para resistirmos ao diabo. Assim sendo,

abrimos mão, cedemos e desistimos. Não é

de se admirar que Pedro dissesse:

“Sede sóbrios, vigiai, porque o vosso

adversário, o diabo, anda em derredor,

bramando como leão, buscando a quem

possa tragar e destruir” (1 Pe 5:8 simplificado).

C. NOSSAS DEFESAS CONTRA O

DIABO

1. Três Princípios Básicos

Como lidamos com este problema das

condenações? Como podemos enfrentar as

mentiras e acusações do nosso enganador, o

diabo? A resposta envolve três verdades ou

princípios básicos:

a. Concorde rapidamente com o seu

adversário.

b. A resposta “Sim – Mas!”

c. Volte-se para Jesus como seu refúgio.

2. Os Princípios Detalhados

Estudemos agora estas três verdades

mais detalhadamente. Juntas, elas formam

uma forte defesa contra os ataques do nosso

adversário (inimigo), o diabo.

a. Concorde com o Seu Adversário.

Foi Jesus que disse: “Concorde com o seu

adversário rapidamente...” (Mt 5:25). Ele

estava Se referindo a um inimigo que está

tentando acusar alguém diante de um tribunal.

O nosso “adversário”, obviamente, é o

diabo. Ele sempre tenta acusar-nos, não

somente diante de nós, mas também diante

do Trono de Deus.

A princípio, talvez pareça errado concordarmos

com um inimigo deste tipo. No

entanto, se as suas acusações forem verdadeiras,

não venceremos tentando defender a

nós mesmos. Se de fato caímos ou fracassamos

aos olhos do Senhor, não adiantará nada

negarmos o fato. A nossa autoridade sobre

o diabo não se baseia em nossa santidade ou

boas obras. Às vezes, pecamos e nos afastamos

muito do santo propósito de Deus

para a nossa vida em Cristo.

Jesus não nos falou para discutirmos

com o diabo e nos defendermos. Ele disse

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 391

que deveríamos concordar com ele, e que

deveríamos fazê-lo rapidamente. O que Ele

quis dizer com isto, e como funciona? Consideremos

um exemplo possível:

b. “Sim – Mas!” O diabo acabou de

acusá-lo, por exemplo, de ter tido um pensamento

sombrio e maligno. Você responde

com as palavras: “SIM, diabo, você está

certo, e eu estava errado. MAS...” Agora

vem a resposta que deixa o diabo totalmente

derrotado. “SIM, você está certo, MAS

o sangue de Jesus Cristo me purificou

de todo pecado.”

Você não pode ser justificado com base

na sua própria retidão, tentando negar as

suas falhas. Você sabe que você falhou, e o

diabo também o sabe. Se você tentar discutir

com ele sobre este ponto, você já terá

perdido antes mesmo de começar. Não; o

fundamento para a nossa fé não é a nossa

bondade, e sim a retidão de Cristo, com a

qual nos revestimos.

c. Volte-se Para Jesus. O que fazemos,

então, quando o inimigo estiver tentando

fazer com que nos retraiamos, atirando

em nós seus grandes dardos de acusações

e condenações? Concordamos rapidamente

com ele e voltamo-nos imediatamente

para Jesus como nosso refúgio. Ele é a

nossa fortaleza e segurança.

Quando tentamos enfrentar o inimigo

fundamentados em nossa santidade ou retidão,

estamos sendo afastados do nosso refúgio

em Cristo. No momento em que fazemos

isto somos derrotados.

Fora de Jesus não temos nenhuma defesa.

Em Cristo Jesus, no entanto, não somente

estamos protegidos e seguros, mas

também certos de uma vitória perfeita.

1) Não Há Condenação em Cristo.

Sim, a condenação é uma poderosa arma

nas mãos de Satanás. Ele é muito astuto em

sua utilização. Ele pode até mesmo nos abordar

como um “anjo de luz” (2 Co 11:14).

Ao fazer isto, ele tenta enganar-nos a pensarmos

que o nosso sentimento de condenação

é proveniente de Deus.

Como já dissemos anteriormente, Deus

de fato nos convence do pecado. O propósito,

no entanto, é levar-nos ao arrependimento

e ao perdão. Depois que nos arrependemos

e fazemos as restituições (se o

nosso pecado foi contra uma outra pessoa),

quaisquer sentimentos de culpa remanescentes

não são de Deus – são a condenação

do diabo.

Deus nunca nos condena quando pecamos

ou falhamos, caso nos arrependamos

e confessemos o nosso pecado a

Jesus (1 Jo 1:9). Ele veementemente repreende

e corrige a nossa vida, porém sempre

com amor. A Sua correção nunca traz nem

mesmo a menor insinuação de rejeição. Corrigir-

nos, sim. Rejeitar-nos, não! Fomos

aceitos para sempre na retidão de Cristo.

“Quem ousará acusar-nos, se foi Deus

que nos escolheu para Si? O Próprio Deus?

Não! Foi Ele Quem nos perdoou e nos justificou

diante de Si Mesmo. Quem então nos

condenará? Cristo? Não! Foi Ele Próprio

que morreu por nós e foi ressuscitado até a

destra de Deus, onde intercede por nós...

Portanto, agora não há nenhuma condenação

para os que estão em Cristo Jesus!”

(Rm 8:33,34; 8:1 simplificado).

Satanás é a fonte da nossa condenação.

Ele encontra uma área de fraqueza em nossa

vida e vez após vez, a coloca diante de nós.

Ele a usa para incutir em nosso coração sentimentos

de culpa, temor, dúvida e desespero.

Através das suas mentiras, ele tenta

nos afastar do nosso refúgio em Cristo – a

nossa justiça n’Ele. Se for bem-sucedido,

ele sabe que não resistiremos, nem nos oporemos

a ele com fé.

É este o motivo pelo qual precisamos

saber o que foi ensinado acima. Caso contrário,

não seremos cristãos vitoriosos e felizes.

2. Permanecendo Justos em Cristo

Através da Sua morte na Cruz, fomos

salvos da culpa e da penalidade dos nossos

pecados. Estamos jus-ti-fi-ca-dos (que sig392

/ SEÇÃO B1 B1.3 - Mantendo-se a Vitória

nifica justos, como se nunca tivéssemos

pecado diante de Deus).

Além disso, também fomos “santificados”

– tornamo-nos santos e retos em

Cristo. Quando Deus olha para nós, Ele

não vê os nossos pecados, fraquezas, ou

falhas, e sim a retidão do Seu Filho. Somos

aceitos n’Ele e recebemos a bondade da Sua

vida!

Não somente permanecemos sem temor,

em Cristo, diante de um Deus santo, mas

podemos também enfrentar sem temor todos

os espíritos malignos. A nossa posição

de retidão em Cristo é a base da nossa vitória

sobre o diabo.

3. Uma Defesa Tripla

Satanás sabe disto, mas Ele não quer que

o saibamos – ou que vivamos no poder que

isto tem. Para ele, significa a derrota. Portanto,

ele tenta destruir a nossa fé e a nossa

disposição de resisti-lo, usando o pesado

bordão da condenação. Não é de se admirar

que Paulo nos dissesse que “devemos estar

cientes das suas astutas e enganosas táticas”

(2 Co 2:11 simplificado).

Vemos, portanto, que a nossa defesa

contra as condenações do diabo é tripla:

a. Concordamos com o nosso adversário,

mas

b. reivindicamos a retidão que temos

em Cristo, e

c. voltamo-nos para Jesus como nosso

refúgio.

Agora estamos prontos para prosseguirmos

confiantemente em direção à vitória.

4. A Espada do Espírito

Jesus é o nosso exemplo para a vida vitoriosa.

A Sua vitória sobre o diabo e os

poderes demoníacos foi obtida pelo uso da

Palavra de Deus. Durante as Suas tentações

e provações no deserto, Jesus refutou e derrotou

ao diabo usando as Escrituras – “Está

escrito!”

“Refutar” significa provar que a palavra

de alguém está errada, falando-se a verdade.

Jesus refutou as palavras do diabo, falando

a Palavra de Deus. Jesus venceu com a

Palavra, e nós podemos vencer também!

D. OS VENCEDORES SÃO

VITORIOSOS

A derribada final de Satanás é descrita

no Livro do Apocalipse com muito sentimento

e veemência. O nosso papel como

vencedores também é explicado. A base dupla

para a nossa vitória sobre o diabo é de

grande interesse:

“Então ouvi uma grande voz nos céus,

dizendo: Aconteceu finalmente! A salvação

de Deus e o poder, domínio, e autoridade

do Seu Cristo estão finalmente aqui. O acusador

dos nossos irmãos foi derribado. Ele

os acusava dia e noite diante do nosso Deus.

E os nossos irmãos o derrotaram pelo sangue

do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho

– a palavra da verdade falada...”

(Ap 12:10,11 simplificado).

1. Duas Chaves Para a Vitória

As duas chaves para sermos vencedores

são:

a. O Sangue do Cordeiro – que lavou

os nossos pecados, e, portanto, somos aceitos

por Deus (exatamente como se nunca

tivéssemos pecado).

b. A Palavra do Nosso Testemunho –

que são as nossas palavras proferidas de

acordo com o que Deus disse na Bíblia.

2. Usando as Chaves

a. Pelo Sangue do Cordeiro. Como

vencemos pelo “Sangue do Cordeiro”?

Tenho certeza que vocês compreendem

que o “Cordeiro” da maneira usada neste

versículo se refere a Jesus. Vocês se lembram

que, ao ver Jesus aproximando-Se para

ser batizado, João Batista disse: “Eis o Cordeiro

de Deus que tira o pecado do mundo”

(Jo 1:29,36).

Quando os discípulos de João ouviram

Jesus sendo citado como “O Cordeiro de

Deus”, eles deixaram João e seguiram JeA

VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 393

sus. Como israelitas, compreendiam muito

bem o significado disto. Os israelitas experimentavam

o perdão e a expiação (que significa

sermos redimidos ou reconciliados

com Deus) através do seguinte processo:

Deus havia prescrito que um cordeiro

fosse trazido, como oferta pelo pecado, ao

altar de bronze do Templo. O pecador, então,

impunha as suas mãos sobre a cabeça

do cordeiro, enquanto este último jazia sobre

o altar e o pecador confessava os seus

pecados. Através deste processo, os pecados

confessados eram transferidos ao cordeiro.

Devido ao fato de que a penalidade para

o pecado era a morte, o cordeiro, então, tinha

de morrer no altar. O cordeiro não morria

por haver pecado. O cordeiro era morto

em lugar do pecador (o que realmente merecia

morrer). O cordeiro tornava-se um sacrifício

em substituição pelo pecador, morrendo

em seu lugar.

1) Jesus Derramou o Seu Sangue

Por Nós. Isto ilustra o que Jesus fez na

Cruz por você e por mim. Nós éramos os

que mereciam morrer pelos nossos pecados.

No entanto, Jesus (o Cordeiro) morreu

como nosso substituto – em nosso lugar.

Eu deveria estar pendurado lá naquela Cruz,

porém Jesus tomou o meu lugar (e o seu).

Assim sendo, posso ser reconciliado com

Deus. Sou perdoado e desfruto de uma justificação

diante de Deus – “justo”, como

se nunca tivesse pecado.

Devido ao fato de que os nossos pecados

são “perdoados e esquecidos” pelo sangue

que Jesus derramou na Cruz por nós (como

Cordeiro), o diabo odeia o sangue de Jesus.

2) O Sangue de Jesus é Poderoso

Contra o Inimigo. Aquela Cruz e o sangue

que Jesus derramou nela por nós derrotaram

o diabo e os demônios. Por isto, eles

odeiam o sangue de Jesus.

A minha primeira tentativa de expulsar

um demônio foi em 1948. Eu era um cristão

jovem, com mais zelo do que conhecimento

ou sabedoria. Ao tentar expulsar o espírito

maligno daquele homem, eu estava tentando

fazer algo muito além do meu desenvolvimento

e experiência espiritual.

Contudo, com essa tentativa, aprendi

algo que permaneceu comigo a minha vida

inteira. Quando falei com o demônio e lhe

disse para sair daquele homem, o demônio

gritou: “O sangue de Jesus é sangue de porco!”

O demônio repetiu esta terrível profanidade

várias vezes. Isto me deu arrepios

que subiam e desciam nas minhas costas.

Com isto, compreendi o tremendo poder

que o sangue de Jesus tem contra os

desígnios e artimanhas de Satanás e seus

seguidores demoníacos.

O “Sangue do Cordeiro” manteve Satanás

(o destruidor) do lado de fora das casas

dos israelitas na noite de Páscoa no Egito.

O sangue dos cordeiros sacrificiais do Antigo

Testamento impedia que Satanás reivindicasse

os retos que acreditavam. Na morte,

os que eram “salvos pelo sangue” iam para o

Paraíso – longe do alcance e da reivindicação

de Satanás (Veja Lucas 16:19-26).

O sangue tem frustrado os planos do

diabo por todos os séculos. Não é de se

admirar que os escritores do Novo Testamentofalassem

tão entusiasticamente sobre

o sangue de Jesus.

“ ...fostes redimidos... com o precioso

sangue de Cristo... Ele (Jesus) nos amou e

nos lavou dos nossos pecados no Seu Próprio

sangue... Ele nos redimiu a Deus pelo

Seu sangue, de toda a tribo, e língua, e povo,

e nação...” (1 Pe 1:18,19; Ap 1:5; 5:9 simplificado).

3) Clame o Sangue. O meu bom amigo

David contou-me a história do seu pai, o

qual havia sido um anglicano, mas que realmente

se converteu, foi batizado no Espírito

Santo, e tornou-se um pregador pentecostal

na Inglaterra.

Ele tinha os seus trejeitos engraçados.

Um deles era andar o tempo todo cantarolando

e sussurrando: “Sob o Sangue, Senhor!

Sob o Sangue!”

Certo dia, David perguntou ao seu pai:

394 / SEÇÃO B1 B1.3 - Mantendo-se a Vitória

“Por que você faz isto, pai?” Com uma voz

bem alta, o seu pai respondeu: “Bom, você

conhece alguma outra coisa que seria melhor

para um homem velho sussurrar?”

David não respondeu, mas em sua mente

pensou: “Não! Acho que não, velhinho.

Não consigo pensar em palavras melhores

do que estas para preencherem o ambiente

ao meu redor.” Portanto, David decidiu adotar

o mesmo hábito, e, frequentemente anda

para lá e para cá sussurrando a mesma coisa.

E você? O que você sussurra?

“E os nossos irmãos o venceram pelo

sangue do Cordeiro e pela palavra do seu

testemunho – a palavra da verdade falada...”

(Ap 12:10,11 simplificado).

Quando você resistir o inimigo em oração,

diga as seguintes palavras; “Poderes

das trevas, eu clamo o sangue de Jesus contra

vocês. Ordeno-lhes a libertarem esta

pessoa em nome de Jesus. O sangue de Jesus

comprou a liberdade desta pessoa, e

ordeno-lhes a saírem e a abrirem mão desta

vida agora mesmo!”

Este tipo de oração e confissão de fé faz

com que os demônios tremam e fujam. Use

o sangue de Jesus em oração. É uma forte

arma espiritual.

b. Pela Palavra do Seu Testemunho.

1) Nossa Salvação. Há poder no que

dizemos – o nosso testemunho ou confissão.

Sabemos que aparte do homem na salvação

é:

a) crer em seu coração, e

b) confessar com a sua boca.

“Se confessares com a tua boca que Jesus

é Senhor e creres em teu coração que

Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo”

(Rm 10:9 simplificado).

Quando cremos e também confessamos

que Jesus morreu – que derramou o Seu

sangue – pelos nossos pecados e confessamos

que Deus em seguida O ressuscitou

dos mortos, somos salvos e entramos na

vida cristã vitoriosa.

2) Nossa Confissão. Uma coisa é entrarmos

na vitória da vida de Cristo, mas

como continuamos andando em vitória sobre

Satanás? Bem, obtemos a vitória e a

mantemos da mesma forma – pela confissão

da nossa boca.

Muitos de nós consideramos os nossos

problemas com pensamentos de dúvida,

temor e desespero. Deveríamos, no entanto,

resistir ao inimigo, falando palavras de

fé, esperança e amor.

A palavra confissão significa “dizer a

mesma coisa que”, ou “concordar com”.

Quando confessamos os nossos pecados,

estamos concordando com Deus que eles

são errados. São prejudiciais para nós e dolorosos

para Ele. Não negamos nem damos

desculpas pelos nossos pecados, mas dizemos

a mesma coisa que Deus diz sobre eles.

Esta é a parte negativa ou o lado triste

da nossa confissão.

Não somente confessamos os nossos

pecados, mas confessamos também o que

Deus diz na Sua Palavra (a Bíblia) sobre a

nossa salvação, provisão financeira, curas e

bênçãos.

Quando estamos doentes, confessamos:

“Eu sou o Senhor teu Deus que te cura...

Ele cura todas as minhas enfermidades...

Pelas Suas pisaduras eu sou curado...” (Êx

15:26; Sl 103:3; Is 53:5 simplificado).

Esta é Palavra de Deus e concordamos

com Ele. É correta e verdadeira para nós!

Esta é a parte positiva ou lado alegre da

nossa confissão.

3. A Vitória no Tribunal Celestial

A Bíblia diz que Jesus é “o Sumo Sacerdote

da nossa confissão” (Hb 3:1). Isto significa

que Ele trabalha com o que dizemos para

aplicar a vitória para nós. “Ele vive para fazer

intercessão por” (Hb 7:25 simplificado).

Há um aspecto legal quanto à nossa salvação

que se relaciona com a nossa confissão.

Jesus é o nosso advogado. Para Ele ser

bem-sucedido como nosso advogado, dependerá

principalmente da nossa confissão

(o que dizemos).

Satanás visita o Céu habitualmente para

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 395

acusar aos irmãos (Veja Jó Capítulos l e 2 e

Apocalipse 12:10). Quando ele faz isto,

como Jesus responde e refuta as acusações

de Satanás? Pelo seu testemunho: – pelo

que você diz!

a. As Três Coisas Ditas. Um famoso

evangelista americano explicou isto da seguinte

maneira:

Quando o diabo está acusando você diante

de Deus, há três coisas que são ditas:

1) O que o diabo diz;

2) O que a Bíblia (a Palavra de

Deus) diz;

3) O que você diz!

Se você concordar com a Palavra de Deus

e disser o que a Palavra de Deus diz, então

o seu testemunho será usado por Jesus para

refutar as acusações do diabo.

b. Representação de Quatro Funções.

Imaginemos o átrio celestial como sendo

o grande tribunal de justiça de Deus.

Quatro funções diferentes podem ser vistas

neste cenário:

1) O “Juiz”, que decide quem é culpado

e qual será a penalidade.

2) O “promotor”, que tenta provar

que o acusado é culpado, de acordo com as

acusações.

3) O “réu”, que foi acusado e precisa

de alguém que o defenda das acusações.

4) O “Defensor”, que tenta provar

que o seu cliente não é culpado, conforme

as acusações.

c. Quem São os Representantes?

Quem são os representantes destas funções,

no tribunal celestial? Eles são os seguintes:

1) O Juiz é o Próprio Deus, que é

totalmente sábio e justo.

2) O promotor é o diabo, também conhecido

como “o acusador dos irmãos”.

3) O réu é o crente (você ou eu), que

entrou na condenação do diabo.

4) O Defensor é Jesus Cristo, o nosso

Advogado e Intercessor.

d. O Julgamento. O promotor fala primeiramente,

pressionando as suas acusações

contra nós diante do Juiz. Algumas

das suas acusações são verdadeiras; outras,

porém, não são.

O caso dele é tão convincente que talvez

nos sintamos confusos e temerosos. Em

caso afirmativo, provavelmente ficaremos

cabisbaixos e não diremos nada. Ou, o que é

pior ainda, talvez tentemos nos defender e

até mesmo negar as acusações verdadeiras.

Isto poderia causar a nossa derrota, pois

o nosso Defensor precisa apresentar o nosso

caso com base no que confessamos. Jesus

explicou isto, de forma simples, porém,

poderosa, com as seguintes palavras: “Terás

qualquer coisa que disseres!” (Mc

11:23 simplificado).

É muito mais sábio concordarmos com o

nosso adversário, o promotor, onde talvez

estejamos errados, porém também afirmarmos

que a penalidade pelos nossos erros já

foi paga pelo nosso Defensor – com o Seu

próprio sangue.

Aí então entregamos a nossa defesa a Jesus.

Ele tomará a nossa confissão de pecado

e salvação e pleiteará, diante do Seu Pai e

nosso Juiz, a Sua própria morte na Cruz.

Com base na Cruz e em seu Sangue derramado,

a justiça foi satisfeita. O Juiz nos

declara inocentes e somos libertos, sem penalidade

alguma. O promotor foi derrotado.

Ele não tem mais nenhum fundamento para

as suas acusações. Ele foi vencido pelo

sangue do Cordeiro E pela palavra do

nosso testemunho!

Além disso, uma vez que tenhamos sido

inocentados de todas as suas acusações, ficamos

numa posição de poder acusá-lo por

todas as mentiras que usou em sua tentativa

de causar a nossa derrota. Confessando a

verdade, não somente somos libertos, mas

também permitimos que o próprio inimigo

seja colocado mais tarde na mesma prisão

(inferno) que havia preparado para nós.

E. REVISÃO DOS PRINCÍPIOS

Unimos quatro princípios básicos no estudo

da vida cristã vitoriosa, os quais merecem

uma revisão nossa:

396 / SEÇÃOB1 B1.4- LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

1. Rejeite a Condenação – Aceite a

Convicção;

2. Concorde Rapidamente com o

Seu Adversário;

3. Volte-se Para Jesus Como Seu

Refúgio;

4. Use a Espada do Espírito – a Palavra

de Deus;

5. Faça a sua Confissão de Fé a Jesus

Para que Ele o Defenda.

Que estas verdades sejam estabelecidas

em nosso coração e mente. Com elas podemos

ser vencedores o tempo todo. Elas são

uma defesa segura e forte contra os ataques

do diabo.

Ele não pode mais empregar suas

armas de acusação e de condenação para

enfraquecer a nossa fé e as nossas orações.

Levantar-nos-emos, falaremos confiantemente,

e libertaremos a nós próprios

e aos outros com a infalível Palavra do

Senhor.

A VITÓRIA É NOSSA AGORA E PARA

SEMPRE!

Capítulo 4

LIVRES! Para nos Casarmos

com Outra Pessoa

Introdução

Há uma violenta guerra sendo travada

dentro de mim e que causa muito mais transtorno

do que qualquer conflito externo com

que me deparo. Meu problema principal

não é o diabo e seus demônios, e sim eu

próprio. Minha própria natureza pecaminosa

é o meu maior inimigo.

Como já vimos em nossos capítulos anteriores,

temos inimigos internos e também

externos – no lado de dentro e do de fora.

Os nossos inimigos externos são o diabo e

seus demônios. Já estudamos os princípios

pelos quais estes adversários podem ser

vencidos. O propósito deste capítulo é abordarmos

os nossos inimigos internos.

Por muitos anos eu culpei o diabo e seus

demônios por todas as coisas. Aí então descobri

que a maioria da minhas batalhas espirituais

eram comigo mesmo. Não tinha

que olhar muito longe para encontrar o meu

maior inimigo. Descobri que eu o encaro

todas as manhãs no espelho.

Descobri também que não sou o único

que enfrenta este mesmo problema. Isto se

aplica a todos os cristãos em toda parte.

É óbvio que um problema tão grande e tão

disseminado assim precisa de uma boa solução!

Sim, e Deus tem a resposta! Ele nos conhece

melhor do que nós próprios nos conhecemos

e nos providenciou um remédio em

Cristo Jesus. A nova aceitação deste remédio

nos fornece uma vitória certa e garantida.

A. NOSSAS DUAS NATUREZAS

Há um desequilíbrio mental chamado de

“esquizofrenia”. Esta palavra significa uma

mente dupla. Refere-se a um problema mental

em que a pessoa pode apresentar sintomas

de uma “personalidade dupla”. A pessoa pensa

e age como se fosse duas pessoas diferentes.

Num dado momento, talvez fale e reaja de

maneira normal, porém, mais tarde, o seu comportamento

será exatamente o oposto.

Há uma espécie de “esquizofrenia espiritual”

para o crente. Sofremos do que às vezes

parece ser uma personalidade dupla dentro de

nós. Em certas ocasiões demonstramos em

nossa vida as maravilhosas qualidades da vida

de Cristo. Somos alegres, pacíficos, bondosos

e amáveis. Em outras ocasiões, para consternação

nossa, talvez somos ríspidos, irritadiços

e difíceis de se conviver. Não queremos estar

nestas condições, mas estamos!

Muito embora tentemos ser doces, agradáveis

e maravilhosos, acabamos sendo azedos,

maldosos e infelizes. Sabemos disto –

e os outros o sabem também. Parece que

estamos sendo puxados em duas direções

diferentes ao mesmo tempo. Sentimo-nos

como se houvesse uma grande guerra sendo

travada dentro de nós, e, em geral, estamos

do lado que está sendo derrotado.

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 397

“O que está acontecendo?”, talvez nos

perguntemos. “Será que tenho uma personalidade

dupla?” A resposta é simples:

“Sim, você tem!”

Ao receber a Cristo em sua vida, você recebeu

uma nova natureza: a natureza d’ Ele. O

Espírito Santo entrou em sua vida como o

Espírito de Cristo. Ele fez do seu coração a

residência d’ Ele. A Bíblia refere-se a esta nova

natureza como sendo o “novo homem.”

A sua natureza, independentemente de

Cristo, é chamada de “velho homem”. Às

vezes, a nossa antiga natureza é chamada de

carne, homem carnal, antiga natureza adâmica,

ou simplesmente de ego. É a mesma natureza

que o primeiro homem Adão tinha, após pecar

e ser separado da Árvore da Vida (Gn 3).

Todos os termos acima referem-se a um

estilo de vida imaturo e não-espiritual. Se não

conseguirmos viver nossa vida no poder e

motivações que são postos ao nosso dispor

pelo Espírito Santo de Deus (Romanos 5 a 8),

expressaremos a vida de “natureza adâmica”,

segundo os termos expressos abaixo.

Podemos colocar estes termos num diagrama

simples da seguinte maneira:

Antiga Natureza

Adâmica

Velho Homem

Antiga Vida do Ego

Carne (Carnal)

Natureza Pecaminosa

Homem Anímico

(da Alma)

Mente Carnal

Os Sentidos

e a Razão

Separados do

Espírito de Deus

Nova

Natureza de Cristo

Novo Homem

Nova Vida de Cristo

Espírito (Espiritual)

Natureza Santa

Homem Espiritual

Mente Espiritual

Os Sentidos

e a Razão

Submissos ao

Controle do

Espírito de Deus

desejos bem diferentes. O velho homem é

bem egocêntrico, ao passo que o novo homem

tem Cristo como o centro. Estas duas

naturezas entram em conflito e estão em

guerra uma com a outra. Esta é a causa do

nosso problema.

Deus previu o conflito que surgiria dentro

de nossa vida após aceitarmos ao Seu

Filho como nosso Senhor e Salvador. Portanto,

Ele tem um poderoso remédio para o

nosso problema. A Sua resposta centralizase

na vida e na morte do Seu Filho. Ela envolve

uma verdade que, quando compreendida

e obedecida na prática, nos concede a

vitória sobre o nosso inimigo interno.

2. A Vitória

O Apóstolo Paulo tenta explicar a base

para uma vida vitoriosa. Ele a compara ao

relacionamento conjugal. Eis aqui este conceito

em suas próprias palavras:

“Irmãos, todos vós compreendeis a lei

de Moisés. Sabeis certamente que a lei tem

domínio sobre uma pessoa somente enquanto

estiver viva. Por exemplo, a mulher precisa

permanecer casada com o seu marido

enquanto ele estiver vivendo. Mas, se o seu

marido morrer, então ela estará livre da lei

do casamento.

“Mas caso se case com um outro homem

enquanto o seu marido ainda estiver

vivo, a lei diz que será culpada de adultério.

Mas, se o seu marido morrer, aí então a

mulher estará livre dos laços do matrimônio.

Caso se case com um outro homem

depois que o seu marido morrer, então não

será culpada de adultério.

“Da mesma forma, meus irmãos, o vosso

antigo ego [marido] morreu, por assim

dizer, com Cristo na Cruz. Assim sendo,

não sois mais dominados pela lei. Agora

podeis estar casados com um Outro, com

Cristo, o Qual foi ressuscitado dos mortos.

N’Ele tendes uma nova vida e podeis dar

frutos para Deus’’ (Rm 7:1-4 simplificado).

a. Nosso Primeiro Marido. No exem-

1. O Conflito

O velho homem (a nossa carne) e o novo

homem (o Espírito) são opostos por natureza.

Moram na mesma casa, porém têm

398 / SEÇÃOB1 B1.4- LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

plo de Paulo acima, a pessoa não-redimida

(Não-salva) é como uma esposa que se casou

com um marido cruel, o qual representa

as leis dadas por Moisés – que condenam.

Se você quebrasse a lei de Moisés (sob as

regras do Antigo Testamento) você poderia

ser apedrejado e morto. A lei nos condenava

pelo pecado, porém não nos concedia nenhum

poder para vivermos uma vida santa.

Quando a lei dizia: “Não cobiçarás!”, o

Apóstolo Paulo disse que esta lei fez com

que ele quisesse cobiçar ainda mais. O mandamento

não o libertava da cobiça, e sim

tornava-o super-cobiçoso.

Você já viu um aviso que diz: “Tinta

Fresca – Não Toque!” O que faz a maioria

das pessoas que vêem um aviso deste tipo?

Você está certo! Estendem a mão e o tocam,

para verificarem se é tinta fresca. O mandamento

“não tocarás” produz o comportamento

oposto ao que ele ordena.

É assim que é a nossa antiga natureza.

Ela sempre quer fazer o que nos foi ordenado

a não fazermos. A lei somente reforça e

amplifica esta tendência.

Portanto, o nosso casamento com a lei

(os mandamentos), a qual amplificou a nossa

natureza pecaminosa, precisa ser tratado

se quisermos ser cristãos vitoriosos. Caso

contrário, estaremos violando os mandamentos

de Deus (que é algo que, como cristão,

não queremos fazer).

b. Nosso Novo Marido. Paulo explica

nos versículos acima, a maneira pela qual a

esposa pode ser liberta do casamento (ou

lei) com este marido. Ela ficará liberta se o

seu marido morrer. Somente assim a esposa

ficará liberta deste casamento.

O nosso primeiro marido, portanto, é

uma imagem (protótipo ou metáfora) do

nosso “velho homem” ou natureza pecaminosa,

a qual é incitada e motivada a pecar

pela lei (os mandamentos de Deus através

de Moisés). Como podemos ser libertos

deste marido (a lei e as suas influências no

nosso velho homem)?

Paulo explica a resposta em Romanos

Capítulo 7. O nosso “velho homem” (marido)

foi crucificado com Cristo. O nosso

velho homem foi pregado na Cruz com Cristo

e morreu com Ele. Portanto, fomos libertos

deste marido (a nossa antiga natureza

pecaminosa e a lei) para nos casarmos com

um outro – Cristo.

1) Crucificados com Cristo. Gostaria

de contar-lhes uma história para ajudarlhes

a compreenderem melhor como fomos

crucificados com Cristo. Um amigo meu estava

pedindo (em oração) que Jesus lhe mostrasse

como ele havia sido crucificado com

Cristo. Em resposta à sua oração, o Senhor

lhe deu uma visão.

Na visão, meu amigo viu Jesus morrendo

na Cruz. Aí então, a visão mudou e foi

como se o corpo de Jesus na Cruz estivesse

se tornando transparente ou cristalino como

o vidro. Dentro de Jesus, o meu amigo viu a

si mesmo. Jesus falou com ele e disse: “Você

estava dentro de mim quando fui crucificado.

Assim sendo, você foi crucificado Comigo.”

Aí então o meu amigo compreendeu.

Sim! Fui crucificado com Cristo!

A verdade é que Deus-Pai me escolheu

“em Cristo” antes da fundação do mundo

(Ef 1:4). O Pai olhou para a frente, para a

noite de domingo de 12 de outubro de 1947

e viu que Ralph Mahoney arrepender-se-ia

naquela noite e receberia Jesus como seu

Senhor e Salvador.

Vendo isto através da Sua presciência, o

Pai disse: “O Ralph não conseguirá viver

em vitória a menos que Eu crucifique (mate)

aquela antiga natureza pecaminosa com a

qual ele nascerá.”

Virando-Se para Jesus (a Segunda Pessoa

da Trindade), o Pai disse: “Jesus, quando

entrares no mundo para morreres na

Cruz, colocarei o Ralph Mahoney em Ti,

porque ele crerá em Ti.” Jesus pesarosamente

concordou com isto.

Pesarosamente porque, para fazer isto,

Ele (que nunca conhecera o pecado, a desobediência

e a rebeldia) teria que ser transformado

à semelhança do Ralph e introduA

VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 399

zir a natureza pecaminosa do Ralph em Si

Mesmo. Muito embora isto fosse causar a

Jesus uma indescritível dor e agonia, Ele me

amou tanto a ponto de estar disposto a fazer

isto.

Ele não somente pagaria o preço pela

penalidade do meu pecado, morrendo. Ele

também me libertaria do hábito, força e controle

do pecado em minha vida, permitindo

que eu morresse n’Ele.

2) Livre Para Casar com Cristo. Assim

sendo, a minha antiga natureza pecaminosa

e a sua tendência de querer

desobedecer a lei de Deus morreram na

Cruz. Devido ao fato de que o meu “velho

homem” (marido) está morto, isto me deixa

livre para casar-me com Cristo – submeter-

me à Sua autoridade e controle.

Neste relacionamento, Cristo me concede

o poder do Espírito Santo para que eu

não somente QUEIRA obedecer às leis de

Deus, mas para que também as obedeça de

fato. O Espírito Santo me concede o poder

para OBEDECER.

Nós, os que cremos em Jesus, não estamos

mais casados com o nosso “velho

homem” ou natureza adâmica (a natureza

que recebemos do nosso ancestral

pecaminoso, Adão) e sim com Cristo Jesus.

Ele Se tornou o nosso novo marido, e

somos a Sua Noiva. Compartilhamos agora

da Sua vida e Sua natureza. Ele é o nosso

Senhor. Não estamos mais sob o controle

do nosso “velho homem”.

B. UM EXEMPLO DO ANTIGO

TESTAMENTO

1. Três Personagens Principais

Há uma história no Antigo Testamento

que ilustra o ensinamento do Apóstolo Paulo

em Romanos Capítulo 7. Encontra-se no

vigésimo-quinto capítulo de Primeiro Samuel.

A história envolve três personagens

principais:

a. Abigail: uma encantadora mulher

casada;

b. Nabal: o rico, porém malvado marido

(velho homem) de Abigail;

c. Davi: um homem ungido, escolhido

por Deus para ser o próximo

rei de Israel.

2. Os Detalhes Sobre os

Personagens

a. Abigail. As Escrituras descrevem

Abigail como sendo uma mulher sábia e formosa,

e com um coração generoso e humilde.

Havia uma bela unção profética em sua

vida. Verdadeiramente ela era uma mulher

de Deus muito nobre e graciosa. Infelizmente,

era casada com um homem que era uma

mancha em sua graça, beleza e caráter.

b. Nabal. O marido de Abigail, Nabal,

era um tolo, medíocre, rude, sem consideração

e teimoso, e que também muitas vezes

encontrava-se embriagado por beber vinho

demais.

É de fato um quadro triste. Além disso,

Abigail estava presa a seu marido pelas leis

do casamento – até que a morte os separasse.

Somente então ela estaria livre para casar-

se com um outro.

c. Davi. Diferentemente de Nabal, Davi

era um homem segundo o próprio coração

de Deus. Ele havia sido ungido por Samuel

para ser o próximo rei de Israel. Havia um

aspecto de ternura e sensibilidade na vida

de Davi que nos foi lindamente revelado

nos Salmos. Ao mesmo tempo, ele era um

homem de fé, coragem e poder. Um dia tornar-

se-ia o poderoso rei guerreiro de Israel.

O casamento para Davi seria de fato um

casamento real.

3. O Significado Espiritual dos

Personagens

Analisemos agora a nossa história de um

ponto de vista novo e interessante. Há um

aspecto em que os personagens envolvidos

retratam as nossas duas naturezas e o nosso

relacionamento com Cristo. São os seguintes:

a. Abigail casada com Nabal: um

400 / SEÇÃOB1 B1.4- LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

símbolo da nossa condição sob a lei –

casados com a nossa antiga natureza.

b. Nabal: um símbolo da nossa antiga

natureza pecaminosa – com quem estamos

casados por concessão de nossos pais.

c. Davi: um símbolo de Cristo, o Ungido

– com Quem queremos estar casados,

e que nos concede uma nova natureza e

uma motivação para expressarmos a retidão.

Com esta aplicação espiritual em mente,

revisemos o pano de fundo da história que

estamos a ponto de estudarmos.

4. A História – l Samuel 25

Na cena de abertura, Davi encontra-se

fugindo de Saul para salvar a sua própria

vida. Saul é o atual rei de Israel e já havia

perdido o apoio de Deus. Ele está com ciúme

de Davi e tenta tirar a sua vida.

Davi e os seus homens fugiram para um

lugar deserto para escaparem das ameaças

de morte de Saul. Neste ponto deparam-se

com alguns dos pastores de Nabal. Davi

protegeu os pastores de Nabal e as ovelhas,

dos ladrões errantes e grupos de atacantes

nômades que freqüentavam aquela região.

Davi e seus homens arriscaram a vida muitas

vezes para protegerem a propriedade de

Nabal.

a. Nabal Insulta Davi. A primavera

chegou então, e era a época da tosquia das

ovelhas. Era uma ocasião alegre, festiva, de

celebrações. Davi enviou dez dos seus jovens

a Nabal, pedindo que fossem convidados

a compartilharem do festival de tosquia

das ovelhas.

Ao invés de mostrar gratidão a Davi e

seus homens pela proteção que haviam a

ele suprido, Nabal refutou rudemente aquele

pedido. Davi e seus homens ficaram insultados.

Irado, Davi tomou 400 dos seus homens,

armados de suas espadas, e marcharam em

direção a Nabal, com a intenção de matá-lo

e tomarem as ovelhas que haviam protegido

dos ladrões. Desta forma, vingar-se-iam.

b. O Encontro de Abigail com Davi.

Um dos rapazes de Nabal encontrou Abigail

e contou-lhe sobre a ação rude e tola do seu

marido. Percebendo que Davi destruiria a sua

rica propriedade, levantou-se ela imediatamente,

e (sem contar nada a Nabal) cavalgou

para interceptar Davi e seus homens.

Ela trouxe consigo muitos presentes de

pães, vinho, carne, trigo, passas e figos,

como uma oferta de paz. Ela queria dar a

Davi muito mais do que ele havia pedido.

A nossa história continua e Abigail e seus

homens encontram-se com Davi e seu exército

no sopé de uma trilha montanhosa.

Abigail desceu rapidamente do seu jumento

e prostrou-se com o rosto em terra

diante de Davi. Ela aceitou toda a culpa na

questão e suplicou que Davi não considerasse

as ações más e tolas do seu marido.

Ela sugeriu suavemente que as suas ações

eram dirigidas pelo Senhor a fim de impedir

que Davi se vingasse através de um assassinato.

Isto desagradaria ao Senhor e seria uma

mancha na reputação de Davi.

Aí então ela pronunciou uma linda palavra

profética:

“O Senhor certamente o recompensará

com uma casa real que durará para sempre.

Deus fará isto porque você está batalhando

as batalhas do Senhor. O mal nunca

será encontrado em você por todos os

seus dias.

“Até mesmo quando você for perseguido

pelos que buscam a sua vida, você estará

seguro na proteção do Senhor seu Deus.

As vidas dos seus inimigos serão desbaratadas

como as pedras de uma funda.

“O Senhor cumprirá todas as Suas

boas promessas e o coroará rei sobre todo

Israel... Quando tudo isto acontecer, por

favor lembre-se de mim” (1 Sm 25:28-31

simplificado).

Verdadeiramente, Abigail era uma mulher

amável e graciosa, com uma grande sabedoria

e revelações proféticas. Ela foi a

única na casa de seu marido que viu a unção

especial que estava sobre Davi.

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 401

Em seu coração havia um profundo anseio

pelo dia em que Davi subiria ao trono

real. Ela era uma pessoa doce e sensível, em

cujo coração havia uma santa esperança por

dias melhores. Havia um comovente toque

de ternura em suas palavras quase melancólicas:

“Por favor lembre-se de mim.”

c. A Morte de Nabal. Ao voltar para

casa, ela descobriu que seu marido havia se

esquecido completamente de Davi. Até

mesmo a ausência dela não havia lhe incomodado

muito. Ele estava dando uma grande

festa e ria às gargalhadas por estar muito

bêbado. Como Nabal é um quadro triste da

nossa antiga natureza pecaminosa. Ele não

estava nada ciente das coisas espirituais ou

dos propósitos divinos.

As Escrituras dizem que Nabal estava

oferecendo em sua casa um banquete semelhante

ao de um rei. Ele estava fazendo o

papel de rei e alegrando-se. O verdadeiro rei

(Davi) quisera tomar parte na celebração,

porém não fora bem-vindo. Nabal havia

voluntariamente expulsado Davi da sua vida

e preocupava-se somente com os seus próprios

desejos e prazeres.

Abigail esperou sabiamente até a manhã

seguinte antes de falar com Nabal. A esta

altura ele já estava sóbrio e ela contou ao

seu perverso marido como ele escapara por

um triz de ser totalmente exterminado e

morto por Davi e seu exército. As Escrituras

dizem que ao ouvir as suas palavras, “o

seu coração se amorteceu e ele ficou como

pedra.”

Nabal tinha um coração perverso e uma

mente carnal. Este era o caráter da sua natureza

interior. O nome “Nabal” significa tolo

e vil. Semelhantemente ao seu nome, Nabal

era um tolo em seu coração e não pensava

em momento algum nos caminhos de Deus.

Ao ficar sóbrio e chocado pela verdade

do relatório de Abigail, tanto o seu coração

como a sua mente falharam e ele ficou tão

estático quanto uma pedra – paralisado.

(Aparentemente, ele teve um derrame cerebral

e também um ataque cardíaco).

Dez dias mais tarde, “o Senhor feriu a

Nabal e ele morreu” (1 Sm 25:38). A orientação

da sua vida centralizava-se em si mesmo.

Nunca poderia mudar. O que poderia

ter sido nunca seria. Ele vivia sem Deus e

sem o Seu Espírito. Ele caiu sob o julgamento

prometido em Romanos 8:13, “Pois

se você viver de acordo com a natureza

pecaminosa, você morrerá...”

Que descrição clara porém trágica da

nossa antiga vida egoística! Havia apenas

uma solução para o problema do “velho homem”

de Abigail – A MORTE!

E esta, meu amigo, é a única solução para

a nossa antiga natureza pecaminosa. Ela teve

que ser crucificada. Teve que morrer!

d. LIVRES! Para nos casarmos com

um outro. A nossa história assume agora

uma direção mais brilhante e positiva. Até a

morte do seu marido, Abigail havia estado

vinculada a ele pelas leis do casamento.

Agora que ele estava morto, ela estava livre

para casar-se com um outro. Não temos que

ir muito longe no registro bíblico para descobrirmos

quem era este “um outro”:

“Quando Davi ouviu que Nabal estava

morto, ele disse: Bendito seja o Senhor! Ele

retribuiu a Nabal o seu mal contra mim... E

mandou Davi falar a Abigail, para toma-la

por sua mulher... Ela respondeu imediatamente

aos mensageiros de Davi com humildade

e graça: Eis aqui a sua serva, pronta

para servi-lo e para lavar os pés dos

servos do meu senhor.

“Ela se levantou rapidamente, subiu no

seu jumento, e com cinco de suas moças

seguiu os mensageiros de Davi – e tornouse

a sua esposa” (1 Sm 25:39-42 simplificado).

C. SOMENTE UMA RESPOSTA

Você consegue compreender como a história

de Abigail descreve o nosso dilema

como cristãos?

Por ser abençoada com uma adorável unção,

Deus a estava usando; porém, como

era pesado o fardo que carregava! Era casa402

/ SEÇÃOB1 B1.4- LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

da com um bêbado impuro, rude e malcheiroso,

que não era amável com ela ou com

ninguém mais.

1. A Nossa Antiga Natureza Tinha

que Morrer

Como Abigail, queremos ser submissos

a um marido como Davi. Porém, temos um

problema – somos casados com Nabal, a

nossa antiga natureza adâmica, pecaminosa:

a nossa carne. Além disso, pelas leis do

casamento, estamos ligados a ele enquanto

ele viver.

Há uma esperança, no entanto, pois há

um Davi na nossa história. Como afirmamos

anteriormente, ele é um protótipo de

Cristo. O nosso verdadeiro desejo é estarmos

casados com Ele, é o de sermos a “Noiva

de Cristo” (Ap 19:7-9).

Queremos que a nossa personalidade de

Abigail se evidencie e seja amada e motivada

aos propósitos divinos, casando-se com

um outro – Davi (um protótipo de Cristo).

Queremos ser doces e amáveis, mas Nabal

– a nossa antiga natureza pecaminosa – sempre

surge e dificulta as coisas. Tantas coisas

da “carne” parecem estar claramente presentes

em nosso casamento com a nossa

antiga natureza.

Às vezes, lutamos contra o diabo e queremos

culpá-lo por nossas ações carnais.

Porém, ele não é o nosso problema. Nós é

que o somos! É a nossa antiga natureza pecaminosa

que recebemos do nosso ancestral

– Adão.

Não importa o quanto tentemos viver

uma vida que seja agradável a Deus, pois

fracassamos mais cedo ou mais tarde. Quanto

mais arduamente tentarmos, tanto maior

será o nosso fracasso. Simplesmente não

conseguimos nos libertar da nossa antiga

“natureza de Nabal” e tampouco conseguimos

transformá-la. Nabal não pode e nem

quer ser reformado. Há somente uma resposta

ao nosso problema com Nabal. É a

morte. Deus tem de matar Nabal. Nabal

precisa morrer!

a. Não Podemos Fazê-lo Sozinhos.

Alguns cristãos tentam eliminar Nabal por

si próprios.

Empenham-se na tentativa de crucificarem

a sua própria carne. No entanto, é uma

tarefa impossível. Não há “mãos livres” o

suficiente para realizarem a tarefa.

Quando você tenta crucificar-se, você descobre

que talvez você pregue os seus pés na

cruz. Talvez você consiga até pregar uma mão

na cruz. Mas como você conseguirá pregar

esta última mão? Estando parcialmente crucificado,

com dois pés e uma mão já pregados

na cruz, é impossível! Você não tem uma

outra mão livre com a qual seria possível

pregar a sua última mão. Você não consegue

crucificar a si mesmo. Isto tem de ser feito

por uma outra pessoa – Deus!

A auto-crucificação é um esforço doloroso

e sempre acaba pela metade. A nossa

natureza pecaminosa de Nabal logo se recupera

dos ferimentos feitos por nossas próprias

mãos e ficamos piores que antes. Eu

sei! Já tentei isto muitas vezes em minha

vida, quando era um cristão jovem.

Tentei até mesmo matar de fome o velho

Nabal através do jejum. Tinha a certeza de

que se jejuasse com a duração e freqüência

suficientes, eu poderia vencer os desejos da

carne. Logo descobri que ao invés de livrarme

da minha antiga natureza de Nabal, ela

exercia ainda mais a sua influência em minha

vida. Ela ficava cada vez mais perversa

e detestável a cada dia que passava. Sempre

que eu jejuava, ficava mais difícil conviverse

comigo. Tenho a certeza de que você sabe

do que estou falando.

A minha tática seguinte foi a de tentar

destruir o velho Nabal batendo-lhe na cabeça

com as duas tábuas de pedra da lei. Eu

decorei os Dez Mandamentos e tentei viver

uma vida de “não farás isto e não farás aquilo”.

No entanto, quanto mais eu dizia: “Não

farás isto”! Tanto mais o velho Nabal respondia:

“Farei!” Os “farei” dele eram mais

fortes que os meus “não farás”. A lei não me

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 403

ajudou. A lei não consegue destruir a nossa

antiga natureza pecaminosa. Tudo o que

pode fazer é expor o nosso pecado, amplificar

os nossos desejos carnais e condenarnos.

A lei não consegue nos libertar do pecado.

Se quisermos ser livres, o Próprio Deus

terá de fazê-lo. E louvado seja Deus, pois

Ele já o fez!

3. Deus Determina os Meios

Somente Deus poderia matar Nabal adequadamente.

E Ele o fez. A mesma coisa se

aplica quando a questão é a antiga natureza

de Nabal em nossa vida. E Ele também o

fez!

A morte da nossa antiga natureza adâmica

pecaminosa é drástica e também dramática.

Já foi inclusa no gracioso plano de Deus

da redenção – através de Cristo Jesus – para

você e para mim.

Fomos crucificados com Ele na Sua Cruz

para que o nosso velho homem (chamado

de corpo do pecado em Romanos 6) pudesse

ser destruído. Isto nos libertou para que

pudéssemos nos casar com outro – com o

Próprio Cristo!

Quando Adão pecou no Jardim do Éden,

toda a sua natureza tornou-se pecaminosa.

A enfermidade do pecado foi transmitida a

todas as futuras gerações da humanidade.

Todos recebemos esta mesma natureza pecaminosa

do nosso pai Adão.

Não somos pecadores somente pelo fato

de pecarmos; pecamos porque nascemos

pecadores. Antes de crermos em Jesus, fazíamos

parte da família do diabo. Nascemos

neste mundo fora da família de Deus.

A única maneira de entrarmos na família

de Deus é através de um novo nascimento.

Quando recebemos a Jesus como nosso Senhor

e Salvador, nascemos de novo – na

família de Deus. Através de ensinamentos

como o que estamos recebendo neste capítulo,

a fé vem para nos apropriarmos (recebermos

os benefícios) da nossa libertação

da lei e da sua força de motivação ao pecado

(cujo resultado é a morte).

Aceitando os fatos que nos são relatados

na Bíblia – que fomos crucificados com

Cristo e que o nosso antigo marido (natureza

pecaminosa) está morto – ficamos livres

para nos casarmos com Cristo.

A Sua natureza de retidão e obediência

poderá agora ser expressa em nós se Lhe

entregarmos as nossas emoções e os membros

do nosso corpo.

A Bíblia explica esta verdade com as seguintes

palavras:

“O pecado entrou no mundo através de

um homem [Adão], e a morte através do

pecado. Desta forma, a morte veio para

todos os homens. Pelo fato de estarmos todos

em Adão, isto trouxe os resultados do

seu pecado sobre todos nós. E todos nós

pecamos’’ (Rm 5:12 simplificado).

a. Nascemos em Pecado. Permita-me

fazer-lhe uma pergunta. Onde você estava

quando o seu ancestral Adão pecou? A Bíblia

ensina que você estava em Adão – ou

seja, você estava em seus lombos (o lugar

em que os espermatozóides, os quais produzem

a descendência humana, são mantidos).

Uma vez que todos somos a descendência

(filhos, descendentes) de Adão, todos

estávamos em Adão.

Isto significa que quando Adão pecou,

eu tornei-me pecador com ele – porque eu

estava em Adão. O pecado dele transformou

toda a raça humana em pecadores –

porque toda a humanidade estava em Adão

quando ele pecou.

O nosso destino dependia totalmente da

obediência ou desobediência de Adão. Quando

ele pecou, você e eu nos transformamos

em pecadores. Quando a sentença de morte (a

penalidade pelo pecado) foi dada a Adão, você

e eu (nele) também fomos sentenciados à morte.

Assim sendo, nasci em pecado, sob a

sentença de morte. Por causa disto, eu precisava

de alguém que me salvasse e me libertasse

do casamento com a natureza de

Adão (a natureza pecaminosa).

Leiamos agora alguns versículos da Bíblia

e regozijemo-nos pelo que Deus fez

404 / SEÇÃOB1 B1.4- LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

para nos salvar da nossa triste condição e

destino para a morte e o inferno.

“Mas Deus mostrou o Seu grande amor

para conosco, sendo nós ainda pecadores,

enviando a Cristo para morrer por nós...”

(Rm 5:8 simplificado).

“O pecado de Adão trouxe a punição

[morte] a todos. Mas o ato de retidão de

Cristo [tomar a nossa punição sobre a Cruz]

justifica os homens diante de Deus, para

que possam viver...”

“Todos os que O recebem [a Jesus] hão

de receber o direito de tornarem-se os filhos

e filhas de Deus... Verdadeiramente,

todos os que crêem no Filho têm a vida

eterna... Tornam-se novas criaturas em

Cristo Jesus – com uma nova natureza dentro

de si. Não são mais como eram antes;

tudo agora é novo” (Rm 5:8, 18; Jo 1:12; 2

Pe 1:4; 2 Co 5:17 simplificado).

b. Pregado na Cruz. Sim, ao recebermos

Jesus em nosso coração como nosso

Senhor e Salvador, recebemos a Sua vida e a

Sua natureza. Temos uma nova natureza, é

verdade, mas e a nossa antiga natureza pecaminosa?

Será que Davi e Nabal podem

viver pacificamente na mesma casa? Será

que podemos de fato estar casados com

Cristo enquanto Nabal ainda está vivo?

É neste ponto que a Cruz de Cristo faz

algo por nós, o que muitos cristãos não

compreendem totalmente. É uma poderosa

verdade que pode colocar o velho Nabal

no descanso eterno e que é digna da nossa

maior atenção. Paulo a explica claramente

da seguinte forma:

“Não sabeis que todos os que foram

batizados em Cristo Jesus também foram

batizados na Sua morte...? A vossa antiga

natureza amante do pecado morreu com

Ele na Cruz. O seu poder foi quebrado...

Quando Deus-Pai O ressuscitou dos mortos

em glorioso poder, fostes ressuscitados

para uma nova vida também...

“Pelo fato de serdes um com Ele, quando

Ele morreu, vós morrestes – quando Ele

ressuscitou, vós ressuscitastes... Sabeis

agora, portanto, que a vossa antiga natureza

pecaminosa foi pregada na Cruz com

Ele e morreu. O vosso corpo amante do

pecado não está mais sob o poder e controle

da vossa antiga natureza pecaminosa –

estais livres!” (Rm 6:3-7 simplificado).

c. União com Cristo. Que verdade impressionante!

Deus fez tudo o que era necessário!

Pela Sua onisciência (capacidade

de saber tudo) Ele olhou através dos séculos

passados e futuros e descobriu todos os

que creriam n’Ele. Ele os reuniu a todos e os

colocou em Cristo enquanto Ele morria na

Cruz. Lá, em Cristo, fomos crucificados

com Ele! Louvado seja Deus!

Ficamos exaustos tentando crucificar o

nosso “velho homem”, quando ele já está

morto. Tão certo quanto estávamos em

Adão quando ele morreu pelo pecado dele,

assim também estávamos em Cristo Jesus

quando Ele morreu pelo nosso pecado.

Com Ele ressuscitamos da morte e do

inferno, para uma nova vida, e com uma

nova natureza – a Sua vida e a Sua natureza.

É isto o que significa a união em Cristo –

permanecemos n’Ele e Ele em nós. O que

Ele é, nós somos!

A nossa união com Cristo é uma obra misericordiosa

do Espírito Santo. Como Espírito

de Cristo, Ele é a Pessoa da Trindade que

faz com que a vida e a natureza de Cristo

sejam formadas em nós. O Espírito Santo traz

um novo coração e um novo relacionamento!

“O que se une com o Senhor é um mesmo

espírito com Ele” (1 Co 6:17 simplificado).

“E vos darei um coração novo e porei

dentro de vós um espírito novo. Retirarei

de vós o vosso coração de pedra [duro e

rebelde] e vos darei um coração de carne

[mole e obediente]. E porei dentro de vós o

Meu Espírito, e farei com que andeis nas

Minhas leis e guardeis os Meus mandamentos...

Sereis o Meu povo, e Eu serei o

vosso Deus” (Ez 36:26-28 simplificado).

4. A Vitória é Nossa

Estamos mortos para a nossa antiga naA

VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 405

tureza pecaminosa, e ela não tem nenhum

poder sobre a nossa vida. A única hora em

que a nossa antiga natureza pode levantarse

do seu “caixão mortuário” é quando estamos

andando em incredulidade ou desobediência.

Quando estamos obedecendo a Palavra

de Deus e sendo motivados pelo Espírito

de Deus, estamos expressando a nossa

nova natureza.

O diabo não quer que creiamos nesta verdade,

pois ela tem o poder de nos libertar.

Se não estivermos cientes da obra que Deus

completou por nós através de Cristo na

Cruz, estaremos andando em incredulidade.

Os desejos da carne parecerão reais e

nos sentiremos incapazes de resistir. O “fantasma”

do velho Nabal se apressará em exercer

a sua influência e seus apetites em nossa

vida.

A mesma coisa acontecerá se duvidarmos

das palavras de Deus na Bíblia, ou se

desobedecermos o que Ele nos diz. Fazer

isto entristece o Espírito Santo que habita

dentro de nós. Isto enfraquecerá a Sua obra

dentro de nós e o Seu testemunho através

da nossa vida. Em ocasiões assim, a antiga

natureza pecaminosa pode parecer bastante

forte.

A resposta, como já vimos, não é tentarmos

crucificar a carne com as nossas próprias

mãos. A carne já está morta quando

reconhecemos isto. (Reconhecer significa

considerar que algo já está feito – ver e confessar

que algo já foi realizado!)

Portanto, deveríamos confessar rapidamente

o nosso pecado sempre que o Espírito

Santo nos convencer que pecamos. Aí

então, deveríamos nos levantar com fé, crer

e obedecer à Palavra de Deus. O Seu Espírito

nos dá o poder para fazermos isto.

a. Saber e Crer. Paulo diz que precisamos

saber que o nosso velho homem foi

crucificado com Cristo (Rm 6:6). Fomos

crucificados e ressuscitados com Cristo. Se

não soubermos isto, ou não tivermos certeza

desta verdade, veremos a carne agindo

como se estivesse bem viva. Submeter-nosemos

à nossa antiga natureza muito embora

não mais esteja viva.

Paulo nos fala repetidamente que não

temos de nos submeter mais à nossa antiga

natureza pecaminosa. Podemos aceitar e

crer diariamente na verdade do que Cristo

fez por nós na Cruz e viver vitoriosamente

no poder do Espírito Santo.

b. Viver no Poder do Espírito Santo.

“Se, pelo poder do Espírito Santo, mortificardes

as obras malignas do corpo – a antiga

natureza pecaminosa – vivereis” (Rm

8:13 simplificado). Precisamos do Espírito

Santo, tanto para morrermos como para vivermos!

(Morrermos para os nossos desejos

egoísticos e vivermos para Cristo.)

O ministério do Espírito Santo, portanto,

é duplo:

1) Ele honra a obra da Cruz com

relação à morte da nossa antiga

natureza.

2) Ele nos conduz a uma vida de vitória

através da nossa nova natureza.

c. Crer e Confessar. O Espírito Santo

aplica a verdade da nossa crucificação com

Cristo, tornando-a tão real a ponto de a confessarmos

com as nossas bocas. Diremos

que é assim de fato. É isto o que Paulo quis

dizer quando escreveu:

“Reconhecei e considerai-vos verdadeiramente

mortos para o pecado, porém vivos

para Deus através de Jesus Cristo nosso

Senhor. Não permitais que o pecado ainda

tenha domínio em vossos corpos. Não

cedais aos seus desejos pecaminosos” (Rm

6:11,12 simplificado).

A palavra “reconhecer” significa simplesmente

crer e confessar que algo é um

fato. Em outras palavras, devemos admitir

e confessar (dizer em voz alta) que a nossa

antiga natureza pecaminosa está morta para

nós. Devemos também admitir e dizer que

estamos mortos para a nossa antiga natureza

pecaminosa. Isto é um fato porque a

Palavra de Deus diz que morremos em Cristo

na Cruz. Está consumado e estamos li406

/ SEÇÃOB1 B1.4- LIVRES! Para nos Casarmos com Outra Pessoa

vres! “Estou crucificado com Cristo...” (Gl

2:20).

Não somente estamos mortos para o pecado,

mas também estamos vivos para Deus.

Temos um novo recurso interno. Podemos

escolher estar casados com Cristo, o Qual

nos dá a Sua nova natureza. Fazendo isto,

podemos ser dirigidos (direcionados, motivados)

pelo Deus-Espírito Santo.

Quando vemos quem somos e onde estamos

em Cristo, aí sim há uma verdadeira

vitória. Significa que vencemos a nossa luta

contra a carne. A guerra acabou; a vitória é

nossa. Com as palavras de Cristo enquanto

Se encontrava na Cruz, podemos dizer confiantemente:

“Está consumado!’’

D. CASADOS COM UM OUTRO

Nabal está morto. Ele não é mais o nosso

senhor. Os laços matrimoniais foram quebrados.

Temos a nossa nova natureza Davi-

Cristo e estamos livres. Para quê? Ouça as

seguintes palavras de Paulo:

“A vossa antiga natureza pecaminosa

morreu com o corpo de Cristo na Cruz e

estais livres da lei. Isto aconteceu para que

pudésseis estar casados com um Outro.

Refiro-me a Cristo, o Qual foi ressuscitado

dos mortos – para que pudéssemos dar frutos

a Deus” (Rm 7:4 simplificado).

Casados com um Outro. A quem está se

referindo o Apóstolo Paulo? Jesus! Você

foi liberto de Nabal para que pudesse se

casar com o Senhor. Você é uma verdadeira

Abigail espiritual – a Noiva de Cristo!

1. Viver Para Agradar a Cristo

As Escrituras têm muito a dizer sobre o

relacionamento conjugal porque ele é um

símbolo do nosso relacionamento com Cristo.

Não fomos libertos para vivermos por

conta própria, como talvez desejássemos.

Fomos libertos para vivermos com um Outro

e para correspondermos ao Seu grande

amor por nós.

Devido a este amor, podemos confiar

n’Ele completamente e fazer o possível para

agradá-Lo de todas as maneiras. Jesus disse:

“Se Me amardes, guardareis os Meus

mandamentos.” O Apóstolo João acrescenta:

“...e isto não é um dever doloroso e

difícil” (Jo 14:15; 1 Jo 5:3 simplificado).

Buscar agradar ao Senhor em todas as

coisas significa que queremos obedecê-Lo

de bom grado. Pelo fato de ser Ele a Cabeça

e o Esposo da Sua Igreja – e nós a Noiva de

Cristo – realmente queremos nos submeter

à Sua cobertura e autoridade. Paulo aborda

este relacionamento em sua carta aos efésios:

“Esposas, submetei-vos à liderança de

vossos maridos da mesma forma que vos

submeteis ao Senhor. Pois o marido é a

cabeça de sua esposa, assim como Cristo é

a cabeça da Sua Noiva, a Igreja. Ele deu a

Sua Própria vida para ser o Salvador dela.

“Como a Igreja obedece a Cristo, assim

também a esposa deveria submeter-se

ao seu marido. Os maridos, no entanto,

devem amar as suas esposas como Cristo

amou a Igreja – a Sua Noiva – e entregou a

Sua vida por ela” (Ef 5:22-25 simplificado).

Vemos claramente que fomos libertos

para que pudéssemos amar e servir a Cristo

e uns aos outros. Cristo é o Marido Perfeito

e é nosso glorioso privilégio sermos a

Sua Noiva. Deveríamos tentar servi-Lo e

agradá-Lo em tudo quanto dizemos e fazemos.

Paulo descreve ainda o que isto significa

para ele, pessoalmente, em sua carta para a

Igreja de Corinto:

“Estou livre de todas as maneiras do

controle de todos. Contudo, fiz-me servo de

todos para que pudesse ganhá-los para

Cristo” (1 Co 9:19 simplificado).

Paulo ficou livre de todos para ser um

servo de Cristo para todos. Ele não queria

nenhum relacionamento terreno que pudesse

impossibilitar o seu serviço cristão a qualquer

pessoa, a qualquer hora, em qualquer

lugar. O grande desejo de Paulo não era agradar

a si mesmo, e nem mesmo aos outros, e

sim ao Senhor, somente.

A VIDA CRISTÃ VITORIOSA SEÇÃO B1 / 407

Esta é a ansiosa e profunda solicitude de

Paulo por nós também. Ele afirma isto muito

veemente e comoventemente, ao escrever

para a Igreja de Corinto:

“Tenho uma grande solicitude por vós com

um zelo divino. Prometi entregar-vos a Cristo

somente. Ele deve ser o vosso único Marido.

Quero dar-vos a Ele como uma Noiva

pura e santa” (2 Co 11:2 simplificado).

2. Votos Matrimoniais Renovados

Caro leitor! Esta também é a minha solicitude

por você. Tentei neste estudo mostrar-

lhe como você foi liberto da sua natureza

de Nabal para que se casasse com um

Outro. Como Abigail tornou-se noiva de

Davi, assim também você é a Noiva de Cristo.

Como seu Marido divino, Ele é seu para

sempre, e você é d’Ele para sempre! Como

a Abigail da antigüidade, que você também

possa ser sempre um servo amoroso e fiel

no Reino do seu Senhor.

Penso que esta seria a ocasião certa e

apropriada para renovarmos os nossos votos

matrimoniais ao nosso Senhor Jesus

Cristo. Podemos seguir o padrão que se

encontra em Romanos 6:11:

“Reconheço e considero-me [declaro-me

como tal] morto de fato para o pecado, porém

vivo para Deus através de Jesus Cristo

meu Senhor.”

Repetiremos estes votos, frase por frase,

de acordo com o esboço abaixo. Por favor,

imagine-se olhando bem nos olhos de

Jesus e falando com Ele do fundo do seu

coração:

Eu (seu nome), reconheço e

declaro-me...

Morto para o pecado...

Porém vivo para Deus...

Através de Jesus Cristo meu senhor...

O Qual é o meu Marido Celestial...

Agora e para sempre. Amém!

Quase que podemos ouvir uma voz do

Céu, dizendo: “Eu agora vos declaro marido

e mulher.”

Não é de admirar que as Escrituras digam

que há um grande regozijo no Céu dentre

os santos anjos quando um pecador se

arrepende (Lc 15:10). Um outro membro

foi acrescentado à Noiva de Cristo! É uma

ocasião de alegres celebrações, como foi

quando Abigail casou-se com Davi.

Nós também encontramos o nosso Davi

em Cristo Jesus. Um dia a nossa alegria será

plena ao sentarmo-nos juntos na “ceia das

bodas do Cordeiro”. E as Escrituras nos

prometem – com certeza divina – que todos

viveremos juntos, felizes para sempre!

Lembre-se sempre – e nunca se esqueça:

VOCÊ FOI LIBERTADO PARA SE CASAR

COM UM OUTRO.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

408 / SEÇÃOB2 B2.1– A Chave da Autoridade de Cristo

Capítulo 1

A Chave da Autoridade de

Cristo

Sobre o autor: O autor deste ensino

foi o fundador e líder sénior (apóstolo)

de uma bem-sucedida comunidade

de igrejas na Austrália. A sabedoria

prática contida neste material de

treinamento pode torná-lo um líder de

igreja muito mais poderoso. Leia-o

numa atitude de oração e com muita

atenção.

Introdução

Numa certa noite no início de 1949 experimentei

o primeiro de uma série de graves

problemas no meu ministério. Ao olhar

para trás através dos anos, estes períodos

de transtornos parecem encaixar-se num padrão.

Estas crises formaram as bases sobre as

quais o meu ministério se desenvolveu. A

descoberta da solução de Deus para estes

problemas gerou a mensagem que o Senhor

confiou a mim.

Encontrava-me num período de insatisfação

e estava com um sentimento de inadequabilidade

para enfrentar os problemas e

exigências do ministério. Fui para a minha

cama, mas não havia nenhum sono para mim

naquela noite.

Depois de despertar um amigo que estava

hospedado em nossa casa naquela ocasião,

pedi-lhe que se unisse a mim em oração.

Durante várias horas lemos e reivindicamos

a Palavra de Deus, e entregamos toda

a situação ao Senhor em fé.

Enquanto ainda me encontrava em oração,

o Espírito de Deus começou a Se mover

sobre mim. Foi algo tão real e definido

que até verifiquei a hora no meu relógio.

Eram 4:20 da manhã. Dentro de alguns momentos,

parecia que a Palavra de Deus estava

trovejando dentro do meu coração e da

minha mente: “Toda autoridade foi dada a

Mim no Céu e na terra. Portanto ide...”

(Mt 28:18,19).

Era como se as palavras tivessem vindo

do Próprio Cristo ressurreto e entronizado.

Deparei-me repetindo-as vez após vez. O

meu amigo, no entanto, parecia estar meramente

compartilhando de algumas “gotas

de misericórdia”, mas ele sabia que o Espírito

do Senhor estava poderosamente presente.

Para mim, no entanto, parecia que os

céus tinham se aberto e que eu havia ganho

um conceito inteiramente novo sobre a autoridade

do Cristo Ressurreto e glorificado.

Vi esta autoridade com relação a mim

mesmo, pessoalmente, e com relação ao meu

ministério para o Senhor. Eu a vi com relação

à Igreja.

Vi esta autoridade com relação a Satanás

e as suas obras. Eu a vi com relação à volta

pessoal de Cristo, quando todas as nações

se prostrarão de joelhos diante d’Ele. Vi a

SEÇAO B2

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL

Leo Harris

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

B2.1 - A Chave da Autoridade de Cristo

B2.2 - A Chave da Autoridade do Crente

B2.3 - A Chave da Autoridade da Palavra de Deus

B2.4 - A Chave da Autoridade do Ministério

B2.5 - A Chave da Autoridade de Cristo na Igreja Local

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 409

autoridade de Cristo demonstrada no cumprimento

de todo o plano e propósito de

Deus.

Estas palavras impressas provavelmente

não conseguirão transmitir a importância

desta experiência em meu ministério. Eu

havia estado no meu ministério de tempo

integral há quase 10 anos por toda a Austrália

e Nova Zelândia.

Havia estabelecido uma igreja em Adelaide,

e durante o ano anterior, eu havia visto

quase 100 pessoas batizadas no Espírito

Santo. Contudo, a experiência daquela noite

despertou em meu coração uma nova e

vital fé na autoridade de Cristo. Recebi uma

chave para um ministério eficaz que tem

abençoado a muitos na Austrália e em outras

terras.

Mais tarde, naquela mesma manhã, tomei

um banho, vesti-me, e dirigi para as

casas de dois dos nossos líderes da igreja.

Um deles estava tomando o café da manhã

antes de sair para o seu trabalho. O outro

ainda estava na cama.

Contudo, abri o meu coração e compartilhei

a convicção e o conceito que o Senhor

havia queimado e marcado indelevelmente

em minha alma naquela noite. Disse àqueles

irmãos que acreditava que possuíamos a

chave para um reavivamento neo-testamentário.

Mais tarde naquele dia tivemos a nossa

costumeira reunião de oração semanal. Relatei

a minha experiência às pessoas que

lotavam aquela sala. O Espírito do Senhor

desceu uma vez mais. Sem nenhum aviso,

as pessoas caíram de joelhos em louvor e

adoração. Nessa reunião tivemos a primeira

experiência em nosso ministério em Adelaide

de libertação de uma pessoa de um demônio.

Continuei a pregar e a desvendar esta

revelação da autoridade do Cristo ressurreto.

Desta ocasião em diante, vimos a onda

do reavivamento e da bênção aumentando

em nossos cultos.

Semana após semana, eu ficava cada vez

mais convencido de que o Espírito Santo

havia colocado em minhas mãos uma chave

que libertaria os cativos de suas escravidões

e traria um reavivamento que exalta a

Cristo.

Muitas e variadas têm sido as nossas

experiências nos anos que se seguiram.

Muitos problemas tiveram que ser enfrentados

e muitas dificuldades sobrepujadas.

Contudo, em tudo isto, tem permanecido

no meu coração e no meu ministério esta

forte convicção e destemida fé. O Senhor

Jesus Cristo tem uma autoridade absoluta.

Esta apresentação da autoridade de Cristo

incitou o poder de Satanás e dos seus demônios

a um nível que dificilmente fora previsto.

No entanto, ela também nos forneceu

uma poderosa arma com a qual podemos

vencer o inimigo e libertar os que estão cativos.

Consideremos agora alguns aspectos e

implicações desta primeira chave essencial

para um ministério eficaz e para uma igreja

bem-sucedida – a autoridade de Cristo.

A. A AUTORIDADE DE CRISTO

1. Foi Dada Pelo Pai

A palavra grega “exousia” significa uma

autoridade delegada, e esta é a palavra que

foi usada por Jesus em Mateus 28:18:

“Toda autoridade [exousia] foi dada a Mim

no Céu e na terra.

Vemos esta autoridade sendo exercida

por Jesus em Seu ministério terreno. “Mas

quando as multidões viram isto, elas se

maravilharam e glorificaram a Deus, o

Qual havia dado tal autoridade aos homens”

(Mt 9:8). Era a autoridade com que

Jesus falava e ministrava que maravilhava

as pessoas.

No entanto, Jesus disse que tanto as Suas

Palavras quanto as Suas obras Lhe foram

dadas pelo Pai (Jo 14:10,11).

2. Abrange o Céu e a Terra

Por ter morrido na Cruz e ter sido res410

/ SEÇÃOB2 B2.1– A Chave da Autoridade de Cristo

suscitado e elevado por Deus à destra do

Seu Trono, Jesus recebeu “toda autoridade,

tanto no Céu como na terra’’.

Paulo declara em Filipenses 2:10 que

todos os joelhos dos que estão no Céu, na

terra e debaixo da terra precisam se dobrar

diante do Nome de Jesus. Toda língua confessará

que Ele é o Senhor.

Ele sempre foi (por toda a eternidade) o

Filho por natureza. No entanto, também

foi outorgada ao Filho a autoridade da Trindade.

“Porque foi do agrado do Pai que

n‘Ele habitasse toda a plenitude” (Cl 1:19).

“Porque n’Ele habita corporalmente toda

a plenitude da Trindade” (Cl 2:9).

a. Autoridade Sobre os Anjos. Em

Hebreus Capítulo l, Cristo é apresentado

em Sua exaltação sobre os anjos devido à

Sua natureza divina, como também ao Seu

glorioso cargo. Assim sendo, lemos o seguinte:

“E que todos os anjos de Deus O

adorem.”

A nenhum dos anjos Deus jamais disse:

“Assenta-Te à Minha destra até que ponha

a Teus inimigos por escabelo de Teus pés.”

Mas Cristo reinará até que o último inimigo

seja destruído e até que todas as coisas sejam

submetidas a Ele. Os anjos cumprem as

Suas ordens.

b. Autoridade Sobre as Principados

e Poderes. Lemos em Hebreus 4:14 que

Jesus “penetrou nos céus”. Uma tradução

mais literal diz que em Sua ascensão, Ele

passou “através de todos os céus”.

Quantos céus existem acima de nós? Alguns

dizem três, outros dizem sete. Qualquer

que seja este número, Cristo passou

através de todos eles para ser entronizado

no mais elevado trono de autoridade de todo

o Universo.

É por isto que Paulo podia dizer que

Deus ressuscitou a Cristo dentre os mortos

“e O colocou à Sua Própria destra nos lugares

celestiais, muito acima de todo principado,

e poder [autoridade], e potestade, e

domínio, e de todo o nome que se nomeia,

não somente neste mundo [era], mas também

no que há de vir: e colocou todas as

coisas sob os Seus pés, e sobre todas as

coisas O constituiu Cabeça da Igreja que é

o Seu Corpo, a plenitude d’Aquele que cumpre

tudo em todos’’ (Ef 1:20-23).

Muito embora Satanás seja o “deus deste

mundo” e o “príncipe das potestades do

ar”, ele se encontra debaixo dos pés de Jesus

e precisa se submeter à autoridade do

Cristo exaltado. Não é verdade que Cristo,

em Sua morte expiatória, despojou principados

e potestades, e fez uma marcha pública

de vitória sobre eles (Cl 2:15)? Não é

verdade que Ele derrotou a Satanás e suas

hostes, derramando o Seu sangue e ressuscitando

do domínio da morte com as chaves

da autoridade em Suas mãos?

Este mesmo Cristo está hoje assentado

no Trono do domínio universal, com toda a

autoridade outorgada a Ele.

c. Autoridade Sobre a Igreja. Em

Colossenses l, Paulo apresenta a preeminência

de Cristo sobre toda a Criação. Isto

inclui as coisas visíveis e as invisíveis, tanto

no Céu quanto na terra. Ele tem autoridade

sobre os tronos e domínios, sobre os

principdos e as potestades. Aí então, Paulo

declara destemidamente: “Ele é a Cabeça

do Corpo, a Igreja.”

Um quadro semelhante nos é apresentado

na passagem bíblica que já citamos (Efésios

1), mas com uma diferença significativa!

Em Efésios lemos que Cristo foi constituído

“sobre todas as coisas Cabeça da Igreja,

que é o Seu Corpo.” Assim sendo, vemos

que Cristo não é somente a “Cabeça

da Igreja” autorizada, mas Ele é também

Cabeça sobre todas as coisas, para benefício

da Igreja.

A Igreja não somente é compelida a submeter-

se à autoridade de Cristo, mas ela também

é privilegiada por compartilhar dos resultados

do domínio de Cristo sobre todas

as coisas no Céu e na terra. Será que a Igreja

na terra não deveria espelhar (refletir) esta

suprema autoridade de Cristo?

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 411

Como é trágico contemplarmos uma Igreja

derrotada, ineficiente e impotente diante

dos furiosos ataques de Satanás!

A verdadeira Igreja é de fato o Corpo

visível do Cristo entronizado, o Qual possui

uma autoridade e domínio universais!

Será que não deveríamos aceitar o desafio

de sermos fiéis embaixadores e verdadeiros

representantes do Rei dos reis?

d. Autoridade Para Salvar e Para Julgar.

Jesus declarou que o Filho do Homem

tinha autoridade na terra para perdoar pecados.

Pedro proclamou: “Não há nenhum

outro nome debaixo do céu, dado entre os

homens, pelo qual devamos ser salvos” (At

4:12). E ainda, este mesmo Cristo também

tem autoridade para julgar todos os homens.

Os crentes se apresentarão diante d’Ele

no Trono de Julgamento de Cristo. Os incrédulos

olharão para Ele, assentado no

Grande Trono Branco do juízo final.

“Pois o Pai não julga a ninguém, mas

entregou todo o julgamento ao Filho: para

que todos honrem ao Filho, assim como

honram ao Pai” (Jo 5:22,23).

Novamente no versículo 27, o Pai “Lhe

deu [ao Filho] autoridade para exercer julgamento.”

Ouça Paulo pregando em Atenas:

“Porque Ele [Deus] determinou um

dia em que Ele julgará o mundo com justiça

através d’Aquele Homem, o Qual Ele designou

[Jesus]; e disso Ele deu certeza a

todos, pelo fato de que Ele O ressuscitou

dentre os mortos’’ (At 17:31).

Que impressionante a autoridade que foi

delegada ao Filho de Deus!

B. PRECISAMOS CRER NA

AUTORIDADE DE CRISTO

Os cinco pontos delineados acima são

apenas alguns vislumbres, algumas facetas

deste brilhante diamante da verdade. Como

uma doutrina, todos os cristãos aceitam a

autoridade de Cristo. Intelectualmente, todos

os cristãos concordam com isto. A chave,

porém, não se encontra em nosso conhecimento

da autoridade de Cristo, e sim

em sua revelação, em sua convicção interna,

na ardente e veemente fé nesta autoridade

de Cristo.

Ela precisa iluminar o nosso coração e

espírito, como também a nossa mente. Ela

precisa nos inflamar com uma zelosa dedicação

à sua verdade e uma convicta aplicação

em nossa vida e serviço para o Senhor.

1. Ela Pode Trazer a Vitória

A nossa fé na autoridade de Cristo deveria

ser um incentivo para uma vida vitoriosa.

Ela deveria nos inspirar a um serviço

bem-sucedido. Ela deveria colocar em vigor

em nossa vida todas as promessas de Deus.

Ela deveria desafiar a Igreja a um reavivamento

vitorioso.

Não é de admirar que o Apóstolo João,

na Ilha de Patmos, “caiu aos Seus pés como

morto”. Ele viu o Senhor ressurreto e ouviu

as Suas palavras triunfantes:

“Não temas: Eu sou o primeiro e o último;

Eu sou Aquele que vive, e que estava

morto; e eis que estou vivo para sempre.

Amém! E tenho as chaves do inferno e da

morte” (Ap 1:17,18).

Que a autoridade de Cristo possa se tornar

a chave nas mãos do Seu povo que expulsará

o inimigo e liberará o glorioso poder

de Deus.

Capítulo 2

A Chave da Autoridade do

Crente

Introdução

Durante seis dias, dois líderes e eu buscávamos

ao Senhor em oração e jejum. Havíamos

sido convidados para usarmos uma

casa parcialmente construída nas proximidades

de uma praia, a cerca de 32 km de

Adelaide. Isto aconteceu durante o inverno

de 1951.

Nós três havíamos sentido a necessidade

de nos apartarmos das nossas atividades

412 / SEÇÃOB2 B2.2– A Chave da Autoridade do Crente

pastorais. Queríamos buscar a Deus para

recebermos uma nova unção do Seu Espírito

Santo sobre os nossos ministérios. Dia

após dia ministramos uns aos outros através

da Palavra, estudamos juntos, oramos

juntos, e caminhamos muito sobre as dunas.

Também desfrutamos de ocasiões de

comunhão pessoal com o Senhor.

Estávamos cientes das bênçãos de Deus

em nosso coração e estávamos edificando a

nossa vida espiritual.

Contudo, a última noite havia chegado.

Deveríamos voltar para casa na manhã seguinte,

mas eu sentia que não havia recebido

tudo o que estava procurando.

Fomos para as nossas camas, mas logo

percebi que, ao invés de dormir, a minha

mente ficou alerta para certas verdades da

Palavra de Deus. Hora após hora, todo o

Livro de Efésios vinha à minha memória.

As grandes verdades desse emocionante

Livro foram poderosamente impressas em

mim.

Eu conhecia bem o Livro de Efésios e

gostava muito de pregar sobre ele, mas, desta

vez, antigas verdades vieram com um novo

significado. Novas verdades saltaram e entraram

em meu coração e mente sob a inspiração

do Espírito Santo.

Na manhã seguinte, os meus amigos, que

haviam dormido num outro quarto, me perguntaram

o que havia acontecido comigo

durante a noite. Aparentemente, as minhas

repetidas orações e louvores lhes haviam

incomodado!

No domingo seguinte, quando nos encontramos

em nossos cultos, eu disse à congregação:

“Muitos de vocês sabem que estivemos

fora, buscando o Senhor durante a

semana passada. Agora vocês estão esperando

que eu abra a minha maleta e tire dela

um reavivamento! É exatamente isto o que

pretendo fazer!”

Eu mostrei uma maleta, em seguida a abri,

puxei a minha Bíblia, e declarei: “Está tudo

aqui. Eis aqui o segredo do reavivamento,

da vitória e do poder com Deus. Tudo

o que precisamos fazer é recebermos,

crermos e agirmos em conformidade com

isto. Precisamos saber quem somos, o

que Deus diz sobre nós, e qual é a nossa

autoridade em Jesus Cristo.”

Examinemos resumidamente algumas

dessas preciosas verdades que o Senhor

marcou a ferro quente em minha alma naquela

noite. Estas verdades têm caracterizado

proeminentemente o meu ministério

desde então, provando que são uma outra

chave para o reavivamento e a vitória cristã.

A. A NOSSA POSIÇÃO E

CONDIÇÃO EM CRISTO

A Epístola de Paulo aos Efésios dividese

naturalmente em duas partes: os primeiros

três capítulos são uma apresentação

positiva da posição do crente em Cristo.

Esta seção termina com a seguinte e inspiradora

promessa de bênção:

“Ora, Aquele que é poderoso para fazer

tudo muito mais abundantemente além

daquilo que pedimos ou pensamos, de acordo

com o poder que opera dentro de nós, a

Ele seja a glória na Igreja e em Cristo Jesus

a todas as gerações, para todo o sempre.

Amém!” (Ef 3:20,21).

Os últimos três capítulos abordam considerações

práticas na vida do crente.

Poderíamos dizer que a primeira seção

apresenta a nossa posição legal diante de

Deus. A segunda seção apresenta o estado

verdadeiro (as condições) da nossa vida

cristã.

A primeira aborda a nossa riqueza, e a

segunda aborda o nosso caminhar.

A primeira nos mostra os nossos direitos,

e a segunda as nossas responsabilidades.

A primeira é doutrinária, a segunda é

prática.

1. Há Uma Ordem Divina

É importante que observemos a ordem

divina: em primeiro lugar, a nossa posição,

e aí então o nosso estado.

Muitos cristãos estão tentando aperCHAVES

PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 413

feiçoar o seu estado a fim de ganharem

uma correta posição com Deus. Isto é

contrário ao método de Deus. Ele primeiramente

nos dá uma posição correta e nos

pede que creiamos nisto. Em seguida, Ele

nos dá o poder para vivermos em conformidade

com isto.

A nossa reputação, a nossa posição, as

nossas riquezas, os nossos direitos, e os

nossos privilégios em Cristo são todos

devidos à graça de Deus somente. Estas

coisas representam a graça de Deus sobre

todos os crentes.

2. Precisamos Aceitar a Nossa

Posição

Se quisermos cuidar do nosso estado,

do nosso caminhar, das nossas responsabilidades

em nossa vida diária, precisaremos

aceitar primeiramente aquilo que nos

tornamos quando fomos colocados em Jesus

Cristo.

Precisamos crer de fato nesta revelação

divina como foi apresentada nos três primeiros

capítulos de Efésios. Isto nos dará

o poder para “caminharmos como é digno

da vocação a que fomos chamados” (Ef

4:1), como é exigido de nós nos últimos

três capítulos.

Amigos, esta é a maneira pela qual Deus

sempre nos incentiva e nos ajuda. Em primeiro

lugar, Ele nos mostra o que somos

em Cristo e nos dá as firmes declarações da

Sua graça (poder). Aí então, Ele nos diz:

“Se você acreditar, então aquilo que Eu declarei

se tornará uma realidade prática em

sua vida.” É assim que funciona a fé. Cremos

antes de vermos.

A santificação e um estilo de vida santo,

através de qualquer outro meio, tornam-

se uma lei natural de obras. Até mesmo

as boas obras da carne são carnais.

As únicas obras que são agradáveis a Deus

são as que se originam como frutos da Sua

graça (o poder divino que nos capacita)

operando através da nossa fé em Sua Palavra.

Vejamos agora como esta verdade resplandece

em Efésios.

B. A BOA PALAVRA DE DEUS

Em Efésios 1:3, temos um versículo que

é favorito de muitos...

“Bendito seja o Deus e Pai do nosso

Senhor Jesus Cristo, o Qual nos abençoou

com todas as bênçãos espirituais nos lugares

celestiais em Cristo”.

Há uma profunda verdade escondida

neste versículo. As palavras “bendito” e

“bênção” originam-se de uma palavra grega

de onde recebemos a nossa palavra “elogio”.

Esta mesma palavra grega encontra-se

em Romanos 15:29, onde Paulo diz: “Hei

de vir na plenitude da bênção do Evangelho

de Cristo, “ou literalmente, “a plenitude

da boa expressão do Evangelho de Cristo.”

Em Romanos 16:18 esta mesma palavra

é usada, mas desta vez retratando uma

insinceridade. Paulo fala sobre os que “através

de boas obras e lisonjas enganam os

corações dos símplices.”

Contudo, as “lisonjas” de Deus com relação

a nós são genuínas e sinceras.

Leia agora Efésios 1:3 com uma melhor

tradução do seu significado.

“Elogiado seja o Deus e Pai do nosso

Senhor Jesus Cristo, o Qual tem falado bem

ou sublimemente a nosso respeito, com

toda boa expressão nos lugares celestiais

em Cristo Jesus.”

Sim, amigos, esta é a surpreendente

verdade! Deus nos elogia (fala palavras de

congratulações), quando Ele nos vê em Cristo.

Ele fala coisas sublimes e expressa coisas

boas a nosso respeito.

1. Deus Fala Bem de Nós

Deus não nos elogia em nosso irregenerado

estado adâmico, mas, visto que aceitamos

a Cristo, Deus nos vê em Seu Filho e

fala sublimemente a nosso respeito.

a. Natureza Adâmica Morta. Ele de414

/ SEÇÃOB2 B2.2– A Chave da Autoridade do Crente

clara que a nossa natureza adâmica está

morta, crucificada com Cristo (Rm 6:6-11).

b. Novas Criaturas em Cristo. Ele declara

que somos novas criaturas em Cristo.

As coisas velhas já se passaram e tudo se

tornou novo.

c. Ressuscitados com Cristo. Ele declara

que fomos ressuscitados com Cristo e

entronizados com Ele nos lugares celestiais

(Ef 2:6).

d. Completos em Cristo. Tudo o que

Cristo fez não foi para Si Próprio, e sim

para nós. Deus agora nos vê completos (íntegros,

perfeitos, imaculados) em Cristo.

2. Deus nos Estimula e nos Ajuda

Este é o método de Deus para nos estimular

e nos ajudar, e que sempre foi o mesmo.

Ele dá a Sua Palavra e nos convoca a

crermos nela e a agirmos de acordo com

ela. a. Não Seja Enganado Pelo Diabo.

O diabo tomou emprestado este método.

Podemos vê-lo usando esta abordagem em

Gênesis 3. Ao dar a sua palavra mentirosa a

Eva, ele a seduziu para que ela cresse nesta

palavra e agisse de acordo com ela.

Se Eva tivesse crido na Palavra de

Deus e agido de acordo com ela, não teria

caído nem arrastado a raça humana para a

sua ruína.

b. Siga o Caminho de Deus. Deus ainda

aborda o homem da seguinte forma:

1) Ele nos dá a Sua boa Palavra; e

2) nos convoca a acreditarmos nela

com todo o nosso coração; e

3) a agirmos em conformidade com

ela.

c. A Palavra de Deus Tem Poder. Na

verdade, se acreditamos na Palavra de Deus

com sinceridade, Ele nos dá poder para agirmos

em conformidade com ela. A Palavra de

Deus contém vida em si mesma e tem poder

para materializar-se (tornar-se o que foi expresso

por palavras).

Uma semente que é plantada no solo

brota com uma vida e um feitio conforme o

que foi planejado por Deus. A semente da

Palavra de Deus que é recebida em nosso

coração também faz brotar uma vida e um

feitio em nós.

É por isto que Deus nos elogia quando

nos vê em Cristo. Ele sabe que se recebermos

e crermos na Sua Palavra, ela

se materializará (será percebível de

maneiras visíveis) em nossa vida. Esta é

a fórmula divina para a vitória cristã.

C. A NOSSA UNIÃO COM CRISTO

Sem Cristo estamos mortos em nossas

transgressões e pecados. Contudo, Deus nos

convoca a nos imaginarmos como que estando

no Seu Filho.

Em seguida Ele nos pede que creiamos

que estamos crucificados com Ele, sepultados

com Ele e ressuscitados com Ele. Esta

união do crente com Cristo é vista sob dois

aspectos: a nossa posição legal (como parentes

d’Ele), e o vital aspecto de que Cristo

habita dentro de nós.

1. A Nossa Posição Legal

Esta é a nossa posição legal diante de

Deus. No momento em que aceitamos a

Cristo como nosso Salvador e Senhor, somos

justificados. Recebemos uma posição

judicial, uma posição legal diante de um

Deus santo.

Em Efésios 1:15-23, Paulo ora para que

possamos ser iluminados espiritualmente

com relação à nossa posição legal em Jesus.

Paulo orou: “Oro para que vocês comecem

a compreender quão incrivelmente grande

é o Seu poder para ajudar os que crêem

n’Ele.

“Foi este mesmo grande poder que ressuscitou

a Cristo dentre os mortos e O assentou

no lugar de honra à destra de Deus

no Céu, longe, muito longe de qualquer

outro rei, ou governante, ou ditador, ou líder.

“Sim, a Sua honra é muito mais gloriosa

do que a de qualquer outro, tanto neste

mundo, quanto no vindouro.”

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 415

Em seguida, no Capítulo 2, Paulo declara

que Deus “nos vivificou [nos ressuscitou

dentre os mortos] juntamente com Cristo,

e nos elevou ao Céu, e nos entronizou

juntamente, no mais alto céu em Cristo Jesus”

(vs. 4-6).

Na mente e propósito de Deus, quando

Cristo morreu – nós morremos com Ele;

quando Ele foi ressuscitado – nós fomos

ressuscitados com Ele; e quando Ele subiu

à destra do Pai – nós também subimos

e nos assentamos com Ele no Trono à

destra de Deus Pai.

Estas são algumas das “boas expressões”

de Deus a nosso respeito. Elas representam

uma declaração divina da nossa

união e privilégio legais devido ao fato

de estarmos com Jesus Cristo.

Paulo nos incita a “nos considerarmos

[considerar como já feito] como mortos de

fato para o pecado, porém vivos para Deus

através de Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm

6:11).

A mente natural se rebela contra este tipo

de revelação sobrenatural. É somente à medida

em que participamos da mente de Cristo

que podemos compreender estas verdades.

Aí então elas se tornam o caminho para o

poder e a vitória pessoal sobre os problemas,

sobre o pecado, sobre as enfermidades

e os demônios.

2. O Fato Vital de que o Espírito

Santo Habita em Nós

Deus nos deu uma posição legal em Cristo

(que precisamos aceitar pela fé). Ele também

produziu uma experiência vital em

nós através do Seu Espírito.

Ao escrever aos gálatas, Paulo disse: “E,

porque sois filhos, Deus enviou o Espírito

do Seu Filho aos vossos corações, que clama:

Aba, Pai” (Gl 4:6).

A nossa natureza adâmica está morta para

Deus. Mas, desde o nosso novo nascimento,

o Espírito do Seu divino Filho habita dentro

de nós. Paulo diz: “Aquele que se une ao

Senhor é um só espírito” (1 Co 6:17).

Uma vez mais o Apóstolo Paulo testifica

em Gálatas 2:20: “Estou crucificado com

Cristo, mas vivo; contudo, não eu, mas

Cristo vive em mim: e a vida que agora

vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de

Deus, o Qual me amou e Se entregou por

mim.”

Paulo não viveu a sua vida diária, nem

direcionou o seu tremendo ministério através

de um poder ou sabedoria pessoal. Ele

agia através do conceito divinamente inspirado

de que Cristo habitava dentro dele através

do Seu Espírito.

O Apóstolo João também compreendia

esta verdade: “Maior é Aquele que está

em vós, do que aquele que está no mundo”

(l Jo 4:4). Este mesmo apóstolo escreveu

em João 1:16: “Da Sua plenitude,

todos nós recebemos, e graça por graça.”

Isto significa que nós, os crentes,

temos, habitando dentro de nós, o pleno

potencial da vida de Cristo. Ele coloca o

Seu amor, a Sua alegria, a Sua paz, a Sua

longanimidade, a Sua benignidade, a Sua

bondade, a Sua fé, a Sua mansidão e a Sua

temperança (ou auto-controle) dentro de

nós (Gl 5:22,23). Todas estas coisas são

os frutos do Seu Espírito que habita dentro

de nós.

Pela fé, aceitamos a posição legal que

nos é imputada por Deus (ou seja, a nossa

posição legal em Cristo). O Espírito de Cristo

que habita em nós responde à nossa fé e

produz em nós a natureza de Cristo.

Destas duas maneiras – [1] o nosso crer e

[2] a capacitação do Espírito – interage a

nossa união com Cristo. Estas coisas nos

capacitam a vivermos de uma forma tal que

os outros possam ver a Cristo em nossa vida.

No meio dos tumultos e pressões deste

mundo, nunca nos esqueçamos de que

possuímos dentro de nós um “santuário

interior”, habitado por Cristo. D’Ele recebemos

os recursos que são mais do que

suficientes para todas as necessidades, em

todas as situações. Assim sendo, “em todas

as coisas somos mais do que vence416

/ SEÇÃOB2 B2.3– A Chave da Autoridade da Palavra de Deus

dores através d’Aquele que nos amou”

(Rm 8:37).

D. A NOSSA AUTORIDADE EM

CRISTO

Devido ao fato de que Deus declarou

que estamos em Cristo, tudo o que é dito

com relação a Cristo também é dito com

relação a nós.

Ao elogiar a Cristo, o Pai também nos

elogia (diz coisas muito lisonjeiras sobre

nós) em Cristo.

1. Autoridade Sobre o Poder do

Inimigo

Cristo tem toda a autoridade (Mt 28:18).

Portanto, nós também temos autoridade:

“Eis que vos dou poder [autoridade]

para pisar serpentes e escorpiões, e sobre

todo o poder [capacidade de fazer mal] do

inimigo: e absolutamente nada vos fará

dano algum’’ (Lc 10:19).

2. Autoridade Sobre Satanás

Satanás foi esmagado (mortalmente ferido)

sob os pés de Cristo (Gn 3:15). Satanás

também é esmagado sob os nossos

pés. “O Deus de paz esmagará em breve a

Satanás sob os vossos pés” (Rm 16:20).

Satanás foi legalmente colocado sob os

pés de Cristo – ou seja, ele está em submissão

à Sua autoridade (Ef 1:22). E Satanás

foi também legalmente colocado sob os

nossos pés. O salmista declarou: “Pisarás

o leão e o áspide; calcarás aos pés o filho

do leão e a serpente” (Sl 91:13).

3. Autoridade Como Embaixadores

de Cristo

Assim como Cristo foi enviado a este

mundo, assim também nós o somos. Jesus

disse ao Pai: “Assim como Tu Me enviaste

ao mundo, assim também Eu os enviei ao

mundo” (Jo 17:18).

Assim sendo, somos embaixadores de

Cristo, saindo com a Sua autoridade, e falando

e agindo em Seu favor (2 Co 5:20).

Recebemos uma procuração legal – ou seja,

a autoridade para agirmos em nome de Jesus

Cristo. Com a Sua autoridade, pregamos o

Evangelho. Com a Sua autoridade, impomos

as nossas mãos sobre os enfermos. Com a

Sua autoridade, expulsamos os demônios.

4. Autoridade no Reino de Deus

Jesus é o Herdeiro de todas as coisas, e

nós somos “herdeiros de Deus e co-herdeiros

com Cristo” (Rm 8:17). Compartilhamos

dos Seus direitos do Trono aqui e

agora, e haveremos de governar com Ele em

Seu Reino na era vindoura.

5. Leve as Palavras de Deus a Sério

Amigos, eis aqui com certeza uma chave

que pode transformar a sua vida. Creia nisto.

Ela abrirá para você os recursos inexauríveis

do Reino de Deus.

No Capítulo 1 consideramos a chave da

autoridade de Cristo. Eis agora uma segunda

chave. É a autoridade do crente em

Cristo, ou poderíamos dizer, a autoridade

de Cristo no crente.

Vamos parar de justificar os nossos fracassos

e vamos converter as nossas desculpas

em testemunhos. Vamos nos apossar

da chave que nos é oferecida, crer nela,

usá-la e prová-la.

Desde a época em que essas chaves fizeram

em mim uma profunda marca naquela

noite de 1951, nunca cessei de agradecer a

Deus por esta chave de autoridade. Tenho

incitado todos os crentes a ousarem a levar

as Palavras de Deus a sério e a exercitar o

privilégio de serem um parente de Cristo.

Este é um privilégio seu. Exercite-o!

Capítulo 3

A Chave da Autoridade da

Palavra de Deus

Introdução

Como podemos fazer com que a Palavra

de Deus se realize? Como podemos fazer

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 417

com que ela FUNCIONE? Este era o problema

que estava pesando em meu coração e

mente durante os meses de inverno de 1953.

Como já foi mencionado em nossos capítulos

anteriores, havíamos experimentado

épocas de grande bênção em nosso ministério.

Contudo, eu ainda tinha de enfrentar

uma outra crise – um outro período de

insatisfação e um sentimento de total inadequabilidade

e frustração.

Vez após vez, eu lia as surpreendentes

promessas e declarações da Palavra de Deus

com relação a nós, na qualidade de crentes –

a nossa posição em Cristo, a nossa vitória,

o nosso poder, a nossa liberdade da natureza

carnal, as promessas de cura e de libertação

e do suprimento de todas as nossas necessidades

materiais.

Mas será que isso estava acontecendo

na minha vida?

Em suma, o Novo Testamento retratava

uma vida de gloriosa realidade em Cristo.

Eu, no entanto, fui pessoalmente confrontado

por uma falta de poder sobrenatural

em muitas facetas da minha própria vida e

ministério.

Na qualidade de pastor, eu estava por

demais ciente da minha própria incapacidade

para suprir as desafiadoras necessidades

na vida de muitas pessoas da minha congregação.

Se ao menos as poderosas verdades da

Palavra de Deus pudessem ser postas a funcionar,

tudo isto seria mudado.

A. A PALAVRA FUNCIONA PELA FÉ

Este debate prosseguiu durante semanas

no meu coração e na minha mente. Eu

parava, pegava o meu Novo Testamento, e

lia – e lia novamente. Aí então eu elevava o

meu coração ao Senhor e Lhe perguntava:

“Por que isto não funciona?”

Eu acordava durante a noite, pegava a

minha Bíblia e lia novamente as tremendas

promessas e declarações para todos os crentes

e para a Igreja Cristã em geral. Em seguida,

levantava a Bíblia em direção ao céu e

perguntava ao Senhor o motivo pelo qual a

Sua Palavra não estava funcionando na minha

vida e na vida dos membros da minha

congregação.

Aí então, certa noite, depois de eu ter

saído da cama e enquanto estava andando

de um lado para o outro, com a minha Bíblia

aberta sobre a minha mesa, eu estava fazendo

a mesma pergunta de sempre – “por que,

por que, POR QUE?”

De repente, algo mudou dentro de mim.

Um rio de fé e convicção parecia jorrar das

profundezas do meu ser. Parecia que um véu

havia sido rasgado, abrindo assim a minha

compreensão. Dos meus lábios não mais

irromperam as antigas perguntas de incredulidade,

mas sim expressões de fé e convicção:

“A Palavra funciona! Ela funciona pela

fé, e EU TENHO fé! O que a Palavra diz

sobre Deus é VERDADEIRO! O que a Palavra

diz que eu sou em Cristo, EU SOU! O

que a Palavra diz que eu posso FAZER através

de Cristo, EU POSSO FAZER!”

Assim sendo, com estas e outras expressões

semelhantes, deixei jorrar de mim as

mais profundas convicções do meu coração.

Eu acreditava, e EU SABIA que eu acreditava.

Deus havia me dado um Dom de Fé

(de crer) (1 Co 12:9).

Como era diferente pregar agora. Eu queria

abrir a minha Bíblia e proclamar aos quatro

ventos. Com intrepidez eu agora podia

dizer às pessoas:

“O que Deus diz sobre você é verdadeiro

– você é nascido de Deus, você é uma

nova criação em Cristo, habitada por Cristo,

e você pode fazer todas as coisas através

de Cristo!

“Talvez os seus sentimentos lhe digam

que você está derrotado, frustrado, lutando

contra inimigos com uma vantagem avassaladora.

Mas a PALAVRA diz que você é mais

do que vencedor, um derrotador do diabo,

senhor de todas as circunstâncias, e que você

está posicionado no limiar de ilimitadas

possibilidades – em Cristo – e através da fé

na PALAVRA.”

418 / SEÇÃOB2 B2.3– A Chave da Autoridade da Palavra de Deus

Ao invés de olhar para a antiga natureza

adâmica, com as suas desesperadas futilidades

e frustrações, e de perguntar “POR

QUE a Palavra não funciona?” eu agora tinha

em minha cabeça um quadro de mim

mesmo, como nova criação em Cristo. Tomando

posse das incomensuravelmente vastas

e poderosas declarações de Deus com

relação à minha posição em Cristo, gritei

com intrepidez: “AMÉM! A Tua Palavra é a

VERDADE! Aleluia!”

E como é verdadeiro que “a fé vem pelo

ouvir a Palavra de Deus” (Rm 10:17), pois

a pregação da verdade positiva da Palavra

de Deus operou resultados poderosos na

vida dos que a ouviram!

B. FATOS FUNDAMENTAIS

Permitam-me expor agora alguns dos

grandes fatos fundamentais com relação à

Palavra de Deus e como ela funciona para

todos os que escolhem crer nela.

1. A Palavra Tem Autoridade Divina

Em Gênesis 1 Deus falou palavras de autoridade:

“Que haja...”, e “houve”. Esta terra

ao nosso redor é o produto da autoridade

da Palavra. A Teoria da Evolução não é tanto

um desafio ao poder e capacidade de Deus

quanto o é à autoridade da Sua Palavra.

Deus criou o homem e o colocou imediatamente

sob a autoridade da Sua Palavra:

“E o Senhor Deus ordenou ao homem”

(Gn 2:16).

Na era vindoura, Cristo governará através

da autoridade da Palavra: “Da Sua boca

saía uma afiada espada, para que com ela

Ele pudesse ferir as nações” (Ap 19:15), e

“Ele ferirá a terra com a vara da Sua boca

e com o sopro dos Seus lábios Ele matará

os ímpios” (Is 11:4).

Entre o Éden e o Milênio (reinado de mil

anos de Cristo na terra), está sendo travada

uma feroz batalha sobre a autoridade da

Palavra de Deus. Satanás perguntou a Eva:

“Foi assim que Deus disse?” (Gn 3:1).

Hoje, nesta hora em que a terra se encontra

nas mais profundas trevas espirituais, esta

pergunta é bem estabelecida na mente do

povo. É um sutil desafio satânico à autoridade

da Palavra de Deus.

Mas a autoridade da Palavra de Deus é

sustentada pelo Seu Próprio Ser, pelo Seu

Próprio Caráter, pelo Seu Trono Eterno.

Ela permanece inabalada e inabalável diante

dos furiosos ataques de demônios ou de homens.

Ainda que o céu e a terra passem, a

Palavra de Deus prevalecerá através de inúmeras

eras vindouras (Lc 21:33). Aleluia!

2. A Palavra Tem Poder Divino

Os átomos não somente se uniram com a

ordem de autoridade de Deus, mas eles também

permanecem juntos pelo poder desta

Palavra: “Por Ele, todas as coisas consistem...

[mantêm-se unidas]” (Cl 1:17).

Os cientistas de física molecular já confirmaram

que as menores partículas atômicas

conhecidas não possuem nenhum elemento

negativo-positivo. Isto é o que é necessário

para manter as coisas juntas. De

um ponto de vista científico, toda a Criação

deveria estar voando aos pedaços. A Bíblia

diz que Jesus a mantém unida!

Por detrás de toda a Criação encontra-se

a vontade, o pensamento, a palavra, o poder

e a vida de Deus.

Observe as palavras do anjo a Maria:

“Pois com Deus nada será impossível” (Lc

1:37). A tradução literal é: “Nenhuma Palavra

de Deus estará destituída de poder.”

Não é de admirar que Maria tivesse respondido:

“Cumpra-se em mim segundo a

Tua PALAVRA, “ O anjo havia declarado uma

promessa que exigia um cumprimento sobrenatural,

mas “a Palavra de Deus” tem

em si mesma o poder sobrenatural de materializar-

se (isto é, trazer à existência) aquilo

que foi falado!

3. Jesus Falou a Palavra de

Autoridade e Poder

Quando Jesus expulsou o espírito imundo

do homem na sinagoga, as pessoas se

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 419

maravilharam e exclamaram: “Que palavra

é esta! Pois com autoridade e poder Ele

ordena aos espíritos imundos, e eles saem”

(Lc 4:36).

As palavras de Jesus continham não somente

a autoridade de Deus, mas também

o poder, a vida, a energia e a capacidade de

Deus. Vemos a autoridade divina das Suas

Palavras quando Ele amaldiçoou a figueira –

e ela obedeceu e morreu. Novamente, quando

Ele ordenou que o vento e as ondas se

acalmassem e se aquietassem – e eles obedeceram

e proporcionaram uma grande

calmaria.

Em seguida vemos o poder das Suas

palavras quando Ele pegou os cinco pães e

dois peixes – que eram suficientes apenas

para o almoço de um garotinho – e disse aos

Seus discípulos – “Dai-lhes vós de comer!”

(Lc 9:13). Agindo com base nestas palavras,

que eram tão poderosas e imbuídas de

energia criativa, os discípulos descobriram

que os pães e os peixes se multiplicaram e

foram suficientes para alimentarem cinco

mil homens. Mais tarde, eles ajuntaram

doze cestos repletos de sobras!

Jesus reivindicava tanto autoridade

quanto poder. Ao olhar para o paralítico,

Ele disse:

“O que é mais fácil dizer... os teus pecados

estão perdoados [autoridade], ou dizer:

Levanta-te, toma a tua cama e anda

[poder]?” (Mc 2:9).

Sim, Jesus personificou a divina Palavra

de autoridade e poder.

4. Os Crentes Receberam a

Palavra de Autoridade e Poder

Jesus falava as Palavras de Deus: “As

palavras que vos falo, não falo de Mim

Mesmo; mas o Pai que habita em Mim é

quem faz as obras” (Jo 14:10).

Além disso, Jesus nos deu estas palavras

de Deus, que possuem autoridade e

poder: “Porque lhes dei as palavras que

Me deste” (Jo 17:8).

Que palavras falamos?

Jesus disse: “O homem não viverá de

pão somente, mas de toda palavra de Deus”

(Lc 4:4).

Salomão disse: “O ventre do homem ficará

satisfeito com o fruto da sua boca; e

com o incremento dos seus lábios ele se

fartará. A morte e a vida estão no poder da

língua: e aqueles que a amam comerão do

seu fruto” (Pv 18:20,21).

Uma vez mais, disse Jesus: “Porque por

tuas palavras serás justificado, e por tuas

palavras serás condenado” (Mt 12:37).

Jesus viveu e ministrou através do poder

e da autoridade das palavras que o Pai

Lhe deu. Não é de admirar então que o povo

se maravilhasse e dissesse: “Que palavra é

esta!” E com um temor respeitoso e perplexidade,

os oficiais dos principais sacerdotes

e os fariseus enviados para prenderem

a Jesus retornaram e disseram: “Nunca

homem algum falou assim como este

Homem” (Jo 7:46).

Meu amigo, estas palavras de Deus são

dadas a nós. Nós também podemos falar

estas mesmas palavras. Nós também podemos

viver através da sua autoridade e poder.

À medida que estas palavras de Deus

habitam em nosso coração e são faladas por

nossos lábios, elas se tornam pão e fruto

para nós. Seremos cheios com o poder delas.

Seremos mudados e transformados por

elas. Elas nos justificarão, nos curarão, nos

capacitarão e nos darão a vitória.

5. Quando Aceitamos a Autoridade

da Palavra de Deus Nós

Provamos o Seu Poder

Por que a Palavra de Deus não funciona?

A pergunta agora certamente deveria ser:

“Como a Palavra funciona?” “Por que”

parece totalmente irrelevante, quase como

um eco do Éden: “Foi assim que Deus disse?”

Naquela noite, enquanto eu andava de

um lado para o outro, com uma Bíblia aberta,

parecia que Deus estava me dizendo:

420 / SEÇÃO B2 B2.4 – A Chave da Autoridade do Ministério

“No momento em que você aceitar sem reservas

a autoridade da Minha Palavra, você

experimentará o Seu poder.”

Mentalmente eu aceitei a autoridade

da Palavra, mas o meu coração havia

lutado e vascilado diante do seu desafio.

Agora, porém, eu sabia que no momento

em que o nosso coração aceitar sem reservas

a autoridade da Palavra, ela funcionará!

Talvez ela não se materialize (seja cumprida)

imediatamente, mas ela se torna instantaneamente

um fator criativo e produtivo

em nossa vida.

O Deus que, com autoridade e poder,

disse: “Que haja luz, e houve luz...” também

disse:

“Se alguém está em Cristo, nova criatura

é”. Eu estou em Cristo, e, portanto, eu

sou “uma nova criatura! As coisas velhas

já passaram; eis que tudo se fez novo” (2

Co 5:17) – e isto é um fato!

“Estou crucificado com Cristo... Cristo

vive em mim” (Gl 2:20). Eu aceito a Palavra

de Deus para mim – e isto é um fato!

“E os que são de Cristo [e eu sou de

Cristo] crucificaram a carne, com as suas

afeições e concupiscências” (Gl 5:24). Eu

aceito a autoridade da Palavra de Deus e

vivencio o seu poder!

Sim, meu amigo, o Deus que disse:

“Que haja um firmamento... e assim

foi” (Gn 1:6,7), também disse: “A oração

de fé salvará o doente, e o Senhor o levantará”

(Tg 5:15).

“Imporão as mãos sobre os doentes, e

eles se recuperarão” (Mc 16:18).

“Eu sou o Senhor que te cura” (Êx

15:26).

E o Deus que disse: “Que a terra produza

erva verde... e assim foi” (Gn 1:11),

também disse:

“O Deus de paz esmagará em breve a

Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm

16:20).

“Somos mais que vencedores através

d’Aquele que nos amou” (Rm 8:37).

“Desejo acima de tudo que tu possas

prosperar e estar com saúde, assim como

prospera a tua alma” (3 Jo 2).

E assim por diante, promessa após promessa,

declaração após declaração, convicção

após convicção, verdade após verdade,

revelação após revelação!

Prostre-se humildemente diante da autoridade

da Palavra. Em seguida, levante-se

e saia em seu poder. Deus declara que o seu

“velho homem”, a antiga natureza pecaminosa,

com todas as suas escravidões, limitações,

enganos e derrotas, “está morto, crucificado

com Cristo.”

Creia nisto! Isto é um fato!

Deus declara que você foi ressuscitado

para viver uma nova vida em Cristo, que

você é completo em Cristo, habitado por

Cristo. Creia nisto! Isto é um fato!

Deus declara que você pode fazer todas

as coisas através da operação interna do

poder de Cristo. Creia nisto! Isto é um fato!

Mil pensamentos poderão se levantar

em rebeldia contra a autoridade da Sua Palavra...

mas Deus disse... e isto é um fato!

Esta é a chave para a vitória, para a cura,

para a libertação, para o suprimento de todas

as suas necessidades.

Não pergunte mais: “Por que a Palavra

de Deus não funciona?”

Mas, com todo o seu coração, aceite a

sua autoridade. “E Deus disse...”

Você certamente vivenciará o seu poder.

“E ISTO É UM FATO!”

Capítulo 4

A Chave da Autoridade do

Ministério

Introdução

Já consideramos três importantes chaves

de autoridade, a saber:

• a autoridade de Cristo,

• a autoridade do crente, e

• a autoridade da Palavra de Deus.

Estas coisas representam a nossa autoridade

de acesso às abundantes provisões

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 421

de Deus para todos os crentes e a nossa

autoridade sobre Satanás e as suas obras

das trevas. Nós podemos libertar os cativos

das obras do diabo.

Todos os crentes em Cristo possuem o

privilégio de usar estas três chaves de autoridade.

No entanto, há certas pessoas a quem

o Senhor chamou e equipou para um ministério

específico, tanto para a Igreja quanto

para os não-salvos.

Um chamado para um dom ministerial

significa mais do que sermos uma simples

testemunha pessoal. É o ministério de Cristo

em e através de certos vasos escolhidos.

Através deles, Jesus continua a edificar a

Sua Igreja e a preparar um povo para o dia

em que Ele voltará novamente.

Todos os que são chamados por Deus

para um dom ministerial, mais cedo ou mais

tarde precisam reconhecer o seguinte: “Preciso

ser equipado com um poder sobrenatural

do Céu para cumprir a minha missão e

o propósito de Deus em meu ministério.”

Ao enfrentar esse desafio, o líder de igreja

endurecerá o seu coração e fechará os seus

ouvidos aos clamores dos cativos ou buscará

do Senhor a capacidade sobrenatural que

ele precisa para reproduzir o ministério de

Cristo e libertar os cativos.

Este desafio veio à minha própria vida

em 1955.

Eu estava vendo alguns resultados animadores

no ministério. Muitos testificavam

da realidade do poder de cura de Deus. Alguns

haviam sido libertos de demônios que

haviam afligido os seus corpos e atormentado

as suas mentes.

Contudo, parecia que para onde quer que

nos voltássemos, deparávamo-nos com

pessoas cujos problemas pareciam desafiar

as soluções. Aparentemente carecíamos do

poder necessário para a libertação delas.

Naquela época, tínhamos pessoas que

ficavam conosco em nossa pequena casa

alugada, a fim de que pudéssemos ministrar

às suas necessidades. Conseqüentemente,

eu não conseguia escapar do desafio. Eu me

deparava com ele dia após dia, e o encontrava

nas horas das refeições, quando as pessoas,

cujas vidas estavam amarradas, se assentavam

à mesma mesa.

Foi nesta época, em 1955, que o Senhor,

de forma tão maravilhosa, nos possibilitou

a aquisição de uma casa maior, a fim de que

pudéssemos ter espaço suficiente para dirigirmos

esse trabalho e ampliarmos o nosso

ministério.

Contudo, apesar das bênçãos de Deus e

da Sua milagrosa provisão para a obra, continuei

a viver cada dia sob a pressão das

necessidades de homens e mulheres. Eu estava

continuamente ciente da inadequabilidade

do meu ministério.

Relembrando essa época, parece que durante

mais de um ano passei tantas refeições

lá longe na minha “toca” de estudos,

buscando o Senhor, quanto passei à mesa

de refeições. Passei tantas noites nesta

“toca” quanto passei na minha cama.

Não era uma questão de se contar refeições

perdidas ou noites gastas em oração, e

sim uma questão de como viver com aquele

fardo. Era um fardo que eu não havia buscado

nem tampouco desejava, mas aparentemente

ele foi colocado sobre mim pelo Espírito

de Deus.

Para mim era óbvio que não era possível

viver indefinidamente neste estado de pressão.

Trabalhos muito necessários tinham de

ser completamente negligenciados. As exigências

colocadas sobre mim por uma obra

de Deus que crescia rapidamente tinham de

ser deliberadamente ignoradas.

Esta era aparentemente mais uma crise

no meu ministério. Relembrando o passado,

vejo claramente como o Senhor estava

me preparando para receber uma outra chave

de autoridade, a qual não era somente

para mim mesmo, mas também para ser

compartilhada com os outros na obra do

Senhor.

As eternas verdades da Palavra de Deus

que me foram reveladas e que fizeram uma

profunda marca no meu espírito durante

422 / SEÇÃO B2 B2.4 – A Chave da Autoridade do Ministério

aquelas horas e dias gastos a sós na minha

“toca” desde então se tornaram parte do

meu ministério.

O espaço limitado impede uma exposição

detalhada de todas estas preciosas verdades.

Tampouco é possível que eu fale

sobre os devassadores e severos testes a

que fui chamado a aceitar. Não posso lhes

contar sobre os votos precipitados que fiz

ao Senhor na esperança de que Ele honrasse

o ministério que Ele me havia dado. Implorei

a Deus que Ele o transformasse numa

força eficaz para a Sua glória.

A. AUTORIDADE DIVINA DOS

DONS MINISTERIAIS

Sinto muito que o espaço limitado não

me permita contar sobre os conflitos muito

reais com os poderes das trevas e sobre as

gloriosas vitórias obtidas através da fé na

Palavra de Deus e pela unção do Espírito

Santo. Uma coisa, porém, que eu preciso

compartilhar é a seguinte: a autoridade

divina do ministério.

Não estou me referindo a um ministério

profissional, nem a um ministério designado

pelo próprio homem, nem a uma mera e

hábil pregação ou grande oratória. Estou

falando da autoridade do ministério que é

designado por Cristo em Sua Igreja hoje.

Este conceito da autoridade divina de

todo ministério chamado por Deus fez em

mim uma profunda marca durante aquelas

horas e dias em que passei a sós com o

Senhor.

O que segue é uma pequena parte desta

revelação da autoridade que Deus outorgou

aos dons ministeriais, e que somente foram

concedidos aos verdadeiros servos de Deus

na Igreja de Jesus Cristo.

Esta não é uma autoridade sobre a vida

das pessoas, nem uma autoridade de um

cargo numa organização, e sim a autoridade

de Cristo sobre o diabo e todas as suas

obras. É a autoridade para fazermos as,

obras de Cristo, para edificarmos a Sua

Igreja, para aperfeiçoarmos os santos e

prepará-los para o dia em que serão apresentados

ao Senhor.

É uma autoridade que torna o ministério

eficaz e produtivo. É uma autoridade que

torna frutífero cada diferente tipo de ministério

em seu próprio âmbito.

1. Dons Ministeriais Dados por

Cristo

Estes ministérios dados por Cristo estão

citados para nós em Efésios 4:11 da

seguinte maneira: “E Ele deu alguns para

apóstolos; e alguns para profetas; e alguns

para evangelistas; e alguns para pastores e

mestres.”

Temos aqui uma lista completa dos dons

ministeriais de Cristo concedidos a certas

pessoas da Sua Igreja. Há muitos outros

dons que podem ser recebidos pelos líderes,

sendo que alguns deles podem servir

para equipá-los.

Esta lista, no entanto, cobre os principais

tipos de ministério que se derivam do

Próprio Cristo para benefício da Sua Igreja.

Vamos considerá-los agora um pouco

mais detalhadamente.

a. Apóstolos. Esta palavra significa “um

mensageiro especial”, um pioneiro, alguém

que é chamado por Deus para restaurar alguma

nova faceta da verdade, para inspirar

uma nova visão, e para estabelecer e supervisionar

igrejas cristãs locais.

b. Profetas. Este ministério transmite

a vontade de Deus à Igreja a fim de se suprir

as necessidades de ocasiões específicas, exercitando-

se os dons da Palavra de Sabedoria

e da Palavra de Conhecimento, e exortando

a Igreja com declarações inspiradas.

c. Evangelistas. Os que possuem este

dom ministerial são chamados para proclamarem

o Evangelho de Cristo, levando homens

e mulheres à salvação com uma mensagem

que é normalmente confirmada através

de sinais sobrenaturais.

d. Pastores e Mestres. Estes dons ministeriais

estão tão intimamente ligados que

alguns os consideram como sendo um só

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 423

dom. Quer sejam um ou dois ministérios

intimamente associados, estes ministérios

são eficazes na pastoreação e na instrução

das igrejas locais.

Muito embora estes dons se sobreponham

e se harmonizem entre si, cada um

deles é distinto em sua própria natureza e

cada um deles é a concessão de uma capacitação

divina através do Cristo vivo, por intermédio

do poder do Espírito Santo.

Estes dons ministeriais representam o

pleno e harmonizado ministério do Próprio

Cristo, para que as Suas obras possam ser

continuadas e a Sua vitória, que foi comprada

a sangue, possa ser imposta sobre Satanás

e todo o seu poder maligno.

2. Os Dons Ministeriais Foram

Ganhos por Cristo

Estes dons ministeriais foram ganhos

para nós no Calvário. É isto o que lemos em

Efésios 4:8-10: “Pelo que diz que quando

Ele subiu ao alto, Ele conduziu uma multidão

de cativos e deu dons aos homens.

“Ora, Ele subiu, o que é isto senão que

Ele também desceu primeiramente às partes

mais baixas da terra? Aquele que desceu

é também o mesmo que subiu bem acima

de todos os Céus para que Ele pudesse

cumprir todas as coisas.”

Assim sendo, foi através da Sua morte e

sepultamento, da Sua invasão do domínio

de Satanás, e através da Sua ressurreição,

com as chaves da morte e do inferno, que

Cristo obteve a vitória.

Ele agora compartilha esta vitória com

os homens por intermédio dos dons ministeriais.

Ele distribui estes dons àqueles a

quem Ele chamou para o Seu serviço.

O versículo 8 é uma citação de Salmos

68:18. O exame deste versículo nos fornecerá

uma melhor compreensão da verdade

que é apresentada.

Ele é uma ilustração de um rei guerreiro,

o qual, tendo obtido uma poderosa vitória,

retorna, num desfile triunfante, ao Monte

de Sião.

Ele está arrastando em seu séquito uma

multidão de cativos, com alguns deles

acorrentados, outros amarrados às rodas das

bigas – todos demonstrando lamentáveis e

temíveis evidências de sua derrota. E agora,

assentado sobre o trono do vencedor, o rei

guerreiro chama a si os que compartilharam

da dor e do sangue da batalha, e a eles distribui

os despojos que ganhou.

Tudo isto é aplicado ao nosso Rei Guerreiro,

Jesus Cristo, o Qual Se aventurou no

território inimigo do pecado, das enfermidades

e da maldição da própria morte, o

Qual derramou o Seu sangue na morte, porém

ressuscitou dizendo: “Eu sou Aquele

que vive e que estava morto; e eis que estou

vivo para sempre, amém, e tenho as chaves

do inferno e da morte’’ (Ap 1:18).

Os anjos do Céu, perplexos com os mistérios

da Sua obra redentora, reuniram-se em

suas miríades para darem as boas-vindas ao

Vitorioso Guerreiro de volta ao Trono do Céu.

Satanás, suas hostes demoníacas, e todas

as suas obras destrutivas foram amarrados

pelas cordas da autoridade de Cristo

“comprada a sangue”, derrotados por Aquele

que alcançou a vitória a um preço tão alto

assim.

Mas com quem Ele compartilha os frutos

da vitória? Não com os anjos, pois eles

não têm parte alguma na batalha. Os despojos

são compartilhados com nenhum outro,

senão os que, pela fé, confessaram publicamente

a Jesus como seu Senhor (Rm

10:9,10). Ele compartilha os despojos com

os que lutaram na batalha com Ele.

Mas nós não estávamos lá! Não tivemos

nenhuma participação em Seus sofrimentos

nem em Sua vitória – exceto pela

graça de Deus que nos colocou em Seu Filho.

Esta é a maravilha da graça divina!

Tudo o que Cristo fez não foi para Si

Próprio, e sim para nós. Foi em nosso nome

que Ele morreu. Em nosso nome Ele foi sepultado

e ressuscitou.

A vitória que Ele obteve foi em nosso

nome. Ele foi o representante do homem

424 / SEÇÃO B2 B2.4 – A Chave da Autoridade do Ministério

que saiu como nosso substituto para derrotar

o nosso inimigo e obter a nossa vitória.

Por esta razão, Ele nos convoca para

compartilharmos dos despojos, para nos assentarmos

com Ele no Trono do vencedor,

para sermos participantes da Sua autoridade

sobre o inimigo e todo o seu poder.

3. Os Dons Ministeriais Possuem a

Autoridade de Cristo

Algumas pessoas supõem que as palavras

“Ele levou cativo o cativeiro” significam

que Cristo levou as almas cativas do

Hades para o Céu por ocasião da Sua ressurreição.

Se isto aconteceu de fato ou não é difícil

sabermos a partir deste versículo. O Novo

Testamento Amplificado traduz este versículo

da seguinte forma:

“Portanto se diz que, quando Ele subiu

ao alto, Ele levou cativo o cativeiro –

Ele conduziu um séquito de inimigos

derrotados – e concedeu dons aos homens.”

O Novo Testamento Amplificado

possui a seguinte nota de rodapé, que é

uma citação de Matthew Henry: “Ele

conquistou aqueles que nos haviam

conquistado, tais como o pecado, o diabo,

e a morte.”

Isto é consistente com a alegoria que nos

foi apresentada no Salmo 68, de onde este

versículo é citado. Portanto, aqueles a quem

os dons são dados compartilham da vitória

de Cristo. Eles possuem a Sua autoridade

delegada sobre todos os inimigos da humanidade

– o diabo, os demônios, e todas as

suas obras malignas.

É uma autoridade para libertarmos os

homens do pecado e das enfermidades. Jesus

dá aos líderes de igrejas esta autoridade

para libertarem os que estão aprisionados

ou amarrados a poderes demoníacos que os

retêm ilegalmente.

É uma chave para abrirmos portas de

prisões e para anunciarmos a liberdade aos

que têm sido escravizados pelo inimigo.

É o privilégio de proclamarmos as boasnovas

de libertação por toda a terra.

O diabo odeia e teme o ministério de

autoridade.

Já é tempo em que todos os que possuem

um dom ministerial de Cristo, todos

os apóstolos, profetas, evangelistas,

pastores, ou mestres, deveriam reconhecer

a autoridade dos seus ministérios e

sair como pessoas que são embaixadores

do nosso Rei Guerreiro Vencedor.

B. PROPÓSITO DOS DONS

MINISTERIAIS

Esta autoridade não é somente desfrutada

por aqueles que possuem dons ministeriais.

Até certo ponto, ela é também compartilhada

por todos os santos de Deus.

Efésios 4:12 nos diz que os dons ministeriais

de Cristo são “para o aperfeiçoamento

dos santos, para a obra do ministério,

para a edificação do Corpo de Cristo.”

As traduções modernas têm apresentado

uma compreensão mais clara deste versículo.

O versículo teria a seguinte tradução:

“Para a perfeição dos santos para a obra

do ministério...”

1. Reprodução do Ministério

Fica claro, portanto, que os dons ministeriais

não foram dados com o propósito de

monopolização do ministério e sim para a

reprodução do ministério.

Eles devem treinar e equipar os membros

para ministrarem ao Senhor, uns aos

outros e ao mundo.

Os oficiais militares são escolhidos e treinados

para que possam mais tarde treinar

outros soldados de um exército. Desta mesma

forma, Deus selecionou certas pessoas

e lhes transmitiu fragmentos do ministério

sobrenatural de Cristo, para que estes homens

possam, por sua vez, preparar e equipar

os santos de Deus para fazerem a obra

do ministério.

Assim sendo, a autoridade de Cristo é

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 425

canalizada através dos dons ministeriais para

todo o Corpo de Cristo.

Homens e mulheres de Deus – levantemo-

nos em fé! Vamos tomar posse deste

conceito da autoridade dos nossos ministérios.

Vamos tomar posse desta chave que nos

é oferecida das mãos de Cristo. Saiamos para

colocarmos em vigor a Sua vitória “comprada

a sangue” e para levarmos a libertação

a homens e mulheres que estão amarrados

no cativeiro de Satanás.

Que maravilhosa chave de autoridade é

oferecida à Igreja nos dons ministeriais de

Cristo!

Que Deus possa levantar um poderoso

ministério de autoridade, o qual, por sua

vez, produzirá uma Igreja vitoriosa!

Capítulo 5

A Chave da Autoridade de

Cristo na Igreja Local

Introdução

Parece que são nas ocasiões de dificuldades

e provações que Deus penetra a nossa

compreensão com um novo conceito. Recebemos

uma nova revelação sobre uma

antiga e bem-conhecida verdade. A pressão

dos problemas e das circunstâncias adversas

nos levam a desnudarmos o nosso coração

diante de Deus.

Nestas ocasiões, o Espírito de Deus tem

a oportunidade de nos conceder uma compreensão

mais profunda sobre o plano e o

propósito de Deus.

Por muitos anos tenho concordado com

a revelação neo-testamentária da Igreja.

Creio que ela é um organismo vivo e universal,

organizado em igrejas locais, que possuem

um governo independente e que se

propagam por si só.

Contudo, foi durante uma ocasião de

adversidade na obra que Deus havia levantado

sob a minha liderança em Adelaide,

no sul da Austrália, que o Senhor me mostrou

a autoridade de Cristo na igreja

local.

A. CRISTO E A IGREJA LOCAL

O Senhor permitiu que eu visse como a

igreja numa localidade pode ser usada como

uma chave para o reavivamento.

1. O Plano de Deus Para a Igreja

Neo-Testamentária

O meu desejo pessoal era o de sair para

o ministério evangelístico na Austrália e em

outros países. Em vez disso, o Senhor me

compeliu a continuar em Sua obra para estabelecer

este grande princípio da Igreja do

Novo Testamento: toda igreja local precisa

ser um centro autônomo de reavivamento.

Não independente, e sim interdependente,

usando a sua liberdade numa dedicada

unidade e coordenação de atividades.

Foi nesta ocasião que recebi as cinco regras

para o reavivamento na igreja local. Este

programa de cinco pontos tornou-se desde

então uma inspiração para muitas outras

igrejas locais.

Em Apocalipse l, o Apóstolo João registra

a sua visão dos sete castiçais de ouro,

com o Cristo ressurreto no meio deles. Lemos

que estes sete castiçais simbolizavam

as sete igrejas locais da Ásia Menor.

Além disso, sete é o número que simboliza

a totalidade ou perfeição. Os castiçais

também representam toda a Igreja na terra.

Em Êxodo 25, lemos que Deus falou para

Moisés fazer um castiçal com sete ramificações,

de uma só peça de ouro batido.

Isto simbolizava o testemunho de Israel no

Antigo Testamento. Israel foi escolhida para

ser uma nação unida e centralmente governada,

um castiçal com sete ramificações e

de uma só peça de metal.

No Novo Testamento, no entanto, a Igreja

Cristã é simbolizada através de sete castiçais

individuais. Deus nunca teve a intenção

de que a Igreja fosse uma instituição

universalmente organizada e centralmente

426 / SEÇÃOB2 B2.5– A Chave da Autoridade de Cristo na Igreja Local

governada. Deus planejou que a Igreja fosse

uma associação de congregações localmente

governadas.

2. Cristo Lida Diretamente com

Igrejas Locais

Em Apocalipse 2 e 3 lemos as mensagens

do Senhor às sete igrejas, e descobrimos

que Ele lida diretamente com cada igreja,

ordenando, exortando, repreendendo,

admoestando e galardoando. A mesma coisa

acontece hoje em dia.

O Senhor não lida com a Igreja como

denominações organizadas, nem como um

corpo organizado universalmente. Ele vê o

Seu Corpo abrangendo todos os crentes

nascidos do Espírito, e que é visível na forma

de igrejas locais.

Na igreja local Ele estabeleceu o governo,

o ministério, a comunhão e a disciplina.

No Novo Testamento, a Igreja Universal

é comparada a um prédio, onde nós,

como “pedras vivas”, somos edificados. Ela

é descrita como uma família onde temos o

legítimo privilégio de filhos. É chamada de

Corpo de Cristo, do qual somos membros

em particular.

Mas como alguém poderá desfrutar dos

seus privilégios e assumir as suas responsabilidades

como membros desta Igreja Universal

a não ser que tome o seu lugar na

igreja local?

3. A Igreja Universal e a Igreja Local

Em Mateus 16:18 Jesus disse: “Edificarei

a Minha Igreja” – referindo-Se à Igreja

Universal. A Igreja Mundial é composta de

todos os que, semelhantemente a Pedro,

recebem e confessam que Jesus é o Cristo,

o Filho do Deus Vivo.

Em contraste com isto, Jesus ensinou

em Mateus 18:15-17 que se uma pessoa

fosse ofendida por uma outra, ela deveria

buscar a reconciliação sozinha. Se isto não

desse resultado, então deveria fazer isto com

testemunhas. Se ainda assim não houvesse

um resultado satisfatório, aí então ela deveria

levar o assunto à “igreja”.

Mas que igreja é esta? Certamente não é

a Igreja Universal e nem alguma denominação

em particular, mas é obviamente a igreja

local. É lá que encontramos a comunhão

e as medidas disciplinares necessárias para

se manter a comunhão e a harmonia.

Portanto, vemos que na primeira menção

da Igreja do Novo Testamento, ela é

uma referência à Igreja Universal que Cristo

está edificando.

Mas, na segunda referência à igreja, trata-

se da assembléia local.

E estas são as duas únicas maneiras em

que a palavra “igreja” é usada na Bíblia: ou

a Igreja Universal de todos os crentes nascidos

de novo, ou a igreja local, onde estes

crentes são organizados.

Voltando para Apocalipse 1, observe que

João faz apenas uma referência passageira

aos sete castiçais de ouro. Em seguida, ele

usa quatro versículos para descrever eloqüentemente

as glórias d’Aquele que era

“semelhante ao Filho do Homem” no meio

dos castiçais.

Não foi o resplandecente ouro dos castiçais

que impressionou João, e sim a indescritível

glória de Cristo, o Sumo-Sacerdote

ressurreto, andando no meio deles.

4. A Vitória de Cristo Vista na

Igreja Local

E o mesmo acontece hoje em dia. Jesus,

a Cabeça glorificada da Igreja Universal,

anda no meio das igrejas locais, ministrando-

lhes, ordenando, repreendendo e abençoando.

E o Cristo que Se move no meio das

igrejas locais é o Mesmo que disse a João

naquele dia na Ilha de Patmos: “Não temas,

Eu sou o primeiro e o último; Eu sou

Aquele que vive e estava morto; e eis que

estou vivo para sempre, amém, e tenho as

chaves do inferno e da morte” (Ap

1:17,18).

Todas as igrejas locais permanecem

CHAVES PARA A AUTORIDADE ESPIRITUAL SEÇÃO B2 / 427

como testemunhas do Cristo ressurreto,

triunfante e glorificado.

Ele morreu e ressuscitou da sepultura.

Ele subiu ao Céu. Toda a autoridade Lhe é

dada, no Céu e na terra.

Ele derrotou o diabo naquilo que era o

seu próprio território. Cristo arrancou das

mãos do diabo as chaves do inferno e da

morte, e Ele está agora entronizado em vitória.

A Sua autoridade é suprema.

É Ele Quem Se volta a cada castiçal – ou

seja, a cada igreja local. Semelhantemente

aos sacerdotes do Templo, Jesus está pronto

para derramar novos suprimentos de óleo,

para limpar e aparar o pavio, a fim de que

um resplandecente e constante castiçal possa

iluminar a gloriosa vitória e suprema autoridade

do Senhor Jesus Cristo.

Todas as igrejas locais podem ter a vitória.

Todas as igrejas locais podem ter reavivamentos.

Cristo conhece, fala, e ministra a

cada uma das igrejas locais.

Visualizemos agora este mundo salpicado

de castiçais de ouro, com o Sumo Sacerdote

ressurreto, Jesus Cristo, andando no

meio deles. Esta é a visão que o Céu tem da

Igreja na terra.

Há três maneiras pelas quais a igreja local

pode dar um testemunho fiel da vitória

de Cristo.

a. Na Unidade dos Crentes. Uma grande

ênfase é posta sobre a unidade no Novo

Testamento. Até mesmo antes de mencionar

a Igreja, Jesus disse:

“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao

altar, e aí te lembrares que teu irmão tem

alguma coisa contra ti, deixa ali diante do

altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro

com o teu irmão, e depois vem e apresenta

a tua oferta’’ (Mt 5:23,24).

Em Sua primeira referência à igreja local

em Mateus 18:15-17, Jesus fala sobre a necessidade

da reconciliação entre os irmãos e

da disciplina para os que se recusam a serem

reconciliados.

O Apóstolo Paulo exorta a igreja local de

Roma “a ter o mesmo sentimento uns para

com os outros, de acordo com Cristo Jesus:

para que possais com uma só mente e

uma só boca glorificar a Deus, o Pai de

nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 15:5,6).

Aos filipenses ele escreveu: “Permanecei

firmes num só espírito, com uma só

mente, lutando juntos pela fé do Evangelho”

(Fp l :27).

E assim, por todo o Novo Testamento,

encontramos repetidas exortações para mantermos

a unidade do Espírito na igreja local.

Sem ela o Espírito Santo Se entristece, e a

gloriosa vitória de Cristo não pode ser

vivenciada nem demonstrada.

b. No Amor dos Crentes. A palavra

correspondente a “amor” no grego é uma

palavra que expressa um amor divino, um

amor transmitido sobrenaturalmente.

E assim encontramos o Apóstolo Pedro

escrevendo: “E, finalmente, sede todos de

um mesmo sentimento, sendo compassivos

uns para com os outros, amando os irmãos,

sendo misericordiosos e afáveis: não tornando

mal por mal, ou injúria por injúria;

antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo

que para isto fostes chamados, para que

herdeis uma bênção” (1 Pe 3:8,9).

É na igreja local que encontramos a oportunidade

de expressarmos o amor de Deus.

Não encontramos este mesmo desafio e incentivo

para demonstrarmos este amor divino

na qualidade de membros da Igreja

Universal. Estamos longe demais da grande

maioria dos outros membros companheiros.

Mas é uma situação diferente na

comunidade de uma igreja local.

Em 1 João 3:14 lemos: “Sabemos que

passamos da morte para a vida, porque

amamos os irmãos.” Muitos de nós podemos

ler estas palavras e dizer “Amém!” Nós

amamos os irmãos. Quanto maior for o grupo,

mais felizes ficamos! Nós gostamos da

comunhão!

Mas aí então completamos este versículo

e lemos as seguintes palavras: “Aquele

que não ama o seu irmão permanece na

morte. “ Observem que é impossível amar428

/ SEÇÃOB2 B2.5– A Chave da Autoridade de Cristo na Igreja Local

mos os irmãos se deixarmos de amar um

irmão em particular.

E muito provavelmente encontraremos

este irmão em particular na igreja local!

Talvez consigamos nos esquecer dele se

ele estiver no outro lado da terra, ou até mesmo

no outro lado da cidade. Mas teremos

que aprender a amá-lo com o divino amor de

Deus em nosso coração se nos encontrarmos

com ele todas as semanas na igreja local!

O amor de Deus é derramado no coração

dos crentes e, à medida que ele permeia a

atmosfera da igreja local, o poder de Cristo

é revelado, e a gloriosa vitória de Cristo é

demonstrada em seu meio.

c. Na Autoridade dos Crentes. Nunca

me esquecerei da ocasião em que o Senhor

marcou profundamente em mim a grande

verdade de Mateus 18:19,20. Jesus disse:

“Também vos digo que, se dois de vós

concordarem na terra acerca de qualquer

coisa que pedirem, isto lhes será feito por

Meu Pai, que está nos céus. Porque onde

estiverem dois ou três reunidos em Meu

Nome, aí estou Eu no meio deles.”

Cristo não estava Se referindo a um acordo

casual ou superficial entre os irmãos de

que uma certa coisa deveria ser feita ou de

que uma necessidade específica deveria ser

suprida.

As pessoas vêm falar comigo às vezes e

dizem: “Você concordaria comigo que isto

ou aquilo deveria ser feito?”

Em geral respondo que não posso concordar

com elas a menos que eu compartilhe

de suas profundas convicções e que esteja

me unindo com elas em fé.

A palavra “concordar” vem da palavra

grega sumphoneo, que significa sinfonia

ou uma perfeita combinação de pensamentos,

corações e propósitos.

Um amigo meu me contou recentemente

que ele tocou certa vez na orquestra sinfônica

de uma determinada cidade da Nova

Zelândia.

O maestro parou a música e mencionou

que um certo violinista não estava tocando

uma determinada nota apropriadamente. O

violinista afirmou que ele estava tocando de

acordo com a música.

Uma vez mais, o maestro parou a orquestra

e disse ao mesmo violinista que ele

estava desafinado numa certa nota. Finalmente,

o maestro verificou a música e descobriu

que a cópia que este violinista usava

tinha um erro de impressão. Muito embora

a nota correta estivesse sendo tocada de acordo

com a música, ela estava desafinada com

o resto da orquestra! Tal era o ouvido sensível

deste brilhante maestro!

Quão mais sensível é o ouvido do nosso

Pai Celestial, que não somente ouve as nossas

palavras, mas que também conhece as

motivações do nosso coração!

Jesus disse que se dois ou mais puderem

encontrar uma perfeita harmonia

de espírito e mente, de desejos, motivações

e propósitos, o Pai responderia espontaneamente.

Mas como pode isto ser feito? O versículo

20 nos diz: “Porque onde estiverem

dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou

Eu no meio deles.”

Isto é o que alguém chamou de plano

magistral de Cristo. Quando as mentes de

dois, três, ou mais crentes estão numa perfeita

combinação umas com as outras e de

acordo com a mente de Cristo no meio deles,

a resposta ao pedido deles é inevitável.

Eis aqui o segredo da autoridade, da

oração bem-sucedida, e da realização espiritual,

que deveria ser descoberto e exercitado

em todas as igrejas locais. Eis aqui

uma chave que é colocada nas mãos dos

líderes e membros de todas as assembléias

locais.

OS 500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 429

Seção C

O QUE OS LÍDERES PRECISAM

SABER SOBRE...

C1: O Cânon das Escrituras

C1.1 - Como um Livro Torna-se Parte da Bíblia .................................... 43l

C1.2 - Os Livros Não Incluídos no Cânon das Escrituras ..................... 435

C2: A Igreja Mundial

C2.1 - Uma Comparação das Denominações ......................................... 442

C3: O Motivo Pelo Qual Deus Criou o Homem

C3.1 - O Propósito de Deus na Humanidade ........................................ 448

C4: Os Sinais e Maravilhas Hoje

C4.1 - Os Sinais e Maravilhas Eram Temporários? ............................... 451

C4.2 - Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja .............................. 455

C5: Os Cinco Dons de Liderança

C5.1 - Os Dons de Liderança que Jesus Colocou na Igreja .................... 472

C6: A Restauração da Igreja

C6.1 - As Festas do Senhor – Padrões de Restauração ......................... 475

C6.2 - Perdidos e Restaurados ............................................................... 477

C7: A Doutrina da Segurança Eterna

C7.1 - É Possível que Uma Pessoa se Perca Após Ter Sido Justificada? . 492

C7.2 - Um Tipo Certo de Fé ................................................................. 497

C8: Dízimos / Doações

C8.1 - Dízimos, Outras Doações e Administração Cristã ..................... 505

C9: As Mulheres no Ministério

C9.1 - As Mulheres na Liderança e no Ministério ................................ 509

C9.2 - O Papel das Mulheres no Antigo Testamento ............................ 511

C9.3 - As Mulheres do Novo Testamento no Ministério ..................... 515

C9.4 - Passagens Problemáticas Sobre as Mulheres no Ministério ....... 520

C1O: As Sete Festas do Senhor

C10.1 - Apresentação das Festas ............................................................ 532

C10.2 -A Festa da Páscoa ....................................................................... 535

C10.3 -A Festa dos Pães Asmos............................................................. 541

C10.4 -A Festa das Primícias .................................................................. 547

C10.5 -A Festa de Pentecostes ............................................................... 550

C10.6 -A Festa das Trombetas ............................................................... 555

C10.7 -A Festa do dia da Expiação ......................................................... 564

C10.8 -A Festa dos Tabernáculos ........................................................... 571

C10.9 - Celebremos as Festas .................................................................. 579

C11: Os 500 Anos Entre os Testamentos

C11.1 -O que Aconteceu nos Séculos Entre o Antigo e o

Novo Testamento? ...................................................................... 583

C

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

O CÂNON DAS ESCRITURAS SEÇÃO C1 / 431

Capítulo 1

Como um Livro Torna-se

Parte da Bíblia

A. CANONIZAÇÃO

Quais são os Livros que pertencem à

Bíblia? Como isto foi decidido?

Canonização é o processo através do

qual os Livros da Bíblia recebem a sua aprovação

e aceitação finais pelos líderes da Igreja.

Como foi que os Livros da Bíblia vieram

a ser aceitos como parte do cânone das Escrituras?

Como se poderia reconhecer um Livro

inspirado, somente olhando-o? Quais são

as características que distinguem uma declaração

divina de uma que seja simplesmente

humana? Vários critérios são assumidos

nesse processo de reconhecimento.

O povo de Deus teve que buscar certos

aspectos característicos da autoridade divina.

1. Princípios de Reconhecimento

da Canonicidade

Livros falsos e escritos falsos existiam

em abundância. A sua ameaçadora e constante

existência tornaram necessário que o

povo de Deus revisasse cuidadosamente a

sua coletânea sagrada.

a. Duas Categorias de Escritos Sa-

SEÇÃO C

O QUE OS LÍDERES PRECISAM

SABER SOBRE...

ÍNDICE DESTA

C1 – O Cânon das Escrituras

C2 – A Igreja Mundial

C3 – Porque Deus Criou o Homem

C4 – Os Sinais e Maravilhas Hoje

C5 – Os Cinco Dons de Liderança

C6 – A Restauração da Igreja

C7 – A Doutrina da Segurança Eterna

C8 – Dízimos / Doações

C9 – As Mulheres no Ministério

C10 – As Sete Festas do Senhor

C11 – Os 500 Anos Entre os Testamentos

SEÇÃO C1

O CÂNON DAS ESCRITURAS

Bob Weiner, Fundador das Igrejas “Maranatha Campus”, Gainesville, Fla.

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

C1.1 - Como um Livro Torna-se Parte da Bíblia

C1.2 - Os Livros Não Incluídos no Cânon das Escrituras

432 / SEÇÃO C1 C1.1 – Como um Livro Torna-se Parte da Bíblia

grados. Duas categorias de escritos sagrados

devem ser examinadas:

1) Livros que são aceitos por alguns

crentes, mas recusados por outros;

e

2) Escritos que foram aceitos em

determinada época, mas postos

em questão algum tempo depois.

(Em séculos anteriores, tais escritos foram

julgados como sendo de inspiração divina,

mas são agora considerados como sendo

de origem questionável).

Manuscritos de ambas as categorias foram

examinados pelos Conselhos das igrejas,

a fim de ser verificado se deviam fazer

parte da Bíblia.

b. Cinco Critérios Básicos

1) Autorizado: O Livro é autorizado?

Reivindica ser de inspiração divina?

2) Profético: É ele profético? Foi escrito

por um servo de Deus?

3) Autêntico: É ele autêntico? Fala a

verdade sobre Deus, o homem, etc?

4) Dinâmico: É ele dinâmico? Possui

poder, capaz de transformar vidas?

5) Aceito: Este Livro foi recebido ou

aceito pelo povo para o qual ele foi escrito

originalmente? Foi reconhecido como sendo

de origem divina?

2. Os Cinco Critérios Básicos

Detalhados

a. A Autoridade de um Livro. Cada

livro da Bíblia reivindica para si a autoridade

divina. Freqüentemente, a frase explícita:

“assim diz o Senhor” está presente. Algumas

vezes, o tom e as exortações revelam

a sua origem divina. Existe sempre um pronunciamento

divino. Na literatura mais didática,

existe um pronunciamento divino

sobre aquilo que deve ser feito pelos crentes.

Nos livros históricos, as exortações são

mais significativas e os pronunciamentos

de autoridade são mais sobre aquilo que Deus

fez na História do Seu povo. Se faltasse

num livro a autoridade divina, ele não era

considerado canônico e a sua inclusão na

Bíblia era rejeitada.

Daremos aqui, uma ilustração deste princípio

de autoridade em relação ao cânone.

Os livros dos profetas foram facilmente reconhecidos

por este princípio de autoridade.

A repetida frase: “E o Senhor falou-me”,

ou: “Veio a mim a palavra do Senhor”, é

uma farta evidência de sua reivindicação de

autoridade divina.

Alguns livros não apresentavam a reivindicação

de inspiração divina e foram, assim,

rejeitados como sendo não canônicos.

Talvez tenha sido este o caso com o “Livro

de Jasher” e o “Livro das Guerras do Senhor”.

E outros livros mais foram questionados

e desafiados se realmente eram de

autoridade divina, mas foram finalmente aceitos

no cânone, como por exemplo o de Ester.

Somente depois que se tornou óbvio a

todos, que a proteção e, portanto, os pronunciamentos

de Deus sobre o Seu povo se

demonstraram inquestionavelmente presentes

no Livro de Ester, é que este Livro passou

a ocupar um lugar permanente no

Cânone Judaico. Sem dúvida, o próprio fato

de que alguns livros canônicos foram postos

em dúvida, demonstra que os crentes

eram discriminatórios. A menos que estivessem

convencidos da autoridade divina

do livro, o mesmo era rejeitado.

b. A Autoria Profética de um Livro.

Os livros inspirados por Deus, surgem somente

através de homens inspirados pelo

Espírito Santo, e que são reconhecidos como

profetas (2 Pe 1:20,21). A Palavra de Deus

somente é dada ao Seu povo através de Seus

profetas. Cada um dos autores bíblicos possuía

um dom, ou uma função proféticos,

mesmo que não tivessem a ocupação de um

profeta (Hb 1:1).

Paulo argumenta em Gálatas que os seus

ensinamentos e os seus escritos deveriam

ser aceitos porque ele era um apóstolo “não

oriundo dos homens, nem através deles,

O CÂNON DAS ESCRITURAS SEÇÃO C1 / 433

aceitas como sendo provenientes de Deus,

apesar de seu formato de autoridade. Não

era possível que fossem de Deus e, ao mesmo

tempo, contivessem erros.

Alguns livros canônicos foram postos

em dúvida, baseados neste mesmo princípio.

Poderia a Epístola de Tiago ser inspirada

por Deus, se contradissesse o ensinamento

de Paulo sobre justificação pela fé e

não por obras? Até que fosse verificada a

sua compatibilidade essencial, Tiago foi

posto em dúvida por alguns.

Outros questionaram Judas por causa

de sua citação do inautêntico Livro Pseudopígrafo

(vs 9, 14). Uma vez que as citações

de Judas foram demonstradas como não

dando maior autoridade às mesmas, tanto

quanto as citações de Paulo dos poetas nãocristãos,

(veja também Atos 17:18 e Tito

1:12), não houve, então, mais razão para

rejeitar Judas.

d. A Natureza Dinâmica de um Livro.

O quarto teste para a canonicidade não

foi tão evidente quanto alguns dos outros.

Este foi a capacidade de transformação de

vidas (dinâmica) através do que estava escrito.

“A Palavra de Deus é viva e poderosa

(Hb 4:12). Em conseqüência disto, ela pode

ser usada “para o ensino, para correção e

para o treinamento em retidão” (2 Tm

3:16,17).

O apóstolo Paulo revelou que a capacidade

de transformar vidas pelos escritos de

inspiração divina, estava intrinsecamente envolvida

para a aceitação de todas as Escrituras;

2 Timóteo 3:16,17 demonstra isto.

Paulo escreveu a Timóteo: “As santas Escrituras...

são para que o crente seja perfeito,

e inteiramente instruído para toda boa

obra’’ (vs 15). Em outra parte, Pedro fala

do poder edificante e evangelizante da Palavra

(1 Pe 1:23; 2:2).

Outras mensagens e livros foram rejeitados

porque transmitiam uma falsa esperança

(1 Rs 22:6-8) ou despertavam um falso

alarme (2 Ts 2:2). Assim, não eram condumas

através de Jesus Cristo e Deus Pai”

(Gl 1:1). Sua epístola deveria ser aceita porque

era apostólica – proveniente de um porta-

voz indicado por Deus ou um profeta.

Os Livros deveriam ser rejeitados se não se

originassem de profetas de Deus, como é

evidente nos avisos de Paulo, de não se aceitar

um Livro de alguém que falsamente reivindicasse

ser um apóstolo (2 Ts 2:2), e de

alertar os coríntios sobre os falsos apóstolos

(2 Co 11:13).

Os avisos de João sobre os falsos messias

e o testar os espíritos, cairiam na mesma

categoria (1 Jo 2:18, 19; 4:1-3). Foi por

causa desse princípio profético que a segunda

Epístola de Pedro foi posta em questão

por alguns, na Igreja Primitiva.

Até que os patriarcas estivessem convencidos

de que não era algo forjado, mas

que era realmente oriundo de Pedro, o Apóstolo,

conforme era reivindicado (2 Pe 1:1),

não lhe foi dado um lugar permanente no

cânone cristão.

c. A Autenticidade de um Livro. Um

outro aspecto indubitável de inspiração divina

é a autenticidade. Qualquer livro que

contivesse erros de fato ou de doutrina (julgados

através de revelações anteriores) não

poderia haver sido inspirado por Deus.

Deus não pode mentir; Sua Palavra deve ser

verdadeira e coerente.

Em vista deste princípio, os crentes de

Berea aceitaram os ensinamentos de Paulo

e consultaram as Escrituras a fim de verificarem

se aquilo que Paulo ensinava estava

ou não de acordo com as revelações divinas

do Antigo Testamento (At 17:11). A simples

concordância com prévias revelações

não bastavam, para tornarem um ensinamento

em algo divinamente inspirado. Mas,

a contradição de uma revelação prévia claramente

indicaria que um ensinamento não

era de inspiração divina.

Grande parte dos textos apócrifos foi

rejeitada por causa do princípio de autenticidade.

Suas anomalias históricas e heresias

teológicas as tornaram impossível de serem

434 / SEÇÃO C1 C1.1 – Como um Livro Torna-se Parte da Bíblia

centes à edificação de um crente, na verdade

de Cristo. Jesus disse: “Conhecereis a verdade

e a verdade os libertará” (Jo 8:32).

Os ensinamentos falsos jamais libertam;

somente a verdade tem um poder emancipador.

Alguns livros bíblicos, tais como Cantares

e Eclesiastes, foram questionados porque

algumas pessoas achavam que neles faltava

essa dinâmica e poder de edificação.

Uma vez que foram convencidos que

Cantares não era sensual, mas profundamente

espiritual e que Eclesiastes não era

cético e pessimista, mas sim positivo e

edificante (p. ex. 12:9,10), restou então

pouca dúvida sobre a sua canonicidade.

e. A Aceitação de um Livro. A marca

registrada final de um escrito com autoridade,

é o reconhecimento do mesmo pelo povo

de Deus, a quem ele foi inicialmente dado.

A Palavra de Deus dada através de Seu

profeta e com a Sua verdade, deve ser reconhecida

pelo Seu povo. Gerações posteriores

de crentes procuraram verificar este ato.

Porque, se o Livro foi recebido, compilado

e usado como a Palavra de Deus por aqueles

a quem ele fora dado originalmente, então

a sua canonicidade estava estabelecida.

Da maneira que eram a comunicação e o

transporte naqueles tempos ancestrais,

muitas vezes era necessário muito tempo e

esforço por parte dos patriarcas da Igreja,

para determinarem esse reconhecimento. Por

esta razão, o reconhecimento final e total

pela Igreja dos sessenta e seis livros do

cânone levou muitos séculos.

Os Livros de Moisés foram imediatamente

aceitos pelo povo de Deus. Foram

compilados, citados, preservados e até mesmo

impostos a futuras gerações.

As epístolas de Paulo foram imediatamente

recebidas pelas igrejas às quais foram

endereçadas (1 Ts 2:13) e até mesmo

pelos outros apóstolos (2 Pe 3:16).

Alguns escritos foram imediatamente

rejeitados pelo povo de Deus como não

possuindo autoridade divina (2 Ts 2:2).

Falsos profetas (Mt 7:21-23) e espíritos de

mentira eram para ser testados e rejeitados

(1 Jo 4:1-3), conforme indicado em muitos

casos dentro da própria Bíblia (Jr 5:2;

14:14).

Este princípio de aceitação levou algumas

pessoas a questionarem, por algum tempo,

certos livros bíblicos tais como II e III

de João. Sua natureza particular e circulação

limitada sendo como eram, é compreensível

que houvesse alguma relutância em

aceitá-los até que fosse estabelecido que os

livros haviam sido recebidos pelo povo de

Deus do primeiro século, como se tivessem

sido do Apóstolo João.

É quase desnecessário acrescentar que

nem todas as pessoas eram levadas a acreditar,

logo de início, na mensagem de um

profeta. Deus vingava os Seus profetas

contra aqueles que os rejeitavam (p. ex. 1

Reis 22:1-38) e, quando desafiado, Ele evidenciava

aqueles que Lhe pertenciam.

Quando a autoridade de Moisés foi desafiada

por Coré e outros, a terra se abriu e os

engoliu vivos (Nm 16).

O papel do povo de Deus foi decisivo

no reconhecimento da Palavra de Deus. Deus

determinou a autoridade dos livros do

cânone, mas o povo de Deus era chamado a

fim de descobrir quais livros possuíam autoridade

e quais não a possuíam. Para assisti-

los nesta busca, havia estes 5 testes de

canonicidade descritos no início.

3. Procedimento Para Descobrir-se

a Canonicidade

Quando falamos sobre o processo de

canonização, não deveríamos imaginar um

convite de patriarcas da Igreja com uma enorme

pilha de livros, e estes cinco princípios

de orientação diante deles. O processo era

muitíssimo mais natural e dinâmico. Alguns

princípios, somente estão implícitos no

processo.

Embora todas as 5 características estejam

presentes em cada escrito inspirado divinamente,

nem todas as regras de reconheO

CÂNON DAS ESCRITURAS SEÇÃO C1 / 435

cimento são aparentes na decisão de cada

livro canônico. Não era sempre, imediatamente

óbvio ao povo inicial de Deus, que

alguns livros históricos eram “dinâmicos”

ou “de autoridade”. O mais óbvio para eles,

era o fato de certos livros serem “proféticos”

e “aceitos”.

Pode-se ver, facilmente, como a significativa

frase “assim diz o Senhor’’ tinha o

papel mais expressivo na descoberta dos

livros canônicos que revelam o plano redentor

de Deus, num todo.

No entanto, o reverso é algumas vezes

verdadeiro; ou seja, o poder e autoridade do

livro são mais evidentes do que a sua autoria

(p. ex. Hebreus).

Em qualquer dos casos, todas as cinco

características estavam em jogo na descoberta

de cada livro canônico, embora algumas

fossem somente implicitamente usadas.

Simplesmente porque um livro era recebido

nalguma parte por alguns crentes, está

longe de ser uma prova de haver sido divinamente

inspirado. A recepção inicial pelo

povo de Deus, que estava na melhor posição

para testar a autoridade profética do

livro, é crucial.

Levou algum tempo para todos os segmentos

das gerações subseqüentes estarem

totalmente informados sobre as circunstâncias

originais. Assim, a sua aceitação é

importante mas de natureza mais de cobertura.

O princípio mais importante suplanta

todos os outros. Debaixo de todo o

processo de reconhecimento, jaz um princípio

fundamental: a natureza profética do

livro.

Se um livro fosse escrito por um profeta

de Deus digno de crédito, proclamando que

estava dando um pronunciamento de autoridade

da parte de Deus, então não haveria

necessidade de serem feitas mais perguntas.

A questão sobre se a inautenticidade

desconfirmaria um livro profético é puramente

hipotética. Nenhum livro dado por

Deus pode ser falso. Se um livro que reivindica

ser profético, parece apresentar falsidade

indiscutível, então as credenciais

proféticas devem ser re-examinadas. Deus

não pode mentir. Desta forma, os outros

quatro princípios servem como uma verificação

do caráter profético dos livros do

cânone.

Capítulo 2

Os Livros Não Incluídos no

Cânon das Escrituras

A. OS LIVROS APÓCRIFOS E

“PSEUDO-EPIGRÁFICOS”

O termo “Livros Apócrifos” é usado

para se designar uma coleção de antigos

escritos judaicos que foram produzidos

entre cerca de 250 A.C. e os primeiros séculos

da era cristã. Na teologia da Igreja

Católica Romana, os Livros Apócrifos

passaram a ser considerados como sendo

Escrituras inspiradas, mas o ponto de vista

histórico dos protestantes e judeus não

lhes atribui nenhuma inspiração verdadeira.

1. O Motivo Pelo Qual os

Protestantes os Rejeitam

Ainda que os protestantes estudem os

Livros Apócrifos pela luz que projetam

sobre a vida e a mentalidade do judaísmo

pré-cristão, eles os rejeitam como sendo Escrituras

inspiradas pelas seguintes razões:

a. Não Foram Usados por Jesus Nem

Pela Igreja do Primeiro Século. Os Livros

Apócrifos não faziam parte do Antigo

Testamento usado por Jesus e pela Igreja

do Primeiro Século. A divisão em três partes

do Antigo Testamento (A Lei, Os Profetas,

e As Escrituras), ainda usada nas Bíblias

hebraicas e nas versões judaicas do Antigo

Testamento, não inclui os Livros Apócrifos

e nunca os incluiu.

Ainda que os Livros Apócrifos fossem

conhecidos por Jesus e Seus discípulos, eles

436 / SEÇÃO C1 C1.2 – Os Livros Não Incluídos no Cânon das Escrituras

nunca os citaram como sendo Escrituras

revestidas de autoridade.

b. Nunca Foram Citados Como Escrituras.

Os antigos escritores judaicos que

usavam a Bíblia Grega, especialmente Filo

e Josefo, tinham conhecimento dos Livros

Apócrifos, mas nunca os citaram como sendo

Escrituras. O Livro Apócrifo de 2 Esdras

menciona vinte e quatro livros, que correspondem

à Bíblia Hebraica como é conhecida

hoje em dia, e setenta outros escritos que

são misteriosos por natureza (2 Esdras

14:44-48).

É significativo que este Livro Apócrifo

confirma o Cânon do Antigo Testamento

reconhecido da forma em que é usado nas

sinagogas judaicas e nas igrejas protestantes.

c. Os Patriarcas da Igreja Faziam

Uma Distinção. Os patriarcas da Igreja que

estavam familiarizados com o Cânon Hebraico

fazem uma clara distinção entre os

escritos canônicos e os apócrifos. Os escritos

de Melito de Sardo, Cirilo de Jerusalém,

e São Jerônimo demonstram um reconhecimento

da diferença entre as Escrituras

inspiradas e os Livros Apócrifos.

d. Até o Século XVI Não Foram Declarados

Como Tendo Autoridade. Nunca

foi declarado que os Livros Apócrifos

fossem Escrituras revestidas de autoridade

até o Concílio Católico de Trento

(1546 D.C.). Nessa ocasião, os seguintes

livros Apócrifos foram declarados canônicos:

Tobias, Judite, A Sabedoria de Salomão,

Eclesiástico, Baruque (incluindo-se a

Carta de Jeremias), 1 e 2 Macabeus, os

adendos a Ester, e os adendos a Daniel (a

saber, Suzana, Cântico dos Três Jovens, e

Bei e o Dragão).

Muitos estudiosos católicos romanos fazem

distinção entre os livros proto-canônicos

(o nosso Antigo Testamento) e os livros

deutero-canônicos (os Livros Apócrifos).

e. Eles Contêm Várias Inexatidões.

Muitos estudiosos acham que os Livros

Apócrifos representam escritos de nível

inferior ao das Escrituras canônicas. Eles

contêm numerosas inexatidões e anacronismos

históricos e geográficos e não transparecem

o espírito profético tão evidente nos

escritos canônicos.

2. Os Livros Apócrifos São

Raramente Usados Pelos

Protestantes

A confissão de Westminster (1643), escrita

por líderes protestantes, declara que

“os livros comumente chamados de Livros

Apócrifos, por não serem de inspiração divina,

não fazem parte do Cânon das Escrituras,

e, portanto, não possuem nenhuma

autoridade na Igreja de Deus e não devem

ser aprovados nem utilizados de nenhuma

outra maneira, a não ser como escritos humanos.”

As Igrejas Reformadas não têm estimulado

o uso dos Livros Apócrifos, e, conseqüentemente,

são raramente usados no protestantismo

contemporâneo.

A Igreja Anglicana (da Inglaterra), em

seus Trinta e Nove Artigos assume uma

posição intermediária, afirmando que “a

Igreja lê de fato (os Livros Apócrifos) no

sentido de obter um exemplo de vida e instruções

de conduta, e, no entanto, ela não

os aplica para confessar nenhuma doutrina.”

3. Os Escritos “Pseudoepigráficos”

Além dos livros comumente chamados

de “apócrifos” há uma ampla variedade de

outros escritos antigos, tanto judaicos quanto

cristãos, para os quais o nome “Pseudoepigráficos”

é geralmente aplicado.

Os Livros Apócrifos, os “pseudo-epigráficos”,

a literatura sectária das Cavernas

de Qumran, e uma enorme variedade de outros

escritos antigos fornecem um material

útil para a compreensão do mundo do Novo

Testamento e da Igreja Primitiva. Ainda que

não possam ser igualados às Escrituras insO

CÂNON DAS ESCRITURAS SEÇÃO C1 / 437

piradas, esses escritos merecem ser examinados.

B. OS LIVROS COMUMENTE

CHAMADOS DE APÓCRIFOS

1. l Esdras (Vulgata, 3 Esdras)

O primeiro livro de Esdras relata uma

série de episódios da história do Antigo Testamento,

começando com a Páscoa celebrada

em Jerusalém por Josias (cerca de 621

A.C.) e terminando com a leitura pública da

Lei por Esdras (cerca de 444 A.C.).

Ele reproduz a substância dos Três Guardas.

Os três rapazes que estavam atuando

como guarda-costas do Rei Dario estavam se

mantendo acordados, debatendo qual seria a

maior força do mundo. Um deles disse que

era o vinho, devido ao seu poder peculiar

sobre os homens; o segundo sugeriu o rei,

com um poder ilimitado sobre os seus

vassalos; e o terceiro (Zorobabel), afirmou

que era a mulher, a qual dá à luz o homem, é

a maior força, mas a verdade é vitoriosa sobre

todas as coisas.

O rei, incumbido de decidir qual seria o

vencedor, favoreceu a resposta de Zorobabel

e lhe ofereceu qualquer recompensa que ele

quisesse escolher. Zorobabel pediu permissão

para voltar a Jerusalém para reconstruir

o Templo.

Esta parte termina com uma descrição

dos judeus partindo da Babilônia, a caminho

de Jerusalém. A maioria dos estudiosos

sugerem que 1 Esdras foi composto no Egito

algum tempo depois de 150 A.C.

2. 2 Esdras (Vulgata, 4 Esdras)

A essência de 2 Esdras (capítulos 3-14)

pretende descrever sete revelações apocalípticas

concedidas a Esdras na Babilônia,

as quais consideram o problema do sofrimento

e da tentativa de Israel de “justificar

os caminhos de Deus para com o homem”.

O autor era evidentemente um judeu que

aguardava o advento do Messias de Israel e

o período de bem-aventurança que Ele traria.

A introdução (capítulos l e 2) e a conclusão

(capítulos 15 e 16) contêm adendos escritos

sob um ponto de vista cristão.

A essência do livro foi provavelmente

escrita em aramaico perto do final do primeiro

século D.C. Cerca da metade do segundo

século, uma introdução foi acrescentada

(em grego), e um século mais tarde,

foram escritos os capítulos finais. As versões

orientais e muitos dos melhores manuscritos

latinos contêm somente a essência

do livro.

3. Tobias

Tobias é um livro de ficção religiosa,

escrito provavelmente em aramaico durante

o segundo século A.C. Ele conta a história

de um judeu piedoso, da Tribo de Naftali

da Galiléia, o qual, juntamente com a sua

esposa Ana e o filho deles, também chamado

Tobias, foram levados para Nínive por

Salmanasar (cerca de 721 A.C., 2 Reis 18:9-

12). Na terra do exílio, eles obedeceram rigorosamente

a Lei Judaica.

Quando Tobias perdeu a visão, ele enviou

o seu filho a Ragés, na Média, para obter

o pagamento de uma dívida. O anjo dirigiu-

o a Ecbatana, onde ele se apaixonou por

uma linda viúva, cujos sete maridos haviam

sido mortos sucessivamente no dia de seus

casamentos por um espírito maligno.

Tobias casou-se com a viúva virgem e

escapou da morte, queimando as partes internas

de um peixe, cuja fumaça afugentou

o espírito maligno. Como bênção adicional,

o fel do peixe foi usado para curar a cegueira

do idoso pai Tobias.

4. Judite

A história de Judite foi provavelmente

escrita em hebraico por um judeu palestino

durante os anos subseqüentes à revolta dos

Macabeus. Ele conta como Judite, uma viúva

judia, libertou o seu povo do general

assírio Holofernes, o qual estava sitiando

a cidade de Betúlia.

438 / SEÇÃO C1 C1.2 – Os Livros Não Incluídos no Cânon das Escrituras

Arriscando muito a sua segurança pessoal,

Judite conseguiu chegar à tenda de

Holofernes, onde ela enganou o assírio com

o seu charme. Embriagando-o e adormecendo-

o, Judite pegou a espada de Holofernes,

decapitou-o, e levou a sua cabeça para

Betúlia como evidência de que Deus havia

dado ao Seu povo a vitória sobre os assírios.

Judite pode ser comparada com a Jael da

Bíblia, que matou o general Sísera de Canaã

(Jz 4:17-22).

5. Adendos ao Livro de Ester

Durante o segundo ou primeiro século

A.C., um judeu egípcio traduziu o Livro de

Ester canônico para o grego, e, ao mesmo

tempo, inseriu um total de 107 versículos

em seis lugares onde ele achava que uma explicação

religiosa deveria ser acrescentada.

Estas inserções devotas mencionam o

nome de Deus e a oração, sendo que nenhum

deles aparece no Livro de Ester canônico.

Estes adendos Apócrifos acrescentam

dez versículos a Ester 10, e seis capítulos

adicionais, numerados de 11 a 16. Na

Septuaginta Grega, no entanto, esses versículos

suplementares estão distribuídos no

texto de maneira a formarem uma única narrativa

contínua.

6. A Sabedoria de Salomão

Entre os anos de 150 e 50 A.C., um judeu

alexandrino compôs um estudo ético

por ele denominado de “A Sabedoria de Salomão”

a fim de obter um maior número de

leitores. Ele buscava proteger os judeus do

Egito de caírem no ceticismo, materialismo

e idolatria. Ele queria ensinar aos seus leitores

pagãos a verdade do judaísmo e a insensatez

do paganismo.

O livro começa com uma exortação aos

governantes da terra a buscarem a sabedoria

e a seguirem a retidão. A sua teologia é

baseada no Antigo Testamento, com modificações

provenientes de idéias filosóficas

gregas, comuns em Alexandria.

Ao contrário do Antigo e Novo Testamentos,

que honram o corpo, a Sabedoria

de Salomão o considera como algo que “oprime

a alma”, uma mera “tenda terrena” que

“sobrecarrega a mente pensante” (9:15). A

preexistência (8:19,20) e a imortalidade (3:

1-5) da alma são afirmadas, muito embora a

doutrina hebraico-cristã da ressurreição do

corpo esteja ausente.

7. Eclesiástico

(Ou a Sabedoria de Jesus, Filho de

Siraque.)

O Eclesiástico, um estudo ético que exalta

a virtude da sabedoria, foi escrito em hebraico

entre 200 e 175 A.C. por um devoto

estudioso de Jerusalém, Jesus, filho de

Siraque.

O neto do autor, um judeu alexandrino,

traduziu a obra para o grego e acrescentou

um prólogo (cerca de 132 A.C.). É o mais

extenso dos livros Apócrifos e o único com

o seu autor conhecido. Semelhantemente ao

Livro de Provérbios, o Eclesiástico aborda

uma enorme variedade de assuntos práticos

– tudo, desde a dieta até os relacionamentos

domésticos!

A seção contínua mais extensa do livro

(Capítulos 44 a 50) é o Elogio aos Homens

Famosos, que assinala resumidamente

uma longa série de hebreus ilustres, desde

Enoque, Noé, e Abraão, até Zorobabel

e Neemias e, finalmente, o Sumo-Sacerdote

Simão, que era contemporâneo e amigo

do autor.

8. Baruque

O Livro de Baruque, ostensivamente

escrito pelo amigo e secretário de Jeremias,

(Jr 32:12; 36:4; 51:59), é um trabalho composto,

que não foi concluído até o primeiro

século A.C., ou mais tarde. Muito embora a

revisão final tenha sido escrita em grego,

algumas seções remontam aos originais

hebraicos.

O livro começa com uma oração de penitência,

reconhecendo que as tragédias que

O CÂNON DAS ESCRITURAS SEÇÃO C1 / 439

aconteceram com Jerusalém são apenas uma

recompensa pelos seus pecados (3:8).

Uma segunda seção poética explica que

os infortúnios de Israel são devidos à sua

negligência da Sabedoria (3:9 a 4:4). Esta

Sabedoria, cujos louvores são cantados por

um escritor filosófico, é igualada à Lei de

Deus (4:1-3).

A terceira seção do livro, também poética,

é uma mensagem de consolo e esperança

para a angustiada Israel. O inimigo

será destruído e os filhos de Jerusalém

voltarão em triunfo! Baruque é o único

Livro Apócrifo que exala um pouco do fogo

dos profetas do Antigo Testamento, muito

embora deixe a desejar em sua originalidade.

9. A Carta de Jeremias

Em aproximadamente 300 A.C. ou depois,

um autor desconhecido escreveu um

sermão ardente baseado em Jeremias 11:10.

Nele, o autor mostrou a total impotência

dos deuses de madeira, prata e ouro.

Este sermão, conhecido como A Carta

de Jeremias, foi originalmente escrito em

hebraico (ou aramaico), ainda que exista

somente no grego e em traduções provenientes

do grego.

Já que muitos manuscritos gregos e

siríacos, como também a versão latina, associam

a Carta de Jeremias ao Livro de

Baruque, ela aparece como Sexto Capítulo

de Baruque na maioria das traduções inglesas

dos Livros Apócrifos.

Contudo, a Carta não tem nenhuma relação

com Baruque e alguns códices antigos a

colocam depois do livro bíblico das Lamentações.

10. A Oração de Azarias e o

Cântico dos Três Jovens

(São adendos a Daniel inseridos entre

Daniel 3:23 e 3:24).

Em alguma época durante o segundo ou

primeiro século A.C., os três “adendos” ao

livro canônico de Daniel, os quais existem

como livros separados dos Apócrifos, foram

escritos por autores desconhecidos.

O primeiro deles, A Oração de Azarias

e o Cânticos dos Três Jovens, foi provavelmente

escrito em hebraico por um judeu

devoto durante o período em que o seu povo

estava sofrendo nas mãos de Antíoco

Epifanes, ou no período da revolta dos

Macabeus, que veio em seguida.

Durante a provação da fornalha de fogo

ardente, o adendo mostra Azarias louvando

a Deus, confessando os pecados do seu

povo, e orando pela libertação nacional.

Aí então, o anjo do Senhor entrou na

fornalha e expulsou as ardentes chamas de

forma que os jovens ficassem ilesos. Depois,

dentro da fornalha, eles cantaram os

seus louvores a Deus no Cântico que relembra

o Salmo 148, com relação ao conteúdo,

e o Salmo 136, com relação à forma antifônica.

11. Suzana

Não sabemos ao certo se o original de

Suzana foi escrito em hebraico ou grego. O

seu autor desconhecido viveu numa época

do segundo ou primeiro século A.C., mas ignoramos

outros detalhes da sua vida. No entanto,

o livro em si é reconhecido como um

dos maiores contos da literatura mundial.

Ele conta como dois anciãos imorais

ameaçaram testificar que haviam encontrado

a Suzana, a linda esposa de um judeu

babilônico influente, nos braços de um amante,

caso ela não se submetesse a eles. Depois

que ela os rejeitou, eles a acusaram de

adultério, e, pela boca de duas testemunhas,

ela foi condenada e sentenciada à morte.

Um jovem chamado Daniel, no entanto,

interrompeu o processo legal e interrogou

as duas testemunhas separadamente. Ele pediu

que cada um deles identificasse a árvore

sob a qual eles haviam visto Suzana e o seu

suposto amante.

Traídos por suas próprias respostas inconsistentes,

os anciões culpados foram

mortos e Suzana foi salva. Na Septuaginta,

440 / SEÇÃO C1 C1.2 – Os Livros Não Incluídos no Cânon das Escrituras

a História de Suzana precede o livro canônico

de Daniel; na Vulgata, ele vem logo

depois.

12. Bel e o Dragão

As histórias de Bel e o Dragão foram

provavelmente escritas em hebraico, perto

da metade do primeiro século A.C. e foram

acrescentadas ao Livro de Daniel pelo seu

tradutor grego. Na Septuaginta, elas vêm

logo depois de Daniel, ao passo que na

Vulgata, elas vêm depois de Suzana.

A história de Bel é uma das mais antigas

histórias de detetives do mundo. Ela

conta como Ciro, o rei persa, perguntou a

Daniel o motivo pelo qual ele não adorava a

Bel, o deus da Babilônia.

Ciro contou a Daniel a enorme quantidade

de farinha, óleo e ovelhas que o deus Bel consumia

todos os dias. Logo após, Daniel persuadiu

Ciro a depositar as provisões costumeiras

no templo, e, aí então, a fechar e lacrar

as portas do templo. Neste ínterim, Daniel

espalhou cinzas sobre o chão do templo.

Na manhã seguinte, a comida havia desaparecido

e o chão estava coberto com as

pegadas dos sacerdotes e de suas esposas e

filhos, os quais haviam usado uma entrada

secreta sob a mesa para entrarem no templo

durante a noite e consumirem as provisões.

O rei, convencido da fraude dos sacerdotes

de Bel, ordenou que eles fossem mortos e

que o templo deles fosse destruído.

O Dragão é na verdade uma serpente

que o rei adorava até que Daniel a matou,

alimentando-a com pedaços de piche, gordura

e cabelo.

Os babilônios, furiosos com a destruição

do seu deus, exigiram que Daniel fosse

morto. Relutantemente, o rei consentiu e

Daniel foi colocado numa cova de leões

(Compare com Daniel 6:1-28).

Os leões não molestaram a Daniel, que

foi milagrosamente alimentado pelo profeta

Habacuque, o qual foi arrebatado por um

anjo na Judéia e levado até a cova dos leões

na Babilônia.

No sétimo dia, o rei tirou Daniel da cova

dos leões e jogou os seus inimigos nela, e,

com isto, eles foram imediatamente devorados.

O propósito das histórias de Bel e o

Dragão era o de ridicularizar a idolatria e

desacreditar a política clerical pagã.

13. A Oração de Manassés

Foi provavelmente escrita em alguma

época durante os últimos dois séculos A.C.

por um judeu palestino. Os estudiosos não

têm certeza se ela foi composta em hebraico,

aramaico ou grego. A oração é atribuída a

Manassés, o rei de Judá, que, de acordo

com 2 Crônicas 33, foi levado para a Babilônia,

onde se arrependeu da idolatria que

havia caracterizado os anos do seu reinado.

Há uma referência a uma oração oferecida

por Manassés (2 Cr 3 3:19), e um judeu

devoto aparentemente havia tentado escrever

esta oração da forma pela qual Manassés

a proferiu.

Esta oração é típica das antigas formas

litúrgicas judaicas. Ela tem início com a atribuição

de louvores ao Senhor, cuja majestade

é vista na Criação (1-4) e em Sua misericórdia

para com os pecadores (5-8). Em

seguida há uma confissão pessoal (9-10) e

súplicas por perdão (11-13). A oração termina

com um pedido de graça (14) e uma

doxologia (15).

14. 1 Macabeus

1 Macabeus é um valioso registro histórico

dos quarenta anos que se iniciaram com a

ascensão de Antíoco Epifanes ao trono sírio

(175 A.C.) e que terminaram com a morte de

Simão, o Macabeu (135 A.C.). Foi provavelmente

escrito por um judeu palestino, em

hebraico, ao redor do ano 100 A.C.

Este livro nos proporciona a melhor narrativa

que temos da resistência judaica a

Antíoco e das guerras dos Macabeus que,

finalmente, trouxeram a independência à

nação judaica. Matatias foi o sacerdote que

desafiou Antíoco e iniciou a revolução.

Ele relata as proezas de três filhos de

O CÂNON DAS ESCRITURAS SEÇÃO C1 / 441

Matatias: Judas (3:1 a 9:22); Jônatas (9:23

a 12:53) e Simão (13:1 a 16:24).

O festival judaico anual da “Hanukkah”,

celebrado na mesma época que o Natal, comemora

a reconsagração do templo, como

resultado da valentia dos Macabeus. Esse

festival é mencionado no Novo Testamento

como “a festa da dedicação” (Jo 10:22).

15. 2 Macabeus

2 Macabeus encontra-se no paralelo principal

com os primeiros sete capítulos de l

Macabeus, cobrindo o período de 175 a 160

A.C. Ele declara ser um resumo de uma história

com cinco volumes escrita por Jasão

de Cirene (2:19-23), cuja identidade é uma

questão de conjecturas.

O autor de 2 Macabeus foi evidentemente

um judeu alexandrino que escrevia em grego,

o qual o escreveu em alguma época entre

120 A.C. e o início do primeiro século D.C.

2 Macabeus é menos histórico e mais

retórico que l Macabeus. Foi escrito a partir

do ponto de vista farisaico e enfatiza o

milagroso e maravilhoso, em contraste com

o mais prosaico” e objetivo l Macabeus.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

442 / SEÇÃO C2 C2.1 – Uma Comparação das Denominações

SEÇÃO C2

A IGREJA MUNDIAL

Pesquisa em várias fontes e adaptação de Ralph Mahoney

Estas projeções indicam que, em 1985,

mais de dez por cento de todos os cristãos

do mundo eram do tipo pentecostal ou carismático.

Barrett faz uma projeção de uma

taxa de crescimento até o fim do século que

determinará o número de pentecostais e de

carismáticos em 300 milhões de pessoas,

ou seja, quinze por cento dos cristãos de

todo o mundo.

Esta projeção é ainda mais notável quando

consideramos o fato de que, antes de 1

de janeiro de 1901, esta categoria de cristãos

nem sequer existia.

Uma pesquisa de 1979 indicou que dezoito

por cento de todos os católicos romanos

com mais de dezoito anos de idade nos

Estados Unidos se consideram carismáticos.

Nesta mesma pesquisa, dentre luteranos,

metodistas, batistas e presbiterianos,

de dezesseis a vinte por cento consideraram-

se carismáticos.

Um Boletim de Notícia de 1985 afirmou

que 22 dos 336 bispos católicos da nação e

mais de 1.500 padres de paróquia se consideram

carismáticos.

Cerca de cinco por cento do clero episcopal

da nação se considera carismático.

Estes “líderes carismáticos” (evangelistas,

pastores, mestres da palavra) em geral

estão associados com uma igreja local. Muitos

membros de congregações protestantes

e católicas experimentam uma conversão

pessoal a Cristo através da renovação carismática.

Neste sentido, a renovação é totalmente

evangelística, alcançando membros

de igrejas tradicionais e denominacionais que

ainda não experimentaram a regeneração (o

novo nascimento, a salvação).

É um movimento de renovação e reforma

dentro das principais igrejas protestan-

Capítulo 1

Uma Comparação das

Denominações

A. COMPREENDENDO AS

DENOMINAÇÕES CRISTÃS

1. Os Carismáticos

Em 1985, o autor da enorme World

Christian Encyclopedia (Enciclopédia Cristã

Mundial) disse que mais de 177 milhões

de pessoas hoje em dia são membros praticantes

da “renovação carismática”. Este termo

é usado para se descrever os cristãos que

talvez não gostem de ser chamados de “pentecostais”

mas que crêem e experimentam

sinais, maravilhas e milagres. A seguinte classificação

mostra o tamanho (mundial) em

1985 dos vários grupos denominacionais protestantes

principais:

Grupos Protestantes Principais – 1985

Pentecostais 58.999.900

Anglicanos 51.100.100

Batistas 50.321.900

Luteranos 44.900.000

Presbiterianos 43.445.500

Metodistas 31.717.500

Holiness 6.091.700

Pentecostais & Carismáticos

Pentecostais Denominacionais 58.999.900

Carismáticos Ativos 16.800.000

Carismáticos Protestantes

Inativos 40.000.000

Carismáticos Católicos Inativos 43.000.000

Pentecostais Chineses 19.000.000

Total de Cristãos

Carismáticos

Pentecostais ==========

em 1985 177.800.000

A IGREJA MUNDIAL SEÇÃO C2 / 443

tes e católicas – muito diferente do Pentecostalismo,

que possui as suas próprias denominações

(por exemplo, As Assembléias

de Deus).

a. Áreas da Vida da Igreja Afetadas.

Para podermos compreender esta renovação

que começou no princípio da década de

1960, precisamos analisar o que a renovação

carismática realizou. Na maioria das

denominações, a renovação carismática afetou

cinco áreas da vida da igreja:

1) Adoração. A renovação carismática

introduziu novas formas de adoração,

usando a dança (como o Rei Davi em 2 Sm

6:14), uma hinologia renovada, e (em alguns

casos) o cântico em línguas. A música viva e

alegre é uma das mais significativas contribuições

que o movimento carismático fez à

Igreja.

2) Estrutura Material. A renovação

carismática abriu o caminho para o estabelecimento

de estruturas menos formais para

a comunhão dos cristãos. Muitos se reúnem

em pequenos grupos nos lares de crentes,

onde os leigos são treinados para o ministério.

3) O Espírito Santo. A renovação carismática

estimulou um reavivamento do interesse

no ministério do Espírito Santo. Na

maioria das principais denominações, a teologia

carismática não mais suscita a hostilidade

que costumava suscitar. O fato de alguém ser

carismático não é mais controverso.

4) Denominacionalismo. Encontramos

agora teólogos carismáticos dentre os

reformados, luteranos, católicos, batistas,

presbiterianos, episcopais e assim por diante.

Nos Estados Unidos, quase todas as

principais denominações já reconheceram

organizações de renovação carismática, tais

como os Ministérios de Renovação Episcopal,

o Centro Intemacional de Renovação

Luterana, os Ministérios de Renovação

Presbiteriana e Reformada, e o Comitê Nacional

de Serviço da Renovação Carismática

Católica.

5) Disciplinas Espirituais Pessoais.

O movimento carismático ajudou a renovar

o interesse em disciplinas pessoais, como a

oração, o estudo bíblico, a meditação e o

jejum.

Muitos carismáticos, ainda que permanecendo

em suas denominações, formaram

grupos para-eclesiásticos (aprovados pela

liderança da igreja) onde praticam os Dons

Carismáticos.

2. Os Evangélicos

Um obstáculo à unidade na Igreja tem

sido os rótulos ou nomes: quem são os evangélicos

e quais são os seus sub-grupos? Os

evangélicos são um grupo diversificado.

O termo “evangélico” descreve a ampla

faixa de cristãos que limitam a autoridade

religiosa à Bíblia e que enfatizam as doutrinas

do Novo Testamento com relação à conversão

(novo nascimento), e a justificação

pela graça através da fé somente. Os evangélicos

se atêm à plena inspiração da Bíblia

como a Palavra de Deus.

Sob esta ampla definição, os evangélicos

incluem os pentecostais, os carismáticos,

os fundamentalistas e os evangélicos conservadores.

Os evangélicos estão espalhados

por todas as principais igrejas e concentrados

em denominações pentecostais,

denominações evangélicas conservadoras

menores e congregações bíblicas independentes.

3. Os Liberais

Os liberais são os que não crêem que a

Bíblia seja infalível (sem erro). Os liberais

freqüentemente rejeitam a autoridade da Bíblia

e talvez não creiam que os milagres da

Bíblia sejam narrativas verdadeiras. Não

compreendendo as crenças dos evangélicos

conservadores, os liberais geralmente as descartam

juntamente com os seus primos

“fundamentalistas” menos tolerantes.

Isto, no entanto, é um erro, pois os evangélicos

conservadores, como um grupo, são

mais abertos a novas idéias e a relaciona444

/ SEÇÃO C2 C2.1 – Uma Comparação das Denominações

mentos do que os fundamentalistas (Veja

abaixo).

4. Os Evangélicos Conservadores

Os evangélicos conservadores são um

sub-grupo dentro do mundo evangélico que

não é carismático, mas não necessariamente

anti-carismático. Os carismáticos e os evangélicos

conservadores adotam todos os pontos

principais da fé cristã em comum acordo.

Os evangélicos conservadores refutam

agressivamente as influências do liberalismo

teológico.

Para os evangélicos conservadores, os

carismáticos oferecem uma renovação espiritual,

uma experiência mais profunda da

obra de Deus diretamente na vida das pessoas.

A teologia é muito importante para os

evangélicos conservadores. Nisto se encontra

um obstáculo à compreensão de sinais

e maravilhas. Parte da herança teológica

dos evangélicos conservadores nega que os

dons (no grego = “pneumatikos”) estejam

funcionando hoje em dia. (Veja a Seção C4,

“Os Sinais e Maravilhas Hoje em Dia”

no Guia de Treinamento de Líderes.)

Talvez outras coisas ajudem os evangélicos

conservadores a aceitarem o poder do

Espírito. Uma delas talvez seja um modelo

diferente de como os dons carismáticos deveriam

funcionar, como por exemplo, na

“evangelização pelo poder”.

O Dr. C. Peter Wagner (Professor na

Escola de Missões Mundiais do Seminário

Teológico Fuller nos Estados Unidos) reflete

este pensamento ao ser indagado se ele

se considerava um carismático ou pentecostal:

Eu não me considero carismático nem

pentecostal. Pertenço à Igreja Congregacional

de Lake Avenue. Sou um congregacionalista.

A minha igreja não é uma igreja carismática,

embora alguns de nossos membros

sejam carismáticos.

Contudo, a nossa igreja está aberta à forma

pela qual o Espírito Santo faz a Sua obra

dentre os carismáticos. Por exemplo, o nosso

pastor faz um convite no final de todas

as reuniões para que as pessoas que precisam

de cura física e cura de suas emoções

(um coração quebrantado), etc. venham para

o altar, as quais, em seguida, se dirigem à

sala de oração para serem ungidas com óleo

e receberem oração. Temos equipes de leigos

que sabem como orar pelos enfermos.

Gostamos de pensar que estamos fazendo

a obra de uma maneira que esteja em

conformidade com as nossas tradições congregacionais.

Não estamos fazendo a obra

segundo as práticas dos carismáticos ou

pentecostais. No entanto, estamos obtendo

os mesmos resultados.

5. Os Fundamentalistas

Os fundamentalistas diferem dos evangélicos

conservadores. Muito embora confirmem

os milagres no ministério de Jesus e

dos primeiros patriarcas da Igreja, eles adotam

a teoria da cessação e rejeitam totalmente

o Batismo no Espírito Santo, os Dons

do Espírito, e a maioria das obras miraculosas

do Espírito Santo.

Alguns fundamentalistas dizem até que

estas manifestações do Espírito são obra

do diabo. Este ponto de vista encontra-se

perigosamente próximo da blasfêmia contra

o Espírito Santo. “Portanto Eu vos

digo... todo aquele que falar... contra o Espírito

Santo, isto não lhes será perdoado,

nem neste mundo, nem no mundo vindouro”

(Mt 12:31,32).

6. Os Batistas – a Maior

Denominação Protestante

A Profissão de Fé de Londres de 1689

foi adotada substancialmente pelos Batistas

Americanos na Profissão de Fé de Filadélfia

de 1742. Geralmente, a maioria dos

batistas do mundo apóiam os seis seguintes

princípios básicos:

• A supremacia da Bíblia

• O batismo do crente pela imersão somente

A IGREJA MUNDIAL SEÇÃO C2 / 445

• As igrejas compostas por crentes somente

• O sacerdócio de todos os crentes

• O governo de igreja congregacional

• A separação da Igreja do Estado.

Estas afirmações colocam os batistas no

centro do protestantismo evangélico. Muito

embora haja importantes diferenças doutrinárias

entre os batistas e os outros grupos

protestantes, como os metodistas e

presbiterianos, há poucas diferenças principais

em suas liturgias (cultos de igreja).

Praticamente não existe nenhuma menção

de sinais e maravilhas, ou dos Dons do

Espírito, nas formulações doutrinárias batistas

modernas. Contudo, algumas das primeiras

declarações batistas parecem indicar

uma abertura às manifestações do Espírito.

Da Inglaterra, os primeiros batistas americanos

receberam uma tradição da imposição

de mãos após o batismo na água para

um recebimento adicional do Espírito Santo

da promessa, ou para o acréscimo da graça

do Espírito... pois “o Evangelho todo era

confirmado em épocas primordiais pelos

sinais e maravilhas, e pelos diversos milagres

e Dons do Espírito Santo em geral.”

O historiador batista Edward Hiscox

salienta os primeiros registros da Associação

de Filadélfia, onde há indicações de que

vários Dons do Espírito estavam em operação

nas igrejas daquela região ao redor de

1743.

7. A Igreja de Deus em Cristo – a

Maior Denominação Pentecostal

Os Estados Unidos têm uma grande população

afro-americana. A maioria deles são

descendentes de escravos importados da

África entre os anos 1600 e 1800.

A maior e mais antiga denominação pentecostal

nos Estados Unidos é a Igreja de

Deus em Cristo – com mais de 95 por cento

de negros (africanos).

A explosão pentecostal do Século XX

deve muito com relação ao seu início e crescimento

ao Movimento “Holiness” (de Santidade)

do final do Século XIX nos estados

da região sul (antigos estados com escravos).

Estas raízes estão também alojadas na

cultura e história dos negros americanos.

a. Os Primórdios. A história desta igreja

em seus anos primordiais é basicamente a

de dois proeminentes líderes de igreja: C. P.

Jones e C. H. Mason.

Charles Harrison Mason, nascido em

1866 em Bartlett, Tennessee, era filho de

antigos escravos. Ele cresceu numa Igreja

Batista Missionária, e, quando ainda jovem,

sentiu o chamado para pregar.

Em 1893, ele entrou no Seminário Batista

para estudar para o ministério, mas ficou

logo entristecido pelos ensinamentos liberais

que ouviu. Ele saiu da escola após somente

três meses, porque achou que não

havia “nenhuma salvação nas escolas ou

seminários”.

Em 1895, ele conheceu Charles Price

Jones, um outro jovem pregador batista que

deveria influenciar muito a sua vida. Nesta

época, Jones estava servindo como pastor

da Igreja Batista de Mt. Helms.

Mais tarde, naquele mesmo ano, Jones e

Mason viajaram para uma reunião onde pregaram

a doutrina Wesleyana (Metodista) de

santificação total como uma segunda obra

da graça.

Pelo fato de haverem iniciado reavivamentos

de santidade em igrejas batistas locais,

os dois ardentes pregadores foram logo

cortados da comunhão e proibidos de pregarem

nas igrejas das associações batistas

locais.

Em seguida, iniciaram uma histórica

campanha de reavivamento numa descaroçadora

de algodão em fevereiro de 1896 e

presenciaram a formação da primeira congregação

local.

O nome do novo grupo veio a Mason em

março de 1897 enquanto caminhava pelas

ruas. A Igreja de Deus em Cristo parecia

ser um nome bíblico para a nova igreja

“Holiness” (“Santidade”). Os ensinamentos

do novo grupo eram as doutrinas perfeccio446

/ SEÇÃO C2 C2.1 – Uma Comparação das Denominações

nistas típicas do movimento “Holiness”

(“Santidade”) da virada do século.

Os que recebiam a experiência da santificação

estavam a partir de então santificados

e eram conhecidos como santos. Estes adeptos

do Movimento “Holiness” (“Santidade”)

não fumavam e não bebiam bebidas alcoólicas.

Vestiam-se modestamente, trabalhavam

duro e pagavam as suas contas.

Eles louvavam ao Senhor fervorosamente,

com gritos e danças espirituais. Dentre

eles, o mais pobre camponês ou fazendeiro

poderia ser um pregador do Evangelho e até

mesmo tornar-se um bispo da igreja.

Em 1897, a Igreja de Deus em Cristo foi

legalmente constituída, sendo a primeira

igreja pentecostal dos Estados Unidos a

obter este reconhecimento. Depois disto, a

sede da igreja tornou-se o local da convocação

anual, um enorme agrupamento de milhares

de fiéis.

A igreja continuou em paz por vários

anos com uma liderança dupla. Muito embora

Jones fosse o líder da igreja, Mason

era a personalidade dominante. No entanto,

formavam uma equipe boa e harmoniosa.

Mason era conhecido pelo seu caráter

temente a Deus e capacidade de pregação,

ao passo que Jones era conhecido pelos seus

hinos, sendo que muitos deles se tornaram

populares por toda a nação.

b. Notícias da Rua Azusa. A tranqüilidade

entre Mason e Jones foi quebrada, no

entanto, quando, em 1906, chegaram notícias

do novo Pentecostes sendo vivenciado

em Los Angeles, Califórnia, numa pequena

missão na Rua Azusa.

O pastor da missão era um homem negro,

William J. Seymour, que pregava que

os santos, muito embora santificados não

haviam recebido o Batismo do Espírito Santo

até que tivessem falado em línguas.

Diziam que todos os Dons do Espírito

estavam sendo restaurados à igreja da Rua

Azusa e que os brancos estavam indo lá

para serem ensinados por negros e para adorarem

juntos, com amor e igualdade.

Esta notícia da Rua Azusa encontrou uma

reação dividida na Igreja de Deus em Cristo,

a qual, naquela época, já havia se espalhado

amplamente a muitos estados.

Jones ficou indiferente com relação ao

novo ensinamento, ao passo que Mason ficou

animado em viajar a Los Angeles para

investigar o reavivamento.

Durante muitos anos Mason havia alegado

que Deus o havia dotado com características

sobrenaturais que se manifestavam

em sonhos e visões. Finalmente, Mason persuadiu

dois líderes companheiros a acompanhá-

lo numa peregrinação à Rua Azusa.

Em março de 1907, Mason, juntamente com

J.A.Jeter e D.J.Young, viajaram para Los

Angeles.

O que eles viram na Rua Azusa foi poderoso

e convincente. Nas palavras de Frank

Bartleman, “a barreira da cor foi lavada e

removida pelo sangue”. Pessoas de todas as

raças e nacionalidades adoravam juntas, com

uma notável unidade e igualdade.

O Dom de Línguas era complementado

por outros Dons tais como a Interpretação,

Curas, Palavras de Conhecimento e Sabedoria

e Exorcismo de Demônios. Em pouco

tempo Mason e Young receberam o seu

Batismo no Espírito, falaram em línguas e

voltaram para casa, ávidos em compartilhar

a sua nova experiência com o resto da igreja.

Ao chegarem, ficaram surpresos de que

um outro peregrino da Rua Azusa, Glen

A.Cook, um branco, já havia visitado a igreja

e pregado a nova doutrina pentecostal.

Muitos dos santos haviam aceitado a

mensagem e estavam falando em línguas.

No entanto, nem todos aceitaram a mensagem

de Cook. C.P. Jones, que em 1907 estava

servindo como supervisor geral e presbítero

presidente da denominação, rejeitou

o ensino de Cook sobre o Batismo no Espírito

Santo.

c. Divisão na Igreja. Seguiu-se uma luta

pelo futuro da igreja pois a nova ala pentecostal

liderada por Mason competiu com

Jones pela liderança da igreja. Em agosto de

A IGREJA MUNDIAL SEÇÃO C2 / 447

1907 a questão atingiu o seu ponto culminante

na assembléia geral da igreja.

Após uma discussão muito prolongada

que durou três dias e três noites, a assembléia

retirou a destra da comunhão com C.

H. Mason e todos os que promulgavam a

doutrina de falar em línguas “como evidência

inicial de sermos batizados no Espírito”.

Quando Mason saiu da assembléia, cerca

da metade dos ministros e membros saíram

com ele.

Em setembro de 1907, o grupo pentecostal

fez uma outra convocação onde a Igreja

de Deus em Cristo tornou-se um membro

totalmente habilitado do movimento pentecostal.

Em 1909, após dois anos de luta, os tribunais

permitiram que a facção de Mason

retivesse o nome Igreja de Deus em Cristo.

Uma declaração pentecostal foi acrescentada

aos artigos de fé, separando o Batismo

no Espírito Santo da experiência da santificação.

Ela afirmava que “o pleno Batismo

no Espírito Santo é evidenciado pelo falar

em outras línguas”.

Muito embora as línguas fossem assim

acolhidas com prazer e aceitas na igreja,

outras manifestações da presença do Espírito

também eram vistas freqüentemente

como evidência da presença do Espírito

Santo nas pessoas, como por exemplo, as

curas, profecias, clamor em voz alta e a “dança

no Espírito”. Hoje em dia, a Igreja de

Deus em Cristo talvez seja a maior denominação

predominantemente negra de qualquer

nação ocidental.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

448 / SEÇÃO C3 C3.1 – O Propósito de Deus na Humanidade

SEÇÃO C3

O MOTIVO PELO QUAL DEUS CRIOU O HOMEM

Ralph Mahoney

entanto, uma pequena ajuda de fato existe.

3. Revelado em Sua Criação

O Apóstolo Paulo nos ensina que podemos

compreender a Trindade pelas coisas

que foram criadas (Rm 1:20). Assim sendo,

observaremos algumas ilustrações da Criação

de Deus.

a. O Homem. Deus criou o homem à

Sua semelhança. O homem é três em um. O

homem é espírito, alma e corpo – e, contudo,

é um só (1 Ts 5:23).

b. A Água. A água é uma só – e, contudo,

quando é congelada torna-se gelo; quando é

aquecida torna-se líquido; quando é aquecida

mais ainda torna-se vapor – e, contudo, todas

estas três formas são uma só coisa.

c. O Ovo. O ovo é constituído por três

partes, e, contudo, é um só. Ele consiste da

casca, da clara e da gema – três, e, contudo,

um só.

B. O HOMEM FOI CRIADO PARA O

DOMÍNIO

“E Deus [Elohim] disse: Façamos o

homem à Nossa imagem e semelhança: e

que TENHAM DOMÍNIO...”

1. A Herança de Toda a

Humanidade

Deus criou a humanidade (ELES) para

ser o chefe supremo ou federal sobre a Sua

Criação. “O que é o homem? ...Fizeste com

que ele tivesse domínio sobre as obras das

Tuas mãos... Todas as coisas lhe sujeitaste

debaixo dos pés... Nada deixou que lhe não

esteja sujeito” (Sl 8:4,5; Hb 2:8).

Capítulo 1

O Propósito de Deus na

Humanidade

A. UM DEUS TRINO REVELADO

Este é um dos versículos mais importantes

da Bíblia para a compreensão do

propósito eterno de Deus para a humanidade:

“E Deus [Elohim] disse: FAÇAMOS

o homem à NOSSA imagem...” (Gn 1:26).

1. Revelado Pelo Seu Nome

Elohim é um substantivo plural e o primeiro

dos sete nomes de aliança do Deus

Criador encontrados na Bíblia. Esta forma

plural subentende a Trindade: Deus-Pai,

Deus-Filho e Deus-Espírito Santo. (Observe

o “nós”, forma plural usada por Deus

em Gênesis 3:22.)

2. Revelado em Suas Ações

Em Mateus 3:16,17 Deus-Pai fala do

Céu – enquanto que o Deus-Espírito Santo

desce sobre o Deus-Filho.

Neste evento, as três “Pessoas” de Deus

são claramente vistas. Um Deus Tripartido

apresenta dificuldades intelectuais aos monoteístas

(a nós, que cremos que há apenas

UM Deus).

Os homens têm tentado há séculos explicar

o mistério de como Deus é UM (Dt

6:4), e, contudo, é revelado em TRÊS Pessoas.

A Unidade Trina nunca pode ser

explicada adequadamente no sentido de

satisfazer a nossa curiosidade carnal. No

O MOTIVO PELO QUAL DEUS CRIOU O HOMEM SEÇÃO C3 / 449

Isto não era somente para Adão e Eva,

mas também para a sua descendência. Era a

herança de toda a humanidade, que manteria

a imagem de Deus (caráter) e a Sua semelhança

(autoridade).

Adão e Eva, na qualidade de co-regentes

da Criação, representavam o modelo para

que este domínio fosse expresso na família

e no casamento: “... herdeiros juntamente”

(1 Pe 3:7). Esta maravilhosa herança seria

mais tarde roubada da humanidade através

do engano e da astúcia.

2. Um Domínio Compartilhado

As palavras “que ELES tenham domínio”

subentende claramente que, em última

análise deveria ser um domínio COMPARTILHADO

– não o domínio de um só homem,

uma ditadura ou domínio imperialístico.

Precisamos manter uma clara distinção

entre o desejo satânico de dominar (por si

próprio somente) e a promessa bíblica de

uma autoridade COMPARTILHADA através

de um corpo com muitos membros, criado à

imagem e semelhança de Deus.

Satanás disse: “Exaltarei o meu trono

acima das estrelas de Deus... Serei semelhante

ao Altíssimo” (Is 14:13,14). Satanás

convenceu a Eva do seguinte: “... serás

como Deus [Elohim]...” (Gn 3:5) se ela comesse

do fruto proibido. Observe a forma

singular nestas duas passagens das Escrituras:

“Exaltarei...” e “Serás [singular]...”

O desejo de domínio por uma só pessoa,

separada das outras, significa uma rebelião

contra Deus. É algo satânico, carnal e maligno.

O desejo de um domínio que emana de

uma união com Cristo e de uma obediência

e comunhão com Cristo em Seu Corpo (a

Igreja) é espiritual, bíblico e correto.

O propósito de Deus através de um

Corpo constituído por muitos membros (1

Co 12:27) é que ELES (plural – significando

“juntos”) compartilhem da Sua imagem e

semelhança (caráter e capacidade). Na mesma

proporção em que NOS fazemos isto,

pode fluir de NÓS um tremendo poder espiritual.

“E os APÓSTOLOS [observe a forma

plural] davam com grande poder testemunho

da ressurreição do Senhor Jesus; e

uma grande graça estava sobre TODOS

eles” (At 4:33).

A busca do poder de Deus por motivos

egoísticos e individualistas leva a um desastre

espiritual. Observe o seguinte:

a. Moisés: Autoridade Compartilhada.

Moisés recusou-se a ter o poder de Deus

sozinho, orando para que Deus o matasse,

ao invés de fazê-lo um grande governador,

independentemente do povo (Êx 32:32,33;

Dt 9:14). Moisés compreendia o princípio

da autoridade corporativa ou compartilhada.

b. Os Reis: Não Compartilham a Autoridade.

Os reis nunca foram a vontade

perfeita de Deus (Jz 8:23; 1 Sm 8:7). Eles

não representavam o domínio COMPARTILHADO.

c. Jesus: Autoridade Compartilhada.

Jesus ficou muito contente por saber que o

Seu ministério seria levado adiante através

de muitos. “Pelo que, quando entrou no

mundo, disse: ...um corpo Me preparaste”

(Hb 10:5).

Jesus COMPARTILHOU o Seu poder e

autoridade com uma equipe (corpo). “Aí

então, Ele convocou os Seus DOZE discípulos

e deu-LHES poder e autoridade sobre

os demônios e para curarem as enfermidades.

E Ele OS enviou para pregarem

o Reino de Deus e curarem os enfermos...

Após estas coisas, o Senhor designou

outros SETENTA também e os enviou

de DOIS em DOIS... a todas as cidades...

para curarem os enfermos” (Lc 9:1; 10:1,

8,9).

O mínimo através dos quais Jesus operava

eram DOIS. A autoridade compartilhada

(ministério em equipe) impede que caiamos

nas armadilhas do diabo. “Dois são

melhor do que um, porque têm um bom

galardão pelo seu trabalho” (Ec 4:9).

450 / SEÇÃO C3 C3.1 – O Propósito de Deus na Humanidade

d. Os Crentes: Compartilharão o Domínio.

Os que são fiéis nesta vida presente

COMPARTILHARÃO O DOMÍNIO com

Cristo por toda a eternidade.

“Ao que vencer lhe concederei que se

assente Comigo no Meu Trono, assim como

Eu venci e Me assentei com o Meu Pai no

Seu Trono... e reinarão com Ele mil anos...

e reinarão por todo o sempre” (Ap 3:21;

20:6; 22:5).

e. Os Crentes: Compartilharão a

Glória. Os fiéis seguidores de Jesus que

sofrem por fazerem a Sua vontade COMPARTILHARÃO

da Sua glória JUNTAMENTE.

“... se sofrermos com Ele, para que

também possamos ser glorificados JUNTAMENTE”

(Rm 8:17).

3. O Domínio Compartilhado

Protege Contra o Engano

Muitos (que até mesmo professam ser

seguidores do Deus da Bíblia) se desviam

porque a sua busca de domínio é levada avante

de uma maneira ilegal, egoística, e antibíblica.

Gabam-se do seu poder PESSOAL

(ou de suas esperanças por um poder pessoal

futuro), mas estes alvos levam ao engano,

exatamente como foi o caso de Eva (1

Tm 2:14).

O Espírito da verdade faz com que peçamos

a Deus o Seu poder, para isto orando

juntos e recebendo juntos com outros

crentes. Desta maneira, somos protegidos

pelo princípio do domínio COMPARTILHADO.

“ELES levantaram as SUAS vozes a

Deus, unanimemente e disseram... concede

aos Teus SERVOS, que com toda intrepidez

ELES possam falar a, Tua palavra, estendendo

a Tua mão para curar, e para que

sinais e maravilhas possam ser feitos pelo

nome de Teu Santo Filho Jesus.

“E quando ELES haviam orado, moveu-

se o lugar onde ELES estavam reunidos,

e todos ELES foram cheios com o Espírito

Santo, e ELES falaram a palavra de

Deus com intrepidez... ELES tinham todas

as coisas em comum” (At 4:24,29-32).

Deus criou o homem para ter domínio.

Se o domínio nos foi dado, ele deve ser expresso

pelo nosso caminhar numa íntima

comunhão com os outros (l Jo l :7) submetendo-

nos constantemente a Deus, enquanto

resistimos ao diabo (Tg 4:7).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 451

SEÇAO C4

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE

Pesquisa e Adaptação de Várias Fontes por Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

C4.1 - Os Sinais e Maravilhas Eram Temporários?

C4.2 - Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

O propósito deles era o de estabelecer a

autoridade dos apóstolos. Uma vez realizado

isto, os dons carismáticos teriam sido

extintos.

De acordo com esta posição, os sinais e

maravilhas relatados após esta época foram ilegítimos

ou não ocorreram por meios divinos.

Este é um argumento “circular”, onde se

faz um julgamento teológico de que os sinais

e maravilhas são impossíveis após o primeiro

século, forçando a conclusão de que as

evidências históricas são fraudulentas.

O grande ponto fraco desta posição é o

seguinte: há uma total ausência por parte

das Escrituras no sentido de apoiar a alegação

de que os milagres divinos cessaram

com a morte dos Doze Apóstolos do Cordeiro

e de sua geração. Nenhuma passagem

bíblica afirma nem subentende esta

posição. (Para um exame de l Coríntios

13:10, veja abaixo.)

2. Os Sinais e Maravilhas

Cessaram Porque Pertenciam

Somente aos Primeiros Séculos

da Igreja

De acordo com esta teoria, eles não eram

mais necessários para a validação do Evangelho.

A Igreja, uma vez amplamente estabelecida

e oficialmente sancionada, era suficiente

para confirmar a autenticidade da

mensagem cristã. A data da interrupção foi

o tempo da conclusão do Cânon, em geral

reconhecida como tendo sido no Concílio

de Cartago em 397.

Capítulo 1

Os Sinais e Maravilhas

Eram Temporários?

Introdução

Desde o quarto século D.C., alguns teólogos

e clérigos têm ensinado que a “CHARISMATA”

(capacitações sobrenaturais do

Espírito Santo, citadas como “dons espirituais”

em 1 Coríntios 12:1) eram somente

para a “Era Apostólica”.

Dentre os teólogos e historiadores encontramos

uma variedade de pontos de vista

sobre esta teoria.

Há pelo menos quatro ou cinco posições

mantidas por cristãos contemporâneos

sobre os sinais e maravilhas na história

pós-bíblica.

A. TEORIAS DE CESSAÇÃO E

OUTRAS OPINIÕES

1. Os Sinais e Maravilhas

Cessaram no Final da Era

Apostólica

Alguns proponentes desta teoria dizem

que a “Era Apostólica” terminou ao redor

do ano 100 D.C. com a morte do Apóstolo

João, o último sobrevivente dos “...doze

apóstolos do Cordeiro’’ (Ap 21:14).

Um teólogo da “Igreja Reformada” achava

que os dons sobrenaturais “estavam confinados

à era apostólica e a um círculo muito

restrito daquela época.”

452 / SEÇÃO C4 C4.1 – Os Sinais e Maravilhas Eram Temporários?

Este argumento aceita as documentações

de sinais e maravilhas do segundo e terceiro

séculos, determinando arbitrariamente a sua

cessação precoce. Mas por que uma data de

interrupção precoce?

Quando a Igreja foi amplamente estabelecida

e oficialmente sancionada? Será

que foi em 397 que o Cânon foi concluído?

(Muitos historiadores eclesiásticos

contestariam esta conclusão.) Onde as

Escrituras ensinam isto? Este argumento

fica sem nenhuma sustentação bíblica ou

histórica.

3. Os Sinais e Maravilhas

Desapareceram Gradativamente

à Medida que os Líderes da

Igreja Organizada se Opuseram

a Eles

Este argumento, que contradiz as teorias

acima sobre o estabelecimento da igreja,

tem algum mérito. Na verdade, à medida

que a fé e os milagres diminuem no meio

dos líderes eclesiásticos, os milagres também

passam a ser menos freqüentes. Além

disso, quando estes incomuns sinais e maravilhas

acontecem, eles geralmente ameaçam

os “Senhores e Governadores” da hierarquia

do “status quo” da Igreja. Por este

motivo, a tendência dos líderes eclesiásticos

foi a de se opor a eles.

Como será provado mais tarde, tem havido

ondas de sinais e maravilhas em toda a

história da Igreja, e a hierarquia tem alternadamente

retardado ou estimulado as suas

marés altas e baixas.

Mas o ponto principal do argumento –

de que os Dons cessaram por completo –

não consegue passar no teste histórico. Não

é possível documentar-se que os Dons cessaram

por nenhum período significativo da

história da Igreja, especialmente hoje em dia.

Os milagres na Igreja são comuns no mundo

todo.

4. Nunca Houve Sinais e Maravilhas

Após o advento do liberalismo teológico

do Século XIX, os líderes eclesiásticos

resistiram aos sinais e maravilhas, negando

a possibilidade de uma intervenção sobrenatural

na Criação. Estes “secularistas teológicos”

negam até mesmo a possibilidade

dos sinais e maravilhas do primeiro século.

Eles são infelizmente “...falsos profetas que

vêm até vós vestidos de ovelhas, mas interiormente

são lobos devoradores” (Mt

7:15; At 20:29). São materialistas, camuflando

as Suas filosofias com uma linguagem

religiosa.

5. Os Sinais e Maravilhas Nunca

Cessaram

Eles têm ocorrido desde a era apostólica

até agora, em diversos níveis. Esta última

opinião é sustentada pelas Escrituras e

pela história da Igreja.

B. A TEORIA DA CESSAÇÃO ESTÁ

ERRADA?

Vamos examinar isto sob dois aspectos:

• A Evidência Bíblica e

• Os Fatos Históricos de Eventos na

Igreja.

1. Base Bíblica da Teoria

O texto bíblico mais freqüentemente usado

pelos proponentes da teoria da cessação

encontra-se em l Coríntios 13:8-10.

“O amor nunca falha, mas se há profecias

falharão; se há línguas, cessarão, se

há conhecimento, desaparecerá. Pois conhecemos

em parte e profetizamos em parte.

Mas quando vier o que é perfeito, aí

então aquilo que é em parte será aniquilado.”

Eles dizem que a explicação destes versículos

é a seguinte:

a. O que Acontecerá?

1) As profecias falharão;

2) As línguas cessarão.

b. Quando Acontecerá Isto?

1) “...quando vier o que é perfeito...”

Eles dizem que “...o que é perfeito” é a

BÍBLIA.

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 453

Quando tivermos a Bíblia – aí então as

profecias falharão e as línguas cessarão.

c. Conclusão. Uma vez que já temos

a Bíblia, os que crêem nesta teoria nos dizem

que as línguas e todos os outros

“CHARISMATA” foram retirados da Igreja.

2. O que Está Errado com Esta

Teoria?

Esta teoria desmorona-se quando fazemos

um cuidadoso exame do contexto. Vamos

re-examinar esta interpretação à luz do

contexto:

a. O que Acontecerá? (OBSERVAÇÃO:

Paulo disse que TRÊS coisas aconteceriam.)

1) As profecias falharão

2) As línguas cessarão

3) O conhecimento desaparecerá.

Se quisermos ser consistentes com a

nossa interpretação, precisaremos então

concluir que quando o Cânon das Escrituras

foi concluído, o CONHECIMENTO –

juntamente com as profecias e línguas – foi

removido da Igreja.

Contudo, ninguém aceita a idéia de que

a Igreja existe num vácuo sem “NENHUM

CONHECIMENTO”. Muito pelo contrário,

esses teólogos apropriam-se indevidamente

de um conhecimento não-existente

– para provarem esta posição débil e antibíblica.

b. Quando Acontecerá Isto?

1) quando “vier o que é perfeito...”

“...o que é perfeito” NÃO se refere à

BÍBLIA. No contexto, “...o que é perfeito”

não é um objeto (como a Bíblia) – é uma

condição que você e eu na qualidade de crentes

experimentaremos como resultado da

Segunda Vinda do Senhor.

“Mas quando tivermos sido aperfeiçoados

e completados, aí então a necessidade

destes dons especiais inadequados chegará

a um fim e eles desaparecerão... mas,

algum dia, vamos vê-LO em Sua plenitude,

face a face” (1 Co 13:10,12) “...mas, uma

vez que a perfeição tenha chegado, todas

as coisas imperfeitas desaparecerão” (A

Bíblia Jerusalém).

c. Conclusão. As línguas, as profecias

e o conhecimento humano limitado não terão

nenhum valor contínuo quando Jesus

aparecer e O virmos face a face. É aí então

que estas coisas – as línguas, as profecias, e

o conhecimento – desaparecerão, e NÃO

ANTES.

3. O que Achavam os Apóstolos?

“...vocês não ficarão sem nenhum dos

dons do Espírito enquanto estiverem esperando

pelo nosso Senhor Jesus Cristo...”

(1 Co 1:7, A Bíblia Jerusalém).

Uma outra versão diz: “... toda graça e

bênção; todo dom espiritual e poder para

fazerdes a Sua vontade são vossos durante

este tempo de espera pela volta do nosso

Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1 :7).

“Aí então Pedro lhes disse: Arrependeivos

e sede batizados... e recebereis o dom

do Espírito Santo, pois a promessa é para

vós, para os vossos filhos, para todos os

que estão longe, para tantos quantos o Senhor

nosso Deus chamar” (At 2:38,39).

a. Os Dons Permanecem Até a Segunda

Vinda. Estas promessas bíblicas não

apresentam nenhuma insinuação de que a

obra e o poder do Espírito são um fenômeno

temporário, limitado à Igreja do Primeiro

Século. Pelo contrário, elas esclarecem

que eles foram dados a “... tantos quantos o

Senhor nosso Deus chamar”.

b. Conclusão. Os apóstolos esperavam

que TODOS os Dons Espirituais permanecessem

na Igreja até a Segunda Vinda do

nosso Senhor Jesus Cristo. Será que deveríamos

ter qualquer expectativa inferior a esta?

C. O QUE PENSAM OS

EVANGÉLICOS

CONSERVADORES?

Como já foi mencionado anteriormente,

a mais popular teoria de cessação dos evangélicos

conservadores baseia-se numa interpretação

de 1 Coríntios 13:10: “...mas quan454

/ SEÇÃO C4 C4.1 – Os Sinais e Maravilhas Eram Temporários?

do vier a perfeição, desaparecerá o imperfeito.”

1. “Perfeição” = A Bíblia

Os evangélicos conservadores ensinam

que a “perfeição” no versículo refere-se ao

Cânon das Escrituras completo (o Novo

Testamento), reconhecido no Concílio de

Cartago em 397.

O “imperfeito” se refere aos Dons Carismáticos,

e eles “desapareceram” ou cessaram.

a. Razões Para os Dons. Referindo-se

aos dons sobrenaturais, um autor escreve o

seguinte:

“Estes dons [milagres, curas, línguas, e

interpretação de línguas] foram dados a certos

crentes da Igreja Primitiva.

“Antes de as Escrituras serem escritas,

o propósito deles era o de se autenticar

ou confirmar a Palavra de Deus ao ser

proclamada. Estes dons de sinais eram

temporários... Uma vez que a Palavra de

Deus foi registrada, estes dons de sinais

não eram mais necessários, e, portanto,

cessaram.”

b. Razões Pelas Quais a “Perfeição”

= A Bíblia. O argumento para se igualar a

“perfeição” com a conclusão do Cânon do

Novo Testamento tem duas partes:

1) Substantivo Neutro. A palavra

“perfeição” no grego é um substantivo

neutro e precisa referir-se a uma coisa, e

não a uma pessoa. Já que as Escrituras

são uma coisa, neutra em gênero, seguese

que a Bíblia é o “perfeito” a que Paulo

se refere.

2) Contexto. Esta interpretação, afirmam

eles, encaixa-se bem com os versículos

8, 9, 11 e 12 desta mesma passagem em

l Coríntios 13:

“...havendo línguas, serão silenciadas...

Quando eu era criança, falava como criança...

Agora conheço em parte; mas então

conhecerei plenamente, assim como sou

plenamente conhecido.”

Seguindo-se esta linha de raciocínio, as

línguas são infantis, ao passo que as Escrituras

são maduras.

2. Pontos Fracos Desta Opinião

a. Doutrina Construída Sobre Uma

Só Passagem. Há vários pontos fracos com

esta interpretação, e um que não é o menor

deles é o seguinte: uma doutrina principal

está sendo construída numa passagem cujo

significado não é claro. Onde mais nas Escrituras

existe uma indicação deste ensino?

Em nenhum lugar.

b. Os Substantivos Neutros Não São

Necessariamente Limitados. Além disso,

ainda que a “perfeição” (no Grego =

teleios) seja um substantivo neutro, no grego

não há nenhuma garantia para a limitação

da sua referência a um outro substantivo

neutro.

Um substantivo ou pronome neutro pode

ser usado para se descrever coisas ou pessoas

masculinas e femininas.

Exemplos:

1) Teleios. Em Efésios 4:13, Filipenses

3:15, Colossenses 1:28, e Tiago 1:4; 3:2,

esta mesma palavra (teleios) é usada com

relação a um estado de amadurecimento para

o qual Deus pede que seja a aspiração do

crente.

2) Teknon. Examine a palavra grega

traduzida por “criança” (teknon). Muito

embora seja neutro em gênero, esse substantivo

pode descrever uma menina ou menino.

O ponto em questão é que no grego –

muito semelhantemente ao inglês – o gênero

é algo gramatical e não sexual.

3) Pneuma. A palavra “Espírito”

(pneuma) também é um substantivo neutro,

e as Escrituras são claras no sentido de

que o Espírito não é uma coisa, e sim a

Terceira Pessoa da Trindade (Divindade).

c. Deixa a Interpretação Para o Contexto.

Talvez um problema maior ainda é

que esta interpretação exige que se deixe

que o contexto imediato de l Coríntios 13

determine a identidade da palavra “perfeição”.

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 455

Em vez disso, eles pulam para 2 Timóteo

3:15,16, onde a palavra “Escrituras” é

neutra. Este é um pulo arbitrário.

3. Uma Interpretação Mais

Plausível

O estudioso britânico F. F. Bruce oferece

uma interpretação mais plausível sobre o

que se refere a palavra “perfeição”. Ela se

refere à Segunda Vinda de Cristo. Esta interpretação

parece encaixar-se bem no contexto

geral de l Coríntios, especialmente de

1 Coríntios 1:7: “Portanto, vocês não carecem

de nenhum dom espiritual enquanto

esperam avidamente pela vinda do nosso

Senhor Jesus Cristo.”

a. Conclusão. A Segunda Vinda do nosso

Senhor Jesus Cristo é o ponto do tempo

em que as línguas, profecias e outros dons

espirituais cessarão e não antes disso. Esta

era a expectativa de Paulo e deveria ser a

expectativa de todos os crentes.

Capítulo 2

Os Sinais e Maravilhas na

História da Igreja

Introdução

Ainda que uma simples amostra, o seguinte

material documenta os sinais e maravilhas

em toda a história da Igreja. As fontes

foram limitadas a personalidades e movimentos

importantes, com algumas ilustrações

de pessoas menos conhecidas.

Para esta análise, a história da Igreja foi

separada em quatro eras: Patrística, Medieval,

Reforma Moderna e o Século XX.

A. A ERA PATRÍSTICA, 100 – 600 D.C.

1. Justino Mártir (cerca de 100 - 165)

Justino foi um apologista cristão que

havia estudado todas as grandes filosofias

da sua época. Em sua Segunda Apologia

(cerca de 153), Justino, ao falar sobre os

nomes, o significado e o poder de Deus e de

Cristo, escreve o seguinte com relação ao

exorcismo e às curas:

Pois inúmeros endemoninhados em

todo o mundo, e na sua cidade, muitos dos

nossos homens cristãos, exorcizando-os

em Nome de Jesus Cristo... têm curado e

curam de fato, despojando-os e expulsando

os demônios que os possuíam, muito

embora não pudessem ser curados por todos

os outros exorcistas, e os que usavam

de encantamentos e drogas.1

a. Dons Espirituais em Uso. Em seu

Diálogo com Trifo (um judeu erudito), Justino

cita o uso corrente dos dons espirituais:

Pois os dons proféticos permanecem

conosco, até o presente momento. E, portanto,

vocês deveriam compreender que

os dons que estavam anteriormente em

sua nação foram transferidos para nós.

...Eu já disse, e digo uma vez mais, que

foi profetizado que isto seria feito por Ele,

após a Sua ascensão ao Céu. Concordantemente,

foi dito que “Ele subiu ao alto,

levou cativo o cativeiro, e deu dons aos

filhos dos homens.”

E uma vez mais, numa outra profecia,

foi dito o seguinte: “E acontecerá depois

que derramarei do Meu Espírito sobre toda

carne, e sobre os Meus servos, e sobre as

Minhas servas, e profetizarão.”

Agora, é possível vermos em nosso

meio mulheres e homens que possuem

Dons do Espírito de Deus...2

No ano de 150 aproximadamente, Justino

Mártir fundou uma escola de discipulado e

treinamento numa casa em Roma e documenta

a ocorrência de “sinais e maravilhas”

(exorcismos, curas e profecias), e escreve:

Os primeiros apóstolos, doze em número

no poder de Deus, saíram e proclamaram

a Cristo a todas as raças de homens.

Não há sequer uma raça de homens,

quer sejam bárbaros ou gregos ou qualquer

que seja o nome deles, nômades, ou

456 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

vagantes, ou andarilhos, ou pastores que

habitam em tendas, dentre os quais orações

e ações de graças não sejam oferecidas

através do Nome de Jesus Crucificado.

Ele foi martirizado em Roma.3

2. Irineu (140 - 203)

Irineu foi o bispo de Lião. Ele documenta

recentes “charismata” (exorcismos, visões,

profecias) e ensina que o Anticristo

será um Judeu da Tribo de Dã e que Cristo

inaugurará um Milênio literal de 1.000 anos.

a. Defende os Dons Espirituais. Os

seus cinco livros Contra as Heresias são

devotados à heresia do Gnosticismo. Ao

refutá-la, ele diz:

Pois alguns têm presciência de coisas

vindouras: têm visões e fazem pronunciamentos

proféticos. Outros ainda curam os

enfermos, impondo as suas mãos sobre eles,

os quais são completamente curados.4

O historiador Eusébio cita Irineu:

Alguns (crentes), na verdade, com toda

a certeza e veracidade, expulsaram os demônios,

de forma que, freqüentemente,

essas próprias pessoas que foram libertas

de espíritos malignos creram e foram recebidas

na Igreja.

E, além disso, como já dissemos anteriormente,

até mesmo os mortos foram

ressuscitados e continuaram conosco muitos

anos...

Segundo o que se ouve, muitos dos irmãos

da Igreja possuem dons proféticos e

falam em todas as línguas através do Espírito.

Outros também trazem à luz os segredos

dos homens para o próprio benefício

deles e expõem os mistérios de Deus.5

Repreendendo os que se opunham ao

Frigianismo (Montanistas), Irineu escreveu:

Em seu desejo de frustrarem os Dons

do Espírito, os quais foram derramados de

acordo com o beneplácito do Pai sobre a

raça humana nestes tempos, eles não aceitam

o aspecto [da dispensação evangélica]

apresentado pelo Evangelho de João,

onde o Senhor prometeu que Ele enviaria

o “Paracleto”, mas rejeitaram simultaneamente

tanto o Evangelho quanto o Espírito

profético.

Homens mesquinhos de fato, que desejam

ser pseudo-profetas, deveras, mas que

rejeitam os Dons de Profecia da Igreja...

Pois, em sua Epístola aos Coríntios,

Paulo fala expressamente dos dons proféticos

e reconhece homens e mulheres profetizando

na Igreja. Pecando, portanto,

em todos estes aspectos contra o Espírito

de Deus, eles caem no pecado irremissível.

1) A Vinda do Espírito é Evidente.

O argumento de Irineu nesta citação é especialmente

aplicável ao atual debate sobre o

exercício contemporâneo da “pneumatika”.

Em primeiro lugar, ele argumenta por

implicação que a vinda do Espírito profetizada

em João 14 e 15 não é meramente a

promessa de uma experiência altamente

pessoal, individualizada e silenciosa, lá no

profundo do coração do indivíduo. Ao contrário,

Irineu sugere que há algo visível com

relação à vinda do Espírito, algo poderoso,

algo evidente. Isto é certamente confirmado

pelo Livro de Atos.

2) Elemento Fundamental. Em segundo

lugar, Irineu argumenta a partir de l

Coríntios que a experiência do Espírito, especialmente

na profecia, deve ser um elemento

fundamental da vida da Igreja.

A Primeira Epístola aos Coríntios é reconhecida

como tendo autoridade, e o que

Paulo escreveu é aceito pelo seu valor declarado.

Ele não faz nenhuma tentativa de

“invalidá-la por explicações”.

3) O Pecado Imperdoável. Em terceiro

lugar, Irineu faz uma ligação entre a

rejeição do ministério sobrenatural do Espírito

Santo e o pecado imperdoável (Mt

12:31), o que corresponde precisamente ao

ensino de Jesus sobre este assunto. Ele também,

semelhantemente aos frígios (montanistas),

foi acusado de ministrar milagres

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 457

por meio de um outro espírito.

Ouvimos um eco familiar na popular

objeção à “pneumatika”: “Falar em línguas

é do diabo”.

3. Montanismo (cerca de 120 - 175)

A ascendência do Montanismo ocorreu

sob um novo convertido chamado Montano

(ano 156 aprox.) na Frigia. Foi um movimento

puritano, profético, carismático,

milenarista e apocalíptico, que afirmava ter

sido chamado para dar origem a uma nova

era do poder do Espírito Santo.

a. Uma Experiência Pentecostal. Montano

teve uma experiência pentecostal em

seu batismo na água. Ele falou em línguas e

começou a profetizar, declarando que o Paracleto,

o Espírito Santo prometido no Evangelho

de João, o estava usando como Seu

porta-voz.

Em 206, Tertuliano uniu-se aos montanistas.

Em 230, o movimento foi excomungado

pelo Sínodo de Icônio, mas, muito

embora perseguido, continuou como um movimento

“secreto” até o ano de 880 aprox.6

Wesley, juntamente com muitos outros

de séculos posteriores, acreditavam que os

montanistas formavam um “movimento de

reavivamento” genuíno muito difamado por

líderes eclesiásticos invejosos, endurecidos,

e desviados da fé daquela época – os quais

se opunham às manifestações do poder do

Espírito (veja John Wesley à frente).

4. Tertuliano (cerca de 160 - 220)

Não há muitos detalhes conhecidos com

relação à vida de Tertuliano. Ele foi criado

no paganismo culto de Cartago. Ele se tornou

cristão e uniu-se ao grupo Montanista

no ano de 206, e foi um escritor prolífico.

Em sua obra “A Scrapula”, Capítulo 5, ele

faz a seguinte narrativa sobre a expulsão de

demônios e a cura:

Tudo isto poderia ser oficialmente levado

à sua atenção, e pelos próprios defensores,

os quais, eles próprios, também

têm obrigações para conosco, muito embora

no tribunal expressem as suas opiniões

da maneira que lhes convém. O funcionário

de um deles, o qual foi lançado ao

chão por um espírito maligno, foi liberto

da sua aflição, como foi também o parente

de um outro, e o filhinho de um terceiro.

Quantos homens de classe social elevada

(sem mencionarmos as pessoas comuns)

foram libertos de demônios e curados

de enfermidades! Até mesmo o próprio

Severus, o pai de Antonino, foi graciosamente

atencioso com os cristãos, pois

ele procurou o cristão Próculus, cujo sobrenome

era Torpacion, mordomo de

Evódia, e, com gratidão, porque ele o curou

certa vez pela unção, o manteve em

seu palácio até o dia da sua morte.7

Ele também escreveu o seguinte: “Cristo

ordenou que eles fossem e ensinassem

todas as nações. Imediatamente, portanto,

assim fizeram os apóstolos.”

“O sangue dos mártires é uma semente.”

“Não há nenhuma nação de fato que não

seja cristã.”8

5. Novaciano (210 - 280)

Novaciano de Roma é famoso por dois

motivos: ele era o antipapa do partido puritano

da Igreja, e ele deu à Igreja Ocidental o

seu primeiro tratado completo sobre a Trindade.

No Capítulo 29 do Tratado com Relação

à Trindade, ele escreve o seguinte

sobre o Espírito:

É Ele quem coloca os profetas na Igreja,

instrue os mestres, dirige as línguas, dá

poderes e curas, faz obras maravilhosas,

oferece a discriminação dos espíritos, proporciona

as autoridades de governo, sugere

os conselhos, e ordena e arranja qualquer

outro dom existente na “Charismata”

e, portanto, aperfeiçoa e completa a Igreja

do Senhor em toda parte e em todos.9

6. Antônio (cerca de 251 - 356)

O nosso conhecimento de Antônio de458

/ SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

pende muito da sua biografia escrita por

Atanásio. O Capítulo 40 desta biografia

mostra o trabalho de Antônio com o sobrenatural,

especialmente no que se refere a

lidar com demônios:

Certa vez um demônio muito alto apareceu

com uma procissão de espíritos malignos

e disse ousadamente: “Eu sou o poder

de Deus, e também a Sua providência.

O que queres que eu te conceda?” Em seguida,

soprei sobre ele, invocando o Nome

de Cristo, e tentei golpeá-lo. Tive êxito,

aparentemente, pois imediatamente, por

maior que fosse, ele e todos os seus demônios

desapareceram ao Nome de Cristo.

7. Hilário (cerca de 291 - 371)

Hilário era um ascético, educado e convertido

em Alexandria. Depois de haver estado

no deserto durante vinte e dois anos,

ele ficou muito famoso em todas as cidades

da Palestina. Jerônimo, em sua obra A Vida

de São Hilário, fala sobre muitos milagres,

curas, e expulsões de demônios que ocorreram

durante o seu ministério:

Facídia é um pequeno subúrbio de Rinocorura,

uma cidade do Egito. Deste vilarejo,

uma mulher que havia sido cega

por dez anos foi levada para ser abençoada

por Hilário. Ao ser apresentada a ele

pelos irmãos (já havia muitos monges com

ele), ela lhe disse que havia dado todos os

seus bens aos médicos.

O santo replicou-lhe: “Se o que você

perdeu com os médicos tivesse sido dado

aos pobres, Jesus, o verdadeiro Médico, a

teria curado.” Conseqüentemente, ela

chorou em voz alta e implorou que ele

tivesse misericórdia dela. Aí então, seguindo

o exemplo do Salvador, ele esfregou

saliva sobre os olhos dela, e ela foi

curada imediatamente.10

Jerônimo conclui a seção que devotou

para contar sobre a vida de Hilário afirmando

o seguinte:

Não haveria tempo se eu quisesse contar

a vocês todos os sinais e maravilhas

executados por Hilário...11

8. Macrina, a Mais Jovem

(cerca de 328 -380)

Macrina era irmã de Basil, bispo de Cesaréia,

e também de Gregório, bispo de

Nissa. Gregório conta sobre a seguinte cura:

Estava conosco a nossa garotinha, a

qual estava sofrendo de uma enfermidade

na vista em conseqüência de uma doença

infecciosa. Era algo terrível e lamentável

vê-la, pois a membrana ao redor da pupila

estava inchada e esbranquiçada pela enfermidade.

Fui ao alojamento masculino onde o

seu irmão Pedro era Superior, e a minha

esposa foi para o alojamento feminino para

ficar com a Santa Macrina. Após algum

tempo estávamos nos preparando para sairmos,

mas a abençoada não permitia que a

minha esposa fosse embora e disse que não

desistiria da minha filha, a qual segurava

em seus braços, até que nos desse uma refeição

e nos oferecesse “a riqueza da filosofia”.

Ela beijou a criança como seria de se

esperar e colocou os seus lábios sobre os

olhos dela, e, ao perceber a pupila enferma,

disse: “Se vocês me fizerem o favor

de ficar para o jantar eu vos darei uma

recompensa de acordo com esta honra.”

Quando a mãe da criança perguntou-lhe o

que era esta honra, a grande senhora respondeu:

“Eu tenho um remédio que é especialmente

eficaz para a cura de enfermidades

dos olhos.”

Ficamos de bom grado e mais tarde

começamos a jornada para casa, animados

e felizes. Cada um de nós contou a sua

própria história no caminho. A minha esposa

estava contando tudo em sua ordem,

como se estivesse fazendo um tratado, e

quando ela chegou no ponto em que o remédio

foi prometido, interrompendo a

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 459

narrativa, disse: “O que fizemos? Como

pudemos esquecer a promessa, o remédio

para os olhos? Fiquei aborrecido pelo nosso

descuido, e rapidamente enviei de volta

um dos meus homens para pedir o remédio,

quando a criança, que por acaso se

encontrava nos braços de sua babá, olhou

para a sua mãe, e a mãe, fixando o seu

olhar nos olhos da criança, disse: “Parem

de ficar preocupados pelo nosso descuido.”

Ela falou isto em voz alta, com alegria

e temor. “Nada do que nos foi prometido

foi omitido, mas o verdadeiro remédio

que cura as enfermidades, a cura que

vem da oração, isto ela nos deu e já funcionou.

Absolutamente nada sobrou da enfermidade

dos olhos.”

Enquanto estava dizendo isto, ela pegou

a nossa filha e a colocou em meus

braços, e aí então eu também compreendi

os milagres do Evangelho em que eu não

havia crido antes, e disse: “Que coisa grandiosa

é que a visão seja restaurada aos cegos

pelas mãos de Deus, se agora a Sua

serva faz curas deste tipo e fez uma coisa

assim através da fé n’Ele, um fato que não

é menos impressionante do que aqueles

milagres.”

9. Ambrósio (cerca de 339 - 397)

Um leigo, Ambrósio, foi aclamado bispo

de Milão por seus entusiásticos seguidores.

Ao ser ordenado bispo, o seu primeiro

ato foi distribuir as suas riquezas dentre os

pobres. Ele era um notável pregador e mestre,

e muito franco. Ambrósio na obra O

Espírito Santo (Patriarcas da Igreja) afirma

que as curas e as línguas ainda estavam

sendo dadas por Deus.

Em seus escritos ele documenta atuais

curas e “glossolalia” (falar em outras línguas

pelo Espírito). Ele ensina posteriormente

que a Segunda Vinda de Cristo será

precedida pela destruição de Roma e pelo

aparecimento do Anticristo na Terra.12

Eis que o Pai estabeleceu os mestres, e

Cristo também os estabeleceu nas igrejas.

E assim como o Pai dá a graça das curas,

assim também o Filho a dá. Assim como o

Pai concede o Dom de Línguas, assim também

o Filho o concedeu.13

10. Agostinho (354 -430)

AGOSTINHO, o mais famoso de todos

os patriarcas da Igreja Primitiva, escreveu:

Ainda fazemos o que os apóstolos fizeram

ao impor as suas mãos sobre os samaritanos,

pedindo que o Espírito Santo

viesse sobre eles durante a imposição de

mãos. Espera-se que os convertidos falem

com novas línguas.14

Agostinho serviu como bispo de Hipo.

Ele foi batizado por Ambrósio em Milão,

na Páscoa do ano de 387. No final de sua

vida, ele escreveu A Cidade de Deus (cerca

de 413 - 426). Ele argumenta que os milagres

que aconteceram e que foram registrados

no Novo Testamento são “absolutamente

fidedignos”. Em seguida, ele escreve

no Livro 22, Capítulo 28, sobre os milagres

que estavam ocorrendo na sua época:

Contesta-se às vezes que os milagres,

que os cristãos afirmavam ter ocorrido,

não acontecem mais. A verdade é que até

mesmo hoje em dia os milagres estão sendo

operados no Nome de Cristo, às vezes

por meio dos Seus sacramentos, e, às vezes,

pela intercessão dos Seus santos.

a. Lista de Milagres. Aí então Agostinho

fala sobre os milagres que aconteceram:

15

Um homem cego cuja visão foi restaurada.

16

O Bispo Inocente de Cartago, curado

de fístula retal.17

Inocência, de Cartago, curada de câncer

de mama.18

Um médico de Cartago, curado de

gota.19

Um ex-artista teatral de Curcubis, curado

de paralisia e de uma hérnia no escroto.20

460 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

A cura de Espério, um dos vizinhos de

Agostinho, cujas enfermidades eram causadas

por “espíritos malignos”.21

Um garoto endemoninhado curado,

depois que o demônio arrancou o seu olho

e o deixou “pendurado por uma pequenina

veia como se fosse uma raiz. A pupila que

estava negra tornou-se branca.”22

Uma garotinha de Hipo, liberta de demônios.

23

Florêncio de Hipo, o qual orou pedindo

dinheiro e o recebeu.24

A ressurreição de uma freira.25

O filho de um amigo de Agostinho, o

qual foi ressuscitado dos mortos.26

Agostinho conclui a sua narrativa de milagres

dizendo aos seus leitores que há demasiados

milagres para serem citados. “É um

fato simples”, escreve Agostinho, “que não

há nenhuma falta de milagres até mesmo em

nossos dias. E o Deus que opera os milagres

sobre os quais lemos nas Escrituras usa qualquer

meio e maneira que Ele escolher.”

b. Foi Contrário a Teoria da Cessação.

Ele se opôs à emergente teoria da cessação

dos Dons Carismáticos, como uma

reação exagerada ao que alguns achavam ser

extremismos do Montanismo. Ele se opôs

à idéia de que os milagres e a “Charismata”

(Dons do Espírito Santo, como os que aparecem

em l Coríntios 12) terminaram com a

Era Apostólica.27

11.Gregório de Tours

(cerca de 538 - 594)

Gregório foi um bispo e historiador. Ele

foi um escritor prolífico, cujas obras fornecem

um inestimável conhecimento sobre a

vida eclesiástica do Século VI.28

Há muitas narrativas de curas que ocorreram

na época de Gregório, as quais podem

ser encontradas em sua obra Diálogos,

onde ele também relata a expulsão de um

demônio e a sua própria cura:

Eleutério, já mencionado anteriormente,

abade do Mosteiro de São Marcos Evangelista,

adjacente às muralhas de Spoleto,

morou comigo por muito tempo no meu

mosteiro de Roma e lá morreu. Os seus

discípulos dizem que ele ressuscitou uma

pessoa através do poder da sua oração. Ele

era bem conhecido pela sua simplicidade e

contrição de coração, e, indubitavelmente,

através de suas lágrimas, esta humilde

alma, semelhante a de uma criança obteve

muitas graças do Deus Todo-Poderoso.

Vou contar-lhes um milagre dele, o qual

lhe pedi que me descrevesse em suas próprias

palavras simples. Certa vez, enquanto

ele estava viajando, anoiteceu antes que

ele pudesse encontrar um alojamento para

dormir. Assim sendo, ele parou num convento.

Havia um garotinho neste convento

que era atormentado todas as noites

por um espírito maligno. Portanto, depois

de darem as boas-vindas ao homem

de Deus ao seu convento, as freiras lhe

pediram que mantivesse o garoto com ele

naquela noite. Ele concordou e permitiu

que o garoto descansasse perto dele.

Pela manhã, as freiras lhe perguntaram

muito solicitamente se ele havia feito

qualquer coisa pelo garoto. Um tanto

quanto surpreso pela indagação delas, ele

disse: “Não”. Em seguida, elas o inteiraram

das condições do menino, informando-

o que sequer uma noite havia passado

que o espírito maligno atormentasse o

menino. Elas pediram a Eleutério o favor

de levá-lo consigo para o Mosteiro porque

não podiam mais suportar vê-lo sofrendo.

O homem de Deus concordou em

fazer isto.

O menino permaneceu por muito tempo

no Mosteiro sem ser absolutamente

importunado. Muito satisfeito com isto,

o idoso abade permitiu que a sua alegria

pela saudável condição do menino excedesse

a moderação.

“Irmãos”, disse ele aos seus monges,

“o diabo debochou das irmãs, mas assim

que encontrou verdadeiros servos de Deus,

ele não ousou aproximar-se mais desse meOS

SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 461

nino.” Naquele mesmo instante, quase que

sem esperar que Eleutério terminasse de

falar, o diabo tomou o garotinho uma vez

mais, atormentando-o na presença de todos.

Quando o velhinho viu isto, o seu coração

ficou muito pesaroso, e, depois que

os seus monges tentaram consolá-lo disse:

“Dou a minha palavra que nenhum de vocês

comerá pão hoje até que este menino

seja libertado do poder do diabo!”

Ele se prostrou em oração com todos

os seus monges e continuaram orando até

que o menino foi liberto do poder do espírito

maligno. A cura foi completa e o diabo

não ousou molestá-lo mais.

Ele coloca dentre os seus maiores objetivos,

o planejamento detalhado de missões

organizadas a todos os pagãos, por

causa da iminência do Juízo Final.29

12.Gregório I (O Grande) (540 - 604)

Gregório o Grande foi Papa de 590 a

604. Os seus Diálogos (593 - 594) foram

descritos pelo próprio autor como sendo

histórias dos “milagres que foram feitos na

Itália pelos Patriarcas.”

Os Diálogos contêm relatos sobrenaturais,

os quais se dividem ordenadamente em

três classes: histórias de visões, histórias

de profecias e histórias de milagres.

A seguinte citação, um sumário de uma

das histórias de Gregório, é tirada da obra

germinativa de Frederick Dudden sobre a

vida de Gregório:

Certo dia em Subiaco, o pequeno monge

Plácido, o futuro Apóstolo da sua Ordem

[de Gregório] na Sicília foi para o

lago para tirar água, mas perdeu o equilíbrio

e caiu no lago.

Benedito, que estava sentado em seu

pequeno quarto, foi sobrenaturalmente

conscientizado desta ocorrência e clamou

apressadamente ao seu discípulo Mauro:

“Corra, Irmão Mauro, pois a criança que

foi buscar água caiu no lago e a correnteza

o carregou muito longe.” Mauro correu

até a margem do lago, e, aí então, “pensando

que ainda estivesse em terra seca,

correu sobre as águas”, agarrou pelos cabelos

o garoto que estava sendo levado

pela correnteza e o trouxe de volta com

segurança.

Foi somente depois de estar novamente

em terra firme que Mauro percebeu que

um milagre havia acontecido, e, “muito

atônito, pensou consigo mesmo como ele

havia feito aquilo que, conscientemente,

ele não teria ousado fazer.”30

B. A ERA MEDIEVAL (600 - 1500)

1. São Vladimir – Príncipe de Rus

(Cerca de 988)

A seguinte narrativa ilustra como um sinal

milagroso levou à conversão e ao batismo

cristão de VLADIMIR, príncipe de Rus

(que mais tarde se tornou Rússia). Estes

eventos aconteceram quase no final do primeiro

milênio do cristianismo.

Por mediação divina, Vladimir estava

sofrendo de uma enfermidade nos olhos e

não conseguia enxergar nada, o que o deixava

muito angustiado. A princesa lhe declarou

que se ele desejasse ser curado desta

enfermidade, ele deveria ser batizado

o mais rapidamente possível. Caso contrário,

esta enfermidade não poderia ser

curada.

Ao ouvir a mensagem dela, Vladimir

disse: “Se for provado que isto é verdadeiro,

então certamente o Deus dos cristãos

é grande,” e ordenou que ele deveria

ser batizado. O Bispo de Kherson, juntamente

com os sacerdotes da princesa,

depois de dar as notícias, batizou a

Vladimir, e, enquanto o bispo impunha as

mãos sobre ele, Vladimir recobrou a visão

imediatamente.

Ao experimentar esta cura milagrosa,

Vladimir glorificou a Deus, dizendo: “Agora

sei quem é o verdadeiro e único Deus.”

462 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

Quando os seus seguidores viram este milagre,

muitos deles também foram

batizados.31

2. São Francisco de Assis

(1181 - 1226)

São Francisco foi o fundador da Ordem

Franciscana. Ele tinha um amplo ministério

de cura. As seguintes citações foram selecionadas

de inúmeros milagres que ocorreram

no ministério de São Francisco de Assis:

Certa vez, quando o santo homem de

Deus Francisco passava por várias regiões

para pregar o Reino de Deus, ele chegou a

uma certa cidade chamada Toscanella.

Lá, enquanto semeava a semente de vida

de sua maneira habitual, um certo soldado

desta cidade o hospedou. Ele tinha um filho

único que era aleijado e de corpo debilitado.

Muito embora ainda fosse muito novinho,

o garoto já havia passado da idade de ser

desmamado, mas mesmo assim ainda ficava

num berço. Quando o pai do garoto viu

a grande santidade do homem de Deus, lançou-

se humildemente aos seus pés, – implorando-

lhe saúde para o seu filho.

Francisco, no entanto, que se considerava

inútil e indigno de tão grande poder e

graça, recusou-se por muito tempo a fazer

isto. No entanto, vencido pela insistência

das suas petições, ele orou e em seguida

colocou a sua mão sobre o garoto, e, abençoando-

o, o levantou. Imediatamente, com

todos os presentes observando e regozijando-

se, o menino levantou-se completamente

restaurado e começou a andar,

para lá e para cá, e em redor da casa.

Certa vez, quando o homem de Deus,

Francisco, havia chegado a Narni para lá

ficar por alguns dias, um certo homem

daquela cidade de nome Pedro, jazia em

sua cama paralisado. Por um período de

cinco meses ele ficou tão destituído do uso

de todos os seus membros que não conseguia

levantar-se absolutamente ou sequer

mover-se um pouco. Assim sendo, tendo

perdido completamente o uso dos seus pés,

mãos, e cabeça, ele conseguia mover somente

a língua e abrir os olhos.

Ao ouvir que Francisco havia vindo a

Narni, ele enviou um mensageiro ao bispo

da cidade para pedir-lhe pelo amor de

Deus que lhe enviasse o servo do Deus

Altíssimo, confiante de que ele seria liberto

da enfermidade da qual sofria ao

contemplar e estar na presença de Francisco

de Assis.

E aconteceu então que, depois que o

abençoado Francisco veio até ele e fez o

sinal da Cruz sobre ele, da cabeça aos pés,

ele foi imediatamente curado, restaurado

ao seu antigo estado de saúde.32

3. Comunidade Valdense

Este foi um movimento da Idade Média

cujas características incluíam a obediência

evangélica ao Evangelho, um rigoroso

asceticismo, uma aversão ao reconhecimento

do ministério de sacerdotes indignos, crença

em visões, profecias e possessão demoníaca.

33

A. J. Gordon, em seu livro O Ministério

de Cura cita a seguinte doutrina dos

valdenses:

Portanto, com relação a esta unção

dos enfermos, cremos como artigo de fé e

professamos sinceramente do coração que

os enfermos, ao pedirem, podem ser licitamente

ungidos com o óleo da unção por

alguém que se una a eles em oração para

que ele seja eficaz para a cura do corpo, de

acordo com o desígnio, a finalidade, e o

efeito mencionado pelos apóstolos. Professamos

também que uma unção deste

tipo, executada de acordo com o desígnio

e prática apostólicos, significará a cura e

será útil.34

4. Vicente Ferrer (1350 - 1419)

Vicente foi um pregador dominicano nascido

em Valença. Conhecido como o “Anjo

do Juízo”, pregou por toda a Europa duranOS

SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 463

te quase vinte anos. A Nova Enciclopédia

Católica registra o seguinte:

Vicente ficou desiludido e gravemente

enfermo. Numa visão, foi comissionado

pelo Senhor... “a percorrer o mundo, pregando

a Cristo.” Depois que um ano havia

se passado, Benedito permitiu que ele saísse.

Em Novembro de 1399, portanto,

ele partiu de Avignon e passou 20 anos

na pregação apostólica. À medida que o

Espírito o dirigia ou que era requisitado,

ele visitava e re-visitava lugares por toda

a Espanha, Sul da França, Lombardia,

Suiça, Norte da França e os Países Baixos.

Com ardente eloqüência, pregava a

necessidade do arrependimento e a vinda

do juízo. Ele raramente permanecia

num só local por mais de um dia. E, neste

caso, somente quando as pessoas haviam

sido negligenciadas por muito tempo,

ou, quando a heresia ou o paganismo

eram comuns. Milagres na ordem da natureza

e da graça acompanhavam os seus

passos.35

O Dicionário da Enciclopédia Católica

também menciona o seguinte:

“Alguns diziam que ele tinha o Dom de

Línguas...36

5. Colette de Corbi (1447)

Foi registrado o seguinte sobre Colette

na obra As Vidas dos Santos:

Em 1410, ela fundou um convento em

Besançon. Em 1415, ela introduziu uma

reforma no Convento dos Cordeliers, em

Dole, e, em seqüência, em quase todos os

conventos de Lorraine, Champagne, e

Picardy. Em 1416, ela fundou uma casa de

sua ordem em Poligny, aos pés do Jura, e

uma outra em Auxonne.

“Estou morrendo de curiosidade para

ver esta maravilhosa Colette, que ressuscita

os mortos”, escreveu a Duquesa de

Bourbon, aproximadamente nesta época,

pois a fama dos milagres e das obras da

filha do carpinteiro estava na boca de todos.

37

C. A REFORMA E A ERA MODERNA

(1500 - 1900)

1. Martinho Lutero (1483 - 1546)

Em Lutero: Cartas de Conselho Espiritual,

é registrada a seguinte carta de

Martinho Lutero:

O arrecadador de impostos de Torgau

e o membro do conselho de Belgern me

escreveram, pedindo que eu oferecesse algum

bom conselho e ajuda para o marido

aflito da Sra. John Korner. Não conheço

nenhuma ajuda secular que pudesse dar. Se

os médicos estão perdidos no sentido de

encontrar algum remédio, vocês podem

ter a certeza de que não se trata de um

caso de melancolia comum. Ao contrário,

deve ser um tormento proveniente do diabo,

e isso precisa ser neutralizado pelo

poder de Cristo com a oração da fé.

É isto o que fazemos e o que estamos

acostumados a fazer, pois o marceneiro

daqui estava semelhantemente sendo atormentado

por uma loucura e o curamos pela

oração em Nome de Cristo.

Conseqüentemente, vocês deveriam

proceder da seguinte maneira: Vá até ele

com o diácono e dois ou três homens bons.

Esteja confiante de que você, na qualidade

de pastor do lugar, está revestido com autoridade

do cargo ministerial. Imponha as

suas mãos sobre ele e diga:

“Paz esteja contigo, caro irmão, de

Deus nosso Pai e do nosso Senhor Jesus

Cristo.”

Depois então repita o Credo dos Apóstolos

e a Oração do Senhor sobre ele em

alta voz, e conclua com as seguintes palavras:

“Ó Deus, Pai Todo-Poderoso, que

nos disseste através do Seu Filho: ‘Em verdade,

em verdade vos digo que qualquer

464 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

coisa que pedirdes ao Pai em Meu Nome,

Ele vô-los dará’, que nos ordenou e nos

estimulou a orarmos em seu Nome: ‘Pedi

e recebereis’, e que, semelhantemente disseste:

‘Invoca-Me no dia da angústia, e Eu

te libertarei e tu Me glorificarás’...

“...nós, pecadores indignos, confiando

nestas Tuas palavras e mandamentos, oramos

pela Tua misericórdia, com a fé que

podemos concentrar. Concede graciosamente

a libertação deste homem de todo

mal e aniquila a obra que Satanás fez nele.

Honra o Teu Nome e fortalece a fé dos

crentes, através do mesmo Jesus Cristo, Teu

Filho, nosso Senhor, o qual vive e reina

Contigo, para todo o sempre. Amém!”

Em seguida, quando for embora, imponha

as suas mãos sobre o homem novamente

e diga: “Estes sinais seguirão aos

que crêem; imporão as suas mãos sobre os

enfermos e eles serão curados.” Faça isto

três vezes, uma vez em cada um de três

dias sucessivos.38

Em Obras de Lutero, com relação à profecia,

ele diz o seguinte: “Se você deseja

profetizar, faça-o de forma tal a não ir além

da fé, de maneira que o seu profetizar possa

estar em harmonia com a singular qualidade

da fé.” Ele escreve ainda que “uma pessoa

pode profetizar coisas novas, mas não coisas

que vão além dos limites da fé...”39

“O Dr. Martinho Lutero era um profeta,

evangelista, falava em línguas e as interpretava

– tudo isto numa só pessoa – e foi

dotado com todos os Dons do Espírito Santo.

Ele orava pelos enfermos e expulsava os

demônios. Ele era um luterano pentecostal.”

40

2. Inácio de Loyola (1491 - 1556)

Inácio foi fundador da Sociedade de Jesus.

Ele foi ferido no Exército Espanhol em

1521. Enquanto se recuperava, ele leu a Vida

de Cristo de Ludolph da Saxônia. Isto o

inspirou a tornar-se um “soldado” para Cristo.

Ele entrou no monastério e passou quase

um ano em práticas ascéticas. Aí compôs

a essência de exercícios espirituais, onde escreve

o seguinte sobre o Espírito:

“O Espírito de Deus sopra onde quiser.

Ele não pede a nossa permissão. Ele trava

relações conosco com base em Suas Próprias

condições e distribui os Seus carismas

da maneira que Lhe aprouver.

Portanto, precisamos estar sempre despertos

e prontos. Precisamos ser maleáveis

para que Ele possa nos usar em novos

empreendimentos.

Não podemos ditar a lei ao Espírito de

Deus! Ele somente Se faz presente com os

Seus dons onde Ele sabe que são combinados

com a multiplicidade de carismas na

Igreja única. Todos os Dons desta Igreja

derivam-se de uma única fonte: Deus.

O que Paulo diz no décimo segundo

capítulo da sua Primeira Epístola aos Coríntios

ainda é verdadeiro hoje em dia!

Isto deveria nos dar a força para vencermos

todas as formas de inveja clerical,

suspeitas mútuas, usurpação de poder, e a

recusa de permitir que os outros – que possuem

os seus próprios dons do Espírito –

prossigam em seus próprios caminhos.

É isto o que o Espírito deseja de nós!

Ele não é tão bitolado como nós às vezes

o somos com as nossas receitas! Ele pode

direcionar as pessoas a Si Próprio de diferentes

maneiras, e Ele quer dirigir a Igreja

através de uma multiplicidade de funções,

cargos e dons.

A Igreja não deve ser uma academia

militar onde tudo é uniforme, mas ela deve

ser o Corpo de Cristo onde Ele, o Único

Espírito, exerce o Seu poder sobre todos

os membros. Cada um destes membros

prova que é de fato um membro deste

Corpo, permitindo que os outros membros

se desenvolvam.”41

3. Teresa de Ávila (1515 - 1582)

Teresa, uma reformadora mística e escritora

carmelita, nasceu na Espanha e foi

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 465

educada por freiras agostinianas. Em sua

autobiografia, há freqüentes narrativas do

êxtase que ela experimentou de Deus. Ela

escreve o seguinte:

“O que digo sobre não subir a Deus a

menos que Ele levante a pessoa é linguagem

do Espírito. Quem já teve alguma

experiência me compreenderá, pois não

sei como descrever esta ação de sermos

levantados se ela não for compreendida

através da experiência.42

Ela recorre a este tipo de linguagem novamente

ao falar sobre a oração:

“Não conheço nenhum outro termo

que possa descrevê-la ou explicá-la. Tampouco

sabe a alma o que fazer porque ela

não sabe se deve falar ou se deve ficar em

silêncio, se deve rir ou chorar. Esta oração

é uma gloriosa insensatez. Uma loucura

celestial onde se aprende a verdadeira

sabedoria, e é para a alma uma maneira

muito deleitável de se usufruir as coisas.

Aliás, há cinco ou até mesmo seis anos

atrás, o Senhor freqüentemente me dava

esta oração em abundância, e eu não a

compreendia, e não sabia como descrevêla.”

4. Os Huguenotes (Formalmente

Organizados em 1559)

“Huguenotes” foi um apelido para os

calvinistas franceses. Henry Baird escreve

o seguinte em seu livro Os Huguenotes com

relação a alguns fenômenos deste grupo religioso:

Com relação às manifestações físicas,

há poucas discrepâncias entre as narrativas

dos amigos e dos inimigos. As pessoas afetadas

eram homens e mulheres, idosos e

jovens. Muitos deles eram crianças, meninos

e meninas com nove e dez anos de

idade.

Surgiram dentre o povo – diziam os

seus inimigos, da ralé da sociedade – ignorantes

e incultos, em sua maioria, incapazes

de ler ou escrever, e falando na vida

cotidiana o “patuá”, que era a única coisa

em que estavam versados.

Estas pessoas caíam subitamente de costas,

e, enquanto se encontravam totalmente

estendidas no chão, passavam por contorsões

estranhas e aparentemente involuntárias,

com o tórax aparentemente inchando

e o estômago inflando-se. Ao saírem

gradativamente desta condição, pareciam

recobrar instantaneamente o poder da fala.

Geralmente começando com uma voz

interrompida por soluços, logo derramavam

uma torrente de palavras – clamores

de misericórdia, apelos para um arrependimento,

exortações aos expectadores para

cessarem de freqüentar a missa, denúncias

da Igreja de Roma, profecias sobre o julgamento

vindouro.

Das bocas dos que eram pouco mais do

que bebês vinham textos das Escrituras e

discursos num bom e inteligível francês,

algo que nunca usaram em suas horas conscientes.

Ao cessar o momento de êxtase, declaravam

que não se lembravam de nada

do que haviam dito. Em casos raros retinham

uma impressão genérica e vaga, mas

nada mais. Não havia nenhuma aparência

de engano ou trama, e nenhuma indicação

de que, ao expressarem as suas predições

com relação aos eventos vindouros, eles

tinham qualquer pensamento de prudência

ou de dúvida com relação à verdade do

que haviam predito.

Brueys, o mais inveterado oponente

deles, não é nada menos positivo neste

ponto do que as testemunhas que lhes são

mais favoráveis. “Estes pobres loucos”,

disse ele, “acreditavam que estavam de fato

sendo inspirados pelo Espírito Santo. Profetizavam

sem nenhum desígnio (dissimulado),

sem nenhuma intenção maligna, e

com tão poucas reservas, que sempre marcavam

ousadamente o dia, o local, e as

pessoas de quem falavam em suas predições.”

44

466 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

a. Calvino Defendeu as Línguas.

Calvino, ao citar as línguas, escreveu o seguinte:

“Atualmente, grandes teólogos... discursam

contra elas com furioso zelo. Assim

como é certo que o Espírito Santo

tem honrado aqui o uso de línguas com um

louvor eterno, também podemos concluir

muito prontamente qual é o tipo de espírito

que impulsiona estes reformadores,

os quais disparam o maior número possível

de repreensões contra a busca delas...

“Paulo, no entanto, recomenda o uso

das línguas. Esta é a distância enorme que

ele se encontra de desejar que elas sejam

abolidas ou descartadas.”

5. Valentim Greatlakes (1638)

David Robertson escreve em seu artigo

“De Epidauros a Lourdes: Uma História

de Cura Pela Fé” sobre um irlandês chamado

Greatlakes:

Ele era um protestante na Irlanda Católica

e fugiu para a Inglaterra em 1641

na deflagração da Rebelião Irlandesa. Por

algum tempo ele serviu sob as ordens de

Cromwell. Em 1661, após um período de

depressão, ele passou a acreditar que Deus

lhe havia dado, ainda que um mero plebeu,

o poder de curar escrófula.

Quando começou a tentar curar a

escrófula, os seus amigos e conhecidos ficaram

estarrecidos ao descobrirem que ele

de fato parecia ser capaz de produzir uma

regressão nesta enfermidade.

Esta estonteante façanha o levou a experimentar

as suas mãos em outras enfermidades

como a epilepsia, a paralisia, a

surdez, úlceras e diversas doenças nervosas,

e ele descobriu que o seu toque era

eficaz nestes casos também.

Muito em breve as informações da sua

excepcional habilidade se espalharam por

toda parte e ele foi rodeado por multidões

de pessoas enfermas. As multidões que vinham

até ele eram tão grandes que ele não

conseguiria atender todas elas até mesmo

se trabalhasse desde as 6:00 da manhã até

as 6:00 da noite.45

6. Os Quakers (1640 - até o

presente)

As origens dos Quakers remontam ao

puritanismo inglês da década de 1640. O

primeiro líder foi George Fox, que pregava

uma mensagem da Nova Era do Espírito.

Tanto os puritanos quanto os anglicanos se

opunham a eles.

Uma típica reunião dos “Quakers” caracterizava-

se pelas pessoas esperando que o

Espírito falasse através delas e por elas “tremerem”

à medida que Deus Se movia no meio

delas (N.T. – Em inglês, a palavra “Quaker”

significa “Tremedor”). As seguintes citações

foram extraídas do Diário de Fox:

No ano de 1648, eu estava sentado na

casa de um amigo em Nottinghamshire

(pois naquele tempo o poder de Deus já

havia aberto os corações de alguns para

receberem a palavra da vida e da reconciliação)

– Eu vi que havia uma grande fenda

que deveria percorrer toda a terra, e

uma grande fumaça que deveria seguir a

fenda; e que depois da fenda deveria haver

um grande tremor. Isto significava a terra

do coração das pessoas, a qual deveria ser

sacudida antes que a semente de Deus pudesse

ser levantada para fora da terra.

E foi assim que aconteceu, pois o poder

do Senhor começou a sacudi-las e começamos

a ter grandes reuniões, e houve

dentre o povo um tremendo poder e obra

de Deus, para espanto do povo, como também

dos sacerdotes.46

7. Os Morávios (cerca de 1700 -

1760)

O Conde Van Zinzendorf estabeleceu

uma cidade de refúgio perto de Dresden,

Alemanha, chamada Herrnhutt. Os cristãos

perseguidos vinham de toda a Europa para

fazerem desta cidade o seu lar.

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 467

O seguinte é uma breve narrativa de uma

visitação especial do Espírito que aconteceu

no vilarejo no verão de 1727. Como

conseqüência disto foi iniciada uma reunião

de oração que durou sem cessar, vinte

e quatro horas por dia por mais de 100

anos.

a. Batizados num Só Espírito. Crendo

firmemente ser da vontade de Deus,

Zinzendorf havia começado assim a moldar

um grupo dividido de refugiados de diferentes

denominações numa Congregação unida

e que testificava sobre Cristo. Mas durante

todo o verão, as pessoas pareciam estar esperando

e se preparando para uma visitação

do Senhor.

O domingo, 2 de julho foi muito abençoado.

O Conde pregou em Herrnhut. Toda

a vizinhança estava ardentemente agradecida

a Deus...

Em 16 de julho, ele orou com os jovens.

Além da vigília obrigatória, pequenos

grupos dos irmãos solteiros tiveram

vigílias de oração e meditação durante a

noite toda, as quais provaram ser um verdadeiro

repouso em Deus, e Zinzendorf

participou da maioria delas.

De 22 de julho a 4 de agosto,

Zinzendorf esteve visitando o Barão

Gersdorf na Silésia. Na Biblioteca, ele encontrou

por acaso o Ratio Disciplinas, e,

desde o Prefácio, tomou conhecimento

da primitiva visão ecumênica da antiga

Igreja Irênica.

Ele copiou um trecho em alemão do

Ratio, e, na sua volta, o deu às equipes de

oração em Herrnhut. Imediatamente, eles

reconheceram a semelhança entre esta

igreja e o que Deus estava fazendo entre

eles.

Um morávio escreveu o seguinte: “Descobrimos

nisto o dedo de Deus e nos encontramos,

por assim dizer, batizados sob

a nuvem dos nossos pais, com o espírito

deles.

“Pois este espírito veio sobre nós, e

grandes sinais e maravilhas foram operados

no meio dos Irmãos naqueles dias, e

uma grande graça prevaleceu em nosso

meio e em todo o país.”

Havia de fato uma grande graça prevalecendo

em Herrnhut. Havia uma contagiante

e santa expectativa. Parecia como

se as pessoas de Herrnhut estivessem sendo

dirigidas inevitavelmente, passo a passo,

ao Pentecostes de 13 de Agosto, o que

seria a própria coroação daquele verão de

ouro. Uma gloriosa unidade cristã viria em

seguida.

Enquanto dirigia a reunião da tarde

em Herrnhut no dia 10 de Agosto, Rothe

foi tão sobrepujado pela proximidade de

Deus que foi se prostrando em terra diante

d’Ele. Toda a congregação seguiu o

exemplo do pastor e continuaram juntos

até a meia-noite, louvando a Deus e

entrando em aliança uns com os outros,

com muitas lágrimas e sinceras súplicas

de habitarem juntos em amor e unidade.

47

8. Os Jansenistas (cerca de 1731)

“A expectativa de milagres e de outros

sinais sobrenaturais havia se tornado quase

que uma parte integral da visão mundial

jansenista já no final do Século XVII”, escreve

Robert Kreiser em seu livro “Milagres,

Convulsões, e a Política Eclesiástica

na Paris do Início do Século XVIIL.”

Um desses milagres que ele registra é a

cura da sobrinha de Pascal em março de

1656. Marguerite havia sofrido por muito

tempo de uma fístula lacrimal grave e

desfigurante no canto do seu olho.

Ela foi curada quando um espinho santo

foi simplesmente encostado em seu olho. O

milagre foi corroborado por evidências médicas

consideráveis e teve uma profunda

impressão sobre o público.

9. John Wesley (1703 - 1791)

John Wesley foi o fundador da Igreja

Metodista. Em seu Diário, ele escreve:

468 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

Quarta-feira, 15 de agosto de 1750 – Refletindo

num livro peculiar que eu havia lido

nesta jornada, Ó Engano Geral dos Cristãos

com Relação à Profecia fiquei plenamente

convencido do que outrora eu havia

suspeitado:

• Que os Montanistas, no segundo e

terceiro séculos, eram cristãos genuínos

e bíblicos; e

• Que a principal razão pela qual os

dons milagrosos foram tão rapidamente

retirados não foi somente o fato de

que a fé e a santidade quase foram perdidas,

mas também que homens ressequidos,

formais e ortodoxos começaram

até mesmo a ridicularizar quaisquer

dons que eles próprios não tivessem

e a censurá-los todos como sendo

uma loucura ou um embuste.

a. Os Dons São Para Hoje. Wesley

escreveu uma carta a Thomas Church em

1746, onde afirma:

Contudo, não tenho conhecimento de

que Deus tenha de alguma maneira Se impossibilitado

de exercer o Seu poder soberano

de operar milagres, de qualquer tipo

ou nível, ou em qualquer era, até o fim do

mundo.

Não me recordo de nenhum versículo

bíblico onde sejamos ensinados que os milagres

deveriam estar confinados aos limites

da era apostólica, ou da era cipriânica,

ou de qualquer outro período... Nunca observei,

nem no Antigo Testamento, nem

no Novo, absolutamente nenhuma insinuação

deste tipo.

São Paulo disse uma vez de fato com

relação a dois dos Dons milagrosos do Espírito

(no sentido, penso eu, de que um

teste seja geralmente subentendido): “Havendo

profecias falharão; havendo línguas,

cessarão. “

No entanto, ele não diz que estes ou

quaisquer outros milagres cessarão até que a

fé e a esperança cessem também, até que

todos eles sejam tragados na visão de

Deus...48

Orando por uma jovem endemoninhada:

“Nós a interrompemos, invocando

Deus... continuamos em oração até depois

das onze, quando Deus, num só momento,

falou paz em sua alma... Ela se uniu a nós

no cântico de louvores a Ele, o Qual havia

aquietado o inimigo e o vingador.”

Página 130: “Passei pela casa de

William Shalwood. Tanto ele quanto sua

esposa estavam doentes e na cama, com

poucas esperanças de recuperação. Contudo

(após a oração), cri que não morreriam,

mas que viveriam e declarariam a benignidade

do Senhor. Na próxima vez que os

visitei, ele estava sentado no andar de baixo,

e a sua esposa já podia viajar.”

Página 146: “Quando saí de Smeton, o

meu cavalo estava mancando tanto... que

ele quase não conseguia colocar a sua pata

no chão. Depois de cavalgar mais de onze

quilômetros, fiquei exausto, e a minha cabeça

estava doendo mais do que havia doído

durante meses. Foi aí que pensei: ‘Será que

Deus não pode curar os homens ou os animais,

de alguma forma, ou até mesmo sem

usar nenhum intermediário?’ Imediatamente,

o meu cansaço e dor de cabeça cessaram,

como também a coxeadura do meu cavalo

no instante seguinte, e ele não mancou mais

naquele dia nem no dia seguinte.”49

10.Os Batistas (cerca de 1740)

Da Inglaterra, os primeiros batistas americanos

receberam uma tradição de imposição

de mãos após o batismo nas águas “para

um recebimento adicional do Espírito Santo

da promessa, ou para o acréscimo da graça

do Espírito...” pois “todo o Evangelho

era confirmado nos tempos primordiais através

de sinais, maravilhas e diversos milagres

e Dons do Espírito Santo em geral.”

O historiador batista Edward Hiscox aponta

para os primeiros registros da associação

da Filadélfia, onde há indicações de que vários

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 469

Dons do Espírito estavam em operação nas

igrejas daquela região ao redor de 1743.

11.Evangelistas Bem-Conhecidos

(cerca de 1820 - 1920)

Exemplos do Século XIX de se falar em

línguas podem ser atribuídos a um reavivamento

em Port Glasgow, Escócia, liderado

por James e George MacDonald, homens

de um caráter irrepreensível.

Em 1830, o Dr. Thompson, um membro

leigo da Igreja Presbiteriana de Regent Square,

em Londres, levou notícias sobre este reavivamento

ao seu pastor, Edward Irving. Os

membros da Igreja de Irving buscaram e receberam

uma experiência pentecostal do Batismo

no Espírito e começaram a falar em

línguas e a profetizar nos cultos públicos.

O reavivamento se espalhou à Suécia,

Irlanda e Armênia. A congregação de Londres

foi logo dividida por controvérsias e

foi forçada a formar uma nova denominação,

a Igreja Católica Apostólica. “Apóstolos

e profetas” auto-designados logo usurparam

a autoridade de Irving e interromperam

as suas pregações e a comunhão.

a. Charles Finney. Charles Finney

afirmou: “Recebi um poderoso Batismo do

Espírito Santo. Nenhuma palavra pode expressar

o maravilhoso amor que foi derramado

em meu coração. Chorei audivelmente

de alegria e amor, e não sei mas deveria

dizer que literalmente berrei os inexprimíveis

borbulhões do meu coração.’’

b. Charles H. Spurgeon. Do livro A

Vida de Charles Spurgeon, de Russell H.

Conwell:50

Página 77: Os dias da profecia não

passaram, tampouco terminou o período

de milagres.

Página 102: Ele ensinou uma classe

de Escola Dominical, que cresceu e ficou

muito desproporcional ao resto da escola,

mas ele a reduziu, pedindo veementemente

aos estudantes para saírem e se tornarem

evangelistas, na distribuição de folhetos,

cuidando dos pobres e orando pelos

enfermos.

Página 173: Ao ser indagado se ele

acreditava que todas as pessoas poderiam

ser curadas pelo uso da oração sincera por

pessoas que acreditavam em Cristo e cujas

vidas fossem retas, ele anunciou: “...provavelmente

nenhum homem da Inglaterra

ou dos Estados Unidos, neste Século

(XIX) já curou tantas pessoas como o Sr.

Spurgeon, muito embora não fosse um

médico.”

Milhares de casos foram curados em

resposta à oração, dentre eles, paralisia

parcial, reumatismo, doenças mentais e

febre contagiosa. Ele se considerava um

mero agente do poder divino e disse sobre

si mesmo em duas ocasiões que se achava

indigno de possuir o Dom de Cura.

c. Dwight L. Moody. Do livro A Vida

de Dwight L. Moody, escrito por seu filho:51

Uma intensa fome e sede por poder

espiritual foi suscitada nele por duas mulheres

que costumavam freqüentar as suas

reuniões e que se assentavam no banco da

frente.

No final dos cultos, elas lhe diziam:

“Temos orado por você.” Moody respondia:

“Por que vocês não oram pela congregação?”

As mulheres diziam: “Porque

você precisa do poder do Espírito.”

Ao relatar o incidente anos mais tarde,

o Sr. Moody disse: “Eu preciso de poder?

Eu achava que já tinha poder! Eu tinha

as maiores congregações de Chicago,

e havia muitas conversões. Mas, estas duas

mulheres devotas continuaram orando por

mim o tempo todo, e a sincera conversa

delas sobre a unção para um serviço especial

me fizeram refletir sobre isto.

Pedi-lhes que viessem conversar comigo

e elas derramaram o seu coração em

oração para que eu pudesse receber o Batismo

do Espírito Santo. Surgiu uma grande

fome na minha alma, mas eu não sabia

o que era.

470 / SEÇÃO C4 C4.2 – Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja

“Comecei a clamar como nunca havia

feito antes. De fato senti que eu não queria

viver se não pudesse ter este poder

para o serviço.”

Enquanto o Sr. Moody encontrava-se

nestas condições a cidade de Chicago ficou

em cinzas por um incêndio que quase

destruiu a cidade. A sua igreja foi totalmente

incendiada. Em seguida, o fogo atravessou

o rio e os Moodys tiveram que fugir

de noite enquanto as chamas também

engoliam a casa deles.

Assim que a sua esposa e família estavam

a salvo com amigos, o Sr. Moody se

devotou a um trabalho de assistência social.

Ele foi para o leste para angariar dinheiro

para os desabrigados e também para

uma nova igreja.

Nesta época, a fome por mais poder

espiritual ainda estava sobre o Sr. Moody.

“O meu coração não estava na obra de

pedir dinheiro. Eu não conseguia fazer

apelos, pois clamava o tempo todo que

Deus me enchesse com o Seu Espírito.”

1) Batizado no Espírito. “Bem,

certo dia, na cidade de Nova Iorque – ó,

que dia! – não consigo descrevê-lo e raramente

falo sobre ele. É uma experiência

quase que sagrada demais para se mencionar.

Paulo teve uma experiência da qual

nunca falou por catorze anos.

“A única coisa que posso dizer é que

Deus Se revelou a mim e que tive uma

tamanha experiência do Seu amor que tive

que pedir-Lhe para deter a Sua mão.

“Voltei a pregar novamente. Os sermões

não foram diferentes. Não apresentei

nenhuma nova verdade, e, contudo,

centenas de pessoas se converteram. Eu

não voltaria onde me encontrava antes de

ter esta abençoada experiência mesmo se

você me desse o mundo inteiro – seria

como a poeira da balança.”

EM TRIBULAÇÕES E TRIUNFOS DA

FÉ, 1875,52 o Dr. Richard Boyd, um amigo

de Moody, escreveu:

“Quando cheguei nas salas da A.C.M.,

encontrei a reunião em chamas. Os rapazes

estavam falando em línguas e profetizando.

O que será que isto significava? O

mero fato de que Moody havia estado lá,

discursando para eles naquela tarde.”

DE MOODY E SUA OBRA,53

Numa reunião em Los Angeles, o Dr.

Torrey contou como, num dos grandes cultos

do Sr. Moody em Londres, ao se levantar

para ler as Escrituras, ele começou

involuntariamente a pronunciar palavras

que nem ele nem a sua congregação compreenderam.

12.Rua Azusa (1906)

Em 1905, Charles Parham mudou a sua

escola de Topeka, Kansas, para Houston,

Texas. Lá, William J. Seymour, um evangelista

negro, ingressou na escola. Ele adotou

o “ensino sobre as línguas”, mas não o experimentou

em Houston.

Em 1906, Seymour foi convidado para

falar numa pequena Igreja Nazarena para

negros em Los Angeles. Em l de abril de

1906, Seymour falou em línguas. O pequeno

grupo logo ficou maior que a casinha da

Ladeira Bonnie e mudou-se para um antigo

estábulo na Rua Azusa, 312.

Seymour foi a figura central do reavivamento

da Rua Azusa. O reavivamento continuou

por três anos e meio na Rua Azusa.

Havia cultos três vezes por dia. De manhã, de

tarde e à noite. O falar em línguas era uma

atração principal, mas a cura dos enfermos

não vinha muito atrás. Seymour era o pastor

da congregação, que se constituía tanto de negros

quanto de brancos, até a sua morte em

1929. Os peregrinos à Rua Azusa eram comuns

e vinham de todas as partes do mundo.

Temos aqui testemunhos de Irineu, Agostinho,

Lutero, Wesley, Finney, Spurgeon,

Moody e muitos outros. Todos eles provam

que a teoria da cessação está errada.

Leia a Seção E4, sobre “GANHAR ALMAS”,

para ver como você pode ter sinais e

maravilhas em seu ministério.

OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE SEÇÃO C4 / 471

(30) Dudden. vol. 1,1905,334

(31) Christian History, I 18:P11

(32) Hermann n.d., 59-60

(33) Douglas 1974, 1026

(34) Gordon 1802, 65

(35) NCE 14:681

(36) NCE 1002

(37) Baring-Gould 1897, 3:99-100

(38) Tappertn.d., 18:52

(39) Oswald n.d., 25:444-451

(40) Souer’s History of the Christian Church, Vol

3, page 406

(41) Rahner 1962, 254-255

(42) AB 12:5

(43) AB 16:1-2

(44) 2:186-187

(45) Frazier1973, 187

(46) Fox 1901,23

(47) Excerpts From Zinzendorf the Ecumenical

Pioneer pp. 55-59, by A. J. Lewis, S.C.M.

Press, London, 1962

(48) Telford n.d., 2:261

(49) John Wesley’s Journal records, March 17,

1746. Pages 81-82

(50) Edgewood Publishing Co. 1892

(51) Fleming Revell Co., 1900: pages 146, 147,

149

(52) Page 402

(53) by W.H. Daniels, 1896, American Publishing

Co., Hanford, Conn.

(54) Frank Bartleman in Azusa Street, page 136

(1) Coxe 6:190

(2) Coxe 1:243

(3) D Barrett, 700 plans, App B

(4) D Barrett, 700 plans, App B

(5) Eusebius’ Ecclesiastical History, pages 186-

187.

(6) D Barrett, 700 plans, App B

(7) Coxe 3:107

(8) D Barrett, 700 plans, App B

(9) Coxe 5:641

(10) Coxe 15:254-255

(11) Coxe 15:262-263

(12) D Barrett, 700 plans, App B

(13) Deferrari 44:150

(14) Tongues The Dynamite Of God, Leonard

Darbee, page 22.

(15) Deferrari 24:431-432

(16) Deferrari 24:433

(17) Deferrari 24:433-437

(18) Deferrari 24:437-438

(19) Deferrari 24:438-439

(20) Deferrari 24:439

(21) Deferrari 24:439

(22) Deferrari 24:440-441

(23) Deferrari 24:441

(24) Deferrari 24:441-442

(25) Deferrari 24:444

(26) Deferrari 24:445

(27) D Barrett, 700 plans, App B

(28) Douglas 1974, page 436

(29) D Barrett, 700 plans, App B

NOTAS FINAIS

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

472 / SEÇÃO C5 C5.1 – Os Dons de Liderança que Jesus Colocou na Igreja

SEÇÃO C5

OS CINCO DONS DE LIDERANÇA

Ralph Mahoney

1) “Os doze apóstolos do Cordeiro”

(Mt 10:1-5; Ap 21:14) têm um relacionamento

especial com a nação de Israel (Ap 21:12).

Na era vindoura, eles se assentarão em doze

tronos para julgarem Israel (Mt 19:28).

2) “Os apóstolos da ascensão” possuem

um relacionamento especial com a Igreja

dos gentios. Os que são mencionados no

Novo Testamento são Paulo e Barnabé (At

14:14), Andrônico e Júnia (Rm 16:7), Tiago

(Gl 1:19), Silas e Timóteo (1 Ts 1:1; 2:6) e

outros (1 Co 9:5; 2 Co 8:23).

3) “Os falsos apóstolos” são os que

fazem arrogantes alegações públicas de serem

apóstolos (2 Co 11:13). “...puseste à

prova os que dizem ser apóstolos, e o não

são, e tu os achaste mentirosos” (Ap 2:2).

Um sinal de um falso apóstolo pode ser

esta alegação jactanciosa de que ele é um

apóstolo. O verdadeiro apóstolo não ficará

preocupado em ser reconhecido como apóstolo,

mas servirá humildemente como um

escravo (no grego = doulas) de Jesus (Rm

1:1; 1 Co 1:1; etc.).

b. Sinais dos Verdadeiros Apóstolos

1) Caráter de Reverência a Deus (2

Co 12:12);

2) Sinais, Maravilhas e Milagres.

Os sinais, maravilhas, e milagres que acompanhavam

o seu trabalho de evangelização

e de implantação de novas igrejas (At 2:43;

4:30; 5:12; 14:3; Hb 2:2-4).

3) Pregação do Evangelho. O compromisso

de pregarem o Evangelho aos que

nunca o ouviram (Rm 15:20; 2 Co 10:16); e

4) Disposição de Sofrerem. A disposição

deles de sofrerem e de suportarem perseguições,

e de até mesmo morrerem pelo seu

Senhor (At 9:16; l Tm 1:16; 2 Co 11:18-28).

A companhia dos apóstolos (coletiva-

Capítulo 1

Os Dons de Liderança que

Jesus Colocou na Igreja

A. O MOTIVO PELO QUAL JESUS DEU

DONS DE LIDERANÇA À IGREJA

Depois de morrer pelos nossos pecados

na Cruz, o nosso Senhor Jesus subiu ao Céu

para ser entronizado à destra do nosso Pai

Celestial (At 1:9-11; Ef 1:20-22). Desse lugar

de autoridade Ele deu dons de liderança à Igreja.

Ele deu apóstolos, profetas, evangelistas,

pastores e mestres para o aperfeiçoamento

(equipamento) dos santos (Ef 4:11,12).

A palavra grega traduzida como “aperfeiçoamento”

em Efésios 4:12 significa “reparar”

os danos encontrados nos novos crentes

(causados pelo pecado); “preparar” e “equipar”

os crentes para fazerem as obras do serviço

na Igreja. Os líderes treinam os membros

da igreja a fim de que estes membros possam

fazer a obra do ministério e cumprir assim a

vontade de Cristo para a Igreja. Os líderes

devem equipar (treinar) os membros para:

1. Ministrarem ao Senhor

(At 13:1,2)

2. Ministrarem uns aos Outros

(At 2:44-46); e

3. Ministrarem ao Mundo

(At 2:47; Mc 16:15-20).

Isto assegura o crescimento espiritual e

numérico da Igreja.

B. DESCRIÇÃO DOS CINCO

DONS DE LIDERANÇA

1. Apóstolos

a. Há Três Grupos. O Novo Testamento

especifica três grupos de Apóstolos.

OS CINCO DONS DE LIDERANÇA SEÇÃO C5 / 473

mente) era responsável pela doutrina da Igreja

(At 2:42; 15:1-35; 1 Co 14:37), pelas

práticas corretas na Igreja, e pela vida e pureza

espiritual da Igreja. Contudo, os seus

ensinamentos estavam sujeitos a comparações

com as Escrituras e eram rejeitados se

não fossem bíblicos (At 17:10,11).

Os apóstolos são “estabelecidos” na

Igreja juntamente com os profetas, mestres,

administradores e outros Dons do Espírito

(1 Co 12:28), exatamente como os membros

são “estabelecidos” no Corpo de Cristo

(a Igreja) (1 Co 12:18).

A palavra grega correspondente a “estabelecer”

[tithemi] é traduzida em Hebreus

1:2 como “designou”, “...a nós falou-nos

nestes últimos dias através do Seu Filho,

ao Qual Ele designou [determinou ou estabeleceu]

herdeiro de todas as coisas. “ Podemos

ver que a designação de Jesus como

Herdeiro não foi temporária, e sim permanente.

c. Os Apóstolos Estão Aqui Hoje.

Tampouco foi o “estabelecimento ou designação”

de Deus dos cinco dons ministeriais

(incluindo-se os apóstolos e profetas)

um fenômeno temporário do primeiro século,

como alegam alguns teólogos.

Não há nenhuma sustentação bíblica para

o ensino de que o ministério dos apóstolos

e dos profetas cessou após o primeiro século

da História da Igreja. Muito pelo contrário,

a História da Igreja está repleta de

exemplos de ministérios apostólicos.

Além disso, o autor já viajou em mais de

cento e cinqüenta nações no Século XX e

observou a obra de muitos “apóstolos da

ascensão” em vários grupos de igrejas em

todo o mundo.

2. Profetas

a. Trabalham com os Apóstolos. Os

seguintes versículos parecem sugerir que o

apóstolo e o profeta trabalham intimamente

um com o outro:

“...Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos...”

(Lc 11:49). “E a uns pôs Deus na

Igreja, primeiramente apóstolos, em segundo

lugar profetas...” (1 Co 12:28).

“Edificados sobre o fundamento dos

apóstolos e dos profetas...” (Ef 2:20). “Alegra-

te... vós, santos e profetas, porque já

Deus julgou a vossa causa quanto a ela”

(Ap 18:20). O ministério profético é mantido

em equilíbrio quando o trabalho é feito

com um apóstolo.

b. Prediziam Eventos e Avisavam de

Perigos. Pela revelação do Espírito Santo (Jo

16:13), os profetas do Novo Testamento,

como Ágabo, prediziam eventos antes que

acontecessem (At 11:28) e davam profecias

ilustrativas, avisando sobre perigos vindouros

(At 21:10,11). Outros profetas do Novo

Testamento foram Judas e Silas (At 15:32).

c. Confirmavam o que Deus Havia

Falado. Paulo disse que não devíamos desprezar

as profecias (1 Ts 5:20). Contudo,

ele se recusou a ser governado ou dirigido

pelos profetas ou pelas profecias (Compare

At 20:23; 21:4,11-14). O ministério principal

dos profetas do Novo Testamento era

o de confirmar algo que Deus JÁ havia falado

ao crente individualmente. “Apartai-Me

a Barnabé e a Saulo para a obra a que os

tenho chamado [tempo do verbo no passado]...”

(At 13:1). O Senhor já os havia chamado.

Os profetas somente confirmaram

este chamado.

d. As Suas Palavras Deveriam Ser

Examinadas. Portanto, as palavras dos profetas

devem ser examinadas cuidadosamente

(Dt 18:22; Jr 28:9; 1 Co 14:29; 1 Ts 5:19-21),

pois podem estar enganados. Se as palavras

faladas pelo profeta não concordarem com as

palavras escritas na Bíblia, então estas palavras

do profeta precisam ser rejeitadas (Dt

13:1-5). Veja as anotações sobre 1 Coríntios

12 e 14 (Dons do Espírito) para uma explicação

da diferença entre uma simples profecia e

o cargo ou ministério profético.

3. Evangelistas

São indivíduos dotados para a pregação

do Evangelho e que ajudam os outros a acei474

/ SEÇÃO C5 C5.1 – Os Dons de Liderança que Jesus Colocou na Igreja

b. Os Profetas GUIAM a Igreja na evangelização

e nos esforços missionários.

c. Os Evangelistas GANHAM os incrédulos

através da pregação da Palavra

acompanhada de curas, expulsão de espíritos

malignos e milagres.

d. Os Pastores DÃO CRESCIMENTO

aos crentes até que alcancem a maturidade

espiritual.

e. Os Mestres FUNDAMENTAM os

crentes na Rocha Sólida, Cristo Jesus.

2. Jesus, o Nosso Modelo

Em todas estas coisas, Jesus é o nosso

Modelo. Ele é chamado de:

a. Apóstolo (Hb 3:1)

b. Profeta (Lc 24:19; Jo 4:19; At 3:22-26)

c. Evangelista (Lc 4:18)

d. Pastor (Jo 10:2; Hb 13:20; 1 Pe 5:4) e

e. Mestre (Jo 3:2)

3. Descrições de Tarefas,

Não Títulos

Os líderes de igreja podem ser combinações

dos itens acima descritos. Alguns são

evangelistas-pastores. Outros são profetaspastores.

Outros podem ainda ser pastores-

mestres ou apóstolos-pastores.

No Novo Testamento, estes termos não

eram usados como título. Eram usados como

descrições de tarefas, para descreverem as

funções ou os dons que alguém possuía.

Eram usados da mesma forma em que descreveríamos

um carpinteiro, um pintor, um

eletricista, ou um fazendeiro.

Os líderes de igreja deveriam evitar autodenominações

com títulos de honra (Mt 23:8-

12). Os que são chamados para a liderança da

igreja são apenas servos do Senhor e do Seu

rebanho (Rm 1:1; Tt 1:1). Sigamos o exemplo

de Pedro, “...assim também como nosso amado

irmão Paulo, de acordo com a sabedoria

que lhe foi dada, vos escreveu” (2 Pé 3:15).

Ele escolheu sabiamente as suas palavras ao

se referir a um outro líder como “Irmão Paulo”,

e não como “Apóstolo Paulo”. Será que

não deveríamos fazer o mesmo?

tarem o Senhor Jesus como Salvador. Filipe

é o único identificado como evangelista no

Novo Testamento. Assim sendo, concluímos

que ele é o “evangelista padrão” (At

8:5-13,26-40; 21:8).

a. Os Sinais de um Evangelista

1) Ele Viaja. Ele viaja a muitos lugares

e prega Cristo (At 8:5), com

2) Sinais, Maravilhas e Milagres

(At 8:6-13).

3) Reuniões que Abrangem Cidades.

Ele faz reuniões que abrangem cidades

(At 8:5).

4) Evangelização Pessoal. Ele faz

evangelização pessoal (de pessoa para pessoa)

(At 8:26-40).

5) Ele Prepara os Crentes. Ele (juntamente

com os outros quatro dons de liderança)

prepara os membros da igreja para as

obras de serviço (Ef 4:11,12).

4. Pastores

A palavra “pastor de igreja” é a mesma

que “pastor de ovelha”. Os pastores de igreja,

semelhantemente aos pastores de ovelhas,

guardam, guiam e alimentam as ovelhas.

Os pastores cuidam, disciplinam, amam,

ministram e oram pela congregação local de

crentes sob o seu encargo (At 20:28). Eles

deveriam satisfazer as qualificações de 1 Timóteo

3:1-13 e Tito 1:5-9.

5. Mestres

Os mestres são capacitados pelo Espírito

Santo para ajudarem as outras pessoas

a compreenderem a Palavra de Deus

(a Bíblia) e o plano de Deus. O dom de

mestre vem geralmente combinado com o

papel de pastor ou presbítero (l Tm 3:2;

Tt 1:9).

C. SUMÁRIO

1. O PAPEL DOS CINCO

DONS MINISTERIAIS

a. Os Apóstolos GUARDAM a Igreja

contra falsas doutrinas e práticas.

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 475

SEÇÃO C6

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

C6.1 - As Festas do Senhor – Padrões de Restauração

C6.2 - Perdidos e Restaurados – Aimee Semple McPherson

a. Abril (Abib) – Páscoa (seguida pelos

Pães Asmos e a Oferta dos Feixes das

Primícias).

b. Junho (Sivan) – Pentecostes.

c. Set/Out (Ethanim) – Trombetas e

o Dia da Expiação precediam Tabernáculos.

É isto o que significa as Festas sendo

observadas “em suas épocas”.

2. Épocas Espirituais e Naturais

Há épocas espirituais que correspondem

a estas estações naturais.

“Arrependei-vos portanto... para que

épocas de refrigério possam vir da presença

do Senhor” (At 3:19).

Num certo sentido espiritual, há épocas

ou períodos durante os quais as realidades

espirituais (reavivamentos ou épocas de refrigério)

citadas pelos Festivais são experimentadas.

Isto tem acontecido na história da Igreja,

quando uma ênfase específica vem para a

Igreja toda. Vamos analisar sucintamente

como este cumprimento “sazonal” dos Festivais

tem ocorrido na história da Igreja.

B. RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL NA

IGREJA

1. As Festas Restauradas

Já no Século IV, D.C., a Igreja havia perdido

o poder espiritual e a graça, tão evidentes

no Novo Testamento.

Uma grande fome espiritual estabeleceuse

sobre a Igreja durante cerca de 1.000 anos,

período que foi chamado de “Idade Média”

(ou “Eras de Trevas”).

Capítulo 1

As Festas do Senhor –

Padrões de Restauração

Ralph Mahoney

Introdução

Um estudo da Seção C10, antes de você

estudar o que se segue, o ajudará bastante

na compreensão dos pontos explicados neste

capítulo.

A. AS ÉPOCAS DAS FESTAS

“Estas são as festas designadas do SENHOR...

que proclamareis em suas épocas”

(Lv 23:4).

O Tabernáculo de Moisés nos fornece

um padrão terreno das coisas celestiais (Hb

8:5).

Os Festivais (Festas) do Senhor nos dão

uma revelação do Calendário de Deus – a

seqüência em que Ele fez as coisas no passado

(e as fará no futuro).

Três Festivais Principais eram observados

anualmente. A Páscoa e Tabernáculos

(também conhecidos como Cabanas ou Abrigos

Temporários) tinham Festivais Menores

observados ao mesmo tempo – um após

o outro. A Festa de Pentecostes vinha cinqüenta

dias após a Páscoa e não tinha nenhum

festival menor associado com ela.

1. Três Épocas

O seguinte esboço sumariza as Épocas,

Nomes e Partes dos Festivais.

Há três épocas em que os Festivais são

observados:

476 / SEÇÃO C6 C6.1 – As Festas do Senhor – Padrões de Restauração

a. A Páscoa Restaurada. Finalmente,

homens como Martinho Lutero restauraram

à Igreja a verdade da justificação pela

fé – fé na obra que Cristo fez na Cruz, fazendo

reparação (pagamento da penalidade)

pelos nossos pecados.

Ele proclamou que “os justos viverão

por sua fé” na obra de Cristo, e não por

suas próprias obras, ou penitências, ou sacrifícios

pessoais.

Lutero ensinou que somos salvos “pela

graça através da fé” – e até mesmo esta fé

não vem de nós mesmos; é um dom de Deus

(Ef 2:8). Na época de Lutero, Deus estava

RESTAURANDO a FESTA DA PÁSCOA à

Igreja!

Lutero viu que o inocente e imaculado

Cordeiro Pascal (Cristo) derramou o Seu

sangue para que ele pudesse ser espargido

nos umbrais do nosso coração. Este sangue

nos salva do destruidor anjo da morte (o

diabo).

Deus vê o sangue e passa sobre nós como

nossa cobertura de proteção. Ele nos poupa

do juízo e da morte. Os nossos pecados

estão cobertos pelo sangue.

Não foram as nossas obras de retidão,

mas sim o Seu sangue que nos salvou e nos

poupou. Ó, que Páscoa é a nossa – se aceitarmos

a Sua Salvação como uma dádiva!

b. Pães Asmos Restaurados. Mais tarde

veio John Wesley, fundador da Igreja

Metodista e do Movimento de Santidade.

Ele ensinou que Deus quer não somente PERDOAR

os nossos pecados, mas também NOS

SALVAR DO PODER DO PECADO.

Lutero ensinou o remédio de Deus para

a PENALIDADE e a CULPA do pecado.

Wesley ensinou o remédio de Deus para o

PODER e o HÁBITO do pecado.

Lutero nos ensinou a nossa gloriosa POSIÇÃO

– somos aceitáveis a Deus através

da expiação de Cristo (o ressarcimento pelos

nossos pecados e o pagamento da penalidade).

Wesley ensinou que Deus quer que a

nossa retidão seja evidente em nossas

AÇÕES. Wesley ensinou que Deus quer fazer

com que os nossos pensamentos, palavras

e ações concordem com a nossa posição

legal de retidão diante de Deus.

Ele ensinou que é importante que VIVAMOS

RETAMENTE porque recebemos a retidão

como uma dádiva. Em Wesley, Deus

estava RESTAURANDO A FESTA DOS PÃES

ASMOS.

Na Bíblia, o fermento é um símbolo (ou

tipo) do pecado ou iniqüidade. “Portanto,

guardemos o Festival, não com o antigo

fermento, o fermento da malícia e da iniqüidade...”

(1 Co 5:8).

Tirarmos todo o fermento de nossa vidas

significa tirarmos o pecado de nossas

vidas.

Portanto, a Festa dos Pães Asmos fala

conosco sobre as verdades bíblicas relacionadas

com a santidade de nossa vida e ministérios.

c. Pentecostes Restaurado. No início

do Século XX (1900), Deus começou a RESTAURAR

A FESTA DE PENTECOSTES (Primícias

da Colheita). Conseqüentemente, a

maioria dos cristãos compreendem hoje em

dia que a experiência pentecostal ainda se

encontra no plano de Deus para os santos.

O Movimento Pentecostal tem crescido

rapidamente em todas as partes do mundo

durante este século. A maior colheita de almas

na história da Igreja tem sido feita desde

o início do século, principalmente pelos

pentecostais.

Uma colheita ainda maior está por vir à

medida em que A FESTA DOS TABERNÁ-

CULOS (Colheita/Colheita Principal) tiver

o seu cumprimento nos anos imediatamente

adiante de nós.

2. Conseqüências da Restauração

À medida que cada um desses festivais

era restaurado, duas coisas aconteciam:

a. Divisão na Igreja. A Igreja em termos

genéricos tornava-se dividida pelo fato

de estes grandes movimentos de restauração

serem na realidade de Deus ou não.

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 477

b. Atitude de Super Santos. Algumas

pessoas que adotaram as verdades da restauração

consideravam-se “super santos”

de Deus – melhores que o resto da Igreja.

Estas duas reações estavam erradas.

No primeiro caso, deveríamos sempre

aceitar as épocas de refrigério que Ele envia.

Deveríamos participar do fresco maná do

Céu.

No segundo caso, Deus não quer que

nos tornemos elitistas, exclusivistas e sectários,

achando que somos melhores que os

outros. Isto é um espírito de orgulho que

pode atrapalhar o fluir progressivo da restauração

de nossa vida e igrejas.

3. Todas as Festas Serão

Restauradas

Deus está restaurando TODOS os FESTIVAIS

À IGREJA!!!

Não fique preso numa única onda de restauração

resistindo ao FLUIR PROGRESSIVO

DE REVELAÇÃO. “E o SENHOR disse a

Moisés... fala aos filhos de Israel para marcharem

para a frente” (Êx 14:15).

Talvez você tenha tido um precioso Batismo

no Espírito. Para você a Festa de Pentecostes

já chegou. Mas lembre-se: “Ainda

permanece muita terra a ser possuída” (Js

13:1). Ainda aguardamos a plena manifestação

das TROMBETAS, DIA DA EXPIAÇÃO

E TABERNÁCULOS.

Continue seguindo a Nuvem de Glória.

“...quando a nuvem era levantada de sobre

o tabernáculo, os filhos de Israel iam à

frente em todas as suas jornadas” (Êx

40:36).

O Espírito Santo está Se movendo através

da Igreja no mundo. Onde quer que haja

um frescor e poder santo, lá O encontraremos,

proclamando uma mensagem de Restauração

que amadurece os membros e os

prepara para fazer a obra do ministério (Ef

4:11,12).

Esta Restauração que está acontecendo

na Igreja está seguindo o cronograma dos

Festivais do Senhor. A Seção C10 lhe fornecerá

profundas revelações sobre a glória vindoura

predita pelas Trombetas, Dia da Expiação,

e Tabernáculos.

Capítulo 2

Perdidos e Restaurados

Aimee Semple McPherson

Introdução

Ralph Mahoney

“Não vos lembreis das coisas passadas,

nem considereis as antigas. Eis que

farei uma coisa nova...” (Is 43:18,19).

Deus prometeu fazer uma coisa nova

nos últimos dias. Estamos vivendo na mais

emocionante época da história da Igreja.

Ao olharmos para trás e examinarmos a

história da Igreja, ficamos desanimados com

a condição espiritual encontrada na Igreja

nos séculos passados. Isaías descreve

com as seguintes palavras: “Desde a cabeça

até os pés, estais enfermos, débeis,

e desfalecidos, cobertos com feridas, vergões,

e ferimentos infeccionados, sem

unção nem ataduras.

“O vosso país jaz arruinado; as vossas

cidades estão queimadas; enquanto observais,

os estrangeiros estão destruindo e

saqueando tudo o que vêem.

“Permaneceis desamparados e abandonados

como uma choupana do sentinela

no campo após o término da colheita –

ou quando a colheita é devastada e roubada”

(Is 1:6-8).

Esta linguagem gráfica descreve precisamente

a condição da Igreja em grande

parte da sua história após o primeiro século.

Será que Deus está fazendo uma coisa

nova? Sim, Ele está! Em nossos dias, Ele

está visitando a Igreja para restaurá-la à

sua beleza e glória. O Salmista descreve

precisamente a condição da Igreja para a

qual Cristo logo retornará. “A filha do rei é

toda gloriosa por dentro. As suas vestes

são de ouro trabalhado.

“Ela será levada ao rei com vestidos

478 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

bordados; as virgens que a acompanham

serão levadas a ti.

“Com alegria e regozijo serão levadas:

Entrarão no palácio do rei” (SI 45:13-15).

Você é alguém que o Senhor Jesus

escolheu para conduzir o Seu rebanho e

para ser um ministro de retidão no meio do

povo de Deus? Em caso afirmativo, é importante

que você compreenda isto. O Senhor

está fazendo uma obra de restauração

na Sua Igreja hoje através do atual derramamento

do Espírito Santo.

Para ajudá-lo a compreender um pouco

da magnitude da obra de Deus na Igreja em

nossos dias, estamos incluindo uma mensagem

que foi dada com uma grande unção

profética.

Esta mensagem foi dada em Londres,

Inglaterra, quando uma das servas do Senhor,

Aimee Semple McPherson, estava a

caminho da China como missionária.

Quando o Espírito do Senhor veio sobre

ela no Royal Albert Hall, um salão com

capacidade para 5.000 pessoas, ela começou

a profetizar e a ter uma visão. O

que se segue é o seu próprio testemunho

com relação ao que o Senhor lhe mostrou.

Ela viu o mostrador de um grande relógio,

mas onde as horas deveriam estar,

havia dez círculos com cada um deles descrevendo

um estágio na deterioração, e,

em seguida a eventual restauração das vidas

e das bênçãos de Deus na Igreja (VEJA

A ILUSTRAÇÃO NA PÁGINA 480) durante

quase 2.000 anos de história da Igreja.

Esta visão tem o seu aspecto correlativo

bíblico na profecia de Joel, onde ele descreve

uma colheita desperdiçada e devastada.

“O que ficou da lagarta, o comeu o

gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto o

comeu a locusta, e o que ficou da locusta,

o comeu o pulgão” (Jl 1:4).

Mais tarde Joel clama: “Chorem os sacerdotes,

os ministros do SENHOR, entre o

alpendre e o altar, e digam: Poupa a Teu

povo, ó SENHOR, e não entregues a Tua

herança ao opróbrio... porque, diriam eles

[os incrédulos] entre os povos: Onde está

o seu Deus?”

Como conseqüência deste tempo de

arrependimento e humilhação, o Senhor dá

a seguinte e maravilhosa promessa de restauração:

“Não temas, ó terra; alegra-te e regozija-

te, pois o SENHOR fará grandes coisas.

“E restaurar-vos-ei os anos que o gafanhoto

comeu, a locusta, e o pulgão, e a lagarta,

o Meu grande exército que enviei

contra vós” (Jl 2:21,25).

Eis aqui, portanto, a visão que foi dada

a Aimee McPherson.

A. CÍRCULO I – O PRIMEIRO

DERRAMAMENTO DO

ESPÍRITO SANTO

Esta árvore saudável e repleta de frutos

representa a introdução da dispensação do

Espírito Santo, acompanhada de poderosos

sinais e maravilhas.

No Dia de Pentecostes, descrito em Atos

2, cerca de 3.000 almas foram salvas.

Logo depois Pedro e João estavam subindo

ao Templo para orarem. Eles passaram

por um homem manco na porta formosa,

o qual estava pedindo esmolas.

Pedro respondeu:

“Não tenho prata nem ouro [não acho

que os verdadeiros crentes jamais foram nem

nunca serão demasiadamente abençoados

com prata nem ouro]; mas o que tenho isso

te dou. Em Nome de Jesus Cristo, o Nazareno,

levanta-te e anda” (At 3:6).

O homem manco foi curado instantaneamente

e entrou no Templo, andando,

saltando e louvando a Deus.

Em Atos 5:16, vemos as multidões trazendo

os enfermos e os que eram atormentados

com espíritos imundos das cidades

circunvizinhas de Jerusalém, os quais eram

todos curados.

Os enfermos eram levados às ruas de

Jerusalém e colocados em camas e camilhas.

Se a sombra de Pedro passasse sobre eles,

eram curados.

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 479

Sinais e maravilhas eram operados em toda

parte, pelas mãos dos apóstolos, em conformidade

com a palavra d’Aquele que havia

dito: “...obras maiores do que estas fareis;

porque vou para o Meu Pai” (Jo 14:12).

1. Poder Pentecostal Pleno

Enquanto a árvore vista no Círculo I

permaneceu na sua perfeição, a Igreja também

permaneceu resplandecente com o pleno

poder e glória pentecostal do Espírito

Santo. As palavras de Jesus foram cumpridas

de fato e de verdade.

Estes homens comuns, que haviam sido

humildes pescadores, foram dotados com

poder do alto. O tímido Pedro, que havia

temido uma mocinha quando lhe perguntou

se ele conhecia a Jesus, não era mais tímido.

Homens e mulheres foram transformados

em ardentes evangelistas.

O derramamento do Espírito Santo não

foi somente para judeus, mas também para

os gentios. Em Atos 10, vemos Pedro pregando

Jesus aos gentios. “Enquanto Pedro

ainda falava... o Espírito Santo caiu sobre

todos os que ouviam a palavra,

“Os judeus que vieram com Pedro se

maravilharam de que sobre os gentios fossem

derramados os dons do Espírito Santo,

pois os ouviram falando com línguas e

magnificando a Deus” (At 10:44-46).

Novamente, naqueles maravilhosos dias

do derramamento da chuva serôdia (chuva

da primavera) do Espírito Santo, vemos a

Saulo, a caminho de Damasco, para perseguir

os cristãos. Ele foi atingido e ficou prostrado

no caminho pelo poder do Espírito

Santo e ouviu a voz de Jesus, dizendo: “Saulo,

Saulo, por que Me persegues?”

Mais tarde encontramos Paulo, não somente

convertido e batizado no Espírito

Santo, e, conseqüentemente, falando com

outras línguas (l Co 14:18), mas também

pregando a salvação e o Batismo no Espírito

Santo.

Em Atos 19 Paulo visitou a Primeira Igreja

Batista de Éfeso. Ele lhes perguntou se

haviam recebido o Espírito Santo desde que

creram. Disseram-lhe “Não!” Não haviam

nem ouvido se existia ou não algum Espírito

Santo. “E quando Paulo impôs as suas

mãos sobre eles, o Espírito Santo veio sobre

eles e falaram em línguas e profetizaram”

(At 19:6).

Esta maravilhosa manifestação de se falar

em outras línguas acompanhou o Batismo

dos crentes com o Espírito Santo em

toda parte.

2. Uma Arvore com Frutos Perfeitos

Todos os dons e frutos do Espírito foram

manifestos nesta Igreja Primitiva. Os

nove dons e os nove frutos do Espírito estavam

pendurados como 18 maçãs perfeitas

naquela árvore perfeita.

“Porque a um é dada pelo Espírito a

palavra da sabedoria; a outro a palavra

do conhecimento pelo mesmo Espírito; a

outro a fé pelo mesmo Espírito; a outro os

dons de cura pelo mesmo Espírito;

“A outro a operação de milagres; a outro

a profecia; a outro o discernimento de

espíritos; a outro diversos tipos de línguas;

a outro a interpretação de línguas” (1 Co

12:8-10). Os enfermos eram curados, milagres

eram operados, e quando outras línguas

eram faladas na assembléia, alguém dava

a interpretação (1 Co 14:27).

Todos os nove Frutos estavam presentes

na Igreja: Amor, Alegria, Paz, Longanimidade,

Benignidade, Bondade, Fé, Mansidão

e Temperança.

Assim sendo, temos este quadro perfeito

visualizado no “Círculo I” do Diagrama.

Assim termina a era da história da Igreja

Primitiva. A árvore está arraigada e fundada

na fé de Jesus, com cada ramo, galho, folha

e fruto em seu perfeito poder e força.

B. CÍRCULO II – A LAGARTA

TRABALHANDO

“O que a lagarta...” (Jl 1:4).

Que dias gloriosos de um harmonioso

amor e unidade a Igreja Primitiva desfrutou;

480 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

IGREJA

PERFEITA

LAGARTA

TINEIDA

GAFANHOTO

LAGARTA

LARVA DE

INSETO

ERA DAS

TREVAS

LARVA DE

INSETO

LAGARTA

GAFANHOTO

LAGARTA

TINEIDA

Perdidos

E

Restaurados

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 481

dias em que ninguém dizia ser o dono de

coisa alguma; dias em que os filhos do Senhor

tinham todas as coisas em comum.

Foram dias em que eram surrados e aprisionados;

dias em que os grilhões das prisões

eram quebrados; dias em que sinais e

maravilhas eram operados. Como temos ardentemente

desejado que eles pudessem ter

continuado.

Estas nossas ínfimas mentes mal conseguem

compreender os eventos do passado

e são totalmente incapazes de sondar as

profundezas dos mistérios que encobrem o

futuro!

Diferentemente de nós, no entanto, a

grande mente e os olhos do Deus Todo-

Poderoso contemplam o futuro tão claramente

quanto o passado.

Diante dos Seus ardentes olhos de fogo

e da glória da Sua presença, as trevas transformam-

se em dia e são removidos os mais

espessos nevoeiros.

1. As Admoestações de Deus

Assim sendo, olhando para a frente com

olhos desobstruídos e infalíveis, Deus viu,

e além disso profetizou através do profeta

Joel, que a Igreja nem sempre reteria esta

gloriosa condição de poder.

Joel viu que a lagarta e o pulgão roubariam,

despojariam, mutilariam e destruiriam

esta árvore perfeita com os seus dons e frutos.

Ele viu que, gradativamente, a Igreja, ou

árvore, perderia cada vez mais, até ser deixada

desolada, estéril e desesperada (Jl 1:7).

Não foi somente Joel que viu isto. Jesus

também o viu e enviou o Seu servo João

para admoestar a Igreja:

“No entanto, tenho contra ti que deixaste

o teu primeiro amor.

“Lembra-te, portanto, de onde caíste,

arrepende-te e pratica as primeiras obras;

caso contrário, virei a ti rapidamente e removerei

o teu castiçal do seu lugar se não

te arrependeres” (Ap 2:4,5).

As primeiras obras mencionadas aqui

se referem às obras sobrenaturais executadas

pela Igreja. A palavra grega é ergon. Esta

palavra é usada por Jesus repetidamente

com relação aos milagres que Ele fez (veja

João 5:20,36; 6:28; 10:25).

Ele usou esta palavra ao prometer: “Na

verdade, na verdade vos digo que aquele

que crê em Mim, as obras [sobrenaturais]

que Eu faço ele também fará,

“e maiores obras que estas fará, porque

vou para o Meu Pai’’ (Jo 14:12).

Jesus estava claramente convocando a

Igreja a voltar à unção, bênção e poder em

que ela foi gerada.

2. Frutos Perfeitos Destruídos

A Igreja não ouviu este clamor. A queda

(apostasia) e destruição da árvore perfeita

não aconteceu num só dia. Foi uma deterioração

gradativa, realizada dia após dia, estágio

após estágio.

Certo dia, apareceu a lagarta, comendo e

destruindo tudo em seu caminho, até que, à

medida que os anos se passaram, os Dons e

Frutos do Espírito começaram a desaparecer.

Nem tantos enfermos eram curados como

antes, nem tantos milagres eram executados.

A fé estava diminuindo. Quando um membro

da assembléia falava em línguas, não havia

ninguém que interpretasse. As profecias

já não eram tão freqüentes quanto antes.

Os frutos do amor abnegado, da alegria,

e da paz, também foram atacados pela lagarta,

a qual ficou cada vez mais audaciosa,

à medida que os dias se passavam.

Gradativamente, as 18 maçãs começaram

a desaparecer daquela firme árvore de

retidão. A Igreja havia permanecido coberta

de dons e frutos por muitos anos após o

Dia de Pentecostes.

Este estado de infertilidade foi na verdade

uma condição digna de ser lamentada,

mas o que dá mais pena é que esta devastação

não parou com a destruição feita pela

lagarta.

Outros anos e outros vermes assumiram

o trabalho de destruição no ponto em que a

482 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

lagarta havia parado, até que “o que ficou

da lagarta, o comeu o gafanhoto” (Jl 1:4).

C. CÍRCULO III – O GAFANHOTO

TRABALHANDO

“O que ficou da lagarta, o comeu o gafanhoto...”

(Jl 1:4).

O trabalho da lagarta é, obviamente, feito

sobre as folhas. Abrangendo vastos territórios

rurais, ela despoja e deixa estéril tudo

o que toca.

1. Perde-se o Batismo do

Espírito Santo

Assim sendo, perderam-se de vista não

somente os Dons e Frutos do Espírito pela

grande maioria dos crentes, mas o batismo

pessoal do Espírito Santo, acompanhado

pelo falar em outras línguas, também se

perdeu de vista em grande parte.

As fervorosas reuniões de oração e louvor

estavam desaparecendo. O formalismo e o

sectarismo estavam tomando os seus lugares.

À medida que se desvaneciam a humildade,

a santidade e as manifestações do Espírito

Santo, desvaneciam-se também as

perseguições e o opróbrio.

À medida que as reuniões da antiga ordem

eram convertidas em cultos dignificados

e com uma forma mais ortodoxa, o Espírito

Santo, como uma pomba dócil, foi

reprimido, entristecido e sufocado, até que

Ele silenciosamente retirou as Suas manifestações

milagrosas. O gozo e a alegria foram

contidos. “Porventura o mantimento

não está cortado de diante dos nossos olhos,

a alegria e o regozijo da Casa do nosso

Deus?” (Jl 1:16).

Pelo fato de significar um sacrifício grande

demais, um excessivo esvaziamento e humilhação

no pó diante de Deus, uma excessiva

busca e espera, o Batismo no Espírito

Santo não era recebido como antigamente.

2. Professores e Não Possuidores

Em seguida vieram homens que professavam

ser batizados com o Espírito Santo

de uma nova maneira, ou seja, sem o selo

bíblico de se falar com outras línguas. Isto

simplificava muito as coisas e o “professor”

não precisava mais ser um “possuidor”.

Assim sendo, muitos perderam de vista

o Batismo no Espírito Santo, muito embora

sempre houvesse um remanescente, alguns

santos fiéis e batizados no Espírito, através

dos quais Deus Se manifestava de uma maneira

sobrenatural.

Foi triste o dia em que as folhas foram

assim arrancadas da árvore, quando o gafanhoto

já havia completado a sua obra; mas

dias ainda mais tristes estavam por vir, pois

lemos que: “o que ficou do gafanhoto, o

comeu a locusta” (Jl 1:4).

D. CÍRCULO IV – O TRABALHO DA

LOCUSTA

“O que ficou da lagarta, o comeu o gafanhoto;

e o que ficou do gafanhoto, o comeu

a locusta...” (Jl 1:4). Depois que os

frutos e as folhas haviam sido destruídos, a

locusta apareceu imediatamente e começou

o seu trabalho sobre os galhos e delicados

brotos da árvore.

1. Santidade Perdida

Este inseto destrutivo é uma alegoria dos

que se apartam do seu caminhar de santidade

e temor a Deus. Estas pessoas não vivem

mais acima do mundo e do pecado e

não caminham mais pelo caminho estreito,

por tanto tempo desfrutado pelos filhos do

Senhor.

À medida que a seiva, a vida da árvore,

era consumida e os galhos apodreciam cada

vez mais, as coisas que costumavam parecer

pecaminosas não mais o pareciam.

Os santos que se encontravam em pecado

e que costumavam ser impedidos de entrarem

pelas portas da Igreja recostavam-se

agora, num confortável contentamento, em

bancos de igreja almofadados, ou cantavam

no coral.

Os cristãos rebaixaram o alto padrão de

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 483

santidade ao Senhor que haviam sustentado

numa posição elevada. Agora ficara para trás,

manchado e despercebido na poeira. Sobre

a trilha da locusta seguiu rapidamente o

pulgão, e lemos que “o que ficou da locusta,

o comeu o pulgão” (Jl 1:4).

E. CIRCULO V – O TRABALHO DO

PULGÃO

“O que ficou da lagarta, o comeu o gafanhoto;

e o que ficou do gafanhoto, o comeu

a locusta; e o ficou da locusta, o comeu

o pulgão” (Jl 1:4).

Estamos agora nos aproximando da parte

inferior do círculo grande. A árvore perfeita

não é mais perfeita. A árvore foi despojada

dos seus frutos, despida das suas

folhas, os seus galhos apodreceram e a sua

casca foi removida.

Não demorou muito tempo para que o

tronco e as raízes começassem a se deteriorar,

e o pulgão fez o seu ninho nas cavidades

deterioradas e apodrecidas da árvore.

Nenhuma árvore pode sobreviver sem

as folhas, através das quais ela pode respirar,

e galhos e ramos, através dos quais a

seiva e a vida correm por suas veias.

Para o crente viver sem o Espírito Santo

– o sopro de vida – ou sem a vida santa de

Jesus correndo através de suas veias, significa

viver uma vida pobre e estéril.

1. Justificação Pela Fé Perdida

E agora no Círculo V (cinco), vemos a

árvore nas condições mais lamentáveis e jamais

descritas: sem frutos, sem folhas, os

galhos vazios, o tronco deteriorado, podre;

um ninho para o pulgão.

Em outras palavras, sem os Dons e Frutos

do Espírito Santo, sem a separação e a

santidade, sem a justificação pela fé.

Os anjos bem que poderiam olhar abaixo

do Céu e chorar. A nobre Igreja, a árvore perfeita,

que outrora havia permanecido revestida

com o poder e a glória do Espírito Santo,

agora não tinha nada a não ser um nome.

Agora, ao entrar na IDADE MÉDIA (ERAS

DE TREVAS), ela não tinha sequer um remanescente

do seu antigo resplendor.

“...conheço a tua reputação de igreja viva

e ativa, mas agora estás morta” (Ap 3:1).

F. CÍRCULO VI – A IDADE MÉDIA

(“ERAS DE TREVAS”)

Não é de se admirar que esta época seja

chamada de “Eras de Trevas”. Escura de fato

é a noite sem Jesus! Ele é a Luz do Mundo.

Quando a Igreja perdeu de vista a justificação

pela fé e a expiação através do sangue

de Jesus, houve um eclipse total.

A face do sol da retidão foi obscurecida,

e os anos que se seguiram são conhecidos

como a Idade Média (ou “Eras de Trevas”).

1. Obras e Não Fé

Homens e mulheres tateando nesta espessa

escuridão tentaram merecer a sua entrada

no Céu, fazendo penitências, trancando-

se em masmorras, caminhando descalços

sobre brasas vivas, e infligindo indescritíveis

torturas sobre si mesmos e sobre

os outros. Cegos e ignorantes, tentavam

pagar, através de alguma obra ou ação, o

débito que já havia sido pago na tosca Cruz

do Calvário. Haviam perdido de vista por

completo o fato de que:

“Jesus tudo pagou,

E a Ele tudo devo,

Uma mancha vermelha, havia deixado

o pecado,

Mas Ele a lavou, branca como a neve.

Eles se esqueceram d’Aquele que prometera:

“...ainda que os vossos pecados

sejam como a escarlata, eles ficarão brancos

como a neve, ainda que sejam vermelhos

como o carmesim, tornar-se-ão como

a branca lã” (Is 1:18).

A flecha grande que podemos ver no diagrama

havia constantemente descido, descido,

descido, impiedosa e implacavelmente

para baixo, até parecer que nunca atingiria o

fundo, até que, então, o atingiu: a Igreja

institucional visível havia perdido tudo; a

árvore estava morta.

484 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

Os anjos provavelmente choraram, e os

mortais provavelmente teriam contorcido

suas mãos, com a alma minguando dentro

deles em total desespero.

2. Restauração Prometida

Mas DEUS – Aleluia! – olhando para a

frente, no futuro, falou através do profeta

Joel, dizendo:

“Restaurar-vos-ei os anos que o gafanhoto

comeu, a locusta, o pulgão, e a lagarta,

o Meu grande exército que enviei

contra vós” (Jl 2:25).

Ó amados, vocês estão vendo? Então

gritem e louvem-No! TUDO! Pensem nisto!

TUDO o que foi perdido seria restaurado.

Aleluia! O que é impossível para os

homens é possível para Deus!

Ora, a Igreja não perdera tudo isto de

uma só vez. A restauração veio da mesma

maneira que a perda – linha sobre linha, preceito

sobre preceito, um pouco aqui e um

pouco ali, até que hoje estamos nos aproximando

do término desta restauração.

Jesus voltará logo para levar Consigo a

Sua Igreja perfeita, a Sua Noiva, a Sua Arvore

carregada de frutos, onde, transplantada

da terra para o Céu, esta árvore florescerá

e produzirá os seus frutos ao lado do

grande Rio da vida, para sempre.

Não, Deus não restaurou à Igreja de uma

vez só tudo o que ela havia perdido. Ele

estava disposto a fazer isto certamente, mas

os homens não tinham a luz naquela época.

Portanto, a última coisa que havia sido

perdida foi a primeira a ser restaurada.

Eles tinham uma reputação de terem uma

igreja viva e ativa, mas estavam mortos.

Precisavam, portanto, se arrepender e praticar

as suas primeiras obras novamente

antes de tomarem qualquer passo mais elevado

(Ap 3:1).

G. CÍRCULO VII – OS ANOS DO

PULGÃO RESTAURADOS

“E restaurar-vos-ei os anos que o pulgão

comeu...” (Jl 2:25).

Pouco antes de a flecha começar a subir

e de se iniciar a obra de restauração, vemos

a cena de ruína retratada por Joel em todo o

seu horror.

No Capítulo l, versículos 9,10,17,18, 20,

lemos o seguinte: “Foi cortada a oferta de

manjar e a libação... o campo está assolado...

o milho está destruído: o vinho novo

se secou... os celeiros foram assolados, os

armazéns foram derribados...

“O gado geme! As manadas de vacas

estão perplexas... os rebanhos de ovelhas

foram destruídos... os rios de água se secaram,

e o fogo devorou as pastagens do deserto.”

1. Restaurada a Justificação Pela Fé

Aí então, certo dia, no meio de toda essa

desolação, Deus começou a Se mover. Os

Seus passos foram ouvidos. No Círculo VII

vemos as raízes da árvore uma vez mais se

aprofundando muito na terra e a justificação

pela fé restaurada.

Foi assim que tudo aconteceu: Certo

dia Martinho Lutero (1483-1546) estava

subindo os degraus da catedral, com as suas

mãos e joelhos no chão, coberto de cacos

de vidro, tentando fazer penitências, e, com

isto, procurando pagar pelos seus pecados.

Enquanto estava lutando penosa e arduamente

para subir os degraus desta maneira,

com sangue escorrendo de suas mãos

e joelhos cortados pelos cacos de vidro,

ele ouviu uma voz do Céu, dizendo:

“Martinho Lutero, o justo viverá pela

fé”.

Com estas palavras, uma grande luz caiu

do Céu, expulsando as trevas e as dúvidas.

Ela iluminou a alma de Martinho Lutero e

revelou a obra consumada do Calvário e o

único Sangue que pode pagar pelo pecado.

“Pois nada de bom tenho eu,

Pelo qual Tua graça pudesse clamar,

Lavarei minhas vestes e ficarão

brancas

No sangue do Cordeiro do Calvário.”

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 485

Os dias que se seguiram foram agitados;

dias memoráveis, cheios de sacrifícios abnegados

e sofrimentos. O Senhor havia falado

e prometido que todos os anos que

haviam sido comidos seriam restaurados.

Dos vales de penas e de sofrimentos semelhantes

a um trabalho de parto, que seguiram

as pregações da justificação pela fé,

nasceu um pequeno grupo de peregrinos lavados

pelo sangue e provados pelo fogo,

dispostos a sofrerem perseguições por amor

ao Nome de Jesus.

Talvez você tenha lido como Martinho

Lutero e os seus seguidores foram expulsos

das igrejas, difamados falsamente e acusados

de todos os tipos de males. Muitos

foram queimados vivos, amarrados a uma

estaca – porque não renunciavam à sua fé

no sangue derramado na Cruz por eles.

2. Os Santos Sofrem Perseguições

Pelo fato de Martinho Lutero, Calvino,

Knox, Fletcher e muitos outros abençoados

filhos do Senhor terem permanecido firmes

pelas verdades da salvação e de uma vida

imaculada, eles sofreram todo tipo de perseguição.

A Palavra de Deus diz: “Os que querem

viver piamente em Cristo Jesus sofrerão

perseguições” (2 Tm 3:12). Se você e a sua

igreja professam viver em santidade, e, contudo,

nunca sofrem perseguições, se você

se tornou popular e a vergonha e o opróbrio

da Cruz acabaram, há algo radicalmente errado

em algum lugar, pois os que vivem em

santidade ainda sofrem perseguições.

À medida que esta nobre árvore uma vez

mais começou a aprofundar as suas raízes

da justificação no fértil solo da fé, à medida

que a vida uma vez mais começou a pulsar

através do tronco e dos ramos da árvore,

todos os demônios do inferno pareciam estar

enraivecidos e berrando contra os que

viram e aceitaram a luz da salvação.

Mártires foram apedrejados até a morte,

enforcados em cadafalsos públicos e sofreram

as torturas da inquisição. Os seus olhos

foram arrancados com ferros quentes, foram

surrados até que enormes cortes se formassem

em suas costas, sal foi esfregado

em seus ferimentos e foram lançados em

escuras masmorras. Ainda assim, permaneceram

fiéis e inflexíveis na fé em Jesus.

Foram torturados de maneiras indescritíveis,

decapitados, e enviados à guilhotina.

Os que estavam em aliança com Deus foram

expulsos de colina a colina, e, geralmente,

tinham que se esconder em cavernas

para poderem orar ou cantar os louvores do

Senhor. Foram caçados e atormentados a

cada passo.

Mas Deus havia dito: “Restaurarei os

anos que foram comidos.” E, apesar da estaca

em chamas, apesar do sangue, do fogo,

e das profundas águas da tribulação, apesar

da fúria do inferno, a grande flecha que por

tanto tempo só havia descido, começou finalmente

a subir, para nunca mais parar até

alcançar o topo da árvore, a qual uma vez

mais foi restaurada à sua perfeição.

As perseguições não conseguem deter a

Deus. As enchentes não conseguem retardar

os Seus passos. O fogo não consegue

atrasar o Seu progresso.

Assim sendo, linha sobre linha, preceito

sobre preceito, um pouco aqui, um pouco

ali (Is 28:10-13), a obra de restauração tem

continuado.

O Senhor restaurou não somente os anos

que o pulgão havia comido, mas também os

anos que a locusta havia comido.

H. CÍRCULO VIII – OS ANOS DO

PULGÃO RESTAURADOS

“E restaurar-vos-ei os anos que o... pulgão

comeu...” (Jl 2:25).

1. A Santidade Restaurada

Uma total consagração e a santidade ao

Senhor foram pregadas. Deus chamou um

povo para ser ainda mais separado, com

uma compreensão mais profunda sobre o

que significava viver uma vida totalmente

devotada e consagrada ao Senhor.

486 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

Parece que as pessoas que se encontram

um degrau abaixo sempre se opõem às pessoas

que se encontram um degrau acima.

No entanto, à medida que o trabalho de

peneiração e separação continuou, Deus

conduziu o Seu povo para a frente, a posições

mais elevadas.

Quando uma igreja se esfriava e perdia o

seu primeiro amor, ou combatia as verdades

mais sublimes, ela perdia no campo espiritual.

Tão logo um credo (grupo) se recusasse a

caminhar na luz que lhe foi dada pelo Senhor,

ou começasse a se organizar e a estabelecer

um governo humano, o Senhor simplesmente

Se retirava por sobre as suas paredes

e os deixava com os seus formalismos e cerimoniais,

e levava Consigo o pequeno rebanho

dos “chamados dentre os chamados”.

Em muitos casos, o anjo registrador teve

que escrever sobre a porta das igrejas elegantemente

formais:

“...tens um nome de que vives, e estás

morta” (Ap 3:1), ou “Tendo a aparência

de piedade mas negando a sua eficácia...”

(2 Tm 3:5).

A obra, no entanto, não foi detida. Em

algum lugar, as pessoas estavam orando; em

algum lugar, corações famintos estavam se

reunindo em pequenas reuniões de oração

nos lares, ou nas esquinas, e os delicados

brotos e galhos estavam sendo estendidos

sobre a árvore.

A consagração e a santidade estavam sendo

pregadas, e os anos que a locusta havia

comido estavam sendo restaurados.

2. Um Povo Separado

John Wesley (1703 - 1791) foi um homem

com uma mensagem para a Igreja e o

mundo do Século XVIII (1700). Ele também

sofreu perseguições. Ao pregarem nas

esquinas naqueles dias, os seus fiéis seguidores

eram apedrejados e golpeados com

ovos podres. Foram combatidos, porém não

derrotados. O poder de Deus se manifestava

na velha e querida Igreja Metodista.

Da mesma forma, nas reuniões de

Charles Finney (um americano que pregava

reavivamentos no Século XIX [1800]),

homens e mulheres caíam no chão sob o

poder de Deus. Às vezes, o chão ficava coberto

de pessoas que caíam no chão sob o

poder do Senhor.

Sinais e maravilhas acompanhavam os

que pregavam e traziam a “comida em seu

devido tempo” (Sl 145:15).

Enquanto estas igrejas viveram vidas de

santidade, de oração, de poder em Jesus,

elas sofreram perseguições. Mas quando elas

também começaram a ser gradativamente

levadas ao mesmo estado de frieza e formalidade

das igrejas que lhes precederam, o

poder e as manifestações do Espírito começaram

a se retirar da sua presença.

Quando as “salas de jantar” tomam o

lugar dos “cenáculos”, e os concertos tomam

o lugar das reuniões de oração, o Espírito

Se entristece e Se afasta.

À medida que cada grupo de crentes começou

a se organizar e a lançar paredes de

diferenças, Deus simplesmente passou por

cima delas e formou um outro grupo de pessoas

separadas, dispostas a sofrerem e a se

sacrificarem por Ele.

Chegou então o dia em que William

Booth (fundador do Exército da Salvação)

foi chamado para decidir se esmoreceria nos

absolutos de Deus, ou se seguiria a luz maior

que Deus lhe havia dado. Ao hesitar por alguns

momentos, a sua esposa bradou do

mezanino daquela igreja abarrotada: “Diga

não, William!”

E William Booth disse “Não!”, e, negando-

se a esmorecer nos padrões absolutos,

saiu de lá, pregando a mensagem que lhe

havia sido dada.

Nos primórdios do Exército da Salvação,

eles eram impopulares, pessoas singulares

que sofreram perseguições, exatamente

como os outros mencionados anteriormente

haviam sofrido no início.

Eles também foram apedrejados e aprisionados.

Alguns foram até mesmo martiA

RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 487

rizados. No entanto, nem o diabo nem os

seus agentes conseguiram deter a Deus e a

Sua obra de restauração.

Nesses primórdios do Exército da Salvação,

não era nada incomum vermos homens

e mulheres caídos no chão sob o poder

de Deus. Alguns deles receberam o Espírito

Santo e falaram com outras línguas.

Reuniões de oração que duravam a noite

toda, danças diante do Senhor, e um grande

poder eram manifestos em seu meio. Fiéis

às profecias, e enquanto viveram vidas santas

e separadas, foram perseguidos e impopulares

com o mundo.

Vieram então as “Igrejas Holiness” (de

Santidade), maravilhosamente abençoadas

por Deus, e o Senhor Se moveu poderosamente

no meio delas.

Muitas destas queridas pessoas achavam

que o Senhor já havia restaurado tudo

o que Ele restauraria para a Igreja e acreditavam

que já tinham tudo o que o Senhor tinha

para elas. Mas não foi bem assim!

Deus havia dito: “Restaurar-vos-ei os

anos que o gafanhoto comeu, a locusta, e o

pulgão, e a lagarta...” (Jl 2:25). Isto significava

necessariamente que TUDO o que fora

perdido seria restaurado.

Até aquele momento, somente os anos

comidos pelo pulgão e pela locusta haviam

sido restaurados. E os anos comidos pelo

gafanhoto e pela lagarta? Quando Deus diz

“Tudo”, será que Ele quer dizer tudo, ou

somente a metade? Ora, Ele certamente quer

dizer tudo. Portanto, temos em seguida:

I. CÍRCULO IX – OS ANOS DO

GAFANHOTO RESTAURADOS

“E restaurar-vos-ei os anos que o gafanhoto

comeu...” (Jl 2:25).

1. O Batismo do Espírito Santo

Restaurado

Em todos os séculos da história da Igreja,

um pequeno remanescente fiel de santos

recebeu o Espírito Santo e falou em línguas

como nos dias bíblicos. Contudo, para a

Igreja de uma forma genérica, os anos que o

gafanhoto havia comido no Círculo III (o

Batismo do Espírito Santo e os Dons do

Espírito) não haviam sido restaurados de

uma maneira significativa.

Portanto, esta era a próxima coisa a ser

restaurada. Pedro, citando o profeta Joel

diz: “...nos últimos dias, diz Deus, derramarei

do Meu Espírito sobre toda carne”

(At 2:17).

Joel diz: “Alegrai-vos portanto, filhos

de Sião, e regozijai-vos no SENHOR vosso

Deus, porque Ele vos deu a chuva temporâ

[no Pentecostes] moderadamente, e Ele

fará com que desça para vós a chuva temporã

[Pentecostal] e a chuva serôdia [Tabernáculos]

no primeiro mês” (Jl 2:23).

O “primeiro mês” nesse versículo se refere

à época em que a Festa dos Tabernáculos

(ou Festa das Colheitas) era observada.

Veja a Seção C10 para compreender isto

melhor.

2. Cai a Chuva Serôdia

Foi somente há alguns anos atrás que

esta chuva serôdia começou a cair. Talvez

você se recorde do grande reavivamento do

País de Gales, onde, sob a pregação de Evan

Roberts, o fogo caiu.

Muitos foram salvos e batizados com o

Espírito Santo. Os que receberam o Consolador,

o Espírito Santo, falaram em outras

línguas.

Em Muki, índia, uma missionária, Pandita

Ramabai, estava orando com um grupo

de moças hindus. Elas haviam passado dias

e noites em oração, quando, subitamente, o

Espírito foi derramado em seu meio, como

havia acontecido no Dia de Pentecostes.

Conta-se que um fogo visível foi visto

sobre a cama de uma das moças, e, quando

as outras moças foram buscar água para apagar

o fogo, descobriu-se que era o fogo do

Espírito Santo, exatamente como Moisés

viu na sarça ardente, que não se consumia.

Estas queridas moças hindus que receberam

o Espírito Santo falaram com outras

488 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

línguas, concedidas pelo Espírito Santo.

Uma moça falou na língua inglesa (que ela

nunca havia aprendido), e a mensagem falada

através dela foi a seguinte: “Jesus voltará

logo. Aprontem-se para se encontrar

com Ele.”

E o grande reavivamento espalhou-se cada

vez mais. Quase que simultaneamente, o

Espírito foi derramado nos Estados Unidos

da América, na Inglaterra, no Canadá, na África,

na China e nas ilhas dos mares.

Nunca se havia ouvido falar de um reavivamento

mundial desse tipo que se espalhasse

tão rápida e simultaneamente. O Espírito

foi derramado sobre grupos de oração

em vários locais, grupos que nunca haviam

ouvido falar sobre o Batismo no Espírito

Santo.

Em todos os casos, sem exceções – os

que receberam o Espírito Santo falaram em

outras línguas, exatamente como os que O

haviam recebido nos dias bíblicos. A chuva

serôdia estava caindo sobre a terra.

A fim de poder receber o Espírito Santo

era necessário que a pessoa se esvaziasse

de si mesma e se humilhasse. Os pobres e

os ricos, os negros ou brancos, a patroa e a

empregada semelhantemente recebiam o

Espírito Santo ao se humilharem e buscarem

a Deus de todo coração.

Os que receberam louvaram o Senhor e

magnificaram o Seu Nome como ninguém

mais pode fazê-lo, a não ser os santos batizados

no Espírito.

Ondas de glória e enchentes de louvor

cobriam as assembléias que haviam recebido

o Espírito Santo. Aparentemente, era

impossível deter este grande reavivamento.

3. O Derramamento do Espírito

Santo Condenado

Assim como os demônios e os homens

haviam combatido a restauração dos anos

comidos pelo pulgão e pela locusta, com

renovado vigor eles combateram então a restauração

dos anos que haviam sido comidos

pelo gafanhoto.

Uma vez mais a história se repetiu, e os

santos que se encontravam um degrau abaixo,

relutantes em se humilhar, combateram

os que haviam subido um degrau acima, e

muitos se recusaram a caminhar na luz.

Eles não compreenderam que Deus estava

realmente falando sério ao prometer

que restauraria “TUDO” o que havia sido

perdido.

Eles perderam de vista o fato de que o

Senhor viria buscar uma Igreja perfeita, revestida

de todo poder e glória do Espírito.

Alguns até declararam que o Batismo do

Espírito Santo não era para estes dias e não

compreenderam que estamos vivendo na

dispensação do Espírito Santo e que assim

estaremos até que Jesus volte.

Os pregadores saltaram para os seus púlpitos

e começaram a condenar os que haviam

recebido o Espírito Santo da maneira bíblica,

gritando: “Fogo de palha! Emocionalismo!

Hipnotismo! Falso ensinamento!” Todo tipo

de injúria era lançado contra eles.

Ó, a cegueira dos olhos destes queridos

perseguidores! Os que haviam sido, eles próprios,

perseguidos pela luz e verdade restauradas

alguns anos antes estavam agora,

eles próprios, perseguindo os que estavam

indo avante para uma luz maior.

Jornais e documentos foram publicados

para se condenar o derramamento do Espírito.

Grandes pregadores montaram as suas

plataformas e o denunciaram, mas não conseguiram

impedir que Deus restaurasse o

Batismo do Espírito Santo e o derramamento

da chuva serôdia, assim como os antigos

perseguidores não conseguiram parar a restauração

da salvação e da santidade ao Senhor.

Os que combateram o Espírito Santo fecharam

as suas portas ou abriram guardachuvas

de incredulidade, e imediatamente

começaram a secar espiritualmente. No momento

em que as assembléias e igrejas que

outrora estavam fervorosas por Deus e pela

pregação da “...santidade, sem a qual ninguém

veria ao Senhor” (Hb 12:14) rejeitaA

RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 489

ram o Espírito Santo, elas começaram a perder

o seu poder.

Ó, por que não conseguiram ver que este

derramamento da chuva serôdia do Espírito

era exatamente o que precisavam e haviam

pedido?! Por que não conseguiram simplesmente

se humilhar e permitir que o Espírito,

o Qual havia estado “com” elas agora

estivesse “nelas”, tornando-as o Templo

do Espírito Santo?! (Jo 14:17).

4. O Derramamento Não

Pode Ser Detido

As lutas e as perseguições, no entanto,

não conseguiram extinguir o derramamento

do Espírito sobre os que O buscavam fervorosamente,

com corações limpos e humildes.

Combater o derramamento do Espírito

Santo era exatamente igual ao homem, com

uma vassoura em suas mãos, tentando varrer

de volta as ondas de um maremoto no

Oceano Pacífico. Enquanto ele as varre de

volta num só lugar, as ondas chegam em

grandes quantidades em inúmeros outros

lugares.

Além disso, se ele permanecer por muito

tempo onde a maré alta está subindo e

não recuar, as ondas logo fluirão sobre ele, e

ele será “um deles”. Aleluia!

Uma vassoura não consegue deter a maré

do oceano. Tampouco as lutas conseguem

impedir que a chuva serôdia caia, pois Deus

assim o falou. “Nos últimos dias derramarei

do Meu Espírito sobre toda carne.” Ó,

parem de lutar contra Deus e abram os seus

corações para receberem e darem as boasvindas

à Sua dádiva, o Espírito Santo.

Durante os últimos noventa anos, centenas

de milhões de pessoas que O buscaram

fervorosamente foram batizadas no

Espírito Santo.

Assim sendo, no Círculo IX (9) do diagrama,

vi na minha visão que as folhas

que haviam sido comidas pelo gafanhoto

haviam sido novamente restauradas à árvore.

Assim como muitos dos que se encontravam

nos Círculos VII (7) e VIII (8) haviam

acreditado que, quando o Senhor restaurou

a plena salvação e a santidade, eles já

haviam obtido tudo o que havia para eles,

assim também muitos dos que haviam recebido

o Batismo do Espírito acreditaram que

já possuíam tudo o que o Senhor tinha para

eles.

Eles creram conscienciosamente, que uma

vez que haviam sido batizados com o Espírito

e que haviam falado em outras línguas,

de fato já tinham tudo o que o Senhor tinha

para eles, e pararam de buscar mais.

Isto, no entanto, não era tudo o que a

Igreja havia perdido, e, portanto, não era

tudo o que deveria ser restaurado.

J. CÍRCULO X – OS ANOS DA

LAGARTA RESTAURADOS

“E restaurar-vos-ei os anos que a... lagarta

comeu...” (Jl 2:25).

1. Os Dons e Frutos Sendo

Restaurados

Assim como o Pai concedeu a dádiva do

Seu Único Filho Jesus ao mundo, e assim

como Jesus concede o Dom do Espírito Santo,

a Promessa do Pai sobre o crente, assim

também, por sua vez, o Espírito Santo tem

dons para conceder aos que O recebem.

Os nove Dons e Frutos do Espírito vistos

no Círculo I estão sendo restaurados novamente

à árvore. Muitos filhos abençoados

do Senhor param na salvação e na consagração

somente, e deixam de receber o Espírito

Santo.

2. Busque os Dons

Da mesma forma, muitos que receberam

o Espírito Santo param e deixam de “procurar

com zelo os melhores dons” (1 Co

12:31).

Ao buscar que mais da vontade de Deus

seja operada em sua vida, após ter recebido

o Espírito Santo, não peça mais do Espírito

Santo, porque, se você já O recebeu, você já

490 / SEÇÃO C6 C6.2 – Perdidos e Restaurados

O recebeu por completo. Ele não é divisível.

Ou você recebeu ou não recebeu o Espírito

Santo. Portanto, se Ele já entrou e assumiu

a Sua morada, e já falou através de você

com outras línguas, como em Atos 2:4, ore

para que você seja mais entregue ao Espírito

que habita dentro de você.

Alguém poderia dizer: “Ó, não busquem

os dons, e sim o Doador.” Mas amados, se

vocês já receberam o Espírito, vocês receberam

o Doador, e Paulo diz: “...procurai

com zelo os melhores dons... procurai ser

excelentes para a edificação da igreja...

“O que fala numa língua estranha ore

para que possa interpretar... para que a

igreja possa ser edificada, procurai profetizar...”

(1 Co 12:31; 14:12,13,39).

Há um Dom de Profecia verdadeiro e

genuíno – muito embora o inimigo tenha

tentado falsificá-lo. O discernimento de Espíritos

é necessário. O Dom de Curas e

todos os outros Dons deveriam estar sendo

manifestos em nossos cultos nas igrejas.

Os Dons e Frutos estão reaparecendo

sobre a árvore.

“A um é dado pelo Espírito a palavra

da sabedoria, e a outro a palavra do conhecimento,

de acordo com este mesmo

Espírito.

“A outro, a fé pelo mesmo Espírito, a

outro dons de cura pelo mesmo Espírito.

“A outro, a operação de milagres, a outro,

a profecia, a outro o discernimento de

espíritos, a outro, vários tipos de línguas, e

a outro, a interpretação de línguas. Tudo

isto é ativado pelo mesmo e único Espírito,

o Qual reparte a cada um, individualmente,

exatamente como o Espírito escolher”

(1 Co 12:8-11).

No Círculo X (10), vemos que os frutos

ainda não estão completamente maduros.

Mas, à medida que orarmos e nos entregarmos

ao Espírito, Ele repartirá os Dons a

todos os membros da Igreja, da maneira

como o Espírito escolher. Ele fará com que

os Dons e Frutos do Espírito sejam visíveis

em nosso meio.

3. Prossigamos Firmes

Para a Perfeição

Jesus voltará logo; voltará para buscar

uma igreja perfeita, revestida de poder e glória.

Jesus virá buscar a árvore perfeita, com

todos os dons e frutos pendurados em seus

galhos, frutos suculentos, amadurecidos, em

absoluta perfeição.

Acordemos, portanto, e prossigamos firmes

para a perfeição! O inverno acabou e é

coisa do passado; a primavera, com a sua

chuva temporã já passou; o verão está passando,

e a chuva serôdia já está caindo há

muito tempo. A Colheita está à mão, e o

Mestre está procurando frutos amadurecidos

e perfeitos.

Deus seja louvado pelas raízes e o tronco

da salvação! Deus seja louvado pelos

firmes e fortes ramos e galhos da santidade

e da consagração! Deus seja louvado pelas

folhas verdes do Espírito Santo. O Mestre,

no entanto, exige frutos da Sua árvore nestes

últimos dias que precedem a Sua Vinda -

não frutos verdes e imaturos, mas frutos

perfeitos. Ele está sussurrando neste exato

momento: “Restaurarei todos os anos que

foram comidos.”

Queridos, ainda há terra à nossa frente a

ser possuída. Permita que o Fruto do Amor

seja operado em sua vida com Alegria, Paz,

Longanimidade, Benignidade, Bondade, Fé,

Mansidão e Temperança.

Voltemos ao Pentecostes, e daí prossigamos

até a plenitude do poder e da glória pentecostal

registrada na Palavra de Deus, pois

Jesus voltará logo, voltará em breve, muito

em breve, para buscar a Sua Igreja perfeita,

que O aguarda, a Sua Noiva, não maculada

pelo mundo. Jesus voltará para buscar a Sua

árvore, com seus frutos puros e perfeitos.

Muito em breve Ele nos levantará e nos

transplantará para o Jardim Celestial, onde

as nossas folhas não se secarão e os frutos

não se deteriorarão.

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA SEÇÃO C6 / 491

A flecha está quase no topo agora. A hora

em que Jesus irromperá pelo estrelado do

piso celestial para descer e buscar os Seus

amados está próxima. O grande relógio de

Deus está quase atingindo a hora marcada.

Não permita que nada atrapalhe a obra

de preparação de sua vida. Sejamos cuidadosos

para não extinguirmos o Espírito.

Estejamos em alerta para não cairmos

nas mesmas armadilhas que caíram outras

pessoas que outrora foram usadas por Deus:

armadilhas do formalismo, da frieza, da organização,

a construção de muralhas ao nosso

redor, e de não reconhecermos os outros

membros do nosso Corpo – “pois por um

só Espírito somos todos batizados num SÓ

CORPO” (1 Co 12:13).

Se por acaso levantarmos muros e cairmos

nestas armadilhas do formalismo, Deus

passará por sobre os nossos muros e escolherá

um outro povo, tão certo quanto Ele o

fez antes.

Prossigam, portanto, resolutamente em

direção à perfeição. Não parem a meio caminho,

sem receber o melhor de Deus. Se você

colocar de lado a sua coroa, uma outra pessoa

a tomará, e o número ficará completo –

ninguém estará faltando. Somente os que têm

prosseguido resoluta e constantemente em

direção ao Seu padrão serão arrebatados.

Se você tem duvidado de Deus, não duvide

mais. Ele está esperando para restaurar

todos os anos que foram comidos e para

fazer com que você fique de pé e firme naquele

glorioso “grupo da árvore perfeita”,

pronto e esperando por Jesus.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

492 / SEÇÃO C7 C7.1 – É Possível que Uma Pessoa se Perca Após Ter Sido Justificada?

SEÇÃO C7

A DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA

(Uma Vez Salvo, Sempre Salvo)

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

7.1 - É Possível que Uma Pessoa se Perca Após Ter Sido Justificada?

7.2 - Um Tipo Certo de Fé

Apesar do seu grande conhecimento

das Escrituras, ainda assim eu não concordava

com ele em muitas questões doutrinárias.

Ficávamos sentados durante

horas em discussões amigáveis sobre estas

diferenças. Ele acreditava na doutrina

comumente chamada de “segurança eterna”.

Eu não acreditava (nem acredito agora)

nesta doutrina da maneira como ele a

ensinava.

As nossas diferenças eram amigáveis.

Não era um relacionamento hostil ou

irritadiço. Ele citava capítulos da Bíblia que,

segundo ele, apoiavam os seus pontos de

vista. Eu tinha dezenas de versículos que eu

achava que refutavam os seus ensinamentos.

Ao examinarmos esta doutrina, vamos

abordá-la com esta mesma maneira amorosa,

de maneira que os que possuem pontos

de vista diferentes não lancem acusações de

heresias uns aos outros. Ao contrário, vamos

examinar as Escrituras, com a atitude

tão eloqüentemente descrita pelo Apóstolo

Tiago: “Mas a sabedoria que vem do alto é

primeiramente pura, depois pacífica, dócil,

e tratável...” (Tg 3:17).

Lembre-se de que a pessoa que tem um

ponto de vista diferente está convencida de

que os ensinamentos da Bíblia estão do seu

lado. Assim sendo, sejamos tolerantes e

amáveis com os que possuem um ponto de

vista diferente. Vamos todos seguir o exemplo

dos que se encontravam na “Beréia”

“...que examinavam as Escrituras diaria-

Capítulo 1

É Possível que Uma Pessoa

se Perca Após Ter Sido

Justificada?

Introdução

Há quarenta anos atrás eu estava estudando

numa escola de treinamento missionário.

Lá conheci um grande homem de

Deus, um pastor presbiteriano de quinta

geração. Muito embora eu tivesse apenas

18 anos de idade, ele me ajudou como a um

amigo. Passei a respeitá-lo muito como ministro

do Evangelho, pois ele era um cristão

maravilhoso.

Ele veio de uma família que tinha uma

grande consideração pela Bíblia e memorizava

cinco versículos por dia.

Ao completar doze anos de idade, ele já

tinha memorizado todas as Epístolas de

Paulo. Com vinte anos de idade, ele já havia

memorizado todo o Novo Testamento. Aos

quarenta anos de idade, grandes partes do

Antigo Testamento já haviam sido memorizadas.

Ele fez isto, memorizando cinco versículos

por dia. Num ano, isto equivale a aproximadamente

1800 versículos. (O livro mais

extenso do Novo Testamento é Lucas, com

1.151 versículos. O Novo Testamento inteiro

tem 7.597, e o Antigo Testamento

22.485).

Este profundo conhecimento das Escrituras

me impressionou muito.

A DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA SEÇÃO C7 / 493

mente, se estas coisas eram assim” (At

17:11).

A. DOIS PONTOS DE VISTA

DIFERENTES

1. Primeiro Ponto de Vista – Somos

Salvos Pelas Nossas Próprias

Obras ou Pela Fé e as Obras

Há cerca de quatrocentos anos atrás,

muitos líderes eclesiásticos viram a Igreja

numa desesperada necessidade de mudança.

As indulgências (um conceito de que a

Igreja poderia vender e os devotos poderiam

comprar favores de Deus) estavam sendo

vendidas em toda a Europa para se angariar

dinheiro para a construção da Catedral

de São Pedro em Roma.

A flagelação (a prática de surras e açoites

infligidos por uma pessoa em seu próprio

corpo) era praticada por milhões de

“cristãos”. Os “flagelistas” tentavam obter

uma posição de retidão diante de Deus através

desta prática pagã. As pessoas andavam

de joelhos por muitos quilômetros para

orarem diante de uma estátua da Virgem

Maria, achando que assim poderiam obter

o perdão e a absolvição dos seus pecados.

Estavam buscando a salvação através dos

méritos destas fraudes religiosas e de outras

ainda muito piores.

A corrupção era muito comum na Igreja.

Os papas subjugavam os reis da Europa e

os ameaçavam com a perdição eterna caso

não obedecessem aos decretos papais. Os

reis “cristãos” eram forçados a entrarem em

guerra contra os rivais políticos do papa.

Foi de fato a “Era das Trevas”, em que a luz

do Evangelho esteve muito perto de ser extinguida.

Enquanto o teólogo e pregador João

Calvino e o reformador Martinho Lutero

lutavam contra estas práticas anti-bíblicas,

eles começaram a ver as poderosas verdades

ensinadas pelo Apóstolo Paulo em sua

Epístola aos Romanos.

(OBSERVAÇÃO: Não foi por acaso que

Paulo escreveu esta carta à Igreja de Roma.

O Espírito Santo sabia que nos séculos futuros

a Igreja Romana necessitaria desesperadamente

compreender o que Paulo tinha

para dizer.)

2. Segundo Ponto de Vista –

Somos Salvos Pela Graça

Através da Fé Somente

a. Cinco Verdades Doutrinárias. A

REFORMA, que se iniciou há cerca de quatro

séculos atrás, deu origem às Igrejas Protestantes.

Cinco grandes verdades doutrinárias

fundamentais sustentavam este movimento:

1) As Escrituras somente

2) A Fé somente

3) A Graça somente

4) A Soberania de Deus

5) O Sacerdócio de todos os crentes

Estes pontos eram considerados essenciais

para que a Igreja pudesse se libertar

dos grilhões das trevas espirituais e da escravidão

religiosa, tão disseminados na Igreja

daquela época. Esta discussão envolve a

segunda e a terceira destas cinco doutrinas

fundamentais.

B. O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ

Calvino, Lutero e centenas de outros foram

visitados pelo Senhor e receberam o

milagre descrito em Lucas 24:45: “Aí então

lhes abriu o entendimento para que pudessem

compreender as Escrituras.”

Foi uma grande revelação para eles ao

lerem em suas Bíblias: “Eis que... o justo

viverá pela sua fé” (Hc 2:4).

“A justiça de Deus é revelada de fé em

fé; como está escrito: O justo viverá pela”

(Rm 1:17).

“Mas é evidente que ninguém é justificado

pela lei [ou seja, observando os mandamentos,

os preceitos religiosos, etc.] diante

de Deus; pois o justo viverá pela fé” (Gl

3:11).

494 / SEÇÃO C7 C7.1 – É Possível que Uma Pessoa se Perca Após Ter Sido Justificada?

“Mas o justo viverá pela fé...” (Hb

10:38).

Mas o que significa esta afirmação repetida

quatro vezes?

1. A Resposta de Paulo

O Apóstolo Paulo apresentou três argumentos

para responder a esta pergunta.

a. Todos os Gentios São Pecadores

— Necessitando do Salvador. “...pois já

dantes... demonstramos que tanto os judeus

quanto os gentios, todos estão debaixo do

pecado;

“Como está escrito: Não há nenhum [nenhum

gentio] justo, não, nem um sequer;

“Não há ninguém que entenda, não há

ninguém que busque a Deus.

“Todos se extraviaram, e juntamente se

fizeram inúteis. Não há ninguém que faça o

bem, não, nem um sequer...

“Suas bocas estão cheias de maldição e

amargura;

“Os seus pés são ligeiros para derramar

sangue;

“A destruição e a miséria estão em seus

caminhos. E o caminho da paz não conheceram;

“Não há temor de Deus diante dos seus

olhos” (Rm 3:9-18).

Isto descreve com precisão a total depravação

dos gentios – “...sem nenhuma

esperança e sem Deus no mundo” (Ef

2:12).

b. Todos os Judeus São Pecadores –

Necessitando do Salvador. “...pois já dantes

demonstramos que tanto os judeus

quanto os gentios, todos estão debaixo do

pecado;

“Como está escrito: Não há nenhum [judeu]

justo, não, nenhum sequer” (Rm

3:9,10).

“Ora, sabemos que tudo o que a lei diz,

o diz aos que estão debaixo da lei [isto se

refere especificamente aos judeus, os quais

se encontravam sob a lei do Antigo Testamento];

para que toda boca possa ser calada

[de se vangloriar de qualquer justiça própria],

e todo o mundo tornar-se culpado

diante de Deus” (Rm 3:19).

Conclusão: Fica abundantemente claro

através destes versículos que todos os habitantes

do mundo (quer sejam gentios ou

judeus) são pecadores e necessitam do Salvador.

“Pois todos pecaram e estão destituídos

da glória de Deus’’ (Rm 3:23).

c. Nem os Gentios Nem os Judeus

Podem Ser Justificados Pela Lei.

2. Explanação dos Termos

Para compreendermos a tese de Paulo,

precisamos definir as palavras que ele usa e

explicar os seus significados.

a. Justificados. É um termo legal usado

em tribunais seculares de direito penal.

Ser “justificado” num tribunal significa ser

“absolvido, declarado inocente, declarado

não culpado”.

Na Bíblia, isto tem um significado ainda

maior. Significa ser declarado justo, ter uma

posição de retidão diante de Deus. Aos olhos

de Deus, eu sou “justificado” (justificar =

tornar justo). Em outras palavras, é como

se eu nunca tivesse pecado.

Isto é ilustrado na época do Êxodo, quando

Moisés tirou os israelitas do Egito. Os

israelitas saíram do Egito sob a “cobertura

do sangue do cordeiro” (Êx 12:13).

“...E foram todos batizados em Moisés

na nuvem e no mar” (1 Co 10:2).

No deserto eles não estavam agindo como

santos batizados. Eles reclamaram e provocaram

tanto ao Senhor quanto a Moisés. A certa

altura, Deus falou em destruí-los (Dt 9:14).

Contudo, quando o profeta e futuro “adivinho”

Balaão foi contratado pelo Rei Balaque

para amaldiçoar a Israel, ele pronunciou

esta notável profecia: “Ele [Deus] não

viu iniqüidade em Jacó, nem viu perversidade

em Israel...” (Nm 23:21).

Como isto poderia ser dito com relação

aos filhos de Israel? O registro bíblico está

repleto de histórias dos seus fracassos e

pecados!

A DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA SEÇÃO C7 / 495

Balaão estava expressando o ponto de

vista que Deus tem das pessoas que tiraram

proveito do “sangue do Cordeiro”. O sangue

trazia a proteção de Deus e cobria os

seus pecados. Deus não podia ver os seus

pecados e os considerava como imaculados.

Eles foram justificados e tinham uma

“posição” de retidão diante de Deus, muito

embora se encontrassem num “estado” de

murmuração e rebeldia.

“Bem-aventurado é aquele cuja transgressão

é perdoada e cujo pecado é coberto”

(Sl 32:1). O que é coberto não pode ser

visto. Assim sendo, quando somos justificados,

o nosso pecado é perdoado e esquecido,

“...pois perdoarei as suas iniqüidades

e nunca mais Me lembrarei dos seus

pecados” (Jr 31:34). “Quanto está longe o

oriente do ocidente, assim afastou de nós

as nossas transgressões” (Sl 103:12).

Pecado coberto! Pecado perdoado! Pecado

esquecido!

É isto o que “...o SENHOR, o Juiz...” (Jz

11:27) decreta para qualquer pecador que

satisfaça as Suas condições para ser justificado.

Estas condições serão explicadas mais

tarde.

b. A Lei e os Mandamentos. A “lei” se

refere aos primeiros cinco livros da Bíblia,

os quais foram escritos por Moisés em pergaminhos

e foram identificados como sendo

“o Livro da Lei”.

“E aconteceu que, acabando Moisés de

escrever as palavras desta lei num livro...

Deu ordem Moisés aos levitas... tomai este

livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da

aliança do SENHOR vosso Deus...” (Dt 31:24-

26).

“E Ele lhes disse... que todas as coisas

precisam ser cumpridas, que estavam escritas

na lei de Moisés, e nos profetas, e nos

salmos, com relação a Mim” (Lc 24:44).

“A Lei” continha os “Dez Mandamentos”.

Os “mandamentos” foram originalmente

escritos em duas tábuas de pedra pelo dedo

de Deus. Moisés os transcreveu das tábuas

de pedra e os incluiu no “Livro da Lei”.

“E... Ele escreveu sobre as tábuas as

palavras da aliança, os dez mandamentos”

(Êx 34:28).

“E deu a Moisés... duas tábuas do testemunho,

tábuas de pedra, escritas com o

dedo de Deus” (Êx 31:18).

“Não havia nada na arca [da aliança] a

não ser as duas tábuas de pedra que Moisés

ali colocara junto a Horebe...” (1 Rs 8:9).

Os Dez Mandamentos definem o nosso

dever para com Deus e para com a humanidade.

Eles são as diretrizes morais para o

comportamento humano.

A Lei aplicava estes mandamentos de

maneiras práticas para garantir a tranqüilidade

doméstica e a justiça dentre os israelitas.

A Lei era destinada para a nação de

Israel. Os Dez Mandamentos eram princípios

morais e espirituais universais, para

toda a humanidade.

A “Lei” e os “Mandamentos” precisam

ser distinguidos ao lermos o Novo Testamento.

Paulo se refere a eles como sendo

termos distintos (não sinônimos).

“Portanto, a lei é santa, e o mandamento

é santo, justo, e bom’’ (Rm 7:12). Na

maioria dos casos, estes termos não significam

a mesma coisa.

OBSERVAÇÃO: Durante os treze séculos

de Moisés a Cristo, o povo judeu desenvolveu

um complexo conjunto de comentários

e interpretações do Pentateuco (a lei).

Eles se referem a estes escritos como sendo a

“tradição oral”. Na época de Jesus, os fariseus

já haviam tornado as tradições orais tão

obrigatórias sobre as pessoas quanto as próprias

Escrituras. (Consulte a Seção Entre o

Antigo e o Novo Testamento para obter

comentários mais detalhados sobre isto).

Jesus rejeitou a autoridade da tradição

quando ela contradizia os mandamentos,

ou as claras afirmações e o propósito da

“Lei”.

Jesus disse aos judeus: “Porque, deixando

o mandamento de Deus, retendes a

tradição dos homens, na maneira pela qual

exigis a lavagem dos jarros e copos...

496 / SEÇÃO C7 C7.1 – É Possível que Uma Pessoa se Perca Após Ter Sido Justificada?

“E disse-lhes: Rejeitais totalmente o

mandamento de Deus, para que possais

guardar a vossa tradição.

“Invalidando assim a palavra de Deus

através da vossa tradição’’ (Mc 7:8,9,13).

3. Problemas na Compreensão da

Resposta de Paulo

O Apóstolo Pedro admoestou sobre alguns

problemas na compreensão do que

Paulo escreveu: “... como também o nosso

amado irmão Paulo... vos escreveu... algumas

coisas que são difíceis de se compreender...”

(2 Pe 3:15,16).

O propósito das epístolas de Paulo aos

Romanos, Gálatas e Hebreus era o de responder

a difícil pergunta feita por Jó há

4.000 anos atrás: “...mas como o homem se

justificaria para com Deus?” (Jó 9:2).

Vamos explicar agora a resposta de Paulo.

Para compreender as epístolas de Paulo,

você precisará consultar novamente estas

definições.

a. Como um Homem Pecaminoso

Pode Ser Justificado? O povo judaico venerava

Abraão como o grande patriarca da

sua nação. Foi a sua obediência cheia de fé à

voz do Senhor que fez com que o filho da

promessa, Isaque, nascesse. A Isaque nasceu

Jacó (cujo nome foi mudado para Israel

– Gn 32:28). A ele nasceram doze filhos,

cujos descendentes tornaram-se as doze Tribos

de Israel.

Paulo faz a pergunta: Como foi Abraão

justificado?

1) Não Pelas Obras (os seus próprios

atos de retidão), Mas Crendo em

Deus. “Que diremos pois, que Abraão,

nosso pai, segundo a carne, descobriu com

relação a isto? Se, de fato, tivesse sido justificado

pelas obras, ele teria algo de que se

gabar...

“O que as Escrituras [Antigo Testamento

– Gn 15:6] dizem? Abraão creu em Deus,

e isto lhe foi imputado como justiça” (Rm

4:1-3).

Paulo torna bem claro que não foi “pelas

obras de justiça que fizemos, mas de

acordo com a Sua misericórdia Ele nos

salvou...” (Tt 3:5).

Assim sendo, não somos justificados pelo

que fazemos, mas sim pelo que Cristo fez na

Cruz. Semelhantemente ao cordeiro pascal

no Egito, Ele deu o Seu sangue para fornecer

uma cobertura pelo nosso pecado, “...sendo

agora justificados pelo Seu sangue, seremos

salvos da ira através d’Ele” (Rm 5:9).

2) Não Pela Circuncisão. Abraão

não foi justificado pela circuncisão – muito

embora ele tivesse sido circuncidado.

“...porque dizemos que a fé foi imputada

como justiça a Abraão. Em que circunstâncias

lhe foi então imputada? Foi depois

que ele foi circuncidado ou antes? “Não foi

depois, e sim antes.

“E ele recebeu o sinal da circuncisão,

um selo da justiça que ele já tinha pela fé,

enquanto ainda era incircunciso.

“Assim sendo, ele é o pai de todos os

que crêem, mas que não foram circuncidados,

para que a justiça pudesse ser imputada

a eles” (Rm 4:9-11).

A circuncisão (semelhantemente ao batismo

na água para os crentes) não era a

razão para a justificação de Abraão; ela era

o sinal externo (evidência) da sua fé, através

da qual ele já estava justificado (antes

de ser circuncidado).

3) Não por Guardar a “Lei”. Abraão

não foi justificado por guardar a “lei”. Era

impossível para Abraão ser justificado por

guardar a lei e os mandamentos porque eles

não haviam sido dados até 430 anos após

Abraão.

“...a lei, introduzida quatrocentos e trinta

anos mais tarde, não invalida a aliança

previamente estabelecida [com Abraão] por

Deus...” (Gl 3:17).

“Portanto, pelas obras da lei, nenhuma

carne será justificada aos Seus olhos...”

(Rm 3:20).

“Portanto concluímos que o homem é

justificado pela fé sem as obras da lei” (Rm

3:28).

A DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA SEÇÃO C7 / 497

“Pois Cristo é o fim da lei para que possa

haver retidão para todo aquele que crê”

(Rm 10:4).

“Nós [os judeus] sabemos que o homem

não é justificado, guardando a lei, mas pela

fé em Jesus Cristo... porque pelas obras da

lei nenhuma carne será justificada’’ (Gl

2:16).

“E é evidente que nenhum homem é justificado

pela lei diante de Deus, pois o justo

viverá pela fé” (Gl 3:11).

4) Pela Fé Somente. Paulo deixa bem

claro que não podemos ter as duas opções.

Ou cremos nas Escrituras com relação à justificação

pela fé, ou estamos em incredulidade,

perdidos, sem nenhuma esperança.

“Mas Israel, que buscava a lei da justiça,

não a alcançou. Por que? Porque não a

buscaram pela fé...” (Rm 9:31,32).

Paulo explica o propósito da lei. Não

era para tornar os homens santos; mas

sim ensinar-lhes quão ímpios eles eram.

“...pois pela lei vem o conhecimento do pecado”

(Rm 3:20). “...eu não teria conhecido

o pecado, senão pela lei...” (Rm 7:7).

A lei faria com que os homens se conscientizassem

de que necessitavam de alguém

para salvá-los – e assim sendo, creriam

em Cristo como seu Salvador.

“Ora sabemos que tudo o que a lei diz,

o diz... para que... todo o mundo possa se

tornar culpado diante de Deus” (Rm 3:19).

“Assim sendo, a lei foi o nosso tutor

[encarregado] para nos conduzir a Cristo,

para que pudéssemos ser justificados pela

fé” (Gl 3:24).

Tentar encontrar uma posição de retidão

diante de Deus através da lei significa “cair

da graça”.

“Cristo Se tornou totalmente inútil para

vós, a vós todos, os que sois justificados

pela lei; da graça tendes caído” (Gl 5:4).

Vamos, portanto, amontoar todas as

nossas boas obras numa só pilha, e todos

os nossos pecados numa outra – e fujamos

de ambas, para a Cruz de Cristo, onde o

perdão é oferecido aos penitentes. Pela fé

somente em Seu sangue (Rm 3:25) é que

podemos ser justificados.

Capítulo 2

Um Tipo Certo de Fé

Introdução

Quando ainda era um jovem reformador,

Martinho Lutero rejeitou a Epístola de Tiago,

achando que ela deveria ser removida

do Cânon. Mais tarde, ele mudou a sua

posição porque viu os seus seguidores vivendo

vidas ímpias. Eles professavam ser

justificados pela fé, mas os seus estilos de

vida não davam nenhuma prova de que possuíam

o tipo certo de fé.

“Professavam conhecer a Deus, mas,

em suas obras, O negavam, sendo abomináveis,

desobedientes, e réprobos para toda

a boa a obra’’ (Tt 1:16).

Os seguidores de Lutero caíram no erro

contra o qual Paulo admoestou. Depois de

estabelecer a base da justificação, Paulo alertou

os crentes contra uma errônea interpretação

e aplicação da sua revelação.

“Que diremos pois? Vamos continuar

pecando, para que a graça possa aumentar?

De modo nenhum...!

“...fomos sepultados com Ele pelo batismo

[na água] para que... possamos viver

uma nova vida.

“...Sabendo isto, que o nosso homem velho

foi crucificado com Ele para que o corpo

do pecado pudesse ser aniquilado, para que

não mais fôssemos escravos do pecado –

porque qualquer um que tenha morrido foi

liberto do pecado... Semelhantemente, considerai-

vos mortos para o pecado...

“Porque o pecado não terá domínio sobre

vós, pois não estais debaixo da lei, mas

debaixo da graça’’ (Rm 6:1-14).

A. PAULO VERSUS TIAGO:

NENHUMA CONTRADIÇÃO

A nossa Bíblia não traduz Tiago claramente.

Conseqüentemente, muitos têm acha498

/ SEÇÃO C7 C7.2 – Um Tipo Certo de Fé

do que Tiago contradiz a Paulo. No entanto,

não há nenhuma contradição entre Paulo

e Tiago, quando Tiago é compreendido adequadamente.

Na verdade, Tiago torna bem claro o

fato de que não há nenhuma esperança

se tentarmos ser justificados pela lei.

“Pois todo aquele que guardar a lei inteira,

e, contudo transgredir num só

ponto, torna-se culpado de todos” (Tg

2:10).

Será que alguém (exceto Jesus) jamais

viveu a sua vida sem ser culpado de um

único pecado? Considere o seguinte e impressionante

argumento de Tiago: Apenas

um ponto de transgressão é exatamente tão

ruim quanto a quebra de TODOS os mandamentos,

várias vezes.

Uma só mentira me faz um mentiroso.

Semelhantemente, um só pecado me transforma

num pecador sob a penalidade de morte.

“Pois o salário do pecado é a morte...”

(Rm 6:23). “A alma que pecar, essa morrerá...”

(Ez 18:20).

Portanto, é inútil pensarmos que podemos

ser salvos pela lei, pela circuncisão,

ou pelas boas obras. Precisamos de

um Salvador (Alguém que nos salve, independentemente

do que podemos fazer).

Louvado seja Deus! Ele providenciou isto

para mim em Seu Filho, Jesus, meu Salvador!

B. O QUE É A FÉ SALVADORA?

“Meus irmãos, que aproveita se alguém

disser que tem fé, e não tiver as obras?

Porventura a fé pode salvá-lo?” (Tg 2:14).

Infelizmente, esta tradução está incorreta.

Deveria ser: “Porventura este tipo de fé pode

salvá-lo?”

A questão não é se somos salvos pela fé

ou pelas obras. Ao contrário, é qual o tipo

de fé que salva? Uma concordância intelectual

com os fatos da Bíblia sobre Deus não

é o tipo de fé que salva.

“Tu crês que há um só Deus; fazes bem;

os demônios também crêem, e estremecem’’

(Tg 2:19).

1. A Fé Salvadora Age e Obedece

Tiago salienta que os demônios crêem

nos fatos sobre Deus mas não há nenhuma

ação de obediência, como resposta ao que

Deus diz. A fé sempre AGE e OBEDECE.

O tipo de fé que nos justifica e nos salva

do pecado é a fé que produz uma obediência

amorosa para com os mandamentos de

Deus.

“Mas, ó homem vão, queres tu saber

que a fé sem as obras [ação de obediência]

está morta?” (Tg 2:20).

A fé significa “ações de obediência, em

resposta ao que Deus disse.”

a. A Fé Salvadora Ilustrada. Semelhantemente

ao imperador japonês, os imperadores

romanos das épocas do Novo

Testamento proclamavam-se deuses – a serem

adorados.

A palavra grega “Kurios” (traduzida

como “Senhor” em nossa Bíblia) era reservada

pela lei romana. “Kurios” deveria ser

usada somente com relação ao César. Para

os romanos, César era o “Senhor”. O uso

desta palavra para qualquer outra pessoa

acarretava a penalidade de morte

para o transgressor.

Paulo escreveu aos crentes de Roma (a

capital e trono de César):

“A saber: Se com a tua boca confessares

‘Jesus é Senhor’, e em teu coração creres

que Deus O ressuscitou dos mortos,

serás salvo. Pois com o coração o homem

crê para a justiça, e com a boca faz confissão

para a salvação’’ (Rm 10:9,10).

Paulo escreveu duas poderosas verdades

sobre o tipo de fé que salva:

1) Ela Vive ou Morre Para Jesus. A

fé salvadora é o tipo de fé que nos torna

dispostos a vivermos ou morrermos por

Jesus. Confessarmos com nossas bocas

“Jesus é Senhor” diante de testemunhas significava

colocarmos a nossa vida em risco.

Significava a penalidade de morte se fôsseA

DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA SEÇÃO C7 / 499

mos delatados às autoridades romanas por

estas testemunhas.

2) Ela Obedece a Jesus. A fé salvadora

era mais uma questão do coração, do

que da cabeça. “Pois com o coração o homem

crê para a retidão...” (Rm 10:10).

“Porque pela graça [favor imerecido] sois

salvos por meio da fé; e isto não vem de

vós: [a graça e a fé] é dom de Deus. Não

vem das obras...” (Ef 2:8,9).

Romanos 16:26 fala da “...obediência da

fé”. O tipo de fé que não produz uma ação

de obediência em resposta ao que Deus disse

NÃO é o tipo de fé que salva e justifica.

A profunda pergunta de Tiago é a seguinte:

“Será que o tipo de fé que não produz

ações de obediência pode salvar?” A resposta

é um ressonante NÃO! “Pois... fomos

criados em Cristo Jesus para fazermos as

boas obras, as quais Deus ordenou de antemão

para que andássemos nelas” (Ef 2:10).

Inversamente, será que as boas obras, a

circuncisão, a lei, ou os mandamentos nos

salvam? Não! É somente pelo favor imerecido

(graça) e a misericórdia de Deus que

podemos ter qualquer esperança de salvação.

Crendo com o nosso coração (semelhantemente

ao Abraão da antigüidade), a

nossa fé nos é imputada como justiça.

2. A Fé Salvadora é um

Dom de Deus

“Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a

minha alma se alegrará no meu Deus; pois

Ele me vestiu com as vestimentas da salvação,

Ele me cobriu com o manto da justiça...”

(Is 61:10). São as vestimentas e o

manto que Ele nos “dá”, graciosamente, que

possibilitam que fiquemos diante de Deus

imaculados, justificados, “...é dom de Deus,

não vem das obras...” (Ef 2:8,9).

Independentemente da ação de Deus para

nos salvar, “...somos todos como o imundo,

e todas as nossas [próprias] retidões

são como trapos imundos... e as nossas

iniqüidades, semelhantemente ao vento, nos

arrebatam” (Is 64:6).

Isaías esclarece a questão. O melhor que

podemos produzir através dos nossos próprios

esforços e obras religiosas é como “um

pano menstrual” (tradução literal do hebraico),

o qual, se tocado, tornava a pessoa

cerimonialmente impura e inadequada para

se aproximar de Deus.

“E se uma mulher tiver um fluxo... em

seu... sangue, ela será separada sete dias:

e todo aquele que a tocar estará impuro...”

(Lv 15:19).

Nota do Editor: O fato de que uma mulher

assim pudesse tocar a Jesus, ser curada,

e ser aceita por Ele com compaixão e

amor, demonstra a superioridade da Nova

Aliança sobre a Antiga (compare Lucas 8:43-

48 com Hebreus 7:22; 8:6; 12:24).

Honramos a Cruz de Cristo e a obra que

Ele completou para a nossa salvação quando

paramos de tentar salvar a nós mesmos

ou acrescentar à Sua obra através das nossas

próprias obras de retidão. “Porque aquele

que entrou no Seu repouso, ele também

cessou das suas próprias obras, como Deus

das Suas” (Hb 4:10).

No Antigo Testamento, Rute foi ensinada

como libertar-se de sua pobreza e viuvez,

e como casar-se com o “senhor da colheita”,

Boaz”.

“Aí então Noemi, sua sogra, disse-lhe:

Minha filha, não hei eu de buscar descanso

para ti, para que fiques ,bem?

“Ora pois, não é Boaz de nossa parentela...

lava-te pois. é unge-te, e veste os teus

vestidos... :

“E há de ser que, quando ele se deitar...

entrarás... e te deitarás; e ele te fará saber o

que deves fazer” (Rt 3:1-4).

Tudo o que Rute tinha a fazer era preparar-

se para o relacionamento e entrar na presença

de Boaz; e deitar-se (descansar). “Boaz

tomou conta dos detalhes – e Rute foi salva

da viuvez, da morte pela fome, e da pobreza.

O mesmo acontece conosco. Somos chamados

a descansarmos – enquanto o nosso

Senhor da Colheita, Jesus, toma conta dos

detalhes da nossa salvação.

500 / SEÇÃO C7 C7.2 – Um Tipo Certo de Fé

Permita que Jesus complete a obra que

Ele iniciou em você. Pare de lutar para salvar

a si próprio através das suas próprias

boas obras. Aí então você será um cristão

feliz.

“Tendo por certo isto mesmo, que Aquele

que em vós começou uma boa obra a aperfeiçoará

até ao dia de Jesus Cristo (Fp 1:6).

Se lutarmos para salvarmos a nós próprios,

ficaremos frustrados, temerosos e

inseguros.

C. E SE O CRENTE PECAR?

Alguns ensinam que se você pecar após

ter crido, você estará perdido até que se

arrependa e receba o perdão.

As Escrituras não confirmam esta posição.

A Bíblia diz: “Bem-aventurado é aquele

cuja transgressão é perdoada, cujo pecado

é coberto. Bem-aventurado é o homem a

quem o SENHOR não imputa iniqüidade”

(Sl 32:1,2).

“Davi diz a mesma coisa ao falar sobre

a bem-aventurança do homem a quem Deus

imputa a justiça sem as obras:

“Bem-aventurados são aqueles cujas

transgressões são perdoadas, cujos pecados

são cobertos.

“Bem-aventurado é o homem cujo pecado

o Senhor nunca imputa contra ele”

(Rm 4:6-8).

Estes versículos nos mostram que quando

somos justificados, quando os nossos

pecados são perdoados, o pecado não é mais

cobrado de nós. Os nossos pecados são todos

cobrados de Cristo e a Sua retidão nos é

atribuída.

1. Jesus nos Defende

O que acontece então quando o crente

peca? O Apóstolo João nos ensina o seguinte:

“Meus queridos filhos, escrevo isto

a vós para que não pequeis. Mas, se alguém

pecar de fato, temos Alguém que fala

com o Pai em nossa defesa – Jesus Cristo,

o Justo. Foi Ele quem pagou o preço total

pelos nossos pecados...” (1 Jo 2:1,2).

João não está nos estimulando a pecar.

Ele nos suplica para não pecarmos. No entanto,

ele nos garante que se pecarmos de

fato, Jesus está pronto para nos defender

contra qualquer acusação de Satanás. Ele

pagou a penalidade pelos nossos pecados a

fim de que não houvesse nenhuma condenação

aos que estão em Cristo Jesus.

A tradução de 1 João 3:6-9 da Versão

“King James” da Bíblia Inglesa fez com que

alguns achassem que os que crêem em Jesus

vivem uma vida imaculada (sem pecados).

Esta idéia contradiz a l João 1:8-10: “Se

dissermos que não temos pecado, enganamo-

nos a nós mesmos, e a verdade não

está em nós.

“Se confessarmos os nossos pecados,

Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados,

e para nos purificar de toda injustiça.

“Se dissermos que não pecamos,

fazemo-Lo mentiroso, e a Sua palavra não

está em nós.”

1 João 3:5-9 é traduzido corretamente

em inglês pelo Dr. Williams: “Vocês sabem

que Jesus apareceu para que Ele pudesse

remover os nossos pecados. E n‘Ele não

há nenhum pecado. Ninguém que permanece

n‘Ele faz do pecado uma prática. Ninguém

que faz do pecado uma prática O viu

nem O conhece... Ninguém que é nascido

de Deus faz do pecado uma prática...”

A questão não é a “perfeição imaculada”.

Contudo, é evidente que Cristo veio

“...para salvar o Seu povo dos seus pecados”

(Ml 1:21), e, assim sendo, se alguém

continua fazendo do pecado uma prática,

ou tem o vício habitual de pecar, tal pessoa

talvez não tenha a fé salvadora.

2. O Verdadeiro Crente

Não Quer Pecar

É uma questão de compreendermos a

nossa “antiga natureza” e a nossa “nova

natureza”. A nossa antiga natureza é semelhante

a um porco que gosta muito de se

rolar no lodo e na lama. A nossa nova natureza

é semelhante à de uma ovelha, a qual,

A DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA SEÇÃO C7 / 501

se cair ou escorregar no lodo, luta até morrer

para sair dele.

“Que, quanto ao trato passado, vos despojeis

do homem velho [antiga natureza]. E

vos revistais do novo homem [nova natureza]

, que segundo Deus é criado em justiça e

verdadeira santidade” (Ef 4:22,24).

O verdadeiro crente não vai querer pecar,

nem “se rolar no lamaçal” do pecado. A pessoa

que tem a fé salvadora não faz do pecado

premeditado uma prática. Mas, se o crente

for surpreendido numa falta, se ceder à tentação,

ou se cair no pecado, o Senhor estará ao

seu lado para defendê-lo contra a acusação e a

condenação do diabo. A chave é se o crente

deseja ser liberto do pecado ou não.

3. O Verdadeiro Crente é

Disciplinado

Quando uma criança desobedece os pais,

a comunhão é quebrada – e não o relacionamento.

Uma disciplina apropriada é o que

restaura a criança à obediência e à comunhão.

Durante este processo, o relacionamento

NÃO é quebrado. Os desobedientes

ainda permanecem filhos dos pais.

Contudo, deveríamos observar que uma

forte disciplina pode seguir os pecados graves.

“Porque o Senhor corrige o que ama, e

açoita a qualquer que recebe por filho. Se

suportais a correção, Deus vos trata como

filhos...” (Hb 12:6,7).

Se você consegue pecar sem ser disciplinado,

é de se questionar se você é um verdadeiro

crente ou não. “Mas se não sois disciplinados,

então sois filhos ilegítimos, e não

filhos verdadeiros” (Hb 12:8).

a. O Pecado e os Julgamentos de

Davi. O Rei Davi caiu no terrível pecado do

adultério, seguido pelo selvagem pecado do

assassinato (2 Sm 11). Isto desencadeou uma

série de julgamentos que assombraram a

Davi pelo resto de sua vida.

Dentre os julgamentos (castigos) de Davi

citados em 2 Samuel 12 encontram-se os

seguintes:

1) Guerra e Morte. Pelo fato de ele

ter matado um homem inocente (Urias), a

espada nunca sairia de sua casa. A guerra e a

morte o atormentariam até que ele morresse.

2) Morte da Criança. A criança nascida

do seu adultério com Batseba morreria.

3) Calamidades Sobre a Sua Família.

Pelo fato de ele ter violado a santidade

do casamento de Urias, viriam calamidades

sobre a sua própria família e também procederiam

dela. As esposas e os filhos de

Davi se envolveriam nas piores formas de

imoralidade, incluindo-se o estupro, o incesto

e a fornicação.

4) Filhos Contra Filhos. O filho de

Davi, Absalão, mataria o seu meio-irmão,

Amnon, pelo seu estupro da irmã de Absalão,

Tamar.

5) Filho Contra Pai. Absalão derrubaria

a Davi e o destronaria. Para uma terrível

vergonha de Davi, Absalão tomaria as

concubinas de seu pai e teria relações sexuais

com elas.

6) Amaldiçoado Pelos Seus Súditos.

Davi seria amaldiçoado pelos seus súditos

enquanto fugia de Absalão.

7) Morte do Filho Favorito. O filho

de Davi, Absalão, finalmente seria assassinado

por um dos generais de Davi chamado

Joabe.

8) Um Coração Partido. O coração

de Davi seria esmagado e ficaria partido depois

que estas calamidades caíssem sobre

ele e sua família.

“Então o rei se perturbou sobremaneira,

e subiu à sala que estava por cima da

porta, e chorou; e andando, dizia assim:

Meu filho Absalão, meu filho, meu filho

Absalão! Quisera Deus que eu tivesse morrido

por ti, ó Absalão, meu filho, meu filho!

“...o rei cobriu o seu rosto e clamou em

alta voz: Ó meu filho Absalão, ó Absalão,

meu filho, meu filho!” (2 Sm 18:33;19:4).

Deus ama demais os Seus filhos para

permitir que pequem sem ser punidos. Ele

não nos isenta das dolorosas conseqüências

de nossos pecados.

502 / SEÇÃO C7 C7.2 – Um Tipo Certo de Fé

“...o caminho dos transgressores é difícil”

(Pv 13:15). “Não vos enganeis; Deus

não Se deixa escarnecer; porque tudo o que

o homem semear, isso também ceifará” (Gl

6:7).

No entanto, Ele não nos condena com o

mundo. “A Sua misericórdia é eterna e permanece

para todas as gerações” (Sl 100:5)

b. Três Níveis de Julgamento. Há três

níveis de julgamento nos quais o pecado do

crente pode ser tratado. Cada um deles é

mais severo que o anterior.

1) Julgamento Próprio. “Porque, se

nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos

julgados” (l Co 11:31). Quando o crente

faz algo errado, o Espírito Santo está ao

seu lado para reprová-lo e conscientizá-lo

veementemente de que ele precisa consertar

a questão. Se o pecado for contra uma

outra pessoa, ele precisará pedir perdão e/

ou fazer restituições. Se ele fizer isto a questão

estará encerrada.

2) Julgamento Pelos Crentes. Se

você não julgar a si próprio, o Senhor lhe

enviará um crente, assim como Ele enviou o

profeta Natã a Davi. Davi respondeu e se

arrependeu. A sua oração pedindo misericórdia

e restauração se encontra registrada

no Salmo 51. Ainda que ele tenha sido severamente

castigado pelo seu pecado, isto pôs

um fim à questão.

3) Julgamento Pelos Incrédulos ou

por Satanás. Se não respondermos aos tratamentos

de Deus no primeiro ou no segundo

nível, segue-se então o julgamento mais

severo.

“Geralmente se ouve que há fornicação

entre vós, e tal fornicação que nem chega a

ser citada entre os gentios, que alguém tivesse

relação sexual com a esposa de seu

pai” (1 Co 5:1).

Os coríntios não queriam julgar nem disciplinar

este crente que não queria se arrepender

e que estava cometendo este pecado. Assim

sendo, Paulo deu instruções sérias com

relação ao que era exigido da Igreja de Corinto.

“Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

quando estiverdes reunidos, e o meu

espírito, com o poder de nosso Senhor Jesus

Cristo, para entregar esta pessoa a Satanás

para a destruição da carne, para que

o espírito possa ser salvo no dia do Senhor

Jesus” (1 Co 5:4,5).

O pecado é uma questão muito séria para

o crente.

4. Incentivo Para o Crente

O crente que não quer pecar deveria se

encorajar com as promessas de Romanos 8.

“Que diremos pois a estas coisas? Se

Deus é por nós, quem pode ser contra nós?

“Aquele que não poupou o Seu Próprio

Filho, mas O entregou por todos nós, como

nos não dará com Ele todas as coisas?

“Quem intentará qualquer acusação

contra os eleitos de Deus? Seria Deus que

justifica?

“Quem os condenará? Seria Cristo, que

morreu, ou antes, que ressuscitou e que se

encontra à destra de Deus e que também

faz intercessão por nós?

“Quem nos separará do amor de Cristo?

A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,

ou a fome, ou a nudez, ou o perigo,

ou a espada?” (Rm 8:31-35).

Todas estas maravilhosas verdades nos

dão uma absoluta certeza e uma grande esperança.

Há uma maravilhosa segurança em

Cristo. Deus está do nosso lado – lutando

pela nossa salvação. Cristo e o Espírito Santo

estão envolvidos na intercessão e na representação

legal em nosso nome.

Para provar o Seu desejo de sermos salvos,

Deus deu o Seu Único Filho por nós.

Tudo isto nos dá uma sensação de segurança

e consolo.

“Querendo Deus tornar bem claro a natureza

imutável do Seu propósito aos herdeiros

do que havia sido prometido, Ele o

confirmou com um juramento.

“Deus fez isto, a fim de que, através de

duas coisas imutáveis, nas quais é impossível

que Deus minta, nós, que fugimos para

nos apossarmos da esperança que nos é

A DOUTRINA DA SEGURANÇA ETERNA SEÇÃO C7 / 503

oferecida, possamos ser grandemente consolados.

“Temos esta esperança como uma âncora

para a alma, firme e segura, e que

entra no Santo dos Santos, atrás do véu”

(Hb 6:17-19).

D. É POSSÍVEL PERDERMOS A

SALVAÇÃO APÓS SERMOS

JUSTIFICADOS?

Muitos que crêem na verdade da justificação

pela graça através da fé crêem na doutrina

da “segurança eterna”. Concluem por

todas as maravilhosas verdades esboçadas

acima que nunca poderiam perder a salvação.

Se a pessoa quiser manter-se em segurança,

não creio que haja nenhum perigo de

perder a sua salvação. O Senhor tomou

medidas extremas para nos manter a salvo e

em segurança. Jesus reforça isto: “E doulhes

a vida eterna, e nunca hão de perecer,

e ninguém as arrebatará da Minha mão: O

Meu Pai que as deu a Mim, é maior do que

todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão

do Meu Pai” (Jo 10:28,29).

1. Sérias Admoestações

Temos, no entanto, sérias admoestações

no Novo Testamento, que, se ignorarmos,

estaremos colocando em risco a nossa segurança

pessoal.

O meu amigo presbiteriano (mencionado

no início desta seção do Guia de Treinamento

de Líderes) acreditava na doutrina

da segurança eterna. No entanto, ele

reconhecia que alguns versículos o incomodavam,

como por exemplo, Romanos 8:13:

“Se viverdes segundo a carne, morrereis...”

A palavra “morrer” é a mesma palavra e

raiz no texto grego que a que foi usada para

se descrever o fim do incrédulo, que experimentará

a “segunda morte”, que é uma referência

ao juízo eterno. “...porque se não

crerdes que Eu sou, morrereis em vossos

pecados” (Jo 8:24).

Um estilo de vida carnal pode nos levar

ao engano. “Antes exortai-vos uns aos outros

todos os dias, durante o tempo que se

chama Hoje, para que nenhum de vós se

endureça pelo engano do pecado (Hb 3:13).

O pecado e a carnalidade cauterizam a consciência

e endurecem o coração.

Pelo fato de o julgamento e a disciplina

de Deus nem sempre serem imediatos, as

pessoas carnais se enganam e começam a

pensar que não há nenhuma conseqüência

para o pecado, e a incredulidade começa a

se infiltrar furtivamente. Esta incredulidade

é expressa pela desobediência aos mandamentos

de Deus.

“Professam que conhecem a Deus, mas

nas obras O negam, sendo desobedientes...”

(Tt 1:16).

2. A Incredulidade nos

Coloca em Perigo

O que é então que pode fazer com que

alguém que foi salvo perca a sua salvação?

É a incredulidade resultante da carnalidade

e do pecado.

“Mas sem fé é impossível agradarmos

a Deus, pois o que se aproxima de Deus

precisa crer” (Hb 11:6). É o voltarmos à

incredulidade que nos coloca em perigo.

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna;

mas aquele que não crê no Filho não

verá a vida; mas a ira de Deus permanece

sobre ele” (Jo 3:36).

A palavra “crer” significa “crer e continuar

crendo”. É o tempo presente contínuo

na gramática grega. Depois de crer precisamos

continuar crendo.

“Prestai atenção, irmãos, para que não

haja em nenhum de vós um coração maligno

de incredulidade, para se apartar do

Deus Vivo” (Hb 3:12).

Observe que esta admoestação é dirigida

aos “irmãos”, e os identifica como sendo

crentes. “Antes exortai-vos uns aos outros

todos os dias, durante o tempo que se chama

Hoje, para que nenhum de vós se endureça

pelo engano do pecado. Porque fomos

feitos participantes de Cristo, se retivermos

504 / SEÇÃO C7 C7.2 – Um Tipo Certo de Fé

firmemente o princípio da nossa confiança

até o fim” (Hb 3:13,14).

Creio que isto expressa a questão bem

claramente e deveria por um ponto final no

debate. Se continuarmos crendo, estaremos

seguros. Se porém, através da incredulidade

(o resultado do pecado e da desobediência)

nos apartarmos do Deus Vivo, creio que

estaremos em perigo.

3. Os Crentes Podem Voltar à

Incredulidade?

Fiz a seguinte pergunta ao meu amigo

presbiteriano: “Se você conhecesse alguém

que tivesse crido – mas que agora diz que

não crê mais – você lhe daria esperança de

salvação?”

Ele pensou por um bom tempo e aí respondeu

solenemente: “Eu nunca daria esperança

de salvação a ninguém que dissesse

não ter crido. Contudo, não creio que seja

possível para alguém que realmente creu

voltar à incredulidade, e, assim perder a sua

salvação”.

O debate se resumiu a isto.

Eu creio que seja possível voltarmos à

incredulidade, e, portanto, perdermos a nossa

salvação – mesmo após termos crido. O

meu amigo não acreditava nisto. Não era

uma questão de “obras versus fé” – era uma

questão de crermos (através do qual somos

salvos) ou de não crermos (através do qual

perdemos a salvação). Por que Deus nos

avisaria sobre isto se não fosse possível

acontecer?

a. Crentes Hebreus que se Desviaram.

Dizem que muitos dos crentes judeus

do primeiro século estavam se desviando

de Cristo depois de terem crido. Havia enormes

pressões e perseguições contra os cristãos

judeus.

Eles eram discriminados no trabalho e não

conseguiam obter empregos. Eram discriminados

na educação e os seus filhos não eram

aceitos nas escolas. Às vezes, não podiam

comprar nos comércios judeus locais.

Dizem que para recuperar a sua aceitação

na comunidade judaica, o cristão hebreu

tinha que desenhar o sinal da cruz no chão,

derramar sangue sobre ele, e, aí então,

pisoteá-lo. Isso significava que ele estava

renunciando o sangue e a Cruz de Cristo.

Para estas pessoas foi escrito o Livro de

Hebreus. “Portanto convém nos atentar

com mais diligência para as coisas que temos

ouvido, para que em tempo algum nos

desviemos dela.

“Porque, se a palavra falada pelos anjos

permaneceu firme, e toda a transgressão

e desobediência recebeu uma justa retribuição;

Como escaparemos, se negligenciarmos

esta tão grande salvação...?” (Hb

2:1-3).

“Aquele que desprezasse a lei de Moisés

morria sem misericórdia pela palavra

de duas ou três testemunhas:

“De quanto maior castigo... será julgado

merecedor aquele que tiver pisado o Filho

de Deus e tiver considerado profano o

sangue da aliança, com que foi santificado

e tiver feito agravo ao Espírito da graça?”

(Hb 10:28,29).

Esta é uma admoestação muito séria!

“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas

melhores, e coisas que acompanham a

salvação, ainda que assim falamos” (Hb 6:9).

“Mas já está próximo o fim de todas as

coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em

oração.

“E, acima de tudo, tende ardente amor

uns para com os outros; porque o amor

cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4:7,8).

DÍZIMOS / DOAÇÕES SEÇÃO C8 / 505

SEÇÃO C8

DÍZIMOS/DOAÇÕES

Ralph Mahoney

2. Os Propósitos de Deus Para os

Dízimos Vistos no Antigo

Testamento

a. Sustentar os Pobres e os Necessitados

em Israel. Dentre os israelitas, a colheita

de todo o ano sabático (sétimo ano)

era reservada para os pobres. “Mas no sétimo

ano permitirás que os teus campos descansem

e repousem; para que os pobres do

teu povo possam comer; e o que sobejar, os

animais do campo comerão. Assim também

farás com a tua vinha e com o teu

olival’’ (Êx 23:11).

“Pois nunca cessará o pobre do meio

da terra: pelo que te ordeno, dizendo: livremente

abrirás a tua mão para o teu irmão,

para o teu necessitado, e para o teu

pobre na tua terra’’ (Dt 15:11).

As respigaduras da colheita deveriam ser

dadas aos pobres e estrangeiros. “E não

respigarás a tua vinha, nem colherás todas

as uvas da tua vinha: deixá-las-ás para os

pobres e estrangeiros: Eu sou o SENHOR teu

Deus” (Lv 19:10).

b. Sustentar os Levitas. O Senhor exigia

um dízimo especial do “terceiro ano”

para os levitas, os órfãos, as viúvas e os

estrangeiros.

“Ao fim de três anos tirarás todos os

dízimos da tua novidade no mesmo ano... E

o levita, ...e o estrangeiro, e o órfão, e a

viúva que estão dentro das tuas portas, virão,

comerão, e ficarão satisfeitos; para

que o SENHOR teu Deus possa te abençoar

em toda a obra das tuas mãos, que fizeres”

(Dt 14:28,29).

“E dirás perante o SENHOR teu Deus: Tirei

as coisas consagradas de minha casa, e

também as dei ao levita, e ao estrangeiro,

Capítulo 1

Dízimos, Outras Doações e

Administração Cristã

A. SOMOS ADMINISTRADORES

DOS RECURSOS DE DEUS

Todos os crentes são administradores de

tudo o que possuem. “Como cada um recebeu...

assim também administre aos outros,

como bons administradores da multiforme

graça de Deus” (1 Pe 4:10). “Além

disso, requer-se nos administradores que

cada um se ache fiel” (1 Co 4:2).

Um administrador é alguém que gerencia,

administra e toma conta daquilo que

pertence a uma outra pessoa. Já que Deus

é Aquele que nos dá todas as bênçãos materiais,

reconhecemos que Ele é o Dono.

“Porque todas as coisas procedem de Ti,

e da Tua Própria mão demos de volta a

Ti” (1 Cr 29:14). “Toda boa dádiva e todo

dom perfeito procedem do alto, descendo

do Pai...” (Tg 1:17).

1. Deus nos Pede que

Paguemos os Dízimos

Daquilo que Ele me deu, Ele me pede

que eu dê o dízimo (10 por cento): “E

todos os dízimos da terra, quer sejam da

semente da terra, ou dos frutos da árvore,

são do SENHOR: são santos ao SENHOR”

(Lv 27:30). “Certamente darás os dízimos

de toda a novidade da tua semente,

que cada ano se recolher do campo” (Dt

14:22).

Jesus elogiou os dízimos, “...pois pagais

os dízimos... isto deveríeis fazer...” (Lc

11:42).

506 / SEÇÃO C8 C8.1 – Dízimos, Outras Doações e Administração Cristã

ao órfão, e à viúva, de acordo com todos os

Teus mandamentos que Tu me ordenaste:

Não transgredi os Teus mandamentos, nem

deles me esqueci” (Dt 26:13).

3. Os Propósitos de Deus Para os

Dízimos Vistos no Novo

Testamento

a. Sustentar os Pobres e Necessitados

na Família de Deus. “Não havia pois

entre eles necessitado algum; porque todos

os que possuíam herdades ou casas, vendendo-

as, traziam o preço do que fora vendido

e o depositavam aos pés dos apóstolos.

E repartia-se por cada um, segundo a

necessidade que cada um tinha.

“Então José, cognominado pelos apóstolos

Barnabé, que sendo interpretado significa

filho da consolação, levita, natural

de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-

a, e trouxe o dinheiro, e o depositou

aos pés dos apóstolos” (At 4:34-37).

“Porque pareceu bem à Macedônia e à

Acaia fazerem uma certa coleta para os pobres

dentre os santos que estão em Jerusalém’’

(Rm 15:26).

b. Sustentar os Mestres e Pregadores.

Os líderes e mestres da Igreja deveriam ser

sustentados através dos dízimos e ofertas

dados por aqueles a quem eles ministravam.

“E o que é instruído na Palavra reparta

de todos os seus bens com aquele que o

instrui” (Gl 6:6). “Assim também ordenou

o Senhor que aqueles que pregam o Evangelho

deveriam viver do Evangelho” (l Co

9:14).

Quando Paulo saiu como missionário

para pregar o Evangelho aos que nunca o

haviam ouvido, ele foi sustentado pela Igreja

de Filipos. “...como vós, filipenses, sabeis

nos primeiros dias do vosso conhecimento

do Evangelho, quando parti da

Macedônia, nenhuma igreja compartilhou

comigo com respeito a dar e a receber, senão

vós somente;

“Porque quando eu estava em Tessalônica,

vós me enviastes a ajuda, vez após

vez, quando eu me encontrava em necessidade.

Não que eu procure dádivas, mas

procuro o fruto que abunde para a vossa

conta.

“...Tenho em abundância, agora que recebi

de Epafrodito o que da vossa parte me

foi enviado e que é uma oferta de aroma

suave, um sacrifício aceitável e agradável

a Deus” (Fp 4:15-18). Aos generosos

filipenses o Senhor fez a seguinte promessa:

“Mas o meu Deus suprirá todas as

vossas necessidades, de acordo com as Suas

riquezas em glória por Cristo Jesus” (Fp

4:19).

4. A Promessa Especial de Deus

Aos que dão, Deus faz uma promessa

especial: “Dai, e ser-vos-á dado, boa medida,

recalcada, sacudida, e transbordando

vos deitarão no vosso regaço; porque

com a mesma medida com que derdes também

vos darão de novo” (Lc 6:38).

Esta passagem nos ensina que controlamos

o fluir (a quantidade) da bênção de

Deus e da provisão para as nossas necessidades.

Se dermos em colherinhas para o

Senhor, Ele também pegará esta mesma

colherinha que usamos e usá-la-á para nos

dar o que pedimos. Se tivermos a fé para

darmos ao Senhor usando uma enorme pá,

Ele também pegará esta mesma pá e usála-

á para nos dar de volta o que precisamos

com uma bênção muito mais abundante.

Ensinaram-me a dar 10% ao Senhor (o

dízimo) do dinheiro que eu ganhava, quando

eu era criança. Quando eu tinha 22 anos

de idade, eu já estava iniciando novas igrejas.

Tínhamos a menor quantia de dinheiro

que jamais tivemos em nossa vida. Durante

esta época o Senhor me ensinou a dar o

dízimo em dobro (20%) da minha limitada

quantia de dinheiro ao Senhor.

Um dos dízimos era para sustentar a

propagação do Evangelho na nação em que

eu vivia. O segundo dízimo era usado para

DÍZIMOS / DOAÇÕES SEÇÃO C8 / 507

sustentar a propagação do Evangelho em

outras nações, onde as pessoas ainda não

haviam ouvido sobre Jesus.

Isto liberou um milagroso fluir da bênção

de Deus sobre mim e a minha família.

Descobri que Deus faz o que Ele diz que

faria. Se dermos, receberemos de volta, proporcionalmente

ao que dermos.

5. Os Dízimos São um Privilégio

Vários séculos antes que a lei fosse dada

no Monte Sinai, Abraão deu o dízimo (a

décima parte) a um representante de Deus

(Gn 14:18-24; Hb 7:1,2). Jacó prometeu

dar um décimo de tudo aquilo com que Deus

o abençoasse (Gn 28:22). Jesus disse que

não deveríamos negligenciar os dízimos (Mt

23:23). Assim sendo, as nossas doações e

dízimos não deveriam ser entendidas como

sendo uma lei do Antigo Testamento nem

uma obrigação religiosa. Ao contrário, eles

são um privilégio dos que escolhem exercitar

a sua fé com suas doações.

6. Os Dízimos Expressam Fé

Os nossos dízimos e ofertas não compram

as bênçãos de Deus, mas certamente

liberam a Sua bênção sobre a nossa

vida.

“Trazei todos os dízimos à Casa do Tesouro,

para que haja mantimento na Minha

Casa, e depois fazei prova de Mim, diz

o SENHOR dos exércitos, se Eu não vos abrir

as janelas do Céu e não derramar sobre vós

uma bênção tal, que não haverá espaço

suficiente para recebê-la” (Ml 3:10).

Os que pagam os dízimos estão expressando

a sua fé em Deus na maneira mais

prática possível. Eles estão dizendo: “Creio

que os 90% que me sobraram após o dízimo

têm a bênção de Deus sobre eles. Com a

bênção de Deus os 90% podem comprar

mais do que os 100% comprariam, sem a

Sua bênção.” Precisamos de fé para crermos

nisto.

Deus permitia que o Seu povo pagasse

os dízimos com dinheiro, óleo, vinho, farinha,

frutos, madeira, animais e outros pertences

pessoais.

7. Outras Doações Além dos

Dízimos

Além dos 10%, os santos do Antigo Testamento

eram incentivados a dar as seguintes

coisas:

a. Os primogênitos de homens e animais

(Nm 18:6,15)

b. As primícias de suas colheitas (Nm

18:13; Dt 18:4)

c. Ofertas nas festas preestabelecidas

(2 Cr 31:3; Nm 28 e 29)

d. Ofertas nas luas novas (Ne 10:32-

39)

e. Oferta de lenha (Ne 10:34)

f. Dízimos dos dízimos (Ne 10:38)

g. Oferta alçada (Nm 18)

h. Votos (Nm 30)

i. Ofertas voluntárias (Lv 22:21; Ed

3:5)

j. Dízimos do terceiro ano (Dt 26:12)

k. Ofertas para os pobres, viúvas, órfãos,

estrangeiros (Dt 15:1-11)

l. Projetos especiais (Ed 8:24-36; Ne

7:70-72)

8. Seja um Doador

Generoso e Alegre

A Bíblia nos ensina que devemos dar voluntária

e alegremente, com um espírito de

generosidade. “Fala aos filhos de Israel,

que Me tragam uma oferta alçada: de todo

homem que der voluntariamente, com o seu

coração, dele tomareis a Minha oferta” (Êx

25:2).

“Lembrem-se disto: O que semeia pouco,

também ceifará pouco; o que semeia em

abundância, em abundância também ceifará.

“Cada um deveria dar segundo o que

propôs no seu coração: não relutantemente,

nem por compulsão, pois Deus ama ao que

dá com alegria” (2 Co 9:6,7).

Deus não mede a nossa doação pela quantia

que damos. Ele nos recompensa de acor508

/ SEÇÃO C8 C8.1 – Dízimos, Outras Doações e Administração Cristã

do com o que sobra depois que damos. Jesus

disse que a pequenina quantia dada pela

viúva foi maior do que todas as outras quantias

porque era “tudo o que ela tinha “ (Lc

21:1-4).

As doações generosas são uma prova do

nosso amor, fé, e maturidade (2 Co 8:24;

9:6,8,13). Um crente generoso faz com que

os outros dêem graças a Deus! (2 Co 9:11,

12).

Os pobres precisam dar porque eles precisam

que as bênçãos de Deus quebrem a

maldição da pobreza.

Os cristãos da Macedônia encontravamse

numa grande pobreza, e, contudo, davam

liberalmente (2 Co 8:2). Eles haviam aprendido

a obediência nas doações e haviam

aprendido que as doações trazem uma bênção

e quebram a maldição da pobreza! Jesus

Cristo, o nosso supremo exemplo, tornou-

Se pobre a fim de nos abençoar (2 Co

8:9).

A nossa recusa de sermos fiéis administradores,

através de nossas doações, é um

ato de roubo e rebeldia contra Deus (Ml

3:8-12). No entanto, quando nos entregamos

ao Seu propósito nas doações, isto significa

recebermos um “Céu aberto” e abundantes

bênçãos e proteção contra a pobreza

e a escassez.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 509

SEÇÃO C9

AS MULHERES NO MINISTÉRIO

Drs. T.L. e Daisy Osborn, com Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

C9.1 - As Mulheres na Liderança e no Ministério

C9.2 - O Papel das Mulheres no Antigo Testamento

C9.3 - As Mulheres do Novo Testamento no Ministério

C9.4 - Passagens Problemáticas Sobre as Mulheres no Ministério

tivar as mulheres a cumprirem os seus chamados

dados por Deus.

“E acontecerá nos últimos dias que Eu

derramarei do Meu Espírito sobre todas as

pessoas. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão...

Até mesmo nos Meus servos,

tanto homens como mulheres, derramarei

do Meu Espírito naqueles dias” (At 2:17,

18).

Três coisas são necessárias para fazermos

qualquer coisa neste mundo. São as

seguintes: tempo, pessoas, e dinheiro.

O diabo tem usado uma estratégia muito

bem-sucedida para impedir que a Igreja cumpra

a Grande Comissão de evangelizar o

mundo. A metade das pessoas (as mulheres)

são muitas vezes impedidas de participarem

deste processo por muitos grupos

de igrejas.

Será que você consegue imaginar qualquer

exército sendo bem-sucedido se ele

estiver impedindo que a metade dos seus

soldados lutem na guerra?

A. O PROPÓSITO DE DEUS PARA O

HOMEM E A MULHER

Vamos voltar para o Livro dos Princípios

(Gênesis) para examinarmos a criação da

mulher: “Assim sendo, Deus criou o homem

à Sua Própria imagem, na imagem de Deus

Ele o criou; macho e fêmea Ele os criou.

“E o Senhor Deus disse: Não é bom que

o homem fique só. Far-lhe-ei uma ajudante

adequada para ele” (Gn 1:27; 2:18).

Capítulo 1

As Mulheres na Liderança

e no Ministério

Introdução

“O Senhor deu a palavra: grande foi a

companhia das MULHERES que a publicaram”

(Sl 68:11).

A palavra COMPANHIA é traduzida da

palavra hebraica tsaba. A “Strong’s Concordance”

(Chave Bíblica de Strong’s) diz

que esta palavra é do gênero feminino e significa

“uma multidão de mulheres organizadas

para a guerra [um exército].”

Portanto, este versículo estabelece claramente

uma promessa profética de um dia

em que as mulheres seriam liberadas para

publicarem (pregarem) o Evangelho e para

fazerem a obra do Senhor juntamente com

os homens.

Assim sendo, o versículo é traduzido

corretamente: “O Senhor deu a palavra:

grande foi a multidão de mulheres organizadas

para a guerra que a publicaram.”

O que se segue foi escrito em defesa desta

força especial de mulheres.

Por conseguinte, o objetivo desta seção

é duplo: (1) liberar as mulheres a fim de que

elas possam encontrar os seus devidos lugares

na obra de Deus, para poderem então

cumprir os seus ministérios para a Sua glória;

e (2) mudar a atitude dos líderes masculinos

de igrejas a fim de que possam incen510

/ SEÇÃO C9 C9.1 – As Mulheres na Liderança e no Ministério

“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse:

Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a

terra, e sujeitai-a, e dominai...” (Gn 1:28).

1. Governantes Juntos

Estes versículos esclarecem que o propósito

original de Deus para o homem e

para a mulher era o de serem co-regentes

(governantes juntos) sobre a Criação renovada.

Isto significa que uma igualdade de

posição e autoridade era o propósito de

Deus. Eles deveriam governar juntos.

Esta parceria singular foi confirmada no

Novo Testamento. “Mas Eu gostaria que

soubésseis que a cabeça de todo homem é

Cristo; e a cabeça da mulher é o homem; e

a cabeça de Cristo é Deus” (1 Co 11:3).

“... a cabeça de todo homem é Cristo.”

Isto nos ensina que o relacionamento que

existe entre Cristo, o Filho, e o homem

(Adão) era o mesmo relacionamento que

Deus pretendia entre o homem (Adão) e a

mulher (Eva). “...e a cabeça da mulher [Eva]

é o homem [Adão],”

Este versículo também confirma que o

papel e o relacionamento que existem entre

Deus-Pai e Cristo, o Filho, eram o modelo

que as Escrituras usam para ilustrar o que

Deus pretendia que fosse o relacionamento

entre o homem e a mulher. Assim como “a

cabeça de Cristo é Deus” – assim também

“a cabeça da mulher é o homem”. Se quisermos

compreender o papel bíblico do homem

e da mulher, precisaremos examinar o

relacionamento de Deus-Pai com Cristo, o

Filho.

2. Plena Participação

“Então respondeu Jesus e disse-lhes: Na

verdade, na verdade vos digo que o Filho

não pode fazer nada por Si Próprio, a não

ser o que Ele vir o Pai fazendo; pois qualquer

coisa que Ele fizer, semelhantemente

também a fará o Filho” (Jo 5:19).

Assim como o Filho dependia do Pai

para uma aprovação e autoridade para agir,

assim também a mulher age em parceria com

o homem. O Filho faz tudo o que Ele observa

o Pai fazendo, da mesma maneira em que

Ele observa o Pai fazendo. Assim também

Deus pretendia que a mulher participasse

plenamente daquilo que o homem faz.

“Pois o Pai ama o Filho, e mostra-Lhe

todas as coisas que Ele Próprio faz, e Ele

Lhe mostrará obras maiores do que estas,

para que vos maravilheis” (Jo 5:20).

“Pois assim como o Pai ressuscita os

mortos e lhes dá vida, assim também o Filho

vivifica aqueles que Ele quiser” (Jo 5:21).

3. Responsabilidade de Julgar

“Pois o Pai... entregou todo julgamento

ao Filho” (Jo 5:22). A palavra julgar é a

palavra grega krino. Ela significa “decidir

(judicialmente); punir, vingar-se, julgar, agir

como advogado.”

Isto ilustra a intenção de Deus para a

mulher como uma co-regente com o homem.

A Igreja é a Noiva de Cristo. Paulo diz:

“Estou zeloso de vós com zelo de Deus. Eu

vos prometi a um marido, a Cristo, para

vos apresentar como uma virgem pura a

Ele” (2 Co 11:2). A Noiva (a Igreja) relaciona-

se com o Marido (Cristo), assim como o

Deus-Filho Se relaciona com o Deus-Pai.

“Pois somos membros do Seu Corpo,

da Sua carne, e dos Seus ossos... Este é um

grande mistério, mas falo com relação a

Cristo e à Igreja” (Ef 5:30-32).

Na qualidade de Noiva de Cristo, os

membros da Igreja são chamados para “julgarem

os anjos e os homens” e “as coisas

pertencentes a esta vida” (l Co 6:3). Este

papel feminino que foi dado à Noiva de

Cristo, a Igreja, é consistente com o propósito

original de Deus para a mulher de governar

e exercer domínio com Adão. A mulher

também deve ser autorizada a exercer

domínio numa harmonia amorosa com o

homem e em submissão a ele.

4. Submissão e Obediência

Mas Adão e Eva pecaram, e Deus disse

a Eva: “O teu desejo será para o teu mariAS

MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 511

do, e ele te dominará” (Gn 3:16). Assim

sendo, as mulheres receberam a ordem de

obedecerem os seus maridos. Foi assim que

as coisas permaneceram, até mesmo na época

do Novo Testamento, em que o Apóstolo

Paulo disse às esposas cristãs: “...submetei-

vos aos vossos próprios maridos,

como ao Senhor” (Ef 5:22).

Muito embora a mulher devesse obedecer

ao seu marido, ela, no entanto, não era

inferior a ele. Significa somente que ela deveria

estar disposta a permitir que ele liderasse.

Aliás, Paulo exigiu a submissão – tanto

por parte do marido quanto da mulher:

“Sujeitando-vos uns aos outros no temor

de Deus’’ (Ef 5:21).

Numa outra Carta, Paulo afirmou claramente

que não há nenhuma diferença de status

em Cristo entre o homem e a mulher:

“Não há judeu nem grego”, escreve ele,

“não há servo nem livre, não há macho

nem fêmea, porque todos vós sois um em

Cristo Jesus” (Gl 3:28).

Isto significa que precisamos, por conseguinte,

compreender o papel delineado na

Bíblia para a mulher. É algo maravilhoso e

glorioso.

Capítulo 2

O Papel das Mulheres no

Antigo Testamento

Introdução

Na antiga nação de Israel, as mulheres

eram consideradas como sendo membros da

“família da fé”. Como tais, elas podiam entrar

na maior parte das áreas de adoração.

A Lei determinava a todos os homens a

se apresentarem diante do Senhor três vezes

por ano. Aparentemente, as mulheres

os acompanhavam em algumas ocasiões (Dt

29:10,11; Ne 8:2; Jl 2:16), mas não era exigido

que elas fossem. Isto talvez se devesse

ao fato de as mulheres terem importantes

deveres como esposas e mães.

Por exemplo, Ana foi para Silo com o

seu marido e pediu um filho ao Senhor (1

Sm 1:3-18). Mais tarde, quando a criança

nasceu, ela disse ao seu marido: “Não subirei

até que a criança seja desmamada, e aí

então o levarei, para que ele possa aparecer

diante do Senhor, e lá habitar para sempre”

(1 Sm 1:22).

Na qualidade de cabeça da família, o pai

apresentava os sacrifícios e ofertas em nome

de toda a família (Lv 1:2). A esposa, no

entanto, também poderia estar presente.

As mulheres freqüentavam a Festa dos

Tabernáculos (Dt 16:14), a Festa Anual do

Senhor (Jz 21:19-21), e o Festival da Lua

Nova (2 Rs 4:23).

Um sacrifício que somente as mulheres

davam ao Senhor era oferecido após o nascimento

de uma criança:

“E, quando forem cumpridos os dias da

sua purificação, por um filho, ou por uma

filha, ela trará um cordeiro de um ano por

holocausto e um pombinho ou uma rola

para expiação do pecado, diante da porta

do tabernáculo da congregação, ao sacerdote”

(Lv 12:6).

Várias mulheres do Antigo Testamento

eram famosas por sua fé. Foram incluídas

na lista de Hebreus 11 duas mulheres, Sara

e Raabe (Gn 21; Js 2; 6:22-25).

Ana era um exemplo da mãe israelita temente

a Deus. Ela orava a Deus, acreditava

que Deus ouvia as suas orações, e manteve

a sua promessa a Deus. A sua história encontra-

se em 1 Samuel 1.

A. MIRIÃ

Miriã, a irmã mais velha de Moisés, foi

uma mulher realmente notável.

1. Ela Salvou a Vida de Moisés

O Faraó havia ordenado que todos os

bebês israelitas do sexo masculino fossem

mortos. A vida do bebê Moisés estava em

perigo. Assim sendo, a sua mãe “tomou para

ele uma arca de juncos... e colocou a criança

nele; e ela colocou a arca nos juncos à

margem do rio” (Êx 2:3).

512 / SEÇÃO C9 C9.2 – O Papel das Mulheres no Antigo Testamento

Este era um momento perigoso para

Moisés. Mas a sua corajosa irmã mais velha,

Miriã, muito embora ainda fosse uma

criança na ocasião, ficou por perto “...para

observar o que seria feito com ele” (Êx 2:4).

Ao observar a filha do Faraó resgatando

a Moisés, Miriã imediatamente apresentou

um plano de ação: “Então disse a sua irmã

[Miriã] à filha do Faraó: Irei eu a chamar

uma ama das hebréias, para que ela possa

criar esta criança para ti?” (Êx 2:7).

Miriã arranjou para que a mãe de Moisés

o criasse. Assim sendo, a rápida e corajosa

ação de Miriã salvou Moisés. Devemos

muito à mulher Miriã. Como seria o

mundo hoje se não tivéssemos tido o ministério

de Moisés?

2. Ela Foi Dirigente de

Louvor e Profetisa

Depois que o exército do Faraó foi afogado

nas águas do Mar Vermelho e que os

israelitas estavam seguros no deserto, aconteceu

uma grande celebração de adoração.

“E Miriã, a profetisa, a irmã de Aarão,

tomou um tamboril em sua mão; e todas as

mulheres saíram atrás dela, com tamboris

e com danças.

“E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR,

pois Ele triunfou gloriosamente; o

cavalo e o seu cavaleiro Ele lançou no mar”

(Êx 15:20,21).

O ministério de música e louvor é melhor

dirigido por pessoas com uma unção

profética sobre sua vida. Este era o caso de

Miriã. Ela tinha um belo dom profético e

musical que a tornava uma ideal dirigente de

louvor e também profetisa.

Semelhantemente a Davi, cerca de 500

anos mais tarde, ela cantou o cântico do

Espírito. O seu cântico era um cântico profético.

O seu ministério de adoração foi o

resultado da unção profética que estava sobre

a sua vida.

Outras mulheres do Antigo Testamento

também foram usadas no ministério de música

e adoração. Na época do Rei Davi,

“...Deus deu a Hemã... três filhas. Todas

estas estavam sob as mãos do seu pai para

o cântico na Casa do SENHOR com címbalos,

saltérios e harpas, para o serviço da Casa

de Deus, de acordo com o mandamento do

rei...” (1 Cr 25:5,6).

Davi estabeleceu uma ordem divina de

louvor e adoração para o povo de Deus que

se estende até mesmo à Igreja Neo-Testamentária

(Veja Atos 15:16). Portanto, ainda

é correto que as mulheres participem do

louvor, da adoração, e do ministério de música,

como era o caso de Miriã e as filhas de

Hemã.

3. Ela Foi Líder com Moisés e Aarão

“Pois te fiz subir da terra do Egito e te

redimi da casa da servidão; enviei diante

de ti Moisés, Aarão, e Miriã” (Mq 6:4).

Miriã é mencionada bem ao lado de

Moisés e Aarão, como um dos membros da

trindade que libertou e conduziu os israelitas

para fora da escravidão egípcia. Isto ilustra

o papel de liderança com autoridade e

com muita influência que ela exercia.

Será que ousamos negar em nossos dias

um papel semelhante a mulheres a quem, da

mesma forma, o Espírito Santo unge?

4. Ela Agiu Presunçosamente

“Lembra-te do que o SENHOR teu Deus

fez a Miriã no caminho, depois que saístes

do Egito” (Dt 24:9).

Miriã, Aarão, e o rei Saul ilustram uma

perigosa armadilha em que os líderes podem

cair. Os líderes podem tentar exercer

uma autoridade que vai além do seu cargo e

unção. Tanto as mulheres quanto os homens

devem estar cientes de que o exercício de

uma autoridade de liderança pode levar à

arrogância e ao orgulho, que podem ser coisas

destrutivas.

No que parecia ser um motivo racista,

Miriã desafiou indevidamente a autoridade

de Moisés: “E Miriã e Aarão falaram contra

Moisés por causa da mulher etíope, com

quem ele havia se casado...” (Nm 12:1).

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 513

O Senhor imediatamente exigiu uma explicação

de Miriã: “E a nuvem partiu de

sobre o tabernáculo; e eis que Miriã tornou-

se leprosa, branca como a neve...”

(Nm 12:10).

“E Moisés clamou ao SENHOR, dizendo:

Cura-a agora, ó Deus, eu Te rogo. E o SENHOR

disse a Moisés... que ela esteja fechada

fora do arraial sete dias... e Miriã esteve

fechada fora do arraial sete dias: e o povo

não partiu até que Miriã fosse recolhida

novamente” (Nm 12:13-15).

Todos os líderes, homens ou mulheres,

precisam respeitar os limites de seus ministérios.

Eles não deveriam se intrometer presunçosamente

em áreas pelas quais não têm

responsabilidade.

Miriã cometeu os seus erros exatamente

como outros grandes líderes. Como Moisés

e Davi, ela foi severamente disciplinada, e

assim encontrou o perdão e a restauração à

comunhão com o povo de Deus.

B. DÉBORA

“E Débora, uma profetisa, mulher de

Lapidote, julgava a Israel naquela época.

“E ela habitava debaixo das palmeiras

de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas

de Efraim: e os filhos de Israel subiam

a ela em juízo” (Jz 4:4,5).

1. Profetisa e Juíza

Débora, uma mulher casada, exercia dois

cargos: um como profetisa e outro como

governadora ou juíza. Este último papel é

consistente com a passagem de João 5:22,

que foi comentada acima.

Sob a liderança de Débora, os filhos de

Israel foram libertos de uma ocupação de

vinte anos de duração por um exército estrangeiro.

Através de discernimento profético, a

profetisa Débora solicitou que o general

israelita Baraque saísse com 10.000 homens

contra uma força superior de cananeus

que possuíam 900 carruagens de ferro.

Baraque liderou a batalha contra o exército

cananeu liderado pelo general Sísera, e os

derrotou.

Enquanto fugia, o General Sísera procurou

refúgio na tenda de uma família nômade,

cuja matriarca era Jael. Eles eram israelitas,

mas Sísera não sabia disto. Jael ofereceu-

lhe hospitalidade. Quando o General

estava dormindo profundamente, ela pegou

uma estaca de tenda e um martelo. Com um

poderoso golpe, ela atravessou a estaca na

cabeça de Sísera. Ele morreu instantaneamente.

Assim sendo, duas mulheres foram os

participantes principais nesta dramática libertação

de Israel dos seus opressores.

2. Cumpriu o Propósito Antigo

Mais tarde, Débora cantaria este canto

profético: “Então... o SENHOR fez com que

eu tivesse domínio sobre os valentes (Jz

5:13).

Ela cumpriu o antigo propósito de Deus

para o homem e para a mulher, de terem

domínio (Gn 1:28). Alguém disse: “Quando

o Senhor tem um trabalho de homem

para fazer, Ele sempre tem uma mulher para

fazê-lo.”

Por que então, existindo precedentes bíblicos

para as mulheres cumprindo papéis

importantes no propósito de Deus, a liderança

masculina de igreja usurpa para si regras

contra o ministério das mulheres?

C. HULDA

“Então Hilquias, o sacerdote... foi à profetisa

Hulda, mulher de Salum... o guarda

das vestiduras... e tiveram comunhão com

ela” (2 Rs 22:14).

1. Profetisa de Reforma

Durante o reinado do Rei Josias, o Livro

da Lei foi descoberto no Templo. Quando

os sacerdotes começaram a lê-lo, perceberam

que a nação havia se desviado muito

dos caminhos de Deus. Eles viram que a

nação estava em perigo de julgamento.

Para descobrirem o que fazer, eles foram

514 / SEÇÃO C9 C9.2 – O Papel das Mulheres no Antigo Testamento

falar com esta notável profetisa, a qual lhes

transmitiu coisas específicas sobre um julgamento

vindouro já determinado nos conselhos

do Céu.

Pelo fato de Josias ter se arrependido,

Hulda disse que os julgamentos determinados

não viriam durante o seu reinado, e sim

mais tarde.

Hulda inspirou o Rei Josias, o sumosacerdote,

e os outros líderes de Israel a

implementarem as mais amplas reformas

morais e espirituais já registradas. O resultado

disto tudo foi uma virtual onda

gigantesca de reavivamento e arrependimento.

Leia 2 Reis 22 e 2 Crônicas 34 para ver

os detalhes dos impressionantes resultados

do ministério de Hulda como profetisa.

Nenhum ministério profético registrado

jamais produziu uma transformação

tão abrangente assim na nação de Israel

num período de tempo tão curto quanto

este.

D. A ESPOSA DE ISAÍAS

Uma outra profetisa é mencionada no

Antigo Testamento: “E fui ter com a profetisa;

e ela concebeu e deu à luz um filho” (Is

8:3). Esta era a esposa de Isaías.

Não temos nenhum comentário bíblico

sobre o ministério dela, mas ficamos imaginando

se ela não contribuiu para os extensos

escritos de Isaías com revelações proféticas

significativas.

Nenhum outro profeta do Antigo Testamento

tem esta mesma descrição de ter sido

casado com uma profetisa. Será que isto

poderia explicar o motivo pelo qual Isaías

predisse com tanta precisão os sofrimentos

de Cristo? A Bíblia diz de fato que “dois

são melhores do que um; porque eles têm

uma boa recompensa pelo seu trabalho”

(Ec 4:9).

Não é difícil acreditarmos que o casamento

de Isaías com uma profetisa lhe tenha

dado uma distinta vantagem sobre os

outros profetas que não foram igualmente

abençoados. Não é de admirar que os escritos

de Isaías sejam geralmente chamados de

“O Quinto Evangelho”.

E. A MULHER VIRTUOSA DE

PROVÉRBIOS 31

Leia Provérbios 31, que a descreve como

sendo:

1. Diligente e Prendada

Versículos 13,19,22 – uma pessoa diligente

e prendada (que é portanto treinada e

instruída).

2. Proprietária de Terras

e Mulher de Negócios

Versículos 16,23 – uma proprietária de

terras e bem-sucedida mulher de negócios.

3. Benfeitora dos Pobres e

Necessitados

Versículo 20 – uma filantropa (alguém

que dá dinheiro aos outros) e benfeitora dos

pobres e necessitados. Assim sendo, ela

controla consideráveis quantias de dinheiro,

necessárias para estas atividades.

4. Sábia e Possuindo Uma

Opinião Respeitada

Versículo 26 – a sua sabedoria e opinião

são buscadas e respeitadas.

F. CONCLUSÃO

Portanto, o modelo bíblico para a mulher

está em conflito com o papel que lhe é

proporcionado na maior parte do mundo. A

Bíblia nos ensina a necessidade de elevarmos

o papel das mulheres.

Uma antiga estória judaica demonstra

como era importante a mulher em Israel. A

estória diz que certa vez um homem devoto

casou-se com uma mulher devota. Eles não

tinham filhos, e, portanto, eventualmente

decidiram divorciar-se.

Em seguida, o marido casou-se com uma

mulher ímpia, a qual o tornou ímpio também.

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 515

A mulher devota casou-se com um homem

ímpio e fez dele um homem reto.

A moral da estória é que a influência da

mulher determina a vida espiritual da família

e da nação. Em grande parte, ela era a

chave para uma família bem-sucedida ou a

causa do seu fracasso. Ela podia ter uma

influência incalculável em seus filhos, em

seu marido e na sua nação.

Portanto, as mulheres precisam da liberdade,

do respeito, e do reconhecimento para

que todos os seus talentos, unção e dons

concedidos por Deus possam ser expressos.

Capítulo 3

As Mulheres do Novo

Testamento no Ministério

Introdução

Na época do Novo Testamento, as mulheres

judias já não eram mais ativas na adoração

do Templo ou da sinagoga. As tradições

talmúdicas (às vezes citadas como a

Lei Oral) haviam relegado as mulheres a um

papel inferior, às vezes subserviente, e certamente

anti-bíblico.

Muito embora houvesse uma área especial

no templo conhecida como o “Átrio

das Mulheres”, não se permitia que as mulheres

entrassem no átrio interno.

Fontes extra-bíblicas nos dizem que não

se permitia que as mulheres lessem nem falassem

na sinagoga, mas que podiam sentar-

se e ouvir na seção especial das mulheres.

Talvez fosse permitido que as mulheres

entrassem somente nas sinagogas que

funcionavam com princípios helenísticos.

O templo judaico da época de Jesus

enfatizava distinções de classes étnicas e de

sexos em suas práticas religiosas. Havia seis

átrios e salões separados:

• Na parte externa, O Átrio dos Gentios,

para os estrangeiros;

• O próximo Átrio, onde nenhum gentio

poderia entrar sem morrer, o qual

incluía:

* o restrito Átrio das Mulheres, e

* o Átrio de Israel para os homens

judeus;

• O Átrio que conduzia ao Lugar Santo,

restrito aos Sacerdotes;

• O Lugar Santo; e

• O Santo dos Santos.

Um quadro diferente se desenrola no ministério

de Jesus. Lucas 8:1-3 indica que Jesus

acolheu de bom grado algumas mulheres

como companheiras de viagem. Incentivou a

Marta e Maria a se assentarem aos Seus pés

como discípulos (Lc 10:38-42). O respeito

de Jesus para com as mulheres era algo notavelmente

novo e em total contraste com o

respeito dos fariseus e saduceus.

Na obra redentora de Cristo, todas estas

barreiras foram derribadas, e todos os crentes,

independentemente de raça, sexo, ou

outras distinções, têm igual acesso a Deus.

“Porque Ele é a nossa paz, o Qual fez

de ambos os povos [judeus e gentios] um

só povo, e quebrou a barreira de separação

que estava entre nós” (Ef 2:14).

A nova dispensação cristã introduziu

uma nova época. Em Cristo, todas as divisões

foram eliminadas entre os judeus e gentios,

entre os homens e as mulheres e entre

os sacerdotes e os leigos (Ap 1:6).

“Porque todos quantos fostes batizados

em Cristo já vos revestistes de Cristo. Não

há judeu nem grego, não há servo nem livre,

não há macho nem fêmea, pois todos

vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3:27,28).

A. MULHERES NA VIDA DE CRISTO

1. Maria: Mãe de Cristo

A mãe de Jesus, Maria, era uma mulher

digna e temente a Deus. Aliás, Maria deve

ter se lembrado do exemplo de Ana, pois o

seu cântico de louvor a Deus (Lc 1:46-55)

foi bem semelhante ao cântico de Ana (1

Sm 2:1-10).

“Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus

enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido

sob a lei” (Gl 4:4).

516 / SEÇÃO C9 C9.3 – As Mulheres do Novo Testamento no Ministério

É verdade que a mulher, Eva, cedeu primeiramente

à tentação do pecado, e aí então

tentou o seu marido.

No entanto, não nos esqueçamos de que

foi uma mulher, Maria, que foi o vaso obediente

através do qual Cristo foi concebido

pelo Espírito Santo. Foi através da mulher

que o Salvador do mundo nasceu.

Assim sendo, se culparmos uma mulher,

Eva, pela queda do homem, aclamemos também

uma mulher, Maria, por ela ter sido o

vaso através do qual a humanidade recebeu

o Salvador.

2. Ana: Uma Profetisa

O Novo Testamento começa com a notável

história do nascimento de Jesus. Na

cerimônia de purificação de Maria (Lv 12:1-

6), uma profetisa chamada Ana faz uma

aparição dramática:

“E havia uma certa Ana, uma profetisa...

E ela era uma viúva de cerca de oitenta

e quatro anos de idade, e não se afastava

do templo, mas servia a Deus com jejuns e

orações noite e dia” (Lc 2:36,37).

Ana foi usada para confirmar que Jesus

era o tão esperado Messias-Libertador de

Israel. Desta forma, uma mulher teve um

papel significativo e proeminente no nascimento

e consagração de Jesus. Veremos mais

tarde que as mulheres também tiveram um

papel muito proeminente nos eventos ligados

à Sua crucificação e ressurreição.

3. Uma Mulher Perdoada:

Uma Evangelista

Na Bíblia, tanto homens quanto mulheres

seguiam a Cristo. As mulheres eram abençoadas,

perdoadas e curadas exatamente

como os homens.

Uma mulher que tivera cinco maridos, e

que estava vivendo com um outro homem

(com quem ela não era casada), foi abençoada

e perdoada de todos os seus pecados.

Como prova de que Jesus nunca manteve

os pecados desta mulher contra ela, no mesmo

dia em que ela se converteu, ela se tornou

uma das Suas evangelistas (Jo 4:28,29,39).

Ela levou uma vila inteira a Cristo.

4. Algumas Mulheres

Sustentavam Jesus

O único registro de um sustento financeiro

dado a Jesus encontra-se em Lucas:

“E certas mulheres... ministravam a Ele

com os seus recursos e bens” (Lc 8:2,3).

É óbvio que estas mulheres estavam autorizadas

a gastarem o seu dinheiro da forma

que julgassem melhor (algo que era negado às

mulheres em muitas culturas pagãs). Caso

contrário, elas não poderiam dar este dinheiro

a Jesus. Nas culturas cristãs ocidentais,

80 por cento do sustento financeiro da obra

do Senhor ainda procede de mulheres.

Estas mesmas igrejas de nações ocidentais

que negam às mulheres um papel de

liderança ou de ministério solicitam avidamente

o dinheiro delas, enviam mulheres

como missionárias a outras nações, ordenam

o silêncio delas na igreja, e ainda ensinam

visões anti-bíblicas do papel das mulheres.

5. Mulheres ao Lado da Cruz

“E junto à Cruz de Jesus estava a Sua

mãe, e a irmã de Sua mãe, Maria, mulher

de Cleófas, e Maria Madalena” (Jo 19:25).

A última pessoa ao lado da Cruz foi uma

mulher (Mc 15:47).

a. Onde Estavam os Homens?

1) Os Discípulos Fugiram. “Então

todos os discípulos O abandonaram e fugiram”

(Mt 26:56).

2) Pedro Seguiu de Longe. “Mas Pedro

O seguiu de longe até o palácio do

sumo-sacerdote, e, entrando, assentou-se

com os servos, para ver o fim” (Mt 26:58).

3) Pedro o Negou. O resultado disto

foi que Pedro negou conhecer Jesus (Mt

26:72).

4) Marcos Fugiu. Marcos (o escritor

do Evangelho) fugiu para salvar a sua vida.

“E um certo jovem O seguia [Marcos], envolto

num lençol sobre o seu corpo nu; e

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 517

outros jovens o agarraram, mas ele deixou

o lençol e fugiu deles nu” (Mc 14:51,52).

Os fatos acima fazem com que os homens

fiquem cabisbaixos de vergonha por

esta covardia. Mulheres corajosas estavam

dispostas a arriscarem as suas vidas por

Jesus. Homens aterrorizados, no entanto,

fugiram para salvar a sua vida.

6. Mulheres Anunciam a

Ressurreição

a. Primeiramente no Sepulcro. A primeira

pessoa no sepulcro foi uma mulher

(Jo 20:1).

b. A Primeira Pessoa a Anunciar. A

primeira pessoa a proclamar a mensagem

da ressurreição foi uma mulher (Mt 28:8).

Foi uma mulher que pregou o primeiro

sermão sobre a ressurreição. E ela pregou aos

próprios apóstolos. Jesus lhe disse para

fazer isto! (Jo 20:17,18).

Hoje em dia, muitos dizem às mulheres

para não pregarem nem ensinarem. Contudo,

Jesus enviou uma mulher com uma mensagem:

“Vá dizer aos Meus irmãos que Eu

ressuscitei.”

Onde estavam aqueles “homens corajosos”

na manhã em que Jesus ressuscitou

dos mortos?

Uma mulher estava lá!

Aparentemente, os homens ficaram desanimados

após o inesperado opróbrio da

crucificação, e, de acordo com João 21:3,

eles voltaram às suas redes de pesca. As

mulheres, no entanto, foram para o sepulcro.

Elas estavam lá na manhã em que Cristo

ressuscitou dos mortos!

O Cristo ressurreto apareceu e falou primeiramente

a uma mulher!

É estranho que se diga às mulheres para

ficarem caladas, que elas não podem pregar,

nem ensinar o Evangelho. Jesus enviou

uma mulher para transmitir as primeiras

notícias da Sua ressurreição.

A Sua morte e ressurreição elevaram a

mulher do seu estado decaído e a restaurou

ao seu devido lugar em Seu Reino. Agora ela

estava livre para permanecer ao lado do seu

marido – igualmente digna de transmitir a

mensagem neo-testamentária de Cristo a

todo o mundo.

B. AS MULHERES E A GRANDE

COMISSÃO

Quando Jesus ordenou: “Ide a todo o

mundo e pregai o Evangelho a todas as

criaturas”, esta Comissão era para todos

os crentes, independentemente do sexo, cor,

raça, ou cultura.

1. Os Sinais e Milagres Deveriam

Seguir Ambos os Sexos

Ao categorizar os sinais e milagres que

acompanhariam o ministério da evangelização,

Ele especificou: “Estes sinais seguirão

OS QUE CRÊEM” (Mc 16:17). Isto incluía

ambos os sexos.

Jesus disse: “Aquele que crê em Mim,

também fará as obras que Eu faço” (Jo 14:12).

Isto incluía tanto os homens quanto as

mulheres, e um grande número de excelentes

mulheres líderes têm sido fortes e corajosas

o suficiente para provarem isto.

João 14:12-14 refere-se a ambos os sexos,

e inclui as mulheres, SE AS MULHERES

TIVEREM FÉ SUFICIENTE PARA CREREM

E AGIREM EM CONFORMIDADE COM

ISSO.

Se eu fosse mulher, eu reivindicaria João

15 de uma maneira pessoal. Caso contrário,

somente os homens podem ser salvos.

2. As Mulheres Autorizadas a

Testemunhar

Dentre os primeiros a serem revestidos

com o poder do Espírito Santo, a fim de poderem

se tornar testemunhas para Cristo, encontravam-

se algumas mulheres (At 2:4; 1:8).

Depois que Jesus subiu ao Céu, várias

mulheres se encontraram com os outros discípulos

no Cenáculo para orarem.

Muito embora as Escrituras não digam

isto especificamente, estas mulheres provavelmente

oraram audivelmente em público.

518 / SEÇÃO C9 C9.3 – As Mulheres do Novo Testamento no Ministério

Quando Jesus disse em Atos 1:8: “Recebereis

poder depois que o Espírito Santo

descer sobre vós,” esta promessa era para

as mulheres também. “Todos estes perseveravam

unanimemente em oração e súplicas,

COM AS MULHERES” (At 1:14).

Não há nenhuma dúvida. Dentre os que

freqüentaram a primeira reunião de oração

para receberem o poder prometido encontravam-

se mulheres.

“E TODOS foram cheios” (At 2:4). Para

quê?

Para cumprirem Atos 1:8: “E ser-Meeis

testemunhas.” Isto incluía ambos os sexos.

Quando refletimos sobre o estado de supressão

da mulher sob o sistema do Templo

Judaico da época do Novo Testamento, e o

fato de que nem ao menos se lhes permitia

aproximarem-se da área de adoração, mas eram

restritas ao átrio externo das mulheres, não é

nenhum acidente o fato de o Espírito Santo

especificar que eles estavam em “oração e

súplicas, COM AS MULHERES, “ e “TODOS

foram cheios,” a fim de que TODOS pudessem

fazer a obra de evangelização.

Tanto os homens quanto as mulheres se

reuniram na casa da mãe de João Marcos

para orarem pela libertação de Pedro (At

12:1-17).

Tanto os homens quanto as mulheres

oravam regularmente nas igrejas neotestarnentárias.

Foi por isto que o Apóstolo

Paulo deu instruções tanto a homens

quanto a mulheres sobre como orarem (e

profetizarem) em público (1 Co 11:2-16).

C. AS MULHERES GENTIAS

E O EVANGELHO

As primeiras pessoas a receberem os

missionários cristãos na Europa – Paulo e

Silas – foram mulheres membros de um grupo

de oração. “E num sábado saímos da

cidade e fomos à margem de um rio, onde

orações estavam sendo feitas, e, nos assentamos

e falamos com as mulheres que lá se

encontravam” (At 16:13).

Estas mulheres se tornaram os membros

fundadores da Igreja de Filipos. Leia Filipenses

4:1-3 com relação a isto. Nesta passagem,

as mulheres são mencionadas como aquelas

que “...trabalharam com Paulo no Evangelho”.

Indubitavelmente, a contenda que surgiu

entre essas mulheres deveu-se a um conflito

resultante dos seus papéis de liderança.

1. Lídia

Vale a pena a nossa consideração sobre a

história desta mulher notável. Ela foi a primeira

pessoa européia que se converteu. “E

uma certa mulher, chamada Lídia,

vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira,

que adorava a Deus, nos ouvia, e o Senhor

lhe abriu o coração para que estivesse atenta

ao que Paulo dizia” (At 16:14).

Aparentemente, ela era uma mulher muito

rica. Ela tinha uma casa que era grande o

suficiente para acomodar a sua própria família,

bem como quartos de hóspede para

Paulo e Silas. “E depois que foi batizada, e

a sua família também, ela nos rogou dizendo:

Se me haveis julgado como sendo fiel

ao Senhor, entrai em minha casa e habitai

lá...” (At 16:15).

Mais tarde, ao ministrar em Filipos, Paulo

e Silas foram aprisionados. O terremoto

os libertou, e Lídia recebeu de bom grado

aqueles apóstolos surrados e feridos em sua

casa para descansarem e se recuperarem.

“E ao saírem da prisão, eles entraram

na casa de Lídia, e quando haviam visto os

irmãos, eles os confortaram e depois partiram”

(At 16:40).

O historiador Eusébio indica em seus

escritos que ela dirigiu a Igreja de Filipos

por algum tempo. Talvez Lídia fosse uma

daquelas mulheres a quem este versículo se

refere: “E rogo-te... ajuda aquelas mulheres

que trabalharam comigo no Evangelho...”

(Fp 4:3).

Como vendedora de púrpura (a cor da

realeza das nações ocidentais), alguns têm

sugerido que ela tinha amplos contatos

dentre as mais influentes famílias européiAS

MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 519

as do Império Romano. Ela usava esta vantagem

para disseminar o Evangelho a estas

famílias ricas que tinham uma grande influência

política.

Lídia era de fato como aquela mulher virtuosa

de Provérbios 31.

2. Priscila

A Bíblia diz que ela explicou ao poderoso

pregador Apolo “...o caminho de Deus

mais perfeitamente” (At 18:24-28). Isto é

muito surpreendente pois Apolo é descrito

como sendo “...um homem eloqüente e poderoso

nas Escrituras...” (At 18:24).

É algo ainda mais surpreendente quando

a Igreja dos dias atuais não permite que as

mulheres em algumas igrejas nem ao menos

falem.

3. As Quatro Filhas de Filipe

“...nós que estávamos em companhia

de Paulo... chegamos a Cesaréia... à casa

de Filipe o evangelista... e ficamos com ele.

Esse mesmo homem tinha quatro filhas virgens,

que profetizavam” (At 21:8,9).

Aparentemente, Filipe não sabia que não

se permitia que as mulheres orassem e profetizassem,

como ensina a Igreja dos dias

atuais. A sua linda família era um modelo de

espiritualidade e ordem divina.

Tenho a certeza de que Filipe deve ter

conhecido as promessas:

“...derramarei do Meu Espírito sobre a

tua semente, e a minha bênção sobre a tua

descendência” (Is 44:3).

“E há de ser que depois derramarei do

Meu Espírito sobre toda a carne; e as vossas...

filhas profetizarão...” (Jl 2:28).

“E acontecerá nos últimos dias, diz

Deus, que Eu derramarei do Meu Espírito

sobre toda a carne; e... as vossas filhas profetizarão...”

(At 2:17).

“Aí então Pedro lhes disse: Arrependeivos,

e cada um de vós seja batizado... para

a remissão dos pecados e recebereis o dom

do Espírito Santo. Pois a promessa é para

vós, e para os vossos filhos...” (At 2:38,39).

Sem dúvida nenhuma, Filipe aceitou estas

promessas bíblicas para as suas filhas, e

uma linda unção profética veio sobre elas.

Estas filhas de Filipe fizeram o que a Bíblia

disse – elas profetizaram.

4. Febe

Na Igreja de Cencréia havia uma diaconisa

chamada Febe, a qual Paulo disse que

“...era uma ajudante de muitos” (Rm 16:2).

O historiador Eusébio diz que ela supervisionava

duas igrejas e viajava extensivamente

em seu ministério.

5. Júnia

Júnia é um nome feminino em grego. Ela

foi chamada de apóstolo. “Saudai a

Andrônico e a Júnia... os quais se distinguiram

entre os apóstolos...” (Rm 16:7).

Observe que a palavra grega HOS, traduzida

como “OS QUAIS”, inclui os gêneros

masculino e feminino. Assim sendo,

quando Paulo diz: “OS QUAIS se distinguiram

entre os apóstolos”, ele está incluindo

a Andrônico E A JÚNIA.

A palavra grega hos é usada neste versículo:

“Porque assim se adornavam também

antigamente as santas mulheres, as

quais confiavam em Deus...” (1 Pe 3:5).

Esta é uma evidência convincente de que

um dos 22 apóstolos mencionados no Novo

Testamento era uma mulher.

6. Evódia e Síntique

Evódia e Síntique eram líderes espirituais

em Filipos. Paulo disse: “...ajuda aquelas

mulheres que trabalharam comigo no Evangelho,

e com Clemente também, e com os

meus outros colaboradores...” (Fp 4:3).

Quando Paulo cita estas mulheres como

“meus colaboradores”, fica implícito que

elas estavam fazendo uma obra semelhante

à obra feita por Paulo.

7. A Senhora Eleita

“O ancião à senhora eleita, e aos seus

filhos, os quais amo na verdade...” (2 Jo 1).

520 / SEÇÃO C9 C9.4 – Passagens Problemáticos Sobre as Mulheres no Ministério

Ao meditarmos sobre a Carta do Apóstolo

João a esta SENHORA eleita, parece

evidente que ela era um líder espiritual de

alguma proeminência e autoridade.

A palavra “SENHORA” é proveniente da

palavra grega KURIA, a forma feminina de

KURIOS – que significa, como um título respeitoso,

“supremo em autoridade” (neste

contexto, provavelmente se referindo a ela

como o pastor sênior da igreja em sua casa).

João a investe com a responsabilidade

de guardar a sua própria integridade doutrinária

(e, por implicação, da igreja que se

reunia em sua casa).

“Se alguém vem ter convosco, e não traz

esta doutrina, não recebais em casa, nem

tampouco o saudeis” (2 Jo 10).

Este seria o papel normalmente associado

ao PRESBÍTERO da igreja (At 20:17,

28-31).

Somente podemos concluir, então, que

ela cumpria o papel de um presbítero ou

pastor sênior.

8. Jezabel, a Falsa Profetisa

A Igreja de Tiatira recebeu uma severa

admoestação do Cristo ressurreto: “No

entanto, tenho algumas coisas contra ti,

pois toleras que aquela mulher, Jezabel,

que se diz profetisa, ensine e seduza os

Meus servos a cometerem fornicação e a

comerem das coisas sacrificadas a ídolos”

(Ap 2:20).

Podemos aprender várias lições através

deste episódio.

a. Ela Foi Repreendida por Imoralidade.

Se Jesus e os apóstolos não permitiam

que as mulheres fossem “profetisas”

na Igreja, por que então esta igreja

tinha uma? A repreensão foi pela sua imoralidade

e associação com a idolatria e não

pela reivindicação de ser uma profetisa.

b. Ela Foi Repreendida por Ensinamentos

Errôneos. Se Jesus e os apóstolos

não permitiam que as mulheres “ensinassem”

na Igreja, por que então Jezabel ensinava?

A repreensão foi por causa dos seus

ensinamentos errôneos, e não pelo fato de

que ela ensinava na Igreja.

D. CONCLUSÃO

Devido a todas estas evidências, somente

podemos chegar à seguinte conclusão. A

preponderância da liderança na Bíblia era

masculina. No entanto, mulheres de Deus

ungidas, consagradas e escolhidas nunca

foram impedidas de exercerem papéis de

liderança, nem de terem o direito de funcionarem

num dom ou chamado concedido por

Deus.

Será que ousaríamos nos apropriar indevidamente

das nossas tradições eclesiásticas

contra esta montanha de evidências bíblicas

para negarmos às mulheres a sua devida

e bíblica expressão e liberdade?

Algumas das “passagens problemáticas”

nas cartas de Paulo serão abordadas no próximo

capítulo.

Capítulo 4

Passagens Problemáticas

Sobre as Mulheres no

Ministério

A. O PROPÓSITO DE DEUS PARA O

HOMEM E A MULHER

1. A Mulher Como Auxiliar

Deus disse ao homem: “Não é bom para

você estar só.”

Aparentemente, nunca foi o propósito

de Deus que o homem vivesse só. Desde o

limiar da história humana, o propósito de

Deus para o homem incluía uma mulher e

ajudante ao seu lado, para que pudessem

compartilhar um com o outro, trabalhar e

viver juntos, lado a lado – uma unidade

sob a autoridade de Deus.

Isto é companheirismo, o que subentende

uma cooperação, trabalhando lado a lado,

adorando e orando juntos, servindo juntos,

ministrando juntos, e ganhando almas juntos.

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 521

“Far-lhe-ei uma ajudante...”

Que os homens cristãos aprendam que

as suas esposas são as suas “ajudantes” na

vida – e não suas escravas ou servas, e sim

suas parceiras, participantes e companheiras.

“Então o Senhor Deus fez cair um profundo

sono sobre Adão, e ele adormeceu, e

Deus tomou uma das suas costelas e serrou

a carne em seu lugar.

“E da costela, que o Senhor Deus havia

tomado do homem, Ele formou uma mulher,

e a trouxe ao homem. E Adão disse:

Esta é agora osso dos meus ossos e carne

da minha carne” (Gn 2:21-23).

Isto é o que o homem deveria pensar

sobre a sua esposa. Ele deveria amá-la como

a sua própria carne (Ef 5:28,29).

“Adão disse... ‘Ela será chamada de Mulher,

porque ela foi tirada do Homem’. Portanto,

deixará o homem o seu pai e a sua

mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e ambos

serão uma só carne’’ (Gn 2:23,24).

Esta é a vontade de Deus para o homem e

para a mulher! É um companheirismo de

amor. O casamento é o feliz estado de um

homem e uma mulher, compartilhando a vida

juntos. Esta foi a intenção de Deus para o

casamento.

2. A Mulher Como Uma

Parceira Sexual

“Portanto, o homem... apegar-se-á à sua

mulher: e ambos serão uma só carne” (Gn

2:24).

É contrário à Lei Bíblica que uma mulher

(ou homem) que não seja casada tenha relações

sexuais. Ela deve permanecer virgem

até após a cerimônia de casamento. Na época

do Antigo Testamento, se qualquer pessoa

pudesse provar que uma mulher não

era virgem ao se casar, ela era levada à porta

da casa do seu pai e os homens da cidade a

apedrejavam até a morte (Dt 22:20,21).

Na época do Novo Testamento, Jesus

mostrou misericórdia aos que transgrediram

as leis morais. Ele os perdoou e os restaurou

com a seguinte admoestação: “...Nem

eu tampouco a condeno: vai-te, e não peques

mais” (Jo 8:11).

O sexo, no entanto, era uma parte muito

importante da vida conjugal. Deus havia

ordenado que o relacionamento sexual fosse

desfrutado no lugar apropriado e com as

pessoas apropriadas: os cônjuges.

Os judeus levavam isto tão a sério que

um homem recém-casado era isentado dos

seus deveres militares ou trabalhistas por

um ano inteiro a fim de que ele pudesse

“...alegrar a sua mulher, que tomou” (Dt

24:5).

A única restrição era que o marido e a

esposa não deveriam ter relações sexuais

durante o período de menstruação dela (Lv

18:19).

O sexo deveria ser desfrutado tanto pela

esposa quanto pelo marido. Deus disse a

Eva: “ ...o teu desejo será para o teu marido”

(Gn 3:16).

Nos Cantares de Salomão, a mulher era

muito agressiva, beijando o seu marido e

dirigindo-o ao quarto. Ela expressava o seu

amor por ele repetidas vezes e o incitava a

desfrutar do relacionamento físico deles (Ct

1:2; 2:3-6; 8:10,14).

Na época do Novo Testamento, houve

uma divergência na Igreja de Corinto sobre

o papel do sexo. Algumas pessoas, aparentemente,

defendiam os valores hedonísticos

(tudo o que alguém quisesse fazer sexualmente

deveria ser permitido – incluindo-se

a fornicação, o adultério, a prostituição e os

atos homossexuais).

Outras pessoas achavam que o sexo era

de certa forma maligno e que as pessoas não

deveriam absolutamente ter nenhuma relação

física, nem mesmo com seus próprios

maridos e esposas (Veja l Coríntios 7).

Paulo relembrou aos coríntios que o adultério

e o homossexualismo eram pecados e

deveriam ser evitados (l Co 6:9-11).

No entanto, ele disse que os maridos e

as esposas deveriam desfrutar juntos do

dom divino do sexo. Paulo instruiu que “...o

522 / SEÇÃO C9 C9.4 – Passagens Problemáticos Sobre as Mulheres no Ministério

marido deveria dar à esposa os seus deveres

conjugais e, semelhantemente, a esposa

ao seu marido...

“Não se recusem, exceto por um acordo

mútuo por algum tempo, para que vocês

possam se devotar à oração. Aí então, juntem-

se novamente, para que Satanás não

os tente através de uma falta de auto-controle”

(l Co 7:3,5).

3. O Casamento Ideal Foi Perdido

Adão e Eva estavam satisfeitos. Eles se

amavam e eram uma só carne. Aconteceu

então que aquele primeiro homem e aquela

primeira mulher desobedeceram a Deus, e o

pecado deles lhes trouxe a penalidade da

Sua lei: “A alma que pecar, essa morrerá...”

(Ez 18:20).

Eles foram expulsos do Jardim do Éden,

porque não poderiam viver na presença de

Deus depois de haverem pecado.

Eles se tornaram escravos de Satanás, a

quem haviam obedecido. “Vocês não sabem

que a quem vocês se entregarem como

escravos para obedecerem, deste vocês são

escravos a quem vocês obedecem; quer seja

do pecado para a morte, ou da obediência

para a retidão?” (Rm 6:16). Assim sendo,

Adão e Eva tinham agora um novo mestre, e

foi aí que começou o problema.

No coração do homem e da mulher, a

concupiscência começou a tomar o lugar do

amor. A cobiça e o mal tomaram o lugar do

bem. As paixões malignas foram desencadeadas.

À medida que os séculos se passaram,

pelo fato de o homem ter um físico maior e

músculos mais fortes, o mal em seu coração

fez com que ele transformasse a mulher em

sua escrava.

Ao invés de uma amorosa ajudante e

companheira para ser protegida e cuidada,

ele a reduziu a um meio físico inferior para

a satisfação da sua própria concupiscência.

4. Recuperação Providenciada

Mas, semelhantemente a todas as conseqüências

malignas do pecado, graças a

Deus que foi providenciada uma recuperação

deste estado decaído da mulher (e do

homem) – uma redenção através da qual ela

foi restaurada ao seu devido lugar ao lado

do homem.

Este remédio encontrou-se na morte e

no sacrifício de Jesus Cristo nosso Senhor.

Ele veio para sofrer as conseqüências de

todos os nossos pecados – os das mulheres,

como também os dos homens. Ele veio

para resgatar todos nós e para nos restaurar

à nossa posição com Deus e de uns para

com os outros.

B. TRADIÇÃO DA IGREJA

Em Mateus 19:3-9 Jesus apresentou o

Seu padrão para os relacionamentos entre

um homem e uma mulher. Os judeus da época

de Jesus tinham um padrão que havia

sido rebaixado por Moisés, e, mais tarde,

pelas interpretações e ensinos talmúdicos.

Jesus esclareceu que estas tradições não

anularam o propósito original de Deus para

o homem e a mulher. Ele veio para estabelecer

a intenção e o propósito originais de

Deus. “Ele lhes disse: Moisés, por causa

da dureza dos seus corações, permitiu que

vocês repudiassem as suas mulheres: mas

no principio não era assim.”

1. As Mulheres Proibidas de Falar

Os teólogos não têm enfatizado o fato

de que a obra redentora de Cristo deveria

restaurar o propósito original de Deus,

restaurando a mulher ao seu lugar original

ao lado do homem. Assim sendo, eles proíbem

muitas vezes que as mulheres falem na

igreja.

Já se passaram quase 2.000 anos desde

que Jesus elevou as mulheres. Contudo,

hoje em dia, a tradição eclesiástica muitas

vezes proíbe que as mulheres preguem ou

ensinem.

A base dos teólogos para esta restrição

encontra-se em algumas instruções apostólicas

práticas dadas por Paulo para remediar

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 523

certos abusos dentre as mulheres recém liberadas

(e na grande maioria incultas). Paulo

estava simplesmente reforçando regras básicas

de etiqueta e civilidade.

A liberdade para as mulheres orarem e

profetizarem em reuniões religiosas era tão

nova que ela causou alguns problemas nas

igrejas onde os judeus e os gentios se misturavam.

Não era fácil para aqueles primeiros cristãos

judeus aceitarem esta nova igualdade

espiritual para as mulheres. A idéia de as

mulheres participarem de uma cerimônia

religiosa era tão remota a ponto de ser um

total sacrilégio. Nem ao menos se permitia

que as mulheres entrassem no átrio de adoração

do templo judaico.

Os judeus que haviam se convertido a

Cristo apegavam-se a antigos costumes. Os

crentes judeus ainda se atinham às leis de

alimentação do Antigo Testamento. (Veja a

Seção Os 500 Anos Entre os Testamentos.)

Eles continuavam a prática da circuncisão,

e até mesmo faziam com que professores

judeus se infiltrassem entre os gentios,

insistindo que fossem circuncidados. Portanto,

a permissão de as mulheres se expressarem

na igreja certamente não era o

menor dos seus aborrecimentos.

A tradição judaica proibia que as mulheres

falassem na sinagoga. Ainda que não existisse

nenhuma autoridade bíblica para estas

regras, os judeus crentes ainda assim insistiam

na adesão às suas tradições religiosas.

2. Arranjos de Assentos Especiais

O arranjo dos assentos em seus locais de

reunião era um remanescente direto da tradição

do templo judaico. Sempre houvera

um restrito Átrio das Mulheres, e, assim

sendo, as mulheres ficavam limitadas às seções

posteriores das sinagogas, onde os seus

mexericos e tagarelices não perturbavam a

adoração sagrada.

Os homens, que sempre haviam sido os

instrumentos santos de Deus, ocupavam a

seção principal, onde podiam exercer a adoração

espiritual, dirigir as suas reuniões, debater

e discutir as questões atuais, negócios

e problemas, e oficiar as suas cerimônias.

(As Igrejas de alguns países, como o

Egito por exemplo, ainda assentam as mulheres

separadamente.)

No que se refere às mulheres, na época

de Paulo elas eram geralmente consideradas

como sendo pouco mais do que meros objetos

ou escravas. Geralmente eram incultas,

sem nenhuma instrução ou sofisticação.

Na nova revolução cristã, os homens judeus

convertidos relutantemente admitiam

o fato de que as mulheres poderiam ser salvas.

Considerando-se, porém, os seus preconceitos

contra as inferiores mulheres, era

uma agonia mental integrá-las no santuário,

e era algo fora de questão que estas “criaturas

inferiores” falassem ou ensinassem. A

superioridade masculina não poderia tolerar

este nível de indignidade.

Esta recém-descoberta liberdade das

mulheres em Cristo estava em conflito direto

com o antigo sistema judaico, e o resultado

foi a permanência de uma distinta barreira

entre os homens e as mulheres no convívio

destes primeiros cristãos.

3. Ordem e Dignidade

Indispensáveis

Para piorar ainda mais as coisas, as mulheres

geralmente não eram instruídas e tinham

a tendência de ostentar a sua nova

liberdade como qualquer outro povo oprimido

que é repentinamente emancipado. Elas

sempre haviam sido mantidas no Átrio das

Mulheres. Agora elas podiam entrar no local,

ver, e ouvir tudo.

Isto era intrigante e inflamava os seus

espíritos. Algumas falavam sem rodeios,

outras eram impetuosas e clamorosas, outras

eram insaciavelmente curiosas e inquisitivas.

Esta era uma nova dimensão, mas a

presença e palavreado delas era uma ofensa

aos homens judeus que já estavam a ponto

524 / SEÇÃO C9 C9.4 – Passagens Problemáticos Sobre as Mulheres no Ministério

de explodir por esta nova liberdade que permitia

que as mulheres entrassem na assembléia

dos adoradores.

Quando estas mulheres ouviam por acaso

argumentações na igreja, algumas delas

não conseguiam resistir a tentação de berrarem

para seus maridos, pedindo-lhes explicações.

Ou uma delas talvez fizesse objeção

a uma certa questão, ou talvez entrasse

na discussão, ou fizesse uma pergunta,

ou até mesmo desse uma profecia

ou interpretação – e, geralmente, de uma

forma desordenada, chamando da seção das

mulheres e bradando para ser ouvida pelos

homens.

Lembre-se que esta agitação era a expressão

das primeiras mulheres emancipadas do

mundo. Elas não eram treinadas nem disciplinadas

em seu novo papel de liberdade

em Cristo.

O fato de as mulheres se assentarem dentro

da igreja, e de ouvirem e verem tudo pela

primeira vez foi uma experiência avassaladora.

Elas não haviam aprendido a se conterem,

e assim sendo, expressavam inadvertidamente

todo e qualquer pensamento ou

sentimento.

Paulo estava tentando estabelecer um

pouco de ordem e dignidade nesta nova liberdade

cristã. Parecia-lhe totalmente inadequado

que estas mulheres ostentassem a

sua nova liberdade e berrassem lá de trás,

do “Átrio das Mulheres”.

Não era decente que elas fizessem perguntas,

nem reivindicassem a sua nova liberdade,

dando profecias ou fazendo debates

doutrinários. Não era costumeiro que as

mulheres ensinassem aos homens idéias que

eles achavam que lhes haviam sido reveladas.

Com as crianças chorando e as mulheres

gritando para conseguirem a atenção dos

homens, era um quadro vergonhoso e um

constrangimento àqueles homens judeus

recém-convertidos. Paulo sabia que alguma

coisa precisava ser feita. Aquelas mulheres

estavam se aproveitando da sua nova liberdade

e precisavam aprender a enfrentar o

seu novo papel de emancipadas em Cristo.

Este é o contexto situacional no qual Paulo

deu as suas instruções com relação ao comportamento

das mulheres numa reunião de

igreja.

Não era cortês nem apropriado que

aquelas ativas e treinadas mulheres se levantassem

e perturbassem a assembléia.

Algumas delas eram impulsivas o suficiente,

em seu estado inconvencional para

discordarem dos homens publicamente, ou

de discutirem ou persuadirem a opinião

pública, ensinando os seus pontos de vista

abertamente.

Imaginem o tumulto e a agitação que uma

camponesa resoluta poderia ocasionar numa

situação como esta.

Eu posso compreender isto, porque já

estive em muitos países onde as mulheres

ainda estão acorrentadas por costumes

tribais, onde são compradas e vendidas

como se fossem animais, onde são propriedade

dos homens e por eles usadas. Em

muitas regiões, as mulheres são proibidas

de participarem dos ritos pagãos ou de comparecerem

a um sacrifício. Elas são oprimidas

e não têm nenhum direito de livre expressão.

Em muitos países hoje em dia, quando

estas pessoas se convertem e quando estas

mulheres descobrem a sua nova liberdade

em Cristo, é necessário algum tempo para

que elas se ajustem ao seu novo papel como

mulheres cristãs livres.

Em regiões subdesenvolvidas, eu já vi

esta mesma confusão que Paulo experimentou.

Eu já tive que dizer a mulheres camponesas

incultas e rixosas para ficarem em silêncio

e esperarem até que chegassem em

casa para discutirem o assunto. Era algo

impróprio que mulheres com os seios desnudos

se levantassem e discutissem um

ponto, tendo um bebê mamando, pendurado

a um dos seus seios, e, ao mesmo tempo,

gesticulando sem nenhuma sofisticação,

como se estivessem num mercado.

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 525

Em algumas regiões muçulmanas, onde

as mulheres usam véus, porque é uma desonra

que qualquer homem, exceto os seus

maridos, vejam os seus rostos descobertos,

elas ficam constrangidas em público.

Eu já disse muitas vezes a homens muçulmanos

para trazerem as suas esposas, o

que é uma experiência muito estranha para

estas mulheres.

Eu já as vi ficarem tão entusiasmadas

com a mensagem do Evangelho que elas

perturbavam as nossas reuniões com altas

discussões, gritando espontaneamente

e fazendo perguntas aos seus maridos,

pedindo explicações sobre o que eu havia

dito.

Esta era a situação que Paulo estava confrontando

e ele tinha que dar algum remédio

prático para salvar a igreja de uma divisão e

ignomínia.

C. PASSAGEM PROBLEMÁTICA

NO. 1: PROIBIDAS DE FALAR

Uma passagem usada para silenciar as

mulheres encontra-se em l Coríntios

13:34,35:

“Que as suas mulheres fiquem em silêncio

nas igrejas, pois não lhes é permitido

falarem. O mandamento para elas é que

fiquem em submissão, como também ordena

a lei. E se quiserem aprender alguma

coisa, que perguntem aos seus maridos em

casa.”

Se Paulo tivesse a intenção de que isto

fosse uma imposição absoluta contra qualquer

mulher abrindo a sua boca ou usando a

sua voz de qualquer maneira num culto na

igreja, isto seria uma óbvia contradição das

instruções de Paulo em alguns capítulos anteriores.

No Capítulo 11 desta mesma epístola,

Paulo deu claras instruções sobre a maneira

e a postura em que as mulheres (e os homens)

deveriam orar e profetizar.

Após estas claras instruções referentes

à participação das mulheres no culto da igreja,

será que Paulo agora se contradiz e revoga

estas instruções e sela a boca de todas

mulheres a um status de pobres mudas na

igreja? É claro que não! Isto não faz absolutamente

nenhum sentido!

1. Três Palavras Explicadas

Três palavras da passagem acima precisam

de uma explicação se quisermos compreender

o que Paulo estava ensinando aos

coríntios. Estas três palavras são: mulheres,

falar e fala.

a. Mulheres. A palavra “mulheres”

nesta passagem é a palavra grega “gune”

que significa “uma esposa” (e não somente

qualquer mulher). Estas instruções são específicas

para as esposas.

b. Falar. A palavra “falar” é a palavra

grega “laleo”, que significa “uma arenga

prolongada ou casual; gabar-se e bradar (a

alguém do outro lado da sala, por exemplo)

sem um decoro ou respeito apropriado para

com os outros”.

c. Diz. Em contraste com a palavra

“laleo”, a palavra “diz” vem da palavra

grega “lego”, que significa “dispor” (uma

idéia ou doutrina) em palavras que geralmente

são de um discurso sistemático’ ou

estabelecido (“ ...como também diz a lei”).

Lego era estimulado. Laleo era desaconselhado.

Uma versão ampliada destes dois versículos

diria então o seguinte: “Que as mulheres

se abstenham de [laleo] interromper

as reuniões da igreja com uma aranga

prolongada ou casual, cheia de ostentações

orgulhosas, ou de gritarem aos outros

de uma maneira que esteja destituída

de um decoro ou respeito apropriado para

com os outros nas igrejas, pois não lhes é

permitido falarem [laleo – interromper com

uma aranga prolongada ou casual, ou gritar

para os outros]. A ordem para elas é que

fiquem submissas, como também diz [lego

– dispor (uma idéia ou doutrina) e palavras

de um discurso sistemático] a lei. E se

desejarem saber alguma coisa, que perguntem

aos seus maridos em casa, pois é

526 / SEÇÃO C9 C9.4 – Passagens Problemáticos Sobre as Mulheres no Ministério

uma vergonha para elas falarem [laleo]

na igreja.”

2. Comportamento Cortês

Necessário

Há muitos anos atrás eu estava em Israel

ministrando numa congregação de língua

árabe. Na metade do sermão, uma mulher

começou a gritar para uma outra senhora

que se encontrava do outro lado do salão.

Elas dialogaram por vários minutos. Eu tive

que parar e esperar por elas.

Aí então perguntei ao meu intérprete:

“Sobre o que estão conversando?” “Ó!”,

replicou ele: “Ela está perguntando o preço

de hoje no mercado dos ovos e diferentes

verduras. A outra senhora está lhe respondendo.”

Aí então, neste momento, interrompi

aquela senhora e gentilmente lhe pedi que

se sentasse e ficasse em silêncio. Em seguida,

ordenei a esta igreja árabe: “Que as suas

mulheres fiquem em silêncio na igreja. Se

isto não for feito, preciso pedir-lhes que

saiam. Vocês estão interrompendo o sermão

e mostrando um desrespeito para com a

Palavra de Deus e os outros presentes na

reunião.”

Como resultado desta experiência, compreendi

perfeitamente o problema que Paulo

estava abordando na Igreja de Corinto.

Ele não estava negando às mulheres uma

expressão apropriada de ministério na oração,

profecia, cura, ou outros ministérios.

Ele estava tentando trazer civilidade a

mulheres pagãs sem nenhuma instrução ou

sofisticação, cujos comportamentos eram

patentemente ofensivos aos eruditos membros

judeus da igreja e aos visitantes que

talvez estivessem na reunião. “Se toda a

igreja se congregar... e entrarem os que

são incrédulos, será que não dirão que vocês

estão loucos?” (1 Co 14:23).

Paulo se interessava pela opinião pública.

Um comportamento apropriado e cortês

precisava marcar a reunião pública dos

coríntios. Estes coríntios eram tão rudes que

até mesmo ficavam bêbedos em sua observância

da Ceia do Senhor (Veja l Coríntios

11:20-26).

Estes problemas de falta de bom comportamento,

civilidade, cortesia comum e

decoro eram a questão problemática no ensino

de Paulo. Ele não estava colocando uma

“focinheira” nas mulheres, de forma que não

pudessem falar nem participar dos cultos

eclesiásticos.

3. Uma Versão de Uma Mulher

Montgomery é a única mulher, pelo que

eu saiba, que já produziu uma versão de

todo o Novo Testamento do grego para o

inglês. Ela dá uma tradução interessante

desta passagem problemática acima:

1 Co 14:34 – “Vocês coríntios dizem:

Que as suas mulheres fiquem em silêncio

nas igrejas: porque não lhes é permitido

falarem; mas a ordem para elas é que fiquem

submissas, como também diz a lei.”

O ponto de vista de Montgomery é que

quando Paulo escreveu os versículos 36 e

37, ele estava desafiando o ensino dos coríntios

e ordenando-lhes a não fazerem isto.

Paulo estava desafiando o conceito pelo qual

as mulheres eram mantidas em silêncio.

Versículo 36 – “O quê? A palavra de Deus

saiu de vocês? Ou ela veio para vocês somente?

(Será que estas perguntas não insinuam

que Paulo está desafiando este ensino?)

Versículo 37 –“Se algum homem se

considera como sendo profeta, ou espiritual,

que ele reconheça que as coisas que

lhes escrevo são mandamentos do Senhor”

(1 Co 14:34,36,37).

Em outras palavras, Paulo está dizendo:

“Façam o que lhes ordeno; não ensinem

doutrinas erradas sobre as mulheres falando

na igreja.”

Eu pessoalmente creio que o texto grego

corrobora a primeira tese que explica a palavra

laleo – traduzida como falar.

No entanto, a opinião de Montgomery

pode ter alguma validade. Ambas explicações

esclarecem de uma maneira interessanAS

MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 527

te uma passagem que tem sido mal compreendida

e erroneamente aplicada nas igrejas.

D. PASSAGEM PROBLEMÁTICA

NO. 2: PROIBIDAS DE ENSINAR

Numa outra carta, Paulo escreveu: “Não

permito, porém, que a mulher ensine, nem

usurpe autoridade sobre o homem; mas que

esteja em silêncio” (1 Tm 2:11,12).

1. Significado Verdadeiro

A palavra “ensinar” é a chave para compreendermos

esta passagem problemática.

A palavra grega é “didaskaleo”, que significa

“instruir ou ensinar doutrina”.

a. As Mulheres Não Deveriam Estabelecer

Doutrinas. As mulheres não estavam

autorizadas a estabelecerem os padrões

doutrinários. Esta era uma função desempenhada

pelos conselhos apostólicos (Veja

Atos 15). “E perseveravam na doutrina

dos apóstolos, e na comunhão, e no partir

do pão, e nas orações” (At 2:42).

Os conselhos apostólicos estabeleciam

os padrões doutrinários, e as mulheres que

ensinavam deveriam respeitá-los e não ensinar

o contrário. Esta regra não era somente

para as mulheres, mas para os homens

também.

“...Himeneu e Fileto... Os quais se desviaram

da verdade, dizendo que a ressurreição

já havia acontecido, e perverteram

a fé de alguns” (2 Tm 2:17,18).

Estes dois homens se desviaram da doutrina

dos apóstolos e foram condenados.

Uma profetisa da Igreja de Tiatira fez a

mesma coisa (Ap 2:20). A igreja foi repreendida

por permitir esta divergência da doutrina

dos apóstolos.

Com isto tudo explicado, vejamos agora

como seria uma versão amplificada desta

passagem problemática.

“Não permito, porém, que uma mulher

ensine uma doutrina contrária à estabelecida

pelos apóstolos, usurpando assim uma

autoridade sobre eles; mas que permaneçam

imperturbadas” (1 Tm 2:11,12).

Paulo aparentemente tinha algumas preocupações

de que as mulheres, estabelecendo

doutrinas, pudessem causar enganos, ao

passo que os homens talvez fossem menos

propensos a isto.

“E Adão não foi enganado, mas a mulher,

sendo enganada, caiu na transgressão”

(1 Tm 2:14).

b. As Mulheres Não Deveriam Estar

“Sobre os Homens”. Uma outra versão

deste versículo sustentaria a interpretação

acima. “Não permito, porém, que a mulher

ensine sobre o homem, nem usurpe autoridade

sobre o homem...” (1 Tm 2:11,12).

Esta versão é precisa se a vírgula for omitida

do versículo.

A questão é sobre o homem – ou seja,

exercendo autoridade (grego = exousia) sobre

o homem. Para maiores comentários

sobre isto, leia l Coríntios 11:1-5.

2. As Mulheres Deveriam

Compartilhar no Ministério

Na conclusão deste ponto, considere o

seguinte: Qualquer que seja a opinião das

pessoas com relação a isto, é certo que a idéia

de as mulheres se assentarem nas reuniões e

não participarem é totalmente inconsistente

com a maior parte do texto das Escrituras já

apresentadas e que provam o contrário.

As mulheres deveriam compartilhar do

ministério de ganhar almas para Cristo. A

oração, a profecia, os milagres e a evangelização

para Cristo também são para as mulheres.

Não vejo nenhuma diferença bíblica

entre os homens e as mulheres no ministério,

se ambos observarem os limites doutrinários

explicados acima.

Isto é importante porque as mulheres

constituem um enorme exército de evangelistas

para compartilharem do ministério de

evangelização comissionado por Cristo.

Em muitas organizações eclesiásticas, as

mulheres são proibidas de falar ou ensinar,

devido à interpretação de certas afirmações

feitas por Paulo. Estas instruções práticas

foram necessárias devido a circunstâncias

528 / SEÇÃO C9 C9.4 – Passagens Problemáticos Sobre as Mulheres no Ministério

totalmente alheias à maioria das igrejas de

nossa geração.

a. As Mulheres Como Mestras. Paulo

escreveu a Tito e o instruiu sobre o papel

que as mulheres tinham como mestras da

Palavra.

Instrua “as mulheres idosas semelhantemente,

para que sejam... mestras de coisas

boas; para que possam ensinar as mulheres

novas a serem sóbrias, a amarem os seus

maridos e os seus filhos, a serem moderadas,

castas, boas donas de casa, obedientes a seus

próprios maridos, para que a palavra de Deus

não seja blasfemada” (Tt 2:3-5).

É importante ressaltarmos que a palavra

“ensinar”, usada nestas instruções às mulheres,

é a mesma palavra grega (didaktikos)

usada nas detalhadas qualificações para o

bispo ou presbítero (Veja 1 Timóteo 3:2; 2

Timóteo 2:24), o qual precisa ser “apto

para ensinar [didaktikos]”.

E. AS MULHERES FORA DAS

REUNIÕES DA IGREJA

Ainda que a sua igreja insista que a primitiva

“focinheira” precisa ser mantida nas

mulheres cristãs de hoje em dia “nas igrejas”,

não há nenhuma restrição tradicional

ou bíblica sobre o ministério das mulheres

cristãs FORA DO SANTUÁRIO, e é aí que o

ministério da evangelização é mais eficaz de

qualquer forma.

A esposa de um proeminente evangelista

fez a seguinte pergunta:

“Por que as mulheres deveriam se sentir

limitadas em seus ministérios somente pelo

fato de serem silenciadas dentro da igreja?

“A mensagem cristã como também o testemunho

e o ministério das mulheres são

necessários um milhão de vezes mais fora

do santuário do que dentro dele.”

1. O Mundo Todo é o Nosso Campo

“As mulheres não precisam se sentir excluídas

quando não têm a permissão de falarem

dentro da igreja. O ministério e a mensagem

das mulheres são muito mais importantes

LÁ FORA ONDE SE ENCONTRAM

OS PECADORES.

“Assim sendo, ao invés de reclamarmos

sobre os cantinhos para onde somos restringidas,

levantemos, como mulheres, os

nossos olhos e olhemos para os campos do

MUNDO TODO, onde a interpretação tradicional

das restrições de Paulo não se aplicam.”

2. Onde Estão os Limites?

“Se nos sentimos obrigados a obedecer

restrições dentro das reuniões da igreja,

será que não deveríamos nos sentir igualmente

obrigados a obedecer a nosso Senhor

Jesus Cristo fora do santuário? Será que

deveríamos prestar uma maior obediência à

tradição do que a Cristo?

Assim sendo, onde nos propomos estabelecer

os limites para as mulheres?

A tradição diz: “É permissível que uma

mulher ensine uma classe de escola dominical,

ou que em alguns grupos até mesmo

fique de pé na igreja e testemunhe o que

Cristo fez por ela. Outros permitem que as

mulheres sejam missionárias em países estrangeiros,

ou que ministrem numa casa, mas

elas não podem pregar nem ensinar.”

Temos, no entanto, de ter o cuidado para

não começarmos a entrar em minúcias inconsistentemente.

Por exemplo: Se uma

mulher pode sair da igreja e evangelizar, será

que ela pode incluir as Escrituras em seu

testemunho? Em caso afirmativo, quantas

Escrituras, antes de ser considerada como

estando pregando?

Se ela puder testemunhar, a que nível ela

poderá levantar a sua voz antes que o seu

testemunho seja denominado de “pregação”?

Se ela puder testificar a um pecador, suponha

que um grupo se reúna. Será que ela

poderá testemunhar a dez pessoas, ou a cem,

ou a mil? Em que ponto o testemunho dela

excederá os limites para uma mulher? Quantos

poderão se congregar antes que ela precise

ficar em silêncio e pedir que um homem

assuma?

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 529

Se ela puder evangelizar um pecador num

metrô ou numa casa particular, será que ela

poderá evangelizar uma pessoa numa calçada,

num parque, ou numa tenda que talvez

ela decida levantar? Em que ponto o testemunho

dela precisa ser proibido?

Se ela puder testemunhar sobre Cristo

ao longo de um caminho para pedestres,

suponha que um grupo se reúna. Será que

ela poderá subir numa grande pedra, a fim

de que os outros possam ouvi-la? Suponha

que ela testemunhe numa calçada. Será que

ela poderá subir em alguma escadaria adjacente

e falar mais alto a fim de que os outros

possam ouvi-la?

Em caso afirmativo, será que ela poderá

subir numa caixa, ou numa cadeira, ou numa

plataforma? Qual é precisamente o volume

em que ela poderá falar, ou qual a altura em

que ela poderá ficar antes de cruzar os limites

proibidos para uma mulher e se intrometer

no domínio sagrado dos homens?

Se ela pode orar com um pecador, será que

ela poderá orar com dois, ou com dez, ou com

cem, de uma só vez? Que número de pessoas

será demasiado para uma mulher? Se ela pode

testificar, será que ela poderá ensinar, ou

pregar? Qual é a diferença? Quem estará disposto

a entrar nestas minúcias com relação à

diferença entre testemunhar, pregar, ensinar,

evangelizar ou falar, a fim de que as

mulheres possam saber se deveriam obedecer

a Jesus Cristo FORA DO SANTUÁRIO tanto

quanto deveriam obedecer a tradição DENTRO

DO SANTUÁRIO?

Será que o atual exército de cultas, instruídas

e qualificadas mulheres cristãs deveria

continuar a permanecer em silêncio na

evangelização por causa de duas instruções

dadas por Paulo a um grupo de mulheres

incultas e sem instrução que berravam a seus

maridos de lá do fundo da assembléia sobre

assuntos que naquela época elas não eram

qualificadas nem treinadas para discutirem?

Será que as atuais mulheres cristãs precisam

ser restringidas por costumes arcaicos?

No meu ponto de vista, parece que é

irracional algemarmos um exército de mulheres

cristãs. Aparentemente estamos condenando

almas perdidas ao inferno ao restringirmos

as mulheres do ministério mundial

da evangelização. O fato de colocarmos

uma “focinheira” em seu dinâmico testemunho

para Cristo, quando este nosso Século

XX está se deteriorando tão rapidamente,

é uma tragédia.

3. Estimule-as a Irem

Milhares de fortes mulheres cristãs sairiam

de bom grado e fariam proezas para

Deus se não fossem refreadas por esta tremenda

restrição. Como então, nós, homens

cristãos, poderemos responder pelo sangue

de milhões de almas perdidas, que seriam

salvas através dos ministérios de evangelização

de esplêndidas mulheres de Deus,

caso fossem estimuladas a saírem?

Não posso deixar de perguntar a mim

mesmo o seguinte: Qual seria a gravidade

do pecado se as mulheres cristãs saíssem

do prédio da igreja para evangelizar e ganhar

almas – centenas ou até mesmo milhares

de almas – até mesmo se as ordens de

Paulo àquelas incultas e tagarelas mulheres

devessem ser aplicadas às atuais mulheres

instruídas do nosso século?

Prefiro desafiar as mulheres a lançarem

as suas campanhas evangelísticas para Cristo

da mesma forma como elas organizam e

operam atividades comerciais.

E se for um pecado diante de Deus que

elas ganhem tantas almas assim, que o pecado

delas seja de minha responsabilidade.

Creio também que há outros líderes cristãos

que pensam da mesma maneira.

Vamos nos unir em oração para que um

exército de mulheres espirituais arrebatem

o mundo para Jesus.

4. Jesus Escolheu Uma Mulher

Um dos versículos mais significativos

do Novo Testamento encontra-se em João

20:18. A versão “Living Bible” (“Bíblia

Viva”) diz:

530 / SEÇÃO C9 C9.4 – Passagens Problemáticos Sobre as Mulheres no Ministério

“Maria Madalena encontrou os discípulos

e lhes disse: Eu vi o Senhor. Aí então,

ela lhes deu a Sua mensagem.”

Eu não sei o motivo pelo qual os homens

não estavam lá presentes na manha

em que o Senhor ressuscitou. Eles haviam

ouvido as Suas Palavras. Ele lhes havia dito

que ressuscitaria. Eles, no entanto, estavam

demasiadamente assustados e duvidosos.

Maria Madalena, no entanto, estava lá.

Ela O viu e Ele a chamou pelo seu nome. Ela

teve uma visita com o Senhor Ressurreto.

Jesus escolheu uma mulher para ser a

primeira pessoa a proclamar a ressurreição.

Maria Madalena pregou o primeiro sermão

anunciando que Cristo havia ressuscitado.

A mensagem da ressurreição é o coração

do cristianismo. “Se Cristo não ressuscitou,

a vossa fé é vã, e ainda permaneceis

nos vossos pecados” (1 Co 15:17). Romanos

10:9,10 associa a salvação de todas as

pessoas à crença de “que Deus ressuscitou

a Jesus dos mortos” e à confissão deste

fato ao mundo.

A RESSURREIÇÃO é a maior mensagem

da Igreja, e Jesus ordenou que uma mulher

fosse a primeira pessoa a transmitir esta

mensagem.

Ele disse: “Vai para os Meus irmãos e

dize-lhes que Eu subo para o Meu Pai e

vosso Pai; e para o Meu Deus e o vosso

Deus” (Jo 20:17).

Pense só nisto: Jesus enviou uma mulher

para proclamar a maior mensagem da

Igreja, aos PRÓPRIOS APÓSTOLOS! Será que

poderemos proibir as mulheres de fazerem o

que Jesus disse para uma mulher fazer?

Será que vamos colocar limites no testemunho

da mulher para Cristo quando Jesus

escolheu uma mulher para transmitir a primeira

mensagem da Igreja após a Sua ressurreição,

a mais vital e poderosa mensagem

do cristianismo – de que “CRISTO

RESSUSCITOU”?

Será que ousaríamos reprimir as mulheres

cristãs ou limitar o número de pessoas a

quem elas podem testificar, quando Cristo

usou uma mulher para proclamar a mensagem

fundamental do cristianismo aos próprios

apóstolos – líderes da Igreja? Maria

Madalena “lhes deu a Mensagem de Cristo”.

5. Se Eu Fosse Mulher

Será que as mulheres cristãs podem continuar

em silêncio quando tantas mulheres

da Bíblia foram mensageiras de Deus?

Será que as mulheres cristãs usam as palavras

de Paulo como uma desculpa para fazerem

pouco ou não fazerem nada no ministério

da evangelização? Será que é apenas

algo conveniente para a sua própria falta de

consagração e coragem para a evangelização?

As mulheres cristãs estão dispostas a

aceitar tantos limites assim no ministério

de Evangelização que Deus deu, quando as

mulheres do mundo estão assegurando a sua

influência e eficácia nos negócios, na ciência,

na medicina, na política e no governo?

Se eu fosse mulher, gostaria de obedecer

a Jesus Cristo fora da igreja pelo menos

tanto quanto eu obedeceria a tradição dentro

da igreja.

Se eu fosse mulher, eu gostaria de ser

considerada uma cristã, uma crente, uma seguidora

de Cristo, uma testemunha por Ele,

uma mensageira da ressurreição, uma ganhadora

de almas.

Se eu fosse mulher, gostaria de fazer a

obra de um cristão. Gostaria de me dar conta

de que Cristo habita em mim; de que Ele

serve aos outros através de mim; de que Ele

fala através da minha vida; de que Ele ama e

ministra através de mim; de que o meu corpo

é o Seu Corpo; de que Ele quer continuar

o Seu ministério ATRAVÉS DE MIM; de que

“assim como Deus enviou a Cristo para o

mundo, assim também Cristo me envia para

o mundo” (Jo 17:18; 20,21 parafraseado).

Se eu fosse mulher, gostaria de fazer as

coisas que Cristo mandou os crentes fazerem,

mesmo que eu tivesse de sofrer perseguições

por isto. O meu Senhor sofreu por

mim e eu estaria disposta a sofrer por Ele.

AS MULHERES NO MINISTÉRIO SEÇÃO C9 / 531

Se eu fosse mulher, gostaria de ser uma

das pessoas sábias que “ouviram as palavras

de Cristo e as CUMPRIRAM” (Mt 7:

24), edificando o meu ministério evangelístico

sobre a rocha da fé e da ação.

Se eu fosse mulher, batizada no Espírito

Santo (At 1:8), eu optaria por ser uma TESTEMUNHA

de Cristo “tanto em Jerusalém

como em toda a Judéia, e Samaria, e até os

confins da terra.”

Se eu fosse mulher, eu me regozijaria porque

o profeta Joel disse: “Derramarei do

Meu Espírito sobre TODA carne; e os vossos

filhos E AS VOSSAS FILHAS profetizarão”

(Jl 2:28), e porque o Apóstolo Pedro

pregou que “sobre os Meus servos E SOBRE

AS MINHAS SERVAS derramarei naqueles

dias o Meu Espírito; e ELES profetizarão’’

(At 2:18).

Eu ficaria muito contente porque a palavra

hebraica usada por Joel significa “falar

ou cantar por inspiração, predizer ou fazer

um discurso”; e que a palavra grega usada

por Pedro significa “falar sob inspiração

divina, exercer um cargo profético; um

preletor inspirado.”

Se eu fosse mulher, eu me regozijaria porque

Jesus nunca fez nenhuma diferença entre

os sexos. Eu ficaria impressionada pelas

diferentes mulheres que estavam associadas

à Sua vida e ao Seu ministério.

Eu gostaria de ser semelhante aquela

mais humilde mulher de Samaria a qual, tão

logo creu n’Ele, largou o seu cântaro e

evangelizou toda uma cidade para Jesus. As

pessoas “saíram da cidade e foram ter com

Ele... e muitos dos samaritanos daquela cidade

creram n’Ele por causa do testemunho

e ministério evangelístico de UMA MULHER

(Jo 4:30,39).

6. Ministério Ilimitado

As mulheres têm na vida um papel divinamente

privilegiado. Elas têm muitas responsabilidades

em seus lares e devem sempre

estar submissas a seus maridos, no Senhor.

Elas também exercem uma inigualável

influência sobre os seus maridos e sobre

todo o lar.

Alguém disse: “As mãos que balançam

o berço são as mãos que governam o mundo.”

A maternidade é uma privilegiada santidade

de vida que excede as recompensas e

alegrias de qualquer outra coisa que um homem

jamais poderia experimentar. A graça e

influência natural de uma mãe é algo excelente

e recompensador além de todas as virtudes.

As mulheres possuem um ministério ilimitado,

se quiserem fazer o que Jesus lhes

disse para fazerem: testemunhar, ganhar almas,

evangelizar – o campo delas e O MUNDO.

Que nenhuma mulher se preocupe pelas

restrições impostas sobre o seu ministério

nos cantinhos do nosso mundo chamados

de prédios de igreja, quando não há nenhum

limite imposto sobre nós FORA DO SANTUÁRIO.

O ministério que Jesus encarregou aos

Seus seguidores quando da Sua partida somente

pode ser executado fora das igrejas.

Felizmente para as mulheres, não há nenhuma

tradição ou versículo bíblico que

proíba os seus ministérios aí.

Assim sendo, a mensagem desta seção

é dirigida às mulheres e também aos homens

– a de saírem para onde se encontram

os pecadores – por MÃOS A OBRA

FORA DO SANTUÁRIO, lá fora nas movimentadas

avenidas e cruzamentos da sociedade;

lá fora, nos saguões públicos, cinemas,

parques, em tendas, nas casas, nos

“trailers”, sob as árvores, nos teatros, dizendo

ao mundo: “Eu vi o Senhor, e aí

então ELA LHES ANUNCIOU A SUA MENSAGEM”

(Jo 20:18).

532 / SEÇÃOC10 C10.1– Apresentação das Festas

SEÇÃO C10

AS SETE FESTAS DO SENHOR

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

C 10.1 - Apresentação das Festas

C 10.2 - A Festa da Páscoa

C 10.3 - A Festa dos Pães Asmos

C 10.4 - A Festa das Primícias

C 10.5 - A Festa de Pentecostes

C 10.6 - A Festa das Trombetas

C 10.7 - A Festa do Dia da Expiação

C 10.8 - A Festa dos Tabernáculos

C 10.9 - Celebremos as Festas

mo tempo – uma após a outra. Pentecostes

era realizada cinqüenta dias depois da Páscoa

e não tinha nenhuma festa secundaria

associada a ela.

O seguinte esboço sumariza as Épocas,

os Nomes, e as Partes das Festas:

1. Abril (Abibe) – Páscoa (seguida

pela Festa dos Pães Asmos e da

Oferta dos Feixes das Primícias).

2. Junho (Sivan) – Pentecostes

3. Setembro/Outubro (Ethanim) –

Tabernáculos (precedida por Trombetas

e o Dia da Expiação).

B. TRÊS ASPECTOS DAS FESTAS

As sete Festas do Antigo Testamento são

como um calendário cobrindo 3.500 anos de

história espiritual — da época de Moisés ate

a Segunda Vinda de Cristo. Elas nos mostram:

• como Deus lidou com o Seu povo no

passado;

• o que Ele queria que eles fizessem no

presente; e

• como Ele trabalharia com eles no futuro.

Elas são um “Cronograma” divinamente

preparado, mostrando o que Deus está fazendo

com o Seu povo e com a humanidade.

Veremos neste estudo como Deus já pro-

Capítulo 1

Apresentação das Festas

“Estas são as festas [festivais] do Senhor,

as santas convocações que proclamareis

no seu tempo determinado “ (Lv 23:4).

A. TRÊS ÉPOCAS DE FESTAS

O Senhor ordenou que fossem observados

três períodos de festas, todos os anos,

pelos filhos de Israel.

“Três vezes no ano Me celebrareis uma

festa. A Festa dos Pães Asmos [Páscoa]

guardareis; sete dias comerás pães asmos,

como te tenho ordenado, ao tempo apontado

no mês de Abibe; porque nele saíste do

Egito: ninguém apareça vazio perante Mim.

“E a Festa da Colheita [Pentecostes]

dos primeiros frutos do teu trabalho, que

houveres semeado no campo, e a Festa da

Ceifa [Tabernáculos] no fim do ano, quando

tiveres colhido do campo o teu trabalho”

(Êx 23:14-16).

Três Festas Principais eram observadas

anualmente. Páscoa e Tabernáculos [também

conhecida como “Cabanas” ou “Tendas

Temporárias”] tinham, cada uma, Três

Festas Secundarias, observadas ao mesAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 533

plo, precisa ser recebido como nosso Cordeiro

Pascal – a nossa libertação do pecado

e do inferno.

“...Porque Cristo, a nossa Páscoa [Cordeiro

Pascal] já foi sacrificado por nós” (1

Co 5:7).

Todos nós precisamos ser batizados no

Espírito Santo e experimentar o nosso próprio

Pentecostes. Jesus nunca enviou a ninguém

para pregar ou ministrar sem primeiramente

ordenar que a pessoa fosse capacitada

pelo Espírito.

“E, estando com os Seus discípulos, ordenou-

lhes que não se ausentassem de Jerusalém,

mas que esperassem pela promessa

do Pai...” (At 1:4).

Aprenderemos mais sobre o significado

de Tabernáculos mais tarde, nesta mesma

seção.

C. POR QUE AS FESTAS ERAM

OBSERVADAS?

Muitas vezes usamos a palavra “festa” para

descrevermos um banquete de celebração, como

uma festa de casamento. Esta não é a única

maneira pela qual esta palavra está sendo usada

no contexto das Festas do Senhor.

As Festas do Senhor do Antigo Testamento

eram também reuniões santas, e as

vezes solenes, de todos os varões de Israel.

“Todos os teus varões aparecerão diante

do Senhor” (Êx 23:17).

Cada uma das Festas esclarece realidades

espirituais especificas cumpridas no

Novo Testamento e na Era da Igreja.

No Antigo Testamento, estas realidades

são descritas simbolicamente através de atos

e rituais religiosos. Os rituais eram meras

“sombras”, “tipos”, ou “ilustrações” que

falavam profeticamente sobre algo que Deus

faria no futuro.

1. Um Relacionamento é Honrado

As Festas não eram meros festivais alegres.

Eram também ocasiões sérias e importantes,

nas quais Israel honrava ao Senhor

por Seu relacionamento com eles.

vou a importância destas Festas. Mostraremos

ainda um pouco sobre a maneira pela

qual Deus usará as Festas como um “Cronograma”

para o futuro.

Como foi afirmado anteriormente, estas

festas têm três aspectos principais:

1. Aspecto Passado (Histórico)

As festas são celebradas em memória de

algo que Deus já fez. Deus deixa memoriais

dos Seus feitos milagrosos. Eles são importantes

e devem ser respeitados, em vez de

serem destruídos.

a. A Páscoa aponta para trás e nos faz

lembrar dos eventos relacionados com a libertação

de Israel do Egito.

b. Pentecostes comemora os acontecimentos

no Sinai, quando Deus apareceu

para dar a Moisés os Dez Mandamentos.

“...houve trovões e relâmpagos, e uma espessa

nuvem sobre o monte, e um sonido

de trombeta muito forte, de maneira que

estremeceu todo o povo que estava no arraial”

(Ex 19:16).

c. Tabernáculos era para relembrar os

israelitas dos anos em que habitaram em

tendas no deserto – que, num sentido espiritual,

“...eram estrangeiros e peregrines

na terra” (Hb 11:13).

2. Aspecto Profético (Futuro)

As Festas apontavam para algo que Deus

faria. Por exemplo: Jesus foi crucificado na

Páscoa, ressuscitou na Festa da Oferta dos

Feixes das Primícias, e derramou o Seu Espírito

sobre os discípulos que O aguardavam,

cinqüenta dias mais tarde, no Pentecostes.

Nenhum destes eventos foi acidental.

Foram épocas e estações divinamente designadas,

cumprindo os aspectos proféticos

das Festas. Os aspectos proféticos de

Tabernáculos virão num futuro próximo,

na consumação da Era da Igreja.

3. Aspecto Pessoal

O significado destas Festas deve ser

cumprido em nossa vida. Cristo, por exem534

/ SEÇÃOC10 C10.1– Apresentação das Festas

Os israelitas formavam uma nação singular,

com um relacionamento especial com

Deus. As Festas eram uma maneira de

relembrá-los disto.

Como foi afirmado anteriormente, a Páscoa

era um memorial eterno de como Deus os

protegeu e os libertou do Egito. Pentecostes

era um memorial da entrega da Lei e dos acontecimentos

no Monte Sinai. Tabernáculos

rememorava os anos em que eles viveram em

habitações temporárias (tendas, abrigos de

galhos, habitações temporárias – como fazem

atualmente os ciganos) no deserto.

2. Uma Necessidade é

Reconhecida

As Festas estavam ligadas também as

épocas da agricultura – as colheitas e as chuvas.

Nas épocas das Festas, Israel reconhecia

a necessidade de Deus abençoar as suas

colheitas, rebanhos e manadas.

(As nações pagãs ofereciam sacrifícios

humanos, faziam “danças de chuva” e outros

rituais com propósitos semelhantes).

Os israelitas foram instruídos a fazerem

certas ofertas de suas colheitas como uma

declaração de fé, ou seja, uma declaração de

que era Deus quem supria as suas necessidades.

D. AS FESTAS NA ÉPOCA DO

NOVO TESTAMENTO

Da primeira Páscoa no Egito, na época

de Moisés, até a chegada de Jesus passaram-

se aproximadamente quatorze séculos

(1.400 anos).

1. Observadas por Homens

Devotos

Na época do Novo Testamento, os judeus

já haviam sido dispersos por todo o

mundo. Na primeira comemoração do Pentecostes

após a ressurreição de Jesus, a

Bíblia confirma que havia “homens DEVOTOS

de todas as nações que estão debaixo

do céu” (At 2:5) em Jerusalém para esta

Festa de Pentecostes.

Isto mostra que a maioria dos judeus não

estava observando mais o mandamento de

viajar a Jerusalém. Somente os devotos estavam

fazendo esta dispendiosa e perigosa

jornada de terras distantes para honrarem o

mandamento de Deus referente à Festas.

Sempre que estas Festas eram observadas

tornavam-se um quadro vivo profético,

apontando para algo que Deus faria.

Houve longos séculos antes e durante o cativeiro

de Israel na Síria e na Babilônia em

que estas Festas não foram observadas regularmente

em Jerusalém. Sob a liderança

de Esdras e Neemias, a observância foi restaurada,

mas mencionaram com tristeza que

“isto não havia acontecido... desde os dias

de Josué” (Ne 8:14-17). Isto significa mais

de quinhentos anos de não-observância.

A observância destas festas era uma declaração

de fé – fé em ação. Elas eram uma

confissão de que o Senhor Soberano tinha

um plano para Israel e para as nações dos

gentios. Em Seu tempo (nas épocas determinadas)

Deus agira e “... quem poderá

impedi-Lo?” (Jo 11:10).

A grande maioria dos israelitas não compreendia

o profundo significado das Festas

que celebravam.

Os homens DEVOTOS, no entanto, continuariam

a obedecer e a honrar a Deus na

observância delas.

2. O Significado Profético Revelado

Alguns tentaram descobrir o que estas

coisas significavam. “...os profetas que profetizaram

da graça que vos foi dada, indagando

que tempo ou que ocasião o Espírito

de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente

testificando os sofrimentos que a

Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes

havia de seguir” (1 Pe 1:10,11).

Imaginem só a sensação de alegria e emoção

quando Pedro se levantou naquele primeiro

Pentecostes cristão e disse: “Isto é o

que foi dito pelo profeta Joel...” (At 2:16).

Sob orientação divina, Moisés instituiu

a Festa de Pentecostes (Colheitas). Joel

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 535

falou sobre o seu significado profético. Pedro

anunciou o cumprimento deste grande

quadro vivo profético na primeira Festa

de Pentecostes após a ressurreição de Jesus.

Um grande véu foi removido, e o significado

profético da Páscoa e do Pentecostes

foi subitamente revelado à multidão de

judeus devotos que constituíam a platéia

de Pedro. Isto resultou num arrependimento

que era mais do que uma mera tristeza

por causa do pecado. Os judeus crentes

começaram a ver toda a sua herança judaica

sob uma nova luz. Entenderam que Jesus

era a figura central sobre a qual os profetas

haviam falado.

“Não foi claramente predito pelos profetas

que o Messias teria que sofrer todas

estas coisas antes de entrar em Seu tempo

de gloria?” (Lc 24:46).

A Igreja nasceu naquele Dia de Pentecostes.

Naquele momento os homens viram

com os “olhos de seu entendimento espiritual”

que Jesus era o Cordeiro Pascal de

Deus (Jo 1:29; 1 Co 5:7).

“Então os que receberam com alegria a

sua palavra [de Pedro], foram batizados;

e, no mesmo dia, agregaram-se aproximadamente

três mil almas” (At 2:41).

E. TEMPOS DE REFRIGÉRIO

ESPIRITUAL

“Estas são as festas determinadas do

SENHOR... que proclamareis em seus tempos

determinados” (Lv 23:4).

É este mesmo Espírito de revelação que

nos levou a examinarmos uma vez mais as

Festas do Senhor.

Talvez já seja tempo de um Pedro da

atualidade novamente se levantar e dizer:

“Isto e o que foi dito pelos profetas” para

incender os nossos corações com a conscientização

de que estamos celebrando novamente

o ASPECTO PROFÉTICO de algumas

das Festas em sua época espiritual!

Há três épocas nas quais as Festas são

observadas:

1. Páscoa

2. Pentecostes

3. Tabernáculos

É isto o que significa as Festas observadas

em suas épocas”.

“Arrependei-vos portanto... para que tempos

de refrigério possam vir da presença

do Senhor” (At 3:19).

Num sentido espiritual, há épocas ou

períodos durante os quais as realidades espirituais

(reavivamentos ou tempos de refrigério)

retratadas pelas Festas são experimentadas.

Isto tem acontecido na história da Igreja

quando uma determinada ênfase ou experiência

de avivamento vem para toda a Igreja.

Exemplos disto serão dados mais tarde neste

estudo.

(OBSERVAÇÃO: A Seção C6 contém comentários

detalhados sobre isto. As Festas

retratam a progressão histórica da restauração

de muitas verdades doutrinárias que

foram perdidas durante a Idade Media ou

“Era das Trevas”.)

Por enquanto, vamos examinar mais detalhadamente

cada uma destas sete Festas

do Senhor. Vamos descobrir as suas muitas

e ricas verdades HISTÓRICAS, PROFÉTICAS

e ATUAIS.

Capítulo 2

A Festa da Páscoa

“Este mês vos será o princípio dos meses,

o primeiro mês do ano... No décimo

dia deste mês tome cada um para si um

cordeiro... para cada casa.

“E o guardareis ate ao décimo-quarto

dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação

de Israel o sacrificará à tarde.

“E tomarão do sangue, e po-lo-ão em

ambas as ombreiras, e na verga da porta,

nas casas em que o comerem... E Eu passarei

pela terra do Egito esta noite... vendo

Eu sangue, passarei por cima de vós, e não

haverá entre vós praga de mortandade,

536 / SEÇÃOC10 C10.2– A Festa da Páscoa

quando Eu ferir a terra do Egito” (Êx

12:2,3,6,7,12,13).

A. O SIGNIFICADO DA PÁSCOA

“Este mesmo mês vos será o princípio

dos meses...” (Êx 12:2).

Quatrocentos anos antes, “Jeová disse

a Abraão: Saibas, de certo, que escravizados

serão os tens descendentes numa terra

estrangeira, e servi-los-ão e afligi-los-ão

quatrocentos anos. Mas Eu julgarei a gente

a qual servirão e depois sairão com grande

riqueza” (Gn 15:13,14).

1. Libertação Para Israel

Os quatro séculos de trevas haviam terminado.

Era tempo de sair da escravidão

para a riqueza; da opressão para a liberdade;

da escuridão para a luz. Eles deixariam

o Egito para trás, pois a Terra Prometida

estava diante deles, fluindo com

leite e mel.

Que maravilhosa ilustração da nossa

própria salvação através de Cristo! A Páscoa

retrata perfeitamente “... a nossa grande

salvação” (Hb 2:3). A nossa libertação

da escravidão ao pecado foi retratada profeticamente

nestes eventos há cerca de 3.400

anos atrás no Egito.

O Faraó usava uma coroa com uma serpente

naja na parte frontal. Esta serpente

era o símbolo de Satanás (Gn 3:1-14; Ap

12:9). Esta coroa de Faraó simbolizava o

principado dominante (no mundo espiritual)

sobre o Egito.

O tempo de Deus havia chegado para

livrá-los do domínio tirânico e satânico de

Faraó, para o benévolo Reino de Deus, sob

a liderança de Moisés.

Assim como Satanás governou através

de Faraó, Deus estenderia o Seu domínio

através de Moisés e de seu cajado de pastor.

“Toma pois este cajado na tua mão,

para que possas operar sinais milagrosos

com ele” (Êx 4:17).

Faraó não desistiria dos seus escravos

sem uma batalha. Dez pragas terríveis cairiam

sobre o Egito antes que o Faraó e o

povo egípcio suplicassem:

“... Saído meio do meu povo, tanto vós

como os fllhos de Israel; e ide, servi ao

Senhor, como tendes dito. Levai também

convosco vossas ovelhas e vossas vacas...”

(Êx 12:31,32).

Deus disse a Moisés que a ultima das

dez pragas seria a destruição e a morte de

TODOS os primogênitos dos animais e dos

homens.

Para salvar o Seu povo, Deus fez preparativos

para “PASSAR SOBRE” eles – e assim

surgiu a PÁSCOA. “Este mês vos será

o princípio dos meses...” Deus daria a todos

os israelitas um novo começo.

2. Libertação do Pecado

Assim como a Páscoa foi o fim da escravidão,

do sofrimento e da pobreza para os

filhos de Israel, da mesma forma, quando

nos voltamos para o nosso Cordeiro Pascal,

Cristo, temos também um NOVO COMEÇO.

“Assim que se alguém está em Cristo,

nova criatura e; as coisas velhas já passaram;

eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17).

Os pecados, erros e fracassos do passado

não nos comprometem mais. Fazemos

parte de uma nova família, com uma nova

genealogia, com uma nova aliança, e com

um Libertador melhor e mais maravilhoso

do que alguém jamais poderia imaginar.

Com relação ao nosso Libertador a Bíblia

diz: “... e chamareis o Seu nome JESUS;

porque Ele salvará o Seu povo dos

seus pecados’’ (Mt 1:21).

A libertação de Moisés foi maravilhosa.

Foi uma salvação da escravidão e suas amarras.

A salvação de Jesus, no entanto, é ainda

mais maravilhosa. Ele salva do pecado e da

sua penalidade. Louvado seja o Senhor!

Começamos uma nova vida, temos um novo

começo, quando nos achegamos a Cristo.

a. Salvação da Família. “...Aos dez

deste mês tome cada um para si um cordeiro...

para cada casa” (Êx 12:3).

Foi incluída aqui uma maravilhosa proAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 537

messa para os pais. A salvação da família é

um conceito bíblico. Você pode não somente

desfrutar da salvação, mas também, por

atos de fé e obediência, você pode trazer a

salvação a toda a sua família.

A Zaqueu, pecaminoso arrecadador de

impostos, disse o Senhor: “... Hoje veio a

salvação a esta casa...” (Lc 19:9). A fé de

Zaqueu no sentido de seguir a Jesus trouxe

a salvação à sua família.

Ao carcereiro filipense, Paulo e Silas disseram:

“Crê no Senhor Jesus e sereis salvo,

tu e a tua casa... e, imediatamente, ele e toda

a sua família foram batizados... ele ficou

muito alegre porque passou a crer em Deus

– ele e toda a sua família” (At 16:31,33,34).

Peça que o Senhor o use para conduzir

os seus parentes, filhos e pais à fé salvadora.

Você precisa dizer-lhes como receber a

Jesus como seu Senhor e Salvador.

Lembre-se: era “... um cordeiro para

cada casa”.

B. JESUS, O NOSSO

CORDEIRO PASCAL

“E o guardareis ate ao décimo quarto dia

deste mês, e todo o ajuntamento da congregação

de Israel o sacrificará à tarde” (Êx 12:6).

1. Examinado com

Relação à Pureza

Observe que o cordeiro pascal era separado

no DÉCIMO dia de ABIBE (Abril). Eles

tinham que examinar o cordeiro minuciosamente

antes de o matarem no DÉCIMO

QUARTO dia de ABIBE. O cordeiro tinha

que ser “... imaculado.”

Lucas 19 registra a entrada triunfal de

Jesus em Jerusalém poucos dias antes de

Sua crucificação.

Exatamente na mesma hora em que o

povo estava trazendo os seus cordeiros

pascais para serem examinados pelos sacerdotes,

Jesus, o Cordeiro de Deus, estava

Se apresentando diante do povo e dos líderes

para um minucioso exame antes do Seu

sofrimento e glória.

Ele também, como “... o Cordeiro de

Deus, que tira o pecado do mundo,” tinha

que ser declarado “... santo, repreensível,

imaculado, e inviolado pelos pecadores”

(Jo 1:29; Hb 7:26).

a. Examinado Pelos Líderes Religiosos.

No décimo dia de Abibe, Jesus Se apresentou

para esta inspeção. Isto é claro em

Mateus 22:15-46.

Esta incrível passagem mostra Jesus sendo

examinado pelos Herodianos, Saduceus,

Doutores da Lei e pelos Fariseus.

Os fariseus enviaram discípulos dos

herodianos para tentarem surpreender a Jesus

em alguma falta.

Aí então os saduceus tentaram fazer com

que Ele tropeçasse na doutrina da ressurreição.

“E os fariseus, ouvindo que Ele fizera

emudecer os saduceus, reuniram-se no

mesmo lugar” (Mt 22:34).

“Então, retirando-se os fariseus, consultaram

entre si como O surpreenderiam em

alguma palavra” (Mt 22:15). Um fariseu,

doutor da lei, O examinou no que se refere à

questão do maior dos mandamentos.

Em seguida perguntaram-Lhe quem era

o pai do Messias. Jesus replicou:

“Já que Davi O chamou de Senhor, como

Ele pode ser um mero Filho Seu? Eles ficaram

sem resposta. E, depois disto, ninguém

ousou fazer-Lhe mais perguntas’’ (Mt

22:45,46).

A conclusão deste tempo de testes e exames

encontra-se em Mateus 22:46: “E ninguém

podia responder-Lhe uma palavra.”

b. Examinado Pelas Autoridades Civis.

“Aí então os... oficiais dos judeus prenderam

a Jesus e O amarraram... Em seguida,

levaram Jesus da casa de Caifás para o

tribunal. E era pela manhã cedo. E eles próprios

não entraram no tribunal [gentio romano],

para não se contaminarem, e poderem

comer a páscoa” (Jo 18:12,28).

(Observação: Se os judeus tivessem entrado

num tribunal de gentios durante a Páscoa,

eles teriam se profanado e, portanto,

538 / SEÇÃOC10 C10.2– A Festa da Páscoa

não poderiam comer os seus cordeiros pascais

que estavam sendo examinados para a

Festa naquele momento).

Caifás queria evidências para apresentar

a Pilatos para que este, por sua vez, pudesse

condenar a Jesus. Pilatos não encontrou

nada e tiveram que responder à pergunta de

Pilatos com a declaração: “Se Este não fosse

malfeitor, não To entregaríamos” (Jo

18:29,30).

Após um minucioso exame do Cordeiro

de Deus, o próprio Pilatos declarou que

Jesus estava qualificado para ser o Cordeiro

Pascal: “...Não acho n‘Ele crime algum”

(Jo 18:38) “...Eis que eu vo-lo apresento,

para que saibais que não acho n’Ele crime

algum...” (Jo 19:4).

Este veredito legal e civil foi dado exatamente

na mesma hora em que os cordeiros

pascais estavam sendo examinados e declarados

imaculados pelos sacerdotes. Pilatos

declarou que Jesus era inocente três vezes

(Jo 18:38; 19:4,6).

Pilatos não compreendeu como foi importante

esta declaração de inocência. Ele

não sabia que Jesus era o Cordeiro de Deus,

o Qual estava sendo apresentado a ele para

ser inspecionado. Pilatos sabia muito pouco

sobre o decreto divino de cerca de quatorze

séculos antes:

“O vosso cordeiro será imaculado, um

macho...” (Êx 12:5). “Porém, se houver

algum defeito [falha] nele... não o sacrificareis

ao SENHOR vosso Deus” (Dt 15:21).

Em seu decreto final, as palavras de Pilatos

são absolutamente proféticas: “...disse-

lhes Pilatos: Tomai-O vós, e crucificai-

O; porque não vejo nenhuma falha [imperfeição]

n’Ele” (Jo 19:6).

Sem perceber, Pilatos estava declarando

que Cristo, o Cordeiro de Deus, era digno

de morrer como Cordeiro Pascal de Deus

pela humanidade pecaminosa.

Sim, após quatro dias de um minucioso

exame, Jesus foi sacrificado. O VERDADEIRO

SIGNIFICADO da Páscoa havia sido alcançado.

Na mesma hora em que os cordeiros pascais

estavam sendo sacrificados e o sangue

deles estava sendo derramado no altar do Templo,

eles levaram a Jesus e O crucificaram.

O ASPECTO PASSADO (HISTÓRICO)

da Páscoa relembrava a libertação do Egito.

O ASPECTO PROFÉTICO da Páscoa foi

cumprido no Calvário.

2. Uma Cobertura de Proteção

Jesus tornou-Se uma cobertura de proteção

para todos os que O receberiam como

Seu Cordeiro Pascal. “... vendo Eu sangue,

passarei sobre vós, e a praga não estará

sobre vós para vos destruir...” (Êx 12:13).

“Mas Ele pagou por vós, com o precioso

sangue de Cristo, o imaculado e incontaminado

Cordeiro de Deus” (1 Pe 1:19).

a. Sangue nos Umbrais das Portas.

“A tarde, no décimo quarto dia deste mês,

todos estes cordeiros serão sacrificados, e

o sangue deles será colocado nas duas ombreiras

da porta de todas as casas e na

verga acima da porta. Usem o sangue do

cordeiro comido nesta casa” (Êx 12:6,7).

Não foi nada por acaso o fato de que o

sangue colocado na verga acima da porta, ao

gotejar, formava uma linha vertical – como

a haste central da Cruz. Quando ligamos o

sangue colocado nos dois batentes laterais

da porta com uma linha horizontal, temos

UMA CRUZ.

Isto apontava profeticamente para o futuro,

para a vinda do Messias, o Cordeiro

de Deus, que morreria numa cruz.

“Drenai o sangue do cordeiro numa bacia,

e, em seguida, tomai um molho de hissopo

e molhai-o no sangue do cordeiro, lançai-o

na verga da porta e nos dois batentes laterais,

a fim de que haja sangue neles, e nenhum

de vós sairá durante toda a noite.

“Pois Jeová passará através da terra e

matará os egípcios; mas, vendo Ele o sangue

sobre a verga da porta e nos dois batentes

laterais, Ele passará sobre aquela casa e

não permitirá que o Destruidor entre e mate

os vossos primogênitos” (Ex 12:22,23).

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 539

Observe que o versículo bíblico diz que

quando Deus vir o sangue, “Ele passará

sobre aquela casa...” (vs 23).

Durante anos eu achei que isto significava

que Deus pularia sobre as casas israelitas

no sentido de nos desviarmos ou deixarmos

de fora uma pessoa que esteja numa fila.

Vejo agora que há uma realidade ainda

mais linda aqui. Quando a Bíblia diz que

“Deus passará sobre as casas...”, isto significa

que Deus Se colocou sobre as casas

dos israelitas como uma cobertura. Ele estava

lá protegendo-os do anjo destruidor

que Ele havia enviado aos egípcios.

b. O Cristo Crucificado. O sangue nos

umbrais, portanto, retrata claramente o Cristo

Crucificado à Porta das casas dos crentes

como Salvador, Protetor e Libertador.

O Salmo 91 descreve a proteção que desfrutamos

quando o sangue do Cordeiro Pascal

e aplicado na porta de nosso coração.

“Aquele que habita no esconderijo do

Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará...

CERTAMENTE Ele te livrará do laço

do passarinheiro... Ele te cobrirá com as Suas

penas e sob as Suas asas estarás seguro...”

Satanás é o destruidor – o anjo da morte.

“E ele abriu o poço do abismo [Inferno]... O

rei deles é o Príncipe do abismo, cujo nome

em hebraico e Abadom, e em Grego, Apolion

(e em português, o Destruidor)” (Ap 9:2,11).

Todos os que aceitam o sangue do Cordeiro

derramado e se escondem por detrás

da Cruz encontram uma perfeita proteção

contra o Destruidor (Satanás).

Há uma PROTEÇÃO PERFEITA contra

as obras do destruidor, que é o nosso adversário.

“Para este propósito o Filho de Deus

foi manifesto, para que Ele pudesse destruir

as obras do diabo” (1 Jo 3:8).

Muitos crentes, bíblica e corretamente

declaram: “Satanás não pode me tocar nem

me ferir, contanto que eu fique debaixo do

sangue de Jesus. Lá eu tenho uma perfeita

proteção contra Satanás e todos os seus demônios.”

Todos precisam experimentar a sua PÁSCOA

PESSOAL se quiserem permanecer firmes

contra o adversário de suas vidas.

O sangue nos umbrais de suas portas

trazia a presença de Deus, o que despojava

o Destruidor de todo o seu poder naquela

casa. Isto é afirmado em Hebreus 2:14: “Jesus...

aniquilou o que tinha, o poder da

morte... a saber, o diabo.”

O Cristo Crucificado, à porta de nossa

vida, aniquila todo o poder do diabo sobre

nós. Que liberdade! Aleluia!

De fato, “se o Filho vos libertar, verdadeiramente

sereis livres – conhecereis a verdade,

e a verdade vos libertará” (Jo

8:36,32).

c. Uma Experiência Pessoal. Eu já

tive a minha PÁSCOA PESSOAL. Eu costumava

ter muito medo do diabo quando era

um cristão novo. Costumava sonhar que

estava tentando expulsar demônios, mas sem

êxito algum. Este temor produzia uma incredulidade

que me paralisava. Aí então,

Deus me libertou pela Sua verdade.

Após ser libertado deste temor, tive uma

experiência maravilhosa na Guiana Inglesa.

Havia uma família lá que pertencia a uma

igreja que não pregava o Evangelho. Eles

tinham um filho endemoninhado, o qual

havia estado fora do seu juizo durante quatro

meses.

Nem os pais, nem o padre da paróquia

eram nascidos de novo.

O padre havia trazido um crucifixo e o

colocou em cima da cama da criança endemoninhada.

O padre também espargiu água

benta ao redor da casa. Isto, no entanto, não

impediu que o demônio fizesse com que o

garoto golpeasse violentamente a sua cabeça

contra objetos pontiagudos.

Os pais haviam levado o garoto para tirar

radiografias do cérebro. Os médicos, no

entanto, não conseguiam achar nada errado

com ele fisicamente.

Ele não havia comido há cinco dias e estava

se recusando a beber água. Ele não podia

ser ajudado pelo ritual sem poder algum

540 / SEÇÃOC10 C10.2– A Festa da Páscoa

daquele padre. Ele necessitava que o DEUS

VIVO, o CRISTO VIVO, viesse e ficasse sobre

ele.

Sentei-me com os seus pais e apresentei-

lhes as verdades de Romanos 10:9,10:

“Se com a tua boca confessares que Jesus

Cristo é o Senhor, e creres em teu coração

que Deus O ressuscitou [e não O deixou

pendurado na Cruz, como aquele crucifixo

insinuava] SERÁS salvo.”

1) Condições Para Uma Libertação

Total. Expliquei-lhes que a palavra grega

usada aqui e que foi traduzida por ‘salvo’ e

‘sozo’, que significa “ser liberto, ser restaurado

por completo; todos os benefícios

de uma redenção total.” Expliquei-lhes que

as condições para o recebimento desta LIBERTAÇÃO

TOTAL eram:

a) CONFESSAR com nossas bocas

que JESUS CRISTO É O SENHOR;

b) CRER em nosso coração que DEUS

O RESSUSCITOU DOS MORTOS; e

c) RECEBER: Deus promete que SEREMOS

SALVOS... (SOZO).

Muito embora estas pessoas tivessem

freqüentado uma igreja, nunca haviam ouvido

esta verdade bíblica sobre a maneira pela

qual Deus nos salva. Elas abriram os seu

coração a Deus e experimentaram a sua

PÁSCOA PESSOAL.

Confessando a sua nova fé em Cristo

como Senhor, e entregando-se a Ele como

Libertador, elas foram salvas (sozo).

2) Libertado dos Demônios. Um

pouco mais tarde, um irmão que estava comigo

juntou-se a mim para amarrarmos o

espírito maligno que atormentava o garoto.

Ordenamos que o demônio saísse do garoto

no poderoso Nome de Jesus.

O filho deles estava dormindo naquele

momento e não mostrou nenhuma evidência

externa de que alguma coisa tivesse acontecido.

Em seguida, incentivei os pais a aceitarem

pela fé o fato de que a cobertura da

presença de Deus estava sobre a casa deles

e sobre sua vida através da sua fé no Deus

que passa por cima.

Mais tarde, naquela mesma noite, eles

foram dormir. O pai deitou-se num dos lados

da cama, com o garotinho no meio. A

mãe deitou-se no outro lado da cama.

Cerca de 2:00 horas da madrugada o garoto

acordou. O demônio saiu imediatamente

com um grito penetrante. O espírito maligno

saiu dele, deixando-o completamente

livre. Ele foi totalmente restaurado no momento

em que acordou.

Os demônios não podem ficar onde:

• Deus vem e passa sobre um lar de

pais crentes, e

• onde uma ordem foi pronunciada contra

os demônios por servos ungidos

de Deus.

d. Jesus, a Nossa Cobertura. Até agora

tentei explicar o significado pascal do

Sangue de Cristo como uma cobertura que

protege o crente.

O ASPECTO PESSOAL da Páscoa precisa

ser cumprido na vida de cada um de nós.

Todos nós precisamos ver e receber a Jesus,

o Cordeiro de Deus que tira o nosso

pecado.

A Páscoa é a primeira Festa do Calendário

Divino. Ela é comemorada no Primeiro

Mês, Abibe.

A PÁSCOA PESSOAL de cada um de nós

vem logo depois que estabelecemos um relacionamento

com Deus.

Não ousamos omitir a mensagem da Páscoa.

Precisamos ver a espantosa pureza do

Cordeiro Sacrificial de Deus. Precisamos

convidá-Lo a Se colocar sobre nós. Desta

maneira, Ele Se torna a cobertura preparada

pelo nosso Pai Celestial para todos os que

querem estar num relacionamento correto

com Deus.

Jesus É a Vestimenta de Retidão que

PASSA SOBRE as nossas cabeças ao “revestirmo-

nos de Cristo” (Rm 13:14).

Quando O recebemos como nosso Cordeiro

Pascal podemos ter a certeza de que

estamos protegidos do diabo e dos demônios.

Cumpre-se, então, a seguinte promessa:

“Nenhuma maldição pode ser feita contra

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 541

Jacó, e nenhuma mágica funciona contra

ele” (Nm 23:23).

Capítulo 3

A Festa dos Pães Asmos

“...e no décimo-quinto dia do primeiro

mês é a Festa dos Pães Asmos ao Senhor:

durante sete dias devereis comer pães

asmos.

“...trareis um feixe das primícias das

vossas colheitas aos sacerdotes e movereis

o feixe diante do Senhor, para ser aceito

por vós, no dia seguinte ao Sábado [Domingo]”

(Lv 23:6-11).

A. O SIGNIFICADO DOS

PÃES ASMOS

A Festa dos Pães Asmos realizava-se

entre o décimo-quinto e o vigésimo-segundo

dia de Abibe (Abril). Nenhum pão preparado

com fermento deveria ser comido.

Todo fermento deveria ser retirado das casas.

Este uso dos pães asmos retratava a pressa

com que Israel saiu do Egito. Eles não

tiveram tempo para fazer pão levedado. Levava

muito tempo para o fermento subir e

eles estavam partindo às pressas. Por este

motivo, dormiram com os seus pés calcados.

“Assim pois o comereis: Os vossos

lombos cingidos, as vossas sandálias nos

pés, e o vosso cajado na mão. Assim o

comereis apressadamente. Esta é a Páscoa

do Senhor” (Êx 12:11).

No meio da noite, Israel teve a permissão

de partir. As mulheres empacotaram a

massa não-levedada que ainda se encontrava

nas amassadeiras, e Israel partiu às pressas

(Êx 12:8-11,14-20, 31-39).

Esta foi a comida básica deles durante

aquela emocionante época de viagem, saindo

do Egito, atravessando as águas do Mar

Vermelho e entrando no deserto.

Deus os havia prevenido a misturarem a

massa sem fermento a fim de que ela não

ficasse velha durante aquele período crítico

de partida (êxodo).

B. UM SÁBADO ESPECIAL

O Aspecto Profético da Festa dos Pães

Asmos é que ela retrata o sepultamento de

Jesus. Assim como a Festa da Páscoa ilustrava

a Sua morte na Cruz, assim também a

observância dos Pães Asmos ilustrava o Seu

sepultamento.

Em Mateus 12:40 Jesus diz que “assim

como Jonas esteve três dias e três noites no

ventre da baleia, assim estará também o

Filho do Homem três dias e três noites no

seio da terra.” Estes dias foram medidos

da maneira judaica.

Gênesis 1:5 mostra que os israelitas

medem os dias como “... tarde e manhã...”,

etc. O dia judaico termina e começa ao pôrdo-

sol. (Nas nações ocidentais, o dia termina

e começa a meia-noite).

Como Jesus poderia ter estado três dias

e três noites no seio da terra (Hades-Inferno)?

Isto não teria sido possível se Ele tivesse

sido crucificado na sexta-feira, como

se supõe normalmente.

Se Ele tivesse sido sepultado no momento

em que a sexta-feira estava terminando

no pôr-do-sol e em que o sábado estava se

iniciando – e se Ele ressuscitou logo após o

pôr-do-sol no sábado, quando o domingo

estava se iniciando – este espaço de tempo

seria de apenas uma noite e um dia, e NÃO

três dias e três noites como Jesus dissera.

João menciona que Jesus foi crucificado

na tarde que precedia “um grande dia” especial

ou “dia santo”.

“E era o dia da preparação antes da

Páscoa, e cerca do meio-dia... Jesus disse:

‘Está consumado!’ Com isto Ele inclinou a

cabeça e entregou o espírito. E era o dia da

preparação, e o dia seguinte deveria ser

um Sábado especial...” (Jo 19:14,30,31).

Este sábado especial era o primeiro dia

da Páscoa – e não o Sábado Comum, que

precede o domingo. Era um dia de Festa

especial.

542 / SEÇÃOC10 C10.3– A Festa dos Pães Asmos

Este “grande dia” era o primeiro dia dos

Pães Asmos. “No primeiro dia [dos pães

asmos] tereis uma santa convocação; não

fareis nenhuma obra servil (era um sábado

especial ‘de nenhum trabalho’] “(Lv 23:7).

Não era um sábado (que precede o domingo),

mas era observado como um sábado

especial.

VEJA AS ILUSTRAÇÕES NAS

PÁGINAS 543 E 544 DESTA SEÇÃO

O corpo de Jesus foi colocado na sepultura

minutos antes do anoitecer de quartafeira.

O primeiro dia dos Pães Asmos começou

no pôr-do-sol (que já era quinta-feira).

No pôr-do-sol daquela tarde, Ele foi colocado

na sepultura. Agora já era QUINTAFEIRA

(na maneira bíblica e judaica de se

reconhecer os dias). Para as nações ocidentais,

ainda era a noite de QUARTA-FEIRA.

O Sábado Judaico termina no fim da tarde

do SÁBADO, no PÔR-DO-SOL. Em algum

momento após o pôr-do-sol, Jesus ressuscitou

triunfantemente da sepultura... que

era o PRIMEIRO DIA da semana.

Este era o dia exato em que a oferta das

PRIMÍCIAS de um FEIXE de cereais deveria

tornar-se uma oferta movida. A Festa

das Primícias é o quadro profético de Deus

sobre a ressurreição de Jesus. (Veja o próximo

capítulo para obter detalhes ainda mais

surpreendentes.)

Jesus de fato cumpriu maravilhosamente

este Cronograma Divino.

Permitam-me admoestá-los a não serem

contenciosos com relação a estes detalhes.

Eles não são importantes o suficiente para

discutirmos com os outros.

O importante é o seguinte: “...Entregueivos,

de importância primordial, que Cristo

morreu pelos nossos pecados, de acordo com

as Escrituras, que Ele foi sepultado e ressuscitou

no terceiro dia...” (1 Co 15:3,4).

C. POR QUE PÃES ASMOS?

A razão histórica óbvia para a Festa dos

Pães Asmos é que foi exigido que Israel comesse

pão sem fermento.

Isto se deve ao fato de que o fermento é

um símbolo da malícia e da maldade. “Livrai-

vos do antigo fermento, para que possais

ser uma nova massa sem fermento –

como sois de fato. Pois Cristo, o nosso Cordeiro

Pascal, já foi sacrificado.

“Portanto, guardemos a Festa, não com

o antigo fermento da malícia e da maldade,

mas com o pão sem fermento, o pão da

sinceridade e da verdade” (1 Co 5:7,8).

Paulo nos ensina que a nossa antiga natureza

pecaminosa (tipificada pelo fermento)

foi sepultada com Cristo em nosso batismo

na água. “A vossa antiga natureza, que amava

o pecado, foi sepultada com Ele pelo batismo

quando Ele morreu...” (Rm 6:4).

Assim como os filhos de Israel entraram

no Mar Vermelho, com pães não-levedados

para sustentá-los em sua nova vida sob a

liderança de Moisés, assim também acontece

conosco e Cristo.

“Pois não quero que sejais ignorantes

do fato... que os nossos antepassados... todos

eles atravessaram o mar. Todos foram

batizados em Moisés... no mar” (1 Co

10:1,2).

D. SALVOS DE NOSSOS PECADOS

O Aspecto Pessoal desta Festa é o de

nos livrarmos da malícia e da maldade em

nossa vida. A Páscoa fala de Jesus lidando

com a PENALIDADE pelos nossos pecados.

“Pães Asmos” fala de Jesus lidando

com a PRÁTICA do pecado.

Mateus registra o anjo dizendo: “E

chamareis o Seu Nome Jesus [que significa

Jeová salva] pois Ele salvará o Seu povo

DOS seus pecados.” (Mt 1:21).

Algumas ramificações da Igreja Cristã chamam

isto de “santificação”. “Pães Asmos”

fala conosco PESSOALMENTE sobre o lidarmos

com qualquer malícia ou maldade em

nós. Precisamos nos purificar destas coisas,

entregando-nos à retidão, e não ao pecado.

Esta era a mensagem que Paulo estava

pregando à Igreja de Corinto. Eles precisavam

experimentar PESSOALMENTE a FesAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 543

Mês Moderno

Nome Hebraico

Ano Religioso

Judeu

Ano Civil

Judeu

Festa

DIA

COLHEITA

ASPECTO

HISTÓRICO

ASPECTO

PROFÉTICO

ASPECTO

PESSOAL

ABRIL

ABIBE (ou Nisã)

Primeiro Mês

Sétimo Mês

MAIO

ZIF

Segundo

Oitavo

Páscoa

14 - ABIBE

Libertação

do Egito

A Crucificação

de Jesus

Redenção e

Libertação

do poder

do pecado

Pães Asmos

15-22 - ABIBE

Pressa de

deixarem

o Egito

O

Sepultamento

de Jesus

Pressa de

deixarmos a

PRÁTICA DO

PECADO.

Batismo

nas águas.

Primícias

18 - ABIBE

CEVADA

A Colheita de

Cevada é

celebrada

A

Ressurreição

de Jesus

Primeiros

sinais do

caráter de

Cristo em nós,

nossa nova

natureza,

obras que

refletem o

arrependimento

Nenhuma

Os judeus têm

DOIS calendários principais:

a. O RELIGIOSO

b. O CIVIL

Este diagrama foi baseado no

Calendário Religioso. Os

meses não são idênticos aos

do Calendário Moderno

Diagrama das Festas do Senhor

544 / SEÇÃOC10 C10.3– A Festa dos Pães Asmos

OUTUBRO

ETHANIM

Sétimo

Primeiro

JULHO

TAMMUZ

Quarto

Décimo

Nenhuma Trombetas

1 -

Ethanim

AGOSTO

AB

Quinto

Décimo

Primeiro

Nenhuma

SETEMBRO

ELUL

Sexto

Décimo

Segundo

Nenhuma

JUNHO

SIVAN

Terceiro

Nono

Pentecostes

50 Dias depois

das Primícias

Trigo /

Chuva Temporã

A Lei é dada no

Sinai. A colheita

do trigo

celebrada.

O derramamento

do Espírito na

Igreja.

A Experiência

Pessoal do

Batismo no

Espírito Santo.

Expiação

10 -

Ethanim

Tabernáculos

15-22 -

Ethanim

MESES SECOS NENHUMA CHUVA FRUTOS e ÓLEO / Chuva Serôdia

Convoca Israel

a reunir-se no

Tabernáculo

a) A

Restauração de

Israel

b) A Voz

Profética

convocando o

Corpo à Unidade

e Retidão.

O atendimento

à convocação

de nos unirmos

ao Corpo de

Cristo com

responsabilidade

Expiação

anual para a

Nação e

purificação do

santuário.

A Purificação

e Preparação

do Corpo para

o Final dos

Tempos.

Entendendo a

nossa posição

em Cristo. A

nossa vitória e

o caminhar

santo.

A colheita dos

frutos

celebrada.

A Colheita de

Pessoas no

Final dos

Tempos

celebrada na

presença de

Deus. O Corpo

completado.

A Perfeição da

Santidade.

A Alegria da

Colheita.

As Épocas Escuras (Idade

Média) da Era Cristã

A Jornada no Deserto

Apostasia e rebeldia

contra o Senhorio de

Cristo. (Desnecessárias,

assim como a jornada de

Israel de 40 anos no

deserto não era

necessária.)

Este diagrama representa uma relação aproximada entre o

Calendário Moderno e o Calendário Religioso Judeu.

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 545

ta dos Pães Asmos. Eles tinham muita fé e

muitos dons do Espírito, mas estavam sendo

corrompidos pela iniqüidade da cidade.

1. Há Uma Vitória

Este não é um problema exclusivo da

Igreja de Corinto. Onde quer que haja pessoas,

haverá também problemas com os seus

pecados. NO ENTANTO, HÁ um caminho

à VITÓRIA, ao longo do qual as pessoas

podem se elevar e se libertar do poder e da

prática habitual do pecado.

Estes problemas de pecado, chamados

de “obras da carne”, não devem ser considerados

como correntes inevitáveis e inconquistáveis

pelo fato de sermos humanos.

Há uma maneira de lidarmos com a nossa

“natureza carnal”, com as nossas “concupiscências

da carne”.

Em primeiro lugar, compreenda que

não expulsamos as obras da carne como se

fossem obras de demônios. Alguns gostariam

de pensar que poderíamos resolver o

problema de todos os nossos maus hábitos

e mal caráter fazendo com que alguém expulse

os demônios de nós.

Em seguida, a resposta de Deus para as

obras da carne requer que compreendamos

mais claramente o que aconteceu com Jesus

no Calvário. O Calvário expõe a PUNIÇÃO

DE DEUS pelo pecado.

2. Uma Oferta Pelo Pecado

Vemos não somente o amor de Deus pela

humanidade pecadora, mas também a Sua

terrível ira contra o pecado.

Isaías descreve a Jesus em Sua morte

como estando “... mais desfigurado do que

qualquer outro homem...” (Is 52:14). A força

da língua hebraica sugere que Ele foi surrado

até não poder ser mais reconhecido.

“Todos os Meus ossos se desconjuntaram”

(Sl 22:14).

Estas passagens descrevem o que aconteceu

quando Jesus Se tornou pecado por

nós, não somente como um Substituto que

Se identificou com os pecadores, mas também

como uma oferta pelo pecado, suportando

a ira de Deus contra o pecado.

2 Coríntios 5:21 diz: “Jesus foi ‘feito

pecado’ [ou uma ‘oferta pelo pecado’ ] por

nós.” Isto aconteceu porque “Jesus tornou-

Se semelhante aos Seus irmãos em todos

os aspectos... para que Ele pudesse remover

a ira de Deus, pagando o preço total

pelo pecado ao tomar sobre Si os pecados

do povo” (Hb 2:17,18). É isto o que significa

o ato de expiação ou reconciliação de

Cristo – ou de tornar-Se a propiciação pelos

nossos pecados.

Romanos 3:25 diz o seguinte sobre Jesus:

“Ao Qual Deus propôs para propiciação

[pagamento total pelo pecado] através

da fé em Seu sangue...” Isto significa que

Ele pagou o preço total pelo nosso pecado,

a fim de que Ele pudesse remover (ou desviar)

de nós a ira de Deus.

Deus estava irado no Calvário, irado com

o pecado. Ele deu vazão a toda a Sua ira pelo

nosso pecado sobre Jesus, o Seu Filho-Cordeiro.

O Calvário não foi uma mera “peça

teatral”, um drama irreal representado por

Jesus, como um ator faria um papel teatral.

Ele passou por um sofrimento verdadeiro.

Isaías descreveu este sofrimento da seguinte

maneira: “Mas o bom plano do Senhor

foi feri-Lo e angustiá-Lo completamente.

No entanto, depois que a Sua alma tiver sido

dada como oferta pelo pecado, aí então Ele

terá uma multidão de filhos, muitos herdeiros.

Ele viverá novamente, e o programa de

Deus prosperará em Suas mãos.

“E quando Ele vir tudo o que for realizado

pela agonia da Sua alma, Ele ficará satisfeito;

e devido ao que Ele experimentou, o

Meu Servo de retidão fará com que muitos

sejam justificados diante de Deus, pois Ele

levará todos os seus pecados” (Is 53:10,11).

Foi uma realidade horrenda, onde Jesus

experimentou o Inferno POR NÓS e viu o

Seu Pai abandonando-O em ira contra o pecado

com que Jesus havia Se identificado.

Temos que ver o pecado como Deus o

vê: algo detestável. Temos que compreen546

/ SEÇÃOC10 C10.3– A Festa dos Pães Asmos

der que Deus poderia lidar com as obras da

carne somente de uma maneira. Ele tinha

que julgar o pecado e matar a natureza adâmica

pecaminosa. Ele tinha que matar a natureza

pecaminosa em nós.

3. Crucificados com Cristo

Paulo compreendia isto. Ele disse: “Já

fui crucificado com Cristo; e vivo, não mais

eu, mas Cristo vive em mim; e a vida real

que agora tenho dentro deste corpo é um

resultado da minha confiança no Filho de

Deus, o Qual me amou e Se entregou por

mim” (Gl 2:20).

O Calvário não significa apenas a morte

para Jesus. Significa também a morte ao

pecado para todos os que colocam a sua

confiança n’Ele. O Calvário lida com o nosso

velho ego.

“Pois sabemos que o nosso velho ego

foi crucificado com Ele, a fim de que o corpo

do pecado pudesse ser despojado, para

não sermos mais escravos do pecado – porque

qualquer um que morreu foi liberto do

pecado” (Rm 6:6,7).

Quando vemos e sabemos que já morremos

com Cristo no Calvário, podemos

ter a confiante expectativa de experimentarmos

Romanos 6:11: “...considerai-vos

mortos para o pecado, mas vivos para

DEUS em Cristo Jesus.” O versículo 11

não pode acontecer até que de fato tenhamos

compreendido e implementado o

versículo 6.

Deus aniquilou o poder deste corpo de

pecado quando Cristo morreu no Calvário.

Ele quebrou o poder do pecado quando a

nossa antiga natureza morreu com Cristo

no Calvário.

Devido a este acontecimento, podemos

confiantemente nos considerar mortos para o

pecado. Isto significa que devemos considerar

como já realizado o fato de que não somos

mais dominados pelo poder do pecado.

A fé entra em ação quando colocamos a

nossa confiança neste fato revelado por

Deus de que morremos com Cristo e de que

agora precisamos começar a nos considerar

mortos para o pecado e vivos para Deus.

Paulo diz: “Ora, amados, pois que temos

tais promessas, purifiquemo-nos de

toda a imundícia da carne e do espírito,

aperfeiçoando a santificação no temor de

Deus” (2 Co 7:1).

a. Um Novo Estilo de Vida. Este compromisso

pessoal para com o aperfeiçoamento

da santidade não é um retorno à vida

sob a Lei Mosaica. Pelo contrário, é o recebimento

de um novo estilo de vida fornecido

pelo nosso Deus Pai e pelo nosso Salvador,

Jesus.

O aperfeiçoamento da santidade somente

acontece quando desenvolvemos o mesmo

ódio pelo pecado e o mesmo amor pela

retidão que Deus tem.

Temos as preciosíssimas promessas da

nossa salvação como sendo uma dádiva da

graça de Deus, mas precisamos seguir adiante,

sem nos aproveitarmos da graça de Deus,

vivendo no pecado.

Purifiquemo-nos do antigo fermento da

malícia e da maldade. Compreendamos que

o nosso homem velho, com suas concupiscências

e desejos egocêntricos, morreu com

Cristo.

Confessemos pela fé esta morte do ego,

sempre que formos desafiados a ressuscitar

a nossa antiga natureza através de atos de

iniqüidade.

Reconheçamos que a única maneira de

lidarmos com um corpo morto é enterrá-lo. O

batismo por imersão é um forte símbolo da

velha natureza sendo enterrada e de uma nova

criação à semelhança de Jesus sendo ressuscitada

a uma nova vida à imagem de Cristo.

b. Em Cristo. Finalmente, gostaria de

explicar como todos nós morremos, em Cristo,

no Calvário. Em Hebreus 7, lemos que

Levi (que ainda não havia nascido) pagou os

dízimos a Melquisedeque em Abraão.

Como isto poderia acontecer?

“Poderíamos até dizer que o próprio Levi,

o qual recebe dízimos, pagou os dízimos através

de Abraão, pois ele ainda estava nos

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 547

lombos do seu antepassado quando Melquisedeque

o encontrou” (Hb 7:9,10).

Assim como toda a nação de Israel (inclusive

Levi), se encontrava nos lombos de

Abraão quando ele pagou os dízimos a

Melquisedeque, semelhantemente, todo o

povo da Igreja se encontrava em Cristo,

quando Ele morreu na Cruz.

Pelo fato de que estávamos NELE, quando

ELE morreu, NÓS morremos; quando

ELE foi sepultado, NÓS fomos sepultados.

Quando ELE ressuscitou, NÓS ressuscitamos

para uma nova vida. Vivamos, portanto,

esta nova vida, sem o fermento da malícia

e da maldade.

Capítulo 4

A Festa das Primícias

Introdução

“...e fizerdes a colheita, aí então trareis

um feixe das primícias da vossa colheita ao

sacerdote, e movereis o feixe diante do Senhor,

para ser aceito por vós, no dia seguinte

ao Sábado [Domingo]” (Lv 23:10,11).

“...Trazei ao sacerdote um feixe dos primeiros

grãos da vossa colheita; ele deve

mover o feixe diante do Senhor para que ele

seja aceito por vós... no dia seguinte ao

Sábado [Domingo]” (Lv 23:10,11).

A. QUAL É O SIGNIFICADO

DAS PRIMÍCIAS?

Assim como a Festa dos Pães Asmos

retrata a morte e o sepultamento de Jesus,

semelhantemente a Festa das Primícias retrata

e prediz a Sua ressurreição.

Na Palestina, a colheita principal é feita

durante o sétimo mês judaico, na Festa dos

Tabernáculos (Setembro/Outubro).

Certa vez, num mês de abril, (Abibe), eu

estava dirigindo através de lindos trigais na

Jordânia. Vi, então, que parte do trigo se

projetava acima da colheira principal. Perguntei

a um irmão nativo da região o motivo

disto.

Ele explicou que aquele era o trigo que

amadurecia antes da colheita principal. Eram

as primícias. Ele havia sido plantado com o

restante, mas cresceu e amadureceu na primavera,

antes da colheita principal, que viria

mais tarde.

Até o ano 70 D.C. (quando o Templo foi

destruído) este trigo precoce era colhido, reunido

num feixe, e apresentado no Templo como

primícia. Os sacerdotes moviam diante do

Senhor como uma oferta movida. Subitamente,

a Festa das Primícias ficou clara para mim.

1. Paulo Como Primícia

Lembrei-me o que Paulo falou de si mesmo

como “... alguém que nasceu fora do

tempo” (1 Co 15:8).

Ele se via como uma primícia da colheita

principal do povo de Deus, o qual será salvo

quando Jesus aparecer pela segunda vez

(veja Zacarias 12:10).

As primícias são assim. São uma colheita

que amadurece fora de época.

As condições atmosféricas de Israel produzem

este estranho fenômeno. Muitas das

culturas agrícolas produzem uma pequena

colheita na primavera. A estação normal para

a colheita e o verão ou os meses do outono.

Esta pequena colheita fora de época e chamada

de “primícias”.

2. Jesus Como Primícia

Vocês se lembram que Jesus disse: “Na

verdade, na verdade vos digo que, se o grão

de trigo, caindo na terra, não morrer, fica

ele só; mas se morrer, produz muito fruto”

(Jo 12:24).

O propósito de plantarmos uma saca de

sementes de arroz no solo é o de vermos

estas sementes multiplicando-se em milhões

de outras sementes (grãos de arroz) exatamente

iguais as que foram plantadas.

Depois que a semente morre, há uma

ressurreição. “Mas algumas das sementes...

produziram trinta vezes mais do que havia

sido plantado – algumas delas até mesmo

sessenta ou cem vezes mais!” (Mc 4:8).

548 / SEÇÃOC10 C10.4– A Festa das Primícias

Em Sua morte e sepultamento, Jesus foi

plantado como uma semente. Jesus não somente

ressuscitaria dos mortos, mas uma

primícia da ressurreição principal que vira

nos últimos dias também ressuscitaria dos

mortos (veja Apocalipse 20:4-6).

Isaías profetizou na pessoa de Jesus com

relação à Sua ressurreição. “Os teus mortos

viverão. Juntamente com o Meu corpo morto

ressuscitarão...” (Is 26:19).

Quando Jesus morreu, Ele desceu ao Inferno

(Hades), abriu as portas da prisão e

libertou a muitos que se encontravam no cativeiro

da morte. “... o Filho do Homem estará

três dias e três noites no seio da terra...

Ele também desceu às partes mais baixas da

terra... Libertarei os teus prisioneiros da

cova sem água... Tirou-os das trevas e da

sombra da morte, e quebrou as suas prisões...

Pois quebrou as portas de bronze...”

(Mt 12:40; Ef 4:9; Zc 9:11, Sl 107:14,16).

Vocês se lembram das Suas promessas,

“Depois de três dias ressuscitarei... Aniquilarei

a morte para sempre... Eu os remirei

do poder da sepultura; Eu os redimirei

da morte... Digo-vos que a hora vem, e

agora é, em que os mortos ouvirão a voz

do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”

(Ml 27:63; Is 25:8; Os 13:14; Jo 5:25)?

Mateus registra o cumprimento destas

impressionantes profecias. “Naquele momento

[da morte de Jesus], o véu do Templo

rasgou-se em dois, de alto a baixo, e tremeu

a terra, e fenderam-se as pedras.

“Abriram-se os sepulcros, e os corpos

de muitos santos que haviam morrido foram

ressuscitados.

“Eles saíram dos sepulcros, e, após a ressurreição

de Jesus, entraram na cidade santa

e apareceram a muitos” (Mt 27:51-53).

Isto descreve as primícias da ressurreição.

Quando Jesus invadiu o Hades (o lugar

dos mortos), os corpos de muitos santos

experimentaram o grande poder ressuscitador

de Deus.

Eles foram como o feixe de trigo que amadureceu

fora de época, o trigo que amadureceu

na primavera. Este trigo foi movido no

Templo, em adoração e triunfante louvor

diante do Senhor, como oferta de primícias

a Deus.

Estes feixes de trigos foram apresentados

muito antes da colheita principal. Estas

primícias proporcionam uma poderosa previsão

profética quanto à certeza da grande e

principal Colheita de Ressurreição que está

por vir nestes últimos dias.

As seguintes palavras descrevem esta

última e grande colheita de ressurreição:

“Porque o Próprio Senhor descerá do Céu

com alarido e com voz de arcanjo e com a

trombeta de Deus; e os mortos em Cristo

ressuscitarão primeiro... Num momento,

num piscar de olhos, ante a última trombeta;

porque a trombeta soará, e os mortos

ressuscitarão incorruptíveis...” (1 Ts

4:16; 1 Co 15:52).

3. Os Ossos de José

Quantos de nós já lemos a história de

José e estranhamos o seu pedido incomum?

“E disse José aos seus irmãos: ‘Estou morrendo...

Deus certamente vos visitará, e

transportareis os meus ossos daqui.’

“E morreu José... e o embalsamaram e

o colocaram num caixão no Egito.” (Gê

50:24,25).

Cerca de 300 anos mais tarde, na época

de Moisés, lemos o seguinte: “E tomou

Moisés os ossos de José consigo, pois José

havia feito com que os filhos de Israel fizessem

um juramento solene, dizendo: ‘Deus

certamente vos visitará, e transportareis

os meus ossos daqui convosco...’” (Êx

13:19).

Por que José queria que os seus ossos

fossem transportados do Egito, de volta para

a Terra Prometida?

Alguns supõem que José era um profeta.

Ele previu os eventos vindouros – cerca

de 18 séculos para o futuro. Jose previu a

vinda do Messias, no Seu triunfo sobre a

morte, ressuscitando muitos da sepultura.

Assim sendo, José queria ser sepultado

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 549

lá, na Terra Prometida, a fim de poder ser

ressuscitado, como parte das primícias.

Creio que seja possível, devido ao Espírito

profético sobre José, que ele compreendesse

um pouco do propósito de Deus

para as primícias... e José queria fazer parte

da ressurreição das primícias! O que você

acha?

4. Plantado Como Uma Semente

Em João 12:24 Jesus diz: “... se o grão

de trigo, caindo na terra, não morrer, fica

ele só, mas se morrer, produz muito fruto.”

Jesus estava falando sobre Si Mesmo.

Ele estava explicando aos Seus discípulos a

razão pela qual Ele tinha que ir à Cruz para

morrer e ser sepultado. Era para que Ele

pudesse ser plantado como uma semente.

Na ressurreição, a semente produziria uma

colheita de frutos semelhantes a Ele.

Jesus é descrito como sendo as primícias.

“Mas Cristo foi de fato ressuscitado

dos mortos, e foi feito as primícias dos que

adormeceram” (1 Co 15:20).

As primícias são a colheita precoce que

testifica da Colheita posterior dos mesmos

frutos. Tiago 5:7 diz: “Sede pois, irmãos,

pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o

lavrador [Deus] espera pelo precioso fruto

da terra...”

B. AS PRIMÍCIAS DE CRISTO

Assim como os Pães Asmos falam sobre a

nossa fuga apressada da PRÁTICA do pecado,

assim também as Primícias falam dos primeiros

sinais do caráter de Cristo em nós.

Antes da nossa Páscoa, não havia absolutamente

nenhuma semelhança de Cristo

em nos. DEPOIS da nossa Páscoa talvez

haja uma pequena semelhança de Cristo em

nosso comportamento ATÉ que prossigamos

para os Pães Asmos e as Primícias.

1. Os Frutos do Espírito

Estas Primícias de Cristo em nós são

descritas em Gálatas: “Mas o fruto do Espírito

é o amor, gozo, paz, paciência, benignidade,

bondade, fidelidade, mansidão,

e auto-controle” (Gl 5:22,23).

Jesus nos ensinou o seguinte: “Permanecei

em Mim, e Eu permanecerei em vós.

Nenhum ramo pode produzir fruto por si

só; ele precisa permanecer na videira.

“Tampouco podeis produzir frutos a menos

que permaneçais em Mim... Se alguém

permanecer em Mim e Eu nele, este produzirá

muitos frutos; sem Mim nada podeis fazer.

“Nisto é glorificado o Meu Pai, que deis

muitos frutos, mostrando assim que sois

Meus discípulos.

“O Meu mandamento e este: Amai uns

aos outros, assim como Eu vos amei. Sereis

Meus amigos se fizerdes o que vos ordeno”

(Jo 15:4,5,8,12,14).

As Primícias são os primeiros sinais dos

Frutos do Espírito, que são reconhecidos

pelas ações práticas de amor (comportamento)

para com Cristo e a Sua Igreja.

Assim como os Pães Asmos nos retiram

do pecado através da morte e do sepultamento,

assim também as Primícias nos introduzem

no Amor através da ressurreição

e da vida.

“Sabemos que passamos da morte para

a vida, porque amamos os nossos irmãos.

Qualquer um que não ama permanece na

morte” (1 Jo 3:14).

Deus quer que PROSSIGAMOS dos Pães

Asmos para o amor das Primícias.

2. Renovados à Sua Semelhança

Muitas vezes o nosso desejo de abandonarmos

o pecado se transforma em autoretidão

e desenvolvemos um espírito crítico

e de desamor. Deus nos exorta a PROSSEGUIRMOS,

após a expulsão de nossa vida

do fermento da malícia e da maldade, PARA

a positiva ação de amor das PRIMÍCIAS!

Ao experimentarmos as Primícias, a semelhança

de Jesus começa a ser formada em

nós. No Espírito, já somos semelhantes a

Ele, pois recebemos o Seu Espírito em nosso

coração através da fé e nascemos de novo,

como filhos do nosso Pai.

550 / SEÇÃOC10 C10.5– A Festa de Pentecostes

Em nossa alma (afeições, vontade e intelecto)

estamos sendo renovados e moldados

à Sua semelhança, à medida que nos

submetemos ao Senhorio do Espírito em

nossa vida (veja Romanos 12:2).

Em nossos corpos, seremos semelhantes

a Ele na ressurreição da grande e última

Colheita no final da Era da Igreja. “Eis aqui

vos digo um mistério: nem todos dormiremos,

mas todos seremos transformados –

num momento, num piscar de olhos, ante a

última trombeta.

“Porque a trombeta soará, os mortos

ressuscitarão incorruptíveis, e seremos

transformados.

“E assim como tivemos a semelhança

do terreno, assim também teremos a semelhança

do celestial” (1 Co 15:51,52,49).

Não será este um dia maravilhoso? Aleluia!

Mas, por enquanto, tome posse da sua

experiência das Primícias. “Revistam-se do

Senhor Jesus Cristo, e não pensem em como

gratificar os desejos da natureza pecaminosa.

“Despojem-se de sua antiga natureza maligna

– o antigo ego, que era um parceiro em

seus caminhos malignos – totalmente corrompido,

cheio de concupiscência e fingimento.

“Agora, todas as suas atitudes e pensamentos

precisam estar sendo aperfeiçoados

constantemente.

“Sim, vocês precisam ser pessoas novas

e diferentes, santas e boas. E vistam-se

desta nova natureza” (Rm 13:14; Ef 4:22-

24). AMÉM!

Capítulo 5

A Festa de Pentecostes

“...A partir das primícias contareis

cincoenta dias até o dia seguinte ao sétimo

Sábado, e, aí então, apresentareis uma oferta

de manjares diante do Senhor. De vossas

habitações, trareis dois pães feitos com

duas dízimas de farinha fina, cozidos com

fermento, como uma oferta de movimento

das primícias ao Senhor” (Lv 23:15-17).

A. O ASPECTO PASSADO

(HISTÓRICO)

O aspecto passado da Festa de Pentecostes

é digno de menção. Havia três ocasiões

principais em que os israelitas deviam apresentar-

se diante do Senhor (Êx 23:14-17). A

primeira delas era a Páscoa, e também incluía

os Pães Asmos e as Primícias. Estas

três festas se realizavam num período que

variava de oito dias a duas semanas.

A segunda ocasião era para a celebração

da Festa de Pentecostes (também chamada

de Festa da Colheita). Ela era realizada cinqüenta

dias após a oferta movida do feixe

das primícias no fim dos Pães Asmos.

A terceira grande época de festa era chamada

de Festa dos Tabernáculos (Colheita),

no final do ano, quando os israelitas

colhiam os seus frutos do campo.

Esta época festiva começava no primeiro

dia do sétimo mês, com a Festa das Trombetas.

No décimo dia deste mês era o Dia da

Expiação, seguido no décimo-quinto-dia

pela Festa dos Tabernáculos.

Isto acontecia em Setembro/Outubro. “Três

vezes por ano todos os varões devem aparecer

diante do Soberano Senhor” (Êx 23:17).

Deuteronômio 16:9-12 descreve a Festa

de Pentecostes da seguinte maneira: “Sete

semanas contareis desde a época em que

começardes a colocar a foice na seara [Primícias].

Aí então celebrareis a Festa das

Semanas [Pentecostes] ao SENHOR teu Deus,

dando uma oferta voluntária proporcional

às bênçãos que o SENHOR teu Deus te deu.

“E te alegrareis diante do SENHOR teu Deus

no lugar que Ele escolher como habitação

para o Seu Nome [Jerusalém] – tu, teus filhos

e filhas, os teus servos e servas, os levitas em

tuas cidades, os estrangeiros, os órfãos, e as

viúvas que habitam no meio de ti.”

B. O ASPECTO PROFÉTICO

CUMPRIDO

O aspecto profético da Festa de PenteAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 551

costes foi cumprido em Atos 2.

“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes...

todos foram cheios com o Espírito Santo e

começaram a falar em outras línguas, conforme

o Espírito lhes concedia as palavras

a serem ditas” (At 2:1,4).

Este é um exemplo muito claro de como

Deus usa as Festas como um Cronograma

para a história humana.

O que aconteceu em Atos 2 demonstra

novamente como os símbolo proféticos da

Festa de Pentecostes foram cumpridos.

1. A Nova Oferta de Manjares

“Contareis cincoenta dias [Pentecostes]

... e aí então apresentareis uma nova oferta

de manjares ao SENHOR” (Lv 23:16).

A nova oferta de manjares retratava profeticamente

aquele pequeno grupo reunido

no Cenáculo – aqueles 120 discípulos dedicados

que estavam esperando pela promessa

do Pai sobre a qual Jesus havia falado.

Eles eram totalmente consagrados a Jesus

e estavam esperando pelo que Ele lhes

havia prometido. Jesus disse que seriam batizados

no Espírito Santo (At 1:4,5,14).

Eles eram aqueles poucos que se consagraram

e que de fato se comprometeram com

Jesus Cristo como seu Senhor e que haviam

sacrificado as suas próprias ambições de

maneira a poderem fazer parte dos propósitos

de Cristo.

Eram semelhantes à voluntária e nova

oferta de manjares. Eles se reuniram de comum

acordo (unidade) apresentando-se livremente

ao Senhor, preparados para pagarem

o preço da identificação com Jesus.

A Festa de Pentecostes tem um grande

poder associado a ela, mas, para ser vivenciada,

há também um grande preço a ser

pago – o preço de nos rendermos, completa

e voluntariamente, ao Senhorio de Jesus

Cristo, para podermos servi-Lo, “...quer

seja pela vida ou pela morte” (Fp 1:20).

O preço do Pentecostes foi claramente

explicado por Jesus em Atos 1:8: “Mas recebereis

poder depois que o Espírito Santo

vier sobre vós; e ser-Me-eis testemunhas [no

grego martus, que significa um “mártir”]...”

De acordo com os historiadores, onze

dos doze apóstolos a quem Jesus falou estas

palavras foram martirizados.

Vocês se lembram do seguinte evento?

Antes de Jesus ser martirizado, “Aproximou-

se d‘Ele uma mulher com um vaso de

alabastro, com ungüento de grande valor e

derramou-lho na Sua cabeça...

“Ora, derramando ela este ungüento sobre

o Meu corpo, fê-lo para o Meu sepultamento”

(Mt 26:7,12). No Pentecostes somos

ungidos para o sepultamento e o martírio.

Esta mesma palavra grega (martus) é

traduzida em algumas versões como “mártir”

nos dois seguintes versículos:

“E quando o sangue do Teu mártir, Estêvão,

foi derramado...” (At 22:20).

“...ainda nos dias de Antipas, o Meu fiel

mártir, o qual foi morto entre vós...” (Ap

2:13).

Neste aspecto pessoal de Pentecostes,

esta nova oferta de manjares é uma oferta

voluntária de nossa própria vida, como um

sacrifício vivo, preparado para qualquer coisa

que Deus quiser fazer em nós ou conosco.

A nova oferta de manjares tem uma lição

simbólica de que somos plantados na morte,

a morte do sacrifício próprio e da submissão.

Desta mansidão e entrega da vontade

própria surge uma Colheita de vida.

2. Os Dois Pães

É significativo que os dois pães oferecidos

nesta Festa sejam preparados com fermento.

Isto retrata o caráter dos que experimentaram

o Pentecostes.

Deus não exigiu grandes realizações intelectuais

nem uma perfeição moral antes de

batizar com o Espírito Santo aqueles 120

discípulos. Algumas semanas antes, os doze

discípulos haviam mostrado que eram fracos

e temerosos. “Aí então todos os discípulos O

abandonaram e fugiram” (Mt 26:56).

Observe onde Jesus encontrou os onze

552 / SEÇÃOC10 C10.5– A Festa de Pentecostes

discípulos após a Sua ressurreição.

“... as portas de onde os discípulos haviam

se reunido estava fechada, pois temiam

os judeus...” (Jo 20:19). Amontoados,

com medo, e por trás de portas

trancadas – foi aí que Jesus os encontrou.

a. Capacitados Pelo Espírito. Foi aí

que Ele lhes disse que o Espírito os capacitaria

tanto que não teriam mais medo. Eles

proclamariam intrepidamente o Evangelho

– até mesmo como mártires.

E foi isto que o Pentecostes fez para

doze apóstolos cheios de medo. Transformou

o medo deles em fé; as portas fechadas

se abriram, e eles saíram às ruas, pregando

sobre Jesus, mesmo diante da possibilidade

de detenção, prisão e martírio.

“E, estando eles falando ao povo, sobrevieram

os sacerdotes, e o capitão do

Templo, e os saduceus, e os encerraram na

prisão até o dia seguinte... e, chamando-os,

disseram-lhes que absolutamente não falassem

nem ensinassem nada no nome de

Jesus” (At 4:1,3,18). Como estes discípulos

reagiram a uma ordem deste tipo?

Em primeiro lugar, eles oraram. “Agora,

pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças

e concede aos Teus servos que falem

com toda ousadia a Tua Palavra” (At 4:29).

Em seguida, pregaram. “E os apóstolos

davam, com grande poder, testemunho

da grande ressurreição... E, levantando-se

o sumo-sacerdote... indignaram-se muito e

os lançaram na prisão pública.

“Mas, durante a noite, o anjo do Senhor

abriu as portas da prisão e, tirando-os para

fora, disse: Ide, e apresentai-vos no Templo,

e dizei ao povo todas as palavras desta vida.

“E diariamente, no Templo, e em todas

as casas, não cessaram de ensinar e pregar

a Jesus Cristo” (At 4:33; 5:17-20,42).

O Pentecostes é para os que têm fome

e sede da presença e do poder de Deus, os

que estão dispostos a serem transformados

em pessoas corajosas (muito embora sejam

por si próprias temerosas) a fim de poderem

proclamar a Cristo – até mesmo se isto

significar a prisão ou a morte.

“Bem-aventurados os que têm fome e

sede de justiça, porque serão fartos” (Mt

5:6).

“Ó Deus, Tu és o meu Deus; de madrugada

Te buscarei; a minha alma tem sede

de Ti; a minha alma Te deseja muito numa

terra seca e cansada, onde não há água;

“Para ver o Teu poder e a Tua glória,

como Te vi no Santuário” (Sl 63:1,2).

“A minha alma anela, sim, até mesmo

desfalece pelos átrios do SENHOR: o meu

coração e a minha carne clamam pelo Deus

vivo” (Sl 84:2).

“Pois Ele farta a alma sedenta e enche

de bens a alma faminta” (Sl 107:9).

“Ele cumprirá o desejo dos que O temem;

Ele também ouvirá o seu clamor e os

salvará” (Sl 145:19).

“... quanto mais o vosso Pai Celestial

dará o Espírito Santo aos que Lho pedirem?”

(Lc 11:13).

C. RECEBA O DOM

A definição legal de um dom é a seguinte:

Uma oferta e uma aceitação, sem preço

ou consideração.

O Batismo do Espírito Santo é descrito

como sendo o DOM prometido pelo Pai (At

1:4;2:38).

Os dons de Deus são concedidos por

causa da sua natureza bondosa, e não por

causa dos nossos méritos. O poder do Pentecostes

foi o dom de Deus a uma comunidade

que não era perfeita.

A trágica história de Ananias e Safira em

Atos 5 nos ensina que desejarmos o PODER

ou o PRESTÍGIO sem a PUREZA do Espírito

Santo significa não compreendermos uma

importante função do Espírito Santo.

Ele entra em nós, não PORQUE sejamos

perfeitos, mas porque PRECISAMOS ser

perfeitos.

1. Um Encontro Divino

Se você ainda não recebeu o seu Pentecostes

pessoal, leia a Seção D1 deste Guia

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 553

de Treinamento de Líderes. Siga estas instâncias

e você poderá ser capacitado a fazer

a vontade e a obra de Deus.

Êxodo 23:17 diz: “Aparecereis diante

do Senhor.” Isto fala conosco sobre o encontro

divino com Deus.

O encontro com Deus registrado no primeiro

Pentecostes do Novo Testamento

(Atos 2) certamente transformou aquele

grupinho de pessoas que aguardavam em

atitude de oração no Cenáculo.

Transformaram-se numa poderosa comunidade

de testemunhas, de pessoas seguras

quanto ao Deus que haviam encontrado

no Dia de Pentecostes.

2. Uma Pedra de Tropeço

O aspecto pessoal desta Festa ainda é

poderosamente relevante hoje em dia. Ainda

há a necessidade da oferta voluntária de

nossa própria vida a Deus. Muitos membros

da Igreja desejam o poder do Pentecostes,

mas não da mesma maneira como

aconteceu lá em Atos 2.

Muitos cristãos acham que é um tanto

desnecessário ou embaraçoso o falar em línguas.

Algumas teorias teológicas são elaboradas

no sentido de explicarem e eliminarem

esta clara experiência bíblica.

Tenho observado que sempre que Deus Se

move de uma forma nova, Ele sempre coloca

uma “pedra de tropeço, uma rocha de escândalo”

naquilo que faz! O falar em outras línguas

pelo Espírito é assim para alguns.

Eles não conseguem receber o seu Batismo

no Espírito Santo.

“Por quê? Porque não buscaram pela

fé... pois tropeçaram na pedra de tropeço”

(Rm 9:32). Para estes, o dom de línguas é

“...uma pedra de tropeço, e uma rocha de

escândalo, para aqueles que tropeçam na

palavra, sendo desobedientes...” (1 Pe 2:8).

A afirmação e a mensagem provenientes

de Jesus Cristo traziam consigo uma pedra

de tropeço. Os líderes religiosos não conseguiam

compreender a Encarnação de Cristo e

iravam-se muito quando Jesus falava sobre a

Sua divindade. Jesus foi a pedra que os

edificadores rejeitaram (At 4:11; Sl 118:22).

Paulo ensina que o Messias crucificado

foi uma outra pedra importante em que os

judeus tropeçaram (1 Co 1:23).

Eles não conseguiam compreender o fato

de que o Messias havia vindo para sofrer

uma morte ignóbil (desonrosa). Achavam

que Ele expulsaria os soldados romanos que

ocupavam a Sua terra e estabeleceria um

glorioso reino.

Isto tudo não se encaixava com a maneira

pela qual compreendiam as coisas. Não

havia nenhuma glória na Cruz – somente

vergonha e desonra. A Cruz fala de vergonha

e ofensa – porque somente os criminosos

eram crucificados.

É necessário uma revelação para podermos

ver as profundas verdades do Messias

crucificado. A mente natural não consegue

recebê-las. Jesus não era um criminoso, mas

Ele foi feito criminoso pelo fato de ter levado

os meus pecados e os seus pecados. “...o

SENHOR colocou sobre Ele a iniqüidade [o

pecado, a perversidade] de todos nós” (Is

53:6). “Deus tomou o imaculado Cristo e

derramou para dentro d’Ele os nossos pecados”

(2 Co 5:21).

Na Festa de Pentecostes, o falar em línguas

é uma pedra de tropeço semelhante.

Há um problema semelhante de orgulho no

recebimento do Dom de Línguas. Há um

opróbrio que alguns não querem sofrer.

Assim como um Messias crucificado era

algo irracional para os judeus, semelhantemente

o falar com uma língua desconhecida

parece irracional para muitos cristãos.

No entanto, não foi nenhuma denominação

que colocou esta pedra de tropeço na

Festa de Pentecostes. Foi Deus que a colocou

lá – uma pedra sobre a qual precisamos

cair em mansidão e submissão, para que ela

não caia sobre nós.

“Qualquer que cair sobre esta pedra

ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela

cair será feito em pó” (Lc 20:18).

554 / SEÇÃOC10 C10.5– A Festa de Pentecostes

3. Batismo de Fogo

“Respondeu João [Batista] a todos, dizendo:

Eu vos batizo com água, mas virá

Alguém que é mais poderoso do que eu [Jesus]...

Ele vos batizará com o Espírito Santo

e com fogo” (Lc 3:16).

Pentecostes também é a Festa do Batismo

de Fogo. O fogo e um símbolo de purificação.

Descobriremos que a identificação

com esta Festa testará os nossos relacionamentos

em casa, na igreja e em nossa vida

em geral.

O Pentecostes era uma ocasião em que

toda a nação de Israel comparecia diante do

Senhor para que Ele pudesse fazer uma obra

em seus corações, introduzindo neles um pouco

do Seu Próprio caráter. Isto aconteceu para

os 120 discípulos reunidos no Cenáculo, em

Jerusalém, durante o Pentecostes.

O poder do Pentecostes nos transforma.

Não devemos abordá-lo meramente por curiosidade

ou como uma experiência. É errado

nos aproximarmos do Pentecostes da mesma

maneira com que abordaríamos qualquer

outra coisa em que tivéssemos curiosidade.

Muitas vezes, as coisas preciosas de

Deus são pregadas tão negligentemente que

os ouvintes ficam sem nenhuma sensação

da espantosa presença de Deus, diante do

Qual estão comparecendo.

Freqüentemente, o Evangelho é pregado

com toda a ênfase nas bênçãos disponíveis,

sem, no entanto, nenhuma menção do arrependimento

necessário.

Alguns ensinam que o Pentecostes é uma

emocionante fonte de poder. Estes mestres,

geralmente, deixam de enfatizar que o Espírito

de Deus é acima de tudo, o Espírito

SANTO de Deus. O Pentecostes é um encontro

com Deus, e todos os encontros com

Deus nos transformam.

4. Para Refletirmos a Sua Glória

Certa vez, um Bispo muito consagrado

a Deus disse com razão: “Quando começamos

a falar com Deus sobre o poder, Ele

começa a falar conosco sobre a pureza.”

Isto me faz lembrar 2 Coríntios 3:17,18:

“... e onde está o Espírito do Senhor, aí há

liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto,

refletindo como um espelho a glória

do Senhor, estamos sendo transformados

à Sua semelhança com uma glória sempre

crescente, que é proveniente do Senhor,

que é o Espírito.”

Vemos aqui a obra do Espírito, o Qual

remove o véu de nosso coração, a fim de

que possamos refletir a glória do Senhor. O

resultado de refletirmos a Sua glória é que

somos transformados: “Transformados à

Sua semelhança, com uma glória sempre

crescente.”

O Pentecostes é o poder de Deus que

nos transforma à Sua semelhança. Esta

transformação não é um acontecimento instantâneo,

imediato. Ela ocorre à medida que

continuamos a nos oferecer como uma oferta

voluntária ao Espírito de Deus, dispostos

a sofrermos qualquer opróbrio resultante.

Desta maneira, somos transformados

de um nível de glória para o próximo, passo

a passo, dia após dia, à medida que colocamos

em prática o nosso Pentecostes.

Como já foi afirmado anteriormente, a

Festa de Pentecostes comemorava os eventos

no Sinai. Algo notável que aconteceu é

descrito no seguinte versículo:

“E aconteceu que, descendo Moisés do

Monte Sinai (e ele trazia as duas tábuas da

aliança em sua mão), ele não sabia que a

pele do seu rosto resplandecia, porque ele

havia conversado com Deus” (Êx 34:29).

O rosto resplandecente de Moisés causou

temor, e, assim sendo, ele colocou um

véu sobre a sua face. “Assim acabou Moisés

de falar com eles, e colocou um véu

sobre o seu rosto. Porém, entrando Moisés

perante o SENHOR, para falar com Ele, tirava

o véu até sair... os israelitas viam o rosto

de Moisés, que brilhava a pele do seu

rosto; e Moisés colocava o véu sobre o seu

rosto novamente, até entrar para falar com

Deus” (Êx 34:33-35).

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 555

A experiência pentecostal de Moisés fez

com que ele passasse muito tempo contemplando

o Senhor. Isto impregnava o seu próprio

semblante com a glória de Deus – que

refletia do seu rosto resplandecente.

Vamos desimpedir os degraus que levam

ao Cenáculo, para podermos entrar e orar, passando

tempo na presença de Deus, até que

nós também “reflitamos a glória do Senhor.”

Capítulo 6

A Festa das Trombetas

Introdução

“...na plenitude dos tempos, Deus enviou

o Seu Filho...” (Gl 4:4). “E, cumprindo-

se o dia de Pentecostes...” (At 2:1).

Estes dois versículos demonstram a seguinte

verdade: Deus tem datas especificas

em Seu Calendário Divino. Algumas palavras

proféticas estão esperando o seu cumprimento

há milhares de anos. Elas não podem

acontecer até a sua hora programada

no Calendário de Deus.

Até agora abordamos as Festas que já

tiveram os seus cumprimentos proféticos.

As outras Festas não ocorreram na era da

Igreja Primitiva, e nem podem ocorrer ATÉ

A PLENITUDE DOS TEMPOS designada

para elas. No entanto, a época em que estamos

vivendo agora é muito provavelmente

esta plenitude dos tempos.

Após esta pequena introdução, prossigamos

para uma melhor compreensão da

Festa das Trombetas.

“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No

primeiro dia do sétimo mês tereis um dia de

descanso, uma assembléia sagrada, comemorada

com o toque de trombetas. Nenhuma

obra servil fareis, mas oferecereis uma

oferta queimada ao Senhor” (Lv 23:24,25).

A. OS ASPECTOS PASSADOS E

PROFÉTICOS

A Festa das Trombetas marcava o inicio

da terceira e grande época de Festas observadas

por Israel. Ela vinha na época da terceira,

última, e a maior das colheitas.

1. A “Colheita”

Vocês se lembram que havia uma

pequeníssima colheita nas Primícias e uma

colheita de primavera maior durante o Pentecostes;

mas a maior das colheitas vinha

no fim do verão. Era chamada de “colheita”.

“E observareis... a Festa da Colheita no

fim do ano” (Êx 34:22).

Isto é muito significativo para nós, que

estamos fazendo a obra do Senhor. Jesus

nos disse: “... a colheita é o fim do mundo”

(Mt 13:39). Assim sendo, podemos ter a

expectativa de que mais pessoas respondam

ao Evangelho na época das Festas das

Trombetas do que em qualquer outra época

da história do mundo. Creio que estamos

entrando agora nesta época.

2. De Maio Até Outubro

Há um período bastante longo entre o

Pentecostes e as Trombetas. Profeticamente,

isto é importante. Não há nenhum registro

no Novo Testamento sobre a Festa das

Trombetas sendo cumprida.

No entanto, se Deus cumpriu a Páscoa,

os Pães Asmos, as Primícias e o Pentecostes,

certamente Ele cumprirá o restante. A

questão é quando!

Será que esta longa separação entre o

Pentecostes e as Trombetas não poderiam

estar sugerindo isto? Assim como o Pentecostes

era observado na colheita da primavera

e a Festa das Trombetas muitos meses

mais tarde, na colheita final, assim também

Deus começou algo no Pentecostes que Ele

completará nos últimos dias, na época da

Segunda Vinda do nosso Senhor.

Com relação ao Pentecostes, Pedro disse:

“Mas isto é o início do que foi falado

pelo profeta Joel” (At 2:16 Amplificada).

O que a Igreja Primitiva experimentou foi o

início daquilo que teria o seu final em nossos

dias e em nossa época.

556 / SEÇÃOC10 C10.6– A Festa das Trombetas

3. As Trombetas da

Vinda de Jesus.

O que acompanha a Segunda Vinda de

Jesus? “... e verão o Filho do Homem, vindo

sobre as nuvens dos Céus com poder e

grande glória.

“E enviarei os Meus anjos [mensageiros]

com um som de um poderoso toque de

trombetas...” (Mt 24:30,31).

“Eis aqui vos digo um mistério: Nem

todos dormiremos, mas todos seremos

transformados, num momento, num piscar

de olhos, ante a última trombeta.

“Porque a trombeta soará, e os mortos

serão ressuscitados incorruptíveis, e seremos

transformados” (1 Co 15:51,52).

“Porque o Próprio Senhor descerá do

Céu com um alarido, com a voz do Arcanjo,

e com a Trombeta de Deus: e os mortos em

Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4:16).

Tudo isto sugere que a Festa das Trombetas

tem muito a ver com os acontecimentos

do final da era da Igreja – os dias e a

época em que estamos vivendo agora.

B. A SÉTIMA TROMBETA

“Fala aos filhos de Israel dizendo: No

sétimo mês, no primeiro dia do mês, observareis

um dia de total descanso, uma convocação

santa comemorada com toques de

trombeta” (Lv 23:24).

1. Tempo de Descanso

A característica principal da Festa das

Trombetas é que ela é UM TEMPO DE DESCANSO.

Jesus nos ensina que desde a queda

de Adão e Eva, Deus não tem descansado.

Ele está trabalhando para salvar e libertar.

Moisés tentou levar os israelitas que ele

havia tirado do Egito através do Jordão, para

introduzi-los na Terra Prometida – o lugar

de descanso.

No entanto, Hebreus 4:8,9 diz que este

descanso nunca se concretizou nos dias de

Moisés, NEM de Josué. Na verdade... pelo

fato de Israel não ter obtido (se apropriado)

a promessa, ela ainda permanece para nós

hoje em dia.

“Portanto permanece ainda um descanso

sabático para o povo de Deus, pois qualquer

um que entra no descanso de Deus

também descansa das suas próprias obras,

assim como Deus descansou das Suas.

“Procuremos pois, diligentemente, entrar

nesse descanso, para que ninguém caia, seguindo

o exemplo de Israel de desobediência”

(Hb 4:9-11).

Esta afirmação do Novo Testamento declara

que este Descanso Sabático, este Descanso

da Festa das Trombetas, ainda está

para acontecer.

Em outras palavras, nos dias do Novo

Testamento, isto ainda não foi cumprido. A

Era da Igreja já tem agora quase dois mil

anos. Creio que estamos perto do toque das

Trombetas.

A obra de Deus precisa progredir em nossos

dias pelo poder de Deus e não pelos

esforços e trabalhos humanos. Uma querida

e idosa santa disse-me alguns anos atrás:

“Quando nos esforçamos e trabalhamos para

fazermos com que as coisas aconteçam pela

nossa própria força e poder, DEUS DESCANSA.

Quando descansamos, oramos e dependemos

do Seu Espírito para que Ele opere

poderosamente através de nós, ELE TRABALHA

e nós descansamos.” Eu creio nisto.

a. O Corpo de Cristo Completado. A

narrativa de Apocalipse 10:7 nos diz o que

acontecerá quando a sétima e última Trombeta

estiver prestes a ser tocada. A mensagem

de Deus nesta Trombeta é a seguinte: o mistério

de Deus deve ser completado agora.

Efésios 3 ensina claramente que a Igreja

é o mistério de Deus (Ef 3:2-12). O

mistério é que os gentios são co-herdeiros

com os judeus, por terem sido unidos em

Jesus Cristo. O mistério é que os judeus e

os gentios crentes estão sendo formados,

conjuntamente, num único Corpo.

Ora, o Corpo de Cristo tem estado no

processo de formação desde o início da Igreja

no Dia de Pentecostes, e ainda não foi completado.

Quando um parto humano normal

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 557

era do domínio humano sobre a terra.

A cabeça de ouro desta estátua representava

o homem governando nos dias de

Daniel na pessoa de Nabucodonosor. Ele

era a cabeça de ouro.

Os pés da estátua, feitos de ferro e barro,

representam a última destas potências

mundiais dos gentios que estará governando

nos últimos dias.

c. A Igreja nos Últimos Dias. Assim

como a estátua representava uma progressão

de eventos que se iniciavam com a Cabeça

e terminavam com os pés, assim também

ocorre com a formação do Corpo de

Cristo. Começou com a Cabeça de Cristo, e

termina com os pés. Os pés vem em ultimo

lugar. Assim sendo, concluímos que os pés

devem representar a Igreja nos últimos dias,

na época em que Jesus voltará novamente.

Isto é ilustrado na conquista de Canaã

por Josué. “...Josué chamou... e disse aos

capitães dos homens de guerra... aproximem-

se e coloquem os seus pés sobre os

pescoços desses reis. E eles se aproximaram,

e colocaram os seus pés sobre os pescoços

deles” (Js 10:24).

Pelo fato de colocarem os seus pés sobre

os pescoços destes reis, eles estavam

subjugando e demonstrando o seu domínio

sobre eles e os seus reinos.

“Eis que vos dou poder para pisar serpentes

e escorpiões, sobre todo o poder do inimigo,

e nada vos fará dano algum” (Lc 10:19).

“E o Deus de paz esmagará a Satanás

sob os vossos pés...” (Rm 16:20).

Deus subjugará todas as coisas sob os

pés de Cristo, ou seja, sob o Corpo de Cristo...

Aleluia!

Nos dias da Sétima Trombeta, o Corpo

de Cristo será totalmente revelado. Nesta

ocasião, serão cumpridos todos os propósitos

de Deus para os descendentes naturais

de Israel e para o Israel Espiritual (a Igreja).

Com isto em mente, podemos examinar

a Palavra de Deus com uma perspectiva totalmente

diferente. É como se o véu tivesse

sido removido.

acontece, a cabeça sai primeiro. O mesmo

acontece com o Corpo de Cristo. Jesus, a

Cabeça, saiu primeiro, e o processo de nascimento

do Corpo, no presente momento,

está sendo completado.

Paulo descreve este processo com as seguintes

palavras: “Mas cada um com a sua

ordem: Cristo, as Primícias [no inicio da

Era da Igreja]; depois [nos últimos dias – no

fim da Era da Igreja] os que são de Cristo na

Sua vinda” (1 Co 15:23).

Esta conclusão do Corpo de Cristo é o

mistério que será consumado na Sétima (e

última) Trombeta. Este Corpo terá um grande

poder e autoridade.

Isto é ilustrado no “filho-varão” de Apocalipse

12. O “filho-varão” representa o Corpo,

com Cristo como sua Cabeça, que, finalmente,

governará todas as nações.

b. A Profecia e Visão de Daniel. Daniel

descreve este Corpo de realeza e governo.

“Mas os santos do Altíssimo receberão

o reino e o possuirão para sempre, de eternidade

a eternidade” (Dn 7:18).

Contudo, fica claro que Jesus é a Cabeça

deste Corpo ou Família governante. “Eu vi...

um semelhante ao Filho do Homem [Cristo]

vindo com as nuvens do Céu. E a Ele foi

dado o domínio, e a glória, e o reino, para

que todos os povos, nações, e línguas, O

servissem; o Seu domínio é um domínio eterno,

que não passará, e o Seu reino, o único

que não será destruído” (Dn 7:13,14).

Daniel teve uma visão de uma enorme

estátua com uma cabeça de ouro, o braço e o

peito de prata, as suas coxas de cobre, as pernas

de ferro, e os seus pés em parte de ferro, e

em parte de barro. Foi dito a Daniel (no Capítulo

2) que esta estátua representa os atuais

e futuros reinos políticos do mundo.

Ela era um símbolo e previsão profética

de futuras potências e reinos mundiais dos

gentios. É um corpo altemativo que não tem

a Cristo como sua cabeça e que procura governar

o mundo sem Deus.

Lemos, no entanto, em Daniel 2:44, que

o Reino de Deus triunfará quando acabar a

558 / SEÇÃOC10 C10.6– A Festa das Trombetas

Por exemplo, Efésios 2:11-22 explica claramente

esta unidade entre os descendentes

naturais de Israel e o Corpo de Cristo.

Romanos 9-11 também enfatiza isto, explicando

a relação que há entre os filhos de

Abraão pela carne e os que são filhos de

Abraão pela fé (Gl 3:6-14).

Esta passagem em Gálatas não nega o fato

de que os israelitas são filhos de Abraão. Ao

contrário, ela enfatiza que os que crêem em

Jesus Cristo tornam-se filhos de Abraão através

da sua fé em Cristo.

É evidente que o Espírito de sabedoria e

revelação (Ef 1:17,18) precisa vir sobre nós

se quisermos compreender esta verdade. É

essencial se quisermos perceber o que Deus

está fazendo em nossos dias.

A minha firme convicção é a de que estamos

nos dias em que a FESTA DAS TROMBETAS

está começando a ser cumprida,

quando o mistério de Deus está chegando

ao seu cumprimento e à sua consumação.

Procure e espere um grande aumento de

verdadeiras vozes proféticas nesta época

de toque de trombetas. A trombeta é o símbolo

escolhido de Deus para representar

uma voz profética, clamando, admoestando

e instruindo.

C. O SÉTIMO MÊS

A numerologia é o estudo do significado

dos números na Bíblia. Sete é o número de

“término e descanso”. Por exemplo, “...no

sétimo dia, Deus terminou [concluiu ou

completou] a Sua obra... e descansou no

sétimo dia de toda a Sua obra...” (Gn 2:2).

Há bons motivos para crermos que os

seis dias da Criação e o sétimo dia de descanso

são proféticos neste sentido. Eles descrevem

o Calendário de Deus com relação ao

Seu plano de redenção para a humanidade.

1. Medição do Tempo Profético

Quando a Bíblia diz que “...um dia é

para o Senhor como mil anos, e mil anos

como um dia” (2 Pe 3:8), isto nos dá uma

regra para a medição do tempo profético.

De acordo com esta regra, seis dias seriam

como seis mil anos.

Da queda de Adão até a chegada de Cristo

passaram-se aproximadamente 4.000 anos

(quatro dias).

De Cristo até o presente são aproximadamente

2.000 anos (dois dias).

Assim sendo, estamos perto do final do

sexto dia (4 dias + 2 dias = 6 dias).

O sétimo dia está para começar. O sétimo

dia foi o dia em que Deus completou a

Sua obra e descansou.

2. Três Eras Principais

Simbolizadas

Há várias passagens na Bíblia que sugerem

que haverá três épocas principais, como

foi esboçado acima. Vamos examiná-las rapidamente.

a. O Tabernáculo de Moisés. Quando

calculamos as dimensões do Pátio Externo,

do Santuário, e do Santo dos Santos,

observamos o seguinte padrão:

O Pátio Externo tinha 100 côvados de

comprimento por 50 côvados de largura, e

era circundado por um linho branco com 5

côvados de altura (Êx 27:18). Quando adicionamos

100 + 100 (as duas laterais) e 50

+ 50 (os dois extremos) o resultado é de

300 côvados (a distância horizontal ao redor

do Pátio Externo).

Multiplicando isto pela altura de 5 côvados

(300x5), o resultado é 1.500. À razão

de 1 côvado por ano, este era o número

aproximado de anos de Moisés até Cristo,

o que representava a Dispensação da Lei.

O Santuário tinha 20 côvados de comprimento,

10 côvados de largura e 10 côvados

de altura (Êx 26:1-37), o que equivale a

2.000 côvados quadrados. Isto representa a

Dispensação da Graça (a Era da Igreja), que

seria de 2.000 anos (um côvado por ano).

O Santo dos Santos tinha 10 côvados de

comprimento, 10 côvados de largura, e 10

côvados de altura (Êx 26:1-37), o que equivale

a 1.000 côvados cúbicos. Isto representa

o Milênio, que seria de 1.000 anos (1

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 559

côvado por ano).

b. A Profecia de Oséias. Oséias está

falando na pessoa de Cristo. Cristo veio e

foi rejeitado pelo Seu Próprio povo judeu e

voltou ao Céu. Oséias, pelo Espírito de profecia,

descreve o seguinte:

“Irei, e voltarei para o Meu lugar [Ascensão

de Jesus, de volta para o Céu] até

que admitam a sua culpa. E buscarão a

Minha face; em sua angústia buscar-Meão

fervorosamente” (Os 5:15).

Em seguida, Oséias descreve o arrependimento

nacional de Israel nos últimos dias

e a misericórdia de Deus para com Israel

nesta época:

“Vinde, voltemos ao SENHOR. Ele nos despedaçou,

mas nos curará; Ele nos feriu,

mas Ele ligará as nossas feridas” (Os 6:1).

“Depois de dois dias, Ele nos reavivará;

no terceiro dia, Ele nos restaurará, para que

possamos viver na Sua presença” (Os 6:2).

A expressão “depois de dois dias” significa

um período de 2.000 anos (a Era da

Igreja ou Dispensação da Graça).

A referência ao terceiro dia refere-se a

um período de 1000 anos, quando tudo estiver

restaurado. Isto não poderia ser nada

mais que o Milênio.

c. As Palavras de Jesus. O rei Herodes

estava à procura de Jesus para matá-Lo. As

pessoas alertaram a Jesus para que Ele fugisse

a fim de salvar a Sua vida. Em vez disso,

“Ele lhes disse: Ide e dizei por Mim àquela

raposa: ‘Eis que expulso demônios e faço

curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia completo

a Minha obra” (Lc 13:32).

Ao dizer que continuaria a expulsar demônios

e a curar pessoas durante dois dias

(hoje e amanhã) Jesus estava Se referindo à

Sua obra que continuaria através da Igreja

durante 2.000 anos (dois dias proféticos).

Em seguida, Ele disse que aperfeiçoaria

ou completaria a Sua obra no terceiro dia

(1.000 anos). Esta é, indubitavelmente, uma

referência ao Milênio.

Este dia (período de 1.000 anos) é citado

na Bíblia. “E Ele [Jesus] prendeu... Satanás,

e o amarrou por mil anos... Bemaventurado

e santo aquele que tem parte na

primeira ressurreição... serão sacerdotes

de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele por

mil anos’’ (Leia Apocalipse 20:2-6).

Este período de 1.000 anos, quando os

“bem-aventurados e santos” recebem o privilégio

de reinarem com Cristo, é chamado

pelos teólogos de “Milênio”.

A maioria dos estudiosos da Bíblia crêem

que esta será a época em que as antigas profecias,

como as de Isaías, serão cumpridas.

“Naquele dia o lobo e o cordeiro deitarse-

ão juntos, e o leopardo e os cabritos estarão

em paz. Os bezerros e as ovelhas

estarão seguros no meio dos leões, e um

menino pequeno os guiará.

“As vacas pastarão juntamente com os

ursos; os seus filhotes deitar-se-ão juntos,

e os leões comerão grama como as vacas.

“Os bebês engatinharão com segurança

no meio de cobras venenosas, e a criança

que colocar a sua mão num ninho de

víboras [cobras] venenosas tirá-la-á sem

ferimento algum.

“Nada causará ferimentos nem destruições

em todo o Meu Monte Santo, pois assim

como as águas cobrem o mar, assim

também a terra estará cheia do conhecimento

do Senhor.

“Naquele dia Aquele que criou a dinastia

real de Davi será uma bandeira de salvação

para todo o mundo. As nações se congregarão

a Ele, pois a terra onde Ele habita será

um lugar glorioso” (Is 11:6-10).

Isto tem a ver com o nosso estudo da

Festa das Trombetas. Esta Festa do sétimo

mês é um desfile profético dos eventos que

acontecem no final da Era da Igreja (sexto

dia) e do início do Milênio (sétimo dia). Se

entendermos esta ligação, aí então muitas

coisas tornam-se compreensíveis na Bíblia.

D. UM DESFILE PROFÉTICO

Com relação à Festa das Trombetas, a

Bíblia diz: “... No primeiro dia do sétimo

mês, tereis um dia de descanso, uma as560

/ SEÇÃOC10 C10.6– A Festa das Trombetas

sembléia sagrada, comemorada com toques

de trombeta” (Lv 23:23-25).

1. O Simbolismo da Trombeta

a. Uma Mensagem de Advertência.

A trombeta simboliza uma urgente mensagem

profética proveniente de Deus (em geral

uma admoestação) através de um dos Seus

servos. Deus disse ao profeta Isaías: “Clama

em voz alta... levanta a Tua voz como

uma trombeta e mostra ao Meu povo as

suas transgressões” (Is 58:1).

Em Ezequiel 33, Deus faz do profeta

Ezequiel uma sentinela para a Casa de Israel.

Ezequiel é designado para falar à nação numa

admoestação.

“Se alguém ouvir a trombeta, mas não

se der por avisado... o seu sangue será sobre

a sua própria cabeça” (Ez 33:4).

b. Uma Mensagem de Mobilização.

A trombeta também era usada pelos militares

com o intuito de se comunicar uma mensagem

de mobilização a um grande número

de soldados. Esse conceito encontra-se na

carta de Paulo:

“Porque se a trombeta der sonido incerto,

quem se preparará para a batalha?”

(1 Co 14:8).

2. Ministérios Proféticos nos

Últimos Dias

Devemos ter em mente duas coisas: [ l ]

Esta Festa será cumprida quando a Era da

Igreja estiver terminando. [2] As trombetas

retratam os ministérios PROFÉTICOS.

Com isto concluímos então que a consumação

da Era da Igreja será caracterizada

por fortes vozes proféticas levantadas por

Deus para estes dias.

Além disso, as Escrituras parecem indicar

claramente a mesma coisa.

a. Profetizado por Jesus. Jesus disse:

“Isto é o que Deus diz sobre vós: ‘Enviarvos-

ei profetas e apóstolos, e matareis alguns

deles e expulsareis os outros” (Lc 11:49).

“Portanto, eis que vos envio profetas...

e alguns deles matareis e crucificareis; e

alguns deles... perseguireis de cidade a cidade”

(Mt 23:34).

Depois de ter estado no Monte da Transfiguração,

Jesus teve uma conversa com os

Seus discípulos, onde Lhe fizeram uma importante

pergunta sobre a profecia de Malaquias,

que foi proferida cerca de 500 anos antes

da época de Jesus: “Eis que vos enviarei o

profeta Elias antes da vinda do grande e terrível

Dia do SENHOR” (Ml 4:5).

Observe a pergunta dos discípulos com

relação a isto e a resposta de Jesus. “E os

Seus discípulos O interrogaram, dizendo:

‘Por que dizem então os escribas que é necessário

que Elias venha primeiro?’

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: ‘Elias

virá de fato [apontando para um cumprimento

futuro] e restaurará todas as coisas; mas

digo-vos que Elias já veio [o cumprimento

atual], mas não o reconheceram... Aí então os

discípulos compreenderam que Ele estava Se

referindo a João Batista” (Mt 17:10-13).

As profecias podem ter cumprimentos

múltiplos. Geralmente elas não se esgotam

num único acontecimento. Isto certamente

se aplica na profecia de Malaquias referente

a Elias.

A unção (manto) de Elias estava primeiramente

sobre Elias, e, em seguida, sobre

Eliseu (2 Rs 2:9-14), e, depois, sobre João

Batista. No futuro, ela estará sobre uma

outra pessoa. Creio que este dia não está

muito longe. A trombeta soará novamente,

ou seja, uma voz profética será ouvida novamente.

Mateus 17 é uma passagem bíblica pouco

compreendida, porém extremamente importante,

pois ela tem a ver com a nossa

compreensão dos eventos que acontecem no

término do sexto dia e no início do sétimo (a

época em que estamos vivendo agora).

Creio que vale a pena o nosso tempo e

espaço aqui para explicarmos claramente

esta passagem, palavra por palavra, versículo

por versículo, pois ela nos dá uma chave

para compreendermos os dias em que

estamos vivendo.

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 561

Mateus 16:28: “Em verdade vos digo

que alguns dos que estão aqui não provarão

a morte até que vejam o Filho do Homem

vindo em Seu Reino.”

Jesus estava para mostrar ao Seu círculo

mais íntimo de três discípulos o que aconteceria

quando o “Filho do Homem viesse

em Seu Reino.’’ O que se segue é uma explicação

de como isto aconteceu.

Mateus 17:1: “Depois de seis dias [Por

que depois de seis dias? Isto é um tempo

profético. O que eles viram em visão acontecerá.

Será no fim da Era da Igreja – depois

de seis dias] Jesus tomou Consigo a Pedro,

a Tiago, e a João, irmão de Tiago, e os

conduziu a um alto monte, sozinhos.”

Este círculo mais íntimo de seguidores

profundamente comprometidos com Jesus

será o das pessoas que serão conduzidas

pelo Espírito a um lugar em que estejam a

sós com o Senhor.

A maioria dos crentes estarão demasiadamente

distraídos com “...os cuidados deste

mundo, e a sedução das riquezas que

sufocam a Palavra...” (Mt 13:22).

Por estas razões, não responderão ao chamado.

“Sobe aqui e mostrar-te-ei as coisas

que devem acontecer depois disto.” (Ap 4:1).

Não prestarão atenção à admoestação

profética: “Conheçamos, e prossigamos em

conhecer ao SENHOR; a Sua vinda é tão certa

quanto a alva; Ele virá a nós como a

chuva, como a chuva de primavera que

rega a terra” (Os 6:3).

Meu amigo, ouça o chamado para o alto

monte, de estar a sós com Jesus até que Ele

faça a gloriosa revelação de Si Próprio e dos

Seus propósitos para você!

Mateus 17:2: “Lá Ele Se transfigurou

diante deles. O Seu rosto resplandeceu como

o sol, e as Suas roupas tornaram-se brancas

como a luz.”

Mateus 17:3: “E eis que apareceram

diante deles Moisés e Elias, conversando

com Jesus.”

Esta é a essência do “... Filho do Homem

vindo em Seu Reino.” É Jesus em Sua

glória, comunicando-Se com os grandes ministérios

proféticos, que surgirá “... no fim

dos séculos...” (Hb 9:26).

João teve uma visão semelhante em Apocalipse

8:2: “E vi os sete anjos que estão

diante de Deus, e foram-lhes dadas sete

trombetas.”

O tempo e o espaço não nos permitem

fazer comentários, com exceção ao sétimo

destes anjos.

“E o [sétimo] anjo, que vi sobre o mar e

a terra, levantou a sua mão direita ao Céu

e jurou por Aquele que vive para todo o

sempre...

“Não haverá mais demora, mas nos dias

em que o sétimo anjo deverá tocar a sua

trombeta, o mistério de Deus será cumprido,

como Ele anunciou aos Seus servos, os

profetas” (Ap 10:5-7).

Aprendemos várias coisas importantes

com esta passagem:

1) Os Anjos Estão Envolvidos. Os anjos

(mensageiros especiais) estão envolvidos

na Festa das Trombetas. Sete trombetas

são tocadas – a sétima anuncia a consumação

da Era da Igreja: “...o mistério de

Deus será consumado, realizado, e cumprido’’

(Leia Efésios 3:1-11).

2) Os Segredos Revelados. Os ministérios

proféticos receberão uma revelação

sobre as coisas específicas que deverão acontecer.

Isto é consistente com o que o Senhor

disse a Amós: “Certamente o Senhor DEUS

não faz nada sem revelar o Seu segredo

aos Seus servos, os profetas.” (Am 3:7).

Veja como o ponto [2] da página anterior

é confirmado ao continuarmos com a revelação

de João referente a estes dias:

“Estes dois profetas... têm poder para

fecharem os céus de forma que não caia nenhuma

chuva [ministério de Elias] durante

os três anos e meio que profetizarem, e para

transformarem os rios e oceanos em sangue,

e para enviarem todo tipo de pragas

sobre a terra, tantas vezes quanto quiserem

[ministério de Moisés]” (Ap 11:4-6).

Será que isto é semelhante ao que os três

562 / SEÇÃOC10 C10.6– A Festa das Trombetas

discípulos viram no Monte com Jesus? A

essência do “Seu Reino vindo com poder”

era Jesus em Seu Corpo glorificado – e Moisés

e Elias com Ele.

O resultado disto é descrito nos versículos

11-17: “E tocou o sétimo anjo a sua

trombeta, e houve no Céu grandes vozes

que diziam: ‘Os reinos do mundo vieram a

ser de nosso Senhor, e do Seu Cristo, e Ele

reinará para todo o sempre.’

“E os vinte e quatro anciãos, assentados

em seus tronos diante de Deus, prostraram-

se sobre os seus rostos em adoração,

dizendo: ‘Graças Te damos, Senhor Deus

Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás

de vir, porque agora tomaste o Teu grande

poder e começaste a reinar’” (Ap 11:15-17).

b. Anunciarão o Fim do Mundo. Para

mim é claro que o sétimo dia (quando começa

o reinado de Cristo) será introduzido por

poderosos ministérios proféticos.

Na primeira visita de Jesus à terra, a Sua

Vinda foi precedida por uma forte voz profética

na pessoa de João Batista. Os religiosos

não reconheceram a Elias (na pessoa de

João Batista).

Creio que talvez seja assim novamente.

Estas grandes unções proféticas virão sobre

as pessoas ao redor do mundo. No entanto,

somente os que tiverem olhos para verem

pela revelação do Espírito reconhecerão de

quem são os mantos proféticos que vieram

sobre estes ministérios proféticos.

A Festa das Trombetas (poderosas vozes

proféticas) anunciará o fim desta era e o

início da próxima. Como são gloriosos estes

nossos dias!

E. COMO EXPERIMENTARMOS

ESTA FESTA

Números 10 nos ensina uma verdade vital

sobre isto: é a explicação do que deve

acontecer quando as trombetas são tocadas:

“Quando os sacerdotes tocarem as trombetas,

a congregação [a nação de Israel no

deserto] se congregará a porta do tabernáculo

da congregação” (Nm 10:3).

1. Reunidos Como um Só Corpo

Visualize o seguinte: No deserto, três

tribos localizavam-se ao norte, três ao sul,

três ao leste e três a oeste. Toda a nação de

Israel estava acampada ao redor do Tabernáculo

de Moisés, em suas respectivas tribos.

No entanto, quando a trombeta começava

a ser tocada, eles se reuniam como um

só povo no Tabernáculo.

Em Efésios 1:9,10, lemos que Jesus fará

algo semelhante. “Ele nos revelou o mistério

da Sua vontade... para que na dispensação

da plenitude dos tempos Ele pudesse

reunir em Cristo todas as coisas.”

As denominações cristãs de hoje em dia

são, até certo ponto, semelhantes às tribos

de Israel. Cada uma delas tem um nome do

qual se orgulham e características que, segundo

suas opiniões, lhes tornam superiores

às outras. Na Festa das Trombetas deve

haver uma só reunião. O propósito de Deus

é efetuar esta unidade.

Não estou condenando os diferentes

grupos e características de nossas denominações.

Estou enfatizando que há ocasiões

em que o propósito de Deus para todo o

Corpo de crentes de estar reunido é mais

importante.

Deus está tocando a Trombeta, e o Corpo

está se reunindo. É tempo de percebermos

que isto é o que Deus está fazendo em

nossa época. É tempo de cooperarmos com

o propósito de Deus.

Precisamos demonstrar uma maior lealdade

à Cabeça do Corpo, Jesus, o Rei do

nosso Reino, do que para com a nossa denominação

(se os dois forem conflitantes).

2. Sejam Batizados no Espírito

Qual experiência está colocando em ação

esta maior lealdade na Igreja? É o Batismo do

Espírito Santo. Os santos precisam experimentar

o Pentecostes ANTES DAS TROMBETAS.

Este Batismo, quando genuína e honestamente

recebido, une as pessoas, a despeiAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 563

to de suas formações denominacionais. Elas

voltam às suas “tribos” (denominações),

falando em línguas... e não demora muito

tempo para a “tribo” notar a diferença.

Muitas “tribos” e grupos (igrejas locais)

estão tentando impedir que isto aconteça

aos seus membros. É como tentar impedir

o nascimento do sol! Deus está fazendo

esta obra e ninguém pode impedi-la.

A trombeta está sendo tocada, e, em todo

o mundo, homens e mulheres estão se congregando

em conferências sobre o Espírito

Santo e em reuniões de renovação. Estas

reuniões são semelhantes ao sermos chamados

pela Trombeta de Deus para nos

congregarmos à porta do Tabernáculo.

“Eu sou a porta...” (Jo 10:9). No Antigo

Testamento foi profetizado o seguinte

sobre Jesus: “...a Ele se congregarão os

povos” (Gn 49:10). Estamos nos reunindo

à porta – JESUS! “Rogamo-vos, irmãos,

por... nosso Senhor Jesus Cristo, e pela

nossa reunião a Ele” (2 Ts 2:1).

No passado nos reunimos ao redor de

afirmações doutrinárias, experiências e grandes

causas. Hoje, no entanto, Jesus diz: “E

Eu, se for levantado da terra, atrairei todos

os homens para Mim” (Jo 12:32).

Um importante fenômeno da Igreja nesta

época é o ENORME número de pessoas que

estão sendo batizadas no Espírito Santo a

despeito de suas denominações. Elas experimentam

o Pentecostes, e, em seguida, são atraídas

a outros crentes batizados no Espírito.

Esta obra de Deus tem reunido mais pessoas

do que qualquer denominação protestante,

aliança evangélica, ou grupo. Ninguém

pode impedir que Deus derrame do Seu

Espírito, com o conseqüente glossa-laleo

(que significa “falar pelo Espírito numa língua

que não foi aprendida naturalmente”).

A trombeta está sendo tocada, convocando-

nos para trabalharmos juntos e para

nos prepararmos para a Festa da Colheita

[Tabernáculos] que vem em seguida – quando

a maior Colheita de almas da história

humana será trazida para a Igreja.

3. Vá Adiante com Deus

Um outro uso da Trombeta encontrase

em Números 10:5-6: “...quando tocardes

o alarme [com as trombetas] então os

arraiais que estão acampados no leste seguirão

adiante.”

Há uma profunda sensação de que Deus

está seguindo adiante – numa obra progressiva

e aperfeiçoadora na Igreja. Deus não

fica parado. Ele não revelou toda a verdade

à Igreja Católica, às Igrejas que seguem a

linha da Reforma, nem aos grupos pentecostais

que começaram no início do Século

XX. Há verdades que somente podemos

aprender ao nos reunirmos.

Deus está chamando o Corpo todo para

um conhecimento mais profundo e mais significativo

da Sua Pessoa.

Não podemos dizer a Deus que a nossa

estrutura denominacional contém tudo o que

Deus tem para dizer. Há muito mais que Ele

quer fazer e dizer para nós. “Mas quando

Ele, o Espírito da Verdade, vier, Ele vos

guiará a toda verdade... e Ele vos mostrará

o que há de vir” (Jo 16:3).

Ele está tocando a trombeta e, enviando-

nos à frente. Somos semelhantes a Israel

no deserto. Quando eles viam o

“Shekinah” (Nuvem de Glória) começando

a acelerar e afastar-se do seu arraial, eles

arrumavam as suas coisas e seguiam adiante

com Deus (Nm 9:17-23).

Este toque de trombeta que faz com que

o povo de Deus siga adiante é chamado de

“alarme”. Há uma sensação de urgência com

relação a ele.

Quando Deus quer que o Seu povo siga

adiante, precisamos estar preparados para

nos movimentarmos rapidamente. Era assim

na época de Moisés. “Saístes do Egito

tão apressadamente que não houve tempo

para que o pão se levedasse. Lembrai-vos

desse dia por todo o resto de vossas vidas!’’

(Dt 16:3).

Tenhamos cuidado para não nos tornarmos

baixas neste exército, ao invés de con564

/ SEÇÃOC10 C10.7– A Festa do Dia da Expiação

quistadores. “E o que foi semeado entre

espinhos é o que ouve a Palavra, mas os

cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas,

sufocam a Palavra, e fica infrutífero”

(Mt 13:22).

Vemos em Hebreus 11:13 que somente é

possível vivermos como peregrinos e estrangeiros

neste mundo e suas seduções, se tivermos

uma fome de Deus e uma sensibilidade

para com a Sua voz. Precisamos ter

ouvidos que ouvem e um coração submisso.

Muitas vezes uma denominação ou igreja

local é semelhante a um oásis de refrigério,

como o de Elim por exemplo, onde havia

doze poços e setenta palmeiras (Êx 15:27).

Num lugar tão confortável assim, ficamos

acomodados e satisfeitos com o nível de nossa

espiritualidade – até mesmo a ponto de nos

tornarmos presunçosamente farisaicos.

Aí então, se ‘ouvimos Deus tocando o

alarme, convocando-nos para seguirmos adiante,

tapamos os nossos ouvidos e aprofundamos

um pouco mais as estacas de nossas

tendas na areia do deserto.

O progresso sempre envolve mudanças,

e as mudanças geram instabilidades. A maioria

das pessoas têm muitas dificuldades com

as mudanças. Pelo fato de já terem se estabelecido,

não conseguem crer que as mudanças

significam progresso.

4. Caminhe na Unidade e no Amor

Quando os que têm “ouvidos para ouvir”

percebem que o alarme da TROMBETA

está sendo tocado, eles começam a fazer

as malas para seguirem adiante. Os que não

querem seguir a Nuvem de Glória, bradam:

“Vocês estão causando divisões!”

No entanto, quando a Nuvem se movimenta,

quando o alarme é tocado e sentimos

que Deus está nos movendo à frente,

precisamos estar preparados para nos locomovermos.

A divisão mais trágica é quando Deus Se

move e o Seu povo não O segue, e, assim,

separa-se d’Ele – e uns dos outros. Pelo fato

de estarem demasiadamente confortáveis e

acomodados, deixam de seguir adiante.

Alguns chegam até a pensar que o Batismo

no Espírito Santo é o pináculo da espiritualidade.

O Batismo no Espírito Santo é

a Festa de Pentecostes.

Depois disto, há a Festa das Trombetas,

o Dia da Expiação e Tabernáculos. A nossa

busca da presença do Senhor precisa estar

sempre no espírito de “todo o meu ser para

os mais altos propósitos de Deus”.

O Apóstolo Paulo, quando já idoso, expressou

isto da seguinte maneira: “Não, queridos

irmãos, ainda não sou o que deveria

ser, mas estou canalizando todas as minhas

energias para esta única coisa: esquecendo-

me do passado e antecipando o

que está por vir,

“Esforço-me para alcançar o final da

carreira e receber o prêmio pelo qual Deus

nos está chamando ao Céu por causa do que

Cristo Jesus fez por nós” (Fp 3:12-14).

O crente cheio do Espírito precisa ouvir

a Trombeta! Ele precisa compreender que

Deus o está chamando a uma unidade com

todo o Corpo dos crentes cheios do Espírito.

Ele precisa ver que Deus quer introduzilo

em seu lugar próprio, como membro do

Corpo de Cristo.

O crente cheio do Espírito não deve ficar

satisfeito em desfrutar do seu Pentecostes

pessoal, por si só. “Fomos batizados

por um Espírito NUM SÓ CORPO” (1 Co

12:12,13).

A Trombeta está convocando o Corpo a

se reunir à porta do Tabernáculo da Congregação!

Deus diz: “Lá Me encontrarei convosco.”

Sigamos adiante – da Festa de Pentecostes,

para a unidade e amor da Festa das Trombetas.

Em seguida, sigamos ainda mais adiante,

para os planos e propósitos de Deus –

juntos! Vamos deixar de lado o nosso sectarismo

denominacional e grupal, para nos tornarmos

um com Cristo e TODOS os membros

do Seu Corpo – a verdadeira Igreja.

Capítulo 7

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 565

A Festa do Dia da Expiação

Introdução

Precisamos parar e estudar o significado

da palavra expiação, que é a palavra kaphar.

Segundo a definição do dicionário hebraico,

ela significa cobrir. O Rei Davi usou este

conceito ao escrever o seguinte nos Salmos:

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão

é perdoada, cujo pecado é coberto”

(Sl 32:1). “Perdoaste a iniqüidade do

Teu povo, pois cobriste todos os seus pecados”

(Sl 85:2).

Além disso, o dicionário hebraico define

a palavra expiação como: aplacar, apaziguar,

perdoar, pacificar, fazer reconciliação

por.

A idéia é de se reconciliar antigos inimigos.

O sangue do sacrifício cobre ou paga

pela transgressão – que separava as partes

que são reconciliadas, “...quando ainda éramos

inimigos, fomos reconciliados com

Deus pela morte do Seu Filho” (Rm 5:10).

Os eventos deste Dia da Expiação nos

dão revelações fenomenais quanto ao que

Jesus faria “...para proporcionar a reconciliação

pelos pecados do povo” (Hb 2:17).

Nunca poderemos compreender por completo

a nossa grande salvação até que estejamos

intimamente familiarizados com os detalhes

relacionados ao Dia da Expiação.

A. O ASPECTO PASSADO

(HISTÓRICO)

O Dia da Expiação era o 10° dia do 7°

mês do calendário religioso judeu.

O Dia da Expiação seguia um rígido padrão

de eventos. Era o único dia do ano em

que alguém podia entrar no Santo dos Santos

(Hb 9:7).

Havia um grande perigo para o sumosacerdote.

A morte era a penalidade para

qualquer divergência das regras.

Os filhos de Aarão foram mortos no

Lugar Santo (o compartimento antes do

Santo dos Santos) por usarem um fogo nãoautorizado

em seus incensários (Lv 10:1).

O Senhor disse a Moisés: “Avisa ao teu

irmão Aarão para não entrar no Lugar

Santo, atrás do véu, onde se encontram a

Arca e o Lugar de Misericórdia, quando

quer que ele desejar. A penalidade pela intrusão

é a morte, pois Eu Próprio estou

presente na nuvem acima do Lugar de Misericórdia

[Assento de Misericórdia ou

propiciatório]” (Lv 16:2).

A expressão Assento de Misericórdia deveria

ser traduzida Trono de Misericórdia.

Deus estava entronizado entre os querubins,

acima do Trono de Misericórdia. O

Salmo do Rei Davi confirma isto: “Mas Tu

és Santo, entronizado nos louvores de Israel”

(Sl 22:3).

1. A Provisão de Deus Pelo Pecado

Esta entrada solene no Santo dos Santos

acontecia apenas uma vez por ano. Duas

vezes, neste dia santo, o sumo sacerdote

entrava com o sangue de um sacrifício. Primeiramente,

ele entrava pelos seus próprios

pecados, e, em seguida, pelos pecados

do povo.

a. O Sumo Sacerdote. O sumo sacerdote

levava o sangue de touros e bodes,

e espargia o sangue sobre o Trono de Misericórdia.

“Portanto... fixai os vossos pensamentos

em Jesus... o nosso Sumo Sacerdote, a

quem confessamos.

“Pois não temos um sumo sacerdote que

não possa compadecer-se de nossas fraquezas,

mas temos um que foi tentado de

todas as maneiras, exatamente como nós o

somos – contudo, sem pecado.

“Aproximemo-nos, pois, do Trono da

Graça [Misericórdia] com confiança, para

que possamos receber misericórdia e

acharmos graça, a fim de sermos ajudados

quando for necessário” (Hb 3:1; 4:15,16).

Como é maravilhoso termos a Jesus como

nosso Sumo Sacerdote.

b. O Trono da Misericórdia. O Trono

da Misericórdia era a tampa sobre uma caixa

566 / SEÇÃOC10 C10.7– A Festa do Dia da Expiação

folheada a ouro (do tamanho aproximado de

um caixão) chamada de Arca da Aliança.

Vocês se lembram que “a Arca da Aliança

[era] coberta de ouro toda em redor, e

continha [1] o pote de ouro com maná, e [2]

a vara de Aarão que floresceu, e [3] as

tábuas da aliança [sobre as quais os Dez

Mandamentos haviam sido escritos com o

dedo de Deus]” (Hb 9:4) .

Sobre a tampa desta Arca havia dois querubins

de ouro, um de frente ao outro, com

suas asas esticadas para cima e para a frente,

formando uma cobertura santa sob a qual

o Próprio Deus aparecia sobre este Trono

de Misericórdia.

c. O Sangue Espargido. “...sem derramamento

de sangue não há perdão de

pecados” (Hb 9:22).

2. Dois Aspectos do Pecado

O Dia da Expiação foi dado para se lidar

com AMBOS os aspectos do pecado:

Em primeiro lugar, há uma PENALIDADE

para a qual um PAGAMENTO precisa

ser feito. Em segundo lugar, há a CULPA e a

MEMÓRIA, que também precisam ser resolvidas.

a. A Penalidade. A penalidade pelo pecado

é clara: “A alma que pecar, esta morrerá...”

(Ez 18:20).

A Adão e Eva Deus disse: “Mas da árvore

do conhecimento do bem e do mal,

não comerás, pois no dia em que dela comeres

certamente morrerás’’ (Gn 2:17).

O Novo Testamento confirma isto: “Pois

o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).

Sob a Antiga Aliança [Testamento], no

Dia da Expiação, o sumo sacerdote “Aarão

devia oferecer o touro como sua própria

oferta pelo pecado, para fazer expiação por

si próprio...” (Lv 16:6).

Ele precisa espargir o sangue deste touro

sobre o Trono de Misericórdia no Santo

dos Santos para si próprio ANTES DE entrar

pelos pecados da nação.

“Mas somente o sumo sacerdote entrava

no compartimento interno, e isto somente

uma vez por ano, e nunca sem sangue,

o qual ele oferecia por si próprio [na

primeira vez que ele entrava no Dia da

Expiação] e pelos pecados que o povo havia

cometido em ignorância [na segunda

vez que ele entrava no Dia da Expiação]”

(Hb 9:7).

Os detalhes encontram-se em Levítico:

“E tomará uma parte do sangue do novilho

e o espargirá com o seu dedo sobre o

lado oriental do Trono de Misericórdia, e,

em seguida, sete vezes em frente dele” (Lv

16:14).

Após a oferta pelo seu próprio pecado,

o sumo sacerdote oferecia então pelos pecados

do povo.

O sacrifício pelo povo consistia de dois

bodes com um ano de idade. Um deles era

morto diante do Senhor. O sangue do bode

morto era introduzido no Santo dos Santos

para ser derramado sobre o Trono de Misericórdia.

“Ele matará o bode da oferta pelo pecado,

que é pelo povo, e levará o seu sangue

para dentro do véu, e fará com o seu sangue

como o fez com o sangue do touro,

espargindo-o sobre o Trono de Misericórdia

e diante do Trono de Misericórdia” (Lv

16:15).

Este sangue era a EVIDÊNCIA que Deus

exigia – de que a PENALIDADE pelo pecado

havia sido PAGA. Quando Deus via o

sangue, Ele sabia que uma vida havia sido

dada. A penalidade estava paga. Portanto,

Ele poderia ser reconciliado com o pecador.

“Porque a vida da carne está no sangue, e

vos dei o sangue para espargi-lo sobre o

altar como uma expiação por vossas almas;

é o sangue que faz a expiação porque

ele é a vida’’ (Lv 17:11).

b. A Culpa e a Memória. “Quanto

mais o sangue de Cristo... purificará e limpará

as vossas consciências...?” (Hb 9:14).

Como necessitamos desse milagre em

nossa vida também! É maravilhoso sabermos

que os nossos pecados podem ser perdoados

porque um sacrifício de sangue foi

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 567

feito para pagar pelos nossos pecados.

No entanto, precisamos também saber

que os nossos pecados estão esquecidos,

de forma a não vivermos sob o pesado fardo

da culpa, da vergonha e da condenação,

que são resultantes de nossos pecados.

É difícil termos fé em Deus se tivermos

uma consciência pesada. “Mas, amados

amigos, se as nossas consciências estiverem

limpas, poderemos nos aproximar do

Senhor com total certeza e confiança” (1 Jo

3:21).

O plano de Deus de nos fazer pecadores

“RECONCILIADOS” com Ele fornece uma

solução a este problema de uma consciência

pesada.

Era necessário um segundo bode no Dia

da Expiação para nos ensinar sobre a solução

de Deus quanto a este segundo aspecto

do pecado. A CULPA e a MEMÓRIA do pecado

também precisam ser resolvidas.

O segundo bode era chamado em hebraico

de Azazel, que significa literalmente o

bode da partida ou o bode para desaparecer

(traduzido por bode expiatório em português).

Os pecados da nação eram colocados

sobre este bode e ele partia para o deserto

– fazendo com que os seus pecados

desaparecessem a fim de que não fossem

mais lembrados. A CULPA e a MEMÓRIA

do pecado desvaneciam, sendo carregadas

pelo bode vivo dentro do deserto.

“O sumo sacerdote deve impor ambas

as mãos sobre a cabeça do bode vivo e

confessar sobre ele todas as iniqüidades e

a rebeldia dos israelitas – todos os seus

pecados – e os colocará sobre a cabeça do

bode. Ele enviará o bode ao deserto, pelas

mãos de um homem designado para esta

tarefa.

“O bode levará sobre si todos os pecados

deles a um lugar solitário, e o homem o

soltará no deserto” (Lv 16:21,22).

Esta metáfora foi usada por João Batista

cerca de 1.400 anos depois que Deus iniciou

o Dia da Expiação. “No dia seguinte

João viu a Jesus vindo para ele e disse: Eis

o Cordeiro de Deus, que tira [carrega ou

remove] o pecado do mundo” (Jo 1:29).

3. Dois Bodes Ilustram a Redenção

Deus usou dois bodes porque ambos

eram necessários para se ilustrar os dois

aspectos da nossa redenção:

a. O Primeiro Bode Morre Pelo Pecado.

Jesus teve que morrer pelos nossos

pecados a fim de que o Seu sangue pudesse

ser apresentado diante do Seu Pai no Trono

Celestial. Assim sendo, o primeiro bode tinha

que morrer para fornecer o sangue que é

introduzido no Santo dos Santos e espargido

sobre o Trono de Misericórdia – e, portanto,

não podia ser usado para o segundo

propósito.

b. O Segundo Bode Leva Embora o

Pecado. O segundo bode ilustra que foi necessário

que Jesus levasse embora o nosso

pecado, para que ele não fosse lembrado

nunca mais. Deus não somente perdoa os

nossos pecados, mas Ele também Se esquece

deles! Aleluia! “Nunca mais Me lembrarei

dos seus pecados e iniqüidades” (Hb

10:17).

O bode expiatório ilustra a maneira pela

qual Deus Se esquece dos nossos pecados,

removendo-os de Sua memória, e até mesmo

cura as nossas memórias dos mais dolorosos

aspectos do pecado. (Veja a Seção

D6, Cura a Alma Ferida, para mais detalhes

sobre isto.)

B. JESUS SE TORNA O

CUMPRIMENTO

Para ilustrar o grande plano de Deus de

RECONCILIAR as pessoas Consigo Mesmo,

Ele teve que usar três lições práticas:

[1] Aarão, o sumo sacerdote, [2] O bode

sacrificial, que dava o seu sangue para pagar

pelos pecados, [3] O AZAZEL (bode expiatório)

para levar embora os nossos pecados

até o deserto, para que não fossem mais

lembrados.

Mas quando Jesus veio, Ele Se tornou

TODOS ESTES TRÊS ÍTENS – NUM SÓ.

568 / SEÇÃOC10 C10.7– A Festa do Dia da Expiação

Ele Se tornou: [1] o nosso Sumo Sacerdote,

[2] Aquele que derramaria o Seu sangue para

pagar pelos nossos pecados, e [3] Aquele

que também levaria embora os nossos pecados,

para não serem lembrados nunca

mais.

No Antigo Testamento, o Santo dos Santos

– o lugar sagrado da presença de Deus –

não poderia ser adentrado sem o sangue da

expiação – e somente uma vez por ano –

pelo sumo sacerdote.

1. O Véu é Removido

Quando Jesus morreu na Cruz, aconteceu

uma grande transformação. “E Jesus,

dando um grande brado, expirou. E o

véu do templo se rasgou em dois, de alto a

baixo” (Mc 15:37,38).

Esta cortina era uma tapeçaria muito pesada,

que encobria o Santo dos Santos, separando

o Lugar Santo deste compartimento,

que era o mais santo de todos.

Quando este véu foi rasgado de alto a

baixo, Deus estava confirmando milagrosamente

que o mundo havia passado para

uma nova dispensação (período), em que

um Trono de Julgamento coberto com sangue

tornava-se agora um Trono de Misericórdia.

Um compartimento coberto por um véu,

que era um lugar de morte para todos os que

nele adentrassem (exceto para o sumo sacerdote,

uma vez por ano, com o sangue)

tornara-se agora um lugar aberto de vida e

bênção para todos os que crêem que Jesus é

o seu Senhor e Salvador.

O convite agora é proclamado: “Aproximemo-

nos, pois, do Trono da graça [misericórdia]

com confiança, a fim de que possamos

receber misericórdia e achar graça,

a fim de sermos ajudados quando for necessário”

(Hb 4:16).

“E assim, queridos irmãos, agora podemos

entrar diretamente no próprio Santo

dos Santos, onde Deus Se encontra, por

causa do sangue de Jesus.

“Este é o novo e vivificante caminho que

Cristo abriu para nós, rasgando o véu – o

Seu corpo humano – para permitir a nossa

entrada na santa presença de Deus.

“E já que este nosso grande Sumo Sacerdote

governa sobre a família de Deus,

entremos diretamente na própria presença

de Deus, com corações sinceros, confiando

plenamente que Ele nos receberá porque

fomos espargidos com o sangue de Cristo

que nos purifica, e porque os nossos corpos

foram lavados com água limpa” (Hb

10:19-22).

2. O Sacrifício Final

Jesus abriu o caminho para o Trono de

Misericórdia. O Seu sangue foi oferecido de

uma vez por todas porque a Sua vida eterna

era suficiente para pagar os pecados do

mundo inteiro. Ele não precisa Se oferecer

novamente todos os anos, como era feito na

época do Antigo Testamento.

Ele foi oferecido como pecado uma só

vez, e isto para sempre.

“Pois não é possível que o sangue de

touros, bodes, removam de fato os pecados.

“É por isto que Cristo disse o seguinte

ao entrar no mundo: ‘Ó Deus, o sangue de

touros e bodes não pode satisfazê-Lo; portanto,

preparaste este Meu corpo para que

Eu o entregasse como um sacrifício sob o

Teu altar”

3. O Nosso Grande Sumo

Sacerdote

Depois de morrer pelos nossos pecados

na Cruz, Ele Se tornou o nosso Grande Sumo

Sacerdote. Ele levou o Seu Próprio sangue

para espargi-lo no Santo dos Santos no Céu

– do qual o Tabernáculo de Moisés, e, mais

tarde, o Templo de Jerusalém, eram meras

réplicas terrenas.

Vocês se lembram de Jesus falando a Maria

em João 20:17: “Não Me detenhas, pois

ainda não subi para o Meu Pai...”? Jesus

teve que levar o Seu sangue e espargi-lo no

Céu – para provar a Deus que o preço pelo

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 569

pecado havia sido pago. E foi isto o que Ele

fez.

“Ele entrou naquele maior e perfeito Tabernáculo

no Céu, que não foi feito pelos

homens e que não faz parte deste mundo e,

de uma vez por todas, levou o sangue naquele

compartimento interno, o Santo dos

Santos, e o espargiu no Trono de Misericórdia;

mas não era o sangue de bodes e

bezerros. Não, Ele levou o Seu Próprio sangue”

(Hb 9:11,12).

“Porque Deus enviou a Cristo Jesus

para receber a punição pelos nossos pecados

e para terminar toda a ira de Deus

contra nós. Ele usou o sangue de Cristo...

como meio para nos salvar da Sua ira...”

(Rm 3:25). Como é GRANDE esta nossa

salvação!

C. UM DIA DE AFLIÇÃO DE ALMA

A nossa compreensão do Livro de Hebreus

é tremendamente ampliada ao estudarmos

o Dia da Expiação. Este antigo provérbio

é uma grande verdade: “A Nova Aliança

estava na Antiga, contida – A Antiga

Aliança está na Nova, explicada.”

Há, no entanto, um outro aspecto do

Dia da Expiação que é vital na vida de cada

crente e da Igreja como um todo: os últimos

dias da história humana antes da volta de

Cristo devem tornar-se cada vez mais difíceis.

Isto foi previsto nas seguintes palavras

referentes ao Dia da Expiação: “...no sétimo

mês, no décimo dia do mês, afligireis

as vossas almas...” (Lv 16:29).

Mandamentos adicionais com relação ao

Dia da Expiação podem ser encontrados em

Levítico 23.

“Qualquer um que não passar o dia em

arrependimento e tristeza pelo pecado será

excomungado do seu povo. E matarei a

qualquer um que fizer qualquer tipo de trabalho

nesse dia” (Lv 23:29,30).

Isaías descreveu a maneira pela qual esse

dia estava sendo observado alguns séculos

mais tarde. “... um dia para que o homem

se humilhe... para inclinar a sua cabeça

como junco e para se deitar sobre o saco e

cinzas...” (Is 58:5).

Era um dia solene de aflição de alma. A

palavra afligir usada em Levítico 16:29, é a

palavra hebraica anah, que expressa a idéia

de se desprezar ou se intimidar. Outros significados:

degradar-se, castigar-se, ser duro

consigo próprio, humilhar-se, etc.

1. A Sanidade Espiritual

Restaurada

Por que Deus pediria algo assim no meio

do que, sob outros aspectos, era geralmente

um festivo e alegre tempo de colheita?

Lembre-se de que esta era a época da

última das ricas colheitas – quando os povos

antigos tinham mais dinheiro, comida,

vinho e as coisas materiais da vida.

Em tempos com este tipo de bênçãos e

prosperidade é fácil nos esquecermos de

Deus e acharmos que podemos confiar em

nós mesmos. Uma atitude deste tipo é perigosa

e pode causar sérias conseqüências.

Moisés alertou os filhos de Israel com

relação a esta tendência.

“Quando somente o Senhor os dirigia,

e viviam sem deuses estranhos, Deus lhes

deu colinas férteis, campos ondulados e férteis,

mel da rocha, e azeite de oliva de terrenos

pedregosos!”

“Ele lhes deu leite e carne – excelentes

carneiros de Basã e bodes – e o melhor do

trigo. Eles beberam o vinho espumante.

“Mas Israel logo passou a ter alimentos

em excesso. Sim, ficaram gordos e inchados,

e, em seguida, na abundância, abandonaram

o seu Deus...” (Dt 32:12-15).

Em tempos de apostasia deste tipo, o

Dia da Expiação era uma maneira prática

pela qual Deus esperava restaurar o povo à

sua sanidade espiritual.

2. Um Chamado ao

Arrependimento

Jesus usou sete igrejas em Apocalipse 2

e 3 para descrever os sete estágios pelos

570 / SEÇÃOC10 C10.7– A Festa do Dia da Expiação

quais a Igreja passaria. A última delas descreve

a Igreja nos últimos dias – pouco antes

da vinda do Senhor. Esta igreja caiu na

armadilha descrita por Moisés. Eles prosperaram

e se apartaram de Deus.

Era isto o que a Igreja de Laodicéia dizia

sobre si mesma: “...estamos ricos, com

abundância de bens, e não necessitamos

nada...” (Ap 3:17).

Esta igreja foi surpreendida pelos “...cuidados

deste mundo, e o engano das riquezas,

e as ambições de outras coisas que,

entrando, sufocam a Palavra, que fica infrutífera’’

(Mc 4:19).

Além disso, a opinião divina era bem

diferente do próprio engano em que a Igreja

de Laodicéia caiu. Deus disse: “Não sabeis

que sois desventurados, miseráveis, pobres,

cegos, e nus” (Ap 3:17).

Quando problemas espirituais deste tipo

se desenvolvem, Deus geralmente tem um

Dia de Expiação, um dia de aflição de alma

que Ele libera em igrejas deste tipo. Deus

espera que elas se arrependam e ouçam o

chamado profético: “... é tempo de buscar

ao SENHOR, até que Ele venha e chova a retidão

sobre vós” (Os 10:12).

Para a igreja que responde, se humilha, e

se quebranta diante do Senhor, Ele faz esta

espantosa promessa: “Os habitantes de

uma cidade irão a uma outra, dizendo: ‘Vamos

continuar indo e orando diante do SENHOR,

e buscando o SENHOR dos Exércitos.

Eu Próprio irei também’

“Sim, muitos povos e nações fortes virão

para buscarem o SENHOR dos Exércitos... e

para orarem diante do SENHOR” (Zc 8:21,22).

O reavivamento irromperá e a glória de

Deus virá à Igreja. Centenas de pessoas serão

salvas, curadas e enviadas para fazerem

a obra do Senhor.

Davi disse: “Antes de ser afligido eu andava

fora do caminho certo, mas agora guardo

a Tua Palavra” (Sl 119:67). Os Dias de

Expiação são bons para nós. Que nós possamos

abraçá-los à medida que vierem, pois

eles nos mantêm perto do coração de Deus.

D. A PRESENÇA ENTRONIZADA

DE DEUS

O Dia da Expiação também prefigura uma

época de calamidades nos dias que precedem

a Vinda do Senhor.

Jesus ensinou isto muito claramente.

”Então haverá estranhos eventos no céus

– avisos, presságios malignos no sol, lua, e

nas estrelas; e aqui embaixo na terra, as

nações estarão tumultuadas...

“A coragem de muitas pessoas vascilará

por causa do terrível destino que percebem

estar vindo sobre a terra, pois até mesmo a

estabilidade dos próprios céus será quebrada.

“Aí então os povos da terra Me verão, o

Messias, vindo numa nuvem, com poder e

grande glória” (Lc 21:25-27).

1. Uma Furiosa Batalha se

Intensifica

A época em que nos encontramos é um

tempo de batalha espiritual dirigida à humanidade,

a qual está destinada a ser redimida

ou amaldiçoada, e uma furiosa batalha

é travada para cada vida, para cada família,

para cada cidade, para cada nação.

A Igreja de Jesus Cristo precisa desesperadamente

experimentar a autoridade de Deus

para que possamos ser triunfantes em nossas

circunstâncias pessoais e também nos

círculos mais amplos da nossa sociedade.

O que cada crente deseja é que de alguma

forma ele possa ser capaz de repreender os

seus problemas com a autoridade de Jesus.

Não precisamos somente da autoridade, mas

também da profunda sabedoria de Deus.

Precisamos COMPREENDER AS NOSSAS

CIRCUNSTÂNCIAS, e aí então recebermos

AUTORIDADE SOBRE ELAS.

O acesso à presença entronizada de Deus

é o que precisamos. No Trono de Misericórdia

encontram-se toda a sabedoria e a

autoridade de que necessitamos, pois lá Cristo

encontra-Se entronizado. Deste Trono

Cristo reina.

Se pudermos experimentar a Sua preAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 571

sença entronizada em nossa vida, receberemos

a autoridade e a sabedoria.

2. Entronizados com Cristo

Efésios 2:4-10 ensina que fomos ressuscitados

com Cristo e entronizados com Ele

no Céu.

Esta passagem enfatiza que este impressionante

privilégio veio através da graça ou

da misericórdia de Deus.

A misericórdia de Deus não é uma piedade

sentimental. Recebemos a misericórdia de

Deus porque o sangue de Jesus Cristo foi

derramado por nós por um alto preço. E agora

Ele pleiteia a causa diante do Trono.

Em Efésios 2, Paulo nos informa sobre o

nosso tremendo privilégio de estarmos entronizados

com Cristo. Deus quer que creiamos

de todo o nosso coração que esta informação

é precisa. Ele quer que permitamos

que o Espírito Santo realmente explique

e comunique esta realidade.

Lembre-se que o Dia da Expiação era o

dia de descanso mais santo para Israel. Nenhum

trabalho deveria ser feito.

Compreenda que não temos o acesso a

este glorioso lugar de autoridade e sabedoria

através de qualquer obra ou qualificação

pessoal.

Entramos neste lugar através da graça de

Deus que consegue nos alcançar porque Jesus

Cristo apresentou o Seu sangue por nós.

Sem este sangue estaríamos além do alcance

da graça de Deus e proibidos de entrarmos

no Santo dos Santos. No entanto,

somos convidados a entrarmos com ousadia

– uma ousadia santa, e não uma despreocupação

irresponsável.

A perspectiva que obtemos de nossas

circunstâncias é totalmente diferente da presença

entronizada de Deus. É desta posição

que podemos olhar com fé e confiança para

as nossas tribulações e problemas.

A compreensão do nosso acesso e lugar

na presença entronizada de Deus é essencial

para recebermos o quebrantamento, a

humildade e a aflição de alma, de onde é

gerado o reavivamento.

3. Busque o Senhor

Se você acha que está numa terra seca e

sedenta, busque o Senhor. Observe um Dia

de Expiação – você vai ver que Ele virá e

cumprirá a Sua Palavra de promessa.

“Os que semeiam em lágrimas colherão

com alegria” (Sl 126:5). “Aquele que

leva a preciosa semente, andando e chorando,

voltará sem dúvida com alegria, trazendo

consigo os seus molhos” (Sl 126:6).

“Porque derramarei água sobre o sedento,

e rios sobre a terra seca; derramarei

o Meu Espírito sobre a tua posteridade,

e a Minha bênção sobre os teus descendentes”

(Is 44:3).

“Buscai ao SENHOR, enquanto Ele pode

ser encontrado; invocai-O enquanto Ele

está perto” (Is 55:6). “E Me buscareis, e

Me achareis, quando Me buscardes de todo

o vosso coração” (Jr 29:13).

“Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos

da terra, que executastes o Seu julgamento.

Buscai a retidão, buscai a mansidão.

Talvez sejais escondidos no dia da ira

do SENHOR” (Sf 2:3).

Capítulo 8

A Festa dos Tabernáculos

“Fala aos israelitas: ‘No décimo-quinto

dia do sétimo mês inicia-se a Festa dos

Tabernáculos do Senhor, e ela dura por sete

dias’” (Lv 23:34).

A. OS ASPECTOS HISTÓRICOS

E PROFÉTICOS

Como vocês sabem, o nosso Antigo Testamento

foi escrito originalmente no hebraico.

Os tradutores têm muitas dificuldades

em traduzir os conceitos desta língua antiga

para as línguas modernas.

Isto se aplica à palavra hebraica cukkah

(pronunciada “suc-có”), de onde obtemos a

palavra “tabernáculos”. Ela poderia ser tra572

/ SEÇÃOC10 C10.8– A Festa dos Tabernáculos

duzida por “abrigo, pavilhão, tabernáculo,

ou tenda”.

1. Abrigos Temporários

Sendo Usados

Durante a Festa dos Tabernáculos, abrigos

(ou tendas) temporários, feitos com

galhos de árvores, eram montados nos telhados

planos ou nas ruas.

Até mesmo hoje, se você for a Israel durante

a Festa dos Tabernáculos, você verá

estas moradias temporárias erigidas em toda

a cidade de Jerusalém.

Isto é talvez descrito melhor em Neemias:

“...Jeová havia dito a Moisés que o

povo de Israel deveria morar em tendas

durante a Festa dos Tabernáculos, que

deveria ser celebrada naquele mês.

“Ele havia dito também que uma proclamação

deveria ser feita por todas as cidades

da terra, especialmente em Jerusalém,

dizendo para que o povo fosse para os

montes para pegar ramos de oliveiras,

murtas, palmeiras, e figueiras, para fazerem

cabanas onde pudessem habitar durante

a Festa.

“Assim sendo, o povo saiu e cortou galhos

e os usou para construírem cabanas

nos telhados de suas casas, ou em seus

pátios, ou no átrio do templo, ou na praça

ao lado do portão das águas, ou na Praça

da Porta de Efraim.

“Eles habitaram nessas cabanas durante

os sete dias da Festa, e todos se encheram

de alegria!” (Ne 8:14-17). Isto não havia

acontecido desde os dias de José.

Esta Festa era um lembrete a Israel dos

dias em que habitaram em tendas no deserto.

2. Uma Grande Colheita Adiante

Esta Festa também era chamada de Festa

da Colheita (Êx 23:16). Isto se deve ao

fato de que ela ocorria em outubro, depois

que todas as colheitas haviam sido feitas.

Era uma Festa da Colheita.

Para nós que estamos agora vivendo nos

últimos dias da Era da Igreja, isto é muito

importante. Vocês se lembram do que Jesus

disse: “A colheita é o fim do mundo” (Mt

13:39).

Isto sugere claramente que Tabernáculos

representa o cumprimento ou a grande

conclusão que Deus planeja para a história

humana segundo o que sabemos.

E esta será uma época de uma grande

Colheita – tão grande que não conseguiremos

contê-la nos métodos tradicionais usados

nas gerações passadas.

B. UM RETORNO AO MODELO DA

IGREJA NEO-TESTAMENTÁRIA

Especificamente, teremos que abandonar

o “Conceito Catedral” das igrejas ocidentais

para retornarmos aos abrigos temporários,

como no Novo Testamento. (Para

mais detalhes sobre este importante conceito,

veja a Seção E3, Quebrando a Barreira

Babilônica.)

Durante a Festa dos Tabernáculos, as

pessoas moravam em habitações temporárias

como os peregrinos – que não possuem

nenhuma habitação certa. O mundo não é o

nosso lar. Estamos apenas de passagem, a

caminho do Céu.

A Igreja da China descobriu esta verdade

dinâmica. Deus os abençoou. A maioria de

suas catedrais foram tomadas e utilizadas

de outras formas.

Assim sendo, o que fizeram? Eles voltaram

ao modelo da Igreja Neo-testamentária.

Este é o único modelo que pode funcionar

em Época de Colheita – quando milhões de

pessoas se voltam para Cristo.

Este modelo é seguido na maioria dos

países onde está chegando uma grande Colheita.

Dentre estes países encontram-se o

Brasil, o Chile, a Coréia e a China.

1. Qual é Este Modelo?

A seguinte história ilustrará este conceito.

Um evangelista dos Estados Unidos chegou

ao país africano de Gana em 1959.

Nesta época, a maioria das igrejas eram pequenas.

Anos de atividades missionárias

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 573

haviam produzido apenas uma comunidade

relativamente pequena de crentes na nação.

Este evangelista tinha um ministério semelhante

ao de Filipe da Bíblia. “Filipe desceu

a uma cidade de Samaria e lá proclamou

a Cristo.

“Quando as multidões ouviram a Filipe

e viram os sinais e milagres que ele fazia,

todos prestaram muita atenção ao que ele

dizia.

“Com gritos, os espíritos malignos saíam

de muitos, e muitos paralíticos e coxos foram

curados. Assim sendo, ouve uma grande

alegria naquela cidade.” (At 8:5-8).

Como resultado da evangelização com poder

semelhante ao que foi descrito acima, mais

de 150.000 pessoas por noite estavam comparecendo

às reuniões em Gana. Dentre estas,

cerca de 25.000 pessoas por semana estavam

recebendo a Jesus como seu Senhor e

Salvador – e assim, nascendo novamente.

Havia um apóstolo em Gana que percebeu

imediatamente que algo tinha que ser

feito rapidamente para se conservar a Colheita.

Caso contrário, esta grande Colheita

de almas se perderia.

Ele foi conversar com o evangelista e

compartilhou a sua preocupação. A cruzada

evangelística deveria durar dez semanas;

25.000 pessoas por semana estavam crendo

em Cristo para a sua salvação. No final

das dez semanas, haveria 250.000 novos

crentes – todos precisando de alguém para

cuidar destes “bebês recém-nascidos em

Cristo” (1 Pe 2:2).

Assim como os bebês nascidos naturalmente

precisam de cuidados, da mesma forma

os bebês recém-renascidos espiritualmente

precisam de cuidados também. O Apóstolo

Paulo descreveu esta experiência com os

seus convertidos em Tessalônica: “Mas fomos

dóceis dentre vós, assim como a ama

alimenta os seus próprios filhos” (1 Ts 2:7).

Assim sendo, o evangelista perguntou ao

apóstolo: “O que deveríamos fazer? Eu faço

com que eles sejam salvos e curados, mas

não sei o que fazer com eles depois disso.

Não posso ficar aqui. Tenho grandes cruzadas

planejadas para muitas outras nações”.

a. Uma Olhada no Novo Testamento.

O apóstolo disse: “Faremos o que Paulo

fez na Bíblia. Precisamos começar imediatamente

a treinar líderes de igrejas domésticas,

que continuem a ministrar a estes bebês

recém-nascidos em Cristo depois que o

evangelista partir.”

Mantenha em mente agora o que a Bíblia

diz sobre a Igreja: “Vós sois membros da

família de Deus, edificados sobre o fundamento

dos apóstolos e profetas...” (Ef

2:19,20).

O que isto significa? Para descobrirmos,

vamos voltar para o evangelista Filipe em

Samaria por alguns momentos.

1) Apóstolos em Samaria. Depois

que Filipe conseguiu fazer com que os samaritanos

cressem em Jesus e fossem batizados

na água (At 8:12-17), os apóstolos

de Jerusalém apareceram imediatamente

para estabelecê-los na comunhão mútua e

para se certificarem de que seriam batizados

com o Espírito Santo. Desta maneira,

as igrejas foram edificadas (estabelecidas)

no “fundamento dos apóstolos e profetas”.

Este método foi seguido em todo o Livro

de Atos (Leia Atos 11:19-27).

2) Apóstolos em Antioquia. Como

em Samaria, chegou um grande reavivamento

em Antioquia. Centenas ou talvez milhares

de pessoas vieram ao Senhor.

Como eles conservaram esta Colheita?

“Quando a Igreja de Jerusalém ouviu o que

havia acontecido, enviaram a Barnabé [que

era um apóstolo – Atos 14:14] a Antioquia

para ajudar os novos convertidos. E naqueles

dias vieram profetas de Jerusalém a Antioquia”

(At 11:22,27). Assim sendo, a Igreja

foi edificada (estabelecida) sobre “o fundamento

dos apóstolos e profetas’’.

3) Treinamento de Presbíteros. Depois

disto, o padrão era a nomeação de presbíteros

para alimentarem, guardarem e ministrarem

às necessidades dos novos crentes

(Veja Atos 14:23; Tito 1:5).

574 / SEÇÃOC10 C10.8– A Festa dos Tabernáculos

Ora, em épocas neo-testamentárias,

mantenha em mente que havia judeus devotos

em todas as cidades do Império Romano.

Paulo foi a muitas destas cidades com o

Evangelho.

Da mesma forma que Jesus antes dele,

Paulo entrava nas sinagogas (onde os judeus

devotos se reuniam para a oração e o

ensino do Antigo Testamento) e lhes pregava

sobre Jesus.

“E Jesus percorreu toda a Galiléia, ensinando

em suas sinagogas...

“E quando se encontravam em Salamina,

eles [Barnabé e Paulo] pregaram a Palavra

de Deus nas sinagogas dos judeus”

(Mt 4:23; At 13:5).

Isto geralmente resultava na conversão

de muitos judeus, os quais já eram bem versados

nas Escrituras. Dentre estes, com um

mínimo de treinamento e ensino, presbíteros

para as igrejas podiam ser nomeados;

b. A África é Diferente. Mas em Gana,

África Ocidental, em 1959, era diferente.

A maioria dos convertidos sabiam

pouco, ou não sabiam nada sobre a Bíblia.

O desafio de se levantar uma liderança eclesiástica

em questão de semanas para supervisionar

o rebanho de Deus não era um pequeno

obstáculo.

Presumindo-se que cada “presbítero”

fosse responsável por 100 crentes, seriam

necessários mais de 2.000 “presbíteros”

para cuidarem de 200.000 convertidos que

eram esperados nas dez semanas de poderosa

evangelização.

Mas quando há um ministério apostólico

presente, sempre há respostas práticas

para as situações. O apóstolo tem um dom

na área dos fundamentos – ele sabe como

colocar os fundamentos de maneira que a

igreja possa permanecer firme e sólida.

Portanto, foi isto o que o apóstolo de

Gana, África, fez. Ele propôs um plano simples

para se conservar uma colheita de

200.000 almas, que consistia do seguinte:

1) Preencher um Formulário. Ele

idealizou um formulário onde as pessoas

em treinamento podiam escrever seus nomes,

endereços, ocupações, níveis de instrução,

etc.

2) Fornecer um Local. Para se qualificar

para o treinamento de liderança de igreja

doméstica, a pessoa em treinamento precisava

fornecer um local (a sua própria casa ou

alguma alternativa) onde 75 a 100 pessoas

pudessem se reunir para um culto de igreja.

Os que poderiam satisfazer estas qualificações

provavelmente teriam características

naturais de liderança que poderiam ser

desenvolvidos.

Na sociedade ganense, o fato de uma pessoa

ter um local que acomodasse tantas pessoas

assim geralmente significaria que o indivíduo

tem mais bens materiais (dinheiro,

propriedades, etc.) que a maioria da população.

Sendo assim, era provável que esta

pessoa pudesse liderar um grupo.

3) Freqüentar um Seminário. Seria

exigido que as pessoas em treinamento freqüentassem

um seminário de treinamento

nas manhãs de sábado, todas as semanas,

durante oito semanas.

Durante cada seção de treinamento de

quatro horas, seria apresentado um estudo

bíblico. As pessoas em treinamento copiariam

este esboço de estudo bíblico em seus

cadernos. O apóstolo prepararia e ensinaria

estes estudos bíblicos às pessoas em treinamento.

Temas como: Como Levar Alguém a

Cristo, Como Expulsar Um Demônio, Como

Curar os Enfermos, Como Preparar Um

Sermão ou Estudo Bíblico – todos estes e

outros mais – seriam ensinados.

Isto os prepararia para a primeira reunião

de domingo depois da partida do evangelista.

4) Fornecer um Mapa. Foram impressos

mapas da cidade de Acra, Gana.

Estes mapas identificavam a localização de

cada igreja doméstica dirigida por uma das

2.000 pessoas em treinamento. Os cultos

começariam em todas estas localizações no

primeiro domingo após o término da cruzaAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 575

da no sábado à noite.

Foi dito o seguinte às pessoas que compareceram

à cruzada: “A cruzada não terminará

com a partida do evangelista. Ela

continuará em 2.000 diferentes locais da cidade,

em grupos menores com cerca de 100

pessoas.”

O Evangelho será pregado, os demônios

serão expulsos, os enfermos serão curados,

e haverá tempos de uma alegre adoração que

poderão ser desfrutados por todos os que

comparecerem a uma destas igrejas domésticas.

Na última semana desta cruzada de dez

semanas, as pessoas receberam os mapas, e

disseram-lhes para comparecerem a uma das

igrejas domésticas na próxima manhã de domingo.

Quando a contagem foi recebida dos

2.000 líderes de igrejas domésticas – que

relataram ao apóstolo, todos eles, os seus

resultados e a freqüência – descobriu-se que

mais de 170.000 pessoas haviam comparecido

neste primeiro domingo depois que a

cruzada terminou.

As ofertas recebidas nessas igrejas domésticas

forneceram uma ajuda financeira imediata

aos líderes das igrejas domésticas. Muito

embora Gana fosse um país pobre, não foi

necessário nenhum dinheiro do exterior.

Este foi o início do movimento que se

espalhou por toda a nação de Gana. Hoje,

esta comunidade tem mais de um milhão de

membros em toda a nação e está sendo um

poderoso instrumento para o Senhor.

2. Métodos Ocidentais

Geralmente Errados

Este modelo funciona em épocas de Colheita.

Em épocas de colheita, nunca há o

tempo, o dinheiro, ou o pessoal para se fazer

as coisas da maneira que as igrejas das

nações ocidentais fazem. Os métodos ocidentais

são geralmente errados. Estes são

alguns dos métodos insensatos do Cristianismo

Ocidental:

a. Mantidas na Escola. As pessoas em

treinamento são mantidas em escolas de 3 a

15 anos. Qual o resultado? Quando a pessoa

em treinamento sai da escola, as pessoas estão

dizendo: “A colheita já passou, acabou o

verão e não estamos salvos” (Jr 8:20). A

colheita se perde quando não é feita ao estar

madura.

b. Ênfase na Teoria. Muita ênfase é

dada ao conhecimento teórico, porém muito

pouco no poder de Deus. Isto produz

líderes sem poder e sem vida, arrogantes,

incompetentes, nada práticos. Para a maioria

deles, o “seminário” se torna um “cemitério”,

espiritualmente e praticamente (Veja

1 Coríntios 8:1).

c. Dinheiro Gasto em Edifícios. São

construídos dispendiosos celeiros para as

“ovelhas” que custam mais de 2.000 dólares

para cada assento em seus santuários.

Misericordiosamente, Deus não deu aos

crentes da Igreja do Novo Testamento tanto

dinheiro assim — da mesma forma, a

maioria dos crentes do mundo de hoje não

receberam dinheiro para serem desperdiçados

desta maneira.

3. A Maneira Bíblica

Durante a Festa dos Tabernáculos, acomodações

econômicas e temporárias são a

ordem do dia. Este mundo não é o nosso lar.

Estamos apenas de passagem. Os nossos

tesouros deveriam ser guardados em algum

lugar além do firmamento azul no Céu.

Assim sendo, voltemos à maneira neotestamentária:

abrigar as ovelhas em acomodações

modestas, nos lares dos crentes

onde for possível e prático.

a. Igrejas Domésticas, e Não Catedrais.

Observe o seguinte:

1) A Igreja Começou Numa Casa.

“E de repente veio um som do céu, como de

um vento veemente e impetuoso, e encheu

toda a casa em que estavam assentados”

(At 2:2).

2) A Igreja Cresceu em Casas. À

medida que crescia, a Igreja continuou a utilizar

casas.

576 / SEÇÃOC10 C10.8– A Festa dos Tabernáculos

“E, continuando diariamente de comum

acordo no templo, e partindo o pão de casa

em casa, eles comiam juntos com alegria e

singeleza de coração” (At 2:46).

“E diariamente no templo, e em todas as

casas, não cessavam de ensinar e de pregar

a Jesus Cristo” (At 5:42).

3) Batismo com o Espírito Numa

Casa. O Apóstolo Paulo se converteu, foi

curado e batizado com o Espírito Santo

numa casa.

“E Ananias foi e entrou na casa, e, impondo-

lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o

Senhor Jesus, que te apareceu no caminho

por onde vinhas, me enviou para que possas

receber a tua visão e ser cheio com o

Espírito Santo” (At 9:17).

4) Gentios Salvos Numa Casa. A

primeira família de gentios a receber o Evangelho

foi o resultado da oração do chefe da

família numa casa.

“E disse Cornélio: Há quatro dias eu

estava em jejum até esta hora, e, na hora

nona, eu estava orando em minha casa, e eis

que se apresentou diante de mim um varão

com roupas resplandecentes” (At 10:30).

5) Um Apóstolo Orou Sobre Uma

Casa. O Evangelho foi proclamado primeiramente

aos gentios porque um apóstolo

estava orando sobre uma casa. “... Pedro

subiu ao terraço da casa para orar quase à

hora sexta” (At 10:9). Nesse local, ele recebeu

uma visão que resultou em sua ida à

casa de Cornélio, um centurião romano.

6) O Espírito Santo Veio Sobre os

Gentios Numa Casa. O Espírito foi primeiramente

derramado sobre os gentios

numa casa (de Cornélio), onde Pedro estava

pregando. “E o Espírito me disse para

ir... e entramos na casa do homem” (At

11:12). “Enquanto Pedro ainda dizia estas

palavras, o Espírito Santo caiu sobre todos

os que ouviam a palavra” (At 10:44).

7) Muitos Outros Exemplos. O tempo

e o espaço não me permitem dizer-lhes

sobre a casa de Maria, mãe de João (At

12:12), a igreja na casa do carcereiro

filipense (At 16:15-32), a casa de Lídia,

Jasom e Crispo (At 16:40; 17:5; 18:8).

Além disso, as epístolas estão repletas

de referências da maneira pela qual a Igreja

Primitiva se espalhou de casa em casa.

Algumas delas são: Filipe, o evangelista,

a casa de Paulo, as igrejas domésticas de

Cloe, Estéfanas, Priscila e Áquila, Ninfa,

Onesíforo, Filemom e a senhora eleita de 2

João (At 21:8; 28:30; 1 Co 1:11; 16:15,19;

Cl 4:15; 2 Tm 1:16; Fm 2).

Esta é a maneira bíblica. É a solução mais

barata, prática, com o melhor índice custobenefício

de como se conservar e celebrar a

poderosa Colheita que está chegando na Festa

dos Tabernáculos (abrigos temporários).

É o único padrão viável para a maioria

das nações, nestes nossos dias de Colheita

sem precedentes. Quase todos os outros

métodos estão fadados ao fracasso, especialmente

o inútil método ocidental de construção

de dispendiosas catedrais para se

abrigar as ovelhas.

No Livro do Apocalipse, lemos uma descrição

desta Colheita na época em que a

noiva já se aprontou (Ap 21:2). Certamente

tudo isto é uma expectativa da Sua vinda

para uma gloriosa Igreja (Ef 5:27).

C. O ASPECTO PESSOAL

A Festa dos Tabernáculos pode ser experimentada

agora, antes da Segunda Vinda

de Jesus Cristo.

Eu já estive em movimentos de reavivamentos

em várias nações que já possuíam um

pouco do espírito da Festa de Tabernáculos.

1. O Reavivamento na Argentina

Estive na Argentina, América do Sul,

onde fiquei muito ciente da forte presença

de Deus sobre a nação. Lá, pessoas de muitas

e muitas denominações lotaram completamente

um auditório com capacidade

para cerca de 1.800 pessoas.

Harmoniosamente, estas pessoas começaram

a reunião, colocando-se de pé para

adorarem ao Senhor. Louvores celestiais e

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 577

uma adoração repleta de poder no Espírito

fizeram com que a presença de Deus enchesse

o lugar.

A glória de Deus estava presente tão

poderosamente que fiquei imaginando se

eu estava de fato com os pés no chão ou

não! Olhei para baixo para confirmar o fato.

Senti-me como se estivesse literalmente

flutuando e subindo ao Céu.

Pecadores estavam sendo salvos, outros

estavam sendo curados e batizados com o

Espírito, enquanto os santos estavam adorando.

Era muito mais do que os dons do

Espírito em operação. Era o próprio Deus

Se manifestando naquele lugar.

Isto foi o cumprimento espiritual do versículo:

“Eis que o tabernáculo de Deus está

com os homens, e habitarão com Ele e serão

o Seu povo, e o Próprio Deus estará

com eles e será o seu Deus...” (Ap 21:3).

O Senhor abriu os meus olhos espirituais

para ver que estávamos experimentando

a alegria e as maravilhas encontradas na Festa

dos Tabernáculos.

A Festa dos Tabernáculos é experimentada

pela impressionante, hilariante e estimulante

presença do Próprio Deus vindo

sobre o Seu povo. A Sua presença era tão

grande lá na Argentina que as prisões e os

grilhões simplesmente desapareciam.

Havia urna poderosa liberdade, e, contudo,

uma linda ordem. Num canto, cinqüenta

pessoas, com os seus braços ao redor um

do outro estavam dançando em círculos.

Numa outra parte, um grupo de pessoas

estava chorando e se abraçando. O amor de

Deus triunfava sobre tudo.

Todas as divisões feitas pelo homem não

conseguiam resistir a esta presença de Deus.

Três outras características marcaram este

reavivamento. A primeira delas foi o tremendo

amor de Jesus. A segunda foi a convicção

de que Jesus verdadeiramente é o

Senhor. A terceira foi o conceito de que o

Senhor está edificando somente uma Igreja

e, portanto, todos os crentes deveriam estar

em comunhão mútua.

Os líderes reconheceram que a Igreja se

reúne em centenas de congregações, com vários

tipos de nomes mas, na realidade, há

SOMENTE UMA Igreja e o Próprio Jesus é

o Edificador.

Devido a isto, a liderança da Igreja em

Buenos Aires, Argentina, reuniu-se (sob a

inspiração do Espírito) numa amorosa comunhão

que atravessava todas as barreiras

denominacionais.

Um grupo de batistas se unia a um grupo

de pentecostais e presbiterianos para

adorarem, e assim por diante. Foi glorioso.

2. O Reavivamento e a Festa

dos Tabernáculos

O reavivamento associado com a Festa

dos Tabernáculos tem o seu precedente na

Bíblia. Um dos mais fascinantes relatos encontra-

se no Livro de Neemias e Esdras.

Este relato descreve a visita de Deus a um

povo, com grande poder, durante a Festa

dos Tabernáculos.

“Os líderes dos clãs de todo o povo e os

sacerdotes e levitas reuniram-se com Esdras

para estudarem a lei mais detalhadamente.

“Enquanto a estudavam, observaram

que Jeová havia dito a Moisés que o povo

de Israel deveria habitar em tendas durante

a Festa dos Tabernáculos a ser observada

naquele mês” (Ne 8:13,14).

“E Esdras bendisse ao Senhor, o grande

Deus, e todo o povo disse: ‘Amém’, e

eles levantaram as suas mãos para o céu,

e, em seguida, prostraram-se e adoraram

ao Senhor, com os seus rostos em terra.

“Enquanto Esdras lia os pergaminhos...

os levitas passavam por entre o povo e explicavam

o significado da passagem que

estava sendo lida.

“Todo o povo começou a chorar, ao

ouvir os mandamentos da lei.

“E Esdras, o sacerdote, e eu, como governador,

e os levitas, que estavam me assistindo,

dissemos a eles: ‘Não choreis num

dia como este! Pois hoje é um dia sagrado

diante do Senhor vosso Deus – é uma oca578

/ SEÇÃOC10 C10.8– A Festa dos Tabernáculos

sião de celebração com uma refeição vigorosa

e para se enviar presentes aos que

estão em necessidade, pois a alegria do

Senhor é a vossa força. Não podeis ficar

deprimidos e tristes!’

“E os levitas também aquietaram o

povo, dizendo: ‘Está certo! Não choreis!

Pois hoje é um dia de alegria santa, e não

de tristeza’.

“Assim sendo, o povo partiu para comer

uma refeição festiva e para enviar presentes.

Foi uma ocasião de uma grande e

alegre celebração porque podiam ouvir e

compreender as palavras de Deus” (Ne

8:6-12).

“E celebraram a Festa dos Tabernáculos...

“...os sacerdotes vestiram as suas vestimentas

oficiais e tocaram as suas trombetas

e os descendentes de Asafe tocaram os

seus címbalos para louvarem ao Senhor

da maneira ordenada pelo Rei Davi.

“E revezaram-se no cântico de louvores

e de agradecimento a Deus, com o seguinte

cântico: ‘Ele é bom, e o Seu amor e

misericórdia para com Israel duram para

sempre.’ Aí então, todo o povo deu um grande

grito, louvando a Deus porque o fundamento

do templo havia sido colocado.

“Mas muitos dos sacerdotes, dos levitas,

e outros líderes – os homens idosos

que se lembravam do lindo Templo de Salomão

– choraram em voz alta, enquanto

os outros estavam gritando de alegria!

“Assim sendo, os gritos e o choro mesclaram-

se numa alta comoção que podia

ser ouvida de longe!” (Ed 3:4, 10-13).

Será que podemos crer no sentido de uma

vez mais vermos dias de reavivamento semelhantes

aos que foram descritos em nossas

Bíblias? Senhor, envia a chuva do reavivamento!

Envia os rios sobre a terra seca!

Estamos com sede, Senhor, visita-nos! Esta

é a nossa oração. AMÉM!

3. Um Tempo de Regozijo

Tabernáculos é um tempo de grande regozijo.

Tome cuidado ao criticar os que

oram, adoram e louvam ao Senhor com bastante

emoção. Avalie isto cuidadosa e corretamente.

O verdadeiro regozijo em Deus é livre e

exuberante. Há gritos de alegria, danças, risos.

Você se lembra da entrada triunfal de

Cristo, da alegria espontânea, e do louvor

ruidoso das pessoas?

“Toda a multidão dos discípulos começou

a louvar a Deus com alegria e em voz alta

por todos os milagres que haviam visto;

“Alguns dos fariseus da multidão disseram

a Jesus:

“Mestre, repreende os Teus discípulos!

Digo-vos, respondeu Ele: ‘Se ficar em silêncio,

as pedras [da muralha ao redor de

Jerusalém] clamarão’” (Lc 19:37,39,40).

4. Um Tempo de Informalidade

Como já foi citado várias vezes, a Festa

dos Tabernáculos acontece em habitações

temporárias.

Em todo o mundo, os crentes estão se

reunindo, temporariamente, em conferências

de renovação, geralmente em auditórios

públicos ou ao ar livre.

Parece que geralmente há uma maior liberdade

para os santos fora das paredes de

suas igrejas (que geralmente são ritualísticas,

litúrgicas e sem vida).

Muitos santos devotos que são reprimidos

e restringidos em suas igrejas sentem a

necessidade de irem a uma convenção ou

conferência onde possam celebrar a grandeza

do seu Deus.

Esta celebração libertadora ocorre muito

facilmente nestes locais de reuniões a curto

prazo. Parece mais fácil sermos livres nestes

locais do que na atmosfera mais conservadora

de algumas igrejas.

Em Neemias 8 há uma narrativa da celebração

de Tabernáculos. Eles descobriram

que estava escrito na lei que eles deveriam

celebrar Tabernáculos com galhos de árvores.

As árvores são mencionadas em Isaías

AS SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 579

61:3 como “árvores de justiça”.

Há muitos e diferentes tipos de árvores

envolvidos na construção de abrigos temporários.

Talvez isto retrate para nós as muitas e

diferentes denominações que são representadas

em Tabernáculos.

O moderno fenômeno de as pessoas se

reunirem em conferências de renovação carismática

muitas vezes libera este espírito

de Tabernáculos.

Muitos líderes de igreja acham que não

são capazes de se identificar com elas. No

entanto, não podemos impedir que aconteçam,

pois fazem parte do que Deus está

fazendo. Elas estão fornecendo alimento espiritual

para muitas almas famintas e uma

liberação espiritual para alguns que estão

presos.

É quase impossível mantermos as ovelhas

afastadas de um campo cheio de grama

verde. Se as pessoas não estiverem recebendo

alimento espiritual para suas almas,

elas irão para onde possam recebê-lo.

Muitos estão tão famintos pela Palavra

de Deus que viajam centenas de quilômetros

para uma celebração de Tabernáculos.

Ainda que eu não aprove tudo o que

acontece em algumas conferências, reconheço

de fato que Deus está fazendo algo novo

hoje em dia e que está reunindo o Seu povo.

5. Um Indicador Autêntico

Creio que haverá um indicador autêntico

de qual dessas reuniões têm o selo de

aprovação de Deus.

Neemias 8, 9, 10 ressalta uma palavra profética

durante esta Festa de Tabernáculos.

“Porque hoje é um dia sagrado diante

do Senhor vosso Deus – é uma ocasião de

celebração... e para se enviar presentes

para os que não têm nada preparado.

Este Mandamento faz parte do espírito

de Tabernáculos. Deus diz: “Não se regozijem

simplesmente – mas levem a bênção e a

mensagem de liberdade em Jesus Cristo por

todo o mundo.

Obedeçam à Grande Missão, “...indo a

todo o mundo, e pregando o Evangelho a

toda a criatura” (Mc 16:15).

Tabernáculos comunica este generoso

senso de responsabilidade e solicitude, que

é realmente uma parte integral do Espírito

de Jesus. Será que você aceitará esta responsabilidade

juntamente com as bênçãos?

Somente assim você terá uma genuína e autêntica

Festa dos Tabernáculos. Qualquer

outra coisa tem todos os elementos da insinceridade

egoística.

Capítulo 9

Celebremos as Festas

“Portanto, celebremos a Festa, não com o

antigo fermento, nem com o fermento da malícia

e da iniqüidade, mas com os pães asmos

da sinceridade e da verdade” (1 Co 5:8).

A. UMA SOMBRA DAS

COISAS FUTURAS

Alguns crentes acham que precisam celebrar

literalmente estas Festas como na época

do Antigo Testamento. No entanto, não

é isto o que ensina o Novo Testamento.

A Carta do Apóstolo Paulo aos Colossenses

contém claras instruções sobre isto.

Permitam-me compartilhar duas versões

bíblicas sobre este assunto.

Ambas foram feitas por tradutores que

acreditam na infalibilidade das Escrituras (É

importante que os tradutores creiam nesta

doutrina).

“Portanto, não permitam que ninguém

os julgue pelo que vocês comem ou bebem,

ou com relação a uma festa religiosa, uma

celebração de Lua Nova, ou de um dia de

Sábado.

“Estas coisas são uma sombra das coisas

vindouras; a realidade, no entanto, encontra-

se em Cristo” (Cl 2:16,17).

“Portanto, não permitam que ninguém

os critique pelo que vocês comem ou bebem,

ou por não celebrarem os dias santos

580 / SEÇÃOC10 C10.9– Celebremos as Festas

e festas judeus ou as cerimônias de Lua

Nova ou Sábados.

“Pois estas coisas eram apenas regras

temporárias que terminaram quando Cristo

veio. Eram apenas sombras da coisa

verdadeira – do Próprio Cristo” (Cl 2:16,

17 “A Bíblia Viva”).

Precisamos compreender esta metáfora

usada por Paulo quando ele chama as Festas,

o Tabernáculo de Moisés e os sacrifícios

do Antigo Testamento de “uma sombra

das coisas vindouras.”

Se você sair, ao nascer do sol, num dia

ensolarado e andar com as suas costas para

o sol, você verá a sua sombra no chão. A

sombra tem uma semelhança sua, mas não é

você. É apenas uma sombra do que está

vindo ao longo do caminho, que é você.

Se você andasse até um tecido branco

fino com o sol por trás de você, alguém do

outro lado poderia identificar, por causa da

sombra do seu corpo no tecido, que uma

pessoa estava no outro lado do tecido. Ela

saberia que não era uma vaca ou um macaco.

Se você ficasse de lado, de maneira que a

sombra do seu perfil fosse projetada no tecido,

a sombra revelaria um pouco sobre a

sua altura, o seu tamanho, e se você é um

homem ou uma mulher. Alguém que o conhece

bem talvez pudesse olhar para esta

sombra e dizer: “Eu sei de quem é esta sombra.”

Se você fosse uma mãe, um dos seus

filhos, vendo a sombra, poderia chamar:

“Mamãe, mamãe”. Esta criança, no entanto,

não se ateria à sombra. A criança desejaria

você – a realidade – a verdadeira mãe

de carne e sangue que ama o seu filhinho.

Paulo diz que as Festas, o Tabernáculo

de Moisés e os sacrifícios do Antigo Testamento

são assim. Eles proporcionam um

perfil, um esboço sem forma suficiente para

reconhecermos o que retratam. Eles nos

mostram as bênçãos que Cristo deveria trazer

aos que cressem n’Ele.

No entanto, quando a realidade (da qual

a sombra era apenas um perfil) veio, todos

nós desejaríamos a realidade (Cristo) mais

do que a sombra.

B. PRATICANTES DA PALAVRA

Portanto, Paulo diz que não somos obrigados

a observarmos estas Festas como na

época do Antigo Testamento. No entanto,

queremos de fato observar O QUE ELAS

NOS ENSINAM.

Assim sendo, celebramos as Festas, fazendo

o que somos ensinados por elas. Tornamo-

nos praticantes da Palavra – não somente

ouvintes.

“Não sejam meros ouvintes da Palavra,

enganando-se assim, a si próprios.

Façam o que ela diz.

“Qualquer um que ouve a Palavra, mas

não faz o que ela diz é semelhante ao homem

que olha o seu rosto num espelho, e

depois de se olhar, vai embora e se esquece

imediatamente da sua aparência.

“Mas o homem que olha... não se esquecendo

do que ouviu e viu, mas cumprindo...

será abençoado em suas ações.” (Tg

1:22-25).

Jesus contou uma história famosa que

contrasta os ouvintes com os praticantes

da Palavra.

Ele fala sobre uma casa que foi edificada

na areia e uma que foi edificada na rocha. A

casa que foi edificada na areia caiu, mas a

que foi edificada sobre o fundamento da

rocha sólida permaneceu firme.

Jesus disse que os que edificaram sobre

a rocha foram semelhantes aos que ouviam

as Suas palavras e as PRATICAVAM.

É bem provável que todos os ouvintes

tenham sido abençoados pelas parábolas e

ensinos iluminadores de Jesus. Talvez tenham

sido comovidos, emocional e entusiasticamente,

pela Sua clara maneira de ensinar,

“como alguém que fala com autoridade,

e não como os escribas” (Mt 7:29).

O recebimento entusiástico de uma mensagem

não é suficiente. Se apenas ouvirmos

e não fizermos o que ouvimos, seremos seAS

SETE FESTAS DO SENHOR SEÇÃO C10 / 581

melhantes à casa edificada sobre a areia, que

não tinha nenhum fundamento. Quando as

chuvas e as tempestades vieram ela caiu e

foi arrastada pelas águas (Mt 7:26,27).

Se recebermos a Palavra com alegria, mas

não fizermos o que ela diz, seremos semelhantes

à semente que caiu em terreno pedregoso.

O fato de ouvirmos a Palavra somente,

até mesmo com alegria e entusiasmo,

não é o que Deus está procurando (Leia

Mateus 13:20,21).

C. APLICAÇÃO PESSOAL

A mensagem das Festas tem uma aplicação

pessoal (PRÁTICA) para cada um

de nós. Vamos aproveitar a oportunidade

para refletirmos sobre a nossa vida. Relacione

a mensagem de cada Festa com a sua

própria vida e peça ao Espírito Santo que

lhe mostre exatamente onde você está no

cronograma de Deus para a sua vida.

1. A Páscoa...

...retrata o sacrifício de Cristo por você.

Você é liberto do pecado, da morte, do inferno

e do poder do diabo. Estas bênçãos

são suas através da fé de que Cristo é o seu

Cordeiro Pascal, que morreu por você. Você

não pode ter a salvação através das suas

obras ou rituais religiosos. Você já experimentou

a sua páscoa pessoal?

2. Os Pães Asmos...

...retratam o sepultamento das nossas

antigas atitudes egocêntricas e a expulsão

de nossa vida de toda a malícia e iniqüidade.

Você já purificou a sua vida das coisas que

ofendem a pureza de Jesus? Caso contrário,

faça isto agora, rapidamente.

3. As Primícias...

...retratam a vida ressurreta de Jesus, que

faz com que sigamos uma vida livre da prática

do pecado. Se você é surpreendido numa

falta ou tentação, você reconhece isto rapidamente

e reconhece o seu pecado? Você

demonstra um verdadeiro amor para com a

comunidade de cristãos nascidos de novo?

Você não se importa com os seus irmãos

cristãos, ou você os ama profundamente?

4. O Pentecostes...

...retrata o Batismo no Espírito Santo.

Deus planejou isto para trazer poder para o

ministério, um estilo de vida santo e uma

liberdade do temor da morte. O Pentecostes

nos torna dispostos a sermos mártires

por Ele. Você já experimentou este vital

Batismo do Espírito? Você ainda resiste a

ele ou duvida da sua relevância ou importância?

5. As Trombetas...

...retratam a forte unção profética que

está disponível nestes últimos dias. Você

está disposto a ser semelhante a uma trombeta,

admoestando e ganhando os perdidos?

Você está pronto para receber a obra

do Espírito Santo, com todos os seus dons

e frutos? Você está disposto a levantar a

sua voz como uma trombeta para admoestar

e ganhar os outros que não sabem nada

sobre Jesus? Você está disposto a sofrer

pela pregação da Palavra de Deus – até

mesmo para aqueles que o rejeitarão e desprezarão?

6. A Expiação...

...retrata o estilo de vida vitorioso através

de uma profunda sondagem da alma e

de ocasiões regulares de jejum e arrependimento.

Isto produz a fé que vê e abre o

caminho para a nossa posição na presença

entronizada de Deus, que é o local onde

podemos aplicar a Sua Vitória. Você está

vendo a obra do Espírito Santo no sentido

de responder às suas orações de fé?

7. Tabernáculos...

...faz com que nos envolvamos na grande

“Colheita” de almas. Ao fazermos isto,

experimentamos aquela estimulante sensação

da presença de Deus. Isto traz reconciliação,

cura, paz e a plenitude à comunidade

582 / SEÇÃOC10 C10.9– Celebremos as Festas

adoradora dos santos.

Ficamos dispostos a suportar as inconveniências

das moradias temporárias pela

alegria das almas ganhas e estabelecidas na

Igreja. Estamos trabalhando para treinar

muitas pessoas para a Colheita de maneira

que ela seja conservada e não perdida. Será

que isto está acontecendo na sua vida e na

sua igreja?

D. SUMÁRIO

Espero que este cronograma o ajude a

ver onde você se encontra nos tratamentos

de Deus, Se você estiver em falta, comece a

se apropriar do que você precisa, buscando

ao Senhor com orações e louvor.

Na qualidade de pastor ou líder, você poderá

aplicar estas perguntas ao grupo em que

você serve ao Senhor. Será que a sua igreja ou

grupo já experimentou a sua Páscoa, Pães

Asmos, Primícias, Pentecostes, Trombetas,

Expiação e Tabernáculos? Caso contrário,

comece a ensinar-lhes estas verdades.

“A fé vem aos que recebem estas bênçãos,

à medida em que ouvem a Palavra de

Deus” (Rm 10:17).

Finalmente, estas Festas não podem ser

experimentadas com poder espiritual, a não

ser através da resposta de Deus à sua fé

como líder. Você não pode fazer com que

estas experiências aconteçam com as suas

próprias forças.

Quando você tiver avaliado honestamente

onde você se encontra no cronograma de

Deus, você verá a necessidade de seguir adiante

para uma outra Festa. Comece a esperar

no Senhor COM FÉ.

A vontade d’Ele para você e o seu rebanho

é que vocês se desenvolvam até a maturidade,

“e se pedirmos qualquer coisa de

acordo com a Sua vontade, sabemos que

Ele nos ouve. Se sabemos que Ele nos ouve,

sabemos que temos o que desejamos d’Ele”

(1 Jo 5:14,15).

É a FÉ que traz o que RECEBEMOS no

Céu para este mundo terreno, onde você e

eu vivemos e trabalhamos para o nosso Senhor.

O ensino é a maneira pela qual recebemos

a fé e a liberamos aos outros.

Assim sendo, ensine a Palavra de Deus à

congregação. Use este material para abençoá-

lo e fazer com que eles “cresçam na

graça e no conhecimento do nosso Senhor

e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória,

tanto agora como para todo o sempre.

Amém!” (2 Pe 3:18).

Não fique cansado e nem se desanime

enquanto você espera com fé. Continue agradecendo

a Deus pelo que você já recebeu

para si próprio e para o seu rebanho. Continue

firme na sua fé, e Deus trará as Festas

à sua vida.

Ele virá! Aleluia!

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

OS 500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 583

SEÇÃO C11

OS 500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS

Esdras, o escriba, e Neemias, o leigo, tentaram

fortalecer a comunidade judaico-palestina

e incentivar a sua lealdade para com

a lei de Deus (veja Esdras 10).

Durante cerca de um século e meio após

a época de Neemias, o Império Persa exerceu

um controle sobre a Judéia, e os judeus

podiam manter as suas instituições religiosas

sem interferências.

A Judéia foi governada por sumos-sacerdotes,

os quais eram responsáveis diante

do governo persa, um fato que garantia

aos judeus um bom nível de autonomia. Ao

mesmo tempo, no entanto, isto fez do sacerdócio

um cargo político e lançou as sementes

de problemas futuros. As competições

pelo cargo de sumo-sacerdote foram

marcadas por invejas, intrigas e até mesmo

assassinatos.

Dizem que Joana, filho de Joiada (Ne

12:22), assassinou o seu irmão Josué dentro

das dependências do templo.

Joana foi sucedido como sumo-sacerdote

por seu irmão Jadua, cujo irmão

Manassés, de acordo com Josefo, casou-se

com a filha de Sambalate, governador de

Sumaria.

1. Os Samaritanos Edificam o

Templo

Foi nesta época que um templo

samaritano foi construído sobre o Monte

Gerizim. Este templo, ao invés de Sião, era

considerado como sendo sagrado pela comunidade

samaritana. Por algum tempo, isto

reforçou o sistema religioso substituto, o

qual havia sido iniciado por Jeroboão vários

séculos antes, seguindo-se à morte do

Rei Salomão (1 Rs 12:25).

O santuário sobre o Monte Gerizim foi

destruído pelo governante Asmoneu João

Capítulo 1

O que Aconteceu nos Séculos

Entre o Antigo e o Novo

Testamento?

Introdução

Os quatrocentos anos entre a profecia

de Malaquias e o advento de Cristo são

freqüentemente descritos como sendo “silenciosos”,

mas foram na verdade repletos

de atividades.

Nenhum profeta, cujos escritos estão incluídos

na Bíblia, se levantou em Israel durante

estes séculos. O Antigo Testamento

foi considerado completo.

No entanto, muitas coisas aconteceram e

deram aos judeus da época de Cristo a sua

ideologia característica. Esta era preparou

providencialmente o caminho para a vinda

de Cristo e a proclamação do Seu Evangelho.

A. O IMPÉRIO PERSA

CONTROLA A JUDÉIA

Cerca de 100 anos antes desta época,

os judeus haviam sido levados para o cativeiro

babilônico (persa) (2 Rs 24:15; Jr

20:6). A antiga Pérsia era constituída de

regiões que hoje formam as nações do

Iraque e do Ira.

Os judeus passaram muito bem durante

o seu cativeiro de setenta anos sob domínio

persa. No final desses setenta anos, Ciro,

Príncipe da Pérsia, lhes deu permissão de

voltarem para Jerusalém e construírem o

seu templo (compare Jr 29:10 com Dn 9:2).

Muito embora houvessem encontrado

oposição dos habitantes da Palestina, o

templo foi completado e consagrado durante

o reinado de Dario, o Grande (Ed

6:1-14).

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prios e combinaram a sua devoção ao Deus

dos seus antepassados com elementos pagãos

(Jr 44:15-19). Os Judeus Elefantinos

mantinham correspondência com os samaritanos,

como também com os que habitavam

na Judéia.

B. ALEXANDRE O GRANDE

A Pérsia nunca conseguiu subjugar os

gregos, mas um herdeiro da cultura grega,

Alexandre da Macedônia, finalmente pôs

um fim ao Império Persa.

Alexandre não era simplesmente um déspota

louco por poder. Pelo fato de ser um

discípulo do filósofo Aristóteles, ele estava

totalmente convencido de que a cultura grega

era a única força que poderia unificar o

mundo.

Em 333 A.C., ele saiu da Macedônia e

entrou na Ásia Menor, derrotando o exército

persa lá estacionado. Em seguida, ele se

dirigiu ao sul através da Síria e Palestina, até

chegar ao Egito.

Tanto Tiro quanto Gaza ofereceram uma

obstinada resistência, mas os atrasos não

desanimavam Alexandre – eles simplesmente

fortaleciam a sua determinação de vencer.

1. Um Amigo dos Judeus

Não havia nenhuma necessidade para

uma campanha contra os judeus e, na verdade,

as lendas fazem de Alexandre um amigo

do povo judeu. Dizem que Jadua, o sumosacerdote,

teria saído para encontrar-se com

Alexandre, para contar-lhe sobre a profecia

de Daniel, segundo a qual o exército grego

seria vitorioso (veja Daniel 8).

Muito embora os historiadores não levem

esta história a sério ela, no entanto,

ilustra de fato os sentimentos amigáveis

existentes entre os judeus e o conquistador

macedônio.

Alexandre permitiu que os judeus mantivessem

as suas leis, concedendo-lhes uma

isenção do tributo durante os Anos

Sabáticos. Ao construir Alexandria no Egito

(331 A.C.), ele incentivou os judeus a se

Ircano (134 - 104 A.C.). Até a metade do

Século XX, um remanescente de samaritanos

(cerca de 300 em número) ainda consideram

o monte como sendo sagrado.

A mulher do poço de Samaria queria discutir

com Jesus sobre os méritos dos lugares

sagrados rivais. Jesus, o Salvador, escolheu

enfatizar a atitude espiritual do adorador,

ao invés do local de adoração (Jo 4:20).

O Sambalate de Josefo não pode ter sido

o mesmo indivíduo que o mencionado por

Neemias (Ne 4:1). Josefo, no entanto, parece

estar refletindo uma tradição válida, pois

parece que um templo foi mesmo edificado

sobre o Monte Gerizim ao redor desta época.

O fracasso da Pérsia de sobrepujar a

Grécia estimulou outros povos conquistados

a buscarem a sua independência. O Egito

estava constantemente tentando livrarse

do jugo persa. A Judéia, geograficamente

situada entre o Egito e a Pérsia, não conseguia

escapar do envolvimento.

2. Os Judeus Migram

Durante o reinado de Artaxerxes III,

muitos judeus estavam implicados numa

revolta contra a Pérsia. Depois do seu fracasso,

os persas os deportaram para a Babilônia

e a costa ao sul do Mar Cáspio.

Os judeus haviam fugido para o Egito na

época de Jeremias há um século ou mais

antes. Depois da morte de Gedalias, o profeta

Jeremias foi forçado a unir-se a um grupo

de refugiados que buscaram asilo em

Tafnes, ao leste do Delta (Jr 43:4-13). Outros

judeus indubitavelmente conseguiram

chegar ao Egito para não serem capturados

por Nabucodonosor.

A migração continuou durante o período

persa e, no quinto século antes de Cristo,

uma colônia judaica de soldados mercenários

estava localizada na Ilha

Elefantina, perto da atual Assuan, na Primeira

Catarata do Nilo.

Contrariamente à Lei Mosaica, estes colonos

construíram um templo para si próOS

500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 585

estabelecerem lá e lhes deu privilégios comparáveis

aos dos seus súditos gregos.

2. Persas Derrotados

Alexandre foi bem recebido no Egito

como um libertador da opressão persa.

Os seus exércitos vitoriosos voltaram

pelo mesmo caminho através da Palestina e

Síria e, aí então, dirigiram-se para o leste.

As cidades da Babilônia (Iraque) e Pérsia

(Ira) caíram diante de Alexandre e ele prosseguiu

para o leste até chegar na região de

Punjabe na índia.

3. Legado de Cultura Grega

Muito embora ele fosse muito poderoso

na batalha, foi uma cultura helenística, ao

invés de um domínio macedônico, o legado

que Alexandre deixou para o Oriente Médio.

Ele resolveu fundar uma nova cidade em

cada país do seu império, que serviria como

modelo para a reordenação da vida do país

como um todo, segundo os padrões gregos.

Materialmente falando, isto significava

a construção de ótimos edifícios públicos,

um ginásio para jogos, um teatro ao ar livre

e qualquer coisa que se aproximasse do estilo

de vida de uma cidade-estado grega.

Os indivíduos foram incentivados a assumirem

nomes gregos, a adotarem as vestimentas

gregas e a linguagem grega – em

suma, a se tornarem helenizados.

Os aspectos materiais do helenismo devem

ter sido atraentes para grandes segmentos

da população.

Os negócios e o comércio trouxeram riquezas

à nova classe mercantil. As bibliotecas

e as escolas eram bem recebidas pelos

estudantes. Melhores moradias e na melhor

alimentação causaram uma elevação nos padrões

de vida.

Muitos em Israel, como em outras partes

também, ficaram satisfeitos em aceitar

esta fachada de cultura grega. Se a idolatria

foi a pedra de tropeço para Israel no período

anterior ao Exílio, o helenismo foi a grande

tentação após o Exílio.

Um escritor do terceiro século A.C. observou

o seguinte: “Em épocas recentes, sob

o domínio estrangeiro dos persas e, em seguida,

dos macedônios, pelos quais o Império

Persa foi derribado, o intercâmbio com

outras raças fez com que muitos dos costumes

judeus tradicionais perdessem a sua influência.”

Muitos judeus adotaram nomes gregos,

aceitaram uma escola de filosofia grega e

tentaram combinar a sabedoria da Grécia

com a fé dos seus antepassados. Outros

resistiram ao helenismo e se tornaram cada

vez mais absortos no estudo da sua Lei.

Aos trinta e três anos de idade, Alexandre

morreu na Babilônia.

Por vários anos, o futuro do Oriente Próximo

esteve incerto, mas os generais foram

bem-sucedidos na divisão do Império entre

si, e a onda de helenismo aumentou.

Ainda que os Ptolomeus do Egito e os

Selêucidas da Síria tivessem lutado entre si

para obterem terras e poder, eles estavam

em completo acordo com relação à sua missão

social e cultural.

O historiador W.W.Tarn diz que Alexandre

“transformou o mundo de tal maneira

que nada depois dele poderia ser como era

antes”.

C. OS PTOLOMEUS

Depois da morte de Alexandre, a Judéia

ficou primeiramente submissa a Antígono,

um dos seus generais. No entanto, ela caiu

rapidamente nas mãos de um outro general,

Ptolomeu I, cujo sobrenome Sóter significava

“Libertador”. Ele capturou Jerusalém

num dia de sábado em 320 A.C.

1. Os Judeus Prosperam

Ptolomeu, cujo reinado centralizava-se

no Egito, tratou bem os judeus. Muitos deles

se estabeleceram em Alexandria – que

continuou a ser um importante centro do

pensamento judaico por muitos séculos.

Sob Ptolomeu II (Filadelfo), os judeus

alexandrinos traduziram o seu Antigo Tes586

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tamento para o grego. Esta tradução ficou

conhecida mais tarde como a Septuaginta

(que traduzida significa “setenta”).

Este nome veio dos setenta judeus que

foram enviados da Judéia para produzirem

a tradução grega das Escrituras Hebraicas.

Na verdade havia setenta e dois – seis de

cada uma das doze tribos.

Os judeus da Palestina desfrutaram de

um período de prosperidade durante a época

ptolemaica. Tributos eram pagos ao governo

no Egito. Os assuntos locais, no entanto,

eram administrados pelos sumos-sacerdotes,

os quais haviam sido responsáveis pelo governo

do seu povo desde o período persa.

A maior figura dentre os judeus do período

ptolemaico foi Simão o Justo, o sumosacerdote.

Ele é tema do mais alto louvor do

Livro Apócrifo do Eclesiástico, que o chama

de “Grande dentre os seus irmãos e a

glória do seu povo”.

A ele se atribui a reconstrução das muralhas

de Jerusalém, que haviam sido destruídas

por Ptolomeu I. Dizem que ele reparou

o Templo e dirigiu a escavação de

uma grande represa que fornecesse água fresca

para Jerusalém em épocas de seca e assédios.

Além da sua reputação como sumosacerdote,

Simão é também considerado um

dos grandes mestres do antigo judaísmo. O

seu aforismo favorito era: “O mundo repousa

sobre três coisas: a Lei, o Serviço

Divino e a Caridade.”

Contudo, a identidade de Simão o Justo

apresenta um problema histórico. Um

sumo-sacerdote conhecido como Simão I

viveu durante a metade do terceiro século, e

Simão II viveu cerca de 200 A.C. Um destes

dois é indubitavelmente o Simão o Justo da

tradição e lenda judaicas.

2. A Rivalidade Aumenta Entre as

Famílias Sacerdotais

Durante o período ptolemaico, as famílias

sacerdotais de Onias e Tobias tornaram-

se rivais implacáveis. A casa de Tobias

era a favor do Egito e representava a classe

rica da sociedade de Jerusalém. A família de

Tobias pode ter sido ligada a Tobias, o

amonita (Ne 2:10; 4:3,7; 6:1-19) que causou

muitos problemas a Neemias.

Um papiro da época de Ptolomeu II fala

de um judeu chamado Tobias, que era um

comandante da cavalaria no exército ptolemaico

estacionado em Amanitis, a pouca

distância ao leste do Rio Jordão.

Os arqueólogos descobriram um mausoléu

do terceiro século A.C. em ‘Araq el-

Emir na região central da Jordânia, com o

nome “Tobias”. Segundo o que se pensa, os

“Tobias” foram arrecadadores de impostos,

ocupando a mesma função que os publicanos

do Novo Testamento.

Josefo afirma que Onias II recusou-se a

pagar vinte talentos de prata a Ptolomeu IV,

que era evidentemente o tributo exigido dos

sumos-sacerdotes. Ao recusar o pagamento,

Onias aparentemente renunciou a sua

fidelidade a Ptolomeu.

José, um membro da casa de Tobias, conseguiu

então ser nomeado “coletor de impostos”

para toda a Palestina. O coletor de

impostos tinha que ir a Alexandria todos os

anos para tentar conseguir a renovação da

sua licença para arrecadar impostos. José

manteve este cargo influente durante vinte

anos, sob os Ptolomeus e após a vitória de

Antíoco III, sob os Selêucidas.

D. OS SELÊUCIDAS

Os governantes sírios deste período são

chamados de Selêucidas. Isto se deve ao fato

de que no reino deles, um dos estados sucessores

ao império de Alexandre o Grande,

foi fundado por Seleuco I (Nicator).

A maioria dos primeiros governantes tinham

o nome de Seleuco ou Antíoco. Eles

governavam da cidade de Antioquia, no Rio

Orontes.

1. A Cultura Grega Imposta

Sobre os Judeus

O ambicioso governante Antíoco III, apelidado

“o Grande”, travou uma série de baOS

500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 587

talhas com o Egito. Em 199 A.C., ele arrebatou

a Palestina dos Ptolomeus depois da

Batalha de Panion, perto das nascentes do

Rio Jordão.

Isto marcou o início de uma nova era da

história judaica. Muito embora os Ptolomeus

tivessem sido tolerantes com relação

às instituições judaicas, os Selêucidas resolveram

impor o helenismo sobre os judeus.

A crise veio durante o reinado de Antíoco

IV, mais conhecido como Antíoco

Epifanes. Ele encontrou aliados no partido

helenístico da Judéia.

No início do reinado de Antíoco IV,

Jerusalém foi governada pelo sumo-sacerdote

Onias III, um descendente de Simão

o Justo e um judeu rigorosamente ortodoxo.

2. O Sacerdócio Vai Para o

Maior Lance do Leilão

Os judeus que favoreciam a cultura grega

se opuseram a Onias e adotaram a causa

do seu irmão Jasão. Prometendo maiores

tributos a Antíoco, Jasão conseguiu ser

nomeado sumo-sacerdote.

Muito embora Antíoco considerasse o

sacerdócio um cargo político, que poderia

ser devidamente preenchido por ele como

quisesse, os judeus devotos achavam que

o sacerdócio era divino em sua origem e

consideravam que a sua venda ao mais alto

“lance de leilão” era um pecado contra

Deus.

Jasão incentivou os helenistas que haviam

buscado a sua eleição. Um ginásio foi

construído em Jerusalém, nomes gregos tornaram-

se comuns, e a ortodoxia hebraica

foi considerada obscurantista e obsoleta.

Contudo, Jasão discutiu com o seu companheiro

íntimo e colega helenista, Menelau,

da Tribo de Benjamim. De acordo com as

Escrituras do Antigo Testamento, somente

os Levitas deveriam ser sacerdotes.

Menelau, da Tribo de Benjamim, ofereceu

um maior tributo a Antíoco do que o

que foi pago por Jasão e conseguiu ser empossado

como sumo-sacerdote.

3. A Fé Judaica Ortodoxa Atacada

Os judeus ortodoxos, que haviam ficado

escandalizados quando Jasão foi nomeado

sumo-sacerdote, ficaram transtornados mais

ainda, quando Menelau da Tribo de Benjamim,

com nenhum direito ao cargo sacerdotal,

foi empossado.

Jasão formou um exército para defender

a sua reivindicação ao sumo-sacerdócio, e

Menelau tentou conseguir a ajuda de Antíoco.

Os sírios, que estavam lutando contra o

Egito, acharam essencial manter o controle

efetivo da Palestina. Assim sendo, Antíoco

Epifanes efetuou um ataque sorrateiro contra

Jerusalém num dia de sábado (quando

os ortodoxos não lutariam), e assassinou

um grande número de inimigos de Menelau.

As muralhas da cidade foram destruídas

e uma nova fortaleza, a Acra, foi construída

no local da cidadela.

Antíoco resolveu eliminar todos os vestígios

da fé judaica ortodoxa. Diziam que o

Deus de Israel era o mesmo que Júpiter, e

uma imagem barbada deste deus pagão (talvez

à semelhança de Antíoco) foi erigida no

altar do Templo, onde porcos eram oferecidos

em sacrifício.

Os judeus eram proibidos, sob penalidade

de morte, de praticarem a circuncisão,

a observância do sábado, ou a celebração

dos três festivais anuais do calendário judaico.

Foi ordenada também a destruição de

cópias das Escrituras.

As leis eram impostas com extrema crueldade.

Um idoso escriba chamado Eleazar

foi açoitado até a morte porque não quis

comer carne de porco.

Pela força das armas, Menelau continuou

como sumo-sacerdote e o partido helenizante

teve uma vitória. Contudo, os helenizadores

haviam ido longe demais, e o próprio

zelo deles em aniquilar a antiga ordem

provou ser a sua própria destruição.

588 / SEÇÃOC11 C11.1– O que Aconteceu nos Séculos Entre o Antigo e o Novo ...

Os ortodoxos estavam dispostos a morrerem

pela sua fé, mas nem todos estavam

convencidos de que deveriam morrer passivamente.

E. A REVOLTA DOS MACABEUS

Os judeus oprimidos não demoraram

muito tempo para encontrar um defensor.

1. Matatias Lidera a Revolta

Quando os emissários de Antíoco chegaram

à vila de Modin, a aproximadamente

vinte e cinco quilômetros ao oeste de Jerusalém,

eles esperavam que o idoso sacerdote,

Matatias, desse um bom exemplo ao seu

povo, indo para a frente para oferecer um

sacrifício pagão. Quando Matatias se recusou,

um tímido judeu foi à frente para executar

o sacrifício.

O sacerdote enfurecido aproximou-se do

altar e matou tanto o judeu apóstata quanto

o emissário de Antíoco. Com os seus cinco

filhos, Matatias destruiu o altar pagão e,

em seguida, fugiu para as colinas para evitar

uma represália.

Outras pessoas de convicção ortodoxa

se uniram à família de Matatias em sua luta

de guerrilhas contra os sírios e os judeus

helenísticos que os apoiavam.

Os ortodoxos não lutavam nos dias de

sábado e, conseqüentemente, encontravamse

em distinta desvantagem militar. Num

sábado, um grupo de ortodoxos foi cercado

e assassinado, pois não se defendiam.

Depois deste episódio, Matatias sugeriu

o princípio de que a luta em defesa própria

é permissível no dia de sábado. A realidade

tem um jeitinho de moderar as teologias

impráticas.

2. Judas “Macabeu”

Conduz à Vitória

Logo depois do início da revolta Matatias

morreu. Ele havia recomendado veementemente

aos seus seguidores a escolherem

como líder militar o seu terceiro filho Judas,

conhecido como “o Macabeu”, uma

palavra cuja interpretação costumeira significa

“o martelo”.

A escolha foi boa, pois mais e mais judeus

uniram-se à causa. Os Macabeus, como

foram chamados os seguidores de Judas,

conseguiram manter a sua própria resistência

contra uma série de exércitos sírios lançados

contra eles.

Com um ataque noturno de surpresa,

Judas aniquilou um exército de sírios e judeus

helenísticos em Emaús e, em seguida,

marchou em direção a Jerusalém, com os

despojos de guerra que havia tomado. Os

Macabeus entraram na cidade e conquistaram

tudo, exceto a Acra.

Eles entraram no Templo e removeram

todos os sinais de paganismo que lá haviam

sido instalados. O altar consagrado a Júpiter

foi removido e um novo altar foi erigido ao

Deus de Israel. A estátua de Júpiter foi reduzida

a pó.

Começando no dia vinte e cinco de Kislev

(Dezembro), eles celebraram uma Festa de

Consagração de oito dias conhecida como

“Hanukkah”, o Festival das Luzes.

(Observação: Os cristãos, mais tarde, se

apropriariam desta data de festival, observando-

a erroneamente como o aniversário

de Jesus).

Desta forma, eles marcaram o fim do

período de três anos, durante o qual o Templo

havia sido profanado.

3. Os Sírios Recuperam o Controle

A paz, no entanto, foi curta. O general

sírio Lísias derrotou os Macabeus numa

batalha perto de Jerusalém e sitiou a cidade.

Durante o cerco, no entanto, Lísias foi informado

de que havia problemas em seu

país e fez uma oferta de paz aos judeus.

As leis contra a observância do judaísmo

seriam revogadas, e a Síria se absteria de

interferir nos assuntos internos da Judéia.

Menelau deveria ser removido do cargo e o

sumo-sacerdócio dado a um helenizador

moderado chamado Alcimo.

Lísias prometeu que Judas e seus seguiOS

500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 589

dores não seriam punidos. No entanto, as

muralhas de Jerusalém seriam demolidas.

Um conselho abrangendo oficiais do exército

Macabeu, respeitados escribas, e anciãos

do partido ortodoxo foi convocado em Jerusalém

para determinar as ações a serem

tomadas.

Contrariamente aos conselhos de Judas,

as condições do tratado de paz foram aceitas.

Alcimo tornou-se o sumo-sacerdote,

Menelau foi executado e Judas saiu da cidade

com alguns seguidores. Os temores de

Judas provaram estar corretos, no entanto,

pois Alcimo prendeu e executou muitos

membros do partido ortodoxo.

4. Reinicia-se a Guerra Civil

Os judeus leais uma vez mais se voltaram

para Judas e reiniciou-se a guerra civil.

Judas, com um exército de oitocentos homens

mal equipados, deparou-se com um

grande exército sírio e morreu na batalha.

Assim, terminou a primeira fase da luta dos

Macabeus.

Jônatas, um dos irmãos de Judas, atravessou

o Jordão e fugiu com várias centenas

de soldados Macabeus. Eles estavam

mal equipados para travarem batalhas, mas

as próximas vitórias ocorreram no campo

da diplomacia.

Os dois pretendentes ao trono sírio buscaram

a ajuda dos judeus. Eles viram em

Jônatas o homem em melhores condições

de formar e liderar um exército judeu. Com

uma política de ações retardadas, Jônatas

conseguiu apoiar o candidato vencedor e,

ao mesmo tempo, fazer tratados com Esparta

e Roma.

Antes do fim da guerra, Jônatas já era

sumo-sacerdote, governador da Judéia e

membro da nobreza síria. O seu irmão Simão

tornou-se governador da região litorânea

dos filisteus. Jônatas conseguiu promover

a prosperidade interna de Judá e, ao

morrer, o seu irmão Simão o sucedeu como

sumo-sacerdote governante.

Simão já era de idade avançada quando

chegou ao trono. A sua maior vitória foi no

campo da diplomacia. Reconhecendo a Demétrio

como legítimo rei da Síria, ele

garantiu para os judeus uma isenção dos

impostos, o que equivalia a um reconhecimento

de independência.

Simão conseguiu subjugar pela fome e

expulsar a guarnição síria em Acra e ocupar

as cidades de Jopa e Betsura. Em reconhecimento

ao seu sábio governo, os líderes de

Israel o denominaram Simão “líder e sumosacerdote

para sempre, até que se levante

um fiel profeta”.

Simão foi o último dos filhos de Matatias,

e este feito legitimizou uma nova dinastia

denominada Asmoneana, que presumivelmente

se deriva de um antepassado

dos Macabeus chamado Asmoneu ou,

no hebraico, “Hashmon”.

Em 134 A.C., Simão e dois de seus filhos

foram assassinados por um ambicioso

genro. Um terceiro filho João Ircano, conseguiu

escapar e suceder a seu pai como

chefe hereditário do Estado Judeu.

F. OS ASMONEUS

Os sírios reconheceram o governo de

João Ircano sob a condição de que ele se

considerasse submisso à Síria e prometesse

ajuda nas campanhas militares sírias.

Certas cidades costeiras anexadas por

Jônatas e Simão também deveriam ser

abdicadas. O eficiente governo de Ircano,

no entanto, efetuou rapidamente a reconquista

destas cidades e a anexação da

Iduméia (Edom do Antigo Testamento) ao

território judeu.

Estas conquistas garantiram o uso pela

classe mercante de antigas rotas comerciais,

mas apresentaram problemas aos judeus

com pretensões religiosas.

1. IRCANO AMPLIA AS

FRONTEIRAS DO

ESTADO JUDEU

Ircano forçou os idumeus a tornarem-se

circuncidados e a aceitarem a fé judaica, uma

590 / SEÇÃOC11 C11.1– O que Aconteceu nos Séculos Entre o Antigo e o Novo ...

prática que o judaísmo refuta mais tarde.

Há algo de irônico na idéia de um neto de

Matatias forçando uma conformidade religiosa

sobre um povo conquistado por armas

judaicas!

Ircano também empreendeu campanhas

militares em Samaria, onde destruiu o templo

sobre o Monte Gerizim. O sucesso do

militarismo judeu talvez fosse aplaudido pelo

elemento nacionalístico da Judéia, mas o

fervor religioso dos primeiros Macabeus já

não era mais evidente.

Antes que João Ircano morresse em 104

A.C., as fronteiras do país já haviam sido

ampliadas em todos os lados. Nesta época,

a luta dos Macabeus já era praticamente

ignorada e surgiram novas rivalidades.

a. Surgimento dos Saduceus. Os helenistas

mais velhos foram desacreditados,

mas suas idéias foram perpetuadas no partido

dos saduceus. Os ortodoxos da época

dos Macabeus tornaram-se os fariseus da

época do judaísmo pré-cristão e do Novo

Testamento.

O próprio Ircano era devoto e cumpridor

das leis, mas os seus filhos tinham pouca

afinidade com o pensamento hebraico tradicional.

Encontravam-se entre os aristocratas

e chegaram a olhar com desprezo os

fariseus rigidamente ortodoxos. Ironicamente,

estes herdeiros dos Macabeus tornaramse

totalmente helenizados.

2. Continua a Expansão do

Território Judaico

A morte de João Ircano precipitou uma

luta dinástica entre os seus filhos. O seu

filho mais velho, que preferia o seu nome

grego Aristóbolo ao seu nome hebraico

Judá, surgiu como vencedor. Ele lançou três

dos seus irmãos na prisão – dois dos quais,

segundo ao que se pensa, morreram de

fome. Um outro irmão foi assassinado no

palácio.

No curto reinado de somente um ano,

Aristóbolo estendeu as fronteiras da Judéia

para o norte até o Monte Líbano e tomou

para si o título de rei. A sua vida foi encurtada,

no entanto, pela bebida, por enfermidades

e pelo obsessivo temor de rebeliões.

Por ocasião da sua morte, Aristóbolo tinha

apenas um irmão vivo, o qual se encontrava

na prisão. Muito embora o seu nome

hebraico fosse Jônatas, a história o conhece

pelo seu nome grego Alexandre Janaeu. No

seu governo, a política de expansão territorial

continuou. As fronteiras da Judéia foram

estendidas ao longo da costa dos

filisteus em direção à fronteira egípcia e na

região transjordaniana.

Nesta época, o estado judeu se aproximava

ao território controlado por Israel nos

dias de Davi e Salomão, incluindo toda a

Palestina e as regiões adjacentes, das fronteiras

do Egito até o Lago Hule, ao norte do

Mar da Galiléia. Peréia, na Transjordânia,

estava submissa a Janaeu, como também as

cidades da Planície Costeira, exceto Ascalom.

Os territórios incorporados ao reino Asmoneano

foram em sua maioria rapidamente

judaizados.

Os idumeus passaram a exercer um importante

papel na vida judaica, e a Galiléia

tornou-se um importante centro do judaísmo.

Os samaritanos, no entanto, continuaram

a resistir à assimilação, e cidades como

Apolônia e Citópolis (Bete-seã do Antigo

Testamento) com apenas uma pequena

porcentagem judaica em sua população,

mantiveram as suas características não-judaicas.

a. Os Fariseus se Rebelam. As lutas

de guerrilha, no entanto, estragaram o reinado

de Alexandre Janaeu, o qual demonstrou

um aberto desrespeito para com os fariseus,

precipitando assim a guerra civil. Os fariseus

aceitaram a ajuda dos sírios em seu

conflito com Janaeu e, durante algum tempo,

a independência judaica esteve na balança.

Quando os fariseus sentiram que haviam

ganho a sua posição, eles desfizeram a sua

aliança com a Síria, com a expectativa de um

OS 500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 591

estado judaico que fosse tanto livre de controles

externos como também tolerante para

com o ponto de vista deles. Janaeu, no entanto,

procurou os líderes da rebelião e crucificou

oitocentos fariseus.

3. Salomé Alexandra Governa

A tradição diz que Janaeu se arrependeu

em seu leito de morte, instruindo a sua esposa

Salomé Alexandra a despedir os seus

conselheiros saduceus e a reinar com a ajuda

dos fariseus. Esta tradição pode ter poucos

fundamentos históricos, mas Alexandra

recorreu de fato aos fariseus para pedir

apoio.

Salomé Alexandra havia se casado sucessivamente

com Aristóbolo e com Alexandre

Janaeu. Sendo a viúva de dois governantes

Asmoneus, ela reinou por direito

próprio durante sete anos. Ela tinha setenta

anos de idade ao chegar ao trono e dividiu as

responsabilidades do reino com os seus dois

filhos.

Ircano (II), o filho mais velho, tornouse

sumo-sacerdote, e o seu irmão Aristóbolo

(II), recebeu o comando militar. O irmão

dela, Simeão ben Shetah, era um líder dos

fariseus, e este fato talvez a tenha predisposto

a buscar a paz entre as facções contrárias

do judaísmo.

a. Os Fariseus Ganham Poder. No

governo de Alexandra, os fariseus tiveram

a sua oportunidade de dar uma contribuição

construtiva à vida judaica. Em muitas

áreas, especialmente na educação, eles foram

eminentemente bem-sucedidos. Sob a

presidência de Simeão ben Shetah, o Sinédrio

(o Conselho de Estado Judaico) decretou

que todos os rapazes deveriam ser

instruídos.

Um completo sistema de instrução básica

foi inaugurado de forma que os vilarejos

maiores, municípios e cidades da Judéia

produzissem um povo instruído e informado.

Esta instrução centralizava-se nas Escrituras

Hebraicas.

No entanto, as feridas das lutas anteriores

não foram curadas durante o reinado de

Alexandra.

Muito embora os fariseus estivessem

contentes com o seu recente reconhecimento,

os saduceus estavam ressentidos com o

fato de haverem perdido poder. Para piorar

o problema, os fariseus tentaram se vingar

do massacre dos seus líderes por Alexandre

Janaeu. Sangue saduceu foi derramado e já

se faziam preparações para uma outra guerra

civil.

Os saduceus encontraram em Aristóbolo,

o filho mais jovem de Janaeu e Alexandra,

o homem que poderiam apoiar como

sucessor de Alexandra. Ele era um soldado e

despertava o interesse do partido que sonhava

com uma expansão imperial e poder

secular.

Ircano, o irmão mais velho e legítimo herdeiro,

era aceitável aos fariseus. Com a morte

de Alexandra, os partidários dos dois filhos

estavam prontos para um confronto.

b. Os Saduceus se Rebelam. Com a

morte de sua mãe, Ircano (II) que havia

servido como sumo-sacerdote, foi o sucessor

ao trono, mas o seu irmão Aristóbolo

dirigiu um exército de saduceus contra Jerusalém.

Nem Ircano nem os fariseus estavam

prontos para a guerra, e Ircano entregou os

seus cargos a Aristóbolo (II), que se tornou

rei e sumo-sacerdote.

Logo depois, Ircano e Aristóbolo juraram

uma amizade eterna, e o filho mais novo

de Aristóbolo, Alexandre, casou-se com a

única filha de Ircano, Alexandra.

A paz, no entanto, foi curta entre os irmãos.

Ircano teve que fugir e Antipas, governador

da Iduméia, adotou a sua causa.

Com a ameaça da guerra civil, Pompeu apareceu

com as suas legiões romanas para garantir

a paz da Judéia e favorecer as metas

de Roma.

G. OS ROMANOS

Quando Pompeu suspeitou que Aristóbolo

planejava se rebelar contra Roma, ele

592 / SEÇÃOC11 C11.1– O que Aconteceu nos Séculos Entre o Antigo e o Novo ...

sitiou Jerusalém e, depois de três meses,

rompeu as fortificações, entrou na cidade, e

ao que consta matou doze mil judeus.

1. Término da Independência

Judaica

Pompeu e seus oficiais entraram no Santo

dos Santos do Templo, mas ele não tocou

em seus dispendiosos acessórios e permitiu

que a adoração no Templo continuasse.

Jerusalém, no entanto, tornou-se tributária

dos romanos e o último vestígio de

independência judaica foi removido.

A Judéia foi incorporada à província romana

da Síria e perdeu as suas cidades costeiras,

o distrito de Samaria e as cidades

não-judaicas ao leste do Jordão.

Ircano foi nomeado Etnarca (governante)

da Judéia, incluindo-se a Galiléia, a

Iduméia e a Peréia, e foi confirmado uma

vez mais como sumo-sacerdote. Um tributo

anual era devido a Roma.

Aristóbolo e vários outros prisioneiros

foram levados a Roma para honrarem o

triunfo de Pompeu. Durante a viagem, no

entanto, o filho de Aristóbolo, Alexandre,

escapou e tentou organizar uma revolta

contra Ircano. Com a ajuda dos romanos,

no entanto, Ircano conseguiu enfrentar este

desafio à sua autoridade.

2. Antipas: Poder por Detrás

do Trono Judeu

Durante os anos de luta entre Aristóbolo

(II) e Ircano (II), o governador da

Iduméia, Antipas, logo se interessou muito

pela política da Judéia.

Antipas se opunha implacavelmente a

Aristóbolo, em parte por medo e em parte

por sua amizade com Ircano. Parece que

Ircano confiava muito em Antipas e que ele

era virtualmente o poder por detrás do trono

da Judéia.

Os judeus melindraram-se com a influência

de Antipas quase tanto quanto o

que sofreram sob a soberania romana.

Muito embora os idumeus tivessem sido

incorporados ao estado judeu por João

Ircano, eles nunca haviam sido assimilados

e a antiga rivalidade não havia sido

esquecida.

Na crise que se seguiu ao assassinato de

Júlio César, Antipas e seus filhos mostraram

lealdade ao novo regime de Cássio arrecadando

tributos diligentemente. Herodes,

filho de Antipas, recebeu o título de Procurador

da Judéia, com a promessa de que

algum dia seria nomeado rei.

Quando Antônio derrotou Brutus e Cássio

em Filipos, a Ásia caiu novamente nas

mãos de um novo regime. Herodes, no entanto,

mudou rapidamente a sua lealdade e

através de subornos, conseguiu cair na graça

de Antônio.

A região leste do outrora poderoso império

persa foi ocupada por um povo conhecido

como os Partos, os quais nunca

haviam sido subjugados por Roma. Em 41

A.C., eles atacaram Jerusalém e colocaram

a Antígono, filho de Aristóbolo II, como rei

e sumo-sacerdote.

3. Herodes Nomeado

“Rei dos Judeus”

Herodes, filho de Antipas, que havia herdado

o trono da Judéia com a morte de Ircano,

foi forçado a fugir para Roma. Lá, ele caiu

na graça de Antônio e foi oficialmente nomeado

“Rei dos Judeus”. Esse título teria

significado somente depois que os Partos

foram expulsos de Jerusalém. Herodes voltou

à Judéia com tropas romanas e entrou

triunfantemente em Jerusalém como rei.

O governo de Herodes estendeu-se sobre

os agitados anos entre 37 A.C. e 4 D.C.

Ele é mais conhecido como o rei que temia o

nascimento de um rival “Rei dos Judeus” e

causou o assassinato dos bebês de Belém

durante o nascimento de Jesus.

Ainda que este ato de Herodes não possa

ser documentado através de registros seculares,

as suas outras atrocidades são bem

conhecidas. Ele tinha dez esposas ao todo e

dizem que o Imperador Augusto teria coOS

500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 593

mentado com relação à sua família: “Eu preferiria

ser o porco de Herodes do que ser

seu filho.”

O porco era um animal imundo e não era

abatido, mas as esposas e os filhos de Herodes

eram violentamente removidos se interferissem

com os seus planos ou se fossem

suspeitos de deslealdade.

a. Procurou Ganhar a Aprovação dos

Judeus. Muito embora fosse detestado

pelos seus súditos judeus, Herodes tentou

de fato ganhar a aprovação deles. Ele construiu

e reconstruiu cidades em todo o país.

Samaria tornou-se Sebaste em honra de

Augusto; a Torre Estraton tornou-se Cesaréia,

com um porto protegido com um quebra-

mar e uma muralha com dez torres. Fortalezas,

balneários, parques, mercados, estradas

e outros luxos da cultura helenística

faziam parte do seu programa de construções.

No décimo oitavo ano do seu reinado

(20-19 A.C.), Herodes começou a obra de

reconstrução do Templo Judaico em Jerusalém.

O edifício principal foi construído

pelos sacerdotes num ano e meio.

Contudo, a construção de todo o complexo

de pátios e prédios não foi completada

até a procuradoria de Albino (62-64

D.C.). Isto aconteceu menos de uma década

antes da total destruição pelos exércitos de

Tito em 70 D.C., como foi profetizado por

Jesus (Lc 19:41-44).

b. Morreu Logo Após o Nascimento

de Jesus. A morte de Herodes veio logo

depois do nascimento d’Aquele (Jesus), que

deveria desafiar o direito de Herodes ao título

“Rei dos Judeus”. Com a morte de

Herodes – que não foi lamentada por ninguém

– o período entre o Antigo e o Novo

Testamento chega ao fim e passamos para o

período do Novo Testamento.

H. DESCRIÇÃO DAS

FACÇÕES JUDAICAS

Os fariseus, saduceus, herodianos e

zelotes – com um papel tão importante nos

registros do Evangelho – todos eles tiveram

as suas origens durante os dois séculos que

antecedem o nascimento de Cristo.

Eles representam as diferentes reações

ao constante conflito entre o helenismo e a

vida religiosa judaica. Muito embora a luta

dos Macabeus houvesse solucionado o problema

político do relacionamento entre os

Selêucidas sírios e a Judéia, ela forçou sobre

o judaísmo a necessidade de determinar o

seu próprio relacionamento com o mundo

exterior.

1. Os Fariseus – Legalistas

Um partido com o nome de “fariseu” é

mencionado primeiramente durante o reinado

de João Ircano (134-104 A.C.), e é

evidente que até mesmo naquela época já

havia um antagonismo entre o fariseu “ortodoxo”

e o saduceu, que era mais liberal.

A palavra “fariseu” significa “separado”.

Este nome provavelmente significava,

no início, uma pessoa que havia se separado

da influência corruptora do helenismo

em seu zelo pela Lei Bíblica.

O historiador Josefo disse que os fariseus

“parecem ser mais religiosos que os

outros e parecem interpretar as leis com

maior precisão”.

Os fariseus eram exigentes na observância

das leis referentes à pureza cerimonial.

Por esta razão, não podiam adquirir alimentos

ou bebidas de um “pecador” devido ao

seu temor de serem cerimonialmente profanados.

Os fariseus tampouco podiam comer na

casa de um pecador, muito embora pudessem

receber o pecador em suas próprias

casas. Nestas circunstâncias, o fariseu forneceria

roupas a serem usadas pelo pecador,

pois as roupas do pecador poderiam

estar cerimonialmente impuras.

Com um desejo sincero de tornar a lei

viável dentro da variável cultura do mundo

greco-romano, os fariseus desenvolveram

sistemas de tradições que tentavam aplicar

a lei a uma variedade de circunstâncias.

594 / SEÇÃOC11 C11.1– O que Aconteceu nos Séculos Entre o Antigo e o Novo ...

a. Duas Escolas de Pensamento Legalista.

Durante o primeiro século antes de

Cristo, dois mestres fariseus influentes deram

os seus nomes a duas escolas de pensamento

legalista.

1) Hilel era o mais moderado dos dois,

sempre pensando nos pobres e disposto a

aceitar o domínio romano como sendo compatível

com a ortodoxia judaica.

2) Shanimai, por outro lado, era mais

rígido em suas interpretações e implacavelmente

contrário a Roma. Seu ponto de vista,

em última análise, encontrou expressão

na facção dos zelotes, cuja resistência aos

romanos acarretou a destruição de Jerusalém

em 70 D.C.

O Talmude preserva o registro de 316

controvérsias entre as escolas de Hilel e

Shammai.

b. A Tradição Torna-se Lei. A tradição,

no pensamento dos fariseus, começou

com um comentário sobre a Lei, mas, em

última análise, ela foi elevada ao nível da

própria lei.

Para se justificar este ensinamento, afirmavam

que a “lei oral” foi dada por Deus

a Moisés no Monte Sinai juntamente com a

“lei escrita” ou Tora.

O último estágio desse desenvolvimento

foi alcançado quando a Mishna declara

que a lei oral precisa ser observada com

maior rigor que a lei escrita, porque a lei

estatutária (isto é, a tradição oral) afeta a

vida do homem comum mais intimamente

do que a lei constitucional mais remota (a

Tora escrita).

Além da acusação de que o farisaísmo

envolvia pouco mais do que uma solicitude

pelas trivialidades da Lei, o Novo Testamento

afirma que a tradição havia negligenciado

muito o propósito da mesma (Mt

15:3).

Como em muitos movimentos dignos, a

santidade inicial dos que haviam se separado

da impureza a grandes custos foi trocada

por uma atitude de orgulho na observância

de preceitos legalistas.

Homens como Nicodemos, José de

Arimatéia, Gamaliel e Saulo de Tarso

(após a sua conversão a Cristo, ele se tornou

o Apóstolo Paulo), representam algumas

das almas mais nobres da tradição

farisaica no Novo Testamento.

Para Saulo, o fariseu representava a

epítome da ortodoxia, “a facção mais rígida

da nossa religião” (At 26:5). O farisaísmo

começou bem, e a sua perversão é um

constante lembrete de que a vaidade e o orgulho

espiritual são tentações às quais os

devotos são particularmente suscetíveis.

2. Os Saduceus – Materialistas

Muito embora os fariseus e saduceus

sejam freqüentemente denunciados conjuntamente

no Novo Testamento, eles tinham

pouca coisa em comum, exceto o seu antagonismo

para com Jesus.

Os saduceus eram um partido da aristocracia

de Jerusalém e do sumo-sacerdote.

Eles haviam feito as pazes com os governantes

políticos e haviam conseguido

posições de riqueza e influência. A administração

e os rituais do templo constituíam as

suas responsabilidades específicas. Os saduceus

se mantinham à distância da massa e

eram impopulares com elas.

As tentativas dos fariseus de aplicarem

a Lei a novas situações foram rejeitadas

pelos saduceus, que restringiam os seus conceitos

de autoridade à Tora, ou Lei Mosaica.

Os saduceus não acreditavam na ressurreição,

nos espíritos, ou nos anjos (Compare

Marcos 12:18; Lucas 20:27; Atos 23:8). A

fé deles era basicamente uma série de negações,

o que fez com que não deixassem nenhum

sistema religioso ou político positivo.

Enquanto os fariseus davam as boas-vindas

aos prosélitos (Mt 23:15), a facção dos

saduceus estava fechada. Ninguém, a não

ser os membros da alta classe das famílias

sacerdotais e aristocráticas de Jerusalém, podia

fazer parte deles.

Com a destruição do Templo em 70

OS 500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 595

D.C., a facção dos saduceus chegou ao fim.

O judaísmo moderno atribui as suas origens

aos fariseus.

3. Os Essênios – Ascéticos

Tanto os essênios quanto os fariseus atribuem

as suas origens aos líderes ortodoxos

da época dos Macabeus que resistiram contra

o helenismo. Os fariseus mantinham

uma rigorosa devoção à “lei oral” dentro da

estrutura do judaísmo histórico. Eles mantinham

a sua separação das impurezas, mas

não da comunidade judaica em si.

Muito embora a adoração no templo fosse

conduzida pelos saduceus, os fariseus a

consideravam como sendo uma parte básica

da sua herança religiosa. Ainda que o

fariseu pudesse se manter à distância dos

“pecadores”, ele vivia entre eles e desejava

a sua estima.

Uma reação mais extrema contra as influências

que tendiam a corromper a vida

judaica foi tomada por uma facção que os

antigos escritores Filo, Josefo e Plínio chamam

de “Essênios”.

Os essênios provavelmente viveram principalmente

em comunidades monásticas,

como a que mantinha a sua sede em Qumrã,

perto do canto superior esquerdo do Mar

Morto.

(Observação: Qumrã foi onde os famosos

“Pergaminhos do Mar Morto” foram

encontrados numa caverna em meados do

Século XX. Ao que se presume, os essênios

os guardaram lá na era pré-cristã).

Tentando explicar o judaísmo ao mundo

que falava grego, Josefo falou sobre três “filosofias”

– a dos fariseus, a dos saduceus e

a dos essênios.

O termo “Essênios” parece ter sido usado

de muitas maneiras. Diferentes grupos

de judeus com propensões monásticas adotaram

várias práticas religiosas. Contudo,

todos eles eram citados como essênios.

Plínio diz que os essênios evitavam as

mulheres e não se casavam, mas Josefo fala

sobre uma ordem de essênios que se casavam.

As escavações em Qumrã indicam que

havia mulheres registradas na comunidade

de Qumrã.

Os antigos escritores falam favoravelmente

sobre os essênios, que viviam uma

vida rigorosa e simples. Os membros da comunidade

estudavam as Escrituras e outros

livros religiosos. Exigia-se que todos os

essênios executassem trabalhos manuais a

fim de tornar a comunidade independente

no seu sustento.

A comunhão dos bens era praticada e

uma rigorosa disciplina era imposta através

de um supervisor. Os grupos que renunciavam

ao casamento adotavam meninos de

pouca idade a fim de incutir e perpetuar os

ideais do essenismo. A escravidão e a guerra

eram repudiadas.

Os essênios davam as boas-vindas aos

prosélitos, mas se exigia dos noviços que

passassem por um rigoroso período de experiência

antes que pudessem tornar-se

membros totalmente habilitados.

Numericamente, os essênios nunca foram

muito significativos. Filo diz que havia quatro

mil deles, e Plínio fala sobre uma comunidade

ao norte de Engedi, correspondente à

área de Qumrã. Que havia outras comunidades

é óbvio, pois sabemos que todos os membros

desta facção eram bem recebidos em

qualquer uma das colônias essênias.

Nada sabemos com certeza sobre os primórdios

da história desta facção, pois, semelhantemente

a todos os movimentos de

reforma, ela atribui as suas origens a épocas

remotas. Filo afirma que Moisés instituiu

esta ordem e Josefo diz que eles existiram

“desde as épocas antigas dos patriarcas”.

É certo que o movimento essênio foi em

certa ocasião um extremo protesto contra as

corrupções que eram aparentes no judaísmo

pré-cristão, e que, finalmente, muitos membros

se retiraram da vida comunitária palestina

e buscaram uma purificação espiritual

em lugares semelhantes à região de Qumrã.

Aos que estudam a história da Igreja pareceria

evidente que a influência dos essênios

596 / SEÇÃOC11 C11.1– O que Aconteceu nos Séculos Entre o Antigo e o Novo ...

se estenderia diretamente ao Século XX.

Muitas das suas práticas foram incorporadas

em várias “ordens” religiosas das ramificações

ortodoxas e católicas do cristianismo.

E possível que Paulo estivesse se referindo

a certas influências doutrinárias dos

essênios ao admoestar sobre alguns que haviam

adotado “doutrinas de demônios...

Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência

de alimentos...” (1 Tm 4:1-3).

Considerando-se o único Israel verdadeiro

ou puro, os essênios se recusavam a

cooperar com o que acreditavam ser observâncias

religiosas corruptas no Templo de

Jerusalém. A vida cuidadosamente regulada

nos núcleos dos essênios parece ter servido

como um substituto para o templo aos olhos

dos devotos essênios.

O rigor da disciplina dos essênios e a

rigidez com a qual a Lei era imposta são

enfatizados por todos os que escrevem sobre

eles. Josefo diz que eles eram mais rigorosos

do que todos os judeus na abstenção

do trabalho no dia de sábado.

Uma passagem no Documento de Damasco

(que parece ter sido originado pelos

essênios) diz que é ilegal se retirar um animal

de um buraco no dia de sábado. Uma

opinião assim era considerada exagerada até

mesmo pelos fariseus legalistas (compare

Mateus 12:11).

A ausência dos essênios nas principais

correntes da vida judaica indubitavelmente

se deve ao fato de que eles não são mencionados

no Novo Testamento nem no Talmude

Judaico. Muito embora a alta moralidade

dos essênios seja elogiada de fato, os ensinos

e as práticas de Jesus eram diametralmente

opostos ao legalismo e ao asceticismo

dos ensinos essênios.

Muito embora os essênios considerassem

que o contato com um membro do seu próprio

grupo, porém de uma ordem inferior,

fosse cerimonialmente profanador, Jesus não

hesitou em comer e beber com os “publicanos

e pecadores” (Mt 11:19; Lc 7:34).

Muito embora fosse obediente à Lei

Mosaica, Jesus não tinha nenhuma afinidade

com os que faziam da Lei um fardo, ao

invés de uma bênção. O sábado, de acordo

com Jesus, foi feito para o benefício da humanidade.

Portanto, é lícito fazermos o bem no dia

de sábado (Mt 12:1-12; Mc 2:23-28; Lc

6:6-11; 14:1-6).

Jesus denunciou os abusos no Templo e

profetizou a sua destruição. No entanto,

Ele não repudiou os cultos no Templo. Ele

foi a Jerusalém para as grandes festas judaicas,

e, após a Sua ressurreição, os discípulos

ainda iam até o Templo na hora da oração

(Compare com Atos 3).

Muito embora o asceticismo e o monasticismo

tivessem ganho terreno no pensamento

cristão, o cristianismo, em seus

primórdios, não foi de maneira nenhuma um

movimento ascético. O ministério de Jesus

foi basicamente às “pessoas comuns” que

eram rejeitadas pelos fariseus, e também

pelos essênios. Pelo fato de Jesus ter Se

associado livremente às pessoas de sua geração,

os que proclamavam sua própria retidão

O chamaram de beberrão, amigo dos

publicanos e pecadores (Mt 11:19).

Ele não Se encaixava no molde legalista

dos fariseus, dos ascéticos, das práticas monásticas

dos essênios, nem na politicagem

materialística dos saduceus. Com relação a

Ele, foi dito que “...as pessoas comuns O

ouviam de bom grado” (Mc 12:37).

4. Outras Seitas

O Novo Testamento menciona os Herodianos

(Mc 3:6; Mt 22:16) e os Zelotes

(Lc 6:15), grupos de judeus que se encontravam

em extremos opostos da classe política.

Aparentemente, os Herodianos foram

judeus de influência e prestígio, bem dispostos

ao governo de Herodes e, conseqüentemente,

aos romanos que apoiavam a dinastia

de Herodes.

Os Zelotes, por outro lado, eram superOS

500 ANOS ENTRE OS TESTAMENTOS SEÇÃO C11 / 597

patriotas que haviam resolvido resistir a

Roma a todo custo. O fanatismo deles acarretou

a guerra durante a qual o exército de

Tito destruiu Jerusalém e o seu Templo (70

D.C.).

Para mais informações sobre o período

entre o Antigo e o Novo Testamento veja a

sub-seção chamada Os Livros Apócrifos

na Seção Cl intitulada O Cânon.

Veja também abaixo a Cronologia Entre

os Testamentos.

Cronologia Entre os Testamentos

Data A.C.

612 Nínive destruída pelos Medos

e Babilônios

587 Jerusalém destruída por

Nabucodonosor

559 Ciro herda o reino de Anshan;

início do Império Persa

539 Babilônia cai diante de Ciro;

fim do Império Neo-Babilônico

530-522 Cambises sucede Ciro;

conquista do Egito

522-456 Dario l governante do Império

Persa

515 Segundo Templo terminado

pelos judeus em Jerusalém

486-465 Xerxes l tenta a conquista da

Grécia na época de Ester

480 Vitória Naval Grega em

Salamis; Xerxes foge

464-424 Artaxerxes l governa a

Pérsia; época de Neemias

334-323 Alexandre da Macedônia

conquista o Oriente

311 Seleuco conquista a Babilônia;

início da dinastia Selêucida

223-187 Antioco (III) o Grande,

governante Selêucida da Síria

198 Antioco III derrota o Egito e

ganha o controle da Palestina

175-163 Antioco (IV) Epifanes

governa a Síria; o judaísmo é

banido

Data A.C.

167 Matatias e os seus filhos se

rebelam contra Antioco; início

da revolta dos Macabeus

166-160 Liderança de Judas Macabeu

160-142 Jônatas é o sumo sacerdote

142-135 Simão é o sumo sacerdote e

funda a dinastia dos

Asmoneus

134-104 João Ircano amplia as

possessões do Estado

Judaico independente

103 Governo de Aristóbolo

102-76 Governo de Alexandre

Janaeu

75-67 Salomé Alexandra governa;

Ircano II sumo-sacerdote

66-63 Batalha Dinástica: Aristóbolo

II e Ircano II

63 Pompeu invade a Palestina;

começa o domínio romano

63-40 Ircano II governa em

submissão a Roma; Antipas

exerce um poder cada vez

maior

40-37 Partos conquistam

Jerusalém e estabelecem a

Aristóbolo como sumosacerdote

e rei

37-4 Herodes o Grande, filho de

Antipas, governa como rei, em

submissão a Roma

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

SEÇÃO D

COMO OS LÍDERES PODEM...

D1: O Batismo no Espírito Santo e Dons do Espírito Santo

D1.1 - Espírito Santo ............................................................................... 601

D1.2 - O Espírito Santo e o Crente .......................................................... 607

D1.3 - Os Dons do Espírito Santo ........................................................... 614

D2: Aprenda a Julgar a Profecia

D2.1 - A Visão Bíblica .............................................................................. 626

D3: Faça com que a Fé Deles Cresça

D3.1 - Como Cresce a Semente de Mostarda? ......................................... 630

D4: Use o Poder da Confissão de Fé

D4.1 - Existe Poder no que Você Diz ....................................................... 643

D5: A Cura dos Corpos Enfermos

D5.1 - Enfermidade: Suas Causas e Origens ............................................ 647

D5.2 - A Provisão de Deus Para a Cura ................................................... 652

D5.3 - Maneiras e Métodos de Cura: Parte I ........................................... 656

D5.4 - Maneiras e Métodos de Cura: Parte II ......................................... 661

D5.5 - A Evangelização e Curas do Novo Testamento ............................. 668

D6: Cure a Alma Ferida

D6.1 - Espírito, Alma e Corpo ................................................................. 675

D6.2 - Enfermidade da Alma .................................................................... 678

D6.3 - Cura da Alma ................................................................................ 683

D7: Evite a Presunção na Cura

D7.1 - Fé Versus Presunção ..................................................................... 692

D8: Evite Extremismos na Cura

D8.1 - Má Teologia: Um Patrão Cruel ..................................................... 697

D9: Expulsai os Demônios

D9.1 - Os Demônios: Aprenda a Reconhecê-los ...................................... 707

D9.2 - Os Demônios: o Poder Deles ........................................................ 713

D9.3 - Prepare-se Para Expulsar Demônios ............................................. 718

D9.4 - Dirigindo a Sessão de Libertação .................................................. 724

D10: Use Armas Espirituais

D10.1 - A Igreja Vitoriosa ......................................................................... 731

D11: Confie em Deus Para Prover o Dinheiro

D11.1 - O Senhor é o Nosso Provedor .................................................... 737

D12: Obtendo a Orientação Divina

D12.1 - As Sete Luzes ............................................................................. 742

D13: Prepare um Sermão / Estudo da Bíblia

D13.1 - Homilética ................................................................................... 748

D13.2 - O Sermão Textual ........................................................................ 755

D13.3 - A Pregação Expositiva ................................................................. 764

D13.4 - O Sermão Biográfico ................................................................... 770

D13.5 - O Pregador .................................................................................. 773

D

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 601

SEÇÃO D1

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E

DONS DO ESPÍRITO SANTO

Gerald Rowlands, Austrália

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

D1.l – Espírito Santo

D1.2 – O Espírito Santo e o Crente

D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

10). Capaz de estar em todos os

lugares na mesma hora.

3) Ele é ONISCIENTE (1 Co 2:10-

11). Ele sabe todas as coisas.

4) Ele é ONIPOTENTE (Lc l :35). Ele

tem o poder de fazer qualquer coisa.

c. Ele é Associado com o Pai e o Filho

Numa Base de Igualdade. “Batizando-

os em nome do Pai, e do Filho, e do

Espírito Santo” (Mt 28:19).

d. A Bíblia Tem Muito a Dizer Sobre

o Espírito Santo. Com a exceção da

segunda e terceira epístolas de João, todo

livro do Novo Testamento contém referências

à Pessoa e obra do Espírito Santo.

e. Ele e Essencialmente Ativo no

Plano de Redenção de Deus. Ele convence

o mundo do pecado, da justiça e do juízo

(João 16:8). Os verdadeiros filhos de Deus

são “nascidos do Espírito” (Jo 3:5,6).

2. O Espírito Santo é Uma Pessoa

Parece que muitos cristãos imaginam que

o Espírito Santo seja meramente uma força

ou influência impessoal. Eles tratam o Espírito

Santo como se Ele fosse eletricidade

ou alguma outra forma de energia que eles

podem ligar e desligar por suas vontades

próprias.

Este conceito está longe da verdade. O

Espírito Santo é uma Pessoa. Ele é uma

Capítulo 1

Espírito Santo

A. QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

O Espírito Santo é provavelmente o

Membro mais desconhecido da Trindade.

Há uma triste falta de conhecimento sobre

Ele até mesmo dentro da Igreja. Há várias

razões fortes para que isso não fosse assim:

1. O Espírito Santo e Deus

Como Terceiro Membro da Trindade,

Ele é igual ao Deus Pai e ao Deus Filho. É

apropriado, portanto, que uma mesma reverência,

respeito e honra sejam atribuídos

a Ele. Nunca deveríamos tratá-Lo como alguma

pessoa inferior. Deveríamos saber

sobre Ele tanto quanto sabemos sobre os

outros dois Membros da Divina Trindade.

O Espírito Santo não é somente uma

PESSOA. Ele é um SER DIVINO. Ele é DEUS.

a. A Bíblia o Chama de Deus. “...por

que encheu Satanás teu coração, para que

mentisses ao Espírito Santo...? Não mentiste

aos homens, mas a Deus” (At 5:3,4).

b. Ele Possui as Características que

Somente Deus Tem.

1) Ele tem uma natureza eterna (Hb

9:14).

2) Ele é ONIPRESENTE (Sl 139:7-

602 / SEÇÃO D1 D1.1 – Espírito Santo

6) Ele pode ensinar (Jo 14:26).

7) Ele pode exercitar a Sua vontade

(1 Co 12:11).

8) Ele pode proibir (At 16:6).

9) Ele pode fazer milagres (At

19:6).

d. Ele Não é Impessoal. Todas estas

coisas são expressões de personalidade, as

quais uma força impessoal não possui.

Uma das razões pelas quais muitos O consideram

como um mero poder ou força é por

causa de certos nomes que são atribuídos a

Ele nas Escrituras para simbolizarem o Seu

ministério. Ele é chamado de Vento, Chuva,

Óleo, Fogo, Vestimentas, etc. – todos estes,

símbolos dos vários ministérios que Ele executa

mas Ele é muito maior que quaisquer ou

que todos os ministérios que Ele executa.

3. Esta é a Era do Espírito Santo

Ele é o “outro” Consolador, o qual tomou

o lugar de Jesus (Jo 14:16). O atual

período da história é o “Tempo da Chuva

Serôdia” (Zc 10:1) ou a era de maior atividade

do Espírito que a Igreja já conheceu.

Portanto, temos que saber o máximo possível

sobre o Espírito Santo.

B. A PLENITUDE DO ESPÍRITO

PROFETIZADA

No Antigo Testamento encontramos o

Espírito Santo sobre e dentro de certas pessoas

importantes. Parece que essas pessoas

são exceções ao invés de serem a regra.

No entanto, Deus predisse, através de Seus

profetas, que um novo dia viria.

1. O Seu Espírito Estaria Dentro e

Sobre TODO o Seu Povo

“E acontecerá depois que derramarei o

meu Espírito sobre toda a carne, e vossos

filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos

velhos terão sonhos, os vossos mancebos

terão visões. E também sobre os servos

e as servas naqueles dias derramarei o

meu Espírito” (Jl 2:28,29).

“E porei dentro de vós o meu Espírito, e

Pessoa que possui grande autoridade e poder,

mas Ele é muito mais que o poder que

Ele possui. Ele é eminentemente digno do

respeito e honra que reservamos para o Deus

Todo-Poderoso.

a. O Pronome Pessoal é Usado Para

Ele. “Para que Ele fique convosco para

sempre” (Jo 14:16). “Ele habita convosco,

e estará em vós” (Jo 14:17).

“Ele testificará de mim” (Jo 15:26).

“Mas, quando Ele, o Espírito de verdade

vier, Ele vos guiará em toda a verdade;

porque Ele não falará de Si Mesmo, mas

Ele dirá tudo o que Ele tiver ouvido, e Ele

vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará”

(Jo 16:13,14).

b. Ele Possui as Características Básicas

de Personalidade.

1) Intelecto: A habilidade de se pensar

e raciocinar.

2) Sensibilidade: A habilidade de se

sentir as coisas.

3) Vontade: A capacidade de escolhas

e decisões.

c. Expressões de Sua Personalidade.

Uma mera força ou influência não seria capaz

de sentir as coisas as quais dizemos

que o Espírito Santo sente.

Por exemplo, somos admoestados a não

“entristecermos” o Espírito Santo (Ef

4:30). Ananias e Safira “mentiram ao Espírito

Santo” (Atos 5:3,4).

Ora, uma força não pode ser entristecida.

Não podemos entristecer ou aborrecer a eletricidade.

Nem tampouco podemos mentir

a ela ou tentá-la. Uma força impessoal é

incapaz de ter tais sentimentos. Mas uma

pessoa pode ser entristecida e aborrecida;

ela pode ser tentada e é possível mentir-se a

ela.

Observe algumas expressões de personalidade

atribuídas ao Espírito Santo:

1) Ele pode sentir (Ef 4:30).

2) Ele pode consolar (At 9:31).

3) Ele pode pensar (Rm 8:6).

4) Ele pode falar (At 13:2).

5) Ele pode orar (Rm 8:26).

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 603

farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis

os meus juízos e os observeis...” (Ez

36:27).

“Porque derramarei água sobre o sedento,

e rios sobre a terra seca; derramarei

o meu Espírito sobre a tua posteridade,

e a minha bênção sobre os teus descendentes”

(Is 44:3).

2. O Messias Prometido de Deus

Seria Cheio com o Espírito e

Revestido de Poder

“Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho,

o meu Eleito, em quem se compraz a

minha alma; pus o meu Espírito sobre ele;

juízo produzirá sobre os gentios” (Is 42:1).

“O Espírito do Senhor Deus está sobre

mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar

boas novas aos mansos: enviou-me a

restaurar os contritos de coração, a proclamar

liberdade aos cativos, e a abertura

de prisão aos presos” (Is 61:1). (Isto foi

cumprido em Lc 4:18).

3. Vários Nomes Para a “Plenitude

do Espírito”

A experiência da plenitude do Espírito

Santo é descrita de várias maneiras nas Escrituras.

Faremos uma breve análise de vários

destes termos.

a. Receber o Espírito Santo. O dom é

definido como “um oferecimento e uma aceitação

(ato de receber) sem indagações”. O

dom não é completo, até que alguém receba

aquilo que lhe é oferecido espontaneamente.

Esta é a frase mais comumente usada no

Novo Testamento para descrever a experiência

da qual estamos falando.

“... o Espírito que haviam de receber os

que nele cressem” (Jo 7:39).

“Recebei o Espírito Santo” (Jo 20:22).

“Mas recebereis a virtude do Espírito

Santo, que há de vir sobre vós” (At 1:8).

“E recebereis o dom do Espírito Santo”

(At 2:38).

“Os quais, tendo descido, oraram por

eles para que recebessem o Espírito Santo”

(At 8:15).

“Pode alguém porventura recusar a

água, para que não sejam batizados estes,

que também receberam como nós o Espírito

Santo?” (At 10:47).

“Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito

Santo quando crestes?” (At 19:2).

b. Ser Ungido com o Espírito. A “unção”

é um termo com o qual estamos muito

familiarizados devido ao seu emprego no

Antigo Testamento.

O significado é o de “se derramar sobre

alguém’’, assim como o era o óleo da unção.

Assim sendo, o poder do Espírito é “derramado

sobre” o crente. Esta frase em particular

é usada para descrever o Espírito

sobre Jesus.

“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré

com o Espírito Santo e com virtude; o qual

andou fazendo bem, e curando a todos os

oprimidos do diabo, porque Deus era com

ele” (At 10:38).

c. Ser Cheio com o Espírito. Esta frase

descreve o efeito que o Espírito tem dentro

dos crentes. Eles são “cheios com o Espírito”.

Ela é empregada no Dia de Pentecostes.

“E todos foram cheios do Espírito

Santo, e começaram a falar noutras línguas,

conforme o Espírito Santo lhes concedia

que falassem” (At 2:4). A condição

de se estar cheio com o Espírito é progressiva.

Paulo fala sobre isto em Efésios 5:18,

empregando o tempo contínuo: “Estejais

sendo cheios com o Espírito.” Para mantermos

a plenitude do Espírito, temos que beber

diariamente da fonte de suprimento.

d. Ser Batizado no Espírito. Esta é

uma frase um tanto quanto controversa, a

qual, contudo, tem um firme apoio bíblico.

Ela ocorre quatro vezes nos Evangelhos e

duas vezes no livro de Atos. (Mt 3:11; Mc

1:8; Lc 3:16; Jo 1:33; At 1:5; 11:16).

Batizar significa “imergir completamente”

ou submergir. Ela tem um significado

ainda mais profundo que é o de “submergir

em um elemento que tenha o poder de trans604

/ SEÇÃO D1 D1.1 – Espírito Santo

formar aquilo que ele envolve.” Um bom

exemplo disto é o tingimento de uma roupa,

a qual é submersa num elemento que radicalmente

a transforma. Ser batizado no Espírito,

portanto, é ser imerso, submerso,

enterrado, completamente cercado, totalmente

envolto pelo Espírito Santo.

e. A Liberação do Espírito. Este é um

termo que não é na verdade empregado no

Novo Testamento, mas está definitivamente

implícito nele. Ele descreve a liberação

do espírito humano que acontece quando

ele é vivificado pelo Espírito Santo. É a liberação

de nossa personalidade da servidão

à liberdade, da sequidão aos rios de água

viva, da infecundidade à frutificação. Ele

certamente descreve o que Jesus estava Se

referindo em João 7:38. A liberação de rios

de água viva do interior do espírito do crente.

Esta frase provavelmente descreve mais

precisamente o que está acontecendo hoje

em dia entre milhares e milhares de crentes.

É por isto que ela está sendo usada cada vez

mais na “renovação carismática.”

C. O BATISMO NO ESPÍRITO

SANTO

1. A Evidência Inicial do Batismo no

Espírito

Ao considerarmos a questão: “Qual será

a evidência inicial (primeiro sinal) de que

alguém recebeu a plenitude do Espírito?”,

mantenhamos três coisas em mente:

a. Sinal Inicial. Estamos interessados,

neste ponto, com o sinal INICIAL. É de comum

acordo que há, subseqüentemente,

muitos outros sinais e evidências da plenitude

do Espírito. Contudo, o que estamos

tentando determinar neste momento é a evidência

que provavelmente seria o primeiro

sinal de que alguém experimentou esta nova

dimensão do poder do Espírito.

b. Sinal Bíblico. Estamos procurando

o sinal BÍBLICO. Portanto, não estamos interessados

em experiências pessoais ou em

tradições humanas, mas sim no que as Escrituras

revelam como sendo o denominador

comum básico dos que experimentaram

esse Batismo no Espírito nos dias em que a

Bíblia foi escrita.

c. Experiência Bíblica. É a EXPERIÊNCIA

BÍBLICA do Batismo no Espírito,

em vez da idéia do homem quanto ao batismo,

que estamos interessados. Há muitas

experiências espirituais, as quais os homens

têm imprecisamente chamado de “Batismo

no Espírito”. Nestas incluem-se: A Segunda

Bênção, A Santificação Plena, A Experiência

da Santidade, etc. Ainda que estas possam

ser experiências válidas e bíblicas, as

quais não desprezamos nem reprovamos,

contudo é na obra do Espírito que a Bíblia

define como sendo Batismo no Espírito que

estamos interessados no presente estudo.

2. Narrações Bíblicas do Batismo

no Espírito

A principal fonte de evidências é o livro

dos Atos dos Apóstolos, no qual há cinco

exemplos registrados de pessoas recebendo

a plenitude do Espírito.

a. O Dia de Pentecostes (Atos 2:1-

4). Esta é a narrativa mais completa que

temos nas Escrituras. Exatamente cinqüenta

dias após a ressurreição de Cristo, as promessas

feitas com relação ao Espírito foram

cumpridas dentre a companhia de discípulos

que aguardavam em Jerusalém. Este

foi o começo de uma obra do Espírito totalmente

nova, assim como foi predito pelos

profetas. Houve várias evidências de que o

Espírito havia vindo a eles:

l) Vento do Céu. Primeiramente,

houve um vento do céu. Um vento veemente

e impetuoso.

Em segundo lugar, chamas de fogo.

Em terceiro lugar, o falar em outras línguas,

à medida que o Espírito lhes dava as

palavras para que falassem.

Tanto no hebraico como no grego, a palavra

traduzida por “espírito” também significa

“vento”. Portanto foi significativo

que houvesse um vento veemente e impeO

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 605

tuoso como um arauto da chegada do Espírito.

O vento retrata a vida, o poder, o

movimento, a força – todos típicos do Espírito

Santo.

2) Chamas de Fogo. O fogo simbólico

foi também muito significativo. João Batista

havia predito que Jesus batizaria com

o “Espírito Santo e fogo.” O fogo simboliza

a depuração, a purificação, a limpeza, a

queima da palha e da escória.

Estes dois fatores aconteceram antes que

se dissesse que os discípulos haviam sido

“cheios com o Espírito.” Portanto, na verdade,

não podemos dizer que eles sejam

evidências do Batismo no Espírito.

3) Falando em Outras Línguas,

como se o Espírito lhes houvesse fornecido

as palavras a serem proferidas.

A evidência que veio imediatamente após

os discípulos terem sido cheios com o Espírito,

foi: Eles “...começaram a falar noutras

línguas, conforme o Espírito Santo lhes

concedia que falassem” (At 2:4).

Havia 120 discípulos ali reunidos na ocasião.

É relatado, claramente, que TODOS

eles foram cheios com o Espírito Santo e

TODOS começaram a falar em línguas.

A evidência clara de todos os discípulos

nesta ocasião, foi a habilidade sobrenaturalmente

concedida de falarem em línguas

que eles nunca haviam aprendido.

Das três manifestações que aconteceram

naquele dia, verificou-se mais tarde que apenas

uma delas era um fator que acontecia

consistentemente como um acompanhamento

do Batismo no Espírito, ou seja, o falar

em outras línguas.

b. A Casa de Cornélio (Atos 10:44-

48). Pedro foi sobrenaturalmente instruído

a visitar a família pagã de Cornélio, um

centurião romano. Ele obedeceu, ainda que

o seu julgamento da situação fosse o oposto,

pois ele ainda estava persuadido de que

as bênçãos de Deus eram para os judeus

somente. No entanto, ao confrontar-se com

uma audiência que estava ansiosa em ouvir

“tudo quanto por Deus lhe era mandado”

(At 10:33), Pedro começou a falar para eles

a respeito do Senhor Jesus Cristo (At 10:

34-43). Enquanto ele ainda estava falando,

o Espírito Santo caiu sobre todos os que

ouviam a Palavra. Os companheiros judeus

de Pedro não estavam, a princípio, dispostos

a acreditarem que isto pudesse na

realidade acontecer aos gentios (At 10:45),

mas todos eles se convenceram porque “os

ouviam falar línguas, e magnificar a Deus.

“Esse sinal também fez com que Pedro dissesse:

“Pode alguém porventura recusar

a água, para que não sejam batizados estes,

que também receberam como nós o

Espírito Santo?” (ou da mesma maneira

ou forma pela qual nós O recebemos? – At

10:47).

Quando Pedro voltou a Jerusalém, ele

foi chamado para dar uma explicação do que

havia acontecido em Cesaréia. Eles estavam

na verdade contendendo com ele (At 11:2).

Ele, portanto, teve que defender as suas

ações com a seguinte explicação: “Quando

comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito

Santo, como também sobre nós ao princípio”

(At 11:15). Ele ainda confirmou a sua

explicação: “Portanto, Deus lhes deu o

mesmo dom que a nós no princípio.” O seu

argumento era que Deus havia abençoado

aos gentios com o dom do Espírito, exatamente

da mesma maneira com que Ele havia

abençoado aos crentes judeus no Dia de

Pentecostes, tendo como razão principal de

sua segurança o fato de que eles também

haviam falado em línguas. “E, ouvindo estas

coisas, apaziguaram-se, e glorificaram

a Deus’’ (At 11:18).

c. Paulo em Éfeso (Atos 19:1-7). Temos

aqui uma terceira narrativa extremamente

clara. Em sua viagem missionária,

Paulo chegou à cidade grega de Éfeso, onde

ele encontrou alguns discípulos de João

Batista. Em resposta à sua pergunta:

“Recebestes vós já o Espírito Santo quando

crestes?”, eles afirmaram: “Nós nem

ainda ouvimos que haja Espírito Santo.”

Paulo, portanto, explicou a eles o Evange606

/ SEÇÃO D1 D1.1 – Espírito Santo

lho com relação a Cristo mais claramente e

após isto eles foram batizados na água.

Paulo, então, começou a impor as mãos

sobre eles, o que fez com que “o Espírito

Santo viesse sobre eles e falassem em línguas

e profetizassem.”

Vimos, nestes três exemplos, que o Batismo

no Espírito é um acontecimento conciso,

definido e instantâneo. Em cada uma

destas ocasiões, o único fator que é consistente

é que todos os recipientes, em todas

as ocasiões, falaram em línguas como

resultado direto de haverem sido cheios

com o Espírito. Portanto, sugerimos que o

falar em línguas é uma evidência inicial genuína

e confiável de que alguém recebeu o

Espírito.

Há duas outras narrativas no livro de

Atos de crentes recebendo o Espírito.

d. O Reavivamento em Samaria

(Atos 8). Nesta narrativa, em particular,

não foi declarado que os recipientes do

Espírito falaram em línguas. Entretanto,

há alguns pontos interessantes a serem

observados.

Em primeiro lugar, houve uma resposta

genuína à pregação de Filipe, cujos resultados

imediatos foram:

“E as multidões unanimemente prestavam

atenção ao que Filipe dizia” (At 8:6).

“E havia grande alegria naquela cidade”

(At 8:8).

“...como cressem... foram batizados...”

(At 8:12).

“Porque sobre nenhum deles tinha ainda

descido o Espírito Santo...” (At 8:16).

Em segundo lugar, quando Pedro e

João lhes impuseram suas mãos eles receberam

o Espírito Santo. Simão, o mágico,

viu algo acontecendo como resultado direto

de eles haverem recebido o Espírito. Seja

o que for, aconteceu de repente, dramaticamente

e de uma maneira visível. Simão

queria ter a habilidade de fazer com que

este fenômeno acontecesse. Muito tem

sido conjeturado e escrito sobre o que Simão

viu na realidade. Ninguém pode dizer

ao certo, mas não é razoável presumirmos

que ele viu o mesmo sinal que havia ocorrido

nas outras ocasiões em que as pessoas

recebiam o Espírito nos dias em que a

Bíblia foi escrita?

e. Saulo de Tarso (Atos 9). Após a

dramática experiência de conversão de Saulo,

o Senhor enviou a Ananias para visitar

a Saulo e dizer: “Irmão Saulo, o Senhor

Jesus, que te apareceu no caminho por onde

vinhas, me enviou, para que tornes a ver e

sejas cheio do Espírito Santo” (At 9:17).

Sabemos que ele realmente recobrou a sua

visão, podemos seguramente admitir que

o outro aspecto da missão foi cumprido e

que Saulo foi cheio com o Espírito Santo.

Ainda que o contexto imediato não diga

que ele falou em línguas, certamente sabemos

que ele o fez mais tarde. Aliás, ao

escrever aos coríntios para corrigir um uso

errado do falar em línguas, ele confessou:

“Dou graças ao meu Deus, porque falo

mais línguas do que vós todos” (1 Co

14:18). No mesmo capítulo, ele também

declarou: “E eu quero que todos vós faleis

línguas estranhas” (1 Co 14:5), e finalmente:

“...não proibais falar línguas” (1

Co 14:39).

Com base nas evidências precedentes de

experiências bíblicas, humildemente afirmamos

que o falar em línguas é a primeira evidência

bíblica do Batismo do Espírito. Também

afirmamos que há muitas outras evidências

bíblicas que deveriam seguir esta

primeira evidência, sem as quais a experiência

estaria incompleta.

Essa conclusão não é para enfraquecer

ou invalidar qualquer experiência que você

já tenha tido – especialmente se resultou no

derramamento do poder do Espírito sobre a

sua vida. Deixe-me encorajá-lo “guarda o

que tens” (Ap 3:11).

Mantenha o seu coração aberto e continue

pedindo ao Senhor que lhe conceda este

maravilhoso Dom de Línguas, o dom de se

orar em línguas. Isto enriquecerá muito mais

o seu ministério. Lembre-se: “...quanto mais

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 607

dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles

que lho pedirem?” (Lc 11:13).

Capítulo 2

O Espírito Santo e o Crente

A. O ESPÍRITO SANTO AJUDA AO

CRENTE

A salvação é o primeiro objetivo que o

Espírito procura produzir em nossa vida.

O poder para uma vida e serviço santos é o

Seu segundo objetivo em nós.

1. Para Realizar a Salvação

a. Ele Produz a Convicção (Jo 16:8-

11). Um importante aspecto da obra do Espírito

Santo é julgar, reprovar e convencer

os não convertidos com relação ao pecado,

à justiça e ao juízo. Sem a obra de convicção

do Espírito permaneceríamos ignorantes

com respeito à nossa condição pecaminosa

e perdida.

Ele nos torna cientes da pecaminosidade

do pecado e de quão longe estamos do padrão

da justiça de Deus e do terrível julgamento

que aguarda a cada pecador.

b. Ele Produz a Conversão e a Regeneração.

“Não pelas obras de justiça que

houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia,

nos salvou pela lavagem da regeneração

e da renovação do Espírito Santo”

(Tt 3:5).

“E vos vivificou, estando vós mortos

em ofensas e pecados” (Ef 2:1).

“O Espírito é o que vivifica” (Jo 6:63).

c. Ele Liberta do Poder do Pecado e

da Morte. “Porque a lei do Espírito de vida

em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado

e da morte” (Rm 8:12).

d. Ele Dá a Certeza da Salvação.

“O mesmo Espírito testifica com o nosso

espírito que somos filhos de Deus” (Rm

8:16).

“E o Espírito é o que testifica, porque o

Espírito é a verdade” (1 Jo 5:6).

“E três são os que testificam... o Espírito,

e a água e o sangue; e estes três concordam

num” (1 Jo 5:8).

2. Para Produzir Uma Vida e

Serviço Santos

a. Ele nos Guia à Verdade. “Mas,

quando vier aquele Espírito de verdade, ele

vos guiará em toda a verdade; porque não

falará de si mesmo, mas dirá tudo o que

tiver ouvido, e vos anunciará o que há de

vir” (Jo 16:3).

b. Ele nos Ensina Todas as Coisas.

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo,

que o Pai enviará em meu nome, esse vos

ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar

de tudo quanto vos tenho dito” (Jo

14:26).

“E a unção, que vós recebestes dele, fica

em vós, e não tendes necessidade de que

alguém vos ensine; mas, como a sua unção

vos ensina todas as coisas, e é verdadeira,

e não é mentira, como ela vos ensinou, assim

nele permanecereis” (1 Jo 2:27).

c. Ele “Vivifica” os Nossos Corpos

Físicos. “E, se o Espírito daquele que dos

mortos ressuscitou a Jesus habita em vós,

aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo

também vivificará os vossos corpos mortais,

pelo seu Espírito que em vós habita”

(Rm 8:11).

A palavra “mortais” significa “destinados

a morrerem” e se refere aos nossos corpos

físicos. A palavra “vivificar” significa

“transmitir vida”. Portanto, a promessa

desta Escritura é que o Espírito Santo, ao

habitar dentro de nós, comunicará vida, força,

saúde e vigor aos nossos corpos. Viver

no Espírito é um exercício que promove a

saúde. Isto aumenta a nossa força física e a

extensão da nossa vida.

d. O Espírito Santo nos Dá Poder

Para Servirmos. “Mas recebereis o poder

do Espírito Santo, que há de vir sobre vós;

e ser-me-eis testemunhas...” (At 1:8).

Jesus usou a palavra “dunamis”, de onde

se deriva a nossa palavra dínamo, uma máquina

que gera em si um suprimento de ener608

/ SEÇÃOD1 D1.2– O Espírito Santo e o Crente

gia consistente e contínuo. Assim sendo, o

poder do Espírito dentro de nós gera um

poder que nos capacita a sermos testemunhas

de Cristo. Não somente somos capacitados

a darmos um testemunho de Jesus,

mas nos tornamos, na realidade, Suas testemunhas.

e. O Espírito Santo Reveste as Nossas

Orações com Poder. “... orando no

Espírito Santo” (Jd 20).

“Orando em todo o tempo com toda a

oração e súplica no Espírito” (Ef 6:18).

“E da mesma maneira também o Espírito

ajuda as nossas fraquezas; porque não

sabemos o que havemos de pedir como

convém, mas o mesmo Espírito intercede

por nós com gemidos inexprimíveis. E

aquele que examina os corações sabe qual

é a intenção do Espírito; e é ele que segundo

Deus intercede pelos santos’’ (Rm

8:26,27).

f. O Espírito Santo Inspira o Louvor

e Adoração a Deus. “...todos os temos ouvido

em nossas próprias línguas falar das

grandezas de Deus” (At 2:11).

“Porque os ouviam falar línguas, e

magnificar a Deus” (At 10:46).

“...nós, que servimos a Deus, pelo Espírito

de Deus” (Fp 3:3).

“Enchei-vos do Espírito; falando entre

vós em Salmos, e hinos, e cânticos espirituais;

cantando e salmodiando no vosso coração”

(Ef 5:18,19).

“Deus é Espírito, e importa que os que

o adoram o adorem em espírito e em verdade”

(Jo 4:24).

g. Ele Produz o Fruto do Espírito na

Vida do Crente. “Mas o fruto do Espírito

é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade,

bondade, fé, mansidão, temperança.

Contra estas coisas não há lei” (Gl

5:22, 23). O fruto do Espírito não pode ser

produzido pelo homem natural, por mais

refinado ou educado que ele seja. O caráter

de Deus somente é visto em nós quando o

Deus Espírito Santo vive em nós, os que

cremos.

B. RECEBENDO O ESPÍRITO

SANTO

1. Você Tem que Receber Cristo

Como seu Salvador

A primeira qualificação necessária para

que você seja um candidato ao Batismo no

Espírito Santo é que você tenha recebido a

Jesus Cristo como seu Salvador. Se você é

um filho de Deus, então você pode receber

o dom do Espírito Santo.

2. Você Tem que Desejar a Bênção

O segundo requisito é que você tem

que desejar profundamente esta bênção.

Jesus expressou isto da seguinte forma:

“Se alguém tem sede, venha a mim, e

beba” (Jo 7:37). Você tem sede pela água

do Espírito? Se você tiver, então você poderá

vir a Jesus e beber. É assim tão simples,

mesmo.

Lembre-se que você não precisa merecer

esta bênção. Se fosse assim, então não seria

mais o “dom” do Espírito Santo (Atos 2:38).

Você nunca poderia merecer esta maravilhosa

bênção, nem tampouco seria preciso.

Ela é sua como um dom, grátis.

3. Quatro Palavras Simples

Eu gostaria de sugerir quatro palavrinhas

simples que poderiam capacitá-lo a receber

esta bênção preciosa.

As palavras são: Renuncie, Relaxe,

Receba e Responda. Façamos agora uma

breve análise destas palavras.

a. Renuncie. Paulo escreveu aos convertidos

na cidade de Corinto: “Antes, rejeitamos

as coisas que por vergonha se

ocultam...” (2 Co 4:2).

A palavra grega apeipomen, traduzida

como renuncia, significa “rejeitar, separarse

e afastar-se completamente, de alguma

coisa ou pessoa.”

“Antes, rejeitamos as coisas... se ocultam...”

(ocultas, reservadas, íntimas, secretas).

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 609

“Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha

se ocultam” (vergonha ou desonra).

De acordo com o que foi dito acima, é

importante termos a certeza de que nos arrependemos

totalmente (abandonamos) de

todos os pecados, especialmente dos que

envolvem bruxaria, adoração a ídolos, cartomancia,

amuletos, talismãs e coisas semelhantes.

A Bíblia diz que Deus deu “... o Espírito

Santo àqueles que lhe obedecem” (At 5:32).

Deus ordena que rejeitemos e nos separemos

completamente das coisas escondidas,

secretas, desonestas e vergonhosas, quando

buscamos pelo Seu ESPÍRITO SANTO.

“Também muitos dos que seguiam artes

mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram

na presença de todos...” (At 19:19).

Este é o primeiro passo importante.

Faça esta oração ao Senhor: Senhor, eu

renuncio (relacione as coisas a seguir e todas

as outras aplicáveis à sua vida e que

você tenha feito) bruxaria, adoração a ídolos,

cartomancia, amuletos, adivinhações,

talismãs e coisas semelhantes.”

b. Relaxe. Muitas vezes, as pessoas

ficam tensas quando se trata de receberem o

Espírito Santo. Realmente, não é necessário

que isto aconteça. Isto o atrapalhará, em

vez de ajudá-lo.

Primeiro, portanto, deixe-me encorajálo

a relaxar. Relaxe fisicamente, e isto o ajudará

a relaxar espiritual e emocionalmente.

Por que não sentar-se em algum lugar confortavelmente?

Os discípulos estavam, na

verdade, sentados no Dia de Pentecostes.

Portanto, esta é uma boa postura bíblica

para se receber o Espírito.

Sente-se tranqüilamente e relaxe. Você

está em boas mãos – nas mãos de Jesus. É

Ele quem batiza com o Espírito Santo.

c. Receba. Seria bom se você pedisse,

agora mesmo, que Jesus o batizasse no Espírito.

A Bíblia diz: “... dará o Pai Celestial

o Espírito Santo àqueles que lho pedirem”

(Lc 11:13). Peça com simplicidade, silenciosamente

e com fé. Não comece a implorar

ou suplicar. Não é preciso que você

grite ou se lamente. Jesus está aí com você.

Ele pode ouvir a sua oração. Após ter pedido

silenciosamente que Ele o encha com

o Espírito, então, com fé você precisa crer

que Ele já respondeu à sua oração e RECEBA

O ESPÍRITO PELA FÉ.

Lembre-se que a palavra traduzida por

Espírito é também a mesma palavra traduzida

por sopro. Por que você não abre simplesmente

a sua boca, toma um fôlego profundo,

e respira o Espírito Santo para o seu

interior?

É a isto que Jesus Se referia com a expressão

“beber” do Espírito. Assim como

você abre a sua boca para beber água, você

pode também abrir a sua boca para beber o

Espírito. Abra a sua boca, respire normalmente,

e creia que o Espírito Santo está entrando

em sua vida de uma maneira nova.

Faça isto com fé. “Por isso vos digo que

tudo o que pedirdes, orando, crede que o

recebereis, e tê-lo-eis” (Mc 11:24). Você

está fazendo isto pela fé.

Lembre-se: não é por sentimentos. Talvez

você não sinta nenhuma resposta emocional.

Isto não é uma experiência emocional.

É uma experiência espiritual. Pode haver ou

não um acompanhamento emocional. Se houver,

relaxe e desfrute-o. Se não houver, então

não se preocupe. As emoções são muito inconstantes

e não podemos confiar nelas. O

importante não é o que você sente. É o que

você crê. Creia que você recebeu o Espírito.

Este é, portanto, o primeiro passo: “respirar”

o Espírito Santo. Enquanto você estiver

fazendo isto, comece a dar, com alegria, graças

e louvores a Deus porque Ele o encheu

com o Espírito. Deixe que o seu coração comece

a procurar alcançar a Deus com louvores

e continue bebendo cada vez mais profundamente

do Espírito.

d. Responda. Chegamos agora ao terceiro

passo: a sua resposta ao Espírito, o

qual está agora começando a encher todo o

seu ser.

Já que você respirou para dentro, você

610 / SEÇÃOD1 D1.2– O Espírito Santo e o Crente

precisa também respirar para fora. Você respirou

o Espírito para o seu interior; agora

você precisa respirar para fora louvores a

Deus, com fé para obter a Sua bênção.

Quando você fizer isto, não fale em sua

língua materna. Aspire a louvar a Deus, mas

creia que você o fará numa nova língua que

o Espírito Santo dará a você.” Eles começaram

a falar noutras línguas, conforme o

Espírito Santo lhes concedia que falassem’’

(At 2:4). Observe, primeiro: “Eles começaram

a falar...” ELES estavam falando.

Esta é a nossa parte. Eram as vozes deles,

as suas cordas vocais, seus lábios e suas

bocas que ELES usavam. Observe, em seguida:

“o Espírito lhes concedia que falassem”.

Esta é a parte do Espírito. Quando o

Espírito faz a parte Dele, devemos responder

fazendo a nossa parte. O falar em línguas

é um milagre, é uma habilidade sobrenatural

dada pelo Espírito. Isto não significa

que seja difícil fazê-lo. Significa simplesmente

que você precisa cooperar com Deus.

Isto é muito bem ilustrado pela narrativa de

Pedro andando sobre as águas (Mt 14:29).

Jesus chamou a Pedro: “Vem” e em seguida

lemos: “E Pedro, descendo do barco,

andou sobre as águas para ir ter com Jesus.”

Quando Pedro andou sobre as águas,

ele não estava conscientemente fazendo nada

sobrenatural. Ele estava andando tão naturalmente

como se estivesse em terra firme. O

milagre foi que ele não afundou! É assim quando

começamos a falar em línguas. Usamos a

nossa língua e lábios exatamente da mesma

maneira que sempre fazemos para falar. O

milagre não está no ato físico de se falar. O

milagre está na língua que recebemos para

que a falemos. Em outras palavras, não é

como falamos, mas o que falamos que é um

milagre. O falar é um ato natural, assim como

o andar também o é. Quando falamos em

línguas, a parte física disto é tão natural quanto

em qualquer outra ocasião em que exercitamos

nossas faculdades de fala. O milagre

ocorre quando o Espírito Santo nos dá palavras

para falarmos numa língua que nunca

aprendemos ou que nunca, talvez, tenhamos

ouvido. É preciso que eu enfatize este ponto

sobre a simplicidade de se falar em línguas,

pois muitas pessoas têm problemas nesta

área. Elas complicam a sua própria situação.

Elas crêem que é muito difícil para elas fazerem

isto.

Alguns se tornam tensos ao invés de relaxarem

apropriadamente. Muitas pessoas são

tão sinceras no desejo de que “não deveriam

ser elas mesmas”, que elas se sentam passivamente,

como pedras, esperando que Deus

venha tomar posse de suas cordas vocais e

que Ele fale através de seus lábios, sem que

elas tenham nenhuma parte ativa. Observe,

por favor, em Atos 2:4, que “Eles” (os discípulos)

são o sujeito da oração. Foram, portanto,

os discípulos que foram todos cheios

com o Espírito Santo, e eles, os discípulos,

que “começaram a falar noutras línguas,

conforme o Espírito Santo lhes concedia que

falassem.” Eles começaram a falar. Quando

você começar a falar em línguas, será você

que iniciará isto. Você falará, mas é o Espírito

Santo que lhe dará as palavras. O Espírito

Santo lhe dará sons, palavras e frases na sua

mente, os quais parecerão muito estranhos a

você. É uma língua que você nunca ouviu

antes. E muito provavelmente uma língua

angélica ou celestial, a qual é bem diferente

de qualquer língua terrena que você já ouviu.

À medida que o Espírito lhe der estas palavras

na sua mente, fale-as claramente. Faleas

com ousadia. Não tenha medo. No início

talvez você tenha somente uma ou duas palavras.

Talvez você se encontre repetindo-as

muitas vezes. Continue fazendo-o. Você é

como um bebê, aprendendo a linguagem celeste

concedida pelo seu Pai celestial.

O profeta Isaías descreveu este processo:

“Pelo que por lábios estranhos e por

outra língua, falará a este povo” (Is 28:11).

Poderemos começar balbuciando mas, eventualmente,

as palavras fluirão. Quanto mais

praticarmos, melhor falaremos, exatamente

como uma criança. À medida que você as

falar com clareza, ousadia e fé, o Espírito

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 611

C. POR QUE FALAR EM LÍNGUAS?

Qual é o propósito ou benefício de se

falar em línguas que não compreendemos?

A seguir temos uma pequena lista de alguns

dos benefícios de se ter uma comunhão com

Deus através de línguas dadas pelo Espírito.

1. É Uma Evidência Inicial Bíblica

da Plenitude do Espírito

“...e começaram a falar noutras línguas,

conforme o Espírito Santo lhes concedia

que falassem” (At 2:4).

“Porque os ouviam falar línguas, e

magnificar a Deus” (At 10:46).

“...veio sobre eles o Espírito Santo, e

falavam línguas, e profetizavam” (At

19:6).

2. É a Vontade de Deus Para Nós

Deus diz (através de Paulo): “E eu quero

que todos vós faleis línguas estranhas”

(1 Co 14:5). Paulo também disse: “Dou

graças ao meu Deus, porque falo mais línguas

do que vós todos” (1 Co 14:18). Observe

a ênfase íntima: “Dou graças ao meu

Deus...”. O falar com Deus em línguas do

Espírito aumenta e fortalece a consciência

do nosso relacionamento íntimo e pessoal

com Deus e da nossa comunhão com Ele.

Paulo agradeceu a Deus:

Pela HABILIDADE de falarmos em línguas,

pois isto somente pode ser dado por

Deus, através do Seu Espírito.

Pelo PRIVILÉGIO de falarmos mistérios

tão sagrados e íntimos (1 Co 14:2).

Pela DISPONIBILIDADE desta preciosa

bênção, pois a qualquer hora, em qualquer

lugar, em qualquer circunstância podemos

ter uma comunhão íntima com

Deus. Podemos orar, cantar, dar graças e

bendizer a Deus no Espírito. A nossa mente,

neste momento, está descansando (1

Co 14:14). Assim sendo, descontraímonos,

refazemos as nossas forças e somos

edificados por este exercício espiritual.

Santo, então, aumentará o seu vocabulário.

O fluir das palavras aumentará até que rios

comecem a jorrar do seu interior. Determine-

se, portanto, quando você tiver respirado

ao Espírito Santo para o seu interior, a

dar seqüência a isto, “respirando para fora”

louvores a Deus.

Determine-se a fazê-lo com a sua voz,

mas não com a sua língua materna. Creia

que o Espírito Santo lhe dará uma nova língua

no momento exato, e pela fé, comece a

falar esta nova língua. Fale clara e vigorosamente

qualquer coisa que o Espírito puser

na sua mente. Talvez você sinta os seus

lábios começando a tremer e que a sua boca

está cheia de sons estranhos. Fale-os em

alta voz. Depois de começar a falar, continue.

Não pare. Deixe que o fluir continue.

Quanto mais fluir, mais liberto você se tornará!

Não se preocupe com a qualidade destes

sons – esta é a responsabilidade do Espírito

Santo. Ele lhe dará a linguagem particular

que Ele quer que você tenha no momento.

À medida que você continuar exercitando

o dom de línguas, você poderá passar

de uma língua à outra, pois há diferentes

tipos de línguas (1 Co 12:10). Uma vez que

você tenha falado em línguas, com o Espírito

Santo lhe concedendo as palavras, você

poderá então exercitar este dom sempre que

você quiser. Dependerá da sua decisão e iniciativa.

Paulo diz: “Que farei pois? Orarei

com o espírito, mas também orarei com o

entendimento” (1 Co 14:15). Quer seja com

o entendimento ou com o Espírito, você ora

quando você quiser. Exercite esta habilidade

todos os dias e várias vezes em cada dia.

Sempre que você o fizer, isto o fortalecerá e

o abençoará, pois Paulo nos diz que “o que

fala língua estranha edifica-se a si mesmo”

(1 Co 14:4). Você se edifica espiritualmente

toda vez que você falar e orar na nova língua.

Este é o dom do Espírito que edifica a

pessoa que o exercita. Todas as outras manifestações

do Espírito são para a edificação

dos outros. Este dom é para capacitá-lo a

“edificar-se na sua santíssima fé” (Jd 20).

612 / SEÇÃOD1 D1.2– O Espírito Santo e o Crente

3. É Uma Forma Terapêutica de se

Limpar e de se Libertar

Em Romanos 8:26, Paulo nos diz que

uma das nossas fraquezas humanas é que

nem sempre sabemos o que havemos de

orar como convém. Às vezes, estamos cônscios

de que precisamos de ajuda e assistência,

mas não compreendemos o que está

realmente errado nem como orar sobre isto.

No entanto, o Espírito vence esta inadequação

para nós. Ele sonda o nosso coração

e descobre exatamente onde estamos e

o que está incorreto. Ele também sabe qual

é a “mente do Espírito” – a vontade de

Deus para nós. Ele então começa a orar

por nós, “de acordo com a vontade de

Deus”, colocando-nos, assim, em harmonia

com Sua vontade. Ele ora para que sejamos

libertos de todos os complexos, inibições

e pensamentos negativos que nos

têm impedido, e também ora para que entremos

no propósito positivo, poderoso e

benéfico de Deus para a nossa vida. Esta

espécie de oração é uma das maneiras mais

poderosas de se “renovar o espírito da

nossa mente”.

4. É Uma Fonte de Edificação

Pessoal

“O que fala língua estranha edifica-se a

si mesmo” (1 Co 14:4). É da palavra edificar

que se deriva a nossa palavra edifício ou

prédio. Edificar, portanto, significa “construir”.

Sempre que falamos em línguas, ainda

que as palavras possam ser um mistério

ao nosso intelecto humano, estamos edificando

a nós mesmos espiritualmente. Tornamo-

nos um pouco mais fortes toda vez

que exercitamos este ministério.

5. É Uma Esfera de Comunhão

Espiritual íntima com Deus

“Porque o que fala língua estranha não

fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém

o entende, e em espírito fala de mistérios”

(1 Co 14:2).

O propósito principal deste exercício espiritual

de se falar em línguas não é de falarmos

aos homens, e sim que possamos falar

com Deus. Tendo comunhão com Deus desta

maneira, somos libertos das limitações e

restrições de nossa mente pequena e finita.

Não ficamos limitados a falar somente

das coisas que aprendemos e assimilamos

em nossos intelectos. Somos liberados a falarmos

também das coisas que aprendemos

intuitivamente pelo Espírito de Deus (1 Co

2). Temos comunhão com Deus sobre as coisas

profundas, as quais permanecem como

um mistério para a nossa mente finita. Esta é

a profundidade da comunhão, da qual Davi

falou: “Um abismo chama outro abismo”

(Sl 42:7). A profundidade do nosso ser espiritual

tem comunhão com as profundezas do

Ser de Deus e vice- versa.

6. Nos Mantém Conscientes do

Espírito Santo Dentro de Nós

Sempre que falamos em línguas estamos

imediatamente cientes dos movimentos e

atividades do Espírito Santo dentro de nós.

A nossa percepção íntima do Espírito dentro

de nós é aumentada à medida que temos

comunhão com Deus com as palavras que o

Espírito está falando através de nós. Somos

canais ou veículos que o Espírito usa para

conduzir a adoração e o louvor ao Pai.

7. Nos Ajuda a Aprendermos a

Confiar em Deus Mais

Completamente

O desenvolvimento da vida no Espírito

é um caminhar de fé.

Cada expressão em línguas é um ato de

fé. À medida que Deus começa a tirar-nos

da esfera da edificação pessoal para a esfera

da edificação do Corpo (1 Co 14:6), cada

nova fase é um estimulante passo de fé.

8. É Uma Liberação de Emoções

Positivas

O Batismo no Espírito não é uma experiência

emocional, e sim espiritual. No enO

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 613

tanto, as nossas emoções inevitavelmente

respondem a esta experiência e começam a

se envolver nela. As nossas emoções são

freqüentemente despertadas pelo Espírito

e nós damos uma expressão a elas no momento

deste despertar do Espírito. Isto não

é uma coisa prejudicial ou negativa. Pelo

contrário, é saudável e benéfica. Muitos cristãos

tentam negar ou suprimir por completo

as suas emoções, como se houvesse algo

mau ou pecaminoso com relação a expressões

emocionais. Isto não é assim. Somos

seres emotivos. Deus nos fez assim. Para

que funcionemos perfeitamente, é preciso

que haja expressões emocionais de vez em

quando. Quando tais expressões são

induzidas e encorajadas pelo Espírito dentro

de nós, podemos estar certos de que

elas são as mais saudáveis e agradáveis expressões

emocionais possíveis. Elas nos limpam

e nos libertam. Elas nos fortalecem e

nos edificam. Não tenha medo delas. Dê

vazão a tais sentimentos. Você será mais

saudável e mais feliz agindo assim.

9. É Uma Oportunidade de “Darmos

Graças” a Deus Adequadamente

Você já se sentiu incapaz de expressar

adequadamente o seu agradecimento e apreço

por Deus? Ele tem sido tão bom que meras

palavras parecem tão fracas para expressarem

a represa de agradecimentos que você

sente em seu interior. Então, aqui está uma

maneira satisfatória de fazê-lo. Paulo diz que

nós “podemos agradecer bem” ao expressarmos

isto a Deus pelo Espírito, na língua que

Ele der. Esta ação de graça sobrepuja a tudo

que nossa mente humana poderia fornecer.

Ela vai além da esfera da poesia e ministra a

Deus no Espírito (1 Co 14:17,18).

10.Capacita-nos a Orarmos “no

Espírito”

“Que farei pois? Orarei com o Espírito,

mas também orarei com o entendimento”

(1 Co 14:15).

“...mas o mesmo Espírito intercede por

nós com gemidos inexprimíveis. E aquele

que examina os corações sabe qual é a intenção

do Espírito; e é ele que segundo Deus

intercede pelos santos” (Rm 8:26,27).

“Mas vós, amados, edificando-vos a vós

mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando

no Espírito Santo” (Jd 20).

11.É Uma Fonte de Descanso e

Refrigério

“Pelo que por lábios estranhos e por

outra língua, falará a este povo. Ao qual

disse: Este é o descanso, dai descanso ao

cansado; e este é o refrigério...” (Is 28:11,12).

Ter comunhão com Deus em línguas é

uma experiência muito repousante e

reanimadora. O corpo e a mente podem descansar

por completo. Não temos que pensar

no que temos que dizer em seguida ou

como dizê-lo. O Espírito flui através de nós

numa perfeita comunhão com o Pai e recebemos

os benefícios desta linda comunhão.

É um tônico para o Espírito, alma e corpo.

12.É um Ministério de Louvor e

Adoração a Deus

“...todos os temos ouvido em nossas

próprias línguas falar das grandezas de

Deus” (At 2:11).

“Porque os ouviam falar línguas, e

magnificar a Deus” (At 10:46).

“Falando entre vós em salmos, e hinos,

e cânticos espirituais (cânticos que o Espírito

dá), cantando e salmodiando ao Senhor

no vosso coração” (Ef 5:19).

Muitas vezes, quando falamos em línguas,

o Espírito está louvando e adorando.

O Espírito Santo está magnificando as obras

maravilhosas de Deus através de nós. Que

privilégio e alegria que Ele queira usar os

nossos lábios para declarar um louvor de

tamanha magnitude a Deus!

13.Cantando no Espírito

“...cantarei com o Espírito, mas também

cantarei com o entendimento” (1 Co

14:15).

614 / SEÇÃO D1 D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

“...cânticos espirituais, cantando e salmodiando

ao Senhor no vosso coração”

(Ef 5:19). Veja também Colossenses 3:16.

14.É Uma Forma Bíblica de

Mantermos a Plenitude do

Espírito

“...mas sempre estejam sendo cheios do

Espírito (versão Williams) falando entre vós

em salmos, e hinos, e cânticos espirituais”

(Ef 5:18,19). Ministrar a Deus em outras

línguas é uma maneira válida de continuarmos

cheios com o Espírito. Portanto deveríamos

fazer isto todos os dias, e muitas

vezes por dia.

15.Com Interpretação, é Uma

Maneira de Edificar aos Outros

“... o que profetiza é maior do que o que

fala línguas estranhas, a não ser que também

interprete para que a igreja receba

edificação” (1 Co 14:5b).

A língua pessoal, devocional ou de oração,

edifica a pessoa que a exercita. Somente

esta pessoa é edificada pelo uso dela. Contudo,

esta língua pode ser uma bênção a outras

pessoas também se for interpretada para elas.

Assim sendo, a pessoa que fala em línguas

deveria orar também para que haja interpretação

e para que outros crentes possam ser

edificados também (1 Co 14:12,13).

16.É Uma Chave Para Trazermos a

Mente de Cristo Sobre a Nossa

Própria Mente (Tg 1:26, 3:11).

Tiago ensina que a língua é o “centro de

controle” de um homem. Ela é como o leme

de um navio e o freio na boca de um cavalo

(Tg 1:26; 3:1-18). Quando nós oferecemos

nosso centro de controle ao Espírito Santo,

Ele começa a colocar nossa conversação sob

o controle de Cristo. A nossa rendição ao

Espírito Santo no dom das línguas é uma

liberação da água doce da vida, das palavras

de Deus. Pelo uso diário regular deste dom

encontraremos forças para resistirmos a

conversas negativas e de críticas – o que

Tiago chama de “água amargosa” (Tg

3:11).

É uma maneira de produzirmos a mente

de Cristo em nós, para que falemos somente

as coisas que são úteis para edificar a nós

mesmos e a nossos ouvintes (Ef 4:29). O

falar em línguas purifica e renova a nossa

mente, a qual é a fonte de nossa conversação

e estilo de vida.

Capítulo 3

Os Dons do Espírito Santo

A. DESCRIÇÃO DOS DONS

O grande reavivamento espiritual que

está varrendo o mundo hoje, tem muitas

vezes sido chamado de “Reavivamento Carismático”.

Esta frase tem sido empregada para descrever

um aspecto extremamente importante

deste reavivamento, o qual é a restauração à

Igreja das manifestações sobrenaturais que

eram tão poderosamente óbvias na Igreja

Primitiva.

Estas manifestações, ou dons do Espírito,

estiveram notadamente ausentes da Igreja

por muitos séculos. Nos últimos cinqüenta

anos, Deus tem restaurado estas características,

e o seu programa de restauração tem

se acelerado grandemente nos últimos vinte

anos.

A Renovação Carismática invadiu a cada

canto da Igreja Cristã, trazendo uma nova

vida e poder ao Corpo de Cristo. A restauração

destas bênçãos cria uma grande necessidade

de ensinamento sobre estes importantes

assuntos.

Paulo disse à igreja de Corinto: “Acerca

dos dons espirituais, não quero, irmãos,

que sejais ignorantes” (1 Co 12:1). Com

certeza Deus tampouco quer que os crentes

hoje sejam ignorantes.

1. Categorias dos Dons

Há muitos dons carismáticos mencionados

na Bíblia. As principais áreas de refeO

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 615

rências são: Rm 12:3-8; l Co 12:8-10; 28-

30; Ef 4:11. Dentro do propósito deste breve

estudo, limitar-nos-emos a uma consideração

das nove manifestações encontradas

em l Coríntios 12:8-10. Para simplificar o

nosso estudo destas manifestações vamos

classificá-las em três categorias:

a. Dons Verbais

1) Línguas

2) Interpretação de Línguas

3) Profecia

b. Dons de Revelação

1) Uma Palavra de Sabedoria

2) Uma Palavra de Conhecimento

3) Discernimento de Espíritos

c. Dons de Habilidades

1) Dom da Fé

2) Dons de Curas

3) Dons de Milagres

2. A Quem o Espírito Pode Usar na

Operação de Tais Dons?

a. Qualquer Membro do Corpo pode

ser usado (1 Co 12:7,11; 14:26,31). Nenhum

membro deveria ter falta de qualquer dom

(1 Co 1:7).

b. Deveríamos Ser Cheios com o Espírito

(Ef 5:18).

c. Temos que Ter o Desejo de Sermos

Usados desta maneira (1 Co 12:31).

d. Não Deveríamos Ser Ignorantes

com relação à operação dos dons (1 Co

12:31).

e. Temos que Desejar os Dons Espirituais

(1 Co 14:1,6).

f. Deveríamos Ser Motivados por um

Amor Genuíno ao Corpo (1 Co 13) e um

desejo puro de edificar o Corpo (1 Co 14:12).

g. Deveríamos Buscar Ser Excelentes

na operação dos dons (1 Co 14:12).

3. O Dom de Línguas (1 Co 12:10)

a. Duas Funções. Esta manifestação do

Espírito tem duas funções.

Em primeiro lugar, como “línguas devocionais”,

o seu propósito é edificar a pessoa

que as usa.

Em segundo lugar, como dom de línguas,

o qual é usado juntamente com o dom de

interpretação de línguas, é para edificação de

toda a igreja, e não somente o indivíduo.

b. Diretrizes Para o Uso de Línguas

Numa Assembléia Pública:

1) O seu uso deveria ser motivado

pelo amor (1 Co 13:1).

2) Tem que ser sempre acompanhado

por interpretação (1 Co

14:5,13,28).

3) Deveria ser limitado a três expressões

por reunião (1 Co 14:27).

Qualquer crente que, alguma vez, já tenha

falado em línguas é capaz de edificar o Corpo

através de uma expressão em línguas. Portanto,

você deveria estar preparado para fazer

isto a qualquer hora. Procure estar totalmente

entregue ao Espírito. Esteja descansado

em sua mente e seja aberto ao Espírito

Santo. Desenvolva uma sensibilidade com

relação ao que o Espírito está tentando fazer

ou dizer em qualquer culto em particular.

Quando o Espírito Santo quiser trazer uma

expressão em línguas através de você, geralmente

haverá uma conscientização interior

disto por algum tempo antes que você fale

de fato. Isto é geralmente uma sensação suave

no seu espírito, uma empolgação e antecipação

crescentes. Isto se desenvolve numa

conscientização profunda que o Espírito trará

uma expressão verbal e que esta expressão

está dentro de você. Você não tem que falar

imediatamente. O espírito, dentro do profeta,

está sujeito ao (controle do) profeta (1 Co

14:32). Você pode esperar silenciosamente

pelo momento certo de falar. O Espírito Santo

irá movê-lo claramente na hora certa. Ele

não interromperá o que já está acontecendo

no culto. Ele nunca causará uma confusão,

pois Ele não é autor de confusão (1 Co 14:33).

Permaneça calmo e descansado, e quando o

Espírito Santo mover a você, fale numa voz

audível normal, mas clara. Você não precisa

gritar ou berrar. Você pode falar numa voz

normal, com ritmo cadenciado, procurando

sempre fluir silenciosamente com o Espíri616

/ SEÇÃO D1 D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

to, o qual está lhe dando a expressão verbal.

Quando a expressão verbal estiver completa,

todos devem esperar em Deus pela interpretação.

Geralmente algum outro crente receberá

a interpretação, mas quando isto não

acontecer, então a pessoa que falou em línguas

deve orar silenciosamente para que ela

também receba a interpretação (1 Co 14:13).

4. A Interpretação de Línguas (1 Co

12:10)

É o dom que acompanha o dom de línguas,

e são sempre usados juntos. É a capacitação

sobrenatural, pelo Espírito Santo,

de se interpretar uma expressão verbal em

línguas na língua natural da congregação. Não

é o dom de tradução. O intérprete não entende

a língua empregada na expressão verbal

que foi dada. A interpretação é tão sobrenatural

quanto a expressão verbal. No

entanto, pelo dom do Espírito, o crente em

questão é capaz de tornar a expressão verbal

inteligível, para que a congregação possa

recebê-la e ser edificada por ela.

a. Quem Pode Usar Este Dom? A interpretação

de línguas é dada “como o Espírito

quer” (1 Co 12:11). Qualquer crente

cheio do Espírito pode ser escolhido e ungido

pelo Espírito para manifestar este dom.

Novamente, devemos buscar o desenvolvimento

de uma sensibilidade ao Espírito Santo.

Enquanto você estiver adorando a Deus

numa reunião de crentes, mantenha a sua

mente e espírito abertos ao Espírito Santo.

Freqüentemente, você sentirá de antemão que

haverá uma expressão verbal em línguas e

que Deus está dando a você sua interpretação.

Quando a expressão verbal vier, espere

silenciosamente até que ela seja concluída.

Inicialmente, talvez você tenha somente a

primeira sentença da interpretação e uma vaga

idéia do que se seguirá quando você começar

a falar. Como todos os outros dons do Espírito,

este também é operado pela fé. À medida

que você começar a expressar o que o

Espírito está dando a você, fale numa voz

audível, normal e clara. Tome cuidado de não

falar “além da medida da sua fé” (Rm 12:6).

Evite avidamente que quaisquer pensamentos,

sentimentos ou idéias pessoais comecem

a entrar na interpretação. Deixe que os

seus próprios pensamentos estejam em descanso

e que a sua mente seja um canal limpo,

para que o Espírito Santo possa fluir através

dela. Quando a interpretação se completar e

você sentir que o Espírito terminou tudo o

que Ele queria falar, então pare! Não tente

interpretar a interpretação. Em outras palavras,

não comece a dizer à congregação o que

você “pensa” que a interpretação significa.

Deixe isto para a própria congregação. Após

ter feito a interpretação, permaneça em silêncio

enquanto a expressão verbal estiver

sendo julgada por aqueles em seu derredor.

Se há muitos crentes presentes que são comumente

usados nos dons vocais, eles deveriam

julgar se as palavras são realmente de

Deus. O padrão pelo qual podemos julgar é

semelhante ao que usaríamos para o julgamento

de uma profecia, que é a próxima manifestação

que consideraremos.

5. O Dom de Profecia (1 Co 12:10)

Simplesmente traduzida, a palavra profetizar

significa “expressar palavras inspiradas”.

De acordo com l Coríntios 14:31

todos os crentes podem exercitar este dom

em determinadas ocasiões, como o Espírito

quiser. Todos podem profetizar, um após o

outro, e não mais que três, em qualquer reunião

(1 Co 14:29-33).

a. Seu Propósito. O propósito de tais

expressões proféticas é:

1) Edificar a Igreja. Isto significa estabelecer,

fortalecer os crentes.

2) Exortar aos Crentes. Reavivá-los.

Confrontá-los e desafiá-los.

3) Consolá-los. Falar palavras de consolo

e encorajamento.

Freqüentemente, as profecias incluem

todos estes três elementos.

b. Três Mal-Entendidos Sobre as

Profecias:

1) Elas Não Devem Ser ConfundiO

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 617

• Eles se prostrarão diante de Deus

com humildade.

• Reconhecerão que Deus está verdadeiramente

entre nós.

• Adorarão a Deus.

4) A Profecia Funciona Para que os

Crentes Possam Aprender (1 Co 14:31).

Isto não se refere ao ensinamento que normalmente

vem da exposição da Palavra de

Deus através do ministério de um mestre.

Ao contrário, é o aprendizado de verdades

espirituais através da unção do Espírito. Tais

ensinamentos deveriam ser testados pela Palavra

de Deus escrita, antes de serem digeridos.

5) Todos Deveriam Desejar e Procurar

com Zelo Este Dom (1 Co 14:1,39).

Pois, desta maneira, podemos ser usados por

Deus para o encorajamento do Seu povo.

6) A Pessoa que Estiver Operando

Este Dom é Responsável Pelo Seu Uso

ou Abuso (1 Co 14:32). A profecia não é

uma expressão vocal incontrolada. Nem

tampouco está o profeta sob qualquer espécie

de transe ou controle mental. Ele também

não está fazendo ou dizendo nada contra

a sua vontade. O espírito de profecia

está sujeito ao profeta. É o profeta que está

falando, em nome de Deus, e o profeta tem

controle, em todas as ocasiões, de tudo que

ele ou ela estiver dizendo.

7) Em Razão de o Elemento Humano

Ser Falível, as Profecias Devem Ser

Julgadas (1 Co 14:29).

Veja mais, sobre este ensinamento importante,

na Seção D2.

8) Diretrizes Para Julgamento de

Uma Profecia:

a) Nunca Contradirá a Palavra de

Deus Escrita. Portanto, todas as expressões

proféticas deveriam ser “testadas” pela

Palavra de Deus. Deus nunca nos diria, por

profecia, que fizéssemos algo que a Sua Palavra

proíbe.

b) Sempre Exaltará a Jesus Cristo e

Nunca o Difamará.

c) Edificará, Exortará e Consolará

das com Uma Pregação. Muitos, hoje em

dia, insistem que o dom de profecia é a habilidade

de se pregar bem. No entanto, a

pregação e o ensino são geralmente o resultado

da meditação em oração da Palavra de

Deus e de uma preparação meticulosa de

nossa mente e espírito, para que possamos

ministrar um entendimento ao povo. Em

contraste, o dom de profecia não é o resultado

de um estudo meticuloso. É uma expressão

verbal espontânea pelo Espírito.

2) O Dom de Profecia Não é Para

se Predizer o Futuro. Este dom é para

“clarificar e encorajar no presente” ao invés

de “predizer o futuro”. O seu propósito é a

Edificação, Exortação e Consolo e não a

predição de eventos futuros. Sempre que

há um elemento de predição numa profecia,

em geral é porque há um outro dom (palavra

de conhecimento ou sabedoria) operando

juntamente.

3) Este Dom Não é Para Uma Direção

Pessoal. Se estivermos em necessidade

de uma direção pessoal, deveríamos pedir

isto ao próprio Jesus (Tiago l :5). Também

podemos buscar tal direção nas páginas da

Palavra de Deus, a Bíblia. Se uma expressão

profética vier a nós com instruções para o

futuro, isto deveria apenas confirmar o que

Deus já nos mostrou pessoalmente.

c. Ensinamento Bíblico Sobre o Dom

de Profecia:

1) É Para se Falar Sobrenaturalmente

aos Homens (1 Co 14:3). Isto transmite

a mente do Senhor à igreja. O profeta

está falando aos crentes, em nome de Deus,

para sua edificação, exortação e consolo.

2) A Profecia Não Requer Nenhuma

Interpretação. O dom de línguas requer

um intérprete, mas o de profecia não.

3) A Profecia Convence os Indoutos

(1 Co 14:24, 25). Através da operação do

dom de profecia:

• Eles serão convencidos de tudo.

• Serão julgados por tudo.

• Os segredos de seus corações serão

manifestos.

618 / SEÇÃO D1 D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

aos Crentes. Nunca deveria deixá-los confusos,

aflitos e inseguros.

d) Deveria “Testificar” com a Maioria

dos Crentes Presentes. Especialmente os

mais maduros, os quais são eles próprios

freqüentemente usados na operação dos

dons vocais.

e) Não Quebrará o Espírito da Reunião,

Ainda que Ela Possa Mudar a Sua

Direção.

f) Se Tiver um Aspecto de Predição,

Este Virá a se Cumprir.

g) É Aprovada Pelo “Teste do Fruto”

(Mt 7:16). Falando sobre os falsos profetas,

Jesus declarou: “Por seus frutos os

conhecereis.” Deveríamos rejeitar qualquer

uma das assim chamadas profecias que venham

de alguém cuja vida e ações sejam um

opróbrio à causa de Cristo.

9) Como Profetizar. Descanse. Não

fique tenso.

Espere silenciosamente no Senhor em

seu espírito. Mantenha a sua mente aberta

para a Sua voz.

Quando você sentir o toque do Espírito

dentro do seu espírito, entregue-se a Deus,

novamente, como um canal por onde Ele

possa fluir.

Lembre-se que esse dom é operado pela

fé.

Comece a falar tudo o que Deus der a

você. Continue com simplicidade.

Enquanto você estiver falando esteja esperando

n’Ele silenciosamente para obter o

resto da mensagem.

Não profetize além da medida da sua fé

(Rm 12:6).

Discirna quando o Espírito acabou de

falar e pare!

6. Uma Palavra de Conhecimento

(1 Co 12:8). Definição:

Uma Palavra de Conhecimento é um fragmento

ou pequena parte do conhecimento

de Deus que é dado a uma pessoa pelo Espírito

Santo.

Ela nos dá certos fatos e informações através

da revelação sobrenatural do Espírito

Santo. Estas informações eram anteriormente

desconhecidas pela pessoa, e o conhecimento

delas não poderia ter sido obtido de

nenhuma forma natural. Ele é transmitido

sobrenaturalmente.

a. Exemplos das Escrituras:

1) No Ministério de Jesus. Jesus sabia

de certos fatos sobre Natanael antes de

conhecê-lo (João 1:47-50). Novamente, Jesus

sabia de muitos fatos sobre a mulher de

Samaria, ainda que Ele nunca a tivesse visto

anteriormente (João 4:16-20). Ela ficou

maravilhada pela precisão do Seu conhecimento

com relação à sua vida passada e presente.

O exercício desta Palavra de Conhecimento

produziu posteriormente um grande

reavivamento.

2) Na Igreja Primitiva. Ananias recebeu

informações específicas, com muitos

detalhes, sobre Saulo, o qual ele nunca havia

conhecido (Atos 9:10-20). Ele soube

exatamente qual era a rua e a casa em que

Saulo estava. Ele soube que Saulo estava

orando naquele presente momento e que

quando ele impusesse suas mãos sobre Saulo,

ele receberia a sua visão.

3) Exemplo do Antigo Testamento.

Deus revelou a Natã certos fatos e detalhes

com relação à transgressão de Davi (2 Samuel

12:1-14).

b. Distinção. Uma Palavra de Conhecimento

é diferente do conhecimento humano

obtido através de maneiras naturais.

Uma Palavra de Conhecimento não pode

ser obtida por um aprendizado intelectual.

Tal conhecimento não pode ser obtido pelo

estudo de livros ou por uma carreira acadêmica

de estudos numa faculdade ou universidade.

Ela não é tampouco a habilidade de se

estudar, entender ou interpretar a Bíblia.

c. O Seu Emprego nas Escrituras

1) Para revelar o pecado: (2 Sm 12:1-

10; At 5:1-11).

2) Para trazer as pessoas a Deus:

(Jo 1:47-50; 4:18-20).

3) Para guiar e dirigir: (At 9:11).

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 619

4) Para ministrar um encorajamento

em tempos de desânimo: (1 Rs 19:9).

5) Para transmitir um conhecimento

sobre eventos futuros: (Jo 11:11-14).

6) Para revelar coisas escondidas:

(1 Sm 10:22).

d. A Operação Deste Dom

1) É sobrenatural quanto ao seu caráter

– não é obtido por lógica, dedução,

raciocínio, etc., nem pelos sentidos naturais,

mas pela revelação sobrenatural através

do Espírito Santo.

2) É operado pela fé – a pessoa que

está recebendo a revelação faz isto pela fé.

3) A revelação é recebida em nosso

espírito – não no intelecto ou nas emoções.

4) Não é essencialmente um dom

vocal (At 9:11). Ele é recebido silenciosa e

inaudivelmente dentro do espírito da pessoa.

5) Ele pode se tornar vocal ao ser

compartilhado com outros (Jo 1:47; 4:18).

6) Qualquer cristão cheio do Espírito

e que esteja disposto a ouvir a Deus

pode experimentar o funcionamento

deste dom.

7) É uma ferramenta valiosa no ministério

de aconselhamento.

8) Uma ação e resposta em obediência

são essenciais para que esta manifestação

continue funcionando em nosso ministério.

9) A Palavra de Sabedoria manifesta-

se freqüentemente junto com ele. Esta

é a sabedoria divinamente transmitida para

que saibamos o que fazer com relação a uma

Palavra de Conhecimento e como aplicá-la

correta e sabiamente.

7. A Palavra de Sabedoria

(1 Co 12:8)

Esse dom está no princípio da lista porque

ele é muito importante. Ele nos capacita

a falarmos e agirmos com sabedoria divina

e assim assegura o uso e aplicação corretos

de outros dons. Quando a Palavra de

Sabedoria está ausente os outros dons podem

ser usados de maneira errada, o que

causa muita confusão.

a. Definição. A Palavra de Sabedoria é

um fragmento da sabedoria divina sobrenaturalmente

transmitida pelo Espírito Santo.

Ela nos fornece a sabedoria imediata para

que saibamos o que dizer ou fazer numa

dada situação.

Deus freqüentemente a dá junto com a

Palavra de Conhecimento para que os crentes

possam saber como aplicar esta Palavra

de Conhecimento corretamente. Deus revelou

a Ananias o paradeiro e a condição de

Saulo através de uma Palavra de Conhecimento.

Ele também lhe mostrou, pela Palavra

de Sabedoria, o que ele deveria fazer

nesta situação difícil.

Nota: É uma palavra (logos) de sabedoria,

e não o dom de sabedoria.

b. Ilustração. Um homem entra em dificuldades

legais e consulta o seu advogado.

O advogado não dá ao seu cliente toda a

sabedoria e conhecimento que ele tem. Ele

extrai a palavra, ou a porção do seu conhecimento

que se aplica às necessidades de

seu cliente, e transmite esta palavra. Igualmente,

Deus, que sabe todas as coisas, extrai

do seu estoque infinito de sabedoria, a

porção de sabedoria em particular que é

necessária para um de Seus filhos. Ele envia

isto pelo Espírito.

c. Distinção.

A PALAVRA DE SABEDORIA

1) Não é uma sabedoria natural.

2) Não é a sabedoria obtida por realizações

acadêmicas.

3) Não é a sabedoria obtida pela

experiência.

4) Não é nem a sabedoria para se

entender a Bíblia.

5) Ela é sobrenatural quanto às suas

características.

6) Ela é dada como o Espírito Santo

quiser (1 Co 12:11).

7) Ela é dada para uma necessidade

ou situação específica.

620 / SEÇÃO D1 D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

O discernimento dos espíritos é o terceiro

dos dons de revelação. A Palavra de Sabedoria

e a Palavra de Conhecimento são os

outros dois. É um dom divino transmitido

pelo Espírito Santo para que possamos penetrar

na esfera espiritual para distinguirmos

o espírito de Satanás (maus espíritos), o Espírito

de Deus e o espírito humano. Através

dele podemos discernir a origem de certas

ações, ensinamentos, circunstâncias, etc., que

foram inspirados por seres espirituais.

Este dom é mais limitado que os outros

dois dons de revelação. A revelação dada

neste caso é limitada à origem do comportamento

em questão. No entanto, o discernimento

de espíritos é tão sobrenatural em

sua operação quanto qualquer um dos outros

oito dons. Ele fornece à igreja informações

que não são disponíveis de nenhuma

outra maneira.

a. A Função do Dom. O dom do discernimento

dos espíritos nos dá um entendimento

sobrenatural da natureza e atividade

dos espíritos. Ele nos capacita a distinguirmos

se determinada atividade espiritual tem

uma origem divina, satânica ou humana e revela

a natureza dos espíritos em questão.

É fácil confundirmos as obras do espírito

de Satanás com as do Espírito de Deus.

Satanás sempre tenta falsificar as obras do

Espírito Santo. Satanás é conhecido como o

enganador, o pai das mentiras, e a serpente.

Todos estes títulos significam a fraudulência

sutil e artificiosa que ele usa para produzir

o mal sempre que possível. Muitas vezes

as suas falsificações são tão plausíveis que

as pessoas podem ser inteiramente enganadas,

a menos que alguém que exercite o dom

sobrenatural de discernimento de espíritos

esteja presente. Se as atividades demoníacas

estivessem tão obviamente exalando uma

intenção perversa e repulsiva como tendemos

a imaginar, não haveria nenhuma utilidade

para este dom do Espírito.

Na narrativa da jovem com o espírito de

adivinhação em Atos 16, Paulo desafiou o

espírito que talvez pudesse ter enganado fa-

8) Ela não é o dom de sabedoria,

mas a palavra de sabedoria.

d. Alguns Exemplos Bíblicos

1) Lucas 4:1-13. Jesus tentado no deserto.

As respostas que Jesus deu a Satanás

foram palavras de sabedoria transmitidas

pelo Espírito Santo.

2) Lucas 20:22-26. Os escribas tentaram

armar uma cilada para Jesus, mas a

Palavra de Sabedoria, dada pelo Espírito,

confundiu a todos eles.

3) João 8:3-11. Novamente os escribas

e fariseus tentaram armar uma cilada

para Jesus, mas as Suas palavras sábias e a

maneira como Ele cuidou da situação confundiu

Seus adversários.

4) Atos 6:1-5. Dando sabedoria na administração

da igreja.

5) Atos 15:28. Resolvendo uma crise

na igreja.

6) Atos 27:23,24. Deu a Paulo o controle

da situação, o que resultou na salvação

de muitas vidas.

e. Nota: A Palavra de Sabedoria foi prometida

a todos os discípulos de Cristo:

“Proponde pois em vossos corações não

premeditar como haveis de responder; porque

eu vos darei boca e sabedoria a que não

poderão resistir nem contradizer todos

quantos se vos opuserem” (Lc 21:14,15).

f.Observação. A Palavra de Sabedoria

não é essencialmente um dom vocal mas

sim um dom de revelação. Ela é recebida

silenciosamente dentro do nosso espírito.

Ela sai quando ela é expressa verbalmente

em aconselhamentos, pregações, profecias,

ou quando agimos baseados nela.

8. Discernimento de Espíritos

(1 Co 12:10)

O discernimento de espíritos é um assunto

mais importante do que geralmente

imaginamos. Se este dom espiritual fosse

usado mais freqüentemente com o seu complemento

quando se expulsam demônios,

muitos dos problemas que enfrentamos hoje

seriam grandemente minimizados.

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 621

cilmente a outros servos de Deus. A jovem

fez uma declaração perfeitamente verdadeira

quando ela disse: “Estes homens, que nos

anunciam o caminho da salvação, são servos

do Deus Altíssimo”, mas o espírito que

estava falando era um mau espírito.

Por que um espírito mau faria propaganda

dos apóstolos desta maneira? Porque não

era de nenhum crédito ou ajuda ao Evangelho

ou seus ministros terem uma pessoa assim,

seguindo-os e sem dúvida, fazendo com que

muitos pensassem que ela era um deles.

b. A Operação e Necessidade Deste

Dom Hoje. O dom de discernimento de

espíritos está experimentando o seu próprio

reavivamento em muitas partes do

mundo hoje em dia. Ele pode ser visto em

ação no ministério de muitos homens de

Deus, na renovação atual. É absolutamente

essencial que este dom opere para que a

Igreja possa realizar a sua missão por completo

e destruir as obras do diabo. Há tantos

demônios no mundo, hoje, quanto havia

na época em que Jesus andou pela terra e

nos dias da Igreja Primitiva. O propósito

deles ainda é declaradamente maligno. Este

dom sobrenatural é especialmente necessário

para missionários e obreiros em terras

pagãs onde o espiritismo, satanismo e ocultismo

são abundantes.

c. Como o Dom de Discernimento

de Espíritos Funciona. A primeira e mais

óbvia função deste dom é revelar a presença

de espíritos malignos na vida das pessoas

ou igrejas. No entanto, ele também funciona

para avaliar a fonte de uma mensagem

profética, de um ensinamento em particular,

ou de alguma manifestação sobrenatural.

A pessoa que exercita este dom será capaz

de dizer se a fonte de uma mensagem

ou ação é demoníaca, divina ou meramente

humana. Se for discernido que a fonte é demoníaca,

a pessoa que exercita esse dom

geralmente será capaz de revelar:

1) A Natureza do Demônio. Isto se

refere ao seu tipo de obra: mentir, causar

enfermidades (como por exemplo câncer,

cegueira, surdez, etc.), um comportamento

impuro e coisas semelhantes.

2) O Nome do Demônio. Isto é geralmente

revelado com a natureza do Demônio,

ainda que não seja realmente incomum

ter-se a revelação do nome próprio do Demônio.

3) O Número de Demônios. Este é o

caso da “legião”, ou Maria, da qual Jesus

expulsou sete demônios. Realmente não é

incomum que uma pessoa seja possuída por

mais de um espírito de uma só vez. Esta é

uma parte das informações reveladas pelo

dom de discernimento de espíritos.

4) A Força de Determinados Demônios.

Geralmente, durante um confronto

com um espírito maligno, a pessoa que exercita

o discernimento de espíritos sabe por

revelação qual, dentre os vários demônios,

é o mais forte e tem a maior autoridade.

5. Com Relação a Obter Informações.

Muitas vezes, os próprios demônios

dão muitas informações, verbalmente, à

pessoa que eles sabem que discerniu sobrenaturalmente

a presença deles e que tem o

poder de expulsá-los. No entanto, já que

podemos esperar que os demônios vão mentir,

é uma boa idéia tratarmos as informações

que eles dão, com suspeitas e contarmos

com as informações sobrenaturalmente

dadas pelo Espírito Santo.

d. O Discernimento de Espíritos nem

Sempre Envolve a Fé Para Expulsar os

Demônios. Ainda que o dom de discernimento

de espíritos seja essencial para uma

libertação eficaz, ele não é suficiente por si

mesmo. Ele precisa operar junto com os

dons da fé e de operação de milagres. São os

que exercitam estes dons que têm mais êxito

na expulsão de demônios.

9. O Dom de Fé (1 Co 12:9)

Já que a fé lida com o futuro e com o

invisível – as coisas não fisicamente experimentadas

– o dom de fé é a habilidade especial

dada a alguém com o chamado de exercitar

uma capacidade extraordinária de crer.

622 / SEÇÃO D1 D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

Deus sobrenaturalmente esvazia esta pessoa

de qualquer dúvida e a enche com uma

fé especial que a capacita a realizar o propósito

de Deus, apesar de todas as circunstâncias

contrárias e contraditórias da vida.

É uma dispensação especial de fé que Deus

concede a um crente cheio do Espírito quando

a tarefa que Ele deu a este crente requer

mais que uma fé ordinária ou geral.

O dom de fé tem uma função vastamente

superior àquela da fé geral, a qual cresce da

semente original da fé salvadora que Deus

plantou em nosso coração (veja Rm 1:17). O

grau da fé geral cresce com os estágios de desenvolvimento

do crente (“pequena fé”,

“grande fé”, etc.). A fé geral cresce como resultado

de nos alimentarmos na Palavra, de sermos

exercitados através das circunstâncias da

vida, e assim por diante. Ela pode desenvolver-

se até um nível muito elevado. Contudo, o

dom de fé tem uma função superior até mesmo

ao mais alto nível de fé geral.

Alguns tradutores se referem ao dom de

fé como uma fé especial. Isto indica uma fé

concedida pelo Espírito Santo para satisfazer

as nossas necessidades em circunstâncias

especiais e extenuantes. Isto ainda sugere

que o dom de fé não reside permanentemente

em nenhum crente, mas sim que

cada manifestação é um dom de fé separado.

Um episódio na vida de Elias ilustra

isto quando ele declarou ao rei Acabe que

não haveria chuva até que ele falasse a palavra

e que depois haveria chuva novamente

de acordo com sua palavra (1 Rs 17:1). O

seu dom de fé produziu o cumprimento

miraculoso desta profecia.

Contrariamente, esta fé extraordinária estava

faltando quando Elias se assentou debaixo

de um zimbro, temeroso, desanimado

e querendo morrer porque não era necessário

naquele momento (1 Rs 19:4). Ele não

havia perdido a sua fé em Deus ou em Sua

Palavra. Sua própria fé foi fortalecida e o

ensinou a crer em Deus e a se reanimar quando

Deus lhe disse que Ele tinha outros sete

mil seguidores fiéis em Israel.

Deus quer que você saiba que você pode

seguir adiante confiantemente, sabendo que

quando exigências especiais são colocadas

sobre você, Ele lhe dará, sobrenaturalmente,

uma fé especial para capacitá-lo a cumprir

os Seus propósitos.

a. Como o Dom de Fé Funciona? Parece

que o dom de fé funciona duma maneira

passiva, mas isto nem sempre é assim.

A proteção de Daniel dos leões (uma

ocasião passiva do dom de fé) parece contrastar

com a ocasião em que Sansão matou

o leão, o que é um exemplo do envolvimento

ativo do homem na manifestação

do poder de Deus. Este seria um exemplo

da operação de milagres. Esta impressão

de que o dom de fé funciona passivamente

é porque ele geralmente é operado em cooperação

com dons mais dramáticos (por

exemplo, a operação de milagres, os dons

de curas, etc.).

O dom de fé também funciona quando

falamos a palavra de fé – “Cri, por isso

falei” (2 Co 4:13). Portanto, as palavras

que um homem de Deus fala ao ser inspirado

pelo Espírito são confirmadas por Deus

como se fossem Suas próprias palavras.

Os resultados nem sempre são imediatos,

mas eles são certos. Este dom pode

funcionar de várias maneiras (por exemplo,

para abençoar, para maldizer, para criar, para

destruir, etc.).

Há alguns exemplos notáveis do dom de

fé funcionando através da palavra falada:

1) Josué Ordenou que o Sol e a Lua

Parassem (Js 10:12-14).

2) Elias Controlou o Tempo Através

de Sua Palavra, “...nestes anos nem orvalho

nem chuva haverá senão segundo a

minha palavra...”, “...e, por três anos e

seis meses, não choveu sobre aterra” (1

Rs 17:1; Tg 5:17).

3) Paulo Silenciou a Elimas. “...e

ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo”

(At 13:11).

4) Pedro Julgou a Ananias e Safira

(At 5).

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 623

As Escrituras ensinam o princípio da palavra

de fé:

“...tudo o que disser lhe será feito” (Mc

11:23), com relação à injunção: “Tende fé em

Deus” (Mc 11:22) e a Jó 22:28 - “Determinando

tu algum negócio, ser-te-á firme...”

10.Dons de Curas (1 Co 12:9).

As três referências a este dom em l Coríntios

12 estão nos versículos 9, 28 e 30. Em

cada uma destas, as palavras originais são:

charismata iamaton. Ambas as palavras estão

no plural, o que faz com que a tradução

correta desta frase seja dons de curas.

Os dons de curas funcionam sobrenaturalmente

para curarem doenças e enfermidades

sem nenhuma espécie de meios naturais.

É o poder do Espírito Santo que vem

por sobre o corpo de uma pessoa, dissolvendo

suas enfermidades e tirando suas

dores para curá-la.

O uso dos substantivos no plural enfatiza

a abundância dos dons de cura de Deus

disponíveis aos homens que sofrem enfermidades.

Isto também pode enfatizar que a

cura de Jesus liberta de toda doença, fraqueza,

praga, deformidade e aflição. Isto também

sugere que há uma grande variedade de

manifestações deste dom (1 Co 12:4-7).

O exercício dos dons de curas não dá à

pessoa que o exercita a habilidade de curar

todos os doentes em todo o tempo.

Algumas pessoas não compreendem bem

este ponto e perguntam porque não entramos

em hospitais e lugares semelhantes e

curamos a todos os que estão doentes. Até

mesmo Jesus não fez isto. Ele apenas foi a

um lugar que poderia corresponder a um hospital

moderno uma vez, quando Ele foi ao

tanque de Betesda, onde havia multidões de

doentes. Mesmo assim, Ele escolheu apenas

um dentre todos eles e o curou. Muitas vezes

lemos a respeito de grandes multidões de

doentes que vieram a Jesus e vemos que Ele

“os curou a todos”. Um princípio importante

da cura divina é que a pessoa precisa vir a

Jesus como um exercício de fé e cooperação.

a. O Propósito dos Dons de Curas.

1) Libertar os Doentes e Aflitos e

destruir as obras do diabo em corpos humanos

(1 Jo 3:8; At 10:38 e Lc 13:16)

2) Provar a Reinvidicação de Cristo

de que Ele é o Filho de Deus (Jo 10:36-38).

3) Confirmar a Palavra (Mc 16:17-

20, At 7:29-39, 33).

4) Atrair as Pessoas ao Som do

Evangelho (Mt 4:23, 25)

5) Trazer Glória a Deus (Mc 2:12;

Lc 13:13; 18:43; Jo 9:2,3).

O Espírito Santo dá dons de curas aos

servos de Deus para que os transmitam a

quem quer que o Senhor deseje curar para

os Seus próprios propósitos. Como todos

os outros dons, os dons de curas não somente

têm que ser dados, mas também têm

que ser recebidos. Assim como há um princípio

de fé com relação a como ministrar

estes dons, há também um princípio que

trata com a maneira de recebê-los. Ezequias

teve dificuldades em receber o dom de cura

que Deus enviou a ele. A sua fé teve que ser

edificada de uma maneira especial, através

do milagre registrado em 2 Rs 20:8-11 (Veja

também 2 Rs 5:10-14). Naamã teve dificuldade

em receber o dom de cura que Deus

havia enviado a ele através de Eliseu. A cura

em geral requer um duplo ato de fé: fé para

receber e fé para administrar o dom de cura.

Ainda que haja exceções a esta regra,

Deus sempre deseja curar. No entanto, às

vezes, os canais normais, através dos quais

o Seu poder de cura flui, não estão funcionando

muito bem. Isto pode requerer que

Deus envie um dom de cura especial. Às

vezes, Deus comunica os dons de curas através

dos canais de curas normais; em outras

ocasiões, através de meios extraordinários,

de acordo com a Sua vontade (por exemplo,

a sombra de Pedro).

11.Operação de Milagres

(1 Co 12:10)

Um milagre acontece quando Deus intervém

no curso normal da natureza. O dom

624 / SEÇÃO D1 D1.3 – Os Dons do Espírito Santo

de operação de milagres acontece quando

Deus nos capacita com poder pelo Espírito

Santo a fazermos algo completamente fora

do campo das habilidades humanas. Ele nos

dá isto numa ocasião específica para um

propósito especial.

Todos os dons do Espírito são miraculosos,

mas o uso da palavra “milagre”, neste

caso, se refere a atos de poder.

a. Os Milagres Dão Uma Prova Inegável

da Ressurreição. Se Jesus não estivesse

vivo, o Seu nome não teria nenhum

poder para curar os doentes e operar milagres

(At 4:33). Pedro convenceu aos judeus

incrédulos da ressurreição de Jesus Cristo e

de sua necessidade de arrependimento por

força do fato de que o nome de Jesus ainda

tinha poder para curar os doentes e operar

milagres.

b. As Obras de Milagres em Nome

de Jesus, Foram Acompanhadas do Seguinte:

1) Deu Ousadia. Isto deu ousadia aos

crentes para que pregassem a Cristo (At

4:29,30). As pessoas reconheceram que eles

haviam estado com Jesus, o Operador de

Milagres (At 4:13).

2) Encorajou a Orar. Isto fez com

que os crentes tivessem mais fome por

Deus (At 4:31).

3) Convenceu dos Pecados. Isto convenceu

e condenou os homens por seus pecados

(At 5:28,33).

4) Cinco Mil Foram Convertidos.

Cinco mil pessoas se converteram, em um

dia, através de um milagre (At 4:4; 5:14).

5) Glorificaram a Deus. Todos os

homens glorificavam a Deus pelo que foi

feito (At 4:21).

6) Espalharam o Evangelho. Isto espalhou

o Evangelho rapidamente (At 5:14-

16).

Antes que Jesus começasse a operar milagres,

ninguém O seguia a nenhum lugar.

Ele deve ter pregado freqüentemente na sinagoga,

pois Lucas 4 diz que este era o Seu

costume. Mas, quando os milagres em Lucas

4:33-35 aconteceram, “a sua fama divulgou-

se por todos os lugares em redor

daquela comarca” (Lc 4:37). Daí em diante

as multidões se comprimiam ao Seu redor

para ouvirem as Suas palavras e para

verem os Seus milagres. “E grande multidão

o seguia; porque via os sinais que operava

sobre os enfermos” (Jo 6:2).

c. Onde Quer que os Discípulos Pregavam,

Curavam os Doentes, Expulsavam

os Demônios e Operavam Milagres,

Multidões se Voltavam a Cristo.

1) Em Samaria. Samaria prestou atenção

a Filipe, porque viam e ouviam os sinais

que ele fazia (At 8:6).

2) Em Sarona e Lida. Todos os habitantes

de Sarona e Lida voltaram-se ao Senhor

quando Pedro disse a Enéias: “Jesus

Cristo te dá saúde; levanta- te e faze a tua

cama.” E ele se levantou imediatamente (At

9:34).

3) Em Jope. Muitas pessoas em Jope

creram quando Pedro ressuscitou a Dorcas

(At 9:42).

4) Em Listra. O povo de Listra pensou

que os deuses tivessem descido a eles

quando eles viram o coxo andar e saltar por

causa da palavra de Paulo (At 14:8-18).

“E muitos sinais e prodígios eram feitos

entre o povo, pelas mãos dos apóstolos. E

a multidão dos que criam no Senhor, tanto

homens como mulheres, crescia cada vez

mais. De sorte que transportavam os enfermos

para as ruas, e os punham em leitos

e em camilhas para que ao menos a sombra

de Pedro, quando este passasse, cobrisse

alguns deles. E até das cidades

circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém,

conduzindo enfermos e atormentados

de espíritos imundos; os quais todos

eram curados” (At 5:12-16).

5) O Livro de Atos. O Livro de Atos

termina com milagres em força total (At

28:8,9). Quando as pessoas viram a Públio

curado, elas creram que se Deus podia curar

uma pessoa, então Ele era capaz e queria

curar a todos que tinham necessidade de cura.

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DONS DO ESPÍRITO SANTO SEÇÃO D1 / 625

Quando as pessoas pensam e crêem corretamente

com relação a Deus, então elas recebem

d’Ele o que Ele tanto deseja dar para

elas.

d. Os Milagres nas Vidas dos Crentes.

A operação de milagres é a capacitação

do Espírito Santo, dando ao crente a habilidade

de operar um milagre, em contraste

com Deus operando milagres na vida de um

crente. Assim sendo, muitos que nunca receberam

o dom de operação de milagres têm,

muitas vezes, experimentado milagres estupendos

que Deus operou para eles.

1) Libertação. Milagres de libertação

como o de Pedro em At 5:17-20 e novamente

em At 12:1-10. Também o de Paulo e

Silas em At 16:15-30.

2) Transladação, “...o Espírito do Senhor

arrebatou a Filipe, e não o viu mais o

eunuco” (At 8:39).

Estes e muitos outros exemplos são milagres

operados por Deus na vida dos crentes;

às vezes até mesmo sem a cooperação

dos crentes. Estes não são, portanto, exemplos

em que o dom de operação de milagres

estava em funcionamento. Em contraste,

agora apresentamos três casos em que este

dom estava funcionando.

e. Milagres Operados pelos Crentes.

1) Atos 19:11: “E Deus pelas mãos de

Paulo fazia maravilhas extraordinárias”.

2) Atos 9:40. Pedro ressuscitou a

Dorcas.

3) Atos 20:9-12. Paulo restaurou a vida

de Êutico.

f. Operação Prática Deste Dom

1) A Unção do Espírito Santo para

criar uma confiança e autoridade especiais.

2) Uma Palavra de Fé e autoridade.

Elias disse que o deus que respondesse por

fogo seria o Senhor de Israel. O fogo que

desceu foi um exemplo da operação de milagres.

3) Um Ato Ousado de Fé.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

626 / SEÇÃO D2 D2.1 – A Visão Bíblica

SEÇÃO D2

APRENDA A JULGAR A PROFECIA

R. Edward Miller, Argentina

Estes são os três domínios comuns de

profecia e com os quais o aprendiz pode

praticar seu dom com toda a humildade e

sem medo contudo com reverência santa

para edificação, exortação e conforto.

1 Coríntios 14:31 diz: “Porque todos

podereis profetizar, um depois dos outros;

para que todos aprendam...”

Obviamente, existe alguma coisa para se

aprender. Sustenta a razão de que quando

alguém está aprendendo irá, inevitavelmente,

cometer alguns erros. Estes erros não devem

ser obstáculos para quem deseja seguir

ao Senhor com humildade e sinceridade.

O aprendiz deve permanecer dentro dos

domínios do aprendizado de:

1. Edificação

(a formação do ouvinte, em fé e amor ao

Espírito Santo);

2. Exortação

(o desejo do ouvinte de apressar-se em

direção à meta, com um amor e uma atividade

mais poderosos);

3. Consolo

(levar o consolo aos acusados, aos feridos,

aos aflitos).

C. A CONDENAÇÃO É DE DEUS

João 3:17 declara que “...Deus enviou o

seu Filho ao mundo, não para que condenasse

o mundo.” Romanos 8:1 declara:

“Portanto agora nenhuma condenação há

para os que estão em Cristo Jesus...”

Quando, em vez de consolo existe condenação,

ela deve ser rejeitada. Romanos

8:34 pergunta: “Quem os condenará? Pois

é Cristo quem morreu...”

Capítulo 1

A Visão Bíblica

Tenho encontrado um crescente interesse

na maravilhosa e poderosa operação de

um dos Dons do Espírito: o Dom de Profecia

– que revela as expressões vocais do

Espírito através da mente e dos lábios de

um homem ou de uma mulher. Acho que um

estudo breve de “perguntas e respostas”

seria oportuno e benéfico.

A. A PROFECIA É SEMPRE

PERFEITA?

1 Coríntios 13:9 mostra “Porque, em

parte conhecemos, e em parte profetizamos.”

A Palavra mostra que a profecia está em

estado imperfeito e está “em parte.”

1 Tessalonicenses 5:20, 21 diz: “Não

desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende

o bem.”

Não desprezar as profecias é uma palavra

de ordem. Mas as palavras que seguem,

“Retende o bem” insinua claramente que

existirão coisas que não serão boas e, portanto,

não devem ser retidas firmemente.

Não devemos desprezar o dom nem as

suas funções, contudo devemos reconhecer

os canais através dos quais ele surge.

Portanto, a profecia deve ser provada e

julgada cuidadosamente antes de ser aceita

como uma palavra exata e verdadeira do

Espírito de Deus.

B. QUAIS SÃO OS DOMÍNIOS

SEGUROS DE PROFECIA?

1 Coríntios 14:3 declara: “Mas o que

profetiza fala aos homens para edificação,

exortação e consolação.”

APRENDA A JULGAR A PROFECIA SEÇÃO D2 / 627

Ele sepultou toda a nossa condenação

na cruz.

Portanto, a profecia da condenação pode

nunca ter sido obra do Espírito Santo. O

Espírito pode admoestar, exortar e repreender,

contudo Ele o faz com muito carinho,

influenciando a pessoa para o arrependimento

e o amor, mostrando sempre a saída

para o problema. O Espírito Santo jamais

deixa alguém num buraco profundo de

depressão e condenação, sem misericórdia

nem esperança para erguê-lo novamente

para a graça do Seu terno perdão.

Tais palavras proféticas condenatórias,

as quais são comumente rudes e devastadoras

para o ouvinte, devem ser reconhecidas

como sendo de um outro espírito, e não

como do Espírito de Cristo.

D. QUAL É A ORIGEM DA

PROFECIA?

As Escrituras declaram claramente que a

profecia pode ser sugerida por uma das três

fontes:

1. Um Espírito Humano

– alguém falando o que está no próprio

coração (Ez 13:2,3).

2. Um Espírito Mentiroso

– do diabo (2 Cr 18:21).

3. O Espírito Santo

O verdadeiro espírito de profecia, do alto,

movido pelo Espírito Santo.

4. Uma Mistura de Todos Três

A profecia pode ser uma mistura de qualquer

um dos três acima.

Há o exemplo clássico do Apóstolo Pedro

falando a Palavra de Conhecimento,

quando ele disse: “Tu o Cristo, o Filho de

Deus vivo.”

Jesus comprovou que a carne e o sangue

não revelaram a Ele, mas o Pai. A fonte daquelas

palavras poderosas era o Pai.

Então, alguns minutos mais tarde, Jesus

Se voltou e repreendeu Satanás, falando através

dos lábios do mesmo apóstolo.

Jesus estava mostrando quão facil e rapidamente,

o espírito iníquo podia falar através

dos lábios de alguém que ama o Senhor, sem

que esse alguém nem mesmo percebesse.

O que Pedro falou foi para alertar os

ouvidos imprudentes. Jesus percebeu o intento

destrutivo de Satanás para introduzir

a auto-piedade.

E. QUANDO DEVEMOS USAR A

PROFECIA?

Há três outros domínios de profecia que

estão mais expostos ao engano e, devido à

sua verdadeira natureza, devemos ser cautelosos

com relação a eles. Esses três domínios

são:

1. Quando é Uma Palavra de

Conhecimento

“Os segredos do seu coração ficarão

manifestos” (1 Co 14:25) – um efeito da

Palavra de Conhecimento.

2. Quando é Predição

– coisas que estão por vir – um efeito

da Palavra de Conhecimento.

3. Quando é Orientação

– um efeito da Palavra de Sabedoria.

A “orientação” errada pode causar uma

destruição maior na vida dos filhos de Deus

e é o domínio onde os espíritos iníquos mais

se regozijam em entrar.

1 Samuel 10:1-10, mostra claramente o

funcionamento desses três domínios proféticos.

Primeiro, Samuel revelou o segredo do

coração de Saul – que ele estava procurando

os jumentos perdidos. Depois, ele fez uma

predição: deu três indícios do que iria acontecer

num curto espaço de tempo:

• Saul encontraria dois homens que diriam,

“Os jumentos foram encontrados.”

• Depois, ele encontraria três homens

628 / SEÇÃO D2 D2.1 – A Visão Bíblica

com três crianças, três pães e uma

garrafa de vinho. Os homens lhe dariam

dois pães.

• Aí, então, Saul encontraria um grupo

de profetas vindo do alto com saltérios,

tambores, flautas e harpas e que

profetizariam. O Espírito do Senhor

viria sobre Saul e ele profetizaria.

Todas as predições se realizaram. E veio,

então, a obediência à orientação que Samuel

havia dado:

“Descerás diante de mim a Gilgal; ali

sete dias esperarás, até que eu venha a ti.”

Saul obedeceu à orientação, quando todas

as outras predições se concretizaram.

F. A PROFECIA É SEMPRE ÚTIL?

Muitas vidas têm sido prejudicadas e

levadas pela confusão, pelo uso errado da

profecia. Contudo, a Palavra nos diz claramente:

“Não desprezeis as profecias” (1

Ts 5:20). Depende de nós, encontrar o caminho

certo para o alto dessa gloriosa montanha.

Tenho testemunhado alguns dos mais

surpreendentes benefícios feitos através do

precioso Dom de Profecia. Não é de admirar

que através da falsificação das palavras,

o inimigo deseje enganar e fazer com que

este maravilhoso processo de Deus caia em

descrédito.

G. O QUE A NOSSA REAÇÃO À

PROFECIA REVELA?

Se a profecia pessoal revela um futuro

ministério de grande importância, e o nosso

ego se infla por causa disso, então existe alguma

coisa errada em nosso coração: o orgulho

está lá. Devemos correr para o Senhor

para que nos libertemos de tal sentimento.

Quando a profecia pessoal revela um futuro

ministério de grande importância e faz

com que caiamos de joelhos aos pés do Senhor,

com profunda humildade, ela pode

ser uma ajuda e uma bênção.

Quando o Senhor falou uma palavra profética

a Saul, no caminho para Damasco,

Saul jejuou e orou durante três dias (Atos

9:3-11; 26:13-18)

A condição de humildade de coração é

sempre o lugar seguro. Satanás disse: “Eu

subirei ao céu” (Is 14:13,14).

Subir é a direção que Satanás sempre

toma.

Jesus, primeiro desceu (Ef 4:9); por essa

razão Seu Pai O exaltou. Jesus sempre desceu

(Fp 2:7,8).

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei

de mim,” Ele diz “que sou manso e

humilde de coração” (Mt 11:29).

Nem o leão nem seus filhotes jamais passaram

naquele caminho (Jó 28:8).

H. QUEM DEVE CONFIRMAR A

PROFECIA?

“Por boca de duas ou três testemunhas

será confirmada toda a palavra” (2

Co 13:1). A lei da confirmação é um importante

“deve” no julgamento e aprovação de

uma palavra profética. Deus está sempre

pronto para confirmar a Sua Palavra com

sinais e maravilhas.

As palavras proféticas não importantes

– especialmente aquelas que lidam com orientação

ou que afetariam a nossa vida – não

devem ser aceitas sem a completa confirmação

por:

1. Aqueles que Não Estão

Familiarizados com a Profecia;

2. As Escrituras;

3. Uma Outra Palavra de Deus.

O seguinte versículo mostra a confirmação

da profecia ao que Deus havia dito:

“Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a

obra a que os tenho chamado’’ (At 13:2).

Isto significa que houve uma palavra anterior

para eles.

I. QUEM DEVE JULGAR A

PROFECIA?

A palavra profética deve ser exposta ao

julgamento daqueles que foram instituídos

APRENDA A JULGAR A PROFECIA SEÇÃO D2 / 629

profetas e homens de Deus. Somos seriamente

advertidos:

“Amados, não creiais a todo o espírito,

mas provai se os espíritos são de Deus;

porque já muitos falsos profetas se têm levantado

no mundo” (1 Jo 4:1). As Escrituras

dizem:

“E falem dois ou três profetas, e os outros

julguem” (1 Co 14:29).

Isto sustenta a razão de que alguém que

não tenha o dom da profecia, não está qualificado

para julgar, salvo nos princípios

fundamentais dos critérios já mencionados,

ou na Palavra escrita.

Mas é melhor que o espírito da expressão

vocal seja deixado para o julgamento

dos homens qualificados no campo da profecia.

J. QUANDO A PROFECIA DEVE SER

REJEITADA?

É sempre um sinal de advertência se alguém

se recusa a ter a sua palavra de revelação,

profecia ou expressão, trazida para julgamento

e confirmação pela Palavra escrita

de Deus.

É melhor rejeitá-la imediatamente, pois

indiferentemente do quanto a profecia possa

ser correta, e de quão maravilhoso é o êxtase

do momento, se ela é contrária à Palavra,

então não a receba sob nenhuma condição.

O verdadeiro homem de Deus recebe o

julgamento com alegria. O Espírito de Cristo

dentro dele o faz “sem parcialidade e

sem hipocrisia” (Tg 3:17). Ele está sempre

pronto para admitir que é imperfeito na sua

matéria e que não é, de modo algum, infalível.

Em outras palavras, nós sabemos somente

“em parte” e profetizamos “em parte.”

K. CONCLUSÃO

Não desprezemos nem evitemos este extraordinário

processo do Espírito de Deus

– sejamos “espertos como as serpentes”.

Não nos deixemos entrar em controvérsias

ou em disputas, e nem permitamos receber

qualquer expressão vocal que pretenda ser

a Palavra infalível de Deus, sem uma confirmação

apropriada.

Não permita que alguém empregue a autoridade

sobre você dizendo “Sim, sim, assim

falou o Senhor”. Se Deus falou, então

eu não preciso brigar para prová-lo.

Deste modo, irmãos, sejamos espertos e

humildes e procuremos glorificar o nosso

Deus, mas sem desprezar, sem ignorar e

sem evitar as profecias. Desfrutemos de suas

poderosas bênçãos e do poder de toda a

sabedoria do Espírito Santo. Com grande

humildade em nossas mentes “prossigamos

até a perfeição” (Hb 6:1).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

630 / SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

SEÇÃO D3

FAÇA COM QUE A FÉ DELES CRESÇA

Ralph Mahoney

Em resposta a este ensinamento sobre

perdão e relacionamentos humanos, os apóstolos

suplicaram ao Senhor: “Acrescentanos

a fé” (versículo 5).

E necessário que haja fé para se entender

os santos adversos. Como disse o poeta há

alguns anos atrás: “Viver no céu com os

santos que amamos será a glória. Viver na

terra com os santos que conhecemos... bem,

isto é outra história!”

Quando Jesus começa a falar sobre “viver

na terra com os santos que eles conhecem”,

imediatamente eles reconhecem a necessidade

de aumentar a sua fé.

A. A FÉ CRESCE EM ETAPAS

O próximo versículo, Lucas 17:6 é, provavelmente,

a mais incompreendida passagem

sobre fé, nas Escrituras: “E disse o

Senhor: Se tivésseis fé como um grão de

mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-

te daqui e planta-te no mar; e ela vos

obedeceria”.

A passagem paralela, em Marcos 11:23

menciona não somente árvores mas também

montes: “Porque em verdade vos digo

que qualquer que disser a este monte: Ergate

e lança-te no mar; e não duvidar em seu

coração, mas crer que se fará aquilo que

diz, tudo o que disser lhe será feito”.

Não há muitos de nós reajustando a topografia

(movendo montanhas); deste modo

“espiritualizamos” este conceito de fé que

move montanhas.

Deus quer que a Palavra d’Ele seja cumprida.

Ele diz em Jeremias 1:12: “...porque

eu velo sobre a minha palavra para a fazer

cumprir”, ou, numa tradução melhor: “Estarei

por trás da minha palavra para fazer

Capítulo 1

Como Cresce a Semente de

Mostarda?

Introdução

Uma das razões porque o Senhor nomeia

discípulos, é para capacitá-los a lidar

com o crente. Quando Jesus foi a Nazaré, a

cidade da Sua infância e da Sua adolescência,

a Bíblia diz: “E não podia fazer ali obras

maravilhosas... E estava admirado da incredulidade

deles...” (Mc 6:5,6).

Existe algo como incredulidade associada

ou comunidade, que impede a obra de

Cristo. Seguindo este comentário no sexto

capítulo de Marcos, vemos a afirmação direta:

“E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando”.

Por que? Porque o ensinamento

é o antídoto para a incredulidade.

Não amamos as pessoas que estão na

incredulidade; nós as ensinamos a sair dela.

Portanto, precisamos ser ensinados na fé;

no potencial de fé que está em nós; nos

princípios que governam o crescimento da

fé e, particularmente, em como aumentar a

nossa fé.

Quando Jesus fala sobre fé, Ele sempre

Se refere ao nosso relacionamento com outras

pessoas. Se a nossa fé está crescendo,

ela envolve o nosso relacionamento com outros

crentes.

Em Lucas 17:3,4, Jesus ensina aos discípulos

dizendo: “Olhai por vós mesmos. E,

se teu irmão pecar contra ti, repreende-o,

e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se

pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes

no dia vier ter contigo dizendo: Arrependo-

me, perdoa-lhe”.

FAÇA COM QUE A FÉ DELES CRESÇA SEÇÃO D3 / 631

com que ela seja cumprida”. Precisamos

encontrar este tipo de fé que “fala” e as

coisas acontecem.

Este é o ponto: há a fé que “fala”, disponível

para os filhos de Deus – “a fé que diz”.

Os expositores da Bíblia interpretaram

Lucas 17:6 deste modo: “é necessário somente

um pouco de fé para fazer muitas

coisas”. O problema com este tipo de doutrina

é que não funciona! “Pouca” fé nunca

realiza muitas coisas.

1. A Fé de Semente de Mostarda

Há alguns anos atrás, encontrei a tradução

de Weymouth que diz: “Se você tem fé

que cresce como um grão de semente de

mostarda...” Quando li isto, o Espírito fez

com que eu compreendesse o ensinamento

de Jesus, de uma nova maneira. Era uma

maneira que eu jamais ouvira antes, alguém

explicar a fé.

Jesus não estava nos dizendo que tudo o

que necessitamos é uma ponta minúscula

de fé, como a minúscula semente de mostarda

para podermos mover árvores e montanhas,

O Senhor estava nos ensinando que

a fé que CRESCE como o grão de semente

de mostarda pode curar o enfermo, expulsar

demônios e ver os sinais que se seguem

(Mc 16:17-20).

Há um comentário divino sobre como o

grão de semente de mostarda cresce, em

Mateus 13:31,32. São palavras do próprio

Senhor: “Outra parábola lhes propôs, dizendo:

O reino dos céus é semelhante ao

grão de mostarda que o homem, pegando

dele, semeou no seu campo; O qual é realmente

a mais pequena de todas as sementes;

mas, crescendo, é a maior das plantas, e

faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves

do céu, e se aninham nos seus ramos”.

Ora, a semente de mostarda é pequena

mas Jesus disse que quando ela cresce é a

maior entre todas as plantas e que se torna

uma árvore suficientemente grande para alojar

os pássaros.

Compreendemos que não é pouca fé,

mas fé crescente que faz muitas coisas e

que este é um conceito de fé radicalmente

diferente. Pouca fé fará algumas coisas e

muita fé fará muitas coisas mas a fé que

cresce era o ideal que Jesus ensinava. É de

“fé em fé” (Rm 1:17) que progredimos em

direção ao resultado da fé amadurecida.

2. A Fé Remove Montanhas

Em l Coríntios 13:2, Paulo fala sobre a

fé que remove montanhas: “E ainda que

tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos

os mistérios e toda a ciência, e ainda

que tivesse toda a fé, de maneira tal que

transportasse os montes...”

Paulo reconhecia que era necessária toda

a fé para remover montanhas. Você não remove

montanhas com semente de fé; você

as remove com toda a fé. É necessária uma

fé totalmente desenvolvida para se transferir

uma montanha para outro local! Paulo

reconheceu isto e Jesus o ensinou.

Em Mateus 17, lemos que Jesus estava

no topo do Monte da Transfiguração com

Pedro, Tiago e João. Durante aquele tempo,

apareceu para os outros nove apóstolos

que estavam embaixo esperando, um

certo homem que tinha um filho lunático.

Isto fazia com que ele caísse dentro do fogo

e dentro da água.

Os nove apóstolos tentaram o exorcismo,

mas não obtiveram sucesso. O homem,

então, foi ao encontro de Jesus que descia

do topo do monte e disse: “E trouxe-o [o

meu filho] aos teus discípulos; e, não puderam

curá-lo” (Mt 17:16). Que acusação!

Eles não puderam curar o filho do homem!

“E repreendeu Jesus o Demônio que saiu

dele, e desde aquela hora o menino sarou.

Então os discípulos, aproximando-se de

Jesus em particular disseram: Por que não

pudemos nós expulsá-lo” (Mt 17:18,19).

Conseqüentemente, os discípulos disseram:

“Senhor, demos àquele rapaz o “tratamento

Carismático” completo: nós o sacudimos,

dissemos “em Nome de Jesus”; fizemos

tudo mas o Demônio não saiu. “Por quê?”

632 / SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

A versão de “King James” diz, “E Jesus

lhes disse: Por causa da vossa incredulidade

...” (Mt 17:20). Portanto, no original

em grego, a palavra é “incredulidade” mas,

mais propriamente “pouca fé” ou “fé pouco

desenvolvida”.

Jesus não estava falando sobre incredulidade

(uma força negativa). Aqueles

discípulos não teriam tentado expulsar demônios

se eles estivessem em estado de incredulidade.

Incredulidade é uma coisa negativa que

descrê, ao passo que o problema daqueles

nove apóstolos era “pouca fé”.

Eles tentaram fazer o trabalho, mas sem

fé suficiente. Portanto, os discípulos não

eram incrédulos. Eles simplesmente não tinham

a fé suficientemente desenvolvida para

lidar com o problema. Eles tinham “semente

de fé” e um problema como “árvore de

certo tamanho”.

Jesus seguiu ensinando-lhes que mesmo

que a fé deles fosse pouco desenvolvida, e

se eles permitissem que ela crescesse como

um grão de semente de mostarda, eles poderiam

eventualmente “dizer a este monte:

Passa daqui para acolá, e há de passar: e

nada vos será impossível” (Mt 17:20).

Em outras palavras, nada deve ser impossível

para você se você tiver fé desenvolvida,

fé que cresce e continua a crescer.

O crescimento da fé é um conceito bíblico.

Nos seus artigos Paulo nos fala em metáforas.

Ele diz que somos transformados “de

glória em glória “ e de “fé em fé” (2 Co

3:18; Rm 1:17). A fé cresce numa série de

passos ou etapas.

3. Deus Dá a Fé

Paulo escreve em Romanos 12:3: “Porque

pela graça que me é dada... conforme a

medida [ou semente] da fé que Deus repartiu

a cada um.”

A fé começa com Deus dando a cada um

de nós a medida da semente da fé. A palavra

“medida” vem da palavra grega metron, que

significa “uma porção limitada”. Esta semente

(porção limitada ou medida) é a dádiva

de Deus para todos os crentes.

Não há cristão que possa dizer “Eu não

tenho fé”, porque as Escrituras dizem que Deus

distribui para cada homem, a medida ou semente

de fé. Um apoio adicional para isto é

encontrado em Efésios 2:8,9: “Porque pela

graça sois salvos, por meio da fé; e isto não

vem de vós; é [fé] dom de Deus. Não vem das

obras para que ninguém se glorie”. Se você é

um crente nascido de novo, aquela semente,

medida e dádiva foi concedida a você.

4. Dois Tipos de Fé

Há dois tipos de fé, e precisamos fazer a

distinção entre elas.

a. Dádiva da Fé. É a “Dádiva da Fé”

mencionada em l Coríntios 12:9. É a comunicação

suprema de uma Dádiva de Fé, de

Deus para você.

b. A Fé Desenvolvida. É o desenvolvimento

da fé em você. Na fé desenvolvida,

se você começar com “5 por cento” de fé e

ela crescer para “75 por cento”, então você

poderá lidar com qualquer situação que encontrar

acima de “75 por cento” de fé.

Por outro lado, se a sua fé não cresce

progressivamente, mas você somente tem

conhecimento de uma dádiva repentina ou

“comunicação” de fé em alguma ocasião

particular, o crescimento da sua fé continua

no nível de 5 por cento.

Alguns cristãos, ainda hoje, narram aquele

grande momento de fé quando um milagre

aconteceu através deles, talvez há uns vinte

anos atrás; mas a fé deles não cresceu desde

aquela época até hoje.

A fé suprema pode vir a você numa dada

situação e um grande milagre acontecerá. Mas,

após essa situação passar, e para a qual você

precisou da Dádiva da Fé, a fé que tomou

conta de você pode não estar mais morando

em você. O desenvolvimento da fé é algo que

permanecerá em você e funcionará para você

em qualquer situação em que você vier a se

encontrar. Uma vez que o problema não exceda

seu nível de crescimento da fé, você

FAÇA COM QUE A FÉ DELES CRESÇA SEÇÃO D3 / 633

sairá sempre vitorioso. Porém se, como os

discípulos, você for contra um problema

maior do que a sua fé desenvolvida, você

pode experimentar a derrota.

B. A FÉ CRESCE PELA OBEDIÊNCIA

Devemos descobrir como a fé pode crescer

na vida do crente. Vamos (ou crescemos)

de “fé em fé” e de “glória em glória”.

Eis um preceito das Escrituras para ser

lembrado: Você conhecerá a glória de Deus

em sua vida somente na proporção do desenvolvimento

da fé na sua vida. A fé desenvolvida

trará um aumento da glória de Deus

sobre a sua vida e sobre o seu ministério.

1. O Potencial de Uma Semente

O princípio do crescimento da fé pode

ser ilustrado numa história sobre o túmulo

do Rei Tut.

O Rei Tut (abreviação de Rei Tutank

Hamon) foi um famoso faraó egípcio, enterrado

por volta de 1357 A.C., numa sepultura-

pirâmide extremamente rebuscada.

A sepultura foi descoberta completamente

intacta em 1922, por um arqueólogo inglês.

Dentro dela, entre os seus tesouros foram

encontrados mel, trigo e milho.

Curioso para ver o que aconteceria após

3.279 anos, o arqueólogo plantou o trigo e o

milho num solo fértil, próximo ao rio Nilo,

onde receberiam umidade e alimento adequado,

provenientes do solo.

Dentro de período normal de maturação,

uma colheita de trigo e milho surgiu – uma

colheita de semente com mais de 3.000 anos

de idade.

Apesar de haver permanecido dormente

por três milênios e meio, naquela semente

havia o potencial para produzir e reproduzir

uma colheita notável. Tudo do que precisou

para crescer, foi do ambiente adequado.

2. Três Elementos Essenciais Para

o Crescimento

A lei natural do crescimento nos ensina

coisas espirituais. Um grão de trigo nunca

crescerá num ambiente inadequado. Contudo,

dando-se as condições adequadas ele

não somente crescerá mas, através do

replantio de cada colheita sucessiva, ele eventualmente

reproduzirá milhares de alqueires

de trigo.

Este mesmo potencial está preso na semente

da fé que Deus tem repartido com

todos os homens. O que fazemos com ela,

determina se ela cresce ou se permanece

uma semente.

Para se desenvolver, a semente necessita

de alimento (solo fértil), água e luz do

sol. Estes são os três elementos essenciais

para um crescimento natural e espiritual.

Metaforicamente, para crescer, a semente

da fé deve ser alimentada no terreno da

Palavra de Deus [não pela escrita mas pelo

Espírito de revelação (Ef 1:17) sobre a Palavra],

regada pela obediência à Palavra e

banhada na luz do sol do amor de Deus

derramado em nosso coração, pelo Espírito

Santo (Rm 5:5; Gl 5:6).

a. Solo – Ouvir a Palavra de Deus.

Quando falamos da Palavra de Deus como

sendo o solo no qual a semente da fé cresce,

não estamos nos referindo somente à Bíblia

Sagrada. Romanos 10:17 diz: “...a fé é pelo

ouvir... pela palavra [grego = rhema] de

Deus”.

Nos livros proféticos do Antigo Testamento,

encontramos a expressão freqüente:

“A palavra do Senhor veio sobre...” – sobre

o profeta Jeremias, ou sobre o sacerdote

Ezequiel, ou sobre Oséias, etc. Isso significa

que a voz ou a palavra de Deus foi transmitida

do Céu para um homem na terra, exatamente

como declara Romanos 10:17.

Em Ezequiel 33:7, Deus diz: “...ó filho

do homem te constituí por atalaia sobre a

casa de Israel; tu pois ouvirás a palavra da

minha boca e lha anunciarás da minha parte.”

Deus não deu um versículo das Escrituras

a Ezequiel; melhor dizendo, Deus concedeu

a Ezequiel uma revelação, uma “palavra”

que ele iria proclamar ao povo.

Pelo mesmo sinal, a palavra de Deus pode

634 / SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

ser transmitida a você subjetivamente (no

seu espírito, na sua mente e nos seus pensamentos),

de tal modo que Ele fará com

que você saiba que Ele está falando especificamente

para você.

Ele pode fazer isso através das Escrituras,

fazendo com que algum versículo queime

em seu coração ou se torne uma coisa

viva dentro de você, cheia de significado,

consolo ou direção para você.

Ou Ele pode fazer como está gravado

nas Escrituras – através de uma comunicação

direta, de um sonho, de uma visão, de

uma visita angélica.

Deus pode falar com você através de uma

voz audível ou de uma voz serena e limitada,

ou simplesmente transmitir confiança

interior a você. De qualquer uma destas

maneiras Deus pode e transmitirá a palavra

d’Ele para você!

Temos três coisas estabelecidas:

• Deus concedeu a medida ou semente

da fé a cada um de nós.

• A fé surge (é aumentada) ao ouvirmos

as palavras de Deus para nós.

• Deus pode transmitir as palavras

d’Ele para nós.

Como podemos ouvir a palavra e conseguir

que a semente cresça no solo da palavra

de Deus?

b. Água – Obedecer a Palavra de

Deus. Em primeiro lugar, temos que entender

o que significa ouvir. Paulo diz em Romanos

10:17: “...a fé é pelo ouvir e o ouvir

pela palavra de Deus.”

Paulo não está falando sobre o ato passivo

de escutar a pregação de um sermão da

Bíblia. Ele não está sugerindo que devemos

ir à igreja cinco vezes na semana para fazermos

com que a fé cresça. Ele está dizendo

que a fé surge ao ouvirmos o que Deus está

nos dizendo.

Ouvir, neste exemplo, não significa percepção

auditiva (ouvir os sons e as palavras)

somente. O conceito vai muito mais

além,” significando “ouvir e agir sobre o que

foi ouvido”.

A fé surge, cresce e é demonstrada e expressada

pelo ouvir e depois, obedecida

pelo que foi ouvido.

Quando Deus fala, há sempre uma ordem

autoritária no que Ele diz; ou você age

ou você desobedece.

Por exemplo, um pai pode dizer a um

dos seus filhos: “Filho, tem um saco de lixo

na cozinha. Por favor, leve-o lá para fora e

jogue-o na lata de lixo”.

A criança, contudo, continua a brincar

com os seus brinquedos e cinco minutos

mais tarde ela corre para ir brincar lá fora,

batendo a porta atrás de si. O saco de lixo

continuou na cozinha.

Ele ouviu a palavra do pai dele? Ele teve

percepção auditiva (seus ouvidos captaram

o som e as palavras) do que foi dito. Mas,

no sentido bíblico, ele não ouviu porque

não “agiu sobre” ou “obedeceu” ao que lhe

foi dito.

1) A Desobediência Impede o Crescimento

da Fé. Freqüentemente agimos

desta maneira quando Deus fala conosco.

Prosseguimos com o que quer que estejamos

fazendo e, por conseguinte, não fazemos

o que Deus os disse. E, aí, ficamos

imaginando porque não temos o crescimento

na fé. A fé não pode ser liberada e não

pode crescer, enquanto não obedecermos.

Cada vez que você ouve e age, você dá

um outro passo em fé. No momento que

você desobedece à palavra de Deus para

você, o seu crescimento em fé pára naquele

nível. Deus sempre traz você de volta para

negociar com você, novamente, aquele nível,

antes de aceitar você em seu desenvolvimento

de fé.

Em outras palavras, Deus sempre pede a

você para voltar aonde você deixou o seu

primeiro amor e pegá-lo, e ir em frente a partir

daquele ponto. Com efeito, Ele diz: “Aquele

que tem a minha palavra e a guarda [e age

sobre ela] esse é o que me ama”. Portanto, a

sua fé não pode crescer além da sua obediência.

Esta é uma imutável lei da fé!

Lembre-se de que você vai de glória em

FAÇA COM QUE A FÉ DELES CRESÇA SEÇÃO D3 / 635

glória e de fé em fé. Deste modo, você precisa

começar onde você está, com o que você

tem agora.

2) Comece Onde Você Está. Você

não expulsa uma legião de demônios sem

antes expulsar um Demônio. Isso quer dizer

que você não estende a mão para fazer

alguma coisa além do desenvolvimento da

sua fé, tentando ir da semente da fé, ao crescimento

total dela, num grande salto. Não

funciona desta maneira.

A fé cresce através de uma série de passos

progressivos. A fé do Apóstolo Paulo

levou 14 anos para crescer e, só então, ele

pôde ir ao mais alto reino da fé e cumprir o

chamado de Deus (Gl 2:11). O desenvolvimento

da fé de Paulo tinha que ser igual aos

problemas e desafios que ele iria enfrentar

no seu ministério missionário.

À medida que a sua fé cresce, a sua capacidade

de confiança em Deus cresce. Há alguns

anos atrás, eu e minha esposa começamos

a viver “pela fé” confiando em Deus

por US8.00 por semana, para as nossas necessidades.

A nossa fé cresceu ao longo do

anos, em passos progressivos e, hoje, em

nossa comunidade missionária no World

MAP, confiamos no Senhor por milhões

de dólares, para sustentar o ministério espalhado

pelo mundo inteiro. Começamos

onde estávamos, com o que tínhamos (menos

de dez dólares) e confiamos em Deus. A

nossa fé, então, começou a crescer à medida

que obedecíamos à palavra d’Ele para nós.

3) Não Imite os Outros. Eis aqui

uma advertência: nunca tente agir sobre a

palavra de Deus concedida a uma outra pessoa.

Você não pode imitar a fé de um outro

homem. Algumas pessoas tentaram imitar

ministérios de grandes curas e, muitas vezes,

tiveram resultados trágicos. Outras,

tentaram seguir os passos de fé de alguém e

tropeçaram e caíram completamente.

Portanto, quando a palavra do Senhor

vem para você e você a obedece, as coisas

acontecem.

Há alguns anos atrás, eu estava no México

trabalhando com o irmão panamenho,

Noel de Sousa.

Um dia ele me levou à casa de um homem

apóstata, para que orássemos por ele.

À medida que orávamos por aquele homem,

a palavra do Senhor veio para mim: “Ou ele

se arrepende ou ele morre”.

Que mensagem, para se dar a um homem

que jazia enfermo! Mas era a palavra do

Senhor – “se arrepender ou morrer” – e isto

foi o que eu disse ao homem.

Naquele momento eu não sabia que a

esposa dele orava durante anos para que ele

se arrependesse e se voltasse para o Senhor.

Mas quando a palavra do Senhor veio para

ele, ele sucumbiu, se comoveu e começou a

chorar como uma criança, se arrependendo

e implorando ao Senhor que entrasse no seu

coração. E o Senhor entrou!

A seguir, a palavra do Senhor veio para

mim, dizendo: “Diga-lhe que se levante e

caminhe, no Nome de Jesus”.

O irmão Sousa traduziu para o Espanhol

a palavra de ordem. Assim que ajudei o

homem a se erguer, ele saiu daquela cama

estreita, ergueu as mãos e dançou em volta

do quarto regozijando e louvando ao Senhor!

Mais tarde, descobri que as condições

daquele homem eram tão graves e tão extremas,

que o médico havia dito que se ele se

virasse muito na cama ele morreria. Se eu

tivesse conhecimento disso, provavelmente

eu teria ficado receoso de erguê-lo daquela

cama, em obediência ao Senhor. Mas a

palavra do Senhor veio e eu fui obediente e

aquele homem saiu da cama curado!

Se eu tivesse ajudado aquele homem a

erguer-se, com presunção ou por meio da fé

de alguém, eu teria matado aquele homem

no ato.

Podemos ver, então, que um espírito

obediente é uma chave inestimável para o

crescimento na fé.

Observamos, também, que a fé não pode

crescer mais do que a obediência. Porquanto,

“a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra

636 / SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

de Deus” não podemos crescer na fé até

que tenhamos ouvido e agido sobre o que

Deus nos falou.

Mostramos que Deus não espera e nem

quer que vamos da semente de fé para a fé

que move montanhas, num salto gigante,

mas por uma série de passos crescentes.

Por meio disso nos movemos de “fé em fé”.

Deus começa conosco de onde nós estamos,

com a medida de fé que Ele nos deu

espontaneamente. Confie e aja sobre a palavra

do Senhor para você, com um espírito

obediente. Então você verá que a semente

de fé que está dentro de você cresce como

um grão de semente de mostarda e se transforma

numa árvore de fé maravilhosamente

desenvolvida, carregada de muitos frutos

preciosos.

c. Sol – Amar a Deus. Um dos elementos

essenciais para o crescimento da fé

é o amor. O Apóstolo Paulo diz em Gálatas

5:6: “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão

nem a incircuncisão tem virtude

alguma; mas sim a fé que opera por caridade”.

Já descobrimos em Romanos 10:17 que

“a fé é pelo ouvir, e o ouvir a palavra de

Deus”.

Podemos, então, resumir que os três ingredientes

para o crescimento da fé são:

ouvir, obedecer e amar.

1) Obediência – A Prova de Amor.

Em João 14:21, Jesus trata do relacionamento

do amor na obediência: “...Aquele

que tem os meus mandamentos e os guarda

esse é o que me ama’’. A obediência é a

prova de amor e a demonstração de amor.

Jesus continua, dizendo: “...Se alguém

me ama, guardará a minha palavra, e meu

Pai o amará....” O versículo 24 conclui:

“Quem não me ama não guarda as minhas

palavras...”

Ouvimos a palavra d’Ele para nós e agimos

sobre o que ouvimos, porque O amamos.

Se não obedecermos é porque não

amamos e, então, a fé não funciona. Sem a

execução da fé não há crescimento de fé. A

fé, portanto, cresce pela obediência que flui

do nosso amor por Jesus, em resposta ao

ouvirmos a palavra do Senhor.

C. A FÉ CRESCE PELO OUVIR

Quando as Escrituras dizem “a fé é pelo

ouvir a palavra de Deus”, elas estão se

referindo à experiência subjetiva pela qual

Deus fala conosco.

Os profetas ou ouviram perceptivelmente,

ou inteiramente, ou através de sonho, de

visão, de uma visita angélica ou através da

boca de um servo ungido; mas em qualquer

dos casos Deus se comunicou com eles.

Essa comunicação é o que a Bíblia chama

“a palavra do Senhor’’.

1. Deus Falou

a. A Palavra Escrita. A Palavra de

Deus, escrita e

b. A Palavra Falada, a palavra viva do

Senhor. Precisamos saber a distinção entre

elas para entendermos melhor o significado

do ouvir a palavra do Senhor.

Paulo não está falando somente sobre a

escrita das Escrituras, quando ele diz “a fé

é pelo ouvir a palavra do Senhor”.

Atos 17:11 sustenta este ponto: “Ora

estes foram mais nobres... porque de bom

grado receberam a palavra, examinando

cada dia nas Escrituras se estas coisas eram

assim”. Conforme foi usado neste versículo,

“nas Escrituras” se refere aos livros do

Antigo Testamento, de Gênesis a Malaquias.

Eles ainda não tinham o Novo Testamento,

que veio mais de um século mais tarde. Portanto,

“a palavra” e “nas Escrituras”,

neste contexto, não são as mesmas coisas.

“A palavra” era a mensagem ungida trazida

pelos apóstolos. “A Escritura’’ era o Antigo

Testamento. Eles “receberam a palavra,

examinando... nas Escrituras’’.

Em l Tessalonicenses 2:13, vemos outro

exemplo da diferença entre a palavra falada

e a palavra escrita, de Deus: “...havendo

recebido de nós a palavra... de Deus, a recebestes,

não como palavra de homens, mas

FAÇA COM QUE A FÉ DELES CRESÇA SEÇÃO D3 / 637

segundo é, na verdade, como palavra de

Deus...”

Aqui, “a palavra de Deus” se refere

àquela que foi pregada e proclamada através

da boca dos homens ungidos de Deus, e

que era recebida como a palavra viva vinda

diretamente de Deus.

Quando Pedro disse ao homem coxo, na

porta Formosa, em Atos 3:6, “...mas o que

tenho isso te dou... Em nome de Jesus Cristo

o Nazareno, levanta-te e anda”, ele falou

uma palavra viva que trouxe cura àquele homem.

Para o homem coxo ela se tornou “a

palavra do Senhor” através da boca de um

instrumento humano, um servo ungido de

Deus.

2. Deus Continua Falando

Deus continua falando pelo Espírito

Santo através da Sua Palavra escrita, através

dos Seus servos ungidos e através de

significados como sonhos, visões, confiança

interior, Divina Providência ou circunstâncias.

Deus nunca fala conosco em qualquer

experiência subjetiva que esteja em contradição

com a Sua Palavra escrita. Todas as

experiências devem ser julgadas pela Bíblia

Sagrada e estar em concordância com ela.

Precisamos abrir o nosso coração para

receber a palavra do Senhor, não somente

através da Bíblia mas através de outros canais

pelos quais Deus fala.

a. Escute a Voz d’Ele. A advertência

repetida sete vezes em Apocalipse 2 e 3 é

para que prestemos atenção : “Quem tem

ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...”.

Observe o uso do presente do

indicativo – diz, significando “ouvir o que

o Espírito diz e continua a dizer”.

O mesmo tempo de verbo é empregado

por Jesus, em Mateus 4:4: “...Nem só de

pão viverá o homem, mas de toda a palavra

que sai [presente do indicativo] da boca

de Deus”.

Caminhamos na vida pelo ouvir e pelo

obedecer à palavra provinda do Senhor. Seja

o que for que signifique a escolha d’Ele para

nos dizer aquela palavra.

Quando nos recusamos a aceitar que Deus

pode falar através de um outro meio que

não seja o escrito nas páginas da Bíblia,

podemos interromper a comunicação com

Ele e, aí então, a morte espiritual começa.

b. Não Rejeite a Voz d’Ele. Quando

Deus falou aos israelitas, Hebreus 12:19

declara que “... à voz das palavras a qual

os que a ouviram pediram que se lhes não

falasse mais”. Quando eles rejeitaram a voz

de Deus eles perderam a fé e foram presos

pela lei.

Por isso, Hebreus 12:25 adverte: “Vede

que não rejeiteis ao que fala; porque, se

não escaparam aqueles que rejeitaram o

que na terra os advertia, muito menos nós,

se nos desviarmos daquele que é dos

céus”.

Algumas pessoas dizem que os dias dos

milagres já passaram. Elas estão tentando

viver pelo que Deus disse e se recusando a

ouvir o que Ele está dizendo. Então elas

estão rejeitando os milagres de Deus.

Coisas como essas permanecerão na fé

pouco desenvolvida, porque elas tentam

trazer as Escrituras para a sua experiência

em vez de trazer a experiência para as escrituras.

Se vamos crescer na fé, nosso coração e

nossos ouvidos devem estar abertos para

Ele. Devemos crer que a palavra do Senhor

pode vir hoje, para nós.

Se não rejeitarmos a voz d’Ele (como

fizeram os filhos de Israel) e a ouvirmos e a

obedecermos, a fé aumentará em nossa vida.

c. Esteja Preparado Para Ouvir a

Voz d’Ele. Não precisamos nos concentrar

para ouvir a voz d’Ele. Não precisamos ir

através de todos os tipos de ritual e cerimônia

para que Deus fale conosco. Deus pode

e fala conosco quando menos esperamos.

Uma das palavras mais importantes do

Senhor para mim, veio numa manhã, no

Novo México. Foi num banheiro, quando

eu estava me curvando sobre a pia para la638

/ SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

var o rosto e as mãos, para o café da manhã.

De repente, a voz de Deus veio a mim.

Numa outra ocasião, foi quando eu estava

saindo do culto, num domingo pela manhã.

A minha mente estava concentrada na

viagem de volta para casa. Inesperadamente,

Deus me deu uma “palavra de sabedoria”,

para um dos membros da igreja, que

havia resolvido um sério problema em sua

vida.

d. Sintonizar na Voz d’Ele. Existe em

Deus o poder para falar conosco diretamente

do Céu, através do Seu Espírito Santo. E

existe em nós a capacidade para ouvi-Lo,

através do nosso espírito.

Paulo se refere ao homem como espírito,

alma e corpo (1 Ts 5:23). O espírito é aquela

parte interior do homem que o faz consciente

de Deus. A alma (intelecto, vontade e emoções)

é a parte que o faz consciente de si

mesmo. O corpo (que reage através dos sentidos)

é a parte que o faz consciente do mundo.

Desse modo, então, por sermos um espírito

e ser Deus um espírito, podemos nos

comunicar.

Por exemplo, uma sala está cheia de centenas

de sinais de sons emitidos pelas estações

de rádio e de televisão, mas nós só

podemos ouvi-los se ligarmos um rádio ou

um aparelho de TV.

Assim que sintonizamos o aparelho na

estação, os sons são transmitidos para alguma

coisa audível ou visível.

Da mesma forma, podemos “sintonizar”

em Deus e receber os sinais d’Ele, alguns

dos quais são audíveis e visíveis!

1) O Jejum Aguça a Sua Audição.

Uma das maneiras de aguçar a nossa receptibilidade

para os sinais de Deus, é através

do jejum. É como uma sintonização perfeita

de um rádio.

Quando Jesus falou aos Seus discípulos

sobre a necessidade do crescimento da fé,

Ele deixou claro (Mt 17:21) que a oração e o

jejum eram, freqüentemente, as chaves para

uma fé maior.

O jejum é uma ajuda para aumentar a fé

quando o nosso desejo é chegar mais perto

de Deus para que possamos ouvir melhor a

palavra do Senhor para nós.

2) O Jejum Pode Ser Perigoso. O

conceito de que alguém possa torcer o braço

de Deus através do jejum e forçá-Lo a

fazer alguma coisa que Ele não deseja, está

totalmente errado.

Se o jejum é obstinado e de motivação

questionável, você pode expor-se ao espírito

errado. Lembre-se que durante os Seus

quarenta dias de jejum, Jesus deparou-Se

com Satanás. Se você está jejuando e orando

para conseguir poder ou por outras razões

erradas, você está correndo o risco dos

demônios do engano virem sobre você.

Portanto, Jesus não estava no deserto

por Sua Própria obstinação de jejuar durante

quarenta dias. Não foi porque Ele decidiu

forçar o Seu Pai a exibir poder sobrenatural

para mostrar ao mundo a Sua dinâmica.

Ele estava lá porque havia sido guiado

pelo Espírito, para o deserto e para o jejum.

Marcos 1:13 nos diz que “os anjos o

serviam”. Você precisa da assistência dos

anjos, num jejum de quarenta dias!

Eu sei de três pessoas que morreram num

jejum de quarenta dias. Não há dúvidas de

que morreram por não terem sido guiadas

pelo Espírito mas, sim, pela obstinação

humana. Nas Escrituras, o jejum não prolongado

jamais foi iniciado pela vontade

humana mas, sempre, pela providência divina.

Moisés (Êx 34:28) e Elias (1 Rs 19:8)

jejuaram quarenta dias e quarenta noites mas

foi Deus que iniciou o jejum e não eles.

Algumas pessoas sobrevivem a um jejum

de quarenta dias mas no final do jejum

elas não têm mais fé do que quando começaram.

Por outro lado, conheço pessoas a

quem Deus guiou para tal tipo de jejum e

que por estarem correspondendo à iniciativa

divina, elas foram preservadas. Elas encontraram

Deus e por isso entraram para

um autêntico ministério do Espírito Santo.

Um perigo muito verdadeiro dos quaFAÇA

COM QUE A FÉ DELES CRESÇA SEÇÃO D3 / 639

renta dias de jejum, se ele for obstinado e

egoísta, é que pode resultar num contato

com o demônio. Querendo o poder e a consagração

para promover o seu próprio interesse,

a pessoa se exporá ao contato com

qualquer espírito (certo ou errado) e, conseqüentemente,

ao poder de Satanás.

O espírito humano sintoniza mais facilmente

a comunicação do Espírito Santo,

durante o jejum. Porém, você também fica

mais suscetível e sensível aos maus espíritos,

tanto quanto fica com relação ao Espírito

Santo. Portanto, você está em terreno

seguro se o seu desejo é chegar mais perto

de Deus.

A abstenção de alimento para conseguir

entrar na presença d’Ele sem distração, abre

os canais de comunicação.

3) O Jejum Necessita de Motivação

Correta. A motivação para jejuar, deve

ser cuidadosamente avaliada. Algumas pessoas

anseiam pelo poder e consagração prematuramente,

e são destruídas por eles. O

caminho do ministério de curas está coberto

de destroços de homens que tiveram pressa

para receber poder. Mas eles não estavam

preparados, em seus corações, para lidar

com o poder e nem para controlá-lo.

A consagração é uma coisa muito perigosa!

Se nós tivéssemos poderes ilimitados à

nossa disposição, faríamos uma série de

coisas que Deus não quer que sejam feitas;

violaríamos todos os tipos de princípios

divinos e, neste processo, acabaríamos nos

destruindo e destruindo a obra de Deus.

Quando Deus fala, é sempre uma expressão

da Sua Vontade. Quando sabemos o que Ele

quer que seja feito, a fé chega pelo ouvir a

palavra de Deus. Essa é uma fé segura.

D. A FÉ CRESCE ATRAVÉS DO

FALAR

A fé segura é baseada no ouvir, na obediência

e no amor. Abrimos o nosso espírito

para a voz do Senhor, tendo o coração

aberto e suscetível para ouvir e obedecer

porque nós O amamos e Ele nos ama. E é

por causa desse amor que a fé funciona.

Do contrário, a fé se reprime e para de

crescer.

Ouvir, obedecer e amar são, então, os

três ingredientes centrais para o crescimento

da fé. A eles acrescentamos, hoje, um

quarto ingrediente essencial – dizer.

1. A Fé de Deus

Em Marcos 11:22 e 23 Jesus, ensinando

aos Seus apóstolos, diz: “...Tende fé em

Deus.” A tradução literal é: “Tende a fé de

Deus... Porque em verdade vos digo que

qualquer que disser a este monte...” A conclusão

disso é que a fé de Deus é uma fé

que fala.

No primeiro capítulo de Gênesis, Deus

disse: “Haja luz. E houve luz.” Deus disse

“Haja...” – e lá estava! A fé de Deus é “falante”

ou “declarante”.

A fé “declarante” é mais elevada do que

a fé que pede. Tem que haver fé para pedir,

mas existe uma fé que vai além do pedir – é

a fé que “fala”. “Porque em verdade vos

digo que qualquer que disser a este monte:

Ergue-te e lança-te no mar e não duvidar

em seu coração, mas crer que se fará aquilo

que diz, tudo o que disser lhe será feito.”

2. Fale o que Deus Diz

A progressão e o desenvolvimento da fé

estão relacionados com o que você diz ou

fala com as verdadeiras palavras da sua boca.

Provérbios 4:20-22 declara: “Filho meu,

atenta para as minhas palavras; às minhas

razões inclina o teu ouvido. Não as deixes

apartar-se dos teus olhos; guarda-as no

meio do teu coração. Porque são vida para

os que as acham e saúde para o seu corpo.”

Se você recebe as palavras de Deus e

as diz, elas se tornam vida e saúde para

você.

Provérbios 6:2 diz: “Enredaste-te com

as palavras da tua boca”

Salomão deixa evidente que o que dizemos

pode nos amaldiçoar ou nos abençoar,

640 / SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

abundância no coração, disso fala a boca.

Porque por tuas palavras serás justificado

e por tuas palavras serás condenado’’.

Ao primeiro sintoma de enfermidade,

confessamos, não duvidamos, cremos – e

conseguimos! Algumas pessoas solitárias

e tristes usam a enfermidade para conseguir

simpatia e atenção. A vida delas é toda

construída em torno da atenção que elas

conseguem com uma determinada enfermidade.

Elas a possuem pela fé e a relêem

pela fé, confessando-a diariamente.

Pelo lado positivo, isto também pode

funcionar para nós quando entendemos este

princípio. Se confessarmos com a nossa boca

o que Deus diz e crermos em nosso coração,

nós teremos o que dissermos.

Se a palavra de Deus encontra guarida

em nosso coração, imediatamente admitimos

a vitória em vez da derrota, quando

surge um desafio. Aí, então, temos o que

dizemos – a vitória!

4. Exemplos da Fé que Fala

a. Abraão. Podemos ver este princípio

de confissão positiva de fé, nos registros

bíblicos de Abraão, em Romanos 4:17-22.

Deus prometeu fazer de Abraão o pai

de muitas nações. Muito embora Abraão

estivesse perto dos 100 anos de idade, e

mais distante de levar adiante uma descendência,

ele não era fraco em sua fé. Nem o

entorpecimento do ventre de Sara fez a fé

de Abraão vacilar. “E não duvidou da promessa

de Deus por incredulidade, mas foi

fortificada na fé, dando glória a Deus”.

Isto significa que ele continuou louvando

a Deus por todas as coisas que Ele havia

lhe prometido, admitindo o que Deus tinha

dito, e dando glória a Ele.

Abraão ouviu a palavra de Deus: “E estando

certíssimo de que o que ele tinha prometido

também era poderoso para o fazer”.

Abraão deu expressão verbal à palavra

que estava nele. Provavelmente ele tenha

dito, “Aleluia! Deus me prometeu um

filho e eu vou ter esse filho. Mesmo estane

declara em Provérbios 18:21: “A morte e

a vida estão no poder da língua...”

Tendo enfatizado em Provérbios 10:11

que “A boca do justo é manancial de vida”,

Salomão nos diz que podemos ser traídos

pelas palavras da nossa boca ou podemos

ser liberados e resgatados pelas palavras que

falamos.

A fé encontra sua expressão à medida

que começamos a dizer: “Isso é o que Deus

disse.”

Apocalipse 12:11 fala de um grupo de

santos que “...venceram [o diabo] pelo sangue

do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho...”

– que é a confissão falada deles.

O diabo é contrariado todas as vezes

que confessamos o que Deus diz.

Paulo sabia do poder da palavra falada e

em Romanos 10:8-10 nos lembra que “A

palavra está junto de ti, na tua boca e no

teu coração; esta é a palavra da fé que pregamos.

Se com a tua boca confessares ao

Senhor Jesus e em teu coração creres que

Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo.

Visto que com o coração se crê para a justiça,

e com a boca se faz confissão para a

salvação.”

A palavra “salvo” no versículo 9 é a palavra

grega sozo traduzida “Tu deves ser

feito perfeito.” Numa outra passagem do

Novo Testamento, a mesma palavra significa...

“Tu deves ser curado”; e numa outra,

“Tu deves ter os teus pecados perdoados.”

Sozo é a palavra que o Espírito Santo escolheu

para expressar todos os benefícios

redentores que estão disponíveis para nós,

filhos de Deus. Tudo o que o Calvário proporciona

é apropriado pela nossa confissão.

3. Creia no que Você Fala

Nós temos o que dizemos. No momento

em que encaramos uma determinada situação,

a resposta em nosso coração é expressada

pela nossa boca, e falamos o que cremos.

Jesus advertiu os fariseus sobre essa razão,

em Mateus 12:34,37: “...do que há em

FAÇA COM QUE A FÉ DELES CRESÇA SEÇÃO D3 / 641

do eu com 100 anos de idade e Sara com 90,

ainda vamos ter um filho. Glória a Deus!”

Por ter Abraão reconhecido a palavra de

Deus, em vez de circunstâncias, “...lhe foi

também imputado como justiça” (versículo

2).

b. Deus. Em Romanos 4:17, temos este

comentário sobre Deus: “...o qual vivifica

os mortos, e chama as coisas que não são

como se já fossem.’’ Quando Deus diz que

alguma coisa “é”, mesmo que pareça “não

ser”, Ele crê que “é”. Deus não tem dúvidas

no Seu coração e, deste modo, acontece exatamente

o que Ele diz!

Se Deus faz isso, não devemos fazê-lo

também? Não devemos, como filhos de

Deus, fazer como Deus faz? Se a palavra

d’Ele vier para nós, nós podemos.

c. Jesus. Neste exato momento o Próprio

Jesus está assentado em fé, chamando

as coisas que não são, como se elas fossem.

Deus o Pai, disse ao nosso Senhor Jesus:

“Assenta-te à minha mão direita, até que

ponha os teus inimigos por escabelo dos

teus pés” (Sl 110:1).

Jesus teve essa promessa da eternidade.

A Bíblia diz que Ele está assentado à destra

do Pai, esperando em fé, que os Seus inimigos

sejam feitos escabelo dos Seus pés.

5. Assuma a Sua Posição de Fé

Você também pode assumir uma posição

de fé, pelo que você diz em fé. Quando

você conhece a vontade de Deus, você pode

chamar algumas coisas que “não são” como

se “elas fossem”. Finalmente, você pode

vê-las executadas em sua vida.

Se você aceita a palavra de Deus para

você, você pode sustentar e confessar essa

palavra (como Abraão) na cara dos espíritos

das trevas, nas opiniões, nas circunstâncias

e em todas as coisas contrárias. Deus

disse: “...velo sobre a minha palavra para

a cumprir” (Jr 1:12). Deus está esperando

que você receba a palavra em sua boca e que

você a exprima publicamente acreditando

nela com todo o seu coração!

a. Seu Defensor. A chave para entender

o poder da confissão falada está em

Hebreus 3:1: “Pelo que, irmãos santos,

participantes da vocação celestial, considerai

a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote

da nossa confissão”.

Jesus é o Sumo Sacerdote do que você

diz! Quando descobri essa verdade um dia

enquanto lia Hebreus eu vi, repentinamente,

a cena no Céu. Jesus estava lá na presença

de Deus, como Sumo Sacerdote do que

eu dissera.

A cena se ampliou e eu vi diante de mim

uma sala de tribunal com Deus o Pai, o Juiz

de toda a terra, sentado atrás da bancada.

Em ambos os lados do banco da testemunha,

o promotor público e o advogado de

defesa ouviam atentamente o depoimento

do acusado.

b. Seu Acusador. O promotor público

é o “acusador”, ou Satanás. Em Apocalipse

12:10, ele é descrito como acusador dos irmãos,

perante Deus, dia e noite.

No primeiro capítulo de Jó, Satanás apareceu

com os filhos de Deus diante do Senhor,

esperando pela oportunidade de acusar

Jó. Em todos os tormentos e provações

que Jó sofreu por causa das acusações de

Satanás, ele jamais cobrou a Deus; jamais

questionou a Sua sabedoria e jamais pecou

com os seus lábios (Jó 2:10).

Quando Jó perdeu tudo o que possuía,

ele prostrou-se e adorou a Deus. Ele jamais

fez a Satanás, qualquer confissão errada para

enfraquecer o propósito de Deus.

c. Seu Ajudante. Na cena do tribunal,

Jesus é o Advogado de Defesa, 1 João 2:1

declara: “se alguém pecar, temos um Advogado

para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.”

No Inglês moderno, a palavra para “defensor”

é “advogado”. É a palavra grega

paracleto, que é traduzida como “consolador”

em João 14:16.

Jesus disse em João 14:16,17: “E eu

rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador

[advogado] para que fique convosco

642 / SEÇÃO D3 D3.1 – Como Cresce a Semente de Mostarda?

para sempre; O Espírito de verdade”. Isto

significa que não temos somente um advogado

com o Pai no Céu “Jesus Cristo, o

reto” mas temos, também, um conosco aqui

na terra, o Espírito Santo. Estamos bem representados

no tribunal de Deus.

d. Seu Depoimento. Agora, podemos

usar esta cena do tribunal. Sentado na cadeira

da testemunha está o acusado –

VOCÊ; Jesus é o Advogado de Defesa;

Satanás é o promotor público e DEUS o

Pai é o Juiz. Todos os presentes esperam

para ouvir o que VOCÊ dirá – o seu depoimento.

Ao defender a sua causa, o seu depoimento

é a melhor arma que o Advogado de

Defesa (Jesus) tem, contra o acusador (Satanás).

O que você disser definirá o resultado

do caso.

O seu advogado apresenta a causa d’Ele

perante o Juiz, baseado no seu testemunho

positivo e perfeito. O promotor público,

pela mesma indicação, apresenta suas acusações

ao Juiz, baseado em quaisquer declarações

contraditórias da sua parte.

Ambos, o defensor (Jesus) e o promotor

(Satanás) trabalham com o que você diz.

Você deve dar a Jesus, o Sumo Sacerdote da

sua confissão, um testemunho que Ele possa

reiterar para a sua defesa.

A sua confissão deve ser uma boa confissão

de fé. Se você fizer uma confissão

negativa, você estará carregando o revólver

de Satanás para que ele atire na face de Deus.

Deus o Juiz pode absolver, preservar e

proteger você, somente ouvindo você dizer

o que Ele Próprio diz. O que Deus diz é

sempre verdadeiro. Se você disser o que

Deus diz, o seu testemunho será verdadeiro.

Como um Juiz imparcial, Ele permanece

por trás da Sua Própria palavra para cumpri-

la.

6. A Vitória Está em Sua Boca!

Você diz o que Deus diz e você vencerá o

diabo “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra

do [seu] testemunho”. Parafraseando:

“Se confessares com a tua boca, deves

ser libertado; deves ser salvo; deves ser

curado”. Todas essas coisas maravilhosas

que estão em redenção são suas, através da

sua confissão.

Existe uma força verdadeira no que você

diz. A sua confissão o leva à vitória!

E. CONCLUSÃO

Quando você repete a palavra de Deus e

aprende a caminhar através da fé, e não pela

visão, a sua fé aumenta.

A fé surge pelo ouvir a palavra de Deus

e pelo obedecer ao que você ouviu, com

todo o seu coração e por amor a Ele; e confessando,

mesmo na adversidade, exatamente

o que a palavra d’Ele diz.

Aprendemos nesse estudo que aumentamos

a fé através desses quatro elementos

essenciais: ouvir, obedecer, amar e dizer.

Unamo-nos a Abraão que “...foi fortificado

na fé, dando glória a Deus; E estando

certíssimo de que o que ele tinha prometido

também era poderoso para o fazer” (Rm

4:20,21).

Abraão ouviu a palavra do Senhor que

havia sido dita a ele. Ele agiu em obediência

e obedeceu por amor. Ele disse que aquelas

coisas “... não são como se já fossem” – e

elas eram! Vamos estimular a nossa fé e

fazê-la crescer, praticando continuamente

estes princípios: Ouvir! Obedecer! Amar!

Dizer!

USE O PODER DA CONFISSÃO DE FÉ SEÇÃO D4 / 643

SEÇÃO D4

USE O PODER DA CONFISSÃO DE FÉ

tudo o que disser lhe será feito” – se você

crê.

1. Traz Resultados Negativos

Infelizmente, esta poderosa verdade está

encontrando efeito até na nossa incredulidade.

Por exemplo, a sua pequena Susie, de

sete anos de idade, começa a fungar. Imediatamente

você diz, “Oh, Susie está ficando

gripada”. Você não tem certeza de que ela

esteja ficando gripada, mas por confessar que

a sua pequena Susie está gripada, você pode

abrir as portas para esta enfermidade, através

do que você diz e, com certeza, Susie

pega a gripe. Quando você disse aquilo, você

não duvidou e por isso você conseguiu o

que você disse.

2. Traz Resultados Positivos

Se isso funciona negativamente, por

que não podemos nós, cristãos, nos tornar

totalmente positivos na nossa confissão

(o que dizemos) da Palavra de Deus

e ver as provisões dela na nossa vida diária

e no nosso lar? Você pode, meu amigo!

Vamos inverter o exemplo acima: A pequena

Susie começa a fungar. Imediatamente

você diz, “... [Jesus] tomou sobre si as

nossas enfermidades [e] pelas suas feridas

fostes [tempo passado] sarados” (Mt 8:17;

1 Pe 2:24). De acordo com o que você diz,

a enfermidade deve abandonar a pequena

Susie e você tem o que você diz!

Há muitos anos atrás, o Irmão T. L.

Osborn me contou um segredo de cura que

ilustra essa verdade, e eu nunca esqueci. Ele

disse: “Há três coisas a serem consideradas

na enfermidade: PRIMEIRO, o que dizem

os sintomas; SEGUNDO, o que diz a Palavra

de Deus e, TERCEIRO, o que você diz!

Se você diz o que Deus diz, a enfermidade

Capítulo 1

Existe Poder no que Você Diz

Há três milênios (3.000 anos) atrás, quando

a flor de Israel desabrochou na sua mais

brilhante exuberância, o sábio Salomão escreveu:

“Enredaste-te com as palavras da

tua boca...” (Pv 6:2). Ele imaginou o poder

do que você diz! Pois, na sua boca existe

poder para enganar, para libertar, para curar

e para matar. Na sua boca existe um poder

no que você diz, que está além da sua

imaginação!

A. DEUS FOI O PRIMEIRO A DIZER

Um “maior que Salomão” (Jesus) exaltou

o mistério do poder da confissão (o

que você diz) quando Ele destemidamente

proclamou: “Porque em verdade vos digo

que qualquer que disser... e não duvidar em

seu coração, mas crer que se fará aquilo

que diz, tudo o que disser lhe será feito”

(Mc 11:23).

Eu sei que temos nos equivocado sobre

isto; que temos duvidado e, mesmo, desacreditado,

mas a Palavra de Deus é verdadeira!

Esta declaração da verdade não necessita

de equívoco nem de explicação por nós

modernistas; nem de comprometimento e

nem de qualificação.

A Palavra de Deus necessita ser uma afirmação

– preferivelmente, ela deve ser simplesmente

acreditada, “...seja Deus verdadeiro,

e todo homem mentiroso...” (Rm

3:4).

B. A NOSSA CONFISSÃO

“Oh, Irmão Mahoney”, diz você, “isto

não pode ser literalmente verdadeiro”.

Mas é! Existe poder no que você diz. “...

644 / SEÇÃOD4 D4.1– Existe Poder no que Você Diz

tem que ir embora. Se você diz o que os

sintomas dizem, você tem o que você diz!”

Eu achei isto verdadeiro.

C. A RESPOSTA ESTÁ

“NA TUA BOCA”

Paul Henry, o advogado cheio do Espírito

e que é um dos membros do Quadro de

Diretores do World MAP me contou, há

pouco tempo atrás, a seguinte estória, que

tem me ajudado muito:

“Havia um menino que estava procurando

por alguns ovos de Páscoa. Sua mãe

os havia escondido e lhe assegurara que os

ovos estavam na sala mas ele teria que achálos.

“Então, ele começou a procurar. Primeiro,

embaixo da cadeira no canto; depois embaixo

do sofá; embaixo do tapete; embaixo

da mesa e atrás das almofadas. A mãe do

menino o instigou dizendo: ‘Timmy, você

está chegando perto, muito perto! Não, agora

você está muito distante deles’, etc. Bem,

Timmy continuou procurando por longo

tempo ficando, às vezes, muito próximo e,

às vezes, muito longe e sem conseguir encontrar

aqueles ovos de Páscoa.

“Finalmente ele parou e, furiosamente,

colocou as mãos nos quadris e olhou

para sua mãe com grande desapontamento.

Ela, então, exclamou, ‘Timmy, você

está muito perto dos ovos! Muito perto!’

Surpreso, ele olhou para baixo, somente

para ver que as suas mãos estavam próximas

dos bolsos do seu casaco. Ele enfiou

as mãos nos bolsos e lá estavam os ovos

de Páscoa exatamente no bolso do seu

casaco.”

Isso mostra como muitos de nós oramos.

Estamos tentando encontrar a Deus e

a resposta para as nossas necessidades, através

de “subir ao céu” na nossa procura ou

“descer ao abismo” na nossa busca.

Nós procuramos, oramos, jejuamos,

buscamos (tudo que é bíblico). Mas o que

dizem as Escrituras? Aquilo pelo que você

procura em todos os lugares “... está junto

de ti, na tua boca... é a palavra da fé...”

(Rm 10:8).

D. FALE COM FÉ

Deus só está esperando que você comece

a falar com fé para que possa ter o que

diz! “Se com a tua boca confessares... serás

SALVO” (Rm 10:9).

A palavra “salvo” é a palavra grega

“sozo”. O Dicionário Grego dá esta definição:

“salvar, i.e., libertar ou proteger, curar,

preservar”.

É uma palavra abrangente e que o Espírito

Santo escolheu para mostrar a você o poder

do que você diz! Isso concorda com Marcos

11:23: “...tudo o que disser lhe será feito.”

“Tudo o que!” “Ser salvo!” significam

a mesma coisa, quando compreendidas.

Aquilo pelo que você está orando, buscando

e procurando está (como os ovos de

Páscoa no bolso do menino) na sua boca.

Fale agora, em voz alta! Grite! (Sl 47:1).

Fale a respeito com os seus vizinhos! Liberte-

se com o seu testemunho! Tente!

Esta poderosa verdade funcionará para

você. “E eles [os irmãos] o venceram [o

diabo] pelo sangue do Cordeiro e pela palavra

do seu testemunho [o que eles disseram]...”

Ap 12:11).

E. JESUS: O SUMO SACERDOTE

DA NOSSA CONFISSÃO

Devemos confessar “Isto não depende

do que quer, nem do que corre, mas de Deus,

que se compadece” (Rm 9:16). É porque

Deus está envolvido no nosso testemunho,

na nossa fé, na nossa confissão e no

que dizemos, que as coisas acontecem.

Há pouco tempo atrás, o Senhor me deu

o entendimento para Hebreus 3:1, que me

veio como uma revelação poderosa. Leia

cuidadosamente: “...considerai a Jesus

Cristo apóstolo e sumo Sacerdote da nossa

confissão [nossa fé, testemunho]”.

Como um raio de luz divina, tornou-se

claro para mim, pela primeira vez, que Jesus

é o Sumo Sacerdote do que dizemos.

USE O PODER DA CONFISSÃO DE FÉ SEÇÃO D4 / 645

Confessei imediatamente o Seu ministério

de Sumo Sacerdócio. Eu sabia que “...temos

um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho

de Deus, que penetrou nos céus”... (Hb

4:14).

Eu sabia que “...Cristo está assentado à

destra de Deus... vivendo sempre para interceder...”

por nós (Cl 3:1; Hb 7:25).

O que eu não entendia inteiramente, era

o que o Seu ministério de Sumo Sacerdócio

envolvia. Mas, de repente, eu compreendi:

Jesus Cristo é “...Sumo Sacerdote da nossa

confissão [o que dizemos]...” (Hb 3:1).

F. NO JULGAMENTO

Observe o quadro no Céu. Nosso Pai

celestial está sentado no trono. Jesus está

sentado à destra do Pai.

1. Nosso Acusador

Mas existe alguém mais diante do trono

de Deus. Quem é? As Escrituras dão a resposta:

“E vindo um dia em que os filhos de

Deus vieram apresentar-se perante o Senhor,

veio também Satanás entre eles” (Jó

1:6). Veja, filho de Deus! Satanás está “diante

do Senhor’’, entre os filhos de Deus.

Mais adiante as Escrituras indicam que

“...o acusador [Satanás] de nossos irmãos...

diante do nosso Deus os acusava de dia e de

noite” (Ap 12:10). Assim vemos Satanás

diante do trono no Céu, acusando os irmãos.

2. Nosso Advogado

Mas, graças a Deus! “...temos um Advogado

[defensor] para com o Pai...” (1 Jo

2:1) – que é Jesus, o Qual está defendendo

a nossa causa contra as acusações de Satanás.

3. Nosso Testemunho

Com o que Ele está defendendo a nossa

causa? Do que Ele é Sumo Sacerdote? Meu

amigo, compreenda esta verdade poderosa!

Ele defende com aquilo do qual é dito que

Ele é o Sumo Sacerdote. Jesus esta lá, defendendo

o que você diz! Ele está usando a sua

confissão contra as acusações de Satanás.

Ele é o Sumo Sacerdote da nossa confissão

(o que dizemos).

Você vê, agora, a importância do que você

diz? Você está fazendo uma boa confissão a

Jesus para que Ele o defenda contra as acusações

de Satanás?

a. Conduz à Derrota. Agora, imagine

esta cena comigo, em sua mente. Ralph

Mahoney está sendo levado para um lugar

difícil, para uma verdadeira prova de fé, para

um verdadeiro período de teste.

Satanás está a espreita de que ele possa

ter do que acusar Ralph perante o Pai. Jesus

Se curva para ouvir o que Ralph está

dizendo.

Se Ralph está murmurando, criticando e

incriminando a Deus por esse teste, Jesus

não tem nada com o que combater “o acusador

dos irmãos.”

Em vez disso, Ralph carregou o canhão

de Satanás e lhe deu a munição para fazer

explodir a sua acusação diante do Pai. O

resultado é que o julgamento e o teste se

arrastam porque Ralph aceitou a derrota e

deu autoridade a Satanás para mantê-lo na

derrota perante Deus.

b. Conduz à Vitória. Agora vamos inverter

a situação. Ralph Mahoney foi levado

para um lugar difícil, para uma prova de

fé verdadeira, etc. Jesus Se curva para ouvir

o testemunho do vencedor.

Ralph está confessando: “...graças a

Deus que sempre nos faz triunfar em Cristo...

Deus, a quem nós servimos é que nos

pode livrar... e, se não... não serviremos...

nem adoraremos a estátua de ouro... Ainda

que ele me mate, nele esperarei...” (2 Co

2:14; Dn 3:17,18; Jo 13:15). Jesus pega essas

palavras e a nossa confissão e começa

a apresentá-las perante o Pai. Qual é o efeito

no Céu? O acusador dos irmãos é subjugado.

Chegamos à vitória e a retemos firmemente.

A experiência de Jó pode ser nossa porque

“Em tudo isto não pecou Jó com os

seus lábios” (Jo 2:10).

646 / SEÇÃOD4 D4.1– Existe Poder no que Você Diz

O último transtorno é mais abençoado

do que o primeiro. O dobro da parcela é

despejado na restauração de tudo o que foi

tirado no julgamento. “E assim abençoou o

Senhor o último estado de Jó, mais do que o

primeiro...” (Jo 42:12).

G. CONCLUSÃO

Aleluia! Meu amigo, eis aqui o seu caminho

para a vitória. Confesse, proclame,

dê um testemunho de fé, agora mesmo!

Você talvez pense: “Não há ninguém presente

para me ouvir.” Há, sim! Jesus está

esperando para ouvi-lo, para que Ele possa

Se tornar o Sumo Sacerdote da sua confissão.

O diabo ouvirá e estremecerá. Deus o

ouvirá e trará a você, a vitória sobre o diabo;

e levará você diretamente para Jesus. Por

isso grite, para que toda a hoste do Céu

possa ouvir.

“Porque esta palavra está mui perto de

ti, na tua boca...” (Dt 30:4). A palavra da

sua vitória! A palavra da sua cura! A palavra

da sua libertação! Diga-a e ela será demonstrada

para você. Proclame-a aos quatro ventos

e ela abençoará você. Diga-a aonde quer

que você vá e ela acontecerá para você, pois

o nosso Deus estará por trás da palavra

d’Ele para cumpri-la, mesmo quando você

ainda estiver falando. “...estando eles ainda

falando, eu os ouvirei” (Is 65:24).

A vitória do Calvário pertence a você.

Comece agora e seja salvo (sozo) (Rm

10:9).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 647

SEÇÃO D5

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS

Gerald Rowlands

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

D5.1 – Enfermidade: Suas Causas e Origens

D5.2 – A Provisão de Deus Para a Cura

D5.3 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte I

D5.4 - Maneiras e Métodos de Cura: Parte II

D5.5 – A Evangelização e Curas do Novo Testamento

explicada nesta seção, você também poderá

impor as suas mãos nos enfermos e eles

serão curados.

Introdução

O ministério de cura divina é uma parte

fundamental do Evangelho do Reino. A grande

verdade de que Deus é um Deus que

cura, percorre toda a Bíblia como um fio

escarlate de promessa. Tanto o Antigo

como o Novo Testamento testificam sobre

a provisão de Deus para a cura da humanidade.

Grande parte do ministério terreno de

Cristo relacionava-se diretamente com a ministração

da cura física aos enfermos e aflitos.

A história da Igreja Primitiva é cheia de

narrativas de grandes curas e milagres feitos

em nome de Jesus. Foi somente na Idade

Média, quando quase toda a Igreja entrou

em apostasia, que a torrente de curas tornou-

se um pequeno riacho.

A Reforma na Igreja, há mais ou menos

500 anos atrás, restaurou à Igreja verdades

que haviam sido perdidas. Uma das grandes

verdades que o Espírito restaurou foi a da

cura divina. Por todo o mundo os cristãos

estão descobrindo a realidade do poder de

cura de Deus.

Esta mensagem é dedicada a todos os

ministros cristãos. A nossa oração é que ela

possa inspirar a todos que a lerem a realmente

buscarem a Deus, para que possam

Capítulo 1

Enfermidade: Suas Causas e

Origens

Sobre o Autor

Gerald Rowlands é muito qualificado

para escrever sobre curas divinas pois foi

muito usado pelo Senhor neste ministério

em todo o mundo. Gerald saiu da Inglaterra,

há mais de vinte anos, para pastorear

na Austrália. Deus abençoou os seus esforços

e ele pôde liderar algumas das maiores

congregações pentecostais desta nação.

Há aproximadamente onze anos atrás o

Senhor falou a Gerald e disse-lhe que fosse

à África. Ele obedeceu e por isto Deus o

tem abençoado e usado de maneira grandiosa

naquele continente.

Logo após sua chegada à África, Gerald

e seus companheiros começaram campanhas

evangelísticas ao ar livre. Milagres excelentes

começaram a acontecer. Os coxos começaram

a andar, os cegos a ver e os pobres a

ouvir o Evangelho, exatamente como nos

dias Bíblicos.

Você também poderá entrar num ministério

assim, se buscar ao Senhor para receber

o Seu poderoso Batismo no Espírito

Santo até que esteja transbordando com a

Sua presença. Depois, exercitando a sua fé

e crendo na Palavra de Deus da maneira

648 / SEÇÃOD5 D5.1– Enfermidade: Suas Causas e Origens

receber um ministério de cura. Não é nossa

intenção argumentarmos sobre as causas da

cura divina com os que porventura venham

a duvidar de sua validade, nem tampouco

alegarmos que este estudo seja um tratado

completo sobre este importante assunto.

Esta mensagem é meramente um esforço

sincero para ajudar aos que ainda não testemunharam

o poder de cura de Deus em seus

ministérios.

À medida que você ler este estudo, possa

o Espírito Santo aumentar o seu entendimento

e fé, para que você possa receber

o poder de cura de Deus, e assim beneficiar

aos que sofrem! Se a inspiração e instrução

que você receber resultar na cura

de uma só pessoa, então terá valido a

pena!

Levante-se! Reivindique a sua herança!

Permita que Deus libere o Seu poder sobrenatural

através de você, para curar os outros.

A. DE ONDE SE ORIGINOU A

DOENÇA?

1. Adão Foi Criado Espiritualmente

Perfeito

Adão e Eva foram criados imaculados,

inocentes e irrepreensíveis. Criados à imagem

e semelhança de Deus (Gn 1:26), eles

desfrutavam uma comunhão pura com Deus.

Eram inocentes. Livres de qualquer sentimento

de transgressões morais, usufruíam

de uma paz e harmonia internas. Não conheciam

medo algum.

Tampouco eram afligidos por inibições

ou complexos. Não se sentiam constrangidos

em nenhuma maneira prejudicial

ou destrutiva. Estavam nus, mas não

sentiam nenhuma culpa ou vergonha por

isto (Gn 2:25). Todos estes fatores contribuíam

para uma condição de perfeita

saúde.

Há não muito tempo feitos pela mão de

seu Criador, eram seres perfeitos, espiritual,

física, mental e emocionalmente. Eram

um esplêndido produto da capacidade criativa

de Deus e criados à Sua imagem e

semelhança (Gn 1:26).

2. Adão Foi Criado Psicológica e

Emocionalmente Perfeito

Deus deu a Adão a tarefa de nomear todos

os animais da Criação (Gn 2:19,20). Ele

também lhe deu a tarefa de governar e ter

domínio. A impressão geral transmitida é

que Adão era psicologicamente competente,

respeitado e apreciado por Deus. Não

há nenhum registro de qualquer desordem

emocional, até o momento em que Adão e

Eva conheceram o seu pecado. Naquele instante

seus corações encheram-se de temor e

esconderam-se (Gn 3:7-10).

3. Adão Foi Criado Fisicamente

Perfeito

Deus, pessoalmente, planejou e criou todos

os detalhes do corpo de Adão. Ele olhou

para toda a Sua Criação e declarou que tudo

era muito bom (Gn 1:31). Anos mais tarde,

o Rei Davi falou por todos nós, ao dizer

que o homem foi “feito de um modo terrível

e maravilhoso” (Sl 139:14).

4. A Perfeição do Homem

Completo

Deus sempre teve um compromisso para

com o Homem Completo. Ele nos criou

perfeitos, e o Seu poder salvador em Jesus

Cristo tem uma importância vital para o

Homem Completo. À medida que este estudo

continuar, você verá que o poder

curador de Deus ainda está vitalmente arraigado

no cuidado de Deus para com o

Homem Completo.

5. O que Saiu Errado?

Houve um momento na história em que

o homem esteve à beira da tragédia. Um

simples ato de desobediência precipitou a

raça humana numa longa e escura queda para

fora da presença de Deus.

O casal original tinha acesso a todas as

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 649

árvores, ervas e frutos do Jardim. A única

exceção era a árvore do conhecimento do

bem e do mal. Deus disse: “De toda a árvore

do jardim comerás livremente, mas da

árvore do conhecimento do bem e do mal,

dela não comerás; porque no dia em que

dela comeres, certamente morrerás.” (Gn

2:16,17).

Deus os alertou que se eles O desobedecessem,

morreriam espiritualmente.

Como resultado direto desta morte espiritual,

morreriam também fisicamente no final.

Deus disse literalmente: “Morrendo,

certamente morrerás.” Se morremos espiritualmente,

a lei da morte é ativada em

nós, e eventualmente, morremos fisicamente.

A morte física foi o resultado direto da

transgressão espiritual que fez com que

Adão e Eva fossem expulsos da presença

do Senhor. Cortados da presença de Deus,

que era a fonte de vida deles, a lei do pecado

e da morte começou a operar neles. Iniciou-

se por conseguinte um processo de

deterioração. Isto nunca teria acontecido à

humanidade, se eles tivessem permanecido

num relacionamento correto com Deus.

O processo de deterioração é chamado de

enfermidade e envelhecimento. Isto tem

afligido a humanidade desde a tragédia do

Éden.

Este simples ato de desobediência introduziu

no mundo todas as coisas negativas

que hoje afligem a humanidade, espiritual,

psicológica e fisicamente. É a fonte de:

DOENÇA,

DESORDEM,

INCAPACIDADE,

ANGÚSTIA,

AFLIÇÃO,

DESASTRE,

DISCÓRDIA,

DESÂNIMO,

DESARMONIA E

DESINTEGRAÇÃO.

Todas estas atitudes e emoções negativas,

que são prejudiciais à saúde, originamse

na desobediência. São conhecidas como

emoções catabólicas e destroem a nossa saúde.

6. A Tragédia Espiritual da Queda

O homem perdeu a sua inocência e herdou

a culpa e a condenação. Ele perdeu a

preciosa comunhão com Deus e foi expulso

da Presença Divina para o resto de seus dias.

O homem perdeu a vida eterna do seu espírito.

Isto era a sua conscientização de Deus. O

homem perdeu o seu domínio. Este verdadeiro

domínio dependia do fato de ele ter

sido feito à imagem e semelhança de Deus.

O homem era o representante de Deus na

Criação. Desde então, o homem tem lutado

para reafirmar o seu domínio sobre a Criação.

O homem perdeu a imagem e semelhança

de Deus. Todos os descendentes de Adão

deveriam ter herdado a semelhança de Deus.

Ao contrário, herdaram a semelhança da humanidade

caída de Adão (Gn 5:3).

7. A Tragédia Psicológica da Queda

O homem perdeu a sua perfeição intelectual

e esforça-se agora para reaver o conhecimento

que lhe dará a mestria.

A verdade depende de um relacionamento

correto com Deus, pois Deus é o Autor

da verdade. O homem, no entanto, perdeu a

sua integridade emocional perfeita. Desde a

Queda, a humanidade nunca mais se viu livre

da tristeza, do sofrimento e das dificuldades

(Gn 3:15-19). O homem perdeu a

sua liberdade psicológica. Ele se vendeu ao

Diabo, o qual se tornou o deus deste mundo

(2 Co 4:4). Adão hipotecou todos os

direitos e privilégios que Deus lhe deu.

Desde então, a humanidade tem sido a presa

do Diabo e suas hostes demoníacas.

8. A Tragédia Física da Queda

“E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos

à voz de tua mulher, e comeste da árvore

de que te ordenei, dizendo: Não comerás

dela: maldita é a terra por causa de ti: com

dor comerás dela todos os dias da tua vida.

Espinhos, e cardos também, te produzirá;

650 / SEÇÃOD5 D5.1– Enfermidade: Suas Causas e Origens

e comerás a erva do campo. No suor do teu

rosto comerás o teu pão, até que te tornes à

terra: porquanto dela foste tomado: porquanto

és pó, e em pó te tornarás” (Gn

3:17-19).

A humanidade herdou uma terra amaldiçoada,

da qual o homem teria que labutar

com o suor do seu rosto para ganhar a vida.

Os espinheiros e sarças seriam prolíferos e

seriam um trabalho adicional para o homem,

o qual fora expulso da presença de Deus e

da árvore da vida, para tornar-se sentenciado

à morte. “E em pó te tornarás.”

Quanto a Eva, ela também herdou um

infortúnio específico, o qual transmitiria às

mulheres de todas as gerações. Isto incluía a

tristeza, a dor e o trabalho de parto, e a

submissão ao controle de seu marido. O

homem perdeu a sua saúde e herdou as doenças.

A atual epidemia de doenças que aflige a

humanidade tem a sua origem na tragédia do

Éden. O pecado, então, entrou no mundo.

Com ele vieram as enfermidades. A morte é

o resultado final das doenças que não são

curadas. Se Adão não tivesse pecado, a humanidade

nunca teria conhecido o sofrimento

e as doenças. Ele escolheu comer do fruto

da árvore do conhecimento do bem e do

mal. As doenças são parte deste malefício.

Assim sendo, todas as doenças vêm indiretamente

de Satanás. Deus não é o autor das

enfermidades. Falaremos agora sobre as diversas

maneiras pelas quais ficamos doentes.

B. COMO AS PESSOAS ADOECEM

Permita-me agora fazer um sumário de

algumas das causas das doenças e enfermidades:

1. As Doenças Entraram no Mundo

Quando Adão Caiu

Elas são parte da maldição que sobreveio

à humanidade como resultado direto

da desobediência. Portanto, direta ou indiretamente,

o pecado é a causa básica de todas

as enfermidades. Elas são parte do “salário

do pecado” (Rm 6:23).

As doenças nos dão uma idéia de falta de

alívio e de paz. Era este o estado da mente e

das emoções de Adão após a sua transgressão.

O peso da condenação, da culpa e da

vergonha que ele herdou o deixou aberto e

vulnerável às doenças.

Temos boas razões para acreditar que

antes da Queda não havia organismos, bactérias

ou germes infecciosos no mundo. Na

conclusão de Sua obra de criação, Deus viu

que “tudo era muito bom.” Ele não poderia

ter dito isto se já estivessem presentes os

germes da tuberculose, as células do câncer

e um exército inteiro de bactérias portadoras

de enfermidades. Estes temíveis destruidores

devem ter vindo com a maldição.

2. O Pecado Ainda Causa as

Doenças

Uma vez que o pecado é basicamente a

rejeição do governo de Deus, o que nos isola

da vida de Deus, podemos entender que

esta alienação ainda é a causa principal das

doenças. Na futura manifestação do Reino

de Deus, ocasião em que toda rebeldia será

destruída, não mais haverá qualquer doença,

tristeza ou morte (Ap 21:4).

3. Poderes Demoníacos

Espíritos malignos podem, às vezes, ser

a causa direta de doenças e aflições.

Em Mateus 9:32,33, lemos sobre um

“homem mudo e endemoninhado.” Quando

Jesus expulsou o espírito de mudez, o

homem imediatamente pôde falar. Suas cordas

vocais, obviamente, haviam sido presas

pelo espírito mudo. Em Marcos 9:17-

27, vemos a narrativa de um jovem que foi

levado a Jesus e que tinha um espírito

mudo (vers.17). Este espírito estava, na

verdade, causando tanto a surdez como a

mudez. Jesus expulsou o espírito de mudez

e surdez (vers. 25) e o jovem foi liberto.

Em Lucas 13:11-16, temos a narrativa

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 651

da mulher que “tinha um espírito de enfermidade

há dezoito anos.” Sua espinha estava

encurvada e o seu rosto estava inclinado

para o chão. A medicina moderna diria

que ela tinha uma “curvatura crônica de espinha”.

Jesus libertou-a de sua enfermidade,

e a sua espinha imediatamente ficou reta,

e ela, então, glorificou a Deus por sua libertação.

Há várias ocasiões nas Escrituras onde

se diz que as pessoas eram afligidas por

espíritos de enfermidades. A única maneira

de elas serem curadas era a expulsão destes

espíritos pela palavra de fé e autoridade.

Depois que o espírito é expulso, desaparecem

então os sintomas. Pessoas assim nunca

podem ser curadas através de outras

maneiras, a não ser por um ministério de

libertação.

4. Negligência da Saúde

Temos de encarar o fato de que a nossa

saúde pode sofrer, se negligenciarmos vários

fatores básicos com relação à saúde e à

vitalidade. Para continuarmos sadios, uma

dieta apropriada tem que ser seguida. Há

certos nutrientes e vitaminas que precisam

ser incluídos em nossa dieta costumeira. As

deficiências na dieta causarão, a longo prazo,

um colapso na saúde. O descanso e o

sono inadequados também afetam negativamente

a nossa condição de saúde. Muito

trabalho e muito pouco tempo para o descanso

e a recreação também colhem o seu

tributo sobre a nossa saúde. Isto pode ser

especialmente aplicável a obreiros cristãos

e pastores. Epafrodito era um exemplo disto

(Fp 2:25-30). Chegou bem perto da morte,

e a causa desta condição foi o trabalho

demasiado, a serviço do Senhor e do Seu

povo.

5. O Envelhecimento Natural

Reduz a Força Física

Quando somos jovens, possuímos uma

vitalidade juvenil que é conducente à boa

saúde. A Bíblia fala do “orvalho da mocidade”

(Sl 110:3). Davi também fala sobre

“a renovação de nossa mocidade, como a

águia” (Sl 103:5). Isaías esclarece que isto

se refere à renovação de nossa força juvenil

(Is 40:31).

Jeremias nos diz que “é bom para o

homem suportar o jugo na sua mocidade”

(Tm 3:27). O princípio da vida é o tempo

de trabalhos duros. É o apogeu da vida e o

cume da força física. Salomão descreve muito

vividamente as limitações da idade avançada.

Ele nos exorta a “lembrarmos de

nosso Criador nos dias de nossa mocidade”

(Ec 12:1-7). Que possamos amar a

Deus e servi-Lo, enquanto ainda tivermos

força e vitalidade para fazê-lo vigorosamente.

Foi considerado algo notável que Moisés,

após ter alcançado uma idade avançada,

ainda tivesse uma boa visão e força física

(Dt 34:7). O comum é que a força diminua

e a visão se deteriore depois que passou

o apogeu da vida.

Isto significa que não podemos contar

com saúde e força numa idade avançada?

Significa que não podemos contar com a

cura física quando somos idosos? Certamente

que não! Deus promete que “a nossa força

será como os nossos dias” (Dt 33:25).

Creio que isto nos ensina que podemos

ter a esperança de termos saúde durante toda

a nossa vida. Conheci muitos cristãos idosos

que pensavam que os sinais de deterioração

física indicassem que Deus não estava

mais interessado neles. Preocupavamse,

às vezes, que talvez houvessem cometido

algum pecado e que sua fraqueza física

fosse um julgamento por isto.

Muitas vezes, cristãos sinceros entram

em grande condenação com relação a isto,

sentindo que devem ter cometido algum

pecado terrível e imperdoável. O entendimento

de que há um processo natural de

deterioração física em idade avançada, o qual

afeta os cristãos e não-cristãos igualmente,

tem ajudado grandemente a estas pessoas.

Os últimos anos de nossa vida também têm

652 / SEÇÃO D5 D5.2 – A Provisão de Deus Para a Cura

suas compensações e não devem ser desprezados.

Capítulo 2

A Provisão de Deus

Para a Cura

A. OS NOMES

REDENTORES DE DEUS

Começamos a entender algo do interesse

de Deus para com o Homem Total (espírito,

alma e corpo), ao considerarmos os nomes

redentores, ou títulos, de Jeová. Jeová significa

“Aquele que Existe por Si Mesmo e que

Se Revela”. Este nome é usado especialmente

com relação à obra redentora de Deus. Há

sete nomes compostos nas Escrituras que

são usados juntamente com o nome Jeová.

Cada um deles revela um aspecto particular

da redenção que Ele forneceu.

1. Jeová Jireh Significa “O Senhor

Proverá” (Gn 22:14)

Desta maneira declarou-Se Jeová a Abraão

no Monte Moriá. Diante da terrível possibilidade

de sacrificar o seu único e amado filho,

Abraão ouviu o brado do Senhor: “Não

estendas a tua mão sobre o moço” (Gn

22:12). Deus havia providenciado um sacrifício

num arbusto ali perto. “E chamou

Abraão o nome daquele lugar o Senhor

proverá.” Quão maravilhoso é sabermos

que Deus Se comprometeu a providenciar

um Redentor para nós!

2. Jeová Rapha Significa “Eu Sou o

Senhor que te Sara” (Êx 15:26)

Logo depois que Deus tirou o Seu povo

do Egito, Ele Se revelou a eles como Aquele

que os curava. Ele já lhes havia provado que

Ele era o seu Salvador e Libertador. Agora

Se revela também como Aquele que os sara.

O Antigo Testamento mostra claramente

que a cura é uma parte integral da Redenção.

Paulo nos diz que a Nova Aliança é

uma “Aliança Melhor”, superior em todos

os sentidos. Se a Antiga Aliança já havia

feito uma provisão para o Homem Total, a

Nova Aliança, com certeza, não ficaria atrás.

3. Jeová Nissi Significa “O Senhor

é a Nossa Bandeira ou o Nosso

Vencedor” (Êx 17:15)

Esta revelação veio logo após Deus haver

dado uma grande vitória a Israel sobre os

amalequitas. Moisés permaneceu com as

mãos levantadas em direção a Deus e o Senhor

destruiu todos os seus inimigos diante

deles. Uma grande vitória foi alcançada.

Moisés construiu um altar ao Senhor e chamou

aquele lugar de “Jeová Nissi”, ou “o

Senhor que nos encobriu com a bandeira de

Sua vitória.”

4. Jeová Shalom Significa “O

Senhor é a Nossa Paz” (Jz 6:23)

Este título redentor nos revela o glorioso

privilégio de conhecermos e possuirmos

a paz de Deus através da redenção que é

nossa em Cristo. É uma plenitude de paz

que literalmente significa: “a posse de todas

as coisas necessárias para a nossa paz.’’

A Bíblia diz que Cristo “é a nossa paz” (Ef

2:14). A palavra “paz” (“shalom” no hebraico)

significa bem-estar, plenitude para

a nossa perfeição ou bem-estar completo.

5. Jeová Raah Significa “O Senhor

é o Meu Pastor” (Sl 23:1)

Este Salmo de Davi descreve a bemaventurança

e a segurança de uma pessoa

que tenha a cobertura de um Pastor como o

Senhor. O Senhor como Pastor enfatiza o

Seu cuidado por nós. Já que somos ovelhas

do pasto de Deus, é maravilhoso sabermos

que a redenção de Cristo nos proporcionou

a proteção de um Pastor tão atencioso e

generoso.

6. Jeová Tsidkenu Significa

“O Senhor é a Nossa Retidão” (Jr 23:6)

Jesus tornou possível que nos transformássemos

na retidão de Deus em Cristo. Ele

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 653

realizou isto tornando-Se pecado por nós e

sofrendo a penalidade e o julgamento de

Deus em nosso lugar. A redenção de Cristo

não somente nos “salva”. Ela nos declara

retos diante do Pai. “... Jesus Cristo, o qual

para nós foi feito por Deus sabedoria, retidão,

santificação e redenção” (1 Co 1:30).

7. Jeová Shammah Significa “O

Senhor Está Presente” (Ez 48:35)

A presença de Deus foi restaurada em

nossa vida através de Jesus. Adão foi expulso

da presença de Deus, mas fomos trazidos

de volta à Sua presença através de Cristo.

Por sermos o Seu povo redimido, temos continuamente

a bênção da Sua presença.

Cada um destes nomes redentores revela

as várias bênçãos que Deus nos proporcionou

através de Cristo. A cura divina não

é um privilégio especial de uma minoria

favorecida, e sim um direito, pela Redenção,

de todos os que satisfazem os requisitos

da Aliança. Deus era Jeová Rapha para

Israel e ainda é, pois Ele declara: “Eu sou

Jeová e não mudo” (Ml 3:6).

B. JESUS CRISTO,

NOSSO MÉDICO

Todas as bênçãos que recebemos de Deus

vêm a nós devido à vitória de Cristo no

Calvário. Isto inclui a cura.

A palavra “expiação” significa “fazer um

sacrifício substitutivo diante de Deus.” Seu

propósito é restaurar-nos à unidade com

Deus e a tudo que o homem perdeu como

conseqüência da Queda.

Uma das coisas que ele perdeu foi a saúde

e força. Assim sendo, a nossa saúde é

restaurada através da expiação.

1. A Cura Através da

Expiação de Cristo

O pecado e as doenças são a maldição

dupla que sobreveio à humanidade. Jesus,

no entanto, proporcionou-nos uma cura dupla

para uma maldição dupla. Isaías faz esta

narrativa muito vividamente em Isaías 53.

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as

nossas aflições, e as nossas tristezas levou

sobre si.” (Is 53:4). Vários estudiosos fidedignos

salientam que a palavra “kholee”,

traduzida por “aflições”, é geralmente traduzida

por “enfermidades”. Deriva-se da

palavra “chalah”, que significa “estar fraco,

doente ou aflito.” De igual maneira, a palavra

traduzida por “tristezas” (“makob”) é

comumente traduzida por “dores”. Tendo

isto em mente, podemos compreender o

comentário de Mateus sobre Isaías 53:4:

“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades,

e levou as nossas doenças” (Mt 8:17).

A tradução deste trecho em Mateus é mais

precisa e fundamenta o fato de que a cura se

deve à expiação de Cristo.

Há dois verbos em Isaías 53:4 com uma

grande importância. O primeiro, “tomou

sobre Si” (hebraico “nasa”) é o mesmo verbo

empregado em Isaías 53:12: “... ele levou

sobre si o pecado de muitos.” Uma vez

que o mesmo verbo é usado em ambos os

versículos, compreendemos que Cristo “levou

sobre Si” as nossas enfermidades, da

mesma maneira que Ele levou sobre Si os

nossos pecados. Sabemos que Ele levou

sobre Si os nossos pecados, sofrendo como

nosso substituto. Isto também deve ser verdadeiro

em relação às nossas enfermidades.

Cristo sofreu-as em nosso lugar. Devido ao

fato de que Ele levou sobre Si nossos pecados

como nosso substituto, então estamos

livres deles. Já que Ele também levou sobre

Si as nossas enfermidades, estamos livres

delas também. Cristo levou sobre Si tanto

os nossos pecados como as nossas enfermidades.

Portanto, há perdão e cura para

todas as pessoas que os aceitam pela fé.

O segundo verbo “levou sobre Si” (hebraico

“cabal”) pode significar “suportar algo,

como uma penalidade.” É usado em Isaías

53:11, onde lemos: “... as iniqüidades deles

levará sobre si.” Em ambos os casos, o mesmo

verbo hebraico é usado com relação aos

nossos pecados e às nossas enfermidades. A

gloriosa conclusão é que, se Cristo levou so654

/ SEÇÃO D5 D5.2 – A Provisão de Deus Para a Cura

bre Si a penalidade dos nossos pecados, não

precisamos carregá-la. De igual maneira, se

Cristo levou sobre Si as nossas doenças,

tampouco precisamos carregá-las.

2. A Cura Foi Adquirida no Calvário

Estamos perfeitamente corretos em acreditar

que o sacrifício de Cristo na Cruz fornece

um remédio perfeito para o Homem

Total (espírito, alma e corpo). Cristo adquiriu

a saúde (sanidade perfeita) para a humanidade

através de Sua morte.

O Novo Testamento em grego confirma

a conclusão de que a nossa redenção em

Cristo inclui a cura, assim como o perdão.

O verbo mais comumente traduzido por

“salvar” (“sozo”) nos dá a idéia de integridade

ou sanidade perfeita. A palavra traduzida

por “salvo” em Romanos 10:9 (“...serás

salvo”) é a mesma palavra que é traduzida

por “saravam” em Marcos 6:56. “E

todos (os doentes) os que lhe (a Cristo) tocavam

eram curados.” A palavra “sozo” é

usada em ambos os casos. Nenhum cristão

negaria que os sofrimentos de Cristo ainda

resgatam os nossos pecados hoje. Por que

então deveríamos imaginar que a cura divina

não é para os dias de hoje?

Já que Ele era um Deus que curava no

Antigo Testamento, então Ele ainda é um

Deus que cura hoje. Ele ainda é Jeová Rapha,

o Senhor Nosso Médico, pois Ele não

muda! Deus é consistente. O Seu caráter,

natureza e disposição são imutáveis. Portanto,

a Sua vontade é imutável também.

3. O Ministério de Cura de Cristo

O Próprio Jesus é o nosso melhor Guia

para o ministério de cura. O verdadeiro coração

e a natureza de Deus são mais claramente

vistos em Jesus Cristo. Filipe disse:

“Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.”

Jesus respondeu: “Não me tendes conhecido,

Filipe? Quem me vê a mim vê o

Pai... Crede-me que estou no Pai, e o Pai

em mim; crede-me, ao menos, por causa

das mesmas obras. Na verdade, na verdade

vos digo que aquele que crê em mim

também fará as obras que eu faço, e as fará

maiores do que estas; porque eu vou para

meu Pai” (Jo 14:8-12).

Esta passagem bíblica nos ensina que

Jesus veio para nos mostrar, através de Sua

vida e ministério, como Deus é na verdade,

em Sua natureza imutável. Jesus mostra claramente

que Ele tem interesse no Homem

Total. Ele curou quando uma cura se fez

necessária. Alimentou as multidões quando

a comida foi necessária. Mostrou o amor do

Pai pelo homem da maneira em que Ele o

criou: espírito, alma e corpo.

Aprendemos algo também sobre a maneira

como Jesus valorizava os Seus milagres.

Para Ele, os milagres confirmavam a

verdade de Suas palavras.

Somos também encorajados a crer no

poder curador de Cristo em nossos próprios

ministérios, pois “aquele que crê em mim

também fará as obras que eu faço.”

4. Por que Cristo Curou?

a. Para Cumprir o Seu Ministério

Profético. Quando uma grande multidão se

formou após a cura da sogra de Pedro, Mateus

nos conta: “Ele curou todos os que

estavam enfermos para que se cumprisse o

que fora dito pelo profeta Isaías, que diz:

Ele tomou sobre si as nossas enfermidades,

e levou as nossas doenças” (Mt 8:16,

17 e Is 53:4-6).

b. Para Expressar a Sua Compaixão.

Várias passagens bíblicas mencionam a compaixão

de Cristo motivando-O a satisfazer

as necessidades das pessoas. Jesus era “movido

de íntima compaixão e curava os enfermos”

(Mt 14:14; 20:34; Mc 1:40,41;

5:19; 9:22).

c. Para Transmitir a Misericórdia de

Deus. Com relação a Epafrodito, Paulo diz:

“... Deus se apiedou dele, e não somente

dele, mas também de mim” (Paulo) e Deus

o curou (Fp 2:27).

d. Para Provar que Verdadeiramente

Deus o Havia enviado. Os milaA

CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 655

gres e curas presentes no ministério de Jesus

eram sinais ou credenciais que provavam

que Deus estava com Ele. Pedro diz

que Ele era um “varão aprovado por Deus

entre nós com maravilhas, prodígios e sinais,

que Deus por ele fez no meio de vós”

(At 2:22).

e. Para Destruir as Obras do Diabo.

“Para isto o Filho de Deus se manifestou:

para destruir as obras do diabo” (1 Jo 3:8).

“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré

com o Espírito Santo e com poder; o qual

andou fazendo bem, e curando a todos os

oprimidos do diabo, porque Deus era com

ele” (At 10:38).

“Para que aniquilasse o que tinha o

império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2:14).

As doenças são uma obra do Diabo e Jesus

manifestou-Se para destruí-las.

f. Para Manifestar as Obras de Deus.

Certo dia, Jesus e Seus discípulos viram

um homem que havia sido cego de nascença.

Os discípulos ficaram curiosos em saber

a causa da cegueira daquele homem. Era resultado

do seu próprio pecado ou do de

seus pais? Jesus, no entanto, estava interessado

em outra coisa. Ele disse: “Para

que se manifestem nele as obras de Deus,

convém que eu faça as obras daquele que

me enviou, enquanto é dia” (Jo 9:1-7). Em

seguida, Jesus curou o homem, mostrando

claramente que uma das razões pelas quais

Ele curava os enfermos era para manifestar

as obras de Deus.

g. Para Manifestar a Glória de Deus.

As poderosas obras de Deus eram executadas

por Jesus para que o Seu Pai pudesse

ser glorificado. Diante do túmulo de Lázaro,

Jesus disse à Marta; “Não te hei dito que,

se creres, verás a glória de Deus?” (Jo

11:40).

Em Lucas 13:10-17, lemos a narrativa

da mulher que tinha um espírito de enfermidade

há dezoito anos e de como Jesus a

libertou de sua enfermidade. O versículo 13

diz: “E pôs as mãos sobre ela, e logo se

endireitou, e glorificava a Deus.” Observe

que foi depois de ser curada que ela glorificou

a Deus.

5. Alguns Métodos que Jesus

Empregava Para Curar

Jesus não usou apenas um método para

curar as pessoas. Ele ministrou a elas de

várias maneiras. Consideremos rapidamente

algumas destas maneiras:

a. Falando a Palavra de Autoridade.

O oficial romano que se aproximou de

Jesus em nome de seu servo reconheceu a

palavra de autoridade de Cristo (Mt 8:5-13).

Por ser um oficial do exército, ele estava acostumado

tanto a dar, como a receber ordens.

Ele sabia que uma verdadeira palavra de autoridade

recebia uma resposta imediata. Tão

impressionado ficou ele com a autoridade de

Cristo que Lhe suplicou: “Dize somente uma

palavra, e o meu criado sarará” (vers. 8).

Mais tarde ele descobriu que o seu servo

havia sido realmente curado na mesma hora

em que Jesus havia falado.

Nós também temos autoridade em nome

de Jesus. O Próprio Cristo disse: “Em verdade

vos digo que qualquer que disser a

este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e

não duvidar em seu coração, mas crer que

se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe

será feito” (Mc 11:23).

b. Impondo as Mãos nos Enfermos.

Jesus freqüentemente impunha as mãos nos

doentes para ministrar a cura. Devido à sua

formação cultural, as pessoas tinham uma

grande fé na imposição de mãos. Jairo rogou

a Jesus que ele viesse e impusesse as

mãos em sua filha, a qual estava para morrer

(Mc 5:21-23).

Quando Jesus foi para Nazaré, a Sua cidade

natal, Ele “curou alguns poucos enfermos,

impondo-lhes as mãos” (Mc 6:5).

Em Lucas 4:40, muitos que sofriam de todos

os tipos de doenças vieram a Jesus e

Ele “pondo as mãos sobre cada um deles

os curava.”

c. Repreendendo as Enfermidades.

Jesus, na verdade, dirigia-Se verbalmente,

656 / SEÇÃO D5 D5.3 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte I

às vezes, às doenças, repreendendo-as e ordenando-

lhes que partissem. Lucas registrou

dois acontecimentos interessantes no

quarto capítulo do seu Evangelho. O primeiro

se refere a um homem que estava na

sinagoga, e que tinha um espírito imundo.

Jesus repreendeu o espírito, ordenando-lhe

que “se calasse e saísse dele”. O espírito

obedeceu imediatamente e saiu do homem

(Lc 4:33-37).

Jesus e alguns dos Seus discípulos saíram

da sinagoga e foram diretamente à casa

de Pedro, onde sua sogra jazia doente e com

febre. Lucas nos diz que Jesus “repreendeu”

a febre e esta se foi imediatamente,

permitindo que a sogra de Pedro se levantasse

e os servisse (Lc 4:38,39). O que é

interessante é que a palavra “repreender” é

a mesma em ambos os casos. Jesus tratou a

febre exatamente como o fez com o espírito

imundo. Ele repreendeu a ambos verbalmente,

ordenando-lhes que partissem, e eles

obedeceram.

d. Tocando as Pessoas. “E Jesus, estendendo

a mão, tocou-o dizendo: Quero:

sê limpo. E logo ficou purificado da lepra”

(Mt 8:3).

“Tocou então os olhos deles, dizendo:

Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt

9:29).

Quando Pedro golpeou o servo do sumo

sacerdote e decepou a sua orelha, lemos que

“Jesus, tocando-lhe a orelha, o curou” (Lc

22:51).

Há muitas outras ocasiões em que Jesus

tocou as pessoas e as curou.

e. As Pessoas Tocando a Cristo. “E,

quando os homens daquele lugar o conheceram,

mandaram por todas aquelas terras

em redor, e trouxeram-lhe todos os que

estavam enfermos. E rogavam-lhe que ao

menos eles pudessem tocar a orla do seu

vestido; e todos os que a tocavam ficavam

sãos” (Mt 14:35,36).

“E certa mulher, que havia doze anos

que tinha um fluxo de sangue, ...veio por

detrás, entre a multidão, e tocou no seu vestido,

porque dizia: Se tão somente tocar nos

seus vestidos, sararei. E logo se lhe secou a

fonte do seu sangue; e sentiu no seu corpo

estar já curada daquele mal” (Mc 5:25-29).

Capítulo 3

Maneiras e Métodos de

Cura: Parte I

Deus tem muitas maneiras de fazer com

que o Seu poder de cura se torne acessível a

nós nos dias em que vivemos. Ele pode agir

de qualquer maneira que Ele escolher. Não

cometa o erro de tentar ditar a Ele a maneira

pela qual Ele deve curar. Ele sabe melhor

que qualquer um de nós. Permita que Ele aja

a Seu modo. Consideremos, agora, algumas

das maneiras que Ele pode escolher e agir

através delas:

A. CURA NATURAL: OS PODERES

DE RECUPERAÇÃO DA NATUREZA

Isto se refere aos poderes de recuperação

da natureza.

Uma das razões pelas quais estou pessoalmente

convencido de que Deus é um

Deus que cura, é a lei natural da cura e recuperação

que Ele criou no organismo humano.

Nosso corpo tem uma resistência e um

poder de recuperação impressionantes. Se

lhe dermos oportunidade, ele restaurará a

própria saúde. Pensemos, por um momento,

numa substância maravilhosa que Deus

colocou no sangue. A fibrina é uma proteína

da corrente sanguínea. É solúvel e percorre

o aparelho circulatório continuamente sem

causar problema algum. No entanto, se uma

pessoa for ferida e o sangue começar a sair

pelo ferimento, a fibrina começa a solidificar-

se e a formar um coágulo. Esta fibrina é

semelhante a uma linha branca, e ao entrar

em contato com a atmosfera começa a formar

um emaranhado de fibras brancas que

formam, então, o coágulo. Isto faz com que

cesse o fluxo de sangue do ferimento. Se um

pedaço de pano, ou atadura, for colocado

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 657

sobre o corte por algum tempo, a proteína

fibrina entrará em ação e formará um coágulo

para estancar o fluxo de sangue. A atadura

poderá então ser removida pois o fluxo

de sangue já terá sido detido pelo coágulo.

Os glóbulos brancos também fazem parte

do maravilhoso mecanismo de defesa do

corpo. São a força de defesa do corpo. Quando

organismos infecciosos entram no corpo,

o cérebro envia imediatamente um sinal

aos corpúsculos brancos, que se ajuntam

no ponto em que as bactérias entraram, começam

o ataque e devoram os organismos

estranhos. À medida que vão conquistando

este exército invasor, os corpos mortos do

inimigo começam a amontoar-se. Isto é, em

essência, o que constitui um furúnculo – o

acúmulo de bactérias que os glóbulos brancos

derrotaram. Mais tarde, o furúnculo se

rompe e o corpo expulsa os restos do inimigo,

o qual, sem sucesso algum, tentou infeccionar

o organismo.

Há muitas outras maravilhas no corpo

humano, as quais, juntas, constituem o incrível

sistema de resistência às doenças. Elas

sempre procuram proteger o corpo das invasões

inimigas e preservar a condição de

saúde que Deus ordenou para ele. Lembrese

que as doenças são anormais. Uma saúde

boa é a condição normal de Deus para a Sua

maravilhosa Criação.

B. CUIDADOS DIETÉTICOS E

GERAIS COM O CORPO

Um cuidado inadequado do corpo pode

ocasionar uma condição de perda da saúde.

Neste caso, o corpo requer não somente

uma cura física, como também algumas

mudanças que possam fornecer um cuidado

e atenção adequados no futuro.

Não estou sugerindo que nós, que não

somos judeus, deveríamos seguir literalmente

as leis judaicas com relação a isto. O que

estou dizendo é que deveríamos aprender

com elas sobre a necessidade de darmos o

devido cuidado e consideração à questão da

dieta e higiene.

Quando alguém está sofrendo de desnutrição

(a conseqüência de uma dieta inadequada),

há na verdade somente uma cura:

uma melhoria acentuada na dieta. Precisamos

fazer o melhor possível para nos assegurarmos

de que a nossa dieta está sendo

equilibrada e de que a comida está sendo

nutritiva, com as proteínas e vitaminas que

o corpo requer para manter a boa saúde. Em

alguns países isto nem sempre é fácil. A

séria escassez de comida torna difícil e, às

vezes, impossível obter-se suprimentos alimentares

apropriados e necessários. Contudo,

até mesmo nos países onde isto não

acontece, as pessoas, muitas vezes, não reconhecem

a grande importância da nutrição.

Alguns até pensam que não têm condições

financeiras de comerem adequadamente,

porém, mais tarde, têm que gastar dinheiro

com médicos. É muito melhor gastarmos

dinheiro com comida que com contas

hospitalares.

1. Nutrição

Para ser saudável, o corpo humano necessita

da nutrição proveniente de quatro

grupos principais de alimentação:

a. Proteínas. Carne, peixe ou aves. Lentilha

e algumas variedades de feijões. De

quatro a seis gramas, de um deles, diariamente.

b. Legumes. Cenoura, acelga, brócoli,

batata, etc. Pelo menos três ou quatro deles,

diariamente.

c. Frutas. Laranja, uva, maçã, manga,

banana, abacaxi, etc. Pelo menos duas delas,

diariamente.

d. Cereais. Trigo, arroz, cevada, etc;

e produtos feitos com cereais, tais como

pão, massas, etc. Pelo menos dois bocados

diariamente.

2. Hábitos e Higiene

No outro extremo, há pessoas que danificam

a sua saúde devido a um excesso de

comida, ou por comerem muito as comidas

erradas. Comem muitas comidas gorduro658

/ SEÇÃO D5 D5.3 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte I

sas e com muito amido. Isto cria tecidos

gordurosos ao invés de energia. Estas pessoas

tornam-se obesas e a sua saúde sofre

as conseqüências. Alguém disse que muitas

pessoas hoje em dia estão “cavando suas

sepulturas com seus dentes.”

Seus hábitos alimentares estão causando

prejuízos à saúde e até mesmo mortes

prematuras. Há uma necessidade de disciplina

com relação a isto. Nossos corpos não

mais nos pertencem, pois foram comprados

por um preço. Pertencem agora a Deus

e devemos glorificá-Lo através de um cuidado

adequado deles (1 Co 6:20).

De igual maneira, temos que estar cientes

da necessidade de uma higiene adequada.

É essencial que lavemos os nossos corpos

e os utensílios de cozinha. A sujeira

gera os germes, os quais, por sua vez, geram

as doenças.

O ditado “A limpeza é a segunda virtude

após a santidade” é um tanto exagerado. No

entanto, há uma boa dose de verdade nele.

Um bom banho diário é uma boa regra para

ser seguida. “Então te lavei com água...”

(Ez 16:9). “Chequemo-nos com verdadeiro

coração em inteira certeza de fé, tendo...

e o corpo lavado com água limpa” (Hb

10:22).

C. ATENÇÃO E CUIDADO

MÉDICOS

Nos casos em que a saúde do corpo deteriorou-

se devido a uma falta de atenção às

leis naturais da saúde, é freqüentemente

necessária a obtenção de conselhos e cuidados

médicos. Nenhum médico pode curar.

Somente Deus pode curar. A medicina coopera

com as leis de Deus a fim de ajudar o

paciente a se recuperar. Um famoso médico

francês disse certa vez: “Eu cuido, mas é

Deus quem cura.” Isto é verdade! Já que

Deus é essencialmente contrário às doenças

e enfermidades, então os médicos estão cooperando

com Ele para o cumprimento de

Seus propósitos. Os hospitais são “casas

de misericórdia, as quais auxiliam no combate

grande praga existente no mundo por

causa do pecado.”

D. CURA PSICOLÓGICA E

EMOCIONAL

1. Atitudes e Pensamentos

Corretos

Um dos avanços importantes da medicina

recentemente foi com relação ao diagnóstico

e tratamento de doenças psicossomáticas.

Com isto queremos dizer as doenças

físicas que começam na mente do paciente.

Não são doenças imaginárias. O paciente

está, na verdade, fisicamente doente.

Há sintomas de uma enfermidade física bem

real. Contudo, foi produzida originalmente

pela mente do paciente.

Salomão tocou neste princípio ao dizer:

“Assim como um homem pensa em seu coração,

assim é ele’’ (Pv 23:7). O homem

tornar-se-á qualquer coisa que ele permitir

que a sua mente pense continuamente! Se

alguém tem medo de doenças e sempre contempla

morbidamente a possibilidade de ficar

doente, estes pensamentos em si já podem

produzir a própria enfermidade que a

pessoa teme.

Jó também estava muito ciente deste

princípio. Parece que, embora ele tivesse

saúde e fosse extremamente próspero, ele

nutria constantemente pensamentos negativos

de que um dia perderia tudo. Talvez

pensasse consigo mesmo: “Isto é bom demais

para durar muito tempo. As coisas

estão indo maravilhosamente bem para mim

e não posso esperar que isto dure para sempre.”

Quaisquer que fossem seus pensamentos

específicos, eram bem obviamente negativos

e pessimistas. Quando a tragédia

realmente o alcançou e tornou-se, então, tão

doente que desejou nunca ter nascido, disse:

“Porque o que eu temia grandemente

me veio; e o que receava me aconteceu”

(Jó 3:25). Jó percebeu que os medos que

havia permitido cativarem seus pensamentos,

haviam atraído para sua vida as própriA

CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 659

midades. Pressão arterial alta, problemas

cardíacos, doenças do aparelho circulatório,

asma, úlceras estomacais e dores de cabeça

crônicas são apenas algumas das muitas

enfermidades típicas daqueles que são

induzidos por atitudes mentais e emocionais

erradas.

Quando a doença de determinada pessoa

é induzida psicossomaticamente, ela necessita

não somente que a doença física seja curada,

como também que haja uma cura interior

no que se refere aos seus processos emocionais

e mentais. É algo simples para Deus

curar os sintomas físicos, mas se a atitude

mental não for radicalmente alterada, a pessoa

ficará logo doente novamente com a mesma

enfermidade, ou uma outra semelhante.

É uma questão simples para Deus, por

exemplo, curar uma úlcera estomacal. O que

é mais difícil é a cura interior das atitudes

mentais que causaram a úlcera. Se a pessoa

em questão insistir em carregar um grande

fardo de preocupações e ansiedade, estas

atitudes rapidamente causarão uma outra

úlcera.

Davi nos dá uma fórmula eficaz para a

cura de tais problemas crônicos.

3. Como Receber a Cura Emocional

a. Lance o seu Fardo Sobre o Senhor.

Ele nos exorta a “lançarmos o nosso fardo

sobre o Senhor, pois Ele nos susterá” (Sl

55:22). Isto implica em lançarmos toda ansiedade,

preocupação, temor ou atitude negativa

sobre o Senhor. Para que possamos

fazer isto é necessário que entreguemos por

completo a nossa vida ao Senhor. Quando

nossa vida está totalmente entregue a Deus,

torna-se então Sua propriedade pessoal. Ele

é então responsável pelo cuidado dela. Ele a

manterá com boa saúde e força. É somente à

medida que estamos dispostos a livrarmonos

destes fardos, lançando- os sobre o Senhor,

que Ele é então capaz de suster-nos.

Se insistimos em carregar estes fardos incômodos,

nem mesmo Deus pode sustentarnos

em boa saúde!

as coisas que ele havia temido. A Bíblia diz

que o temor tem consigo o tormento (1 Jo

4:18). O temor é um destruidor. É destrutivo

tanto para a saúde mental como para a física.

Este é um dos motivos pelos quais Jesus

admoestou: “Não temas; crê somente”

(Lc 8:50). Somos feitos para termos fé, e

não para temermos. A fé nos fortalece e nos

revigora. O temor desmoraliza e destrói.

2. Emoções Descontroladas

As emoções negativas que não são controladas

são também destrutivas à saúde.

Muitos cristãos permitem ser controlados

por suas emoções em vez de se assegurarem

de controlá-las. Dependem demasiadamente

de “como se sentem.” Se estão um

pouco deprimidos, permitem que esta depressão

os governe. Qualquer pequeno desapontamento,

perturbação ou contratempo

coloca-os num desânimo cada vez maior. Esta

falta de disciplina emocional, em última análise,

vai minando a saúde e pode causar doenças

sérias. Nunca se imaginou serem os

cristãos governados por suas emoções. Pelo

contrário, deveriam governar suas emoções,

imaginações, vontades e sentimentos pela

fé na Palavra de Deus. A Palavra de Deus é

digna de confiança, mas as nossas emoções

não o são. Se nos alimentamos regularmente

da Palavra, ela estabiliza as nossas emoções.

O crente que está bem alimentado com

a Palavra não mais é sacudido em todas as

direções, pois tornou-se firme como a Palavra.

A Palavra cria qualidades de força e propósito

em nossa mente e coração.

Algumas autoridades médicas dignas de

confiança disseram que mais de 30% de todas

as doenças físicas originam-se em nossa

mente ou emoções. Atitudes mentais e emocionais

como a preocupação, temor, ansiedade,

insegurança, introspecção mórbida, tensão

nervosa, ciúmes, frustração, ira e pessimismo

são forças poderosas e destrutivas.

Se não forem controladas, despedaçarão

a estrutura da nossa saúde. São as causas

principais de muitas das mais sérias enfer660

/ SEÇÃO D5 D5.3 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte I

b. Medite na Palavra de Deus. Davi

também descreve a bênção sobre o homem

que medita na Palavra de Deus, dia e noite:

“Pois será como a árvore plantada junto a

ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na

estação própria, e cujas folhas não caem, e

tudo quanto fizer prosperará.” A meditação

na Palavra de Deus possui grande valor

terapêutico. Salomão, filho de Davi, diz ainda

que a Palavra de Deus “é saúde para o

nosso corpo” (Pv 4:20-22).

c. Domine Seus Pensamentos. Todo

pensamento pode ser levado cativo para

Cristo. Às vezes há pensamentos incômodos

que nunca nos deixam em paz. São como

fortalezas satânicas em nossa mente (2 Co

10:3-5). Não há razão alguma para permanecermos

governados por pensamentos assim.

Ataque-os com a Espada do Espírito

que é a Palavra de Deus. Tome passagens

bíblicas que são as soluções dadas por Deus

e lute contra o temor. “Deus não me deu

um espírito de temor. Ele me deu um espírito

de poder, de amor, e de uma mente sã e

bem disciplinada” (2 Tm 1:7). Não repita

isto apenas uma vez, e sim constantemente.

Deixe Deus fazê-lo poderoso e vitorioso.

Confesse isto em voz alta. Fortaleça o

seu coração com isto. As fortalezas do inimigo

serão derribadas!

d. Fixe a Sua Mente em Deus.

“Muita paz têm os que amam a Tua lei,

e para eles não há tropeço” (Sl 119:165). A

paz que nos vem através de um amor

constante pela Palavra de Deus é uma paz

que nos cura. Nossa mente é mantida “numa

paz perfeita, ao permanecerem em Deus,

confiando Nele implicitamente” (Is 26:3).

Deus quer que o Seu povo esteja completamente

livre de qualquer problema mental

e emocional, e também das várias doenças

que são basicamente causadas pela insistência

nestas atitudes erradas.

4. Liberação do Espírito Humano

No novo nascimento, a vida eterna é restaurada

ao espírito humano. Esta vida não é

uma força impessoal. É o Próprio Espírito

Santo que vem habitar dentro de nós (1 Co

6:17, 19). Ele é a vida de Deus que recebemos.

Infelizmente, muitos cristãos não recebem

nenhum ensinamento com relação às

coisas do Espírito ou, tragicamente, recebem

ensinamentos incorretos. Ensinou-se a

muitos que a era dos milagres já acabou, ou

que os dons do Espírito eram somente para

a Era Apostólica. Muitos são ignorantes

quanto ao poder que há na Palavra de Deus.

Devido a esta ignorância, seu espírito é como

um homem inocente na cadeia. Não há nada

errado com o espírito humano, mas a ignorância

e o engano causaram uma cegueira e

impediram o crescimento espiritual.

À medida que a mente é renovada pela

Palavra de Deus (Ef 4:22-24; Cl 3:10,16),

há uma revelação que liberta o espírito humano

e, por conseqüência, um crescimento.

Os que ministram a Palavra no poder do

Espírito são os instrumentos de Deus que

efetuam esta libertação espiritual. Jesus disse:

“Se vós permanecerdes na Minha Palavra,

verdadeiramente sereis Meus discípulos.

E conhecereis a verdade, e a verdade

vos libertará... Se pois o Filho vos libertar,

verdadeiramente sereis livres” (Jo

8:31,32,36). “Mas, quando vier aquele Espírito

de verdade, Ele vos guiará em toda a

verdade” (Jo 16:13). “Ora o Senhor é Espírito;

e onde está o Espírito do Senhor aí

há liberdade” (2 Co 3:17).

O Espírito Santo usa como instrumentos

Seus, pessoas que se entregam a Ele

para que possa trazer uma libertação e um

bem- estar espirituais. Quando esta libertação

acontece, entramos então em verdadeira

saúde espiritual. Este é o alicerce do bemestar

do homem completo.

Ensinamentos corretos ajudam as pessoas

a evitarem muitas das armadilhas que

produzem doenças e transtornos. Um objetivo

básico do ensinamento da Palavra é

o de fortalecer a influência do espírito renascido

e consciente de Deus ou, em outras

palavras, desenvolver os sentidos esA

CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 661

pirituais ou sensibilidade dos santos. Muitos

cristãos não são capazes de distinguirem

entre seus julgamentos naturais e o

conselho de Deus em seu coração. Isto é

como uma desnutrição espiritual. Se forem,

no entanto, alimentados com a Palavra

de Deus, aprenderão a identificar a voz

de Deus, porque reconhecerão que ela se

harmoniza com o conhecimento que têm

da Palavra. Isto traz libertação espiritual e

conseqüente saúde ao homem completo.

A vontade de Deus é que o homem tenha

uma saúde e bem-estar completos. A cura

física é uma maneira vital de se produzir

esta saúde. O ensinamento inspirado por

Deus é uma outra maneira vital de se produzir

esta cura divina.

Capítulo 4

Maneiras e Métodos de

Cura: Parte II

A. CURA EVANGELÍSTICA

Este é o ministério de cura que Jesus

disse que seguiria a pregação do Evangelho.

É uma das cinco evidências que Ele

prometeu que sempre seguiriam a proclamação

do verdadeiro Evangelho (Mc 16:17,

18). Várias coisas são necessárias para vermos

a manifestação desta espécie de curas:

1. Pregue o Evangelho

O mandamento que precedia a promessa

foi: “Ide por todo o mundo, pregai o

Evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15).

Isto é um ministério evangelístico, ou seja,

ir a novos territórios e proclamar o Evangelho

aos não-convertidos. Paulo seguia esta

regra. Ele procurava pregar o Evangelho onde

Cristo não havia ainda sido proclamado, em

vez de construir sobre um alicerce já estabelecido

por outrem. Conseqüentemente,

seu ministério era confirmado por Deus com

“sinais e prodígios poderosos, no poder

do Espírito de Deus” (Rm 15:18-20). O

resultado foi que os gentios tornaram-se

obedientes ao Evangelho pelas “palavras e

ações” de Paulo.

2. Proclame a Cura Física

A proclamação do Evangelho no contexto

do Novo Testamento incluía uma ênfase

na cura física, como também na esperança

da salvação eterna. Uma grande parte do

ministério de Jesus era preenchido com a

ministração aos doentes e aflitos, os quais

vinham a Ele em multidões. Lemos que, em

muitas ocasiões, “Ele os curou a todos’’

(Mt 8:16). Da mesma maneira, multidões

de enfermos vinham aos Apóstolos. Pelo

menos em uma ocasião, a sombra de Pedro,

à medida que ele passava pelos doentes,

trouxe cura e libertação (At 5:15,16). Muitas

maravilhas, sinais e milagres eram feitos

pelos Apóstolos (At 5:12). Foi basicamente

devido a estes sinais que grandes multidões

foram subseqüentemente adicionadas

à Igreja (At 5:14).

3. Imponha as Mãos

Sobre os Doentes

A imposição de mãos era também uma

característica específica deste aspecto das

curas. Considere alguns aspectos sobre a

importância deste acontecimento. No contexto

cultural do povo, a imposição de mãos

era freqüentemente usada para conceder algo

a alguém. Em geral era a concessão de alguma

honra ou bênção, privilégio, etc. Assim

sendo, as pessoas que recebiam imposições

de mãos, tradicionalmente esperariam receber

algo. Observe o que Jesus falou sobre

isto. São aqueles “que crêem’’, que deveriam

impor as mãos sobre os enfermos. Isto

deve ser feito “em nome de Jesus.” As mãos

do crente devem ser estendidas em direção

ao doente e impostas sobre ele. Jesus declarou:

“E serão curados.”

Ao estendermos as nossas mãos em direção

aos doentes estamos nos identificando

com eles. Fazemos isto “em nome de

Jesus.

662 / SEÇÃO D5 D5.4 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte II

Ao fazermos isto com fé, tornamo-nos

uma extensão das mãos do Senhor. Deus

não tem mãos, a não ser as nossas, com as

quais Ele pode alcançar um mundo tão necessitado.

A pregação do Evangelho e a imposição

de mãos nos doentes são um mandamento

de Cristo. Devemos ser obedientes a Ele.

Devemos fazer isto com fé.

Quando você tocar os aflitos, clame a

promessa de Deus naquele momento. Jesus

disse: “E serão curados.”

A recuperação não é necessariamente

uma cura imediata, instantânea. Pode ser

um processo. Começa no momento do contato,

mas é possível que algum tempo se

passe até que seja completada. Não perca a

fé. Não comece a duvidar. Mantenha uma

atitude de fé positiva na declaração de Deus.

A Sua Palavra é verdadeira. Não pode falhar.

Este ministério de cura deveria acompanhar

todo evangelista. Esta é a promessa

implícita nesta incumbência. Deveria acompanhar

a todos os crentes. Estes sinais hão

de seguir aos que crêem.

B. CURA ECLESIÁSTICA

Conquanto a cura evangelística seja primariamente

um ministério aos não-convertidos,

convencê-los da verdade e da realidade

do Evangelho, ou “cura evangelística,” é

um ministério dentro da igreja.

A passagem bíblica que forma uma base

para o nosso estudo deste canal de cura é

Tiago 5:14-16. “Está alguém entre vós doente?

Chame os presbíteros da igreja, e

orem sobre ele, ungindo-o com azeite em

nome do Senhor; e a oração da fé salvará o

doente, e o Senhor o levantará; e, se houver

cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.

Confessai as vossas culpas uns aos

outros, e orai uns pelos outros, para que

sareis; a oração feita por um justo pode

muito em seus feitos.”

As instruções desta passagem são dirigidas

especificamente aos cristãos. “Está

alguém entre vós doente?” indica claramente

que Tiago está se dirigindo aos que pertencem

à Igreja. As instruções seguintes são

bem diferentes daquelas de Marcos 16:15-

20.

1. Chame Pelos Presbíteros

O doente deve “chamar os presbíteros

da igreja.’’ A iniciativa é do doente, o qual

deve fazer o pedido para que os presbíteros

venham ministrar-lhe.

2. Confesse os Pecados

Deve haver uma confissão de culpas. Se

algum pecado foi cometido, deve ser confessado

também.

Já consideramos o fato de que muitas

doenças começam em nosso interior. Talvez

haja algum pecado lá. Talvez haja atitudes

erradas. Muitas vezes há padrões de

pensamentos prejudiciais e emoções negativas.

São doenças espirituais, que produzem

também enfermidades físicas. Tem que

haver um reconhecimento e confissão destes

pecados. A confissão revela estes destruidores

escondidos. Nunca poderá haver

uma cura destes problemas internos até que

sejam confessados e que haja um arrependimento.

Muitos acham difícil reconhecerem que

têm alguma falta. Conseqüentemente, nunca

são curados nestas áreas. Devemos estar

dispostos a deixar que Deus sonde os nossos

corações e coloque o Seu dedo sobre

qualquer atitude ou pensamento que for

desagradável a Ele. Seja aberto e honesto

diante de Deus. Ele é um Pai amoroso que

quer curá-lo, e não um monstro terrível que

deseja puni-lo. Ele não quer trazer à tona

estas áreas problemáticas para embaraçá-lo

ou envergonhá-lo. Ele quer tirá-las do seu

coração e mente porque elas o estão envenenando

e destruindo. Se Deus o conscientizar

de algum pecado ou ressentimento, de

algo que não esteja em harmonia com a Sua

vontade, confesse-o aos presbíteros (líderes).

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 663

É melhor que isto seja feito em particular

do que numa reunião pública. Contudo,

há ocasiões em que uma confissão diante

de todo o Corpo é necessária. Deve ser

assim quando o pecado foi cometido contra

esse grupo de pessoas. Caso contrário,

a confissão deveria ser recebida pelos presbíteros,

confidencialmente, e os detalhes

deveriam permanecer em segredo com os

mesmos.

Ainda que a confissão seja feita na presença

dos presbíteros, estamos na verdade

fazendo-a a Deus. Talvez tenhamos ofendido

o nosso irmão, mas é contra Deus que

pecamos, e por isto precisamos buscar seriamente

o Seu perdão. Uma confissão também

deveria ser feita à pessoa contra quem

tenhamos pecado ou ofendido. Deveríamos

fazer esta confissão num espírito de humildade,

e sinceramente buscando o seu perdão.

Na Antiga Aliança, Deus exigia que uma

oferta pelas transgressões fosse feita com

relação a uma ofensa contra um irmão (Lv

6:1-7). Uma das exigências desta oferta envolvia

a restituição total, mais 20% (Lv 6:5).

O princípio aqui é que devemos tentar fazer

uma restituição generosa à pessoa que

ofendemos. Deveríamos tentar compensar

o dano ou prejuízo que lhes causamos devido

a nossas ações.

3. A Unção com Óleo

O óleo é simbólico do Espírito Santo.

Ao ungirmos alguém com óleo, estamos simbolicamente

pedindo que o Espírito Santo

manifeste a Sua presença e poder nesta situação.

Estamos rogando que o Espírito

Santo venha sobre esta pessoa, pela qual

estamos a ponto de orarmos.

Os discípulos, evidentemente, usaram

este método muito freqüentemente. Em

Marcos 6:13 lemos: “E expulsavam muitos

demônios, e ungiam muitos enfermos com

óleo, e os curavam.”

O óleo também simboliza a luz. O candelabro

do Lugar Santo era na verdade uma

lâmpada a óleo. Era o óleo, portanto, que

fornecia a luz no Lugar Santo.

Assim sendo, ao ungirmos uma pessoa

com óleo, estamos também dizendo: “Pai,

reconhecemos que estamos fazendo isto na

luz da Tua presença. Entendemos que nada

está escondido de Ti. Tu sabes todas as

coisas. Portanto, ajude-nos a sermos totalmente

honestos nesta situação, pois nada

que seja desonesto ou insincero escapa da

Tua atenção. Se esta pessoa enferma, a qual

está Te buscando agora, tiver qualquer culpa

da qual, genuinamente, não tenha consciência,

que a luz da Tua presença venha

revelar estas coisas, para que, então, possam

ser tratadas.”

O óleo é ainda simbólico da cura, pois

contém propriedades curativas. Era, provavelmente,

o remédio mais antigo conhecido

pelo homem. Possui um efeito suavizante

e curativo. O homem que foi ajudado pelo

Bom Samaritano teve óleo e vinho derramados

em seus ferimentos; o vinho para limpar

as feridas e o óleo para curá-las. Hoje,

porém, ao ungirmos as pessoas com óleo,

não o estamos aplicando como remédio, mas

como um símbolo de cura, voltando-nos ao

Espírito Santo para que Ele transmita a Sua

cura ao enfermo.

4. Faça a Oração da Fé

Após a unção com óleo, os presbíteros

devem em seguida fazer a oração da fé. Tiago

diz: “E a oração da fé salvará o doente,

e o Senhor o levantará” (Tg 5:15).

a. A Fé é Baseada Exclusivamente no

que a Palavra de Deus Declara. O fundamento

sobre o qual a oração da fé se apóia é

somente a integridade da Palavra de Deus.

Ela não se volta para nenhuma outra fonte

para uma confirmação ou fortalecimento.

Ela crê implicitamente que a Palavra de Deus

é a única fonte da verdade máxima ou total.

“Seja Deus verdadeiro, e todo o homem

mentiroso” (Rm 3:4). A fé bíblica tem suas

origens na Palavra de Deus. “De sorte que

a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de

664 / SEÇÃO D5 D5.4 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte II

Deus” (Rm 10:17). Segue-se que, se devemos

ou queremos fazer a oração da fé, é

necessário que nos familiarizemos totalmente

com a Palavra de Deus em relação à Sua

vontade no tocante à cura. Temos que saber,

pela Sua Palavra, que é a Sua vontade

curar. Deve haver um firme fundamento de

fé, no profundo de nosso ser, e construído

somente pela Palavra de Deus.

b. A Oração da Fé Sabe a Vontade de

Deus. Um leproso disse certa vez a Jesus:

“Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo”

(Mt 8:2). Este leproso não tinha dúvida

alguma quanto à capacidade de Jesus de

curar a sua enfermidade. A sua dúvida era

sobre se era ou não a Sua vontade de fazêlo.

Jesus resolveu isto imediatamente ao

responder: “Quero: sê limpo. E logo ficou

purificado da lepra” (Mt 8:3). Também

precisamos ter em nosso coração a firme

certeza de que é a vontade de Deus curar. Se

alguma incerteza ou dúvida dentro de nós

fizer com que terminemos a nossa oração

com “se for a Tua vontade,” então não fizemos

a oração da fé.

Além de sabermos pela Palavra que é a

vontade de Deus curar os doentes, deveríamos

também buscar a Deus seriamente

para descobrirmos a Sua vontade específica

para a pessoa pela qual estamos orando.

Em outras palavras, ainda que seja

sempre o desejo de Deus curar, às vezes a

Sua cura é adiada por certas razões, e precisamos

estar certos de que é realmente a

vontade de Deus curar esta pessoa agora

mesmo. Às vezes, ao buscarmos esta revelação

específica, Deus nos mostra algum

impedimento à manifestação do Seu poder

de cura. Podemos, então, tentar retificar o

problema e abrir o caminho para a realização

da cura.

Tiago esclarece ainda que uma pessoa

que duvida assim não recebe nada do Senhor

(Tg 1:7). A oração da fé é, portanto,

totalmente entregue à confiança de que Deus

responderá a nossa oração e curará o enfermo.

Não há lugar algum para dúvidas, incertezas

ou hesitações. Esta é uma oração de

uma confiança suprema e de entrega.

c. A Oração da Fé Tem um Objetivo

Definido. Jesus freqüentemente perguntava:

“Que queres que te faça?” Em terminologia

moderna estava perguntando: “Qual

é o seu desejo específico? Qual é a natureza

específica dos seus pedidos?” Os cristãos,

muito freqüentemente, não são nada específicos

em suas orações, a ponto de não saberem

mais tarde se Deus respondeu suas

orações ou não. Se orarmos vagamente não

receberemos nada. Temos que definir especificamente

o que estamos crendo que Deus

fará e fazer com que o nosso pedido se faça

conhecido a Ele em oração, com ações de

graças.

Um cego a quem Jesus fez esta pergunta

respondeu imediatamente:

“Mestre, que eu tenha vista” (Mc 10:

51). Ele declarou o seu desejo definitiva,

específica e concisamente. Jesus respondeu

ao seu pedido imediatamente e o homem

recebeu a sua visão.

d. A Oração da Fé Pede e Recebe.

Muitos cristãos sinceros não compreendem

que a oração da fé tanto significa pedir como

receber. Pedir e continuar pedindo indefinidamente

pode, às vezes, ser uma indicação

da nossa incredulidade. Jesus disse:

“Pedi, e dar-se-vos-á” (Mt 7:7). Assim,

após fazermos o nosso pedido a Ele, precisamos

então recebê-lo de Suas mãos, com

as devidas ações de graças.

e. A Oração da Fé Tem Uma Motivação

Correta. Tiago explicou duas razões

principais pelas quais, às vezes, não recebemos

as respostas às nossas orações (Tg

4:2,3). A primeira é que, às vezes, simplesmente

não oramos! A segunda razão é que

oramos, mas com a motivação errada. Tiago

diz que “pedimos mal” e por razões egoísticas.

Deveríamos, portanto, ter a certeza

de que as nossas motivações são puras.

Queremos uma determinada coisa com uma

razão correta? A razão correta é que Deus

seja glorificado e o Seu Nome exaltado.

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 665

Qualquer coisa abaixo disto é freqüentemente

passível de suspeitas quanto à sua motivação.

Muitos desejam as coisas por razões

extremamente egoísticas. Deus em geral não

responde a orações egocêntricas. É bom esclarecermos

as nossas motivações e certificarmo-

nos de que sejam dignas.

O ministro que Deus talvez use para

transmitir a cura deve também certificar-se

de que as suas motivações sejam dignas.

Alguns oram pelos enfermos devido a motivações

vãs e superficiais. Muitos ministros

começam a pensar que o poder vem

deles, ao invés de através deles. Muitos se

ufanam porque Deus os está usando. Estes

freqüentemente se desqualificam para obras

maiores e mais eficazes, devido a esta atitude

carnal. Outros ainda procuram usar este

dom de Deus com o fim de obterem lucros

pessoais. Ao fazerem isto, pervertem este

dom. O princípio é “de graça recebestes,

de graça dai” (Ml 10:8).

f. A Oração da Fé Tem Uma Confissão

Ousada. Uma confissão positiva é essencial

para que a fé funcione. “Cri, por

isso falei” (2 Co 4:13). “Visto que com o

coração se crê para a justiça, e com a boca

se faz confissão para a salvação” (Rm

10:10). “Retenhamos firmes a confissão da

nossa esperança, porque fiel é o que prometeu”

(Hb 10:23).

Jesus explicou a relação entre a nossa

confissão e o recebermos o que pedimos a

Deus. “Porque em verdade vos digo que

qualquer que disser a este monte: Ergue-te

e lança-te no mar, e não duvidar em seu

coração, mas crer que se fará aquilo que

diz, tudo o que disser lhe será feito” (Mc

11:23).

Se a sua confissão não está de acordo

com a Palavra de Deus, então não é a fé que

está falando. A fé sempre concorda com a

Palavra de Deus. O significado literal do

verbo “confessar” no Novo Testamento grego

é “concordar com” ou “dizer a mesma

coisa.” Se quisermos fazer a oração da fé,

sem duvidarmos, então a nossa conversação

e confissão precisam estar também em

harmonia com a nossa oração.

g. A Oração da Fé Age de Acordo com

a Nossa Confissão. A nossa confissão de

fé é uma declaração verbal que concorda com

a atitude de fé que mantemos com relação à

cura do enfermo. É necessário irmos além

do nosso falar palavras de fé. É preciso que

tenhamos ações de fé, ações que concordem

com as declarações de fé que fazemos. Isto

é, literalmente, agirmos com base na Palavra

de Deus.

Tiago diz: “A fé sem as obras é morta’’

(Tg 2:20). Se professamos crer em algo mas

não agimos com base nisto, então a nossa

profissão de fé é vã.

Muito freqüentemente Jesus exigia ações

de fé daqueles que Ele curava. “Levanta-te,

e toma o teu leito, e anda”, ordenou Ele ao

paralítico (Mc 2:9). É em geral neste preciso

momento, quando começamos a agir pela

fé, que os milagres acontecem. Em contraste,

muitos não recebem a cura porque, no

momento em que deveriam agir pela fé, deixam

de finalmente agir baseados nas promessas

de Deus.

h. A Oração da Fé Continua Firme.

Hebreus 10:23 diz: “Retenhamos firmes a

confissão da nossa esperança; porque fiel

é o que prometeu.” Muitas vezes a nossa fé

é testada no sentido de que o resultado que

cremos que vamos ter não se manifesta imediatamente.

Este é um fator muito crítico e

importante no exercício da fé. A verdadeira

fé tem uma qualidade duradoura, que continua

crendo firmemente até mesmo quando

os resultados não são imediatamente evidentes.

A verdadeira fé não “rejeita a sua

confissão, que tem grande e avultado galardão”

(Hb 10:35).

A fé bíblica refere-se somente ao que a

Palavra de Deus declara. Não depende de

sentimentos, sintomas ou evidências discernidas

pelos sentidos naturais. Crê, confessa

e age com base na Palavra de Deus.

Assim sendo, quando não há nenhuma mu666

/ SEÇÃO D5 D5.4 – Maneiras e Métodos de Cura: Parte II

dança ou melhoria aparente, apenas continua

crendo que a Palavra de Deus é verdadeira.

A fé sempre confessa que a Palavra é

verdadeira e age de acordo com ela.

i. A Oração a Fé Dá a Glória a Deus.

Abraão é bem conhecido como um homem

de grande fé. O seu exemplo quanto a isto é

tanto inspirador como instrutivo. Romanos

4:17-21 nos dá alguns princípios úteis com

relação à operação de sua fé. Estes incluem

o fato de que Abraão era zeloso em dar a

glória a Deus. O problema com muitos cristãos

é que Deus não pode confiar-lhes grandes

proezas de fé porque tomariam a glória

para si mesmos. Apresentar-se-iam como

grandes personalidades. Deus é extremamente

zeloso com relação à Sua glória. Ele não a

compartilha com ninguém. Precisamos também

estar cientes deste fato. Sempre tenha

o cuidado de dar a honra e a glória a Deus

pelas coisas maravilhosas que Ele realiza.

Não é a sua fé que realiza o milagre, e sim o

poder de Deus. A sua fé, na melhor das hipóteses,

é simplesmente um canal em que o

poder de Deus flui.

C. CURA ATRAVÉS DA SANTA CEIA

Em 1 Coríntios 11:23-32 temos uma indicação

clara de que uma participação adequada

na Santa Ceia resulta em curas e em

saúde.

Paulo afirma que a participação imprópria

fez com que muitos coríntios ficassem

doentes e com que alguns deles viessem,

realmente, a morrer prematuramente. “Por

causa disto, há entre vós muitos fracos e

doentes, e muitos que dormem” (vers.30).

Segue- se, portanto, que uma participação

apropriada promove a saúde. Examinemos

juntos esta importante questão.

1. A Santa Ceia Tipifica a

Ceia da Páscoa

Quando Jesus instituiu a Santa Ceia, era

época da celebração da Páscoa (Mt 26:19).

Os discípulos que se reuniram ao Seu redor

naquela noite estavam profundamente cientes

das implicações daquela refeição. Sabiam

que ela simbolizava a Páscoa original celebrada

cerca de 1.500 anos antes. Lembraram-

se da aliança que Deus havia feito com

seus antepassados. Ele havia tirado seus ancestrais

do Egito na primeira Páscoa. Experimentaram

uma gloriosa libertação do Egito e

de toda a sua escravidão. Foram tirados da

escravidão pela poderosa mão de Deus, estendida

em seu favor.

A refeição da Páscoa original constituiuse

de cordeiro assado e pães asmos. O sangue

daquele cordeiro havia sido aplicado nos

batentes e vergas das portas de suas casas.

Aquele sangue era um sinal para Deus. “Vendo

Eu sangue, passarei por cima de vós”

(Êx 12:13) disse-lhes Ele. Eles saíram, através

daqueles batentes tingidos de sangue,

para a liberdade da salvação. O sangue era

destinado à libertação deles. Deus também

disse-lhes para assarem o cordeiro com ervas

e comerem todas as suas partes antes

de começarem a sua jornada para a liberdade.

Esta refeição nutritiva tinha a finalidade

de fortalecer os seus corpos, em preparação

para a árdua jornada, e de ministrar-lhes

uma força física. Assim sendo, a refeição da

Páscoa tinha como objetivo a salvação e a

saúde.

2. A Santa Ceia do Senhor:

Uma Nova Aliança

Quando Jesus compartilhou do pão e

vinho com Seus discípulos naquela noite,

Ele estava fazendo uma Nova Aliança com

eles. O vinho simbolizava o Seu sangue, o

qual deveria logo ser derramado pela salvação

deles. O pão simbolizava o cordeiro

pascal, que era comido com vistas à saúde e

vitalidade.

Paulo compartilha conosco alguns princípios

significativos com relação à nossa

participação na Santa Ceia:

a. Lembrem-se de Jesus. Jesus disse:

“Fazei isto em memória de Mim” (Lc

22:19). Sentado à mesa com eles naquela

noite, Jesus era a perfeição humana em PesA

CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 667

soa. Durante toda a Sua vida, Satanás havia

tentado, de todas as maneiras possíveis,

atacá-Lo, destruí-Lo e seduzi-Lo (Mt 4:1-

11).

Estou certo de que tentou colocar muitas

doenças terríveis Nele. Jesus andou em meio

a muitos doentes e enfermos durante o Seu

ministério. Muitos deles tinham doenças

contagiosas, e estou certo de que Satanás

tentou contaminar Jesus com elas. Mas todos

os esforços de Satanás falharam miseravelmente.

No final de Seu ministério na

Terra Jesus pôde dizer: “O príncipe deste

mundo [Satanás] se aproxima, e nada tem

em Mim” (Jo 14:30). Apesar de todos os

esforços que o Diabo havia feito, ali estava

Jesus, sentado na presença deles, robusto e

saudável.

Um espécime perfeito da humanidade.

Jesus estava dizendo: “Ao celebrarem esta

ceia no futuro, pensem em Mim! Pensem

em Mim da maneira como Eu estou nesta

noite, saudável e forte, protegido pelo poder

de Deus, preservado de todo mal e de

toda enfermidade pela proteção e providência

do Pai. Compreendam que o Pai quer

que vocês estejam assim também, com uma

saúde e vitalidade abundantes.”

b. Celebrem a Sua Morte. Ao passar

em redor o pão e o vinho, Jesus disse: “Isto

é o Meu corpo que é partido por vós... Este

cálice é o Novo Testamento no Meu sangue.”

E Paulo disse: “Todas as vezes que

comerdes este pão e beberdes este cálice

anunciais a morte do Senhor” (1 Co 11:24-

26).

Em seu sentido mais profundo, a Comunhão

é uma celebração. É claro que há uma

certa tristeza ao lembrarmo-nos de que foram

os nossos pecados que O crucificaram.

No entanto, ao meditarmos na morte de

Cristo, não podemos permanecer tristes por

muito tempo. O Calvário não foi uma derrota,

mas foi o maior triunfo de Cristo. Através

de Sua morte “...Ele aniquilou o que

tinha o império da morte, isto é, o diabo”

(Hb 2:14).

Ao celebrarmos esta vitória, regozijamonos

em lembrar que Jesus comprou para

nós uma perfeita liberdade do pecado e de

todos os seus efeitos malignos. Ele nos libertou

de Satanás e de todo mal que ele

deseja trazer sobre nós. Jesus restaurou para

nós tudo que Adão perdeu. Estamos completos

em Cristo (Cl 2:10). Ele nos restaurou

à perfeição através de Sua vitória triunfal.

c. Discirnam o Seu Corpo. Aqui está

o ponto crucial de toda a questão. É a falta

de se discernir adequadamente o Seu Corpo,

quando da celebração da Santa Ceia, que

tem causado muitas doenças entre os cristãos

(1 Co 11:27-32). O que significa, então,

o discernimento do Corpo do Senhor?

1) Seu Corpo Era Saudável. Em

primeiro lugar, significa entendermos que o

corpo de Jesus era saudável e forte e que

Deus quer que desfrutemos da mesma qualidade

de saúde.

2) O Pão e o Seu Corpo. Em segundo

lugar, devemos compreender que ao comermos

o pão, ele é o Corpo do Senhor (1

Co 11:24). Inerente a ele está a vida, saúde

e força de Jesus. Deveríamos comê-lo com

fé, apropriando-nos da medida e qualidade

de saúde que estão em Jesus.

3) A Igreja é o Seu Corpo. Em terceiro

lugar, devemos discernir o Corpo místico

de Cristo. Creio que este seja, possivelmente,

o aspecto mais profundo e significativo.

Este é exatamente o ponto em que

muitos cristãos falham.

Paulo chama a Igreja Universal de Corpo

de Cristo (Ef 1:22,23). Toda pessoa nascida

de novo é um membro deste Corpo.

Assim como discernimos o nosso relacionamento

com Cristo, assim também precisamos

reconhecer o nosso relacionamento

com todos os outros filhos de Deus.

A falta deste reconhecimento é chamada

de “comer e beber indignamente.” Participarmos

desta Santa Ceia, e ao mesmo tempo

recusarmos um reconhecimento adequado

da unidade do Corpo místico de Cristo,

668 / SEÇÃO D5 D5.5 – A Evangelização e Curas do Novo Testamento

seria participarmos indignamente. Observe

por favor que a palavra “indignamente” é

um advérbio, ou a maneira como “fazemos”

algo. Não se refere à dignidade ou indignidade

das pessoas em si. Tem a ver se o ato de

tomar a Santa Ceia é feito de uma maneira

digna ou indigna.

Tanto há uma purificação quanto uma

cura na mesa do Senhor. Deveríamos celebrar

esta ceia regularmente e fazê-lo de uma

forma digna, discernindo corretamente o

Corpo do Senhor. Fazendo isto, gozaremos

da gloriosa bênção da saúde divina em nosso

espírito, alma e corpo.

Capítulo 5

A Evangelização e Curas do

Novo Testamento

Introdução

Já vimos claramente nos capítulos anteriores

que:

Deus é um Deus que cura. “Eu sou o

Senhor que te sara” (Êx 15:26).

Cristo é um Cristo que cura. “Pelas

Suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).

A Palavra é uma Palavra que cura.

“Enviou a Sua Palavra e os sarou” (Sl

107:20).

A Igreja do Novo Testamento era uma

Comunidade que curava. “E muitos sinais

e prodígios eram feitos entre o povo

pelas mãos dos apóstolos” (At 5:12).

Deus quer que a Sua Igreja hoje seja um

instrumento de curas!

A. A EVANGELIZAÇÃO DO NOVO

TESTAMENTO INCLUÍA AS

CURAS MILAGROSAS

Quando falamos da evangelização do

Novo Testamento, referimo-nos àquele tipo

de evangelização que é inspirado, ungido e

fortalecido pelo Espírito Santo, e que é confirmado

pelos mesmos sinais, maravilhas e

milagres que seguiam ao ministério da Igreja

Primitiva.

Infelizmente, muitos ministros hoje em

dia contam com talento, treinamento, personalidade,

capacidade organizacional, publicidade,

etc. e dependem muito pouco do

Espírito Santo. Segue-se daí a escassez de

sinais miraculosos acompanhando os seus

ministérios!

A Igreja Primitiva tinha muito pouco das

coisas nas quais muitos, hoje colocam a sua

fé. Não gozavam de nenhum prestígio ou

posição na comunidade. Não tinham faculdades,

universidades ou prédios magníficos.

Tinham muito pouco dos requintes sociais

resultantes da educação, cultura e posição

social. Pelo contrário, eram os marginalizados

pela sociedade em que viviam. Apesar

de todas estas desvantagens aparentes, tiveram

êxito em “virar o mundo de cabeça

para baixo” para Cristo. Se empregássemos

os princípios que são evidentes em seus

ministérios, veríamos os mesmos resultados

hoje!

Sinais, maravilhas, milagres e curas eram

um fator essencial no crescimento da Igreja

Primitiva. Os Atos dos Apóstolos está repleto

de grandes milagres que Cristo fez

através daqueles primeiros crentes. O livro

de Atos não é somente uma narrativa histórica

daquele período mas é, também, a planta

ou projeto divino para a Igreja de todos

os tempos. Nunca foi a intenção de Deus

que os milagres desaparecessem com a morte

dos Apóstolos. Os milagres não eram

somente para a Era Apostólica; são também

para os nossos dias!

Examinemos agora o efeito dinâmico dos

milagres no programa da Igreja Primitiva.

B. O EFEITO DINÂMICO

DOS MILAGRES

1. Os Milagres Atraíam

Grandes Multidões

Isto acontecia no ministério de Jesus.

“Muitos, vendo os sinais que fazia, creram

no Seu nome” (Jo 2:23).

“E grande multidão O seguia; porque

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 669

via os sinais que operava sobre os enfermos”

(Jo 6:2).

Acontecia também no ministério dos

primeiros Apóstolos. O milagre realizado

na porta do Templo chamada Formosa (At

3:1-16) fez com que 5.000 pessoas se voltassem

para Cristo (At 4:4).

“E muitos sinais e prodígios eram feitos

entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E a

multidão dos que criam no Senhor, tanto

homens como mulheres, crescia cada vez

mais’’ (At 5:12,14).

“E até das cidades circunvizinhas concorria

muita gente a Jerusalém, conduzindo

enfermos e atormentados de espíritos

imundos; os quais eram todos curados’’

(At 5:16).

2. Os Milagres Confirmavam

a Mensagem

Jesus predisse que sinais sobrenaturais

acompanhariam a pregação do verdadeiro

Evangelho. “E estes sinais seguirão aos que

crerem” (Mc 16:17,18). Um destes cinco

sinais era: “Porão as mãos sobre os enfermos,

e os curarão” (Mc 16:18).

“E as multidões unanimemente prestavam

atenção ao que Filipe dizia, porque

ouviam e viam os sinais que ele fazia” (At

8:6).

A conclusão é clara. As pessoas ficaram

impressionadas pela autoridade de

Filipe quando viram os milagres que acompanhavam

o seu ministério e, conseqüentemente,

prestaram muita atenção no que

ele tinha a dizer. A receptividade foi tão

grande que a cidade ficou cheia de grande

alegria (At 8:8).

3. Os Milagres Satisfaziam as

Verdadeiras Necessidades

das Comunidades

Havia sempre uma tremenda multidão

ao redor dos apóstolos, pois muitos enfermos

queriam ser curados. Vinham por causa

das curas. Muitos, porém, voltavam para

suas casas, havendo recebido muito mais

que curas – haviam recebido o Reino. Curas

e milagres sempre atraem grandes multidões.

Isto é tão verdadeiro hoje quanto o

era nos tempos bíblicos. É em geral difícil

para as pessoas admitirem que são pecadoras

e carentes de um Salvador, mas não é

difícil convencer um doente que ele precisa

de cura. Ele está bem ciente desta necessidade.

A verdadeira evangelização do Novo

Testamento satisfaz tanto as necessidades

físicas do homem, como também as espirituais.

4. Os Milagres Provavam a

Ressurreição de Cristo

Dentre os Mortos

Muitos disputavam os fatos sobre a Ressurreição

de Cristo. Os muitos milagres que

Deus começou a realizar em nome de Jesus

convenciam as multidões da realidade da

Ressurreição. Se Cristo ainda estivesse

morto, então o Seu nome não teria poder

algum. Quando Pedro falou com os anciãos

com relação à cura do homem da Porta Formosa,

ele disse: “Seja conhecido de vós todos,

e de todo o povo de Israel, que em

nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a

quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou

dos mortos, em nome desse é que

este está são diante de vós’’ (At 4:10). Pedro

estava obviamente referindo-se ao milagre

para provar-lhes que Cristo havia de

fato ressuscitado dos mortos.

5. Os Milagres Traziam

Glória a Deus

Com relação ao cego que foi curado lemos

o seguinte: “E logo viu, e seguia-O,

glorificando a Deus. E todo o povo, vendo

isto, dava louvores a Deus” (Lc 18:35-43).

Em outra ocasião, Jesus curou um paralítico.

“E levantou-se, e, tomando logo o leito,

saiu em presença de todos, de sorte que

todos se admiraram e glorificaram a Deus,

dizendo: Nunca tal vimos” (Mc 2:12).

Com relação à cura do coxo à porta do

Templo lemos o seguinte: “Porque todos

670 / SEÇÃO D5 D5.5 – A Evangelização e Curas do Novo Testamento

glorificavam a Deus pelo que acontecera”

(At 4:21).

6. Os Milagres Estabeleciam os

Convertidos no Poder de Deus

Paulo disse aos coríntios que havia vindo

“não com palavras persuasivas de sabedoria

humana, mas em demonstração de

Espírito e de poder, para que a sua fé não

se apoiasse em sabedoria dos homens, mas

no poder de Deus” (1 Co 2:4,5).

Quando o Evangelho vem no poder sobrenatural

de Deus, os convertidos são estabelecidos

neste poder e através dele. A

sabedoria dos homens (filosofia, lógica,

racionalismo) não poderá nunca estabelecer

a homens e mulheres na fé cristã.

C. PRINCÍPIOS E PRÁTICAS DA

IGREJA PRIMITIVA QUE

PRODUZIAM AS CURAS

1. Pregavam a Palavra de Deus

O sermão de Pedro no Dia de Pentecostes

(At 2:14-36) e o discurso de Estêvão

(At 7) são ótimos exemplos do conteúdo

bíblico da pregação da Igreja Primitiva.

A pregação da Palavra de Deus traz consigo

um peso divino de autoridade. Deus

sempre apóia a Sua Palavra. “Eu velo sobre

a Minha Palavra para a cumprir” (Jr 1:12).

A pregação da Palavra de Deus também cria

fé nos ouvintes, como nada mais poderia

criar. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o

ouvir pela Palavra de Deus’’ (Rm 10:17).

A pregação deles exaltava a Jesus Cristo.

Ele era o grande tema da mensagem deles.

Citavam todas as profecias que se relacionavam

com Ele. Mostravam como a

Palavra de Deus havia predito a Sua vinda

e como Ele havia cumprido todas as profecias.

Mostravam claramente que Jesus era

de fato o Filho de Deus.

A pregação deles claramente anunciava

o Senhorio e autoridade que Deus havia

outorgado a Jesus. O título “Senhor Jesus

Cristo” aparecia vigorosamente em suas

pregações e ensinamentos. Ensinavam que

Deus havia feito de Jesus a autoridade máxima

sobre todas as coisas. “Jesus Cristo é

o Senhor” era o tema subjacente em todos

os seus ensinamentos.

Ele é o Senhor sobre todas as coisas. Ele

é o Senhor da Criação e o Senhor da Redenção.

Ele é o Senhor sobre Satanás, havendo

despojado os principados e potestades através

da Sua morte na Cruz.

Ele é o Senhor sobre o temor, doenças,

enfermidades e sobre os demônios.

As pessoas eram confortadas ao perceberem

que, quando o Senhorio de Cristo era

estabelecido em sua vida, era também estabelecido

sobre suas circunstâncias.

2. Exercitavam Uma

Autoridade Espiritual

Os líderes da Igreja Primitiva eram profundamente

cientes da autoridade que Deus

lhes havia concedido através de Jesus. Cristo

havia dito a eles claramente: “Tudo quanto

pedirdes a Meu Pai, em Meu Nome, Ele

vo-lo há de dar” (Jo 16:23). Ele havia outorgado

a eles uma “procuração” ou um direito

legal de agirem em Seu Nome. Isto significa

agir em Seu lugar.

Em face a um caso patético, um coxo

desde o seu nascimento, os discípulos tiveram

a primeira oportunidade de usar a sua

recém-outorgada autoridade. “Não tenho

prata nem ouro; mas o que tenho isso te

dou. Em Nome de Jesus Cristo, o Nazareno,

levanta-te e anda” (At 3:6).

Pedro mais tarde esclareceu aos seus

estarrecidos ouvintes que foi através da autoridade

do Nome de Jesus, e pela fé neste

Nome, que o coxo agora estava são diante

deles (At 3:16; 4:10).

Jesus havia ordenado que eles saíssem

em Seu Nome e que usassem a autoridade

de Seu Nome (Mc 16:17,18; Jo 14:12-15;

15:16). Esta autoridade ainda reveste a Igreja

de hoje.

Os primeiros discípulos sabiam quem

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 671

eram e o que era a autoridade deles. Não

tinham confiança alguma em suas capacidades

ou recursos naturais. Tinham, porém,

uma confiança suprema na autoridade inerente

ao Nome de Jesus. Sabiam que o poder

do trono de Deus estava por detrás deste

Nome. Deus tornou acessível à humanidade

todo o Seu poder e autoridade, em

Nome de Jesus.

Há cura e plena saúde no Nome de Jesus.

Ao falarmos neste Nome, os demônios

têm que obedecer-nos. As doenças têm que

recuar diante do poder e autoridade deste

Nome.

Jesus deu a você a autoridade deste

Nome. Ele quer que você vá em frente e

exercite esta autoridade. Fale em Seu Nome.

Ordene que as doenças saiam neste Nome.

3. Incentivavam as Pessoas

a Serem Curadas

Pedro abaixou-se, tomou o coxo pela mão

e começou a ajudá-lo a ficar em pé. Foi naquele

preciso momento, quando o homem

começou a levantar-se com fé, que o poder

de Deus passou por seu corpo e o curou

completamente (At 3:7).

Sem o incentivo ativo de Pedro, talvez o

milagre nunca tivesse acontecido. Ministrar

a cura envolve muito mais do que instruir

os enfermos e dar apenas um ânimo verbal.

Após haver falado com ele com autoridade

espiritual, no Nome de Jesus, Pedro, em

seguida, ativamente o ajudou a fazer o que

nunca pôde fazer antes.

Esta ação de fé liberou o poder de Deus

para os membros incapacitados daquele homem.

Os seus pés e tornozelos foram fortalecidos.

“E, saltando ele, pôs-se em pé, e

andou, e entrou com eles no templo, andando

e saltando, e louvando a Deus” (At 3:8).

4. Falavam Pelo Poder do Espírito

No cenáculo, os discípulos haviam sido

cheios com o Espírito Santo. Foi uma experiência

que transformou sua vida. Eram homens

diferentes ao saírem daquela sala. Uma

das mudanças mais notáveis que aconteceu

foi a nova ousadia que manifestavam. Pedro

foi o primeiro exemplo disto. Antes do Pentecostes

ele havia sido medroso e agia com

covardia; teve medo até de confessar que

conhecia a Jesus e de admitir a uma jovem

serva que ele era um seguidor de Jesus.

Agora Pedro surgia, repleto de uma nova

confiança e de uma ousadia santa. Começou

imediatamente a liberar esta ousadia à medida

que pregava Cristo à multidão. Estas

eram exatamente as mesmas pessoas que

haviam crucificado a Jesus e a quem Pedro

havia temido tanto. Agora proclamava-lhes

o Senhorio de Cristo com grande autoridade

e ousadia.

Atos 4:8 é um exemplo de um discurso

ousado, inspirado pelo Espírito Santo. “Então

Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse...”

Muitas pregações modernas carecem

desta qualidade de ousadia. São apologéticas

e fracas. Uma das razões é que os pregadores

em geral apresentam suas próprias

idéias e pensamentos, em vez de proclamarem

fielmente a Palavra e os conselhos

de Deus. Outra razão é que confiam em

suas capacidades de oratória, em vez da

unção do Espírito Santo. Pregam com as

palavras persuasivas da sabedoria humana,

em vez de demonstrarem o poder do

Espírito. Paulo não fez isto. Ele, mais do

que todos, tinha capacidade para fazê-lo.

A sua instrução e treinamento religioso

haviam-lhe dado a capacidade de falar com

a sabedoria dos homens, mas, ao contrário,

escolheu depender totalmente da inspiração

e unção do Espírito.

5. Agiam Também com Ousadia

As pessoas ficaram maravilhadas com a

ousadia de Pedro e João e reconheceram que

este tipo de ousadia era resultado de terem

passado algum tempo com Jesus (At 4:13).

Tinha as mesmas características que a ousadia

de Jesus. Não era a impetuosidade de

uma auto-confiança, e sim a autoridade tran672

/ SEÇÃO D5 D5.5 – A Evangelização e Curas do Novo Testamento

era evidente num ministério confirmado por

milagres.

Estes milagres ainda são uma parte essencial

do Evangelho. O argumento de alguns

de que os milagres não mais atraem ou

convencem porque as pessoas tornaram-se

muito sofisticadas não tem fundamento. As

igrejas de hoje que estão causando o maior

impacto e experimentando o maior crescimento

são principalmente os grupos que

estão exercitando o ministério de milagres.

7. Ensinamentos Diários

Consistentes Sobre Jesus Cristo

A mensagem da Igreja Primitiva era relativamente

simples – pregavam e ensinavam

sobre Jesus Cristo (At 5:42).

A mensagem deles não se tornava complicada

por ênfases denominacionais. Não

era diluída ou enfraquecida por doutrinas

modernistas. O ensinamento deles não se

compunha de teorias teológicas.

Não ensinavam uma doutrina, mas apresentavam

uma Pessoa. Não ensinavam a “letra

da lei,” a qual mata, mas ministravam o

Espírito da Palavra, que vivifica (2 Co 3:6).

Seus ensinamentos não estavam restritos

à área do Templo. Ensinavam também,

diariamente, em todas as casas. Jesus era

introduzido na realidade prática de sua vida

cotidiana. Ele não estava dentro de um pequeno

armário religioso com os dizeres:

“Abra somente aos domingos.”

Ao ensinarem sobre Jesus Cristo, exaltavam-

No como supremo Senhor (At 2:36).

Apresentavam-No como o único Salvador

(At 2:38; 4:12).

Apresentavam-No como o Poderoso

Médico (At 3:6-8,16).

Apresentavam-No como o Batizador no

Espírito Santo (At 2:38).

Constante e consistentemente O exaltavam

em suas pregações e ensinamentos.

O ministério deles era tanto inspirador

como instrutivo. Inspirava a fé. A Bíblia diz

que “a fé vem pelo ouvir a Palavra de

Deus” (Rm 10:17). Infelizmente, a fé “vai

qüila dos que sabem que Deus está com eles

para confirmar a Sua Palavra em suas bocas

e ações.

Quando as autoridades locais estritamente

proibiram que falassem ou ensinassem

em Nome de Jesus, a reação deles foi buscarem

a Deus intensamente em oração para

uma medida de ousadia ainda maior (At

4:29).

As ações ousadas nascem em alguém que

conhece a sua autoridade divinamente outorgada

e que age nos limites das áreas prescritas

por ela. No ministério de curas, estas

ações são o resultado de:

a. Sabermos que Deus fez uma aliança

para nos curar.

b. Termos um entendimento completo

da Palavra de Deus com relação às

curas.

c. Sabermos a vontade de Deus na

questão das curas.

d. Possuirmos uma certeza de fé que

Deus curará uma determinada pessoa.

e. Crermos que Deus confirmará a

Sua Palavra com os sinais que se seguem.

6. Realizavam Muitos Sinais e

Maravilhas no Meio do Povo

A igreja Primitiva gozava de uma tremenda

aceitação nas comunidades locais

devido ao grande ministério de milagres que

Deus lhe estava concedendo (At 5:12,13).

Os milagres dramatizam a apresentação

do Evangelho.

Os milagres confirmam a verdade da

mensagem.

Os milagres atraem as multidões (At

5:14).

Os milagres convencem os não-convertidos

de que esta obra é verdadeiramente de

Deus.

Esta ênfase nos milagres, sinais e maravilhas

era uma das chaves vitais com as quais

a Igreja abriu as portas ao mundo pagão. O

Evangelho espalhou-se tão rapidamente

naqueles dias por causa da autoridade que

A CURA DOS CORPOS ENFERMOS SEÇÃO D5 / 673

embora’’ em muitas pregações modernas.

Muitos pregadores hoje tendem a solapar e

destruir a fé, em vez de criá-la e fortalecê-la.

A ênfase consistente na área dos milagres

no ministério da Igreja Primitiva incentivava

o aparecimento de líderes carismáticos.

Tanto Estêvão como Filipe foram inicialmente

apontados como diáconos para

ajudarem na administração (At 6:1-7). A

próxima vez em que lemos a respeito de

Estêvão, ele está pregando uma tremenda

mensagem a uma grande multidão (At 7). A

próxima referência a Filipe descreve o seu

ministério de milagres em Samaria. “Pregava-

lhes a Cristo” (At 8:5).

O conteúdo da sua mensagem e a indicação

dos assuntos que ele mencionou ao pregar

a Cristo são revelados nas coisas que

começaram a surgir dentre seus ouvintes.

Lucas diz que Filipe pregou “as coisas

concernentes ao Reino de Deus e ao Nome

de Jesus” (e tudo o que a autoridade deste

Nome poderia significar para eles). Que assuntos

gloriosos! Quão profundo ele foi,

pregando sobre estes grandes temas, proclamando

a plenitude do Evangelho de Cristo!

Na atmosfera de fé que foi criada pelo

Espírito Santo e pela Palavra de Deus, milagres

começaram a acontecer.

“Os espíritos imundos saíam de muitos

que os tinham, clamando em alta voz; e

muitos paralíticos e coxos eram curados. E

havia grande alegria naquela cidade” (At

8:7, 8).

Filipe é a única pessoa do Novo Testamento

que é especificamente designada

como “evangelista.” A sua missão a Samaria,

portanto, deve ser reconhecida como

um exemplo do ministério de evangelista.

Incluía pregar sobre Cristo, mas também o

ministério de curas e expulsão de espíritos

imundos. O impacto que teve lugar em Samaria

nunca poderia ter sido tão grande sem

os elementos miraculosos do seu ministério.

O propósito e desejo de Deus para a

Igreja de nossos dias é que ela também possa

fazer um tremendo impacto no mundo

dos descrentes. Isto somente poderá acontecer

se crermos em Deus para uma grande

restauração do Seu poder milagroso sobre a

Igreja. O Espírito Santo está trabalhando

em toda a Terra para realizar isto. Que nosso

coração e mente possam estar abertos ao

Espírito, para que Ele possa cumprir o Seu

propósito em nós!

D. O DESAFIO DIANTE DE NÓS

A despeito do rápido e notável progresso

da medicina nos últimos anos, a quantidade

de doenças no mundo permanece extremamente

alta. Ao mesmo tempo em que

tratamentos e curas eficazes são descobertos

para um tipo de doença, uma outra variedade

de enfermidade entra em cena. Permanece,

portanto, uma tremenda necessidade

de curas. Certamente, o sofrimento e

angústia destes enfermos por todo o mundo

apresentam um grande desafio à Igreja

Cristã!

Este desafio está sendo respondido até

certo ponto pela dedicação de peritos médicos

e enfermeiras crentes, os quais se dão

incansavelmente, buscando aliviar as enfermidades

da humanidade. Os ministros também

precisam enfrentar este desafio. Cristo

comissionou os Seus servos a “pregarem o

Evangelho e curarem os enfermos.” Ele nos

deu a responsabilidade de aliviarmos os sofrimentos

da humanidade. Como podemos

estar preparados para este desafio solene?

1. A Nossa Responsabilidade

O Evangelho é as Boas Novas de libertação

e cura em Nome de Jesus. Esta libertação

e cura são para o homem completo. Todo

ministro e toda igreja devem ter isto como

um objetivo principal, e precisam buscá-lo

pela fé em Jesus, para que vejam a cura

física acontecendo em suas comunidades.

Os nossos ensinamentos deveriam trazer

cura à mente e ao espírito das pessoas. Podemos

medir o fruto deste ministério atra674

/ SEÇÃO D5 D5.5 – A Evangelização e Curas do Novo Testamento

vés do crescimento do amor e da fé na igreja

local. Então a própria igreja ministrará cura

aos necessitados e solitários. Nem todo

ministro tem um ministério de curas capaz

de atrair a milhares de pessoas. Todo ministro,

no entanto, deve poder ver evidências

claras de curas, de acordo com o entendimento

bíblico de cura para o homem total.

Os ministros são servos de Cristo. É a

nossa tarefa fazermos pelos outros o que o

Próprio Cristo faria. Ele traria cura para

corpos doentes, almas doentes e espíritos

doentes. O que pode fazer um pastor comum

para proporcionar esta cura à sua comunidade?

2. Como Curar

a. Pregue a Palavra. Paulo disse a Timóteo:

“Que pregues a Palavra, instes a

tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas,

exortes, com toda a longanimidade

e doutrina” (1 Tm 4:2). A Palavra de Deus

tem qualidades terapêuticas. “Enviou a Sua

Palavra e os sarou; e os livrou da sua destruição”

(Sl 107:20).

Deveríamos “pregar o Evangelho de Cristo

em sua plenitude” assim como Paulo o

fez. (Rm 15:17-21).

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir

pela Palavra de Deus” (Rm 10:17).

b. Ensine o Povo. O nosso ministério

de ensino deveria ter uma ênfase especial

em curas. Ensine os assuntos que tenham

significados especiais com relação às curas.

Ensine sobre o perdão, atitudes corretas e

relacionamentos corretos. Faça estudos especiais

sobre a harmonia doméstica e a estrutura

bíblica da família cristã. Eduque as

pessoas com vistas a um pensar e crer corretos.

Ensine-as sobre os frutos do Espírito.

Estes atributos são anabólicos, isto é,

fortalecem a nossa vida emocional e caráter.

Por outro lado, as obras da carne são

catabólicas, isto é, destroem a nossa vida.

Faça com que a ênfase do seu ensino seja

positiva. Não dê uma importância maior a

questões secundárias e a conceitos negativos.

c. Faça da Santa Ceia um Culto de

Curas. Ensine à sua congregação a maneira

correta de se participar na Santa Ceia. A

participação digna abençoa e fortalece o

povo. Este culto em particular, mais do que

todos os demais, pode ser um verdadeiro

culto de curas. Dê-lhe prioridade máxima.

O seu povo será enormemente beneficiado,

espiritual, psicológica e fisicamente.

d. Estimule o Ministério dos Presbíteros.

Inclua o ministério de presbíteros,

assim como foi descrito por Tiago, como

parte do programa da sua igreja. Incentive a

sua congregação a chamar os presbíteros

quando estiverem doentes. Este ministério

pode ter lugar no seu culto de louvor. Permita

que os doentes venham ao altar e unjaos

com óleo em Nome do Senhor. Imponha

as mãos sobre eles e faça a oração da fé em

nome deles. Espere ver Deus executar milagres

de curas em seu meio.

E. CONCLUSÃO

O programa da Igreja de acordo com Tiago

é:

Anunciar a libertação aos cativos, a

recuperação da visão aos cegos (também a

recuperação da mentalidade, sobriedade, dignidade,

etc.), e a libertação para os oprimidos

(Lc 4:18).

Permita que esta espécie de ministério

funcione em sua comunidade para a glória

de Deus. Que Ele possa conceder muitos

sinais, maravilhas e milagres grandiosos,

seguindo o seu ministério (Hb 2:3,4; Mc

16:20).

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 675

SEÇÃO D6

CURE A ALMA FERIDA

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

D6.1 – Espírito, Alma e Corpo

D6.2 – Enfermidade da Alma

D6.3 – Cura da Alma

sa grande salvação” fornece para cada um

de nós.

A. ESPÍRITO, ALMA E CORPO: HÁ

UMA DIFERENÇA

Será útil para nós na compreensão do

tema desta seção “Cura Para a Alma”, se

estudarmos primeiramente as três partes do

homem.

O espírito se relaciona verticalmente

com Deus. A alma se relaciona, internamente,

consigo própria. O corpo se relaciona

externamente com o mundo.

Para que este homem, que é constituído

de três partes, seja totalmente são, cada

parte precisa estar em harmonia com as

outras. Cada parte tem um papel ou função

especial a cumprir no bem-estar de todas as

pessoas.

Alguns estudantes da Bíblia acham que

não há nenhuma diferença no significado

entre as palavras “espírito” e “alma”. Dizem

que ambos os termos se referem àquela

parte do homem que não é física nem material.

1. O que Mostram as Escrituras

É verdade que alguns versículos bíblicos

usam estes dois termos desta forma genérica.

No entanto, em outros versículos, cada

uma destas palavras é usada com um significado

especial e distinto.

O escritor do Livro de Hebreus afirma

Capítulo 1

Espírito, Alma e Corpo

Introdução

“Que o vosso espírito, alma e corpo

possam ser conservados sãos e irrepreensíveis...”

(1 Ts 5:23 simplificado).

Deus nos quer inteiramente sãos (ou

seja, sem doenças mentais, feridas emocionais,

ou enfermidades físicas). Ele deseja

uma saúde total em nosso espírito,

alma, e corpo. O pecado prejudica a nossa

própria vida e também a vida dos outros

– geralmente das pessoas que amamos.

O pecado pode causar uma enfermidade

no espírito, na alma e no corpo. Somente

Deus pode curar estas três diferentes

partes da nossa vida (espírito,

alma e corpo) e uma vez mais fazer-nos

totalmente sãos.

Como as palavras de Jesus trazem esperança

e consolo à alma alquebrada quando

Ele diz: “Vai em paz, a tua fé te fez

totalmente sã” (Lc 7:50; 8:48 simplificado)!

Sim, Deus quer curar as partes despedaçadas

e feridas de nossa vida. O Espírito

Santo quer que todas as partes do nosso ser

estejam ilesas, saudáveis, e fortes. Ele deseja

trazer vida e poder ao nosso espírito,

restaurar a nossa alma, e trazer cura ao nosso

corpo. Estas são as bênçãos que “a nos676

/ SEÇÃO D6 D6.1 – Espírito, Alma e Corpo

B. ESPÍRITO, ALMA E CORPO:

COMO FUNCIONAM

1. Espírito (pneuma)

O “espírito” é a parte do homem que e

ciente ou consciente de Deus (conhecimento

de Deus). Ele e “vivificado” pelo Espírito

de Deus por ocasião da nossa salvação.

Ele “recebe energia” através do Espírito de

Deus quando somos batizados no Espírito.

As funções do espírito incluem o seguinte:

a. Revelação de Deus

b. Oração a Deus

c. Comunhão com Deus

d. Adoração a Deus

e. Testemunho ao homem (mundo)

f. Memorial recordar (lembrar-se, refletir)

g. Imaginação: criar (visionar, sonhar)

h. Consciência: julgar (discernir)

i. Curiosidade: indagar (explorar)

j. Percepção: interpretar (sentir e compreender)

k. Comunhão com Deus (igreja)

l. Discernimento de espíritos (sentidos

espirituais)

m. Guerra espiritual

n. Sementeira para os frutos do Espírito

o. Área de recebimento para os Dons

do Espírito

2. Alma (psyché)

A “alma” e a parte do homem que o torna

consciente ou ciente de si próprio (autoconhecimento).

É o centro do nosso ego ou

da nossa personalidade. As funções da alma

podem ser delineadas da seguinte maneira:

a. Razão: pensar (meditar, conceber)

b. Emoção: sentir (ter paixão, afeição)

c. Volição: querer (decidir)

3. Corpo (soma)

O “corpo” é a parte do homem que é

ciente do mundo externo e reage de acordo

com ele (conhecimento do mundo).

claramente que há uma diferença entre o espírito

e a alma do homem:

“A Palavra de Deus é viva e poderosa.

E mais penetrante que uma espada de dois

gumes, que pode cortar profunda e rapidamente.

Ao fazer isto, ela divide e separa a

alma do espírito...” (Hb 4:12 simplificado).

Observe que a Palavra de Deus divide

alma... do... espírito, tornando-os existências

distintas dentro de nós.

Paulo salienta a diferença entre estes

dois termos em sua primeira Carta a Igreja

de Corinto: “O homem natural [dirigido

pela alma] não recebe as coisas do Espírito

de Deus, porque lhe parecem loucura.

Ele não consegue compreendê-las porque

somente podem ser julgadas espiritualmente...

Somente o homem espiritual pode

fazer estes julgamentos...” (1 Co 2:14,15

simplificado). Observe a distinção entre o

homem dirigido pela alma e o homem

espiritual.

2. O que Mostra o Grego

Examinemos agora os termos gregos do

Novo Testamento referentes a espírito, alma

e corpo.

a. Pneuma. A palavra grega referente a

“espírito” é pneuma, que significa “respiração”.

A enfermidade pulmonar chamada

de “pneumonia” tem a origem do seu nome

neste termo.

b. Psyché. A palavra grega referente a

“alma” e psyché. A “psicologia”, portanto,

é o estudo da alma (ou mente) do homem.

c. Soma. Finalmente, o termo grego referente

a “corpo” é soma. As doenças “psicossomáticas”

(alma-corpo) são disfunções

do corpo causadas por problemas mentais

e emocionais (relacionados à alma).

Estes três termos gregos têm sido cuidadosamente

investigados em todas as Escrituras

do Novo Testamento. Com relação a

constituição do homem, eles são usados da

seguinte maneira:

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 677

As funções do corpo podem ser delineadas

da seguinte maneira:

a. Recepção. As informações são recebidas

do mundo através dos sentidos (visão,

audição, tato, etc.)

b. Reação. O corpo reage através do

sistema motor (muscular) por meio de palavras

e ações.

c. Expressão. O corpo pode expressar

ao mundo os pensamentos, sentimentos e

decisões da alma.

C. ESPÍRITO, ALMA E CORPO:

COMO SE RELACIONAM

Poderíamos reunir estes conceitos da

seguinte forma:

1. Alma e Corpo

O nosso corpo recebe as informações

através dos nossos sentidos físicos (vendo

com os nossos olhos, ouvindo com os nossos

ouvidos, cheirando com os nossos narizes,

etc.).

Estas informações são então percebidas

pela alma. (“Perceber” significa interpretar,

julgar e compreender o que recebemos. Para

fazermos isto, precisamos contar com a nossa

razão e com a nossa memória.)

O que pensamos e sentimos com relação

a uma certa situação determinará a ação

que tomaremos. Em outras palavras, a nossa

vontade ou volição entra agora em cena.

Em seguida, fazemos ou dizemos algo

(uma resposta do corpo). Portanto, a nossa

alma trabalha com o nosso corpo, e o

nosso corpo com a nossa alma.

2. Espírito e Alma

Estes relacionamentos do ser tripartido

do homem podem ser compreendidos da

seguinte forma:

O espírito do homem não funciona plenamente

devido ao pecado. Antes de nascer

do Espírito Santo (nascer de novo), o espírito

do homem encontra-se incapacitado, ou

seja, ele não funciona apropriadamente em

harmonia com o Espírito de Deus.

Quando o homem se arrepende e recebe

a Cristo como seu Salvador, o seu espírito

começa a corresponder e a interagir com o

Espírito de Deus.

Sendo batizado no Espírito Santo, ele

recebe o poder espiritual (ou poder no espírito)

que agora lhe é necessário para viver

a sua nova vida em Cristo.

3. O Espírito Santo e a Alma

“O homem natural [dirigido pela alma]

não recebe as coisas do Espírito de Deus,

porque lhe parecem loucura. Ele não consegue

compreendê-las porque somente podem

ser julgadas espiritualmente” (1 Co

2:14 simplificado).

O propósito de Deus é que todas as funções

da alma do homem se submetam ao

Senhorio (governo) do Espírito Santo. Os

frutos, dons e graças concedidos pelo Espírito

Santo capacitam o recém-nascido bebê

em Cristo a crescer no Senhor e a começar a

obedecer a Deus e a Sua Palavra.

Se entristecermos ao Espírito Santo

por meio de estilos de vida naturais e dirigidos

por nossa alma, deteremos o fluir

do Espírito de Deus através de nossa vida.

Aí então cairemos de volta no nosso antigo

estilo de vida (dirigido pela alma e sensual).

A Bíblia chama a isto de sermos “carnais”,

ou de estarmos na “carne” (Veja Rm

8:5; Gl 5:16-26).

D. ESPÍRITO, ALMA E CORPO:

O QUE DEUS FEZ

Separadamente da obra do Espírito Santo

em nosso espírito, seguiremos os desejos

ou concupiscências da carne. Esta é a

característica do homem “natural” ou que e

“dirigido pela sua alma”.

O nosso desejo, no entanto, é o de sermos

semelhantes a Jesus. Em Sua humanidade

Ele era o Homem Perfeito. Ele era “espiritual”.

Pelo fato de Ele ser semelhante a nos –

totalmente homem em espírito, alma e cor678

/ SEÇÃO D6 D6.2 – Enfermidade da Alma

po – Ele pode relacionar-Se conosco em nossas

necessidades e angústias humanas.

1. O Nosso Relacionamento

com Deus

Na Cruz, Ele completou “a nossa grande

salvação”.

Quando Ele bradou “Está consumado”,

a obra da redenção estava terminada.

A salvação estava garantida para o espírito,

a alma e o corpo do homem.

a. Justificados. O nosso espírito foi

“justificados” – inocentados diante de Deus.

b. Santificada. A nossa alma está sendo

“santificadas” diante de Deus.

c. Glorificados. Os nossos corpos serão

“glorificados” – feitos eternos pelo Espírito

de Deus.

Sim, a nossa salvação em Cristo abrange

a nossa experiência de vida total – passada,

presente, e futura.

2. O Nosso Relacionamento

com o Pecado

a. Fomos salvos da “penalidade” do pecado.

b. Estamos sendo salvos do “poder”

do pecado.

c. Seremos salvos da “presença” do

pecado.

E. CONCLUSÃO

A seguinte passagem de Paulo passa a

ter agora um interesse adicional para nós:

“O corpo que é semeado na morte é um

corpo natural [psyché]. No entanto, ele será

ressuscitado como um corpo espiritual

[pneuma]. Se há um corpo natural, há também

um corpo espiritual” (1 Co 15:44 simplificado).

Paulo está nos dizendo que os corpos

em que vivemos agora aqui na terra são “corpos-

almas”. No entanto, os corpos que teremos

no Céu serão “corpos-espíritos”.

Jesus foi ressuscitado dentre os mortos

através do Espírito Santo. O Seu corpo após

a Sua ressurreição era provavelmente um

corpo espiritual (pneuma). Ele disse: “Eis

que vivo e estou vivo para sempre” (Ap

1:18). Com esta afirmação Ele quis dizer

que nunca mais morreria. Ele agora tinha

um corpo espiritual (pneuma) – um corpo

que viveria para sempre.

Em nossa ressurreição, nós também teremos

um corpo espiritual (pneuma), e todo

o nosso ser – espírito, alma e corpo – será

aperfeiçoado em Cristo Jesus.

As considerações acima deveriam explicar

tudo o que precisamos saber sobre o

espírito, alma e corpo. Prossigamos agora

para o nosso tema – “Enfermidade da

Alma”.

Capítulo 2

Enfermidade da Alma

Introdução

O significado da palavra grega sozo (salvação)

inclui o conceito de saúde, cura, e

integridade para o espírito, alma e corpo.

A enfermidade da alma é um problema

comum da humanidade. A enfermidade da

alma ou “ferimento da alma” é citada pelo

termo “quebrantados de coração”. Este termo

é usado para se descrever os ferimentos

internos da alma.

Jesus disse: “...o Espírito do Senhor está

sobre Mim... para curar os quebrantados

de coração [almas feridas]” (Lc 4:18).

Lemos no Vigésimo-Terceiro Salmo que

o Bom Pastor de nossa vida “restaura’’ a

nossa alma.

Este é um tema importante, pois qualquer

coisa que destrói a alma pode também,

em última análise, destruir o corpo. Uma

enfermidade na alma pode produzir uma enfermidade

no corpo. Um colapso das emoções

e da mente causa um colapso no corpo.

Precisamos de fato ter uma restauração

em nossa alma.

Como já vimos, as funções da alma incluem

as nossas mentes, emoções, imaginações

e até mesmo as nossas memórias.

Muitos cristãos sofrem de cicatrizes em

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 679

sua alma, guardando muitas memórias dolorosas

do passado.

Conseqüentemente, eles duvidam do

presente e temem o futuro. Talvez tenham

respostas em suas cabeças, mas é difícil

pensarmos corretamente quando o nosso

coração está sofrendo.

Creio que todos concordaríamos que

muitos de nós precisamos de uma “cura interior”

da alma. As nossas mentes, memórias,

e emoções precisam ser totalmente curadas.

Eu chamei isto de “liberação da alma”.

A. DEUS NOS QUER

TOTALMENTE SÃOS

A cura total do homem é um processo.

Ela começa através do nosso encontro com

Jesus como nosso Salvador e nosso Batizador

no Espírito Santo, o que nos proporciona

um novo coração e um espírito livre.

Deus sempre começa no centro do nosso

ser – isto é, em nosso espírito. Ele primeiramente

toca o nosso espírito com o Seu Espírito.

Depois que o nosso espírito é liberado,

a nossa alma pode então ser restaurada.

Deus começa em nosso espírito (às vezes

chamado de “homem interior” ou “ser

interior”. Veja João 7:37,38). Aí então, Ele

deseja ir operando através da nossa alma

para curá-la e restaurá-la.

Ele deseja introduzir a Sua vida e poder

de cura em nosso espírito, alma e corpo –

para que possamos ser “irrepreensíveis”

(sãos e completos) quando Ele vier.

1. ESPÍRITO, ALMA E CORPO:

A NOSSA SAÚDE

Como já dissemos, as funções do espírito,

alma e corpo estão inter-relacionadas. Um

“espírito” saudável é o fundamento sólido

para uma “alma” saudável. Uma “alma” saudável

proporciona um “corpo” saudável.

Este mesmo princípio também funciona

no sentido inverso. É difícil estarmos em

nossas melhores condições espirituais se estivermos

emocionalmente ou fisicamente

doentes. Se estivermos enfermos em nossas

mentes ou corpos, isto poderá afetar a

nossa obra e testemunho para Deus. O nosso

relacionamento com o Espírito de Deus

está seguro e a salvo, mas o fluir do Seu

Espírito através da nossa vida para o mundo

pode ficar limitado.

Fomos criados para funcionarmos como

pessoas “totais”. Creio que o Apóstolo João

se refere a esta verdade numa de suas Cartas.

“Caro amigo, oro para que prosperes e

estejas saudável, assim como prospera a

tua alma” (3 Jo 2 simplificado).

Este versículo nos ensina que a saúde

física se relaciona com o bem-estar de nossa

alma. Em outras palavras, uma vida saudável

em nossa alma é necessária para uma

vida saudável em nossos corpos físicos.

2. Espírito, Alma e Corpo:

a Nossa Cura

Os nossos corpos têm a tendência de seguir

a direção tomada por nossa alma, e, por

sua vez, a nossa alma segue a direção tomada

por nosso espírito.

Os problemas espirituais (do espírito)

produzem os problemas mentais e emocionais

(da alma), os quais, por sua vez, produzem

os problemas físicos (do corpo). Os

elos entre o nosso espírito, alma e corpo

formam de fato uma corrente ininterrupta.

Não conseguimos resolver um problema

psicológico (da alma) tratando do corpo

somente. Semelhantemente, não conseguimos

resolver um problema espiritual lidando

somente com a mente ou emoções.

É por isto que alguns tratamentos de médicos

e psicólogos fracassam. As causas fundamentais

na alma e/ou espírito que estão

produzindo os problemas não foram desarraigadas.

Isto se aplica até mesmo em alguns casos

de oração de cura de doenças do corpo.

Após a oração, talvez a pessoa dê a impressão

de ter sido curada. As dores e sintomas

físicos talvez cessem por algum tempo. No

entanto, se as profundas necessidades da

alma (emoções) e do espírito não foram su680

/ SEÇÃO D6 D6.2 – Enfermidade da Alma

pridas, talvez os problemas físicos reapareçam

rapidamente.

Já vi isto acontecer muitas vezes no ministério

de evangelistas com o dom de curas.

Muitas pessoas foram totalmente curadas

e nunca mais sofreram com os seus

problemas físicos.

No entanto, outros continuaram voltando

para pedir mais orações, pois continuaram

“perdendo” as suas curas após um curto

período de tempo.

Muitos dos que se encontram no ministério

não estão cientes dos níveis mais profundos

de necessidade na alma das pessoas.

Sim, Deus quer que estejamos bem. Ele

quer que estejamos totalmente saudáveis e

íntegros em espírito, alma e corpo. É preciso,

no entanto, que haja uma total obra de

cura – que progrida de dentro para fora (começando

no espírito, movendo-se para a

alma, e finalmente sendo expressa no corpo).

Caso contrário, somente ocorre uma cura

limitada ou parcial, e que não dura por muito

tempo. Por este motivo, gostaríamos de

estudar os tipos de ferimentos que podem

prejudicar a alma humana.

B. ENFERMIDADE DA ALMA

Há muitas coisas que podem causar ferimentos

duradouros em nossa alma.

1. Eles São Causados por:

a. Nossos Pais. Por exemplo, muitas

crianças sofrem por causa das falhas e fracassos

de seus pais.

As Escrituras nos dizem que os filhos

devem ser ensinados e treinados em amor

(Ef 6:4). Palavras e ações duras, injustas,

ou insensatas podem causar temor ou ira no

coração dos filhos.

1) Maustratos Físicos. Alguns pais

são muito ríspidos e críticos. Nunca elogiam

nem estimulam os seus filhos. Alguns

recorrem até mesmo a maustratos físicos e

surras cruéis.

Nesses casos, não é somente o corpo

que sofre. A alma (personalidade e emoções)

também pode ficar gravemente ferida. Estas

cicatrizes internas são geralmente carregadas

para a vida adulta.

2) Maustratos Emocionais. Muito

pior do que os vergões ou ferimentos dos

maustratos físicos são os ferimentos invisíveis

dos pais que criticam em excesso e

que machucam a alma.

Os que foram feridos desta forma crescem

e se tornam adultos com muitos problemas

emocionais. Isto afeta os seus relacionamentos

com outras pessoas – na família,

na escola, no trabalho, e até mesmo dentro

da igreja.

Muitas crianças, assim, sofrem de uma

auto-estima muito baixa. Elas não conseguem

se imaginar sendo bem-sucedidas em

nada, e têm medo de assumir novos deveres,

ou até mesmo de se prepararem para

uma posição melhor na vida.

Elas foram rebaixadas (repreendidas ou

criticadas) tantas vezes que até perderam a

esperança, e agora vivem sob uma nuvem

de indecisão e insegurança pessoal.

Todo mundo tem alguns sentimentos semelhantes

a estes de vez em quando. No

entanto, algumas pessoas foram feridas tão

gravemente que não conseguem viver uma

vida normal.

b. Nossos Pecados. As leis de Deus, de

amor e de moralidade, foram dadas para o

nosso bem-estar. Elas procedem do Seu coração

de Pai porque Ele Se importa com os

Seus filhos. Ele nos deu as regras (leis) para

nos proteger de ferimentos, dores e angústias.

Quando quebramos as Suas leis morais,

isto faz com que o nosso coração (alma) fique

quebrantado. Quando você quebra as leis

de Deus, você acaba ficando com um coração

(alma) quebrantado (machucado, ferido).

Não somente nós sofremos, mas outros

sofrem também. Os nossos pecados afetam

outras pessoas, e os pecados delas nos afetam

também. A conseqüência (resultado) de

quebrarmos a lei de Deus geralmente é o

ferimento e dor para as crianças inocentes.

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 681

Elas absolutamente não devem ser responsabilizadas

por sua dor e sofrimento.

Você teve um pai ou mãe que tomava bebidas

alcoólicas em excesso? Pais deste tipo

às vezes surram e machucam os seus filhos

quando estão entorpecidos pela bebida, e a

criança sofre (ainda que seja inocente e não

seja culpada de nenhuma transgressão).

1) Pecados Sexuais. Os pecados morais

também machucam e ferem a alma. O

Antigo Testamento veementemente declarou

esta verdade da seguinte forma:

“Quem quer que comete adultério com

uma mulher é completamente tolo, pois ele

está destruindo a sua própria alma. Ele

ficará ferido e encontrará a desgraça – e a

sua vergonha nunca será removida” (Pv

6:32,33 simplificado).

a) O que Diz a Sociedade. Infelizmente,

a sociedade moderna quer remover

todos os limites morais com relação aos relacionamentos

sexuais. Alguns “tolos” da

época moderna dizem que, contanto que

ninguém faça objeções, qualquer tipo de atividade

sexual é permissível.

O adultério, as atividades homossexuais,

o sexo com crianças, e outras práticas

vergonhosas não são considerados como algo

errado. Tudo isto estaria dentro dos “direitos”

pessoais de cada indivíduo. Estas atividades

são chamadas de marcas de “maturidade”

e de “liberdade” pessoal por estes

leprosos morais dos dias atuais.

b) O que Deus Diz. A Palavra de Deus

expressamente proíbe comportamentos imorais

deste tipo e admoesta as pessoas sobre

os seus dolorosos resultados – tanto para o

indivíduo quanto para a sociedade. Os princípios

de moralidade de Deus são para o nosso

bem-estar e felicidade pessoais – e também

para o bem da sociedade como um todo.

A violação ou quebra das leis de Deus

não traz a verdadeira liberdade. Aliás, colocamo-

nos sob uma escravidão que no final

somente leva à morte e à destruição.

Neste processo descendente, há muitas

dores em todos os níveis – espiritual, mental,

emocional, e fisicamente, tanto para o

indivíduo quanto para a sociedade como um

todo.

c) Resultados. A sociedade moderna

já está começando a fazer uma horrível colheita

das sementes pecaminosas que semeou:

lares divididos, corações partidos e

casamentos desfeitos; crianças confusas e

maltratadas; mães solteiras e abortos; terríveis

doenças sexuais.

E Deus Se entristece porque o homem

sofre. É uma dor que é produzida pela rebeldia

do homem contra as leis divinas de

amor. Ignorarmos estas verdades significa

convidarmos a tragédia – porque toda esta

imoralidade fere e destrói a alma.

2) Outros Pecados. Mais luz sobre

as causas dos ferimentos da alma pode ser

encontrada nas seguintes palavras do Apóstolo

Pedro:

a) O que Dizem as Escrituras:

“Queridos amigos, vocês são apenas visitantes

neste mundo. Portanto, suplico-lhes

que vocês resistam e se afastem dos fortes

desejos e concupiscências da carne. Estas

coisas batalham [são os inimigos que destroem

e pelejam] contra as suas almas” (1

Pe 2:11 simplificado).

Pedro está dizendo que se cedermos aos

fortes desejos da carne, estes pecados (como

guerreiros inimigos) tentarão destruir as

nossas emoções, mentes e a capacidade de

pensarmos. Conseqüentemente, a nossa alma

ficará ferida, machucada e despedaçada.

b) Resultados. A nossa vida interior

repousa sobre um fundamento de razão e

emoção. Quando as nossas emoções foram

feridas, é difícil pensarmos apropriadamente.

Dolorosas memórias estão entretecidas

em nosso coração e mente. Não podemos

ver nem compreender claramente a nós próprios,

nem aos outros. O futuro fica repleto

de imagens temerosas.

A nossa imaginação projeta quadros

mentais ou “imagens” do que vai acontecer.

A cor e o caráter destes quadros são controlados

pelo bem-estar da vida de nossa alma.

682 / SEÇÃO D6 D6.2 – Enfermidade da Alma

Quando “tudo vai bem com a nossa

alma”, o futuro é brilhante e repleto de esperança

e fé.

No entanto, se a nossa mente, memórias

e emoções ainda estiverem com cicatrizes

de dolorosos eventos do passado, o cenário

será bem diferente. O quadro ficará pintado

com as cores sombrias do temor, da dúvida,

do ressentimento, do ciúme e da auto-piedade.

Não é de admirar que um Deus de amor

nos dê diretrizes divinas pelas quais podemos

viver. Ele conhece a dor que sofreremos

se seguirmos os nossos próprios desejos

ou concupiscências carnais.

3) Obras da Carne. Em sua Carta aos

Gálatas, Paulo cita algumas das obras da

carne que podem ferir gravemente a alma.

Seria bom para nós prestarmos uma atenção

especial a elas (Gl 5:19-21).

a) Adultério – sexo com uma outra

pessoa que não seja o seu cônjuge;

b) Fornicação – sexo entre pessoas

que não são casadas;

c) Impureza – pensamentos, palavras,

e ações impuros, homossexualismo;

d) Lascívia – comportamento egoístico

e desavergonhado;

e) Idolatria – adoração de ídolos e

falsos deuses;

f) Feitiçaria – o uso de poderes

demoníacos e mágicos;

g) Ódio – má índole;

h) Dissenção – causar desordens e

porfias;

i) Emulações – ser ciumento;

j) Ira – raiva;

k) Contendas – discussão;

l) Rebeliões – causar divisões;

m) Heresias – ensinamento falso;

n) Invejas – querer o que os outros

possuem;

o) Homicídio – matar as pessoas;

p) Embriaguez – usar bebida forte

(bebidas alcoólicas/uísque);

q) Farras – festas desenfreadas e

desperdiçadoras.

2. Elas Têm Efeitos em:

a. Nós Próprios. As obras da carne são

planejadas pelo diabo com o fim de danificarem

a nossa alma. Ficaremos enfraquecidos

e feridos em nosso interior. A nossa

vida será roubada, devastada e até mesmo

destruída. Uma nação que permite e incentiva

este tipo de atividades “dirigidas pela

alma” através de revistas, jornais e filmes

está cometendo um suicídio social. Ela está

semeando a semente da morte e da destruição

no meio do seu povo.

b. Nossa Sociedade. A nível pessoal,

os resultados finais são colapsos mentais,

emocionais, e físicos. A nível social, declinam

os padrões morais e se elevam as taxas

de crime. Esta é a triste condição em

que se encontra a maior parte do nosso

mundo hoje em dia. Os hospitais, prisões,

e outras instituições sociais estão abarrotados.

Quando o povo de uma nação está

enfermo em sua alma, toda a sociedade sofre

também.

3. Temos Uma Escolha

Jesus advertiu os Seus discípulos que o

diabo veio para “roubar, matar e destruir’’.

Em seguida, Ele declarou: “Mas Eu vim para

que tivessem vida – plena e transbordante”

(Jo 10:10 simplificado).

a. Vida ou Morte. A escolha é clara: é

uma escolha entre a vida e a morte – os frutos

do Espírito ou as obras da carne. Quando

uma sociedade ignora ou voluntariamente

quebra as leis de Deus, ela está abrindo as

portas para o próprio diabo. Os resultados

são trágicos em todos os níveis de vida –

quer sejam o indivíduo, a família, a comunidade,

ou a nação.

“Bem-aventurada é a nação cujo Deus

é o Senhor...” (Sl 33:12). Como é triste

quando uma nação que é fundada em princípios

de reverência a Deus expulsa-O da sua

vida pública.

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 683

Quando os valores morais são rebaixados

nas escolas e na televisão há um preço a

ser pago. O pecado não é barato – custa

muito caro servirmos ao diabo.

b. Aproxime-se de Deus. Quando

nos aproximamos de Deus, Ele Se aproxima

de nós (Tg 4:8). Quando excluímos

Deus de nossa vida, nos afastamos da

proteção da Sua presença. Ele honrará a

nossa escolha e nos entregará aos nossos

maus caminhos.

“Deus demonstra a Sua ira do Céu, que

é contra o mal e os ímpios que rejeitam a

verdade... Assim sendo, Ele os entrega às

concupiscências carnais que desonram os

seus corpos... Ele os abandona aos seus

caminhos maus... para que possam ser

pagos em suas próprias almas e corpos a

terrível penalidade que merecem” (Rm

1:18,24,26,27 simplificado).

C. CONCLUSÃO

Sim, vemos em todo o nosso redor os

resultados dos maus caminhos do homem.

O pecado é como uma espada que penetra

bem no profundo da alma humana.

Mas há esperança, e a encontramos na

Palavra de Deus. Em Sua graça, Ele proporcionou

a cura para o corpo e a alma do

homem, que carregam as cicatrizes do pecado.

Ele quer que estejamos bem, tanto

para o nosso bem-estar quanto para a Sua

glória.

Capítulo 3

Cura da Alma

Introdução

Há dois processos de cura para o corpo:

natural e sobrenatural (divino). Os médicos

sabem que eles não conseguem curar. Eles

apenas ajudam os poderes “naturais” de cura

que já se encontram no corpo.

Mas Jesus é maior do que outros médicos.

Através do Seu poder sobrenatural, os

corpos enfermos também podem ser curados.

O poder divino para este tipo de cura

vem diretamente de Deus.

A. DUAS FONTES DE CURA

Estas mesmas duas fontes de cura também

se aplicam à alma. Dizem que o tempo

cura. Esta cura natural que acontece com a

passagem do tempo nos ajuda de fato a superar

alguns dos ferimentos internos que

eram tão problemáticos durante os anos em

que éramos mais jovens.

1. Natural

Descobrimos com o passar do tempo

que nem todo mundo é mais forte, mais sagaz,

e de melhor aparência do que nós. A

maioria de nós aprendemos a nos relacionar

com os outros e a sermos bem-sucedidos

em nossos campos de trabalho. Ganhamos

o respeito de nossas famílias, amigos e companheiros

de trabalho.

À medida que ficamos mais velhos, enfrentamos

tristezas, angústias e perdas com

compreensão. Até mesmo os que possuem

enfermidades mentais geralmente se recuperam

por si sós num certo período de tempo.

Parece que a alma possui poderes naturais

de cura, como é o caso do corpo.

Algumas pessoas, no entanto, não superam

os problemas de quando eram mais

jovens, e transportam as suas dolorosas cicatrizes

à sua vida adulta. Todos nós, provavelmente,

temos alguns ferimentos do

passado que recordamos e que afetam as

nossas atuais atitudes e ações.

Para alguns, no entanto, esta transferência

é tão grande que quase não conseguem

funcionar normalmente. Muitas destas pessoas

sofreram de esgotamentos mentais ou

emocionais. Quando os ferimentos são profundos,

os resultados podem durar por toda

a vida.

Os psicólogos e psiquiatras são médicos

que tratam das disfunções mentais e

emocionais. Eles procuram, através de remédios

e aconselhamentos, ajudar os poderes

naturais de cura da alma.

684 / SEÇÃO D6 D6.3 – Cura da Alma

Contudo, assim como há enfermidades

físicas que não podem ser curadas, assim

também há enfermidades da alma que não

podem ser remediadas de maneiras naturais.

A “restauração” de uma alma deste tipo

necessitaria de um “milagre’’ – uma cura

sobrenatural.

Sei de jovens que “queimaram” os seus

cérebros e prejudicaram as suas almas às

custas de drogas. Outrora eram jovens inteligentes

e saudáveis com um brilhante futuro

pela frente.

Agora estão alquebrados em espírito,

mente e corpo. Será que existe alguma esperança,

ou é tarde demais? Somente um milagre

pode suprir uma necessidade deste tipo.

Louvado seja Deus porque há esperança.

Nosso Senhor é o poderoso Deus dos

milagres e da misericórdia!

2. Sobrenatural

Examinemos agora estas benévolas palavras

do profeta Isaías:

“Compartilha o que tens com os famintos.

Supre as necessidades dos que estão

aflitos – que sofrem a dor interna de serem

rejeitados. Aí então, a tua luz resplandecerá

nas trevas, e a tua noite será como o

meio-dia” (Is 58:10 simplificado).

A dor de sermos rejeitados (ou afastados,

divorciados) somente pode ser curada

através do amor e da aceitação. Deus deseja

alcançar os “aflitos” através de você e de

mim – através do nosso coração e de nossas

mãos.

a. Davi Experimentou a Cura. Davi

falou por todos nós, em sua hora de dor

interior, ao clamar: “Senhor, tem misericórdia

de mim. Cura a minha alma, pois pequei

contra Ti” (Sl 41:4 simplificado).

Davi conhecia pessoalmente este amor

saneador de Deus, ou ele nunca poderia ter

escrito o Vigésimo-Terceiro Salmo: “O Senhor

é o meu pastor... Ele restaurou [curou]

a minha alma.”

Mais tarde, o Salmista fala sobre a graça

de Deus nestas lindas palavras:

“O Senhor cura os quebrantados de coração

e liga-lhes as feridas – curando as

suas dores, e as suas angústias... Grande é

o nosso Senhor e grande é o Seu poder, O

Seu entendimento é infinito. Ele eleva os

humildes – os que foram rebaixados...” (Sl

147:3,5,6 simplificado).

b. Jesus Trouxe a Cura Naquela

Época. Há uma passagem especial nos Evangelhos

que entendi sob uma nova luz. Gostaria

de compartilhá-la com vocês, pois ela

retrata a natureza do ministério de cura do

nosso Senhor:

“Jesus percorria toda a Galiléia, pregando

o Evangelho do Reino... e Ele curava

todo tipo de enfermidade e doença. A

fama do Seu poder de cura espalhou-se por

toda a Síria. Portanto, traziam-Lhe também

pessoas com muitos tipos diferentes de

enfermidades e tormentos. Outros sofriam

de possessão demoníaca, epilepsia, e paralisia.

E Ele os curava a todos” (Mt 4:23,24

simplificado).

É interessante notarmos que as Escrituras

dizem que Jesus curava “todos os tipos”

de enfermidades e doenças (vs 23).

Isto incluía os problemas espirituais, mentais,

emocionais e físicos. O Versículo 24

cita algumas das doenças relacionadas a cada

uma das partes do ser total do homem:

1) Enfermidade Espiritual – possessão

demoníaca

2) Enfermidade Emocional – tormentos

3) Enfermidade Física – paralisia

c. Deus Cura Hoje. Jesus saía pelas

cercanias para curar por completo homens

e mulheres. Onde quer que o pecado houvesse

penetrado – espírito, alma ou corpo –

Jesus perdoava, purificava, e trazia o poder

saneador do amor de Deus.

Isto me faz lembrar do meu bom amigo,

Costa Deir. Quando Deus o encontrou nas

profundezas do pecado, ele era um caso irremediável.

O álcool havia danificado o seu

cérebro, fígado, coração, e aparelho digestivo.

Satanás havia roubado dele os seus amiCURE

A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 685

gos e a sua família. O diabo havia destruído

o seu corpo e estava atrás da sua alma.

Ele estava espiritual, mental e fisicamente

doente – e a ponto de morrer. Aí então ele

encontrou o maior médico de todo o mundo

– o Senhor Jesus Cristo.

E o que Jesus fez? Ele o curou por completo

– uma nova criatura – em espírito,

alma e corpo: Aleluia! Não é de se admirar

que ele agora queira contar ao mundo todo

sobre o poder saneador do amor de Deus.

B. CINCO PASSOS PARA

A CURA DA ALMA

Sim, Deus quer que estejamos bem. Mas

qual é o processo através do qual a “cura

interior’’ pode vir à nossa vida? Creio que

há cinco passos importantes que podemos

tomar com uma atitude de oração e de fé.

Os três primeiros dos cinco passos para

a cura da alma ferida podem ser encontrados

nas seguintes palavras de esperança e

consolo proferidas por Jesus:

• “Vinde a Mim, todos os que estais

cansados e sob uma pesada carga, e

Eu vos darei descanso.

• “Tomai sobre vós o Meu jugo, e

• “Aprendei de Mim, pois sou manso

e humilde. Aí então encontrareis descanso

[restauração] para as vossas

almas” (Mt 11:28,29 simplificado).

1. Venha a Jesus

O primeiro passo para a cura interior

(ou cura da alma) é o seguinte: Venha a Jesus!

Jesus nos convida a irmos a Ele.

Se formos a qualquer outro lugar ou

olharmos para qualquer outra fonte, ficaremos

desiludidos e desapontados. A quem

você recorre quando precisa de ajuda? Jesus

diz: “Vinde a Mim...”

Sim, Jesus espera com braços abertos e

nos diz para irmos a Ele. Há também boasvindas

para o pecador perdido.

Como já foi dito anteriormente, precisamos

ser perdoados e libertados do pesado

fardo da culpa e da condenação. É aí que

começa a “cura interior”. Todos nós precisamos

nos achegar a Jesus como nosso Salvador.

Sem este primeiro passo, nunca poderemos

tomar o segundo. Precisamos nos

arrepender se quisermos ser restaurados.

2. Tome o Jugo d’Ele

O jugo de Cristo se refere ao Seu governo

(controle) sobre a nossa vida. Ele não

deve ser somente o nosso Salvador, mas

também o nosso Senhor e Mestre.

O diabo quer nos enganar com uma mentira.

Ele quer que creiamos que perderemos

a nossa “liberdade” quando entregarmos a

nossa vida ao Senhor. Ele nunca nos diria

que o seu jugo do pecado se torna cada vez

mais pesado e mais doloroso quanto mais

tempo o carregarmos. No final, cairemos

debaixo do seu peso. Somente a graça de

Deus pode de fato nos libertar.

Muitos cristãos sofrem sob o peso de um

jugo causado por eles próprios. É o peso de

uma vida obstinada. Eles confessaram a Cristo

como seu Salvador e querem ir para o céu

quando morrerem. No entanto, eles também

querem as coisas à sua própria maneira em

muitas áreas de sua vida aqui na terra.

Deus permite às vezes que satisfaçamos

as nossas próprias vontades para nos ensinar

uma lição. Logo descobrimos que isto se

torna uma estrada muito nociva. O andar na

“carne” inclui muitas quedas dolorosas, com

cada uma delas deixando uma cicatriz em

nossa alma, como já vimos anteriormente.

Certamente, este tipo de dor interna somente

pode ser curada quando nos voltamos

para Jesus e O confessamos como Senhor

de nossa vida. Para nossa alegria, descobriremos

que o Seu fardo é suave e leve – assim

como as penas o são para um pássaro.

Uma total submissão de nossa vida a Jesus

significa uma total cura de nossa vida

por Jesus. Além disso, esta é a única maneira

de termos uma verdadeira liberdade espiritual.

Quando a nossa fé, esperança e planos

para o futuro estiverem ligados ao Senhor, a

686 / SEÇÃO D6 D6.3 – Cura da Alma

nossa força interior será renovada e restaurada.

Aí então, poderemos voar livremente, sem

nos cansarmos – como se estivéssemos sobre

as asas de uma águia! (Is 40:30,31).

3. Aprenda com Ele

Quando Jesus é o Senhor de nossa vida,

tornamo-nos Seus discípulos. Um discípulo

é alguém que observa, ouve e aprende

com o seu mestre. O que podemos aprender

com Jesus sobre a cura de nossa alma

(cura interior)?

Talvez nos perguntássemos: Será que

Jesus Se encontrou alguma vez em circunstâncias

(lugares) onde a Sua alma foi machucada

e ferida? Em caso afirmativo, como

Ele reagiu a estas dores? Como a Sua alma

foi restaurada?

a. Ele Sofreu. Jesus é o padrão ou

modelo perfeito para as nossa vida. Se pudermos

descobrir como Ele – em Sua humanidade

– enfrentou estes problemas, poderemos

então encontrar a solução para os

nossos. Recorramos à palavra de Deus para

obtermos as nossas respostas. O cenário

dos ferimentos de Jesus começa no Jardim

de Getsêmani:

“E Ele tomou Consigo a Pedro, Tiago e

João. Logo Ele começou a demonstrar uma

grande angústia e aflição mental – e estava

profundamente deprimido.

“Aí então, Ele lhes disse: A Minha alma

está muito triste e o Meu coração está quase

se partindo de angústia. Sinto-Me como

se estivesse a ponto de morrer. Por favor,

fiquem Comigo, para vigiar e orar” (Mt

26:37,38 simplificado).

As terríveis horas que se seguiram no

Calvário foram descritas pelo profeta Isaías.

Ele fala sobre o corpo de nosso Senhor sendo

surrado, para que os nossos corpos pudessem

ser totalmente curados. “Pelas Suas

chicotadas somos curados” (Is 53:5).

Creio que Ele também sofreu em Sua alma

– para que as nossas almas pudessem ser

curadas.

Ouça estas outras palavras do profeta:

“Ele verá a agonia e o sofrimento da Sua

alma, e ficará satisfeito... pois Ele derramou

a Sua alma até a morte...” (Is 53:11,12).

Como já foi dito acima, esta terrível profecia

foi cumprida durante os eventos da

crucificação de Cristo. Ele não somente sofreu

em Seu Corpo, mas a Sua alma também

foi ferida. Ele foi abandonado por Seus discípulos

e rejeitado pelos judeus.

Eles zombaram d’Ele, puxaram a Sua

barba, esbofetearam o Seu rosto, riram d’Ele,

cuspiram n’Ele e O envergonharam publicamente.

Os líderes religiosos da época faziam

chacotas em voz alta enquanto Ele sofria

de dor.

O que mais poderia ter sido feito para

piorar ainda mais a Sua agonia de alma? Somente

uma coisa: ser abandonado por Seu

Pai Celestial! Não poderia haver nenhum

sofrimento maior para um coração humano.

Contudo, teve de ser assim. Foi o preço que

Ele teve de pagar pela penalidade do nosso

pecado.

Não somente se partiu o coração do Seu

Filho, mas também o coração do Pai Celestial.

“A alma imaculada do Filho de Deus

tornou-se pecado – pois Ele levou o nosso

pecado – para que pudéssemos nos tornar

retos e santos diante de Deus” (2 Co 5:21

simplificado).

Como deve ter sido terrível este clamor

dos lábios de Jesus ao ecoar da terra para o

Céu: “Meu Deus, Meu Deus, por que Me

desamparaste?” (Mc 15:34). Verdadeiramente,

quando a espada foi inserida no lado

de Jesus, foi mais do que simplesmente sangue

e água que se derramaram: “Pois Ele

derramou a Sua alma até a morte” (Is

53:12). Sim, o Senhor Jesus ofereceu a Sua

alma, para que pudéssemos ter a cura para a

nossa alma. Indubitavelmente, Ele experimentou

todos os sofrimentos conhecidos à

alma humana.

b. Ele Perdoou. A pressão e a tensão

sobre a Sua alma durante aquelas horríveis

horas devem ter sido terríveis. Como Ele

manteve o Seu ser interior em vitória? O

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 687

que foi que protegeu a Sua alma contra a

destruição?

Creio que a resposta pode ser encontrada

em Sua reação aos Seus “atormentadores”

– os cruéis líderes e soldados ao pé da

Cruz: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o

que fazem” (Lc 23:24 simplificado).

O que foi que protegeu e restaurou a Sua

alma? Foi o perdão! Verdadeiramente, é isto

o que precisamos aprender com Jesus –

como perdoar. É a chave principal para a

cura interior.

c. Precisamos Perdoar. Vocês se lembram

da história que Jesus contou sobre o

homem que havia sido perdoado por seu

mestre de uma grande dívida? Contudo, ele

próprio não queria perdoar uma outra pessoa

que lhe devia uma quantia muito menor.

O seu mestre ficou muito irado ao saber

sobre o seu implacável espírito. Portanto,

seu mestre mandou que ele fosse lançado na

prisão para ser “atormentado” por seus carcereiros.

Jesus aplicou esta narrativa de uma maneira

bem pessoal: “Assim lhes fará também

o Meu Pai, se, em seus corações, vocês

se recusarem a perdoar os seus irmãos”

(Veja Mateus 18:30-35).

O que Jesus quis dizer com isto? Se deixarmos

de perdoar as outras pessoas, uma

raiz de amargura pode começar a crescer em

nossa alma. Eventualmente, ela produzirá

frutos muito amargos. Se nos apegarmos a

inflexíveis sentimentos de “mágoa” com relação

a uma pessoa, a nossa alma sofrerá.

Eventualmente, esta dor trará um tormento

a todas as áreas de nossa vida – vida que se

tornará um inferno na terra. O perdão é a

chave que abre a cela da prisão neste inferno.

O Salmista estava se referindo a Jesus

ao dizer: “Não deixarás a Minha alma no

inferno, nem permitirás que o Teu Santo

veja a corrupção e a destruição” (Sl 16:10

simplificado).

A nossa alma pode de fato apodrecer e

se corromper no inferno da falta de perdão.

O inferno não poderia reter ao Senhor Jesus

porque Ele já tinha em Suas mãos transpassadas

pelos pregos a chave do perdão.

Se você estiver sofrendo da enfermidade

de alma chamada de ressentimento, olhe para

Jesus para obter a graça do perdão. É um

remédio seguro e rápido e que pode trazer

cura para a sua alma.

Fale em voz alta as seguintes palavras:

“Pai, perdoa-lhes – e perdoa-me também

agora mesmo, por Jesus e em Seu

Nome, eu oro. Amém!” E assim será!

4. Vinde Como Criancinhas

Após perdoarmos os que nos ofenderam

e nos prejudicaram, estamos prontos

para o nosso próximo passo em direção à

cura interior. Devemos nos aproximar de

Jesus como criancinhas.

A nossa fundamentação bíblica vem do

Evangelho de Marcos. Os pais estavam trazendo

os seus filhinhos a Jesus para serem

tocados e abençoados. Os discípulos ficaram

aborrecidos com isto porque lhes roubavam

o seu tempo com Jesus.

Assim sendo, eles repreenderam aqueles

pais e tentaram mandar embora aquelas

criancinhas. Jesus ficou muito insatisfeito

com a atitude deles e disse as seguintes palavras

aos discípulos:

“Deixem que as criancinhas venham a

Mim, porque o Reino de Deus lhes pertence.

Não as mandem embora. De fato, qualquer

um que não receber o Reino de Deus

como uma criancinha não entrará nele absolutamente”

(Mc 10:14,15 simplificado).

Há um poder saneador para o nosso ser

total no Reino de Deus. Jesus demonstrou

isto em todo o Seu ministério terreno. Contudo,

para recebermos este poder saneador

precisamos nos achegar como criancinhas.

a. As Memórias de Infância Precisam

de Cura. Muitas das cicatrizes em

nossa alma vieram de eventos dos primeiros

anos de nossa infância. A estes foram

acrescentados outros ferimentos que recebemos

à medida que crescemos e nos tornamos

adultos.

688 / SEÇÃO D6 D6.3 – Cura da Alma

Creio que o conceito de nos tornarmos

como criancinhas inclui o voltarmos em

nossas memórias aos nossos anos de infância.

O que somos, o que sentimos, e, o que

pensamos hoje é um produto da somatória

de todos os nossos anos anteriores.

Muitos de nós temos sombras do passado

que obscurecem a nossa vida atual. As

origens dessas sombras são dolorosos ferimentos

de alma que aconteceram em anos

passados. Elas danificaram tanto as nossas

mentes e emoções que é difícil entrarmos

plenamente em nossa nova vida em Cristo.

b. O Espírito Santo Traz a Cura. No

entanto, temos agora um novo Espírito dentro

de nós, o Qual pode trazer o poder sarador

de Jesus às áreas com ferimentos internos.

Com a ajuda do Espírito Santo imaginese,

em sua mente, como uma criancinha ao

lado de Jesus. Imagine-se caminhando de

volta ao longo da “rua da memória” com o

Senhor. Você não tem que ter medo de enfrentar

nada, nenhum lugar, ou nenhuma

pessoa quando Jesus está ao seu lado. Ele

não quer machucá-lo, e sim curá-lo dos eventos

dolorosos que aconteceram no passado.

Ele lhe mostrará o motivo pelo qual você

sente e age de determinadas maneiras ao

enfrentar certas situações.

Geralmente temos sentimentos reflexos

quando enfrentamos algo que nos relembra

de uma parte do passado que foi dolorosa

ou vergonhosa. Às vezes não estamos diretamente

cientes da causa, mas a reação emocional

ainda assim está presente. Todas as

vezes sentimo-nos exatamente da mesma

forma.

O Senhor quer alcançar as raízes desses

dolorosos reflexos. Ele deseja curar essas

memórias com o Seu amor e compreensão.

Às vezes nos lembramos das pessoas que

causaram os ferimentos em nossa alma,

como por exemplo um de nossos pais ou

outros membros da família. Às vezes, os

professores, ou outras figuras de autoridade

abusam do seu direito de governarem

sobre a vida dos outros.

O que nos ajuda a compreender melhor é

o fato de que muitas vezes essas pessoas

estão enfermas em sua própria alma. Elas

também foram feridas em sua própria alma.

Assim sendo, elas usam o poder de suas

posições para se sentirem melhor com relação

à sua baixa auto-estima.

Nestes casos, o Senhor nos assegura do

Seu amor por nós e do lugar especial que

temos na família de Deus. Aí então, Ele nos

revela o quanto Ele deseja trazer o Seu amor

e perdão a todos.

O fato de sermos tocados com esse tipo

de amor traz cura ao nosso coração. Podemos

então receber o Seu perdão e sermos

libertos dos sentimentos de ressentimento

ou de auto-piedade. Além disso, este amor

nos capacita a perdoarmos e a liberarmos

os outros à graça e à misericórdia de Deus.

c. O Perdão Traz a Cura

1) A História de Uma Jovem Esposa

e Mãe. Lembro-me de uma jovem esposa e

mãe numa de nossas Conferências de Verão

do World MAP. Ela era dirigida por um espírito

errante e cigano. Às vezes, ela deixava

subitamente o seu marido e filhos e dirigia

o automóvel da família a quilômetros de

distância de sua casa.

Certa vez, ela já havia dirigido mais de

mil e seiscentos quilômetros antes de ser

encontrada e internada na enfermaria de um

hospital local. Finalmente, algumas providências

foram tomadas para que ela viesse a

uma de nossas reuniões para receber uma

oração.

O Senhor deu a um de nossos líderes de

equipe uma palavra de conhecimento (conhecimento

por revelação, procedente do

Espírito Santo) com relação à causa do comportamento

dela. Ela havia passado por uma

série de eventos em sua infância que haviam

ferido a sua alma gravemente.

a) Ela Sofreu. Ela havia nascido na

Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

Antes dos seis anos de idade, ela já havia

sido maltratada física e emocionalmente,

tanto pela sua mãe quanto pelo seu pai.

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 689

Mais tarde, os seus pais, que estavam morrendo

de fome, a abandonaram para que ela

cuidasse de si própria.

A guerra foi um pavoroso período em

sua vida. Ela passou por muitos ataques de

bombardeios, sem saber se viveria ou morreria.

Ela procurou comida em latas de lixo e

dormiu onde quer que pudesse encontrar

uma forma de abrigo. Finalmente, ela se uniu

a um grupo de ciganos e os acompanhava

enquanto vagueavam de um lugar para outro.

Este “espírito” cigano se apossou dela.

b) Ela Perdoou. Mais tarde, ela veio

para os Estados Unidos, encontrou o Senhor

e se casou. Ainda assim, ela era atormentada

por pesadelos e era dirigida por estes

súbitos e estranhos desejos de vaguear

como uma cigana, sem motivo algum, nem

avisar a ninguém. Foi necessária uma revelação

do Senhor para se descobrir a causa do

ferimento de sua alma.

Após orações, aconselhamentos, e um

apoio contínuo, ela pôde perdoar os que lhe

haviam maltratado. Num certo período de

tempo, os ferimentos de seu coração foram

curados. Deus restaurou a sua alma e removeu

a dor do seu passado trágico. Ela se

tornou uma enfermeira, ministrando aos

enfermos e sofredores. Louvado seja o Senhor!

2) Lições da Vida de José. Como já

vimos anteriormente, o papel do perdão é

muito importante no recebimento da cura

interior. Um lindo exemplo de cura interior

e perdão encontra-se na história do Antigo

Testamento sobre a vida de José (Veja Gênesis

37-46).

a) Ele Sofreu. Vocês se lembram que

ele recebia privilégios e uma atenção especial

do seu pai, Jacó. Quando garoto, Deus

lhe disse num sonho que algum dia ele seria

um grande governante. Seus irmãos ficaram

com muito ciúme, e finalmente o venderam

como escravo ao Egito. A esposa do seu

patrão fracassou em sua tentativa de seduzi-

lo a um pecado sexual. Em sua ira, ela

mentiu sobre a conduta dele e fez com que

Potifar, seu marido, lançasse José numa

masmorra.

José, quando garoto, começou com a promessa

de um brilhante futuro. No entanto,

ele acabou como um homem sem esperança

numa escura prisão. As Escrituras dizem

que lhe puseram grilhões de ferro: “...e o

ferro entrou em sua alma” (Sl 105:18 Amplificada).

Traído, vendido como escravo, falsamente

acusado, esquecido numa prisão, ele foi

provado pela Palavra do Senhor. No natural,

ele tinha todos os motivos para ficar

irado, amargurado, ressentido e até mesmo

para destruir-se através da auto-piedade e

do desespero, mas ele não agiu assim.

Esse tipo de situação nos torna “amargurados”

ou “melhorados”. Depende de

como reagimos. Como reagiu José?

b) Ele Perdoou. Conhecemos o resto

da história. José recebeu responsabilidades

importantes, até mesmo enquanto se encontrava

na prisão. Após treze anos na prisão, ele

era a única pessoa no Egito que poderia interpretar

o sonho de Faraó. Conseqüentemente,

ele foi colocado por Faraó numa posição de

grande autoridade e poder. Ele se tornou um

governante sobre todo o Egito.

Aí então Deus lhe trouxe de volta os

seus irmãos. O que ele fez? Levantou-se

todo irado? Será que ele os destruiu num

acesso de raiva inflamado por anos de ressentimento?

Não, ele os alimentou e os perdoou.

O que produziu uma reação tão nobre

assim por parte de José? Não creio que

a ação de José foi precipitada ou por acaso.

Não foi algo que simplesmente aconteceu

porque parecia uma “boa idéia” na ocasião.

Foi uma ação que nasceu do seu caráter – e

são necessários muitos anos para se desenvolver

um caráter semelhante a este.

Quando José viu os seus irmãos, ele já

estava no Egito há cerca de vinte e três anos.

Ele era um rapaz de dezessete anos de idade

quando lá chegou. Isto é tempo suficiente

para nos tornarmos “amargurados” ou “melhorados”.

690 / SEÇÃO D6 D6.3 – Cura da Alma

d. Deus Teve Boas Intenções. Creio

que José se ateve à palavra e ao sonho de

Deus para a sua vida. Esta era a sua esperança.

Ele tinha um destino divino. Portanto,

todas as coisas contribuiriam conjuntamente,

no final, para este bom propósito.

Esta revelação o manteve fiel e perdoador.

Vocês se recordam das suas palavras de sabedoria

divina a seus irmãos:

“Não tenham medo, pois não estou no

lugar de Deus como juiz. Vocês intentaram

prejudicar-me e machucar-me, mas o propósito

de Deus era para o bem. O Seu propósito

era trazer vida a muitas pessoas.

Assim sendo, não tenham medo. Tomarei

conta de vocês e de seus filhos. Desta forma,

José os consolou e falou benevolamente

aos seus corações” (Gn 50:19-21 simplificado).

1) José Confiou em Deus. Ainda há

mais uma verdade sobre a cura interior que

podemos aprender com a vida de José. Após

a sua ascensão ao poder no Egito, ele recebeu

a mão de Asenate, filha de Potífera,

como sua esposa. Observem que o nome do

pai de sua esposa é muito semelhante – tanto

no significado como no som – ao do seu

antigo patrão, Potifar.

a) Deus Curou as Suas Memórias.

Qualquer sobra de uma mágoa ou ressentimento

no coração de José com relação a

Potifar poderia ter se tornado um grande

problema. O simples fato de olhar para o

seu sogro ou até mesmo a menção do seu

nome poderia ter trazido para a mente de

José os dolorosos anos da sua injusta punição

na prisão. Quantas pessoas sofrem com

este tipo de “transferência” do passado?

Na graça de Deus, José havia sido curado

de toda a cruel e injusta dor do seu passado.

Isto é claramente visto nos nomes dos

seus dois primeiros filhos, Manassés e

Efraim (Gn 41:51,52).

Manassés significa “fazendo esquecer”.

José explica a escolha deste nome com estas

maravilhosas palavras: “Pois Deus fez

com que me esquecesse de toda dor, labuta,

e transtorno de minha juventude – e da casa

do meu pai” (Gn 41:51 simplificado). Deus

havia curado a memória de José.

Isto, no entanto, não significa que essas

memórias tivessem sido totalmente apagadas.

O que significa de fato é que a dor dessas

memórias havia sido removida e que Deus

havia restaurado a alma de José. José podia

se lembrar do passado sem dor nem tristeza.

A perda da sua família e as adversidades da

vida na prisão haviam sido reais. Mas isto

tudo não havia destruído a sua alma!

b) Deus o Fez Frutífero. Efraim – o

nome do seu segundo filho – significa “frutífero”.

José acrescenta os seguintes pensamentos

do seu coração: “Pois Deus fez com

que eu fosse frutífero na terra da minha dor

e aflição” (Gn 41:52 simplificado).

Deus não somente removeu a dor das

memórias de José. Ele fez algo mais. Ele, na

verdade, tomou os maus eventos na vida de

José e os transformou para um grande bem

– para José e para Deus! O propósito eterno

de Deus estava sendo realizado no tempo

através da vida de José. Nada foi perdido

nem desperdiçado. Deus pode torná-lo

frutífero em sua terra de dor e aflição. Permita

que Ele o cure.

5. Entregue a Sua Alma a Deus

Deus quer não somente curar nossas feridas

do passado, mas também nos dar uma

brilhante esperança para o futuro. Podemos

confiar que Ele nos protegerá dos tipos de

ferimentos internos que prejudicariam a

nossa alma nos dias vindouros.

A pronta graça do Seu perdão pode apagar

rapidamente os incêndios da ira, do ressentimento,

do ciúme, do temor e da autopiedade

– antes que possam nos ferir ou

prejudicar aos outros. A nossa alma pode

ficar em paz, e nós podemos nos regozijar

em Seu grande amor por nós. Nisto podemos

encontrar um verdadeiro senso de autoestima.

Semelhantemente a José, nós também

temos um destino eterno – em Cristo

Jesus.

CURE A ALMA FERIDA SEÇÃO D6 / 691

Talvez, caro leitor, o seu coração tenha

se comovido grandemente por uma esperança

de cura bem lá no profundo da sua

própria alma. Aceite isto como a gentil obra

do Espírito Santo, preparando-o para a libertação

que você tão profundamente deseja.

a. Jesus Revelará. Talvez você já tenha

tentado antes, por si próprio, sondar as

coisas do passado. Mas, pelo fato de isto

somente o ter levado a uma depressão mais

profunda, você deixou tudo de lado. Desta

vez, tente se achegar a Jesus – e deixe que

Ele faça a sondagem da sua alma.

Ele é sábio, amoroso e muito gentil. Ele

pode trazer à sua lembrança as partes, lugares

e pessoas do seu passado que precisam

do toque d’Ele de cura. Uma vez mais, dizemos

que Jesus quer restaurar a sua alma e

torná-lo totalmente são. Não tenha medo!

b. Jesus Curará. Um membro da nossa

equipe ministerial, o Dr. Robert Frost

(que deixou esta vida para caminhar com

Jesus em 1992), conta a seguinte história:

“Falo as seguintes palavras por experiência

própria. Tentei certa vez descobrir as

feridas do meu passado com as minhas próprias

forças e sabedoria. Isto somente piorou

as coisas.

“Finalmente me dirigi ao Senhor e disse

simplesmente: Vou confiar em Ti, Espírito

Santo, para me revelares o que preciso saber.

Faze-o da Tua maneira, e no Teu tempo.

“Três dias mais tarde, o Senhor trouxe à

minha mente algo de que eu havia me esquecido

há muito tempo. Eu me vi, ainda garotinho,

no meio de uma situação muito triste.

Eu havia sido rejeitado e colocado de

lado de uma maneira muito cruel e ríspida.

“Vi-me sob uma escura escadaria na escola,

com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Eu estava olhando para Deus e pedindo-

Lhe ajuda, porque eu havia sido machucado

e ferido por dentro.

“Com fé, introduzi o Senhor Jesus bem

no meio desta parte do meu passado e Lhe

pedi para curar aquela dolorosa memória.

Visualizei Jesus em minha mente, vindo com

amor até aquele garotinho. Vi Jesus colocando

o Seu braço à minha volta, como Seu

irmão menor, e curando a minha dor. Em

Seus fortes braços, senti-me seguro e a salvo,

e mais do que tudo – amado.

“Esta cura interior me deu um grande

amor por outras pessoas que possuem profundas

cicatrizes em sua alma. É por isto

que posso dizer de todo o coração – e com

uma grande fé: Venha a Jesus exatamente

como se você fosse uma criancinha. Tome o

Seu jugo de amor sobre você e aprenda com

Ele. Permita que Ele traga o perdão e a cura

ao seu coração agora mesmo.”

C. CONCLUSÃO

A seguinte oração bíblica poderá ajudálo:

“Examina-me intimamente, ó Deus, e

conhece as minhas mais profundas emoções

[alma]. Investiga-me e prova-me como

um metal que está sendo refinado, e conhece

os meus pensamentos, memórias e opiniões;

“E vê se há alguma dor mental, angústia,

ou alguma penosa fadiga em mim, decorrente

da minha caminhada de vida; governa-

me, guia-me e dirige-me em minha

jornada e estilo de vida, para sempre e eternamente”

(Sl 139:23,24 Amplificada).

Se o Senhor lhe mostrar “qualquer dor

mental, angústia, ou penosa fadiga”, leve

isto tudo a Ele. Permita que Ele cure a sua

alma. Jesus prometeu:

“Tomai o Meu jugo sobre vós, e aprendei

de Mim, pois sou manso e humilde de

coração: e encontrareis descanso [restauração]

para as vossas almas” (Mt 11:29).

692 / SEÇÃO D7 D7.1 – Fé Versus Presunção

SEÇÃO D7

EVITE A PRESUNÇÃO NA CURA

Larry Parker

me os presbíteros da igreja e orem sobre

ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.”

Subseqüentemente, cremos que a fé para

a sua cura exigia que não lhe déssemos mais

nenhum remédio. Decidimos então permanecer

firmes na promessa das Escrituras em

Isaías 53:5 e, l Pedro 2:24: “por cujas feridas

[de Jesus] fostes curados.”

Após três dias de oração, jejum, e um

grande sofrimento – fisicamente por parte

do nosso filho, e uma angústia mental de

nossa parte – o Wesley faleceu.

Pela nossa compreensão, não havíamos

feito nada errado. Em nossa mente, achávamos

que a única razão para a morte do Wesley

era a de um milagre maior. Como no caso de

Lázaro (João 11), o Senhor havia demorado

para curá-lo a fim de que Ele pudesse ressuscitar

o Wesley dentre os mortos.

Quando isto não aconteceu, ficamos atordoados

e não sabíamos o que pensar. Sabíamos

em nossa mente que Jesus nunca falha,

e, contudo, o nosso filho estava morto.

Como isto era possível? A quem poderíamos

recorrer?

Foi aí então que João 6:68 veio à nossa

mente. “Senhor, a quem iremos nós? Tu

tens as palavras da vida eterna.” Muito

embora estivéssemos tremendamente confusos

sabíamos que tínhamos de manter a

nossa fé em Jesus Cristo nosso Senhor.

Após alguns meses, a minha esposa pôde

aceitar o fato de que o Wesley deveria estar

com Jesus. Para mim, no entanto, foram

necessários três anos.

B. A REPREENSÃO DE DEUS

Nos meses seguintes, o Senhor lidou conosco

de uma maneira muito amorosa, be-

Capítulo 1

Fé Versus Presunção

Nota do Editor. Muitas vezes a fé e

a presunção são consideradas como

sendo exatamente a mesma coisa.

No entanto, não são.

O simples fato de tomarmos um

versículo das Escrituras e dizermos:

“Creio nisto!”, e, aí então, darmos um

salto presunçoso do pináculo do templo,

pode ser desastroso a nós ou aos

outros. (Leia Mateus 4:5-7.)

O diabo deu a Jesus um versículo

das Escrituras (51.91:11,12) e, em seguida,

pediu-Lhe para fazer um ato

presunçoso. Se o coração de Jesus

estivesse cheio de orgulho (como

estão alguns corações), talvez Ele tivesse

sido tentado. Ele, no entanto,

sabia a diferença entre a fé e a presunção.

Este testemunho é dado para

lhes ensinar esta diferença.

Introdução

Estou escrevendo este testemunho com

a esperança e a oração de que de alguma

forma eu possa compartilhar com vocês uma

lição que aprendi a um preço muito alto.

Foi somente pela graça de Deus, e pelo infalível

e todo-abrangente amor de Jesus Cristo

nosso Senhor, que a minha esposa e eu

pudemos passar por esta tribulação.

A. O NOSSO ERRO

Levamos o nosso filho diabético, Wesley,

para a frente do púlpito de nossa igreja para

receber uma oração de acordo com Tiago

5:14: “Está alguém entre vós doente? ChaEVITE

A PRESUNÇÃO NA CURA SEÇÃO D7 / 693

Foi esta anestesia que nos permitiu manter

a nossa sanidade. Até mesmo este entorpecimento

emocional tinha de ser reconhecido

pelo que ele é de fato. Não conseguíamos

compreender a paz que estávamos tendo

no meio de uma tribulação tão grave assim.

Descobrimos a resposta em Filipenses

4:7: “E a paz de Deus, que excede todo

entendimento, manterá [guardará] os vossos

corações e mentes [pensamentos] através

de Cristo Jesus.”

Certa noite, enquanto a minha esposa

estava orando, o Senhor lhe mostrou exatamente

o quanto Ele estava nos protegendo.

Ela perguntou ao Senhor: “O que está

errado comigo? Por que não consigo expressar

o enlutado pesar que eu sei que tenho

pelo meu filho?” Em resposta, Ele removeu

a Sua paz por alguns momentos. A subseqüente

dor mental, emocional e espiritual

foi tão excruciante que ela não conseguiu

aliviá-la, por mais que chorasse.

Este enlutado pesar, juntamente com a

compreensão de que ela era responsável pela

sua própria infelicidade, tornou-se uma

pressão física que explodiu no interior do

seu peito. Isto a teria levado à loucura se ela

não tivesse pedido que o Senhor o removesse.

Ela aprendeu que tinha de lançar todas

as suas preocupações sobre Ele (1 Pe

5:7). “Verdadeiramente, Ele tomou sobre

Si as nossas angústias e carregou as nossas

tristezas” (Is 53:4).

D. A REVELAÇÃO DE DEUS

Em seguida, um outro golpe terrível nos

atingiu. As pessoas que executam a lei nos

acusaram de homicídio involuntário e maltrato

infantil criminoso. Poderíamos ser

mandados para a prisão com uma longa condenação.

Ficamos aniquilados.

Foi durante o nosso julgamento no tribunal,

por homicídio involuntário e maltrato

infantil criminoso, que a minha esposa

sentiu que poderia me contar o que o Senhor

lhe havia mostrado. Ela me disse que o

nevolente e gentil. A Sua repreensão foi repleta

de compaixão à medida que Ele nos

revelava, com um passo de cada vez, o nosso

erro trágico.

Numa reunião com um profeta cerca de

um mês após a morte do Wesley, o Senhor

falou conosco. Este profeta não sabia nada

sobre quem éramos, nem sobre a tragédia

pela qual havíamos passado. Ele pediu que

ficássemos de pé. Através dele, o Senhor

falou as seguintes palavras: “Nem tudo o

que vocês fizeram foi correto.”

Ó como são amáveis e gentis os caminhos

do Senhor. Ele nos ensinou primeiramente

que havíamos cometido um erro, e,

em segundo lugar, exatamente o que estava

errado nisto tudo.

Queríamos ver o nosso filho curado, mas

empreendemos esta tarefa da forma errada.

Pelo fato de as nossas ações estarem erradas,

em verdade amarramos o Espírito Santo

(Mt 18:18), e impedimos a execução da

cura do Wesley.

Aprendemos que qualquer ação contrária

às Escrituras impede que o Espírito de

Deus opere nessa área da vida da pessoa.

Ao mesmo tempo, Deus viu a intenção do

nosso coração de fazermos o que era certo –

confiarmos n’Ele para a cura do Wesley.

Assim sendo, Ele nos consolou em toda

aquela situação, e, quando o Wesley faleceu,

Jesus nos levou ao Vigésimo-Terceiro

Salmo para consolar o nosso coração quebrantados.

C. O CONSOLO DE DEUS

Num período de alguns meses, o Senhor

pôde revelar à minha esposa que, ainda que o

nosso amor pelo Wesley não fosse inferior

ao amor que todos os pais possuem por seus

filhos, ele, no entanto, carecia do amor divino

que nunca falha (1 Co 13:8).

Isto, porém, não aconteceu sem uma

grande dose de dor e angústia mental, emocional

e espiritual. Os médicos dão aos pacientes

um anestésico para aliviar a dor. O

Espírito Santo teve que nos anestesiar.

694 / SEÇÃO D7 D7.1 – Fé Versus Presunção

nosso amor, pelo fato de ser insuficiente,

foi deficiente para o Wesley e que a Palavra

de Deus diz: “O amor nunca falha” (1 Co

13:8).

Logo depois que ela me disse isto rejeitei

completamente tal asserção. Nós amávamos

o Wesley. Como foi difícil aceitar

que o amor fora deficiente.

Alguns dias mais tarde, eu estava lendo

o livro de Corrie Ten Boom “Marching

Orders For The End Battle” (“Ordens de

Marchar Para a Batalha Final”) e li a seguinte

afirmação: “Quando o diabo não consegue

nos reter, ele tenta nos empurrar tão

rapidamente a ponto de exagerarmos. Aí

então, estamos em perigo de nos esquecermos

de amar.”

1. Pusemos a Fé Acima do Amor

Descobri então que havíamos permitido

que o que pensávamos que fosse fé nos

levasse a nos esquecermos de amar. Enquanto

orávamos pelo Wesley e o víamos com

dores óbvias, o nosso amor por ele queria

lhe dar a insulina que sabíamos que pararia

o seu sofrimento.

No entanto, achávamos que isto seria

uma falta de fé e lhe custaria a sua cura.

Aprendemos que as nossas ações eram contrárias

ao que dizem as Escrituras. A Palavra

de Deus diz que o amor é maior que a fé

(1 Co 13:13). Não somente estávamos errados

ao colocarmos a fé acima do amor, mas

também a fé que estávamos tentando exercitar

era o tipo errado de fé. Se tivesse sido

o tipo certo de fé, o Wesley teria sido curado

(Mt 17:20).

O problema encontra-se no fato de que

confundimos “fé” e “crença”. Achamos

que se crermos o suficiente, a cura acontecerá.

Associamos a cura a algum tipo de

capacidade de nossa parte de crermos o

suficiente – ou seja, de termos fé suficiente.

Ouvi um irmão dizer algo que descobrimos

que é verdadeiro: “Deus não envia a

cura. Ela já está presente. Ele a revela. À

medida em que buscamos o Médico, a cura

acontece.”

2. Há Uma Fé que Cura

Há muitos tipos de fé – a fé em Jesus

para a salvação, a fé para problemas financeiros,

a fé para problemas emocionais, a fé

para a cura, e a fé que cura.

A maior parte dos tipos de fé se associa

ao nosso crer, como a fé para a cura. Este,

porém, não é o caso da fé que cura de fato.

Podemos ter fé e crer que Deus curará, mas

esta não é a fé que cura. Quando Jesus nos

aplica a fé que cura, nós somos curados!

Até que Deus revele a cura, Ele espera

que façamos tudo de nossa parte para aliviarmos

a dor e o sofrimento. A nossa recusa

em darmos remédios, especialmente

os remédios que preservam a vida, é um

ato muito presunçoso de nossa parte e que

na verdade atrapalha o Espírito de Deus

em Sua obra.

Em Mateus 8:5-13 o centurião tinha fé

em Jesus e acreditava que o seu servo seria

curado no momento em que Jesus dissesse

a palavra. Jesus maravilhou-Se e declarou

que esta era uma grande fé.

Como em Hebreus 11:1, ele tinha a evidência

de que o seu servo seria curado, mas,

naquele momento, ele tinha uma cura nãomanifesta.

E o que o centurião fez com a fé que

possuía? Será que ele declarou que o seu

servo estava curado apesar do que via e

parou de fazer o que estava ao seu alcance

para aliviar o seu sofrimento? Não! Ele levou

a sua fé a Jesus.

A cura não aconteceu com o tipo de fé

que o centurião tinha. Foi Jesus Quem deu

ao centurião a fé que cura ao dizer-lhe: “E

assim te seja feito.” Quando a fé que cura

foi dada ao centurião por Jesus, a cura aconteceu

“naquela mesma hora”.

3. Precisamos Ter Compaixão

O Senhor disse aos fariseus: “Não necessitam

de médicos os que estão sãos, mas

EVITE A PRESUNÇÃO NA CURA SEÇÃO D7 / 695

sim os que estão doentes” (Mt 9:12). Negligenciamos

este importante princípio e ignoramos

o que os médicos haviam receitado

para manter o nosso filho com vida.

Aí então Jesus perguntou aos fariseus o

que Ele quis dizer ao falar: “Misericórdia

[compaixão] quero e não sacrifício” (Mt

9:13). Ele repete esta mesma pergunta ao

relembrar aos fariseus: “Mas, se vós soubésseis

o que significa: misericórdia [compaixão]

quero e não sacrifício, não condenaríeis

os inocentes.”

É possível compreender agora? Em nossa

recusa de darmos remédio ao Wesley depois

que oraram por ele, a minha esposa e

eu estávamos oferecendo um sacrifício (um

sacrifício muito difícil) de fé. Mas ao fazermos

isto, “condenamos os inocentes” (o

nosso próprio filho) a uma morte prematura,

antes do seu tempo.

Fizemos exatamente a mesma coisa que

os fariseus estavam fazendo. Jesus condenou

esta atitude e comportamento.

Estávamos aplicando as Escrituras sem

o importantíssimo ingrediente do amor.

Oferecemos um sacrifício sem a misericórdia

– exatamente o oposto do que o Senhor

queria. O que o Senhor aprova é “...a fé que

opera pelo amor” (Gl 5:6).

Através das nossas experiências, aprendemos

que os remédios que preservam a

vida são bons. Deus está interessado na preservação

da vida. José disse: “...pois Deus

me enviou de fato diante de vós para preservar

a vida” (Gn 45:5).

A retenção do bem é algo maligno. “Não

retenhas o bem dos que o merecem, estando

em tuas mãos o poder para agir” (Pv

3:27). Romanos 12:9 diz: “Aborrecei o mal

e apegai-vos ao bem.”

4. Nem Todos São Curados

Não sei de fato como explicar a fé, ou o

motivo pelo qual algumas pessoas são curadas

e outras não. Não sei o motivo pelo

qual um grande homem de fé como Eliseu

morreu de uma enfermidade. “E Eliseu ficou

doente da sua enfermidade da qual

morreu...” (2 Rs 13:14). Ele teve uma vida

repleta de milagres (o dobro dos milagres de

Elias).

Não consigo explicar o motivo pelo qual

o Apóstolo Paulo pôde curar muitos, mas

escreveu a Timóteo e disse: “Deixei Trófimo

doente em Mileto” (2 Tm 4:20).

O Apóstolo Paulo receitou um tratamento

para Timóteo. “Pare de beber somente

água e use um pouco de vinho por causa do

seu estômago e das suas freqüentes enfermidades”

(1 Tm 5:23).

Talvez Paulo tivesse aprendido sobre o

tratamento de enfermidades com o Doutor

Lucas, o médico que viajava com Paulo (2

Tm 4:11; Cl 4:14). O que foi acima exposto

esclarece que Deus usa tanto as orações que

curam quanto os remédios que curam para

ajudar as pessoas. Deveríamos nos lembrar

disto. Sei de fato que Jesus realmente executa

milagres de curas, que Ele realmente nos

ama, que Ele morreu por nós, e que Ele ressuscitou

para que pudéssemos ser salvos.

5. O Amor é a Medida Para a Ação

Sei de fato que algum dia verei novamente

o meu filho lá no Céu. Através do meu

erro trágico aprendi que em todas as áreas

da vida a medida para a ação é o amor, e que

todos os nossos mandamentos dependem

do amor.

“E Jesus lhe disse: Amarás o Senhor teu

Deus de todo o teu coração, e de toda a tua

alma, e de todo o teu entendimento. Este é o

primeiro e grande mandamento. “E o segundo

é semelhante a ele: Amarás o teu próximo

como a ti mesmo. Destes dois mandamentos

dependem toda a lei e os profetas”

(Mt 22:37-40).

6. Não Seja Presunçoso

A minha esposa e eu sabemos o que significa

as pessoas crerem que o uso de remédios

(depois de termos orado e crermos na

cura) demonstra dúvida e incredulidade. No

entanto, não cremos mais nisto!

696 / SEÇÃO D7 D7.1 – Fé Versus Presunção

Mas, à medida que nos esforçamos para

sermos praticantes da Palavra, é importante

lembrarmo-nos que se a maneira pela qual

aplicamos um versículo bíblico à nossa vida

for contrária a qualquer outro versículo bíblico,

aí então esta aplicação será errônea, e

Deus não poderá honrá-la.

Assim sendo, não seja culpado de atos

presunçosos como nós o fomos. As pessoas

morrerão desnecessariamente se você fizer

isto.

E. NÃO RECUSE OS REMÉDIOS

Confie em Deus para a cura. Ore pelos

enfermos. No entanto, até que a evidência

da cura seja confirmada pelos médicos, NÃO

RECUSE OS REMÉDIOS das pessoas que

precisam deles. Quando Jesus curava alguém,

Ele geralmente os enviava aos examinadores

médicos para a confirmação de suas

curas.

“E aconteceu que, indo Ele [Jesus] a Jerusalém,

passou por Samaria e Galiléia. E,

ao entrar numa certa vila, saíram-Lhe ao

encontro dez homens que eram leprosos...

“E levantaram as suas vozes e disseram:

Jesus, Mestre, tem misericórdia de

nós. E quando Jesus os viu, Ele lhes disse:

Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu

que, indo eles, ficaram limpos” (Lc

17:11-14).

Se você ler Levítico 13, você descobrirá

que Deus designou os sacerdotes para serem

os examinadores médicos em Israel. Ele

descreveu quais seriam os sintomas das enfermidades

e qual seria a aparência do corpo

da pessoa curada.

Jesus enviava os leprosos a estes examinadores

médicos incrédulos a fim de que

pudessem confirmar as curas. Se um médico

confirmar que você está curado, aí então

você poderá parar de tomar os remédios

receitados por ele. Caso contrário, talvez

não seja correto agir desta maneira.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

EVITE EXTREMISMOS NA CURA SEÇÃO D8 / 697

SEÇÃO D8

EVITE EXTREMISMOS NA CURA

Dr. Charles Farah

ximo da morte.

O evangelista com dom de cura ouviu

que ele se encontrava muito doente, correu

para o seu quarto, e encontrou a esposa

quase que fora de si. Ele repreendeu o Demônio

de temor que achava que estivesse

nela, e aí então, virou-se para o homem e

disse: “Você vai ficar bom. É só ficar firme!”

Finalmente, o Don não conseguiu agüentar

mais. Ele chamou uma ambulância. No

hospital, os médicos disseram ao Don que

o homem tinha apenas uma hora de vida.

Devido a este incidente, Don quase deixou

o ministério, e a igreja quase se afundou e se

dividiu.

A. TEOLOGIA DE CURA:

EVITE EXTREMISMOS

1. Cuidado com Más Teologias

Uma teologia má é um patrão cruel, o

qual açoita os seus filhos com trágicas conseqüências

e aleija os que o recebem tão

seguramente quanto as prisões de tortura

no Vietnã.

a. Elas Aleijam. Há não muito tempo

atrás eu estava conversando com um homem

cuja mãe ficou aleijada toda a sua vida

por causa de cinco palavras de uma teologia

má. Um pregador lhe disse cinco palavras

que aleijaram a sua vida e a transformaram

numa velha enfadonha, miserável, e infeliz,

muito antes do seu tempo.

As cinco palavras que a feriram e lhe

deram amargura em vez de alegria foram as

seguintes: “Você está vivendo em adultério!”

b. Elas se Opõem ao Espírito Santo.

Há algum tempo atrás, um jovem estava

Capítulo 1

Má Teologia: Um Patrão

Cruel

Nota do Editor: O Dr. Charles Farah

dirigiu, por muitos anos, a Escola de

Teologia Oral Roberts. Ele tinha uma

grande paixão para treinar jovens ministros

a serem equilibrados em seus

ministérios. Ele se entregou generosamente

a causas relacionadas à divulgação

do Evangelho em todo o

mundo. Ele era um estudioso com

grandes talentos intelectuais.

Introdução

O jovem parecia um tanto quanto resignado.

A sua igreja, muito embora tivesse um

bom espírito, era bem semelhante a ele. Havia

pouco louvor na reunião da manhã, e

não havia nenhuma manifestação do Espírito.

Já que ela era uma igreja pentecostal

clássica, fiquei um tanto quanto surpreso.

Don havia sido um bom aluno em nossa

Faculdade de Teologia e havia demonstrado

uma grande solicitude para com os outros.

Um evangelista com o dom de curas havia

conduzido uma série de reuniões em sua

igreja. Algumas pessoas foram ajudadas.

Este evangelista ensinava, sem nenhuma

restrição, que “a nossa confissão de fé significa

sempre a obtenção do que pedimos”.

Um professor universitário, batizado no

Espírito Santo e membro da congregação,

era um conhecido diabético. O evangelista o

persuadiu a parar com a insulina na quintafeira.

No domingo à noite, ele já estava pró698

/ SEÇÃO D8 D8.1 – Má Teologia: Um Patrão Cruel

gia, as más teologias dizem que é muito fácil

– é só esticar os fatos.

2. Cuidado com Teologias

“Minimalistas”

Por outro lado, o movimento carismático

pentecostal precisa ser igualmente cauteloso

com relação a um reducionismo teológico.

No reducionismo, o enfoque encontra-

se em áreas da fé e da prática onde os

cristãos possam concordar com certas afirmações

de fé centrais, porém “minimalistas”.

a. São Simplistas Demais. Por exemplo:

Simplesmente louvamos ao Senhor e

tudo está bem. Expulsamos os demônios e

a personalidade se torna totalmente sã. Reivindicamos

a nossa cura e ela sempre acontece.

Somos batizados no Espírito e isto

resolve todos os nossos problemas.

b. Elas Não Encaram os Conflitos.

Enfrentemos a situação sem rodeios. Estamos

sempre nos deparando com problemas.

Nunca somos finalmente libertos dos nossos

problemas nesta vida. Até mesmo Paulo

disse: “Miserável homem que eu sou!

Quem me livrará deste corpo de morte?”

(Rm 7:24).

“Conflito” é a realidade da coisa. Enquanto

estivermos vivos, nunca estaremos

livres de transtornos. É por isto que a ilustração

favorita de Paulo (a do soldado) é tão

adequada. Talvez haja uma trégua na batalha,

mas nunca há uma trégua na guerra. Não

há nenhuma solução única e simples que

resolva todos os nossos problemas.

3. Lute por Uma Teologia

Equilibrada

a. Evite Extremismos. Uma teologia

de cura tem uma tarefa muito difícil e precisa

ter um equilíbrio muito grande. Por um

lado, ela precisa evitar o erro da presunção;

por outro lado, ela precisa evitar o cinismo

da incredulidade.

b. É Melhor em Demasia do que Absolutamente

Nada. Recentemente eu essentado

numa cadeira numa reunião de oração,

pedindo para ser curado. Subitamente

ele ficou ciente de que o seu problema era

um Demônio, o qual começou a falar através

da sua voz. Ainda que consternadas, as

pessoas continuaram a orar. Finalmente, o

espírito foi embora.

O meu amigo foi curado, mas a teologia

deles não permitia que ele tivesse um Demônio.

Assim sendo, eles lhe disseram que

o que havia acontecido de fato não ocorrera.

Agora, o meu amigo está banido do grupo -

em parte porque a teologia deles ensinava

que o cristão não poderia estar em escravidão

a um espírito de enfermidade.

As más teologias são de fato um patrão

cruel. Nos últimos vinte anos eu tenho estudado

teologia e estou convencido de que

nada é mais rígido ou mais contrário ao

mover do Espírito Santo do que as más teologias.

Creio que este é o motivo pelo qual a

maioria dos teólogos não gostam do Livro

de Atos. O Espírito Santo persiste em “virar

o barco” teológico deles.

As más teologias dizem que os milagres

não podem ocorrer em nosso século. As más

teologias dizem que todos os crentes batizados

no Espírito precisam falar em línguas.

As más teologias dizem que nenhum

cristão pode ser atormentado por um Demônio.

As más teologias dizem que a única

razão pela qual alguém não é curado é por

causa da sua falta de fé.

c. Elas Mudam os Fatos. Na verdade,

as más teologias são semelhantes ao cruel

gigante Procusto, o ladrão de estrada proveniente

de Ática.

Quando os visitantes chegavam ao seu

castelo, ele os esticava num leito de ferro

cuidadosamente preparado. Caso fossem

longos demais, ele cortava as suas pernas.

Se fossem curtos demais, ele os esticava até

que se encaixassem.

É isto o que fazem as más teologias. Se

algo não se encaixa com os fatos, corte os

fatos. Se os fatos forem contrários à teoloEVITE

EXTREMISMOS NA CURA SEÇÃO D8 / 699

pináculo do Templo, que tinha uma altura

de 60m acima do Vale de Cedrom. O pináculo

encontrava-se numa série de arcadas

que eram chamadas de “Arcadas de Salomão”.

Lá Satanás tentou Jesus com a presunção.

No verão passado eu estive no Vale de

Cedrom. Quando olhei para o topo daquela

muralha, foi fácil imaginar o cenário. Com

as vestimentas brancas de Jesus esvoaçando

na brisa e tendo como pano de fundo

aquele céu azul, a população lá embaixo

poderia vê-Lo muito bem.

E depois que Jesus houvesse conseguido

a atenção das pessoas, se Ele tivesse

saltado para em seguida ser salvo, isto teria

sido um milagre instantâneo, um atalho para

o sucesso. Ele teria ganho um acesso imediato

às pessoas que O viam, porque elas teriam

crido que Ele era de fato um grande

operador de milagres.

2. A Palavra de Deus:

A Nossa Arma

Vocês se lembram que na tentação anterior

Jesus respondeu a Satanás com as Escrituras.

Assim sendo, Satanás pensou: “A-ha, o

ponto forte de Jesus são as Escrituras. Se

esta é a arma que Ele usa, eu também farei o

mesmo”. Portanto, ele desenvolveu a sua

tese “bíblica”.

a. Satanás Distorce as Coisas. “Jesus,

há uma maneira rápida de se ganhar

adeptos. Você quer ajudar as pessoas. Há

um atalho para a fama. Permita que os homens

vejam este grande milagre, como Deus

O favorece, e Você ganhará o mundo.

“Desafie a lei da gravidade e veja o que

Deus fará. Permita-me citar um trecho bíblico”

(Salmo 91:11,12). Ele quase o citou

perfeitamente. Ele disse: “Se Tu és o Filho

de Deus, se Tu és o que dizes que és”, colocando

a Jesus na defensiva, “se Tu és de

fato o Filho de Deus, então prova-o.”

Mas, na citação de Satanás, ele omitiu

um trecho tão insignificante que eu tive de

tava conversando com aquele ilustre e idoso

santo, Norman Grubb. Ele praticamente

não teve nenhuma experiência com pessoas

que caíram no pecado da presunção. O seu

problema foi fazer com que as pessoas tivessem

pelo menos um pouquinho de fé. Se

nós, que pertencemos aos círculos carismáticos,

tivermos pessoas que são demasiadamente

zelosas por uma fé que nem sempre

está de acordo com o conhecimento e que as

vezes é presunçosa, é melhor restringirmos

o excesso do que lidarmos com os que não

crêem o suficiente para de maneira alguma

se aventurarem na fé!

E mais fácil dirigirmos uma pedra que

está rolando do que movermos uma enorme

pedra alojada. Se precisamos errar, erremos

mais para o lado de uma fé corajosa e positiva.

A verdadeira fé enfrenta o problema do

camponês embriagado de Lutero. Ele monta

em seu cavalo, mas cai, primeiramente

para um lado, e depois para o outro. De

alguma forma, é preciso que haja um equilíbrio

entre a presunção e a incredulidade. De

alguma forma, Deus precisa nos dar uma

teologia de cura equilibrada.

B. FÉ OU PRESUNÇÃO

1. Presunção: a Arma de Satanás

Há apenas uma pequena diferença entre

uma fé audaz e a presunção. A fé de uma

pessoa é a presunção de outra. Esta tentação

é tão grande que até mesmo nosso Senhor

Jesus foi tentado por ela. Recorramos

a Mateus 4:5-7.

a. Contra os Cristãos Sinceros. A

presunção é algo que tenta especialmente

as pessoas sinceras, corajosas, e que desejam

fazer alguma coisa para Deus. Assim

sendo, em todo o arsenal das possíveis tentações,

uma das três mais poderosas e mais

prováveis de introduzirem o Filho de Deus

no reino de Satanás era a presunção.

b. Contra Jesus. Vocês se recordam que

na narrativa de Mateus Jesus foi levado ao

700 / SEÇÃO D8 D8.1 – Má Teologia: Um Patrão Cruel

a. Agir Quando Deus Não Falou. Vemos

que o Pai estava em silêncio e o Filho

não foi presunçoso. Qual seria a presunção?

A presunção seria tomar a provisão

geral da Palavra de Deus e fazer com que ela

se aplicasse a uma situação específica onde

Deus não houvesse falado.

Há uma enorme diferença entre tentarmos

a Deus e provarmos a Deus. Israel passou

pelo Mar Vermelho e provou a Deus.

Os egípcios fizeram exatamente a mesma

coisa e morreram por causa de sua presunção.

Qual foi a diferença?

b. Agir Quando Deus Falou. Israel

ouviu uma palavra que havia sido falada por

Deus, mas com o Egito não foi assim. Israel

foi adiante com base na palavra falada de

Deus, O RHEMA. Deus falou e eles obedeceram.

Mas Deus não falou aos egípcios e

eles pereceram. A fé de Israel foi a presunção

do Egito. Em todo o Antigo Testamento,

muitas coisas são ditas sobre os pecados

da presunção.

C. PALAVRA GENÉRICA VERSUS

PALAVRA ESPECÍFICA

Vamos compreender agora a diferença

entre a Palavra de Deus genérica e a Palavra

de Deus que é específica – a que é falada

a nós.

1. Logos Versus Rhema:

Como Diferem Entre si

No grego há duas palavras correspondentes

ao termo palavra: a palavra logos e

a palavra rhema.

a. Logos

1) É Uma Expressão do Pensamento.

Logos denota a expressão do pensamento

– não o mero nome de um objeto, e sim o

conceito ou uma idéia de Deus. Ela é usada

com relação ao Evangelho, os Dez Mandamentos,

o todo das declarações de Deus. É

o discurso ou tratado de Deus.

2) É Personificada por Jesus. O significado

máximo de Logos é a Palavra de

Deus Encarnada, Jesus Cristo. Ele é a Palaler

o versículo várias vezes antes que pudesse

ver a distorção de Satanás.

Este versículo bíblico diz na verdade:

“Ele dará aos Seus anjos ordem a teu respeito

para te manter [guardar] em todos os

teus caminhos” (Sl 91:11). Em outras palavras,

nos afazeres corriqueiros da vida, os

anjos nos guardam.

Omitindo, porém, a citação exata, Satanás

distorce a promessa de que Deus cuidaria

de nós ao confiarmos em Deus passivamente,

dando a impressão de que poderíamos

ativamente dar saltos de presunção e

estarmos seguros. É só se jogar daí de cima

e confiar que Deus tomará conta de você.

Deus nunca faz milagres para provar aos

escarnecedores que Ele é Deus. Jesus negou

o pedido dos fariseus que disseram: “Mostra-

nos um sinal.” Deus faz milagres para

suprir as necessidades do Seu povo.

b. Jesus Usa o Todo. E qual foi a resposta

de Jesus? “Jesus lhe disse: Também

está escrito: Não tentarás ao Senhor teu

Deus” (Mt 4:7).

É um grande fato das Escrituras que não

somente “está escrito”, mas “também está

escrito”. Não baseamos a nossa compreensão

da vontade de Deus em apenas um versículo.

Devemos ter não somente um versículo

bíblico, mas todo o conselho de Deus.

3. Tentar ou Provar a Deus

As Escrituras são como um giroscópio.

Elas possuem um poder auto-equilibrante.

Jesus diz: “Também está escrito: Não tentarás

o Senhor teu Deus.”

Alguns acham que Jesus está dizendo:

“Eu sou o Senhor teu Deus, Satanás, e não

tens nenhum direito de Me tentar.” Mas

isso não é absolutamente o que Jesus está

dizendo. O que Ele está dizendo é o seguinte:

“Ninguém tem o direito de fazer presunções

quanto a Deus, ou de tentar a Deus.

Ninguém tem o direito de testar a Deus presunçosamente

– nem mesmo o Filho de

Deus. Ninguém tem o direito de forçar as

mãos de Deus.”

EVITE EXTREMISMOS NA CURA SEÇÃO D8 / 701

vra que finaliza todas as palavras. “Jesus

Cristo, o mesmo ontem, hoje, e para sempre.”

Jesus é a Palavra eterna do Deus eterno.

Aqui está Ele! Jesus é a última Palavra

de Deus ao homem. “Há muito tempo atrás

Deus falou aos nossos ancestrais de muitas

e variadas maneiras através dos profetas,

mas nestes últimos dias Ele falou conosco

através do Filho...” (Hb 1:1). N’Ele

– em Jesus – a Palavra de Deus assumiu a

sua forma final e absoluta.

Quem é a Palavra de Deus? Jesus é a

Palavra de Deus. Ainda que nenhuma pessoa

deste mundo não creia, Jesus é o Logos,

a Palavra de Deus materializada – a Palavra

pessoal, o título do Filho de Deus.

Na qualidade de perito e autoridade na

língua grega, Vine diz: “Ele é a realidade e a

totalidade da natureza humana. D’Ele era a

glória ‘Shekinah’ em manifestação pública.

O Unigênito Filho, o Qual Se encontra no

seio do Pai, Ele O declarou. Assim sendo, a

Palavra, o Logos, é a manifestação pessoal,

e não uma parte da natureza divina, mas

sim de toda a Divindade.”

3) É Divina em Sua Origem. É uma

Palavra do Senhor, expressa com a Sua autoridade

e concretizada pelo Seu poder (At

10:36). Às vezes, ela também se refere à

doutrina (Mt 13:20).

Não encontrei no Novo Testamento sequer

uma referência que não direcionasse o

Logos de volta para Deus, quer tenha a sua

origem no Pai, ou no Filho, com o seu cumprimento

em Jesus Cristo ou no Espírito

Santo.

Portanto, o Logos é divino em sua origem,

e esta é a maneira pela qual este termo

é mais freqüentemente usado no Novo Testamento.

b. Rhema. Há, no entanto, uma outra

palavra, Rhema, que denota aquilo que é falado,

expresso por palavras ou por escrito.

Ela pode ser proveniente de Deus, mas nem

em todos os casos. Ela não é necessariamente

divina (Mt 12:36).

1) É Para Uma Ocasião Específica.

É geralmente uma palavra falada para uma

ocasião específica. A ênfase com “rhema”

não se encontra em seu conceito, nem em

sua qualidade objetiva, mas sim na palavra

falada de fato.

2) É Ouvida e Cumprida. Geralmente,

é uma palavra que é ouvida e cumprida

(At 13:42), uma palavra que exige que

entremos em ação. É uma palavra pessoal –

“a palavra que está perto de ti, na tua boca

e no teu coração” (Rm 10:8).

Quantos de vocês ouviram o Evangelho

mais do que uma vez antes de aceitá-lo?

Não foi o Logos na primeira vez que você o

ouviu? Claro que foi. Mas, à medida que

você continuou a ouvir, houve um dia maravilhoso

em que ele se tornou Rhema – uma

palavra pessoal para você.

Esse foi o dia que você recebeu a Cristo,

e subitamente o Logos de Deus, eterno e

inflexível, tornou-Se a maravilhosa palavra

de liberdade para você. Esta palavra foi

Rhema.

É exatamente sobre isto que Romanos

10:17 está falando. “Assim que a fé vem

pelo ouvir [literalmente] uma palavra de

Deus.” Paulo usa a palavra Rhema e não

Logos. É uma palavra que é ouvida e cumprida

(Rm 10:17). É uma palavra para uma

ocasião especial. É uma palavra específica

para você e que o encontra onde você estiver.

3) É a Espada do Espírito. Em Efésios

6:17 lemos o seguinte: “...a espada do

Espírito, que é a palavra [Rhema] de Deus.”

Não é a Bíblia inteira que pode ser usada

como espada, e sim uma palavra específica

que você usa habilmente para uma ocasião

específica.

4) Nem Sempre é Divina. Rhema

nem sempre é divina em sua origem. Ela

geralmente denota uma palavra que é falada

a fim de que uma ação específica possa ser

tomada.

“Mas eu vos digo, que de toda a palavra

[rhema] ociosa que os homens disse702

/ SEÇÃO D8 D8.1 – Má Teologia: Um Patrão Cruel

rem hão de dar conta no dia do juízo” (Mt

12:36).

c. Sumário. Palavras [rhema] ociosas

justificadas são “rhema”. Assim sendo, podemos

sumarizar:

1) Divina/Humana. “Logos” é divina,

ao passo que “Rhema” pode ser uma

palavra humana.

2) Universal/Específica. “Logos” é

universal, ao passo que “Rhema” é específica.

3) Objetiva/Subjetiva. “Logos” é objetiva,

ao passo que “Rhema” é subjetiva -

uma palavra falada para uma ocasião específica.

4) Eterna/Contemporânea. “Logos”

é eterna, ao passo que “Rhema” é geralmente

contemporânea.

2. Logos Versus Rhema:

Nem Sempre é Claro

Eis aqui o que isto significa. Quando passamos

a examinar a Bíblia e o que ela tem a

dizer, precisamos ser cuidadosos para distinguirmos

entre o Rhema, a palavra que é

falada para uma ocasião específica, e o Logos,

a palavra que é eterna.

a. O Uso nas Escrituras Varia. Esta

distinção entre Logos e Rhema não é

verificada em todas as passagens bíblicas.

Em toda a Bíblia, as diferenças nas maneiras

pelas quais estas palavras são usadas

variam grandemente.

Não somente há diferenças entre as maneiras

pelas quais estas palavras são usadas

na Septuaginta e no Novo Testamento, mas

também os próprios escritores do Novo

Testamento usaram estas palavras de formas

diferentes.

Por exemplo, João usa Logos para apresentar

o universal, o eterno. Pedro, no entanto,

em pelo menos uma ocasião, usa Rhema

exatamente da mesma forma que João

teria usado Logos. Pedro diz: “Mas a palavra

[Rhema] do Senhor permanece para

sempre” (1 Pe 1:25).

Naturalmente deveríamos esperar que

Pedro usasse Logos e não Rhema, para expressar

este conceito. No entanto, ele de

fato usa Rhema, ao invés de Logos.

Já que as Escrituras não ensinam uma

distinção clara e sem ambigüidades entre

essas palavras, usemos esta distinção como

um conceito teológico.

b. Um Conceito Teológico. Um conceito

teológico é uma ferramenta de análise

que nos proporciona vermos a verdade de

Deus mais claramente sem necessariamente

termos um endosso bíblico abrangente.

Por exemplo, é popular na maioria dos

círculos evangélicos a referência ao homem

como sendo um ser tripartido, composto

de corpo, alma e espírito.

Contudo, as Escrituras geralmente usam

os termos referentes a alma e espírito alternadamente.

É útil às vezes imaginarmos o homem

com estas três partes, mas as Escrituras não

verificam esta distinção. É um conceito teológico.

3. Logos Versus Rhema:

Conheça a Voz do seu Senhor

Em Mateus 14:22 e versículos subseqüentes,

temos um exemplo da diferença

entre a Palavra de Deus, Logos, e a palavra

de Deus para você, Rhema.

a. Nem Todos Eles Andaram Sobre

as Águas. Vocês se lembram do episódio

em que Jesus apareceu repentinamente no

mar e os discípulos disseram que era um

fantasma. Pedro, como de costume, foi o

primeiro a falar.

Jesus o ordena a vir. Ora, esta foi uma

palavra Rhema para Pedro. Os outros apóstolos

não pularam do barco para começar a

correr sobre as águas. Foi algo falado especificamente

para Pedro.

Desde este episódio, os estudiosos cristãos

não têm lido esta passagem e têm dito:

“Queimem os barcos, porque não precisamos

mais deles. De agora em diante vamos

andar sobre as águas.” Todo mundo consegue

ver que foi uma palavra específica, falaEVITE

EXTREMISMOS NA CURA SEÇÃO D8 / 703

da numa ocasião específica, para um homem

específico: Pedro.

b. Não se Preocupe com João. Contudo,

um exemplo ainda mais claro aparece

em João 21:18-22. Vamos ler:

“Digo-te a verdade, que quando eras

mais jovem, vestias a ti mesmo e andavas

por onde querias; mas, quando já fores

velho, estenderás as tuas mãos, e outro te

vestirá e te levará para onde não queres ir.

“Jesus disse isto par a indicar o tipo de

morte pela qual Pedro glorificaria a Deus.

Ai então, Ele lhe disse: Segue-Me!

“Pedro virou-se e viu que o discípulo

que Jesus amava [João] os seguia... Quando

Pedro o viu, perguntou: ‘Senhor, o que

acontecerá com ele?’

“Jesus respondeu: ‘Se Eu quero que ele

permaneça vivo até que Eu volte, que te

importa a ti? Tu precisas Me seguir.’”

Vocês percebem o que Jesus está dizendo?

Ele está dizendo a Pedro: “Pedro, tenho

uma palavra “Rhema” para você e uma palavra

“Rhema” para João. Mas o “Rhema”

que eu tenho para o João não é da sua conta.”

Uma das melhores qualidades da ovelha

é que ela conhece a voz do seu Senhor. Jesus

está dizendo: “Quero que cada uma das

Minhas ovelhas esteja tão bem relacionada

Comigo que não somente ouça o Logos, toda

a Palavra de Deus. Desejo também que ela

ouça o Rhema, ou palavra específica que é

falada para ela.” Jesus disse que as ovelhas

ouvem a voz do pastor (Jo 10:27).

D. CURA: FÍSICA E ESPIRITUAL

Vamos examinar agora como isto se relaciona

com a doutrina da cura. O dicionário

define a saúde como alguém que esteja perfeitamente

são ou robusto e saudável em

corpo, mente e alma, especialmente a ausência

de dores ou enfermidades físicas.

1. A Cura Espiritual é

Importantíssima

Mas, na minha opinião, o dicionário

omite a parte mais importante da saúde: a

saúde para o espírito. Quando o espírito

está doente, tanto o corpo quanto a mente

(a alma) sofrem.

a. O Pecado é o Mais Difícil de Ser

Curado. Não creio que seja possível estarmos

enfermos em nosso espírito e sermos

considerados curados. É o tipo de cura mais

difícil de se obter porque a enfermidade do

espírito é o que a Bíblia chama de pecado.

O pecado é a coisa mais difícil de todas

de ser curada. Eu costumava perguntar a

mim mesmo quando ouvia as pessoas dizerem:

“A cura espiritual é o principal, e a

cura física é secundária.” Será que estavam

correitas?

Estou convencido que sim. Creio que,

de longe, a cura mais difícil de se obter é a

cura do espírito. Afinal de contas, o pecado,

em última análise, é a única enfermidade

fatal.

b. O Espírito é o Mais Difícil de Ser

Curado. Por exemplo, enquanto eu estava

preparando este ensino, uma mãe aflita me

telefonou. É possível que o seu filho seja

condenado a dez anos numa prisão estadual

e, após isto, a mais cinco anos numa prisão

federal. Ele está com uma aparência terrível

e não consegue dormir. Ele tem sonhos constantes

em que está sendo assassinado.

Na última vez em que esteve com a sua

mãe, ele disse: “Mãe, neste ano ou nos últimos

dois anos, todos os meus sonhos se

tornaram realidade.”

Os detentos matam pelos motivos mais

insignificantes. Alguém rouba o seu leite e

eles matam. Alguém nega uma porção adequada

de comida e eles matam.

1) Precisamos Ser Perdoados. No

entanto, o verdadeiro problema deste jovem

não é a prisão nem os seus sonhos. O

seu verdadeiro problema é o seu pai, o qual

desde a época em que o filho era bebê tinha

ciúme do tempo que a sua mãe lhe concedia.

Ele nunca o havia perdoado de fato.

Sim, ele é cristão, mas esta enfermidade

do espírito, se não for resolvida, pode ser

um fator importante num homicídio. O fi704

/ SEÇÃO D8 D8.1 – Má Teologia: Um Patrão Cruel

lho nunca pode estar livre até que o pai o

liberte através do seu perdão. A obtenção

da saúde neste caso é de fato muito difícil.

2) Precisamos Perdoar. Ou tome o

exemplo da jovem da nossa igreja que estava

tentando, em vão, receber o seu batismo

no Espírito. Enquanto estava lutando com

isso, um pensamento penetrante subitamente

irrompeu em sua cabeça. Ela tinha de

perdoar o seu pai. Perdoar o seu pai? Era

difícil fazê-lo.

Ele a havia violentado quando ela tinha

doze anos de idade e depois foi internado

numa instituição para doentes mentais. Pela

graça de Deus ela o perdoou e foi imediatamente

batizada no Espírito. Ela sentiu uma

liberdade e uma alegria que nunca havia conhecido

antes. Isto aconteceu numa quartafeira.

Na sexta-feira a sua irmã telefonou e disse:

“Adivinha o quê? Visitei o papai na quarta-

feira. Ele parecia tão mais liberto e alegre

do que tenho visto por muito tempo.” Como

podemos ver, o poder do perdão havia libertado

a ambas as partes.

2. A Cura Física Encontra-se na

Expiação

Uma das perguntas mais cruciais que são

feitas é a seguinte: A cura se encontra na

Expiação? Em caso afirmativo, por que nem

todos os que recebem oração são curados?

Isaías 53:4 diz literalmente: “Certamente

as nossas enfermidades Ele tomou sobre Si

e as nossas dores Ele Próprio levou sobre

Si. Contudo, nós O consideramos como

oprimido, ferido de Deus e aflito. “

a. O Propósito Ideal de Deus. Quase

não há dúvida de que a cura física foi colocada

sob o sinal da Cruz. Ela é uma parte

integrante do processo de redenção. O teólogo

Leslie Weatherhead diz: “O propósito

ideal de Deus para todos os homens era que

eles desfrutassem de uma perfeita saúde de

corpo, alma, e espírito.”

Em outras palavras, se a cura não se encontra

nessa passagem, muito menos se encontraria

qualquer outra coisa, inclusive a

Expiação.

Andrew Murray (conhecido líder de igreja

da África do Sul) salienta que a cura é

fortemente ensinada nesta passagem.

b. A Fé Não e o Único Fator. A fé certamente

é um fator, mas não é o único fator.

Já vi muitas vezes santos maravilhosos que

têm caminhado com Deus por muitos anos

e que, contudo, não receberam uma cura.

Também já vi um velho e patife estivador

que não havia estado numa igreja há cinqüenta

anos. Ele havia vindo para a reunião

de cura para zombar. Ele estava totalmente

desprovido de fé, mas foi súbita e milagrosamente

tocado pela graça e misericórdia de

Deus.

Que maravilhoso Salvador! Como salienta

Weatherhead: “O que é feito para o homem

não é feito através da sua fé, mas sim

através de Cristo, por meio da sua fé. A fé é

mais precisamente a atitude mental e psicológica

em que somente Deus pode aproximar-

Se do homem o suficiente para fazer a

Sua obra.”

c. Oração de Fé. A vontade de Deus é

contrária à cura? Jesus nunca orou: “Cura,

se for da Tua vontade.” Tampouco nós deveríamos

fazer esta oração. O único tipo de

oração que satisfaz a Deus é a oração de fé

positiva. O único tipo de oração que a Bíblia

mostra é oração de fé positiva.

Em Tiago 5 não está escrito: “Faça a

oração do talvez. Faça a oração do pode

ser.” o versículo diz: “Faça a oração de

fé.” É uma oração que conta com a vontade

do Senhor expressa na Palavra [Logos] de

Deus. Deus não deseja a enfermidade, e sim

a saúde. Ele permite as enfermidades.

d. Os Caminhos de Deus Não São

os Nossos Caminhos. Se então a cura se

encontra na Expiação, se Deus deseja a saúde

total para os seus filhos, e nós deveríamos

orar positivamente pela cura, por que

nem todos são curados?

Posso responder isto com três palavrinhas

fáceis: Eu não sei! No entanto, uma

EVITE EXTREMISMOS NA CURA SEÇÃO D8 / 705

coisa eu sei. Colocamos Deus numa caixinha

com nossos tolos silogismos (argumentos

formais, consistindo de uma premissa principal

e de uma premissa secundária, as quais

levam a uma conclusão). Deus não dança

conforme a nossa música.

1) Deus é Soberano. Se alguma coisa

se tornou aparente para mim na cura, é o

fato de que precisamos proclamar uma vez

mais a “Divindade” de Deus. Descanso calmamente

na soberania de um Deus cujos

caminhos não são os meus caminhos, cujos

pensamentos não são os meus pensamentos,

e que opera de maneiras misteriosas para

executar as Suas maravilhas.

Deus não Se prostra diante dos nossos

pequenos silogismos.

Premissa Principal: A cura encontrase

na Expiação.

Premissa Secundária: A fé é a chave

para a cura.

Conclusão: Portanto, os que recebem

oração com fé são curados.

Simplesmente não é tão fácil assim. Há

sempre um fator “X” (fator desconhecido)

na cura, uma incógnita que Deus nem sempre

revela.

2) Deus Não Segue Fórmulas. Creio

que esse mistério dos tratamentos de Deus

com os homens é a grande razão pela qual

os teólogos, em geral, evitam o Livro de

Atos como a praga. É porque eles querem

colocar Deus numa caixinha e Deus lhes

prepara uma armadilha.

Eles começam com Atos 2:38. É assim

que a coisa é feita e eles dão a sua fórmula.

Em primeiro lugar, você se arrepende. Em

seguida, você se batiza no Nome de Jesus.

Aí então, você recebe o Dom do Espírito.

O problema, no entanto, é que existe

Atos 9:3-6,17,18. Isto é incômodo. Nesta

passagem, Paulo se converte de uma maneira

dinâmica no Caminho de Damasco. Aí

então, ele é curado e batizado com o Espírito.

Somente após isto é que ele é batizado

com água.

E em seguida vem Atos 10:44-48, que é

algo que nos deixa de fato estupefatos. Pense

só nisto: sem nenhuma instrução, sem

nenhum convite para a salvação, sem que

pelo menos Pedro terminasse o seu sermão,

ele é interrompido por uma divina interseção

da história. Sem nenhum instrumento

humano, exceto a mensagem apostólica, estas

pessoas foram soberanamente salvas e

batizadas no Espírito, e começaram a falar

em línguas. Somente após isto é que foram

batizadas com água.

Aí então lemos Atos 19:3-6, onde houve

primeiramente o batismo de João para o

arrependimento e depois a fé em Jesus, sendo

seguida por um segundo batismo nas

águas em Nome de Jesus. Em seguida, houve

um batismo no Espírito através da imposição

de mãos, por meio da qual todos

foram cheios do Espírito e começaram a falar

em línguas e a profetizar.

Será que é de se admirar que os teólogos

não gostem de Atos? Eles não conseguem

fazer com que as suas fórmulas funcionem.

Você acha que talvez o Espírito Santo tenha

um senso de humor, uma sensibilidade? Eu

acho que é possível que sim.

3) Deus Não nos Diz Tudo. Uma das

piores perguntas a serem feitas com relação

à cura é a primeira que a maioria dos teólogos

fazem: Por que Deus não cura a todos?

Por que nem todos são curados? Por que

nem todos são salvos? Por que, já que muitos

são chamados, tão poucos são escolhidos?

Uma pergunta é tão boa quanto a outra

e ambas não possuem resposta.

Os “conselhos secretos de Deus” de

Calvino não é uma tentativa de evadirmos

perguntas difíceis. É um fato fundamental

da teologia bíblica. Há muitas coisas que

simplesmente não sabemos ou para as quais

não temos respostas.

3. Cura: Logos Versus Rhema

“Logos” ensina que a cura se encontra

na Expiação, mas “Logos” nem sempre se

torna “Rhema”, a palavra de Deus para você.

E aqueles que ensinam que “a nossa profis706

/ SEÇÃO D8 D8.1 – Má Teologia: Um Patrão Cruel

são de fé sempre significa que temos o que

pedimos” ensinam uma teologia de presunção

e não de fé.

a. A Nossa Profissão de Fé nem Sempre

Significa que Obtemos o que Pedimos.

O Salmista diz: “...guarda o Teu servo

dos pecados de presunção, e que eles

não se assenhoreiem de mim” (Sl 19:13).

Por exemplo, havia um jovem amigo meu,

que havia recentemente entrado no Espírito,

e que acreditava sinceramente que a profissão

de fé era a mesma coisa que a obtenção

daquilo que pedimos.

Ele havia ouvido sobre uma criancinha

que estava morrendo de leucemia e foi imediatamente

para a casa dela. Ele falou várias

palavras, das quais se arrependeu mais tarde.

Ele disse: “Não há nenhuma dúvida. A

criança será curada. Não é algo para se preocupar

nem para se ter ansiedade. Deus falou

isto em Sua Palavra, e tem que ser verdade.”

Assim sendo, ele orou, todos se regozijaram

e ele foi embora. Alguns dias mais

tarde a criança faleceu.

Isto fez com que o meu amigo Tom entrasse

em parafuso, espiritualmente falando.

Será que isto não se encontrava na Palavra?

Será que ela não dizia que a cura não

estava presente para nós? Sim, era Logos,

mas ainda não era Rhema para ele. Era legal,

mas não experiencial. Há uma grande

diferença entre a provisão legal e a apropriação

experiencial.

b. Espere Pelo Rhema. Não é errado

orarmos com fé pelas pessoas. O que é errado

é dizermos às pessoas que estão curadas

quando não temos de fato uma palavra

[Rhema] de Deus.

Não digo às pessoas que estão curadas

quando não vem nada de Deus. Não lhes

digo para jogarem fora os seus óculos quando,

na realidade, as suas carteiras de motorista

exigem que usem óculos. Não lhes digo

para jogarem fora a sua insulina quando sabemos

que são diabéticas.

E. CONCLUSÃO

Uma Teologia de Cura precisa estar relacionada

com uma Teologia de Oração. A

Bíblia é muito positiva com relação à cura.

Não há nenhuma oração hesitante na Bíblia

com relação à cura.

À medida que nos movemos em direção

ao segundo século do grande derramamento

do Espírito de Deus, vamos orar para que

Deus nos dê um poder neo-testamentário e

uma gloriosa fé para cumprirmos a Comissão

do Seu Filho.

Vamos uma vez mais nos dedicar à Sua

Comissão: “Curai os enfermos, ressuscitai

os mortos, limpai os leprosos, e expulsai os

demônios; de graça recebestes, de graça

dai” (Mt 10:8).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 707

SEÇÃO D9

EXPULSAI OS DEMÔNIOS

Ralph Mahoney, com extensos trechos dos escritos do Missionário Charles

Haupt (África do Sul) e do Evangelista T. L. Osborn (Tulsa, Oklahoma, E.U.A.)

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

D9.1 – Os Demônios: Aprenda a Reconhecê-los

D9.2 – Os Demônios: o Poder Deles

D9.3 – Prepare-se Para Expulsar os Demônios

D9.4 – Dirigindo a Sessão de Libertação

totalmente sem poder sobre os crentes, você

nunca mais terá medo deles nem do diabo.

Todos os crentes podem ter autoridade

sobre o diabo e os demônios. Aprenda sobre

a autoridade do crente e exercite-a pela

fé na Palavra de Deus.

Leitura Bíblica

“E depois disto designou o Senhor ainda

outros setenta, e mandou-os adiante da

Sua face, de dois em dois, a todas as cidades

e lugares onde Ele havia de ir.

“Portanto, Ele lhes disse: Em qualquer

cidade em que entrardes... curai os enfermos

que nela houver” (Lc 10:1,8,9).

“E os setenta voltaram novamente com

alegria, dizendo: Senhor, até mesmo os demônios

se nos sujeitam através do Teu Nome.

“E Ele lhes disse: Eu vi Satanás cair do

Céu como um raio. Eis que vos dou poder

para pisar serpentes e escorpiões [dois símbolos

bíblicos dos demônios] e sobre todo

o poder do inimigo; e nada vos fará dano

algum.

“Contudo, não vos alegreis nisto, de que

vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes

por estarem os vossos nomes escritos nos

Céus” (Lc 10:17-20).

O último versículo (vs 20) torna claro

que o fato de estarmos salvos é uma causa

maior para nos alegrarmos do que expulsarmos

demônios em Nome de Jesus. O objetivo

principal do nosso ministério não é o

Capítulo 1

Os Demônios: Aprenda a

Reconhecê-los

Introdução

O nosso propósito aqui não é o de duplicar

os claros esboços de ensinamentos

encontrados nas seções C2 e C5 da Concordância

Temática de O Cajado do Pastor.

Estude isto para receber uma maior revelação

e compreensão da Demonologia.

O propósito do que se segue é dar a você

uma resposta clara às seguintes perguntas:

• O que / Quem São os Demônios?

• Como Reconhecemos Uma Opressão

Demoníaca?

• Que Poder Possuem os Demônios?

• O que os Demônios Fazem às Pessoas?

• Como Reconhecemos Uma Pessoa

Endemoninhada?

• Como Expulsamos os Demônios?

• Qual o Julgamento dos Demônios?

O cristão pode imediatamente tornar-se

um “dominador de demônios”, recebendo

um entendimento claro sobre a obra dos

demônios e da sua derrota legal no Calvário.

Você deveria rever a Seção B1, Vida Cristã

Vitoriosa, perto do início do Guia de Treinamento

de Líderes, para adquirir uma

total compreensão sobre isto. Uma vez que

você compreenda que os demônios estão

708 / SEÇÃO D9 D9.1 – Os Demônios: Aprenda a Reconhecê-los

de expulsarmos demônios, e sim o de pregarmos

o Evangelho aos perdidos.

Mas a fim de pregarmos o Evangelho de

uma maneira que as pessoas respondam e

sejam salvas, precisamos operar no poder e

na demonstração do Espírito (1 Co 2:4). É

vital que tenhamos autoridade sobre as maldades

satânicas e que exerçamos esta autoridade.

Dois grandes poderes estão engajados

numa luta de vida ou morte sobre os seres

humanos. Pedro e João os descrevem da

seguinte maneira:

Pedro disse: “O vosso adversário, o diabo,

como um leão que ruge, anda em derredor,

buscando a quem possa devorar” (1

Pe 5:8).

Mas João disse: “O Filho de Deus foi

manifesto para que pudesse destruir as

obras do diabo” (1 Jo 3:8). Jesus nos chama

para nos unirmos a Ele em Sua obra de

destruição das obras do diabo.

Antes de descrevermos os demônios, será

útil se compreendermos um pouco sobre

Satanás.

A. QUEM É SATANÁS?

Satanás é o deus deste mundo (2 Co 4:4).

Ele era o príncipe das nações (Mt 4:8,9).

Ele é o autor de todas as nossas aflições e

angústias, de nossas enfermidades, dores, e

da própria morte. Ele é o rei e o governador

de todos os espíritos demoníacos. Ele governa

as sombrias hostes do Inferno. O seu

principal desejo e desígnio é o de destruir a

vida humana, e, portanto, entristecer o coração

de Deus, o nosso Pai Celestial.

Podemos entender melhor quem é Satanás

através dos nomes que lhe são dados na

Bíblia:

1. O Diabo

Em Mateus 13:19, ele é chamado de “o

maligno”. No versículo 39, ele é chamado

de “o inimigo” e “o diabo”. “Diabo” significa

“acusador”, “difamador” ou “caluniador”.

2. O Acusador

Em Apocalipse 12:10, ele é chamado de

“o acusador dos crentes”.

3. O Adversário

Em l Pedro 5:8, ele é chamado de “o

adversário “e é comparado a “um leão que

ruge, buscando a quem possa devorar.”

4. O Dragão

Em Apocalipse 20:2, ele é descrito por

um grupo de nomes que são quase abomináveis

demais de se considerar: “o dragão,

aquela antiga serpente que é o diabo, e Satanás.”

5. O Pai da Mentira

Em João 8:44, ele é chamado por Jesus

de “assassino, mentiroso, e o pai da mentira.”

6. O Tentador

Em Mateus 4:3, ele é chamado de “o

tentador’’.

7. O Príncipe dos Demônios

Em Mateus 12:24, “o príncipe dos demônios”.

8. O Príncipe das Potestades do Ar

Em Efésios 2:2, “o príncipe das potestades

do ar”.

9. O Príncipe Deste Mundo

Em João 14:30, “o príncipe deste mundo”.

10.O Corruptor de Mentes

Em 2 Coríntios 11:3, “o corruptor de

mentes”.

B. QUEM SÃO OS ESPÍRITOS

DEMONÍACOS?

Alguns dizem que não existe semelhante

coisa como demônios hoje em dia e que este

título é meramente uma figura de linguaEXPULSAI

OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 709

gem. Isto, no entanto, não é verdadeiro. A

Bíblia é tão clara e explícita em seus ensinamentos

sobre os demônios quanto o é com

relação aos anjos. Ambos são verdadeiros e

reais nos dias de hoje. Ambos deveriam ser

compreendidos corretamente.

Os demônios são malignos, odiosos, e

destrutivos. Os espíritos demoníacos são

personalidades, assim como os espíritos humanos

também o são. Os demônios são espíritos

que não possuem corpos onde possam

habitar. Nós somos espíritos com corpos.

Os nossos espíritos são provenientes

de Deus. Os espíritos demoníacos servem a

Satanás e são enviados por ele.

1. Eles Pertencem ao Diabo

Os demônios pertencem a Satanás, o qual

é o governador dos demônios. Jesus Se refere

a eles como “o diabo e seus anjos”

(Mt 25:41). A palavra grega Diabolos (diabo)

significa “acusador” ou “caluniador”.

Ela sempre é usada no singular no Novo

Testamento.

As palavras daimon e daimonion são

usadas tanto no singular quanto no plural e

não são intercambiáveis com diabolos, uma

vez que há somente um diabolos, o diabo,

porém muitos daimonion ou daimon, demônios.

2. Eles São Anjos Caídos

Os demônios são anjos caídos, “que não

guardaram o seu principado, mas deixaram

a sua própria habitação” (Jd 6). Quando

foram criados, eram perfeitos e receberam

o poder da escolha. Os demônios são

anjos que escolheram desobedecer a Deus e

fazer a vontade de Satanás.

a. Alguns Estão Aprisionados. Em

primeiro lugar, existem alguns demônios que

pecaram e que se encontram agora aprisionados

em “cadeias de escuridão” (2 Pe 2:4),

esperando pelo julgamento dos anjos (1 Co

6:3).

b. Alguns Estão Livres. Em segundo

lugar, existem os que caíram e que Deus permitiu

que continuassem a servir a Satanás e

ao seu reino. A razão para isto é um dos

segredos de Deus (Dt 29:29). Satanás não é

onipresente (isto é, presente em toda parte

ao mesmo tempo – como Deus), mas ele tem

uma multidão de demônios ou espíritos

desencarnados que tão completamente fazem

a sua vontade que até nos dá a impressão

de que ele está presente em toda parte.

C. O QUE SÃO OS ESPÍRITOS

DEMONÍACOS?

1. Diferença Entre Corpo e Espírito

Eu tenho um corpo, mas eu sou um

espírito. O meu espírito habita no meu corpo.

Eu me expresso (o meu espírito) com as

faculdades do meu corpo. Você consegue

ver o meu corpo, mas não consegue me ver

porque o verdadeiro eu é um espírito que

mora dentro do meu corpo.

O meu corpo é simplesmente a casa em

que habita o meu espírito. Algum dia o meu

corpo morrerá e voltará ao pó, mas eu (o

meu espírito) nunca morrerá. Voltarei a Deus

de onde vim: “...o espírito há de voltar a

Deus, que o deu” (Ec 12:7).

Eu (o meu espírito) sou uma personalidade.

Eu me expresso com o meu corpo. Se

o meu corpo fosse tirado, eu (o meu espírito)

não poderia me expressar. Corte fora a

minha língua, e o meu espírito não poderia

falar. Destrua os meus ouvidos e eu não

poderia ouvir. Cegue os meus olhos e eu

não poderia ver. Muito embora os meus

olhos estivessem cegos, os meus ouvidos

surdos, e a minha língua removida, ainda

assim o meu espírito estaria presente, mas

ele não poderia ver, ouvir, nem falar.

Ampute as minhas pernas e braços, destrua

o meu olfato, e as minhas cordas vocais,

e ainda assim você não teria destruído o meu

espírito. No entanto, o meu espírito não mais

poderia se expressar. Ainda assim o meu espírito

teria um corpo, mas as suas faculdades

de expressão teriam sido destruídas.

Agora você pode compreender o que

710 / SEÇÃO D9 D9.1 – Os Demônios: Aprenda a Reconhecê-los

quero dizer ao falar sobre a diferença entre

o meu espírito e o meu corpo, ou a diferença

entre mim e meu corpo.

2. Espíritos sem Corpos

Os demônios são espíritos malignos desprovidos

de corpos com os quais poderiam

se expressar neste mundo. Já que não possuem

corpos próprios, eles precisam vaguear

pela terra, buscando um corpo em que

possam entrar e encontrar expressão a fim

de poder levar a cabo as suas missões malignas

(Mt 12:43).

Já que os espíritos demoníacos são verdadeiras

personalidades, eles manifestam as

suas próprias personalidades nas pessoas

em que entram.

Há várias classes, ou tipos de espíritos

demoníacos, exatamente como há diferentes

tipos de pessoas, sendo que alguns deles

examinaremos mais tarde.

D. COMO É SATANÁS?

Satanás é o seu adversário e os demônios

são os seus inimigos. Eles ficam indignados

com os direitos legais que temos sobre eles e

têm ciúme da nossa herança.

Aprenda a reconhecer o seu inimigo;

discirna-o, estude as suas táticas de guerra,

e adquira uma hábil capacidade e bastante

fé para expulsá-lo. Isto é feito através da

leitura e do conhecimento da Bíblia. O propósito

das seguintes informações é o de

ajudá-lo a compreender o que a Bíblia diz

sobre este tema.

“As armas da nossa milícia não são carnais,

mas são poderosas através de Deus

para a destruição das fortalezas de Satanás”

(2 Co 10:4).

Este versículo nos diz que estamos em

guerra e que temos armas espirituais, armas

cujos poderes nos são concedidos pelo Espírito

para que possamos destruir as fortalezas

nas mentes que são cegadas (debilitadas)

pelo diabo ou pelos demônios (2 Co

4:4).

“Pois não lutamos contra a carne e o

sangue, mas contra os principados, contra

as potestades, contra os príncipes das trevas

deste mundo, contra as maldades espirituais

nos lugares celestiais” (Ef 6:12).

1. Ele é Maligno

Tudo o que é maligno, destrutivo, desanimador,

malévolo, e escravizador é de Satanás.

As obras do diabo são e sempre foram

“roubar, matar, e destruir” (Jo 10:10)

os espíritos, mentes, e corpos da Criação

de Deus, por completo ou em parte.

2. Ele se Opõe a Deus

e à Sua Família

Ele se opõe a nós e nos menospreza,

mas somos prevenidos a ficarmos em alerta.

Satanás, o seu adversário, está sempre

presente para desafiar a sua fé, a sua integridade,

e os seus direitos de aliança. Satanás

sempre dirige uma rebelião aberta contra

Deus e a Sua família.

Mas Jesus Cristo “Se manifestou para

que pudesse destruir as obras do diabo” (1

Jo 3:8).

E. COMO SÃO OS DEMÔNIOS?

1. Os Demônios Falam

Eles falam através das faculdades mentais

e da fala de uma pessoa, da mesma maneira

que o meu espírito (o meu verdadeiro

“eu”) fala através da minha própria língua e

cordas vocais.

“E os espíritos imundos, vendo-O prostravam-

se diante d’Ele e clamavam dizendo:

Tu és o Filho de Deus” (Mc 3:11).

“E também de muitos saíam demônios

clamando e dizendo: Tu és o Cristo, o Filho

de Deus” (Lc 4:41).

“Ele [Cristo] os ensinava como alguém

que tinha autoridade... e, havia na sinagoga

deles um homem com um espírito imundo;

e ele clamou, dizendo: Deixa-nos em

paz! O que temos a ver Contigo, Jesus de

Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem

Tu és, o Santo de Deus. E Jesus o reprimiu

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 711

dizendo: Cala-te e sai dele” (Mc 1:22-25).

Estes versículos nos mostram como os demônios

falavam e conversavam com as pessoas

que haviam vindo para expulsá-los.

2. Os Demônios Conhecem

o Futuro Deles

Jesus deparou-Se com dois homens endemoninhados

provenientes dos sepulcros.

Quando Ele estava a ponto de expulsar os

demônios, eles clamaram: “Que temos nós

Contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste para

nos atormentar antes do tempo?” (Mt 8:29).

O que os demônios quiseram dizer com

a pergunta: “Vieste para nos atormentar

antes do tempo? “De que tempo estavam

falando?

Os demônios sabem que o Inferno foi

preparado para o diabo e seus anjos. Eles

sabem que chegará o dia em que o diabo será

“lançado no lago de fogo e enxofre, onde se

encontram a besta e o falso profeta, e serão

atormentados dia e noite para todo o sempre”

(Ap 20:10) “...juntamente com os temerosos,

e incrédulos, e os abomináveis, e

homicidas, e fornicadores, e feiticeiros, e

idólatras, e todos os mentirosos” (Ap 21:8)

e com “qualquer que não foi achado no

Livro da Vida” (Ap 20:15).

Os demônios sabem que chegará o dia

em que serão atormentados dia e noite, para

todo o sempre. Eles sabem que não mais

poderão atormentar a humanidade, porque

o tempo deles terá chegado.

Portanto, sabendo disto, eles tremeram

diante de Jesus e clamaram: “Vieste para

nos atormentar antes do tempo?”

3. Os Demônios Resistem à

Rendição

O Oitavo Capítulo de Mateus, o Quinto

Capítulo de Marcos, e o Oitavo Capítulo

de Lucas descrevem a história de Jesus

expulsando a legião de demônios do

louco.

O contexto destes versículos revelam o

seguinte:

Primeiro: Os demônios na verdade professaram

adorar a Cristo, evidentemente

buscando impedir que o Senhor fosse severo

demais com eles (Mc 5:6).

Segundo: Jesus ordenou-lhes que saíssem

do homem (Lc 8:29; Mc 5:8).

Terceiro: Os demônios Lhe imploraram

para que Ele não lhes atormentasse, mas

quando Jesus falou com eles, os demônios

ficaram com medo (Lc 8:28).

Quatro: Cristo exigiu deles: “Qual é o

teu nome?” (Lc 8:30).

Quinto: Os demônios responderam: “O

meu nome é Legião, pois somos muitos”

(Mc 5:9).

Sexto: Quando Jesus insistiu que eles

fossem embora, os demônios, chocados com

o fato de serem expulsos de sua habitação

no corpo do homem, “rogaram-Lhe muito

para que Ele não os enviasse para fora

daquela província’’ (Mc 5:10).

Aí então a legião de demônios que tinha

possuído o louco tentou pechinchar ainda

mais. Se eles deviam ser expulsos da sua

habitação humana, o segundo melhor lugar

para se estabelecerem seria a manada de

porcos que estavam se alimentando nas redondezas.

“Todos aqueles demônios Lhe rogaram,

dizendo: Envia-nos para os porcos para

que possamos entrar neles’’ (Mc 5:12).

Sétimo: “Imediatamente Jesus lhes

deu permissão. E os espíritos imundos

saíram e entraram nos porcos, e a manada

correu violentamente despenhadeiro

abaixo para dentro do mar [eram cerca de

dois mil] e se afogaram no mar’’ (Mc

5:13).

Esta notável narrativa nos mostra como

os demônios ficam indignados com a abdicação

de seus lugares de possessão, e como,

contudo, precisam render-se à autoridade

dos servos de Deus. Para nós, Cristo falou:

“Dou-lhes poder e autoridade sobre todos

os demônios” e “em Meu nome vocês expulsarão

os demônios” (Mc 16:17; Lc 9:1;

10:19).

712 / SEÇÃO D9 D9.1 – Os Demônios: Aprenda a Reconhecê-los

4. Os Demônios Podem

Pedir Reforços

Jesus ensinou uma lição muito reveladora

sobre os demônios no Décimo Segundo

Capítulo de Mateus:

“Quando o espírito imundo sai da pessoa,

ele anda por lugares áridos, buscando

repouso, e não o encontra. Aí então ele diz:

Voltarei para a minha casa, de onde saí, e,

voltando, encontra-a desocupada, varrida,

e adornada.

“Então ele vai e leva consigo outros sete

espíritos mais malignos do que ele, e, entrando,

habitam ali, e a derradeira situação

desta pessoa é pior do que a primeira”

(Mt 12:43-45).

É possível que os demônios que foram

expulsos chamem outros demônios como

um reforço para entrarem novamente na pessoa

da qual foram expulsos. Isto acontece

quando a pessoa liberta deixa de consagrar

plenamente a sua vida a Cristo.

Portanto, o Demônio chamou outros espíritos

mais malignos do que ele próprio,

os quais entraram e se estabeleceram lá, “e

a derradeira condição daquela pessoa foi

pior do que a primeira.”

Jesus disse ao aleijado que foi curado:

“Não peques mais, para que uma coisa pior

não te aconteça” (Jo 5:14).

5. Os Demônios Reconhecem e

Obedecem os que Têm Poder

Sobre Eles

Quando Jesus Se deparava com os que

estavam endemoninhados, os demônios geralmente

clamavam: “Sabemos quem Tu és.

Tu és o Filho de Deus.”

Os demônios nunca mudaram.

Incidentes como estes aconteceram no

ministério de Paulo:

“E alguns dos exorcistas judeus ambulantes

tentavam invocar o nome do Senhor

Jesus sobre os que tinham espíritos malignos,

dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a

quem Paulo prega.

“E o espírito maligno respondeu e disse:

Jesus eu conheço, e Paulo eu conheço,

mas quem são vocês? E o homem em quem

se encontrava o espírito maligno pulou sobre

eles, e os sobrepujou e prevaleceu contra

eles, de tal forma que fugiram daquela

casa nus e feridos” (At 19:13-16).

Os demônios sabem quem tem poder

sobre eles. Eles conheciam a Jesus e conheciam

a Paulo. Os demônios zombaram

e dominaram completamente aqueles

sete filhos de Sceva, os quais tentaram

expulsá-los somente pelo dinheiro que

receberiam.

“Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o

Espírito Santo” (At 10:38). Foi o Espírito

Santo que disse: “Apartai-Me a Barnabé e

a Saulo para a obra a que os tenho chamado”

(At 13:2).

Estas duas pessoas que os demônios

reconheceram eram ambas ungidas com o

Espírito Santo, o poder de Deus. Os demônios

conhecem essas pessoas e as obedecem.

Este caso, no entanto, é uma clara admoestação

aos incrédulos para não brincarem

com o Demônio. Todos os crentes receberam

o poder e a autoridade sobre todos

os demônios e não deveriam nunca temer

nem hesitar em executar esta autoridade.

Jesus disse: “Estes sinais seguirão aos

que crerem; em Meu nome expulsarão os

demônios” (Mc 16:17).

Maria Madalena estava possuída por

sete demônios; contudo, um homem, ungido

de Deus, expulsou todos os sete demônios.

Por outro lado, havia sete homens, com

nenhum deles sendo um servo ungido de

Deus, e todos estes sete homens não conseguiram

expulsar nem ao menos um Demônio;

aquele único Demônio, no entanto,

sobrepujou todos aqueles sete homens,

de maneira que fugiram nus e feridos. Que

comparação!

Isto prova que toda a nossa força e sabeEXPULSAI

OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 713

doria natural é impotente diante do diabo.

Contudo, todos os diabos do Inferno são

impotentes diante de um só crente ungido

por Deus.

F. COMO É DEUS?

1. Ele é Bom

Tudo o que é bom, abençoado, belo, agradável,

e puro é de Deus. “Toda boa dádiva

e todo dom perfeito vem do alto, descendo

do Pai...” (Tg 1:17).

2. Ele Dá a Vida

Deus “...nos deu todas as coisas que

pertencem à vida...” (2 Pe 1:3).

“O Filho do Homem não veio para destruir

as nossas vidas, mas para salvá-las”

(Lc 9:56).

Concluímos então que Satanás é mau e

Deus é bom. As coisas boas são provenientes

de Deus e as más de Satanás.

G. COMO SOMOS NÓS?

1. Temos a Armadura de Deus

Recebemos uma armadura completa com

a qual podemos resistir a Satanás. Jesus,

antes de voltar ao Pai, outorgou a todos os

crentes o direito de usar o Seu Nome contra

o diabo.

A Espada do Espírito, que é a Palavra de

Deus, é nossa e deve ser usada contra Satanás.

E os nossos pés foram calçados com o

Evangelho.

O capacete da salvação está em nossas

cabeças, e o escudo da fé é a nossa defesa, e

com ele poderemos apagar todos os dardos

inflamados do maligno (Ef 6:13-18).

2. Temos Poder Sobre o Inimigo

Jesus, o nosso Capitão, diz: “Eis que

vos dou poder... sobre todo o poder do inimigo”

(Lc 10:19).

“Ele lhes deu poder e autoridade sobre

todos os demônios” (Lc 9:1).

“Em Meu nome expulsarão os demônios”

(Mc 16:17).

Capítulo 2

Os Demônios: o Poder Deles

A. QUAIS SÃO OS SINTOMAS

DE UMA ESCRAVIDÃO

DEMONÍACA?

1. Físicos

a. Olhar Vago. A pessoa que está sob

o poder de um espírito maligno geralmente

tem um aspecto vitrificado e vago em seu

olhar.

b. Estado de Transe. Às vezes, as pessoas

entram num transe. Os seus olhos se

fecham e, ao abrirmos as suas pálpebras, os

seus globos oculares viram para trás, mostrando

a parte branca dos olhos.

c. Força Extrema. Como aconteceu

com o endemoninhado gadareno (Mc 5:3,4),

até mesmo a mais tímida e inofensiva dona

de casa pode tornar-se tão forte quanto um

boi e agir violentamente se um poder demoníaco

estiver presente em sua vida.

d. Distúrbios Intestinais. Algumas

pessoas sofrem de distúrbios orgânicos -

especialmente na região estomacal. Por

exemplo, “algo” se move fortemente para

cima e para baixo no estômago da pessoa.

e. Reações Estranhas. As crianças reagem

estranhamente sob a influência de uma

força demoníaca. Já vi crianças sob o poder

do “deus macaco” contorcendo os seus rostos

para ficarem semelhantes ao de um macaco,

e pulando para cima e para baixo sobre

as mesas e cadeiras.

f. Sexualidade Intensificada. Muitas

pessoas escravizadas a demônios experimentam

uma sensualidade intensificada.

g. Sensação de Sufocação. Quando

um espírito imundo está em ação, talvez a

vítima se sinta como se estivesse sendo

sufocada e estrangulada, ou poderá sentir

um aperto ao redor do seu peito.

714 / SEÇÃO D9 D9.2 – Os Demôni os: o Poder Deles

h. Sons Vocais. Os espíritos malignos

podem tossir, espirrar, falar, rir, ameaçar,

chorar, implorar, mentir, etc. (Veja Marcos

5:5,7,9,10).

i. Resistência Ativa/Passiva. O espírito

maligno na pessoa pode fazer com que

ela caia no chão e dê a impressão de estar

morta. O espírito poderá também xingar,

gritar, ou caçoar do crente.

Observação: Esta é uma tentativa de Satanás

de desanimá-lo e fazer com que você

duvide da sua autoridade em Cristo sobre o

poder dele (Veja Lucas 4:35; 9:39 e Marcos

9:18,20,26). Ignore isto e use a sua autoridade

em Cristo!

j. Ações Violentas. Eles podem também

tentar mordê-lo, arranhá-lo, chutá-lo

ou feri-lo. Uma pessoa aprendeu de maneira

difícil a não expulsar demônios com os

seus olhos fechados. Ele levou um inesperado

soco diretamente no rosto!

k. Odores Fétidos. Às vezes, um odor

fétido, semelhante ao enxofre, procede da

pessoa que se encontra sob uma escravidão

demoníaca.

2. Emocionais

a. Depressão. Uma pessoa que se encontra

sob o poder de um espírito maligno

geralmente fica deprimida e é dirigida

por pensamentos de suicídio. [Rei Saul]

“...um espírito maligno da parte do SENHOR

o atormentava... Portanto, Saul tomou

uma espada e caiu sobre ela” (1 Sm

16:14; 31:4).

b. Culpa. Estas pessoas em geral também

estão repletas de pensamentos de culpa,

falta de perdão, e amargura.

Observe a vida de Simão, o qual tinha

um espírito de feitiçaria: “Pois percebo que

estás em fel de amargura” (At 8:23).

c. Temperamento Violento. Algumas

delas também possuem um temperamento

violento e se transtornam facilmente. “E o

espírito maligno da parte do SENHOR estava

sobre Saul... E Saul procurava encravar a

Davi na parede com a lança... E Davi fugiu

e escapou naquela mesma noite” (1 Sm

19:9,10).

3. Conflitos e Confusões

Intelectuais

As pessoas escravizadas a demônios geralmente

sofrem de conflitos e confusões

mentais. “Nos quais o deus deste mundo

cegou [grego = poroo, embrutecer] as mentes

dos incrédulos” (2 Co 4:4).

4. Espirituais

a. Resistência Contra a Palavra de

Deus. Em geral há uma resistência presente

na pessoa contra a Palavra de Deus e a oração.

b. Visões de Demônios. Alguns africanos

dizem que eles vêem “o homenzinho”,

o assim chamado “tikoloshe”.

B. AJUDA PRÁTICA/ESPIRITUAL

Os apóstolos Paulo e João nos dão algumas

dicas práticas de como podemos reconhecer

as influências ou espíritos demoníacos.

1. Preste Atenção à Linguagem

e Tom de Voz

“Portanto vos quero fazer compreender

que ninguém que fala pelo Espírito de

Deus diz: Jesus é anátema” (1 Co 12:3).

Geralmente, a linguagem usada e o tom de

voz podem ser suficientes para sabermos

que estamos lidando com uma outra personalidade

(um Demônio).

2. Teste a Confissão Deles

Quando a pessoa estiver sob o controle ou

influência do espírito, o seguinte teste funcionará:

“Amados, não creiais a todo o espírito,

mas provai se os espíritos são de Deus...

“Nisto conhecereis o Espírito de Deus:

Todo espírito que confessa que Jesus Cristo

veio em carne é de Deus;

“E todo espírito que não confessa que

Jesus Cristo veio em carne não é de Deus’’

(1 Jo 4:1-3).

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 715

3. Estude os Dons do Espírito

Estude a Seção D1.3, Dons do Espírito

Santo, no Guia de Treinamento de Líderes,

especialmente a parte sobre o Dom de

Discernimento de Espíritos. Isto é inestimável

quando você estiver tentando identificar

o espírito com o qual você está lidando.

C. O QUE OS DEMÔNIOS PODEM

FAZER? (LEIA MARCOS 5:1-20)

1. Os Demônios Podem Dar Uma

Grande Força Física aos Homens

“...E Lhe saiu ao encontro, proveniente

do sepulcro, um homem com um espírito

imundo... e ninguém conseguia prendê-lo,

nem ainda com correntes. Ele tinha sido

preso muitas vezes com grilhões e correntes,

mas as correntes haviam sido quebradas

por ele, e os grilhões despedaçados.

Tampouco conseguia alguém amansá-lo”

(Mc 5:2-4).

Este endemoninhado (vs 2) tinha a força

física de muitos homens. Quando Jesus

perguntou ao Demônio qual era o seu nome,

ele respondeu: “O meu nome é Legião, pois

somos muitos” (vs 9).

Uma legião romana consistia de três a

seis mil soldados, e este homem tinha a força

de uma legião de demônios.

2. Os Demônios Podem

Fazer Milagres

João escreveu: “E vi três espíritos imundos

semelhantes a rãs... são espíritos de

demônios que fazem sinais” (Ap 16:13,14).

Satanás e os seus demônios podem, portanto,

enganar “os que buscam sinais” (2 Ts

2:9). Em vez de você seguir sinais, que os

sinais sigam a sua vida! (Mc 16:17).

a. Eles São Prodígios de Mentira.

Precisamos ser como Moisés e Aarão. Quando

os poderes das trevas estiverem sendo

exibidos, demonstramos que o poder de

Deus é maior.

“E Faraó também chamou os... feiticeiros...

Porque cada um lançou a sua vara e

tornaram-se serpentes; mas a vara de Aarão

tragou as varas deles” (Êx 7:11,12).

“... Maior é O que está em vós, do que o

que está no mundo” (1 Jo 4:4).

3. Os Demônios Podem Inspirar

e Controlar os Homens

Não fiquem intimidados pelas seitas de

ocultismo, falsas religiões, ou até mesmo

por aqueles que somente professam ser cristãos.

Todos eles têm uma coisa em comum:

eles negam a divindade de Jesus Cristo.

a. Um Teste Verdadeiro. João disse:

“Todo espírito que confessa que Jesus Cristo

[o Messias] veio em carne [que Jesus é o

Deus-Homem] é de Deus” (1 Jo 4:2). Todas

as outras religiões são satanicamente

inspiradas e demoniacamente controladas.

Você pode identificar os falsos mestres.

Tudo o que você precisa fazer é perguntarlhes

se crêem que Jesus é Deus (Jo 1:1,14).

Se responderem “Não”, isto significa que

são falsos profetas.

Talvez sejam líderes de grandes congregações

e até mesmo sejam considerados eminentes

líderes cristãos, mas se negarem a

divindade de Jesus não são de Deus.

4. Os Demônios Podem Dar um

Poder Sobrenatural aos Homens

Não procure nem aceite os serviços de

feiticeiros, macumbeiros, ou cartomantes.

O nosso Senhor convoca todos os crentes

a “saírem do meio deles e se separarem...

Não toquem o que é impuro” (2 Co

6:14-18). Deus diz que não devemos tocar

as seguintes coisas:

a. Adivinhação – os que afirmam possuir

um conhecimento secreto do futuro (cartomantes).

Esta prática é controlada por demônios

(Ez 13:6-8).

b. Feitiçaria – as feiticeiras aumentarão

nos últimos dias. Durante o reinado de

Saul uma delas teve até mesmo a capacidade

– e permissão – de trazer um morto ao

mundo dos vivos (1 Sm 28:7-20).

716 / SEÇÃO D9 D9.2 – Os Demôni os: o Poder Deles

c. Médiuns – os que afirmam possuir

espíritos familiares (demônios). “Pois todos

os que fazem estas coisas são uma abominação

ao SENHOR” (Dt 18:12).

Deus alertou a Israel, enquanto entravam

na Terra Prometida, a tomarem cuidado

com os médiuns espíritas, dizendo: “Não

aprendereis a seguir as abominações destas

nações” (Dt 18:9-14).

d. Idolatria – eles não deveriam adorar

a Moloque, que exigia sacrifícios humanos

(de criancinhas). O Senhor chamou esta religião

demoníaca de uma “abominação”. Até

mesmo Salomão pecou ao erigir um altar a

Moloque (1 Rs 11:7).

5. Os Demônios Podem Seduzir e

Corromper os Cristãos

Desobedientes (Ez 16:20-23)

No entanto, “se quiserdes e ouvirdes,

comereis do bem desta terra “ (Is 1:19). Os

que deixaram o Egito “sob o sangue do Cordeiro”

possuem a seguinte promessa:

“Certamente não há nenhum encantamento

[feitiçaria que funcione] contra Jacó,

nem ainda qualquer adivinhação [bruxaria

que funcione] contra Israel” (Nm 23:23).

Não tema os demônios. Lembre-se: “Filhinhos,

sois de Deus, e já os tendes vencido;

porque maior é O que está em vós do

que o que está no mundo” (1 Jo 4:4).

D. O QUE OS DEMÔNIOS

FAZEM ÀS PESSOAS?

A palavra grega daimonizomai é traduzida

em nossas Bíblias por “ser afligido por

um Demônio; ter um Demônio; ser perturbado

ou possuído por um ou mais demônios.”

Algumas pessoas acham que a palavra

possuído é uma palavra muito forte para

transmitir com precisão o significado da

palavra grega daimonizomai. Uma tradução

mais precisa seria endemoninhado.

1. Eles Atormentam e Importunam

Estar endemoninhado significa ser perturbado

(atormentado emocional, mental, ou

moralmente).

a. Tormento Emocional, “...a minha

filha está horrivelmente endemoninhada

[no grego = daimonizomai]” (Mt

15:2).

b. Perturbação Mental. “Senhor, tem

misericórdia do meu filho, pois ele é lunático

e severamente perturbado: [no grego =

pascho – sensação dolorosa] e muitas vezes

cai no fogo e também na água... E Jesus

repreendeu o Demônio, que saiu dele...”

(Mt 17:15,18).

c. Tormento Emocional. “E os que

eram atormentados [no grego = ochleo –

atormentar] por espíritos imundos... eram

curados” (Lc 6:18).

d. Perturbação Moral. “E veio uma

multidão das cidades... trazendo os que

eram atormentados por espíritos imundos

[no grego = akathartos – impuro, obsceno,

abominável]; e todos eram curados” At

5:16).

2. Eles Causam Enfermidades

e Sofrimentos

Este fato, mostrado claramente nas Escrituras,

servirá, quando plenamente compreendido,

como uma grande fonte de força

para a sua fé em Deus com relação à cura

divina.

(Observe o próximo capítulo: Preparese

Para Expulsar os Demônios, o qual explica

outras fontes de problemas físicos.

Nem todas as enfermidades são resultantes

de a pessoa estar endemoninhada.)

Um ministro do Evangelho, que estava

presente numa certa noite enquanto eu pregava

sobre a relação dos demônios com as

enfermidades, disse: “Sabendo que as enfermidades

são um ataque de Satanás em

nossos corpos, ao invés de uma bênção de

Deus, estou pronto para resistir contra as

obras de Satanás, repreendê-lo, e passar a

ter o domínio sobre ele.”

Todas as enfermidades têm vida – um

micróbio ou vírus faz com que elas se deEXPULSAI

OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 717

senvolvam. Esta vida maligna existente no

micróbio não é procedente de Deus, porque

ela mata e destrói a vida humana. Ela é procedente

de Satanás. É esta vida maligna ou

espírito de enfermidade, que dá vida à enfermidade,

ou ao seu desenvolvimento, assim

como o seu espírito dá vida ao seu corpo.

Quando o espírito sai do seu corpo, ele

morre (Tg 2:26). Assim sendo, quando um

espírito de enfermidade é expulso, a enfermidade

morre e desaparece.

Muitas doenças e enfermidades humanas

começam com um minúsculo micróbio,

uma vida satânica maligna enviada para habitar

no corpo humano, para possuí-lo e

destruí-lo. Enquanto esta vida, o espírito de

enfermidade existir neste corpo, este “tumor”

ou enfermidade viverá e continuará a

sua obra destrutiva.

Por exemplo, um câncer é causado por

células “traidoras” que se reproduzem mais

rapidamente do que as células amigas que

podem matá-las. A vida neste câncer pode

ser satânica. Todos os médicos concordam

que se pudéssemos remover a vida do câncer,

os efeitos deste câncer desapareceriam

do corpo.

Há, no entanto, duas “fontes de vida”

guerreando entre si: a vida maligna do câncer

e a vida divina que está no seu corpo.

Qualquer método médico de destruição

da vida do câncer mata muitas células

saudáveis do corpo em que o câncer habita.

Jesus disse: “Em Meu nome expulsarão

os demônios.” Através do Nome de

Jesus Cristo, nós, na qualidade de crentes,

possuímos a autoridade para expelirmos o

espírito ou vida do câncer.

Quando a vida do câncer, que é procedente

de Satanás, vai embora, o câncer morre

e desaparecem os seus efeitos.

Quando ouvi esta explicação pela primeira

vez, o evangelista demonstrou isto

orando pelas pessoas. Muitos foram instantaneamente

curados.

E. QUAIS SÃO OS RESULTADOS

QUANDO OS DEMÔNIOS SÃO

EXPULSOS?

1. As Pessoas São Curadas

Agora você pode compreender este versículo:

“Eles Lhe trouxeram [a Jesus] muitos

que estavam possuídos de demônios [observe

que esta foi a única classe de pessoas

especificada, dos que foram levados ao Senhor],

e ele expulsou os espíritos com a Sua

palavra e curou a todos os enfermos’’ (Mt

8:16).

Este versículo subentende que algumas

das enfermidades que Jesus curou eram causadas

por demônios. Ele expulsou os demônios

e curou os enfermos.

Pedro disse a mesma coisa ao escrever:

“Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito

Santo... o Qual andou fazendo o bem

e curando a todos os oprimidos do diabo”

(At 10:38).

a. A Mulher Curvada. Em Lucas 13,

Jesus “estava ensinando na Sinagoga, e

havia uma mulher que andava curvada e

não podia se endireitar.”

A Bíblia diz que ela tinha “um espírito

de enfermidade” (Lc 13:11).

Será que era uma bênção de Deus?

Jesus disse: “Satanás a aprisionou” (Lc

13:16).

Se tivéssemos pedido que um médico diagnosticasse

o caso daquela mulher, ele não

teria dito: “Um espírito de Satanás a aprisionou.”

Os médicos chamariam a isto de artrite

da espinha, vértebras deslocadas, ou algum

outro termo médico. Eles estariam corretos

no que se refere à ciência médica.

Mas a causa verdadeira do problema era

que “um espírito de enfermidade de Satanás

havia aprisionado aquela mulher.”

Expulse o espírito, repreenda a opressão de

Satanás e a pessoa é curada. Foi isto o que

Jesus fez.

Algumas enfermidades da espinha dorsal

ainda são causadas por Satanás.

718 / SEÇÃO D9 D9.3 – Prepare-se Para Expulsar Demônios

b. O Homem Cego e Mudo. “Trouxeram-

Lhe então um endemoninhado, cego e

mudo.” (Mt 12:22). Quando o Demônio

foi expulso, ele pôde ver e falar.

Um espírito de cegueira havia causado a

enfermidade neste homem. A cegueira ainda

pode ser causada por Satanás.

c. O Menino Surdo e Mudo. “Ele

repreendeu o espírito imundo, dizendolhe:

Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno:

Sai dele, e não entres mais nele” (Mc

9:25).

Naquela época, como agora, os que são

surdos e mudos talvez estejam nas garras

de um espírito surdo e mudo.

d. O Homem Impuro. “Havia na sinagoga

deles um homem com um espírito

imundo, e ele [o Demônio] exclamou...

“E Jesus o repreendeu [o espírito imundo],

dizendo: Cala-te e sai dele” (Mc

1:23,25; Lc 4:35).

Este era o caso de um homem ímpio na

sinagoga, e a sua condição era causada por

um espírito imundo, obsceno, abominável.

A causa de um caráter ímpio e obsceno ainda

pode ser um Demônio.

2. Medicinal Versus Espiritual

Os médicos podem chamar isto de artrite,

mas um espírito de enfermidade talvez

seja a causa verdadeira.

O termo científico pode ser “cordas

vocais não-desenvolvidas” e “nervos mortos

no ouvido”, mas o verdadeiro problema

em alguns casos é um espírito surdo e

mudo que deveria ser expulso em nome

de Jesus.

O especialista pode dizer que é glaucoma

ou catarata, mas estas enfermidades podem

ter sido causadas por um espírito de cegueira.

As enfermidades ainda são provenientes

de Satanás e podem ser causadas por

espíritos de enfermidade. Quando estes

espíritos são expulsos em nome de Jesus,

os enfermos ainda são curados hoje em

dia.

Capítulo 3

Prepare-se Para Expulsar

Demônios

Como você realiza a libertação de pessoas

do domínio e do poder do diabo?

A. SELECIONE A EQUIPE

DE LIBERTAÇÃO

Na Bíblia, os demônios eram expulsos

por Jesus e por discípulos ungidos, capacitados

e escolhidos por Ele para ajudarem

neste ministério.

Um exemplo do Antigo Testamento de

ministração a um endemoninhado é Saul e

Davi. Depois que Davi foi ungido pelo profeta

Samuel (1 Sm 16:13), a sua música afugentava

os espíritos malignos do Rei Saul

(1 Sm 16:14,23).

No Novo Testamento, vimos muitas

pessoas expulsando demônios. Nos quatro

Evangelhos, estas pessoas incluíam Jesus,

os doze apóstolos, os setenta, e uma outra

pessoa (Lc 9:1; 10:17; 9:49).

Em Atos, vemos os apóstolos Pedro e

Paulo, e o evangelista Filipe envolvidos em

encontros demoníacos, que resultavam na

saída dos demônios (At 5:16; 8:7; 16:18;

19:12).

Pedro era um pescador, Paulo era um

teólogo, e Filipe começou, servindo mesas.

Isto nos leva a concluirmos que – já que a

maioria dos líderes da Igreja Primitiva eram

leigos – este ministério é para todos os que

crêem (Mc 16:17).

Geralmente é sábio seguirmos o exemplo

de Jesus em Marcos 6:7: “Chamando

os doze a Si, Ele os enviou de dois em dois

e lhes deu autoridade sobre os espíritos malignos.”

Há poder na concordância espiritual (Veja

Mateus 18:19). As equipes de libertação

(de duas a seis pessoas) podem ser mais

bem-sucedidas do que uma pessoa somente.

Quando o Senhor está conosco, “um

persegue mil, e dois rechaçam a dez mil”

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 719

(Dt 32:30). Isto indica que dois são dez

vezes mais poderosos do que um. Assim

sendo, recomendamos que você treine equipes

de libertação.

1. Selecione um Líder de Equipe

Reveja a Seção A1, Como Treinar Líderes

de Igreja, para obter ajuda sobre como

treinar uma equipe. Os princípios esboçados

nessa seção são muito apropriados para

a seleção de um líder de equipe. O líder de

equipe é um dos mais importantes aspectos

de um bem-sucedido ministério de libertação

de uma comunidade local de crentes,

ou para liderar uma equipe que viaje em

campanhas de evangelização e curas.

Se possível, selecione um homem e uma

mulher para serem treinados. Em muitos

casos, é melhor usarmos uma equipe de

mulheres para lidarem com problemas de

mulheres, e uma equipe de homens para lidarem

com problemas de homens.

As equipes de libertação freqüentemente

precisam exorcizar espíritos imundos que

compelem os endemoninhados a um comportamento

sexual pervertido ou anormal.

Talvez haja exceções ocasionais, mas geralmente

é mais apropriado nestes casos o uso

de pessoas do mesmo sexo para ajudarem

os endemoninhados.

2. Selecione os Membros

da Equipe

A tarefa mais importante do líder de equipe

é encontrar homens ou mulheres que satisfaçam

qualificações semelhantes às suas.

As seguintes qualificações baseiam-se

em 1 Timóteo 3:1-12.

3. Qualificações Para os

Líderes e Membros

a. Precisam Ser Irrepreensíveis. O líder

de equipe e a sua equipe precisam ser

irrepreensíveis.

O líder não pode ser um polígamo. Ele

deve ser sóbrio, controlado, respeitável,

hospitaleiro, não dado à embriaguez, não

violento, e sim dócil, não rixoso, nem amante

do dinheiro.

Ele precisa administrar bem a sua própria

família e certificar-se de que os seus

filhos o obedeçam com o devido respeito.

Ele não pode ser recém-convertido, pois

poderá ficar convencido e cair no mesmo

julgamento que o do Demônio que ele talvez

esteja tentando expulsar.

Ele também precisa possuir uma boa reputação

com os que são de fora e não buscar

ganhos desonestos, a fim de que ele não

caia em desonra e na armadilha do diabo.

EXEMPLO: A seguinte história ilustrará

a importância destas qualificações.

Eu estava ajudando uma equipe a expulsar

um espírito imundo de um homem que estava

envolvido em homossexualismo e fornicação.

Um jovem que estava observando a equipe

se uniu a nós presunçosamente (sem ser

convidado) para expulsar o Demônio. Ele

começou a ordenar em voz alta: “Eu exijo

que você saia dele seu espírito imundo.”

O espírito imundo imediatamente falou

através daquele homem endemoninhado:

“Por que você está tentando me expulsar se

você faz as mesmas coisas que eu induzo

este homem a fazer?”

O rosto daquele jovem ficou pálido de

susto e constrangimento, e ele se levantou

rapidamente e fugiu da sala.

“...um cetro de retidão é o cetro do Teu

Reino” (Hb 1:8). Um cetro de retidão é o

único que os demônios obedecem. (Reveja

a história de Atos 19:13-17 com os seus

candidatos.) A autoridade espiritual deveria

somente ser exercitada no Reino de Cristo

por aqueles que estão vivendo vidas moralmente

limpas e retas.

Escolha os membros de equipe cuidadosamente.

b. Precisam Ter Fé. Escolha membros

de equipe que já demonstraram que têm fé.

Uma das primeiras evidências de fé é uma

pessoa que consistentemente e persistentemente

busca o Senhor em oração. “E sem fé

é impossível agradarmos a Deus, porque

720 / SEÇÃO D9 D9.3 – Prepare-se Para Expulsar Demônios

qualquer um que se aproxima d’Ele precisa

crer que Ele existe e que é galardoador dos

que O buscam diligentemente” (Hb 11:6).

Se houver falta de fé, quer seja da pessoa

orando pela libertação, ou da pessoa que

deseja a libertação (muito embora sejam crentes),

a pessoa não será liberta (Veja Marcos

9:18b, 19, 23, 24; Mateus 17:19,20).

OBSERVE ESTA EXCEÇÃO: Se a pessoa

que precisa de libertação for uma criança,

ou alguém mentalmente enfermo ou incapacitado,

aí então os pais ou responsáveis

pelo seu cuidado podem exercitar a fé em

nome da pessoa que precisa de libertação.

O Nome de Jesus e a fé nele estão intimamente

ligados. “Pela fé no nome de Jesus

foi fortalecido este homem, que vedes e

conheceis. Foi o nome de Jesus e a fé que

vem através d’Ele que lhe deram esta completa

cura, como podeis ver” (At 3:16).

B. TREINE A EQUIPE

DE LIBERTAÇÃO

Uma vez que você tenha selecionado os

candidatos para a(s) sua(s) equipe(s), você

precisa treiná-los. Consulte Como Treinar

os Líderes de Igreja na Seção A1 do Guia

de Treinamento de Líderes. Eis alguns

pontos práticos:

1. Vista a Armadura de Deus

Sem a armadura completa (Veja Efésios

6:13-18), você fica totalmente incapacitado.

Faça com que a pessoa em treinamento

abra a sua Bíblia em Efésios 6 e leia os versículos

13 a 18. À medida que a pessoa

chegar a cada parte da armadura, ela deveria

dizer: “Senhor, visto esta parte da armadura.”

Em seguida, ela deveria visualizar-se

fazendo exatamente isto.

a. Verdade. Leia o primeiro versículo em

voz alta: “Estai pois firmes, tendo cingido os

vossos lombos com a verdade...” (Ef 6:14).

Isto significa que você submete os seus desejos

sexuais ao domínio do Espírito Santo e

exerce o fruto do Espírito, o auto-controle.

Aí então, a pessoa em treinamento diz:

“Senhor, cinjo os meus lombos com a verdade

da Tua Palavra, que diz: “Não reine

[domine] portanto o pecado em vosso corpo

mortal para lhe obedecerdes em suas

concupiscências” (Rm 6:12).

Esta declaração verbal é uma armadura

contra os demônios que talvez tentem usar

a sua influência para causarem uma sensualidade

intensificada quando você começar a

expulsá-lo. A sua armadura o protege e impede

que você se entregue a esta tentação e

influência demoníaca.

b. Retidão. “A couraça da retidão.” O

peito é o centro das emoções. As emoções

de amor, afeição, ira, etc. – precisam todas

encontrar uma expressão de retidão pelos

motivos explicados na seção referente à seleção

dos membros da equipe.

c. Evangelho da Paz. “E a prontidão

para anunciar as Boas-Novas da paz como

sapatos para os vossos pés” (Ef 6:15).

Se o membro de equipe não estiver pronto

para compartilhar o Evangelho, ele não

estará preparado para estar envolvido em

exorcismos.

d. Fé. “O escudo da fé.” O propósito é

explicado: “parar as flechas inflamadas que

são disparadas contra nós por Satanás.”

Isto é especialmente essencial no exorcismo.

e. Salvação. “E tomai o capacete da

salvação.” A palavra salvação vem de uma

palavra e raiz grega (soteria), que pode ser

traduzida como libertação.

Isto é especialmente apropriado quando

nos aproximamos de uma pessoa endemoninhada.

O capacete de libertação protege

você e a sua mente da influência de Satanás

e das mentiras do Demônio.

f. Palavra de Deus. “A espada do Espírito,

que é a Palavra de Deus.” Esta é a

única arma ofensiva que nos é dada. A

espada do Espírito, a Palavra de Deus,

significa a palavra de ordem ou palavra

de autoridade. Leia a seção seguinte, que

apresenta um significado mais detalhado

desta arma vital, através da qual você expulsará

o Demônio.

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 721

fazendo bem e curando a todos os oprimidos

do diabo, pois Deus era com Ele” (At

10:38).

4. Seja Flexível no Método

Observe que, muito embora haja muitas

lições que podemos aprender sobre libertação

através do ministério de Jesus, nenhum

método específico foi registrado.

A razão para isto foi sumarizada em l

Coríntios 12:11: “Todas estas coisas são a

operação de um só e do mesmo Espírito, e

Ele dá [os dons] a cada um, exatamente

como Ele determina.”

Precisamos ser governados e dirigidos

pelas ações e impulsos do Espírito sobre

nós quando estamos envolvidos em exorcismos.

5. Tome Cuidado com o Orgulho

Lucas 10:20 é uma admoestação que impedirá

que as pessoas em treinamento tropecem

no orgulho como um resultado do

êxito nos exorcismos. “Contudo, não vos

alegreis porque se vos sujeitem os espíritos;

alegrai-vos antes por estarem os vossos

nomes escritos no Céu.”

6. Saiba Quando Usar a

Oração e o Jejum

As pessoas em treinamento deveriam se

lembrar de que alguns demônios somente

podem ser expulsos através da oração e do

jejum (Veja Mateus 17:21 e Marcos 9:29).

Não conclua por causa destes versículos que

todos os casos de insensatez, mudez, surdez,

ou epilepsia precisam ser ministrados

através do jejum e da oração. O jejum e a

oração somente se aplicam a casos persistentes

e especiais, ou onde houver uma fé

não-desenvolvida. Para resolver o problema

da “pouca fé”, veja a Seção D3 do Guia

de Treinamento de Líderes, intitulada

Faça com que a Fé Deles Cresça.

7. Busque a Direção do Senhor

A equipe precisa orar e buscar a direção

Antes de prosseguir, certifique-se de que

você treinou os membros da equipe a vestirem

a armadura defensiva, parte por parte,

da maneira esboçada no início desta seção.

A declaração verbal de apropriação de cada

parte da armadura é vital. Caso contrário, a

equipe não estará preparada para a batalha.

2. Use a Palavra de Ordem

“E ficavam estupefatos... pois a Sua Palavra

era com poder” (Lc 4:32). “E todos

ficaram espantados,... dizendo: Que palavra

é esta, pois com autoridade e poder Ele

ordena os espíritos imundos e eles saem”

(Lc 4:36). “...Ele repreendeu o espírito

imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo,

Eu te ordeno: Sai dele” (Mc 9:25).

Use a palavra de ordem com fé. A fé é o

seu escudo e proteção contra o ataque furioso

do maligno, “...e Ele [Jesus] expulsou os

espíritos com uma palavra...” (Mt 8:16).

“O que é este ensinamento? Com autoridade

e poder Ele dá ordens aos espíritos malignos

e eles saem!” (Lc 4:36).

3. Tenha a Unção do Espírito Santo

Para que a palavra de ordem traga libertação

aos endemoninhados, você precisa

ter a unção do Espírito Santo.

(Certifique-se de que o seu grupo de pessoas

em treinamento tenha estudado a seção

sobre O Batismo no Espírito Santo do

Guia de Treinamento de Líderes.)

É a unção que quebra (destrói) o jugo de

Satanás sobre a vida de uma pessoa (Is

10:27).

Jesus diz em Lucas 4:18,19: “O Espírito

do Senhor está sobre Mim, porque Ele

Me ungiu... para proclamar libertação aos

cativos... e libertar...”

Ele também diz em Mateus 12:28: “...Eu

expulso os demônios pelo Espírito de

Deus...” A unção do Espírito Santo opera

intimamente conosco à medida que usamos

a nossa autoridade em Jesus Cristo.

“Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o

Espírito Santo e com poder, o Qual andou

722 / SEÇÃO D9 D9.3 – Prepare-se Para Expulsar Demônios

do Senhor antes de orar pela pessoa que

precisa de ajuda. O Espírito Santo lhe dará

revelações (Discernimento de Espíritos e

uma Palavra de Conhecimento) para ajudar

na expulsão do(s) demônio(s). (Veja João

8:47a e l Coríntios 12:1-11).

Certifique-se de que a pessoa em treinamento

compreenda que a insensatez, mudez,

surdez e alguns casos de epilepsia podem

ser causados por ferimentos, defeitos

físicos hereditários, danos cerebrais, tumores

cerebrais, idade avançada e outras enfermidades,

como também por uma opressão

demoníaca.

Quando eu era um crente jovem, eu fazia

parte de uma equipe não-treinada que

estava tentando expulsar um Demônio de

um epiléptico. Não tivemos nenhum êxito.

Ele morreu cerca de quatro meses mais

tarde.

A autópsia descobriu que um grande tumor

cerebral estava causando os acessos.

As nossas orações não foram respondidas

porque originaram-se em nosso zelo juvenil,

ao invés da direção e revelação do Espírito

Santo.

Dependendo de que parte do mundo nos

encontramos, as causas destes problemas

podem variar. Em alguns países onde o Evangelho

é bem estabelecido, somente uma pequena

porcentagem poderá ser atribuída a

opressões demoníacas.

Em outras nações onde somente existem

alguns cristãos, uma grande porcentagem

destes sintomas poderão ter a sua fonte em

opressões demoníacas.

É por isto que precisamos em nossas

equipes de libertação de pessoas que possuam

os Dons de Discernimento de Espíritos

e/ou uma Palavra de Conhecimento.

(Veja a Seção D1 .3, Dons do Espírito

Santo, no Guia de Treinamento de Líderes.)

Se a causa do problema for uma causa

física e você estiver tentando expulsar um

demônio, é improvável que você obtenha

algum êxito. Este erro freqüentemente gera

um temor indevido na pessoa enferma. Este

temor induzido poderá até mesmo causar

complicações adicionais à pessoa enferma.

(Veja a Seção D9.2-A, Quais São os Sintomas

de Uma Escravidão Demoníaca?)

Se o seu grupo de pessoas em treinamento

compreende o que foi exposto acima,

elas deveriam estar prontas para ajudar

os crentes mais experimentados a trazer libertação

aos que se encontram em escravidões

causadas por demônios.

C. PREPARE OS QUE PRECISAM

DE LIBERTAÇÃO

Os que estão precisando de libertação e

estão presentes em cruzadas evangelísticas,

reuniões de ruas, e outras reuniões públicas

deveriam ser convidados a participarem de

sessões de ensino. Isto os prepara para receberem

a sua libertação.

Há narrativas bíblicas de exorcismos “espontâneos”.

Nestes casos, as Escrituras indicam

que o Espírito Santo vinha fortemente

sobre o apóstolo ou evangelista antes da

expulsão do espírito.

No caso de Paulo, observe o seguinte:

“...indo nós à oração, uma certa jovem

possuída por um espírito de adivinhação

nos saiu ao encontro... Esta seguia a Paulo

e a nós, e clamava, dizendo: Estes homens

são os servos do Deus Altíssimo, os

quais nos mostram o caminho da salvação.”

“E isto fez ela por muitos dias. Mas

Paulo, incomodado, voltou-se e disse ao

espírito: Ordeno-te em nome de Jesus Cristo

que saias dela. E ele saiu na mesma hora”

(At 16:16-18).

Observe que se passaram muitos dias

antes que Paulo expulsasse o espírito. Isto

não é para sugerir que você deveria esperar

muitos dias – mas os exorcismos públicos

são em geral feitos somente quando o Espírito

Santo vem fortemente sobre você e espontaneamente

lhe dá a palavra de ordem

para expulsar o espírito.

Geralmente é melhor prepararmos o enEXPULSAI

OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 723

demoninhado para a libertação através das

seguintes sugestões:

1. Freqüente Sessões de

Ensinos Bíblicos

Se a pessoa endemoninhada está disposta

a freqüentar sessões de ensinos bíblicos, isto

indica que o seu desejo de libertação é provavelmente

intenso o suficiente para que

ela seja ajudada.

Expulsar espíritos de pessoas que não

desejam fortemente ficar livres deles pode

abrir a porta em sua vida a problemas maiores.

Reveja Mateus 12:43-45 com os adultos

que estão pedindo ajuda. Certifique-se

de que eles têm um forte desejo de serem

libertos. Veja a Seção 6 ou 7 abaixo.

No caso de pais trazendo seus filhos,

teste a determinação dos pais de seguirem o

caminho do Senhor, confirmando se aceitarão

os ensinos que você dá para prepará-los

para a libertação.

A fé vem pelo ouvirmos a Palavra de

Deus ensinada. “E Ele não podia fazer ali

obras maravilhosas; Ele somente curou

alguns poucos enfermos, impondo-lhes as

mãos. E ficou maravilhado por causa da

incredulidade deles. E percorreu as aldeias

vizinhas, ensinando” (Mc 6:5,6). A incredulidade

impedia o ministério de Jesus.

Assim sendo, Ele ensinava. O ensino é o

que quebra a escravidão da incredulidade e

prepara as pessoas a receberem do Senhor.

A primeira sessão de ensino deveria cobrir

o Capítulo 1, encontrado na Seção B1,

Vida Cristã Vitoriosa, do Guia de Treinamento

de Líderes. As seguintes instruções

também são úteis:

2. Quebre o Contato com Médiuns

Se a pessoa esteve envolvida com médiuns,

é essencial que todo contato com eles

seja quebrado.

“Não recorrereis aos médiuns nem

buscareis os espíritos, pois sereis contaminados

por eles. Eu sou o SENHOR vosso

Deus” (Lv 19:31).

“...os adivinhos vêem visões que mentem;

eles contam sonhos que são falsos e

consolam em vão. Portanto, o povo anda

errante como ovelhas oprimidas por falta

de um pastor” (Zc 10:2).

3. Destrua Amuletos/Talismãs

Se a pessoa esteve envolvida em mágica

de amor/ódio, veja se ela está usando um

anel, colar, ou amuleto (talismã).

Remova-o e destrua-o em nome de Jesus.

Caso contrário, isto poderá obstruir a

libertação e o caminhar da pessoa com Deus.

4. Destrua Artigos de Feitiçaria

Destrua todos os artigos de feitiçaria,

como por exemplo ídolos (como imagens

de Buda), pulseiras e anéis para os dedos

do pé (especialmente, dentre os africanos,

os que são feitos de borracha fina), cinzas,

cordões ao redor dos pulsos, braços, tornozelos,

pernas e o diafragma.

5. Peça Perdão a Deus

Faça com que a pessoa peça perdão a

Deus por estar envolvida nestas coisas. Faça

com que ela reconheça e renuncie a qualquer

juramento e oferta que tenha feito, ou qualquer

maldição que tenha proferido. “Portanto

confessai os vossos pecados uns aos

outros e orai uns pelos outros, a fim de que

sejais curados. A oração de um homem reto

é poderosa e eficaz” (Tg 5:16).

“Cristo nos redimiu da maldição da lei

tornando-Se uma maldição por nós, pois

está escrito: Maldito é todo aquele que for

pendurado no madeiro. Ele nos redimiu a

fim de que a bênção dada por Abraão pudesse

vir aos gentios através de Cristo Jesus”

(Gl 3:13,14a).

6. Renuncie a Tudo que for

Pecaminoso e de Satanás

Peça para a pessoa fazer uma oração onde

ela abandone e renuncie a tudo o que for

pecaminoso e de Satanás com o qual ela

estava envolvida. “Ao invés, renunciamos

724 / SEÇÃOD9 D9.4– Dirigindo a Sessão de Libertação

os caminhos secretos e vergonhosos e não

usamos o engano...” (2 Co 4:2).

7. Receba a Salvação

É necessário que a pessoa seja levada a

Cristo ou que seja reconciliada com Ele caso

se encontre num estado de apostasia. Diga

para ela confessar o seu pecado (1 Jo 1:9).

Aconselhe a pessoa a permanecer livre no

futuro através de um reconhecimento e confissão

imediatos em qualquer ocasião de pecado.

Se a pessoa não quiser aceitar a Cristo,

é melhor não libertá-la, pois isto poderia

piorar a sua condição. “Quando um espírito

maligno sai de um homem, ele passa

por lugares áridos, buscando descanso, e

não o encontra. Aí então ele diz: Voltarei

para a casa de onde saí. Ao chegar, ele

encontra a casa varrida e em ordem. Aí

então ele vai e leva consigo outros sete

espíritos piores do que ele próprio, e entram,

e lá habitam. E a condição final deste

homem é pior do que a sua condição

inicial” (Lc 11:24-26).

Você desperdiça o seu tempo e a sua energia

se você tenta libertar um adulto que não

esteja de fato interessado em ficar livre.

a. Há Poder no Sangue de Cristo. A

libertação da pessoa é possível por causa

do sangue de Jesus Cristo que foi derramado

na Cruz. É o Seu sangue que dá poder ao

nome de Jesus.

Sempre relembro a Satanás do poder do

precioso sangue de Jesus. Os demônios sempre

reagem veementemente à menção do

sangue de Jesus.

O sangue anula todos os direitos legais

de posse de Satanás sobre a pessoa que está

endemoninhada.

“Em quem temos a redenção através do

Seu sangue...” (Cl 1:14). “Redenção” significa

“comprar de volta”. Temos um novo

dono e o preço que foi pago por nós foi o

sangue derramado de Jesus.

“...a Igreja de Deus, que Ele comprou

com o Seu Próprio sangue” (At 20:28).

(Veja também 1 Coríntios 6:19,20; 1 Timóteo

2:6).

É por isto que os demônios têm que sair

ao receberem uma ordem de um servo de

Deus ungido. Eles sabem que não possuem

nenhum direito legal de permanecerem numa

pessoa que foi comprada e pertence a outro.

“E eles o venceram [a Satanás] pelo sangue

do Cordeiro...” (Ap 12:11).

Para estudos adicionais sobre este importante

ponto, consulte o Manual de Treinamento

de Novos Crentes e a Seção E1

da Concordância Temática.

8. Memorize Versículos Bíblicos

Os seguintes versículos bíblicos deveriam

ser dados aos endemoninhados para serem

memorizados antes de receberem oração:

Números 23:21-24; Hebreus 2:14,15;

Lucas 10:17-19; Marcos 16:17; Tiago 2:19.

Certifique-se de que eles memorizaram

estes versículos, que os compreendem e

crêem neles. A Seção B1, Vida Cristã Vitoriosa,

do Guia de Treinamento de Líderes

explica estes versículos.

Quando estes versículos tiverem sido

memorizados, a sessão de ensino tiver sido

completada, e os passos esboçados acima

tiverem sido tomados, aí então o ministério

às pessoas oprimidas por demônios poderá

ter o seu início.

Capítulo 4

Dirigindo a Sessão de

Libertação

A. ONDE?

1. Interna ou Externamente

a. Longe de Multidões. Não expulse

demônios onde estiver presente uma multidão

(especialmente se forem incrédulos).

Jesus repreendeu o espírito maligno e o expulsou

rapidamente ao perceber uma multidão

de curiosos se aproximando.

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 725

“Quando Jesus viu que a multidão se

reunia rapidamente, Ele repreendeu o espírito

imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e

surdo, Eu te ordeno: Sai dele e não entres

mais nele” (Mc 9:25).

b. Num Local Fisicamente Seguro.

Há casos conhecidos em que um espírito

imundo saiu de uma pessoa e entrou num

espectador incrédulo curioso. Alguns líderes

de igreja preparam uma sala com carpete

ou acolchoados no chão e travesseiros ao

redor da parede. Este acolchoamento impede

que os endemoninhados se machuquem

fisicamente. Geralmente, os endemoninhados

se contorcem e se açoitam quando os

demônios saem deles.

B. COMO?

1. Comece com Oração e Louvor

Quando você estiver envolvido numa libertação,

é bom começar com louvor, e, em

seguida, adoração a Deus no Espírito (Jo

4:23,24).

Louvar a Deus edifica a sua fé. “Ele não

duvidou da promessa de Deus através da

incredulidade, mas foi forte na fé dando glórias

a Deus” (Rm 4:20).

Declare a vitória que você tem sobre Satanás.

“E eles o venceram [ao diabo] pelo

sangue do Cordeiro, e pela palavra de suas

declarações [testemunhos, confissões]...”

(Ap 12:11).

(Reveja a Seção D4 do Guia de Treinamento

de Líderes intitulada Use o Poder

da Confissão de Fé).

A adoração traz a presença manifesta [a

unção] do Espírito Santo na situação. Cante

corinhos e cânticos de adoração para preparar

o ambiente para a vinda de Deus.

Músicos ungidos, tocando os seus instrumentos,

e cantores, reverentemente adorando

a Jesus, podem criar uma atmosfera

onde a vontade do Espírito Santo pode ser

mais prontamente cumprida.

“Mas trazei-me agora um menestrel. E

sucedeu que, tocando o menestrel, a mão

do SENHOR veio sobre ele [Elias]” (2 Rs

3:15).

2. Declaração de Fé Pelo

Endemoninhado

Faça com quê o endemoninhado se ajoelhe

e reconheça (diga com a sua boca): “A

minha libertação vem somente através de

Jesus Cristo e da Sua vitória sobre o diabo e

os seus anjos. Creio que Jesus é o Senhor!

Dobro os meus joelhos, confesso isto com

a minha boca, e declaro: “Que ao nome de

Jesus todo joelho se dobrará no Céu [os

anjos e santos], na terra [os que crêem em

Jesus], e debaixo da terra [os demônios]”

(Fp 2:10).

“ ...Conheço a verdade, e a verdade me

libertará... Assim sendo, se o Filho me libertar,

verdadeiramente serei livre” (Jo

8:32,36).

3. Use o Nome de Jesus Cristo

Use o Nome de Jesus Cristo para ratificar

a vitória que Ele ganhou sobre Satanás

e as suas forças: “...Deus O exaltou ao

lugar mais elevado e Lhe deu o nome que

é sobre todo o nome...” (Fp 2:9). Marcos

16:17diz: “...Em Meu nome expulsarão

os demônios...”

4. Fale com Autoridade

Lembre-se do ponto C.7 do último capítulo.

É como um resultado do derramamento

do sangue de Jesus na Cruz que você tem

a vitória sobre Satanás e as suas forças (Ap

12:11). Com isto em mente, fale com o Demônio

com palavras de ordem (de autoridade)

e diga ao Demônio exatamente o que ele

deve fazer. Creia que as suas palavras farão

com que os demônios abram mão do seu

domínio sobre a pessoa envolvida e saiam.

O domínio está “sobre” a pessoa quando

o Demônio estiver oprimindo-a do lado de

fora, e “dentro” da pessoa quando os espíritos

malignos tiverem entrado em seu corpo,

alma, ou espírito e a tiverem amarrado física,

emocional, mental, ou espiritualmente.

726 / SEÇÃOD9 D9.4– Dirigindo a Sessão de Libertação

Não peça a Deus para Ele libertar a pessoa.

Toda a Sua autoridade foi dada a você

(Lc 10:19; Ef 1 :19-23). Você é agora a pessoa

que deve agir em lugar de Cristo.

5. Repreenda os Espíritos

e Ordene que Saiam

Repreenda o diabo e ordene que os espíritos

imundos saiam da pessoa: “...Jesus...

repreendeu o espírito maligno: ‘Espírito

surdo e mudo’, disse ele, ‘Eu te ordeno: Sai

dele e nunca mais entre nele’” (Mc 9:25).

“...Paulo... voltou-se e disse ao espírito:

‘Em nome de Jesus Cristo, eu te ordeno

que saias dela!’ Naquele momento o espírito

saiu dela” (At 16:18).

6. Mantenha as Sessões Curtas

Quando a pessoa entra num transe, talvez

seja mais difícil expulsar o espírito. Você

poderá passar horas e ficar exausto. A razão

disto talvez seja o fato de o espírito maligno

não estar preparado para sair da sua vítima.

Contudo, se a pessoa estiver preparada

para a libertação (através de ensinamentos

apropriados e seguindo os passos delineados

acima), tudo poderá estar terminado

dentro de alguns minutos.

Eu recomendaria um limite de tempo de

aproximadamente vinte minutos por sessão

de exorcismo. Veja a seção, Sessões Adicionais

Podem Ser Necessárias, na página

seguinte.

O autor ajudou na libertação de uma criança

atormentada na Guiana, América do Sul. A

criança não acordou durante o tempo em

que falamos as palavras de ordem.

Dissemos para os demônios saírem e nunca

mais voltarem. Devido ao fato de a criança

estar dormindo, não havia nenhuma maneira

de sabermos se os demônios haviam obedecido

ou se obedeceriam.

Quando a criança acordou cerca de quatro

horas mais tarde, um forte grito e um

engasgo sinalizaram a saída do Demônio.

Isto indica que quando as palavras de ordem

são faladas com fé, os demônios precisam

partir – se não for imediatamente, então

logo que a pessoa recobrar a consciência.

7. Não Imponha as Mãos Sobre

o Endemoninhado

Lembre-se: a menos que você seja dirigido

explicitamente pelo Espírito Santo a fazer

isto, não imponha as suas mãos sobre a

pessoa quando você estiver expulsando os

demônios.

Jesus e Paulo expulsavam demônios com

uma palavra de ordem e autoridade.

Impomos as mãos sobre as pessoas para

abençoá-las (Gn 48:14-16; Mt 19:14,15),

para curarmos os enfermos (Mc 6:2,5;

16:18b; Lc 4:40; 13:13; At 19:11,12), para

transmitirmos o Dom do Espírito Santo (At

8:17; 9:17; 19:6), para transmitirmos os

Dons do Espírito Santo (1 Tm 4:14; 2 Tm

1:6) e para colocarmos um selo público de

aprovação em fiéis servos de Deus (Nm

27:18-23).

Normalmente, porém, não impomos as

mãos em endemoninhados. Ainda que não

haja nenhum mandamento bíblico direto em

contrário, talvez Paulo esteja subentendendo

isto em 1 Timóteo 5:22: “Não seja precipitado

na imposição de mãos, e não compartilhe

dos pecados alheios. Mantenha-se

puro.”

Às vezes, pela imposição de mãos numa

pessoa que vem para ser liberta, talvez você

esteja atendendo à exigência do Demônio de

receber atenção e aceitação.

Recordo-me de uma ocasião em que uma

mulher com um espírito imundo (um espírito

de concupiscência) veio para pedir oração

a um grupo de homens de negócios cristãos

que não tinham nenhum ensino nem

experiência sobre isto. A imposição de suas

mãos sobre ela estimulou fantasias sexuais

pervertidas, resultando em contrações orgásticas.

Ela nem queria e nem recebeu a

libertação.

A identificação com um Demônio desta

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 727

maneira contamina o seu espírito, especialmente

se você não estiver caminhando em

total retidão em sua própria vida. Nestes

casos, é melhor termos mulheres ministrando

a mulheres, e homens a homens.

C. ACOMPANHAMENTO APÓS A

LIBERTAÇÃO

1. Certifique-se de que a

Pessoa Exorcizada...

a. Memorize as Escrituras. É importante

darmos à pessoa exorcizada trechos

adequados das Escrituras para serem memorizados

a fim de que ela possa resistir ao

diabo, se e quando ele tentar voltar para

atacá-la (Veja Lucas 11:24-26; Gálatas 5:1).

Ensine a pessoa a seguir o exemplo de Jesus

quando Satanás tentou destruí-Lo. Jesus

citou as Escrituras para derrotar a Satanás

(Mt 4:4,6,7,10).

b. Compreenda a Autoridade do

Crente. Ensine a pessoa sobre a sua autoridade

na qualidade de crente e como vestir

toda a armadura de Deus (Ef 6:10-18; 2 Co

10:3-5).

c. Afirme a Sua Libertação. Faça com

que a pessoa leia João 8:36 em voz alta.

Estimule-a a afirmar verbalmente (falar com

os seus próprios lábios) que ela foi liberta

por Jesus, exatamente como Ele prometeu.

“Se confessares com a tua boca [reconhecer

a verdade da Palavra de Deus]... serás

liberto” (Rm 10:9) (Veja também 1 Coríntios

15:57 e Colossenses 2:15).

d. Viva Uma Vida Santa. Ensine a pessoa

que é essencial que ela viva uma vida

pura, santa, e separada – uma vida de total

compromisso para com Deus.

“Rogo-vos pois, irmãos, em vista da misericórdia

de Deus, que ofereçais os vossos

corpos como sacrifícios vivos, santos e

agradáveis a Deus – este é o vosso ato

espiritual de adoração.

“Não vos conformeis mais ao padrão

deste mundo, mas sede renovados pela

transformação de vossas mentes.

“Aí então podereis testar e aprovar qual

é a vontade de Deus – a Sua boa, agradável,

e perfeita vontade” (Rm 12:1,2).

e. Perdoe os que lhe Maltratam. É

muito importante que a pessoa, através da

sua própria escolha voluntária, caminhe

numa vida de total e contínuo perdão.

Ensine à pessoa a importância de perdoar

e de continuar perdoando a qualquer um que

tenha lhe prejudicado no passado.

Satanás tentará trazer de volta pensamentos

de coisas erradas feitas contra ela

para produzir um espírito de falta de perdão.

Se Satanás for bem-sucedido, isto dará

aos demônios motivos legais para oprimirem

a pessoa ainda mais. Eis aqui a maneira

de derrotarmos a estratégia de Satanás e frustrarmos

o diabo (ensine o seguinte ao endemoninhado):

Aproveite todas as ocasiões de lembrança

de coisas erradas feitas contra você para

perdoar. Quando você se lembrar de uma

injustiça, diga em voz alta: “Obrigado Satanás,

por me fazer lembrar. Eu perdôo (cite o

transgressor) pela injustiça cometida contra

mim” (Veja Mateus 5:21-26; 6:14,15).

Isto frustrará o diabo de tal forma que

ele parará de incomodar a pessoa. Enfatize

que se a pessoa recém-liberta deixar de fazer

isto, ela terá aberto a porta para que

Satanás volte a entrar para atormentá-la

(Veja Mateus 18:21-35).

2. Sessões Adicionais Podem

Ser Necessárias

Há muitos anos atrás, na Ásia, uma mulher

que tinha um espírito de adultério recebeu

a Jesus como seu Senhor e Salvador.

Contudo, a escravidão demoníaca não foi

quebrada. Ela era como Maria Madalena da

Bíblia. Ela chegava a ter relações sexuais

com até seis homens por dia. Ela estava

profundamente angustiada e queria ser liberta.

Durante a primeira sessão de exorcismo,

ela caiu ao chão, silvando e contorcendo-se

como uma cobra, à medida que os demônios

728 / SEÇÃOD9 D9.4– Dirigindo a Sessão de Libertação

começaram a sair. Após quinze minutos,

percebemos que ela estava física e emocionalmente

exausta. Assim sendo, nós a assentamos.

Quando ela se recobrou, marcamos uma

data para que ela viesse a uma segunda sessão

de ensino e lhe demos mais versículos

bíblicos para memorizar.

Após a primeira sessão, o seu impulso

sexual obsessivo foi quebrado e ela abandonou

o seu estilo de vida imoral.

Contudo, ela ainda não tinha nenhuma

afeição natural e bíblica com relação ao seu

marido. “A mulher disse Deus: ...o teu desejo

será para o teu marido...” (Gn 3:16).

Após ter sido ministrada pela segunda

vez, os silvos e as contorções continuaram,

mas não tão graves como da primeira vez, e

mais escravidões demoníacas foram quebradas.

Ela voltou para casa, da segunda sessão,

com liberdade para amar e viver com o

seu marido de uma maneira normal, completamente

curada. Foram necessárias duas

sessões, mas a sua liberdade foi completa.

Se três sessões não libertarem a pessoa por

completo, ou o desejo dele de liberdade não

é forte, ou vocês estão necessitando autoridade

espiritual e fé.

Nestes casos, façam com que a pessoa e

a equipe de libertação se comprometam a

sete dias de jejum e oração, e aí então tentem

novamente.

Peçam que o Senhor lhes mostre qual é o

obstáculo. Quando Ele o fizer, peçam uma

palavra de sabedoria com relação ao que é

necessário para se remover o obstáculo. Aí

então façam o que o Espírito disser.

D. A LIBERTAÇÃO NÃO É...

1. Provocar Vômitos

A libertação não é dar à pessoa café, chá,

ou água para beber a fim de que ela possa

vomitar o Demônio!

2. Dar Banhos

A libertação não é banhar a pessoa em

água bem gelada a fim de que o espírito imundo

tenha que sair dela!

3. Açoitar ou Bater

A libertação não é amarrar uma pessoa a

uma árvore e surrá-la com uma vara ou chicote

para expulsar o espírito maligno.

4. Retaliar

Não agrida nem ataque a pessoa se ela

ficar violenta com você. Lembre-se de que

não é ela na realidade, e sim o Demônio

nela. Permita que outros ajudem a refreá-la.

5. Tortura Verbal

A libertação não é dizer ao Demônio:

“Eu te torturo ou te atormento com o sangue

de Jesus Cristo!”

Estas cinco práticas podem parecer estranhas

e cômicas para você, mas muitas

destas práticas não-bíblicas de libertação

acontecem ao redor do mundo. Estas coisas

podem causar mais mal do que bem e trazer

descrédito ao nome de Jesus.

E. ANIME-SE

Quando você se envolve na guerra espiritual

e na libertação, Deus diz: “Sê forte e

corajoso, porque levarás este povo a herdar

a terra que jurei aos seus pais que lhes

daria” (Js 1:6).

E que a sua resposta seja: “Tudo quanto

nos ordenaste faremos, e aonde quer que

nos enviares iremos” (Js 1:16).

1. Cristo Ganhou a Vitória

A nossa salvação, a nossa libertação, e a

nossa redenção de todas as obras de Satanás

foram realizadas para nós por Cristo.

Quando Ele proferiu as palavras “está

consumado, “foi como hastear a bandeira

de vencedor sobre uma terra liberada, onde

a batalha havia sido travada, e onde o inimigo

havia sido conquistado e forçado a render-

se.

Cristo, o “capitão da nossa salvação e

autor e consumador da nossa fé” (Hb 2:10;

EXPULSAI OS DEMÔNIOS SEÇÃO D9 / 729

12:2), veio a este mundo e derrotou o nosso

inimigo, Satanás.

Jesus o despojou da sua autoridade, levou

embora as nossas dores e as nossas

derrotas, e ressuscitou da sepultura, triunfante

sobre o diabo. Ele declarou as palavras

triunfantes: “Está consumado!”

Cristo, o Capitão da nossa salvação, travou

a nossa batalha por nós e nos libertou

do poder e do domínio do inimigo.

2. Os Demônios Não Têm

Nenhum Direito Legal

Por que, então, tantas pessoas ainda são

oprimidas pelos espíritos de enfermidades

e doenças?

Porque, muito embora a nossa propriedade

tenha sido liberada do inimigo, e muito

embora o poder de Satanás sobre a nossa

vida tenha sido tirado dele, ainda permanece

um exército de demônios que continuam

a resistir à nossa liberdade e a indignar-se

com a nossa vitória.

Os espíritos demoníacos não possuem

nenhum direito legal para continuarem oprimindo

e atormentando os crentes com doenças

e enfermidades. Mas os demônios estão

cientes de que a maioria das pessoas não sabem

que Satanás se rendeu e foi derrotado.

Até mesmo a maioria dos cristãos não

sabe que as forças de Satanás absolutamente

não têm nenhum direito sobre eles. Assim

sendo, os demônios continuam a sua

oposição ilegal à herança dos crentes em

Cristo, e derrotam a muitos.

Contanto que as pessoas não saibam

sobre a derrota legal de Satanás, ele pode

operar desobstruidamente. A nossa tarefa,

no entanto, é ler e crer no registro da total

derrota de Satanás e compartilhar estas boasnovas

com os outros.

“Visto que somos carne e sangue, Jesus

também tomou sobre Si Mesmo carne e

sangue, para que através da morte, Ele

pudesse destruir [incapacitar] aquele que

tinha o poder da morte, isto é, o diabo”

(Hb 2:14).

Isto nos diz que o diabo foi despojado

de todo o seu poder.

Podemos resistir ao diabo, firmes na fé,

e ele fugirá de nós (Tg 4:7; 1 Pe 5:9).

3. Os Demônios Serão Julgados

“Não sabeis vós que nós [os salvos] haveremos

de julgar os anjos?” (1 Co 6:3).

A Palavra de Deus diz: “Haveremos de

julgar os anjos. “ Satanás e os seus anjos já

foram julgados e a condenação deles já foi

declarada.

Alguns anjos caídos já estão acorrentados

nas trevas, aguardando a execução do julgamento

(Jd 6).

Outros, inclusive Satanás, obtiveram a

permissão de continuarem a sua obra maligna

de acusar os irmãos, golpear os santos, e

de fazer oposição à vontade de Deus (Jó

1:6-11).

a. Por Cristo e a Sua Noiva. O ato

final do Senhor, a execução do julgamento

sobre Satanás e os seus demônios, será compartilhado

pela Sua noiva, a Igreja. Participaremos

da execução da condenação que já

foi declarada sobre o diabo e os seus anjos

(Mt 25:41).

Judas 6 nos diz que a execução da sentença

será judicialmente feita no “julgamento

daquele grande dia”. O “grande dia” é “o

dia do Senhor” (Is 2:12-22).

1) No Dia em que a Paz e a Retidão

Forem Instituídas. Será um dia de instituição

da paz e da retidão. “Aí então o Rei

dirá aos que estão à Sua destra: Vinde, benditos

do Meu Pai, herdai o Reino preparado

para vós desde a fundação do mundo”

(Mt 25:31-40).

2) No Dia do Juízo. Será também o

dia de Juízo. “Então Ele também dirá aos

que estiverem à Sua mão esquerda: Apartai-

vos de Mim, malditos, para o fogo eterno,

preparado para o diabo e os seus anjos”

(Mt 25:41-46).

Este é o início do “julgamento daquele

grande dia”.

O fim não virá até que o mundo tenha

730 / SEÇÃOD9 D9.4– Dirigindo a Sessão de Libertação

desfrutado de um governo de retidão por

mil anos. Simão Pedro nos diz “que com o

Senhor um dia é como mil anos, e mil anos

como um dia” (2 Pe 3:8).

3) Após o Milênio. Por mil anos, Satanás

será amarrado e lançado no abismo.

Quando os mil anos tiverem terminado, ele

será solto e sairá para enganar incontáveis

milhares de pessoas que nasceram durante

o reinado milenar (de mil anos) de Jesus

Cristo, mas que nunca nasceram de novo

(Ap 20:1-3,7-9).

4) Antes do Julgamento do Grande

Trono Branco. O julgamento dos anjos caídos

precederá o julgamento do Grande Trono

Branco dos mortos ímpios, após os mil

anos (Ap 20:10). Portanto, está em harmonia

com as Escrituras a conclusão de que

Satanás e todos os anjos malignos serão julgados

por Cristo e pelos crentes no final do

reinado de mil anos, pouco antes do julgamento

do Grande Trono Branco.

Lembre-se que Jesus disse que o inferno

foi “preparado para o diabo e seus anjos”

(Ml 25:41).

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e

pregai as boas novas a toda a criatura... E

estes sinais acompanharão os que crêem:

em Meu Nome expulsarão os demônios”

(Mc 16:15,17).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

USE ARMAS ESPIRITUAIS SEÇÃO D10 / 731

SEÇÃO D10

USE ARMAS ESPIRITUAIS

Ralph Mahoney

Os portões do Inferno não podem deter e

nem deterão a Igreja dos que crêem que estão

unidos (que são um) com Cristo. Jesus disse:

“O Espírito do Senhor está sobre Mim,

porque Ele Me ungiu para pregar o Evangelho

aos pobres; Ele Me enviou para curar

os quebrantados de coração, para pregar a

libertação aos cativos, e a recuperação da

vista aos cegos, a colocar em liberdade os

que estão feridos [oprimidos, arruinados,

despojados ou arrasados]” (Lc 4:18,19).

Este estudo é dedicado aos que desejam

associar-se com Jesus no ataque aos portões

do Inferno.

A. O NOSSO ADVERSÁRIO

Pedro nos admoestou a “sermos sóbrios,

vigilantes, porque o nosso adversário,

o diabo, como um leão que ruge,

anda em derredor, buscando a quem possa

devorar” (1 Pe 5:8).

1. É um Impostor

Pedro não teve a intenção de fazer com

que ficássemos com medo do diabo. A palavra

chave é como. Satanás somente anda em

derredor como um leão. Ele não é um leão.

Jesus é o Leão da Tribo de Judá (Ap 5:5).

Satanás é apenas um imitador e impostor –

rugindo como um leão na tentativa de aterrorizar

e intimidar.

2. Nada Pode Contra Cristo

A sua guerra contra nós é puramente psicológica.

Ele foi, na verdade, despojado de

todo o seu poder através da vitória de Cristo

sobre ele no Calvário, e ele não pode nos

fazer nenhum mal de fato (Veja Hebreus

2:14 e Lucas 10:18,19).

Capítulo 1

A Igreja Vitoriosa

Introdução

“... Sobre esta rocha edificarei a Minha

Igreja; e os portões do inferno não prevalecerão

contra ela” (Mt 16:18). O que significa

que “os portões do inferno não prevalecerão

contra” a Igreja de Cristo?

Eu costumava imaginar erroneamente o

conflito entre a Igreja e Satanás como um jogo

de gato e rato. Satanás era o gato e a Igreja era

o rato. Satanás era grande, e poderoso e a Igreja

era pequena e fraca, sempre na defensiva.

Mas não é isto o que significa o versículo

sobre os portões do Inferno. Muito pelo

contrário! Este quadro, ao contrário, é o de

uma Igreja vitoriosa cercando o Inferno e

derribando os seus portões para libertar os

seus prisioneiros.

Os portões são usados para defesa. Os

“portões do inferno” são usados para a

defesa do Inferno. Jesus prometeu que Ele

teria uma Igreja tão corajosa e repleta de

poder que ela atacaria as manifestações do

Inferno onde quer que as encontrasse. A Sua

Igreja cumpriria esta gloriosa profecia messiânica

de Davi:

“Quando o SENHOR edificar a Sião [a

Igreja], Ele aparecerá em Sua glória. Ele

atenderá a oração dos desamparados e não

desprezará as suas orações.

“Isto será escrito para a geração vindoura

[a Era da Igreja]... Pois o Senhor olhou

desde... o céu... para contemplar a terra;

“Para ouvir o gemido dos presos [pelo

Inferno]; para soltar os que estão condenados

à morte “ (Sl 102:16-20).

732 / SEÇÃOD10 D10.1– A Igreja Vitoriosa

3. Deve Ser Resistido

“Contudo, Miguel, um dos anjos mais

poderosos, quando contendia com Satanás

a respeito do corpo de Moisés, não ousou

acusar nem mesmo a Satanás, nem zombar

dele, mas simplesmente disse: O Senhor

te repreenda” (Jd 9).

Semelhantemente a Miguel, o poderoso

anjo, nós também respeitamos o lugar de

Satanás no plano de Deus. No entanto, somos

claramente instruídos a resisti-lo.

Durante anos, sempre que eu me deparava

com um endemoninhado eu ficava

atemorizado. Afinal de contas, geralmente é

um caso espalhafatoso, com pessoas espumando

pela boca e gritando – que não é o

tipo de coisa que nos deixa à vontade.

Todo este barulho, no entanto, é na verdade

somente uma das armas psicológicas

de guerra do diabo. O propósito de todo

este barulho é distraí-lo do fato de que não

há nenhum perigo verdadeiro – se você for

um filho de Deus.

O diabo e os demônios sabem que eles

não têm nenhum poder. É por isto que os

demônios gritam tão alto. Tudo, no entanto,

que temos de fazer é resisti-lo. “Sujeitaivos

pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá

de vós” (Tg 4:7). Lembrem-se de primeiramente

se submeterem a Deus, e aí então

de resistirem ao diabo.

4. Não Deve Ser Temido

Os líderes de igreja deveriam ter medo

de feiticeiros, macumbeiros, bruxos e de outros

praticantes diabólicos? Números 23:23

diz: “Certamente não há nenhum encantamento

contra Jacó; certamente não há nenhuma

adivinhação contra Israel.”

Não me importa que tipo de fetiche ou

maldição o feiticeiro vai lançar sobre você –

não funcionará! Talvez funcione contra os

incrédulos, mas você é um filho de Deus

através da fé em Cristo, e você é abençoado

e protegido.

Números 23:23 se aplica a você. A Bíblia

diz: “Eis que o Meu povo se levantará

como um grande leão...” (Nm 23:24). Nós,

que somos seguidores de Cristo, assumimos

a natureza d’Aquele que é o Leão da

Tribo de Judá. Levantamo-nos como um

leão e resistimos ao diabo. Quando fazemos

isto, a Bíblia diz que “...os demônios...

tremem” (Tg 2:19).

Outras pessoas podem ficar doentes, sofrer

infortúnios, ou até mesmo morrer, como

resultado de uma maldição, mas não você.

Sendo um dos filhos de Deus, você se levanta

como um leão, reage, e ruge aos demônios

se eles tentarem incomodá-lo.

É por isto que me incomoda ver o povo

de Deus tremer quando um Demônio se manifesta,

Os cristãos nunca deveriam tremer

– são os demônios que tremem. Eu costumava

ficar com medo até que aprendi esta

verdade. Desde então, no entanto, nunca

fiquei aterrorizado nem intimidado diante

de demônios.

5. Deveria Ser Perseguido

e Atacado

Quando ouço pessoas pedirem oração

porque o diabo está perseguindo-as, fico

com vontade de dizer: “Esperem um minuto!

O diabo não deveria estar perseguindo

vocês – vocês é que deveriam estar perseguindo

o diabo!”

“Bem”, dirá você, “tudo isto é muito

bom. A Igreja deveria ser triunfante, sempre

na ofensiva. Mas, na verdade, ela não é.

Qual a maneira exata então pela qual deveríamos

fazer com que tudo isto aconteça? Isto

parece uma tarefa grandiosa.”

É de fato uma tarefa grandiosa, mas, pela

fé em Cristo, todas as coisas são possíveis

(Mc 9:23).

B. AS NOSSAS ARMAS

1. São Eficientes

Há alguns anos atrás encontrei uma criança

endemoninhada numa igreja. Os demônios

fizeram um escândalo tão grande que achei

USE ARMAS ESPIRITUAIS SEÇÃO D10 / 733

que metade da congregação iria dar um pulo e

correr para fora. Eles não estavam convencidos

de que as suas armas espirituais eram

eficientes contra Satanás.

O primeiro passo, então, é convencermonos

disto. Em certa ocasião, eu fiquei durante

duas semanas confessando a Deus o

seguinte todas as manhãs: “As armas da

minha guerra são eficientes através de Deus

para a destruição de fortalezas. “ Eu estava

absorvendo a verdade de 2 Coríntios

10:3,4.

2. São Poderosas

As minhas armas não são poderosas por

si próprias, mas sim através de Deus. Se,

por exemplo, eu chegar bem perto de um

microfone e sussurrar, a minha voz se propagará

através do amplificador e sairá bem

alta.

Semelhantemente, as minhas armas, ainda

que frágeis e fracas por si próprias, passam,

através de Deus e tornam-se poderosas

o suficiente para destruírem fortalezas.

Através de Deus, elas são amplificadas,

fortalecidas, e se tornam poderosas, para

destruírem fortalezas demoníacas.

3. Podem Libertar os Cativos

Os prisioneiros que buscamos libertar precisam

ter uma mudança de mentalidade. Você

sabe o que a palavra arrependimento (no

grego = metanoia) significa? Significa uma

mudança de mentalidade; uma inversão de

posição. A maioria de nós conhece pessoas

cujas mentes estão em oposição a Deus. Para

serem libertas, precisam mudar as suas mentalidades.

Mas como? As armas da nossa

guerra podem fazer isto – através de Deus.

C. A NOSSA GUERRA

Muitas vezes, penso eu, suplicamos erroneamente

a Deus para que Ele salve as

almas de nossos entes queridos que estão

perdidos – quando de fato Ele já fez tudo o

que precisava fazer para que essas pessoas

fossem salvas.

1. A Batalha Designada

Deus nos incumbiu do ministério da reconciliação

e da palavra da reconciliação

(2 Co 5:18,19). Deus quer que nós, os membros

do Seu Corpo, a Igreja, reconciliemos

os homens com Ele.

2. A Batalha Definida

Não estou querendo dizer que agimos

independentemente de Deus. Quando, no

entanto, nos movemos no Espírito, aprendemos

a fazer um uso apropriado das armas

da nossa guerra.

a. Exemplo N.° 1. Eu tinha alguns colaboradores

que haviam orado durante oito

anos para que “Deus salvasse” uma amiga

que não era salva. Eles tinham as suas dúvidas

sobre esta idéia. Eles não tinham certeza

se suas armas espirituais poderiam ser

usadas para lutar por ela e levá-la ao arrependimento.

Juntos, porém, decidimos tentar

usar os princípios de guerra delineados

abaixo, para vermos se funcionariam.

1) A Batalha. Ao invés de orarmos

para que Deus a convertesse, falamos as

seguintes palavras com fé: “Nosso Pai Celestial,

em Nome de Jesus, movemo-nos

como guerreiros na batalha contra toda barreira

de deterioração pecaminosa e corrupção

naquela mente. Pelo fato de estas formas

de pensamento pecaminosas se exaltarem

contra o conhecimento de Deus atacamos

estas barreiras e as destruímos. Fazemos

isto para que a mente dela seja liberta

para obedecer a Cristo. Fazemos isto pela

autoridade da Palavra de Deus.”

2) A Vitória. Durante cerca de três semanas,

travamos este tipo de guerra espiritual

em nome da mulher por quem nos empenhamos

nesta luta de fé. No final deste

período ela dobrou os seus joelhos em arrependimento,

voltou para Deus, e foi gloriosamente

salva e liberta do alcoolismo.

b. Exemplo N.° 2. Numa outra ocasião,

conheci uma mulher cuja irmã era alcoólatra

e viciada em drogas. Esta mulher havia ora734

/ SEÇÃOD10 D10.1– A Igreja Vitoriosa

do por sua irmã durante três anos e meio:

“Senhor, salva a minha irmã!”

Antes disto, a irmã dela havia conhecido

a Deus, mas, como resultado de um acidente

automobilístico, ela havia se tornado viciada

em analgésicos, narcóticos e álcool.

Agora, o seu marido estava a ponto de divorciar-

se dela. Esta sua irmã tinha três filhos

pequenos. O desastre ameaçaria a família

se ela não fosse liberta dos portões do

Inferno.

1) A Estratégia. Enquanto esta mulher

derramava diante de mim todas estas informações,

ela também chorava. Era evidente

que ela amava muito a sua irmã e queria

desesperadamente que ela fosse liberta. Assim

sendo, eu disse: “Pare de orar por ela!

Ao invés, comece a guerrear em nome dela.

Use as armas que Deus lhe deu – o ministério

e a palavra da reconciliação. O diabo não

tem nenhuma autoridade para impedi-la.”

“Todos os dias”, continuei, “contra-ataque

os poderes das trevas que se agarraram

à mente da sua irmã. Rechace-os com a autoridade

de Cristo um dia de cada vez. Talvez

sejam necessários vários dias, mas persevere

nisto, usando as suas armas.”

Aí então acrescentei mais um ponto:

“Uma vez que você tenha capturado este

terreno do inimigo na mente da sua irmã, aí

então ocupe-o por uma declaração de fé,

dizendo ao inimigo que ele não pode voltar.

Jesus nos disse para ‘ocuparmos até que

Ele venha’ (Lc 19:13). Isto impedirá uma

reentrada das forças inimigas.”

2) A Vitória. Juntos, naquela noite,

aquela mulher e eu começamos a exercer autoridade

contra a influência de Satanás sobre

a mente de sua irmã. Falamos palavras

de fé contra toda barreira de deterioração

pecaminosa e corrupção. Em Nome de Jesus,

derribamos as obras de Satanás nos pensamentos

dela, os pensamentos que Satanás

havia construído em sua mente com

suas barreiras de deterioração pecaminosa e

corrupção.

Encontrei-me com aquela mulher somente

três semanas mais tarde. O seu rosto estava

brilhando. Ela veio falar comigo e me

perguntou: “Você sabe o que acabou de acontecer

com a minha irmã?”

“Posso adivinhar”, retruquei.

“Depois que comecei a travar uma guerra

espiritual pela minha irmã, ela começou a

mudar. Dentro de duas semanas ela já havia

vindo a Cristo num total arrependimento e

encontrado uma completa libertação das

drogas e do álcool. Ela se reconciliou com o

seu marido e com a igreja, e foi batizada no

Espírito Santo!”

3. Nós Precisamos Lutar

Deus nos dá certas coisas para nós fazermos.

Ele nunca deixa de fazer a Sua parte.

Somos nós que temos de ser cuidadosos

para nos lembrarmos da nossa parte. Precisamos

olhar para a Cruz e ver a derrota de

Satanás. Aí então precisamos sair com base

nisto para guerrearmos de acordo com as

direções do Senhor.

A nossa tarefa não é orarmos para que

Deus salve as pessoas com as quais estamos

preocupados. Jesus já derramou o Seu

sangue para salvá-las. Agora, Ele nos deu a

palavra e o ministério da reconciliação.

Assim sendo, precisamos usar as nossas

armas para salvarmos os perdidos. Vamos

sair e executar a obra!

a. Uma Outra Batalha. Um amigo da

Argentina, América do Sul, contou a história

de uma jovem de um Instituto Bíblico.

Ela havia sido maravilhosamente salva e gloriosamente

batizada com o Espírito Santo.

Depois disto, no entanto, ela foi tremendamente

desiludida num romance e ficou amargurada

com isto. Ela se apartou de Deus e

de todas as demais pessoas. Eventualmente,

a sua rebeldia e ira começaram a afetar

toda a escola.

1) A Luta. Finalmente, numa noite, o

deão dos alunos foi falar com o fundador da

Escola Bíblica. “Irmão”, disse ele, “vamos

ter que expulsar esta jovem. Ela causa muitos

problemas.”

USE ARMAS ESPIRITUAIS SEÇÃO D10 / 735

“Uma pergunta primeiro”, replicou o

fundador. “Deus enviou esta moça aqui?”

“Sim, creio que sim.”

“Bom, então, não pretendo entregá-la às

garras do diabo. Quando o rebanho de Davi

foi ameaçado por um leão ou um urso, ele

matou o leão e o urso, rasgando as suas

bocas, e defendeu as suas ovelhas do mal.

Ele foi valente porque confiou em Deus.

“Vamos fazer a mesma coisa por esta

moça”, continuou o fundador, “e a veremos

alcançando a sua libertação no culto da noite

– daqui a três horas aproximadamente, a

partir de agora. Agora, com licença, por favor.

Tenho que orar.”

Com isto, o fundador retirou-se para o

seu gabinete de oração. Lá, durante as três

horas seguintes, ele falou contra as forças

das trevas que haviam se agarrado àquela

moça. Ele ordenou que as barreiras da rebeldia

se desmoronassem. Ele ordenou que todas

as forças espirituais fossem quebradas.

Ele as expulsou com palavras de ordem e

autoridade, faladas em Nome de Jesus. Ele

ordenou que os pensamentos dela fossem

levados à obediência a Cristo.

2) A Vitória. Naquela noite, algo notável

aconteceu no culto. A jovem para quem

o fundador havia guerreado estava sentada

lá, tão tristonha como sempre. Ela era uma

moça com tamanho e força consideráveis.

Não muito longe dela, no entanto, encontrava-

se uma mocinha de estatura pequena,

que começou a ser movida pelo Espírito.

Esta mocinha começou a regozijarse

e a dançar diante do Senhor. Logo ela

começou a dançar em direção àquela grande

e tristonha jovem, e, puxando-a, fez com

que se levantasse da sua cadeira.

Isto foi duplamente notável porque a

moça revoltada era grande e robusta, pesando

talvez setenta e cinco quilos, ao passo

que a jovem feliz era bem leve e delicada.

A jovem grande, revoltada e tristonha

lutou, tentando fugir, mas a mocinha conseguiu

dar uma chave de braço em sua cabeça

e começou a fazer com que ela dançasse em

círculos. Em poucos momentos, a jovem

desviada caiu numa pilha de coisas sobre o

chão, com convulsões de choro e lágrimas

de arrependimento.

O Espírito Santo havia derribado os seus

pensamentos rebeldes, transformado a sua

mente e começado a curar a mágoa que havia

causado esta situação. A fé do fundador

e a sua disposição de exercitá-la através de

um combate haviam produzido uma gloriosa

vitória para a Igreja de Cristo. De fato, os

portões do Inferno não haviam conseguido

prevalecer contra as armas espirituais de

um guerreiro espiritual.

b. Não Estamos Desamparados. Nenhum

ministério supera o da oração intercessória.

Na verdade, eu não quero que as

pessoas parem de orar. Ao contrário, gostaria

que reenfocássemos o nosso pensamento

a fim de que possamos compreender que

Deus nos deu armas para empregarmos

numa batalha.

Não temos ficar só olhando desamparadamente,

quando os nossos amigos e entes

queridos são ameaçados ou levados cativos

pelo inimigo. Não! Estamos equipados para

derribarmos os portões do Inferno e libertálos.

Judas nos diz para “salvarmos alguns,

arrebatando-os das chamas do próprio inferno...”

(Jd 23).

A minha tarefa e a sua tarefa é fazermos

a salvação e o arrebatamento das vidas. Cristo

derramou o Seu sangue para salvar os

pecadores. Ele intercede por nós incessantemente.

A nossa parte é empunharmos as

nossas armas e sairmos contra os poderes

das trevas e afugentá-los da terra.

c. As Nossas Armas Funcionarão. Cristo

nos comprou com o Seu Próprio sangue

– pertencemos a Ele, e, assim também, da

mesma forma, todos os homens. João disse

que o sangue de Jesus “...é a expiação [pagamento

total] pelos nossos pecados, e não

somente pelos nossos, mas também pelos

pecados de todo o mundo” (1 Jo 2:2).

Nenhuma pessoa está isenta da obra de

736 / SEÇÃOD10 D10.1– A Igreja Vitoriosa

salvação de Cristo. O que falta é o nosso

trabalho com Deus – combatermos o bom

combate que quebra o domínio de Satanás

sobre os homens e mulheres perdidos e faz

com que entrem no salão de banquetes.

Você crê que as armas com as quais Deus

o equipou são eficazes? Você crê que o nosso

mero falar a palavra da reconciliação pela

fé, numa total dependência do Espírito Santo,

derribará as barreiras da corrupção e da

deterioração? As suas armas de guerra derribarão

as fortalezas pecaminosas nas mentes

e destruirão estas coisas que se exaltam

contra Deus? Você crê que as suas armas

podem e levarão as mentes – mentes rebeldes

– a obedecerem a Cristo? Elas o farão!

Eu o desafio a fazer um teste com isto.

Certamente existem as pessoas que você

ama e que quer ver salvas.

Pare de orar para que Deus as salve e

comece, em Nome de Jesus a exercer autoridade

e a falar com fé contra a influência que

Satanás tem em suas mentes. Esta é a única

maneira pela qual você se convencerá de

que o que estou dizendo é verdadeiro.

Vamos desafiar os portões do Inferno.

Vamos derribá-los a fim de podermos libertar

os cativos, para que possam servir a

Cristo e conhecer a verdadeira liberdade.

4. Uma Oração de Guerra

Aproprie-se da seguinte oração: “Senhor,

em Nome de Jesus, ataco as fortalezas

que Satanás construiu na mente de [use

o nome da pessoa]. Destruo estas fortalezas

e toda altivez nesta mente que se exalta

contra o conhecimento de Deus. Liberto esta

mente à obediência a Cristo, para que ela

seja reconciliada com Deus. Amém!”

Agora tente isto por um mês e veja o que

acontece. Estou convencido de que você

avançará de fé em fé e de vitória em vitória.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

CONFIE EM DEUS PARA PROVER O DINHEIRO SEÇÃO D11 / 737

SEÇÃO D11

CONFIE EM DEUS PARA PROVER O DINHEIRO

Ralph Mahoney

o quanto este chamado e esta consagração

seriam testados, provados e refinados, antes

que eu pusesse os meus pés num campo

missionário no exterior muitos anos mais

tarde.

2. Vocação Testada

“Até ao tempo em que chegou a Sua palavra,

a palavra do Senhor o provou” (Sl

105:19). Quando temos uma revelação clara

da vontade de Deus para nossa vida, então

o teste (a provação) desta revelação começa.

Foi assim com José, foi assim comigo!

a. Rejeição. Logo ao sair da escola secundária,

matriculei-me numa escola de treinamento

missionário. Sentindo que eu estaria

no campo missionário antes do meu vigésimo

aniversário, prossegui no curso de

treinamento com diligência. No auge do ano,

o administrador da escola me apresentou a

seguinte proposta: “Ralph!”, disse ele,

“você precisa me prometer que você não

vai ensinar ou pregar sobre o Batismo do

Espírito Santo.” Foi como um raio me atingindo

na cabeça! Aquela era uma escola bíblica

interdenominacional. Como podiam se

negar a me dar a aprovação com estas condições?

Era impossível concordar com isto;

então, o meu relacionamento com esta agência

missionária foi terminado. “Senhor, pensei

que Tu tivesses me chamado para que

eu fosse um evangelista no estrangeiro”, disse

eu em oração, “por que então estas dificuldades

e esta rejeição?” (Nenhuma resposta!)

b. Caminhando Pela Fé. Com uma denominação

pentecostal, um novo aspecto

do ministério começou. Nas matas de pi-

Capítulo 1

O Senhor é o Nosso Provedor

Não nos esquivemos deste assunto! É

necessário dinheiro para viajarmos a nações

estrangeiras para ministrarmos – muito dinheiro!

De onde ele vem? “Como podemos

cumprir esta tarefa, Irmão Mahoney?” Esta

pergunta tem sido feita a mim, mais do que

a qualquer outro, ao viajar ao redor dos Estados

Unidos. Vou dar-lhes uma resposta

franca.

A. CHAMADO POR DEUS

Na primavera de 1949, logo depois que

fui salvo, o Senhor lidou comigo num período

de vários meses com relação à entrega da

minha vida para o ministério no exterior. Os

planos para a minha vida anos antes, já haviam

sido feitos na minha própria mente, e

não era fácil mudá-los. Mas Deus tem Suas

maneiras de conseguir o que quer! Como o

antigo cântico diz: “Ele não força você a ir –

Ele apenas faz com que você queira ir!”

1. A Aliança Feita

Quando finalmente entreguei a minha

vida ao Seu chamado, foi com esta declaração

e condição: “Senhor! Irei ao Pólo Norte

e pregarei aos esquimós; irei ao Pólo Sul e

pregarei aos pingüins, se Tu quiseres; mas

uma coisa não farei: não vou sair por aí pedindo

e implorando dinheiro para ir ao campo

missionário. Se Tu quiseres que eu vá,

Tu terás que providenciar o dinheiro.” Com

isto, a minha consagração e o meu chamado

foram selados.

Pouco sabia aquele meu coração neófito

738 / SEÇÃOD11 D11.1– O Senhor é o Nosso Provedor

nheiros da região norte do Estado de Louisiana,

numa comunidade que não tinha nenhuma

testemunha do Evangelho Pleno,

minha esposa e eu armamos uma tenda. Jovens,

entusiásticos, cheios de zelo, mas, ó,

tão ignorantes dos caminhos de Deus – assim

começamos as reuniões. Como resultado

da campanha de duas semanas, algumas

almas foram salvas e o núcleo para uma igreja

teve o seu início. O primeiro inverno chuvoso

foi passado numa tenda. Ao mesmo

tempo, uma casinha de madeira coberta com

papel alcatroado era usada como nossa residência.

Chovia quase tanto dentro da casa

quanto fora dela. Não podíamos juntar potes

e panelas suficientes para darem conta

de todas as goteiras e vazamentos causados

pelas chuvas torrenciais sobre o nosso teto

esburacado. Contudo, a chuva tinha um propósito

útil. Eu não tinha que ir, tão freqüentemente,

buscar água, com nosso barril portátil,

a um quilômetro de distância de um

vizinho generoso que nos fornecia esta água.

Desde o início do nosso ministério, minha

esposa e eu começamos a aprender o

caminhar pela fé. Num mês de nossa permanência

nesta comunidade, a nossa renda

bruta foi 8,53 dólares. Contudo, a nossa

média semanal era 10 ou 12 dólares. Surpreendentemente,

pudemos devolver uma

maior porcentagem da nossa renda à obra

do Senhor do que em qualquer outra época

de nossa vida. Estávamos aprendendo que

“os que colheram pouco não tiveram falta

de nada” (Êx 16:18).

A fim de obtermos o material para a construção

da nossa igreja, desmatamos a área

onde a igreja iria ser construída e transportamos

as árvores para a serraria a fim de

serrarmos os troncos. Um membro da igreja

encontrou alguns troncos afundados, os

quais haviam sido abandonados por lenhadores

anos antes, num rio das redondezas.

Antigamente, perto da virada do século, os

troncos que não flutuavam rio abaixo, para

as serrarias, eram considerados inúteis e

eram tirados do grupo de troncos flutuantes.

Sempre achei que o Senhor sabia que

precisaríamos deles cinqüenta anos mais

tarde; assim sendo, Ele os armazenou no

fundo daquele rio para nós. Mergulhando a

uma profundidade de dois a três metros, eu

fixava os ganchos de ferro nas toras e as

suspendia com um guindaste para fora do

fundo lodoso do rio. Amarradas ao lado do

nosso pequeno barco e levadas a uma plataforma

eram, em seguida, transportadas de

caminhão para a serraria onde eram cortadas,

tratadas e serradas ao meio. Ficávamos

com as metades cheias de nós e a serraria

ficava com as metades boas. Apesar do tratamento

perverso do dono da serraria, conseguimos

construir a igreja.

Certamente agora, pensamos, o Senhor

abrirá as portas e nos enviará a algum campo

missionário estrangeiro. Outros, da mesma

região, estavam sendo aceitos pelo conselho

denominacional e, através de viagens

freqüentes, estavam levantando os fundos

necessários para o seu sustento. Por que eu

não podia fazer o mesmo?

c. Um Prisioneiro de Jesus. Ah! A aliança

feita com o Senhor estava me confinando

e restringindo. Da mesma forma que José,

eu estava com grilhões numa prisão de onde

não havia fuga (Sl 105:18)! Outros podiam

levantar os fundos para o seu sustento e ir

ao campo missionário estrangeiro, mas não

este prisioneiro de Jesus.

As horas se estenderam para dias; os dias

e as longas noites acordado (quando as visões

de campos missionários estrangeiros enchiam

a minha mente) prolongaram-se pesadamente

para meses. Os meses se tornaram

em estações do ano, e as estações dilataramse

para anos – anos de portas fechadas! Anos

de confinamento! Anos de frustrações, tormentos

e de um temor de que eu havia, de

alguma forma, saído da vontade de Deus.

Onde? O quê? Por quê? Estas perguntas se

levantavam e atormentavam a minha mente

perturbada e lançavam sombras de dúvidas

em minha alma, a qual ansiava por estender a

foice e fazer a colheita.

CONFIE EM DEUS PARA PROVER O DINHEIRO SEÇÃO D11 / 739

Eu lia a história de José vez após vez,

e, a cada vez, meus olhos se enchiam de

lágrimas e um clamor subia ao Pai: “Senhor,

é isto o que está acontecendo comigo?

Estou sendo preparado para um dia,

hora e ano nos propósitos divinos? Ou,

Senhor, será que eu perdi a chance que Me

deste? Será que de alguma forma eu errei o

caminho e me perdi e, agora, estou vagueando,

abandonado num imenso e árido deserto?”

d. Esperando por um Tempo. Dúvidas!

Perplexidades frustrantes, que me marcavam

a ferro e fogo, que me sondavam a

alma, que me partiam o coração, arrastavam-

se em ondas infindáveis sobre cada hora

em que ficava acordado. Mas, novamente,

dizia a Palavra de Deus. “Até ao tempo em

que chegou a Sua palavra; a palavra do

Senhor o provou” (Sl 105:19).

Agora eu vejo! Senhor, até o tempo...!

Há um tempo! Estou esperando por um

tempo! “Vindo a plenitude dos tempos. Deus

enviou...” (Gl 4:4). Com estes pensamentos,

o meu espírito elevava-se numa nova

esperança e fé. Mas, com o passar de mais

e mais anos, a minha alma ficava inquieta

novamente.

Como a areia que vagarosa e cansativamente

é peneirada através do orifício da

ampulheta, parecia que a minha própria vida

estava minguando sem qualquer propósito

ou realização. No profundo do meu ser, eu

estava ciente de que havia um chamado divino,

uma incumbência divina, e um propósito

divino que deveriam encontrar expressão

através deste vaso terreno. Mas, por

que aquela demora aparentemente infindável?

e. O Fim das Esperanças. E então

aconteceu! O que eu temia grandemente veio

sobre mim! Os colegas da minha denominação

pentecostal chamaram-me certo dia e

notificaram-me que, se eu não me demitisse

“voluntariamente”, eles me expulsariam!

Qual foi o meu crime? Eu havia patrocinado

e cooperado com o Irmão T.L.Osborn numa

campanha evangelística em toda a nossa cidade,

e ele não pertencia à minha denominação.

Isto era contra o regulamento.

No dia em que escrevi “voluntariamente”

a minha carta de demissão aos líderes da

organização, levantei-me, fiquei diante, do

Senhor e disse-Lhe: “Senhor! Este é o fim

de todas as minhas esperanças de que um

dia eu pudesse chegar a um campo missionário

estrangeiro!” Sem nenhuma denominação,

conselho missionário, comunidade,

ou amigos que pudessem me enviar, pensei

realmente que aquilo fosse o fim. Naquela

provação mais escura e difícil dos meus doze

anos de espera, eu nunca havia passado por

um desespero maior. Mal sabia eu que aquilo

era, então, o início. Jesus havia me levado

ao Seu lado e me revelado o Seu nome

Ômega (o fim).

3. Aliança Mantida

Contudo, não muito depois disto, Ele

retiraria também o véu escuro e Se revelaria

como sendo o Alfa (o início). Pois no fim de

todos os esforços humanos, Deus estava

para me mostrar o caminho mais elevado –

o caminho divino. Ele estava para me mostrar

que Ele é Aquele que cumpre as Suas

alianças, o El Shaddai (Aquele que é Todo-

Suficiente)! Aleluia!

a. A Provisão. Antes que seis meses se

passassem, um homem de negócios viajou

160 quilômetros de carro para me ver. Logo

após os cumprimentos, ele falou sem cerimônias:

“Ralph, ouvi dizer que você está

planejando ir para o campo missionário estrangeiro!”

Com incredulidade, repliquei:

“Será que eu estou mesmo? Ah... hum...

quero dizer: Sim, estou!” “Bem, você vai

precisar de dinheiro, não vai?” “Hum..; creio

que sim!” O meu coração começou a vibrar,

saltar, palpitar e pular – tudo ao mesmo

tempo. “Senhor, quer dizer que, depois de

todo este tempo, eu irei para o campo missionário

estrangeiro?”

Foi assim que tudo começou. Daquele

dia em diante o dinheiro especificamente

740 / SEÇÃOD11 D11.1– O Senhor é o Nosso Provedor

designado para o meu ministério pessoal no

exterior começou a chegar.

b. O Apoio no Campo. Sinceramente,

eu não poderia ter comprado uma só passagem

de ônibus que percorresse a nossa cidade

quando tudo começou; mas naquele

mesmo ano, eu estava na Nicarágua, América

Central, pregando a multidões de mais de

2000 pessoas durante as noites. Vimos centenas

delas responderem ao apelo do altar

para a salvação e milagres de curas que eu

quase não podia acreditar.

Antes de eu voltar para casa, os missionários

da mesma denominação que haviam

me pedido que eu me demitisse pediram

que eu fosse o preletor da noite no retiro

nacional deles na Nicarágua. Aceitei o convite

com muita satisfação.

c. Deus Quis Dizer que Era Para o

Bem. Uma vez mais voltaram as palavras

de José à minha mente: “Vós intentastes

mal contra mim, porém Deus o tornou em

bem, para fazer como se vê neste dia, para

salvar muitas pessoas” (Gn 50:20).

Não podia encontrar no meu coração nenhuma

mágoa e, sim, amor pelos meus irmãos

que me haviam rejeitado. Eles estavam misericordiosamente

cumprindo a vontade de

Deus para a minha vida, ainda que nenhum

de nós a compreendêssemos na ocasião.

Tateando como os cegos, fui dirigido no

caminho de acordo com a Sua promessa: “E

guiarei os cegos por um caminho que nunca

conheceram, fá-los-ei caminhar por veredas

que não conheceram; tornarei as trevas

em luz perante eles, e as cousas tortas

farei direitas... e nunca os desampararei”

(Is 42:16). Louvado seja Deus! Eu sei que

isto é verdadeiro.

J. Hudson Taylor, fundador da China

Inland Mission (Missão ao Interior da China),

definiu isto da seguinte maneira: “A obra

de Deus, realizada no tempo de Deus, à maneira

de Deus, nunca terá falta da provisão

de Deus.” Eu creio nisto! Você não crê?

d. Deus é Fidedigno. Ainda que estes

meus pés tenham pisado o solo de todos os

países latino-americanos, exceto cinco, e

ainda que tenham ido, representando Seus

formosos pés (Is 52:7), e percorrido o Oriente,

a maior parte dos Estados Unidos,

Canadá, África e das ilhas dos mares, eles

nunca deram um passo em direção a um

púlpito ou às fileiras das congregações para

pedirem ou receberem ofertas para o meu

ministério pessoal no estrangeiro ou para o

meu próprio sustento. E o que é glorioso

sobre a maioria dos queridos irmãos com os

quais trabalhamos agora no World MAP

(Plano de Assistência Missionária Mundial)

é que eles também não têm feito isto.

Portanto, na realidade, este não é somente

o meu testemunho; é o nosso testemunho

da fidelidade de Deus em trazer e satisfazer

as necessidades daqueles que Ele escolheu.

Se tivermos algo do que nos gabar, é

no Senhor! Toda a glória seja dada à Sua

fidelidade! Descobrimos que “os justos viverão

pela Sua fé!” (Hb 2:4). “Onde está

logo o nosso gabar? É excluído. Por qual

lei? Das obras? Não: mas pela lei da fé... a

fé do Filho de Deus...” (Rm 3:27; Gl 2:20).

Dia após dia, com plena confiança

n’Aquele que nos chamou, fazemos conhecidas

as nossas petições a Deus e Ele supre

abundantemente as nossas necessidades.

B. UM NOVO CHAMADO

Para que eu não deixe nenhuma impressão

errada, permita-me partilhar alguma

coisa mais que talvez possa ajudá-lo. Escrevi,

há 25 anos atrás, tudo o que precede

ao que você vai ler agora. Depois disso, o

Senhor me chamou para assumir uma responsabilidade

muito maior, do que viajar

sozinho pelo meu ministério pessoal.

Ele me chamou para prover os líderes de

igreja, de todas as denominações Cristãs,

nos países da Ásia, África e América Latina,

o que tenho feito fielmente desde 1969.

1. Uma Nova Aliança

Em 1992, treinamos mais de 75.000 líderes

de igreja, na nossa longa semana de

CONFIE EM DEUS PARA PROVER O DINHEIRO SEÇÃO D11 / 741

Seminário de Renovação Espiritual. Oferecemos

materiais de treinamento, para mais

de 500.000 líderes e regularmente suprimos

cerca de 80.000 deles, com treinamento por

correspondência.

Isto exige milhões de dólares. Quando

comecei este ministério de treinamento de

líderes de igreja, eu quis operar sobre as

mesmas bases com as quais eu havia operado

no meu ministério pessoal; viajar como

um missionário evangelista. O Senhor não

me deixou fazê-lo. Ele me disse: “Quero

que você deixe que outros membros do corpo

de Cristo dêem suporte ao que Eu quero

que você faça. Eu fiz uma aliança de provisão

com você para o seu ministério pessoal,

mas com este novo chamado para o Corpo

de Cristo total, será diferente.”

O Senhor, então, me mostrou a Sua maneira.

“Fala aos filhos de Israel, que me

tragam uma oferta alçada; de todo o homem

cujo coração se mover voluntariamente,

dele tomareis a minha oferta alçada”

(Êx 25:2).

2. Três Princípios

Quando o Senhor deu a Moisés uma grande

obra para ser feita, Ele deu três princípios

para serem observados.

a. Partilhar a Visão. “Fala aos filhos

de Israel...” Moisés teve que partilhar com

o povo, a visão que Deus lhe havia dado e

teve que deixar que outros soubessem o que

Deus queria fazer.

b. A Oferta é Para Deus. “Fala aos

filhos de Israel, que me tragam uma oferta...”

Está bem claro que a oferta NÃO era

para Moisés e sim para o Senhor; para as

suas obras e seus propósitos. É errado pedir

às pessoas que me tragam uma oferta se

esta for para os meus propósitos pessoais.

Mas se Deus tem uma obra que Ele quer

que seja feita e nos conta sobre ela, como

líderes é correto partilhá-la com as pessoas.

É correto conceder-lhes a oportunidade de

doarem dinheiro para ajudar no que Deus

quer que seja feito.

c. Oferecendo Voluntariamente.

“...de todo o homem cujo coração se mover

voluntariamente dele tomareis a minha

oferta alçada.”

Não deve haver coação, nem ameaças e

nem tampouco ser ensinado às pessoas que

elas “deveriam dar para conseguirem” alguma

coisa em troca. A oferta tem que ser feita

por livre e espontânea vontade das pessoas.

Deus só quer o dinheiro daqueles que

dão “voluntariamente, de todo o coração.”

“Cada um contribua segundo propôs

no seu coração; não com tristeza ou por

necessidade; porque Deus ama ao que dá

com alegria” (2 Co 9:7).

Vamos, então, praticar isto em nossa vida.

Nunca apele por dinheiro para razões

pessoais, mas esteja sempre disposto a dar

às pessoas, a oportunidade de ajudarem

em alguma coisa que Deus quer que seja

feita.

Quando as pessoas vêem os seus motivos

justos, os queridos santos escolhidos

por Ele responderão à Sua voz. Eles darão

suas ofertas para os vários ministérios e

obras que tenham a impressão do dedo de

Deus sobre eles.

Descobri que Ele é, sem dúvida, o El

Shaddai (Aquele que é Todo-Sufïciente).

Entregue-se a Ele também, caro amigo. Ele é

tudo o que você precisa!

742 / SEÇÃOD12 D12.1– As Sete Luzes

SEÇÃO D12

OBTENDO A ORIENTAÇÃO DIVINA

Ralph Mahoney

Quando você realmente começa a procurar

Deus, de todo o seu coração, surgem

armadilhas, se você não consegue manter o

equilíbrio entre estes dois extremos. Do lado

subjetivo, Paulo diz em 1 Co 14:10: “...Há

sem dúvida muitos tipos de vozes no mundo,

nenhum deles, contudo, sem sentido...”

Toda espécie de vozes se dirigem a você, e

cabe-lhe prová-las para discernir o que é de

Deus e o que não é. Por outro lado, podemos

ignorar o subjetivo e tornarmo-nos tão

racionais e lógicos, que rejeitamos um dos

elementos da fé, que é o de experimentar os

riscos, o sucesso e o malogro.

2. Fé X Presunção

Quando você faz algo de impossível e

aquilo dá certo, um dos fatores desse sucesso

é a fé. Quando se trata de orientação,

essa fé precisa apoiar-se em algo que vem

claramente de Deus, pois de outro modo,

poderíamos vir a agir baseados em presunção

em vez de fé, e tropeçaríamos, caindo

fora do caminho.

B. DEVEMOS AGIR NA FÉ

1. Elias: um Exemplo

O co-relacionamento entre fé e orientação,

é claramente ilustrado na vida de Elias.

Ele disse ao povo: “Então invocai o nome

do vosso deus, e eu invocarei o nome do

Senhor: e há de ser que o deus que responder

por fogo, esse será Deus” (1 Re

18:24).

Quando chegou o tempo do confronto

com os profetas de Baal, Elias orou: “Elias

o profeta... disse: Ó SENHOR Deus ... manifeste-

se hoje que tu és Deus em Israel e que

Capítulo 1

As Sete Luzes

Introdução

Uma das tremendas bênçãos que vem

quando você caminha nos domínios da fé,

são as coisas que começam a acontecer em

sua vida. À medida que você se entrega totalmente

a Deus e começa a agir em obediência

à Palavra do Senhor na sua vida, você

recebe bênçãos, crescimento e progresso. À

medida que você caminha fielmente com

Deus, terá necessidade de Sua orientação

divina para tomar decisões relativas ao que

Ele está lhe dizendo.

As Escrituras prometem, repetidamente,

que Deus guiará os nossos passos. Isaías

58:11 afirma de maneira particularmente clara

que: “O Senhor te guiará continuamente...”

Sabendo que esta promessa nos pertence,

precisamos então saber como agir,

apoiados na mesma, e como discernir e obter

a orientação de Deus.

A. PRECISAMOS TER EQUILÍBRIO

Podemos seguir uma direção errada, mesmo

quando procuramos sinceramente a vontade

de Deus, se não mantivermos o equilíbrio

entre os extremos da razão exclusivamente

humana e do simples subjetivismo.

1. Objetivo X Subjetivo

O primeiro extremo, rejeita toda experiência

Cristã subjetiva, enquanto que o

outro, que tende ao completo misticismo,

leva a exageros do tipo que “não se pode

comer ovos no café da manhã sem que uma

voz do céu o permita”.

OBTENDO A ORIENTAÇÃO DIVINA SEÇÃO D12 / 743

eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra

fiz todas estas coisas” (1 Re 18:36).

O que provocou a derrota dos adoradores

de Baal?

a. Deus Iniciou. Deus iniciou o confronto.

b. Deus Comunicou. Deus comunicou

a Elias o que Ele queria que fosse feito.

c. Elias Obedeceu. Elias agiu obedientemente

em resposta à orientação de Deus.

d. O Milagre Aconteceu. Como podemos,

então, obter a orientação de Deus?

C. DEVEMOS USAR AS “LUZES

ORIENTADORAS” DE DEUS

Deus nos deu, então, o que eu chamarei

de “luzes orientadoras”, a fim de dirigir os

nossos passos com clareza. Para saber como

reconhecer estas luzes orientadoras, vamos

olhar para este exemplo.

1. Elas nos Mantêm no Curso

Um transatlântico chegando durante a

noite, proveniente de alto mar, manda buscar

um piloto no porto de destino, a fim de

assumir o comando do navio. Este, assume

o lugar do Capitão, porque conhece os escolhos

da barra e sabe como guiar o navio

através das águas perigosas, para fazê-lo

atracar em segurança. Para ajudar o piloto a

manter o navio no curso, uma série de luzes

de navegação são instaladas no porto e na

terra adjacente ao mesmo. O piloto tem de

alinhar estas luzes numa fileira em linha reta,

para ter a certeza de que o navio está no

meio do canal. Assim, mantendo estas luzes

enfileiradas, ele evitará que o navio encalhe

ou entre em dificuldades com algo que

poderia causar um desastre.

2. Há Sete Luzes

Estas luzes de navegação são semelhantes

às coisas que Deus nos dá para manter-

nos na linha, e no curso certo, em nossa

experiência cristã. Deus nos deu sete

luzes orientadoras por meio das quais

podemos receber a orientação divina e

evitar de ficarmos encalhados. Estas sete

luzes são:

1) Convicção interior;

2) Confirmação nas Escrituras;

3) Confirmação profética;

4) Conselhos de pessoas devotadas a

Deus;

5) Evidência das circunstâncias;

6) A paz de Deus; e

7) A provisão de Deus.

Consideremos cuidadosamente cada uma

delas.

3. A Descrição das Sete Luzes

a. A Convicção Interior. A primeira luz

orientadora é a que descreverei como uma

convicção interior. Alguns a chamam o “testemunho

do Espírito”. Em Atos 16, Paulo

estava tentando ir para a Ásia e Deus queria

que ele fosse noutra direção. O Espírito impediu-

o duas vezes de ir para a Ásia, e então

o Espírito do Senhor trouxe-lhe uma visão.

Ele viu um homem da Macedônia rogando:

“Passa à Macedônia, e ajuda-nos.” Como

o verso 10 afirma: “...concluindo que Deus

nos havia chamado para lhes anunciar o

evangelho”, vemos que Paulo tinha chegado

à convicção interior, à certeza íntima, que

Deus queria que ele fosse para a Macedônia.

1) O que Deve Vir Primeiro. Pois,

foi aí que começou a sua orientação por uma

convicção interior. Primeiramente é preciso

ter alguma certeza íntima do que Deus quer,

antes de qualquer outra coisa. Para determinar

o que Ele quer para a sua vida, Deus

começa pondo a responsabilidade sobre

você.

2) Vem da Espera no Senhor. Você

pode conseguir esta certeza íntima que faz

sentir o que Deus quer de você, por meio de

períodos de espera no Senhor, oração fervorosa

e busca da Face de Deus, até que o

seu espírito receba a convicção da vontade

de Deus. Você pode não ter certeza absoluta

a respeito, mas o ponto de partida tem

que ser este. Alguns correm para algum ministério

profético a fim de conseguir “uma

744 / SEÇÃOD12 D12.1– As Sete Luzes

palavra do Senhor”, como se fossem consultar

um vidente ou uma cartomante. Isto

é um conceito errado. Se você se deixa orientar

por outros, antes de ouvir o Senhor, você

acabará em confusão.

b. Confirmação Pelas Escrituras. Depois

de estar caminhando com Deus há mais

de 40 anos, ponho a minha convicção interior

em primeiro lugar, ao procurar a orientação

de Deus. Esta convicção interior precisa

estar em alinhamento com a segunda

luz, que é a confirmação objetiva pelas Escrituras.

Subjetivamente, digo que isto parece-

me ser o que Deus quer que eu faça,

mas, objetivamente, é necessário que seja

avaliado à luz dos princípios escriturísticos.

1) Aviso nas Escrituras. Isaías 8:20

dá um importante aviso a este respeito: “À

lei e ao testemunho (as Escrituras)! Se eles

não falarem desta maneira, jamais verão a

alva.” Uma convicção, uma voz, ou uma

profecia podem desviá-lo do caminho certo,

se não estão de acordo com as Escrituras.

Por exemplo, Deus não leva um homem

a divorciar-se de sua mulher e casar-se com

outra.

2) Sem Contradição. A orientação de

Deus nunca contradiz a Sua Palavra. Lembre-

se que Deus não faz exceções: Ele não é

discriminador de pessoas.

c. Confirmação Profética. Não se pode

navegar com uma só luz, nem mesmo

manter o curso com duas, de forma que há

uma terceira luz que Deus pode nos dar – a

da confirmação profética, ou orientação por

meio de profecias.

1) Exemplos das Escrituras. A Bíblia

relata vários casos em que o Senhor

usou profecia para confirmar a direção de

uma vida. Em Atos 21:11, veio de Ágabo a

confirmação profética para algo que Paulo

já sabia: “...tomando o cinto de Paulo, ligando

com ele seus próprios pés e mãos,

declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim

os judeus em Jerusalém farão ao dono deste

cinto e o entregarão nas mãos dos gentios”.

Em Atos 20:23, Paulo já tinha dito: “senão

que o Espírito Santo, de cidade em cidade,

me assegura que me esperam cadeias e

tribulações.” E novamente em Atos 21:4,

encontramos discípulos que “movidos pelo

Espírito, recomendavam a Paulo que não

fosse a Jerusalém.” Temos aqui três escrituras

tratando da ida de Paulo a Jerusalém,

e cada uma delas confirmando as outras.

Isto indica, a nosso entender, que dispomos

da confirmação por meio de profecias

dos que falam pelo Espírito, que estão confirmando

a convicção interior que recebemos

e que, por sua vez, está em linha com a

Palavra de Deus.

2) Advertência. Quero adverti-lo: Cuidado

para não inverter esta ordem! Muita

gente começa com uma orientação profética,

tenta encontrar alguma Escritura que a

apóie, e tenta então convencer-se que é isto

que Deus quer que façam. O primeiro passo

para encontrar a vontade de Deus fica

entre Deus e você, sem nenhum intermediário

humano, exceto em algumas raras ocasiões

em que Deus soberanamente transpõe

este princípio.

d. Conselhos de Devotos. A quarta luz

orientadora é rejeitada por muitos, que ficam

então espiritualmente encalhados. Esta

é a luz dos conselhos de pessoas devotadas

a Deus. Salomão disse, mil anos antes de

Cristo, que “na multidão de conselheiros

há segurança” (Pv 11:14).

1) Alguns Ensinam Errado. Hoje em

dia alguns afirmam: “A Bíblia diz: ‘a ordem

do rei era urgente’, de modo que tudo que

você fizer, faça-o depressa.” Se você for

procurar esta citação e encontrar o contexto,

verá que se tratava de arranjos excusos

do rei, que precisavam ser feitos às pressas.

Sempre que há pressões, que há urgência

em seu espírito que não lhe permite esperar

pelos conselhos de pessoas devotadas a

Deus, acautele-se! Você está em vias de ficar

encalhado. O profeta Isaías disse: “aquele

que crê não se apressa” (Is 28:16).

2) Procure por um Presbítero ResOBTENDO

A ORIENTAÇÃO DIVINA SEÇÃO D12 / 745

peitado. Quando falamos de conselhos de

pessoas devotadas a Deus, não queremos

dizer que procure um noviço, alguém que

encontrou a fé recentemente, ou que um jovem

procure outro jovem. Estamos nos referindo

ao conselho de pessoas que conhecem

os métodos de Deus, que estão caminhando

com Deus, com compreensão espiritual,

há muitos anos. Você agirá com sabedoria,

se pesar o conselho de pessoas devotadas

a Deus e encarar este conselho como

uma das luzes orientadoras de Deus.

e. Evidência Circunstancial. Ao procurarmos

a orientação divina, Deus nos dá

uma quinta luz, a das circunstâncias confirmadoras,

que chamaremos “evidência

das circunstâncias”. Quando você está caminhando

no centro da vontade de Deus,

com a convicção interior e, talvez, confirmação

profética e conselhos de pessoas

devotadas a Deus, e tudo isto, em linha com

as Escrituras, então muitas vezes você poderá

ver circunstâncias confirmatórias evidentes.

Deus começa a dar a evidência de

circunstâncias favoráveis, mostrando que

você está no caminho certo.

1) Um Exemplo Pessoal. Por exemplo,

quando o Senhor falou para minha

mulher e para mim, para mudarmo-nos do

Sul para a Costa Oeste dos Estados Unidos,

procuramos corretores para vender a

nossa casa. Estes, e todos com quem conversamos,

disseram: “Ih!, Irmão Ralph, demorará

pelo menos um ano e meio a dois

anos para vender esta casa. O mercado de

imóveis está péssimo; tem gente desempregada;

estamos em recessão econômica, etc,

etc.” Entretanto eu disse a Rose: “Deus falou

conosco, de modo que tenho a certeza

de que Ele pode ajudar-nos a vender esta

casa num prazo razoável – umas duas semanas!”

E foi exatamente o que demorou.

Tivemos quatro compradores para a casa.

E não a cedemos de graça, não; vendemo-la

à pessoa que ficou com ela, por preço justo.

E além disto, o comprador deu uma entrada

de 4.500 dólares em dinheiro vivo, para uma

casa que valia um total de 9.000 dólares.

Para nós, isto era uma evidência das circunstâncias,

confirmando que estávamos

caminhando dentro da vontade de Deus.

2) Talvez Haja Exceções. Pode haver

exceções, neste particular, quando Deus

está lidando com você. Há ocasiões, na caminhada

com Deus, quando Deus fala e embora

todas as circunstâncias sejam adversas,

você sabe que Deus falou e, assim, você

tem que ir direto em frente. Como quando

os sacerdotes chegaram à margem do Jordão

e as águas se abriram ao colocarem eles

os pés nelas; assim acontece, às vezes, com

as circunstâncias. Você pode caminhar até à

margem e ver as águas se abrirem. Mas também

pode acontecer de você entrar pelas

águas adentro e se afogar, se não tiver a

palavra de Deus e não estiver caminhando

na ordem Escriturística e com conselho adequado.

Neste caso não se trata de fé – tratase

de presunção.

f. A Paz de Deus. A sexta luz orientadora

é a paz de Deus. A paz com Deus e a

paz de Deus são duas coisas diferentes.

Romanos 5:1 diz: “Justificados, pois, mediante

a fé, temos paz com Deus, por meio

de nosso Senhor Jesus Cristo.” Quando

você é salvo, lavado no Sangue, justificado,

ou seja lá qual for o termo que você gosta de

usar, passa a estar em paz com Deus. A paz

de Deus é coisa bastante diferente. A paz

de Deus provém de caminhar em obediência

à vontade de Deus.

Paulo diz em Filipenses 4:6 e 7: “Não

andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo,

porém, sejam conhecidas diante de Deus

as vossas petições, pela oração e pela súplica,

com ações de graça.”

1) É Seu Árbitro. O verso chave é o

verso 7: “E a paz de Deus, que excede todo

o entendimento, guardará os vossos corações

e as vossas mentes em Cristo Jesus.”

‘Guardar’ é a palavra chave e significa:

“agir como árbitro”. A paz de Deus que

excede todo o entendimento agirá como árbitro.

746 / SEÇÃOD12 D12.1– As Sete Luzes

A finalidade do árbitro é a de declarar as

condições do jogo. Assim sendo, a paz de

Deus deve agir como um árbitro para dizernos

se “a bola foi para escanteio” ou se

“fizemos um gol”. Por exemplo, você está

na encruzilhada de uma decisão e não sabe

se deve virar à esquerda ou à direita.

2) Você Deve Tomar Uma Decisão.

Permita-me agora, neste caso, dar-lhe uma

simples palavra de sabedoria: Se estiver enfrentando

uma decisão, faça-o. Muita gente

fica parada dez anos na encruzilhada e nunca

toma uma decisão. Depois de submeterse

a Deus e de trazer o assunto ao Senhor

em oração, tome a sua decisão. Aí é que a

paz funciona como árbitro: você ora, entrega

o assunto a Deus e diz: “Está bem, Senhor,

vou virar para a esquerda.’’ No momento

em que você toma esta direção, repentinamente

a paz de Deus o deixa e você

começa a pensar: “Para onde é que Deus

foi?” Quando a paz de Deus o deixa, é hora

de parar e examinar a situação. Tome nota

do lugar onde perdeu a sua paz, volte para

trás e diga:’’ Senhor, tomei uma decisão errada.’’

Então vire para a direita, e ao fazê-lo

a paz de Deus retorna e você sabe que está

seguindo a vontade de Deus.

g. A Provisão de Deus. Vamos agora à

sétima luz, a da provisão. Procure a provisão

de Deus na direção para a qual está indo.

Hudson Taylor disse: “Quando Deus dá a

orientação, Deus dá a provisão.” Ele continuou,

dizendo: “O trabalho de Deus, feito

no tempo de Deus e à maneira de Deus,

nunca deixa de ter a provisão de Deus”. Esta

é uma lei imutável, que vale a pena lembrar.

1) Não Descuide de Sua Família.

Aqueles que deixam as mulheres e os filhos

passando fome e privações, sem provisão,

porque “Deus os está enviando a algum lugar

longínquo para evangelizar” estão errados.

1 Timóteo 5:8 diz claramente: “Se alguém

não tem cuidado dos seus, e especialmente

dos de sua própria casa, tem negado

a fé e é pior do que o descrente.”

Há ocasiões em que você pode caminhar

em fé, sem provisão, numa situação impossível,

se tiver uma palavra sólida e definida

de Deus. De fato, se você tiver uma palavra

definida do Senhor, você pode caminhar

sobre o ar! Mas se não tiver, pode cair no

fundo muito depressa e ir ao encontro do

desastre.

Fiz um contrato com o Senhor há alguns

anos atrás, quando Deus estava lidando comigo,

e disse: “Está bem, Senhor, vou para

qualquer lugar que me mandar, a qualquer

momento, da seguinte maneira: O SENHOR

proverá e pagará as contas e eu irei.” O Senhor

disse: “Obrigado, assine aqui.” Deus

me manteve neste contrato e Ele tem sido

mais do que fiel no cumprimento da parte

d’Ele. Viajei centenas de milhares de milhas

e Deus nunca me chamou para ir à parte

alguma, sem deixar a minha família com provisões

materiais adequadas.

2) Algumas Vezes Ele Não Provê.

Watchman Nee disse que a provisão é uma

das primeiras coisas que Deus usa para refrear

seus servos por demais zelosos, que

estão indo além da vontade d’Ele em suas

vidas. Ele retira o sustentáculo que os apóia!

Durante doze anos Deus ficou tirando o

sustentáculo que me apoiava. De fato, Ele

me manteve tão pobre que eu não podia

comprar uma passagem de ônibus de dez

centavos para atravessar a cidade! Mas quando

Deus revirou isto e abriu as portas, quando

o Seu Tempo para mim havia chegado,

ELE então providenciou a provisão. Eu teria

corrido anos na frente de Deus, se fosse

por minha cabeça, e Deus sabe que tentei.

De fato tenho cicatrizes em todo lugar, de

tanto bater contra as portas que tentei derrubar!

Deus usou a falta de provisão durante

estes anos todos para manter-me onde

Ele me queria, a fim de preparar-me.

4. Sumário

Assim, vimos que como parte da promessa

de Deus de guiar-nos continuamente,

Ele nos dá sete luzes orientadoras para

manter-nos na direção certa em nossa camiOBTENDO

A ORIENTAÇÃO DIVINA SEÇÃO D12 / 747

nhada Cristã. Falamos de termos uma convicção

interior do que Deus quer que façamos;

da necessidade desta convicção estar

em linha com as Escrituras; da confirmação

profética para dar-nos direção; da sabedoria

dos conselhos de pessoas devotadas a

Deus; de circunstâncias confirmadoras; do

arbítrio da paz de Deus; e finalmente, da

provisão de Deus.

D. DEUS NOS ORIENTA

NO ESCURO

Todas estas são luzes ao longo do caminho

da vontade de Deus para nossa vida.

Mas há ainda uma outra maneira pela qual

Deus nos guia, e que encontramos em Isaías

42:16: “Guiarei os cegos por um caminho

que não conhecem, fá-los-ei andar por veredas

desconhecidas; tornarei as trevas em

luz perante eles, e os caminhos escabrosos,

planos. Estas coisas lhes farei, e jamais os

desampararei.” O verso 19 continua: “Quem

é cego, como o meu servo, ou surdo como o

meu mensageiro, a quem envio? Quem é

cego como o meu amigo, é cego como o servo

do Senhor?” Há ocasiões, nos procedimentos

de Deus, em que você não saberá

que direção é para cima, para baixo ou de

lado. Você já esteve nesta situação alguma

vez? Talvez você esteja na refinação, nos

procedimentos e nas disciplinas do Senhor,

como José na prisão de Faraó, sem encontrar

uma única luz orientadora, sem saber o

que está se passando, ou em que direção

seguir.

1. Mantenha-se Firme na Fé

Se sua vida está firmemente entregue a

Deus e você não está caminhando em rebelião

deliberada contra a vontade de Deus,

então DEUS ESTÁ ORIENTANDO. Ele nos

orienta pela luz, ou Ele pode orientar-nos

até mesmo na cegueira, mas de qualquer maneira,

Ele nos orienta.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

748 / SEÇÃOD13 D13.1– Homilética

SEÇÃO D13

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA

Gerald Rowlands

ÍNDICE PARA ESTA SEÇÃO

D13.1 – Homilética

D13.2 – O Sermão Textual

D13.3 – A Pregação Expositiva

D13.4 – O Sermão Biográfico

D13.5 – O Pregador

milhares de pastores e líderes de igrejas

que nunca tiveram a oportunidade de qualquer

treinamento formal na arte da pregação

e do ensino. Não puderam estudar os

princípios da pregação e, conseqüentemente,

suas capacidades e talentos não

foram desenvolvidos em sua maior parte.

Suas limitações nesta área têm empobrecido

as congregações, pois um ministério

de pregação adequado é essencial para o

crescimento e desenvolvimento de uma

congregação. É para estes homens excelentes

que este artigo simples é dedicado

com amor.

A arte da pregação é freqüentemente chamada

de Homilética, que é uma palavra

derivada da palavra grega Homilia, que significa

“o falar de Deus aos homens” (At

20:11). A homilética inclui o estudo de tudo

que se relaciona com a arte da pregação. Há

dois aspectos distintos na pregação: primeiramente

o divino e, em segundo lugar, o

humano. A homilética é o estudo do aspecto

humano!

A. COMO SER EFICAZ

A pregação é a arte de se comunicar verdades

divinas através da personalidade humana.

Um pregador é essencialmente um

comunicador. Ele recebe as verdades de

Deus e as comunica eficazmente aos homens.

Deus dá a revelação e o homem fornece

a apresentação.

Capítulo 1

Homilética

Introdução

A pregação da Palavra de Deus é um dos

maiores privilégios confiados ao homem. É

também uma de suas maiores responsabilidades.

Através da “tolice” da pregação, Deus

escolheu revelar-Se aos homens. Este conhecimento

de Deus que é transmitido através

da pregação pode conduzir os homens à

salvação eterna através da fé em Jesus Cristo

e também transformá-los à imagem e semelhança

de Deus.

Estas páginas não são de maneira alguma

para os que foram treinados em seminários.

Elas contêm princípios básicos simples

direcionados principalmente aos milhares

de excelentes líderes de igrejas cujas

circunstâncias não lhes permitiram a oportunidade

de desenvolverem suas habilidades

latentes. Estas anotações foram preparadas,

a princípio, para os alunos da “África

Christian Training School” (Escola

de Treinamento Cristão da África) em Harare,

Zimbábue. Eu gostaria também de agradecer

pelas revelações e inspirações que recebi

ao ler “Notes on Homiletics” (“Anotações

sobre a Homilética”) de autoria de

Aaron Linford (Inglaterra).

Sete anos de ministério na África fizeram

com que eu entrasse em contato com

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 749

Para fazer isto eficazmente, ele precisa

aprender a fazer bem várias coisas.

1. Esperar em Deus

Em primeiro lugar, ele precisa aprender

como esperar em Deus – como ficar quieto

na presença de Deus e discernir a voz do

Senhor falando dentro do seu próprio espírito.

Todo sermão que valha a pena começa

no coração e na mente de Deus, o Qual é a

origem de toda verdade. Ele é a fonte de

todo conhecimento. A primeira tarefa do

pregador eficaz é aprender a receber os pensamentos

de Deus. Muito raramente ele

ouvirá uma voz audível de Deus.

As verdades divinas destilar-se-ão silenciosamente

em seu espírito como o orvalho

da manhã. O pregador em potencial precisa

esperar pacientemente na presença de Deus,

para receber os preciosos pensamentos e

verdades que Deus está sempre disposto a

compartilhar com os que O buscam diligentemente.

É bom nos habituarmos a passar algum

tempo na presença de Deus. Separe uma parte

de todos os dias para entrar na presença de

Deus e espere pacientemente por Ele. Você

logo aprenderá como perceber a voz de Deus

falando suavemente em seu espírito.

Não deveríamos entrar na presença de

Deus com a simples idéia de “obtermos um

sermão”. Precisamos entrar na presença de

Deus para, em primeiro lugar, nos expormos

regularmente ao escrutínio e conselho

de Deus. Apressarmo-nos à Sua presença

com aquela urgência que “necessita de um

sermão para amanhã” não é certamente uma

atitude do coração que pode receber as maravilhosas

verdades de Deus. Deveríamos

permitir uma oportunidade para que a verdade

produza seu resultado em nós, antes

de tentarmos compartilhá-la com os outros.

2. Estudar a Bíblia

Idealmente, o pregador deveria chegarse

diante de Deus com sua Bíblia nas mãos.

Arranje tempo para sentar-se desta maneira

quieta e pacientemente diante de Deus.

Peça iluminação e inspiração na Sua Palavra.

Busque em oração o conselho, a sabedoria

e as instruções do Senhor na Sua Palavra

enquanto você tiver a Bíblia aberta à sua

frente na presença do Senhor.

Às vezes, é bom seguirmos um padrão

regular de leitura, começando de onde paramos

no dia anterior. Isto nos ajuda a cobrirmos

toda a Bíblia consistentemente, em vez

de darmos umas “bicadinhas” aqui e ali e

negligenciarmos grandes porções das Escrituras.

Outras vezes, podemos buscar uma

direção do Espírito com relação ao que deveríamos

ler. Desta maneira não entramos

numa rotina.

3. Ter um Caderno

Um caderno, onde você possa registrar

os pensamentos e idéias que vêm à sua mente

nestas ocasiões de espera silenciosa, é

essencial. É impressionante o quão rapidamente

podemos nos esquecer das verdades

mais maravilhosas, se os pensamentos não

forem registrados enquanto estão ainda frescos

em nossa mente.

Pratique o hábito de escrever todos os

pensamentos importantes que vêm à sua

mente enquanto você lê as Escrituras em

atitude de oração. Se um tema lhe parecer

atraente, vá em frente até onde puder e anote

tudo o que for possível sobre este assunto.

Desta maneira você logo desenvolverá

uma boa fonte de matéria para sermões.

Releia esta matéria de vez em quando.

Esses pensamentos começarão a se expandir

em seu coração. Você descobrirá que alguns

temas ocuparão a sua mente durante

semanas, expandindo-se continuamente à

medida que você meditar neles.

Habitue-se a conversar com o Senhor sobre

a Sua Palavra. Quando houver coisas que

você não entenda, peça que o Espírito Santo

as ilumine. Em seguida, aprenda a esperar

quieta e pacientemente diante do Senhor,

enquanto Ele envia suavemente as respostas

750 / SEÇÃOD13 D13.1– Homilética

para o interior do seu espírito. Registre-as

enquanto estão chegando a você. Anote em

seu caderno as linhas gerais e importantes

das verdades transmitidas. Não as entregue

simplesmente à sua memória. Até mesmo as

melhores memórias têm as suas fraquezas.

4. Seja Purificado Pela Palavra

Tente evitar a atitude que busca uma palavra

de Deus para que você possa pregar

sobre ela no domingo de manhã. Não fique

sempre procurando projéteis espirituais

para poder atirá-los nos outros. Reconheça

as necessidades básicas do seu próprio coração.

Deixe que Deus lide com o seu coração

através da Sua Palavra e do Seu Espírito.

Permita que a Palavra lave e purifique

primeiramente a você.

É importante que você alimente a sua

própria alma. Uma das armadilhas em que

os pregadores podem cair é o ficarem tão

preocupados em acharem alimento para suas

congregações que o próprio bem-estar espiritual

deles é negligenciado. Este é um dos

perigos para os que estão servindo no ministério.

Este pensamento é expresso da

seguinte maneira em Cantares de Salomão

1:6: “... me puseram por guarda de vinhas,

mas a minha própria vinha não guardei.”

Às vezes o pastor pode estar tão envolvido

em atender ao bem-estar espiritual do

seu rebanho que lamentavelmente negligencia

o seu próprio bem-estar espiritual. Esta é

uma das razões principais que levam ao fracasso

os ministros do Evangelho. O ministro

do Evangelho não pode se dar ao luxo de

negligenciar a sua própria vida espiritual.

Permita que a Palavra de Deus se torne

arraigada no seu próprio coração e espírito.

Permita que ela se fortaleça na sua própria

vida e na sua experiência pessoal. Aí então,

quando você pregar, você ministrará baseado

na sua experiência pessoal e na realidade,

ao invés de compartilhar coisas que você

mesmo não compreende totalmente. Você

nunca pode levar os outros além do ponto

em que você próprio chegou.

À medida que a Palavra de Deus vai se

tornando “personificada” na sua vida, você

então se tornará uma mensagem de Deus.

Você não será alguém que meramente recita

sermões, mas será alguém que ministra vida,

bênçãos e força aos que o ouvem.

B. DUAS IDÉIAS ERRADAS

SOBRE A HOMILÉTICA

Há pelo menos dois erros comuns que

as pessoas tendem a cometer com relação à

homilética.

1. “Preparação Desnecessária”

A primeira idéia errada é de que a preparação

é desnecessária e indica uma falta de

fé. As pessoas que adotam esta opinião têm

a tendência de acharem que a verdadeira fé

despreza qualquer tentativa de se preparar

a mente, e simplesmente se colocam diante

da congregação crendo que Deus suprirá

então as palavras a serem faladas.

Um versículo favorito destas pessoas é

Salmos 81:10: “... abre bem a tua boca, e ta

encherei.” O contexto deste salmo revela

que este versículo não tem nada a ver com a

pregação! Esta tendência de ignorar o contexto

de uma passagem bíblica é um tanto

quanto típica deste tipo de pessoas. Revela

uma atitude irresponsável e ingênua. Estas

pessoas são geralmente conhecidas por falarem

tamanhas bobagens que não desejaríamos

“colocar a culpa em Deus”!

Há, sem dúvida nenhuma, um lugar apropriado

para a inspiração, mas há também

um lugar válido para a preparação.

2. “A Capacidade Humana

é Suficiente”

O segundo erro vai quase para o outro

extremo. Neste caso, urna confiança total é

colocada na preparação e na capacidade

humana. Há pouca ou nenhuma dependência

no Espírito Santo, havendo porém uma

auto-confiança que é o resultado do treinamento

e do desenvolvimento das capacidades

naturais.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 751

Um treinamento assim certamente

pode produzir uma palestra bem interessante

e convincente. Contudo, é somente

a unção do Espírito sobre a mensagem que

pode ministrar a vida de Deus para o

povo.

A verdade é que um ministério eficaz

necessita tanto do aspecto humano quanto

do divino. Deus certamente pode abençoar

e ungir os pensamentos que foram diligentemente

levantados em oração e cuidadosamente

considerados.

Que a sua preparação consista de reflexões

profundas e de orações fervorosas. Proponha-

se a ser o melhor possível, porém

certifique-se que a sua confiança está em

Deus e não em você mesmo. Sempre confie

que Ele dará a unção e a bênção necessárias

à sua pregação.

C. QUATRO ÁREAS

DA HOMILÉTICA

Há quatro áreas principais que a homilética

aborda:

1. Conceito

Isto tem a ver com a obtenção do tema

original para a mensagem. É a arte de se

saber como receber uma mensagem de Deus.

Trata de como devemos receber a idéia e

tema iniciais para um sermão.

Freqüentemente, a semente de um pensamento

é colocada em nossa mente e pode

lá permanecer durante meses antes de se

desenvolver até o tamanho e proporção adequados

para ser compartilhado com outros.

Através da experiência, podemos desenvolver

a capacidade de reconhecermos uma linha

de verdades adequada ao compartilhamento

com o povo de Deus. À medida que

você medita na Palavra, começa a surgir uma

vivificação interna de algum aspecto específico.

De repente, algo se ilumina para você

e até parece estar saltando da página. Um

sentimento de entusiasmo desperta-se dentro

de você. É como se você tivesse descoberto

uma grande pepita de ouro! Você quase

não pode esperar para abri-la e investigar

o seu valor!

2. Composição

Tendo recebido a inspiração numa determinada

verdade, você precisa agora começar

a analisá-la para descobrir tudo o que

esta verdade contém. O seu caderno é importante

exatamente neste ponto! Enquanto

você medita em oração, escreva cuidadosamente

todos os pensamentos que vêm à

sua mente.

A esta altura, você pode simplesmente

fazer uma lista de todas as idéias que o seu

assunto lhe sugere. Prossiga até que você

ache que já explorou totalmente o tema e já

descobriu todas as possíveis áreas das verdades

contidas no seu assunto. Não se preocupe

com o capricho e com a ordem neste

momento. Freqüentemente, é necessário que

você escreva bem rapidamente para não ficar

atrás do fluir da inspiração que você

está recebendo. Certifique-se apenas de escrever

tudo num papel. Mais tarde, você

poderá separar e classificar os diferentes

itens.

3. Construção

Tendo analisado por completo, toda a

matéria para o seu assunto e feito uma lista

de todos os aspectos das verdades que você

pode encontrar na sua matéria, você deve

agora começar a reunir esses pensamentos

de uma forma ordenada. Isto é essencial para

você poder fazer considerações adicionais

ao assunto em atitude de oração.

Agrupar a matéria numa determinada seqüência

adequada o ajudará enormemente

neste aspecto. Também o ajudará muito na

sua apresentação do assunto a outros. O

compartilhamento de uma progressão de

pensamentos ajuda os outros a compreenderem

e seguirem a sua linha de raciocínio.

Será muito difícil para as pessoas absorverem

a sua mensagem se a sua apresentação

estiver toda embaralhada. A construção do

sermão tem o propósito de simplificar o

752 / SEÇÃOD13 D13.1– Homilética

máximo possível a compreensão dos seus

ouvintes.

Esta é a essência da construção de sermões.

É muito importante que todos os pregadores

desenvolvam isto.

4. Comunicação

Finalmente, chegamos à apresentação da

mensagem:

• A comunicação clara e eficaz das verdades.

• Como apresentar o seu assunto de

uma maneira que cative a atenção dos

seus ouvintes.

• Como desenvolver seus pensamentos,

de uma maneira tão ordenada que

seus ouvintes possam seguir facilmente

a linha de verdades que você

está tentando transmitir.

• Como motivar seus ouvintes a ações

apropriadas, pois devemos ser “cumpridores

da Palavra e não somente

ouvintes.” (Tg 1:22).

Estes conceitos constituem os aspectos

essenciais da preparação de sermões. Trataremos

de cada um deles mais a fundo no

final deste estudo.

D. TRÊS TIPOS DE PREPARAÇÃO

DE SERMÕES

1. Sermão Escrito

Este é um método que exige bastante

tempo de preparação. Envolve anotações

bem copiosas. Às vezes, a mensagem inteira

é escrita de antemão. O pregador sabe

exatamente o que deseja falar e como deseja

falar. Todos os pensamentos são escritos

por extenso. Em geral isto significa várias

páginas de anotações. Há uma preocupação

com muitos detalhes – a construção das sentenças,

a palavra correta a ser usada. Todos

os aspectos do sermão em questão são considerados

meticulosamente.

Este método tem vantagens e desvantagens.

Uma das vantagens é que todo o sermão

é o resultado de um grande cuidado

para com os detalhes. Assim sendo, é provável

que haja uma cobertura adequada de

todas as áreas importantes das verdades a

serem transmitidas. Nada foi deixado ao

acaso. Este estilo deveria assegurar uma

abordagem completa de todos os assuntos.

A principal desvantagem está, geralmente,

na apresentação deste tipo de sermão. E

freqüentemente transmitido de uma maneira

um tanto quanto séria e não atrai a atenção

do ouvinte. Este estilo de apresentação

pode facilmente tornar-se extremamente

maçante.

2. Anotações do Tipo “Esqueleto”

Este é o método mais usado e o que eu

acho ser o mais eficiente. As anotações são

sempre mínimas, o que permite um esboço

da mensagem suficiente para se refrescar a

memória.

Estas breves anotações formam o “esqueleto”

da mensagem. São os ossos que

dão forma e estrutura ao que o pregador

deseja dizer. À medida que fala, ele coloca

carne nos ossos e um “corpo” no seu sermão.

Ele amplifica os pensamentos que as

suas breves anotações estimularam.

Este método permite uma flexibilidade

muito maior ao pregador. Ele não fica tão

amarrado às suas anotações, e sim mais aberto

à inspiração que geralmente lhe vem enquanto

está no meio da pregação. A sua apresentação

é mais espontânea e interessante,

mas a estruturação da sua mensagem mantém

a sua mente na trilha certa. Ele pode dar

ao seu assunto uma cobertura adequada e

bem-pensada sem, no entanto, apresentar

algo bitolado ou pesado.

3. Sermão Improvisado

Este estilo de pregação é espontâneo e

geralmente feito sem anotações na hora da

apresentação. O assunto em questão freqüentemente

recebe muitas reflexões cuidadosas

de antemão e a mente e o coração

ficam repletos dos aspectos vitais da mensagem.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 753

Este estilo é geralmente usado na apresentação

de sermões do tipo mais inspiracional.

Mensagens de evangelização podem,

desta maneira, ser apresentadas muito eficazmente.

O sermão flui do coração e freqüentemente

produz uma forte participação

emocional.

Este tipo de pregação pode ser emocionante

e estimulante quando feita por um

pregador capaz e experiente. Estimula as

emoções enquanto também oferece informações

à mente.

Há duas fraquezas em potencial neste

estilo. A primeira é que há em geral uma

falta de conteúdo significativo e a mente

dos ouvintes não é edificada. A segunda é

que a apresentação pode tornar-se excessivamente

emocional ou, ainda, tornar-se irracional

e não-convincente.

4. Resumo

Eu sugeriria ainda que o uso de anotações

do tipo “esqueleto” combina as melhores

características dos outros dois estilos.

As anotações não são tão pesadas a

ponto de o pregador tender a ficar “atolado”

nelas. Ele pode ser flexível e a sua mente

permanece aberta a novas inspirações, até

mesmo enquanto está pingando. Por outro

lado, ele tem de fato diante dele um esboço

ordenado de suas idéias. Ele não fica diante

de seus ouvintes falando do que lhe vem à

cabeça naquele momento.

As anotações do tipo “esqueleto” são

adequadas tanto para ensinamentos como

para pregações. Os ensinamentos requerem,

em geral, um exame mais complete do assunto;

assim sendo, algum tipo de anotações

é quase essencial. É difícil para os professores

cobrirem adequadamente os seus

assuntos sem a ajuda de algumas anotações.

Gostaria, portanto, de encorajá-lo a se

concentrar especialmente no domínio da

abordagem das anotações do tipo “esqueleto”.

Use este método nas suas horas de estudo.

Enquanto você meditar na Bíblia, pratique

escrever anotações curtas e codificadas

da inspiração e revelação que você receber.

Isto o ajudará também quando você chegar

na parte da elaboração da sua mensagem.

A familiaridade com este estilo de anotações

o ajudará imensamente quando você for pregar.

Isto o ajuda a treinar a sua mente em

padrões de pensamento ordenados. Também

o torna mais eloqüente e fácil de se ouvir.

E. SETE TIPOS DE SERMÕES

Gostaria de apresentar-lhe agora sete diferentes

tipos de sermões. Tentarei explicar

brevemente a idéia por detrás de cada tipo e

como você pode usá-los. Os pastores deveriam

familiarizar-se com todos estes tipos.

Isto dará uma variedade adicional aos seus

ministérios e fará com que seja muito mais

interessante para suas congregações que

provavelmente estarão ouvindo-o pregar

semana após semana. Depois de um certo

tempo, isto os ajudará a apresentarem uma

cobertura muito mais ampla das verdades

bíblicas. O ministério de qualquer pregador

e enriquecido pela versatilidade.

1. Textual

Este estilo e baseado geralmente numa

porção das Escrituras relativamente curta.

Alias, como o próprio nome sugere, normalmente

ele se concentra num só “texto”

bíblico. Envolve a escolha de alguma afirmação

apropriada, a sua investigação, análise

e descoberta de todas as verdades nela

contidas, e depois, a apresentação destas

verdades de uma maneira ordenada e progressiva

a fim de facilitar aos ouvintes a

assimilação da mensagem.

2. Tópico

Neste caso, o pregador deseja apresentar

um tópico especifico a sua congregação.

Por exemplo, ele pode escolher o tema da

“justificação”. O seu objetivo seria, primeiramente,

descobrir tudo o que a Bíblia tem a

dizer sobre este fascinante assunto.

Em seguida, ele arranjaria todas as pas754

/ SEÇÃOD13 D13.1– Homilética

sagens bíblicas e pensamentos que obtiver

de uma maneira ordenada a fim de poder

desenvolver o seu tema tão completa e fielmente

quanto possível. O objetivo dele seria

dizer aos seus ouvintes tudo o que deveriam

saber sobre este importante assunto.

É claro que ele talvez não consiga fazer isto

numa só sessão de ensino; portanto, ele

prepararia uma série de mensagens ou ensinamentos

sobre este mesmo assunto. Isto

assegura uma cobertura muito mais completa

do tópico em questão.

Uma enciclopédia bíblica de tópicos ou

temas é de um imenso valor para a preparação

de mensagens deste tipo. Nela podemos

encontrar rapidamente todas as referências

bíblicas que se relacionam com o

tópico em questão. Se você não tiver uma

enciclopédia bíblica e nem puder obter uma,

tente então obter uma boa Bíblia que contenha

uma referência das passagens bíblicas

interligadas a um mesmo tema. Isto também

o capacitará a seguir esse tema através

de toda a Bíblia.

3. Simbólico

É a arte de se descobrir e comunicar as

verdades que estão escondidas por detrás

dos vários protótipos da Bíblia. Um protótipo

é uma pessoa, objeto ou evento que

são simbolicamente proféticos de alguém

ou algo ainda por vir. É semelhante e característico

da pessoa ou evento que virá no

futuro. Em sua aplicação bíblica, refere-se a

um personagem ou evento bíblico que

prefigura alguém ou algo futuro.

Por exemplo, o cordeiro pascal em Êxodo

é um protótipo (símbolo) de Cristo.

Todos os detalhes daquele cordeiro pascal

falavam profeticamente do papel na Redenção

que Cristo teria como “Cordeiro de

Deus” (Jo 1:29). Todos os símbolos proféticos

foram cumpridos quando Cristo morreu

pelos pecados do mundo.

Os protótipos bíblicos são muitas vezes

mencionados como “sombras das coisas futuras”.

Estas pessoas e eventos projetam uma

sombra no futuro, retratando assim o formato

das coisas que estão por vir.

A Lei de Deus era uma sombra das boas

coisas que estavam por vir. Representava e

era uma sombra das coisas melhores que

haveriam de vir em Cristo (Hb 10:1).

Os “dias santos” do Antigo Testamento

também eram sombras das coisas futuras

(Cl 2:17). Esses dias santos não eram completos

em si mesmos. Parte do propósito

do cumprimento deles era projetar uma imagem

profética das coisas que ainda estavam

por vir.

A interpretação e exposição dos protótipos

bíblicos é uma tarefa um tanto quanto

especializada e requer a habilidade dos que

têm maturidade e conhecimento dos vários

assuntos bíblicos. Os novatos deveriam evitar

a tentativa de pregarem baseados nos

protótipos mais profundos, pois interpretações

sem competência podem causar toda

espécie de erro infeliz.

Um conhecimento profundo e minucioso

de toda a Bíblia é essencial para os que

tentam explicar o significado dos protótipos.

Estes ensinamentos deveriam ser confirmados

e fundamentados por toda a Bíblia.

a. Princípios Para Usar. Quando você

tentar ensinar pela primeira vez baseandose

nos protótipos ou modelos bíblicos, tente,

por favor, lembrar-se dos seguintes princípios:

1) Use Modelos Simples. Comece

com os modelos mais simples, com deduções

bastante óbvias.

2) Mantenha a Interpretação no Esboço.

Nunca tente interpretar todos os mínimos

detalhes do modelo. Mantenha-se no

esboço mais geral do protótipo em questão.

3) Não Seja Dogmático. Evite ser

dogmático no que se refere ao que o tipo

ensina.

4) Esclareça a Doutrina. Nunca

fundamente a sua posição doutrinária nos

ensinamentos dos protótipos, pois eles deveriam

ilustrar a doutrina e não iniciá-la.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 755

5) Seja Aberto à Correção. Permaneça

aberto à correção dos que possuem

mais maturidade do que você.

4. Expositivo

Através deste método, tentamos expor

ou explanar os significados e as verdades

contidos numa determinada passagem bíblica.

Procuramos ressaltar as verdades que

geralmente estão escondidas nas entrelinhas.

Este é um excelente método para se ensinar

o teor completo das verdades bíblicas.

Você pode, por exemplo, escolher um

livro da Bíblia e explicar o seu significado,

capítulo por capítulo. Uma sugestão seria

tomar um capítulo por semana e cobri-lo,

versículo por versículo, explicando o significado

e importância das verdades encontradas.

Isto poderá se tornar uma série de

estudos bíblicos, a qual poderá levar algumas

semanas ou meses para ser concluída.

Assim sendo, num período de alguns

anos, a sua congregação ficará familiarizada

com todas as partes da Bíblia e será exposta

a todas as verdades que Deus quer transmitir

ao povo, para o enriquecimento e aprimoramento

de sua vida.

5. Biográfico

“Biografia” é a história da vida de alguém.

Portanto, este método envolve o estudo

da vida dos muitos personagens que

encontramos na Bíblia. Todas as biografias

registradas na Bíblia têm uma grande importância

para nós. A vida de todos os personagens

tem algo a nos ensinar.

O estudo, dos personagens bíblicos é

muito fascinante e cativante. Escolha um

determinado personagem. Leia todas as passagens

bíblicas referentes a ele. Faça anotações

de todos os pensamentos que lhe vierem

à mente.

Comece a reunir estes pensamentos em

ordem cronológica, isto é, na ordem em que

ocorreram.

• Estude o nascimento deste personagem.

• Considere as circunstâncias de sua

criação e educação.

• Concentre-se nos tratamentos de

Deus sobre essa pessoa.

• Como reagiu a eles esse personagem?

• O que ele aprendeu com esses tratamentos?

• Se esse personagem foi bem-sucedido

na vida, o que o fez bem-sucedido?

• Se a vida dele acabou em fracasso,

onde foi que ele errou?

• O que podemos aprender com a vida

dele?

Tudo isto são coisas interessantes e informativas

que podemos aprender através

da preciosa vida dos homens e mulheres

que encontramos na Bíblia.

6. Analítico

Esta espécie de sermão refere-se à análise

detalhada de um assunto a fim de se extrair

o máximo das verdades nele contidas e,

através destas verdades, se ensinar os princípios

subjacentes e correspondentes.

7. Analógico

Uma grande parte da Bíblia foi escrita

na forma de analogias. Este método ensina

verdades baseando-se em casos paralelos.

Os escritores freqüentemente usam

coisas naturais para ensinarem verdades

espirituais. Este método envolve a comparação

de funções semelhantes, o processo

de raciocínio pela comparação de

casos paralelos. O sermão analógico tenta

comunicar as verdades contidas numa

analogia.

Capítulo 2

O Sermão Textual

Eu gostaria que examinássemos mais detalhadamente

a preparação de um tipo de

sermão textual. Já defini anteriormente este

método como uma análise e exposição de

756 / SEÇÃOD13 D13.2– O Sermão Textual

uma pequena porção das Escrituras, em geral

um único versículo ou texto.

A. VANTAGENS DE SE

TER UM TEXTO

1. Capta o Interesse

A declaração de um texto interessante

capta imediatamente o interesse dos seus

ouvintes, o que lhe proporciona uma congregação

atenta. As pessoas ficam intrigadas

em descobrirem como você tratará do assunto.

Ficam interessadas em averiguarem

que pensamentos e implicações você tirará

do seu texto. As mentes dos seus ouvintes

ficam estimuladas e alertas, proporcionando-

lhe ouvintes interessados.

2. Evita a Divagação

Um texto específico ajuda ao pregador

evitar desviar-se do seu assunto. É difícil

para os ouvintes reterem um interesse ativo

num pregador que divaga em sua apresentação.

Ter um texto específico e um contexto

do qual você o tirou ajuda-lhe a evitar estas

divagações e a reter o interesse ativo dos

seus ouvintes.

3. Mantém Sermões Bíblicos

Centralizar a sua apresentação numa porção

específica das Escrituras ajuda a manter

o pregador de acordo com a Bíblia. Tendo

apresentado uma premissa diretamente da

Bíblia, a sua mensagem é obviamente baseada

nela, uma vez que você está se referindo

diretamente à mesma. A tendência é então

substanciar o seu tema baseando-se em outras

partes relevantes da Bíblia.

Inversamente, se o seu tópico anunciado

não for bíblico, quer seja psicológico,

social, cultural, etc., então a substanciação

para o seu tema em geral será obtida de uma

fonte semelhante.

4. Aumenta a Ousadia

Pregar diretamente da Bíblia aumenta a

ousadia e a autoridade da sua proclamação.

Quando você prega especificamente a Palavra

de Deus, há uma unção especial do Espírito

sobre ela. Deus unge a Sua Palavra.

Declarações tiradas diretamente da Bíblia

podem ser apresentadas com um grande

sentimento e convicção, pois você não

está apresentando as suas próprias idéias, e

sim dizendo às pessoas o que Deus tem a

dizer sobre o assunto. Há um enorme peso

e autoridade quando você declara: “Assim

diz o Senhor!”

Foi quando os discípulos saíram “pregando

a Palavra” que Deus trabalhou com

eles, confirmando a Palavra com sinais que

se seguiram (Mc 16:20).

5. Ajuda a Lembrar da Mensagem

Um bom texto ajuda a fixar a mensagem

nas mentes dos seus ouvintes. Eles se lembrarão

dela muito tempo depois. Ao se lembrarem

da sua mensagem, freqüentemente

será o versículo bíblico no qual você baseou

a sua apresentação que será lembrado mais

vividamente.

B. A ESCOLHA DE UM TEXTO

1. Leia a Bíblia Regularmente

Se você quiser tornar-se um pregador

capaz e eficaz, você deve ler a sua Bíblia

regularmente. Determine-se a desenvolver

bons hábitos com relação à leitura bíblica.

Especifique uma hora especial a cada dia

para ler a Bíblia. Carregue consigo uma pequena

Bíblia, a fim de que, se você tiver

alguns momentos livres, possa gastá-los valiosamente,

lendo as Escrituras.

2. Estude a Bíblia

Não a leia meramente de uma forma superficial.

Cave abaixo da superfície. Medite

diligentemente nas coisas que você lê. Analise-

as minuciosamente em sua mente. Examine-

as de todos os pontos de vista possíveis.

Pratique analisar o que você estuda.

Faça subdivisões do assunto em sua mente

e reúna-o novamente.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 757

Aprenda a “ruminar”, que significa “remastigar

o que foi digerido”. Quando uma

vaca come, ela mastiga a grama, engole-a e

depois a traz de volta para mastigá-la novamente.

Portanto, quando você rumina na

sua mente, você continua a trazer os pensamentos

de volta para novamente neles refletir.

Medite neles. Pondere-os. Continue

a trazê-los de volta à sua mente para considerações

adicionais e mais profundas.

Quanto mais a sua mente estiver cheia

com a Palavra de Deus e de meditações

bíblicas, tanto mais você terá para onde

recorrer quando estiver ministrando. O Espírito

Santo trará todas as coisas à sua lembrança

(Jo 14:26), mas você precisa tê-las

em sua mente para que Ele possa fazer

isto.

3. Tenha Sempre um

Caderno com Você

Sempre que você ler a Bíblia, inicie o

hábito de ter uma caneta e papel com você.

Forme o bom hábito de fazer anotações breves

de todas as pequenas inspirações que

você receber. Tente evitar fazer isto em pedaços

de papel soltos, pois a tendência será

de você perdê-los.

Se você usar um caderno, ele se tornará

como um diário espiritual. Meses mais tarde,

você poderá voltar às suas anotações e

retirar delas novas inspirações. Quanto mais

você meditar nelas, mais revelações você

receberá. Isto também criará um arquivo de

pensamentos sobre vários assuntos, dos

quais você poderá preparar muitos sermões

excelentes na hora apropriada.

4. Mantenha uma Atitude

de Oração

Isto não significa que você tenha que estar

de joelhos o tempo todo. É à atitude do

coração que me refiro, e não à postura do

seu corpo. Idealmente, a oração é uma conversação

espiritual com Deus. É um diálogo.

Você fala com Deus, mas Ele também

falará com você. À medida que você aprender

a discernir a Sua voz, você descobrirá

um fluir contínuo de inspiração. Deus anseia

em revelar a Sua verdade. Ele espera

por corações famintos e atentos que possam

reconhecer e discernir a Sua voz. Ele

quer compartilhar os Seus segredos com

você.

5. Busque a Revelação

do Espírito Santo

Estabeleça um alto valor e prioridade na

revelação que o Espírito pode trazer sobre

a Palavra de Deus. O Espírito Santo é uma

Pessoa sensível; Ele pode entristecer-Se e

ser afugentado. Você tem que cultivar o espírito

quieto, humilde e sensível com o qual

Ele gosta muito de Se associar. À medida

que a sua comunhão com o Espírito Santo

se desenvolver, Ele o introduzirá a muitas

verdades novas e maravilhosas, as quais

enriquecerão a sua vida e ministério.

6. O Seu Texto Deveria Ser:

a. Biblicamente Autoritário. Ele deveria

harmonizar-se com o que o consenso

da Bíblia ensina. É possível tirarmos um

versículo do seu contexto e ensinarmos com

ele algo que a Bíblia não substancia. Já foi

dito que “um texto sem um contexto é meramente

um pretexto.”

Sempre estude o seu texto na luz do

seu contexto. Nunca tente fazer com que o

seu texto diga algo que não seja confirmado

pelos versículos que o precedem e o

seguem. Sempre tente interpretar o seu

texto na luz do que a Bíblia toda ensina

sobre o assunto.

b. Completo. O seu texto deveria formar

sempre uma declaração completa da

verdade. Alguns pregadores meramente tiram

uma frase de um versículo e a usam,

independentemente do seu contexto. Isto é

desonesto! Chama-se “manipular a Palavra

de Deus enganosamente” (2 Co 4:2). Isto

tem que ser evitado a todo custo, pois levaria

a um tratamento desonesto e anti-bíblico

do seu assunto. Como conseqüência,

758 / SEÇÃOD13 D13.2– O Sermão Textual

você cairá em conclusões errôneas e fará

com que seus ouvintes façam o mesmo.

c. Razoavelmente Breve. O sermão

textual deveria ser fundamentado numa declaração

razoavelmente breve das Escrituras.

d. Abrangente. Ainda que breve, o seu

texto deveria ser também abrangente. Deveria

ser um sumário breve, porém adequado

daquilo que você deseja compartilhar.

Ao ler o seu texto à congregação, as

pessoas deveriam então obter uma idéia

razoável da área da verdade que você apresentará.

Você deveria então tentar permanecer

dentro dos parâmetros do que o seu

texto anuncia.

C. A SUA ABORDAGEM AO TEXTO

1. Digira Minuciosamente

as Suas Palavras

Leia o texto repetidas vezes. Pondere-o

em seu coração. Medite nele. Decore-o. Faleo

em voz alta a você mesmo. Torne-se minuciosamente

familiarizado com ele.

2. Determine a Sua Linguagem

Ele deve ser entendido literalmente, ou o

seu propósito era para ser figurativo? O

autor comunica o significado do que diz de

uma forma literal, ou as suas palavras devem

ser entendidas como uma figura de linguagem?

3. Analise a Sua Mensagem

Isto o ajudará grandemente a dissecar o

versículo. Separe-o em três ou quatro partes

principais. Descubra exatamente quanto

este versículo contém e o que ele tem

para ensinar.

4. Investigue as Palavras

Tente descobrir o que elas deveriam

transmitir originalmente.

Se você tiver a felicidade de ter uma concordância

ou léxico, examine a palavra na

língua original do hebraico ou grego. Há algum

significado especial ligado a ela? O autor

tinha algum motivo especial para usar

esta palavra?

Este estudo o ajudará a entender qualquer

relevância especial que o autor possa

ter desejado transmitir.

5. Descubra o seu

Desenvolvimento

Que linha da verdade o autor estava buscando

desenvolver? O que ele estava, em

última análise tentando transmitir? Como

ele realiza isto?

Tente seguir o caminho dele e desenvolva-

o de forma semelhante.

6. Considere o seu Contexto

a. O Contexto Bíblico. O que dizem

os versículos precedentes e os seguintes?

Considere o versículo com relação ao capítulo

inteiro de onde ele vem. Considere-o à

luz de todo o Evangelho ou epístola em que

se encontra.

Certifique-se de que a sua compreensão

dele é fiel à verdade geral transmitida naquele

livro. Para tanto, você tem que estudar

o tema e premissa básicos deste livro.

b. Contexto Cultural. A cultura daquela

época influenciou o que foi escrito?

As pessoas a quem as palavras foram originalmente

escritas receberiam uma perspectiva

diferente sobre o que foi dito do que

receberíamos em nossa situação? Em caso

afirmativo, qual seria o significado equivalente

agora?

c. Contexto Histórico. Quando foi escrita

esta declaração? O que estava acontecendo

então naquela época influenciou o que

foi escrito? Os eventos da época do que foi

escrito têm um significado específico sobre

o que foi dito?

d. Contexto Geográfico. Onde estava

o autor ao escrever estas palavras? Onde

estavam as pessoas a quem ele escreveu? A

localização geográfica deles tem qualquer

significado sobre o que foi dito?

e. O Contexto Bíblico Total. Todas

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 759

as Escrituras são dadas pela inspiração de

Deus (2 Tm 3:16). Cada parte tem que ser

fielmente interpretada de maneira a concordar

com o todo.

Nenhuma Escritura deveria ser deturpada

de seu contexto, porém deve ser interpretada

pelo que toda a revelação de

todas as Escrituras ensinam. As Escrituras

devem interpretar as Escrituras, e a nossa

exposição de um texto deveria sempre concordar

com o que a Bíblia, como um todo,

ensina.

D. O ARRANJO DO SEU MATERIAL

O arranjo ordenado do seu material é uma

vantagem bem definida, tanto para o pregador

como para os que o ouvem. Para o pregador,

fornece a compreensão mais clara do

seu assunto. Os seus pensamentos não ficam

embaralhados ou confusos. Ajuda-o

também a garantir o tratamento mais adequado

do assunto.

Quanto aos seus ouvintes, isto obviamente

os ajudará grandemente na compreensão

do sermão.

1. O que um Esboço Faz Para Você

Um bom esboço é a melhor e a mais

simples maneira de se organizar o seu material.

a. Faz com que você analise cuidadosamente

o seu material e o material

que você compilou. Ao fazer isto, você no

final seleciona somente a melhor parte do

seu material.

b. Revela quaisquer áreas fracas na

sua abordagem do assunto e no desenvolvimento

da sua apresentação.

c. Faz com que você obtenha o máximo

do seu material porque você o reduz

ao seu conteúdo mais relevante e essencial.

d. Torna mais fácil para você lembrar-

se de tudo o que você quer dizer e

apresentá-lo de uma maneira progressiva e

ordenada, com um mínimo de dependência

óbvia em suas anotações escritas.

e. Torna mais fácil para os seus ouvintes

seguirem o desenvolvimento da sua

apresentação porque ela é comunicada da

maneira mais ordenada e lógica.

2. Com Relação às

Suas Anotações

a. Mantenha-as Breves. Treine-se a

usar as anotações do “tipo esqueleto”, as

quais você pode entender num relance.

b. Faça-as Ordenadas. É preciso que

você possa acompanhá-las facilmente em

todas as ocasiões.

c. Faça-as Completas. Tente cobrir todos

os aspectos sobre aquilo que você quer

falar.

d. Concentre-se em Idéias. Condense

os seus pensamentos em sentenças breves.

Aprenda a cristalizar os seus pensamentos

e a expressá-los em sentenças sucintas. Pratique

a redução e a expressão de um conceito

numa única sentença.

e. Faça Anotações Abreviadas. Lembre-

se de que as anotações estão presentes

para incitarem a sua memória. Até

mesmo uma palavra significativa pode

lembrá-lo de alguma coisa da qual você

queira se lembrar e compartilhar com os

seus ouvintes.

f. Faça-as Fáceis de Serem Lidas. Se

você tiver uma máquina de escrever, talvez

seja mais fácil para você ler anotações

datilografadas. Caso contrário, escreva em

letras de forma as suas anotações, tão clara

e legivelmente quanto possível. Nunca rabisque

as suas anotações, a fim de que você

não precise ficar pensando sobre elas no

púlpito na tentativa de decifrar o que você

escreveu.

E. AS ESTRUTURAS DE UM

SERMÃO TEXTUAL

O esboço do seu sermão conterá em geral

três elementos principais:

• A Introdução

• A Principal Declaração da Verdade

• A Conclusão e Aplicação

760 / SEÇÃOD13 D13.2– O Sermão Textual

Vamos examiná-los agora mais detalhadamente.

1. Introdução

A sua introdução pode bem ser a parte

mais importante da sua mensagem, pois, se

você não ganhar a atenção dos seus ouvintes

neste período inicial, eles poderão prestar

pouca atenção ao resto do seu sermão.

A introdução geralmente toma a forma

de uma versão abreviada do seu assunto.

Você abreviadamente diz aos seus ouvintes

sobre o que você planeja falar e a área que

você pretende cobrir. Você pode também

explicar como planeja abordar o seu assunto.

Desta forma, você tenta abrir o apetite

deles e torná-los desejosos de ouvirem mais.

a. O que a Sua Introdução Deveria

Realizar:

1) Captar o Interesse. Deveria captar

imediatamente o interesse e a imaginação

dos seus ouvintes.

2) Estabelecer a Harmonia. Deveria

estabelecer uma comunicação entre você

e os seus ouvintes.

3) Proporcionar a Aceitação. Deveria

proporcionar-lhe uma aceitação dos ouvintes.

Você precisa ganhar o interesse, confiança

e estima deles.

4) Informar. Deveria informar-lhes

qual é o seu assunto e como você pretende

abordá-lo.

5) Convencer. Deveria convencê-los

da importância do seu tópico e ganhar a

cuidadosa atenção deles para o resto da sua

pregação.

Nunca comece a sua introdução com uma

desculpa. Nunca diga: “Infelizmente, não

tive tempo suficiente para preparar o meu

sermão e temo que não será um bom sermão!”

Se este for o caso, os pobres ouvintes

descobrirão isto rapidamente. Não é

preciso dizer-lhes isto! Desculpas assim

somente diminuem a sua confiança própria

na sua capacidade e certamente não aumentam

a confiança das pessoas em você.

b. Uma Boa Introdução:

1) Não Prometa Mais do que Você

Pode Cumprir! Às vezes o pregador pode

fazer uma introdução bem dramática ao seu

sermão. Ele entusiasma os seus ouvintes

com relação ao que está por vir. Prometelhes

uma exposição maravilhosa e esclarecedora.

Porém, se a sua mensagem não alcança

o nível que prometeu, isto será contrário

ao clímax esperado. Seus ouvintes ficarão

desapontados. Perderão também a

confiança nele.

2) Não Deveria Ser Sensacional

Demais. Não estabeleça um ritmo que lhe

seja impossível de manter. Ao contrário, permita

que a sua introdução seja modesta e

depois os seus ouvintes ficarão agradavelmente

surpresos ao descobrirem que o sermão

está sendo muito mais interessante do

que esperavam.

3) Não Deveria Ser Muito Longa.

Lembre-se que é apenas a sua introdução e

não o sermão.

4) Deveria Ter um Relacionamento

Óbvio com o seu Tema. A introdução deveria

conduzir ao tema. Portanto, tem que

estar sempre vitalmente relacionada com o

seu assunto. Pode, na verdade, ser uma versão

encapsulada do assunto que você pretende

compartilhar, ou uma história que ilustre

a verdade do que você planeja dizer.

5) Deveria Ser Cuidadosamente

Preparada. Já que a sua introdução é vitalmente

importante para ganhar a atenção dos

seus ouvintes, ela certamente merece uma

reflexão e preparação cuidadosas.

Tente colocar-se no lugar dos seus ouvintes.

Pergunte a si mesmo: “O que certamente

ganharia a minha atenção?” “De tudo

o que estou me propondo a dizer, que aspecto

específico realmente captaria o meu

interesse?” Usando a sua imaginação desta

maneira, você pode determinar o melhor

estilo que a sua introdução deveria ter.

6) Proporciona Uma Transição Natural

ao seu Tema. Quando adequadamente

apresentada, deveria ser óbvio aos seus

ouvintes exatamente onde a introdução terPREPARE

UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 761

mina e o sermão começa. Isto é aplicável a

toda a sua mensagem. Ela não deveria apresentar

diversas seções específicas, obviamente

separada, mas sim, ser exposta como

um todo.

2. O Conteúdo Principal

da Sua Mensagem

Gostaria de sugerir que você dividisse a

parte central do seu assunto em três partes

principais. Estas partes não precisam ser

todas do mesmo tamanho. Deveria haver

uma progressão natural, lógica e suave de

um ponto para o outro. Estas divisões não

deveriam ser óbvias quando você as apresenta.

Por favor evite dizer: “Agora, o meu

terceiro ponto é ...” Talvez as partes assumam

um formato como este:

A. DECLARE A VERDADE

1. Declare-a

2. Explique-a

3. Esclareça-a

B. AMPLIFIQUE A VERDADE

1. Desenvolva-a

2. Substancie-a

3. Prove-a

C. CLÍMAX

1. Apresente a sua conclusão

2. O que podemos aprender com isto?

3. Como podemos aplicá-lo na

prática?

3. Conclusão

Apele para a mente. Sumarize a sua pregação.

Repita-a brevemente. Apele para a

vontade. Tente persuadir. Apele para as

emoções. Tente motivar.

F. COMO PREPARAR

O SEU SERMÃO

1. Primeiro Prepare um Esboço

Um esboço proporciona a maneira mais

eficaz de se organizar adequadamente o seu

material. Depois que você aprender bem a

arte de produzir bons esboços, você descobrirá

que é muito mais fácil e mais conveniente

organizar as suas pregações.

Quando você começar a examinar e a

avaliar o material do seu assunto, escreva

todos os pensamentos e idéias numa folha

de papel grande. Não se preocupe a esta

altura em colocar as coisas em suas seqüências

corretas. Simplesmente escreva todos

os pensamentos válidos que lhe ocorrerem

enquanto você considera o assunto.

2. Selecione os Seus

Pensamentos Principais

Em geral é mais fácil encontrarmos três

pensamentos principais:

• Quais são as três declarações mais

importantes que você escreveu nesta

folha de papel grande? Coloque-as

numa seqüência natural.

• Qual declaração deveria vir primeiro?

• Qual é a declaração fundamental que

precisa ser colocada? Faça dela a sua

subdivisão número um. Escreva-a

em letras maiúsculas e sublinhe-a!

Agora, pergunte a você mesmo: “Qual

declaração segue naturalmente a primeira?”

Faça desta a subdivisão principal número

dois.

Resta-lhe agora mais um pensamento

principal, o qual deveria ser uma conclusão

do assunto. Este será então a subdivisão

principal número três.

Coloque-os no papel desta maneira:

A. SUBDIVISÃO PRINCIPAL

NÚMERO UM

1.

2.

3.

B. SUBDIVISÃO PRINCIPAL

NÚMERO DOIS

1.

2.

3.

C. SUBDIVISÃO PRINCIPAL

NÚMERO TRÊS

762 / SEÇÃOD13 D13.2– O Sermão Textual

1.

2.

3.

Comece agora a cobrir o resto do seu

material no seu rascunho. Coloque estes

pensamentos em ordem debaixo de cada

subdivisão específica que você designou. Coloque

cada um deles nas subdivisões principais

apropriadas: l, 2, 3. Cada pensamento,

então, torna-se uma “subdivisão secundária”.

Denomine-as a, b, c, etc.

Todos os seus pensamentos e o seu material

estão agora entrando num arranjo ordenado.

Isto torna mais fácil para você estudar

o assunto mais profundamente.

3. Exemplos de Sermões

a. Exemplo 1. Permita-me ilustrar este

método com um dos versículos mais conhecidos

da Bíblia: João 3:16: “Porque Deus

amou o mundo de tal maneira que deu o

Seu Filho Unigênito, para que todo aquele

que n’Ele crê não pereça mas tenha a vida

eterna.”

INTRODUÇÃO

O mundo tem conhecido muitas pessoas

com uma grande capacidade de amar. Mas eu

gostaria de falar sobre Aquele que é, sem

dúvida nenhuma, O que pode amar mais

que todas elas. É o Próprio Deus!

Ele ama o maior número de pessoas, com

a mais alta qualidade de amor, o que O levou

a fazer o maior sacrifício possível.

A. O GRANDE AMOR DE DEUS PARA

O MUNDO INTEIRO.

1. Ele criou o mundo e toda a humanidade.

2. Ele ama igualmente todas as pessoas

do mundo.

3. Ele quer que todas elas vivam eternamente.

B. ESTE AMOR FEZ COM QUE ELE

DESSE O SEU FILHO UNIGÊNITO.

1. Quão precioso é o Filho de Deus para

o Pai. Nenhum pai humano ama tanto

ao seu filho.

2. Como foi grande o sacrifício de Deus!

3. Deus deu a Jesus de graça “para todo

aquele que crê”

4. Ele O deu mesmo até a morte.

C. TODO AQUELE QUE RECEBE A

CRISTO NÃO PERECE

1. Esta maravilhosa oferta está disponível

a todos.

2. Deus ama até mesmo os piores homens.

3. A salvação é um presente através da

fé em Jesus.

CONCLUSÃO

Deus está lhe oferecendo agora o maior

presente possível: a vida eterna em Cristo!

Como você seria tolo em rejeitar ou negligenciar

um presente tão maravilhoso assim.

Aceite a Cristo agora sem demora!

b. Exemplo 2. Consideremos agora uma

narrativa simples dos Evangelhos. Em Lucas

8:41-48, encontramos a história de uma

mulher que, após doze anos de sofrimentos

crônicos, veio a Jesus e foi curada imediatamente.

Ela foi embora com uma profunda

paz em seu coração e mente.

O nosso texto poderia ser um trecho do

versículo 48: “Vai em paz.” (Este poderia

ser também o título da sua mensagem!)

INTRODUÇÃO

Certamente, todos desejam possuir uma

paz e segurança interior. Há muitos fatores

na vida que podem nos roubar esta paz.

Um deles é a doença. É difícil mantermos a

paz interior quando estamos sendo afligidos

por doenças sérias. A nossa mente se

enche com incertezas e desespero.

Aqui está a história de uma pessoa nestas

exatas condições. Ela havia estado doente

por doze anos. Ainda que tivesse visitado

muitos médicos, nenhum deles havia

sido capaz de ajudá-la. Aliás, ela ficou ainda

pior.

Aí então, num glorioso dia, ela se encontrou

com Jesus Cristo.

Através deste encontro maravilhoso, ela

foi instantaneamente curada da sua longa

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 763

enfermidade. Foi também abençoada com

um profundo sentimento de paz interior.

Este mesmo Jesus pode também abençoar

a sua vida hoje. Examinemos agora esta

história e descubramos como ela recebeu a

cura e como você pode ser curado também!

A. ESTA MULHER NÃO TINHA

NENHUMA PAZ

1. Havia estado constantemente doente

durante doze anos.

2. Havia gasto todo o seu dinheiro. Agora

não tinha sequer um tostão!

3. Estava decepcionada e frustrada.

4. Estava sendo tentada ao desespero.

Parecia que ninguém poderia ajudála.

Como ela é típica de tantos hoje

em dia que estão solitários, frustrados

e inseguros!

B. COMO ELA VEIO A CRISTO

1. Ouviu o que Ele havia feito por uma

outra pessoa.

2. Determinou-se a buscar também a

Sua ajuda.

3. Animou-se na fé. Disse consigo mesma:

“Se ao menos eu tocar a orla

dos Seus vestidos, serei curada” (Mc

5:28).

4. Venceu muitos obstáculos.

5. Veio a Cristo.

6. Tocou-O pela fé.

7. A vida d’ Ele fluiu para dentro dela.

Foi imediatamente curada por completo!

C. A SALVAÇÃO DELA

1. Os discípulos não podiam ajudá-la.

Nem sequer sabiam da necessidade

dela. Há ocasiões em que nenhum ser

humano pode nos ajudar. Somente

Deus pode satisfazer as nossas necessidades

mais profundas.

2. Cristo exigiu a confissão dela. “Quem

Me tocou?” Ele já sabia quem O havia

tocado, mas Ele queria a confissão

pública dela. Romanos 10:10 diz:

“Com o coração o homem crê para

a justiça, e com a boca a confissão é

feita para a salvação.”

3. Cristo a chamou de “filha”. Ele a aceitou

como um membro da família de

Deus.

4. Ele disse para ela “Vai em paz”. Daquele

momento em diante, ela conheceu

a paz verdadeira. A incerteza e a

ansiedade foram banidas e a paz de

Deus encheu o seu coração e a sua

mente.

5. Foi a fé dela que a curou totalmente

(vers. 48). Deus deseja que todos sejam

completa e perfeitamente curados,

no espírito, alma e corpo.

CONCLUSÃO

Ela foi embora, sendo agora uma pessoa

transformada. Você também pode ser transformado,

se você vier para Cristo com fé!

4. Sumário

Pratique a dissecação e análise de tais

acontecimentos da Bíblia. Tente descobrir

os três pensamentos ou partes principais

das histórias.

Uma vez que você tenha determinado os

três pensamentos principais, comece a analisar

cada um deles separadamente e a subdividi-

los nas partes que os compõem. Pode

haver quatro ou cinco verdades menores

contidas em cada declaração principal. Analise

as várias partes, coloque-as na seqüência

ou ordem e arranje-as progressivamente.

Isto é uma prática excelente para você.

Talvez não seja fácil a princípio, mas persevere.

Determine-se a dominá-la. Após algum

tempo, isto se tornará algo muito natural

para você.

Muitas vezes comparo a construção de

um sermão à construção de uma casa:

• A introdução é como um caminho que

leva à casa. Leva-nos do portão à

porta de entrada.

• Cada subdivisão principal é como um

cômodo da casa.

• As subdivisões secundárias são a mobília

de cada cômodo.

• As ilustrações são as janelas cons764

/ SEÇÃOD13 D13.3– A Pregação Expositiva

truídas em cada cômodo, as quais iluminam

a mobília dos cômodos (as

ilustrações são exemplos simples que

nos ajudam a compreendermos verdades

profundas).

Lembre-se desta analogia quando você

estiver preparando os seus sermões!

Capítulo 3

A Pregação Expositiva

Neste caso estamos lidando com a arte

de se expor uma passagem das Escrituras.

Expor significa interpretar e explicar; apresentar

um assunto detalhadamente.

Por exemplo: você pode decidir a examinar

o Evangelho de João, capítulo por capítulo.

Começando pelo primeiro capítulo,

você procuraria interpretar e explicar o seu

significado e importância, versículo por versículo.

Você poderia abordar um capítulo a

cada semana, e assim, num período de algumas

semanas, você finalmente terminaria o

livro inteiro.

A. AS VANTAGENS DA

PREGAÇÃO EXPOSITIVA

Este é um excelente método de se ensinar

a Bíblia. Ele tem muitas vantagens distintas

e é um bom estilo de se cultivar. Aqui

estão algumas das vantagens óbvias deste

método:

1. É um Método Bíblico

O Próprio Jesus freqüentemente usava

este método. Ele tomava um trecho das Escrituras

do Antigo Testamento e interpretava

o seu significado para Seus ouvintes.

Pedro também usou este método no Dia

de Pentecostes. Ele tomou algumas das Escrituras

do Antigo Testamento que se referiam

ao Rei Davi e explicou o seu verdadeiro

significado à grande multidão. Ele explicou

cuidadosamente as implicações proféticas

destas Escrituras e como se referiam a

Cristo e provavam que Ele era o Messias.

Novamente, vemos Estêvão usando este

método de pregação expositiva em Atos,

capítulos 7 e 8.

A Bíblia está literalmente repleta de ótimos

exemplos de pregações expositivas.

2. Produz Pregadores da Bíblia e

Congregações Voltadas a Bíblia

A explanação das Escrituras garante que

haja um grande teor bíblico no seu ministério.

À medida que você prossegue num capítulo,

versículo por versículo, a sua congregação

está sendo alimentada com a Palavra

de Deus.

3. Convida o Reforço

do Espírito Santo

O Espírito de Deus sempre concorda

com a Palavra de Deus (1 Jo 5:7). Portanto,

quanto mais teor bíblico pregamos, tanto

mais da unção do Espírito haverá sobre a

nossa proclamação. O Espírito Santo Se

deleita em confirmar a Palavra de Deus. Ele

assim o faz muitas vezes com sinais e maravilhas

(Mc 16:20).

4. Estimula um Interesse Mais

Profundo na Bíblia

Quanto mais você compartilhar da Bíblia

com as pessoas, tanto mais famintas

dela tornar-se-ão. Logo começarão a estudála

por si mesmas em níveis mais profundos.

Suas vidas serão transformadas. Serão fortalecidas

e consolidadas pela Palavra. Você

terá uma Igreja voltada à Bíblia.

B. PROCEDIMENTOS SUGERIDOS

1. Escolha Cuidadosamente Uma

Passagem Apropriada das

Escrituras

Certifique-se de que esta passagem ministre

vida e fortalecimento aos seus ouvintes.

Não escolha um assunto meramente porque

ele lhe interessa ou lhe intriga. Nunca

selecione um assunto que gere discussões,

divisões e brigas.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 765

Você está procurando ser um canal para

Deus, a fim de que Ele possa falar a Sua

Palavra ao Seu povo através de você. Você é

portanto responsável em revelar a mente de

Deus para o povo sobre o qual Ele lhe deu

responsabilidade. Este ministério é um dos

maiores privilégios dados ao homem mortal.

É também uma das mais tremendas responsabilidades!

2. Procure um Tema que Seja

Relevante à Situação Atual do

Povo

Deus sempre tem “verdades atuais” que

Ele quer comunicar ao Seu povo. Há uma

progressão e desenvolvimento constantes

dos propósitos de Deus no meio do Seu

povo. Ele tem um propósito específico para

todas as congregações de crentes. Toda igreja

local deveria estar seguindo adiante naquele

propósito específico que Deus definiu para

ela. A fim de realizarmos isto, é essencial

que a Sua específica Palavra da verdade seja

consistentemente ministrada à congregação.

Às vezes é um exercício útil perguntar a

si próprio: “Se esta fosse a minha última

chance de falar a este povo, qual seria a

coisa mais importante que precisariam ouvir?”

Pregar com este tipo de pensamento

em mente, ajuda-lhe a garantir que os seus

tópicos sejam relevantes e vitais para o desenvolvimento

e amadurecimento do povo

nos propósitos de Deus para ele.

3. Estude a Passagem

Cuidadosamente Sob Todos os

Ângulos Possíveis

Primeiramente, leia toda a passagem várias

vezes até que você comece a ficar bem

familiarizado com ela. Em seguida, leia-a cuidadosamente,

versículo por versículo. Sempre

que houver uma ligação óbvia com alguma

outra passagem das Escrituras, leia este

outro trecho também. Se você tiver acesso a

quaisquer livros de pesquisa, leia-os, então,

a qualquer custo. Acima de tudo, porém,

mantenha a sua mente aberta e alerta ao

Espírito Santo para que você possa colher

quaisquer pensamentos que Ele vier a compartilhar

com você.

4. Esforce-se Para Entender

Minuciosamente o Seu Tema

Tente sempre descobrir o tema subjacente

da passagem. O que o Espírito Santo

estava tentando transmitir ao inspirar esta

passagem? O que está bem no coração deste

ensinamento? O que Deus gostaria de

dizer ao Seu povo através disto?

5. Tenha em Mente um

Objetivo Definido

O seu objetivo deveria estar em total harmonia

com o objetivo de Deus. Tendo descoberto

o que você sente que Ele está querendo

comunicar através destas Escrituras,

a sua tarefa é ser tão fiel a isto quanto possível.

Assim sendo, é necessário que você

se absorva completamente nesta mensagem.

Não é suficiente compreendermos mentalmente

o que Deus está dizendo. É preciso

que sintamos o que Ele está sentindo.

Ele quer comunicar o Seu coração como também

a Sua mente e vontade. Portanto, a Sua

Palavra tem de fluir através do seu coração

e também da sua mente.

Você deve ser o instrumento de Deus

para transmitir convincentemente a Sua

mensagem ao Seu povo. Você é o Seu portavoz!

Você não foi chamado para compartilhar

os seus próprios pensamentos com o povo.

Você foi chamado para compartilhar os pensamentos

e a vontade de Deus com eles.

Esta compreensão deveria ser o seu fator de

motivação. Deveria ser o motivo que o impele

na sua pregação.

6. Fale Pela Sua Própria

Experiência

Para que você possa comunicar a verdade

eficazmente, deveria ser algo que

Deus trabalhou primeiramente na sua própria

vida. Muitos pregadores apresentam

766 / SEÇÃOD13 D13.3– A Pregação Expositiva

teorias. Pregam banalidades que às vezes

não têm nenhuma relevância prática. Ninguém

pode pregar convincentemente uma

“experiência de novo nascimento” a menos

que a tenha experimentado pessoalmente.

Você tem de conhecer as experiências

como uma realidade na sua vida antes que

você possa compartilhá-la eficazmente com

os outros. O pregador é chamado para ser

uma epístola viva. Ele não deve somente

pregar a verdade, mas também praticá-la e

demonstrá-la. Ele deve ser um exemplo vivo

de tudo o que prega.

7. Torne-a Significativa

“Exegese” significa “salientar o verdadeiro

significado”. Você é responsável em

garantir, da melhor forma possível, que o

verdadeiro significado e importância da passagem

bíblica se torne clara aos seus ouvintes.

Sempre tente simplificar o seu assunto.

Isto é obviamente o que Jesus fazia e é

uma razão importante pela qual o Seu ministério

era tão poderoso e eficaz. Ele tomava

questões profundas e as tornava tão

simples!

Muitos pregadores atuais fazem exatamente

o oposto. Tomam os assuntos mais

simples e os fazem tão profundos e complicados

que os seus ouvintes entendem

pouco do que ouvem. Lembre-se disto:

quanto mais simples melhor!

8. Torne-a Prática

Sempre tente mostrar claramente as aplicações

práticas que a sua mensagem pode

ter para o povo. Um grave perigo entre os

cristãos é em geral “um conhecimento excessivo

e bem pouca prática.” Muitos cristãos

têm ouvido sermões durante anos, e,

contudo, há pateticamente pouco que se

mostrar como resultado disto em termos

significativos.

Não se contente em simplesmente falar

ao povo. Faça com que as suas conclusões

sejam bem claras. Procure dar sugestões práticas

no que se refere às maneiras pelas quais

o povo pode significativamente corresponder

a Deus.

Faça um acompanhamento posterior às

suas mensagens com programas práticos

com os quais o povo pode se envolver a fim

de se tornarem praticantes da Palavra e não

somente ouvintes!

C. A COLETA DE MATERIAL

RELEVANTE

Além de estudarmos a passagem bíblica,

como coletamos material relevante adicional?

Aqui estão algumas sugestões. Pergunte

a si mesmo:

1. O que Já Li ou Ouvi

Sobre Este Assunto?

Comece a sondar a sua memória. Talvez

você tenha lido um bom livro sobre este

assunto alguma vez. Qual foi o livro? O que

ele dizia sobre o assunto? Force a sua memória

até que os pensamentos voltem à sua

mente. Talvez você já tenha ouvido alguém

pregar sobre este assunto. O que foi falado?

Como foi apresentado o assunto? Freqüentemente,

algo que foi falado se torna um

pensamento em forma de semente para você.

A partir disto vem toda uma corrente de

novos pensamentos.

2. O que o Espírito Santo Já me

Mostrou Sobre Este Assunto?

É neste ponto que os benefícios de se ter

um caderno de anotações são percebidos.

Às vezes, meses e até mesmo anos antes,

Deus lhe deu alguns pensamentos e revelações

interessantes sobre este exato tema.

Se você não anotou estes pensamentos,

talvez você tenha problemas tentando lembrar-

se deles novamente. Mas se você tiver

um caderno de anotações onde seus pensamentos

devocionais são registrados, você

pode novamente recorrer a ele para familiarizar

a sua mente com o que o Espírito mostrou

a você em outras ocasiões.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 767

Se você não estiver mantendo um caderno

deste tipo, retire-se para algum lugar sossegado

para que a sua mente possa refletir

sobre o assunto sem interrupções. A meditação

o ajudará a lembrar-se das coisas que

você aprendeu pelo Espírito.

3. O que Já Observei e que se

Relaciona com Este Tema?

Freqüentemente observamos coisas que

clarificam o assunto que estamos considerando

– incidentes da nossa experiência que

ilustram algum aspecto da verdade que estamos

considerando no momento. Às vezes,

é algo que observamos na natureza e

que confirma um princípio que estamos estudando

na Palavra de Deus.

As ilustrações da natureza geralmente

trazem uma luz tremenda às passagens bíblicas.

Os pregadores africanos são freqüentemente

muito hábeis nisto. Tenho me entusiasmado

muito ouvindo pregadores negros

ilustrarem verdades bíblicas através das

coisas que aprenderam sobre a natureza. O

Deus da natureza é também o Deus da Bíblia!

4. Que Pensamentos Já Tive

Sobre Este Assunto?

Muitos dos nossos pensamentos anteriores

sobre um certo assunto estão agora

enterrados em nosso sub-consciente. Eles

precisam ser novamente trazidos à superfície.

Isto pode muitas vezes ser realizado

durante um tempo de profunda meditação.

À medida que permanecemos sentados

em silêncio, focalizando a nossa mente na

Bíblia, pensamentos enterrados virão novamente

à superfície. Digo freqüentemente

aos meus alunos: “Force a sua memória,

faça-a trabalhar. Você não a danificará fazendo

com que ela trabalhe para você. Você

só poderá aperfeiçoá-la.” Nunca tenha medo

de fazer isto.

Sente-se e concentre-se. Force-se a lembrar-

se quais eram os seus pensamentos.

Refresque novamente com eles a sua mente.

5. Quem ou o que Posso Consultar

Sobre Este Assunto?

Discutir tópicos bíblicos com um pregador

amigo é sempre uma experiência estimulante

e valiosa. Se você tiver a oportunidade

de fazer isto, então agarre esta chance!

Será edificante e esclarecedor para todas as

pessoas interessadas.

Este tipo de exercício deveria acontecer

todas as vezes em que os pregadores da

Palavra estão reunidos. Engajar-se em debates

sobre assuntos bíblicos edificantes,

faz um tremendo bem e fomenta a verdadeira

comunhão e unidade. Sinto muita pena

de muitos companheiros de ministério que

não têm nenhum livro de pesquisa bíblica.

Porém, vocês têm de fato um ao outro!

Compartilhem o seu conhecimento e experiência

um com o outro. Reúnam os seus

conhecimentos bíblicos através de bons debates

e conversações freqüentes. Não desperdicem

estas oportunidades de ouro quando

vocês estiverem reunidos.

D. PREPARAÇÃO DO

SEU MATERIAL

Tendo encontrado uma passagem adequada

e relevante:

1. Aborde-a Honestamente

Coloque de lado todas as suas idéias preconcebidas.

Permita que a sua mente esteja

aberta e que não seja tendenciosa para que

você possa receber e aprender algo novo.

Alguém já disse que se quisermos realmente

crescer espiritualmente, então precisamos

ler todos os trechos da Bíblia que nunca

sublinhamos.

Freqüentemente, estabelecemos conceitos

com firmeza e temos a tendência de vermos

somente as coisas que confirmam aquilo

em que já cremos. Precisamos abordar a

Palavra de Deus com abertura e honestidade.

Não anule ou invalide a Palavra de Deus

768 / SEÇÃOD13 D13.3– A Pregação Expositiva

porque a sua tradição religiosa fechou a sua

mente para qualquer outra coisa além do

que você crê no presente.

Certamente você não tem a plenitude de

todo o conhecimento que Deus quer transmitir

a você. Esteja pronto para aprender

qualquer que seja a nova verdade que Deus

possa, porventura, ter para compartilhar

com você.

2. Investigue-a Minuciosamente

Analise a passagem. Interrogue-a! Desmonte-

a e examine-a minuciosamente. Faça

isto com a sua mente aberta ao Espírito Santo.

Tenha a expectativa de receber novos

pensamentos e revelações de Deus e também

de discernir verdades que você nunca

percebeu antes.

A Palavra de Deus é como o poço de

uma mina. Quanto mais profundo você for,

encontrará depósitos cada vez mais preciosos.

Muitos se contentam em cavar somente

na superfície. Suas conclusões são sempre

superficiais. Podem compartilhar somente

o que os outros já sabem.

Um segredo do ensino eficaz é investigarmos

as áreas da verdade que ainda não

ocorreram anteriormente às pessoas. Desta

maneira, você pode compartilhar verdades

novas e agradáveis com elas.

3. Faça Alguma Reflexão

Original Sobre Ela

Não permita que a sua mente fique nos

caminhos rotineiros que você criou. Confie

que o Espírito Santo iluminará a sua mente.

Estou certo de que ele compartilhará algo

com você do qual você jamais havia se dado

conta. Confira-o com o resto da Bíblia. Nenhuma

“verdade” jamais contradiz o conteúdo

da verdade como um todo revelada

nas Escrituras. Confira-o também com um

companheiro pregador, alguém que saiba

mais sobre a Bíblia do que você, e não alguém

que você sabe que sempre concorda

com você!

Não tenha medo de ter algum pensamento

original. Permita que o vento do Espírito

expulse as teias de aranha da sua mente!

4. Aborde-a Criativamente

Deus é um criador. A Sua Palavra é uma

Palavra criativa. Tudo o que Deus criou, Ele

o fez pela Sua Palavra! A Palavra de Deus

não deveria ficar presa. Ela ainda é uma Palavra

criativa e poderosa. Quando liberada em

corações redimidos, ela cria e transforma.

Esteja sempre consciente do potencial

criativo da Palavra de Deus. Manuseie-a

com uma atitude de fé e expectativa. Esteja

sempre ciente de que ela está repleta de um

potencial criativo. Ela tem muito mais energia

e capacidade do que você jamais compreenderá.

Ela é sempre capaz de produzir

muito mais do que você poderia compreender.

Lembre-se que ela é uma Palavra milagrosa.

Deus está em Sua Palavra. O Seu gênio

criativo está nela. O seu ministério deveria

ter o propósito de liberar este potencial

criativo e introduzi-lo na vida dos seus

ouvintes.

5. Trate-a Construtivamente

Lembre-se de que você é um colaborador

de Deus. Você está envolvido na construção

de algo, e não na sua destruição. A sua tarefa,

estando submisso a Deus, é edificar o Corpo

de Cristo. Portanto, as suas mensagens deveriam

ser construtivas, e não destrutivas.

Às vezes, a sua ênfase poderá causar uma

sondagem profunda nos corações. A palavra

que você trouxer poderá fazer com que os

seus ouvintes sondem os seus corações e se

arrependam. A reação deles poderá ser de

quebrantamento e de lágrimas. Contudo, não

deveriam ser deixados nesta situação!

Considere Esdras e Neemias (Ne 8:5-

12). Deus havia transmitido uma palavra

bem pesada aos recém-chegados do exílio.

Ao ouvirem a exposição da Lei, perceberam

o quanto haviam se afastado dela durante

os anos do exílio. Isto fez com que chorassem,

prostrando-se com os seus rostos ao

chão em arrependimento. Os profetas perPREPARE

UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 769

mitiram que fizessem isto por um tempo,

mas, em seguida, interromperam o choro e a

lamentação deles, fizeram com que o povo

se levantasse novamente e disseram: “... ide,

comei... e bebei... não vos entristeçais, porque

a alegria do Senhor é a vossa força”

(v. 10).

Não coloque o povo constantemente sob

condenação. O seu objetivo final é vê-los

edificados e fortalecidos. Para realizar isto,

você precisa ministrar construtivamente.

6. Aborde-a Comparativamente

As Escrituras têm de ser comparadas com

as próprias Escrituras. Elas têm de ser interpretadas

sempre dentro do contexto total

da Bíblia. Isto requer uma maturidade de

entendimento de toda a Bíblia. Você precisa

estudar a Bíblia consistentemente “para

mostrar-se aprovado diante de Deus, como

obreiro que não tem do que se envergonhar

e que maneja bem a Palavra da verdade”

(2 Tm 2:15).

7. Conclua-a de Forma Prática

Todas as pregações e ensinos bíblicos

eficazes devem ter uma conclusão e aplicação

práticas. O ministério não é meramente

para informação da mente, e sim, para a

formação da vida. Você deveria fazer sempre

uma conclusão prática. Sugira aos seus

ouvintes alguma resposta significativa que

eles possam trazer à palavra que você lhes

trouxe.

E. O PRONUNCIAMENTO DA

MENSAGEM EXPOSITIVA

1. Abra a Bíblia na Passagem

Desejada

Faça com que a sua congregação abra na

passagem apropriada da Bíblia.

2. Leia a Passagem em Voz Alta

Se você planeja explicar um determinado

capítulo, leia-o em voz alta. Talvez a

congregação possa compartilhar a leitura com

você, com cada pessoa lendo em voz alta

um versículo ou dois.

3. Apresente o seu Tema

Explique como você pretende abordálo.

Explique o seu propósito e intenção para

que as pessoas possam cooperar com você.

Elas compreenderão então onde você está

indo e poderão acompanhá-lo.

4. Leia a Passagem Novamente

em Voz Alta

Você poderá então decidir lê-lo novamente

por completo, um versículo de cada vez,

fazendo um comentário adequado sobre cada

versículo.

F. SETE PRINCÍPIOS

Neste ponto, gostaria de apresentar a

você sete princípios vitais e que são extremamente

importantes especialmente no ensino

expositivo. Lembre-se deles e procure

cobri-los sempre que você expuser a Palavra

de Deus.

1. Clareza

Certifique-se de que o seu comentário

seja facilmente compreendido. Não tente ser

profundo ou misterioso demais. O objetivo

da pregação expositiva eficaz é tornar a passagem

relevante tão fácil para se compreender

quanto possível.

Não tente ser esperto ou demonstrar o

seu conhecimento. Tente quebrar o Pão da

Vida de uma forma tal que todos os seus

ouvintes sejam capazes de seguirem facilmente

a ênfase que você está dando.

2. Consistência

Mantenha os comentários em consistência

com o tema que você está expondo. Evite

a tentação de divagar em vários caminhos

tortuosos que possam ocorrer na sua mente.

Mantendo-se fiel ao seu assunto, você

estará reforçando-o nas mentes dos seus ouvintes.

Não tenha medo de algumas repetições.

770 / SEÇÃOD13 D13.4– O Sermão Biográfico

Um pouco disto é necessário para fixar a

verdade no coração das pessoas.

3. Coerência

“Ser coerente ou coeso” significa “permanecer

junto”. Portanto, certifique-se de

que os seus pensamentos têm uma unidade

clara. Alguém que esteja falando incoerentemente

é alguém cuja pregação tem tanta

falta de unidade que é quase impossível

compreender-se o que está dizendo.

Permita que a expressão dos seus pensamentos

tenha uma unidade óbvia. Não vagueie

de pensamento a pensamento. Seja

claro e conciso. Certifique-se de que os seus

pensamentos sejam coesos e se unam bem,

com cada um deles apoiando e complementando

ao outro.

4. Continuidade

Deveria haver também uma clara progressão

de pensamentos. As suas declarações

deveriam estar continuamente levando

os seus ouvintes em direção ao objetivo proposto.

Cada ponto deveria seguir claramente

o ponto anterior. Os seus comentários

deveriam fluir livremente, de um comentário

para o seguinte, com unidade e com um

desenvolvimento e progressão claros. Continue

a mover-se para diante suavemente

em direção ao seu objetivo final.

5. Concisão

Procure ser breve. É muito melhor fazer

com que os seus ouvintes desejem que você

continue do que fazer com que desejem que

você tivesse terminado vinte minutos antes.

Evite a tentação de falar só por falar.

Não adquira o hábito de ficar “esticando” o

assunto. Isto só confunde os seus ouvintes.

Um bom conselho foi certa vez dado aos

pregadores da seguinte maneira:

Levante-se! Fale claramente! Cale-se!

6. Abrangência

Este ponto pode parecer que está contradizendo

o anterior, no qual aconselhei a

brevidade. “Ser abrangente” significa “cobrir

o assunto de forma tão completa quanto

possível.” Contudo, não há nenhuma contradição.

Certamente é possível e desejável

cobrir-se um assunto de forma abrangente e

contudo tão brevemente quanto possível.

Para sermos abrangentes não é necessário

falarmos tanto tempo que os nossos ouvintes

se tornem cansados do som de nossa

voz. Tente harmonizar os dois!

7. Conclusivo

Aqui está o ponto mais importante. Qual

é a conclusão de tudo o que você disse?

Qual é o resultado final? O que conseguirão

as suas palavras?

A conclusão desejada deveria dominar a

sua mente desde o começo. Você deveria

estar se movendo inexoravelmente em direção

a ela. Ministre em fé, tendo a expectativa

de que Deus realizará o Seu desejado

objetivo.

Lembre-se de que não é responsabilidade

sua alcançar o resultado desejado. Isto é

uma tarefa de Deus. Você precisa continuar

olhando para Deus, e não para as pessoas.

Espere confiantemente que Ele dê a multiplicação.

Capítulo 4

O Sermão Biográfico

A. VANTAGENS DO SERMÃO

BIOGRÁFICO

Insinuei anteriormente que este tipo de

sermão se relaciona principalmente com ensino

baseado na vida e exemplos dos personagens

bíblicos. Envolve o estudo detalhado

destes personagens a fim de aprendermos

tanto quanto possível com a vida deles.

Uma interessante característica da Bíblia

é a maneira pela qual os homens e mulheres

que formam as narrativas são apresentados

exatamente como são. Não há nenhuma

tentativa de se encobrir suas fraquePREPARE

UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 771

zas e de se revelar somente os seus pontos

fortes e as suas virtudes.

Muitos dos grandes heróis da Bíblia têm

as suas falhas humanas e estamos bem cientes

de que são realmente carne e sangue,

assim como nós. Enfrentaram tentações

comuns a todos os homens e, freqüentemente,

a resposta deles foi pouco diferente

da do cristão comum de hoje em dia.

Em toda a narrativa da história da Bíblia

há apenas um homem verdadeiramente perfeito,

o homem Cristo Jesus! Até mesmo os

grandes heróis da fé são manifestamente

humanos, o que certamente nos ajuda a nos

identificarmos com eles de uma forma muito

íntima.

A arte de expormos as verdades aprendidas

com o estudo da vida destes homens e

mulheres é extremamente valiosa. É um estilo

de pregação que pode ser usado muito

eficazmente pelo pastor.

1. Aborda as Realidades da Vida

Ele aborda as realidades da vida humana,

com seus pontos fortes e fracos. Em geral

podemos aprender tanto com as lutas, triunfos

e fracassos daqueles que vieram antes de

nós.

2. São Exemplos Para se

Aprender com Eles

São exemplos para o nosso benefício,

para que possamos aprender com eles, em

vez de aprendermos com as nossas próprias

experiências dolorosas

B. COMO COMEÇAR

1. Escolha Personagens da Bíblia

Você poderia começar este estilo de pregação

estudando alguns dos grandes personagens

da Bíblia, tais como, Abraão, Moisés,

Josué, Davi, Paulo e Pedro – homens

cujas ações iluminam a história dos tratamentos

de Deus com a humanidade.

Há muito o que aprendermos com a vida

deles. Há muitas grandes mulheres na Bíblia

também, cuja vida tem uma mensagem

especial a ser transmitida.

2. Estude a Vida Deles

Comece lendo a narrativa que fala sobre

o nascimento da pessoa. Descubra o significado

do seu nome, pois a maioria dos nomes

bíblicos têm um significado tremendo.

Estude as circunstâncias do seu crescimento.

Preste uma atenção especial ao propósito

de Deus em sua vida.

a. O que Deus queria realizar através

dela?

b. Como Ele revelou o Seu propósito?

c. Qual foi a reação da pessoa?

d. O que podemos aprender com os

tratamentos de Deus em sua vida?

e. Há alguns perigos dos quais deveríamos

estar cientes?

f. Qual foi o segredo do seu sucesso?

g. Qual foi a conclusão da sua vida?

C. EXEMPLO DE UM SERMÃO

BIOGRÁFICO

Há tantas lições que podemos aprender

com estes grandes personagens.

1. A Vida de Davi

Examinemos brevemente a vida de Davi

para darmos um exemplo simples de um

sermão biográfico.

TÍTULO:

DAVI, UM HOMEM SEGUNDO O

CORAÇÃO DE DEUS (AT 13:22)

INTRODUÇÃO

O nome dele significa “Amado de Deus”.

Ele é chamado de “um homem segundo o

coração de Deus.” Por que Deus o chamou

assim? O que foi que agradou ao coração de

Deus? Há obviamente muito que podemos

aprender com este homem!

A. ERA UM HOMEM SEGUNDO O

CORAÇÃO DE DEUS

1. Davi tinha um lugar especial no coração

de Deus

772 / SEÇÃOD13 D13.4– O Sermão Biográfico

2. É maravilhoso que Deus encontre

tanta alegria num ser humano.

B. NÃO ERA UM HOMEM PERFEITO

1. Sua fraqueza tornou-se conhecida por

todos. Contudo, isto não alterou o sentimento

de Deus em relação a ele.

2. Estamos longe de sermos perfeitos

também, e contudo Deus pode encontrar

alegria em nós.

C. ERA UMA PESSOA MUITO

“HUMANA”

1. Uma típica mistura de pontos fortes

e fracos.

2. Ansiava agradar a Deus... e contudo,

entristecia-O muito freqüentemente.

3. Ansiava pelo governo de Deus em

sua vida... e contudo, fazia as coisas

de seu próprio modo.

4. Subiu a grandes alturas... e desceu a

tristes profundezas.

5. Davi não era um super homem. Ele

era verdadeiramente humano, assim

como nós somos!

D. FOI ESCOLHIDO PARA UMA

TAREFA ESPECIAL

Deus o escolheu dentre os seus irmãos

mais velhos e que exteriormente causavam

uma melhor impressão.

E. ELE TEVE DE SER TESTADO

1. Todo homem que é chamado por Deus

tem de ser testado e provado.

2. Jesus foi testado no deserto (Mt 4:1-

11).

3. Não estranhe quando você é testado

(1 Pe 4:12).

4. Depois que você tiver sofrido por

algum tempo, Deus aperfeiçoará, fortalecerá

e estabelecerá a sua vida (1

Pe 5:10).

F. DAVI FOI TESTADO A TRAVÉS

DE BATSEBA (2 SM 11)

1. Estava espiritualmente “desguarnecido”...

Tinha na ocasião cinqüenta

anos de idade... Já havia sido rei

por vinte anos. Como é fácil ficarmos

desguarnecidos!

2. Estava demasiadamente seguro de

si próprio. Nunca confie no braço da

carne!

3. Momentos de ociosidade levaramno

à sua queda. Deveria estar na

frente de batalha. Satanás aproveitase

das ocasiões de ociosidade.

4. A prosperidade material fomentou

a sensualidade. Paulo disciplinava

a sua carne para certificar-se

de que não se tornaria um fracasso

espiritual (1 Co 9:27).

5. Fracassou em vencer a tentação

enquanto ela ainda estava em sua

mente. Todas as tentações começam

nos pensamentos. Este é o lugar mais

fácil para derrota- Ias. Destrua os

pensamentos e imaginações (2 Co

10:5). A nossa falha em fazermos isto

pode causar um desastre.

G. O SEU ARREPENDIMENTO

(SL 51:1-5)

Foi a sinceridade de Davi no arrependimento

que granjeou-lhe a estima de Deus.

1. Ele reconheceu a sua transgressão.

Não tentou culpar uma outra

pessoa.

2. Arrependeu-se profundamente da

sua iniqüidade.

3. Buscou sinceramente o perdão.

4. Clamou pela purificação.

5. Buscou um coração puro e um espírito

reto.

H. O SEU SOFRIMENTO

(SL 32:3,4: 77:2-6)

1. Uma pesada convicção de pecado dia

e noite.

2. Lágrimas de remorso.

3. Os seus ossos envelheceram.

I. O QUE DEUS PROCUROU

REALIZAR (SL 51:6,10,17)

1. Verdade no íntimo.

2. Um coração puro e um espírito reto.

3. Um quebrantamento no espírito e

um coração contrito.

J. PARA QUE O SEU SERVO

PUDESSE SER:

1. Uma pessoa mansa e humilde.

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 773

2. Uma pessoa realmente alegre.

3. Sustentada pelo livre Espírito de

Deus.

4. Um homem segundo o próprio coração

de Deus.

Este é um exemplo breve e simples de

um sermão biográfico. Determine-se a passar

algum tempo estudando alguns dos grandes

personagens bíblicos para que você

possa ensinar verdades importantes baseadas

na vida deles.

Capítulo 5

O Pregador

Mencionei anteriormente que a pregação

eficaz é principalmente o produto de

dois fatores: um divino e outro humano.

Ambos são necessários, pois “sem o homem,

Deus não o fará, e, sem Deus, o homem

não poderá fazê-lo.” É com o aspecto

humano que estamos tratando basicamente

nestes estudos.

A. PRINCÍCIPIOS DE ORIENTAÇÃO

DA PERSONALIDADE

Um grupo de jovens ministros perguntou

certa vez a um pregador idoso: “Com

relação ao aspecto humano da pregação, qual

é o fator mais importante?” Sua resposta

imediata foi: “Personalidade!” “Mas, diganos,”

insistiram, “O que é personalidade!”

“Ah,” disse ele, “se ao menos eu soubesse!”

A pregação envolve a comunicação de

verdades divinas através da personalidade

humana. Assim sendo, o desenvolvimento

e o uso adequado da personalidade são importantes.

Já se analisou o discurso público eficaz

(refiro-me ao discurso público como sendo

distinto da pregação) da seguinte maneira:

Um discurso eficaz compõe-se de:

• 50% de matéria sobre o assunto;

• 20% de psicologia de abordagem e

conclusão;

• 20% de um pronunciamento eficaz;

• 10% de personalidade.

Contudo, estes 10% “leveda” todo o discurso!

Podem fazer a diferença entre uma conversa

maçante e um discurso fascinante. Portanto,

achei apropriado devotar um pouco de

espaço ao assunto da personalidade do pregador.

Eis aqui algumas diretrizes simples:

1. Seja Você Mesmo

Relaxe, fique natural e sem afetação. Uma

das ajudas mais importantes a um falar eficaz

é ficarmos relaxados. A tensão cria o

nervosismo. Sob tensão a memória não funciona

bem. O nosso discurso não flui bem.

O seu nervosismo será comunicado aos ouvintes

e eles também se sentirão tensos.

A melhor maneira de relaxarmos é entregarmos

a nossa mensagem a Deus. Faça o

melhor que você puder, e deixe os resultados

nas mãos de Deus.

2. Tente Não Copiar os Outros

Deus escolheu a você porque Ele quer

usar você. Você tem algumas características

especiais, peculiares a você somente, e Deus

tem um propósito para elas.

É um grande erro tentarmos copiar qualquer

outro pregador. Não importa quão eficaz

esta outra pessoa possa ser, a nossa

tentativa de copiá-la não melhorará o nosso

ministério. Fazer isto seria como Davi tentando

usar a armadura de Saul. Ela simplesmente

não lhe servia e teria sido um impedimento

maior do que uma ajuda.

Se você estiver tentando copiar ou imitar

alguém, os seus ouvintes logo percebem

isto. Notam que a sua pregação não é totalmente

sincera e genuína. Ela comunica uma

idéia de superficialidade. Você nunca ficará

completamente descontraído e à vontade,

se você não for você mesmo. O seu ministério

será afetado e artificial. Determine-se a

ser você mesmo, porém seja o melhor que

você puder ser!

3. Seja Verdadeiro Consigo Mesmo

A integridade e a honestidade são essenciais

para o pregador. Você é um canal para

774 / SEÇÃOD13 D13.5– O Pregador

Deus, um porta-voz, para que Ele possa

falar aos homens através de você. Portanto,

Ele quer um vaso que seja honesto, sem

hipocrisia e engano.

4. Seja um Vaso Limpo

É importante que os seus ouvintes atinjam

um ponto mais elevado do que o seu. Se

a sua vida estiver poluída, você poluirá os

seus ouvintes. Se houver amargura em seu

espírito, você a comunicará aos seus ouvintes.

Se você for crítico, isto transparecerá

na sua pregação e a sua congregação tornarse-

á crítica também. Se você se permitir ser

controlado por atitudes negativas, as pessoas

também se tornarão negativas.

Você sempre se reproduzirá segundo a

sua espécie. Você tem uma séria responsabilidade

de ser o tipo de pessoa que Deus

quer produzir, a fim de que o fruto do seu

ministério seja também desta mesma variedade.

5. Seja Sincero

Sinceridade significa sermos libertos de

fingimento ou de tapeação. Significa sermos

a mesma pessoa na realidade assim como

somos na aparência. Não tente parecer ser

algo em público que você não seja na sua

vida privada. Seja genuíno, honesto, sincero.

Muitos pregadores desenvolvem uma

imagem pública. Têm uma fachada religiosa.

Por favor evite isto. É uma hipocrisia

religiosa e uma abominação para Deus. Deus

certamente não se impressiona com imagens

falsas assim e as pessoas, tampouco,

não são enganadas com isto por muito tempo.

6. Tenha um Propósito e

um Objetivo Claros

A nossa personalidade é moldada e desenvolvida

adequadamente quando temos

um verdadeiro objetivo na vida. Se a sua

vida for verdadeiramente dedicada a tornarse

um eficaz ministro da Palavra de Deus, a

sua personalidade se desenvolverá para este

fim. Ela tomará a forma mais apropriada

para um comunicador da verdade. Uma dedicação

assim fomentará o desenvolvimento

da sua pessoa da maneira mais adequada

possível para que você seja um porta-voz

de Deus.

Não permita que a pregação seja um

“hobby” para você. É o chamado mais elevado

disponível ao homem. Se Deus o chamou

para que você declarasse a Sua gloriosa

verdade, dedique-se de todo o seu coração a

alcançar o desenvolvimento perfeito deste

chamado. É a coisa mais importante da sua

vida. Nunca permita que seja relegado a uma

posição secundária.

7. Seja Totalmente Dedicado

Nada que valha a pena jamais é alcançado

por pessoas que não têm dedicação no

que fazem. Nada de valor jamais se obtém

sem que se pague um preço. Entregue-se de

todo o coração à grande tarefa da pregação.

Que este objetivo seja primordial na sua

mente. Estude tudo o que você puder sobre

o assunto. Permita que ele o absorva e o

motive. Faça dele a coisa mais importante

da sua vida e determine-se a ser, de todas as

maneiras possíveis, digno do alto chamado

que Deus colocou sobre você.

B. ENVOLVIMENTO PESSOAL

NA PREGAÇÃO

1. Naturalidade

Descontraia-se e seja você mesmo. Deus

quer usar a sua personalidade como um canal

para comunicar a Sua Palavra. É por isto

que Ele escolheu e chamou você. Não seja

demasiadamente negativo com relação a você

mesmo. Aceite-se. Deus o aceitou. Ninguém

pode ser você tão bem quanto você mesmo!

2. Originalidade

Faça com que a sua mensagem e a maneira

pela qual você a apresenta seja o seu próPREPARE

UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 775

prio e singular produto. Deus nos fez diferentes

uns dos outros. Ele Se alegra na nossa

singularidade e na variedade que isto proporciona

à raça humana. Se fôssemos todos

exatamente a mesma coisa, a vida se tornaria

muito medíocre e maçante.

Use a personalidade singular que Deus

deu a você e permita-Lhe expressar os Seus

pensamentos e vontade através da sua vida,

da maneira especial e singular que Ele deseja.

3. Simplicidade

Há algo extremamente atraente no que

se refere à simplicidade. Não tente ser demasiadamente

complicado ou profundo.

Você não tem que impressionar as pessoas.

O seu papel é ministrar a elas, e não impressioná-

las.

4. Atratividade

Estou convencido de que a personalidade

mais cativante e atraente que este mundo já

viu é Jesus Cristo! Não quero dizer especificamente

na aparência física. Isaías disse: “...

olhando nós para Ele, nenhuma beleza víamos,

para que O desejássemos” (Is 53:2). A

atração de Cristo não estava basicamente em

Sua aparência física. O Seu caráter e personalidade

é que eram tão atraentes.

As pessoas comuns da Sua época respondiam

a Ele com um grande entusiasmo.

A Bíblia diz: “... a grande multidão O ouvia

de boa vontade” (Mc 12:37). Arrebanhavam-

se ao Seu redor. Eram atraídas como

limalhas de aço a um ímã. Havia uma doce

graciosidade n’ Ele, que Lhe proporcionava

uma atração tremendamente poderosa. Era

em parte este magnetismo pessoal que atraía

enormes multidões onde quer que fosse. O

Espírito Santo pode desenvolver uma atração

semelhante em você!

5. Espontaneidade

Não aja sem naturalidade. Seja livre e

desimpedido, fazendo as coisas com naturalidade.

Espontaneidade significa que as

coisas acontecem facilmente sem serem forçadas

ou coagidas. Não desenvolva um estilo

religioso pesado e sem naturalidade. Permita

que o seu estilo de comunicação possa

fluir livre e naturalmente. Não se permita

ficar amarrado e restrito.

6. Adaptabilidade

Um bom pregador precisa aprender a ser

flexível e a se adaptar a muitas circunstâncias

diferentes. Cada reunião em que você prega é

diferente das outras em alguns aspectos. Você

precisa ser capaz de discernir em cada situação

o que o Espírito Santo está desejando

realizar. Deus tem um objetivo específico a

alcançar em cada reunião de crentes. O pregador

é uma chave muito importante para a

realização deste propósito.

Tente não ser excessivamente rígido ou

ortodoxo na maneira em que sua mente atua

nas ocasiões de pregação. Procure mantê-la

flexível e aberta. Aprenda como esperar em

Deus no seu espírito continuamente. Mantenha

aberto o seu espírito à voz d’Ele mansa

e suave dentro de você. Esta capacidade

pode fazer toda a diferença do mundo entre

um culto bem corriqueiro e um encontro

dinâmico com Deus através da Sua Palavra.

O Espírito Santo pode criar muitos tipos

diferentes de ambientes. A capacidade

de se reconhecer isto e de se aproveitar estas

situações singulares criadas pelo Espírito

podem fazer com que você colha os resultados

desejados por Deus. A chave para

o sucesso no serviço cristão é “discernirmos

o caminho em que Deus está Se movendo,

e movermo-nos com Ele.”

7. Dinâmica

Há uma dinâmica misteriosa na pregação

que é bastante singular a esta função

específica – uma dinâmica expressão de autoridade

que pode ser muito impressionante

de se testemunhar.

Pedro exemplifica esta incrível dinâmica

no Dia de Pentecostes (At 2). Havia pouco

ele se mostrara assustado e temeroso. A sua

patética negação de Cristo havia provado

776 / SEÇÃOD13 D13.5– O Pregador

isto. A sua recusa de reconhecer a Cristo até

mesmo diante de uma mera serva revela a

sua timidez e insegurança. Porém, ele foi

transformado no Dia de Pentecostes e ao se

levantar para pregar naquela manhã vemos

um Pedro bem diferente. Há algo glorioso

para se observar neste homem enquanto

destemidamente proclama a Palavra de

Deus para uma grande multidão.

Há uma majestade que entusiasma a nossa

alma ao vermos tal pregador em ação.

Quem pode explicar o que constitui exatamente

este fenômeno? Lembro-me claramente

de algumas ocasiões em que tive o privilégio

de ouvir o Dr. Billy Graham. Que poder

e autoridade são liberados através da

pregação deste homem! É uma combinação

do poder de Deus e da cooperação do homem.

É um exemplo de quão maravilhosamente

um ser humano pode se tornar um

canal para que a sabedoria e conselho de

Deus sejam trazidos aos homens.

Verdadeiramente, a pregação é uma tarefa

elevada e santa. A pessoa chamada para

esta obra tem que sentir-se honrada de fato.

Qualquer um que tenha sido chamado a cumprir

este papel certamente deveria dedicarse

com todo o coração para garantir o mais

alto nível possível de eficácia.

C. O EQUIPAMENTO VITAL

Gostaria de falar-lhe agora sobre três

coisas que são vitais a uma pregação eficaz:

VISÃO, VOCABULÁRIO E VOZ!

1. Visão

Todo pregador precisa de uma visão.

Com isto quero dizer um conceito do que o

seu ministério pode alcançar em Deus. A

nossa visão é o conceito da realização final

em direção à qual nos movemos através de

nossa vida. Podemos dizer que é um sonho

do que podemos ser para Deus em última

análise e a função que podemos cumprir

para a Sua glória.

Todos os pregadores necessitam de uma

motivação assim para estimulá-los. Precisam

de um objetivo definido e final como

um alvo, algo pelo que se esforçar, algo a

realizar, algo pelo qual valha a pena sacrificar-

se, um objetivo que saliente o melhor

que têm a oferecer.

A maioria dos pregadores de uma maneira

ou de outra deparam-se com muitos desalentos.

Precisam de algo que contrabalance

isto e faça eventualmente que tudo valha

a pena. A menos que você tenha uma conscientização

interna do propósito final de

Deus para a sua vida, você poderá ser vencido

pelo desânimo e fracassará em alcançar

o seu objetivo divinamente designado.

2. Vocabulário

O vocabulário do pregador compõe-se

do número de palavras que conhece e que

lhe são familiares. Obviamente, as palavras

são as ferramentas que o pregador usa para

cumprir o seu chamado. Quanto mais palavras

você conhecer e compreender, tanto

mais fluente e expressivo você poderá ser.

As palavras são para o pregador o que o

pincel e a tinta são para o artista. O pregador

pode pintar quadros vívidos com as palavras.

Ao descrever uma cena, os seus ouvintes

quase podem ver o que descreve. As palavras

são muitíssimo importantes para um

comunicador eficaz. Um pregador sem palavras

é um profissional sem ferramentas.

Como pregador, você precisa interessarse

pelas palavras. Tente ler amplamente,

pois a leitura de boa literatura enriquecerá o

seu vocabulário. Sempre que você encontrar

uma palavra que não conhece, investigue-

a. Descubra o que significa. Adicione-a

à sua coleção. Comece a usá-la em seu contexto

e aplicação corretos. Aumente o seu

vocabulário. Você se tornará mais fluente

com isto. As pessoas o ouvirão com um

interesse muito maior se você puder comunicar

o seu tópico adequadamente.

3. Voz

A voz é certamente a maior vantagem

natural do pregador. Ele deveria procurar

PREPARE UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 777

tomar muito cuidado com ela. Você deveria

estar sempre cônscio da sua voz e buscar

aperfeiçoar o seu uso dela.

D. PRINCÍPIOS DO

DISCURSO PÚBLICO

Eis aqui alguns princípios dos quais o

orador deveria estar ciente:

1. Respiração

A respiração correta é extremamente importante

para o orador.

• Pratique respirar pelo nariz.

• Respire profundamente (até o fundo

dos seus pulmões).

• Pratique encher o seu peito e pulmões

com ar.

• Prenda a respiração e, em seguida,

comece a soltar o ar lentamente. Controle

a sua expiração.

• Deixe que o ar suba bem do fundo

dos seus pulmões, através da sua laringe

e atinja o céu da boca, o qual

deveria funcionar como uma caixa de

ressonância. Quando você faz a sua

voz ricochetear no céu da boca, ela

ganha uma ressonância extra. Aprender

a fazer isto corretamente fortalece

as suas cordas vocais.

2. Articulação

A articulação é a arte de se expressar as

palavras claramente. Pessoas com boa articulação

falam bem claramente. São fáceis de

se compreender. Pronunciam bem suas palavras.

Todo pregador deveria ter o objetivo de

se tornar hábil nesta arte. Deveria ser fácil de

ser ouvido. As pessoas não deveriam se esforçar

para ouvi-los. Deveria ser um prazer.

Até mesmo em conversações cotidianas, pratique

falar claramente.

3. Inflexão

A inflexão na oratória tem a ver com o

timbre da sua voz. A voz humana tem uma

variedade muito grande de tons. Se você falar

na mesma altura e no mesmo tom o tempo

todo, a sua voz pode ficar muito maçante.

É preciso que você desenvolva a habilidade

de modular a sua voz. Assim como o

cantor pode subir e descer na escala musical,

expressando uma grande variedade de

tons, assim também poderá fazer o orador.

Se a sua voz tiver a tendência de ser um

tanto quanto estridente por natureza, pratique

falar em tons mais baixos. Desenvolva

uma variedade de timbres na sua voz.

4. Velocidade do Pronunciamento

Algumas pessoas têm a tendência de falar

com a mesma velocidade todo o tempo.

Isto também pode tornar-se um tanto quanto

cansativo. Você deveria buscar variar a

velocidade com que fala. A maior parte da

sua mensagem será feita num ritmo moderado,

o qual é fácil de se ouvir. De vez em

quando, no entanto, você deveria aumentar

ou diminuir o ritmo para proporcionar uma

variedade e uma ênfase adicionais à sua apresentação.

5. Volume

Este é um outro fator importante. A variação

de volume na sua voz pode fornecer

uma ênfase adicional num ponto que você

esteja querendo demonstrar. A maior parte

da sua mensagem deveria ser feita num volume

de conversação normal, certificandose

de que é alta o suficiente para que todos

possam ouvir, e, contudo, não tão alta que

venha a agredir os ouvidos da congregação.

Alguns pregadores parecem achar necessário

pregarem tão alto que quase ensurdecem

os seus ouvintes. Tente evitar isto. Se toda

a sua mensagem for feita num volume alto,

será difícil dar uma ênfase especial às partes

mais importantes.

Tente começar a sua mensagem num volume

de conversação normal. Apenas aumente

o volume quando você tiver um ponto

especial a ser fortemente enfatizado. Se

você diminuir o volume de vez em quando,

isto também servirá para se dar uma ênfase

especial. A sua congregação prestará uma

778 / SEÇÃOD13 D13.5– O Pregador

atenção especial quando você diminuir o volume.

Tentarão ater-se a cada palavra.

6. Pausa

Não tenha medo de pausar de vez em

quando. Isto também pode dar uma ênfase

adicional a algum ponto que você quiser demonstrar.

Alguns pregadores têm medo de

pausas. A execução de seus sermões jorra

como um rio, sem nenhuma pausa. Isto pode

ser difícil para as pessoas absorverem. Não

tente correr com a sua mensagem, mantendo

um ritmo rápido e quase não parando

para respirar. A sua congregação precisa de

tempo para refletir e considerar o que você

disse. Isto os ajuda a realmente absorverem

as verdades da sua mensagem.

Você precisa informar a mente como também

incitar as emoções. A mente somente

pode absorver as coisas num ritmo calmo e

constante. Se você pregar muito rapidamente

e sem pausas apropriadas, você deixará os

seus ouvintes para trás.

7. Repetição

Um determinado número de repetições

pode ser bom. Ajuda a enfatizar o seu ponto

e a fixá-lo nas mentes dos seus ouvintes.

Este é o tipo de ênfase que você dá de propósito.

Você está ciente de que o está fazendo

e tem boas razões para tanto.

Tente apresentar o mesmo ponto de várias

maneiras. Você quer que a verdade que

você está compartilhando torne-se parte do

pensamento e ação das pessoas. Para realizar

isto, a mente humana necessita de uma

exposição adequada à verdade e ela precisa

ser convencida.

E. PEQUENAS “DICAS” PARA

OS PREGADORES

1. Seja Você Mesmo!

Não tente projetar uma imagem que não

seja sincera. Ser você mesmo é a única maneira

de você ficar completamente descontraído. Se

você tentar imitar algum outro pregador, isto

será transmitido aos seus ouvintes, os quais

sentirão a artificialidade da sua pregação. Seja

o melhor que você conseguir ser, mas sempre

seja natural e seja você mesmo.

2. Esqueça-se de Você Mesmo!

Ficar consciente de si mesmo pode ser

uma tremenda barreira no discurso público.

Pode produzir hesitações e inseguranças.

Uma preocupação crônica consigo próprio

pode até mesmo fazer com que a pessoa

fique com a “língua presa”. Pode seriamente

restringir o fluir do nosso discurso. As

nossas ações e a nossa postura também ficarão

restritas. Você deveria preparar-se o

mais completamente possível em todas as

maneiras necessárias.

• Que o seu estudo do assunto seja

adequado.

• Que as suas anotações sejam abrangentes

e claras.

• Ore o suficiente e esteja cheio com o

Espírito.

• Esteja cheio com a Palavra da Verdade

que você pretende compartilhar.

Preste atenção a todos os aspectos da

preparação que você conhece, mas, ao se

levantar para falar, esqueça-se de você mesmo.

Fique completamente absorto no que

você tem para compartilhar. Esteja ciente

dos seus ouvintes ao invés de você mesmo.

Você é um canal através do qual a Palavra

de Deus pode fluir. Apenas tente estar

completamente entregue a Ele, ciente apenas

de Deus e das pessoas a quem você está

falando, em nome d’Ele.

3. Não Desenvolva Uma “Voz

Religiosa” Quando Você Estiver

Pregando

Alguns pregadores fazem isto e é muito

desconcertante. A voz de púlpito deles é

tão diferente da voz normal. Isto transmite

um sentimento de insinceridade. É quase

como se a pessoa estivesse “representando

um papel”. Também o separa da sua congregação,

a qual formará a tendência de vêPREPARE

UM SERMÃO / ESTUDO DA BÍBLIA SEÇÃO D13 / 779

lo como um gênero ou espécie diferente.

Chegaria até a parecer que você pertence a

um mundo diferente do deles. Isto dificulta-

lhes identificarem-se com você.

Pratique pregar numa voz normal, usando

a mesma voz, entonação e timbre que

você usa cotidianamente nas comunicações

normais da vida. Isto transmite um senso

de realidade e sinceridade.

4. Não Fale Baixinho Demais

Certifique-se de que todos os seus ouvintes

podem ouvi-lo claramente. Não faça com

que tenham de se esforçar para ouvirem cada

palavra sua. Se necessário, pergunte à congregação:

“Todos podem ouvir-me claramente?”

Não tem sentido prosseguirmos com a

nossa mensagem se parte dos nossos ouvintes

não podem ouvir-nos suficientemente

bem para nos seguirem. Seria um desperdício

do nosso tempo e do deles.

5. Não Grite

Procure falar num tom e volume de conversação

normal, que talvez tenham que ser

aumentados um pouco de acordo com o tamanho

da congregação e se você tiver disponível

ou não um sistema de amplificação.

6. Lembre-se de Variar a

Velocidade e o Timbre do seu

Pronunciamento Para Evitar a

Monotonia

7. Faça com que os Ouvintes o

Aceitem

Ganhe a confiança deles. Se não o aceitarem,

provavelmente não aceitarão a sua

mensagem tampouco!

8. Vista-se Adequadamente

A sua aparência não deveria nunca diminuir

a sua capacidade de comunicar-se com

os seus ouvintes. O ideal seria, você vestirse

modestamente, de uma maneira que provavelmente

não ofenda a ninguém. Qual é a

razão de antagonizar-se com os seus ouvintes

pela sua maneira de vestir? Seu objetivo

é ganhar e influenciar os seus ouvintes, e

não antagonizar-se com eles. Suas roupas

não deveriam atrair uma atenção indevida a

você. Se possível, você deveria estar vestido

asseada e adequadamente, porém, modestamente.

Certamente, as suas roupas não

deveriam ser ofensivas à maneira de pensar

dos seus ouvintes.

9. Aprenda a Ficar em Pé

Apropriadamente

Na maioria das ocasiões, é apropriado ficar-

se em pé ao dirigir-se aos ouvintes. Você

deveria ficar em pé firmemente, apoiando-se

em ambos os pés, proporcionando assim uma

boa e sólida postura para você. Fique reto,

de frente para os seus ouvintes. Evite apoiar-

se em qualquer coisa. Se houver um púlpito

ou algo semelhante, use-o sem dúvida

para colocar a sua Bíblia e anotações, mas

não o use como um apoio. Permanecer numa

postura reta, ajuda a sua respiração. Também

gerará um senso de confiança tranqüila

enquanto você olha para os seus ouvintes.

10.Aprenda a Mover-se com

Naturalidade

O seu corpo transmite uma mensagem

assim como a sua voz. Portanto, é importante

a maneira pela qual você se porta ao falar.

A chave para os movimentos apropriados é

que sejam feitos com naturalidade. Evite gesticulações

desnecessárias. Se você estiver

descrevendo algo verbalmente, é natural

transmitir-se a idéia com suas mãos também.

Deixe que estas descrições venham natural e

espontaneamente. Você pode muito bem

enfatizar um ponto com as suas mãos. Todos

os movimentos das mãos deveriam ser

apropriados ao que você estiver enfatizando.

11.Estabeleça e Mantenha um

Contato Visual com os seus

Ouvintes

Os seus olhos também transmitem uma

mensagem! Não fique olhando para o teto

780 / SEÇÃOD13 D13.5– O Pregador

ou para cima das cabeças dos ouvintes. Olhe

diretamente para as pessoas a quem você

está se dirigindo. Tente olhar rapidamente

ao redor da congregação para que todos sintam

que você está falando com eles. Desta

maneira, você estabelecerá um bom contato

e afinidade com as pessoas.

12.Lembre-se de que as

Expressões Faciais São

Importantes Também!

O olhar no seu rosto transmite muito

bem uma mensagem eloqüentemente. Tente

evitar qualquer expressão facial extrema, a

menos que você esteja enfatizando algum

ponto específico. Acima de tudo, tente fazer

com que suas expressões faciais sejam

naturais e apropriadas ao seu tema ou tópico.

Esteja obviamente contente e confiante

a menos que o seu assunto seja triste ou

sério.

Estas sugestões são feitas no tocante à

arte natural do discurso público. Obviamente,

o fator de maior importância na pregação

é a presença e unção de Deus na sua

vida. Contudo, Deus pode abençoar e ungir

uma pessoa que esteja bem preparada e

que tenha algum entendimento dos princípios

de comunicação. Nunca despreze estas

habilidades. Por outro lado, tampouco,

não dependa delas. Em última análise, somente

Deus pode realizar o que você está

tentando fazer através da sua pregação.

Que a sua confiança esteja firmemente colocada

n’ Ele. Compreenda que o único

desenvolvimento da sua habilidade de pregação

que realmente vale a pena é o que

Deus efetua.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

SEÇÃO E

COMO JESUS CONSTRÓI A SUA IGREJA ATRAVÉS...

E1: As Três Partes da Igreja

Parte 1: A Edificação da Igreja

E1.1 - O Plano de Deus Revelado: Criação .......................................... 783

E1.2 - O Plano de Deus Arruinado: Rebelião ....................................... 786

E1.3 - O Plano de Deus Restaurado: Redenção ................................... 791

E1.4 - A Nossa Grande Salvação .......................................................... 799

Parte 2: Os Líderes da Igreja

E1.5 - O Caráter do Líder: Fruto Espiritual ......................................... 811

E1.6 - O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo ........................ 815

E1.7 - O Poder do Líder II: Dons do Espírito ...................................... 821

E1.8 - O Chamado do Líder: Dons do Ministério ................................ 824

Parte 3: Membros dos Ministérios da Igreja

E1.9 - Ministério ao Senhor: Adoração ................................................ 831

E1.10 - Ministério Recíproco: Serviço ................................................... 835

E1.11 - Ministério ao Mundo: Testemunho .......................................... 845

E2: Louvor e Adoração

E2.1 - O Novo Sacerdócio .................................................................... 851

E2.2 - Elementos Vitais de Louvor ....................................................... 856

E2.3 - Louvor: Bênçãos e Barreiras ...................................................... 860

E2.4 - Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus ....................... 865

E2.5 - Oferecendo o Sacrifício de Louvor ............................................ 874

E2.6 - O Significado de Louvor e Adoração ......................................... 877

E2.7 - A Música no Louvor e Adoração ............................................... 879

E2.8 - Dirigindo um Culto de Adoração ............................................... 883

E2.9 - A Importância Profética do Louvor ........................................... 887

E3: Quebrando a Barreira Babilônica

E3.1 - A Barreira Babilônica ................................................................. 890

E4: Aprender Como Ganhar Almas

E4.1 - Métodos do Evangelismo .......................................................... 901

E4.2 - Porque Devemos Evangelizar .................................................... 903

E4.3 - Seguindo os Sinais do Evangelismo ........................................... 915

E4.4 - O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo .................................... 923

E4.5 - Sugestões Práticas Para Ganhar Almas ...................................... 928

E5: Dar Instruções aos Novos Convertidos

E5.1 - A Nova Vida .............................................................................. 935

E5.2 - Batismo na Água – Parte I ......................................................... 942

E5.3 - Batismo na Água – Parte II ....................................................... 948

E5.4 - Padrões da Moralidade Sexual ................................................... 952

E6: Planejamento Para o Crescimento da Igreja

Prefácio ................................................................................................... 955

E6.1 - Fazer um Inventário .................................................................. 955

E6.2 - Visão – A Chave Para a Realização ............................................ 963

E6.3 - Estabelecendo Alvos e Prioridades ............................................ 970

E

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

E6.4 - O Dom de Administração .......................................................... 976

E6.5 - Como Planejar ........................................................................... 979

E6.6 - Estratégia, Implementação, Avaliação ........................................ 982

E7: Conservando a Colheita

Prefácio ................................................................................................... 988

E7.1 - O Poder de um Profundo Desejo ............................................... 989

E7.2 - O Poder Ilimitado de Uma Unidade Dedicada ........................... 992

E7.3 - A Pregação Plena do Evangelho de Cristo ................................. 996

E7.4 - Os Pregadores e o Povo num Reavivamento Neo-Testamentário 999

E7.5 - A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento .... 1002

E7.6 - Analogias Neo-Testamentárias da Igreja Cristã ....................... 1005

E7.7 - O Sacerdócio da Igreja Neo-Testamentária .............................. 1008

E7.8 - Ministérios na Igreja Neo-Testamentária ................................ 1010

E7.9 - Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local ........ 1016

E7.10 - Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local ........................ 1020

E7.11 - Todas as Igrejas Locais: Uma Base Para a Evangelização ........ 1026

E7.12 - O Chamado da Colheita ........................................................... 1029

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 783

SEÇÃO E1

AS TRÊS PARTES DA IGREJA

(Cada Membro um Pastor)

UM FORMATO DE ENSINAMENTO PARA O PASTOR

Dr. Robert Frost e Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

PARTE I: A EDIFICAÇÃO DA IGREJA

E1.l - O Plano de Deus Revelado – Criação

E1.2 - O Plano de Deus Arruinado – Rebelião

E1.3 - O Plano de Deus Restaurado – Redenção

E1.4 - A Nossa Grande Salvação

PARTE II: OS LÍDERES DA IGREJA

E1.5 - O Caráter do Líder – Fruto Espiritual

E1.6 - O Poder do Líder: Parte I – Batismo no Espírito Santo

E1.7 - O Poder do Líder: Parte II – Dons do Espírito

E1.8 - O Chamado do Líder – Dons do Ministério

PARTE III: MEMBROS DOS MINISTÉRIOS DA IGREJA

E1.9 - Ministério ao Senhor – Adoração

E1.10 - Ministério Recíproco – Serviço

E1.11 - Ministério ao Mundo – Testemunho

bem sucedido em ganhar almas (evangelismo),

estabelecer igreja e desenvolver o ministério

pastoral?’’

O Índice acima, foi a resposta a tal pergunta.

São necessárias nove coisas. Elas são

o mínimo de conceitos bíblicos exigidos para

conduzir um ministério.

A. DEUS DESEJA UMA FAMÍLIA

Deus-Pai deseja uma família de filhos e

filhas. A forma pela qual Deus tencionava

produzir esta família era um mistério (ou

segredo divino) que foi revelado ao Apóstolo

Paulo pelo Próprio Deus.

PARTE I:

A EDIFICAÇÃO DA IGREJA

Capítulo 1

O Plano de Deus Revelado:

Criação

Introdução

Há alguns anos atrás, um grupo de líderes

de igreja se reuniu a fim de responder à

pergunta:

“Qual o mínimo de entendimento bíblico

necessário a um obreiro cristão, para ser

784 / SEÇÃOE1 E1.1– O Plano de Deus Revelado: Criação

esforços não conseguem elevar-nos o suficiente

– para conhecermos a mente de Deus.

O homem, através dos seus próprios esforços

e capacidades, nunca conseguiria atingir

um ponto suficientemente alto para tocar

o Deus Altíssimo, nem o método “do bom

senso” da ciência nem o método “da razão”

da filosofia conseguem nos levar a Deus.

2. Revelação: do Espírito Santo

O homem não consegue descobrir a Deus

por si só, mas Deus pode “revelar-Se” ao

homem. Em Seu amor, poder e sabedoria,

Ele escolheu fazer isto pelo Seu Espírito,

através do Seu Filho.

Jesus salientou esta mesma verdade com

as seguintes palavras: “Graças Te dou, ó

Pai, Senhor do céu e da terra. Louvo-Te,

pois ocultaste estas coisas dos que são sábios

e entendidos, mas as revelaste aos que

são semelhantes às criancinhas. Sim, Pai,

esta é a Tua vontade e o Teu caminho” (Mt

11:25,26 simplificado).

Estes versículos realmente esclarecem a

questão. Não conseguimos encontrar Deus

através dos nossos próprios esforços – nem

conhecê-Lo através da nossa razão somente.

A revelação de Deus vem à medida que

estivermos dispostos a submeter o nosso

espírito ao Seu Espírito numa fé simples e

semelhante à de uma criança.

Paulo estava falando com base em sua

própria experiência pessoal. Ele era sábio nos

caminhos do mundo – até mesmo no mundo

religioso. Era um homem com muita força de

vontade e ambições. No entanto, dispôs-se a

submeter o seu coração e a sua mente diante

do Senhor como uma criancinha ávida em

aprender. E aprender foi o que fez!

O Espírito Santo é um professor sábio e

poderoso. Paulo foi logo elevado além dos

limites da sua mente limitada pelo tempo e

do seu corpo limitado pela terra.

A revelação que recebeu havia estado

oculta no coração de Deus-Pai desde antes

de o tempo começar. Deus não somente revelou

a Paulo o Seu propósito para as diver-

Paulo menciona esta maravilhosa revelação

em sua carta a Igreja de Éfeso:

1. Filhos Dele

“Antes que o mundo fosse criado, Deus

escolheu fazer de nós filhos Seus através de

Jesus Cristo...”

2. Unificados

“Ele planejou que todas as coisas, no

céu e na terra, fossem unificadas sob o Seu

poder.”

3. Um Corpo

“Ele O fez Cabeça da Igreja – que é o

Corpo de Cristo... “

4. Um Povo

“Neste Corpo, tanto os judeus como os

não-judeus tornaram-se um só povo... Pois

através de Cristo, todos podem ter acesso

ao Pai gratuitamente pelo mesmo Espírito”

(Ef 1:5,10,22,23; 2:14-16,18 simplificado).

A palavra traduzida por “igreja” no grego

do Novo Testamento é “ecclesia”. Ela

se refere a todos os que foram “chamados

para fora” do mundo para se tornarem membros

da família do nosso Pai Celestial.

O mesmo Espírito que nos “batiza” ou

nos coloca no Corpo de Cristo também nos

“gera” ou nos introduz na família e no Reino

de Deus. Veremos como a família, o Reino

e a Igreja de Deus estão associados, durante

o desenrolar da nossa narrativa.

B. DEUS REVELOU O SEU

PROPÓSITO

1. Revelação: Além da

Ciência e da Filosofia

Como poderemos descobrir e saber onde

nos encaixamos na família do Pai? O propósito

divino é celestial, eterno e espiritual,

e vai muito além dos nossos limites – criaturas

limitadas pelo que é terreno, pelo tempo

e por nossas mentes. Os nossos maiores

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 785

sas épocas; Ele também o introduziu nesta

revelação – e a revelação nele. Ela veio do

coração de Deus para o coração de Paulo!

Deste ponto em diante, Paulo via tudo

de uma perspectiva diferente. Todas as coisas

na terra e no tempo eram vistas sob a

luz do propósito celestial e eterno de Deus.

Ele era um homem transformado, como podemos

verificar prontamente pelos resultados

da sua vida.

Eis a história desta surpreendente e maravilhosa

experiência com as próprias palavras

de Paulo: “Há quatorze anos atrás, fui

arrebatado ao céu para uma visita. Não me

perguntem se o meu corpo estava lá, ou se

foi somente o meu espírito, pois eu não sei.

Somente Deus pode responder isto. De qualquer

forma, lá estava eu no Paraíso. E ouvi

coisas tão maravilhosas que estão além da

capacidade do homem de expressá-las com

palavras...” (2 Co 12:2-4 simplificado).

De fato, o impacto total da revelação de

Paulo não dá para ser expresso com palavras.

As palavras nascem a partir das experiências

aqui na terra e, portanto, não conseguem

se igualar às maravilhas do mundo

celestial. No entanto, Paulo faz o melhor

possível, usando palavras, para nos mostrar

o propósito de Deus para a nossa vida

aqui na terra. Em seguida, Ele confia que o

Espírito Santo revelará ao nosso coração a

mesma verdade que Deus havia estabelecido

em seu coração:

“Como as Escrituras dizem: Deus preparou

coisas maravilhosas para os que O

amam – coisas que vão além do que o homem

pode ver, ouvir, ou até mesmo imaginar.

Além disso, Ele compartilhou conosco

– através do Seu Espírito – o Seu segredo.

Pois o Espírito perscruta e nos mostra os

segredos do próprio coração de Deus.

“Por esta razão, Deus nos deu de fato o

Seu Espírito... para que pudéssemos conhecer

tudo o que Ele planejou para nós em

Sua graça” (1 Co 2:9-12 simplificado).

Vamos, então, orar “para que o Deus de

Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória,

vos dê em seu conhecimento o espírito

de sabedoria e de revelação” (Ef 1:17).

C. FAZEMOS PARTE DA

FAMÍLIA DO PAI

O quadro do amor de Deus por Seu Filho

é algo maravilhoso de se contemplar. Com

base neste relacionamento de amor divino,

Paulo viu desvendar-se o plano de Deus para

as diversas épocas. E – maravilha das maravilhas

– fazemos parte deste plano!

1. Muitos Filhos e Filhas

O grande desejo do Pai era expressar ainda

mais a glória e a beleza do Seu Filho –

através de uma família de muitos filhos e

filhas. Cada membro desta família tornar-seia

semelhante ao seu “Irmão Mais Velho”,

tanto na vida como no caráter. Quando Deus

criou o homem, Ele desejava que o homem

tivesse a imagem e semelhança de Cristo.

Ouça cuidadosamente enquanto Paulo

tenta expressar com palavras a maravilha

deste mistério:

“Há muito tempo atrás – antes mesmo

que Ele criasse o mundo – o nosso querido

Pai Celestial nos escolheu para que fôssemos

Seus. Ele planejou fazer isto através do que

Cristo faria por nós. O Pai decidiu então santificar-

nos aos Seus olhos, deixando-nos totalmente

imaculados. Ficaríamos diante d’Ele,

cobertos com o Seu amor. Sim, o plano imutável

do nosso Pai sempre foi o de fazer-nos

filhos Seus. Este sempre foi o desejo e deleite

do Seu coração” (Ef 1:4,5 parafraseado).

“Desde o inicio, o nosso querido Deus-

Pai conhecia os que escolheriam amá-lo.

Ele decidiu então que estes se tornariam

semelhantes ao Seu Filho. O desejo de

Deus era que o Seu Filho fosse o primeiro

de uma família de muitos filhos” (Rm 8:29

simplificado).

2. A Primeira Família

A revelação de Paulo dá um significado

muito maior à história da Criação. Podemos

observar pela narrativa de Gênesis que o

786 / SEÇÃOE1 E1.2– O Plano de Deus Arruinado: Rebelião

desejo de Deus de ter uma família amada

(de membros semelhantes a Jesus) já existia

desde o principio:

“Façamos o homem a Nossa imagem e

que ele domine sobre todas as criaturas do

ar, da terra, e do mar. E assim Deus criou

o homem segundo a Sua Própria imagem...

macho e fêmea os criou.

“E aí então Deus os abençoou e disselhes:

Frutificai e multiplicai-vos. Enchei a

terra e sujeitai-a. Dominai sobre todos os

seres vivos do ar, da terra e do mar” (Gn

1:26-28 simplificado).

A primeira família da Criação de Deus foi

um homem e sua esposa, com os quais Ele

tinha uma doce comunhão no frescor do dia

(Gn 3:8). Eram também uma família real, pois

Ele lhes havia dado um poder e autoridade de

reis. Possuíam o direito de governar sobre toda

a terra. Sim, a vontade de Deus em Cristo

Jesus deveria ser feita na terra – através deles.

Que prazer e deleite esta esperança deve

ter trazido ao coração do seu Pai e Criador.

Que linda cena de amor, alegria e paz para

um Pai e Sua família. Sim, que brilhante promessa

para o futuro se desvendava diante

deles. Infelizmente, no entanto, apareceu

de repente uma sombra maligna. A leve e

adorável cena que acabamos de retratar não

duraria por muito tempo. Naquela sombra

obscura jazia uma astuta e linda serpente. E

dentro daquela serpente movia-se o espírito

maligno do próprio Satanás!

Capítulo 2

O Plano de Deus Arruinado:

Rebelião

A. HOMEM: CRIADO À

IMAGEM DE DEUS

Sim, Deus criou o homem segundo a Sua

Própria imagem.

1. Livre Para Escolher

O Pai queria que Adão e Eva confiassem

em Seu grande amor, sabedoria e poder. Ele

ansiava que o homem recebesse e retribuísse

o Seu amor – assim como o Pai e o Filho

Se amavam.

O amor, no entanto, por sua própria natureza,

precisa ser dado livremente – não

pode ser forçado. Não podemos compelir

ou fazer com que alguém ame.

A mesma coisa se aplica à honra, ao respeito

e à adoração. A adoração está ligada ao

valor de algo. Amamos, honramos e respeitamos

o que achamos ser de grande valor ou

importância.

O amor é uma escolha. A adoração é

uma escolha. Escolhemos amar e adorar o

que julgamos ser de grande valor para nós

pessoalmente.

Deus é soberano. Ele tem total liberdade

de escolher e concretizar os Seus desejos.

Ele sempre escolhe o que é certo, bom e

bonito. Ele escolheu criar o homem à Sua

Própria imagem para que o homem pudesse

conhecer e expressar o Seu amor.

Isto significava dar ao homem o livre arbítrio.

Com o poder de amar seguia-se o

direito de escolher. Devido ao seu livre arbítrio,

o homem pode fazer a escolha de amar,

adorar e honrar a Deus.

Quando Deus, no entanto, deu ao homem

esta liberdade de escolha, houve nisto

um certo risco. Significou que o homem poderia

escolher o bem ou o mal – o certo ou o

errado. Ele poderia escolher qualquer um!

2. Criado Para Adorar

Todo mundo adora algo! A nossa vida

centraliza-se em nossos valores. Amamos,

honramos e respeitamos qualquer coisa que

julgamos ser mais “valiosa” para a nossa vida.

Não é uma questão “se” vamos adorar ou

não, e sim “o que” vamos adorar.

Deus criou o homem para que ele O adorasse.

Com a adoração do homem a Deus

viriam em conseqüência o seu amor, a fé e a

obediência. Servimos e obedecemos o que

adoramos. Isso determina o nosso caráter e

a nossa conduta – as nossas atitudes e as

nossas ações.

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 787

Não é de se admirar que Jesus tivesse

dito: “Busquem primeiro o Reino de Deus

em suas vidas” (Mt 6:33 simplificado), pois

quando fazemos isso, tudo o mais se encaixa

em seu devido lugar.

Deus permitiu que o homem fizesse a sua

escolha de adoração, colocando duas árvores

especiais no Jardim do Éden. Uma delas era

chamada de “Árvore da Vida”. Encoberto no

mistério dessa árvore estava o Autor da Vida

– o Próprio Senhor Jesus Cristo.

A outra árvore era a “árvore da morte”.

Era chamada de “Árvore do Conhecimento

do Bem e do Mal”. O homem foi admoestado

a não comer dessa árvore. Ele não deveria

estabelecer padrões do bem e do mal –

do que é certo e do que é errado – para a sua

vida, independentemente da sabedoria de

Deus: “Há um caminho que parece direito

à mente do homem, mas somente leva à

morte” (Pv 14:12 simplificado). Encoberto

no mistério dessa árvore estava o autor da

morte – o próprio Satanás!

B. SATANÁS: MALIGNO

EM SEU CORAÇÃO

Satanás, sob a forma de uma graciosa

serpente, entra agora em cena. Ele é sábio

nos caminhos do mal e há um propósito

maligno em seu coração. De onde veio ele?

Por que está ali? O que tentará fazer? Recorramos

novamente às Escrituras para encontrar

as nossas respostas.

A Bíblia usa às vezes cenários e pessoas

da terra para nos ensinar sobre as coisas

celestiais e espirituais.

1. Obras Através dos Homens

O profeta Ezequiel nos fala sobre um

certo rei de Tiro, o qual era muito ímpio. O

controle de Satanás sobre aquele rei era tão

completo que a narrativa revela um surpreendente

quadro do próprio Satanás:

“Tu eras realmente perfeito em tua sabedoria

e formosura. Estavas no Éden, o jardim

de Deus. Tuas vestes eram adornadas

com preciosas jóias... todas em lindos engastes

do mais fino ouro. Tu as recebeste no

dia em que foste criado. Eu te escolhi para

que fosses o querubim guardião ungido. Tinhas

o direito de vir ao monte santo de Deus.

Andavas por entre as pedras de fogo.

“Eras perfeito em tudo o que fazias desde

a época em que foste criado. Sim, eras

perfeito até o dia em que o mal se achou em

ti. Tua grande riqueza te encheu com um

poder maligno e pecaste... Teu coração se

encheu de orgulho por causa da tua formosura.

Usaste a tua sabedoria de maneiras

erradas para os teus próprios propósitos

orgulhosos. Assim sendo, Eu te expulsei e

te derribei para a terra” (Ez 28:12-19 simplificado).

O mesmo tipo de quadro é retratado pelo

profeta Isaías. Com palavras poderosas, ele

revela o caráter maligno do ímpio rei da

Babilônia. Uma vez mais, o profeta nos

mostra a figura maligna de Satanás operando

através de um homem.

“Como caíste do céu, ó Lúcifer, estrela

da manhã! Foste lançado à terra –muito

embora fosses poderoso contra as nações

do mundo.

“Pois dizias em teu coração: Subirei

ao céu e dominarei os anjos. Tomarei o

mais alto trono. Governarei do alto do monte

santo de Deus. Subirei ao mais alto céu e

serei semelhante ao Altíssimo. No entanto,

serás derribado ao mais profundo abismo

do inferno” (Is 14:12-15 simplificado).

Cinco vezes Satanás se rebela contra “a

vontade de Deus” com “a sua vontade própria”.

(É importante ressaltarmos que o Corpo

de Cristo sofreu cinco ferimentos na

Cruz – o poder da rebelião ou vontade própria

de Satanás foi totalmente destruído.)

2. Criado com Livre Arbítrio

Satanás, e todos os outros seres angelicais,

foram criados com um livre arbítrio

para amarem, honrarem, adorarem e servirem

a Deus. Como já dissemos anteriormente,

a criação de seres com uma liberdade

de escolha traz consigo um grande risco – o

788 / SEÇÃOE1 E1.2– O Plano de Deus Arruinado: Rebelião

perigo da rebelião. Esses seres têm o direito

de fazer escolhas erradas.

Os resultados dessas escolhas erradas

podem ser trágicos. A rejeição do amor, da

verdade e da bondade de Deus significa colhermos

os resultados do ódio, do pecado e

do mal. Rejeitar uma opção significa escolher

a outra – exatamente como o jogo de

cara ou coroa com uma moeda – um lado ou

o outro será o vencedor. Infelizmente, Satanás

fez a escolha errada!

Sim, as Escrituras de Ezequiel e Isaías

parecem indicar que Satanás havia sido criado

por Deus para um sublime e nobre propósito.

Ele era perfeito em sua formosura e

sabedoria, e havia recebido um grande poder

e autoridade.

Os querubins do Livro do Apocalipse

estão ligados à adoração celestial. É possível

que Satanás tenha, outrora, não somente

governado as hostes celestiais, mas também

dirigido tais hostes em sua adoração a

Deus. O seu dever e responsabilidade eram

o de guardar a santa vontade e a palavra de

Deus e honrar ao Senhor sob todas as formas.

Parece que ele era o “supervisor” dos

exércitos celestiais.

3. Cegado Pelo Orgulho

Devido à sua formosura e posição, o orgulho

entrou no coração de Satanás. Paulo o usa

como um exemplo ao admoestar sobre o orgulho

dos “supervisores” da Igreja Primitiva.

“O supervisor precisa ser irrepreensível

em todas as áreas da sua vida... Ele não

pode ser um novo convertido, pois ele pode

ser cegado pelo orgulho e entrar em julgamento,

como foi o caso do diabo” (1 Tm

3:2,6 simplificado).

O Céu é santo e perfeito. Portanto, o

pecado de Satanás deve ter surgido em seu

próprio coração. O orgulho e a ânsia de

poder tornaram-se a sua derrocada. Ele encontrou

mais prazer em sua própria formosura

do que na glória de Deus. Tornou-se

altivo a seus próprios olhos e buscou a honra

e o poder que pertencem somente a Deus.

Satanás queria a adoração celestial e a

autoridade do Trono de Deus. E estava disposto

a rebelar-se contra o Deus Altíssimo

para obtê-las. Infelizmente, um grande número

das hostes celestiais uniu-se a Satanás

em sua rebelião (2 Pe 2:4; Jd 6).

Ficamos imaginando o motivo pelo qual

Satanás e suas hostes acharam que poderiam

ser bem-sucedidos em sua rebelião contra

Deus. As Escrituras dizem até que ele era

“cheio de sabedoria”.

Como já vimos, no entanto, existe uma

“cegueira” no orgulho. O engano significa

crer que algo esteja correto quando está errado,

que seja bom quando é maligno!

Com o orgulho vem também o engano.

Satanás foi realmente enganado. Ele era esperto

demais para tentar algo que fosse claramente

fadado ao fracasso. Ele achava mesmo

que poderia vencer!

4. Duvidou e Desobedeceu

Ninguém jamais havia desobedecido a

Deus. O Seu poder e a Sua autoridade nunca

haviam sido testados. Os resultados da

rebeldia nunca haviam sido vistos. A morte

não era conhecida. Além disso, essa era a

primeira vez em que os poderes do bem e

do mal entravam em conflito. A batalha de

todos os tempos estava para começar!

Diferentemente de Deus, Satanás não era

“onisciente”, ou seja, ele não conhecia todas

as coisas. Sendo um ser criado, tudo o que

tinha para se nortear era a palavra de Deus.

Com o orgulho vem o engano. E com o

engano vem a dúvida. Satanás começou a

duvidar da palavra de Deus, e conseqüentemente,

ele decidiu desobedecê-la.

Os elos da corrente do mal podem agora

ser claramente vistos: orgulho – engano –

dúvida – desobediência. O último elo era

desconhecido e imprevisto – era o elo da

“morte”!

5. Deus Sabia Desde o Princípio

Uma visão geral das Escrituras parece

indicar que Deus escolheu realizar o Seu

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 789

propósito na Criação através de criaturas

com o livre arbítrio. Os anjos, e mais tarde o

homem, foram criados com uma liberdade

de escolha.

Como foi dito anteriormente, isso envolvia

um grande risco. Havia o perigo de

escolhas erradas e dos resultados maléficos

que se seguiriam. Deus previu essa possibilidade,

porém descansou em Seu conhecimento

de que no final:

a. O BEM venceria o MAL

b. O AMOR venceria o ÓDIO

c. A LUZ venceria as TREVAS

d. A VERDADE venceria o ENGANO

e. O CERTO venceria o ERRADO

Além disso, essas nobres qualidades do

caráter de Deus seriam expressas através

dos que escolheram amá-Lo, honrá-Lo e obedecê-

Lo.

No Céu isso seria realizado através dos

anjos que escolheram permanecer leais ao

seu Criador.

Na terra isso se faria através de uma família

real de filhos e filhas amados.

O “Primogênito” dessa família seria o

Próprio Senhor Jesus.

6. Expulso do Céu

É possível que Satanás tenha tido ciúme

do amor, da honra e da adoração que eram

dados a Deus pelas hostes celestiais. A rebelião

de Satanás foi uma tentativa de tomar

o lugar de Deus e receber a adoração

que pertencia ao Próprio Deus. Vocês se

lembram como o diabo ofereceu a Jesus os

reinos deste mundo numa tentativa de fazer

com que Jesus o adorasse no deserto (Lc

4:5-8)? Esse incidente nos mostra que o diabo

desejava a adoração que pertencia somente

a Deus.

Ao opor-se a Deus, Satanás delineou as

regras de guerra para o permanente conflito

entre o bem e o mal.

Como já sabemos pelas Escrituras já

mencionadas, Satanás não foi capaz de ser

vitorioso no Céu. Ele e sua hoste de anjos

caídos foram expulsos. O que perderam no

Céu, no entanto, tentariam recuperar mais

tarde na terra, no Jardim do Éden.

7. Engana a Eva

Deus criou o primeiro homem e a primeira

mulher e lhes disse para sujeitarem a

terra e para enchê-la com uma família de

filhos amorosos e leais a Ele.

É, portanto, para essa terra e para essa

família que Satanás vem agora. A batalha

que começou no Céu alcança agora a nova

Criação de Deus. Satanás busca roubar da

primeira família terrena a sua herança, tentando-

os a cometerem o mesmo pecado que

causou a sua derrocada dos pináculos celestiais

– o orgulho e a rebeldia!

Ele vem a Eva sob a forma de uma sábia

e linda serpente. Ele não pode sobrepujá-la,

pois ela recebeu autoridade sobre todas as

criaturas da terra. Ele tem somente uma

maneira de alcançá-la com o seu propósito

maligno – o engano! Agora podemos ver o

motivo de Jesus ter chamado Satanás de “o

pai da mentira” (Jo 8:44).

O Apóstolo Paulo cita este engano em

sua segunda carta a Igreja de Corinto. Ouça

as suas palavras de admoestação:

“Temo por vocês. Tenho medo de que

as suas mentes sejam desviadas do seu puro

amor e lealdade para com Cristo. Foi isto o

que aconteceu a Eva ao ser enganada pelo

diabo – aquela astuta e esperta serpente”

(2 Co 11:3 simplificado).

Sim, Satanás usou a “Árvore do Conhecimento”

(a mente do homem) como instrumento

seu para alcançar as vidas deles.

Vocês se lembram que Deus Lhes havia dito

para não comerem daquela árvore especifica.

Ouçamos novamente as Suas palavras

de advertência:

“Vocês poderão comer livremente de

qualquer árvore do jardim. Contudo, não

poderão comer da árvore do conhecimento

do bem e do mal, pois no dia em que dela

comerem certamente morrerão!’’ (Gn

2:16,17 simplificado).

a. Uma Corrente Maligna é Forja790

/ SEÇÃOE1 E1.2– O Plano de Deus Arruinado: Rebelião

da. Satanás começa estão a formar a sua

corrente do mal: orgulho – engano – dúvida

– desobediência – morte. Estudemos agora

cada um dos elos desta corrente da maneira

encontrada na própria narrativa:

“Ora a serpente era mais esperta e astuta

do que qualquer outro animal selvagem

que o Senhor Deus havia criado. Ela

disse a mulher: Deus disse mesmo que vocês

não podem comer de nenhuma árvore

do jardim?

“A mulher disse a serpente: Deus disse

que poderíamos comer de qualquer uma

das árvores do jardim, exceto a árvore [do

conhecimento do bem e do mal] que se encontra

no meio do jardim. Ele nos disse

para não tocarmos nela, ou certamente morreríamos.

“Vocês não morrerão certamente, disse

a serpente à mulher. Deus sabe que quando

vocês comerem dela, os seus olhos serão

abertos. Aí estão vocês serão como Deus,

sabendo a diferença entre o bem e o mal.

“Então a mulher viu que o fruto da árvore

era bom para se comer e agradável aos

olhos. Era algo a ser desejado, pois daria

sabedoria às pessoas. Sendo assim, ela pegou

um pedaço do fruto e o comeu. Ela também

deu um pedaço ao seu marido, que o

comeu também’’ (Gn 3:1-6 simplificado).

Satanás lhes disse que o fruto da Árvore

do Conhecimento do Bem e do Mal não era

algo a ser temido, e sim para ser desejado.

Ao invés de morrerem como Deus havia

dito, começariam realmente a viver. Na verdade,

tornar-se-iam semelhantes a Deus e

seriam capazes de decidir por si próprios o

que era bom ou mal – certo ou errado. Não

precisariam de Deus para dirigir suas vidas.

Poderiam conhecer a si próprios, serem eles

mesmos, e aperfeiçoarem-se ao máximo – e

tudo isso sozinhos. Aí então o reino, o poder

e a glória seriam deles – só deles! Se

Deus os amasse de fato Ele Próprio lhes

teria dito isto.

E fácil vermos como Satanás primeiramente

lançou as sementes do orgulho e do

desejo egoístico. Em seguida, ele os enganou

com o intuito de fazê-los duvidarem de

Deus. Ele fez com que duvidassem da Palavra

de Deus, do amor de Deus e do Seu

poder e autoridade. A dúvida deles os levou

à desobediência – e essa desobediência os

levou a morte!

C. HOMEM: DESOBEDECEU

E PERDEU TUDO

Ao tentar encontrar a sua vida independentemente

de Deus, o homem perdeu tudo.

Infelizmente, a mentira funcionou tão bem

na terra como havia funcionado no Céu. Ao

crer nas mentiras de Satanás, a mulher desobedeceu

e submeteu-se ao julgamento que

Deus havia prometido. Muito embora Adão

não houvesse sido enganado, ele também

escolheu pecar – e com isto, entregou-se ao

domínio de Satanás.

Satanás foi rápido em tomar o cetro – o

bastão real do domínio – em suas próprias

mãos. A autoridade que havia sido outorgada

ao homem foi então assumida por Satanás.

O homem encontrou-se sob a autoridade

do reino das trevas e da morte.

Parecia que uma tragédia eterna havia se

manifestado. Muitas coisas foram perdidas

pelo homem como conseqüência do seu

pecado e desobediência:

1. Ele perdeu o seu relacionamento

como filho amado.

2. Perdeu a sua cobertura divina e a

sua autoridade outorgada por

Deus.

3. Perdeu a beleza da imagem de

Deus em sua vida.

4. Perdeu o seu destino no propósito

divino.

5. Perdeu a sua própria vida – em

espírito, alma e corpo.

Parecia que o plano de Deus havia se

arruinado antes mesmo de começar. Como

Satanás deve ter se alegrado nesta derrota

do santo propósito de Deus! Satanás pensou

que a batalha perdida no Céu havia sido

ganha na terra. Agora ele se tornara o prínciAS

TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 791

pe deste mundo. E enquanto ele governasse

a terra, a glória e o poder do Filho de Deus

nunca reinariam nos corações dos homens.

Havia, no entanto, um aspecto do caráter

de Deus sobre o qual Satanás não sabia

nada. Era a Sua graça! Satanás não conhecia

a força do amor de Deus – até onde iria para

que o homem pudesse ser salvo e restaurado.

Gostaríamos de estudar cuidadosamente

o grande plano de salvação de Deus, pois

nele encontra-se a esperança do homem para

a sua restauração – ou recuperação das suas

perdas.

Capítulo 3

O Plano de Deus Restaurado:

Redenção

A. TODOS NÓS PRECISAMOS

SER SALVOS

Antes de estudarmos o grande plano de

salvação de Deus, precisamos compreender

por completo a nossa necessidade de

sermos “salvos”. Todos nós precisamos ser

salvos, tanto da penalidade como do poder

do pecado – porque todos somos pecadores.

Somos pecadores por “natureza” e por

“prática”. As Escrituras esclarecem muito

esta base dupla do pecado:

1. Pecadores por Natureza

“O pecado entrou no mundo (na raça

humana) através de um homem – Adão. A

conseqüência do pecado foi a morte. Portanto,

a morte espalhou-se a todos os homens

porque (em Adão) todos pecaram”

(Rm 5:12 simplificado).

Como cabeça da raça humana, Adão

infectou – como numa enfermidade – toda a

humanidade com o seu próprio pecado.

Assim sendo, somos pecadores ao nascermos

e por natureza. Nascemos com uma

natureza pecaminosa. As crianças não precisam

aprender a pecar, pois são pecadoras

congênitas (como seus pais).

2. Pecadores por Prática

“Todos nós andávamos desgarrados

como ovelhas. Cada um se desviava pelo

Orgulho

Amor

Sabedoria

Bondade

Autoridade

O fruto da

obediência

Engano

Verdade

Poder

Dúvida

Desobediência

Morte

Rebelião

A minha vontade, não a sua

será feita; O Reino, o Poder e a

Glória serão meus – para

sempre!

As Correntes da Maldade de Satã

792 / SEÇÃOE1 E1.3– O Plano de Deus Restaurado: Redenção

seu próprio caminho... Verdadeiramente

todos pecaram e estão destituídos da glória

de Deus [do Seu santo caráter]” (Is 53:6;

Rm 3:23 simplificado).

Todos somos pecadores, não somente

por natureza, mas também por escolha e

por prática. Todos cometemos atos de pecado.

Todos escolhemos a nossa vontade

própria e o nosso caminho independentemente

de Deus.

3. Morte: Penalidade do Pecado

Contudo, o caminho de Deus é o único

caminho para a vida eterna. Todos os outros

caminhos levam à morte. Independentemente

de Deus não temos nenhuma esperança.

Perdemos tudo – para sempre.

O Apóstolo Paulo expressa essa verdade

de uma forma bem clara, mas nos dá também

a esperança que necessitamos com as

seguintes e conhecidas palavras:

“Porque a penalidade para o pecado é

a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna

através de Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm

6:23 simplificado).

4. Graça: Uma Dádiva de Deus

A graça é um dom que não adquirimos.

A misericórdia é uma bondade que não merecemos.

Deus, por natureza, é cheio de graça

e misericórdia. Estas são qualidades do

Seu amor.

Deus é amor, mas Ele também é santo e

justo. Pelo fato de Deus ser santo e justo,

Ele não pode fazer vista grossa ao pecado

do homem.

Se eu pecar (quebrar a lei) e for trazido

diante de um juiz justo (reto), ele honrará a

lei ou seja, imporá a penalidade prescrita

pela lei para o meu crime.

Quando um juiz da terra é empossado em

seu cargo, ele precisa jurar que honrará a lei.

Infelizmente, há juízes que quebram o seu

juramento – são juízes injustos e iníquos.

Deus é um juiz de retidão. Se Deus não

exigisse que a penalidade pelo pecado fosse

imposta (paga), então Ele seria um Deus

iníquo. Qual é então a penalidade pelo pecado?

E quem pagará por ela?

Como já vimos, a penalidade é a morte.

“A alma que pecar certamente morrerá!”

(Ez 18:4,20 simplificado). E o pecador é o

indivíduo que merece pagar esse preço. Somente

desta forma a justiça de Deus pode

ser satisfeita.

Uma vez que a penalidade tenha sido

paga, somos “justificados” aos olhos da lei.

Esta é a única maneira pela qual podemos

ser “perdoados” de nossos pecados.

Morrer por nossos pecados significa separação.

A morte física significa uma separação

dos nossos corpos. A morte espiritual

(que é a conseqüência ou penalidade pelo

pecado) significa uma separação de Deus.

O nosso Pai Celestial nos criou para que

tivéssemos comunhão em Sua família – uma

família que expressasse a gloriosa vida do

Seu Filho. O nosso pecado estraga esse lindo

relacionamento – não somente para nós,

mas para Ele também.

Há alguma maneira possível para esse

relacionamento de amor e de vida poder ser

restaurado? Será que tanto Deus quanto o

homem precisam sofrer a dor da penalidade

do pecado para sempre? Será que há alguma

maneira que possa restaurar o homem ao

plano de Deus e à comunhão da família?

Louvado seja Deus! A resposta é sim! Chama-

se “redenção”!

5. Redenção: a Graça

de Deus em Ação

“Que vocês possam ser sempre gratos

ao nosso Pai Celestial. Ele preparou muitas

coisas maravilhosas para o Seu povo

que anda na luz. Ele nos capacitou a possuirmos

todas estas coisas.

“O Pai fez isto, libertando-nos do poder

das trevas, e introduzindo-nos no Reino do

Seu amado Filho. Sim, fomos redimidos –

comprados e trazidos de volta – pelo Seu

sangue. Em Jesus temos de fato o perdão

dos nossos pecados” (Cl 1:12-14 simplificado).

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 793

nem morrerão. Ao invés, viverão para

sempre” (Jo 3:16 simplificado).

6. Restauração: o Resultado

da Redenção

Deus não foi pego de surpresa pelo pecado

do homem. A dádiva do Filho de Deus foi

feita até mesmo antes de o homem ser criado:

“Cristo foi escolhido para morrer por

vocês antes que o mundo (ou o homem)

fosse criado. Mas Ele foi revelado e manifestado

ao mundo nestes últimos tempos.

“Deus pagou um preço para salvá-los

do vão estilo de vida que vocês herdaram

de seus pais. Contudo, vocês não foram

redimidos com algo perecível como a prata,

ou o ouro. Vocês foram comprados e

restaurados com o precioso sangue de Cristo,

um puro e perfeito Cordeiro” (1 Pe 1:18-

20 simplificado).

“Restauração” significa a volta de algo

ao seu lugar e condições originais – onde e

como se encontrava no início. Quando o

homem caiu, Deus não mudou de idéia com

relação ao Seu plano de possuir uma família

amada e real. O Seu propósito ainda era

encher toda a terra com filhos e filhas cujas

vidas refletissem a beleza do seu Deus. Portanto,

tão logo o homem pecou e caiu do

seu lugar de autoridade real, o plano de redenção

de Deus foi colocado em ação.

a. O Plano de Redenção Revelado. É

interessante que este plano tenha sido primeiramente

revelado ao próprio Satanás

após a queda. Pela narrativa, parece que

Adão e Eva também estavam presentes. A

palavra do Senhor, no entanto, foi falada

diretamente à serpente:

“E o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto

fizeste isto, maldita és, mais do que

todos os outros animais... De agora em diante

tu e a mulher serão inimigos. Isto também

se aplicará a toda a tua semente (descendência)

e à Semente dela (Jesus). Ferirás

o Seu calcanhar, mas Ele esmagará a

tua cabeça” (Gn 3:14,15 simplificado).

Havia duas promessas principais fei-

“Redimir” significa comprar e trazer

de volta algo que foi perdido. Deus, em

Sua graça e misericórdia, veio ajudar o

homem, pois o homem não poderia redimir

a si próprio. O Próprio Cristo morreu

no lugar do homem e pagou a sua penalidade

de forma tal que as exigências da lei

quebrada e da justiça de Deus fossem satisfeitas.

Agora o homem pode ser “justificado”

diante da lei. Ele pode ter retidão diante de

Deus e ser perdoado do seu pecado. O seu

registro pode ficar limpo. Nenhuma falha

será agora colocada contra ele, se ele pedir

que Jesus perdoe o seu pecado. O homem

poderá então apresentar-se diante da santa

lei de Deus sem temor.

Sim, a penalidade pelo seu pecado foi

paga e quando você recebe a graça d’ Ele, a

sua culpa termina. Cristo morreu na Cruz

em seu lugar. Você e eu deveríamos ter morrido

por nossos próprios pecados, mas “...

Cristo morreu por nós” (Rm 5:8).

O preço por nossa “redenção”, no entanto,

não foi barato. Para nos comprar e

nos trazer de volta à Sua família, o Próprio

Deus teve de pagar a penalidade por nosso

pecado, o que Lhe custou a vida do Seu

Próprio Filho.

Jesus Cristo veio para esta terra na forma

de homem para morrer como homem

pelos pecados do mundo, para que pudéssemos

ser redimidos. O puro, santo, e imaculado

Filho de Deus tomou sobre Si Mesmo

o nosso pecado e morreu numa cruz.

Ele fez isto para que pudéssemos ser justificados

diante de Deus e uma vez mais encontrarmos

o nosso lugar em Sua família.

Ele morreu para que pudéssemos viver. Esta

é, de fato, a graça de Deus!

Tenho a certeza de que Satanás não contava

que Deus chegasse tão longe a ponto

de enviar o Seu Próprio Filho para morrer

por nossos pecados. Mas Ele o fez! “Porque

Deus amou o mundo [de pecadores] de

tal maneira que deu o Seu único Filho. Todos

os que crerem n’Ele nunca perecerão

794 / SEÇÃOE1 E1.3– O Plano de Deus Restaurado: Redenção

tas por Deus; ambas foram dirigidas a Santanás:

1) Você Ferirá o Calcanhar Dele.

“Você [a serpente] ferirá [a semente da

mulher] o calcanhar dele...”

A “Semente da Mulher” refere-se a Jesus.

Deus disse à serpente que ela feriria o

Seu calcanhar (de Jesus), mas que o ferimento,

em última análise, não seria fatal.

Isto se refere à morte e ressurreição de Jesus.

Satanás – que tomou de Adão o poder

da morte – não poderia reter Jesus na sepultura!

2) Ele Esmagará Sua Cabeça. A Semente

(Jesus) esmagaria algum dia a cabeça

da serpente. Isto se refere a um ferimento

fatal, impossível de ser recuperado. A derrota

e destruição da serpente seriam finais.

A expressão “esmagará a tua cabeça” é muito

importante. A palavra “cabeça” refere-se

ao poder e autoridade para se governar.

A nossa história no Jardim do Éden torna-

se agora bem dramática. O Próprio Deus

está dizendo ao diabo que algum dia a Semente

da Mulher (Jesus) retomaria das suas

garras o cetro do governo mundial. Através

da morte de Cristo na Cruz, o homem seria

redimido e Satanás seria derrotado e despojado

de todo o seu poder.

O domínio seria restaurado à família de

Deus. O Filho de Deus – nascido como Filho

do Homem – recuperaria para a humanidade

redimida a autoridade para governar

o que havia perdido através do pecado.

O Reino do Céu governará a terra algum

dia através da família de Deus, que é composta

de reis e sacerdotes. Jesus, o nosso

Real Irmão Redentor é o “Primogênito”

desta gloriosa família. Através d’Ele temos

uma vitória que durará para sempre.

7. Aceite a Dádiva de Deus

Verdadeiramente, a nossa “redenção” é

uma grande maravilha da graça de Deus. A

dádiva do Filho de Deus revela o Seu grande

amor pelo homem pecaminoso. No entanto,

muito embora Deus tenha feito isto tudo

por nós em Cristo, ainda assim podemos

perder todas essas coisas.

Uma dádiva (ou presente) não tem valor

algum para quem é dada, a menos que seja

aceita. Se alguém nos der um copo de água

fresca, de nada nos servirá se não o bebermos.

Precisamos aceitar a dádiva da graça de

Deus “recebendo” a Jesus Cristo em nossos

corações como nosso Senhor e Salvador.

Nós também precisamos confessar que

somos pecadores e que precisamos ser salvos

da penalidade do nosso pecado. Se perdermos

o amor de Deus perderemos a vida

eterna – para sempre!

“Deus demonstrou o Seu grande amor

para conosco da seguinte maneira: Cristo

morreu por nós enquanto ainda éramos

pecadores...

“Assim como Cristo foi ressuscitado dos

mortos pelo Pai, assim também haveremos

de andar em novidade de vida...

“Porque Deus nos deu a vida eterna, e

esta vida está em Seu Filho. Quem tem o

Filho tem a vida, mas quem não tem o Filho

de Deus não tem a vida!...

“Portanto, somente os que recebem ao

Senhor Jesus como seu Salvador recebem o

direito de se tornarem filhos de Deus” (Rm

5:8; 6:4; 1 Jo 5:11,12; Jo 1:12 simplificado).

B. OS DOIS LADOS DA SALVAÇÃO

Imediatamente podemos ver pelo que foi

exposto que há dois lados em nossa salvação:

a lado de Deus e o nosso lado. Ele faz

um papel que não podemos fazer. Nós,

porém, temos uma parte a cumprir que Deus

não faz. Podemos rever estes conceitos da

seguinte forma:

1. A Parte de Deus em

Nossa Salvação

Ele nos confronta e nos convence do

nosso pecado. Em outras palavras, Deus

nos confronta com as nossas falhas. Ele

prova que somos culpados e nos mostra a

penalidade que precisamos pagar por nosso

pecado – a morte! Ele faz isto através da

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 795

Sua Palavra e do Seu Espírito. A palavrachave

é “culpa”!

Aí então Ele nos revela como podemos ser

“salvos” da penalidade pelos nossos pecados

e como podemos encontrar o nosso lugar em

Sua família. Ele faz isto levando-nos a Jesus –

Seu Filho e nosso Salvador. A Sua morte na

Cruz prova que Deus não é somente santo e

justo, mas também amoroso e misericordioso.

A palavra-chave é graça!

2. A Nossa Parte em

Nossa Salvação

Precisamos responder à nossa culpa e à

graça de Deus confessando o nosso pecado

e o Filho de Deus. “Confessar” significa

concordar, dizer a mesma coisa. Precisamos

concordar com Deus que somos pecadores

e que precisamos de um Salvador. A palavra-

chave é confessar!

Precisamos então nos arrepender e receber

a Cristo como nosso Salvador. “Arrependerse”

significa mudar de idéia. Portanto, escolhemos

agora a vontade e o caminho de Deus

para nossa vida, ao invés da nossa própria

vontade e caminho. Fazemos isto, pedindo

que Jesus entre em nosso coração para ser

tanto Salvador como Senhor. Respondemos

ao amor de Deus pela fé em Seu Filho e pela

obediência à Sua Palavra. As palavras-chave

são arrepender-se e receber!

C. OS RESULTADOS DA SALVAÇÃO

Os resultados da nossa salvação são a conversão

e a restauração. “Converter” significa

mudar a direção e seguir uma outra. Pela graça

de Deus mudamos a direção do nosso caminho

de morte e passamos a seguir o Seu caminho

de vida. A palavra-chave é conversão!

Outrora estávamos “alienados” ou separados

d’Ele pelo nosso pecado e desobediência.

Em Cristo fomos “restaurados” a

comunhão com a amada família real de Deus.

A palavra-chave é restauração!

Sim, precisamos receber a Cristo em

nosso coração como nosso Salvador para

sermos perdoados de nossos pecados – e

para termos a vida eterna. Porém, há ainda

mais coisas ligadas à nossa grande salvação.

Não somente os nossos pecados são perdoados

em Cristo, mas também recebemos

muitos outros benefícios e bênçãos, os quais

são:

1. Um Novo Espírito

“Colocarei o Meu Espírito dentro de

vocês e farei com que andem em Meus caminhos

e guardem as Minhas leis” (Ez

36:27 simplificado).

2. Uma Nova Vida

“Este é o testemunho: Deus nos deu a

vida eterna, e esta vida está em Seu Filho’’

(1 Jo 5:11 simplificado).

3. Um Novo Nome

“E chamar-te-ão por um novo nome,

dado pela boca do Senhor... E em Antioquia

os discípulos foram pela primeira vez chamados

de cristãos” (Is 62:2; At 11:26 simplificado).

4. Uma Nova Natureza

“Portanto, se alguém estiver em Cristo

Jesus, esta pessoa é uma nova criação (tem

uma nova natureza). As coisas velhas se

passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co

5:17 simplificado).

5. Um Novo Coração

“Dar-lhes-ei um novo coração e colocarei

um novo espírito dentro de vocês”

(Ez 36:26 simplificado).

6. Uma Nova Mente

“E sejam renovados no espírito de suas

mentes; revistam-se do novo homem [natureza]

que é santo e reto como Deus... Pois

temos a mente de Cristo” (Ef 4:23,24; 1 Co

2:16 simplificado).

7. Uma Nova Autoridade

“E Eu (Jesus) lhes dei autoridade sobre

todo o poder do inimigo... Resistam ao dia796

/ SEÇÃOE1 E1.3– O Plano de Deus Restaurado: Redenção

bo e ele fugirá de vocês “ (Lc 10:19; Tg 4:7

simplificado).

8. Uma Nova Família

“A todos os que O receberam, Jesus lhes

deu o direito de se tornarem filhos de Deus”

(Jo 1:12 simplificado).

9. Um Novo Destino

“Vocês são uma raça eleita, um sacerdócio

real, uma nação santa – o povo especial

de Deus. Sim, Ele os chamou das trevas para

a Sua maravilhosa luz. Portanto, vocês devem

declarar e demonstrar (mostrar e proclamar)

o Seu louvor e glória – agora e para

sempre!” (1 Pe 2:9 simplificado).

Verdadeiramente, como cristãos, fomos

redimidos e restaurados. Fomos comprados

e restaurados à amada família real do

Pai. O plano de Deus para os tempos não

mudou. Através do Seu Filho Jesus, Ele perdoou

os nossos pecados e nos restabeleceu

a uma posição de poder e autoridade.

A primeira família fracassou no cumprimento

do seu chamado divino.

Devido à vitória de Cristo sobre Satanás

na Cruz, a “nova família” de Deus será bemsucedida.

Esta é a nossa gloriosa esperança;

este é o nosso destino divino – como

filhos e filhas do Deus Altíssimo!

D. UM PADRÃO COM

TRÊS ASPECTOS

Ao revermos o “Fundamento da Igreja”,

podemos verificar um padrão com três aspectos:

1. Deus age;

2. Satanás reage, e então

3. Deus Se opõe.

A concretização da vontade de Deus começa

com a Sua palavra, a qual é seguida

por uma ação. A Sua palavra funciona! Ele

fala e as coisas se concretizam! Com a Sua

palavra segue-se o poder do Seu Espírito,

e assim o Seu propósito divino é executado.

Vemos isto na narrativa da Criação: “E

disse Deus: haja luz. E houve luz’’ (Gn

1:3). Ele falou e a Sua ordem se concretizou!

Aí então Satanás “reage” à palavra e à

obra de Deus. Ele tenta estragar o propósito

de Deus negando a Sua palavra e opondo-

se à Sua obra. Ele se opõe à “ação” de

Deus com a sua própria “reação”. Se a história

terminasse aqui, Satanás venceria essa

guerra de palavras e obras. Os seus propósitos

malignos prevaleceriam e a vontade de

Deus não seria feita. Mas esse não é o fim

da história, pois em seguida Deus Se opõe.

Deus sempre tem a última palavra e a

ação final. No final o mal será vencido pela

Sua boa vontade e propósito. Isto, porém,

leva tempo e é um processo. Deus escolheu

falar e concretizar a Sua vontade através do

Seu Filho e de Sua família.

Como já vimos anteriormente, encontramos

o nosso lugar na família de Deus através

do Seu Filho. Quando isso acontece, o

poder do Espírito de Cristo fala e age através

de nós. A família real de Deus em Cristo

Jesus governará algum dia toda a Criação.

Essa é a vontade de Deus desde o início de

tudo – e haverá de ser cumprida! Essa é a

nossa esperança; esse é o nosso destino!

E. DEFINIÇÃO DOS TERMOS

Esse padrão com três aspectos que citamos

acima encontra-se em forma de esboço

a seguir. Definiremos cada um dos termos, a

seguir.

DEUS SATANÁS DEUS

A__G_E________R__E_A_G__E______S_E_ O__P_Õ_E___

Cria Arruína Redime

Planeja Destrói Restaura

Gera Degenera Regenera

Forma Deforma Reforma

Cobre Descobre Recupera

Concilia Aliena Reconcilia

1. Redenção

“Redimir” significa comprar e trazer de

volta algo que havia se perdido ou havia

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 797

sido usurpado por outrem. O propósito de

Deus para o homem na Criação foi estragado

ou arruinado quando o homem desobedeceu

a Sua palavra. Através do seu pecado,

ele se submeteu ao controle do diabo

e tornou-se seu escravo. O preço da redenção

do homem foi a vida do Filho de Deus.

Pelo sangue de Jesus fomos “redimidos” do

poder do diabo.

2. Restauração

“Restaurar” significa restabelecer algo à

sua posição ou condição original (inicial)

depois de haver sido demolido ou desarraigado.

O homem caiu da sua posição de governo

e de reino, e perdeu a imagem e semelhança

de Deus quando desobedeceu. O santo

propósito de Deus para a humanidade

foi destruído pelo diabo quando Adão e Eva

pecaram. Através de Jesus, Deus providenciou

uma maneira de restaurar o homem ao

seu lugar legítimo de honra e autoridade.

3. Regeneração

“Regenerar” significa reviver algo que já

morreu. Ao pecar, o homem perdeu a sua

vida com Deus. Na Cruz, Cristo nos salvou

do poder de Satanás, do pecado, e da morte.

Quando recebemos a Cristo em nossa vida,

recebemos os benefícios da Sua morte e ressurreição.

Ele morreu por nós para que pudéssemos

ser vivificados n’Ele. Ele é a

nossa vida – agora e para sempre!

4. Reforma

“Reformar” significa restabelecer algo à

sua forma ou aparência original após ter sido

estragado, arruinado ou danificado. O homem

foi criado segundo a bela imagem de

Deus. O pecado estragou a beleza desse quadro,

o qual nunca conseguiu desenvolver-se

de acordo com o que Deus planejara.

No entanto, pelo poder do Espírito de

Cristo em nosso coração, podemos uma vez

mais crescer em Sua glória e graça. As falhas

e defeitos do pecado foram removidos. A

linda imagem de Jesus resplandece uma vez

mais com uma beleza ainda maior e mais

fulgurante.

5. Recuperação

“Recuperar” significa recobrar algo que

havia se perdido. Fomos criados para estar

sob ou “cobertos” pela luz, amor, e autoridade

de Deus. Ao pecar, o homem saiu dessa

cobertura e mergulhou nas trevas. Ao fazer

isso, ele se expôs a ira e ao julgamento

de Deus contra o pecado.

Quando Jesus derramou o Seu sangue e

morreu por nós, a penalidade pelos nossos

pecados foi paga. Ele morreu para que os

nossos pecados pudessem ser cobertos pelo

Seu sangue. Quando pela fé nos submetemos

a Cristo como nosso Salvador, recuperamos

a nossa cobertura de luz, amor e autoridade

de Deus.

6. Reconciliação

“Reconciliar” significa restabelecer alguém

a um relacionamento de amizade. Deus

criou o homem para ter comunhão com ele.

Semelhantemente a Abraão, devemos ser

“amigos” de Deus. O pecado quebrou esta

amizade e tornamo-nos Seus inimigos. O

antigo relacionamento de amor se perdeu.

Deus ainda nos amava, porém escolhemos

não amá-Lo nem obedecê-Lo. Nós O expulsamos

de nossa vida.

“Conciliar” significa fazer um amigo.

Quando Deus criou o homem, Ele o criou

para ser Seu amigo. “Alienar-se” significa

afastar-se de um amigo. A separação destrói

a amizade. O pecado do homem separou-o

da comunhão com Deus. Em Sua graça, Deus

– através da morte do Seu Filho – nos reconciliou

Consigo. A comunhão foi restaurada!

Sim, o Reino de Deus há de vir! A Sua

vontade será feita – assim na terra como no

Céu. E virá e será feita através do próprio

povo de Deus, o qual é um povo especial –

um povo que foi redimido, restaurado, regenerado,

reformado, recuperado e reconci798

/ SEÇÃOE1 E1.3– O Plano de Deus Restaurado: Redenção

liado. Esta é a Sua palavra. E Ele sempre

tem a última palavra, a palavra final!

F. CONCEITOS IMPORTANTES

SOBRE A SALVAÇÃO

O “Fundamento da Igreja” assenta-se firmemente

sobre o nosso grande Salvador,

Jesus! Há vários outros termos referentes à

salvação que foram usados neste artigo.

Devido à sua importância, seria bom citálos

e defini-los agora.

1. Salvação

Refere-se à obra da graça de Deus em

Cristo pela qual somos:

a. Salvos “da” penalidade, poder e futura

presença do pecado.

b. Salvos “para” o propósito de Deus

e estabelecidos em Sua família, onde expressamos

a semelhança do Seu Filho.

Ao morrer na Cruz pelos nossos pecados,

Cristo tornou-Se o nosso Salvador. Ele

morreu em nosso lugar e pagou o preço (penalidade)

pelo nosso pecado. Quando o

recebemos pela fé como nosso Salvador,

recebemos também o poder da Sua vida

ressurreta. À medida que essa nova vida

flui para o nosso interior, ela traz consigo

uma integridade (cura) para o nosso espírito,

alma e corpo.

“Ser salvo” significa ser perdoado, curado,

liberto, completado e restaurado. Ficamos

sãos, salvos e libertos. Ficamos livres

para nos tornarmos tudo quanto Deus nos

chamou para sermos.

2. Regeneração

O termo “gerar” significa criar ou produzir

vida. Regeneração, como já aprendemos,

refere-se à volta ou restauração da vida

após a morte.

Estamos “mortos” em nossos pecados.

Assim sendo, precisamos receber uma “nova

injeção” de vida espiritual (nascer de novo)

para sermos reintegrados na família de Deus.

Há somente uma forma pela qual podemos

nascer numa família da terra, ou seja,

pela transmissão ou “injeção” de vida natural.

Isto ocorre através do processo da reprodução

biológica. Os embriões formam a

vida que é necessária para se produzir um

novo bebezinho – menino ou menina.

O mesmo se aplica com relação ao “nascermos”

na família de Deus. É preciso que

haja uma “injeção “ de vida espiritual – uma

semente divina. Esta “Semente de Vida’’ é

uma Pessoa – e esta Pessoa é Jesus. Quando

recebemos a Cristo em nosso coração,

Ele é a Vida que nos gera na santa família

de Deus. Portanto, todos os cristãos têm

dois nascimentos: um nascimento natural e

um nascimento espiritual. É isto o que significa

“nascer de novo”.

3. Expiação

A palavra “expiar” significa “remir a culpa

e re-harmonizar-se com alguém”.

Ela retrata o acordo e a paz resultantes

da correção das transgressões.

O pecado é uma transgressão contra

Deus. Portanto, ele nos separa ou nos “aliena”

de Deus. Precisamos ser “reconciliados”

ou reintegrados à comunhão com Ele.

A única maneira pela qual os resultados

do pecado podem ser totalmente anulados é

através da justificação (considerar o pecador

como sendo reto). A justificação não é o ato

(como supõem alguns) de se fazer vista grossa

ao pecado ou de se ignorar cegamente as

transgressões. Um Deus santo e justo não

pode fazer vista grossa ao pecado.

O pecado somente poderá ser cancelado,

coberto ou posto de lado se a penalidade

pelo pecado tiver sido paga. Somente

assim a justiça poderá ser satisfeita e o pecado

ser removido. Quando a penalidade

pela transgressão for, portanto, totalmente

paga, aí então é que a comunhão poderá ser

restaurada.

A penalidade pelo pecado é a morte. Jesus,

em Sua graça e misericórdia, pagou a

penalidade em nosso lugar ao morrer na Cruz

pelos nossos pecados. Desta maneira, podemos

dizer que o Seu sangue cobriu e canAS

TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 799

nova natureza – uma nova fonte de força

interior – pela qual podemos agora começar

a viver uma vida “reta”. A nossa “antiga

natureza” morreu com Jesus na Cruz, o que

nos dá o direito e a liberdade de expressarmos

a nossa “nova natureza’’.

5. Justificação

“Justificar” significa acertar as coisas diante

da lei e, portanto, libertar da culpa e da

condenação.

“Condenar” significa julgar alguém culpado

diante da lei. O pecado é a quebra das

leis de Deus. Portanto, todos os pecadores

são culpados diante de Deus. A penalidade

para o nosso pecado é a morte. As exigências

da lei não podem ser satisfeitas sem

que a penalidade pelo pecado seja paga. A

“justiça” não pode fazer vista grossa ao

pecado como se ele não tivesse acontecido.

No plano de redenção de Deus, a misericórdia

e a justiça poderiam dar as mãos somente

de uma maneira, que é a seguinte: o

Juiz (Deus), não somente pronuncia a sentença,

mas também paga, Ele Próprio, a penalidade

(a morte de Cristo). O indivíduo

culpado agora fica “justificado” diante da lei.

O pecador pode agora ser liberto porque

o seu Juiz foi não somente justo (o que Lhe

exigiu a aplicação da penalidade da lei), mas

também cheio de misericórdia (uma vez que

Ele pagou a penalidade que a Sua justiça

exigia que Ele impusesse sobre o pecador).

Foi isso o que Deus fez por nós através

da morte de Cristo na Cruz. O pecado foi

julgado. A penalidade foi paga, e nós fomos

perdoados e libertos! Fomos assim justificados!

Capítulo 4

A Nossa Grande Salvação

Introdução

“Como escaparemos se negligenciarmos

a nossa grande salvação?” (Hb 2:3

simplificado).

celou o nosso pecado (“Cancelar” significa

tornar inteiramente sem efeito). A expiação

é portanto uma obra de Deus – através da

morte de Cristo – pela qual a nossa comunhão

é restaurada. Entramos uma vez mais

em harmonia com Deus.

4. Retidão

Refere-se ao santo caráter de Deus. Ele

é sempre “reto” em pensamentos, palavras

e obras – em Suas atitudes e em Suas ações.

Ele é reto, bom e veraz, sob todas as formas

e em todas as coisas.

Este é o “reto” padrão da Lei. Tudo o

que não é reto é iníquo, maligno, e errado –

em suma, é pecaminoso. Por esta razão, o

homem pecaminoso nunca poderia estar

diante de um Deus santo. A retidão e a iniqüidade

são eternas inimigas. Não há nenhuma

base para algo de comum entre elas.

Por este motivo, Deus enviou o Seu Filho

para “expiar” os nossos pecados. Quando

aceitamos a Cristo em nosso coração

como nosso Salvador, os nossos pecados

são cobertos e cancelados. Deus não mais

nos vê em nossos pecados, e sim na retidão

do Seu Filho. Ele não somente está em nós,

mas nós também estamos n’Ele.

Isto se denomina retidão “atribuída”. A

palavra “atribuir” é um termo legal. Significa

que algo foi depositado em nosso favor por

uma outra pessoa. O que é dela agora também

nos pertence. A sua posição e as suas

posses tornam-se a nossa posição e as nossas

posses. É uma conta conjunta. A retidão

de Jesus torna-se a nossa retidão. A posição

de Jesus a destra de Deus torna-se a nossa

posição (Ef 1:20-22; 2:4,5).

Além da retidão “atribuída”, que é a nossa

posição legal, há uma retidão “conferida”.

“Conferir” significa outorgar algo. Quando nos

tornamos cristãos, algo é “outorgado” em

nossas vidas. Não somente estamos “em Cristo”

no sentido legal, mas também Cristo está

“em nós” num sentido pessoal e prático.

Ao recebermos a Jesus, recebemos também

a Sua natureza santa e reta. Temos uma

800 / SEÇÃO E1 E1.4 – A Nossa Grande Salvação

Se você não estiver interessado em sua

grande salvação, os profetas e anjos estão.

Os profetas do Antigo Testamento estavam

muito interessados no grande plano de

salvação de Deus. Ansiavam em conhecer

os detalhes do plano de Deus, o qual seria

restaurado através da morte, sepultamento,

e ressurreição de Cristo – através da Sua

vitória sobre o pecado, Satanás, e a sepultura.

Não foram somente os profetas, no entanto,

que ansiavam em conhecer o que agora

nos é revelado – os próprios anjos ansiavam

fervorosamente por compreender e

participar do grande plano que era somente

para você!

Mas este plano não era para os profetas

do Antigo Testamento – Deus não incluiu

nele nem mesmo os anjos – Ele o reservou

todinho para você!

Pedro expressa esse pensamento com as

seguintes palavras:

“Osprofetas inquiriram cuidadosamente

e tentaram aprender mais sobre esta grande

salvação. O Espírito de Cristo estava

nestes profetas, e Ele lhes falava sobre as

coisas que Cristo sofreria – e a glória que

se seguiria.

“Eles queriam saber o tempo e para

quem seriam estas coisas. Aí então foilhes

mostrado que a revelação não seria

cumprida em seus dias. Estavam, no entanto,

falando da graça que viria para

nos.

“Sim, era para nós e para a nossa época.

Recebemos as boas-novas da salvação

através de pregadores que se moveram

através deste mesmo Espírito Santo – enviado

do Céu. Esta salvação é tão maravilhosa

e grandiosa que os próprios anjos

anelam em saber mais a respeito dela!” (1

Pe 1:10-12 simplificado).

Os profetas do Antigo Testamento teriam

dado tudo para conhecer o que a Bíblia

nos diz sobre este fantástico e tremendo

plano que Deus tem para você!

Contudo, se não soubermos quais as

grandes riquezas que temos em nossa salvação,

esta falta de entendimento nos deixará

num lugar de escravidão e pobreza espiritual.

Para que isto não acontecesse, o Pai nos

enviou o Seu Próprio Espírito Santo para

nos ensinar quem somos – e o que o Pai

nos deu e planejou para nós – no Senhor

Jesus.

O Apóstolo Paulo disse: “...recebemos o

Espírito de Deus para que pudéssemos conhecer

e compreender o que Ele nos deu

gratuitamente” (1 Co 2:12 simplificado).

Muitos cristãos estão orando e fervorosamente

pedindo coisas que Deus já lhes

deu. Fiz isto durante muitos anos. Quando

você ora pelo que já foi dado, você desperdiça

o seu tempo e o tempo de Deus.

O Espírito Santo lhe foi dado para que

você saiba as coisas que Deus já lhe deu em

nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Assim sendo, estudemos cuidadosamente

o importante papel que a nossa salvação

tem no grande plano de Deus de todas as

eras!

A. A CONDIÇÃO DE PECADO

O primeiro problema que “A Nossa

Grande Salvação” precisa resolver é a

questão do pecado. É o nosso pecado que

nos separa da santa vontade de Deus e do

Seu propósito para a nossa vida.

Precisamos compreender porque somos

pecadores e porque pecamos se quisermos

compreender a grandeza da nossa salvação.

Isto levanta então duas importantes questões:

• Será que somos pecadores porque

pecamos?

• Ou será que pecamos porque somos

pecadores?

Há séculos os teólogos e os estudiosos

das Escrituras vem debatendo estas questões.

A maioria das pessoas hesitam em responder

porque elas próprias não têm certeza.

Contudo, algo tão importante assim

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 801

deveria ser claramente respondido na Bíblia.

1. O Pecado Entrou no Mundo

Através de um Só Homem

A chave para compreendermos a relação

entre o pecado e o pecador pode ser encontrada

em Romanos, Capitulo 5. Paulo está falando

sobre a origem do pecado e como ele afeta

a cada um de nós. Ouça as suas palavras:

“O pecado entrou no mundo (na raça

humana) por um só homem – Adão. O resultado

do pecado foi a morte. Portanto, a

morte se espalhou a todos os homens porque

(em Adão) todos pecaram” (Rm 5:12

simplificado).

A palavra “mundo” é a mesma palavra

encontrada em João 3:16: “Porque Deus

amou o mundo de tal maneira...” Ela vem

da palavra grega “kosmos” e refere-se à raça

humana. Paulo está dizendo que, como cabeça

da raça humana, Adão contaminou

toda a humanidade através do seu próprio

pecado. O resultado desta incrível contaminação

pelo pecado foi a morte – tanto espiritual

quanto física.

Paulo explica esta verdade da seguinte

forma. Entre a época de Adão e de Moisés,

ninguém foi julgado como culpado por seus

pecados, pois a lei ainda não havia sido dada.

Contudo, morriam assim mesmo. A morte

dessas pessoas, portanto, não poderia ser

devida diretamente aos seus pecados, uma

vez que não havia nenhuma lei que decretasse

este julgamento.

Assim sendo, concluiu Paulo, a razão da

morte dessas pessoas só pode ser devida ao

pecado de Adão. Estávamos “em Adão”

quando ele desobedeceu a Deus. Portanto,

sofremos a penalidade desse pecado porque

somos membros da raça adâmica.

Eis a história nas próprias palavras de

Paulo: “O pecado estava no mundo antes

que a lei de Moisés fosse dada. No entanto,

ninguém é condenado sem a lei. Apesar disto,

os homens morreram nesta época, muito

embora nenhum deles houvesse pecado da

mesma forma que Adão pecou... O pecado

de um só homem (Adão) fez com que a morte

dominasse através dele a toda a humanidade...

Pelo fato de um só homem ter desobedecido

a Deus, muitos foram feitos pecadores...”

(Rm 5:13,14,17,19 simplificado).

a. Uma Doença Assassina. Um exemplo

ajudará a nossa compreensão. Há uma

terrível doença incurável que está se espalhando

rapidamente através da África e das

nações ocidentais chamada AIDS. Os médicos

a denominam “Acquired Immune

Deficiency Syndrome” (Síndrome Adquirida

de Deficiência de Imunização).

Como você sabe, os cortes e contusões

que rompem a pele causam a infiltração de

bactérias em seu sangue e carne que podem

originar terríveis infecções e enfermidades.

Geralmente, o seu corpo consegue resistir

às enfermidades e infecções que entram

nele como conseqüência das bactérias. Isto

se deve ao fato de você possuir um sistema

de imunização.

No entanto, se você tiver AIDS, o sistema

de imunização do seu corpo não funcionará

mais – e numa questão de meses, terríveis

furúnculos, feridas, e infecções penetrarão

em todas as partes do seu corpo e,

dentro de um ou dois anos, você morrerá.

Mas qual é a pior coisa com relação a

AIDS? Se os seus pais a tiverem, você será

contaminado no útero da sua mãe. Você nascerá

com ela – e devido a isto você morrerá

também, num curto período de tempo.

O pecado é semelhante a isto! O primeiro

homem a viver – o nosso ancestral Adão

– pecou. O seu pecado contaminou não somente

a si próprio mas também todos os

seus descendentes. Você e eu nascemos contaminados

pelo pecado – e morreremos, física

e espiritualmente, se alguém não nos

salvar milagrosamente.

2. Em Adão Todos Pecam

e Todos Morrem

A verdade é bem clara, todos nascemos

pecadores devido ao pecado de Adão. Inde802

/ SEÇÃO E1 E1.4 – A Nossa Grande Salvação

À medida em que as sementes são plantadas

vez após vez, é possível que surja em

alguns anos uma grande colheita de arroz.

Cada planta terá as mesmas características

e a mesma qualidade que as que foram “fixadas”

naquela primeira semente irradiada.

Se as transformações genéticas foram de

melhorias, de onde veio então esta grande

colheita de arroz com qualidade superior?

Daquela primeira semente! Muitos alqueires

deste arroz melhorado estavam todos

“naquela única semente”.

A mesma coisa acontece se a transformação

genética foi para o pior. Naquela

única semente ruim encontram-se muitos

alqueires de arroz de qualidade inferior.

Os resultados da radiação serão transmitidos

a todas as gerações subseqüentes.

Nenhuma radiação adicional é necessária

para se transmitir os resultados prejudiciais

que foram produzidos na primeira semente.

A natureza do arroz foi transformada

para todas as gerações futuras!

b. Nos Lombos de Adão. Agora podemos

compreender melhor o que Paulo quis

dizer ao afirmar que “em Adão” todos pecamos.

Quando Adão pecou, estávamos nos

lombos (corpo) de Adão. A semente de humanidade

de onde você e eu viemos estava

em Adão desde o inicio. O que aconteceu

então a você e a mim quando Adão pecou?

Tornamo-nos pecadores! “Pela ofensa de

um só homem, o julgamento veio sobre todos”

(Rm 5:18).

Davi tinha plena consciência desta verdade.

Ele afirmou claramente este conceito

num dos seus Salmos: “Certamente eu era

pecaminoso quando do meu nascimento;

pecaminoso desde o tempo em que minha

mãe me concebeu” (Sl 51:5).

Davi estava confessando que havia nascido

pecador. Ele havia sido feito pecador

(como todo outro ser humano) em Adão.

Ele sabia que precisava de um coração puro

e de um novo espírito, não somente por

causa dos seus pecados, mas também por

causa da sua natureza pecaminosa inata.

pendentemente de qualquer ato pecaminoso

da nossa parte, somos herdeiros do pecado

de Adão – e da sua natureza pecaminosa.

Até mesmo se nunca tivéssemos pecado

– nem mesmo uma só vez – ainda assim

seríamos pecadores. Pela ofensa de um só

homem, o julgamento veio sobre todos. “A

morte veio através de um só homem... Por

que em Adão todos morrem...” (1 Co

15:21,22 simplificado).

Em Adão todos pecamos, e em Adão

todos morremos. Este conceito ou idéia de

estarmos em Adão é um conceito importante,

que precisamos compreender.

Como veremos nos capítulos posteriores,

esse mesmo raciocínio se aplica ao nosso

relacionamento de estarmos “em Cristo”,

e esta será uma das verdades pelas quais

poderemos compreender muito melhor a

nossa grande salvação.

a. Um exemplo da Natureza. Esse

conceito de estarmos “num outro” também

pode ser visto num exemplo da natureza.

Ao tentarmos produzir uma melhor variedade

de arroz, os cientistas da agricultura

expõem as sementes de arroz a raios de alta

energia. Esta radiação é capaz de transformar

a constituição genética da semente.

Através desta radiação de alta energia, a

natureza da semente de arroz é transformada.

A maneira pela qual ela cresce e sobrevive

é alterada.

A maioria das transformações nos genes

(ou material hereditário) por radiação são

maléficas, mas as vezes, as transformações

produzem melhorias. As mudanças provenientes

das radiações somente podem ser

conhecidas plantando-se a semente – e observando-

se como é a colheita que ela produz.

Uma semente de arroz produz um talo

com muitas sementes. Cada uma destas

novas sementes da planta apresenta estas

transformações genéticas – quer sejam melhores

ou piores. O mesmo acontece também

com todas as gerações subseqüentes

destes grãos de arroz.

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 803

Sim, nascemos pecadores porque estávamos

em Adão. Pecamos porque temos

uma natureza pecaminosa. Isto se torna evidente

muito cedo em nossa vida.

Nós que somos pais já vimos isto em

nossos próprios filhos. Não foi necessário

que os ensinássemos a pecar. Eles simplesmente

aprenderam naturalmente de seus pais.

Aprenderam rapidamente como satisfazer

suas próprias vontades e maneiras de ser.

Sempre que as suas vontades não eram

satisfeitas, suas pequeninas naturezas pecaminosas

ficavam cada vez mais ruidosas

e fortes. Aquele traço de pecado parecia

crescer mais rapidamente do que eles próprios.

Qual era a razão para isto? Porque todos

puxamos ao nosso ancestral Adão. “Quando

ele pecou, muitos foram feitos pecadores”

(Rm 5:19). Todos estávamos em Adão

desde o início.

3. Pecadores de Nascença

É verdade também que você é pecador

porque peca. Sim, todos nascemos pecadores.

No entanto, validamos isto pelos nossos

muitos e repetitivos atos pecaminosos.

Paulo nos diz bem claramente que não há

“nenhum justo, nenhum sequer... Todos pecaram

e destituídos estão da glória de

Deus” (Rm 3:10,23).

Portanto, se nos perguntassem: “Pecamos

porque somos pecadores?” teríamos

que responder “Sim”. Se também nos perguntassem:

“Somos pecadores porque pecamos?”,

teríamos que responder “Sim” novamente.

Ambas as respostas são corretas.

Não são duas afirmações do tipo “ou esta

ou aquela”.

Nascemos pecadores, e todos provamos

este fato pelos nossos muitos pecados. Portanto,

fomos julgados como pecadores de

acordo com estes dois históricos – de acordo

com o nosso ancestral pecaminoso (Adão) e

de acordo com as nossas ações pecaminosas.

São os dois lados da mesma moeda.

Sim, todos somos pecadores de nascença.

No entanto, muitas pessoas religiosas

ainda não enxergam a necessidade de serem

salvas. Não se consideram pecadoras.

Vivem uma vida boa e honesta. Freqüentam

uma igreja ou vão a um templo pagão

regularmente e o sustentam com suas finanças.

Pagam suas contas, não bebem, e não

falam palavrões. Tentam guardar os Dez

Mandamentos, e crêem que irão para o Céu

– através de suas próprias obras de retidão.

Este é um erro trágico, pois estão errados,

tremendamente errados! Todos somos

pecadores – duas vezes – por nascimento e

por nossas obras. É um fato da história, é

um fato da vida. Não há nada em nós mesmos

que possamos fazer a respeito. Nenhuma

quantidade de boas obras transformará a

nossa natureza pecaminosa, nem cancelará a

penalidade pelos nossos pecados.

As Escrituras dizem que, na melhor das

hipóteses, “as nossas justiças (retidão) são

como trapo de imundícia” (Is 64:6 simplificado).

Não podemos ter a esperança de

cobrirmos os nossos pecados através de

nossas “boas obras”.

À luz resplandecente da santidade de

Deus, podemos somente ser vistos como

pecadores, como de fato somos. A nossa

esperança nunca pode estar ancorada em

nossa bondade – somente na graça de Deus.

Precisamos compreender que estamos com

uma doença fatal devido ao pecado de Adão

e aos nossos próprios pecados antes de podermos

receber a Sua cura.

B. A PENALIDADE PELO PECADO

Já vimos que a condição de pecado é

“universal”. Com isto queremos dizer que

“todas as pessoas, em toda parte” são pecadoras.

Além disso, a penalidade pelo pecado

é universal. Todos estão condenados a

morrer devido a seus pecados. “Todos pecaram...

e o salário (penalidade) do pecado é a

morte” (Rm 3:23; 6:23 simplificado).

1. Na Lista da Morte

A Bíblia descreve todos os seres huma804

/ SEÇÃO E1 E1.4 – A Nossa Grande Salvação

nos como estando na “lista dos condenados

a morte” – sob sentença de morte. Independentemente

da graça de Deus, ninguém é

isentado. Todos enfrentamos o mesmo destino

sombrio – a morte!

Desde o inicio, a sentença pelo pecado

tem sido a mesma. Deus, veemente e claramente,

admoestou a Adão e Eva que a desobediência

significava a morte.

“Não podeis comer da árvore... pois

quando dela comerdes, certamente morrereis”

(Gn 2:17).

O profeta Ezequiel confirma a penalidade

de morte pelo pecado nas seguintes palavras,

simples, porém muito fortes: “A

alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:4,20

simplificado).

Nada poderia ser mais certo. O salário,

ou resultado, do pecado é a morte. Pela

nossa natureza e por nossas ações somos

pecadores. Escolhemos seguir o nosso próprio

caminho, ao invés de seguirmos o caminho

de Deus. “Todos nós andamos desgarrados

como ovelhas; cada um se desviava

pelo seu caminho...” (Is 53:6).

Quais são os resultados de termos tudo

de acordo com as nossas próprias vontades

e de seguirmos os nossos próprios caminhos?

“Há caminho que ao homem parece

direito, mas o fim dele são os caminhos da

morte” (Pv 14:12).

O caminho do homem é uma rua sem

saída! Não podia na verdade ser diferente,

pois Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade,

e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão

por Mim” (Jo 14:6).

A vontade e o caminho do Pai para a

vida centralizam-se em Seu Filho. Qualquer

outro caminho leva à morte. Quando escolhemos

desobedecer a Deus e seguir o nosso

próprio caminho, isto nos leva somente

numa direção: para baixo, em direção à destruição.

Uma definição do pecado é a seguinte: a

oposição à vontade e o caminho de Deus

com a nossa própria vontade e caminho.

Por sua própria natureza, a desobediência

pode somente nos levar à morte. É por isto

que todos os pecadores estão condenados à

morte. Todos escolhemos voluntariamente

a estrada errada.

Começou “em Adão” quando ele escolheu

desobedecer a Deus. Não somente fomos

vítimas dessa escolha, mas também a

nutrimos com nossos próprios atos de desobediência.

Independentemente de Deus e

da Sua graça, estamos neste mundo sem esperança.

A morte é o nosso destino!

C. A PROVISÃO DE DEUS

PARA O PECADOR

Todo pecador neste mundo não tem a

Deus e não tem nenhuma esperança. É de

fato uma escura noite de desespero. Contra

este negro pano de fundo, no entanto, brilha

a resplandecente luz do amor de Deus.

A Bíblia nos diz que “onde há muito pecado,

há muito mais ainda da graça de Deus”

(Rm 5:20 simplificado).

Podemos ser realmente agradecidos por

haver uma segunda parte no versículo que

declara: “...o salário do pecado é a morte...”

Ela continua para nos trazer uma mensagem

de esperança e amor: “... mas o dom

gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo

Jesus nosso Senhor” (Rm 6:23).

1. A Vida Eterna: a Dádiva

do Amor de Deus

Somos informados sobre esta grande dádiva

do amor de Deus numa passagem muito

familiar do Evangelho de João:

“Porque Deus amou o mundo [de pecadores]

de tal maneira que deu o Seu Filho

Unigênito, para que todo aquele que n’Ele

crê não pereça [morra], mas tenha a vida

eterna” (Jo 3:16).

a. Definição de Uma Dádiva. A definição

legal de uma dádiva envolve três partes

necessárias. Estes elementos são os seguintes:

1) Uma oferta;

2) Uma aceitação;

3) Sem pagamentos.

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 805

Uma dádiva é algo que foi oferecido gratuitamente

e que foi aceito sem nenhum pensamento

de pagamento.

b. Deus Fez a Sua Oferta. Deus fez a

Sua oferta quando deu o Seu Filho. No entanto,

a Sua oferta não é legalmente uma

dádiva até que seja aceita.

Vocês se lembram que “Jesus veio aos

que eram Seus, mas os Seus não O receberam”

(Jo 1:11). Pelo fato de os judeus que

viviam na época de Jesus não O terem

aceitado, não receberam os benefícios e

bênçãos da oferta de Deus. “Mas, a todos

quantos o receberam, deu-lhes o direito de

serem feitos filhos de Deus...” (Jo 1:12).

c. Salvação: Uma Dádiva Oferecida

Gratuitamente. Uma dádiva é algo que é

oferecido gratuitamente. Nenhum pagamento

pode estar envolvido, ou a “dádiva” torna-

se uma “aquisição”, algo que foi comprado.

O dom da salvação de Deus foi dado

gratuitamente. Ele não nos oferece algo que

temos de comprar – Ele nos oferece uma

dádiva.

“Todos pecaram e destituídos estão da

glória de Deus. Porém, qualquer pessoa

pode ser justificada ou reconciliada com

Deus através do dom gratuito da Sua graça...

através de Jesus Cristo” (Rm 3:23,24

simplificado).

Algumas pessoas não compreendem totalmente

que o dom da salvação de Deus foi

dado gratuitamente. Tentam, portanto, transformar

o dom numa aquisição, tentando receber

a graça de Deus pelo seu próprio merecimento.

No sudeste asiático, há um grupo de pessoas

que tem se esforçado de uma maneira

extremamente trágica. São chamadas de

“flagelistas”. Na Sexta-Feira da Paixão (antes

da Páscoa), dão chicotadas em suas costas

até ficarem ensangüentadas. Alguns chegam

a ponto de introduzirem pregos em suas

mãos numa cruz.

Por que as pessoas fazem essas coisas

terríveis em nome do cristianismo? É porque

não compreendem que a sua salvação é

uma dádiva. A vida eterna é uma dádiva de

Deus.

Não há nada que possamos fazer para

merecermos ou adquirirmos a graça de Deus.

Somos salvos pela graça, e não pelas “obras”.

Caso contrário, poderíamos nos gabar de

nossos esforços (Ef 2:8,9).

A nossa salvação foi “totalmente paga”

no Calvário. Quando Jesus estava morrendo

naquela Cruz, Ele disse: “Está consumado”.

(Jo 19:30).

A nossa fé, portanto, fundamenta-se totalmente

na obra consumada de Cristo na

Cruz.

É verdade que estas pessoas do sudeste

asiático são sinceras. Conversei com várias

delas. No entanto, são ignorantes. Não sabem,

nem compreendem a grandeza da salvação

de Deus.

Estão buscando a salvação, porém estão

fazendo as coisas à sua própria maneira.

São de fato muito zelosas, mas o zelo e a

sinceridade não nos salvam. Podemos ser

sinceros e estarmos enganados ao mesmo

tempo – terrivelmente enganados.

Paulo cita este zelo religioso em sua carta

aos romanos:

“Conheço o zelo que eles tem por Deus,

porém isto não se baseia no conhecimento.

Eram ignorantes e não conheciam a justiça

que vem de Deus. Tentaram justificar-se

diante de Deus da sua própria maneira.

Não quiseram aceitar a maneira de Deus

de serem justificados, crendo em Cristo”

(Rm 10:2-4 simplificado).

O que podemos concluir? Será que estas

pessoas são sinceras? Sim. Zelosas? Sim.

Enganadas? Sim. Perdidas? Sim – através

da ignorância!

Não há nenhuma maneira pela qual possamos

ser justificados diante de Deus através

dos nossos próprios esforços ou obras.

Este não é o caminho de Deus para a vida

eterna.

A salvação é uma dádiva, e não uma

aquisição. Não pode ser comprada por ne806

/ SEÇÃO E1 E1.4 – A Nossa Grande Salvação

nhuma coisa que possamos fazer. A obra da

salvação já foi feita por Cristo na Cruz. A

nossa parte é recebermos o presente que

nos foi tão graciosamente dado. Não há

nenhuma outra maneira.

Muitas pessoas já aceitaram a Cristo

como seu Salvador e têm a vida eterna. Existem

alguns, no entanto, que acham que de

alguma maneira precisam acrescentar algo à

obra consumada de Cristo na Cruz. Talvez

não cheguem a agredir seus corpos fisicamente,

mas muitas vezes torturam-se de

outras maneiras.

Trabalham arduamente para ganharem a

aprovação de Deus, porém nunca se sentem

totalmente aceitos. Estão sempre se esforçando

para atingirem objetivos mais elevados,

mas fracassam sempre. Aí então, dão

duras chicotadas em si próprios, com sentimentos

de culpa e condenação. Sinceros?

Sim. Zelosos? Sim. Enganados? Sim. Perdidos?

Bem... não perderam a sua salvação, e

sim a alegria da sua salvação – através da

ignorância!

d. A dádiva Precisa Ser Aceita. Billy

Graham, certa vez, chocou a muitas pessoas,

dizendo: “Um dos grandes mistérios

da redenção é o seguinte: muitos homens

maus vão para o Céu, e muitos homens

bons vão para o inferno!”

Por que os homens maus vão para o Céu?

Porque aceitaram a dádiva de Deus da vida

eterna.

1) O Ladrão na Cruz. Vocês se lembram

daquele ladrão crucificado ao lado de

Jesus, não é? Pouco antes de morrer, ele

disse: “Lembra-Te de mim, quando entrares

no Teu reino!” (Lc 23:42).

Esta simples coração estava imbuída de

fé. Ela continha todos os elementos da fé

salvadora. Quais são eles?

a) Ele acreditou que Jesus era o Rei

(Senhor)

b) Ele acreditou que o Rei teria um

Reino

c) Ele pediu para ser incluso neste

Reino

Jesus respondeu: “Hoje estarás Comigo

no Paraíso” (Lc 23:43). Jesus aceitou o

ladrão porque ele O aceitou como Senhor e

Rei.

Por que muitos homens bons vão para o

inferno? Porque recusaram a dádiva de Deus

e confiaram em suas próprias “boas obras”.

Jesus expressou esta mesma verdade aos

fariseus (que eram muito religiosos, porém

muito perdidos) da seguinte maneira: “Em

verdade vos digo que os coletores de impostos

e as meretrizes entram adiante de

vós no Reino de Deus” (Mt 21:31).

Por que estes pecadores entravam no

Reino, e os fariseus eram deixados de fora?

Os fariseus eram homens muito religiosos –

freqüentavam o Templo, oravam, pagavam

os dízimos, tinham os seus dias de jejum e

de festas, e guardavam o Sábado.

Por que os fariseus iriam para o inferno,

e as meretrizes iriam para o Céu? Porque as

meretrizes recebiam a dádiva de Deus, e os

fariseus não queriam recebê-la. Ao invés,

tentavam assegurar a sua salvação através

de suas próprias obras de retidão. O Caminho

Divino para a vida eterna estava bem

diante deles, mas escolheram seguir o seu

próprio caminho.

A pequena frase “submeter-se a retidão

de Deus” encontra-se em algumas versões

de Romanos 10:3. Refere-se à aceitação da

dádiva de Deus da salvação em Cristo Jesus.

Para muitos de nos, é difícil “submetermo-

nos” a qualquer coisa. Algo dentro de

nós rebela-se contra qualquer tipo de autoridade

– até mesmo a de um Deus sábio e

amoroso.

Ralph Mahoney (fundador do World

MAP – o ministério que fornece O Cajado

do Pastor) recorda-se dos tratamentos de

Deus em sua própria vida, quando ele era um

adolescente orgulhoso: “Fico impressionado

por poder ter sido tão cheio do próprio

orgulho e auto-retidão. A coisa mais difícil

para mim foi submeter-me a dádiva da retidão

de Deus. Acho que eu queria salvar a

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 807

mim mesmo e depois gabar-me diante de

Deus de como eu o havia feito!

“O que existe no coração humano que

nos torna tão orgulhosos e teimosos? Preferimos

morrer – tentando fazer as coisas

da nossa própria maneira – do que recebermos

de Deus o dom gratuito da retidão.

“Teria sido mais fácil para mim atravessar

os Estados Unidos de joelhos do que

andar 10 metros em direção a um altar e

humildemente ajoelhar-me para orar em atitude

de arrependimento.

“Fico muito contente de que o meu Pai

Celestial tenha sido paciente comigo durante

esses primeiros anos da minha vida. Finalmente

cheguei ao fim da minha estrada e

busquei a Sua saída. Finalmente, submeti a

minha vida à Sua vontade, e recebi a Sua

dádiva da vida eterna. Jamais me arrependi

de ter feito esta escolha... nenhuma vez sequer!”

D. O CORAÇÃO PATERNAL

DE DEUS

Há uma linda história no Antigo Testamento

que ilustra claramente o coração paternal

de Deus, repleto de amor.

Nessa história, Deus revela-Se não somente

como um Pai-Criador, mas também

como um Pai-Redentor.

O profeta Isaías viu esta revelação dupla

do caráter de Deus. “Mas agora, assim

diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te

formou, ó Israel: não temas, porque Eu te

redimi: Chamei-te pelo tem nome, tu és

Meu” (Is 43:1).

O Deus que cria também redime. Comprar

o homem e restaurá-lo ao propósito da

família de Deus custou ao Pai a vida do Seu

Único Filho. A Sua vida foi dada – como um

Cordeiro Sacrificial – para nos redimir.

1. Abraão e Isaque: um Quadro

Profético do Amor Redentor

“E aconteceu depois destas coisas, que

tentou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão!

E ele disse: Eis-me aqui. E disse Deus: Toma

agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a

quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e

oferece-o ali em holocausto sobre uma das

montanhas, que Eu te direi.

“Então se levantou Abraão pela manhã

de madrugada e albardou o seu jumento, e

tomou consigo dois de seus moços e Isaque,

seu filho; e fendeu a lenha para o holocausto,

e levantou-se, e foi ao lugar que

Deus lhe dissera.

“Ao terceiro dia levantou Abraão os

seus olhos, e viu o lugar de longe. E disse

Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com

o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e

havendo adorado, tornaremos a vós. E tomou

Abraão a lenha do holocausto, e pô-la

sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e

o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.

“Então falou Isaque a Abraão seu pai e

disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui

meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a

lenha, mas onde está o cordeiro para o

holocausto?” (Gn 22:1-7).

Neste ponto da história, talvez pudéssemos

perguntar o motivo pelo qual Deus

pediria que um homem matasse o seu único

filho. Isaque, que significa “riso”, foi um

“bebê-milagre” quando do seu nascimento.

Tanto Abraão quanto Sara estavam bem além

da idade de ter filhos.

Contudo, Deus havia prometido um filho

a Abraão, e Ele havia mantido a Sua

palavra. Abraão havia esperado 25 anos por

aquela promessa e ficou extremamente alegre

quando Isaque nasceu. Agora, após aproximadamente

20 anos, Deus diz a Abraão

para matar o seu único filho. Será que Deus

realmente faria uma coisa dessas? E, em caso

afirmativo, por quê?

Há um propósito divino para essa história

estar na Bíblia. O seu propósito é revelar-

nos uma importante verdade. Essa história

deveria ser um quadro profético do

plano de Deus para a redenção. Ele quer

que compreendamos claramente as funções

que o Pai e o Filho precisam assumir na

obtenção da nossa salvação.

808 / SEÇÃO E1 E1.4 – A Nossa Grande Salvação

Abraão deve ter contado a Isaque sobre

a vontade de Deus para a sua morte – e da

promessa de Deus para a sua vida. Ambos

estavam dispostos a se submeterem à Palavra

do Senhor. Isaque era um jovem forte e

poderia ter reagido facilmente contra seu

idoso pai.

Que tremenda revelação profética do

amor de Deus! Um pai disposto a sacrificar

o seu filho amado, e um filho disposto a

submeter-se a este sacrifício. A única coisa

que podemos fazer é ficarmos observando

– em atônito silêncio!

Conhecemos o final da nossa história, é

claro. No último momento, Deus proveu de

fato um sacrifício, na forma de um carneiro

que estava preso num arbusto das redondezas.

A vida de Isaque foi poupada, e Deus

renovou a Sua promessa a Abraão. Através

de Isaque viria um povo destinado a abençoar

todas as nações da terra.

2. A Mesma História: Dois

Mil Anos Mais Tarde

Dois mil anos mais tarde, vemos o desenrolar

da mesma história. A única diferença

é que desta vez não há nenhum resgate

de último minuto d’Aquele que entrega

a Sua vida como sacrifício.

a. Jesus – o Filho Amado. Estamos

falando do Filho de Deus, o Qual entregou

a Si Mesmo como “Cordeiro de Deus”.

Abraão e Isaque formam um lindo protótipo

do relacionamento Pai-Filho dentro da

Trindade.

A primeira vez que uma palavra ou conceito

importante aparece nas Escrituras estabelece

um padrão para os seus usos subseqüentes.

Assim sendo, o cenário em que

esta palavra se encontra pressupõe um significado

muito especial.

Com isto em mente, é interessante descobrirmos

que a palavra “amor” aparece primeiramente

com referência ao amor de um

pai por um filho. Mais especificamente, foi

o amor de Abraão por Isaque. “Toma... teu

filho, Isaque, a quem amas...” (Gn 22:2).

a. Isaque – o Filho Obediente. Sabemos

que Isaque, como filho obediente, é um

protótipo do Senhor Jesus. A madeira para

o holocausto foi colocada sobre os ombros

de Isaque enquanto subiam a montanha.

Dois mil anos mais tarde, o Único Filho de

Deus carregaria uma Cruz de madeira sobre

os Seus ombros, enquanto uma outra montanha

era galgada: o Monte do Calvário!

Às vezes, subestimamos o fato de que

Abraão é um protótipo de Deus-Pai. Ficamos

maravilhados ao imaginarmos a dor que

deve ter estado em seu coração enquanto

carregava em suas mãos o cutelo e o fogo.

Deus havia prometido a Abraão que através

de Isaque viria uma família tão grande

em número quanto as estrelas do Céu.

Como poderia ser cumprida esta promessa,

se Isaque tivesse que morrer, e a menos que

houvesse a esperança de uma ressurreição?

(Hb 11:17-19).

b. E Caminharam Ambos Juntos. Há

um toque de muita ternura em nossa história

quando lemos que “caminharam ambos

juntos”. Lado a lado, andando em silêncio –

um pai amoroso com o seu filho e um filho

amoroso com seu pai.

O pai Abraão move-se com os firmes

passos da fé e da obediência, mas há uma

grande dor em seu coração, a qual é somente

aliviada pela esperança que ele tem

na promessa de Deus.

Finalmente, o silêncio é quebrado por

uma pergunta dos lábios de Isaque:

Onde Está o Cordeiro?

Escondido na resposta encontra-se um

lindo quadro profético do grande amor redentor

de Deus.

“E disse Abraão: Deus proverá para Si

o cordeiro para o holocausto, meu filho.

Assim caminharam ambos juntos” (Gn

22:8).

A palavra “juntos” aparece pela segunda

vez na narrativa e encontra-se repleta de

um tremendo significado. Ela retrata o amor

que um tinha pelo outro; retrata também a

fé e a obediência deles para com Deus.

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 809

A palavra “amor” no Novo Testamento

aparece pela primeira vez nos Evangelhos

Sinóticos nesta notável frase: “Tu és Meu

amado Filho, em Quem Me comprazo!”

(Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 3:22). Se Abraão

amava o seu único filho, como é tremendamente

maior o amor de Deus pelo Seu único

Filho!

O Evangelho de João é o Evangelho do

amor de Deus. Qual é a primeira referência

ao grande amor de Deus neste livro especial?

Quando descobrimos qual é, ficamos

comovidos, grandemente maravilhados,

e humildemente atônitos:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira

que deu o Seu Filho Unigênito, para

que todo aquele que n’Ele crê não morra,

mas tenha a vida eterna!” (Jo 3:16 simplificado).

b. Eles “Caminharam Juntos”. Sim,

o Pai sempre amou o Seu Filho. Desde toda

a eternidade passada, Ele O amou (Jo 17:24).

De fato, Eles Se amavam tremendamente.

No entanto, somos incluídos nesse amor

também. Jesus nos diz que o Pai nos ama

assim como Ele ama ao Seu Próprio Filho

(Jo 17:23).

Foi antes da fundação do mundo que o

Cordeiro de Deus foi morto. É quase além

da nossa compreensão, mas o Pai e o Filho

planejaram, em amor, a nossa redenção, antes

mesmo que o mundo fosse criado. “Caminharam

juntos” neste amor – por você e

por mim.

Mais do que isto ainda, Eles “executaram

este plano juntos” na Cruz.

Muitos de nós pensamos erradamente

que o Pai estivesse estranhamente afastado

do Seu Próprio Filho durante aquela horrível

hora em que Ele foi “abandonado”. É

verdade que um Deus Santo não pode contemplar

o pecado – e que Cristo tomou sobre

Si Mesmo o nosso pecado lá naquela

Cruz.

“O Pai fez com que o Seu Próprio Filho

– o Qual não conheceu nenhum pecado –

Se tornasse pecado por nós, para que n’Ele,

pudéssemos ser justificados diante de Deus”

(2 Co 5:21 simplificado).

Isto, porém, não significa que o Pai sentiu

menos dor que o Filho, em Sua agonia na

Cruz.

Quando o santo, puro, e imaculado Filho

de Deus tomou sobre Si Mesmo o nosso

pecado, algo terrível aconteceu. Pela primeira

vez em toda a eternidade passada, a

Sua comunhão com o Pai foi quebrada!

O pecado separa. A morte espiritual é

uma separação de Deus. Como Filho do Homem,

Ele pagou por completo a penalidade

pelo nosso pecado – sozinho sobre uma Cruz.

O Pai, no entanto, também sentiu a dor

dessa penalidade por completo. Quando a

comunhão é quebrada, ambas as partes

compartilham dessa tremenda dor. Ambos

caminharam juntos por essa dolorosa estrada

– até o final.

Paulo está alcançando o clímax do significado

dessa terrível, porém maravilhosa

verdade nas seguintes palavras à Igreja de

Corinto:

“Deus-Pai estava pessoalmente presente

em Cristo, reconciliando Consigo o mundo,

para não mais imputar os pecados dos

homens” (2 Co 5:19 simplificado).

Esta é uma parte do mistério da Santíssima

Trindade. Jesus disse: “Eu estou no

Pai e o Pai está em Mim” (Jo 14:10,11).

Quando Jesus nasceu da virgem, lemos

em Mateus 1:23 que O chamariam de

“Emanuel”, que significa “Deus conosco”.

João Batista, ao ver a Jesus, declarou: “Eis

o cordeiro de Deus, que tira o pecado do

mundo!” (Jo 1:29).

c. “Eu Morrerei no Lugar Deles”.

Lembramo-nos que Abraão disse a Isaque:

“Meu filho, Deus proverá para Si um cordeiro

para o holocausto” (Gn 22:8).

Estas palavras proféticas apresentam um

lindo quadro do amor pessoal de Deus por

nós. Deus proverá a Sua Própria Pessoa

como cordeiro Sacrificial pelo nosso pecado.

Ele tomou sobre Si Próprio a responsabilidade

pela nossa salvação.

810 / SEÇÃO E1 E1.4 – A Nossa Grande Salvação

Um Deus santo e justo declarou: “A alma

que pecar, esta morrerá” (Ez 18:4). E com

isto, o Juiz de toda a terra condenou à morte

toda a raça humana. Era a única coisa que

a justiça poderia fazer.

Contudo, o poderoso Criador do Universo

e Juiz de toda a humanidade é também um

Pai-Redentor. Ele olha com amor e misericórdia

o mundo pecaminoso e toma uma decisão

incrivelmente maravilhosa, e contudo

terrível: “Morrerei no lugar deles. Pagarei a

penalidade que a justiça exige – para que possam

viver. Eu os amo demais!”

E foi isto o que Deus fez. Ele estava em

Cristo Jesus reconciliando o mundo Consigo.

Em Seu Filho, Ele reuniu toda a raça

humana, e morreu numa cruz. Agora, esta

passagem da carta de Paulo aos romanos

torna-se viva e com muito mais significado:

“Através do pecado de um homem

(Adão), a penalidade da morte veio sobre

todos os homens. Da mesma maneira, através

do ato de justiça de um só Homem (Cristo),

o dom gratuito da vida veio para todos

os homens, os quais foram n’Ele justificados

diante de Deus.

“Pela desobediência de um só homem,

muitos foram feitos pecadores. Porém, pela

obediência de um só Homem, muitos serão

justificados... O pecado reinou outrora através

da morte. Agora, a graça reina, justificando-

nos em Jesus Cristo nosso Senhor.

Portanto, haveremos de viver para sempre”

(Rm 5:18,19,21 simplificado).

Todo o louvor seja para o nosso Deus

pelo Seu amor, graça, e misericórdia em Cristo

Jesus!

E. HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO

E óbvio que isto não significa que todos

os homens sejam salvos sem se achegarem

pessoalmente a Cristo para receberem o Seu

dom da salvação. Lembramo-nos que uma

dádiva não é uma dádiva até que seja aceita.

Lemos em Romanos 5:17 que precisamos

“receber” pessoalmente o dom gratuito

de Deus de vida em Cristo Jesus. Se não

for recebido, Ele não nos traz nenhum beneficio.

A oferta já foi feita, mas precisa ser

aceita, Somente os que recebem ao Senhor

Jesus como seu Salvador, desfrutarão da vida

eterna.

“Ouçam por favor! Agora é o tempo

certo. Eis que hoje é o dia da salvação” (2

Co 6:2 simplificado). Deus o está chamando

hoje para você fazer somente uma coisa:

receber o Seu Filho como seu Salvador.

Nada mais é realmente importante.

Charles Wesley escreveu o lindo hino:

“Nada trago em minhas mãos, somente a

Tua Cruz abraço.” E ele disse tudo.

Andrew Murray falou da seguinte maneira:

“Todos os seres humanos deveriam

colocar todos os seus pecados numa pilha,

e todas as suas obras numa outra pilha. Aí

então, deveriam fugir de ambas as pilhas em

direção a Jesus!”

“Sim, o salário do pecado é a morte,

mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna

através de Jesus Cristo nosso Senhor... Ele

veio aos Seus, mas os Seus não O receberam.

Contudo, a todos quantos O receberam

– e creram no Seu Nome – a estes deulhes

o direito de se tornarem filhos de Deus”

(Rm 6:23; Jo 1:11,12). Aleluia, que grande

Salvador! E que GRANDE SALVAÇÃO temos

N’Ele!

1. Uma Oração de Salvação

“Querido Senhor Jesus, eu Te recebo

como meu Senhor e Salvador. Abro a porta

do meu coração a Ti e peço-Te que entres e

vivas em mim. Creio no meu coração que

Deus Te ressuscitou dos mortos. Perdoame

pelos meus pecados pois arrependo-me

verdadeiramente. Através da Tua ajuda e

do Teu Espírito, buscarei viver uma vida

que seja agradável a Ti. AMÉM.”

“Se você crer no seu coração que Deus

ressuscitou a Jesus, dentre os mortos, e se

você disser com a sua boca que Jesus é o

Senhor, então você será salvo” (Rm 10:9

simplificado).

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 811

Agora diga a alguém: “Acabei de receber

a Jesus como meu Senhor e Salvador!”

PARTE II:

OS LÍDERES DA IGREJA

Capítulo 5

O Caráter do Líder:

Fruto Espiritual

Introdução

Como é de fato o caráter de Cristo? Qual

é a natureza da Sua vida? Gostaríamos de

responder estas perguntas neste capítulo.

A “pessoa” de Cristo está, agora, à destra

do Pai no Éden. Mas pelo Espírito D’Ele,

a Sua “presença” pode estar dentro de você

e dentro de mim; e dentro de cada crente

por todo o mundo.

“Vós porém não estais na carne [antiga

natureza pecaminosa.] O espírito de Deus

habita em vós” (Rm 8:9).

O bebê recebe dos seus pais a natureza e

o caráter da família. Esta natureza se desenvolve

à medida que a criança continua a crescer.

Muitas características físicas logo aparecem:

os olhos, a pele, e a cor do cabelo. A

estrutura óssea e a altura levam mais tempo

para se desenvolverem, mas a “imagem” da

família é prontamente vista. Dizemos às vezes

que “a criança é de fato a cara dos seus

pais”.

O mesmo se aplica à família de Deus. Ao

nascermos na família de Deus recebemos a

vida de Cristo – e a Sua natureza. Nós também

devemos desenvolver-nos à semelhança

da Sua imagem. A natureza e o caráter da

Sua vida devem crescer em nós à medida

que crescemos n’Ele. Este é o nosso destino

divino – tornarmo-nos semelhantes a Jesus!

Esta gloriosa esperança é claramente

declarada nas Escrituras: “Devido ao fato

de que os nossos rostos não estão cobertos,

podemos refletir – como espelhos – a

glória do Senhor. Estamos sendo transformados

à Sua imagem [semelhança] de glória

para uma glória ainda maior. Esta transformação

vem do Espírito do Senhor” (2

Co 3:18 simplificado).

Sim, devemos nos tornar semelhantes a

Jesus – em natureza, palavras, e obras.

A. O CARÁTER DE CRISTO:

O FRUTO DO ESPÍRITO

Como é de fato o caráter de Cristo? Qual

é a natureza da Sua vida? O tornarmo-nos

semelhantes a Jesus deve ser mais do que

um mero pensamento agradável. Deve ser

mais do que uma mera idéia genérica. Precisamos

conhecê-Lo de fato para nos tornarmos

semelhantes a Ele.

Lemos em 2 Coríntios 3:18 que o Espírito

do Próprio Senhor é a fonte da nossa

nova vida.

Paulo cita as qualidades da vida de Cristo

com as seguintes palavras:

“O fruto do Espírito é o amor, a alegria,

a paz, a paciência, a benignidade, a bondade,

a fidelidade, a mansidão, e o auto-controle”

(Gl 5:22 simplificado).

Os frutos do Espírito formam um lindo

“retrato falado” do caráter de Cristo. Cada

fruto é uma qualidade específica da Sua vida

– um aspecto do Seu “ser”.

A mesma coisa é observada na natureza.

A luz branca se divide em todas as cores do

arco-íris ao passar por um prisma de vidro.

Os Frutos do Espírito são as cores do

arco-íris da vida de Cristo.

Os Frutos do Espírito retratam os lindos

aspectos da vida de Cristo. Poderíamos

talvez fazer um esboço dos frutos do Espírito

da seguinte maneira:

1. Bênçãos Internas

a. Amor – sermos amorosos no coração

b. Alegria – sermos alegres no coração

c. Paz – termos paz no coração

2. Bênçãos Externas

a. Paciência – sermos pacientes com

os outros

812 / SEÇÃOE1 E1.5– O Caráter do Líder: Fruto Espiritual

frutos como exemplos a serem estudados

por nós.

B. CHAVES PARA UMA

VIDA FRUTÍFERA

1. Ser Versus Sentir

É importante vermos que os frutos do

Espírito nos mostram o que Cristo “é”, pois

são qualidades do Seu “ser”. Cristo não é

somente amoroso – Ele é o amor. Ele não é

somente alegre – Ele é a alegria. Ele não

somente tem a paz – Ele é a paz. Assim

sendo, como resultado do que temos e somos

n’Ele, nós também podemos ser amorosos,

alegres e podemos ter a paz.

Tomemos o fruto da alegria como exemplo.

Temos a alegria, quer a estejamos sentindo

ou não, porque temos a Cristo em

nossos corações. Ele disse que nunca nos

deixaria nem nos abandonaria – tampouco a

Sua alegria nos deixará. Os sentimentos ou

b. Bondade – sermos bons para com

os outros

c. Benignidade – sermos benignos com

os outros

3. Bênçãos Ascendentes

a. Fidelidade – sermos fiéis a Deus

b. Mansidão/Docilidade – sermos dóceis

diante de Deus

c. Auto-controle – sermos controlados

por Deus

Podemos ver prontamente que as “bênçãos”

acima facilmente se interpolam. Se

formos amorosos em nosso coração seremos

amorosos para com os outros e para

com o Senhor também.

Contudo, a ilustração mostra, de fato,

como os frutos do Espírito atingem todas

as direções para produzirem grandes bênçãos.

A lista acima inclui muitas das características

importantes da vida de Cristo, mas

há outras também. Paulo nos dá estes nove

O “espírito” de

Jesus vem a nós.

A “pessoa” de

Jesus está no Céu.

A “presença” de habita

em nós.

A IMAGEM DE DEUS

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 813

as emoções da alegria seguem a nossa fé

com relação a este fato. Eles são a reação

emocional à realidade espiritual. A alegria

do Senhor é o Senhor!

O fruto da alegria pode ser expresso de

diferentes formas. Às vezes, pode ser bem

intenso, alto e vivido. As pessoas podem

até cantar, gritar, dançar e rir:

“Transformaste o meu pranto [angústia]

em dança. Mudaste as minhas vestes

de tristeza para vestes de alegria. O meu

coração cantará a Ti e não ficará em silêncio.

Ó Senhor meu Deus, dar-Te-ei graças

para sempre” (Sl 30:1 1,12 simplificado).

Em outras ocasiões, a alegria do Senhor

pode fluir como um rio forte e plácido. Ela

pode até mesmo nos levar ao fruto da paz,

assim como uma cor do arco-íris se mistura

com a outra.

2. As Dificuldades Produzem

os Melhores Frutos

Isto nos conduz a uma outra verdade sobre

os Frutos do Espírito. Eles crescem melhor

no terreno difícil da nossa vida diária.

Enfrentamos muitas coisas, todos os dias,

que são opostas à nossa vida em Cristo.

Ao invés do amor, enfrentamos o ódio e

as hostilidades. Ao invés da alegria, deparamo-

nos com a tristeza, com a angústia, e com

a dor. Ao invés da paz, encontramos as pressões,

as tensões, as discórdias e as lutas.

Estas forças das trevas infiltram-se nas

pessoas, nos lugares, e nos eventos dos

nossos afazeres aqui na terra. Às vezes gostaríamos

de poder correr e escapar disso

tudo. Em geral isto não é possível, e mesmo

se fosse possível, talvez não encontrássemos

o alívio desejado. Este seria bem o caso,

se parte do problema se devesse às nossas

próprias atitudes e ações.

No entanto, Deus tem de fato uma resposta.

A maioria dos nossos problemas –

internos ou externos – são causados por

forças opostas aos Frutos do Espírito. Podemos

chamar estas forças de frutos da “carne”

– a nossa antiga natureza pecaminosa.

FRUTOS DO FRUTOS DA

ESPÍRITO CARNE

_____________________________________

Amor Ódio, Egoísmo, Ciúme,

Ressentimentos

Alegria Tristeza, Desgosto,

Depressão,

Autocomiseração

Paz Preocupação, Temor,

Lutas, Conflitos, Tensões

Paciência Impaciência, Impetuosidade,

Irritabilidade

Bondade Crueldade, Grosseria,

Rispidez, Agressividade,

Tirania

Benignidade Maldade, Perversidade,

Imoralidade, Avareza

Fidelidade Negligência,

Irresponsabilidade,

Desonestidade,

Deslealdade

Mansidão Orgulho, Dogmatismo,

Ineducabilidade, Criticismo

Auto-controle Rebeldia, Indisciplina,

Desordem,

Fraqueza de Vontade

Jesus sempre produz o fruto da “vida”

– o fruto do Espírito. Satanás sempre produz

o fruto da “morte” – o fruto da carne.

Podemos escolher a qual deles nos entregaremos.

Em ocasiões de apuros somos geralmente

tentados a reagir de acordo com a nossa

antiga natureza pecaminosa. Se este for o

caso, estaremos nos entregando à influência

errada. Isto somente trará uma nuvem de

trevas e morte sobre nós – e sobre os outros

também. Além disso, quanto mais nos entregamos

à “carne”, pior ficamos.

Com o passar do tempo, estas características

mortais fixam-se em nosso caráter.

Quando isto acontece, agimos e parecemos

mais com o diabo do que com o Senhor. O

quadro mais triste do mundo é o de um cristão

derrotado. Ele tem a vida de Cristo em

seu coração, mas o Espírito de Deus encontra-

Se tremendamente entristecido. Conse814

/ SEÇÃOE1 E1.5– O Caráter do Líder: Fruto Espiritual

qüentemente, a glória do Senhor não brilha

mais sobre a sua face – somente trevas podem

ser vistas.

Esta história, porém, pode ser diferente

– bem diferente! Os tempos de dificuldades

também podem ser tempos de grande crescimento

em Cristo. Se olharmos para a vida

e o poder do Seu Espírito dentro de nós,

poderemos nos fortalecer em nossas áreas

fracas.

A luz sempre vence as trevas. As trevas

nunca conseguem apagar a luz. Uma só vela

consegue expulsar as trevas de uma sala inteira.

A mesma coisa se aplica no âmbito do

Espírito. A luz do amor sempre pode expulsar

as lúgubres trevas do temor, da ira, e

do pesar. Aliás, os melhores frutos do Espírito

de Deus podem desenvolver-se nos tempos

mais difíceis. A partir do solo da nossa

fraqueza, Ele aperfeiçoa a Sua força. O Seu

amor cresce melhor quando nos encontramos

num cenário nada amoroso.

A nossa reação natural em tempos ruins

é a de reagirmos com ira ou temor. O Espírito

Santo, no entanto, tenta vencer o mal

com o bem. À medida que nos submetemos

ao Seu Espírito, o amor de Deus fica cada

vez mais forte em nossa vida. Tornamo-nos

cristãos melhores e mais semelhantes a Jesus

em nosso caráter. A Sua glória paira sobre

nossa vida e tornamo-nos uma bênção –

para Deus, para os outros, e até mesmo

para nós próprios!

a. O “Espinho” de Paulo. Esta verdade

sobre o desenvolvimento do caráter cristão

é observada na vida do Apóstolo Paulo.

Ele recebeu um “espinho na carne” para

mantê-lo humilde. O que quer que tenha sido,

trouxe-lhe muita dor e dificuldades. Por três

vezes ele pediu que o Senhor o removesse,

mas o seu pedido foi sempre negado.

Por que Deus permitiria que algo tão doloroso

fizesse parte da vida e do ministério

de Paulo? Por que Ele não o removeu quando

Paulo orou? A resposta é simples. Deus

tinha algo melhor em mente – algo sobre o

qual o futuro ministério de Paulo poderia

estar firmemente estabelecido. Paulo nos

transmite esta verdade com as seguintes

palavras:

“Aí então Deus me disse: A Minha gra-

AMOR ALEGRIA

PAZ

FIDELIDADE

BENIGNIDADE

PACIÊNCIA BONDADE

AUTO-CONTROLE

TERRENO DAS CONDIÇÕES ADVERSAS

Crueldade

Orgulho

Tirania Tristeza

Rispidez Temor

Criticismo

Maldade

Desonestidade

Egoísmo

Grosseria

Indisciplina

Ódio

Desgosto

Lutas

ÁRVORE DA VIDA FRUTO DA CARNE

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 815

ça será mais do que suficiente. Minha força,

será aperfeiçoada na tua fraqueza. Portanto,

gloriar-me-ei de bom grado na minha

fraqueza, pois é assim que o poder de

Cristo poderá pairar sobre mim poderosamente...

Pois é quando estou fraco que Ele

me fortalece!” (2 Co 12:9,10 simplificado).

O princípio do crescimento de frutos

bons é claramente visto: eles crescem melhor

no solo das “condições contrárias” – as

pessoas e os lugares que se opõem aos frutos

do Espírito.

Foi a partir do solo da “fraqueza” de

Paulo que o fruto da “força” de Deus pôde

desenvolver-se.

É a partir do solo da nossa tristeza e

tribulação, e também do ódio dos outros

por nós que o bom e doce fruto do amor, da

alegria e da paz pode desenvolver-se.

b. Nosso Bem/Sua Glória. Sim, Deus

permite que um certo grau de dor, de sofrimento,

e de transtornos atinja a nossa vida.

Ele, porém, prometeu que nenhuma destas

coisas seria em vão. Tudo contribui juntamente

para o nosso bem e para a Sua glória.

Esse “bem” e essa “glória” são o caráter

de Cristo. O nosso ministério a Ele, a Igreja,

e ao mundo requer de fato os frutos do Espírito

em nossa vida.

A falta de caráter é a razão principal

pelos fracassos do ministério da Igreja. Os

ministros podem ser “chamados”, podem

ser altamente “dotados”, e até mesmo “bemsucedidos”

em seus ministérios – por algum

tempo. Mas não duram muito se não

tiverem o caráter cristão.

Os frutos do Espírito são o fundamento

para um ministério forte, firme e sólido para

Deus. Isto se aplicava ao Apóstolo Paulo e

também se aplica a nós hoje!

“Podemos, portanto, nos regozijar

quando nos deparamos com problemas e

tribulações. Sabemos que são bons para

nós, pois nos ajudam a aprender a ser pacientes.

E a paciência desenvolve a força de

caráter em nós. Desta forma, aprendemos

a confiar em Deus cada vez mais.

“Finalmente, a nossa esperança e a nossa

fé tornam-se fortes e firmes. Aí então

somos capazes de ter as nossas cabeças

erguidas, não importando o que aconteça.

Sabemos que tudo está bem e que Deus nos

ama com ternura. Sentimos o Seu caloroso

amor dentro de nós porque Deus encheu

nosso coração com o Seu Espírito Santo”

(Rm 5:3-5 simplificado).

Permita que os frutos do Espírito cresçam

na sua árvore. Se você fizer isto, você

também será frutífero em seu ministério ao

Senhor, aos outros e ao mundo.

Capítulo 6

O Poder do Líder I:

Batismo no Espírito Santo

A. JESUS: O “BATIZADOR”

NO ESPÍRITO SANTO

Uma coisa é termos o Espírito Santo,

mas outra totalmente diferente é o Espírito

Santo ter a nós – encher todo o nosso ser.

Precisamos não somente da “vida” de Cristo

dentro de nós, mas também do “poder”

para expressarmos essa vida ao mundo. Precisamos

estar “cheios e fluindo” com a vida

e também com o poder de Deus.

E possível termos um relacionamento de

vida com Jesus como nosso “Salvador” e

ainda assim sermos cristãos bem fracos.

Também precisamos conhecer o Senhor Jesus

como o poderoso “Batizador” com o

Espírito Santo. Essa é a nossa fonte de poder

para sermos testemunhas vivas para o

Senhor.

João Batista “batizava” os seus convertidos

nas águas do Rio Jordão. A palavra

“batizar” significa “introduzir”.

Os convertidos de João Batista eram introduzidos

no Rio Jordão. Os seus corpos

eram totalmente cobertos (inundados) pela

água. João usa isso como uma figura do sermos

batizados no Espírito Santo por Jesus:

“Na verdade eu vos batizo com água,

mas Alguém [Jesus] mais poderoso que eu

816 / SEÇÃOE1 E1.6– O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo

virá logo... E Ele os batizará com o Espírito

Santo e com fogo’’ (Lc 3:16 simplificado).

Jesus também falou sobre esse poderoso

batismo no Espírito Santo pouco antes

de voltar ao Céu. Ele disse aos Seus discípulos

que eles necessitavam do pleno poder

do Espírito de Deus em sua vida para

serem Suas testemunhas no mundo:

“Enviarei a promessa do Meu Pai [o

Espírito Santo] sobre vocês. Portanto, esperem

em Jerusalém até que sejam revestidos

[cobertos] com poder do Céu...

“Porque João batizou com água, mas

logo vocês serão batizados com o Espírito

Santo... E receberão poder depois que o

Espírito Santo vier sobre vocês. Aí então

vocês serão Minhas testemunhas...” (Lc

24:49; At 1:5,8 simplificado).

E Jesus cumpriu de fato a Sua palavra

enviando a promessa do Pai, pois aconteceu

no Dia de Pentecostes exatamente como

Ele havia dito:

“E quando o dia de Pentecostes havia

chegado, todos estavam reunidos no mesmo

lugar. E de repente veio do Céu um som,

como de um vento veemente e impetuoso... E

todos foram cheios com o Espírito Santo e

começaram a falar em línguas que não haviam

aprendido” (At 2:1,2,4 simplificado).

Havia muitos judeus em Jerusalém naquela

festa de Pentecostes. Logo eles formaram

uma multidão que ficou observando

e ouvindo com grande estupefação. Aí então

Pedro lhes explicou o que havia acontecido.

O Espírito Santo havia sido derramado

exatamente como fora predito pelo profeta

Joel, ou seja, que Deus faria isto nos

últimos dias.

(Nota do editor: Os “últimos dias” nesse

contexto refere-se ao tempo que vai da

Ascensão de Jesus ao Céu até à Sua Segunda

Vinda à terra.)

Além disso, foi devido ao fato de que

Jesus (a Quem os romanos e os judeus haviam

crucificado) ressuscitara dos mortos e

havia sido levado ao Céu. Lá, Ele recebeu

do Pai o Espírito Santo que havia sido

prometido e derramou-O sobre os discípulos

que estavam orando no Cenáculo.

Pedro falou com eles no poder deste Espírito.

Como resultado, os judeus foram

acometidos com temor e culpa, e perguntaram-

lhe o que deveriam fazer. Pedro respondeu

com as seguintes e importantes

palavras:

“Arrependam-se e sejam batizados em

nome de Jesus para que os seus pecados

possam ser perdoados. Aí então vocês receberão

o dom do Espírito Santo. Esta promessa

é para vocês, para os seus filhos, e

para todos em toda parte que Deus chamar

nestes últimos dias” (At 2:38,39 simplificado).

B. O PADRÃO COM TRÊS PONTOS

PARA A VIDA E O PODER

ESPIRITUAL

Na resposta de Pedro em Atos 2:38,39

encontramos um importante padrão, com três

pontos, para a obtenção da vida e do poder

espiritual. Este padrão foi seguido pela Igreja

Primitiva em todo o Livro de Atos. Podemos

fazer um esboço desse padrão usando

as palavras “arrepender-se”, “ser batizado”,

e “receber” como sub-tópicos:

1. ARREPENDER-SE (Esboço de um

Sermão Sobre o Arrependimento)

a. Abandonar o Pecado e Submeterse

a Deus. “Arrependam-se! Mudem os

seus corações e voltem-se a Deus. Ele apagará

os seus pecados e renovará as suas

vidas no Espírito do Senhor” (At 3:19 simplificado).

b. Crer em Jesus Como Salvador.

“...Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo

tu e a tua casa” (At 16:31).

c. Receber o Seu Espírito de Vida.

“O mesmo Espírito testifica com o nosso

espírito que somos filhos de Deus” (Rm

8:16).

d. Nascer na família de Deus. “O Espírito

que temos nos torna filhos de Deus”

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 817

(Rm 8:15 simplificado). “Vocês são todos

filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Vocês

foram batizados em Cristo, e, portanto, revestidos

d’Ele’’ (Gl 3:26,27 simplificado).

e. Ser Batizado no Corpo de Cristo.

“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito

formando um corpo, quer judeus, quer

gregos, quer servos, quer livres, e todos temos

bebido de um Espírito” (1 Co 12:13).

f. Produzir os Frutos do Seu Espírito.

“Quem vive em Mim – e Eu nele – esse

dá muito fruto... E o fruto do Espírito é o

amor, a alegria, a paz...” (Jo 15:5; Gl 5:22

simplificado).

2. SER BATIZADO (Esboço de um

Sermão Sobre o Batismo)

a. Ser Batizado na Água. “Arrependei-

vos, e cada um de vós seja batizado em

nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados...”

(At 2:38). “Quem crer e for batizado

será salvo...” (Mc 16:16).

b. Fazê-lo com Fé e por Obediência.

“O dilúvio de Noé é uma figura da nossa

salvação. No batismo na água demonstramos

que nós também fomos salvos...” (1

Pe 3:20,21 simplificado).

c. Fazê-lo Como um Testemunho da

Nossa Fé. “O dilúvio de Noé é uma figura

da nossa salvação. No batismo na água

demonstramos que nós também fomos salvos

da morte – pela ressurreição de Cristo.

(1 Pe 3:20,21 simplificado).

d. Receber a Purificação do Pecado

Quando Você for Batizado. “No batismo

na água demonstramos que nós também

fomos salvos da morte. ..Isto não se deve

ao fato de os nossos corpos estarem sendo

lavados pela água, e sim por estarmos nos

voltando a Deus, pedindo-Lhe que Ele purifique

os nossos corações do pecado.” (1

Pe 3:20, 21 simplificado).

e. Vê-lo Como um Sinal de Uma

Nova Vida. “No batismo vocês não foram

somente sepultados com Ele, mas também

ressuscitados a uma nova vida com Ele.

Isto foi possível porque vocês creram no

poder de Deus que O ressuscitou dos mortos”

(Cl 2:12 simplificado).

f. Vê-lo Como um Sinal do Batismo

no Espírito Santo. “Eu (João) lhes batizo

na água, mas Ele (Jesus) lhes batizará no

Espírito Santo” (Mc 1:8 simplificado).

3. RECEBER (Esboço de Sermão

Sobre o Recebimento do Espírito

Santo)

a. Receber a Promessa do Pai. “Não

saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa

do Pai... João batizou na água, mas

vocês serão batizados no Espírito Santo

dentro de poucos dias... Vocês receberão

poder depois que o Espírito Santo vier sobre

suas vidas, e vocês serão Minhas testemunhas...”

(At 1:4,5,8 simplificado).

b. Ser Cheio com o Espírito Santo.

“E quando o dia de Pentecostes finalmente

chegou... Todos foram cheios com o Espírito

Santo... um derramamento do Céu”

(At 2:1,4,33 simplificado).

c. Ser Batizado no Espírito por Jesus.

“...mas o que me mandou batizar com

água, esse me disse: Sobre aquele que vires

descer o Espírito, e sobre ele repousar,

esse é o que batiza com o Espírito Santo”

(Jo 1:33).

d. Receber o Poder do Espírito de

Deus. “Mas recebereis a virtude do Espírito

Santo, que há de vir sobre vos...” (At

1:8).

e. Testemunhar ao Mundo. “Mas recebereis

a virtude do Espírito Santo, que há

de vir sobre vos; e ser-me-eis testemunhas...”

(At 1:8).

f. Ser Excelente nos Dons Espirituais.

“Desejem avidamente os dons espirituais...

Mas procurem ser excelentes (fazer

bem) neles para que vocês possam edificar

a igreja com amor” (1 Co 14:1,12 simplificado).

C. UM BATISMO TRIPLO

É interessante observarmos que esse padrão

com três pontos envolve um batismo

818 / SEÇÃOE1 E1.6– O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo

“triplo”. Cada “batismo” se relaciona com

os outros de uma forma unificada. Todos

eles têm um papel importante no grande

plano de salvação de Deus.

Eles formam o fundamento para a nossa

redenção em Cristo Jesus e tem o seu significado

em Jesus como nosso Salvador e

“Batizador”. É em Cristo – e pelo Seu Espírito

– que recebemos o poder que gera a

vida (a capacidade de transmitirmos salvação,

cura, e ajuda aos outros). Os frutos e

os dons do Seu Espírito fluem para o nosso

coração à medida que nos esforçamos para

termos um relacionamento de amor com

Cristo.

1. Três Coisas em Comum

Todos estes três “batismos” têm três

coisas em comum:

a. Um Candidato. É o novo convertido

ou crente que está pronto para o batismo.

b. O “Batizador”. É a pessoa que batizará

o novo crente.

c. O Meio. É o elemento no qual o crente

é batizado.

Como veremos mais tarde, o “batizador”

e o meio são diferentes em todos os três

batismos.

2. Os Três Batismos e a Salvação

Os três batismos se relacionam com o

padrão de três pontos para a salvação da

seguinte forma:

a. ARREPENDER-SE – (Batismo no

Corpo de Cristo). “Todos nós fomos batizados

num só Corpo por um só Espírito.

Todos nós compartilhamos juntos deste

mesmo Espírito” (1 Co 12:13 simplificado).

Quando nos arrependemos e voltamo-nos

a Cristo como nosso Salvador, somos ressuscitados

da nossa condição de morte espiritual

e recebemos a Sua vida transformadora.

Pelo Seu Espírito somos batizados (introduzidos)

em Seu Corpo. Assim sendo,

tornamo-nos membros do Corpo d’aquele

que é a nossa Cabeça. O Espírito Santo é o

“Batizador”. O Corpo de Cristo é onde somos

introduzidos. Chamamos a isto de meio

ou seja, o lugar em que o batismo nos introduziu.

b. SER BATIZADO – (Batismo Na

Água). “Portanto ide, e ensinai todas as

nações, batizando-as em nome do Pai, do

Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19).

Jesus ordenou que os Seus discípulos

batizassem os novos crentes na água. O

discípulo é o “batizador”. A água é o meio,

ou seja, o elemento em que são introduzidos.

c. RECEBER – (Batismo no Espírito).

“Eu (João) lhes batizei na água, mas

Ele (Jesus) lhes batizará no Espírito Santo”

(Mc 1:8 simplificado).

Este é o batismo no Espírito Santo. Jesus

é o “Batizador”. O Espírito Santo é o

meio – o elemento em que somos introduzidos.

3. O Padrão de Três Pontos

no Livro de Atos

O padrão para a salvação esboçado acima

pode ser seguido no ministério dos apóstolos

como está registrado no Livro de Atos:

a. Filipe em Samaria. “E Filipe desceu

à cidade de Samaria e pregou a Cristo...

Quando eles creram (arrependeramse)...

foram batizados na água... Aí então

Pedro e João vieram e oraram por eles

para que pudessem receber o Espírito Santo,

pois Ele ainda não havia descido sobre

nenhum deles.

“Assim sendo, impuseram suas mãos

sobre eles e todos receberam o Espírito

Santo” (At 8:5,12,14-17 simplificado).

Observe a ordem:

1) Arrependimento

2) Batismo na Água

3) Batismo no Espírito Santo

b. Paulo em Éfeso. “Enquanto estava

em Éfeso, Paulo encontrou alguns discípulos

ou seguidores de João Batista, aos quais

perguntou: Vocês receberam o Espírito Santo

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 819

quando creram? Replicaram-lhe: Nunca

chegamos a ouvir nada sequer sobre o Espírito

Santo.

“Paulo então lhes perguntou: Que tipo

de batismo vocês tiveram? Eles responderam:

O Batismo que João ensinou.

“Paulo disse então: O batismo de João

na água era para o arrependimento – corações

e vidas transformadas. Depois João

Batista disse às pessoas para crerem em

Alguém que viria após ele. Este Alguém é

Cristo Jesus. Ao ouvirem isto, foram batizados

em nome de Jesus. Em seguida Paulo

impôs as mãos sobre eles e o Espírito Santo

veio sobre eles. E todos falaram em línguas

e profetizaram” (At 19:1-6 simplificado).

Observe a ordem:

1) Arrependimento

2) Batismo na Água

3) Batismo no Espírito Santo

Há outros lugares em Atos onde esse

padrão pode ser encontrado (At 8:20-39;

9:17,18; 10:25-28; 34-38; 11:1-4, 15-18).

4. O Propósito Divino de Deus

Por detrás desse padrão divino encontra-

se o propósito divino. O propósito de

Deus é que sejamos estabelecidos ou arraigados

na vida e no poder do Seu Espírito.

Esta é a base para a nossa obra e testemunho

no Corpo de Cristo. É tão importante

na vida da Igreja hoje como era naquela época.

Somente o poder do Espírito de Deus

pode cumprir o propósito de Deus!

Talvez haja alguns leitores que gostariam

de receber pessoalmente o poder do Pentecostes

em suas próprias vidas. Seguindo o

esboço abaixo, você poderá experimentar o

seu próprio batismo no Espírito Santo.

D. O CAMINHO PARA O

PODER COM DEUS

1. O Prometido Dom do Pai

a. Uma Palavra Pessoal. Deus prometeu

batizar todos os cristãos no poder do

Seu Espírito Santo. O propósito deste batismo

e capacitar cada crente a compartilhar

a vida e o amor de Jesus com os outros.

Ele é não somente o nosso Salvador,

mas também o nosso poderoso “Batizador”.

b. Versículos das Escrituras. “E João

disse a todos eles: Verdadeiramente eu Lhes

batizo na água. Contudo, há Alguém muito

maior que eu e que está prestes a vir... E Ele

(Jesus) Lhes batizará com o Espírito Santo

e com fogo” (Lc 3:16 simplificado).

“Antes de voltar ao Céu... Jesus disse a

Seus discípulos para não se ausentarem de

Jerusalém. Eles deveriam esperar pela promessa

do Pai sobre a qual Jesus Lhes havia

falado. João Batista batizou na água,

mas dentro de poucos dias vocês serão

batizados no Espírito Santo” (At 1:4,5 simplificado).

“Vocês receberão poder depois que o

Espírito Santo vier sobre suas vidas. E vocês

serão Minhas testemunhas e falarão

sobre Mim em Jerusalém, na Judéia, em

Samaria, e nos confins da terra” (At 1:8

simplificado).

c. Pergunta Pessoal. Como posso ter

este batismo no Espírito Santo efetuado por

Jesus? O caminho para o poder com Deus

encontra-se nas Escrituras. Ele envolve três

passos simples, os quais se acham em forma

de esboço abaixo.

2. Peça com Humildade

a. Uma Palavra Pessoal. O nosso Pai

Celestial conhece a necessidade e o desejo

do seu coração. O poder do Espírito Santo

em Sua plenitude é o Seu dom para você.

Jesus pagou sobre a Cruz o preço desse

maravilhoso dom (ou presente). Tudo o que

você precisa fazer é pedir que Deus lhe dê o

Seu dom e submeter-se a Jesus como seu

“Batizador”.

b. Versículos das Escrituras. “Tudo

o que vocês pedirem em Meu nome Eu farei

por vocês. Desta forma, o poder e a glória

do Pai serão vistos no Filho... Sim, pedirei

820 / SEÇÃOE1 E1.6– O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo

ao Pai e Ele Lhes dará um outro Ajudador

– o Espírito Santo. Ele estará com vocês

para sempre na qualidade de Espírito da

verdade” (Jo 14:13,16,17 simplificado).

“Assim sendo Eu Lhes digo: Peçam e

Deus Lhes dará... Verdadeiramente, se alguém

continuar pedindo, esta pessoa receberá...

Se um filho pedir ao seu pai no natural

por pão... por um peixe... ou por um

ovo, será que ele receberia uma pedra...

uma cobra... ou um escorpião? Não, claro

que não! Até mesmo os maus pais sabem

dar coisas boas aos seus filhos. Certamente,

portanto, o nosso Pai Celestial dará o

Espírito Santo àqueles que Lhe pedirem!”

(Lc 11:9,11,13 simplificado).

c. Oração Pessoal. “Pai Celestial, estou

vindo a Ti na qualidade de filho Teu.

Peço-Te humildemente que eu possa ser

cheio com o poder do Teu Espírito Santo.

“Querido Senhor Jesus, batiza-me agora

mesmo no Teu poderoso Espírito de poder,

amor e louvor.

“Bendito Espírito Santo, convido-Te a

ser o meu sempre presente Ajudador e fonte

interior de poder. Quero que a minha

vida seja um testemunho diário do amor e

da verdade de Cristo.”

3. Receba com Fé

a. Uma Palavra Pessoal. Jesus disse

que se você pedisse, você receberia. Tão logo

você se aproxime d’Ele com fé como seu

“Batizador”, Ele começará a batizá-lo no Espírito

Santo. Você será cheio no seu interior e

transbordará para o exterior. O Próprio Espírito

Santo trará uma calorosa sensação interior

da Sua presença. Quando liberamos a

nossa fé, sentimos a paz, o descanso, o poder

e a alegria de Deus em nosso coração.

b. Versículos das Escrituras. “Cristo

pagou a penalidade que a lei exige para o

nosso pecado... para que pudéssemos receber

a promessa do Espírito pela fé” (Gl

3:13,14 simplificado).

“No último dia da grande festa, Jesus

levantou-Se e clamou em alta voz: Se alguém

tiver sede, que venha a Mim e beba.

Todo aquele que crer em Mim, como dizem

as Escrituras, terá rios de água viva fluindo

do seu interior. Ele estava falando do Espírito

Santo que todos os crentes deveriam receber”

(Jo 7:37-39 simplificado).

c. Oração Pessoal. “Pai Celestial,

obrigado pelo dom do Teu Espírito Santo

em Sua plenitude. Eu O recebo agora com

uma fé semelhante à de uma criança.

“Senhor Jesus, obrigado por me batizar

no poderoso rio do Teu Espírito Santo.

Faz com que o poder do Teu Espírito possa

fluir para dentro de mim, para operar em

mim, e para testificar através de mim.

“Bendito Espírito de Deus, obrigado por

me encher agora mesmo, com o amor, a

alegria, a paz, e o poder de Jesus.”

4. Expresse o Louvor

a. Uma Palavra Pessoal. A fé sempre

responde à presença do Espírito Santo. A

sua primeira resposta ao enchimento com o

Espírito de Deus deveria ser um transbordamento

de louvor. Como observamos nas Escrituras,

isto poderia tomar a forma de uma

oração ou cântico divinamente direcionado.

Isto acontecerá numa língua do Espírito.

Tal expressão verbal ou cântico constitui-

se de sons e sílabas que não são entendidos

pela mente humana. Isto é, no entanto,

agradável a Deus e edificante para você. É

um sinal divino do poder de Deus em sua

vida – para o seu bem e para a glória d’Ele!

b. Versículos das Escrituras. “A boca

fala do que está cheio o coração. Um bom

homem traz coisas boas do bom tesouro do

seu coração” (Mt 12:34,35 simplificado).

“Todos foram cheios com o Espírito

Santo. Aí então, começaram a falar em línguas

desconhecidas, à medida em que o

Espírito Lhes concedia as palavras a serem

expressas” (At 2:4 simplificado).

“Enquanto Pedro ainda estava falando,

o Espírito caiu sobre todos os que ouviam

as suas palavras. E eles... ficaram estupefatos...

porque o Espírito Santo fora derraAS

TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 821

mado sobre os que não eram judeus. Mas

isto era realmente um fato, pois eles os ouviram

falar em línguas e glorificar a Deus”

(At 10:44-46 simplificado).

“Quando Paulo impôs sobre eles as suas

mãos o Espírito Santo veio sobre eles. E

falaram em línguas e profetizaram “ (At

19:6 simplificado).

“Aquele que fala numa língua desconhecida

não fala aos homens, mas a Deus.

Ninguém entende o que está falando, mas,

no Espírito, ele está falando verdades divinas.

Aquele que fala em línguas desconhecidas

edifica-se a si mesmo no Senhor... Portanto,

o que devo fazer? Orarei no Espírito

(línguas) e também com a interpretação.

Cantarei com o Espírito (línguas) e também

cantarei a interpretação” (1 Co

14:2,4,15 simplificado).

“Assim sendo, continuemos a oferecer

o sacrifício de louvor – o fruto de nossos

lábios – sempre dando graças ao Seu nome”

(Hb 13:15).

c. Oração pessoal. “Pai Celestial, eu

libero agora a minha fé e correspondo ativamente

à presença do Teu Espírito Santo.

Ele está fielmente me enchendo com louvor,

adoração e ações de graças – neste exato

instante.

“Querido Senhor Jesus, recebe a minha

adoração. Levanto agora a minha voz

numa expressão ou cântico divinamente

dirigido. Responderei ao Espírito Santo

dentro de mim, falando ou cantando em voz

alta sons e sílabas de louvor e adoração.

“Espírito Santo de Deus, submeto agora

o meu membro mais rebelde – a minha

língua – ao Teu controle. Sei que Tu não

somente aperfeiçoarás a minha oração,

mas também todo o meu ser – para que eu

possa viver para sempre para o louvor da

Sua glória!”

d. Resposta Pessoal. Neste ponto, pare

de orar em português. Comece a falar ou

cantar em voz alta e com fé – até mesmo se

inicialmente forem somente alguns pequenos

sons e sílabas. Não pare, pois o Espírito

Santo é fiel. Você não receberá uma “pedra”

após ter pedido “pão”.

Quanto mais você orar ou cantar em sua

nova língua do Espírito, tanto mais facilmente

ela fluirá. Não duvide da promessa do seu

Pai, mas dê-lhe louvor e glória – em nome de

Jesus – e no poder do Seu Espírito!

Se no princípio você não encontrar uma

liberação total na sua língua espiritual, não

fique desanimado nem desiludido. Continue

expressando e cantando os Seus louvores,

pois Ele é fiel. Além disso, o nosso louvor

chega diante d’Ele como incenso suave. A

nossa adoração no Espírito é um sacrifício

que é agradável aos Seus olhos. Nisto encontramos

a nossa liberdade em Seu Espírito.

Não duvide da obra interna de Deus em

sua vida. Tenha a expectativa de que o Espírito

Santo Se moverá de novas formas

pelos Seus dons através de você. À medida

que você responder ao Espírito de Deus

com fé e obediência, você verá cada vez mais

o poder de Deus em operação na sua vida.

No próximo capítulo estudaremos os

dons do Espírito e como você pode recebêlos.

Esteja em oração e tenha a expectativa

de receber novas coisas em sua vida e ministério,

pois o Espírito Santo quer dar-lhe

um novo poder e autoridade para você fazer

a obra do ministério. Lembre-se: o seu

ministério na qualidade de líder de igreja é o

de equipar os seus membros para que se

tornem ministros ao Senhor, uns aos outros

e ao mundo.

Capítulo 7

O Poder do Líder II:

Dons do Espírito

Introdução

O recebimento dos dons do Espírito é um

resultado natural do sermos batizados no

Espírito. Quando os crentes eram batizados

no Espírito na época da Igreja Primitiva (Igreja

da época em que o Novo Testamento foi

escrito), eles falavam em outras línguas, à

822 / SEÇÃOE1 E1.7– O Poder do Líder II: Dons do Espírito

Os dons nos são concedidos para que os

usemos para glorificarmos a Deus e para

ajudarmos as pessoas. Podemos ativá-los e

colocá-los em execução. Contudo, deveríamos

sempre exercitá-los em submissão ao

senhorio do Espírito Santo. Deveríamos

sempre funcionar em submissão a Deus. Se

fizermos isto, Deus será glorificado e as necessidades

das pessoas serão supridas através

dessas capacidades sobrenaturais que

nos foram concedidas.

Eles não são “galardões” para as pessoas

que vivem vidas boas e santas. São

“Dons” (dádivas) da graça de Deus que

operam através de homens de fé.

2. Perigo: Poder Sem Caráter

Infelizmente, isto significa que os dons

de Deus podem as vezes ser usados de maneiras

erradas ou por motivos errados. Sansão

é um bom exemplo do Antigo Testamento.

O caráter de Sansão era falho. Ele

viveu com uma prostituta, a qual causou a

sua queda e destruição.

Estes usos errados trazem o julgamento

e a repreensão de Deus. Os resultados podem

ser muito sérios para os ministros deste

tipo – e também para os seus ministérios.

É por isto que o caráter de um homem é tão

importante. Os Frutos e os Dons do Espírito

deveriam sempre funcionar juntos. O

“caráter” e o “poder” de Deus deveriam

sempre andar de mãos dadas.

3. Muitos Dons

Há muitos e diferentes dons espirituais.

Paulo cita alguns dos dons mais comuns em

sua primeira carta à Igreja de Corinto.

“Cada pessoa recebe um dom espiritual

para que possa ser usado para o bem

de todos.

“O Espírito dá a uma pessoa a palavra

de sabedoria; a uma outra, uma palavra de

conhecimento. A outro este mesmo Espírito

dá uma palavra de fé. Outra pessoa ainda

recebe os dons de curas, ou o dom de milagres.

O Espírito dá a alguns o dom de profemedida

que o Espírito Lhes concedia as palavras

a serem expressas. Podemos ter a expectativa

de que a mesma coisa aconteça

conosco quando recebemos o nosso batismo

no Espírito (At 2:1-6; 10:44-46; 19:1-6).

A. OS DONS DO ESPÍRITO: O SEU

PROPÓSITO E O SEU PODER

Os primeiros cristãos sobre os quais lemos

no Livro de Atos, moviam-se no poder

de sua experiência pentecostal. À medida que

o faziam, os dons do Espírito tornavam-se

ativos em sua obra e testemunho para Deus.

As profecias e o falar em línguas (línguas nãoaprendidas)

foram registradas nas passagens

bíblicas acima. Os outros dons – a palavra de

sabedoria, o discernimento das atividades de

espíritos malignos, a fé, as curas, etc. – encontram-

se em todo o Livro de Atos.

Os Frutos do Espírito possibilitam a

nossa transformação à semelhança de Jesus

em Seu “caráter”, o qual se relaciona à Sua

“conduta”.

Os Dons do Espírito possibilitam a

nossa transformação à semelhança de Jesus

em Seu “poder”, o qual se relaciona às demonstrações

sobrenaturais de “capacidade”

(por exemplo: as curas, as expulsões

de demônios, etc.).

O Apóstolo Paulo fala sobre os dons espirituais

em sua primeira carta à Igreja -de

Corinto (Caps. 12-14). Um estudo dos seus

espíritos revelam claramente que estes dons

não são capacidades naturais ou mentais. Eles

podem operar através da mente humana,

porém são provenientes do Espírito Santo e

são operados pelo Seu poder. São dons provenientes

de Deus, concedidos aos Seus servos,

para o Seu povo.

1. Os Dons São Concedidos

por Deus

a. Para um Propósito Específico

b. Num Tempo Específico

c. Através de um Grupo Específico

de pessoas

d. Para Pessoas Específicas

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 823

cia, ao passo que outros recebem a capacidade

de discernirem os espíritos bons dos

espíritos malignos. Alguns recebem o dom

de falar em línguas (línguas não-aprendidas)

e outros recebem a capacidade de interpretar

(explicar) as línguas.

“O mesmo Espírito faz todas estas coisas.

Ele decide quem receberá quais dons”

(1 Co 12:7-11 simplificado).

B. UM ESBOÇO DOS DONS

ESPIRITUAIS

Os dons do Espírito citados em 1 Coríntios

12:7-11 possibilitam ao cristão tornarse

mais semelhante a Jesus em pensamentos,

palavras e obras. Esta será a base do

seguinte esboço:

1. Dons de Revelação

(Pensamentos)

a. Palavra de Conhecimento. Através

deste dom, Deus faz com que saibamos detalhes

sobre eventos ou coisas sobre os quais

não tínhamos conhecimento algum. É algo

sobrenatural e geralmente nos é dado através

de uma suave impressão em nossas

mentes – um quadro que ali se forma ou um

sentimento em nossas almas (corações) (Jo

1:48; 4:17-19; At 5:3-5; 21:10,11).

b. Palavra de Sabedoria. A palavra de

sabedoria define a ação que deveríamos tomar

à luz do que sabemos por meio de uma

palavra de conhecimento. Quando Deus nos

revela algo, precisamos saber o “como”, o

“quando”, o “onde” e o “através de quem”

a Sua vontade e o Seu plano poderão ser

cumpridos. Precisamos de uma sabedoria

prática sobre a forma de aplicarmos a palavra

de conhecimento (Mt 22:18-21; Lc

12:12; At 15:13-31).

c. Discernimento de Espíritos. Esta

é a capacitação divina de distinguirmos se

a força espiritual por detrás de determinada

atividade sobrenatural é

1) celestial,

2) humana ou

3) infernal.

Através do Dom de Discernimento de

Espíritos podemos saber que tipo de espírito

está se manifestando através do instrumento

humano que está sob o seu poder

ou influência. Por exemplo: um espírito

de adivinhação (ou feitiçaria) pode imitar

a palavra de conhecimento. Um espírito

de enfermidade pode camuflar a sua presença

no corpo de uma pessoa como se

fosse uma doença normal. Um espírito de

impureza (imoralidade, etc.) pode muitas

vezes ser interpretado como se fosse um

amor verdadeiro, ao invés de concupiscência

ou sensualidade (1 Co 14:29; At 16:16-

18).

2. Dons de Expressão Verbal

(Palavras)

a. Profecia. São expressões verbais (e

às vezes pregações) espontâneas e inspiradas

pelo Espírito Santo e que geralmente

“proclamam” as palavras de Deus. O seu

propósito é edificar, consolar (alegrar) e

exortar (encorajar) o povo de Deus. O dom

de profecia é como um rio que flui e em cuja

correnteza pode vir à tona uma palavra de

sabedoria, a qual “prediz” o futuro (At

20:23; 21:4,10,11; 1 Co 14:3,24,25).

b. Línguas. São expressões verbais sobrenaturais

numa outra língua e que vêm

sob a forma de sons e sílabas desconhecidos

do próprio indivíduo. Em geral expressam

orações a Deus, louvores ao Senhor, e

ações de graças. Estas três expressões são

às vezes acompanhadas por melodias dadas

pelo Espírito. Neste caso, vêm numa

espécie de cântico ao Senhor.

Às vezes a expressão verbal em outras

línguas pode conter uma mensagem do Senhor

para o povo de Deus, repleta de poder

e propósito espiritual. Este dom prepara

os corações do povo de Deus para a “interpretação”.

Ele também pode ser um “sinal”

da presença de Deus ao incrédulo (1 Co

14:2, 13-16,22).

c. Interpretação de Línguas. Em geral

é o equivalente (numa língua conhecida

824 / SEÇÃOE1 E1.8– O Chamado do Líder: Dons do Ministério

pelos que estão presentes) ao que foi falado

numa outra língua. O seu propósito é explicar

o significado da língua desconhecida por

nós. Seria como uma tradução do que foi

falado em línguas. Se o falar em outras línguas

foi uma oração, a interpretação poderia

ser uma oração. Às vezes a interpretação

é feita sendo acompanhada por um

cântico melodioso, ou por um louvor falado,

ou por ações de graças a Deus, ou por

uma exortação à congregação (1 Co 14:5,6,

15).

3. Dons de Poder (Ações)

a. Fé. É uma fé sobrenatural (ou um

“saber” sem dúvida nenhuma) que faz com

que declaremos a palavra (rhema) e a vontade

de Deus. O resultado disto é uma manifestação

ou demonstração do poder miraculoso

de Deus. Ela vai além dos sentimentos

e da razão humana (Hb 11:1; Mt 21:21;

At 3:4-9, 16).

b. Dons de Cura. São obras divinas em

que almas e corpos são restaurados a uma

perfeita saúde. Há um dom especifico para

cada necessidade pessoal no propósito de

Deus (Mc 16:17,18; At 28:8,9).

c. Milagres. São maravilhas divinas de

poder no âmbito da natureza. São eventos

“sobrenaturais” – que excedem as leis da

física. O seu propósito é revelar o poder e a

autoridade de Deus (Mc 16:17-20; At 2:8-

11; 19:11,12; 28:1-6).

C. CONCLUSÃO

Será de grande interesse para nós estudarmos

os dons do Espírito mais detalhadamente.

A esta altura, contudo, já ficou

claro que tanto os “frutos” como os “dons”

do Espírito são necessários para que nos

tornemos semelhantes a Jesus em caráter e

também no poder.

Além disso, como veremos, eles também

são necessários para que sejamos realizados

em nossos ministérios ou “chamados”.

Este será o nosso próximo tema no

capítulo seguinte.

Capítulo 8

O Chamado do Líder:

Dons do Ministério

O programa de Deus para a Igreja implica

em prepararmos todos os elementos a fim de

que se tornem membros ministrantes. De

acordo com Efésios 4:11, os dons de liderança

do apóstolo, do profeta, do evangelista,

do pastor e do mestre têm o objetivo de preparar

os membros da Igreja a fim de que eles

próprios façam a obra do ministério.

Os frutos e os dons do Espírito de Deus

nos capacitam, como líderes de igreja, a cumprirmos

os nossos “chamados” ou ministérios

no Corpo de Cristo. Como já afirmamos

anteriormente, isto significa prepararmos

os nossos membros para se tornarem

ministros. Com este chamado, Deus torna

acessível o poder e a autoridade para podermos

concretizá-lo.

O Espírito Santo vem sobre nós para

nos conceder poder e autoridade. Na verdade,

a pequenina palavra “sobre” quando se

relaciona ao Espírito Santo, quase sempre

se refere ao dever e à autoridade divinos.

A. O MINISTRO: O SEU PODER E

AUTORIDADE ESPIRITUAIS

1. Jesus: a Cabeça da Igreja

A Cabeça da Igreja é o Senhor Jesus

Cristo. A autoridade da Igreja precede da

sua Cabeça. Jesus disse que toda a autoridade

– no Céu e na terra – Lhe havia sido

outorgada (Mt 28:18).

Observe através das seguintes passagens

bíblicas como a divina autoridade e o poder

de Cristo se relacionam com a presença do

Espírito Santo “sobre” Ele:

“E o Espírito do Senhor repousará sobre

Ele: o Espírito de sabedoria, inteligência,

conselho, poder, conhecimento, e temor

do Senhor. O Seu deleite será obedecer ao

Senhor. Ele não julgará pelo que vê nem

pelo que ouve, e sim pelo que é correto e

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 825

nos saíssem – e eles saíam!” (Lc 3:22;

4:1,14,36 simplificado).

O Espírito Santo nos versículos acima e

abaixo é retratado como um “manto real”

sobre Jesus. Ele estava “revestido” (envolto)

com poder e autoridade.

2. Revestidos de Poder do Alto

Lucas 24:49 é uma promessa maravilhosa

para nós: “E eis que sobre vós envio

a promessa de meu Pai: ficai, porém, na

cidade de Jerusalém, até que do alto sejais

revestidos de poder.”

O “ombro” nos versículos abaixo referese

à responsabilidade e autoridade divinas –

o direito e a capacidade (autoridade e poder)

de se governar: “E o governo estará

sobre o Seu ombro... O Seu domínio de paz

aumentará e nunca cessará” (Is 9:6,7 simplificado).

“E revesti-Lo-ei com a tua túnica e colocarei

o teu cinto ao redor d’Ele. E entregarei

a tua autoridade e domínio real em Suas

justo. Ele defenderá os pobres e os desamparados”

(Is 11:2-4 simplificado).

“Eis aqui o Meu Servo, a quem sustenho.

Ele é o Meu Escolhido e n’Ele Se compraz a

Minha alma. Pus o Meu Espírito sobre Ele.

Ele produzirá a justiça e a verdade às nações...

Ele trará a justiça a todos os que foram

injuriados” (Is 42:1,3 simplificado).

“O Espírito do Senhor está sobre Mim.

Ele Me ungiu e Me chamou para que Eu

trouxesse boas novas aos pobres e aos que

são injuriados. Ele Me enviou para consolar

aos quebrantados de coração, para libertar

aos cativos, e para abrir os olhos

dos cegos... Pois Eu, o Senhor, amo a justiça”

(Is 61:1,8 simplificado).

“E o Espírito Santo desceu sobre Ele... E

aí então Jesus voltou à Galiléia, cheio do

Espírito Santo e sob o Seu poder... E as

pessoas se maravilhavam com os Seus ensinamentos

pois a Sua palavra tinha autoridade

e poder... Com esta autoridade e

poder Ele ordenava que os espíritos malig-

Autoridade do Líder

826 / SEÇÃOE1 E1.8– O Chamado do Líder: Dons do Ministério

mãos. E a chave (governo) da Casa de Davi

estará sobre o Seu ombro... Sim, investirão

sobre Ele honra e o pleno peso do dever

real para a Casa de Seu Pai” (Is 22:21, 22,

24 simplificado).

Foi este tipo de glória, de honra, e de poder

que foi dado a Adão e Eva após a Criação.

Eles foram criados à imagem de Deus e

“revestidos” com uma autoridade divina. Sob

Deus, eles deveriam governar toda a terra.

Contudo, ao caírem no pecado, eles perderam

o seu “manto real” de autoridade com

retidão. Satanás tomou o direito de domínio

deles e passou a reinar sobre o mundo – até

que Jesus veio. Na Cruz, ele foi despojado

do seu poder e foi derrotado. Cristo foi o

vencedor e recuperou o direito do homem

de governar a terra (Hb 2:14,15).

Jesus estabeleceu firmemente esta verdade

nas mentes de Seus discípulos com as

seguintes palavras:

“Todo poder e autoridade no Céu e na

terra Me foram outorgados... Como o Pai

Me enviou, assim também Eu Lhes envio...

Verdadeiramente Eu enviarei a promessa

do Meu Pai sobre vocês. Assim sendo, esperem

em Jerusalém até que vocês sejam

revestidos de poder do alto... Pois vocês receberão

poder depois que o Espírito Santo

vier sobre suas vidas” (Mt 28:18; Jo 20:21;

Lc 24:49; At 1:8).

3. Sob Autoridade

Pela Palavra do Senhor e pelo poder do

Seu Espírito, recebemos autoridade sobre

os espíritos malignos e até mesmo sobre o

próprio diabo (Lc 10:19). Tiago explica claramente

esta verdade em sua epístola:

“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo,

e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

A palavra “sujeitar-se” no grego do Novo

Testamento é um termo militar e significa

“colocar-se num posto inferior” – colocarse

sob a autoridade de um oficial de posto

superior. Os que estão em autoridade precisam

estar primeiramente sob autoridade.

Quando nos colocamos “sob” autoridade,

esta autoridade vem “sobre” nós. Falamos

e agimos no poder daquela autoridade,

e não no nosso próprio poder.

Esta mesma verdade se aplica à autoridade

espiritual. Quando nos colocamos sob

a autoridade de Jesus, a Sua autoridade vem

sobre nós. Quando falamos as Suas palavras

e obedecemos as Suas ordens, o poder

do Seu Espírito apóia as nossas ações. Estamos

falando e agindo em Seu nome. Ele

está falando e agindo através de nós. Não é

de admirar que os demônios tremam e fujam!

B. COMO DESCOBRIR E

DESENVOLVER O SEU

MINISTÉRIO

Deus oferece a todos os líderes o poder

e a autoridade necessários ao cumprimento

de seus ministérios ou chamados. A questão

é a seguinte: “Como descobrimos e desenvolvemos

os nossos ministérios e os de

nossos membros? Como descobrimos os

nossos chamados? Como podemos nos preparar

melhor para eles? Onde podemos começar

a colocá-los em prática? Estas perguntas

são boas e merecem boas respostas.

1. Chamados por Deus

Os nossos ministérios no Corpo de Cristo

são escolhidos por Deus – e não por nós

mesmos ou por outros (Hb 5:4). O Próprio

Espírito determina um chamado em nosso

coração. À medida que ele se desenvolve,

Deus observa e dá a Sua aprovação e promoção,

Davi disse: “Porque a promoção e

o poder não procedem de nenhum lugar da

terra, mas somente de Deus” (Sl 75:6,7).

Deus estabelece em Sua Igreja líderes locais

que devem ser pastores do Seu Rebanho.

Os pastores são chamados para protegerem,

dirigirem, corrigirem, alimentarem,

ensinarem e tomarem conta das ovelhas.

Este tipo de supervisão é necessário para

que os ministérios dos membros se desenvolvam

de uma forma equilibrada e saudável.

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 827

2. A Igreja Local

Isso significa que os membros deveriam

estar ligados ao Corpo de Cristo num contexto

de igreja local. Se houver pastores locais

que sejam sábios, amorosos e cheios do

Espírito Santo e de fé, a igreja local será o

mais sábio e seguro contexto onde os ministérios

podem crescer e desenvolver-se.

Muitas dores, muitos problemas e muito

tempo e energia desperdiçados podem

ser evitados por membros que conseguem

encontrar líderes sábios e amorosos. Será

que você é um deles? Este é o plano de

Deus para o Seu povo. Para que o Seu plano

funcione, Ele precisa de pastores que

sejam amorosos, leais, fiéis e comprometidos

com o Senhor e com o Seu Rebanho.

Nenhuma igreja local é perfeita. O Senhor

não exige líderes que sejam perfeitos.

Ele usa líderes imperfeitos para aperfeiçoar

membros imperfeitos.

Se o Senhor o introduziu numa igreja local

com um pastor senior (superior hierárquico),

então honre a autoridade desse líder

como você honraria a própria autoridade de

Cristo. Faça o melhor possível para ajudá-lo

de todas as formas e sirva-o em dobro, como

você serviria ao Próprio Senhor.

3. As Prioridades dos Líderes

Os nossos ministérios no Senhor começam

com os que fazem parte do nosso círculo

de vida. Nossa vida toca muitas pessoas

todos os dias. Deveríamos começar, portanto,

com as pessoas do nosso próprio e

pequenino mundo – a nossa família, nossa

igreja, nossa escola, nosso trabalho, e nossa

vizinhança.

O nosso desejo é compartilharmos a vida,

o amor e a verdade de Jesus com estas pessoas.

Gostaríamos de fazer isto de uma maneira

calorosa, prática e pessoal. Esforcemo-nos

para ajudar e servir aos outros da melhor forma

possível – em nome do Senhor!

Confie no Espírito Santo para que Ele

venha a fluir diariamente através da sua vida

para trazer a Sua bênção às pessoas ao seu

redor. À medida que você ministrar o amor

de Deus nas pequenas coisas, oportunidades

maiores surgirão. Enxergaremos o que

necessita ser feito e como executá-lo com a

ajuda dos outros.

À medida que nos esforçarmos para trazermos

a vida de Deus através das nossas

palavras e ações, aprenderemos a confiar

no Espírito Santo para recebermos a Sua

ajuda e poder. Os frutos e os dons do Espírito

funcionarão juntos de uma forma linda

e equilibrada. Talvez nem mesmo nos

conscientizemos de como são poderosos em

nossa vida. Os outros, porém, perceberão!

C. OS CINCO DONS BÁSICOS

DE MINISTÉRIO

De fato, os cinco dons de ministério do

apóstolo, profeta, evangelista, pastor e

mestre são o fundamento sobre o qual a

Igreja se firma (Ef 2:20; 1 Co 3:10-12). São

citados por Paulo em sua carta aos efésios:

“Cristo deu a cada um de nós um dom

especial proveniente do Seu grande depósito

de graça. É por isto que o salmista diz: Quando

foi elevado ao Céu, Ele deu dons aos homens...

Os dons que Ele deu foram homens

com diferentes ministérios: apóstolos, profetas,

evangelistas, pastores e mestres. Ele

fez isto para que o povo de Deus pudesse ser

melhor equipado para servi-Lo. Estes dons

são necessários para que o Corpo de Cristo

cresça e se torne forte e saudável” (Ef

4:7,8,11,12 simplificado).

Recapitulemos sucintamente estes cinco

ministérios de liderança.

1. O Apóstolo

É o homem que assenta os fundamentos

de (ou implanta) novas igrejas. Ele designa

os líderes locais e os aconselha depois de

partir e seguir adiante. Ele mantém contato

com esses líderes locais e os informa sobre

o que Deus está fazendo na Igreja como um

todo. Os apóstolos de Cristo têm um chamado

especial a ser cumprido em todas as

828 / SEÇÃOE1 E1.8– O Chamado do Líder: Dons do Ministério

gerações. Este dom de ministério é tão importante

hoje quanto em qualquer outra

época da história da Igreja (veja Lc 11:49; 1

Co 12:28; Ef 2:20).

2. O Profeta

É o homem com uma mensagem oportuna

do coração e da mente de Deus. Ele prediz

eventos e fala a líderes e outras pessoas sobre

o que o futuro Lhes reserva se porventura

se afastarem da perfeita vontade de Deus.

Sua função secundaria é “edificar”, “exortar”

(ou encorajar) e “consolar” (alegrar) o Corpo

de Cristo (At 11:28; 13:1; 21:10,11).

3. O Evangelista

É o homem que prega o Evangelho de

Cristo aos pecadores. Sua mensagem é simples,

direta e no poder da Palavra de Deus.

As pessoas são tocadas a tomarem uma decisão

com relação a Cristo (veja Atos 8:5-

40, 21:8).

4. O Pastor

É o homem que tem o coração de um

pastor de ovelhas. Ele cuida de cada ovelha

pessoalmente, e, contudo, supervisiona o

rebanho como um todo. Ele procura dirigir,

proteger, corrigir, alimentar e consolar o

povo de Deus num contexto de igreja local.

5. O Mestre

É um homem que ama a Palavra de Deus

e o povo de Deus. Ele procura ensinar verdades

divinas tanto de uma forma prática quanto

pessoal. Ele ministra às mentes das pessoas

para que possam saber como andar

sabiamente na vontade de Deus (veja Neemias

8:4-8).

D. DONS DE LIDERANÇA PARA

INSTRUIR E PREPARAR OS

CRENTES

O Apóstolo Paulo nos diz que Cristo

deu estes cinco dons de Liderança a fim de

preparar os crentes nascidos de novo para

se tornarem membros ministrantes. Os santos

devem ser instruídos e preparados para

servirem.

1. Os Membros de Igreja

Devem Aprender a...

Os que foram chamados para um destes

cinco ministérios de Liderança têm um importante

dever (constituído de três partes)

a cumprir. Eles devem ensinar os membros

de suas igrejas como:

a. ministrarem ao Senhor;

b. ministrarem uns aos outros;

c. ministrarem ao mundo.

2. Ensinar Como Fazer

A tarefa de instruir e preparar os membros

para cumprirem essas três áreas de ministério

significa ensinar-lhes como fazerem

o seguinte:

a. Adorar em Espírito e em verdade;

b. Vigiar, orar, e interceder;

c. Lutar na batalha espiritual;

d. Estudar as Escrituras;

e. Crescer no caráter de Cristo;

f. Exercitar os dons do Espírito;

g. Ouvir a voz do Senhor;

h. Servir os santos – o povo santo de

Deus;

i. Testemunhar ao incrédulo.

Dessa maneira, os membros amadurecerão

e desenvolver-se-ão no Senhor Jesus e

fortalecerão o Seu Corpo – a Igreja.

3. Cada Membro um Ministro

O povo de Deus não deve ser semelhante

às criancinhas, sempre procurando o auxilio

dos outros, mas sim crescer em Cristo,

para poder servir no Reino de Deus.

Eles tiveram este problema com os crentes

judeus, nos tempos do Novo Testamento:

“Porque, devendo já ser mestres pelo

tempo, ainda necessitais de que se vos torne

a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos

das palavras de Deus; e vos

haveis feito tais que necessitais de leite, e

não de sólido alimento.

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 829

4. Administração (Governo)

Esse ministério se refere aos líderes sábios,

fortes e amorosos, e que sabem como

planejar, organizar, treinar e estabelecer orçamentos

e responsabilidades na igreja.

Envolve a estrutura e a organização necessárias

à supervisão dos afazeres da igreja

(veja Atos 6:3).

5. Misericórdia

Esse ministério requer solidariedade –

um sentimento de solicitude para com os

outros – e sabedoria para sabermos o que

fazer. A sabedoria está ligada às ações práticas.

É um chamado que não somente supre

as necessidades práticas, mas também

traz a fé, a esperança e o amor aos que

necessitam ajuda. Há uma enorme necessidade

no Corpo de Cristo desses “alegres

anjos de misericórdia” (veja Tiago 2:13-

16).

6. Milagres e Curas

Os milagres demonstram o poder de Deus

e provam a Sua presença. O propósito deles

é mostrar para os incrédulos o caminho

para Deus e edificar a fé dos santos. São

sinais do amor divino em ação pelos necessitados.

Estes ministérios preparam o caminho

para o Evangelho da graça de Deus.

Os dons de curas (no plural nos manuscritos

originais em grego) devem suprir o poder

de cura de Cristo aos que estão enfermos.

Que grande bênção é termos estes dons

operando na vida dos crentes!

F. MAIS MINISTÉRIOS NO

CORPO DE CRISTO

Há muitos outros ministérios que são

corroborados pelas Escrituras. Depois de

uma pequena reflexão já poderíamos acrescentar

outras funções à nossa lista.

1. Intercessão

A oração e o jejum a favor dos outros

sempre foram um poderoso ministério –

“Porque qualquer que ainda se alimenta

de leite não está experimentado na palavra

da justiça, porque é menino.

“Mas o alimento sólido é para os perfeitos,

os quais, em razão do costume, têm

os sentidos exercitados para discernir tanto

o bem como o mal” (Hb 5:12-14).

Todo membro deve tornar-se membro

ministrante!

E. OUTROS MINISTÉRIOS

CITADOS POR PAULO

Além dos cinco dons básicos de Liderança

de ministério citados acima, Paulo inclui

outros ministérios para aqueles membros

que se ajustariam dentro da categoria

de membros instrutores para:

• Ministração ao Senhor;

• Ministração uns aos outros; e

• Ministração ao mundo (descrentes).

Eles são os seguintes (Rm 12:6-8; 1 Co

12:28,29):

1. Serviços e Auxílios

Refere-se ao serviço prático na comunidade

local. Incluiria o cargo de diácono,

porém inclui muitas outras atividades também.

2. Exortação

“Exortar” significa encorajar, inspirar,

admoestar e informar o povo de Deus. O

propósito desse ministério é incentivar os

crentes à adoração, à obra, à batalha espiritual

e ao testemunho pelo Senhor. O “exortador”

põe fogo em nossa fé.

3. Doação

Esse ministério envolve a doação dos

bens materiais de uma pessoa (em geral

dinheiro) para o sustento da obra de Deus.

O doador precisa ser honesto, sincero e

humilde. Além de ser sensível ao Espírito

e dotado de sabedoria. Somente assim a

quantia certa pode ser dada para as pessoas

certas, na hora certa, para os motivos

certos.

830 / SEÇÃOE1 E1.8– O Chamado do Líder: Dons do Ministério

muito embora muitas vezes seja em segredo

– na Igreja.

2. Hospitalidade

Boas-vindas calorosas num lar cristão

têm trazido muitas bênçãos a muitas vidas.

Muitos exemplos disto podem ser encontrados

nas Escrituras.

3. Visitação

Podemos levar o amor de Deus aos outros

quando eles não podem vir até nos.

Referimo-nos aos enfermos, aos idosos, aos

solitários e até mesmo aos que se encontram

na prisão. Jesus quer alcançar todos eles!

4. Solicitude Social

Deus quer de fato alcançar os pobres e

necessitados – os que foram marginalizados

e rebaixados. Ele pode tocá-los somente

através de nós.

5. Literatura

O poder da palavra escrita é muito grande.

Deus deu o dom da escrita a muitos, o

qual varia de cartas pessoais a artigos e livros

publicados. Requer grandes esforços,

mas as recompensas são enormes.

6. Mídia Moderna

Muitos avanços têm sido feitos no rádio,

nos filmes, na televisão, e em outros

meios de comunicação. Estes são os métodos

modernos que podemos usar para testemunharmos

sobre o Evangelho. Deus dá

capacidade e treinamento aos que Ele deseja

usar de maneiras criativas. Se não nos

movermos nestas áreas por Deus, o diabo

ficará contente em tomar o nosso lugar.

7. Belas-Artes

A graça que Deus deu á música cristã tem

sido uma grande bênção através dos anos. Já

é tempo para que as outras formas de arte

sejam totalmente restauradas ao santo propósito

de Deus. Elas podem ser tocadas pelo

Espírito de Deus para nos ajudar em nossos

ensinamentos, enriquecerem a nossa adoração

e melhorarem o nosso testemunho ao

mundo. O lema não mais será “a arte pela

arte”, e sim, “a arte para a glória de Deus!”

8. Reconciliação

“Reconciliar” significa pacificar os que

têm sido inimigos. Antes de mais nada, obviamente,

o estabelecimento da paz entre

uma pessoa e Deus. Em seguida, é necessário

estarmos em paz uns com os outros.

Isto é verdadeiro de uma forma muito especial

na Igreja. As hostilidades e as brigas

entre os crentes são como uma dolorosa ferida

no Corpo de Cristo. Não é de admirar

que as Escrituras declarassem: “Bem-aventurados

os pacificadores...”

G. ALGUNS PENSAMENTOS FINAIS

SOBRE O MINISTÉRIO

PESSOAL

E fácil percebermos que muitos dos ministérios

acima sobrepõem-se ou funcionam

conjuntamente. Uma só pessoa pode ter mais

de uma função em seu serviço para o Senhor.

Além disso, um ministério pode tornar-se o

fundamento sobre o qual um outro ministério

se edifica. Filipe, o “servo” fiel tornou-se

mais tarde Filipe, o ardente “evangelista”

(Compare Atos 6 com Atos 8).

Todos nós temos um chamado no Corpo

de Cristo. Começamos onde estamos –

com o que temos – agora! O Espírito Santo,

o nosso divino Auxiliador, suprirá os

frutos e os dons de que necessitamos para

os nossos chamados.

É nosso dever “cultivarmos” ou desenvolvermos

os frutos, voltando-nos ao Espírito

de Deus durante as horas difíceis. E

precisamos aprender a “ser excelentes” ou

sairmo-nos bem no uso dos dons espirituais.

O nosso desejo é tornarmo-nos bons e

fiéis servos do nosso Senhor Jesus Cristo.

O ministério pessoal é descoberto e desenvolvido

de uma forma melhor no contexto

da comunhão de uma igreja local batizada

no Espírito. Sob uma liderança sábia e

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 831

amorosa, encontraremos o nosso lugar e a

nossa função na família de Deus. Desta

maneira, a Igreja de Jesus Cristo tornar-seá

forte e sadia.

Aí então estaremos prontos para ministrarmos

ao Senhor, uns aos outros, e a todo

este imenso mundo!

PARTE III:

MEMBROS DOS MINISTÉRIOS DA

IGREJA

Capítulo 9

Ministério ao Senhor:

Adoração

A. TODO CRENTE É

UM SACERDOTE

Todos os crentes são sacerdotes no esquema

do Novo Testamento.

“Vocês são um povo eleito, um sacerdócio

real, uma nação santa. Vocês são um

povo especial, pertencente a Deus. Vocês

foram escolhidos para declararem os Seus

louvores – pois Ele os chamou das trevas

para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9 simplificado).

Este é um lindo retrato falado da Igreja de

Jesus Cristo. Somos um povo escolhido –

chamados para sermos sacerdotes reais na Igreja.

“Ele nos reuniu em Seu Reino e nos fez

sacerdotes de Deus, o Seu Pai...” (Ap l:6).

Na qualidade de “sacerdócio real”, temos

um ministério sacerdotal que é amplo e maravilhoso

em sua obra. As fusões desse ministério

têm três aspectos em sua natureza:

1. Ministério ao Senhor

2. Ministério recíproco

3. Ministério ao mundo

Há apenas uma maneira pela qual uma

tarefa tão grande quanto ministrar ao mundo

pode ser realizada, ou seja, com todos os

membros da Igreja tornando-se membros

ministrantes. Todos os membros deveriam

cumprir e preencher um lugar de serviço na

Igreja.

“Cristo nos fez um reino de sacerdotes

para servirmos ao Seu Deus e Pai... e governaremos

e reinaremos sobre a terra”

(Ap 5:10 simplificado).

B. NOSSO MINISTÉRIO

NA ADORAÇÃO

Todo ministério cristão deveria começar

com um ministério ao Senhor. A “adoração

a Deus” deveria ser a fonte de onde jorra a

nossa “obra para Deus”.

O nosso ministério sacerdotal a Deus

envolve quatro funções principais:

1. Oração

2. Louvor

3. Ação de Graças

4. Adoração

Cada uma dessas funções tem um propósito

especifico. Contudo, neste estudo,

colocaremos todas elas juntas sob o titulo

geral de “adoração”.

Deus é o nosso querido Pai Celestial. Acima

de tudo, Ele quer o nosso amor e a nossa

adoração. A adoração retrata algo ou alguém

“digno” de ser adorado. Deus é “digno”

do nosso amor porque Ele nos amou primeiro

– e como foi grande esse amor! (Jo

4:19).

Os fariseus tentaram certa vez enganar e

enredar a Jesus com uma pergunta dura e

difícil.

Perguntaram-lhe o seguinte: “Qual é a

maior lei ou mandamento de Deus?” Jesus,

muito rapidamente, os envergonhou

com uma resposta muito simples, porém

poderosa:

“Ama ao Senhor teu Deus com todo o

teu coração, alma, e mente. Este é o primeiro

e maior mandamento” (Mt 22:37,38

simplificado).

832 / SEÇÃOE1 E1.9– Ministério ao Senhor: Adoração

Amamos o que adoramos e adoramos o

que amamos. A nossa adoração a Deus surge

da nossa comunhão com Ele.

Sendo um Pai, Deus deseja ter comunhão

com a Sua família. Ele quer e espera

até que respondamos ao Seu santo amor

com a nossa oração, louvor e adoração.

Quando nos achegamos a Ele, Ele Se achega

a nós (Tg 4:8). Aliás, o salmista Davi disse:

“Deus mora e habita nos louvores do Seu

povo” (Sl 22:3 simplificado).

A adoração a Deus e a comunhão com

Ele encontram-se divinamente associadas.

Não podemos ter uma delas sem a outra!

C. ADORADORES E, ENTÃO,

OBREIROS

Muitos acham que o maior desejo de

Deus é ter “obreiros”. Isso não é verdade.

Jesus disse claramente aos Seus discípulos

que o Pai estava buscando os que O adorariam

em Espírito e em verdade (Jo 4:23).

O nosso maior e mais sublime chamado

é o de adorarmos a Deus – antes de tudo o

mais. Se fizermos isso, Deus não sofrerá

uma falta de obreiros. Os verdadeiros adoradores

tornam-se sempre verdadeiros obreiros.

O verdadeiro amor sempre busca agradar

e fazer a vontade do ser amado!

Essa verdade é vista claramente na conhecida

narrativa de Maria e Marta (Lc 10:38-

42). Marta encontrava-se na cozinha, trabalhando

e preocupando-se. Maria estava aos

pés de Jesus, adorando e aprendendo a ouvir.

Jesus disse que a parte de Maria era a mais

importante e que não seria tirada dela.

Os cristãos, em princípio, não foram “salvos

para servirem” e sim “chamados para

adorarem”. O Senhor quer isso de forma primordial

– antes de qualquer outra coisa. Se

não iniciarmos um ministério ao Senhor, nunca

teremos um ministério eficaz de uns para

com os outros, nem para com o mundo.

1. A Igreja de Antioquia

A Igreja de Antioquia demonstra que a

adoração precisa ter importância prioritária

– até mesmo com relação ao serviço. Ela era

uma igreja “trabalhadora”, mas antes da sua

obra vinha a sua adoração.

O que estava fazendo a igreja antes que

Paulo e Barnabé fossem escolhidos pelo Espírito

e enviados como “obreiros” para o

campo missionário? Estavam adorando a

Deus!

“Enquanto ministravam ao Senhor e

jejuavam, o Espírito Santo disse: “Apartai-

Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que

os tenho chamado” (At 13:2).

É interessante observarmos que Atos

13:1 nos diz que havia profetas e mestres

da Palavra na igreja. Obviamente, a prioridade

de ministério deles não era profetizar

nem ensinar, e sim adorar. Todos estavam

adorando (ministério ao Senhor). Do ministério

de adoração fluiu a palavra profética

de Deus com relação à obra.

Os passos ou estágios vieram claramente

na seguinte ordem:

a. Adoração

b. Palavra

c. Obra

O ministério ao mundo começa como ministério

ao Senhor!

2. Sem Adoração não Vem a Chuva!

A prioridade divina da adoração é vista

nesta palavra profética proveniente dos lábios

de Zacarias:

“E acontecerá que qualquer... que não

subir a Jerusalém para adorar ao Rei, o

Senhor dos exércitos, não virá sobre ela a

chuva” (Zc 14:17).

O princípio é óbvio: “sem adoração não

há chuva!” As atividades sem adoração produzem

uma colheita muito pequena – não

importa quão duro seja o nosso trabalho.

Por quê? É necessário que tenhamos a chuva

do Espírito de Deus para produzirmos a

colheita. Sem a nossa adoração, não teremos

nenhuma chuva. Se não tivermos tempo

para a adoração, o nosso tempo de trabalho

produzirá poquíssimos frutos.

A ordem divina é adoração, e depois, o

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 833

trabalho. O ministério ao Senhor traz a

bênção do Seu Espírito sobre os nossos esforços.

O Senhor está muito mais interessado

em nosso relacionamento com Ele do

que em nosso trabalho para Ele!

D. ADORAR EM ESPÍRITO

E EM VERDADE

Por sete séculos os judeus e os samaritanos

haviam estado discutindo sobre o lugar

apropriado de adoração. Enquanto passava

por Samaria, Jesus encontrou uma mulher

ao lado de um poço.

Para grande surpresa dela, Ele começou

a conversar com ela sobre o profundo desejo

e anelo em seu coração para com Deus.

Na conversa entre eles, ela levantou a

antiqüíssima questão sobre o lugar de adoração

correto. Ouçamos o diálogo deles:

“Senhor, posso ver que és profeta. Os

nossos pais adoraram neste monte, mas vocês,

judeus, afirmam que o lugar onde devemos

adorar é Jerusalém. Quem está certo?

“Mulher, cre-Me, respondeu Jesus, que

está vindo a hora em que vocês não adorarão

ao Pai neste monte, nem em Jerusalém...

Está vindo a hora – e já é chegada

agora – em que os verdadeiros adoradores

adorarão ao Pai em espírito e em verdade.

Este é o tipo de adoradores que o Pai

procura” (Jo 4:19- 23).

1. Duas Partes Necessárias

A partir destas palavras de Jesus, a adoração

pode ser claramente dividida em duas

partes:

a. ESPÍRITO...... que é a parte de

Deus

b. VERDADE....... que é a parte do

homem

Em outras palavras, tanto Deus quanto

o homem têm um papel a desempenhar para

que a adoração seja completa.

2. A Parte de Deus na Adorarão

A parte de Deus na adoração envolve

tanto o Seu Filho quanto o Seu Espírito. O

autor de Hebreus fala sobre o papel que

Jesus tem em nossa adoração. Ele cita um

salmo de Davi, onde o salmista está falando

em nome de Cristo:

“Pai, anunciarei o Teu nome aos Meus

irmãos. No meio da Igreja cantarei louvores

a Ti” (Hb 2:12 simplificado).

Esse versículo nos propõe uma questão

interessante a ser considerada. Como Jesus

canta louvores ao Pai no meio da Igreja?

a. O Cântico de Louvor de Jesus.

Creio que Ele o faz através dos nossos lábios,

usando as nossas vozes, à medida

que os Seus rios de adoração ao Pai fluem

do nosso interior.

A “Pessoa” de Jesus Cristo está agora à

destra do Pai. A “presença” do Senhor, no

entanto, está em nós pelo Seu Espírito.

Assim sendo, à medida que o Espírito nos

unge para adorarmos, o cântico de louvor

de Jesus pode encher a nossa boca e coração.

Quando nos submetemos à ação do Seu

Espírito sobre nós, estamos adorando ao

Pai em Espírito.

Esse é o verdadeiro “cântico do Senhor”,

pois enquanto o Espírito está enchendo o

nosso espírito com a adoração de Jesus, nós,

por nossa vez, a expressamos ao Pai com as

nossas vozes.

b. Cheios com o Espírito. Infelizmente,

é possível termos uma “forma” de adoração

sem o envolvimento de Jesus ou do

Espírito Santo. Somente o Espírito de Cristo

pode produzir a verdadeira adoração,

aceitável ao Pai.

Sem o envolvimento do Seu Espírito, a

nossa adoração, em sua melhor faceta, é

apenas um ritual vão. Foi isto o que Jesus

quis dizer ao falar sobre os líderes religiosos

da Sua época:

“Este povo diz que Me honra e Me respeita,

mas em seu coração não existe absolutamente

nenhum espaço para Mim. Em

vão, portanto, Me adoram” (Mt 15:8,9 simplificado).

Por outro lado, quando o nosso coração

está entregue ao Espírito Vivo de Cristo, a

834 / SEÇÃOE1 E1.9– Ministério ao Senhor: Adoração

adoração não é um formalismo vão. É um

estimulante transbordamento de amor e louvor.

Paulo expressa essa verdade com estas

lindas palavras:

“Estejam sempre cheios e fluindo com o

Espírito Santo. Cantem salmos, hinos, e cânticos

espirituais uns aos outros, e ofereçam

louvores ao Senhor. Cantem e façam melodias

a Ele em seus corações, dando sempre

graças ao seu Deus e Pai em nome do Senhor

Jesus Cristo” (Ef 5:18-20 simplificado).

Observe no versículo acima que é à medida

em que estamos sempre sendo cheios

com o Espírito Santo que podemos oferecer

louvores ao Senhor, cantar e fazer melodias

a Ele. Precisamos da ação do Espírito

Santo sobre nós para sermos verdadeiros

adoradores.

Sim, Deus nos deu o Seu Espírito para

que pudéssemos oferecer-Lhe o verdadeiro

louvor e adoração – de nosso coração!

3. A Parte do Homem na Adoração

“Quem poderá subir ao monte do Senhor?

Quem poderá ficar no Seu lugar santo?

Quem tem as mãos limpas e um coração

puro. O que é honesto em todos os seus

caminhos. Este receberá a bênção do Senhor”

(Sl 24:3-5 simplificado).

A parte do homem na adoração é achegar-

se a Deus “em verdade”. Isso significa

que o coração do homem diante de Deus

deve ser limpo, puro, honesto e sincero.

a. As Regras do Tabernáculo. Vemos

um quadro nítido dessa verdade no ministério

dos sacerdotes do Tabernáculo de Moisés.

Na estrutura e no serviço do Tabernáculo

encontram-se muitas coisas que retratam

o que Jesus e Seus seguidores deviam

fazer. Todos os sacrifícios, purificações

unções e vestimentas eram exemplos importantes

dos princípios espirituais futuros

que seriam cumpridos por Jesus e pela

Igreja.

Antes que os sacerdotes pudessem servir

e adorar ao Senhor no Lugar Santo, eles

tinham que ser:

1) purificados pelo sacrifício de sangue

pelo pecado (Lv 4:3),

2) lavados com água,

3) ungidos para adoração e

4) vestidos com vestimentas sacerdotais

(Êx 30:17-33).

Na verdade, eles estavam em perigo de

vida caso não estivessem adequadamente

preparados antes de entrarem na santa presença

de Deus. Tinham que estar em retidão

e prontos para a adoração!

b. A Nossa Preparação é em Cristo

Jesus. Nós também devemos:

1) aceitar o sacrifício de sangue de

Jesus na cruz (Ap 1:5);

2) estar adequadamente purificados

pela água do batismo (At 22:16; Hb

10:22);

3) “estar ungido” para cerimônia,

sendo batizados no Espírito (Lc 4:18);

4) “estar revestidos” com poder (Lc

24:49) antes de servirmos adequadamente

ao Senhor.

c. As Escrituras Declaram. Louvado

seja Deus, pois todas essas necessidades

foram totalmente supridas em Cristo Jesus.

As Escrituras declaram que fomos:

1) Purificados Pelo Seu Sangue.

“Se confessarmos os nossos pecados, Deus

é fiel e justo para nos perdoar os pecados,

e nos purificar de todo pecado e iniqüidade”

(1 Jo 1:9 simplificado).

2) Lavados Pela Água do Batismo e

Pela Sua Palavra. “Cristo Se entregou pela

Igreja. Ele fez isto para torná-la santa e

limpa, lavada com água e pela Palavra”

(Ef 5:25,26 simplificado).

3) Ungidos Pelo Seu Espírito. “É

Deus que confirma a nossa fé com vocês em

Cristo. Ele nos ungiu e nos selou. Ele fez

isto colocando o Seu Espírito em nossos corações.

Esta é a nossa promessa das coisas

vindouras” (2 Co 1:21,22 simplificado).

4) Revestidos em Sua Retidão. “Que

os Teus sacerdotes, ó Senhor, sejam vestidos

de salvação... Ele me vestiu com vestimentas

de salvação e me cobriu com o

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 835

manto de retidão...” (2 Cr 6:41; Is 61:10

simplificado).

d. Cristo Jesus: O Nosso Grande

Sumo Sacerdote. O escritor de Hebreus

sumariza o privilégio da adoração do homem

lavado pelo Sangue com estas lindas

palavras:

“Queridos irmãos, agora estamos livres

para entrarmos diretamente no Lugar

Santíssimo – onde Deus está. Podemos fazer

isto sem temor por causa do sangue

que Jesus derramou por nossos pecados.

Podemos entrar pelo novo e vivo caminho

que Jesus abriu para nós através do Seu

corpo na Cruz.

“Ele é o nosso grande Sumo Sacerdote

e Ele domina sobre toda a Casa de Deus.

Assim sendo, acheguemo-nos a Deus com

um coração verdadeiro e cheio de fé.

“Os nossos corações foram purificados

e fomos libertos de sentimentos de culpa. Os

nossos corpos foram lavados com as puras

águas do batismo. Portanto, apeguemo-nos

firmemente à esperança que confessamos.

Podemos confiar que Deus fará o que prometeu”

(Hb 10:19-23 simplificado).

Sim, Deus nos deu o Espírito do Seu

Filho para que pudéssemos adorá-Lo de fato

em Espírito e em verdade.

Através do Seu Espírito, Jesus ainda

busca adorar ao Pai aqui na terra. Ele deseja

fazer isto através dos membros que compõem

o Seu Corpo – a Igreja. É através de

nós e pelo Seu Espírito que o Filho deseja

adorar ao Pai.

E. SUMÁRIO

Vimos que:

1. A Parte de Deus

A parte de Deus na adoração envolve

tanto o Seu Filho quanto o Seu Espírito.

2. A Nossa Parte

Temos também uma parte a cumprir. Temos

que nos apresentar diante do Senhor

com mãos limpas e um coração puro. Isto

significa que devemos confessar imediatamente

os nossos pecados, falhas, e fracassos

ao Senhor. Significa sermos purificados

e revestidos da Sua Graça. Significa que devemos

manter os nossos pensamentos, palavras

e ações corretos e santos aos olhos

de Deus – para que possamos viver sempre

“... para o louvor da Sua glória” (Ef 1:12).

Aí então seremos para Ele de fato “...

um povo escolhido, um sacerdócio real, e

uma nação santa” (1 Pe 2:9). Com alegria

haveremos de compartilhar o Seu amor e

graça a todo o mundo – com todo o nosso

coração. E tudo isto começa com a adoração.

É isto o que queremos dizer quando

afirmamos que todos os crentes precisam

aprender a “ministrar ao Senhor”.

Por que você não entrega os seus lábios

e a sua voz ao Senhor agora mesmo para

começar a adorá-Lo? Diga-Lhe:

“Eu Te amo, ó Deus, e com a minha voz

Te adorarei ó meu Rei e

Te entoarei, sim o meu louvor

Que seja um doce, doce som, para Ti.”

Capítulo 10

Ministério Recíproco: Serviço

Introdução

O ministério recíproco significa “sustentarmos”

uns aos outros. Devemos ajudar,

apoiar e curar uns aos outros – edificando

uns aos outros em nossa santíssima fé. Isto

significa um serviço muito prático e pessoal

aos membros do Corpo de Cristo que

estejam passando por necessidades.

Esse tipo de serviço envolve o que podemos

chamar de “sistemas de apoio bíblico”.

Três sistemas básicos suprem as nossas

mais importantes necessidades pessoais.

Como líderes, precisamos treinar os nossos

membros como ministrarem uns aos

outros através dos:

• Sistemas de apoio emocional;

• Sistemas de apoio financeiro; e

• Sistemas de apoio espiritual.

836 / SEÇÃO E1 E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço

Esta é a maneira de Cristo alcançar em

amor e ministrar ao Seu povo através dos

membros do Seu Corpo. Ele os sustenta

nos braços dos membros que compõem Sua

Igreja. Ele os toca com nossas mãos. Ele

quer falar com eles através dos lábios dos

membros do Seu Corpo – a Igreja!

Recorramos novamente ao Livro de Atos

para verificarmos como estes princípios

foram postos em prática – como os conceitos

funcionam na vida real.

Nos versículos que se seguem, vemos

reafirmado o esboço que escolhemos para

explicar o que você (como um líder de igreja)

deve instruir o seu povo a fazer. Foi o

que os membros da igreja em Jerusalém fizeram.

Os membros ministraram ao Senhor.

“Aí então os que creram no que Pedro havia

dito foram batizados. Cerca de 3.000

novos crentes foram acrescentados a eles

naquele dia. Eles eram fiéis no ouvir os

ensinamentos dos apóstolos e leais à comunhão

de crentes. Freqüentemente oravam

e partiam o pão [Santa Ceia] juntos.

Muitas maravilhas e obras poderosas eram

feitas pelos apóstolos, e uma grande estupefação

e temor santo estavam sobre todos

eles” (At 2:41,46,47).

Os membros ministraram uns aos

outros. “Todos os crentes ficavam juntos e

compartilhavam tudo uns com os outros.

Até mesmo vendiam o que possuíam e davam

o dinheiro a todos os que estavam

passando por necessidades especiais. Reuniam-

se diariamente no Templo. Em casa,

compartilhavam suas refeições com singela

alegria em seus corações” (At 2:43).

O ministério deles ao mundo surgiu

dos outros dois. “Estavam sempre louvando

a Deus, e todos os respeitavam e os

admiravam. E todos os dias, o Senhor Lhes

acrescentava os que estavam sendo salvos”

(At 2:47).

Do ministério deles a Deus e de uns para

com os outros surgiu o testemunho deles ao

mundo. Diariamente, muitos crentes novos

eram acrescentados à comunidade deles. Este

é um quadro perfeito do plano e propósito

de Deus em ação.

Estudemos agora os diferentes sistemas

de apoio que fazem parte do nosso ministério

recíproco.

A. O SISTEMA DE APOIO

EMOCIONAL

O primeiro sistema de apoio em nosso

ministério recíproco refere-se às nossas necessidades

emocionais – os nossos “relacionamentos”.

Não fomos criados para “ficarmos

ou fazermos as coisas sozinhos”.

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa

imagem... Não é bom que o homem

esteja só” (Gn 1:26; 2:18).

Na imagem de Deus encontramos o relacionamento.

Fomos criados para termos

comunhão com Deus e uns com os outros

– para amarmos uns aos outros. Sem este

relacionamento estamos incompletos. E

isso não é bom. Precisamos muito uns dos

outros. Foi assim que Deus planejou as

coisas!

1. Koinonia

A palavra grega referente à “comunhão”

é koinonia. Ela significa

a. compartilhar a vida juntos

b. em torno de um propósito comum.

Para o cristão, o propósito comum é basicamente

uma Pessoa – e esta Pessoa é Jesus!

A vida que compartilhamos é a Sua

vida em nós.

2. Koinonia Encontra

Necessidades Emocionais

Contudo, isto é algo muito prático em

sua ação. A comunhão cristã tem o propósito

de suprir as mais profundas necessidades

e desejos do nosso coração. É interessante

observarmos que “koinonia” era um

termo usado nos contratos conjugais (documentos

legais) daquela época.

A palavra grega referente a “comunidade”

também é “koinonia”. Uma “comuniAS

TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 837

dade” é um grupo de pessoas que estão

unidas em torno de um interesse comum.

Novamente, para a comunidade cristã, este

interesse é a vida do Próprio Senhor Jesus.

Em Sua vida encontram-se o Seu amor

e a Sua verdade. O Seu amor é incondicional,

com o poder de perdoar, curar e restaurar.

Devido a isto, podemos nos arriscar a

sermos genuínos – honestos e abertos –

numa verdadeira comunidade de cristãos.

Esse é o local onde podemos encontrar ajuda.

Quando: Precisamos ser:

==================================

1. Fracassamos Perdoados

2. Tropeçamos Sustentados

3. Fomos feridos Curados

4. Estamos presos Liberados

5. Estamos errados Corrigidos

6. Estamos perdidos Direcionados

7. Estamos com medo Protegidos

8. Fomos rejeitados Aceitos

9. Somos odiados Amados

Estas são algumas das necessidades emocionais

que podem ser encontradas em todas

as comunidades cristãs. É somente através

de um eficaz sistema de apoio na comunidade

que estas necessidades pessoais podem

ser supridas.

Estes sistemas de apoio são muito importantes

em sociedades que se opõem veementemente

ao Evangelho cristão.

Esse foi o caso da Igreja Primitiva em

Jerusalém logo depois do seu inicio. Os

líderes judeus da época não aceitaram calorosamente

a recém-formada comunidade

cristã. Como já vimos em nosso estudo anterior,

a Igreja Primitiva logo sentiu o fogo

da perseguição e do ódio religioso. Ela foi

tratada de formas cruéis e injustas.

Os novos crentes, portanto, reuniam-se

não somente para adorarem e para aprenderem

mais sobre Jesus, mas também para

apoiarem uns aos outros dentro de uma sociedade

hostil e adversa.

Estas comunidades, voltadas ao crescimento

e apoio cristãos, têm se formado por

toda a história da Igreja. Não é de admirar

que o deus deste mundo (Satanás) tenha

sempre combatido os propósitos de Deus e

perseguido o povo de Deus.

3. O Papel Principal dos Grupos

Familiares de Comunhão

a. Apoio Prático. A forma prática pela

qual a Igreja Primitiva apoiava os seus membros

era através da comunhão em seus lares.

A Igreja de Jerusalém começou no domingo

de Pentecostes com 3.000 membros.

A comunidade deles cresceu rapidamente,

pois um grande número de homens e mulheres

era acrescentado à medida que se passavam

os dias. Alguns crêem que talvez tenham

crescido até 30 ou 40.000 membros

em 2 ou 3 anos. Como se abriga um grupo

desse tamanho?

Jesus os havia alertado que a cidade e o

Templo seriam destruídos. Não há registro

algum de haverem tentado encontrar ou construir

um lugar de reuniões amplo. Em vez

disso, eles incentivaram as pessoas a se reunirem

em lares. Em seguida, estabeleceram

presbíteros para se encarregarem das comunidades

recém-formadas.

Foi a um destes grupos familiares que

Pedro e João relataram o seu encontro com

o conselho judaico após a cura do homem

coxo na porta do Templo (At 4:23).

As casas eram geralmente construídas

com o formato de um “U” e muradas na

parte de trás. Os diferentes cômodos da casa,

portanto, davam para um grande pátio interno,

que era um lugar ideal para reuniões

de grupos familiares relativamente grandes.

A fonte ou cisterna central talvez tenha sido

usada para batismos.

Os apóstolos podiam então manter-se

em contato com todas as pessoas através

dos presbíteros que haviam sido instituídos

em cada grupo familiar.

Os lares eram cenários naturais e simples

para a comunhão e para o ministério

838 / SEÇÃO E1 E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço

prático. As grandes catedrais e o clero com

seus paramentos formais surgiram relativamente

mais tarde na história da Igreja.

Infelizmente, esse tipo de progresso nos

formalismos externos parece estar ligado a

um declínio na vida espiritual. As pessoas

simples geralmente ficam perdidas nos grandes

programas dos sistemas religiosos.

Aquele toque pessoal já não existe mais, e

as necessidades emocionais do amor e da

aceitação não são supridas.

b. Contato Pessoal. Tenho certeza que

muitos de vocês estão cientes de que as criancinhas

precisam de algo mais do que a

simples alimentação e roupas adequadas. É

preciso que as acariciemos, falemos com elas

e as tomemos nos braços. Tem havido situações

em grandes berçários onde pequeninos

bebês recém-nascidos tiveram todas as suas

necessidades físicas supridas, mas chegaram

a morrer de fato devido à falta de amor.

Num certo lugar, esse problema foi resolvido

com a colocação de cadeiras de balanço

no berçário a fim de que as enfermeiras pudessem

segurar os bebês em seus braços

enquanto os alimentavam.

Os adultos também podem morrer por

falta de amor, muito embora esse seja um

processo mais lento. Para alguns é uma

morte em vida – são pessoas que não são

amadas, desejadas, necessárias, nem apreciadas.

Nas nações ocidentais, a solidão é

um dos grandes males da nossa época. É

possível sentirmo-nos solitários no meio de

uma multidão, se acharmos que ninguém nos

conhece ou se importa conosco.

A Igreja precisa alcançar, de uma forma

especial e pessoal, os que se separaram da

vida da comunidade cristã. Isto se aplica

aos idosos, aos enfermos e a todos os que

se encontram afastados de um contato de

amor com os outros.

Como já dissemos anteriormente, uma

das razões para as reuniões de grupos familiares

na Igreja Primitiva era fornecer o apoio

emocional que cada membro necessitava.

Cada indivíduo sabia que pertencia a um

grupo que orava e se interessava por ele,

que o aceitava e o amava no Senhor.

A comunidade era um lugar onde o amor

de Deus podia ser compartilhado de maneiras

práticas e pessoais. As necessidades humanas

básicas da afeição (amor) como também

da autoridade (verdade) podiam ser supridas.

Era a forma de o Pai dar direção, correção,

proteção e provisão – tudo isto no

contexto caloroso e pessoal da Sua família.

Há um sentimento de segurança no sabermos

que somos apoiados por mães e

pais, irmãos e irmãs na família de Deus. É

uma comunidade onde as nossas próprias

capacidades e dons divinos são necessários

e desejados. Verdadeiramente, é um lugar

onde podemos adorar, trabalhar, e testemunhar

juntos.

B. O SISTEMA DE APOIO

FINANCEIRO

A segunda forma pela qual a Bíblia nos

ensina a ministrarmos uns aos outros é na

área das finanças. Para os nossos propósitos,

isso incluirá não somente o dinheiro,

mas também outras coisas materiais e serviços

práticos.

1. Na Igreja Primitiva

Vejamos como a Igreja Primitiva agia para

desenvolver um sistema de apoio financeiro

para os seus membros. Estaremos procurando

princípios bíblicos que se apliquem à nossa

época e contexto social. Começaremos com

a recém-fundada Igreja de Jerusalém.

“Todos os crentes ficavam juntos e compartilhavam

tudo uns com os outros. Vendiam

o que possuíam e davam o dinheiro a

todos os que estavam especialmente necessitados.

Não havia sequer uma pessoa necessitada

no meio deles. Os que possuíam

casas ou terras, vendiam-nas e traziam o

dinheiro aos apóstolos para que o repartissem

justamente com os necessitados” (At

2:44,45; 4:34,35 simplificado).

O que fazemos com o nosso dinheiro (e

como o fazemos) geralmente revela o que

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 839

está em nosso coração – para o bem ou para

o mal. Deus protegeu a Igreja de Jerusalém

dos espíritos malignos do orgulho e do engano

(mentira) de uma forma realmente notável.

Eis o que aconteceu:

“José, a quem os apóstolos chamavam

de Barnabé (filho da consolação), era levita,

natural de Chipre. Ele vendeu uma propriedade

e trouxe o dinheiro aos apóstolos

para ser dado aos necessitados.

“Havia um homem e sua esposa, chamados

Ananias e Safira, que também venderam

umas terras. Contudo, mantiveram

uma parte do preço, mas agiram como se

estivessem trazendo o valor total aos apóstolos.

“Pedro, vendo o interior de seus corações,

disse diretamente: Ananias... por que

mentiste ao Espírito Santo?... As terras e o

dinheiro eram teus e podias fazer com eles

o que quisesses. Não mentiste a nós, mas a

Deus. Ao ouvir isto, Ananias caiu ao chão e

morreu!” (At 4:36-5:11 simplificado).

Em seguida, como vocês se lembram, o

mesmo fim trágico aconteceu a Safira, sua

esposa.

a. Descoberta dos Princípio. Vários

pontos ou princípios importantes e práticos

podem ser vistos claramente nesta história

sobre o sistema de apoio financeiro da

Igreja do Novo Testamento.

1) Os Pedidos de Auxilio Eram Investigados.

Os membros que tivessem vivido

uma vida de auxílio aos outros, e que

estivessem necessitados, seriam ajudados.

Paulo estabeleceu princípios práticos

para o apoio financeiro aos membros da Igreja.

Por exemplo, ele achava que devíamos

ser responsáveis pelas viúvas: “Honra as

viúvas que verdadeiramente são viúvas”

(1 Tm 5:3).

a) Idosa ou Fraca. Para ser ajudada,

a pessoa tinha que ser idosa ou fraca e estar

incapacitada para trabalhar e se sustentar.

“Nunca seja inscrita viúva com menos de

sessenta anos...” (1 Tm 5:9).

b) Trabalhe se Você Puder. Aqueles

que estiverem física e mentalmente aptos

para trabalhar, devem fazê-lo. Eles não

serão sustentados pela Igreja. “... quando

ainda estávamos convosco, vos mandamos

isto, que se alguém não quiser trabalhar,

não coma também.”

“Porquanto ouvimos que alguns entre

vós andam desordenadamente... A esses

tais, porém, mandamos e exortamos por

nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando

com sossego, comam o seu próprio pão”

(2 Ts 3:10-12).

c) Os familiares Tomam a Responsabilidade.

Os familiares devem se responsabilizar

pelos parentes que sejam muito

idosos ou fracos para trabalhar. “Mas, se

alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam

primeiro a exercer piedade para com

a sua própria família, e a recompensar seus

pais; porque isto é bom e agradável diante

de Deus.

“Mas se alguém não tem cuidado dos

seus, e principalmente dos da sua família,

negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Tm

5:4,8).

Os líderes de igreja devem ensinar isso e

pedir que as famílias assumam, prazeirosamente,

a responsabilidade pelos seus próprios

familiares.

d) Devem ser merecedores. Aqueles

a quem for concedida ajuda financeira,

devem ser merecedores da mesma. “Nunca

seja inscrita viúva com menos de sessenta

anos... se exercitou hospitalidade, se lavou

os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se

praticou toda a boa obra.” (1 Tm 5:9-10).

e) O exemplo da Igreja em Jerusalém.

Muitos dos crentes eram de outras

cidades e haviam vindo a Jerusalém para a

Festa de Pentecostes (At 2:5-12). Após

confessarem a Cristo como seu Salvador-

Messias, eram batizados na água,

batizados no Espírito Santo, e uniam-se à

comunidade cristã em Jerusalém. Em seguida,

submetiam-se fielmente aos ensinamentos

dos apóstolos e trabalhavam dentro

daquela crescente comunidade.

840 / SEÇÃO E1 E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço

Eventualmente, o dinheiro de muitos se

acabava. Teriam de ter partido se a igreja não

tivesse suprido as suas necessidades. Da forma

pela qual estavam organizados, essas necessidades

eram prontamente relatadas à comunidade

cristã. Isto provavelmente acontecia

no contexto dos grupos familiares, onde

todos eram bem-conhecidos.

Os laços de amor dentro da família de

Deus eram tão fortes que muitos eram levados

a venderem o que possuíam. O dinheiro

recebido era então doado aos apóstolos e

líderes para ser distribuído de forma justa

aos necessitados.

2) Ninguém Era Forçado a Dar. Não

havia nenhuma pressão sendo feita sobre o

povo para vender o que possuía. Eles correspondiam

a necessidades conhecidas, dando

o que tinham, livremente e com alegria,

aos que não tinham nada. Isso eles faziam

sob a supervisão de seus líderes. Assim sendo,

tudo era feito de uma maneira justa e

ordenada.

O pecado de Ananias e Safira não foi o

fato de haverem retido parte do dinheiro

que receberam proveniente da venda de suas

terras. Era direito deles ficar com todo o

dinheiro da venda, caso quisessem. Os apóstolos

não teriam ficado irados se eles tivessem

guardado todo o dinheiro. Até mesmo

Deus não teria ficado irado se este tivesse

sido o caso. Na verdade, muitos não venderam

tudo o que possuíam, ou não teria havido

mais nenhuma casa onde pudessem ter

reuniões.

Não! O pecado de Ananias e sua esposa

foi que eles mentiram sobre o dinheiro que

deram. Eles fingiram e agiram como se estivessem

dando tudo a Deus, quando de fato

não estavam. Talvez pensassem que a sua

doação Lhes traria um grande privilégio aos

olhos dos apóstolos e do povo.

A questão é que não era necessário eles

darem e não era necessário mentirem. Ainda

assim teriam sido amados e aceitos pela

comunidade se o seu coração estivesse correto

diante de Deus.

3) Direção Honesta Era um Dever!

A Igreja Primitiva era dotada de líderes

corretos – homens honestos e de bom caráter.

Os Apóstolos haviam sido treinados pelo

Próprio Senhor Jesus. Contudo, houve um

homem do grupo deles que foi vencido pelo

diabo porque era desonesto e ganancioso.

No final ele perdeu sua vida de forma trágica.

Ele não somente vendeu a si próprio a

Satanás, mas também a seu Senhor aos que

O crucificaram. O seu nome era Judas. Como

deveria ser isso uma grande admoestação a

todo o povo de Deus de todas as épocas!

Talvez essa tenha sido a razão pela qual

Pedro lidou de forma tão severa com Ananias

e Safira. Ele discerniu que o mesmo

espírito que havia impulsionado e movido a

Judas estava tentando infiltrar-se na comunidade

cristã de Jerusalém.

O Próprio Espírito Santo moveu-Se rapidamente

para desarraigar esse mal antes

que pudesse espalhar-se por toda a comunidade.

Todos observaram o ocorrido, pois

“um grande e santo temor veio sobre toda

a igreja” (At 5:11).

b. A Política Financeira. Agora podemos

compreender o motivo pelo qual os

apóstolos eram tão cuidadosos em certificarem-

se de que as finanças estavam sendo

manipuladas de forma justa e honesta. Era

um dever muito sério que tinham diante do

Senhor. Baseados no registro de Atos, descobrimos

que eles prepararam um plano ou

política financeira com muito cuidado e sabedoria,

e que é, portanto, algo digno do

nosso estudo.

1) Os que Eram Honestos e Cheios

com o Espírito. Eram homens sábios e honestos,

com um caráter e conduta conhecidos

pela comunidade. Não eram intrusos

desconhecidos, e sim servos fiéis da comunidade.

Suas vidas diárias e seus afazeres familiares

pessoais provavam que poderiam

ser dignos de confiança.

2) A Ajuda às Pessoas Vinha Primeiro.

Quando surgiam necessidades pessoais,

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 841

perante o mundo. Um sinal de maturidade

espiritual é o uso sábio do nosso dinheiro.

A política financeira da Igreja Primitiva

também evitava um outro problema:

4) Cuidado com o Ministro Auto-

Designado. O ministro auto-designado acha

que os santos lhe devem o seu sustento.

Algumas pessoas saem para a obra de Deus

sem nunca terem sido enviadas por um grupo

responsável. Entram em cena e informam

a comunidade local que foram enviadas

por Deus e precisam do seu apoio financeiro.

Não se encontram sob a autoridade

de ninguém, porém desejam o respeito

de todos – e dinheiro.

Paulo cita esse tipo de ministros em suas

epístolas e alerta o povo com relação a eles.

Esse problema ainda existe. Precisamos estar

cientes disso para não sermos enganados.

Verdadeiramente, há segurança e sabedoria

nas diretrizes dadas por Deus referentes

às finanças da igreja.

c. Relacionamento: a Chave Para

Êxito dos Sistemas de Apoio. Já vimos

que a Igreja Primitiva tinha um sistema de

apoio emocional que colocava a liderança

em contato com o povo. Deste relacionamento

desenvolvia-se um sistema de apoio

financeiro.

Não somente as necessidades emocionais

das pessoas deviam ser supridas dentro

da comunidade cristã, mas também as

necessidades físicas e financeiras. Devido

ao fato de que os líderes consagrados a Deus

e os seus membros conheciam uns aos outros

no Senhor, uma política financeira sábia

e justa era formada. O Senhor enviava a

Sua bênção, “e não havia sequer uma pessoa

necessitada no meio deles”.

C. O SISTEMA DE APOIO

ESPIRITUAL

A Igreja de Jerusalém ministrava uns aos

outros não somente em suas áreas de necessidades

emocionais e financeiras, mas também

em suas necessidades espirituais. Eles

faziam isto através de um sistema de apoio

a comunidade era informada ou comunicada

a respeito. Não havia nenhuma pressão ou

desonestidade nos apelos que eram feitos

pelos líderes. As pessoas sabiam das necessidades

e de como o dinheiro seria usado.

Assim sendo, davam com liberdade e alegria.

Não eram ameaçadas com a punição de Deus,

nem subornadas com as bênçãos de Deus.

Em outras palavras, não faziam doações

motivadas pelo temor do que Deus faria caso

não doassem. Tampouco ofertavam com a

idéia de que Deus sempre as recompensaria

com grandes lucros financeiros. Davam simplesmente

porque o amor de Deus as impulsionava

a ajudarem seus irmãos e irmãs em

Cristo. Diferentes pessoas, portanto, davam

a medida em que o Espírito Santo as orientava.

3) De Acordo com as Necessidades

de Cada um. Os líderes distribuíam os fundos

“de acordo com a necessidade de cada

um”. O sistema de apoio da Igreja de Jerusalém

foi instituído para suprir as verdadeiras

necessidades do povo – nada mais e nada

menos. Todos recebiam o seu justo quinhão.

Isso era possível porque as pessoas necessitadas

eram conhecidas de fato pelos participantes

de seus grupos familiares.

Qualquer um que fosse e que não quisesse

trabalhar ou servir na comunidade recebia

muito pouco em termos de ajuda financeira.

As pessoas egoístas e tolas e que

acumulavam grandes dívidas não podiam

esperar que a igreja as saldasse.

Há uma disciplina ou ordem divina que

Deus quer que sigamos em nossas finanças.

Sempre que contraímos dívidas, subjugamonos

a uma escravidão que atrapalha a nossa

liberdade de servirmos ao Senhor.

Para os que estão enfrentando problemas

financeiros, uma regra muito simples

de ser seguida é a seguinte: “Se você; não

precisa, não adquira. Se você não tem recursos,

não compre!”

Ficarmos afundados em dívidas não somente

limita o nosso serviço para Deus,

mas também destrói o nosso testemunho

842 / SEÇÃO E1 E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço

espiritual que pode ser visto em seus grupos

familiares.

1. O Grupo Familiar: o Melhor Lugar

Para o Crescimento

O melhor lugar para uma árvore frutífera

crescer é num pomar. O pomar é um

lugar onde as árvores são protegidas dos

perigos externos através de uma cerca. Suas

raízes crescem profundamente no solo

aguado e enriquecido com fertilizantes. Seus

galhos são aparados e podados para que

possam crescer frutos da melhor qualidade.

As doenças e pragas vegetais são tratadas

imediatamente. É um cenário cuidadosamente

planejado a fim de que cada árvore

possa tornar-se tão frutífera quanto possível.

O pequeno grupo familiar é como um

pomar. É um lugar de proteção.

2. O Grupo Familiar: o Melhor Lugar

Para o Aprendizado

Aprendemos fazendo as coisas, porém

no fazer talvez cometamos muitos erros.

Como é bom sabermos que no amor de

Deus a correção nunca traz a rejeição.

Podemos cair sem o temor de sermos expulsos.

Caso contrário, talvez tenhamos

tanto medo de cometermos um erro que

nunca absolutamente nos arriscaríamos a

movermo-nos pela fé.

A caminhada de Pedro sobre as águas

com Jesus é um bom exemplo disso. O pulo

e a caminhada de fé de Pedro tiraram-no do

barco e o lançaram naquele tempestuoso

mar. Quando ele começou a afundar de

medo, Jesus o pegou, e aí então ensinou-lhe

sobre os perigos de duvidarmos da Palavra

de Deus.

Após aprender a sua lição, Pedro andou

de volta ao barco no meio da tempestade

com Jesus – dois homens de fé, lado a lado.

O passo de fé por parte de Pedro – mesmo

com os seus altos e baixos – foi grandemente

abençoado por Deus. Somente Pedro levou

a sério a palavra de Jesus. Somente

Pedro aprendeu a andar pela fé sobre as

águas! (Mt 14:22-34).

Sim! O grupo familiar também é um lugar

onde podemos aprender com segurança

e sabedoria a andarmos no Espírito. Felizmente,

existirão no seu grupo familiar, aqueles

que, sabiamente, poderão protegê-lo e

corrigi-lo, quando você duvidar e cometer

erros.

a. Aprender a Usar os Dons Espirituais.

Paulo diz: “Todos podemos profetizar...

para que todos possamos aprender”

(1 Co 14:31 simplificado). Este Versículo

tem dois significados:

• “Aprendemos” como profetizar, fazendo-

o.

• “Aprendemos” com o que ouvimos,

quando alguém profetiza.

A profecia, geralmente, contém instrução.

É importante vermos que as coisas do

Espírito não são somente dadas por Deus,

mas que também precisam ser aprendidas

pelo homem.

Não é suficiente sermos chamados e dotados

por Deus. Precisamos aprender como

sermos “excelentes”, ou seja, fazermos as

coisas bem e com sabedoria em nossos ministérios.

Isso leva tempo, treinamento e

experiência prática.

O sistema de apoio espiritual da Igreja,

deveria proporcionar sessões para aqueles

desejosos de aprender a usar os dons do

Espírito – ou um dom de ministério, de pregação

ou ensinamento.

3. Ensinar nas Grandes Reuniões

Nos encontros onde centenas de pessoas

possam estar reunidas, também é possível

ensinar aos membros como ministrar uns aos

outros. Eis a maneira de se fazer isto:

a. Forme Círculos de Oração. Faça

com que as pessoas formem “círculos de

oração,” tendo cada círculo, de quatro a seis

pessoas. Elas farão isto se colocando em

círculo, de frente umas para as outras e se

dando as mãos. Aí, então, elas farão o seguinte:

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 843

1) Introdução. Cada pessoa do circulo

de oração se apresenta, dizendo o próprio

nome.

2) Partilhando Pedidos de Oração.

Cada pessoa partilha, então, um pedido de

oração. Este pedido de oração seria por algo

que ela gostaria que as outras pessoas orassem

junto com ela como, por exemplo, pela

própria cura física ou mesmo para que Deus

a ajude a conseguir um emprego.

3) Todos Oram. Então, a pessoa número

um ora pela pessoa número dois (com o

restante orando silenciosamente) durante um

ou dois minutos, pedindo a Deus para atender

ao pedido feito. A seguir, a pessoa número

dois ora pela número três, do mesmo modo.

Continuam fazendo isso, até que todos, no

círculo de oração, tenham orado por todos.

4) Partilhando as Percepções. Enquanto

isso está acontecendo, o Espírito

Santo colocará algumas vezes, em nossa

mente um quadro (uma visão) que represente

a necessidade daquela pessoa pela qual

estão orando. Algumas vezes é dada uma

“oração profética”. Talvez, um versículo das

Escrituras possa vir à mente, o que deve ser

partilhado. Todas essas coisas (dadas pelo

Espírito) devem ser partilhadas com a pessoa

pela qual estão orando.

5) Peça a Confirmação. Devemos, então,

perguntar à pessoa com a qual partilhamos

a visão, oração profética ou versículo das

Escrituras, “O que foi partilhado, corresponde

à sua necessidade? Foi dirigido ao motivo

da sua preocupação? Estava correto?”

Se a pessoa disser NÃO! A pessoa que

falou erroneamente, deve responder: “Estou

aprendendo e, algumas vezes, cometo

erros. Desculpem, eu orarei mais na próxima

semana e pedirei ao Senhor para que me

ajude a fazê-lo melhor da próxima vez.”

Se a pessoa disser SIM! Então agradeça

ao Senhor por ajudá-lo a ajudar aos outros.

b. Princípios dos Círculos de Oração.

Se o esboço dos princípios acima forem

seguidos, os círculos de oração se tornarão

tempos valiosos de aprendizado. Não

se esqueça de que esses princípios exigem

três coisas:

1) Liberdade para as pessoas tentarem

e, tentando ocasionalmente, cometerão

erros.

2) Limite. Isto significa que alguém

deve verificar se o que está sendo partilhado

é correto e verdadeiro.

3) Falibilidade. Isto significa que somos

capazes de cometer erros.

O nosso caráter e o nosso chamado devem

desenvolver-se juntos – de mãos dadas. Ninguém

se torna um grande “profeta” da noite

para o dia. Há um tempo de treinamento e

testes de aprendizado e de correspondência

aos caminhos e ações do Santo Espírito de

Deus. Que possamos aprender as nossas lições

bem, pois somente assim teremos ganho

o nosso direito de sermos ouvidos!

A maioria das escolas bíblicas e seminários

dão muito pouco tempo e atenção aos

dons do Espírito. Quando o fazem, quase

nunca ensinam aos alunos como reagirem às

ações do Espírito Santo. Nunca poderemos

aprender como nos movermos no poder do

Espírito Santo somente através das linhas

gerais de uma palestra. É preciso que haja

uma experiência concreta, onde observamos

e trabalhamos com outras pessoas que possuam

ministérios dotados.

c. A Igreja Primitiva. Os novos crentes

viam nos pequenos grupos familiares demonstrações

de como deviam mover-se no

poder do Espírito Santo. Podiam aprender

como falar e agir pela fé e, contudo, de acordo

com a ordem divina. Eram encorajados e

corrigidos por líderes sábios e amorosos.

Os frutos e os dons do Espírito Santo

eram mantidos em equilíbrio. Os novos crentes

podiam, portanto, crescer tanto no caráter

como em seus chamados. Verdadeiramente,

Deus Se importa tanto com o “obreiro”

quanto com a “obra”.

Precisamos do aconselhamento de líderes

devotos a Deus e da comunhão de nossos

irmãos e irmãs para crescermos no Senhor.

Aprendemos pela ministração mútua

844 / SEÇÃO E1 E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço

da vida d’ Ele e de uns para com os outros.

Não fomos criados para “fazermos as coisas

sozinhos”!

No contexto dos grupos familiares, precisamos

enfrentar os frutos de nossas ações

para com os outros. Isto mantém a nossa

vida em equilíbrio. O nosso caráter e o nosso

chamado – as nossas motivações e o nosso

ministério – desenvolvem-se de uma forma

certa e segura.

Aí então, quando estivermos prontos a

sairmos para ministrarmos ao mundo lá

fora, sairemos com a bênção, com a aprovação,

e com o apoio da comunidade local.

D. PONDO OS PRINCÍPIOS

EM PRÁTICA

Colocamos diante de vocês vários princípios

referentes aos sistemas de apoio emocional,

financeiro, e espiritual. Três coisas,

no entanto, deveriam ser mantidas em mente,

quando a questão é colocarmos estas

idéias em prática:

1. Precisamos Fazê-lo Cuidadosa

e Vagarosamente

“Os planos dos que são cuidadosos e

firmes em seus esforços serão amplamente

concretizados, mas um espírito impetuoso

e impaciente produzirá a perda e a vergonha”

(Pv 21:5 simplificado).

Deus não está com pressa. Ele quer fazer

as coisas bem e com sabedoria. Isto significa

a cuidadosa colocação de um sólido fundamento.

Isto começa ensinando-se paulatinamente

às pessoas o propósito divino por

detrás das mudanças que estão diante delas.

Elas precisam saber que tipo de papel

terão e as bênçãos que Deus tem guardado

para elas. Isto acalma os temores que muitas

pessoas têm das mudanças e do desconhecido.

Todos precisam compreender:

2. Precisamos Fazê-lo

com Boa Vontade

“ ...Que Me tragam a oferta; de todo

homem cujo coração o mover para isso,

dele recebereis a minha oferta.” (Êx 25:2.)

A adoração, a obra, e o serviço que são agradáveis

ao Senhor não podem ser forçados.

Isto é contrário à lei do amor, o qual precisa

ser dado gratuitamente. As pessoas que são

informadas e inspiradas – ensinadas e tocadas

pelo Espírito de Deus – respondem com

alegria e liberdade. O pastor sábio, com

amor, e pacientemente, dirige o seu rebanho

a coisas novas. As ovelhas não podem ser

empurradas ou apressadas.

3. Precisamos Fazê-lo com

Todos em União

“Quando toda a igreja se congrega num

lugar... que todos estejam prontos para

darem um salmo, um ensinamento, uma

revelação, uma língua, ou uma interpretação.

Que tudo seja feito de uma forma

que edifique a igreja... Pois todos vocês

podem profetizar, um após o outro, para

que todos possam aprender, e todos possam

ser encorajados” (1 Co 14:23, 26,

31).

O pensamento-chave nestes versículos

é que os princípios dos sistemas de apoio

são aprendidos somente à medida que são

colocados em prática, na comunhão da igreja.

Aprendemos fazendo as coisas uns com

os outros e de uns para com os outros.

O uso de Paulo da palavrinha “todos”,

repetidas vezes, mostra-nos claramente que

todos devem fazer parte do ministério. Não

é somente para aqueles poucos que por natureza

são mais extrovertidos e dotados.

Todos têm um lugar e uma função no Corpo

de Cristo. No plano de Deus, todos devemos

aprender uns com os outros através do

Seu Espírito.

E. CONCLUSÃO

Deus sabiamente nos deu princípios e

padrões divinos. Através deles, a Sua vontade

para os nossos dias pode ser feita por

meio do Seu povo.

Ao pesquisarmos a Palavra de Deus descobrimos

que:

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 845

1. Todo Membro é um Sacerdote

Ele estabeleceu líderes na Igreja para

equiparem e prepararem a todos para serem

sacerdotes reais por direito próprio.

2. Todo Membro Tem um Ministério

Todos os membros têm um ministério que

pode ser descoberto e desenvolvido no contexto

pessoal de pequenos grupos familiares.

3. Pequenos Grupos Familiares

são Importantes

É aqui que podemos aprender com segurança

a:

a. Adorarmos a Deus juntos;

b. Ministrarmos nos dons espirituais

juntos;

c. Sairmos para testemunhar ao

mundo.

É assim que nos tornamos membros maduros

do Corpo de Cristo. Esta é a vontade

de Deus e o caminho de Deus!

4. Os Líderes Devem Fornecer

Na qualidade de líderes da Igreja, estabeleçamos

portanto os sistemas de apoio para

garantirmos o desenvolvimento espiritual

de nossos membros. Forneçamos a eles:

a. Sistemas de Apoio Emocional: Comunhão

(Koinonia)

b. Sistemas de Apoio Financeiro: Dinheiro

para os necessitados

c. Sistemas de Apoio Espiritual: Treinamento

nos dons espirituais

Se você fizer estas coisas cuidadosamente

e em oração, o Senhor acrescentará à sua

igreja os que Ele salvar.

Capítulo 11

Ministério ao Mundo:

Testemunho

Introdução

Todos precisam entender:

• O plano...

O QUE será feito

• O propósito...

PORQUE será feito

• Os métodos...

COMO será feito

• As pessoas...

QUEM o fará

• O lugar...

ONDE será feito

• O programa...

QUANDO será feito

Jesus disse aos Seus discípulos que no

final dos tempos o mundo enfrentaria uma

época de grandes sofrimentos e dificuldades.

O temor, o ódio, e a cobiça fariam com

que as nações do mundo entrassem em guerra

umas contra as outras. Os “últimos dias”

serão dias sombrios de fato (Mt 24; LC 21),

“Porque eis que as trevas cobriram a

terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti

o Senhor virá surgindo, e a sua glória se

verá sobre ti” (Is 60:2).

Há, no entanto, uma radiante esperança

para a Igreja Cristã. As Escrituras também

afirmam que nos últimos dias Deus “derramará

o Seu Espírito sobre todas as pessoas

em toda parte... E todos os que invocarem

o nome do Senhor serão salvos”

(At 2:18,21 simplificado).

Isso nos ensina que mais pessoas ouvirão

o Evangelho e serão salvas nessa hora

escura do que em qualquer outro período da

história. Haverá um grande reavivamento

de final dos tempos, à medida que a luz do

Evangelho brilhar e penetrar as trevas de

um mundo agonizante. Deus sempre traz

um “aviso” e um “testemunho” antes de

ocasiões de grandes julgamentos.

Por esse motivo, Deus deseja unificar a

Igreja em sua adoração, obra, batalha espiritual

e testemunho do Evangelho. O reavivamento

virá somente à medida que o poder e

a glória de Cristo forem revelados através

do Seu Corpo por todo o mundo.

“Pai, oro para que todos possam ser

um... para que o mundo possa crer que Tu

Me enviaste... Pois este Evangelho do Reino

precisa ser pregado no mundo todo

846 / SEÇÃOE1 E1.11 – Ministério ao Mundo: Testemunho

como um testemunho a todas as nações. Aí

então virá o fim” (Jo 17:21; Mt 24:14 simplificado).

A. RECONCILIAÇÃO: PLANO

DE DEUS/NOSSA MISSÃO

“Reconciliação” é uma palavra linda e

maravilhosa. Significa reunir e pacificar os

que haviam quebrado a comunhão que tinham.

Ao pecar, o homem se opôs a Deus e

subjugou-se ao controle do Seu inimigo –

Satanás. A desobediência a Deus é pecado.

E o pecado nos separa de Deus e nos faz

Seus inimigos.

Deus, em Sua graça, quer perdoar os

nossos pecados e restaurar-nos à Sua família.

Em suma, Ele quer que sejamos “reconciliados”

e que estejamos em paz com Ele.

É por isto que Ele enviou o Seu Filho ao

mundo: para morrer por nossos pecados.

Deus quer ser nosso Pai. Ele quer ser nosso

amigo!

Sim, “reconciliação” é uma palavra repleta

de um santo maravilhamento. Foi expressa

bem do âmago do coração do Próprio

Deus. Ela retrata o Seu amor e graça

para toda a humanidade. Retrata o Seu desejo

de trazer a Si todas as nações do mundo.

As nações compõem-se de pessoas. E

Deus ama as pessoas – até mesmo as pessoas

que pecaram e buscaram a sua própria

vontade e os seus próprios caminhos. Através

do pecado, o homem perdeu-se do seu

caminho com Deus e tornou-se Seu inimigo.

Através de Cristo, Deus busca restaurar

o mundo inteiro a um relacionamento correto

com Ele.

“Pois Deus amou o mundo de tal maneira

que deu o Seu único Filho. Qualquer

pessoa que n’Ele acreditar não morrerá,

mas terá a vida eterna” (Jo 3:16 simplificado).

Deus revelou ao Apóstolo Paulo o Seu

grande amor pelas nações do mundo. Além

disto, colocou esse mesmo amor no próprio

coração de Paulo. Ouça cuidadosamente

estas palavras escritas à Igreja de Corinto.

“Deus nos reconciliou Consigo através

de Cristo. E Ele nos deu esta missão de

pacificarmos todas as pessoas com Ele.

Sim, Deus estava em Cristo reconciliando

o mundo Consigo... Somos, portanto, embaixadores

da paz. Somos ministros reais,

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 847

enviados com esta mensagem divina: Reconciliem-

se com Deus!” (2 Co 5:18-20

simplificado).

Verdadeiramente, esse é o plano de Deus

para as nações – que se reconciliem com

Ele. O propósito de Deus sempre foi o de

ter uma família composta pelo mundo todo.

Ele quer um povo que O conheça, que O

ame, que O adore, e que O sirva com todo o

seu ser. Ele nunca mudou de idéia. Este ainda

é o profundo desejo do Seu coração.

1. Homens com Uma Missão

O Livro de Atos é a narrativa de homens

com a missão de alcançarem o mundo para

Cristo. Nos primeiros capítulos do livro

encontramos homens sendo escolhidos, chamados,

e preparados para as suas tarefas.

O Senhor Lhes deu o tempo e o treinamento

necessários para “crescerem” nos

frutos do Espírito – e para “serem excelentes”

nos dons espirituais. Esse tempo de

crescimento envolvia o ministério ao Senhor

e o ministério recíproco. Finalmente chegou

a hora em que já estavam equipados

para ministrarem ao mundo.

A história deles fala sobre homens comuns

sendo usados de maneiras muito incomuns.

Homens pequenos com um grande

Deus numa gloriosa missão – alcançarem o

mundo para Cristo!

Atos 7 e 8 registram como começou o

primeiro movimento missionário na Igreja

Cristã.

a. Estêvão – um Mártir. O Capítulo 7

é uma história sobre um leigo chamado Estêvão.

Vocês se recordam que ele foi um dos

sete escolhidos para servirem as mesas. Ele

se tornou um grande homem de fé e executou

muitos sinais e maravilhas no meio do

povo.

Ele era também um veemente defensor

da fé e tornou-se o primeiro cristão a dar a

sua vida por Jesus. Estêvão absorveu bastante

de Deus em sua curta vida para Deus!

O Capítulo 7 assinala um ponto crucial no

Livro de Atos. As ações não mais se centralizarão

principalmente nos apóstolos em

Jerusalém. O plano de Deus para que “todos

os membros sejam ministros” na Igreja

de Cristo será posto em ação, o que resultará

numa “explosão evangelística” – uma

Bomba do Evangelho – que será vista e ouvida

em toda parte.

Como isso aconteceu e quem estava envolvido

constituem uma leitura muito interessante.

b. Saulo – um Perseguidor. Após a

morte de Estêvão, um homem chamado Saulo

entra em cena, e a Igreja de Jerusalém

nunca mais seria a mesma. Permitamos que

o registro bíblico fale por si mesmo:

“Saulo alegrou-se com a morte de Estêvão

pois achava que ele merecia morrer...

Aí então Saulo começou a destruir a Igreja

de uma maneira muito cruel e terrível. Ele

passava de casa em casa, arrastando para

fora homens e mulheres, e aprisionando-os...

“Como resultado, todos os cristãos –

com exceção dos apóstolos – foram forçados

a fugirem de Jerusalém. Espalharamse

para as regiões circunvizinhas da Judéia

e Samaria. Onde quer que fossem, pregavam

a Palavra – as boas-novas do Evangelho’’

(At 8:1,3,4 simplificado).

Ficou muito óbvio que agora todos estavam

cada um por si. Não podiam mais recorrer

aos apóstolos para pedir direções ou

ajuda. Será que haviam sido adequadamente

treinados e preparados para aqueles violentos

e difíceis dias que Lhes aguardavam?

Será que poderiam funcionar independentemente

da liderança de Jerusalém? Será que

Saulo havia destruído a única igreja neo-testamentária

que existia na época?

Os tratamentos cruéis que são feitos

para se destruir um grupo especial de pessoas

são chamados de “perseguição”. Será

que Saulo fora bem-sucedido nesses esforços

contra suas vitimas desamparadas? Será

que o fogo da perseguição enchera de temor

os corações dos crentes? Será que ousariam

levantar a voz em nome do seu Senhor?

As Escrituras nos dão a resposta de uma

848 / SEÇÃOE1 E1.11 – Ministério ao Mundo: Testemunho

forma muito clara: “Onde quer que fossem,

pregavam a Palavra!” Saulo havia cometido

o maior erro de sua vida. Ele havia lutado

não somente contra a Igreja do Cristo Vivo,

mas também contra o Cristo da Igreja Viva.

Em seus esforços para extinguir o fogo do

Espírito em Jerusalém, ele foi “bem-sucedido”

somente em espalhar e iniciar fogueiras

por toda a região.

Sim, os apóstolos haviam cumprido a

sua tarefa de forma satisfatória – “equipar

os santos para o serviço”. Eles os ensinaram

como orar e pregar por si mesmos, como

ouvir e obedecer a voz de Deus. Portanto,

quando a hora chegou, a Igreja de Jerusalém

estava pronta para continuar levando o seu

testemunho à “Judéia, Samaria, e aos confins

da terra’’ (At 1:8). Deus na verdade

usou a arma de Satanás da “perseguição”

como um meio de pôr a Sua Igreja em ação.

2. Uma Missão Para o Mundo

Deus sabia que quando o Seu povo estivesse

finalmente pronto para ir, todos

teriam um papel a cumprir em Seu plano

divino. Seriam de fato “um povo especial,

um reino de sacerdotes, uma nação santa”

(1 Pe 2:9).

A sua obra e testemunho não seriam fáceis.

Mas seriam “fortes e corajosos porque

sabiam que Deus estava com eles e que

seriam bem-sucedidos onde quer que fossem”

(Js 1:6-9).

E “ir” foi exatamente o que fizeram! E

com um tremendo êxito! A dolorosa partida

de Jerusalém tornou-se uma gloriosa missão

ao mundo. Onde quer que fossem em

fraqueza, o Evangelho ia com poder!

a. Todos Devem Ouvir. A missão da

Igreja Primitiva é a missão da Igreja hoje.

Deus ainda quer reconciliar as nações. Ele

quer que as Boas-Novas de Jesus Cristo se

espalhem por toda a terra.

A palavra “nação” nas Escrituras referese

a um povo que tenha uma língua comum

e laços culturais e/ou geográficos. É um agrupamento

social onde as pessoas encontram

uma identidade. Essas “nações” são chamadas

de “grupos étnicos”.

Nenhuma tribo, língua, ou “grupo étnico”

deve ser menosprezado. Todos devem

ter o direito ou privilégio de ouvir sobre o

amor de Deus por eles. A tarefa é grande.

Muitas pessoas no mundo todo nunca ouviram

o nome de Jesus – nem ao menos uma

vez!

Há quase 5 bilhões de pessoas no mundo

hoje, de acordo com o U.S. Center For

World Missions (Centro Americano Para

as Missões Mundiais). Estas pessoas podem

ser divididas em cerca de 24.000 diferentes

“grupos étnicos”.

Cerca de 7.000 grupos étnicos já foram

alcançados com o Evangelho de Cristo, e

incluem cerca de 2,3 bilhões de pessoas.

Aproximadamente 17.000 grupos étnicos,

ou 2,4 bilhões de pessoas, no entanto, nunca

ouviram falar sobre o Senhor Jesus Cristo.

Estes números se aproximam a 50% da

população do mundo!

Quem são essas pessoas que ainda estão

por serem alcançadas com o Evangelho? Os

grupos principais podem ser incluídos na

seguinte lista:

GRUPOS ÉTNICOS – POPULAÇÃO

Tribais 5.000 135 milhões

Chineses 4.000 774 milhões

Muçulmanos 2.000 416 milhões

Hindus 3.000 561 milhões

Budistas 1.000 264 milhões

Outros 2.000 281 milhões

b. Um Alvo Missionário. Sim, a tarefa

é grande, porém não é impossível. Alias,

muitos líderes missionários crêem que a

Grande Comissão de Cristo de levarmos o

Evangelho a todas as “nações” poderia ser

realizada antes do ano 2.000.

Em 1983 havia cerca de 1,4 bilhões de

cristãos no mundo. Isto significa que 1 entre

3 indivíduos se considera cristão. Além disso,

a população cristã está crescendo agora a

razão de mais de 28 milhões por ano.

A cada ano, mais de 50.000 novas igrejas

AS TRÊS PARTES DA IGREJA SEÇÃO E1 / 849

são formadas na Ásia e na África somente.

Há 100 anos atrás não havia nenhuma igreja

na Coréia. Em 1970, somente 10% dos sulcoreanos

eram cristãos. Em 1980, este número

havia crescido para 20%. Em 1984,

a estimativa já alcançava quase 30%.

Em 1949-1950, havia cerca de 1 milhão

de cristãos na China. Os comunistas expulsaram

todos os missionários e tentaram destruir

completamente a Igreja.

Nos últimos anos, pelo fato de as portas

para a China terem sido abertas uma vez

mais, descobriu-se que a força da Igreja que

sobreviveu era realmente surpreendente. Ao

invés de morrer, ela havia crescido de 30 a

50 milhões de membros!

A Igreja está crescendo rapidamente em

muitos lugares. Em outros lugares, no entanto,

o trabalho de evangelização é muito

mais difícil ou até mesmo impossível. Há

um pequeno ou nenhum crescimento (e

poucos cristãos conhecidos) na República

Popular da Mongólia, na Albânia, na Líbia e

no Afeganistão. A França, Israel e Bangladesh

são também lugares muito difíceis de se divulgar

o Evangelho.

Contudo, 90% do mundo ainda se encontra

aberto ao Evangelho. Em alguns lugares,

até mesmo as portas fechadas se reabriram.

Infelizmente, não tiramos o máximo

proveito destas portas abertas.

Há mais de 2,8 bilhões de não-cristãos

no mundo hoje. E, como já foi afirmado anteriormente,

cerca de 2,4 bilhões de pessoas

nunca (nem mesmo uma vez) ouviram as

Boas-Novas do amor de Deus.

Para podermos alcançá-las, barreiras culturais

terão de ser transpostas. O testemunho

pode vir somente de fora, pois na parte

de dentro não há absolutamente nenhuma

igreja.

Serão necessários tanto um amor pelos

perdidos quanto esforços bem direcionados

para alcançarmos essas ”pessoas escondidas”

por quem Cristo morreu. É por isto

que precisamos estar informados. As informações

são necessárias para canalizarmos

o poder do amor de Deus para essas partes

do mundo que são mais carentes.

Somente assim, a Grande comissão do

Senhor Jesus Cristo poderá ser obedecida

e a tarefa completada neste século. Ela pode

ser feita – se olharmos, ouvirmos, orarmos

e obedecermos!

c. Investir em Missões. Em vista disto,

o povo de Deus não pode nunca ficar satisfeito

até que todas as “nações” tenham sido

alcançadas com o Evangelho. Este deveria

ser o nosso mais alto alvo e o maior objetivo.

Infelizmente, muitos estão mais interessados

em “receber” do que em “dar”. Oramos

pelo dia em que a maior parte do povo

de Deus estará tão disposta a investir em

missões quanto em coisas materiais.

As casas e os bens materiais são importantes

em nosso mundo moderno, mas não

são tão importantes assim. Os tijolos, tábuas

e metais brilhantes acabarão algum dia,

mas as almas dos homens são eternas.

Jesus disse que o nosso coração e os

nossos tesouros sempre andariam de mãos

dadas. Onde encontramos um, encontramos

também o outro (Mt 6:21).

Os nossos desejos e interesses (coração)

sempre indicam a direção dos nossos valores

(tesouro). Damos da nossa vida, tempo,

talentos e energia ao que achamos que é precioso

para nós e de grande valia.

As palavras de Jim Elliot, o missionário-

mártir aos índios aucas, falam diretamente

ao nosso coração: “Não é nenhum tolo

aquele que dá o que não pode guardar, para

ganhar o que não consegue perder!”

d. Ide por Todo o Mundo. Dizem que

as últimas palavras de uma pessoa geralmente

são as mais importantes de sua vida.

As palavras de grandes homens foram registradas

pouco antes de morrerem para o

benefício dos que ficam – ou ainda estão

por nascer.

Sabemos disto com certeza: as últimas

palavras de Jesus foram registradas e são

muito importantes. Suas palavras de des850

/ SEÇÃOE1 E1.11 – Ministério ao Mundo: Testemunho

pedida aos Seus discípulos foram claras e

diretas: “Ide por todo o mundo e pregai o

Evangelho a todos e em toda parte” (Mc

16:15 simplificado).

Jesus disse para “irmos”. As Escrituras

nos dizem que, em simples obediência,

eles “foram”. “E o Senhor foi com eles

pelo Seu Espírito e confirmou as suas palavras

com sinais e maravilhas” (Mc 16:20

simplificado).

O que Ele disse para eles e fez por eles

Ele está dizendo para nós e também fará

por nós hoje. Se formos e obedecermos,

Cristo honrará a Sua Palavra em nossa vida

– e em nosso mundo – como Ele o fez no

caso deles.

e. O que Devemos Fazer. Todo crente

deveria ser ensinado e preparado para

cumprir este mandamento e, então, sair

para pregar o Evangelho e orar por aqueles

que ofertam o seu dinheiro – seja muito ou

pouco – para ajudar financeiramente aqueles

que foram escolhidos para pregar o

Evangelho em tempo integral. Lembre-se

de que esse serviço só pode ser feito na

estação da colheita, pois depois que ela

passa e começa o inverno, então será muito

tarde. O mesmo acontece com a Colheita

das Almas. Devemos pregar o Evangelho

hoje.

Na eternidade, os pobres pecadores com

os quais falhamos ao falarmos sobre Cristo,

lamentarão, “Passou a sega, findou o verão,

e nós não estamos salvos” (Jr 8:20).

Quando chegarmos ao Céu, esta falha também

poderá nos fazer chorar e lamentar por

uns tempos. “E Deus limpará de seus olhos

toda a lágrima...” (Ap 21:4).

Não é de admirar que o apóstolo Paulo

nos adverte: “Vigiai... e não pequeis; porque

alguns ainda não têm o conhecimento

de Deus” (1 Co 15:34). Paulo está nos advertindo

de que podemos pecar através de

falha em não obedecer à Grande Ordem.

Espere, em oração de adoração, até que

você tenha sido batizado no Espírito. Comece,

dizendo aos seus familiares e aos seus

amigos o que Jesus tem feito por você.

Se eles necessitarem de cura, imponha

suas mãos sobre os enfermos e ore para que

sejam curados. Espalhe as bênçãos e a vitória

de Cristo. Triunfe sobre Satanás, onde

quer que você vá.

Assim sendo, ouçamos, aprendamos,

confiemos e obedeçamos – para que de fato

nos tornemos “um povo peculiar, um sacerdócio

real, uma nação santa e um poderoso

testemunho” da verdade e do amor de

Deus... aos confins da terra.

“E este Evangelho do Reino será pregado

no mundo todo como um testemunho a

todas as nações – e aí então virá o fim...

Ora vem Senhor Jesus!” (Mt 24:14; Ap

22:20 simplificado).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 851

SEÇÃO E2

LOUVOR E ADORAÇÃO

Gerald Rowlands

INDICE DESTA SEÇÃO

E2.1 - O Novo Sacerdócio

E2.2 - Elementos Vitais de Louvor

E2.3 - Louvor: Bênçãos e Barreiras

E2.4 - Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus

E2.5 - Oferecendo o Sacrifício de Louvor

E2.6 - O Significado de Louvor e Adoração

E2.7 - A Música no Louvor e Adoração

E2.8 - Dirigindo um Culto de Adoração

E2.9 - A Importância Profética do Louvor

INTRODUÇÃO DO AUTOR

Louvor e adoração é um dos temas bíblicos de maior importância. É também um dos

mais negligenciados. Se não tivermos uma plena apreciação e a prática de um louvor e

adoração espirituais puros, perderemos, então, um aspecto vital do nosso mais elevado

chamado em Cristo.

Nos últimos anos, Deus tem restaurado esse ministério ao Seu povo. Uma característica

importante da grande renovação espiritual que está varrendo o mundo é a restauração

à Igreja do louvor e adoração, assim como foi profetizado por Joel (Jl 2:21,23,26).

Sei que muitos livros bons, sobre este importante assunto, foram publicados recentemente.

Não tenho a ilusão de que este estudo aperfeiçoe o que já foi dito nestes excelentes

trabalhos.

Caso haja uma dimensão que eu, pessoalmente, possa adicionar, pode muito bem ser a

da simplicidade. Uma das razões principais de haver compilado este estudo é que a grande

maioria dos meus leitores são de nações do Terceiro Mundo, onde estes livros sobre o

louvor não são muito acessíveis. É a esses líderes, principalmente, que este estudo é

dedicado. A oração do meu coração é que estas paginas possam ajudar, inspirar e motivar

a muitos dos meus leitores a tornarem-se louvadores e adoradores de Deus. É isto que o

Pai está buscando – “adoradores, que adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:23).

Capítulo 1

O Novo Sacerdócio

No Antigo Testamento, Deus ordenou

um sacerdócio que representasse Seu povo

diante Dele. Esse ministério envolvia um

complicado sistema de rituais e cerimônias.

Essas cerimônias eram símbolos das realidades

espirituais futuras. Eram a sombra

dessas coisas, e não a substância em si.

O ministério sacerdotal de Cristo preencheu

todos os tipos ou símbolos implícitos

no sacerdócio do Antigo Testamento. Ele cumpriu

todos os simbolismos. Ele é o cumprimento

de todos os protótipos ou símbolos.

Os sacerdócios levítico e aarônico foram

852 / SEÇÃOE2 E2.1– O Novo Sacerdócio

suplantados por um novo sacerdócio. Nos

termos da Nova Aliança, todo crente é ordenado

para ser um sacerdote a Deus. Não

oferecemos sacrifícios de animais, como os

sacerdotes da Antiga Aliança ofereciam. Somos

chamados para sermos “um sacerdócio

santo e para oferecermos sacrifícios

espirituais agradáveis a Deus por Jesus

Cristo” (1 Pe 2:5).

Um dos sacrifícios espirituais que somos

ordenados a oferecer é o “fruto de nossos

lábios.” “Portanto ofereçamos sempre

por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o

fruto dos lábios, dando graças ao Seu Nome”

(Hb 13:15).

A palavra grega traduzida por “ofereçamos”

é “anaphero”, que significa “trazer,

levantar, oferecer”. É a palavra usada em

Êxodo 24:5 (na versão Septuaginta), onde

ofereceram “holocaustos e sacrificaram ao

Senhor sacrifícios pacíficos de bezerros”.

A. ASPECTOS DO SACERDÓCIO

NO ANTIGO TESTAMENTO

A palavra “sacerdote” significa “aproximar-

se”. Nos termos da Lei, é usada com

relação a alguém que pode aproximar-se da

Presença Divina (Êx 19:22; 30:20). É em

geral aplicada aos filhos de Aarão, mas tem

também uma aplicação muito mais ampla.

É também usada com relação a Melquisedeque

(Gn 14:18), Jetro (Êx 3:1), e aos sacerdotes

mencionados em Êxodo 19:22, os

quais exerciam ministérios sacerdotais antes

da instituição do sacerdócio aarônico.

1. Três Atribuições do Sacerdócio

no Antigo Testamento

Em números 16:5 vemos as três coisas

que pertencem ao sacerdócio do Antigo Testamento:

“O Senhor fará saber quem é seu;

e quem é santo; e fará com que aquele a

quem escolher se achegue a Ele.”

a. Separados para Jeová – “aqueles

que são Seus.”

b. Santos – “e que são santos.”

c. Ordenados a se aproximarem de

Deus – “E fará com que se acheguem a

Ele.”

2. Descrição das Três Atribuições

a. Posição. O primeiro item descreve a

posição do sacerdote. Ele é santificado –

separado do mundo, para Deus.

b. Condição. O segundo descreve a sua

condição. Ele é santo – consagrado ao Senhor.

Todos os vasos oferecidos a Deus tornavam-

se santos ao Senhor (Lv 27:28).

c. Ministério e Função de Sacerdotes

e Comunidade. O terceiro descreve o

seu ministério e função – aproximar-se de

Deus. Isto se refere a todas as funções que

os sacerdotes exerciam.

Uma vez que o sacerdócio representava

o povo, a sua função também representava

os elementos essenciais nos quais toda a

comunidade de aliança estava baseada. Deveriam

ser:

1) Um grupo “chamado para fora”,

separado.

2) Uma nação santa, um povo peculiar.

3) Um reino de sacerdotes a Deus.

(Êx 19:4-6).

3. O Papel Para o Povo

da Nova Aliança

O Novo Testamento também descreve o

papel que Deus designou para o Seu povo

da Nova Aliança.

a. Somos a “Ecclesia” (Igreja) – o grupo

dos que foram “chamados para fora”;

chamados para fora do Egito, do pecado e

do reino de Satanás, e separados para o Reino

de Deus e Seu Filho querido (Cl 1:13).

b. Devemos ser um povo santo. A santidade

é essencial para uma comunhão com

Deus. “Sem santidade ninguém verá a

Deus” (Hb 12:14).

c. Devemos nos aproximar de Deus

e oferecer sacrifícios espirituais. “...sacerdócio

santo, para oferecer sacrifícios espirituais

agradáveis a Deus por Jesus Cristo”

(1 Pe 2:5).

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 853

mas quatro cores do véu pendurado diante

do Lugar Santo.

d. Um barrete de linho.

6. Unção

O candidato ao sacerdócio era conduzido

à porta do Tabernáculo.

a. Seu corpo era lavado com água.

b. Ele era vestido com as vestimentas

oficiais.

c. Era ungido com óleo santo (símbolo

do Espírito Santo) (Êx 30:30).

7. Ministério Sacerdotal

(no Tabernáculo, ao Senhor)

a. No pátio:

Manter o fogo constantemente aceso no

altar de sacrifícios (Lv 6:9,13).

Tirar as cinzas do altar (Lv 6:10,11).

Oferecer os sacrifícios da manhã e do

entardecer (Êx 29:38-44).

Abençoar o povo depois dos sacrifícios

diários (Lv 9:22; Nm 6:23-27).

Oferecer os sacrifícios no altar.

Tocar as trombetas de prata, ou a corneta

do jubileu.

b. No Lugar Santo:

Queimar incenso no altar de ouro de

manhã e de tarde.

Limpar e acender as lâmpadas todas as

noites.

Colocar o pão da proposição em sua

mesa todos os sábados.

Isto nada mais é que um breve esboço

das funções sacerdotais. No entanto, pode

ser usado como um guia das nossas funções

como “um Reino de Sacerdotes” ao nosso

Deus.

C. ASSIM TAMBÉM DEVEMOS SER...

1. Filhos de Deus

Somente os filhos de Deus (aqueles que

verdadeiramente nasceram de novo)

têmacesso ao SACERDÓCIO real. É através

do novo nascimento que o espírito humano

é “vivificado” para Deus. Até que isto acon-

“Portanto ofereçamos sempre por Ele a

Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos

nossos lábios...” (Hb 13:15).

B. Considerações de Mais Alguns

Aspectos do Sacerdócio no

Antigo Testamento

1. Condição de Filhos

Deus escolheu os filhos de Aarão para

serem sacerdotes (Êx 6:18-20; 28:1). Aarão

foi o primeiro sumo sacerdote. Somos filhos

de Deus e descendentes de nosso Sumo

Sacerdote, Jesus Cristo.

2. Ordenação

Os filhos de Aarão foram ordenados ao

sacerdócio por Moisés. Somos também ordenados

para sermos reis e sacerdotes para

Deus por Jesus Cristo (Ap 5:10).

3. Integridade

“Nenhum homem... em quem houver alguma

deformidade se chegará para oferecer

as ofertas queimadas do Senhor” (Lv

21:17-21).

4. Purificação

Exigia-se que os sacerdotes lavassem as

mãos e pés antes de entrarem no Tabernáculo

(Êx 30:17-21; 40:30-32).

5. Vestuário

Mesmo quando não estavam em serviço

no Tabernáculo, os sacerdotes usavam um

vestuário distinto. Sempre era possível reconhecê-

los como sacerdotes do Senhor. No

entanto, ao ministrarem no santuário, Exigia-

se que usassem suas roupas oficiais, as

quais consistiam de quatro partes. Quatro

é o número do Reino de Deus. Portanto,

era óbvio que eram servos do Reino. Estas

quatro partes são:

a. Um calção de linho (Êx 28:42).

b. Uma túnica, tecida em uma só peça,

sem costura alguma.

c. Um cinto multicolorido, com as mes854

/ SEÇÃOE2 E2.1– O Novo Sacerdócio

teça, somos totalmente incapazes de oferecer

a adoração espiritual que o Pai procura

(Jo 4:24). Adoração espiritual é o Espírito

de Deus adorando através de nossos espíritos

redimidos e renovados.

2. Sacerdotes ao Nosso Deus

Na qualidade de filhos de Deus, nascidos

de novo, somos “um sacerdócio real,

uma nação santa, um povo peculiar” (1 Pe

2:9).

Cristo nos transformou “num reino de

sacerdotes para servirmos ao nosso Deus”

(Ap 5:10).

3. Íntegros

As imperfeições e defeitos físicos descritos

em Levíticos 21:17-21 são usados em

relação ao sacerdócio da Antiga Aliança, mas

são também simbólicos, e neste sentido são

usados em referência aos adoradores de hoje.

Não são as imperfeições físicas que nos

proíbem que cumpramos o nosso papel

como sacerdotes, mas sim as imperfeições

espirituais. As imperfeições físicas são um

protótipo ou símbolo das imperfeições espirituais.

Deus deseja os louvores de um

povo íntegro. A nossa vida cristã deve ser

compatível com o que professamos pela

nossa adoração a Deus.

Uma fonte não pode jorrar água doce e

amarga ao mesmo tempo. Tampouco pode

a boca pronunciar bênçãos e maldições

(Tg 3:9-11) não podemos louvar a Deus

e, com a mesma boca, amaldiçoarmos os

homens. Não convém que isto aconteça

(vers. 10).

4. Purificados

a. Exemplo do Antigo Testamento.

Jacó exigiu que a sua casa “tirasse os deuses

estranhos que estavam entre eles, que

se purificassem [lavassem] e que mudassem

os seus vestidos” (Gn 35:2) antes de

subirem a Betel para construírem um altar

ao Senhor, para que pudessem adorar Aquele

que “o ouviu em sua angústia.”

Moisés também insistiu que Israel se

santificasse e lavasse as suas roupas (Êx

19:10) em preparação para a manifestação

do Senhor no terceiro dia.

Deus insistia que os sacerdotes lavassem

suas mãos e pés na pia de cobre antes

de entrarem para ministrar no Tabernáculo

(Êx 30:18-21; 40:12-16).

Nadabe e Abiú morreram diante do Senhor

por não haverem cumprido os requisites

que Deus havia estabelecido para os sacerdotes

que ministravam diante Dele (Lv

10:1-3). Deus disse: “Serei santificado naqueles

que se achegam a Mim, e serei glorificado

diante de todo o povo” (vers. 3).

Precisamos encarar isso como um sinal

de alerta. Não é algo leviano nos apresentarmos

diante do Senhor. Exercer a função

de sacerdote na Antiga Aliança era um imenso

privilégio. Isto não mudou nem um pouco

até hoje. Aliás, é um privilégio ainda maior

agora. Os termos da nossa Aliança são bem

superiores aos da Antiga Aliança. É importante

que não sejamos relaxados na nossa

preparação para a adoração.

O ministério sacerdotal de muitas congregações

cessou porque, assim como

Nadabe e Abiú, não foram cuidadosos em

cumprirem os requisitos que Deus estabeleceu

para os adoradores.

b. Resultados: Observe agora cinco resultados

da purificação pelo Sangue, pela

Palavra e pelo Espírito:

1) Uma Consciência Pura. A nossa

aproximação a Deus não está mais associada

com a necessidade de nos espargirmos

com o sangue de animais. O sacrifício de

Cristo cumpriu tudo o que isto simbolizava.

Agora, é com o sangue de Cristo que

somos espargidos.

À medida em que, pela fé, recebemos o

Seu poder, nossos corações são “purificados

da má consciência e os nossos corpos

são lavados com água limpa” (Hb 10:22).

Somente desta maneira podemos nos aproximar

de Deus com plena certeza de fé.

2) Mãos Limpas. “Une o meu coraLOUVOR

E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 855

ção ao temor [reverência] do Teu nome” (Sl

86:11).

“Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a

vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de

duplo ânimo, purificai os corações...

Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos

exaltará” (Tg 4:8,10).

Temos aqui o equivalente da Nova Aliança

do requisito da Antiga Aliança – a lavagem

das mãos antes de se ministrar ao Senhor.

Precisamos purificar os nossos corações

de desejos dúbios. Não deveríamos

nunca tentar oferecer adoração, a menos que

as nossas mentes estejam inteiramente voltadas

ao Senhor. Oferecer louvor enquanto

os nossos pensamentos estiverem em outras

coisas é um insulto terrível à Pessoa e

ao caráter de Deus.

3) Um Coração Puro. “Quem subirá

ao monte do Senhor, ou quem estará no Seu

lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e

puro de coração, que não entrega a sua

alma à vaidade, nem jura enganosamente”

(Sl 24:3,4). Um coração puro indica motivações

corretas. Por que estamos louvando

a Deus? Nossas motivações são corretas ou

temos motivações secretas e dissimuladas?

4) Um Coração e Espírito Humildes.

“Os sacrifícios para Deus são o espírito

quebrantado; a um coração quebrantado

e contrito não desprezarás, ó Deus”

(Sl 51:17). O “espírito quebrantado” a que

Davi se refere não é um quebrantamento

de coração no sentido de alguém que esteja

triste e com um peso no coração.

O espírito quebrantado refere-se a um

espírito que foi “amansado” pelos tratamentos

de Deus, assim como um cavalo é domado;

um espírito que aprendeu a disciplina

e se submete ao Senhorio de Cristo. Um

coração contrito é um coração arrependido

e humilde. Isto descreve a condição em

que o coração de Davi se encontrava após

os severos julgamentos do Senhor devido

ao seu pecado de adultério com Batseba.

5) Reverência e Temor Santo. “Deus

deve ser temido em extremo na assembléia

dos santos, e grandemente reverenciado por

todos os que O cercam” (Sl 89:7).

5. Revestidos

Não somos chamados para usarmos vestes

especiais, como os sacerdotes da Antiga

Aliança, mas, espiritualmente, há um sentido

bem real em que devemos ser “revestidos”.

a. Revestidos com a Salvação. No

Salmo 132:16, Deus diz que Ele “revestirá

os Seus sacerdotes com salvação.” As vestimentas

de linho dos sacerdotes eram simbólicas

de duas coisas:

1) O Encobrimento da Carne. –

“Para que nenhuma carne se glorie em Sua

presença.”

2) Livre da Maldição e Seu Esforço

Próprio. Deus estipulou o linho ao invés

da lã porque o linho não causa transpiração,

como acontece com a lã. A transpiração é

um símbolo da maldição e do esforço próprio

(Gn 3:19). Além disso, o linho pode

ser completamente lavado – o que nunca

seria possível com a lã.

b. Revestidos com Humildade. Em 1

Pedro 5:5 somos exortados a sermos “revestidos

com humildade, porque Deus resiste

aos soberbos.” O orgulho carnal não

tem lugar na presença de Deus.

c. Revestidos com a Retidão. “Uma

grande multidão... estava diante do trono e

perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos

e com palmas nas suas mãos” (Ap 7:9).

Lemos em Apocalipse 19:8 que o linho

fino (vestes brancas) é a retidão dos santos.

d. Revestidos com Poder. Em Lucas

24:9, Jesus ordenou aos discípulos que esperassem

em Jerusalém até que fossem revestidos

com poder do alto.

Como os sacerdotes de antigamente eram

ungidos com óleo antes de começarem os

seus ministérios, assim também precisamos

ser revestidos com o poder do Espírito, para

que possamos cumprir apropriadamente a

nossa função de sacerdotes.

856 / SEÇÃOE2 E2.2– Elementos Vitais de Louvor

com a tua fazenda, e com as primícias de

toda a tua renda; e se encherão os teus

celeiros abundantemente, e transbordarão

de mosto os teus lagares” (Pv 3:9,10).

Na Antiga Aliança, Deus exigia que, ao

se apresentarem diante Dele, os sacerdotes

nunca viessem “de mãos vazias.” Deveriam

sempre trazer uma oferta (1 Cr 16:29; Êx

23:15; 34:20; Dt 16:16,17).

Nunca deveríamos nos apresentar diante

Dele com as mãos vazias. Deveríamos

vir com louvor, adoração e ações de graças,

e expressando este nosso louvor com cânticos,

com regozijo e com nossas rendas.

Capítulo 2

Elementos Vitais de Louvor

A. O QUE É LOUVOR?

Se pudéssemos dissecar e analisar o louvor,

o que descobriríamos em seu âmago?

Qual é a essência, a substância e a natureza

do louvor? Do que consiste o verdadeiro

louvor? Quais são os elementos vitais

nele envolvidos?

Examinemos, primeiramente, algumas

das palavras do Antigo Testamento que são

traduzidas por louvor, a fim de descobrirmos

alguma coisa sobre o significado e importância

que elas devem transmitir:

1. Palavras do Antigo Testamento

Traduzidas por “Louvor”

a. Hallal. É a palavra traduzida por

louvor mais freqüentemente usada no Antigo

Testamento. Ocorre cerca de 88 vezes.

Seu significado básico é “produzir um som

claro.” Seu significado adicional é “gabarse,

celebrar, elogiar com grande entusiasmo,

gloriar-se.” O verdadeiro louvor, portanto,

deveria apresentar um som claro e distinto.

Não deveria haver confusão alguma quanto

a sua função. Deve ser claramente reconhecível

pelo que é, ou seja, uma menção de

celebração, o nosso gloriar no Senhor com

entusiasmo.

O Próprio Jesus não começou o Seu ministério

até que fosse revestido pelo Espírito

no Jordão (Mt 3:16).

6. Ministros na Qualidade de

Sacerdotes da Nova Aliança

Oferecendo a Deus

a. Nós Mesmos. “Assim sendo, meus

irmãos, por causa das muitas misericórdias

de Deus para conosco, rogo-vos, portanto,

que ofereçais a vós mesmos, como um sacrifício

vivo a Deus, consagrado ao Seu serviço

e agradável a Ele. Esta é a verdadeira

adoração que devíeis oferecer” (Rm 12:1).

Isto significa apresentarmos todo o nosso

ser a Deus, para que sejamos total e eternamente

Dele e para que possamos bendizer

ao Senhor com tudo o que há em nós (Sl

103:1). “E todo o vosso espírito, e alma, e

corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis

para a vinda de nosso Senhor

Jesus Cristo” (1 Ts 5:23).

Somos seres tripartidos – espírito, alma e

corpo. Davi nos instruiu a “bendizermos ao

Senhor com tudo o que há em nós” (Sl 103:1).

1) Espírito. “Meu espírito se alegra

em Deus meu Salvador” (Lc 1:47).

2) Alma. “Bendize, ó minha alma ao

Senhor” (Sl 103:1).

3) Corpo. “E toda a carne [corpos]

louve o Seu santo nome” (Sl 145:21).

b. O Sacrifício de Louvor (Hb 13:15,

16).

O termo “sacrifício de louvor” indica

que nem sempre é fácil ou conveniente fazermos

isto. Devemos louvar ao Senhor em

todas as ocasiões, e não somente quando é

fácil fazê-lo. O nosso sacrifício de louvor é

o “fruto dos nossos lábios”; é o louvor que

é verbalizado, expresso audivelmente.

c. Demonstrações de Louvor. “...para

que anuncieis os louvores Daquele que nos

chamou das trevas para a Sua maravilhosa

luz” (1 Pe 2:9).

d. Cânticos Espirituais, de Salmos e

de Hinos (Ef 5:19; Cl 3:16).

e. A Nossa Renda. “Honra ao Senhor

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 857

pressar uma confissão de agradecimento.”

Contudo, esta palavra também transmite a

idéia de “estender-se as mãos,” ou de dar

graças com as mãos estendidas em direção a

Deus.

g. Towdah. Esta palavra vem da mesma

raiz que “yadah” e tem, obviamente, um

significado bem semelhante, mas é ainda

mais especifica. Significa “a extensão das

mãos em adoração e ação de graças.”

h. Barak. Significa “ajoelhar-se em adoração.”

Neste caso, a postura do corpo inteiro

fala muito sobre o louvor. Ajoelhar-se

diante de alguém significa manifestar humildade

e demonstrar a dignidade e superioridade

da posição dessa pessoa.

2. Ingredientes de Louvor

Pensemos por um momento em alguns

dos ingredientes que observamos nestas

formas de louvor:

a. Expressão Física. São os atos e demonstrações

físicas de percepções espirituais.

O louvor e a adoração são, em principio,

uma resposta do interior do coração à

revelação de Deus e Sua grandeza. Para que

seja um louvor verdadeiro, é preciso ser

manifesto.

b. Som Audível. A possível exceção seria

barak – “ajoelhar-se em adoração.” Esta

postura de adoração poderia ser realizada

em silêncio. No entanto, podemos também

ficar ajoelhados e cantarmos ou clamarmos

a Deus.

c. Ação Física. O louvor exige uma participação

física ativa. Não pode ser sempre

silencioso e inativo.

O louvor é algo que fazemos!

d. Liberação Emocional. Louvar a

Deus não é um exercício emocional, e sim

uma atividade espiritual. Contudo, é necessário

que haja uma liberação emocional.

Muitos e muitos cristãos têm medo de

expressões emocionais. Sempre tentam suprimi-

las por pensarem que sejam carnais.

Expressões bíblicas de louvor requerem uma

liberação emocional positiva e controlada.

b. Hilluwi (derivada de hallal). É uma

“celebração de ações de graças pelo término

da colheita.” Tal louvor deve ser expresso

com alegria. Uma cena pós-colheita, em

qualquer pais agrícola, ilustraria a essência

desta palavra. Os longos meses de espera

se passaram. A colheita já está armazenada

com segurança. O trabalho duro já terminou,

as ferramentas foram colocadas de lado

e a safra está segura. É tempo de se celebrar

o término da colheita com sucesso. É tempo

de alegria e celebrações. Cânticos e danças

são a ordem do dia. O regozijo é uma

expressão de ações de graças e de louvor.

c. Tehillah (uma outra palavra derivada

de hallal). Desta vez, a ênfase é no cantar.

Assim sendo, cantamos o nosso “hallal,”

a nossa celebração! Cantamos com clareza

um cântico de louvor a Deus. Celebramos o

Senhor com cânticos. Muitos dos nossos

cânticos e hinos são obscuros e abstratos.

No entanto, deveriam ser cânticos claros e

inconfundíveis de louvor a Deus. Devemos

nos gloriar com entusiasmo a respeito do

Senhor, tanto na letra como na música.

d. Shabach. Significa “gritar com alta

voz, um grito de triunfo, gloriar-se na vitória.”

O louvor nem sempre tem que ser um

som alto. Nem sempre temos que gritar. Há,

no entanto, ocasiões em que um grito triunfante

é a única maneira apropriada de louvarmos

ao nosso Deus. “Gritai a Deus com

voz de triunfo” (Sl 47:1).

Quando ocasiões assim aparecerem, não

hesite – permita que o seu grito de louvor

realmente ressoe.

e. Zamar. Significa “dedilhar ou tocar

as cordas.” Esta é uma referência óbvia a

louvar a Deus com instrumentos musicais.

Ela tem também o sentido de “cantar louvores

com acompanhamento de instrumentos

musicais.” Como é maravilhoso tocarmos

para o Senhor todos os tipos de instrumentos,

fazendo um glorioso hino de louvor

a Deus!

f. Yadah. O significado básico é “ex858

/ SEÇÃOE2 E2.2– Elementos Vitais de Louvor

Deus nos deu as nossas emoções, as quais

têm o propósito de glorificá-Lo. Davi diz

que devemos “bendizer ao Senhor com

tudo que há em nós” (Sl 103:1). Isto inclui

as nossas emoções. As emoções humanas

precisam ter expressão.

Se não permitirmos uma liberação positiva

e saudável, então haverá uma liberação

negativa e doentia. Louvar a Deus é a

maneira mais saudável de liberarmos as

nossas emoções. É a maneira estabelecida

por Deus!

e. Reverência. Toda expressão de louvor

verdadeira é reverente. Reverenciar

significa honrar e respeitar alguém apropriadamente.

Nunca deveríamos permitir

que atividades de louvor se degenerem em

excessos irreverentes. Louvar a Deus não

é um mero instrumento de diversão própria.

O louvor não tem o objetivo básico de

ser uma diversão humana, ainda que a sua

expressão nos traga muita alegria. É, e sempre

deveria ser, uma expressão de reverência

a Deus. Ao liberarmos as nossas emoções

no louvor, o que é tanto bíblico quanto

legitimo, deveríamos, com todo o cuidado,

evitar entrar em excessos e meramente fazer

um “espetáculo” na carne. A verdadeira

reverência é sempre um ingrediente essencial

do louvor.

B. POR QUE DEVERÍAMOS

LOUVAR AO SENHOR?

Salmos 47:7 diz que devemos “cantar

louvores com entendimento.” Deveríamos

saber a razão de estarmos oferecendo louvores

a Deus. Aqui estão algumas das razões

bíblicas para O louvarmos:

1. Por Quem Ele é

“Louvai ao Senhor” (Sl 149:1). Em outras

palavras, louvai-O porque Ele é o Senhor.

Ele é a autoridade suprema, o mais

alto poder, o Rei de todos os reis e Senhor

sobre todos os senhores. Ele era antes de

todas as coisas e é o Criador de todas as

coisas. Portanto, Ele é maior que todas as

coisas. “Grande é o Senhor e mui digno de

louvor” (Sl 48:1; 96:4).

2. O Louvor Glorifica a Deus

“Qualquer um que oferece louvor Me

glorifica” (Sl 50:23). Certamente, este deveria

ser o grande desejo de todo o povo de

Deus: glorificá-Lo.

3. Porque Deus nos

Ordena a Fazê-Io

“Louvai ao Senhor” não é uma sugestão

ou pedido. É um mandamento.

4. Porque Devemos Bendizer ao

Senhor por Todos os Seus

Benefícios (Sl 103:1-3).

5. Porque Devemos Louvá-Lo pela

Sua Bondade (Sl 107:21).

6. Porque Devemos Louvá-Lo pelos

Seus Atos Poderosos (Sl 150:2).

7. O Agradecimento é Bom

(Sl 92:1,2; 147:1).

8. O Senhor é Digno de Louvor

(2 Sm 22:4; Sl 18:3).

9. O Louvor Engrandece a Deus

(Sl 69:30).

10. O Louvor é Apropriado... para

os Retos! (Sl 33:1)

A palavra traduzida por “apropriado”

significa “próprio, certo, adequado, conveniente,

digno e condizente.” Infelizmente,

parece que alguns cristãos acham que

louvar a Deus é inconveniente e impróprio.

Preocupam-se em não darem a aparência

de pouco decoro ou pouca linha.

Por alguma razão, pensam que esta assim-

chamada “dignidade” seja a atitude

adequada aos cristãos. No entanto, a Bíblia

ressalta uma idéia totalmente oposta.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 859

Deus diz que as vestes de louvor são realmente

adequadas neles. Regozijar-se em

Deus e louvar ao Senhor são condizentes

e apropriados para os filhos de Deus. Prefiro,

de fato, ter a aprovação de Deus do

que a dos homens!

11. Deus Habita nos Louvores do

Seu Povo (SI 22:3)

O Santo de Israel habita em nossos louvores!

Se o nosso coração estiver cheio de

louvor, então estará também cheio com a

presença de Deus, pois Ele habita em nossos

louvores. Isto também se aplica aos

nossos lares ou igrejas. Se os enchermos

com louvores, estarão então cheios da presença

de Deus. Podemos nos cercar da presença

de Deus, cultivando a atitude de louvor.

Certamente ficaremos mais conscientes

de Sua presença do que de problemas,

dificuldades e circunstâncias adversas. Há

muitas bênçãos que experimentamos como

resultado de louvarmos a Deus.

12. O Louvor Gera o Poder

No Salmo 84 Davi diz: “Bem-aventurados

os que habitam em Tua casa: louvar-

Te-ão continuamente... Bem-aventurado o

homem cuja força está em Ti... Segue de

força em força...” O homem que louva a

Deus tem o Senhor como sua força. Ele também

conhece a alegria do Senhor através do

louvor, e a alegria do Senhor é a sua força

(Ne 8:10).

13. A Alma que Louva Deleita-se

no Senhor e Deus lhe Dá os

Desejos de seu Coração

(Sl 37:4)

Muitas pessoas dizem: “Se ao menos

Deus me concedesse os desejos do meu coração,

como eu O louvaria por isto!” A ordem

divina é o oposto disto. Quando O

louvamos e regozijamo-nos Nele, então Ele

nos dá os desejos de nosso coração, pois o

coração que louva tem os desejos corretos.

Suas prioridades estão na ordem certa, e

Deus, então, Se alegra em conceder tais desejos.

14. O Louvor Precede a Vitória

Em 2 Crônicas 20, o rei Josafá liderou o

povo de Deus numa batalha contra seus inimigos.

Deus o instruiu que ordenasse cantores

ao Senhor. Estes foram diante do exército,

louvando a Deus e dizendo: “Louvai ao

Senhor, porque a Sua benignidade dura para

sempre. E, ao tempo que começaram com

júbilo e louvor, o Senhor pôs emboscadas

contra os filhos de Amom e de Moabe e os

das montanhas de Seir, que vieram contra

Judá, e foram desbaratados” (vers. 21,22).

Imagine só um exército sendo liderado

por um coral! Como é estranho à mente

natural irmos à batalha dessa maneira! Mas

as armas de nossa luta não são carnais. São

fortes para derrubarem fortalezas. Ao enfrentarmos

o nosso inimigo nos dias de hoje,

precisamos compreender uma vez mais o

poder do louvor e entrarmos na batalha com

os altos louvores de Deus em nossas bocas.

Podemos então ter a expectativa de vermos

a salvação de Deus. As pessoas que realmente

aprendem a louvar ao Senhor são

aquelas que demonstrarão a Sua presença e

poder.

C. QUEM DEVERIA LOUVAR

AO SENHOR?

1. Todos os Homens em Todo Lugar.

(Sl 145:21; 148:11-13; 150:6).

2. Toda Carne. (Sl 145:21).

3. Tudo que Tem Fôlego. (Sl 150:6)

4. O Povo de Deus. (Sl 67:3,5; 78:4;

79:13).

5. Os Retos. (Sl 140:13).

6. Os Santos (Sl 145:10).

7. Os Redimidos (Sl 107:1,2).

8. Os que Temem ao Senhor. (Sl

22:23).

860 / SEÇÃOE2 E2.3– Louvor: Bênçãos e Barreiras

9. Os que Conhecem e Crêem na

Verdade. (1 Tm 4:3).

10. Os Servos de Deus. (Sl 113:1;

134:1; 135:1).

11. Todos os Seus Anjos. (Sl 148:2).

12. Toda a Natureza. (Sl 148:3-10).

D. QUANDO DEVEMOS LOUVAR AO

SENHOR?

1. De Manhã Até a Noite

“Desde o nascimento do sol até o anoitecer,

seja louvado o nome do Senhor” (Sl 113:3).

2. Durante o Dia Todo

“A minha boca se encherá do Teu louvor

e da Tua glória o dia todo” (Sl 71:8).

3. Enquanto Vivermos

“Enquanto eu viver louvarei ao Senhor...”

(Sl 146:2).

4. Em Todo o Tempo

“O Seu louvor estará continuamente na

minha boca” (Sl 34:1).

5. Em Ocasiões de Depressão

“Por que estás abatida, ó minha alma, e

por que te perturbas dentro de mim? Espera

em Deus, pois ainda O louvarei. Ele é a

salvação da minha face, e o meu Deus” (Sl

42:11).

6. Em Tudo

“Dando sempre graças por tudo a nosso

Deus e Pai, em nome de nosso Senhor

Jesus Cristo” (Ef 5:20).

E. ONDE DEVEMOS LOUVAR

AO SENHOR?

1. Na Grande Congregação

“Louvar-Te-ei no meio da grande congregação”

(Sl 22:22).

2. Entre os Povos

“Louvar-Te-ei, Senhor, entre os povos;

cantar-Te-ei entre as nações” (Sl 57:9).

3. Em Seus Átrios

“Entrarei por Suas portas com louvor”

(Sl 100:4).

4. Na Assembléia dos Anciãos

“Exaltem-No na congregação do povo,

e glorifiquem-No na assembléia dos anciãos”

(Sl 107:32).

5. Entre as nações

“Louvar-Te-ei entre os povos, Senhor, e

a Ti cantarei salmos entre as nações” (Sl

108:3).

6. Entre a Multidão

“Louvá-Lo-ei entre a multidão” (Sl

109:30).

7. “NA CONGREGAÇÃO...”

(SI 149:1).

8. “NO SANTUÁRIO...” (Sl 150:1).

Capítulo 3

Louvor: Bênçãos e Barreiras

A. COMO O LOUVOR TRAZ AS

BÊNÇÃOS DE DEUS

1. Ciclo Hidrológico

Na natureza há um ciclo que traz grandes

bênçãos a terra. É conhecido como ciclo

hidrológico.

A Bíblia tem muito a dizer a respeito

disto. É um processo de duas etapas:

a. Evaporação. A água evaporada dos

oceanos ou dos lagos sobe aos céus, formando

as nuvens.

b. Chuva. A umidade se condensa e cai

como chuva, para molhar a terra. Isto faz com

que a terra se torne frutífera e produtiva.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 861

É usado para ilustrar princípios espirituais,

os quais nos ensinam que, de acordo

com a medida de nossos louvores que sobem

ao Céu, assim é a abundância das bênçãos

que Deus chove sobre nós.

“Porventura se pode entender a extensão

das nuvens?” (Jo 36:29). Você entende

o processo pelo qual Deus produz as nuvens?

“Deus espalha luz sobre o oceano” (Jo

36:30). Deus faz com que o sol brilhe sobre

o oceano.

O calor faz com que a água se evapore.

Na forma de vapor quente, a água sobe aos

céus, onde este vapor forma as nuvens.

Quando o vapor se resfria, há uma destilação

e formação de gotas de água. Isto forma

a chuva que cai abundantemente sobre o

homem (Jo 36:28).

2. Verdades Espirituais

Este processo natural ilustra verdades

espirituais.

a. Deus faz com que Suas bênçãos

brilhem sobre os homens assim como o

sol brilha sobre os oceanos.

b. O coração do homem deveria se

aquecer com relação a Deus, em resposta às

bênçãos que Deus tem “brilhado” sobre ele.

c. Os louvores do homem devem subir

a Deus assim como os vapores que são

criados pelo sol nos oceanos.

d. Estes louvores formam nuvens de

bênçãos.

e. Deus faz com que elas se destilem

em chuva, a qual cai sobre a terra.

f. A bênção da chuva torna a terra frutífera

e próspera, fornecendo a semente para

o semeador e pão ao que come.

g. A chuva em excesso forma rios, os

quais correm para o mar, de onde ela veio

originalmente, e todo o processo começa

novamente.

3. Ilustrações das Escrituras

Considere as seguintes escrituras, as

quais ilustram este processo:

a. Amós 5:8; 9:6. Deus “chama as

águas do mar, e as derrama sobre a terra...”

Amós era um fazendeiro e entendia muito

bem o processo pelo qual a chuva é formada.

Nestes versículos ele descreve o processo

de evaporação. Deus “chama as águas

do mar.” Ele faz com que os oceanos se

evaporem, e deste vapor, faz com que a

chuva caia sobre a face da terra.

b. Salmo 147:7,8. “Cantai ao Senhor

em ação de graças; cantai louvores ao nosso

Deus sobre a harpa. Ele é que cobre o Céu

de nuvens, que prepara a chuva para a

terra, e que faz produzir erva sobre os

montes.”

c. Provérbios 11:25. “A alma generosa

engordará, e o que regar também será regado.”

À medida que cantamos louvores a

Deus, Ele forma nuvens de bênçãos dos

nossos louvores, de onde Ele envia chuva

sobre a terra. A quantidade de bênçãos é

proporcional a quantidade de louvor que

elevamos a Deus. A nossa generosidade estimula

uma resposta liberal de Deus. Durante

o futuro reino milenar de Cristo sobre

a terra, todos os reis do mundo serão obrigados

a visitarem Jerusalém anualmente para

adorarem a Jeová. Se não o fizerem, Deus

impedirá que chova em suas nações (Zc

14:17). Se não houver adoração, tampouco

haverá chuva!

d. Eclesiastes 1:7. “Todos os rios vão

para o mar, e contudo o mar não se enche;

para o lugar para onde os rios vão, para aí

tornam eles a ir.”

e. Eclesiastes 11:3. “Estando as nuvens

cheias, derramam a chuva sobre a

terra...”

f. Oséias 6:3. “Ele (o Senhor) virá a

nós como a chuva, como chuva serôdia que

rega a terra.”

g. Isaías 45:8. “Destilai vos, Céus,

dessas alturas, e as nuvens chovam justiça;

abra-se a terra, e produza-se salvação...”

h. Zacarias 10:1. “Pedi ao Senhor chu862

/ SEÇÃOE2 E2.3– Louvor: Bênçãos e Barreiras

va no tempo da chuva serôdia: o Senhor,

que faz os relâmpagos, Lhes dará chuveiro

de água, e erva no campo a cada um.”

i. Isaías 55:10. “Porque, assim como

desce a chuva e a neve dos Céus, e para lá

não torna, mas rega a terra, e a faz produzir,

e brotar, e dar semente ao semeador, e

pão ao que come...”

j. Tiago 5:7. “Sede pois irmãos, pacientes

até a vinda do Senhor. Eis que o

lavrador espera o precioso fruto da terra,

aguardando-o com paciência, até que receba

a chuva temporã e serôdia.”

4. Derramamento no

Final dos Tempos

Estas passagens bíblicas mostram claramente

que haverá um derramamento do Espírito

de Deus, no final dos tempos, antes

da vinda do Senhor. Este período será conhecido

como “o tempo da chuva serôdia’’

(Zc 10:1).

O Espírito cairá do Céu como um dilúvio

de chuvas. Joel prediz um derramamento

sem precedentes: “a chuva temporã e a

serôdia [juntas] no primeiro mês” (Jl 2:23).

Israel tinha regularmente duas estações

chuvosas: uma no inicio do ano, o que facilitava

o plantio das sementes, e a segunda,

após muitos meses secos e quentes, no final

do ano, o que desenvolvia a lavoura antes

da colheita.

Estas chuvas eram chamadas de temporã

e serôdia, respectivamente. Mas o glorioso

derramamento do Espírito de Deus no final

dos tempos será como se ambas estas chuvas

viessem juntas!

O Agricultor Celestial está pacientemente

esperando por esta chuva copiosa para

que Ele possa finalmente fazer a grande colheita.

O que causará esta grande chuva? Os

louvores abundantes do povo renovado de

Deus!

Ele levantará um povo que O louva desta

maneira nestes últimos dias. Levantarse-

ão como um exército poderoso, marchando

pela terra. Os altos louvores de Deus

estarão em suas bocas, e espadas de dois

gumes em suas mãos. Seus louvores formarão

nuvens abundantes de bênçãos.

Deus as destilará e enviará chuvas de bênçãos

mais copiosas do que jamais se viu

antes. Amadurecerão a grande colheita final

da terra e o povo de Deus guardará a

Festa dos Tabernáculos ao Senhor!

B. BARREIRAS AO LOUVOR

Até mesmo quando algumas pessoas estão

convencidas de que o louvor é bíblico,

correto e apropriado, ainda assim nem sempre

é fácil para elas começaram a louvar a

Deus. Muitas desculpas são dadas para isso.

As pessoas esforçam-se em explicar a razão

de não poderem louvar a Deus. Alguns

tentam se desculpar com base em suas tendências

ou temperamentos. Alegam que são

tímidos, ou o fato de não serem “expansivos”

ou de não demonstrarem seus sentimentos.

A verdade é que a Bíblia não isenta ninguém

por nenhum destes motivos. Davi diz:

“Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor.

Louvai ao Senhor!” (Sl 150:6). Se você tem

fôlego, então você deve louvar a Deus!

“Os mortos não louvam ao Senhor, nem

os que descem ao silêncio” (Sl 115:17).

Há algumas barreiras definidas com relação

ao louvor, mas Deus quer lidar com todas

elas e vencê-las. Ele não aceita nenhuma

delas como uma razão válida de não O louvarmos.

1. Pecado

O pecado é a primeira barreira ao louvor.

Esta é a razão básica pela qual os não-convertidos

não louvam a Deus. É também o

motivo pelo qual alguns cristãos não louvam.

O pecado que não foi confessado nos

inibe na presença de Deus. Não nos sentimos

livres ou à vontade na presença de Deus

se estivermos conscientes de algum pecado

em nossa vida que não tenha sido perdoado.

Davi disse: “Se eu atender a iniqüidade

no meu coração (se estiver consciente de

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 863

pecados em minha vida), o Senhor não me

ouvirá” (Sl 66:18). O pecado e a iniqüidade

nos separam de Deus (Is 59:2), e perdemos

qualquer comunhão que possamos ter

desfrutado antes. A percepção de que há

algum pecado em nossa vida amarra as nossas

línguas diante do Senhor. A única coisa

que realmente nos sentimos livres de falar-

Lhe, nestas circunstâncias, é sobre o nosso

pecado.

Há uma resposta bem óbvia a essa barreira:

confesse o pecado a Deus e sinceramente

aceite o Seu perdão e purificação, a

fim de que um relacionamento correto possa

ser restaurado e o fluir do louvor liberado

(1 Jo 1:9).

2. Condenação

Mesmo quando já fomos perdoados pelo

Senhor, nem sempre é fácil aceitar esse perdão

por completo e perdoar a nós mesmos.

Muitos cristãos permanecem na condenação.

Ainda que Deus os tenha perdoado graciosamente,

eles não podem perdoar a si

mesmos.

Isto em geral resulta numa sensação de

demérito. A liberdade de se adorar é bloqueada.

Tendem, então, a “abaixarem suas

cabeças” na presença de Deus. A sensação

da presença de Deus tende a fazê-los mais

conscientes de sua indignidade do que da

misericórdia e a graça de Deus que Ele

Lhes estendeu.

Esta espécie de atitude origina-se em geral

do fato de alguém ser demasiadamente consciente

de si mesmo, ao invés de ter consciência

de Deus. Se ficarmos constantemente

sondando o nosso coração com uma atitude

negativa, sempre procurando faltas e fraquezas,

é óbvio que as encontraremos. Ninguém

é perfeito. Esta auto-inspeção ultracrítica

não é saudável. Sempre focaliza a

sua atenção no ego, e não em Jesus.

A Bíblia nos exorta a “olharmos para

Jesus, que é o autor e consumador da nossa

fé” (Hb 12:2). Isto realiza pelo menos

duas coisas:

Em primeiro lugar, desvia nossos pensamentos

e atenção de nós mesmos para

Jesus.

Em segundo lugar, quanto mais olharmos

para Jesus, pensarmos Nele, meditarmos

Nele, ocuparmos nossos pensamentos

com Ele, tanto mais desejaremos louvá-Lo.

É assim que o louvor começa: olhando-se

para Jesus. A nossa admiração e apreço por

Ele crescerão continuamente à medida que

fizermos isto. A nossa conscientização do

valor Dele aumentará, e isto promoverá pensamentos

de louvor e adoração a Ele.

3. Mundanismo

Oliver Cromwell certa vez definiu “mundanismo”

como “tudo o que esfria a minha

afeição por Jesus Cristo.” Mundanismo é

o oposto de espiritualidade. É a condição

predominante quando nossas mentes e pensamentos

estão centralizados nas coisas

deste mundo, ao invés das coisas de Deus e

Seu Reino.

Pessoas com mentes mundanas acham

que louvar a Deus é extremamente embaraçoso

e que isto ofende seus sentidos carnais

de dignidade. A cura para este problema

é tornar-se cada vez mais centralizado

em Cristo. À medida que a nossa conscientização

e apreço por Ele aumentam, o mundanismo

decresce proporcionalmente.

Um dos sintomas do mundanismo é uma

obsessão em manter uma dignidade e decência,

uma conscientização excessiva de “o

que as pessoas pensarão?” – ou muita preocupação

sobre quais seriam as reações das

pessoas. O nosso primeiro interesse como

cristãos é agradarmos ao Senhor. Isto nem

sempre agrada ao homem carnal. Se ficarmos

muito preocupados em agradar aos

homens e ganhar a aprovação deles, certamente

correremos o perigo de desagradar a

Deus.

4. Um Conceito Errado de Deus

Isto é freqüentemente uma forte barreira

ao louvor. Muitos têmuma visão de Deus

864 / SEÇÃOE2 E2.3– Louvor: Bênçãos e Barreiras

completamente negativa. Eles O vêem como

alguém que está constantemente tentando

pegá-los em alguma falta para poder condená-

los, alguém oposto a tudo que fazem.

Pensam que há pouca esperança de agradá-

Lo e de usufruir de Sua aprovação. Vêem a

Deus como um bicho-papão, alguém determinado

a impedir que as pessoas se divirtam

de qualquer forma.

Como é que alguém jamais poderia pensar

em louvar um Deus assim?

O louvor começa a levantar-se em nosso

coração somente quando recebemos um conceito

certo de Deus. O Espírito Santo precisa

mostrá-Lo a nós da maneira como Ele

realmente é. A leitura da Palavra de Deus é

uma cura maravilhosa para os conceitos errados

de Deus, mas isto somente acontece

quando estamos abertos e permitimos que

o Espírito Santo nos revele a verdade. Muitos

dos que lêem a Bíblia têm as suas mentes

fechadas à verdade. Uma verdadeira

conscientização de Deus, quem e o que Ele

é, certamente nos conduzirá ao louvor e adoração.

5. Tradições Religiosas

Nos dias de Cristo, muitos permitiam

que vãs tradições dos homens invalidassem

a Palavra de Deus (Mt 15:6). Infelizmente,

há muitos hoje em dia que fazem a mesma

coisa. Muitos cristãos que cresceram em

assim-chamadas tradições cristãs desaprovam

o louvor e a adoração. Tais tradições

condenam o louvor como um mero emocionalismo.

Lembre-se que “a Religião oprime,

mas a Redenção libera.” As pessoas que

estão aprisionadas nas tradições dos homens

em geral também têm conceitos errados

de Deus. Deus é um Ser extremamente

negativo em suas opiniões. Ele é totalmente

desprovido de emoções, e severo e proíbe

tudo.

Os que crêem num Deus assim tornamse,

eles próprios, pessoas com estas falsas

características de Deus. A cura para esta

condição é termos a coragem de ousadamente

expormos as nossas tradições à Palavra de

Deus, com coração e mente abertos. Sempre

que o Espírito Santo revelar os erros

das suas tradições, esteja disposto a abandoná-

las e a abraçar a Palavra de Deus em

seu lugar.

6. Orgulho

Eis aqui outra barreira à liberação do louvor.

Este é um problema difícil de ser tratado

por causa da nossa falta de disposição

em reconhecermos o orgulho do coração. O

nosso próprio egoísmo não permite que façamos

isto! Deus, porém, pode quebrar um

orgulho assim e libertar o prisioneiro.

O orgulho se refere à preocupação com a

auto-imagem, o desejo constante de uma boa

reputação, de sermos vistos fazendo o que

é considerado certo e apropriado.

7. Temor dos Homens

Provérbios 29:25 nos diz que “o temor

dos homens traz uma armadilha.”

O temor dos homens, seus pensamentos

e opiniões criam uma verdadeira armadilha

onde muitos são apanhados.

“O temor do Senhor é o principio da

sabedoria...” (Pv 9:10). Se realmente reverenciamos

o Senhor, nunca é preciso temermos

aos homens.

Deveríamos sempre buscar agradar ao

Senhor em todas as coisas, e certamente precisamos

louvá-Lo para fazermos isto. Se os

homens não gostam disso, é problema deles.

Nunca permita que as opiniões deles o

impeçam ou atrapalhem o seu desejo e intenção

de dar a Deus o louvor que Lhe é

devido.

8. Repressão Satânica

Chegamos finalmente à mais seria de todas

as barreiras: uma repressão do louvor,

satanicamente inspirada.

E difícil entendermos o profundo ódio

que Satanás tem por Deus e o quanto ele

detesta ouvir as pessoas louvando a Deus.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 865

Foi o profundo ciúme de Satanás em relação

a Deus que causou a sua queda. Em

seu orgulho, ele pensa ser maior que Deus.

Ele se enche de um ciúme irracional sempre

que ouve Deus sendo louvado e engrandecido.

Ele, portanto, tenta desanimar e suprimir

todo louvor desse tipo.

Quando alguém está sob o controle direto

de Satanás ou um de seus demônios, sabemos

que uma pessoa assim não pode sequer

falar o nome de Jesus. Se for encorajada

a fazê-lo, sua garganta se paralisa. A palavra

simplesmente não sai. Observa-se também

que, quando o nome de Jesus é pronunciado

na presença de tais pessoas, os

demônios dentro delas começam a enfurecer-

se. Satanás reage violentamente até mesmo

com a simples menção deste Nome. As

vítimas às vezes espumam na boca, entram

em convulsões, xingam e blasfemam, de tão

violenta que é a reação contra o louvor a

Deus ou Jesus.

C. CONCLUSÃO

Sempre que o cristão estiver ciente de

alguma aversão ao louvor, uma sondagem

sincera e honesta do coração deveria ser feita.

Ele deveria pedir a Deus em oração que

Ele lhe revele a natureza de seu problema, e

o que está restringindo ou bloqueando o fluir

do louvor. Depois que isto for descoberto,

é preciso que haja um arrependimento e

abandono desse impedimento.

A pessoa precisa, então, direcionar o seu

coração no sentido de ser obediente a Deus

e de dar louvores a Ele.

Se ainda parecer impossível o fluir no

louvor, a pessoa deveria buscar auxilio de

alguém maduro e espiritualmente sensível.

Talvez haja uma repressão satânica na vida

dessa pessoa que precisa ser quebrada. Até

que isso seja feito, ela nunca poderá servir a

Deus adequadamente.

Uma incapacidade de louvar e adorar a

Deus indica uma rebeldia em alguma área.

Há obviamente um problema básico que

precisa ser tratado. Continue buscando a

Deus até que a vitória venha e que rios de

louvor sejam liberados do seu interior!

Capítulo 4

Maneiras Bíblicas Para

Louvar e Adorar a Deus

A. LOUVOR E ADORAÇÃO: EXISTE

UMA DIFFERENÇA

1. Ação de Graças

Louvor é basicamente uma expressão

de admiração e aprovação. Em seu sentido

mais amplo, também inclui uma expressão

de gratidão e ações de graças por favores

recebidos. Assim sendo, louvor e ações de

graças são freqüentemente interligados.

Contudo, as formas mais puras de louvor

não incluem agradecimentos ou gratidão.

São em essência expressões de admiração

e adoração ao objeto de louvor, independentemente

do fato de favores haverem

sido recebidos ou não.

2. Adoração

Adorar a Deus, portanto, significa basicamente

a exaltação de Sua pessoa, caráter,

atributos e perfeição. É a adoração de Deus

por quem é o que Ele é, e não por nada que

Ele tenha feito e que tenha sido para o nosso

benefício. “Grande é o Senhor e muito

digno de louvor...” (Sl 145:3).

A adoração é primeiramente uma conscientização

interna de um valor. É, subseqüentemente,

uma expressão externa deste

apreço interno. Não se torna adoração até

que encontre uma expressão externa.

Enquanto se encontra no interior do coração

e da mente e admiração. Quando encontra

expressão e se torna vocal ou visível

torna-se então adoração.

B. EXPRESSÕES VOCAIS DE

LOUVOR E ADORAÇÃO

Há muitas maneiras bíblicas pelas quais

podemos expressar o nosso louvor a Deus.

866 / SEÇÃOE2 E2.4– Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus

Passaremos, a seguir, a examinar algumas

delas. Talvez a nossa lista não seja completa.

Você poderá encontrar outras maneiras

que são também bíblicas. Creio que Deus

quer que todo cristão seja livre o suficiente

em seu espírito para poder louvá-Lo em

qualquer e em todas as maneiras encontradas

na Bíblia.

Se você estiver consciente de um louvor

em seu coração, o qual nunca teve uma expressão

adequada, permita-me sugerir que

você estude estas várias expressões. Examine

as referências bíblicas citadas e considere,

em oração, o contexto e o significado

delas. Em seguida, pratique qualquer que

seja a expressão que você estiver considerando.

Por exemplo: se você estiver estudando

as referências bíblicas do nosso clamar a

Deus em voz alta, então siga em frente e

grite (clame) ao Senhor. Você descobrirá um

tremendo alívio ao fazê-lo. Algo será liberado

em seu interior. Uma nova dimensão de

alegria será liberada dentro de você, pois

você estará sendo obediente a Deus e estará

começando a Louvá-Lo nas novas maneiras

que Ele ordenou para você em Sua Palavra.

Se você tiver a oportunidade de ensinar

a outros estes princípios de louvor, digalhes

que façam cada um deles, à medida que

você os ensina. Não se contente em somente

falar sobre estes métodos de louvor. Encoraje

as pessoas a participarem e a realmente

fazerem o que você estiver ensinando.

1. Louvar a Deus com a Voz

“Os meus Lábios exultarão quando eu

Te cantor, assim como a minha alma que

Tu remiste. A minha língua falará da Tua

justiça todo o dia...” (Sl 71:23,24).

“Para publicar com voz de louvor, e

contar todas as Tuas maravilhas” (Sl 26:7).

Davi constantemente pronunciava os

louvores de Deus, dizendo coisas como:

“O Senhor é a minha força e o meu escudo;

Nele confiou o meu coração, e fui socorrido;

pelo que o meu coração salta de prazer,

e com o meu canto O louvarei” (Sl 28:7).

Deveríamos também cultivar o hábito de

falarmos sobre o Senhor e de exaltarmos as

Suas obras maravilhosas. Comece todos os

dias pronunciando louvores a Deus. Diga-

Lhe quão grande e maravilhoso Ele é; o quanto

você O ama e O aprecia. Agradeça-Lhe

por um novo dia e comece a Louvá-Lo pela

Sua presença com você durante aquele dia

todo. Cante um cântico de louvor e agradecimento

a Deus. Use a sua voz, seus lábios

e sua boca. Faça deles instrumentos de louvor.

Você ficará surpreso de quão rapidamente

você cultivará o hábito do louvor.

“Louvarei ao Senhor em todo o tempo:

o Seu louvor estará continuamente na minha

boca” (Sl 34:1).

“Folguem e alegrem-se em Ti os que Te

buscam: digam constantemente os que

amam a Tua salvação: engrandecido seja

o Senhor” (Sl 40:16).

“Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei

ouvir a voz do Seu louvor” (Sl 66:8).

2. Clamar a Deus

O louvor verbal do qual falamos na seção

anterior exige apenas um volume de conversação.

Estamos falando com Deus, como

numa conversação normal, dizendo-Lhe

nossa opinião Dele e expressando o nosso

apreço. Contudo, há também ocasiões em

que é apropriado e bíblico levantarmos as

nossas vozes e realmente clamarmos ou gritarmos

a Deus. “Clamai a Deus com voz

de triunfo”, diz Davi em Salmos 47:1.

Muitas pessoas conservadoras têm uma

aversão muito grande a clamores ou a qualquer

tipo de ruído alto. Pensam que é algo

sem dignidade. Alguns até dizem: “não há

necessidade alguma de se gritar. Deus não

é surdo!” A nossa resposta deveria ser:

“Deus não fica nervoso tampouco!”

Há ocasiões e lugares apropriados para

o som festivo e para o grito de louvor, e não

deveríamos ter medo de executá-los quando

estas ocasiões chegarem.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 867

“Mas alegrem-se todos os que confiam

em Ti; exultem eternamente...” (Sl 5:11).

“Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos,

vós os justos; e bradai alegremente todos

vós que sois retos de coração” (Sl 32:11).

“Exultem e alegrem-se os que amam a

Minha retidão...” (Sl 35:27).

“Vistam-se os Teus sacerdotes de retidão,

e exultem os Teus santos... e os seus

santos rejubilarão” (Sl 132:9,16).

“Exulta e canta de gozo, ó habitante de

Sião, porque grande é o Santo de Israel no

meio de ti” (Is 12:6).

“Canta alegremente, ó filha de Sião:

rejubila, ó Israel: regozija-te, e exulta de todo

o coração, ó filha de Jerusalém” (Sf 3:14).

“E a glória do Senhor apareceu a todo

o povo... o que vendo todo o povo, jubilaram

e caíram sobre as suas faces” (Lv

9:23,24).

“E sucedeu que, vindo a área do concerto

do Senhor ao arraial, todo o Israel

jubilou (gritou de alegria) com grande júbilo,

até que a terra estremeceu” (1 Sm 4:5)

3. Cantar

“Apresentai-vos a Ele com cânticos” (Sl

100:2).

Os cânticos são as reações mais simples

e naturais com relação a maravilha que é

Deus. São uma expressão espontânea de

uma emoção alegre. Sempre foram uma expressão

de louvor válida entre o povo de

Deus. Imediatamente após o êxodo do Egito,

quando Deus os conduziu em segurança

através do Mar Vermelho, Miriã guiou aos

filhos de Israel nos cânticos de louvores a

Deus, o Qual tão maravilhosamente os havia

libertado das mãos de seus inimigos.

“E Miriã Lhes respondia: Cantai ao Senhor

porque sumamente Se exaltou, e lançou

no mar o cavalo com o seu cavaleiro”

(Êx 15:21).

Há muitas referências ao cantar em toda

a Bíblia. Estes são apenas alguns exemplos:

“Eu cantarei ao Senhor; salmodiarei ao

Senhor Deus de Israel” (Jz 5:3).

“Por isso, ó Senhor, Te louvarei entre

os gentios, e cantarei louvores ao Teu

nome” (2 Sm 22:50).

“Cantai-Lhe, salmodiai-Lhe, atentamente

falai de todas as Suas maravilhas”

(1 Cr 16:9).

“Então ordenaram o rei Ezequias, e os

príncipes, aos levitas que cantassem louvores

ao Senhor com as palavras de Davi,

e de Asafe, o vidente. E cantaram louvores

com alegria e se inclinaram e adoraram”

(2 Cr 29:30).

“Eu louvarei ao Senhor segundo a Sua

retidão, e cantarei louvores ao nome do

Senhor Altíssimo” (Sl 7:17).

“Em Ti me alegrarei e saltarei de prazer;

cantarei louvores ao Teu nome, ó Altíssimo”

(Sl 9:2).

“Cantai louvores ao Senhor, que habita

em Sião...” (Sl 9:11).

“Cantarei ao Senhor, porquanto me tem

feito muito bem” (Sl 13:6).

“Exalta-Te, Senhor, na Tua força; então

cantaremos e louvaremos o Teu poder” (Sl

21:13).

“...Cantarei, sim, cantarei louvores ao

Senhor” (Sl 27:6).

“Cantai ao Senhor, vós que sois Seus

santos, e celebrai a memória da Sua santidade”

(Sl 30:4).

“Cantai-Lhe um cântico novo: tocai bem

e com júbilo” (S1 33:3).

“Cantai louvores a Deus, cantai louvores;

cantai louvores ao nosso Rei, cantai

louvores. Pois Deus é o Rei de toda a terra,

cantai louvores com entendimento” (Sl

47:6,7).

“Preparado está o meu coração, ó Deus,

preparado está o meu coração; cantarei, e

salmodiarei” (Sl 57:7).

“Eu porém cantarei a Tua força; pela

manha cantarei com alegria a Tua misericórdia;

porquanto Tu foste o meu alto refúgio,

e proteção no dia da minha angústia. A

Ti, ó fortaleza minha, cantarei louvores;

porque Deus é a minha defesa, e o Deus da

minha misericórdia” (Sl 59:16,17).

868 / SEÇÃOE2 E2.4– Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus

“Assim cantarei salmos ao Teu nome

perpetuamente, para pagar os meus votos

de dia em dia” (Sl 61:8).

Há muitas outras referências bíblicas a

cânticos de louvores a Deus, mas as poucas

que apresentamos são suficientes para que

tenhamos uma idéia da importância do nosso

cantar a Deus.

O cantar é um sinal de alegria e contentamento.

É um sintoma de alegria e indica uma

satisfação com aquilo que recebemos em

nossas vidas.

É uma expressão saudável de emoções

positivas, que ministra uma vitalidade a todo

o nosso ser.

Deus Se deleita ao ouvir-nos cantando

os Seus louvores.

a. Uma Variedade de cânticos. Em

Efésios 5:19 e Colossenses 3:16 a Bíblia

nos exorta a cantar salmos, hinos e cânticos

espirituais ao Senhor.

Os Salmos nos fornecem um material tremendamente

vasto para a adoração em forma

de cânticos – desde antigos hinos tradicionais

até corinhos modernos que são diretamente

tirados deles.

Os hinos têm também fornecido grandes

temas para a inspiração da Igreja e para o

seu louvor a Deus.

Os cânticos espirituais são um tanto diferentes

das duas categorias anteriores. São

cânticos dados diretamente pelo Espírito e

são cantados espontaneamente, à medida

que o Espírito supre tanto a letra como a

melodia.

Esses cânticos podem ser na língua da pessoa

que os está cantando. Neste caso, são cantados

“com o entendimento” (1 Co 14:15).

Em outras ocasiões, a letra pode ser em “outras

línguas.” Neste caso, o entendimento da

pessoa fica “sem frutos” (1 Co 14:14).

Sua mente fica sem qualquer entendimento

natural do que está sendo cantado, ainda

que, intuitivamente, ela saiba que o Espírito

está louvando e engrandecendo a Deus, com

as “línguas dos anjos.” Em ambos os casos,

estes cânticos são totalmente espontâneos e

não são planejados. Os cânticos são executados

pela fé. O cantor, ouvindo o Espírito de

Deus em seu próprio espírito, fielmente segue

a melodia e a letra que Ele supre.

C. EXPRESSÕES FÍSICAS DE

LOUVOR E ADORAÇÃO

Além de expressões verbais e audíveis

do louvor, a Bíblia cita muitas maneiras pelas

quais podemos usar expressões físicas a fim

de adorarmos a Deus.

1. Ficar em Pé

Ficar em pé é sempre um sinal de respeito.

Se uma pessoa de importância entra

num recinto, os que estão presentes se levantam

para honrar e mostrar respeito a

esta pessoa. O Espírito Santo freqüentemente

nos inspira a ficarmos em pé diante do

Senhor como um ato de adoração e reverência.

“Tema toda a terra ao Senhor; levantem-

se com um temor respeitoso todos

os moradores do mundo” (Sl 33:8).

“Eis aqui, bendizei ao Senhor todos vos,

servos do Senhor, que vos levantais na casa

do Senhor todas as noites” (Sl 134:1).

“Louvai ao Senhor. Louvai o nome do

Senhor; louvai-O, servos do Senhor. Vós

que vos levantais na casa do Senhor, nos

átrios da casa do nosso Deus” (Sl 135:1,2).

2. Erguer as Mãos

As mãos levantadas são um sinal universal

de rendição. Ao levantarmos nossas

mãos diante do Senhor, estamos reconhecendo

que estamos completamente entregues

a Ele.

Dizemos a Ele, novamente, que somos

incondicionalmente Dele, que não temos desejo

algum de nos rebelarmos contra Ele e

que não temos nenhuma arma em nossas

mãos para lutarmos contra Ele.

As pessoas que não estão totalmente

entregues a Deus têm grandes problemas

para fazer isso, ainda que pareça ser uma

coisa tão simples. Elas resistem energicaLOUVOR

E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 869

mente a essa forma de adoração. No entanto,

uma vez que o tenham feito, uma grande

liberação ocorre e tornam-se em geral capazes

de expressar o louvor de muitas outras

maneiras também.

“Levantai as vossas mãos no santuário,

e bendizei ao Senhor” (Sl 134:2). Isto é

também um sinal de um profundo desejo

por Deus. “Ouve a voz das minhas súplicas,

quando a Ti clamar, quando levantar

as minhas mãos para o oráculo do Teu santuário”

(Sl 28:2). É também simbólico de

sede espiritual por Deus.

“Estendo para Ti as minhas mãos; a

minha alma tem sede de Ti, como terra sedenta”

(Sl 143:6).

3. Bater Palmas

Quando alguém faz algo que merece a

nossa admiração e aprovação, e queremos

que esta pessoa saiba disso, geralmente batemos

as nossas mãos numa salva de palmas.

Se um pianista, por exemplo, tocar

algo realmente bonito e que for muito apreciado

pela platéia, em geral ocorre uma salva

de palmas espontânea. Se a platéia deseja

expressar a sua aprovação de uma forma

ainda mais óbvia, então ela se levanta e também

bate palmas. Chamamos a isto de “aclamação

publica de pé.” Se Deus é tão maravilhoso

e tem feito tantas coisas gloriosas

que merecem a nossa admiração e aprovação,

então seria tão estranho assim o desejo

de O aplaudirmos?

De fato somos até ordenados a bater palmas

para Deus (Sl 47:1). É um sinal de

alegria, regozijo e aprovação.

4. Inclinar-se ou Ajoelhar-se

Geralmente, quando as pessoas são tomadas

pelo sentimento da presença e glória

de Deus, elas espontaneamente caem

de joelhos ou se inclinam diante de Deus.

É um gesto de reverência e respeito.

“Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos;

ajoelhemo-nos diante do Senhor que nos

criou” (Sl 95:6).

Um dia todos os joelhos se dobrarão

diante Dele (Fp 2:10).

5. Prostrar-se Diante de Deus

Eis aqui uma outra forma de homenagem

e adoração extrema. Prostrar-se diante de

alguém é um sinal da mais profunda reverência.

É um ato nosso de humildade para

aumentarmos o sentido da elevação Daquele

diante do Qual nos prostramos.

6. Dançar

Devido ao fato de que a dança é uma

forma de louvor altamente demonstrativa e

talvez um tanto emocional, ela tem encontrado

muitas criticas e oposições, especialmente

de pessoas conservadoras. Por causa

desta controvérsia, dediquei um espaço

maior à consideração deste assunto.

O dançar envolve o uso de todo o corpo

a fim de expressar-se alegria, louvor e adoração

diante do Senhor. As palavras em hebraico

e em grego traduzidas por “dança”

na Bíblia tem uma variedade de significados,

como: “saltar,” “pular,” “levantar os

pés.” Estas traduções retratam um pouco a

natureza espontânea e sem estruturas destas

danças. Estas danças não são em geral

de acordo com movimentos prescritos e

programados, mas muito mais respostas

simples e espontâneas de alegria diante do

Senhor.

Acontecimentos como o que foi registrado

em Atos 3:8, onde o homem que anteriormente

era manco saiu “andando, e saltando,

e louvando a Deus” podem agora

ser vistos de um ângulo diferente, especialmente

quando nos lembramos do papel indispensável

que as danças sempre tiveram

na adoração do povo de Israel.

“Louvem o Seu nome com danças...”

(Sl 149:3).

“Louvai-O com pandeiros e com danças”

(Sl 150:4).

a. Alguns exemplos de danças na Bíblia:

1) Para a Celebração de Salvação

870 / SEÇÃOE2 E2.4– Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus

ou Libertação. “Então Miriã, a profetisa,

a irmã de Aarão, tomou o tamboril (uma

espécie de pandeiro) na sua mão, e todas

as mulheres saíram atrás dela com tamboris

e com danças” (Êx 15:20).

“Vindo pois Jefté a Mizpa, a sua casa,

eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com

pandeiros e com danças...” (Jz 11:34). Jefté

havia retornado de uma grande vitória.

2) De Regozijo por uma Restauração.

Quando a Arca da Aliança estava sendo

restaurada para Jerusalém:

“Davi dançava com todas as suas forças

diante do Senhor...” (2 Sm 6:14).

“Mical... via ao rei Davi saltando e dançando

diante do Senhor...” (2 Sm 6:16).

“... Mical... viu ao rei Davi dançando e

tocando...” (1 Cr 15:29).

Jeremias profetizou sobre a gloriosa restauração

por vir: “Então a virgem se alegrará

na dança, e também os mancebos e

os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria,

e os consolarei, e transformarei em

regozijo a sua tristeza” (Jr 31:13).

De acordo com Lamentações 5:15, as

danças deles haviam sido transformadas em

pranto, ao serem levados para o cativeiro.

Em Jeremias 31:13, vemos que as danças

foram restauradas quando eles novamente

foram trazidos do cativeiro.

Em Joel 1:12, vemos que a sequidão e a

esterilidade vêm sobre o povo de Deus quando

“a alegria se seca entre os filhos dos

homens.”

A alegria e o riso que acompanham uma

saída do cativeiro são um testemunho aos

incrédulos de que “o Senhor fez grandes

coisas por nós, e por isso estamos alegres”

(Sl 126:3).

3) As danças no Novo Testamento.

Os que se opõem às danças na Igreja hoje,

argumentam que elas eram meramente um

fenômeno do Antigo Testamento e que não

têm lugar algum na Igreja do Novo Testamento.

Contudo, é óbvio ao lermos o Novo

Testamento que essa expressão encontrase

lá também.

Jesus disse: “Regozijai-vos nesse dia,

exultai; porque, eis que é grande o vosso

galardão no Céu...” (Lc 6:23).

Uma das palavras gregas traduzidas por

alegria e que aparece freqüentemente no

Novo Testamento é agalliao, que significa

literalmente “saltar de alegria.”

Este não é um tipo de alegria lá no profundo

do nosso íntimo, e sim uma expressão

dinâmica e emotiva de uma tremenda

alegria, a qual faz com que literalmente “saltemos

de alegria.” Em seguida apresentamos

algumas referências do Novo Testamento

onde ela ocorre:

“...Jesus Se regozijou (agalliao) no Espírito...”

(Lc 10:21).

Disse então Maria: “A minha alma engrandece

ao Senhor, e o meu espírito se

alegra (agalliao) em Deus meu Salvador”

(Lc 1:46,47).

O carcereiro “...alegrou-se (agalliao) na

sua crença em Deus, com toda a sua casa”

(At 16:34).

Os crentes saltam de alegria por causa

do poder de Deus para salvar e pela gloriosa

herança que está reservada para eles (1

Pe 1:3-7).

Bem no final do Novo Testamento encontramos

uma exortação: “Regozijemo-nos

e alegremo-nos (agalliao – salte de alegria)

e demos-Lhe (a Cristo) glória; porque vindas

são as bodas do Cordeiro, e já a Sua

esposa se aprontou” (Ap 19:7).

Quando o filho pródigo foi restaurado

ao seu pai, houve “música e danças” (Lc

15:25). Quando ocorrer a restauração de

todas as coisas descritas pelos profetas, é

preciso que haja danças também, pois esta

é uma das coisas preditas pelos profetas

(Jr 31:13).

b. Alguns Aspectos da Dança Bíblica:

1) E espontânea e não é sofisticada

em seu estilo. Não tem uma forma estruturada,

exercitada e precisa.

É expressa com saltos, pulos e rodopios.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 871

Era às vezes acompanhada por instrumentos

musicais (1 Cr 15:29; Sl 149:3).

Era em geral acompanhada de cânticos

(Êx 15:20,21).

2) Pode ser praticada por um indivíduo

ou por um grupo. Davi dançou diante

do Senhor. Miriã e todas as mulheres

dançaram.

3) Não é executada com membros

do sexo oposto. Miriã e todas as mulheres

dançaram (Êx 15:20). Homens jovens e velhos

juntos (Jr 31:13).

4) Não há limites de idade. Jovens e

velhos juntos.

5) Os cânticos e as danças em geral

vinham juntos. “Não é este aquele Davi,

de quem uns aos outros cantavam nas danças,

dizendo: Saul feriu os seus milhares,

porem Davi as suas dezenas de milhares?”

(1 Sm 29:5).

6) Há uma hora apropriada para as

danças. “Tempo de chorar... e um tempo

de dançar” (Ec 3:4).

7) Deus profetizou uma restauração

das danças. “...e sairás nas danças

dos que se alegram” (Jr 31:4).

“Então a virgem se alegrará na dança...”

(Jr 31:13).

c. CUIDADO!!! As danças de natureza

carnal estão associadas com o abandono

da fé, idolatria, imoralidade e mundanismo,

como, por exemplo, as danças ao redor do

bezerro de ouro (Êx 32:19).

Satanás tem uma falsificação para tudo.

As falsificações, no entanto somente

provam a realidade do genuíno e original.

O fato de que Satanás pode falsificar algo,

não significa que não deveríamos praticar o

genuíno.

7. Instrumentos Musicais

Eram freqüentemente usados na Bíblia

para expressarem louvor e adoração. Podem

ter também um papel vital na adoração

hoje.

A Bíblia nos ordena: “Louvai-O com o

som de trombeta; louvai-O com o saltério e

a harpa. Louvai-O com o pandeiro e a flauta;

louvai-O com instrumento de cordas e

com órgãos. Louvai-O com os címbalos

sonoros” (Sl 150:3-5).

a. Tocar “no Espírito”. Os músicos

que desejam oferecer louvores em seus instrumentos

devem buscar a excelência nisto.

Precisam aplicar-se para “tocarem os

seus instrumentos com habilidade” (Sl 33:3).

Isto não significa necessariamente uma

habilidade perfeita. Não é uma oferta da

habilidade humana. É uma habilidade espiritual,

e não um talento natural.

A habilidade não está somente no tocar

o instrumento, mas na interpretação da direção

do Espírito. Chamamos a isto de “tocar

no Espírito.”

1) A harpa tocada com habilidade

por Davi expulsava os espíritos malignos

de Saul (1 Sm 16:23).

2) Os músicos podem produzir um

ambiente que conduza ao exercício dos

dons espirituais.

3) 4.000 músicos louvaram ao Senhor

com seus instrumentos na consagração

do Templo de Salomão (1 Cr 23:5). “E

ouvi uma voz do Céu, como a voz de muitas

águas, e como a voz de um grande trovão;

e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam

com as suas harpas. E cantavam um

como cântico novo diante do trono...” (Ap

14:2,3).

8. Com Silêncio

Em total contraste ao som dos cânticos,

instrumentos musicais, danças etc. é a expressão

do louvor através do silêncio.

“...tempo de ficar calado, e tempo de calar”

(Ec 3:7).

Não tenha medo do silêncio. Às vezes o

Espírito Santo traz um silêncio santo sobre

as congregações. Nessas ocasiões, o silêncio

se torna profundo e eloqüente. Há em

geral um grande senso de respeito e reverência

nessas ocasiões. Podemos ficar em

pé ou sentados silenciosamente diante de

Deus, contemplando-O, adorando-O e ve872

/ SEÇÃOE2 E2.4– Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus

nerando-O. “Aquietai-vos, e sabei que Eu

sou Deus...” (Sl 46:10).

9. Chorar

Esta pode ser também uma resposta legitima

de louvor a Deus. Não é o choro de

tristeza e pesar, mas de gratidão. Às vezes,

ao meditarmos na grandeza e bondade de

Deus, a única resposta apropriada à Sua

bondade é chorarmos lágrimas de gratidão.

Não tenha medo de fazer isto. Não é um

sinal de fraqueza. Deixe que as lágrimas corram.

A nossa reação humana é, em geral,

reter as lágrimas.

Contudo, o choro pode, às vezes, expressar

os desejos mais profundos do nosso

ser, de uma maneira como nenhuma outra.

Ele geralmente traz uma libertação profunda.

Não deveríamos, no entanto, ser dados

a muito choro, pois isto pode ser um

sinal de que algo está errado em nosso intimo,

e, em casos assim, talvez haja uma necessidade

de uma cura interior. Quando

Neemias começou a ler e explicar a Palavra

de Deus, o povo chorou ao ouvir.

Neemias permitiu que eles chorassem

por algum tempo, mas então interrompeu o

choro deles e os instruiu assim: “Ide, comei

as gorduras, e bebei as doçuras, ...não vos

entristeçais, porque a alegria do Senhor é a

vossa força” (Ne 8:10). Muito choro nos

enfraquece, enquanto que a alegria do Senhor

é uma fonte de força.

10. Risos

Realmente existe algo chamado de “risada

santa,” quando um desejo de rirmos

para o Senhor nos sobrevém. Não é uma

resposta a algo engraçado que alguém tenha

dito. É uma expressão de uma alegria

tão elevada no Senhor que a única maneira

que podemos expressá-la é através da risada.

O povo de Israel experimentou isto após

o seu retorno do cativeiro. “Então a nossa

boca se encheu de riso e a nossa língua de

cânticos...” (Sl 126:2).

“Eis que Deus não rejeitará ao reto...

até que de riso te encha a boca, e os teus

lábios de louvor” (Jo 8 :20,2 1 ).

11. Marchar

Deus freqüentemente mandava que o Seu

exército marchasse. Provavelmente, o melhor

exemplo conhecido foi a marcha ao redor

de Jericó (Js 6:2-5). Israel marchou em

resposta ao mandamento de Deus, e Jeová

derribou as muralhas de Jericó. Muitas

muralhas ainda caem quando o povo de

Deus marcha em resposta à Sua direção (muralhas

de orgulho, incredulidade, escravidão

espiritual, etc.).

Josafá e seu exército marcharam e cantaram

louvores a Deus, e Deus entregou os

seus inimigos em suas mãos, ainda que estes

últimos fossem em muito maior número

(2 Cr 20:20-22).

Muitas congregações têmfeito marchas

em resposta a direção do Espírito. Marchar

ao redor de uma igreja pode parecer à mente

natural tão ridículo quanto marchar ao redor

de Jericó. Mas em geral os resultados

têm sido quase tão dramáticos quanto aquele.

Muralhas de escravidão, orgulho e amargura

têm sido derribadas. Esse tipo de marcha

é chamado às vezes de “Marcha de

Jericó.” Outros o chamam de “marcha de

glória.”

A Noiva de Cristo é retratada como um

exército marchando em frente e em união

(Ct 6:4,10).

12. Regozijando-se no Senhor

Esta é ainda uma outra maneira de se

louvar ao Senhor. Quando Neemias entrou

na presença do rei com um rosto triste, o rei

soube imediatamente que algo estava drasticamente

errado. Neemias disse: “Eu nunca

antes estivera triste diante do rei. E o rei

me disse: Por que está triste o teu rosto,

pois não estás doente. Não é isto senão tristeza

de coração” (Ne 2:1-2).

Neemias atemorizou-se. Entrar na presença

do rei com um rosto triste parecia ser

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 873

uma indicação de que ele estava descontente

no serviço do rei. Isto seria um insulto ao

rei e não seria tolerado por ele. Por isso é

que Neemias atemorizou-se e rapidamente

começou a explicar o motivo de seu rosto

triste e que não tinha nada a ver com as

condições nas quais estava servindo ao rei.

Ninguém ousaria entrar na presença do

rei com um rosto e gestos tristes. Contudo,

muitos cristãos entram na presença do Rei

dos reis de uma maneira triste e lamuriante.

Fazer isso é um insulto a Deus. É uma indicação

de que estamos longe de estarmos satisfeitos

com a nossa porção sob Seu governo.

A maneira adequada de entrarmos na presença

do Rei é com regozijo, o que indica

que estamos muito satisfeitos com a nossa

posição e que somos gratos pela honra que

nos foi concedida de sermos servos do Rei!

Freqüentemente, o seguinte era dito ao povo

de Deus: “E regozijareis diante do Senhor

teu Deus” (Dt 12:12).

Deus estava instituindo um lugar onde

Ele pudesse Se encontrar com eles: “Então

haverá um lugar que escolherá o Senhor

vosso Deus para ali fazer habitar o Seu

nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os

vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios,”

e os vossos dízimos, e a oferta alçada

da vossa mão, e toda a escolha dos vossos

votos que votardes ao Senhor. E vos alegrareis

perante o Senhor vosso Deus, vós,

e vossos filhos, e vossas filhas, e os vossos

servos...” (Dt 12:11,12).

Assim sendo, Deus decretou que, ao chegarmos

no lugar que Ele ordenou para nos

encontrarmos com Ele, deveríamos nos

apresentar com regozijo. Davi entendeu isto

ao dizer: “Entrai por Suas portas com gratidão,

e em Seus átrios com louvor...” (Sl

100:4).

Quando o povo de Israel guardava as

Festas do Senhor, eles deviam fazê-lo com

regozijo diante Dele, “...e vos alegrareis

perante o Senhor vosso Deus...” (Lv

23:40). O regozijo é uma maneira de expressarmos

a nossa gratidão e o louvor.

Quando damos um presente a alguém, o

regozijo dessa pessoa indica o prazer e a

apreciação dela.

Assim também quando nos regozijamos

diante do Senhor, estamos expressando nosso

prazer Nele e nossa apreciação por Ele.

É uma pena muito grande que tantas igrejas

incutiram a idéia de que a reverência é solenidade,

quietude e sobriedade. Parece que

elas pensam que o expressar alegria é o ápice

da irreverência. Nada poderia estar mais

afastado da verdade.

Os cristãos deveriam ser as pessoas mais

alegres da cidade, e o seu regozijo deveria ser

óbvio a todos. A Igreja, em suas reuniões,

deveria ser uma celebração. Ela atrairia, então,

muito mais pessoas, pois ela refletiria

mais fielmente a verdadeira natureza de

Deus. Em vez disso, muitas igrejas modernas

afastam, muitas vezes, as pessoas devido

à sua frieza e tristeza. São tão solenes e

pesadas. O ambiente é tão rígido e formal.

As pessoas se comportam de uma maneira

tão falsa, tão religiosa, e sem naturalidade

alguma. Não deveria ser assim. Voltemos ao

espírito de regozijo diante do Senhor.

Há muitas maneiras pelas quais o nosso

regozijo pode ser expresso. Cantando cânticos

alegres, ao invés de cânticos melancólicos,

é uma maneira”. Levantando as nossas

mãos, batendo palmas e dançando são algumas

das outras maneiras. O regozijo no Senhor

faz com que estejamos muito mais

descontraídos na presença de Deus. Precisamos

de menos formalidade e de mais realidade!

Este mundo já é um lugar triste o suficiente

sem que precisemos acrescentar a nossa

contribuição de tristeza. Procuremos

abrilhantá-lo, pois somos a luz do mundo.

No Novo Testamento, a palavra grega

“agallia” (já estudada anteriormente; veja

a ação “dançar”) é traduzida por ”regozijarse”!

Isto significa literalmente ”pular de alegria,

regozijar-se extraordinariamente, ficar

extremamente contente, com uma alegria

enorme.” Esta é uma forma de alegria que é

874 / SEÇÃOE2 E2.5– Oferecendo o Sacrifício de Louvor

Tudo parece estar indo errado. O nosso

mundo parece estar caindo aos pedaços.

Nessas circunstâncias, louvamos a Deus, não

por causa dessas circunstâncias, mas a despeito

delas. O nosso louvor não se eleva por

nos sentirmos maravilhosamente bem e por

querermos dar expressão aos nossos sentimentos

agradáveis. Nestas situações, louvamos

a Deus pela fé. Nós O louvamos por

obediência. Nós O louvamos por Quem Ele

é, e não especificamente pelo que Ele fez.

Este tipo de louvor não vem facilmente. Não

é algo barato, e sim bem caro. Contudo, traz

uma alegria especial ao coração do Pai, o Qual

muito aprecia receber o sacrifício de louvor.

1. É um Louvor Contínuo

Davi aprendeu esse segredo. Ele disse:

“Louvarei ao Senhor em todo o tempo: o

Seu louvor estará continuamente na minha

boca” (Sl 14:1).

Este louvor não é espasmódico e errático.

Não é um louvor de “quando tudo vai

bem”.

Não é um louvor barato e fácil que não

custa nada.

Não é um louvor sentimental.

Não é superficial e vazio.

É consistente. É oferecido a Deus continuamente.

Nos bons tempos, e nos maus tempos,

quando tudo está bem, e quando nada parece

estar dando certo.

Nas ocasiões em que “o Senhor dá”.

E nas ocasiões em que “o Senhor tira”.

E somos capazes de dizer: “... bendito

seja o nome do Senhor” (Jo 1:21).

Significa louvarmos a Deus quando o

bebê morre e não entendemos o porquê.

Significa louvarmos a Deus quando as

doenças atacam e os médicos dizem que não

há esperança alguma.

Significa louvarmos a Deus ao perdermos

o nosso emprego, ou quando estamos

a quilômetros de distância da “civilização”,

sem um macaco, e com um pneu furado em

nosso carro.

livre, desinibida, espontânea e expressiva.

É tão livre que pode fazer com que saltemos

de alegria como se fôssemos crianças!

D. RESUMO

Lembre-se de que estas expressões de

louvor só serão válidas se elas estiverem

expressando verdadeiramente o louvor que

está em nosso coração.

A mera execução dos movimentos, como

os de um robô mecânico, não constitui o

louvor. São, apenas meios de expressarmos

a admiração, gratidão e respeito que estão

dentro de nós.

Capítulo 5

Oferecendo o Sacrifício de

Louvor

“Portanto ofereçamos sempre por Ele a

Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos

lábios que confessam o Seu nome” (Hb

13:15).

A. O QUE É SACRIFÍCIO

DE LOUVOR?

Há uma grande diferença entre louvar a

Deus e oferecer o “sacrifício de louvor”.

Para um filho de Deus que esteja num relacionamento

correto com o Pai, o louvor é,

em geral, algo que flui facilmente. Temos

tantas coisas pelas quais podemos louvar a

Deus, que sempre que pensamos n’Ele, deveria

haver um fluir espontâneo de louvor

do nosso coração. Geralmente o nosso louvor

inclui também ações de graças e ministramos

a Deus com louvores por todas as

bênçãos e benefícios que Ele trouxe para a

nossa vida.

O “sacrifício de louvor” é um tanto diferente.

Em geral não flui fácil e espontaneamente.

Não é o louvor que oferecemos

porque tudo está indo bem e estamos felizes

e abençoados. O sacrifício de louvor é

algo que oferecemos a Deus quando não sentimos

o desejo de louvá-Lo.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 875

E especialmente nas ocasiões em que os

céus parecem ser de bronze. Parece que

Deus está a milhões de quilômetros de distância.

Parece que as nossas orações não

são ouvidas e muito menos respondidas.

Quando não podemos, de imediato, pensar

em nada pelo qual queiramos louvar a

Deus, mas O louvamos de qualquer maneira.

Isto é o sacrifício de louvor.

É o louvor que oferecemos a Deus quando

realmente nos custa algo para fazê-lo.

Nossos sentimentos naturais argumentam

em contrário. Nossos amigos nos desanimam.

Nosso coração está pesado e não

estamos saltitantes em nossos passos. O

Diabo nos diz: “O que você tem como motivo

de louvar a Deus? Não se pode esperar

que Ninguém louve a Deus nessa espécie de

situação. Nem mesmo Deus esperaria que

você fizesse isto. Seria fanatismo!”

No entanto, sabemos no profundo do

nosso ser que Deus é digno de ser louvado.

Sabemos que Ele ainda está no Trono.

Ele ainda é o Todo-Poderoso, o Deus de

todo o Universo.

Ele não mudou de maneira nenhuma.

Ele é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.

Louvado seja o Seu maravilhoso Nome!

2. É um Louvor Audível

É o fruto de nossos lábios. Nossos lábios

produzem as palavras e nos ajudam a

verbalizarmos os nossos pensamentos.

Assim também, o sacrifício de louvor é

algo que dizemos.

Algo que falamos audivelmente.

Satanás pode ouvi-lo.

As pessoas podem ouvi-lo.

Nós mesmos podemos ouvi-lo.

E, o mais importante de tudo, é que Deus

pode ouvi-lo.

Foi o sacrifício de louvor que Paulo e

Silas ofereceram a Deus à meia-noite, quando

estavam acorrentados na mais profunda

masmorra.

Haviam sido atirados ao cárcere por falarem

sobre Jesus. Não eram criminosos.

Não haviam cometido nenhum crime horrendo.

Estavam divulgando as Boas Novas

do Reino e foram jogados na cadeia por seus

esforços.

Haviam sido surrados com muitas chicotadas.

Suas costas estavam cortadas e sangrando.

Estavam doloridos. Suas feridas ainda

estavam sensíveis. Cada nervo de seus

corpos gritava de dor. Suas mãos e pés estavam

acorrentados à parede.

Não podiam sentir-se confortáveis, não

importa o que tentassem.

Agora era meia-noite. A hora em que o

espírito humano está em sua maré mais baixa,

a hora em que o espírito deles estaria

normalmente nas profundezas da depressão

e do desespero. Provavelmente não haviam

nunca sentido menos vontade de louvar

a Deus do que naquele exato momento.

Mas à meia-noite começaram a cantar

louvores a Deus. Abriram suas bocas e começaram

a cantar audivelmente os louvores

do Senhor. Como isto deve ter alegrado o

coração de Deus.

Ali estavam dois de Seus servos, sofrendo

vergonha, dor e desespero pelo Seu Nome.

Definhando na prisão porque haviam feito o

que Deus Lhes havia ordenado. Será que O

amaldiçoariam? Será que O negariam? Será

que diriam: “Em que estávamos pensando

ao entrarmos nesta confusão toda?” Será

que O culpariam, dizendo: “não estaríamos

nesta complicação se não fosse por Deus!”

Não! Mil vezes não! Começaram a cantar

os Seus louvores.

À meia-noite.

Na hora mais escura.

Quando tudo parecia escuro e desanimador.

De repente, as paredes da prisão começaram

a tremer. Suas correntes se soltaram.

Gosto de pensar que, ao ouvir o culto de

louvor deles da meia-noite, o Senhor ficou

tão entusiasmado que Se uniu a eles e gritou

“Aleluia” tão alto que os muros da prisão

começaram a ecoar!

876 / SEÇÃOE2 E2.5– Oferecendo o Sacrifício de Louvor

Esses homens estavam oferecendo o sacrifício

de louvor. Estavam louvando a Deus

apesar de todas as adversidades. Estavam

escalando até o topo de suas circunstância

se bradando: “Glória a Deus de qualquer

maneira!”

Os santos de Deus por todo o mundo

ainda estão oferecendo esses mesmos tipos

de sacrifícios. De celas de prisões em muitas

partes desta Terra, onde os santos de

Deus sofrem por haverem dado testemunho

sobre Jesus, estão eles oferecendo seus

sacrifícios de louvor a Deus.

3. Pode Ser Feito Apenas

Através de Jesus

“Portanto ofereçamos sempre por

Ele...” Somente Jesus pode fazer com que

esse tipo de oferenda seja possível. É por

isso que Cristo é tão maravilhosamente

glorificado nesse exercício. O Pai sabe

muito bem que Ninguém poderia oferecer

louvores e ações de graças num tipo de

situação assim, a menos que o Senhor o

ajudasse.

Assim sendo, Deus vê a maravilha do

Seu Filho nesta oferenda. É a graça de Seu

Filho que realizou este milagre. Eis aí uma

pessoa que anteriormente poderia ter amaldiçoado

a Deus numa situação assim, mas

que agora, por causa do triunfo da graça de

Deus em sua vida, está, na verdade, agradecendo

e louvando a Deus, dizendo:

“Não estou entendendo porque isso está

acontecendo, Deus, mas eu O louvo de qualquer

maneira. Não posso entender porque

isso deveria acontecer com a minha família

e comigo. Não posso discernir a razão ou

imaginar o propósito, mas eu O louvo de

igual modo.”

Sempre que um sacrifício de louvor é

oferecido, Jesus Cristo é glorificado!

4. É a Ação de Graças

ao Seu Nome

Deus quer conduzir-nos ao lugar em que

podemos sinceramente “dar sempre graças

por tudo a nosso Deus e Pai” (Ef 5:20).

Observe que não significa dar graças ao Pai

por todas as coisas. Isso é muito mais difícil.

Primeiramente, Deus nos ensina a dar-

Lhe graças em todas as coisas. Podemos

fazer isto somente quando realmente cremos

na soberania de Deus. Quando verdadeiramente

“... sabemos que todas as coisas

cooperam para o bem daqueles que

amam a Deus, daqueles que são chamados

segundo o Seu propósito” (Rm 8:28).

B. COMO OFERECER O

SACRIFÍCIO DE LOUVOR

1. Determine de Antemão que

Você Vai Louvar a Deus

Faça isto todo o tempo e em qualquer

situação.

2. Comece a Fazê-lo Agora Mesmo

Louve a Deus todos os dias e o dia todo,

não importa o que possa surgir no seu dia,

louve a Deus nessa situação, por ela e através

dela. Entre no bom hábito de louvar a

Deus continuamente.

3. Se os Problemas Vierem no Seu

Caminho, ou Você se Encontrar

em Dificuldades, Determine-se a

Louvar ao Senhor

Davi disse: “Aquele que oferece sacrifício

de louvor Me glorificará; e aquele que

bem ordena o seu caminho Eu mostrarei a

salvação de Deus” (Sl 50:23). Determinese

a louvar a Deus na sua situação difícil, e

Deus preparará uma forma de libertação para

você.

4. Comece a Fazê-lo Pela fé

Fale audivelmente palavras de louvor.

Pela fé, agradeça a Deus em voz alta, ainda

que você” talvez não compreenda pelo que

está agradecendo a Ele. Comece a louvá-Lo

por haver-lhe trazido uma libertação. Você

ainda não pode ver de que maneira. Você

ainda não sabe como Deus o libertará, mas

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 877

já está agradecendo-O e louvando-O do mesmo

modo. Você já está na vitória.

5. Uma Vez que Você Começou,

Continue Louvando-O

Deixe que os seus louvores se elevem

cada vez mais alto. Deixe que o Espírito de

louvor realmente Se apodere de você. Grite

louvores a Deus. Cante para Ele. Dance diante

d’ Ele. Glorifique-O e engrandeça o Seu

Nome. Ele trará uma forma de salvação para

você.

Capitulo 6

O Significado de Louvor e

Adoração

A. O QUE É ADORAÇÃO?

Louvar significa falar bem de algo, expressar

admiração, cumprimentar, elogiar,

congratular, aplaudir, “gabar”, enaltecer.

Adorar significa expressar reverência, ter

um sentimento de admiração reverente, prostrar-

se diante do objeto de adoração, fazendo-

lhe mesura.

A adoração é a forma mais elevada do

louvor. Em geral começamos com o louvor e

depois entramos na adoração.

A palavra adoração significa “apreciar o

valor de alguma coisa e dar uma resposta

apropriada a este valor.”

1. Uma Atitude

A adoração é antes de tudo uma atitude

do coração. É a ocupação reverente do coração

humano com o seu Criador. Ela começa

com uma contemplação interior do coração;

uma meditação profunda sobre a grandeza e

dignidade de Deus. É o sabor de admiração

por Deus. É um sentimento interior de reverência

e respeito pelo Todo-Poderoso.

2. Um Extravasamento

Em segundo lugar, é um extravasamento

destes pensamentos e emoções, os quais

fluem espontaneamente. Eles não deveriam

ser “bombeados” ou forçados a saírem. O

nosso cálice, como o de Davi, deveria

“transbordar de alegria” (Sl 23:5).

3. Um Derramamento

Em terceiro lugar, é o derramamento

da alma em profundas expressões de reverência,

admiração, maravilhamento e adoração.

B. AS PRIMEIRAS REFERÊNCIAS

BÍBLICAS À ADORAÇÃO

Um dos princípios da interpretação bíblica

é a “lei da primeira menção”, segundo

a qual a primeira menção bíblica de qualquer

assunto nos dá uma indicação clara do

seu significado e importância, onde quer que

ocorra na Bíblia. É a chave para a compreensão

do significado desta palavra ou assunto

por toda a Bíblia.

A primeira menção da palavra adoração

está em Gênesis 22:5. Abraão, dirigindo-se

aos moços que o acompanharam e a Isaque

ao Moriá disse: “... eu e o moço iremos até

ali; e havendo adorado...” A palavra usada

aqui é shachah, que significa “prostrar-

se diante, inclinar-se com uma humilde

reverência, respeito e fazendo mesura.

Examinemos agora algumas das implicações

desta primeira menção de adoração.

1. Deus Ordenou que

Abraão Fosse Adorar

O louvor e a adoração não são uma opção

que podemos decidir fazer ou não fazer,

de acordo com os nossos caprichos.

São um mandamento de Deus. Quando a

Bíblia diz “louvai ao Senhor”, isto não é

uma sugestão ou um pedido, e sim um mandamento.

Não há nenhuma exceção. Todo e

qualquer filho de Deus deve ser um louvador

e adorador de Deus.

2. A Resposta de Abraão

Foi a Obediência

Esta obediência foi essencial para o seu

relacionamento de aliança com Deus. Deus

878 / SEÇÃOE2 E2.6– O Significado de Louvor e Adoração

e ele haviam entrado numa aliança, a qual

exigia uma obediência absoluta e um compromisso

total de Abraão com Deus. Deus

estava a ponto de testar a sinceridade e integridade

do compromisso de Abraão. Ele

estava exigindo o sacrifício da própria coisa

que Abraão considerava mais preciosa: Isaque,

o filho da promessa.

3. O Ato de Adoração é Algo Caro

Este ato de adoração custaria a Abraão a

sua melhor e mais preciosa oferta. Deveria

realmente ser um “sacrifício de louvor”

(Hb 13:15). Uma vida de adoração exige

tudo o que somos e temos (Rm 12:1,2). É

preciso que haja uma rendição total de todo

o nosso ego a Deus para que nos tornemos

verdadeiros adoradores. Davi também entendia

este princípio ao dizer: “Ofereceria

eu a Deus o que não me custa nada?” (2

Sm 24:24 parafraseado).

4. O Ato de Adoração é um Ato de Fé

Todos os passos dados por Abraão naquele

dia foram passos de fé. Enquanto subia

o Monte Moriá, sabendo que Deus havia

exigido a oferta do seu bem-amado filho,

ele sabia, pela fé, que de alguma maneira ele

e Isaque voltariam juntos (Gn 22:5).

5. A Rendição do Ego

Abraão estava não somente preparado

para oferecer Isaque. Ofereceria também a

Deus os seus próprios planos, desejos,

ambições e vontades para o futuro. Seu

futuro estava inevitavelmente atado a este

rapaz. Este era o filho que Deus lhe havia

prometido e através do qual todas as promessas

da aliança seriam cumpridas.

Entregá-lo em obediência significava entregar

a expectativa de tudo quanto ele desejava

ver cumprido. Ele entregou a si mesmo.

Nunca podemos entrar numa verdadeira

adoração até que haja uma rendição total

do nosso ego a Deus. O nosso ego sempre

se interpõe em nossa adoração. Portanto,

precisamos entregá-lo por completo a

Deus.

6. O Louvor Glorifica a Deus

O alto preço do ato de adoração de Abraão

glorificou a Deus. Uma reação normal

seria: “Quão grande e glorioso deve ser Aquele

por Quem Abraão estaria disposto a sacrificar

o seu filho amado a fim de oferecer a

adoração de obediência e fé!”

Deus diz: “Aquele que oferece sacrifício

de louvor Me glorificará...” (Sl 50:23). Todos

os verdadeiros atos de adoração glorificam

a Deus.

7. O Adorador Também é

Abençoado

A resposta de Deus ao ato de adoração

de Abraão indica o Seu grande prazer e também

o Seu desejo de abençoar a todos os

adoradores.

“Porquanto fizeste esta ação, e não Me

negaste o teu filho, o teu único, que deveras

te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei

a tua semente como as estrelas dos

céus, e como a areia que está na praia do

mar; e a tua semente possuirá a porta dos

seus inimigos... porquanto obedeceste a

Minha voz” (Gn 22:16-18).

A história de Maria, a qual ungiu os pés

de Jesus com um ungüento precioso, é um

lindo símbolo de adoração (Jo 12:3). João

nos diz que mais tarde ela “... enxugou-

Lhe os pés com os seus cabelos...” Imagine

a doce fragrância que ela deve ter levado

em seu cabelo. Onde quer que fosse as

pessoas ficavam cientes daquele doce aroma.

É assim também com os adoradores.

Suas vidas carregam uma doce fragrância

onde quer que vão. É a fragrância da presença

do Senhor!

C. A ADORAÇÃO RETRATADA

NO TABERNÁCULO

Um outro princípio de interpretação bíblica

é a “lei de muitas menções”. Este principio

diz que a quantidade de menções e

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 879

2. Ordem e Progressão da

Adoração

O Tabernáculo nos ensina a ordem e

progressão da adoração. Ao entrarmos no

pátio externo do Tabernáculo, a primeira

coisa que vemos é o altar de cobre para os

sacrifícios. É aqui que os nossos pecados

e iniqüidades são tratados e recebemos o

perdão de Deus.

Em seguida vinha a pia de cobre, a qual

era símbolo da purificação através da água da

Palavra. O adorador em potencial tinha que

passar por essas duas experiências antes de

chegar à cortina do Lugar Santo.

Dentro do Lugar Santo ficavam a mesa

dos pães da proposição, o candelabro de

sete pontas e o altar de ouro para o incenso,

os quais têm um significado profundo no

ensinamento da adoração.

Por último, havia o Lugar Santíssimo,

aquele local sagrado e solene de comunhão,

o qual tipifica as formas mais elevadas e

puras de louvor e adoração. É nesse lugar

que o Espírito quer nos levar. Há uma progressão

bem definida no aprendizado das

habilidades da adoração. Deus quer nos conduzir

através de todas as fases até que, finalmente,

possamos entrar no último estágio

da adoração sagrada, aquele lugar dentro

do véu com Ele.

Capítulo 7

A Música no Louvor e

Adoração

A. A MÚSICA É IMPORTANTE

NA ADORAÇÃO

A música sempre teve um papel importante

na adoração a Deus. Há muito tempo

atrás, no início da Criação, “as estrelas da

alva juntas alegremente cantavam, e todos

os filhos de Deus rejubilavam” (Jo 38:7).

A música hebraica era predominantemente

vocal. Havia bem poucos instrumentos

nos primeiros dias de sua história. A voz

espaço dada a um determinado assunto indica

a sua importância. Quando consideramos

quanto espaço é devotado à descrição

do Tabernáculo (cinqüenta e um capítulos)

em toda a Bíblia:

Êxodo 15 Capítulos

Levítico 18 Capítulos

Números 13 Capítulos

Deuteronômio 2 Capítulos

Hebreus 3 Capítulos

Percebemos como este assunto é importante.

1. Natureza Vital da Adoração

Uma vez que o propósito principal do

Tabernáculo era a adoração a Deus, vemos

que Deus nos está transmitindo a natureza

vital da adoração e a tremenda importância

que Ele dá para isto.

A primeira peça do Tabernáculo que Deus

descreve é a Arca da Aliança, a qual era

superposta pelo propiciatório. Deus disse:

“E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do

propiciatório...” (Êx 25:22). O Lugar

Santíssimo, onde a Arca ficava, era o lugar

onde Deus Se encontrava e comungava com

o homem, face a face. Era o lugar de adoração.

No sistema da Antiga Aliança, este tremendo

privilégio era concedido somente ao

sumo sacerdote, e isto em apenas um dia do

ano, o Dia da expiação. Quão abençoados

somos, sob os termos da Nova Aliança, por

termos o privilégio de um continuo acesso

pelo sangue de Cristo.

O ensinamento básico para nós, cristãos,

implícito no Tabernáculo é o da adoração.

Deus havia tirado o Seu povo do Egito “com

grande força e uma forte mão” (Êx 32:11).

Uma vez que a libertação deles do Egito

estava completa, a primeira coisa que Ele

fez foi incumbir Moisés de construir o Tabernáculo.

O primeiro desejo de Deus, após

a nossa libertação do Egito (o pecado e sua

escravidão), é o de iniciar-nos no ministério

da adoração.

880 / SEÇÃOE2 E2.7– A Música no Louvor e Adoração

para a glória de Deus, mas quando se rebelou

contra o Senhor e teve que ser expulso

do Céu, ele prostituiu este dom e começou

a usá-lo para o mal, ao invés do bem. Ele

tem feito isso muito eficientemente até o

dia de hoje.

Foram os descendentes de Caim que inventaram

tanto os instrumentos de música

como os instrumentos de guerra (Gn 4:21,22).

Quando Moisés voltou do seu encontro

com Deus na montanha, ele descobriu que

os filhos de Israel haviam se afastado de

Deus e voltado à adoração de ídolos. Estavam

dançando e cantando ao redor do bezerro

de ouro. O som de suas músicas era

tão confuso aos ouvidos de Moisés que ele

não podia discernir imediatamente o significado

daquele som.

Este tipo de música, cheio de confusão,

tem a marca registrada de Satanás, pois

ele é um enganador. Muitas músicas modernas

estão repletas de confusão. Transtornam

e perturbam as pessoas.

A música devota, piedosa, tem um efeito

exatamente oposto. Ela acalma ao invés

de confundir. Talvez ela nos motive, mas

nunca faz com que percamos o controle de

nossas emoções. Ela nos fortalece, ao invés

de nos enfraquecer.

Nabucodonosor, rei da Babilônia, usava

instrumentos musicais de varias espécies para

induzir as pessoas à adoração da imagem de

ouro que ele havia erigido (Dn 3:5-7).

Herodes sucumbiu à música e dança sedutoras

da filha de Herodias e tolamente ordenou

a morte de João Batista (Mt 14:6).

A música satanicamente inspirada da

Babilônia será finalmente destruída quando

a cidade da Babilônia for derribada. O

som de sua música não mais será ouvido

(Ap 18:22).

C. A MÚSICA PODE INSPIRAR

A ADORAÇÃO A DEUS

O Espírito Santo também pode usar a

música para a glória de Deus e para a edificação

das pessoas.

humana era o instrumento mais acessível e

popular com o qual a música podia ser feita.

A primeira menção bíblica de música e

cânticos encontra-se em Gênesis 31:27 e associa-

se com a expressão de júbilo. A adoração

com cânticos é primeiramente mencionada

em Êxodo 15:1-21. Moisés e os filhos

de Israel cantaram ao Senhor; Miriã e todas

as mulheres, com pandeiros e danças, responderam

ao cântico de Moisés.

A escavação do poço em Beer foi celebrada

com cânticos (Nm 21:17,18).

Débora e Baraque celebraram sua vitória

com cânticos (Jz 5:1-31).

As mulheres de Israel celebraram a vitória

de Davi sobre Golias com cânticos (1

Sm 18:6,7).

Quatro mil levitas louvaram ao Senhor

com instrumentos quando Salomão foi levantado

como rei sobre Israel.

“E os filhos de Israel... celebraram a festa

dos pães asmos sete dias com grande alegria:

e os levitas e os sacerdotes louvaram

ao Senhor de dia em dia, com instrumentos

fortemente retinintes ao Senhor” (2 Cr 30:21).

“E disse Davi aos príncipes dos levitas

que constituíssem a seus irmãos, os cantores,

com instrumentos musicais, com

alaúdes, harpas e címbalos, para que se

fizessem ouvir, levantando a voz com alegria”

(1 Cr 15:16).

E óbvio que a música e os cânticos são

uma parte vital do louvor e adoração a

Deus. Isso é retratado em toda a Bíblia, de

Gênesis a Apocalipse. Hoje em dia ainda é

assim. São uma expressão vital, gloriosa e

positiva de louvor a Deus.

B. SATANÁS USA A MÚSICA

É também verdade que Satanás usa a

música muito eficientemente para alcançar

os seus propósitos. Antes de sua queda,

Lúcifer era um chefe dos músicos. Ezequiel

28:13 nos diz: “a obra dos teus tambores e

dos teus pífaros estava em ti; no dia em que

foste criado foram preparados.” Lúcifer era

um músico mestre. Ele deveria usar este dom

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 881

2. Paulo e Silas cantaram louvores

a Deus na prisão. (At 16:25).

3. O Apóstolo Paulo instruiu a

Igreja com relação aos cânticos

ungidos.

Eles deveriam cantar:

a. Salmos (os Salmos músicados).

b. Hinos (cânticos de louvor a Deus).

c. Cânticos Espirituais (cânticos espontâneos

dados pelo Espírito).

Os cânticos da Igreja Primitiva eram louvores

ao Senhor. O seu objetivo primário

nos cânticos era louvar e engrandecer a

Deus. Não cantavam para causarem um

impacto ou para entreterem os outros. Os

seus cânticos não eram centralizados no

homem. Eram dirigidos a Deus, para o Seu

prazer somente.

E. COMO TER UM MINISTÉRIO

DE MÚSICA UNGIDA

Este tipo de música e cânticos ungidos,

dirigidos a Deus com louvor e adoração, é

muito raro na Igreja hoje. Contudo, Deus

está restaurando esse ministério ao Seu

povo.

Aqui estão algumas sugestões para ajudálo

a introduzir a sua comunidade num ministério

de música ungida com louvores a Deus:

1. Comece Todas as Reuniões com

Ações de Graças e Louvores em

Forma de Cânticos

“Entrai por Suas portas com ações de

graças, e em Seus átrios com louvor;

agradecei-O, e bendizei o Seu nome” (Sl

100:4)

2. Peça, em Oração, ao Espírito

Santo que o Lembre de Cânticos

ou Hinos Apropriados

Deus tem um tema ou mensagem para

cada culto. Em geral, os cânticos apropriados

preparam o caminho para o tema ou

mensagem.

Observe o poderoso efeito terapêutico

que a música ungida tinha sobre Saul (1

Sm 16:23). Davi havia sido ungido por

Deus. Ele era um músico habilidoso, um

compositor dotado e um doce cantor.

Quando tocava e cantava sob a unção do

Espírito, o espírito maligno se retirava de

Saul, o qual passava a se sentir renovado

e melhor.

Quando Josafá precisou de um profeta

numa ocasião de crise nacional, ele chamou

Eliseu. O profeta chamou um músico.

“E sucedeu que, tangendo o tangedor,

veio sobre ele (Eliseu) a mão do Senhor.

E disse: Assim diz o Senhor...” (2 Rs

3:11,15,16). A música obviamente ajudou

a criar uma atmosfera e uma disposição

para que o dom de profecias operasse.

O rei Davi designou 4.000 homens para

que profetizassem com harpas, saltérios e

címbalos (l Cr 25:l).

Foi somente quando Israel estava em cativeiro

na Babilônia que eles cessaram de

cantar e tocar. A música ungida deles cessou

e penduraram suas harpas nos salgueiros

(Sl 137).

Quando os seus captores babilônicos os

incitavam a que cantassem, replicavam:

“Como entoaremos o cântico do Senhor

em terra estranha?”

Quando o cativeiro deles terminou, após

70 anos, voltaram para casa com cânticos

alegres e com risos. Havia louvor em seus

lábios (Sl 126:1,2). É somente quando a

Igreja está em cativeiro espiritual que a sua

música ungida cessa. Quando este cativeiro

é rompido e as pessoas novamente se libertam,

a música, os cânticos, o louvor e as

danças e os risos são todos a elas restaurados.

D. A MÚSICA E OS CÂNTICOS

NO NOVO TESTAMENTO

1. Os discípulos cantaram hinos

juntos. (Mt 26:30; Mc 14:26).

882 / SEÇÃOE2 E2.7– A Música no Louvor e Adoração

3. Não Tenha Medo de Cantar os

Cânticos Mais de Uma Vez –

ou ainda, uma parte especifica deles por

parecer especialmente ungida ou abençoada.

4. Exorte as Pessoas a Realmente

“Cantarem ao Senhor”

Os hinos são muitas vezes cantados porque

é a nossa tradição e costume cantá-los.

Temos, porém, um propósito muito mais

valioso que este, ou seja, cantar ao Senhor,

ou dirigir a nossa atenção para o Céu através

de cânticos.

5. Comece com Cânticos de Louvor

e Ações de Graças

Permita que as pessoas expressem, genuinamente,

seus louvores através deles. Os

cânticos não são louvores em si mesmos.

São meros veículos através dos quais podemos

expressar o nosso louvor.

É bem possível cantarmos muitos hinos

e cânticos sem expressarmos nenhum louvor

verdadeiro.

6. Os Cânticos de Louvor Inspiram

as Pessoas a Adorarem

Em geral começamos com o louvor e, em

seguida, as pessoas passam progressivamente

pelos vários níveis do mesmo até que

entrem na adoração, que é o nível mais elevado

de louvor.

7. Não “Faça Correndo” o

Culto de Louvor

Muitos pastores consideram essa parte

do culto como uma “preliminar”, uma necessidade

maçante, porém tradicional. Conceda

esse tempo para cantar, louvar e adorar.

Estes são os atos mais importantes da

nossa reunião.

8. Dê Oportunidades Para a

Participação da Congregação

Incentive as expressões espontâneas.

Alguém pode dirigir a congregação em oração,

o que poderá resultar na direção para a

reunião. Talvez alguém mais profetize e a

exortação venha a fornecer o tema para o

resto do culto.

9. As Manifestações do Espírito

Deveriam Ser Expressas nos

Cultos de Adoração dos Crentes

(1 Co 12:8-11)

Não “apague” o Espírito (1 Ts 5:19).

Incentive a participação e expressão através

destes dons espirituais. Contudo, o líder

designado e ungido deveria em todo o

tempo reter a autoridade espiritual sobre o

culto.

10. Todas as Coisas Deveriam Ser

Feitas Para a Edificação Mútua

Todas as manifestações bíblicas são legitimas

e apropriadas, mas tudo que é feito

e a maneira com que é feito tem que ser para

a edificação de toda a congregação (1 Co

14:26).

11. Evite “Contribuições” que

Geram Confusões

“Deus não é autor de confusão” (1 Co

14:33). Se o culto começar a ficar confuso,

tome a frente e tire-o da confusão. Se necessário,

faça uma pausa e explique à congregação

o que está acontecendo, esclarecendo

assim a situação. Use situações assim para

ensinar a maneira certa e errada de se fazer

as coisas.

12. Tudo Deveria Ser Feito Para o

Senhor e Para a Glória de Deus

Lembre-se que o alvo de todas as reuniões

é glorificar a Deus e edificar os crentes.

13. Use um Livreto de Cânticos ou

um Retroprojetor Para que as

Pessoas Possam Participar

Não tenha medo de, num dado momento,

colocar de lado o livreto ou a letra dos

cânticos e simplesmente adorar ao Senhor

de coração.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 883

14. É Claro que Há Certas

“Técnicas” Para a Direção de

um Culto de Cânticos ou de

Adoração –

mas você precisa evitar, ao máximo, tornar-

se muito mecânico ou formal. Permita

que haja uma liberdade subjacente. Seja flexível.

Não insista em seguir o programa. Seja

sempre sensível à direção do Espírito e esteja

disposto a segui-la. Para uma boa direção

de louvor e cânticos é necessário muito mais

do que a movimentação dos braços, ainda

que isso seja feito corretamente. A liberdade

do Espírito e a espontaneidade são mais importantes

que a precisão técnica.

15. Procure Ficar Escondido –

para que as pessoas possam “ver a Ninguém,

senão unicamente a Jesus” (Mt

17:8). Eu me lembro de uma igreja que eu

pastoreei por muitos anos em Brisbane,

Austrália. Na primeira vez que subi ao púlpito,

vi algumas palavras entalhadas nele.

Elas confrontavam a todos que subiam àquele

púlpito para falarem ou ministrarem. As

palavras eram:

“Queremos ver a Jesus” (Jo 12:21).

Sempre deveríamos ter isto em nossas mentes.

As pessoas não vieram para nos verem

ou nos ouvirem. Vieram para verem e ouvirem

a Jesus. A nossa tarefa, com a ajuda do

Espírito, é abrir o véu, para que todos os

olhos possam ver o Senhor e adorar diante

d’ Ele. Este deveria ser o objetivo mais importante

de todos os servos de Cristo que

dirigem cultos de adoração.

Capítulo 8

Dirigindo um Culto de

Adoração

A. AS FUNÇÕES MAIS

IMPORTANTES DE UMA IGREJA

A adoração da congregação é um elemento

extremamente importante da Igreja

do Novo Testamento. O chamado básico

dos cristãos do Novo Testamento é a adoração

a Deus. As funções mais importantes

de uma igreja, em ordem de prioridade,

são:

1. Adoração a Deus

2. O Ministério ao Corpo –

Edificação dos Santos

3. Ministério ao Mundo –

Evangelismo

Todas as igrejas deveriam ser uma comunidade

de adoradores. No desenrolar de

uma adoração conjunta da congregação,

muita coisa depende dos dirigentes da adoração.

B. QUALIDADES DOS DIRIGENTES

DA ADORAÇÃO

1. Dirigir a Adoração é um

Ministério Especial

Nem todos têm esse ministério. Em geral,

os pastores não têm essa habilidade específica.

Sendo assim, eles deveriam encontrar

alguém na congregação que realmente

possua esse dom e estar dispostos a deixar

que essa pessoa tome a frente nessa área em

particular.

2. O Dirigente Precisa

Ser um Adorador

É essencial que os que são chamados a

dirigirem os outros à adoração sejam capacitados

e competentes na adoração a Deus.

É impossível dirigir os outros, a menos que

o dirigente já tenha aprendido as exigências

e a arte da adoração. Os dirigentes deveriam

ser livres em seu próprio espírito e capazes

de livremente louvarem e adorarem a Deus

em sua vida pessoal.

3. Maturidade Espiritual

O dirigente da adoração deveria ser uma

pessoa com experiência e maturidade nas

884 / SEÇÃOE2 E2.8– Dirigindo um Culto de Adoração

coisas do Espírito. O seu desenvolvimento

espiritual deveria ser igual (ou preferivelmente

superior) ao da congregação que ele

está tentando dirigir. Uma maturidade assim

dá ao dirigente uma confiança, o que

resulta num sentimento de segurança na congregação.

Ele deveria ser capaz de controlar o seu

próprio espírito para que os seus pensamentos,

sentimentos e emoções pessoais

não se intrometam na reunião. Ele também

precisa ser um homem de fé, não somente

capaz de discernir a direção do Espírito Santo,

mas também com fé para implementar o

que o Espírito possa estar dizendo à congregação

dos santos. Ele deveria ser um exortador,

alguém que possa motivar e animar

os crentes.

4. Sensibilidade Espiritual

O dirigente ideal desenvolveu ouvidos

sensíveis para a voz do Espírito Santo. O

Próprio Espírito dirige o culto se o dirigente

da adoração se move ativamente de

acordo com as direções que o Espírito lhe

dá. Os cultos de adoração deveriam ser

dirigidos pelo Espírito Santo. Contudo,

Ele sempre usa canais humanos. Portanto,

é preciso que haja uma conscientização

espiritual profunda no dirigente da

adoração. Isto é transmitido á congregação

também, a qual começará a desenvolver

a habilidade de ouvir as direções do

Espírito e de quieta e confiantemente

mover-se nelas.

5. Humildade Genuína

Um bom dirigente sempre busca “esconder-

se atrás da Cruz.’’ Nada arruína a atmosfera

espiritual de um culto mais rapidamente

do que um dirigente egocêntrico que

constantemente se projeta na reunião. O

Espírito Santo ama a glorificação de Cristo

e não está, absolutamente disposto a mudar

o centro da atenção em Cristo para nenhum

ser humano. Nenhuma carne deveria gloriar-

se diante de Deus. Ao invés de focalizar

a atenção da congregação em si mesmo, o

dirigente deve sempre buscar focalizar a

atenção das pessoas em Cristo.

6. Preparação em Oração

Antes do culto, o dirigente da adoração

deveria sempre passar algum tempo sozinho

em oração. O tema da reunião pode

ser discernido de antemão desta maneira.

O espírito do dirigente pode sintonizar-se

com o Espírito de Deus, e desta forma, a

reunião pode facilmente entrar nos propósitos

de Deus desde o seu inicio. Não deveria

haver coisas como “partes preliminares”

num culto de adoração. Todo o culto,

desde o primeiro momento, é dedicado

ao louvor e à glória de Deus. Muitos e

muitos pregadores consideram tudo o que

vem antes de seus sermões como coisas

preliminares – necessárias, porém sem

importância. A verdade é que o que precede

o sermão é em geral muito mais importante,

pois o sermão é dirigido às pessoas,

mas a nossa adoração é dirigida ao Próprio

Deus!

7. Conceda Tempo Suficiente

Para a Adoração

A maneira pela qual muitos “cultos de

adoração” são feitos às pressas é um insulto

à majestade de Deus. Precisamos reconhecer

a importância da adoração conjunta

da congregação e dar tempo suficiente para

a mesma. O tempo de adoração não deveria

ser desperdiçado com conversas desnecessárias

do dirigente da adoração. Sua tarefa

verdadeira é harmonizar a congregação

com o Espírito de Deus tão rápida e

suavemente quanto puder. Conversas e comentários

desnecessários podem ser contraproducentes.

As pessoas vêm para adorar a Deus e

querem se entregar a Ele em louvor e adoração.

Torna-se uma coisa triste quando tais

pessoas são atrasadas e impedidas por aquele

que foi ordenado a dirigi-las nessa adoração.

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 885

8. Seja Aberto ao Espírito Santo

É preciso uma fé legítima para se dirigir

um culto numa adoração verdadeira, pois

uma adoração assim não pode ser prescrita

ou programada de antemão. Muitos dirigentes

acham que eles precisam ter um programa

pré-determinado. Querem saber exatamente

o que vai acontecer num determinado

culto, e exatamente quando vai acontecer.

A adoração espiritual exige mais flexibilidade

que isto.

Uma vez que o culto tenha começado,

procure ficar silenciosamente consciente do

caminho pelo qual o Espírito o está conduzindo.

Esteja preparado para seguir a Sua

direção passo a passo. Ele o instruirá com

relação ao momento exato em que a adoração

deve ser feita. Nem todos os cultos serão

iguais. Deus é um Deus de variedade.

Ele não tem que fazer a mesma coisa todas

as vezes. Ele tem um propósito especial

para cada reunião.

O dirigente precisa aprender a discernir

qual é esse propósito e fluir junto com ele, à

medida que o Espírito o revela passo a passo.

Deus pode até mesmo mudar a ordem e

direção do culto durante o seu prosseguimento.

Um bom dirigente é capaz de discernir

os cânticos exatos que deveriam ser cantados,

quantas vezes deveriam ser cantados,

e com que espécie de ênfase! Às vezes, o

culto é radiante e cheio de regozijo. Outras

vezes o Espírito pode dirigir-nos de uma

maneira muito mais quieta, até mesmo com

períodos de silêncio, os quais podem ser extremamente

profundos e significativos.

9. Esteja Ciente de Tudo o

que Está Acontecendo

O dirigente da adoração deveria evitar

fechar os seus olhos e ficar “perdido na adoração”.

É maravilhosamente possível ficarmos

completamente envolvidos na adoração

e ainda continuarmos cientes das pessoas

e sensíveis a elas. O dirigente deveria

ter uma sensibilidade ao Espírito e, ao mesmo

tempo, exercitar um controle dócil, porém

bem definido sobre o culto.

C. ALGUMAS DIRETRIZES SIMPLES

PARA A DIREÇÃO DA ADORAÇÃO

1. Comece Exatamente Onde

as Pessoas Estiverem

Procure fazer um contato imediato com a

congregação, exatamente onde as pessoas estiverem.

Estabeleça silenciosamente a sua liderança

sobre elas. Ajude-as a reconhecerem

que Deus o ordenou a dirigir a adoração daquele

culto e que, se cooperarem e o seguirem,

serão dirigidas exatamente ao Lugar Santíssimo

e terão uma gloriosa experiência de adoração.

2. A Direção dos Cânticos não é

Necessariamente a Direção da

Adoração

Há muitos bons dirigentes de cânticos que

não têm a habilidade de levarem as pessoas à

adoração. Contudo, o dirigente da adoração

deve ser capaz de dirigir os cânticos, e também

de prosseguir conduzindo as pessoas à

adoração. Geralmente, os cultos de adoração

começam com cânticos. Quando os cânticos

apropriados, aqueles que louvam a Deus e

falam de Sua grandeza, poder e esplendor,

são cantados, isto ajuda as pessoas a abstraírem-

se de si mesmas e de seus problemas, e

se voltarem ao Senhor. Os cânticos de louvor

e ações de graças são em geral apropriados e

convenientes. O cântico da comunidade é

também uma boa maneira de se fazer com

que as pessoas entrem em unidade. À medida

que suas vozes se combinam, também se

combinarão suas mentes e espíritos. Uma

vez que esta unidade tenha sido alcançada,

então as pessoas poderão ser conduzidas à

esfera da adoração. Começamos com o louvor

e prosseguimos para a adoração.

3. Permita que o Espírito

Santo Dê as Direções

Isto pode acontecer de qualquer uma

dentre várias maneiras. Pode surgir do pri886

/ SEÇÃOE2 E2.8– Dirigindo um Culto de Adoração

meiro cântico que foi cantado, o que poderá

estabelecer o tema para o culto inteiro. Em

geral o Espírito nos dirige de um cântico ao

outro, todos no mesmo tema ou temas pertinentes.

Se há pessoas presentes com dons

carismáticos, o Espírito talvez as use para

nos indicar o curso que o culto deve seguir.

Isto pode ser-nos comunicado através de

uma profecia ou de alguma revelação. Às

vezes, o propósito do Espírito é levado a

efeito no culto de uma forma muito quieta e

nada dramática. É somente após a reunião,

ao olharmos para trás, que podemos ver tão

claro quão maravilhosamente o Espírito nos

dirigiu e que unidade e harmonia foram entrelaçados

na urdidura do culto.

4. Evite Intrusões e Correntes

Contrárias

É aqui que a maturidade espiritual do

dirigente é tão necessária. Ele precisa ser

capaz de discernir uma nova ênfase que talvez

seja introduzida e que não é do Espírito.

Ele precisa estar alerta espiritualmente

para reconhecer tais tendências. As reuniões

podem ser redirecionadas muito sutilmente

se não formos cuidadosos e vigilantes. Uma

vez que o Espírito tenha estabelecido o curso

e a direção, seja sensível a qualquer intrusão

que possa mudar esta ênfase. A intrusão

pode parecer bastante inofensiva.

Poderá vir na forma de um belo corinho,

bem bíblico quanto ao seu conteúdo, e contudo

mudando completamente a direção em

que Deus está buscando levar as pessoas.

O dirigente precisa ser amável, porém firme,

mantendo a adoração no alvo.

Há muitas maneiras pelas quais ele pode

redirecionar a reunião. Ele poderá dizer diretamente:

“E agora, amigos, vamos continuar

na direção em que o Espírito está indicando

e não nos desviemos dela.” Ou poderá

começar um outro corinho que reforce o

tema original do Espírito. Talvez haja, ainda,

uma outra palavra de profecia, dirigindo

as atenções uma vez mais ao tema original.

É necessário que o dirigente da adoração

tenha fé e ousadia. Ele precisa exercitar discernimento

e tato, porém sem comprometer

o propósito de Deus para a ocasião. Isso

em geral exige muita sabedoria e graça. O

Espírito Santo nos fornece estas coisas se

confiamos n’Ele implicitamente.

5. Reconheça as Transições

e Mudanças

O Espírito pode dirigir um determinado

culto de qualquer maneira que desejar. Isto

freqüentemente significa que pode haver

uma mudança na ênfase durante o andamento

do culto. Aliás, isto pode acontecer muitas

vezes. Esses períodos de transição são

muito importantes. O dirigente precisa estar

à frente das pessoas, antecipando o que

o Espírito está querendo fazer. Ele precisa

exercitar uma liderança clara e firme durante

esses períodos transicionais, a fim de que a

reunião não comece a vagar sem qualquer

objetivo. Se permitimos que um período de

indecisão se desenvolva, talvez alguém seja

tentado a dar direções e uma nota errada

poderá se introduzir. O dirigente da adoração

tem que se lembrar sempre que Deus o

ungiu e o designou para dirigir as pessoas e

é, portanto, responsável para fazer exatamente

isto. Não domine a reunião com uma

mão pesada. Não tente impor a sua vontade

às pessoas. Mantenha um controle firme,

porém suave sobre a direção e o desenvolvimento

da adoração.

6. Mantenha o Propósito em Mente

Nunca perca de vista o objetivo e o propósito

da reunião. É o de primeiramente

louvarmos e glorificarmos ao Senhor. Em

segundo lugar, de edificarmos e abençoarmos

as pessoas. Nunca permita que a reunião

se degenere em nada menos que estes

objetivos básicos.

7. “Faz-nos Uma Sinfonia”

Um dos muitos corinhos bons que o

Espírito está introduzindo hoje diz: “Senhor,

faz-nos uma sinfonia, uma sinfonia

LOUVOR E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 887

de adoração.” A palavra grega symphoneo,

da qual a nossa palavra “sinfonia” se deriva,

significa “concordar”. Jesus disse: “Se dois

de vós concordarem.” Ele usou esta palavra

(“symphoneo”) para “produzir uma sinfonia

de sons.” Um culto de adoração deveria

ser como uma sinfonia. Tudo deveria combinar-

se harmoniosamente. Todas as vozes

deveriam se combinar, os instrumentos deveriam

se combinar, todas as diferentes partes

do culto deveriam se combinar. Esse é

um dos propósitos básicos que Deus procura

alcançar através da nossa adoração em

grupo: combinar a todos nós juntos numa

gloriosa harmonia. Ao fazer isto Ele nos introduz

e nos incentiva à unidade nos níveis

mais profundos do nosso ser. Um famoso

sacerdote disse: “A família que ora unida,

permanece unida.” Poderíamos também dizer

que “a congregação que verdadeiramente

aprende a adorar unida, permanecerá unida.”

8. Incentive a Participação

Muitas vezes, hoje em dia, os membros da

congregação se tornam meros expectadores,

ao invés de participantes. Freqüentemente

encontramos os ministros fazendo tudo e a

congregação meramente observando e ouvindo.

O Novo Testamento incentiva a participação

de todo e qualquer membro. Contudo,

ensinamentos bons e sólidos referentes a este

assunto precisam ser dados primeiramente.

Deveríamos ensinar ao povo de Deus

que Ele quer ouvir as vozes de todos os

membros, levantadas em adoração. Temos

de ensiná-los como participarem e, uma vez

que isto seja feito, temos de dar-lhes oportunidades

para que o façam. Incentive verbalmente

as pessoas para que comecem a

fazê-lo. Exorte-as a levantarem suas vozes

em louvor. Dê oportunidades para elas expressarem

os seus louvores.

9. Que Tudo Seja Feito

Decentemente e com Ordem

Muitas igrejas usam este versículo (1 Co

14:40) como uma desculpa por não permitirem

nenhuma participação da congregação.

Desejam tanto manter a “decência e a

ordem” que não permitem que nada seja feito.

Não é isto o que a Bíblia diz. Ela não diz:

“que nada se faça decentemente e com ordem.”

Ela diz: “que tudo seja feito.” Que

haja participação. Que haja profecias, revelações,

salmos, hinos, cânticos espirituais.

Mas que sejam feitos de uma maneira tal

que não haja confusões, pois Deus não é o

autor de confusões (1 Co 14:33).

10. Procure Ser Excelente

O nosso objetivo, ao aprendermos a louvar

e adorar a Deus, deveria ser o de finalmente

nos tornarmos excelentes nestas coisas.

Deveríamos desejar progresso e desenvolvimento

nessas áreas vitais. Essa excelência

não é uma excelência humana. Não é

o desenvolvimento do talento e habilidade

humanos. Não é o uso de profissionais com

maestria e precisão. É o aprofundamento

da vida espiritual. É o aguçamento da sensibilidade

espiritual, o crescimento da consciência

espiritual e da capacidade de darmos

respostas espirituais às direções do

Espírito de Deus.

O objetivo final da nossa adoração é elevarmos

e glorificarmos a Deus. Quanto mais

eficientemente pudermos fazer isso, tanto

mais agradável será o nosso louvor.

Capítulo 9

A Importância Profética do

Louvor

A. PREPARAÇÃO PARA O REINO

DE DEUS NA TERRA

A importância do louvor é enfatizada em

toda a Bíblia. O louvor sempre foi importante.

Contudo, nos últimos dias dessa era,

o louvor e a adoração são especialmente importantes

e têm um papel especial no cumprimento

dos propósitos de Deus. É por

isto que Deus está atualmente restaurando

o louvor ao Seu povo. Estamos nos moven888

/ SEÇÃOE2 E2.9– A Importância Profética do Louvor

do rapidamente em direção ao reino manifesto

de Cristo na Terra. Uma das grandes

características dessa Era será o louvor e adoração.

Assim sendo, Deus está preparando

o Seu povo para essa época. Já estamos

entrando no Reino, e parte da nossa preparação

é sermos excelentes no louvor e adoração.

1. Os Altos Louvores de Deus

(Sl 149:6)

A primeira parte do Salmo 149 está cheia

de exortações e mandamentos para louvarmos

ao Senhor. Há pelo menos dez mandamentos

claros para louvarmos a Deus de

várias maneiras. Somos ordenados a cantar

a Ele, a regozijarmo-nos n’Ele, a alegrarmonos

no nosso Rei, a dançarmos diante d’

Ele, a louvá-Lo com instrumentos musicais,

etc.

No versículo 6 alcançamos a expressão

mais elevada desse louvor, o nível mais alto

do louvor puro. Davi o intitula: “os altos

louvores de Deus’’. As últimas armas do

exército de Deus dos últimos dias são “os

altos louvores de Deus em suas bocas e

uma espada de dois gumes em suas mãos.”

Com essas armas podemos fazer guerra vitoriosamente

contra o inimigo e ganhar a

grande vitória final, em nome do nosso Deus.

a. Deus Está Tentando... nos ensinar

muitas coisas sobre o louvor. Ele está nos

dirigindo de uma verdade a outra, progressivamente,

e sempre buscando purificar ainda

mais os nossos louvores, até que, finalmente,

possamos entrar nos altos louvores

do Senhor. Ele está buscando:

1) Ampliar o nosso entendimento

a respeito do louvor;

2) Purificar as nossas motivações

no louvor;

3) Refinar as nossas expressões de

louvor;

4) Estabelecer o Seu trono nelas

(Sl 22:3);

5) Manifestar a Sua autoridade

através delas.

No versículo 8, Deus nos diz o que Ele

realizará quando começarmos a exercitar estes

altos louvores. Ele “prenderá reis com

cadeias, e os seus nobres com grilhões de

ferro.” Estes reis e nobres não são humanos

e terrenos. São os principados e poderes

que exercitam o domínio espiritual sobre

as nações pagãs. Em resposta aos altos

louvores do Seu povo, Deus prenderá esses

principados satânicos e libertará os povos

que eles mantiveram cativos, para que possam

receber a bênção do Evangelho do Reino.

Isto preparará o caminho para o maior

reavivamento espiritual que o mundo já presenciou.

As grandes nações pagãs da Terra

abrir-se-ão para o Reino de Deus. As multidões

que Joel viu profeticamente no “vale

da decisão” vão ser libertas da escravidão

espiritual por séculos e estarão livres para

receberem as bênçãos do glorioso reino de

Deus.

2. A Salutar Salvação de Deus a

Todas as Nações (Sl 167)

Este salmo profético inicia-se com um

clamor para que a misericórdia e bênção de

Deus sejam reveladas a todas as nações. Ele

termina com a predição de que Deus certamente

nos abençoará, de que a terra dará o

seu fruto, e de que “todas as extremidades

da terra O temerão.” A chave que libera

uma bênção universal assim são os louvores

do povo de Deus (vers. 3 e 5).

a. Observe a Progressão do Louvor:

1) Que o Povo de Deus Te Louve, ó

Deus. Isto se refere ao povo de Deus, o Seu

povo redimido. Eles deverão ser os líderes

de um exército de louvadores. Enquanto o

povo de Deus não entrar nessas áreas do

louvor, esse plano de redenção do mundo

continuará dormente. O gatilho que dá início

à grande bênção do Senhor para toda a Terra

são os louvores do Seu povo redimido.

2) Que Todos os Povos Te Louvem.

Isto significa um tempo em que o louvor

não mais estará limitado ao povo redimido

de Deus, mas que o louvor se espalhará muiLOUVOR

E ADORAÇÃO SEÇÃO E2 / 889

O salmo inteiro está cheio de fatos maravilhosos

sobre esse Reino. Contudo, mencionaremos

apenas dois deles, os quais estão

de acordo com o tema em questão: “E

todos os dias O (Messias) bendirão” (vers.

15b). “O Seu nome permanecerá eternamente;

o Seu nome se irá propagando enquanto

o sol durar; e os homens serão abençoados

n’Ele: todas as nações Lhe chamarão

bem-aventurado’’ (vers. 17).

Uma das características fundamentais do

governo eterno e universal de Deus sobre a

Terra será a adoração a Jeová, o Senhor. O

Trono de Deus será estabelecido em Jerusalém.

Cristo assentar-Se-á nele. (Jr 30:9;

Ez 37:24,25).

Todas as nações subirão a Jerusalém ano

após ano para adorarem ao Rei e para guardarem

a Festa dos Tabernáculos (Zc 14:16).

A Casa do Senhor será estabelecida no cume

da montanha, e as pessoas de todas as nações

virão para serem ensinadas pelo Senhor

(Is 2:2,3).

Dirão uns aos outros: “Vinde, e subamos

ao monte do Senhor, e à casa do Deus

de Jacó, para que nos ensine os Seus caminhos,

e nós andemos pelas Suas veredas...”

(Mq 4:2).

Qualquer um que negligenciar ou recusar-

se a ir adorar perderá o direito às chuvas

em suas terras (Zc 14:17).

Naquele dia a senha será “SANTIDADE

AO SENHOR” (Zc 14:20).

Ó VINDE E ADORAI-O! AMÉM!

to além dos redimidos. Até mesmo os que

não foram regenerados começarão a louvar

ao Senhor. Começarão a reconhecê-Lo como

o único Deus verdadeiro e como o único

digno de louvor e adoração.

3) Que as Nações se Alegrem e se

Regozijem em Cânticos. A esta altura, nações

inteiras começarão a falar favoravelmente

e em louvor ao Senhor. Começarão a

perceber que a única solução para seu dilema

humanamente impossível de se resolver

é a intervenção do governo de Deus.

Quando o gatilho dessa reação em cadeia

de louvor tiver sido puxado pelo povo

de Deus, ele trará o governo e justiça de

Deus à terra (vers.4). Somente isto pode

fazer com que “se conheça na terra o Seu

caminho e em todas as nações a Sua salvação”

(vers.2).

A palavra traduzida, neste versículo, por

“salvação” é “yeshuah”, que significa

saúde, libertação, vitória, prosperidade,

bem-estar, etc. Todas estas bênçãos são inerentes

a uma Pessoa. Seu Nome é Jesus.

Ele é a única resposta aos múltiplos dilemas

do mundo. É somente a Ele que buscamos.

A Sua vinda será acelerada quando entrarmos

nos altos louvores de Deus.

3. O Governo do Reino (Sl 72)

O Salmo 72 é um salmo messiânico glorioso

e profético, o qual esboça muitos aspectos

maravilhosos do Reino vindouro do

nosso Messias, Jesus.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

890 / SEÇÃOE3 E3.1– A Barreira Babilônica

SEÇÃO E3

QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA

Ralph Mahoney

dantemente a terra, e multiplicai-vos nela”

(Gn 9:7).

O propósito de Deus para todos os sobreviventes

do Dilúvio era que eles “frutificassem

e se multiplicassem, e enchessem a

terra” (Gn 9:1,7).

a. Pecado e Desobediência. Em Gênesis

10, os descendentes de Noé são citados

como sendo Sem, Cão e Jafé. Os descendentes

de Sem e Jafé foram abençoados.

Cão e os seus descendentes (os cananeus)

foram amaldiçoados.

“E Cão, o pai de Canaã, viu a nudez de

seu pai... E Noé despertou do seu vinho, e

soube o que o seu filho menor lhe fizera. E

disse: Maldito seja Canaã...” (Gn 9:22, 24,

25).

Muitos estudiosos acreditam que estes

versículos descrevem um ato homossexual

cometido por Cão contra o seu pai Noé.

Assim sendo, o julgamento veio sobre Cão

e os seus descendentes, os cananeus.

O primeiro filho de Cão foi Cuse. “Cuse

gerou a Ninrode, o qual se tornou poderoso

na terra” (Gn 10:8). A palavra hebraica

GIBBOWR (traduzida por poderoso) significa

“um poderoso guerreiro tirano”. Ele caçava

homens para subjugá-los e escravizálos.

Ele estava totalmente tomado por um

ardente desejo de exercer poder sobre a vida

das outras pessoas. O versículo 10 nos diz

que “o início do seu reino foi Babel.”

b. Um Sistema Religioso Falsificado.

Babel foi o resultado do povo camítico,

sob a liderança de Ninrode, introduzindo

no mundo um sistema religioso falsificado.

Ninrode agiu sob uma inspiração satânica e

demoníaca para produzir esse substituto da

coisa verdadeira.

Capítulo 1

A Barreira Babilônica

Introdução

Há TRÊS GRANDES OBSTÁCULOS à

propagação do Evangelho. Estas coisas dificultam

a evangelização dos que nunca ouviram

as boas novas sobre o que Jesus Cristo

fez para salvar e abençoar a todas as nações.

Estes obstáculos são:

• CLERICALISMO

• DEFICIÊNCIAS

PNEUMATOLÓGICAS

• CONSTRUÇÃO DE CATEDRAIS

Nesta seção, Quebrando a Barreira

Babilônica, você aprenderá como vencer a

CONSTRUÇÃO DE CATEDRAIS.

Os outros dois obstáculos serão abordados

em outras seções.

A. BARREIRA BABILÔNICA

A maioria dos líderes cristãos dos dias

de hoje não sabem que os eventos de cinco

mil anos atrás estão influenciando hoje os

seus valores e ações. A influência de Babel

ainda se encontra muito presente em nosso

meio, substituindo o que Deus ordenou pela

sua agenda humanística, egocêntrica e narcisista.

Isto está roubando de nós o verdadeiro

propósito de Deus na Igreja.

1. Histórico de Babel

Quando Noé e seus filhos saíram da área,

as instruções de Deus foram claras. “Deus...

Lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e

enchei a terra’’ (Gn 9:1). Deus tinha um

propósito mundial para toda a terra. “Mas

vos, frutificai e multiplicai-vos; povoai abunQUEBRANDO

A BARREIRA BABILÔNICA SEÇÃO E3 / 891

Eu gostaria de identificar o que é essa

religião babilônica, como você pode reconhecê-

la e como você pode abordá-la, a fim

de que você possa quebrar a barreira babilônica

na sua igreja e na sua vida. Essa antiga

influência ainda se faz presente em nosso

meio nos dias de hoje.

2. Babel – Impede o

Propósito de Deus

O que foi que se tornou o grande obstáculo

ao propósito de Deus? Deus desejava

que o Seu povo “se multiplicasse e enchesse

toda a terra, e a fizesse frutífera.” O que

se interpôs como obstáculo neste objetivo

de o mundo todo tornar-se frutífero e repleto

do conhecimento de Deus?

Foi o “fator Babel”. A influência de

Ninrode entremeou-se no propósito divino

para neutralizar o que Deus havia objetivado.

“E era toda a terra de uma mesma língua,

e de uma mesma fala. E aconteceu que,

partindo eles do Oriente, acharam uma planície

na terra de Sinear, e habitaram ali.

“E disseram uns aos outros: Eia, façamos

tijolos, e queimemo-los bem. E foi-lhes

o tijolo por pedra, e o barro por argamassa.

“Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma

torre cujo cume toque nos Céus, e façamonos

um nome. Façamos tudo isto para que

não sejamos espalhados sobre a face de toda

a terra” (Gn 11:1-4).

Deus queria que o Seu povo se dispersasse

por várias regiões, para frutificar, multiplicar-

se, e encher a terra. Babel existia

para impedir isto. Eles construíram a sua

torre “para que isso não acontecesse”, isto

é, para impedir que isso acontecesse.

A religião de Ninrode ainda é muito proeminente

no mundo, e a sua influência projeta

uma espessa sombra sobre a Igreja Cristã.

B. QUAIS ERAM AS MARCAS

DE BABEL?

1. Façamos

Primeiramente: “Façamos tijolos e

argamassa.” A iniciativa humana, independentemente

e em contraposição à vontade

de Deus, elevou-se e disse: “Façamos!’’

Contraste isto com Mateus 16:17,18,

onde Jesus diz: “Eu farei! Sobre esta rocha,

Eu farei a edificação...” Esta é a iniciativa

divina. A iniciativa humana se exalta contra

o propósito de Deus. A iniciativa divina

complementa o propósito de Deus. A afirmação

de Babel é: “Façamos!” A afirmação

divina é: “Eu farei!”

Na qualidade de líder de igreja, a qual

destes dois você quer hoje entregar a sua

fidelidade? O “Eu farei” de Jesus ou o “Façamos”

da sua própria iniciativa? Você tem

de fazer essa escolha. O “Façamos’’ leva às

torres de Babel dos dias atuais. O “Eu farei”

nos leva a um envolvimento na evangelização

do mundo.

2. Construamos

Em Segundo Lugar: “Construamos

uma cidade.” Uma vez mais, contraste isto

com as palavras de Jesus: “Sobre esta rocha

edificarei a Minha Igreja.” Quem vai

fazer a edificação? será que o “Façamos’’

fará a edificação? Ou será que vai ser o “Eu

edificarei’’?

Você não sabe que Jesus é um grande

construtor? O Seu propósito é mundial, e o

que Ele faz nunca, nunca, nunca será localizado.

A coisa babilônica será totalmente localizada.

Será totalmente enfocada num só

local, em si próprios. A ênfase será na IGREJA

“LOCAL”. (A palavra “local” não se encontra

na Bíblia.) Esta é a distinção principal

e você precisa observá-la e se precaver

com isto.

Isso soa de maneira semelhante às ambições

de muitos pastores das nações ocidentais?

Sim, de fato. Muitos deles são “Ninrodes”

da atualidade, apropriando-se indevidamente

de suas ambições locais, egos,

planos de construção e vontade contra o

propósito de Deus de evangelização mundial.

Assim sendo, em contraste com o “Construamo-

nos uma cidade – construamo-nos

892 / SEÇÃOE3 E3.1– A Barreira Babilônica

uma torre; edifiquemos para cima”, a Grande

Comissão é sairmos para todo o mundo,

levando o Evangelho a toda criatura. O propósito

de Deus ainda é o de “... sairmos e

enchermos a terra”. O espírito babilônico

é “edificar para cima”, ao invés de “para

fora”. Qual dos dois hoje está você fazendo,

pastor?

a. Construtores de Catedrais. Não é

por acaso que Ninrode e Babel ainda influenciam

a arquitetura das igrejas.

A torre de Ninrode era chamada de um

Zigurate, que significa um “memorial”. Ela

tinha mais de 180 metros de altura (equivalente

a um prédio de sessenta andares).

Olhando-se diretamente do Céu, num

plano perpendicular a ela, o seu formato era

semelhante ao de uma Cruz de Colombo.

Do norte, sul, leste e oeste, novecentos degraus

de escada subiam de cada lado numa

linha reta, da sua base até o topo.

O seu perfil era muito semelhante ao de

uma pirâmide.

“E disseram... edifiquemo-nos... uma

torre, cujo cume possa tocar nos Céus...”

(Gn 11:4).

Por que os líderes de igrejas das nações

ocidentais constroem catedrais com elevadíssimas

torres de igreja? Será que existe

um único versículo em toda a Bíblia que nos

diz para erigirmos catedrais ou prédios de

igreja de qualquer tipo – muito menos os

que possuem “...cumes nos Céus’’?

Se você conhecer qualquer versículo, por

favor me avise. Em mais de quarenta anos

ainda não encontrei um único versículo sobre

isto.

A seguinte afirmação é um sumário de

Babel: “Façamo-nos uma cidade, uma torre

cujo cume esteja no Céu. Façamo-nos

um nome, para que não sejamos dispersos.”

Tenho dito freqüentemente: “A maneira

pela qual os líderes de igrejas nas nações

ocidentais esbanjadamente gastam todo o

dinheiro em argamassa (construções) nos

levaria a crermos que a Grande Comissão

foi: Ide por todo o mundo e edificai catedrais

para toda a criatura.”

Jesus e os primeiros apóstolos enfatizaram

a MENSAGEM, E NÃO A ARGAMASSA!

Não havia nenhuma catedral até a época

de Constantino (cerca de quatro séculos depois

de Cristo). Este imperador romano

“convertido” radicalmente alterou e politizou

a Igreja. Ele converteu os templos pagãos

em catedrais – introduzindo assim as

vaidades de Ninrode na tradição da Igreja. A

sua influência, em última análise, produziu

a apostasia de mil anos, chamada de “Idade

Média” (ou “Eras Escuras”).

A Igreja nas nações ocidentais ainda não

está livre da influência de Ninrode e de Constantino.

3. Recebamos Adoração

Ninrode tomou o lugar de Deus. A cada

ano, Ninrode exigia ofertas de adoração, a si

próprio, de centenas de quilos de incenso

de nardo, no cume do Zigurate de Babel, o

que valia milhões de dólares.

Esta foi a mesma espécie de nardo que

foi posto sobre os pés de Jesus (Veja Mateus

26:7 e João 12:3: “Então veio até Ele

uma mulher com uma caixa de alabastro

com ungüento muito precioso, de nardo,

muito caro...”).

Ninrode se proclamou governador e deus

de Babel. Ele se tornou a primeira deidade

política. Ele iniciou o sistema de governantes

deificados, assim como é o caso do imperador

do Japão, onde o governante é adorado

e venerado como se fosse Deus.

Por que Daniel, séculos mais tarde, foi

lançado na Cova dos Leões? Foi porque o

Rei Dario decretou que Ninguém fizesse petições

a nenhum outro deus ou homem, exceto

a ele próprio. A recusa de Daniel significou

a sentença de morte. Daniel estava se

opondo à religião de Ninrode, que percorreu

o mundo nos tempos antigos.

De onde os Césares romanos tiveram a

idéia de que eram deuses? Na época em que

o Novo Testamento foi escrito, era contra a

QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA SEÇÃO E3 / 893

lei romana o uso da palavra grega Kurios

(traduzida por Senhor) para qualquer outra

pessoa, além do César. Isto também veio da

influência de Ninrode. Os primeiros discípulos

correram o risco de serem aprisionados

e mortos por chamarem a Jesus de

“Kurios” (Senhor – veja Romanos 10:9,10).

Para mim é muito interessante o fato de

que a palavra grega traduzida por anti-Cristo

seja definida na Concordância de Strong da

seguinte forma: “anti, significando ao invés

de; no lugar de; sendo, portanto, geralmente

usada para denotar uma substituição.”

Ela não é simplesmente uma palavra de

oposição a Cristo, mas significa “tomar o

lugar de Cristo”. Você já ouviu dizer sobre o

principal prelado da Igreja Romana, que ele

é o “Vigário de Cristo na terra” e que ele

toma o “lugar de Cristo”?

Os nossos queridos bispos anglicanos

são “Senhores espirituais” e “Senhores temporais”.

Na qualidade de “Senhores espirituais”,

eles governam na Igreja. Na qualidade

de “Senhores temporais”, desfrutam de

um assento reservado na CASA DOS LORDES

(ou SENHORES) no Parlamento da Inglaterra.

Eu seria o primeiro a reconhecer que muitas

pessoas boas e tementes a Deus já ocuparam

e ocupam esses cargos nas Igrejas

Romana e Anglicana (e também Protestantes).

Contudo, os conceitos e a teologia associados

com estas práticas são uma escandalosa

contradição dos claros ensinamentos de

Jesus aos Seus Apóstolos sobre o assunto.

“Mas Jesus os chamou para junto de Si,

e disse: Sabeis que os príncipes dos gentios

exercem domínio sobre eles, e os grandes

exercem autoridade sobre eles. Mas não será

assim entre vós; todo aquele que quiser ser

grande entre vós, que seja o vosso servo. E

qualquer um que quiser ser o primeiro dentre

vós, que seja o vosso servo, assim como

o Filho do Homem não veio para ser servido,

mas para servir e dar a Sua vida em

resgate de muitos” (Mt 20:25-28).

Pastor? Líder de igreja? Você crê nas

palavras de Jesus e as pratica?

4. Façamos um Nome

Para Nós Próprios

“Façamos um nome para nós próprios,

para que não sejamos dispersos.” Isto é

um denominacionalismo sectário, impregnado

de orgulho, em sua pior faceta.

A palavra “denominar” significa “nomear”.

Esta influência tem perturbado a Igreja

desde o primeiro século. O denominacionalismo

sectário encontrava-se nos discípulos

de Jesus:

“E João respondeu e disse: Mestre, vimos

um que em Teu nome expulsava os

demônios e o proibimos porque não Te segue

conosco” (Lc 9:49).

Paulo teve que lidar com isto junto aos

cristãos carnais de Corinto: “Cada um de vós

diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de

Cefas, e eu de Cristo. Pois enquanto um diz:

Eu sou de Paulo, e outro, eu sou de Apolo,

porventura não sois carnais?” (1 Co 1:12).

A nossa identificação ou o fato de pertencermos

a uma família eclesiástica específica

(denominação) não é errado. O que é

errado é o orgulhoso elitismo, exclusivismo

e sectarianismo – e não deveria ter NENHUM

lugar no coração e na mente de nenhum verdadeiro

seguidor de Cristo.

Observe a resposta de Jesus ao seu Próprio

discípulo: “E Jesus lhe disse: não o

proibais, porque quem não é contra nós, é

por nós” (Lc 9:50). Senhor! Livra-nos dessas

barreiras de sectarismo babilônico – quer

se originem do nosso orgulho denominacional,

ou da nossa arrogância por sermos uma

igreja “independente”.

C. BABEL AINDA VIVE!

Quando o julgamento de Deus veio sobre

Babel e eles foram dispersos, eles levaram

consigo a sua falsa religião.

1. Ela Circundou o Globo Terrestre

O sistema religioso de Ninrode é visto

894 / SEÇÃOE3 E3.1– A Barreira Babilônica

nas pirâmides do Egito – que eram Zigurates

modificados. Encontramos a influência de

Ninrode no Novo Mundo, dentre os astecas

e os incas, os quais construíram os seus

Zigurates com um modelo bem semelhante.

Encontramos a religião de Ninrode na

Índia hoje em dia, nos templos hindus. Nós

a encontramos também no Tibete, Laos, e

Camboja, dentre os budistas. Esta antiga

influência religiosa circundou o globo terrestre

e implantou o seu domínio satânico

sobre a raça humana, com todas as maldições

que a acompanharam.

Coexistentes com Babel (os descendentes

de Cão), encontravam-se os descendentes

de Sem e Jafé, os quais permanecem

fiéis ao verdadeiro conhecimento de Deus.

A história secular dos tempos nos conta

que os semitas eventualmente se levantaram

contra Ninrode e o mataram pela blasfêmia

– de se fazer como Deus.

2. Ela Frustra o Propósito de Deus

de Evangelização

A religião de Babel enfocava as expressões

de religião que eram localizadas, e que

serviam e ministravam a si próprias, em

contraposição a visão e causa mundiais que

Deus tinha em Sua mente. Ela tem sido o

obstáculo através dos séculos, para antagonizar

e frustrar os propósitos de Deus. Ela

tem sido o inimigo da propagação do verdadeiro

conhecimento de Deus e do Evangelho,

desde a época de Ninrode até agora.

D. DEUS PROMETE ABENÇOAR

TODAS AS NAÇÕES

1. Abraão – o Primeiro

Missionário de Deus

Foi cerca de um milênio após o Zigurate

de Babel, que Deus chamou a Abraão para

que ele saísse de Ur dos Caldeus, como o

Seu primeiro missionário.

Jeová fez uma aliança com Abraão. Esta

aliança exigia dele algo difícil: “O SENHOR

havia dito a Abraão: Deixa o teu país, o teu

povo, e a casa de teu pai, e vai para a terra

que te mostrarei” (Gn 12:1). Assim sendo,

foi renovada a visão de Deus por um povo

que faria com que todo o mundo O conhecesse.

Isso exigiria que fosse deixada a família

e se fosse a povos de outras nações, línguas

e culturas. Abraão tornou-se o primeiro

missionário de Deus.

A Aliança Abraâmica incluía sete promessas.

A sétima era a mais importante.

“Em ti todas as famílias (no hebraico =

mishpachah, significando “tribos ou grupos

étnicos”) da terra serão abençoadas” (Gn

12:3).

Para que não fosse deixada nenhuma

dúvida com relação ao que Deus quis dizer

com isto, Paulo esclarece, sem sombra de

dúvida, que Deus estava falando sobre a

evangelização do mundo.

“As Escrituras previram que Deus justificaria

os gentios pela fé e anunciaram o

Evangelho de antemão a Abraão: ‘Todas

as nações serão abençoadas através de ti’”

(Gl 3:8).

Dois mil anos antes de Cristo, Deus declarou

a Abraão o Seu desejo de que o mundo

pagão fosse justificado e evangelizado. Foi

uma promessa que seria frustrada pela influência

de Babel. “Façamo-nos... edifiquemonos...

para que não sejamos dispersos.”

a. Um Fracasso de Responsabilidade.

Deus havia feito o Seu povo Israel “uma

luz para iluminar os gentios” (Is 42:6,7).

Será que eles cumpriram este papel? Não!

Eles fracassaram miseravelmente.

Jeová contou a Abraão o que aconteceria

com os seus descendentes. “Saibas, de certo,

que os teus descendentes serão estrangeiros

numa terra que não é deles, e serão

escravizados e afligidos por quatrocentos

anos... na quarta geração, os teus descendentes

voltarão aqui...” (Gn 15:13,16). Isso

aconteceu! Jacó mudou a sua família de setenta

almas para o Egito na época de José

(Gn 46:26, Êx 1:5).

Moisés os tirou de lá quatro séculos mais

tarde, como Deus havia dito a Abraão. “E

QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA SEÇÃO E3 / 895

aconteceu, no final dos quatrocentos e trinta

anos... que todos os exércitos do SENHOR

saíram da terra do Egito” (Êx 12:41).

2. Israel Deveria Ser um

Reino de Sacerdotes

Quando Israel saiu do Egito, a primeira

aliança que Deus Lhes ofereceu abrangia

a responsabilidade e o privilégio que

possuíam a nível mundial. Ele disse: “Se

obedecerdes a Minha voz e guardardes a

Minha aliança, farei de vós um reino de

sacerdotes, uma nação santa” (Êx 19:5,6).

Por que Deus precisaria de uma nação

santa de 2,5 milhões de sacerdotes (ex

12:37)? O único motivo racional seria o cumprimento

da promessa feita a Abraão, Isaque

e Jacó.

“Visto que Abraão certamente virá a ser

uma grande e poderosa nação, e todas as

nações da terra serão abençoadas nele?”

(Gn 18:18).

“E em tua semente serão abençoadas

todas as nações da terra, porquanto

obedecestes a Minha voz” (Gn 22:18).

“E multiplicarei a tua semente como as

estrelas do céu, e darei à tua semente todas

estas terras; e em tua semente todas as nações

da terra serão abençoadas” (Gn 26:4).

“E a tua semente será como o pó da

terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente,

e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua

semente todas as famílias da terra serão

abençoadas” (Gn 28:14).

Deus queria abençoar todas as nações

(tribos, grupos étnicos), e Ele precisava

de um grande número de sacerdotes missionários

para comunicarem a Sua verdade a

essas nações. A esperança de Deus era que

Israel tivesse fé para aceitar a Sua oferta e

cumprir o seu destino. Mas isto não aconteceu!

“Por isso Me indignei contra esta

geração... [porque] ...a mensagem que ouviram

não Lhes foi de valor algum, porque

os que a ouviram não a combinaram com a

fé” (Hb 3:10;4:2).

a. Duas Condições. A aliança (contrato)

oferecida tinha duas condições para os

israelitas:

1) “obedecer a Minha voz” e

2) “guardar a Minha aliança.”

Só precisamos ler Êxodo 20 para vermos

que Israel rejeitou a primeira condição:

“obedecer a Minha voz’’.

“E disseram a Moisés: Fala tu conosco,

e ouviremos; mas que Deus não fale conosco...”

(Êx 20:19).

“...cuja voz os que a ouviram suplicaram

que a palavra não mais Lhes fosse

dirigida” (Hb 2:19).

Tendo rejeitado a voz de Deus, era impossível

para esses israelitas cumprirem a

vontade e o propósito de Deus para eles no

sentido de serem um “reino de sacerdotes”.

Alguns capítulos mais tarde vemos que

os israelitas também violaram a segunda

condição: “guardar a Minha aliança”.

“E Moisés voltou e desceu do monte e

as duas tábuas do testemunho [aliança] estavam

em suas mãos...”

“E aconteceu que, tão logo se aproximou

do arraial, ele viu o bezerro e as danças,

e acendeu-se o furor de Moisés, e arremessou

as tábuas das suas mãos, e quebrou-

as ao pé do monte” (Êx. 32:15,19).

Moisés somente fez o que os israelitas

já haviam feito através do seu pecado e desobediência

– eles haviam quebrado a aliança;

não haviam guardado a aliança. Assim

sendo, Moisés arremessou as tábuas em que

estava escrita a aliança e as quebrou. “... a

aliança que fiz com os seus pais no dia em

que os tomei pela mão para tirá-los da terra

do Egito; aliança esta que eles quebraram...”

(Jr 31:32).

3. O Sacerdócio Levítico

A promessa feita a Israel no Sinai de serem

feitos “um reino de sacerdotes” não se

refere ao sacerdócio levítico. Os levitas se

tornaram sacerdotes como conseqüência do

fracasso e da desobediência delineados acima.

A primeira condição – “obedecer a Mi896

/ SEÇÃOE3 E3.1– A Barreira Babilônica

nha voz” – foi quebrada. Como Deus poderia

manter a Sua aliança e promessa de

fazê-los “um reino de sacerdotes’’ uma vez

que não queriam ouvir a Sua voz?

O propósito de Deus foi uma vez mais

frustrado quando os israelitas quebraram a

aliança. Naquele dia, Deus decretou um julgamento:

“Moisés ficou na entrada do arraial

e disse: Quem é do SENHOR, venha a

mim. Então, todos os levitas se ajuntaram

a ele. Aí ele Lhes disse: Isto é o que o SENHOR,

o Deus de Israel diz: Cada um ponha

a sua espada sobre a sua coxa. Voltai e

percorrei o arraial de uma extremidade a

outra, com cada um matando a seu irmão,

e amigo, e ao seu próximo” (Êx 32:26,27).

No final das contas, havia apenas uma

tribo com armas prontamente disponíveis:

a Tribo de Levi. O que havia acontecido

com todas as outras tribos? O registro diz:

“Aarão os havia despido na presença de

seus inimigos.”

Ao ler isto, temos a impressão de que

eles estavam circulando sem nenhuma roupa!

não é isto, no entanto, o que a palavra

hebraica significa. Eles se encontravam militarmente

expostos (nus) na presença dos

seus inimigos. Eles haviam deposto as suas

armas, muito embora estivessem rodeados

por inimigos.

Os filhos de Israel haviam retirado do

Egito todo o ouro e toda a prata. Eles haviam

multiplicado uma quantia equivalente

a milhões de dólares pelos padrões de

hoje.

Lá estavam eles, os herdeiros do tesouro

do mundo antigo, mas haviam deposto as

suas armas. Não estavam protegendo a herança.

Encontravam-se militarmente nus!

Que tolice!

Os levitas foram a única tribo fiel. Estando

armados, entraram no meio dos desarmados

e mataram três mil pessoas naquele

dia. Deus designou os levitas para

serem sacerdotes porque eles haviam mantido

as suas armas ao seu lado. Eles foram

os defensores da nação e de sua herança.

Todos os demais haviam comprometido a

segurança e o bem-estar da nação.

“Os levitas fizeram conforme o que

Moisés ordenara. E naquele dia, cerca de

três mil pessoas morreram. Aí então, disse

Moisés: Vós [levitas] fostes consagrados

ao SENHOR hoje... e Ele vos abençoou neste

dia” (Êx 32:28,29). Assim sendo, a Tribo

de Levi tornou-se a tribo sacerdotal.

Entretanto, o propósito de Deus de ter

uma nação sacerdotal foi adiado por mais

quinze séculos. A maior parte do mundo

agora teria que esperar muitas gerações antes

de poder conhecer sobre o único Deus

verdadeiro.

Através de toda a história os Zigurates

continuariam a ser construídos ao redor do

mundo. A influência de Ninrode aumentaria

e obscureceria o conhecimento do Único

Deus Verdadeiro.

O mundo esperaria durante mais de um

milênio por um povo que “obedeceria a

voz de Deus” e “guardaria a Sua aliança”.

4. A Promessa Cumprida

“Mas, quando a plenitude dos tempos

chegou, Deus enviou o Seu Filho, nascido

de mulher, nascido debaixo da lei, para

redimir os que se encontravam debaixo da

lei, para que pudéssemos receber a adoção

de filhos” (Gl 4:4,5).

E. POR QUE JESUS VEIO?

1. Jesus Veio Para Dar a Israel

Uma Última Chance

De Abraão a Cristo passaram-se 2.000

anos – vinte séculos em que Israel deixou de

se apossar das promessas feitas a Abraão.

Todas as nações não estavam sendo abençoadas,

como Deus havia objetivado. Israel

não estava iluminando os gentios, como

Deus desejava. “Eu, o SENHOR, te chamei em

retidão... para uma luz dos gentios.”

“E Ele disse: também te darei para ser

uma luz aos gentios, para que possas ser a

QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA SEÇÃO E3 / 897

Minha salvação até aos confins da terra”

(Is 42:6;49:6).

Em vez de ser a luz de Deus para os

gentios, isto é o que foi dito a Israel: “Pois

o nome de Deus é blasfemado dentre os

gentios através de vós...” (Rm 2:24). “E

santificarei o Meu grande nome... o qual

profanastes no meio delas; e os pagãos [gentios]

saberão que Eu sou o SENHOR...” (Ez

36:23).

Quando Jesus veio, Ele chorou sobre Israel

e a sua capital: “Ao Se aproximar de

Jerusalém e ver a cidade, Ele chorou sobre

ela e disse: Se tu ao menos soubesses neste

dia o que te traria a paz...

“Os dias virão sobre ti em que os teus

inimigos... te derribarão, a ti, e a teus filhos

dentro dos teus portões. Eles não deixarão

pedra sobre pedra, porque não reconheceste

o tempo da visitação de Deus para ti”

(Lc 19:41-44).

Ao ser finalmente rejeitado pelos judeus,

Jesus disse: “Portanto Eu vos digo: O Reino

de Deus será tirado de vós e será dado

a uma nação que dê os seus frutos’’ (Mt

21:43). Quem foi essa nação a quem foi concedido

o Reino? Descobriremos isto logo

em seguida.

Israel pecou e perdeu o seu dia de oportunidade,

a sua última chance de ser a nação

missionária de Deus – um reino de sacerdotes.

Agora outros receberiam a bênção e a

chance de serem os sucessores naquilo em

que Israel havia fracassado.

2. Jesus Veio Para Acabar com os

Templos e a Construção Deles

Ele veio para quebrar o poder do sistema

religioso de Ninrode, o qual se orgulhava

muito das construções religiosas.

“E enquanto alguns falavam sobre o

Templo, de como era adornado com formosas

pedras e dádivas, Ele disse: Quanto

a estas coisas que contemplais, os dias virão

em que não será deixada pedra sobre

pedra que não seja derribada” (Lc 21:5,6).

“E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes

grandes edifícios? Não ficará pedra sobre

pedra que não seja derribada” (Mc 13:2).

Havia uma boa razão pela qual Jesus acabaria

com os templos. “Assim diz o SENHOR:

O céu é o Meu trono, e a terra é o escabelo

dos Meus pés. Onde está a casa que Me

edificaríeis?” (Is 66:1)

“...o Altíssimo não habita em templos

feitos por mãos humanas...” (At 7:48). “O

Deus que fez o mundo e tudo o que nele há,

sendo Senhor do céu e da terra, não habita

em templo feito por mãos humanas” (At

17:24).

Deus queria habitar no coração do Seu

povo. Este era o Seu plano.

“Não sabeis que sois o templo de Deus,

e que o Espírito de Deus habita em vós?”

(1 Co 3:16).

“...Deus habita em nós, e o Seu amor é

aperfeiçoado em nós” (1 Jo 4:12).

“...pois sois o templo do Deus vivo,

como Deus disse: Neles habitarei, e entre

eles andarei, e Eu serei o seu Deus, e eles

serão o Meu povo” (2 Co 6:16).

Pastor, você é como o rico insensato da

parábola de Jesus? “E disse: Farei isto: derribarei

os meus celeiros e edificarei outros

maiores...” (Lc 12:18).

Seja como Jesus e os primeiros apóstolos,

os quais enfatizaram A MENSAGEM –

E NÃO A ARGAMASSA (construções). A

MENSAGEM produz corações prontos a

fornecerem a Deus um lugar de habitação. A

argamassa (Catedrais – Zigurates) acaricia

os egos dos que constroem essas coisas.

3. Jesus Veio Para Abençoar

TODAS as Nações

Jesus veio para reavivar a antiga promessa

e o propósito de Deus – de que todo

o mundo fosse abençoado através do conhecimento

de Deus.

Ao ressuscitar dos mortos, Ele disse:

“Todo poder Me é dado no céu e na terra, e

eis que estou convosco sempre, até a consumação

dos séculos... Portanto IDE!” (Mt

28:18-20).

898 / SEÇÃOE3 E3.1– A Barreira Babilônica

Qual era o significado disto? Jesus estava

renovando a antiga “Comissão” a Noé e

seus filhos. Ele estava reavivando o chamado

missionário a Abraão e sua descendência.

“Portanto... Ide!”

Bem, a Igreja foi... mas somente até Jerusalém.

Desde a época de Noé até agora parece

que o principal problema do Senhor tem

sido o de encontrar pessoas com uma visão

mundial. A preocupação comigo, com a minha

família, com os meus desejos e ambições

parece personificar a maioria de nós. Muitos

de nós, crentes pentecostais, temos a seguinte

atitude: “Eu, minha esposa, meus dois filhos

– nós quatro e fim de papo, Atos 2:4.”

Antes que a Igreja Primitiva implementasse

a clara comissão de Jesus: “Ide por

todo o mundo e pregai o Evangelho a toda

criatura” (Mc 16:15), o Senhor teve de

permitir a perseguição. Foi necessário isto

para tirá-los de seus confortáveis ninhos e

para obedecerem o que Ele havia ordenado.

Mesmo assim, não foram os pregadores (os

apóstolos) que obedeceram.

“E naquela época houve uma grande

perseguição contra a igreja que estava em

Jerusalém; e todos eles foram dispersos por

todas as regiões da Judéia e Samaria, exceto

os apóstolos” (At 8:1).

Foi um movimento “conduzido por leigos”

que quebrou a exclusiva franquia dos

Apóstolos Judeus sobre o Evangelho. “Portanto,

os que foram dispersos [nenhum

apóstolo – somente leigos] foram por toda

parte, pregando a Palavra” (At 8:4).

4. Jesus Veio Para nos Fazer Uma

Nação de Sacerdotes

Os apóstolos judeus não prestaram

maior atenção à Comissão de Jesus do que

nós o fazemos hoje em dia. Eles ficaram

sentados, desfrutando do reavivamento e

das bênçãos em Jerusalém.

Até o Oitavo Capítulo de Atos, quando

veio a perseguição, eles não estavam fazendo

nada a respeito do propósito mundial de

Deus de propagação do Evangelho. Os leigos

finalmente responderam, quando a perseguição

os dispersou.

Pedro diz: “Mas vós sois um povo escolhido,

um sacerdócio real, uma nação

santa, um povo que pertence a Deus...” (1

Pe 2:9). A mesmíssima coisa que Deus havia

prometido aos filhos de Israel, em Êxodo

19, cumpre-se agora em nós.

Deus não estabelece condições. Ele simplesmente

diz: “VÓS SOIS sacerdotes reais

[reis e sacerdotes], uma nação santa!” Não

condicionalmente, como era sob a Antiga

Aliança, mas incondicionalmente.

“Eis que dias vem, diz o SENHOR, em que

Eu farei uma nova aliança com a Casa de

Israel, e com a Casa de Judá:

“Não de acordo com a aliança que fiz

com os seus pais no dia em que os tomei

pela mão para tirá-los da terra do Egito, e

esta Minha aliança eles quebraram...”

“...Depois daqueles dias, diz o SENHOR,

Eu colocarei a Minha lei no seu interior, e

a escreverei em seus corações...” (Jr 31:31-

33).

Agora, na verdade, Deus está dizendo:

“Eu farei”. “Tentei obter a cooperação voluntária

da Minha nação, Israel, mas eles

recusaram. Agora vou fazer a obra, independentemente

deles.”

Não existe nenhum “clero” nem “leigo”

em nenhuma parte da Bíblia. Jesus nos declara

“reis e sacerdotes”. “E nos fez reis e

sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele seja

a glória e o domínio para todo o sempre.

Amém” (Ap 1:6). “E para o nosso Deus

nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos

sobre a terra” (Ap 5:10).

F. O QUE QUEBRARÁ A BARREIRA

BABILÔNICA?

O que quebrou a barreira babilônica foi o

fato de Deus haver descido e feito com que

todos eles falassem em outras línguas. “Por

isso se chamou o seu nome Babel, porquanto

ali confundiu o SENHOR a língua de toda a

terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a

face de toda a terra” (Gn 11:6-9).

QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA SEÇÃO E3 / 899

Era isso o que o Dia de Pentecostes objetivava

alcançar: espalhar sobre toda a terra

os que falaram novas línguas – para pregar

o Evangelho de Cristo. Tal acontecimento

foi para quebrar a barreira babilônica.

O propósito daquele Dia não foi o de

formar clubinhos do tipo “abençoe-me” que

edificam para cima, ao invés de alcançarem

os que estão de fora, e sim o de nos capacitar

para irmos a todo o mundo e tornarmonos

mártires para Jesus Cristo (At 1:8). Foi

a confusão das línguas que quebrou a barreira

babilônica.

1. Enfoque a Evangelização Mundial

Deus queria que o Pentecostes (At 2:4)

fosse isto para a Sua Igreja. O derramamento

do Espírito Santo deveria fazer com que nos

tornássemos internacionais e globais em nossa

forma de pensar em nossa mentalidade. O

Pentecostes deveria fazer com que percebêssemos

que há pessoas de outras nações e

línguas que estão esperando pelo Evangelho.

Todas as vezes que você fala em línguas

você deveria lembrar-se do programa global

de Deus para todos os povos de “...todas

as tribos e línguas, e povos, e nações.”

O Livro do Apocalipse nos leva ao Céu

e nos mostra o resultado da Era da Igreja.

Reunida diante do Trono encontra-se uma

multidão inumerável.

“E cantavam um novo cântico: Tu és

digno... porque... com Teu sangue compraste

homens para Deus de toda tribo, e língua,

e povo, e nação, e para o nosso Deus

os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão

sobre a terra” (Ap 5:9,10).

Se é a vontade de Deus que essas pessoas

“de toda tribo, e língua, e povo, e nação”

estejam no Céu, é melhor que você ore

para que o Deus Todo-Poderoso o ajude a

fazer a sua parte, a fim de que elas possam

receber o Evangelho.

Um enorme segmento do mundo ainda

espera pelo Evangelho. Duas entre cinco

pessoas (dois bilhões de seres humanos)

ainda estão esperando que a Igreja obedeça

o mandamento de Cristo de IR e pregar – de

cooperar com o desejo de Deus de justificar

os pagãos através da fé em Jesus Cristo.

Até cerca de 200 anos atrás, a Igreja encontrava-

se totalmente presa nesta escravidão

babilônica. A Idade Média havia trazido

a total imersão do propósito divino sob

o sistema religioso de Ninrode. Era chamado

de “cristianismo”, mas, na verdade, era

algo totalmente Ninródico. Era um sistema

político com líderes religiosos dirigindo o

espetáculo.

2. Pare de Construir “Templos”

O que a Igreja fez durante aquelas trevas

da Idade Media? Ela descartou o mandamento

de evangelizar o mundo e começou a

construir catedrais com lindas e altas torres

“...cujo cume toque nos Céus...”

De que espírito você acha que isto saiu?

Será que saiu da Grande Comissão? Será

que saiu do amoroso coração de Jesus “que

veio para buscar o que se havia perdido”

(Lc 19:10)?

Não! Saiu da religião de Ninrode, a qual

espalhou os seus tentáculos de trevas sobre

a Igreja e a amaldiçoou, e produziu a venda

dissoluta de indulgências para financiar a

construção de torres e catedrais em direção

ao Céu – não, como se afirmava, para a glória

de Deus, mas sim para a vaidade carnal

do homem.

Não sou contra o aspecto de a Igreja ter

as suas dependências para executar a Sua

obra, mas a construção desvairada de torres

de Babel para satisfazer o ego do homem

é uma maldição pecaminosa sobre a

Igreja. Deus nunca ordenou isto. Deus nunca

deu este mandamento. Não há sequer

uma palavra de autoridade para isto, de

Gênesis a Apocalipse.

No entanto, em que nós, líderes de igrejas

do ocidente, enfocamos a maior parte

dos nossos recursos, tempo e esforços. Na

minha opinião, a predominância dos líderes

são “Ninrodes”, dizendo: “Façamo-nos!

Edifiquemo-nos! Para que não sejamos dis900

/ SEÇÃOE3 E3.1– A Barreira Babilônica

persos – e acabemos indo para todo o mundo

com o Evangelho.” (Considere isto como

um sarcasmo.)

As nossas torres de igrejas se projetam

em direção ao céu e competimos uns com

os outros para vermos quais os edifícios

mais ostentosos que podem ser erigidos. É

o antigo sistema de Ninrode levantando a

sua horrenda cabeça: “Para que não sejamos

dispersos por toda a terra para cumprirmos

o propósito divino.” Não seria uma

tragédia se isto acontecesse? (Esta pergunta

é um sarcasmo divino).

Esse é um problema antigo, que não desaparecerá

com o Ralph Mahoney pregando

sobre ele uma vez.

Mas se você for um líder com coragem e

fé, você poderá levantar-se e quebrar a barreira

babilônica. Você poderá começar a orar

contra ela, amarrando aqueles antigos e demoníacos

principados e potestades que dominam

mortalmente as finanças da Igreja e

se recusam a liberá-las para a grande colheita

do mundo.

3. Re-Ordene as Prioridades

Financeiras

Nos Estados Unidos, damos 3 centavos

de cada 100 dólares doados em nossas igrejas

(não 3 centavos de cada dólar, mas sim 3

centavos de cada cem dólares) para a evangelização

missionária. Este é um triste comentário

sobre uma Igreja dominada pela

escravidão de Babel.

Quarenta por cento do mundo ainda não

possui o Evangelho. Essas pessoas nunca o

ouviram e não se encontram ao alcance do

Evangelho hoje. Que crime!

Quase dois mil anos se passaram desde

que Jesus disse aos Seus seguidores o que

Ele queria especificamente que fizessem.

Quatro mil anos se passaram desde que Deus

contou a Abraão sobre o Seu desejo de possuir

um povo que abençoaria a todas as nações.

Cinco mil anos se passaram desde que

Deus falou sobre o Seu plano mundial a

Noé e seus filhos – e o mundo nãoevangelizado

ainda está aguardando.

“Despertai para a retidão e não pequeis;

pois alguns ainda não têm o conhecimento

de Deus: Falo isto para vergonha vossa”

(1 Co 15:34). Se era uma vergonha trinta

anos após o Pentecostes, quando Paulo escreveu

isto, é uma vergonha dupla, hoje em

dia, o fato de que alguns ainda não possuem

o conhecimento de Deus.

Nós, líderes de igrejas em nações ocidentais,

temos decisões a tomar sobre quando,

onde, e como nos levantaremos para

quebrarmos a barreira babilônica. Precisamos

ter como nossa prioridade número 1 a

pregação do Evangelho – espalharmos a

mensagem e pararmos de espalhar tanta “argamassa”

(a construção de apriscos maiores

para abrigarmos as ovelhas). As ovelhas

foram feitas para o campo e não para os

apriscos. “O campo é o mundo” (Mt

13:38).

Digo pela terceira vez que a ênfase da

Bíblia é a mensagem. A ênfase do cristianismo

ocidental é a argamassa. Pense nisto!

G. CONCLUSÃO

Um dos principais obstáculos à evangelização

mundial é o conceito das catedrais.

As catedrais absorvem a maior parte dos

recursos financeiros que deveriam ser usados

para a propagação do Evangelho. “Senhor!

Faça com que nos arrependamos deste

terrível pecado contra os não-evangelizados.

AMÉM!”

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 901

SEÇÃO E4

APRENDER COMO GANHAR ALMAS

Ralph Mahoney e Dr. T. L. Osborn

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

E4.1 - Métodos do Evangelismo

E4.2 - Porque Devemos Evangelizar

E4.3 - Seguindo os Sinais do Evangelismo

E4.4 - O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo

E4.5 - Sugestões Práticas Para Ganhar Almas

métodos de evangelismo: o evangelismo em

massa ou o evangelismo pessoal.

1. O Evangelismo em Massa

“E descendo Filipe à cidade de Samaria

lhes pregava a Cristo. E as multidões

unanimemente prestavam atenção ao que

Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais

que ele fazia. E havia grande alegria

naquela cidade” (At 8:5,6,8). A enorme cruzada

de Filipe, na cidade, é um exemplo de

evangelismo em massa.

Vemos em Atos 8:26-38 este mesmo

evangelista, Filipe, praticando o evangelismo

pessoal.

“E, respondendo o eunuco a Filipe, disse:

Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De

si mesmo, ou de algum outro? Então Filipe,

abrindo a sua boca e começando nesta escritura,

lhe anunciou a Jesus” (At 8:34,35).

“Como nada, que útil seja, deixei de vos

anunciar, e ensinar publicamente [evangelismo

em massa] e pelas casas [evangelismo

pessoal]. Testificando tanto aos judeus

como aos gregos, a conversão a Deus e a

fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20:20,

21).

Um século depois do Dia de Pentecostes

a discussão teológica tomou o lugar do

ganhar almas na Igreja, o que resultou em

indiferença e apostasia espiritual. Por volta

do quarto século começou a Era das Trevas.

Capítulo 1

Métodos do Evangelismo

Os cristãos das nações ocidentais acham

que o ganhar almas é feito dentro dos auditórios

das igrejas. Enquanto muitos encontram

a Cristo nos prédios das igrejas, nos

tempos bíblicos o ganhar almas era feito do

lado de fora, onde as pessoas viviam.

Portanto, deixe que a cruz seja levantada

novamente no centro do mercado, da mesma

forma como na parede da igreja.

Jesus não foi crucificado numa catedral

entre dois candelabros, mas numa cruz entre

dois ladrões numa encruzilhada percorrida

pelos povos de tantas nações que eles

tiveram que escrever a denominação d’Ele

em Hebraico, Latim e Grego.

O Filho de Deus foi crucificado num lugar

onde os cínicos falavam obscenidades,

onde os ladrões blasfemavam e onde os soldados

jogavam jogos de azar. Por ter sido

este o lugar onde Cristo morreu e esta a

razão porque Ele morreu, é ali que os cristãos

podem compartilhar melhor a Sua mensagem

de amor porque é para isso o verdadeiro

cristianismo.

A. DOIS MÉTODOS DE

EVANGELISMO

No Livro de Atos havia somente dois

902 / SEÇÃOE4 E4.1– Métodos do Evangelismo

Uma brisa refrescante do Novo Testamento

estilo evangelismo, está soprando

através do mundo inteiro.

O lema de vida dos cristãos é muito simples:

Um Caminho! Um Trabalho! O Caminho

é Jesus! O Trabalho é ganhar almas!

Não existe alegria como a de dar as boas

novas a todos, em toda parte – ganhar almas,

onde as pessoas estão!

“Porque o Filho do homem veio buscar

e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10).

“e o que ganha almas é sábio” (Pv 11:30).

“Os entendidos pois resplandecerão,

como o resplendor do firmamento; e os que

a muitos ensinam a justiça [ganhadores de

almas] refulgirão como as estrelas sempre

e eternamente” (Dn 12:3).

Tornar-se sócio com Jesus na Sua obra

poderosa de salvar almas perdidas é a coisa

mais importante no mundo.

a. Uma Visita a Áquila. Venha comigo,

numa visita a cidade de Éfeso. Iremos

visitar Áquila e Priscila, pessoas de negócios

e líderes de igreja, leigos.

“Boa noite Áquila. Sabemos que você é

um dos membros desta igreja. Podemos entrar

um pouco para visitar?”

“Certamente que sim! Entrem!”

“Se você não se importa, gostaríamos

que nos contasse de que maneira as igrejas

aqui na Ásia Menor cuidam dos seus programas

de ganhar almas. Lemos que você

tem sido um membro da igreja de Corinto e

de Roma, assim como desta aqui em Éfeso.

Você deve ser muito qualificado para nos

falar sobre o evangelismo da Igreja no Novo

Testamento. Se você não se importar, gostaríamos

de visitar a sua igreja, enquanto

estivermos aqui.”

“Sentem-se. Vocês já estão no local de

reuniões. A igreja se encontra aqui na minha

casa.”

“Você não tem um prédio da igreja?”

“O que é um prédio de igreja? Não, acho

que não temos.”

“Diga-nos, Áquila, o que a sua igreja está

fazendo para evangelizar Éfeso? O que você

Foi somente depois do século 18 que o

evangelismo em massa começou a reaparecer

representado por John Wesley (fundador

da igreja Metodista). O evangelismo

pessoal, como praticado pela Igreja no Livro

de Atos, somente começou a ser redescoberto

nesse último século.

2. O Ganhar Almas, Pessoal

Durante muitas gerações, os cristãos

evangelizaram na Igreja, nas salas de aulas

de suas escolas, nos bancos de igrejas; mas

não evangelizaram o mundo dos incrédulos.

As pessoas eram recrutadas pela classe e

pela sociedade, e eram convidadas para a

igreja, onde se esperava que elas receberiam

a Cristo como o seu Salvador e Senhor.

Isto funcionava para aqueles que iam à

igreja. Porém 90 por cento, ou mais, das

pessoas jamais freqüentarão a igreja e, portanto,

elas nunca poderão ser ganhas lá.

A nossa maior oportunidade está fora

da igreja. Os cristãos devem ganhar almas

no seu local de trabalho, nos parques, nas

ruas e nas casas. Devemos sair pelo mundo

afora, onde as pessoas estão.

A Igreja nasceu de uma chama do ganhar

almas pessoal. Almas eram ganhas nas casas,

num ministério cara a cara.

“...E fez-se naquele dia uma grande perseguição

contra a igreja que estava em Jerusalém;

e todos foram dispersos pelas terras

da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos.”

“Mas os que andavam dispersos iam

por toda a parte, anunciando a palavra”

(At 8:1,4).

Nota: Era o “leigo” que ia a toda parte

pregando a Palavra e guiando o povo para

Cristo. Os “apóstolos” permaneceram em

Jerusalém. Aquela foi a maneira que Deus

planejara.

Os líderes foram colocados na igreja para

“...a obra do ministério” (Ef 4:12).

Todo membro devia ser instruído pelo

líder da igreja a como trazer outros para

Cristo.

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 903

mada Inglaterra e, neste momento, muitos

cristãos devem estar lá.”

“Áquila, o que você está nos contando é

incrível! Você tem feito mais, numa geração

do que nós temos feito em mil anos!”

“Isso é estranho. Tem sido muito simples

para nós, fazê-lo. É difícil de acreditar que

as coisas estejam caminhando tão vagarosamente

para vocês. Talvez haja uma forma

melhor para espalhar as boas novas, do

que pregar nos prédios das igrejas. Talvez

vocês precisem tentar os nossos métodos.”

Licença Para Ganhar Almas

Dê-nos um lema para o momento

Uma palavra emocionante, uma palavra

de poder;

Uma batalha clama, um fogo ardente

Um chamado para a conquista ou para

a morte;

Uma palavra para despertar a igreja

do repouso,

Para atender ao comando superior do

Mestre.

O chamado é feito, as hostes se levantam,

O lema é EVANGELIZAR!

Aos homens decaídos, uma raça agonizante,

Faça conhecer o dom da graça do Evangelho.

O mundo que agora jaz nas trevas, ó

Igreja de Cristo, EVANGELIZAR!

Capítulo 2

Porque Devemos Evangelizar

A. SETE RAZÕES PARA

GANHAR ALMAS

1. Porque Jesus Era um

Ganhador de Almas

“Esta é uma palavra fiel e digna de toda

a aceitação que Cristo Jesus veio ao munestá

fazendo para alcançar a cidade com o

Evangelho?”

“Oh, nós já evangelizamos Éfeso. Todas

as pessoas na cidade entendem o Evangelho

claramente.”

“Como a igreja fez isto? Vocês não tem

rádio, televisão, comunicações eletrônicas

ou imprensa. Você teve muitas campanhas

evangelísticas?”

“Não. Como você provavelmente ouviu,

nós tentamos as reuniões em massa

nesta área mas a maioria das vezes acabávamos

na prisão.”

“Como você fez, então?”

“Nós simplesmente fomos a todas as casas

na cidade. Essa foi a maneira que a igreja

em Jerusalém primeiro evangelizou aquela

cidade (At 5:42). Os discípulos lá, evangelizaram

a cidade inteira de Jerusalém, num

curto espaço de tempo. Todas as outras na

Ásia Menor seguiram o exemplo deles.”

“É eficiente em toda parte?”

“Sim, e. há tantos convertidos que alguns

dos líderes gentios temem que as religiões

deles venham a morrer. Quando Paulo

deixou Éfeso pela última vez, ele nos recomendou

que continuássemos seguindo

este mesmo procedimento” (At 20:20).

“Áquila, isso é surpreendente! Neste grau

de velocidade, não há como dizer quantas pessoas

estão ouvindo e reagindo ao Evangelho.”

“Oh, você não sabia? Nós já compartilhamos

o Evangelho com cada pessoa na Ásia

Menor, com os judeus e os gregos” (At 19:10).

“Isto não é possível. Você não quer dizer

todos!”

“Sim, todos.”

“Mas isto incluiria Damasco, Éfeso, dúzias

de cidades grandes, assim como aldeias.

E as tribos nômades no deserto? Quanto

tempo levou para que as igrejas chegassem

a todas essas pessoas?”

“Não muito tempo: 24 meses, para ser

exato” (At 19:10). “A mesma coisa está

acontecendo na África do Norte e no Sul da

Europa. O Evangelho já alcançou também

a Espanha. Ouvimos sobre uma terra cha904

/ SEÇÃOE4 E4.2– Porque Devemos Evangelizar

do, para salvar os pecadores...” (1 Tm

l:15).

“Porque o Filho do homem veio buscar

e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10).

a. Jesus Veio Para Salvar as Pessoas.

Esta é a missão d’Ele. O primeiro grupo

a quem Jesus escolheu para segui-Lo, recebeu

este desafio:

“...Vinde após mim e eu vos farei Pescadores

de homens’’ (Mt 4:19).

O último grupo que seguiu Jesus para a

Sua ascensão, recebeu esta ordem: “Portanto

ide, ensinai todas as nações, batizando-

as em nome do Pai, e do Filho, e do

Espírito Santo;

“Ensinando-as a guardar todas as coisas

que eu vos tenho mandado...” (Mt

28:19,20).

“Mas recebereis a virtude do Espírito

Santo, que há de vir sobre vós; e ser-meeis

testemunhas, tanto em Jerusalém como

em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins

da terra” (At 1:8).

A palavra cristão significa, como Cristo.

Cristo veio para salvar as pessoas, para

procurar o perdido. Assim, se vamos ser

como Cristo devemos ser, também, ganhadores

de almas.

b. Ele Foi Aonde as Pessoas Estavam.

Jesus levou a mensagem d’Ele para as pessoas.

Ele foi aonde quer que as pessoas estivessem:

nos mercados, nas esquinas das

ruas, nos lados das montanhas, nos litorais,

nas casas.

Ele foi criticado pelos líderes religiosos,

por Se identificar com as pessoas, aonde

elas estavam.

“...Este recebe pecadores e come com

eles” (Lc 15:2).

Ele nos encoraja: “...Sai pelos caminhos

e valados e força-os a entrar, para que a

minha casa se encha” (Lc 14:23).

Ele jamais disse, “Vá a igreja e ore para

que Deus envie pessoas para dentro dela.”

Ele disse, “...sai e força-os a entrar, para

que a minha casa se encha.”

Após a Sua ascensão, os seguidores de

Jesus agiram exatamente como Ele. Eles se

ocuparam testemunhando nos mercados,

nas ruas, nas casas; falando, argumentando,

testemunhando, persuadindo, pregando,

ganhando almas, forçando as pessoas a acreditarem

no Evangelho – tudo como Jesus

fez.

A Bíblia diz, “E todos os dias, no tempo

e nas casas, não cessavam de ensinar, e de

anunciar a Jesus Cristo (At 5:42).

Tire um momento, diariamente, para

dar uma volta ao mundo no seu Novo Testamento.

Enquanto as igrejas têmraramente,

mais do que duas ou três reuniões por

semana, os casinos, os cinemas, os bares,

os parques de diversões e os salões de

darujas, estão realizando negócios diariamente.

Os cristãos do Novo Testamento estavam

diariamente, ensinando e pregando

sobre Jesus Cristo, no templo e em todas as

casas.

c. Ele Disse “Vá e Traga-os.” Oramos

para que as pessoas sejam salvas. Jesus

disse, “Vá e traga-os.” Elas estarão

perdidas se tudo o que fizermos for orar.

“...Deus que nos reconciliou consigo

mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério

da reconciliação.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando

consigo o mundo, não lhes imputando

os seus pecados; e pôs em nós a palavra

de reconciliação” (2 Co 5:18,19).

Deus nos deu o ministério e a palavra

de reconciliação para reconciliar os homens

com Deus. Deus tem feito tudo o que Ele

pode. “Deus... deu o seu Filho unigênito,

para que todo aquele que nele crê não pareça,

mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

Cristo tem feito tudo o que Ele pode. “E

que, havendo por ele feito a paz pelo sangue

da sua cruz... reconciliasse consigo

mesmo todas as coisas...” (Cl 1:20).

Ele nos incumbe de contar as boas novas

a todo o mundo, em toda parte. “Porque

todo aquele que invocar o nome do Senhor

será salvo. Como pois invocarão aquele em

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 905

quem não creram? e como crerão naquele

de quem não ouviram? e como ouvirão, se

não há quem pregue?” (Rm 10:13,14).

A nossa parte é contar às pessoas, deixar

que elas conheçam as boas novas sobre

o que o nosso Pai Celestial e Seu Filho tem

feito para nos salvar.

Todos devíamos ser ganhadores de almas,

porque Jesus o era.

2. Porque a Colheita é Grande

“Então disse aos seus discípulos: A seara

é realmente grande, mas poucos os ceifeiros”

(Mt 9:37).

“E, vendo a multidão, teve grande compaixão

deles, porque andavam desgarrados

e errantes, como ovelhas que não têm

pastor” (Mt 9:36).

a. Jesus Enviou Obreiros Para os

Campos de Colheita. O que Jesus fez após

refletir sobre aquela multidão indigente? Ele

chamou doze discípulos, deu-lhes poder

para expulsar demônios e curar os enfermos,

e os enviou para que ajudassem a ceifar

aquela colheita.

Por causa da grande colheita, Ele escolheu

outros setenta discípulos (veja Lucas

10:1-3). A eles Ele disse: “Eis que vos dou

poder para pisar serpentes e escorpiões, e

toda a força do inimigo, e nada vos fará

dano algum” (Lc 10:19).

Jesus fez alguma coisa sobre o amadurecimento

dessa Colheita. Ele não Se acomodou

simplesmente e ponderou e orou a respeito

dela. Ele designou obreiros para os

campos dessa Colheita.

Nós também podemos ser movidos pela

compaixão na direção daqueles que não foram

tocados pelo Evangelho. Se somos

“como Cristo”, nos tornaremos envolvidos,

fazendo alguma coisa sobre compartilhar o

Evangelho com eles.

b. Devemos Buscar Lá Fora. O ganhar

almas é feito lá onde as pessoas vivem,

trabalham e se divertem. É vital enfatizarmos

esse principio básico de ganhar almas.

Não vamos pescar nas nossas banheiras.

Se desejamos pegar peixes, atiramos a

nossa rede no oceano ou no lago. Colocamos

a nossa isca no anzol e a jogamos no rio

ou no córrego – lá onde os peixes estão.

Ceifamos as nossas colheitas nos campos,

lá onde o grão está preparado e pronto

para ser colhido. Raramente ganhamos

almas, permanecendo dentro da igreja.

Para fazer a colheita dos não convertidos,

carregamos o nosso testemunho para fora

dos nossos santuários e o levamos para os

mercados, para as ruas, para as prisões, para

os hospitais, para as casas das pessoas, para

o meio deles. Isto é evangelismo.

Os hindus não vão a igreja. Os muçulmanos

não entram num templo cristão. Os

xintoístas e budistas não tomam parte no

culto cristão. O excomungado não vai a igreja.

Devemos ir lá “...pelos caminhos e

valados e forçá-los a entrar...” (Lc 14:23).

Existe um princípio de urgência quando

chega a colheita. Se os campos não são ceifados

rapidamente, a colheita pode se estragar.

As tempestades podem arruinar o

trigo ou o milho. Se não forem colhidos rapidamente

os frutos podem amadurecer

demais e se estragarem.

Paulo frisou para outros, o seu próprio

senso de urgência: “Isto, porém, vos digo,

irmãos, que o tempo se abrevia...” (1 Co

7:29).

Se realmente desejamos colher os frutos

da colheita da nossa geração, o segredo é

redescobrir a urgência, a paixão e o zelo da

Igreja primitiva. Os cristãos daquela época

saíram pelas cidades e aldeias, numa busca

constante de almas perdidas, mesmo colocando

a sua vida em risco. Isto é ser como

Cristo. Isto é o verdadeiro cristianismo.

c. Mobilize Para Evangelizar. Como

líder de igreja, é seu dever iniciar o processo

de orar, mobilizar e planejar o ganhar almas.

Era esta a ordem no ministério de Jesus:

1) Ver. Jesus viu a colheita e foi movido

pela compaixão.

906 / SEÇÃOE4 E4.2– Porque Devemos Evangelizar

2) Orar. Ele então se pôs a orar para

resolver o problema dos obreiros para a Colheita.

“E aconteceu que naqueles dias subiu

ao monte a orar, e passou a noite em

oração a Deus” (Lc 6:12).

3) Escolher. Após orar, Ele selecionou

obreiros – os doze e os setenta – e os treinou

e os equipou para que saíssem e colhessem

os frutos da Colheita.

Ele viu – Agora, Ele quer que vejamos.

“...Eis que vos digo: Levantai os vossos

olhos, e vede as terras, que já estão brancas

para a ceifa” (Jo 4:35).

Ele orou – Agora, Ele quer que oremos.

“...rogai pois ao Senhor da seara que envie

obreiros para a sua seara” (Lc 10:2).

Ele escolheu – Agora, Ele quer que escolhamos.

“Escolhei pois, irmãos,... sete

varões... cheios do Espírito Santo... aos

quais constituamos sobre este importante

negócio” (At 6:3).

Este simples plano de ação – Ver, Orar,

Escolher – iniciará o processo de colheita.

Nosso Lema: Cada Cristão, um Testemunho!

Nossa Missão: Lá, Onde as Pessoas

Estão!

Esta é a segunda razão porque somos

ganhadores de almas: A Colheita é verdadeiramente

excelente!

3. Porque os Obreiros São Poucos

“Depois disto ouvi a voz do Senhor que

dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por

nós? Então disse eu: Eis-me aqui, enviame

a mim.” (Is 6:8).

a. Bilhões Precisam Ouvir. O número

de pessoas no mundo está aumentando

numa proporção acima de 70.000.000 (setenta

milhões) a cada ano. Menos que

3.000.000 (4%) delas estão sendo alcançadas

pelo Evangelho.

Cerca de 40% das pessoas (dois bilhões)

no mundo, estão fora do alcance do Evangelho.

b. Sem Cristo as Pessoas Estarão

Perdidas. As pessoas não evangelizadas

nunca ouvirão o Evangelho, a menos que

você aja para quebrar esta “...fome de... ouvir

as palavras do Senhor” (Am 8:11). Mobilizando

e treinando ganhadores de almas para

irem lá onde os pecadores estão é a única

solução para esse dilema.

Milhares de cidades e aldeias da China e

da Índia, ainda não têm quem Lhes fale sobre

Cristo. Lá, as pessoas vivem e morrem

sem Cristo. Não porque elas O rejeitem mas

porque durante os 2.000 anos passados, nenhum

cristão foi até lá para compartilhar

com elas o Evangelho do amor de Cristo.

Um em cada 500 líderes de igreja, dedica

sua vida a alcançar as pessoas. Necessitamos

de um reencaminhamento aos princípios

adotados pelo Apóstolo Paulo: “E desta

maneira me esforcei por anunciar o evangelho,

não onde Cristo houvera sido nomeado,

para não edificar sobre fundamento

alheio” (Rm 15:20).

Paulo sempre ia “Para anunciar o evangelho

nos lugares que estão além... (2 Co

10:16), lá onde as pessoas ainda não tinham

ouvido sobre Cristo. Pedro também compreendeu

que “O Senhor não retarda a sua

promessa... não querendo que alguns se

percam, senão que todos venham a arrepender-

se” (2 Pe 3:9). NÃO É A VONTADE

DE DEUS, que os homens se percam. Eles

se perdem porque não Lhes temos ofertado

o Evangelho.

Não é de surpreender que Paulo fosse

tão veemente sobre esse assunto. “Vigiai

justamente e não pequeis; porque alguns

ainda não têm o conhecimento de Deus;

digo-o para vergonha vossa” (1 Co 15:34).

São deduzidos três pontos importantes:

1) A Igreja Dorme. As pessoas estão

perdidas porque a Igreja está dormindo. O

chamado é “Acorda para a retidão...; “...o

que dorme na sega é filho que envergonha”

(Pv 10:5).

2) É Pecado. É PECADO as pessoas

não saberem sobre Deus. Somos advertidos,

“...não pequeis; porque alguns ainda

não têm o conhecimento de Deus...”

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 907

Isto é um pecado de omissão. “Aquele

pois que sabe fazer o bem e não o faz, comete

pecado” (Tg 4:17).

3) É Vergonhoso. Esse fato é causa

para vergonha. “... o que dorme na sega é

filho que envergonha” (Pv 10:5).

O lamento aflito dos perdidos se eleva

até o Céu, “Passou a sega, findou o verão, e

nós não estamos salvos” (Jr 8:20). Essa condição

terrível existe porque são muito poucos

os obreiros. “Rogai pois ao Senhor da

seara que mande ceifeiros para a sua seara”

(Mt 9:38). Nós somos ganhadores de

almas porque os obreiros são muito poucos.

4. Por Causa da Grande

Incumbência

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,

pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc

16:15).

Todo crente é incumbido e chamado.

“Que nos salvou, e chamou com uma santa

convocação... segundo o seu próprio propósito

e graça...” (2 Tm 1:9).

a. Todo Crente Tem Responsabilidade.

A “Grande Incumbência” para executar

e o “Chamado Santo” para testemunhar e

servir, é a autoridade de todo crente, dada

por Deus para ministrar.

Todo crente tem três ministérios sacerdotais:

1) Ministrar ao Senhor em oração,

louvor e adoração.

2) Ministrar uns aos Outros com relação

afetuosa e apoio financeiro e espiritual;

e

3) Ministrar ao Mundo (incrédulos)

através da cura de enfermidades físicas e

emocionais, expulsando demônios e lhes

contando as boas novas, “...que Cristo

morreu por nossos pecados, segundo as

Escrituras; e que foi sepultado, e que ressuscitou

ao terceiro dia, segundo as Escrituras”

(1 Co 15:3,4).

Quando os crentes são ensinados a como

realizar esses três ministérios, muitos assumirão

seus privilégios e responsabilidades

dados por Deus e dirão, “...Eis-me aqui,

envia-me a mim” (Is 6:8).

b. Um Grande Privilégio. Cristo não

nos deixou um privilégio maior do que o de

proclamar o Evangelho para todas as criaturas.

Isto foi o que fizeram, dia e noite, os

primeiros cristãos. Eles curaram os enfermos;

expulsaram demônios e pregaram o

Evangelho de casa em casa, nos mercados,

nas aldeias, nas estradas movimentadas, nas

ruas, nos lugares de encontros, nas celas

das prisões, nos calabouços, em toda parte.

Eles não tinham catedrais ou esmerados

prédios de igrejas, para inibir o seu regozijo

desenfreado de ministrar e compartilhar com

aqueles que esperavam ansiosamente para

receber a Cristo.

Eles foram lá onde os pecadores estavam

e propagaram o Evangelho.

Devíamos viver e respirar para um único

propósito: compartilhar o Evangelho com

o maior número de pessoas e através de

todos os meios possíveis.

Não temos que ser “ministros ordenados”

para compartilhar o Evangelho. Isto é

um privilégio de todo crente. Os cristãos

não precisam de um chamado especial para

fazer as coisas que Deus autorizou que fossem

feitas por toda parte, no mundo. Eles

só precisam aceitar a honra conferida a eles

de se tornarem embaixadores por Cristo.

c. Todo Crente é Incumbido. Porque

todo crente é incumbido e chamado, não é

necessário um “chamado especial” para ser

um ganhador de almas. O ensinamento de

Jesus é claro: “Assim resplandeça a vossa

luz diante dos homens... Sai pelos caminhos

e valados e força-os entrar, para que

a minha casa se encha” (Mt 5:16; Lc 14:23).

Jesus disse, “...pregai o Evangelho a

toda a criatura.”

Se uma nação é 95 por cento cristã e uma

outra é 95 por cento não cristã, a nossa

escolha deve ser alcançar a nação não cristã.

Se um campo pequeno de grãos amadurecidos

tivesse 100 ceifeiros trabalhando

908 / SEÇÃOE4 E4.2– Porque Devemos Evangelizar

nele, e um campo grande tivesse somente

um ceifeiro, em qual deles você trabalharia

para salvar os grãos? Você deveria escolher

o campo onde a necessidade é maior e onde

há pouquíssimos obreiros para satisfazer

as necessidades.

Se dez pessoas estivessem levantando

um cepo, estando nove delas na extremidade

menor e uma só pessoa na extremidade

maior, não seria difícil escolher onde você

se colocaria para levantar o cepo.

d. Deus Conduzirá. À medida que

você motivar os seus membros a orarem e

irem aos lugares que precisam do Evangelho,

o Espírito de Deus começará a guiá-los

à medida em que eles caminham. Você

não pode conduzir um navio que esteja parado

na água. O movimento do timão é necessário

para guiar o navio.

Assim é com a orientação de Deus.

Em certa ocasião, Paulo estava a caminho

da Ásia, mas “...foram impedidos pelo

Espírito Santo... intentavam ir para Bitínia,

mas o Espírito de Jesus não lho permitiu. E

Paulo teve de noite uma visão.” Nesta visão,

“se apresentou um varão da Macedônia,

e lhe rogou dizendo: Passa a Macedônia,

e ajuda-nos” (At 16:6,7,9).

Este é o tipo de direção que você pode

receber se você permanecer suscetível e alerta

no seu espírito. Paulo já era um apóstolo,

um evangelista, indo pelo mundo pregando

o Evangelho. À medida que ele ia também a

“lugares que estão além,” ele recebia esta

orientação para a Macedônia.

Quando refletir onde colher, faça esta

oração: “Senhor, se existe algum campo, área

ou nação onde Tu nos queres, mostra-nos e

iremos.

Mas se não mostrares, escolheremos a

melhor oportunidade para ceifar a colheita

mais frutífera e continuaremos lá, ceifando,

até que Tu nos guies a um outro lugar.”

Ele prometeu, “...eu estou convosco todos

os dias” (Mt 28:20). São muito claras

as ordens d’Ele para nós: “...IDE por TODO

o mundo, pregai o evangelho a TODA a

criatura.” As palavras de Cristo são para

serem cumpridas e não para serem analisadas,

discutidas ou teorizadas.

Somos ganhadores de almas por causa

da Grande Incumbência que recebemos de

Jesus Cristo.

5. Por Causa do Não Cumprimento

das Profecias Concernentes à

Volta de Jesus

A volta de Cristo à terra é a esperança

abençoada de milhões, na Igreja oprimida.

Jubilosamente abraçamos esta esperança.

“Se esperamos em Cristo só nesta vida,

somos os mais miseráveis de todos os homens”

(1 Co 15:19). Almejamos a volta

d’Ele.

a. A Pregação do Evangelho no Mundo

Todo. Mas, a maioria que ensina isto

não está fazendo nada para tornar possível

a volta d’Ele. Muitos ensinam que não há

profecias não cumpridas prevenindo a volta

d’Ele.

Jesus deixou bem claro. Existiriam certas

condições antes que Ele pudesse voltar

à terra. A mais importante delas está em

Mateus 24:14: “E este evangelho do reino

será pregado em todo o mundo, em testemunho

a todas as gentes, e então virá o

fim.”

“Em verdade vos digo que... este evangelho

for pregado em todo o mundo...” (Mt

26:13). “E em seu nome se pregasse o arrependimento

e a remissão dos pecados em

todas as nações...” (Lc 24:47). “...ser-meeis

testemunhas, tanto em Jerusalém como

em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins

da terra” (At 1:8).

Na linguagem grega, a palavra nações é

ethnos. Ela se refere a grupos “étnicos.”

Especificamente a grupos de pessoas nãojudias,

que têm identidade lingüística e cultural

ímpares e que fazem deles diferentes

de qualquer outro grupo de pessoas no

mundo.

Na Índia há mais de 2.000 desses grupos

de pessoas. Muitos desses grupos nunca ouAPRENDER

COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 909

viram o Evangelho e a maioria deles não tem

um único versículo da Bíblia em sua língua.

b. Santos de Todas as Nações. Foi

dada ao Apóstolo João uma visão profética

para o futuro.

Ele viu uma cena celestial. “Depois destas

coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a

qual ninguém podia contar, de todas as nações,

[ethnos] e tribos, e povos, e línguas,

que estavam diante do trono, e perante o

Cordeiro, trajando vestidos brancos e com

palmas nas suas mãos. Estes são os que...

lavaram os seus vestidos e os branquearam

no sangue do Cordeiro” (Ap 7:9,14).

Este é o resultado final da era da Igreja.

Os incontáveis milhões de redimidos que

compõem a Igreja, estão envolvidos no servir

a Deus perante o Seu trono, por toda a

eternidade.

Observe que eles são de todos os grupos

étnicos (nações), de todas as tribos e grupos

de idiomas.

Se Jesus viesse hoje, a era da Igreja terminaria

e nós que O servimos seríamos

“...arrebatados... a encontrar o Senhor nos

ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”

(1 Ts 4:17).

Mas como existem milhares de grupos

de pessoas não alcançadas, que ainda não

ouviram o Evangelho, Jesus não pode voltar

hoje.

Se Jesus viesse antes que todos os

“ethnos” tivessem ouvido o Evangelho, a

visão tida por João não poderia ser verdadeira.

As pessoas que não ouvirem o Evangelho

não irão para o Céu.

“Porque todo aquele que invocar o nome

do Senhor será salvo. Como pois invocarão

aquele em quem não creram? e como

crerão naquele de quem não ouviram? e

como ouvirão, se não há quem pregue? E

como pregarão se não forem enviados?”

(Rm 10:13-15).

Essas perguntas sensatas deviam calar

fundo no nosso coração. Devemos compreender

que existe alguma coisa que devemos

fazer para trazer o Rei Jesus de volta.

Jesus está perguntando aos líderes de

igrejas... “Vós sois meus irmãos, meus ossos

e minha carne sois vós: por que pois

seríeis os últimas em tornar a trazer o rei?”

(2 Sm 19:12).

c. Pregue o Evangelho a Todas as

Criaturas. A Igreja está envolvida em fazer

muitas coisas boas, mas temos negligenciado

a instrução mais importante que Jesus

nos deu, o Seu último mandamento: “...pregai

o evangelho a TODA a criatura”

Isto, temos deixado de fazer.

“...deveis, porém, fazer estas coisas, e

não omitir aquelas” (Mt 23:23).

Milhões de pessoas que ainda não ouviram

sobre Cristo, morrem sem ter tido essa

oportunidade. Elas ainda esperam que os

líderes de igrejas organizem um tempo de

prioridade, pessoas e dinheiro para fazer

com que elas consigam a sua primeira chance

de ouvir sobre Jesus.

A Igreja discute sobre a segunda vinda

de Cristo, quando milhares de tribos e grupos

não ouviram sobre a Sua primeira vinda.

Insistimos na segunda graça divina, enquanto

aqueles esquecidos nunca experimentaram

a primeira. Argumentamos sobre

um reenchimento, quando multidões nunca

experimentaram o primeiro enchimento.

É justo isso? Devem, aqueles que estão

na frente da fila, receber uma segunda rodada

antes que os famintos, no fim da fila,

tenham recebido a primeira?

1) Os Cristãos Primitivos Eram

Motivados. Devemos nos arrepender desta

desobediência e dedicar o nosso tempo, o

nosso povo e o nosso dinheiro à tarefa de

levar o Evangelho ao mundo TODO e a

TODAS as criaturas.

Esse conceito de ganhar almas para trazer

de volta o Rei, motivou de tal modo os

cristãos primitivos, que eles propagaram o

testemunho do Evangelho através do mundo

mais conhecido por eles.

Através do Mar Mediterrâneo, a mensagem

foi até a África do Norte, salpicada

910 / SEÇÃOE4 E4.2– Porque Devemos Evangelizar

de lugares cristãos de adoração. Enfrentando

tempestades e perigos no mar, e todos

os apuros concebíveis, eles propagaram a

mensagem com inigualável bravura.

2) A Queda das Trevas Espirituais.

Alguma coisa aconteceu após os primeiros

cem anos. Em vez de alugarem as caravanas

de camelos do Sul do Saara para as montanhas

e florestas africanas, ou se compelirem

para leste, além das barreiras continentais

das montanhas ou para o norte, em direção

às tribos gentias européias, eles se

tornaram mais interessados em conservar o

que tinham. Eles fracassaram no avanço

para fora das partes mais remotas da terra.

As disputas doutrinais tomaram o lugar

do testemunho pessoal. As assembléias começaram

a substituir o evangelismo. As disputas

denominacionais e o poder político

se tornaram mais importantes do que seguir

o Cordeiro.

Eles criaram organizações e as chamaram

de “igreja.” A treva espiritual começou

a descer sobre a terra. A longa e sombria

noite dos longos mil anos da Era das Trevas,

desceu sobre o mundo.

Jesus amou tanto o mundo, que morreu

por ele. A igreja, indiferente, abandonou esse

mundo para a conquista de Maomé, para as

devastações do poderoso mongol Ghenghis

Khan, para a espada manchada de sangue,

de Napoleão.

3) Os Morávios Oravam e Agiam.

Foram necessárias reuniões de orações durante

vinte e quatro horas por dia, por mais

de cem anos, para quebrar essa ação mortal

de indiferença da Igreja. Aquele ministério

foi iniciado cerca de 250 anos atrás, através

da influência de um pequeno conhecido e

não muito considerado príncipe bavário,

chamado Conde Van Zinzendorf.

A Igreja Morávia, que foi creditada a ele

como sendo o seu fundador, desenvolveu

os primeiros (e por muitos anos, os únicos)

missionários evangélicos dos tempos modernos.

Os morávios oravam com paixão pelas

almas perdidas dos homens. Eles não oravam

somente, eles agiam para levar o Evangelho

até eles. Os morávios deram os melhores

dos seus jovens, para se tornarem

soldados no exército do Senhor.

Dois daqueles jovens ouviram que numa

ilha do Mar do Caribe, 40.000 africanos estavam

presos, na mais abjeta escravidão.

Ninguém era admitido na ilha, a não ser que

fosse como um escravo.

Os dois jovens morávios foram movidos

pela compaixão daqueles escravos. Eles

imaginaram que aqueles escravos morreriam

com os seus pecados se eles não levassem

o Evangelho até lá.

Então, os dois jovens morávios venderam-

se como escravos para poderem alcançar

aqueles Africanos. À medida que eles

navegavam do cais em Hamburgo, Alemanha,

suas últimas palavras ecoaram através

das marés do oceano: “Estamos indo ganhar

para o Cordeiro, a recompensa do

Seu sacrifício.”

Eles acreditavam que pudessem ajudar a

trazer o Rei de volta. Eles acreditavam que

Jesus não pudesse voltar até que “...este

evangelho do reino será pregado em todo o

mundo, em testemunho a todas as gentes.”

4) Aprenda com os Revolucionários

Políticos. Você já estudou, alguma vez,

como os revolucionários políticos ganham

as nações?

Eles infiltram líderes nas colinas, nas florestas,

nos pântanos e de lá levam a sua

influência às tribos locais. Eles prometem

escolas, empregos, ajuda e prosperidade

(embora raramente cumpram suas promessas).

Uma vez entrincheirados entre aquelas

pessoas esquecidas, onde a doença e a pobreza

são desmedidas, eles organizam bandos de

guerrilhas e começam o seu molestamento.

Primeiro as aldeias, depois municípios e cidades;

o alvo deles e tomar o país inteiro.

Esses líderes políticos e mercenários buscam

as pessoas que têm sido constantemente

negligenciadas pela Igreja. Eles pagam

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 911

qualquer preço e fazem qualquer sacrifício

para viverem nas áreas mais difíceis.

Os mensageiros do Evangelho geralmente

não são equipados ou encorajados a alcançar

essas pessoas. Em geral, eles raramente

sobrevivem em tais áreas e, assim, as

tribos têm sido deixadas sem Cristo.

Em contraste, os rebeldes políticos enviam

os seus professores para viverem completamente

de modo indígena e fazer sacrifício

extremo (freqüentemente a própria

vida) para formar aquelas tribos em milícias

para os propósitos deles.

O que a Igreja não tem feito, os revolucionários

fazem. As pessoas simples que

têm sido negligenciadas pela Igreja, têm se

tornado solo fértil para as sementes de revolução

e derramamento de sangue. E através

desses meios, eles tomam as nações.

Muitos líderes cristãos ensinam, “...todos

os sinais da vinda de Jesus têm se realizado.

Vem depressa, Senhor Jesus!” Mas

as palavras claras de Jesus refutam isto. “...

o evangelho seja primeiramente pregado

entre todas as gentes” (Mc 13:10).

As Escrituras nos mostram o que devemos

fazer e o que deve acontecer antes que

Jesus possa vir novamente.

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,

para que sejam apagados os vossos pecados,

e venham assim os tempos do refrigério

pela presença do Senhor. E envie ele a

Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado.”

“O qual convém que o CÉU CONTENHA

até aos tempos da restauração de

tudo...” (At 3:19-21).

Quando completarmos a obra que Ele

nos deu. Jesus retornará para a Igreja d’Ele.

É por isso que somos ganhadores de almas

– para trazer de volta o nosso Rei.

6. Porque Deus nos

Responsailizará

Deus adverte especificamente aos seus

servos de que eles devem transmitir a mensagem

que Ele Lhes deu, às pessoas para as

quais Ele os envia. Do contrário, eles serão

responsabilizados pelo fracasso deles.

“Filho do homem: Eu te dei por atalaia

sobre a casa de Israel; e tu da minha boca

ouvirás a palavra, e os avisarás da minha

parte.

“Quando eu disser ao ímpio: Certamente

morrerás; não o avisando tu, não falando

para avisar o ímpio acerca do seu caminho

ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio

morrerá na sua maldade, mas o seu

sangue da tua mão o requererei” (Ez 3:17,

18).

“Mas se quando o atalaia vir que vem a

espada, não tocar a trombeta, e não for

avisado o povo; se a espada vier, e levar

uma vida dentre eles, este tal foi levado na

sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei

da mão do atalaia.

“A ti pois, ó filho do homem, te constituí

por atalaia sobre a casa de Israel; tu pois

ouvirás a palavra da minha boca, e lha

anunciarás da minha parte.

“Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente

morrerás; e tu não falares, para desviar

o ímpio do seu caminho, morrerá esse

ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue

eu o demandarei da tua mão” (Ez 33:6-8).

Alguns professores de Bíblia dirão que

esta advertência não se aplica aos cristãos.

Eles insistem em que não existe perigo para

os crentes. Mesmo que fracassemos ao obedecer

os mandamentos de Cristo, referente

à pregação do Evangelho a TODA a criatura

em TODO o mundo, esses professores não

vêem punição ou conseqüências resultantes

disso.

a. Paulo Reconheceu a Obrigação

Dele. O Apóstolo Paulo NÃO acreditou

naquilo. Ele disse, “Portanto, no dia de hoje,

vos protesto que estou limpo do sangue de

todos” (At 20:26).

Por que Paulo estava seguro de que suas

mãos não estavam “manchadas de sangue?”

A inocência dele estava baseada na sua obediência

à Grande Incumbência.

Ele diz, “...Vós bem sabeis, desde o pri912

/ SEÇÃOE4 E4.2– Porque Devemos Evangelizar

meiro dia em que entrei na Ásia... Servindo

ao Senhor com toda a humildade e com

muitas lágrimas... Como nada que útil seja,

deixei de vos anunciar e ensinar publicamente

e pelas casas, testificando, tanto aos

judeus como aos gregos, a conversão de

Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”

(At 20:18-21).

Paulo havia desobrigado a ele próprio.

Ele afirma, “...não fui desobediente à visão

celestial” (At 26:19).

Paulo não estava presente a ascensão de

Cristo. Levaria alguns anos antes dele encontrar

o ressurreto Cristo. Quando convertido,

Paulo recebeu as instruções que os

outros apóstolos receberam na ascensão de

Cristo alguns anos antes.

“E ele, tremendo e atônito disse: Senhor,

que queres que faça? E disse-lhe o Senhor:

Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será

dito o que te convém fazer.”

O Senhor diz a Ananias para dizer a Paulo,

“porque este é para mim um vaso escolhido,

para levar o meu nome diante dos

gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.

“E logo nas sinagogas pregava a Jesus,

que este era o Filho de Deus” (At 9:6,

15, 20).

Paulo não teve dúvida sobre o que ele

tinha que fazer. Ele reconheceu a sua dívida,

a sua obrigação de pregar o Evangelho –

com receio de que as suas mãos ficassem

manchadas de sangue por desobediência.

“Eu sou devedor, tanto a gregos como a

bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.

E assim, quanto está em mim, estou

pronto para também vos anunciar o evangelho,

a vós que estais em Roma” (Rm

1:14,15).

Paulo conhecia bem as Escrituras, “...o

seu sangue eu o demandarei da tua mão.”

Ele tinha a certeza de que havia cumprido a

sua dívida, a sua obrigação de pregar o Evangelho

para os não-alcançados.

Ele escreveria, “...vos escrevi mais ousadamente,

...pela graça que por Deus me

foi dada... para obediência dos gentios, por

palavra e por obras; Pelo poder dos sinais

e prodígios, na virtude do Espírito de Deus;

de maneira que desde Jerusalém, e arredores,

até ao Ilírico [uma área vasta], tenho

pregado o evangelho de Jesus Cristo. E

desta maneira me esforcei por anunciar o

evangelho, não onde Cristo houvera sido

nomeado, para não edificar sobre fundamento

alheio” (Rm 15:15,18-20).

Paulo foi aos perdidos, ao menor, ao último.

Ele não queria o sangue dos não-convertidos

em suas mãos.

b. Capte a Visão. Um grande ganhador

de almas escreveu, “Não alegamos que podemos

ganhar o mundo sozinhos para Cristo,

mas estamos comprometidos no evangelismo

do mesmo modo, posto que os

planos de Deus dependem apenas de nós.

“Se não pudermos ganhar todos, certamente

poderemos ganhar alguns – e devemos

ministrar do mesmo modo como a

colheita que depende de nós inteiramente.

“Não queremos, nunca, que o sangue do

não-convertido seja requerido de nossas

mãos. É muito simples!”

Muitos estão captando a visão do evangelismo

no mundo. Os filipinos estão indo

para a China. Os latinos americanos estão

ganhando almas no Alaska. Os indonésios

estão ganhando os perdidos, na Europa. Os

asiáticos estão indo para as ilhas do Caribe.

Nós somos Cristãos Mundiais.

Não deixe que o medo, a incredulidade, o

desentendimento ou a censura o detenha.

Lembre-se, “...não é a crítica que conta;

não é aquele que chama a atenção de como

uma pessoa poderosa tropeça, ou onde o

executor das obras poderia tê-las feito melhor.

“O crédito pertence àquele que está atualmente

na arena – em ação – cujo rosto está

desfigurado pela poeira, pelo suor e pelo

sangue; que está se desgastando numa causa

valiosa, que sabe o triunfo de empreendimento

elevado; mas que fracassa enquanto

ousar desmedidamente.”

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 913

enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai... sobre...

a terra” (Gn 1:26-28).

Em pouco tempo, Satanás estragou os

planos de Deus. Satanás queria o domínio

dado a Adão e Eva. Ele sabia que para obtêlo

teria que fazer com que eles caíssem em

pecado. Se isso acontecesse, a coroa do domínio

cairia de suas cabeças, e o cetro cairia

de suas mãos. Satanás estaria lá para pegálos

e, deste modo, usurpar o domínio que

acertadamente pertencia ao homem.

Uma prova de que Satanás obteve este

domínio, é encontrada na tentação de Cristo.

“Novamente o transportou o diabo a

um monte muito alto; e mostrou-lhe todos

os reinos do mundo, e a glória deles. E

disse-lhe: Tudo isto te darei se prostrado

me adorares” (Mt 4:8,9).

Para ser uma tentação valida, o demônio

teve que fazer uma oferta válida. Se Satanás

não tivesse o domínio (os reinos do mundo)

para oferecer a Jesus, não teria havido tentação.

É óbvio que Satanás tinha o domínio

– e ele o ofereceu a Jesus.

Jesus restaurou o domínio para o seu

legítimo herdeiro – o homem. Ele faria isto

através da Sua morte na cruz. Isto daria a

Ele o acesso ao reino da morte e do inferno.

Enquanto estivesse lá, Ele venceria a ambos

e libertaria os prisioneiros.

Davi descreveu esta luta heróica de Cristo,

em Salmos 116:3: “Cordéis da morte

me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram

de mim...”

Isaías profetizou como Cristo libertaria

os pecadores, da morte e do inferno, em

Isaías 28:18. “E o vosso concerto com a

morte se anulará; e a vossa aliança com o

inferno não subsistirá...”

Jesus veio para que “...pela morte aniquilasse

[tornou fraco] o que tinha o império

da morte, isto é, o diabo” (Hb 2:14).

Jesus tornou Satanás ineficiente e tomou

dele o domínio.

Jesus “regozijo da vitória” está registrado

em Apocalipse 1:18: “E o que vivo e fui

Quando você tiver se dedicado, dedicado

o seu tempo, os seus recursos financeiros

e o seu povo, a este ponto mais alto da

prioridade em proclamar o Evangelho, então

“...se avisares o ímpio e ele não se converter

da sua impiedade e do seu caminho

ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu

livraste a tua alma” (Ez 3:19).

Nós somos ganhadores de almas porque

não queremos que o sangue dos pecadores

seja requerido de nossas mãos.

7. Por Causa da Experiência

que Tivemos

“Como escaparemos nós, se não atentarmos

para uma tão grande salvação, a

qual, começando a ser anunciada pelo Senhor,

foi-nos depois confirmada pelos que

a ouviram;

“Testificando também Deus com eles,

por sinais e milagres, e várias maravilhas

e dons do Espírito Santo, distribuídos por

sua vontade?” (Hb 2:3,4).

a. O Evangelho do Reino. Jesus chamou

o Seu Evangelho de o Evangelho do

Reino.

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando

nas suas sinagogas, e pregando o

evangelho do reino, e curando todas as

enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt

4:23).

“E percorria Jesus todas as cidades e

aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e

pregando o evangelho do reino, e curando

todas as enfermidades e moléstias entre o

povo” (Mt 9:35).

O Rei Jesus sempre demonstrou domínio

através da cura dos enfermos e expulsando

demônios.

Para entender este Evangelho, vamos

olhar para trás, por um momento. O domínio

foi dado primeiro a Adão e Eva, no Jardim

do Éden.

“E Deus disse: Façamos o homem à

nossa imagem, conforme a nossa semelhança;

e domine... macho e fêmea os criou. E...

lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e

914 / SEÇÃOE4 E4.2– Porque Devemos Evangelizar

morto, mas eis aqui estou vivo para todo o

sempre. Amém. E tenho as chaves da morte

e do inferno.’’ Porque Ele tem as chaves,

Ele agora controla os portões do inferno e

da morte.

Quando Jesus Se levantou dentre os mortos

Ele clamou, “É-me dado TODO O PODER

no céu e na terra... eu estou convosco

todos os dias, até a consumação dos séculos”

(Mt 28:18,20).

João descreveu os resultados deste triunfo,

nestas palavras: “E nos fez reis e sacerdotes

para Deus e seu Pai: a ele glória e

poder para todo o sempre. Amém” (Ap 1:6).

Essas são as boas novas do REINO: Jesus,

agora, tem o DOMÍNIO! Ele está conosco

para restaurá-lo para nós. Agora somos sacerdotes

soberanos. “Mas vós sois... o sacerdócio

real [que significa sacerdotes soberanos]”

(1 Pe 2:9).

Portanto, podemos proclamar as boas

novas de que Satanás não tem mais o domínio.

“E este evangelho do reino [Domínio

do Rei] será pregado em todo o mundo em

testemunho a todas as gentes...” (Mt 24:14).

b. Na Palavra e no Poder. Esse Evangelho

do Reino foi o que os discípulos e

apóstolos primitivos proclamaram e demonstraram.

“E os apóstolos davam, com

grande poder, testemunho da ressurreição

do Senhor Jesus, e em todos eles havia

abundante graça” (At 4:33).

“Mas, como cressem em Filipe, que lhes

pregava acerca do reino de Deus...” (At

8:12).

“E muitos sinais e prodígios eram feitos

entre o povo pelas mãos dos apóstolos. . . E a

multidão dos que criam no Senhor, tanto homens

como mulheres, crescia cada vez mais.

“De sorte que transportavam os enfermos

para as ruas, e os punham em leitos e

em camilhas para que ao menos a sombra

de Pedro, quando este passasse, cobrisse

alguns deles.

“E até das cidades circunvizinhas concorria

muita gente a Jerusalém, conduzindo

enfermos e atormentados de espíritos

imundos; os quais todos eram curados”

(At 5:12,14,15,16).

“E, havendo-lhe eles assinalado um dia,

muitos foram ter com ele... aos quais declarava

com bom testemunho o reino de Deus,

e procurava persuadi-los a fé de Jesus...”

(At 28:23).

“A minha palavra e a minha pregação,

não consistiu em palavras persuasivas de

sabedoria humana, mas em demonstração

de Espírito e de poder” (1 Co 2:4).

Esse Evangelho do DOMÍNIO SOBERANO

é o segredo para o bom êxito do testemunho,

do crescimento da igreja, do apoio

financeiro adequado e para a maioria de outros

problemas que contaminam a Igreja pelo

mundo inteiro.

Aqueles que têm o Evangelho somente

em palavras estão em grande dificuldade.

“Porque o nosso evangelho não foi a vós

somente em palavras, mas também em poder

e no Espírito Santo, e em muita certeza...”

(1 Ts 1:5).

Por causa da apostasia, grande parte da

Igreja rejeitou a capacitação sobrenatural do

Espírito Santo. (Veja Seção 4, Sinais e Prodígios

Hoje, no Manual de Treinamento

de Líderes, para uma explicação mais completa.)

Eles pregam um outro evangelho. “Maravilho-

me de que tão depressa passásseis daquele

que vos chamou à graça de Cristo para

outro evangelho. O qual não é outro, mas há

alguns que vos inquietam e querem transtornar

o evangelho de Cristo” (Gl 1:6,7).

Se vamos aceitar TODA A GRANDE INCUMBÊNCIA

e praticá-la, podemos ganhar

o mundo para Cristo. Se rejeitarmos o poder

do Espírito Santo e falharmos em dar a

Ele o Seu legítimo lugar de Senhorio em nosso

ministério, teremos muito poucos frutos.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,

pregai o evangelho a toda a criatura. Quem

crer e for batizado será salvo; mas quem

não crer será condenado” (Mc 16:15,16).

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 915

A Grande Incumbência não para aí. Ela

continua:

“E estes sinais seguirão aos que crerem;

Em meu nome expulsarão os demônios;

falarão novas línguas;

“Pegarão nas serpentes; e, se beberem

alguma coisa mortífera, não lhes fará dano

algum; e porão as mãos sobre os enfermos,

e os curarão.

“Ora o Senhor, depois de Lhes ter falado,

foi recebido no Céu, e assentou-se a

direita de Deus [no lugar de domínio].

“E eles, tendo partido, pregaram por

todas as partes, cooperando com eles o Senhor,

e confirmando a palavra com os sinais

que se seguiram. Amém” (Mc 16:17-

20).

Capítulo 3

Seguindo os Sinais do

Evangelismo

A. SINAIS E PRODÍGIOS DADOS

PARA CONFIRMAR A PALAVRA

À medida que você prega o Evangelho, é

importante lembrar que uma das principais

razões porque o Espírito de Deus tem sido

concedido, é para confirmar a Palavra d’Ele

através dos Dons do Espírito.

1. No Antigo Testamento

Milagrosamente, Elias levanta dentre os

mortos, o filho de uma viúva que diz, “...Nisto

conheço agora que tu és homem de Deus,

e que a palavra do Senhor na tua boca é

verdade’’ (1 Rs 17:24).

2. No Novo Testamento

“E eles, tendo partido, pregaram por

todas as partes, cooperando com eles o Senhor,

e confirmando a palavra com os sinais

que se seguiram” (Mc 16:20).

Jesus disse: “E este evangelho do reino

será pregado em todo o mundo, em testemunho

a todas as gentes, e então virá o

fim” (Mt 24:14).

A palavra grega para testemunho, no versículo

acima, é “maturion”, que significa

“alguma coisa comprobatória, com prova,

com evidência.” Em outras palavras, alguma

coisa para verificar sua autenticidade.

Jesus estava dizendo que o evangelho

será pregado com alguma coisa para verificar

a sua autenticidade e que é para

isso que temos os Dons do Espírito Santo.

3. A Aprovação de Deus

Demonstrada ao Ministério

de Cristo

“...Jesus Nazareno, varão aprovado

por Deus... com maravilhas, prodígios e

sinais que Deus por ele fez...” (At 2:22).

“Mas eu tenho maior testemunho do que

o de João; porque as obras que o Pai me

deu para realizar, as mesmas obras que eu

faço, testificam de mim, que o Pai me enviou”

(Jo 5:36).

“Chegando pois à Galiléia, os galileus

o receberam, vistas todas as coisas [miraculosas]

que fizera em Jerusalém no dia

da festa; porque também eles tinham ido à

festa” (Jo 4:45).

4. Verifique a Ajuda de Deus

ao seu Ministério

“Testificando também Deus com eles,

por sinais, e milagres, e várias maravilhas

e dons do Espírito Santo, distribuídos por

sua vontade” (Hb 2:4).

B. OS RESULTADOS MILAGROSOS

NA SALVAÇÃO DOS

INCRÉDULOS

1. Pedro Cura um Coxo –

Atos 3:1-11

Quando Pedro e João foram ao templo

para orar, Pedro foi guiado pelo Espírito

para curar um homem coxo.

Este acontecimento trouxe o povo para

ouvir a pregação dos apóstolos (vs 12-26)

e, enfim, muitos receberam o Senhor.

“Muitos, porém, dos que ouviram a

916 / SEÇÃOE4 E4.3– Seguindo os Sinais do Evangelismo

palavra creram, e chegou o número desses

homens a quase cinco mil’’ (At 4:4).

2. Os Apóstolos Oraram por

Autoridade – Atos 4:29-31

Tendo experimentado o sobrenatural, os

apóstolos oraram para pregar ousadamente

a palavra e para fazer mais sinais e prodígios.

“Agora pois, ó Senhor, olha para a suas

ameaças, e concede aos teus servos que

falem com toda a ousadia a tua palavra;

Enquanto estendes a tua mão para curar, e

para que se façam sinais e prodígios pelo

nome do teu santo Filho Jesus. E, tendo

orado, moveu-se o lugar em que estavam

reunidos; e todos foram cheios do Espírito

Santo, e anunciavam com ousadia a palavra

de Deus”.

3. Os Apóstolos Fazem Sinais e

Prodígios – Atos 5:12-16

“... sinais e prodígios eram feitos entre

o povo” (versículo 12).

“E a multidão dos que criam no Senhor,

tanto homens como mulheres, crescia cada

vez mais” (versículo 14).

4. Filipe Faz Milagres – Atos 8:5-8

“E as multidões unanimemente prestavam

atenção ao que Filipe dizia, porque

ouviam e viam os sinais que ele fazia” (versículo

6).

5. Pedro Cura Enéias –

Atos 9:32-35

Enéias era paralítico há oito anos e após

Pedro tê-lo curado, muitos creram.

“E viram-no todos os que habitavam

em Lida e Sarona, os quais se converteram

ao Senhor” (versículo 35).

6. Pedro Levanta Dorcas Dentre

os Mortos – Atos 9:36-42

Uma mulher cristã, de nome Dorcas, foi

levantada dentre os mortos, na cidade de

Jope e muitos creram em Jesus.

“E foi isto notório por toda a Jope, e

muitos creram no Senhor” (versículo 42).

7. Elimas o Mágico Cego –

Atos 13:6-12

O Espírito deu a Paulo os Dons do Espírito

(a Palavra de Sabedoria e a Palavra de Conhecimento)

que ajudaram a salvar o proconsul.

“Então o proconsul, vendo o que havia

acontecido, creu, maravilhado da doutrina

do Senhor” (versículo 12).

C. SINAIS E PRODÍGIOS NÃO

GARANTEM FRUTOS

DURADOUROS

Não há garantia de que alguém seguirá

Jesus, mesmo após haver experimentado

pessoalmente o Seu poder milagroso.

Jesus Se moveu poderosamente em sinais

e prodígios, mas confessou o Seu desapontamento

de que a maioria das pessoas que O

seguiram o fizeram por razões errôneas.

Elas estavam mais preocupadas em comer

os pães e os peixes do que fazer Jesus

o Senhor de sua vida (Jo 6:26).

Lembre-se de que dez entre milhares de

pessoas que viram Jesus Se mover nos milagres,

praticamente nenhuma se manteve

ao lado d’Ele durante a Sua crucificação.

Mesmo em Pentecostes, somente um restante

de 120 discípulos (At 1:15) oravam,

apesar de 500 terem visto pessoalmente o

ressurreto Cristo (1 Co 15:16).

1. Somente um Creu –

Lucas 17:12-19

Jesus foi a uma aldeia e curou dez leprosos

mas somente um deles se voltou para

expressar a sua gratidão e glorificar a Deus.

Apesar da sua vida ter sido milagrosamente

tocada por Deus, 90 por cento deles seguiram

o seu caminho sem vontade de submeterem

o seu coração a seguir Jesus.

2. Alguns Creram, Alguns não –

Atos 14:1-7

Paulo e os outros discípulos continuaAPRENDER

COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 917

ram a pregar ousadamente, e Deus confirmava

as suas palavras, com sinais e prodígios.

“Detiveram-se pois muito tempo, falando

ousadamente acerca do Senhor, o qual

dava testemunho a palavra da sua graça,

permitindo que por suas mãos se fizessem

sinais e prodígios’’ (versículo 3).

Mesmo com sinais e prodígios, alguns

creram e alguns não.

“E dividiu-se a multidão; e uns eram

pelos judeus, e outros pelos apóstolos.”

O povo quis apedrejá-los até a morte:

“E havendo um motim, tanto dos judeus

como dos gentios, com os seus principais,

para os insultarem e apedrejarem.”

“Sabendo-o eles, fugiram para Listra e

Derbe, cidades de Licaônia, e para a província

circunvizinha. E ali pregavam o

Evangelho” (versículos 4,5,6,7).

Os discípulos foram “guiados pelo Espírito”

(após quase serem apedrejados) a

deixarem aquela cidade estranha e a irem

pregar em outra parte.

“E aconteceu que em Icônio entraram

juntos na sinagoga dos judeus, e falaram

de tal modo que creu uma grande multidão,

não só de judeus mas de gregos’’ (versículo

1).

Paulo e outros foram pregar o Evangelho

e muitas pessoas creram nas palavras

deles.

“Mas os judeus incrédulos incitaram e

irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos

gentios” (versículo 2).

Os incrédulos incitaram o povo contra

eles.

D. SINAIS E PRODÍGIOS

COMPROVAM APALAVRA

DE DEUS

1. Uma Verdadeira História de Vida

A história, a seguir, mostra o que aconteceu

na vida de um jovem missionário evangelista

na sua busca pela eficácia em “seguir

os sinais do evangelismo.”

a. Fracasso na Índia. Há muitos anos

atrás, um jovem missionário cristão e sua

esposa, foram para a Índia. Eles não entendiam

os versículos esboçados acima. Eles

não entendiam o milagre da fé. Eles guiaram

algumas almas para Cristo, mas na maioria

das vezes eles fracassaram.

Quando eles pregaram no nome de Jesus

Cristo, os hindus polidamente O aceitaram

na teoria, como qualquer outro bom deus,

para acrescentar aos vários milhões de outros

deuses – mas nenhuma mudança ocorreu

na vida deles.

Os muçulmanos argumentaram: “Como

você sabe que Jesus Cristo é o Filho de

Deus ou que Deus O ressuscitou dos mortos?”

Eles declararam, “Ele era um homem

bom, mas não era o Filho de Deus e, certamente,

não foi ressuscitado dos mortos.”

Eles argumentaram que o Alcorão era a

palavra de Deus e que Maomé era profeta

de Deus.

O jovem casal declarou que a Bíblia era a

Palavra de Deus e que Jesus Cristo era o

Seu Filho.

“Então provem,” escarneceram os muçulmanos.

“Provaremos. Olhem estes versículos.

Prestem atenção ao que eles dizem!” Eles

começaram a ler a Bíblia para os muçulmanos.

“Oh, não!” eles replicaram, “essa não é

a palavra de Deus. Isto não é prova. O Alcorão

é a palavra de Deus.”

A BÍBLIA ou o ALCORÃO? Qual deles

era a palavra de Deus? Como poderia o jovem

casal provar-lhes que a Bíblia era a

Palavra de Deus? Sem milagres, eles não

poderiam.

Eles almejaram uma experiência como

aquelas sobre as quais lemos na Bíblia. “E

os apóstolos davam, com grande poder, testemunho

[maturion = evidencial, com prova]

da ressurreição do Senhor Jesus...” (At

4.33).

O casal retornou ao seu país de origem

triste, desanimado e com o espírito desfei918

/ SEÇÃOE4 E4.3– Seguindo os Sinais do Evangelismo

to. Mesmo assim, eles não desistiram. Eles

jejuaram e oraram pela salvação das massas

desprivilegiadas sem o Evangelho. Qual foi

a resposta?

b. Uma Visão de Jesus. O desanimado

missionário conta a sua própria história.

Uma manha, às 6:00 horas, eu estava

acordado no momento em que Jesus Cristo

veio ao nosso quarto. Olhando para Ele permaneci

lá, deitado como um morto. Eu não

conseguia mover um dedo sequer. Corria

água dos meus olhos, muito embora eu não

estivesse consciente do pranto.

Não sei por quanto tempo olhei fixamente

para os Seus olhos penetrantes, antes

que Ele desaparecesse, nem quanto tempo

se passou até que eu pudesse sair da

cama. Pulei da cama com o rosto voltado

para o chão e permaneci prostrado diante

d’Ele, até a tarde.

Naquele dia, ao deixar o quarto, eu era

um novo homem. Eu havia encontrado Jesus!

Ele não era somente uma religião. Ele

estava vivo e era real. Eu O vi! Ele Se tornou

o Senhor da minha vida.

Desde aquele dia, a mim não importa o

que as pessoas pensam ou digam. Eu descobri

o Cristo vivo e Ele Se tornou o Senhor

da minha vida.

Seguindo aquela experiência, um homem

de Deus veio a nossa cidade, orando e pregando

para os enfermos. Testemunhamos

centenas de conversões e momentos de milagres

de curas, infalíveis. Eu fiquei completamente

dominado pelo que vi.

Parecia que dez mil vozes rodopiavam

sobre a minha cabeça dizendo, “Você pode

fazer isto. Isto foi o que Jesus fez. Isto foi

o que Pedro e Paulo fizeram. Isto prova que

os métodos da Bíblia são para os dias atuais.

Você pode fazer isto.”

Eu sabia que podia. Eu sabia que Cristo

podia fazê-lo em mim e através de

mim. Ele nunca mudou.

c. Cruzadas de Evangelismo em

Massa

1) Os Caraíbas. Fomos, então, atrás

dos não-convertidos. Voamos para a Jamaica.

Em treze semanas, mais de 9.000 almas

aceitaram a Cristo; 90 pessoas totalmente

cegas foram curadas; mais de 100 surdosmudos

se recuperaram. Centenas de outros

milagres aconteceram “...cooperando com

eles o Senhor” (Mc 16:20).

A seguir, fomos para Porto Rico, onde

as cruzadas eram ainda maiores. Elas eram

mágicas! A nossa mensagem era simples e

as pessoas queriam realidade. Elas creram

quando “...via os sinais que operava sobre

os enfermos” (Jo 6:2).

Fomos, então, para o Haiti, onde a mesma

coisa aconteceu. Multidões imensas demais

para caber no pátio de qualquer edifício

ou mesmo nas pistas de qualquer rodovia.

Depois fomos para Cuba. Naquela época

começou a parecer mais do que uma simples

visitação espiritual espontânea, em alguns

países. Começou a surgir como um padrão.

Aquelas reuniões haviam sido anunciadas

através do mundo.

Mas a tradição é forte na igreja. Ministros

bem intencionados começaram a nos

consolar e a nos preparar para o fracasso

inevitável. Pois, certamente, nos foi dito que

não devíamos esperar que tais coisas acontecessem

em toda parte.

Alguns nos disseram que de tempos em

tempos Deus predestina grandes acontecimentos,

mas que poderiam não ser um padrão.

Nos foi dito que deveríamos estar preparados

para a derrota, tanto quanto para o

sucesso, e que eles viriam porque Deus trabalha

dessa forma, com receio de que nos

tornemos orgulhosos.

Tudo aquilo nos soou muito tradicional

e não aceitamos as palavras deles. Estávamos

convencidos de que a Grande Comissão

dada por Jesus era para “todas as nações,

a todas as criaturas.” Ele prometeu

que esses sinais seguiriam “aqueles que crêem”

e nunca mencionou exceção “até aos

confins da terra”.

Acreditamos que qualquer pessoa, em

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 919

3) Japão. Quando a notícia de que estávamos

a caminho se espalhou, muitas foram

as cartas cheias de precipitação que recebemos:

“Não venham até aqui. O Japão é

difícil. Os milagres não são para esta terra.

O Japão busca somente esclarecimento acadêmico.

Eles olham para os seus ancestrais

como sua fonte espiritual.

Muitas das religiões, aqui, têm cultos de

curas. Nós cristãos não queremos que a

nossa religião seja identificada como a desses

“curadores”. Além do mais, milagres jamais

convencerão os japoneses, sobre Jesus

Cristo.”

Outros disseram, “O Japão é budista e

xintoísta e vocês não estão acostumados a

eles. As pessoas do hemisfério ocidental são

fáceis de serem alcançadas. Elas já crêem na

Bíblia. Elas crêem que Jesus é o Filho de

Deus e que o Seu sangue foi derramado pelos

nossos pecados; mas os japoneses jamais

creriam nisto. Vocês não encontrarão

aqui o que encontraram nos outros países.

Estas pessoas não são emotivas e não reagirão.”

O padrão de sucesso em nossas cruzadas

parecia apresentar uma ameaça ao verdadeiro

alicerce de tradições da igreja no Japão,

o qual provou ser bem ineficiente.

Naquela ocasião, era desconhecido ir-se

para uma nação pregar em lugares públicos

e colher milhares de almas. Os tradicionalistas

disseram que aquilo devia ser “sentimentalismo”.

Os convertidos do novo evangelismo

em massa não durariam.

Os missionários e os líderes de igrejas

nunca fizeram desse modo, no ultimo século.

Eles trabalharam pacientemente durante

muitos anos, para conseguirem uns poucos

convertidos. Assim, muitos achavam que o

evangelismo em massa era superficial e que

não suportaria a prova do tempo.

Um pastor na Índia me disse, “Tenho

ministrado aqui durante cinco anos e jamais

ganhei uma alma para Cristo. Na Índia é

assim. Você deve aprender a ser paciente.”

Um padrão revolucionário parecia estar

qualquer nação, no mundo inteiro, creria

quando visse os milagres. Nos parecia lógico

que se pregássemos o Evangelho, Cristo

o confirmaria com milagres. Permanecemos

firmes sobre este ponto.

Não estávamos preparados para fracassos

e continuamos a não estar. Cremos no

sucesso. Cristo nunca falha. Sua Palavra

nunca falha. O Evangelho nunca falha.

Quando chegamos em Cuba, líderes espirituais

conversaram conosco sobre a sabedoria

do equilíbrio e da paciência, e nos

disseram que não devíamos esperar por uma

grande assembléia em Cuba por causa do

sucesso que havíamos experimentado na

Jamaica e em Porto Rico.

A lógica que eles defendiam era de que a

“Jamaica já era tradicionalmente cristã e que

Porto Rico, é claro, tinha sido tão influenciado

pelos Estados Unidos que a oposição

religiosa não era um fator lá.

“Mas, aqui em Cuba,” eles disseram, “as

pessoas são radicais na sua tradição religiosa

“cristã” e pode não ser a mesma coisa

aqui.”

A despeito dessas advertências, confirmou-

se que as pessoas reagem exatamente

do mesmo modo quando o Evangelho do

Reino de Deus é pregado.

Uma procissão organizada, de uma centena

de líderes “cristãos” da igreja tradicional,

marchou pelas ruas para advertir o público

contra a nossa cruzada mágica. Mas

milhares se voltaram para o Senhor, e a cruzada

foi um sucesso.

2) Venezuela. Ainda me lembro do

que nos disseram lá:

“Oh, aqui é diferente. Em Cuba e Porto

Rico a oposição religiosa não conta muito

porque as pessoas são influenciadas pelos

Estados Unidos. Mas, aqui, vocês estão no

continente Sul Americano e poderiam ser

apedrejados até a morte, pelas pessoas da

igreja tradicional.”

Na Venezuela foi exatamente como em

Cuba. Multidões creram e milhares foram

salvos.

920 / SEÇÃOE4 E4.3– Seguindo os Sinais do Evangelismo

tomando forma. Instintivamente, as mentes

tradicionais rejeitam qualquer coisa nova

que ameace substituir as políticas e posições

instituídas e aceitas pela igreja.

Parecia que Deus queria mostrar ao povo

d’Ele, em toda parte, que não existem exceções

no evangelismo. Jesus quis que todos

soubessem que a Grande Comissão d’Ele

provasse eficácia onde quer que o Evangelho

fosse proclamado com viva fé e

ações obedientes.

Nem todos os líderes de igrejas, no Japão,

eram pessimistas e negativos.

Alguns escreveram, “Venham e nos ajudem

também. Os conceitos teológicos modernos

sobre Cristo não podem jamais

salvar os japoneses. Eles têm de ver milagres!”

Ainda me recordo a lógica de um pastor

batista que escreveu: “O Japão está cheio

de falsos cultos de curas. Os japoneses têm

que ver a coisa verdadeira. Falta o poder do

milagre nas nossas igrejas modernas. Venham

e nos ajudem. Vocês têm o que precisamos

para ganhar essa nação.”

Aceitamos o desafio e o Japão provou

ser exatamente como Cuba, Jamaica e Venezuela.

Quando viram os milagres, os japoneses

gritaram, choraram e se arrependeram

com muito mais emoção do que jamais havíamos

visto em qualquer outro lugar.

Fomos ao coração histórico e religioso

do Japão – Kyoto. Lá, num grande campo

próximo a área do centro da cidade, milhares

ouviram o Evangelho. Quarenta e quatro

surdos-mudos afirmaram terem sido curados

naquela cruzada. Muitos grandes milagres

foram feitos.

Aqueles xintoístas e budistas reagiram

exatamente como os jamaicanos e os cubanos.

Milhares creram sobre Cristo. Os japoneses

reagiram como qualquer outro

povo.

4) Tailândia. Fomos à Tailândia, a poderosa

monarquia budista no Sudeste da

Ásia. Alguns disseram: “Isto não será como

o Japão. Os japoneses budistas têm sido

influenciados pela ocupação pós-guerra. Os

japoneses são suscetíveis para com os americanos

mas, aqui na Tailândia, temos os

budistas antiquados. Eles nunca foram governados

por um poder estrangeiro. Eles

não ouvirão os estrangeiros.”

Quando ministramos pela primeira vez

na Tailândia, havia menos de uma dúzia de

pessoas, no país inteiro, que havia recebido

o batismo apostólico no Espírito Santo.

Mesmo aqueles líderes batizados no Espírito,

não estavam entusiasmados em proclamar

o Evangelho em lugares públicos ao

ar livre. Isso violaria a cultura tailandesa.

Tal aproximação pareceria agressiva demais

para qualquer comunidade tailandesa.

Elas são pessoas muito serenas e sensíveis.

Qualquer aproximação com elas deve ser

em manter o tradicional equilíbrio delas.

É desnecessário dizer que quando o povo

tailandês viu os milagres – o cego enxergando,

o paralítico andando, o leproso purificado

e o surdo ouvindo – a reação deles não

foi diferente da dos japoneses, dos venezuelanos,

dos cubanos, dos porto-riquenhos

ou dos jamaicanos. Eles receberam o Cristo

vivo e entusiasticamente começaram a segui-

Lo.

Hoje, há milhares de cristãos cheios do

Espírito, por toda a Tailândia. Grandes ministérios

de ganhar almas têm prosperado

lá, construindo igrejas poderosas.

5) Indonésia. Quando ministramos

pela primeira vez em Java, Indonésia, a população

era 95 por cento muçulmana. Na

volta ao mundo, ouvimos o quanto era difícil

atingir os muçulmanos. Eles não crêem

que Jesus é o Filho de Deus ou que Deus

ressuscitou Jesus dentre os mortos.

Recordamos como nos sentimos desamparados

para convencer o povo da Índia.

Entretanto, quando atingimos a cidade da

capital na Ilha de Java, as coisas foram diferentes.

Sabíamos como crer por milagres.

Na primeira noite em que preguei para a

multidão, fiz uma coisa incomum no final

da mensagem. Eu Lhes disse que não espeAPRENDER

COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 921

rava que eles aceitassem Jesus Cristo, a menos

que Ele provasse estar vivo, através de

milagres infalíveis. Expressei meus sentimentos

de que um Cristo morto não Lhes

faria nenhum bem.

Enfatizei o fato de que Jesus Cristo confirmava

ser o Filho de Deus através de milagres

há 2.000 anos atrás e que se Ele estava

vivo hoje, então Deus confirmaria esse fato

fazendo milagres infalíveis na presença deles.

Eles sabiam sobre o Jesus Cristo histórico.

Eles tinham ouvido que Jesus era um

homem bom e um profeta com poderes

para fazer milagres de curas. Eles também

sabiam que Jesus tinha sido crucificado e

estavam convencidos de que o ensinamento

cristão de Sua ressurreição era falso.

Há somente uma mensagem para os muçulmanos:

Se Jesus estiver vivo deixe-O fazer

os milagres que Ele fez antes de ser

morto. Se Ele estiver morto, Ele não poderá

fazê-lo. Se Ele estiver ressuscitado, Ele o

fará.

Chamei pelas pessoas surdas e Lhes disse

que oraria no Nome de Jesus. Se Cristo

estiver morto, o Seu nome não terá poder.

Se Ele estiver vivo, Ele fará o mesmo que

Ele fez, antes de morrer na cruz.

O primeiro homem por quem oramos,

era um sacerdote muçulmano, por volta dos

seus 55 anos de idade. Ele usava o seu barrete

turco, preto, que indicava ser ele um

peregrino na venerável cidade muçulmana

de Meca, na Arábia. Ele era surdo de nascença,

de um dos ouvidos e jamais ouvira

som algum naquele ouvido.

Eu testifiquei para ele sobre Jesus Cristo

e, então, lhe disse como eu oraria. Expliquei

que Deus estava olhando por nós e

testifiquei que Deus ressuscitou Seu Filho

dentre os mortos. Expliquei-lhe também que

Deus queria que as pessoas soubessem que

Cristo está vivo e que por essa razão daria

provas da Sua ressurreição dentre os mortos,

fazendo milagres.

Então, eu disse à audiência, “Talvez seja

conhecido que Jesus Cristo é o Filho de

Deus, que Deus O ressuscitou dentre os

mortos, que somente através d’Ele e do Seu

sangue derramado podemos chegar a Deus

e receber a vida eterna. Deixe que isto seja

conhecido de acordo com as Escrituras, fazendo

com que este ouvido surdo ouça, em

Nome de Jesus Cristo. Amém!”

A audiência inteira ofegou quando o sacerdote

muçulmano pode ouvir o mais débil

murmúrio e mesmo o tic-tac de um relógio

de pulso.

Milhares levantaram as mãos naquela

noite, indicando o seu desejo de aceitar a

Jesus Cristo como seu Salvador. Como tudo

foi diferente do embaraço que sofremos ao

tentarmos convencer os muçulmanos na

Índia, há sete anos atrás!

Os muçulmanos eram exatamente como

os japoneses. Quando eles viram a prova

das boas novas, de que Jesus está vivo, eles

creram.

O cristianismo sem milagres não pode

provar que Jesus está vivo. Retire os

milagres do cristianismo e tudo o que restará

será uma outra religião morta.

Os muçulmanos sabem que o seu profeta

Maomé está morto, mas nós sabemos

que o nosso Salvador Jesus está vivo. Quando

isso é provado pelos milagres, as pessoas

renunciam ao profeta morto e seguem

Aquele que está vivo. Sem milagres não há

prova.

Foi por isso que Jesus incumbiu a todos

os crentes de pregar ao mundo todo, prometendo

que os sinais sobrenaturais os seguiriam

– “em todo o mundo... até aos confins

da terra.” Ele sabia que os milagres

seriam sempre exigidos para mostrar, realmente,

que Jesus está vivo.

Quando estivemos na Índia, como jovens

missionários, os muçulmanos nos desafiaram:

“Provem que o seu Cristo vive!”

Ficamos desamparados e embaraçados.

Tivemos que deixar a Índia, ou aceitar o

estado atual daqueles que acreditavam que

“lealdade e paciência sem resultados” era

922 / SEÇÃOE4 E4.3– Seguindo os Sinais do Evangelismo

uma virtude. Não podíamos nos levar a fazer

aquilo.

Mas, na Indonésia foi diferente. Uma

noite, naquela grande campanha, um jovem

sacerdote muçulmano – um verdadeiro fanático

– levantou-se bruscamente na plataforma,

para me interromper, quando eu pregava.

A minha esposa, Daisy, avistou-o vindo

e o interceptou nos degraus.

Ele disse, “Aquele homem é mentiroso.

Jesus está morto e Ele não é o Filho de

Deus. Deixe-me falar para as pessoas sobre

Maomé, o verdadeiro profeta de Deus.”

Minha esposa tentou argumentar com

ele, mas ele estava muito agitado emocionalmente.

Por fim, ela lhe disse: “Ouça, eu sou uma

cristã e eis o que vou fazer. Eu interromperei

o meu marido, com uma condição: Iremos

juntos para o microfone e não discutiremos.

Mostraremos qual dos dois profetas

e verdadeiro e está vivo, chamando por

alguém totalmente cego para que venha até

aqui.

“Você vai orar por ele, na presença de

todas essas pessoas e em nome de Maomé.

Se ela enxergar, acreditaremos no seu profeta.

“Se o milagre não acontecer, orarei por

ela em Nome de Jesus. Se ela enxergar, então

você e o seu povo reconhecerão que o

que a Bíblia diz é verdadeiro – que Ele é o

Filho de Deus e que Deus O ressuscitou

dos mortos para ser o Salvador do mundo.”

O jovem sacerdote muçulmano recusou o

desafio feito pela minha esposa. Ele virouse

e foi embora enfurecido.

Isso foi o que não pudemos fazer na

Índia, como jovens missionários.

6) Norte da Índia. Finalmente, experimentamos

a alegria de retornar ao Norte

da Índia, quatorze anos mais tarde, a mesma

cidade onde havíamos fracassado tão

miseravelmente. Voltamos à universidade

da cidade de Lucknow, onde havíamos sido

incapazes de provar aos hindus e muçulmanos

que Jesus Cristo é o vivo e

ressurreto Filho de Deus, e o Salvador do

mundo.

Dessa vez foi diferente! 20.000 a 40.000

pessoas se concentraram em frente ao gramado

do grande estádio.

Pregamos que “Jesus Cristo é o mesmo

ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13:8). E,

então, oramos. O surdo ouviu; os paralíticos

andaram; as pessoas cegas recuperaram

a visão; os leprosos foram purificados. Milhares

aceitaram a Cristo.

Jesus estava Se mostrando à Índia, através

de nós. A nossa busca pela Verdade havia

sido paga. Esta foi a forma que o evangelismo

mundial foi destinado a ser executado.

“...se apresentou vivo com muitas e infalíveis

provas...” (At 1:3).

Um jovem estudante universitário hindu,

levantou-se na multidão, ridicularizando

tudo. Quando oramos, Jesus Cristo, repentinamente,

apareceu para ele, vestido num

robe roxo. Ele abriu as Suas mãos trespassadas

pelos pregos e as estendeu para o

jovem rapaz e ao fazê-lo, Ele disse essas

palavras: “Olhe para as minhas mãos, Eu

sou Jesus.”

O jovem caiu no chão chorando, se arrependendo

e soluçante. Ele correu para o microfone

e com lágrimas banhando o seu rosto

ele contou o que tinha visto e incitou o

seu povo a acreditar sobre Jesus.

Como tinha sido diferente das nossas

assembléias, quatorze anos atrás! Com milagres,

a Índia era como as outras nações.

7) África. Depois foi a África onde,

novamente, provamos que as pessoas são

iguais em toda parte.

Um mendigo muçulmano, na África, estava

paralítico devido à poliomielite e há

trinta anos ele se rastejava pelo chão. Ele se

arrastou na poeira até alcançar a cruzada.

Ele ouviu o Evangelho e, quando creu sobre

Jesus Cristo, foi curado instantaneamente.

Ele ficou de pé na plataforma e, em lágrimas,

exclamou: “Jesus Cristo deve estar

vivo, do contrário, como Ele poderia ter me

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 923

curado? Maomé está morto mas Jesus está

vivo. Olhem para mim. Vocês me conhecem

e sabem que tenho mendigado na suas ruas.

Agora posso andar. Olhem! Jesus vive!”

Que melhor sermão que este, poderia ser

pregado? Soava como o Livro de Atos sendo

reinterpretado em nossos dias.

Temos visto pelo mundo inteiro que as

pessoas querem a Cristo. Elas procuram

realidade e crêem quando têm prova de que

Jesus está vivo e é verdadeiro.

Deus fez todos os seres humanos parecidos.

As pessoas são criadas para caminhar

com Deus. Instintivamente, elas procuram

por Ele. Esta é a razão porque toda

tribo evangelizada pratica algum tipo de ritual

religioso em busca de Deus.

Assim é o Evangelho: direto e em termos

simples – não explicado, mas proclamado

– “pois é o poder de Deus para salvação

de todo aquele que crê...”

As pessoas querem o Evangelho. A nossa

tarefa é pregá-lo, testemunhá-lo, contálo,

confessá-lo em toda parte – para multidões

ou individualmente, em lugares públicos

ou nos lares privados. As pessoas querem

o que temos. Nós temos provado isto

pelo mundo inteiro. Por isso é que somos

ganhadores de almas – por causa do que

temos visto.

Capítulo 4

O Verdadeiro Cristão –

Como Ser Salvo

Introdução

Há somente dois tipos de pregadores ou

obreiros cristãos: os negativos e os positivos

– os céticos e os crentes.

Alguns pensam que se pregarem nas ruas

Ninguém ouvirá, e os transeuntes zombarão

deles; que qualquer folheto que eles distribuam

serão atirados ao chão e pisados;

que as portas serão batidas nos seus rostos.

Essa é uma atitude negativa sobre uma

oportunidade muito positiva.

Acreditamos que quando pregarmos nas

ruas, multidões se juntarão ao nosso redor

para ouvir a nossa mensagem; que os transeuntes

se deleitarão em ver um cristão lá,

testemunhando.

Acreditamos que quando distribuirmos

folhetos sobre o Evangelho, eles serão avidamente

recebidos, lidos e guardados.

Acreditamos que quando batermos às

portas, encontraremos famílias que nos agradecerão

pela ajuda; pessoas enfermas que

necessitam de cura; problemas que precisam

de soluções; corações e ouvidos abertos

para o consolo e as orações de um cristão

verdadeiro e dedicado, que tem vivido

na fé. Essa é uma aproximação positiva e

que funciona.

Somos ganhadores de almas e temos provado

pelo mundo inteiro, em todas as circunstâncias

concebíveis, que as pessoas

querem a Cristo, mas estão um pouco interessadas

numa outra religião. Elas esperam

por Deus, pela Sua salvação, pela vida

eterna, mas desdenham de mais regras de

religião sem vida.

Elas são feitas à imagem de Deus, para

ser como Ele, para falar e caminhar com Ele.

Elas nunca ficam satisfeitas até que encontrem

Jesus Cristo, o Qual é o Caminho, a

Verdade e a Vida (veja João 4:6).

Com sessenta milhões de pessoas não

alcançadas sendo acrescentadas cada ano à

nossa geração – pessoas buscando a luz e a

vida – a nossa prioridade é testemunhar e

pregar o Evangelho e produzir para os cristãos

as ferramentas para ganhar almas. Essa

é a nossa prioridade, até que Jesus regresse.

Esta é a sétima razão porque somos ganhadores

de almas.

Sinta-se a vontade para reimprimir e usar

no ganhar almas, o que segue. Esta seção foi

especialmente preparada para os seguintes

grupos de pessoas:

• Se você não está certo sobre a sua

própria salvação ou não está certo de

que você realmente nasceu de novo;

ou

924 / SEÇÃOE4 E4.4– O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo

que experimentar o nascimento celestial

ou espiritual – a contraparte do seu nascimento

natural ou terreno. Isso é um milagre

do nascimento.

Quando é convidado, Cristo vem e mora

em você e você é feito novo, porque Ele

começa a viver em você. Isso não é aceitar

uma religião. Isso é aceitar a Cristo. Ele é

uma pessoa, não uma filosofia. Ele é realidade,

não uma teoria.

Quando você se casa, você aceita a esposa,

ou esposo, na sua vida. Você não recebe

a “religião matrimônio”. Você recebe

uma outra pessoa.

Quando você é salvo recebendo Cristo,

você não recebe a religião cristã. Você recebe

uma Pessoa, o Senhor Jesus. A minha

conversão foi uma experiência tão definitiva

quanto o meu casamento. Em ambas as

ocasiões, uma outra pessoa foi recebida na

minha vida.

A Bíblia diz de Jesus Cristo, “...a todos

quantos o receberam, deu-lhes o poder

de serem feitos filhos de Deus...” (Jo

1:12).

Que maravilha, aquele que pode receber

um novo nascimento e ser nascido na família

real de Deus! Você nasceu uma vez – em

pecado, um filho do pecado, um servo do

demônio.

Agora, Cristo diz, “...Necessário vos é

nascer de novo” (Jo 3:7). Você deve se converter

– ser salvo, mudado, feito novo.

2. Os Pecados São Perdoados

Ser salvo significa ter os pecados perdoados.

A Bíblia diz, “É ele que perdoa todas as

tuas iniqüidades...” (Sl 103:3).

O anjo disse, “...e chamarás o seu nome

JESUS; porque ele salvará o seu povo dos

seus pecados” (Mt 1:21).

Deus disse, “...sou o que apaga as tuas

transgressões...” (Is 43:25). “E jamais me

lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades”

(Hb 10:17).

“Quanto está longe o oriente do ociden-

• Se você não sabe se é um verdadeiro

cristão; ou

• Se você simplesmente aceitou uma

religião, juntando-se a uma igreja e

mentalmente concordado com a Bíblia,

sem experimentar o novo nascimento.

• Eu apresento este capítulo para você

que nunca foi salvo ou convertido, e

sabe disso.

A Bíblia diz que “...sabemos que passamos

da morte para a vida...” (1 Jo 3:14).

O que segue, ajudará você a saber, sem

dúvidas, que você experimentou este milagre

interior da nova vida em Cristo. Acontecerá

com você enquanto ler isto com respeito

e fé.

Se você já é um cristão comprometido

em ganhar almas, esta seção pode servir

como um guia para ajudá-lo a mostrar aos

outros como experimentar o milagre do novo

nascimento.

A. O QUE SIGNIFICA SER SALVO

Quero dizer a você que você pode ser

salvo do inferno, salvo dos seus pecados,

salvo da morte, salvo das enfermidades, salvo

do demônio.

A Bíblia diz “Esta é uma palavra fiel...

que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar

os pecadores...” (1 Tm 1:15).

A Bíblia diz “Porque Deus enviou o seu

Filho ao mundo, não para que condenasse

o mundo, mas para que o mundo fosse salvo

por ele” (Jo 3:17).

Pedro disse, “...todo aquele que invocar

o nome do Senhor será salvo” (At 2:21).

Você pode ser salvo hoje. Isso é o que

você precisa: ser salvo, reconhecer Jesus

Cristo como o Seu Salvador pessoal.

Mas, o que significa ser salvo?

1. Nascidos do Céu

Ser salvo significa ser nascido do céu

(nascido de novo), se tornar filho de Deus.

Jesus disse, “...Necessário vos é nascer de

novo” (Jo 3:7). Isto significa que você tem

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 925

te, assim afasta de nós as nossas transgressões”

(Sl 103:12).

3. Receber Uma Nova Vida

Ser salvo significa receber uma nova família

espiritual e uma nova descendência.

Paulo diz, “Assim que, se alguém está

em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas

já passaram; eis que tudo se fez novo”

(2 Co 5:17).

Isto é exatamente o que acontece quando

Cristo salva você. Acontece uma conversão.

Os velhos desejos, hábitos e enfermidades

morrem. Todas as coisas se tornam

novas. Você recebe uma nova vida, uma

nova natureza, nova saúde, novos desejos,

novas ambições. Você recebe a vida de Cristo.

Ele disse, “...eu vim para que tenham

vida, e a tenham com abundância” (Jo

10:10).

4. Receber a Paz

Ser salvo significa receber a paz.

Jesus disse, “Deixo-vos a paz, a minha

paz vos dou...” (Jo 14:27). Ele disse, “Tenho-

vos dito isto, para que em mim tenhais

paz” (Jo 16:33).

A verdadeira paz somente chega com o

perdão e a salvação de Cristo. Em pecado

você nunca pode ter paz no seu espírito. A

Bíblia diz, “Os ímpios, diz o meu Deus,

não têm paz” (Is 57:21).

a. Dois Tipos de Paz

1) A Paz de Deus. A paz DE Deus é

aquele sentimento calmo e seguro de que

tudo está bem. Você sabe que Deus está no

controle e você está sem medo. Esta é uma

paz maravilhosa!

“E a paz de Deus, que excede todo o

entendimento, guardará os vossos corações

e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”

(Fp 4:7). “Porque o reino de Deus... é...

justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”

(Rm 14:17).

Como pecadores, éramos inimigos de

Deus, vivendo em rebelião contra a vontade

e o propósito d’Ele. Estamos na batalha

com Ele.

“... se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados

com Deus pela morte de Seu

Filho...” (Rm 5:10). “A vós também que...

éreis... inimigos... pelas vossas obras más,

agora contudo vos reconciliou” (Cl 1:21).

C. SETE PASSOS PARA A

SALVAÇÃO

Se você não está certo de ter aceito, pessoalmente,

Jesus Cristo no seu coração

como seu Senhor e Mestre, então siga estes

sete passes devotadamente:

1. Compreenda que

Você é um Pecador

“Porque todos pecaram e destituídos

estão da glória de Deus” (Rm 3:23).

“Se dissermos que não temos pecados,

enganamo-nos a nós mesmos...” (1 Jo 1:8).

2. Lamente Sinceramente Pelos

Seus Pecados e se Arrependa

Deles

“O publicano, porém, estando em pé,

de longe, nem ainda queria levantar os

olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:

O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”

(Lc 18:13).

“Porque a tristeza segundo Deus opera

arrependimento para a salvação...” (2 Co

1:10).

3. Confesse os Seus Pecados a

Deus

“O que encobre as suas transgressões,

nunca prosperará; mas os que as confessa

e deixa, alcançará misericórdia’’ (Pv 28:13).

“Se confessarmos os nossos pecados [a

Ele] ele é fiel e justo, para nos perdoar os

pecados, e nos purificar de toda a injustiça”

(1 Jo 1:9).

4. Abandone os Seus Pecados

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem

maligno os seus pensamentos, e se

926 / SEÇÃOE4 E4.4– O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo

converta ao Senhor, que se compadecerá

dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso

é em perdoar” (Is 55:7).

“...mas o que as confessa e deixa, alcançará

misericórdia” (Pv 28:13).

5. Peça Perdão Pelos Seus

Pecados

“É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades”

(Sl 103:3).

“Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor:

ainda que os vossos pecados sejam como a

escarlate, eles se tornarão brancos como a

neve; ainda que sejam vermelhos como o

carmesim, se tornarão como a branca lã”

(Is 1:18).

6. Creia que Jesus o Salva

Através da Graça d’Ele

Graça significa favor não merecido, receber

o oposto do que você merece.

“Porque pela graça [não merecida] sois

salvos, por meio da fé; e isto não vem de

vós; é dom de Deus. Não vem das obras,

para que ninguém se glorie” (Ef 2:8,9).

7. Consagre Toda a Sua Vida a

Cristo

“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão

de Deus, que apresenteis os vossos

corpos em sacrifício vivo, santo e agradável

a Deus, que é o vosso culto racional”

(Rm 12:1).

Conte aos outros sobre Cristo. “Portanto,

qualquer que me confessar diante dos

homens, eu o confessarei diante de meu Pai,

que está nos céus” (Mt 10:32).

“Mas vós sois a geração eleita... para

que anuncieis as virtudes daquele que vos

chamou das trevas para a sua maravilhosa

luz” (1 Pe 2:9).

D. ACEITE A CRISTO AGORA

“...eis aqui agora o dia da salvação” (2

Co 6:2). Não um outro dia – mas, agora,

neste exato dia!

“Buscai ao Senhor enquanto se pode

achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe

o ímpio o seu caminho, e o homem maligno

os seus pensamentos, e se converta

ao Senhor, que se compadecerá dele; torne

para o nosso Deus, porque grandioso é em

perdoar” (Is 55:6,7).

Se você ainda não aceitou Jesus Cristo

como seu Salvador pessoal, o Senhor está

ouvindo a sua oração. Assim, antes de fazer

qualquer outra coisa, encontre um lugar onde

você possa estar a sós com Deus, onde você

não será perturbado. Ajoelhe-se e faça esta

oração ao Senhor, em alto e bom som:

1. Ore Para Ser Salvo

Querido Pai do Céu, venho perante a Ti

receber o dom que Tu prometeste na Bíblia,

a vida eterna. Reconheço que tenho pecado

contra Ti. Eu mereço morrer pelos meus

pecados porque Tu disseste, “a penalidade

para o pecado é a morte.”

Creio que na Tua infinita misericórdia e

no Teu amor por mim, enviaste o Teu Filho,

Jesus, o Cristo, para morrer na cruz, para

sofrer a punição da morte, pelos meus pecados.

Sou eu quem deveria pagar a penalidade

pelos meus pecados, mas Jesus me amou o

bastante para pagar a penalidade, para sofrer

e morrer por mim, no meu lugar.

Após morrer na cruz pelos pecados, creio

que Ele ressuscitou dos mortos, para viver

para sempre, como meu Salvador.

Lamento pelos meus pecados os quais

me separaram da Tua graça. Sinceramente

deixo o meu estilo de vida pecador e me

volto para Ti e Te peço perdão por todos

os meus pecados.

Recebo com alegria, aqui e agora, Jesus

Cristo no meu coração como o meu Salvador

do pecado, do inferno e de todos os

poderes do mal.

Eu aceito Cristo como Senhor da minha

vida. Aqui e agora, dedico a minha vida para

agradar-Te. Aceito a aliança (promessas)

oferecida pelo Teu Filho, Jesus Cristo.

Agora, Senhor Jesus, quero falar ContiAPRENDER

COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 927

go. Tu disseste que, “...se eu vier a Ti, Tu

me receberás e não me expulsarás.” Venho

a Ti agora, Te querendo com todo o meu

coração, buscando salvação e confiando somente

no sangue que derramaste pelos meus

pecados. Tenho a certeza de que não me

rejeitas, de que Tu me recebes agora.

Tu disseste, “Se com a tua boca confessares

ao Senhor Jesus, e em teu coração

creres que Deus o ressuscitou dos mortos,

serás salvo’’ (Rm 10:9).

Eu creio com todo o meu coração que

Tu és meu Senhor e que ressuscitaste dos

mortos. Confesso, aqui e agora, que Tu és

meu Mestre, meu Salvador, meu Senhor.

Te recebo, agora, no meu coração, através

da fé.

Porque Tu morreste por mim, sofrendo

a punição que eu deveria ter sofrido, sei que

meus pecados não podem me condenar novamente.

Tu pagaste todo o preço pela minha

redenção.

Porque a Bíblia diz, “Mas a todos quantos

o receberam, deu-lhes o poder de serem

feitos filhos de Deus...” (Jo 1:12), creio que

neste exato momento me dás o poder para

me tornar Teu filho.

Assim sendo, creio que me perdoas. Teu

precioso sangue lava todos os meus pecados.

Foste ofendido pelas minhas transgressões.

Foste ferido pelas minhas iniqüidades.

A punição que eu deveria ter sofrido foi

colocada sobre Ti.

Eu sei que estou perdoado. Obrigado,

Senhor!

A partir deste momento, lerei a Tua Palavra

e farei o melhor que puder para seguir-

Te e agradar-Te em tudo o que penso, faço e

digo. Agora, sou um cristão verdadeiro, um

representante de Jesus Cristo, na terra.

Agora eu sei que estou salvo.

Como um ato de fé, registre a sua aliança

com Jesus, assinando o seu nome embaixo

da aliança que segue.

2. Decisão e Aliança

Hoje li O Verdadeiro Cristão, e aprendi

o que significa ser salvo. Acompanhei

sinceramente os sete passos esboçados aqui

e, respeitosamente, fiz a oração.

Recebi Jesus Cristo em minha própria

vida e, agora, sou uma nova criatura. Empenho

a minha vida para fazer o melhor para

agradar a Deus, em tudo o que penso, faço e

digo. Com a graça e a ajuda d’Ele, compartilharei

Jesus Cristo com os outros.

Confiando n’Ele para manter-me na Sua

graça, tomei esta decisão hoje, em Nome de

Jesus.

Assinado __________________________

Data _____________________________

Existe um tempo, não sabemos quando,

Um lugar, não sabemos onde;

Que assinala o destino dos homens

Para a glória ou desespero.

Existe uma linha invisível

Que cruza todos os caminhos

Que assinala a fronteira entre

A misericórdia de Deus e a Sua ira

Mas naquela fronte Deus colocou

Indelevelmente uma marca;

Invisível para o homem, pois visto que

até o momento

Está cego e no escuro.

Ele sente, talvez, que tudo está bem

E que todos os medos estão serenos;

Ele vive, ele morre, ele caminha no

inferno,

Não somente condenado, mas maldito!

Oh, onde está aquela linha misteriosa

Que talvez possa ser atravessada pelo

homem,

Além da qual o Próprio Deus jurou

Aquele que a atravessar está perdido?

Uma resposta dos céus repete,

“Você que se afasta de Deus’’,

HOJE Oh ouça a voz d’Ele,

928 / SEÇÃOE4 E4.5– Sugestões Práticas Para Ganhar Almas

HOJE, arrependa-se e não endureça o

seu coração.

Capítulo 5

Sugestões Práticas Para

Ganhar Almas

A. ORE POR AQUELES A QUEM

VOCÊ QUER GANHAR

Intercessão é a maneira que conduz o

ganhador de almas. Nenhuma igreja pode

prosperar sem ela. Nenhum cristão pode

crescer sem ela. A lei da vida exige reprodução

“...mas Sião esteve de parto e já deu à

luz seus filhos” (Is 66:8).

Jesus intercedeu e labutou por mim.

“...porquanto derramou a sua alma na morte,

e foi contado com os transgressores; mas

ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos

transgressores intercede” (Is 53:12).

Você começa a se preocupar com a espiritualidade

do homem, quando passa a orar

por ele. “Fazendo sempre com alegria oração

por vós em todas as minhas suplicas”

(Fp 1:4). “...orando sempre por vós” (Cl

1:3).

B. FAÇA CONTATO COM AQUELES

QUE VOCÊ QUER GANHAR

“Este achou primeiro a seu irmão Simão,

e disse-lhe: Achamos o Messias [que,

traduzido, é o Cristo]” (Jo 1:41).

Com Cristo veio a ênfase de buscar os

perdidos. “Porque o Filho do Homem veio

buscar e salvar o que se havia perdido”

(Lc 19:10).

O movimento do cristianismo, nesse

mundo, é biblicamente baseado no contato

pessoal. Quem realmente conhece Jesus,

quererá que outros O conheçam.

O segredo está nas palavras de André,

“...nós encontramos.” A procura por satisfação,

no espírito do homem, e completada

num conhecimento vivo de Jesus Cristo.

Evangelismo pessoal é compartilhar essa

descoberta. “E levou-o a Jesus” (Jo 1:42).

Como isso é realizado? Cristo dá a resposta.

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores

de homens” (Mt 4:19). O amor

por Cristo produz o amor pelos homens.

C. ELIMINE AS OBJEÇÕES;

RESPONDA ÀS PERGUNTAS

1. Algumas Perguntas/Justificação

e Suas Respostas

a. Pergunta: O que é Pecado?

Resposta: Pecado é quebrar as leis de

Deus (Jo 3:10).

Tudo o que não é moralmente certo é

pecado (Jo 5:17).

Incredulidade é pecado (Jo 16:8,9)

Vícios duvidosos é pecado (Rm 14:23).

Obrigação negligenciada é pecado (Tg

4:17).

b. Pergunta: Por que Deus Permite

o Mal no Mundo?

Resposta: A liberdade de escolha é o magnífico

presente do Criador, para a raça humana.

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas

contra vós, que te tenho proposto

a vida e a morte, a bênção e a maldição:

escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a

tua semente” (Dt 30:19). Este versículo da

Bíblia nos mostra que Deus dá ao homem a

escolha – vida ou morte, bênção ou maldição

– e estimula o homem a escolher a vida.

O pecado procede do homem e não de

Deus. Deus impede o domínio do pecado

(Rm 6:14).

Deus tem, às Suas próprias custas, conseguido

o remédio para o pecado. “Mas

Deus prova o seu amor para conosco, em

que Cristo morreu por nós...” (Rm 5:8).

“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho

poupou, antes o entregou por todos nós,

como nos não dará também com ele todas

as coisas?” (Rm 8:32).

c. Justificação: Meus Pecados São

Pequenos, Então por que me Preocupar?

Resposta: Porque qualquer pecado atormenta.

“Mas os ímpios não têm paz, disse

o Senhor” (Is 48:22).

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 929

Porque qualquer pecado separa você de

Deus (Is 59:2).

Porque qualquer pecado escraviza você

(Jo 8:34).

Porque qualquer pecado termina em

morte (Rm 6:23).

Porque qualquer pecado exclui você do

Céu (1 Co 6:9).

d. Justificação: Eu Não Sou um Pecador;

Eu Sou Tão Bom Quanto Você.

Resposta: Você está certo. Você é tão bom

quanto eu e talvez melhor do que eu. Mas

pense nisto: É necessária uma mentira para

fazer um mentiroso; um assassinato para

fazer um assassino. Da mesma forma, é necessário

um pecado para fazer um pecador.

“Porque qualquer que guardar toda a lei, e

tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado

de todos” (Tg 2:10).

“Não há um justo, nem um sequer. Porque

todos pecaram...” (Rm 3:10,23). E

Deus diz, “Porque o salário do pecado é a

morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida

eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm

6:23).

Eu não estou salvo porque sou melhor

do que você. Eu estou salvo porque eu pedi

e recebi o perdão pelos meus pecados e

transgressões. Você não gostaria de fazer o

mesmo?

e. Justificação: Não Posso Superar

os Meus Pecados.

Resposta: Salvação é uma escolha de vida

ou morte. “...se vos não arrependerdes, todos

de igual modo perecereis” (Lc 13:3).

Você não pode viver de uma maneira e

morrer de outra. “Porque o que semeia na

sua carne, da carne ceifará a corrupção;

mas o que semeia no Espírito, do Espírito

ceifará a vida eterna” (Gl 6:8).

Você não pode superar o pecado com o

seu próprio poder. “Se pois o Filho vos

libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo

8:36). “Posso todas as coisas naquele que

me fortalece” (Fp 4:13).

Cristo pode alcançar você onde quer que

você esteja (Hb 7:25).

f. Justificação: Eu Sou um Grande

Pecador.

Resposta: Jesus veio para salvar todos

os pecadores. O Apóstolo Paulo, mesmo

tendo matado cristãos inocentes, escreveu,

“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a

aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo,

para salvar os pecadores; dos quais eu sou

o principal” (1 Tm 1:15).

Os seus pecados são escarlates? “Vinde

então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que

os vossos pecados sejam como a escarlate,

eles se tornarão brancos como a neve: ainda

que sejam vermelhos como o carmesim,

se tornarão como a branca lã” (Is 1:18).

Você está perdido? “Porque o Filho do

homem veio buscar e salvar o que se havia

perdido” (Lc 19:10).

Você está sem forças? “Porque Cristo,

estando nós ainda fracos morreu a seu tempo

pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá

por um justo; pois poderá ser que pelo

bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova

o seu amor para conosco, em que Cristo

morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”

(Rm 5:6-8).

Jesus não expulsará ninguém que vá a

Ele (Jo 6:37).

Deus não faz exceções na Sua oferta de

salvação. “E de tudo o que, pela lei de Moisés,

não pudestes ser justificados, por ele é

justificado todo aquele que crê” (At 13:39).

O homicídio não é imperdoável. Davi

confessou o seu pecado e foi perdoado (Sl

32:5).

O furto não é imperdoável. O ladrão, na

cruz, arrependido, foi perdoado (Lc 23:43).

A blasfêmia não é imperdoável. Paulo

era um blasfemador e foi perdoado (1 Tm

1:13).

O adultério não é imperdoável. A mulher

de Samaria foi salva (Jo 4:18).

Um dos surpreendentes registros de perdão

é encontrado em 1 Coríntios 6:9-11.

Paulo relaciona todos os pecados pelos quais

os coríntios foram perdoados.

“Não sabeis que os injustos não hão de

930 / SEÇÃOE4 E4.5– Sugestões Práticas Para Ganhar Almas

sabemos que este é verdadeiramente o Cristo,

o Salvador do mundo” (Jo 4:42).

Existe um desafio para provar a divindade

d’Ele. “Se alguém quiser fazer a vontade

dele, pela mesma doutrina conhecerá se

ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo”

(Jo 7:17).

h. Justificação: Existem Muitos Hipócritas.

Resposta: Os hipócritas são perdidos.

Se você permitir que os hipócritas o impeçam

de ser salvo, você passará a eternidade

no inferno com eles.

Além do mais, você tem que ser menor

do que aquilo onde você se esconde atrás.

Se você se esconde atrás de um hipócrita,

você deve ser menor do que ele.

Versículos que podem ser usados mais

adiante: Zacarias 13:6, Atos 1:16, Hebreus

12:2, Atos 17:30,31, Romanos 14:12, Mateus

7:1-5, Romanos 2:16, 1 Samuel 16:7.

i. Justificação: Deus é Injusto.

Resposta: Quem é Deus? Quem é você?

Injustiça é pecado. Você tenciona acusar

Deus de pecado? Deus é tão justo que Ele

nunca exige dois pagamentos pelo mesmo

débito. Jesus pagou seu débito do pecado

na cruz. Portanto, quando você aceita a Cristo,

você não tem aquele débito do pecado

para pagar.

j. Justificação: As Pessoas Ririam.

Resposta: É melhor deixar que elas riam

do que Deus rir. “Também eu me rirei na

vossa perdição, e zombarei, vindo o vosso

temor” (Pv 1:26).

Evite as más companhias. “Não entres

na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho

dos maus. O caminho dos ímpios é

como a escuridão: nem conhecem aquilo

em que tropeçam” (Pv 4:14,19).

Não se envergonhe de Cristo. “Portanto,

qualquer que me confessar diante dos

homens, eu o confessarei diante de meu Pai,

que está nos Céus. Mas qualquer que me

negar diante dos homens, eu o negarei também

diante de meu Pai, que está nos céus”

(Mt 10:32,33).

herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os

devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros,

nem os efeminados, nem os sodomitas,

nem os ladrões, nem os avarentos, nem os

bêbedos, nem os maldizentes, nem os

roubadores herdarão o reino de Deus.

“E é o que alguns têm sido, mas haveis

sido lavados, mas haveis sido santificados,

mas haveis sido justificados em nome do

Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso

Deus.”

A pessoa que pede perdão sinceramente,

jamais será rejeitada. “Deixe o ímpio o

seu caminho, e o homem maligno os seus

pensamentos, e se converta ao Senhor que

se compadecerá dele; torne para o nosso

Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is

55:7).

“Vinde então, arguí-me, diz o Senhor:

ainda que os vossos pecados sejam como a

escarlate, eles se tornarão brancos como a

neve: ainda que sejam vermelhos como o

carmesim, se tornarão como a branca lã”

(Is 1:18). Veja também Atos 10:43.

Paulo foi um grande pecador mas obteve

a salvação (1 Tm 1:12-16). Versículos que

podem ser usados mais adiante: Mateus

9:13, Hebreus 7:25, Lucas 23:39-43.

g. Justificação: Jesus Cristo é Somente

um Grande Homem da História.

Resposta: Ele afirma ser Deus. “Que,

sendo em forma de Deus, não reteve por

usurpação ser igual a Deus” (Fp 2:6). Ele

foi levado para a morte por esta afirmação

(Mt 26:63-65). A ressurreição evidenciou

essa afirmação. “Ao qual Deus ressuscitou,

soltas as ânsias da morte, pois não era possível

que fosse retido por ela” (At 2:24).

A grandeza moral de Sua vida supera

qualquer coisa nos registros. “Quem dentre

vós me convence de pecado? E se vos digo

a verdade, por que não credes?” (Jo 8:46).

Ninguém influenciou tanto a história como

Cristo (Lc 2:34). Existe um testemunho repetido

de experiência pessoal.

“...já não é pelo teu dito que nós cremos;

porque nós mesmos o temos ouvido e

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 931

k. Justificação: Tenho Medo de Perseguição.

Resposta: É uma coisa covarde renegar

Jesus Cristo. “Mas quanto aos tímidos... a

sua parte será no logo que arde com fogo e

enxofre; o que é a segunda morte’’ (Ap

21:8).

“Porquanto, qualquer que, entre esta geração

adúltera e pecadora, se envergonhar

de mim e das minhas palavras, também o

Filho do homem se envergonhará dele,

quando vier na glória de seu Pai, com os

santos anjos” (Mc 8:38).

É pedido muito pouco em retorno, pelo

muito. “Porque para mim tenho por certo

que as aflições deste tempo presente não

são para comparar com a glória que em

nos há de ser revelada’’ (Rm 8:18).

É tudo ou nada. “Se sofrermos, também

com ele reinaremos; se o negarmos também

ele nos renegará” (2 Tm 2:12).

Junte-se a companhias seletas. É uma

chance de fazer, na vida, alguma coisa que

valha a pena.

“Bem aventurados sereis quando os homens

vos aborrecerem e quando vos separarem,

e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso

nome como mau, por causa do Filho do

homem.

“Folgai nesse dia, exultai; porque, eis

que é grande o vosso galardão no céu, pois

assim faziam os seus pais aos profetas”

(Lc 6:22,23).

l. Justificação: Agora Não.

Resposta: Sempre que você diz não, fica

mais difícil dizer sim. O tempo e o dia são

agora. “... eis aqui agora o tempo aceitável,

eis aqui agora o dia da salvação” (2

Co 6:2).

Busque o Senhor enquanto Ele pode ser

encontrado. A demora é decisão para o caminho

errado. “Hoje, se ouvirdes a sua voz,

não endureçais os vossos corações” (Hb

4:7).

O amanhã é o dia quando o homem inútil

trabalha, quando o ladrão se torna honesto,

quando o bêbado fica sóbrio. O amanhã é

um período que não se encontra em parte

alguma exceto, talvez, no calendário do tolo.

O chamado de Deus não é um chamado para

amanhã e, sim, para hoje.

m. Justificação: Creio que Deus é

Bom Demais Para Condenar Alguém.

Resposta: Isto não é o que a Bíblia diz.

“Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo,

nem os pecadores na congregação dos

justos. Porque o Senhor conhece o caminho

dos justos: mas o caminho dos ímpios

perecerá” (Sl 1:5,6).

Deus coloca a sua salvação ou condenação

na sua aceitação ou rejeição de Jesus

Cristo (Jo 12:48).

Deus não é injusto. O coração humano é

que o é. “Mas, segundo a tua natureza e teu

coração impenitente, entesouras ira para ti

no dia da ira e da manifestação do juízo de

Deus” (Rm 2:5).

Todo representante de Deus procura

guiar você para o arrependimento (2 Pe 3:9).

n. Justificação: Como Posso Harmonizar

a Doutrina do Inferno com a da

Salvação Cristã de Deus?

Resposta: “Então dirá também aos que

estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de

mim, malditos, para o fogo eterno, preparado

para o diabo e seus anjos’’ (Mt 25:41).

Deus preparou o inferno para o diabo e seus

seguidores. Se você seguir o diabo, você viverá

com ele eternamente.

“... Judas se desviou, para ir para o seu

próprio lugar” (At 1:25). O lugar para o

transgressor é o inferno.

“O Senhor não retarda a sua promessa,

ainda que alguns a têm por tardia; mas

é longânimo para convosco, não querendo

que alguns se percam, senão que todos venham

a arrepender-se” (2 Pe 3:9). Deus

não quer mandar ninguém para o inferno.

Ele quer que todos se arrependam e sejam

salvos.

“Desejaria eu, de qualquer maneira, a

morte do ímpio? diz o Senhor Jeová: não

desejo antes que se converta dos seus caminhos

e viva?” (Ez 18:23). Aqueles que

932 / SEÇÃOE4 E4.5– Sugestões Práticas Para Ganhar Almas

deixarem o pecado e se voltarem para Cristo,

desfrutarão a vida atual e a vida eterna.

“E irão estes para o tormento eterno,

mas os justos para a vida eterna” (Mt

25:46).

“... Filho, lembra-te de que recebestes

os teus bens em tua vida, e Lázaro somente

males; e agora este é consolado e tu atormentado”

(Lc 16:25).

“Serpentes, raça de víboras! como escapareis

da condenação do inferno?” (Mt

23:33).

“... temei antes aquele que pode fazer

perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt

10:28).

o. Pergunta: Não Há na Bíblia Inconsistências

e Contradições?

Resposta: Onde estão elas? A Bíblia é

revelação. “Porque os meus pensamentos

não são os vossos pensamentos, nem os

vossos caminhos os meus caminhos, diz o

Senhor. Porque, assim como os céus são

mais altos do que a terra, assim são os

meus caminhos mais altos do que os vossos

caminhos, e os meus pensamentos mais

altos do que os vossos pensamentos” (Is

55:8,9).

A Bíblia é um livro fechado para um

coração fechado. “Muitos serão purificados,

e embranquecidos, e provados; mas

os ímpios procederão impiamente, e nenhum

dos ímpios entenderá, mas os sábios

entenderão” (Dn 12:10).

“Ora o homem natural não compreende

as coisas do Espírito de Deus, porque

lhe parecem loucura; e não pode entendêlas,

porque elas se discernem espiritualmente”

(1 Co 2:14).

Certamente, há mistérios introduzidos

na Palavra de Deus! Pedro disse, das cartas

de Paulo, “...como em todas as suas epístolas...

pontos difíceis de entender...” (2 Pe

3:17).

Conheça-O e você conhecerá o Livro

d’Ele.

p. Pergunta: Como Posso Saber que

Existe um Deus?

Resposta: Há três fontes de onde podemos

retirar a resposta para esta pergunta.

Primeiro, existe a Bíblia. “Examinais

as Escrituras, porque... elas... de mim testificam”

(Jo 5:39).

Segundo, existe a Criação. Não poderia

existir a Criação sem um Criador.

Paulo diz que aqueles que nunca tiveram

a Bíblia ainda podiam saber sobre Deus,

por causa da Criação. “Porquanto o que de

Deus se pode conhecer neles se manifesta,

porque Deus lho manifestou... desde a criação

do mundo, tanto o seu eterno poder,

como a sua divindade...” (Rm 1:19,20).

Terceiro, existe o homem. “Quando

vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a

lua e as estrelas que preparaste; Que é o

homem mortal para que te lembres dele?...”

(Sl 8:3,4).

Alguns grupos tribais primitivos, deixaram

os antropólogos em dúvida quanto a

classificá-los como humanos. Eles criaram

um teste: Eles tinham objetos de adoração?

Se tivesse, eles eram humanos, pois animais

não adoram. Somente o homem foi criado

à imagem e semelhança de Deus e somente

o homem é cônscio de Deus.

Os três itens acima tornam evidente que

existe um Criador. Nada poderia ter sido

criado por acidente.

q. Pergunta: Por que Eu Preciso do

Sangue?

Resposta: Essa é a lei eterna da redenção,

acreditada por todas as civilizações e encontrada

entre todos os povos. “Porque a alma

da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho

dado sobre o altar, para fazer expiação

pelas vossas almas: porquanto é o sangue

que fará expiação pela alma” (Lv 17:11).

Jesus morreu por você e por mim! (Mt

26:28). Alguém teve que tomar o meu lugar

e carregar a minha culpa porque... “...sem

derramamento de sangue não há remissão”

(Hb 9:22).

Ele experimentou a morte por mim. Portanto,

Ele suportou a penalidade máxima

dos meus pecados (Rm 5:9,10).

APRENDER COMO GANHAR ALMAS SEÇÃO E4 / 933

Foi pago o maior preço no universo.

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis,

como prata ou ouro, que fostes resgatados

da vossa vã maneira de viver que

por tradição recebestes dos vossos pais.

“Mas com o precioso sangue de Cristo,

como de um cordeiro imaculado e incontaminado”

(1 Pe 1:18,19).

r. Justificação: Não Vejo Nenhum

Mal nas Diversões Mundanas

Resposta: A condução do crente a essa

pergunta, deve ser sempre positiva e não

negativa. Em vez de perguntar, “Que mal

há nisso?” deveria perguntar, “O que há de

bom nisso?”

“E, quanto fizerdes por palavras ou por

obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus,

dando por ele graças a Deus Pai” (Cl

3:17).

“Portanto, quer comais quer bebais, ou

façais outra qualquer coisa, fazei tudo para

glória de Deus” (1 Co 10:31).

“Todas as coisas me são lícitas, mas

nem todas as coisas convêm: todas as coisas

me são lícitas; mas eu não me deixarei

dominar por nenhuma” (1 Co 6:12).

Como cristão, sou responsável por usar

o meu corpo e a minha mente para a glória

de Deus (1 Co 6:19,20).

Fortes advertências aparecem no Novo

Testamento: “Se alguém destruir o templo

de Deus, Deus o destruirá; porque o templo

de Deus, que sois vós, é santo” (1 Co

3:17).

“Pelo que saí do meio deles, e apartaivos,

diz o Senhor; e não toqueis nada imundo,

e eu vos receberei” (2 Co 6:17).

“Confessam que conhecem a Deus, mas

negam-no com as obras, sendo abomináveis,

e desobedientes, e reprovados para

toda a boa obra” (Tt 1:16).

A minha meta deve ser sempre dar o máximo

para a Supremacia d’Ele (2 Tm 2:4).

D. VIVER A VIDA CRISTÃ

Após adotar todos os passos esboçados

no Capítulo 4, “O Verdadeiro Cristão –

Como Ser Salvo,’’ você precisa ensinar ao

novo convertido a fazer o que segue, para

que ele continue a sua nova vida como um

discípulo de Jesus.

1. Regozije-se Publicamente

Dê o seu testemunho por Cristo. Conte

aos outros o que Ele tem feito por você.

“Se com a tua boca confessares ao Senhor

Jesus, e em teu coração creres que Deus o

ressuscitou dos mortos, será salvo. Visto

que com o coração se crê para a justiça, e

com a boca se faz confissão para a salvação”

(Rm 10:9,10). Veja também Mateus

10:32,33.

2. Peça o Batismo na Água

Isso é um testemunho exterior para uma

transformação interior. “Quem crer e for

batizado será salvo; mas quem não crer

será condenado” (Mc 16:16). O batismo

sem crer é inútil.

“De sorte que fomos sepultados com ele

pelo batismo na morte; para que, como Cristo

ressuscitou dos mortos, pela glória do

Pai, assim andemos nós também em novidade

de vida.

“Porque, se fomos plantados juntamente

com ele na semelhança da sua morte,

também o seremos na da sua ressurreição”

(Rm 6:4,5).

3. Leia a Bíblia

A Bíblia, a Palavra escrita de Deus, é a

fonte da sua fé. “Estas coisas vos escrevi,

para que saibais que tendes a vida eterna, e

para que creiais no nome do Filho de Deus”

(1 Jo 5:13). Veja também Romanos 10:17,

Salmos 119:105.

4. Fale com Deus em Oração

A oração é a conversa com Deus. A vida

é sustentada pela união e comunhão (Ef 6:18,

Tg 4:2).

“E esta é a confiança que temos nele,

que, se pedirmos alguma coisa, segundo a

sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos

934 / SEÇÃOE4 E4.5– Sugestões Práticas Para Ganhar Almas

que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos

que alcançamos as petições que lhe

fizemos” (1 Jo 5:14,15).

5. Resista a Tentação

A Tentação não é pecado. Pecado é permitir

a tentação. “Bem aventurado o varão

que sofre a tentação; porque, quando for

provado, receberá a coroa da vida, a qual

o Senhor tem prometido aos que o amam.

“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus

sou tentado; porque Deus não pode ser tentado

pelo mal, e a ninguém tenta.

“Mas cada um é tentado, quando atraído

e engodado pela sua própria concupiscência.

“Depois, havendo a concupiscência

concebido, dá a luz o pecado; e o pecado,

sendo consumado, gera a morte.

“Não erreis, meus amados irmãos” (Tg

1:12-16).

“Porque não temos um sumo sacerdote

que não possa compadecer-se das nossas

fraquezas; porém um que, como nós, em

tudo foi tentado, mas sem pecado.

“Cheguemos pois com confiança ao trono

da graça, para que possamos alcançar

misericórdia e achar graça, a fim de sermos

ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:15,16).

6. Faça Uma Reparação

A sua culpa acabou-se e você está perdoado.

Agora, você pode provar para os

outros a sua nova fé encontrada, fazendo

uma reparação àqueles com os quais você

possa ter sido injusto, quando você ainda

era um incrédulo.

“...e, se nalguma coisa tenho defraudado

alguém [injustamente], o restituo quadruplicado”

(Lc 19:8). “E por isso procure

sempre ter uma consciência sem ofensa,

tanto para com Deus como para com os

homens” (At 24:16).

7. Devolva a Deus as Coisas

que São de Deus

Comece a dar, imediatamente, o dízimo

(10 por cento) da sua renda para sustentar a

Igreja. “Roubará o homem a Deus?... Trazei

todos os dízimos à casa do tesouro, para

que haja mantimento na minha casa, e depois

fazei prova de mim, diz o Senhor dos

exércitos, se eu não vos abrir as janelas do

céu, e não derramar sobre vós uma bênção

tal, que dela vos advenha a maior abastança’’

(Ml 3:8,10). Veja também 1 Coríntios

16:2.

8. Assista Regularmente a

Comunidade da Igreja

Associe-se, imediatamente, às pessoas

de Deus (Hb 10:25). “E, chegando a Nazaré,

onde fora criado, entrou num dia de

sábado, segundo o seu costume, na sinagoga,

e levantou-se para ler” (Lc 4:16). “E

no primeiro dia da semana, ajuntando-se

os discípulos para partir o pão, Paulo...

falava com eles...” (At 20:7).

9. Estude o Manual de Treinamento

de Líderes em Algum Lugar

Neste Livro

“Examinais as Escrituras, porque...

são elas que de mim testificam” (Jo 5:39).

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 935

SEÇÃO E5

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

E5.1 - A Nova Vida

E5.2 - O Batismo na Água – Parte I

E5.3 - O Batismo na Água – Parte II

E5.4 - Padrões de Moralidade Sexual

var a si mesmo tanto quanto um náufrago

pode salvar a si próprio. O náufrago necessita

da ajuda de alguém mais e só é salvo

quando coloca a sua total confiança no salva-

vidas.

Isso foi o que Jesus fez por nós. Ele nos

resgatou de uma vida totalmente dominada

pelo pecado, sob o controle de Satanás e

nos guiou para o bem merecido julgamento

de Deus. Ele plantou os nossos pés no chão

firme do domínio de Deus, afastando-nos

da nossa antiga natureza e nos dando a vida

eterna.

A Bíblia diz que Deus “nos tirou da

potestade das trevas, e nos transportou

para o reino do Filho do seu amor. Em

quem temos a redenção pelo seu sangue, a

saber, a remissão dos pecados” (Cl 1:13,

14).

Uma transação eterna ocorreu quando

Jesus morreu na cruz. Ele representou a você

e a mim, perante ao Seu Pai. O justo julgamento

de Deus nos pronunciou culpados

porque havíamos pecado, mas o Seu imenso

amor enviou o Seu Filho para receber,

em nosso lugar, a punição que nós merecíamos.

Quando recebemos Jesus em nossa vida,

essa foi a troca maravilhosa que ocorreu...

“Aquele que não conheceu pecado, o fez

pecado por nós; para que nele fôssemos

feitos justiça de Deus” (2 Co 5:21).

Agora, uma nova maneira de viver se espalha

diante de nós e tudo gira em torno de

uma pessoa especial... Jesus Cristo. Quan-

INSTRUÇÃO PARA OS LÍDERES: Você

(ou alguém que você designe) deve rever

esta informação com cada novo crente, num

período de um ou dois dias da decisão dele

para receber a Cristo. Se você tem aulas ou

curso de estudo para Novos Crentes, matricule-

os. Caso você não tenha, designe

alguém (ou faça você mesmo) para ensinálos,

todas as semanas, a matéria do Manual

de Treinamento Para Novos Crentes.

NOTA: As citações das Escrituras nesta

matéria, são da Bíblia Viva e foram usadas

com permissão.

Capítulo 1

A Nova Vida

Por Paul Collins

A. COMEÇA UMA NOVA VIDA

Você começou uma dimensão de viver,

totalmente nova quando recebeu Jesus dentro

da sua vida. Certa vez, um homem disse:

“Quando você encontra Jesus, a vida

encontra você!”

A Bíblia Viva coloca isto desta maneira:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova

criatura é: as coisas velhas já passaram;

eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17).

1. O que Significa Ser “Salvo”?

Salvação não é alguma coisa que você

faz, mas alguma coisa que Jesus faz quando

você O recebe em sua vida. Você pode sal936

/ SEÇÃOE5 E5.1– A Nova Vida

A Bíblia coloca isso desta maneira:

“Ora o homem natural não compreende

as coisas do Espírito de Deus, porque

lhe parecem loucura; e não pode entendêlas,

porque elas se discernem espiritualmente”

(1 Co 2:14).

b. Tem Ouvidos Mas Não Pode Ouvir.

Muitas vezes, antes de falar para as

multidões, Jesus exclamava: “Ele tem ouvidos...

deixai-o ouvir!”.

Existe uma habilidade para se ouvir Deus

através de ouvidos espirituais. Deus sempre

deseja se comunicar conosco. Ele nos

fez vivos no Espírito para que possamos

ouvi-Lo!

c. Tem Boca Mas Não Pode Falar. Um

bebê também tem boca e o potencial da fala

antes dele nascer, mas não tem a habilidade

para se comunicar.

Deus quer ter companheirismo conosco.

Em outras palavras, Ele quer ter uma

comunicação mútua... para falar conosco

e para que falemos com Ele. Isso só é

possível quando estamos espiritualmente

vivos.

d. Tem Pulmões Mas Não Pode Respirar.

A primeira coisa que um bebê faz ao

nascer, é chorar. Ele respira o ar pela primeira

vez.

A Bíblia chama o Espírito de Deus de

“sopro de vida”. Quando recebemos Jesus

em nossa vida, Deus “soprou” o Seu Espírito

para dentro de nós e fomos “nascidos

de novo’’.

e. Lavado ao Nascer. A enfermeira, então,

lava o bebê. Quando somos nascidos

espiritualmente, uma limpeza acontece em

nossa alma. Toda a sujeira e lodo que acumulamos

em toda parte de nossa vida, de

coisas que pensamos, dissemos e fizemos,

são levados embora pelo Espírito de Deus.

f. Vestido com Roupas Novas. Pense

nas horas que a mãe gasta preparando aquelas

pequeninas peças de roupas, para o

novo membro da família. A Bíblia diz que

Deus veste os Seus filhos espirituais com

as vestimentas da Sua retidão (Is 61:10).

do nós abrimos a nossa vida para Ele, começamos

a viver sob o Seu controle.

2. O que Significa Ser

“Nascido de Novo”?

A Bíblia tem uma outra maneira de descrever

o que nos aconteceu. Chama-se ser

“nascido do Espírito”.

Uma noite, um homem veio a Jesus. Ele

era muito religioso mas, olhando para ele,

Jesus logo soube que faltava nele a coisa

mais importante de todas.

“Nicodemos”, disse Jesus, “você deve

ser nascido de novo!”Pobre Nicodemos,

ele jamais ouvira semelhante coisa. Ele achou

aquilo muito difícil de entender. Como ele

poderia entrar no útero de sua mãe e nascer

pela segunda vez? Jesus, então, explicou-lhe:

“Na verdade, na verdade, te digo que aquele

que não nascer da água e do Espírito, não

pode entrar no reino de Deus” (Jo 3:5).

Jesus usou o nascimento como um esclarecimento.

Um bebê não tem conhecimento ou contato

com o mundo exterior, antes do seu

nascimento. Da mesma forma, todo indivíduo

que não tenha sido nascido do Espírito

de Deus, não tem conhecimento ou contato

com Deus e com as coisas do Céu e da eternidade.

Durante nove meses antes de nascer, o

bebê está vivo. Ele tem todo o potencial de

vida mas sem a habilidade para usá-lo.

a. Tem Olhos Mas Não Pode Ver. Existe

uma outra visão que se encontra adormecida

em cada um de nós, esperando ser “despertada”

pelo Espírito de Deus. É a capacidade

para entender as coisas de Deus.

Imagine dois bebês ainda não nascidos e

que pudessem se comunicar entre si, e um

dizer para o outro, “Não acredito no que

ouvi sobre a vida após o nascimento!’’

Parece ridículo para nós, quando imaginamos

todas as tremendas possibilidades

que se encontram diante de uma jovem vida,

como é nascer para o mundo. A mesma coisa

acontece com a vida espiritual.

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 937

g. Protegido e Alimentado. O Apóstolo

Pedro escreveu aos novos cristãos e

Lhes disse:

“Desejai afetuosamente, como meninos

novamente nascidos, o leite racional, não

falsificado, para que por ele vades crescendo”

(1 Pe 2:2).

Cresceremos em nossa fé através da leitura

da Palavra de Deus, a Bíblia, que é o

nosso alimento espiritual.

h. Dado o Nome de família. Quando

nascemos no Espírito, nos tornamos parte

da família de Deus. Deus é o nosso Pai Que

nos ama e que cuida de nós. Agora, carregamos

o Nome d’Ele e onde quer que vamos

havemos de representá-Lo.

3. Uma Nova Perspectiva

Nos apressamos para o limiar de uma

nova dimensão de viver. De repente, vemos

a vida ao nosso redor com uma nova perspectiva.

Nos sentimos tão limpos interiormente

e tão cheios da alegria que Deus nos concedeu,

que as árvores e as flores parecem mais

esplendorosas. Vemos os nossos amigos , e

mesmo os nossos inimigos, numa luz diferente.

Compreendemos, então, porque algumas

vezes eles agem da maneira que

agem... eles precisam de Jesus exatamente

como nós precisamos.

Deus tem sido muito bom conosco e,

agora, em vez de ficarmos cheios de pensamentos

egoísticos, devemos ajudar aos outros,

trazendo-os para a mesma bênção que

recebemos. A vida é maravilhosa. Eis o que

Jesus disse que Ele tinha vindo fazer: “...

eu vim para que tenham vida, e a tenham

com abundância” (Jo 10:10).

4. Um Conhecimento Novo

Não é somente isso. Também achamos

que temos um novo conhecimento das realidades

eternas. Deus não é mais, somente,

alguma grande influência em algum lugar no

firmamento. Ele é uma pessoa real para nós.

Ele é um Pai amoroso!

Jesus é tão real que podemos falar com

Ele todos os dias, e ouvi-Lo falar conosco

com aquela voz calma e profunda. Jamais

estaremos sozinhos novamente. Jesus disse:

“...eu estou convosco todos os dias...

não te deixarei, nem te desampararei” (Mt

28:20; Hb 13:5).

Todos os dias, pelo resto de nossa vida

natural, iremos descobrir mais e mais sobre

o nosso maravilhoso Senhor.

5. Um Mapa é um Manual

Necessitaremos de um mapa e um guia

para ajudar-nos, e Deus providenciou ambos.

A Bíblia é a Sua Palavra escrita, para

nós. Ela projeta para nós tudo o que Jesus

fez, está fazendo e fará.

Ela contém todas as promessas maravilhosas

de Deus, que agora nos pertencem

porque pertencemos a Ele. É um manual

completo para a vida e que inclui instruções

e promessas para cada aspecto da sua vida

e do seu futuro.

Vamos querer ler, mais do que fazer qualquer

outra coisa. À medida que formos lendo,

iremos conhecendo as maravilhas do

amor de Deus por nós e os planos d’Ele

para a nossa vida atual e para todo o sempre

na eternidade. Começaremos a ter revelada

para nós, a plenitude do que Jesus nos

tem concedido e o tipo de pessoas que somos

agora, porque pertencemos a Ele.

6. Um Companheiro e Guia

Assim como Deus nos deu a Bíblia para

ser o nosso mapa da vida, também nos deu

o Espírito Santo para ser o nosso constante

companheiro e guia.

À medida em que começamos a caminhar

ao longo da nossa estrada de descobertas,

o Espírito Santo vai guiando cada passo

do nosso caminho.

A Sua função é nos guiar para toda a

verdade e nos revelar as muitas qualidades

do caráter de Deus. Não somente nos mostrando

como Deus é, mas nos modificando

para que sejamos como Ele.

938 / SEÇÃOE5 E5.1– A Nova Vida

O plano de Deus é para que vivamos

com Ele para sempre. Portanto, os anos que

vivemos na terra nos são concedidos para

desenvolver a capacidade de viver confortavelmente

na Sua atmosfera de pureza, santidade,

paz, regozijo e veracidade.

A obra do Espírito Santo em nós, representa

o milagre inicial do novo nascimento

e, depois disso, faz com que continuemos a

crescer em nossa nova vida. Um dia, todos

os cristãos estarão completamente amadurecidos

e perfeitamente preparados perante

o Senhor.

Eis como a Bíblia descreve a obra do

Espírito Santo em nossa vida:

“Mas todos nós, com cara descoberta,

refletindo como um espelho a glória do Senhor,

somos transformados de glória em

glória na mesma imagem, como pelo Espírito

do Senhor” (2 Co 3:18).

7. Um Novo Parentesco

Essa é uma ocasião de verdadeiro regozijo.

Agora fazemos parte da família de

Deus... a família real do Universo! Filhos

do Rei! O Apóstolo Paulo descreve desta

maneira:

“Assim que já não sois estrangeiros, nem

forasteiros, mas concidadãos dos santos, e

da família de Deus;

“Edificados sobre o fundamento dos

apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo

é a principal pedra da esquina.

“No qual todo o edifício, bem ajustado,

cresce para templo no Senhor.

“No qual também vós juntamente sois

edificados para morada de Deus em Espírito”

(Ef 2:19-22).

A Bíblia usa muitas ilustrações para descrever

o nosso novo parentesco com Deus

e a nossa nova família espiritual. Somos chamados

de “pedras vivas, sois edificados

casa espiritual” (1 Pe 2:5), ou “soldado de

Jesus Cristo” (2 Tm 2:3). Mas, talvez a

principal ilustração que Deus usa é aquela

do corpo.

“E sujeitou todas as coisas a seus pés, e

sobre todas as coisas o constituiu como

cabeça da igreja. Que é o seu corpo, a plenitude

daquele que cumpre tudo em todos”

(Ef 1:22,23).

“Por que assim como o corpo é um, e

tem muitos membros, e todos os membros,

sendo muitos, são um só corpo assim é

Cristo também

“Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus

membros em particular” ( 1 Co 12: 12,27).

Nos tornamos parte de um Corpo espiritual

e, assim como cada parte do nosso

corpo físico é importante para o resto dele,

também somos importantes para o resto do

Corpo de Cristo, e todo indivíduo cristão é

importante para nós.

8. Um Novo Tipo de Regozijo

O regozijo que experimentamos é um

produto do nosso novo parentesco com

Deus, através da nossa fé em Jesus.

Compreendemos que a nossa salvação

não aconteceu pelo que fizemos, pois ela

foi uma dádiva. Deus planejou e iniciou a

nossa experiência de vir a conhecê-Lo.

Assim como aprendemos que é impossível

obter a nossa salvação por nós mesmos,

também é verdade que é impossível

viver a vida cristã sem a ajuda de Deus.

Da mesma maneira que confiamos n’Ele

para perdoar os nossos pecados, também

confiamos n’Ele para viver vitória e regozijo,

no nosso dia a dia. O regozijo ocorre

continuamente, como resultado desse novo

parentesco de confiança no poder do Espírito

Santo.

Os cristãos do passado viveram tempos

de muitas dificuldades, mas a história e a

Bíblia confirmam que os crentes experimentam

alegrias sob qualquer circunstância.

O Apóstolo Paulo escreveu no Novo

Testamento, a respeito dessa experiência.

“Sendo pois justificados pela fé, temos

paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;

“Pelo qual também temos entrada pela

fé a esta graça, na qual estamos firmes, e

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 939

nos gloriamos na esperança da glória de

Deus.

“E não somente isto, mas também nos

gloriamos nas tribulações; sabendo que a

tribulação produz a paciência.

“E a paciência a experiência, e a experiência

a esperança.

“E a esperança não traz confusão, porquanto

o amor de Deus está derramado em

nossos corações pelo Espírito Santo que

nos foi dado” (Rm 5:1-5).

9. Sempre Existirão Tentações

Todos somos tentados. Estaremos mais

alertas do que estivemos no passado, a respeito

da tentação do pecado à nossa volta.

Até Jesus foi tentado quando esteve na

terra, há 2000 anos atrás. Mas a Bíblia esclarece

que mesmo tendo sido tentado, Ele

jamais pecou. Ele iluminou o caminho à nossa

frente para que nós possamos, também,

viver diariamente em vitória.

A tentação é obra do diabo. Ele sempre

tenta fazer com que desacreditemos na nossa

experiência com Jesus. O Apóstolo Tiago

fez uma surpreendente declaração quando

disse:

“Mas cada um é tentado, quando atraído

e engodado pela sua própria concupiscência”

(Tg 1:14).

Existe uma diferença importante entre

tentação e o próprio pecado. Todos somos

tentados, e o inimigo geralmente pega as

áreas mais fracas da nossa vida, como alvo.

Portanto, a tentação não se transforma

em pecado, a menos que comecemos a acolher

e receber os pensamentos errados dentro

da nossa vida. Quando um pensamento

maligno surge em nossa mente é importante

sabermos que o pensamento inicial não é

nosso, mas do inimigo apresentando uma

tentação, na esperança de que a receberemos.

É nesse ponto que fazemos uma escolha,

rejeitando a tentação no Nome de Jesus.

Se fizermos isto, acharemos que o Espírito

Santo estará lá para nos ajudar e nos

dar força para resistirmos ao diabo.

Existe uma promessa em Tiago 4:7:

“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo,

e ele fugirá de vós”.

Uma coisa importante para termos em

mente, é permanecermos afastados das áreas,

lugares e pessoas que podem provocar

uma tentação maior. Estamos cortejando o

perigo ao flertarmos com a tentação.

Deus nos deu uma promessa maravilhosa,

e a vitória será sempre nossa se simplesmente

vivermos pela Sua orientação.

“Não veio sobre vós tentação, senão humana;

mas fiel é Deus, que vos não deixará

tentar acima do que podeis, antes com a

tentação dará também o escape, para que a

possais suportar” (1 Co 10:13).

B. AGORA, CAMINHE COM DEUS

Quando nos convertemos, demos uma

guinada em nossa vida. Portanto, não devemos

parar nesse ponto; devemos começar a

caminhar com Deus.

Isso significa, vivermos o nosso dia a dia

com Ele e sermos guiados por Ele. O Senhor

Jesus Cristo habita no nosso coração

pelo Seu Espírito, mas Ele controla somente

aquela parte da nossa vida que entregamos

a Ele.

1. Entregar Tudo a Ele

O Apóstolo Paulo escreveu aos cristãos

sobre isso:

“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão

de Deus, que apresenteis os vossos

corpos em sacrifício vivo, santo e agradável

a Deus, que é o vosso culto racional.

“E não vos conformeis com este mundo,

mas transformai-vos pela renovação

do vosso entendimento, para que experimenteis

qual seja a boa, agradável, e perfeita

vontade de Deus” (Rm 12: 1,2).

Porque o Seu Espírito agora habita em

nossos corpos; a única maneira d’Ele expressar

a Sua vida e o seu amor é através

daquele que confia totalmente n’Ele.

Não espere que o Espírito Santo transforme

a “casa do seu coração”, se você se

940 / SEÇÃOE5 E5.1– A Nova Vida

recusa a deixá-Lo entrar em todos os cômodos.

Sei que você quer ter a certeza de que

entregou tudo a Ele, por isso eis aqui uma

sugestão:

Pegue alguns pedaços de papel e escreva

em cada pedaço, o dinheiro que possui, seu

carro e qualquer bem que possua, seus entes

queridos e, por último, você mesmo.

Ore por um curto período de tempo e

faça a entrega a Deus. Dê cada uma dessas

coisas que você relacionou, a Deus – “Aqui

estão, Senhor, a minha conta bancária, a minha

TV, a minha casa. Eu entrego tudo a

Ti”.

Quando nos entregamos a Deus, nos entregamos

à vida, ao regozijo e a paz. Isto é

o que realmente significa ser um discípulo

de Jesus.

2. Comunicar-se com Jesus

A nossa vida crescerá e se desenvolverá

à medida que nos comunicarmos com Jesus.

O Apóstolo Paulo dá um bom conselho

em Filipenses 4:6,7: “Não estejais inquietos

por coisa alguma: antes as vossas

petições sejam em tudo conhecidas diante

de Deus pela oração e súplicas, com ação

de graças.

“E a paz de Deus, que excede todo o

entendimento, guardará os vossos corações

e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”.

a. A Qualquer Hora, em Qualquer

Lugar. Orar é simplesmente falar a Deus.

Você pode falar com Deus a qualquer hora...

no ônibus, no trem, no carro ou em qualquer

outro lugar. Contudo, é uma grande

idéia você ter um lugar especial e uma hora

especial do dia, para se retirar para um lugar

secreto com Ele.

Fique quieto e ouça. Traga os seus problemas

e pedidos para a presença d’Ele. Eis

aqui uma promessa importante que Deus

fez para encorajar você:

“Mas tu, quando orares, entra no teu

aposento e, fechando a tua porta, ora a

teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que

vê secretamente, te recompensará” (Mt

6:6).

b. Encontre um Parceiro de Oração.

“Também vos digo que, se dois de vós concordarem

na terra acerca de qualquer coisa

que pedirem, isso Lhes será feito por

meu Pai, que está nos céus” (Mt 18:19).

Esta é uma promessa especial para duas

pessoas quaisquer, que concordarem em orar

juntas, em harmonia e fé. Desta forma, uma

pode encorajar a outra a acreditar e ser positiva

em sua fé. Isso acrescenta um poder

extra à sua vida.

Existe uma extensão ilimitada neste tipo

de oração. Na promessa que Deus fez, Ele

diz que devemos pedir QUALQUER COISA!

Que possibilidades! Deus o fará do

Céu. Que experiência magnífica, juntar-se

aos poderes do Céu na visão dos milagres

na vida das pessoas!

No Antigo Testamento existe uma pergunta:

“...seria qualquer coisa maravilhosa

para mim?” (Jr 32:27).

A resposta é NÃO!

c. Junte-se aos Outros. Procure assistir

a reuniões de oração e junte-se a outras

pessoas na família de Deus, para orar.

Coisas importantes estão sendo realizadas

na terra através das orações da Igreja. Seja

parte delas.

3. Obedeça ao Espírito Santo

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é

verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o

que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é

amável, tudo o que é de boa fama, se há

alguma virtude, e se há algum louvor, nisso

pensai” (Fp 4:8).

Este é um bom conselho. Do mesmo

modo que você é assistido pelo Senhor para

orientá-lo no seu novo estilo de vida, essas

coisas acontecerão. Você se conscientizará

da fala de Deus, através da Sua Palavra à

medida que você a ler.

Uma convicção interior brotará no seu

coração de que uma determinada coisa está

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 941

certa. Obedeça esta convicção, pois este é

o modo como você está aprendendo a ser

guiado pelas direções d’Ele.

Há muitas vozes no mundo, mas a voz

do Espírito Santo nunca pedirá a você para

fazer qualquer coisa pecaminosa ou que possa

ferir alguém, e nada que seja contrário ao

que está escrito na Bíblia.

Algumas vezes, as pessoas falharão com

você, mas não se sinta desanimado. Deus é

sempre o mesmo e o Seu caráter é totalmente

de confiança.

Quando você se depara com uma decisão

ou escolha entre dois caminhos, escolha

sempre a estrada superior, aquela que é

melhor, mais pura, mais generosa e honesta.

Se houver qualquer dúvida sobre alguma

coisa, ela é provavelmente errada para

você.

4. Leia a Bíblia Diariamente

A Bíblia é o seu livro mais estimulante.

É o best-seller mundial. Neste livro (composto

de 66 livros) está o pensamento de

Deus sobre tudo o que é importante. À

medida que você ler a Palavra de Deus você

se encontrará sendo desafiado a se modificar.

Quando você encontrar uma área da sua

vida que esteja contrária à maneira de Deus,

você vai querer modificá-la.

Isto acrescentará alegria à sua vida. Ler a

Bíblia será como tomar um banho... trará

uma sensação de limpeza e de frescor.

O Salmista colocou isto desta maneira:

“Escondi a tua palavra no meu coração,

para eu não pecar contra ti” (Sl 119:11).

Compartilhamos da vida de Deus através

das palavras d’Ele, e encontramos forças

e autoridade para desafiar e derrotar as

tentações de Satanás. Em Efésios 6:7 nos é

dito que a espada do Espírito é a Palavra de

Deus.

Decida-se a ler a Palavra de Deus, diariamente.

Comece lendo o Novo Testamento.

Ore e peça a Deus para falar a você enquanto

você lê.

É muito bom ter um caderno de anotações

ou um diário para escrever as lições e

os pontos importantes que você aprender,

enquanto você estiver lendo.

Tome nota, também, das coisas que Deus

está pedindo para você fazer. Há uma grande

alegria em obedecer as instruções d’Ele,

pois elas produzem a verdadeira vida e o

caráter de Deus, dentro de nós.

5. Encontre um Lar Espiritual

É muito importante encontrar um lar espiritual

onde você pode receber ensinamento

e solidariedade para ajudar o seu crescimento

e entendimento.

Você precisa encontrar um pastor (que

algumas vezes é chamado de ancião, pastor

ou ministro), alguém a quem você possa

respeitar e confiar a sua vida, e que poderá

vir a ser o seu pai espiritual.

Seja leal e fiel a ele e permita que ele o

ajude a direcionar sua vida. Se você tiver

áreas da sua vida nas quais não tem sido

capaz de conseguir vitória por si mesmo,

compartilhe-as com o seu pastor.

Lembre-se de que Deus deseja que você

seja completamente livre.

Jesus disse: “Se pois o Filho vos libertar,

verdadeiramente sereis livres” (Jo

8:36).

6. Ajude a Obra de Deus

Deus deseja que você tenha êxito em sua

vida e deseja, também, atender às suas necessidades.

O que você deve fazer é honrar a Deus,

doando dinheiro e tempo para ajudar a obra

d’Ele. Isto é parte da nossa adoração e ajuda

a estender o Reino d’Ele. Dessa forma,

outros terão a mesma oportunidade que

você, de ouvir as boas novas (o Evangelho).

Deus nos estimula a separarmos um décimo

da nossa renda mensal para a obra

d’Ele, e levá-lo para o nosso lar espiritual

onde devemos oferecê-lo em adoração ao

Senhor, com todos os outros crentes.

Essa é a maneira de você expressar o seu

942 / SEÇÃOE5 E5.2– Batismo na Água – Parte I

amor e a sua gratidão a Deus, por tudo o

que Ele tem feito por você.

7. Dons de Ministério

Para Ajudar Você

Deus concedeu dons especiais de ministério

para a Igreja, tais como instrutores e

mestres. Eles são chamados por cinco nomes

diferentes: Apóstolos, Profetas, Evangelistas,

Pastores e Mestres.

Você aprenderá a reconhecê-los à medida

que participar da vida da Comunidade

Cristã. Eles são as provisões de Deus para

ajudar você. Você pode ler isso em Efésios

4:11-13.

8. Conte aos Outros Sobre Jesus

Compartilhe a sua vida com os outros.

Isto pode trazer desentendimento ou mesmo

perseguição, mas Deus lhe dará a sabedoria

de como compartilhar o Evangelho

com as pessoas.

Lembre-se de que eles necessitam de Jesus,

desesperadamente. Ore por eles e compreenda

que o Espírito de Deus está usando

as suas palavras para agir no coração

deles, mesmo quando as evidências parecem

indicar o contrário.

Você faz parte do mais poderoso exército

de testemunho de crentes, ao redor do

mundo. Há, literalmente, milhões de pessoas

se voltando para Cristo e Ele quer

que você também tenha a alegria de ganhar

alguém para Ele.

Que vida maravilhosa você tem agora!

Desfrute-a, e a Deus também.

Deus o abençoe e o receba na família

d’Ele.

C. CONCLUSÃO

Lembre-se:

• Deus ama você.

• Ele vive dentro de você.

• Ele está aí para ajudar.

• Obedeça, quando sentir que o Espírito

Santo está lhe dizendo para fazer

alguma coisa.

• Fale com Deus, constantemente, em

oração.

• Leia e estude a Sua Palavra.

• Conte aos outros sobre Jesus.

• Tenha solidariedade com os outros

na família (Igreja) de Deus.

Capítulo 2

Batismo na Água - Parte I

Graham Truscott

Introdução

“Quem crer e for batizado será salvo...”

(Mc 16:16).

Depois de arrepender-se e de receber

Jesus Cristo como seu Salvador, o próximo

passo na sua vida cristã é o batismo na água.

Devemos observar cuidadosamente, que o

batismo na água é ordem de Deus: “...seja

batizado” (At 2:38).

O batismo na água não é algo para agradar

a nós mesmos. É essencial que todo crente

em Cristo obedeça essa ordem da Palavra

de Deus. Também é fundamental obedecêla

da maneira bíblica. Jesus disse: “Aquele

que tem os meus mandamentos e os guarda

esse é o que me ama...” (Jo 14:21).

A Bíblia nos conta em Samuel, que o

Rei Saul queria agradar a Deus com o sacrifício

de animais, mas ele já havia desobedecido

a ordem de Deus. O Senhor falou

a ele através do Seu servo Samuel:

“Porém Samuel disse: Tem porventura o

Senhor tanto prazer em holocaustos e

sacrifícios, como em que se obedeça à

palavra do Senhor? Eis que o obedecer é

melhor do que o sacrificar; e o atender é

melhor do que a gordura de carneiros”

(1 Sm 15:22).

Hoje, essas palavras são como uma advertência

para nós. Você talvez deseje fazer

muita obra para o Senhor e pode estar pronto

para isto. Você pode tentar servir a Deus de

muitas maneiras, como Saul.

Porém, se você não estiver pronto para

obedecer á ordem de Deus para “ser batizaDAR

INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 943

do” na forma bíblica, o Senhor não aceitará

os seus serviços e sacrifícios.

Vemos a total necessidade de obedecer à

ordem do Senhor para “ser batizado” na

forma da Bíblia, quando vemos que Jesus

“veio a ser a causa de eterna salvação para

todos os que lhe obedecem” (Hb 5:9).

À luz desta sagrada advertência, examinemos

a Palavra de Deus para ver o que Ele

tem a dizer sobre o batismo na água.

São cinco as perguntas feitas, usualmente,

sobre o batismo na água:

• QUEM deve ser batizado?

• COMO devemos ser batizados?

• ONDE devemos ser batizados?

• POR QUE devemos ser batizados?

• QUANDO devemos ser batizados?

As ordens de Deus sobre o batismo na

água são muito diferentes das tradições dos

homens.

Portanto, devemos ter em mente a advertência

do Senhor Jesus contra aqueles

que “assim invalidastes, pela vossa tradição

[as regras legadas pelos seus antepassados]

...o mandamento de Deus” (Mt

15:6).

A. QUEM DEVE SER BATIZADO?

Antes de subir ao Céu, o Senhor Jesus

Cristo ordenou aos Seus discípulos:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,

pregai o Evangelho a toda a criatura.

“Quem crer e for batizado será salvo;

mas quem não crer será condenado” (Mc

16:15,16).

Podemos ver que a ordem do Senhor Jesus

Cristo é muito simples e clara. Somente

aqueles que se tornaram verdadeiros crentes,

colocando a sua fé em Cristo, devem

ser batizados. É óbvio que aqueles a serem

batizados, devem ter idade suficiente para

tomar a sua decisão pessoal por Cristo.

Algumas crianças recebem a Cristo quando

ainda são muito pequenas, mas se elas

tiverem uma fé verídica em Cristo, elas estarão

prontas para o batismo.

A Bíblia parece se referir a uma “idade

de responsabilidade”. Esta idade chega,

quando a criança sabe a diferença entre o

certo e o errado. “...antes que este menino

saiba rejeitar o mal e escolher o bem...” (Is

7:16). Até aquela idade, os filhos dos crentes

estão salvos e seguros pela fé dos seus

pais.

“...os vossos filhos seriam imundos;

mas agora são santos” (1 Co 7:14).

Novamente em Mateus 28:19,20, Jesus

autorizou aos Seus discípulos: “Portanto

ide, ensinai todas as nações, batizando-as

em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito

Santo; Ensinando-as a guardar todas as

coisas que eu vos tenho mandado; e eis que

eu estou convosco todos os dias, até a consumação

dos séculos”.

Aqui também, o teor é claro. Somente

aqueles que se tornarem discípulos pela escolha

de seguir o Senhor Jesus Cristo e Seus

ensinamentos, devem ser batizados.

Jesus disse que as condições para se tornar

um discípulo são as seguintes: “Se alguém

vier a mim, e não aborrecer a seu

pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos e

irmãs, e ainda também a sua própria vida,

não pode ser meu discípulo. E qualquer que

não levar a sua cruz, e não vier após mim,

não pode ser meu discípulo” (Lc 14:16,27).

Portanto, vemos que aquele que for batizado

será um discípulo de Jesus Cristo.

Um discípulo é aquele que escolheu fazer

Cristo o supremo amor de sua vida. Qualquer

um que não tenha feito isto “Não pode

ser meu discípulo’’, disse Jesus.

E se eles não podem ser discípulos d’Ele,

eles não podem ser batizados.

“Ser batizado”: Quem? Aqueles que

colocaram sua fé pessoal no Senhor Jesus

Cristo. Aqueles que fizeram sua própria escolha

de ser discípulo d’Ele e segui-Lo.

Não existe autoridade na Bíblia para batizar

qualquer um, exceto aqueles que se

arrependeram dos seus pecados e tomaram

a sua decisão pessoal de aceitar a Cristo

como seu Senhor e Salvador e de segui-Lo.

Não podemos obedecer ao segundo man944

/ SEÇÃOE5 E5.2– Batismo na Água – Parte I

damento – “ser batizado” – enquanto não

obedecermos ao primeiro – “arrependerse”.

Mesmo aqueles, nascidos num lar cristão,

devem arrepender-se verdadeiramente

e manter a sua vida de fé em Cristo.

1. Exemplos Bíblicos

Durante o ministério dos seguidores de

Cristo, somente aqueles que verdadeiramente

se arrependiam, acreditavam e aceitavam

Cristo em seu coração, eram batizados.

a. O Dia de Pentecostes. “E, ouvindo

eles isto, compungiram-se em seu coração,

e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:

Que faremos, varões irmãos?

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e

cada um de vós seja batizado em nome de

Jesus Cristo, para perdão dos pecados...

“De sorte que foram batizados os que

de bom grado receberam a sua palavra; e

naquele dia agregaram-se quase três mil

almas” (At 2:37,38,41).

Observe que aqueles que receberam a palavra

e obedeceram à ordem para se arrepender,

foram batizados.

b. Os Novos Crentes em Samaria.

“Mas, como cressem em Filipe, que lhes

pregava acerca do reino de Deus, e do nome

de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens

como mulheres [sem menção a criança]”

(At 8:12).

Quando Filipe exortou Cristo em Samaria

e demonstrou o poder milagroso de Deus

pelos sinais de curas e maravilhas, estava

presente uma multidão de homens e mulheres.

Nós lemos: “Mas como cressem... se

batizavam, tanto homens como mulheres”.

c. O Eunuco Etíope. “Então Filipe,

abrindo a sua boca e começando nesta Escritura,

lhe anunciou a Jesus.

“E indo eles caminhando, chegaram ao

pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis

aqui água; que impede que eu seja batizado?

E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o

coração. E, respondendo ele disse: Creio

que Jesus Cristo é o Filho de Deus.

“E mandou parar o carro, e desceram

ambos à água, tanto Filipe como o eunuco,

e o batizou” (At 8:35-38).

O batismo na água para os crentes, é

uma parte essencial das “boas novas sobre

Jesus”. Do contrário, o eunuco não teria

pedido pelo batismo..

As palavras do evangelista Filipe ao

eunuco, são muito claras: “...se crês de todo

o coração, [sejas batizado]”. Esta condição

jamais mudou.

d. Saulo de Tarso (O Apóstolo Paulo).

“E Ananias foi, e entrou na casa e,

impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo,

o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho

por onde vinhas, me enviou, para que

tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.

“E logo lhe caíram dos olhos como que

umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-

se, foi batizado” (At 9:17,18).

Já vimos como Saulo se arrependeu dos

seus pecados, no caminho de Damasco’, e

chamou Jesus de “Senhor’’. Ananias era descrito

como “um discípulo” (At 9:10). Ele

tratava Saulo como “Irmão Saulo”, porque

através da sua fé pessoal em Cristo, Saulo

havia se tornado seu irmão em Cristo. Então,

aquele que se tornaria o grande apóstolo Paulo,

foi batizado na água como um crente.

e. Cornélio e Sua Companhia. “Pode

alguém porventura recusar a água, para

que não sejam batizados estes, que também

receberam como nós o Espírito, Santo? E

mandou que fossem batizados em nome do

Senhor” (At 10:47,48).

Conforme vimos no nosso estudo sobre

arrependimento, Cornélio e sua companhia

primeiro creram e se arrependeram (At

11:17,18) e, então, receberam o Dom do

Espírito Santo. Observe que aqueles que

receberam o Espírito Santo exatamente

como os 120 discípulos receberam em Atos

2, foram batizados.

f. Os Coríntios. “... e muitos dos Coríntios,

ouvindo-o creram e foram batizados”

(At 18:8).

Não há lugar para debate: primeiro, eles

creram; depois eles foram batizados.

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 945

g. Os Discípulos em Éfeso. “... Paulo,

tendo passado por todas as regiões superiores,

chegou a Éfeso; e achando ali alguns

discípulos... foram batizados em nome

do Senhor Jesus” (At 19:1,5).

Os discípulos em Éfeso eram seguidores

sinceros do Senhor Jesus. E o exemplo deles,

como todos os outros, mostra que o

batismo na água, bíblico, vem após o arrependimento

e a fé pessoal em Cristo. Não

há autorização na Bíblia, para batismo daqueles

que nunca se arrependeram dos seus

pecados, nem tampouco receberam Jesus

Cristo em suas vidas.

“a Escritura não pode ser anulada” (Jo

10:35). Em todos os exemplos acima de

batismo na água, aqueles que foram batizados,

primeiro se arrependeram dos pecados

e creram em Jesus Cristo.

Há na Bíblia, mais quatro exemplos de

batismo na água. Veremos, agora, como eles

também ensinam que a ordem do Senhor

“seja batizado” é para ser obedecida por

aqueles que primeiro têm que se arrepender

e crer n’Ele.

2. Os Batismos das Famílias

Há quatro referências na Bíblia, de batismos

das famílias. Trataremos, agora, do

assunto de batismo da família, à luz do que

a Bíblia diz:

a. A Família de Estéfanas. “E batizei

também a família de Estéfanas” (1 Co 1:16).

“Agora vos rogo, irmãos, sabeis que a família

de Estéfanas é as primícias da Acaia,

e que se tem dedicado ao ministério dos

santos” (1 Co 16:15).

Lendo esses dois versículos, conseguimos

mentalizar o quadro inteiro, do batismo

da família de Estéfanas.

A primeira referência nos conta somente

que Estéfanas e a família dele foram batizados

pelo Apóstolo Paulo.

Mas, no segundo versículo, ficamos sabendo

que todos na família se “converteram”

– significando que eles se arrependeram

e se voltaram para Cristo. As palavras

“e que se tem dedicado ao ministério dos

santos” revelam duas coisas sobre essa família:

• Estéfanas e os membros da família

dele tiveram a salvação pessoal, através

da crença em Cristo.

• Eles também dedicaram a sua vida ao

serviço do povo de Deus.

Por haverem se tornado crentes devotos

em Cristo, Paulo os batizou na água.

Os estudantes acham que a palavra “família”

no Novo Testamento significava, nos

tempos da Bíblia, dependentes e servos. De

fato, cada um daqueles exemplos correspondente

às instruções apostólicas – “Arrepender-

se”, “Ser batizado”, “Receber o

Espírito Santo” – estabelece isto.

Todas as três experiências são para pessoas

que recebem instrução, entendem o

Evangelho, se arrependem e têm fé.

b. O Carcereiro e Sua família. “E

eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo,

e será salvo, tu e a tua casa.

“E lhe pregavam a palavra do Senhor,

e a todos os que estavam em sua casa.

“E, tomando-os ele consigo naquela

mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões;

e logo foi batizado, ele e todos os

seus.

“E, levando-os a sua casa, lhes pôs a

mesa; e, na sua crença em Deus alegrou-se

com toda a sua casa” (At 16:31-34).

Está bem claro que toda a família do carcereiro

correu para a cela da prisão, quando

sentiu que o terremoto havia provocado a

libertação dos prisioneiros.

Paulo e o seu companheiro Silas, pregaram

o Evangelho para todos eles na cela da

prisão e todos ouviram a Palavra do Senhor.

E todos creram e foram batizados. Do mesmo

modo, a família do carcereiro ouviu e

creu na Palavra de Deus.

Portanto, todos foram batizados como

crentes e todos se regozijaram na alegria da

salvação recém encontrada.

Uma vez mais, então, vemos que foi um

batismo para crentes.

946 / SEÇÃOE5 E5.2– Batismo na Água – Parte I

c. A Família de Crispo. “E Crispo,

principal da sinagoga, creu no Senhor com

toda a sua casa; e muitos dos Coríntios,

ouvindo-o creram e foram batizados” (At

18:8).

O homem proeminente creu no Senhor,

juntamente com todos os membros da sua

família. Portanto, todos eles tiveram o direito

de experimentar o batismo dos crentes.

Os outros coríntios que creram, também

foram batizados na água.

d. A Família de Lídia. “E uma certa

mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura,

da cidade de Tiatira, e que servia a

Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o

coração para que estivesse atenta ao que

Paulo dizia.

“E, depois que foi batizada ela e a sua

casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado

que eu seja fiel ao Senhor, entrai em

minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a

isso” (At 16:14,15).

O coração de Lídia se abriu para o Evangelho

e para o Senhor Jesus. Ela se tornou

uma crente fiel e foi batizada.

Sobre o poder e autoridade dos exemplos

anteriores, incluindo o de Lídia, concluímos

que: Quer seja da família de Lídia

ou de qualquer outra família, todos os membros

devem se arrepender dos pecados sinceramente,

crer e receber o Senhor Jesus

Cristo e o Seu Evangelho, como uma experiência

pessoal, antes que todos os membros

da família possam ser batizados.

Já consideramos todos o exemplos do

batismo na água, no Novo Testamento. A

ordem para “Ser batizado” é para aqueles

que têm fé nas Boas Novas da salvação através

de Cristo, e O receberam como seu Senhor

e Salvador.

“Sepultados com ele no batismo”

B. COMO DEVEMOS SER

BATIZADOS?

Temos determinada na Bíblia a resposta

para a pergunta “QUEM deve ser batizado?”

Deus nos responde em voz alta e claramente

com a Palavra d’Ele. O candidato

para o batismo na água deve ter se arrependido

e ter experimentado a salvação pessoal

através de Cristo.

A próxima pergunta “COMO devemos

ser batizados?” Se desejamos sinceramente

construir um bom e firme alicerce para a

nossa vida cristã, é fundamental que encontremos

a resposta certa.

Na linguagem grega, na qual o Novo Testamento

foi escrito, a palavra batismo é

“baptizo”, que vem de “bapto” e significa

“mergulhar”, “submergir”, “afundar”.

Por exemplo, a palavra bapto era usada

entre os gregos para indicar a tintura de uma

vestimenta. Quando uma peça de roupa era

tingida, era mergulhada num líquido matizado

até mudar para a cor da tintura.

Um outro exemplo do uso dessa palavra,

era a retirada de água mergulhando um

vaso dentro de outro. O vaso usado para

retirar água era mergulhado na água, dentro

do vaso maior.

É de grande importância que a Igreja Ortodoxa

Grega tenha conservado a palavra

“Baptizo” em sua linguagem litúrgica desde

o início, e que o significado tenha sempre

sido entendido como imersão na água.

Até aos dias atuais a Igreja grega batiza

na água pela imersão. Podemos ter a certeza

de que os gregos entendem o significado do

seu próprio idioma!

1. O Método Bíblico de Batismo

Porque a palavra na Bíblia significa “mergulhar”,

“submergir”, “afundar”, devemos

presumir ser esse o batismo praticado na

Bíblia. E isso é exatamente o que encontramos.

a. João Batista. “Então ia ter com ele

[João Batista] Jerusalém, e toda a Judéia, e

toda a província adjacente ao Jordão, e

eram por ele batizados no rio Jordão, confessando

os seus pecados” (Mt 3:5,6).

A Bíblia não poderia esclarecer de maneira

melhor. Eles foram batizados nas águas

do rio Jordão.

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 947

De fato, a Bíblia ensina que ambos, João

Batista e Nosso Senhor Jesus, escolheram

um lugar onde havia muita água, para fazer

o batismo deles:

“Depois disto foi Jesus com os seus discípulos

para a terra da Judéia; e estava ali

com eles, e batizava. Ora João batizava

também em Enom, junto a Salim porque

havia ali muita água; e vinham ali, e eram

batizados” (Jo 3:22,23).

Enom significa “fontes” ou “nascentes”.

Podemos ir lá hoje, e ainda veremos

as abundantes nascentes de água. Uma

outra versão de João 3.23 é “porque lá

havia muitos tanques e córregos” (tradução

de Weymouth). “Muita água” era

fundamental, porque eles eram batizados

pela imersão do candidato na água.

b. O Batismo de Cristo. “E aconteceu

naqueles dias que Jesus tendo ido de

Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João,

no Jordão. E, logo que saiu da água, viu os

céus abertos, e o Espírito, que como pomba

descia sobre ele” (Mc 1:9,10).

Nosso Senhor Jesus foi batizado na água.

Ele surgiu “deixando-nos o exemplo, para

que sigais as suas pisadas” (1 Pe 2:21).

Você seguiu o exemplo d’Ele? Você foi batizado

na água e se levantou da água?

c. O Eunuco Etíope. “E mandou parar

o carro, e desceram ambos a água,

tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.

“E, quando saíram da água, o Espírito

do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu

mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu

caminho” (At 8:38,39).

Por que a Bíblia diz “eles se levantaram

da água?” Porque a palavra “batizar” significa

mergulhar e o Novo Testamento não

fala de batismo de outra forma.

2. Sepultamento e Ressurreição

A Bíblia ensina que o batismo é um sepultamento.

O candidato é enterrado totalmente

na água: “Ou não sabeis que todos

quantos fomos batizados em Jesus Cristo

fomos batizados na sua morte?

“De sorte que fomos sepultados com ele

pelo batismo na morte; para que, como

Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória

do Pai, assim andemos nós também em

novidade de vida” (Rm 6:3,4).

“Sepultados com ele no batismo, nele

também ressuscitastes pela fé no poder de

Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl

2:12).

Discutiremos, em breve, o significado espiritual

disso. Observamos que todos que

foram batizados, foram enterrados na água,

do mesmo modo como Cristo foi enterrado

na terra. A Bíblia também ensina que o batismo

é uma ressurreição para uma nova vida.

“De sorte que fomos sepultados com ele

pelo batismo na morte; para que, como

Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória

do Pai, assim andemos nós também em

novidade de vida” (Rm 6:4).

“Sepultados com ele no batismo, nele

também ressuscitastes pela fé no poder de

Deus que o ressuscitou dos mortos” (Cl

2:12).

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo,

buscai as coisas que são de cima, onde

Cristo está assentado à destra de Deus”

(Cl 12:12).

No batismo na água, após o candidato

ser enterrado ele é levantado de debaixo da

água. O batismo é um sepultamento e uma

ressurreição.

C. ONDE DEVEMOS

SER BATIZADOS?

Do nosso estudo de “COMO devemos

ser batizados?”, a resposta à nossa terceira

pergunta é óbvia. “ONDE devemos ser batizados?”

A Bíblia diz que eles batizavam na água,

onde havia muita água. Batize no mar, nos

rios, nas nascentes, nas piscinas, nas fontes

e nos-tanques. Onde for possível, batize ao

ar livre como na Bíblia como um testemunho

público.

Contudo, algumas igrejas têm um tanque

fundo, ou “batistério”, dentro do pré948

/ SEÇÃOE5 E5.3– Batismo na Água – Parte II

dio da igreja. Para seguir o padrão da Bíblia

é recomendado que o batismo aconteça num

lugar onde você possa ser enterrado e levantar-

se; um lugar onde haja muita água.

Capítulo 3

Batismo na Água - Parte II

A. POR QUE DEVEMOS

SER BATIZADOS?

POR QUE devemos ser batizados? Porque

o Senhor Jesus ordenou. Porque é o

segundo passo dos ensinamentos dos apóstolos,

sobre o qual construiremos a nossa

vida como crentes.

Além do mais, há um significado espiritual

profundo, no batismo na água. Poderiam

ser escritos livros inteiros sobre o

significado espiritual do batismo. Porem,

só temos espaço para considerar rapidamente,

os aspectos mais importantes.

1. Uma Consciência Pura

“Os quais noutro tempo foram rebeldes,

quando a longanimidade de Deus esperava

nos dias de Noé, enquanto se preparava

a área na qual poucas (isto é, oito)

almas se salvaram pela água:

“Que também, como uma verdadeira

figura, agora vos salva, batismo, não do

despojamento da imundícia da carne, mas

da indagação de uma boa consciência para

com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo”

(1 Pe 3:20,21).

É um fato histórico e bíblico que por

causa do pecado do homem, Deus cobriu

toda a terra com um dilúvio, salvando numa

área apenas Noé e sua família. A terra ficou

completamente coberta pela água. A Bíblia

diz que o batismo “corresponde a isto”.

Como o batismo na água “responde a

Deus por uma consciência pura?” Significa

que Deus está nos perguntando se a nossa

consciência está pura. A Bíblia diz, “Quanto

mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito

eterno se ofereceu a si mesmo imaculado

a Deus, purificará as vossas consciências

das obras mortas, para servirdes ao Deus

vivo?” (Hb 9:14).

Se a sua consciência pecadora foi lavada

e purificada no sangue de Cristo, você não

mais se sente culpado e envergonhado para

se apresentar diante de Deus. Sua consciência

está limpa. Portanto o batismo é a confirmação

a Deus de que a sua consciência

foi purificada pelo sangue de Cristo e que

ela está limpa. Louvado seja o Senhor!

2. Um Testemunho Público

“Ou não sabeis que todos quantos fomos

batizados em Jesus Cristo fomos batizados

na sua morte” ( Rm 6:3).

Toda vez que alguém é batizado da maneira

bíblica, está testificando ao mundo que

o Filho de Deus (Jesus Cristo) foi crucificado,

derramou o Seu sangue e morreu pelos

nossos pecados.

O Seu corpo morto foi colocado no

túmulo, mas Ele não ficou lá. Após três dias

Ele se levantou da sepultura, vitorioso sobre

o pecado e a morte.

Sempre que um crente é batizado, confessando

a sua fé n’Ele, um testemunho publico

é dado a este fato glorioso.

“De sorte que fomos sepultados com ele

pelo batismo na morte; para que, como

Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória

do Pai, assim andemos nós também em

novidade de vida” (Rm 6:4).

3. O Sepultamento do

“Homem Velho”

Tem sido dito freqüentemente que o

“Batismo é um testemunho exterior de uma

experiência interior”. E é. Mas é muito mais

do que isto!

O batismo também é uma experiência!

Vemos, no estudo de Romanos 6 e Colossences

2, que existe uma profunda e preciosa

identificação do crente com o Senhor

Jesus na Sua morte, no Seu sepultamento e

na Sua ressurreição, quando o batismo acontece:

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 949

“Sabendo isto, que o nosso homem velho

foi com ele crucificado, para que o corpo

do pecado seja desfeito, para que não

sirvamos mais ao pecado. Porque aquele

que está morto está justificado do pecado.

Porque o pecado não terá domínio sobre

vos...” (Rm 6:6,7,14).

“Sepultados com ele no batismo, nele

também ressuscitastes pela fé no poder de

Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl

2:12).

Que língua pode falar da abençoada libertação

que temos na Cruz de Cristo? Livres

das lutas! Livres do pecado! Livres da

condenação, da culpa e do medo. O pecado

pregado na Cruz. O homem velho sepultado.

Tudo isso é uma experiência interior

para aqueles que seguem o seu Senhor através

das águas do batismo.

4. A Declaração de Vitória

“Sepultados com ele no batismo... “E,

despojando os principados e potestades, os

expôs publicamente e deles triunfou em si

mesmo” (Cl 2:12,15).

No batismo bíblico na água, o crente certamente

está preparando um bom e firme

alicerce! O batismo comprova perante Satanás,

junto com todos os seus espíritos

malignos, que o Senhor Jesus triunfou sobre

todos eles, na Sua cruz. O batismo mostra

que Jesus libertou o crente do reino e

dos poderes malignos. Aleluia!

5. Confissão de Fé

“Portanto, qualquer que me confessor

diante dos homens, eu o confessarei diante

de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer

que me negar diante dos homens, eu o

negarei também diante de meu Pai, que está

nos céus” (Mt 10:32,33).

O Novo Testamento ensina que o primeiro

caminho de um novo crente é confessar

a sua recém-encontrada fé em Cristo,

sendo publicamente batizado na água.

Já vimos, no Novo Testamento, exemplos

de que o batismo não é algo secreto

mas, sim, um aberto e ousado testemunho

diante de outras pessoas.

Esta confissão e este testemunho públicos

reforçam a nossa fé e determinação para

seguir a Cristo.

O Senhor não quer discípulos secretos,

fracos e medrosos. Essa é a razão porque

Ele ordenou aos crentes para “Ser batizado’’

– para que O confessem perante os

homens.

6. Afirmar a Nossa

Unidade em Cristo

“Porque todos quantos fostes batizados

em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto

não há judeu nem grego; não há servo

nem livre; não há macho nem fêmea; porque

todos vós sois um em Cristo Jesus”

(Gl 3:27,28).

Quando o crente é batizado ele está testificando

que é igual e um com todos os

outros crentes em Cristo.

Pelo derramamento do Seu sangue na

Cruz, o Senhor Jesus fez todos os crentes

n’Ele “...um; e derribando a parede de separação

que estava no meio” (Ef 2:14).

Em Jesus Cristo não há cristãos judeus,

ingleses, africanos, indianos; não há cristãos

ricos ou pobres, educados e não educados,

servos ou mestres; não há cristãos

negros ou brancos, não há machos ou fêmeas,

não há denominação ou missão –

“...pois todos vós sois um em Cristo Jesus’’.

Portanto, quando o crente é batizado,

ele está confessando esta igualdade. O novo

crente está afirmando unidade em Cristo

com todos os outros cristãos no mundo.

Ele está se juntando à família de todos que

confiam em Cristo e sendo batizado à maneira

bíblica.

Qualquer crente batizado que ainda mantenha

em mente qualquer tipo de sentimento

de classe, preconceito racial, opinião sectária

ou atitude de superioridade para com

outros cristãos, está vivendo contrário à verdade

e testemunho do batismo. Tal pessoa

950 / SEÇÃOE5 E5.3– Batismo na Água – Parte II

precisa se arrepender e ser purificada novamente,

no sangue de Cristo.

7. Aceitar os Propósitos de Deus

“Mas os fariseus e os doutores da lei

rejeitaram o conselho de Deus contra si

mesmos, não tendo sido batizados por ele”

(Lc 7:30).

Apesar deste versículo estar falando do

batismo por João Batista, a lição espiritual

nele e no batismo do crente em Nome de

Jesus Cristo é a mesma.

Quando somos batizados na água estamos

confessando a nossa voluntariedade de

aceitar os propósitos de Deus para a nossa

vida. Deus tem um propósito – um plano –

para cada um de nós.

Mas se não obedecermos à Sua ordem

para “Ser batizado”, estaremos rejeitando

o propósito d’Ele para nós. Estou certo de

que os propósitos de Deus são os melhores,

você não acha?

8. Separação da Vida Antiga

“Ora, irmãos, não quero que ignoreis

que nossos pais estiveram todos debaixo

da nuvem, e todos passaram pelo mar, e

todos foram batizados em Moisés, na nuvem

e no mar” (1 Co 10:1,2).

O outro único incidente que nos é dado

pelo Antigo Testamento como um quadro

do batismo, é o batismo dos israelitas no

Mar Vermelho.

Apesar do nível da água estar bem acima

de suas cabeças e a água ser-lhes como nuro

à sua direita e à sua esquerda, “... os filhos

de Israel foram pelo meio do mar seco...”

(Êx 14:29).

Eles foram salvos do julgamento de Deus

através do sangue do cordeiro nas suas portas.

Ele foram libertados da servidão e escravidão

dos egípcios.

Mas o seu “batismo em Moisés” significou

uma total e final separação do Egito, do

Faraó o rei do Egito e dos egípcios. As carruagens

do Faraó e dos egípcios e seus cavaleiros,

foram atirados no mar e destruídos de

baixo da água que Deus trouxe sobre eles (Êx

15:19,21).

Da mesma forma, os crentes que têm

seguido o seu Senhor através das águas do

batismo (e aqueles que pretendem ser batizados)

devem viver vidas de completa separação

dos maus hábitos e dos caminhos

dos pecados do mundo (Egito).

9. Cumprir Toda a Retidão

“Então veio Jesus da Galiléia ter com

João junto do Jordão, para ser batizado

por ele. Mas João opunha-se- lhe, dizendo:

Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a

mim?

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhe:

Deixa por agora, porque assim nos convem

cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.

E, sendo Jesus batizado...” (Mt 3:13-

16.)

Se o puro, imaculado Filho de Deus, o

Senhor Jesus, teve que ser batizado para

cumprir toda a retidão, então que somos

nós para dizer que não precisamos ser batizados

na água como Ele foi? Os crentes, no

seu batismo, mostram que como o Senhor

deles eles também estão desejosos para cumprir

toda a retidão.

10. Traz Regozijo

“E mandou parar o carro, e desceram

ambos a água, tanto Filipe como o eunuco,

e o batizou.

“E, quando saíram da água, o Espírito

do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu

mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu

caminho” (At 8:38,39).

“...e logo foi batizado, ele e todos os

seus... alegrou-se com toda a sua casa”

(At 16:33,34).

O eunuco retornou à Etiópia jubiloso e

plantou lá, as sementes da Igreja de Jesus

Cristo. Os resultados são evidentes até hoje,

aproximadamente 2.000 anos mais tarde.

O carcereiro não tinha nada para estar

feliz. Os prisioneiros estavam livres. A prisão

estava arruinada. Mas a alegria da salDAR

INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 951

vação e do batismo encheu o seu coração e

ele se regozijou com toda a sua família.

Hoje, muitos procuram o regozijo de

uma forma que não está agradando a Deus.

Não há regozijo distante de Deus. “Farme-

ás ver a vereda da vida; na tua presença

há abundâncias de alegrias” (Sl

16:11).

À medida que você seguir o caminho

d’Ele que leva ao batismo, você também

estará se alegrando, pois existe uma ligação

direta na Bíblia entre o batismo na água e a

alegria – uma alegria profunda, espiritual e

duradoura, como resultado por obedecermos

a Deus.

Poderíamos relacionar muitas outras razões

porque devemos ser batizados, mas

estas mostram a ênfase que Deus colocou

no batismo. Observe que todas essas experiências

do batismo na água são para aqueles

que aceitaram e experimentaram a graça

e a bênção de Deus.

11. Circuncisão do Coração

“...nem é circuncisão a que o é exteriormente

na carne... a que é do coração, no

espírito, não na letra...” (Rm 2:28,29).

Paulo diz que “servimos a Deus em espírito,

e nos gloriamos em Jesus Cristo, e

não confiamos na carne” (Fp 3:3).

O ritual da circuncisão externa foi substituído

pela experiência interior de se remover

o poder do pecado e os desejos carnais,

pelo batismo dos verdadeiros crentes. “E

estais perfeitos nele [Cristo] que é a cabeça

de todo o principado e potestade.

“No qual também estais circuncidados

com a circuncisão não feita por mão no

despojo do corpo da carne: a circuncisão

de Cristo;

“Sepultados com ele no batismo, nele

também ressuscitastes pela fé no poder de

Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl

2:10-12).

O assunto está encerrado. O batismo é

para aqueles que aceitaram Cristo e a plenitude

da vida d’Ele. Isso despe o corpo dos

pecados e desejos carnais, pela experiência

espiritual de ser enterrado com Ele, no batismo

na água.

De acordo com a Bíblia, o batismo é para

aqueles que se arrependeram e que têm fé

salvadora em Jesus Cristo. Se você não foi

batizado desde que se arrependeu dos seus

pecados e aceitou a Cristo como seu Salvador,

então seu próximo passo deve ser obedecer

o mandamento de Deus para cumprir

toda a retidão, recebendo o batismo na água.

12. O Mandamento de Deus

“POR QUE devemos ser batizados?”

Por causa do glorioso testemunho e da

experiência abençoada do batismo na água.

Porque é um passo fundamental nos planos

de Deus para a nossa vida.

Acima de tudo, Deus ordenou que fôssemos

batizados. Mesmo que não compreendamos

todas as razões e significados espirituais

do batismo na água, este é um fato

que deve nos obrigar a obedecer ao Senhor:

é uma ordem d’Ele.

Ele disse: “Aquele que tem os meus mandamentos

e os guarda esse é o que me ama;

e aquele que me ama será amado de meu

Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”

(Jo 14:21).

A verdadeira prova do nosso amor por

Cristo, não são as nossas palavras, não são

todas as coisas que fazemos por Ele, não

são as nossas orações, não é a nossa leitura

da Bíblia, não é a nossa ida a igreja; muito

embora todas essas coisas tenham o seu lugar.

A prova verdadeira é esta: Nós obedecemos

os mandamentos d’Ele?

“Apressei-me, e não me detive, a observar

os teus mandamentos” (Sl 119:60). Você

está apressado para obedecer os mandamentos

d’Ele para “...que fossem batizados em

nome do Senhor...” (At 10:48).

B. QUANDO DEVEMOS SER

BATIZADOS NA ÁGUA?

“E agora por que te detens? Levanta-te,

e batiza-te...” (At 22:16).

952 / SEÇÃOE5 E5.4– Padrões da Moralidade Sexual

Das respostas encontradas na Bíblia para

as nossas perguntas anteriores, a resposta

para a última pergunta é óbvia.

“QUANDO devemos ser batizados na

água?” tão logo nos arrependamos dos nossos

pecados e creiamos no Evangelho, recebendo

o Senhor Jesus Cristo em nosso coração.

A palavra para agir, sobre arrependimento

e salvação é “agora”! “Mas Deus... anuncia

agora a todos os homens, e em todo

lugar, que se arrependam” (At 17:30).

“...eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui

agora o dia da salvação” (2 Co 6:2).

Exatamente da mesma maneira, a palavra

para agir, sobre o batismo na água é

“agora”. “E agora por que te detens? Levanta-

te e batiza-te...” (At 22:16).

A Bíblia nada conhece sobre “aulas de

ensinamento”, “período experimental de

três meses”, “ver se vai durar”, “ficar pronto”,

“esperar pelo próximo serviço batismal”

ou qualquer outra espera ou demora.

A ordem de Deus é “agora”. No dia de

Pentecostes, as três mil pessoas que se arrependeram

dos seus pecados “foram batizados...

naquele dia” (At 2:24). E não houve

demora.

Os samaritanos foram batizados na água

“... como cressem...” (At 8:12).

O eunuco etíope foi batizado imediatamente

após crer em Cristo, mesmo tendo

sido o primeiro sermão do Evangelho que

ele ouviu na sua vida (At 8:35-38).

O Apóstolo Paulo foi batizado pelo primeiro

discípulo cristão que apareceu para

ele (At 9:17,18).

Cornélio e sua companhia foram batizados

imediatamente, após terem crido (At

10:48).

O carcereiro e sua família foram batizados

na mesma noite em que creram em Cristo

(At 16:30-34).

Tão logo ouviram sobre o batismo de

Jesus, os efésios crentes foram batizados

por Paulo (At 19:4,5).

Não encontramos nenhum tipo de demora

em qualquer dos exemplos dados na

Bíblia.

Quantas pessoas estão sendo roubadas

das maravilhosas bênçãos do batismo ao dizerem

“Estou preparando o meu coração.

Tão logo eu esteja pronto, obedecerei a ordem

para ser batizado.” As únicas condições

encontradas na Bíblia para o batismo

na água, são arrependimento dos pecados,

fé pessoal em Jesus Cristo e a total promessa

de ser Seu discípulo.

Neste momento o Senhor está falando

ao seu coração, a Sua Própria Palavra sobre

batismo. Você sente que deve seguir a ordem

do seu Senhor para “Ser batizado”.

Aja de uma vez! Levante-se e vá a uma

igreja, a um pastor ou a um discípulo que

esteja vivendo de acordo com a Bíblia. Não

demore, pois Deus ordena a você: “E agora

por que te detens? Levanta-te e batizate,

e lava os teus pecados, invocando o nome

do Senhor’’ (At 22:16).

Se você se arrependeu e creu no Senhor

Jesus Cristo como seu Salvador e acredita,

de coração, que você é filho d’Ele, então

obedeça ao mandamento de Deus. Aja agora

mesmo sobre a Palavra d’Ele. “Levanta-te e

batiza-te!”

Capítulo 4

Padrões da Moralidade

Sexual

Zac Poonen

Hebreus 13:4 diz “Venerado seja entre

todos o matrimônio e o leito sem mácula;

porém aos que se dão à prostituição e aos

adúlteros Deus os julga”.

A. DEUS NOS CHAMA

PARA A PUREZA

Os crentes, primeiramente, devem ser

moralmente e sexualmente puros (compare

2 Co 11:2; Tt 2:5; 1 Pe 3:2).

A palavra “puro” ou “casto” significa

ser livre de toda e qualquer mácula daquilo

DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS SEÇÃO E5 / 953

que é lascivo. Ela sugere abster-se de todos

os atos e pensamentos que incitem desejos

que não estejam de acordo com a virgindade

ou com os votos do matrimônio.

Ela enfatiza a restrição e a anulação de

todas as ações sexuais e excitamentos que

manchariam, aviltariam ou depreciariam a

pureza de alguém perante Deus.

Ela abrange o controle de alguém sobre o

próprio corpo “em santificação e honra”

(Ts 4:4), e não em “concupiscência” ( Ts

4:5). Este ensinamento das Escrituras é para

aqueles que são solteiros e para os que são

casados.

Com respeito ao ensinamento bíblico referente

à moralidade sexual, observe o seguinte:

1. Intimidade Sexual Reservada

Para o Casamento

A intimidade sexual é reservada para o relacionamento

matrimonial e é aprovada e abençoada

por Deus, somente nesta situação. Através

do casamento, o homem e a mulher se

tornam um só corpo, de acordo com a vontade

de Deus. Os prazeres físicos e emocionais

resultantes de um relacionamento fiel no casamento,

são determinados por Deus e são mantidos

na dignidade, por Ele (Hb 13:4).

2. Os Pecados Sexuais São

Severamente Condenados

Adultério, fornicação, homossexualidade,

sensualidade, desejos impuros e paixões

degradantes, são considerados pecados graves

na visão de Deus. Ele são uma transgressão

à lei do amor e uma profanação ao

relacionamento matrimonial. Tais pecados

são severamente condenados nas Escrituras.

A prática desses pecados coloca a pessoa

fora do Reino de Deus (Rm 1:24-32; 1

Co 6:9,10; Gl 5:19-21).

3. Os Pecados Sexuais Ocorrem

Fora do Casamento

A imoralidade sexual e a impureza são

definidos como relações ou atos consumados

fora do matrimônio. Qualquer ato de

prazer sexual com uma outra pessoa que

não seja o parceiro do matrimônio, é imoral.

Descobrir ou explorar a nudez de alguém

que não seja o seu cônjuge, leva ao julgamento

de Deus.

Alguns professores contemporâneos dizem

que qualquer intimidade sexual entre

jovens e adultos “comprometidos” mas que

ainda não são casados, é aceitável se essa

intimidade para um pouco antes de se consumar

a união sexual. Esta idéia é contrária

à santidade de Deus e ao padrão bíblico de

pureza. Deus proíbe explicitamente a “exposição

da nudez” ou “ver a nudez” de qualquer

pessoa que não seja uma esposa ou um

esposo, casados pela lei (Lv 18:6-30; 20:11,

17,19-21).

4. Os Crentes Devem Exercitar

o Auto-Controle

O crente deve exercitar o autocontrole e

a restrição firme, com referência a todos os

assuntos sexuais antes do matrimônio. Justificar

a intimidade pré-matrimonial sob o

pretexto de um compromisso legítimo, compromete,

flagrantemente, os santos padrões

de Deus. As formas impuras do mundo justificam

a imoralidade. Como crentes, não

ousemos.

Após o matrimônio, a intimidade sexual

deve se restringir ao parceiro matrimonial.

A Bíblia vê o aspecto do autocontrole como

fruto do Espírito. Isto evidencia em nossas

vidas, o comportamento puro e positivo

que é oposto aos atos sexuais imorais. Prazer,

fornicação, adultério e impureza nunca

devem ser aceitos entre os crentes. O compromisso

de alguém para com a vontade de

Deus, abre o caminho para receber o dom

do autocontrole (Gl 5:22-24).

5. Termos Bíblicos Para

Imoralidade Sexual

Os termos bíblicos usados para imoralidade

sexual, descrita como o corpo do diabo,

são os seguintes:

954 / SEÇÃOE5 E5.4– Padrões da Moralidade Sexual

a.Fornicação. (Em grego, porneia)

descreve uma enorme variedade de atividades

sexuais antes ou fora do matrimônio.

Qualquer atividade sexual íntima ou desempenho

fora da relação matrimonial, incluindo

o tocar as partes íntimas do corpo de

alguém, ou ver a nudez de uma outra pessoa,

está incluída nesses termos e é uma

transgressão aos padrões morais de Deus

para o povo d’Ele (veja Levíticos 18:6-30;

20:11,12,17,19-21; 1 Coríntios 6:18; 1 Tessalonicenses

4:3).

b. Lascívia. (Em grego, aselgia ) denota

a ausência de princípios morais puros;

especificamente o desprezo a discrição e a

restrição sexual que mantém o comportamento

puro e casto (1 Tm 2:9). Ela inclui a

inclinação em direção à entrega ou à provocação

da concupiscência pecaminosa e, assim,

pode levar alguém a participar de uma

conduta não bíblica (Gl 5:1; Ef 4:19; 2 Pe

2:2,18).

c. Enganar. (Em grego, pleonekteo) significa

privar uma outra pessoa da pureza e

da castidade moral que Deus deseja para

ela, a fim de satisfazer seus próprios desejos

egoísticos. Provocar desejos sexuais em

alguém e não poder realizá-los com retidão,

é enganar aquele alguém (1 Ts 4:6; Ef 4:19;

d. Concupiscência. (Em grego epithumid)

é ter um desejo imoral, o qual se realizaria

se surgisse a oportunidade (veja Mateus

5:28; Efésios 4:19,22; 1 Pe 4:3; 2 Pe 2:18).

A verdadeira moralidade é manter os Padrões

de retidão quando ninguém, mas somente

Deus, saberá o que estamos fazendo.

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 955

SEÇÃO E6

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA

IGREJA

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

Prefácio

E6.1 - Fazer um Inventário

E6.2 - Visão – a Chave Para a Realização

E6.3 - Estabelecendo Alvos e Prioridades

E6.4 - O Dom de Administração

E6.5 - Como Planejar

E6.6 - Estratégia – Implementação – Avaliação

são e um conhecimento básico das Escrituras.

Suas motivações são puras. Sua vida

pertence totalmente ao Senhor.

Se estes fundamentos não fazem parte

da sua vida, os princípios que passo o compartilhar

não o tornarão bem-sucedido. A

vida espiritual precisa estar em primeiro

lugar. Quando tudo isso estiver funcionando

e em ordem, haverá ainda a necessidade

de princípios práticos com os quais se possa

trabalhar, elementos práticos de entendimento.

Dedico esta seção a todos os líderes de

igreja dispostos a pagar o preço e investir

seus esforços para fazer a sua vida valer a

pena para o Senhor – por toda a eternidade.

Capítulo 1

Fazer um Inventário

Introdução

Existe no meio carismático um desequilíbrio

tendente ao lado subjetivo do cristianismo.

Nos círculos evangélicos, esse desequilíbrio

tende para o lado objetivo.

Ser subjetivo significa literalmente viver

a vida a partir do sujeito, ou seja “daquilo

PREFÁCIO

Quando eu era jovem e freqüentava a

Igreja Assembléia de Deus do Norte de

Hollywood, o Pastor Arne Vick ensinava

que as duas chaves para um ministério bem

sucedido eram oração e estudo, estudo e

oração e então mais oração e estudo. Nós,

os jovens, acreditamos nisso e tentamos

fazê-lo, mas não deu certo para nós.

O que não sabíamos é que por trás da

explicação simplista do irmão Vick, havia

talentos e dons, os quais ele próprio ignorava.

Após diversos anos, aos trancos e barrancos,

comecei a entender que o estudo e a

oração, por mais fervorosos, fiéis e bem intencionados

que fossem, não bastariam.

Depois que comecei, por mim mesmo, a

reunir e selecionar alguns Princípios Para

Realização, tornei-me mais produtivo na

obra do Senhor. Quero compartilhar esses

princípios com você.

Tais princípios não substituem os fundamentos

espirituais do ministério e, sim,

os complementam. Entendo que o leitor já

tenha firmado as pedras fundamentais de

dedicação, santidade, consagração, interces956

/ SEÇÃO E6 E6.1 – Fazer um Inventário

“Bem, senhores,” replicou o barqueiro,

“não há pessoas naquela ilha. Sempre foi

desabitada. Tem apenas alguns quilômetros

de comprimento e só encontrarão nela alguns

coqueiros.”

“Tem certeza?” perguntaram atônitos.

“Podem ver com os próprios olhos”, disse

o guia.

Ao chegarem, com apenas uns poucos

minutos de vistória da ilha, puderam verificar

que o guia dissera a verdade. Eles eram

as únicas pessoas na ilha.

É isso o que eu chamo de “subjetividade”

na experiência cristã. Subjetividade exagerada

pode nos desviar do caminho. Se esses

homens tivessem pesquisado um pouco,

teriam evitado o fiasco.

Gastaram muito dinheiro e desperdiçaram

tempo demais, ao seguir a suposta “direção

do Senhor.” Se tivessem procurado

uma confirmação da “direção” subjetiva,

teriam poupado a eles mesmos e à sua igreja,

esse problema.

Voltaram para a igreja e tiveram que relatar

o fracasso à congregação. Tiveram que

explicar porque a grande cruzada nunca se

realizou. O povo os perdoou – mas jamais

se esqueceu da tolice daquela viagem. Mesmo

com a vergonha e os pedidos de desculpas,

levou algum tempo para restabelecer a

confiança em sua liderança.

Procuro equilíbrio, tanto no meu próprio

ministério quanto no ministério dos

outros. Bons princípios de administração,

o “espírito de moderação” (2 Tm 1:7) deve

equilibrar a “direção do Espírito”. Esta seção

do livro é para mostrar-lhe como oferecer

uma administração objetiva a sua igreja

e ao seu ministério.

A. COMECE DE ONDE VOCÊ ESTÁ

É necessário um ponto de partida onde

podemos avaliar os recursos pessoais a disposição

de cada um de nós no trabalho para

o Senhor. Sempre se começa de onde se

está, com aquilo que se tem naquela

hora.

que vem de dentro de você”. A intuição é

que dirige. O que você “sente por dentro” é

a principal fonte de direção para a sua vida

e ministério.

Ser objetivo significa “partir do objeto”

ou “daquilo que vem de fora de você”. A

razão, o intelecto e a lógica, avaliam cuidadosamente

cada detalhe e você decide com

base na informação objetiva.

Já se disse que na experiência cristã subjetividade

em demasia faz com que a pessoa

se “agigante” e objetividade demasiada faz

com que a pessoa se resseque; o equilíbrio

certo dos dois faz com que a pessoa “desenvolva

e cresça”. É esta espécie de equilíbrio

que desejo para mim mesmo, e que procuro

desenvolver entre as pessoas a quem

sirvo.

Permita-me dar um exemplo de desequilíbrio

subjetivo. Há alguns anos atrás,

um amigo meu e os presbíteros de sua igreja

receberam o que pensaram ser uma “palavra

do Senhor”, para que fossem a uma

certa ilha do Caribe a fim de evangelizar o

povo.

Depois de pedirem e receberem o apoio

dos membros da igreja, prepararam-se para

ir, compraram passagens numa agenda de

viagem e partiram com planos para uma

imensa cruzada evangelística.

Os grandes planos foram feitos sem que

pesquisassem a história anterior, necessidade

atual ou oportunidade para a evangelização

naquela ilha.

O avião aterrizou num campo cerca de

50 quilômetros da ilha destinada. Dali, colocaram

o equipamento num pequeno barco

a vela, pertencente a um guia nativo que

dizia saber a localização da tal ilha.

Velejaram contentes pelo plácido mar do

Caribe até o seu destino final. Ao se aproximarem

da metade do caminho entre as duas

ilhas, o guia perguntou-lhes o que pretendiam

fazer quando chegassem em terra. Entusiasmados,

responderam

“Fomos enviados pelo Senhor para evangelizar

esta ilha!”

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 957

O que é que eu tenho? Faça esta pergunta

a você mesmo. Você tem aquilo que

você é por NASCIMENTO, por TREINAMENTO,

pela GRAÇA DE DEUS e pela EXPERIÊNCIA.

Esses são seus recursos e incluem

tudo até onde você se encontra atualmente.

A fé sempre se apossa do futuro, trabalha

sempre para ganhar o futuro e fazê-lo

produzir aquilo que Deus quer. Mas precisamos

começar com o passado. O seu passado

revela e produz os recursos de que

você necessita para conseguir realizar as

coisas no reino de Deus.

Paulo nos diz, “Porque pela graça que

me foi dada, digo a cada um dentre vós

que não pense de si mesmo além do que

convém, antes, pense com moderação segundo

a medida da fé que Deus repartiu a

cada um... tendo porém diferentes dons

segundo a graça que nos foi dada...” (Rm

12:3-6).

O apelo de Paulo é para que avaliemos

com sobriedade aquilo que somos e aquilo

que temos. Utilizando essa avaliação podemos

tornar frutífero o nosso trabalho para

o Senhor. Ele nos estimula a termos uma

opinião equilibrada de nós mesmos. Não

pense com orgulho sobre si mesmo, e nem

se subestime mais do que deve.

1. Seus Recursos Herdados

O primeiro item em nossa folha de dados

é “dons provindos de nossos pais”. O

que foi que seu pai e sua mãe legaram a

você? Eles lhe deram APTIDÕES, TEMPERAMENTO

e INTELIGÊNCIA.

Temos que nos conscientizar daquilo que

somos por nascimento porque isso terá um

impacto sobre os resultados futuros daquilo

que fazemos para estender o reino de

Cristo.

Em 2 Timóteo 1:5 Paulo destacou uma

qualidade importante que Timóteo recebera

desde o nascimento. Ele diz: “pela recordação

que guardo de tua fé sem fingimento,

a mesma que primeiramente habitou

em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice,

e estou certo de que também em ti’’.

A fé foi transmitida pela avó para a mãe

e finalmente para Timóteo pelo processo

genealógico. Paulo se refere a ela como “fé

sem fingimento” – a fé que veio a Timóteo

por nascimento.

a. Aptidões. Quando você examina as

suas aptidões, pergunte-se: “No que é que

eu sou bom?” A resposta, ou as respostas,

são suas aptidões, as coisas para as quais

você tem um dom natural.

Por exemplo, um pianista talentoso pode

fazer o seu instrumento “cantar”. Isto é resultado

de uma certa qualidade nata. Mesmo

com muito treino e prática, aqueles que

não possuem talento natural para a música,

não serão capazes de tocar no mesmo nível

dos que têm essa qualidade nata.

Conquanto Deus, por vezes, mude nossos

dons naturais, em geral esse não é o Seu

método. Normalmente Ele opera através de,

e com esses dons. Pare, portanto, e em dez

ou quinze minutos escreva num pedaço de

papel uma lista de suas aptidões. Essa lista

será de muito valor para você, mais tarde.

Pare de ler agora mesmo, e faça essa lista!

b. Temperamento. A segunda coisa

RECURSOS PARA

O BOM ÊXITO

NAS

CIMENTO

TREINAMENTO

GRA

ÇA

E

XP

ERIÊNCIA

958 / SEÇÃO E6 E6.1 – Fazer um Inventário

que você quer examinar é o seu temperamento.

A pergunta, aqui, é “O que gosto,

realmente, de fazer?” Alguns cristãos têma

idéia de que seja pecado fazer aquilo de que

gostam. Existem coisas que talvez lhe dêem

prazer e que seriam pecado. Mas o fato de

você gostar de fazê-las não é o que as torna

pecado.

Do que você gosta pode, muita vezes,

ser uma indicação do que você deveria estar

fazendo. Isto é porque os nossos gostos e

antipatias, na maioria das vezes, indicam se

uma determinada posição é apropriada ou

não, para o nosso temperamento. Faça uma

lista das coisas que você gosta de fazer.

c. Inteligência. O terceiro fator que recebemos

ao nascer, é a inteligência. “Como

é que me desempenho na resolução de problemas?”

Todo mundo é bom em algum raciocínio.

Mas entender qual é a nossa melhor habilidade,

é uma de nossas dificuldades.

A inteligência é a capacidade de dar uma

contribuição útil aos outros e cuidar de si

mesmo.

Sua capacidade de pensamento claro e

lógico é essencial para uma boa liderança.

As conclusões do seu processo de raciocínio

devem sempre concordar com os ensinamentos

da Bíblia. Este é o teste final da

inteligência.

2. A Influência do Treinamento

A segunda área que precisamos avaliar é

a influência do treinamento sobre aquilo que

somos por nascimento. Há três aspectos

principais que causam impacto sobre a nossa

vida como crentes.

a. Família. Primeiro, a maior influência

sobre a vida de uma pessoa é a família. A

posição dos pais molda os filhos para certos

hábitos, certo estilo de vida.

Se você nasceu num lar amoroso em

que o seu pai e a sua mãe se davam bem,

isso o ajudará. Se eles deram bastante ênfase

positiva aos filhos, desde o nascimento,

você terá maior auto-confiança e

talvez ouse arriscar-se onde outras pessoas

teriam medo.

Se os seus pais demonstraram muito

amor, muito contacto físico, você naturalmente

terá melhores chances de crescer e

tornar-se pessoa amigável, que se relacione

bem com os outros, tornando a vida um

sucesso.

Mas talvez você venha de uma família

menos ideal, como noventa por cento de

nós. Temos alguns fatores negativos no nosso

passado. Devemos estar cônscios deles.

Modelos negativos não são desculpas

para desobedecermos a vontade de Deus.

Mas estar consciente dos moldes de treinamento

da família poderá ajudá-lo (com a

ajuda de Deus) a sobrepujar alguns dos aspectos

negativos desse molde.

Entendendo isso, você pode aprender a

ser um obreiro muito mais forte e positivo

para o Senhor. Se você nunca se conscientizou

dos efeitos da influência familiar, poderá

passar pela vida ofendendo as pessoas

e impedindo-se de realizar muito mais, porque

as suas atitudes não despertam cooperação

nas outras pessoas.

b. Igreja. A segunda grande influência

em sua vida (se você foi criado num lar cristão)

é a igreja. Uma igreja também pode exercer

influência bastante negativa em sua vida,

dependendo do tipo de igreja em que você

cresceu. Nos meus primeiros anos de vida,

fui criado numa igreja em que a ênfase era

hiper-emocionalista.

Se você foi criado nesse tipo de igreja,

talvez pense que o emocionalismo seja espiritualidade

e que é assim que a igreja deve

ser.

Nossa igreja de origem, pode nos fazer

crer que o cristianismo gire em torno de

certas ladainhas, certos ritmos, respondendo

a certas piadinhas que o pregador insere

em suas mensagens. Certos chavões provocam

certas respostas emocionais. Tudo

isso faz parte da nossa cultura eclesiástica.

Se você vem de uma igreja muito conserPLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 959

vadora, onde tudo é litúrgico e regulamentado,

é óbvio que isso exercerá influência sobre

o que você entende de Deus, do cristianismo

e da Bíblia.

Em sua folha de avaliação, anote as influências

positivas e negativas de sua igreja

em sua vida.

c. Escolas. O preparo acadêmico formal

é fator de extrema importância neste

processo todo. O treinamento dado pela

família, igreja e escola, causa impacto sobre

a nossa vida e, junto com as nossas qualidades

natas, nos tornam aquilo que somos.

O preparo é muito importante. Lucas

12:47 diz “Aquele servo, porém, que conheceu

a vontade do seu senhor e não se

aprontou, nem faz segundo a sua vontade,

será punido com muitos açoites.” Preparo

e treinamento são necessários para que cumpramos

a vontade do Senhor.

Aqueles que fazem parte de comitês de

avaliação de candidatos, devem prestar especial

atenção ao que digo aqui. Vocês devem

investigar cada candidato ao ministério

ou missões, a fim de saber quem são, de

nascença e por treinamento.

3. A Graça de Deus

A terceira área que necessitamos considerar

em nosso inventário pessoal, é a graça

de Deus. Para alguns de nós, a graça é o

único fator compensador que possuímos.

Digo isto com sinceridade.

Se alguém tivesse avaliado a minha vida

com base no meu nascimento e instrução,

teria estimado zero possibilidades. Sou

muito grato pelo suprimento abundante da

GRAÇA de Deus na minha vida. Isto, para

o crente, é a grande recompensa.

O que significa a graça de Deus? Primeiramente,

no contexto deste estudo, não estou

falando de favor imerecido, embora seja

este um dos significados da graça. Não me

refiro à graça como “o oposto ao que merecemos”,

embora isso também seja uma definição

de graça.

Estou me referindo à “graça” conforme

Paulo usa em diversas passagens do Novo

Testamento.

a. Habilidade Divina. Em 2 Coríntios

12:9 Paulo relata que o Senhor lhe disse: “A

minha graça te basta porque o meu poder

se aperfeiçoa na fraqueza”.

O que o Senhor estava dizendo a Paulo?

Não estaria dizendo “Meu favor imerecido”

é sucifiente para você. Não estaria dizendo

“dando-lhe o oposto ao que você

merece,” é suficiente para você. Ele estava

dizendo “Minha habilidade divina” é suficiente

para que você viva vitorioso, apesar

dos ataques do mensageiro de Satanás.

Se examinarmos nosso nascimento e instrução,

nós, talvez, sejamos incompetentes.

Temos que contar com a graça de Deus,

a habilidade divina que Deus pode trazer

para a nossa vida. Esta, para o crente, é a

dimensão compensadora que o incrédulo não

possui. A graça de Deus, habilidade divina,

pode ser a grande compensação.

Observamos isso na vida de Davi que,

quando ainda jovem, partiu para lutar contra

Golias. O que foi que o fez ter êxito

contra Golias? Foi a habilidade divina, a graça

de Deus em sua vida.

O que foi que fez José ser bem-sucedido

no Egito? Ele tinha muito bons antecedentes

de nascimento, mas ele tinha somente

17 anos de idade quando foi preso; portanto

ele não tinha muita educação formal.

Ele foi criado numa família nômade, nas

colinas da Judéia. Ele recebeu uma comunicação

divina, uma habilidade divina em sua

vida, a qual fez com que se tornasse primeiro

ministro do Egito.

Aqueles homens conheciam a abundância

da graça de Deus. Anime- se! Jesus diz a

você “A minha graça te basta.’’

Outra vez Paulo se refere a essa graça em 1

Coríntios 15:10: “Pela graça de Deus (habilidade

divina), eu sou o que sou; e Sua graça

que me foi dada, não foi em vão, mas labutei

mais do que todos eles; contudo não eu, mas

a graça de Deus que estava comigo”.

Paulo diz que a graça que lhe foi conce960

/ SEÇÃO E6 E6.1 – Fazer um Inventário

dida, não foi em vão “Mas labutei mais

abundantemente do que todos eles: contudo,

não eu mas a graça de Deus que estava

comigo”. Ele reconheceu que a graça de

Deus era a grande recompensa para as fraquezas

e deficiências humanas.

Da perspectiva judaica, Paulo viera de

um bom lar. Ele era benjaminta. Quanto à

instrução, você não podia culpá-lo.

Ele se sentou aos pés de Gamaliel e foi

treinado para ser um membro do Sinédrio.

Para ser qualificado, ele teve que ser capaz

de citar, de memória, os primeiros cinco livros

da Bíblia. Seu conhecimento do Velho

Testamento era sólido.

Ele disse: “Sou o que sou pela graça de

Deus – a grande recompensa!” O que Paulo

era por nascimento e por instrução, fizeram

dele um assassino, apedrejador de cristãos,

aos quais arrastava às prisões, permanecendo

impassível enquanto Estêvão era

martirizado, segurando as roupas daqueles

que o apedrejavam.

Paulo nasceu e foi educado como um assassino.

Mas, pela graça de Deus, ele conduziu

milhares à salvação e à vida, e fundou

muitas igrejas. Tornou-se um homem que

salvou as vidas de outros, conduzindo-os à

graça de Deus.

4. Experiência

Finalmente, precisamos avaliar nossa

“EXPERIÊNCIA”. Não existe pessoa no

mundo mais perigosa do que a recém-formada

pela escola bíblica. Não há, no mundo,

ninguém mais perigoso do que o pastor

que acaba de formar-se em faculdade teológica.

Por que ele é tão perigoso? Talvez ele

possua fortes habilidades naturais e instrução.

Talvez ele tenha recebido habilidade

divina (graça). O que lhe falta? experiência!

Assumir com presunção a liderança de

uma igreja, de um projeto de ministério para

o qual não se tem experiência, geralmente

resulta em desastre.

Você talvez tenha capacidade, preparo

e, até mesmo, graça confirmadora; mas sem

experiência, você pode gerar problemas para

si mesmo e, talvez, para milhares de outros.

a. Teste Suas Idéias. Quando chegam

homens com doutrinas novas, conceitos ou

idéias novos e que dizem revolucionarão a

igreja ou o mundo, lhes digo: “Irmãos, vão

testar as suas idéias, por uns dois anos,

com trinta pessoas, voltem e me digam se

funciona”.

Não quero ser parte de qualquer “experiência”

sociológica ou religiosa, em massa

– porque é isso que será nos primeiros dois

a cinco anos.

A Bíblia nos admoesta em 1 Reis 20:11,

“Não se gabe quem se cinge como aquele

vitorioso se descinge”. Qual é a diferença?

Aquele que está vestido com a sua armadura,

não tem experiência. Aquele que a está

despojando, está retornando da batalha, com

vantagem valiosa.

“Não se gabe quem se cinge como aquele

vitorioso que se descinge”. Isto nos ensina

que até que uma idéia seja testada pela escola

da experiência, você pode levar a pique

você mesmo e muitas outras pessoas, no

processo.

Não existe coisa tão importante que não

possa ser testada a fim de provar sua validade.

Se você tem princípios que funcionam,

o mundo fará fila para aprendê-los –

porque todos desejam ser bem-sucedidos.

Porém, como líderes, devemos evitar

conceitos não testados, não provados, mesmo

quando eles são populares e acompanhados

de “fanfarra”. Não se gabe enquanto

você está vestido com a armadura. Espere

até que a tenha experimentado. Se você

testou a sua armadura no meio de várias

batalhas e ainda sobrevive, volte e conteme

sobre a sua idéia. É provável que a sua

técnica funcione. Mas se você perde a batalha,

eu terei que ser cauteloso quanto aos

seus princípios.

b. Davi Tinha Experiência. Vejamos

a história de Davi e Golias. Muitas vezes,

professores de escola dominical, interprePLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 961

tam-na como um relato de um jovem inocente

e inexperiente, que foi capaz de derrotar

um guerreiro gigante, munido apenas

de bravura e perícia para ajudá-lo.

Quero destacar uma coisa muito interessante

nessa história.

Davi se ofereceu para lutar contra Golias.

Ele foi o único, em todo Israel, a se apresentar

para a tarefa.

Davi nasceu na família certa. Teve a instrução

certa. Ele já havia sido ungido pelo

profeta (1 Sm 16:12). Ele recebera a graça

de Deus e, com todas aquelas vantagens,

Davi não se aventurava a fazer algo além da

sua experiência.

Leia com cuidado 1 Samuel 17:34-40.

Você observará que Davi usou a sua experiência

para convencer a Saul de que devia

deixá-lo lutar contra Golias. Qual era a sua

experiência?

Ele disse a Saul: “O teu servo apascentava

as ovelhas de seu pai; e vinha um leão

e um urso, e tomava uma ovelha do rebanho;

e eu sai após ele, e o feri, e livrei-a da

sua boca: e, levantando-se ele contra mim,

lancei-lhe mão da barba, e o feri, e o matei.

“Assim feriu o teu servo o leão como o

urso: assim será este incircunciso filisteu

como um deles; porquanto afrontou os exércitos

do Deus vivo.”

Disse mais Davi: “O Senhor me livrou

da mão do leão, e da do urso; Ele me livrará

da mão deste filisteu.” Sobre o que foi

que Davi baseou o seu compromisso? experiência!

c. Não um Novato. Há uma mentalidade

incrível na igreja, que diz que um homem

pode tornar-se apto para o serviço missionário,

simplesmente por caminhar até ao

altar e “render-se ao chamado divino”.

Isso está além do alcance da razão. Não

entendo essa espécie de pensamento – no

entanto, é a única qualificação que muitos

aspirantes às missões possuem.

Quando é que fizeram um inventário dos

seus recursos? Quando é que eles (ou outros)

avaliaram o que eram por nascimento,

instrução, pela graça de Deus ou pela experiência?

Convém reconhecer que a experiência

é parte importante da embalagem.

Note, um pouco mais adiante, em 1 Samuel

17:38, 39: “Saul vestiu a Davi, com a

sua armadura, e lhe pôs sobre a cabeça,

um capacete de cobre, e o armou com uma

couraça. Davi cingiu a sua espada sobre a

armadura e experimentou andar, pois jamais

a havia usado: então Davi disse a

Saul: não posso andar com isso, pois nunca

a usei. E Davi tirou aquilo de cima dele’’.

Davi não lutaria com armas e armadura com

as quais não tivesse experiência.

Paulo delineia qualidades de liderança dizendo,

em 1 Timoteo 3:6,10 “... não seja

neófito, para não suceder que ensoberbeça,

e incorra na condenação do diabo”. Noutras

palavras, tem que haver alguma espécie

de seleção na qual a origem e a experiência

sejam validadas antes da pessoa ser promovida

a um cargo de liderança.

d. Uma História de Credibilidade.

Quando se toma um desafio de fé, este deve

ser precedido de realizações de fé do passado.

Voltando ao exemplo de Davi: seu encontro

com Golias não foi simplesmente

um caso de um pastorzinho jovem, cuja única

arma era a fé, contra um gigante enfurecido

por muitas batalhas.

Davi tinha um histórico anterior, de conquistas

de fé.

Como ele disse a Saul: “O leão e o urso

vieram sobre minhas ovelhas e eu os matei,

rasguei o leão – tive vitória, e vou fazer

o mesmo com aquele filisteu de boca suja”

(tradução livre).

O fato é que seus atos presentes têm

que estar de acordo com o seu histórico de

realizações de fé.

De vez em quando vejo pastores com

congregações de 300 pessoas, saltarem para

programas de construção de auditórios para

3.000 pessoas. Eles se gabam, “Irmão, Deus

me deu uma visão”.

Se você planejar saltar de 300 para 3.000,

você pode ter visão, mas é certo que não

962 / SEÇÃO E6 E6.1 – Fazer um Inventário

possui muita sabedoria. A Bíblia diz que

nos movemos “De fé em fé, de glória em

glória”. Isso significa que devemos dar passes

menores com os quais podemos lidar.

Talvez você chegue a ter uma congregação

de 3.000, mas é mais provável atingir

esse alvo andando em estágios organizados

de planejamento, “linha sobre linha, preceito

sobre preceito”.

Se você tem trinta, construa primeiro

para sessenta. Quando atingir 80% do alvo

projetado, comece a implementar o próximo

passo planejado. Por exemplo, quando

tiver 48, em seu alvo de 60, comece a construir

para 120. Quando tiver cerca de 100,

comece a construir para 300, e assim por

diante até 3.000. Se você permitir tempo

suficiente, poderá atingir os 3.000 numa

série de passos progressivos de fé.

Não se vai de zero realizações, à conquista

total, numa só batalha. Toma-se uma

série de passos de fé. Se você começa a

tomar uma série de passos de fé, talvez

nem sempre tenha todo o dinheiro para

começar o próximo passo. Mas se você

tem um histórico de realizações de fé, e

tem confiado em Deus, no passado, tendo-

O visto operar no cumprimento de Suas

promessas você possui “fé verdadeira,” e

os recursos virão.

Se Deus lhe deu liderança e credibilidade

provada, no seu planejamento, o povo da

congregação dará as finanças para sustentar

a sua visão. Novas conquistas de fé crescem

a partir das realizações de fé do passado.

Quando você tem experiência, sabe que

Deus intervirá e você” verá mais milagres

como jamais viu em sua vida.

5. Sumário

São estas quatro áreas: nascimento,

instrução, graça e experiência, que formam

as fundações sobre as quais construir

o seu futuro. Depois de fazer esta análise,

você está pronto para enfrentar o futuro e

agarrar os seus desafios e oportunidades.

(Veja o diagrama no inicio do capítulo).

Quero, agora, desafiá-lo: se você nunca

fez um inventário assim, em sua vida, ajoelhe-

se, agora mesmo, para orar. Tome algum

tempo para olhar para o Senhor, e procure

escrever o inventário de sua vida.

Não se torne introspectivo, não fique

abatido com o que vê na área de suas aptidões,

temperamento ou inteligência. Talvez

fosse fraca a sua instrução, mas olhe para a

graça de Deus. É a grande compensação para

as suas deficiências e fraquezas.

Se a graça de Deus não tem se desenvolvido

em sua vida, ou se você não tem base

de experiência, adie um pouco o seu plano

de ação. Adie os seu alvos e planejamento

até que você tenha buscado o Senhor seriamente

na oração, e tenha recebido a graça de

Deus e obtido alguma experiência que a comprove.

Trabalhe com um líder bem-sucedido,

por dois ou três anos. Obtenha experiência.

Você verá que ao tomar tempo para avaliar

com sobriedade a sua medida de fé, você

será dirigido até ao ponto em que estará

pronto para lançar-se a um desafio novo

para o Senhor. E poderá realizar algumas

coisas, as quais você nunca imaginou ter

capacidade para completar.

Acompanhe-me inclinando o coração

em oração.

Senhor Jesus, confio que após cada um

ter avaliado cuidadosamente sua vida, poderá

dizer com o apóstolo Paulo: “Pela

graça de Deus sou o que sou”.

Senhor, oro para que sejamos inspirados

a sair e trabalhar mais diligentemente,

derramando nossa vida integralmente,

para que venham ao Teu reino, Tua vontade

seja feita na terra, assim como no céu.

Senhor, livra-nos de altivez e ambição

humana e iniciativas em desacordo com Tua

Soberania. Que a compreensão do Teu propósito

para a nossa vida, nos seja revelada

pelo Teu Espírito.

Ajuda-nos a servir-te mais plena e efetivamente,

nestes dias gloriosos de oportunidades.

Nós Te louvamos e Te agradecePLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 963

mos, enquanto Te pedimos isto no incomparável

nome de Jesus. AMÉM!

Capítulo 2

Visão – A Chave Para a

Realização

Introdução

Chegamos, agora, a uma encruzilhada

perigosa no nosso estudo de princípios de

realização. Descrevemos e analisamos os fatores

importantes do nosso passado e estamos

prontos para agarrar o futuro e tornálo

nosso.

A. COMECE COM VISÃO

Observe, por um momento, o diagrama

na próxima página. É uma seta que aponta

para a frente. Aponta para o futuro.

Chamo isto de “seta de realização” porque

são estes os passos pelos quais a realização

chega à vida de um líder cristão. Toda

a realização, todos os alvos, todos os programas

– tudo o que você deseja fazer –

deve começar com a ponta da seta que você

vê no diagrama. Deve começar com VISÃO.

1. Sem Visão

Para compreender, realmente, o que eu

quero dizer quando falo sobre visão, é útil

mencionar o que acontece, quando não há

visão. Provérbios 29:18 é muito conhecido

nos círculos missionários: “Onde não há

visão, o povo perece”.

A visão da qual o autor de Provérbios

fala, não é apenas uma visão para ganhar o

mundo para Cristo, embora eu não discuta

que se possa aplicá-la para isto. O autor

está falando sobre visão profética. Onde

não há visão profética, o povo perece.

a. O Povo Vive Negligentemente.

Uma tradução que eu gosto diz “Onde não

há visão, o povo vive desleixadamente,”

ou seja, ilegalmente, desenfreado; num estilo

de vida sem propósito. É o que acontece,

“onde falta visão profética”.

Por exemplo: por muitos anos o meu

País (Estados Unidos) tem tido falta de visão

e propósito. Esta nação tem sido como

um navio sem leme. Como resultado, o povo

habita desordenadamente. Vagamos sem

rumo, por recifes próximos à costa perigosa.

Quando eu era criança, nos davam um

senso de visão, na escola, um sentido de

destino individual e nacional, um propósito.

Hoje, quando se fala em dar essa espécie

de visão aos jovens, muitos educadores nos

acusam de fanatismo reacionário.

Mas quando eu era jovem, ensinávamos

às crianças, um sentido de propósito e destine.

Saudávamos a bandeira, com orgulho,

todos os dias; honrávamos e respeitávamos

os fundadores do nosso pais e julgávamos

ter a responsabilidade de ser luz para as

outras nações.

Escritos na Estátua da Liberdade estão

os dizeres: “Dêem-me os cansados, os pobres,

as massas sofridas, que almejam respirar

liberdade...”

Não fazem muitos anos, desde que agíamos

como quem acreditasse que os Estados

Unidos fossem um refúgio de liberdade.

Hoje, vivemos descuidadamente.

2. A Necessidade de Visão Clara

Provenientes de uma origem onde se

pensa em valores teológicos abstratos, nós,

os pregadores, freqüentemente temos muitos

conceitos estruturados de maneira ilógica.

Expressamo-nos em termos ambíguos,

com definições, significados e interpretações

generalizadas.

Quando alguém nos pergunta qual o alvo

de nossa vida, dizemos: “Meu alvo é glorificar

a Deus”. Não soa espiritual? Não soa

maravilhoso? Quantos de vocês, percebem

que é uma declaração ambígua, especialmente

para o homem de classe média, da

rua?

O comentário do homem comum que caminha

pela rua, seria “O que é que aquele

palhaço está querendo dizer?”

964 / SEÇÃOE6 E6.2– Visão – A Chave Para a Realização

Se eu fosse perguntar aos leitores para

definir o que significa “glorificar a Deus”,

eu provavelmente receberia tantas respostas

diferentes, quantos fossem os leitores.

Uma declaração assim, não tem precisão.

a. A Visão Pode Ser Comunicada?

Você supõe que uma visão que não pode ser

comunicada a outros, terá algum resultado?

Meu trabalho com computadores, me

ensinou que eu precisava limpar o depósito

intelectual de minha própria mente. Ela estava

empoeirada e cheia de teias de aranha,

chavões e expressões “espirituais” que são

comumente aceitas por pessoas religiosas,

de modo amplo, sem realmente serem compreendidas.

Seja qual for o seu chamado, primeiro

você deve definir a visão com palavras claras,

compreensíveis, e não com um jargão

religioso.

É necessário que se comece com uma

visão claramente definida.

b. Conheça os Propósitos de Deus.

O mesmo se aplica para a sua vida e o seu

ministério. O ponto de destaque do meu

diagrama, é a visão. Se você não tiver uma

visão claramente definida, você experimentará

a vida, como diz o famoso ditado: “Bem

aventurado aquele que gira em círculos todo

o dia, pois será chamado uma Roda Gigante.”

Você será levado pelo vento, porque não

terá bússola ou mapa para guiá-lo. Será como

o hindu fatalista, que se vê como uma folha

de outono lançada sobre o rio da vida, flutuando

desorientadamente, para onde quer que

a corrente a leve. Muitos cristãos passam

assim pela vida.

Mas não foi assim que Deus planejou.

Ele determinou, segundo o Seu propósito,

que tenhamos direção e visão em nossa vida,

sabendo para onde vamos, determinados a

ganhar o prêmio. Nós temos um indício,

uma meta, uma visão, na direção dos quais

somos constantemente movidos. Mas não

é do feitio de Deus, forçar a visão a quem

quer que seja. “Pedi e dar-se-vos-á”, disse

Jesus.

B. HOMENS BÍBLICOS DE VISÃO

Examinemos alguns exemplos bíblicos de

homens de visão.

1. José

Gênesis 37:5-11 relata a história da visão

de José. Aos dezessete anos, de idade,

José teve a visão para a sua vida, em

dois sonhos dados pelo Senhor. Em termos

simples, ele deveria tornar-se um

governante entre os homens. Seus irmãos,

pai e mãe, um dia se curvariam perante

ele e o serviriam. Esta foi a visão de Deus

para José.

Todos nós sabemos, com que espécie de

“entusiasmo” ele se deparou, quando compartilhou

a visão com seus pais e irmãos.

Gênesis 37:10 relata que o pai o repreendeu

e lhe disse: “Que sonho é este que

tiveste?”

Um pouco antes, em Gênesis 37:8, a resposta

dos seus irmãos, à visão de José, é

claramente determinada: “E eles o odiaram

ainda mais, por causa dos seus sonhos e de

suas palavras”. Na verdade, eles planejaram

assassiná-lo, mas acabaram vendendoo

como escravo, a fim de se livrarem do

estranho irmão e sua visão.

Quantos de vocês, acreditam que uma

visão trará afeto e respeito instantâneos?

Acreditem-me, não trará!

Como demonstra a história de José, uma

visão pode trazer dificuldades sérias. Sua

história teve, é claro, um final feliz, mas

existe alguma coisa de importância aprendida

aqui, um padrão que devemos observar.

A visão do Senhor é sempre testada pelas

provações e tribulações.

2. Moisés

Moisés, como José, teve uma visão. Há

um trecho interessante em Atos 7:22-25,

que quero compartilhar com você:

“E Moisés foi educado em toda a sabePLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 965

doria dos egípcios, e era poderoso em palavras

e ações. E quando completou quarenta

anos, veio-lhe a idéia de visitar seus

irmãos, os filhos de Israel.

“E vendo um homem tratado injustamente,

tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido,

matando o egípcio pois ele supôs que

seus irmãos teriam entendido como o Senhor,

pela mão dele, os livraria dos egípcios,

mas eles não entenderam”.

Deus dera a Moisés uma visão, uma

visão de que ele seria o libertador do seu

povo. Moisés supôs que seus irmãos entenderiam.

Eles entenderam? Eles entenderam

melhor do que os irmãos de José?

Não, não entenderam. A Escritura diz,

“...eles não compreenderam”.

“No dia seguinte, ele se aproximou de

uns que brigavam, e procurou reconduzilos

à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos;

por que vos ofendeis uns aos outros?

Mas o que agredia ao próximo, o repeliu

dizendo: Quem te constituiu autoridade

e juiz sobre nós? Acaso queres matarme

como fizeste com o egípcio?” (At 7:26-

29).

O fato de que seus irmãos não compreenderam,

não significou que a visão não fosse

de Deus, assim como no caso de José. As

visões de José e de Moisés eram de Deus.

Mas ambos tiveram que passar por um tempo

de prova.

3. Abraão

O mais difícil exemplo de prova, no Velho

Testamento, é o da visão de Abraão.

Deus ordenou-lhe que sacrificasse o seu

único filho, Isaque; uma ordem que parecia

contradizer a visão que Deus lhe dera.

Naquele momento de desesperança, com

Isaque no altar, Deus interviu e ressuscitou

a visão de Abraão. Ele trouxe Isaque de

O CAMINHO DA

BÍBLIA PARA A

REALIZAÇÃO

PLANO

PARA CADA

ALVO

*AÇÃO*

ALVOS

VISÃO

1) Definitivo

2) Mensuráveis

3) Realizáveis

4) Comunicáveis

5) Tangíveis

(O QUE?)

P

RIORIZA

R

IMPL

EMENTA

ÇÃO

AV

ALIA

ÇÃO

1. COMO?

Programar

2. QUANDO?

Agendar

3. QUEM?

Administração

de Pessoal

4. CUSTO

Orçamento

RETROSPECTIVA

(“FEEDBACK”)

966 / SEÇÃOE6 E6.2– Visão – A Chave Para a Realização

volta, e Deus cumpriu a Sua promessa para

Abraão.

4. Paulo

Paulo teve uma visão. Ele disse ao rei

Agripa: “Não fui desobediente à visão celestial”

(At 26:19). A visão de Paulo lhe foi

comunicada durante a conversão dele, e a

sua vida foi dirigida, em grande parte, por

ela. Digo “em grande parte”, porque havia

exceções, sendo que a mais importante delas,

leva uma lição de grande importância.

Estamos entrando, agora, num assunto

de controvérsias. Embora tenhamos a tendência

para endeusar grandes homens da Bíblia,

Paulo foi um homem vulnerável aos

mesmos problemas que você e eu. Ele não

era um super-santo sobre-humano. Ele tinha

o seu lado humano, como todos nós.

Porque tinha grande desejo de ver a conversão

dos judeus, Paulo não ficou dentro

dos limites da visão de Deus, para ele. Sua

falha, em permanecer dentro dos limites da

visão de Deus para a sua vida e ministério,

fez com que ele tivesse dificuldades.

Você acha que Paulo nunca teve problemas?

Bem, eu acho que ele teve.

Atos 9:15 declara essa visão. Após a conversão

de Paulo, o Senhor disse: “Este é

para mim, instrumento escolhido para levar

o meu nome perante aos gentios e reis,

bem como perante aos filhos de Israel”.

Em Gálatas 2:7 Paulo escreveu que lhe

fora confiado o Evangelho da incircuncisão

(gentios). Ele seria o apóstolo dos gentios,

e ele bem o sabia. Paulo sabia em termos

bastante claros qual era a visão de Deus

para a sua vida.

Ele foi chamado para os gentios, mas

tinha uma preocupação. Quantos de vocês

sabem qual era a preocupação dele? Os compatriotas

judeus eram o problema de Paulo.

Em Romanos 9:3, 4 ele escreve: “Eu desejaria

ser excomungado por Cristo se, com

isso, conseguisse salvar meus parentes judeus”

(Tradução livre).

a. Desviando se da Visão. Evidentemente,

Paulo não estava inteiramente satisfeito

com a visão que Deus lhe dera, de ganhar

os gentios para Jesus. Encontramos,

assim, um comportamento estranho na vida

de Paulo. Ele diz: “E agora, constrangido

em espírito, vou para Jerusalém’’ (At

20:22). Nesta ocasião ele se encontra em

Mileto, conversando com os presbíteros

efésios, compartilhando com eles suas últimas

palavras antes de deixá-los.

Por que Paulo vai a Jerusalém? Porque

ele quer ganhar judeus para Jesus. Ele deseja

testemunhar aos judeus e então diz: “Agora,

constrangido em meu espírito, vou...

não sabendo o que me acontecerá lá, senão

que o Espírito Santo, de cidade em cidade,

me assegura que me esperam cadeias e tribulações”.

Por que o Espírito Santo estava dando a

mesma mensagem a Paulo em cada cidade?

será que o Espírito Santo desejava torturálo

com cadeias e aflições, prisões e tribulações?

Não!

Quando o Espírito Santo começar a testificar

dessa forma em sua vida, você reconsiderara

o seu rumo. Você reconsiderará sua

ação e direção e será livrado do sofrimento

desnecessário.

Em todo lugar onde Paulo ia, o Espírito

Santo testificava que cadeias e aflições o

aguardavam. Mas o velho e manso Paulo (digo

isso jocosamente) não permanecia indiferente

a tais advertências. Ele não se dissuadiria.

Iria a Jerusalém, custasse o que custasse.

Paulo se colocou num curso diferente da

vontade de Deus para a sua vida. “Chegando

em Tiro... encontrando os discípulos, permaneceram

lá durante sete dias; e eles, movidos

pelo Espírito, recomendaram a Paulo

que não fosse a Jerusalém” (At 21:4). O

Espírito Santo falou a Paulo através destes

irmãos “Não vá a Jerusalém”. E o que foi

que ele fez? Continuou rumo a Jerusalém!

Paulo prosseguiu para Cesaréia, onde

certo profeta de nome Ágabo, veio ter com

ele. O Senhor enviou Ágabo para fazer com

que Paulo se alinhasse com a Sua vontade.

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 967

Ágabo tomou o cinto de Paulo, amarrou seus

próprios pés e mãos e disse “Isto diz o

Espírito Santo: Assim os judeus em Jerusalém

farão ao dono deste cinto, e o entregarão

nas mãos dos gentios” (At 21:11). A

quem? Aos gentios!

Paulo queria ganhar judeus para Jesus,

mas a visão que Deus havia estabelecido

para a sua vida, seria cumprida, quisesse

Paulo ou não. Se continuasse até Jerusalém,

eles prenderiam suas mãos e pés e entregariam-

no aos gentios (a primeira prioridade

do chamado e da visão de Paulo).

b. A Escolha de Paulo. Paulo poderia

fazer a sua escolha: ir aos gentios como homem

livre ou, desprezando a advertência

do profeta e dos irmãos de Tiro e Cesaréia,

ir de mãos e pés amarrados.

Sabe o que ele escolheu?

Paulo foi a Jerusalém!

Estava orando no templo quando entrou

em transe e viu Jesus falando-lhe: “Apressa-

te e sai logo de Jerusalém, porque eles

não receberão o teu testemunho a meu respeito”

(At 22:18).

O que fez Paulo? Discutiu com o Senhor.

Disse em conseqüência: “Senhor, não

sabes todos os fatos deste caso. Eles sabem

que eu aprisionei e açoitei em cada sinagoga,

aqueles que criam em Ti.

“Quando se derramava o sangue de Estêvão,

eu também estava presente, e até

consenti a morte dele, e guardei as vestes

dos que o mataram. Mas Ele [Jesus] me

disse: ‘Vai-te porque eu te enviarei para

longe, aos gentios.’”

O Senhor disse a Paulo “Eu te enviarei

aos judeus”? Era a missão de Paulo organizar

os judeus para Jesus, apesar de todas as

admoestações e daquilo que o próprio Senhor

dissera a Paulo?

Quase se tem vontade de gritar ao ouvido

de Paulo: “Gentios para Jesus, Paulo!

Gentios para Jesus!”

Sabe como Paulo saiu de Jerusalém?

Em correntes.

A quem ele foi entregue?

Aos Gentios!

Creio que Paulo poderia ter vivido uma

vida mais longa e em liberdade, se tivesse

permanecido dentro dos limites da visão de

Deus, se tivesse concentrado o seu trabalho

entre os gentios. Ele amava, com carinho,

ao seu povo judeu e almejava vê-lo salvo.

Posso estar errado, mas penso que Paulo

se ajustou à vontade permissiva de Deus,

ao ir para Jerusalém em vez de atender a

vontade perfeita de Deus.

A visão é extremamente importante, e

você deve se ater à visão que Deus lhe dá.

5. Mantenha a Visão

Precisamos aprender com os exemplos

bíblicos de homens de visão, como Abraão,

José, Moisés e Paulo.

Se uma organização, instituição ou indivíduo,

se desvia da visão dada por Deus,

experimentarão a mesma espécie de problemas

que Paulo.

Quando Deus estabelece uma visão, Ele

não muda de idéia, mesmo que os homens

mudem. O Senhor não é um homem que

tenha razão para se arrepender, nem filho

de homem a quem Ele mentiria. Quando Ele

fala, Ele espera que seja cumprido até ao

último ponto ou vírgula! Você pode dizer

“amém” a isto?

A visão pode ser cumprida, assim como

foi no caso de Paulo, sem fazer caso de abandoná-

la. A escolha talvez seja boa, se nós

seguimos em obediência e permanecemos

livres, ou escolhemos a segunda como a

melhor, e terminamos em correntes e escravidão.

A escolha é nossa. Você escolherá as

conseqüências da vontade permissiva de

Deus? Ou a alegria de Sua vontade perfeita?

Mantenha a visão e evite problemas. Seja

fiel e verdadeiro para com a visão de Deus

para a sua vida, e você terá menos castigo

para suportar.

C. VISÃO VERDADEIRA

Vamos fazer uma pausa, aqui, para explorar

alguns fatores sobre uma visão ver968

/ SEÇÃOE6 E6.2– Visão – A Chave Para a Realização

dadeira. Mais uma vez, quero enfatizar que

visão é extremamente importante. Sem visão,

a liderança nada realiza. Sem visão, o

povo perece, vagueia sem rumo e vive desordenadamente.

1. A Visão é Iniciada por Deus

PRIMEIRO, uma visão verdadeira, é um

propósito que vem de Deus ao seu coração,

seu espírito. Pode ser que não venha

através de sonhos, assim como os de José.

Pode ser que não venha como luz ofuscante

no caminho para Damasco, derrubando

você da sua montaria, como aconteceu a

Paulo.

Pode ser que não venha como veio a Moisés.

(A Bíblia não relata como Moisés soube,

inicialmente, que ele seria um libertador,

mas o fato é que ele entendeu!) Sua visão

foi renovada na sarça ardente. Quarenta anos

antes, ele tentara cumprir a visão em sua

própria força, e falhara.

Pode ser que venha como ocorreu na

minha própria vida e na vida de outros. Através

dos anos Deus, gradativamente, implantou

a visão no fundo do meu espírito, convencendo-

me de que haviam certas coisas

que deveriam ser realizadas através da minha

vida. Eu sabia que a minha vida devia

ser dedicada a certos ministérios que nasceriam

dessa visão.

Porém, quando a sua visão chega, tem

que vir de Deus.

2. A Visão Será Testada

SEGUNDO, uma visão será provada através

de muitos problemas e adversidades.

Geralmente porá você em conflito com outras

pessoas que procurarão fazer com que

você desista, dizendo que ela não procede

do Senhor. Toda espécie de ação poderá ser

feita contra você, se você se move em direção

à visão que Deus lhe deu.

Essa é uma parte do processo de teste,

do Senhor, para a visão.

A Palavra do Senhor é sempre provada.

Sempre é testada e parte desse processo é a

oposição que Deus permite que surja contra

você, quando você começa a cumprir a

Sua visão.

3. A Visão Tem Limites

TERCEIRO, podemos permanecer dentro

dos limites ou ir além dos limites da

visão. Deus pode nos dar a visão, mas é

possível andarmos de modo contrário a ela.

Isto se chama “livre arbítrio”. Quando vemos

um homem dinamicamente consagrado

a Deus como foi Paulo, indo além dos limites

da visão de Deus, temos que tomar cuidado.

Amar a Deus não nos protege de erros

do nosso próprio zelo.

4. A Visão Deve Ser Incubada

QUARTO, quando uma pessoa recebe

uma visão do Senhor, e sabe disso, parece

haver um impulso quase irresistível de correr,

de apressar as coisas. Há, por vezes,

uma linha muito fina entre o zelo por Deus

e a impaciência e, assim, temos que pisar

com cuidado.

Yongi Cho (da Coréia) diz que a transmissão

de uma visão é como a incubação de

um ovo. A galinha tem que sentar em cima

do ovo e ficar até que o ovo se abra numa

expressão de vida.

Em termos práticos, diz Yongi Cho, o

modo como “chocamos” uma visão é através

de tempos de jejum, oração e meditação,

quando trazemos à memória a visão

que Deus nos deu e refletimos no seu cumprimento

e sua expressão, até que Deus esclareça

os detalhes.

“A terra era sem forma e vazia, e havia

trevas sobre a face do abismo, e o Espírito

do Senhor pairava sobre as águas” (Gn

1:2). A palavra “pairava” no hebraico, significa

literalmente “chocava”. Deus estava

sobre as águas transmitindo calor e vida para

que elas produzissem vida.

Deus tinha uma visão para o Seu mundo,

produzido pelo Espírito Santo “chocando”

sobre a escuridão que havia sobre a

face do abismo. Da profundeza rompeu a

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 969

palavra criadora que restaurou a terra tornando-

a habitável para o homem.

Você tem uma visão clara? Se não tiver,

espere no Senhor até que Ele lhe dê uma.

Permita que Ele a comunique. A visão torna-

se a seta, o ponto do propósito de Deus

para a sua vida. Quando vier a visão, “choque”

sobre ela, permita que ela venha à luz.

5. A Visão Deve Ser Comunicada

“O Senhor me respondeu e disse: Escreve

a visão, grava-a sobre tábuas, para que a

possa ler, até quem passa correndo” (Hc 2:2).

O Senhor diz: “Escreve a visão”.

Escreva a visão. Compartilhe-a com outros.

Os homens desejarão saber qual é a

sua visão, e enquanto ela está sendo comunicada

a outros, alguns serão chamados para

trabalhar com você. Você formará uma equipe,

e com essa equipe, naturalmente, realizará

mais do que faria sozinho.

Um solitário não realiza muito no mundo.

Mas o homem que pode organizar outros,

para trabalhar por uma visão comum, um homem

que edifica uma equipe, pode fazer um

trabalho significativo para o reino de Deus.

A Bíblia fala a respeito de uma pessoa

fazer mil fugirem, e dois, fazerem dez mil. É

um salto bastante grande! O que dizer de

três ou quatro, ou cinqüenta, trabalhando

juntos numa visão comum? Talvez façam

fugir milhões de pessoas e ganhem vitórias

poderosas no nome do Senhor.

Uma visão que possa ser comunicada

com clareza, é essencial para mobilizar homens

e dinheiro para a realização da obra

que o Senhor quer ver feita.

Quando você é capaz de comunicar claramente

onde você vai, muitos estarão dispostos

a ajudá-lo a chegar lá. Os recursos virão.

O problema não é dinheiro; o problema é

liderança que não comunica visão ou alvos.

Talvez, um dos problemas mais simples

de liderança, seja o de resolver o problema

de sustento financeiro adequado. Há mais

dinheiro neste mundo, do que pessoas que

sabem usá-lo. Quando você começar a comunicar

a visão e os alvos, as pessoas se

disporão a ajudá-lo financeiramente e por

outros meios.

O problema financeiro que a maioria dos

pastores e demais líderes cristãos enfrentam,

surge porque eles não sabem para onde vão.

Não é interessante observar, quantos

problemas surgem por falta de visão? Quando

um líder não tem visão, o povo vive desordenadamente.

Se você não tem visão, as pessoas não

desejarão contribuir para a sua igreja ou organização.

Você precisa comunicar seus alvos

e o seu rumo; e um plano claro de como

vai chegar onde você quer ir. Então obterá o

sustento.

Ouço reclamação freqüente de líderes que

não comunicam visão. Dizem que o seu

pessoal está mandando dinheiro para pessoas

e organizações que possuem ministério

de rádio e televisão, a “igreja eletrônica”,

como é chamada. Você pode adivinhar o

porquê? Claro que você pode.

Os “ministérios de rádio e televisão”,

estão comunicando a visão, metas e planos

deles, através da “igreja eletrônica”. Eles têm

uma visão e o povo colabora.

Digo aos líderes da igreja: “O povo da

sua igreja, não estaria mandando dinheiro

para outros lugares, se vocês estivessem

comunicando visão. Estariam apoiando vocês.

Se vocês não sabem para onde vão, e os

membros de suas igrejas não sabem para

onde vocês estão indo, eles irão mandar o

dinheiro deles para alguém que saiba.”

Há, porém, uma cláusula qualificadora

para que Deus abra com abundância a Sua

bolsa para o sustento do ministério. Poderíamos

dizer que está escrita com “letras miúdas”

perto do final do contrato. Se você não

observá-la, poderá comunicar visão e, ainda

assim, perder seu sustento financeiro.

Qual é essa cláusula em letras miúdas?

Deus requer que usemos o dinheiro que Ele

providencia com sabedoria e integridade. Ele

não honrará o engano. Ele não continuará

um compromisso com um pastor ou um

970 / SEÇÃOE6 E6.3– Estabelecendo Alvos e Prioridades

líder que estiver gastando de modo tolo, ou

vivendo em luxo exagerado.

Se você é um homem ou uma mulher de

integridade, se utiliza os fundos para aquilo

que você declara, sem desperdício, Deus

cuidará de suas finanças. Deus cuida do homem

que é honesto, reto e ético em seus

afazeres. Ele derramará recursos mais que

suficientes, para realizar aquilo que você

foi chamado para fazer. Mas você tem que

comunicar visão e viver altruisticamente.

Oremos

Senhor Jesus, esclarece-nos, hoje, a visão

que tens para nós e não permitas que

nos afastemos dela. Que a recebamos de

coração jubiloso e disposto. Dá-nos graça

para cumprir a Tua visão, e nós Te rendemos

graças em nome de Cristo. AMÉM.

Capítulo 3

Estabelecendo Alvos e

Prioridades

A. OS PROPÓSITOS DOS ALVOS

Creio que a maioria de nós no trabalho

cristão poderia usar uma visão mais ampla.

Temos trabalhado próximos a algumas das

pessoas da “Campus Crusade for Christ”.

Algumas delas me disseram “Irmão Ralph,

um dos nossos problemas é que Bill Bright

(o fundador), está sempre aparecendo com

visões amplas, do Senhor. Aí, nós temos

que colocá-las em funcionamento’’.

1. Os Alvos Ajudam a

Realizar a Visão

Deus permita que tenhamos visões mais

amplas e as expressemos de modo prático e

concreto. Fazemos isso estabelecendo alvos

e objetivos claros pelos quais trabalhamos,

nos dedicamos e mobilizamos outros,

para ajudar na realização.

Quais são os alvos de sua igreja, para os

próximos cinco anos? Qual é a previsão de

sua fé? O que é que você espera do seu

trabalho, nos próximos seis meses?

2. Os Alvos São Previsão de Fé

É isso que os alvos são – previsões de

fé. Não limite o seu planejamento para aquilo

que os homens podem fazer mas, sim,

para o que Deus quer que seja feito. “Se

credes, tudo é possível” (Mc 9:23).

3. Os Alvos Definem a Ação

O propósito dos alvos é definir a ação

que resultará em realizações específicas.

Uma visão se torna efetiva somente quando

é transformada em ação.

Para transformar visão em ação efetiva,

são necessários alvos divinamente direcionados.

B. QUALIDADES DE UM ALVO

Para entender o que é um “alvo”, devemos,

primeiramente, deixar o domínio das

palavras religiosas e entrar no domínio da

linguagem comercial.

Muitos de nós empregamos uma terminologia

religiosa, a qual um amigo meu denomina

LRV – Lixo Religioso Verbalizado.

Nós, pregadores, usamos palavras altissonantes

para encobrir nossa falta de pensamento

concreto, cristalizado e claro.

“Qual é o seu alvo?”

“Oh, meu alvo é glorificar a Deus”.

“Isto é maravilhoso! Como é que você

saberá que glorificou a Deus? Qual é a ação,

ou quais os resultados que comprovarão que

você O glorificou?”

“Bem, Ele colocará uma paz especial no

meu coração”.

Soa familiar?

É claro que glorificar a Deus é algo maravilhoso.

Mas quando falo de alvos, eu não

estou falando daqueles valores ambíguos,

subjetivos, indefiníveis, imensuráveis, que

nos deixam numa terra de ninguém, de conceitos

nebulosos e imprecisos. Estou falando

sobre uma ação prática que se pode medir.

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 971

Talvez o seu alvo seja estabelecer três

igrejas, nos próximos três anos, em comunidades

perto da igreja sede.

Isto é um alvo.

Não é abstrato. É claro. Você sabe quando

o realiza.

Em termos claros, alvos são:

1. Tangíveis

– (não abstratos.)

2. Comunicáveis

– (não idéias imprecisas ou confusas.)

3. Realizáveis

– (não pensamentos do mundo dos sonhos.)

4. Mensuráveis

– (quantitativo, não ideais que não podem

ser medidos.)

5. Definitivo

– (de ação que você tomará.)

Um alvo útil para você, seria decorar,

agora mesmo, estas cinco características.

C. OS ALVOS DEVEM

SER DEFINIDOS

A definição dos alvos com estas cinco características,

é necessária para o cumprimento

da visão. Você tem que se agarrar a isto.

Não posso dizer quais as ações de alvos

a serem definidas para se cumprir a visão

que Deus lhe deu. Uma vez dada a visão,

você tem que ir ao Senhor e perguntar: “Senhor,

quais os passos práticos que devo dar

para que esta visão se cumpra?”

Lembro-me, há alguns anos atrás, eu e

um grupo nos sentamos ao redor de uma

mesa de conferência, para fazer alguns planejamentos.

Queríamos delinear o que sentimos

que Deus queria que fizéssemos, para

os próximos cinco anos. Sentamo-nos para

fazer a nossa “previsão de fé” diante de

Deus, em oração e jejum, planejando coisas

que imaginávamos impossíveis.

Nos cinco anos que se seguiram, Deus

fez acontecer coisas que eram superiores a

todos os nossos planos. Ele sempre excede

aquilo que nos dispomos a fazer sob a Sua

direção.

Cinco anos mais tarde, ficamos atônitos

ao olharmos o nosso plano, o retrospecto

de cinco anos, porque Deus realizara “infinitamente

mais do que tudo quanto pedimos

ou pensamos’’ (Ef 3:20).

Sei que Deus honra a “previsão de fé”,

porque temos visto isto em funcionamento.

Vemos o que acontece, quando homens

se sentam juntos, em fé, em oração, em jejum

e tomam posse do futuro, sem temor,

certos de que Deus está Lhes preparando o

caminho.

Poderemos ter algum controle sobre esse

futuro, quando prevemos em fé, o que Deus

quer que sejamos ou façamos. À medida

que você exercita essa previsão de fé, os

resultados vão surgindo maiores do que aquilo

que você planejou, se o seu plano estiver

de acordo com a vontade de Deus.

D. PRIORIDADES DEVEM

SER ESTABELECIDAS

Chegamos ao ponto onde devemos parar,

para estabelecer prioridades. Numa de

nossas primeiras reuniões para verificar as

prioridades, percebemos que estávamos envolvidos

em nada menos que vinte e sete

ministérios diferentes. Seria necessário um

exército de gênios, para gerenciar vinte e

sete alvos diferentes, consumidores de tempo

e energia. Isto é demais. Ninguém pode

ministrar, adequadamente, em tantas áreas.

O problema com muitas organizações, é

que elas tentam fazer coisas demais, com

mediocridade, em vez de poucas, com perfeição.

Organizações farão melhor se especializando

e se aplicando em alguns alvos

bem definidos e bem planejados.

1. Três Categorias

No nosso caso, dividimos nossos vinte

e sete projetos em três categorias:

972 / SEÇÃOE6 E6.3– Estabelecendo Alvos e Prioridades

a. Prioridade Máxima,

b. Manutenção de Posição e,

c. Alvos Adiados.

Fizemos da seguinte forma: Perguntamos:

“Se tivéssemos que abandonar tudo nesta

lista, exceto uma coisa, o que é que manteríamos?”

Esta resposta se tornou a de número

dois, em nossas prioridades máximas.

Mantivemos este processo, até que todos

os vinte e sete ministérios estivessem

arrumados em camadas de prioridades, manutenção

e adiamento de alvos.

Quero compartilhar, com você, um pequeno

segredo: Alvos adiados, geralmente

morrem por abandono, portanto, não se preocupe

com eles. Talvez sejam a “vaca sagrada”

de alguém – e, sendo assim, você não

quer matá-los.

Simplesmente deixe que morram por

negligência.

2. O Processo de Escolha

a. Afiar a Flecha. Muitas organizações

possuem inúmeras “vacas sagradas”, que

deveriam ser conduzidas ao “curral de alvos

adiados”. Isso lhes daria uma “posição

santificada” e ninguém se preocuparia com

elas. Mas se você atira na “vaca”, todo

mundo se preocupa.

Dos vinte e sete itens, ficamos com seis

em nossa lista de prioridades. Consideramos

esses seis alvos, como aqueles que

melhor cumpririam a nossa visão.

Colocamos mais seis itens na nossa lista

de “manutenção de posição”. Não permitimos

que morressem mas, tão pouco, não

nos esforçamos para a sua expansão. Iriam

sobreviver, mas sem esforço especial.

O resto foi colocado em posição de “alvo

adiado” e a maioria deles morreu por abandono.

Quando podemos nos focalizar em algumas

prioridades, dando a estas a ênfase devida,

temos o que eu chamo de “afiar a flecha”.

Veja o que acontece quando ela dispara.

Voa direto para o alvo e o penetra profundamente.

Paulo disse “Uma coisa faço” (Fp

3:13). É possível que digamos, “Estas três

coisas...” ou “Fazemos estas seis...” Se houver

mais do que isso, não seremos capazes

de realizá-las com perfeição. Tentar realizar

muitas prioridades simultaneamente, resultará,

simplesmente, na proliferação da mediocridade,

realizando pouco ou nada.

Estabelecer e manter prioridades, é uma

disciplina muito importante. Temos que nos

concentrar na única coisa que faríamos, se

tivéssemos que abandonar o resto. O que

seguraríamos? Qual é o impulso central da

visão que Deus nos deu? Determine qual é a

primeira prioridade, e faça dela a número

um em sua lista.

A seguir, determine números dois, três,

e assim por diante. Se o seu tempo, seu

pessoal e o seu dinheiro estiverem concentrados

na obtenção de um número limitado

de alvos, dentro de poucos anos você olhará

para trás e verá realizações muito significativas

em sua igreja ou organização.

3. Previsão de Fé

No momento, estamos no processo de

fazer previsão de fé para os próximos cinco

anos. Deus tem nos aberto portas magníficas

de oportunidades.

Num só pais, temos convite para entrar

e ministrar a milhares de líderes de igreja.

As implicações disto são estonteantes! Milhares

de líderes, que pouco ou nada sabem

sobre o poder e a obra do Espírito Santo,

saberão, tão logo tiverem freqüentado a um

dos nossos Seminários de Renovação Espiritual

do World MAP.

A oportunidade daquele pais, exigirá

mais de um milhão de dólares e vários anos

de tempo e esforço de uma equipe forte.

Estamos esperando no Senhor e pedindo

a Ele fé, para cumprir os desafios que

surgem ao redor do mundo, em muitas nações.

Deus está operando, procurando gente

que atenda às oportunidades de colheita

que esta geração enfrenta.

Acredite, os próximos vinte anos serão

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 973

os mais importantes na história da igreja.

Deus está procurando homens aos quais Ele

possa comunicar visão e propósito. Homens

que coloquem esses alvos em ordem

de prioridade, numa seqüência lógica, razoável

e que comecem a implementá-los.

Aqueles que hoje se comprometem a fazer

previsão de fé poderão, dentro de alguns

anos, olhar para trás e ver resultados

maiores do que podiam imaginar.

Eu lanço um desafio: erga-se para um novo

nível de envolvimento na obra do Senhor.

Talvez você tenha andado desanimado, ou

não soubesse como começar. Tome estes princípios

bíblicos para realização e dê um passo

à frente, um passo de fé. Espere grandes coisas

e, conforme a sua fé, será feito.

E. IMPLEMENTAÇÃO DOS ALVOS

Há algumas coisas que precisamos entender

sobre os alvos de ação divinamente

dirigidos. Um trecho do livro de Apocalipse

ilustra isso. “Fui, pois, ao anjo, dizendolhe

que me desse o livrinho. Ele então me

fala: Toma-o e devora-o; certamente, ele

será amargo ao teu estômago mas, na tua

boca, doce como o mel”.

“Tomei o livrinho da mão do anjo e o

devorei, e na minha boca era doce como o

mel, quando, porém, o comi, o meu estômago

ficou amargo” (Ap 10:9, 10).

Anos atrás, ouvi Bob Mumford dizer

“É assim com a visão. Quando Deus fala

sobre o que Ele quer que você faça, você

acha maravilhoso, doce e apaixonante! Mas

quando começa a dar luz à visão, quando

começa o trabalho duro de implementação

daquilo que Deus disse, poderá se tornar

amargo no seu estômago”.

1. Trabalho Árduo é Essencial

O famoso administrador e empresário

Peter Drucker, destacou que o problema

com visão e alvos, é que eventualmente degeneram

para TRABALHO. Isto é, “quando

se junta a fome com a vontade de comer,”

como diz o ditado.

Lembro-me de um pastor, há alguns anos

atrás, que tinha uma congregação na sua igreja,

com cerca de quinhentas pessoas. Ele

jogava golfe, uns três dias por semana, gozando

um estilo de vida tranqüilo. Sua igreja

pagava um bom salário. Ele estava numa

situação confortável e continuou com as

mesmas quinhentas pessoas, por vários

anos.

Um dia, no campo de golfe, o Senhor lhe

falou: “Você quer continuar o resto de sua

vida como pastor medíocre, de uma congregação

medíocre, com responsabilidades

medíocres e um horário medíocre? Ou você

quer começar a trabalhar?”

Aquele pastor teve que decidir entre o

seu estilo de vida fácil e um verdadeiro trabalho.

Essa é a decisão que geralmente é

tomada quando você se compromete à visão

e alvos, em vez de ser levado pela vida.

Ele disse: “Senhor, quero trabalhar”.

Dentro de três anos, do tempo em que

ele se comprometera a gastar as horas, o

esforço e a responsabilidade que o Senhor

lhe oferecera, a sua igreja contava com cerca

de dois mil membros. Ele transformou em

ação, a sua visão.

Existem pastores que nunca aprenderam

a trabalhar. Sei, porque conheço muitos deles.

No mundo inteiro, há pastores que vivem

como semi-aposentados. Alguns, totalmente

aposentados.

Eles perguntam por que nada acontece

em seus ministérios. Não estão dispostos a

trabalhar; são preguiçosos; não conseguem

levantar cedo de manhã, porque passaram a

metade da noite assistindo televisão. Você

não consegue fazê-los aplicarem-se para

responsabilidade e planejamento, visão e

crescimento.

Nações que se encontram em más condições

são, freqüentemente, pobres porque a

maioria do povo não quer trabalhar.

É como uma doença, uma epidemia. Podemos

chamá-la de “síndrome de procrastinação”.

Você sabe como funciona: “O sol está

974 / SEÇÃOE6 E6.3– Estabelecendo Alvos e Prioridades

brilhando. Porque consertar o furo no telhado,

hoje, se não está chovendo?” Então,

quando estiver chovendo, a mesma pessoa

dirá “Não posso consertar o telhado, agora,

porque está chovendo. Tenho que esperar

parar a chuva”.

Essa síndrome cobre o mundo como uma

praga. Nada de iniciativa, nada de responsabilidade,

nada de disposição para o trabalho.

2. Tempo: Nosso ou do Senhor?

Quando a visão é traduzida em alvos,

alguém tem que trabalhar.

Quem você pensa que seja este “alguém”?

Este “alguém” é você! Você tem

que liderar o bando – e não será emprego

das 8.00hs às 5.00hs. Os homens de visão

não trabalham com horários fixos Eles não

estão procurando por quatro semanas de

férias por ano e aposentadoria garantida.

Estão em busca de oportunidades para servir

ao Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Homens de visão empregam tudo o que

têm num esforço total.

Você não faz o trabalho com salários e

regulamentações sindicais e semana de quarenta

horas. A Bíblia diz “Seis dias trabalharás”.

Eram jornadas de onze horas de

trabalho nos tempos bíblicos, do alvorecer

até o sol se pôr. Isso daria umas sessenta e

seis horas. Essa seria provavelmente uma

semana de trabalho, conforme a Bíblia.

Embora vivamos numa época de lazer,

toda visão, todo alvo, para ser atingido, se

resume em esforço de trabalho. Quem fará a

obra do Senhor? É aí que temos a diferença

entre os obreiros fixos e os contratados para

uma jornada de trabalho.

É claro que podemos falar o dia todo

sobre visão – falar é fácil – mas quando se

chega ao trabalho necessário para implementá-

la, é aí que Deus separa os homens dos

meninos.

Quando comecei o trabalho de World

MAP na Califórnia em 1963, eu não tinha

dinheiro suficiente para me dar ao trabalho

de contá-lo.

Deus nos deu um abrigo para frangos,

para começar. Nós o limpamos, colocamos

uma pequena impressora e começamos a

trabalhar. Estávamos naquele “galinheiro”

fazendo nosso trabalho. Era a nossa sede de

publicações – um abrigo de frango que havíamos

limpado!

Você sabe como eles constroem um abrigo

para frangos?

Eles são construidos com dois metros e

vinte centímetros de altura na frente e um

metro e meio atrás, com o teto inclinado.

Isto nos mantinha em “posição constante

de oração”, porque o telhado não era

suficientemente alto. Não podíamos ficar

em pé, direito. Muitas vezes trabalhei contente

a noite inteira, curvado sobre as impressoras,

naquele pequeno galpão. O trabalho

tinha que ser feito e não tínhamos

dinheiro para contratar alguém que o fizesse.

Assim eu trabalhava, muitas vezes mantendo

duas impressoras funcionando simultaneamente.

Hoje o Senhor nos tem abençoado com

um lindo prédio, avaliado em mais de três

milhões de dólares. Mas Deus no-lo deu

por muito menos que isso.

Nossa bela sede World MAP em Burbank,

Califórnia, nos foi dada através de um dos

milagres maravilhosos do Senhor. A obra

começada num “galinheiro”, cresceu mediante

trabalho duro e as bênçãos do Senhor,

e hoje é um prédio de três milhões de dólares.

É assim que nascem as visões. Se você

não estiver disposto a trabalhar, esqueça!

Una-se ao sindicato local e arrange um emprego

rotineiro das oito às cinco. Entre em

semi-aposentadoria, e viva a sua vida de

descanso.

Se, por outro lado, você quer trabalhar,

Deus tem uma imensa oportunidade de serviço

para você. Ele transformará suas longas

horas em conseqüências fenomenais, resultados

jamais imaginados. Ele multiplicará

os frutos da sua semana de sessenta ou

setenta horas de trabalho, em grandes realiPLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 975

zações para o evangelho. Deus recompensa

a dedicação e o compromisso.

3. Paulo Era Totalmente Dedicado

Quando lemos sobre o ministério de Paulo,

vemos a dedicação que tinha a sua obra.

Ele pregava o evangelho com o risco de sua

própria vida.

Falando sobre suas dificuldades, Paulo

disse: “Cinco vezes recebi dos judeus uma

quarentena de acoites menos um; fui três

vezes fustigado com varas, uma vez apedrejado,

em naufrágio três vezes, uma noite

e um dia passei na voragem do mar; em

jornadas muitas vezes, em perigos de rios...

em trabalhos e fadigas...” (2 Co 11:24-27).

Por que ele estava cansado? Por que ele

estava em dores?

Quando olhamos para o trabalho de Paulo,

de dia ele fazia tendas por profissão, ganhando

sustento para si e mais sete homens.

Era professor, pregador e apóstolo à noite.

Realizava ambos os ministérios simultaneamente.

Em relação aos demais líderes, ele disse

que labutava mais de que todos eles.

A graça de Deus, disse Paulo, não era

frustrada ou desperdiçada nele, porque ele

trabalhava mais e trazia mais consagração

ao seu trabalho do que todos os outros apóstolos.

Os relatos históricos comprovam isto.

Com respeito a este assunto, em Éfeso

aconteceu algo interessante: “E Deus, pelas

mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários,

a ponto de levarem aos enfermos

lenços e aventais do seu uso pessoal diante

dos quais as enfermidades fugiam das suas

vítimas e os espíritos malignos se retiravam”

(At 19:11, 12).

Esses “lenços” eram “trapos de suor” enrolados

em volta da cabeça e da cintura de

Paulo para limpar o suor que escorria do seu

corpo, de seu trabalho árduo. Havia mais

poder no suor de Paulo do que nos sermões

da maioria dos pregadores! A unção acompanhava

aqueles trapos, para as muitas pessoas

que Paulo não podia visitar pessoalmente

– porque tinha que trabalhar longas horas.

Seria um exercício valioso para muitos

pastores preguiçosos tentarem por algum

tempo, o método de Paulo. Talvez conseguissem

melhores resultados!

Quando Paulo escreveu aos Tessalonicenses,

preocupado com a mentalidade deles,

de “não trabalhar”, usou linguagem dura

para repreender a preguiça deles:

“Se alguém não quer trabalhar, também

não coma” (vs 10). Falou-lhes da necessidade

de se ocuparem em trabalho frutífero,

de evitarem a ociosidade e ter um

compromisso diário com a disciplina do trabalho

árduo (2 Ts 3:6, 12).

Através das epístolas todas, ele faz referência

ao seu compromisso de labutar, de

suor, de lágrimas, de esforço duro para propagar

a causa de Cristo. Ele não procurou

carga horária leve e nem permitiu que a compensação

financeira determinasse como e

onde trabalharia para o Senhor.

Ele entregou a sua vida plenamente, integralmente,

sem reservas. Ele desejava ver

cumprida em sua vida a vontade e o propósito

de Deus.

4. As Pessoas Apoiarão

Alvos de Valor

Você descobrirá que pessoas trabalharão

com você dando, sacrificadamente, para ajuda-

lo com recursos e esforços, a alcançar os

seus alvos – se você sabe onde quer chegar.

Se você não souber, o dinheiro, o povo e o

sucesso seguirão os líderes que sabem onde

vão.

Se você vier com a visão e os alvos de

Deus, e começar a expressá-los comunicando

aos outros a direção em que você vai,

eles o seguirão, dando apoio e trabalhando

juntos para alcançar os seus alvos. Isto é, se

você mostrar o caminho, pagar o preço e

trabalhar as horas necessárias.

Tão logo você saiba onde Deus quer que

você vá, e como você deverá chegar lá, encontrará

pessoas ao seu redor dispostas a

trabalhar com você. Uma vez esclarecida a

visão, uma vez definidos os alvos, uma vez

976 / SEÇÃOE6 E6.4– O Dom de Administração

os alvos traduzidos em comunicação clara

daquilo que Deus quer que você faça, você

verá que os resultados começarão a ultrapassar

a sua capacidade para governar.

Oremos

Senhor, ajuda-nos no compromisso de

fazer a Tua obra. Ajuda-nos a dar passos

ousados na expressão da Tua visão para

nós. Faz com que nossa vida, nossos ministérios

e as organizações com as quais

trabalhamos, promovam o Teu reino.

Ensina-nos a depender, não nestes princípios,

mas no Autor dos mesmos, em prol

de quem os empregamos. Ensina-nos a colocar

os nossos alvos dentro das prioridades

da Tua vontade, para que expressemos

efetivamente a visão que nos deste. Damos

toda a glória a Ti e pedimos isso em nome

de Jesus. AMÉM!

Capítulo 4

O Dom de Administração

Introdução

No capitulo anterior discutimos a necessidade

de tomar o passo crucial movendo

da visão para a ação. Falamos sobre a

necessidade de alvos, e de colocá-los em

ordem de prioridade a fim de dirigir e focalizar

corretamente a obra e a ação. Definimos

os alvos como tangíveis, comunicáveis,

atingíveis, mensuráveis e definidos,

especificando os atos que levarão à tradução

de nossa visão em programas que funcionam.

Agora é necessário que nos perguntemos,

“Quem é que vai juntar tudo isso?

Quem vai oferecer uma avaliação prática da

melhor forma de empregar nosso pessoal,

dinheiro e tempo para realizar a tarefa?”

Talvez você seja líder de um rebanho de

igreja, uma comunidade ou organização. Mas

será que você tem o tempo, a aptidão, o

treinamento, a experiência e a perícia para

planejar, coordenar e implementar todas

essas coisas necessárias, sobre as quais estivemos

discutindo?

A. A ADMINISTRAÇÃO

É IMPORTANTE

Há, entre líderes cristãos, a necessidade

de buscar conselho sábio nas áreas nas quais

eles mesmos têm falta de aptidão, treinamento

ou experiência. Isso nos leva a desempenhar

o papel dos administradores e

da administração.

1. Um Projeto Fracassado

Líderes espirituais, freqüentemente se

afastam de conselho prático, conhecimento

e entendimento, à disposição dentro de suas

próprias congregações. Talvez, sem querer,

ergam um muro invisível ao seu redor. Como

fazem isso? Com pronunciamentos “divinos”.

“O Senhor me disse isto”, ou “O Senhor

me mostrou aquilo”, eles dizem.

Naturalmente, ninguém quer questionar

o Senhor. Se alguém ousa levantar uma duvida

quanto ao plano do “Chefão”, esse tipo

de líder geralmente se torna um surdo a qualquer

oposição.

No outono de 1935, um líder de uma

denominação pentecostal recebeu o que ele

disse ser uma revelação do Senhor. Nas

belíssimas montanhas do sul da Califórnia,

ele deveria erigir um grande tabernáculo onde

conduziria conferências e reuniões de acampamentos

de verão da sua denominação.

Após comprar um pedaço de terra próximo

ao Lago Grande Urso, ele contratou

uma turma de construção para começar a

edificar o tabernáculo.

O tabernáculo deveria ser bastante grande,

de forma hexagonal, com telhado amplo

e achatado.

Alguns membros da sua congregação

possuidores de experiência em construção

nas montanhas, o procuraram dizendo, “Senhor,

cremos que está cometendo um erro

fatal na maneira em que está construindo

este edifício”.

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 977

“Cavalheiros”, ele replicou, “não questionem

o meu plano, pois o Senhor foi quem

o deu!”.

Mais tarde, um engenheiro municipal que

estava passando de carro, viu esse homem

dirigindo os construtores. Parou, aproximando-

se do superintendente e tentou dizer-

lhe que havia erros no desenho do prédio.

A única resposta que recebeu por haver

se preocupado, foi uma fria repulsa.

Isso foi antes da existência de códigos de

construção, quando se era permitido construir

qualquer tipo de prédio. Mas era também

durante os anos da grande depressão

econômica, quando dinheiro era raro e cada

dólar era contado.

As pessoas que moraram em terra de

muita neve, podem advinhar o que havia de

errado com o desenho do tabernáculo. Cai

muita neve nos lugares mais elevados das

montanhas, mesmo na “ensolarada Califórnia”!

Ali estava um grande tabernáculo, de

cerca de duzentos pés de altura, com caibros

achatados e compridos, e sem sustentação.

No nível de seis mil pés de altura, onde se

encontrava, não é raro ter três ou quatro

pés de neve pesada no inverno. O que você

pensa que aconteceu?

O inverno chegou antes que realizassem

uma única reunião naquele tabernáculo. Os

ventos tempestuosos sopraram, neve caiu,

o prédio desabou – e grande foi a sua queda.

O peso da neve no telhado largo e achatado,

fez com que tudo desabasse estrondosamente,

num monte imprestável sobre o

chão.

Agora, eu previno líderes contra a preocupação

com a atitude “divina” no trabalho

cristão. Sempre que os homens se isolam

do conselho, sugestões e correções, eles estão

se colocando (e em geral colocando outros)

em posição difícil ou mesmo trágica.

2. Catástrofes Financeiras

Como membro de diretoria de diversas

organizações cristãs no oeste dos Estados

Unidos, tenho assistido reuniões nas quais

homens de empresa questionaram a falta de

planejamento financeiro para certos projetos

e propostas de alguns líderes eclesiásticos.

Freqüentemente ouço pastores e líderes

de igrejas impedirem estes homens de falar,

usando chavões tais como, “Irmão, você não

entende. Não operamos esta organização

como uma empresa, operamos pela fé”.

Na semântica de círculos religiosos, “funcionamento

pela fé” algumas vezes se traduz

em pedir emprestado mais do que se

pode pagar, com taxas de juros exorbitantes

e termos de pagamento totalmente irrealistas.

Chamam isso de “fé”.

O empresário, vendo que seu conselho

não é bem-vindo, se retira da situação e deixa

que os líderes da igreja persistam em sua

loucura. Alguns anos mais tarde, e alguns

anos além na estrada da vida, muitos desses

projetos de fé acabam como catástrofes financeiras.

São forçados à falência.

Muitos dos ministérios cristãos fracassaram

porque um líder rejeitou o dom de administração

de um irmão mais experiente.

Se você não é administrador, pelo amor

de Deus, tenha a humildade de admiti-lo, e

permita que aqueles que possuem dons nessa

área, tragam ordem e efetividade para este

aspecto do seu trabalho para o Senhor.

Sem o dom da administração, qualquer

igreja ou ministério acabará em sérias dificuldades,

ou com a comunidade ou dentro

dela.

B. A ADMINISTRAÇÃO NA

IGREJA PRIMITIVA

Na igreja primitiva, conforme descrito

em Atos, encontramos uma seqüência interessante

de eventos. Isto tem se mostrado

útil para me ajudar a entender o desenvolvimento

e progresso da organização.

• Em Atos, capítulo 1, Deus escolheu

certos homens.

• Em Atos, capítulo 2, Ele deu àqueles

homens um ministério.

978 / SEÇÃOE6 E6.5– Como Planejar

• Em Atos, capítulo 3, vemos uma grande

multiplicação.

• Em Atos, capítulo 4, vemos o nascimento

de um grande movimento.

• Em Atos, capítulo 5, surge uma murmuração.

• Em Atos, capítulo 6, os apóstolos

designam administradores.

O estágio da murmuração é o estágio crítico

de um movimento. A liderança se depara

com duas ou três opções neste ponto.

PRIMEIRO, eles podem silenciar os

dissensores dizendo, “Se vocês fossem realmente

espirituais, não estariam se queixando”.

SEGUNDO, poderiam dizer, “Não desafiem

a liderança que Deus deu. Submissão!

ou Separação!” A maioria de nós já ouviu

respostas como estas.

TERCEIRO, podem dizer “Irmãos, ouvimos

que vocês têm um problema. Vamos

examiná-lo para ver se encontramos a solução”.

1. Resolvendo o Problema

A terceira abordagem foi aquela que a

igreja primitiva adotou. Eles seguiram uma

aproximação razoável ao responder a murmuração

que surgira dentro do movimento.

Eles não procuraram silenciar as queixas;

resolveram o problema. Resolveram-no com

o dom da administração.

Os apóstolos dirigiram o povo na escolha

de sete homens de boa reputação, cheios

do Espírito Santo e de sabedoria, para

tomar conta do servir as mesas.

Freqüentemente as pessoas têm a impressão

de que estes sete homens foram

designados para cuidar das mesas onde à

comida era servida. Mas estas não eram necessariamente

mesas de comida. Mais provavelmente

eram mesas de dinheiro. A palavra

grega aqui empregada é trapeza, que indica

uma mesa usada para alimentos ou para

negociações em dinheiro.

As viúvas gregas estavam sendo negligenciadas

na ministração diária. É provável

que elas não estivessem recebendo a sua parte

certa em dinheiro. Havia nuances raciais

no problema, uma situação perigosa que poderia

colocar os gregos contra os judeus.

Os apóstolos, orientaram o problema

complicado, problema racial, financeiro e social,

pedindo que o povo escolhesse dentro

do seu próprio meio, homens com dons de

administração para supervisionar o dinheiro,

a fim de que os apóstolos pudessem se

dedicar à oração e à ministração da Palavra.

2. Um Ciclo Contínuo

O dom de administração ou ministração,

conforme aqui empregado, surge dos seis

estágios pelo qual passa o reavivamento.

a. Homens movidos por Deus foram

dados um

b. ministério do qual veio

c. multiplicação de onde surgiu um

d. movimento de onde veio

e. murmuração, de onde teve que sair

f. administração.

Isso funciona num ciclo contínuo. Da

administração correta surgem mais homens,

para mais ministérios, para gerar mais multiplicação,

que constrói um movimento

maior, de onde surge outra vez mais murmuração.

Enquanto se lida e se resolve o estágio

da murmuração, o movimento continua a se

desenvolver e a crescer.

Mas se você alcança o estágio onde administração

é necessária, e esta é negligenciada,

surgem grandes problemas. Não se

pode bloquear ou se esquivar do estágio da

murmuração. Se você negligencia ou tenta

passar por cima, garanto que dentro de

poucos meses seu trabalho entrará em colapso

e caos. Qualquer que seja, caos fiscal

ou organizacional.

C. A ADMINISTRAÇÃO É

NECESSÁRIA PARA O

CRESCIMENTO

Se você deseja crescer, terá que dirigir-se

com responsabilidade fiscal e organizacioPLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 979

nal. Isso significa que você precisa de administração.

Oitenta e cinco por cento de todas as

congregações de igrejas nos Estados Unidos

têm menos de duzentas pessoas. Por

que as congregações não conseguem crescer

além do patamar de duzentos? Porque os

homens na liderança não reconhecem a necessidade

da administração.

Um homem não pode lidar efetivamente

com mais de cento e setenta e cinco pessoas,

portanto, poucas igrejas vão além

desse estágio. Não estou dizendo que isso

é errado e nem critico as pequenas congregações.

Eu iniciei cada igreja que pastoreei, e

igrejas pioneiras contam com pequenas congregações.

Os onze anos de trabalho pastoral

pioneiro foram verdadeira bênção do

Senhor, pois foi naquele tempo que pude

ganhar a experiência que mais tarde me ajudaria

em esferas mais amplas de responsabilidade.

A meu ver, um novo pastor deve ganhar

habilidades de administração, ou ele será

muito limitado em suas realizações. Quando

você tem uma igreja e está apenas começando,

não pode “convocar” alguém da congregação

dizendo, “Eu preciso focalizar a

pregação e o aconselhamento, e assim quero

que você enfrente e resolva quaisquer

problemas que surgirem, desenvolvendo

planos para o crescimento da igreja”. Não

pode fazer isso, pelo menos não logo de

início.

A não ser que um novo pastor saiba reconhecer

e lidar com a “murmuração”, ele

estacionará bem cedo no seu ministério, em

termos de crescimento numérico. Se ele tenta

fazer seu trabalho sem se preocupar com a

administração, ele criará confusão fiscal ou

organizacional. O trabalho dele poderá desmoronar

porque os eventos tendem a evoluir

além da capacidade do pastor de lidar

com eles um de cada vez à medida que surgem.

Meu conselho para um pastor novo seria:

aprenda princípios básicos de administração

e comece a colocá-los em prática imediatamente.

Capítulo 5

Como Planejar

Introdução

Temos falado a respeito de alvos e da

necessidade desses alvos serem mensuráveis,

atingíveis, comunicáveis, tangíveis e definidos.

Os alvos oferecem objetivos específicos

para a ação que tomaremos, a fim de

expressarmos a visão que o Senhor nos deu.

Já mencionamos a necessidade de colocar

esses alvos em ordem de prioridade.

Chegamos, agora, a um passo essencial

para o seu trabalho como administrador e

pastor ou líder de uma organização. É necessário

haver um plano para cada alvo.

A. TEM QUE HAVER UM PLANO

Para cada um dos alvos em sua lista de

prioridades, tem que haver um plano. Mais

uma vez quero enfatizar que não se deve

trabalhar com mais de três a seis alvos

prioritários de cada vez.

1. Deus Teve um Plano

Deus tem “um plano de salvação”. Quando

é que Ele fez esse plano? Antes da fundação

do mundo!

Se pararmos para pensar, podemos chegar

facilmente à conclusão de que Deus estava

estabelecendo um exemplo a ser imitado.

Ele tinha um plano formulado antes da fundação

do mundo. A Bíblia não diz que Ele foi

planejando enquanto fazia. Nós também precisamos

estabelecer o plano antes de lançar

nossa fundação e começar a construir.

Porém, na minha experiência, não é assim

que muitas organizações cristãs funcionam.

Muitas tentam começar um projeto

sem pensar no planejamento.

Não foi assim que Deus ordenou. Deus

não começou sem ter um plano. Ele deli980

/ SEÇÃOE6 E6.5– Como Planejar

neou o plano d’Ele antes da fundação do

mundo, mais do que um arquiteto teria feito.

Todo construtor sábio tem um plano

antes de iniciar a construção.

Com muita freqüência, parece-me que

cristãos não são construtores sábios. Paulo

enfatizou isto escrevendo em 2 Timoteo 2:5,

que não obteremos o prêmio se não lutarmos

segundo a norma – de acordo com certas

regras, certos princípios e planos.

Em 1 Coríntios 3:10 ele nos diz para

tomarmos cuidado em como lançamos o fundação.

Isso envolve doutrina, mas envolve

também planejamento. Se você não tem um

plano, não deve tentar construir.

Em minha vida tenho observado a capacidade

de muitos líderes de mobilizar as pessoas,

inspirá-las e fazer com que iniciem

projetos maravilhosos. Mas, porque não haviam

planejado, cinco ou seis anos adiante a

visão desmoronou, caindo em caos econômico

e organizacional.

A não ser que homens estejam dispostos

a trabalhar como Deus trabalha, creio

que eles encontrarão a ruína em algum ponto

do caminho, e muito pouco alcançarão.

Temos que nos lembrar: Deus tinha um plano

antes de começar.

2. Planeje com a Ajuda do Senhor

É essencial que o planejamento seja feito

através de estar em contato com o Senhor

em tempo de oração e meditação. Não

se pode fechar Deus do lado de fora do planejamento,

esperando que dê certo. Você

deve orar dizendo “Senhor, mostra-me o

plano. Tu sabes para onde estás dirigindo,

sabes o que queres realizar, e como o realizarás.

Agora, ajuda-me a fazê-lo conforme

o que Tu queres”.

Quando entramos em parceria com Deus,

seguimos Seu exemplo e desenvolvemos um

plano para implementar cada um de nossos

alvos. Assim, trabalhamos com a visão de

Deus, com os alvos de Deus, com o plano

de Deus.

Geralmente esses componentes surgem

da sabedoria de um grupo de irmãos que

procuram a Deus em oração e trabalham

juntos. A visão usualmente provém do coração

e da mente de um homem, mas os

detalhes de como colocá-la em prática geralmente

surgem de um grupo de irmãos.

B. CINCO PASSOS PARA UM PLANO

Cinco perguntas precisam ser respondidas

com cuidado e completamente, antes

que se tenha um plano. São as seguintes:

• O que vamos fazer? (Definição dos

alvos).

• Como faremos? (Definição de passes

para a ação).

• Quando o faremos? (Passos de planejamento

de horário).

• Com quem o faremos? (exigências

de pessoal).

• Quanto custará? (Orçamento).

1. Defina os Alvos

Se você já definiu claramente os alvos e

os colocou em ordem de prioridade, já completou

o primeiro passo. Os alvos são uma

declaração de ações que você espera realizar

a fim de implementar e cumprir a visão

de Deus para a sua vida e ministério.

2. Defina os Passos de Ação

Como o faremos? A definição de “como”

é um dos aspectos mais desafiadores da

realização. Definir como você irá implementar

e atingir os alvos, requer trabalho –

trabalho duro – trabalho que consome o

seu tempo.

Um amigo meu trabalhava para a Marinha

dos Estados Unidos. Sua tarefa era definir

como chamar para a ativa a reserva do

contingente da Marinha. Milhares de reservistas

tinham que estar prontos para lutar

dentro de trinta dias, em caso de emergência

nacional.

Frank chamou dez outros planejadores

de primeira categoria para ajudar. Levou três

anos para que esses onze homens definissem

“como” implementar o alvo. Trinta e

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 981

três anos-homem eram necessários para

definir “como” atingir o alvo.

Talvez seu alvo não seja tão complexo.

Para definir “como” implementar seu alvo,

não levará trinta e três anos-homem. Mas

não se engane: seu potencial para o sucesso

está diretamente relacionado com o tempo

gasto para definir como você fará para atingir

os seus alvos.

3. Agende os Passos de Ação

QUANDO o faremos? Uma vez que os

passos de ação que definem o “COMO” estiverem

completos, é necessário pegar um

calendário e calcular QUANDO cada passo

de ação será tomado.

Para isto, faca uma estimativa de quanto

tempo levará para realizar o primeiro passo.

Depois, determine o tempo que leva

para o passo número dois. Faça uma estimativa

do tempo para cada estágio do seu

plano e registre-o ao lado do plano de ação

definido no Segundo Passo.

Agora, determine datas limites (data no

calendário) para cada passo a ser realizado.

Quando tiver feito isto, você terá seu horário

marcado para a implementação. Isto lhe

será muito útil mais tarde. Você poderá determinar

se o projeto (alvo) está progredindo

conforme o plano. Se estiver atrasado,

talvez haja necessidade de alguma ação para

apressar o andamento, ou então seja a

constatação de que algum ponto crítico terá

sido passado por cima, tornando impossível

prosseguir para a realização do alvo.

Por exemplo, se você está planejando

uma conferência de mocidade, a fim de alcançar

jovens para Cristo, deve anunciar a

data da convenção. Se os passos para a ação

estão definidos e as estimativas de tempo

estabelecidas, talvez você veja que vai levar

no mínimo seis meses para fazer o trabalho

de promoção para a conferência.

Se os anúncios não forem criados, impressos

e distribuídos dentro do horário, talvez

você não tenha quem apareça na conferência.

Sei de um congresso em que os convites

vieram da impressora depois de ter acabado

o evento. Qual foi o resultado? Quase ninguém

foi porque os anúncios nunca saíram.

Foi um desperdício de tempo, dinheiro e

um bom plano – resultado da falha numa

junção crítica de tempo, num passo importante

da ação.

4. Delegue a Trabalho

Com QUEM o faremos? A maioria dos

planos envolve a mobilização de outros para

ajudar. Se você tenta fazer tudo sozinho,

você não é um líder. Um líder é aquele que

realiza as coisas através de outros. Ter passos

de ação e implementação claramente

definidos (segundo passo acima), com estimativa

de tempo para a realização, simplifica

a tarefa de delegar o trabalho.

Para delegar trabalho, anote o nome da

pessoa (ou pessoas) que poderão implementar

cada passo da ação.

Contate seus possíveis futuros ajudantes.

Se eles estiverem dispostos, providencie

o treinamento necessário para a tarefa,

então explique as datas-limite que terão que

cumprir, e mantenha-se a par do progresso

de cada um, para se certificar de que eles

permaneçam dentro do cronograma.

(NOTA: É EXTREMAMENTE importante

lembrar que as pessoas não fazem o

que você ESPERA – farão aquilo que você

INSPECIONA. É essencial seguir de perto

após delegar ou, geralmente, o trabalho não

será feito.)

5. Determine os Custos

Financeiros

O que vai custar? Jesus disse “Ninguém

edifica uma torre sem primeiro calcular o

custo, a fim de ver se tem suficiente para

completá-la’’.

Determinar o custo financeiro exige o exame

de cada passo da ação (Segundo Passo

acima) e estimar o custo da implementação

daquele passo. Quando você tiver feito isto,

some o custo de cada passo e você terá o

“custo total” para atingir o alvo.

982 / SEÇÃO E6 E6.6 – Estratégia, Implementação, Avaliação

Se esse custo estiver acima dos seus recursos

financeiros e da sua fé, você deve

revisar seu alvo ou seu planejamento. Essa

revisão deverá continuar até que o quinto

passo (orçamento) esteja dentro dos seus

recursos de finanças e/ou fé.

Quero adverti-lo para que não dê passos

presunçosos. A Bíblia nos ensina a dar passos

de fé. Há uma grande diferença entre

saltos de presunção e passos de fé.

Passos de fé envolvem um progresso

gradativo, relacionado com o crescimento e

desenvolvimento espiritual. Uma criancinha

dá passos curtos e freqüentes para andar

um quilômetro. Um adulto forte e bem treinado,

dá passos longos. Se a criancinha tentar

pular um abismo de cinco metros de largura,

ela cairá e morrerá. O adulto poderá

tentar saltar essa distância com facilidade e

segurança.

Sendo assim, se o seu alvo for além de

sua fé e de suas finanças, diminua-o em escala.

Mate o seu leão e o seu urso antes de

enfrentar Golias (veja a seção sobre “Experiência”).

Quando você tiver tomado todos os passos

acima, com cuidado, usando a mente sã

que Deus dá (2 Tm 1:7), suas chances de

sucesso são multiplicadas.

C. CONCLUSÃO

Quase noventa e oito, em cem novos empreendimentos,

fracassam. Por quê? Porque

os líderes tentam cortar caminho nestes

princípios bíblicos. Geralmente o resultado

é o fracasso.

Não permita que o seu tempo, energia e

dinheiro se desviem em atividades não relacionadas

com a visão de Deus para a sua

vida e ministério. O inimigo se introduzirá

com toda a espécie de tentação e pressão,

para desviar os seus recursos com questões

secundárias irrelevantes e inúteis.

Alguma idéia de apelo fantástico pode

surgir de repente à sua frente, algo que parece

ter mais valor do que aquilo que você está

fazendo. Permaneça firme, mantenha a fé e

certifique-se de que seus alvos continuem

relacionados a visão de Deus. Quando suas

prioridades estiverem estabelecidas, fique

firme nelas.

Capítulo 6

Estratégia, Implementação,

Avaliação

A. DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS

Estamos em guerra contra os principados

e potestades espirituais que têm dominado

as nações por séculos. Estamos desafiando

esses poderes das trevas.

Deus nos ajudará a produzir planos e

estratégias para entrar nessas nações e derrubar

principados e potestades, libertando

países não evangelizados para a penetração

do Evangelho.

1. Devem Ser Inspirados

Pelo Espírito Santo

Mas o diabo é uma pessoa astuta, com

vários milhares de anos de experiência em

contra-atacar os planos dos cristãos. Precisamos,

portanto, de estratégia e planejamento

inspirados pelo Espírito Santo, a fim de

derrubar o inimigo e nos livrarmos dos seus

contra-ataques.

Temos aqui espaço somente para ilustrar

o gênio maravilhoso do Espírito Santo,

em várias das muitas estratégias que Ele tem

dado a empreitadas missionárias.

a. Uma Estratégia no México. Quero

relatar uma história de um irmão no México.

Para começar, você deve compreender

que é muito difícil evangelizar no México, e

em alguns países da América Latina, devido

a vários tipos de restrições, e devido a certos

costumes, certas barreiras culturais. Mas

Deus, pelo gênio do Espírito Santo, colocou

um plano no coração do meu amigo, e

está sendo implementado com sucesso, hoje,

por todo o México.

Ele está mobilizando centenas de leigos

mexicanos nas igrejas do México, ensinanPLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 983

do-lhes maneiras simples de testemunhar

efetivamente dentro do ambiente cultural

latino-americano. É simplesmente fantástico!

No México, quando se dá um presente a

alguém, torna-se uma pequena cerimônia

pública. A cortesia mexicana exige que ninguém

se retire até que termine a cerimônia.

Retirar-se é fora de cogitação, segundo o

seu costume.

Meu amigo missionário e seus colaboradores

combinam uma reunião de cerca de

trinta pessoas em casa de alguém, para presentear

ao dono da casa com uma Bíblia em

Espanhol.

Quando a apresentação é feita, começam

perguntando “por que oferecemos Bíblias

aos chefes de família?” Eles, então,

explicam que quando Cristo entra no coração

e na vida do chefe da família, ele se

torna melhor pai, um pai mais amoroso. Isso

estimula o crescimento de crianças estáveis,

que amam a Deus e serão melhores cidadãos

do México.

Passam, então, a explicar o plano de salvação.

Fazem uma apresentação simples

(que qualquer leigo no México pode aprender

de forma a prender a atenção). Ninguém

irá embora durante uma hora.

No final da apresentação simples do

Evangelho, eles convidam todos para “honrar

a família”, recebendo o Cristo de que

fala a Bíblia, que acabou de ser “apresentada”.

Todos se ajoelham e fazem uma oração

de arrependimento e recebimento de Jesus

como Senhor e Salvador ressurreto. Muitos,

assim, nascem de novo.

Então passam a explicar um programa

de estudo bíblico. Após isso, perguntam,

“Quantos de vocês gostariam de ter uma

apresentação assim no seu lar?” Naturalmente,

muitos dizem “Sim, eu gostaria!”

No México, onde a evangelização é difícil,

o gênio do Espírito Santo providenciou

essa estratégia simples. O Evangelho está

sendo espalhado por leigos, através de um

plano simples e maravilhoso.

Deus está disposto a dar estratégias se

você estiver sintonizado n’Ele, e permitir

que Ele comunique a Sua mente, a Sua vontade

e o Seu entendimento.

B. IMPLEMENTAÇÃO –

MANTENHA-A FLEXÍVEL

Agora, estamos prontos para passar ao

estágio de implementação. Podemos definir

a implementação como “passos de ação planejados

e executados em direção à conquista

de um alvo”.

Se você tem um plano, você pode solucionar

problemas não esperados, trabalhando

em volta deles através do uso de uma

abordagem diferente.

Você pode isolar e corrigir pontos de dificuldades

antes que a situação se torne desesperadora.

Se você não tem um plano,

ficará afundado no lodo. Talvez não saiba o

que deu errado, ou porque, ou o que fazer a

seguir.

Seu plano é o seu projeto de implementação.

Se você comparar um prédio em

construção com as especificações do projeto,

e perceber que algumas coisas não estão

combinando, é evidente que quem está construindo

não está seguindo o plano. Pode ser

que existam boas razões para isto. Talvez o

plano necessite de modificações.

1. O “Feedback” é Importante

Conforme já ressaltamos, uma coisa que

se pode esperar é – nada funciona exatamente

segundo o plano. Por isso é necessário

“feedback” na implementação. Temos

que aprender com os nossos erros e como

prosseguir adiante, apesar dos obstáculos

inesperados.

Aquilo que aprendemos na implementação,

freqüentemente nos faz modificar o plano,

ou para fortalecer um ponto fraco, ou

para tirar proveito de um ponto forte. Nisso

está a sabedoria de utilizar o “feedback”.

Um simples exemplo: suponhamos que

você estivesse construindo uma igreja e planejasse

maçanetas folheadas a ouro para as

984 / SEÇÃO E6 E6.6 – Estratégia, Implementação, Avaliação

portas, quando o ouro ainda estava a $35 a

onça. Então e o governo permitisse que o

preço do ouro fosse alterado, fazendo-o

subir para $600 por onça. Provavelmente

você modificaria o seu plano.

A notícia da subida do preço do ouro é

“feedback”. O “feedback” causaria uma modificação

do plano porque o aumento do

valor do ouro faria subir o custo além do

seu orçamento. Portanto, você se contentaria

com maçanetas de metal.

Durante o processo de implementação,

você encontra algo inesperado: esta informação

é realimentada no plano que é, então,

modificado; a implementação continua com

base no plano modificado.

Em círculos cristãos, não é incomum encontrar

pessoas “alérgicas” à avaliação ou

“feedback”.

Líderes que se dizem dirigidos “por revelação”

podem se recusar terminantemente

a modificarem os seus planos. “Quando

Deus diz, é isso mesmo, irmão. Eu não me

moverei”.

O problema é que, freqüentemente eles

não estão seguindo o plano de Deus, mas

alguma impressão deles mesmos, talvez

porque planejamento seja trabalho duro

demais. Para algumas pessoas é bem mais

fácil reivindicar revelações e visões, do que

fazer o trabalho árduo para desenvolver um

plano. É mais fácil dizer “O Senhor me

mostrou” ou “o Senhor disse...”

“Feedback”, conselho e avaliação, nesses

casos, são vistos como crítica contra a

maneira como Deus quer fazer as coisas. E

quem ousaria criticar a Deus?

Não estou dizendo que Deus não possa

mostrar-lhe um plano, porque Ele pode.

Nem que Deus não possa falar, porque Ele

fala. Mas homens que substituem suas impressões

do plano de Deus pelo trabalho

duro de verdadeiro planejamento, estão se

preparando para a decepção.

Estão enganando a si mesmos e ao seu

povo, porque podem encobrir com “O Senhor

disse”. O povo acreditará e, dentro em

breve, o líder estará acreditando, até mesmo

quando for óbvio de que não é nada mais do

que uma decepção.

2. O “Feedback” Neutraliza

o Engano

Precisamos utilizar a avaliação para combater

a possibilidade de engano ou falta de

sabedoria, naquilo que estamos fazendo, ou

as deficiências com que estamos implementando

nosso plano.

Falo com certa quantidade de conhecimento

e experiência nessa área, estando no

trabalho do Senhor desde 1947.

Por exemplo, conheço o caso de um pastor

que disse ter recebido uma revelação de

ir a uma certa cidade distante, para construir

uma escola bíblica. Não havia elaboração

de plano algum.

Ele e um colega viajaram milhares de quilômetros

para outro país, onde diziam que

o Senhor os levara diretamente à propriedade

que deveriam adquirir. Foram guiados por

anjos e visões, se movendo totalmente por

direções subjetivas.

O pastor que liderava o projeto estava

se preparando para deixar uma grande congregação

em crescimento, a fim de se dedicar

totalmente à sua nova visão. Alguém lhe

perguntou, “Onde está o seu plano?”

“O Senhor me guiou para fazer isto”,

disse ele.

“Talvez sim, mas mesmo neste caso Ele

deseja que você tenha um plano. Ele teve um

plano antes da fundação do mundo e espera

que você também tenha um. Você não definiu

como, quando ou com quem irá implementar

o seu projeto. Não é assim que Deus age”.

Aqueles que expressaram preocupação

não foram apreciados, e os líderes se fizeram

surdos ao conselho. Não estavam abertos

à avaliação.

Não tenho estado próximo a tal situação

por muitos anos, mas sei que eles gastaram

milhares de dólares e ainda não têm uma

escola bíblica. Há confusão no trabalho daquela

organização. Há um hiato de credibiPLANEJAMENTO

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 985

lidade, que talvez leve anos para ser sanado.

Pessoas têm sido feridas, e se perguntam

se não foram enganadas.

3. O “Feedback” Mantém

um Equilíbrio

Por que acontecem coisas assim? Porque

não buscaram confirmação objetiva para

aquilo que eles experimentaram subjetivamente.

Sem alvos. Sem prioridades. Sem

planos.

Acreditem-me, não rejeito as comunicações

subjetivas do Senhor. Deus usa nossos

dons intuitivos, mas estes têm que ser

avaliados pelos fatos. “Feedback” mostra

quando o plano está – ou não está – de

acordo com os fatos objetivos.

Quando o subjetivo e o objetivo estiverem

equilibrados, você está num terreno seguro.

Está numa estrada de ferro que o conduzirá

a algum lugar. Mas não se pode dirigir

um trem num trilho único; ambos os trilhos

são necessários. Direção subjetiva e

fatos objetivos, precisam andar juntos e

confirmarem-se mutuamente. Quando andam

juntos, pode-se ter quase a certeza de

um bom resultado final.

Empreendimentos bem-sucedidos requerem

um plano cuidadoso. Exigem trabalho árduo,

planejamento bem-pensado e prático. Se

você não possui o dom de administração, procure

alguém que o possua, para ajudá-lo.

Não importa o que o Senhor dá a você

em termos de visão e alvos, alguém tem que

planejar para a implementação deles de

modo ordeiro, seqüencial e lógico, para fazer

com que aconteça.

Se você não segue estes princípios, posso

quase garantir que fracassará ou terá desapontamentos

em qualquer coisa que tentar

fazer.

No estágio da implementação, não firme

seu plano em concreto. Depois de delineálo,

deixe que o conhecimento dos fatos que

você descobre durante a implementação o

modifique.

Não pratique a teologia concreta (confusa

e fixa). Faça o seu plano flexível, para

que possa ser modificado conforme o processo

de implementação indicar.

C. A AVALIAÇÃO É MUITO

IMPORTANTE

1. Ela nos Mostra se o

Alvo Foi Atingido

Quando você tiver implementado e completado

o seu plano, sempre deve tirar tempo

para uma avaliação. O alvo foi alcançado?

Cumprimos os objetivos? Terminamos

o que começamos? A visão se tornou, finalmente,

em realidade? Ou nós nos distraímos

com algum truque do inimigo, ou de

nosso próprio orgulho ou obstinação?

Uma das áreas mais “pegajosas” em que

tenho entrado nos últimos vinte anos, é a

avaliação do ministério missionário. Em geral

os missionários não querem ser avaliados.

“ Apenas deixem que eu vá para a África

glorificar a Deus, irmão, e não faça perguntas”.

Com freqüência, esta parece ser a

atitude.

Quando se começa a avaliar os missionários

com critérios objetivos, pode ser bem

duro. “O que você realizou na África, em

vinte anos, glorificando a Deus? O que aconteceu

durante todos aqueles anos? Onde está

o fruto? Você pode descrever alguns resultados

mensuráveis?”

Agora, não quero dar a impressão de que

uma equipe de avaliação é constituída de

generais hiper-críticos, de corações de pedra.

Nossas equipes de avaliação não vão

ao campo missionário, alheias aos problemas

e às condições locais, para dissecar a

vida e carreira de um missionário sofredor.

Não é assim.

As equipes de avaliação geralmente são

sensíveis quanto às condições em várias

partes do mundo. Quando encontram um

irmão missionário, conduzindo almas ao Senhor

sob circunstâncias extremamente difíceis,

eles o recomendam e o elogiam por sua

realização. É agradável encontrar missões

986 / SEÇÃO E6 E6.6 – Estratégia, Implementação, Avaliação

bem-sucedidas, saudáveis, produtivas, e nós

louvamos ao Senhor por elas e pelas pessoas

que as dirigem.

2. Ela nos Mostra se os Esforços

São Justificados

Mas muitos esforços missionários simplesmente

não se justificam com base no

que se está fazendo, levando em conta o

número de pessoas, recursos, tempo, energia

e fundos. É por isso que se torna necessária

a avaliação. Onde ela estiver ausente, a

tendência é o desenvolvimento de abusos e

incompetência.

a. Desperdício de Tempo e de Dinheiro.

Em uma parte do mundo, um missionário

gastou cinco anos e 250.000 dólares,

antes que uma equipe de avaliação fosse

enviada para verificar como estava a obra

dele. Ele morava a um dia de distância, rio

acima, por barco a motor. Para ganhar tempo,

a equipe de avaliação sobrevoou a selva

e finalmente chegou a um grande prédio de

blocos de concreto.

No meio da selva esse missionário estava

planejando “uma escola bíblica para treinar

as pessoas para evangelizar os nativos.”

O problema era que o vilarejo mais próximo

distava horas por barco a motor.

Mesmo este vilarejo mais próximo constava

principalmente de 2.700 índios pobres

e analfabetos. Mesmo assim, teria sido um

local muito mais sensato para uma escola

bíblica. Estava no meio de nada, a quilômetros

de distância do ponto de comunicação

mais próximo com o mundo de fora.

Toda a área era tão pouco habitada que

seria necessário sobrevoá-la de avião para

localizar pessoas que seriam evangelizadas

– e, assim mesmo, não havia muitas.

Para construir um prédio de concreto,

este missionário gastou 250.000 dólares em

cinco anos. O alto custo do transporte do

material, rio acima, e trabalhadores importados

dos Estados Unidos, fizeram os custos

subirem acima do que deveriam ser.

O que esse missionário tinha para mostrar

por seus cinco anos e duzentos e cinqüenta

mil dólares? Ele ainda não tinha dado

uma única aula. Não tinha matriculado um

único aluno, e ali estava, com um pequeno

prédio.

Havia pessoas viajando em tempo integral

pelos Estados Unidos, mostrando filmes

dessa gloriosa aventura missionária nas

selvas, para angariar dinheiro. Eles diziam

“Louvado seja o Senhor, vamos evangelizar

os perdidos e ganhá-los para Jesus! Estamos

construindo uma escola bíblica. Não é

lindo? Veja só que paisagens maravilhosas

da selva, olhe os macacos, papagaios, periquitos

– uau!”

É necessário considerar o quadro todo.

Aqueles indígenas da região não podiam ler,

mas supondo que se conseguisse levá-los a

uma escola bíblica, por onde se começaria a

treiná-los? Primeiro, gastando de cinco a dez

anos ensinando-os a ler? Quando é que se

começaria a ensinar-lhes a Bíblia? Aquele

povo não sabia somar dois mais dois!

Não faria mais sentido encontrar pessoas

que já sabem ler, e treiná-las para ir testemunhar

aqueles indígenas? Estas são espécies

de coisas que você tem que considerar

no trabalho missionário e na avaliação dos

esforços-missionários.

Há problemas especiais com a vida, em

áreas primitivas. Naquela região não havia

encanamento, eletricidade ou água potável.

O casal de missionários tinha que ferver a

água de beber. Eles se banhavam no rio. Estavam

constantemente em tratamento por

causa de parasitas de diversas espécies. E

estavam tentando criar e educar os filhos no

meio de tudo isso.

Quando eles teriam tempo para dirigir uma

escola bíblica? Chegada a hora da verdade,

eles não tinham tempo. Levava oito ou nove

horas de cada dia, apenas para eles sobreviverem.

Infelizmente este caso não é incomum

ao que acontece no campo missionário.

A propósito, o missionário era um bom

sujeito e, caso ele fosse membro de sua igreja,

você provavelmente gostaria dele. Mas

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA SEÇÃO E6 / 987

durante a entrevista de avaliação, quando

ele foi confrontado com as realidades ilógicas

da situação, ele finalmente confessou:

“Irmão, um dia esta terra vai ser valiosa.

Tenho duzentos alqueires e estou construindo

isto para o futuro de meus filhos”.

A equipe avaliadora mal acreditara no

que ouvira. Herança para os filhos? Ele estava

ludibriando pessoas em toda a América

do Norte para construir uma escola bíblica

no meio das selvas, em terreno-lixo, que

provavelmente não valerá dois dólares o

alqueire quando o Senhor vier!

Porque seus motivos eram errados, ele

foi enganado, e acreditava que essa terra iria

valer milhares de dólares por alqueire. Tudo

para deixar terras de herança para os filhos.

Ele gastou anos e parece convicto de continuar

com o mesmo desperdício. Existem

pessoas na América do Norte tolas o suficiente

para continuar enviando-lhe dinheiro,

cerca de cinqüenta mil dólares por ano.

Há grande necessidade de planejamento

com sanidade. A viabilidade da visão que

alguém, subjetivamente acha que foi dada

por Deus, precisa ser avaliada por uma equipe

objetiva.

Do contrário, o que é que se tem? Tabernáculos

com 2.000 lugares e telhados achatados,

construídos em terra onde neva, entrando

em colapso no primeiro inverno.

Temos pessoas viajando milhares de quilômetros

para evangelizar uma ilha desabitada

no Caribe. Temos uma escola bíblica de um

quarto de milhão de dólares no meio da selva,

sem um único aluno.

D. COMO CONFIRMAR O

VALOR DOS PROJETOS

Guardar-nos contra projetos sem valor

ou enganosos pode ser muito difícil.

Em Tessalonicenses 5:12, Paulo diz,

“Agora vos rogamos irmãos, que acateis

com apreço os que trabalham entre vós.”

Esta é a única proteção verdadeira que você

tem – conhecer bem aqueles que trabalham

entre nós. Auxilia a trabalhar dentro de uma

esfera de comunhão em que cada pessoa é

avaliada por outras, regularmente, e onde

todos sabem o que se passa.

Um bom exemplo disso está em Êxodo,

capítulo 25, quando Deus deu a Moisés a

visão do Tabernáculo. Esse projeto requeria

a dedicação do que provavelmente chegaria

a vários milhões de dólares em ouro,

prata, pedras preciosas e outros materiais.

O povo de Israel não tinha problema em se

comprometer com essa espécie de oferta alçada

porque havia evidência clara de que Moisés

estava escutando ao Senhor, com base nas

suas conquistas de fé e realizações passadas.

Mas se Moisés tivesse tentado começar

o tabernáculo, quando ele se juntou pela

primeira vez ao seu povo no Egito, não teria

sido bem-sucedido. Ou, se ele tivesse

vindo juntar-se a eles como estranho no deserto,

eles não teriam escutado tal proposta.

Ele tinha estado com eles por muitos

anos e tinha um histórico de credibilidade.

Em segundo lugar, Moisés apresentou

um plano completo. Era mensurável, atingível,

comunicável, tangível, e definido em

termos de alvos ou passos de ação. Quando

alguém pede a você que participe dum projeto

ou doe dinheiro, não tenha medo de

fazer perguntas. Se eles não puderem ou

não quiserem oferecer respostas claras quanto

aos alvos e planos, você tem boas razões

para refrear seu apoio.

E. CONCLUSÃO

São estes os princípios bíblicos para a

realização. Alguém disse: “O que Deus abençoa

como suplemento, Ele amaldiçoa se for

substituído”. Se você tentar substituir estes

princípios por dedicação, oração, separação,

integridade e outros princípios espirituais,

eles se tornarão uma maldição para você.

Mas se eles forem um suplemento, ferramentas

com as quais você trabalha para

elevar o reino do Senhor, tenho a certeza de

que eles serão uma bênção.

Que você tenha muitos feixes mais para

deixar aos pés de Jesus quando Ele voltar.

988 / SEÇÃOE7 E7.1– Prefácio

SEÇÃO E7

CONSERVANDO A COLHEITA

Leo Harris

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

E7.1 - O Poder de um Profundo Desejo

E7.2 - O Poder Ilimitado de Uma Dedicada Unidade

E7.3 - A Pregação Plena do Evangelho de Cristo

E7.4 - Os Pregadores e o Povo num Reavivamento Neo-Testamentário

E7.5 - A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento

E7.6 - Analogias Neo-Testamentárias da Igreja Cristã

E7.7 - O Sacerdócio da Igreja Neo-Testamentária

E7.8 - Os Ministérios na Igreja Neo-Testamentária

E7.9 - Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local

E7.10 - Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local

E7.11 - Todas as Igrejas Locais São Uma Base Para a Evangelização

E7.12 - O Chamado da Colheita

constituída de muitas “igrejas locais”): “...E

o Senhor acrescentava à Igreja [da Cidade

de Jerusalém] diariamente aqueles que se

haviam de salvar” (At 2:47).

“...E, naquela época, houve uma grande

perseguição contra a Igreja que estava

em Jerusalém...” (At 8:1; 11:2).

“Ao anjo da Igreja de Éfeso [a Igreja da

Cidade] escreve...” (Ap 2:1).

Você encontrará a igreja de uma cidade

citada em contraste a uma igreja “local” (ou

“caseira”). “Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro,

e de toda a igreja [todas as igrejas

“caseiras” de uma cidade]...” (Rm 16:23).

À Igreja Local (ou “Caseira”): Contraste

a última referência acima com relação

a “toda a igreja” e uma “igreja local” (ou

igreja “caseira”). “Saudai a Priscila e a

Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus.

Saudai também a igreja que está em

sua casa” (Rm 16:3,5).

“Saudai aos irmãos que estão em

Laodicéia [igreja de uma cidade], e a Ninfa,

e à igreja que está em sua casa [igreja local

ou igreja caseira]” (Cl 4:15).

Prefácio

Você precisa compreender a palavra “igreja”

da forma que é usada no Novo Testamento.

Isto o capacitará a aplicar o seguinte

ensinamento à sua situação. A palavra traduzida

por “igreja” vem da palavra grega

“Ekklesia”.

Ela é traduzida (na Bíblia Inglesa Versão

King James) por “assembléia” três vezes

(At 19:32,39,41).

Nessas passagens, ela significa um ajuntamento

público de pessoas (neste caso, para

ouvirem as acusações feitas contra Paulo).

Ela é traduzida por “igreja” em 76 versículos

e como “igrejas” em 35 versículos.

Nestas aplicações, elas se referem:

À Igreja Universal: (Mundial ou em

muitos lugares): Por exemplo: “Pois também

Eu te digo... sobre esta rocha edificarei

a Minha Igreja; e os portões do Inferno

não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18).

“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia,

e Galiléia, e Samaria tinham paz,... e

se multiplicavam” (At 9:31).

A Igreja de Uma Cidade: (Geralmente

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 989

principais em primeiro lugar. O desejo é o

fundamento sobre o qual podemos construir

uma fé que remove montanhas é uma poderosa

vida de oração. Eis aqui o segredo de

todo verdadeiro reavivamento espiritual.

A. O QUE É “DESEJO”?

Geralmente usamos esta palavra inadequadamente.

Nós a usamos para indicar uma

vontade passageira, as nossas esperanças,

ou aquilo que “queremos”.

Há, no entanto, uma capacidade de desejarmos

profundamente alguma coisa

que poucos jamais compreenderam. Um

profundo e forte desejo significa usarmos

a palavra em seu mais verdadeiro e profundo

sentido.

1. Uma Forte Paixão

Este desejo é uma forte paixão por algo,

um apetite santo não-satisfeito que se origina

de uma “visão”, um “conceito” que

motiva a nossa vida e molda os nossos destinos.

Poucos chegaram a conhecer um verdadeiro

e notável sucesso sem que tivessem

sentido as chamas deste apaixonado desejo

ardendo em suas almas.

2. O Conhecimento e a

Visão Combinados

Há dois versículos interessantes que eu

gostaria de comparar:

O primeiro é Oséias 4:6: “O Meu povo é

destruído por falta de conhecimento.” O

conhecimento em si não traz o poder, mas o

nosso uso (aplicação) do conhecimento pode

trazê-lo.

O segundo versículo é Provérbios 29:18:

“Onde não há nenhuma visão, o povo perece.”

A visão e a luz (revelação) que recebemos

sobre o propósito de Deus para a

nossa vida e ministérios.

Estes dois versículos nos ensinam duas

coisas:

• As pessoas sem conhecimento estão

em perigo de destruição;

Você poderá observar que, quando Pedro

e João foram libertos após a sua detenção,

as Escrituras dizem: “E sendo libertos,

foram para os de sua própria companhia

[igreja local ou caseira], e relataram tudo o

que os principais sacerdotes e anciãos lhes

haviam dito” (At 4:23).

Quando o anjo libertou Pedro da prisão,

ele foi para a sua igreja local (ou “caseira”).

“...ele foi à casa [igreja] de Maria, mãe de

João, cujo sobrenome era Marcos, onde

muitos estavam reunidos e orando” (At

12:12).

As Igrejas Locais (ou “Caseiras”) Dentro

de Uma Igreja de Uma Cidade: “Se

pois toda a Igreja [Igreja de uma cidade] se

congregar num lugar...” (1 Co 14:23).

“A Igreja toda” se refere as muitas “igrejas

locais” (ou igrejas “caseiras”) de Corinto,

que constituíam a “Igreja da Cidade”.

Ocasionalmente, todas as igrejas locais (ou

“caseiras”) se reuniam para comunhão e ministração

num grande ajuntamento público.

Nesse contexto, Paulo deu instruções especiais

sobre a maneira pela qual essa reunião

especial deveria ser conduzida.

Capítulo 1

O Poder de um Profundo

Desejo

Introdução

Estamos a ponto de considerar uma verdade

que bem poderia revolucionar a sua

vida. Descobriremos a fonte de águas vivas.

Desta fonte jorram a verdadeira fé, a oração

eficaz, e todas as bênçãos da vitória espiritual.

Estas bênçãos são destinadas a você,

individualmente, como também para a Igreja,

coletivamente.

Não creio que jamais tenhamos concebido

o tremendo poder que há no DESEJO.

Ouvimos muitas coisas sobre as nossas

orações. Já ouvimos muitos sermões sobre a

fé. Quando no entanto, abordamos os nossos

desejos, estamos colocando as coisas

990 / SEÇÃOE7 E7.1– O Poder de um Profundo Desejo

• Porém, as pessoas sem visão estão

perecendo. Estão, devagar e sempre,

perdendo a sua utilidade.

Um profundo desejo é o resultado da

combinação do conhecimento com a visão.

É o conhecimento incandescente dentro

de nós.

O conhecimento é semelhante a um maquinário,

mas a visão produz o forte desejo,

o qual impulsiona (movimenta) esse maquinário.

3. Produz Uma Verdadeira Fé

É verdade que a fé vem através do nosso

conhecimento da Palavra, mas o conhecimento

em si não é suficiente. O nosso

conhecimento da Palavra de Deus precisa

criar dentro de nós o intenso desejo pelo

cumprimento da Sua Palavra.

Muitas pessoas conhecem as promessas

de Deus, mas nunca agem com base nessas

promessas porque carecem desse profundo

e intenso desejo.

Um desejo desse tipo faz com que não

somente conheçamos as promessas de Deus,

mas que também constantemente PENSEMOS

nelas, FALEMOS sobre elas, NOS REGOZIJEMOS

nelas, e AJAMOS com base

nelas. Esta é uma fé verdadeira. É o tipo de

fé que produz uma VISÃO. É uma fé gerada

por um forte desejo.

Muitos de nós gostamos muito das palavras

de Jesus encontradas em Marcos 11:24:

“Tudo o que DESEJARDES, quando

ORARDES, CREDE que o RECEBEREIS, e

te-lo-eis.” Vemos aqui que a nossa oração,

o nosso crer, e o nosso receber – todos se

originam do nosso desejar.

É maravilhoso conhecermos o Evangelho,

as boas-novas da salvação, a verdade

da cura divina, o batismo do Espírito Santo,

e todas as gloriosas provisões dessa mensagem

do Evangelho.

O conhecimento dessas coisas, no entanto,

não é suficiente para trazer a vitória

do reavivamento que precisamos. Vermos

as pessoas salvas, curadas, e batizadas no

Espírito precisa se tornar o nosso intenso

desejo e a nossa constante visão. Somente

assim poderemos ver e provar o poder do

Evangelho.

B. QUAL É O MEU MAIS

PROFUNDO DESEJO?

É bom que cada um de nós se pergunte

isto de vez em quando. É bom para nós que

tenhamos um desejo de prioridade absoluta

em nossa vida.

Isto será determinado de acordo com:

• as nossas necessidades

• o chamado de Deus em nossa vida

• as nossas circunstâncias

• a nossa experiência espiritual

Pare agora mesmo e pergunte-se o seguinte:

“Qual é o meu mais profundo e mais

forte desejo?”

Aí então, faça a mesma pergunta coletivamente

– como uma assembléia, uma igreja

local (ou “caseira”), como um grupo de crentes

no Senhor.

C. HÁ PODER NA UNIDADE

DE DESEJOS

Um dos grandes segredos do sucesso sobrenatural

da Igreja Primitiva era a unidade

deles. Dizia-se sobre eles que “estavam todos

em comum acordo.” Eles tinham uma

unidade em seus propósitos, em suas orações,

e em seus ministérios.

O Novo Testamento nos ensina que há

um vasto e ilimitado poder numa visão

unida: estarmos de comum acordo em nossos

desejos e em nosso crer.

D. ÁREAS ONDE A UNIDADE DE

DESEJOS É NECESSÁRIA

Eis aqui algumas coisas em que deveríamos

encontrar uma unidade de desejos:

1. A Salvação de Homens e

Mulheres

Isso deveria ser primordial em nossas

prioridades.

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 991

O Livro de Atos registra a constante conversão

de almas, incluindo-se tanto as conversões

em massa quanto o fato de homens

e mulheres serem ganhos para o Senhor no

dia-a-dia.

Há um grande perigo de as pessoas se

tornarem empolgadas com a idéia de resultados

em massa, de um grande número de

pessoas se voltando para o Senhor de uma

só vez. Isto é muito maravilhoso e certamente

tem o seu lugar no programa da igreja

hoje em dia, como acontecia nos dias em

que a Bíblia foi escrita. No entanto, nada

pode substituir a importância e o valor

de uma colheita de almas sistemática,

no dia a dia, semana após semana.

Em Atos 2:41 lemos que 3.000 almas

foram salvas no Dia de Pentecostes. Em

Atos 4:4, constatamos que 5.000 homens

foram ganhos para Cristo de uma só vez.

Estes são eventos notáveis de evangelização

em massa.

Contudo, em Atos 2:47, encontramos o

padrão normal da evangelização feita por

uma igreja de cidade: “...e a cada dia Deus

lhes acrescentava todos os que estavam sendo

salvos.”

Muitas e muitas vezes as igrejas contam

com o ministério de um evangelista

especial, uma grande campanha com muita

publicidade, para trazerem almas ao seu

convívio. Isto é bom, e certamente deveria

haver ocasiões para tais eventos (se as circunstâncias

o permitirem).

Nada, no entanto, pode substituir a maravilhosa

eficácia de uma constante e sistemática

salvação de almas. Isto somente poderá

acontecer à medida que cada igreja local

(ou “caseira”) for impregnada com uma

visão vital gerada por um intenso desejo

de se ganhar os perdidos.

Se Deus não houvesse incluído a salvação

de almas em Seu plano para a Igreja, ela

teria perecido em sua infância. Graças a Deus

que ela não pereceu, e não perecerá enquanto

os crentes e igrejas de cidades desejarem

acreditarem, orarem e trabalharem pela salvação

de almas, a fim de que possam ser

acrescentadas a Igreja dia a dia.

2. A Cura dos Enfermos

Há duas razões pelas quais também deveríamos

desejar isto de todo o nosso coração:

• Porque nos movemos com compaixão

pelos que sofrem, e

• Porque desejamos que os sinais confirmem

o Evangelho que pregamos.

3. O Derramamento do

Espírito Santo

Que nunca esmoreçamos nem diluamos

a nossa mensagem e experiência do Espírito

Santo. Esta ainda é a Dispensação do

Espírito Santo. Precisamos do Batismo no

Espírito Santo. Precisamos dos Dons do

Espírito Santo. Precisamos manifestar os

Frutos do Espírito Santo. Precisamos do

Seu poder em nossa vida e em nossos ministérios.

Certamente isso é algo do qual deveríamos

ter sede e fome, algo que deveria ser

profundamente desejado. Que um verdadeiro

reavivamento do Espírito Santo possa

ocupar sempre um lugar proeminente em

nossa visão!

4. Uma Igreja Neo-Testamentária

em Ação

Uma visão de reavivamento neo-testamentário

inclui todas as bênçãos e todas as

provisões que Deus nos proporcionou. Que

não somente creiamos no Novo Testamento,

mas que também possamos desejar, de

todo o nosso coração, trabalharmos, adorarmos,

e evangelizarmos de acordo com o

padrão do Novo Testamento.

Amigos, estou convencido disto: Se estas

coisas encherem a nossa visão, se este

conceito para todos os crentes e todas as

igrejas permear os nossos corações e mentes

e se nos dedicarmos a estas coisas em

que cremos com toda a certeza, aí então

certamente veremos um reavivamento de

992 / SEÇÃOE7 E7.2– O Poder Ilimitado de Uma Unidade Dedicada

proporções ilimitadas antes que esta era termine

e Cristo volte.

Lembre-se: O conhecimento não é suficiente.

Precisamos ter conhecimento, mas,

acima de tudo, precisamos ter uma visão e

um coração ardendo com desejos divinos.

Capítulo 2

O Poder Ilimitado de Uma

Unidade Dedicada

Introdução

Em nosso último capítulo, escrevemos

sobre o poder de um profundo desejo em

nossos corações e um desejo unido na igreja

local (ou “caseira”). Gostaríamos de desenvolver

este tema mais detalhadamente e considerar

o tremendo poder que é liberado

quando homens e mulheres cristãos entram

numa unidade dedicada.

O programa de cinco pontos para o reavivamento

na Igreja é:

• Um profundo desejo

• Um programa definido

• Uma unidade dedicada

• Mentes disciplinadas

• Um ministério de libertação

O primeiro ponto foi abordado no Capitulo

1. O segundo ponto precisa ser elaborado

por cada igreja local (ou “caseira”) ou

igreja de cidade, de acordo com as suas próprias

circunstâncias (Veja o Capitulo 11).

Este capítulo aborda o terceiro e quarto

pontos, a saber: uma unidade dedicada e

mentes disciplinadas.

Certamente temos aqui duas chaves

muito importantes e que liberam o poder de

Deus num genuíno reavivamento neo-testamentário

para qualquer igreja local (ou “caseira”)

de crentes.

A. UM DEDICADO TRABALHO

DE EQUIPE

Quando falamos em unidade, muitas pessoas

a imaginam no sentido passivo. Elas

acham que a unidade é alcançada pela mera

remoção de atritos ou desacordos no convívio

das pessoas.

No entanto, o tipo de unidade que o

Novo Testamento retrata é mais do que uma

unidade passiva: é um agressivo trabalho

de equipe. É uma UNIDADE EM AÇÃO.

Este tipo de dedicada unidade pode ser

colocado em ação em qualquer nível – com

os líderes da igreja local, com os ministérios

ambulantes, com os membros de uma assembléia,

ou de quaisquer grupos de crentes

que se dedicam a um propósito comum

no serviço do Senhor.

1. Tripla Dedicação Necessária

Um trabalho de equipe dessa natureza

requer uma tripla dedicação:

a. Ao Senhor;

b. À visão, ou desejo da equipe, e ao

seu programa definido;

c. A Cada Membro da Equipe. Este é

um segredo essencial do reavivamento e da

bênção de Deus em qualquer igreja ou grupo

de crentes. No entanto, por incrível que

pareça, é um segredo muito negligenciado.

Podemos orar pela unidade ou ter a esperança

de que ela venha a existir, mas a unidade

nunca será alcançada com êxito, a menos

que trabalhemos para isto com todo o nosso

coração. Os resultados que ela produz

serão um abundante galardão para todos

os esforços e trabalhos envolvidos.

2. Dois Benefícios do

Trabalho de Equipe

A Bíblia apresenta dois maravilhosos benefícios

de um trabalho de equipe tão dedicado

assim. São os seguintes:

a. A Proteção que Ele Proporciona. Vemos

aqui o valor defensivo de um homem

dedicado. Considere a sabedoria de Salomão:

“Onde não há nenhum conselho, o povo cai;

mas na multidão de conselheiros há segurança’’

(Pv 11:14). Uma vez mais, vemos

em Provérbios 15:22: “Sem conselho, os

propósitos são frustrados, mas na multidão

de conselheiros eles são estabelecidos.”

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 993

As sutis táticas do “divida e conquiste”

são tão velhas quanto o próprio Satanás.

No entanto, onde os irmãos se

aconselham juntamente num trabalho

de equipe dedicado, os esforços do diabo

são frustrados e há segurança ou proteção

para o povo de Deus.

Quantos propósitos dignos são “frustrados”

ou deixam de ser cumpridos, por causa

da falta de uma unidade dedicada? Quando

os crentes compartilham um desejo comum

e possuem um trabalho de equipe unido e

dedicado, estes propósitos podem ser alcançados.

Sim, amigos, a nossa mais segura defesa

contra os ataques do diabo encontra-se

numa unidade dedicada em nosso meio.

Observemos agora o segundo beneficio:

b. O Poder que Ele Libera. Nunca podemos

deixar de ficar maravilhados com a

profundidade e a amplitude do poder que

opera milagres, indicadas nas palavras de

Jesus encontradas em Mateus 18:19,20:

“Também vos digo que, se dois de vós concordarem

na terra acerca de qualquer coisa

que pedirem, isso lhes será feito por Meu

Pai, que está nos céus.

“Pois onde dois ou três estiverem reunidos

em Meu nome, lá estarei Eu no meio

deles.”

Algumas Bíblias apresentam um titulo antes

do versículo 20: “A FORMA MAIS SIMPLES

DE UMA IGREJA CASEIRA”. Na verdade,

os comentários de nosso Senhor do

Versículo 15 até o final do Versículo 20 são

especificamente aplicados à igreja local (ou

“caseira”). Aqui Ele nos mostra o poder ilimitado

de um dedicado acordo entre os crentes.

O Livro de Atos (que é o registro histórico

da Igreja Primitiva) chama a nossa atenção

para esta vital e fundamental característica

da unidade deles:

“Todos estes perseveravam DE COMUM

ACORDO em oração” (At 1:14).

“E cumprindo-se o Dia de Pentecostes,

estavam todos reunidos DE COMUM ACORDO

num só lugar” (At 2:1).

“E eles, perseverando diariamente DE

COMUM ACORDO no templo, e quebrando

o pão de casa em casa, comiam a sua comida

com alegria e singeleza de coração” (At

2:46).

“Eles levantaram as suas vozes a Deus

DE COMUM ACORDO...” (At 4:24).

“E a multidão dos que criam tinha UM

SÓ CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA” (At 4:32).

3. Líderes “Chaves” São

Necessários

Os patriarcas da Igreja Primitiva tinham

um ditado: “Onde há três, aí há uma igreja.”

Poderíamos acrescentar: “Onde há três numa

unidade dedicada, aí há uma igreja poderosa”.

Há uma necessidade de pastores principais

ou líderes “chaves” (Veja Jeremias

25:34,35,36).

Numa Igreja Neo-Testamentária, precisamos

sempre reconhecer e seguir o líder

“chave” (ou pastor principal) que foi dado

por Cristo.

Contudo, este líder “chave” não pode

minimizar, de nenhuma forma, a necessidade

imperativa de uma dedicada equipe de

líderes trabalhando conjuntamente.

Toda equipe precisa de um líder “chave”,

mas igualmente verdadeiro é o fato de que

todo líder “chave” precisa de uma equipe.

Toda igreja local (ou “caseira”) precisa

de um líder ou pastor principal. Frisamos

uma vez mais, no entanto, que todo pastor

ou líder torna-se muitas vezes mais eficaz

quando é rodeado e sustentado por uma

dedicada equipe de outros líderes.

B. MANTENHA A UNIDADE

A necessidade de estabelecermos uma

unidade dedicada iguala-se somente à necessidade

de mantermos esta unidade. Com

isto em mente, consideremos o seguinte:

1. O Preço a Ser Pago

Não é necessário um estudo detalhado

do Novo Testamento para descobrirmos o

seguinte:

Todos os crentes e todas as assembléias

994 / SEÇÃOE7 E7.2– O Poder Ilimitado de Uma Unidade Dedicada

são responsáveis pela manutenção da unidade

que Deus criou no Espírito Santo.

“Empenhando-se em GUARDAR [ou

manter] a unidade do Espírito no vinculo

da paz” (Ef 4:3).

Uma paráfrase deste versículo seria o

seguinte: “Lutando com todos os meios possíveis

à vossa disposição para manter a unidade

do Espírito, tornando-vos prisioneiros

da paz.”

Não nos foi dito aqui para “criarmos”

nem “organizarmos” uma unidade. Recebemos

ordem para guardarmos ou mantermos

uma unidade que já foi criada para nós

no Espírito Santo.

Há, no entanto, um preço a ser pago:

que dispostamente nos tornemos “prisioneiros

da paz”.

Em outras palavras, a verdadeira liberdade

tem as suas limitações. Teremos a liberdade

de andarmos de bicicleta ou de dirigirmos

os nossos carros somente se observarmos as

leis de trânsito. Poderemos desfrutar de todos

os privilégios da cidadania contanto que

cumpramos a lei e mantenhamos a paz.

A mesma coisa se aplica na Igreja Cristã.

Podemos manter a unidade do Espírito somente

até o ponto em que aceitamos a responsabilidade

de mantermos a paz com o

nosso irmão e irmã.

Esta é a responsabilidade que todos nós

precisamos aceitar se quisermos usufruir do

maravilhoso potencial de poder que pode

ser encontrado numa dedicada unidade. Em

seguida consideremos:

2. O Padrão a Ser Seguido

Certo dia, enquanto estava lendo a minha

Bíblia e meditando sobre as necessidades

de várias igrejas em que eu havia ministrado,

as palavras de Paulo causaram um

forte impacto sobre mim:

“Mas, não importando o que aconteça comigo,

lembrem-se sempre de viver como os

cristãos deveriam viver, a fim de que, quer eu

os veja novamente ou não, eu possa continuar

a receber bons relatórios de que vocês

estão de pé e firmes, lado a lado, com um só

firme propósito – pregar as Boas Novas, destemidamente,

independentemente do que os

seus inimigos possam fazer” (Fp 1:27,28).

“Apenas que a vossa conduta seja condizente

com o Evangelho de Cristo: a fim de

que, quer eu vá e vos veja, quer esteja ausente,

eu possa ouvir acerca de vós que estais

firmes num só espírito, com uma só mente,

combatendo juntos pela fé do Evangelho; e

em nada aterrorizados por vossos adversários”

(Fp 1:27,28 Versão King James).

Vemos aqui o grande fardo sobre o coração

do Apóstolo Paulo com relação às igrejas

sob os seus cuidados.

Qual seria a melhor notícia que ele poderia

receber com relação à igreja da cidade e

às igrejas locais (ou “caseiras”), com as quais

ele se preocupava tanto?

Isto é o que alegrava o seu coração mais

do que qualquer outra coisa: que eles ficassem

firmes num só espírito, e com uma

só mente, combatendo juntos pela fé do

Evangelho.

Paulo sabia que se esta condição prevalecesse

em qualquer igreja, o restante seguiria

– a salvação de almas, a cura dos enfermos

e a bênção do reavivamento. Observe

as duas coisas que preocupavam a Paulo:

• que os crentes permanecessem firmes

NUM SÓ ESPÍRITO, e

• que com UMA SÓ MENTE eles combatessem

em conjunto pelo Evangelho.

Eis aqui o padrão para a verdadeira unidade

espiritual:

a. Firmes Num Só Espírito. Todos os

crentes nascidos de novo receberam um novo

espírito (Ez 11:19;18:31). Isto é algo que

Deus faz por nós quando cremos.

É no espírito (ou coração do homem)

que experimentamos a regeneração, a justificação,

e o poder de Cristo que habita em

nós. Este é o milagre do novo nascimento.

Cada igreja local (ou “caseira”) é um grupo

de homens e mulheres nascidos de novo e

com Cristo habitando dentro deles.

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 995

Esta é então a base para a nossa unidade:

Somos todos participantes do Espírito

de Cristo.

Precisamos aceitar este fato e permanecer

firmes nesta revelação. Este é o nosso

ponto de partida.

Aceitemos o que Deus operou em nossa

vida como indivíduos e saibamos que somos

um grupo de novas criaturas em Cristo.

Vamos ficar firmes num só espírito!

b. Com Uma Só Mente Combatendo

Juntos. Esta é a nossa responsabilidade!

O Novo Testamento tem muito a dizer

sobre a renovação de nossas mentes (Rm

12:2; Ef 4:23).

Enquanto meditava sobre estas considerações,

continuei lendo até Filipenses Capitulo

2 e notei a ênfase que Paulo dava à

nossa responsabilidade de tomarmos conta

da nossa mente e pensamentos:

“Para que pensais o mesmo... de comum

acordo, de uma só mente... numa atitude

humilde... de sorte que haja em vós a

mesma atitude que houve também em Cristo

Jesus...” (Fp 2:2,3,5).

A nossa mente inclui a nossa vontade, a

capacidade de raciocínio, os nossos pensamentos

e emoções. É nossa responsabilidade

tomarmos conta destas coisas através da

direção da Palavra de Deus e da ajuda do

Espírito Santo.

Deus já fez o que não podemos fazer. Ele

criou um novo espírito dentro de nós e nos

fez filhos de Deus. Agora precisamos viver e

caminhar de uma maneira digna do nosso

chamado. O fator controlador em nossas

condutas e a nossa atitude mental.

Deus nos deu o ponto de partida para a

nossa unidade, e, na revelação da nossa posição

em Cristo, precisamos tomar uma decisão

e permanecer firmes nela. Regozijemonos

no que Deus operou em nós. Em seguida,

estabeleçamos externamente a nossa vitória,

dia após dia, através de nossa mente,

de nossos pensamentos, e de nossas ações.

1) Renove a Sua Mente. A mente é o

lugar onde o diabo trabalha. Em primeiro

lugar, ele tenta semear as sementes da desunião,

pensamentos preconceituosos, ressentimentos,

ciúme e desconfiança. As sementes

de suspeitas são semeadas em nossa

mente antes mesmo de serem expressas em

nossas palavras e ações.

Se quisermos manter a unidade e usufruir

os tremendos benefícios que podem

ser proporcionados através dela, então precisaremos

estar dispostos a pagarmos o

preço por ela e seguirmos o padrão.

Precisamos ficar firmes num só espírito,

regozijando-nos no que Deus fez por nós;

em seguida, precisamos lutar conjuntamente,

numa só mente, operando no exterior aquilo

que Deus já operou dentro de nós. Se refletirmos

sobre esta verdade, descobriremos

que é no mundo da nossa mente que encontramos

os nossos maiores obstáculos.

Temos fé em nosso coração. No entanto,

freqüentemente esta fé é obstruída pela

atitude negativa de nossa mente e emoções.

Toda a nossa vida espiritual pode ser limitada

porque deixamos de ser renovados em

nossa mente.

Ajuste a sua atitude (mente) a revelação

de que a enorme energia ou poder de Cristo

está operando em você. Isto é o que Paulo

disse em Colossenses 1:29: “Este é o meu

trabalho, e somente posso cumpri-lo porque

a poderosa energia de Cristo opera

dentro de mim.”

C. CONCLUSÃO

A Igreja Primitiva compreendia este segredo

de ficarem firmes num só espírito

e de combaterem juntos com uma só

mente. Lemos Atos 4:32:

“E a multidão dos que criam tinha UM

SÓ CORAÇÃO [ou espírito] e UMA SÓ

ALMA.” Certamente há um poder ilimitado

a ser descoberto e demonstrado através de

uma unidade dedicada expressa num trabalho

de equipe!

Que transformação poderia ser esperada

se as igrejas locais (ou “caseiras”)

de toda parte pudessem compre996

/ SEÇÃOE7 E7.3– A Pregação Plena do Evangelho de Cristo

ender o poderoso potencial de uma unidade

dedicada, de acordo com o padrão

neo-testamentário!

Que reavivamento poderia ser experimentado

se as assembléias locais (ou “caseiras”)

pudessem receber e demonstrar este

glorioso conceito neo-testamentário da unidade

em ação.

Eis aqui uma defesa certa contra os furiosos

ataques divisórios do diabo. Esta é

a forma divinamente prescrita para o poder

e a bênção de um reavivamento neotestamentário.

Capítulo 3

A Pregação Plena do

Evangelho de Cristo

Introdução

“Pois não ousarei falar de nenhuma das

coisas que Cristo não tenha operado através

de mim, para tornar os gentios obedientes,

por palavra e obras, através de poderosos

sinais e maravilhas, pelo poder do Espírito

de Deus; de maneira que desde Jerusalém

e arredores, até ao Ilírico, tenho PREGADO

PLENAMENTE o Evangelho de Cristo...

“E estou certo de que, indo ter convosco,

chegarei com a plenitude da bênção do

Evangelho de Cristo” (Rm 15:18,19,29).

Em nossos capítulos anteriores, apresentamos

vários segredos do reavivamento

na igreja de uma cidade ou na igreja local (ou

“caseira”), que certamente são fundamentais

para o êxito em qualquer igreja. Contudo,

precisamos ter uma mensagem, a mensagem

certa, a mensagem de Deus de acordo

com a Sua Palavra.

Este, portanto, é um indispensável segredo

do reavivamento: O Poder do Evangelho

Pleno.

A. O QUE É O EVANGELHO PLENO?

Quando usamos o termo “Evangelho Pleno”,

algumas pessoas acham que estamos

concluindo que há dois Evangelhos na Bíblia.

Isto, obviamente, não é assim.

Creio que Paulo expressou o conceito

muito claramente ao escrever: “Tenho pregado

PLENAMENTE o EVANGELHO de Cristo”,

e, repetindo, “a PLENITUDE da bênção

do EVANGELHO de Cristo”.

É o mesmo Evangelho na sua Bíblia e na

minha, mas a questão que devemos enfrentar

é se o Evangelho está sendo “plenamente

pregado” ou não. Será que estamos apresentando

a “plenitude da bênção do Evangelho”

ou não?

Não podemos ter um reavivamento neotestamentário

a menos que preguemos o

Evangelho neo-testamentário. Não podemos

obter os resultados que Paulo obteve a

menos que preguemos o Evangelho da maneira

como Paulo o pregou.

Isto, portanto, é um desafio para nós –

individualmente, e como uma Igreja. Será

que estamos pregando como Paulo pregou?

Será que a nossa igreja está pregando como

Paulo pregou? Será que estamos pregando

plenamente o Evangelho de Cristo?

B. COMO PAULO PREGOU

O EVANGELHO?

Observamos que Paulo disse: “DE MANEIRA

QUE... tenho pregado plenamente o

Evangelho de Cristo.” Vemos, portanto,

que havia certas coisas que eram essenciais

na mente de Paulo, para pregarmos plenamente

o Evangelho.

Para compreendermos todos os detalhes

da mensagem de Paulo, seria necessário fazermos

um estudo minucioso, tanto do Livro

de Atos quanto das epístolas de Paulo.

Isto, obviamente, não podemos fazer aqui.

No entanto, há certos fundamentos notáveis

do ministério de Paulo que serão estudados

por nós.

1. Ele Pregou com Demonstrações

Paulo disse: “...para fazer os gentios

obedecerem o Evangelho, por palavra e

obras” (Rm 15:18). “Palavras e obras”

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 997

eram necessárias na pregação plena do Evangelho.

Havia não somente palavras, mas

também obras sobrenaturais no ministério

de Paulo.

As boas novas (Evangelho) da ressurreição

de Cristo não eram uma mera teoria no

ministério de Paulo. Ele havia visto o Senhor

ressurreto. Ele provou a mensagem e a

confirmou por uma demonstração do poder

de Deus. Isto estava de acordo com todo o

ministério dos primeiros apóstolos e evangelistas

do Livro de Atos.

Lucas, no primeiro versículo do Livro

de Atos, cita o Evangelho que escreveu: “Fiz

o primeiro tratado [Evangelho de Lucas], ó

Teófilo, de tudo o que Jesus começou, não

só a fazer, mas a ensinar (At 1:1). Aqui,

Lucas afirmava que o registro do ministério

de Jesus, contido em seu Evangelho, era “de

tudo o que Jesus começou, não só a FAZER,

mas a ENSINAR.”

Enquanto Lucas escreve o Livro de Atos,

ele está escrevendo o registro do ministério

da Igreja Primitiva – mostrando como, através

do poder do Espírito Santo, Jesus continuou,

não só a fazer, mas a ensinar. O

ministério do Novo Testamento precisa incluir

o FAZER, como também o ENSINAR.

É preciso que haja obras de poder, como

também palavras de instrução.

De acordo com este padrão, o Apóstolo

Paulo pregou plenamente o Evangelho, através

de palavras e ações.

2. Ele Pregou a Bênção da

Salvação

“E estou certo de que, indo ter convosco

chegarei com a plenitude da bênção do Evangelho

de Cristo” (Rm 15:29). Ao dizer isto,

Paulo incluiu a bênção da salvação pessoal.

Anteriormente, em sua epístola, ele escreveu:

“Estou pronto para pregar o Evangelho

a vós que estais em Roma também.

Porque não me envergonho do Evangelho

de Cristo, pois é o poder de Deus para a

salvação de todo aquele que crê” (Rm

1:15,16).

Ao pregar plenamente o Evangelho de

Cristo e apresentar a plenitude da bênção

do Evangelho, Paulo ensinou que a salvação

era uma experiência bem real e definida,

executada pelo poder de Deus.

Assim também hoje, o poder do Evangelho

pleno que pregamos inclui uma experiência

de salvação vital, que transforma os

corações. Precisamos pregar para salvarmos

as almas! Não ousamos nos contentar, a

menos que a nossa pregação, ou a pregação

da nossa igreja local (ou “caseira”) traga

homens e mulheres à salvação pelo poder

de Deus.

Como alguém pode afirmar que está desfrutando

da plenitude da bênção do Evangelho

se esta bênção não estiver trazendo a

salvação a homens e mulheres? Como alguém

pode estar satisfeito em usufruir do

poder do Evangelho pleno se esse poder

não estiver tocando a vida dos que não são

salvos?

3. Ele Pregou a Bênção

da Obediência

Ele disse que o Evangelho que ele pregava

era “para fazer os gentios obedientes”

(Rm 15:18). Crer verdadeiramente no Evangelho

significa obedecê-lo. O primeiro passo

de obediência para os que dizem que crêem

no Evangelho é, obviamente, o de serem

batizados na água.

Basta-nos ler o Livro de Atos e as muitas

passagens nas Epístolas de Paulo para

descobrirmos quão firmemente ele acreditava

no batismo na água em obediência ao

mandamento de Cristo.

Um resultado prático da nossa pregação

plena do Evangelho será visto naqueles que

seguem a Cristo através das águas do batismo

em obediência ao Seu mandamento.

4. Ele Pregou com Sinais e

Maravilhas

As palavras usadas por Paulo – “através

de poderosos sinais e maravilhas” (Rm

15:19) – são traduzidas, numa outra ver998

/ SEÇÃOE7 E7.1– Prefácio

são, “pelo poder de sinais e milagres”. Foi

pelo poder de sinais e maravilhas sobrenaturais

que Paulo pregou plenamente o Evangelho

em seus dias. O Evangelho que pregamos

hoje em dia precisa incluir as mesmas

manifestações sobrenaturais.

Ao lermos o registro do ministério de

Paulo, de acordo com o que encontramos

no Livro de Atos, é impossível não observarmos

o lugar bem proeminente que é dado

ás curas milagrosas.

Em Atos 14, há o homem de Listra, que

era aleijado de nascença e foi milagrosamente

curado através do ministério de Paulo.

Em Atos 19, lemos a respeito de milagres

especiais executados através do ministério

de Paulo. Lenços e aventais eram levados

do seu corpo e colocados em enfermos

e endemoninhados, os quais eram, então,

curados e libertos.

Em Atos 28, lemos sobre a cura milagrosa

de Públio e dos outros habitantes da ilha,

após o naufrágio que Paulo sofreu a caminho

de Roma.

Aí então, em 1 Coríntios 12, Paulo escreve

sobre o Dom da Fé, os Dons de Curas

e a operação de milagres sendo estabelecidos

na Igreja como uma parte essencial do

seu ministério.

Amigos, o Apóstolo Paulo somente poderia

pregar plenamente o Evangelho de

Cristo pelo poder de sinais e maravilhas.

Qualquer coisa inferior a isto não poderia

ser chamada de “a plenitude da bênção

do Evangelho.” Qualquer coisa inferior não

poderia ser denominada de “pregação plena

do Evangelho”.

Se quisermos pregar plenamente o Evangelho,

se quisermos oferecer aos homens e

mulheres a plenitude da sua bênção, aí então

(como era o caso com Paulo, assim também

conosco), é preciso que haja o poder

de sinais e maravilhas, especialmente na cura

milagrosa dos enfermos. Não poderá haver

nenhum reavivamento neo-testamentário

onde estas manifestações naturais estiverem

faltando.

A Igreja do Novo Testamento é uma Igreja

que cura. O Evangelho do Novo Testamento

é confirmado com sinais e maravilhas.

5. Ele Incluiu a Bênção

do Poder Espiritual

Paulo disse que pregou plenamente o

Evangelho “através do poder do Espírito

Santo” (Rm 15:19).

O Senhor havia dito em Atos 1:8:

“Recebereis poder depois que o Espírito

Santo vier sobre vós.”

Paulo recebeu o Espírito Santo (At 9:17).

Paulo, da mesma forma, levou os crentes a

receberem o Espírito Santo e a serem revestidos

de poder.

Em Atos 19, o apóstolo cumprimentou

os discípulos de Éfeso com a seguinte pergunta:

“Recebestes o Espírito Santo quando

crestes?”

Em seguida, ele impôs as suas mãos sobre

eles, os quais receberam o Espírito Santo,

com o resultado de que falaram em línguas

e profetizaram.

A mesma coisa acontece hoje em dia. Nós,

os que afirmamos que pregamos um Evangelho

pleno e que oferecemos a bênção plena

do Evangelho, cremos e ensinamos que

todos os crentes deveriam ser batizados no

Espírito Santo.

Que não seja um ministério de palavras

somente, mas de palavras e obras, para que

possamos constantemente testemunhar esta

gloriosa experiência – homens e mulheres

batizados no Espírito Santo e revestidos de

poder do alto.

Esta é a vital e palpitante vida de todos

os crentes de todas as igrejas locais (ou “caseiras”).

Não podemos ser “Evangelho Pleno”,

nem podemos pregar plenamente o

Evangelho, sem a bênção do Espírito de

Deus.

6. Ele Pregou a Segunda

Vinda de Cristo

Como foram claros os ensinamentos de

Paulo sobre esta grande verdade! Ele afirCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 999

mou veementemente que quando Cristo

voltar no final desta era, os crentes mortos

serão ressuscitados. Ele disse que os crentes

vivos seriam transformados à imortalidade,

e, juntos, seriam arrebatados para se

encontrarem com o Senhor na Sua vinda (1

Ts 4:17).

Creio que Paulo sumarizou os seus ensinamentos

sobre a Segunda Vinda em Tito

2:13: “Aguardando a abençoada esperança

e o glorioso aparecimento do grande

Deus e do nosso Salvador Jesus Cristo.”

Paulo disse que esta é a abençoada ou

feliz esperança do cristão. Se de fato formos

salvos e estivermos aguardando o Senhor,

nós também descobriremos que esta é

a nossa feliz esperança – que logo o Senhor

Jesus Cristo voltará.

O pensamento da volta do nosso Senhor

certamente traz uma nota de urgência

ao nosso ministério de serviço para Ele. Se

em algum tempo devemos pregar plenamente

o Evangelho, precisamos fazê-lo

agora. Se em algum tempo devemos ver

sinais e maravilhas sobrenaturais, agora é

o tempo.

Muitas e muitas pessoas desenvolveram

o hábito de esperarem estas coisas para o

futuro. No entanto, é AGORA que precisamos

desfrutar e apresentar aos outros “a

plenitude da bênção de Cristo” (Rm 15:29).

C. SUMÁRIO

Os fundamentos que acabamos de considerar

eram essenciais ao Apóstolo Paulo.

Ele pregou plenamente o Evangelho. Como

poderemos pregar algo inferior a isto? Como

poderemos crer em algo menor que isto?

Vamos nos dedicar ao poder do Evangelho

pleno – não somente em palavras, mas em

ações também.

Este Evangelho é a provisão de Deus

para o espírito, a mente e o corpo. É a maneira

de libertação de Deus para os que estão

aprisionados. É o caminho para o reavivamento

do Novo Testamento.

No dia em que nos apresentarmos diante

do nosso Senhor, que possamos repetir

intrepidamente as palavras de Paulo: “Não

me esquivei de vos declarar todo o conselho

de Deus” (At 20:27).

Capítulo 4

Os Pregadores e o Povo

num Reavivamento

Neo-Testamentário

Introdução

Eis aqui uma passagem do “Livro-Padrão”

para a Igreja.

“E muitos sinais e maravilhas eram feitos

entre o povo através dos apóstolos. E

estavam todos reunidos no Alpendre de Salomão.

“Nenhum dos outros ousava ajuntar-se

a eles, mas o povo os estimava grandemente.

“Contudo, mais do que nunca, os crentes

eram acrescentados ao Senhor, em grandes

números, tanto de homens como de

mulheres,

“De sorte que até mesmo transportavam

os enfermos às ruas, e os colocavam

em macas e esteiras, a fim de que a sombra

de Pedro pudesse cair sobre alguns deles

enquanto ele passasse” (At 5:12-15).

Quando nos aproximamos do final do

Livro de Atos não há nenhum “Amém!”

(“fim”). Isto é porque este Livro ainda está

sendo escrito.

Atos fornece o registro inspirado das atividades

da Igreja Cristã Primitiva. Deus quis

que estas atividades continuassem enquanto

a Igreja estivesse sobre a terra, ou seja,

até que Cristo volte novamente.

Graças a Deus que este registro está sendo

continuado em todas as partes do mundo

hoje em dia. Relatórios de ministérios e

reavivamentos sobrenaturais de acordo com

o padrão neo-testamentário continuam a ser

escritos.

Vamos olhar mais de perto a narrativa

que citamos acima para ver se os nossos

1000 / SEÇÃO E7 E7.4 – Os Pregadores e o Povo num Reavivamento Neo-Testamentário

ministérios e igrejas atuais obedecem a este

padrão inspirado.

A. OS PREGADORES NUM

REAVIVAMENTO NEOTESTAMENTÁRIO

Uma coisa é óbvia: se tivermos pregadores

neo-testamentários e um ministério neotestamentário,

certamente teremos resultados

neo-testamentários. Observe os seguintes

pontos com relação aos pregadores deste

reavivamento especifico:

1. As Mãos dos Apóstolos

Lemos o seguinte: “E pelas mãos dos

apóstolos muitos sinais e maravilhas eram

feitos entre o povo.”

Isto é muito emocionante. A Bíblia tem

muito a dizer sobre as mãos humanas como

um meio de contato com os nossos semelhantes.

As mãos dos servos do Senhor num reavivamento

neo-testamentário têm um papel

importante na ministração às necessidades

do povo.

No Antigo Testamento lemos muitas

vezes sobre “o braço do Senhor”, o qual,

segundo se acredita, é uma referência ao Senhor

Jesus Cristo. Lemos, por exemplo, em

Isaías: “...a quem o braço do Senhor foi

revelado?” (Is 53:1). E o profeta prosseguiu

descrevendo os eventos associados com

a vinda do Messias.

Jesus Cristo, em Seu ministério terreno

foi “o braço do Senhor”, estendendo-se

sobre a humanidade, com salvação, cura, e

libertação.

Cristo está agora glorificado à destra do

Seu Pai. Mas ainda assim, Ele é “o braço

do Senhor”, estendendo-se em amor e misericórdia

para salvar e curar através de pessoas

que Ele chamou.

Assim sendo, quando os apóstolos estendiam

as suas mãos para trazerem libertação

às pessoas, eles estavam funcionando

como “o braço do Senhor’’. Eles eram uma

extensão do Seu ministério. Foi no Nome

de Jesus que continuaram o próprio ministério

sobrenatural de Jesus sobre a terra.

Os pregadores de um reavivamento neotestamentário

possuem braços e mãos dedicados

à libertação das pessoas.

2. Muitos Milagres de Misericórdia

As nossas Escrituras nos dizem que através

das mãos dos apóstolos “...muitos sinais

e maravilhas foram feitos entre o povo.”

Isto é algo maravilhoso de se contemplar.

Um julgamento sobrenatural acabara de vir

sobre Ananias e Safira, que haviam mentido

ao Espírito Santo. Esta foi a primeira demonstração

drástica de disciplina na Igreja

Primitiva. O resultado foi que “um grande

temor veio sobre toda a Igreja e sobre todos

os que ouviram estas coisas.”

E agora, imediatamente após este milagre

de julgamento, lemos sobre muitos sinais

e maravilhas trazendo libertação às pessoas.

Que notável revelação da natureza e

do propósito de Deus nesta dispensação:

um milagre de julgamento seguido por muitos

milagres de misericórdia.

3. Sinais e Maravilhas

O nosso relatório sobre este reavivamento

neo-testamentário nos diz que muitos sinais

e maravilhas foram feitos entre o povo.

Qual é a diferença entre “sinais” e “maravilhas”?

Um sinal é um ato sobrenatural do poder

de Deus com o propósito de transmitir

um significado ou uma mensagem às pessoas.

Ele tem um significado e alcança um propósito.

Por outro lado, uma maravilha tem

(como denota a própria palavra) o propósito

de fazer com que as pessoas se maravilhem

ou é para capturar a atenção delas.

Os pregadores do Novo Testamento deveriam

ter sinais e maravilhas sendo demonstrados

em seus ministérios em Nome de

Jesus Cristo.

A Grande Comissão, da maneira em que

se encontra em Marcos 16:15-18, declara que

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1001

“estes sinais seguirão aos que crêem...”

Estes sinais incluem a expulsão dos demônios,

o falar com novas línguas, e a imposição

das mãos sobre os enfermos para a sua cura.

4. A Sombra de Pedro

Tão numerosos eram estes sinais e maravilhas

no ministério dos apóstolos que o

povo de Jerusalém colocava os seus enfermos

em camas e sofás nas ruas. Eles tinham

a esperança de que a sombra de Pedro pudesse

passar sobre eles, enquanto ele caminhava

pelas ruas.

Eles acreditavam que, se as mãos de Pedro

não pudessem tocá-los, a sua própria

sombra poderia ser um meio para a cura

deles. Isto mostra o quanto os sinais e maravilhas

haviam incitado a fé deles.

Este é o princípio visto numa outra parte

do Novo Testamento: as mãos (ou a sombra)

tornaram-se um meio de contato através

do qual a fé das pessoas era liberada e

assim, podiam ser tocadas pelo Senhor.

Vocês se lembram que houve uma mulher

que tocou a orla das vestes do nosso

Senhor (Mt 9:20).

Houve o caso dos “lenços ou aventais’’

sendo levados de Paulo e colocados sobre

os enfermos ou endemoninhados, os quais

eram curados (At 19:12).

Desta maneira, o povo de Jerusalém tornou

a passagem da sombra de Pedro o meio

de contato com o seu ministério para que

pudessem ser curados.

5. Um Ministério de Libertação

A nossa narrativa descreve como “chegou

também uma multidão das cidades

circunvizinhas a Jerusalém, trazendo os

seus enfermos e os que eram atormentados

com espíritos imundos: e todos eles eram

curados’’ (At 5:16).

Um ministério de libertação, segundo os

moldes do Novo Testamento, tem um poder

magnético. Ele atrai pessoas de lugares distantes,

cujos corações estão abertos e prontos

para receberem a Jesus como seu Senhor.

Este mundo está repleto de pessoas que

estão sendo afligidas em seus corpos e mentes.

Apesar de toda a oposição e perseguição

que os líderes da Igreja Primitiva sofreram,

as pessoas comuns buscaram o ministério

deles para que pudessem ser libertas e

curadas.

Observamos que eles conheciam a diferença

entre as enfermidades físicas e os tormentos

de poderes demoníacos. O ministério

da Igreja Primitiva trazia a cura aos enfermos

e a libertação aos que estavam presos

e atormentados. Que Deus possa levantar

nestes dias uma manifestação ainda

mais poderosa de um ministério segundo os

moldes encontrados nos registros do Novo

Testamento.

B. O POVO NUM REAVIVAMENTO

NEO-TESTAMENTÁRIO

Em todo grande reavivamento há condições

a serem satisfeitas tanto pelos pregadores

quanto pelo povo. Vamos agora prestar

atenção às condições do povo no reavivamento

para nós descrito nesta passagem

bíblica.

1. De Comum Acordo

Lemos que “estavam todos de comum

acordo no Alpendre de Salomão” (At 5:12).

Esta é uma expressão que lemos freqüentemente

no Livro de Atos. No Cenáculo, antes

do Pentecostes, todos continuaram “de

comum acordo, em oração e súplicas” (At

1:14). No Dia de Pentecostes, os discípulos

estavam “todos de comum acordo num

só lugar” (At 2:1). Imediatamente após o

Pentecostes, lemos que o povo “continuava

diariamente de comum acordo no templo”

(At 2:46). Num posterior derramamento

do Espírito Santo, lemos que “a multidão

dos que criam tinha um só coração e

uma só alma” (At 4:32).

E agora, no meio deste reavivamento, encontramos

o povo, uma vez mais reunindose

“de comum acordo no Alpendre de Salomão.”

Certamente encontramos aqui segre1002

/ SEÇÃOE7 E7.5– A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento

dos infalíveis para o reavivamento numa

igreja de uma cidade: um ministério sobrenatural

e uma igreja unida.

2. Temor e Simpatia

Lemos as seguintes e incomuns palavras:

“Nenhum dos outros ousava ajuntar-se a

eles, mas o povo os estimava muito.” Assim

sendo, no meio de um reavivamento

neo-testamentário encontramos: (a) temor

e reverência, e (b) uma grande simpatia concedida

ao povo de Deus.

Lemos sobre esta dupla reação em Atos

2:43,47: “E veio um temor sobre toda

alma...” ao passo que, ao mesmo tempo,

eles tinham “...uma simpatia diante de todo

o povo”.

Não há necessidade alguma de diluirmos

os padrões absolutos quando o poder de

Deus está em ação. As reações públicas encontrarão

os seus próprios níveis quando o

Espírito do Senhor for manifesto no meio

do povo de Deus.

3. Acrescentados ao Senhor

Eis o emocionante resultado deste reavivamento

neo-testamentário: “E os crentes

eram acrescentados cada vez mais ao Senhor,

multidões, tanto de homens como de

mulheres.”

Este é o resultado de um ministério

sobrenatural, sustentado por um povo

unido. Esta deveria ser a experiência constante

de todas as igrejas que estão desfrutando

de um reavivamento neo-testamentário.

Observe a significativa expressão: “Acrescentados

ao Senhor”. Esta é uma verdadeira

salvação.

Não é suficiente sermos acrescentados a

igreja. Não é suficiente termos os nossos

nomes acrescentados a uma lista de membros.

Estas coisas são boas em si, mas a

experiência vital, necessária a todos os homens

e mulheres é que eles sejam “acrescentados

ao Senhor” – unidos a Cristo

pela fé n’Ele.

Meu amigo, permita-me assegurar-lhe

que nestes dias importantes Deus está levantando

pregadores e um povo que estão

se moldando ao padrão neo-testamentário.

O testemunho deles está sendo confirmado

com sinais e maravilhas.

A todos os que crêem, eles estão oferecendo

o glorioso privilégio, a vital necessidade

de serem acrescentados ao Senhor através

da fé em Seu poder Salvador.

Capítulo 5

A Igreja Universal e as

Igrejas Locais no

Novo Testamento

Introdução

Vamos iniciar agora um estudo do padrão

do Novo Testamento para a Igreja Cristã.

Devido ao espaço limitado, será impossível

fazermos deste estudo algo completo

e minucioso. Esperamos, no entanto, fornecer

aos nossos leitores uma compreensão

do projeto bíblico para a Igreja de hoje.

A. O QUE SIGNIFICA A

PALAVRA “IGREJA”?

As palavras “igreja” e “igrejas” originamse

da palavra grega “ekklesia”, que simplesmente

significa UMA ASSEMBLÉIA

CHAMADA PARA FORA.

1. “Igreja” (aparece 80 vezes

no Novo Testamento)

A palavra “igreja” (no singular) se refere

à Igreja Universal, a igreja de uma cidade,

ou a uma igreja local (ou “caseira”).

Ela nunca se refere a uma denominação nem

a um edifício de igreja.

Nos dois primeiros usos da palavra

“igreja” no Novo Testamento, a referência é

primeiramente à Igreja Universal, e, em segundo

lugar à igreja local (ou “caseira”).

a. Igreja Universal. Primeiro Uso:

“Edificarei a Minha Igreja” (Mt 16:18).

Cristo está Se referindo à Igreja UniverCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1003

sal, e não, a nenhuma seção ou divisão específica

dela.

b. Igreja Local (ou “Caseira”). Segundo

Uso: “...dize-o a igreja: e, se também

não escutar a igreja...” (Mt 18:15-

17). Esta passagem trata das medidas disciplinares

a serem seguidas quando a reconciliação

for recusada pelo crente ofensor.

É bem claro, portanto, que a palavra

“igreja”, da maneira usada no segundo exemplo,

se aplica à igreja local (ou “caseira”),

e não à Igreja Universal.

Semelhantemente, em todas as 80 ocasiões

em que a palavra “igreja” aparece no

Novo Testamento, o contexto mostra se a

passagem se refere à Igreja Universal ou a

uma igreja local (ou “caseira”).

c. Exceção: Israel Como um Símbolo

da Igreja. Em Atos 7:38, há uma exceção

ao uso genérico da palavra “igreja”. Neste

versículo, lemos sobre “a igreja no deserto’’.

Esta é uma referência a Israel em sua

jornada no deserto, após a sua libertação do

Egito através do Mar Vermelho.

Ainda que Israel não fosse uma igreja

no sentido neo-testamentário, a palavra

“ekklesia” é aplicável a Israel em suas jornadas

no deserto. Neste papel, a nação de

Israel era um símbolo da Igreja Cristã nesta

dispensação.

• Israel havia sido redimida através do

sangue de um cordeiro,

• chamada para fora do Egito (o mundo),

separada do Egito pelo Mar Vermelho

(batismo na água),

• recebeu uma provisão sobrenatural

no deserto (maná do Céu e água da

Rocha – símbolos de Cristo),

• foi conduzida através do Rio Jordão

(Batismo no Espírito Santo) e estabeleceu-

se em Canaã (um símbolo dos

lugares celestiais).

Assim sendo, Israel, uma assembléia chamada

para fora, foi um símbolo da Igreja

Cristã. Atos 7:38 é a única ocasião no Novo

Testamento em que a palavra “igreja” é aplicada

a qualquer outra coisa a não ser a Igreja

Universal ou a uma igreja local (ou “caseira”).

2. “Igrejas” (aparecendo 35 vezes

no Novo Testamento)

A palavra “igrejas” sempre se refere a

igrejas locais (ou “caseiras”), e nunca a

denominações, grupos organizados de igrejas,

ou prédios de igrejas. Alguns usos típicos

da palavra “igreja” no Novo Testamento

são os seguintes:

“... as igrejas dos gentios’’ (Rm 16:4);

“... as igrejas de Deus” (1 Co 11:16);

“... as igrejas dos santos” (1 Co 14:33);

“... as igrejas da Ásia” (1 Co 16:19),

etc.

Todas estas são referências a grupos de

crentes que se reúnem regularmente (geralmente

na casa de alguém) para a adoração e

o culto.

3. “Assembléia” (aparecendo 5

vezes no Novo Testamento)

Consideremos agora a palavra “assembléia”

da forma em que aparece no Novo

Testamento. É uma palavra geralmente usada

com relação as nossas igrejas locais (ou

“caseiras”) de hoje.

Três das cinco vezes em que a palavra

“assembléia” aparece, a aplicação não é com

relação a uma igreja, e sim a um ajuntamento

comum de pessoas (veja Atos 19:32, 39, 41).

Os outros dois usos da palavra “assembléia”

encontram-se em Hebreus 12:23, onde

a palavra significa literalmente “uma reunião

em massa”, que é uma referência à

Igreja Universal, e em Tiago 2:2, onde a

palavra grega é literalmente “sinagoga”.

Foi bem apropriado que Tiago usasse

esta palavra, que simplesmente significa

“reunir-se”. A sinagoga judaica foi provavelmente

o modelo para a reunião da igreja

local (ou “caseira”).

B. A IGREJA COMO DEUS A VÊ

O uso das palavras “igreja” e “igrejas” é

extremamente simples. A nossa compreen1004

/ SEÇÃOE7 E7.5– A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento

são destas palavras nos fornece um firme

fundamento sobre o qual podemos basear o

nosso estudo sobre a Igreja do Novo Testamento.

Muito embora a palavra “igreja” seja hoje

geralmente usada com relação a uma denominação,

como por exemplo, a Igreja Batista, a

Igreja Presbiteriana, ou o Pequeno Rebanho,

a Bíblia não usa a palavra desta maneira.

Do ponto de vista de Deus há apenas

uma Igreja Universal, abrangendo os crentes

nascidos de novo de todas as terras e de

todas as línguas.

Deus vê esta grande Igreja de Jesus Cristo

dividida apenas em igrejas locais (ou “caseiras”),

grupos locais de crentes, reunindo-

se regularmente em Seu nome.

Estritamente falando, a única organização

eclesiástica que a Bíblia reconhece é a

que funciona dentro da igreja local (ou “caseira”).

Todas as outras organizações são

formadas para conveniência destas igrejas e

como um meio de coordenação.

O Novo Testamento apresenta a igreja

local (ou “caseira”) como sendo soberana

(que significa “sob o controle dos freqüentadores”),

dispondo do seu próprio sustento

e governo, e propagando o Evangelho.

Igrejas locais (ou “caseiras”) de semelhantes

doutrinas e experiências espirituais

podem preferir agrupar-se para a promoção

de suas visões especificas. No entanto,

nunca deveríamos perder de vista este conceito

do Novo Testamento: a Igreja Universal

é dividida somente em reuniões caseiras

de crentes – a “Igreja” e as “igrejas” do Novo

Testamento.

C. UM SÍMBOLO DE IGREJAS NEOTESTAMENTÁRIAS

Em Apocalipse 1, encontramos uma representação

simbólica da Igreja do Novo

Testamento organizada em suas muitas igrejas

de cidades. O Apóstolo João, exilado na

Ilha de Patmos, encontrava-se no Espírito,

no Dia do Senhor, quando lhe foi mostrada

esta visão.

Ele viu “Um semelhante ao Filho do Homem”

no meio de “sete castiçais de ouro”.

Em sua mão, Ele segurava sete estrelas.

No versículo 20, temos a interpretação

destes símbolos. Os sete castiçais de ouro

eram sete igrejas de cidades situadas na

Ásia Menor. As sete estrelas eram os anjos

(ou líderes) destas igrejas.

O Senhor Jesus Cristo aparece como um

Sumo Sacerdote cuidando dos castiçais. Eis

aqui o cumprimento (anti-tipo) dos tipos

encontrados no Tabernáculo de Moisés e no

Templo de Salomão do Antigo Testamento.

Ao lermos Apocalipse 2 e 3, descobrimos

que o Senhor deu uma mensagem especial

a cada uma das sete igrejas.

A maioria dos estudiosos do Livro do

Apocalipse concordam que estas igrejas de

cidades existiam na Ásia Menor.

No entanto, elas também retratavam sete

diferentes períodos da história da Igreja que

se desenrolaria nos séculos futuros desta

Era (Dispensação) da Igreja. Esta Era estender-

se-ia desde os dias de João até a vinda

do Senhor. (Veja a Seção Gl do Guia de

Treinamento de Líderes para mais detalhes

sobre isto).

“Sete” nas Escrituras é o número que representa

a perfeição. Portanto, os sete castiçais

de ouro da visão de João podem ser considerados

como que representando toda a

Igreja desta dispensação, com cada castiçal

simbolizando uma igreja de cidade.

Como é inspirador este nosso quadro: o

Cristo ressurreto no meio das igrejas de todas

as terras e de todas as gerações através

desta presente era. Com cada uma delas,

Ele trata diretamente. Para cada uma delas

Ele tem uma mensagem especial: de repreensão,

admoestação, aconselhamento, encorajamento,

ou de elogio.

Isto se encontra em perfeita harmonia

com o conceito neo-testamentário da Igreja

de Jesus Cristo.

Ele não é somente a Cabeça sobre a Igreja

Universal, pois a Sua liderança também

é expressa em todas as igrejas de

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1005

cidades ou igrejas locais (ou “caseiras”).

Para cada uma delas Ele tem um propósito

e um plano. O Cristo vivo procura manifestar-

Se em cada igreja de cidade ou igreja local

(ou “caseira”), trazendo correções e afáveis

encorajamentos e elogios.

Além disso, o ministério é segurado em

Suas mãos! Os anjos (ou ministros) recebem

as suas mensagens diretamente do Cristo vivo

para que possam transmiti-las às suas respectivas

igrejas locais (ou “caseiras”) que

constituem a igreja de suas cidades.

Certamente uma visão como esta deve

nos ajudar a ampliar os nossos horizontes e

a compreendermos melhor o propósito do

Senhor, tanto para a Igreja Universal quanto

para as igrejas de cidades ou igrejas locais (ou

“caseiras”) do padrão neo-testamentário.

Capítulo 6

Analogias Neo-Testamentárias

da Igreja Cristã

Introdução

As analogias da Igreja são formas de explicarmos

a Igreja Cristã, comparando-a com

coisas que já conhecemos. Por exemplo: às

vezes, a Igreja é como um prédio; outras,

como um corpo; e, ainda outra forma de vêla

é como uma noiva.

Consideremos agora algumas analogias

neo-testamentárias da Igreja Cristã. Ao fazermos

isto, temos em mente a Igreja Universal.

Contudo, há um aspecto em que cada

igreja local (ou “caseira”) é uma representação

em miniatura da Igreja Universal.

A. QUATRO ANALOGIAS

PRINCIPAIS

As quatro analogias principais da Igreja

encontradas no Novo Testamento são as

seguintes:

1. Um Edifício

Podemos observar que a Igreja Cristã

não é descrita como “edifícios”, no plural,

mas sempre no singular. Há apenas uma

Igreja. Em 1 Coríntios 3, encontramos o

Apóstolo Paulo descrevendo a Igreja como

um edifício.

No versículo 9 ele diz: “Vos sois o edifício

de Deus.” No versículo 10, Paulo afirma

que ele, “como um sábio arquiteto”,

havia colocado os fundamentos no que se

referia à Igreja de Corinto. Ele disse que

outros ministérios, no devido tempo, edificariam

sobre aquele fundamento. No versículo

11, esse fundamento é identificado como

sendo Jesus Cristo.

Isto se encontra em harmonia com as

palavras do Próprio Jesus em Mateus

16:13-18. Referindo-Se à revelação dada divinamente

de que Ele era “o Cristo, o Filho

do Deus Vivo”, Jesus acrescentou: “Sobre

esta rocha [fundamento] edificarei a Minha

Igreja.”

Assim sendo, aceitamos o fato básico de

que a Igreja de Jesus Cristo, em seu aspecto

universal, é como um edifício. Ela está sendo

edificada sobre esta única e grande verdade

fundamental de que Jesus é o Cristo, o

Filho do Deus Vivo.

Voltando a 1 Coríntios 3, descobrimos

nos versículos 16 e 17 que Paulo continua o

seu tema. Ele cita a Igreja como sendo o

Templo de Deus, onde habita o Espírito de

Deus.

Esta analogia da Igreja como sendo um

edifício é repetida em Efésios 2:20-22. Aqui

Paulo cita “o fundamento dos apóstolos e

profetas”, mas acrescenta que “o Próprio

Jesus Cristo é a pedra fundamental.” E ele

continua acrescentando: “em Quem todo o

edifício, bem ajustado, cresce para templo

santo no Senhor: em Quem vós também

juntamente sois edificados para uma habitação

de Deus através do Espírito.” Pedro

também semelhantemente descreve a Igreja

em 1 Pedro 2:5: “Vós também, como pedras

vivas, sois edificados como uma casa

espiritual.”

O propósito de Deus através desta era

tem sido o de completar o magnificente edi1006

/ SEÇÃOE7 E7.6– Analogias Neo-Testamentárias da Igreja Cristã

fício da Igreja, de forma que, nas eras vindouras

ela possa manifestar o louvor e a

glória de Deus.

2. Uma Família

A Igreja é retratada como uma família

nos seguintes versículos:

“Se chamaram de Belzebu ao pai da família,

quanto mais aos seus domésticos?”

(Mt 10:25).

“A família da fé...” (Gl 6:10).

“Agora portanto vós [crentes] não mais

sois estrangeiros, nem forasteiros, mas

concidadãos dos santos, e da família de

Deus” (Ef 2:19).

“...pois este Homem [Cristo Jesus] foi

considerado digno de uma maior glória do

que Moisés, pois o que construiu a casa

tem maior honra do que a casa... Cristo,

como Filho sobre a Sua Própria Casa, cuja

Casa somos nós...” (Hb 3:3,6).

Assim sendo, a Igreja é apresentada

como sendo uma família, sobre a qual Jesus

Cristo é o Chefe da família.

3. Um Corpo

Há no Novo Testamento varias referências

à Igreja como sendo o Corpo de Cristo.

“Assim também nós, sendo muitos, somos

um só Corpo em Cristo, e todos somos

membros uns dos outros” (Rm 12:5).

“Pois assim como o corpo é um, e tem

muitos membros, e todos os membros deste

corpo, sendo muitos, são um só corpo,

assim também é Cristo. Pois por um só

Espírito todos fomos batizados num só

Corpo” (1 Co 12:12,13).

“Ora vós sois o Corpo de Cristo e membros

em particular” (1 Co 12:27). (Veja

também Efésios 1:22,23; 4:4,12,16).

O corpo humano, com o inter-relacionamento

e coordenação de todos os seus membros,

é usado por Paulo como uma analogia

da Igreja de Jesus Cristo. Essa analogia mostra

a importância e a inter-dependência de

todos os membros da Igreja. O apóstolo

usa essa analogia especificamente para

demonstrar a total necessidade da unidade

dentre os membros da Igreja.

4. Uma Noiva

Em Efésios 5:23-33, o Apóstolo Paulo

faz um paralelo entre o relacionamento de

Cristo e a Sua Igreja com o relacionamento

do marido com a sua esposa.

Nestes versículos, o relacionamento de

Cristo com a Sua Igreja é usado como uma

ilustração do marido e sua esposa. Consideremos

agora os seguintes trechos desta

passagem:

“Porque o marido é o cabeça da mulher,

ASSIM COMO Cristo é a Cabeça da

Igreja...”

“Portanto, ASSIM COMO a Igreja está

sujeita a Cristo, ASSIM TAMBÉM as mulheres

sejam sujeitas aos seus próprios maridos

em tudo...”

“Maridos, amai as vossas esposas, ASSIM

COMO Cristo também amou a Igreja...”

“Assim devem os homens amar as suas

mulheres como a seus próprios corpos...

pois nenhum homem ainda odiou a sua própria

carne, antes a alimenta e sustenta,

COMO TAMBÉM o Senhor à Igreja.”

Alguns têm tido dificuldades em ver a

Igreja como sendo tanto a Noiva quanto o

Corpo de Cristo, mas, nestes versículos, o

Apóstolo Paulo afirmou categoricamente

que a Igreja é ambas as coisas.

Observe como ambas as analogias do corpo

e da esposa são apresentadas nos versículos

30 a 32 deste capítulo: “Pois somos

membros do Seu Corpo, da Sua carne, e dos

Seus ossos. Por esta causa deixará o homem

o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua

mulher, e os dois serão uma só carne. Este é

um grande MISTÉRIO: MAS FALO ISTO

COM RELAÇÃO A CRISTO E A IGREJA.”

À luz dos versículos acima, podemos

ver que a grande Igreja Universal de Jesus

Cristo é apresentada no Novo Testamento

como: UM EDIFÍCIO sendo edificado sobre

o fundamento do Próprio Cristo; UMA família

sobre a qual Cristo é o Chefe; UM

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1007

CORPO do qual Cristo é a Cabeça; e UMA

NOIVA da qual Cristo é o Noivo.

Podemos observar também que há apenas

uma Igreja – um Edifício, uma família,

um Corpo, uma Noiva – muito embora os

homens tenham, por várias razões, dividido

esta Igreja Neo-Testamentária com barreiras

denominacionais e doutrinárias.

Como já consideramos em nossos capítulos

anteriores, a única divisão bíblica da Igreja

Neo-Testamentária deve ser encontrada na

organização das igrejas locais (ou “caseiras”).

B. INDIVÍDUOS NA IGREJA

Tendo considerado as analogias acima sobre

a Igreja Cristã, é fácil compreendermos a

verdadeira natureza da nossa qualidade de

membros individuais da Igreja – ou seja,

da Igreja Universal. Muitos hoje em dia têm

presumido que a inclusão de seus nomes

numa lista de membros de uma igreja local

(ou “caseira”) lhes assegura a sua posição de

membros da Igreja de Jesus Cristo. Façamos,

no entanto, uma breve revisão das quatro

analogias do Novo Testamento apresentadas

acima e consideremos o nosso relacionamento

individual com cada uma delas.

1. Pedras Vivas Num Edifício

Lemos que somos, na qualidade de crentes,

“edificados sobre o fundamento” e “edificados

juntamente para uma habitação de

Deus através do Espírito” (Ef 2:20-22). Uma

vez mais o Apóstolo Pedro diz: “E, chegando-

vos para Ele, como a uma pedra

viva... vós também como PEDRAS VIVAS,

sois edificados casa espiritual” (1 Pe 2:4,5).

É portanto claro que podemos ser membros

da Igreja como um edifício somente à

medida que nós próprios nos tornamos pedras

vivas através do nosso contato pessoal

com Jesus Cristo, a Pedra Fundamental.

2. Nascidos Numa família

Em Gálatas 4:6,7 Paulo escreveu: “E

porque sois filhos, Deus enviou o Espírito

do Seu Filho aos vossos corações, clamando:

Aba, Pai. Assim que já não és mais

servo, mas filho; e, se és filho, és também

herdeiro de Deus através de Cristo.”

Uma família pode ter servos, ou até mesmo

hóspedes, que podem vir e partir como

desejarem, mas entramos na família de Deus

através do novo nascimento. Pertencemos

à família do nosso Pai, e, na qualidade de filhos,

compartilhamos da herança da família.

3. Membros do Corpo de Cristo

Assumimos o nosso lugar no Corpo de

Cristo através de tudo o que é simbolizado

pelo nosso batismo. Esta é a nossa identificação

com Jesus Cristo (1 Co 12:13).

Tornamo-nos “membros de Cristo” através

da Sua vida que se encontra em nós. É

uma união viva e vital com Jesus na qualidade

de Cabeça do Corpo.

4. Parte da Noiva de Cristo

O nosso relacionamento individual com

o Senhor nesse sentido é apresentado em 1

Coríntios 6:17: “O que se une ao Senhor é

um só espírito.”

Este mesmo pensamento nos é apresentado

em 2 Coríntios 11:2: “Porque estou

zeloso de vós com zelo de Deus; porque

vos tenho preparado para vos apresentar

como a uma virgem pura a um Marido, a

saber a Cristo.” Assim sendo, como parte

da Noiva de Cristo, estamos casados com

Ele e estamos unidos num só espírito.

C. CONCLUSÃO

Através destas ilustrações bíblicas tornase

óbvio que o fato de sermos membros individuais

da Igreja de Jesus Cristo não resulta

da nossa união formal a uma igreja local (ou

“caseira”), nem de colocarmos o nosso nome

numa lista de membros de uma igreja, mas

resulta de uma experiência pessoal vital

entre nós e o Senhor. Esta experiência é

chamada de salvação, ou de novo nascimento.

É possível que alguém seja colocado

numa lista oficial de membros de uma igreja

local (ou “caseira”), e, contudo, nunca ter

1008 / SEÇÃO E7 E7.7 – O Sacerdócio da Igreja Neo-Testamentária

se tornado um membro da Igreja Universal

de Jesus Cristo.

Por outro lado, é possível que alguém

seja membro da Igreja de Cristo através do

novo nascimento e, contudo, não ter se ligado

a uma igreja local (ou “caseira”) ou organização

eclesiástica.

Como o Apóstolo Paulo declarou em 2

Timóteo 2:19: “Contudo, o fundamento de

Deus permanece firme, lendo este selo: O

Senhor conhece os que são Seus”.

A nossa inscrição como membros numa

igreja local (ou “caseira”) deveria somente

seguir a nossa inclusão como membros na

Igreja Universal de Cristo. Além disso, quando

uma pessoa nasceu de novo, ela deveria,

indubitavelmente, buscar a sua inclusão

como membro numa comunidade

de uma igreja local (ou “caseira”).

Temos a seguinte exortação em Hebreus

10:25: “Não abandonando a nossa congregação,

como é costume de alguns, mas

exortando uns aos outros, e tanto mais,

quando vedes que se vai aproximando

aquele dia.”

Cada um de nós precisa da comunhão,

da edificação, do encorajamento e da disciplina

de uma igreja local (ou “caseira”). Tendo

encontrado o nosso lugar na grande Igreja

Neo-Testamentária do nosso Senhor através

da fé em Cristo, que todos possamos

estar dispostos a nos comprometermos à

nossa inclusão como membros de uma igreja

local (ou “caseira”), para que todos nós

unamos de todo coração, em adoração, testemunho

e serviço ao Senhor.

Capítulo 7

O Sacerdócio da Igreja

Neo-Testamentária

A. DIFERENÇAS ENTRE O

SACERDÓCIO DO ANTIGO

E DO NOVO TESTAMENTO

Não conseguimos compreender plenamente

o padrão neo-testamentário para a

Igreja Cristã sem uma apreciação da diferença

fundamental entre o sacerdócio do Antigo

Testamento e o sacerdócio do Novo

Testamento.

1. O Sacerdócio Aarônico

Deus deu a Israel, nos dias antigos, a

oportunidade de se tornar um “reino de sacerdotes”

(Êx 19:6). Israel, no entanto, fracassou

e não se colocou à altura desse grande

privilégio, o que fez com que o Senhor

estabelecesse o Sacerdócio Aarônico (Êx

28:1). O próprio Antigo Testamento registra

o fracasso desse ministério de fielmente

servir ao Senhor e de ministrar em nome do

povo de Israel (Ez 22:26).

2. O Sacerdócio do Crente

Abrindo o Novo Testamento, descobrimos

que o sacerdócio é privilégio de todo

crente verdadeiro (1 Pe 2:5,9). Como tais,

temos o glorioso privilégio de usufruirmos

do acesso a Deus através do nosso Sumo

Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo.

O acesso do crente a Deus é claramente

apresentado em Hebreus 10:19-22:

“Tendo pois, irmãos, ousadia para entrar

no Santuário, pelo sangue de Jesus,

por um novo e vivo caminho, que Ele consagrou

para nós, através do véu, isto é, a

Sua carne; e tendo um Sumo Sacerdote

sobre a Casa de Deus; aproximemo-nos

com verdadeiro coração, em plena certeza

de fé, tendo as nossos corações purificados

de uma má consciência, e os nossos corpos

lavados com água limpa.”

Na atualidade, algumas denominações

cristãs citam somente os seus líderes como

sacerdotes. Isto não é sustentado pelo Novo

Testamento, pois é totalmente contrário ao

princípio fundamental da revelação neo-testamentária

para a Igreja.

Considere as palavras de 1 Pedro 2:5,9:

“Vós também... sois... um sacerdócio santo,

para oferecer sacrifícios espirituais, aceitáveis

a Deus através de Jesus Cristo.

“Mas vós sois uma geração eleita, um

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1009

sacerdócio real... para que anuncieis os louvores

d’Aquele que vos chamou das trevas

para a Sua maravilhosa luz.”

Esse é o maior privilégio da nossa experiência

cristã. Temos acesso ao Santo dos

Santos, à própria presença de Deus através

de Jesus Cristo.

Quando o Salvador morreu no Calvário,

o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo.

Falando-se figurativamente, muitos têm tentado

“costurá-lo” novamente, mas tem sido

um esforço em vão. O “tipo” foi cumprido

para sempre no “anti-tipo”. A “sombra” foi

substituída pela “substância”. Cristo está

vivo para sempre e é o único Mediador entre

Deus e os homens.

Na Igreja Cristã, Deus nos forneceu vários

ministérios, com pastores e outros, que

podem nos orientar e aconselhar. Ninguém,

no entanto, pode nos dar acesso a Deus.

Cristo fez isto de uma vez por todas. “Cheguemo-

nos pois com confiança ao Trono

da Graça [Trono da Misericórdia], para

que possamos obter misericórdia e achar

graça a fim de sermos ajudados em tempo

oportuno” (Hb 4:16).

B. OS SACRIFÍCIOS DO

CRENTE-SACERDOTE

Assim como o sacerdócio do Antigo Testamento

oferecia sacrifícios a Deus, semelhantemente

nós, na qualidade de sacerdotes

do Novo Testamento, temos ofertas a

apresentar ao Senhor. O Novo Testamento

nos mostra que o nosso sacrifício é triplo:

1. Os Nossos Corpos,

a Nossa Vida

“Rogo-vos pois, irmãos, pelas misericórdias

de Deus, que apresenteis os vossos

corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável

a Deus, que é a vossa adoração espiritual”

(Rm 12:1).

Vemos este sacrifício sacerdotal em seu

nível máximo em 1 João 3:16:

“Nisto percebemos o amor de Deus, porque

Ele entregou a Sua vida por nós; e nós

deveríamos entregar as nossas vidas pelos

irmãos.”

A verdade básica que aceitamos quando

nos achegamos ao Senhor é que os nossos

corpos são templos do Espírito Santo:

“Pois fostes comprados com um preço:

portanto, glorificai a Deus em vossos corpos,

e em vossos espíritos, os quais pertencem

a Deus” (1 Co 6:20).

2. O Nosso Louvor

“Por Ele, portanto, ofereçamos o sacrifício

de louvor a Deus continuamente, ou

seja, o fruto de nossos lábios, dando graças

ao Seu Nome” (Hb 13:15).

Os sacerdotes do Antigo Testamento ministravam

ao Senhor no compartimento do

Templo conhecido como Lugar Santo.

A perfumada fumaça subia do Altar de

Incenso no Lugar Santo. Ela penetrava o

véu e entrava no Santo dos Santos, onde

Deus habitava acima do Propiciatório (trono

de misericórdia).

Isto era um “tipo” (quadro profético) de

nós, sacerdotes do Novo Testamento, oferecendo

o nosso louvor e ações de graças como

um sacrifício muito agradável ao Senhor.

O Novo Testamento não nos convida a

louvarmos ao Senhor somente como uma

expressão de sentimentos, mas também

para que o façamos como um ministério

sacrificial ao Senhor.

O sacrifício de louvor não deveria ser oferecido

por causa das nossas circunstâncias,

mas, geralmente, apesar das nossas circunstâncias.

Se fizermos isto, logo descobriremos

que no sacrifício de louvor há vitória

sobre as circunstâncias. É nosso dever e

privilégio sacerdotal louvar ao Senhor!

3. O Nosso Dinheiro

Hebreus 13:16 é lindamente explicado

na Versão do Novo Testamento Amplificado

em Inglês da seguinte maneira: “Não se

esqueçam nem negligenciem os atos de benevolência

e bondade, de serem generosos

e de distribuírem e contribuírem com os

1010 / SEÇÃOE7 E7.8– Ministérios na Igreja Neo-Testamentária

necessitados, pois estes sacrifícios são muito

agradáveis a Deus.”

Estes e outros versículos nos ensinam

que um sacerdote (crente) fiel dedica uma

parte do seu dinheiro para ser usada no cuidado

com os menos afortunados do que ele

e para a obra de Deus.

C. NENHUMA DISTINÇÃO ENTRE

O CLERO E OS LEIGOS

As palavras “clero” e “leigos” não se encontram

na Bíblia. Elas passaram a ser usadas

como conseqüência de líderes de igreja

ensinarem que possuíam um “status” privilegiado

sobre os outros membros da Igreja.

Esta distinção feita entre o “clero” e os

“leigos” não se encontra na Igreja do Novo

Testamento. Certamente há vários ministérios

e cargos ordenados por Deus, os quais

são dados para edificarem a Igreja e fornecerem

à liderança ao povo de Deus.

O sacerdócio do Novo Testamento cria

uma irmandade de homens e mulheres nascidos

de novo. Todos desfrutamos do mesmo

privilégio de acesso a Deus através de

Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote.

Da mesma forma, todos somos membros

do Corpo de Cristo, que é diretamente

governado por Jesus Cristo, a Cabeça do

Corpo (Ef 1:22; 5:23; Cl 1:18).

E vitalmente importante que esta verdade

do sacerdócio de todos os crentes seja claramente

compreendida e plenamente apreciada.

Caso contrário, não valorizaremos os nossos

privilégios na Igreja Cristã. Podemos ser vítimas

de um sacerdócio criado pelos homens

ou de uma hierarquia de líderes religiosos que

se assenhoreiam dos outros (1 Pe 5:3).

Capítulo 8

Ministérios na Igreja

Neo-Testamentária

Introdução

A Igreja Cristã, sendo um organismo divinamente

ordenado, ao invés de uma organização

criada pelos homens, precisa ter uma

liderança divinamente estabelecida e divinamente

dotada. Infelizmente, a maior

parte do ministério de liderança cristã de hoje

em dia é baseada em realizações acadêmicas,

e no chamado e nomeação de homens.

O padrão neo-testamentário, no entanto,

estabelece para a Igreja um ministério

sobrenaturalmente escolhido e divinamente

equipado.

Há certos cargos que funcionam em cada

igreja local (ou “caseira”). Os presbíteros e

diáconos servem dentro da igreja local (ou

“caseira”) e precisam possuir certas qualificações

pessoais de acordo com as Escrituras.

Estas qualificações serão posteriormente

consideradas por nós em nosso estudo. Mas

a liderança dotada, que Cristo forneceu para

a Sua Igreja, baseia-se em cinco dons ministeriais.

Estes dons ministeriais são sobrenaturalmente

transmitidos pelo Próprio Cristo a

certas pessoas. Estes líderes continuam e levam

avante o ministério do Senhor Jesus em

Sua Igreja na terra. Eles fazem o que Ele fez.

A. CINCO DONS MINISTERIAIS

DADOS A IGREJA

“No entanto, Cristo deu a cada um de

nós habilidades especiais – tudo o que Ele

quiser que tenhamos do Seu rico depósito

de dons.

“O salmista nos fala sobre isto, pois ele

diz que quando Cristo voltou triunfantemente

ao Céu após a Sua ressurreição e vitória

sobre Satanás, Ele deu generosos dons aos

homens.

“Observe que aí diz que Ele voltou ao

Céu. Isto significa que Ele havia primeiramente

descido das alturas do Céu, muito

abaixo das mais baixas partes da terra.

“Aquele que desceu é também o Mesmo

que subiu de volta, para que pudesse encher

todas as coisas, em toda parte, Consigo

Próprio, desde o mais baixo até o mais

elevado” (Ef 4:7-10).

“Foi Ele que deu alguns para serem

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1011

apóstolos, alguns para serem profetas, alguns

para serem evangelistas, e alguns

para serem pastores e mestres” (Ef 4:11).

Estes versículos deixam claro que, após

a Sua ascenção ao Céu para voltar à destra

do Pai, Cristo deu cinco dons ministeriais

aos homens dentro da Sua Igreja.

Estes dons ministeriais são expressões

parciais do Seu Próprio ministério completo.

Nenhum líder de igreja por si só poderia

conter todo o ministério de Jesus. Uma variedade

de “líderes servos” da Igreja recebem

estes dons. Isto é assim para que o

ministério completo de Cristo pudesse aparecer

novamente entre o Seu povo.

1. Somente Dados por Cristo

Estes cinco ministérios são os dons de

Cristo e são somente concedidos por Ele.

Eles não dependem da nomeação humana.

Cristo levantou e equipou estes homens

(e mulheres) para os seus ministérios

específicos na Igreja.

2. Funcionam Sob a Direção e o

Poder do Espírito Santo

É bom darmos o devido reconhecimento

a estes ministérios quando se encontram em

nosso meio. No entanto, quer os reconheçamos

ou não, eles funcionam sob a direção

e pelo poder do Cristo Vivo.

3. Associados com

Homens e Mulheres

E interessante observarmos que os dons

ministeriais de Cristo estão sempre associados

com homens e mulheres.

Em contraste, os dons do Espírito Santo

(1 Coríntios 12) estão mais associados com

o Doador do que com o recipiente. Nós os

chamamos de Dons do ESPÍRITO (o Doador).

No entanto, não podemos desassociar

os cinco dons ministeriais das pessoas a

quem foram dados e que os exercem.

Nada lemos com relação a homens recebendo

“um dom de apostolado” ou “o dom

de pastor”, mas lemos o seguinte: “Ele deu

alguns para serem apóstolos, alguns para

serem profetas,” etc. O dom (ou capacitação)

é a identidade deles – quem são e o que

são na Igreja.

Os próprios homens são os dons de Cristo

à Sua Igreja. São batizados no Espírito,

equipados sobrenaturalmente – todos exercendo

uma parte do glorioso e completo

ministério da Cabeça da Igreja – Cristo.

B. OS CINCO DONS MINISTERIAIS

DESCRITOS

Consideremos agora cada um destes cinco

dons ministeriais.

1. Apóstolos

A palavra “apóstolo” vem da palavra grega

“apóstolos”, que significa “alguém enviado”

ou “aquele que é enviado (como

um embaixador)”. O Senhor Jesus Cristo é

O APÓSTOLO (Hb 3:1), Aquele que foi “enviado

por Deus”. Ele colocou o fundamento

para a Igreja, a qual Ele agora está edificando.

a. Os Doze Apóstolos. Durante o Seu

ministério terreno, Cristo designou doze

apóstolos, a quem Ele plenamente equipou

para os seus ministérios e “os enviou” (Mt

10:16).

Estes apóstolos não foram nomeados por

homens, mas dependiam da comissão e da

capacitação (poder e autoridade) de Cristo.

Eles são citados como os “Apóstolos

do Cordeiro”. “E o muro da cidade tinha

doze fundamentos e neles os nomes dos doze

apóstolos do Cordeiro” (Ap 21:14).

Eles tinham um singular ministério e relacionamento

com Israel e o povo judeu.

“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou,

dizendo: não ireis pelos caminhos dos gentios,

nem entrareis em nenhuma cidade de

samaritanos. Mas ide antes às ovelhas perdidas

da Casa de Israel” (Mt 10:5,6).

O galardão deles será o de se assentarem

em doze tronos, julgando as doze tribos de

Israel (Lc 22:28-30).

b. Outros Apóstolos. Um estudo do

Novo Testamento revela que havia outros

1012 / SEÇÃOE7 E7.8– Ministérios na Igreja Neo-Testamentária

apóstolos além dos doze que Jesus escolheu

para trabalharem com Ele enquanto Se

encontrava aqui.

Um dos doze primeiros, Judas, o traidor,

foi substituído por Matias pouco antes

do Dia de Pentecostes (At 1:26; 2:14),

restaurando assim o número necessário de

doze “Apóstolos do Cordeiro”.

No entanto, além de Matias, muitos outros

apóstolos foram escolhidos por Cristo

e enviados por Ele após o Dia de Pentecostes.

Talvez seja apropriado que os citemos

como os “Apóstolos da Ascensão”, uma

vez que foram dados depois que Cristo subiu

de volta ao Céu.

Os “Apóstolos da Ascensão” geralmente

possuem um relacionamento especial para

com a Igreja dos Gentios. Os mencionados

no Novo Testamento são Paulo e Barnabé

(At 14:14), Andrônico e Júnia (Rm 16:7),

Tiago (Gl 1:19), Silas e Timóteo (1 Ts 1:1;

2:6), e outros (1 Co 9:5; 2 Co 8:23).

Paulo e Barnabé (At 14:14) são notáveis

exemplos de apóstolos dados por Cristo à

Igreja após o Pentecostes.

Além disso, o fato de que a Igreja Primitiva

tinha de ser repetidamente admoestada

contra a aceitação de “falsos apóstolos” (2

Co 11:13; Ap 2:2) indica que havia outros

apóstolos.

O versículo bíblico que afirma mais claramente

um ministério apostólico contínuo

encontra-se em nossa passagem bíblica citada

acima, a qual declara que Cristo “deu

alguns apóstolos” APÓS A SUA ASCENSÃO.

(OBSERVAÇÃO: Para mais informações sobre

os cinco dons ministeriais, veja a Seção

C5.)

c. Ministério Apostólico. O apóstolo,

sendo “alguém enviado” por Cristo, é

um pioneiro, colocando os fundamentos, estabelecendo

as igrejas com ordem bíblica,

supervisionando e cuidando dessas igrejas,

como também confirmando-as na Palavra.

Ele exerce uma parte ou fragmento do ministério

do nosso Supremo Apóstolo, Jesus

Cristo. Ele é chamado e levantado por

Cristo, e recebe uma visão da obra que deve

executar (At 26:15-18).

A prova do seu ministério são os frutos

da sua obra – o trabalho que ele deixa

após a sua partida. Como Paulo escreveu

aos coríntios, “Não sou eu apóstolo...

porque vós sois o selo do meu apostolado

no Senhor” (1 Co 9:1,2).

Paulo apontava o estabelecimento da

Igreja de Corinto como uma evidência do

seu ministério apostólico. Ele também afirmava

que o seu ministério viera diretamente

do Senhor e não dos homens.

“Paulo, um apóstolo, que não foi enviado

pelo comissionamento humano nem por

autoridades humanas, mas sim por Jesus

Cristo e por Deus-Pai, o Qual O ressuscitou

dentre os mortos” (Gl 1:1).

O ministério apostólico de se fundar

novas igrejas é visto nas palavras de Paulo:

“De acordo com a graça de Deus que me

foi dada, como sábio arquiteto, coloquei o

fundamento” (1 Co 3:10).

Esse ministério pioneiro ainda funciona

hoje em dia. A Igreja é um organismo

vivo, e não uma organização sem

vida. Novas igrejas locais (ou “caseiras”)

ainda estão sendo estabelecidas e novos

campos ainda estão sendo penetrados, à

medida que a Igreja continua a crescer

para cima e para fora.

Há evidências que indicam que o dom

ministerial apostólico pode incluir elementos

dos outros quatro dons ministeriais.

Nesta função pioneira, de estabelecimento

de fundamentos e de supervisão, esse dom

ministerial requer alguns elementos dos ministérios

profético, evangelístico, pastoral,

e de ensino. Contudo, o dom ministerial

apostólico permanece distinto e separado

dos outros.

2. Profetas

A palavra grega é “prophetes”, a qual se

origina de duas outras palavras gregas: Pro,

que significa “anterior”, ou seja, “em frente

de” é Phemi, que significa “mostrar ou faCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1013

zer conhecidos os pensamentos de alguém”,

ou seja, “falar ou dizer, afirmar”. Combinando-

se as duas palavras, significa “alguém

que possa dizer (ou predizer) os pensamentos

(a mente) de Deus ou, ocasionalmente,

os pensamentos de outras pessoas”.

Por exemplo, Pedro estava agindo sob

uma unção profética ao dizer a Ananias:

“...por que Satanás encheu o teu coração

para que mentisses ao Espírito Santo...?”

(At 5:3). Pedro conhecia os pensamentos

de Ananias e revelou o engano e hipocrisia.

Esta palavra também pode significar “um

preletor inspirado”. O registro neo-testamentário,

no entanto, mostra que o ministério do

profeta é mais do que uma mera pregação.

Isso também é indicado pelo fato de que

todos os outros dons concedidos (como os

de evangelista, pastor, e mestre) envolvem

o falar.

O profeta é alguém que fala publicamente

sob a inspiração do Espírito Santo, sem

nenhuma premeditação, nem preparação. O

seu ministério talvez envolva muitas vezes

o exercício do Dom da Profecia (1 Co 12:10),

mas certamente inclui os Dons de Revelação,

como a Palavra de Conhecimento e a

Palavra de Sabedoria (1 Co 12:8).

O Dom da Profecia funciona dentro da

igreja de uma cidade ou da igreja local (ou

“caseira”) (1 Co 14), mas o dom ministerial

do profeta é para o benefício de todo o Corpo

de Cristo.

O profeta transmite revelações de

coisas espirituais e de eventos ou circunstâncias

presentes e futuros dos

quais ele não tem nenhum conhecimento

humano. Ele não exerce um controle

(governo) sobre os líderes, seguidores,

ou igrejas, nem comanda as suas direções.

Em vez disso, ele confirma o que

Deus já falou a um indivíduo.

Como já vimos em nossos estudos anteriores,

há uma diferença fundamental entre

o sacerdócio do Antigo Testamento e o do

Novo Testamento.

Hoje em dia, todos os crentes são sacerdotes

para Deus, com acesso direto ao “Santo

dos Santas”.

Todos os crentes têm um direito de acesso

à mente de Cristo e a conhecerem a vontade

de Deus, e não deveriam estar presos

pela direção de um profeta.

O profeta do Novo Testamento, no entanto,

dá de fato um enfoque maior com

relação aos eventos presentes ou futuros, e

todos os crentes estão livres para agirem à

luz destas revelações. Vemos este ministério

profético do Novo Testamento funcionando

nos seguintes versículos:

Atos 11:27-30: Nesta passagem, o profeta

Ágabo deu uma revelação com relação à

fome iminente. Os discípulos tomaram passos

práticos à luz desta profecia e enviaram

ajuda aos irmãos de Jerusalém.

Atos 20:22-24: Neste trecho, lemos sobre

a decisão de Paulo de ir a Jerusalém

apesar dos avisos do Espírito Santo (provavelmente

através de um ministério profético)

de que grilhões e aflições lá o aguardavam.

Atos 21:10-14: O profeta Ágabo deu

profecias ilustradas e predisse os sofrimentos

que aguardavam a Paulo em Jerusalém.

Contudo, o apóstolo estava determinado a

continuar a sua jornada, e os outros disseram:

“Faça-se a vontade do Senhor!”

Outros profetas do Novo Testamento

foram Judas e Silas (At 15:32).

Desta forma, recebemos algumas revelações

quanto à função do dom ministerial

profético de acordo com o padrão neo-testamentário.

Que Deus possa levantar esse

tipo de ministério de uma forma maior nos

dias vindouros e que Ele possa nos dar sabedoria

para reconhecermos o seu funcionamento.

(OBSERVAÇÃO: Para mais detalhes sobre

o ministério profético, veja a Seção C5.)

3. Evangelistas

A palavra significa “um pregador de

boas novas”. Talvez o dom ministerial do

evangelista seja o dom melhor compreendi1014

/ SEÇÃOE7 E7.8– Ministérios na Igreja Neo-Testamentária

do de todos. O seu lugar e função na Igreja

raramente tem sido alvo de controvérsias.

O evangelista não faz a obra do apóstolo

(fundar e estabelecer igrejas), nem a obra do

pastor.

Vemos um notável exemplo do ministério

do evangelista em Filipe (At 8:5-40).

Filipe desceu a Samaria e pregou Cristo.

Muitos creram, à medida que sinais e maravilhas

confirmavam o seu ministério. Filipe

os batizou na água, mas, em seguida, passou

os convertidos (resultados) da sua evangelização

aos cuidados dos apóstolos Pedro

e João. Aí então, Filipe entrou no deserto

para dar as boas novas ao eunuco etíope.

Desastres geralmente acontecem na obra

de alguns evangelistas hoje em dia. Isto geralmente

se deve ao fato de que eles deixam

de reconhecer a verdadeira natureza deste

dom ministerial.

Pelo fato de Deus haver abençoado o

evangelista em seu ministério, ele então decide

ficar permanentemente num certo local.

Isto priva outras pessoas não-alcançadas,

não-salvas dos benefícios do seu ministério

evangelístico, como também impede

que os seus convertidos recebam os benefícios

de outros dons, como os ministérios

apostólico, pastoral e de ensino.

Lembre-se: a Igreja NÃO é edificada sobre

o fundamento do evangelista, e sim

“edificada sobre o fundamento dos apóstolos

e profetas...” (Ef 2:20). A menos que os

ministérios apostólico e profético entrem

em cena para consolidar e confirmar os convertidos

do evangelista, a Igreja que poderia

ter nascido raramente chega a existir. Caso

comece a existir, com o tempo ela fracassa

(ou cai) por falta de um fundamento.

O evangelista é o “braço” de Cristo, estendendo-

se para alcançar o mundo. Os resultados

do seu ministério deveriam ser reunidos

e introduzidos em igrejas locais (ou

“caseiras”) e supridos com os outros ministérios

que Cristo estabeleceu em Sua Igreja.

Em todos os casos do Livro de Atos (a

menos que os convertidos fossem o resultado

de um ministério apostólico), os apóstolos

e profetas vinham logo após para colocarem

os fundamentos. Isto transformava estes

novos convertidos numa forte igreja.

Leia Atos 11:19-27. Muitos creram. Aí

então o Apóstolo Barnabé foi para o local.

Em seguida, ele foi buscar Saulo (Paulo) para

unir-se a ele em Antioquia. Logo depois, chegaram

os apóstolos para ajudarem (vs. 27).

Ignoramos este padrão, colocando-nos em

perigo, como também aos novos crentes.

4. Pastores

Neste caso, a palavra grega é “poimen”,

que significa “um pastor”. O pastor de igreja

é um “pastor de ovelhas”, que cuida do

rebanho de Deus e o alimenta. O seu ministério

é muito semelhante ao do presbítero.

A sua personalidade e o seu ministério demonstram

um amor, um cuidado e um interesse

em alimentar as ovelhas.

A diferença básica do presbítero é que

ele geralmente é uma pessoa mais idosa (paternal)

e nomeada devido a certas qualificações

pessoais (1 Tm 3:1-7; Tt 1:5-9;

etc.). O trabalho do presbítero também é o

de “alimentar a igreja de Deus” (At 20:28).

O cargo de presbítero, no entanto, é local,

ao passo que o dom ministerial do “pastor”

é concedido para todo o Corpo de Cristo.

O pastor pode viajar de igreja a igreja, ao

passo que o presbítero geralmente se encontra

associado com apenas uma igreja local

(ou “caseira”).

Alguns sugerem que Timoteo e Tito possuíam

o dom pastoral. Estes jovens serviam

sob a supervisão geral de Paulo. Eles também

foram comissionados por Paulo para

ordenarem presbíteros (Tt 1:5).

Os pastores também são geralmente qualificados

como presbíteros, assim como o

Apóstolo Pedro afirmou ser um presbítero

(1 Pe 5:1).

O cargo de presbítero é restrito à igreja

local (ou “caseira”), ao passo que o dom

ministerial de pastor, ainda que funcionando

em e através de igrejas locais (ou “caseiCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1015

ras”), é concedido para o benefício de todo

o Corpo de Cristo.

5. Mestres

A palavra grega é “didaskalos”, que significa

“um instrutor”, e é traduzida em

nossas Bíblias por doutor e mestre. Há um

relacionamento muito íntimo entre os dons

ministeriais de pastor e mestre.

Isto é sugerido na própria construção do

texto de Efésios 4:11: “E Ele deu a alguns,

pastores e mestres...” A Versão Moffatt traduz

este versículo da seguinte maneira: “Ele

concedeu alguns para serem evangelistas,

alguns para pastorearem e ensinarem.”

Não seria correto considerarmos as palavras

“pastor” e “mestre” como sendo termos

sinônimos. Não considere estes ministérios

como sendo idênticos.

Há, no entanto, uma ligação muito íntima

entre os dois. O mestre trabalha com o pastor

e o presbítero para o pastoreamento e o

ensino da igreja local (ou “caseira”), cuidando

do seu bem-estar espiritual e da sua

instrução na Palavra de Deus. No ministério

de ensino, geralmente há uma certa

sobreposição. O ministério de ensino geralmente

faz parte de um outro ministério. Por

exemplo, o Apóstolo Barnabé (At 14:14) é

citado como sendo um mestre também:

“E havia na igreja que estava em Antioquia

certos... mestres, como Barnabé...” (At

13:1).

Paulo, semelhantemente, ilustra como

um indivíduo possui um dom ministerial

com muitas facetas. Ele escreve:

“Para o que fui constituído um pregador,

e um apóstolo, e um mestre dos gentios” (1

Tm 2:7; 2 Tm 1:11).

C. PROPÓSITO DOS DONS

MINISTERIAIS

Sabemos que todos os membros do Corpo

de Cristo têm o seu papel a cumprir na edificação

da Igreja e na glorificação de Cristo.

Contudo, Cristo, após a Sua ascensão,

concedeu os cinco dons ministeriais com

um propósito específico, descrito para nós

em Efésios 4:12: “Para o aperfeiçoamento

dos santos, para a obra do ministério, para

a edificação do Corpo de Cristo.”

A palavra “aperfeiçoamento” neste verso

é traduzida da palavra grega katartismos,

que significa “completar”. Este termo origina-

se da palavra katartizo, que significa “reparar

ou ajustar; adequar, reparar; aperfeiçoar,

preparar, restaurar”.

Isto descreve o motivo pelo qual foram

dados os cinco dons ministeriais. Uma outra

tradução esclarece este significado:

“Para preparar o povo de Deus para

as obras de serviço a fim de que o Corpo de

Cristo possa ser edificado” (Ef 4:12).

Isto abre um novo e desafiante conceito

com relação ao propósito dos dons ministeriais

na Igreja. Os dons ministeriais NÃO

são para executar a obra do ministério. Eles

devem reparar as vidas alquebradas e preparar

os crentes, a fim de que os membros

façam a obra do ministério.

Este conceito é confirmado pelo Novo

Testamento Amplificado, o qual traduz Efésios

4:12 da seguinte forma: “A Sua intenção

era o aperfeiçoamento e o pleno equipamento

dos santos [o Seu povo consagrado]

para que eles fizessem a obra da ministração

tendo em vista a edificação do Corpo

de Cristo [a Igreja].” Este conceito de

fato ilumina maravilhosamente o propósito

do ministério no Corpo de Cristo!

Na formação de um exército, os oficiais

são primeiramente treinados a fim de que,

por sua vez, possam treinar as tropas. Da

mesma maneira, Cristo dotou a certas pessoas

da Sua Igreja, a fim de que, através dos

seus dons ministeriais, eles possam equipar

os santos para ministrarem para o benefício

de toda a Igreja.

Assim sendo, o Corpo de Cristo e cada

igreja local (ou “caseira”) deveriam ministrar

e edificar a si próprios.

Muito embora nem todos os crentes

possuam dons ministeriais, todos, no entanto,

possuem um ministério a executar

1016 / SEÇÃOE7 E7.9– Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local

no desenvolvimento da Igreja e na edificação

do povo de Deus. Que cada um de nós,

como membro do Corpo de Cristo, possa

descobrir o seu ministério e cumpri-lo.

“Temos diferentes dons, de acordo com

a graça que nos é dada. Se o dom de um

homem for profetizar, que ele o use proporcionalmente

à sua fé.

“Se for servir, que sirva; se for ensinar,

que ensine;

“Se for encorajar, que encoraje; se for

contribuir com as necessidades dos outros,

que dê generosamente; se for liderar, que

governe diligentemente; se for demonstrar

misericórdia, que o faça com alegria” (Rm

12:6-8).

Capítulo 9

Os Dirigentes da Igreja de

Uma Cidade e da Igreja Local

Introdução

Havendo considerado os cinco dons ministeriais,

que funcionam na Igreja Universal,

em todo o Corpo de Cristo, examinemos

agora, brevemente, os ministérios que

pertencem à igreja de uma cidade e à igreja

local (ou “caseira”). Vimos anteriormente

que o governo neo-testamentário baseia-se

na igreja de uma cidade ou na igreja local (ou

“caseira”).

O padrão original apresenta um quadro

de muitas igrejas locais (ou “caseiras”), com

governo próprio, onde os presbíteros guardam

e alimentam o rebanho. Estas igrejas

locais (ou “caseiras”) dentro de uma cidade

(igreja) são coordenadas pelos bispos (supervisores)

e cooperam para a expansão do

Reino de Deus.

Ao abordarmos o dom ministerial de pastor,

observamos que há uma notável semelhança

entre o ministério de pastor e o cargo

de presbítero.

A diferença fundamental entre eles é que

o dom pastoral, ainda que funcionando na

igreja local (ou “caseira”), não precisa ser

limitado a uma só igreja local (ou “caseira”).

É um dom que pode servir a qualquer igreja

local (ou “caseira”) que convidar a este pastor.

O pastor serve a todo o Corpo de Cristo.

Basicamente há dois cargos na igreja de

uma cidade, a saber, os presbíteros (que

servem numa igreja local) e os diáconos (que

servem a todas as igrejas locais, dentro da

igreja de uma cidade).

Por exemplo, havia muitas igrejas locais

(ou “caseiras”) dentro da Cidade de Jerusalém.

Esta igreja da cidade teve 3.000 novos

convertidos no Dia de Pentecostes e 5.000

homens (além de mulheres e crianças) pouco

tempo depois (Compare At 2:41; 4:4).

Eles se reuniam em pequenos grupos nas

casas. Os que tinham dinheiro compartilhavam

e davam diretamente aos pobres, segundo

as suas necessidades (At 2:44,45).

Alguns, no entanto, davam o produto da

venda de terras e propriedades aos apóstolos,

os quais, por sua vez, distribuíam o

dinheiro aos necessitados. Aparentemente,

o dinheiro não era guardado pelos presbíteros

nas igrejas locais (ou “caseiras”). Em

vez disso, ele era dado aos apóstolos, os

quais escolhiam diáconos para distribuí-lo

às viúvas e outros necessitados (Compare

At 4:34-37; 5:3; 6:1-7).

Em Filipenses 1:1, Paulo escreve “a todos

os santos em Cristo Jesus que estão em

Filipos [uma igreja de cidade] com os BISPOS

e DIÁCONOS.” O bispo era um presbítero

superintendente ou supervisor. Veja

também Tito 1:5,7. Examinemos agora este

cargo um pouco mais detalhadamente.

A. PRESBÍTEROS

1. O Trabalho Deles

Em Atos 20, lemos sobre a palavra de

Paulo aos presbíteros de Éfeso: “...e de

Mileto mandou a Éfeso, e chamou os presbíteros

da igreja’’ (At 20:17).

Paulo Lhes disse; “Porque não me esquivei

de vos declarar todo o conselho de

Deus.

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1017

“Olhai pois por vós, e por todo o rebanho,

sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu

supervisores, para alimentardes a

Igreja de Deus, a qual Ele adquiriu com o

Seu Próprio sangue” (At 20:27,28).

Nesta ocasião, Paulo falou com os PRESBÍTEROS

e Lhes disse que o Espírito Santo

os havia feito SUPERVISORES (no grego =

presbuteros, que é traduzido como bispos

em todas as demais passagens da Versão

Autorizada Inglesa).

O apóstolo lhes ordenou a ALIMENTAREM

o rebanho, sobre o qual eles haviam

tornado a supervisão. Isto mostra o intimo

relacionamento entre o ministério pastoral

e o cargo do presbítero, e, contudo, não há

nenhuma referência aqui a um dom ministerial

sendo exigido.

Esta e outras passagens bíblicas nos fornecem

o seguinte sumário do trabalho dos

presbíteros na igreja local (ou “caseira”):

a. Ficar Atento ao Rebanho. Eles precisam

“olhar... por todo o rebanho, sobre o

qual o Espírito Santo lhes constituiu supervisores”

(At 20:28).

b. Alimentar a Igreja. Eles devem

“alimentar a igreja de Deus” (At 20:28 –

veja também 1 Pedro 5:1,2).

c. Tomar Conta da Igreja. Eles devem

“tomar conta da igreja de Deus” (1

Tm 3:5).

d. Governar Bem. Os presbíteros devem

“governar”, e os que “governam

bem” devem ser “...bem pagos e deveriam

ser muito apreciados, especialmente os que

trabalham arduamente, tanto na pregação

como no ensino” (1 Tm 5:17).

e. Permanecer Fiel à Mensagem.

Uma outra responsabilidade do presbítero

é “...permanecer firme na mensagem que é

digna de confiança como foi ensinado, a

fim de que ele possa encorajar os outros

através da sã doutrina e refutar os que se

opõem a ela” (Tt 1:9).

f. Ensinar com Aptidão. O presbítero

precisa ser “apto [ou capacitado] para ensinar”

(1 Tm 3:2).

g. Visitar os Enfermos e Orar por

Eles. Os presbíteros precisam estar disponíveis

quando são chamados para visitarem

os enfermos e para fazerem “a oração de

fé” (Tg 5:14,15).

Resumindo-se então: Aparentemente havia

presbíteros que também eram apóstolos

(como era o caso de Pedro); os que tinham

responsabilidades em toda a cidade como

bispos (supervisão de outras pessoas); os

que eram especialmente dotados na pregação

e no ensino; e os que, devido à sua idade

avançada e ao seu caráter, agiam como pais

espirituais numa igreja local (ou “caseira”).

2. As Suas Qualificações

As qualificações necessárias para o cargo

de presbítero encontram-se em duas passagens:

1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:6-9. Combinando-

se estas duas passagens, temos a

seguinte lista de qualificações pessoais exigidas

pelas Escrituras:

“O bispo precisa ser irrepreensível...

marido de uma só mulher... vigilante... sóbrio...

de bom comportamento... dado a

hospitalidade... apto para ensinar... não

dado ao vinho... não espancador... não cobiçoso

pelo dinheiro... paciente... não contencioso...

não ganancioso... não obstinado...

não iracundo... não recém-chegado à

fé [um noviço] para que, ensoberbecendose

não caia na condenação do diabo...

“alguém que governe bem a sua própria

casa, tendo filhos fiéis e que não sejam

acusados de tumultos e indisciplina, tendo

os seus filhos em sujeição, com toda austeridade...

“ser apreciador de homens bons... justo...

santo... sóbrio... além do mais, ele precisa

ter uma boa reputação dos que estão

de fora, para que não caia em afronta e no

laço do diabo.”

Portanto, vemos que as características

importantes de um presbítero biblicamente

qualificado encontram-se em sua vida pessoal.

Com relação ao seu ministério, ele deve

1018 / SEÇÃOE7 E7.9– Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local

ensinar aquilo que ele próprio foi ensinado

e cuidar do rebanho.

3. Não Enfatize em Demasia

a Estrutura

Ainda que as estruturas que estabelecemos

para conservarmos a Colheita possam

ser importantes, os líderes de igreja não deveriam

enfatizar isto demasiadamente.

Qual é o mais importante? O vinho (a

Colheita) ou o odre (aquilo que conserva a

Colheita).

A Bíblia responde a esta pergunta: “...o

construtor de uma casa tem maior honra

que a casa em si” (Hb 3:3). Jesus está construindo

a Sua Casa (a Igreja). Porém, sempre

precisamos dar-Lhe muito mais honra

do que a Casa em si.

A liderança da igreja e os dons ministeriais

são necessários para ajudarem na edificação

da Igreja. As estruturas de liderança

que adotamos para contermos e preservarmos

a Colheita são menos importantes

que o Senhor da Colheita (Jesus) ou a Colheita

em si (os crentes).

Portanto, NÃO enfatize demasiadamente

o odre, a estrutura, o governo, e como as

coisas são organizadas. Adote aquilo que

funciona no seu país e na sua cultura. Peça

que o Senhor lhe dê sabedoria e o ajude a

estabelecer o mínimo de estrutura possível.

Lembre-se: a Igreja de Jerusalém tinha

mais de 5.000 famílias (30.000 pessoas ou

mais) e somente sete diáconos e doze apóstolos.

4. O Presbitério Local Inclui

os Dons Ministeriais

Os dons ministeriais de pastor e mestre

são estabelecidos na Igreja para servirem a

muitas congregações. O presbítero, no entanto,

executa um ministério semelhante, em

seu cargo como presbítero, na igreja local

(ou “caseira”). Os pastores talvez venham

e se vão; os mestres talvez venham e se vão;

mas o cargo do presbítero permanece na

igreja local (ou “caseira”).

Os cinco dons ministeriais são (na maioria

dos casos) presbíteros ambulantes. Aparentemente,

o presbitério de uma igreja local

(ou “caseira”) pode incluir qualquer um

ou todos os cinco dons ministeriais. Pelo

menos temos a evidência de que Pedro, que

era um apóstolo, também era um presbítero:

“...aos presbíteros, que estão entre vós,

admoesto eu, que sou também presbítero

com eles...” (1 Pe 5:1).

O presbitério da igreja de uma cidade ou

de uma igreja local (ou “caseira”) pode incluir

uma pessoa que tenha um dom ministerial

apostólico, como é o caso de Pedro.

Como na Igreja de Antioquia (At 13:1-3),

talvez haja outros que possuam o dom ministerial

de profeta, evangelista ou mestre,

que consideram uma determinada igreja

como sendo a sua igreja local.

Neste caso, esses homens podem servir

no presbitério de sua igreja local (ou “caseira”),

e, contudo, os seus ministérios funcionam

num âmbito muito maior, para o benefício

de todo o povo de Cristo.

Além disso, talvez seja possível que uma

pessoa possua um dom ministerial, e, no

entanto, por algum motivo ela não se qualifique

como presbítero desta igreja local (ou

“caseira”).

Se for este o caso, estes dons ministeriais

ambulantes, de acordo com o que cremos,

estariam submissos aos presbíteros que Deus

ordenou na igreja local (ou “caseira”).

Podemos sumarizar estes pensamentos,

dizendo que o presbitério constitui a supervisão

local e é nomeado de acordo com

certas qualificações pessoais. Os dons ministeriais

são concedidos pelo Senhor Jesus

Cristo para servirem a Sua Igreja em muitas

localidades sobre a terra, de acordo com a

Sua Própria vontade.

B. DIÁCONOS

1. O Trabalho Deles

A palavra “diácono” significa “servo”.

O trabalho do diácono é servir às necessiCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1019

dades práticas dos líderes e membros da

igreja de uma cidade e da igreja local (ou

“caseira”). Há muitas maneiras pelas quais

os diáconos podem servir aos interesses

de uma igreja de uma cidade, mas estas maneiras

podem ser melhor determinadas por

cada igreja e as suas circunstâncias específicas.

Em geral deveria ser compreendido que

os diáconos têm a responsabilidade de tomar

conta dos aspectos materiais (financeiros)

do trabalho da igreja de uma cidade.

Assim sendo, o ministério e a supervisão

são liberados para se devotarem às necessidades

espirituais e ao bem-estar da igreja.

2. As Qualificações Deles

As qualificações pessoais do diácono foram

citadas para nós em 1 Timóteo 3:8-13.

Elas incluem todos os aspectos da integridade

pessoal, da espiritualidade e de se ter

uma vida doméstica bem ordenada.

O versículo 13 apresenta uma maravilhosa

promessa aos diáconos fiéis: “Os

que se saírem bem como diáconos serão

bem recompensados, tanto pelo respeito

dos outros, como também pelo desenvolvimento

da sua própria confiança e intrepidez

no Senhor.” Toda a igreja de cidade

ativa conhece o valor de diáconos

fiéis e eficientes.

C. OUTROS REPRESENTANTES

Em Atos 6:1-6, lemos sobre a escolha de

sete homens batizados no Espírito para aliviarem

os apóstolos de suas responsabilidades

domésticas, a fim de que pudessem

ser liberados para se dedicarem à oração e

ao ministério da Palavra.

Estes homens talvez tenham sido, como

crêem alguns, os primeiros diáconos. Mas

o registro bíblico não nos diz isto.

Contudo, vemos de fato nesta passagem

o princípio da separação dos deveres espirituais

dos deveres naturais e domésticos

que consomem muito tempo, com relação à

igreja de uma cidade e à igreja local (ou “caseira”).

Abrindo em Coríntios 12:28, encontramos

uma lista de alguns dos ministérios e

cargos que o Senhor estabeleceu na Igreja,

os quais incluem “ajudas” e “governos” (administração).

O Novo Testamento Amplificado

em Inglês e a Versão Moffatt traduzem

estas palavras como “ajudantes” e “administradores”.

Os líderes de igreja de comunidades maiores,

ou que também estejam na liderança

de muitas igrejas locais (ou “caseiras”) de

uma cidade, podem nomear ajudantes na organização

e na administração dos afazeres

da igreja da cidade.

Muitas igrejas nomeiam conselhos (um

grupo de diáconos) para supervisionarem

os assuntos comerciais envolvidos nos afazeres

da assembléia. Provou-se que isto é

muito eficiente, especialmente na manipulação

das exigências financeiras e legais da

igreja.

Como regra geral, talvez descubramos

que há muitos que são qualificados para

servirem à assembléia na qualidade de diáconos,

mas que não são, necessariamente,

equipados para manusearem os aspectos

mais complicados da administração comercial.

Assim sendo, vemos a vantagem de conselhos

sendo designados para suprirem esta

necessidade e para servirem à assembléia

sob a supervisão dos presbíteros.

D. SUMÁRIO

Sumarizando os nossos pensamentos sobre

os cargos que funcionam dentro da igreja

local (ou “caseira”), diríamos que o Senhor

ordenou que:

• Os presbíteros constituíssem o governo

e supervisionassem as necessidades

espirituais da assembléia,

muito embora este presbitério também

possa incluir irmãos que possuam

dons ministeriais.

• Os diáconos fossem nomeados para

1020 / SEÇÃOE7 E7.10– Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local

tomar conta do aspecto material (financeiro)

das atividades da igreja local

(ou “caseira”). O Novo Testamento

permite a nomeação dos que

são especificamente qualificados

para aconselhar e também assistir

na administração da igreja da cidade

e dos afazeres da igreja local (ou “caseira”).

Todas as atividades, no entanto, deveriam

funcionar sob a supervisão espiritual

do presbitério local.

Capítulo 10

Equipamento Sobrenatural

Para a Igreja Local

OBSERVAÇÃO: Para informações adicionais

sobre este tema, estude a Seção D.

A. O CRENTE E O ESPÍRITO

SANTO

“Com relação aos dons espirituais,

meus irmãos, não quero que sejais ignorantes”

(1 Co 12:1).

Com estas palavras, o Apóstolo Paulo

começa a nos ensinar sobre a natureza e a

operação dos nove Dons do Espírito Santo.

Estes três capítulos (1 Coríntios 12, 13 e

14) não são compreendidos pela grande

maioria dos mestres e estudantes da Bíblia.

Isto se deve ao fato de eles haverem negado

a bênção plena do Espírito Santo na vida do

cristão e a plena manifestação do Espírito

na Igreja dos dias atuais.

Contudo, quando concedemos ao Espírito

uma livre expressão (quando Ele não é

apagado nem extinto), logo descobrimos

que não é o Novo Testamento que é antiquado,

e sim a experiência do cristianismo

moderno.

O poder e a manifestação do Espírito

Santo são os mesmos hoje que os da época

em que a Bíblia foi escrita. Se permitirmos

que Ele tenha a liberdade para agir como

desejar, estes três capítulos da Carta de

Paulo aos Coríntios são compreendidos e

vivenciados.

1. “Um Outro Consolador”

Quando Jesus estava na terra em carne,

os Seus discípulos dependiam d’Ele dia após

dia, para o seu treinamento, poder, direção,

e correção. Eles contavam com a SUA fé,

com a SUA sabedoria e com o SEU poder.

Quando Ele lhes contou que precisava

deixá-los, eles ficaram extremamente angustiados.

O que deveriam fazer agora? Com

quem poderiam contar?

Foi então que o Mestre lhes disse que se

Ele fosse embora, UM OUTRO CONSOLADOR

(Ajudante) lhes seria enviado. Este

CONSOLADOR foi chamado de “a promessa

do Pai” e “o Espírito da verdade”, o

Qual já estava habitando COM eles, mas

que mais tarde habitaria DENTRO deles (Jo

14:17).

Quando o CONSOLADOR (O Espírito

Santo) estivesse habitando DENTRO deles,

Jesus disse que os discípulos continuariam

a fazer as obras de poder que O haviam

visto fazendo.

Jesus ensinou aos Seus seguidores que

eles fariam obras ainda maiores do que as

que Ele fez porque, muito embora Ele retornaria

ao Céu, o Espírito Santo capacitaria

muitos discípulos em muitas partes

do mundo durante toda esta Era do Evangelho

(veja João 14:12-17; 16:7-15).

Já que os primeiros discípulos dependiam

completamente de Cristo, será que

não deveríamos depender completa e

constantemente deste OUTRO CONSOLADOR,

o Espírito Santo? Ele foi enviado

para nos capacitar a continuarmos o

miraculoso ministério de Jesus até a Sua

gloriosa Segunda Vinda.

Jesus disse aos discípulos: “Tudo o que

pertence ao Pai é Meu. Foi por isto que Eu

disse que o Espírito tiraria do que é Meu

para revelá-lo a vós.” O Espírito Santo

deveria ser o agente (representante) de Cristo

DENTRO de todos os crentes – tomando

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1021

a sabedoria DE CRISTO, o SEU poder, a

SUA autoridade, o SEU caráter, e revelando

isto tudo dentro e através do crente, e de

todas as assembléias de crentes.

2. O Espírito Santo

Dentro do Crente

O Espírito Santo desceu do Céu no Dia

de Pentecostes e batizou os 120 discípulos

que estavam aguardando em oração no

Cenáculo de Jerusalém.

Depois disto, o Espírito deveria batizar

a todos os crentes espiritualmente famintos

e sedentos e capacitar a cada um deles a

ser uma eficiente testemunha para Cristo

(At 1:8; 2:38,39).

O Espírito estava COM todos os crentes,

mas os crentes deveriam RECEBER o

Espírito para ter o Espírito DENTRO deles.

Esta era uma experiência distinta da salvação

e do batismo na água (At 8:12-17;

19:1-6). O padrão neo-testamentário é: ARREPENDA-

SE, aí então CREIA EM CRISTO,

seja BATIZADO na água, e RECEBA A

PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO (At

2:38,39; 19:1-7, etc.).

B. OS NOVE DONS DO

ESPÍRITO SANTO

Foi a uma assembléia de pessoas batizadas

com o Espírito Santo desta forma que

Paulo escreveu estes três capítulos: 1 Coríntios

12, 13, e 14.

Ele estava explicando como o Espírito

Santo havia vindo para trazer vários DONS

(capacitações sobrenaturais), para que o ministério

do Cristo exaltado pudesse ser continuado

através dos membros do Seu Corpo

(a Igreja) aqui na terra. Lá estava o equipamento

sobrenatural de Deus para o ministério

e para a adoração.

Por motivos de conveniência, geralmente

dividimos estes nove Dons espirituais

em três categorias, com três Dons em cada

categoria, da seguinte maneira:

DONS DE REVELAÇÃO – Palavra de

Conhecimento, Palavra de Sabedoria e Discernimento

de Espíritos.

DONS DE PODER – Dom da Fé, Dons

de Curas e Operação de Milagres.

DONS DE FALA INSPIRADA – Dom

de Línguas, Dom de Interpretação de Línguas

e Dom de Profecia.

1. Dons de Revelação

a. Palavra de Conhecimento. Não é

um conhecimento naturalmente adquirido e

amplificado, e sim uma transmissão sobrenatural

da onisciência (ou conhecimento infinito)

de Deus. É um Dom do Espírito Santo.

É uma transmissão milagrosa de um fragmento

do conhecimento de Deus a um crente

batizado no Espírito Santo. Assim como

uma PALAVRA pode expressar apenas um

fragmento do nosso próprio conhecimento,

semelhantemente a “PALAVRA de Conhecimento”

é simplesmente uma expressão

fragmentada do infinito conhecimento de

Deus – exatamente o suficiente para suprir

a necessidade da ocasião.

Ela funciona quando estamos sob a unção

e o poder do Espírito. É uma palavra

divinamente transmitida com relação a sabermos

algo. Talvez seja um conhecimento

com relação a um evento, ou uma revelação

no tocante ao que está causando uma enfermidade

(especialmente no ministério de curas).

Também poderia se referir ao conhecimento

sobre certas circunstâncias. É um conhecimento

espiritualmente transmitido e

que não poderia ser obtido de uma outra

forma.

É um fragmento do infinito conhecimento

de Deus que é implantado no coração

humano para suprir uma necessidade específica

no funcionamento do ministério do

Corpo de Cristo na terra.

A Palavra de Conhecimento não é dada

para satisfazer a nossa curiosidade! Ela é

dada com o mesmo propósito de todos os

outros Dons do Espírito: “para o bem co1022

/ SEÇÃOE7 E7.10– Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local

mum de todos” (1 Co 12:7). Ela serve para

capacitar os crentes batizados no Espírito a

continuarem o milagroso ministério de Jesus.

b. Palavra de Sabedoria. Não é uma

sabedoria natural, nem a sabedoria do filósofo

ou do “pensador”. É o Dom sobrenatural

do Espírito Santo. É uma transmissão

miraculosa de um fragmento da sabedoria

de Deus a um crente batizado no Espírito

Santo.

Assim como uma PALAVRA pode expressar

somente um fragmento da nossa própria

sabedoria, semelhantemente a “PALAVRA

de Sabedoria” é apenas uma expressão

fragmentada da infinita sabedoria de

Deus – exatamente suficiente para suprir as

necessidades da ocasião.

Os que têm sido abençoados com o exercício

deste Dom sabem que ele vem, sobrenaturalmente,

para suprir uma necessidade

específica. Ele funciona somente quando somos

ungidos pelo Espírito Santo.

Este Dom geralmente funciona juntamente

com (ou após) uma Palavra de Conhecimento.

Através da Palavra de Sabedoria, sabemos

(através do Espírito) o que fazer com

(como aplicarmos de uma maneira prática)

o conhecimento (as informações) que recebemos

quando a Palavra de Conhecimento

veio até nós.

Certamente esta “Palavra de Sabedoria”

é necessária para a liderança e o ministério

de cada igreja local (ou “caseira”).

c. Discernimento de Espíritos. Este

NÃO é, como é freqüentemente citado erroneamente,

o Dom de DISCERNIMENTO. O

discernimento de espíritos é estritamente

limitado ao mundo dos espíritos. Através

dele, podemos saber se um milagre ou manifestação

é procedente do Espírito Santo,

do nosso espírito humano ou de um espírito

demoníaco.

Ele é especialmente útil no ministério de

expulsão de demônios (Mc 16:17, etc.).

A palavra grega traduzida por “discernimento”

é diakrisis, que significa “um julgamento

minucioso, um sumário, ou

uma avaliação.”

Este Dom do Espírito Santo nos capacita

a totalmente sumarizarmos a instrução

no caso de possessão demoníaca, sabendo

o nome, a natureza e a força do demônio, e

possuindo o poder para expulsá-lo em nome

de Jesus.

Já que os poderes das trevas geralmente

se encontram por detrás dos tormentos

mentais e físicos nunca é demais enfatizarmos

a importância deste Dom de Discernimento

de Espíritos em nenhum ministério

de libertação hoje em dia.

2. Dons de Poder

a. Dom da Fé. Todos os cristãos possuem

a fé como uma faculdade de seus espíritos

humanos. A fé nasce no coração de

todos os homens e mulheres. Alguns possuem

“pouca fé”, outros uma “fé hesitante”,

e outros ainda uma “grande fé”. Este

Dom da Fé, no entanto, é uma transmissão

Sobrenatural da irresistivel fé de Deus

para o coração de um crente batizado no

Espírito Santo. É uma fé especial para

um propósito especial.

É um equipamento sobrenatural para levarmos

adiante o milagroso ministério de

Jesus, e é um Dom do Espírito Santo. Este

Dom funciona sob a unção do Espírito. Os

crentes individuais e as assembléias locais

(ou “caseiras”) certamente poderiam alcançar

grandes coisas para Deus se este Dom

fosse manifesto mais freqüentemente.

b. Dons de Curas. Estes Dons são para

a cura de enfermidades físicas.

Há muitas maneiras pelas quais as pessoas

são curadas. Existe a cura através de métodos

médicos, de métodos naturais de dieta,

pelo desenvolvimento de um padrão de

pensamento correto, positivo, e saudável,

pela nossa própria oração e fé, ou pela oração

e fé dos outros. Nenhum destes métodos,

no entanto, inclui os DONS DE CURAS.

Os Dons de Curas são sobrenaturalmente

transmitidos ao crente batizado no Espírito

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1023

através do poder do Espírito Santo. O seu

propósito é o de nos capacitar a levarmos

adiante o ministério de cura de Jesus.

Eles NÃO se sobrepõem à necessidade

de fé por parte da pessoa enferma. Jesus

não podia curar onde não havia nenhuma fé

(Mc 6:5,6).

Entretanto, onde os Dons de Curas estiverem

em funcionamento no ministério, o

poder de cura encontra-se disponível aos

que podem recebê-lo pela fé.

Muitos se perguntam o motivo pelo qual

Paulo usou o plural “Dons”. Aparentemente,

vários Dons são necessários para vários

tipos de enfermidades. Seria como no mundo

médico, onde há “especialistas” em diferentes

enfermidades.

Vale a pena observamos que os Dons de

Curas deveriam ser uma parte integral do

ministério da Igreja – “ESTABELECIDOS”

na Igreja (1 Co 12:28).

c. Operação de Milagres. A palavra

grega é energemo dunamis, que significa literalmente

“energia do poder”. Este Dom

do Espírito é para a demonstração do poder

de Deus. Ele pode ser visto em certas curas

milagrosas, como a consolidação instantânea

de ossos quebrados, na dissolução de

um câncer, etc.

Este Dom, no entanto, vai muito além

do campo físico. Ele inclui os atos do poder

divino sobre a natureza, como a maldição

sobre a figueira (Mc 11), e sobre os elementos,

como a transformação da água em vinho

(Jo 2), a tempestade sendo acalmada

(Lc 8), etc.

Não há dúvida nenhuma de que, à medida

que nos aproximamos do final desta era e

o derramamento do Espírito Santo aumenta,

haveremos de ver muito mais sendo realizado

por meio deste Dom espiritual da

“operação de milagres” do que jamais vimos

em tempos modernos.

3. Dons de Fala Inspirada

a. Dom de Línguas. Não é a capacidade

de aprendermos e falarmos em outras

línguas, como supõem alguns. Tampouco é

o propósito deste Dom a pregação do Evangelho

no estrangeiro.

No Dia de Pentecostes (At 2) 120 discípulos

foram batizados com o Espírito e começaram

a falar em outras línguas, de forma

que os visitantes de Jerusalém, procedentes

de outras nações, puderam entender um

pouco aqui e um pouco ali, em suas línguas

maternas.

Mas quando foi necessário responder as

suas perguntas e pregar o Evangelho a eles,

Pedro se levantou e falou com todos eles

em aramaico, que era a língua falada naquela

parte do mundo. O resultado disto é que

3.000 almas se arrependeram e foram salvas.

Eles certamente compreenderam a pregação

de Pedro. Portanto, as “outras línguas”

foram uma evidência do batismo e da

capacitação do Espírito, mas não tinha o

propósito da pregação a estrangeiros.

Em 1 Coríntios 14:2, Paulo diz: “O que

fala numa língua estranha NÃO fala aos

homens, e sim a Deus.” E no versículo 4:

“O que fala numa língua estranha, edifica-

se a si mesmo.”

No versículo 5 ele diz: “Eu gostaria que

todos vocês falassem em línguas”, no versículo

18: “Dou graças a Deus que falo em

línguas mais do que todos vocês”, e no versículo

39: “Não proíbam o falar em línguas.”

No Livro de Atos, Capítulos 2, 10 e 19,

as pessoas receberam o Espírito Santo, com

o resultado de que falaram em outras línguas.

Este é o sinal inicial mais comum do

batismo com o Espírito.

Em 1 Coríntios Capítulos 12-14, Paulo

está escrevendo sobre o Dom de Línguas,

que é a capacidade de se falar numa reunião,

e que é seguido pelo “Dom Gêmeo” da Interpretação

de Línguas.

Em 1 Coríntios 14:27 ele diz que, se um

intérprete estiver presente, dois ou TRÊS

poderão falar em línguas numa reunião. Se

não houver ninguém presente com o Dom

de Interpretação, a congregação deveria per1024

/ SEÇÃOE7 E7.10– Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local

manecer em silêncio com cada um falando

consigo próprio e com Deus (1 Co 14:27,

28).

Alguns ensinam que o Novo Testamento

faz uma distinção entre:

• “línguas” como evidência inicial do

batismo do Espírito,

• “línguas” de adoração ou intercessão,

exercitadas em nossas devoções a sós,

e

• o DOM DE LÍNGUAS para ser exercitado

numa reunião, seguido pelo

DOM DE INTERPRETAÇÃO, para

que todos possam ser edificados por

meio dele.

Este seu editor descobriu que quando os

crentes são adequadamente instruídos e, adquirem

experiência com o Dom, eles podem

usá-lo em todas as dimensões acima.

Paulo também explica que quando uma

pessoa fala em línguas, a sua compreensão

(mente) é infrutífera (improdutiva) e o seu

espírito (e não a sua mente) está falando

com Deus (1 Co 14:14,15). “Por esta razão,

qualquer um que falar numa língua

deveria orar para que pudesse interpretar

o que diz” (1 Co 14:13).

O Espírito Santo, o Mestre de todas as

línguas, move-Se sobre o próprio espírito

da pessoa e a inspira para que ela fale em

público numa língua que lhe é desconhecida.

Este é um Dom do Espírito Santo e é tão

sobrenatural quanto qualquer um dos outros

Dons previamente estudados.

b. Dom de Interpretação de Línguas.

É um “gêmeo” do Dom anterior. Em 1 Coríntios

14:5 Paulo diz: “Maior é o que profetiza

do que o que fala em línguas, a não

ser que interprete, para que a igreja possa

receber edificação.”

As “línguas”, por si só, são para o beneficio

exclusivo do indivíduo (v. 4), a menos

que sejam seguidas pelo Dom de Interpretação

de Línguas. Isto torna a mensagem

inspirada compreensível à congregação.

Por esta razão, Paulo diz no versículo

13: “Pelo que, o que fala a língua estranha,

ore para que possa interpretá-la.” Isto capacitaria

a pessoa que fala em línguas a trazer

edificação à congregação exercitando os

Dons gêmeos de Línguas e Interpretação de

Línguas.

A Interpretação de Línguas é tão sobrenatural

quanto o Dom de Línguas, ou qualquer

outro dos nove dons espirituais. Não

APRENDEMOS a língua, mas o mesmo Espírito

Santo que inspira o falar em línguas

inspira também a sua interpretação.

Isto tampouco é uma TRADUÇÃO, a

qual é geralmente feita palavra por palavra,

ou é uma tentativa de uma interpretação

literal. Este Dom de Interpretação, no entanto,

nos dá o SIGNIFICADO da mensagem

em línguas. O Espírito interpreta o significado

do que foi dito em línguas. Isto

significa que pode haver uma maior elaboração

e explicação do que foi contido nas

palavras faladas em línguas.

Quando a língua for uma oração, a interpretação

poderá ser um relatório em detalhe

da oração na língua conhecida.

Ou ainda a interpretação poderia incluir

a resposta de Deus à oração, inteirando os

ouvintes sobre o que Deus vai fazer por

causa da oração – e quaisquer condições que

precisem ser satisfeitas para que a oração

seja respondida.

O elo entre o indivíduo que fala em línguas

e o intérprete é o Espírito Santo inspirando

a ambos.

c. Dom de Profecia. Finalmente, vamos

considerar este terceiro Dom de fala –

Profecia.

Este dom não é uma pregação, muito embora

a pregação possa, ocasionalmente, elevar-

se a esta dimensão. Se este for o caso, aí

então o preletor estará pregando por profecia

(1 Co 14:6). Há várias palavras gregas

referentes à “pregação” e que são usadas no

Novo Testamento.

Mas “profecia” significa “falar publicamente

de acordo com a inspiração de

um outro”, “falar sob inspiração”, “exCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1025

pressão verbal não-preparada e não-premeditada”.

O Dom da Profecia é tão sobrenatural

quanto qualquer um dos outros oito Dons

espirituais.

Não é uma mensagem preparada e procedentes

da mente natural, mas é uma mensagem

que flui do interior do nosso espírito.

O seu propósito é triplo: “edificação

[desenvolvimento], exortação [encorajamento],

e consolo [ânimo]” (1 Co 14:3).

Muito embora a profecia seja uma expressão

verbal inspirada, este dom está sempre

sob o controle da pessoa que fala. Assim

sendo, lemos em 1 Coríntios 14:32: “Os

espíritos dos profetas estão sujeitos ao controle

dos profetas.”

Isto significa que a própria vontade e as

faculdades da pessoa regulam o exercício

deste dom espiritual. A “Living Bible” (Bíblia

Viva) traduz o versículo acima da seguinte

maneira: “Lembrem-se de que a pessoa

que tem uma mensagem de Deus tem o

poder de se conter ou de esperar a sua vez.”

Assim, consideramos brevemente os três

Dons de expressão verbal inspirada: Línguas,

Interpretação de Línguas, e Profecia.

Estes Dons deveriam estar em funcionamento

em todas as igrejas. Eles são características

de uma igreja neo-testamentária e

fazem parte do padrão neo-testamentário

para a Igreja de hoje.

(OBSERVAÇÃO: A Seção D1 contém

mais ensinamentos sobre os Dons do Espírito.)

C. O CAMINHO MAIS EXCELENTE

Quando são confrontados com o desafio

dos dons espirituais hoje em dia, muitos

recorrem a um texto mal aplicado, que diz:

“Eu prefiro o CAMINHO MAIS EXCELENTE”

(Veja 1 Coríntios 12:31, e o Capítulo

13).

É uma afirmação errônea que o “caminho

mais excelente” é o caminho do amor

ao invés dos Dons.

Será que devemos crer que o Apóstolo

Paulo nos ensinou que deveríamos ter o

AMOR, em vez dos DONS DO ESPÍRITO?

Absolutamente não!

O Capítulo 13 foi sabiamente colocado

entre os Capítulos 12 e 14 a fim de fornecer

um maravilhoso equilíbrio entre o FRUTO

DO ESPÍRITO (representados pelo amor) e

os DONS DO ESPÍRITO. O Fruto do Espírito

nos capacita a demonstrarmos aos outros

o caráter de Cristo. Os Dons do Espírito

nos capacitam a demonstrarmos aos

outros o poder de Cristo. Precisamos desesperadamente

de ambos.

O FRUTO (constituído de nove partes)

do Espírito é amplificado em Gálatas 5:22,

23, mas o AMOR sintetiza todo este fruto

espiritual.

O FRUTO é o resultado do crescimento.

É necessário algum tempo para que o fruto

cresça e amadureça. Da mesma forma, o

FRUTO do Espírito é o resultado do crescimento

e maturidade espirituais. É a evidência

do caráter cristão formado em nossa

vida pelo Espírito Santo.

Os DONS não são assim: são fornecidos

como um equipamento sobrenatural para o

serviço e o ministério. Os DONS são distribuídos

(dados gratuitamente pelo Espírito).

O FRUTO é produzido dentro de nós,

como parte de nós, pelo Espírito.

Assim sendo, Paulo pode escrever em 1

Coríntios 13 que até mesmo se ele tivesse

“as línguas dos homens e dos anjos... profecia...

conhecimento... fé”, etc. (com tudo

isto sendo bom e recomendável), e, contudo,

carecesse de amor em sua vida, ELE não

seria nada.

Em outras palavras, é possível possuirmos

todos os DONS do Espírito para o serviço,

e, contudo, não produzirmos o FRUTO

para o caráter pessoal cristão.

1. Dons com Amor

Assim sendo, qual é o “caminho mais

excelente”? será que é o amor às custas dos

Dons? Ou os Dons às custas do amor?

1026 / SEÇÃOE7 E7.11 – Todas as Igrejas Locais: Uma Base Para a Evangelização

Não! O “caminho mais excelente’’ são

os DONS COM AMOR. Não queremos os

dons sem o amor, nem o amor sem os dons.

Queremos um maravilhoso equilíbrio dos

dons (equipamento) com o fruto (caráter).

Tendo em mente que não havia nenhuma

divisão de capítulos nos escritos originais (estas

divisões foram introduzidas pelos tradutores),

vemos que o Capítulo 13 é sintetizado

no primeiro versículo do Capítulo 14: “Sigam

o amor e desejem os dons espirituais.”

Este, portanto, é o “caminho mais excelente”

para os crentes e as igrejas de hoje

em dia: “SIGAM O AMOR, E DESEJEM OS

DONS ESPIRITUAIS.” Este “caminho” inclui

o fruto do caráter cristão, mais os dons

do equipamento sobrenatural.

Capítulo 11

Todas as Igrejas Locais: Uma

Base Para a Evangelização

A. A IGREJA NEO-TESTAMENTÁRIA

De acordo com o padrão neo-testamentário,

as igrejas locais (ou “caseiras”) deveriam

ser:

• sustentadas pelo dinheiro dado pelos

membros,

• governadas por presbíteros locais, e

• servidas por diáconos localmente designados.

Elas deveriam também estar ocupadas

na evangelização e na propagação do Evangelho.

Para que o Evangelho seja eficazmente

compartilhado com outras pessoas ao nosso

redor, cada igreja local (ou “caseira”) precisa

tornar-se uma base para atividades evangelísticas.

Este era o padrão na Igreja Neo-

Testamentária Primitiva.

1. A Igreja de Jerusalém

Os sete primeiros capítulos do Livro de

Atos descrevem as atividades da primeira

igreja de Jerusalém.

Aparentemente houve vários anos de

treinamento e preparação dos novos membros

para o ministério, após o derramamento

do Espírito Santo no Dia de Pentecostes.

Aí então, a igreja assentou-se num conforto

espiritual e esqueceu-se das instruções dadas

por Jesus.

Jesus havia dito: “Mas recebereis poder

depois que o Espírito Santo vier sobre

vós; e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém,

e em toda a Judéia, e Samaria, e até

os confins da terra” (At 1:8).

O testemunho precisa começar em Jerusalém

(nossas cidades natais), e aí então ser

levado às regiões vizinhas (Judéia), e aí então

a pontos mais distantes e, finalmente,

aos confins da terra.

2. A Perseguição Produz

a Evangelização

Quando a Igreja de Jerusalém deixou de

obedecer este mandamento, o Senhor permitiu

a perseguição que fez com que as pessoas

fossem dispersas. Somente assim o Evangelho

foi levado por uma grande porcentagem

dos membros a outros lugares.

Atos 8 conta a história. Dentre os que

foram disperses pela perseguição encontrava-

se Filipe. Ele desceu a Samaria e

pregou Cristo às pessoas. Seguiu-se um maravilhoso

reavivamento.

No Capítulo 9 descobrimos que havia

crentes em Damasco, e, no versículo 31,

lemos sobre “as igrejas... por toda a Judéia,

e Galiléia, e Samaria.”

Indo para Atos 11:19 lemos o seguinte:

“E os que foram disperses com a perseguição

que surgiu por causa de Estêvão viajaram

até a Fenícia, e Chipre, e Antioquia,

pregando a Palavra...”

3. A Igreja de Antioquia

Todos estes novos centros de cristianismo

foram o resultado das atividades evangelísticas

da Igreja de Jerusalém. Contudo,

em Atos 13, descobrimos que uma destas

novas igrejas desenvolveu-se e transformouse

numa outra “base operacional”. Foi a

Igreja de Antioquia.

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1027

Durante um tempo de oração e jejum

em Antioquia, o Espírito Santo confirmou

o chamado de Paulo e Barnabé para fazerem

uma viagem missionária a lugares distantes.

Foi em Antioquia que eles impuseram

as mãos nestes dois apóstolos e os

enviaram.

Os Capítulos 13 e 14 descrevem o itinerário

de Paulo e Barnabé. Cerca de dois anos

depois que partiram lemos o seguinte:

“De Atália navegaram de volta a Antioquia,

onde haviam sido encomendados à

graça de Deus para a obra que haviam acabado

de completar.

“Ao chegarem lá, reuniram a igreja e

relataram tudo o que Deus havia feito através

deles, e como Ele havia aberto a porta

da fé para os gentios.

“E ficaram lá por muito tempo com os

discípulos” (At 14:26-28).

A Igreja de Jerusalém sempre foi altamente

respeitada como o centro original de

onde veio o Evangelho, mas eis que surgiu

Antioquia, patrocinando as suas próprias

atividades evangelísticas e tornando-se uma

base para operações missionárias.

Não foi a Jerusalém que Paulo e Barnabé

retornaram para relatar as suas atividades,

e sim a Antioquia – a igreja de cidade

que havia patrocinado a viagem pioneira

deles.

É verdade que Paulo, Barnabé e outros

irmãos foram a Jerusalém, onde houve uma

conferência de apóstolos e presbíteros (At

15). O propósito desta conferência era o de

se resolver uma questão doutrinária fundamental.

No entanto, o quadro que nos é

apresentado no Livro de Atos é o de igrejas

de cidades e igrejas locais (ou “caseiras”)

localmente governadas, tornando-se envolvidas

na evangelização.

Uma variedade dos cinco dons ministeriais

funcionava sob a liderança de Jesus

Cristo em Antioquia, os quais se moviam

no poder do Espírito Santo e patrocinavam

viagens evangelísticas e missionárias.

4. Reconhecimento dos

Dons Ministeriais

Todas as igrejas locais (ou “caseiras”)

funcionavam sob a supervisão de seus presbíteros,

mas todos reconheciam plenamente

os dons ministeriais que Deus havia ordenado

para a sua liderança, instrução e exortação.

Os ministérios apostólicos do Livro de

Atos geralmente funcionavam por vários

anos, provenientes de um centro. Verificamos

que Paulo esteve em Antioquia durante

“um ano inteiro” antes do seu itinerário

missionário descrito em Atos 13 e 14.

Após o retorno de sua viagem missionária,

ele “permaneceu por muito tempo com

os discípulos” em Antioquia.

Em Corinto, Paulo ficou por dezoito

meses (At 18:11). Em Éfeso ele ficou durante

três anos (At 20:17,31).

Assim sendo, vemos como o ministério

apostólico de Paulo usou estas igrejas, localizadas

em cidades importantes, como

centros para o seu ministério durante longos

períodos de tempo.

No entanto, estas igrejas de cidades e igrejas

locais (ou “caseiras”) eram bases evangelísticas

que dispunham do seu próprio governo

para a propagação do Evangelho.

5. O Padrão Para Hoje

Este é certamente o padrão que o Senhor

queria que seguíssemos. Deveríamos continuar

isto através dos séculos da Era da Igreja,

durante toda a história da Igreja sobre a

terra.

Que Deus possa cada vez mais levantar

igrejas locais (ou “caseiras”) solidamente

estabelecidas e buscando vigorosamente um

programa para se evangelizar e ganhar as

almas. É a vontade de Deus que as igrejas

locais gerem outras igrejas locais.

Desta forma, através da lei da multiplicação

composta, o Evangelho pode não somente

ser propagado, mas assembléias locais

(ou “caseiras”) também podem ser for1028

/ SEÇÃOE7 E7.11 – Todas as Igrejas Locais: Uma Base Para a Evangelização

madas como lares espirituais para os que

são trazidos a Cristo.

B. MÉTODOS SUGERIDOS

PARA OS ESFORÇOS

EVANGELÍSTICOS DE

NOSSOS DIAS

O programa de cinco pontos para o reavivamento

que foi esboçado no início desta

seção é:

• Desejo Profundo

• Programa Definido

• Equipe Dedicada

• Mentes Disciplinadas

• Ministério de Libertação

Todos estes pontos foram abordados,

com exceção do segundo ponto.

O programa definido, ou os métodos

de esforços evangelísticos de cada assembléia

ou grupo de igrejas, precisam ser elaborados

de acordo com as condições e as

circunstâncias locais. No entanto, eis aqui

sugeridas algumas formas de evangelização,

as quais estão provando ser eficazes em

muitos lugares e que podem ser adaptadas

conforme a orientação do Espírito Santo.

1. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Nada pode substituir a pregação ungida

da Palavra de Deus. Este é o método ordenado

por Deus para a salvação das almas.

Sob este título incluiríamos: a pregação em

lugares fechados, em igrejas, em salões, ou

em tendas, como também ao ar livre (Veja 1

Coríntios 1:21).

2. Campanhas com Evangelistas

Visitantes

O ministério ungido de um evangelista

pode causar um grande impacto. A evangelização

é um método bíblico para a salvação

das almas. Há evangelistas chamados por

Deus, cuja integridade e qualificações são

provadas, e que podem ser usados com

muito proveito nos esforços evangelísticos

das igrejas de cidades ou das igrejas locais

(ou “caseiras”).

3. Filmes Cristãos

O êxito dos filmes dependerá muito das

diferentes condições de cada localidade. O

filme certo, na hora certa, no local certo,

pode ser muito usado pelo Senhor. Este

método de esforço evangelístico, se usado

com sabedoria, pode trazer muitas pessoas

novas para a igreja local (ou “caseira”), e

assim alcançá-las com o Evangelho.

4. A Página Impressa

A publicação da Palavra de Deus é uma

forma muito importante de esforço evangelístico.

Muitas organizações já demonstraram

o tremendo poder da página impressa.

Deveríamos objetivar a colocação de alguma

literatura cristã nas mãos de tantas

pessoas quanto possível. Há grandes oportunidades

para as assembléias locais no uso

deste método de esforço evangelístico.

5. Testemunhos Pessoais

Parece que a grande maioria das almas

que são salvas são ganhas através do testemunho

pessoal. Um dos testemunhos mais

eficazes da igreja local (ou “caseira’’) é o

testemunho pessoal dos que já provaram a

graça e o poder de Deus em sua vida. Os

crentes podem exercer este ministério no

trabalho, em contatos sociais, e até mesmo

indo de casa em casa, conversando com as

pessoas.

6. Atividades com os Jovens

Dizem que uma coisa que falta em todo

criminoso juvenil é uma experiência cristã

vital. Eis aqui um vasto campo de oportunidades:

alcançarmos os jovens, desde a mais

jovem criança até o adolescente de mais idade.

As igrejas locais (ou “caseiras”) têm uma

maravilhosa oportunidade neste método de

esforço evangelístico.

7. Propagandas

Ainda que seja verdade que um milagre

pode fazer mais do que qualquer outra coiCONSERVANDO

A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1029

sa no sentido de fazermos publicidade do

Evangelho, podemos também usar eficazmente

os vários veículos de comunicação

que se encontram disponíveis para nós.

A propaganda em jornais geralmente tem

provado ser eficiente. Folhetos e impressos

também podem ser usados com grandes vantagens.

O rádio e a televisão também são duas

formas pelas quais podemos alcançar milhares

de pessoas com as Boas-Novas.

Neste mundo moderno, as igrejas das cidades

deveriam buscar usar todas as maneiras

modernas de se alcançar esta geração

atual. O Evangelho nunca deixa de satisfazer

os corações de todos.

Vamos tentar nos conformar ao padrão

neo-testamentário. Vamos aceitar o desafio

dos nossos tempos. Vamos nos engajar

numa “operação evangelística”. Vamos ganhar

os perdidos a qualquer custo antes que

Cristo volte. Haveremos de ser bem recompensados

com a alegria de servirmos ao Senhor

aqui e agora, e recebendo a coroa das

Suas mãos quando Ele vier.

(OBSERVAÇÃO: Para mais ajuda sobre

Como Ganhar Almas, veja a Seção E4.)

Capítulo 12

O Chamado da Colheita

“Enquanto isso, os Seus discípulos Lhe

rogaram insistentemente dizendo: Rabi,

come!

“Mas Ele Lhes disse: Tenho uma comida

para comer que vocês não conhecem.

“Assim sendo, os discípulos disseram

uns aos outros: será que alguém Lhe trouxe

algo para comer?

“Jesus Lhes disse: A Minha comida é

fazer a vontade d’Aquele que Me enviou e

terminar a Sua obra.

“Vocês não dizem: Ainda há quatro

meses até que venha a colheita? Eis que

Eu Lhes digo: Levantem os seus olhos e

olhem para os campos, pois já estão brancos

para a colheita!

“E o que colhe recebe recompensas e

ajunta frutos para a vida eterna: para que

tanto aquele que semeia como o que colhe

possam se regozijar juntos” (Jo 4:31-36).

A. SIGA O PADRÃO DO

CEIFEIRO MESTRE

Jesus sempre estava consciente do tempo

de colheita, sempre pronto para aproveitar

a oportunidade. Freqüentemente durante

o Seu ministério terreno Ele citava a

colheita amadurecida e a necessidade de ceifeiros

trabalhando nos campos. Ele era o

Ceifeiro Mestre, e Ele convoca outros ceifeiros

a se unirem a Ele nos campos de colheita.

Consideremos agora o exemplo do Ceifeiro

Mestre, para que possamos seguir o

Seu padrão. Nisto poderemos compartilhar

da Sua alegria no dia em que viermos com

regozijo, trazendo os feixes da colheita (Sl

126:6).

1. A Comida do Mestre Precisa

Ser a Nossa Comida

O início de João 4 nos dá o pano de

fundo desta história. No versículo 4 lemos

o seguinte: “Era-Lhe necessário passar por

Samaria.”

Isto não somente era necessário porque

a estrada seguia aquele caminho, mas também

cremos que o Mestre sabia que havia

uma alma a ser salva. Como resultado desta

única alma, uma grande Colheita deveria ser

realizada.

O versículo 6 nos diz que Ele estava cansado

e Se assentou ao lado do poço. Em

seguida, aproximou-se a mulher samaritana

para tirar água, e Jesus lhe pediu um pouco

de água. Lá estava o Seu ponto de contato e

uma abertura a um diálogo que levaria a uma

Colheita de almas em Samaria.

Considere o Mestre, ministrando a uma

congregação de uma só pessoa. Aí então os

discípulos voltaram com a comida que compraram

na cidade. Eles Lhe ofereceram o

alimento, pois sabiam que Ele estava cansado

e faminto. Para surpresa deles, Ele repli1030

/ SEÇÃOE7 E7.12– O Chamado da Colheita

cou: “Eu tenho uma comida para comer

que vocês não conhecem!”

O cansaço do corpo e as dores agudas da

fome haviam sido esquecidos, pois a Sua

fome mais profunda havia sido satisfeita ao

ministrar e salvar uma alma da dor, da angústia,

da aflição, e do tormento eterno.

a. Fazendo a Vontade do Pai. Não é

de admirar que Ele pode dizer: “A Minha

comida é fazer a vontade d‘Aquele que Me

enviou e terminar a Sua obra.” Isto era

uma comida mais nutritiva e que satisfazia

mais do que qualquer iguaria que os discípulos

pudessem comprar.

Com que entusiasmo ávido o Mestre

havia testemunhado a uma única alma! Quão

absorto Ele havia estado nesta evangelização

pessoal! Esta era a Sua comida: fazer a

vontade do Seu Pai!

Amigos, o Mestre nos ensinou que a comida

da evangelização, de ganharmos almas,

é para ser mais desejada do que a comida

natural, o descanso e os confortos da vida.

Ele era completamente dedicado a vontade

do Seu Pai. Ele havia sido enviado para buscar

e salvar os que estavam perdidos.

E não havia nada de “beliscar” nesta refeição.

Alguns de nós talvez tenhamos a inclinação

de “beliscar os alimentos” no que

se refere à vontade de Deus. O Mestre tinha

um imenso apetite pela vontade do Pai:

“A Minha comida é fazer a vontade

d’Aquele que Me enviou E TERMINAR A

SUA OBRA. “Que nós também possamos

ser tão dedicados ao chamado de Deus em

nossa vida que nunca nos desviemos até

que a obra esteja terminada e a vontade de

Deus cumprida.

Sim, amigos, a comida do Mestre precisa

ser a nossa comida!

2. O Momento do Mestre Precisa

Ser o Nosso Momento

Jesus estava sempre consciente do urgente

desafio do momento: “Vocês não dizem

que ainda há quatro meses até que venha

a colheita? Eis que Eu Lhes digo: Levantem

os seus olhos e olhem para os campos,

pois já estão brancos para a colheita.”

Demorava quatro meses desde a semeadura

até a colheita do milho, mas este não

era o caso com a colheita de almas. Aparentemente

há simultaneamente uma semeadura

e uma colheita.

A semente mal havia acabado de ser

semeada no coração dessa mulher samaritana

e a colheita já estava pronta para ser feita.

Levantem os seus olhos e vejam as multidões

de samaritanos saindo de sua cidade:

“E muitos dos samaritanos daquela cidade

creram n‘Ele por causa da palavra daquela

mulher” (Jo 4:39).

Uma pecadora salva – uma alma salva

testemunhando – e como conseqüência, multidões

buscando o Senhor. Este é o padrão

que segue uma total obediência à vontade

do Pai.

Em Atos 8, Filipe, o evangelista, continua

a fazer a Colheita Samaritana. Até mesmo

depois que Cristo havia voltado ao Céu,

os efeitos do testemunho daquela mulher

foram evidentes.

Onde o Mestre havia feito a semeadura

e uma Colheita, Filipe agora faz uma Colheita

ainda maior:

“E as multidões, unanimemente, prestavam

atenção nas coisas que Filipe dizia,

ouvindo e vendo os milagres que ele fazia.

“Pois os espíritos imundos, clamando

em alta voz, saíam de muitos que eram possuídos

por eles; e muitos paralíticos e coxos

eram curados.

“E havia uma grande alegria naquela

cidade” (At 8:6-8).

a. Um Tempo Limitado. A Colheita é

um tempo designado. É um tempo de uma

oportunidade limitada, um tempo que precisa

ser reconhecido e um momento que não

pode ser perdido.

Durante toda esta era tem havido muitos

tempos de colheita, muitos períodos de

colheita com a foice do Evangelho.

No entanto, Jesus nos disse que haveria

uma grande colheita culminante no final desta

CONSERVANDO A COLHEITA SEÇÃO E7 / 1031

era: “A colheita é no final do mundo [ou

era]” (Mt 13:39).

Estamos vivendo no tempo da “Colheita

de todas as Colheitas”. Estamos vivendo

no final dos tempos. É um tempo preestabelecido,

é um tempo limitado, é a oportunidade

de todas as oportunidades.

“E olhei, e eis uma nuvem branca, e,

assentado sobre a nuvem, um semelhante

ao Filho do Homem, tendo sobre a Sua cabeça

uma coroa de ouro, e na Sua mão

uma foice aguda.

“E um outro anjo saiu do templo, clamando

com grande voz ao que estava assentado

sobre a nuvem: Lança a Tua foice,

e colhe, pois chegou a hora para que colhas,

pois a colheita da terra está madura.

“E O que estava assentado sobre a nuvem

lançou a Sua foice sobre a terra, e

houve a colheita da terra’’ (Ap 14:14-16).

Cristo é o Ceifeiro Mestre. O momento

do Mestre precisa ser o nosso momento!

3. O Método do Mestre Deve

Ser o Nosso Método

Em Mateus 9:36-38, Jesus citou a Colheita

dos Seus dias e exortou: “Rogai pois

ao Senhor da seara, que mande ceifeiros

para a Sua seara.”

O versículo 35, no entanto, nos mostra

os métodos que o Mestre usava para fazer

a Colheita dos Seus dias: “...pregando o

Evangelho do Reino, e curando todas as

enfermidades e todas as doenças entre o

povo.”

Aparentemente, estas palavras sintetizariam

o ministério de Jesus. Ele pregava

ou proclamava o Evangelho às pessoas. Ele

ensinava e instruía as pessoas na Palavra de

Deus. E, em toda parte, Ele trazia a cura aos

enfermos e a libertação aos cativos.

Na Colheita dos nossos dias, prevalecem

os mesmos métodos: pregação das

boas novas, ensino da Palavra de Deus, e a

cura e libertação das pessoas.

a. Os Sinais e Maravilhas Confirmam

o Evangelho. Não é suficiente ensinarmos

sobre as curas; não é suficiente termos

uma fé doutrinária neste ministério. São

as curas e libertações factuais pelo poder

de Deus que nos capacitam fazermos a Colheita

do nosso tempo.

O Evangelho precisa ser confirmado com

sinais e maravilhas. As pessoas não somente

necessitam ouvir as boas novas, mas necessitam

também do poder do Senhor para

libertá-las.

Estes são os métodos que o Mestre

usou, e eles também precisam ser os

nossos métodos. Deus não mudou; Cristo

não mudou; a natureza humana não mudou;

e o poder de Deus ainda se encontra disponível

para libertar as pessoas.

Estes métodos são adaptáveis a todas as

gerações, a todas as civilizações, e a todas

as pessoas. À medida que sairmos para fazermos

a Colheita da nossa geração, façamos

dos métodos do Mestre os nossos métodos!

4. As Motivações do Mestre

Precisam Ser as Nossas

Motivações

Muitas são as motivações que levam as

pessoas ao serviço cristão, mas não é da

nossa alçada julgarmos isto. No entanto, é

imperativo que tenhamos as mesmas motivações

que o Mestre tinha.

O que O levava adiante, impelindo-O a

buscar e salvar os perdidos e a trazer curas

aos enfermos? Encontramos a resposta em

Mateus 9:36: “Vendo as multidões, Ele teve

compaixão delas, porque eram molestadas

e estavam desamparadas como ovelhas

sem pastor.”

A compaixão era a motivação no ministério

de Jesus. Ao levantar os Seus olhos e

ver as multidões, Ele as via como um vasto

campo de Colheita amadurecido. Ele ficava

comovido no mais profundo do Seu ser,

sentia compaixão, e agia, movido por esta

compaixão por elas.

a. A Compaixão nos Leva à Ação. A

compaixão não é só um sentimento de

1032 / SEÇÃOE7 E7.12– O Chamado da Colheita

pena. Talvez tenhamos dó das pessoas, mas

não fazemos nada para ajudá-las.

A compaixão não é um sentimentalismo.

Muitas pessoas se comovem sentimentalmente

pelas necessidades dos outros, e,

contudo, nada fazem para suprir as suas

necessidades.

A compaixão sempre leva as pessoas a

entrarem em ação.

Quando Jesus Se comovia com compaixão

pelas multidões, Ele imediatamente convocava

obreiros para entrarem na Colheita

e ministrarem às necessidades dessas multidões.

Considere estas ocasiões em que o Senhor

Se moveu com compaixão e imediatamente

agiu para suprir as necessidades das

pessoas:

“E Jesus... moveu-Se com compaixão

para com eles e curou os Seus enfermos”

(Mt 14:14).

“E Jesus, movido de grande compaixão,

estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe:

Quero; sê limpo” (Mc 1:41).

“E Jesus... moveu-Se com compaixão

para com eles porque eram como ovelhas

que não tinham pastor, e começou a ensinar-

lhes muitas coisas” (Mc 6:34).

“E quando o Senhor a viu, Ele teve compaixão

dela e disse-lhe: não chores.” E então,

ressuscitou o filho dela (Lc 7:13-15).

Estes e outros versículos demonstram

que a compaixão é muito mais do que um

sentimento de dó. A compaixão nos leva à

ação. A compaixão nos leva a orarmos. A

compaixão nos leva a testificarmos. A compaixão

nos leva a estudar e a nos preparar

para um serviço ativo.

Quando a compaixão é a motivação dos

nossos ministérios, não ficamos satisfeitos,

a menos que as almas sejam trazidas a Cristo,

que os enfermos sejam curados, que as

pessoas sejam abençoadas com a plenitude

do Evangelho.

Se quisermos seguir o exemplo do Ceifeiro

Mestre, aí então as motivações do

Mestre precisam ser as nossas motivações

também.

5. O Galardão do Mestre Precisa

Ser o Nosso Galardão

Um galardão é uma recompensa. Jesus

disse: “O que faz a colheita recebe galardões

e ajunta frutos para a vida eterna”

(Jo 4:36).

Há uma recompensa para o serviço fiel.

Há uma coroa para o obreiro digno.

O Apóstolo Paulo escreveu: “Pois qual

é a nossa esperança ou alegria, ou coroa

de regozijo? Porventura não sois vós na

presença do nosso Senhor Jesus Cristo na

Sua vinda? Pois vós sois a nossa glória e

alegria” (1 Ts 2:19,20).

Que alegria haverá na presença do Senhor

quando os feixes forem trazidos e quando

a Colheita final for completada!

a. “Frutos Para a Vida Eterna”. No

entanto, não há somente os galardões futuros;

há também os galardões presentes. Os

que fazem a Colheita ajuntam “frutos para

a vida eterna”.

Quando uma alma é salva, isto significa

mais do que “uma outra decisão”, ou “um

outro contato”, ou “um novo membro”.

Quando uma alma é salva, alguém acabou

de nascer para a vida eterna.

À medida que saímos para os campos da

Colheita embranquecidos, pregando o Evangelho

de Cristo, estamos ajuntando “frutos

para a vida eterna”.

Aí então, quando o Senhor da Colheita

aparecer, os semeadores e os ceifeiros receberão

juntos os seus galardões.

A última mensagem do Evangelho terá

sido pregada, o último testemunho pessoal

terá sido assegurado, o último contato terá

sido feito, o último feixe terá sido colhido.

Vamos compartilhar da visão do Ceifeiro

Mestre. Vamos seguir os Seus passos.

Vamos nos engajar nesta “Operação Evangelística”

e fazer a Colheita antes que Cristo

volte e esta era termine. AMÉM!

Seção F

RECOMPENSAS/JULGAMENTOS

F1: O Certificado de Aprovação de Deus

F1.1 - Chamados, Escolhidos e Fiéis .................................................... 1035

F1.2 - Deus Prova os Homens .............................................................. 1041

F2: Coroas/Galardões

F2.1 - O Tribunal de Cristo .................................................................. 1051

F3: Julgamento de Obreiros Indisciplinados

F3.1 - Líderes lnfiéis ............................................................................. 1056

F3.2 - Líderes Fiéis ............................................................................... 1063

F

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1035

SEÇÃO F1

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS

Zac Poonen

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

F1.1 - Chamados, Escolhidos e Fiéis

F1.2 - Deus Prova os Homens

tão muitos dos Seus discípulos voltaram

para trás e não andavam mais com Ele”

(Jo 6:66).

O segundo grupo era menor. Havia setenta

pessoas neste grupo com um ministério

especial às setenta nações gentias (Veja

Gênesis 10).

“Depois destas coisas o Senhor designou

ainda outros setenta’’ (Lc 10:1).

O terceiro grupo consistia de doze homens.

“E aconteceu naqueles dias que Ele

subiu a uma montanha para orar, e passou

a noite toda em oração a Deus.

“E, quando já era dia, chamou a Si os

Seus discípulos, e escolheu doze deles, a

quem também deu o nome de apóstolos (Lc

6:12,13).

Destes Ele escolheu o quarto grupo, que

consistia de apenas três homens. “Seis dias

depois, Jesus tomou a Pedro, Tiago, e João,

seu irmão, e os conduziu em particular a

um alto monte.

“E transfigurou-Se diante deles; e o Seu

rosto resplandeceu como o sol, e as Suas

vestes se tornaram brancas como a luz”

(Mt 17:1,2).

Este grupo de três homens seria o das

“... testemunhas oculares da Sua majestade”

(2 Pe 1:16).

Eles representam os que “... prosseguem

para o alvo, pelo prêmio do sublime

chamado de Deus em Cristo Jesus” (Fp

3:14).

Estes três são como os vencedores, os

Capítulo 1

Chamados, Escolhidos e Fiéis

Introdução

Uma coisa é sermos aceitos por Deus.

Uma história totalmente diferente é sermos

APROVADOS por Deus.

O Livro do Apocalipse fala sobre o triunfo

do Cordeiro de Deus. Lemos, no entanto,

que o Cordeiro possui um exército

de discípulos através dos quais Ele trava

as suas batalhas e as vence. Estes discípulos

são (1) chamados, (2) escolhidos e (3)

fiéis.

“... O Cordeiro é Senhor de senhores

e Rei de reis, e os que estão com Ele são

chamados, escolhidos e fiéis” (Ap

17:14).

Muitos são chamados, poucos são escolhidos,

e menos ainda são fiéis. Os fiéis

são os vencedores citados dez vezes no Livro

do Apocalipse. Eles são os discípulos

de Jesus que não somente foram aceitos

por Deus, mas que também foram provados

por Ele através de muitas circunstâncias

e também aprovados por Ele.

Houve muitos que creram em Jesus

quando Ele Se encontrava na terra, mas Ele

não Se comprometeu com todos eles.

O primeiro grupo foi o das multidões.

“E grandes multidões O seguiram...”

(Mt 19:2). Mais tarde disseram

o seguinte sobre este grupo: “Desde en1036

/ SEÇÃOF1 F1.1– Chamados, Escolhidos e Fiéis

de pé, alertas, bebendo a água com as mãos

formando uma concha.

São nas coisas simples da vida que Deus

nos prova – em nossas atitudes com relação

ao dinheiro, aos prazeres, a honra dos homens,

ao conforto, etc.

Semelhantemente ao exército de Gideão,

quando as circunstâncias arranjadas por Deus

vêm sobre nós, não percebemos que Deus

está nos provando, para ver como reagiremos.

3. Não Seja Distraído Pelo Mundo

Jesus nos admoestou a não ficarmos

oprimidos com os cuidados deste mundo.

Ele disse: “Vigiai para que os vossos

corações não fiquem sobrecarregados com

a glutonaria, embriaguês, e os cuidados da

vida, vindo sobre vós repentinamente aquele

dia como uma armadilha” (Lc 21:34).

Paulo exortou os cristãos de Corinto, dizendo:

“De agora em diante também os

que têm esposas deveriam ser como se as

não tivessem; e os que choram, como se

não chorassem, e os que se alegram, como

se não se alegrassem;

“E os que compram, como se não possuíssem,

e os que usam o mundo, como se

não estivessem utilizando-o completamente,

pois a fama deste mundo esta acabando...

“Digo isto para assegurar a vossa devoção

ao Senhor sem distração alguma”

(1 Co 7:29-35).

Não devemos permitir que nada deste

mundo nos distraia de uma total devoção ao

Senhor. As coisas legítimas do mundo são

uma armadilha mais perigosa do que as coisas

pecaminosas – porque as coisas legítimas

parecem tão inocentes e inofensivas!

Nós podemos aliviar a nossa sede – mas

precisamos juntar as nossas mãos em forma

de concha e bebermos somente o estritamente

necessário e ficarmos em alerta com

relação a qualquer ataque de surpresa do

inimigo. As nossas mentes devem estar ocupadas

com a batalha que o Senhor nos deu

que são galardoados com o certificado de

aprovação de Deus.

A. COMO GANHAR A

APROVAÇÃO DE DEUS

Não são muitos dos seguidores de Jesus

que se qualificam para a inclusão neste circulo

íntimo. “Quando Jesus Se encontrava

em Jerusalém... muitos creram em Seu

Nome, vendo os sinais que Ele fazia. Jesus,

no entanto, não confiava neles, pois conhecia

todos os homens” (Jo 2:23,24).

1. Busque o Bem dos Outros

Jesus sabia que a grande maioria dos que

acreditavam n’Ele faziam isto por motives

egoísticos. Eles O procuravam somente para

obterem bênçãos pessoais. Os seus pecados

haviam sido perdoados, mas não desejavam

ser vencedores.

Para sermos vencedores precisamos desejar

ardentemente ser libertos de buscarmos

o nosso próprio bem às custas dos

outros.

2. Passe nos Testes de Deus

Quando Gideão reuniu um exército para

lutar contra os inimigos de Israel, ele tinha

consigo 32.000 homens. Deus, no entanto,

sabia que nem todos eles eram dedicados de

todo o coração. Assim sendo, Deus reduziu

este número. Primeiramente, os medrosos

foram mandados para casa.

Contudo, restaram ainda 10.000 homens,

os quais foram levados ao rio e provados.

Somente 300 passaram no teste e foram

aprovados por Deus (Jz 7:1-8).

A maneira pela qual aqueles 10.000 homens

beberam água do rio para aliviar a sua

sede foi um meio que Deus usou para determinar

quem se qualificava para se alistar no

exército de Gideão. Eles mal sabiam que estavam

sendo provados.

Nove mil e setecentos homens se esqueceram

completamente do inimigo, enquanto

estavam ajoelhados para satisfazerem a

sua sede. Somente 300 deles permaneceram

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1037

para travarmos, e não com a nossa própria

sede, fome, ou desejos.

Temos de abandonar tudo e estarmos

dispostos a sofrermos dificuldades, se quisermos

ser discípulos de Jesus (2 Tm 2: 3).

2. Concentre-se nas

Coisas Eternas

Semelhantemente a um elástico que é esticado,

as nossas mentes podem considerar

as coisas terrenas que são necessárias. Uma

vez, no entanto, que estas coisas tenham

sido consideradas, da mesma maneira em

que o elástico retorna à sua posição normal

ao ser liberado da sua tensão, as nossas

mentes também deveriam retornar às coisas

do Senhor e da eternidade.

Isto é o que significa termos as nossas

mentes “fixadas nas coisas de cima, e não

nas coisas que são da terra” (Cl 3:2).

Com muitos crentes, no entanto, o elástico

funciona da maneira oposta. As suas mentes

são esticadas de vez em quando de forma

a refletirem sobre as coisas eternas e, quando

liberadas, retornam à sua maneira normal,

ocupadas com as coisas deste mundo!

5. Precisamos Ser Diligentes

Paulo exortou a Timóteo, dizendo: “Nenhum

soldado da ativa se embaraça com

os afazeres da vida cotidiana, a fim de que

ele possa agradar aquele que o alistou como

soldado” (2 Tm 2:4). Paulo não estava dizendo

a Timóteo como ser salvo, mas sim

como ele poderia agradar a Cristo como um

eficiente soldado no exército de Deus.

“Seja diligente para apresentar-se aprovado

diante de Deus”, disse-lhe Paulo (2

Tm 2:15).

Timóteo já havia sido aceito por Deus.

Agora ele precisava ser diligente para ganhar

a aprovação de Deus.

O próprio Paulo havia sido colocado no

ministério cristão por Cristo, porque ele

havia ganho a aprovação de Deus.

Ele disse: “Agradeço a Cristo Jesus,

nosso Senhor, o Qual me fortaleceu porque

Ele me considerou fiel, introduzindo-me no

ministério” (1 Tm 1:12).

Paulo estava entre os chamados, os escolhidos,

E FIÉIS – e desejava ardentemente

que Timóteo estivesse neste grupo também.

Paulo, no entanto, havia sido provado

antes de ser aprovado. Nós estamos sendo

provados também.

Deus nunca Se compromete com ninguém

antes de prová-lo.

As narrativas que nos foram dadas nas

Escrituras sobre as provações de vários homens

– alguns dos quais foram aprovados e

outros rejeitados – podem portanto ser de

muita valia para nós pois foram escritas para

a nossa instrução.

B. AGRADÁVEIS OU NÃO

AGRADÁVEIS A DEUS

Lemos no Novo Testamento sobre Alguém

com o Qual o Pai ficou satisfeito, e

também sobre um grupo de pessoas com o

qual Deus não ficou satisfeito. Um estudo

deste contraste é muito interessante.

1. Deus Não Ficou Satisfeito

Dos 600.000 soldados israelitas (Nm

1:46) que pereceram no deserto por incredulidade,

está escrito que “Deus não ficou

satisfeito com eles” (1 Co 10:5).

Estes israelitas haviam sido redimidos

do Egito através do sangue do cordeiro (simbólico

da nossa redenção através de Cristo).

Eles haviam sido batizados no Mar Vermelho

e na nuvem (simbólicos do batismo

na água e do batismo no Espírito Santo) (1

Co 10:2). Contudo, Deus não ficou contente

com eles.

a. Mesmo Assim Ele Cuidou Deles.

No entanto, Deus foi muito bom para eles,

no sentido de que Ele supriu sobrenaturalmente

todas as suas necessidades físicas e

materiais. “Nunca se envelheceu o teu vestido

sobre ti nem se inchou o teu pé nestes

quarenta anos”, disse-lhes Moisés no final

dos seus quarenta anos de perambulação

(Dt 8:4).

1038 / SEÇÃOF1 F1.1– Chamados, Escolhidos e Fiéis

Deus também curou todas as enfermidades

deles. A Bíblia diz: “Não havia nenhum

enfermo ou débil dentre eles” (Sl 105:37).

Deus fez muitos milagres para eles. Aliás,

nenhum grupo específico de pessoas na história

do mundo jamais viu tantos milagres

quanto viram aqueles israelitas incrédulos,

com os quais “Deus Se irou por quarenta

anos’’ (Hb 3:17).

Isto nos ensina que Deus também responde

às orações dos crentes carnais – e

que Ele supre as suas necessidades terrenas,

ate mesmo sobrenaturalmente, se necessário.

O fato de Deus executar um milagre para

nós não prova nada sobre a nossa espiritualidade.

Prova somente que Deus e um Deus

bom, o Qual faz com que o Seu sol brilhe

igualmente sobre os retos e sobre os ímpios!

b. Os Milagres Não São Nenhuma

Garantia. Jesus também nos admoestou

que no Dia do Julgamento Final muitos dos

que haviam feito milagres no Seu Nome seriam

rejeitados e desqualificados porque

haviam vivido em pecado.

Ele disse: “Muitos Me dirão naquele dia:

Senhor, Senhor, não profetizamos nós em

Teu nome, e em Teu nome não expulsamos

demônios, e em Teu nome não executamos

muitos milagres?

“E então lhes declararei: Nunca vos conheci:

Apartai-vos de Mim, vós que praticais

a iniqüidade” (Mt 7:22,23).

Obviamente Ele estava Se referindo aos

pregadores cristãos e pessoas com dons de

cura, que faziam milagres genuínos em Seu

nome. Através das palavras de Jesus, torna-

se claro que MUITOS dos homens (não

somente alguns deles, nem todos eles, mas

muitos) que possuem estes ministérios milagrosos

não estão livres do pecado em sua

vida pessoal e em seus pensamentos e atitudes.

Isto será exposto no Tribunal de Cristo,

se não antes.

A operação de milagres, por si só, não é

nenhuma indicação de que alguém seja aprovado

por Deus. Será que compreendemos

isto de fato? Caso contrário, seremos enganados.

2. Deus Ficou Satisfeito

Em contraste com os israelitas do Antigo

Testamento com os quais Deus não ficou

satisfeito, lemos sobre Jesus no Novo

Testamento que o Pai ficou satisfeito com

Ele.

Quando Jesus tinha trinta anos de idade,

o Pai falou publicamente do Céu as seguintes

palavras sobre Ele: “Este é o Meu Filho

Amado com Quem Me satisfaço” (Mt

3:17). E isto foi dito antes que Jesus tivesse

feito um simples milagre ou pregado um

simples sermão!

Qual foi então o Seu segredo de ser aprovado

por Deus? Obviamente não foi devido

ao Seu ministério, pois Ele não havia nem

mesmo começado o Seu ministério público.

O motivo foi o tipo de vida que Ele havia

vivido durante trinta anos.

a. Fiéis Durante as Tentações. Somos

aprovados por Deus não pelo sucesso

de nossos ministérios, e sim por nossa fidelidade

nas tentações que enfrentamos em

nossa vida diária.

As duas únicas coisas que lemos sobre

os trinta anos “silenciosos” da vida de Jesus

(com exceção do incidente no Templo)

são que “Ele foi tentado em todas as coisas

como nós, e, contudo, não pecou” (Hb 4:15)

e que “Ele nunca agradou a Si Próprio”

(Rm 15:3).

Ele tinha fielmente resistido às tentações

em todas as ocasiões e nunca havia buscado

os Seus Próprios desejos e vontade em nenhuma

questão. Era isto que deleitava o Pai.

b. Caráter Santo. As nossas realizações

externas talvez impressionem as pessoas

mundanas e os crentes carnais. Deus,

no entanto, fica mais impressionado com o

nosso caráter. É somente o nosso caráter

que pode nos trazer a aprovação de Deus.

Assim sendo, se quisermos saber qual é

a opinião de Deus a nosso respeito precisamos

deliberadamente apagar de nossas menO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1039

tes o que já realizamos em nossos ministérios.

Precisamos nos avaliar meramente pelas

nossas atitudes com relação ao pecado

em nossos padrões de pensamento e o

egocentrismo em nossas ações. Somente este

é o “termômetro” infalível da nossa condição

espiritual.

Portanto, o evangelista com dom de curas,

que viaja o mundo inteiro, o pregador, e

a mãe ocupada, que nunca consegue sair dos

confins do seu lar, possuem exatamente as

mesmas chances de alcançarem a aprovação

de Deus.

Descobriremos no Tribunal de Cristo

que muitos dos que são primeiros aqui no

mundo cristão serão os últimos lá. Muitos

que eram considerados os últimos aqui na

terra (porque não possuíam um ministério

muito reconhecido) serão os primeiros lá!

C. JESUS É O NOSSO EXEMPLO

Jesus é o nosso Exemplo em todas as

coisas. O Pai havia feito arranjos para que

Jesus passasse os primeiros trinta anos da

Sua vida terrena basicamente em dois lugares

– o Seu lar e o Seu local de trabalho (a

carpintaria).

Foi a fidelidade de Jesus nestes dois lugares

que Lhe proporcionou a aprovação

do Pai.

Esta é uma questão que nos estimula

muito, pois todos nós constantemente nos

encontramos nestes dois lugares – o nosso

lar e o nosso local de trabalho. E é nestes

dois lugares que Deus geralmente nos prova.

1. Fidelidade em Casa

A casa de Jesus era um lar pobre. José e

Maria eram tão pobres que não tinham condições

de nem mesmo oferecer um cordeiro

como oferta queimada. Eles não tinham

“pregadores de prosperidade” americanos

que lhes ensinassem como poderiam ficar

ricos.

A Lei havia ordenado que “se ela não

tiver condições financeiras para um cordeiro,

então ela tomará duas rolas ou dois

pombinhos...” (Lv 12:8). E José e Maria

tomaram “de acordo com o que foi dito na

Lei do Senhor, um par de rolas, ou dois

pombinhos” (Lc 2:24).

Com relação a Jesus foi dito: “Pois

sabeis da graça do nosso Senhor Jesus

Cristo, o Qual, muito embora fosse rico,

por amor de vós tornou-Se pobre...” (2 Co

8:9).

Jesus tinha pelo menos quatro irmãos e

duas irmãs mais jovens morando com Ele

na mesma casa. Marcos 6:3 nos diz que as

pessoas da Sua cidade natal comentaram com

relação a Jesus:

“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria,

irmão de Tiago e José, e Judas, e Simão?

E não estão aqui conosco as suas

irmãs?”

Podemos imaginar as pressões e lutas

que Jesus enfrentou ao crescer naquele lar

pobre.

Para piorar ainda mais, os Seus irmãos

mais jovens eram incrédulos. Está escrito:

“Porque nem mesmo os Seus irmãos

criam n‘Ele” (Jo 7:5).

Eles devem ter zombado d’Ele de muitas

maneiras. Ele não tinha nenhum quarto

particular em Sua casa para onde pudesse

Se retirar ao enfrentar as pressões das tentações

dos outros habitantes da casa.

Naquela casa também deve ter havido as

lutas, discussões, repreensões, e o egoísmo

(comum a todos os lares).

E no meio dessas circunstâncias, Jesus

foi tentado em todas as coisas como nós o

somos, e Ele nunca pecou, nem uma vez

sequer, numa ação, palavra, pensamento,

atitude ou motivação ou de nenhuma outra

maneira.

Se Jesus tivesse vindo de alguma forma

diferente da nossa, em algum tipo de carne

que fosse incapaz de ser tentada, então não

teria havido nenhuma virtude no Seu viver

com pureza nessas circunstâncias. Mas Ele

foi feito como nós em todas as coisas.

A Palavra de Deus diz: “Ele TINHA QUE

1040 / SEÇÃOF1 F1.1– Chamados, Escolhidos e Fiéis

SER FEITO como os Seus irmãos em todas

as coisas, para que pudesse Se tornar um

misericordioso e fiel Sumo-Sacerdote nas

coisas pertencentes a Deus” (Hb 2:17).

Ele passou pelas pressões de todas as

tentações que possamos enfrentar. É isto o

que nos dá um grande encorajamento nos

momentos em que somos tentados, de que

nós também podemos vencer. Esta é a esperança

que Satanás tenta roubar de nós,

tentando esconder de nós esta gloriosa verdade

de que Cristo veio em nossa carne e foi

tentado exatamente como nós o somos.

2. Fidelidade em Ação

Na qualidade de carpinteiro em Nazaré,

Jesus deve ter enfrentado as tentações que

todos os que se empenham em qualquer

forma de trabalho enfrentam. Mas Ele nunca

enganava a nenhum dos Seus clientes.

Ele nunca cobrava exageradamente por nenhum

dos Seus artigos e nunca Se afrouxava

em nenhum ponto de retidão, qualquer que

fosse o custo (ou perda) para Ele.

Ele não era um concorrente dos outros

carpinteiros de Nazaré. Ele apenas trabalhava

para ganhar a vida. Assim sendo, através

de Suas compras, vendas, e do manuseio

do dinheiro (na qualidade de carpinteiro),

Jesus enfrentou todas as tentações que

enfrentamos na área do dinheiro, e venceu.

Jesus viveu em submissão a pais adotivos

imperfeitos durante muitos anos. Isto

deve tê-Lo exposto a várias formas de tentações

interiores (na área das atitudes), e,

contudo, Ele nunca pecou.

Maria se encontrava dentre aqueles que

estavam aguardando aquele poderoso e

santificador Batismo no Espírito Santo e

Fogo no Cenáculo (At 1:14).

Desprovidos desse poder, é provável que

José e Maria tenham levantado as suas vozes

e discutido um com o outro, assim como

fazem a maioria dos casais.

Jesus, por outro lado, estava vivendo

numa perfeita vitória. Contudo, Ele nunca

os desprezou. Se tivesse feito isto, Ele teria

pecado. Ele os respeitava, muito embora

fosse muito mais puro que eles. Nisto vemos

a beleza da Sua humildade.

Vemos assim que Jesus não viveu uma

vida monótona durante esses trinta anos em

Nazaré. Jesus Se encontrava, o tempo todo,

no meio de um conflito contra as tentações

– um conflito que aumentava de intensidade

à medida que cada ano se passava.

Antes que Ele pudesse Se tornar o nosso

Salvador e o nosso Sumo-Sacerdote, o

Pai teve de conduzir o Capitão da Nossa

Salvação através de toda a gama de tentações

possíveis aos seres humanos.

A Palavra de Deus diz: “Porque convinha,

para Quem são todas as coisas, e através

do Qual são todas as coisas, trazendo

muitos filhos a glória, aperfeiçoar o Autor

da salvação deles através dos sofrimentos”

(Hb 2:10).

Ainda havia algumas tentações (como as

que surgem através da fama nacional, etc.)

que Jesus enfrentaria nos últimos três anos

e meio da Sua vida terrena. Mas as tentações

comuns que todos enfrentamos em casa

e em nossos locais de trabalho, Ele já havia

enfrentado e vencido em Seus primeiros trinta

anos. E o Pai deu a Jesus o Seu “certificado

de aprovação” em Seu batismo.

D. BUSQUE UM CARÁTER

TRANSFORMADO

Se ao menos os nossos olhos fossem

abertos para vermos as condições em que

Deus nos dá a Sua aprovação, isto revolucionaria

a nossa vida por completo. Nenhum

de nós almejaria mais um ministério

mundial. Ao invés, ansiaríamos por uma

fidelidade nos momentos de tentações em

nossa vida diária.

Oraríamos pedindo um batismo de fogo

que produzisse um caráter transformado,

bem como um poder que produzisse milagres.

Desta maneira, a nossa mente seriam

renovadas de forma a termos as nossas prioridades

na ordem correta.

Anime-se com o fato de que os maiores

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1041

galardões de Deus e os Seus maiores elogios

estão reservados para os que enfrentam as

tentações com a mesma atitude de Jesus,

que era a seguinte: “Eu preferiria morrer

do que cometer um pecado ou desobedecer

o Meu Pai num ponto sequer.”

Este é o significado da exortação de

Filipenses 2:5-8, que diz: “Tenham a mesma

atitude de Cristo Jesus... o Qual Se tornou

obediente até mesmo a ponto de morrer.”

Independentemente do nosso dom, ministério,

posição social, sexo, ou idade, todos

nós temos a mesma oportunidade de

sermos vencedores e de estarmos dentre os

chamados, escolhidos e fiéis.

Capítulo 2

Deus Prova os Homens

Introdução

As biografias de homens de Deus e daqueles

que desapontaram a Deus foram escritas

na Bíblia para nossa instrução e admoestação.

Há muito que aprender, se nelas

meditarmos, com ouvidos sintonizados

na voz do Espírito.

Ao lermos sobre as pessoas do Antigo

Testamento, um fato que precisamos ter em

mente é que todas elas viveram numa época

anterior à vinda da “graça” através de Jesus

Cristo.

“Pois a lei foi dada através de Moisés;

a graça e a verdade foram dadas através

de Jesus Cristo” (Jo 1:17). Neste versículo,

a palavra “graça” significa “capacitação”. A

lei continha a verdade, mas não capacitava

os que a aceitavam para guardar os seus

santos mandamentos. “A graça e a verdade

vieram através de Jesus Cristo.” Isto

significa que a lei não estava mais escrita

sobre a pedra, e sim em nosso coração.

“... Porei a Minha lei em seu interior e a

escreverei no seu coração; e serei o seu

Deus, e eles serão o Meu povo” (Jr 31:33).

Recebemos o Espírito Santo para nos

capacitar a guardarmos a lei de Deus. “Porque

o Espírito... me libertou do pecado...

Porque o que a lei não podia fazer por estar

débil... Deus enviou o Seu Próprio Filho...

para que a retidão da lei pudesse ser

cumprida em nós...” (Rm 8:2-4).

Portanto, temos um poder disponível a

nós e que nos capacita a sermos julgados

por um padrão mais elevado. Não se esperava

que os santos do Antigo Testamento

atingissem os padrões neo-testamentários.

Mateus 19:8,9 ilustra isto. Nesta passagem,

Jesus explicou aos fariseus o motivo pelo

qual Moisés permitiu o divórcio sob a Antiga

Aliança. Ele disse: “Devido a vossa

dureza de coração Moisés vos permitiu o

divórcio de vossas esposas.”

Mas, sob a Nova Aliança, Deus remove

o nosso coração duro e nos dá, em vez disso,

um coração brando.

“E também vos darei um novo coração,

e um novo espírito colocarei dentro de vós;

e removerei o coração de pedra... e vos

darei um coração de carne” (Ez 36:26). Assim

sendo, o divórcio não é permitido agora.

Deus é chamado de “O Deus que prova

os justos” (Jr 20:12). Ele não tenta ninguém

a fazer o mal. “Deus não pode ser

tentado pelo mal e Ele Próprio não tenta a

ninguém” (Tg 1:13).

No entanto, Ele PROVA de fato os retos.

A. DEUS PROVOU A JÓ

Jó era um dos servos escolhidos de Deus.

Deus podia destacá-lo perante Satanás como

um homem na terra que temia a Deus em

todos os seus caminhos.

“O Senhor disse a Satanás: Consideraste

o Meu servo Jó? Pois não há ninguém

semelhante a ele na terra, um homem

irrepreensível e reto, temente a Deus e que

se desvia do mal” (Jó 1:8).

Deus não diz nada sobre a inteligência,

os talentos, ou as riquezas de Jó – coisas

que não têm valor algum para Deus. Ele

apenas ressalta a sua pureza e retidão. Como

1042 / SEÇÃOF1 F1.2– Deus Prova os Homens

que Satanás pusesse Jó a prova para que ele

descobrisse por si próprio que a sua acusação

não era verdadeira. Deus fez isto porque

Ele conhecia a integridade de Jó.

E nós? Será que seguimos a Deus por

causa de ganhos materiais? Será que Deus

teria de reconhecer que Satanás estaria certo

se ele salientasse a qualquer um de nós

como alguém que serve a Deus por causa de

ganhos pessoais?

Infelizmente, o mundo esta repleto de

obreiros e pastores cristãos que se encontram

na obra de Deus para obterem ganhos

pessoais – alguns para ganharem salários,

outros honra e posição, e outros a fim de

receberem viagens grátis a países ocidentais.

Qualquer um que faça uma obra cristã

por motivos de ganho pessoal está servindo

a Mamom e não a Deus.

O serviço para o Senhor executado com

as motivações certas sempre nos custa algo.

Considere as palavras de Davi quando

ele estava a ponto de oferecer um sacrifício

ao Senhor. Ele disse: “Não oferecerei ao

Senhor, meu Deus, algo que não me custe

nada” (2 Sm 24:24).

Realmente bem poucos são os que demonstram

esta atitude de Davi. O verdadeiro

serviço para o Senhor geralmente nos traz

perdas materiais e não ganhos. O lucro será

espiritual. O que busca os ganhos materiais,

por outro lado, pertence à Babilônia, e

não a Jerusalém Celestial.

A Bíblia diz com relação à Babilônia espiritual:

“Os mercadores destas coisas enriqueceram-

se com ela” (Ap 18:15).

No meio de obreiros cristãos egocêntricos,

Paulo podia destacar um Timóteo, como

uma rara exceção.

Ele disse com relação a ele: “Não tenho

ninguém mais com este mesmo espírito, que

genuinamente se interesse pelo vosso bemestar.

Pois todos buscam os seus Próprios

interesses, e não os de Cristo Jesus” (Fp

2:19-21).

Paulo não foi enganado. Ele conhecia a

condição espiritual dos seus colaboradores.

no caso de Jesus, foi o caráter de Jó, e não

as suas realizações ou o seu ministério, que

alegrou o coração de Deus.

Até mesmo Satanás tem dons sobrenaturais

e inteligência. Ele tem conhecimentos

bíblicos também! O que Deus procura, no

entanto, é o caráter. Quando Deus nos prova,

Ele prova o nosso caráter – e não os

nossos conhecimentos bíblicos.

Quando Deus procura por um homem

de quem Ele possa Se orgulhar, alguém que

Ele possa destacar perante Satanás, Ele procura

um homem de caráter – um homem

irrepreensível e reto, alguém que tema a

Deus e odeie o mal.

Talvez tenhamos uma boa reputação com

outros crentes devido à nossa espiritualidade.

Mas será que Deus, que nos conhece de

ponta a ponta, poderá nos destacar perante

Satanás? Um certificado como o que Deus

deu a Jó é maior do que qualquer honra

terrena que possamos obter. Toda a honra vã

do cristianismo também é como lixo inútil

em comparação com isto.

Portanto, a pergunta mais importante

não é: “Qual é a opinião dos outros com

relação à minha espiritualidade?” mas sim:

“Será que Deus pode me destacar perante

Satanás como alguém de quem Ele possa Se

orgulhar?”

1. Quatro Testes Usados por Deus

Quando Deus falou a Satanás sobre Jó,

Satanás disse que Jó estava servindo a Deus

porque ele se beneficiava e tirava proveito

disto.

a. Perda de Posses. “Satanás respondeu

ao Senhor: Porventura Jó teme a Deus

por nada? Porventura não o cercaste de

bens, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto

tem?

“Tu abençoaste o trabalho das suas

mãos, e as suas posses estão aumentando

na terra. Mas estende a Tua mão e toca

tudo quanto tem. Certamente ele Te amaldiçoará

na Tua face” (Jó 1:9-l 1).

Deus refutou esta acusação e permitiu

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1043

Deus tampouco se engana com relação a

nós.

Deus tinha tanta confiança em Jó que

podia permitir que Satanás o provasse.

Muito embora Jó tivesse perdido todos

os seus filhos e a sua imensa riqueza

num único dia, ainda assim ele continuou a

adorar e a servir a Deus. Ele disse: “Nu saí

do ventre de minha mãe, e nu tornarei para

lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou;

bendito seja o nome do Senhor” (Jo 1:20-

22).

Ele sabia que tudo o que possuía – filhos,

propriedades, e até mesmo a própria

saúde – era um dom de Deus para ele. Deus

tinha todo o direito de tirar estas coisas

quando assim o desejasse. Não podemos de

fato adorar a Deus até que tenhamos deixado

tudo – isto é, desistido do direito de

possuirmos qualquer coisa.

b. Perda da Saúde. Em seguida, Deus

permitiu que Satanás fosse um passo além

e afligisse a Jó, da cabeça aos pés, com uma

chaga maligna.

As enfermidades são provenientes de Satanás,

mas até mesmo isto pode ser usado

por Deus para santificar e aperfeiçoar os

Seus servos.

Paulo foi atingido por um espinho na

carne, o qual ele diz especificamente que

era proveniente de Satanás. Não era um

mensageiro de Deus, e sim um mensageiro

de Satanás. Contudo, Deus permitiu que

ele permanecesse e não o removia (apesar

das constantes orações de Paulo), pois ele

servia para manter Paulo humilde.

Paulo diz: “Devido à excelente grandeza

das revelações que recebi de Deus, foi

dado a mim um espinho na carne, um mensageiro

de Satanás para me esbofetear, para

impedir que me exaltasse! Com relação a

isto, supliquei ao Senhor três vezes para

removê-lo de mim. E Ele me disse: A Minha

graça é suficiente para ti, pois o Meu poder

é aperfeiçoado na tua fraqueza” (2 Co 12:7-

9).

c. Esposa Acusadora. O terceiro passo

de Satanás foi afligir a Jó através da sua

esposa.

“Aí então a mulher de Jó lhe disse: Ainda

retens a tua integridade? Amaldiçoa a

Deus e morre!” (Jó 2:9). Pode ser um terrível

teste da sua santificação o fato de a sua

própria esposa se voltar contra você e o

acusar.

A Palavra de Deus ordena: “Maridos,

amai vossas mulheres, e não vos irriteis

contra elas... Amai vossas mulheres, como

também Cristo amou a Igreja e a Si Mesmo

Se entregou por ela” (Cl 3:19; Ef 5:25).

Um marido nunca deve se irritar contra a

sua esposa, em nenhuma circunstância. Ele

precisa amá-la em todo o tempo, até mesmo

se ela for um instrumento de Satanás

contra ele. Se você tiver uma esposa difícil,

em vez de reclamar da sua sorte na vida e

invejar os homens que possuem esposas

tementes a Deus, você poderia considerar

as suas circunstâncias como um meio para a

sua própria santificação.

Deus o prova nestas mesmas circunstâncias

para ver se você se qualifica a receber

o Seu certificado de aprovação. Ele o

prova quando a sua esposa grita com você

e o ridiculariza, para ver se você se qualifica

a ser um verdadeiro representante de Jesus,

o Qual foi até mesmo chamado de louco

pelos Seus Próprios parentes.

O registro bíblico diz: “Os Próprios parentes

de Jesus... saíram para prendê-Lo,

pois estavam dizendo: Ele está fora de Si”

(Mc 3:21).

Jesus suportou este insulto com paciência.

Somos chamados para segui-Lo e para

representá-Lo.

d. Amigos Acusadores. O quarto passo

de Satanás foi acusar a Jó através dos seus

amigos pregadores (Veja Jó 4 a 25).

Este foi o golpe mais duro que Jó teve

que agüentar – porque esses pregadores

vieram a ele e agiram como se fossem profetas

de Deus, dizendo-lhe que todas as

suas enfermidades eram devidas aos seus

pecados secretos. Mal sabiam aqueles pre1044

/ SEÇÃOF1 F1.2– Deus Prova os Homens

gadores que estavam inconscientemente

agindo a favor do “acusador dos irmãos”

(Ap 12:10).

Deus, no entanto, permitiu que fizessem

isto a fim de purificarem a Jó.

B. VENCEDORES ATRAVÉS

DA GRAÇA

Hoje Deus promete: “O pecado não terá

domínio sobre vós, pois não estais debaixo

da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6:14).

Jó, porém, viveu numa época em que alguns

dos recursos da graça não Lhe eram

disponíveis.

Assim sendo, ele finalmente se entregou

à autocomiseração, auto-justificação,

depressão e desânimo. Ocasionalmente, a

sua fé brilhava no meio das trevas, mas

ainda assim a sua experiência foi algo oscilante.

Agora que a graça veio através de Jesus

Cristo, caso sejamos provados de maneira

semelhante, não há necessidade alguma de

um momento sequer de depressão ou desânimo.

Os mandamentos do Novo Testamento

são: “Não estejais inquietos por coisa

alguma... Regozijai-vos sempre no Senhor...

Em tudo dai graças...”, etc. (Fp 4:6,4; 1 Ts

5:18).

Estes mandamentos não haviam sido

dados no Antigo Testamento porque a graça

ainda não havia vindo. Deveríamos reconhecer

a mão de Deus em tudo. A graça está

disponível em todos os momentos para

constantemente nos manter vitoriosos.

1. Nós Podemos Ser Vencedores

O triunfante clamor de Paulo foi: “Graças

a Deus, que sempre nos conduz em Seu

triunfo em Cristo” (2 Co 2:14).

Podemos ser vencedores agora, até mesmo

se perdermos as nossas propriedades e

os nossos filhos, ou até mesmo se as nossas

esposas nos acusarem. Caso os outros crentes

não nos compreendam e nos critiquem,

ou se qualquer outra coisa acontecer que

Deus considere adequado permitir em nossa

vida, “... regozijemo-nos no Senhor sempre”

(Fp 4:4).

2. Um Testemunho a Satanás

Desta forma, Deus demonstra a Satanás

que Ele tem um remanescente na terra que

não somente se submete a todos os Seus

tratamentos com eles, mas que também aceita

todas as tribulações com alegria, convencidos

de que estas leves aflições são planejadas

por Deus para produzir para eles um

eterno peso de glória.

A Bíblia diz: “Porque a nossa momentânea

e leve aflição está produzindo para

nós um eterno peso de glória muito além de

toda comparação, não atentando nós para

as coisas visíveis, e sim para as coisas invisíveis”

(2 Co 4:17,18).

O Novo Testamento nos diz que Deus

deseja demonstrar a Sua sabedoria aos

principados e potestades nos lugares

celestiais através da Igreja. Efésios 3:10 diz:

“A fim de que a multiforme sabedoria de

Deus pudesse agora ser conhecida através

da Igreja aos principados e potestades nos

lugares celestiais.”

Efésios 6:12 nos diz que estes principados

são os espíritos malignos nos lugares

celestiais.

As coisas que nos acontecem não são

acidentais, mas são especificamente planejadas

para nós e pesadas (de forma a nunca

estarem além da nossa capacidade de agüentarmos)

“de acordo com o plano pré-determinado

e a preciência de Deus” (At 2:23).

As tribulações têm o propósito duplo

de nos transformar à semelhança de Cristo

e de manifestar aos espíritos e principados

satânicos nos lugares celestiais que Deus

ainda tem um povo na terra que O ama, O

obedece, e O louva, com fé, em todas as

circunstâncias.

3. Uma Prova da Nossa Fé

Toda tribulação pela qual podemos passar

é uma prova da nossa fé. Até mesmo na

época de Jó, ele podia dizer: “Deus conheO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1045

ce todos os detalhes do que está acontecendo

comigo” (Jó 23:10).

Hoje podemos ir um passo além e dizer

(com base em Romanos 8:28) que “Deus

PLANEJA e transforma para o bem todos

os detalhes que me dizem respeito.”

Será que realmente cremos, com relação

a tudo o que cruza o nosso caminho, que

Deus planejou tudo em perfeita sabedoria e

amor e que o Seu poder é todo-poderoso o

suficiente para nos livrar da provação quando

chegar a hora certa?

Será que Deus encontrará em você e em

mim aqueles que Ele pode intrepidamente

salientar a Satanás como sendo pessoas que

nunca reclamam nem resmungam em nenhuma

circunstância, mas que somente dão graças

por todas as coisas e em todo o tempo?

C. O TESTE DE PEDRO E JUDAS

Dentre os doze apóstolos que Jesus escolheu,

talvez o maior contraste de personalidade

estivesse entre Pedro e Judas Iscariotes.

Pedro era sincero, inculto e afetuoso.

Judas Iscariotes era inteligente, astuto,

e ambicioso.

Deus tinha um grande chamado para Simão

Pedro, mas que não poderia ser cumprido

até que ele tivesse sido testado e aprovado.

Pedro, no entanto, não fazia idéia alguma

sobre o maravilhoso plano de Deus na

ocasião em que Jesus o chamou. Deus nos

revela Seu plano apenas um passo de cada

vez.

1. A Atitude de Pedro com

Relação ao Dinheiro

Certo dia, Jesus entrou no barco de Pedro

e Lhe disse para levar o barco para águas profundas

e jogar as suas redes para uma pescaria.

Pedro obedeceu e fez uma das maiores

pescarias da sua vida (Lc 5:1-11).

Se Pedro fosse como alguns homens de

negócio cristãos de hoje, ele teria dito a Jesus

algo semelhante a isto: “Senhor, isto é

fantástico! Vamos – Tu e eu – ser sócios.

Tu fazes a pregação e eu Te sustentarei financeiramente.

“Se o meu negócio de pesca vai ser assim,

logo serei o mais rico homem de negócios

de todo Israel, e os meus dízimos sustentarão

não somente a Ti, mas também a

todo o exército de outros obreiros cristãos

em muitas partes desta terra e do estrangeiro

também!”

Aí então, Pedro poderia ter viajado ao

redor do mundo, dando o seu testemunho

em várias conferências para homens de negócios

ensinando-os sobre um Cristo que

poderia tornar prósperos os seus negócios.

Este é o raciocínio da mente carnal. Pedro,

no entanto, não fez isto.

a. Ele Desistiu do Seu Negócio. Quando

Jesus o chamou para deixar as suas redes,

ele deixou o seu negócio de pesca imediatamente

e seguiu a Jesus. Ele passou no

teste.

Os cristãos mal sabem, quando Deus

prospera os seus caminhos de forma a ganharem

mais dinheiro, que estão sendo testados.

A maioria dos cristãos são reprovados

no teste neste ponto. Eles se contentam

em ser milionários vãos quando poderiam

ter se tornado apóstolos.

Anos mais tarde, Pedro – longe de ser

um rico homem de negócios – podia somente

dizer:

“Não tenho prata nem ouro” (At 3:6).

No entanto, ele tinha algo muito melhor que

a prata e o ouro. Ele havia desistido das

riquezas terrenas pela riqueza eterna do Reino

de Cristo.

b. “Rico Para com Deus”. Hoje em

dia, as livrarias cristãs estão abarrotadas com

livros que alegam ensinar aos cristãos como

se tornarem materialmente prósperos e ganharem

dinheiro, com Jesus sendo um sócio

em suas vidas! Os cristãos são estimulados

nesses livros a reivindicarem dispendiosos

carros, casas e propriedades – tudo

pela fé em Cristo.

Até mesmo uma criança consegue ver a

preocupação terrena desses escritores, e,

1046 / SEÇÃOF1 F1.2– Deus Prova os Homens

contudo, muitos crentes estão sendo enganados.

Os testemunhos dados nestes livros

sobre pessoas recebendo coisas materiais

podem ser todos verdadeiros – mas quantas

delas compreenderam que Deus as estava

testando ao lhes dar riquezas?

Talvez elas estivessem sendo testadas

ao se tornarem ricas para se comprovar se

aprenderiam a compartilhar as suas riquezas

e tornarem-se “ricas para com Deus”

(Lc 12:21). Suspeito, porém, que a maioria

delas foram reprovadas no teste – ao contrário

de Pedro.

O ego é o centro de todo filho de Adão.

Quando nos convertemos, o nosso ego não

morre, mas tenta de maneiras sutis coagir

Deus a servir os seus Próprios interesses.

O ego é a fonte do cristianismo carnal

que se especializa na obtenção de bênçãos

materiais e físicas de Deus. Ele chega até

nós hoje em dia através de livros disfarçados

com a roupagem da “fé”.

Contudo, estes livros também servem a

um propósito no sentido de revelarem o que

os corações dos seus leitores realmente desejam

– o terreno ou o celestial. Assim sendo,

o trigo é peneirado do joio no cristianismo!

“Pois é preciso que haja também heresias

entre vós, para que os que são aprovados

possam ser manifestos entre vós” (1

Co 11:19).

As heresias revelam os corações e as motivações

dos homens. Elas separam os aprovados

dos reprovados.

2. A Atitude de Pedro com

Relação à Correção

Vemos ainda como Jesus testou a Pedro

de uma outra maneira ao repreendê-lo publicamente

com a mais ríspida repreensão

que Ele já deu a qualquer ser humano.

Quando Jesus disse aos Seus discípulos

que Ele seria rejeitado e crucificado, Pedro

– com um intenso amor humano pelo Senhor

– “... tomando-O de lado, começou a

repreendê-Lo dizendo: Deus Te livre, Senhor!

Isto nunca acontecerá Contigo!” (Mt

16:22).

Jesus voltou-Se e disse publicamente a

Pedro (escutando-O os outros apóstolos).

“Para trás de Mim, Satanás! Tu és uma

pedra de tropeço para Mim” (Mt 16:23).

a. Não Ofendido. É bem insultuoso

para o nosso ego sermos repreendidos publicamente.

Muito pior ainda é sermos chamados

de “Satanás”.

Contudo, Pedro nunca ficou ofendido.

Quando muitos dos discípulos se ofenderam

com a mensagem da “morte ao ego”

que Jesus pregava e O abandonaram, Jesus

perguntou aos doze apóstolos se eles também

gostariam de ir embora. Foi Pedro quem

respondeu, dizendo: “Senhor, a quem iremos

nós? Tu tens a Palavra da vida eterna”

(Jo 6:68).

Estas palavras foram expressas por Pedro

logo depois de ter recebido uma forte

repreensão dos lábios de Jesus. É isto o que

torna as palavras de Pedro ainda mais maravilhosas.

Ele achava que quaisquer palavras

de repreensão dos lábios de Jesus eram somente

palavras de vida eterna!

A nossa capacidade de aceitarmos repreensões

provenientes de irmãos mais velhos

é um teste da nossa humildade. Pedro passou

no teste magistralmente.

3. A Atitude de Judas com

Relação ao Dinheiro

Judas Iscariotes, sendo um dos doze

apóstolos que Jesus escolhera, tinha exatamente

as mesmas chances que os outros

para se qualificar para o certificado de

“Aprovado por Deus”.

Semelhantemente aos outros, no entanto,

ele também tinha que ser provado.

O registro bíblico diz que “Judas Iscariotes

tornou-se um traidor” (Lc 6:16). Isto

subentende que ele era exatamente tão sincero

quanto os outros doze discípulos quando

Jesus o escolheu. Entretanto, através da

ambição egoísta ele se desviou terrivelmente.

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1047

A Bíblia nos admoesta: “Onde existe

uma ambição egoísta, há desordem e todo

tipo de perversidade” (Tg 3:16).

A vida de Judas é uma admoestação a

todos nós, pois é possível que qualquer um

de nós se torne semelhante a ele, caso não

sejamos cuidadosos.

Ele era o tesoureiro da equipe de Jesus e

teve muitas oportunidades de provar a sua

fidelidade na área do dinheiro. Ele poderia

ter se tornado um dos autores das epístolas

do Novo Testamento se tivesse sido fiel. O

seu nome certamente teria estado num dos

fundamentos do muro da Nova Jerusalém.

A Bíblia diz que “o muro da cidade

[Nova Jerusalém] tinha doze fundamentos,

e neles encontravam-se os nomes dos doze

apóstolos do Cordeiro” (Ap 21:14). Judas

Iscariotes, no entanto, foi reprovado ao ser

testado.

a. Ele Era um Ladrão. Um dos usos

da bolsa de dinheiro era o de se ter fundos

para doações aos pobres e necessitados

(como podemos ver em João 13:29): “Porque

alguns supunham, porque Judas tinha

a bolsa de dinheiro, que Jesus estivesse Lhe

dizendo para dar algo aos pobres.”

Judas afirmava ter um interesse nesta

atividade, mas ele roubava todo o dinheiro

que era doado aos pobres.

Está escrito que “Judas Iscariotes... não

se preocupava com os pobres, mas era um

ladrão, e, por ter a bolsa de dinheiro, costumava

roubar o que era colocado nela”

(Jo 12:4-6).

Poderíamos fazer a pergunta: “Por que

Jesus não desmascarou Judas imediatamente?’’

Para respondermos a esta pergunta,

poderíamos fazer uma outra pergunta: “Por

que Jesus não desmascara todos os que estão

ganhando dinheiro para si Próprios, hoje

em dia, em nome do cristianismo?” Há milhares

de pessoas, hoje em dia, que servem

a Deus pelo dinheiro e que não são 100%

honestas com o dinheiro que recebem pela

obra de Deus.

Se ao menos Judas pudesse ter sabido o

que ele perderia por causa da sua escolha

pelo dinheiro, como ele poderia ter agido de

forma tão diferente! E se ao menos os obreiros

cristãos de hoje soubessem o que estão

perdendo por causa da sua escolha pelo dinheiro,

como agiriam de forma tão diferente

com relação ao isto!

b. Ele Queria Tudo. O problema de

Judas era que ele gostava muito de receber

mas detestava dar. Jesus havia ensinado aos

Seus discípulos a bem-aventurança da doação.

“O Próprio Senhor Jesus disse: É mais

abençoado darmos do que recebermos”

(Ap 20:35).

Pedro compreendia isto, mas Judas não.

Judas achava que a felicidade vinha através

de recebermos cada vez mais.

Todos os cristãos caem numa destas categorias:

os que semelhantemente a Pedro

abandonam tudo e gostam muito de dar

para Deus e para outros necessitados, e os

que como Judas gostam muito de receber e

de acumular tesouros para si Próprios.

Se alguma vez estes “Judas” dão, é de

uma forma mesquinha, somente para aliviar

as suas consciências – e isto, também, muito

relutantemente! Não há nenhuma relutância,

no entanto, quando a questão é receber.

Deus nos testa na questão de recebermos

e darmos para ver se desejamos viver

de acordo com os princípios do mundo ou

do Seu Reino.

Se quisermos ser aprovados por Deus,

teremos que crucificar radicalmente “o amor

de recebermos dádivas” que se encontra em

nossa carne. Teremos que desaprender antigos

hábitos, e, ao contrário, aprender novos

hábitos. Com a mesma intensidade com

que fomos peritos em receber dádivas no

passado podemos agora nos tornar peritos

nas doações.

No entanto, não podemos ter a esperança

de nos tornarmos peritos em nada, da noite

para o dia. É somente a prática constante

que pode nos tornar peritos em qualquer

1048 / SEÇÃOF1 F1.2– Deus Prova os Homens

coisa. Temos que começar a dar, e, aí então,

continuarmos nesta prática até que o nosso

caráter tenha sido de fato transformado, de

forma tal que o Próprio Deus possa testificar

com relação a nós que preferiríamos dar do

que receber.

O verdadeiro discípulo de Jesus é alguém

que aprendeu como ser rico para com Deus

e como dar a outros que se encontrem em

necessidade. Na sua própria ocasião de necessidade,

ele descobrira que Deus Lhe devolve

com a mesma medida que ele usou

para dar.

Jesus disse aos Seus discípulos:

“Dai, e ser-vos-á dado, boa medida, recalcada,

sacudida e transbordando, vos deitarão

no vosso regaço; porque com a mesma

medida com que deres para os outros

também vos darão de novo” (Lc 6:38).

Jesus ensinou que se formos infiéis com

o dinheiro nunca poderemos ter a expectativa

de recebermos riquezas espirituais de

Deus.

Ele disse: “Se não fostes fiéis no uso do

Mamom injusto [dinheiro] quem vos confiará

as verdadeiras riquezas?” (Lc 16:11).

O Senhor colocou Judas Iscariotes num

período de provação com a bolsa de dinheiro

e ele fracassou. A sua perda foi eterna.

Hoje em dia, você e eu estamos num período

de provação com a nossa bolsa de dinheiro.

4. A Atitude de Judas com

Relação à Correção

Vimos que Pedro foi testado por Jesus

em sua reação ao fato de ser corrigido publicamente.

Judas também foi testado nesta

área, mas, diferentemente de Pedro, fracassou.

Quando uma mulher despejou um frasco

de alabastro de perfume nos pés de Jesus,

por gratidão pelo que o Senhor havia

feito por ela, Judas expressou a sua opinião

que isto era um desperdício de dinheiro.

Jesus, no entanto, defendeu aquela mulher

e disse:

“Deixai-a, para que ela possa guardálo

para o dia da Minha sepultura. Pois os

pobres sempre tendes convosco, mas nem

sempre tendes a Mim” (Jo 12:7,8).

a. Ele Ficou Ofendido. Quase nem é

possível dizermos que Jesus repreendeu a

Judas Iscariotes nesta ocasião. Aliás, em

comparação com a maneira pela qual Jesus

repreendeu a Pedro, isto não foi nada!

Contudo, Judas Iscariotes ficou ofendido.

Na passagem paralela do Evangelho de

Mateus, lemos o que Judas fez imediatamente

após este evento:

“ENTÃO, Judas Iscariotes foi aos principais

dos sacerdotes e disse: O que estais

dispostos a me dar para entregá-lo a vós?”

(Mt 26:14,15).

A palavra “Então” é significativa aqui. A

provocação imediata que fez com que Judas

fosse aos sacerdotes e oferecesse trair a Jesus

para eles foi o fato de ele ter sido corrigido

pelo Senhor.

Pedro passou no teste triunfantemente,

mas Judas fracassou miseravelmente.

Hoje em dia, você e eu somos testados

sempre que somos corrigidos por aqueles a

quem Deus colocou em autoridade sobre

nós.

Os filhos são testados ao serem corrigidos

por seus pais. As esposas são testadas

ao serem corrigidas por seus maridos. Os

empregados são testados quando são corrigidos

por seus patrões. E na igreja, todos

somos testados ao sermos corrigidos pelos

presbíteros.

A nossa reação às correções é um dos

mais claros testes da nossa humildade. Se

nos ofendemos, estamos em companhia de

Judas Iscariotes.

Se descobrirmos que de fato nos ofendemos

ao sermos corrigidos, precisaremos clamar

a Deus por ajuda para que possamos

morrer para o nosso ego, a fim de que não

percamos nada do nosso galardão eterno.

Questões eternas dependiam das reações

de Pedro e de Judas com relação à correção.

O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS 1049

Mal sabiam eles que estavam sendo provados.

Muitos de nós tampouco imaginamos

que Deus está observando as nossas reações

com relação às correções.

Você não pode ser aprovado por Deus

se não estiver disposto a ser corrigido ou se

você se ofender ao ser corrigido.

D. O GRUPO DOS APROVADOS

POR DEUS

Em Apocalipse 14:1-5 lemos sobre um

pequeno grupo de discípulos que seguiram

ao Senhor de todo o coração em sua vida

terrena.

Eles estão ao lado de Jesus no dia final,

como vencedores – pois Deus pode realizar

o Seu pleno propósito em sua vida.

Como vemos no Livro do Apocalipse,

as pessoas cujos pecados foram perdoados

formam uma enorme multidão que ninguém

pode numerar.

“Depois destas coisas olhei, e eis aqui

uma grande multidão, a qual ninguém podia

contar, de todas as nações, e tribos, e

povos, e línguas, que estavam diante do

Trono, e perante o Cordeiro, trajando vestidos

brancos e com palmas nas suas mãos.

E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação

ao nosso Deus, que está assentado

no Trono e ao Cordeiro” (Ap 7:9,10).

No entanto, o grupo de discípulos mencionado

em Apocalipse 14 é muito menor e

pode ser numerado – 144.000. Quer este

número seja literal ou simbólico (como é o

caso da maior parte do Livro do Apocalipse)

é irrelevante. A questão aqui é que é um

numero muito pequeno em comparação com

a grande multidão.

1. Verdadeiros e Fiéis

Este é o remanescente que foi verdadeiro

e fiel na terra. Eles foram testados e obtiveram

o certificado de aprovação de Deus.

O Próprio Deus certifica com relação a eles

que “eles se mantiveram puros... eles seguem

o Cordeiro onde quer que Ele vá...

nenhuma mentira [engano] se encontrou em

suas bocas... são irrepreensíveis” (Ap

14:4,5).

Estas são as primícias de Deus e compõem

a Noiva de Cristo. No Dia das Bodas

do Cordeiro ficará evidente a todos que realmente

valeu a pena sermos totalmente verdadeiros

e fiéis a Deus em todas as coisas –

tanto grandes quanto pequenas.

Naquele dia, o clamor no Céu será: “Regozijemo-

nos, e alegremo-nos e demos-Lhe

a glória, pois já são vindas as Bodas do

Cordeiro, e a Sua Noiva já se aprontou”

(Ap 19:7).

2. Obedeceram os Seus

Mandamentos

Os que buscaram o seu Próprio benefício

e honra na terra perceberão por completo,

somente naquele dia, quão grande foi de

fato a sua perda. Os que amaram pai ou

mãe, esposa ou filhos, irmãos e irmãs, as

suas próprias vidas, ou as coisas materiais

acima do Senhor, descobrirão naquele dia as

suas perdas eternas.

Aí então ficará evidente que os mais sábios

da terra foram os que obedeceram os

mandamentos de Jesus totalmente e que buscaram

de todo o coração caminhar como Ele

caminhou.

A honra vã do cristianismo será então

claramente vista como o lixo que é de fato.

Veremos então que o dinheiro e as coisas

materiais foram apenas os meios pelos

quais Deus nos testou para ver se nos qualificaríamos

para estarmos na Noiva de

Cristo.

Que os nossos olhos possam ser abertos

ainda agora, para vermos um pouco das

realidades que haveremos de ver claramente

naquele dia! A maior honra que qualquer ser

humano pode ter e encontrar um lugar dentre

os vencedores naquele dia – como alguém

que foi testado e aprovado pelo Próprio

Deus!

“Sem dúvida nenhuma, tenho também

por perda todas as coisas, pela excelência

1050 / SEÇÃOF1 F1.2– Deus Prova os Homens

do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;

pelo Qual sofri a perda de todas as

coisas, e as considero como esterco, para

que possa ganhar a Cristo.

“E seja achado n’Ele, não tendo a minha

retidão, que vem da lei, mas a que vem

através da fé em Cristo, a retidão que vem

de Deus pela fé.

“Para que eu possa conhecê-Lo e o poder

da Sua ressurreição, e a comunhão dos

Seus sofrimentos, sendo feito conforme a

Sua morte; se de alguma maneira eu puder

chegar à ressurreição dos mortos.

“Não como se já a tenha alcançado, ou

que seja perfeito; mas prossigo para alcançar

aquilo para o que também fui preso

por Cristo Jesus.

“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o

haja alcançado; mas uma coisa faço e que

é, esquecendo-me das coisas que atrás ficam,

e avançando para as que estão diante

de mim.

“Prossigo para o alvo, pelo prêmio do

excelso chamado de Deus em Cristo Jesus.

“Pelo que todos quantos já somos perfeitos

sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma

coisa doutra maneira, também Deus

vo-lo revelará” (Fp 3:8-15).

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”

(Lc 14:35).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

COROAS/GALARDÕES 1051

SEÇÃO F2

COROAS/GALARDÕES

Pesquisa e adaptação de Ralph Mahoney

“Se a obra de alguém permanecer,”

disse Paulo, “ele receberá um galardão.”

Examinemos agora estes galardões ou

“coroas”.

A. SALVAÇÃO VERSUS

GALARDÕES PARA OS

CRISTÃOS

Há uma enorme diferença entre a doutrina

da salvação para os perdidos e a doutrina

de galardões para os salvos.

1. A Salvação é Grátis

A salvação é “dádiva de Deus, e não

provém das obras” (Ef 2:8,9). A salvação é

recebida pela fé no que Jesus fez na Cruz.

“Este é o Meu sangue..., que foi derramado

par muitos para perdão dos pecados” (Mt

26:28).

“... Cristo morreu pelos nossos pecados

de acordo com as Escrituras” (1 Co

15:3).

Quando cremos que o sangue que Jesus

derramou na Cruz foi o pagamento total

pelos nossos pecados, passamos a ter a vida

eterna (Jo 3:36).

2. Os Galardões São Adquiridos

Os galardões são de acordo com as

obras do crente (Mt 26:27). Os versículos

bíblicos de 1 Coríntios 3:8-15 nos dão muitas

revelações sobre os galardões.

a. Galardoados Pelo Trabalho. Todo

crente será galardoado de acordo com o

seu Próprio trabalho (vs 8). Não trabalhamos

para recebermos a salvação.

b. Cooperadores de Deus. “Somos

cooperadores de Deus” (vs 9) – não para

obtermos a salvação, e sim os galardões.

Capítulo 1

O Tribunal de Cristo

Introdução

“Porque todos devemos comparecer

ante o Tribunal de Cristo, para que cada

um receba segundo o que tiver feito por

meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5:10).

A palavra grega correspondente a “Tribunal”

é bema, que significa uma “plataforma

elevada”. Ela NÃO se refere a um “Tribunal

de um Juiz”, onde um austero jurista

se assenta e decide que tipo de punição deve

ser dado a cada réu.

“Bema” era mais semelhante a uma plataforma

elevada, ou uma “arquibancada de

exames” onde os juízes de uma competição

ou corrida decidiam que tipos de GALARDÕES

deveriam ser dados a cada concorrente

ou corredor.

Cristo estará assentado naquele bema ou

“arquibancada de exames”. Se, após nascermos

de novo (Jo 3:3), vivermos uma vida de

fiel serviço ao Senhor, uma vida rica em boas

obras, Cristo nos galardoará em Seu Tribunal!

No Tribunal de Cristo seremos galardoados

– ou as nossas obras serão queimadas

como feno, e talvez tenhamos poucos ou

nenhum galardão.

“E se alguém edificar sobre este fundamento

ouro, prata, pedras preciosas, madeira,

feno, palha; a obra de cada um será

manifesta, pois o dia a declarará, porque

ela será revelada pelo fogo; e o fogo provará

qual é a obra de cada um.

“Se a obra de alguém se queimar, ele

sofrerá perda, mas ele Próprio será salvo

todavia como pelo fogo” (1 Co 3:10-15).

1052 / SEÇÃOF2 F2.1– O Tribunal de Cristo

c. Edificamos Sobre o Cristo. O crente

deve edificar sobre o Senhor Jesus Cristo

– o único fundamento (vs 11).

d. Escolha de Materiais. O crente tem

uma escolha de dois tipos principais de materiais

de construção: “ouro, prata, pedras

preciosas” – materiais eternos, ou: “madeira,

feno, palha” – materiais temporários

(vs 12; compare com 2 Co 4:18).

e. Recebe Galardão. O crente que

edifica sobre Cristo com materiais eternos,

“ouro, prata, pedras preciosas,” receberá

um galardão.

f. Não Recebe Galardão. O que edifica

sobre Cristo com materiais temporários,

“madeira, feno, palha”, não receberá nenhum

galardão. As obras de “madeira, feno,

palha” serão destruídas no “Tribunal de

Cristo” (2 Co 5:10) e o crente sofrerá perdas

– não a perda da salvação, mas a perda

da sua coroa ou do seu galardão.

3. ENVERGONHADOS

NA SUA VINDA

O Senhor Jesus Cristo deu a todos os

cristãos uma tarefa a ser feita. Se ignorarmos

os Seus mandamentos, ficaremos muito

tristes e assustados ao ficarmos diante

d’Ele no Juízo! Observe a admoestação de

João.

“Filhos, permanecei n‘Ele de maneira

que quando Ele aparecer, não fiqueis envergonhados

na Sua vinda” (1 Jo 2:28).

A palavra “permanecer” significa sermos

semelhantes a uma árvore cujas raízes se

aprofundam de maneira que ela possa produzir

muitos frutos. Precisamos estar profundamente

arraigados em Cristo (Veja João

15:5,8).

A palavra “envergonhados” significa “recuar

de medo e ficar desacreditado”.

Alguns crentes recuarão de Cristo, envergonhados

durante a Sua vinda, devido à

sua vida infrutífera. Foram infrutíferos porque

não estavam “profundamente arraigados”

em Cristo (Veja Colossenses 2:7;

Mateus 13:3-10,18-23).

No primeiro ano do seu ministério, um

pastor assentou-se à cabeceira de um amigo

que estava para morrer. Enquanto conversavam

sobre a partida para o lar celestial

daquele homem moribundo, lágrimas encheram

os seus olhos. O pastor pensou que o

seu amigo estivesse com medo de morrer e

tentou dizer-lhe algumas palavras de encorajamento.

O outro homem, no entanto, disse o seguinte:

“Não estou com medo de morrer.

Estou envergonhado de morrer.” Ele prosseguiu,

dizendo que Cristo era o seu Salvador,

mas que ele havia vivido uma vida para

si Próprio, e agora ele teria que encontrar-se

com o Senhor Jesus Cristo de mãos vazias.

A sua vida se avultava diante dele como

“madeira, feno, palha”. Ele era salvo, mas

tinha poucas obras de um aparente valor

eterno para oferecer ao Senhor (1 Co 3:15).

B. SETE COROAS QUE OS

CRISTÃOS PODEM RECEBER

1. A Coroa da Vida

“Bem-aventurado é o homem que persevera

nas tribulações, porque, depois de

ser provado, ele receberá a coroa da vida

que Deus prometeu aos que O amam” (Tg

1:12).

Este galardão poderia ser chamado de a

coroa dos que amam a Deus. Os que amam

a Deus usam as Suas bênçãos somente para

si Próprios ou oram somente para a sua

própria prosperidade e conforto, ou exigem

que Ele resolva todos os seus problemas?

Não, eles demonstram isto, suportando tribulações

por amor a Ele.

Através do seu amor por Deus, o crente

encontra forças para vencer as tentações e

perseverar quando chegam as tribulações.

Paulo disse: “Também nos gloriamos nas

tribulações”.

Será que nos gloriamos nas tribulações?

Podemos fazer isto apenas se “o amor de

Deus tiver sido derramado em nossos corações

pelo Espírito Santo” (Rm 5:3-5).

COROAS/GALARDÕES 1053

Sem amor por Deus no coração do crente,

as tribulações podem fazer com que ele

se torne amargurado e crítico. Talvez ele

perca a “coroa da vida” (Tg 1:12).

a. Fiéis Até a Morte. Todos os crentes

possuem a vida eterna (Jo 3:15,16), mas

nem todos os crentes serão galardoados com

a “coroa da vida”. Esta coroa será dada

aos que são “fiéis até a morte” (Ap 2:10).

Para receber a “coroa da vida”, o crente

precisa amar ao Senhor mais do que a sua

própria vida.

“Porque qualquer que quiser salvar a

sua vida [viver para o Próprio ego] perdêla-

á, mas qualquer que perder a sua vida

por amor de Mim e do Evangelho [viver

para Cristo a qualquer custo] esse a salvará”

(Mc 8:35).

Este galardão será dado aos que vivem

para Cristo e suportam as tentações no poder

do amor de Deus (1 Co 10:13).

2. A Coroa Incorruptível

“Não sabeis vós que numa corrida todos

os corredores correm, mas somente

um obtém o prêmio? Correi de tal maneira

a alcançar o prêmio.

“Todos os que competem nos jogos passam

por rigorosos treinamentos. Eles o fazem

para obterem uma coroa que não perdurará.

Nós, porém, o fazemos para recebermos

uma coroa que durará para sempre.

“Portanto, não corro como alguém que

corre sem objetivos, não luto como alguém

que dá murros no ar. Não, subjugo o meu

corpo e torno-o meu escravo a fim de que,

após ter pregado aos outros, eu Próprio

não seja desqualificado para o prêmio” (1

Co 9:24-27).

Paulo usa os jogos gregos para ilustrar a

corrida espiritual dos crentes. Eles corriam

para ganharem uma “coroa corruptível, mas

nós para ganharmos uma coroa incorruptível”

(vs 25). Nenhum rapaz poderia competir

num jogo a menos que fosse um cidadão

grego, nascido de pais gregos.

Nenhuma pessoa não-salva pode participar

do serviço do Senhor para obter galardões

– somente os nascidos de Deus estão

qualificados (Jo 3:3).

a. Corre Para Ganhar. A Coroa do

Corredor é dada ao cristão que se disciplina

e mantém o seu corpo e os seus desejos

físicos sob rigoroso controle. Exatamente

como um atleta se disciplina a fim de poder

ganhar a corrida, assim também corremos

na corrida que está diante de nós (Hb 12:1).

O atleta precisa negar muitos prazeres ao

seu Próprio corpo. Assim também o crente

precisa “disciplinar o seu corpo e subjugálo”,

ou ele será “desqualificado” (1 Co 9:27).

Ele não perderá a sua salvação, mas poderá

perder os seus galardões. Cristo tem

um galardão especial para o crente que luta

e combate para resistir as tentações. Eis aqui

como você pode ganhar a “coroa incorruptível”:

1) Negue-se a si Mesmo. O crente

precisa abster-se de tudo o que poderia oprimi-

lo ou retardá-lo (Hb 12:1).

2) Olhos em Cristo. O crente precisa

manter os seus olhos fixados em Cristo,

não olhando para a direita nem para a esquerda

(Hb 12:2).

3) Força no Senhor. O crente precisa

encontrar a sua força no Senhor (Ef 6:10-18).

4) Um Sacrifício Vivo. O crente precisa

entregar o seu corpo como um sacrifício

vivo ao Senhor (Rm 12:1,2).

5) Desobstruídos. O crente precisa,

pela fé, recusar qualquer coisa que poderia

impedir o seu progresso espiritual (Hb

11:24-29).

Não seja um espectador espiritual. Entre

na corrida e corra para ganhar a “coroa

incorruptível”.

3. A Coroa de Regozijo

“Qual é a nossa esperança, a nossa alegria,

a nossa coroa em que nos gloriaremos

na presença do nosso Senhor Jesus

em Sua vinda? Não sois vós [os tessalonicenses,

cuja obra missionária de Paulo havia

ganho para Cristo]?

1054 / SEÇÃOF2 F2.1– O Tribunal de Cristo

“Na verdade, vós sois a nossa glória e

regozijo” (1 Ts 2:19,20).

Esta coroa é concedida aos crentes que

persuadem os outros a crerem em Cristo

como seu Senhor e Salvador.

a. Dada aos Ganhadores de Almas. A

“coroa de regozijo” (vs 19) e a coroa do

ganhador de almas.

A maior obra que você tem o privilégio

de fazer para o Senhor é levar os outros ao

conhecimento de Cristo como Salvador.

Uma grande parte da sua alegria no Céu

será determinada pelas almas em que você

teve participação de levá-las a Cristo. Paulo

diz aos crentes tessalonicenses que eles

eram a sua “glória e regozijo”, naquela época,

e quando Jesus viesse.

b. Razões Para Ganharmos as Almas.

A Bíblia também dá as seguintes razões para

ganharmos as almas:

1) É Sábio. É sábio ganharmos as almas

para Cristo (Pv 11:30).

2) Um Ataque no Pecado. É um ataque

ao pecado ganharmos as almas para

Cristo (Tg 5:20).

3) Um Motivo de Alegria. É um motivo

de alegria no Céu ganharmos as almas

para Cristo (Lc 15:10).

4) Brilharão Para Sempre. Os ganhadores

de almas brilharão como as estrelas

para sempre (Dn 12:3).

c. Como Você Pode Ganhar Almas:

1) Testemunhe com a Sua Vida.

Viva de maneira que os outros possam ver a

Cristo em você (2 Coríntios 3:2, comparado

com Gálatas 2:20).

2) Testemunhe com a Sua Boca,

confiando que o Espírito Santo dará poder

à palavra falada (At 1:8).

3) Testemunhe, Dando dízimos e

ofertas, de maneira que os outros possam

pregar a Cristo, e você terá “frutos [galardões]

que abundem para a sua conta” (Fp

4:15-17; compare com 2 Co 9:6).

Deus prometeu que o seu trabalho não

será em vão no Senhor (1 Co 15:58). O ganhador

de almas não se alegrará sozinho.

Todo o Céu se alegrará com ele quando ele

receber a “coroa de regozijo” (1 Ts 2:19).

4. A Coroa de Retidão

“Mas tu... sofre as aflições, faz a obra

de um evangelista, cumpre todos os deveres

do teu ministério... desde agora a coroa

da retidão está guardada e o Senhor, o justo

Juiz, me dará naquele dia – e não somente

a mim, mas também a todos os que desejarem

ardentemente a Sua vinda” (2 Tm

4:5-8).

A “coroa da retidão” (vs 8) é um galardão

e não deve ser confundida com a “retidão

de Deus” que o crente recebe ao se

tornar um cristão. Colocamos a nossa fé e

confiança em Cristo porque “... Ele [Deus]

O [Cristo] fez pecado por nós, Aquele que

não conheceu nenhum pecado, para que

pudéssemos ser feitos retidão de Deus

n’Ele” (2 Co 5:21).

Esta retidão é atribuída a todos os salvos

pela graça através da fé. A “coroa da

retidão’’ é um galardão a ser adquirido pelos

salvos.

a. Eles Amaram a Sua Vinda. O apóstolo

ansiava pelo “Tribunal de Cristo” (2

Co 5:10), onde a “coroa da retidão” será

dada aos que “amaram a Sua vinda” (2

Tm 4:8).

Se o crente desejar ardentemente e amar

a Segunda Vinda de Cristo, isto afetará toda

a sua vida. Olhe só o impacto dinâmico que

esta verdade teve sobre a vida do Apóstolo

Paulo. Ele pôde dizer que:

1) Combateu o Bom Combate.

“Combati o bom combate” (2 Tm 4:7; compare

com 1 Co 15:32). Ele combateu numa

batalha espiritual em toda sua vida cristã e

venceu. Ele nunca se entregou aos inimigos

da retidão (Ef 6:12).

2) Terminou a Corrida. “Terminei

a corrida” (2 Tm 4:7). Ele tinha um caminho

a percorrer e não se desviou dos lugares

difíceis, nem olhou para trás (Lc 9:61,62).

Ele terminou a sua corrida com os seus olhos

fixados em Cristo (Fp 1:6).

COROAS/GALARDÕES 1055

3)Guardou a Fé. “Guardei a fé” (2

Tm 4:7). Ele pregou “todo o conselho de

Deus”, nunca traindo nenhuma das grandes

doutrinas bíblicas (At 20:24-31).

Você deseja ardentemente a Sua vinda?

Você cumpre todos os deveres do seu ministério

e evangeliza? Em caso afirmativo,

esta coroa é para você .

Como é importante para o crente aguardar,

com um coração de amor, a Segunda

Vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus

Cristo, a fim de poder receber a “coroa da

retidão” (2 Tm 4:8).

5. A Coroa de Glória

“Apascentai o rebanho de Deus, que está

entre vós... não por torpe ganância... Nem

assenhoreando-se da herança de Deus, mas

sendo exemplos ao rebanho.

“E quando aparecer o Sumo Pastor,

recebereis uma incorruptível coroa de glória”

(1 Pe 5:2-4).

a. Coroa do Pastor Fiel. A “coroa de

glória’’ (vs 4) é um galardão especial para

os pastores fiéis, obedientes, e chamados

por Deus. Eles receberão este galardão quando

“aparecer o Sumo Pastor”. Ela é eterna

e “incorruptível” (vs 4).

Todos os crentes podem compartilhar

da “coroa de glória” do pastor. “Quem

receber um profeta na qualidade de profeta

receberá um galardão de profeta” (Mt

10:41). Sustente o pastor que é chamado

por Deus, orando por ele e estimulando-o

na obra do Senhor.

Sustente o seu ministério com os seus

dízimos e ofertas (Ml 3:10), dando liberalmente

do seu tempo para o serviço do Senhor.

Deus o galardoará por sustentar o Seu

servo escolhido, permitindo que você compartilhe

do galardão do seu pastor. O pastor

adquirirá esta “coroa de glória”:

1) Proclamando a Palavra. Ele deve

proclamar a Palavra de Deus sem temores

nem privilégios, e, quando necessário, “convencer,

repreender, exortar, com toda longanimidade

e doutrina” (2 Tm 4:1-5).

2) Tomando a Supervisão Espiritual

da Igreja. O pastor é responsável diante de

Deus pela mensagem pregada à sua congregação.

Nenhum pastor deveria pregar para agradar

as pessoas, mas sim ao Senhor (Gl 1:10).

3) Sendo um Exemplo Para a Igreja.

Ele não deve servir para ganhar dinheiro.

No entanto, a igreja é responsável em cuidar

das suas necessidades materiais (1 Tm 5:18).

Ele deve ser um líder espiritual, e não um

ditador. Ele deve andar com Deus pela fé.

“E quando aparecer o Sumo Pastor, recebereis

a incorruptível coroa de glória” (1

Pe 5:4).

Alguns que são chamados de “pastor” e

que foram eleitos e pagos para serem os

principais administradores de igrejas institucionais

organizadas perderão esta coroa

devido a fracassos e pecados.

6. A Coroa do Vencedor

“... guarda o que tens, para que ninguém

receba a tua coroa. A quem vencer,

eu o farei...” (Ap 3:11,12).

O vencedor tem a promessa de receber

uma coroa se permanecer firme naquilo que

lhe foi dado por Deus.

É possível que você venha a perder a sua

coroa de vencedor. Aquilo que deveria ser dado

a você é recebido por uma outra pessoa.

Jacó recebeu o que pertencia a Esaú (Gn

25:33; 27:35,36). Matias recebeu o que pertencia

a Judas (At 1:20,26).

7. A Coroa do Mártir

“Nada temas das coisas que hás de padecer.

Eis que o diabo lançará alguns de

vós na prisão para que possais ser provados,

e tereis tribulações... sê fiel até a morte,

e dar-te-ei uma coroa...” (Ap 2:10).

Os que têm a grande honra de dar a vida

como mártires recebem esta coroa. O mártir

é alguém que é “... morto pela Palavra de

Deus e pelo testemunho que deram” (Ap

6:9).

Estevão foi o primeiro a receber esta coroa

(At 7:54-60).

1056 / SEÇÃOF3 F3.1– Líderes Infiéis

SEÇÃO F3

JULGAMENTO DE OBREIROS

INDISCIPLINADOS

Ralph Mahoney

ÍNDICE DESTA SEÇÃO

F3.1 - Líderes Infiéis

F3.2 - Líderes Fiéis

Tornam-se auto-suficientes e orgulhosos,

e há um engano no orgulho. Os desvios

carnais e egoísticos são tão graduais que os

líderes talvez nem notem que já estão muito

longe de Deus.

A. TRÊS INIMIGOS DAS OVELHAS

Em João 10, Jesus e os líderes de igreja

são igualados a pastores. As ovelhas simbolizam

os verdadeiros seguidores (crentes)

de Jesus. Jesus admoesta os Seus discípulos

a se defenderem contra três inimigos

principais das ovelhas, que são:

• ladrão,

• assaltante, e

• mercenário.

1. O Ladrão (João 10:1,8,10)

O ladrão é alguém que rouba sutil e

enganosamente. Ele geralmente entra de

noite, quando tudo está escuro e ele não

pode ser visto. Ele é furtivo sagaz, e enganoso

em suas maneiras. O ladrão é o diabo e

os líderes de igreja que são semelhantes a

ele (vs 10).

2. O Assaltante/Lobo (João 10:1,8)

O assaltante rouba pela força, atacando

os outros violentamente e tomando os seus

pertences. Eles sobrepuja a qualquer pessoa,

a qualquer hora, em qualquer lugar,

para tomar o que quiser. Os falsos profe-

Capítulo 1

Líderes Infiéis

Introdução

É com pesar e vergonha que precisamos

reconhecer que há muitas lideranças no cristianismo

que servem aos seus próprios interesses.

Isso sempre foi assim e ainda é um

dos mais sérios problemas na Igreja em todo

o mundo.

O Apóstolo Paulo reconheceu este problema

na sua época.

“Não tenho ninguém mais como Timóteo

que sinceramente cuide do vosso bemestar.

Porque todos buscam os seus próprios

interesses, e não os de Jesus Cristo” (Fp

2:20,21).

Dentre as centenas de líderes de igreja

que Paulo conhecia, ele tinha apenas um a

quem podia confiar as ovelhas – Timóteo –

o qual servia as ovelhas, e não a si Próprio.

Os outros líderes serviam aos seus Próprios

interesses.

Há homens e mulheres que possuem poderosos

ministérios dados pelo Espírito Santo.

Infelizmente, em vez de buscarem a face

de Deus com humildade, começam a buscar

aquilo que beneficia, ampara e promove os

“seus ministérios”. Eles usam e abusam dos

seus dons espirituais para o seu Próprio

benefício e glória.

JULGAMENTO DE OBREIROSINDISCIPLINADOS SEÇÃO3 / 1057

pela franca, verdadeira e reta percepção da

vontade de Deus.

Eles têm a coragem de Pedro. Ao ser tentado

por Simão a vender o seu dom, “Pedro

respondeu: Que o teu dinheiro pereça contigo,

porque pensaste que poderias comprar

o dom de Deus com dinheiro!” (At 8:20).

O dom de Deus nunca deveria estar disponível

“para ser alugado”. O ministério

não deveria estar “a venda”. Os pregadores

nunca deveriam permitir ser comprados nem

vendidos!

A direção de um verdadeiro profeta precisa

vir de uma percepção segura da vontade

de Deus. Uma revelação deste tipo somente

pode ser gerada de um compromisso

para com a integridade, a oração, a intercessão

e a busca da face do Senhor.

a. Exemplos de Mercenários

1) Um Levita. “Habita comigo, e sême

por sacerdote, e te darei dez moedas de

prata... e vestuário... Assim sendo, o levita

entrou” (Jz 17:10).

“E ele disse... assim me tem feito Mica e

me contratou, e sou o seu sacerdote” (Jz

18:4).

Juízes 17 e 18 relata a história do lastimável

levita que vendeu o seu ministério

por dez moedas e uma vestimenta. Ele violou

o importante princípio do verdadeiro

ministério. “Fostes comprados por bom

preço [o sangue de Jesus]; não vos façais

servos de homens” (1 Co 7:23).

Este sacerdote se vendeu para servir a

um homem por dinheiro. Ele se entregou

aos baixos padrões espirituais da época. Ao

fazer isto, ele desperdiçou a oportunidade

de elevar toda a Tribo de Dã a um nível de

pureza na adoração.

O jovem levita (sacerdote) queimou incenso

diante de ídolos, e, eventualmente,

corrompeu toda uma tribo.

Ele poderia ter mudado o curso dos acontecimentos

contra a idolatria e causado um

retorno da glória de Deus. No entanto, ele

escolheu as recompensas materiais, em vez

da utilidade espiritual. Este registro bíblico

tas, pastores, etc. são lobos (Mt 7:15; At

20:29).

3. O Mercenário (João 10:12,13)

O mercenário é alguém cujo único motivo

para trabalhar com as ovelhas é o dinheiro

ou o salário. “... o mercenário busca o

pagamento do seu trabalho” (Jo 7:2). É

somente um trabalho para ele. Ele é infiel

no cumprimento do seu dever.

O mercenário foge assim que percebe o

lobo se aproximando. A sua atitude é de

auto-preservação. Assim sendo, ele foge

quando o inimigo se aproxima (Jo 10:12).

O mercenário não se interessa realmente

pelas ovelhas do rebanho de Deus (Jo

10:13).

Paulo cita este problema em sua Segunda

Carta a Igreja de Corinto: “Diferentemente

de muitos, não mascateamos a Palavra

de Deus para recebermos lucro. Pelo

contrário, em Cristo falamos diante de Deus

com sinceridade, como homens enviados

de Deus” (2 Co 2:17).

Paulo não queria ser semelhante aos que

transformam num comércio ou profissão os

seus ministérios da Palavra de Deus. Ele

queria ser um homem de sinceridade.

Paulo arrumava um emprego e trabalhava

com as suas próprias mãos para se sustentar

– antes, até mesmo, de dar a aparência

de ser um mercenário (At 18:3; 1 Co

4:12).

Infelizmente, tem havido uma tendência

na sociedade ocidental de se transformar

numa profissão os ministérios que

Deus nos deu. Existem pessoas que somente

ministram se grandes multidões e

quantias em dinheiro forem prometidas de

antemão.

Os que estabelecem este tipo de condições

são geralmente levados a enganos e pecados,

e fazem com que outros se desviem

no processo.

Os verdadeiros homens ou mulheres de

Deus não se associam a este tipo de padrões

egoísticos, mas são dirigidos somente

1058 / SEÇÃOF3 F3.1– Líderes Infiéis

poderia ter sido muito diferente, mas ele

fracassou! O que poderia ter acontecido

nunca aconteceu de fato!

A idolatria triunfou. O julgamento veio e

a nação foi eventualmente levada para o cativeiro.

Vendendo o seu chamado e o seu

ministério, o levita abriu a porta para o julgamento

e a destruição. Não cometa este

erro fatal!

Deus não chama nem unge os líderes

para os seus próprios ganhos egoísticos,

mas sim para o bem dos outros e a

Sua glória.

Qualquer outra atitude ou motivação somente

causa a nossa perda espiritual – e

talvez a dos outros – como na nossa história

do levita acima.

2) Geazi. A história de Eliseu curando

o general sírio Naamã contém uma seqüência

chocante. Depois de mergulhar sete

vezes no Rio Jordão, como Eliseu o havia

instruído, o general foi purificado da sua

lepra.

“Aí então Naamã e toda a sua comitiva

voltou ao homem de Deus. Ele ficou diante

dele e disse: Agora sei que não há nenhum

Deus em todo o mundo, a não ser em Israel.

Por favor aceite agora uma dádiva do

seu servo.

“O profeta respondeu: tão certamente

quanto o SENHOR vive, a Quem sirvo, não

aceitarei nada. E muito embora Naamã insistisse,

ele recusou” (2 Rs 5:15,16).

Eliseu sabia que era errado usar o dom

de Deus para benefícios Próprios. Se Eliseu

tivesse aceitado dinheiro, Naamã não teria

conhecido nada sobre o generoso caráter de

Deus.

Deus nos dá de graça e espera que venhamos

a dar de graça aos outros. O mandamento

de Jesus foi: “Purificai os leprosos...

de graça recebestes, de graça dai”

(Mt 10:8). Eliseu havia obedecido esta

injunção.

Vale ressaltarmos que a reputação e o

respeito pelos evangelistas com dons de cura

de hoje em dia seriam grandemente intensificados

se eles seguissem o exemplo da atitude

de Eliseu. Infelizmente, parece que

muitos deles comercializam os seus dons

para receberem o máximo retorno financeiro

possível. Que tristeza! Em alguns casos,

parece que possuem o espírito de Geazi em

vez do espírito de Eliseu.

Geazi, servo de Eliseu, viu o que Eliseu

havia feito e decidiu ir atrás do ouro e das

vestimentas de Naamã para o seu Próprio

ganho pessoal.

“Assim sendo, Geazi correu atrás de

Naamã. Quando Naamã o viu correndo em

sua direção, desceu da carruagem para

encontrá-lo...

“Geazi respondeu... Por favor dá-me

um talento de prata e duas mudas de roupa.

“Certamente! Toma dois talentos, disse

Naamã. Ele insistiu para que Geazi os aceitasse...

Quando Geazi voltou... ele pegou

as coisas. ..e as depositou na casa...

“Aí então ele entrou e ficou diante do

seu senhor, Eliseu. Onde estiveste Geazi?

Perguntou Eliseu. O teu servo não foi a

parte alguma, respondeu Geazi.

“Eliseu, porém, Lhe disse: Porventura

o meu espírito não foi contigo quando o

homem desceu da carruagem para encontrá-

lo?

“... A lepra de Naamã se apegará a ti e

aos teus descendentes para sempre. Aí então

Geazi saiu da presença de Eliseu e ficou

leproso, branco como a neve” (2 Rs

5:20-27).

Geazi obteve o ouro, as vestimentas – e

a lepra de Naamã! É isto o que acontece

com os que querem ganhar dinheiro com os

dons de Deus e que são cobiçosos.

3) Balaão. “... Balaão... amou a recompensa”

(2 Pe 2:15). O profeta Balaão

vendeu o seu ministério pela posição (Nm

22:17) e o dinheiro.

Balaão foi talvez o profeta mais eloqüente

de toda a Bíblia. Suas sublimes palavras revelaram

verdades realmente estarrecedoras

sobre Deus.

JULGAMENTO DE OBREIROSINDISCIPLINADOS SEÇÃO3 / 1059

Por que então foi ele julgado como um

falso profeta? Por que então foi ele apedrejado

até a morte em julgamento?

Não foi pelo fato de suas profecias serem

falsas, e sim porque as suas motivações

estavam misturadas. Balaão buscou a

glória e o ouro. Quando os representantes

do Rei Balaque vieram a Balaão, as instruções

do Senhor foram claras:

“E Deus disse a Balaão: não irás com

eles... E os príncipes voltaram a Balaão e

disseram: Assim disse o Rei Balaque: Que

nada, rogo-te, te impeça de vir a mim:

“Pois promover-te-ei com grande honra,

e farei o que quer que me disseres. Vem

portanto, rogo-te... (Nm 22:12,16,17).

Deus havia dado ao profeta Balaão claras

instruções para NÃO ir ao Rei Balaque

para ser o seu profeta contratado. Balaão,

no entanto, continuou a insistir que Deus

Lhe permitisse ir.

Balaão queria desesperadamente o dinheiro,

o prestígio e a honra que o Rei

Balaque havia oferecido. Ele continuou insistindo

que o Senhor o deixasse ir.

“... Balaão... mataram com a espada”

(Nm 31:8). O amor pela posição e o dinheiro

custaram a Balaão a sua própria vida. As

suas profecias eram verdadeiras mas as suas

motivações eram falsas. Ele morreu sob juízo

divino.

Quando o que queremos é contrário à

Sua Palavra e vontade, o pior julgamento

que Deus pode nos enviar é permitir que

tenhamos aquilo em que insistimos. Balaão

aprenderia esta trágica lição sobre Deus.

“Ele lhes deu o seu pedido, mas fez definhar

as suas almas” (Sl 106:15).

Se levantarmos ídolos em nosso coração,

o Senhor até mesmo enviará profetas

que “... através de suaves palavras e lisonjas

enganam os corações dos símplices’’

(Rm 16:18).

Deus frustra as pessoas cujas motivações

no ministério estão erradas.

“E por este motivo Deus lhes enviará

um forte engano para que creiam numa

mentira, para que todos eles possam ser

condenados, os que não creram na verdade,

mas tiveram prazer na iniqüidade” (2

Ts 2:11,12).

O profeta Ezequiel explicou isto. “Portanto,

fala com eles e dize-lhes: É isto o

que diz o Soberano SENHOR: Quando qualquer

israelita levantar ídolos em seu coração

e puser uma perversa pedra de tropeço

diante da sua farsa para então ir a

um profeta, Eu Próprio, o SENHOR, Lhe

responderei de acordo com a sua grande

idolatria “ (Ez 14:4).

Irmos a um profeta com ídolos em nosso

coração faz com que Deus somente nos

confirme mais ainda em nossos pecados e

desobediência, e acabamos como Balaão.

Eu já disse ao Senhor: “Senhor! Eu preferiria

que Tu me matasses, em vez de me

enganares.

Por favor não permitas que eu imponha

a minha própria vontade quando ela for contraria

à Tua vontade. “Faz com que eu conheça

a Tua vontade e a cumpra.” Espero

que esta seja também a sua atitude e oração.

4) Judas. O Apóstolo Judas vendeu a

Cristo por 30 moedas de prata e nunca viveu

para gastá-las. Ele se suicidou (Mt 27:3-

10). Como é perigoso permitirmos que a

cobiça e o amor pelo dinheiro venham a dominar

a nossa vida!

b. Exemplos de Outros Motivados

Pela Cobiça

1) Ananias e Safira. Safira e Ananias

mentiram ao Espírito Santo com relação ao

dinheiro e sofreram a sentença de morte (At

5:1-11).

2) Simão, o Feiticeiro. Simão, o feiticeiro,

tentou comprar o poder de Deus

para transmitir o Espírito Santo através da

imposição de mãos e foi julgado de acordo

com a sua falta (At 8:12-24).

3) Os que Fazem do Ministério um

Negócio. Os que compram e vendem no

Templo (que comercializam os seus dons

ou ministérios) enfrentarão um julgamento

severo (Mt 21:12; Mc 11:15; Lc 19:45; Jo

1060 / SEÇÃOF3 F3.1– Líderes Infiéis

2:15). Terminarão com a marca, o nome e o

número do Anticristo (Ap 13:17).

B. ARMADILHAS A SEREM

EVITADAS

O diabo tem três armadilhas simples para

trazer a reprovação e a destruição aos líderes

de igreja:

• O amor pelas posições (orgulho –

poder – controle).

• O amor (imoral) pelas mulheres (em

adultério/fornicação).

• O amor pelo dinheiro. Esta última

armadilha é colocada para os mercenários.

“Pois o amor pelo dinheiro é a raiz de

todos os males; e nessa cobiça alguns se

desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos

com muitas dores” (1 Tm 6:10).

“Nenhum servo pode servir a dois mestres...

não podeis servir a Deus e a

Mamom” (Lc 16:13).

“Mamom” significa “dinheiro, riquezas,

prosperidade material”. Infelizmente, muitos

líderes de igreja servem a Mamom. Os

que seguem a Jesus (especialmente os líderes

de igreja) precisam renunciar à cobiça

e ao amor pelo dinheiro (Lc 14:33; 1 Tm

3:3).

“Se não fostes fiéis no... dinheiro, quem

vos confiará as verdadeiras riquezas?” (Lc

16:11).

As verdadeiras riquezas representam os

dons e virtudes espirituais: a unção para

pregarmos, ensinarmos, curarmos, etc. Jesus

ensinou que o uso correto ou errôneo

do dinheiro era uma forma de se identificar

um ministério verdadeiro ou falso.

Milhares de líderes de igreja possuem

um espírito mercenário e exploram o rebanho

de Deus. Eles tosquiam as ovelhas, em

vez de alimentá-las.

1. A Armadilha de Ordenarmos e

Reinvindicarmos Pela Fé

Precisamos ser muito cuidadosos com

relação a “ordenarmos e reinvindicarmos

pela fé” qualquer coisa que talvez queiram.

Há um perigo em qualquer ensinamento que

subentenda que podemos possuir qualquer

coisa que confessarmos se possuirmos suficiente

fé.

Alguns pegam um único versículo e o

isolam como base para os seus ensinamentos

ou doutrina. Por exemplo: Alguns dizem que

Jesus nos ensinou que podemos possuir

qualquer coisa que desejarmos. “Se pedirdes

qualquer coisa em Meu nome, Eu o farei”

(Jo 14:14).

Você acredita que se pedisse a Deus uma

prostituta para satisfazer a sua concupiscência

Deus concederia este desejo? Será

que você pode pedir que Deus mate alguém

que você não gosta e Ele o fará? Obviamente,

temos que tomar as palavras de Jesus no

contexto de “... todo o conselho de Deus”

(At 20:27). Precisamos “fazer o melhor

passível para nos apresentarmos a Deus

como alguém aprovado, um obreiro que

manuseia corretamente a palavra da verdade”

(2 Tm 2:15).

Na ilustração usada acima, demonstramos

como as palavras de Jesus podem ser

distorcidas para se justificar uma oração

carnal. Até mesmo o próximo versículo diz:

“Se Me amais, guardai os Meus mandamentos”

(Jo 14:15).

Se O amamos, jamais pediremos qualquer

coisa contrária à Sua vontade e a Seus

mandamentos. É isto o que chamamos de

“MODIFICADOR”. Tomamos um versículo

que queremos interpretar e procuramos

outros versículos da Bíblia sobre o mesmo

assunto.

a. Precisamos de Todo o Conselho

de Deus. Quando reunimos todos os

versículos, temos “... todo o conselho de

Deus” sobre o assunto. Por exemplo, Tiago

fala sobre dois problemas na oração:

“Não tendes porque não pedis a Deus.”

Uns deixam de orar e pedir a Deus por suas

necessidades, e ficam carentes.

“Quando pedis, não recebeis, porque

pedis com motivações erradas, para que

JULGAMENTO DE OBREIROSINDISCIPLINADOS SEÇÃO3 / 1061

possais gastar o que recebeis em vossos prazeres”

(Tg 4:2,3). Outros oram com motivações

erradas e por cobiça e concupiscência

– e não recebem.

Além disso, João nos ensina o seguinte:

“... esta é a confiança que temos n’Ele, que,

se pedirmos qualquer coisa de acordo com

a Sua vontade, Ele nos ouvirá:

“E se sabemos que Ele nos ouve... sabemos

que temos as petições que Lhe fazemos”

(1 Jo 5:14,15).

A nossa compreensão de João 14:14 é

assim modificada através das epístolas de

Tiago e João.

Compreendemos que precisamos pedir

com as motivações corretas e pedir as coisas

que estejam de acordo com a vontade de

Deus. Com estes “MODIFICADORES” em

mente, “se pedirdes qualquer coisa em Meu

nome, Eu o farei” (Jo 14:14), ou seja, “...

todo o conselho de Deus.”

Tenho visto muitos líderes de igreja orando

erroneamente porque queriam agradar às

pessoas em vez de agradar ao Senhor.

É de fato muito mais sábio que a palavra

e a vontade de Deus sejam reveladas através

do Espírito de Deus antes de orarmos

erroneamente ou de expressarmos publicamente

uma palavra profética.

Um dos maiores perigos para os indivíduos

que foram dotados pelo Espírito Santo

de palavras proféticas e milagres são as

pessoas a quem ministram.

b. Evite Prostituir os Dons Espirituais.

Há um grande número de indivíduos

neste mundo que querem um “desempenho

por ordens” com relação aos dons do Espírito

Santo. Eles não ficam contentes a menos

que haja uma demonstração dramática

de um poder miraculoso.

Lembramo-nos do Rei Herodes que queria

que Jesus aparecesse diante dele e executasse

um milagre desses (Lc 23:5-16).

Seria um “desempenho por ordens” para

satisfazer a sua curiosidade.

Este mesmo Herodes também fez com

que, certa vez, Salomé executasse uma dança

obscena diante dele e dos seus convidados

para satisfazer os seus desejos concupiscentes

(Mc 6:19-29). Salomé “prostituiu”

ou vendeu a sua beleza por um preço

– a cabeça de João Batista. Ela estava disposta

a desempenhar de acordo com as ordens

recebidas.

Este, no entanto, não era o caso de Jesus!

Há quarenta anos atrás, os Estados Unidos

se encontravam no meio de um grande

movimento de reavivamento e curas. Dezenas

de evangelistas atravessavam a nação

com grandes reavivamentos em tendas e cruzadas

de curas. Muitos deles eram ministérios

genuínos e válidos.

Contudo, quando eu era jovem, fiquei

profundamente angustiado. Alguns deles

aparentemente estavam dispostos a prostituírem

os seus dons espirituais em troca do

orgulho e do lucro – da fama e da fortuna.

Estavam dispostos a desempenhar o seu

papel por um preço.

Alguns até mesmo afirmavam que o poder

de cura de Deus viria se as pessoas dessem

o seu dinheiro para sustentar o evangelista.

Tragicamente, enquanto estou escrevendo

isto, a mesma coisa está acontecendo

novamente. Os evangelistas da televisão

estão usando os seus dons para receberem

dinheiro para si Próprios e para a sua própria

glória.

Clamei a Deus por uma resposta. Por

que havia esta tamanha falta de pureza e

sinceridade por parte do povo e também

dos ministros? O Senhor me deu a seguinte

passagem bíblica:

“Alguns dos fariseus e mestres da lei

Lhe disseram: Mestre, gostaríamos de ver

um milagre como um sinal de Ti.

“Jesus respondeu: Somente os ímpios e

adúlteros [infiéis] procuram um milagre ou

sinal, mas isto não lhes será dado” (Mt

12:38,39).

Em outras palavras, havia líderes infiéis

dispostos a “prostituírem” ou venderem os

seus ministérios a fim de satisfazerem os

1062 / SEÇÃOF3 F3.1– Líderes Infiéis

desejos carnais dos seus seguidores. Havia

também os que queriam ver ou receber um

milagre e que estavam dispostos a pagar

por este privilégio.

Jesus rejeitou tanto os compradores

como os vendedores. A concupiscência maligna

que fez com que Herodes pagasse pela

dança obscena de Salomé era a mesma raiz

de carnalidade de onde veio o desejo de se

ver um milagre.

Herodes (como muitos hoje em dia) somente

queria satisfazer a sua curiosidade

carnal. Jesus não teria parte nenhuma nisto.

Que Deus possa guardar os líderes de servirem

a esta clamorosa carnalidade hoje em

dia!

Uma vez mais Deus está querendo Se

mover com poder através dos Dons do Seu

Espírito. Ele quer um testemunho em

que tanto a obra quanto o obreiro tragam

honra ao Seu Santo Nome.

2. A Armadilha do Orgulho

Religioso e das Posições

Deus deseja levantar nestes últimos dias

santos profetas de oração. Com o ministério

profético, no entanto, encontra-se o grande

perigo do orgulho religioso e das posições.

Eu gostaria de compartilhar com vocês

algumas revelações espirituais que Deus me

deu através dos anos com relação a este problema.

Há algum tempo atrás fui convidado para

falar numa igreja. Fui apresentado como um

“grande profeta de Deus”.

Creio totalmente nos cinco ministérios

dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores,

e mestres no Corpo de Cristo

Contudo, quando me perguntam o que

sou, digo-lhes que não sei de fato. Eu simplesmente

me vejo como “uma voz clamando

no deserto” (Jo 1:23). Não é necessário

para mim portar um título para fazer a vontade

de Deus. À medida que Ele me mostra

a Sua vontade dia após dia, semana após

semana, e mês após mês, simplesmente tento

fazer a Sua obra.

Confesso que fico preocupado com relação

às honras e títulos, e com a auto-unção

que os líderes de igreja usurpam para si

próprios. Fico também temeroso com relação

às pessoas que às vezes dão elogios

floreados aos que são chamados por Deus

ao ministério.

Fico preocupado devido ao perigo do

orgulho que pode acompanhar um sublime

chamado de Deus e a sua resultante posição

social proeminente.

Não estou dizendo que deveríamos desrespeitar

os líderes de igreja. Certamente

não estou dizendo que nunca deveríamos

honrar os que se encontram em posições de

responsabilidade na liderança. O que estou

dizendo é que deveríamos ser muito

cuidadosos para não exaltarmos nem

elevarmos as pessoas a uma posição onde

sejam destruídas pelo orgulho devido a

elogios desnecessários.

a. Procure Uma Descrição de Tarefas

e Não um Título. É interessante observarmos

no Novo Testamento que os termos

apóstolo, profeta, evangelista, pastor,

e mestre (Ef 4:11) nunca eram usados como

títulos. Eles eram simplesmente usados para

se descrever uma feição no Corpo de Cristo.

No mundo do trabalho chamamos isto

de uma “descrição de tarefas”. Os mecânicos,

carpinteiros e encanadores – todos

possuem diferentes funções que executam

e trabalhos que podem fazer. Não apresentamos

alguém como “o grande e honorável

encanador João”, mas simplesmente

pelo seu nome.

Esta mesma coisa deveria ser aplicável

às pessoas com ministérios no Corpo de

Cristo. As suas funções não deveriam ser

usadas como um título. Se alguns o fazem,

não os estou condenando. Simplesmente

creio que isto pode ser uma perigosa armadilha

com relação ao orgulho das posições.

O mais famoso evangelista na Igreja, em

âmbito mundial, é Billy Graham. Talvez

você tenha notado que sempre que alguém

JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS SEÇÃO F3 / 1063

da equipe evangelística de Billy Graham o

apresenta, é simplesmente como o “Sr.

Graham”.

Outros talvez o chamem de “Dr. Graham”

e acrescentam muitas palavras de honra e

estima. No entanto, Billy Graham não presta

atenção a estas palavras de elogio porque

ele não necessita delas. Ele prefere servir ao

Senhor com humildade.

Seu desejo é simplesmente ser o que

Deus quer que Ele seja e fazer o que Deus

quer que Ele faça. Ele está seguro no chamado

de Deus para a sua vida. Nada mais é

necessário. Estas são as marcas de um verdadeiro

e humilde servo do Senhor. Oro para

que elas possam ser nossas também.

Não necessitamos de uma “posição e

título” oficiais e formais no Corpo de Cristo

a fim de servirmos ao Senhor. João Batista

não tinha nada disto. Ele nem ao menos

sabia como responder algumas das perguntas

dos que Lhe indagavam sobre a sua

identidade. O Apóstolo João registra esta

interessante conversação: “Ora isto é o que

João Batista disse quando os judeus de

Jerusalém enviaram sacerdotes e levitas

para Lhe perguntarem quem ele era. Ele

disse abertamente que não era o Cristo

[Messias].

“Eles Lhe perguntaram: então quem és?

És tu Elias? Ele disse: não sou. És tu o

profeta? Ele respondeu: não.

“Finalmente perguntaram-lhe: Quem és

tu? Dá-nos uma resposta para levarmos

de volta aos que nos enviaram. O que dizes

de ti mesmo?” (Jo 1:19-22).

João respondeu com as palavras do Profeta

Isaías: “Sou a voz do que clama no

deserto: Endireitai o caminho para o Senhor”

(Is 40:3).

Moisés havia profetizado e predito 1500

anos antes que o Senhor Deus levantaria

algum dia um outro “profeta como ele mesmo”

(Dt 18:18). O profeta Malaquias havia

dito que “Elias viria antes do grande e

terrível dia do Senhor’’ (Ml 4:5). Assim

sendo, o povo de Israel estava aguardando a

vinda deste grande profeta semelhante a

Moisés e Elias.

Quando perguntaram a João se ele era

este profeta (semelhante a Moisés e Elias),

ele disse que era apenas “a voz do que clama

no deserto”.

Após a morte de João, Jesus nos diz que

João Batista tinha um manto (a unção) de

Elias (Mt 17:11-13). Parece que Jesus sabia

quem João era, mas o próprio João não

sabia estes fatos sobre si mesmo!

Para crédito seu, João fazia o que Deus

Lhe dizia. E Deus realmente falava com João.

Ele podia dizer intrepidamente: “Deus me

disse...!”

João Batista não precisava de um título

ou reconhecimento de quem ele era. Ele somente

precisava ouvir e obedecer a voz de

Deus.

João Batista não se preocupava com o

seu título e posição entre os homens. Ele

simplesmente fazia a vontade de Deus. Ele

entregou a sua vida, quando ainda jovem,

provavelmente com 30 ou 31 anos de idade.

Não é de se admirar que as Escrituras digam

que ele seria chamado de “o profeta do

Altíssimo... e prepararia o caminho diante

do Senhor... no Espírito e poder de Elias”

(Lc 1:17,76).

Tenhamos CUIDADO COM A ARMADILHA!

Capítulo 2

Líderes Fiéis

A. SINAIS DOS VERDADEIROS

APÓSTOLOS

1. Não Servem a si Próprios

O PRIMEIRO sinal de um verdadeiro

apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou

mestre é o seguinte: Ele não usa os Dons do

Espírito ou o seu ministério dado por Deus

de uma maneira que venha a servir ou salvar

a si Próprio. Ele somente usa estes dons

quando o Espírito Santo o guia e o dirige.

1064 / SEÇÃOF3 F3.2– Líderes Fiéis

Quando Jesus estava pendurado na Cruz,

um dos escárnios lançados sobre Ele foi o

seguinte: “Ele salvou os outros, mas não

consegue salvar a Si Próprio!” (Mt 27:42).

E isto era realmente verdade! Jesus não

usaria o Seu ministério no intuito de servir

ou salvar a Si Próprio. Ele não podia salvar

a Si Próprio!

2. Passam por Sofrimentos

EM SEGUNDO LUGAR, o verdadeiro apóstolo,

profeta, evangelista, pastor ou mestre

está disposto a passar por sofrimentos e

dificuldades para cumprir o ministério que

Cristo Lhe deu. Esta é a atitude que o Apóstolo

Paulo tinha.

“Portanto, tenho prazer nas enfermidades,

nas repreensões, nas necessidades, nas

perseguições, nas angústias por amor a

Cristo... pois quando estou fraco, então sou

forte” (2 Co 12:10).

Todo ministério que honra a Cristo tem

esta mesma atitude. “A vossa atitude deveria

ser a mesma que a de Cristo Jesus” (Fp

2:5).

B. EXEMPLOS DE LÍDERES FIÉIS

1. Elias – Um Profeta Fiel

“Então Elias... disse a Acabe: Assim

como o SENHOR, o Deus de Israel vive, a

Quem sirvo, não haverá orvalho nem chuva...

exceto pela minha palavra” (1 Rs

17:1).

À medida que esse julgamento profeticamente

declarado continuou por vários

anos, a terra de Israel enfrentou uma terrível

seca e fome.

Tudo foi bem com Elias por algum tempo.

Deus o havia dirigido a um riacho onde

ele poderia beber. Deus também enviou corvos

para fornecerem a Elias pão e carne todas

as manhãs e noites. Foi um quadro razoavelmente

pacífico. Em vista dos problemas

que os outros estavam enfrentando

durante esta época de seca e fome, Elias até

que não estava se saindo muito mal.

Contudo, com o passar do tempo, o riacho

finalmente secou e Elias tornou-se uma

vítima de sua própria profecia! Pão seco

sem nenhuma água não é um piquenique

muito agradável. Ele talvez tenha sido tentado

a ordenar que chovesse.

Se ele tivesse agido com base neste desejo,

ele claramente teria estado fora da vontade

de Deus. Deus ainda não havia dito a

Elias para dar a ordem para a chuva. Se tivesse

falado quando deveria ter estado em

silêncio, uma dentre duas coisas poderia ter

acontecido:

Deus não teria honrado a palavra, porque

ele teria “pedido erroneamente” – isto

é, independentemente da vontade de Deus

(Tg 4:3). Se ele tivesse feito isto, Elias teria

se tornado um profeta inútil e egoísta.

Deus teria honrado a palavra, mas isto

poderia ter terminado a história toda. Elias

talvez teria perdido o “milagre do fogo procedente

do Céu” e se encontrado com “magreza

de alma” (1 Rs 18:30-39; Sl 106:13-

15).

Semelhantemente ao Senhor Jesus durante

a Sua tentação no deserto (Mt 4:1-4),

Elias recusou-se a usar o seu dom para satisfazer

a sua própria sede e fome. Ele aguardou

que Deus viesse e Lhe dissesse quando

usar o seu dom profético. Somente então

ele falaria a palavra do Senhor e terminaria a

seca.

Deus, no entanto, é fiel. O registro diz

simplesmente: “Aí então a palavra do Senhor

veio a Elias: Vai imediatamente a Sarepta,

de Sidom, e permanece lá. Ordenei a

uma viúva daquele lugar que te fornecesse

comida” (1 Rs 17:8,9).

Pelo fato de tanto Elias quanta a viúva

terem obedecido a palavra do Senhor, ambos

foram galardoados pela bênção e provisão

de um sábio e amoroso Deus.

A necessidade deles tornou-se a oportunidade

para que o Senhor executasse o milagre

do “óleo e da farinha” que salvou as

suas vidas.

Ambos poderiam ter perdido este milaJULGAMENTO

DE OBREIROS INDISCIPLINADOS SEÇÃO F3 / 1065

gre através da incredulidade ou de falarem

quando deveriam estar em silêncio, ou por

terem estado em silêncio quando deveriam

ter falado.

Elias nos deu um bom exemplo. Ele não

usava o seu dom de poder para resolver os

seus próprios problemas ou suprir as suas

próprias necessidades. Ele mantinha o dom

sob a disciplina da vontade e do controle de

Deus.

2. Três Líderes de Igreja Fiéis

“Os presbíteros... exorto... Apascentai

o rebanho de Deus que está dentre vós...

não por torpe lucro [dinheiro]... E quando

o Sumo Pastor aparecer, recebereis uma

coroa de glória...” (1 Pe 5:1-4).

a. Paulo. O Apóstolo Paulo era um líder

com um verdadeiro coração de pastor.

Ele poderia ter recebido legitimamente um

sustento financeiro das igrejas (1 Co 9:17,18;

1 Tm 5:17,18).

Para dar um exemplo, ele se sustentava a

si próprio. “Mesmo até o presente momento,

nós... labutamos, trabalhando com as

nossas próprias mãos...” (1 Co 4:11,12).

Ele não era um mercenário. “Não cobicei

a prata, o ouro, nem as vestimentas de

ninguém... vós sabeis que com as minhas

próprias mãos tenho suprido as minhas

necessidades...” (At 20:33-35).

b. Pedro. Quando ofereceram dinheiro

a Pedro, ele retrucou: “... O teu dinheiro

pereça contigo, porque pensaste que o dom

de Deus pode ser adquirido com dinheiro”

(At 8:20). Você tem o compromisso de ser

um líder semelhante a Pedro? Você deveria

ter. Todos os verdadeiros líderes do povo

de Deus continuamente se guardam contra

o espírito mercenário e odeiam o “amor pelo

dinheiro”.

c. Timóteo. Paulo disse: “Mas confio

no Senhor Jesus que vos enviarei Timóteo...

Porque a ninguém tenho de igual sentimento,

que naturalmente cuide do vosso

estado. Pois todos [o restante] buscam os

seus Próprios interesses...” (Fp 2:19-21).

Estas devem ser as palavras mais tristes

do Novo Testamento – “Todos buscam os

seus próprios interesses...” Paulo conseguiu

encontrar apenas um líder cujas motivações

eram puras e claras para enviar como

auxiílio à Igreja de Filipos.

C. GALARDÕES OU JULGAMENTO

O Senhor disse o seguinte: “... não vos

preocupeis, dizendo: O que haveremos de

comer ou beber, ou com que nos vestiremos...

O vosso Pai Celestial sabe que tendes

necessidades de todas estas coisas. Mas

buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua

retidão, e todas estas coisas vos serão

acrescentadas” (Mt 6:31-33).

1. Galardoados por um Serviço Fiel

Deus abençoará os que entregam a vida

por Jesus para servirem os outros. Ele suprirá

as suas necessidades liberalmente e

tomará conta dos Seus servos.

Deus não nos chamou para irmos onde

há mais dinheiro. Ele nos chamou para irmos

onde quer que o Espírito Santo nos

dirija.

Talvez seja para um povo difícil, como

foi o chamado de Jeremias (Jr 6:19), ou para

um povo que corresponda prontamente,

como foi o caso de Jonas (Jn 3:5-10). O que

realmente importa é que façamos com alegria

a santa vontade de Deus, motivados

por um coração amoroso. Este deve ser o

supremo compromisso de nossa vida!

2. Julgados Pela Infidelidade

“Nem todos os que Me dizem: Senhor,

Senhor, entrarão no Reino do Céu, mas somente

aqueles que fazem a vontade do Meu

Pai que Se encontra no Céu.

“Muitos Me dirão naquele dia: Senhor,

Senhor, porventura não profetizamos em

Teu Nome, e em Teu Nome não expulsamos

demônios e fizemos muitos milagres?

“Aí então lhes direi claramente: Nunca

vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que

praticais a iniqüidade!” (Mt 7:21-23).

1066 / SEÇÃOF3 F3.2– Líderes Fiéis

O seu galardão baseia-se no que você

fez para Cristo na terra e COMO (com quais

motivações) você o fez. O uso do poder de

Cristo para curar, expulsar demônios e profetizar

– e ao mesmo tempo vivendo nas

impurezas carnais do amor pelo dinheiro,

amor pelo louvor dos homens, e uma vida

de imoralidade – trazem o julgamento divino.

Qual é este julgamento?

O julgamento neste grupo de ministros

cristãos foi o seguinte: “APARTAI-VOS DE

MIM!”

A questão é a proximidade – quão perto

você pode chegar de Jesus no Céu. Se

você não ficar perto de Jesus no seu caminhar

e em sua obra na terra, você não ficará

perto d’Ele no Céu.

a. Apartai-vos de Mim. Durante uma

época de apostasia em Israel, a maioria dos

sacerdotes tornaram-se idólatras e sacrificaram

a ídolos. Os FILHOS DE ZADOQUE

permaneceram fiéis e continuaram perto do

Senhor.

Quando chegou o tempo de prestação

de contas, o julgamento sobre os sacerdotes

apóstatas foi o seguinte: “...os levitas que

se apartaram para longe de Mim... que se

desviaram para longe de Mim para seguirem

os seus ídolos; levarão sobre si a sua

iniqüidade... não se aproximarão de

Mim...”

No entanto, os que foram fiéis e permaneceram

leais tiveram o seguinte galardão:

“Mas os sacerdotes... os filhos de Zadoque,

que guardaram a ordenança do Meu santuário

quando os filhos de Israel se apartaram

de Mim, eles se aproximarão de Mim

para ministrarem a Mim e eles permanecerão

diante de Mim... diz o Senhor DEUS”

(Ez 44:10-15).

O julgamento pela desobediência e pelo

fracasso foi a recusa à SUA presença. Este é

um privilégio que não quero perder.

O galardão pela obediência e fidelidade

não foi o Céu neste caso. Foi o privilégio da

Sua presença. “Eles se aproximarão de

Mim... diz o Senhor!” Isto é o que deveríamos

desejar mais do que qualquer outra coisa

nesta vida e na eternidade – estarmos

perto de Jesus.

Quão perto você estará de Jesus no Céu?

Tão perto quanto você permanecer aqui na

terra. Se você caminhar em concupiscências

pecaminosas, cobiçar dinheiro, e desejar

os louvores dos homens mais do que os

de Deus (Jo 12:43), Jesus dirá: “APARTAIVOS

DE MIM!”. Você sofrerá a perda de

todos os galardões, e o fogo queimará todas

as suas obras (Veja 1 Coríntios 3:10-15; 1

João 2:28).

Se você caminhar em fidelidade ao seu

chamado e ministério, se você mantiver a

integridade e as motivações retas, Jesus o

galardoará com um lugar ao Seu lado em Seu

Trono (Ap 3:21). Você desfrutará da Sua

presença íntima por toda a eternidade.

D. O JULGAMENTO DO CRENTE

“Não muitos de vós deveriam ter a aspiração

de serem mestres, meus irmãos,

porque sabeis que os que ensinam serão

julgados mais rigorosamente” (Tg 3:1).

“Porque todos devemos comparecer

ante o Tribunal de Cristo, para que cada

um receba segundo o que tiver feito por

meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co

5:10).

A Bíblia ensina que os líderes e crentes

terão que algum dia prestar contas no “Tribunal

de Cristo” pelas coisas feitas no

Corpo, quer sejam boas ou más. Com relação

ao julgamento do crente, os seguintes

fatos deveriam ser mantidos em mente:

1. Todos os Cristãos

Todos os cristãos estarão sujeitos a um

julgamento. Não haverá nenhuma exceção

(Rm 14:12; 1 Co 3:12-15; 2 Co 5:10).

2. Quando Cristo Voltar

Este julgamento acontecerá quando

Cristo voltar para a Sua Igreja (Veja João

JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS SEÇÃO F3 / 1067

14:3 e compare com 1 Tessalonicenses

4:14-17).

3. O Juiz é Cristo (João 5:22; 2

Timóteo 4:8)

4. Solene e Sério

A Bíblia retrata o julgamento do crente

como sendo algo solene e sério, especialmente

pelo fato de incluir a possibilidade

de danos ou “perdas” (1 Co 3:15 comparado

com 2 Jo 8), de “ficarmos envergonhados

diante d’Ele em Sua vinda” (1 Jo 2:28),

e de “queima” de todo o trabalho de nossa

vida (1 Co 3:13-15). O julgamento do crente,

no entanto, não envolverá uma declaração

de condenação por Deus.

5. Tudo Manifesto Publicamente

Tudo será manifesto publicamente. A

palavra “aparecer” (no grego phaneroo, 2

Co 5:10) significa “ser manifesto aberta ou

publicamente”.

Portanto, Deus examinará e revelará abertamente,

de forma fiel à realidade:

a. Os Nossos Atos Secretos (Mc 4:22;

Rm 2:16),

b. O Nosso Caráter (Rm 2:5-11),

c. As Nossas Palavras (Mt 12:36,37),

d. As Nossas Boas Obras (Ef 6:8),

e. As Nossas Atitudes (Mt 5:22),

f. As Nossas Motivações (1 Co 4:5),

g. A Nossa Falta de Amor (Cl 3:18-

4:1), e

h. A Nossa Obra e Ministério (1 Co

3:13).

6. Prestação de Contas

Em suma, o crente terá que prestar contas

do nível da sua fidelidade ou infidelidade

para com Deus (Mt 25:21,23; 1 Co 4:2,5)

e de suas ações, conforme a graça, oportunidade

e compreensão disponíveis a ele (Lc

12:48, Jo 5:24).

7. As Obras do Crente

As más ações do crente, quando há um

arrependimento, são esquecidas com relação

à punição eterna (Rm 8:1), mas ainda

são levadas em consideração ao serem

julgadas para uma recompensa: “O que faz

o mal receberá pelo mal que cometeu” (Cl

3:25, comparado com Ec 12:14; 1 Co 3:15;

2 Co 5:10). As boas obras e o amor dos

crentes são relembrados por Deus e galardoados

(Hb 6:10): “Qualquer coisa boa que

alguém fizer, por ela também receberá do

Senhor’’ (Ef 6:8).

8. Ganho ou Perda

Os resultados específicos do julgamento

do crente serão variados. Haverá o ganho

ou a perda de:

a. Alegria (1 Jo 2:28),

b. Aprovação Divina (Mt 25:21),

c. Tarefas e Autoridade (Mt 25:14-

30),

d. Posição (Mt 5:19; 19:30),

e. Galardões (1 Co 3:12-14; Fp 3:14;

2 Tm 4:8), e

f. Honra (Rm 2:10, comparado com 1

Pe 1:7).

9. Tema ao Senhor

A expectativa do julgamento vindouro do

cristão deveria aperfeiçoá-lo no temor do

Senhor (2 Co 5:11; Fp 2:12; 1 Pe 1:17) e

fazer com que ele seja sóbrio, vigilante, e que

ore (1 Pe 4:5,7), que viva com um comportamento

santo e com retidão (2 Pe 3:11), e que

demonstre misericórdia e bondade a todos

(Mt 5:7, comparado com 2 Tm 1:16-18).

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

Seção G

ESCATOLOGIA

G1: As Últimas Coisas

G1.1- Os Últimos Dias ......................................................................... 1071

G2: Adoção

G2.1- Adoção e Filiação ....................................................................... 1079

G

Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

AS ÚLTIMASCOISAS SEÇÃOG1 / 1071

SEÇÃO G1

AS ÚLTIMAS COISAS

Ralph Mahoney

Pedro disse que as profecias de Joel com

relação ao “eschatos” estavam começando

a se cumprir quando o Espírito foi derramado

no Cenáculo cinqüenta dias após a crucificação

de Jesus.

No contexto mais amplo, então, os “últimos

dias” começaram no Pentecostes, no

ano 33 D.C. A maioria das pessoas acreditam

que os “últimos dias” terminam quando

Jesus voltar novamente à terra.

A. NOVE EVENTOS ASSOCIADOS

COM OS ÚLTIMOS DIAS

Os seguintes versículos englobam a maioria

(nove) dos eventos associados com os

últimos dias.

A proeminência do som “da trombeta”

deveria ser observada. O último festival celebrado

por Israel, a cada, ano no final da

sua estação de colheita (O Festival dos

Tabernáculos) começava com o tocar das

trombetas (Lv 23:24; Nm 29:1).

Este festival era um quadro-vivo profético

que retratava os últimos dias da Era da

Igreja. Eis algumas das coisas que acontecerão:

1. A Volta de Cristo

“Porque o Próprio Senhor descerá do

Céu com um grito, com a voz do arcanjo, e

com a trombeta de Deus: e os mortos em

Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4:15,

16).

“Eis que vos mostro um mistério: Nem

todos morreremos, mas todos seremos

transformados,

“Num momento, num piscar de olhos,

Capítulo 1

Os Últimos Dias

Introdução

OBSERVAÇÃO: Para mais ensinamentos

sobre os Últimos Dias e a Vinda do Senhor,

veja o Capitulo 6, A Festa das Trombetas,

na Seção C10.

Há vários pontos de vista conflitantes

dentre os cristãos com relação à maneira de

se interpretar as afirmações bíblicas sobre

o final da Era da Igreja e os eventos subseqüentes.

O estudo disto é chamado de “Escatologia”

e provém da palavra grega “eschatos”,

que é traduzida por “último(s) dia(s)”, ou

“tempo final” em nossas Bíblias.

Cinco vezes no Evangelho de João Jesus

usa esta palavra com relação à ressurreição

dos justos mortos:

“... Eu levantarei no último dia” (Jó

6:39,40,44,54; 11:24). Neste contexto,

“eschatos” seria uma referência à época

da Sua Segunda Vinda à terra, “...na última

trombeta... os mortos serão ressuscitados

incorruptíveis, e seremos transformados”

(1 Co 15:52). “Pois o Próprio

Senhor descerá do Céu... e os mortos

em Cristo ressuscitarão primeiro” (1

Ts 4:16).

Um texto bem útil é Atos 2:16,17 na

Bíblia Amplificada: “Isto é o início daquilo

que foi falado pelo profeta Joel... E acontecera

nos últimos dias, diz Deus, que derramarei

do Meu Espírito sobre toda carne...”

1072 / SEÇÃOG1 G1.1– Os Últimos Dias

uma grande parte das suas anotações a interpretações

escatológicas (Scofield e Dakes,

citando apenas duas delas).

Ao estudarmos o Novo Testamento, percebemos

a curiosidade dos discípulos de Jesus

com relação aos tempos finais. “E, estando

Ele assentado no Monte das Oliveiras,

chegaram-se a Ele os Seus discípulos,

em particular, dizendo: Dize-nos quando

serão essas coisas, e que sinal haverá da

Tua vinda e do fim do mundo” (Mt 24:3).

A parte mais importante da resposta de

Jesus a esta indagação encontra-se em

Mateus 24:14: “E este Evangelho do Reino

será pregado em todo o mundo, em testemunho

a todas as nações; e aí então virá o

fim.”

A palavra grega traduzida por “Nações”

e ethnos – que significa os grupos étnicos

nao-judaicos (os gentios). Os tradutores

ingleses usaram todas as seguintes palavras

para traduzirem ethnos: gentios, pagãos,

nação, nações, povos. Nas nações ocidentais,

os missiologistas agora citam ethnos

como sendo “grupos étnicos”.

Poucos comentaristas enfatizam que o

final da era depende de o Evangelho ser pregado

a todos os grupos étnicos.

Jesus era consistente em tentar desviar

o interesse dos Seus discípulos do “doce

porvir” para o “carente presente”. Em Atos

1 lemos sobre a tentativa de Jesus de preparar

os apóstolos para a tarefa à frente

deles (a evangelização do mundo).

Ele lhes deu instruções sobre o recebimento

do poder do Espírito. Qual foi a resposta

deles? Exatamente como a maioria dos

líderes de igreja, eles tiveram uma pergunta

escatológica e estavam pouco interessados

nas responsabilidades do presente.

Observe em Atos 1:6-8: “Quando, portanto,

se reuniram, perguntaram-Lhe, dizendo:

Senhor, restaurarás neste tempo o

reino a Israel?

“E Ele lhes disse: Não vos pertence saber

os tempos ou as estações, que o Pai estabeleceu

em Seu Próprio poder.

na última trombeta: pois a trombeta tocará

e ...

2. Os Mortos Ressuscitarão

“... os mortos ressuscitarão incorruptíveis,

e...

3. Os Vivos Serão Transformados

“... seremos transformados” (1 Co 15:

51,52).

“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta e

houve grandes vozes no Céu, dizendo...

4. Cristo Reina

“Os reinos deste mundo tornaram-se os

reinos de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele

reinará para todo o sempre” (Ap 11:15).

5. Nações Iradas

“E iraram-se as Nações, e...

6. A Ira de Deus

“... veio a Tua ira, e...

7. Os Mortos Julgados

“... o tempo dos mortos, para que sejam

julgados, e...

8. Galardões Dados

“... a fim de dares o galardão aos Tens

servos, os profetas, e os santos, e os que

temem o Teu nome , pequenos e grandes, e...

9. Os Pecadores Destruídos

“... para destruíres os que destroem a

terra” (Ap 11:18).

Estas nove coisas são os eventos principais

que acompanham a consumação da Era

da Igreja e a vinda da Era Milenarista ou do

Reino.

B. UM BREVE EXAME DA

ESCATOLOGIA

1. Não Fique Demasiadamente

Absorto

Há várias Bíblias inglesas que dedicam

AS ÚLTIMASCOISAS SEÇÃOG1 / 1073

“Mas recebereis poder depois que o Espírito

Santo vier sobre vós: E sereis testemunhas

para Mim, tanto em Jerusalém,

como em toda a Judéia, e Samaria, e até os

confins da terra.”

A Sua resposta foi uma repreensão branda

pela curiosidade carnal deles com relação

ao futuro e a apatia deles com relação ao

atual programa de Deus para a Era da Igreja.

“...Não vos pertence saber os tempos ou as

estações...”

Um assunto sério estava diante deles.

Eles deveriam ser “... testemunhas [no grego

= “mártires”] a Ele até os confins da

terra.” É óbvio que Jesus tinha muito mais

interesse na salvação atual dos perdidos do

que no estímulo da curiosidade carnal com

relação ao futuro (escatologia).

Jesus não quer que o líder de igreja desenvolva

uma ênfase e interesse indevidos

ao tentar delinear os detalhes dos últimos

dias. É bem melhor que você esteja “... tratando

dos negócios do Seu Pai” (Lc 2:49),

esforçando-se para “... pregar o Evangelho

onde Cristo ainda não foi anunciado”

(Rm 15:20).

2. As Opiniões Escatológicas

se Diferem

a. “Daquela História”. Há várias opiniões

conflitantes. A opinião imediatista

ou “daquela história” refere-se às profecias

do Livro do Apocalipse, por exemplo,

como que totalmente relacionadas com a

própria época de João, o Revelador.

Os que mantêm esta posição acreditam

que o que João viu e registrou no Apocalipse

já foi cumprido, e, portanto, não é algo

para a nossa preocupação contemporânea.

Os estudiosos “liberais” (a maioria dos quais

não crê nos milagres registrados na Bíblia)

amplamente apóiam esta opinião.

b. “Toda a História”. A opinião histórica

ou “de toda a história” considera

as visões do Livro do Apocalipse como sendo

uma pré-estréia da história da época de

João até o final da Era da Igreja. A maioria

dos reformadores protestantes apoiavam

esta opinião.

Dentre estes, alguns acreditavam que

cada uma das sete igrejas de Apocalipse 2 e

3 representava uma previsão progressiva

de sete períodos que se desenrolariam desde

a época de João até o final da Era da

Igreja.

Por exemplo, o que lemos sobre a primeira

das sete igrejas (Éfeso) revelaria como

a Igreja seria nos últimos anos da vida de

João, no fim do primeiro século.

O que foi escrito sobre a última das sete

igrejas (Laodicéia) revelaria como seria a

Igreja na última parte da Era da Igreja, pouco

antes de Jesus voltar à terra. As outras

representariam os períodos entre Éfeso (a

primeira) e Laodicéia (a última).

O seguinte é um exemplo da explanação

de um escritor sobre esta opinião:

“As sete cartas foram escritas a assembléias

de crentes históricas e verdadeiras

que existiam no final do primeiro século na

província da Ásia – oeste da Turquia de

hoje.

“As cartas foram entregues às sete igrejas.

Eram cidades verdadeiras e igrejas verdadeiras.

“Havia, obviamente, naquela época, muitas

outras igrejas cristãs em cidades como

Roma, Corinto, Colossos e assim por diante.

“Estas sete, na providência de Deus, nos

fornece um microcosmo (modelo em miniatura)

de todas as igrejas de todas as épocas,

e, portanto, são representativas. Semelhantemente,

os problemas que estas sete igrejas

enfrentaram são hoje enfrentados pelas

igrejas em níveis diversificados. Através

dessas cartas podemos aprender quais são

as qualidades que desagradam a Deus e o

que Cristo advoga para remediar essas situações.

“Alguns também viram nessas igrejas

uma qualidade profética, isto é, que neste

livro de profecias elas prefiguram as sete

características dominantes de toda a Igreja

1074 / SEÇÃOG1 G1.1– Os Últimos Dias

na terra através das várias eras até que o

Senhor volte. Estas eras sugeridas, retrocedendo-

se do presente, são as seguintes:

• Éfeso – Igreja Apostólica

• (30-100 D.C.)

• Smirna – Igreja Perseguida

• (100-313 D.C.)

• Pérgamo – Igreja Estatal

• (313-590 D.C.)

• Tiatira – Igreja Papal

• (590-1517 D.C.)

• Sardo – Igreja da Reforma

• (1517-1730 D.C.)

• Filadélfia – Igreja Evangelística

• (1730 D.C. até o Arrebatamento)

• Laodicéia – Igreja Apostata

• (1900 D.C. até a Segunda Vinda)

“Cristo escreveu às sete igrejas locais

porque cada uma dessas congregações era

um corpo com governo próprio. Uma igreja

local pode ser afiliada a uma comunidade, a

uma denominação, ou a uma sociedade

corporativa mais ampla, mas Deus considera

a liderança responsável pelos ensinamentos

da sua congregação.”

O segredo do estudo de cada carta é reconhecermos

o problema principal de cada

igreja, da maneira identificada pelo Senhor,

e aí então considerarmos como todos os detalhes

da carta – a aparência de Cristo, Suas

admoestações e promessas de galardões –

se relacionam com esse problema.

c. “Acima da História”. A opinião poética

ou “acima da historia” vê o profeta

descrevendo de uma maneira dramática o

triunfo certo de Deus sobre todos os poderes

malignos.

Ela tem pouco ou nada a ver com o futuro,

ou com a história. Ela representa um

“drama” do triunfo final do bem sobre o

mal.

3. As Visões Milenaristas Diferem

A palavra “milênio” significa “um período

de mil anos”. Este período de 1000

anos é, citado seis vezes em Apocalipse

20.

São as opiniões milenaristas que geralmente

causam a maioria dos conflitos

quando falamos das últimas coisas ou últimas

dias. Elas se centralizam na interpretação

do reinado de 1000 anos de Cristo, o

Milênio (Ap 20).

Será que Cristo voltará antes do Milênio

(Opinião Premilenarista)? Após o Milênio

(Opinião Posmilenarista)? Ou será que o

Milênio é basicamente figurativo – não literal

(Opinião Amilenarista)?

Os intérpretes conservadores estão divididos

em quatro categorias:

• Posmilenarista;

• Amilenarista;

• Premilenarista Dispensacional; e

• Premilenarista Histórico.

Todos estes quatro grupos são literalistas

se podemos definir a palavra “literal”como

sendo a “interpretação das palavras em suas

designações normais e apropriadas”. Há até

mesmo uma divisão dentre os intérpretes

conservadores entre os literalistas rígidos e

os moderados.

a. Pós-Milenarismo. Uma opinião

popular na primeira parte do Século Vinte é

chamada de Pós-Milenarismo. Este grupo

está convencido do crescimento da Igreja

Cristã pelo poder do Espírito até que ela

traga a condição milenarista sobre a terra.

b. Amilenarismo. Uma outra opinião

adotada por muitos devotos estudiosos

da Bíblia é chamada de Amilenarismo.

Este grupo acredita que as profecias feitas

a Israel são cumpridas na Igreja. Se

estas profecias são cumpridas desta maneira,

então nenhum milênio na terra é necessário.

c. Premilenarismo. Há diferentes opiniões

premilenaristas.

1) O Premilenarismo Dispensacional

especifica uma interpretação literal

exata, especialmente com o que tem a ver

com Israel, a Igreja e o futuro.

De acordo com esta opinião, Israel e a

Igreja são dois povos separados, que não

devem ser misturados nem confundidos, já

AS ÚLTIMASCOISAS SEÇÃOG1 / 1075

que Deus tem dois programas: um para Israel

e um para a Igreja.

O programa teocrático de Deus com Israel

foi interrompido quando Israel rejeitou

a Cristo. Portanto, Deus voltou-Se para a

Igreja para realizar o Seu propósito redentor.

Isto será cumprido (completado) no

Milênio.

Aí então Deus retomará o Seu programa

teocrático com Israel, sendo que a própria

nação de Israel governará sobre as nações

da terra com uma Monarquia Davídica restaurada

na Palestina.

Haverá um trono literal, uma restauração

literal do Templo, uma restauração literal da

ordem sacerdotal da época do Antigo Testamento,

e um reinício literal do sistema de

sacrifícios. Todas as promessas do Antigo

Testamento serão literalmente cumpridas.

Esta opinião divide as Escrituras de acordo

com as classes de pessoas (Israel ou a

Igreja). Ela insiste que nenhuma passagem

bíblica isolada pode ter uma aplicação básica

a duas dispensações ao mesmo tempo.

O Arrebatamento Pré-Tribulacional é

proveniente do conceito deles sobre a Igreja

– ela não pode encontrar-se na terra quando

os propósitos terrenos de Deus começarem

novamente a restaurar o literal reinado

terreno de Cristo de acordo com a

opinião deles sobre as Alianças Abraâmica

e Davídica.

2) A opinião que adota o Arrebatamento

Pré-Tribulacional é dispensacional,

arraigada no principio de interpretação

que separa a Igreja do plano redentor total

de Deus. A Igreja precisa ser “arrebatada”

(removida) do mundo antes da “Grande Tribulação”

porque ela não faz parte do Reino.

O Reino encontrar-se-á em seu estágio

inicial de restauração através do remanescente

de Israel que sobreviver à tribulação.

A Igreja é removida da terra no Arrebatamento.

O período de tribulação de sete

anos que se segue é dividido em dois períodos,

com cada um deles durando três anos

e meio.

Durante o primeiro período, Israel entra

numa aliança com o Anticristo, que a quebra

no final.

O segundo período começa quando Satanás

capacita o Anticristo, e “o tempo da

aflição de Jacó” é derramado sobre o mundo.

Durante estes sete anos de tribulação, o

Evangelho do Reino (que os proponentes

desta teoria distinguem do Evangelho da

Graça) é pregado. Um remanescente eleito

de Israel, totalizando 144.000, sobrevive à

tribulação para tornar-se o Reino, para o

qual Cristo volta após os sete anos.

O reinado milenarista é inegavelmente

judaico: a consumação do plano de Deus

para Israel; o cumprimento literal das profecias

do Antigo Testamento; Cristo estará

num trono físico; e todas as nações serão

subservientes a Israel.

Alguns dizem que a Igreja voltará para a

terra no início destes mil anos e viverá sobre

a terra durante este período. Outros, no

entanto, dizem que a Igreja permanecerá na

Cidade Santa, a qual estará pairando (como

um satélite) sobre a terra. O Templo deve

ser reconstruído, e os sacrifícios devem ser

reinstituídos. A relação deste sistema sacrificial

com a morte de Cristo é “comemorativa”,

e não “antecipatória”.

A “abençoada esperança” para os dispensacionalistas,

aparentemente, é que

Cristo arrebatará a “Igreja parentética” a

fim de poder reinar através de Israel, e não

da Igreja.

(A Igreja é citada como sendo “parentética”

porque, de acordo com esta opinião, a

Igreja é um fenômeno temporário, existindo

somente entre o Dia de Pentecostes e o Milênio).

De acordo com esta opinião, a Igreja organizada

sobre a terra é apóstata. Os dispensacionalistas

logo fizeram distinção entre

a “verdadeira Igreja” e a “cristandade – a

igreja organizada”. A “verdadeira Igreja” era

composta somente das pessoas nascidas de

novo e salvas. Somente alguns dentre mui1076

/ SEÇÃOG1 G1.1– Os Últimos Dias

tos cristãos professos estão incluídos. Assim

sendo, a “verdadeira Igreja” poderia ser

descrita somente em termos do relacionamento

do crente com Cristo, e não em termos

da estrutura organizada.

3) O Premilenarismo Histórico é

uma opinião entre o Amilenarismo e o

Dispensacionalismo.

Esta opinião tenta combinar os aspectos

futuros e presentes do Livro do Apocalipse.

A besta de Apocalipse 13 é refletida

primeiramente no imperador romano, mas

é finalmente apresentada como um Anticristo

pessoal no fim dos tempos.

Apocalipse 19 descreve, em termos simbólicos

apocalípticos, a Segunda Vinda de

Cristo para destruir o mal satânico personalizado

em Roma e no Anticristo.

Isto é retratado como uma batalha sangrenta,

mas a única arma é a palavra procedente

da boca do Messias vencedor (Ap

19:15). O Milênio é um intervalo de tempo

na realização do domínio redentor de Deus

(o Reino de Deus).

4. Conceitos Fundamentais

Para se Estudar

Alguns conceitos fundamentais a serem

considerados no estudo das últimas coisas

são os seguintes: A Segunda Vinda de Cristo,

O Milênio, O Arrebatamento, A Tribulação,

O Julgamento do Grande Trono Branco.

Esta não é uma ilustração completa de

todas as opiniões diversificadas. Tampouco

temos o propósito de decidirmos pelo estudante

da Bíblia. Seria melhor se isto fosse

feito através do estudo, da oração, e do Espírito

Santo.

Pelo fato de existir esta enorme variedade

de sínteses (combinações de pontos de

vista), quase todo estudioso da Bíblia adota

alguma opinião escatológica distinta.

No entanto, uma coisa a história provou:

muito raramente esteve correto alguém

que tivesse feito predições com relação aos

eventos do “final dos tempos” ou o que a

Bíblia quer dizer ao descrever os “últimos

dias”.

5. Três Coisas Certas

As três coisas das quais podemos estar

certos são as seguintes:

a. A Fidelidade Traz o Galardão. Se

nos ocuparmos com o que Ele nos disse

para fazermos durante a Era da Igreja, receberemos

o elogio final: “... Muito bem, bom

e fiel servo. Foste fiel no pouco, sobre o

muito te colocarei. Entra no gozo do teu

Senhor” (Mt 25:23).

b. Os que o Esperam Verão. Se (continuarmos

“esperando” por Ele, nós O veremos.

“... Aos que O aguardam, Ele aparecerá

pela segunda vez, não para lidar

com o pecado desta vez, mas para levar a

uma plena salvação aos que O aguardam

avidamente” (Hb 9:28). NÃO espere pelo

Anticristo, e sim por Jesus!

c. O Tempo de Deus e Não o Nosso.

Deus vai realizar a obra toda de acordo com

a Sua Própria vontade e propósito, e em

Seu Próprio tempo. Ele não vai consultar

os nossos “quadros proféticos” quando estiver

pronto para fazer o que a Bíblia fala

em Apocalipse sobre os últimos dias.

6. A Consumação

A consumação começará quando o anjo

anunciar: “Não haver a mais demora!” (Ap

10:6).

“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta e

houve no Céu uma grande voz que dizia:

Os reinos deste mundo passaram a ser os

reinos do nosso Senhor e do Seu Cristo; e

Ele reinará para todo o sempre.

“E iraram-se as nações, e veio a Tua

ira, e o tempo dos mortos para que sejam

julgados, e o tempo de dares o galardão

aos Teus servos, os profetas, e aos santos,

e aos que temem o Teu nome, pequenos e

grandes, e o tempo de destruíres os que

destroem a terra’’ (Ap 11:15,18).

“Regozijemo-nos e alegremo-nos... Porque

vindas são as bodas do Cordeiro, e a

AS ÚLTIMASCOISAS SEÇÃOG1 / 1077

Sua Esposa já se aprontou... Bem-aventurados

os que são chamados à ceia das bodas

do Cordeiro...” (Ap 19:7,9).

C. OPINIÃO PREMILENARISTA

DISPENSACIONAL REFUTADA

A opinião “Premilenarista Dispensacional”

– que substitui a Igreja por Israel e restaura

um templo judaico, o sacerdócio levítico,

e o sacrifício de animais – é especialmente

problemática.

1. Jesus Mudou o Sacerdócio

Deus fez um juramento de que Jesus mudaria

o sacerdócio de Levi para Melquisedeque

– PARA SEMPRE.

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente

se faz mudança da lei” (Hb

7:12).

“Porque o Senhor jurou [com relação a

Cristo]: Tu és um sacerdote para sempre

segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb

7:17; Sl 110:4).

“Mas este Homem [Jesus], porque permanece

eternamente, tendo um sacerdócio

imutável” (Hb 7:24).

“Portanto, Ele pode também salvar perfeitamente

os que por Ele se chegam a Deus,

já que Ele vive para sempre para fazer intercessão

por eles” (Hb 7:25).

2. O Sacrifício de Jesus Foi

Para Todas as Épocas

Não foi algo para ser substituído por

sacrifícios de animais “comemorativos”.

“Pois Ele nunca necessita do sangue diário

dos sacrifícios de animais, como aqueles

sumo-sacerdotes [do Antigo Testamento],

para primeiramente cobrirem os seus próprios

pecados, e, em seguida, os pecados

do povo; pois Ele terminou todos os sacrifícios,

de uma vez por todas, quando Se

ofereceu a Si Próprio” (Hb 7:27).

3. A Nova Aliança Substituiu

a Antiga

A Nova Aliança substituiu a Antiga Aliança

com promessas melhores, um sacerdócio

melhor e um sacrifício melhor.

“Porque Deus fala de ‘uma nova aliança’,

Ele envelheceu a primeira. Pois a antiga

está desatualizada agora e foi colocada

de lado para sempre” (Hb 8:13).

“... Ele remove a primeira para poder

estabelecer a segunda” (Hb 10:9).

Estes versículos parecem refutar claramente

algumas das idéias adotadas por alguns

“Premilenaristas Dispensacionais’’.

Parece muito improvável que jamais venhamos

a ver um dia um templo judaico

novamente, com sacrifícios de animais. Jesus

predisse o fim do Templo e a sua destruição

(Lc 21:6). Qual seria o propósito de

um Templo restaurado? “... O Altíssimo não

habita em templos feitos com mãos...” (At

7:48; 17:24).

4. Os Reis e Sacerdotes

Reinam com Cristo

“Se sofrermos, também haveremos de

reinar com Ele...” (2 Tm 2:12).

“... Com o Teu sangue compraste homens

para Deus de toda tribo, e língua, e

povo, e nação. Tu os fizeste reis e sacerdotes

para servirem ao nosso Deus, e reinarão

sobre a terra” (Ap 5:9,10).

Os que reinam com Cristo são chamados

de reis e sacerdotes. Estes reis e sacerdotes

são os que estão dispostos a sofrerem

por Cristo, provenientes de todas

as tribos, línguas e nações (no grego =

ethnos, que significa um grupo étnico

gentio).

Os doze apóstolos do Cordeiro possuem

um relacionamento especial com as doze tribos

de Israel. “... Quando o Filho do Homem

Se assentar no Trono da Sua glória,

também vos assentareis sobre doze tronos,

julgando as doze tribos de Israel” (Mt

19:28).

Contudo, no que se refere às nações gentias,

o privilégio de se reinar e do sacerdócio

é compartilhado pelos indivíduos de todas

as Nações que se qualificarem.

1078 / SEÇÃOG1 G1.1– Os Últimos Dias

cessem, tinham a promessa de que receberiam

um lugar com Cristo em Seu Trono.

Isto colocaria em duvida a idéia de que

um grupo geopolítico chamado Israel governaria

o mundo. Os judeus e gentios que

estiverem numa união correta com Cristo

compartilharão do Seu Trono. Eles serão

reis e sacerdotes (exatamente como Melquisedeque).

“Ao que vencer Lhe concederei que se

assente Comigo em Meu Trono, assim como

Eu venci e Me assentei com o Meu Pai no

Seu Trono” (Ap.3:21).

O versículo acima foi escrito à Igreja de

Laodicéia “... Envia-o às sete igrejas que

estão na Ásia... a Laodicéia’’ (Ap 1:11).

Esta igreja era principalmente constituída

de gentios asiáticos. Contudo, se venADOÇÃO

SEÇÃOG2 / 1079

SEÇÃO G2

ADOÇÃO

Ralph Mahoney

discernirem tanto o bem como o mal” (Hb

5:14).

A. COLOCADO COMO UM FILHO

Quando um rapaz cresce e atinge a maturidade

nas terras bíblicas e demonstra a

sua capacidade de ser responsável, chega o

dia em que o seu pai, numa cerimônia pública,

“o coloca como um filho”.

Os vizinhos, amigos e anciãos do povoado

são chamados para testemunhar este evento,

pois isto é algo muito significativo na

vida de um rapaz. Tudo muda para ele após

a sua cerimônia de ADOÇÃO.

O garoto sempre foi o descendente natural

de seu pai, desde o dia em que foi

concebido no útero. Mas, ao atingir a maturidade,

a estatura completa, na época em

que o seu pai o considera pronto, o rapaz

com maturidade é “colocado como um filho!”

No ocidente, quando um bebê nasce,

o pai entra na maternidade e diz orgulhosamente:

“Este é o meu filho!”

1. Três Palavras Usadas

Para “Filho”

É um problema semântico – ou seja, um

problema de linguagem. Em português temos

apenas uma palavra que se refere a “filho”.

No grego, no entanto, ha três palavras

que são usadas:

a. Teknion se refere a um filho ainda

bebê.

b. Teknon se refere a um filho que está

amadurecendo, mas que ainda não está pronto

para assumir responsabilidades. Em português,

nos o chamaríamos de uma “criança”.

c. Huios se refere a um filho que já está

Capítulo 1

Adoção e Filiação

Introdução

O que é afinal este negócio de “adoção” e

“filiação”? O que o Apóstolo Paulo quis dizer

ao escrever: “... recebestes o Espírito de

ADOÇÃO...” “ADOÇÃO... também gememos

em nós mesmos, esperando pela ADOÇÃO”

(Rm 8:15,23); “... Deus enviou o Seu Filho

para que pudéssemos receber a ADOÇÃO...”

(Ef 1:5)? Será que o Apóstolo Paulo tinha

uma revelação sobre alguma coisa da qual

nada ou pouco sabemos hoje em dia?

O fato de eu ter ministrado nas terras

bíblicas com um irmão nascido em Israel me

ajudou a compreender um pouco sobre a

mentalidade e os costumes dados por certo

pelo Apóstolo Paulo quando ele escreveu

sobre a adoção.

Os povos orientais não tem problema

algum com as coisas que há muito tempo

tem atarantado os ocidentais, porque eles

compreendem as metáforas e a linguagem.

Foi devido ao fato de os ocidentais não

conhecerem as tradições e os costumes das

terras bíblicas que temos perdido as poderosas

verdades expressas nesta única palavra:

ADOÇÃO.

A palavra traduzida como “adoção” é uma

palavra grega, huiothesia, que significa “colocar

como um filho”. Ela não se refere absolutamente

a um órfão ou a adultos benevolentes

que talvez queiram “adotar”um órfão.

Esta palavra, huiothesia, é aplicada aos

rapazes que atingiram a idade adulta, “os

de maturidade... os quais... devido ao uso,

possuem os seus sentidos exercitados para

1080 / SEÇÃO G2 G2.1 – Adoção e Filiação

pronto para assumir responsabilidades – alguém

que tenha passado pela cerimônia da

“adoção”.

Assim sendo, poderíamos sumarizar este

conceito da seguinte forma: A primeira palavra

– teknion – significa um bebê ou uma

criancinha. A segunda – teknon – significa

um filho adolescente. A terceira – huios –

significa um filho (alguém colocado como

um filho através da adoção).

Nas terras bíblicas, um bebê não seria

chamado de “filho” (huios). O termo “filho”

geralmente é usado após a ADOÇÃO.

Paulo cita (menciona) isto ao escrever

aos gálatas:

“O herdeiro, enquanto for criança, não

difere nada do servo, muito embora ele seja

[destinado para ser] senhor de tudo; mas [a

criança] se encontra sob tutores até o tempo

determinado pelo pai [isto se refere a adoção]”

(Gl 4:1,2).

Este é o quadro do cristão, o qual, semelhantemente,

também precisa passar pelo

processo de crescimento antes de ser colocado

em sua posição como um filho de Deus.

B. O DIREITO DE NOS

“TORNARMOS”

A justificação é apenas o início da nossa

grande salvação. “Mas a todos os que O

receberam, a estes deu-lhes poder [autoridade,

o direito, o privilégio] de se tornarem

filhos de Deus...” (Jo 1:12).

A palavra “poder” é uma palavra importante

neste versículo. Ela deveria ser traduzida

por “autoridade”, já que é a palavra

grega exousia.

Esta palavra significa um “privilégio, direito,

ou permissão”. Quando o semáforo

fica verde, você tem a exousia (direito, permissão,

ou privilégio) de seguir adiante.

Se acabar a gasolina da sua motocicleta e

ela “morrer” neste instante, você não terá o

PODER de prosseguir, muito embora você

tenha a autoridade (direito, permissão) de

prosseguir.

Assim sendo, quando recebemos a Cristo,

recebemos o direito, a permissão, ou a

autoridade de nos tornarmos filhos de Deus.

No entanto, recebemos a seguinte admoestação:

“Temamos, portanto, para que não

suceda, com uma promessa sendo deixada

para nós... que algum de vós pareça ter

falhado” (Hb 4:1).

Os cristãos hebreus da época de Paulo

foram repreendidos por não se tornarem

aquilo para o qual tinham o direito de se

tornarem.

“Porque, devendo já ser mestres pelo

tempo, ainda necessitais de que se vos torne

a ensinar... e vos tornastes semelhantes

aos que necessitam de leite, e não de alimento

solido. Pois todo aquele que se alimenta

de leite... é um bebê. Mas o alimento

sólido pertence aos que possuem maturidade...”

(Hb 5:12-14).

Da mesma forma, os filhos de Israel tinham

a autoridade (direito, permissão, privilégio)

de entrarem em Canaã e possuírem

a Terra Prometida, mas pereceram no deserto,

com incredulidade.

A incredulidade os matou (como está matando

muitos espiritualmente hoje em dia).

Eles tinham a autoridade e o direito dos “...

que, através da fé e da paciência, herdam

as promessas” (Hb 6:12). Eles não se tornaram

aquilo para o qual tinham autoridade

de se tornarem.

O mesmo poderia ser dito com relação

aos cristãos de Corinto, a quem Paulo disse:

“E eu, irmãos, não vos pude falar como

a espirituais, mas como a... bebês em Cristo.

E vos alimentei com leite, e não com

alimento sólido, pois até agora não pudestes

suportá-lo, nem tampouco podeis agora”

(1 Co 3:1,2).

Isto é algo um tanto sério quando percebemos

que a Igreja de Corinto possuía todos

os Dons do Espírito (1 Co 1:7) e muitas

outras qualidades elogiáveis. No entanto,

não haviam se tornado aquilo para o qual

tinham o direito de se tornarem – cristãos

maduros, preparados para a responsabilidade

de filhos.

ADOÇÃO SEÇÃOG2 / 1081

Graças a Deus que temos a promessa de

recebermos o poder (exousia ou direito) de

nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1:12).

C. TRÊS ESTÁGIOS DE

CRESCIMENTO

Mencionamos as três palavras gregas

que são usadas para se denotar o crescimento

de um bebê até se tornar um filho. A

primeira é “teknion”, que significa um bebê

ou uma criancinha. A segunda e “teknon”

que significa um adolescente. A terceira é

“huios”, que significa um filho (alguém colocado

como filho através da adoção).

O Apóstolo João confirma este conceito

ao dizer:

“Escrevo-vos, filhinhos... Escrevo-vos

rapazes... Escrevo-vos pais...” (1 Jo 2:12,

13). Três estágios de crescimento estão implícitos

aqui.

Vemos estes três estágios de crescimento

belamente ilustrados na vida de Jesus.

O primeiro vislumbre que a Bíblia nos

dá com relação a Cristo é o de um BEBÊ na

manjedoura (Lc 2:7).

Pouco é dito sobre Jesus após a Sua infância,

até os Seus anos de adolescência,

quando, ainda como um garoto de doze anos

de idade, Ele é visto no Templo “...assentado

no meio dos doutores” (Lc 2:46).

Novamente, passa o período chamado

de “anos silenciosos”, e temos poucos registros

da vida de Jesus até que, subitamente,

aos trinta anos de idade (Lc 3:23), Ele

aparece no Rio Jordão para ser batizado

por João.

Estes três estágios de crescimento estão

claramente registrados na vida de Jesus: o

bebê (teknion) na manjedoura; o adolescente

(teknon) no Templo; e os eventos aos

trinta anos de idade, quando ocorreu a Sua

adoção.

A Sua adoção foi confirmada durante o

Seu batismo na água por João Batista. Mais

tarde, o Espírito Santo desceu sobre Ele na

forma de uma pomba. Em seguida, uma

voz do Céu disse: “Este é o MEU FILHO

AMADO” (Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 3:22).

Ele foi, portanto, colocado como um filho

(huios).

Os eventos que ocorreram após a adoção

de Jesus são uma maravilhosa revelação

daquilo a que fomos predestinados a nos

tornarmos. O crescimento e desenvolvimento

de Jesus foi o padrão para o nosso próprio

processo de amadurecimento e filiação

final. “...tendo-nos predestinado para a

adoção...” (Ef 1:5).

D. A ADOÇÃO DE JESUS:

O NOSSO EXEMPLO

Quando o “Próprio Jesus começou a

ter cerca de trinta anos de idade... ao ser

batizado saiu logo da água; e eis que se

Lhe abriram os Céus...

“E o Espírito de Deus, descendo como

uma pomba, pousou sobre Ele. E eis que

uma voz do Céu disse: ‘Este é o Meu Filho

amado...’” (Lc 3:23; Mt 3:16,17).

Ah! Neste ponto, o sublime mistério da

FILIAÇÃO é penetrantemente de repente

enfocado. Então, com “os olhos do nosso

entendimento sendo iluminados” (Ef 1:18),

subitamente vemos a Jesus, o FILHO de

Deus, “...o Primogênito dentre muitos irmãos...”

(Rm 8:29).

A experiência do Rio Jordão foi claramente

a Sua adoção. Seguindo a tradição

das terras bíblicas, o Pai Celestial traz o Seu

Filho diante dos amigos, vizinhos e anciãos

de Israel (no batismo de João) e fala claramente

do Céu, para que todos saibam: “Este

é o Meu FILHO amado.”

1. A Sua Vida Mudou

Quando Jesus saiu das águas do Jordão,

Ele saiu totalmente diferente no que tange

ao Seu relacionamento e privilégios.

Ele acabou de ser “colocado como um

Filho” pelo Pai. De agora em diante, tudo é

diferente na vida de Jesus.

Não vemos nenhum milagre antes desta

ocasião. Aliás, Ele era simplesmente conhecido

como “... o carpinteiro, o filho de Ma1082

/ SEÇÃO G2 G2.1 – Adoção e Filiação

ria... sem honra... em Sua Própria terra, e

entre os Seus Próprios parentes, e na Sua

Própria casa” (Mc 6:3,4).

Não havia nenhuma auréola ao redor da

Sua cabeça, pois “... em todas as coisas

Lhe convinha ser feito semelhante aos Seus

irmãos [você e eu]...” (Hb 2:17).

O profeta disse o seguinte com relação a

Ele: “... Ele não tinha parecer nem formosura...

não havia nenhuma beleza para que

O desejássemos... não O valorizamos...”

(Is 53:2,3).

Paulo disse que Ele “... foi feito à semelhança

dos homens... encontrado na forma

de homem...” (Fp 2:7,8). Antes da Sua adoção,

havia pouco que O distinguisse de qualquer

outro carpinteiro ou trabalhador de

Nazaré.

A ADOÇÃO, no entanto, mudou tudo isto

para Jesus. A adoção trouxe privilégios. A

adoção realizou transformações quase que

grandiosas demais de serem concebidas.

2. Os Céus se Abriram

Ele saiu das águas com os Céus abertos!

Glória a Deus!

Céus que durante séculos haviam estado

fechados pela lógica, pela religiosidade, pela

dureza legalística e apostasia da humanidade.

Céus que haviam sido semelhantes ao

bronze – à medida que gerações viviam e

morriam, aguardando este grandioso momento.

Céus que haviam borbulhado pelo calor,

chamuscados pelo sol, e crivados pelo granizo,

tempestades de areia, e chuvas.

Agora, na adoção de Jesus, “os Céus se

Lhe abriram’’ ( Mt 3:16). Eles se abriram

para liberar a cura para os coxos, a visão

para os cegos, a restauração para os caídos,

o perdão para o pecador, a esperança

para os desesperados, a vida pela morte, a

beleza pelas cinzas, o óleo da alegria pelo

luto.

O Sol da Justiça agora Se levantaria, com

cura em Suas asas, e dos Céus abertos choveriam

a retidão, e a bênção, em vez da maldição

e a destruição. ALELUIA!

3. Privilégios da Filiação

Antes de entrarmos em mais detalhes

sobre o significado dos “céus abertos”, façamos

uma pausa para considerarmos brevemente

os três privilégios básicos que passam

a pertencer ao rapaz das terras bíblicas

que foi “colocado como um filho” (adotado).

Após a adoção, o filho tem estes três

benefícios:

• A procuração legal (uso do nome do

seu pai).

• O recebimento da sua herança (uso

das riquezas de seu pai).

• Igualdade com o pai ao permanecer

em união com ele (uso da autoridade

e poder de seu pai).

Será que Jesus demonstrou possuir isto

tudo após a Sua adoção?

No Evangelho de João, encontramos a

maioria das respostas à pergunta acima.

João apresenta Cristo como sendo o FILHO

DE DEUS; assim sendo, a maioria dos

fatos importantes com relação à filiação

encontram-se em João.

a. Uso do Nome. Quando você tem

uma procuração legal, você tem o direito de

fazer contratos, assinar cheques, comprar

ou vender – tudo no nome da pessoa que

Lhe outorgou este poder.

Quando você assina o nome da pessoa

que Lhe deu esta autorização, isto é tão

válido quanto a própria assinatura dela. A

sua ordem é como um decreto dela.

Jesus disse: “Eu vim em nome do Meu

Pai...” (Jo 5:43). “Pois assim como o Pai

tem... assim também Ele permitiu que o Filho

tivesse... autoridade para executar julgamento...”

(Jo 5:26,27). Uma autoridade

deste tipo não é possível sem um relacionamento

com o Pai.

Os sete filhos de Sceva tentaram competir

com Paulo, expulsando demônios em

Nome de “Jesus a Quem Paulo prega” (Veja

ADOÇÃO SEÇÃOG2 / 1083

Atos 19:13). Os demônios ficaram tão indignados

com esta pseudo-autoridade que

aquele endemoninhado “... saltou sobre os

sete filhos de Sceva e os sobrepujou... de tal

maneira que fugiram daquela casa nus e

feridos.”

Não é o fato de dizermos as palavras:

“Em Nome de Jesus, te ordeno...” que faz

com que os demônios fujam. Mas se houver

uma união com o Pai, se houver um

relacionamento correto com o Pai, então a

autoridade estará presente.

A adoção faz a diferença e ela é dada

somente aos de estatura espiritual completa,

aos adultos.

Não é de admirar que Paulo exortasse

aos efésios para que eles “... não mais fossem

bebês... mas... que crescessem em todas

as coisas n‘Ele, o Qual é a Cabeça,

Cristo” (Ef 4:14,15).

b. Uso das Riquezas. Afirmamos anteriormente:

“O segundo privilégio da

filiação era o recebimento da sua herança (o

uso das riquezas do pai).” Isto é ilustrado

na Parábola do Filho Pródigo (Lc 15:11-

32).

Tanto o pródigo quanto o irmão mais

velho haviam sido colocados como filhos

na casa do pai. O pródigo desperdiçou a sua

herança através de uma vida dissoluta.

Após o arrependimento e restauração, o

pai fez uma alegre celebração porque o pródigo

havia voltado. O irmão mais velho reclamou:

“Nunca me deste um cabrito para

que pudesse me alegrar com os meus amigos.”

O pai docemente respondeu: “Filho, tu

sempre estás comigo, e TUDO que eu tenho

é TEU. “ Este é o glorioso privilégio da

adoção, da filiação: tudo o que o Pai tem

encontra-se à disposição do Filho. “Tudo o

que tenho é teu” (Lc 15:31).

Estou sempre dizendo o seguinte: “Após

a adoção de Jesus no Rio Jordão, Ele simplesmente

saiu por aí distribuindo o Céu.”

Por que faço esta afirmação? A Bíblia diz:

“... os Céus se Lhe abriram.” Na qualidade

de Filho, Jesus entrou em Sua herança (uso

das riquezas do Pai). O armazém do Pai de

generosidade, bênção e glória foi escancarado

para Jesus por ocasião da Sua adoção.

“Os Céus se Lhe abriram.”

1) Céu na Terra. Fiquei pasmo alguns

anos atrás ao ler o seguinte versículo:

“E ninguém subiu ao Céu, senão O que

desceu do Céu, o Filho do Homem, o Qual

está no Céu” (Jo 3:13).

Jesus Se encontrava na terra ao dizer isto.

Como Ele poderia estar “no Céu” – estando

aqui na terra?

Fico imaginando muitas vezes que o Céu

era semelhante a uma nuvem invisível que

vinha descendo e circundando a Jesus por

todos os lados de forma que Ele pudesse

estar “no Céu”.

Ele não somente estava no Céu, mas o

Céu estava n’Ele. Ele falava do Céu, ministrava

do Céu aos necessitados, curava do

Céu os enfermos, pois Ele Se encontrava no

Céu – muito embora Se encontrasse na terra.

Ele havia Se tornado, em toda a sua

resplendente glória, “o Tabernáculo [habitação]

de Deus com o homem” (Ap 21:3).

Isto prefigura, prenuncia e tipifica a nossa

“... grande salvação, reservada no Céu

para nós, pronto para ser revelada nos últimos

dias” (1 Pe 1:4,5) quando nós, também,

haveremos de ser “... moldados à imagem

do Seu Filho” (Rm 8:29).

E, naquele dia, acontecerá o cumprimento

maior, no Corpo de Cristo, daquilo que

vimos em Jesus, ao ouvirmos “... a voz do

Céu dizendo: Eis o Tabernáculo de Deus

com os homens, e Ele habitará NELES...”

(Ap 21:3).

Glória a Deus! Vocês estão vendo agora?

“...Deus enviou o Seu Filho...para que NÓS

pudéssemos receber a ADOÇÃO... nós... gememos

dentro de nós, esperando pela NOSSA

ADOÇÃO...” (Gl 4:4,5; Rm 8:23).

Em nossa adoção, nós também teremos

a bênção de trazermos o Céu à terra e de

compartilharmos o Céu com a terra.

1084 / SEÇÃO G2 G2.1 – Adoção e Filiação

2) A Escada de Jacó. Jacó “teve um

sonho, e havia uma escada colocada na

terra, e o seu topo alcançava o Céu, e eis

que os anjos de Deus subiam e desciam

sobre ela... E ele disse: ‘...este não é outro

lugar senão a Casa de Deus... a Porta do

Céu’” (Gn 28:12,17).

Você já se perguntou qual seria a interpretação

do sonho de Jacó (“Esta é a Casa

de Deus, a Porta do Céu”)?

Foi isto exatamente o que Jacó viu. Você,

no entanto, precisa compreender a metáfora,

o símbolo espiritual expresso através do

sonho.

O que isto tem a ver com os “Céus abertos”?

Observe João 1:51. “E Jesus Lhe disse:

Na verdade, na verdade vos digo que

daqui em diante vereis o Céu aberto e os

anjos de Deus subindo e descendo SOBRE O

Filho do Homem.”

Jesus pegou o sonho de Jacó e o amplificou

e o esclareceu, mostrando-nos que a

escada que Jacó viu era um símbolo de Si

Próprio como o Filho de Deus, operando e

movendo-Se na terra – e, contudo, também

no Céu (Jo 3:13).

A escada alcançava e penetrava os Céus

abertos, e unindo o Céu com a terra – os

dois foram unidos e se tornaram um só. Isto

Jesus experimentou durante o Seu ministério

de três anos e meio como Filho de Deus.

Ele trouxe o Céu a terra e a terra ao Céu –

exatamente como a escada de Jacó – com os

anjos subindo e descendo do Céu.

3) A Casa de Deus. Há, no entanto,

uma outra grande verdade aqui que não foi

totalmente cumprida em Jesus. Jacó disse:

“Este não é outro lugar senão a CASA DE

DEUS. “ O que ou quem é a “Casa de Deus”?

Será que a “Casa de Deus” é constituída

pelos prédios feitos de pedras, cimentos e

390, erroneamente designados como “igreja”?

Não! Mil vezes não!

“Não sabeis que sois o Templo de Deus,

e que o Espírito de Deus habita em vós?”

(1 Co 3:16). O povo de Deus constitui a

“Casa de Deus”.

Neste versículo, a forma plural “vós” é

usada. Assim sendo, na verdade, Paulo estava

dizendo: “Não sabeis que TODOS VÓS

em Corinto, corporativamente, constituís o

Templo de Deus?”

Sozinho, eu não sou o Templo (Casa) de

Deus. Como pedras vivas, nós (corporativamente)

somos edificados numa casa espiritual.

“No Qual vós [corporativamente] sois

edificados juntamente para uma habitação

[casa] de Deus através do Espírito” (1 Pe

2:5; Ef 2:22).

Assim sendo, a Igreja, que é o Seu Corpo

(os crentes), constitui a Casa de Deus, o

lugar onde Deus mora.

Lembre-se que Jesus disse: “Onde dois

ou três estiverem reunidos em Meu nome,

lá estarei [onde?] no meio de vós” [isto é,

Ele habita na união corporativa de crentes,

como um todo].

A Casa de Deus, a Igreja, é um corpo

constituído por muitos membros. Esta visão

de Jacó foi uma visão da Casa de Deus.

O que, então, isto significa para nós?

Simplesmente o seguinte: Exatamente

como a visão tinha aspectos proféticos cumpridos

em Cristo quando Ele Se encontrava

na terra, assim também ela tem aspectos

proféticos a serem cumpridos na Igreja enquanto

ela ainda estiver sobre a terra.

4) Ministério do Final dos Tempos.

Exatamente como o ministério de três anos

e meio de Jesus foi o cumprimento do que

Jacó viu; exatamente como Jesus Se tornou

a Porta por onde o Céu pôde passar e chegar

aos homens; exatamente como, através

de Jesus, os homens puderam ver o Céu

sendo manifesto na terra – DESTA MESMA

MANEIRA os santos que atingirem a estatura

completa; que atingirem a maturidade

plena; que atingirem a glória da adoção –

terão um grandioso ministério de final dos

tempos (também, provavelmente, de três

anos e meio).

Os santos se tornam o cumprimento da

escada que Jacó viu, com os seus pés sobre

ADOÇÃO SEÇÃOG2 / 1085

a terra e o seu topo atingindo o Céu, trazendo

o Céu aos homens, e levando-os ao Céu

através do ministério e da palavra da reconciliação

que foram confiados à Igreja (2 Co

5:18,19).

Esta escada de Jacó sob “Céus abertos,

com anjos subindo e descendo” é um quadro

da Casa de Deus – “cuja Casa somos

nós, se retivermos firmes a confiança e o

regozijo da esperança até o fim” (Hb 3:6).

A adoção traz este abençoado benefício: as

riquezas do Pai tornam-se nossas, para que

também possamos compartilhá-las com os

outros. Os Céus abertos tornam-se a nossa

porção, e toda a glória é colocada à disposição

do Filho, para abençoar e elevar até o

Céu o homem amaldiçoado pelo pecado.

Isto faz parte da glória da Sua herança

nos santos que Paulo cita em Efésios 1:18.

c. Igualdade com o Pai. “E eis que

uma voz do Céu disse: Este é o Meu Filho

amado” (Mt 3:17). As pessoas ouviram

esta proclamação e ficaram chocadas e estupefatas!

“O FILHO DE DEUS?”, ponderaram.

O espanto, a surpresa e a hostilidade

devem ter irrompido simultaneamente, à

medida que aumentava a intensidade das

conversações.

Estas palavras, indubitavelmente, chegaram

aos ouvidos dos fariseus e líderes dos

judeus, os quais aguardavam uma ocasião

para apedrejá-lo. “Os judeus responderam-

Lhe, dizendo: Não Te apedrejamos por alguma

obra boa, mas por blasfêmia; ...por

que Tu, sendo homem, Te fazes semelhante

a Deus.

“Respondeu-lhes Jesus... D’Aquele a

Quem o Pai santificou e enviou ao mundo,

vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou

Filho de Deus?” (Jo 10:33,34,36). “Portanto,

os judeus ainda mais procuravam

matá-Lo, porque Ele não somente havia

quebrado o Sábado, mas também havia dito

que Deus era o Seu [Próprio] Pai, fazendo-

Se igual a Deus” (Jo 5:18).

1) O Filho de Deus. Muito embora

os teólogos liberais de hoje em dia ainda se

equivoquem com relação às Suas alegações

e contestem a Sua divindade, Jesus sabia

Quem Ele era: o Filho de Deus – igual ao

Pai.

Não é de admirar que Paulo pudesse exclamar

alegremente: “Pois n‘Ele toda a plenitude

da divindade teve o prazer de habitar”

(Cl 1:19). “Pois n’Ele habita corporalmente

toda a plenitude da divindade”

(Cl 2:9).

“Mas ao FILHO Ele diz: O Teu Trono, ó

Deus, é para todo o sempre” (Hb 1:8). Nesta

passagem, a palavra é claramente dirigida

ao Filho como sendo DEUS. Sim, Jesus era

Deus revestido de carne. Ele Se tornou o

que nós somos para que pudéssemos nos

tornar o que Ele era – Filho de Deus.

2) Filhos de Deus. “Vede quão grande

amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos

chamados filhos de Deus... e, porque

sois filhos, Deus enviou aos vossos

corações o Espírito do Seu Filho, que clama:

Aba, Pai.

“Portanto, já não és mais servo, mas

filho; e, se és filho, és também um HERDEIRO

DE DEUS através de Cristo’’ (1 Jo 3:1;

Gl 4:6,7).

“Pois recebestes o Espírito de adoção,

...recebestes o Espírito de filiação, pelo

Qual clamamos Aba, Pai.

“O Próprio Espírito testifica com o nosso

Espírito que somos filhos de Deus.

“E, se somos filhos, então somos herdeiros

– herdeiros de Deus e co-herdeiros

com Cristo, se de fato compartilharmos dos

Seus sofrimentos a fim de podermos compartilhar

da Sua glória.

“Considero que os nossos sofrimentos

presentes não podem ser comparados com

a glória que será revelada em nós.

“A Criação aguarda com uma ardente

expectativa a revelação dos filhos de Deus.

“... nós próprios, que temos as primícias

do Espírito, gememos internamente ao

aguardarmos avidamente a nossa adoção

como filhos, a redenção dos nossos corpos.

1086 / SEÇÃO G2 G2.1 – Adoção e Filiação

“Pois nesta esperança somos salvos”

(Rm 8:15-24).

Não podemos nos colocar como filhos.

Isto é da alçada e da responsabilidade do

Pai.

Podemos “prosseguir para o alvo, pelo

prêmio do sublime chamado de Deus em

Cristo Jesus. Pelo que, todos quantos já

somos perfeitos [maduros] sintamos isto

mesmo: e, se sentis alguma coisa doutra

maneira, também Deus vo-lo revelará” (Fp

3:14,15).

Não é de admirar que o tempo da volta

de Jesus à terra seja chamado de “abençoada

esperança” (Tt 2:13).

“... e Ele virá novamente, mas não para

lidar uma vez mais com os nossos pecados.

Desta vez Ele virá para levar a uma salvação

plena todos os que ávida e pacientemente

O aguardam” (Hb 9:28 versão

amplificada).

Creio que esta “salvação plena” que Ele

trará será a nossa adoção. Ó, como eu quero

vê-Lo! Você não quer?

“O Espírito e a Noiva dizem: ‘Vem!’ Que

cada um que os ouvir diga a mesma coisa:

‘Vem!’ Que venha o sedento – qualquer um

que quiser; que venha e beba de graça da

Água da Vida.

“Aquele que disse todas estas coisas declara:

Sim, estou vindo logo! Amém! Vem,

Senhor Jesus!” (Ap 22:17,20).

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