O rito do pão e vinho
De onde vem este gesto de oferecer pão e vinho? Por que Jesus usou destes elementos para representar, respectivamente, seu corpo e seu sangue?
FONTE: GUIAME, JOEL ENGEL
ATUALIZADO: SEXTA-FEIRA, 2 FEVEREIRO DE 2018 AS 3:31
Quando Jesus se reúne com os discípulos para comemorar a páscoa, poucos sabiam que aquela seria a última celebração com o Carpinteiro de Nazaré. A casa foi escolhida, tudo estava preparado de acordo com a tradição. A ceia é servida e os discípulos celebram o grande livramento de Deus.
A páscoa, palavra que deriva do hebraico "pessach", o mesmo que "passagem", celebrava a libertação do povo judeu do cativeiro no Egito. Era de se esperar que Jesus, como muitos que atingem um sucesso estrondoso, fosse celebrar essa cerimônia com pessoas importantes da sociedade, mas para espanto de todos, Ele preferiu se cercar dos mais íntimos.
Na casa escolhida, junto de seus mais íntimos discípulos, Jesus prepara a cerimônia. Tudo está perfeito e bem colocado, o cordeiro bem preparado, o pão e as ervas amargas, o vinho, tudo está ali. Mas dois elementos são destacados por Jesus: o pão e o vinho. Um representaria sua carne o outro o seu sangue.
Conforme lemos: “[...] o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (1 Coríntios 11.23 – 25).
O pão e o vinho são oferecidos naquela cerimônia, criando um novo ritual: a Santa Ceia. Mas de onde vem este gesto de oferecer pão e vinho? Por que Jesus usou destes elementos para representar, respectivamente, seu corpo e seu sangue?
A primeira vez que encontraremos a citação do pão e vinho na Bíblia foi em Gênesis 14.18, onde Abrão se encontra com o rei e sacerdote Melquisedeque, por volta de 1800 a.C. Acredito que em uma tipificação do próprio Senhor Jesus, Melquisedeque oferece pão e vinho como sinal de bênção para Abrão. Esse ritual passaria a ser chamado de Kidush.
O Kidush (do hebraico, "santificação") era representado através do vinho e do pão, com o objetivo de “santificar” e abençoar aquele que recebia esses elementos. Abrão estava sendo abençoado por Melquisedeque, tornando-se um filho espiritual para aquele sacerdote.
Abraão reconheceu a autoridade sacerdotal de Melquisedeque, lhe entregando o dízimo (Gênesis 14.20), como também recebendo a bênção que ele proferia (Gênesis 14.19). É a primeira vez que a Bíblia faz menção ao termo “sacerdote”. “Melquisedeque era cananeu, e, como Jó, é um exemplo de um não israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo, que é sacerdote e rei (Salmos 110.4; Hebreus 7.1,3)” (STAMPS, 1995, p. 54).
O nome Melquisedeque vem do hebraico “Malkisedeq”, que significa “rei da justiça”. A Bíblia diz que ele era rei de Salém, antiga Jerusalém, e sacerdote de El Elion, o Deus Altíssimo. Apesar do seu surgimento repentino no contexto sagrado, a história de Melquisedeque é mencionada nas Escrituras em alguns versículos, tais como Gênesis 14.18 – 20; Salmos 110 e na Epístola aos Hebreus.
Depois do ritual envolvendo Abrão e Melquisedeque, o pão e vinho também passam a ser usados na santificação das festas judaicas e do Shabbat. Esses elementos podiam simbolizar tanto significados espirituais, como naturais. O pão como elemento de suplementação e provisão, e o vinho como elemento terapêutico e de equilíbrio emocional.
Abraão foi recepcionado por Melquisedeque com pão e vinho, sendo abençoado pelo sacerdote e rei de Salém. A partir deste momento Abrão entra debaixo da cobertura espiritual de Melquisedeque, oferecendo em seguida o dízimo de tudo o que havia conquistado. Este era o Rito do kidush para alguém ser recebido na cobertura do Rei Sacerdote de Salém: o sacerdote o recebe com pão e vinho e o ele entregava-lhe o dízimo.
Hebreus 7.6: “mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou ao que tinha as promessas.”
O pai espiritual recebe o Dízimo e abençoa aquele que tem as promessas.
É assim que foi confirmada a bênção de Deus e as promessas e os Sonhos de Deus foram ativados na vida de Abrão.
Ao reconhecer a autoridade sacerdotal de Melquisedeque, Abrão confirmava que Melquisedeque era um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo. Por isso se diz que o sacerdócio de Cristo é “segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 6.20), porque é anterior ao sacerdócio de Arão e da tribo de Levi, que só foi instituído na Lei (Êxodo 28.1 – 29).
Quando Abrão é recebido pelo rei sacerdote, ele está sendo recebido por um pai espiritual, se submetendo a sua cobertura espiritual, o que lhe permite herdar ser abençoado pelo sacerdote e rei de Salém. Abrão está exercitando sua fé em Deus, confirmando a institucionalização do sacerdócio, dos dízimos e da submissão ao Deus Altíssimo.
Quando abençoou Abrão, Melquisedeque reconheceu nele um servo do Deus Altíssimo, confirmando também as promessas do Senhor sobre a vida do patriarca. A bênção de Melquisedeque estava dando a Abrão a responsabilidade de transmitir as gerações a sua fé em Deus.
Jesus, à semelhança de Melquisedeque também recebe seus discípulos com Pão e Vinho. Institui a celebração eterna de uma Santa Ceia que será celebrada até mesmo no Reino dos Céus. A Bíblia diz: “E eu vos destino o Reino, como meu Pai me destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel” (Lucas 22.29 e 30).
O Mestre dos Mestres estava familiarizado com o rito do Kidush, pois era sabedor da importância da adoção espiritual. O sacerdócio eterno vai de geração em geração, chegando até Jesus Cristo conforme profetizado pelo Rei Davi, em Salmos 110.4: “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.
“Ora, ninguém toma para si esta honra, senão quando é chamado por Deus, como o foi Arão. assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei; como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Hebreus 5.4 – 6). Esta ordem sacerdotal é tão importante, que não é para qualquer um, pois precisa ser convidado por um “pai” espiritual quem recebe como filho e debaixo de sua cobertura espiritual. Abraão tinha S’mikhah e autoridade para dar cobertura à Abrão e legalmente introduzi-lo na sua Ordem sacerdotal.
Jesus também tinha S’mikhah para dar Paternidade e introduzir seus discípulos debaixo de sua cobertura na Ordem de Melquisedeque.
Cristo é sacerdote eterno segundo a Ordem de Melquisedeque e com pão e vinho Ele libera a bênção sobre a vida dos discípulos, revelando o real significado do rito. Hoje quando participamos do pão e do vinho na Santa Ceia sabemos que através deste rito (Kidush) o Senhor quer nos santificar para o seu Reino Eterno para passarmos a ser reis e sacerdotes segundo a ordem de Melquisedeque:
“ Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2.9)
“E nos fez reis, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.” (Apocalipse 1.6)
Conclusão:
O rito do Kidush, a benção do pão e do vinho, era como uma forma de santificação, iniciada por Melquisedeque.
A primeira vez que aparece na Bíblia foi quando Abrão é abençoado pelo rei de Salém, Melquisedeque.
No Novo Testamento Jesus abençoa seus discípulos e institui a celebração da Santa Ceia.
O que hoje conhecemos como Santa Ceia é conhecido pelos Judeus como Kidush, a cerimônia da bênção do pão e do vinho.
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A páscoa, palavra que deriva do hebraico "pessach", o mesmo que "passagem", celebrava a libertação do povo judeu do cativeiro no Egito. Era de se esperar que Jesus, como muitos que atingem um sucesso estrondoso, fosse celebrar essa cerimônia com pessoas importantes da sociedade, mas para espanto de todos, Ele preferiu se cercar dos mais íntimos.
Na casa escolhida, junto de seus mais íntimos discípulos, Jesus prepara a cerimônia. Tudo está perfeito e bem colocado, o cordeiro bem preparado, o pão e as ervas amargas, o vinho, tudo está ali. Mas dois elementos são destacados por Jesus: o pão e o vinho. Um representaria sua carne o outro o seu sangue.
Conforme lemos: “[...] o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (1 Coríntios 11.23 – 25).
O pão e o vinho são oferecidos naquela cerimônia, criando um novo ritual: a Santa Ceia. Mas de onde vem este gesto de oferecer pão e vinho? Por que Jesus usou destes elementos para representar, respectivamente, seu corpo e seu sangue?
A primeira vez que encontraremos a citação do pão e vinho na Bíblia foi em Gênesis 14.18, onde Abrão se encontra com o rei e sacerdote Melquisedeque, por volta de 1800 a.C. Acredito que em uma tipificação do próprio Senhor Jesus, Melquisedeque oferece pão e vinho como sinal de bênção para Abrão. Esse ritual passaria a ser chamado de Kidush.
O Kidush (do hebraico, "santificação") era representado através do vinho e do pão, com o objetivo de “santificar” e abençoar aquele que recebia esses elementos. Abrão estava sendo abençoado por Melquisedeque, tornando-se um filho espiritual para aquele sacerdote.
Abraão reconheceu a autoridade sacerdotal de Melquisedeque, lhe entregando o dízimo (Gênesis 14.20), como também recebendo a bênção que ele proferia (Gênesis 14.19). É a primeira vez que a Bíblia faz menção ao termo “sacerdote”. “Melquisedeque era cananeu, e, como Jó, é um exemplo de um não israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo, que é sacerdote e rei (Salmos 110.4; Hebreus 7.1,3)” (STAMPS, 1995, p. 54).
O nome Melquisedeque vem do hebraico “Malkisedeq”, que significa “rei da justiça”. A Bíblia diz que ele era rei de Salém, antiga Jerusalém, e sacerdote de El Elion, o Deus Altíssimo. Apesar do seu surgimento repentino no contexto sagrado, a história de Melquisedeque é mencionada nas Escrituras em alguns versículos, tais como Gênesis 14.18 – 20; Salmos 110 e na Epístola aos Hebreus.
Depois do ritual envolvendo Abrão e Melquisedeque, o pão e vinho também passam a ser usados na santificação das festas judaicas e do Shabbat. Esses elementos podiam simbolizar tanto significados espirituais, como naturais. O pão como elemento de suplementação e provisão, e o vinho como elemento terapêutico e de equilíbrio emocional.
Abraão foi recepcionado por Melquisedeque com pão e vinho, sendo abençoado pelo sacerdote e rei de Salém. A partir deste momento Abrão entra debaixo da cobertura espiritual de Melquisedeque, oferecendo em seguida o dízimo de tudo o que havia conquistado. Este era o Rito do kidush para alguém ser recebido na cobertura do Rei Sacerdote de Salém: o sacerdote o recebe com pão e vinho e o ele entregava-lhe o dízimo.
Hebreus 7.6: “mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou ao que tinha as promessas.”
O pai espiritual recebe o Dízimo e abençoa aquele que tem as promessas.
É assim que foi confirmada a bênção de Deus e as promessas e os Sonhos de Deus foram ativados na vida de Abrão.
Ao reconhecer a autoridade sacerdotal de Melquisedeque, Abrão confirmava que Melquisedeque era um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo. Por isso se diz que o sacerdócio de Cristo é “segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 6.20), porque é anterior ao sacerdócio de Arão e da tribo de Levi, que só foi instituído na Lei (Êxodo 28.1 – 29).
Quando Abrão é recebido pelo rei sacerdote, ele está sendo recebido por um pai espiritual, se submetendo a sua cobertura espiritual, o que lhe permite herdar ser abençoado pelo sacerdote e rei de Salém. Abrão está exercitando sua fé em Deus, confirmando a institucionalização do sacerdócio, dos dízimos e da submissão ao Deus Altíssimo.
Quando abençoou Abrão, Melquisedeque reconheceu nele um servo do Deus Altíssimo, confirmando também as promessas do Senhor sobre a vida do patriarca. A bênção de Melquisedeque estava dando a Abrão a responsabilidade de transmitir as gerações a sua fé em Deus.
Jesus, à semelhança de Melquisedeque também recebe seus discípulos com Pão e Vinho. Institui a celebração eterna de uma Santa Ceia que será celebrada até mesmo no Reino dos Céus. A Bíblia diz: “E eu vos destino o Reino, como meu Pai me destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel” (Lucas 22.29 e 30).
O Mestre dos Mestres estava familiarizado com o rito do Kidush, pois era sabedor da importância da adoção espiritual. O sacerdócio eterno vai de geração em geração, chegando até Jesus Cristo conforme profetizado pelo Rei Davi, em Salmos 110.4: “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.
“Ora, ninguém toma para si esta honra, senão quando é chamado por Deus, como o foi Arão. assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei; como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Hebreus 5.4 – 6). Esta ordem sacerdotal é tão importante, que não é para qualquer um, pois precisa ser convidado por um “pai” espiritual quem recebe como filho e debaixo de sua cobertura espiritual. Abraão tinha S’mikhah e autoridade para dar cobertura à Abrão e legalmente introduzi-lo na sua Ordem sacerdotal.
Jesus também tinha S’mikhah para dar Paternidade e introduzir seus discípulos debaixo de sua cobertura na Ordem de Melquisedeque.
Cristo é sacerdote eterno segundo a Ordem de Melquisedeque e com pão e vinho Ele libera a bênção sobre a vida dos discípulos, revelando o real significado do rito. Hoje quando participamos do pão e do vinho na Santa Ceia sabemos que através deste rito (Kidush) o Senhor quer nos santificar para o seu Reino Eterno para passarmos a ser reis e sacerdotes segundo a ordem de Melquisedeque:
“ Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2.9)
“E nos fez reis, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.” (Apocalipse 1.6)
Conclusão:
O rito do Kidush, a benção do pão e do vinho, era como uma forma de santificação, iniciada por Melquisedeque.
A primeira vez que aparece na Bíblia foi quando Abrão é abençoado pelo rei de Salém, Melquisedeque.
No Novo Testamento Jesus abençoa seus discípulos e institui a celebração da Santa Ceia.
O que hoje conhecemos como Santa Ceia é conhecido pelos Judeus como Kidush, a cerimônia da bênção do pão e do vinho.
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Estudo Bíblico
O Evangelho Segundo João
Capítulo 1
João 1:1,2 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.”
No princípio alude ao início da criação. Esta mesma expressão bíblica é vista no primeiro versículo de toda a Bíblia, em Gênesis 1:1.
“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1
O objetivo principal deste início do Evangelho de João é introduzir o Verbo de Deus, nos mostrando quem ele é e afirmar a sua divindade. O que a Bíblia está dizendo é que o Verbo de Deus é o próprio Deus: e o Verbo era Deus. Esta introdução está sendo feita no primeiro capítulo do Evangelho de Jesus Cristo, pois Jesus é o Autor do Evangelho, logo João nos está apresentando Jesus Cristo, também chamado de o Verbo de Deus. E isto podemos ver no Apocalipse:
“Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” Apocalipse 19:11-16
Existe uma ênfase clara em afirmar a divindade do Senhor Jesus Cristo, identificando-o com o Criador, quem ele é de fato:
João 1:3 “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.”
Observemos que em Gênesis 1:1 está escrito que No princípio, criou Deus os céus e a terra, e este mesmo fato nos está sendo dito por João, pois ele afirma que o Verbo era Deus e que todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Ora, se já vimos que o Verbo de Deus é o Senhor Jesus Cristo, e que o Verbo de Deus é o Criador, entendemos que o Autor do Evangelho é Deus, logo estamos diante não de uma coleção de escritos qualquer, mas diante da Palavra de Deus. E isto é muito importante sob diversos aspectos, e um deles é a reivindicação da própria Bíblia de que ela e somente ela é a Palavra de Deus e que Jesus Cristo não foi um homem qualquer, mas o próprio Deus que veio ao mundo para a salvação dos homens. E vejamos aqui, neste primeiro capítulo do Evangelho de João, a afirmação de que Deus se fez carne e habitou entre nós:
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” João 1:14
Vemos também em Gênesis 1 que Deus criou todas as coisas pela Sua Palavra, isto é pelo Verbo de Deus.
“Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” Gênesis 1:3
“E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas.” Gênesis 1:6
“Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez.” Gênesis 1:9
E novamente, nas Escrituras, vemos que Jesus Cristo é o Verbo de Deus pelo qual Deus criou todas as coisas:
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” Hebreus 1:1,2
Mas por que a Bíblia ressalta que o Verbo estava no princípio com Deus?
Novamente, isto visa ressaltar a divindade do Filho de Deus, Jesus Cristo, e demonstrar que ele, Jesus, é o Messias (em Hebraico Messiah, e em Grego Christos, que significa: O Ungido de Deus). Ele estava no princípio com Deus, ou seja, ele já existia antes da criação, e o Verbo era Deus, ou seja, o Messias Jesus é o próprio Deus.
“Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai. João 16:28”
“Eu e o Pai somos um.” João 10:30
Em outro lugar das Escrituras vemos Jesus se declarando como sendo ele próprio o Messias, e em João e em Hebreus a afirmação de que Jesus Cristo é Deus.
“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” João 1:18
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.” João 4:23-26
“Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino.” Hebreus 1:7,8
O Evangelho de João, portanto, já desde o seu início nos mostra que Jesus Cristo é Deus que se fez carne e habitou entre nós.
Este é um fato chave nas Escrituras, pois não houve, jamais, em toda a história da humanidade alguém que, tendo vindo ao mundo, declarou ser o próprio Deus, e a única exceção é precisamente o caso do Senhor Jesus Cristo. A seguinte declaração de Jesus Cristo é soberana, enfática e plena de autoridade:
“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” João 8:58
E em Êxodo, vemos Deus afirmando a mesma coisa, ou seja EU SOU O QUE SOU (em Hebraico: Haya: Eu sou, Eu sou quem sou).
“Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.” Êxodo 3:13,14
João 1:4,5 “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.”
Ao mesmo tempo em que João, inspirado por Deus, nos apresenta Jesus Cristo como Deus e como o Criador, João nos apresenta Jesus como Salvador, e a salvação não terá ocorrido sem guerra, a guerra entre a luz e as trevas, por isso está escrito: A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. Luz neste versículo se refere a Jesus Cristo, pois está dito: A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. Trevas se refere à rebelião contra Deus, encabeçada por Lúcifer, um anjo caído, e aderida por outros anjos, os demônios. Os homens só incorrerão na condenação eterna caso optem por rejeitar a Cristo, a Salvação de Deus, pois se assim o fizerem, estarão cumprindo a vontade do diabo, e a vontade do diabo é a inimizade contra Cristo. Vejamos como a Bíblia nos mostra que o fogo eterno foi preparado para o diabo e para os outros anjos rebeldes, e como os homens que seguirem a Satanás incorrerão no mesmo castigo, o qual será executado no dia do juízo de Deus:
“Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” Mateus 25:41
Leia o Evangelho Segundo Mateus, Capítulo 25, dos versículos 31 a 46 e você verá como será o Juízo de Deus.
João 1:6-9 “Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.”
Aqui o apóstolo João está falando sobre João Batista, a respeito de quem já havia profetizado o profeta Isaías no século 8 Antes de Cristo.
“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.” Isaías 40:3
E no Evangelho Segundo Mateus, podemos conferir este fato:
“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” Mateus 3:1-3
Isto é sobremaneira importante, pois Isaías por diversas vezes profetizou a respeito da vinda do Messias. E o surgimento de João Batista anunciando a Jesus foi a revelação de que as profecias referentes ao Messias estavam se cumprindo, e a vinda de João foi um sinal de que o Messias Jesus, o Salvador prometido por Deus havia chegado. Agora releia o trecho bíblico acima João 1:6-9, e veja que João Batista veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz e que esta luz é a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. Vejamos, pois, como Jesus se apresenta como a Luz do mundo:
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” João 8:12
Novamente o Evangelho de João nos mostra a necessidade que temos da Luz, que é Cristo, também em um sentido de conflito espiritual, pois caso contrário, onde não há luz há trevas, e trevas no sentido bíblico significa o domínio de Satanás. Por isso é que também, como já visto, está escrito: A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela (João 1:5). Aqui também temos o anúncio da vitória de Jesus Cristo sobre as trevas, ou seja, sobre Satanás e seus demônios, pois as trevas não prevaleceram contra ela.
“E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” Colossenses 2:13-15
Importante frisarmos que trevas no sentido bíblico também significa o desconhecimento e a separação de Deus, e todos os que não conhecem a Deus estão sujeitos a Satanás. Satanás, o príncipe das trevas, conduz à morte, mas Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, conduz à vida. E este antagonismo é enfatizado nas Escrituras, pois segundo a Bíblia não existe zona fronteiriça nas dimensões espirituais da existência.
“Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.” Atos 26:15-18
João 1:10 “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.”
Novamente, João identifica o Verbo de Deus, Jesus Cristo, com o Criador, pois o mundo foi feito por intermédio dele, ficando aqui evidente a trindade de Deus, pois ao mesmo tempo em que a Bíblia afirma que o Pai é o Criador, também afirma que o Filho é o Criador e que o Espírito Santo é o Criador.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” Mateus 28:19
Em Gênesis 1:1 vemos o Deus Triuno criando os céus e a terra:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1
O Pai é identificado como sendo o Criador:
“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.” Mateus 5:44,45
O Filho é identificado como sendo o Criador:
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” Hebreus 1:1,2
O Espírito Santo é identificado como sendo o Criador:
“Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas. Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes. Por ele transitam os navios e o monstro marinho que formaste para nele folgar. Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens. Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra.” Salmos 104:24-30
Mas o mundo não o conheceu...
Aqui vemos o estado de queda em que se encontra o mundo, pois mesmo tendo sido todos criados por Deus, muitos não o conheceram, não o conhecem e jamais o conhecerão. Mundo no original grego do Novo Testamento é Kosmos e se refere tanto ao universo, como também às dimensões da existência onde se encontram os seres humanos. E é este, evidentemente, o sentido aqui encontrado, pois quando a Bíblia diz que o mundo não o conheceu, a Bíblia está ressaltando o estado de perdição do homem sem Deus. Segundo as Escrituras, o não conhecimento de Deus implicará no final em perdição eterna, mas o conhecimento de Deus em vida eterna:
Vejamos a perdição associada ao desconhecimento de Deus:
“Se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” 2 Tessalonicenses 1:6-8
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” Mateus 7:21-23
Vejamos, agora, a salvação associada ao conhecimento de Deus:
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:3
O Senhor Jesus Cristo é solenemente enfático ao afirmar que ninguém pode conhecer o Pai senão através dele, o Filho:
“Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” Mateus 11:27
João 1:11-13 “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”
Desde a queda do homem, cujo relato inicial se encontra em Gênesis, Deus já havia prometido um Redentor a fim de salvar o homem do pecado e da morte eterna. Segundo podemos ler em Romanos e em Hebreus, esse Redentor precisava ser um homem, pois teria que morrer em nosso lugar, sem pecado, para que o sacrifício propiciatório fosse perfeito, ou seja, um homem justo morrendo pelos injustos. Todos os seres humanos já nasceram imperfeitos devido à queda de Adão, e Adão e Eva, os primeiros pais, só tiveram filhos após a queda.
“Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” Hebreus 2:14-18
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,” 1 Pedro 3:18
Esse Redentor precisava estar sujeito às mesmas leis e regras que Deus estabeleceu para todos os seres humanos, pois em tudo aquilo o que todos nós falhamos, ele foi perfeito e venceu, conquistando para nós, pela sua obediência, o perdão e a salvação de Deus.
Ora, para que isso fosse possível, era necessário que o Salvador, o Messias, nascesse de uma família que estivesse debaixo das leis de Deus, e o primeiro povo a quem Deus chamou para si em toda a terra foram os judeus. Jesus Cristo não foi gerado por modo humano, mas sim pelo Espírito Santo, como está escrito:
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.” Mateus 1:18
Todavia, tendo saído do ventre de uma virgem judia, sua mãe, Jesus estava automaticamente sujeito a todas as leis que Deus havia estabelecido para os seres humanos, e a promulgação dessas leis se deu através dos judeus. Logo, legalmente, Jesus Cristo era judeu. Legalmente está em destaque porque o Senhor Jesus Cristo se apresentava como o Filho do Homem e como o Filho de Deus. Evidentemente, os aspectos legais a que Jesus estava sujeito diziam respeito à sua condição humana, ou seja, ao Filho do Homem, e não à sua condição divina como o Deus Unigênito (João 1:18). Vemos isto de modo bem explícito nas Escrituras:
“Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Filipenses 2:6-8
Pois bem, para que Maria e José, os pais legais de Jesus, viessem à existência, foi necessário que muitos anos atrás Deus suscitasse uma linhagem específica (separada) para que o Messias viesse dessa linhagem. E essa linhagem teve início com a chamada que Deus fez a Abraão, a fim de que ele fosse o precursor da linhagem através da qual viria o Messias Jesus. E Deus anunciou isto a Abraão quando disse:
“A minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz, neste mesmo tempo, daqui a um ano.” Gênesis 17:21
E o apóstolo Paulo bem explica que Jesus, o Messias, veio da descendência de Abraão, chamada em Isaque, o filho da promessa:
“E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.” Romanos 9:6,7
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.” Gálatas 3:16
Estes trechos bíblicos também rechaçam, por completo, a idéia de que algum tipo de messias ou salvador pudesse vir dos povos islâmicos, os quais historicamente têm rejeitado a Cristo. Ismael, de quem descendem os árabes, era filho de Abraão com a escrava egípcia chamada Agar, porém as Escrituras afirmam que o Messias viria da descendência de Abraão chamada no filho da promessa, o qual foi Isaque: Em Isaque será chamada a tua descendência (não em Ismael).
Por essa razão os judeus obtiveram de Deus a primazia, sendo chamados de o povo de Deus, razão pela qual o Senhor Jesus veio primeiramente para a salvação dos judeus, por isso João diz: Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Vejamos, pois, quando e onde o Senhor Jesus fez esta afirmação:
“Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” Mateus 15:24
As Escrituras nos explicam que os judeus rejeitaram a Jesus (e isto é facilmente verificável até hoje), porém a Bíblia nos mostra que já que os judeus rejeitaram a salvação de Deus preparada em primeiro lugar para eles, Deus abriu a porta da salvação aos gentios (os não judeus), por isso João diz: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.
Em Lucas 14, o Senhor Jesus fala sobre esse rejeição dos judeus e como Deus abriu a porta aos gentios:
“Ele, porém, respondeu: Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos. À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado. Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado. E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir. Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar. Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa. Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.” Lucas 14:16-24
Nesta parábola, os primeiros convidados são os judeus, os quais com muitas desculpas rejeitaram o convite de Deus - vemos aqui a rejeição ao Messias Jesus por parte dos judeus - e os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos se referem aos gentios, os quais aceitaram o convite de Deus - receberam o Messias Jesus. Por isso João escreveu: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Não terem nascido do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, demonstra o aspecto exclusivamente divino da salvação, ou seja, não provém de nós seres humanos nem o desejo e nem o poder da salvação, mas somente de Deus. O ato da salvação não provém da via: homens ---> Deus, pelo contrário, antes se dá nesse sentido: Deus ---> homens. E isto está dito pelo Senhor Jesus:
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” João 15:16
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Nascer de Deus significa nascer do Espírito Santo. É o novo nascimento que experimentam todos os cristãos que receberam o batismo com o Espírito Santo. E Jesus explicou isso a Nicodemos:
“Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.” João 3:1-8
O batismo nas águas dos adultos (não de bebês que ainda não possuem consciência da existência) é absolutamente bíblico, todavia, o batismo nas águas significa o compromisso assumido com Deus, em Cristo, de uma nova vida com Deus. Porém, a confirmação e a aceitação do alto para selar um cristão para a salvação só pode se dar mediante o batismo com o Espírito Santo, um ato soberano de Deus:
“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” Mateus 3:11
Observemos que no versículo acima, do Evangelho de Mateus, João Batista disse: Eu vos batizo com água, para arrependimento.
Isto significa que o arrependimento para a conversão a Cristo é o primeiro passo que um homem pode tomar a fim de buscar tornar-se um cristão, todavia, é o próprio Senhor Jesus quem afirma que há muitos que não permanecem nesse compromisso. E isto podemos ver em Marcos 4.
“O semeador semeia a palavra. São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles. Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um.” Marcos 4:14-20
Já o batismo com o Espírito Santo é o selo de Deus sobre aqueles a quem ele considera como sendo sua propriedade eterna:
“Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.” Efésios 1:13,14
E também está escrito:
“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” Romanos 8:9
João 1:14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”
Além do que já foi comentado acima sobre o que diz este versículo, citamos o que escreveu o apóstolo Paulo:
“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” 2 Coríntios 5:18,19
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ESTUDO PARA CASAIS
A Bíblia diz em Eclesiastes 4.9-12 que “melhor é serem dois do que um”, mas termina falando sobre o cordão de três dobras e revelando que é melhor serem três do que dois. Fica implícito que a conta de uma terceira dobra no cordão está mostrando que o “time” aumentou.
“Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.” (Eclesiastes 4.12)
Salomão afirma que se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. Isto mostra que um cordão dobrado oferece maior resistência. Porém, ao acrescentar-se uma terceira dobra, ele fica ainda mais resistente! Se há benefícios em ser dois, há muito mais em ser três!
Como já afirmamos, Salomão não fez esta afirmação direcionada exclusivamente ao casamento; ele fala de relacionamento de um modo geral. E, em qualquer relacionamento, a terceira dobra poderia ser mais uma pessoa. Porém, quando examinamos a revelação bíblica acerca do casamento, descobrimos que, no modelo divino, deve sempre haver a participação de uma terceira parte. E isto não fala da presença de algum filho e nem tampouco de um (abominável) triângulo amoroso! Fala da participação do Senhor no casamento.
A presença de Deus é a terceira dobra e deve ser cultivada na vida do casal. Adão e Eva não ficaram sozinhos no Éden, Deus estava diariamente com eles e, da mesma forma como idealizou com o primeiro casal, Ele quer participar do nosso casamento também!
Vemos esta questão do envolvimento de Deus na união matrimonial sob três diferentes perspectivas:
1. Deus como parte do compromisso do casal;
2. Deus como fonte de intervenção na vida do casal;
3. Deus como modelo e referência para o casal.
UMA DUPLA ALIANÇA
Como já afirmamos no primeiro capítulo, o casamento é uma aliança que os cônjuges firmam entre si e também com Deus. O Senhor, através do profeta Malaquias, referiu-se ao casamento como sendo uma aliança entre o homem e a sua mulher:
“Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança”. (Malaquias 2.14)
A esposa foi chamada por Deus como “a mulher da tua aliança”, o que deixa claro qual é o enfoque bíblico do casamento. Esta aliança matrimonial não é apenas uma aliança dos cônjuges entre si, mas do casal com Deus. O matrimônio, portanto, é uma dupla aliança. Malaquias diz que Deus se faz presente testemunhando a aliança do casal. O mesmo conceito também nos é apresentado no livro de Provérbios:
“Para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras, a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus”. (Provérbios 2.16,17)
Novamente as Escrituras condenam o abandono ao cônjuge, pois neste texto, assim como em Malaquias, a infidelidade é abordada. Nesta situação, é a mulher quem foi infiel ao amigo de sua mocidade e é chamada de alguém que se esqueceu da aliança do seu Deus. A palavra “aliança”, neste versículo de Provérbios, fala não apenas da aliança entre os cônjuges, mas da aliança deles com Deus. Fala da obediência que alguém deve prestar à Lei do Senhor e também se refere ao matrimônio como uma aliança da qual Deus quer participar.
No Antigo Testamento vemos Deus, por intermédio de Moisés, seu servo, entregando a Israel dez mandamentos que se destacavam de todos os demais. Eles foram chamados de “as palavras da aliança”:
“E, ali, esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras”. (Êxodo 34.28)
Um destes mandamentos mostra que preservar o casamento não é apenas uma obrigação da aliança contraída entre os cônjuges; é parte da aliança firmada com o próprio Deus: “Não adulterarás” (Êx 20.14). As ordenanças do Senhor foram escritas (incluindo a ordem de não adulterar) e o livro onde foram registradas passou a ser chamado de “o livro da aliança”:
“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor… E tomou o livro da aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras.” (Êxodo 24.4a,7,8)
Portanto, o casamento é uma dupla aliança; é uma aliança dos cônjuges entre si, mas também é uma aliança de ambos com Deus. Logo, o Senhor está presente na aliança, no compromisso do casamento. Esta é uma das formas em que Deus pode ser a terceira dobra no relacionamento conjugal.
EDIFICAR COM A BÊNÇÃO DE DEUS
Outra forma como Deus pode e quer participar no casamento é podendo intervir, agir em nossas vidas e relacionamento conjugal. Não temos a capacidade de fazer este relacionamento funcionar somente por nós mesmos; aliás, temos que admitir nossa dependência de Deus para tudo, pois o Senhor Jesus Cristo mesmo declarou: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). A Palavra de Deus nos ensina que precisamos aprender a edificar com a bênção de Deus, e não apenas com nossa própria força e capacidade:
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” (Salmo 127.1)
“Edificar a casa” é uma linguagem bíblica para a construção do lar, não do prédio em que se mora. Provérbios 14.1 declara que “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba”. Isto não quer dizer que temos uma mulher “pedreira” e outra “demolidora”, pois o texto fala do ambiente do lar e não de um edifício físico.
Há ingredientes importantes para edificação da casa (Pv 24.3), mas o essencial é cultivar diária e permanentemente a presença de Deus.
PARECIDOS COM DEUS
Uma outra maneira como Deus se torna parte em nosso casamento é como modelo e referência para nossas vidas. O Senhor é o padrão no qual devemos nos espelhar!
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” (Efésios 5.1)
O Novo Testamento revela com clareza que o plano divino para cada um de nós é conformar-mo-nos com a imagem do Senhor Jesus Cristo:
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29)
As Escrituras declaram que fomos “predestinados” (destinados de ante-mão) para sermos conformes à imagem de Jesus! Cristo é nosso referencial de conduta; o apóstolo João declara que “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 Jo 2.6). O apóstolo Pedro afirmou que devemos seguir os Seus passos, o que significa: caminhar como Ele caminhou (1 Pe 2.21). A transformação que experimentamos na vida cristã é progressiva (a Bíbia chama “de glória em glória) e tem endereço certo: tornar-nos semelhantes a Jesus (2 Co 3.18).
O Senhor Jesus atribuiu ao “coração duro” o grande motivo da falência do matrimônio (Mt 19.8). As promessas de Deus ao Seu povo no Antigo Testamento eram de um transplante de coração (Ez 36.26); o Senhor disse que trocaria o coração de pedra (duro, da natureza humana decaída) por um coração de carne (maleável, com a natureza divina). A nova natureza deve afetar nosso casamento. Se Deus passar a ser o modelo ao qual os cônjuges buscam se conformar, certamente se aproximarão um do outro e viverão muito melhor!
Pense em dois cônjuges cristãos manifestando as nove características do fruto do Espírito (Gl 5.22,23): “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. Se manifestarmos a natureza de Deus, andaremos na plenitude do propósito divino para os relacionamentos.
Cresci ouvindo meu pai dizer (e aplicar em relação ao casamento) o seguinte: “Quando duas coisas se parecem com uma terceira, forçosamente serão iguais entre si”. Ele dizia que se o marido e a mulher vão se tornando parecidos com Deus, então eles ficam mais parecidos um com o outro. No ano de 1995, quando eu era ainda récem-casado, eu vi num curso do “Casados Para Sempre”, ministrado pelo Jessé e Sueli Oliveira (hoje presidentes nacionais do MMI – Marriage Ministries Internacional), uma ilustração interessante: um triângulo que tinha na ponta de cima palavra “Deus” e nas duas de baixo as palavras “marido” e “esposa”. Nesta ilustração eles nos mostraram que quanto mais o marido e a esposa subiam em direção a Deus, mais próximos ficavam um do outro. Nunca mais eu a Kelly esquecemos este exemplo.
Quero falar de apenas três (entre muitos) valores que encontramos na pessoa de Deus e que deveríamos reproduzir em nossas vidas. Certamente muitos casamentos podem ser salvos somente por praticar estes princípios: amar, ceder e perdoar.
Amar
Se Deus será parte de nosso casamento como modelo e referência, então temos que aprender a andar em amor, uma vez que as Escrituras nos revelam que Deus é amor (1 Jo 4.8). A revelação bíblica de que Deus é amor não foi dada apenas para que saibamos quem Deus é, mas para que nos tornemos imitadores d’Ele:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” (Efésios 5.1,2)
Há diferentes palavras usadas no original grego (língua em que foram escritos os manuscritos do Novo Testamento) para amor: “eros” (que retrata o amor de expressão física, sexual), “storge” (que fala de amor familiar), “fileo” (que aponta para o amor de irmão e/ou amigo), e “ágape” (que enfoca o amor sacrificial). Quando a Bíblia fala do amor de Deus, usa a palavra “ágape”; este é o amor que devemos manifestar! Ao escrever aos coríntios, o apóstolo Paulo ensina como é a expressão deste amor:
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13.4-7)
Se imitarmos a Deus e manifestarmos este tipo de amor, as coisas certamente serão bem diferentes em nosso matrimônio!
Ceder
A grande maioria das brigas e discussões gira em torno de quem está certo, de quem tem a razão. Muitas vezes, não vale à pena ter a razão; há momentos em que a melhor coisa é ceder, quer isto seja agradável, quer não! Observe o que Jesus Cristo nos ensinou a fazer:
“Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” (Mateus 5.39-41)
Se seguirmos a Deus, como nosso modelo e referencial, e aos seus princípios, o casamento tem tudo para funcionar. O matrimônio não é um desafio por causa da pessoa com quem convivemos, e sim porque este convívio suscita nossa carnalidade e egoísmo e mostra quem nós somos! A dificuldade não está no cônjuge e sim em nossa inaptidão em ceder. Se amadurecermos nesta área, nossa vida conjugal definitivamente colherá os frutos.
Perdoar
Se imitarmos nosso modelo e referencial, que é Deus, e perdoarmos como Ele perdoa – como um ato de misericórdia e não de merecimento, incondicional e sacrificialmente – levaremos nosso relacionamento a um profundo nível de cura, restauração e intervenção divina. A instrução bíblica é muito clara em relação a isto:
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” (Efésios 4.32)
Concluindo, sem Deus (presente, intervindo e como nosso referencial) no casamento será impossível viver a plenitude do propósito divino para o matrimônio. Mesmo um casal que nunca se divorcie, viverá toda sua vida conjugal aquém do plano de Deus; por melhor que pareça sua relação matrimonial aos olhos humanos, ainda estará distante do que poderia e deveria viver.
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Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.
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A Parábola do Semeador
A Parábola do Semeador pode ser encontrada nos livros de Mateus, Marcos e Lucas e registra o ensino de Jesus à beira da praia com seus discípulos e uma multidão de pessoas. Ali, tendo um barco como púlpito, Jesus começa a então contar a “Parábola do semeador”, em algumas versões encontramos como “a história da semente” e até como “o semeador”.
As parábolas contadas por Jesus possuem ensinamentos únicos sobre a Palavra e o Reino de Deus e são surpreendentes em sua revelação a cada pessoa individualmente. É incrível quantas coisas diferentes podemos aprender mesmo lendo-as muitas vezes. Durante esse estudo navegaremos entre esses três evangelhos que contém a parábola, e vamos extrair diversos aprendizados.
Para ilustrar as verdades espirituais que somente Jesus conhecia, frequentemente ele utilizava parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia a dia.A parábola do semeador relata de que forma a mensagem da salvação será recebida no mundo.
A parábola do semeador é considerada muito importante, não só por estar nos três primeiros evangelhos, mas também por ser fundamental no entendimento de outras.
Introdução a Parábola
Jesus começa a contar a Parábola dizendo:
“O que vocês acham? Um agricultor estava semeando. Enquanto estava fazendo o seu trabalho, algumas sementes caíram pelo caminho, e as aves as comeram. Outras caíram no meio dos pedregulhos. Brotaram rapidamente, mas não aprofundaram raízes. Com o calor do sol, secaram tão rapidamente quanto haviam brotado. Outras ainda caíram no meio das ervas daninhas. As sementes chegaram a brotar, mas foram sufocadas. Por fim, algumas, porém, caíram em boa terra e produziram uma colheita que superou todas as expectativas.“Vocês estão entendendo?”- Mateus 13.3-8
Essa história fala de um agricultor que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo de solo (Marcos 4.3-20)
A Bíblia diz que quando os discípulos ficaram sozinhos com Jesus, eles pediram para que Jesus explicasse o significado da parábola (Marcos 4.10). Jesus começa a explicar os diferentes tipos de terras nas quais a semente caiu.
Os diferentes tipos de terra (Mateus 13.18-23)
“À beira do caminho”: Jesus começa explicando que a semente que cai à beira do caminho refere-se às pessoas que ouvem, mas que não se apropriam da Palavra. Ela permanece na superfície, quando o Maligno vem, ele a arranca facilmente do coração de quem a recebe. Em Lucas 8.12-13, o autor acrescenta dizendo que o Diabo a arranca delas para que não acreditem que serão salvas.
“Nos pedregulhos”: a semente que cai no pedregulho refere-se às pessoas que ouvem a Palavra com muito entusiasmo, mas que diante da primeira tempestade/dificuldade perdem o interesse, a Mensagem é esquecida e não sobra nada. A semente que cai nos pedregulhos não cria raiz, a Palavra nessa pessoa é superficial e pode ser facilmente arrancada.
“Em meio as ervas daninhas/espinhos”: a semente que cai entre as ervas daninhas/espinhos refere-se às pessoas que ouvem a Palavra mas estão mais preocupadas com as coisas desse mundo. Se perdem na busca pelos bens materiais, nos prazeres, no amanhã que acabam sendo sufocados por essas coisas, não dando espaço Palavra de Deus cresça em sua vida.
“Na terra boa”: são os bons corações, a terra que acolhe, abraça a semente. É a terra onde a semente cria raiz e na qual ela cresce, torna-se uma árvore forte e frutífera. Obviamente, esta é a terra com a qual todos gostam de se relacionar, e a qual todos nós deveríamos ser. Uma pessoa que ouve a Palavra de Deus, medita nela e a põe em prática.
Uma pessoa que não deixa as coisas desse mundo, como as preocupações, tomarem a nossa mente, nem nosso coração a ponto de tomarem lugar acima dos pensamentos e da Palavra de Deus sobre a nossa vida. Uma pessoa que não deixa a Palavra de Deus entrar por um ouvido e sair pelo outro mesmo quando alguma palavra específica nos parece muito dura ou parece ser para “o vizinho”.
Uma pessoa que ouve o ensinamento, diz amém, mas assim que sai do culto, esquece do que foi pregado ou uma pessoa que o choro de vergonha pelo pecado dentro da igreja não gera arrependimento fora dela.
Aplicações Práticas na Parábola do Semeador
Às vezes, não somos “a terra boa” mas devemos buscar ser. Às vezes, encontramos alguma área de nossas vida como os outro tipos de terras. Deus em seu imenso amor, nos deu o Espírito Santo que nos auxilia na busca da vontade do Pai. Ele quer que sejamos como uma terra boa para que sejamos frutíferos nEle.
Nos três livros podemos ver duas comparações: A da semente como sendo a Palavra de Deus e a dos diferentes tipos de terra. A única comparação que Jesus não faz é a do agricultor. Ele não afirma em nenhum dos textos que o agricultor é Deus. Na maioria das vezes, lemos essa parábola e nos prendemos aos tipo de terras e como nosso coração se relaciona com elas – e, com certeza, aprendemos muito com isso – e por isso, colocamos Deus como o agricultor.
Mas e se lermos a Parábola do Semeador, como a do semeador, e não como se fosse a parábola da terra, retiramos daqui uma outra lição valiosa. O apóstolo Paulo fala em I Coríntios 3.6, “… eu plantei a semente, Apolo regou as plantas, mas Deus fez vocês crescerem.” Ele nos coloca como semeadores da Palavra de Deus no mundo.
Com essa perspectiva, nós podemos aprender com a parábola que devemos plantar com generosidade e sem distinção de pessoas. A parábola não nos diz se o semeador sabia ou não que suas sementes estavam caindo por todo lugar. A narrativa só nos diz que “enquanto (ele) fazia seu trabalho, algumas sementes caíram…” (Mateus 13.3).
Às vezes, olhamos para as pessoas e vemos “terras” e julgamos que seja um desperdício semear uma semente na vida delas. Esquecemo-nos que Jesus veio para todos, sem distinção, para a “terra” que se encontrava a humanidade. Ele veio e ensinou e se deu generosamente.
Porque Jesus ensinava por parábolas?
Quando os discípulos perguntam para Jesus por que ele ensinava através de parábolas, ele diz:
“Vocês já ouviram bastante a respeito do Reino de Deus. Conhecem as suas verdades. Mas nem todos tiveram esse privilégio. Quando alguém tem o coração preparado, a compreensão é real. Mas, se não houver receptividade no coração, logo desaparece. Por isso conto histórias. Meu objetivo é criar disposição, levar o povo a receber a Mensagem. Nas condições em que se encontram, eles ficarão ouvindo até o dia do juízo e não entenderão nada. Vão ficar irritados por ouvir tanto e não entender coisa alguma. Que não se repita a previsão de Isaías:
“Seus ouvidos estão abertos, mas não entendem uma palavra. Seus olhos estão abertos, mas não veem nada. Esse povo é cabeça-dura! Eles tapam os ouvidos com os dedos para não ter de escutar. Eles fecham os olhos para não serem obrigados a ver, e, assim, evitam ficar comigo face a face e me deixar curá-los”.”
Jesus através das parábolas tentava aproximar o máximo possível as pessoas de seus ensinamentos. Aqui podemos aprender uma lição linda de como uma das coisas mais importantes para Jesus era que as pessoas recebessem e entendessem o que ele ensinava. Por isso, ele usava situações e imagens que faziam parte da vida das pessoas daquela época, ele ensinava através de parábolas. Jesus fazia o possível para que a Palavra se tornasse receptiva ao coração das pessoas. Você já parou para pensar o que isso nos ensina?
Conclusão
Existem pessoas que vão receber e entender melhor a Palavra de Deus por causa nossas suas atitudes do que pelas nossas palavras. Existem pessoas que vão receber melhor a Palavra de Deus através de uma canção do que através de uma pregação.
Esta perspectiva nos faz ver que devemos plantar sementes em todos os lugares, ministrar a Palavra de Deus com as oportunidades que Ele tem nos dado.
São tantos os meios que Deus nos deu para espalharmos a semente, pregarmos sua Palavra para todos. Não nos limitemos o ensino da Palavra de Deus, o que Ele pode fazer através de nós e em nós.
Jesus então termina a narrativa naquele dia com uma pergunta que é pertinente até os dias de hoje: “Vocês estão entendendo?”.
3 Passos para ser profundamente arraigado em Cristo (e por que ser)
O que significa ser “arraigado em Cristo”, afinal de contas?
Primeiro de tudo: entenda que o cristão que não está “arraigado em Cristo”, ou seja, aquele que não cria raízes profundas em Deus, tende a desviar-se do caminho da fé com mais facilidade, seja por grandes ou pequenos motivos, e nós aprenderemos como criar essas raízes neste estudo bíblico, continue lendo.
3 exemplos de pessoas que não criam raízes em Cristo.
Na parábola do semeador (Mt 13:1-9, 18-23; Mc 4:1-20; Lc 8:4-8, 11-15), temos 3 exemplos de alguém que entra para a igreja, mas não procura ser “arraigado em Cristo”, não desenvolve raízes profundas para com Deus, e assim acaba desistindo da vida cristã, ou nem chega a desenvolvê-la.
A semente que cai no caminho e é comida pelos pássaros descreve a pessoa que ouve a Palavra de Deus, mas não a entende (e provavelmente não desperta interesse para buscar entendê-la), então vem o diabo e arranca a Palavra do coração da pessoa, fazendo-a esquecer-se dela (Mt 13:4,19).
Neste caso tal pessoa nem sequer começa a fazer crescer suas “raízes em Cristo”.
A semente que caiu sobre as pedras até começa a desenvolver características de quem está arraigado em Cristo, pois recebe a Palavra com alegria; mas quando vem os tempos de provação ou perseguição por causa do evangelho, então, por não ter raízes profundas, logo se desvia do caminho de Deus (Mc 4:5-6, 16-17).
Quanto à semente que cai dentre os espinhos e é sufocada por eles, descreve a pessoa que até ouve a Palavra de Deus e começa a segui-lo, mas junto com a semente crescem os espinhos; isto quer dizer que quando essa pessoa vê que não pode abandonar suas paixões mundanas, quando a cobiça por riquezas e bens materiais a seduzem, sufocam a Palavra, e a tornam infrutífera, e assim esta pessoa despreza a Deus ou não amadurece nele, não sendo verdadeiramente arraigado em Cristo (Lc 8: 7,14).
Entretanto, algumas sementes caem em boa terra e dão fruto, descrevendo as pessoas que ouvem a Palavra e com sinceridade convertem-se a Deus, criando suas raízes em Cristo! (Lc 8:15).
Então como ser arraigado em Cristo afinal de contas?
Veja 3 passos para criar profundas raízes em Cristo e ser edificado nele!
#1 Arrependimento é o primeiro passo para quem quer ser arraigado em Cristo e edificado nele!
Eu falo constantemente sobre arrependimento de nossos pecados contra Deus aqui no blog, pois este deve ser absolutamente o primeiro contato que devemos ter com Ele, porque nunca poderemos nos aproximar de Deus, sem antes nos reconciliarmos com Ele! (Rm 5:10)
Como aplicação neste estudo bíblico sobre como criar raízes em Cristo, podemos dizer que o arrependimento é como a terra limpa e preparada para receber a planta, que fincaránela suas raízes e crescerá.
O arrependimento é o caminho que se abre para nos conectarmos com Deus, através de Cristo Jesus, nosso Senhor!
Portanto, sem passar antes pelo arrependimento, que nos reconcilia com Deus através do sangue de Seu Filho, jamais alguém conseguirá ser arraigado em Cristo!
#2 Depois do arrependimento e reconciliação, continuar aprendendo mais do Senhor Jesus é extremamente necessário para criar raízes nele!
O arrependimento nos faz desistir do mau caminho em que andávamos, reconhecendo que não estávamos certos em nossa conduta; ele nos incita a seguir uma nova direção, demonstrando que verdadeiramente mudamos nossa mente e atitudes.
Mas que nova direção é essa?
Jesus Cristo, o Filho de Deus, pois Ele é o caminho! (Jo 14:6)
Para estar arraigado em Cristo precisa-se, obviamente, aprender mais dele, de Sua doutrina e de Sua pessoa, que é a completa imagem de Deus! (Cl 2:9)
Estudar a Bíblia Sagrada constantemente é todo o necessário para aprendermos mais de Cristo Jesus, nosso Senhor, e assim guardar a Palavra em nosso coração, tornando-nos semelhantes a Ele!
#3 Para ser arraigado em Cristo de verdade é necessário limpar-se do pecado, corrigindo-se!
Avaliar a si mesmo(a) a fim de corrigir sua própria conduta, e assim seguir colocando a Palavra de Deus em prática de verdade, é o que devemos fazer durante a caminhada da fé para que sejamos verdadeiramente arraigados em Cristo! (Leia 2 Co 13:5; Tg 1:22)
Ninguém pode criar raízes profundas para com Deus senão guardar as palavras de Cristodentro de seu coração, e assim praticá-las! (Sl 119:11)
Veja que desejo sublime teve o salmista para com Deus:
Que seja este o nosso desejo também!
Avalie a si mesmo, corrija-se com a frequência necessária, e assim crie raízes em Cristo! (Sl 119:9)
Quem está arraigado em Cristo consegue suportar as tribulações dessa vida sem abandonar a Deus, tirando dele suas raízes!
Podemos dizer que na parábola dos dois alicerces, que Jesus nos contou em Lucas 6:46-49, está bem definido o crente que realmente quer estar arraigado em Cristo, e aquele que é preguiçoso e negligente na vida cristã.
É o comparativo dentre duas pessoas, em que ambas ouvem a palavra de Cristo, porém uma delas tem o cuidado de guardar essas palavras no coração e praticá-las, e a outra é desleixada, não estando arraigado em Cristo.
Como o Senhor bem esclareceu na parábola, o difícil tempo de tribulação veio para ambos, e aquele que tinha o cuidado de estar arraigado em Cristo sobreviveu a este, mas o que era descuidado e não praticava a Palavra de Deus caiu, e foi grande sua queda.
Sua rasa raiz foi arrancada, e esta não conseguiu resistir…
Não seja negligente na vida cristã, mas cuide-se para criar raízes em Cristo que não possam ser abaladas!
Tente colocar em prática no seu cotidiano estes 3 passos que aprendeu agora para estar arraigado em Cristo, construa a sua casa (vida) na Palavra de Deus!
Se este estudo bíblico foi edificante para você, não deixe de compartilhar com seus irmãos em Cristo!
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